7 Uni-ANHANGUERA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS

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7 Uni-ANHANGUERA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS
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Uni-ANHANGUERA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS
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PRODUÇÃO DE SOJA E MILHO NA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE ILPF
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AUGUSTO TORQUATO DE SOUSA
PRODUÇÃO DE SOJA E MILHO NA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE ILPF
PARA PRODUÇÃO DE LEITE
Trabalho de Conclusão de curso apresentado
ao Curso de Agronomia do Centro
Universitário de Goiás, Uni-ANHANGUERA,
sob Orientação da Prof.ª Dra. Cristiane Rachel
de Paiva Felipe, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Agronomia.
Goiânia
Maio/2015
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A pior coisa que pode acontecer na vida de uma pessoa
não é quando seu projeto não dá certo, seu plano de ação
não funciona ou quando a viagem termina
no lugar
errado. O pior é não começar. Esse é o maior naufrágio.
Amyr Klink
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Resumo
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma estratégia de produção sustentável que
integra atividades agrícolas, pecuárias e/ou florestais realizadas na mesma área, em cultivo
consorciado, em sucessão ou rotação. Busca-se com a ILPF efeitos sinérgicos entre os
componentes do agroecossistema, como a conservação dos recursos hídricos; redução da
emissão de gases de efeito estufa, venda de créditos de carbono; redução do custo para a
recuperação de pastagens degradadas, além do conforto térmico para os animais. O objetivo
do presente trabalho foi avaliar a produção de soja e milho na fase de implantação do sistema
de integração lavoura-pecuária-floresta voltada para produção de leite com ênfase nos
aspectos produtivos e econômicos. O experimento foi conduzido no campo experimental da
Fazenda Pró Campo de propriedade do Laticínios Piracanjuba na cidade de Bela Vista De
Goiás GO. Foi adotado delineamento experimental de blocos completos casualizados com três
tratamento e três repetições (E.maculata, Clone AEC 224 e o E. cloeziana). No primeiro ano
foi cultivada três variedades diferentes de soja, LuziâniaRR, BRS 8560RR e BRSGO 8360. A
produtividade média da soja foi de 5.087,5 kg.ha-1, não havendo diferença entre os intervalos
de confiança das cultivares. No segundo ano cultivou-se milho na safra de verão, sendo
hibrido da Dow AgroSciences 2B 707 Power Core. A produtividade média do milho foi de 53
toneladas/ha. Na segunda safra (safrinha), cultivou-se milho com hibrido Biogênese BG7049
cruiser com população de 60.000 plantas/ha, com produtividade média de 40 toneladas/ha. A
cultura da soja e do milho inseridos no sistema ILPF se apresentaram tecnicamente viáveis,
pois remuneraram os custos de produção e apresentaram lucro.
PALAVRAS-CHAVE: ILPF. Agricultura sustentável. Custo. Produtividade.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
7
2 REFERENCIAL TEÓRICO
9
2.1 Modalidades do sistema ILPF
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2.2 Benefícios da ILPF
10
2.3 Produção de soja no sistema ILPF
11
2.4 Produção de milho no sistema ILPF
12
2.5 Importâncias da renovação de pastagens para produção de leite
13
2.6 Contribuição do sistema ILPF para redução do aquecimento
global pelo Programa ABC
15
2.7 Crédito de carbono em sistema ILPF
16
2.8 Linhas de crédito
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3 MATERIAL E MÉTODOS
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APÉNDICE A
29
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1 INTRODUÇÃO
A agricultura vem passando por desafios como a busca pela melhoria da qualidade e
da segurança alimentar, o aumento de produção, a produção de energia, fibra, madeira e
outros bens, assim como a redução da agressão ao meio ambiente. E o sistema integração
lavoura-pecuária (ILP) auxilia na redução dos efeitos negativos do uso intenso das áreas
agrícolas e melhora o solo ao longo do tempo (BALBINOT JUNIOR et al., 2009).
Segundo Balbino et al. (2012), o elemento florestal deu um rumo mais amplo a
integração lavoura-pecuária, possibilitando a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).
Este sistema sustentável unifica a agricultura pecuária e floresta, utilizando a mesma área em
cultivo consorciado, em sucessão ou rotação, buscando efeitos positivos ao agroecossistema e
viabilizando as atividades agropecuárias.
O sistema ILPF é conhecido pelos europeus desde a antiguidade. Diversos escritores
romanos do século I d.C. entre eles, Plínio, que escreveu a enciclopédia intitulada história
natural (Naturalis Historia), e Lucius Junius Moderatus Moderatus autor de grande
conhecimento da agricultura romana, faziam menção sobre o sistema de integração entre
árvores, como nogueiras e oliveiras, e pastagens (BALBINO et al., 2011).
Balbino et al. (2012) destacam que a conjunção entre lavoura, pecuária e floresta
chegou ao Brasil pelos imigrantes europeus. Porém, Macedo (2009) relata que com o passar
do tempo, a agricultura, pecuária e floresta passaram a trabalhar de forma separada e
independente. O uso indiscriminado de agrotóxicos e manejo inadequado do solo tem causado
cada vez mais degradação do solo e dos recursos naturais.
Na intenção de diminuir esta degradação e de melhorar as condições sociais no meio
rural e diminuir impactos ao meio ambiente, iniciaram-se as pesquisas com integração
lavoura-pecuária, cujos maiores incrementos ocorreram a partir de 1990, quando foram
instalados os primeiros experimentos em longa duração com sistema ILP. (MACEDO, 2009)
Dentre os pontos de grande importância sobre a produção agropecuária no sistema
ILPF está o rápido retorno financeiro do investimento, possibilitando o produtor a custear
outras atividades agrícolas na propriedade. A ILPF une tecnologias importantes como o
sistema de plantio direto (SPD), que contempla não só o preparo mínimo do solo, mas
também a prática de rotação de culturas. Com efeito, há uma melhor qualidade do solo, que se
reflete em pastagens mais produtivas e no aumento da competitividade da atividade
(MACEDO, 2009).
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A Embrapa (2014) cita a importância do sistema ILPF para os pecuaristas de leite,
sendo uma de suas propostas o consórcio de forrageiras com culturas anuais, destinando essa
produção para a fabricação de concentrado ou silagem para alimentação do rebanho reduzindo
significamente o custo da produção.
Nascimento (2011) salienta que o componente florestal entra como alternativa para
produção de madeira e em conforto térmico para os animais. O autor aponta que o sistema
ILPF também promove a redução do desmatamento das florestas nativas, uma vez que supre a
necessidade do mercado. Müller et al. (2014) destacam que a silvicultura traz uma série de
benefícios, tanto produtivos, quanto ambientais, na medida em que representa a otimização do
uso do solo.
Müller et al. (2014) mencionam que o estudo do sistema ILPF é fundamental para o
direcionamento de práticas de manejo, tais como definição de espaçamento entre plantas e
arranjo de plantio, recursos disponíveis e como utilizá-los. Para os autores a otimização de
várias atividades em uma mesma unidade produtiva pode trazer diversos benefícios
socioeconômicos, porém requerem diversos cuidados especiais que devem ser estudados e
observados.
Este trabalho tem por objetivo avaliar a produção de soja e milho na fase de
implantação do sistema de integração lavoura-pecuária-floresta voltada para produção de leite
com ênfase nos aspectos produtivos e econômicos.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Modalidades do sistema ILPF
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma estratégia de produção sustentável que
integra atividades agrícolas, pecuárias e/ou florestais realizadas na mesma área, em cultivo
consorciado, em sucessão ou rotacionado, e busca efeitos sinérgicos entre os componentes do
agroecossistema. A estratégia de ILPF contempla quatro modalidades de sistemas, assim
caracterizados: Integração Lavoura-Pecuária (Agropastoril), Lavoura-Pecuária-Floresta
(Agrossilvipastoril), Pecuária-Floresta (Silvipastoril) e Lavoura-Floresta (Silviagrícola)
(PERACI et al., 2012).
Freitas (2011a) cita como modelo de ILP o sistema Barreirão, sendo uma alternativa
precursora para recuperação/renovação de pastagens degradadas, tendo como proposito
diminuir o custo destas ações. O plantio da cultura comercial e da forrageira é realizado de
forma consorciada. O sistema foi criado, inicialmente, com a cultura do arroz na intenção de
diminuir riscos climáticos e corrigir atributos físicos do solo, de forma a possibilitar o
aprofundamento do sistema radicular quando comparado à sistemas convencionais de cultivo.
Outro exemplo de ILP é o chamado Sistema Santa Fé – Tecnologia EMBRAPA; em
homenagem a Fazenda Santa Fé, em Santa Helena de Goiás-GO, onde se iniciou a tecnologia.
Balbino et al. (2011) explicam que este sistema é formado pela produção consorciada de
culturas de grãos, especialmente, o milho, sorgo, milheto, arroz e soja, com forrageiras
tropicais, principalmente as do gênero Brachiaria sp. e, ou, outras, em áreas de lavoura com
solo parcial, ou devidamente, corrigido. Seus objetivos são a produção de forrageiras para a
entressafra e palhada em quantidade e qualidade para o SPD.
A inclusão do componente arbóreo representa um avanço inovador da ILP. A Fazenda
Santa Brígida, em Ipameri-GO, é um exemplo inquestionável desta estratégia, já que desde
2006 apresenta significativos ganhos agronômicos, econômicos, ambientais e sociais. Em
2013, foram contabilizadas mais de 40 mil árvores de eucalipto em sistemas de ILPF na
fazenda contribuindo para a mitigação da emissão de gases de efeito estufa por meio do
sequestro de carbono. Este sistema também proporciona nove safras a cada oito anos: duas a
três de grãos, cinco a seis safras de pecuária e uma de eucalipto. (OLIVEIRA et al., 2013;
CNA, 2012).
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Oliveira et al. (2013) destaca a importância do Sistema Santa Brígida – Tecnologia
Embrapa que tem como desenvolvimento o sistema de ILPF com leguminosas utilizando
consórcio de milho, braquiária e leguminosa, preferencialmente, grandu-anão. Este sistema
traz como objetivos a produção de uma forrageira mais rica em proteína, o aumento do aporte
de nitrogênio no solo, via fixação biológica do nitrogênio (FBN), a redução do uso de
fertilizante mineral no cultivo subsequente, a melhoria na qualidade das pastagens e a
diversificação das palhadas para o SPD.
2.2 Benefícios da ILPF
A sustentabilidade só será verificada se o sistema preconizado for: tecnicamente
eficiente; ambientalmente adequado; economicamente viável e socialmente aceito. Assim,
ILPF tem como grande objetivo a mudança do sistema de uso da terra, fundamentando-se na
integração dos componentes do sistema produtivo, visando atingir patamares cada vez mais
elevados de qualidade do produto, qualidade ambiental e competitividade. Portanto,
apresenta-se como uma estratégia para maximizar efeitos desejáveis no ambiente, alinhando o
aumento da produtividade com a conservação de recursos (BALBINO et al., 2011).
Diel et al. (2014) mencionam que as árvores tem características de grande
importância no sistema de produção, podendo influenciar a quantidade e a disponibilidade de
nutrientes na zona de absorção radicular das culturas consorciadas. Este fato pode ser
explicado por as árvores possuírem um sistema radicular mais profundo, interceptando
nutrientes localizados em camadas do solo pouco acessíveis as raízes das culturas agrícolas ou
forrageiras. Além disso, a disponibilidade de grande quantidade de resíduos orgânicos, em
constante renovação pelas árvores e pela pastagem, aumenta os teores de carbono e melhora
as condições de aeração, de infiltração de água e de estruturação do solo.
Macedo (2009) aponta o fato do uso contínuo de grade em preparo de solo tem sido
causa de degradação das propriedades físicas do solo, com camadas pulverizadas na
superfície, perdas de solo por erosão e selamento superficial. Ainda menciona a associação do
mau manejo do solo com o monocultivo podendo acarretar problemas como concentração da
fertilidade nas camadas superiores, aumentando a saturação de base, causando deficiência de
micronutrientes. Outro fator observado foi a distribuição das raízes no perfil do solo que
ficam também concentradas na superfície, tornando mais vulnerável a veranico.
Do ponto de vista técnico, Spera et al. (2010) complementam que um sistema de
manejo deve contribuir para a manutenção ou melhoria da qualidade do solo e do ambiente,
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bem como para a obtenção de rendimentos adequados das culturas em longo prazo. Com isso,
o sistema plantio direto (SPD), quando realizado adequadamente, pode possibilitar a
recuperação e a preservação da estrutura do solo. A recuperação de solos degradados
mediante uso de plantas de cobertura é mais efetiva quando forem associadas ao preparo
reduzido, demonstrando a importância de sistemas de manejo de solo com baixo revolvimento
e alto aporte de resíduos vegetais para aumentar o carbono do solo.
A adoção da ILPF está associada a práticas conservacionistas como o SPD, que
consiste em um sistema sustentável e proporciona a redução de efeitos ambientais importantes
como erosão, compactação do solo entre outros, reduzindo o custo para a recuperação de
pastagens degradadas, promovendo benefícios econômicos (TRECENTI, 2008).
No sistema plantio direto diminui-se a intensidade de tráfego de máquinas agrícolas
o que reduz a compactação. A compactação dos solos é avaliada, tanto pelo aumento da
densidade do solo, quanto pela relação entre macro e microporosidade. Com o passar dos
anos, a densidade do solo sob SPD pode diminuir parcialmente, em consequência do aumento
de matéria orgânica melhorando a estrutura do solo. Por outro lado, com a porosidade total e a
macroporosidade pode acontecer o inverso, variando com o tipo de manejo e a profundidade,
e também com o SPD. Várias pesquisas relacionadas ao plantio direto e rotação de cultura
mostram efeitos benéficos ao estado estrutural do solo (SPERA et al., 2010).
Para o componente pecuário, a ILPF proporciona microclima favorável ao aumento do
índice de conforto térmico com presença dos animais na sombra das árvores, ao contrário da
exposição a insolação direta ou às baixas temperaturas do inverno. Este benefício torna-se
muito importante por produzir reflexos positivos sobre a produtividade e a reprodução animal
(BALBINO et al., 2012).
Trecenti (2008) aponta um fator importante sobre as culturas agrícolas, as quais
aumentam a renda financeira, com entradas e saídas em curto prazo, geram insumo para a
alimentação dos animais, contribuem com o preparo do solo e melhoram as condições
químicas com suas adubações e resíduos orgânicos. Além disso, menciona que o animal é um
componente muito importante no sistema, gerando receitas mensais, anuais ou bianuais,
também aumentando a renda financeira e a atratividade do negócio.
2.3 Produção de soja no sistema ILPF
Moreira (2012) relata que a cultura da soja está ganhando cada vez mais importância
na agricultura mundial devido a grande diversidade do uso da oleaginosa e ao aumento da
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demanda global por alimentos, em que a área destinada ao cultivo de soja vem aumentando
anualmente. Freitas (2011b) aponta que um dos fatores que contribuíram para o aumento no
consumo mundial de soja é principalmente o crescente poder aquisitivo da população nos
países em desenvolvimento, o que vem provocando uma mudança no hábito alimentar.
Freitas (2011b) observa cada vez mais a troca de cereais por carne bovina, suína e de
frango. Tudo isso, resulta numa maior demanda de soja, ingrediente que compõe 70% da ração
para esses animais. Não menos significativo é o crescente uso de biocombustíveis fabricados a
partir do grão, resultado de um ascendente interesse mundial na produção e no consumo de
energia renovável e limpa.
Godinho et al. (2009) explicam que para se obter estabilidade e sustentabilidade da
produção de soja, uma opção é empregá-la em sucessão com forrageiras ou consorciação. Um
dos focos da ILPF é a rotação ou sucessão de culturas, por isso a necessidade de adaptação de
tecnologias que permitem a utilização da soja no sistema. Os autores ressaltam que a cultura
inserida no sistema traz inúmeros benefícios por recuperar pastagens degradadas trazendo
melhorias para o solo, cobrindo com os custos iniciais do sistema e gerando lucro.
Outro fator sobre a importância de rotação ou sucessão de cultura com a soja é a
fixação de nitrogênio, um nutriente de grande importância para as culturas em geral, sendo
considerado como um macronutriente. As plantas da família botânica das leguminosas como a
soja, são capazes de absorvê-lo por meio da atmosfera via de nódulos formados nas raízes.
Este fato ocorre por meio da simbiose estabelecida por bactérias do gênero Bradyrhizobium,
que são adicionadas nas sementes antes da semeadura, com isto não a necessidade de
adubação nitrogenada na soja, podendo contribuir para culturas posteriores (PEREIRA et al.,
2007).
2.4 Produção de milho no sistema ILPF
A composição química, o valor nutritivo e o potencial produtivo fazem com que o
milho seja um dos mais importantes cereais cultivados e consumidos no mundo. Entre a
evolução mundial de produção de milho, o Brasil é o terceiro maior produtor, contudo, apenas
uma pequena parcela de grandes produtores se preocupa com a produção comercial e com
altos índices de rendimento. E uma grande parcela de pequenos agricultores que não possuem
altas tecnologias depende da produção única e exclusivamente para subsistência, destacando a
importância do milho sob o aspecto social (KAMINSKI, 2013).
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O milho se destaca no contexto da ILPF devido às várias aplicações que esse cereal
possui dentro da propriedade agrícola, tanto na alimentação animal na forma de grãos, em
forragem verde ou conservada (silagem), na alimentação humana ou na geração de receita,
mediante a comercialização da produção excedente (TRECENTI, 2008). Segundo Kaminski
(2003), o milho por suas características fisiológicas e pelo manejo que vem sendo adotado em
grande parte das propriedades, pode ser muito beneficiado por um sistema adequado de
rotação e sucessão de culturas.
Borges (2011) descreve que o enfoque do sistema é a busca por uma
sustentabilidade, entretanto, além de ambientalmente, economicamente. Com isto ele aponta
que a cultura do milho no sistema, é viável e recomendável, trazendo uma maior
diversificação da renda, uma vez que a área será cultivada com três culturas diferentes, por
exemplo: milho, forrageira e eucalipto. Dessa forma o sistema traz ganhos em curto prazo,
com a comercialização ou utilização do milho, em médio prazo, com a venda ou aumento da
produção dos animais e em longo prazo, com o corte do eucalipto.
Dentre as culturas sucessoras ao período de pastejo, o milho é aquela que demanda
maior aplicação de nitrogênio. Por essa razão é uma cultura indicadora da adubação
nitrogenada da pastagem. Além do mais, a utilização de uma gramínea no período de verão é
necessária, de forma a possibilitar a rotação de culturas, prática que é imprescindível para a
sustentabilidade do sistema ILPF, pois melhora a qualidade e a conservação do solo, reduz a
incidência de pragas, doenças e plantas daninhas e aumenta a diversificação temporal da
exploração econômica na propriedade rural (BALBINOT JUNIOR et al., 2009).
2.5 Importâncias da renovação de pastagens para produção de leite
Macedo (2009) expõe que a degradação das pastagens é o fenômeno mais importante
na atualidade comprometendo a sustentabilidade da produção animal nos Cerrados. A
degradação pode ser explicada como um processo dinâmico de degeneração, perda de vigor
ou de queda relativa da produtividade, Isso leva a diminuição da capacidade de recuperação
natural das pastagens para sustentar economicamente os níveis de produção e de qualidade
exigida pelos animais. Assim como, o de superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e
invasoras, atingindo o ponto mais elevado a degradação dos recursos naturais, em razão de
manejos inadequados.
Os solos ocupados por pastagens, em geral, são marginais quando comparados àqueles
usados pela agricultura de grãos. Estes solos apresentam problemas de fertilidade natural,
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acidez, topografia, pedregosidade ou limitações de drenagem. Os solos de melhor aptidão
agrícola são ocupados pelas lavouras anuais de grãos ou as de grande valor industrial para a
produção de óleo, fibras, resinas, açúcar, etc. (MACEDO, 2009).
A Embrapa (2007), aponta que a evolução desse cenário, apesar dos aspectos
positivos, trouxe consequências negativas dos pontos de vista econômico e ambiental. O
manejo inadequado dos solos, o uso intensivo de máquinas e implementos pesados e o
sistema convencional de preparo dos solos, assim como a não adubação de pastagens e a não
utilização de sistemas de rotação de culturas e práticas como plantio direto, foram decisivos
no processo. Isso trouxe consequências ambientais em níveis críticos e insustentáveis, com a
degradação e baixos índices de produtividade.
A produção de leite no Brasil cresceu a uma porcentagem de 350% desde 1974 até
2011, saindo de 7,1 bilhões para 32,1 bilhões de litros de leite, esse crescimento pode ser
responsável pelo aumento de animais e o crescimento da produtividade dos animais. Dentre o
contexto mundial, o Brasil em 2010 estava entre os cinco maiores produtores de leite do
mundo, sendo responsável por 5,1% da produção mundial. Entretanto, deve-se salientar que
essa grande produção foi obtida por meio de um grande contingente do rebanho e uma baixa
produção de leite por animal, caracterizando assim, uma baixa produtividade (MAIA et al.,
2013).
A Embrapa (2014) aponta que a pecuária leiteira tem uma característica de
dependência de pastagens principalmente tropicais nativas ou naturalizadas cultivadas, com
produção vegetal sazonal em consequência de fatores climáticos. Ainda relata que para ter
uma produção regularizada o pecuarista torna-se dependente de alternativas de alimentos
como suplementação em pasto ou o uso de forragens conservadas.
A pecuária leiteira vem passando por problemas com custo de produção chegando a
60% do custo operacional em sistema de confinamento ou semiconfinamento. A Embrapa
(2014) propõe que a renovação das pastagens para alimentação de animais em lactação é uma
opção para a redução desses custos. Confrontando com o conceito inadequado de alguns
pecuaristas, do qual a pastagem não é uma cultura que necessita de cuidados.
A degradação das pastagens, grandes extensões de área com monocultivo da soja no
verão, a pressão social sobre a terra, dividas financeiras, preços de insumos e produtos e
competição global, vem exigindo, cada vez mais eficiência dos produtores. Nesse sentido, os
sistemas de integração lavoura-pecuária podem ser promissores para atender tanto as
dificuldades da pecuária, como alternativa de recuperação de pastagens degradadas, como
para a agricultura anual e o SPD, visando à produção de palha, melhoria das propriedades do
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solo e utilização plena de equipamentos, empregos e aumento de renda no campo (MACEDO,
2009).
2.6 Contribuição do sistema ILPF para redução do aquecimento global pelo Programa
ABC
O homem sempre explorou os recursos naturais de maneira inadequada a fim de
conseguir o tão ambicionado desenvolvimento. Santos Filho e Lima Filho (2012) afirmam
que várias descobertas tecnológicas fizeram com que ocorresse um desenvolvimento
acelerado em todos os cantos do planeta: automóveis, formas de aumento da produção na
agricultura, crescimento na criação de animais. Países que tinham pouca, ou nenhuma,
importância no cenário econômico mundial passaram a aproveitar todas estas descobertas
para, assim, poderem crescer. Porém, com todos estes avanços vieram também consequências
geradas por uma devastação desenfreada em busca de um crescimento a todo custo.
Durante a 15ª Conferência das Partes (COP-15), o governo brasileiro se compromissou
a reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) projetadas para
2020, estimando o volume de redução em torno de um bilhão de toneladas de CO2 equivalente
(t CO2 eq). O Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a
Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, o denominado
Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), é um dos planos setoriais elaborados
de acordo com o artigo 3º do Decreto 7.390/2010 para responder aos compromissos
assumidos na redução de emissão de GEE (PERACI et al., 2012).
O sistema ILPF está associado aos objetivos específicos do Plano ABC, a saber:
incentivar a adoção de Sistemas de Produção Sustentáveis que assegurem a redução de
emissões de GEE e elevem simultaneamente a renda dos produtores, sobretudo com a
expansão das seguintes tecnologias: Recuperação de Pastagens Degradadas; Integração
Lavoura-Pecuária-Floresta e Sistemas Agroflorestais; Sistema Plantio Direto; Fixação
Biológica do Nitrogênio; e Florestas Plantadas. Entre outros objetivos estão o uso de
Tratamento de Dejetos Animais para geração de biogás e de composto orgânico, o incentivo a
estudos de novas técnicas e esforços para reduzir o desmatamento (PERACI et al., 2012).
O sistema ILPF e os SAFs, contribuem significativamente ao Plano ABC devido as
suas finalidades, como o reforço para recuperação de áreas degradadas, manutenção e
reconstituição da cobertura florestal, promoção e geração de emprego e renda, adoção de boas
práticas agropecuárias (BPA), melhoria das condições sociais e adequação da unidade
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produtiva à legislação ambiental. Além destes, Peraci et al. (2012) ainda destacam, a
valorização de serviços ambientais oferecidos pelos agroecossistemas, tais como: conservação
dos recursos hídricos e edáficos; abrigo para os agentes polinizadores e de controle natural de
insetos-pragas e doenças; fixação de carbono e nitrogênio; redução da emissão de gases de
efeito estufa; reciclagem de nutrientes; biorremediação do solo e manutenção e uso
sustentável da biodiversidade.
Conquistar a adesão dos produtores para as vantagens de incorporar os sistemas ILPF
e SAF, fortalecer a assistência técnica pública e privada em todo o território nacional,
desenvolver e adequar tecnologias de gestão e de produção em ILPF e de SAF, bem como
garantir a oferta de incentivos econômicos são uns dos desafios propostos em ações de
responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Embrapa no Plano ABC, em que os
resultados esperados são a capacitação de técnicos e produtores rurais e a implantação de 4
milhões de ha com uso da ILPF e dos SAFs até 2020 (PERACI et al., 2012).
2.7 Crédito de carbono em sistema ILPF
O Crédito de carbono é uma unidade comercial, com objetivos monetários, que
representa uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivalente. O valor desse crédito varia
diariamente, pois sua atribuição de valor é dada por vários fatores externos. A variação é
semelhante a observada na bolsa de valores (PORTAL BRASIL, 2015).
Os créditos de carbono surgiram após a convenção realizada em 1997 no Japão por
participantes da Eco 92 (Rio 92). Como o encontro ocorreu na cidade de Kyoto, o tratado
ficou conhecido como Protocolo de Kyoto. De acordo com Macedo (2014), o objetivo
principal é a redução de gases que provocam o efeito estufa, principalmente nos países
desenvolvidos, que assumiram o compromisso da redução dos gases poluentes. Os principais
gases do efeito estufa são o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O),
hexafluoreto de enxofre (SF6), a família de gases hidrofluorcarbonos (HFC) e
perfluorcarbonos (PFC) (PORTAL BRASIL, 2015).
Os créditos de carbono são comercializados por meio do processo chamado
Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL). A prática baseia-se no artigo 12 do
Protocolo de Quioto. Segundo o acordo, os países não desenvolvidos poderiam cooperar com
a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) dos países desenvolvidos (países
relacionados no anexo I da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima
17
– CQNUMC). Dessa forma, os países em desenvolvimento poderiam desenvolver projetos de
MDL para a comercialização de Reduções Certificadas de Emissões (RCEs). Assim, as
nações mais poluidoras aumentariam a chance de atingirem suas metas de redução de
emissões (CNA, 2012).
Pelo que foi definido pelo Protocolo, uma tonelada de CO2 equivale a um crédito de
carbono. Conforme previsões feitas pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF), que
acompanha o mercado de carbono ao redor do mundo, a expectativa é que o mercado
movimente R$ 148 bilhões de reais ao redor do mundo. Outros gases que também causam o
efeito estufa podem ser convertidos em créditos, mas a conversão é diferente e eles seguem o
conceito de Carbono Equivalente (CNA, 2012).
O processo de certificação para oferecer carbono no mercado pode chegar a um ano e
é feito por meio de etapas. Primeiramente é desenvolvido um documento de concepção do
projeto, contendo informações de caráter técnico, financeiras e ambientais. O documento deve
informar detalhes da metodologia de cálculo para se quantificar o real resultado a ser
alcançado pelo projeto quando este estiver em andamento e as metas propostas. Assim, deve
ser enviado e validado pela Entidade Operacional Designada (EOD), que tem como função
avaliar se o projeto se enquadra nas regras de MDL. Após sua validação o projeto é então
encaminhado para a Autoridade Nacional Designada (AND) (MACEDO, 2015).
Macedo (2015) esclarece que no Brasil é representada pela Comissão Interministerial
de Mudanças Globais do Clima. Cada país define a sua autoridade nacional que, no caso do
Brasil, é composta por representantes dos seguintes ministérios: Ciência e Tecnologia;
Relações Exteriores; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Transportes; Minas e Energia;
Planejamento, Orçamento e Gestão; Meio Ambiente; Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior; Cidades; Fazenda; e Casa Civil.
Após aprovação da AND, se faz necessário que seja feita a submissão do projeto para
a solicitação de um registro junto ao próprio MDL, de uma forma mais precisa, ao seu Comitê
Executivo. Depois de registrados é que ações mais diretas são executadas. Nesse processo é
realizada a elaboração de um plano geral para que o projeto seja monitorado. Sendo assim, é
emitido um relatório que deve conter, dentre as suas informações, o cálculo da redução de
emissão (MACEDO, 2015).
Macedo (2015) acrescenta que, com o projeto em andamento, o EOD faz a verificação
para comprovar que as metas determinadas foram cumpridas de forma correta, por um
período pré-estabelecido. Esse monitoramento pode ser realizado quantas vezes o mantenedor
do projeto achar necessário, de forma à saber se o resultado está no caminho correto. Após
18
essa etapa é realizada uma auditória no projeto para que ele possa ser certificado. O EOD
então determina a quantidade de RCEs – Redução Certificada de Emissão que serão
concedidos ao projeto e encaminha a solicitação ao MDL, que emite esses certificados que
poderão ser negociados com países e empresas dos países desenvolvidos.
No Brasil, devido a regras sobre valores mobiliários, a compra e venda de créditos é
feita através de leilões promovidos pela BM&FBOVESPA. As transações são feitas via
internet e os leilões são modelados conforme as características específicas da oferta. Podem
participar destas operações as corretoras associadas à BM&FBOVESPA, traders do mercado
de RCE e do mercado de permissão europeu, organismos multilaterais de financiamento,
participantes do mercado de carbono global credenciados pela BM&FBOVESPA, incluindo
fundos de carbono e entidades governamentais (PORTAL BRASIL, 2015).
O mercado europeu utiliza a metologia ‘cap and trade’, expressão utilizada para
nomear o processo que limita as emissões de gases. Essa estrutura compreende trinta e um
países do continente e cobre 45% das emissões de gases causadores do efeito estufa na
Europa. Aos participantes, é limitada a compra de créditos internacionais. Nos Estados
Unidos algumas instituições se propuseram a organizar a realização das compras e vendas de
créditos, como a Chicago Climate Exchange - CCX (Bolsa do Clima de Chicago, em
português), onde os membros assumiram voluntariamente o compromisso de reduzir as
emissões de gases (PORTAL BRASIL, 2015).
2.8 Linhas de crédito
O sistema agroflorestal tem sido estudado de forma frequente nos últimos anos,
principalmente com o crescente interesse por práticas agrícolas mais conservacionistas e
sustentáveis. O sucesso do sistema, especialmente com eucalipto, está fundamentado na
adoção de planejamento criterioso com base no levantamento minucioso de informações
técnicas e econômicas. Um dos principais limitantes a adoção de sistemas mistos de cultivos,
é a alta demanda por capital. Sem incentivos, é provável que, em regiões de lavouras
produtivas, seja lenta a adoção destes sistemas (SALLES et al., 2012).
Entre as linhas de crédito para financiamento de sistemas de ILPF está o Plano ABC, a
fonte de recursos do plano ABC é o BNDES. O limite de financiamento é de R$ 2 milhões
por beneficiário. Para os beneficiários do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor
Rural (Pronamp) produtores com no mínimo 80% de renda bruta agropecuária ou extrativista
com até R$ 1,6 milhão de renda bruta anual) os juros são de 4,5% a.a. Para os demais
19
produtores os juros são de 5% ao ano. Os pagamentos podem ser feitos em 10 anos, incluídos
cinco anos de carência (BANCO DO BRASIL, 2015).
O Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste – FCO também é uma
opção de crédito, por meio do FCO RURAL – ABC, o público alvo são produtores rurais e
cooperativas, com limite de R$ 20 milhões de reais por cliente, grupo empresarial ou grupo
agropecuário. Os juros são de 4,12% a.a. Para fins energéticos e sistemas agroflorestais o
prazo para pagamento pode chegar até 15 anos, com carência de até 8 anos
(CONDEL/SUDECO, 2015).
Outras opções de linhas de crédito são o Pronaf Florestal e Pronaf Eco que tem como
público alvo os agricultores familiares enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento
da Agricultura Familiar – Pronaf. O Pronaf Eco tem como objetivo implantar, utilizar,
recuperar ou adotar tecnologias de energia renovável e ambientais, armazenamento hídrico,
pequenos aproveitamentos hidroenergéticos, silvicultura, praticas conservacionistas e de
correção da acidez e fertilidade do solo. Os encargos financeiros são de 1% ao ano para
valores de até R$ 10.000,00 (dez mil reais) e 2% ao ano para valores acima de R$ 10.000,00
(dez mil reais), com limite máximo de 150 mil por beneficiário. Seu prazo é de até 12 anos
incluindo a carência que pode chegar até oito anos (ROCHELLE, 2014).
O Pronaf Florestal objetiva financiar projetos que preencham os requisitos pela
Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário - SAF/MDA,
para sistemas agroflorestais, como exploração extrativista ecologicamente sustentável, plano
de manejo florestal, recomposição e manutenção de áreas degradadas etc. Os limites de
financiamento são de até R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais) destinados a projetos de
sistema agroflorestais, exceto para produtores beneficiários do Pronaf dos grupos A, A/C e B,
e até R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para os grupos A, A/C. Os encargos financeiros são 1%
ao ano. Os prazos vão de 12 a 20 anos com até oito anos de carência (ROCHELLE, 2014).
20
3 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no campo experimental da Fazenda Pró Campo de
propriedade do Laticínios Piracanjuba na cidade de Bela Vista De Goiás GO (16°57’ S e
48°56’W, 821m de altitude) em uma área de dois ha na safra 2012/13. Esta área está sob
domínio do ecossistema de cerrado, o clima local é tipo Aw, segundo a classificação de
Köppen, com precipitação média anual de 1500 mm, temperatura média de 23.1 ºC.
O experimento foi conduzido em delineamento experimental de blocos completos
casualizados com três tratamentos e três repetições sendo três variedades de soja LuziâniaRR,
BRS 8560RR e BRSGO 8360 e três variedades de eucalipto (E.maculata, Clone AEC 224 e o
E. cloeziana).
O primeiro ano foi cultivado com soja, antes da semeadura da soja a área foi corrigida
com calcário na quantidade de quatro T.ha-1 e uma T.ha-1 de gesso agrícola, no preparo do
solo foram realizados duas gradagens, uma subsolagem e duas nivelações.
Utilizou-se tratamento de sementes com fungicida Fipronil na dosagem 50 ml.saco-1
de semente e inoculante Bradyrhizobium elkanii 150 ml.saco-1. Para adubação, utilizou-se a
formulação NPK 00-28-16 na quantidade de 500 kg.ha-1. A semeadura foi realizada em
novembro de 2012 para o plantio usou-se espaçamento de 50 cm entre linhas, quinze
sementes por metro, sendo uma população de 300,000 pls.ha-1.
Como tratos culturais foi realizada uma pulverização de pós-emergência com
herbicida Haloxifope-p-Metílico e óleo mineral com 23 dias após plantio. A primeira
aplicação de inseticida foi realizada com 55 dias após a semeadura, os produtos utilizados
foram Metomil, Teflubenzurom e óleo mineral. Com 77 dias após o plantio aplicou-se
fungicida Epoxiconazol na dosagem de um l.ha-1, óleo mineral um l.ha-1 e um kg.ha-1 de
inseticida Acefato.
Para estimar a produtividade da soja, com 125 dias após a semeadura, foram coletados
quatro amostras de um metro quadrado por parcela. Utilizou-se trilhadeira portátil para
separar as impurezas do grão, que após a trilhagem foram pesados numa balança comercial de
uma grama de precisão. Foi calculado o intervalo de 95% de confiança para as médias das
cultivares de soja.
No final de janeiro com 56 dias após o plantio da soja realizou-se o plantio das mudas
de eucalipto, com oito dias aplicou-se herbicida Isoxaflutol para controlar plantas daninhas e
com 34 dias após o trasnplantio das mudas realizou-se replantio das mudas que morreram.
21
Seguindo os tratos culturais, com 35 dias após o trasnplantio das mudas foram feitas
aplicações de adubação nas seguintes dosagens: 700g de adubo NPK 06-30-10 por cova e 10g
de ácido boro e no dia 42 dias após o trasnplantio das mudas realizou-se a segunda aplicação
de herbicida com Isoxaflutol.
O milho foi introduzido no sistema no segundo ano, safra 2013/14, 10 dias antes da
semeadura foram aplicados gesso agrícola na quantidade de um T.ha-1, cinco T.ha-1 de
esterco de galinha e 150 Kg.ha-1 de Cloreto de Potássio. A adubação fosfatada com adubo
MAP 150 Kg.ha-1 foi realizada no sulco de plantio. A semeadura foi realizada em outubro de
2013 seguindo as seguintes operações: Hibrido da Dow AgroSciences 2B 707 Power Core,
espaçamento de 0,50 cm entre linhas com três plantas por metro, sendo uma população de
60,000 mil pls.ha-1. As sementes foram tratadas com fungicida thiodicarb 350 ml.saco-1.
Aos 15 dias após a semeadura realizou-se adubação de cobertura com ureia na
quantidade de 150 Kg.ha-1 e depois de 10 dias repetiu-se a operação. Com 20 dias após a
semeadura realizou-se aplicação de herbicida Atrazina pós emergente, aos 45 dias após a
semeadura aplicou-se fungicida Agroxistrobina e Tebuconazole na dosagem de 300 ml.ha-1 e
1,5ml.ha-1 de óleo mineral. Com 100 dias após a semeadura o milho foi ensilado com o
intuito de alimentar os animais da propriedade.
Depois da ensilagem do milho a área foi dessecada com herbicida Glifosato na
dosagem de um l.ha-1. Em fevereiro de 2014 semeou-se o milho segunda safra (safrinha), o
hibrido plantado foi da Biogênese BG7049 cruiser com população de 60.000 pls.ha-1, utilizou
tratamento de semente thiodicarb 350 ml.saco-1, 10 dias após a semeadura realizou-se
cobertura com uréia na quantidade de 150 Kg.ha-1, com cinco dias após a aplicação da
cobertura foi feita aplicação de herbicida pós emergente com os produtos Glifosato um l.ha-1
e Nicosulfuron um l.ha-1, 35 dias após a semeadura aplicou fungicida e os produtos utilizados
foram Agroxistrobina e Tebuconazole na dosagem de 300 ml.ha-1 e 1,5 ml.ha-1 de óleo
mineral. Com 93 dias o milho foi ensilado e utilizado para alimentação dos animais.
A estimativa de produtividade de silagem foi obtida pela média do peso de quatro
carretas e multiplicada pelo número total, a pesagem foi obtida por balança móvel instalada
no local. Sendo que a produtividade media da primeira safra foi 53 T.ha-1, e na segunda safra
40 T.ha-1.
22
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na implantação do sistema ILPF, safra 2012/13, não foram observadas diferenças
entre os intervalos de confiança das médias das cultivares de soja testadas (Figura 1). A maior
média resultou da cultivar BRSGO 8360 com 5.208,00 kg.ha-1 e a menor da cultivar BRS
8560 RR com 4.856,30 kg.ha-1.
5800
5600
produtividade (kg/ha)
5400
5200
5000
média
limite superior
4800
limite inferior
4600
4400
4200
4000
Luziânia RR
BRS8560RR
cultivares
BRSGO8360
Figura 1. Produtividade média da soja
De acordo com Kluthcouski (2012) na Fazenda Santa Brígida, em Santa Helena de
Goiás no estado de Goiás, foi obtida uma produção média de 3.720 Kg.ha-1. Em Vilhena, no
estado de Rondônia, no campo experimental da Embrapa Godinho et al. (2009) relatam que a
produtividade média foi de 3.696 Kg.ha-1 na safra 2009/10. Em Nova Canaã do Norte em
Mato Grosso, na Fazenda Gamada, a produtividade média da safra 2010/11 foi de 3.498
kg.ha-1 de acordo com Behling et al. (2014).
Tabela 1. Custo de Produção / Rendimento
Safra
Safra 2012/13 Safra 2013/14 Safra 2013/14 Safra 2012/13
(safrinha)
Cultura
Soja
Milho
Milho
Eucalipto
Valor Unitário
R$ 60/ saco
R$ 120 t
R$ 120 t
Produtividade Média 5087,50 kg/ha
53 t/ha
40 t/ha
Custo de Produção
R$ 2.212,70 R$ 3.903,36 R$ 1.765,55 R$ 1.094,50
Renda Bruta
R$ 5.087,50 R$ 6.360,00 R$ 4.800,00
Renda Líquida
R$ 2.874,80 R$ 2.456,64 R$ 3.034,45
Total líquido > R$ 7.271,39
23
A média geral de produtividade de soja foi de 5087,50 kg.ha-1, com custo de produção
de R$ 2.212,70 (dois mil e duzentos e doze reais e setenta centavos) por hectare. Calculando o
valor da soja nos dias atuais de R$ 60,00 (sessenta reais) por saco, a renda bruta por hectare
corresponde à R$ 5.087,50 (cinco mil e oitenta e sete reais e cinquenta centavos). Já a renda
líquida é de R$ 2.874,80 (dois mil e oitocentos e setenta e quatro reais e oitenta centavos) por
hectare.
De acordo com a Faeg (2015), a estimativa de custo de produção da soja em Goiás na
safra de 2013/14 com cultivo tradicional foi de R$ 2.378,51 (dois mil e trezentos e setenta e
oito reais e cinquenta e um centavos). Em termos de produtividade média sua estimativa é de
3.300 kg.ha-1. A Embrapa (2015) afirma que na safra 2013/14, a cultura ocupou uma área de
30,1 milhões de hectares, o que totalizou uma produção de 85,6 milhões de toneladas. A
produtividade média da soja brasileira apontada pela Embrapa é de 2.842 kg.ha-1 em sistema
tradicional.
O custo da implantação do eucalipto foi de R$ 1.094,50 (mil e noventa e quatro reais e
cinquenta centavos). Dessa forma, o custo de implantação do sistema no primeiro ano foi de
R$ 3.307,20 (três mil e trezentos e sete reais e vinte centavos). Na Fazenda Santo Antônio, no
município de Aparecida de Goiânia, em Goiás, segundo Chaul e Tibiriçá (2006), o custo de
produção do eucalipto foi de R$ 1.895,01 (mil e oitocentos e noventa e cinco reais e um
centavos) por ha, os autores relatam que os preços variam de acordo com cada região.
No segundo ano safra 2013/14 o milho teve uma produtividade média de massa verde
53 T.ha-1 e na segunda safra (safrinha) no mesmo ano 2013/14 foram produzidos média 40
tonelada/ha. A estimativa de custo de produção do milho na primeira safra foi R$ 3.903,36
(três mil e novecentos e três reais e trinta e seis centavos) e na segunda safra R$ 1.765,55 (mil
setecentos e sessenta e cinco reais e cinquenta e cinco centavos). Segundo a Faeg (2015) a
estimativa de custo de produção de milho safrinha em Goiás na safra 2013/14 foi de R$
2.267,98 (dois mil e duzentos e sessenta e sete reais e noventa e oito centavos).
Paziani et al., (2009) relatam que a produção de massa verde é um dos primeiros
parâmetros que deverão ser avaliados quando se busca informação sobre determinado
cultivar, uma preocupação anterior aos parâmetros de qualidade da silagem. De acordo com
os autores a produtividade média de massa verde feita em quatro localidades do Estado de São
Paulo, inicialmente nos municípios de Tarumã, Mococa, Piracicaba e Votuporanga foi de
50,47 T.ha-1.
24
Calculando a quantidade da produção com o valor da silagem a R$ 120,00 (cento e
vinte reais) a tonelada, houve uma renda bruta de R$ 11.160,00 (onze mil e cento e sessenta
reais) e uma renda liquida de R$ 5.491,09 (cinco mil e quatrocentos e noventa e um reais e
nove centavos).
Somando o valor da renda liquida das três safras e o custo de produção da implantação
do eucalipto chega-se a um valor líquido de R$ 7.271,39 (sete mil e duzentos e setenta e um e
trinta e nove centavos).
25
5 CONCLUSÕES
A cultura da soja inserida no primeiro ano da implantação do sistema ILPF
apresentou-se tecnicamente viável, com correções do solo, adubação adequada e variedades
adaptadas, obteve boa produtividade, consequentemente cobrindo os custos de implantação do
sistema ILPF e ainda trazendo uma margem de lucro satisfatória.
A cultura do milho implantado no segundo ano no sistema ILPF, também se
apresentou viável uma vez que alcançou uma produtividade média satisfatória nas duas safras.
O custo de produção da segunda safra foi menor devido a menor exigência nos tratos
culturais, entretanto ambas as safras cobriram custos e obtiveram boa porcentagem de lucro.
Conclui-se que a cultura da soja e a cultura do milho obtiveram aspectos positivos,
tanto econômicos como produtivos na implantação do sistema ILPF voltada para produção de
leite.
26
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29
APÉNDICE A
Croqui da área experimental de Integração Lavoura Pecuária e Floresta.
30
31
PRODUÇÃO DE SOJA E MILHO NA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE ILPF
PARA PRODUÇÃO DE LEITE
SOUSA, Augusto Torquato de¹; FELIPE, Cristiane Rachel de Paiva²
¹Aluno do curso de Agronomia do Centro Universitário de Goiás – Uni-ANHANGUERA.
²Professora orientadora Dra. do Curso de Agronomia do Centro Universitário de Goiás – UniANHANGUERA.
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) é uma estratégia de produção sustentável que
integra atividades agrícolas, pecuárias e/ou florestais realizadas na mesma área, em cultivo
consorciado, em sucessão ou rotação. Busca-se com a iLPF efeitos sinérgicos entre os
componentes do agroecossistema, como a conservação dos recursos hídricos; redução da
emissão de gases de efeito estufa, venda de créditos de carbono; redução do custo para a
recuperação de pastagens degradadas, além do conforto térmico para os animais. O objetivo
do presente trabalho foi avaliar a produção de soja e milho na fase de implantação do sistema
de integração lavoura-pecuária-floresta voltada para produção de leite com ênfase nos
aspectos produtivos e econômicos. O experimento foi conduzido no campo experimental da
Fazenda Pró Campo de propriedade do Laticínios Piracanjuba foi adotado na cidade de Bela
Vista De Goiás GO (16°57’ S e 48°56’W, com 821 metros de altitude). Foi adotado
delineamento experimental de blocos completos casualizados com três repetições e três
tratamentos (E.maculata, Clone AEC 224 e o E. cloeziana). No primeiro ano foi cultivada três
variedades diferentes de soja, LuziâniaRR, BRS 8560RR e BRSGO 8360. A produtividade
média da soja foi de 5.087,5 kg/ha, não havendo diferença entre os intervalos de confiança
das cultivares. No segundo ano cultivou-se milho na safra de verão, sendo hibrido da Dow
AgroSciences 2B 707 Power Core, espaçamento de 0,50 cm entre linhas com três plantas por
metro, sendo uma população de 60.000 mil plantas/há. A produtividade média do milho foi de
53 toneladas/ha. Na segunda safra (safrinha), cultivou-se milho com hibrido Biogênese
BG7049 cruiser com população de 60.000 plantas/ha, com produtividade média de 40
toneladas/ha. A cultura da soja e do milho inseridos no sistema iLPF se apresentaram
tecnicamente viáveis, pois remuneraram os custos de produção e apresentaram lucro.
PALAVRAS-CHAVE: ILPF. Agricultura sustentável. Custo. Produtividade.
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