Folheto Informativo

Transcrição

Folheto Informativo
À Descoberta da Biodiversidade
Répteis
28
Os répteis são animais vertebrados cujo nome deriva da sua locomoção
rastejante «reptare». Estes animais conquistaram definitivamente o meio
terrestre, para o qual contribuíram duas importantes características: a
presença de uma pele coberta por escamas ou placas dérmicas ossificadas
— sem função respiratória — e a presença de um ovo amniótico que
protege o embrião da dessecação até à eclosão. Os répteis
são um grupo muito diverso, do qual fazem parte as
tuataras, os crocodilos, as pequenas lagartixas
que encontramos nos muros, as cobras e as
víboras, as osgas e os camaleões ou os
curiosos cágados que revestem o corpo
com a sua carapaça.
Espécies em
Portugal
Cobra-de-água-de-colar
Natrix natrix
Libertar-se da cauda
As lagartixas fraturam voluntariamente as vértebras
caudais quando se sentem ameaçadas separando, desta
forma, a cauda do resto do corpo. Enquanto contraem os
músculos, as lagartixas vedam os vasos sanguíneos da zona
da fratura evitando as perdas de sangue. Depois do perigo,
o seu corpo começa um processo de regeneração dos
tecidos perdidos.
Autotomia da cauda de
um lagarto
Mandíbulas flexíveis
Como forma de compensarem a desproporção entre um
corpo tão alongado e uma boca relativamente pequena, as
cobras desenvolveram um sistema flexível de articulação das
mandíbulas, permitindo-lhes ingerir presas maiores que o seu
próprio diâmetro corporal.
Cobra-comedora-de-ovos
Dasypeltis scabra
Espécie com ocorrência no
continente africano
Conquistar o meio terrestre
O ovo dos répteis possui uma cavidade cheia de líquido — bolsa amniótica — cuja
função é proteger o embrião contra choques mecânicos e a desidratação. O seu
desenvolvimento só se tornou possível com o surgimento de ovos com casca dura.
Embora a maioria dos répteis seja ovípara, há espécies — como o licranço e as
víboras — em que o ovo, contudo, eclode no interior do corpo da progenitora. Os
pequenos juvenis entram em contacto com a Natureza já completamente formados.
Ovos de cobra-de-água-de-colar
Natrix natrix
À Descoberta da Biodiversidade
Cobras, lagartos
e companhia
Reptéis
Escamosos
Ansisbenídeos
Cobra-cega
Blanus cinereus
Tuataras
Tuatara
Sphenodon punctatus
Sáurios
Lagartixa-de-Bocage
Podarcis bocagei
Tartarugas
Cágado-de-carapaça-estriada
Emys orbicularis
Crocodilos
Crocodilo-do-Nilo
Crocodylus niloticus
Ofídios
Cobras
Cobra-de-água-de-colar
Natrix natrix
Víboras
Víbora-cornuda
Vipera latastei
Veneno
As víboras são conhecidas pela sua mordedura venenosa o que se deve à
existência de dentes de veneno localizados na região anterior das maxilas
superiores. Em Portugal apenas 4 ofídios (cobra-rateira e cobra-de-capuz,
víbora-de-seoane e víbora-cornuda) produzem veneno e apenas as víboras
são capazes de o inocular. O veneno das nossas víboras não é, contudo, muito
potente, não
representando geralmente
risco para um adulto
saudável. Uma das formas
de distinguir as cobras não
venenosas das víboras é
através da pupila.
Lagarto ou
cobra?
Ao contrário dos lagartos tetrápodes,
o licranço é um lagarto ápode, que
perdeu as patas no decurso da evolução.
Frequentemente confundido com uma cobra,
possui características que o diferenciam deste
grupo como a presença
de pálpebras ou
de ouvidos
externos.
Vibora-cornuda
Vipera latastei
Licranço
Anguis fragilis
Cobra (Colubridae)
Pupila circular
Víbora (Viperidae)
Pupila vertical
Saber mais
Animais mal-amados
Os répteis carregam uma herança de crenças populares, medos e aversões,
que são responsáveis pela sua frequente perseguição. A capacidade de se fingir
morto - tanatose, a existência de mudas de pele e de uma língua bifurcada,
as capacidades constritoras e inoculadoras de veneno, os longos períodos
de inatividade no tempo frio, parecendo «ressuscitar» a cada primavera, são
características que têm contribuído para este imaginário.
FICHA TÉCNICA
Conceção Técnico-pedagógica
Mundo Científico – Educação e
Divulgação Científica, Lda.
Edição
João Almeida
Design Gráfico
UNDO, Agência Criativa
Coordenação
João Almeida, Elisabete Alves
Ilustrações
Pedro Gabriel
Textos
Mundo Científico – Educação e
Divulgação Científica, Lda.
Créditos Fotográficos
Elguerreroalex, adaptada de Wikimedia
Commons (CC-BY-SA-3.0): víbora-cornuda
Sociedade Europeia
Herpetológica
http://www.seh-herpetology.org/
Tanatose: cobra-de-água-de-colar
Natrix natrix
(miniatura em chave dicotómica) · Gary
Nafis, http://www.californiaherps.com:
autonomia da cauda de um lagarto ·
KeresH, Wikimedia Commons (CC BY
3.0): tuatara · lifeonwhite, depositphotos:
cágado-de-carapaça-estriada · Miguel Angél
Carretero: lagartixa-de-Bocage · Richard
Avery, adaptada de Wikimedia Commons
(CC-BY-SA-3.0): cobra-cega · Vasco Flores
Cruz, http://anfibioserepteis.blogspot.pt:
víbora-cornuda · Warren Photographic:
cobra-de-água-de-colar (3 fotos), cobra-
Sociedade Portuguesa de
Herpetologia
http://www.spherpetologia.org/
comedora-de-ovos, ovos de cobra-de-águade-colar, crocodilo-do-Nilo e licranço
CC-BY-SA-3.0
(http://creativecommons.org/
licenses/by-sa/3.0)
CC BY 3.0
(http://creativecommons.org/
licenses/by/3.0)
Revisão Científica
CIBIO – Centro de Investigação em
Biodiversidade e Recursos Genéticos
Projeto “Biodiversidade em Serralves” cofinanciado por

Documentos relacionados

Répteis

Répteis réptil endémico da Nova Zelândia que vive apenas em algumas ilhas ao largo deste país, estando extinto nas duas ilhas principais. Ébconsiderado uma espécie ameaçada desde 1895.O nome tuatara é uma ...

Leia mais

de um excerto - Esfera do Caos Editores

de um excerto - Esfera do Caos Editores Natrix natrix Cobra-de-água-de-colar

Leia mais

CLASSE REPTILIA

CLASSE REPTILIA TERRESTRES, TALVEZ PROVOCADA POR UM IMPACTO DE UM GRANDE METEORO

Leia mais