25 anos - Revista Naturale

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25 anos - Revista Naturale
Naturale
10a edição Outubra/Novembro - 2011
2 Pedras preciosas de Minas Gerais
5 O mundo maravilhoso das rochas
7 Engenharia de tecidos biológicos:
reconstruindo o órgão humano
10 Porção vibracional humana,
você sabe o que é?
12 Doenças passíveis de transmissão durante
o tratamento odontológico
14Conhecimento & Gestão de pessoas
15 Pão Integral x Pão Branco
16 Educação: fator de harmonização entre
o homem e o mundo
18 Duas histórias em uma só canção
20 Preocupação ambiental: dever de todos e
também do comércio
Caro leitor
expediente
Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora Ltda
CNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG
Editora: Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG)
Nesta edição vamos conhecer um pouco sobre as pedras.
O reino mineral revela belezas e formações surpreendentes,
além de guardar a história da terra.
Observar como a combinação de elementos químicos
tomam formas e cores das mais variadas. e seguem a um padrão universal, abre um leque de estudos, desde suas formas
geométricas, proporções áureas, simbologia, constituição,
propriedades curativas, uso industrial e histórico. Em estado
bruto ou lapidadas trazem a beleza do interior da terra, e aqui
nos deixa uma reflexão sobre o reino mineral.
Interessante que o termo “lapidar”, passou a ser utilizado
nas mais diversas áreas para significar o trabalho de trazer à luz
a forma que mais ressalte “a beleza e o máximo brilho”, não
apenas às pedras preciosas, mas também às pessoas. Mostrar
o melhor potencial que algo ou alguém tem em seu interior.
Aqui parabenizamos todos os educadores, que como artesãos, fornecem instrumentos para o aprimoramento de seus
alunos.
Trazer o que há de melhor, de forma pura e estética tem
sido também o trabalho do Madrigal Musicanto de Itajubá que
completa 20 anos. Em sua pesquisa o maestro Angelo José
Fernandes tem proporcionado à seus cantores o caminho para
encontrar uma sonoridade saudável, rica e expressiva, dando a
cada um a possibilidade de descobrir o potencial sonoro que
guarda dentro de si.
Desejamos a você uma ótima leitura!
Elaine Pereira
Colaboradores
Articulistas: Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Angelo José
Fernandes, Célio Gentil, Fábio Pedroso dos Santos, Dra. Gracia
Costa Lopes, Guilherme Vasconcelos, Marcelo Ribeiro Barison,
Maria de Lourdes Maia Gonçalves, Omar Viana Hadad, Wander
Rodrigues Machado.
Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier
Projeto Gráfico: Elaine Cristina Pereira
Foto da Capa: Elaine Cristina Pereira. Geodo de Ametista e
escultura em rocha de Esmeralda. Peças da Jóias Baldaçara.
Vendas: Diagrarte Editora Ltda
Impressão: Gráfica Novo Mundo Ltda
Tiragem: 2.500 exemplares impressos e 10.000 eletrônico
Distribuição Gratuita em mídia impressa e eletrônica
Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.
Direitos reservados. Para reproduzir é necessário citar a fonte.
Venha fazer parte da Naturale, anuncie, envie artigos e fotos.
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Contate-nos: (35) 9982-1806
e-mail: [email protected]
Acesse a versão eletrônica: www.diagrarte.com.br/naturale_10ed.pdf
Impresso no Brasil com papel originado de
florestas renováveis e fontes mistas.
Apoio
Pedras preciosas
de Minas Gerais
Dr. Marcelo Ribeiro Barison
Um dos importantes setores econômicos é o da comercialização de pedras
preciosas. Em alguns países, como Angola
que explora diamantes, este é seu grande e
principal produto de exportação. No Brasil,
o setor de pedras preciosas também apresenta grande valor em função da enorme
diversidade e elevada qualidade de nossas
gemas, onde Minas Gerais, assim como
Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Sul
são os principais estados produtores.
Segundo Favacho (2001), o Estado
de Minas Gerais é a província gemológica
mais importante do país, sem contar que
contribui com 25% de toda a produção
mundial de gemas coradas, o que é um índice muito elevado.
A falta de percepção de sua importância no mercado de gemas é atribuído ao
fato de que as gemas extraídas em Minas
Gerais em sua grande maioria são comercializadas no seu estado bruto, sem serem
lapidadas no próprio estado de origem,
cujo valor inicial é muito baixo comparado com o produto lapidado e utilizado nas
joalherias do país (Revista Minas Faz Ciência, No 4, 2000).
A diversidade de pedras preciosas
que existem hoje são muitas e no Brasil ultrapassam o número de cem, e o termo de
preciosas e semipreciosas há muito tempo
mudou. Schumann (1983) abordou que o
termo semipreciosa deriva da baixa qualidade da gema frente à sua dureza, onde
gemas facilmente riscáveis eram conside-
radas semipreciosas e as de dureza elevada, pedras
preciosas. Porém não se classificam mais as gemas
em pedras preciosas ou semipreciosas como era feito antes da década de 80, e sim, todas as gemas são
consideradas preciosas. Isto se deve ao fato de que
a valorização de uma gema não é advinda apenas de
sua classificação e sim de outros parâmetros, tais
como raridade, tamanho, cor, brilho, dentre outros.
Portanto, existem gemas consideradas preciosas como esmeraldas, que pela falta de qualidade e demais
atributos são consideradas gemas sem valor econômico, não preciosas. Por outro lado, uma simples
ametista de grande tamanho, com elevada pureza e
cor acentuada, é considerada rara e assim, uma gema preciosa.
A origem das pedras preciosas é diversa, muitas
são encontradas em depósitos aluvionares (próximos
de canais de rios), coluvionares (na base de encostas
de solos) e outras em rochas tais como Xistos e Pegmatitos, em sua maioria.
Os principais polos mineradores de pedras preciosas são os municípios de Ouro Preto, Itabira, Guanhães, Governador Valadares, Teófilo Otoni, Araçuaí,
Diamantina e Corinto, onde é possível acompanhar
uma série de atrativos ligados à atividade mineradora, além de promover o acesso e a comercialização
das gemas e minerais produzidos no estado (http://
viagensinesqueciveis.wordpress.com).
Dentre as principais pedras preciosas encontradas em Minas Gerais estão Esmeralda, Água-marinha,
Topázio, Diamante, Turmalina, Crisoberilo (incluindo
a variedade raríssima Alexandrita), Berilos (variedades
Heliodoro e Morganita), Kunzita, Andaluzita, Cordierita, Granada, Quartzos (variedade roxa Ametista e
amarela de Citrino) – (Fig. 1) – (Todas as imagens de
pedras preciosas utilizadas neste trabalho foram obtidas
dos sites www.ebay.com e www.mercadolivre.com).
Elaine Pereira
Figura 1. Da esquerda para direita: Andaluzita, Cordierita,
Granada, Ametista e Kunzita, todas lapidadas.
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No município de Ouro Preto é encontrado um tipo raro de topázio amarelo denominado Topázio Imperial, único
no mundo, muito apreciado no mercado internacional. Esta
gema é rara, encontrada apenas na Rússia e Afeganistão,
porém as gemas de maior qualidade do mundo são encontradas apenas em Minas Gerais (Fig. 2).
Figura 2. Cristais brutos de Topázio Imperial e à direita
Topázio Imperial lapidado.
Figura 5. Cristal
natural de Água Marinha em Pegmatito,
à esquerda e gema
lapidada à direita.
Na grande região de Governador Valadares são encontradas
uma grande variedade de gemas, dentre as quais se destacam
Turmalinas, Granadas e Água-Marinhas. As Turmalinas são gemas que em geral apresentam cor verde escura, porém podem
apresentar mais variedades de cores e tonalidades existentes de
todas as gemas conhecidas. Cada cor de turmalina, exceto as verdes, ganham nomes próprios, Incolita (azul), Rubelita (vermelha e
rósea), Dravita (castanha e amarela), Acroíta (incolor) – (Fig. 6).
A Esmeralda é uma variedade de Berilo de cor verde grama, gema esta considerada rara e de alto valor econômico e é
encontrada nos municípios de Nova Era e Itabira. Estas gemas
são encontradas em rochas negras denominadas de Biotita
Xistos, e às vezes associada a veios de Quartzo (Fig. 3).
Figura 3. Cristal natural de Esmeralda em
Biotita Xisto e à direita, Esmeralda lapidada.
Também são encontradas na região de Itabira e Nova
Era, uma variedade de Crisoberilo denominada Alexandrita,
cujo valor excede o dos diamantes, devido a sua escassez,
beleza e raridade. Esta gema tem uma propriedade de mudança de cor de acordo com o comprimento de onda da luz
incidente, apresentando coloração verde na luz do dia e altera para vermelho na luz incandescente, tornando-a muito
cobiçada e admirada (Fig. 4).
Figura 4. Duas fotos da mesma gema Alexandrita, a primeira
em luz do dia, e a segunda sob luz incandescente.
A Água Marinha, assim como a Esmeralda, também é
uma variedade de Berilo de cor azul clara, sendo há muito tempo considerada uma das mais reconhecidas gemas
brasileiras. É encontrada no município de Guanhães, Santa
Maria do Itabira, Ferros e de Sabinópolis (Fig. 5). Durante o
governo de Getúlio Vargas, foram oferecidos de presente de
casamento, magníficos exemplares de Água Marinha para a
rainha Elizabeth da Inglaterra, o que atualmente ornamentam jóias espetaculares na forma de tiaras, colares, brincos
e anéis reais.
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Figura 6. Variedades de cores de Turmalinas brasileiras.
Em Minas Gerais são encontradas Safiras e Rubis, que são
variedades de um mesmo mineral, o Coríndon. As gemas vermelhas a púrpuras são consideradas Rubis e as demais cores
são Safiras. A comercialização tem melhorado em função da
melhoria da qualidade da cor e transparência por meio de tratamento térmico, embora sejam muito pequenas. Estas gemas
são oriundas dos depósitos de Palmeiras, Indaiá, Sapucaia e
Malacacheta, que apresentam boa intensidade de cor e transparência (LICCARDO, OLIVEIRA & JORDT-EVANGELISTA, 2005)
– (Fig. 7).
cípio um diamante cor de rosa intenso extremamente raro, de
3,89 quilates, avaliado em $180.000 dólares, ou seja, um valor
próximo de R$ 311.400,00 (cotação do dólar em 14/09/2011).
Figura 9. Garimpeiros trabalham em Coromandel, município
mineiro localizado na divisa com o Estado de Goiás.
Foto: Arquivo Coopergac (http://aguaboanews.com.br).
Figura 7. Da esquerda para a direita: cristal bruto de Rubi,
Rubi lapidado, cristal bruto de Safira, Safira lapidada e
demais safiras coloridas lapidadas.
Os diamantes de Minas Gerais são extraídos da Serra do
Espinhaço desde o tempo colonial e ainda hoje continuam
sendo explorados tanto por multinacionais quanto por inúmeros garimpeiros, enriquecendo o comércio local. Embora a
maioria dos diamantes sejam incolores, em Diamantina são encontrados também diamantes levemente coloridos, alguns na
cor champanhe (castanho claro, amarelado), de grande beleza
(Fig. 8).
A cidade de Governador Valadares mantém ainda um dos
grandes eventos da área de pedras preciosas denominado A
BRAZIL GEM SHOW, que traz vários expositores nacionais e internacionais de pedras preciosas brasileiras e minerais raros,
que afeta diretamente a economia local e do país neste segmento. Em Teófilo Otoni, anualmente tem-se a GEMS EXPORT
ASSOCIATION (GEA) que representa a indústria e o comércio
na FEIRA INTERNACIONAL DE PEDRAS PRECIOSAS (FIPP), com
grande número de expositores.
Portanto, o Estado de Minas Gerais atualmente se destaca
tanto pela variedade de pedras preciosas que são exploradas,
assim como pela comercialização que tem ocorrido por meio de
exposições e de feiras nacionais e internacionais, o que o transformou no polo gemológico de maior importância do país.
Prof. Dr. Marcelo Ribeiro Barison, Instituto de Recursos Naturais
(UNIFEI)
Figura 8. Da esquerda para a direita: Diamante bruto,
Diamante incolor e Diamante champanhe.
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Elaine Pereira
Em Coromandel, município mineiro próximo da divisa com
o Estado de Goiás, os diamantes são extraídos de depósitos
aluvionares por garimpeiros (Fig. 9) que se organizaram e assim
criaram a Cooperativa de Garimpeiros da Região de Coromandel (Coopergac), que reúne cerca de 135 trabalhadores do Alto
do Paranaíba. Este é um exemplo de sucesso, pois por meio
desta cooperativa, os diamantes podem ser comercializados
pelos próprios garimpeiros, as gemas estão sendo avaliadas e
pagas por valores mais concretos e de forma totalmente legal,
pois apresentam o certificado Kimberley. Este certificado internacional foi um sistema criado no âmbito da Organização das
Nações Unidas (ONU) para garantir a origem legal das pedras
e evitar o comércio internacional dos “diamantes de sangue”.
De acordo com as informações fornecidas por ABN Águas Boas
News (http://aguaboanews.com.br), foi encontrado neste muni-
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Turmalina rosa
incrustada em Quartzo
Há 33 anos adquiri a primeira rocha, constituída por dois minerais (Ágata e Cristal de Rocha),
numa feira agropecuária em Ourinhos/SP, cuja
beleza ornamental, muito me atraiu. A partir daí
se iniciava de maneira espontânea, uma pequena
coleção, que para mim se tornou um importante
hobby.
Uma rocha é um agregado de um ou mais minerais e podemos adiantar a definição de mineral,
como sendo um constituinte natural, inorgânico e
sólido da crosta da Terra.
Os minerais com beleza de cores e formatos
ressaltáveis, alguns dos quais podemos admirar
nesta apresentação, levou-me à pesquisa quanto
às suas formações e principalmente, quanto aos
formatos de seus cristais. Estes formatos cúbicos,
exagonais, octaedros, bipiramidais, pirâmide com
prisma e diversos outros, são estabelecidos pelos
arranjos geométricos espaciais, entre os átomos
dos elementos químicos constituintes de suas
moléculas.
Quanto às formações e localizações dos minerais, é algo também fascinante, visto que eles
fazem parte do magma vulcânico, estágio este
em que os mais refinados, em razão da pressão,
ocupam total ou parcialmente, o interior de bolhas de gases ou de vapor d’água, principalmente
com relação à família do Quartzo que hoje são
encontrados em cápsulas solidificadas, ocas, denominadas Geodos.
O Brasil é um dos países privilegiados por
sua riqueza e variedade de minerais, principalmente em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e vários
outros estados, onde são encontrados Geodos
contendo os minerais Ametista, Citrino, Cristal
de Rocha, Quartzo com Rutilo, Quartzo Rosa, Calcedônia, Ágata (uma variedade da Calcedônia) e
vários outros. É importante ressaltar que o Quartzo
(composição química: Dióxido de silício) é um dos
minerais mais abundantes da Terra, com variedade intensa e de notória beleza, sendo encontrado
também, agregado com enorme variedade de outros minerais.
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Mica, cristalizada
Geodo com o mineral Ametista
(cor azul, família do Quartzo)
Água Marinha (formatos tubulares)
incrustado no Quartzo
Malaquita (verde escuro) e
Turquesa (azul claro)
Quartzo cristal de rocha (cor branca),
sobre o Ametista (azul)
Gipsita (Sulfato hidratado de
cálcio, cor amarela)
Ágata (faixas coloridas) e
Quartzo (branco) no centro.
Face sem polimento e face polida
Pirita (Sulfeto de ferro, amarelo,
vulgo Ouro dos tolos) e Calcita
(Carbonato de cálcio, branco)
5
Madeira fossilizada (madeira petrificada), idade até 345 milhões de anos
Fóssil de Mesossauro, réptil aquático, viveu entre 286 a 360 milhões de anos
Ainda podemos adiantar que a solidificação do magma pelo resfriamento, em consequência de sua aproximação da crosta
terrestre, ou lançamento pelos vulcões, permitiram a formação
de grandes extensões de rochas (montanhas), que compõem a
crosta terrestre, em cuja composição se encontra toda gama de
minerais.
Os minerais também são os responsáveis pela existência
dos fósseis (animais, plantas e demais seres mortos, petrificados). Esta petrificação se dá em razão da morte de qualquer
ser por soterramento ou cobertura por lama. Sem a presença
de ar, a matéria morta não apodrece. Com o correr do tempo,
milhares ou milhões de anos, há penetração de minerais em
seu interior, com consequentes cristalizações e endurecimento
do ser morto, originando-se o fóssil. Na foto abaixo temos um
fóssil de madeira que além de estar no interior de uma rocha
constituída do mineral Ágata, também está com cristais deste
mineral incrustado, o que a torna dura e compacta, portanto,
uma madeira petrificada.
A pesquisa sobre as rochas aguça a mente para outras maravilhas da natureza, do universo, abre um leque para outros
atrativos, o que me proporcionou colecionar também fósseis,
conchas marinhas, antiguidades da evolução tecnológica, orquídeas, abelhas sem ferrão e fotografias.
A gama de minerais que compõem coleções espalhadas
mundo afora, servem apenas como ornamentos, sendo adquiridas através de permutas, angariações ou aquisições. Seu valor é
bastante acessível, pois não se enquadram nas avaliações como
minerais (pedras) destinados à jóias.
Fóssil de peixe, idade até 280 milhões de anos
Fóssil de dente de tubarão
Fotos: Elaine Pereira
Fóssil de madeira
Fóssil de Trilobita, animal marinho extinto, idade até 590 milhões de anos
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Rocha vulcânica
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Engenharia de tecidos biológicos:
reconstruindo o órgão humano
Pelo Prof. Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz
Ao longo dos séculos, sempre houve no mundo dos mitos
e da religião, profetas do apocalipse e da esperança, felizmente
estes últimos predominaram. A Ciência também emite alertas
de apocalipse e promessas de esperança, mas nela, os dois
não podem ser separados.
Na ciência, a produção de tecidos biológicos e órgãos
(A)
(B)
sempre foi em toda a história da humanidade um misto de mito
e ficção. Histórias da mitologia grega ou do cristianismo como
por exemplo, a criação do homem por Prometeu ou de Eva a
partir de uma costela de Adão (Fig. 1), representam bem a idéia
de se criar seres vivos a partir da matéria inanimada, seja a
partir do pó ou do osso.
(C)
Fig. 1. (A) Criação do homem por Prometeu segundo a mitologia grega. Com suas lágrimas de ódio a Zeus, Prometeu
molhou o barro e criou um ser à semelhança de uma divindade. Prometeu soprou a vida à escultura, chamando-a de homem.
Em seguida Prometeu desceu à terra e entregou o fogo aos homens. Era o princípio da revelação da sabedoria à humanidade.
(B) A criação de Eva a partir da costela de Adão segundo Michelangelo. (C) Pintura do Frei Angelico “Cura de Justiniano”.
Provavelmente a melhor inspiração quanto à idéia de que
é possível se melhorar a saúde humana proporcionando longevidade através da união entre a biologia e a engenharia esteja
na pintura do Frei Angelico “Cura de Justiniano” (Fig. 1) ilustrando os irmãos São Cosme e Damião transplantando um enxerto
alógeno de uma perna, para um soldado ferido. O enxerto alógeno é aquele coletado de um indivíduo e transplantando para
outro da mesma espécie. A utilização de enxertos alógenos é
acompanhada por riscos como a transmissão de doenças, rejeição imunológica e a doença do enxerto contra o hospedeiro.
Embora a biologia tenha conseguido progressos espantosos a partir de 1923, ainda pouco se sabe acerca dos processos
biológicos que afetam os seres humanos em sua essência.
Muitos processos da biologia celular estão sendo desvendados neste século e sua união com as engenharias permitirá o
surgimento de novas tecnologias nas áreas da saúde. A Engenharia de Tecidos Biológicos é uma engenharia híbrida onde as
ciências biológicas se unem à tecnologia carregando consigo o
objetivo primário de melhorar a condição humana, levando esperança para aqueles que precisam de um coração mais forte,
um rim saudável, um novo pâncreas ou a regeneração de uma
pele queimada.
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A Engenharia de tecidos é dedicada à geração de tecidos
biológicos usando os princípios de engenharia em conjunto
com a compreensão e aplicação das ciências biológicas. Seus
principais objetivos são projetar, produzir, modificar, expandir
e manter tecidos biológicos vivos. A Engenharia de tecidos é
um campo de pesquisa recente com uma grande projeção da
medicina moderna. O desenvolvimento de tecidos biológicos
humanos, e mesmo os organismos, que podem substituir tecidos ou órgãos doentes deixa o campo da ficção científica e se
torna realidade no presente século.
Diariamente ingressam nos hospitais de todo o mundo milhares de pessoas com mau funcionamento em algum de seus
órgãos (rim, coração, fígado) e em muitos casos, a situação do
paciente só pode ser solucionada através de um transplante.
Entretanto, devido à carência de doadores de órgãos, somente
uma parcela muito pequena da população de pacientes pode
ser transplantada.
O transplante de um órgão humano totalmente artificial,
criado a partir das próprias células do paciente, acabaria com
os problemas da falta de doadores ou a rejeição do órgão
transplantado, já que as matrizes utilizadas são inertes e não
possuem nenhuma capacidade de resposta imunológica.
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A estratégia inicial para se obter órgãos artificiais envolve o cultivo das células
biológicas do próprio paciente sobre uma matriz ou arcabouço polimérico de forma a
se conseguir a estrutura tridimensional do órgão que se deseja. O procedimento exige
o desenvolvimento de matrizes de polímeros sintéticos biodegradáveis que proporcionam um arcabouço para o crescimento das células e formação do tecido biológico
pretendido (Fig. 2). Os arcabouços poliméricos de origem sintética são necessários
para orientar o desenvolvimento de novas estruturas do tecido biológico danificado,
funcionando como um suporte estrutural. As matrizes poliméricas são reabsorvidas
com o tempo permanecendo somente o órgão artificial ou tecido biológico desejado.
Estudamos em nossos laboratórios
o crescimento de células cardíacas e células do tecido ósseo em condições in-vitro
nos arcabouços moleculares mostrados
na Fig. 3. Células do miocárdio (coração)
foram semeadas nas nanofibras (Fig. 3A) e células do osso (osteoblastos) foram
semeadas no arcabouço apontado na
Fig. 3-B. Após algumas poucas semanas,
o resultado foi um crescimento celular
intenso de ambas as células, conforme
pode ser observado na Fig. 4.
Observamos que os arcabouços
moleculares preparados em nossos laboratórios possibilitaram uma boa adesão
e crescimento celular, tanto dos osteoblastos como das células do miocárdio.
O próximo passo será dar uma forma tridimensional ao tecido biológico que se
forma à medida que a proliferação celular avança.
Fig. 2. Princípios básicos da engenharia de tecidos para a criação de órgãos
humanos artificialmente: (1) As células são retiradas do paciente, (2) expandidas
em meio de cultura onde existem os nutrientes adequados para sua proliferação,
(3) as células são transferidas para um arcabouço sintético, (4) cultivadas sobre o
arcabouço sintético em condições in-vitro para o crescimento do órgão ou
tecido e (5) o tecido ou órgão regenerado é transferido para o paciente.
(A)
Recentemente o grupo de pesquisa do Centro de Estudos e Inovação em Materiais Biofuncionais Avançados (CEIMBA) da UNIFEI tem se dedicado à produção de
arcabouços poliméricos para o crescimento de células cardíacas e do tecido ósseo.
A pesquisa tem se concentrado no preparo de arcabouços moleculares baseados em
nanofibras para a engenharia de tecido cardíaco e estruturas porosas biorreabsorvíveis para a regeneração do tecido ósseo (Fig. 3). As estruturas tridimensionais dos
arcabouços poliméricos estudados são formadas por redes de poros interconectadas
que se assemelham a elementos da matriz extracelular nativa do corpo humano, facilitando assim a fixação da célula apoiando seu crescimento e a regulação do processo
de diferenciação celular.
(B)
(A)
Fig. 3. Micrografias do microscópio eletrônico de varredura dos arcabouços
poliméricos para cultivo de células do miocárdio (A) e cultivo de osteoblastos (B).
Em (A) se observam nanofibras de um polímero condutor (polianilina) e em (B) é
observado a microestrutura do polímero biorreabsorvível poli(caprolactona) (PCL).
8
(B)
Fig. 4. (A) Microscopia de fluorescência
do estudo do crescimento de células
de miocárdio em arcabouço polimérico nanofibroso. Observa-se uma
proliferação celular intensa das células
cardíacas, estando seus núcleos corados de azul. Em (B) são observadas as
células de osteoblastos (osso) cultivadas em estrutura de PCL poroso
através da microscopia eletrônica de
varredura (MEV). As setas vermelhas
indicam as células do osso crescendo
sobre a matriz porosa de PCL.
Nossas pesquisas têm como um
primeiro objetivo o preparo de arcabou-
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ços moleculares contendo células do miocárdio ativas (Fig. 4) para a regeneração
do músculo cardíaco lesado pelo infarto agudo do miocárdio (IAM), também
conhecido como ataque cardíaco. O IAM é um dano no músculo cardíaco, causado por uma redução ou falta no suprimento de sangue em uma determinada
área do coração.
Para superar a escassez de doadores de coração, a engenharia de tecidos
cardíacos aparece como uma abordagem nova e ambiciosa combinando os
conhecimentos de engenharia, química dos materiais, biologia e medicina para regenerar o coração danificado por IAM. Em um período de uma década estaremos
produzindo membranas capazes de revestir a área lesada pelo IAM e regenerar o
músculo cardíaco, superando assim o mau prognóstico de pacientes com insuficiência cardíaca e ao mesmo tempo a escassez de doadores de coração.
O segundo objetivo específico de nossa pesquisa está em se preparar arcabouços poliméricos porosos para o crescimento do tecido ósseo. Na Fig. 4-B
demonstra-se que há um bom crescimento de células ósseas sobre a estrutura
porosa do PCL. A superfície porosa parece fornecer um substrato adicional à
proliferação do tecido ósseo.
Atualmente, as duas novas tecnologias que viram o mundo de cabeça para
baixo, a tecnologia do computador e a tecnologia da Engenharia de Tecidos
Biológicos, percorrem caminhos separados. A tecnologia da informática nos
promete autômatos autorreprodutivos, máquinas construídas de metal e semicondutores capazes de substituir nossas máquinas atuais e de satisfazer nossas
necessidades de modo barato e mais flexível.
Simultaneamente, a tecnologia da engenharia de tecidos biológicos faz
promessas semelhantes. Uma célula pode agora ser programada para crescer
e se diferenciar produzindo um órgão humano e eliminando a necessidade de
doadores.
As duas tecnologias, dos autômatos e dos tecidos biológicos competem
pelo papel da liderança na revolução industrial no século XXI. Até agora os
computadores e autômatos estiveram na frente, mas a engenharia de tecidos
biológicos não se encontra muito atrás. À medida que as estruturas físicas do
computador moderno se tornam menores, e ao mesmo tempo em que as estruturas biológicas da engenharia de tecidos se tornam mais versáteis, as duas
tecnologias começam a se superpor e a se mesclar.
Atualmente nossa pesquisa está voltada para o projeto de biochips, sistemas inteligentes baseados em dispositivos híbridos eletrônicos e biológicos que
trabalham em conjunto na produção de um órgão artificial sem a presença da
mão humana, ou seja, estamos projetando uma máquina autorreprodutiva que
ao ser alimentada com células biológicas imprime, no sentido da palavra, um
órgão ou tecido humano, estabelecendo uma simbiose entre o silício e a célula
biológica de modo que somos incapazes de dizer onde um começa e o outro
termina.
As doenças em que se tem muita esperança de que a engenharia de tecidos
biológicos contribuirá decisivamente para a recuperação do órgão ou tecido biológico humano lesionado são doenças neurológicas como a Doença de Parkinson
e Alzheimer, doenças do coração como enfartes do miocárdio, diabetes, queimaduras graves, substituição de órgãos ou tecidos devido ao câncer e lesões
permanentes da medula espinhal. Se tudo andar bem, essa revolução trará longevidade ao ser humano de todo o planeta. E se, como usualmente acontece
nos assuntos humanos, nem tudo funcionar direito, então a beleza da evolução
e a riqueza continuarão a ser distribuídas desigualmente, como antes.
A partir de 2012, a UNIFEI iniciará o curso de Engenharia de Bioprocessos.
Será o único curso de Engenharia de Bioprocessos no Brasil que tem como principal foco a formação de Engenheiros na área de tecidos biológicos, aptos a
desenvolverem projetos e técnicas voltadas para a reconstrução de órgãos humanos e tecidos vegetais para processos da biotecnologia de interesse industrial.
Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Coordenador Científico do Centro de Estudos
e Inovação em Materiais Biofuncionais Avançados, Universidade Federal de Itajubá.
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Porção vibracional humana,
você sabe o que é?
Por Omar Viana Hadad
10
quico tais como a ansiedade, o estresse,
a estafa, a irritação, a obesidade, como
também os males de Parkinson e de Alzheimer. Portanto, assim como foram
estabelecidos os hábitos de higiene e as
metodologias para o condicionamento
da parte corpórea, torna-se, atualmente,
imprescindível também serem criados
os hábitos diários de higiene energética
e as metodologias para o melhor condicionamento (ajuste) da nossa porção
vibratória.
De que modo fazer a higiene energética?
Nossos ancestrais orientais, por
considerarem a porção energética dos
seres, não só estabeleceram toda uma
anatomia energética, a qual descreve os
trajetos do circuito humano (nadis / meridianos) por onde se propaga uma forma
de energia considerada vital (prana / chi
/ ki), e os reservatórios energéticos (chacras), cuja função assemelha-se aos dos
capacitores; como também averiguaram
que determinadas atividades, realizadas
regularmente e obedecendo a rigorosos
critérios, servem como hábitos de higiene próprios para manter as funções de
caráter ondulatório em seus estados de
equilíbrio. Dentre algumas dessas ati-
vidades podemos citar certos modos
de respirar como a respiração abdominal, posturas corporais executadas com
suavidade, a automassagem em regiões
e pontos específicos, e o relaxamento,
sendo estas as mais comuns. No entanto, os atos de cantar, dançar e, inclusive,
o sexual, também podem participar para
a manutenção do equilíbrio energético,
desde que realizados corretamente e
conscientemente para este fim. De tal
modo, foram criadas as metodologias
como a Hatha Yoga, o Mantra Yoga, o Do
In, o Shiatsu, o Tai Chi Chuan, a Dança
do Ventre, muitas das danças circulares, o
Tantra e etc. Todas elas, em suas origens,
guardam o propósito de manter equilibrado os níveis dos padrões vibracionais.
Uma fácil atividade, que praticada
todos os dias ao se levantar, contribui
para o reequilíbrio da porção vibratória, é a respiração abdominal, contudo,
não se deve ficar restrito somente a esta atividade. Tal modo de respirar faz-se
lentamente, profundamente, unicamente através das narinas e com o auxílio do
abdomem, isto é, ao inspirar força-se o
ventre expandindo-o para frente; e ao
expirar contrai-se o ventre ao máximo.
Treinar esta respiração deitado, com as
Arquivo pessoal
Há milhares de anos antigas culturas do oriente já percebiam que a nossa
completa constituição não é formada somente por matéria, mas também por uma
outra forma de manifestação que eles
denominavam de energia. Você já esteve,
em mãos, com um pedaço de pensamento! Contudo, em virtude da obscuridade
cultural vivida no ocidente, durante a idade média, todo o saber, referente àquilo
que não era imediatamente percebido
pelos órgãos de sentido, foi condenado
à esfera da bruxaria ou do misticismo,
inclusive os princípios matemáticos; e
esta herança cultural encontra-se arraigada, até os dias de hoje, influenciando
a maioria dos segmentos sociais.
Com o desenvolvimento dos estudos sobre as manifestações de caráter
ondulatório (radiações), para subsidiar
principalmente a tecnologia de telecomunicação, tornou-se impraticável permanecer na obscuridade a respeito das
funções vibracionais humanas, as quais
completam a constituição do homem.
Portanto, por volta da década de 70 do
século passado, intensificaram-se os estudos acerca da porção vibracional humana,
assim caracterizando um novo segmento
da medicina que na Europa é classificada por medicina quântica e nos USA por
medicina vibracional, de tal modo a estabelecer uma ponte entre os conceitos da
física moderna e os princípios milenares
das medicinas chinesa e ayurvédica.
O reconhecimento da porção vibratória (ou energética) dos seres instituise como uma providência urgente, em
virtude de que as atividades de vida contemporânea, tais como as circunstâncias
de falar ao telefone, principalmente ao
celular, escutar rádio, assistir TV, usar o
computador, ficar exposto à presença de
câmeras, permanecer nas proximidades
de antenas de transmissão e recepção e
viajar constantemente de avião, causam
um acentuado desajuste nas condições
energéticas das pessoas, acarretando,
principalmente, sequelas de caráter psí-
Naturale
outubro/novembro - 2011
pernas dobradas e separadas, por um período de 3 a 5 minutos. A mão sobre o abdome facilita a percepção da sincronia
do movimento abdominal, ou seja, a condição de estar ou
não coincidindo com os atos de inspirar e expirar. Na inspiração a mão deve subir, e na expiração descer.
Cabe mencionar também algumas outras ações que por
si só não promovem o reequilíbrio energético, entretanto,
auxilia significativamente para a manutenção dele. São elas:
ªª De modo nenhum dormir de bruços, e evitar dormir de
decúbito dorsal; a maneira correta é de lado, com a coluna
alinhada e as pernas um pouco dobradas.
ªª Ao se levantar, como primeira ação do dia, tomar meio
copo de água mineral ao natural, ou o suco de um limão
misturado com um pouco de água, mas de modo nenhum
adoçado.
ªª Apreciar o momento da alimentação saboreando o que
está sendo deglutido, e jamais assistir televisão ou ouvir música, e muito menos o noticiário, neste momento.
ªª Evitar, ao máximo, adoçar as coisas, inclusive o café. Este
é um hábito difícil de ser adquirido, então, primeiramente
substitua o açúcar branco pelo mascavo, e depois, paulatinamente, diminua a dose.
ªª Pisar descalço no chão que ficou exposto ao sereno. Caso
não seja possível fazer isto todos os dias, pelo menos duas
vezes por semana.
Em virtude do nível energético das pessoas, necessário
para uma vida saudável, ser determinado pelas condições
climáticas, geográficas e, principalmente, por fatores culturais, ou seja, o modo de vida; idealizei em 2007, após instruir
por mais de 12 anos a Hatha Yoga, o “Método da Revitalização Vibracional”, o qual corresponde a um modo prático
e compacto compondo-se por uma criteriosa seleção de
posturas corporais, respiração direcionada, técnica de relaxamento e automassagem; fundamentado por conceitos da
física moderna e respeitando os costumes e os hábitos da
cultura brasileira. A significativa vantagem desta metodologia evidencia-se por suas posturas fáceis, possíveis de serem
realizadas por pessoas de qualquer porte físico, inclusive
aquelas com idade mais avançada ou acima do peso.
A respeito das funções psíquicas, que nada mais representa do que uma manifestação da parte vibratória, mostra-se
fundamental percebermos que, do mesmo modo que jamais
um desnutrido terá a condição de seguir as orientações de
um técnico desportivo e tornar-se um atleta eficiente por lhe
faltarem as devidas condições físicas, assim também acontece em relação à constituição vibratória, um desajustado
vibratoriamente não reúne as condições de energia precisas
para realizar inúmeras habilidades de ordem psíquica, inclusive a de superar os próprios bloqueios de comportamento,
mesmo acompanhado de um “técnico”, ou melhor, de um
especialista na área da psique. Provavelmente, este é um dos
motivos pelos quais muitos tratamentos de caráter psíquico
ou psicológico não apresentem resultados satisfatórios. Carecem da co-participação do “preparador energético”.
Omar Viana Hadad, licenciado em Física pela UFRJ, instrutor da Hatha
Ioga. Autor do livro O Método da Revitalização Vibracional. Criou a Matematicoterapia (técnica para o desenvolvimento da matemática intuitiva).
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outubro/novembro - 2011
Doenças passíveis de transmissão durante o
tratamento odontológico
Quando o profissional não pratica medidas de biossegurança no dia-a-dia do consultório
Pela Dr. Gracia Costa Lopes
A prática da odontologia abrange uma grande variedade de procedimentos, que podem incluir desde
um simples exame até uma cirurgia mais complexa.
Estes procedimentos geralmente implicam em contato com secreções da cavidade oral, algumas vezes
representados simplesmente pelo contato com a saliva, outras vezes pelo contato pelo sangue, secreções
respiratórias e aerossóis. Isto tudo acaba resultando
em possibilidade de transmissão de infecções, tanto
de paciente para paciente, como dos profissionais para pacientes ou dos pacientes para os profissionais.
Principais doenças passíveis de transmissão durante o atendimento odontológico:
ªª Sífilis – Transmissão feita pelo contato direto com
as lesões bucais.
ªª Gonorreia – Transmissão feita pelo contato direto
com as lesões bucais.
ªª Tuberculose – Transmitido pela saliva e aerossóis.
Existem algumas medidas básicas de controle de infecção que visam quebrar ou minimizar o risco de transmissão de infecções durante
o tratamento odontológico:
Lavagem e antissepsia das mãos, secando com papel toalha.
ªª Sarampo – Transmissão mais comum é via secreção
eliminada pela tosse.
ªª Uso de luvas descartáveis pelo dentista para procedimentos.
ªª Parotidite virótica (caxumba) – Transmissão direta
ªª Uso de máscaras.
pelo contato com gotículas de saliva.
ªª Uso de luvas pela auxiliar para limpeza de materiais e ambientes.
ªª Uso de óculos de proteção.
ªª Influenza (gripe).
ªª Herpes – Transmitido mais frequentemente pelo
contato direto com as lesões ou com objetos contaminados.
ªª Uso de vestimentas – Gorro, avental ou jaleco de mangas compridas
– devem ser usadas exclusivamente dentro do local de trabalho.
ªª Hepatite A, B e C – Transmitido através do sangue
e saliva.
ªª Limpeza e desinfecção de materiais – O ambiente e equipamentos
fixos que cercam o paciente durante o atendimento odontológico tornam-se contaminados em função da possibilidade de espirramento de
secreções e/ou sangue. Todos os equipamentos devem ser limpos e
desinfetados após cada paciente, todos os aparelhos que necessitam
ser manipulados durante o atendimento odontológico, devem ser protegidos com sacos plásticos, lâminas de plástico aderente ou papel
alumínio.
ªª AIDS – Transmitido através do sangue.
ªª Esterilização de materiais através da estufa e autoclave a vapor.
ªª Varicela (catapora) – Transmitida pelo contato direto com a pele.
ªª Citomegalovirus – Transmitido pelo contato com
excreções ou secreções contaminadas.
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outubro/novembro - 2011
Naturale
outubro/novembro - 2011
Conhecimento & Gestão de pessoas
Por Célio Gentil
Se observarmos através da linha do
tempo, desde os povos primitivos (ágrafos) na antiguidade até os nossos dias, o
conhecimento é o alicerce da evolução do
homem como também da filosofia e da
ciência.
Cada período de evolução foi determinante. A lógica e a razão deram início
fundamentalmente ao conhecimento filosófico com grandes nomes: Sócrates,
Platão e Aristóteles.
A história registrou outros grandes
estudiosos da Idade Média, Moderna e
Contemporânea, deixando evidente a importância do “conhecimento” em todos os
tempos.
Se o conhecimento é fundamental
para a evolução humana, para as empresas, este tema não poderia ser tratado de
qualquer maneira, considerando que os
negócios são geridos pelos homens.
As empresas que valorizam este assunto e investem em seus colaboradores
destacam-se e de forma estratégica, nas
últimas décadas, superam grandes desafios, seja no âmbito regional, nacional ou
internacional.
As transformações de ordem tecnológica, política, econômica, social e a
necessidade de se manter competitiva
no mercado, levaram as empresas a fazerem mudanças no sistema de gestão. De
autocrática oriunda do Taylorismo, para
um modelo de gestão e estrutura organizacional mais participativa, flexível e
descentralizada, buscando desenvolver e
manter seus talentos.
As empresas impulsionadas por novos modelos de gestão e de processos
buscam reduzir custos, minimizar etapas
de trabalho e agregar valores que são percebidos pelos clientes.
14
Contribuem também para as mudanças, a tecnologia da informação, a
nanotecnologia e a revolução da informática, mostrando a necessidade de se
repensar a gestão de pessoas e suas competências.
Podemos, de forma simples, lembrar
que o sistema de gestão de pessoas evoluiu, passando de um modelo hierárquico
rígido e lento para um modelo flexível,
inovador e empreendedor, sendo ele primeiramente chamado de Departamento de
Pessoal, posteriormente Administração de
Recursos Humanos e atualmente Gestão
de Pessoas.
Hoje, o gerenciamento está focado
nas pessoas, considerando seus talentos,
capacidades, habilidades e o comprometimento com o sucesso da organização.
Fatores importantes são observados
dentro das organizações, principalmente
aspectos comportamentais dos indivíduos:
como se relacionam, como vendem os produtos, como dirigem os veículos da companhia,
como tomam decisões, entre outros.
Estes fatores estão também diretamente ligados às diretrizes da organização,
às “Políticas” estabelecidas de forma transparente, à compreensão da Visão do Clima,
dos Valores e da Cultura Organizacional.
Podemos questionar por que as organizações gerenciam as competências
técnicas e comportamentais de seus colaboradores. A resposta é simples, pois são
as pessoas que definem os rumos das organizações e lhe dão alma.
Para manter e reter seus talentos, é
necessária uma relação entre empregado
e empregador de “ganha & ganha”, onde
os dois lados obtenham vantagens equilibradas. As empresas buscam profissionais
engajados, comprometidos e que ofereçam
qualidade ao seu trabalho e as pessoas
buscam desenvolver-se profissionalmente,
enfrentar e superar desafios, obter autonomia, sentir-se responsáveis, manter sua
família econômica e afetivamente para ter
uma vida feliz.
As empresas devem desenvolver uma
política para o gerenciamento estratégico
das pessoas, buscando inovação na gestão
com resultados pessoais e empresariais.
As pessoas podem potencializar os
pontos fortes de uma empresa ou reforçar
as fragilidades.
Podemos citar alguns pontos importantes utilizados por muitas empresas para
melhoria na gestão de pessoas, tais como:
manter elevada a “motivação” das pessoas
por meio do reconhecimento, desafio profissional e plano de carreira; capacitar as
pessoas para a parceria focada em resultados, autodesenvolvimento e missão da
empresa; fazer dos colaboradores, agentes
de mudanças e transformações, visando a
adequação da empresa no mercado globalizado; proporcionar um ambiente de
trabalho seguro, onde haja confiabilidade
entre as equipes, estilos gerenciais com
liberdade de atuação e autonomia, adequação na jornada de trabalho, entre outros.
As constantes variações do mercado exigem flexibilidade das empresas para
adaptarem-se rapidamente às novas tecnologias, conceitos, políticas e tendências,
afim de atender às expectativas da globalização, dos colaboradores e clientes.
Para concluir, a área de Gestão de
Pessoas deve conquistar a confiança dos
colaboradores, ser receptiva, aberta e manter uma postura ética, preocupada com os
interesses das pessoas e da organização.
Célio Gentil, CG – Consultoria Empresarial e
Recursos Humanos
Naturale
outubro/novembro - 2011
Pão Integral x Pão Branco
Por Fábio Pedroso dos Santos
O pão é o resultado do cozimento
de farinha com água e sal de cozinha. Foi
produzido pela primeira vez, pelos povos
da Suíça, por volta do ano 10.000 a.C. No
Egito o pão pagava salários, os camponeses ganhavam três pães e dois cântaros de
cerveja por dia de trabalho. O sistema de
fabricação dos egípcios era muito simples
– pedras moíam o trigo que adicionado
à água formavam uma massa mole, hoje
o trigo é tratado em moinhos, é lavado,
escorrido e passado por cilíndros que separam o grão da casca.
No Brasil, o consumo de pão só se
popularizou no século 19. Até então, o
brasileiro consumia, em grandes quantidades, a farinha de mandioca e o biju, a
atividade de panificação se expandiu no
início do século 20 o que tornou essencial
o pão na mesa do brasileiro. Surgiram vários tipos de pães, entre eles o integral. A
principal diferença entre o pão integral e
o branco, é que o primeiro está classificado no grupo de carboidratos complexos,
onde também estão presentes: massas,
arroz, cereais, batata, mandioca e farinha.
O pão integral se torna mais nutritivo
por concentrar maior quantidade de vitaminas e ser um alimento rico em fibras, o
que promove uma digestão mais lenta e,
por isso, dá uma sensação de maior saciedade, além de regular o trânsito intestinal
por absorver água e circular pelo intestino,
o que aumenta o volume de sais e facilita
sua eliminação.
O pão, por si só, não engorda. O que
engorda é o consumo excessivo de carboidratos, bem como de qualquer outro
macro nutriente, como proteínas e gorduras. É errado pensar que os carboidratos
devem ser cortados da dieta de quem quer
emagrecer. O importante é não exceder os
valores recomendados.
Os carboidratos são à base da nossa
alimentação e a primeira fonte de energia
que o nosso corpo usa. Uma dieta pobre em carboidratos pode trazer efeitos
indesejados, como fraqueza, mal-estar,
desidratação, dentre outros problemas.
Para o bom funcionamento do organismo,
50% a 60% das calorias que nós ingerimos
devem vir dos carboidratos.
Consumido moderadamente não
existem contra-indicações no uso do pão
integral. A quantidade geralmente é indicada por um Nutricionista.
Outra preocupação é quanto ao consumo de glúten, proteína encontrada nos
cereais, portanto, presente no pão. Salvo
as pessoas que têm alergia a esta proteína
ou doença celíaca, o glúten não faz mal.
Está presente no glúten um aminoácido
chamado glutamina que é essencial para
nutrir as células do intestino.
Quando comemos pão, dentro do
nosso organismo, eles se transformam
em açúcar (glicose, que gera energia para
o nosso organismo). A principal diferença
entre os pães é relacionada à forma que o
organismo absorve o açúcar, que faz parte
da composição.
Alguns pães fazem o açúcar ser absorvido rapidamente, em outros a absorção é
lenta. Esse processo é que vai fazer diferença na nossa saúde. Quando você come
um pão branco, você absorve o açúcar
rapidamente. A insulina — hormônio que
capta o açúcar — faz com que o açúcar
se transforme mais rápido em gordura.
Quando você consome um pão integral,
esse açúcar é liberado lentamente e você
tem menos chance dele se transformar em
gordura no seu organismo.
Com o consumo do pão de forma
branco, a pessoa tem maior nível de açúcar e menos nutrientes (fibras, vitaminas
e minerais).
As diferenças entre os pães lights e
diets também devem ser destacadas. Para que o pão seja considerado light, deve
ter, no mínimo, 25% a menos de algum
componente (sal, açúcar, gordura...); já os
diets, não podem conter o açúcar.
Há ainda os variados tipos de pães
integrais e suas diferenças, quanto aos
ingredientes usados, como por exemplo, o pão de linhaça, de centeio,
com passas, com castanhas e o
100% integral, esse último, “o campeão dos pães, pois é o mais rico em
nutrientes”.
Fábio Pedroso dos Santos, Nutricionista
Naturale
outubro/novembro - 2011
Educação:
fator de harmonização entre o homem e o mundo
Profa. Maria de Lourdes Maia Gonçalves
Certo dia, um menino pergunta à
mestra quais razões a levaram a escolher
tal profissão. A mestra lhe respondeu que
ensinar é uma atividade prazerosa e gratificante. Disse que quando os viu no primeiro
dia de aula sentiu que seriam mais que professora e alunos. Sentiu que seriam, antes
de tudo, amigos. Disse ainda, que aprender
e ensinar constitui uma parceria imensamente enriquecedora, em que não se sabe
quem aprende mais: a professora com os
alunos ou os alunos com a professora. De
qualquer forma, todos ganham conhecimentos e valores inestimáveis – afirmou.
A bondosa educadora sabe que
aprender e ensinar são atos de amor. E
para ensinar foi preciso primeiro aprender
e dominar o ensinamento. Necessário se
fez conhecer a si própria, para conhecer o
outro e amá-lo. Amando-o, poderia exercer a sua arte com segurança e eficácia.
Poderia contribuir de maneira satisfatória
para a formação integral de seus alunos e
os preparar para o exercício da cidadania.
Belíssimo ensinamento nos dá a esse
respeito, Carlos Bernardo Gonzáles Pecotche: “a segurança que cada um deve dar
com o seu próprio exemplo”. E mais adiante completa o renomado pensador: “... é
outra coisa, quando através da palavra de
quem ensina, coincidentes com seus atos
vão se descobrindo qualidades relevantes;
e outra coisa é, também, quando, no que
escuta e aprende, vai se manifestando a
capacidade de assimilação; então, o que
aprende, aprende de verdade, e quem ensina, ensina com consciência”.
16
Para o êxito do processo ensino/apredizagem é fundamental que se trabalhe
em prol da inclusão social responsável e consciente. O educador deve valorizar as
experiências e conhecimentos que os aprendizes trazem consigo e aprimorá-los para o bem comum. Deve-se entender que, mesmo aparentemente diferentes, todos
somos muito semelhantes na essência. Conhecer a essência, ou seja, autoconhecer-se, é imprescindível para se atingir o aprimoramento da mente e do espírito
e assim, ser capaz de conhecer o outro com maior profundidade; “compreender,
amar e respeitar o Autor da Criação e descobrir sua Vontade através de suas Leis e
das múltiplas manifestações de seu Espírito Universal”.
Cada um de nós abriga a centelha da Luz Divina, numa prova inconteste de
que nascemos para sermos bons, felizes e integralmente evoluídos. Claro, depende
da qualidade de educação que se recebe desde a mais tenra idade e das escolhas
que se faz ao longo da vida. A verdade é que nascemos predestinados para amar
e ser amados, indistintamente. Crescemos em busca de objetivos; vivemos para
realizar coisas grandiosas, entre elas, tornar melhor a vida do ser humano em todos
os aspectos, sobretudo, os valores morais, culturais e espirituais.
A melhor maneira de se alcançar essa meta é a educação. O único caminho
para construirmos um mundo mais humano e mais feliz. A
educação integral e não somente a posse de conhecimentos. A verdadeira educação prepara o ser humano para a
vida, para a paz, para a realização material e espiritual.
É obrigação do educador lutar pela redução da violência de qualquer origem, câncer social que dilacera a alma
e a vida dos seres; é nossa obrigação zelar pela saúde do
planeta onde vivemos e despertar no outro a necessidade de
se ter uma educação ambiental voltada para a preservação
e respeito à vida. Esses são apenas alguns exemplos do que
entendo como educação humanística.
O bem é vontade de Deus e vocação do ser humano.
“A força moral das nacionalidades surge sempre da potên-
Naturale
outubro/novembro - 2011
cia de sua cultura e da ilustração de seus pensamentos.
A capacidade de estudo cresce ou decresce segundo o
estímulo recebido para seu desenvolvimento. Nenhum
labor deveria ser mais respeitado – já que não remunerado – do que aquele que a inteligência realiza, pois só
a ela se deve a soma dos avanços obtidos em todas as
ordens da vida”.
A vocação, vontade e entusiasmo são condições
precípuas para se obter o conhecimento e o aprimoramento ideal de uma pessoa ou de um povo. É igualmente
importante que se tenha as mesmas aspirações em favor
da justiça social e do bem comum. Famílias ou nações
que se fragmentam enfraquecem e sucumbem.
“Deve-se entender por vocação o pensamento que
preside e anima o esforço em tenaz correspondência
com a vontade, que em nenhuma hipótese deve decair,
uma vez definido e preparado o caminho a seguir”.
Para compreender e se beneficiar do conhecimento e, consequentemente, transmiti-lo aos outros é
necessário voltar-se para dentro. Através da doutrina logosófica o homem pode alcançar seu autoconhecimento
e preparar-se para exercer sua função de iluminador de
idéias e ações, bem como entender as suas limitações e
procurar superá-las. E como nos ensina González Pecotche, o eminente fundador da Logosofia, “... é a tocha
convertida em luminária que passando de mão em mão,
através das gerações continuará iluminando a vida dos
que buscam no aperfeiçoamento de si mesmos a própria inspiração...”.
Educar, por certo, é uma arte que requer muita
sabedoria, considerada a maior das virtudes; paciência, que compreende e aceita o ritmo e as limitações
de cada um; abnegação, a capacidade de doar-se pelo
próximo e enxergar nele um irmão.
Ademais, quem educa, seguramente, é movido
por uma esperança imensa de tornar o mundo melhor
e mais justo, ponto comum de todas as artes. Como o
agricultor que planta sua semente em campo fértil confiante na colheita.
Somente pela educação o mundo poderá ser melhor. O homem capaz de viver em harmonia com o outro
e com o mundo, poderá alcançar a plenitude de sua
condição humana: sua formação integral. De posse desse tesouro, terá a oportunidade de ser feliz e realizado
– sonho acalentado por todos os homens.
A ciência logosófica, através de sua pedagogia,
constitui-se como parâmetro para o desenvolvimento
humano, sobretudo, porque abrange o conhecimento
de si mesmo e dos semelhantes; do mundo mental e espiritual e das Leis de Deus – Supremo Criador da Ciência
Universal. “A ciência do homem é só um débil reflexo”...
Completo minhas palavras citando o criador da ciência logosófica: “A vida é o campo experimental onde
tem lugar as lutas e onde cada um vence ou é derrotado;
mas é, também, o cenário onde o espírito se tempera
verdadeiramente e onde, pouco a pouco, com vontade
e entusiasmo grandes, vai se lavrando um novo e elevado destino”.
Profa. Maria de Lourdes Maia Gonçalves, Membro da Academia Itajubense de Letras e autora do livro Frestas.
Naturale
outubro/novembro - 2011
Por Angelo José Fernandes
Inicialmente, o objetivo vestigações nas áreas de Técnica Vocal e Práticas Interpretativas; e, por muitas vezes, um verdadeiro
deste artigo era convidar os campo de batalha onde até hoje aprendo sobre relações humanas.
Foi no Madrigal e para o Madrigal que eu aprendi a reger, a cantar e, mais do que tudo, a ensinar
leitores desta revista para os
concertos que serão realiza- canto. Devo a este coro a realização de muitos de meus sonhos profissionais, minha posição privilegiados de 2 a 5 de novembro em da como regente no meio musical brasileiro, grande parte de meu conhecimento sobre técnica vocal,
comemoração aos 20 anos do o respeito que adquiri de muitos de meus alunos nos Institutos de Artes da UNESP e da UNICAMP,
Madrigal Musicanto de Itajubá. minha Especialização na UFMG, meu Mestrado, meu Doutorado e meu Pós-Doutorado na UNICAMP.
Contudo, na medida em que
Fascinado com a sonoridade do canto em grupo, passei os últimos 20 anos de minha vida estufui escrevendo, percebi que dando canto e pesquisando sobre técnica vocal para ter condições de ensinar os cantores deste coro,
muito mais do que convidar na sua maioria amadores, a cantar de forma saudável e expressiva. Na verdade, o coro sempre funos prezados leitores para tal
cionou como uma escola uma
comemoração, meu coração
vez que, por muitos anos, eu
desejava partilhar o orgulho
mantive uma classe particular
e a alegria que sinto quando
de canto, técnica vocal e perolho para esses 20 anos de
cepção musical na sede do
muitas conquistas e vejo que,
coro. Muitos de meus alunos
em grande parte deste temparticulares eram cantores do
po, a história do Madrigal se
coro o que me ajudou muito
confunde com minha própria
na construção da sonoridade
história profissional.
que eu perseguia.
Em setembro de 1991,
Ao longo dos primeieu e minha grande amiga
ros 10 anos de existência do
Mariza Mohallem, de forma
grupo, investimos muito no
bastante despretensiosa, criacrescimento técnico e mumos o Madrigal Musicanto
sical dos membros do coro,
de Itajubá, contando com a
tornando-o um dos mais imparticipação de 12 amigos
portantes grupos corais do
cantores, com o objetivo úniestado mineiro através de um
co de ensaiar e cantar na cerimônia religiosa do casamento de Dalila Mohallem, irmã de Mariza, que
amplo trabalho de formação
aconteceria em abril do ano seguinte (1992). Antes mesmo que acontecesse este casamento, outra
de novos cantores e regentes
grande amiga que fazia parte do grupo – Cida Sales – nos pediu para que também cantássemos no
e de disseminação do canto
casamento de sua irmã Márcia Sales no mês de março. Assim, percebendo nosso potencial para
coral em Itajubá, na região e
a execução de música sacra em cerimônias religiosas, decidimos manter o grupo e assumir profisem todo país. Sob minha resionalmente outras apresentações da mesma natureza. Como eu morava em Belo Horizonte nesta
gência, o coro se apresentou
época, nossos ensaios aconteciam a cada 15 dias na casa da Mariza.
em vários dos mais significaApesar de mantermos nossa prática de cantar em casamentos até hoje, essa proposta inicial de
tivos eventos de canto coral
realizar somente um repertório apropriado para cerimônias religiosas durou pouco tempo. Ao longo
em diversos estados brasido primeiro ano de ensaios fomos repensando nossas metas e passamos a nos dedicar a outros releiros como Minas Gerais,
pertórios formados por obras de diversos estilos de música coral. No fim do ano de 1992 realizamos
São Paulo, Rio de Janeiro, Rio
nosso primeiro concerto na Igreja Matriz de São José em Itajubá e, desde então, para atender às
Grande do Sul, Santa Catariexigências sonoras de nosso repertório, abrimos as portas do coro para novos membros que de 12
na, Paraná, Alagoas, Goiás e
foi para 16 em 1993, 24 em 1994, 32 em 1995, 40 em 1996 e 50 em 1998.
Distrito Federal.
Desde sua criação, o Madrigal Musicanto de Itajubá foi para mim uma sala de aula onde fui aluA partir do ano de 2001,
no e professor; um laboratório de prática vocal em conjunto através do qual pude oferecer a vivência
na medida em que eu amada arte a um imenso número de pessoas; um campo de pesquisa no qual desenvolvi inúmeras indurecia profissionalmente, as
18
Naturale
outubro/novembro - 2011
realizações do coro foram mudando de
perfil. Passamos a viajar menos, escolhendo sempre oportunidades que fizessem
o grupo crescer. Em novembro de 2004,
tendo sido selecionado para participar do
10th Athens International Choir Festival,
em Atenas na Grécia, o Madrigal Musicanto de Itajubá conquistou a medalha
de prata na categoria Chamber Choirs
(coros de câmara) e a medalha de bronze
da categoria Mixed Choirs (coros mistos).
Graças ao sucesso de nossa participação
no evento em Atenas, fomos convidados
em 2005 para realizar um concerto na III
Convenção da ABRC – Associação Brasileira de Regentes de Coros, em Goiânia,
para um público formado por regentes de
todo o país. Nesta ocasião, fomos indicados para representar o Brasil no V Festival
de Coros de San Juan na Argentina, evento
do qual participamos em agosto de 2006
nas cidades de San Juan e Buenos Aires.
Neste mesmo ano, realizamos concertos
com a Orquestra Sinfônica de Campinas,
uma série de eventos comemorativos aos
15 anos de aniversário do coro e, também,
meu Recital de Doutorado. De 2007 até o
momento atual temos realizado diversos
concertos apresentando repertórios de
música a cappella (sem acompanhamento
instrumental) e também obras compostas
para coro e orquestra.
Seria muito difícil, no âmbito deste, enumerar as várias performances do
Madrigal Musicanto. Particularmente, entretanto, devo ressaltar sua participação
em importantes momentos de minha vida
acadêmica. O coro realizou um concerto
na Escola de Música da UFMG na ocasião
da conclusão de minha Especialização em
Regência Coral. Durante o meu mestrado
e o meu doutorado o coro realizou três
Naturale
outubro/novembro - 2011
concertos com a presença de uma banca de professores do Instituto de Artes
da UNICAMP como pré-requisitos para a
obtenção do grau de Mestre e Doutor em
Música. Além desses concertos, na defesa
de minha tese de doutorado realizada no
princípio de 2009, o Madrigal Musicanto
de Itajubá esteve presente se apresentando e comprovando resultados que obtive
ao longo de minha pesquisa.
Tenho muito que agradecer a este
grupo e a comemorar. São 20 anos de um
trabalho pautado na qualidade técnica e
artística, no crescimento dos cantores e
na construção de uma sonoridade vocal
rica, saudável e esteticamente bonita. São
20 anos de relacionamento com pessoas
dos mais variados segmentos sociais e das
mais diversas ocupações profissionais.
São 20 anos construindo as melhores
amizades que se pode ter. São 20 anos
fazendo arte de qualidade com dignidade
e comprometimento. São 20 anos promovendo Itajubá em todo o país e fora dele.
Para comemorar em grande estilo,
aproveito, pois, para convidar aos leitores
que participem do III Encontro Musicanto
de Coros que contará com a participação
de importantes grupos corais brasileiros
vindos de São Paulo, Campinas, Botucatu,
Itabirito e Rio Claro nas noites de 2 a 5 de
novembro, às 20h30, na Capela do Colégio Sagrado Coração de Jesus, local santo
que marcou os melhores momentos deste
coro em nossa cidade.
Angelo José Fernandes, maestro, pianista e
cantor, é docente do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” - UNESP. É doutor e mestre em Música pelo Instituto de Artes da UNICAMP e Especialista
em Regência Coral e Bacharel em Música pela
Escola de Música da UFMG.
Preocupação ambiental:
dever de todos e também do comércio
O comércio tem papel fundamental
na comunidade. Ele movimenta a economia e influi diretamente no desenvolvimento do município. O fato é que,
em tempos atuais, “desenvolvimento”
caminha junto com “sustentabilidade”
e “preservação”, palavras de ordem na
maioria das indústrias.
No comércio não é diferente. A
preocupação do lojista com o ambiente
onde está inserido é cada vez mais levada
em conta pelo cliente. Ações como descartar o lixo de forma correta, colocá-lo
no horário marcado e não utilizar papel
picado no chão dos estabelecimentos
fazem enorme diferença. São atitudes
simples, mas que colaboram para o visual das lojas e do centro comercial como
um todo, além, é claro, de preservar o
meio ambiente.
A Câmara de Dirigentes Lojistas
(CDL) de Itajubá tem buscado o apoio
dos lojistas a fim de evitar o uso de papel picado como “enfeite”. Segundo o
presidente da entidade, Daniel El Alam,
o uso do material, além de poluir o meio
ambiente, pouco incentiva as vendas.
“Muito pelo contrário, os clientes estão
cada vez mais atentos às práticas de
sustentabilidade e dão preferência às
empresas e produtos que se preocupam
com o meio ambiente”, afirmou.
Papel no chão da loja tem o mesmo
efeito que lixo jogado na rua. Ele é levado
para fora do estabelecimento à medida
que os clientes caminham e podem entupir bueiros e galerias de águas pluviais,
provocando enchentes desastrosas no
20
foto: reciclaedecora.com
Por Guilherme Vasconcelos
período chuvoso, além de deixar ruas e
calçadas com um aspecto nada higiênico. “Em Itajubá, já tivemos a infelicidade
de sofrer com as cheias e muitos comércios foram atingidos. É bom relembrar
o prejuízo que a chuva trouxe e tomar
ações mais conscientes buscando minimizar esses efeitos”, defendeu Daniel.
Colocar o lixo minutos antes da
coleta também pode trazer efeitos positivos para a limpeza urbana. Com esta
ação, evita-se que o lixo fique exposto por longos períodos e acabe por se
espalhar na região central, a mais movimentada e com o maior número de
estabelecimentos comerciais da cidade.
Desde 2010, os lojistas são convidados
a depositar o lixo somente no horário da
rota da coleta.
No centro, o lixo é recolhido de
segunda a sábado, sempre às 19h30,
evitando a passagem do caminhão em
horário de pico, o que melhora a fluidez
do trânsito. Além do horário apropriado
para colocar o lixo, a campanha também sugere aos lojistas que façam o
descarte adequado, separando lixo seco
e molhado e utilizando sacos plásticos
resistentes.
Outras ações podem fazer a diferença. Alertar os funcionários sobre o
uso correto da água e da energia dentro
da empresa é uma boa forma de poupar
o meio ambiente. O simples ato de apagar a luz ao desocupar uma sala mostra
a preocupação ambiental, além de representar economia na conta de energia.
Vamos começar?
Naturale
outubro/novembro - 2011
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