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BP) Ati, mo M.o.esi ,ACL.4/i&,p. 5"5 i I 4 1** • P y r i 1 *&3Í ; •aS&*£ i?/$f \ m1 ' **m * £ *i /?»/ ^ . 3 9 * % l *Kl 1 • % & O r *5 T* v ' . » * D 5risr=^-. ,> \ * J ^ i - V * g :» r a i 9» , C - fc» T B ^ ^ »~*fc^ ^^^^^^*^HBw VfÍ»A^^. &*M£ - r t^. o-ÉT/àT^ ^•Mri^H^B^^ __. ^ «»»—~ ^^;. - • ** ** iVíJ»^ í*i b divulgação que poucos autores deram à sua terra natal. Traduzido em 30 idiomas, . '"«- f ."Tn^r^S^^ *'*, //->>5?^ . * •rf-lfc^' 4. - . " > > ^g- - ' ^ — ^ •i f r~ ,- .; Jl£%g»v'_ 1 . V - *^^™*' é/e mantém-se fiel à lingua talada na cidade que, por gosto, voltou a habitar. Numa terra tão orgulhosa dos seus feitos, arte e artistas se sucedem há gerações Ao alto, Caribe, nascido na Argentina mas cidadão baiano, ramoso pelas suas cenas de candomblé retratadas com a precisão e a simplicidade de um grande conhecedor do assunto. Ao lado, Hansen-Bahia e sua mulher Use junto a um mural. 60 Já é tempo de visitar os artistas plásticos. De ir à casa de Mário Cravo, admirar o trabalho de nosso grande escultor, o maior tjue o Brasil já produziu. De visitar Caribe, olhar seus desenhos. De bater palmas na porta de Mirabeau Sampaio. De esquecer que Jenner Augusto é sergipano e comprar um quadro seu. De demorar-se em casa de Genaro, criador da arte da tapeçaria baiana. De considerar a obra de Presciliano Silva. De Calazans Neto e José Maria, De Santis, Agnaldo, Wiily, João Alves, Rafael. 6' •Ml &-*r • •*€> * <*Ê ^^H Genaro de Carvalho, o tapeceiro, ó hoje um dos nomes mais prestigiados entre os artistas plásticos baianos. Embaixo, Jenner Augusto, igualmente Mário Cravo Jr., o escultor, prestigiado e popular: todos os choferes de táxi sabem onde êle mora n O- refletem o ambiente enérgico em que vivem V < ^ Ó2 Floriano Teixeira ilustrou Dona Flor, de Jorge Amado Nós todos vos levaremos das despedidas da Bahia, viajantes, nós todos te iremos despedir, moça! Virão os pais-de-santo, os ogãs e as iaôs, os capoeiristas e os mestres de berimbau, os capitães da areia atrevidos e intrépidos, os moradores da Estrada da Liberdade e da Cidade de Palha, os homens dos cortiços do Pelourinho. Os saveiros sairão pelo mar afora, as velas soltas ao vento. Do forte velho se elevará a voz do soldado aposentado cantando uma valsa antiga. As filhas-de-santo bailarão e cantarão em nagô. O malandro do cais, o poeta do Mercado, o canoeiro de Água dos Meninos formarão um trio, e, em tua honra, em honra dos teus companheiros, cantarão uma canção de Caími. Fernando Coelho é, certamente, entre os jovens artistas, o nome de mais rápida ascensão na Bahia. 63 <3~~ : ^WISP /VfVYj • ^Jft^Y^ v C7(gs M (( ^ J/l ^ \ T V Jy~^ J —!XY í^ípàrvi também em Suavespuma - o verdadeiro conforto repousante. Pergunte a quem já dorme em Suavespuma; eles tém muito a dizer sobre sono, descanso, conforto: Suavespuma. só Suavespuma é de plastispuma - porisso tem Selo de Garantia de 10 anos. Exija Suavespuma 64 J está definitivamente inscrito no calendário popular ^ Oito horas de felicidade por dia. Durma em Suavespuma. \bcê merece. Afinal, se nem tudo na vida é alegria e V. tem seus problemas, é justo que V. tenha diariamente, pelo menos, oito horas de sono tranqüilo, de descanso, de felicidade. Durma O futebol San^r^í São muitas as festas populares da Bahia, festas religiosas, católicas, negras ou misturadas, festas de rua e festas patrióticas. Todas elas cheias de pitoresco, iluminadas com a presença alegre das baianas com seus trajes típicos, dos capoeiristas, dos pais-de-santo, das mulatas dengosas, desse povo de tanto colorido, de tão resistente alegria. Uma simples relação d a s festas populares mais importantes do a n o bastará para dar uma idéia do seu número e de sua variedade: festa de Bom Jesus dos Navegantes, dia 1.° de janeiro; o Reisado, dia 5 de janeiro; festa do Bonfim, em data móvel, ainda em janeiro; festa da Senhora de Santana, no primeiro domingo depois da festa de lemanjá, que é a 2 de fevereiro; Aleluia; festa do Espírito Santo, no domingo de Pentecostes; Dois de Julho; São Cosme e São Damião; festa de Santa Bárbara, a lansã dos negros, dia 4 de dezembro; Conceição da Praia, a 8 de dezembro, que é a preferida dos capoeiristas. E assim por diante, o ano inteiro. 3P> A ^ f P ? f O X ^ . O . e C / , A C L * < V i 3 , p . £ I iii apenas doze meses de trabalho, o Governador Luís Viana Filho acionou numerosas e importantes obras na capital e no interior baiano, que estão mudando a fisionomia do estado Reportagem de Flávio Costa Fotos de Gervasio Batista e Walter Firmo "Se falo na Grande Bahia, é por estar ela realmente à vista. Já a podemos compreender e sentir, não apenas nos índices expressivos das estatísticas, mas também na confiança e no entusiasmo das iniciativas públicas e privadas que, tanto na área metropolitana quanto em todo o interior do estado, começam a modificar a sua fisionomia econômica e social, permitindo-nos entrever novo período de progresso para a nossa gente." Estas são palavras do Governador Luís Viana Filho, ao completar o primeiro aniversário à Frente dos destinos da Bahia, que vence agora novas etapas no caminho do desenvolvimento. Nesta reportagem, apresentamos os frutos desses doze meses iniciais de trabalho. O Governador Luis Viana Filho, em companhia do Prefeito Antônio Carlos Magalhães, do Secretário Luis Viana Neto e autoridades, inaugura o confunto do Solar Boa Vista. Ao fado, trecho finai da Avenida do Contorno. 67 6& 4M, fc/OX^.O-fcSl, ACL.4/l6 ( j>.Ê£ sofre o impacto da nova mentalidade desenvolvimentísta que tomou conta da Bahia B9i <\M, P>iO X*\.0.€SI. ACL . 4 / J 8 , p . £ 3 Visando ao desenvolvimento harmônico de todo o estado, o Governador Luís Viana Filho, ao tempo em que destina 123 milhões de cruzeiros novos para o Centro Industrial de Aratu, tornando-o realidade, desenvolve o Programa de Fomento à Industrialização do Interior, que começa também a produzir bons resultados, com a implantação das primeiras indústrias, cujos investimentos já somam 4 milhões de cruzeiros novos. Equipes volantes da Secretaria da Indústria c Comércio c:>tão assessorando numerosa» empresas do interior e orientando a elaboração dos projetos que serão financiados pelo Banco de Desenvolvimento do Estado da Bahia. A Mabasa è uma moderna indústria de laminados de madeira, cuja inauguração está prevista para o mês de maio. A tiqaçao de Nazaré a Salvador, que será feita por sistema de ferry-boat, encurtará O Governador Luís Viana Filho inspeciona a construção da Estrada Aratu—Aeroporto, com OS Secretários Ângelo Sá (Indústria), Luis Prisco Viana (informação) e o Superintendente Rivaldo Guimarães. distâncias. gg Anterior ao Centro industriai, a fábrica de cimento Aratu vai agora expandir suas atividades. V Modernas estradas asfaltadas cortam o Centro Industrial de Aratu que dispõe, ainda, de áqua, energia, telefones, etc. O moderno equipamento da Cia. Industrial Novopan já está instalado. Começará a produzir em junho. :><? £P> 4AJ,?)tOX^. <?.-Ç2l,ACL.^/i8, p . 6 4 O Governador Luís Viana considera prioritário o processo de industrial!: da Bahia: fábricas estão surgindo expansão em Aratu e no interior í As estruturas de aço da Cesmel estão ajudando a erguer novas fábricas no Centro de Aratu. Moderna e bem equipada, a Eternlt da Bahia — inaugurada hâ pouco — \é está em plena produção 7C Fábrica de peças para veículos em Feira de Santana Estado cuja economia, ainda há poucos anos, estava apoiada na monocultura do cacau, a Bahia conhece agora uma fase de intenso progresso, graças à determinação do Governador Luís Viana Filho de implantar ali um moderno parque industrial, com ramificações em todas as suas regiões, e à política d e incentivos fiscais do governo federai, através da SUDENE. Ao findar-se o seu período de quatro anos, o atual governo estadual terá proporcionado a criação, através de novas indústrias, de mais de 150 mil novos empregos diretos e uma receita tributária, mesmo levando-se em conta as facilidades concedidas, cinco vezes superior à atual receita do cacau, ainda o principal produto baiano e cuja safra anual orça US$ 80 milhões. Maglrus-Deutz: cha A Industrialização avança para o interior baiano. ssis para ônibus estão sendo produzidos na Bahia. A Bahia está ganhando As esquadfias a batalha produzidas pela do frio: Metalúrgica inaugurou-se, Invicta há pouco, embelezam a Friusa — modernos os modernos edifícios do frigoríficos Nordeste 7\ gp? L/m frevo c/e acesso ao Tone/ Amér/co Stmas está em construção. Facilitará a ligação entre AAJ, M O X ^ . O . as cidades alta e baixa esi,ACL.4/'0,p.e6 O Secretário Francisco Beniamim j3ft e sua equipe percorrem um trecho Uma grande e rica região — Além-São Francisco — integra y. 1968, nada menos de 22% da renda tributária do estado serão aplicados na educação. Sui ias Conquista ganha moderno sistema de abastec entre Ibotirama e Barreiras, na região do Além-São Francisco O Governo Luís Viana Filho, é o desbravador do Além-São Francisco, riquíssima e importante região que viveu, até agora, isolada do resto do estado. Intitula-se Opcração-São Francisco a ação governamental que visa a integrar aquela área c que já está em rase de implantação. Duas novas Residências do Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia foram ins- : 8m da BR-242. mento de água. £m Jequié. constrói-se uma grande estação de tratamento de água. O progresso AAJ,e>itO X « 5 ) . o . e s « , A C t - . * f / i Ô , p.G»? começa a chegar a zonas antes inteiramente isoladas taladas em Santa Maria da Vitória e Barreiras, Icvantlo pela primeira vez patrulhas mecanizadas para o outro lado do rio São Francisco. Simultaneamente, constróem-se novas c modernas estradas e aeroportos por todo o interior do estado, as grandes cidades ganham água e energia, surgem novas escolas c o sistema de microondas está se ampliando sempre. £ a Grande Bahia que está em construção. O reservatório de água de Cabula será o maior a<j norte do pais &P> 4*/.*>io *G.o. esi,AO_. 4-//8, p.çtf a>i *w. Rit> 5<i.o.e:t,^CL.4/i8 p.6g O governo d o estado e a Prefeitura Salvador t r a b a l h a m e m perfeita sintonia pela primeira vez e m muitos anos. E q u e m lucra é a Bahia Texto Especial de JOSUÉ MONTELLO pública, e implantação de adequada infra-estrutura, lograremos criar condições para a construção da Grande Bahia." Sonho de visionário essa Grande Bahia? É o próprio governador quem responde, com a realidade dos fatos: "Já a podemos compreender e sentir, nâo apenas nos índices expressivos das estatísticas, mas também na confiança e no entusiasmo das iniciativas públicas e privadas que. tanto na área metropolitana quanto em todo o interior do estado, começamos a modificar a sua fisionomia econômica e social, permitindo-nos entrever novo período de progresso para a nossa gente." Numa de minhas viagens a Salvador, volto a encontrar-me com o Governador Luís Viana Filho no Palácio da Ondina. Sobre a sua mesa ampla, onde se misturam livros, mapas e objetos, e que me recorda a mesa do Barão do Rio Branco por èle descrita na sua biografia do Chanceler, vejo o primeiro volume de Antimemoires, de André Malraux, e o Voltaire, de Jean Orieux, ao lado de plantas, relatórios e maquetes das novas obras do governo do estado. Uma máquina de escrever portátil bloqueada de ofícios e jornais. Em redor livros, muitos livros, nas estantes abertas e que sobem até o teto. Era ali. se bem me recordo, um salão de estar, que o governador transformou em biblioteca Quando Luís Viana Fitho se preparava para assumir o governo da Bahia, um amigo lhe perguntou, ao vê-lo recolher a uma pasta, para remetê-los ao seu editor, os originais datilografados de uma nova edição de sua biografia de Joaquim Nabuco: — Como é que você vai fazer para passar de biógrafo a administrador? E ouviu esta resposta: — Seguindo a lição de honradez, patriotismo, humildade, convicção democrática e dedicação ao Brasil, que aprendi com os meus biografados. Governar é escolher colaboradores. E esses colaboradores eu já os escolhi, para fazer da Bahia a Grande Bahia. Um ano depois, o biógrafo de Rio Branco, de Rui Barbosa, de Joaquim Nabuco e de Machado de Assis, membro da Academia Brasileira de Letras, apresenta à nação um panorama de realizações tão expressivas, como chefe do Executivo baiano, que dele se pode agora dizer que, príncipe dos nossos biógrafos, na opinião de Alceu Amoroso Lima. conquistou em doze meses de trabalho uma posição de vanguarda entre os grandes administradores brasileiros. Ao empossar-se no governo do estado, já Luís Viana Filho havia assentado as bases de dois programas: um, na ordem política; outro, na ordem administrativa. Para o primeiro, valera-se de seu instinto e de seu tirocfnio; para o segundo, aglutinara um secretariado de primeira ordem, com o qual levaria a bom termo as metas de um grande programa de desenvolvimento harmônico do estado, tendo por inspiração o progresso e a prosperidade da comunidade baiana e visando ao bem-estar e à valorização do homem. Convencido de que, em face dos grandes problemas do estado, não poderia manter uma atitude personalista, incompatível com o seu temperamento e a sua visão política, orientou o Governador Luís Viana Filho a sua ação administrativa para uma linha de concórdia superior das estruturas partidárias, daí resultando o que denominou de "política de mãos dadas", com este objetivo: "a união contra a miséria". Tendo pacificado a Bahia, Luís Viana quer a pacificação nacional Porque haveria de colocar-se numa posição de excessivo radicalismo, se poderia convocar as forças políticas do estado, na ordem democrática, para "uma ação comum, sem alheamento ou omissão de ninguém", em favor da coletividade? Os benéficos resultados daí decorrentes levaram o governador da Bahia a procurar estender a lição da conciliação política ao plano federal, como propugnador de um entendimento superior entre as forças de oposição e situação, no plano partidário, com vistas à preservação da unidade democrática e ao desenvolvimento do país. A recepção que ôle ofereceu ao Poder Legislativo da Bahia, no Palácio da Aclamação, em Salvador, por ocasião do início dos trabalhos da Assembléia neste exercício, contou com a presença dos deputados da ARENA e do MDB, sinal de que a palavra de concórdia já tem ali o seu tirocfnio, como exemplo oferecido a toda a nação. Sem as linhas de pacificação que proporcionou ao estado, na ordem política, não poderia o Governador Luís Viana Filho realizar em plenitude o programa que traçou para a sua terra, na ordem administrativa: "Acredito que, mediante adequado planejamento, que nos permita mobilizar a imensa potencialidade dos nossos recursos naturais, especialmente os do subsolo, ao tempo em que nos empenhemos na melhoria dos níveis educacionais a cargo do estado, na progressiva atenção para a saúde 74 A educação é uma das metas prioritárias do atual governo baiano O moderno terminal de ônibus da Barroquinha (acima) è apenas uma das muitas obras do Prefeito Antônio Carlos Magalhães (abaixo), aue em apenas um ano de trabalho remodelou a cidade de Salvador % Ak Í-^Ê* V' I Numa folha de papel, dou com uns apontamentos sobre o problema da educação na Bahia e que serviram de subsídio para a redação da Mensagem do Governador à Assembléia Legislativa: — Gastar em educação é fazer investimento — diz-me Luís Viana Filho. — Há no estado 700.000 crianças em idade escolar à espera de escolas. Hei de resolver o problema. Em 1966, os gastos da Bahia em educação foram de um milhão e sessenta e seis mil cruzeiros novos. No primeiro ano do meu governo, elevei esse investimento para cinco milhões e setecentos mil cruzeiros novos. Em 68, 22% de nossa receita tributária serão destinados à educação, e eu espero ir aumentando sempre, a cada novo exercício, esse percentual, que considero básico para a minha administração. E na mesma voz calma, de quem sabe controlar até mesmo os seus entusiasmos, o governador acrescenta: — Não me limitei a aumentar o número de salas de aulas e o quadro de professores, com melhorias salariais e técnicas — promovi também as reformas legislativas que dotaram o govêmo dos instrumentos indispensáveis à reforma da educação no estado: a Lei Orgânica do Ensino, o Estatuto do Magistério e a Reforma Administrativa da Secretaria de Educação. Oriento a conversa para o Conselho Estadual de Cultura. — Criei também esse Conselho, para atuar simètricamente ao Conselho Estadual de Educação e em estreita colaboração com os Conselhos Federais respectivos. Sobretudo estou empenhado em que o Conselho Estadual de Cultura possa constituir órgão fundamental de assessoramento do governo na implantação de uma política de cultura correspondente à importância e à significação cultural da Bahia no plano nacional. Entre os grandes empreendimentos em favor de um sistema de cultura no estado, destaquei, em minha mensagem à Assembléia, o do Sistema de Bibliotecas, que tornará o livro acessível a quantos aspirem a ampliar òs seus conhecimentos. A implantação desse Sistema de Bibliotecas exigirá financiamento superior a doze milhões de cruzeiros novos e há de ser iniciado com a Biblioteca Central, nos Barris. Para esse empreendimento espero contar com a colaboração do Conselho Federal de Cultura, através de seu entrosamento com o Conselho Estadual agora criado. Diante de um mapa da Bahia, que abre sobre a mesa, o Governador Luís Viana Filho mostra-me o traçado da rodovia que ligará Salvador a Barreiras e que se entroncará com a Fortaleza—Brasília, atravessando a serra da Mangabeira: — Esta estrada é essencial para a Grande Bahia. O Ministério dos Transportes, de um lado. com a ação dinâmica do Ministro Mário Andreazza. e o Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia, por outro lado, convergem seus esforços para abrir os caminhos que nos permitirão reformular as linhas de economia do estado, numa política de desenvolvimento harmônico e intensivo. Solicitei ao governo federal delegação de podêres para abrir a BR-242. através do Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia, e espero que ela seja concluída no meu govêmo. Excluídas a BR-242 e as obras em convênio com a Petrobrás, estão sendo construídos por mim. neste momento. 390 quilômetros de estradas. Dou ênfase especial, no setor de transportes, â ligação rodoaquaviária Salvador—Itaparica—Nazaré, através do ferry-boat e da ponte que unirá a ilha de Itaparica ao continente. Depois de ter assegurado a implantação, em terras baianas, do Conjunto Petroquímico da Petrobrás e da Usina Siderúrgica, voltou-se Luís Viana Filho para esses dois empreendimentos, no campo industrial: a consolidação do Centro Industrial de Aratu e a industrialização do interior. Ao sair do aeroporto de Salvador, pouco além de um caminho formado por a!as de bambus, vê-se a estrada que leva ao Centro Industrial de Aratu. Em 1967, o governo baiano despendeu nesse campo oito milhões de cruzeiros novos; este ano, investirá mais vinte e cinco; em 1969, quarenta; em 1970, cinqüenta. E é o governador quem reconhece, dirigindo-se à Assembléia Legislativa do estado, que o investimento será vantajosamente recompensado: "Já firmaram cartas de opção sessenta e oito empresas, cujos investimentos orçam mais de um bilhão de cruzeiros novos, proporcionando dezessete mil empregos diretos. E, se projetarmos as vistas para o futuro, veremos que, dentro de quatro anos, teremos as indústrias em funcionamento do Centro Industrial de Aratu — mesmo considerando o abatimento de 60% do Imposto de Circulação de Mercadorias concedido às pioneiras — proporcionando receita tributária equivalente a cinco vezes a atual receita do cacau, nosso maior produto, e devendo propiciar mais de cento e cinqüenta mil empregos." Na mesma linha de importância para a consolidação da Grande Bahia, situa Luís Viana Filho o programa de Fomento à Industrialização do Interior, que tem estes objetivos: impulsionar harmônicamente o desenvolvimento do estado e fixar o homem nas áreas rurais, reduzindo assim os problemas sociais do êxodo para Salvador. Ainda a apontar-me o mapa da Bahia, dizme o governador, seguro de seu programa de trabalho: — Cada milhão de cruzeiros novos investido no interior, para criar e desenvolver a pequena e a média indústrias, dará oportunidade, em média, para cento e cinqüenta empregos, enquanto igual quantia, aplicada no Centro Industrial de Aratu, abre perspectiva para quatorze. A política de industrialização intensiva e harmônica, de que resultará, dentro de mais alguns anos, a Unha de equilíbrio no desenvolvimento da Bahia, obrigou o governo à reformulação de seu sistema de energia. A Barragem da Pedra, que o Ministério do Interior decidiu concluir, contará com a parti- cipação do governo do estado e estará pronta em 1969. dezenove anos depois de ter sido iniciada. Entre os fatos importantes para o progresso da Bahia em seu governo, coloca Luis Viana Filho o da chegada da energia de Paulo Afonso—Funil a Vitória da Conquista, de onde alcançará o Alto Sertão. Além de Brumado e Calcule — adianta-nos o governador — serão atingidas Camacã, Belmonte, Canavieiras e Una. As linhas de transmissão hão de levar ainda a energia de Paulo Afonso a Euclides da Cunha. Conde, Crisópolis, Itaberaba. Mundo Novo. I também, Itapicuru, Itarantim. No extremo sul do estado, três usinas termelétricas, a serem brevemente instaladas, com investimento da ordem de seis milhões de cruzeiros novos, constituirão "iniciativa de tal vulto que resgatará as veihas dividas do estado para com uma vasta região esquecida peta administração pública". No setor de Saúde Pública, a instalação de Centros Executivos Regionais e os convênios firmados com o Instituto Nacional de Previdência Social marcaram em 1967 as grandes linhas de uma nova política de governo Considerando a falta de médicos nas zonas rura-s do estado, foram contratados 34 profissionais e abertos concuisos psra mais 50, com salários de 1.500 e 2.000 cruzeiros novos. — Estreitamente ligado ao problema de saúde pública — adianta-me Luis Viana Filho, num balanço de seu primeiro ano de governo — está o saneamento básico. Nesse ponto a Bahia tem que estar satisfeita com o que conseguiu realizar, bastando dizer que, no início de minha administração, apenas 600 mil pessoas na Bahia bebiam água tratada, e eu espero, até 1970. dobrar esse número. Saio com o Governador Luís Viana Filho para um passeio de automóvel peta velha Bahia. Trago na memória os cenários que Jorge Amado transpôs para os seus grandes romances, com os sobrados de outrora, as ladeiras, os terreiros, o gemido do mar nas areias da Praia, o Farol da Barra. E dou com uma cidade nova que vai gradativamente emergindo, com seus túneis, suas estradas e avenidas, seus jardins, suas casas modernas. Ainda bem que a alma da cidade perdura, irredutível a todas as transformações urbanas. Do contrário, Jorge Amado seria, dentro de pouco tempo, não mais o romancista da velha Bahia, e sim o historiador de seus usos e costumes. — O Antônio Carlos Magalhães à frente da Prefeitura — diz-me Luís Viana Filho — remodelou a cidade em menos de um ano. Muita gente se espanta com o que já se fêz em tão pouco tempo. Na medida do possível, tenho-lhe dado a colaboração do estado. E a verdade é que êle já marcou a sua presença na história de Salvador como um de seus prefeitos mais dinâmicos e eficientes. E enquanto o carro percorre as amplas avenidas asfaltadas, na tarde de um domingo de sol. Luís Viana Filho continua a falar-me de seus planos de governo — dos novos hotéis, dos novos museus, das novas escolas, dos novos edifícios, sem esquecer de olhar para as ruas em redor do Pelourinho, em busca do ambiente de outrora que é preciso preservar. A certa altura, lembra êle: — Meu pai, de quem herdei a vocação política e a dedicação à Bahia, governou meu estado ao tempo da luta de Canudos. Eu ainda não tinha nascido. Mas recolhi, com o rolar do tempo, a memória de suas tributações e dificuldades. Talvez seja essa a razão mais profunda por que o filho, hoje, faz questão de governar a Bahia em tempo de paz. Recordome de ter lido, na autobiografia de H. G. Wells, estas palavras, que se fixaram em minha memória como norma de vida: "Tenho necessidade de liberdade para o meu espírito. E quero paz para poder trabalhar." Sobretudo paz para trabalhar pela Bahia. 75 3P> AM^iOtt.O.ÇSI.ACL.q/i&^qo Ae> O GOVERNADOR LUÍS VIANA FILHO FAZ O BALANÇO DO PRIMEIRO ANO DA SUA ADMINISTRAÇÃO P P 0 Governador Luís Viana Filho está comemorando, esta semana, o primeiro aniversário de sua administração na Bahia. Nos primeiros seis meses, reorganizou as finanças do estado, melhorou a arrecadação e disciplinou os gastos, desenvolvendo o planejamento geral da obra que pretende executar durante os quatros anos de sua ASSIM TRABALHA gestão. Nos outros seis meses, as principais frentes de trabalho foram abertas e espalham-se agora por todo o estado. Os primeiros resultados começam a ser vistos e dão bem uma idéia do volume de realizações do atual governo nos próximos três anos. Respondendo a um questionário de MANCHETE, o governador baiano fêz o balanço dos doze meses que passaram. — Como V. Ex.a define a "Grande Bahia" a que se tem referido em seus pronunciamentos? — Ê sempre perigoso definir. Por isso prefiro dizer como sinto a Grande Bahia. Sinto-a como uma sociedade totalmente integrada no desenvolvimento, que deverá transbordar da área metropolitana de Salvador, para alcançar impetuosamente o interior, mudando inteiramente a fisionomia do estado. A Grande Bahia significa a incorporação crescente daqueles que ainda se encontram virtualmente à margem das conquistas do nosso tempo, e que passarão a participar de uma economia baseada no consumo de massa. A Grande Bahia significa a marcha para uma sociedade em que seja possível reduzir a miséria, a enfermidade e a ignorância, graças à adoção das novas técnicas propiciadas pela ciência. Pelo menos é esse o objetivo que tenho em mira quando me refiro à Grande Bahia, que é, hoje, não apenas meta do governo, mas aspiração de todos os baianos, que participam com entusiasmo dessa nova etapa da nossa história. — O Centro industrial de Aratu é irreversível? Pensa o governo criar outros centros industriais no interior do estado? — Não há dúvida de que o Centro Industrial de Aratu é irreversível, haja vista que já se elevam a 72 o número de empresas que firmaram carta de opção para se instalarem naquela área, com investimentos programados orçados em mais de 1,2 bilhão de cruzeiros novos. Dessas setenta e duas empresas, vinte e cinco já se encontram em fase de construção e três delas em plena operação. Essa presença do empresariado em Aratu é a melhor resposta que podia esperar para o esforço que vimos realizando no sentido de executar, rigorosamente dentro dos cronogramas estabelecidos, o Plano Diretor do CIA. Em doze meses as inversões do Tesouro estadual em obras de infra-estrutura no CIA, tais como energia elétrica, comunicações, estradas, habitação e abastecimento de água, elevaram-se a 8 milhões de cruzeiros novos. Por todo o ano em curso iremos aplicar ali 25 milhões de cruzeiros novos, inversão que se elevará para 40 milhões em 1969 e 50 milhões no ano de 1970. Desejo afirmar que não temos razões para duvidar do futuro do Centro Industrial de Aratu. De um lado temos o grande interesse dos investidores em aplicar no CIA; de outro, o apoio que xontamos receber da SUDENE e do. Banco do Nordeste, que agora mesmo acabam de aprovar um projeto de financiamento da ordem de 10 milhões de cruzeiros novos, financiamento esse que permitirá o prosseguimento das obras indispensáveis à definitiva consolidação do centro. Se é verdade que estamos pagando alto preço para consolidar o Centro Industrial de Aratu e torná-lo empreendimento irreversível, também é verdade que bem cedo estaremos colhendo, como, aliás, já o estamos, os excelentes resultados desse esforço conjugado que o poder público e a iniciativa privada realizara na Bahia em favor do desenvolvimento econômico e social do estado. Para se ter idéia do que representa o CIA em termos econômicos para a Bahia, basta dizer-se que dentro de quatro anos as indústrias que para ali se dirigem irão proporcionar ao estado, mesmo considerando o abatimento de 6 0 % (sessenta por cento) do Imposto de Circulação de Mercadorias concedido às pioneiras, uma receita tributária equivalente a cinco vezes o que hoje rende para o Tesouro estadual o cacau, principal esteio da economia estadual. Tenho repetido que o governo não está ancorado em Aratu. Com efeito, vimos desenvolvendo um amplo programa de industrialização no interior, que parte sobretudo da necessidade que temos de evitar que a própria expansão do Centro Industrial de Aratu acabe por produzir dentro do estado distorções e desníveis econômicos graves. Através da Secretaria de Indústria e Comércio e do Banco de Desenvolvimento do Estado, estamos levando a industrialização a diversos municípios, visando dentre outros aos seguintes objetivos: fixar o homem no interior, eriando-Ihe empregos na região em que vive; reduzir os problemas sociais em torno de Salvador; dar maior rendimento à infra-estrutura econômica já existente no interior e proporcionar melhor aproveitamento das matérias-primas locais. Em menos de um ano a Secretaria de Indústria e Comércio examinou 97 projetos de pequenas e médias indústrias no interior, que totalizam investimentos da ordem de 8 milhões de cruzeiros novos. A essas empresas temos dado assistência financeira e técnica, ajudando-as na formulação de seus projetos, na escolha do tipo de indústria, etc. Diria, por fim, que temos fundadas esperanças no êxito de nosso plano de industrialização, sobretudo quando verificamos a confiança que os investidores depositam na ação governamental, refletida na posição da Bahia no que toca à destinação dos recursos provenientes dos artigos 54/18. Atualmente absorvemos 4 9 , 8 % desses recursos o que, sem dúvida, reflete uma preferência dos investidores, cuja confiança não frustraremos, mesmo que isso nos custe, como já está custando, grandes sacrifícios. — Foi noticiado que em 1967 o governo de V. Ex.a construiu duas salas de aula por dia. O ritmo será intensificado em j968P Que representa esse esforço no quadro da educação primária e secundária £a Bahia? — Entendo que a educação é inseparável do desenvolvimento, isto é, acho que de nada adiantaria estarmos cuidando de tornar a Bahia um estado industrial se ao lado disso, e com igual ênfase, não tratássemos de melhorar as condições educacionais do povo baiano. Partindo de um diagnóstico até certo ponto desolador, que nos revelou a existência de 700 mil crianças sem escolas primárias, enquanto dos 400 mil adolescentes entre 12 e 19 anos existentes nas zonas urbanas do estado apenas 28% freqüentam as escolas de nível médio, tratamos de reformular os métodos anteriormente existentes e concentrar os nossos esforços nos programas educacionais, até mesmo para não comprometer o nosso desenvolvimento econômico. Começamos por executar um Plano de Emergência através do qual nos preparássemos para o grande esforço dos próximos três anos. Realizamos em 1967 as grandes reformas no sistema educacional do estado, modernizando ps serviços administrativos da Secretaria de Educação, instituindo uma nova Lei Orgânica para o ensino e implantando o Estatuto do Magistério que visa sobretudo a valorizar a professora atribuindo-lhe vencimentos mais condignos para que possa cumprir melhor suas novas obrigações. O Plano de Emergência permitiu, ainda, a construção, até fevereiro deste ano, de cerca de 645 salas de aula, o- que dá a média de quase duas salas por dia. Dessas, 402 foram construídas no interior, com o que foi possível elevar de mais de 30 mil as matrículas dos cursos primários e de mais de 6 mil nas escolas secundárias. Hoje não existe um só excedente nos ginásios da capital do estado. Recentemente aprovei o Plano Trienal de Educação, um programa para ser executado até 1971 e que prevê a construção de cerca de 2. 500 novas salas de aula, somente no ensino primário. Com isso esperamos absorver todo o atual déficit do ensino primário, o que representa o compromisso mínimo que assumimos com o povo baiano nesse importante setor. Temos, ao lado da construção de salas para o incremento das matrículas, cuidado da melhoria do nível das professoras, ás quais têm sido ministrados cursos de treinamento para a introdução de novas técnicas educacionais. No setor do ensino médio esperamos nos próximos três anos elevar de 108% as matrículas nos ginásios e de 6 8 % nos cursos de colégio. Visando sobretudo a preparação da mão-de-obra especializada para o novo mercado de trabalho que se abre na Bahia, com o advento da industrialização, estamos instalando em Salvador e em diversos municípios, Ginásios Orientados para o Trabalho, enquanto a Secretaria de Educação executa um amplo programa cultural no qual se inclui a construção de diversas bibliotecas, na capital e no interior, além da aquisição de bibliotecas volantes para o melhor atendimento da população sedenta de cultura e de ensinamentos. — Qual a atividade do governo no abastecimento de água de Salvador e do interior neste primeiro ano de governo e quais as metas a alcançar no quadrièniot — t m Salvador a Superintendência de Águas e Saneamento do Recôncavo — SAER — realiza importantes obras visando não apenas atender ao rápido crescimento populacional, como, também, à nova demanda oriunda do Centro Industrial de Aratu. No Cabula está sendo construído o maior reservatório de água de todo o Norte do país, com capacidade para armazenar 27 milhões de litros e abastecer 370 mil pessoas. Além disso, a construção do booster na estação de Tratamento Temístocles Meneses, elevando de 15 para 20 mil metros cúbicos sua capacidade de adução, permitiu o abastecimento de água de cinco dos mais populosos bairros da capital e ainda em 1968 levaremos os benefícios da água tratada a mais de 50 mil moradores do chamado subúrbio ferroviário de Salvador. A SAER no último ano estendeu 85 quilômetros de tubos de rede de distribuição tornando possível atender, na capital, pelo menos 70 mil novas residências. No interior do estado está em execução, pela SESEB, um ambicioso programa de construção de serviços de abastecimento de água que visa a elevar de 70 para 140 o número de municípios que atualmente são servidos com água tratada. Projetamos investir nesses serviços, nos próximos três anos, cerca de 60 milhões de cruzeiros novos, dos quais metade será de recursos próprios do estatlo e a outra metade resultante de financiamentos da SUDENE, FISANE, Banco do Nordeste c CEPLAC. Ainda este mês vamos inaugurar em Vitória da Conquista a primeira etapa do serviço de água local. Conquista era até então a maior cidade do estado sem qualquer serviço de abastecimento de água e esperamos no correr deste ano iniciar as obras do reservatório de Feira de Santana, um projeto importante que levará a água do rio Paraguaçu até Feira através de uma adutora de 30 quilômetros de extensão. — Quais as principais estradas que o governo pretende construir? — Num estado de dimensões continentais como é o nosso, toda estrada é importante. Mas considero que dentre as que pretendemos construir até 1970, nenhuma excede em importância à BR-242, quer pelo seu sentido econômico, quer pelo seu caráter estratégico. Essa rodovia se destina a integrar no complexo econômico da Bahia e na própria vida do estado, 45 municípios hoje totalmente isolados, muitos dos quais, como os que ficam no AJém-São Francisco, mantendo as suas relações econômicas, apenas com os estados limítrofes. A BR-242 é, também, uma estrada de interesse nacional, considerada que foi como estratégica pelo Estado-Maior das Forças Armadas. Irá permitir, ainda, a ligação direta de Salvador e do Nordeste com Brasília. O programa rodoviário, a cargo do DERBA, visa dotar a Bahia, até o ano de 1970, de mais 3 mil quilômetros de estradas de rodagem. Outro importante projeto que estamos pretendendo executar, no setor dos transportes, é o do ferry-boat, para possibilitar a ligação de Itaparica e Nazaré com Salvador, com o que se encurtarão em mais de cem quilômetros as atuais distâncias, além de dar à BR-101 um acesso mais curto à capital do estado. Ao lado do programa do ferry-boat vamos construir as estradas vicinais do Recôncavo, que se integrarão no sistema rodo-aquaviário, melhorando consideravelmente as condições de abastecimento da capital, pois é daquela região que provém a grande parte dos alimentos oferecidos ao consumo da população de Salvador. Contamos, ainda, com a ação do Ministério dos Transportes para que até 1970 esteja totalmente implantada a BR-101, com o que a Bahia terá resolvido um de seus mais importantes problemas no setor rodoviário. — A energia de Paulo Afonso será finalmente levada às grandes cidades do iu~ tertor baiano? Que outras providências estão sendo tomadas no setor da energia elétrica? — Em 1968 haverá grande expansão da rede Paulo Afonso no interior do estado. De fato, depois de alcançar Vitória da Conquista a energia irá até Brumado, em pleno coração da Bahia, ao mesmo tempo em que a ligação com o sistema de Funil permitirá à energia do São Francisco chegar às cidades de Belmonte e Canavieiras, no sul. No momento o estado trabalha em alguns projetos de eletrificação rural e executa cerca de 90 projetos no interior, o que deve dar idéia da atividade desenvolvida no setor. Gostaria também de acentuar que, pela conjugação com a ELETROBRÁS e a CHESF, estamos em condições de assegurar energia para todos os projetos industriais que estão em execução na Bahia, alguns deles de alto consumo de energia. — A Prefeitura de Salvador está hoje ligada ao governo do estado e trabalha entrosada com este. Esse sistema tem beneficiado a capital baianaf — yuem responde pelo êxito desse entrosamento entre a Prefeitura e o governo do estado são todos os que vêem Salvador e assistem, num curto prazo, a transformação rápida da cidade que melhora dia a dia. Sem prejuízo da beleza antiga, está sendo construída pelo Prefeito Antônio Carlos Magalhães uma Nova Salvador, que proporcionará aos seus habitantes conforto cada vez maior, graças a uma série de grandes obras fundamentais para suportarmos o extraordinário aumento da população. Quem quiser conhecer Salvador como é deve visitá-la depressa, pois, em pouco tempo, a capital da Bahia terá outra fisionomia. 77 3P> £*J, Pagar imposto de renda integral é um absurdo tão grande que só tem duas explicações: ou você não gosta de dinheiro, ou ainda não ouviu falar da Sudene. 78 trega da sua declaração de imposto de renda. Promotora Econôinico Lt da. Praça da Inglaterra, — Tel. 2-0521 — SALVADOR — BA. Rua da Concórdia, 183-3.° and. — Tel. 4^2526 — RECIFE — PE. Rua 3 de Dezembro, 40- 6.°— Tel. 33-2188 — SÃO PAULO — SP. Av. Pres. Vargas, 309-A — Tel. 43-2820 — RIO DE JANEIRO — GB. Subsidiária do BANCO ECONÔMICO DA BAHIA SA 115 Agências nos mercados-chave brasileiros. \ . jf*y i4> Bons Bons serviços, serviços, bons negócios desde 1834. Só para lhe dar uma idéia, mais de 400 empresas aplicam seus recursos do imposto de renda através da Promotora Econômico Ltda. Fazemos questão de que a sua empresa seja mais uma delas. 4CL-4/iô,p.32- SOFINAL VAI A 321% • O índice de crescimento de aceites em letras de câmbio, no período 66/67, foi de 70%. No mesmo prazo, aumentaram em 321% os aceites da Solinal — Sociedade Financeira Nacionai S. A., Crédito, Financiamento e Investimento —, que cresceu duas vezes e meia e alcançou uma das primeiras classificações entre as financeiras do país. VISITA DE EMPRESÁRIOS • Estiveram no Brasil, há dias, os industriais norte-americanos R. G. Allan Jr., gerente de marketing internacional da divisão Trojan, e R. J. Courtney, gerente regional da Eaton Yale para a América Latina. Os empresários visitaram a Eaton Yale & Towne Ltda., em São Paulo, e as instalações da fábrica de pás-carregadeiras Trojan e empilhadeiras Yale, em São Bernardo do Campo. THOMPSON NOMEIA STYLOS # A J. Walter Thompson escolheu a Stylos Publicidade para operar como agência correspondente em Porto Alegre. A medida decorre de uma experiência de seis anos feita pela JWT em cinco capitais de estados, baseada em convênios com agências locais, em lugar da instalação de escritórios próprios. Agência de ótimo nível e muito bem equipada, a Stylos proporcionará excelente cobertura local à Thompson. MAIS RESIDÊNCIAS • A firma Carvalho Hosken S. A. Engenharia e Construções comprou do estado os terrenos da CEPE, com pagamento de NCr$ 400 mil na assinatura da escritura-e os restantes NCr$ 1.600 mil em dois anos. Com financiamento da COPEG e do BNH, a empresa construirá quatro edificios de 14 andares, com 100 unidades residenciais em cada um. Talvez você não saiba que, em vez de pagar todo o imposto de renda, você pode pagar apenas 50% e aplicar os outros 50% nos empreendimentos da área da Sudene. Desse modo, além de poupar metade do seu imposto de renda, você está ajudando o Nordeste e realizando um investimento lucrativo que volta para o seu bolso. Venha conversar conosco. Teremos o máximo prazer em orientá-lo quanto à melhor maneira de empregai seu imposto de renda. Mas venha logo, antes que termine o prazo para a en- R>iO*^.C . ^ / , VÍDEO-TAPE SONY • A Transistolândia — Importadora Svaiter Com. e Ind. S. A. — está lançando no Brasil, pela primeira vez na América Latina, o video-tape portátil Sony, para corrente de 60 ciclos. A firma dispõe também de lentes zoom, teleobjetiva, grande angular e cabos conectores para prolongamento da câmara. EXPORTAÇÃO DE PERUCAS • A nascente indústria brasileira de perucas já começa a produzir divisas: o Atelier Fiszpan, no Rio, é^ pioneiro na produção desse artigo para exportação. As perucas são esterilizadas cientificamente e implantadas fio por fio. RECUPERAÇÃO DA VASP • Sob a direção do Brigadeiro Osvaldo Pamplona, escolhido pelo Governador Abreu Sodré no início de sua administração, a VASP está em pleno florescimento. Em um ano, o número de passageiros transportados aumentou de 635.452 para 721.509; o número de empregados baixou de 4.380 para 3.895 e o custo de pessoal reduziu-se de 45,46% da receita para 37,76%, permitindo um lucro de NCr$ 236 mil, contra um déficit de NCr$ 5.751 mil em 1S66. TURISTAS PARA CORRIDAS • A Diplomata Agência de Viagens está promovendo, em convênio com a Pan American, a Varig e a Shell, viagens de turistas brasileiros às principais corridas de automóveis do mundo. A primeira viagem do Grand Prix Tour será realizada em maio para o GP de Mônaco. ALCAN ALUMÍNIO DO BRASIL NORDESTE S.A. FÁBRICA DE CABOS CONDUTORES DE ALUMÍNIO (em implantação - com a colaboração da SUDENE) CENTRO INDUSTRIAL DE ARATU-BAHIA 79 BP> AM^iO^.O.c^í/ACL.^r/^ p73 * Banquete de 3 km * Político amarrado ^ Receita de pintor * Um conjuto: "Os Primos' Depois de ver derrubados os seus vetos à lei complementar q u e trata do Orçamento P l u rianual, o Presidente Costa e Silva foi surpreendido pela extrema tolerância d o Congresso ao lhe conceder uma l i cença de 12 dias para se ausentar do território nacional. Havia pedido permissão apenas para permanecer " m o m e n t a n e a m e n t e " em solo uruguaio, na cerimônia de inauguração da Ponte da Concórdia, entre as cidades de Quaraí e Artigas. Do Ministro Jarbas Passarinho, explicando porque o INPS havia suspendido as operações num hospital em Brasília: "Deu uma praga de piolho na maternidade e uma ratazana entrou no aparelhamento c i r ú r g i c o . Digo ratazana substantivo, porque o adjetivo nunca entra pelo c a n o . " Do deputado catarinense Doin Vieira, ao ser consultado por alguns companheiros do MDB sobre a organização do Bloco Parlamentar Trabalhista: "Deixem isso para depois. Semana Santa não é época própria para se falar de blocos." Do Presidente ffggjfcg Silva, depois de ouvir as explicações do Embaixador Antônio Nadler sobre o seqües• tro d o Arcebispo Cesariego na Guatemala: " M a s vocês levaram um grande susto, n ã o ? " Do Ministro Hélio Beltrão: " O equívoco maior em torno d o projeto de licença especial para funcionários é o emprego da palavra ocioso, quando se deveria dizer excedente. Ocioso, no Brasil, significa malandro, e ninguém quer ser chamado de malandro num documento o f i c i a l . " Luís Ricardo, que tem cinco anos de idade e é filho do vice-lider oposicionista Paulo Macarini, ficou surpreso ao ver o excessivo policiamento — com oarros-tintureiros, radiopatrulhas e até carros de bombeiros, além de centenas de soldados — disposto na Avenida W-3 no dia da passeata dos estudantes de Brasília. Depois de algum silêncio, indagou preocupado: " P a i , hoje é dia de revolução?" Do Deputado Mário Piva: "Para combater o governo já temos o MDB, Frente Ampla e Bloco Parlamentar Trabalhista. Agora vamos esperar que surja também a oposição." it O prefeito de Salvador, Sr. Antônio Carlos Magalhães, receberá uma singular homenagem: os moradores do bairro de Pituba, gratos pelas obras que êle ali realizou, vão oferecer-lhe, ao ar livre, um banquete de 3 km de comprimento: cada um levará sua mesa. Ao dar notícia, no Palácio d o Planalto, de que o volume de vendas no país em fevereiro passado teve um aumento de 7 4 % em relação ao mesmo período de 1967 e que a mesma tendência era observada no mês de março, o Ministro Hélio Beltrão, d o Planejamento, recordou as previsões pessimistas e exclamou: " O h ! que delícia de crise." Do deputado oposicionista Jorge Cúri: "As revoluções se fazem com um por cento de revolucionários que são expulsos dela, mais dois por cento de idealistas que se desencantam dela e mais 9 7 % de concessionários q u e ficam com e l a . " 30 No trote dos calouros na Avenida W-3, os universitários de Brasília exibiram um cartaz de apoio ao Ministro Albuquerque Lima, onde havia um grande mapa d o Brasil desfalcado da Região Amazônica. Do Deputado Israel Pinheiro Filho: " E m Minas existem mais emedebistas na ARENA d o que arenistas n o MDB". Do Deputado Último de Carvalho: " H o j e sou contra a Frente Ampla, mas se amanhã e l a alcançar o governo, não vejo porque não tenha o meu a p o i o . " Caso raro aconteceu na Comissão de Relações Exteriores, quando o Embaixador Sérgio Corrêa da Costa ali compareceu para ser sabatinado sobre sua indicação para a Embaixada em Londres: os 13 membros votaram a seu favor. No escore, estavam aqueles que sistematicamente votam contra as indicações d o governo. No plenário, a contagem foi de 40 x 1 . Quatro dias antes das promoções dos dois novos generais-de-exército, j á se sabia que o General Siseno Sarmento viria de São Paulo para a Guanabara, trocando o comando do II pelo do I Exército. A decisão havia sido tomada num encontro entre êle e o Marechal Costa e Silva. O embarque de café para o exterior no porto d o Rio de Janeiro foi simplificado pelo seu superintendente, engenhei r o ^ i o ã o _ J o s é - ^ a v a l c a n t e ^ ^ há mais f a c i lidade na tramitação dos papéis e foi dada prioridade na atracação dos navios. É cobrada apenas a taxa de capatazia ao usuário. O fato do Governador Luís Viana Filho ter sido escolhido pelos seus colegas para saudar o presidente da República no banquete do Hotel Nacional em Brasília foi interpretado como a primeira vitória concreta d a sua tese de pacificação nacional. Diretores e funcionários d o Ministério d a Educação, c o m a presença d o próprio Ministro Tarso Dutra, improvisaram uma homenagem ao S r . Favorino Mércio, que completava 50 anos. Logo depois que o ex-Presidente Jânio Quadros e m barcar num cargueiro, na segunda quinzena deste mês, para uma viagem à Europa, que poderá incluir Moscou, o Brigadeiro Faria Lima poderá ingressar na ARENA. Com a transferência do banquete que a ARENA ofereceu ao Marechal Costa e Silva para o Hotel Nacional, os perus, manjares e outros pratos finos preparados no Clube do Congresso foram servidos, normalmente, aos associados no almoço de d o m i n g o . Comentário do Deputado Paulo Macarini: " S ó assim a oposição pode comer peru p r e s i d e n c i a l . " Em Belo Horizonte, o ex-Vice-Presidente José Maria Alkmin encontrou-se na rua com o jornalista Osvaldo Nobre, redator do semanário " O Debate", que circula aos domingos. " C o m o vai o C o m b a t e ? " — indagou. "Vai bem, mas o nome é O Debate" — respondeu o jornalista. " E u sei — contestou Alkmin — mas me refiro ao combate que você enfrenta para manter o seu jornal, o qual, aliás, leio todos os d i a s . " " O jornal só circula aos domingos" — voltou a esclarecer o jornalista. Insistiu Alkmin: " E u sei, mas é que eu mando comprá-lo nos domingos, coloco-o na mesinha de cabeceira e o leio todos os d i a s . " $ft W.^O X<?.0.€St,ACL • 4/lQ , pm Indicado pelo Governador Ivo Silveira, o economista Francisco Grillo assumiu a direção, para Santa Catarina, do Banco Regional d e Desenvolvimento d o Extremo S u l , que está dimensionando o progresso dos três estados d a região. it Saindo de um almoço no Museu d e Arte Moderna, o Deputado Gilberto Azevedo (ARENA-Pará) f o i abordado por uma cigana, que começou logo a ler sua mão e ao saber d a sua profissão parlamentar diagnosticou: " S u a vida de político está muito a m a r r a d a . " Com a construção do porto cacaueiro de Malhado, em Ilhéus, que é uma das metas do Ministro Mário Andreazza e d o Almirante Luiz Clóvis de Oliveira, diretor-geral d o DNPVN, haverá uma redução de 70,8 por cento no custo do embarque do cacau, para o quaí haverá assim melhores condições competitivas de preço no mercado internacional. A designação do General Carvalho Lisboa para o c o mando d o II Exército vai criar-lhe um problema: se f ô r eleito para a presidência d o Clube Militar, terá de freqüentar assiduamente a ponte aérea Rio—São Paulo. ir Jorge Amado d á a receita de Jenner Augusto para pintar um quadro: "Alvas areias altas dunas casaria antig o . Também é necessário, senhoras e senhores, t e r t a lento, coração sangrando, ser solidário poço de bondade, Uns olhos fundos apertados um choro não chorado, Ser cangaceiro e santo ter sofrido e a m a d o . Como vedes, é muito simples Pintar um quadro assim tão b e l o . Só é preciso Ter v i v i d o . " Deputado da ARENA dá a fórmula paulista para o Marechal Costa e Silva ganhar as eleições diretas da sucessão presidencial e nos dois principais estados: presidente da República, Faria Lima: governador de Minas, Magalhães Pinto e governador d e São Paulo, Carvalho Pinto. Tissot PR 516 - ultra-robusto u m autêntico relógio d e h o m e m O novo Tissot PR 516 i um relógio excepcional, agora ao seu alcance. Possui a mais extraordinária robustez, com as seguintes inovações técnicas: " D i á r i o de um Repórter", d e David Nasser, que f i cou no ar durante 1.273 noites consecutivas, volta ao ar, sem censura, c o m produção de Fernando Barbosa Lima. Será apresentado em todo o Brasil na voz de Alberto Curi. • Aro de encaixe especial e junta de proteção flexível que asseguram uma compressão elástica da máquina, amortecendo os choques verticais e laterais. Do Deputado Gilberto Faria: " S e m p r e f u i pelo voto popular e d e m o c r á t i c o . Jamais pela n o m e a ç ã o . " ir " O s Primos" é o nome de um singular conjunto m u sical, de cinco garotos, de 9 a 15 anos, da mesma família Filizola. que está fazendo enorme sucesso no Nordeste. Fernando Antônio (guitarra-solo), Eduardo (guitarra-base), Vicente (guitarra-baixo), Paulo (bateria) e Mário Lobo, o caçula, com 9 anos ("crooner") só tocam em " s h o w s " de c a r i d a d e . Já tiraram vários primeiros lugares em festivais. E ainda encontram tempo para ser excelentes estudantes. Um grupo de senhoras da sociedade carioca — entre as quais Teresa Muniz Freire, Edite Magalhães Castro, Ruth Pinheiro Guimarães, Iná Blõch, Marise Miranda Freitas e Sônia Madureira de Pinho — promoverá no dia 3 de maio uma "avant-première" no Cinema Art-Palácio d a Tijuca, c o m vários sorteios, em beneficio d o Dispensário da Medalha Milagrosa. João Batista Amaral fechará o " Z u m - Z u m " por alguns dias enquanto vai a Nova Iorque e Paris em busca de novas idéias para a decoração de sua boate. Trará o f a moso discotecário Kao Rosman, da boate Yellow Fingers. • Reforço do vidro blindado por um aro de tensão. Coroa impermeável reforçada. Todo relógio Tissot c numerado. Com isso, cada fase de sua fabricação é sistematicamente controlada. O número de identificação, gravado sobre o mecanismo, está registrado na fábrica. E figura no Certificado de Garantia Internacional, reconhecido pelos Concessionários Autorizados Tissot no Brasil e em mais de 140 países. Criado pela Tissot, uma das fábricas relojoeiras suíças de maior conceito» o Tissot PR 516 é um relógio bem acima do comum. Foi feito para corresponder às mais severas exigências da vida moderna. É um autêntico relógio de homem. Ref. 44516 PR 516, Visodate, impermeável, automático. Em aço inoxidável ou folheado a ouro, com sua revolucionária pulseira. Assistência Técnica Tissot: Sao Paulo: Av Paulista. 352 - 13» • Rio d e l a n e i r o Av. Rio Branco, 99 - 7.• • Porto A l e g r e . R. Andradas, 1.629 - i.«, ou por todos os Concessionários Autorizados Tissot. 81 8P> 4 / J , Pxo *<*\.o € £ \ . A C L . 4 / l S , p . ^ 5 cinema Claudia, Raquel, Copucine e Mònica. Os filmes q u e o m u n d o v ê NOVA IORQUE — As Rainhas são Claudia Cardinale, Mònica Vitti, Raquel Welch e Capucine, cada uma estrelando um episódio desta nova produção italiana em cores, e cada episódio consistindo na ilustração de algumas piadas famosas. A crítica americana destaca o primeiro deles, com Mònica Vitti correndo como uma desesperada pelo mato, perseguida por um sátiro partidário da ação direta. Depois de várias quedas e embolamentos no chão, ele finalmente domina a vítima e, com o lábio trêmulo e o olho rútilo, prepara-se para iniciar a unilateral lua-de-mel. Nesse momento, Mònica c salva por um motorista, o qual põe o don juan em fuga e recolhe a moça ao seu carro, pedindo-lhe que relate o acontecido. Ela o faz, e com tais cores, que o motorista se inflama e vai ao ataque. Repete-se a correria, surge outro salvador — e assim por diante. O episódio com Capucine inspira-se no milionário bêbado de Luzes da Cidade, de Chaplin. Ela é uma senhora da sociedade, bem casada, que toma um pileque numa festa e decide seduzir o mordomo (Alberto Sordi). Antes que ela o consiga, seu marido contrata o mordomo para trabalhar como motorista. No dia seguinte, Sordi descobre, mais que decepcionado, que a dama não só o reconhece, como ainda reduz seu salário. Mas não há nada como um pileque depois do outro, e Sordi aprende afinal que um bom motorista conduz sempre um triângulo. A história de Claudia Cardinale a coloca como uma babá de crianças, usando bebês como pretexto para conquistar um pediatra passivo e indiferente. Quanto à última aventura, diz o crítico do Time: "A mais fraca das quatro rainhas é Raquel Welch, cuja história, felizmente, repousa naquilo que é o seu forte: não registrar emoções." PARIS — Les Biches (As Gazelas*) é o último esforço de Claude Chabrol, diretor que surgiu na primeira onda de nouvelle vague e submergiu logo depois, chegando a fazer um filme tão ruim como A Espiã dos Olhos de Ouro Contra o Dr. Kah. Segundo um crítico, Les Biches são "duas mulheres que roubam os respectivos amantes e preferem fazer a guerra em vez do amor". Pierre Billard CL'Express*) massacra o filme e diz: "Onico álibi possível: o filme inteiro seria uma discreta homenagem a Robbe-Grillet, uma furti.o parada do Trans-Europ-Express na estação de Saint-Tropez. . . Os dois clowns da farsa, aliás, se chamam Robbeg et Rillet: isso define a paixão de Chabrol pela inteligência. Felizmente existe a direção. Como os personagens e as situações não prendem a atenção, o espectador tem todo o tempo para estudar os movimentos de câmara e a seqüência dos planos. Eis um filme a mostrar com urgência aos alunos do IDHEC: só se vê a técnica." N. A. F. dizem que a Malharia Arp também tem um telefone vermelhd sempre ligado corri Paris, Londres, Roma. Talvez seja M M * > li A R P nãe se at !•• A M I M qne »nr£> ARPfáaabe.K Lança iaaediatameate A (está o Frigorífico Industrial da FRIUSA, com inauguração marcada para 5 de abril. A beira do chamado Cais de Dez Metros, contando com desvio ferroviário da Leste Brasileiro e próximo ao Túnel Américo Simas, que é a saída principal para a Rodovia Rio— Bahia, a FRIUSA dispõe de instalações modernfssimas para armazenagem de carnes, peixes, frutas, e t c , além de-uma capacidade de produção de 50 toneladas de gelo por dia. Tal instalação passa a responder a uma das grandes preocupações do Governo da Bahia, até agora impossibilitado de pôr em prática uma correta política de abastecimento, com a formação de estoques estratégicos e o conseqüente equilíbrio dos preços de gêneros alimentícios. Este e m p r e e n d i m e n t o conta com a colaboração f i n a n c e i r a da SUDENE e do Banco do Nordeste de Brasil S. A . 82 MALHARIA ABP - a eterna moda do bom-gôsto ~ • * • «? anchete CO Censura • Dinheiro • Distribuição • Exibição * -J o Público • INC CIIM Texto de Geraldo Mayrink • Reportagem de Ruy Castro e Vera Rachel Há algum tempo, analisando os cinemas novos de todo o mundo, um crítico escreveu: "Quem não foi comunista ou anarquista aos 20 anos é um insensível." O crítico ironizava os filmes dos novos cineastas e, sem gostar deles, dava o seu perdão. Paternalista, atribuía à juventude dos autores a confusão entre "comunismo" e "anarquismo" e simpatizava com a "rebeldia dos jovens", embora desaprovando-a. Foi chamado de imbecil para baixo pelos novos cineastas. Quando voltou a escrever, mudou de vocabulário. Em pouco tempo seu diálogo com o novo cinema tornou-se impublicável. O episódio ilustra uma das principais características dos cinemas novos de todo o mundo: a vontade de brigar. O cinema novo brasileiro faz parte de um movimento que existe também nos Estados Unidos, na França, na Itália e nos países socialistas, e que em geral se manifesta pela absoluta repulsa ao cinema estabelecido. Na França, os fundadores da nouvelle vague disseram as piores coisas contra as glórias nacionais. . . ' • • Paulo José e Maria do Rosário Nascimento Silva em Guilherme Tell, episódio mineiro de Os Marginais. A atriz e o diretor do Wme, Carlos Prates Correia, são duas das estréias da temporada do corrente ano. Oton Bastos e isabela em Capitu, de Paulo César Sarraceni. Pela primeira vez um romance de Machado de Assis é levado ao cinema, com espirito e ambientação da época. -,-. - I $ " #• Novas estrelas, novos diretores e novos assuntos vão marcar o cinema brasileiro em 68. A luta pela conquista de platéias cada vez maiores prossegue sem interrupção cr CD cr x o I Nos Estados Unidos, o in- <£ dependente Jonas Mekas QQ foi preso na porta do cinema que exibia o filme de um o u t r o independente, Kenneth Anger, que a polícia tentava proibir. Essa gente quer filmar na rua, a baixo custo, sem vedetas e abordando os assuntos considerados malditos. A história do cinema novo brasileiro ainda não foi escrita, mas para todos os efeitos ela começa em 1955, ano de Rio, 40 Graus e da primeira briga. O chefe de Polfcia, Coronel Cortes, proibiu o filme em todo o país com a seguinte justificativa: o filme serviria "aos ideais do extinto Partido Comunista" e, além disso, "no Rio nunca fêz 40 graus". Nos anos seguintes o Serviço de Meteorologia não foi mais chamado a proibir filmes, mas o fantasma do PC não desapareceu. Na época de flfo, 40 Graus, o cinema brasileiro — O Cangaceiro à parte — era representado pelas comédias musicais. O filme de Nelson Pereira dos Santos, rodado nas ruas do Rio, com atores semiprofissionais e fortemente influenciado pelo neo-realismo italiano, era simplesmente outra coisa. Então, poucos acreditavam. Repita Rodrigues (à esquerda), depois de uma ponta em Edu, Coração de Ouro, faz o papel principal de Rifa-se uma Mulher, de Célio Gonçalves. Lella Santos, estudante de jornalismo, estréia na comédia Enfim S ó s . . . com o Outro, de Wilson Silva. Fazer sucesso com filmes ruins ou fazer filmes bons para salas vazias? Este é um dos dilemas dos cineastas g brasileiros, que pretendem á triunfar em termos 35 de arte e de bilheteria o ti ò cr X O próprio Nelson, que a duras penas conseguiu rodar um segundo filme, flfo, Zona Norte (1957), sem nenhum sucesso de público, voltou à sua atividade de jornalista. A renovação do cinema brasileiro poderia ter ficado nestes dois exemplos. No entanto, os aspirantes a cineastas que freqüentavam os cineclubes começavam a examinar os motivos pelos quais a censura implicava, o público não prestigiava, a crítica não gostava. Entre 1955 e 1960 as fronteiras da guerra começaram a ganhar forma. Apareceram os primeiros filmes expressivos (era a prática da câmara na mão e do orçamento barato) enquanto uma nova geração de críticos ganhava as colunas dos jornais (era a teoria que tentava identificar e combater o inimigo). Segundo as primeiras conclusões, o novo cinema brasileiro precisava abrir fogo contra a censura, a mentalidade do público, os frustes estrangeiros, os distribuidores, os exibidores e os profissionais da chanchada. A crítica era — e continua sendo um caso à parte. Grande parte da crítica que hoje hostiliza o cinema novo já o hostilizava nos seus primeiros dias. Paulo José e Dína Stat estão no elenco de A Vida Provisória, estréia em longa-metragem do crítico Maurício Gomes Leite. Ao lado deles, trabalham José Lewgoy, Joana Fomm, Mário Lago, Hugo Carvana, Paulo César Pereio e ainda Márcia Rodrigues. tiwm^M^Lãm £>?> AtJ, f»»o X^.O.ÇSt , A C L . 4 / l f t p.8 A fascinante elegância de malhai Eneri tem a carícia de O r l o r f A Madona de Cedro: Jotre Soares, Carlos Coimbra (diretor), Os novos filmes saem cada vez mais caros, pois o uso de cor e tela panorâmica vai se tornando comum. £ a idade pré-industrial do cinema brasileiro. Leila Diniz, Sérgio Cardoso, Anselmo Duarte, Leonardo Vilar, Osvaldo Massaini (produtor). No entanto, prestigia certos filmes brasileiros modernos feitos por cineastas alheios ao cinema novo. Em 55, Nelson Pereira dos Santos — o patriarca do cinema novo — era todo o cinema brasileiro com pretensões à seriedade e à novidade. Hoje, há outras coisas. O diálogo se tornou mais difícil com a radicalização das posições. Piorou na medida em que o cinema brasileiro se tornou mais variado em assuntos e estilos. E explodiu no dia em que foi criado o Instituto Nacional de Cinema, órgão estatal que procura exercer um controle cada vez maior sobre a produção. A cúpula do INC foi recrutada entre a crítica. O grupo do cinema novo acusa o INC de protecionismo, mas seu presidente, Durval Gomes Garcia, e seu secretário-executivo, o crítico Antônio Moniz Vianna, ambos contestam. Orlon fibra acrílica í)u i*ont Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, de Roberto Farias, toi planejado para lotar os cinemas. No Corcovado, o herói faz o teste do suspenso. 93 8* ^ P M O X ^ L O . e ^ A C L . ^ / i f c , cuidado! 0 grande negócio em cinema é a distribuição. Bem feita, ela pode criar um mercado próprio para filmes considerados "difíceis". Em pouco tempo os "cinemas de arte" começaram a concorrer com os cinemas comerciais. ha sempre um diabólico prazer em prender o homem que veste BIER-a camisa » v.ò3 Para estes, " n ã o existe cinema novo, e sim o cinema brasileiro, enquadrando aí tanto Joaquim Pedro, Gláuber Rocha ou Carlos Diegues, como Válter Hugo Khouri, Rubem Biáfora ou Flávio Tambellini". O grupo do cinema novo acha a ação do INC nociva. Mês passado, quando o instituto entregou os prêmios de renda e qualidade artística, os incidentes chegaram a seu ponto máximo. Gláuber Rocha chamou Moniz Vianna de "empreguista, desonesto e fascista", enquanto Moniz respondeu que Gláuber " n ã o tem vergonha na c a r a " . produtos específicos: o filme de arte. exatamente o filme que dá medo aos exibidores. Estes diálogos violentos chamaram a atenção do público para o cinema brasileiro. Seu lado "sensacional" revelava que havia coisas importantes ocorrendo nos bastidores que o público ignorava. No entanto, o sensacionalismo esquecia discussões mais importantes. Os insultos são apenas um momento da disputa pelo controle do INC. As afirmações de que o INC é " p é s s i m o " ou " ó t i m o " não têm nenhum sentido. Na verdade, o instituto é neutro como um canhão: é bom para quem o segura e ruim para quem recebe o tiro. Nas mãos do cinema novo, seria o alvo dos ataques do grupo desalojado d o poder. O máximo aue se pode dizer do INC, como do cinema novo ou do " o u t r o " cinema, é que está assentado em bases discutíveis. Nada (nem ninguém) conseguiu, até agora, criar uma estrutura sólida para o cinema brasileiro. — Na Europa, todos iriam ver o filme por causa de Sofia, mas ficariam conhecendo Paulo José e sua qualidade de ator. No próximo filme, talvez fossem exclusivamente para vê-lo. O público do cinema brasileiro, porém, continua pequeno. O grupo do cinema novo calcula o seu público em 50 mil pessoas no Rio e um pouco mais em São Paulo. Este público não está crescendo na mesma proporção do custo dos filmes. É preciso atrair mais gente. Um exibidor, Ugo Sorrentino, dono do circuito Art-Palácio, acha que é preciso trazer nomes de fora. Um filme com Sofia Loren e Paulo José, por exemplo. — Errado!, declara Luís Carlos Barreto, produtor. Êle protesta contra as companhias estrangeiras que vêm ao Brasil filmar Tarzan ou Fu-Manchu, para aproveitar o baixo custo da produção. — estes filmes são jogados nos mercados de divisa forte, unicamente em benefício próprio e em prejuízo da divulgação cultural do p a i s . Seus filmes são calcados no exotismo, no sensacionalismo, falseando a verdadeira visão da nossa cultura e do nosso povo Os exibidores acham que o filme nacional não dá bom dinheiro 0 custo cresce sem parar, mas o número de espectadores não muda • O problema, para todos, continua sendo o dinheiro. Há exceções luminosas. Todas as Mulheres do Mundo bateu recordes de bilheteria e sua renda, hoje, deve andar pelos 700 milhões de cruzeiros antigos. Custou cerca de 100. Mas o preço da produção aumenta sempre, sem que novos espectadores sejam conquistados. Deus e o Diabo na Terra do Sol saiu por 20 milhões, Toda Donzela Tem um Pai que É uma Fera custou 55, O Padre e a Moça e A Hora e Vez de Augusto Matraga, 70 milhões cada. A grande jogada comercial do ano passado, Garôra de Ipanema, ficou em 300 milhões. Na quase totalidade dos casos, os filmes mal pagam seu próprio preço. O dinheiro demora a voltar aos bolsos do produtor, que fica parado. Tudo isso num país onde o custo de produção industrial é dos mais baixos do mundo. J BIER HOECHNER S. A. - Estrada do Forte. 171 - Cx. Postal 262 - Porto Alegre - RS. Como em quase tudo, o segredo do negócio de cinema é a distribuição. O exibidor geralmente leva 5 0 % da renda bruta, o produtor de 35 a 4 0 % (pagando grande parte da publicidade) e o distri- é tentação Fazem isso com cobertura oficial e particular, através de facilidades extremas que não se dá em nenhuma parte do m u n d o . Aqui eles entram sem taxas, sem íiscalização da idoneidade financeira das produções, sem o exame minucioso dos roteiros, e ainda têm tudo à sua disposição, como se estivessem fazendo íavor em filmar a q u i . Helena tnès, estrela do cinema novo, aparece assim em Salomé, seu atual sucesso no teatro. buidor fica com 10 ou 1 5 % , sem gastar quase nada. Quando o produtor está sem dinheiro, vai ao distribuidor. Este lhe adianta dinheiro que será descontado das primeiras receitas. O produtor deverá pagar aos bancos com as receitas seguintes, que são sempre menores que as primeiras. Uma distribuição bem organizada pode operar milagres, É o caso dos "cinemas de arte", cujo prestígio hoje é tão alto que começa a concorrer com o dos outros cinemas. Neste caso, a distribuição criou um mercado para O problema permanece sem solução Está ligado ao negócio dos exibidores, que geralmente não gostam de filmes brasileiros. Eles têm que cumprir a lei de obrigatoriedade de exibição, que reserva 56 dias por ano aos filmes brasileiros, e vivem protestando. Dizem que os filmes são anticomerciais. Quase todos os exibidores brasileiros já foram acusados de não cumprir a lei. Lívio Bruni, que lançou vários dos grandes sucessos do cinema novo, justifica-se alegando o pequeno número de produções. Severiano Ribeiro, dono de cerca de 80 cinemas, acusa os produtores brasileiros de fazerem filme para uma elite, incapazes de proporcionar boa arrecadação de bilheteria. Os c i neastas se defendem, aumentando a prod u ç ã o . Ano passado, ela foi de 63 íilmes, maior que a de 1966. gP> A-M, P>iOX^O.Ç£ i,ACL.4/iS,p.fc4 0 mercado internacional está começando a ser conquistado. 0$ filmes são geralmente vendidos para a tevê e, em caso de sucesso, vão para os cinemas. Os prêmios em festival são importantes, servindo de apresentação O mercado internacional só agora começa a contar. Entre 1962 e 1964, apenas três filmes brasileiros haviam sido negociados no exterior: O Pagador de Promessas, Os Cafajestes e O Assalto ao Trem Pagador. As premiações em festivais estrangeiros foram o primeiro passo para a conquista do mercado externo. Zelito Viana, produtor, chega a ver nestes festivaial o único incentivo à exportação de filmes brasileiros. —• Para sobreviver, temos que fazer filmes cada vez mais baratos, mandá-los para fora, ganhar prêmios internacionais para afirmá-los intelectualmente, consumir páginas e páginas de publicidade, conquistando passo a passo um terreno minado pela máquina industrial desenvolvida. Por isso, em cada filme brasileiro que entra em exibição, toda a sorte do nosso cinema está sendo jogada. As premiações abriram as portas dos filmes brasileiros a vários mercados, através da televisão (em caso de sucesso, os filmes são levados também aos cinemas) e dos cinemas de arte. O melhor freguês tem sido a Alemanha Ocidental, que compra mais e paga melhor. Em seguida vêm Bélgica, Canadá, Tchecoslováquia, Polônia, União Soviética, Suécia, Espanha e Itália. Antes, o Verão: Norma Bcngclf, Jordcl íriiho e, numa ponta, o escritor francês Auguste le Breton. A censura é um velho problema que se torna cada vez mais grave Como a tevê tem sido a via normal de acesso a estes países, muitos filmes brasileiros saíram prejudicados por não se prestarem a este tipo de exibição. São considerados excessivamente violentos para passar dentro das casas. Esta "violência" é uma das teclas em que a censura bate sem parar. Ela foi a primeira inimiga do cinema brasileiro moderno, em Rio, 40 Graus, e alguns acham que será a última a ser derrotada, quando tudo.o mais estiver resolvido. A lista de interferências da censura no cinema brasileiro é imensa. Sem contar as ameaças, a perda de tempo (e dinheiro) para que o filme seja liberado, a censura chamou a atenção especialmente no caso dos Mimes Os Cafajestes, O Padre e a Moça, Menino de Engenho, O Desafio, Terra em Transe e, recentemente, Cara a Cara. Os Cafajestes passou uma semana no Rio, com grande sucesso, e depois foi proibido. O Padre e a Moça só foi liberado graças a grande campanha nacional. O Desafio é o exemplo clássico de como a censura pode impor até sanções de ordem econômica. Prendendo o filme durante meses, praticamente levou seus produtores à falência. Ao liberá-lo, mandou cortar trechos do diá- A COLEÇÃO DE INVERNO DE MALHAS . ENERI ÉFftRAVOCÊ USAR(QLASE) OANO INTEIRO dos últimos anos, o Sr. Romero Lago, orgulhava-se de preservar o interior do país do contato "dissolvente" da vida urbana. Achava boa sua atuação, cortando filmes e evitando que a imoralidade chegasse às tefas. O Sr. Romero Lago foi um censor duro, mas agora está em apuros. Tem dois assassinatos nas costas, e, segundo afirmam os jornais, enriqueceu desonestamente. Como chegou a ser o ditador da cultura brasileira, é um mistério que só um inquérito em profundidade poderá revelar. Involuntariamente, a censura, às vezes, contribui para o sucesso de um filme. 7erra em Transe e, em parte, O Desafio, beneficiaram-se da onda policial. Nestes casos isolados, a censura ajuda a encher as salas. Este continua sendo o problema fundamental do cinema brasileiro. Mas como vender mais ingressos sem baixar o nível dos filmes? Do ponto de vista artístico, a maioria concorda que o cinema brasileiro tem conseguido uma repercussão muito boa dentro e fora do país. Mas os grandes sucessos comerciais de bons filmes brasileiros constituem raridades. Execrado pela crítica, Coração de Luto, de Teixeirinha, está rendendo quantias consideradas impossíveis em filme nacional. A publicidade fala em 800 milhões antigos, só no Sul do país. A polêmica, neste caso, é ao mesmo tempo a mais violenta e mais ingrata. Entre a teoria e a prática do cinema brasileiro, surge uma oposição nova entre filme "comunicativo" e filme "incomunicável". "Se quisesse ganhar dinheiro fácil, arrumaria outra profissão" Brasil Ano 2000: Iracema de Alencar, Anecy Rocha e £nio Gonçalves. Filmado em Parati. logo. O produtor, endividado, aceitou. Menino de Engenho e Cara a Cara foram cortados. Terra em Transe, proibido em todo o território nacional, acabou passando sem cortes, sob forte pressão dos jornais. Além disso, a censura não tem prazo para liberar filmes. Esquece que cinema custa dinheiro. Prende a fita durante o tempo que bem entende, corta à vontade e só revê decisões depois de obrigar os cineastas a um tremendo desgaste junto a ministros, jornais e repartições públicas. Esta censura, na opinião dos cineastas, é exercida com caráter polftico e pseudomoralizante. Comunismo e pornogratia são suas grandes bandeiras. O moralismo da censura é significativo. Um dos censores mais duros Acima destes dois conceitos, a maioria do cinema novo coloca o da "qualidade". Um grande filme "incomunicável" é tão nocivo quanto um péssimo filme "comunicativo"? O público não entende o primeiro e deixa o cinema vazio; enche o cinema que passa o segundo e entende perfeitamente sua ruindade. No primeiro caso, cria a sensação de que o cinema brasileiro é todo incomunicável e contribui diretamente para o fracasso comercial dos filmes posteriores. No segundo, engana o público, mostrando-lhe claramente idéias que falseiam a visão cultural do país. Gláuber Rocha, o teórico mais radical do cinema novo, afirma: — Eu sou contra aqueles que defendem a produção de lilmes digestivos, fáceis, evasivos, sem compromisso com a realidade do nosso tempo e sem originalidade criativa. Sou contra os Ulmes que imitam a comédia americana, o melodrama francês ou o que seja. -a*sSS malhas Enen criou uma coleção de malhas de colorido luminoso. gostosamente aconchegantes. Apropriadas para o clima brasileiro. Enen sabe que agora você pode íazer um armistício vantajoso entre o tempo e a moda. EMERÍ j l o C lixa Postal9867 TãoJiMa G R U P O U MITSUI £fh **VP>io X^.0.£S»,4CL. 4 / J 3 , p , 6 S Marisa Urban (O Engano) vai terminar um Hlme com Raul Cortez. É alegre surpresa para ioda a família! Exija o selo de qualidade M O I N H O D E O U R O em todos os ovos de Páscoa que levar para casa. Geórgia Quental poderá ser vista em As Sete Faces de um Cafajeste. Quero fazer cinema que tenha raízes em nossa formação histórica, social e psicológica. Filmes que sejam, ao mesmo tempo, universais, abertos, livres, filmes que não sejam fascistas, isto é, que deixem ao espectador a liberdade de discutir, amar ou detestar. Se eu quisesse ganhar dinheiro fácil, preferia escolher outra ocupação. Usar o cinema para fabricar lucro à custa das taras e frustrações do público, isso é criminoso. A escolha entre a criação livre e original e a imitação das fórmulas estrangeiras é um dilema penoso. O cinema novo, confessa o mesmo Gláuber, não atingiu a verdadeira comunicação. Mas acha que também não falsificou nada. Entre "comunicar" e "criar*', a barreira de discussões está cada vez mais forte. Um filme "comunicativo" não é necessariamente ruim, nem o "incomunicável", necessariamente uma obra-prima. A solução terá que ser encontrada, mais cedo ou mais tarde. Os prêmios do cinema brasileiro não lhe deram a vitória nem mesmo dentro de sua própria casa. 8P> 4*J,*>iOXq.0.c£llACL.4/i8,p. PAULO MENDES CAMPOS reúne alguns talentos das mais diferentes épocas e dos mais diversos países para compor a mais impossível das conversas DIÁLOGO DOS MORTOS C A M Õ E S — Errei todo o discurso de meus anos. G O L D O N I — V o c ê sabe q u e m i nha vida foi um tecido d e a c i d e n tes penosos e desgraçados acasos. . . HORÀCIO — Feliz o q u e , distante dos negócios, a e x e m p l o d o s primeiros homens, trabalha os c a m pos paternos c o m os bois que lhe pertencem, GOETHE — Nunca m e aconteceu encontrar uma felicidade inesperada, um b e m q u e n ã o tivesse d e conquistar c o m grande luta. HAWTHORNE — N a hora atual, *a maior necessidade d a h u m a n i d a d e sofredora é o sono. GRIEG — Eu parecia u m navio estofado de sonhos. RÉMY D E G O U R M O N T — Q u e m não pensa sua vida, não vive. FLAUBERT — É estranho c o m o nasci c o m tão pouca fé na felicidade. Tive ainda muito j o v e m u m pressentimento c o m p l e t o d a vida. Era c o m o um nauseabundo cheiro de cozinha a escapar-se p o r u m a saída. Não era preciso ter c o m i d o daquilo para saber q u e f o i feito para vomitar. POE — Tudo o q u e amei, amei sozinho. BAUDELAIRE — Sentimento d e solidão d e s d e minha infância. M a l grado a família — e entre os c o legas, sobretudo — sentimento d e destino eternamente solitário. DE QUINCEY — Se u m a esfinge propusesse ao h o m e m um novo enigma nests-s t e r m o s : Existe u m fardo absolutamente insuportável à coragem h u m a n a ? — Eu responderia l o g o : O fardo do i n c o m u n i cável. GOGOL — Q u e laço n o s prende uns a o s outros? VIRGÍNIA WOOLF — A u n a n i m i dade q u e a t o d o s envolve, passageiros que somos. T H O M A S HARDY — A raça h u m a na é uma imensa rede q u e freme p o r t o d a parte q u a n d o g o l p e a d a em um d e seus pontos, c o m o q u a n do se toca uma teia d e aranha. DESBORDES-VALMORE — Eu disse o que a mulher só d i z a Deus. B E N J A M I N C O N S T A N T — Minhas palavras s e m p r e estragaram o m é rito d e minhas ações. CARLYLE — O m u n d o jamais c o nhecerá a minha vida. JULES RENARD — O h o m e m é a metade d e um bobo. C H A T E A U B R I A N D — Se a o menos pudesse deixar de ser ferroado pelos meus devaneios! CALDERON DE LA BARCA — A vida é s o n h o . . . PINDARO — O homem é o sonho de uma sombra. PROUST — O h o m e m é o ser que não pode sair de si mesmo. A M I E L — Eterna d e s p r o p o r ç ã o entre a vida sonhada e a vida real! BAUDELAIRE — Quanto a m i m . sairia d e b o m grado d e um m u n d o no qual a ação não é irmã d o sonho. ARISTÓTELES — Viver consiste principalmente em sentir e pensar; a vida em si é uma coisa b o a e agradável. BERNANOS — Que m e importa a m i n h a v i d a ! Quero s ó q u e e l a permaneça fiel ao menino que f u i . J U L E S RENARD — A h ! é bem possível q u e jamais um h o m e m haja dito uma só palavra verdadeira. MUSSET — A única coisa que m e resta no m u n d o é t e r chorado às vezes. HENRY J A M E S — Trabalhamos nas trevas — fazemos o que p o demos... damos o q u e temos. Nossa dúvida é a nossa paixão, nossa paixão é a nossa tarefa. T. S. ELIOT — Realmente, estamos na escuridão. DYLAN T H O M A S — Ódio, ó d i o , contra a morte d a luz. TASSO — T o d o tempo n ã o c o n sagrado a o amor é perdido. HEINE — No t e m p o em que a m e i , gozei d e uma soma espantosa d e felicidades, d a mais horrível mistura d e tormentos e venturas, mais do q u e a minha natureza sensível podia suportar. V A L É R Y — A s grandes t o r m e n t a s afetivas talvez sejam ocasionadas por u m fio mal isolado e m nossa organização elétrica. STENDHAL — Toda infelicidade vem d o erro. Acostumar-se à dor: todo homem tem sete o u oito alegrias p o r d i a . N ã o exagerar d e mais o valor d a felicidade que não se tem. H E B B E L — Que pode fazer de m e lhor o rato apanhado na ratoeira. a não ser c o m e r o t o u c i n h o ? GIDE — O m u n d o só será salvo, se puder sê-lo, p o r insubmissos. YEATS — Aos melhores falta q u a l quer c o n v i c ç ã o , enquanto os p i o res se mostram cheios d e apaixonada intensidade. STENDHAL — O que muitas vezes me põe d e luto a alma, o que j a mais confiei a n i n g u é m , é esta terrível infelicidade: não tenho consciência. DESCARTES — É preciso que a vontade se e m p e n h e p r i n c i p a l m e n te em considerar e seguir as razões que s ã o contrárias às q u e paixão representam. ROBERT DESNOS — A s p i r o a o fim t r á g i c o d e m i n h a paciência. DANTE — Fui um b a r c o sem vela e sem leme, levado aos portos, às e m b o c a d u r a s e às praias pelo vento seco d a dolorosa pobreza. DEBUSSY — Eu continuo esta vida de espera, d e sala de espera, pois sou o pobre viajante que espera u m trem que jamais passará. R. ROLLAND — Todo ser é vários e m um — uma polifonia. MÁRIO DE A N D R A D E — Eu s o u 300, sou 350. VIGNY — S ó o silêncio é grande, t u d o o mais é fraqueza. HUGO — O povo é o silêncio. LA BRUYÊRE — Um camponês é um tronco de árvore q u e se desloca. CÍCERO — Corta-me o coração ver q u e n ã o h á mais república, nem t r i b u n a i s . . . DICKENS — Combaterei a c r u e l dade e a opressão. CARDUCCI — Não sirvo para n a da. Odeio a morte na idade tenra: não a c o n c e b o , ela m e apavora, c o m o se as estréias caíssem. CERVANTES — O t e m p o me a c o s sava, a angústia crescia, a esperança s e estiolava e, apesar disso, eu vivia d o meu desejo d e viver e gostaria de recuar o termo f a t a l . SAMUEL JOHNSON — A aproximação d a morte me parece aterradora. . . GOGOL — A vida perderia t o d o o mistério sem a morte. LACORDAIRE — Q u e m quiser c o nhecer o valor de uma alma. p r e cisa t o c á - l a ; se não d e r o som d o sofrimento, p o d e passar adiante: n ã o é uma alma. RILKE — Força é mudares d e vida. TCHECOV — É indispensável neste m u n d o ficar indiferente. RUI — Nada mais natural q u e o amor d a pátria. IBSEN — Onde fica a minha pátria? COLETTE — Pertenço a um pais que e u deixei. C A M Õ E S — O h c a m i n h o s d a vida s e m p r e errados! 103 ^ H< & M*$ JM 4 ! i 1 m A 1 0 f ' ir" —->-- "--•'"- "---:' Sir^sF H Mm •íf • * . * •» §*5&§P -«.WKSKÇ. lÊkmm mm nnnnnnnnm m nuuuuu **©?? ; nuuuuuuni BUJH &|&t... m t - 'j''--- asa D e p o i s do e x t r a o r d i n á r i o sucesso do filme b a s e a d o nas a v e n t u r a s dos famosos gangster* a m e r i c a n o s , o c i n e m a europeu se volta para o mesmo tema as HH ." 1 1 • • • - • • 1 9 >."•• ••.- t • . ai •PS ef) /MA *'oxq.o.e^/(/fCL.4//a, p. B? E CLYDE à FRANCESA Depois de um assalto bem sucedido, o bando de Bonnot foge num "guarda-louça" de 1911, espalhando morte e terror pelas ruas de Paris: Bonnie and Clyde â francesa. tf) mSm d o Reportagem O primeiro 104 assalto: o agente de um banco é fuzilado e roubado na rua. Gamma (Via Air France^) Há alguns anos atrás, o cineasta francês Philippe Fourastié recebeu uma história a respeito de uma quadrilha de gangsters que aterrorizou a França em 1911 e 1912: o célebre bando de Bonnot, integrado por um curioso grupo de assaltantes e assassinos. Fourastié gostou do argumento, mas não encontrou quem se dispusesse a pagar as despesas de sua filmagem. Os produtores alegavam que ninguém mais estava interessado em filmes de gangster e que, naquele momento, o público só queria saber de histórias de espionagem do gênero James Bond. Fourastié engavetou o roteiro e fêz outro filme, chamado Un Ckoix d'Assassins, com Bruno Cremer e a brasileira Duda Cavalcanti. 5 5 i 3 ^ ^ Sob a chefia de Bonnot (Bruno Cremer) e Raymond (Jacques Bref), à direita, a quadrilha desafiou a polícia. ^ 105 0P> A A J , P)iO X ^ . O , c S l , A C L . 4 / t t i , p . g g OPICK-UP'JEEP"FAZTUDO O QUE OS OUTROS PICK-UPS FAZEM, COM UMA GRANDE DIFERENÇA: TEM TRAÇÃO NAS 4 RODAS E É MAIS ECONÔMICO. Isso mesmo. Por que comprar um pick-up comum se você pode ter um que, além de custar menos e ser de manutenção mais econômica, ainda oferece tração nas 4 rodas, diferencial auto- blocante*, reduzida e roda livre? Que enfrenta qualquer caminho e sempre chega onde você quer. Que é tão confortável e macio como um carro de passeio. E tão seguro como um caminhão. Que tem 4 marchas à frente, todas sincronizadas e um possante motor de 90 hp a 4.200 rpm (opcionalmente, m % : «1 ^' k ut motor 3.000, de 132 hp a 4.400 rpm). E além de tudo isso é "Jeep". Sinceramente, você acha vantagem comprar outro pick-up? "jr«p WILLYS O Bando de Bonnot é a resposta francesa a Bonnie and Clyde e, como este, é uma tuisiura de violência com humorismo Passa-se o tempo, a moda 007 definha e, de repente, estoura em todas as telas do mundo a violência de Bonnie and Clyde. A fita americana desencadeia uma febre internacional, lança uma nova moda e desperta um culto à era do gangsterismo. Fourastié desengaveta a história da quadrilha de Bonnot e anuncia sua intenção de filmá-la — e é quase atropelado pelos produtores, ansiosos por financiá-la. Ao contrário de Bonnie and Clyde, cuja produção foi acidentada e vista com desconfiança por seus financiadores, O Bando de Bonnot é cuidadosamente preparado como um filme destinado a grande sucesso. Entre os detalhes elaborados para a sua promoção, encontra-se uma canção feita especialmente para a fita e que, em gravação de Joe Dassin, já é o sucesso do momento em Paris. Para que o filme também lance uma moda — a exemplo do antecessor norte-americano —, houve um minucioso trabalho de escolha de roupas e chapéus, modelos de carros antigos, ambientes decorados à moda da época e acessórios diversos. Os atores principais são Bruno Cremer (Bonnot), Annie Girardot (Marie Ia Rouge) e o cantor Jacques Brel (Raymond Ia Science), O roteiro original foi modificado para que tivesse o mesmo clima de Bonnie and Clyde, com uma bem dosada mistura de sangue e violência com piadas e situações divertidas. Os franceses estão proclamando orgulhosamente, a propósito de Bonnot, que essa foi a primeira quadrilha motorizada do mundo, anterior às de Al Capone e Bugs Moran e formada vinte anos antes do primeiro encontro de Clyde Barrow com Bonnie Parker. Os carros que os rapazes de Bonnot utilizavam eram Panhard Levassor, De Dion-Bouton e Delaunay-Belleville, muito mais antigos que o Ford 1934 que serviu de túmulo ao casal americano. O primeiro golpe da quadrilha de Bonnot ocorreu no dia 21 de dezembro de 1911, quando dois empregados de um banco foram assaltados numa rua de Paris, despojados de uma sacola de dinheiro e baleados. Vinte dias depois, Bonnot roubou um arsenal completo de revólveres e carabinas na fábrica Smith 8r Wesson, revelando que suas intenções não eram nada pacíficas. Passam-se duas semanas e a quadrilha promove um espetacular tiroteio na Place du Havre, matando um policial e desaparecendo, No dia 24 de março de 1912, realizam a operação que provoca uma tempestade na França: assassinam um motorista e seu passageiro, roubam o carro, assaltam o banco de Chantilly e deixam um rosário de vítimas na rua. Aguilhoada pela imprensa e a opinião pública, toda a polícia da França caça a quadrilha de Bonnot. O bandido Raymond Ia Science, assim chamado por seu amor à boa leitura, escreve uma carta à polícia, dizendo: "Nós seremos vencidos, mas esperamos fazer-vos pagar muito caro por vossa vitória." O cerco policial começa a produzir frutos e alguns gangsters são presos ou mortos. O subchefe da Surété Française, Jouin, é fuzilado por Bonnot quando tentava prender o líder. Chega afinal o dia do caçador: Bonnot é encurralado numa garagem, junto com Marie Ia Rouge, e morre numa explosão de dinamite que êle próprio provoca. Seus dois últimos sócios mantêm um tiroteio com a polícia em Nogentsur-Marne, durante 12 horas, sob as vistas de 20 mil pessoas vindas de Paris para assistir ao fim do bando. E assim terminou a quadrilha de Bonnot, que renasce agora para o sucesso no cinema. HERMAN O autor maldito, tão insólito como Joice, protagonista de uma vida tumultuada e fascinante, marcada pela revolta contra as convenções e os podêres deste mundo, transferiu para seus livros-três obras primas - o s conflitos permanentes do sêr humano contra as injustiças da sociedade. ««S! O LOBO DA ESTEPE O LOBO DA ESTEPE Um quadro global da desagregação do homem e de seus sofrimentos, numa novela onde tudo é tensão, ambivalência, atração e repulsão Preço: NCr$ 6.00 DEMIAN A história de uma revolta do adolescente* que busca, no isolamento e na solidão, encontrar os símbolos da Vida e da Liberdade Preço: NCr$ 5.00 SIDARTA O autor, depois de experimentar todas as possibilidades de existência humana, encontra a paz verdadeira no budismo autêntico da índia Preço: NCr$ 5.00 este é o bando de Bonnot na versão cinematográfica. Falta apenas Marie Ia Rouge, interpretada por Annie Girardot. Ela era a musa do chefe. -.* • . !*?&tj*fFi TRÊS LANÇAMENTOS DA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA ^ • f?HL& RUA 7 DE SETEMBRO. 97 - RIO DE JANEIRO - GB ATENDE-SE A PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL & c* 4L -A >'/' "i Reportagem de Marisa Raja Gabaglia Fotos de Richard Sasso e Paulo Scheuenstuhl moda volta a 1900 — é Paris que propõe. E enquanto ainda se pergunta se esse novo eaprlcho vai vingar no Brasil, eis uma resposta afirmativa, autêntica e sensacional, graças à sensibilidade de uma moça chamada \\ ihna. que os cineastas italianos vieram descobrir aqui e levaram para Roma, onde ela fêz vários filmes de sucesso. (Entre eles. Angélica no Harém, última produção da série que tornou famosa Jfichcle Mercier.) Ao talento de H Uma se uniram o engenho de Lúcia, cuja butique realizou os modelos — cópias autênticas das roupas do início do século — , a arte da maqullagem de Teresa Casolt e o penteado de Oldu. O cenário; Vivara, onde tudo é do mais puro 1900, dos lustres aos painéis, dos gramofones às reproduções de daguerreótipos. O resultado foi uma belíssima reconstituiçõo da belle epoque no punorama do Rio* m? •">M:Si • • \ «1^ ^•^ **:T • - VV. * \ , ' * * ^rs: • Rh. • = ' • • : - ••í • i i> I >fc • */ «r- o & aA , ^ A a'** ) O novo perfil da mulher devolve-lhe com vantagens toda a graça e maior feminilidade 114 A nova moda é mesmo bem antiga. Coordenadas principais: cintura no lugar, babados e plissados românticos, o clássico tricolor francês, e o preto, eterno presente. Mas esta volta não significa nenhum retrocesso, e sim um acréscimo de feminilidade. O batom vermelho, os olhos misteriosos, os cachos leves, eis algumas das maneiras de ser 68 com um perfume sutil de começo do século atual. Segundo o famoso Ives Saint-Laurent, o mais saudosista dos grandes costureiros, "a beleza não tem nenhuma importância, o que conta é a sedução, o choque". Nunca a moda permitiu tanto a tantas mulheres, com tão pouco. Os grandes costureiros resolveram recriar os anos 30 na «p apresentaçã das novas coleções r.j\ o # * « • / • « o X : , . >••>,;• . . . ' • - , • - . / , * • « . • • , ' • . * . . . . • • ' • Para Dior, os anos 30 foram a idade de ouro da moda — a mais refinada, a mais sofisticada, mais feminina e snob. E também a mais duradoura, por permitir às mulheres que chegam aos 30 anos c o n s e r v á - l o s por mais v i n t e . Uma moda sem idade e sem tempo. Plumas, b o i n a s , écharpes, pregas, cintos, foulards são alguns entre os mil e um detalhes que compõem o p e r f i l da nova mulher antiga. Isso é que é um dos seus méritos: recriar sobre o que já existe. Essa é a razão básica da sua durabilidade. Ela absorve as tendências que estãc no ar, adapta-se e se renova a cada estação. U m a mulher, em 1968, pode, estando absolutamente na moda, ter um ar de Greta Garbo ou Jean Harlow, ou até mesmo de Dietrich. E vai mais longe ainda: com uma boina, uma maxi-saia, um foulard, t o d a s podem ser Bonnie. Vale a pena voltar aos anos 30. :' ',.'* ' ' .. t r • . • • ' • ». •: • - I m: . - , • • •-:, . ' : • . . . • "•• • - • ••••' • «.;• * • • * ' ' • .... • <y^r.?*;i>: • , t . * • • • T% i V " r - I / TO»'* í H •••• s r £ 6 • ' . •• . O . »v . > *-t «r: • ' ' V • 9 J Da Pobreza de um Bairro Negro à Fama e à Fortuna O % O cr x A £P> AA/, ?>I0 X^.0.££l,4cL.^ Catedral de Brasília, que estava com as estruturas prontas desde 1959, será agora terminada. O Patrimônio Histórico e Artístico Nacional transformou-a em Monumento de Arte, e uma dotação do Congresso permitirá a complementação da obra, juntamente com uma campanha de âmbito nacional presidida por D. lolanda Costa e Silva, com direção executiva do Padre Joaquim Horta, delegado do arcebispo de Brpsília. Formada por dezesseis colunas que emergem de um espelho de água, tendo 50 metros de diâmetro e 30 de altura, a Catedral de Brasília — a primeira projetada por Oscar Niemeyer e um de seus mais belos trabalhos — apresenta formas livres e vazadas, a que as colunas de concreto armado dão um movimento ascendente. A entrada no templo se fará por rampas externas, passando por uma galeria sombria para chegar à nave, toda em mármore branco, a três metros abaixo do solo. O altar-mor, o trono, o coro e a Via-Sacra são de Athos Bulcão, sendo o edifício fechado por vitrais dourados e rodeado por um corpo baixo e ondulado, a cúria, que fornece o elemento de contraste e escala indispensável. Fora da catedral estão localizados a cúpula e o batistério, bem como a torre dos sinos e quatro profetas, esculturas de Ceschiatti. BRASUA UU SER CONCLUÍDA IMORAL «0 ÍÜ mm •- õii? » f f DAV.S ir. • m A sensacional auto-biografia do ídolo da canção popular: Sammy Davis Jr. Best-seller nos EE. UU. agora num lançamento d e EDIÇÕES BLOCH I I Já em todas as livrarias ou pelo reembolso postal Ê BLOCH EDITORES Rua Frei Caneca, 511-ZC 14 — Rio de Janeiro — GB Solicito seja enviado pelo reembolso postal o livro SIM EU POSSO de SAMMY DAVIS Jr. & JANE e BURT BOYAR % H Nome Endereço Cidade D Via Aérea • ia Estado • p or te Simples O PAPA PAULO VI DOARA UM ALTAR DE RMORE E O GOVERNO DA FRANÇA ESTUDA A POSSIBILIDADE DE ENVIAR UM MURAL DE CHAGALL w M,p>iox%o.e£itAcL.qlft9»?fr BP> AAJ,í%/0 X ^ . O . c S / , ACL-4- O f a m o s o pintor f r a n c ê s a c a b a d e criar olguns dos m a i s belos cartazes de publicidade dos últimos tempos AVOUAM MATUEU l Fotos de Antônio Rudge m W Para pintar suas telas, Mathieu não se prende a nenhum convencionalismo: trabalha em qualquer lugar. A incumbência de realizar 15 affiches para a Air France, representando países ou regiões servidos pela companhia aérea francesa, coloca George Mathieu novamente em grande evidência junto ao público. Desta vez, o criador do tachismo não trabalhou apenas para os círculos eruditos, iniciados no conhecimento da arte moderna Seus cartazes promocionais vão correr o mundo, dando nova dimensão à arte da propaganda visual. Mas, enquanto isso não ocorre, críticos e intelectuais aplaudem, em grande maioria, o reaparecimento triunfal de Mathieu, que permanece fiel ao seu estilo e mantém o mesmo método de trabalho exibido há anos, no MAM do Rio, quando pintou uma tela gigantesca ao som de ritmos de macumba. A exposição de affiches, aberta em Paris pelo Ministro André Malraux, será inaugurada na 2.a quinzena de abril em S. Paulo e, em seguida, poderá ser vista no Rio. 122 AIR FRA A lembrança dos chapéus da guarda da rainha está presente1 no cartaz da Grã-Bretanha, sóbrio e Um fundo azul-marinho, como o do céu tropical, estrelado de luzes e cores: o carnaval carioca foi a fonte de inspiração. 123 BP) e>p> ^ ^ o ^ . o ^ i A L . y ^ M.ftiOtf.O.eSi.ACL.^i** Esta é a mais cara cartazes até hoje u m grande nome , \ artes plásticas ^x — Fascinante aventura, a de traduzir pela linguagem da abstração lírica uma entidade tão complexa como a alma de um povo — disse Mathieu, referindo-se ao seu mais recente trabalho. Tarefa admirável, tentar transmitir com a evidência mais total, para as sensibilidades mais numerosas, o que faz o essencial do gênio próprio de uma nação. Expressar o inexpressável. Por seu turno, a Air Frànce, apresentando a exposição, informa ter querido "descobrir como um pintor fundamentalmente abstrato conseguiria, sem abdicar de sua personalidade, traduzir por sinais outros, que não imagens, as sensações emotivas que suscita a evocação exótica das viagens". Durante algum tempo, Mathieu pesquisou, esboçou, realizou ensaios, para enfim chegar à conclusão: os 15 cartazes são acompanhados, no catálogo da exposição, pelo que seria o texto-legenda de uma fotografia, em tom literário e lírico, tentando transmitir o efeito que a evocação dos temas que lhe foram propostos opera sobre sua sensibilidade. Assim, para o cartaz da Grã-Bretanha, êle escreveu: — O folclore em toda a sua evidência, os alamares, os bordados, as armas, a pompa. Uma arte de exprimir sua singularidade sob a aparência do conformismo. O vermelho dos uniformes, dos ônibus. As barreiras, as separações, os clãs. O rigor, o respeito, o negro. I s Para a sua visão particular, Mathieu recusouse, como sempre, a ficar preso a convencionalismos, como o que hoje apresenta a Inglaterra apenas como símbolo de iê-iê. \U*^ Muito azul para Grécia e Itália: o primeiro tem linhas clássicas, o segundo lembra o barroco. 124 / 'Areia queimada. Terra calcinada. CÔres rutilantes. Mundo mágico. Violência, inquietação México. Pera Israel, "o selo de Salomão transformado em estrela brilhante do candelabro de sete braços, com 3 lágrimas de esperança . « A A/J, PitOX^O.cCi, ACL 4 a era atual da comunicação em massa, a contribuição de Mathieu dá mais destaque à arte do anúncio France lapon AIR FRAN França e Japão. modelos diferentes de refinamento e bom-gõsto. 0 carnaval carioca é, nitidamente, a fonte de inspiração para o cartaz dedicado à América do Sul. O próprio Mathieu o confessa: — A parte pelo todo: Rio. A fornalha. A osmose. Os espasmos da transfiguração. As crateras da vertigem. ° s saltos do transe. A deílagração total. O instinto reencontrado. 0 ajuntamento de todas as energias em uma festa suprema: o tachismo em estado puro. George Mathieu começou a pintar em 1942, tendo sido o primeiro artista, na França, a reagir violentamente contra as formas da pintura abstrata geométrica, e a organizar as primeiras manifestações em favor de uma arte livre de todos os hábitos clássicos, que ele deíiniu como abstração lírica. Os longos cabelos, o bigode enorme e a excentricidade de suas apresentações tornaram-no extremamente popular. Uma das características marcantes da sua primeira fase era a velociâade — telas gigantescas pintadas em menos de uma hora, com o auxílio de brochas, baldes e bisnagas de tinta espremidas, fazendo efeitos lineares. Para os leigos, o nome Mathieu ficou sendo um sinônimo de borrador. Para a crítica, no entanto, êle sempre figurou entre os nomes mais importantes dos pintores contemporâneos: suas exposições têm sido sucesso nos grandes centros de.arte da Europa e da América, valendo-lhe convites honrosos, como o da casa Gobelin, que encomendou uma tapeçaria para o salão de honra do pavilhão francês na Exposição Universal de Montreal. Como prova de sua importância a obra de Mathieu figura em 48 museus de todo o mundo. Um dos mais belos da coíeçào, o cartaz da índia reúne, segundo Mathieu, "o complexo, o inextrincévet, partes se engrenando 126 Um fundo prateado, metálico. ete o "dinamismo internai, as orientações implacáveis", no cartaz dos Estados Unidos. BP> A*J, P><0 %*). O. BC!, flO-^p-tà £3 tyj P>|0 t°l.O. BS\ t ACL BB t om Reportagem de Adelaide Ferreira * Fotos de Alécio de Andrade (Do Bureau de Paris — Via Varig) Quatro horas em ponto da tarde de segunda-feira, dia 25 de março, na sede da prefeitura do sétimo distrito de Paris. 0 mafre coloca no peito a faixa com as c o r e s nacionais da França e dá início à cerimônia. À sua frente, uma jovem alta e bela, de cabelos compridos e longas pernas, vestida de saia e b l u s a pretas. Ao lado dela, um moço de ar simpático e intelectualizado, vestido de azul-marinho. O prefeito pergunta: "Hilda Maria Cavalcanti Ferreira, aceitais vós a Jean-Danlel Poilet por esposo, diante da lei?" A resposta — um oui, naturalmente — encerra com a carreira de solteira de Duda Cavalcanti, a brasileira que trocou Ipanema por Saint-Germaindes-Prés e se tornou atriz do cinema francos. O casal Caio Mourão e o pai de Duda, Sr. Sebastião Ferreira, eram os únicos brasileiros presentes I O casamento de Duda e Jean-Danlel foi realizado com a maior discrição, sem convites e sem recepção . Compareceram apenas a mãe do noivo, Madame Poilet, o pai de Duda, Sr. Sebastião Ferreira, os dois padrinhos e o casal Caio Mourão. O joalheiro brasileiro foi o criador das alianças, que compunham um anel cortado ao meio por Duda. A noiva definiu o casamento como "superapressado", pois não houve tempo sequer para a compra de um vestido especial. Nos dias anteriores, ela e êle ocuparam-se em p r e p a r a r o apartatamento, pintá-lo e decorálo. Não houve viagem de lua-de-mel, uma vez que ambos tinham compromissos profissionais em Paris. Agora, eles têm apenas um plano: f a z e r um filme, com o cineasta Jean-Daniel dirigindo a atriz Duda. Duda e Jean-Daniei (à esquerda) vão morar no apartamento que eles próprios pintaram e decoraram, no bairro famoso de Saint-Germaln~de$-Prês. Continua em outro arquivo, para abrir clique aqui * m 89