responsible care - sage

Transcrição

responsible care - sage
RESPONSIBLE CAREâ - DESEMPENHO E PERSPECTIVAS DO SISTEMA DE
GESTÃ O SAÚ DE - SEGURANÇA - MEIO AMBIENTE DA INDÚ STRIA QUÍMICA.
Geraldo André Thurler Fontoura
DISSERTAÇÃ O SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃ O DOS
PROGRAMAS DE PÓ S-GRADUAÇÃ O DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁ RIOS
PARA A OBTENÇÃ O DO GRAU DE MESTRE EM CIÊ NCIAS EM ENGENHARIA DA
PRODUÇÃ O.
Aprovada por :
______________________________________________
Prof. Rogério Aragão Bastos do Valle, D.Sc.
_______________________________________________
Prof. Geraldo Lippel Sant'Anna Jr., D.Sc.
______________________________________________
Prof. Gilberto Alves Romeiro, D.Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL
NOVEMBRO DE 2001
FONTOURA, GERALDO ANDRÉ THURLER
Responsible Careâ
- Desempenho e
Perspectivas do Sistema de Gestão Saúde Segurança - Meio Ambiente da Indústria
Química. [Rio de Janeiro] 2001.
XXIII, 223 p. 29,7cm (COPPE/UFRJ,
M.Sc., Engenharia da Produção, 2001)
Dissertação - Universidade Federal do
Rio de Janeiro, COPPE
1.Responsible Careâ
2.Sistemas de Gestão
I. COPPE/UFRJ
II. Título (série)
ii
Dedicatória.
Ao meu filho Leonardo,
pelo tempo que não lhe foi dedicado e pela sua generosa compreensão.
À minha esposa Glória,
pela dedicação e companheirismo sempre presentes até nos momentos de
ausência.
Aos meus pais Geraldo e Ducinéia,
como gratidão por todos os ensinamentos e exemplos durante a minha vida.
iii
Agradecimentos.
A Deus, por todas as bençãos.
À minha esposa e ao meu filho, por entenderem e compartilharem este meu sonho.
Aos meus pais, por terem se doado a mim de maneira tão generosa.
À minha irmã Andréia, pela descoberta do sentimento de fraternidade.
À minha avó e madrinha Carmen, pelo carinho e pela dedicação.
Aos meus sogros Salete e Alcídio e cunhados Márcia e Vasco, por terem se tornado a
minha família.
A todos os meus familiares, por terem me ensinado o sentido da palavra família.
Aos meus afilhados Lara e Diego, pelo afeto que me dedicam.
Aos meus compadres Margareth e Marcos Ferreira, pela confiança e amizade.
A todos os meus amigos, pela generosidade e cumplicidade.
Aos professores, que me ensinaram a amar o conhecimento.
Ao prof. Dr. Rogério Valle, pela amizade, confiança e estímulo.
Ao prof. Dr. Geraldo Lippel e prof. Dr. Gilberto Romeiro, pela participação na banca
examinadora desta dissertação e pela contribuição na sua concepção.
A prof. Dra. Márcia Dezotti, pela disponibilidade em colaborar com este estudo.
Aos colegas, funcionários e demais professores da COPPE,
pelo muito que me
ensinaram.
Ao Dr. Miguel Spohr, da Bayer S.A, por ter viabilizado este estudo.
iv
Aos colegas Ê nio Viterbo, Marcos Klug e João Leão, da Bayer S.A., pela amizade e
incentivo.
Aos meus amigos do Meio Ambiente, da Bayer S.A., pela consideração e companheirismo constantes.
Aos amigos Dr. Oswaldo Lopes e Gabriela Breia, pelo apoio incansável na elaboração
deste estudo.
Ao eng. Marcelo Kós, da ABIQUIM, pelo apoio.
À amiga Mirtes Suda, da ABIQUIM, pelo carinho e pela consideração com que
atendeu a todas as minhas solicitações.
A todos os coordenadores do Responsible Careâ , pela participação nesta pesquisa.
A todos os trabalhadores da Indústria Química, por construirem o Responsible Careâ .
E, em especial, ao amigo Fernando Altino, por ter sido a companhia constante em
toda esta caminhada.
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
RESPONSIBLE CAREâ - DESEMPENHO E PERSPECTIVAS DO SISTEMA DE
GESTÃ O SAÚ DE - SEGURANÇA - MEIO AMBIENTE DA INDÚ STRIA QUÍMICA.
Geraldo André Thurler Fontoura
Novembro / 2001
Orientador: Prof. Dr. Rogério Aragão Bastos do Valle
Programa: Engenharia da Produção
Este estudo, de natureza exploratória, teve o objetivo de avaliar o desempenho e
as perspectivas do Responsible Careâ , que é o código de conduta adotado pela
indústria química. Para tanto foi realizada uma avaliação dos programas
implementados em 45 países, tendo-se, como fonte de informação, publicações
específicas e a internet. Além disso, foi feita uma pesquisa com os coordenadores do
Responsible Careâ nos diversos países, a fim de avaliarem-se as características dos
programas e compará-los com o programa brasileiro chamado de Atuação
Responsávelâ . A porcentagem de respostas obtida nesta pesquisa foi de 80%.
Através deste estudo foi possível verificar que este programa tem proporcionado, ao
longo dos anos, melhorias significativas no desempenho da indústria química.
Entretanto, na maioria dos casos, tais melhorias ainda não foram devidamente
percebidas pela sociedade.
vi
Abstract of the Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Sciences (M.Sc.)
RESPONSIBLE CAREâ - PERFORMANCE AND PERSPECTIVES OF THE
MANAGEMENT SYSTEM FOR HEALTH, SAFETY AND ENVIRONMENT OF THE
CHEMICAL INDUSTRY.
Geraldo André Thurler Fontoura
November / 2001
Advisor: Prof. Dr. Rogério Aragão Bastos do Valle
Department: Production Engineering
This is an exploratory research which had the objective to evaluate the
performance and the perspectives of the Responsible Careâ Program, which is the
code of behavior adopted by the chemical industry. For this purpose, the programs
implemented in 45 countries were evaluated through information sources like specific
publications and the internet. Besides, we carried out a research with the coordinators
of the Responsible Careâ in several countries, in order to evaluate the characteristics
of the programs, and to compare them with the brazilian one which is called Atuaç ão
Responsávelâ . The percentage of the answers obtained in this research was of 80%.
Through this study it was possible to check that during these years this program
provided
significant
improvements
to
the
chemical
industry
performance.
Nevertheless, in the majority of the cases, these improvements havent́ been
completely perceived by society yet.
vii
ÍNDICE DO TEXTO
ÍNDICE DE FIGURAS
xiv
ÍNDICE DE TABELAS
xiv
ABREVIATURAS
xix
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇ ÃO
1.1 – Origem do estudo
1
1.2 – Importância do estudo.
2
1.3 – Delimitação do âmbito do estudo.
3
1.4 – Organização do estudo.
4
CAPÍTULO 2 - A EVOLUÇ ÃO DO RESPONSIBLE CAREâ
1,2
- REVISÃO DA
LITERATURA
2.1 - Considerações preliminares
5
2.2 - A evolução da questão ambiental nas atividades
humanas .
5
2.3 - A evolução da questão ambiental na indústria química
10
2.4 - A evolução do Responsible Care no âmbito mundial
13
2.4.1 - O programa Responsible Care e as normas da série
ISO 14 000.
15
2.4.2 - O Responsible Care nos países onde está sendo
implementado
17
2.4.2.1 - Cingapura
19
2.4.2.2 - Dinamarca
19
2.4.2.3 - Franç a
19
2.4.2.4 - Gré cia
20
2.4.2.5 - Portugal
20
viii
2.4.2.6 - Suíç a
20
2.4.2.7 - Taiwan - China
21
2.4.2.8 - Turquia
21
2.4.2.9 - Uruguai
21
2.4.3 - Desafios da indústria química na atualidade
22
2.4.3.1 - As Convenç õ es da Organizaç ão Internacional do
Trabalho (OIT)
22
2.4.3.2 - A Convenç ão de Estocolmo sobre os Poluentes
Orgâ nicos Persistentes - POPs
24
2.4.3.3 - Convenç ão de Rotterdam sobre o Procedimento
de Informaç ão e Consentimento Pré vio (PIC Prior Informed Consent)
25
2.4.3.4 - A caracterizaç ão toxicológica dos produtos de
alta produç ão (HPV - High Production Volume
Products)
26
2.3.4.5 - Moduladores Endócrinos
27
2.4.4 - Tendências do Responsible Care
28
2.5 - A evolução do Atuação Responsávelâ
3,4
no Brasil
30
2.5.1 - A indústria química no Brasil
30
2.5.2 - O Responsible Care no Brasil
34
2.5.2.1 - Os Princípios Diretivos do Atuaç ão
Responsável
36
2.5.2.2 - Os Códigos de Práticas gerenciais do
Atuaç ão Responsável
38
2.5.2.3 - As Comissõ es de Lideranç as Empresariais:
as
Comissõ es Temáticas e as Comissõ es
Setoriais da ABIQUIM
41
ix
2.5.2.4 - Os Conselhos Comunitários Consultivos e os
Comitês de Lideranç as Executivas
45
2.5.2.5 - A Difusão para a cadeia produtiva
46
2.5.2.6 - A avaliaç ão de desempenho
48
2.5.2.7 - A ABIQUIM na internet
57
2.5.2.8 - Os congressos anuais do Atuaç ão
Responsável
2.5.2.9 - O programa PRÓ -QUÍMICA
59
62
2.5.2.10 - A avaliaç ão ambiental da indústria química
brasileira
63
2.5.2.11 – Tendências do Atuaç ão
Responsável
64
2.5.2.12 – Pesquisa sobre a imagem da Indústria
Química brasileira
65
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA DA PESQUISA
3.1- Considerações preliminares
75
3.2 - Definição dos itens a serem pesquisados
75
3.3 - Determinação da População e da Amostra
75
3.4 - Coleta de dados
77
3.4.1 - Seleção da amostra
77
3.4.2 - Elaboração do instrumento de coleta
77
3.4.3 - Pré-teste do instrumento de coleta de dados
79
3.4.4 - Método de coleta de dados
79
3.4.5 - Análise dos dados
80
3.4.6 - Limitações do estudo
81
x
CAPÍTULO 4 - ANÁ LISE DOS RESULTADOS
4.1 – Considerações preliminares
82
4.2 – Resultados
82
4.2.1 - População e amostra
82
4.2.2 - Dados relativos à indústria química
84
4.2.3 - Motivos para adesão ao Responsible Care
91
4.2.4 - Características do Responsible Care.
95
4.2.5 - Fatores limitantes à implementação do Responsible
Care.
105
4.2.6 - Oportunidades de melhoria na implementação do
Responsible Care.
110
4.2.7 - Avaliação de Desempenho do Responsible Care. 115
4.2.8 - A resposta do ICCA.
124
4.2.8.1 - Resultados da pesquisa junto ao ICCA e ao
CEFIC
4.3 - Análise dos Resultados.
125
127
4.3.1 - População e amostra
127
4.3.2 - Dados relativos à indústria química.
128
4.3.3 - Motivos para adesão ao Responsible Care.
129
4.3.4- Características do Responsible Care.
130
4.3.5 - Fatores limitantes à implementação do Responsible
Care.
132
4.3.6 - Oportunidades de melhoria na implementação do
Responsible Care.
4.3.7 - Avaliação de desempenho do Responsible Care
133
134
xi
4.3.7.1 - Tipos de avaliaç ão de desempenho
adotados
134
4.3.7.2 - Grau de implementaç ão dos códigos do
Responsible Care.
135
4.3.7.2.1 - Países com programa de elevado
grau de implementação (alta
maturidade)
135
4.3.7.2.2 - Países com programa de mé dio
grau de implementação (mé dia
maturidade)
136
4.3.7.2.3 - Países com programas de baixo
grau de implementação (baixa
maturidade)
4.3.7.3 - Indicadores de desempenho
136
136
4.3.8 - A imagem da indústria química
137
4.3.9 - A resposta do ICCA
138
CAPÍTULO 5 - CONSIDERAÇ Õ ES FINAIS
5.1 - À guisa de conclusões
140
5.2 - Sugestões para o programa brasileiro
145
5.3 - Sugestões para estudos futuros
148
REFERÊ NCIAS BLIBLIOGRÁ FICAS
149
ANEXOS
ANEXO 1
Notas.
ANEXO 2
Exemplo de correio eletrônico enviado aos organismos
155
responsáveis pela implementação do Responsible Care nos
diversos países.
156
xii
ANEXO 3
Exemplo de correio eletrônico enviado ao ICCA - International
Council of Chemical Associations - organismo responsável pela
coordenação da implementação do Responsible Care nos países
associados ao programa
ANEXO 4
Questionário enviado aos países para coleta de dados para a
pesquisa sobre o Responsible Care.
ANEXO 5
157
158
Questionário enviado ao ICCA (International Council of Chemical
Associations) para coleta de dados para a pesquisa sobre o
Responsible Care
162
ANEXO 6
Pesquisa de imagem da Indústria Química - ABIQUIM
165
ANEXO 7
Os có digos do Atuação Responsável: seus elementos e práticas
gerenciais
ANEXO 8
Resultados da Pesquisa - Visão Analítica das respostas dos
coordenadores dos programas nos países
ANEXO 9
171
179
Resultados da Pesquisa - Visão Analítica das respostas do
representante do CEFIC - European Chemical Industry
Council
ANEXO 10
213
Resultados da Pesquisa - Visão Analítica das respostas do
representante do ICCA - International Council of Chemical
Associations
ANEXO 11
216
Conhecimento e favorabilidade da indústria química entre os
formadores de opinião
219
xiii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 -
Gráfico 1: Número total de Indústrias Químicas no País.
Figura 2 -
Gráfico 2: Percentual de indústrias químicas signatárias do
Responsible Care
Figura 3 -
88
Gráfico 5: Produção da Indústria Química (bilhões de toneladas
por ano)
Figura 6 -
88
Gráfico 4: Percentual de indústrias químicas signatárias do
Responsible Care, com relação ao faturamento.
Figura 5 -
86
Gráfico 3: Faturamento da Indústria Química (bilhões de dó lares
por ano)
Figura 4 -
86
90
Gráfico 6: Percentual de indústrias químicas signatárias do
Responsible Care, com relação à produção
91
Figura 7 -
Gráfico 7: Motivos para adesão ao Responsible Care
94
Figura 8 -
Gráfico 8: Outros motivos para adesão ao Resposible Care 94
Figura 9 -
Gráfico 9: Características do Responsible Care (1)
103
Figura 10 -
Gráfico 10: Características do Responsible Care (2)
104
Figura 11 -
Gráfico 11: Características do Responsible Care (3)
104
Figura 12 -
Gráfico 12: Fatores limitantes à implementação do Responsible
Care
Figura 13 -
Gráfico 13: Outras razões limitantes à implementação do
Responsible Care
Figura 14 -
108
109
Gráfico 14: Fatores limitantes à implementação do Responsible
Care (pesquisa realizada pela empresa Indicator Opinião Pública
para a ABIQUIM
Figura 15 -
Gráfico 15: Oportunidades de melhoria na implementação do
Responsible Care.
Figura 16 -
109
114
Gráfico 16: Outras oportunidades de melhoria na implementação
do Responsible Care
114
Figura 17 -
Gráfico 17: Medindo o desempenho do Responsible Care
116
Figura 18 -
Gráfico 18: Sistemas de Avaliação Externa
118
xiv
Figura 19 -
Gráfico 19: As Associações da Indústria Química e a pesquisa de
opinião sobre a sua imagem
Figura 20 -
Gráfico 20: Percepção do Público em relação a atividades
humanas, incluindo a indústria química
Figura 21 -
221
Gráfico 23: Percepção das ONGs em relação a atividades
humanas, incluindo a indústria química
Figura 24 -
220
Gráfico 22: Percepção do Governo em relação a atividades
humanas, incluindo a indústria química
Figura 23 -
219
Gráfico 21: Percepção dos Jornalistas em relação a atividades
humanas, incluindo a indústria química
Figura 22 -
123
222
Gráfico 24: Percepção dos Professores em relação a atividades
humanas, incluindo a indústria química
223
xv
ÍNDICE DE TABELAS:
Tabela 1 - Faturamento líquido da indústra química no Brasil, por
segmentos
Tabela 2 - Faturamento da Indústria Química por países
33
33
Tabela 3 - A implantação dos có digos do Programa Atuação Responsável no
Brasil
39
Tabela 4 - As Comissões Temáticas da ABIQUIM
42
Tabela 5 - As Comissões Setoriais da ABIQUIM
45
Tabela 6 - Percentuais de implantação dos có digos do Programa Atuação
Responsável
50
Tabela 7 - Indicadores de desempenho dos có digos do Programa Atuação
Responsável
51
Tabela 8 - Participação dos países na pesquisa
83
Tabela 9 - Participação dos continentes na pesquisa
84
Tabela 10 - Número Total de Indústrias Químicas
85
Tabela 11 - Percentual de indústrias químicas signatárias do programa
Responsible Care (em relação ao número total de indústrias
químicas)
85
Tabela 12 - Faturamento da indústria química (em bilhões de dó lares por
ano)
87
Tabela 13 - Percentual de indústrias químicas signatárias do programa
Responsible Care (em relação ao faturamento em bilhões de
dó lares por ano)
87
Tabela 14 - Produção da indústria química (em bilhões de toneladas por
ano)
89
Tabela 15 - Percentual de indústrias químicas signatárias do programa
Responsible Care (em relação à produção em bilhões de toneladas
por ano)
89
Tabela 16 - Motivos para a implementação do programa Responsible Care 92
xvi
Tabela 17 - Comparação entre o grau de implementação do programa, com
relação ao número total de empresas, faturamento e produção, e a
existência ou não de metas anuais de crescimento do número de
empresas signatárias ao programa Responsible Care
Tabela 18 - Características do Responsible Care
97
99
Tabela 19 - Fatores Limitantes à implementação do programa Responsible
Care
107
Tabela 20 - Oportunidades de melhoria na implementação do Responsible
Care
112
Tabela 21 - Medindo o desempenho do Responsible Care: Avaliação
externa
116
Tabela 22 - Medindo o desempenho do Responsible Care: sistema de avaliação
externa
Tabela 23 - Pesquisas de opinião pública
118
121
Tabela 24 - Comparação entre as respostas do ICCA e do CEFIC para o
questionário do Anexo 5
125
Tabela 25 - Questionário de avaliação do Programa Responsible Care nos
países (em inglês)
158
Tabela 26 - Questionário de avaliação do Programa Responsible Care pelo ICCA
(em inglês)
162
Tabela 27 - Elementos e Práticas Gerenciais do Có digo de Segurança de
Processo
171
Tabela 28 - Elementos e Práticas Gerenciais do Có digo de Segurança do
Trabalhador
172
Tabela 29 - Elementos e Práticas Gerenciais do Có digo de Transporte e
Distribuição
173
Tabela 30 - Elementos e Práticas Gerenciais do Có digo de Proteção
Ambiental
175
Tabela 31 - Elementos e Práticas Gerenciais do Có digo de Diálogo com a
Comunidade e preparação e atendimento a emergências
176
xvii
Tabela 32 - Elementos e Práticas Gerenciais do Có digo de Gerenciamento de
Produto
177
Tabela 33 - Atividades Funcionais e Práticas Gerenciais Associadas do Có digo
de Gerenciamento de Produto
178
Tabela 34 - Pesquisa: Dados relativos à Associação responsável pelo programa
nos países que participaram da pesquisa
Tabela 35 - Pesquisa: Dados relativos à indústria química
179
188
Tabela 36 - Pesquisa: Motivos para a implementação do programa Responsible
Care
Tabela 37 - Pesquisa: Características do Responsible Care
190
191
Tabela 38 - Pesquisa: Fatores limitantes à implementação do Responsible
Care
195
Tabela 39 - Pesquisa: Oportunidades de melhoria na implementação do
Responsible Care
197
Tabela 40 - Pesquisa: Medindo o desempenho do Responsible Care
199
Tabela 41 - Pesquisa: Dados relativos à Associação Européia - CEFIC
213
Tabela 42 - Pesquisa: Dados relativos à indústria química européia
213
Tabela 43 - Pesquisa: Características do Responsible Care europeu
213
Tabela 44 - Fatores limitantes à implementação do programa Responsible Care
na Europa
214
Figura 45 - Oportunidades de melhoria na implementação do Responsible Care
na Europa
Figura 46 - Medindo o desempenho do Responsible Care na Europa
214
214
Tabela 47 - Pesquisa: Dados relativos à Associação Internacional - ICCA 216
Tabela 48 - Pesquisa: Dados relativos à indústria química mundial
216
Tabela 49 - Pesquisa: Características do Responsible Care mundial
216
Tabela 50 - Fatores Limitantes à implementação do programa Responsible Care
no âmbito mundial
217
xviii
Tabela 51 - Oportunidades de melhoria na implementação do Responsible Care
no âmbito mundial
Tabela 52 - Medindo o desempenho do Responsible Care no âmbito
mundial
217
218
xix
ABREVIATURAS
ABIQUIM:
ASSOCIAÇÃ O BRASILEIRA DA INDÚ STRIA QUÍMICA
ABTN:
ASSOCIAÇÃ O BRASILEIRA DE NORMAS TÉ CNICAS
AC ANIQ:
ASSOCIACIÓ N NACIONAL DE LA INDUSTRIA QUIMICA
ACC:
AMERICAN CHEMISTRY COUNCIL
ACOPLASTICOS:
ASOCIACIÓ N COLOMBIANA DE INDUSTRIAS PLÁ STICAS
AICM:
ASSOCIATION
OF
INTERNATIONAL
CHEMICAL
MANUFACTURES
ANDI:
ASOCIACIÓ N NACIONAL DE INDUSTRIALES
APEQ:
ASSOCIAÇÃ O PORTUGUESA DAS EMPRESAS QUÍMICAS
APROQUE:
ASOCIACION DE PRODUCTORES DE PINTURAS, RESINAS,
TINTAS Y QUIMICOS DEL ECUADOR
AR:
ATUAÇÃ O RESPONSÁ VEL
ASIQUIM AG:
ASOCIACION GREMIAL DE INDUSTRIALES DE CHILE
ASIQUR:
ASOCIACIÓ N DE INDUSTRIAS QUÍMICAS DEL URUGUAY
BCSD:
BUSINESS COUNCIL FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT
BNDES:
BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO
ECONÔ MICO
E SOCIAL
BS:
BRITISH STANDARDS
CAIA:
CHEMICAL AND ALIED INDUSTRIES ASSOCIATION
CB-10:
COMITÊ BRASILEIRO DE QUÍMICA
CCPA:
CANADIAN CHEMICAL PRODUCERS ASSOCIATION
CCS:
CONSEJO COLOMBIANO DE SEGURIDAD
CEBDS:
CONSELHO EMPRESARIAL BRASILEIRO DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁ VEL
CEFIC:
EUROPEAN CHEMICAL INDUSTRY COUNCIL
xx
CIA:
CHEMICAL INDUSTRIES ASSOCIATION
CICM:
CHEMICAL INDUSTRIES COUNCIL OF MALAYSIA
CICT:
CHEMICAL INDUSTRIES CLUB THAILAND
CIQ-SNI:
COMITE DE LA INDUSTRIA QUIMICA DE LA SOCIEDAD
NACIONAL DE INDUSTRIAS
CIQyP
CÁ MARA DE LA INDUSTRIA QUIMICA Y PETROQUIMICA
CMA:
CHEMICAL MANUFACTURES ASSOCIATION
CNAE:
CLASSIFICAÇÃ O NACIONAL DE ATIVIDADES ECONÔ MICAS
CNI:
CONSELHO NACIONAL DA INDÚ STRIA
DDT:
DICLOROFENIL TRICLOROETANO
EMAS:
ECO MANAGEMENT AND AUDIT SCHEME
EPR:
EXTENDED PRODUCT RESPONSIBILITY
FAO:
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION
FCIO:
FACHVERBAND DER CHEMISCHEN INDUSTRIE
OSTERREICHS
FCP:
FÉ DÉ RATION DE LA CHIMIE ET DE LA PARACHIMIE
FEDERCHIMICA:
FEDERAZIONE ITALIANA DELL´ INDUSTRIA CHIMICA
FEDICHEM:
FEDERATION OS THE CHEMICAL INDUSTRIES OF BELGIUM
FEIQUE:
FEDERACIÓ N NACIONAL DE LA INDUSTRIA QUIMICA
ESPANOLA
FIRJAN:
FEDERAÇÃ O DAS INDÚ STRIAS DO RIO DE JANEIRO
FISPQ:
FICHA DE INFORMAÇÃ O DE SEGURANÇA DE PRODUTOS
QUÍMICOS
GHS:
GLOBAL HARMONIZATION SYSTEM
HCIA:
HUNGARIAN CHEMICAL INDUSTRY ASSOCIATION
HPV:
HIGH PRODUCTION VOLUME
HACI:
HELLENIC ASSOCIATION OF CHEMICAL INDUSTRIES
xxi
ICCA:
INTERNATIONAL COUNCIL CHEMICAL ASSOCIATION
ICMA:
INDIAN CHEMICAL MANUFACTURERS ASSOCIATION
ILO:
INTERNATIONAL LABOUR ORGANIZATION
IPCMF:
THE IRISH PHARMACEUTICAL & CHEMICAL
MANUFACTURERS FEDERATION
ISO:
INTERNATIONAL STANDARDIZATION ORGANIZATION
JRCC:
JAPAN CHEMICAL INDUSTRY ASSOCIATION - JAPAN
RESPONSIBLE CARE COUNCIL
KEMIKONTORET:
SVERIGES KEMISKA INDUSTRIKONTOR
KNRCI:
KOMITE NASIONAL RESPONSIBLE CARE INDONESIA
KRCC:
KOREA RESPONSIBLE CARE COUNCIL
KT RY:
KEMIANTEOLLISUUS RY
MSDS:
MATERIAL SAFETY DATA SHEET
NR:
NORMA REGULAMENTADORA
NZCIC:
NEW ZEALAND CHEMICAL INDUSTRY COUNCIL INC
OCDE:
ORGANIZAÇÃ O PARA A COOPERAÇÃ O E O
DESENVOLVIMENTO ECONÔ MICO
ONG:
ORGANIZAÇÃ O NÃ O GOVERNAMENTAL
ONU:
ORGANIZAÇÃ O DAS NAÇÕES UNIDAS
OIT:
ORGANIZAÇÃ O INTERNACIONAL DO TRABALHO
PACIA:
PLASTICS AND CHEMICALS INDUSTRIES ASSOCIATION
PCB:
BIFENILAS POLICLORADAS
PCCI:
POLISH CHAMBER OF CHEMICAL INDUSTRY
PDCA:
PLAN-DO-CHECK-ACT
PIBF:
THE ASSOCIATION OF DANISH PROCESS INDUSTRIES
PIC:
PRIOR INFORMED CONSENT
PIL:
FEDERATION OF NORWEGIAN PROCESS INDUSTRIES
PNUMA:
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO
AMBIENTE
xxii
POPS:
PERSISTENT
ORGANIC
POLUTENTS,
ORGÂNICOS PERSISTENTES
RC:
RESPONSIBLE CARE
RCLG:
RESPONSIBLE CARE LEADERSHIP GROUP
SASSMAQ:
SISTEMA DE AVALIAÇÃ O DE SEGURANÇA, SAÚ DE, MEIO
AMBIENTE E QUALIDADE
SEBRAE:
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO À MICRO E PEQUENA
EMPRESA
SCHP:
ASSOCIATION
REPUBLIC
SCIC:
OF
CHEMICAL
POLUENTES
INDUSTRY
OF
CZECH
SINGAPORE CHEMICAL INUDUSTRY COUNCIL
SIDS:
SCREENING INFORMATION DATA SET
SPIK:
CHEMICAL INDUSTRIES OF THE PHILIPPINES
SSIC:
SOCIETÉ SUISSE DES INDUSTRIES CHIMIQUES
TAG:
TECHNICAL AFFAIRS GROUP
TKSD:
TÜ RKIYE KIMYA SANAYICILERI DERNEGI
TRCA:
TAIWAN RESPONSIBLE CARE ASSOCIATION
UIC:
UNION DES INDUSTRIES CHIMIQUES
UNCED:
THE UNITED NATIONS CONFERENCE ON ENVIRONMENT
AND DEVELOPMENT
VCI:
VERBAND DER CHEMISCHEN INDUSTRIE
VNCI:
ASSOCIATION OF THE DUTCH CHEMICAL INDUSTRY
WBCSD:
WORLD
BUSINESS
DEVELOPMENT
WICE:
WORLD INDUSTRY COUNCIL FOR THE ENVIRONMENT
ZCHFP:
ASSOCIATION OF CHEMICAL AND PHARMACEUTICAL
INDUSTRY OF THE SLOVAC REPUBLIC
COUNCIL
FOR
SUSTAINABLE
xxiii
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇ ÃO
1.1 - Origem do Estudo
O presente estudo visa inserir o programa Responsible Care no contexto da evolução
da questão ambiental na indústria química mundial, analisando criticamente a sua
evolução nos 45 países onde sua implantação já foi iniciada, incluindo o Brasil.
Neste sentido, a abrangência do termo “ambiental” coincide com a prevista por
THOMAS (1972) numa “abordagem holística” na qual o meio ambiente é considerado
como uma “complexa interação de fatores físicos e culturais, os quais rotineiramente
influenciam as vidas dos indivíduos e das comunidades".
Como apresentado por CAMPOS (1999), com o fim da Segunda Guerra Mundial,
observou-se o surgimento das grandes indústrias químicas conhecidas atualmente e
a importância econômica e social desta atividade humana passou a ser muito grande.
A década de 50 foi marcada pelo fortalecimento econômico destas grandes empresas
e pelo seu distanciamento dos anseios da população, representado de maneira
figurada pelo chamado "muro de pedra" que as separava da sociedade. Os
movimentos de contestação social surgidos na década de 60 e a ocorrência de
acidentes ambientais de grandes proporções envolvendo a indústria química, no
entanto, proporcionaram uma mudança gradativa nesta postura, que passou de
"simples negação" dos fatos à minimização dos seus efeitos, passando a imagem de
que a situação encontrava-se sob controle.
Uma dessas catástrofes ambientais ocorreu em 1953 e foi provocada pela indústria
Shin Nhion Chisso, fabricante de aldeído acético, que lançava seus efluentes na Baía
de Minamata, no Japão, e que provocou a contaminação de peixes e mariscos por
mercúrio, conforme relata LOUREIRO (1992).
Outro acidente de grandes proporções ocorreu em 1976, em Seveso, na Itália,
quando um reator da Fábrica ICMESA, produtora de triclorofenol, explodiu, lançando
a substância 2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina (TCDD), altamente tóxica, na
atmosfera, provocando a morte de muitos animais e um aumento na taxa de
problemas genéticos na região (KRIEBEL, 1981).
1
Entretanto, somente na década de 80, após o vazamento de 25 toneladas de
isocianato de metila em Bophal na Índia, em 1984, que causou a morte de cerca de
2500 pessoas (LOUREIRO,1992), quando a sua imagem já havia sido bastante
denegrida pelos constantes ataques da opinião pública e, paralelamente ao
surgimento dos chamados "Partidos Verdes", foi que a indústria química acordou de
sua "hibernação ambiental" e passou a reagir, através da criação, no Canadá, do
chamado Responsible Care (1984).
Ainda que voltado, pelo menos inicialmente, para o "lado de fora" da indústria
química, no sentido de melhorar a sua imagem perante a sociedade, o Responsible
Care, que no Brasil foi chamado de Atuação Responsável, tem proporcionado um
amadurecimento gradativo e permanente do setor químico, refletindo-se na
implementação de suas práticas e códigos.
A origem deste estudo vem do questionamento de como este programa encontra-se
estruturado nos diversos países onde está sendo implementado e quais estão sendo
os resultados obtidos. Durante todo o estudo, pretende-se atentar para aspectos e
iniciativas consideradas relevantes para o aprimoramento do programa brasileiro.
1.2 - Importâ ncia do estudo
Conforme declaração de SZYMANSKI (2000), Chairman do ICCA Responsible Care
Leadership Group, contida no Responsible Care Status Report 2000, a indústria
química tem "a missão de melhorar continuamente o seu desempenho nas áreas de
saúde, de segurança e de meio ambiente para o benefício de seus trabalhadores, de
suas comunidades, e de suas numerosas partes interessadas (stakeholders). E ela
pretende cumprir esta missão através da implementação global do Responsible
Care."
Na versão de 1998 desta mesma publicação, a definição do termo Responsible Care
denota a preocupação da indústria química com a divulgação, perante a opinião
pública, de suas atividades, realizações, planos e metas. (BAUSANO et al., 1998).
Tendo em vista que, conforme o relatório do Responsible Care do ICCA do ano 2000,
esta
iniciativa já se encontra implantada em
45 países,
e que, no Brasil, por
exemplo, já conta com a adesão de mais de 135 empresas que contribuem para mais
2
de 85% da produção nacional de produtos químicos (CAMPOS,1999), pode-se ter
idéia da dimensão e da importância desta iniciativa para a indústria química mundial.
MASTER (1996) enfatiza que não se observa qualquer incompatibilidade entre o
Responsible Care e a norma ISO 14001, mas, ao contrário, que a norma ISO 14001
pode ser utilizada como ferramenta potente na implementação deste programa da
indústria química.
Por outro lado, pesquisa realizada em 1998 pelo BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social), CNI (Conselho Nacional da Indústria) e
SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa) (DUBEUX, 1998),
mostrou que, quando questionadas quanto às razões para a adoção de práticas de
Gestão Ambiental, somente cerca de 10% das empresas entrevistadas (indústrias
químicas, produtos farmacêuticos e veterinários) citou a preocupação com o
atendimento dos anseios ambientais do consumidor ou as pressões de organizações
não-governamentais ambientalistas. O maior percentual obtido (77%) foi relacionado
à preocupação em atender às exigências para licenciamento.
Desta forma, a importância deste estudo consiste na sua proposta de situar o
Responsible Care na evolução histórica da questão ambiental na indústria química,
bem como mostrar o seu desenvolvimento, os resultados e as perspectivas
relacionadas com a melhoria da imagem do setor químico perante a opinião pública
de uma maneira geral.
1.3 - Delimitação do âmbito do estudo
O objetivo principal do presente estudo consiste na investigação da evolução do
programa Responsible Care em todos os 45 países onde ele está sendo
implementado, buscando afinidades e diferenças em relação ao programa brasileiro,
bem como iniciativas que podem ser consideradas aplicáveis à realidade brasileira.
Apesar do grande volume de informações decorrentes dos contatos com os 45
programas, optou-se por fazer uma abordagem abrangente, ao invés da seleção de
alguns países como objeto de estudo.
3
Desta forma, pretende-se abordar a evolução do programa predominantemente do
ponto de vista das associações de indústrias que são responsáveis pela sua
implantação e implementação em cada país. Não se pretende, entretanto, avaliar os
progressos obtidos isoladamente por empresas, mas sim os resultados do setor
representado pelas associações das indústrias químicas nos diversos países.
Foram exploradas, portanto, as iniciativas e os resultados obtidos pelas associações
dos 45 países participantes do programa, bem como pelo International Council of
Chemical Associations - ICCA, que é o organismo que coordena o programa em
âmbito mundial.
A rotina exploratória baseou-se na pesquisa em publicações das diversas
associações, nas suas respectivas home pages, bem como em contato, inclusive
telefônico, com coordenadores em diversos países, os quais responderam um
questionário padrão, no qual puderam apresentar aspectos relacionados ao programa
em seus respectivos países, bem como emitir opiniões a respeito de questões
centrais para o desenvolvimento do programa brasileiro.
1.4 - Organização do estudo
Esta dissertação utilizou-se de procedimentos metodológicos fundamentados por
pesquisa bibliográfica e por coleta de dados junto às associações implementadoras
do programa Responsible Care.
Com o objetivo de organizar as informações obtidas através dos procedimentos
metodológicos adotados, dividiu-se a dissertação em cinco capítulos, estando a
presente seção configurada como um deles. Por motivos de ordem prática, a partir do
próximo capítulo foram usadas algumas abreviaturas mencionadas na página xix e
xxiii.
4
CAPÍTULO 2 - A EVOLUÇ ÃO DO RESPONSIBLE CARE - REVISÃO DA
LITERATURA
2.1 - Considerações preliminares
Neste capítulo pretende-se apresentar a evolução da questão ambiental nas
atividades humanas de uma maneira geral e, de forma específica, na indústria
química.
Em seguida, pretende-se descrever a evolução do programa RC, bem como traçar os
seus contornos atuais em 45 países onde está sendo implementado.
Por fim, na sua última seção, é dado destaque ao programa brasileiro AR,
apresentando suas características e tendências.
2.2 -
A evolução da questão ambiental nas atividades humanas
Conforme relacionou PONTING (1990), se formos relatar em 30 minutos a história da
Humanidade guardando a proporcionalidade cronológica, gastaríamos 29 minutos e
51 segundos nos referindo aos grupos que colhiam e caçavam, um pouco mais de 8
segundos descrevendo a sociedade agrícola e apenas uma fração de segundo
dedicados aos problemas do mundo industrializado moderno.
Foi o desenvolvimento da agricultura, há cerca de 10.000 anos, que provocou o início
da ruptura dos ecossistemas naturais, que tiveram de ser modificados para dar lugar
às plantações e aos pastos. A partir deste momento, as pressões sobre o meio
ambiente tornaram-se crescentes e deixaram de existir apenas em escalas locais,
para alcançarem as proporções globais dos níveis atuais.
Um olhar crítico sobre as relações que se estabeleceram entre o homem e a natureza
nos revela que as atividades humanas, desde as eras mais remotas, modificam a
natureza e consomem recursos naturais. Partindo-se da ótica atual, com os olhares
críticos com que o homem tem observado a destruição dos recursos naturais e os
níveis elevados de poluição nas últimas décadas, é de se estranhar, a princípio, que a
ecologia, na sua forma mais pura, tenha surgido apenas em meados do século XIX.
5
Se desconsiderarmos, entretanto, a obra e o pensamento de Caius Plinius Secundus,
historiador e escritor da antigüidade romana (23-79 d.C.) (KUJAWSKI, 1992),
percebemos que foi apenas com o biólogo alemão Ernest Haeckel, em 1866, que foi
criada, dentro da biologia, uma disciplina - a Ecologia, para estudar as relações
estabelecidas entre as espécies animais e o seu ambiente orgânico e inorgânico
(LAGO et al., 1984). Esta abordagem inicial da Ecologia, entretanto, distancia-se
muito da sua abrangência dos dias de hoje.
LAGO et al. (1984) relatam ainda que "em pouco mais de um século, a Ecologia saiu
do campo restrito da Biologia (Ecologia Natural), penetrou no espaço das ciências
sociais (Ecologia Social), passou a denominar um amplo movimento social
organizado em torno da questão da proteção ambiental (Conservacionismo) e
chegou, por fim, a ser usada para designar toda uma nova corrente política
(Ecologismo)".
A reprodução dos recursos renováveis e a preservação das reservas dos recursos
não-renováveis foram garantidas durante séculos de atividades humanas. Durante
todo o período pré-capitalista o baixo nível de desenvolvimento das forças produtivas
proporcionava a falsa impressão de que existiam recursos naturais renováveis e nãorenováveis em quantidade abundante e suficiente para suprir todas as necessidades
da sociedade.
Com a revolução industrial, entretanto, nos séculos XVIII e XIX, estabeleceu-se uma
economia industrializada voltada para o espaço urbano e que exigia consumos
crescentes de energia e de matérias-primas. A partir deste momento, observou-se
uma alteração importante na relação entre o homem e a natureza: deixou-se de
produzir apenas para atender às necessidades básicas da população, mas passou-se
a produzir para garantir um processo de acumulação de capital.
Se antes da era capitalista o meio ambiente foi capaz de reagir às atividades
antropocêntricas, restabelecendo o equilíbrio ecológico, com a industrialização este
equilíbrio foi rompido. A era capitalista, decorrente da revolução industrial, trouxe
consigo o aumento do consumo dos recursos naturais e da degradação ambiental.
O aumento da produção precisou ser justificado pelo aumento do consumo. Desta
forma, os bens materiais passaram a ter a vida cada vez mais curta tornando-se logo
6
obsoletos e precisando ser substituídos por outros bens mais modernos. Esta
"obsolescência planejada" (DUPUY, 1980), que diminui a duração da vida útil dos
bens de consumo, assegura uma demanda de reposição necessária para garantir o
aumento da produção industrial.
Com isso, observa-se o aumento da produção de bens de baixa entropia, a partir de
matérias-primas, renováveis ou não, de alta entropia. Esta redução de entropia dos
bens produzidos é compensada, em grande parte, conforme a segunda lei da
termodinâmica, pelo aumento da entropia do meio ambiente. Com isso, ao lados dos
bens industrializados produzidos, surgem resíduos e sub-produtos do processo
produtivo capazes, muitas vezes, de provocar níveis elevados de poluição
(GEORGESCU-ROEGEN, 1971).
Desta forma, o homem contemporâneo vive numa sociedade de consumo e é
impelido constantemente a consumir cada vez mais.
Este círculo virtuoso do ponto de vista econômico (consumir mais para produzir
mais) tem ocasionado um círculo vicioso do ponto de vista ambiental (produzir mais
implica em poluir mais).
Rompido o equilíbrio entre a velocidade de consumo dos recursos naturais e o
lançamento de poluentes no meio ambiente e a velocidade de recomposição deste
sistema, surgiram os problemas ambientais conhecidos atualmente: efeito estufa,
buraco de ozônio, chuva ácida, etc..
Paralelamente a estes efeitos, ocorreram também, ao longo das últimas décadas do
século passado, uma série de acidentes ambientais de grandes proporções que
provocaram mortes, doenças genéticas, devastações de área produtivas e o
desaparecimento de dezenas de espécies animais.
Conseqüentemente, observou-se um amadurecimento da sociedade para as
questões ambientais: se outrora a ecologia era vista como manifestação de minorias
radicais e retrógradas, que ignoravam o desenvolvimento econômico, atualmente, é
comum observar-se a ênfase ecológica nos discursos de presidentes de companhias
multinacionais e de países.
7
E esta vertente ecológica tem se tornado tão forte que até mesmo o capitalismo e a
lei de mercado têm se voltado para ela: os investimentos anuais realizados em
empreendimentos destinados à recuperação e preservação de diversas áreas têm
alcançado proporções gigantescas. Além disso, as empresas passaram a ver a
questão ambiental de forma estratégica: os balanços ambientais de companhias
multinacionais tornaram-se uma realidade.
Por outro lado, já se fala em protecionismo ambiental: Os países desenvolvidos
começam
a
impor
ecologicamente
barreiras
incorretos
à comercialização
muitas
vezes
de
produtos
produzidos
pelos
considerados
países
em
desenvolvimento, nos quais o nível das medidas de proteção ambiental adotadas
pelas empresas e pelo Estado não são suficientemente eficientes para garantir que
estas atividades humanas não provoquem problemas ambientais relevantes. Uma
destas barreiras pode ser considerada, sob determinados aspectos, a certificação
pela norma ISO 14001, que vem sendo exigida no comércio internacional.
As pressões sociais e a dimensão global da questão ambiental têm feito com que a
sociedade dos países desenvolvidos passe a se preocupar com as atividades das
empresas multinacionais nos países do terceiro mundo.
Os governos, as empresas e a sociedade passaram a perceber que os problemas
ambientais ultrapassam as fronteiras e podem alcançar os pontos mais longínquos do
globo terrestre.
Passou-se a pretender alcançar, então, o desenvolvimento sustentável que é
"aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade
de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades" (BRUNDTLAND et
al., 1991). Esta sustentabilidade depende, entre outras coisas, das populações atual
e futura, da demanda de recursos do sistema planetário imposta por esta população,
dos processos físicos, químicos e biológicos naturais e antropocêntricos, e dos
investimentos que a sociedade é capaz e está disposta a fazer em favor da proteção
ambiental (ORIANS, 1990).
Dois eventos marcantes para a evolução da questão ambiental nas atividades
humanas foram as Conferências das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente: em
1972, em Estocolmo (Suécia) e, em 1992, no Rio de Janeiro. Na primeira delas, foi
8
dada ênfase aos "direitos da família humana a um meio ambiente saudável e
produtivo" (BRUNDTLAND et al., 1991) e "a questão ambiental foi tratada como um
problema técnico, de âmbito regional" (AUMOND, 1999). Na mais recente, em 1992,
da qual participaram os principais líderes mundiais, foi promovida uma grande
mobilização no sentido de que "a vontade política das nações passasse a adotar
atitudes concretas para redirecionar as tendências econômicas e ambientais"
(WILLUMS et al., 1992). Os riscos globais ganharam ênfase e "a ecologia passou a
ser avaliada sob uma perspectiva política de abrangência mundial" (AUMOND, 1999).
Além disso, como produto desta conferência, foi elaborada a "Agenda 21" - um
documento que estabelece um programa de trabalho internacional para promover o
desenvolvimento sustentável acordado pela comunidade internacional presente na
Conferência e para ser implementado na última década do século XX e no século
XXI.
A indústria e o comércio são, conforme as palavras de Gro Harlem Brundtland (1991),
"talvez o principal instrumento de mudança que afeta as bases dos recursos
ambientais do desenvolvimento mundial". Nos últimos anos, como resposta a esta
verdade, o meio empresarial começou a organizar-se para promover iniciativas
voluntárias em prol da questão ambiental.
Provavelmente a primeira iniciativa deste tipo foi o programa RC, que é um código de
conduta que foi criado pela indústria química, no Canadá, em 1984, e que constitui o
tema desta tese. Introduzido nos Estados Unidos em 1988, a este programa seguiu
uma série de outras iniciativas semelhantes, de diversos outros segmentos
produtivos, conforme relatou HOFFMAN (1995).
Mais recentemente, em 1995, foi criado o World Business Council for Sustainable
Development (WBCSD),
Development
pela fusão do Business Council for Sustainable
(BCSD) e do World Industry Council for the Environment (WICE).
Composto por mais de 120 companhias internacionais, este conselho reúne
atualmente mais de vinte segmentos industriais representativos sediados em cerca de
30 países e assume que é norteado pelos princípios do desenvolvimento econômico e
do desenvolvimento sustentável (MYLEBUST et al., 1999).
Este conselho desenvolveu o conceito
gerencial de eco-eficiência, como um
elemento que pode auxiliar as empresas a melhorar o seu desempenho ambiental ao
9
mesmo tempo em que atendem às demandas do mercado. A eco-eficiência visa
permitir também que as empresas tornem os seus processos mais eficientes e que
criem produtos e serviços novos e melhores com menos recursos e menos poluição.
Outro benefício da eco-eficiência, na visão do WBCSD, é fazer crescer as economias
de maneira qualitativa, ou seja, priorizando a produção de elementos de maior valor
agregado, ao invés de transformar apenas materiais e energia em mais resíduos.
No Brasil, em 1997, foi criado o Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que é vinculado ao WBCSD, contando com
mais de 50 empresas associadas (BULHÕES et al., 1999).
A indústria química, como diversos outros segmentos da atividade humana, também
percebeu esta mudança ocorrida na sociedade e iniciou, na década de 80, um
processo de implementação de sistemas de gestão voltado para a proteção
ambiental, a saúde e a segurança - o programa RC, como já foi mencionado
anteriormente.
2.3 - A evolução da questão ambiental na indústria química
Quando fazemos uma retrospectiva da forma como as questões ambientais foram
tratadas pelos empreendimentos industriais, incluindo a indústria química, podemos
destacar, didaticamente, três momentos (FROSCH, 1995):
O primeiro estágio, surgido na Europa e nos Estados Unidos no início da década de
70, foi predominantemente caracterizado pelo estabelecimento de legislações
(command-and-control) para definir critérios de lançamentos de efluentes, emissões
e resíduos no meio ambiente (end of pipe). Se por um lado foi possível reduzirem-se
os níveis de emissão nas empresas (ainda que muitas vezes a custos muito
elevados), por outro, observou-se constantemente a conversão de um tipo de
poluição em outro, visando-se o atendimento dos padrões legais.
No início da década de 90 observou-se o surgimento do segundo estágio, focado no
princípio básico da prevenção e da redução da poluição na fonte: na impossibilidade
de reduzir-se a capacidade poluidora das instalações, buscavam-se meios de
reciclagem, de tratamento ou, por fim, de disposição dos resíduos.
10
No terceiro estágio, observado em meados da década de 90, cunhou-se o termo
produção limpa, ou seja, baseada na utilização de materiais de mais baixa
toxicidade e na geração de menores quantidades de resíduos menos tóxicos.
Evocado por FROSCH (1995) e mostrando-se como uma tendência atual, o termo
Ecologia Industrial refere-se a um sistema industrial que opera como um
ecossistema natural. A ênfase sistêmica desta abordagem sugere a avaliação
ecológica ao longo da cadeia produtiva, de tal forma que os ganhos e as perdas
ambientais possam ser avaliadas e enumeradas para todo um segmento industrial, e
não isoladamente, empresa por empresa. Por esta abordagem, o balanço ambiental
do segmento industrial passa a ser mais positivo do que o somatório das parcelas
decorrentes das contribuições industriais isoladamente. Este critério torna-se mais
claro se imaginarmos que os resíduos de uma indústria química, por exemplo, podem
ser considerados como matérias-primas para outra, de tal maneira que os resultados
ambientais das duas empresas, analisados de forma conjunta, torna-se melhor do
que os resultados obtidos das análises individuais.
Neste estágio atual, para uma indústria ser considerada ambientalista, é necessário,
conforme afirmou KLEINER (1991), não apenas apresentar desempenho ambiental
além do legalmente exigido, mas estar ambientalmente à frente do seu segmento
industrial e do que esperam os seus clientes e consumidores. Para tanto, "os
princípios de crescimento econômico e de qualidade ambiental reforçam-se
mutuamente", ou seja, não se pode sacrificar a qualidade ambiental futura em prol de
um ganho econômico imediato.
Neste contexto, a avaliação do desempenho ambiental de uma indústria não está
mais limitada à forma como são tratados os resíduos, os efluentes líquidos e as
emissões gasosas geradas pelo processo produtivo: os impactos ambientais dos
produtos químicos e de suas embalagens sobre o meio ambiente e sobre a saúde e
segurança da população também são considerados, bem como os tipos de matériasprimas e de energias utilizadas.
O princípio da responsabilidade ampliada sobre o produto (EPR - extended product
responsibility), conforme afirmou DAVIS et al. (1997), parece ser uma tendência
importante e objetiva à redução de impactos ambientais adversos de um produto em
cada estágio do seu ciclo de vida, ou seja desde a extração das matérias-primas,
11
passando pelas suas etapas de produção, distribuição, utilização, tratamento e
disposição.
Em relação à indústria química, a abordagem deste princípio torna relevantes os
seguintes aspectos:
-
o gerenciamento do produto (product stewardship), que objetiva, entre outros
pontos, promover o uso e o descarte seguros dos produtos químicos através do
fornecimento de informações e da assistência técnica, assume grande
importância;
-
a responsabilidade sobre o produto químico passa a estender-se ao longo de toda
a sua cadeia produtiva e de consumo, ou seja, todos os integrantes da cadeia de
produção e de uso do produto passam a ter responsabilidades relacionadas com
o seu ciclo de vida: obviamente, a maior responsabilidade permanece sendo a do
fabricante, pois considera-se que este detém a maior capacidade de reduzir os
efeitos adversos dos seus produtos sobre o meio ambiente;
-
o fornecimento de informações precisas sobre as características, propriedades e
impactos dos produtos químicos sobre a saúde, a segurança e o meio ambiente,
exigido inclusive pela Convenção 170 da Organização Internacional do Trabalho,
torna-se crucial para que sejam obtidos os melhores desempenhos durante seu o
ciclo de vida; e
-
a ênfase observada na pesquisa e no desenvolvimento de produtos químicos de
baixa toxicidade e de menores impactos ambientais, pode promover a
descontinuidade da fabricação de produtos que não apresentem estas
características e que passam a apresentar grande desvantagem competitiva.
Para enfrentar todos estes desafios e nuances da óptica social da questão ambiental,
a indústria química desenvolve, desde a década de 80, um código de conduta voltado
para a saúde e a segurança do trabalhador e para a proteção ambiental chamado RC,
que tem servido de base para iniciativas que visam a integração deste ramo da
atividade humana às necessidades e anseios da sociedade contemporânea.
12
2.4 - A evolução do Responsible Care no âmbito mundial
A indústria química, no âmbito mundial, até o início da década de 80, da mesma
forma que outras instituições, era quase totalmente avessa à idéia de mostrar-se para
a comunidade na qual encontrava-se instalada, bem como à sociedade de uma
maneira geral. Apoiada em argumentos frágeis, como os segredos industriais, a
indústria química escondia-se por trás de seus muros, evitando discutir eventuais
problemas com as partes interessadas.
O resultado desta postura, associada aos acidentes ocorridos em instalações
industriais do ramo químico, pôde ser constatado numa pesquisa realizada pela
Chemical Manufacturers Association - CMA dos Estados Unidos no início da década
de 80, conforme relata uma publicação da ABIQUIM de 1992, sobre as conclusões do
1° Workshop do Processo Atuação Responsável. Nesta pesquisa, verificou-se que o
índice de aceitação da atividade química pela população americana era muito baixo e
mais positivo apenas do que o índice da indústria do cigarro.
A imagem da indústria química brasileira naquele período também não era muito
diferente: pesquisa divulgada no mesmo evento mostrava que a indústria química foi
apontada como a atividade industrial que acarretava maiores riscos ou problemas à
sociedade. Além disso, 57% dos entrevistados relataram ter certeza de que as
indústrias químicas não respeitavam a legislação ambiental.
Devido a sucessivos acidentes que provocaram mortes de pessoas e grandes
catástrofes ambientais, e na tentativa de mudança desta imagem perante a
sociedade, a postura da indústria química teve de ser revista.
A mudança de comportamento do segmento industral químico iniciou-se em 1984 no
Canadá, com a criação, pela Canadian Chemical Producers Association - CCPA, do
programa RC. Com esta iniciativa, que abrangia a segurança das instalações, dos
processos e dos produtos, além da preservação da saúde dos trabalhadores e da
proteção ambiental, a indústria química buscava reaver a credibilidade junto à
sociedade, buscando melhorar a sua imagem. Para tanto, pretendia estabelecer a
comunicação e o diálogo com as comunidades vizinhas, bem como atender aos
13
anseios da sociedade com relação ao nível de informação sobre sua atividade
industrial.
O sucesso do programa no Canadá fez com que outros países passassem a se
interessar pelo RC e iniciassem a sua implantação.
O RC tornou-se marca registrada do ICCA, correspondendo a uma iniciativa que
procura denotar o comprometimento voluntário e internacional da indústria química
com a melhoria do desempenho de suas operações, processos e produtos, em
relação à saúde, segurança e proteção ambiental. Atualmente, o RC é reconhecido
como sendo um dos códigos de conduta mais antigos, sendo sempre citado quando
há referência a este tema.
DESCANO (1998) realçou a importância econômica do RC, afirmando que, cada vez
mais, os aspectos ambientais estão sendo considerados nos processos de aprovação
de créditos adotados por muitos bancos nos países desenvolvidos. Desde 1992,
como reflexo da reunião da ONU no Rio de Janeiro, vários bancos passaram a
introduzir
a
vertente
ambiental
na análise
de risco
de
empresas
e de
empreendimentos. A adoção desta postura teve dois motivos principais: a imagem
das instituições junto ao público, pois não desejavam ter o seu nome associado a
empreendimentos promotores da poluição ou da degradação ambiental, e a redução
do risco de indenizações , decorrentes de acidentes ambientais. DESCANO relatou
também
que
estas
instituições
estão
dando
ênfase
crescente
à avaliação das práticas ambientais adotadas antes da concessão de empréstimos,
bem como a adoção de descontos de até 30% em apólices de seguros de empresas,
dependendo do grau de implementação de códigos de conduta como o RC.
Apesar de ser bastante flexível a ponto de poder ser ajustado à realidade de cada
país, o RC apresenta alguns elementos e requisitos que são recomendados pelo
ICCA, que é o organismo coordenador do programa a nível mundial. Estes elementos
são os seguintes:
a) os princípios diretivos que estabelecem as bases éticas para as políticas sobre
saúde, segurança e proteção ambiental;
14
b) o Termo de Adesão, que evidencia o comprometimento com os princípios
diretivos do programa e que deve ser assinado pelas empresas junto à
associação de indústria química de cada país;
c) os Códigos de Práticas Gerenciais recomendadas e os Guias para auxiliar na sua
implementação;
d) a criação de indicadores de desempenho e de sistemas de avaliação para
mensurar os resultados obtidos pelo programa;
e) o estabelecimento de um diálogo contínuo com as partes interessadas, internas e
externas à indústria, em assuntos relacionados com a saúde, a segurança e o
meio ambiente; e
f)
a adoção de um nome e de um logotipo pela associação do país
e que
identifiquem inequivocamente o programa nacional baseado no RC.
O RC procura promover também o intercâmbio de experiências entre as indústrias
químicas vinculadas ao programa. Esta característica do programa torna-se essencial
para a melhoria da imagem da indústria química, pois conforme relata WHISTON
(1997), "uma corrente é tão forte quanto a resistência do seu elo mais fraco". Desta
forma, torna-se importante a colaboração entre as empresas e as associações da
área química, para que a imagem de todo o setor torne-se fortalecida.
O ICCA reúne os coordenadores do programa nos diversos países em um grupo de
trabalho denominado "Responsible Care Leadership Group" (RCLG) . Este grupo tem
como objetivos: a promoção da cooperação entre os países na implementação do
programa e da adesão de associações de indústrias químicas de novos países, além
de garantir a unidade do programa.
2.4.1 - O programa Responsible Care e as normas da série ISO
14000.
As normas da série ISO 14000 tornaram-se disponíveis ao mercado mundial no
segundo semestre de 1996. Embaladas pelo sucesso e pela grande aceitabilidade
das normas ISO 9000, lançadas dez anos antes, as normas ISO 14000 foram
15
elaboradas com a participação de representantes de vários países e de segmentos
industriais (inclusive o químico) e são padrões ambientais aplicáveis a diversos tipos
de negócio e de organizações.
Conforme relata Campos (1999), as normas ISO 14000 e o RC apresentam diversos
pontos em comum, tais como:
-
São iniciativas voluntárias e adaptáveis a diferentes tipos de organizações.
-
Promovem enfaticamente o processo de melhoria contínua dos sistemas de
gestão ambiental (SGAs) das empresas, envolvendo processos e operações.
-
Exigem explicitamente o apoio e a participação da alta administração nas suas
atividades.
-
Apresentam, como prioridade, o desenvolvimento de formas de comunicação
viáveis e eficazes com as partes interessadas.
-
Assumem o cumprimento da legislação ambiental nacional como elemento
essencial do SGA e, em função do processo de melhoria contínua, promovem a
adoção de parâmetros ainda mais restritivos.
-
Baseiam-se na identificação dos aspectos e impactos ambientais para a
priorização das ações a serem implementadas pela organização e para o
treinamento do pessoal envolvido.
Em linhas gerais, pode-se considerar que o espectro de ação do RC é mais amplo do
que o das normas ISO 14000, por não se restringir apenas a aspectos ambientais das
empresas, mas por abranger também requisitos relacionados com a saúde e a
segurança do trabalhador e com o transporte de produtos químicos.
Por outro lado, entretanto, as normas ISO 14000, em função da maior especificidade
de seus propósitos, voltados exclusivamente para aspectos ambientais, contemplam
requisitos, tais como a rotulagem ambiental (selo verde) e a análise do ciclo de vida,
que ainda não foram explicitamente incorporados ao RC, apesar de serem muito
importantes para a imagem da atividade química.
16
Esta análise sucinta já permite, de maneira bem clara, identificar as notáveis
complementaridades e sinergias existentes entre as normas ISO 14000 e o RC.
Do ponto de vista técnico e organizacional, o RC e as normas ISO 14000 podem, com
razoável facilidade, ser incorporados a sistemas de gestão mais amplos, nos quais
também são pertinentes normas específicas sobre segurança e qualidade. Esta
incorporação é, inclusive, essencial para a viabilização da implementação do
programa nas empresas, cada vez mais reprimidas pela concorrência estabelecida
pela globalização e pelos freqüentes processos de reestruturação e racionalização
que se impõem.
São razões políticas e de mercado que podem estabelecer, entretanto, condições nas
quais o RC e as normas ISO 14000 tornam-se processos concorrentes em
determinados cenários empresariais. As razões políticas são decorrentes do fato de
a adesão e a implementação do RC serem condições essenciais, em muitos países,
para que as empresas químicas possam pertencer à sua associação nacional. As
razões mercadológicas tendem a ganhar importância, na medida em que a
certificação ISO 14000 torna-se mais forte e popular na cadeia produtiva que envolve
a indústria química.
Deve-se ressaltar, entretanto, que o RC tem apresentado vitalidade notável, na
medida em que já consegue se manter nas indústrias químicas como código de
conduta por um período de quase duas décadas e com relativo sucesso, à proporção
em que enfrenta condições adversas nas empresas, que se vêem pressionadas a
envidar esforços para a implementação de outros programas, tais como as normas
ISO.
2.4.2 - O Responsible Care nos países onde está sendo
implementado
O RC encontra-se em diferentes estágios de implementação em 45 países,
representando-se em todos os continentes do planeta. A cada dois anos o ICCA edita
um relatório chamado de Responsible Care Status Report, no qual são apresentadas
as tendências gerais do programa e os desempenhos obtidos, além de informações
sobre os programas dos diversos países.
17
Os três relatórios já publicados pelo ICCA e as home pages das Associações
serviram de base para a elaboração da pesquisa, bem como para o conhecimento
dos programas em andamento.
Durante a realização da pesquisa, foram recebidas publicações de diversas
Associações, as quais também serviram de fonte de informações sobre as nuances
do programa RC e as adaptações às realidades dos diversos países.
De maneira geral, a análise do material pesquisado revelou que o RC sofreu diversas
adaptações nos países, de tal forma que, apesar de a estrutura básica do programa
ser única, existem diferenças importantes entre as suas versões, inclusive em relação
aos tipos de códigos adotados.
O programa, que surgiu no Canadá em 1984, apresentou a seguinte evolução
cronológica, relativa à adesão dos diversos países:
1984 - Canadá.
1988 - Estados Unidos.
1989 - Austrália, Reino Unido,
1990 - Cingapura, França, Holanda, Japão.
1991 - Alemanha, Bélgica, México, Nova Zelândia, Suécia, Suíça.
1992 - Argentina, Á ustria, Brasil, Finlândia, Hong Kong, Hungria, Irlanda, Itália,
Polônia.
1993 - Espanha, Índia, Noruega, Portugal, Turquia.
1994 - Á frica do Sul, Chile, Colômbia, Malásia, República Tcheca.
1995 - Dinamarca, Grécia, República Eslovaca.
1996 - Filipinas, Peru.
1997 - Indonésia, Taiwan.
1998 - Marrocos, Tailândia, Uruguai.
1999 - Coréia do Sul, Equador.
As informações sobre os programas dos 36 países que participaram da pesquisa
encontram-se apresentadas no anexo 8, que reúne os resultados brutos obtidos.
Nesta seção, são fornecidas, portanto, as informações sobre os nove países
restantes e que foram obtidas nos estudos prévios realizados.
18
2.4.2.1 - Cingapura
O programa deste país também se chama Responsible Care e encontra-se sob
coordenação da Singapore Chemical Industry Council - SCIC (www.scic.org.sg). O
coordenador do programa é o Sr. Rhonny Chan ([email protected]), tel.: 65
9832 9322, fax: 65 230 3512).
Neste país a adesão ao programa ainda não é obrigatória para todas as indústrias
químicas associadas, que, em Julho do ano 2000, correspondiam a 66 empresas.
O programa conta com os seguintes códigos: Community Awareness and Emergency
Response, Pollution Prevention, Process Safety, Distribution, Employee Health and
Safety, Product Stewardship.
2.4.2.2 - Dinamarca
O programa dinamarquês chama-se Responsible Care e está sendo implementado
pela The
Association of Danish Process Industries - PIBF (www.fdki.dk).
O
coordenador do programa é o Sr. Jacob Jessen ([email protected]), tel.: 45 33 77 33 66,
Fax.: 45 33 15 17 22).
O programa tem a participação de empresas parceiras e a adesão para as empresas
associadas não é obrigatória. A sua home page está disponível apenas em
dinamarquês.
São adotados os seguintes códigos por este programa: Emergency Response (1994),
Environmental Management (1995), Occupational Health Management Safety (1997).
2.4.2.3 - Franç a
A coordenadora do programa francês é a Sra. Catherine Lequime ([email protected]),
Tel.: 33 1 46 53 11 26, Fax.: 33 1 46 53 11 04), da UIC - Union des Industries
Chimiques (www.uic.fr).
19
Mais de 75% do faturamento da indústria francesa provém de empresas
que
participam do programa Engagement de Progrès, a versão francesa do RC. A adesão
a este programa não é obrigatória para as empresas associadas da UIC.
O programa francês não apresenta o formato convencional de divisão por códigos e
realiza auto-avaliação de implementação através de questionário baseado em guia do
CEFIC.
2.4.2.4 - Gré cia
O programa da Grécia chama-se Responsible Care e está sendo implementado pela
Hellenic Association of Chemical In dustries - HACI. O coordenador do programa é o
Sr. Panos Scarlatos ([email protected]), tel: 301 921 3259, fax.: 301 921 3260).
Este programa ainda não dispõe de sistema formal de verificação de implementação
dos códigos (Public Awareness and Emergency Response, Waste Management,
Storage and Distribution of Chemicals, Process Safety, Safety Hygiene, Pollution
Control).
2.4.2.5 - Portugal
O programa português chama-se Actuaç ão Responsável e encontra-se sob
responsabilidade
da
Associação
Portuguesa
das
Empresas
Químicas
(www.apequimica.pt). A coordenadora do programa é a Sra. Lubelia Penedo
([email protected]), tel.: 351 21 393 2060, fax: 351 21 393 2069).
A adesão obrigatória ao programa pelas empresas associadas da APEQUIMICA não
é exigida. O programa é composto pelos seguintes códigos: Pollution Prevention,
Community Awareness and Emergency Response, Distribution, Product Stewardship,
Process Safety, Employee Health and Safety, Communication.
2.4.2.6 - Suíç a
A associação da indústria química suíça (Societé Suisse des Industries Chimiques SSIC, www.sgci.ch) é a responsável pela implementação do programa (Fortschritt mit
Verantwortung , Le progrès avec notre responsabilité - Il progresso si, ma con
20
responsabilità).
O
coordenador
do
programa
é
o
Sr.
Richard
Gamma
([email protected]), tel.: 41 1 368 17 11, fax.: 41 1 368 17 70).
Verificou-se que o programa deste país ainda não se estendeu às empresas parceiras
e que exige a adesão de todas as novas empresas associadas.
2.4.2.7 - Taiwan-China
O programa deste país também se chama Responsible Care e encontra-se sob
responsabilidade da Taiwan Responsible Care Association - TRCA. O coordenador do
programa é o Sr. Te-Yao Shen ([email protected]), tel.: 886 2 2754 5802, Fax: 886
2 2706 5480).
A associação utiliza-se da auto-avaliação para verificar a implementação dos códigos
do
programa
(Process
Safety,
Emergency
Response,
Contractor
Safety,
Transportation Safety, Waste Management and Minimization).
2.4.2.8 - Turquia
O programa da Turquia chama-se Ü ç lü Sorumluluk e está sendo implementado pela
Türkiye Kimya Sanayicileri Dernegi - TKSD (www.tksd.org.tr).
O coordenador do
programa é o Sr. Caner Zanbak ([email protected]), tel: 90 216 416 7644, fax.: 90 216
416 9218).
A adesão ao programa é obrigatória para todas as empresas associadas. Existem
seis códigos: Community Awareness and Emergency Response, Pollution Prevention,
Process Safety, Distribution, Employee Health and Safety, Product Stewardship.
2.4.2.9 - Uruguai
O coordenador do programa uruguaio é o Sr. Nelson Culler ([email protected]), o qual
também é responsável pelo programa argentino. Criado pela Asociación de Industrias
Químicas del Uruguay - ASIQUR, www.ciu.com.uy, tel.: 598 2 9015000, fax.: 598 2
9020995, este programa adota a auto-avaliação como forma de acompanhamento da
sua implementação.
21
Os códigos adotados pelo programa uruguaio são os seguintes: Community
Awareness and Emergency Response, Pollution Prevention, Process Safety,
Distribution, Employee Health & Safety, Product Stewardship.
2.4.3 - Desafios da indústria química na atualidade
A indústria química vem
enfrentando, nos últimos anos, uma série de desafios
impostos por questionamentos de algumas partes interessadas neste ramo da
atividade
humana:
as
organizações
não-governamentais
ambientalistas,
as
autoridades governamentais e a sociedade, formada por indivíduos que ora
reivindicam posicionamentos no papel de consumidores e ora no de trabalhadores da
indústria química.
Esta demanda de questionamentos tem sido associada, na maioria das vezes, ao
produto químico e não ao processo de produção química propriamente dito. Esta
tendência tem sido refletida na própria indústria química e, por conseqüência, no RC,
os quais tem focado suas atenções no produto químico, na sua periculosidade e na
forma como tais informações devem ser transferidas para o conhecimento público.
O ICCA mantém um Grupo de Assuntos Técnicos (TAG - Technical Affairs Group), o
qual se reúne periodicamente para discutir e avaliar estes temas. A última reunião
deste grupo ocorreu no Rio de Janeiro em setembro deste ano.
Alguns destes temas são apresentados sucintamente nesta seção deste capítulo:
2.4.3.1 - As Convenç õ es da Organizaç ão Internacional do
Trabalho (OIT)
Podem ser considerados relevantes os avanços conceituais que estão sendo obtidos
na forma de percepção da sociedade, na qual se insere o segmento industrial
químico, em relação a diversos temas ligados ao meio ambiente,
à saúde e à
segurança dos consumidores e dos trabalhadores. Em alguns destes casos, tem sido
obtidos, inclusive, avanços na implementação destes conceitos, repercutidos em
ações do segmento químico e da sociedade, de maneira geral.
22
A Organização Internacional do Trabalho (International Labour Organizaton - ILO)
publicou duas convenções que afetam diretamente a indústria química: a Convenção
170 , relativa à Segurança na Utilização de Produtos Químicos no Trabalho e a
Convenção 174 sobre a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores. A Convenção
170 acompanha a tendência mencionada anteriormente de enfatizar os riscos
associados aos produtos químicos, enquanto que a Convenção 174 está voltada para
as instalações industriais e os riscos de acidentes.
A Convenção 170, de 1990 e reiterada no Brasil pelo Decreto no. 2657 de
03.07.1998,
tem repercutido internacionalmente na valorização da qualidade da
informação disponibilizada aos trabalhadores sobre os produtos químicos que são
manuseados e na difusão do seu direito de saber (right-to-know). Em 1992, a
Conferência de Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED - The United Nations
Conference on Environment and Development) dedicou uma das áreas de ação
identificadas no Capítulo 19 da Agenda 21 à gestão ecológica racional dos produtos
químicos tóxicos. A partir de então, diversos organismos foram mobilizados e, sob
coordenação da Organização Internacional do Trabalho, foi formado um grupo de
trabalho para a Harmonização dos Sistemas de Classificação e de Rotulagem de
Substâncias Químicas (GHS - Global Harmonization System). Como resultado do
trabalho deste grupo, em 2001, foi publicado um documento com orientações sobre a
rotulagem e a classificação de produtos químicos, bem como sobre a FISPQ - Ficha
de Informações de Segurança de Produtos Químicos.
No Brasil, a indústria química, através da ABIQUIM, tem se mobilizado, juntamente
com outras associações, órgãos do governo e organizações não-governamentais, no
sentido de, através do Comitê Brasileiro de Química (CB-10) da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT), elaborar normas para regulamentar o tema.
O esforço maior consiste, entretanto, nas ações necessárias por parte das indústrias
químicas no sentido de incorporarem novas rotinas e procedimentos mais complexos,
para assegurar o fornecimento de informações completas sobre os perigos
associados aos seus produtos. Esta ação reflete-se no fornecimento das FISPQs
atualizadas e no aprimoramento da rotulagem dos produtos químicos, segundo
critérios de classificação que estão sendo estabelecidos.
23
A Convenção 174, por sua vez, que trata da prevenção de acidentes industriais
ampliados e da redução de seus riscos e conseqüências, foi promulgada pela
Organização Internacional do Trabalho em 1993 e foi ratificada no Brasil através do
Decreto Legislativo no. 246 de 28.06.2001. A ABIQUIM faz parte de um Grupo de
Estudos Tripartite, juntamente com representantes dos trabalhadores e do governo,
para viabilizar a implementação das exigências estabelecidas por esta Convenção.
Trata-se, portanto, de mais um agente motivador de mudança dentro da indústria
química, uma vez que, com esta Convenção, tornam-se mais transparentes, para os
trabalhadores e para a sociedade, os riscos associados às indústrias químicas, bem
como a análise dos acidentes ocorridos.
No caso destas duas Convenções, o que parece ficar claro é que os procedimentos
organizacionais e a implementação de rotinas terão de vir acompanhados de uma
mudança na postura da indústria química, no sentido de tornar-se mais accessível à
sociedade, apresentando vulnerabilidades de seus produtos e de suas instalações.
2.4.3.2 - A Convenç ão de Estocolmo sobre os Poluentes
Orgâ nicos Persistentes - POPS
A Convenção Internacional sobre Poluentes Orgânicos Persistentes - POPs foi
elaborada por um Comitê Internacional Negociador e foi aprovada no III International
Forum for Chemical Safety, realizado em Salvador no ano 2000. Esta Convenção,
que prevê a eliminação dos 12 poluentes orgânicos persistentes (aldrin, endrin,
dieldrin, clordano, DDT - diclorodifenil tricloroetano, hexaclorobenzeno, heptachlor,
mirex, toxafeno, PCB - bifenilas policloradas, dibenzo-p-dioxinas policloradas e
dibenzo-p-furanos policlorados), foi assinada por cerca de 120 países em Estocolmo
em maio de 2001, conforme informou a publicação ABIQUIM Newsletter No.132.
Através desta convenção, pretende-se controlar e, até mesmo, eliminar a produção, a
exportação, a importação, o tratamento e o uso destes POPs.
Nos anais da reunião do TAG/ICCA, realizada em setembro de 2001, registra-se a
sua posição no sentido de encorajar os países a ratificarem esta Convenção, pois ela
torna-se internacionalmente válida apenas após a sua ratificação por, pelo menos, 50
países. Na ocasião, este grupo classificou este assunto como de alta prioridade para
a indústria química.
24
A indústria química prepara-se, portanto, para enfrentar a implementação, em cada
país, dos requisitos desta Convenção. Como conseqüência, já se prevê a inclusão de
outras substâncias nesta lista, bem como interpretações de organizações nãogovernamentais que podem dificultar o funcionamento de instalações potencialmente
geradoras destes POPs, ainda que como sub-produtos de suas atividades, como é o
caso da incineração.
Neste ponto, é importante ressaltar a importância da participação das associações
das indústrias químicas nas negociações destas Convenções, para que a sua opinião
possa ser manifestada e para que surjam as percepções das complicações para o
segmento decorrentes delas.
2.4.3.3 - Convenç ão de Rotterdam sobre o Procedimento
de Informaç ão e Consentimento Pré vio (PIC Prior Informed Consent)
A indústria química é questionada, freqüentemente, sobre seus procedimentos éticos
referentes aos critérios adotados para a produção e a comercialização de produtos
químicos em diferentes países. A preocupação de algumas organizações consiste na
possibilidade de produtos químicos que foram banidos em determinados países,
considerados desenvolvidos, continuarem a ser produzidos e comercializados nos
países em desenvolvimento.
Na última década, ações voluntárias começaram a ser tomadas por parte de
organismos como a FAO (Food and Alimentation Organization) e o PNUMA
(Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), visando a criação de
mecanismos intergovernamentais que impossibilitem estas práticas.
Estas ações
culminaram com a adoção da Convenção de Rotterdam, em 1998.
Através desta Convenção, os países exportadores de produtos químicos devem
comunicar aos países importadores sobre o banimento, a proibição ou a restrição em
relação a um determinado produto. Nesta avaliação devem-se considerar aspectos
físicos, químicos, toxicológicos e ecotoxicológicos. Este procedimento estabelece,
conseqüentemente, mais uma lista de produtos químicos a serem controlados e cuja
comercialização e produção tornam-se restritas.
25
Os anais da última reunião do Grupo TAG do ICCA registram a preocupação
crescente do segmento com este tema, o qual, no entanto, é considerado de
prioridade média para o grupo.
Indubitavelmente trata-se de uma questão conceitual bastante atual e que deverá ser
debatida e amadurecida pela indústria química nos próximos anos, pois poderá
representar perdas de mercado para certos tipos de produtos químicos. À luz do RC,
presume-se que o ICCA deva acompanhar e analisar criticamente a inclusão de
produtos químicos nesta lista. Entretanto, a partir do consenso quanto à
aplicabilidade, a um determinado produto químico, dos critérios desta Convenção, os
quais devem ser muito bem definidos e claros, espera-se que a indústria química se
mobilize no sentido de atender aos seus requisitos.
2.4.3.4 - A caracterizaç ão toxicológica dos produtos de
alta produç ão (HPV - High Production Volume
Products)
Alinhada com a tendência crescente da demanda de informações sobre os produtos
químicos por diversos segmentos da sociedade, a indústria química mundial está
realizando, voluntariamente, com a coordenação do ICCA, os testes preconizados
pela OCDE - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico,
referentes às características toxicológicas descritas no Screening Information Data
Set - SIDS para os produtos de alta produção HPV, ou seja, com produção anual
superior a 1000 toneladas. O ICCA pretende concluir todas estas análises para 1000
produtos de alta produção até o final do ano 2004, quando os resultados obtidos
serão disponibilizados às partes interessadas. (Relatório Anual 2000 - ABIQUIM).
Os resultados esperados com esta iniciativa, conforme a home page do CEFIC
(http://www.cefic.org/activities/hse/mgt/hpv/hpvidescr.htm) são os seguintes:
-
restaurar a confiança da opinião pública nos produtos químicos e promover a
imagem da indústria química de maneira global;
-
gerar uma base científica de dados sobre produtos químicos; e
26
-
minimizar os custos para a indústria e também o número de animais utilizados nos
testes.
Nesta home page podem ser encontradas diversas informações sobre este tema,
bem como pode-se acessar a lista dos 1154 produtos que são HPV em duas ou mais
regiões.
Os custos destas análises estão sendo divididos entre as empresas associadas do
ICCA, através de consórcios internacionais.
A última reunião do TAG classificou este tema como extremamente prioritário para a
indústria química.
O home page do CEFIC (http://www.cefic.org/activities/hse/mgt/hpv/hpvinit.htm)
apresenta uma série de informações sobre este tema, algumas das quais protegidas
por senha.
2.3.4.5 - Moduladores Endócrinos
Durante o Seminário Internacional de Segurança Química, realizado em São Paulo
em 1998, o Dr. Nicolas Olea, da Escola de Medicina da Universidade de Granada,
Espanha, citou a definição oficial de modelador endócrino (erroneamente traduzido
como disruptor endócrino), elaborada pela União Européia, em 1996, como "uma
substância química - qualquer que seja a sua estrutura - que pode causar efeitos no
organismo intacto de um ser vivo e em seus descendentes, como conseqüência de
uma alteração da função endócrina".
A hipótese hormonal dos modeladores endócrinos prevê que existem substâncias
sintetizadas pelo homem que podem atingir o organismo e mimetizar ou exercer as
funções realizadas por hormônios normalmente produzidos pelo organismo humano.
Esta capacidade provocaria, portanto, distúrbios similares a alterações hormonais.
Existe uma série de substâncias suspeitas de serem moduladores endócrinos, tais
como: alguns pesticidas, as bifenilas policloradas, os alquil fenóis e os ftalatos.
27
A indústria química tem acompanhado os estudos realizados na tentativa de
associarem substâncias químicas, como as citadas anteriormente, com distúrbios
endócrinos
nos
organismos
humanos,
principalmente
de
crianças,
mas
aparentemente, tem reagido a eles de forma cética, questionando metodologias e
resultados.
Entretanto, este assunto, que também foi um dos temas da última reunião do grupo
técnico TAG do ICCA, é considerado de alta prioridade para a indústria química.
Realmente torna-se necessária esta abordagem, pois este tema carrega forte dose
emocional, desde a publicação do livro "Primavera Silenciosa", por Carson, nos anos
60.
2.4.4 - Tendências do Responsible Care
WHISTON (1997) previu alguns pontos que deveriam ser priorizados para o sucesso
do RC:
-
A implantação do programa em todos os países onde são fabricados produtos
químicos e onde são significativas as suas vendas e distribuição.
-
A inclusão de um processo de verificação externa (de terceira parte) nos
programas de todos os países, no qual a comunidade local esteja engajada.
-
Tornar mais explícito o comprometimento da alta administração das indústrias
químicas com o programa.
-
Incluir no programa as indústrias químicas de médio e pequeno porte e dar
condições para que elas possam implantá-lo.
-
O apoio das Federações da Indústria Química dos países desenvolvidos (nos
quais o RC já se encontra fortalecido) aos países menores.
-
A monitorização e a auditoria pelo RCLG da implantação do programa pelas
Federações nos diversos países.
28
-
Intensificar os contatos e as discussões com as partes interessadas (incluindo os
ativistas ambientais) .
-
Promover a difusão de um programa único por toda cadeia produtiva da indústria
química (incluindo fornecedores, distribuidores e clientes), para demonstrar às
partes interessadas os esforços conjuntos desenvolvidos pelo setor.
-
Intensificação da implantação do códido de Gerenciamento de Produto.
Dentre estes pontos, WHISTON (1996) salienta a importância do comprometimento
da alta administração das empresas com o programa. Para ele, a alta administração
deve:
-
demonstrar claramente a sua liderança na implementação do programa;
-
integrá-lo fortemente ao planejamento estratégico do negócio;
-
assegurar que o programa seja visto como elemento fundamental para o futuro da
empresa;
-
falar com os acionistas sobre o programa da mesma forma que trata de outros
temas importantes;
-
garantir que o RC vá receber destaque importante nas publicações institucionais
da empresa; e
-
compartilhar iniciativas de sucesso com os líderes de outras empresas.
Conforme publicado por MELLO (1999), durante o 3° Congresso do Programa
Atuação Responsável, realizado em São Paulo, em 1999, o Sr. Brian Wastle, do
Canadá, apresentou algumas tendências para o programa RC no âmbito mundial: a
realização de auditorias para verificar o desempenho do sistema e a ênfase na ética
empresarial, aprimorando o relacionamento com os empregados, suas famílias e as
empresas subsidiárias. No mesmo evento, o Sr. Dick Doyle, dos Estados Unidos,
previu que as associações de cada país deveriam desenvolver o seu próprio
29
programa RC, de acordo com as expectativas dos clientes, do governo, das ONGs e
da sociedade local, tomando como base a linha-mestra definida pelo ICCA.
Parece clara também a tendência do programa incorporar conceitos relacionados com
aspectos
sociais
(Responsabilidade
Social
Corporativa)
e
ambientais
(Desenvolvimento Sustentável), bem como de aproximar-se dos demais sistemas de
gestão empresariais, tais como a ISO 14001.
Outro ponto importante parece ser a criação de novas vias de comunicação com as
partes interessadas, em especial com o Governo e com as ONGs: seja para
demonstrar os avanços alcançados pela indústria química, seja para divulgar
informações sobre os produtos químicos - suas propriedades e seus riscos.
2.5 - A evolução do Atuação Responsável no Brasil
2.5.1 - A indústria química no Brasil
Dos primórdios da colonização brasileira, nas primeiras décadas do século XVI,
quando se estabeleceu o primeiro engenho de cana de açúcar no país, fundado por
Pero Capico em Pernambuco - fato que pode ser considerado como o marco inicial na
atividade química no país (MEIRELLES et al., 1996) - até este início do século XXI,
observou-se uma grande evolução da indústria química no nosso país.
O conceito atual de indústria química no Brasil, baseado na classificação internacional
adotada pela ONU, foi definido pelo IBGE na Divisão 24 da nova Classificação
Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). De acordo com esta classificação,
apresentada na home page da ABIQUIM, consideram-se como indústria química os
seguintes segmentos:
Divisão 24 - FABRICAÇÃ O DE PRODUTOS QUÍMICOS:
FABRICAÇÃ O DE PRODUTOS QUÍMICOS INORGÂNICOS
Fabricação de cloro e álcalis
Fabricação de intermediários para fertilizantes
Fabricação de fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potássicos
30
Fabricação de gases industriais
Fabricação de outros produtos inorgânicos
FABRICAÇÃ O DE PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS
Fabricação de produtos petroquímicos básicos
Fabricação de intermediários para resinas e fibras
Fabricação de outros produtos químicos orgânicos
FABRICAÇÃ O DE RESINAS E ELASTÔ MEROS
Fabricação de resinas termoplásticas
Fabricação de resinas termofixas
Fabricação de elastômeros
FABRICAÇÃ O DE FIBRAS, FIOS, CABOS E FILAMENTOS CONTÍNUOS
ARTIFICIAIS E SINTÉTICOS
Fabricação de fibras, fios, cabos e filamentos contínuos artificiais
Fabricação de fibras, fios, cabos e filamentos contínuos sintéticos
FABRICAÇÃ O DE PRODUTOS FARMACÊ UTICOS
Fabricação de produtos farmoquímicos
Fabricação de medicamentos para uso humano
Fabricação de medicamentos para uso veterinário
Fabricação de materiais para usos médicos, hospitalares e odontológicos
FABRICAÇÃ O DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
Fabricação de inseticidas
Fabricação de fungicidas
Fabricação de herbicidas
Fabricação de outros defensivos agrícolas
FABRICAÇÃ O DE SABÕES, DETERGENTES, PRODUTOS DE LIMPEZA E
ARTIGOS DE PERFUMARIA
Fabricação de sabões, sabonetes e detergentes sintéticos
Fabricação de produtos de limpeza e polimento
Fabricação de artigos de perfumaria e cosméticos
31
FABRICAÇÃ O DE TINTAS, VERNIZES, ESMALTES, LACAS E PRODUTOS AFINS
Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes e lacas
Fabricação de tintas de impressão
Fabricação de impermeabilizantes, solventes e produtos afins
FABRICAÇÃ O DE PRODUTOS E PREPARADOS QUÍMICOS DIVERSOS
Fabricação de adesivos e selantes
Fabricação de explosivos
Fabricação de catalisadores
Fabricação de aditivos de uso industrial
Fabricação de chapas, filmes, papéis e outros materiais e produtos químicos
para fotografia
Fabricação de discos e fitas virgens
Fabricação de outros produtos químicos não especificados ou não
classificados
Observa-se que o setor do petróleo, freqüentemente confundido com a indústria
química , não pertence a este segmento da atividade econômica.
Segundo o "Relatório Anual 2001" da ABIQUIM, o faturamento líquido do setor
químico no ano 2000, considerados os diversos segmentos industriais que o
compõem, foi superior a US$ 42,6 bilhões. Em relação ao PIB brasileiro, a
participação relativa da indústria química é de 2,9%.
Segundo o mesmo relatório, no Brasil, os principais segmentos que compõem a
indústria química, com os seus respectivos faturamentos em US$ bilhões, podem ser
observados na tabela abaixo :
32
Tabela 1 - Faturamento líquido da indústria química no Brasil, por segmentos
Segmento da Indústria Química
Faturamento em US$ bilhões
Produtos químicos de uso industrial
22,8
Produtos Farmacêuticos
5,6
Higiene Pessoal, perfumaria e cosméticos
3,5
Adubos e Fertilizantes
3,0
Defensivos agrícolas
2,5
Sabões e detergentes
2,3
Tintas, esmaltes e vernizes
1,5
Fibras artificiais e sintéticas
0,8
Outros
0,6
Fonte: Relatório Anual 2001 - ABIQUIM.
Na última década, observou-se um crescimento no faturamento líquido da indústria
química da ordem de 49%. Com este faturamento, a indústria química coloca-se entre
as dez maiores do mundo, apesar de corresponder a apenas 2,7% do faturamento
mundial do setor, que estima-se ser da ordem de US$ 1,6 trilhão.
Tabela 2 - Faturamento da Indústria Química por países
Colocação
País
Faturamento (em bilhões
de US$) (Base: 1998)
1a.
Estados Unidos
391
2a.
Japão
177
3a.
Alemanha
107
4a.
França
80
5a.
Reino Unido
53
6a.
Itália
50
7a.
Brasil
48
8a.
Bélgica
36
9a.
Espanha
29
10a.
Holanda
29
11a.
Suíça
25
12a.
Canadá
21
Ref.: CEFIC
33
Segundo o mesmo relatório, observa-se atualmente um dé fict comercial do país em
produtos químicos da ordem de US$ 6,6 bilhões, decorrente do elevado volume de
importações de US$ 10,6 bilhões.
Do ponto de vista energético, a indústria química pode ser considerada uma grande
consumidora. Por este motivo, as empresas estão procurando diversificar as fontes
de suprimento e ampliar a auto-geração, reduzindo a dependência da energia
fornecida pelas empresas concessionárias.
2.5.2 - O RC no Brasil
A indústria química em nosso país está representada por uma associação
denominada ABIQUIM - Associação Brasileira da Indústria Química. A ABIQUIM tem
como missão promover o desenvolvimento contínuo e sustentável da indústria
química instalada no país, com vistas à ampliação da produção, à geração de
empregos e renda e ao aprimoramento da qualidade dos produtos, incentivando
o respeito ao meio ambiente e contribuindo para a saúde e o bem-estar da
sociedade brasileira. Dentre os seus princípios básicos, verifica-se o de aplicar e
disseminar os princípios do Programa AR.
A introdução dos conceitos do RC ocorreu, no Brasil, em 1990, quando foram
realizadas palestras internas na ABIQUIM sobre o programa que vinha sendo
implementado nos Estados Unidos através da Chemical Manufacturers Association CMA. Conforme relata a publicação "Conhecendo o Atuação Responsável",
elaborada pela ABIQUIM, no início da década de 90, percebeu-se, desde o início, que
o programa deveria ser adaptado à realidade brasileira. Foram criadas, então, na
ABIQUIM, duas comissões encarregadas da coordenação do programa, desde a sua
base
conceitual
até a
elaboração
de
propostas
de
implantação
e
desenvolvimento. Tratavam-se da Comissão Técnica e da Comissão Executiva, com
as funções complementares de elaborar e de avalizar, respectivamente, as propostas
a serem aprovadas pela Diretoria Executiva da instituição.
A adesão formal da ABIQUIM ao programa RC ocorreu em 8 de abril de 1992. Em 20
de maio do mesmo ano, foram formalizadas as adesões ao programa, chamado então
de Atuação Responsável, das primeiras 92 empresas associadas, através da
assinatura do Termo de Adesão.
34
Em outubro de 1992, os representantes das indústrias químicas que participaram do
1° Workshop do Processo Atuação Responsável assinaram a chamada
Declaração de Á guas de Lindó ia que confirmava o compromisso da indústria com a
melhoria da qualidade de vida. Esta declaração afirmava: "Nós, membros de
empresas do setor químico, reunidos em Á guas de Lindóia através de um processo
participativo, concluímos que o Atuação Responsável é a oportunidade que temos
para reconquistar a aceitação pública de nossos produtos e operações. De nossos
trabalhos produziremos uma visão positiva do futuro. Queremos uma indústria
química em harmonia com a sociedade. Para isso, buscaremos a melhoria contínua
da qualidade de vida da nossas comunidades, tanto externas como internas,
assegurando a credibilidade de nossos esforços através de ações participativas e da
conquista efetiva de nossas metas. Estimularemos o comprometimento interno das
pessoas, através de processos de adequação de estruturação, conscientização,
capacitação e motivação. Alocaremos e otimizaremos os recursos disponíveis e/ou
adicionais, integrando-os aos programas que dão suporte ao Processo Atuação
Responsável. Através dessas práticas, teremos organizações motivadas e satisfeitas
pelos resultados sociais, ambientais e financeiros obtidos, buscando continuamente
superar o que já foi alcançado e atuando, acima de tudo, para a efetiva melhoria da
qualidade de vida."
Este programa tem, portanto, por objetivo a melhoria contínua nas áreas de saúde,
segurança e meio ambiente na indústria química. De acordo com a publicação
Conhecendo o Atuação Responsável, este programa "foi concebido para ser uma
ferramenta gerencial e també m um veículo de resposta às preocupaç õ es e aos
anseios da comunidade, trabalhadores, governo, entidades ambientais e de todos
aqueles que possuem interesse na indústria química".
O modelo utilizado pela ABIQUIM para implementação do programa AR apresenta 6
elementos básicos, com a finalidade de viabilizar a aplicação dos princípios diretivos.
São eles: os Códigos de Práticas Gerenciais, as Comissões de Lideranças
Empresariais, os Conselhos Comunitários Consultivos, a Difusão para a Cadeia
Produtiva e a Avaliação de Desempenho.
Conforme informado no seu Relatório Anual 2000, a ABIQUIM contava, em março do
ano 2001, com 146 indústrias químicas associadas, responsáveis por mais de 85% da
35
produção (75% do faturamento) de produtos químicos básicos no país
e
correspondendo a mais de 250 fábricas (CAMPOS, 1999). CAMPOS afirma também
que existem no Brasil mais de 2800 empresas classificadas como químicas. A lista
completa das empresas associadas pode ser encontrada na home page da ABIQUIM
(www.abiquim.org.br).
Segundo este Relatório, "o Programa Atuação Responsável é o reconhecimento
público de que o desenvolvimento sustentável é o caminho para estimular o
progresso econômico de forma socialmente justa e ecologicamente equilibrada."
2.5.2.1 Os Princípios Diretivos do Atuaç ão Responsável
Os princípios diretivos abaixo são os padrões éticos norteadores da indústria química
brasileira no âmbito da saúde, da segurança e do meio ambiente.
- Assumir o gerenciamento ambiental como expressão de alta prioridade empresarial,
através de um processo de melhoria contínua em busca da excelência.
- Promover, em todos os níveis hierárquicos, o senso de responsabilidade individual
com relação ao meio ambiente, segurança e saúde ocupacional e o senso de
prevenção de todas as fontes potenciais de risco associadas às suas operações,
produtos e locais de trabalho.
- Ouvir e responder às preocupações da comunidade sobre os seus produtos e as
suas operações.
- Colaborar com os órgãos governamentais e não-governamentais na elaboração e no
aperfeiçoamento da legislação adequada à salvaguarda da comunidade, locais de
trabalho e meio ambiente.
- Promover a pesquisa e desenvolvimento de novos processos e produtos
ambientalmente compatíveis.
- Avaliar previamente o impacto ambiental de novas atividades, processos e produtos
e monitorar os efeitos ambientais das suas operações.
36
- Buscar continuamente a redução dos resíduos, efluentes e emissões para o
ambiente oriundos das suas operações.
- Cooperar para a solução dos impactos negativos ao meio ambiente decorrentes da
disposição de produtos ocorrida no passado.
- Transmitir às autoridades, aos funcionários, aos clientes e à comunidade,
informações adequadas quanto aos riscos à saúde, à segurança e ao meio ambiente
de seus produtos e de suas operações e recomendar medidas de proteção e de
emergência.
- Orientar fornecedores, transportadores, distribuidores, consumidores e o público
para que transportem, armazenem, usem, reciclem e descartem os seus produtos
com segurança.
- Exigir que os contratados, trabalhando nas instalações da empresa, obedeçam aos
padrões adotados pela contratante em segurança, saúde ocupacional e meio
ambiente.
- Promover os princípios e as práticas do AR, compartilhando experiências e
oferecendo assistência a outras empresas para produção, manuseio, transporte, uso
e disposição de produtos.
Durante o 5o. Congresso de Atuação Responsável, realizado em São Paulo, em
2001, ocorreu um Workshop para avaliação destes princípios diretivos e foram feitas
diversas propostas para uma revisão futura.
Dentre as sugestões apresentadas podem ser destacadas as seguintes:
-
a redução no número de princípios diretivos, pois verificou-se que vários deles
podem ser unificados;
-
a explicitação do compromisso da indústria química com movimentos atuais da
sociedade, tais como o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade
social corporativa; e
37
-
a adequação dos produtos e processos químicos aos anseios das partes
envolvidas, minimizando impactos ambientais, maximizando os benefícios sociais
e preservando os interesses das gerações futuras.
Através destas sugestões e das demais apresentadas em documento intitulado
"Conclusões dos Workshops" e divulgado internamente na ABIQUIM às Comissões
Temáticas, pode-se apreender que, realmente, os princípios diretivos atuais
necessitam ser revisados. Percebe-se a necessidade da mudança de uma
perspectiva reativa, predominante nos princípios diretivos atuais, para outra pró-ativa,
na qual explicita-se uma postura mais assertiva do segmento químico quanto às suas
responsabilidades e desafios.
2.5.2.2 - Os Códigos de Práticas gerenciais do Atuaç ão
Responsável
A versão brasileira do RC apresenta seis códigos, que constituem documentos que
definem diversas práticas gerenciais que possibilitam a operacionalização dos
princípios
diretivos
citados
anteriormente.
Tais
práticas
definem
elementos
importantes a serem cobertos pelos programas internos das empresas relativos à
saúde, segurança e meio ambiente.
Os seis códigos de práticas gerenciais adotados pela ABIQUIM e citados abaixo
pretendem abranger todas as etapas produtivas, bem como aspectos relacionados
aos produtos químicos.
-
Segurança de Processos: o principal objetivo deste código é a identificação das
fontes de risco nas instalações industriais, visando a prevenção de acidentes.
-
Saúde e Segurança do Trabalhador: voltado para os trabalhadores e os
contratados da indústria química, este código tem por objetivo promover as
condições de segurança de trabalho, visando a prevenção de acidentes
envolvendo pessoas.
-
Proteção Ambiental: este código objetiva o aumento da eficiência dos processos
de fabricação de produtos químicos, a fim de reduzir a geração de efluentes,
emissões e resíduos.
38
-
Transporte e Distribuição: as etapas de transporte e de distribuição de produtos
químicos são priorizadas neste código, a fim de que sejam minimizados os riscos
de acidentes durante estas atividades, bem como sejam agilizadas as ações nos
casos de emergência.
-
Diálogo com a Comunidade e Preparação e Atendimento a Emergências: este
código trata de duas questões fundamentais para a indústria química: a ampliação
das vias de comunicação com a comunidade interna (trabalhadores) e externa
(vizinhos e partes interessadas) e a forma de atuação durante situações de
emergência nas instalações da indústria química.
-
Gerenciamento de Produto: o objetivo deste código, o qual interliga todos os
demais, é garantir que os aspectos relacionados com a saúde, a segurança e o
meio ambiente sejam priorizados nas fases de desenvolvimento, produção,
manuseio, utilização e descarte de produtos químicos.
O Anexo 7 apresenta os códigos do AR, com seus respectivos elementos e práticas
gerenciais.
Os primeiros anos de implementação do programa AR voltaram-se para a elaboração
dos Guia de Implantação dos Códigos, que foram publicados na seguinte ordem
cronológica:
Tabela 3 - A implantação dos có digos do Programa Atuação Responsável no
Brasil
Código
Ano
de
Publicação
do
Guia
de
Implantação
1994 (Abril)
Segurança de Processos
1994 (Julho)
Saúde e Segurança do Trabalhador
1995 (Junho)
Transporte e Distribuição
1995 (Novembro)
Proteção Ambiental
1997 (Junho)
Gerenciamento do Produto
1997 (Agosto)
Diálogo com a Comunidade e Preparação
e Atendimento a Emergências
39
De uma maneira geral, pode-se citar as seguintes características destes guias:
-
Basearam-se nos respectivos documentos publicados pelo CMA, o qual
notadamente serviu de referência para a ABIQUIM na implantação do AR no
nosso país.
-
Foram elaborados pelas respectivas Comissões Temáticas com cooperação de
empresa de consultoria (Cavalcanti & Andrade Consultoria Industrial S/C Ltda),
sob a coordenação da Comissão
Técnica do Atuação Responsável e do
Departamento de Assuntos Técnicos da ABIQUIM.
-
Apresentam como itens básicos: as orientações de utilização do guia e de
implantação do código, os elementos e as práticas gerenciais que os compõem,
os mecanismos de auto-avaliação quanto à implantação do código e o glossário
de termos técnicos. Existe uma seção nos guias destinada a exemplos práticos de
implantação dos códigos; geralmente, estes exemplos são apresentados durante
os congressos anuais do programa.
-
Fica claramente explicitado nestes guias de implantação que as interpretações
das práticas gerenciais dos códigos são orientativas e que as atividades
propostas para cada uma das práticas são apenas sugestões, não esgotando
absolutamente o tema. A forma de implementação dos códigos pode, portanto,
variar de empresa para empresa, dependendo de diversos fatores, tais como: tipo
de atividade desenvolvida, aspectos culturais da organização, outros programas já
existentes, nível tecnológico e estágio do sistema de gestão, etc.. Este pode ser
considerado um dos pontos fortes do programa: a sua elevada flexibilização de
implementação.
-
Para facilitar a visualização das inter-relações entre os códigos, são apresentadas
também tabelas que demonstram:
a) os elementos por código, identificando as interseções entre estes. Por
exemplo, o elemento "Liderança Gerencial" é citado em todos os códigos,
ao passo que o elemento "Manuseio e Estocagem" só faz parte dos
40
códigos "Transporte e Distribuição" e "Diálogo com a Comunidade e
Preparo e Atendimento de Emergências";
b) as relações entre os códigos, ou seja, as práticas gerenciais de um código
para cuja implementação recomenda-se a interação com as atividades de
outros códigos. Por exemplo, para a implementação da prática no. 16 do
código "Transporte e Distribuição", recomenda-se a interação com as
atividades do código "Proteção Ambiental".
-
As informações sobre as práticas gerenciais dos códigos são bastante
detalhadas, o que faz com que os textos dos guias de implantação tornem-se
razoavelmente extensos. Daí, pode-se supor que uma simplificação e a
racionalização da forma de estruturação dos guias pode resultar em maior
facilidade na sua implementação. Além disso, não se encontram ainda disponíveis
guias de implantação voltados para as empresas-parceiras e para as pequenas e
médias indústrias químicas,
às quais são aplicáveis, muitas vezes, apenas
determinados aspectos do programa.
2.5.2.3 As Comissõ es de Lideranç as Empresariais: as
Comissõ es Temáticas e as Comissõ es Setoriais
da ABIQUIM
As Comissões Temáticas são formadas por especialistas das empresas associadas e
têm como principal finalidade o acompanhamento dos principais temas de interesse
da indústria química brasileira, além de promoverem estudos e proporem ações à
ABIQUIM. Atualmente estão formadas 20 Comissões Temáticas apresentadas na
tabela seguinte:
41
Tabela 4 - As Comissões Temáticas da ABIQUIM
Assessoramento Jurídico
Assuntos Legislativos
Atuação Responsável
Atuação Responsável - Parceiros
Atendimento a Emergências *
Automação Industrial
Comércio Exterior
Comunicação e Imagem
Consultiva da Qualidade
Desenvolvimento de Recursos Humanos
Diálogo com a Comunidade *
Economia
Equipamentos
Gerenciamento de Produtos *
Meio Ambiente *
Saúde e Segurança *
Segurança de Processos *
Suprimentos
Tecnologia
Transportes *
Existem 7 Comissões Temáticas que tratam especificamente dos códigos do
Programa AR. Estas comissões estão assinaladas por um asterisco (*) na tabela
anterior.
Analisando-se o documento "Programa de Trabalho para o ano 2001" emitido pela
ABIQUIM, referente às iniciativas de algumas Comissões Temáticas da entidade,
pode-se destacar as seguintes atividades:
42
-
Participação de representante da Comissão de Meio Ambiente nos trabalhos de
revisão da norma brasileira NBR 10004, referentes à classificação de resíduos
sólidos.
-
Elaboração pela Comissão de Diálogo com a Comunidade de "Manual de Apoio à
Implantação do Conselho Comunitário Consultivo".
-
Acompanhamento dos projetos de normas da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas) e da revisão da Norma Regulamentadora NR-10 (Instalações e
Serviços em Eletricidade) e das normas complementares da NR-13 (Caldeiras e
Vasos de Pressão) pela Comissão de Automação Industrial e Equipamentos.
-
Organização do 2° Seminário de Comércio Eletrônico na Indústria Química pela
Comissão de Suprimentos.
-
Desenvolvimento de um Prêmio ABIQUIM de Inovação Tecnológica; criação de
banco de dados sobre pesquisadores e sobre universidades e centros de
pesquisa; revisão de 30% das normas técnicas defasadas do Comitê Brasileiro de
Química - CB -10 da ABNT. (Comissão de Tecnologia).
-
Organização do 5° Congresso do Atuação Responsável; elaboração do Relatório
Anual do Atuação Responsável; definição de metodologia para verificação por
terceiros do Programa AR; desenvolvimento de plano de comunicação voltado
para saúde, segurança e meio ambiente; desenvolver ferramentas voltadas para
as regionais do AR. (Comissão do Atuação Responsável).
-
Representação dos empregadores (CNI/ABIQUIM) no Grupo de Estudos Tripartite
para a Implementação da Convenção 174 da OIT sobre Prevenção de Grandes
Acidentes Industriais. (Comissões Setoriais de Preparação e Atendimento a
Emergências e de Segurança de Processo).
-
Implantação de um sistema de Avaliação de Empresas de Transporte Rodoviário
(SASSMAQ
- Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e
Qualidade); implantação de processo para avaliação de terminais marítimos;
aprimoramento do programa de Parceiros do Atuação Responsável, buscando
43
aumentar
o
apoio
às
atuais
empresas
e
buscando
novas
parcerias;
acompanhamento da legislação e da normalização técnica na área de transportes.
(Comissão de Transportes).
-
Publicação de Relatório Estatístico de Acidentes de Trabalho na Indústria Química
no período de 1996 a 1999; acompanhamento da evolução normativa e da
legislação sobre segurança, saúde e higiene do trabalho; representação dos
empregadores (CNI/ABIQUIM) no Grupo de Estudos Tripartite para elaboração e
revisão
das
normas
regulamentadoras;
acompanhamento
dos
trabalhos
referentes à harmonização da classificação de substâncias e misturas,
comunicação de risco e capacitação de pessoal; participação na Comissão de
estudos de Informação de Segurança, Saúde e Meio Ambiente do CB -10 - ABNT,
a qual trata dos assuntos Ficha de Informação sobre Produtos Químicos (FISPQ),
Classificação de Substâncias Químicas e Misturas e Rotulagem. (Comissão de
Saúde e Segurança).
-
Implantação de cursos distribuídos pelas seguintes áreas de interesse, apontadas
em pesquisa entre os associados: Gestão Industrial e Tecnológica, Comércio
Exterior, Comercial, Qualidade e Produtividade, Atuação Responsável, Recursos
Humanos, Segurança e Meio Ambiente e Outras Á reas. (Comissão de
Desenvolvimento de Recursos Humanos).
-
Divulgação do Prêmio Nacional de Qualidade - PNQ entre as empresas
associadas da ABIQUIM. (Comissão Consultiva da Qualidade).
-
Acompanhamento dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos pelo ICCA sobre
os produtos de alta produção (HPV). (Comissão de Gerenciamento de Produto).
Com base nestas iniciativas previstas para o ano 2001, pode-se ter uma visão da
abrangência das atividades destas Comissões e da sua importância para a
implementação do Programa AR no país.
Existem também 8 Comissões Setoriais que representam os segmentos específicos
do setor e que acompanham os assuntos referentes a eles. Estas Comissões
Setoriais estão citadas na tabela abaixo:
44
Tabela 5 - As Comissões Setoriais da ABIQUIM
Colas, adesivos e selantes
Coplast (Resinas Termoplásticas)
Corantes e Pigmentos
Fotoquímicos
Insumos para borracha
Insumos para poliuretanos
Plastivida
Silicones
2.5.2.4 Os Conselhos Comunitários Consultivos e os
Comitês de Lideranç as Executivas
Os Conselhos Comunitários Consultivos e os Comitês de Lideranças Executivas
foram organismos previstos pela ABIQUIM desde os estágios iniciais do programa AR
no Brasil.
Os Conselhos Comunitários Consultivos foram concebidos na tentativa de estreitar o
diálogo entre a indústria química e as partes interessadas locais. Conforme citado na
publicação "Conhecendo o Atuação Responsável", da ABIQUIM, "nestes Conselhos
discutem-se os temas importantes ligados às questões abrangidas pelo Atuação
Responsável, de uma forma aberta, buscando-se respostas e soluções efetivas para
os problemas levantados". Pela proposta inicial, apresentada no "1° Workshop do
Processo Atuação Responsável", realizado em 1992, os então chamados "Comitês
Públicos Consultivos" contariam com a participação de representantes da empresa e
da comunidade local e teriam como principal objetivo o estabelecimento de um bom
relacionamento entre as partes. Percebe-se algumas preocupações na formação
destes conselhos, tais como: evitar a participação de políticos ou de pessoas com
ambições políticas e evitar que decidam diretamente sobre propostas ou ações das
empresas.
O Relatório de Atuação Responsável 2001 da ABIQUIM revela que no ano de 1999
foram realizadas 161 reuniões de Conselhos Comunitários Consultivos e que este
número quase dobrou no ano 2000, tendo sido realizadas 313 reuniões. Este é um
dos indicadores de desempenho do Códido de Diálogo com a Comunidade.
45
Durante o 5° Congresso de Atuação Responsável, em 2001, foi apresentado o
Conselho Comunitário Consultivo na Regional ABC, em São Paulo, por uma das
empresas associadas da ABIQUIM e que contou com a participação de
representantes da comunidade. Outros Conselhos atuantes que podem ser citados
são os de Capuava e de Camaçari.
Se os Conselhos Comunitários Consultivos constituem iniciativas no sentido de
aproximarem uma indústria química da comunidade local, os Comitês de Lideranças
Executivas têm como objetivo a aproximação entre os representantes das indústrias
químicas a nível nacional e regional, para a discussão e avaliação do Programa AR,
para troca de experiências e para a identificação de necessidades do setor. Conforme
a sua concepção original, decorrente do Workshop citado anteriormente, podem ser
formados por diretores, gerentes ou técnicos, dependendo do tipo de abordagem
pretendido e da sua abrangência de ação.
Na publicação Relatório de Atuação Responsável 2001, estes comitês são citados
passaram a ser chamados de Comissões de Lideranças Empresariais.
2.5.2.5 A Difusão para a cadeia produtiva
A Difusão para a Cadeia Produtiva é um dos elementos básicos do programa AR, o
qual prevê a irradiação dos seus princípios diretivos e das suas práticas gerenciais
para empresas relacionadas com a indústria química pela cadeia produtiva.
Esta iniciativa reveste-se de grande importância por dois motivos principais:
-
A propagação dos conceitos, práticas e procedimentos recomendados pelo AR
para outros setores relacionados com a indústria química torna-se uma
contribuição relevante do programa para a sociedade, uma vez que a ênfase em
saúde, segurança e meio ambiente torna-se ampliada.
-
Reduz-se a probabilidade da indústria química utilizar-se de serviços ou de
produtos de empresas, cuja atuação em relação à saúde, segurança e ao meio
ambiente seja questionável.
46
Na realidade, a indústria química pode exercer um papel muito importante
ao
fomentar o aprimoramento dos sistemas de gestão "saúde-segurança-meio ambiente"
em empresas parceiras. Cabe ressaltar que a efetividade desta ação manifesta-se
muito mais intensamente entre os fornecedores de insumos, materiais auxiliares e de
serviços à indústria química do que entre os seus clientes, uma vez que o poder de
influenciar estes últimos nos seus sistemas de gestão é reduzido.
Entretanto, a preocupação do segmento químico precisa voltar-se também para os
seus clientes por se tratarem de usuários de produtos químicos. A utilização incorreta
de produtos químicos ou o tratamento ou a disposição inapropriada dos seus resíduos
podem trazer conseqüências ruins para a imagem do produto químico e, por
conseguinte, da indústria química como um todo. Além disso, observa-se ainda o
impacto legal de ações inapropriadas deste tipo, em função da responsabilidade
objetiva inerente aos fabricantes de produtos químicos. Daí a importância na
divulgação de informações precisas sobre os produtos químicos entre os seus
usuários, a fim de minimizarem-se os riscos da ocorrência de acidentes ou de
utilizações indevidas. Este assunto assumiu grande importância recentemente, em
função da publicação da Norma NBR 14275 sobre a FISPQ e dos trabalhos para
elaboração de normas sobre classificação e rotulagem de produtos químicos.
O Programa de Parcerias da ABIQUIM foi implementado em 1999 e contribuiu para o
aumento do número de empresas que adotaram o programa AR e da difusão do
programa pela cadeia produtiva.
O Relatório Anual 2000 da ABIQUIM registra a adesão ao programa de 11 empresas
sócias colaboradoras (parceiras), na sua maioria empresas que atuam no transporte
de produtos químicos: Cesari, Concórdia Transportes, Estrada Transportes, Gafor
Ltda, Katoen Natie do Brasil, Sistema Transportes, Transporte Dalçoquio S.A.,
Transportes Luft Ltda, Transportes Toniato Ltda, Transultra S.A. e Trelsa Transportes.
No ano 2001 tornaram-se associadas outras duas empresas-parceiras: Transparaná
e Trecsel Serviços (patrocinadas pela empresa Griffin) e Ecosorb (patrocinada pela
Oxiteno). Mensalmente ocorrem reuniões da Comissão de Parceiros.
Outra ação da ABIQUIM alinhada com a difusão dos ideais do AR através da cadeia
produtiva foi o lançamento, em maio de 2001, do SASSMAQ - Sistema de Avaliação
de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade para o Transporte Rodoviário. O
47
SASSMAQ surgiu como um aperfeiçoamento do Sistema de Avaliação de
Transportadoras desenvolvido pela ABIQUIM em 1994. Através deste novo sistema,
que foi baseado no programa do CEFIC, pretende-se avaliar, de forma padronizada,
as empresas prestadoras de serviço à indústria química na área de transportes e de
logística, através de empresas avaliadoras credenciadas pela ABIQUIM. Não se trata,
portanto, de um processo de certificação. A responsabilidade pela qualificação destas
empresas permanece com as indústrias químicas associadas, as quais poderão
comparar os resultados da avaliação realizada pelo SASSMAQ, com os seus próprios
critérios de qualificação. Durante o ano 2001, foram realizadas avaliações de duas
transportadoras.
2.5.2.6 - A avaliaç ão de desempenho
O processo de avaliação de desempenho das empresas na implementação do
Programa AR constitui um elemento essencial na determinação da eficácia das
medidas adotadas para a obtenção da melhoria contínua nas áreas de saúde,
segurança e meio ambiente e ocorre na ABIQUIM desde 1995.
Até o momento, este processo baseou-se quase que exclusivamente nas autoavaliações realizadas pelas empresas para determinação do grau de cumprimento
das práticas gerenciais dos diversos códigos aplicáveis às suas atividades.
Em 1998, a ABIQUIM publicou a "Avaliação de Progresso do Programa Atuação
Responsável",
propondo-se a
apresentar a sua visão quanto ao processo de
avaliação do programa, "dentro das necessidades decorrentes da sua implantação,
acompanhamento gerencial e da divulgação de resultados, tanto ao nível das
empresas quanto da associação". Nesta publicação, foram mencionados alguns
pontos que merecem ser citados:
-
A ABIQUIM garantia às empresas a confidencialidade dos resultados das
avaliações.
-
A ABIQUIM explicitou a opção pelo processo de auto-avaliação como ferramenta
de acompanhamento do AR, mas já mencionava a intenção de inserir a avaliação
por terceiros em momento futuro, reconhecendo a sua maior credibilidade perante
as partes interessadas.
48
-
Foi apresentado o questionário utilizado pela ABIQUIM para fazer a autoavaliação inicial do programa nas empresas, em 1994. Este questionário,
encaminhado à Diretoria das empresas signatárias, foi desenvolvido tomando-se
por base os princípios diretivos do programa e foi dividido em 5 partes:
conscientização e motivação, métodos de gestão, recursos humanos, tecnologia,
e ações institucionais. Apresentava-se na forma de uma lista de verificação, para
cujas perguntas era necessário responder afirmativa ou negativamente apenas.
-
Foram apresentadas orientações para a realização da auto-avaliação, que
baseava-se simplesmente na comparação entre o estágio alcançado pela
empresa avaliada em relação às práticas gerenciais de cada código do programa,
sem que fosse questionada a qualidade e a efetividade das soluções aplicadas.
Após esta avaliação, definia-se o estágio alcançado pela empresa com relação
àquela prática, desde o inicial (nenhuma ação) até o final (promovendo a
melhoria da prática gerencial), passando-se pelos estágios de planejamento,
ação, verificação e revisão. Desta forma, a auto-avaliação constituiu-se também
numa ferramenta gerencial, baseada no ciclo PDCA (Plan - Do - Check - Act).
-
A ABIQUIM reconheceu a subjetividade implícita tanto na forma pela qual as
empresas implementam as práticas gerenciais recomendadas pelos códigos,
quanto no critério de avaliação da efetividade da sua implementação.
-
Foram definidos também os critérios para o cálculo do percentual de implantação
do código, bem como as metas dos percentuais de implantação para as indústrias
de cada um deles ao longo dos anos. Ficou estabelecido que as empresas
associadas deveriam estar com 100% dos códigos implantados após 5 anos da
publicação do respectivo Guia de Implantação, ou após 5 anos da adesão ao
programa, no caso das empresas que aderiram após o ano de 1997. Este
compromisso passou a ser assumido pelas empresas juntamente com a
assinatura anual do Termo de Compromisso pela alta administração das
empresas associadas.
Na pesquisa divulgada no Relatório Anual 2000 da ABIQUIM, são apresentados os
percentuais de implantação destas práticas que estão indicados na tabela abaixo.
49
Tabela 6 - Percentuais de implantação dos có digos do Programa Atuação
Responsável.
Código
Percentual
de
Implantação
(Dezembro/2000)
Segurança de Processo (SEPRO)
64 %
Segurança e Saúde do Trabalhador (SST) 69%
Transporte e Distribuição (TRADI)
61%
Proteção Ambiental (PA)
61%
Diálogo com a Comunidade e Preparação
de Emergência (DCPAE)
53%
Gerenciamento de Produto (GEPRO)
53%
Para reduzir-se a subjetividade neste tipo de avaliação, aumentando-se o grau de
imparcialidade e de padronização de critérios, pretende-se, ao longo do ano 2002,
introduzirem-se mecanismos para avaliação da evolução do programa AR através de
auditorias externas realizadas, inclusive, com a participação de representantes das
partes interessadas nas atividades da indústria química.
O cronograma foi anunciado no 5° Congresso do Atuação Responsável e consiste de:
-
Estruturação do programa e elaboração das listas de verificação (4o.
trimestre/2001).
-
Treinamento e capacitação dos verificadores (1o. trimestre/2002).
-
Execução
de
programa
piloto
em
algumas
empresas
voluntárias
(2o.
trimestre/2002).
-
Implementação do programa oficial de avaliação externa do AR (Dezembro de
2002).
Pretende-se verificar também o progresso obtido pela implantação do programa AR
através do acompanhamento dos indicadores de desempenho, introduzidos no
programa, em 1996, quando foram desenvolvidos os indicadores do Código de Saúde
e Segurança do Trabalhador. A partir dos dados fornecidos pelas empresas, a
ABIQUIM faz anualmente uma avaliação global dos resultados do setor.
50
Através da análise da evolução dos indicadores ambientais torna-se possível às
empresas e à ABIQUIM, quantificar de forma mais apurada os resultados práticos
obtidos com a implementação do programa. A divulgação do desempenho destes
indicadores pode, inclusive, possibilitar a apresentação, para o público em geral, dos
progressos obtidos pela indústria química nas áreas de saúde, segurança e meio
ambiente.
Os indicadores de desempenho atuais dos diversos códigos, bem como os resultados
obtidos no período de 1998 a 2000 através de pesquisa realizada com as empresas
signatárias ao programa, são apresentados na tabela seguinte:
Tabela 7 - Indicadores de desempenho dos có digos do Programa Atuação
Responsável
Situação do Indicador
Indicadores Desempenho
1998
1999
2000
13
5
22
13
5
46
-
-
8
21
14
9
Segurança de Processos
Número de eventos com fogo ou explosão que 14
causaram perda de propriedade acima de US$ 25
mil.
Número de eventos com vazamento de produto
inflamável acima de 2.300 kg.
Número de eventos de segurança de processos
que
causaram
lesões
com
afastamento
ou
fatalidade a trabalhadores ou contratados ou
hospitalização por mais de 24 horas a pessoas da
comunidade.
No. de eventos de segurança de processos que causaram lesões pessoais com afastamento ou
morte a trabalhadores próprios, ou hospitalizações
de pessoas da comunidade por mais de 24 h.
No. de eventos de segurança de processo que
-
51
(Cont.)
Situação do Indicador
Indicadores Desempenho
1998
1999
2000
causaram lesões pessoais com afastamento ou
morte a contratados, ou hospitalização de pessoas
da comunidade por mais de 24 h.
Saúde e Segurança do Trabalhador
Taxa de freqüência de acidentes com afastamento
4,76
3,28
3,65
5,13
4,64
27,66
23,27
19,75
Taxa de gravidade de acidentes típicos (próprios e 200,07
326,59
341,13
3
4
5,25
6,18
0
2
260
231
(pessoal próprio).
Taxa de freqüência de acidentes com afastamento (pessoal próprio e contratados).
Taxa de freqüência de acidentes com e sem
afastamento (pessoal próprio e contratados).
contratados).
No. de óbitos em função de acidente de trabalho
1
(pessoal próprio e contratados).
No. de óbitos por 100 mil trabalhadores (pessoal próprio e contratados)
Número de acidentes incapacitantes. (pessoal
5
próprio e contratados).
Transporte e Distribuição
No. total de acidentes no transporte.
No. de acidentes/empresa.
No. de óbitos em função de acidentes no
Obs.1
4,00
28
2,66
15
transporte (inclui terceiros).
No. de acidentes no transporte (geral)/10000
2,42
2,20
No. de acidentes (sem dano)/10000 viagens.
0,96
0,73
No. de acidentes com vazamento / 10000 viagens.
1,18
1,27
viagens.
52
(Cont.)
Situação do Indicador
Indicadores Desempenho
1998
1999
2000
229.117
390.446
10
15
26.069
22.906
Proteção Ambiental
Geração de resíduos perigosos e não-perigosos:
t
115.944
kg / t produzida Emissões Gasosas:
45.365
SO2 (t)
7.932
CO2 (1000 x t)
-
CO2 (kg/ t produto)
0,9
1,1
-
SO2 (kg/t produto)
7.801
12.731
341
479
Efluentes Líquidos:
Fósforo Total (t)
1.021
125
266
Nitrogênio Total (t)
1.920
1.669
5.706
Demanda Química de Oxigênio (t)
17.566
38.938
23.247
Metais pesados (kg)
19.096
25.945
23.910
Volume de efluentes lançados (x1000 m3)
101.086
138.090
84.031
Volume de efluentes lançados (m3/ton produto)
-
3,2
6,0
Consumo de recursos naturais:
Energia elétrica (MWh)
-
Energia elétrica (MWh/t produto)
-
274.913
-
Á gua (m3/t produto)
0,9
1,2
218.401
Á gua (x 1000 m3)
24.255
26.222
313.474
11,8
12,0
79
Número de reclamações.
-
-
Diálogo com a Comunidade
Número de visitas às fábricas.
2.011
2.472
40.796
65.001
161
313
6
3
157
256
1017
1425
Educação ambiental fora da empresa.
221
153
Organização de eventos externos.
196
348
Número de visitantes às fábricas.
Reuniões de Conselhos Comunitários Consultivos.
Programas APPEL em andamento.
Programas ambientais desenvolvidos.
Atividades junto à comunidade.
Obs. 1
53
(Cont.)
Situação do Indicador
Indicadores Desempenho
1998
1999
2000
Preparação e Atendimento a Emergências
Número de simulados internos realizados (pessoal Obs. 1
392
574
343
344
8
3
9,8
3,3
0,6
0,6
interno).
Número de simulados externos realizados (com
participação externa ou em outras empresas).
Número
de
eventos
emergenciais
que
extrapolaram os limites da empresa, excluindo-se
os acidentes de transporte.
Número de acidentes por 100 empresas.
Gerenciamento de Produto
Relação: (Número de Fichas de Segurança) / Obs. 1
(Número de produtos fabricados) (Obs. 2)
Fontes: Enfoque ABIQUIM Nr. 26 - 1999 e Relatório de Atuação Responsável 2001.
Observação: (1) Este código utilizava-se de outros indicadores neste ano, que não
puderam ser relacionados com os atuais.
(2) Fichas de segurança é a antiga denominação para as Fichas de Informação de
Segurança de Produtos Químicos (FISPQs).
Em 2001 a ABIQUIM apresentou no seu Congresso de Atuação Responsável o
Relatório de Atuação Responsável 2001, que contém os resultados dos indicadores
dos diversos códigos do programa e que foram apresentandos na tabela anterior.
Na apresentação deste relatório, a ABIQUIM ressalta a importância da transparência
pretendida com esta iniciativa e que os resultados apresentados permitem
comparações com desempenhos de outros segmentos industriais e da indústria
química em outros países. Em outro momento do texto, reconhece-se que alguns
resultados podem ter piorados e que o objetivo do relatório não se estende às
explicações para tais fatos. Outro ponto importante é que os resultados não
abrangem todas as empresas associadas, mas referiram-se a cerca de 60 empresas
em 1998, 82 em 1999 e 92 no ano 2000.
54
No relatório, incluíram-se algumas informações relevantes sobre os critérios adotados
na seleção dos indicadores dos códigos, que são comentados a seguir:
Os indicadores de desempenho do código de Segurança de Processo estão
relacionados às eventuais falhas do sistema, uma vez que, embora existam índices
internos de acompanhamento da gestão de segurança de processos nas empresas,
pretende-se reduzir continuamente os chamados grandes acidentes industriais que
possam gerar incêndios, explosões ou vazamentos de produtos perigosos.
O código de Segurança e Saúde do Trabalhador apresenta indicadores de
desempenho exigidos legalmente: taxas de freqüência e de gravidade de acidentes
devem ser reportadas pelas empresas às Delegacias Regionais do Trabalho e
também ao INSS, que as utilizam para fins de controle das condições de trabalho e
de avaliação estatística da previdência social.
Os indicadores do código de Proteção Ambiental são ligados ao desempenho
ambiental das empresas, destacando o uso dos recursos naturais e as emissões,
para o meio ambiente, de poluentes presentes nas operações industriais.
Os indicadores escolhidos para o acompanhamento do código de Transporte e
Distribuição de produtos procuram refletir a realidade dessa atividade, ainda
extremamente centralizada no modal rodoviário. Registra-se no relatório uma
tendência das empresas de diversificar suas opções de transporte.
A medição do grau de interação entre a indústria química e seus públicos é
normalmente feita de maneira indireta. Este fato pode ser verificado através do
conjunto de indicadores selecionados para medir o desempenho do código de Diálogo
das empresas com as suas comunidades. Estes indicadores pretendem refletir,
principalmente, o grau de abertura e engajamento social da empresa, bem como sua
acessibilidade às partes interessadas em temas referentes à saúde, segurança e
meio ambiente.
Os indicadores de desempenho relacionados à Preparação e Atendimento a
emergências procuram demonstrar as iniciativas das empresas frente a eventuais
acidentes em suas instalações. Devido à sua importância, o número de situações
emergenciais cujas conseqüências extrapolaram os limites físicos das empresas
complementaram as informações fornecidas no âmbito da segurança de processos.
55
O Relatório ressaltou ainda a importância do código de Gerenciamento de Produto ,
por estar intimamente ligado ao conceito de Ciclo de Vida e por englobar ações de
diversos setores das empresas.
O único indicador utilizado para medir o
desempenho deste código ainda é bastante limitado e sofrerá profunda alteração nos
próximos meses, em função da publicação da norma brasileira NBR 14725, conforme
já mencionado no texto.
Os indicadores de desempenho do AR necessitam ser mais valorizados pela
ABIQUIM e pelas indústrias químicas para servirem efetivamente de agentes de
aprimoramento do setor químico. Para as empresas, os indicadores podem ser
considerados como ferramentas gerenciais importantes para o negócio, uma vez que
podem servir para medir o desempenho em áreas fundamentais da atividade e para
posicioná-las em relação ao setor químico. Para a ABIQUIM, os indicadores são
importantes pois podem servir de elementos a serem utilizados em campanhas
publicitárias e em veículos de comunicação para explicitar a transparência do setor,
que é um ponto de fragilidade do AR e do segmento. As próprias publicações da
ABIQUIM muitas vezes não apresentam estes resultados, como são os casos dos
Relatórios Anuais e da publicação
"A competitividade da indústria Química
Brasileira", publicado em dezembro de 1999.
A valorização destes indicadores passa também, certamente, pela revisão de alguns
e pela criação de outros, para que se tornem mais próximos da realidade das
empresas e da percepção do grande público. Como muitas vezes a compatibilização
destas duas características torna-se inviável, uma solução para a questão pode
consistir na criação de indicadores mais técnicos, para a precisa medição de
desempenho do setor, ao lado de indicadores mais simples, para garantir uma melhor
comunicação com as partes interessadas.
Durante o 5° Congresso de Atuação Responsável, ocorreu um workshop sobre a
forma como estão sendo tratados os indicadores de desempenho da indústria
química. Na ocasião foram apresentadas diversas sugestões sobre o tema, entre as
quais podem ser destacadas:
-
o aperfeiçoamento dos indicadores de desempenho, tornando-os mais próximos
da realidade das pessoas comuns, para que se torne facilitada a sua divulgação e
a percepção pela sociedade do progresso alcançado;
56
-
a criação de ferramenta na home page da ABIQUIM para que as empresas
informem, ao longo do ano, os resultados obtidos com relação aos indicadores
pesquisados, de tal forma que, garantindo-se a confidencialidade dos dados, seja
facilitado às
empresas
e
à ABIQUIM o
seu
gerenciamento,
inclusive
proporcionando comparações com os resultados de anos anteriores e de todo o
segmento industrial químico; e
-
a maior divulgação, pela ABIQUIM, dos resultados consolidados obtidos pela
indústria química, para que aumente a credibilidade do AR junto à sociedade.
2.5.2.7
A ABIQUIM na internet
A ABIQUIM dispõe de uma home page na Internet com o seguinte endereço:
www.abiquim.org.br (ou www.abiquim.com.br).
A home page contém informações sobre a própria ABIQUIM (missão, princípios,
objetivos, etc.), sobre a indústria química (conceito, estatística, etc.) e sobre o AR
(estrutura do programa, princípios diretivos, códigos, etc.). Pode ser encontrada
também a definição nacional para a indústria química e a citação de todos os seus
segmentos.
Na home page podem ser observados os nomes de todas as empresas associadas à
ABIQUIM e, conseqüentemente, signatárias do AR. Além disso, existem também os
nomes das empresas parceiras. As home pages de algumas destas empresas podem
ser acessadas facilmente a partir desta página da ABIQUIM.
Em 1999, conforme salientado no seu Relatório Anual, a melhoria do processo de
comunicação com as empresas associadas foi uma das prioridades da Associação.
Para tanto, foi criado no home page da ABIQUIM, o "Espaço do Associado" que
possibilitou às empresas associadas o acesso a dados e informações sobre a
indústria química brasileira e mundial, às atividades das Comissões Temáticas e
Setoriais (inclusive às atas das reuniões), bem como às decisões do Conselho Diretor
e do Comitê Executivo. O acesso a esta parte do home page é permitido apenas a
representantes das associadas da ABIQUIM e por meio da utilização de senha. As
demais partes do home page são de acesso liberado ao público em geral.
57
Analisando-se as características e recursos da home page da ABIQUIM, verifica-se
que:
-
ela poderia ter seções informativas voltadas para o público em geral, com
linguagem menos empresarial e técnica;
-
algumas seções do home page encontram-se desatualizadas e outras em
elaboração;
-
há carência de informações sobre alguns temas de interesse da sociedade e que
podem ser relacionados à indústria química, tais como o efeito estufa, a chuva
ácida, etc..
-
os indicadores de desempenho são acessíveis somente através do Relatório de
Atuação Responsável e poderiam estar mais disponíveis ao público através da
home page; e
-
a seção "Ponto de Vista", ou outra similar, deveria expor a posição da ABIQUIM
com relação a temas importantes para o segmento, como os POPs e os
moduladores endócrinos, por exemplo.
A
home
page
da
ABIQUIM
tem
ligação
direta
com
a
home
page
www.brazchemicals.org.br, voltada para a divulgação da indústria química e dos seus
produtos, e com a do PLASTIVIDA (www.plastivida.org.br), que refere-se a uma
Comissão da ABIQUIM e que é bastante atraente e de fácil entendimento. Este site
da PLASTIVIDA, com seções voltadas, por exemplo, para professores e estudantes,
poderia ser utilizado como exemplo para que fosse criado, no site da ABIQUIM, um
espaço mais atraente para o público em geral, tratando de temas ligados à indústria
química e ao AR.
A versão em inglês da home page da ABIQUIM é resumida, mas apresenta pontos
importantes sobre a indústria química brasileira e sobre o AR. Encontra-se disponível,
inclusive, uma versão em inglês do Relatório 2000 da ABIQUIM.
Uma iniciativa importante, que pode ser apontada, é a maior divulgação da home
page da ABIQUIM e do AR nas home pages das empresas associadas.
58
2.5.2.8 - Os congressos anuais do Atuaç ão Responsável
Os Congressos Anuais de Atuação Responsável são promovidos pela ABIQUIM
desde 1997.
No 1° congresso, houve a apresentação da palestra do Sr. Jim Whiston sobre a
primeira década do programa RC, bem como de outras palestras apresentando as
tendências da implementação do programa AR em algumas empresas. Foi feita
também uma retrospectiva dos principais acontecimentos do programa brasileiro nos
seus, até então, cinco anos de existência.
Conforme o Relatório Anual 1998 da ABIQUIM, neste ano foi realizado o 2°
Congresso de Atuação Responsável, reunindo mais de 300 participantes, entre
convidados do país e do exterior, representantes de Organizações Nãogovernamentais, da imprensa e da indústria química.
Neste Congresso foram
apresentados os indicadores de desempenho para a análise do processo de
implantação dos quatro códigos iniciais do programa. Neste evento foi realizada uma
sessão de debates com a participação de representantes do Ministério do Meio
Ambiente, de ONGs e da imprensa sobre a atuação da indústria química nas áreas
ambiental e de segurança, promovendo reflexões sobre a imagem da indústria
química e do Programa AR junto à sociedade.
Em 1999 foi realizado o 3° Congresso Anual do Atuação Responsável, com a
participação de mais de 300 pessoas e cujo tema foi "Globalmente Responsável".
Paralelamente às atividades do evento, foi realizada a reunião anual do Grupo de
Lideranças Internacionais do Programa RC, do ICCA, que reuniu os coordenadores
do programa de 30 países.
O 4°o. Congresso do Atuação Responsável ocorreu no ano 2000, contando com a
participação de 300 pessoas e com a apresentação de 64 trabalhos. Durante o evento
foi realizado um workshop
intitulado "Como melhorar a implantação do Atuação
Responsável nas empresas". As conclusões deste workshop foram publicadas no
informativo ABIQUIM Newsletter No. 124 e serviram de base para a elaboração de
algumas partes do questionário enviado aos coordenadores do programa RC em
outros países. (Anexos 4 e 5).
59
Atualmente a ABIQUIM está organizando seminários regionais: nos dias 10 e 11 de
maio deste ano foi realizado o "1° Seminário Norte-Nordeste do Atuação Responsável
- Compromisso Total", em Recife - PE. O seu público-alvo foram os associados da
ABIQUIM, as indústrias químicas de modo geral, representantes governamentais,
ambientalistas, Organizações Não-governamentais, empresas com envolvimento
direto com processamento, distribuição, transporte, estocagem, tratamento e
disposição de produtos químicos e estudantes de química.
Em agosto deste ano, realizou-se o 5° Congresso de Atuação Responsável, o qual
contou com a participação de mais de 300 pessoas em cada um dos três dias do
evento.
No evento foram apresentados os resultados da terceira fase da pesquisa de opinião
pública sobre a indústria química no Brasil (abordando o público externo), bem como
os resultados de desempenho alcançados pelas empresas, os quais estão
comentados nas seções específicas (2.5.2.6 e 2.5.2.12, respectivamente).
Neste ano, o evento teve um novo formato, com a realização de três workshops, nos
quais foram abordados os seguintes temas: o aprimoramento do diálogo com as
partes interessadas, a revisão dos princípios diretivos do programa e o
aperfeiçoamento dos indicadores de desempenho da indústria química (as sugestões
sobre estes últimos dois temas já foram apresentadas nas seções 2.5.2.1 e 2.5.2.6,
respectivamente). Nestes workshops tornou-se possível também uma maior
aproximação entre os representantes das empresas e entre estes e os representantes
da ABIQUIM. Desta forma, foi fomentada a troca de experiências e aprimorado o
contato das empresas com a ABIQUIM.
O workshop sobre "Como aprimorar o diálogo com as partes interessadas e a
imagem da Indústria Química" gerou
diversas sugestões, das quais podem ser
destacadas:
-
a realização de pesquisas periódicas pelas empresas para avaliar a sua imagem
entre os seus próprios funcionários e na comunidade local e pela ABIQUIM para
avaliar a sua imagem e a do AR junto à sociedade;
60
-
a maior transparência de aspectos relacionados à saúde, à segurança e ao meio
ambiente para os seus funcionários, divulgando os conceitos do AR e os
resultados já obtidos pela sua implementação; e
-
a identificação dos formadores de opinião na comunidade local, para que, através
deles, seja obtido um amadurecimento no relacionamento com as ONGs, as
autoridades e as demais partes interessadas locais.
Com relação à ação da ABIQUIM, este workshop sugeriu a divulgação do AR na
mídia, a divulgação de relatórios sobre acidentes ocorridos na indústria química, o
incremento de parcerias com as universidades e a realização de coletiva anual para a
imprensa, entre outras medidas.
O documento "Conclusões dos Workshops", divulgado internamente na ABIQUIM nas
Comissões Temáticas, informou que o formato adotado no 5° Congresso, composto
de plenária, workshops e seminários específicos sobre os códigos do AR, repercutiu
positivamente entre os associados e, principalmente, entre as partes interessadas
participantes do evento (representantes do Ministério Público, da Secretaria Estadual
do Meio Ambiente, da Defesa Civil, advogados, professores e representantes de
comunidades vizinhas de indústrias químicas).
Uma análise crítica dos Congressos de Atuação Responsável indica, realmente, que
houve um avanço na sua concepção e na participação das empresas associadas.
Este tipo de evento tem atendido a necessidade do setor de trocar informações e
experiências na implementação dos códigos do AR e de atualizar-se em relação às
tendências do programa e dos movimentos nacionais e internacionais que mobilizam
a indústria química.
Entretanto, é notória a necessidade da realização de eventos específicos voltados
para as partes interessadas, uma vez que o público-alvo dos Congressos de Atuação
Responsável é composto, basicamente, pelas empresas associadas e pelas
empresas parceiras do programa. Esta aproximação com as partes interessadas é
fundamental para que a indústria química possa divulgar as suas atividades e
iniciativas, bem como ter avaliações críticas sobre as mesmas. O formato destas
iniciativas merece uma discussão pelo segmento, podendo ser apontadas diversas
alternativas, além da realização de Congressos no formato atual, mas voltado
61
especificamente para as partes interessadas, tais como: participação constante da
ABIQUIM em eventos (congressos, simpósios, feiras, etc.) promovidos por outros
segmentos industriais; instalação de stands sobre o AR em shopping centers,
estações de metrô e de ônibus, exposições artísticas, etc. e a realização de eventos
promovidos pelas empresas nas comunidades locais para divulgação do AR.
2.5.2.9 - O programa PRÓ -QUÍMICA
Uma das iniciativas da ABIQUIM reconhecidamente de maior sucesso é o PRÓ QUÍMICA. Em funcionamento desde 1989, o PRÓ -QUÍMICA é um sistema de
comunicação com o objetivo de fornecer informações sobre os produtos químicos nos
casos de emergências, além de estabelecer contato com o fabricante, transportador e
entidades públicas e privadas. Este sistema dispõe de uma Central de Informações
que opera ininterruptamente e que recebe chamadas pelo telefone 0800 118270.
O PRÓ -QUÍMICA é reconhecido nacionalmente, sendo, inclusive, referenciado em
normas da ABNT sobre transporte de produtos perigosos como fonte de informações
em caso de emergência .
Uma das ferramentas de trabalho do PRÓ -QUÍMICA é o "Manual para atendimento
de Emergências com produtos perigosos", editado pela ABIQUIM e que é
amplamente utilizado pelas empresas e pela fiscalização, por reunir informações
sobre os produtos químicos classificados pela ONU como perigosos para o transporte
e reconhecidos em território nacional, bem como as informações básicas para os
respectivos atendimentos de emergência. Segundo o Relatório Anual 1999 da
ABIQUIM, a média mensal do PRÓ -QUÍMICA é de 100 atendimentos.
Recentemente foi realizada uma auditoria no PRÓ -QUÍMICA para avaliar as suas
atividades. Percebe-se que uma iniciativa deste tipo pode dar resultados muito mais
significativos no levantamento estatístico de acidentes, no treinamento de autoridades
de fiscalização e, principalmente, no processo de informação sobre características e
riscos de produtos químicos. Num novo cenário que se anuncia, no qual a informação
passa a ser a grande aliada da atividade química, programas deste tipo podem ser
muito importantes. Desta forma, verifica-se que o programa precisa ser modernizado
e uma redefinição do escopo de suas atividades parece ser necessária. Por isso,
pretende-se, ao longo do ano 2002, rediscutir esta iniciativa nas Comissões
62
Temáticas de Transporte e de Atendimento a Emergências. A comparação deste
programa com iniciativas do RC de outros países também pode ser bastante útil neste
processo de reconfiguração do PRÓ -QUÍMICA.
2.5.2.10 - A avaliaç ão ambiental da indústria química
brasileira
A ABIQUIM já realizou três pesquisas sobre a "Avaliação Ambiental da Indústria
Química", referentes aos anos de 1996, 1997 e 1999. Nestas publicações, baseadas
nas respostas dadas pelas empresas associadas e parceiras da ABIQUIM a um
questionário elaborado pela Comissão Temática de Meio Ambiente, procura-se obter
dados ambientais da indústria química, enfocando aspectos relacionados ao
gerenciamento, investimentos e custos, resíduos sólidos, efluentes líquidos, emissões
gasosas, diálogo com a comunidade e capacitação.
A análise desta publicação dos anos de 1997 e 1999 nos permite fazer alguns
comentários sobre esta iniciativa da ABIQUIM:
-
Ambas as publicações apresentam estrutura muito semelhantes, praticamente
com os mesmos tópicos. A publicação mais recente apresenta um texto bilingüe
(português e inglês).
-
Apesar da pesquisa ter sido feita com base nas mesmas perguntas, a publicação
de 1999 não fez qualquer referência à publicação anterior com relação à evolução
do desempenho. Perdeu-se, portanto, a oportunidade de se fazer a comparação
dos resultados informados pelas empresas nos dois anos.
Iniciativas deste tipo podem ser consideradas de grande significado para a pesquisa e
a divulgação de resultados de desempenho obtidos pela indústria química, e também,
pelo programa AR entre as empresas associadas e para o público em geral. A ação
concatenada desta Comissão Temática de Meio Ambiente, com as demais comissões
relacionadas aos outros cinco códigos do Programa, poderia resultar em uma
pesquisa única, anual, abordando aspectos relacionados com os indicadores de cada
código.
63
Outro benefício da realização de pesquisas deste tipo é a motivação proporcionada
às empresas, através do envio dos questionários correspondentes, de obter dados
importantes para a gestão de saúde, segurança e meio ambiente da empresa e de
refletir sobre eles. Após a compilação dos dados e da publicação do documento final
pela ABIQUIM, as empresas podem ainda verificar como elas estão em relação às
demais.
2.5.2.11 - Tendências do Atuaç ão Responsável
A análise de publicações diversas da ABIQUIM, a participação nos Congressos de
Atuação Responsável e o convívio com os assessores da ABIQUIM e com
representantes das empresas associadas, permitiram a enumeração de algumas
tendências que podem ser observadas no programa brasileiro.
Uma tendência do programa mundial que é verificada no AR é a obrigatoriedade de
adesão ao programa pelas empresas associadas da ABIQUIM. Desde 1999, todas as
empresas associadas tem de, obrigatoriamente, aderir ao AR, bem como atender aos
seus princípios, diretrizes, práticas gerenciais e metas. Esta adesão é formalizada
através da assinatura do "Termo de Compromisso", introduzido pela entidade em
1997.
Conforme relatado no "Relatório Anual 2000" da ABIQUIM, observa-se, atualmente,
uma tendência nacional e internacional de priorização dos aspectos relacionados ao
gerenciamento de produtos nos sistemas de gestão da indústria química. Observa-se,
então, uma mudança de foco na atuação destes sistemas, pois há alguns anos, a
principal preocupação restringia-se às fábricas e aos aspectos de proteção ambiental,
segurança das instalações e dos trabalhadores.
Uma das razões para esta maior preocupação com os aspectos relacionados ao uso
de produtos químicos reside no desenvolvimento, pela sociedade, de debates e ações
relacionadas ao capítulo 19 da Agenda 21, aprovada pela Conferência Internacional
sobre Meio Ambiente realizada em 1992, no Rio de Janeiro.
Outra ação que reforça a importância atual deste tema foi a elaboração pelo Comitê
Brasileiro de Química - CB-10, da ABNT, da norma técnica brasileira NBR 14725
para elaboração da chamada FISPQ (versão brasileira da norma ISO que trata da
64
elaboração da MSDS). Durante o ano 2001, o mesmo comitê está desenvolvendo
trabalhos para elaboração de normas sobre a classificação e a rotulagem de produtos
químicos.
Outra tendência observada na ABIQUIM, fruto do amadurecimento da entidade, é a
ênfase na participação de representantes das Comissões Temáticas em fóruns de
discussão de normas e de legislações de interesse do segmento químico. Observa-se
que a ABIQUIM e as empresas associadas estão se esforçando para participarem
ativamente da elaboração destes instrumentos legais, a fim de que possam influenciar
na sua concepção, apresentando os pontos de vista e os argumentos do setor. Outro
fato que confirma esta tendência foi a criação, em março do ano 2000, da Comissão
de Assuntos Legislativos (ABIQUIM Newsletter N. 119),
que tem por objetivos:
fornecer dados e análises aos parlamentares envolvidos na aprovação de projetos de
lei nos âmbitos federal, estadual e municipal.
A reestruturação do AR poderá ocorrer, sob o pretexto da comemoração dos 10 anos
do programa brasileiro, em 2002. Neste sentido, pretende-se explicitar no programa
conceitos
atuais,
tais
como
o
de
Desenvolvimento
Sustentável
e
da
Responsabilidade Social Corporativa, além de promover-se a revisão dos 12
princípios diretivos e dos manuais de implantação dos códigos. Estes temas foram
discutidos no 5° Congresso de Atuação Responsável.
Outra tendência que pode ser apontada é a maior divulgação do AR e de seus
resultados na mídia, em função da pesquisa de opinião pública sobre a imagem da
indústria química, promovida pela ABIQUIM e que confirmou o desconhecimento do
grande público em relação a estes pontos.
A ABIQUIM divulgou também, no seu último congresso, o cronograma de
implementação da avaliação externa do AR nas empresas, envolvendo, inclusive,
representantes das partes interessadas no grupo avaliador.
2.5.2.12 - Pesquisa sobre a Imagem da Indústria Química
brasileira
Apesar do Programa AR dizer-se voltado para a opinião pública e para sua percepção
com relação às atividades da indústria química, pouco tem sido realizado pela
65
ABIQUIM no sentido de obter informações sobre a sua imagem, que podem ser
extremamente úteis ao direcionamento das suas atividades e do programa.
No segundo semestre do ano 2000, a ABIQUIM iniciou a realização de um estudo
sobre a imagem da indústria química. Para tanto, foi contratada a empresa "Indicator
Opinião Pública". Segundo correio eletrônico enviado por esta empresa na ocasião,
este estudo constituía uma das prioridades do Conselho Diretor da ABIQUIM e os
seus resultados serviriam para subsidiar a atuação da entidade durante os
pró ximos anos. A pesquisa pretendia investigar a percepção da Indústria Química
por diversos públicos: a população, os formadores de opinião, o meio acadêmico e os
associados da entidade.
Esta primeira fase do estudo, ocorrida no final do ano 2000, foi direcionada para o
público interno, ou seja, profissionais das empresas associadas participantes das
Comissões ou representantes das empresas junto à ABIQUIM. Esta fase dividiu-se
em duas partes:
-
Uma parte considerada qualitativa, na qual foi utilizada a técnica de discussões
em grupo. Foram formados três grupos nas cidades de São Paulo, Camaçari
(Bahia) e Triunfo (Rio Grande do Sul), que debateram, entre outros temas, a
imagem da indústria química, o diálogo com a sociedade e as expectativas em
relação à ABIQUIM.
-
Uma parte considerada quantitativa, na qual foram distribuídos cerca de 700
questionários, por meio de correio eletrônico. O índice de respostas foi de 20%.
No correio eletrônico de convocação para a pesquisa, a empresa responsável
pela sua realização assegurava sigilo absoluto sobre as informações prestadas,
conforme o "Código Internacional de É tica de Pesquisa". A pesquisa foi enviada
anexada ao correio eletrônico de convocação e consistia de um arquivo eletrônico
em Word for Windows. A íntegra do questionário pode ser vista no anexo 6. Cabe
notar os seguintes comentários sobre o conteúdo e a forma da pesquisa:
-
A pesquisa foi constituída de 18 questões, sendo, 11 de objetivas (múltipla
escolha) e 7 dissertativas. No final da pesquisa, foram feitas quatro perguntas
(duas delas dissertativas), sobre a empresa e o cargo do entrevistado.
66
-
O número de questões discursivas pode ser considerado elevado, pelo fato de
elas também poderem ter sido formuladas na forma objetiva (múltipla
escolha). Se por um lado, as questões discursivas permitiram uma maior
abrangência de respostas (não limitadas pelas opções dadas
entrevistador),
por
outro,
a
compilação
das
respostas
pelo
tornou-se
necessariamente mais difícil e subjetiva.
A ABIQUIM divulgou os resultados obtidos com esta pesquisa, entre os associados,
em março do ano 2001. Os pontos mais importantes concluídos pela empresa
responsável pela pesquisa foram os seguintes:
Fase Qualitativa:
-
O grupo reconheceu que a imagem negativa da indústria química perante a
sociedade ainda é fruto da falta de informação sobre as suas atividades, os
programas de gestão implementados e o AR.
-
O grupo considerou que esta mudança de imagem a curto prazo não poderá ser
efetiva, se for objetivada de modo global: para todo o ramo químico. Esta
conclusão foi decorrente do reconhecimento, por parte do grupo, de que há uma
defasagem entre as indústrias químicas do ponto de vista de gestão de saúde,
segurança e meio ambiente.
-
O grupo reconheceu na ABIQUIM, por sua representatividade, a protagonista no
processo de reversão desta imagem. Para tanto, recomendou que fosse buscado,
de forma mais agressiva, o aumento no número de empresas associadas e
implementadoras do AR, que foi considerado um ponto importante para a
melhoria da imagem da indústria química.
Fase Quantitativa:
A análise quantitativa das respostas aos questionários forneceu as seguintes
informações:
-
79% dos entrevistados consideraram que a imagem da indústria química é
negativa;
67
-
as menções espontâneas para as razões desta imagem negativa referiram-se,
principalmente, aos problemas de comunicação e à ocorrência de acidentes e de
poluição nas indústrias químicas;
-
57% dos entrevistados consideraram que a indústria química é segura; este
percentual aumentou para 95%, quando se referiram à sua própria empresa;
-
81% dos entrevistados reconheceram que a indústria química agride o meio
ambiente; este percentual reduziu-se a 26% quando se referiram à sua própria
empresa;
-
as principais fraquezas da indústria química foram consideradas: a comunicação
(30%) e a imagem associada a acidentes e a problemas ambientais (18%);
-
79% dos entrevistados afirmaram que a realização de uma campanha de melhoria
da imagem da indústria química melhoraria o seu negócio;
-
quando indagados sobre o conhecimento e o comprometimento com relação ao
programa AR, o resultado foi interessante: apenas o grupo restante dos
funcionários apresentou nível de comprometimento (32%) superior ao nível de
conhecimento do programa (22%); os grupos alta direção e média gerência
apresentaram, entretanto, níveis mais elevados de comprometimento (65% e
55%, respectivamente) e de conhecimento (70% e 59%, respectivamente);
-
os principais entraves à implantação do programa foram os seguintes: falta de
comprometimento da diretoria (41%), alta complexidade dos códigos (20%),
estrutura inadequada da empresa (15%) e custos para implementação (12%).
Analisando-se os resultados qualitativos e quantitativos desta pesquisa, podem ser
salientados os seguintes pontos:
-
A pesquisa foi realizada exclusivamente com o público interno de empresas
engajadas no processo de implantação do AR. Ainda assim, percebeu-se forte
preocupação dos entrevistados com relação à imagem negativa da indústria
68
química, com a falta de comunicação com as partes interessadas e com o nível de
conhecimento e de comprometimento com o programa por parte dos envolvidos.
-
Com relação ao programa AR, reconheceu-se a complexidade de sua estrutura
atual e, paradoxalmente ao que se propõe, a sua pequena visibilidade junto à
sociedade e às partes interessadas.
-
Verificou-se também a percepção do grupo para o fato de que o grau de
dificuldade para a mudança da imagem do setor químico como um todo é muito
elevado, em função das disparidades com relação aos sistemas de gestão
implementados. Observou-se, portanto, um sentimento de exclusão em relação às
indústrias químicas que estão alheias ao programa AR: esta postura pode ser
considerada, no mínimo, oposta à proposta pelo programa, a qual promove
predominantemente a inclusão. Inclusive, não parece ser fácil à opinião pública
segregar as indústrias químicas que implantam o AR das demais. Desta forma,
esforços neste sentido tendem a enfraquecer o setor e a confundir a opinião
pública. O único caminho que se mostra passa pela tentativa, por parte da
ABIQUIM, de aumentar a adesão das empresas ao programa.
-
Percebeu-se também uma certa frustração com relação ao papel da ABIQUIM e
ao seu desempenho no processo de melhoria da imagem do setor.
No Informativo Newsletter da ABIQUIM, de março do ano 2001, foi publicado que o
Plano Estratégico da ABIQUIM estava sendo revisto, tomando por base pesquisas
realizadas junto às empresas associadas. Nesta revisão, estavam previstas
atualização da missão, dos objetivos e das prioridades da Associação.
No 5° Congresso de Atuação Responsável foram divulgados os resultados da 2a.
fase da pesquisa de opinião, direcionada para o público externo.
O público-alvo desta pesquisa foi composto por 804 pessoas da faixa etária de 18 a
65 anos da região metropolitana das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto
Alegre e Salvador (500 pessoas), bem como moradores de cidades de médio porte,
nas quais observa-se a presença de indústrias químicas (São José dos Campos e
Jacareí) (304 pessas). Foram entrevistados também 96 representantes de segmentos
69
formadores de opinião, tais como jornalistas, participantes de ONGs, professores e
alunos universitários e autoridades governamentais.
Pela pesquisa verificou-se que, para o público em geral, a indústria química está
associada a produtos de limpeza e ao petróleo e seus derivados.
No caso dos
formadores de opinião, observou-se a identificação predominante da indústria química
com as categorias de venenos, pesticidas, solventes, tintas, plásticos, fertilizantes e
papel, além dos medicamentos e dos produtos hospitalares.
Este resultado permite uma algumas considerações importantes:
-
Para o público em geral, a indústria química se confunde com a do petróleo. Este
resultado é inquietante, pois o segmento de petróleo, alvo de grandes
preocupações nos últimos tempos em função dos acidentes da Petrobrás, não é
coberto pelo AR, uma vez que as indústrias deste segmento não podem ser
associadas da ABIQUIM e, por conseguinte, participar do programa.
-
Para os formadores de opinião, o resultado não foi menos traumático, uma vez
que o segmento mais problemático (que inclui os pesticidas, os venenos e os
fertilizantes), apresentou-se como o de maior identificação.
Para o público em geral, a indústria química apresentou relação com elementos
bastante negativos, tais como o perigo, o veneno, a toxicidade e a poluição. A
situação mostrou-se semelhante em relação à média dos resultados obtidos com os
formadores de opinião. Apenas o Governo e os professores apresentaram
identificação predominante com outros elementos, de caráter positivo: a alta
tecnologia e a produção, respectivamente.
Este resultado aparentemente confirma que o discurso adotado pela indústria química
e pela ABIQUIM é predominantemente técnico, distante do grande público e
direcionado para o meio industrial, de tal forma que apenas o Governo e a
Universidade, interlocutores constantes do segmento químico, conseguiram ter uma
visão diferente da predominante, que é bastante negativa.
A percepção do público em geral, entretanto, em relação aos produtos químicos
usados
cotidianamente
mostrou-se
muito
positiva:
77%
dos
entrevistados
70
consideraram que eles melhoraram a sua vida, enquanto que apenas 23%
consideraram o oposto ou mostraram-se indiferentes. O interessante é que 71% dos
que responderam que os produtos químicos melhoraram a sua vida atribuíram este
fato aos produtos de limpeza. Os motivos mais freqüentes entre os que afirmaram
que os produtos químicos pioraram a sua vida foram relacionados com prejuízos à
saúde e com a poluição.
Para o público em geral, a qualidade dos produtos foi a característica mais marcante
de uma empresa ideal. Para os formadores de opinião, entretanto, a questão
ambiental foi o item de maior relevância tanto na média quanto para cada grupo
isoladamente.
Com relação às características indesejáveis, para o público em geral, a falta de
qualidade e a questão ambiental apareceram praticamente empatadas, com cerca de
50% das respostas dos entrevistados. Entre os formadores de opinião, na média, a
questão ambiental foi o item mais lembrado, entretanto, não se observou uma
predominânica unânime: para as ONGs e os professores, a imagem da empresa e a
qualidade dos produtos foram apontados como os mais importantes, respectivamente.
Estes resultados, obtidos em relação à imagem do produto químico e da indústria
química, proporcionam algumas reflexões relevantes:
-
Observou-se que a visão do grande público em relação aos produtos químicos é
bastante limitada, ou seja, a imagem formada para eles decorre, em grande parte,
dos produtos de limpeza, que não podem ser considerados os melhores exemplos
de produtos químicos, por não estarem associados à alta tecnologia de produção
e por não serem os produtos mais importantes do segmento. Este fato indica que
uma campanha na mídia para melhor divulgação dos produtos químicos pode
ajudar a melhorar a imagem do setor.
-
A questão ambiental assume realmente uma dimensão muito importante para os
entrevistados, uma vez que é fortemente mencionada tanto pelos que associaram
os produtos químicos a uma deterioração da sua qualidade de vida, bem como a
uma característica importante para uma empresa. Este resultado indica que a
imagem ambiental do setor precisa ser bem trabalhada, pois é de grande apelo
junto às partes interessadas, principalmente para os formadores de opinião.
71
O grau de conhecimento da indústria química pelo público em geral mostrou-se
bastante reduzido: 67% dos entrevistados informaram dispor de pouca ou nenhuma
informação sobre a indústria química. Este resultado reforça o problema relacionado
com a linguagem e os veículos de comunicação adotados pela indústria química.
A maior parte dos entrevistados (60%) mostrou-se favorável à indústria química. Este
resultado, entretanto, aparentemente positivo, pode ser considerado bastante
preocupante, pois a indústria química só apresentou resultado mais positivo do que
os obtidos pelo Governo Federal e pela indústria de cigarros.
Entre os formadores de opinião, o grau de familiaridade com a indústria química
apresentou desempenho um pouco mais positivo do que para o público em geral. No
entanto, o baixo grau de favorabilidade observado também pode ser considerado
preocupante: para todos eles, com exceção dos professores, o grau de favorabilidade
obtido pela indústria química foi inferior ao grau de favorabilidade médio, entre todas
as atividades pesquisadas.
Os gráficos 20, 21, 22, 23 e 24, do anexo 11, apresentam claramente a relação entre
a familiaridade e a favorabilidade da indústria química, comparada com diversas
outras atividades, para o público em geral, os jornalistas, o Governo, as ONGs e o
meio universitário (professores e alunos).
As duas principais fraquezas da indústria química, apontadas pelo público em geral e
por todos os grupos formadores de opinião, foram as seguintes: a poluição ambiental,
de longe a questão mais lembrada, e a falta de qualidade e de informações sobre os
produtos químicos. Pela pesquisa, 95 % do público em geral consideraram que a
indústria química agride o meio ambiente. É interessante notar que 100% das ONGs
também assumiram esta posição.
Este resultado confirma a importância da questão ambiental para a imagem do setor,
já mencionada anteriormente.
Com relação à Segurança, a imagem identificada também não foi das melhores: 76%
dos entrevistados em geral, consideraram que a indústria química é insegura.
72
Ao analisar a percepção dos entrevistados a respeito da indústria química, com
relação aos critérios econômicos, de responsabilidade social, de segurança e os
ambientais, destacaram-se as seguintes impressões:
-
de que a indústria química contribui para o desenvolvimento econômico do país;
-
de que realiza um bom trabalho treinando a comunidade no caso de acidentes;
-
de que é muito fechada e hermética, não divulgando os acidentes ocorridos nas
empresas; e
-
de que está empenhada desenvolvendo técnicas para resolver problemas
ambientais.
Cabe ressaltar, com relação a este resultado, que apesar dos esforços do AR, a
indústria química continua sendo considerada fechada e hermética para a público
entrevistado, que se mostra preocupado com as condições de segurança. E cerca de
40% dos entrevistados são oriundos de cidades influenciadas pela presença de
indústrias químicas.
A pesquisa segmentou os formadores de opinião em quatro grupos, segundo a forma
como viam a indústria química e suas atividades:
-
39% dos entrevistados (o maior grupo) foram considerados influenciáveis, por não
terem uma posição firmada sobre a indústria química.
-
12% apresentaram uma visão demasiadamente crítica da indústria química. Este
segmento foi formado basicamente por jovens (60 % de 18 a 34 anos);
-
24% foram considerados favoráveis com restrições, reconhecendo a contribuição
da indústria química para a sociedade; apresentaram entretanto algumas
restrições quanto à credibilidade, às responsabilidades relativas ao meio ambiente
e à agilidade e à seriedade no caso de acidentes;
-
24% reconheceram a contribuição da indústria química para a sociedade
(aspectos econômicos e benefícios no dia-a-dia) e tiveram uma percepção
73
positiva sobre diversos outros aspectos ("que o setor é sério e íntegro e trabalha
duro para solucionar problemas relativos ao meio ambiente"). Este segmento foi
considerado, pela empresa responsável pela pesquisa, como o público-alvo de
campanhas publicitárias da ABIQUIM, para reforçar a sua imagem e para que
tenha condições de influenciar elementos dos outros grupos em favor da indústria
química.
A conclusão da pesquisa demonstrou que, de maneira geral, o grupo pesquisado
revelou uma percepção positiva sobre produtos químicos e de que estes têm
evoluído. A indústria química, no entanto, continua sendo mal vista, em função da
imagem da fábrica e dos problemas que o processo de produção pode ocasionar.
De tudo o que foi mencionado nesta sub-seção, o ponto principal que se mostra é a
iniciativa da ABIQUIM de realizar as pesquisas de opinião pública. Esta ferramenta
pode ser considerada fundamental para, entre outras coisas, medir a imagem da
indústria química e do AR e para direcionar ações da ABIQUIM para melhoria da
imagem do setor. Vale ressaltar que esta iniciativa ainda não é bastante difundida
entre as associações de indústria química nos países do RC, como pode ser
verificado no capítulo 4 desta dissertação.
74
CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA DA PESQUISA
3.1 - Considerações preliminares
Este capítulo tem por objetivo apresentar e detalhar a metodologia de pesquisa
utilizada neste estudo. Para tanto, são apresentados os itens pesquisados perante o
ICCA, o CEFIC e junto aos 45 países implementadores do RC ao redor do mundo e
espalhados pelos cinco continentes. Em seguida, são feitos alguns comentários com
relação à população e à amostra da pesquisa, bem como à forma utilizada para a
realização da coleta de dados. Por fim, descreve-se a análise dos dados e as
limitações inerentes ao estudo realizado.
3.2 - Definição dos itens a serem pesquisados
O desenvolvimento deste estudo foi guiado pelas seguintes indagações:
1. Quais foram os principais motivos para a decisão de implantar o programa
RC?
2. Quais são as principais características do programa?
3. Quais são os principais fatores limitantes e as possíveis oportunidades de
melhoria para a implementação do programa?
4. Como medir o desempenho do programa?
5. Quais foram os resultados já obtidos, em relação à imagem da indústria
química?
3.3 - Determinação da População e da Amostra
Para serem alcançados os objetivos deste estudo, ou seja, avaliar a implementação
do RC e os resultados obtidos, poder-se-ia partir de diferentes perspectivas, ao se
estabelecer a sua população-alvo. O programa poderia ser avaliado a partir das
versões implementadas nos países ou nas empresas. Para tanto, poderiam ser
analisadas as versões nacionais ou empresariais do mesmo.
A análise das três publicações denominadas Responsible Care Annual Report (1996,
1998 e 2000) revelou, entretanto, que a influência da Associação da indústria química
nacional é mais efetiva do que a influência corporativa das empresas. As iniciativas
75
das empresas, com relação à implementação do RC, seguem normalmente as
configurações estabelecidas pelas Associações nacionais de cada país. Com isso,
uma mesma empresa apresenta conformações diferentes do mesmo programa por
apresentarem unidades localizadas em países diferentes.
Por este motivo, determinou-se que a população pesquisada seria composta pelas 45
versões dos programas existentes nos diversos países, distribuídos pelos cinco
continentes da seguinte forma:
- América do Norte: Canadá, Estados Unidos e México.
- América do Sul: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai.
- Europa: Á ustria, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França,
Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido,
República Tcheca, República Eslovaca, Suécia, Suíça e Turquia.
- Á frica: Á frica do Sul e Marrocos. (Apesar de constar dados sobre o RC no
Zimbabwe, no Responsible Care Status Report - 1998, revelando-se trata, na ocasião,
de um programa ainda iniciante, a mesma publicação do ano 2000 não apresentou
qualquer informação sobre o programa neste país. Foram tentados contatos com o
representante citado pelo relatório do ICCA de 1998; obteve-se a informação de que a
implementação do programa havia sido interrompida neste país, através de fax
recebido do Sr. J. L. Davies, da empresa Genkem.)
- Á sia: Cingapura, Coréia do Sul, Filipinas, Hong Kong, Índia, Indonésia, Japão,
Malásia, Tailândia e Taiwan.
- Oceania: Austrália e Nova Zelândia.
A partir desta população, procurou-se, então, obter a amostra mais significativa
possível, dentro deste universo de 45 países, que representasse diferentes condições
de implementação, dos pontos de vista do país e do programa.
76
Tentou-se estabelecer contato, então, com as associações de indústria química dos
45 países, bem como com o ICCA, organismo responsável pela coordenação do
programa no âmbito mundial.
3.4 - Coleta de Dados
3.4.1 - Seleção da Amostra
As pessoas de contato em cada uma das diversas associações da indústria química,
bem como no ICCA, foram identificadas na publicação Responsible Care Status
Report 2000, publicada pelo ICCA. Em alguns casos, a informação encontrava-se
desatualizada e tornou-se necessário identificar o atual coordenador do programa de
certos países.
Em função da impossibilidade de entrevistar pessoalmente o representante da
associação de cada país, decidiu-se pelo envio de um questionário, utilizando-se da
Internet para esta finalidade.
3.4.2 - Elaboração do instrumento de coleta
A elaboração deste questionário foi norteada pelos dois principais objetivos deste
estudo, a saber:
-
avaliar a forma de implementação do Programa RC nos diversos países e os
resultados obtidos até o momento; e
-
atentar para aspectos e iniciativas destes programas que possam ser
consideradas relevantes para o aprimoramento do Programa AR no Brasil.
Com este intuito foram elaborados dois questionários, que apresentaram perguntas
abertas e fechadas:
-
o primeiro (anexo 4), destinado aos coordenadores do programa nos 45 países e
que foi acompanhado de carta de apresentação indicando os objetivos da
pesquisa (anexo 2); e
77
-
o segundo (anexo 5), para ser respondido por representante do ICCA e
acompanhado de outra carta de apresentação (anexo 3).
O questionário para os coordenadores dos programas foi dividido em sete partes:
-
a primeira parte referiu-se aos dados relacionados com a Associação responsável
pela implementação do programa no país, bem como de seu coordenador;
-
na segunda parte, foram pesquisados dados referentes à indústria química do
país;
-
a terceira parte indagou sobre algumas razões para a implementação do
programa;
-
a quarta parte destinou-se à averiguação das características do programa, sob a
ótica do programa brasileiro, ou seja, a partir de algumas características ou
necessidades do Programa AR e da ABIQUIM;
-
os fatores limitantes à implementação do programa foram abordados na quinta
parte;
-
na sexta parte, foram solicitadas opiniões sobre as oportunidades de melhorias no
processo de implementação do programa; e
-
na sétima parte tentou-se obter informações sobre o desempenho do programa.
Os itens pesquisados na quinta e sexta partes do questionário foram apontados pelos
participantes do 4° Congresso do Atuação Responsável realizado no ano 2000 e
publicados no informativo ABIQUIM Newsletter N° 124.
Os itens abordados na pesquisa destinada ao ICCA são idênticos aos do questionário
anterior, com exceção da terceira parte, que foi suprimida. O conteúdo de cada uma
das partes também sofreu alterações, em função dos objetivos diferenciados desta
pesquisa.
78
3.4.3 - Pré-teste do instrumento de coleta de dados
Foi realizado um pré-teste do questionário com dois representantes da ABIQUIM: o
coordenador Marcelo Kós Campos e a assessora técnica Mirtes Suda.
O objetivo deste pré-teste foi avaliar a clareza das perguntas e estimar o tempo gasto
pelos entrevistados para responder ao questionário. Durante toda a elaboração das
perguntas, houve uma preocupação significativa com a objetividade do texto, pois não
se desejava que a sua forma de apresentação pudesse constituir-se num obstáculo
aos respondentes.
Após o pré-teste, foram feitas pequenas modificações na estrutura das perguntas,
para facilitar o seu entendimento e agilizar o ato da resposta.
3.4.4 - Método de Coleta de Dados
A coleta de dados se deu através do envio, por correio eletrônico, de mensagens
(Anexos 2 e 3) aos coordenadores do programa nos diferentes países e no ICCA,
nas quais informava-se o endereço eletrônico de uma home page, onde o
entrevistado poderia encontrar o questionário correspondente com as perguntas
sobre o programa (Anexos 4 e 5). Foi elaborada uma home page para cada país e
outra para o ICCA.
Tomando-se por base as informações disponíveis sobre o programa na Internet ou
nas publicações pesquisadas (inclusive as três edições do Responsible Care Status
Report) , os questionários enviados podiam apresentar algumas questões
respondidas.
O entrevistado pôde alterar as respostas já incluídas, bem como deixar perguntas
sem resposta.
A estratégia de enviar os questionários semi-preenchidos, com sugestões de
respostas advindas de pesquisa na home-page das Associações e em publicações
específicas, objetivava provocar um certo comprometimento do respondente, pois
indicava que já haviam sido tentadas algumas vias de comunicação e que a
informação disponível não havia sido suficiente para responder a todas as questões.
79
Esta medida pode ter contribuído para a facilitação do preenchimento do questionário,
repercutindo no elevado número de respostas obtidas (80%).
De posse dos nomes e endereços dos correios eletrônicos dos coordenadores do
programa nos diversos países e do ICCA, o questionário de cada país foi
disponibilizado ao seu representante. Os endereços dos correios eletrônicos de
alguns países encontravam-se desatualizados na publicação Responsible Care
Status Report 2000 e a mensagem foi reenviada por fax.
Cerca de trinta dias após a disponibilização dos questionários, as cartas foram
enviadas novamente para os países dos quais não foram obtidas respostas. Este
procedimento foi repetido, em intervalos irregulares de tempo, por até 4 vezes.
Durante este período, para aumentar o índice de respostas, foram feitos também
contatos telefônicos com os coordenadores do programa em diversos países. Nestes
telefonemas foram enfatizados os objetivos do estudo e a importância da participação
do maior número possível de países. Na maioria dos casos, o telefonema sensibilizou
o entrevistado e foram obtidas respostas para a pesquisa. Em alguns casos, porém,
os coordenadores alegaram falta de tempo na agenda ou viagens para justificar a
ausência de resposta. O coordenador do programa na Noruega preferiu responder o
questionário através de uma entrevista realizada por telefone.
A coleta de dados durou cerca de quatro meses, tendo sido iniciada no final do mês
de dezembro do ano 2000 e concluída em abril de 2001.
Todos os países que responderam a pesquisa receberam um e-mail de
agradecimento, no qual era informado que, oportunamente, ao final dos trabalhos,
seria enviado um resumo com os resultados obtidos. Representantes de diversos
países mostraram-se interessados em receber as conclusões do estudo, bem como
fizeram uma apreciação positiva sobre a forma como o questionário foi elaborado.
3.4.5 - Análise dos Dados
Decidiu-se analisar as informações obtidas, a partir das respostas dos questionários,
em termos absolutos, tendo em vista o reduzido tamanho da população. Desta forma,
80
a quantidade de respostas de cada alternativa de uma pergunta tem de ser
comparada com o número total de respostas para serem obtidos resultados relativos.
3.4.6 - Limitações do Estudo
A interpretação dos resultados e conclusões deste estudo exploratório precisa
considerar as limitações inerentes à sua metodologia de execução. Dentre estas
limitações mais relevantes, podem ser citadas:
1. Os resultados obtidos são fruto das impressões dos respondentes, estimulados
pela pesquisa, podendo não representar exatamente a dinâmica dos fatos.
2. Os resultados obtidos refletem o ponto de vista de apenas um ator do processo de
implementação do RC nos países: o coordenador do programa. O confronto
destas respostas com as obtidas dos responsáveis pela implementação do
programa nas empresas (grandes, médias e pequenas) dos respectivos países
poderia ter aumentado a fidedignidade destes resultados.
3. Os resultados obtidos refletem apenas o período da pesquisa e indicam
tendências que podem variar ao longo do tempo, tendo em vista a velocidade dos
processos e da divulgação de informações no mundo globalizado.
81
CAPÍTULO 4 - ANÁ LISE DOS RESULTADOS
4.1 - Considerações preliminares
O RC é um código de conduta que tenta regular, em grande parte, a ética do
segmento industrial químico mundial. O seu principal objetivo, perseguido ao longo
dos seus quase vinte anos de existência, é promover a imagem da indústria química
perante a sociedade.
A apresentação dos resultados desta pesquisa encontra-se dividida em sete partes:
I.
População e amostra.
II.
Dados relativos à indústria química.
III.
Motivos para a adesão ao RC.
IV.
Características do RC.
V.
Fatores limitantes à implementação do RC.
VI.
Oportunidades de melhoria na implementação do RC.
VII.
Avaliação do desempenho do RC.
VIII.
A resposta do ICCA.
As partes I e II referem-se às condições de contorno da realização do estudo,
enquanto as demais partes tem por objetivo responder às perguntas previstas no item
3.2 desta dissertação.
4.2 - Resultados
4.2.1
População e amostra
Conforme relatado anteriormente, a população escolhida para este estudo
exploratório constituiu-se de 46 elementos: os coordenadores do RC nos 45 países
onde está sendo implementado e o coordenador do ICCA, responsável pela
coordenação do programa mundial.
Ao todo, obtiveram-se respostas de 36 países (Tabelas 8 e 9) e do coordenador do
programa no ICCA e no CEFIC. Os resultados obtidos serão apresentados
82
separadamente: após a análise dos resultados das respostas dos países, serão
apresentadas e comentadas as respostas do ICCA e do CEFIC.
A apresentação analítica completa dos resultados, que possibilita a identificação das
impressões da Associação de cada país, pode ser observada no Anexo 8.
O percentual de respostas obtidas (80%) pode ser considerado, num primeiro
momento, elevado para pesquisas de opinião. Neste caso, entretanto, em função do
grau de envolvimento dos respondentes com o objeto da pesquisa, e tendo em vista
as características do RC, que enfatizam a atenção às partes interessadas e a
divulgação do programa, poder-se-ia esperar um nível ainda mais elevado de
respostas. Além disso, a pesquisa não foi endereçada a um e-mail genérico de cada
Associação, mas diretamente ao coordenador do programa de cada país.
Quando se analisa a distribuição das respostas em relação aos continentes, observase que a Europa apresenta o menor índice de adesão à pesquisa (71%), apesar de
ser, ainda assim, o continente que mais contribui percentualmente para os seus
resultados (cerca de 42%). Todos os países da América do Norte, Á frica e Oceania
aderiram à pesquisa, respondendo ao questionário.
Tabela 8 - Participação dos países na pesquisa
Países que responderam à pesquisa: 36 (80%).
Á frica do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Á ustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile,
Colômbia, Coréia do Sul, Equador, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, Finlândia,
Holanda, Hong Kong, Hungria, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália, Japão, Malásia,
Marrocos, México, Noruega, Nova Zelândia, Peru, Polônia, Reino Unido, República
Tcheca, República Eslovaca, Suécia e Tailândia.
Países que não responderam à pesquisa: 9 (20%).
Cingapura, Dinamarca, França, Grécia, Portugal, Suíça, Taiwan-China, Turquia,
Uruguai.
83
Tabela 9 - Participação dos continentes na pesquisa
Continentes
Quantida
de
Quantidade
Total de
Percentagem de Percentagem de
Países participação em participação em
de Países que
participaram
relação
continente
da pesquisa
ao relação ao total
de
países
respondentes.
América do Norte
03
03
100%
8,3%
América do Sul
07
06
86%
16,7%
Europa
21
15
71%
41,7%
Á frica
02
02
100%
5,6%
Á sia
10
08
80%
22,2%
Oceania
02
02
100%
5,6%
4.2.2 - Dados relativos à indústria química
As primeiras seis perguntas do questionário tiveram por objetivo a obtenção de dados
relativos ao parque industrial químico em cada um dos países, com relação ao
número de empresas instaladas, faturamento e quantidades produzidas. Como não
foi definido o termo indústria química, cujo significado varia, inclusive, de país para
país, alguns países consideraram outros segmentos industriais (como o petroquímico,
por exemplo, no caso da Argentina). A Noruega não respondeu esta seção de
perguntas, por alegar que necessitava da definição explícita do termo indústria
química para poder posicionar-se.
As perguntas 1.1 a 1.7 referiram-se aos dados do país, da Associação da Indústria
Química e do coordenador do Programa RC. Suas respostas estão apresentadas no
anexo 8.
As perguntas 2.1 e 2.1.1 tinham por objetivo determinar a quantidade de indústrias
químicas no país, para poder relacioná-la com o percentual estimado de indústrias
que já aderiram ao programa RC.
Os resultados analíticos da pesquisa estão mostrados nas Tabelas 10 e 11:
84
Tabela 10 - Número Total de Indústrias Químicas
2.1 Número total de indústrias químicas:
< 50
3
Equador, Malásia, República Eslovaca.
51 - 250
17
Á frica do Sul, Argentina, Austrália, Á ustria, Canadá, Chile, Filipinas,
Holanda, Hong Kong, Hungria, Irlanda, México, Nova Zelândia, Peru,
Reino Unido, Suécia, Tailândia.
> 251
15
Alemanha, Bélgica, Brasil, Colômbia, Coréia do Sul, Espanha,
Estados Unidos, Finlândia, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Marrocos,
Polônia, República Tcheca.
Sem
1
Noruega.
resposta.
Tabela 11 - Percentual de indústrias químicas signatárias do programa
Responsible Care (em relação ao número total de indústrias químicas)
2.1.1 Percentual de indústrias químicas signatárias do programa RC (em relação ao
número total de indústrias químicas):
< 25%
15
Á ustria, Brasil, Colômbia, Coréia do Sul, Estados Unidos, Filipinas,
Finlândia, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Marrocos, Peru, Polônia,
República Tcheca,
25 - 75%
8
Á frica do Sul, Argentina, Equador, Espanha, Malásia, República
Eslovaca, Suécia, Tailândia,
> 75%
11
Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, Holanda, Hong Kong,
Hungria, Irlanda, México, Nova Zelândia,
Sem
2
Noruega, Reino Unido,
resposta.
O gráfico 1 apresenta a distribuição da quantidade de indústrias químicas pelos
países que estão implementando o programa. Para esta pergunta, obtiveram-se 35
respostas (76%). Com este resultado, verifica-se que 43% dos países apresentam
mais de 250 indústrias químicas instaladas, dando indícios de que é procedente a
afirmação de que o RC está sendo implementado em países com parque industrial
químico desenvolvido. Este gráfico apresenta, também, os percentuais de empresas
85
signatárias do programa nos países em cada uma das faixas de quantidade de
indústrias químicas.
Figura 1 - Gráfico 1: Número Total de Indústrias Químicas no País.
20
17
Número de países.
18
15
16
14
N ú mero de Países
12
12
< 25%
10
25 - 75%
9
8
> 75%
6
3
4
4
3
3
2
2
1
0
0
< 50
51 - 250
>251
Quantidade de indústrias químicas no país.
O gráfico 2 apresenta o grau de adesão ao programa RC, indicando, por exemplo,
que em cerca de 45% dos países, o percentual de empresas signatárias é inferior a
25% do total de empresas existentes no país.
Figura 2 - Gráfico 2: Percentual de indústrias químicas signatárias do
Responsible Care.
18
Número de países.
16
15
14
11
12
10
8
8
6
4
2
0
<25
25 - 75%
> 75%
Percentagem de indústrias químicas signatárias do Responsible Care.
86
As perguntas 2.2 e 2.2.1 tiveram por objetivo determinar a relação existente entre o
faturamento da indústria química mundial e o grau de adesão ao programa RC. As
respostas obtidas encontram-se apresentadas nas tabelas 12 e 13.
Tabela 12 - Faturamento da indústria química (em bilhões de dó lares por ano)
2.2 Faturamento da indústria química (em bilhões de dólares por ano)
< 10
12
Á ustria, Chile, Equador, Filipinas, Finlândia, Hungria, Malásia,
Marrocos, Nova Zelândia, Peru, República Tcheca, Suécia.
10 - 150
18
Á frica do Sul, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Coréia do
Sul, Espanha, Holanda, Hong Kong, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália,
México, Polônia, Reino Unido, Tailândia.
> 150
3
Alemanha, Estados Unidos, Japão.
Sem
3
Colômbia, Noruega, República Eslovaca.
resposta.
Tabela
13 - Percentual de indústrias químicas signatárias do programa
Responsible Care (em relação ao faturamento em bilhões de dó lares por ano)
2.2.1 Percentual de indústrias químicas signatárias do programa RC (em relação ao
faturamento em bilhões de dólares por ano):
< 25%
6
Filipinas, Hong Kong, Malásia, Marrocos, Peru, Polônia.
25 - 75%
12
Á frica do Sul, Á ustria, Brasil, Coréia do Sul, Equador, Espanha, Índia,
Indonésia, Itália, Japão, República Tcheca, Tailândia.
> 75%
16
Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, Estados
Unidos, Finlândia, Holanda, Hungria, Irlanda, México, Nova Zelândia,
Reino Unido, República Eslovaca, Suécia.
Sem
2
Colômbia, Noruega.
resposta.
O gráfico 3 tem por objetivo apresentar a distribuição dos países que aderiram ao
programa RC, em relação a três faixas do faturamento nacional do setor químico.
Este gráfico apresenta, também, os percentuais de faturamentos alcançados pelo
total de empresas signatárias ao programa nos países em cada uma das faixas.
Avaliando-se estes dados, observa-se que a Alemanha e os Estados Unidos são os
países nos quais o RC está sendo adotado por parcela mais significativa: mais de
75% do faturamento do setor químico do país, estimado como superior a 150 bilhões
87
de dólares por ano, referem-se a empresas signatárias do RC. Por outro lado,
Filipinas, Marrocos, Peru e Malásia são os países de menor representatividade de
faturamento: menos de 25% do faturamento total (estimado como sendo inferior a 10
bilhões de dólares).
Figura 3 - Gráfico 3: Faturamento da Indústria Química
(bilhões de dó lares por ano).
Número de países.
20
18
18
N ú mero de P aíses
16
< 25%
14
12
25 - 75%
12
> 75%
10
88
8
6
5
3
4
3
4
2
2
2
1
0
0
< 10
10 - 150
> 150
Faturamento da Indústria Química (bilhões de dó lares por ano).
O gráfico 4 mostra que 45% dos países pesquisados (15 países) já apresentam mais
de 75% do faturamento nacional do setor químico cobertos pelo programa
Responsible Care.
Figura 4 - Gráfico 4: Percentual de indústrias químicas signatárias do
Responsible Care, com relação ao Faturamento.
Número de países.
18
15
16
14
12
12
10
8
6
6
4
2
0
<25
25 - 75%
> 75%
Percentual de Faturamento das Indústrias
Químicas signatárias do Responsible Care.
88
As perguntas 2.3 e 2.3.1 determinaram a relação existente entre a produção
(toneladas anuais) da indústria química mundial e o grau de adesão ao programa RC.
Observou-se elevado número de países que não responderam a pergunta 3.1 (9
países, ou seja,
25%
dos respondentes).
Este fato denota um
elevado
desconhecimento das associações dos países em relação à produção química. Com
relação ao faturamento químico, o nível de respostas foi bastante elevado: obteve-se
respostas de 92% dos países respondentes (33 países). As respostas a esta pergunta
encontram-se incluídas nas tabelas 14 e 15.
Tabela 14 - Produção da indústria química (em bilhões de toneladas por ano)
2.3 Produção da indústria química (em bilhões de toneladas por ano)
<1
16
Á frica do Sul, Á ustria, Chile, Equador, Filipinas, Finlândia, Holanda,
Indonésia, Malásia, Marrocos, Nova Zelândia, Peru, Polônia, Reino
Unido, República Tcheca, Suécia.
2 - 50
8
Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Coréia do Sul, Índia, México,
Tailândia.
> 50
3
Alemanha, Estados Unidos, Hong Kong.
Sem
9
Bélgica, Colômbia, Espanha, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Noruega,
resposta.
República Eslovaca.
Tabela 15 - Percentual de indústrias químicas signatárias do programa
Responsible Care (em relação à produção em bilhões de toneladas por ano)
2.3.1 Percentual de indústrias químicas signatárias do programa Responsible Care
(em relação à produção em bilhões de toneladas por ano):
< 25%
4
Malásia, Marrocos, Filipinas, Polônia.
25 - 75%
10
Á ustria, Brasil, Equador, Índia, Indonésia, Itália, Á frica do Sul, Coréia
do Sul, Espanha, Tailândia.
> 75%
17
Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, República Tcheca,
Finlândia, Alemanha, Hungria, Irlanda, México, Holanda, Nova
Zelândia, República Eslovaca, Suécia, Reino Unido, Estados Unidos
Sem
5
Argentina, Hong Kong, Japão, Noruega, Peru.
resposta.
89
O gráfico 5 apresenta a distribuição dos países signatários do programa RC, em
relação a três faixas de produção nacional do setor químico. Este gráfico apresenta
ainda os percentuais de produção alcançados pelo total de empresas signatárias ao
programa nos países em cada uma das faixas.
Avaliando-se estes dados, observa-se que a Alemanha e os Estados Unidos são,
mais uma vez, os países nos quais o RC está sendo adotado por parcela mais
significativa: mais de 75% da produção do setor químico do país, estimado como
superior a 50 de bilhões de toneladas por ano, referem-se a empresas signatárias do
RC. Por outro lado, Filipinas, Marrocos, Peru e Malásia são novamente os países que
apresentam menor representatividade de produção: menos de 25% da produção
(inferior a 1 bilhão de toneladas anuais) são de empresas signatárias do RC.
Figura 5 - Gráfico 5: Produção da Indústria Química
(bilhões de toneladas por ano).
Número de países.
20
18
16
16
Nú m e ro de P a íse s
14
< 25%
12
25 - 75%
10
8
8
> 75%
7
6
4
4
2
0
<1
4
3
3
2
0
0
2 - 50
> 50
Produção da Indústria Química (bilhões de toneladas por ano).
O gráfico 6 mostra que 55% dos países pesquisados (17 países) já apresentam mais
de 75% da produção nacional do setor químico cobertos pelo programa Responsible
Care.
90
Figura 6 - Gráfico 6: Percentual de indústrias químicas signatárias do
Responsible Care, com relação à Produção.
Número de países.
20
17
18
16
14
12
10
10
8
6
4
4
2
0
<25
25 - 75%
> 75%
Percentual de indústrias químicas signatárias do Responsible
Care, com relação à Produção.
4.2.3 - Motivos para adesão ao Responsible Care
O questionário apresentou quatro motivos para a implementação do programa RC.
Pelas respostas dos países e observando-se os gráficos 7 e 8, conclui-se
nitidamente que o motivo mais relevante foi a preocupação com a melhoria da
imagem da indústria química, que foi citado por 29
do total de 35 países
que
responderam a esta pergunta.
As Associações de nove países indicaram tratar-se de uma decisão espontânea,
enquanto que outras cinco indicaram a existência de pressão das indústrias químicas
associadas. Esta pressão pode ser decorrente das empresas multinacionais
localizadas nestes países e que têm por objetivo, como suas matrizes, a
implementação do programa.
Apenas a associação de um país, a Hungria, citou a existência de pressão do
mercado local como motivo para a implementação do programa.
91
Esta questão permitia ainda que o entrevistado apresentasse, espontaneamente,
motivos para esta adesão ao programa RC. Dentre estes motivos, apresentados
integralmente no gráfico 8, o mais citado foi a preocupação com a melhoria do
desempenho do sistema de Meio Ambiente, Saúde e Segurança.
Dentre os países europeus, por quatro vezes, foi citada a pressão exercida pelo
CEFIC.
Outra razão que pode ser considerada relevante foi a indicação de que a adesão ao
programa RC é um requisito para a manutenção da licença de operação das
indústrias químicas.
As Associações da Austrália e da Nova Zelândia citaram razões que evidenciam a
boa aceitação do programa pelos órgãos governamentais e a conseqüente redução
do número de regulamentações legais aplicáveis às empresas signatárias ao
programa. Esta visão dos órgãos ambientais sobre o RC pode ser considerada
extremamente positiva, uma vez que o reconhecimento da eficácia de programas
implementados repercute em um número inferior de regulamentações a serem
cumpridas.
A Tabela 16 apresenta as respostas dos países quando indagados sobre os motivos
para a implementação do RC.
Tabela 16 - Motivos para a implementação do programa Responsible Care
3. Motivos para a implementação do programa RC:
Pressão do Mercado Local
1
Hungria
Pressão das Indústrias Químicas
5
Holanda, Hungria, Malásia, México
Associadas
Decisão Espontânea
e
República Tcheca.
9
Bélgica, Canadá, Chile, Itália, Japão,
Marrocos, Filipinas, Espanha, Peru.
92
(CONT.)
3. Motivos para a implementação do programa RC:
Para melhorar a imagem da
29
indústria química.
Argentina, Austrália, Á ustria, Bélgica,
Brasil,
Canadá,
Chile,
República
Tcheca, Equador, Finlândia, Alemanha,
Hong Kong, Hungria, Índia, Indonésia,
Irlanda,
Japão,
Malásia,
Marrocos,
Holanda, Filipinas, Polônia, República
Eslovaca, Á frica do Sul, Coréia do Sul,
Espanha,
Suécia,
Tailândia,
Reino
Unido.
Outros motivos.
19
-
Para melhorar o desempenho em
6
México, Bélgica, Hong Kong, Reino
Meio
Ambiente,
Saúde
Unido, Estados Unidos e Tailândia.
e
Segurança.
Pressão da Associação Européia
4
de Indústrias Químicas (CEFIC).
Para
manter
a
licença
Alemanha, Suécia, Noruega e República
Eslovaca.
de
3
Canadá, Finlândia e Reino Unido.
1
Canadá.
de
1
Austrália.
iniciativa
1
Nova Zelândia.
1
Equador.
1
Polônia.
1
Japão.
operação das indústrias químicas
Para reconquistar a confiança do
público.
Para
reduzir
o
número
regulamentações
governamentais.
Manutenção
voluntária
de
da
indústria
e
reconhecida pelo governo.
Boas Práticas de Fabricação.
Adequação
indústria
aos
química
padrões
da
da
União
Européia.
Necessidade
de
cooperação
internacional.
93
O gráfico 7 apresenta a distribuição das respostas para os motivos para adesão ao
RC apresentandos no questionário enviado.
Figura 7 - Gráfico 7: Motivos para adesão ao Responsible Care.
Pressão do mercado local (1)
5
Pressão das indústrias químicas associadas
Decisão espontânea
9
Para melhorar a
imagem da indústria
química
29
19
0
5
Outros motivos
10
15
20
25
30
Quantidade de países.
O gráfico 8 contém os motivos para a implementação do Responsible Care citados
espontaneamente pelos entrevistados.
Figura 8 - Gráfico 8 : Outros motivos para adesão ao Responsible Care.
Para reconquistar a confiança do público
1
3
Para manter a licença de operação
Pressão da Associação de Indústrias Químicas Européia
4
Para melhorar o desempenho
Ambiente, Saúde e Segurança
6
1
Meio
Para reduzir regulamentações
1
Manutenção de iniciativa voluntária da indústria reconhecida pelo governo
1
Boas Práticas de Fabricação
1
Adequação aos padrões da indústria química da União Européia
Necessidade de cooperação internacional
1
0
em
1
2
3
4
5
6
Quantidade de países.
94
4.2.4 - Características do Responsible Care
A fim de verificarem-se tendências e semelhanças entre os programas dos diversos
países, foram feitas 10 perguntas objetivas. A partir das respostas dadas pelos
entrevistados, apresentadas nos gráficos 9, 10 e 11 e na tabela 17, podemos chegar
às seguintes conclusões sobre o programa Responsible Care:
-
Há uma grande preocupação das Associações com a redução do número de
acidentes com produtos químicos: 29 países (85%), incluindo o Brasil, afirmaram
desenvolver alguns programa com este objetivo. Este resultado reforça, mais uma
vez, a tendência observada de direcionamento das atividades do programa para
os produtos químicos e não mais apenas para as instalações e os processos.
-
Apenas cerca da metade das Associações informaram coordenar algum tipo de
programa para avaliação de transportadoras de produtos químicos. No Brasil,
como foi relatado anteriormente, a ABIQUIM está implantando um programa deste
tipo - o SASSMAQ, e está tendo uma boa aceitação por parte das indústrias
químicas e das transportadoras.
-
Na maioria dos países (20), as Associações não promovem mecanismos como a
Bolsa de Resíduos, visando a comercialização de resíduos entre as empresas. É
importante notar, entretanto, que em 14 países, entre eles a Alemanha e a Nova
Zelândia, observam-se iniciativas deste tipo. No Brasil, país onde esta prática
nunca se consolidou efetivamente, a ABIQUIM não promove uma Bolsa de
Resíduos. Outras entidades, no entanto, como a FIRJAN têm buscado incentivar
esta prática entre os seus associados.
-
Prática ainda não adotada no Brasil, a promoção de campanhas na mídia para
divulgar a imagem das indústrias químicas e de seus produtos vem sendo
realizada em 27 países (75%).
Esta forte tendência pode ser considerada
determinante para a aproximação com as partes interessadas nesta atividade
econômica.
-
A realização de eventos voltados para a promoção do RC entre as partes
interessadas é uma prática adotada por Associações de 31 países (86%). No
95
Brasil, a ABIQUIM já realiza há 5 anos o Congresso de Atuação Responsável.
Apesar de contar com a participação de partes interessadas, este evento,
entretanto, é efetivamente voltado para as próprias indústrias químicas signatárias
do programa. A realização de eventos voltados realmente para a sociedade, nos
quais o programa AR pudesse ser exaustivamente mostrado, parece ser uma
necessidade urgente . Outra possibilidade seria a participação da ABIQUIM em
eventos de apelo popular, como feiras temáticas afins, para divulgar o programa.
-
Outra atividade amplamente adotada pelas associações é a coordenação de
programas para apoiar as indústrias químicas em casos de emergência. Cerca de
86% das associações (31) informaram desenvolver programas deste tipo. No
Brasil, existe o PRO-QUÍMICA, coordenado pela ABIQUIM, como já foi relatado
na seção 2.5.2.9.
-
Apesar de ainda não ser adotada no Brasil, observa-se a tendência entre as
Associações
(25)
de
desenvolverem
programas
de
apoio
aos
órgãos
governamentais para fornecimento de treinamento e de informações técnicas
sobre segurança química. É importante que as Associações de Indústria Química,
bem como as empresas associadas, sejam consideradas referências e fontes de
informação e de treinamento, para que possa ser reforçada a imagem da indústria
química como agente gerador de conhecimento e de know-how a respeito dos
produtos químicos.
-
O desenvolvimento de empresas parceiras é outra característica do programa da
maioria dos países pesquisados (26), incluindo o Brasil. Este fato evidencia a
propagação do programa ao longo da cadeia produtiva como uma tendência
observada. Podem se consideradas fundamentais as iniciativas deste tipo, uma
vez que, apesar do produto químico percorrer vários elementos da cadeia
produtiva, a indústria química, na condição de fabricante ou importadora,
é
sempre co-responsável no caso de algum acidente envolvendo-o. Sendo assim, é
fundamental que os conceitos do AR sejam propagados pela cadeia produtiva,
para que os produtos químicos possam ser manipulados de modo mais
responsável e conseqüente.
-
As metas anuais para aumentar o número de empresas signatárias ao Programa
RC não são presentes nas Associações de todos os países: em apenas 17 delas
96
(49%) observa-se esta característica. Quando
comparamos o grau de
abrangência do programa nos países, com relação ao número total de empresas,
ao faturamento e à produção do setor químico, não se observa uma relação entre
estes índices e a existência ou não de metas de crescimento do número de
empresas signatárias. Observando a tabela 18, verifica-se que:
-
Existem países, como o Canadá, o Chile e a Alemanha, que, apesar de
terem alcançado índices superiores a 75% nos três critérios, dispõem de
metas para o aumento do número de empresas signatárias.
-
Por outro lado, um país como a Finlândia, com os menores índices de
abrangência (< 25%) nos três critérios, não apresenta estas metas de
crescimento.
Podemos considerar, entretanto, que, de uma maneira geral, é desejável que a
abrangência do programa seja cada vez maior, para que a imagem do segmento
como um todo possa ser preservada.
Tabela 17 - Comparação entre o grau de implementação do programa, com
relação ao número total de empresas, faturamento e produção, e a existência ou
não de metas anuais de crescimento do número de empresas signatárias ao
programa Responsible Care.
País
Percentual
empresas
de Percentual
empresas
de Percentual
empresas
signatárias
em signatárias
em signatárias
relação
ao relação
ao relação
número total de faturamento
empresas.
total
anuais
de
em crescimento do
à número
produção
do setor do
químico.
de Existem metas
de
total empresas
setor signatárias
químico.
programa?
Argentina
25 - 75%
> 75%
-
Não.
Austrália
> 75%
> 75%
> 75%
Não
Á ustria
< 25%
25 - 75%
25 - 75%
Não
Bélgica
> 75%
> 75%
> 75%
-
Brasil
< 25%
> 75%
25 - 75%
Sim
Canadá
> 75%
> 75%
> 75%
Sim
ao
97
(CONT.)
País
Percentual
empresas
de Percentual
empresas
de Percentual
empresas
signatárias
em signatárias
em signatárias
relação
ao relação
ao relação
número total de faturamento
empresas.
total
anuais
de
em crescimento do
à número
produção
do setor do
químico.
de Existem metas
de
total empresas
setor signatárias
químico.
ao
programa?
Chile
> 75%
> 75%
> 75%
Sim
Colômbia
< 25%
-
> 75%
Não
Rep. Tcheca
< 25%
25 - 75%
> 75%
Não
Equador
25 - 75 %
25 - 75%
25 - 75%
Sim
Finlândia
< 25%
> 75%
> 75%
Não
Alemanha
> 75%
> 75%
> 75%
Sim
Hong Kong
> 75%
< 25%
-
Não
Hungria
> 75%
> 75%
> 75%
Não
Índia
< 25%
25 - 75%
25 - 75%
Sim
Indonésia
< 25%
25 - 75%
25 - 75%
Sim
Irlanda
> 75%
> 75%
> 75%
Não
Itália
< 25%
25 - 75%
25 - 75%
Sim
Japão
< 25%
25 - 75%
-
Sim
Malásia
25 - 75%
< 25
< 25%
Sim
México
> 75%
> 75%
> 75%
Não
Marrocos
< 25%
< 25%
< 25%
Sim
Holanda
> 75%
> 75%
> 75%
Não
Nova Zelândia
> 75%
> 75%
> 75%
Não
Noruega
-
-
-
Não
Finlândia
< 25%
< 25%
< 25%
Não
Polônia
< 25%
-
< 25%
Sim
Rep. Eslovaca
25 - 75%
> 75%
> 75%
Não
Á frica do Sul
25 - 75%
25 - 75%
25 - 75%
Sim
Coréia do Sul
< 25%
25 - 75%
25 - 75%
Sim
Espanha
25 - 75%
25 - 75%
25 - 75%
Sim
Suécia
25 - 75%
> 75%
> 75%
Não
Tailândia
25 - 75%
25 - 75%
25 - 75%
Sim
98
(CONT.)
País
Percentual
de Percentual
empresas
de Percentual
empresas
empresas
signatárias
em signatárias
em signatárias
relação
ao relação
ao relação
número total de faturamento
empresas.
total
Estados Unidos
-
anuais
de
em crescimento do
à número
produção
do setor do
químico.
Reino Unido
de Existem metas
de
total empresas
setor signatárias
químico.
ao
programa?
-
> 75 %
> 75%
Não
< 25%
> 75%
> 75%
Sim
Outro dado importante, obtido com a pesquisa, foi a baixa incidência (apenas 13),
entre as Associações, da obrigatoriedade de adesão ao programa RC entre as
indústrias químicas associadas. Poder-se-ia esperar que este índice fosse bem
superior, pois trata-se, inequivocamente, de uma forma de pressão em prol do
aumento do grau de implementação do programa. Entretanto, observa-se que
existem países que, apesar de terem metas anuais de aumento do número de
empresas signatárias (tais como Itália e Espanha), ainda assim não tornaram
obrigatória, para seus associados, a adesão ao programa.
Tabela 18 - Características do Responsible Care
4. Características do RC:
4.1 A Associação desenvolve algum programa no intuito de reduzir o número de
acidentes no uso indevido de produtos químicos?
SIM - 29
Argentina,
Canadá,
Austrália,
Chile,
NÃ O - 5
Á ustria,
Colômbia,
Brasil, Índia, Indonésia, Coréia do Sul, Espanha,
República Tailândia.
Tcheca, Equador, Finlândia, Alemanha,
Hong Kong, Hungria, Irlanda, Itália, Japão,
Malásia, México, Marrocos, Holanda, Nova
Zelândia, Noruega, Peru, Filipinas, Polônia,
Á frica
do
Sul,
Suécia,
Reino
Unido,
Estados Unidos.
99
(CONT.)
4.2 A Associação coordena algum programa de avaliação de transportadoras
disponível às empresas signatárias?
SIM - 17
Austrália,
Brasil,
Canadá,
NÃ O - 18
Colômbia, Argentina, Bélgica, Chile, Finlândia, Hong
República Tcheca, Equador, Alemanha, Kong, Hungria, Índia, Indonésia, Irlanda,
Itália, Japão, Marrocos, Holanda, Nova Malásia, México, Noruega, Peru, Polônia,
Zelândia, Filipinas, Á frica do Sul, Espanha, República
Suécia, Estados Unidos.
Eslovaca,
Coréia
do
Sul,
Tailândia, Reino Unido.
4.3 A Associação promove alguma Bolsa de Resíduos entre as empresas?
SIM - 14
NÃ O - 20
Colômbia, Equador, Alemanha,
México,
Marrocos,
Holanda,
Japão, Argentina,
Nova Canadá,
Austrália,
Chile,
Bélgica,
República
Brasil,
Tcheca,
Zelândia, Noruega, Peru, Filipinas, Polônia, Finlândia, Hong Kong, Hungria, Índia,
República Eslovaca, Á frica do Sul.
Indonésia, Irlanda, Malásia, Coréia do
Sul, Espanha, Suécia, Tailândia, Reino
Unido, Estados Unidos.
4.4 A Associação promove campanhas na mídia no intuito de melhorar a imagem dos
produtos químicos e da indústria química junto à sociedade?
SIM - 27
NÃ O - 9
Á ustria, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, Argentina,
Austrália,
Brasil,
Equador,
República Tcheca, Finlândia, Alemanha, Hong Kong, México, Nova Zelândia,
Hungria, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália, Tailândia, Reino Unido.
Japão,
Noruega,
Malásia,
Marrocos,
Holanda,
Peru,
Filipinas,
Polônia,
República Eslovaca, Á frica do Sul, Coréia
do Sul, Espanha, Suécia, Estados Unidos.
100
(CONT.)
4.5 A Associação coordena periodicamente algum evento para promover o
Responsible Care entre as partes interessadas (sociedade, clientes, organizações
governamentais e não-governamentais, etc.)?
SIM - 31
NÃ O - 5
Austrália, Á ustria, Brasil, Canadá, Chile, Argentina,
Bélgica,
Irlanda,
Noruega,
Colômbia, República Tcheca, Equador, Espanha.
Finlândia, Alemanha, Hong Kong, Hungria,
Índia, Indonésia, Itália, Japão, Malásia,
México,
Zelândia,
Marrocos,
Peru,
Holanda,
Filipinas,
Nova
Polônia,
República Eslovaca, Á frica do Sul, Coréia
do Sul, Suécia, Tailândia, Reino Unido,
Estados Unidos.
4.6 A Associação coordena algum programa para apoiar as indústrias químicas nos
casos de emergência? (Exemplo: central de informações, equipes de apoio à
emergência, banco de dados sobre produtos químicos, etc.).
SIM - 31
NÃ O - 5
Á ustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Argentina, Austrália, Equador, Japão,
Colômbia, República Tcheca, Finlândia, Coréia do Sul.
Alemanha, Hong Kong, Hungria, Índia,
Indonésia, Irlanda, Itália, Malásia, México,
Marrocos,
Holanda,
Nova
Zelândia,
Noruega,
Peru,
Filipinas,
Polônia,
República
Eslovaca,
Á frica
do
Sul,
Espanha, Suécia, Tailândia, Reino Unido,
Estados Unidos.
101
(CONT.)
4.7 A Associação desenvolve algum programa de apoio aos órgãos governamentais
no sentido de fornecer treinamento e informações técnicas sobre segurança química?
SIM - 25
Á ustria,
Canadá,
Colômbia,
NÃ O - 11
República Argentina,
Austrália,
Bélgica,
Brasil,
Tcheca, Equador, Finlândia, Alemanha, Chile, Irlanda, Noruega, Peru, Coréia do
Hong Kong, Hungria, Índia, Indonésia, Sul, Espanha, Suécia,
Itália, Japão, Malásia, México, Marrocos,
Holanda, Nova Zelândia, Filipinas, Polônia,
República
Eslovaca,
Á frica
do
Sul,
Tailândia, Reino Unido, Estados Unidos.
4.8 Existem empresas parceiras da indústria química e que são signatárias do
Responsible Care (transportadoras, fornecedores, etc.)?
SIM - 26
NÃ O - 10
Argentina, Á ustria, Brasil, Canadá, Chile, Austrália, Bélgica, Índia, Japão, México,
Colômbia, República Tcheca, Equador, Filipinas, República Eslovaca, Coréia do
Finlândia, Alemanha, Hong Kong, Hungria, Sul, Espanha, Tailândia.
Indonésia,
Irlanda,
Itália,
Malásia,
Marrocos,
Holanda,
Nova
Zelândia,
Noruega, Peru, Polônia, Á frica do Sul,
Suécia, Reino Unido, Estados Unidos.
4.9 Existem metas anuais relacionadas com o aumento do número de empresas
signatárias do programa?
SIM - 17
NÃ O - 18
Brasil, Canadá, Chile, Equador, Alemanha, Argentina, Austrália, Á ustria, Colômbia,
Índia, Indonésia, Itália, Japão, Malásia, República Tcheca, Finlândia, Hong Kong,
Marrocos, Polônia, Á frica do Sul, Coréia do Hungria, Irlanda, México, Holanda, Nova
Sul, Espanha, Tailândia, Estados Unidos.
Zelândia,
Noruega,
República
Eslovaca,
Peru,
Filipinas,
Suécia,
Reino
Unido.
102
(CONT.)
4.10 O Programa Responsible Care é obrigatório para todos os membros da
Associação?
SIM - 13
NÃ O - 23
Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Argentina, Á ustria, Colômbia, República
Irlanda, México, Marrocos, Nova Zelândia, Tcheca, Equador, Finlândia, Alemanha,
Á frica do Sul, Coréia do Sul, Reino Unido, Hong Kong, Hungria, Índia, Indonésia,
Estados Unidos.
Itália, Japão, Malásia, Nova Zelândia,
Noruega,
Peru,
Filipinas,
Polônia,
República Eslovaca, Espanha, Suécia,
Tailândia.
Figura 9 - Gráfico 9: Características do Responsible Care. (1)
4.1 A associação desenvolve algum
programa no intuito de reduzir o
número de acidentes no uso indevido
de produtos químicos? (34 respostas)
29
4.1
5
4.2 A Associação coordena algum
programa
de
avaliação
de
transportadoras
disponível
às
empresas signatárias? (35 respostas)
17
4.2
18
4.3 A Associação promove alguma
“Bolsa de Resíduos” entre as
empresas? (34 respostas)
14
4.3
20
4.4 A Associação promove campanhas
na mídia no intuito de melhorar a
imagem dos produtos químicos e da
indústria química junto à sociedade?
(36 respostas)
27
4.4
9
0
5
10
15
Quantidade de países.
20
25
30
SIM
NÃO
103
Figura 10 - Gráfico 10: Características do Responsible Care. (2)
4.5 A Associação coordena periodicamente
algum evento para promover o Responsible Care
entre as partes interessadas (sociedade, clientes,
organizações
governamentais
e
nãogovernamentais, etc)? (36 respostas)
31
4.5
5
4.6 A Associação coordena algum programa
para apoiar as indústrias químicas nos casos
de emergências? (Exemplo: central de
informações, equipes de apoio a emergência,
banco de dados de produtos químicos, etc). (36
respostas)
31
4.6
5
4.7 A Associação desenvolve algum
programa de apoio aos ó rgãos
governamentais no sentido de fornecer
treinamento e informações técnicas
sobre
segurança
química?
(36
respostas)
25
4.7
11
0
5
10
15
20
25
30
35
Quantidade de países.
SIM
NÃO
Figura 11 - Gráfico 11: Características do Responsible Care (3).
4.8 Existem empresas parceiras da indústria
química e que são signatárias do Responsible
Care (transportadoras, fornecedores, etc)? (36
respostas)
26
4.8
10
17
4.9 Existem metas anuais relacionadas com o
aumento do número de empresas signatárias
do programa? (35 respostas)
4.9
18
13
4.10
4.10 O Programa Responsible Care é
obrigató rio para todos os membros da
Associação? (36 respostas)
23
0
5
10
15
Quantidade de países.
20
25
30
SIM
NÃO
104
4.2.5 - Fatores limitantes à implementação do Responsible Care
O questionário apresentou seis fatores a serem avaliados pelos entrevistados, como
limitantes à implementação do RC. Estes fatores foram aqueles enumerados pelos
participantes do workshop realizado no 4° Congresso de Atuação Responsável da
ABIQUIM, em São Paulo no ano 2000. Os resultados podem ser observados nos
gráficos 12 e 13 e na tabela 19.
O fator mais lembrado pelos entrevistados foi a existência de limitações na estrutura
de pessoal das empresas (21 citações). De fato, a implementação do RC cria rotinas
e controles que demandam, muitas vezes, um excedente de trabalho para os já
reduzidos quadros de pessoal das indústrias químicas. Nos processos de
reestruturação e de reengenharia observados ultimamente nas empresas, os setores
de apoio, não ligados diretamente à produção, e que geralmente tornam-se
responsáveis pela implementação de programas deste tipo, são os que mais sofreram
com o corte de pessoas. É interessante ressaltar que, inclusive nos países
desenvolvidos e com importante parque industrial químico, como Alemanha e Japão,
este fator foi citado.
Três fatores referiram-se à falta de percepção da importância do RC para diferentes
públicos-alvo: representantes do ramo químico, o público externo e o público interno.
Todos eles obtiveram citação expressiva (13, 11 e 9 vezes, respectivamente),
evidenciando que o programa ainda não tem a sua importância reconhecida por
atores importantes do processo de melhoria da imagem da indústria química.
Outro fator importante, citado por 18 Associações, foi a reduzida participação e o
limitado comprometimento da alta administração das empresas na implementação do
programa. Esta informação pode ser considerada extremamente relevante, pois não
foi obtida a partir dos funcionários das empresas, por vezes muito críticos ao
desempenho da alta administração, mas sim através das responsáveis pelos
coordenadores
dos
programas,
os
quais
costumam
ter
acesso
direto
à alta administração das empresas.
A complexidade do programa foi um fator pouco citado pelos entrevistados (6 países),
indicando que não parece constituir-se um problema para a maioria dos países. Este
fator, entretanto, foi apontado pela ABIQUIM. No caso do programa brasileiro, é
105
sabido que a ABIQUIM pretende, até mesmo a partir de sugestões de Congressos de
Atuação Responsável, realizar uma revisão geral dos códigos, para que sejam
simplificados e resumidos. Não foi possível, durante esta pesquisa, examinar os
manuais de outras Associações para compará-los com os brasileiros.
O gráfico 14 apresenta os resultados, em percentual, obtidos para questionamento
semelhante na pesquisa para o público interno, realizada pela ABIQUIM.
Outros motivos foram citados espontaneamente pelos entrevistados, tais como:
-
As limitações de recursos financeiros para a implementação do programa, que
relaciona-se com o motivo citado anteriormente referente às limitações na
estrutura de pessoal das empresas. Para o representante do Canadá, esta
percepção das empresas é errônea, mas difícil de ser corrigida. Para os
representantes do Chile e do Peru, são observadas, de fato, limitações financeiras
nas empresas para a implementação do programa.
-
A possível concorrência estabelecida entre o RC e os próprios programas de
gestão das empresas, citada pelos representantes da Bélgica e da Suécia. Este
fato pode ser considerado também em relação às normas ISO 14001.
-
Para o representante da Irlanda, um motivo consiste no fato de que as exigências
dos organismos ambientais locais naquele país já são mais abrangentes do que
os requisitos do programa.
-
O coordenador do programa alemão ressaltou duas razões relacionadas com os
tipos de empresas associadas: serem de características muito diversas e serem
de médio e pequeno porte.
-
Um fator considerado na Austrália foi a incerteza quanto ao valor do RC na
melhoria da imagem da indústria química e na redução do nível de
regulamentação para as empresas signatárias. Esta última abordagem é bastante
interessante, pois no Brasil não há ainda qualquer precedente deste tipo, ou seja,
as empresas signatárias do programa não tem qualquer tipo de benefício junto
aos órgãos ambientais por estarem implementando o RC. Se houvesse
mecanismos para que este tipo de benefícios fosse concedido, fatalmente haveria
106
um incremento no interesse pela implementação do programa entre as indústrias
químicas.
Tabela 19 - Fatores Limitantes à implementação do programa Responsible Care
5. Fatores Limitantes à implementação do programa RC:
Complexidade do programa.
6
Á ustria,
Bélgica,
Brasil,
Equador,
Finlândia, Coréia do Sul.
Falta de percepção do valor do
13
Argentina,
Brasil,
Chile,
Colômbia,
RC para o negócio do ramo
Equador, Alemanha, Índia, Indonésia,
químico.
México,
Coréia
do
Sul,
Suécia,
Tailândia, Estados Unidos.
Reduzida
participação
comprometimento
da
e
18
Austrália,
Brasil,
Chile,
Colômbia,
alta
República Tcheca, Equador, Alemanha,
administração das empresas na
Hong Kong, Hungria, Malásia, Marrocos,
implementação do programa.
Nova
Zelândia,
Noruega,
Filipinas,
Polônia, República Eslovaca, Suécia,
Tailândia.
Limitações
na
estrutura
de
21
pessoal das empresas.
Argentina,
Canadá,
Austrália,
Chile,
Bélgica,
Equador,
Brasil,
Finlândia,
Alemanha, Hong Kong, Japão, Malásia,
México, Marrocos, Holanda, Noruega,
Peru, Filipinas, Suécia, Tailândia, Reino
Unido.
Falta
de
percepção
da
11
Argentina, Austrália, Hungria, Indonésia,
importância do RC pelo público
Malásia,
Marrocos,
Holanda,
Nova
externo.
Zelândia, República Eslovaca, Á frica do
Sul, Espanha.
Falta
de
percepção
da
8
importância do RC pelo público
Austrália,
Á ustria,
Alemanha,
Índia,
México, Marrocos, Holanda, Suécia.
interno.
Outros motivos.
9
-
Concorrência com os próprios
2
Bélgica, Suécia.
programas
de
gestão
das
empresas
107
(CONT.)
Percepção de certas empresas
1
Canadá.
2
Peru e Chile.
das
1
Alemanha.
Muitas empresas associadas são
1
Alemanha.
1
Austrália.
1
Irlanda.
de que a implementação do RC
exige
a aplicação de recursos
financeiros proibitivos para elas
Falta de recursos financeiros.
Grande
diversidade
empresas associadas.
de pequeno e médio portes.
Incerteza do valor do RC na
melhoria da imagem da indústria
química e na redução do nível de
regulamentação.
Exigências
dos
organismos
ambientais
locais
excederem
muitas práticas do RC.
Figura 12 - Gráfico 12: Fatores Limitantes à Implementação do Responsible Care.
6
Complexidade do programa
Falta de percepção do valor do Responsible Care para o negó cio do ramo
químico
13
18
Reduzida participação e comprometimento
administração das empresas
Limitações
empresas
21
11
estrutura
de
pessoal
alta
das
Falta de percepção da importância do Responsible Care pelo público externo
Falta de percepção da importância do Responsible Care pelo público interno
8
Outras razões
9
0
na
da
5
10
15
Quantidade de países.
20
25
108
Figura 13 - Gráfico 13: Outras Razões Limitantes à Implementação do Responsible Care.
Percepção de certas empresas de que a implementação do Responsible
Care exige a aplicação de recursos financeiros proibitivos para elas
1
2
Falta de recursos financeiros
1
Grande diversidade das empresas associadas
Muitas empresas associadas são de porte pequeno ou médio
1
Concorrência com os pró prios programas
de gestão das empresas
2
1
Incerteza quanto ao valor do Responsible Care na melhoria da imagem da
indústria química e na redução do nível de regulamentação
1
0
Exigência dos organismos ambientais locais excederam muitas
práticas do Responsible Care
0,5
1
1,5
2
Quantidade de países.
Figura 14 - Gráfico 14: Fatores limitantes à implementação do Atuação Responsável.
(Pesquisa realizada pela empresa Indicator Opinião Pública para a ABIQUIM).
6
Falta de comprometimento da
Diretoria.
41%
20%
15% 11
Estrutura inadequada das empresas.
Custos de implementação.
12%
0
Alta complexidade dos códigos.
10
20
30
Percentual de países.
40
50
109
4.2.6 - Oportunidades de Melhoria na implementação do
Responsible Care
Nesta parte do questionário foram apresentadas algumas alternativas de medidas
para facilitar a implementação do programa, as quais, novamente, foram enumeradas
pelos participantes do
4° Congresso de Atuação Responsável da ABIQUIM. Os
resultados podem ser observados nos gráficos 15 e 16 e na tabela 20.
As duas medidas mais citadas pelos entrevistados (20 vezes cada) referem-se à
divulgação do programa e de seus resultados. De fato, pelo que se percebe, a
situação do programa no Brasil se repete em diversos outros países, ou seja, falta
ênfase, por parte das Associações e das empresas, na divulgação dos resultados
alcançados e, até mesmo, das características do programa.
Outras duas medidas fortemente ressaltadas foram: a compatibilização do RC com
outros sistemas de gestão freqüentes nas indústrias químicas, tais como as normas
ISO 9000 e 14000 (citada pelas associações de 19 países) e a simplificação dos
guias de implantação dos códigos (apontada por 12 entrevistados). De fato, é de se
esperar que a revisão na forma de apresentação do programa, ou seja, na descrição
dos seus códigos, simplificando-os e aproximando-os da linguagem e da organização
das normas ISO, possa facilitar a sua inserção nos sistemas de gestão das empresas,
baseados freqüentemente na estrutura destas normas. Desta forma, o efeito
destrutivo da concorrência entre os sistemas, já citado anteriormente, poderia ser
transformado em efeito sinérgico, na medida em que se tornaria mais clara a
compatibilidade entre os sistemas de gestão.
A intensificação do papel da Associação da Indústria Química no processo de
conscientização da alta administração das empresas foi lembrada 19 vezes, como
uma das oportunidades de melhoria na implementação do RC.
As outras medidas induzidas pela pesquisa, referentes à implantação de método
formal de mensuração de resultados e à definição de metas realistas para a
implementação dos códigos, também foram citadas por diversas associações: 12 e 11
vezes, respectivamente.
110
Dentre as medidas sugeridas espontaneamente pelos entrevistados, podem ser
destacadas:
-
A sugestão, pelos representantes do Japão e do Reino Unido, de um processo de
certificação do programa.
-
A relação, estabelecida pelo representante da Associação norte-americana, entre
o RC e o conceito de Desenvolvimento Sustentável. Esta parece ser,
efetivamente, uma tendência do programa, como foi apresentado no 5°
Congresso de Atuação Responsável da ABIQUIM realizado em São Paulo, neste
ano. Na verdade, a proposta em discussão na ABIQUIM vai ainda mais longe,
quando propõe que elementos presentes no conceito de desenvolvimento
sustentável sejam inseridos no programa, quando for o caso, ou realçados, como
propõe o norte-americano.
-
A busca da valorização do programa pelas autoridades governamentais,
apresentada pelas Associações da Tailândia e das Filipinas. Esta medida reforça
a necessidade já apontada da maior divulgação do programa e de seus benefícios
entre as partes interessadas. No Brasil, esta medida é, sem dúvida, necessária,
pois o grau de conhecimento do programa junto aos órgãos ambientais e ao meio
acadêmico ainda é bastante limitado.
Além destas, os entrevistados ainda citaram espontaneamente as seguintes
oportunidades de melhoria:
-
A formação de parcerias voluntárias com fornecedores e com o Governo.
-
O incentivo à troca de informações e de experiências entre as empresas
signatárias do programa.
-
A divulgação dos benefícios do RC.
-
A divulgação do programa entre distribuidores e usuários de produtos químicos,
ou seja, difusão pela cadeia produtiva.
-
O estabelecimento de metas realistas de desempenho.
111
Tabela 20 - Oportunidades de melhoria na implementação do Responsible Care
6. Oportunidades de melhoria na implementação do RC:
A simplificação dos guias de
12
Austrália, Bélgica, Canadá, Colômbia,
Equador, Finlândia, Hong Kong, Índia,
implantação dos códigos.
Marrocos,
Á frica
Holanda,
do
Sul,
Espanha.
A inserção do RC nos demais
19
Argentina,
sistemas de gestão das empresas
Chile,
(ISO 9000, ISO 14000, BS 8800).
Equador,
Á ustria,
Austrália,
Colômbia,
Brasil,
República
Tcheca,
Índia,
Irlanda,
Alemanha,
Malásia, Marrocos, Holanda, Filipinas,
Polônia, Coréia do Sul, Suécia, Estados
Unidos.
A intensificação do papel da
Associação
no
conscientização
processo
da
15
Kong, Hungria, Índia, Indonésia, Itália,
de
Malásia,
alta
A implantação de um método
de
mensuração
12
trabalhadores
Suécia,
Austrália, Á ustria, Brasil, Chile, Equador,
Filipinas, Polônia, Suécia.
A maior divulgação do programa
os
Holanda,
Irlanda, Malásia, Marrocos, Holanda,
dos
resultados do programa.
entre
México,
Tailândia, Estados Unidos.
administração das empresas.
formal
Austrália, Bélgica, Brasil, Equador, Hong
20
da
indústria química.
Austrália,
Canadá,
Chile,
Equador,
Alemanha,
Indonésia,
Irlanda,
Marrocos,
Holanda,
Colômbia,
Hungria, Índia,
Malásia,
México,
Noruega,
Peru,
Polônia, Suécia, Tailândia, Reino Unido.
A definição de metas realistas
para
a
implementação
11
Índia,
dos
códigos.
A
divulgação
Austrália, Chile, Equador, Hong Kong,
Irlanda,
Malásia,
Marrocos,
Holanda, Noruega, República Eslovaca.
intensiva
dos
resultados obtidos pelo programa.
20
Argentina,
Chile,
Austrália,
Colômbia,
Equador,
Irlanda,
Bélgica,
Brasil,
República
Tcheca,
Japão,
Malásia,
México, Marrocos, Holanda, Noruega,
Peru, Filipinas, Á frica do Sul, Suécia,
Tailândia.
112
(CONT.)
Outros motivos.
A
formação
de
parcerias
10
-
1
Chile.
1
Reino Unido.
2
Reino Unido, Japão.
1
Suécia.
1
Nova Zelândia.
1
Estados Unidos.
2
Tailândia, Filipinas.
1
Japão.
voluntárias com fornecedores e
com o Governo.
O
à
incentivo
troca
de
informações e de experiências
entre as empresas signatárias do
programa.
A implantação de um processo de
certificação
dos
sistemas
de
gerenciamento do RC.
A divulgação dos benefícios do
RC.
A divulgação do programa entre
distribuidores
e
usuários
de
produtos químicos.
A demonstração de como o RC
pode
ajudar
as
empresas
a
enfocar seu compromisso com o
Desenvolvimento Sustentável.
A
busca
programa
de
valorização
pelas
do
autoridades
governamentais.
O
estabelecimento
de
metas
realistas de desempenho.
113
Figura 15 - Gráfico 15: Oportunidades de Melhoria na Implementação
do Responsible Care.
A simplificação dos guias de implantação dos có digos.
12
A inserção do Responsible Care nos demais sistemas
19
de gestão das empresas
A intensificação do papel da Associação no processo de
15
conscientização da alta administração
A implantação de um método formal de mensuração dos resultados
12
do programa
A maior divulgação do programa
trabalhadores da indústria química
20
entre
os
A definição de metas realistas para a implementação dos có digos
11
A divulgação intensiva dos resultados obtidos pelo
20
programa
Outras medidas
10
0
5
10
15
Quantidade de países.
20
25
Figura 16 - Gráfico 16: Outras oportunidades de Melhoria na Implementação
do Responsible Care.
1
A formação de parcerias voluntárias com fornecedores e com o Governo
1
O incentivo à troca de informações e de experiências entre as empresas
signatárias do programa
A implantação de um processo de certificação dos
2
sistemas de gerenciamento do Responsible Care
1
A divulgação dos benefícios do Responsible Care
1
A divulgação do programa entre distribuidores e usuários de produtos químicos
A demonstração de como o Responsible Care pode ajudar as companhias
1
a enfocar seu compromisso com o Desenvolvimento Sustentável
A busca da valorização do programa
2
para autoridades governamentais
1
0
0,5
O estabelecimento de metas realistas de desempenho
1
1,5
2
2,5
Quantidade de países.
114
4.2.7 - Avaliação do Desempenho do Responsible Care
Um dos principais desafios atuais para o RC é a forma como as associações da
indústria química estão avaliando o desempenho do programa e os resultados
efetivos obtidos.
Para obterem-se informações sobre este tema, foram incluídas cinco perguntas no
questionário enviado aos coordenadores do RC. Duas destas perguntas (7.1 e 7.1.1)
referiam-se aos tipos de avaliação adotados. A terceira pergunta (7.2) buscava obter
informações sobre o grau de implementação dos códigos do programa, enquanto que
a quarta (7.3) indagava sobre os indicadores de desempenho. A quinta pergunta (7.4)
relacionou-se com a realização de pesquisas sobre a imagem da indústria química.
As respostas obtidas para as perguntas 7.1. e 7.1.1 encontram-se resumidas nos
gráficos 17 e 18 e nas tabelas 21 e 22, respectivamente.
A primeira pergunta (7.1) destinava-se a verificar a implementação do sistema de
verificação externa nos diferentes países. Foram obtidos os seguintes resultados:
-
Existe sistema de avaliação externa em 14 países, ao passo que em 34 países
este sistema ainda não foi implementado.
-
Em 10 países pretende-se implementar a avaliação externa obrigatória. Outros 6
países não têm esta pretensão.
-
Em 18 países são realizadas auto-avaliações pelas empresas signatárias, como é
o caso do Brasil.
115
Tabela 21 - Medindo o desempenho do Responsible Care: Avaliação externa
7. Medindo o desempenho do RC.
7.1 Existe algum sistema para avaliação externa das empresas signatárias do RC?
Sim. Existe avaliação externa.
Argentina, Austrália, Á ustria, Canadá,
14
Chile,
Colômbia,
Equador,
República
Hungria,
Nova
Tcheca,
Zelândia,
Polônia, Tailândia, Reino Unido, Estados
Unidos.
Não. As empresas signatárias
18
Bélgica, Finlândia,
Alemanha, Hong
Kong, Hungria, Índia, Itália, Japão,
realizam auto-avaliações.
Malásia, México, Marrocos, Holanda,
Noruega, Filipinas, República Eslovaca,
Coréia do Sul, Espanha, Suécia.
Não.
Mas
pretende-se
10
Brasil,
Indonésia,
implementar a avaliação externa
México,
obrigatória.
Filipinas, Á frica do Sul.
Não
há
previsão
de
6
Holanda,
Irlanda,
Noruega,
Japão,
Peru,
Bélgica, Alemanha, Hong Kong, Itália,
Malásia, Marrocos.
implementação de sistema de
avaliação externa compulsória.
Figura 17 - Gráfico 17: Medindo o desempenho do Responsible Care.
14
Sim. Existe avaliação externa.
18
Não. As empresas signatárias realizam
auto-avaliações.
10
Não,
mas
pretende-se
implementar a avaliação externa
obrigató ria.
11
6
Não há previsão de implementação de sistema de avaliação externa compulsó ria.
0
5
10
15
20
Quantidade de países.
116
-
Quando se perguntou sobre o tipo de avaliação externa já adotada ou que se
pretende adotar (7.1.1), foram obtidas as seguintes respostas:
-
A maioria dos países (14) citou as auditorias externas realizadas por auditores
credenciados pela própria Associação da Indústria.
-
Sete países referiram-se a auditorias conduzidas por partes interessadas.
-
No Canadá, a avaliação externa ocorre a cada três anos nas empresas
associadas, bem como nas empresas-parceiras. A avaliação é conduzida por
equipe formada por dois especialistas da indústria, um defensor público e um
representante da comunidade local.
-
Na República Tcheca a avaliação externa é realizada por um grupo de
verificação
formado
(universidade,
por
quatro
organização
representantes
não-governamental
de
grupos
externos
ambientalista,
consultor
particular e um representante do setor químico) e por dez membros da
companhia auditada.
-
Outros sete países promovem avaliações externas por auditores de empresas
credenciadas pela Associação.
-
No Reino Unido, este tipo de avaliação ainda é voluntária, ao passo que a
auto-avaliação é obrigatória.
Houve ainda três países que citaram outras formas de auditorias externas:
-
No Brasil, pretende-se realizar auditorias por representantes de partes
interessadas credenciados pela ABIQUIM.
-
Na Nova Zelândia, a auditoria externa é realizada por representantes
governamentais.
-
Na Espanha, a verificação da implementação dos códigos é conduzida por
funcionários da própria empresa e por representantes da Associação da Indústria
Química.
117
Tabela 22 - Medindo o desempenho do Responsible Care: sistema de avaliação
externa
7.1.1 - Qual é o sistema de avaliação externa implementado ou a ser adotado?
Auditorias por partes interessadas
7
Canadá, Colômbia, República Tcheca,
Equador,
Polônia,
Estados
Unidos,
Tailândia.
Auditorias
por
auditores
14
Argentina,
Austrália,
credenciados pela Associação da
República
Tcheca,
Indústria Química.
Marrocos,
Nova
Polônia,
Á frica
Á ustria,
Japão,
Zelândia,
do
Sul,
Chile,
México,
Filipinas,
Espanha,
Estados Unidos.
Auditorias
por
auditores
de
7
República Tcheca, Equador, Indonésia,
México, Holanda, Polônia, Reino Unido.
empresas externas credenciados
pela Associação.
Outras
formas
de
auditoria
3
Brasil, Nova Zelândia, Espanha.
externa.
Figura 18 -Gráfico 18: Sistemas de Avaliação Externa:
7
Auditorias por partes interessadas.
Auditorias por auditores credenciados
pela Associação do Indústria Química.
14
11
Auditorias por auditores de
empresas
credenciadas
pela
Associação.
7
3
0
Outras formas de auditorias externas.
2
4
6
8
10
Quantidade de países.
12
14
16
118
A pergunta 7.2 foi respondida por 29 países. Como os códigos variam de país para
país, as respostas obtidas encontram-se descritas na tabela 40 (Anexo 8). A
atribuição do percentual de implementação de cada código foi dependente de critérios
próprios do coordenador do programa de cada país, pois não foram definidos critérios
para esta avaliação. Portanto, a comparação entre códigos de diferentes países pode
levar a conclusões errôneas, pois os critérios de avaliação foram provavelmente
diferentes.
A pergunta 7.3 foi respondida de maneira relativamente satisfatória por apenas 7
países: Canadá, Colômbia, Estados Unidos, Itália, Marrocos, Peru e Polônia. Ainda
assim, foram reportados resultados em moedas nacionais dificilmente relacionáveis
ao dólar americano e resultados absolutos (números de acidentes anuais, por
exemplo), dificultando a relativização e a comparação com outros países.
Alguns países simplesmente não responderam esta pergunta, enquanto outros
indicaram apenas tendências ou informaram que ainda não dispõem de dados
suficientes. Alemanha, Brasil e Nova Zelândia indicaram a página da Associação da
Indústria Química na Internet para obtenção de maiores informações.
O baixo índice de respostas para esta pergunta pode ser atribuído ao fato de que os
programas de diversos países ainda não conseguiram desenvolver indicadores
eficientes ou ainda não dispõem de dados consistentes para apresentação às partes
interessadas.
Por outro lado, a forma de apresentação destes resultados no questionário também
não favoreceu a obtenção de respostas, uma vez que muitas vezes a visualização
dos resultados é feita através de gráficos ou tabelas.
Com este resultado, percebe-se nitidamente que a maioria dos países ainda não se
encontra devidamente preparada para apresentar os resultados do setor químico às
partes interessadas e que os indicadores não foram concebidos para facilitar este
trabalho.
As respostas do Canadá, Colômbia, Estados Unidos, Itália, Marrocos, Peru e Polônia
encontram-se descritas na tabela 40 (Anexo 8).
119
A pergunta 7.4 referiu-se, especificamente, à realização de pesquisas sobre a
imagem da indústria química nestes países onde o RC está sendo implementado.
Dos 36 países que responderam a pesquisa, apenas a Polônia não respondeu esta
pergunta. Deste total, 23 países (66%) não realizaram ainda pesquisas de opinião
sobre a imagem da indústria química. Os resultados obtidos estão apresentados na
tabela 23.
Analisando-se as respostas dos 12 países que já realizam este tipo de pesquisa,
observa-se que:
-
Na maioria deles foi relatada pequena melhoria com relação à imagem da
indústria química ou ao conhecimento do programa RC
-
O representante do Canadá citou entretanto uma melhoria significativa da imagem
entre as partes interessadas e ressaltou a mudança de foco nas preocupações do
público em geral: de dentro da indústria química (emissões, acidentes) para o lado
de fora (efeitos dos produtos químicos, acidentes no transporte etc.).
Dentre as razões para a não-realização deste tipo de pesquisa, podem-se destacar:
-
limitações no orçamento da associação de indústria química;
-
participação da pesquisa realizada pelo CEFIC; e
-
o estágio inicial de implementação do programa.
Alguns países, como o Brasil, o Chile e a Indonésia, estão desenvolvendo pesquisas
sobre a indústria química junto a opinião pública.
A Nova Zelândia tem realizado esforços para o convencimento dos órgãos
governamentais ambientais, a fim de que validem a implementação do programa.
120
Tabela 23 - Pesquisas de opinião pública
7.4. A Associação já promoveu ou promove periodicamente pesquisas de opinião
pública para mensurar os resultados práticos da implementação do RC e avalia a
imagem da indústria química no país?
Países que responderam afirmativamente (12) e os resultados obtidos informados:
Alemanha
Não apresentou os resultados obtidos.
Austrália
A última pesquisa foi realizada em 1996 e indicou leve
aumento da reação positiva do público em relação à indústria
química.
Canadá
Nos últimos 10 anos observa-se uma pequena melhoria com
relação à imagem da indústria química junto à opinião pública.
Entretanto, entre as partes interessadas (comunidade local,
governo, ambientalistas e mídia) a imagem melhorou
significativamente. Observa-se uma alteração no objeto da
preocupação do público em geral, que deixou de focar-se nas
emissões e acidentes nas indústrias químicas, para transferirse para os efeitos de longo prazo dos produtos químicos
sobre a saúde humana e o meio ambiente. Planeja-se realizar
a pesquisa a cada 3 anos.
Colômbia
Informou que a imagem da indústria química é positiva.
Equador
As autoridades reconhecem o valor real do RC no país.
Estados Unidos
As pesquisas evidenciaram um melhor entendimento dos
temas principais com relação às partes interessadas.
Finlândia
Foram
realizadas
pesquisas
relativas
ao
desempenho
ambiental da indústria química. Os resultados melhoraram
significativamente na última década.
Holanda
A pesquisa demonstrou pequena melhoria na imagem da
indústria química.
Itália
O grau de conhecimento do programa ainda não é muito
grande. Iniciativas como o programa de "Portas Abertas"
contribui para a difusão direta de informações sobre a
indústria química na localidade e para melhorar a sua
imagem. Um relatório é publicado anualmente e apresentado
às partes interessadas.
Japão
12% conhecem as atividades do RC.
121
(CONT.)
Reino Unido
Pesquisas anuais mostram que 20% dos entrevistados são
favoráveis à indústria química e que apenas cerca de 2%
entendem o programa RC.
Suécia
Participa da pesquisa realizada pelo CEFIC.
Países que responderam negativamente (23) e as razões apresentadas para a nãorealização de tais pesquisas:
Á frica
do
Argentina,
Sul, Não apresentaram justificativas.
Á ustria,
Hong Kong, Malásia,
República Eslovaca
Bélgica
Informou que se baseia nas pesquisas realizadas pelo CEFIC.
Brasil
Realizou uma pesquisa estruturada em etapas: na primeira e
segunda etapas foram ouvidos o público interno (profissionais
da indústria química) e alguns segmentos do público externo.
A terceira etapa foi a realização de uma pesquisa aberta para
o público em geral.
Chile
A pesquisa está fase de desenvolvimento.
Coréia do Sul
A pesquisa já foi realizada por outras organizações e a
imagem tem piorado nos últimos anos. A associação pretende
realizar uma pesquisa alguns anos após a concretização da
implementação do RC.
Espanha
A associação baseia-se nos resultados da pesquisa realizada
pelo CEFIC, voltada para medir o grau de conhecimento
sobre a indústria química.
Filipinas
Por limitações no orçamento.
Hungria
Considera muito cara a realização deste tipo de pesquisa.
Índia
Considera que o programa não atingiu ainda um nível de
implementação que justifique a realização de pesquisas deste
tipo.
Indonésia
Planeja a realização da pesquisa no ano 2001.
Irlanda
A população industrial é considerada muito pequena.
Marrocos
Informou ter pequena experiência nesta área.
122
(CONT.)
México
Não foram promovidas ainda pesquisas de opinião, pois as
empresas ainda não iniciaram as atividades de comunicação
com a comunidade e pretende-se treinar os associados antes
de realizar tais pesquisas de opinião pública.
Nova Zelândia
A Associação prefere encorajar os responsáveis pela política
governamental e as agências reguladoras a atestarem o
progresso e validarem os resultados de implementação do
programa.
Noruega
Não pretende realizar tais pesquisas, pois acredita que a
indústria química não será aceita pela sociedade. Acredita
que seja mais conveniente a realização de pesquisa sobre
cada empresa.
Peru
Alega limitações de recursos para a realização desta
pesquisa, pois a indústria química cobre uma área muito
diversificada.
República Tcheca
Considera que a nova administração regional do país (a partir
de 2001) será mais apropriada para a realização de
pesquisas deste tipo.
O programa ainda é muito novo e o conhecimento do público
Tailândia
com relação a ele não é suficientemente alto para justificar
este tipo de pesquisa.
Figura 19 - Gráfico 19: As Associações da Indústria Química e a pesquisa
de opinião sobre sua imagem.
Quantidade de indústrias que já realizaram
pesquisa de opinião.
12
14
Quantidade de indústrias que ainda não
realizaram pesquisa de opinião.
23
0
5
10
15
Quantidade de países.
20
25
123
4.2.8
A Resposta do ICCA
O ICCA é o organismo internacional que reúne as associações de indústrias químicas
dos diversos países e é responsável pela coordenação do programa RC a nível
mundial. Este conselho também é o responsável pela edição bianual do relatório
Responsible Care Status Report.
O ICCA fica localizado em Bruxelas na sede do CEFIC.
A fim de se obter as impressões do ICCA sobre a pesquisa realizada, o questionário
elaborado (anexo 5) foi encaminhado ao Sr. Stanley Szymanski, apontado no
Responsible Care Status Report do ano 2000 como o presidente do Grupo de
Liderança
do
RC,
através
de
seu
correio
eletrônico
particular
([email protected]) e do correio eletrônico indicado neste relatório
([email protected]).
Como não foi obtida resposta, por indicação do coordenador do programa AR da
ABIQUIM, Sr. Marcelo Kós, o questionário foi reencaminhado ao Sr. Jacques Busson.
Após o envio pela quarta vez e o estabelecimento de contato telefônico, obteve-se
resposta, na qual o Sr. Busson informava que as respostas fornecidas referiam-se
apenas à associação européia CEFIC e não ao ICCA.
Após alguns meses foi feito novo contato, por e-mail e por telefone, com o Sr.
Busson, o qual prontificou-se em responder novamente o questionário, como um dos
coordenadores do ICCA (havia o nome de outro coordenador citado no questionário
respondido: Sr. Chuck Walls)
As respostas fornecidas pelo Sr. Busson encontram-se resumidas nos anexos 9 e 10
e refletem, portanto, suas opiniões relativas à associação européia (CEFIC) e mundial
(ICCA).
124
4.2.8.1 - Resultados da pesquisa junto ao ICCA e ao
CEFIC
Os percentuais de abrangência do RC nos âmbitos mundial e europeu
foram
considerados superiores a 75%, tanto em relação ao faturamento quanto em relação
à produção. Apenas o faturamento europeu foi fornecido como sendo de 120 bilhões
de Euros. Os dados referentes à produção do setor químico não foram
disponibilizados em ambos os casos.
A tabela 24 resume as respostas fornecidas pelo Sr. Jacques Busson com relação
aos âmbitos mundial e europeu, permitindo uma comparação entre ambos.
Tabela 24 - Comparação entre as respostas do ICCA e do CEFIC para o
questionário do Anexo 5
Características do RC:
Característica
Desenvolvimento de programa para redução do
ICCA
CEFIC
Sim
Sim
Sim
Não
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
número de acidentes causados pelo uso indevido de
produtos químicos.
Promoção de campanhas na mídia no intuito de
melhorar a imagem dos produtos químicos e da
indústria química junto à sociedade.
Coordenação de eventos periódicos para promoção
do RC entre as partes interessadas (sociedade,
clientes,
organizações
governamentais
e
não-
governamentais, etc.).
Coordenação de programa de apoio aos órgãos
governamentais no sentido de fornecer treinamento e
informações técnicas sobre segurança química.
Existência de metas anuais relacionadas com o
aumento do número de empresas signatárias do
programa.
125
(CONT.)
Fatores Limitantes à implementação do RC:
Fator
ICCA
CEFIC
Complexidade do programa.
Sim
Não
Falta de percepção do valor do RC para o negócio do
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Sim
Limitações na estrutura de pessoal das empresas.
Sim
Não
Falta de percepção da importância do RC pelo público
Sim
Sim
Sim
Não
Oportunidade
ICCA
CEFIC
A simplificação dos guias de implantação dos códigos.
Não
Não
A inserção do RC nos demais sistemas de gestão das
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
os
Sim
Sim
A definição de metas realistas para a implementação
Não
Não
Não
Não
ramo químico.
Falta de percepção do valor do RC para o negócio do
ramo químico.
Reduzida participação e comprometimento da alta
administração das empresas na implementação do
programa.
externo.
Falta de percepção da importância do RC pelo público
interno.
Oportunidades de melhoria:
empresas (ISO 9000, ISO 14000, BS 8800).
A intensificação do papel da Associação no processo
de
conscientização
da
alta
administração
das
empresas.
A implantação de um método formal de mensuração
dos resultados do programa.
A
maior
divulgação
do
programa
entre
trabalhadores da indústria química.
dos códigos.
A divulgação intensiva dos resultados obtidos pelo
programa.
126
(CONT.)
Medindo o desempenho do RC:
Avaliação de desempenho externa.
ICCA
CEFIC
Pretende-se tornar obrigatória a avaliação externa do
Não
Não
ICCA
CEFIC
Sim
Não
pela
Sim
Sim
Auditorias por auditores de empresas externas
Sim
Sim
ICCA
CEFIC
Não
Sim
programa pelas associações a fim de estabelecer o
grau de implementação dos códigos nas empresas,
ao invés da auto-avaliação?
Avaliando o RC:
Tipos de avaliação externa adotados:
Auditorias por partes interessadas.
Auditorias
por
auditores
credenciados
Associação da Indústria Química.
credenciados pela Associação.
Pesquisando de imagem:
Pesquisando a imagem da indústria químicas e os
resultados do RC:
A Associação realiza periodicamente pesquisas de
opinião pública para medir os resultados práticos da
implementação do RC e avaliar a imagem da indústria
química?
4.3 - Análise dos Resultados
Neste item pretende-se analisar, de maneira sucinta, os resultados obtidos pela
pesquisa, os quais foram descritos e comentados nos parágrafos anteriores. Para
tanto, objetiva-se abranger os sete temas abordados na pesquisa.
4.3.1
População e Amostra
O percentual de 80% da população pretendida neste estudo pode ser considerado um
êxito, tendo em vista que, em pesquisas deste tipo, o nível de respostas é,
geralmente, sensivelmente menor. Entretanto, vários países só atenderam à
solicitação de
responderem a pesquisa, após sucessivos envios de e-mails
apresentando-a e, em diversos casos, após contatos telefônicos. Tendo em vista que
127
um dos objetivos do RC é a melhoria da imagem da indústria química junto às partes
interessadas, esperava-se que a receptividade a uma pesquisa deste tipo fosse
maior. Entretanto, alguns países como o Canadá, o Chile, a Finlândia, a Alemanha, o
México, a Suécia, o Reino Unido e os Estados Unidos responderam prontamente a
pesquisa, ao primeiro envio, num prazo máximo de 10 dias.
Por outro lado, mesmo após contatos telefônicos, não foi obtida a resposta para a
pesquisa de 9 países, entre eles a França, a Suíça e Portugal. A falta de resposta
destes países pode ser considerada surpreendente, tendo-se em vista que a
priorização do atendimento das necessidades de informação das partes interessadas
é uma das premissas básicas do RC.
Um ponto a ser destacado, entretanto, foi a publicação do Relatório Anual do
Programa (Responsible Care Status Report 2000), publicado pelo ICCA, o qual
facilitou enormemente a realização deste estudo, por elencar, didaticamente, os
programas dos países implementadores do RC, bem como os contatos (telefone, fax
e e-mail) dos seus coordenadores. Este relatório pode ser obtido diretamente na
home page do ICCA (www.ICCA-chem.org).
4.3.2
Dados relativos à indústria química
Um ponto importante, realçado pelas respostas dos coordenadores de alguns países,
foi o fato de que o programa RC apresenta abrangência diferente, de país para país,
em função da definição do termo indústria química e do tipo de Associação
responsável pela sua implementação.
Desta forma, a questão está sendo tratada pelo ponto de vista da indústria química, e
não pelo ponto de vista do público. A concepção de indústria química, percebida pelo
público, não está sendo considerada na implementação do programa. Com isso,
alguns segmentos, cujas atividades são questionadas pelo público, objetivamente
não estão sendo atendidos pelo programa, apesar de serem associados à indústria
química pelas partes interessadas.
No Brasil, a situação não é diferente: a pesquisa com o público externo, realizada
pela ABIQUIM, mostrou que há uma identificação significativa da indústria química
com o petróleo e os seus derivados. Por conseguinte, acidentes nas indústrias de
128
petróleo repercutem também, certamente, na imagem do segmento químico.
Entretanto, as indústrias de exploração e produção de petróleo e seus derivados, no
Brasil, não fazem parte do público-alvo do AR e nem da ABIQUIM. Aliás, não existem,
inclusive, mecanismos para filiação de indústrias de petróleo, como a Petrobrás, à
ABIQUIM.
Por outro lado, se o modelo pretendido consistir, efetivamente, em atender
ao
segmento industrial essencialmente químico (conforme classificações e definições
nacionais do país), este ponto precisa ser fortemente realçado e divulgado junto ao
público. Entretanto, a efetividade destas campanhas de divulgação é questionável,
uma vez que ambas as atividades são, realmente, muito afins. Desta forma, a melhor
alternativa parece ser a inclusão, de alguma forma, das atividades de petróleo no
programa, buscando benefícios para ambas as partes: para o AR, que ganha maior
abrangência e visibilidade, e para a indústria do petróleo, por exemplo, que passa a
contar com mais este elemento gerencial de saúde , segurança e meio ambiente.
Como citado anteriormente, é uma questão de perspectiva: e a mais importante é,
sem dúvida, a do público.
Realçado este aspecto da questão, pelos resultados obtidos apreende-se que, do
ponto de vista de faturamento e de produção, praticamente a maioria dos países que
responderam a estas questões (47% e 55%, respectivamente), já estão com mais de
75% do parque industrial químico cobertos pelo programa.
Aliando-se a este resultado, a informação de que o programa RC já está sendo
implementado nos países cujos parques industriais químicos são mais desenvolvidos,
pode-se concluir que a abrangência do programa já é bastante grande.
4.3.3
Dentre
as
alternativas
Motivos para a adesão ao Responsible Care
apresentadas,
o
principal
motivo
apontado
pelos
coordenadores dos programas foi a melhoria da imagem da indústria química, o qual
constitui-se, realmente, desde a sua criação, no objetivo norteador do RC.
Alguns motivos foram apresentados espontaneamente pelos entrevistados. A
melhoria do desempenho em Meio Ambiente, Saúde e Segurança foi um deles, o qual
129
está efetivamente ligado à imagem do setor.
Outros motivos apontados referem-se ao fato de que, em alguns países, a iniciativa
de implementação do RC é bastante valorizada pelos órgãos ambientais, interferindo
em licenciamentos e proporcionando desregulamentações.
De fato, conforme registrou Begley (1995), na década de 90, nos Estados Unidos, a
possibilidade
de
desregulamentações
legais
motivou
diversas
empresas
a
implementarem o programa.
No Brasil, este fato ainda não foi observado. A interface entre o AR e os órgãos
ambientais é discreta e não existem registros de que a implementação do programa
constitua oficialmente requisito observável durante licenciamentos e fiscalizações. O
contraponto deste cenário foi citado pelo representante da Austrália, o qual relatou
que a redução do número de regulamentações governamentais constitui um motivo
para a implementação do RC naquele país.
4.3.4 - Características do Responsible Care
As respostas obtidas nesta seção da pesquisa revelaram que uma das principais
características do programa RC é a flexibilidade.
O programa permite, de forma
enfática, a adequação das suas iniciativas ao cenário e às necessidades nacionais.
Desta forma, o panorama das características do programa, identificado pela pesquisa,
apresentou-se de maneira bastante diversificada.
Algumas características, entretanto, dentre as pesquisadas, apresentaram-se como
marcantes na maioria dos países (incidência maior do que 75% das respostas):
-
A grande preocupação com a redução da incidência de acidentes com produtos
químicos.
-
A promoção de campanhas publicitárias na mídia para divulgação da imagem da
indústria e dos produtos químicos abrangidos pelo programa.
-
A realização de eventos para a promoção do programa entre as partes
interessadas e o público em geral.
130
-
A existência de programas para o atendimento de emergências na indústria
química ou envolvendo produtos químicos.
Dentre estas características, a única que não é compartilhada pelo programa
brasileiro refere-se à promoção de campanhas publicitárias na mídia. De fato, o AR
ainda tem a sua imagem pouco divulgada pelos veículos de comunicação no Brasil,
restringindo-se às publicações técnicas voltadas para os segmentos afins. E a
ABIQUIM parece reconhecer este fato, pois entre os resultados divulgados da
pesquisa com o público externo realizada, não há a menor menção ao programa AR.
Um fato a ser ressaltado é que, em praticamente dois terços dos países amostrados,
não se observa a obrigatoriedade de adesão ao programa pelos membros da
Associação. Mas esta obrigatoriedade, entretanto, está presente nos países cujo
programa encontra-se mais desenvolvido, tais como Estados Unidos, Canadá,
Austrália e Reino Unido, constituindo-se, provavelmente, numa tendência para os
países que ainda não a adotaram.
Outra tendência que parece determinante é a expansão do programa pela cadeia
produtiva através da adesão de empresas parceiras: 72% dos países (26)
já
desenvolvem esta iniciativa. Atualmente, pelo que se percebe, e nitidamente no
programa brasileiro, estas empresas correspondem a transportadoras e operadores
logísticos. Este fato é muito relevante, pois com a globalização, o setor logístico
adquiriu grande importância para a atividade química, uma vez que a freqüência de
viagens e a quantidade de produtos transportados, pelos diversos tipos de modais,
são crescentes. E, sem dúvida, a etapa do transporte de produtos químicos é
bastante crítica dentro do ciclo de vida do produto. Outros segmento importante a ser
atingido pelo programa de parcerias é o das empresas da área ambiental, as quais
realizam tratamentos, disposições e reciclagens de produtos químicos. Como os
resíduos industriais são, na maioria das vezes, misturas de produtos químicos e
apresentam alta complexidade, merecem atenção especial do setor, tendo-se em
vista a tendência de terceirização deste tipo de atividade, observada atualmente, e os
elevados custos de descontaminação e de remediação que estão normalmente
associados a procedimentos inadequados. Além, é claro, dos riscos para a imagem
da empresa e do setor químico, cujos prejuízos, quando ocorrem, são incalculáveis e
irremediáveis.
131
4.3.5 - Fatores limitantes à implementação do Responsible Care
Os fatores apresentados neste item da pesquisa foram os principais pontos
apontados pelos representantes das empresas associadas no 4o. Congresso de
Atuação Responsável, realizado no ano 2000.
É
interessante notar que todos eles foram expressivamente citados pelos
entrevistados, indicando que as dificuldades de implementação do programa são
comuns a diferentes países.
Dentre os fatores assinalados e os espontaneamente indicados, observou-se ênfase
em três pontos principais:
-
a limitação na estrutura de pessoal e dos recursos financeiros das
empresas;
-
a falta de percepção do valor do programa pelas partes interessadas; e
-
o limitado comprometimento da alta administração com o programa.
Pode-se considerar que o primeiro fator é inerente às empresas, mas os outros dois
fatores poderiam ser amenizados por uma atuação mais incisiva e eficaz das
associações das indústrias químicas.
É interessante notar que, com os processo de reestruturação das empresas, as áreas
de apoio foram as que mais sofreram cortes de pessoal e de recursos, por não
estarem ligadas diretamente ao setor produtivo (core business) e gerador de lucro.
Muitas delas, inclusive, terceirizaram estas atividades ou criaram empresas
autônomas para fazê-lo. Com isso, percebe-se que os limitados quadros de pessoal
das empresas passaram a constituir entraves relevantes para a implementação de
iniciativas importantes e estratégicas para as empresas, como é o caso do RC.
Com relação à percepção do valor do RC, as partes interessadas devem se sentir
atraídas pelo programa e as associações podem ajudar decisivamente neste âmbito,
promovendo eventos para a sua divulgação. No Brasil, por exemplo, não foram
realizados ainda eventos voltados predominantemente para o público externo. A
132
carência destas iniciativas repercute nesta reação apática das partes interessadas
aos progressos desenvolvidos pelo programa e pela indústria química.
O fato dos coordenadores de 18 países (incluindo o Brasil, a Austrália, a Alemanha e
a Nova Zelândia) afirmarem que a alta administração das empresas não se sente
suficientemente comprometida com a implementação e com os resultados do
programa também serve de indício para revelar que a atuação destas associações
precisa ser revista e melhorada. É sabido que a probabilidade de sucesso de um
programa dentro de uma organização aumenta consideravelmente se o mesmo for
introduzido e apoiado pela alta administração.
Sendo assim, a atuação das
associações junto à alta administração das empresas torna-se crucial para que o
programa seja encarado como fundamental para o futuro da organização e do
segmento. Se esta impressão não perpassar a organização a partir da alta
administração, as chances de sucesso do programa tornam-se menores.
Esta visão dos coordenadores do RC, quanto ao envolvimento da alta administração
com o programa, não coincide, entretanto, com a visão dela própria, detectada pela
pesquisa de opinião, realizada pela ABIQUIM junto ao público interno no Brasil. Nesta
pesquisa, a alta administração avaliou-se como conhecedora do programa e muito
comprometida com ele.
4.3.6 - Oportunidades de Melhoria na implementação do
Responsible Care
Da mesma forma que no item anterior, foram apresentados aos entrevistados as
oportunidades de melhoria indicadas no 4° Congresso de Atuação Responsável da
ABIQUIM.
As principais oportunidades de melhoria citadas referiram-se à divulgação do
programa e de seus resultados, reforçando o diagnóstico feito no comentário do item
anterior, que enfatizava o papel das associações neste processo. Diversos
entrevistados realçaram, inclusive, a intensificação da atuação das Associações na
conscientização da alta administração das empresas quanto ao programa.
Outro ponto que merece destaque é a percepção de que o RC precisa ser inserido
nos demais sistemas de gestão das empresas. De fato, esta medida precisa ser
133
priorizada, para que as sinergias existentes entre o RC e as normas da ISO 14000,
por exemplo, sejam ressaltadas e aproveitadas em prol do sucesso da
implementação dos dois sistemas. Por outro lado, se este cuidado não for tomado,
corre-se o risco de que os sistemas de gestão tornem-se concorrentes dentro das
empresas, dividindo esforços e diluindo resultados.
Os indicadores e as metas do programa também foram lembrados pelos
entrevistados como pontos a serem melhorados. Estes pontos podem, efetivamente,
ser decisivos para que a divulgação do programa junto às partes interessadas venha
a ser mais efetiva.
Torna-se necessário que os indicadores disponíveis para
divulgação sejam realmente positivos e, mais importante ainda, que sejam palatáveis
às partes interessadas.
4.3.7 - Avaliação de desempenho do Responsible Care
4.3.7.1 Tipos de avaliaç ão de desempenho adotados
Os resultados da pesquisa mostraram que apesar da avaliação externa ser uma
tendência (10 países pretendem torná-la obrigatória), apenas 14 países já a
implementaram como forma de medir os avanços na implementação dos códigos do
RC e na mensuração dos progressos obtidos. As Associações da maioria dos países
(34 associações) exigem apenas que as empresas realizem auto-avaliações de
desempenho.
Na Nova Zelândia observa-se uma aproximação interessante entre o RC e o governo,
uma vez que informou-se que neste país as avaliações externas ocorrem e são
realizadas por representantes governamentais.
A medição de desempenho baseada apenas em auto-avaliações pode ser
considerada como uma fragilidade do programa. Indubitavelmente as avaliações
externas, principalmente envolvendo representantes das partes interessadas (como é
o modelo pretendido pela ABIQUIM), geram resultados de maior credibilidade para o
segmento, além de provocarem uma aproximação destes grupos com a indústria
química.
Um ponto muito importante na avaliação de desempenho, independentemente do
134
modelo adotado, é a padronização de critérios. Faz-se necessário que, tanto nas
auto-avaliações quanto nas avaliações externas, os critérios sejam claros e
inequívocos para que os resultados obtidos possam ser comparados e para que
sejam gerados dados consistentes sobre o setor.
No modelo das auto-avaliações, este talvez seja o maior desafio, pois torna-se muito
difícil a padronização de respostas no que diz respeito ao grau de implementação dos
códigos, por exemplo. A adoção de avaliações externas reduz este problema, pois no
treinamento dos avaliadores torna-se possível a apresentação de critérios
padronizados.
4.3.7.2 - Grau de implementaç ão dos códigos do
Responsible Care
Apesar de constituir-se um parâmetro bastante impreciso e de elevado grau de
subjetividade, a informação referente ao grau de implementação dos códigos do RC é
importante, pois dá pistas em relação ao amadurecimento do programa nos diversos
países.
A partir das respostas dos entrevistados em relação ao nível de implementação dos
códigos do RC, fez-se uma tentativa de classificar os programas dos diversos países
em três grupos, dividindo-os pelo seu grau de maturidade. Esta classificação baseouse exclusivamente no grau de implementação dos códigos e a partir das informações
fornecidas na pesquisa.
4.3.7.2.1 - Países com programa de elevado
grau de implementação (alta
maturidade)
Países que acusaram predominantemente porcentagem de implementação superior a
75%: Alemanha, Austrália, Á ustria, Canadá, Estados Unidos, Hungria, Indonésia,
Japão e República Tcheca.
135
4.3.7.2.2 - Países com programa de mé dio
grau de implementação (mé dia
maturidade)
Países que acusaram predominantemente porcentagem de implementação entre 25 e
75%: Á frica do Sul, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Coréia do Sul, Espanha,
Holanda, Índia, Itália, México, Peru e Polônia.
4.3.7.2.3 - Países com programas de baixo
grau de implementação (baixa
maturidade)
Países que acusaram predominantemente porcentagem de implementação inferiores
a 25% ou que não iniciaram a implementação de algum dos códigos previstos:
Equador, Filipinas, Hong Kong, Malásia, Marrocos, República Eslovaca e Tailândia.
4.3.7.3 - Indicadores de desempenho
O índice de respostas a esta pergunta foi muito baixo. Poucos países parecem dispor
realmente de indicadores bem conceituados e de resultados consistentes a serem
divulgados e facilmente entendidos pela sociedade e pelas partes interessadas. Este
pode ser considerado outro ponto vulnerável do programa e que carece de ser
aperfeiçoado.
Indicadores palatáveis à sociedade e com resultados convincentes são condições
essenciais para que o progresso do RC seja percebido pela sociedade e para que
repercuta na melhoria da imagem do setor. Afinal, são estes indicadores que
informam, efetivamente, os progressos alcançados pelo setor nas áreas de maior
interesse da indústria química e que são atendidas pelos Códigos do RC.
Este tema foi bastante discutido no 5° Congresso de Atuação Responsável promovido
pela ABIQUIM. Na ocasião, constatou-se o cenário apresentado por esta pesquisa.
Obteve-se consenso entre os participantes de que os indicadores utilizados
atualmente pela ABIQUIM necessitam ser aperfeiçoados, para que possam expressar
melhor o desempenho da indústria química nos diversos códigos, bem como
tornarem-se de mais fácil entendimento para as partes interessadas.
136
4.3.8 - A imagem da indústria química
Os resultados apurados mostraram que a maioria dos países (23) ainda não realizou
pesquisa de opinião pública e que apenas 12 países já a realizaram, pelo menos uma
vez.
As justificativas para a não-realização das pesquisas são diversas e referem-se, na
maioria das vezes, ao estágio de implementação do programa ou aos custos a ela
associados. O coordenador do programa norueguês informou considerar mais válida
a realização de pesquisa de imagem das indústrias químicas individualmente ao invés
do setor como um todo.
Por outro lado, os resultados obtidos pelas associações que já realizaram pesquisas
deste tipo denotam, entretanto, apenas uma discreta melhoria na imagem percebida
pelas partes interessadas.
Este resultado parece ser contraditório com o que se pode esperar de um código de
conduta, como o RC, voltado para a melhoria de imagem do segmento químico.
A baixa incidência das pesquisas dá pistas de que o setor químico continua fechado
em si mesmo e prescindindo desta valiosa informação para o amadurecimento e
aperfeiçoamento do RC que é o feed-back das partes interessadas às ações
desenvolvidas.
Na verdade, os anseios e as impressões do público em geral, revelados pelas
pesquisas de opinião, devem ser considerados elementos norteadores das ações do
programa. Torna-se difícil avaliar o progresso de um programa como o RC, somente a
partir das impressões do próprio setor através das auto-avaliações e dos indicadores.
Estes resultados podem ser ótimos, mas não representarão muito para o sucesso do
programa, se não repercutirem na melhoria da imagem do setor junto às partes
interessadas.
O setor químico e, conseqüentemente, o RC, tanto no âmbito mundial quanto no
brasileiro, necessita ser melhor avaliado pelas partes interessadas. Os avanços
alcançados pela implementação deste programa necessitam ser evidenciados através
de indicadores bem conceituados e de ações junto às partes interessadas, para que
137
sejam revertidos na melhoria de imagem pretendida.
Neste contexto, é fundamental o papel das associações nacionais de cada país, as
quais devem ser catalisadores deste processo.
No Brasil, a ABIQUIM encontra-se em pleno processo de avaliação da sua imagem,
da indústria química e do Atuação Responsável junto às partes interessadas, cujos
resultados já foram comentados anteriormente.
4.3.9 - A Resposta do ICCA
Com relação à parte inicial da pesquisa, referente às perguntas sobre os dados de
produção e de faturamento da indústria química, a falta de respostas fragilizou a
informação fornecida de que percentuais superiores a 75% já se encontram atingidos
pelo RC.
Outra informação importante obtida com esta pesquisa foi o fato do representante do
ICCA não considerar a simplificação dos guias de implantação dos códigos, a
definição de metas realistas para o programa e a divulgação intensiva de seus
resultados como oportunidades de melhoria do programa. Por outro lado, a
divulgação do programa para os trabalhadores da indústria química foi considerada
como tal.
Verificou-se, também, que o ICCA não pretende tornar obrigatória a avaliação externa
para a implementação do programa e que todos os tipos de avaliação externa
apresentados são reconhecidos por esta associação.
Por estas respostas, apreende-se que a visão do ICCA para o RC denota um elevado
grau de flexibilidade e uma predominância da adequação do programa às realidades
de cada país. Esta visão parece ser bem adequada, tendo-se em vista que este
programa é implementado em todo o mundo e em países com realidades
econômicas, sociais e culturais bem diferentes. A definição de regras e de modelos
muito rígidos pelo ICCA fatalmente repercutiria numa menor empregabilidade do
programa e, conseqüentemente, na menor abrangência mundial das suas propostas.
Portanto, a forma de gerenciamento do RC, com relação a este aspecto, parece ser
138
adequada. A interação entre os próprios coordenadores dos diversos programas
nacionais e com o ICCA parece ser um dos elementos reguladores do processo, no
sentido de que as características fundamentais do programa sejam mantidas. Outro
elemento deste tipo é a elaboração bianual do relatório Responsible Care Status
Report.
Um ponto que merece destaque entre as respostas foi a afirmação de que o ICCA
não realiza pesquisas periódicas de opinião pública sobre a imagem da indústria
química. Pesquisas deste tipo, a nível mundial, seriam realmente de muito difícil
realização. Entretanto, promover tais pesquisas pelas Associações de cada país
parece ser medida importante, inclusive com a inclusão deste tipo de informação, por
país, no relatório bianual publicado sobre o RC. Prescindir deste tipo de informação
não parece ser uma medida muito acertada.
139
CAPÍTULO 5 - CONSIDERAÇ Õ ES FINAIS
5.1 - À guisa de conclusões
Pretende-se apresentar, nesta seção, conclusões deste estudo referentes a três
pontos básicos: a metodologia da pesquisa, ao programa mundial RC e à sua versão
brasileira, o AR.
a) A metodologia de pesquisa:
Um ponto importante abordado na pesquisa foi o fato de ela ter sido realizada pela
internet. Em função da impossibilidade prática de se realizar as entrevistas
pessoalmente,
a internet viabilizou e agilizou o processo de coleta de dados,
repercutindo num
elevado índice de respostas de 80%, ou seja, 36 países
responderam à pesquisa de um total de 45.
Além disso, a pesquisa nas home pages das Associações dos diferentes países
forneceram diversas informações que embasaram o preenchimento parcial prévio do
questionário que foi enviado aos coordenadores dos programas. Este fato, inclusive,
pode ter colaborado para o elevado número de respostas obtidas, pois evidenciou o
interesse da pesquisa pelos programas dos diversos países, bem como a
insuficiência de informações disponíveis nas respectivas home pages.
Outro fator possível de incremento no percentual de respostas foram, sem dúvida, os
contatos telefônicos realizados com os coordenadores de programas de alguns
países, evidenciando a importância do contato pessoal para o comprometimento do
entrevistado com a pesquisa.
Em relação ao questionário, uma ação importante para o seu aprimoramento e
dimensionamento foi a realização de um estudo prévio com representantes da
ABIQUIM, a partir do qual foi possível realizar ajustes no seu conteúdo e na sua
forma de apresentação.
140
b) O Responsible Care:
O RC é um código de conduta que já se encontra implantado em 45 países, os quais
podem ser considerados os mais significativos do ponto de vista de faturamento e de
produção para a indústria química. Na maioria destes países, a abrangência dos
programas também já é bastante significativa.
Os programas dos diversos países têm estruturas básicas bastante semelhantes, mas
podem apresentar peculiaridades, decorrentes da grande flexibilidade permitida pelo
ICCA, na adequação do programa às especificidades do ramo químico de cada país.
O alto grau de implementação da maior parte dos programas e a análise dos
indicadores disponíveis revelam que o RC tem promovido melhorias de desempenho
na indústria química.
Entretanto, esta melhoria de desempenho não tem repercutido proporcionalmente na
melhoria da imagem deste segmento industrial, que constituiu, em última análise, o
objetivo principal para o surgimento e o desenvolvimento do programa, como é
sabido.
Conclui-se este fato, em função do reduzido número de países que já promovem,
periodicamente, pesquisas de opinião, bem como dos resultados de pesquisas já
realizadas e que não revelaram grandes melhorias para a imagem do setor químico.
A comunicação com as partes interessadas ainda constitui um importante desafio a
ser vencido, mas percebe-se que a mudança de foco dos códigos internos (Saúde e
Segurança da Trabalhador, Proteção Ambiental e Segurança de Processo) para os
códigos voltados para fora das empresas (Transporte e Distribuição, Diálogo com a
Comunidade e Preparação e Atendimento a Emergência e Gerenciamento de
Produto) dá indícios de que este cenário pode ser alterado no futuro.
A transparência também é uma característica que precisa ser aprimorada pelo
programa. Neste sentido, diversos movimentos que estão se desenvolvendo na
sociedade no momento, relacionáveis aos produtos químicos, tais como a questão
dos POPs e dos modeladores endócrinos, estão forçando o setor químico a se
mostrar mais para
público, sob o ponto de vista de suas atividades e de seus
141
produtos. Mas, mais uma vez, não se trata de um fenômeno espontâneo, mas sim de
uma reação ao estímulo que está sendo proporcionado por estas circunstâncias.
Esta busca pela transparência pode ser percebida também na tendência observada
de que as avaliações de implementação do programa e dos seus resultados deixem
de ser realizadas apenas pelas próprias empresas (através de auto-avaliações) e
passem a ser feitas por grupos externos, com representantes das partes
interessadas.
Outra oportunidade de melhoria refere-se aos indicadores de desempenho, que
necessitam explicitar mais os interesses do público e ter uma maior divulgação
perante a sociedade, para que as melhorias de desempenho alcançadas possam
repercutir positivamente também em relação à imagem do setor.
Verificou-se também que razões políticas e de mercado podem tornar o RC e as
normas ISO 14000 processos concorrentes em determinados cenários empresariais.
As razões políticas são decorrentes do fato da adesão e a implementação do RC
serem condições essenciais, em muitos países, para que as empresas químicas
possam pertencer à sua associação nacional. As razões mercadológicas tendem a
ganhar importância, na medida em que a certificação ISO 14001 torna-se mais forte
e popular na cadeia produtiva que envolve a indústria química.
Entretanto, é
importante ressaltar que o RC apresenta uma abordagem bastante mais ampla do
que a da norma ISO 14001, além de ser um código de conduta específico da indústria
química. Desta forma, não são comparáveis os resultados que podem ser obtidos
pela implementação dos dois sistemas.
Vale ressaltar, entretanto, que o RC tem apresentado vitalidade notável, na medida
em que já consegue se manter como código de conduta da indústria química por um
período de quase duas décadas e com sucesso. Nos últimos anos, por exemplo, o
RC tem enfrentado, muitas vezes, condições adversas nas empresas, que se vêem
pressionadas a envidar esforços para a implementação de outros programas, tais
como as normas ISO e que, também, estão sendo submetidas a processos de
reestruturação que provocam impactos acentuados, normalmente, nos setores de
apoio que são responsáveis por esta implementação.
142
Outra conclusão deste estudo é que a versão do programa RC de cada país
geralmente sobrepõe-se à do programa do país da matriz, no caso das indústrias
químicas multinacionais. Desta forma, pôde-se perceber que a influência das
Associações da Indústria Química na implementação dos programas são maiores do
que às das matrizes, ou seja, os sites locais costumam desenvolver programas
baseados na sua versão nacional, ao invés de importar modelos dos seus países de
origem.
Outro ponto importante é o fato de que o programa RC restringe-se apenas, ao setor
químico e petroquímico. Esta é outra questão de ponto focal: sendo o RC
implementado
em
atividades
e
empresas
consideradas
como
químicas
e
petroquímicas, perde-se, portanto, o ponto de vista e a percepção do público em
geral, que vê a indústria química de maneira mais ampla. Por conseguinte, as
empresas de petróleo, por exemplo, cujos principais produtos apresentam grande
identificação com a indústria química, conforme revelou pesquisa recente realizada
pala ABIQUIM, não são contempladas pelo programa. Por este motivo, acidentes
ocorridos em instalações de empresas de exploração e produção de petróleo
fatalmente afetam também a imagem do setor químico e petroquímico. Torna-se
necessária, então, em primeiro lugar, a maior divulgação, por parte das associações,
dos tipos de atividades que são consideradas químicas e petroquímicas, a fim de que,
a longo prazo, possa ser construída, junto à sociedade, uma imagem mais clara e
realista do setor. Como esta medida resulta de um longo processo de
amadurecimento da sociedade, conclui-se que a propagação dos fundamentos do
RC para outros segmentos afins (como é o caso do setor de petróleo) também
constitui-se uma medida válida. Desta forma, versões adaptadas do RC poderiam ser
desenvolvidas
para
outros
setores,
sob
responsabilidade
das
respectivas
associações. Esta medida pode ser considerada importante pois, além de reforçar a
imagem do RC como modelo de sistema de gestão, provocaria, provavelmente, a
melhoria de desempenho de áreas percebidas como químicas pela sociedade.
c) O Atuação Responsável:
O programa brasileiro AR pode ser considerado bastante maduro, por apresentar as
principais tendências observadas nos programas mais desenvolvidos, tais como:
implementação de avaliação externa de desempenho (envolvendo, inclusive, previsão
da participação de representantes das partes interessadas no grupo avaliador),
143
extensão do programa para a cadeia produtiva (parceria com transportadoras) e
realização de pesquisa de opinião para avaliação da imagem da indústria química.
Além disso, o AR já adota a obrigatoriedade de adesão para todas as empresas
associadas da ABIQUIM, exigência que ainda não é compartilhada por todos os
países, mas que parece ser imprescindível para fortalecimento do programa e
melhoria da imagem do setor.
Entretanto, como tem revelado as pesquisas realizadas, o programa e seus
resultados ainda são de divulgação limitada. Tanto os congressos quanto a maioria
dos eventos realizados pela ABIQUIM são voltados para as próprias indústrias e não
atingem significativamente outras partes interessadas.
Como se percebe, as dificuldades e os desafios do AR são bem semelhantes às dos
programas da maioria dos demais países e, na sua essência, conforme demonstrou a
pesquisa externa realizada pela ABIQUIM (anexo 11), o AR também, não parece ter
alcançado o seu principal objetivo, ou seja, a melhoria da imagem da indústria
química brasileira, apesar de parecer evoluir nesta direção.
Para reversão deste cenário, parece ser necessária a mudança do ponto focal das
iniciativas da ABIQUIM, no sentido de voltar-se para o público externo e não mais
apenas para as empresas associadas. Um exemplo para esta afirmação foi a própria
conclusão dos participantes do 5° Congresso Brasileiro de Atuação Responsável da
ABIQUIM, de que os indicadores de desempenho, por exemplo, devam sofrer
modificações para que se tornem mais compreensíveis às partes interessadas.
Com relação aos indicadores de desempenho do programa brasileiro, concluiu-se
também que existem em número elevado e que não são de fácil entendimento pelo
grande público. Os indicadores devem ser criados a partir do ponto de vista do
público, ou seja, a tônica precisa ser: o que a sociedade deseja saber sobre a
Indústria Química e não apenas o que se deseja mostrar. Caso contrário, passa-se a
impressão de que os resultados realmente importantes estão sendo omitidos.
Um ponto positivo observado no programa brasileiro é a iniciativa, também presente
nos programas mais desenvolvidos, de extensão do AR para a cadeia produtiva, já
que diversas transportadoras, por exemplo, estão participando do programa como
empresas-parceiras. Pode ser considerada oportuna a ampliação desta iniciativa para
144
outras atividades relacionadas com a Indústria Química, tais como as empresas que
atuam na área ambiental, na reciclagem, tratamento e disposição de resíduos, por se
tratar de uma área crítica para o setor.
Por fim, após a realização deste estudo, pode-se concluir, contudo, que, apesar de
todos os esforços envidados pela indústria química e dos progressos alcançados, os
benefícios alcançados pela implementação do RC são muito mais no âmbito interno
das empresas, do que na construção de uma imagem melhor junto às partes
interessadas. Daí, a necessidade percebida de uma mudança de foco no
direcionamento do programa, que deve passar a ser orientado a partir dos anseios
das partes interessadas. Para tanto, torna-se fundamental a realização de pesquisas
de opinião, para que a percepção da indústria química pela sociedade seja melhor
entendida e para que os seus anseios possam ser identificados.
Em contra-partida, porém, a iniciativa da indústria química mundial de desenvolver e
manter um código de conduta como o RC durante quase 20 anos é muito significativa.
Se por um lado há críticas quanto aos resultados práticos obtidos para a imagem do
setor, de outro, pode ser considerado muito grande o progresso já alcançado pelas
associações e, principalmente, pelas empresas que encaram o RC realmente como
um elemento gerencial importante para o segmento químico.
No balanço geral, portanto, o RC tem colaborado em grande parte para o
amadurecimento da indústria química e da sociedade frente a questões relacionadas
com meio ambiente, saúde e segurança e constitui-se elemento gerencial importante
para este segmento no enfrentamento das questões relacionadas ao produto químico
que estão se estabelecendo.
5.2 - Sugestões para o programa brasileiro.
Percebe-se que existem algumas oportunidades de melhoria que pode ser sugeridas
para o programa brasileiro, a partir dos estudos realizados e dos resultados obtidos
para a pesquisa:
-
A intensificação dos esforços por parte do corpo técnico da ABIQUIM e dos
representantes das empresas na Associação, no sentido de ser promovida uma
revisão geral do programa, passando pela redefinição dos princípios diretivos e
145
por uma simplificação dos manuais de implantação dos códigos. Esta
simplificação parece ser possível em função do amadurecimento da forma de
entender o programa por parte da ABIQUIM e das empresas associadas.
-
A inclusão de representantes da comunidade local e dos órgãos ambientais na
avaliação externa pretendida para verificação do grau de implementação e do
desempenho do programa nas empresas.
-
A realização de eventos voltados prioritariamente para as partes interessadas na
indústria química (ONGs, governo, imprensa, etc.), para que sejam divulgados
intensamente os esforços, os projetos e as dificuldades da ABIQUIM e das
indústrias químicas.
-
A criação de uma home page para o programa AR, de fácil comunicação e ampla
interatividade com o grande público, para que as iniciativas do programa possam
ser divulgadas e, principalmente, para que seja aumentada a interação com as
partes interessadas: governo, professores, estudantes, etc..
-
A divulgação do AR nos meios de comunicação mais importantes do país e de
grande penetração nas diversas camadas sociais, tais como: revistas, jornais,
televisão e rádio, para que torne-se do conhecimento do grande público. Esta
iniciativa já está sendo realizada por algumas indústrias químicas, na divulgação
de suas atividades e de seus produtos, e precisa ser incentivada.
-
O aperfeiçoamento dos indicadores, para que se tornem mais acessíveis ás
partes interessadas e para que possam divulgar aspectos de real interesse da
sociedade, aumentando-se a sua divulgação na mídia.
-
A ampliação do programa de empresas parceiras da área ambiental, por ser um
outro segmento de grande interesse para a indústria química e por significar
potencial de risco para a imagem do setor.
-
A intensificação da realização de pesquisas de opinião sobre a imagem da
indústria química pela ABIQUIM e pelas associadas, para que possam ser
monitorados os resultados obtidos pelo AR e em relação à imagem da indústria
química.
146
-
O incremento da capacidade de atuação técnica da ABIQUIM, para que possa
fazer frente à demanda de ação decorrente do novo cenário que se estabelece,
no qual a ação integrada do segmento químico nos âmbitos técnico, legal e
normativo
parece ser fundamental. Este apoio técnico às empresas é muito
importante, para que as posições estratégicas discutidas e conceituadas por elas
nas diversas comissões possam ser conduzidas de maneira mais efetiva.
-
A manutenção anual dos Congressos de Atuação Responsável, pois ainda
representam iniciativa de grande valor para a divulgação do programa entre as
associadas, bem como para a propagação de experiências e iniciativas bem
sucedidas entre as empresas.
-
A ampliação da abrangência do AR, ainda que não sob responsabilidade direta da
ABIQUIM, para que possa incluir também setores que, sob o ponto de vista das
partes interessadas revelado pelas pesquisas de opinião, são associados à
indústria química, como é o caso do setor de petróleo.
-
A reativação da Comissão de Advocacia de Produto, criada há alguns anos mas
cujas atividades foram interrompidas, a fim de que os temas ligados a imagem
dos produtos químicos possam ser acompanhados e debatidos, para que sejam
definidas ações e divulgados posicionamentos da ABIQUIM a respeito destes
temas, acompanhando a tendência de desvio do foco de atenção do processo
para o produto.
-
A intensificação da divulgação do programa entre as seguradoras mais
importantes da indústria química, de tal forma que possam ser reduzidos os
custos com os seguros para as empresas que tiverem o programa com avaliação
satisfatória pelas partes interessadas (avaliação externa).
-
A busca de uma maior aproximação da ABIQUIM e do AR com os órgãos
ambientais e com as universidades. A divulgação do AR junto aos órgãos
ambientais torna-se importante, dentre outros motivos, pelo fato de, em alguns
países, a implementação do RC pelas empresas significar desregulamentações e,
por este tipo de vantagem incentivar, efetivamente, a adesão ao programa. Com
relação ao público universitário, a aproximação pretendida pode promover a
divulgação do programa entre os futuros profissionais da área química.
147
5.3 - Sugestões para estudos futuros
Este estudo exploratório pode ser aprofundado se, num momento futuro, for realizada
uma pesquisa para avaliação da imagem da indústria química junto às diversas partes
interessadas e a importância do RC neste processo. Neste novo estudo, seriam
selecionados os programas de alguns países, segundo um critério a ser definido, para
avaliação, entre outros temas, do nível de comunicação estabelecido entre o
segmento químico (associações e indústrias) e as seguintes partes interessadas:
Organizações Não-governamentais ambientais, Sindicatos e órgãos ambientais da
área ambiental e social.
Outra alternativa para aprofundamento deste estudo, que pode ser proposta,
envolveria as empresas multinacionais, para avaliar também os desempenhos de
seus programas nos diferentes países, ou seja, sob influência de diferentes versões
do RC, e a visão dos trabalhadores da indústria química, através de seus sindicatos.
Esta iniciativa reduziria o grau de subjetividade presente no estudo atual, decorrente
da avaliação exclusiva de um único representante do programa de cada país, o qual,
inclusive, encontra-se intimamente comprometido com os seus resultados, além de
envolver no processo os sindicatos que tem uma visão bidimensional da questão, ou
seja, como trabalhadores da indústria química e como consumidores. Esta questão
surge com grande importância no momento atual, em função dos motivos apontados
neste trabalho que tem provocado um estreitamento das relações da indústria
química com as partes interessadas e um aumento na transparência das informações
sobre as suas atividades e os seus produtos.
148
REFERÊ NCIAS BIBLIOGRÁ FICAS
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Associação Brasileira da Indústria Química. Avaliaç ão Ambiental na Indústria
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Atuaç ão Responsável. São Paulo: ABIQUIM, 1998. 30p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Código de Diálogo com a Comunidade e
preparaç ão e Atendimento a Emergências - Guia de Implantaç ão. São Paulo:
ABIQUIM, 1997. 89p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Código de Gerenciamento do Produto Guia de Implantaç ão. São Paulo: ABIQUIM, 1997. 230p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Código de Proteç ão Ambiental - Guia de
Implantaç ão. São Paulo: ABIQUIM, 1995. 100p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Código de Saúde e Seguranç a do
Trabalhador - Guia de Implantaç ão. São Paulo: ABIQUIM, 1994. 107p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Código de Seguranç a de Processos Guia de Implantaç ão. São Paulo: ABIQUIM, 1994. 188p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Código de Transporte e Distribuiç ão Guia de Implantaç ão. São Paulo: ABIQUIM, 1995. 113p.
149
Associação Brasileira da Indústria Química. Conclusõ es dos workshops do 5o.
Congresso do Atuaç ão Responsável. São Paulo: ABIQUIM, 2001, 5p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Conhecendo o Atuaç ão Responsável.
São Paulo: ABIQUIM, s.d.. 22p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Enfoque ABIQUIM, No. 26. São Paulo:
ABIQUIM, 1999. 4 p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Enfoque ABIQUIM, No. 30. São Paulo:
ABIQUIM, 2000. 4 p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Enfoque ABIQUIM, No. 33. São Paulo:
ABIQUIM, 2001. 4p.
Associação
Brasileira
da
Indústria
Química.
Manual
para
atendimento
de
Emergências com produtos perigosos. São Paulo: ABIQUIM,1999. 235 p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Newsletter, No. 119. São Paulo: ABIQUIM,
2000. 2p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Newsletter, No. 124. São Paulo:
ABIQUIM, 2000. 2p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Newsletter, No. 130. São Paulo.
ABIQUIM, 2001. 2p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Newsletter, No. 132. São Paulo.
ABIQUIM, 2001. 2p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Programa de Trabalho para 2001. São
Paulo: ABIQUIM, 2000. 20p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Relatório Anual 1998. São Paulo:
ABIQUIM, 1999. 24 p.
150
Associação Brasileira da Indústria Química. Relatório Anual 1999. São Paulo:
ABIQUIM, 2000. 24 p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Relatório Anual 2000. São Paulo:
ABIQUIM, 2001. 28 p.
Associação Brasileira da indústria Química. Relatório de Atuaç ão Responsável 2001.
São Paulo: ABIQUIM, 2001. 26p.
Associação Brasileira da Indústria Química. Resumo do Workshop "Como melhorar a
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151
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153
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WILLUMS, J., GOLUKE U., From Ideas to Action - Business and Sustainable
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154
ANEXOS
ANEXO 1 Notas
1
Quando o texto referir-se ao programa a nível mundial, será denominado
Responsible Care.
2
Responsible Careâ é uma marca registrada. A partir deste ponto do texto, o
símbolo "â " será suprimido.
3
Quando o texto referir-se à versão brasileira do Responsible Care, coordenada
pela ABIQUIM, será denominado Atuação Responsávelâ .
4
Atuação Responsávelâ é uma marca registrada. A partir deste ponto do texto,
o símbolo "â " será suprimido.
155
ANEXO 2
Exemplo de correio eletrônico enviado aos organismos
responsáveis pela implementação do Responsible Care nos
diversos países
Geraldo A. Thurler Fontoura
Rua Leonardo Villas Boas,124.
São Francisco - Niterói - R.J. - 24360-500 - Brasil
Phone # 00 55 21 7108339
Fax: 00 55 21 7614686
E-mail: [email protected]
Plastics and Chemicals Industries Association - PACIA
Melbourne - Australia
Dear Mr. Matthews:
I am an industrial chemist and I´ ve worked for 13 years in the Environmental
Department of a multinational chemical industry in Rio de Janeiro. At the moment I´ m
working on my Master´ s thesis in the field of Production Engineering, at the Federal
University in Rio de Janeiro.
My thesis is about Responsible Care, which implementation in your country is under
your responsability at PACIA. My aim is to develop a profile of the evolution of
Responsible Care in several countries in order to compare it with our brazilian
program.
As a result, I intend to present suggestions and alternatives to our program, developed
by the Brazilian Association of the Chemical Industry (ABIQUIM), in which I take part.
I have already found some data on your home-page, but I still need some more
information.
This way, I´ d like to count on your help by asking you to answer the questions on my
home page.
http://www.provide.psi.br/~gthurler/quest_pacia.htm
Please check the alternatives in the questionaire at your earliest convenience.
Any folders, publications or data related to the Responsible Care Program you may
have are welcome.
Thank you in advance for your interest and your time.
Sincerely yours,
Geraldo A. Thurler Fontoura
156
ANEXO 3
Exemplo de correio eletrônico enviado ao ICCA - International
Council of Chemical Associations - organismo responsável pela
coordenação da implementação do Responsible Care nos países
associados ao programa
Geraldo A. Thurler Fontoura
Rua Leonardo Villas Boas,124.
São Francisco - Niterói - R.J. - 24360-500 - Brasil
Phone # 00 55 21 7108339
Fax: 00 55 21 7614686
E-mail: [email protected]
International Council of Chemical Associations
Brussels - Belgien
Dear Mr. Szymanski:
I am an industrial chemist and I´ ve worked for 13 years in the Environmental
Department of a multinational chemical industry in Rio de Janeiro. At the moment I´ m
working on my Master´ s thesis in the field of Production Engineering, at the Federal
University in Rio de Janeiro.
My thesis is about Responsible Care, which implementation in the world is led by
ICCA . My aim is to develop a profile of the evolution of Responsible Care in several
countries in order to understand it better and to develop a profile to compare it with our
brazilian program.
As a result, I intend to present suggestions and alternatives to our program, developed
by the Brazilian Association of the Chemical Industry (ABIQUIM), in which I take part.
I have already found some data on the "Responsible Care Status Report 2000", but I
still need some more information.
This way, I´ d like to count on your help by asking you to answer the questions on my
home page.
www.provide.psi.br/~gthurler/quest_ICCA.htm
Please check the alternatives in the questionaire at your earliest convenience.
Any folders, publications or data related to the Responsible Care Program you may
have are welcome.
Thank you in advance for your interest and your time.
Sincerely yours,
Geraldo A. Thurler Fontoura
157
ANEXO 4
Questionário enviado aos países para coleta de dados para a
pesquisa sobre o Responsible Care
Tabela 25 - Questionário de avaliação do Programa Responsible Care nos
países (em inglês).
QUESTIONAIRE OF EVALUATION OF THE RESPONSIBLE CARE PROGRAM:
1
DATA RELATED TO THE ASSOCIATION IN CHARGE OF THE PROGRAM:
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
COUNTRY:
NAME OF ASSOCIATION:
HOME PAGE:
PROGRAM COORDINATOR:
E-MAIL
PHONE #:
FAX:
DATA RELATED TO THE CHEMICAL INDUSTRY IN THIS COUNTRY:
2
2.1
NUMBER OF CHEMICAL INDUSTRIES:
< 50
51 - 250
> 251
2.1.1 % OF CHEMICAL INDUSTRIES SIGNATORY TO THE RESPONSIBLE CARE
(IN RELATION TO THE TOTAL NUMBER OF CHEMICAL INDUSTRIES):
< 25%
25 - 75 %
> 75%
2.2
INVOICE OF CHEMICAL INDUSTRY (BILLION DOLLARS A YEAR):
< 10
10 - 150
> 150
2.2.1 % OF CHEMICAL INDUSTRIES SIGNATORY TO THE RESPONSIBLE CARE
(IN RELATION TO THE INVOICE OF CHEMICAL INDUSTRY):
< 25%
25 - 75%
> 75%
2.3
PRODUCTION OF CHEMICAL INDUSTRY ( BILLION TONS A YEAR):
<1
2 - 50
> 50
2.3.1 % OF THE CHEMICAL INDUSTRIES SIGNATORY TO THE RESPONSIBLE
CARE (IN RELATION TO PRODUCTION):
< 25%
25 - 75%
> 75%
3
3.1
4
4.1
4.2
REASONS FOR THE IMPLEMENTATION OF THE RESPONSIBLE CARE:
WHICH REASON(S) MADE THE CHEMICAL INDUSTRY ASSOCIATION IN
YOUR COUNTRY JOIN THE RESPONSIBLE CARE PROGRAM?
PRESSURE FROM LOCAL MARKET.
PRESSURE FROM ASOCIATED CHEMICAL INDUSTRIES.
SPONTANEOUS DECISION.
TO IMPROVE THE IMAGE OF CHEMICAL INDUSTRY.
OTHER REASON(S): WHICH?
CHARACTERISTICS OF THE RESPONSIBLE CARE
DOES THE ASSOCIATION DEVELOP ANY PROGRAM
YES
NO
IN ORDER TO REDUCE THE NUMBER OF
ACCIDENTS CAUSED BY THE MISUSE OF
CHEMICAL PRODUCTS?
DOES THE ASSOCIATION LEAD ANY EVALUATION
YES
NO
PROGRAM OF SHIPMENT COMPANIES AVAILABLE
TO THE SIGNATORY COMPANIES?
158
(CONT.)
4.3
DOES THE ASSOCIATION PROMOTE THE WASTE
YES
NO
TRADE AMONG COMPANIES?
4.4
DOES THE ASSOCIATION PROMOTE ANY
YES
NO
CAMPAINGS IN THE MEDIA IN ORDER TO IMPROVE
THE IMAGE OF CHEMICAL PRODUCTS AND OF THE
CHEMICAL INDUSTRY IN THE SOCIETY?
4.5
DOES THE ASSOCIATION PERIODICALLY COYES
NO
ORDINATE ANY EVENT REGARDING THE
PROMOTION OF THE RESPONSIBLE CARE AMONG
STAKEHOLDERS (SOCIETY, CLIENTS,
GOVERNMENTAL OR NON-GOVERNMENTAL
ORGANIZATIONS, ETC)?
4.6
DOES THE ASSOCIATION HAVE ANY PROGRAM TO
YES
NO
SUPPORT THE CHEMICAL INDUSTRIES IN CASE OF
EMERGENCY? (EXAMPLE: INFORMATION
CENTERS, EMERGENCY TEAMS, DATA ABOUT
CHEMICAL PRODUCTS, ETC).
4.7
DOES THE ASSOCIATION HAVE ANY PROGRAM TO
YES
NO
SUPPORT GOVERNMENTAL ORGANIZATIONS IN
ORDER TO SUPPLY TRAINING AND TECHNICAL
INFORMATION ABOUT CHEMICAL SAFETY?
4.8
ARE THERE PARTNER COMPANIES OF THE
YES
NO
CHEMICAL INDUSTRIES WHICH ARE SIGNATORY
TO THE RESPONSIBLE CARE? (SHIPMENT
COMPANIES, SUPPLIERS, ETC).
4.9
ARE THERE ANNUAL GOALS RELATED TO
YES
NO
INCREASING THE NUMBER OF SIGNATORY
COMPANIES TO THE PROGRAM?
4.10
IS RESPONSIBLE CARE MANDATORY FOR THE
YES
NO
MEMBERS OF THE ASSOCIATION?
5
LIMITING FACTORS TO THE IMPLEMENTATION OF THE RESPONSIBLE
CARE
5.1
PLEASE CHECK THE LIMITING FACTORS TO THE IMPLEMENTATION OF
THE RESPONSIBLE CARE PROGRAM IN YOUR COUNTRY, BY TAKING
INTO ACCOUNT THE EXPERIENCE OF THE ASSOCIATION AND THE
ACTUAL STAGE OF THE IMPLEMENTATION OF THE PROGRAM:
COMPLEXITY OF THE PROGRAM.
LACK OF KNOWLEDGE ABOUT THE VALUE OF THE RESPONSIBLE CARE
PROGRAM TO THE CHEMICAL BUSINESS.
REDUCED PARTICIPATION AND ENGAGEMENT OF COMPANIES´ TOP
MANAGEMENT IN THE IMPLEMENTATION OF THE PROGRAM.
COMPANIES´ LIMITED STAFF.
LACK OF KNOWLEDGE ABOUT THE IMPORTANCE OF THE
RESPONSIBLE CARE PROGRAM ON THE PART OF EXTERNAL PUBLIC.
LACK OF KNOWLEDGE ABOUT THE IMPORTANCE OF THE
RESPONSIBLE CARE PROGRAM ON THE PART OF INTERNAL PUBLIC.
OTHER
REASONS:
159
(CONT.)
6
IMPROVEMENT OPPORTUNITIES IN THE PROCESS OF
IMPLEMENTATION OF THE RESPONSIBLE CARE PROGRAM
6.1
PLEASE CHECK THE STEPS CONSIDERED AS IMPROVEMENT
OPPORTUNITIES IN THE IMPLEMENTATION OF THE RESPONSIBLE CARE
PROGRAM IN YOUR COUNTRY, TAKING INTO ACCOUNT THE
EXPERIENCE OF THE ASSOCIATION AND THE PRESENT STAGE OF THE
IMPLEMENTATION OF THE PROGRAM:
SIMPLIFICATION OF THE GUIDES FOR THE IMPLANTATION OF THE
CODES.
INSERTION OF THE RESPONSIBLE CARE PROGRAM IN OTHER
MANAGEMENT SYSTEMS OF THE COMPANIES (ISO 9000, ISO 14000, BS
8800).
INTENSIFICATION OF THE ROLE OF THE ASSOCIATION IN THE
AWARENESS PROCESS ON THE PART OF THE MANAGEMENT.
IMPLANTATION OF A FORMAL METHOD IN ORDER TO MEASURE THE
RESULTS OF THE PROGRAM.
MORE ANNOUNCEMENT OF THE PROGRAM AMONG THE EMPLOYEES
OF THE CHEMICAL INDUSTRY.
THE SETTING UP OF ACTUAL GOALS FOR THE IMPLEMENTATION OF
THE CODES.
ANNOUNCEMENT ENHANCEMENT OF THE GOALS ACHIEVED BY THE
PROGRAM.
OTHER REASONS:
7
MEASURING THE PERFORMANCE OF THE RESPONSIBLE CARE
PROGRAM:
7.1
IS THERE ANY METHOD OF EXTERNAL EVALUATION ON THE PART OF
THE COMPANIES SIGNATORY TO THE RESPONSIBLE CARE?
YES. THERE IS EXTERNAL EVALUATION.
NO. THE SIGNATORY COMPANIES PROMOTE SELF-EVALUATION.
NO. BUT WE FORESEE THE IMPLANTATION OF A COMPULSORY
EXTERNAL EVALUATION POLICY.
WE DON´ T FORESEE ANY IMPLANTATION OF A COMPULSORY
EXTERNAL EVALUATION POLICY AT THE MOMENT.
7.1.1 PLEASE CHECK THE TYPE EXTERNAL EVALUATION POLICY ADOPTED:
AUDITS BY STAKEHOLDERS.
BY AUDITORS ACCREDITED BY THE CHEMICAL INDUSTRY
ASSOCIATION.
BY AUDITORS FROM EXTERNAL COMPANIES ACCREDITED BY THE
CHEMICAL INDUSTRY ASSOCIATION.
ANOTHER KIND OF EXTERNAL AUDIT:
7.2
AVERAGE LEVEL OF IMPLEMENTATION OF THE RESPONSIBLE CARE
CODES IN SIGNATORY CHEMICAL INDUSTRIES:
CODE NAME:
AVERAGE % OF IMPLEMENTATION OF
CODE:
<25%
25 - 75%
>75%
<25%
25 - 75%
>75%
<25%
25 - 75%
>75%
<25%
25 - 75%
>75%
<25%
25 - 75%
>75%
160
(CONT.)
7.3
PERFORMANCE INDICATORS IMPLEMENTED:
CÓ DE:
YEAR OF
INDICATOR:
IMPLANTATION:
7.4
RESULTS:
HAS THE ASSOCIATION PROMOTED YET OR DOES IT OFTEN PROMOTE
PUBLIC POLLS IN ORDER TO MEASURE THE PRACTICAL RESULTS OF
THE IMPLEMENTATION OF THE RESPONSIBLE CARE PROGRAM AND
EVALUATE THE IMAGE OF THE CHEMICAL INDUSTRY IMAGE IN THE
COUNTRY?
YES. WHAT WERE THE RESULTS ?
NO. WHAT ARE THE REASONS FOR NOT HAVING PROMOTED SUCH
POLLS?
8
COMMENTS, NOTES, SUGGESTIONS
161
Anexo 5
Questionário enviado ao ICCA (International Council of Chemical
Associations) para coleta de dados para a pesquisa sobre o
Responsible Care
Tabela 26 - Questionário de avaliação do Programa Responsible Care pelo ICCA
(em inglês)
QUESTIONAIRE OF EVALUATION OF THE RESPONSIBLE CARE PROGRAM:
1
DATA RELATED TO THE ASSOCIATION IN CHARGE OF THE PROGRAM:
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
2
COUNTRY:
NAME OF ASSOCIATION:
HOME PAGE:
PROGRAM COORDINATOR:
E-MAIL
PHONE #:
FAX:
DATA RELATED TO THE CHEMICAL INDUSTRY:
2.1
INVOICE OF CHEMICAL INDUSTRY (BILLION DOLLARS A
YEAR):
2.1.1 % OF CHEMICAL INDUSTRIES SIGNATORY TO THE RESPONSIBLE CARE
(IN RELATION TO THE INVOICE OF CHEMICAL INDUSTRY):
< 25%
25 - 75%
> 75%
2.2
PRODUCTION OF CHEMICAL INDUSTRY ( BILLION TONS A YEAR):
2.2.1 % OF CHEMICAL INDUSTRIES SIGNATORY TO RESPONSIBLE CARE (IN
RELATION TO PRODUCTION):
< 25%
25 - 75%
> 75%
3
CHARACTERISTICS OF THE RESPONSIBLE CARE
3.1
DOES ICCA DEVELOP ANY PROGRAM IN ORDER
YES
NO
TO REDUCE THE NUMBER OF ACCIDENTS
CAUSED BY THE MISUSE OF CHEMICAL
PRODUCTS?
3.2
DOES ICCA PROMOTE ANY CAMPAINGS IN THE
YES
NO
MEDIA IN ORDER TO IMPROVE THE IMAGE OF
CHEMICAL PRODUCTS AND OF THE CHEMICAL
INDUSTRY IN THE SOCIETY?
3.3
DOES ICCA PERIODICALLY CO-ORDINATE ANY
YES
NO
EVENT REGARDING THE PROMOTION OF THE
RESPONSIBLE CARE AMONG STAKEHOLDERS
(SOCIETY, CLIENTS, GOVERNMENTAL OR NONGOVERNMENTAL ORGANIZATIONS, ETC)?
3.4
DOES ICCA HAVE ANY PROGRAM TO SUPPORT
YES
NO
GOVERNMENTAL ORGANIZATIONS IN ORDER TO
SUPPLY TRAINING AND TECHNICAL
INFORMATION ABOUT CHEMICAL SAFETY?
162
(CONT.)
3.5
ARE THERE ANNUAL GOALS RELATED TO
YES
NO
INCREASING THE NUMBER OF SIGNATORY
COUNTRIES TO THE PROGRAM?
4
LIMITING FACTORS TO THE IMPLEMENTATION OF THE RESPONSIBLE
CARE
4.1
PLEASE CHECK THE LIMITING FACTORS TO THE IMPLEMENTATION OF
THE RESPONSIBLE CARE PROGRAM:
COMPLEXITY OF THE PROGRAM.
LACK OF KNOWLEDGE ABOUT THE VALUE OF THE RESPONSIBLE CARE
PROGRAM TO THE CHEMICAL BUSINESS.
REDUCED PARTICIPATION AND ENGAGEMENT OF COMPANIES´ TOP
MANAGEMENT IN THE IMPLEMENTATION OF THE PROGRAM.
COMPANIES´ LIMITED STAFF.
LACK OF KNOWLEDGE ABOUT THE IMPORTANCE OF THE RESPONSIBLE
CARE PROGRAM ON THE PART OF EXTERNAL PUBLIC.
LACK OF KNOWLEDGE ABOUT THE IMPORTANCE OF THE RESPONSIBLE
CARE PROGRAM ON THE PART OF INTERNAL PUBLIC.
OTHER FACTORS:
5
5.1
6
6.1
IMPROVEMENT OPPORTUNITIES IN THE PROCESS OF
IMPLEMENTATION OF THE RESPONSIBLE CARE PROGRAM
PLEASE CHECK THE STEPS CONSIDERED AS IMPROVEMENT
OPPORTUNITIES IN THE IMPLEMENTATION OF THE RESPONSIBLE CARE
PROGRAM:
SIMPLIFICATION OF THE GUIDES FOR THE IMPLANTATION OF THE
CODES.
INSERTION OF THE RESPONSIBLE CARE PROGRAM IN OTHER
MANAGEMENT SYSTEMS OF THE COMPANIES (ISO 9000, ISO 14000, BS
8800).
INTENSIFICATION OF THE ROLE OF THE ASSOCIATION IN THE
AWARENESS PROCESS ON THE PART OF THE MANAGEMENT.
IMPLANTATION OF A FORMAL METHOD IN ORDER TO MEASURE THE
RESULTS OF THE PROGRAM.
MORE ANNOUNCEMENT OF THE PROGRAM AMONG THE EMPLOYEES
OF THE CHEMICAL INDUSTRY.
THE SETTING UP OF ACTUAL GOALS FOR THE IMPLEMENTATION OF
THE CODES.
ANNOUNCEMENT ENHANCEMENT OF THE GOALS ACHIEVED BY THE
PROGRAM.
OTHER STEPS:
MEASURING THE PERFORMANCE OF THE RESPONSIBLE CARE
PROGRAM.
DOES ICCA INTEND TO MAKE THE IMPLANTATION
YES
OF EXTERNAL EVALUATION OF THE PROGRAM BY
THE ASSOCIATIONS MANDATORY IN ORDER TO
ESTABLISH THE PRESENT STATUS OF THE
DEVELOPMENTOF THE CODES IN THE COMPANIES
IN THE PLACE OF SELF-EVALUATION?
NO
163
(CONT.)
6.1.1 PLEASE CHECK THE EXTERNAL EVALUATION POLICY ADOPTED:
AUDITS BY STAKEHOLDERS.
AUDITORS ACCREDITED BY THE CHEMICAL INDUSTRY ASSOCIATION.
AUDITORS OF EXTERNAL COMPANIES ACCREDITED BY THE CHEMICAL
INDUSTRY ASSOCIATION.
OTHER KIND OF EXTERNAL AUDIT:
6.2
HAS ICCA PROMOTED YET OR DOES IT OFTEN PROMOTE PUBLIC
POLLS IN ORDER TO MEASURE THE PRACTICAL RESULTS OF THE
IMPLEMENTATION OF THE RESPONSIBLE CARE PROGRAM AND
EVALUATE THE IMAGE OF THE CHEMICAL INDUSTRY?
YES. WHAT WERE THE RESULTS ?
NO. WHAT ARE THE REASONS FOR NOT HAVING PROMOTED SUCH
POLLS?
7
COMMENTS, NOTES, SUGGESTIONS
164
Anexo 6
Q1
Pesquisa de Imagem da Indústria Química - ABIQUIM
Na sua percepção, qual é a imagem que a população em geral tem da
indústria Química?
Muito negativa
Um pouco negativa
Neutra, nem positiva nem negativa
Um pouco positiva
Muito positiva
Q2
Por que o(a) Sr(a). acha que a população tem essa imagem da Indústria
Química? Na sua opinião, como se formou essa percepção sobre a indústria?
Q3
Na sua opinião, quais são as características que uma boa empresa na área da
Indústria Química tem que ter para que o(a) Sr(a). possa confiar nela?
Q4
Quais são as características que uma empresa na área da indústria Química
tem que ter para que o(a) Sr(a). não confie nela?
Q5
Mencione, sinteticamente, quais são os principais méritos, as principais
contribuições da indústria Química, tanto no Brasil quanto de maneira geral?
Q6
Agora, por favor, mencione as principais fraquezas da Indústria Química, tanto
no Brasil quanto de maneira geral?
Q7
Quais são as ações, as atitudes das empresas e das organizações
empresariais da Indústria Química, que dificultam as relações dessas empresas com
outras do próprio setor e com outras áreas da sociedade e que, portanto, deveriam
ser evitadas?
Q8a
Da lista de características no quadro abaixo, na sua opinião, quais são as 5
principais que uma empresa na área da Indústria Química deveria ter?
Q8b
Em seguida anote as características que na sua opinião são as menos
importantes.
165
-
Apoiar e patrocinar atividades junto à comunidade.
-
Comunicar com clareza as providências para proteger a saúde e a segurança das
pessoas que vivem nas comunidades onde há fábricas.
-
Contribuir para o crescimento e desenvolvimento da economia.
-
Empregar muitas pessoas.
-
Estar preparada para atuar de forma responsável no caso de ocorrer uma
emergência química.
-
Existir há muitos anos.
-
Fazer o possível para manter a poluição no menor nível possível.
-
Fazer produtos de qualidade.
-
Investir em pesquisa de novas tecnologias e produtos.
-
Preocupar-se com a saúde e segurança de seus funcionários.
-
Preocupar-se em preservar o meio ambiente.
-
Ser uma empresa honesta e confiável.
-
Ser uma empresa que respeita seus funcionários.
-
Ser uma empresa reconhecida mundialmente.
-
Ser uma marca conhecida.
-
Usar tecnologia moderna e inovadora para fazer com que seus produtos e suas
fábricas sejam mais seguras.
Q9
Para cada setor abaixo, por favor, selecione nas respectivas colunas o seu
nível de conhecimento e a favorabilidade a cada um deles. Utilize as seguintes
escalas:
Conhecimento:
Favorabilidade:
1. Nunca ouviu falar nada dele.
1. Muito desfavorável.
2. Nenhuma informação.
2. Desfavorável.
3. Pouca informação.
3. Indiferente.
4. Alguma informação.
4. Favorável.
5. Tenho muita informação.
5. Muito favorável.
-
Agricultores.
-
Bancos.
-
Centro de pesquisa em medicina.
-
Empresa de petróleo.
-
Fabricantes de computadores.
-
Centros de pesquisa em química.
166
-
Indústrias farmacêuticas.
-
Organizações de defesa dos direitos do consumidor.
-
Empresas telefônicas.
-
Fabricantes de papel.
-
Fabricantes de produtos de higiene pessoal e toalete.
-
Indústria de plástico.
-
Fabricantes de produtos alimentícios e conservas.
-
Governo Federal.
-
Fabricantes de produtos de limpeza.
-
Indústria de automóveis.
-
Indústria de cigarros.
-
Universidades.
-
Indústria de produtos químicos.
Q10
Para cada uma das frases abaixo, por favor, selecione se concorda ou
discorda de cada uma delas no que se refere à Indústria Química. A escala permite
detalhar se a discordância ou concordância é total ou parcial.
-
Apóia e patrocina atividades junto às comunidades onde tem fábricas.
-
Atuaria de forma
responsável diante de uma emergência química, como um
vazamento em uma estrada ou em uma rua.
-
Contribui para melhorar a vida de todos ao fabricar produtos que as pessoas
necessitam.
-
Contribui para o crescimento e desenvolvimento da nossa economia.
-
Coopera com as prefeituras municipais para garantir a saúde e a segurança das
comunidades.
-
Deveria estar sujeita a leis e regulamentos mais rigorosos.
-
É um bom setor para se trabalhar; oferece bons empregos e oportunidades.
-
É uma indústria honesta e confiável.
-
É um setor no qual vale a pena investir.
-
Está trabalhando duro no desenvolvimento de técnicas para solucionar qualquer
problema que possa vir a ocasionar ao meio ambiente.
-
Faz todo o possível para manter a poluição no menor nível possível.
-
Mantém o público bem informado sobre as inovações utilizadas para fazer com
que seus produtos e suas fábricas sejam mais seguras.
167
-
Na maioria dos casos, a presença de uma indústria química representa uma
ameaça à saúde e à segurança da comunidade vizinha.
-
Realiza um bom trabalho preparando grupos de ação nas comunidades para
saberem como agir no caso de emergências químicas.
-
Tem uma postura ativa e se preocupa com a proteção do meio ambiente.
-
Toma providências para proteger a saúde e a segurança das pessoas que vivem
nas comunidades onde estão as fábricas.
Q 11
O(A) Sr(a). acha que uma campanha para melhorar a imagem da Indústria
Química como um todo perante a opinião pública beneficiaria diretamente a sua
empresa? Poderia melhorar o seu negócio?
Melhoraria muito
Melhoraria um pouco
Seria indiferente
Não melhoraria quase nada
Não melhoraria em nada
Q12a Na sua opinião, a Indústria Química como um todo é segura?
Sim
Não
Q12b E a sua empresa, o(a) Sr(a). a considera segura?
Sim
Não
Q13a De modo geral, na sua opinião, a Indústria Química agride o meio ambiente?
Sim
Não
Q13b E a sua empresa agride o meio ambiente?
168
Sim
Não
Q14
Para cada área da empresa avalie, segundo sua percepção, o conhecimento e
o comprometimento de cada um com a implantação do programa Atuação
Responsável. Selecione nas respectivas colunas o quanto o(a) Sr(a). acha que cada
uma conhece sobre o programa e qual o comprometimento de cada uma delas com
sua implantação. Utilize as seguintes escalas:
Conhecimento:
Comprometimento:
1. Não conhece nada sobre o programa.
1. Não está nada comprometido(a).
2. Tem pouca informação.
2. Está pouco comprometido(a).
3. Tem muita informação.
3. Muito comprometido(a).
-
Alta direção.
-
Média Gerência.
-
Restante dos Funcionários.
-
Você, pessoalmente. Qual o seu conhecimento e envolvimento com esses
programas?
Q15 Dessa lista de características que podem interferir na implantação do programa
Atuação Responsável, na sua opinião, quais são os principais problemas? Estabeleça
um ranking, anote na coluna "1o. lugar" o problema que considera o mais importante,
na coluna "2o. lugar" o segundo principal problema e assim sucessivamente.
-
Alta complexidade dos códigos.
-
Carência tecnológica, pouco conhecimento técnico na empresa.
-
Custos para a implantação.
-
Estrutura da empresa é inadequada.
-
Falta de comprometimento da Diretoria da Empresa.
Q16
Na sua opinião, quais deveriam ser as 3 principais linhas de ação da ABIQUIM
para melhor representar o interesse de seus associados?
Q17 Hoje, quais são os principais problemas que a Indústria Química está
enfrentando no Brasil?
169
Q18 Na sua opinião, quais seriam as principais contribuições da ABIQUIM para
melhorar a imagem da Indústria Química junto à opinião pública?
Dados de Classificação:
C1 Anote o principal segmento de atuação de sua empresa.
-
Química fina - especialidades.
-
Intermediários diversos.
-
Elastômeros.
-
Outros.
-
Inorgânicos.
-
Orgânicos diversos.
-
Central Petroquímica.
-
Intermediários para fertilizantes.
-
Resinas termoplásticas.
-
Multidivisionais.
C2 Por favor, anote a classe de faturamento de sua empresa:
-
Até R$ 57 milhões/ano.
-
Acima de R$ 57 milhões/ano até R$ 190 milhões/ano.
-
Acima de R$ 190 milhões/ano.
C3 Por favor, anote o número total de funcionários da sua empresa.
C4 Qual o cargo que ocupa na empresa?
170
Anexo 7
Os có digos do Atuação Responsável: seus elementos e práticas
gerenciais
1. Código: Segurança de Processo:
Tabela 27 - Elementos e Práticas Gerenciais do Có digo de Segurança de
Processo
Elemento
Práticas Gerenciais
Liderança Gerencial Comprometimento.
Atribuição de Responsabilidades.
Contribuição dos Funcionários.
Medidas de Desempenho.
Procedimentos e Práticas de Segurança.
Investigação de Incidentes.
Intercâmbio de Informações.
Processo de Comunicação.
Tecnologia
Critérios de Segurança.
Documentação de Projeto.
Informações dos Riscos de Processos.
Análise dos Riscos de Processos.
Controle de modificações.
Instalação
Localização.
Normas e Códigos.
Revisão de Segurança (novos projetos e modificações).
Manutenção e Inspeção.
Níveis de Proteção.
Controle de Emergências.
Recursos Humanos Habilidades para o Trabalho.
Treinamento Inicial.
Capacitação dos Funcionários.
Aptidão para o trabalho.
Contratados.
171
2. Código: Saúde e Segurança do Trabalhador.
Tabela 28 - Elementos e Práticas Gerenciais do Có digo de Segurança do
Trabalhador
Elemento
Práticas Gerenciais
Programa de Gerenciamento
Comprometimento e Participação Gerencial.
Formalização dos Programas.
Participação dos Funcionários.
Seleção e Supervisão dos Contratados.
Avaliação de Programas.
Coleta e Análise de Informações.
Identificação e Avaliação
Identificação do Risco nas Instalações.
Avaliação da exposição dos Funcionários.
Capacitação Ocupacional.
Acompanhamento Médico da Saúde Ocupacional.
Prevenção e Controle
Revisão do Projeto ou Modificação nas Instalações e
nos Processos.
Procedimentos para Atividades Perigosas.
Equipamentos de Proteção à Segurança e à Saúde.
Programas de Manutenção Preventiva e de Ordem e
Limpeza.
Investigação de Acidentes.
Segurança das Dependências e das Á reas restritas.
Assistência Médica em Emergências.
Comunicação e Treinamento
Comunicação.
Programa de Treinamento.
172
3. Código: Transporte e Distribuição.
Tabela 29 - Elementos e Práticas Gerenciais do Có digo de Transporte e
Distribuição
Elemento
Práticas Gerenciais
Liderança Gerencial.
Comprometimento.
Atribuição de Responsabilidades.
Envolvimento dos Trabalhadores.
Gerenciamento de Riscos.
Avaliação dos Riscos.
Redução dos Riscos.
Registro de Acidentes e Incidentes.
Avaliação de Novos Modais e Rotas de
Transporte.
Acompanhamento
de
Normas
Legislação.
e
da Acompanhamento das Tendências.
Treinamento das Obrigações legais e
Internas.
Informações
e
Instruções
para
Treinamento de Terceiros.
Auditorias Periódicas.
Segurança dos Transportadores.
Qualificação dos Transportadores.
Contato com os Transportadores.
Manuseio e Estocagem.
Seleção e Uso dos Contenedores.
Procedimentos de Carga e Descarga.
Critérios
para
Limpeza
e
Descontaminação.
Orientações para Clientes.
Qualificação de Distribuição e Instalações.
Diálogo com Distribuidores e Operadores.
173
(CONT.)
Preparação
Emergências.
e
Atendimento
a Planejamento
de
Situações
de
Emergências.
Treinamento para Emergências.
Informações
sobre
Emergências
para
Entidades Externas.
Suporte
a
Emergência
de
Outras
Empresas.
Disponibilidade de Recursos para Outras
Entidades.
Diálogo com Entidades Governamentais.
Diálogo
com
o
Público
sobre
Emergências.
174
4. Código: Proteção Ambiental.
Tabela 30 - Elementos e Práticas Gerenciais do Có digo de Proteção Ambiental
Elemento
Práticas Gerenciais
Liderança Gerencial.
Comprometimento
e
Participação
Gerencial.
Procedimentos para Pesquisas e Novas
Instalações.
Planejamento e Execução.
Inventário
de
Efluentes,
Emissões
e
Resíduos.
Avaliação de Impactos Ambientais.
Prioridade para Redução na Geração.
Redução Constante na Geração.
Seleção e Qualificação de Fornecedores e
Prestadores de Serviços.
Proteção de Á guas Subterrâneas.
Verificação e Revisão.
Medição dos Progressos Obtidos.
Avaliação das Práticas Operacionais.
Análise das Práticas Passadas.
Comunicação e Treinamento.
Diálogo
com
os
Funcionários
e
a
Comunidade.
Comunicação dos Resultados.
Redução de Resíduos de Terceiros.
Programas de Treinamento.
175
5. Código: Diálogo com a Comunidade e Preparação e atendimento a Emergências.
Tabela 31 - Elementos e Práticas Gerenciais do Có digo de Diálogo com a
Comunidade e preparação e atendimento a emergências
Elemento.
Práticas Gerenciais.
Diálogo com a Comunidade
Comunidade Interna.
Gerenciamento das Informações para a
Comunidade Interna.
Treinamento para a Comunicação.
Informação e Orientação Interna.
Diálogo Contínuo com a Comunidade
Interna.
Avaliação do Programa.
Comunidade Externa.
Gerenciamento das Informações para a
Comunidade Externa.
Informação e Orientação Externa.
Diálogo Contínuo com a Comunidade
Externa.
Conhecimento da Empresa.
Avaliação do Programa.
Preparação e Atendimento a Emergências.
Preparação
Emergências.
e
Atendimento
a Avaliação dos Riscos.
Planejamento Formal.
Treinamento.
Exercícios Simulados Internos.
Uniformização de Informações.
Conhecimentos dos Recursos.
Plano Comunitário Integrado.
Participação
em
Planejamento
de
Emergências na Comunidade.
Treinamentos Periódicos.
Intercâmbio de Informações.
176
6. Código: Gerenciamento de Produto.
Tabela 32 - Elementos e Práticas Gerenciais do Có digo de Gerenciamento de
Produto
Elemento
Práticas gerenciais
Liderança Gerencial.
1. Liderança.
2. Responsabilidades e Avaliação de
Desempenho.
3. Recursos.
Informação e Caracterização.
4. Informações sobre Segurança, Saúde e
Meio Ambiente.
5. Caracterização dos Riscos do Produto.
Gerenciamento de Risco
6. Sistema de Gerenciamento de Risco.
7. Planejamento e Aperfeiçoamento de
Produtos e Processos.
8.
Educação
do
Funcionário
e
Informações sobre o Uso do Produto.
9. Fabricantes Contratados.
10. Fornecedores.
11. Transportadores e Distribuidores.
12. Clientes e Usuários do Produto.
Observação: As práticas gerenciais deste código estão apresentadas no respectivo
Guia de Implantação de maneira diversa dos demais códigos. Enquanto que as
práticas gerenciais dos demais códigos estão agrupadas por elementos, o código de
Gerenciamento
de
Produto
teve
suas
práticas
apresentadas
segundo
as
características das Atividades Funcionais envolvidas no processo de implementação.
Esta forma inédita de apresentação das práticas gerenciais se deve à grande
abrangência deste código, que envolve todas as áreas funcionais das empresas,
decorrente da preocupação com o Gerenciamento do Produto ao longo de todo o seu
ciclo de vida. Foram consideradas as seguintes atividades funcionais: Liderança
Gerencial; Pesquisa e Desenvolvimento; Saúde, Segurança e Meio Ambiente;
Compras e Suprimentos; Manufatura; Marketing e Vendas; Distribuição; Coordenação
e Gerenciamento; Comunicação.
177
Tabela 33 - Atividades Funcionais e Práticas Gerenciais Associadas do có digo
de Gerenciamento de Produto
Atividades Funcionais:
Práticas gerenciais Associadas:
Liderança Gerencial.
1,2 e 3.
Pesquisa e Desenvolvimento.
3,4,5,6,7,8,11 e 12.
Saúde, Segurança e Meio Ambiente.
3, 4,5,6,7,8,9,10,11 e 12.
Compras e Suprimentos.
3,4,5,6,9 e 10.
Manufatura.
3,4,5,7,8 e 9.
Marketing e Vendas.
3,4,5,6,7,8,11 e 12.
Distribuição.
9,10 e 11.
Coordenação e Gerenciamento.
1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11 e 12.
Comunicação.
3,4,6,8,11 e 12.
178
Anexo 8
Resultados da Pesquisa - Visão Analítica das respostas dos
coordenadores dos programas nos países
Neste anexo serão apresentadas, de forma analítica, as respostas dos países que
participaram da pesquisa realizada.
1. Dados relativos à Associação responsável pelo programa nos países:
Tabela 34 - Pesquisa: Dados relativos à Associação responsável pelo programa
nos países que participaram da pesquisa
País
1. Á frica do Sul
Nome da Associação
Chemical and Alied Industries Association - CAIA
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
www.caia.co.za
Coordenador
Laurraine Lotter
e-mail
[email protected]
Telefone
27 11 482 1671
Fax
27 11 726 8310
País
2. Alemanha
Nome da Associação
Verband der Chemischen Industrie – VCI
Nome do Programa
Verantwortliches Handeln
Home page
www.vci.de
Coordenador
Frauke Druckrey
e-mail
[email protected]
Telefone
49 69 255 6 1445
Fax
49 69 255 6 1607
País
3. Argentina
Nome da Associação
Cámara de la Industria Quimica y Petroquimica - CIQyP
Nome do Programa
Cuidado Responsable del Medio Ambiente
Home page
www.ciqyp.org.ar
Coordenador
Nelson Culler
e-mail
[email protected]
Telefone
5411 4 313 1059 / 0944
Fax
5411 4 312 4733
179
(CONT.)
País
4. Austrália
Nome da Associação
Plastics and Chemicals Industries Association - PACIA
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
www.pacia.org.au
Coordenador
Dr. Margaret Matthews
e-mail
[email protected]
Telefone
61 3 9426 3830
Fax
61 3 9429 0690
País
5. Austria
Nome da Associação
Fachverband der Chemischen Industrie Osterreichs - FCCO
Nome do Programa
Verantwortliches Handeln hat Zukunft
Home page
www.fcio.at/fresponsible.htm
Coordenador
Dr. Franz Latzko
e-mail
[email protected]
Telefone
43 1 501 05 3367
Fax
43 1 501 05 280
País
6. Bélgica
Nome da Associação
Federation of the Chemical Industries of Belgium - Fedichem
Nome do Programa
Verantwoord en zorgvuldig / Gestion Responsable
Home page
www.fedichem.be
Coordenador
Claude Klein
e-mail
[email protected]
Telefone
32 2 238 97 37
Fax
32 2 238 99 41
País
7. Brasil
Nome da Associação
Associação Brasileira da Indústria Química - ABIQUIM
Nome do Programa
Atuação Responsável
Home page
www.abiquim.org.br
Coordenador
Marcelo Kós Silveira Campos
e-mail
[email protected]
Telefone
55 11 3242 1144
Fax
55 11 3242 0919
180
(CONT.)
País
8. Canadá
Nome da Associação
Canadian Chemical Producer Association - CCPA
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
www.ccpa.ca
Coordenador
Brian Wastle
e-mail
[email protected]
Telefone
1 613 237 6215
Fax
1 613 237 4061
País
9. Chile
Nome da Associação
Asociacion Gremial de Industriales Quimicos de Chile ASIQUIM AG
Nome do Programa
Conducta Responsable
Home page
www.asiquim.cl
Coordenador
Patricio Kurte
e-mail
[email protected]
Telefone
56 2 203 3350
Fax
56 2 203 3351
País
10. Colômbia
Nome da Associação
ACOPLASTICOS - Asociación Colombiana de Industrias
Plásticas/ ANDI - Asociación Nacional de Industriales / CCS Consejo Colombiano de Seguridad.
Nome do Programa
Responsabilidad Integral
Home page
www.responsabilidadintegral.org.co
Coordenador
Ana Elvia Pardo de Castro
e-mail
[email protected]
Telefone
57 1 3403124 2886355 EXT. 128 - 133
Fax
57 1 2884367
País
11. Coréia do Sul
Nome da Associação
Korea Responsible Care Council - KRCC
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
www.krcc.or.kr
Coordenador
Young-Chan Kim
e-mail
[email protected]
Telefone
82 2 744 0116 Ext 203
181
(CONT.)
Fax
82 2 743 1887
País
12. Equador
Nome da Associação
Asociacion de productores de pinturas, resinas, tintas y
quimicos del Ecuador - APROQUE
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
-
Coordenador
Miguel Costales / Gustavo Escobar
e-mail
[email protected]
Telefone
593 2 4446660
Fax
593 2 923487
País
13. Espanha
Nome da Associação
Federación
Nacional de la Industria Quimica Espanola -
FEIQUE
Nome do Programa
Compromiso de Progeso
Home page
www.feique.org
Coordenador
Francisco Pérez
e-mail
[email protected]
Telefone
34 91 431 7964
Fax
34 91 576 33 81
País
14. Estados Unidos
Nome da Associação
American Chemistry Council - ACC
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
www.americanchemistry.com
Coordenador
Richard Doyle
e-mail
[email protected]
Telefone
1 703 741 5300
Fax
1 703 741 6300
País
15. Filipinas
Nome da Associação
Chemical Industries of the Philippines - SPIK
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
www.spik-ph.org
Coordenador
Eduardo M. Abacan
e-mail
[email protected]
Telefone
632 812 9854
182
(CONT.)
Fax
632 814 0970
País
16. Finlândia
Nome da Associação
Kemianteollisuus ry - KT RY
Nome do Programa
Vastuu Huomisesta
Home page
www.chemind.fi
Coordenador
Aimo Kastinen
e-mail
[email protected]
Telefone
358 0 172 84 320
Fax
358 9 630 225
País
17. Holanda
Nome da Associação
Association of the Dutch Chemical Industry - VNCI
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
www.vnci.nl
Coordenador
Erwin von de Meer
e-mail
[email protected]
Telefone
31 70 337 8742
Fax
31 70 320 9418
País
18. Hong Kong / China
Nome da Associação
Association of International Chemical Manufactures - AICM
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
www.aicmsia.com
Coordenador
Judy Castledine
e-mail
[email protected]
Telefone
852 2879 7332
Fax
852 2802 1707
País
19. Hungria
Nome da Associação
Hungarian Chemical Industry Association - HCIA
Nome do Programa
Felelos Gondoskodás
Home page
www.mavesz.hu
Coordenador
Magda Bada Caspár
e-mail
[email protected]
Telefone
36 1 343 1162
Fax
36 1 343 0980
183
(CONT.)
País
20. Índia
Nome da Associação
Indian Chemical Manufacturers Associaton - ICMA
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
www.icmaindia.com
Coordenador
R. R. Gokhale
e-mail
[email protected]
Telefone
91 22 204 8043
Fax
91 22 204 8057
País
21. Indonesia
Nome da Associação
Komite Nasional Responsible Care Indonesia - KNRCI
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
-
Coordenador
Setyabudhi Zuber
e-mail
[email protected]
Telefone
62 711 712 111 Ext 3487
Fax
62 711 712 100
País
22. Irlanda
Nome da Associação
The
Irish
Pharmaceutical
&
Chemical
Manufacturers
Federation - IPCMF
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
-
Coordenador
Marion Byron
e-mail
[email protected]
Telefone
353 1 605 1624
Fax
353 1 638 1624
País
23. Itália
Nome da Associação
Federazione Italiana dell´ Industria Chimica - Federchimica
Nome do Programa
L´ impegno dell´ industria chimica per l´ ambiente, la sicurezza,
la salute.
Home page
www.federchimica.it
Coordenador
Giuseppe Astarita
e-mail
[email protected] / [email protected]
Telefone
39 2 34565 357
Fax
39 2 34565 329
184
(CONT.)
País
24. Japão
Nome da Associação
Japan Chemical Industry Association - Japan Responsible
Care Council - JRCC
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
www.nikkakyo.org
Coordenador
Reiko Nonaka
e-mail
[email protected]
Telefone
81 3 3519 2125
Fax
81 3 3580 0970
País
25. Malaysia
Nome da Associação
Chemical Industries Council of Malaysia - CICM
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
www.cicm.org.my
Coordenador
Esther Boey
e-mail
[email protected]
Telefone
603 6276 1211
Fax
603 677 6714
País
26. Marrocos
Nome da Associação
Fé dé ration de la Chimie et de la Parachimie - FCP
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
-
Coordenador
Abdelhak Abdelhak
e-mail
[email protected]
Telefone
212 22 664161
Fax
212 22 354 96
País
27. México
Nome da Associação
Associación Nacional de la Industria Quimica - AC - ANIQ
Nome do Programa
Responsabilidad Integral
Home page
www.aniq.org.mx
Coordenador
Lorena Espinosa Martinez
e-mail
[email protected]
Telefone
55 5 230 51 36 / 52 5 230 51 00
Fax
55 5 559 2208 / 52 5 230 5107
185
(CONT.)
País
28. Nova Zelândia
Nome da Associação
New Zealand Chemical Industry Council Inc - NZCIC
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
www.nzcic.org.nz
Coordenador
Barry S Dyer
e-mail
[email protected]
Telefone
64 4 499 4311
Fax
64 4 472 7100
País
29. Noruega
Nome da Associação
Federation of Norwegian Process Industries- PIC
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
www.pil.no
Coordenador
Sverre Alhaug Hoestmark
e-mail
[email protected]
Telefone
47 23 08 78 00 / 47 23 08 78 75
Fax
47 905 28 323
País
30. Peru
Nome da Associação
Comite de la Industria Quimica de la Sociedad Nacional de
Industrias CIQ-SNI
Nome do Programa
Conducta Responsable con el Medio Ambiente
Home page
-
Coordenador
Jorge Barreto
e-mail
[email protected]
Telefone
51 1 421 8830
Fax
51 1 441 2772
País
31. Polônia
Nome da Associação
Polish Chamber of Chemical Industry – PCCI
Nome do Programa
Odpowiedzialnosc i Troska
Home page
www.chemeko.pl
Coordenador
Magda Ozimek-Nowakowska
e-mail
[email protected]
Telefone
48 54 237 2176
Fax
48 54 237 2176
186
(CONT.)
País
32. Reino Unido
Nome da Associação
Chemical Industries Association - CIA
Nome do Programa
Responsible Care
Home page
www.cia.org.uk
Coordenador
Stuart Aaron
e-mail
[email protected]
Telefone
44 207 963 6717
Fax
44 207 834 8587
País
33. República Eslovaca
Nome da Associação
Association of Chemical and Pharmaceutical Industry of the
Slovac Republic - ZCHFP
Nome do Programa
Zodponedná starostlivost
Home page
-
Coordenador
Silvia Surova
e-mail
[email protected]
Telefone
421 862 543 08 89
Fax
421 862 543 02 61
País
34. República Tcheca
Nome da Associação
Association of Chemical Industry of Czech Republic - SCHP
CRS
Nome do Programa
Odpovedne podnikani v chemii
Home page
www.schp.cz
Coordenador
Ivan Zika
e-mail
[email protected]
Telefone
420 2 6715 4136
Fax
420 2 6715 4130
País
35. Suécia
Nome da Associação
Sveriges Kemiska Industrikontor - KEMIKONTORET
Nome do Programa
Ansvar & Omsorg
Home page
www.chemind.se/kemikontoret/main.htm
Coordenador
Inge Ludström
e-mail
[email protected]
Telefone
46 8 783 81 59
Fax
46 8 663 63 23
187
(CONT.)
País
36. Tailândia
Nome da Associação
Chemical Industries Club Thailand - CICT
Nome do Programa
Responsible Care
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www.fti.or.th
Coordenador
Chote Geamsakul
e-mail
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Telefone
662 229 4255
Fax
662 229 4627
2. Dados relativos à indústria química:
Tabela 35 - Pesquisa: Dados relativos à indústria química
2.1 Número total de indústrias químicas:
< 50
3
Equador, Malásia, República Eslovaca.
51 - 250
17
Á frica do Sul, Argentina, Austrália, Á ustria, Canadá, Chile, Filipinas,
Holanda, Hong Kong, Hungria, Irlanda, México, Nova Zelândia, Peru,
Reino Unido, Suécia, Tailândia.
> 251
15
Alemanha, Bélgica, Brasil, Colômbia, Coréia do Sul, Espanha,
Estados Unidos, Finlândia, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Marrocos,
Polônia, República Tcheca.
Sem
1
Noruega.
resposta.
2.1.1 Percentual de indústrias químicas signatárias do programa RC (em relação ao
número total de indústrias químicas):
< 25%
15
Á ustria, Brasil, Colômbia, Coréia do Sul, Estados Unidos, Filipinas,
Finlândia, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Marrocos, Peru, Polônia,
República Tcheca.
25 - 75%
8
Á frica do Sul, Argentina, Equador, Espanha, Malásia, República
Eslovaca, Suécia, Tailândia.
> 75%
11
Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, Holanda, Hong Kong,
Hungria, Irlanda, México, Nova Zelândia.
Sem
2
Noruega, Reino Unido.
resposta.
188
(CONT.)
2.2 Faturamento da indústria química (em bilhões de dólares por ano)
< 10
12
Á ustria, Chile, Equador, Filipinas, Finlândia, Hungria, Malásia,
Marrocos, Nova Zelândia, Peru, República Tcheca, Suécia.
10 - 150
18
Á frica do Sul, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Coréia do
Sul, Espanha, Holanda, Hong Kong, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália,
México, Polônia, Reino Unido, Tailândia.
> 150
3
Alemanha, Estados Unidos, Japão.
Sem
3
Colômbia, Noruega, República Eslovaca.
resposta.
2.2.1 Percentual de indústrias químicas signatárias do programa RC (em relação ao
faturamento em bilhões de dólares por ano):
< 25%
6
Filipinas, Hong Kong, Malásia, Marrocos, Peru, Polônia.
25 - 75%
12
Á frica do Sul, Á ustria, Brasil, Coréia do Sul, Equador, Espanha, Índia,
Indonésia, Itália, Japão, República Tcheca, Tailândia.
> 75%
16
Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, Estados
Unidos, Finlândia, Holanda, Hungria, Irlanda, México, Nova Zelândia,
Reino Unido, República Eslovaca, Suécia.
Sem
2
Colômbia, Noruega.
resposta.
2.3 Produção da indústria química (em bilhões de toneladas por ano)
<1
16
Á frica do Sul, Á ustria, Chile, Equador, Filipinas, Finlândia, Holanda,
Indonésia, Malásia, Marrocos, Nova Zelândia, Peru, Polônia, Reino
Unido, República Tcheca, Suécia.
2 - 50
8
Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Coréia do Sul, Índia, México,
Tailândia.
> 50
3
Alemanha, Estados Unidos, Hong Kong.
Sem
9
Bélgica, Colômbia, Espanha, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Noruega,
resposta.
República Eslovaca.
189
(CONT.)
2.3.1 Percentual de indústrias químicas signatárias do programa RC (em relação à
produção em bilhões de toneladas por ano):
< 25%
4
Malásia, Marrocos, Filipinas, Polônia.
25 - 75%
10
Á ustria, Brasil, Equador, Índia, Indonésia, Itália, Á frica do Sul, Coréia
do Sul, Espanha, Tailândia.
> 75%
17
Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, República Tcheca,
Finlândia, Alemanha, Hungria, Irlanda, México, Holanda, Nova
Zelândia, República Eslovaca, Suécia, Reino Unido, Estados Unidos
Sem
5
Argentina, Hong Kong, Japão, Noruega, Peru.
resposta.
3. Motivos para a implementação do Responsible Care:
Tabela 36 - Pesquisa: Motivos para a implementação do programa Responsible
Care.
3. Motivos para a implementação do programa RC:
Pressão do Mercado Local
1
Hungria
Pressão das Indústrias Químicas
5
Holanda, Hungria, Malásia, México
Associadas
e
República Tcheca.
Decisão Espontânea
9
Bélgica, Canadá, Chile, Itália, Japão,
Marrocos, Filipinas, Espanha, Peru.
Para melhorar a imagem da
29
indústria química.
Argentina, Austrália, Á ustria, Bélgica,
Brasil,
Canadá,
Chile,
República
Tcheca, Equador, Finlândia, Alemanha,
Hong Kong, Hungria, Índia, Indonésia,
Irlanda,
Japão,
Malásia,
Marrocos,
Holanda, Filipinas, Polônia, República
Eslovaca, Á frica do Sul, Coréia do Sul,
Espanha,
Suécia,
Tailândia,
Reino
Unido.
Outros motivos.
19
-
Para melhorar o desempenho em
6
México, Bélgica, Hong Kong, Reino
Meio
Ambiente,
Saúde
e
Unido, Estados Unidos e Tailândia.
Segurança.
Pressão da Associação Européia
de Indústrias Químicas (CEFIC).
4
Alemanha, Suécia, Noruega e República
Eslovaca.
190
(CONT.)
Para manter
a
licença
de
3
Canadá, Finlândia e Reino Unido.
1
Canadá.
de
1
Austrália.
iniciativa
1
Nova Zelândia.
1
Equador.
1
Polônia.
1
Japão.
operação das indústrias químicas
Para reconquistar a confiança do
público.
Para
reduzir
o
número
regulamentações
governamentais.
Manutenção
de
voluntária
da
indústria
e
reconhecida pelo governo.
Boas Práticas de Fabricação.
Adequação
indústria
aos
padrões
química
da
da
União
Européia.
Necessidade
de
cooperação
internacional.
4. Características do Responsible Care:
Tabela 37 - Pesquisa: Características do Responsible Care
4. Características do RC:
4.1 A Associação desenvolve algum programa no intuito de reduzir o número de
acidentes no uso indevido de produtos químicos?
SIM - 29
Argentina,
Canadá,
Austrália,
Chile,
NÃ O - 5
Á ustria,
Colômbia,
Brasil, Índia, Indonésia, Coréia do Sul, Espanha,
República Tailândia.
Tcheca, Equador, Finlândia, Alemanha,
Hong Kong, Hungria, Irlanda, Itália, Japão,
Malásia, México, Marrocos, Holanda, Nova
Zelândia, Noruega, Peru, Filipinas, Polônia,
Á frica
do
Sul,
Suécia,
Reino
Unido,
Estados Unidos.
191
(CONT.)
4.2 A Associação coordena algum programa de avaliação de transportadoras
disponível às empresas signatárias?
SIM - 17
Austrália,
Brasil,
Canadá,
NÃ O - 18
Colômbia, Argentina, Bélgica, Chile, Finlândia, Hong
República Tcheca, Equador, Alemanha, Kong, Hungria, Índia, Indonésia, Irlanda,
Itália, Japão, Marrocos, Holanda, Nova Malásia, México, Noruega, Peru, Polônia,
Zelândia, Filipinas, Á frica do Sul, Espanha, República
Suécia, Estados Unidos.
Eslovaca,
Coréia
do
Sul,
Tailândia, Reino Unido.
4.3 A Associação promove alguma "Bolsa de Resíduos" entre as empresas?
SIM - 14
NÃ O - 20
Colômbia, Equador, Alemanha,
México,
Marrocos,
Holanda,
Japão, Argentina,
Nova Canadá,
Austrália,
Chile,
Bélgica,
República
Brasil,
Tcheca,
Zelândia, Noruega, Peru, Filipinas, Polônia, Finlândia, Hong Kong, Hungria, Índia,
República Eslovaca, Á frica do Sul.
Indonésia, Irlanda, Malásia, Coréia do
Sul, Espanha, Suécia, Tailândia, Reino
Unido, Estados Unidos.
4.4 A Associação promove campanhas na mídia no intuito de melhorar a imagem dos
produtos químicos e da indústria química junto à sociedade?
SIM - 27
NÃ O - 9
Á ustria, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, Argentina,
Austrália,
Brasil,
Equador,
República Tcheca, Finlândia, Alemanha, Hong Kong, México, Nova Zelândia,
Hungria, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália, Tailândia, Reino Unido.
Japão,
Noruega,
Malásia,
Marrocos,
Holanda,
Peru,
Filipinas,
Polônia,
República Eslovaca, Á frica do Sul, Coréia
do Sul, Espanha, Suécia, Estados Unidos.
192
(CONT.)
4.5 A Associação coordena periodicamente algum evento para promover o RC entre
as partes interessadas (sociedade, clientes, organizações governamentais e nãogovernamentais, etc.)?
SIM - 31
NÃ O - 5
Austrália, Á ustria, Brasil, Canadá, Chile, Argentina,
Bélgica,
Irlanda,
Noruega,
Colômbia, República Tcheca, Equador, Espanha.
Finlândia, Alemanha, Hong Kong, Hungria,
Índia, Indonésia, Itália, Japão, Malásia,
México,
Zelândia,
Marrocos,
Peru,
Holanda,
Filipinas,
Nova
Polônia,
República Eslovaca, Á frica do Sul, Coréia
do Sul, Suécia, Tailândia, Reino Unido,
Estados Unidos.
4.6 A Associação coordena algum programa para apoiar as indústrias químicas nos
casos de emergência? (Exemplo: central de informações, equipes de apoio à
emergência, banco de dados sobre produtos químicos, etc.).
SIM - 31
NÃ O - 5
Á ustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Argentina, Austrália, Equador, Japão,
Colômbia, República Tcheca, Finlândia, Coréia do Sul.
Alemanha, Hong Kong, Hungria, Índia,
Indonésia, Irlanda, Itália, Malásia, México,
Marrocos,
Holanda,
Nova
Zelândia,
Noruega,
Peru,
Filipinas,
Polônia,
República
Eslovaca,
Á frica
do
Sul,
Espanha, Suécia, Tailândia, Reino Unido,
Estados Unidos.
193
(CONT.)
4.7 A Associação desenvolve algum programa de apoio aos órgãos governamentais
no sentido de fornecer treinamento e informações técnicas sobre segurança química?
SIM - 25
Á ustria,
Canadá,
Colômbia,
NÃ O - 11
República Argentina,
Austrália,
Bélgica,
Brasil,
Tcheca, Equador, Finlândia, Alemanha, Chile, Irlanda, Noruega, Peru, Coréia do
Hong Kong, Hungria, Índia, Indonésia, Sul, Espanha, Suécia,
Itália, Japão, Malásia, México, Marrocos,
Holanda, Nova Zelândia, Filipinas, Polônia,
República
Eslovaca,
Á frica
do
Sul,
Tailândia, Reino Unido, Estados Unidos.
4.8 Existem empresas parceiras da indústria química e que são signatárias do RC
(transportadoras, fornecedores, etc.)?
SIM - 26
NÃ O - 10
Argentina, Á ustria, Brasil, Canadá, Chile, Austrália, Bélgica, Índia, Japão, México,
Colômbia, República Tcheca, Equador, Filipinas, República Eslovaca, Coréia do
Finlândia, Alemanha, Hong Kong, Hungria, Sul, Espanha, Tailândia.
Indonésia,
Irlanda,
Itália,
Malásia,
Marrocos,
Holanda,
Nova
Zelândia,
Noruega, Peru, Polônia, Á frica do Sul,
Suécia, Reino Unido, Estados Unidos.
4.9 Existem metas anuais relacionadas com o aumento do número de empresas
signatárias do programa?
SIM - 17
NÃ O - 18
Brasil, Canadá, Chile, Equador, Alemanha, Argentina, Austrália, Á ustria, Colômbia,
Índia, Indonésia, Itália, Japão, Malásia, República Tcheca, Finlândia, Hong Kong,
Marrocos, Polônia, Á frica do Sul, Coréia do Hungria, Irlanda, México, Holanda, Nova
Sul, Espanha, Tailândia, Estados Unidos.
Zelândia,
Noruega,
República
Eslovaca,
Peru,
Filipinas,
Suécia,
Reino
Unido.
194
(CONT.)
4.10 O Programa RC é obrigatório para todos os membros da Associação?
SIM - 13
NÃ O - 23
Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Argentina, Á ustria, Colômbia, República
Irlanda, México, Marrocos, Nova Zelândia, Tcheca, Equador, Finlândia, Alemanha,
Á frica do Sul, Coréia do Sul, Reino Unido, Hong Kong, Hungria, Índia, Indonésia,
Estados Unidos.
Itália, Japão, Malásia, Nova Zelândia,
Noruega,
Peru,
Filipinas,
Polônia,
República Eslovaca, Espanha, Suécia,
Tailândia.
5. Fatores Limitantes à implementação do programa RC:
Tabela 38 - Pesquisa: Fatores limitantes à implementação do Responsible Care.
5. Fatores Limitantes à implementação do programa RC:
Complexidade do programa
6
Á ustria,
Bélgica,
Brasil,
Equador,
Finlândia, Coréia do Sul.
Falta de percepção do valor do
13
Argentina,
Brasil,
Chile,
Colômbia,
RC para o negócio do ramo
Equador, Alemanha, Índia, Indonésia,
químico.
México,
Coréia
do
Sul,
Suécia,
Tailândia, Estados Unidos.
Reduzida
participação
e
18
Austrália,
Brasil,
Chile,
Colômbia,
alta
República Tcheca, Equador, Alemanha,
administração das empresas na
Hong Kong, Hungria, Malásia, Marrocos,
implementação do programa.
Nova
comprometimento
da
Zelândia,
Noruega,
Filipinas,
Polônia, República Eslovaca, Suécia,
Tailândia.
Limitações
na
estrutura
pessoal das empresas.
de
21
Argentina,
Canadá,
Austrália,
Chile,
Bélgica,
Equador,
Brasil,
Finlândia,
Alemanha, Hong Kong, Japão, Malásia,
México, Marrocos, Holanda, Noruega,
Peru, Filipinas, Suécia, Tailândia, Reino
Unido.
195
(CONT.)
Falta
de
percepção
da
11
Argentina, Austrália, Hungria, Indonésia,
importância do RC pelo público
Malásia,
externo.
Zelândia, República Eslovaca, Á frica do
Marrocos,
Holanda,
Nova
Sul, Espanha.
Falta
de
percepção
da
8
importância do RC pelo público
Austrália,
Á ustria,
Alemanha,
Índia,
México, Marrocos, Holanda, Suécia.
interno.
Outros motivos.
9
-
Concorrência com os próprios
2
Bélgica, Suécia.
1
Canadá.
2
Peru e Chile.
das
1
Alemanha.
Muitas empresas associadas são
1
Alemanha.
1
Austrália.
1
Irlanda.
programas
de
gestão
das
empresas
Percepção de certas empresas
de que a implementação do RC
exige
a aplicação de recursos
financeiros proibitivos para elas
Falta de recursos financeiros.
Grande
diversidade
empresas associadas.
de pequeno e médio portes.
Incerteza do valor do RC na
melhoria da imagem da indústria
química e na redução do nível de
regulamentação.
Exigências
dos
organismos
ambientais
locais
excederem
muitas práticas do RC.
196
6. Oportunidades de melhoria na implementação do Responsible Care.
Tabela 39 - Pesquisa: Oportunidades de melhoria na implementação do
Responsible Care.
6. Oportunidades de melhoria na implementação do Responsible Care:
A simplificação dos guias de
12
Austrália, Bélgica, Canadá, Colômbia,
Equador, Finlândia, Hong Kong, Índia,
implantação dos códigos.
Marrocos,
Á frica
Holanda,
do
Sul,
Espanha.
A inserção do RC nos demais
19
Argentina,
sistemas de gestão das empresas
Chile,
(ISO 9000, ISO 14000, BS 8800).
Equador,
Á ustria,
Austrália,
Colômbia,
Brasil,
República
Tcheca,
Índia,
Irlanda,
Alemanha,
Malásia, Marrocos, Holanda, Filipinas,
Polônia, Coréia do Sul, Suécia, Estados
Unidos.
A intensificação do papel da
Associação
no
conscientização
processo
da
15
Kong, Hungria, Índia, Indonésia, Itália,
de
Malásia,
alta
A implantação de um método
de
mensuração
12
trabalhadores
Suécia,
Austrália, Á ustria, Brasil, Chile, Equador,
Filipinas, Polônia, Suécia.
A maior divulgação do programa
os
Holanda,
Irlanda, Malásia, Marrocos, Holanda,
dos
resultados do programa.
entre
México,
Tailândia, Estados Unidos.
administração das empresas.
formal
Austrália, Bélgica, Brasil, Equador, Hong
20
da
indústria química.
Austrália,
Canadá,
Equador,
Alemanha,
Indonésia,
Irlanda,
Marrocos,
Holanda,
Chile,
Colômbia,
Hungria, Índia,
Malásia,
México,
Noruega,
Peru,
Polônia, Suécia, Tailândia, Reino Unido.
A definição de metas realistas
para
a
códigos.
implementação
dos
11
Austrália, Chile, Equador, Hong Kong,
Índia,
Irlanda,
Malásia,
Marrocos,
Holanda, Noruega, República Eslovaca.
197
(CONT.)
A divulgação
intensiva
dos
20
resultados obtidos pelo programa.
Argentina,
Chile,
Austrália,
Colômbia,
Equador,
Irlanda,
Bélgica,
Brasil,
República
Tcheca,
Japão,
Malásia,
México, Marrocos, Holanda, Noruega,
Peru, Filipinas, Á frica do Sul, Suécia,
Tailândia.
Outros motivos.
A
formação
de
parcerias
10
-
1
Chile.
1
Reino Unido.
2
Reino Unido, Japão.
1
Suécia.
1
Nova Zelândia.
1
Estados Unidos.
2
Tailândia, Filipinas.
1
Japão.
voluntárias com fornecedores e
com o Governo.
O
à
incentivo
troca
de
informações e de experiências
entre as empresas signatárias do
programa.
A implantação de um processo de
certificação
dos
sistemas
de
gerenciamento do RC.
A divulgação dos benefícios do
RC.
A divulgação do programa entre
distribuidores
e
usuários
de
produtos químicos.
A demonstração de como o RC
pode
ajudar
as
empresas
a
enfocar seu compromisso com o
Desenvolvimento Sustentável.
A
busca
programa
de
valorização
pelas
do
autoridades
governamentais.
O
estabelecimento
de
metas
realistas de desempenho.
198
7. Medindo o desempenho do Responsible Care.
Tabela 40 - Pesquisa: Medindo o desempenho do Responsible Care.
7. Medindo o desempenho do RC.
7.1 Existe algum sistema para avaliação externa das empresas signatárias do RC?
Sim. Existe avaliação externa.
14
Argentina, Austrália, Á ustria, Canadá,
Chile,
Colômbia,
Equador,
República
Hungria,
Nova
Tcheca,
Zelândia,
Polônia, Tailândia, Reino Unido, Estados
Unidos.
Não. As empresas signatárias
18
Bélgica, Finlândia,
Alemanha, Hong
Kong, Hungria, Índia, Itália, Japão,
realizam auto-avaliações.
Malásia, México, Marrocos, Holanda,
Noruega, Filipinas, República Eslovaca,
Coréia do Sul, Espanha, Suécia.
Não.
Mas
pretende-se
10
Brasil,
Indonésia,
Irlanda,
implementar a avaliação externa
México,
obrigatória.
Filipinas, Á frica do Sul.
Não
há
previsão
de
6
Holanda,
Japão,
Noruega,
Peru,
Bélgica, Alemanha, Hong Kong, Itália,
Malásia, Marrocos.
implementação de sistema de
avaliação externa compulsória.
7.1.1. Qual é o sistema de avaliação externa implementado ou a ser adotado?
Auditorias por partes interessadas
7
Canadá, Colômbia, República Tcheca,
Equador,
Polônia,
Estados
Unidos,
Tailândia.
Auditorias
por
auditores
14
Argentina,
Austrália,
credenciados pela Associação da
República
Tcheca,
Indústria Química.
Marrocos,
Nova
Polônia,
Á frica
Á ustria,
Japão,
Zelândia,
do
Sul,
Chile,
México,
Filipinas,
Espanha,
Estados Unidos.
Auditorias
por
auditores
de
7
empresas externas credenciados
República Tcheca, Equador, Indonésia,
México, Holanda, Polônia, Reino Unido.
pela Associação.
Outras
formas
de
auditoria
3
Brasil, Nova Zelândia, Espanha.
externa.
199
(CONT.)
7.2 Percentual de implementação dos códigos do RC pelas indústrias químicas
signatárias:
Obs.: Serão mantidos os nomes dos códigos em inglês, com exceção do Brasil, para
maior fidedignidade da informação.
Á frica do Sul
Health and Safety
25 - 75%
Storage and Distribution
25 - 75%
Transport
25 - 75%
Waste Management and Pollution Control
25 - 75%
Community Awareness and Emergency Response
25 - 75%
Product Stewardship
25 - 75%
Alemanha
Product Stewardship
> 75%
Process Safety
> 75%
Employee Health and Safety
> 75%
Environmental Protection
> 75%
Distributions Safety
> 75%
Communication
> 75%
Argentina
Product Stewardship
25 - 75%
Process Safety
25 - 75%
Employee Health and Safety
25 - 75%
Pollution Prevention
25 - 75%
Distribution
25 - 75%
Community Awareness and Emergency Response
25 - 75%
Austrália
Community right to know
> 75%
Research and Development
> 75%
Manufacturing
> 75%
Waste Management
> 75%
Warehousing and Storage
> 75%
Transportation
> 75%
Product Stewardship
25%
Emergency Response and Community Awareness
25%
Austria
Community Awareness and Emergency Response
> 75%
Pollution Prevention
> 75%
Process Safety
> 75%
Distribution
> 75%
Employee Health and Safety
> 75%
200
(CONT.)
Brasil
Saúde e Segurança do Trabalhador
25 - 75%
Segurança de Processos
25 - 75%
Proteção Ambiental
25 - 75%
Transporte e Distribuição
25 - 75%
Diálogo com a Comunidade e Preparação e Atendimento
a Emergências
Gerenciamento de Produto
25 - 75%
25 - 75%
Canadá
Community Awareness and Emergency Response
> 75%
Research and Development
> 75%
Manufacturing
> 75%
Transportation
> 75%
Distribution
> 75%
Hazardous Waste Management
> 75%
Chile
Product Stewardship
25 - 75%
Process Safety
25 - 75%
Employee Health and Safety
25 - 75%
Pollution Prevention
25 - 75%
Transport and Distribution
25 - 75%
Community Awareness and Emergency Response
25 - 75%
Colômbia
Product Stewardship
> 75%
Process Safety
25 - 75%
Health and safety
> 75%
Environmental Protection
> 75%
Distribution and Transport
25 - 75%
Community Awareness and Emergency Response
25 - 75%
Coréia do Sul
Process Safety
> 75%
Employee Health and Safety
25 - 75%
Pollution Prevention
25 - 75%
Pollution Prevention
25 - 75%
Equador
Product Stewardship
Não Implementado
Process Safety
25 - 75%
Health and Safety
Não Implementado
Environmental Protection
25 - 75%
201
(CONT.)
Distribution and Transport
< 25%
Community Awareness and Emergency Response
< 25%
Espanha
Product Stewardship
25 - 75%
Process Safety
25 - 75%
Health and Safety Protection
25 - 75%
Environment Protection
25 - 75%
Transport and Distribution
25 - 75%
Community Awareness and Emergency Response
25 - 75%
Estados Unidos
Product Stewardship
> 75%
Process Safety
> 75%
Employee Health and Safety
> 75%
Pollution Prevention
> 75%
Distribution
> 75%
Community Awareness and Emergency Response
> 75%
Filipinas
Product Stewardship
< 25%
Process Safety
25 - 75%
Employee Health and Safety
25 - 75%
Pollution Prevention
25 - 75%
Distribution
< 25 %
Community Awareness and Emergency Response
< 25%
Holanda
Product Stewardship
25 - 75%
Process Safety
> 75%
Employers Safety
> 75%
Environment
> 75%
Distribution
25 - 75%
Communication
25 - 75%
Hong Kong
Distribution
25 - 75%
Product Stewardship
25 - 75%
Hungria
Research and Development
> 75%
Manufacturing
> 75%
Transportation
> 75%
Distribution
> 75%
Hazardous Waste
> 75%
202
(CONT.)
Community Awareness and Emergency Response
> 75%
India
Product Safety
< 25%
Process Safety
25 - 75%
Employee Health and Safety
25 - 75%
Pollution Prevention
25 - 75%
Distribution
< 25%
Emergency Response
25 - 75%
Indonésia
Product Stewardship
25 - 75%
Process Safety
> 75%
Employee Health and Safety
> 75%
Pollution Prevention
> 75%
Transportation and Distribution
25 - 75%
Community Awareness and Emergency Response
> 75%
Itália
Guiding Principles
> 75%
Logo
25 - 75%
Guidelines - Checklists
> 75%
Performance Indicators
> 75%
Communication
25 - 75%
HSE Information Diffusion
25 - 75%
Japão
Product Stewardship
> 75%
Process Safety and Disaster Prevention
> 75%
Occupational Safety and Health
> 75%
Environmental Protection
> 75%
Distribution Safety
> 75%
Communication
> 75%
Malásia
Pollution Prevention
25 - 75%
Distribution
25 - 75%
Community Awareness and Emergency Response
25 - 75%
Marrocos
Transportation
< 25%
Pollution Prevention
< 25%
México
Product Stewardship
25 - 75%
Process Safety
25 - 75%
203
(CONT.)
Employee Health and Safety
25 - 75%
Pollution Prevention
25 - 75%
Transportation and Distribution
25 - 75%
Community Awareness and Emergency Response
25 - 75%
Peru
Product Stewardship
> 75%
Process Safety
25 - 75%
Employee Health and Safety
25 - 75%
Environmental Protection
25 - 75%
Transport and Distribution
< 25%
Community Awareness and Emergency Response
> 75%
Polônia
Product Stewardship
< 25%
Process Safety
25 - 75%
Employee Health and Safety
25 - 75%
Pollution Prevention and Control
> 75%
Harmonization of National Environmental Law with EU
Directives
República Eslovaca
Health and Safety in the Workplace
25 - 75%
Emergency Preparedness
25 - 75%
> 75%
República Tcheca
Proactivity
> 75%
Integrated Pollution Prevention and Control
> 75%
Health and Safety
> 75%
Reduction on past and existing environmemntal damage
> 75%
Emergency Preparation
> 75%
Environmental Management
> 75%
Environmental Education and Training
25 - 75%
Information Openness
> 75%
Tailândia
Product Stewardship
< 25%
Process Safety
< 25%
Employee Health and Safety
< 25%
Pollution Prevention
< 25%
Distribution
< 25%
Community Awareness and Emergency Response
< 25%
204
(CONT.)
7.3 Indicadores de Desempenho Implementados:
País
Código
Canadá
/Ano
de Indicador
Resultados Alcançados
Implementação
Manufacturing
/ Emissões de poluentes no Redução de 63% desde 1992.
ar, água e solo.
1992
Manufacturing
/ Quantidade
1995
de
resíduos Quantidades aumentaram desde
perigosos e não-perigosos.
1995 em função da limpeza e
desativação de instalações.
Transportation
/ Incidentes no Transporte.
60% de redução de acidentes
1992
durante o transporte.
Manufacturing
/ Saúde
e
1991
Trabalhador
Manufacturing
Incidentes
Segurança
do 50% de redução nas lesões em
trabalhadores.
de
processo Foi considerado muito recente
relatados
País
Código
para observar-se uma tendência.
Colômbia
/Ano
de Indicador
Resultados Alcançados
Implementação
Quantidade de reclamações 15
Community
Awareness
and da Comunidade.
Emergency
Response / 1997
Distributions
and Quantidade de Incidentes no 27
Transportation
/ transporte.
1997
Process
Safety
/ Quantidade
de
Incidentes 87
1997
em Segurança de Processo
Environmental
Investimentos em Proteção 2.723.000.000
Protection / 1997
Ambiental
Environmental
Custos
Protection / 1997
prevenção da poluição.
1997)
Environmental
Emissões Atmosféricas
9.029,46 toneladas
($ colombianos
em 1997)
operacionais
em 6.075.000.000 ($ colombianos em
Protection / 1997
205
(CONT.)
Environmental
Despejos
Protection / 1997
corpos receptores
Environmental
Quantidades
Protection / 1997
(incluindo os tóxicos)
Environmental
Consumo de energia
lançados
de
em 28.675,69 toneladas
resíduos 32.658,86 toneladas
639.155.916,6
Protection / 1997
Gigajoules/toneladas
Health and Safety / Gatos
1997
com
Saúde 3.902.000.000 ($ colombianos em
Ocupacional
1997)
Health and Safety / Número de Acidentes com 16
1997
trabalhadores
Health and Safety / Taxa
de
Freqüência
de 1672 dias
1997
perda de tempo por acidente
País
Estados Unidos
Código
/Ano
de Indicador
Resultados Alcançados
Implementação
Pollution Prevention Emissões
/-
(Inventário
de 65% de redução nas emissões
Descartes Tóxicos)
para um aumento de produção de
20%.
Health and Safety / Lesões
-
e
doenças 4,5 vezes melhor do que todas as
ocupacionais reportadas
indústrias
manufatureiras
americanas.
Process Safety / -
Incidentes nas Instalações
10 % de redução nos incidentes
ocorridos em instalações.
Distribution / -
Incidentes no Transportes
O número de incidentes está
aumentando.
Community
Awareness
Pesquisa com comunidade e Fortalecimento
and empregados.
significativo
da
interface entre as fábricas e as
emergency
comunidades.
Response / -
Conselhos
Mais
de
300
Consultivos
Comunitários foram formados no
país.
206
(CONT.)
Product
Pesquisa com clientes.
O
Stewardship / -
conhecimento
do
RC
é
pequeno entre os parceiros da
cadeia
produtiva,
mas
o
desempenho nesta área é uma
prioridade
do
Conselho
das
Indústrias Químicas Americanas
(ACC).
País
Código
Itália
/Ano
de Indicador
Resultados Alcançados
Implementação
Acidentes com perda de Acidentes com perda de tempo:
-/-
tempo
índice
e
de 18,7
para Severidade: 0,33
severidade
contratados.
-/-
Número
Empresas ISO 9000 - 60%
de
certificadas
pela
ISO
e ISO 14000 / EMAS - 23%
EMAS
-/-
Processos
e
Produtos Vários
limpos.
-/-
prêmios
e
reconhecimentos externos.
Número de intervenções em 30 no ano de 1999.
emergências no transporte.
-/-
Acidentes
durante
o 0,72 por milhões de toneladas
transporte.
País
Código
transportadas.
Marrocos
/Ano
de Indicador
Resultados Alcançados
Implementação
-/-
índice de acidentes
-/-
Consumo
-/-
de
5 em 1999
Energia:
elétrica:
2,86 Bilhões de KW
combustível:
0,5 milhões de toneladas.
água.:
5,74 milhões de m3
Geração de Resíduos.
17677 toneladas no ano de 1999.
207
(CONT.)
País
Código
Peru
/Ano
de Indicador
Resultados Alcançados
Implementação
Employee
Health Número de acidentes fatais.
150 (ano 2000)
and Safety / 1998
Environmental
Consumo de Energia.
Protection / 1998
Process
Safety
2000)
/ Desenvolvimento
1998
documentos.
País
Polônia
Código
/Ano
250.000.000 ton. de óleo (ano
de As
empresas reportam seus
documentos.
de Indicador
Resultados Alcançados
Implementação
descargas Observou-se
um
decréscimo
exemplo: generalizado
nos
níveis
Environmental
Impactos
e
Protection / -
ambientais
(por
emissões,
resíduos
de
para emissão, de consumo de água e
aterro industrial, consumo de geração e disposição em
Environmental
de água).
aterros de resíduos.
Multas ambientais.
Os efeitos das multas resultaram
Protection / -
numa
redução
nas
emissões
atmosféricas e na geração de
resíduos.
Environmental
Protection / -
Emissões
Decréscimo médio de 18% na
emissão de SO2.
Decréscimo médio de 15% na
emissão de NOx.
Decréscimo geral de 56% na
emissão
de
materiais
particulados.
208
(CONT.)
CEFIC
Distribution / 2001
Plano
de
Atendimento
Emergências.
a Os planos de emergência das
empresas
já
existem,
correspondendo à cooperação da
divisão de bombeiros e de outros
serviços externos.
Safety
and Análises
de
Risco
/ A freqüência de acidentes com
Occupational Health Relatórios de Segurança.
perda de tempo registrados desde
/-
1996
aponta
todos
os
Ambiental,
diferentes
anos.
de
Saúde
taxas
Relatório
e
de
Segurança são publicados todos
os anos pelas empresas-membro.
Safety
and Indicadores de acidentes.
Inclui a taxa de freqüência de
acidentes com perda de tempo.
Occupational Health
/-
7.4. A Associação já promoveu ou promove periodicamente pesquisas de opinião
pública para mensurar os resultados práticos da implementação do RC e avalia a
imagem da indústria química no país?
7.4. A Associação já promoveu ou promove periodicamente pesquisas de opinião
pública para mensurar os resultados práticos da implementação do RC e avalia a
imagem da indústria química no país?
Países que responderam afirmativamente (12) e os resultados obtidos informados:
Alemanha.
Não apresentou os resultados obtidos.
Austrália.
A última pesquisa foi realizada em 1996 e indicou leve
aumento da reação positiva do público em relação à indústria
química.
Canadá
Nos últimos 10 anos observa-se uma pequena melhoria com
relação à imagem da indústria química junto à opinião pública.
Entretanto, entre as partes interessadas (comunidade local,
governo, ambientalistas e mídia) a imagem melhorou
significativamente.
Observa-se uma alteração no foco da
preocupação do público em geral, que deixou de focar-se nas
emissões e acidentes nas indústrias químicas, para transferirse para os efeitos de longo prazo dos produtos químicos
209
(CONT.)
sobre a saúde humana e o meio ambiente. Planeja-se realizar
a pesquisa a cada 3 anos.
Colômbia.
Informou que a imagem da indústria química é positiva.
Equador.
As autoridades reconhecem o valor real do RC no país.
Estados Unidos.
As pesquisas evidenciaram um melhor entendimento dos
temas principais com relação às partes interessadas.
Finlândia.
Foram
realizadas
pesquisas
relativas
ao
desempenho
ambiental da indústria química. Os resultados melhoraram
significativamente na última década.
Holanda.
A pesquisa demonstrou pequena melhoria na imagem da
indústria química.
O grau de conhecimento do programa ainda não é muito
Itália.
grande. Iniciativas como o programa de "Portas Abertas"
contribui para a difusão direta de informações sobre a
indústria química na localidade e melhorar a sua imagem. Um
relatório é publicado anualmente e apresentado às partes
interessadas.
Japão.
12% conhecem as atividades do RC.
Reino Unido.
Pesquisas anuais mostram que 20% dos entrevistados são
favoráveis à indústria química e que apenas cerca de 2%
entendem o programa RC.
Suécia.
Participa da pesquisa realizada pelo CEFIC.
Países que responderam negativamente (23) e as razões apresentadas para a nãorealização de tais pesquisas:
Á frica
Argentina,
do
Sul, Não apresentaram justificativas.
Á ustria,
Hong Kong, Malásia,
República Eslovaca.
Bélgica.
Informou que se baseia nas pesquisas realizadas pelo CEFIC.
Brasil.
Realizou uma pesquisa estruturada em etapas: na primeira e
segunda etapas foram ouvidos o público interno (profissionais
da indústria química) e alguns segmentos do público externo.
Na terceira etapa foi realizada uma pesquisa aberta para o
210
(CONT.)
público em geral.
Chile
A pesquisa está fase de desenvolvimento.
Coréia do Sul
A pesquisa já foi realizada por outras organizações e a
imagem tem piorado nos últimos anos. A associação pretende
realizar uma pesquisa alguns anos após a concretização da
implementação do RC.
Espanha.
A associação baseia-se nos resultados da pesquisa realizada
pelo CEFIC, voltada para medir o grau de conhecimento
sobre a indústria química.
Filipinas.
Por limitações no orçamento.
Hungria.
Considera muito cara a realização deste tipo de pesquisa.
Índia.
Considera que o programa não atingiu ainda um nível de
implementação que justifique a realização de pesquisas deste
tipo.
Indonésia.
Planeja a realização da pesquisa no ano 2001.
Irlanda.
A população industrial é considerada muito pequena.
Marrocos.
Informou ter pequena experiência nesta área.
México.
Não foram promovidas ainda pesquisas de opinião, pois as
empresas ainda não iniciaram as atividades de comunicação
com a comunidade e pretende-se treinar os associados antes
de realizar tais pesquisas de opinião pública.
Nova Zelândia.
A Associação prefere encorajar os responsáveis pela política
governamental e as agências reguladoras a atestarem o
progresso e validarem os resultados de implementação do
programa.
Noruega.
Não pretende realizar tais pesquisas, pois acredita que a
indústria química não será aceita pela sociedade. Acredita
que seja mais conveniente a realização de pesquisa sobre
cada empresa.
Peru.
Limitações de recursos para a realização desta pesquisa, pois
a indústria química cobre uma área muito diversificada.
República Tcheca.
Considera que a nova administração regional do país (a partir
de 2001) será mais apropriada para a realização de
pesquisas deste tipo.
211
(CONT.)
Tailândia.
O programa ainda é muito novo e o conhecimento do público
com relação a ele não é suficientemente alto para justificar
este tipo de pesquisa.
212
Anexo 9 - Resultados da Pesquisa - Visão Analítica das respostas do
representante do CEFIC - European Chemical industry Council.
1. Dados relativos à Associação:
Tabela 41 - Pesquisa: Dados relativos à Associação Européia - CEFIC
Nome da Associação
CEFIC - European Chemical Industry Council
Home page
www.cefic.org
Coordenador
Jacques Busson
e-mail
[email protected]
Telefone
32 2 676 7302
Fax
32 2 676 7347
2. Dados relativos à indústria química européia:
Tabela 42 - Pesquisa: Dados relativos à indústria química européia
2.1
Faturamento da indústria química (bilhões de Euro por ano): 120
2.1.1
Percentual de indústrias químicas signatárias do programa > 75%
RC (em relação ao faturamento em bilhões de dólares por
ano):
2.23
Produção da indústria química (bilhões de toneladas por Não
ano):
2.2.1
informado.
Percentual de indústrias químicas signatárias do programa > 75%
RC (em relação à produção em bilhões de toneladas por
ano):
Tabela 43 - Pesquisa: Características do Responsible Care europeu.
3. Características do RC:
3.1 A Associação desenvolve algum programa no intuito de reduzir o SIM
número de acidentes no uso indevido de produtos químicos?
3.2 A Associação promove campanhas na mídia no intuito de melhorar a NÃ O
imagem dos produtos químicos e da indústria química junto à sociedade?
3.3 A Associação coordena periodicamente algum evento para promover o SIM
RC entre as partes interessadas (sociedade, clientes, organizações
governamentais e não-governamentais, etc.)?
213
(CONT.)
3.4 A Associação desenvolve algum programa de apoio aos órgãos SIM
governamentais no sentido de fornecer treinamento e informações
técnicas sobre segurança química?
3.5 Existem metas anuais relacionadas com o aumento do número de NÃ O
empresas signatárias do programa?
Tabela 44 - Fatores Limitantes à implementação do programa Responsible Care
na Europa
4. Fatores Limitantes à implementação do programa RC:
Limitações na estrutura de pessoal das empresas.
Falta de percepção da importância do RC pelo público interno.
Outros motivos: - A competição com programas de Saúde-Segurança-Meio Ambiente
das próprias empresas.
- Departamentos jurídicos de algumas empresas que suportam a tese de que a
adesão a iniciativas voluntárias aumenta a vulnerabilidade legal das empresas.
Tabela 45 - Oportunidades de melhoria na implementação do Responsible Care
na Europa.
5. Oportunidades de melhoria na implementação do RC:
A inserção do RC nos demais sistemas de gestão das empresas (ISO 9000, ISO
14000, BS 8800).
A intensificação do papel da Associação no processo de conscientização da alta
administração das empresas.
A maior divulgação do programa entre os trabalhadores da indústria química.
Tabela 46 - Medindo o desempenho do Responsible Care na Europa.
6. Medindo o desempenho do RC.
6.1 Pretende-se tornar obrigatória a implantação de avaliações externas NÃ O
do programa pelas associações, a fim de estabelecer o estágio atual de
implementação dos códigos nas empresas ao invés da auto-avaliação?
6.1.1. Qual é o sistema de avaliação externa implementado ou a ser adotado?
Auditorias por auditores credenciados pela Associação da Indústria Química.
Auditorias por auditores de empresas externas credenciados pela Associação.
214
(CONT.)
6.2. A Associação já promoveu ou promove periodicamente pesquisas de opinião
pública para mensurar os resultados práticos da implementação do RC e avalia a
imagem da indústria química no país? Em caso afirmativo, quais foram os resultados?
Em caso negativo, por que razões estas campanhas não foram promovidas?
Sim. A conscientização do público não é satisfatória: muitas atividades do RC não
são creditadas a ele.
215
Anexo 10 - Resultados da Pesquisa - Visão Analítica das respostas do
representante do ICCA - International Council of Chemical
Associations.
1. Dados relativos à Associação:
Tabela 47 - Pesquisa: Dados relativos à Associação Internacional - ICCA
Nome da Associação
ICCA - International Council of Chemical Associations
Home page
www.ICCA-chem.org
Coordenador
Chuck Walls / Jacques Busson
e-mail
[email protected]
Telefone
32 2 676 7302
Fax
32 2 676 7347
2. Dados relativos à indústria química mundial:
Tabela 48 - Pesquisa: Dados relativos à indústria química mundial
2.1
Faturamento da indústria química (bilhões de US$ por ano): Não
informado.
2.1.1
Percentual de indústrias químicas signatárias do programa > 75%
RC (em relação ao faturamento em bilhões de dólares por
ano):
2.2
Produção da indústria química (bilhões de toneladas por Não
ano):
2.2.1
informado.
Percentual de indústrias químicas signatárias do programa > 75%
RC (em relação à produção em bilhões de toneladas por
ano):
Tabela 49 - Pesquisa: Características do Responsible Care mundial
3. Características do RC:
3.1 A Associação desenvolve algum programa no intuito de reduzir o SIM
número de acidentes no uso indevido de produtos químicos?
3.2 .A Associação promove campanhas na mídia no intuito de melhorar a SIM
imagem dos produtos químicos e da indústria química junto à sociedade?
3.3 A Associação coordena periodicamente algum evento para promover o SIM
RC entre as partes interessadas (sociedade, clientes, organizações
governamentais e não-governamentais, etc.)?
216
(CONT.)
3.4 A Associação desenvolve algum programa de apoio aos órgãos SIM
governamentais no sentido de fornecer treinamento e informações
técnicas sobre segurança química?
3.5 Existem metas anuais relacionadas com o aumento do número de SIM
empresas signatárias do programa?
Tabela 50 - Fatores Limitantes à implementação do programa Responsible Care
no âmbito mundial
4. Fatores Limitantes à implementação do programa RC:
Complexidade do programa.
Falta de percepção do valor do RC para o negócio do ramo químico.
Reduzida participação e comprometimento da alta administração das empresas.
Limitações na estrutura de pessoal das empresas.
Falta de percepção da importância do RC pelo público interno.
Falta de percepção da importância do RC pelo público externo.
Outros motivos: - Diferentes visões do RC.
Tabela 51 - Oportunidades de melhoria na implementação do Responsible Care
no âmbito mundial
5. Oportunidades de melhoria na implementação do RC:
A inserção do RC nos demais sistemas de gestão das empresas (ISO 9000, ISO
14000, BS 8800).
A intensificação do papel da Associação no processo de conscientização da alta
administração das empresas.
A implantação de um método formal de mensuração dos resultados do programa.
A maior divulgação do programa entre os trabalhadores da indústria química.
A divulgação intensiva dos resultados obtidos pelo programa.
Outras medidas: Reinventar e ampliar a área de ação do RC.
Observações: - O RC é mais amplo do que a ISO 14000 e a BS 8800, por envolver
Saúde, Segurança, Meio Ambiente, Gerenciamento de Produto e Comunicação. Por
este motivo, trata-se da ampliação dos sistemas de gestão existentes e não de uma
inserção.
- A definição de metas realistas para implementação dos códigos não se torna
possível em âmbito global, mas é de fato realizada por algumas associações
nacionais.
217
Tabela 52 - Medindo o desempenho do Responsible Care no âmbito mundial.
6. Medindo o desempenho do RC.
6.1 Pretende-se tornar obrigatória a implantação de avaliações externas NÃ O
do programa pelas associações, a fim de estabelecer o estágio atual de
implementação dos códigos nas empresas ao invés da auto-avaliação?
6.1.1. Qual é o sistema de avaliação externa implementado ou a ser adotado?
A escolha do tipo de auditoria a ser adotado depende das associações nacionais.
6.2. A Associação já promoveu ou promove periodicamente pesquisas de opinião
pública para mensurar os resultados práticos da implementação do RC e avalia a
imagem da indústria química no país? Em caso afirmativo, quais foram os resultados?
Em caso negativo, por que razões estas campanhas não foram promovidas?
Não. As pesquisas de opinião devem ocorrer no âmbito nacional ou regional. Devem
ser deixadas possibilidades para variações, dependendo da cultura e dos costumes
nacionais.
218
Anexo 11 - Conhecimento e favorabilidade da indústria química entre os
formadores de opinião.
Os gráficos abaixo foram apresentados no 5o. Congresso do Atuação Responsável
pela empresa Indicator, responsável pela pesquisa sobre a imagem da indústria
química.
Figura 20 -
Gráfico 20: Percepção do Público em relação a atividades
humanas, incluindo a indústria química
Público Geral
Organ. De defesa dos
direitos do consumidor
4,6
4,4
Centro
Pesq.
Medicina
4,2
4,0
Fabr. de
computadores
Centro Pesq.
Química
3,6
Indústria
de plástico
Fabr. Prod.
De limpeza
Agricultores
Prod.
aliment.
Empresa
de petró leo
Ind.de
automó veis
Bancos
Indústria
prods.
químicas
3,2
Favorabilidade Ù
Universidades
Empresas
telefônicas
Fabr. De
papel
3,8
3,4
Fab. prod. De
higiene pessoal
Indústria
farmacêutica
3,0
Governo
Federal
2,8
2,6
2,4
2,2
Fabricante
de cigarros
2,0
2,4
2,5
2,6
2,7
2,8
2,9
3,0
3,1
3,2
3,3
3,4
3,5
3,6
Familiaridade Ù
Ref.: Pesquisa ABIQUIM – Indicator.
219
Figura 21 -
Gráfico 21: Percepção dos Jornalistas em relação a atividades
humanas, incluindo a indústria química
Jornalistas
Centro
Pesq.
Química
4,5
4,3
Organ. De
defesa dos
direitos do
consumidor
Centro
Pesq.
Medicina
Universidades
Agricultura
4,0
Fab. prod.
higiene
pessoal
3,8
3,5
Indústria
de plástico
Favorabilidade Ù
3,3
Fabr. de
comput.
Prod.
Alim.
Fabr.
Prod.
Limpeza
Emp.
petró leo
Empresas
telefônicas
Fabr.
papel
Ind.
prods.
Químicos
3,0
Ind.de
autom.
Bancos
Ind.
farm.
Governo
Federal
2,8
2,5
2,3
Fabricante
de cigarros
2,0
1,8
3,4
3,6
3,9
4,1
4,4
4,6
4,9
Familiaridade Ù
Ref.: Pesquisa ABIQUIM – Indicator.
220
Figura 22 -
Gráfico 22: Percepção do Governo em relação a atividades
humanas, incluindo a indústria química.
Governo
Centro
Pesq.
Química
4,9
4,7
Centro
Pesq.
Medicina
4,4
Organ. De
defesa dos
direitos do
consumidor
Fabr. de
computadores
Universidades
Agricultura
Empresa
de petró leo
4,2
Ind.de
Fab. prod.
automó veis
higiene
pessoal
Fabr.
Prod.
Limpeza
3,9
3,7
Favorabilidade Ù
3,4
Empresas
telefônicas
3,2
Prod.
Alim.
Fabr. De
papel
Ind.
prods.
Quím.
Indústria
de plástico
Ind.
farm.
Governo
Federal
Bancos
2,9
2,7
2,4
2,2
Fabricante
de cigarros
1,9
2,9
3,2
3,4
3,7
3,9
4,2
4,4
Familiaridade Ù
Ref.: Pesquisa ABIQUIM – Indicator.
221
Figura 23 -
Gráfico 23: Percepção das ONGs em relação a atividades
humanas, incluindo a indústria química
ONGs
Organ. De
defesa dos
direitos do
consumidor
4,9
Centro
Pesq.
Medicina
Centro
Pesq.
Química
4,7
4,4
Universidades
4,2
Fabr. de
computadores
3,9
3,7
Emp.
TelefôFabr.
nicas
Prod.
Limpeza
Agricultura
Prod.
Alim.
3,4
Fab. prod.
higiene
pessoal
3,2
Favorabilidade Ù
2,9
Ind.
farm.
Ind.de
automó veis
Ind.
prods.
Químicos
Indústria
de plástico
Bancos
2,7
Fabr. De
papel
Governo
Federal
Empresa
de petró leo
2,4
2,2
1,9
1,7
Fabricante
de cigarros
1,4
1,2
3,1
3,4
3,6
3,9
4,1
4,4
4,6
Familiaridade Ù
Ref.: Pesquisa ABIQUIM – Indicator.
222
Figura 24 -
Gráfico 24: Percepção dos Professores em relação a atividades
humanas, incluindo a indústria química
Professores
4,7
Centro
Pesq.
Medicina
4,5
4,2
4,0
Empresas
telefônicas
Favorabilidade Ù
3,2
Prod.
Alim.
Fabr.
Prod.
Limpeza
2,7
Universidades
Indústria
de plástico
Emp.
de petró leo
Ind.
prods.
Químicos
Ind.
farm.
Ind.de
automó veis
3,0
Centro Pesq.
Química
Fab. prod.
higiene
pessoal
Agricult.
Fabr. De
papel
Fabr.
computadores
3,7
3,5
Organ. De
defesa dos
direitos do
consumidor
Governo
Federal
Bancos
2,5
2,2
2,0
Fabricante
de cigarros
1,7
1,5
3,0
3,3
3,5
3,8
4,0
4,3
4,5
4,8
Familiaridade Ù
Ref.: Pesquisa ABIQUIM – Indicator.
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