Le Portugal - Jornal comunitário em Português | ABC Portuscale

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Le Portugal - Jornal comunitário em Português | ABC Portuscale
O escândalo dos Papéis do Panamá
ou como 128 políticos de todo o mundo,
além de muitas outras celebridades e
poderosos, ocultaram fortunas do fisco..
Num. 53 • Ano / An 3• 9 de Abril / 9 avril 2016
• jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português •
Jean Lapierre - 1956 / 2016
9 de Abril de 1918 - A Batalha de La Lys
O Dia do Soldado Português
Aníbal Augusto Milhais, nasceu em Valongo,
concelho de Murça, em Trás-os-Montes.
Entrou para a galeria dos heróis portugueses
durante a batalha de La Lys, a 9 de Abril de
1918, devido à sua bravura.
O “Milhões” sozinho, empunhando a sua
metralhadora, cobriu e protegeu a retirada
dos seus camaradas portugueses e de
soldados escoceses. De tal forma que os
alemães pensaram estarem a enfrentar toda
uma unidade inimiga.
Faleceu em 1970.
Soldado Milhões
Aníbal Augusto Milhais. Nasceu em 1895 em Trás-os-Montes. Foi integrado
no CEP que em Maio de 1917 embarcou para França. A 9 de Abril de 1918
(véspera da substituição de tropas), iniciou-se a Batalha de La Lys (nome do rio
local). Custou às nossas tropas 400 mortos, mais de 1500 feridos e para cima
de 6500 prisioneiros e desaparecidos. Apesar dos esforços a resistência aos
alemães tornou-se quase impossível. Perderam a primeira linha, passando para
a segunda, de forma a retardar a ofensiva até a chegada de reforços.
É aqui que o soldado Milhais se torna conhecido.
Face ao ataque alemão, revelou sempre um notável sangue frio e enorme
coragem nunca largando a sua metralhadora (a quem chamava a “sua menina”)
disparando sempre. Logo que a s suas munições acabavam, recorreu às dos
mortos e feridos. Quando foi dada ordem para retirar o soldado Milhais mantevese sozinho na trincheira, protegendo o recuo dos seus companheiros, salvando
assim muitas vidas. Percorreu sozinho, praticamente sem nada para comer,
várias dezenas de quilómetros, num terreno pantanoso e controlado pelos
inimigos.
Salvador Dali
Ao chegar, ao fim de seis dias, ao acampamento Português, coberto de lama e
sangue, o seu comandante, o Major Ferreira do Amaral, abraçou-o e disse “Tens
o nome de Milhais mas vales Milhões”. Daí o nome. Soldado condecorado
e que acabou a sua vida na terra de Valongo de Milhais (anteriormente chamada
de Valongo). A terra tem esse nome em homenagem ao soldado.
Coordenado pelo Núcleo do Québec da Liga dos Combatentes
Photo: Francis Roy/La Presse Canadienne
Déclaration du premier ministre du Canada
concernant le décès de l’honorable Jean
Lapierre
Ottawa (Ontario)
Le premier ministre Justin Trudeau a fait la déclaration suivante concernant le
décès de l’honorable Jean Lapierre :
« C’est avec beaucoup d’émotions et de tristesse que j’ai appris le décès
tragique, suite à un écrasement d’avion, de l’hon. Jean Lapierre, de sa conjointe,
de membres de sa famille et du personnel de l’équipage qui les accompagnaient
aux Îles-de-la-Madeleine.
« Ancien député, ministre, et personnalité médiatique, M. Lapierre a consacré sa
vie au service public. Son décès soudain laissera un grand vide dans le monde
politique et médiatique, au Québec comme dans le reste du pays.
« J’ai eu le plaisir et la chance de côtoyer Jean à plusieurs reprises au cours
des années passées. Le pays se souviendra de lui comme un homme politique
doué, connu et aimé de tous. Nous garderons en mémoire l’engagement et le
dévouement dont il a fait preuve tout au long de sa carrière.
« Ces moments difficiles nous rappellent à quel point la vie est précieuse. Nous
nous devons de profiter de la vie et d’apprécier chaque jour qui s’offre à nous.
Sophie et moi sommes ébranlés par ces événements tragiques et tenons à offrir
nos condoléances les plus sincères aux proches de toutes les victimes. »
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A Chuva e o Bom Tempo
Os bancos perdidos
Os cidadãos traídos.
Mais um escândalo estremeceu as estruturas já tão abaladas da tão falada e
cada vez mais estranha Democracia.
A bizarra descoberta de milhares de documentos incriminando centenas de
personalidades do mundo dos negócios, da política e mesmo do desporto,
veio, uma vez mais, pôr a nu, todas as manigâncias que gente afortunada
arranja para se escusar ao pagamento dos impostos das suas fortunas, nos
países onde vivem ou trabalham.
Não se trata de um fenómeno novo porém, vai certamente tomar uma
importância que arrastará na sua esteira, mais nomes de negociantes offshore,
até lá quantas vezes admirados e mesmo adulados, cujas explicações se
podem traduzir pela ambição de uma maior prosperidade mas também, pelo
medo, pela falta de confiança nos governos dos seus países e duma União
Europeia fragilizada, amorfa, ruída pelas benesses que usufruem milhares
de representantes que, contas feitas, nada fazem de útil.
Poderemos perguntar como terão sido facilitadas estas listas comprometedoras
que agora aparecem e circulam. Há quem diga que, mesmo se Putin não está
directamente implicado, terá à sua volta, muito próximo, gente implicitamente
enredada, o que, segundo essa opinião já publicada, não deixará de atingir
a credibilidade do presidente russo. Ora, o homem do Kremlin, tem recebido
o aplauso de muitos dirigentes ocidentais, pela sua perspicácia e eficiente
estratégia aplicada na guerra da Síria, contrariamente aos EUA, à França
e à Alemanha que depois de terem armado os revoltosos contra Assad,
hesitaram e hesitam ainda em reagir, quando estes viraram casaca e se
tornaram militantes do denominado Estado Islâmico. Pode também ser visto
como uma tentativa de afogar o peixe… Há muitos interesses em jogo.
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Seja como for, se o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação,
onde temos alguns jornais portugueses implicados, não se deixar embarcar
numa qualquer tentativa de cerco em torno da liberdade de imprensa,
poderemos assistir ao desenvolvimento deste abalo mundial que, como
um rás de maré, virá trazer em superfície as identificações de quantos se
esquivam por incontáveis patamares subterrâneos.
Tendo-se demitido o Primeiro-ministro da Islândia, que possui com a mulher
abastada fortuna no paraíso panamiano, outras manifestações anti-offshores
estão ocupando as ruas de muitas capitais e os chamados “papéis do
Panamá” são o assunto principal em todos os jornais do mundo.
Sem Banca autónoma não há países independentes.
Por Armando Esteves Pereira/CM
Afonso Henriques rompeu os laços com Leão e Castela e fundou uma nação
que é das mais antigas da Europa. Em Aljubarrota Nuno Álvares Pereira
garantiu a independência que permitiu a odisseia dos Descobrimentos.
Ainda o século de ouro não tinha terminado e um rei louco, mal aconselhado,
coloca o País em xeque nas areias de Alcácer-Quibir. Terminados os 60 anos
de domínio filipino, Portugal e Espanha viveram séculos de costas voltadas.
A Europa juntou-os e Portugal, sem elites nem capital, está a perder os
bancos para o vizinho. Depois do Banif, agora é o BPI, que deverá ficar uma
sucursal de La Caixa.
Sem Banca autónoma não há países independentes.
Escribas cúmplices
Estes escribas são cúmplices do lodaçal.
Por Armando Esteves Pereira/CM
O novo livro do Nobel Vargas Llosa sobre os anos de ditadura de Fujimori no Peru
destaca o uso de jornalistas corruptos pelo poder.
Por cá ainda não há obra relevante sobre estes anos estranhos de cleptocracia,
mas matéria-prima não falta. As escutas do processo Marquês constituem um
espólio valioso.
Sócrates, mesmo depois de deixar o governo, usou como cavalos de Tróia
jornalistas com fama, mas sem espinha. Habituados ao ‘fellatio’ a poderosos,
alguns transitaram entre projectos de comunicação e fundações de empresas
quase monopolistas, servindo qualquer poder, como aprenderam na cartilha. Estes
escribas são cúmplices do lodaçal.
É curioso observar como a par do célebre caso de Sócrates, associado ao
mega escândalo do Lava-Jato brasileiro, como estes papéis do Panamá irão
manter no salve-se quem puder tantos magnates, que arriscam grande e cujos
processos demorarão anos. Por enquanto, muitos poucos se manifestaram
e protestaram contra a publicação dos seus nomes e contas fantasma.
Um, porém, não deixa de merecer uma certa reflexão, refiro-me à atitude
provocante de Leonel Messie, o célebre e afortunado jogador barcelonês,
que ameaçou seguir com queixa em Tribunal por ter sido nomeado. Talvez
que a melhor decisão fosse esperar, sem fazer vagas, e deixar cair a poeira
antes de tomar qualquer decisão inconsequente. Pode ter sido apenas uma
birra, capricho de um vedetismo mal vivido, num ego que ultrapassa o bom
senso.
Quanto aos políticos, devem sempre ter em mente que “a política é a arte de
conciliar o desejável com o possível” — como o disse Aristide Briand e que
portanto, cada vez mais, os cidadãos esmiúçam à lente, todos os vai-e-vem,
todos os passos e afirmações dos políticos, não lhes deixando muito espaço
para falcatruas, apesar disso, mesmo assim, alguns conseguem ludibriar e
contornar o sistema sendo somente apanhados em abalos como este.
Veremos então, quem são as 244 empresas e os 35 indivíduos beneficiados,
que constam nos Papéis de Panamá e compreenderemos, porque é que o
Governador Romano da Ibéria, no tempo dos Césares, escrevia nas suas
missivas sobre : o povo “estranho” que habita o pequeno rectângulo luso
“nem se governa, nem se deixa governar”.
Vive de sonhos e alimenta-se de promessas. Até se sentir traído.
Raul Mesquita
ABC-portuscale. Bi-mensuel. Crédits:
Recueil d’auteurs identifiés et de / colectânea de autores identificados e de:
Aicep; Santé Canada; Histoire du Canada; Internet et quelques inconnus.
Compliation, coordination et montage: Raul Mesquita.
www.abcportuscale.com / [email protected]
Com 46 anos, Paulo Teixeira Pinto reformou-se após ser considerado
“inapto” por uma Junta Médica da Segurança Social, saindo do BCP com uma
indemnização de 10 milhões de euros e com o compromisso...de receber, até
final de vida, uma pensão anual equivalente a 500 mil euros.
Actualmente é:
- dono do grupo editorial Babel.
- presidente da Direcção da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros,
- presidente do Conselho Fiscal do Novafórum e da Sociedade Central de
Cervejas e Bebidas,
- vice-presidente da Assembleia-Geral do TagusPark,
- consultor jurídico na Abreu Advogados,
- membro do Conselho de Orientação Estratégica da Universidade Católica
Portuguesa e dos Conselhos Consultivos da Universidade de Lisboa e do Plano
Tecnológico.
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1ère République portugaise (1910-1926).
Pour certains historiens, la monarchie au Portugal a régné 782 ans (1128-1910),
pour d’autres, 771 ans, (1139-1910), soit avec 33 ou 35 monarques, selon,
encore certains historiens.
La première république portugaise est le régime politique au Portugal entre
la fin de la monarchie constitutionnelle marquée par la révolution républicaine
du 5 octobre 1910 et par la révolution militaire du 28 mai 1926. La constitution
républicaine est approuvée en 1911, (21 août). Une Assemblée constituante est
alors réunie le 28 mai, avec la participation presque exclusive du Parti Républicain,
et adopte une nouvelle constitution qui est promulguée le 3 septembre. Cette
première constitution portugaise, elle s’inspire des constitutions françaises et
brésiliennes. Les organes de la souveraineté nationale sont le pouvoir législatif,
le pouvoir exécutif et le pouvoir judiciaire, indépendants et harmonisés entre eux
(article 6).
Le souci du premier gouvernement
provisoire
républicain
portugais,
conduit par le professeur Teófilo
Braga (6 octobre 1910 - 3 septembre
1911), fut d’abord de faire connaître la
République portugaise à une Europe
encore massivement monarchique,
à l’exception de la France et de la
Confédération helvétique (Suisse).
Plus encore, rassurer la majorité de la
population portugaise encore attachée
massivement à la monarchie. Après
la proclamation de la République
portugaise, les fidèles à la monarchie
se réfugient en Espagne – pays encore
en faveur à la monarchie, ils jugeaient
que l’Espagne était le pays le plus
indiqué - Paiva Couceiro, les rejoint
un peu plus tard. C’est ainsi que 4
octobre jour du premier anniversaire
de l’implantation de la République
portugaise, une colonne d’environ mil
hommes rentre au Portugal par la ville
de Bragance, mais ils sont contraints
à battre en retrait par les forces fidèles
aux républicains portugais. En juillet
1912, une nouvelle et dernière tentative incursion monarchique, à nouveau sous
le commandement de Paiva Couceiro, cette fois-ci par la ville de Chaves, que
résistait, et Paiva Couceiro est obligé de battre en retrait avec ses hommes en
Espagne.
Cette première République portugaise
aux aspirations démocratiques, avec
une nouvelle constitution républicaine
qui instaure un régime parlementaire à
deux chambres, Afonso Costa, ministre
de la Justice, lance une grande politique
de réformes, et prévoit notamment
la séparation de l’Église de l’État.
L’Église catholique s’émeut fortement
des mesures prises par Afonso Costa
– le laïcisme commença à être discuté
au Portugal dès le XIXe siècle - à
l’occasion des Conférences du Casino
organisées par Antero de Quental,
en 1871. Le gouvernement provisoire
opte également la modification des
symboles nationaux : le drapeau et
l’hymne national portugais. On se
dote d’une nouvelle monnaie, l’Escudo
portugais (1 Escudo, équivalant à mille
reals), qui est créé par José Relvas
le 22 mai 1911. Des nombreuses
pièces de monnaie en argent ou en
cuivre sont remplacées par l’ancienne
monnaie, le real. Afonso Costa, dans
ses réformes, va jusqu’à simplifier l’orthographe de la langue portugaise. Dès le
1er septembre 1911, de grands penseurs portugais se penchent sur la réforme
de l’orthographie portugaise, de façon à la rapprocher de la phonétique et éviter
entre autres les lettres d’origine grecque telles que le ph, th, rh, y et ch, (Autor au
lieu d’auctor, Portuguesa au lieu de portugueza, ou encore, aí au lieu de ahí), et
faciliter l’accès à l’écriture d’un plus grand nombre.
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L’assemblée constituante promulgue
le choix du nouveau drapeau portugais
et l’hymne national le 19 juin 1911. Le
drapeau portugais, après plusieurs
propositions, le choix aboutit à celui,
que nous connaissons tous, d’un
rectangle vert aux 2/5 côtés hampe et
rouge 3/5 côtés battants. Le vert est
choisi, car il est la couleur espérance
et le rouge est une couleur combative.
Dans l’union des deux couleurs, on
trouve l’écu des armes nationales
bordées de blanc, sur une sphère
armillaire manuéline (symbole des
découvertes portugaises), portant le
traditionnel blason portugais d’argent
aux écussons d’azur chargés chacun
de cinq besants d’argent à la bordure de gueules (rouge) chargée de sept
châteaux d’or. Les cinq écus bleus sur l’écu blanc sont ceux de la victoire sur les
cinq rois maures lors de la bataille d’Ourique, en 1139, où D. Afonso Henriques
est proclamé roi du Portugal. Ce nouveau drapeau remplace l’ancien, de couleur
blanc et bleu sans la sphère armillaire manuéline, qui à sa place avait une
couronne.
L’hymne national (A Portuguesa) remplace l’hymne de la Charte, en vigueur depuis
1834. La Portugaise avait été composée en 1890, sur une musique d’Alfred Keil et
des paroles d’Henrique Lopes de Mendonça, en réaction à l’ultimatum britannique
de 1890, (Mapa cor-de-rosa). Chanson à caractère patriotique à l’origine, elle
sera utilisée, avec des paroles légèrement différentes, comme marche, par les
révoltés du 31 janvier 1891, lors d’une tentative manquée de coup d’État qui
prétendait implanter la république au Portugal. Après cet épisode, la Portugaise
sera interdite par la monarchie. La Portugaise, bien que proclamée hymne
national dès 1911, ce n’est que, le 4 septembre 1957, que la version officielle fut
adoptée, version qui est aujourd’hui jouée lors des cérémonies nationales, civiles
ou militaires, et lors de visites officielles des chefs d’État étrangers, après l’écoute
de l’hymne de la nation représentée.
Le buste officiel de la République portugaise fut choisi lors d’un concours organisé
par la mairie de Lisbonne en 1911. Francisco dos Santos remporta le concours.
Son buste se trouve exposé à la mairie de Lisbonne. Paraît-il qu’un autre buste
est parfois choisi pour figurer dans les documents de la République Portugaise,
celui de José Simões de Almeida, crée en 1908, et dont l’original se trouve à
la mairie de Figueira dos Vinhos. L’auteur aurait été séduit par le visage d’Ilda
da Pulga (1892-1993), une jeune fille employée dans les magasins Chiado à
Lisbonne, qui servit de modèle, mais, que sa mère surveille, (âgée de 18 ans),
afin d’être sûre qu’elle ne se déshabille pas pendant les séances, ainsi dit une
légende. En 1910, plus de 39 500 Portugais quittent le pays légalement, et près
de 6000 clandestinement. Dans cette même période, il a eu 187 naissances pour
113 mil décès. Encore, selon un recensement de 1911, il avait dans le continent
et dans îles e Madère et Açores, il avait près de six millions d’habitants.
Le 3 septembre 1911, fin du mandant pour le gouvernent provisoire, dirigé par
Teófilo Braga.
Photos :
01 : Teofilo Braga
02 : Buste de la Portugaise
03 : Escudo
04 : Drapeau portugais républicain
05 : Drapeau de monarchie
Manuel do Nascimento / Paris
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A pelo menos dois quilómetros de distância
Bairro da Ameixoeira, zona Alta de
Lisboa. Polícias baleados, bandidos
em fuga e pelo menos uma mulher
morta. Dois grupos rivais aos tiros, ao
fim da tarde, qual Quinta da Fonte há
uns anos, com caçadeiras a trabalhar
no meio das ruas do bairro.
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Histórias de fazedores
Para além das ideias inovadoras
colaboração Carlos Oliveira
Podemos ter o melhor produto do mundo, mas se não o soubermos apresentar
ao mercado dificilmente ultrapassaremos a barreira do sucesso.
Não existe verdadeiro empreendedorismo sem bons empreendedores. Caímos
muitas vezes na armadilha de tentar traçar o perfil do empreendedor de sucesso
e de tentar identificar características específicas que possam ditar o sucesso
de futuros empreendedores. Encontramos muitas definições sobre o que é ser
empreendedor mas, na verdade, acabam quase todas por usar os mesmos
chavões: ser criativo, proactivo, persistente, inovador, resiliente, ambicioso.
Tudo verdades, mas será que chega?
Continua a ser proibido em Portugal
democrático dizer o nome da etnia a
que pertencem estes trabalhadores,
apesar de nunca ninguém os ter visto
com uma enxada na mão ou a tirar a
carta de condução.
De qualquer maneira é um acontecimento raro e também por isso merece ser noticiado. Muitos gostariam que se
escrevesse uma notícia com um título bombástico, por exemplo, «Lelos com
armas» disparam caçadeiras sobre polícias violentos. Mas nós gostamos mais
de ser justos e não queremos confundir o «nosso» país com uma república das
bananas e por isso dizemos apenas que alguns parasitas, em minoria, continuam
a sugar a maioria de imbecis que trabalham todos os dias no duro para depois
descontarem para esses infelizes e explorados comprarem cartuchos, que depois
enchem de chumbo grosso com o dinheiro que recebem através de subsídios,
quando estacionam os seus carros de luxo à porta da Segurança Social, para
mamar do Estado socialista e social democrático – quer dizer, nós – o mesmo
Estado que vê os seus homens – quer dizer, braço armado legítimo - serem
feridos.
Onde anda a esquerda abichanada tão amiga destes discriminados?
Creio que não. Em boa verdade, considero redutor traçar um perfil. Os
empreendedores são, acima de tudo, pessoas e, como tal, valem pelas suas
características e especificidades, mas também pelo contexto em que se inserem.
Quando caímos no erro de estreitar e definir demasiado o que é isto ou aquilo,
estamos muitas vezes a excluir aqueles que têm capacidade para se destacar
mas que não se enquadram na descrição.
Sou empreendedor desde quando pouco se ouvia falar de empreendedorismo.
Na década passada, com António Murta ou Epifânio da Franca, fomos pioneiros
na construção de empresas tecnológicas, sem que para isso fosse necessário
estarmos enquadrados em estereótipos comportamentais. Seguramente que
fomos – e somos – ambiciosos e resilientes. Cada um de nós conseguiu construir
a sua empresa e captar a atenção de grandes multinacionais. Para isso, mais
do que criativos, proativos ou inovadores… Fomos, acima de tudo, gestores das
nossas empresas e de pessoas, ambicionando ser todos os dias mais do que no
dia anterior, observando o mercado, gerindo equipas e marcando golos, isto é,
encontrado clientes interessados nos nossos produtos.
Por isso, quando se fala em empreendedorismo acredito que é importante
recentrar as questões: Para além de uma ideia ou projecto inovador o que é
necessário? A verdade é que podemos ter o melhor produto do mundo, mas se
não o soubermos apresentar ao mercado dificilmente ultrapassaremos a barreira
do sucesso.
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Mais do que traçar o perfil perfeito, encontrar a fórmula exacta dessa figura que
é o empreendedor, é preciso perceber-se o que é necessário para se ser um
bom gestor/CEO. É importante compreendermos que não basta ter uma ideia ou
um produto inovador para se ter sucesso. A história está repleta de excelentes
produtos que não tiveram sucesso.
Quando caímos no erro de estreitar e definir demasiado o que é isto ou aquilo,
estamos muitas vezes a excluir aqueles que têm capacidade para se destacar
mas que não se enquadram na descrição.
Aquela esquerda que lhes dá casas, casas que quem trabalha tem de pagar sem
bufar; casas e não só, em troca dos votos que essa gentinha lhes dá.
E andam os governantes preocupados com os terroristas do Oriente, quando têm
terroristas bem no coração deste paraíso criminal, auto-denominado Portugal?
Lembremo-nos que a justiça portuguesa está a fazer a vida negra a pelo menos
um agente de autoridade, só porque este, no cumprimento da lei, matou um filho
de um casal de vermes que levava o puto para entrar nos sítios mais estreitos…
Claro que em todo o lado há gente boa e gente má. Mas gente, não criminosos.
Barra da Costa
NDR: Entretanto a Polícia realizou várias inspecções em habitações de suspeitos,
com o apoio da Brigada de Intervenção, que cercou o bairro e controlou todas as
entradas e saídas, tendo efectuado 6 detenções, de indivíduos declaradamente
intervenientes no incidente ou possuidores de armas ilegais.
Na operação intervieram 150 polícias.
A vida é o que acontece enquanto estás
ocupado a fazer outros planos.
Para além da ideia, da tecnologia e do produto é preciso ter visão de negócio,
saber definir uma estratégia de ataque ao mercado (que necessariamente
evoluirá com a empresa e o produto), perceber quem são os cliente alvo e
fechar vendas, saber gerir pessoas e talento, sem nunca descurar a gestão
financeira da empresa. E estas são valências que muitas vezes faltam aos novos
empreendedores e que na realidade só se adquirem ao percorrer-se o caminho.
Há que ter a humildade de aceitar o valor que outros com mais cabelos brancos
podem aportar, fazendo com que os novos empreendedores não cometam os
mesmos erros e permitindo que acelerem o seu crescimento como gestores.
A verdade é que podemos ter o melhor produto do mundo, mas se não o soubermos
apresentar ao mercado dificilmente ultrapassaremos a barreira do sucesso.
Leia as Histórias de Fazedores aqui. Está, por isso, na hora de se desenvolver
uma verdadeira escola para novos CEOs e uma rede de empreendedores em
residência (entrepreneurs in residence) à volta do ecossistema empreendedor
português que ajude a desenvolver este tipo de competências. Esta é uma ideia
que tenho vindo a maturar na InvestBraga e na Startup Braga, em parceria com
a Universidade do Minho. Identificamos a necessidade de investir na formação
dos CEOs do futuro e estamos a desenvolver esforços para que esta ideia se
torne numa realidade a curto prazo.
Não há empreendedorismo sem uma ideia inovadora como base, mas também
não há sucesso se não houver capacidade executar a estratégia e para gerir
eficazmente o processo de consolidação da empresa no mercado. Por isso,
torna-se cada vez mais premente abraçar o desafio de formar e fazer vencer os
CEOs do futuro do ecossistema empreendedor português.
Presidente da InvestBraga e da Startup Braga e empreendedor
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Rosa dos Ventos
Graciosa, l’île blanche
Santa Cruz da Graciosa - Ilha Graciosa nos Açores
Photo: DRT, Maurício de Abreu
Classée Réserve mondiale de biosphère par l’Unesco, l’île Graciosa est la
plus septentrionale des cinq îles qui forment le groupe central de l’archipel des
Açores. Elle est connue sous le nom d’île blanche, une désignation qui s’inspire
de ses caractéristiques géomorphologiques et des éléments toponymiques de
l’île, en particulier les noms attribués à des lieux comme Pedras Brancas (pierres
blanches), Serra Branca (montagne blanche) et Barro Branco (argile blanche).
L’île possède une commune, Santa Cruz da Graciosa, constituée de quatre
paroisses civiles : Vila de Santa Cruz, Vila da Praia, Guadalupe et Luz. Santa Cruz
se distingue par ses maisons typiques et par ses ruelles pavées qui se ramifient
à partir de la vaste place centrale, où vous trouverez un kiosque à musique, des
bassins d’eau et des araucarias. Vous ne manquerez pas de visiter les églises
Igreja Matriz de Santa Cruz da Graciosa, Igreja do Santo Cristo et Igreja Cruz da
Barra ainsi que le musée ethnographique, qui abrite des pièces traditionnelles
de l’île liées à la culture du vin et à la pêche à la baleine. À Praia, l’église Igreja
de São Mateus possède un orgue à tuyaux de 1793, l’un des plus beaux des
Açores, et à Guadalupe, l’église du même nom date du XVIIème siècle.
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Rose des Vents
Termas do Carapacho
Photo: Turismo dos Açores
Thermes de Carapacho Sur l’île Graciosa, près de la mer, se trouvent les sources
thermales de Carapacho.
Elles furent découvertes en 1750 et les qualités médicinales de ses eaux son
devenus célèbres aux Açores, aux XVIIIe et XIXe siècles.
Un ensemble de maisons de vacances du XIXe siècle fait aussi partie de
l’établissement thermal de Carapacho.
Furna do Enxofre
Au Monte Nossa Senhora da Ajuda, vous aurez une agréable vue panoramique
sur Santa Cruz, la partie nord de l’île. Dans cette zone, vous pourrez également
visiter trois chapelles consacrées à Saint Jean (João), à Saint Sauveur
(Salvador) et à Nossa Senhora da Ajuda. Cette dernière constitue l’un des
meilleurs exemples d’« architecture religieuse fortifiée » aux Açores. La « Casa
dos romeiros », destinée à accueillir les pèlerins, lui est annexée.
La préservation du patrimoine architectural de l’île est visible dans divers types
de bâtiments, en particulier dans les églises, les chapelles, les maisons rurales,
ainsi que dans une curieuse « architecture d’eau », un réseau centenaire de
réservoirs et de systèmes de distribution d’eau potable. La présence de moulins
à vent aux coupoles rouges d’inspiration flamande, témoins de l’abondance des
céréales en d’autres temps, est également caractéristique.
Caldeira da Graciosa est
l’élément du paysage le plus
emblématique de l’île.
Classé Monument naturel régional, cet imposant cratère d’une
grande beauté comprend la
Furna da Maria Encantada et
la Furna do Enxofre, véritables
sanctuaires de Mère Nature.
La Caldeira da Graciosa
Grottes
La Caverne de Soufre, située sur la partie sud-est de la Caldeira de l’Île
Graciosa, est une imposante caverne de lave dont la caractéristique principale
est de posséder un plafond en voûte parfaite. L’accès à l’intérieur se fait à travers
d’une tour de 37m de hauteur environ et un grand escalier en colimaçon de 183
marches.
Elle fut explorée au XIXe siècle par d’illustres visiteurs comme le Prince Albert de
Monaco et les naturalistes Fouqué et Hartung. Elle est considérée unique dans
le panorama vulcano-spéléologique international et sa formation est associée à
une importante phase effusive intra-caldeira, du type hawaïen.
À l›intérieur, outre un lac d›eau froide, il existe un important champ de dégazage,
constitué d›une fumerolle de lave et d›émanations gazeuses diffuses de dioxyde
de carbone, qui se libèrent imperceptiblement de divers points du sol de la grotte.
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CAMILO CASTELO BRANCO
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UMA DESGRAÇA NUNCA VEM SÓ
OS ACONTECIMENTOS
1825 - Nasceu em Lisboa, na Rua da
Rosa, a 16 de Março. O segundo filho
de Manuel Joaquim Botelho Castelo
Branco, solteiro, e de Jacinta Rosa do
Espírito Santo Ferreira , sua criada, foi
registado como filho de mãe incógnita,
certamente devido às origens humildes
da progenitora.
Apenas com dois anos de idade,
Camilo ficou órfão de mãe, sendo
perfilhado pelo pai, juntamente com
a sua irmã Carolina. Por esta altura,
a sua família deslocou-se para Vila
Real, onde o pai fora colocado como
responsável pelos correios.
1827 – Morre a mãe.
1835 – Morre o pai.
1836 – Camilo e a irmã partem para
Vila Real. Passam a viver com uma tia
paterna.
1831 - Os três membros da família regressaram à capital, após a demissão
de Manuel Joaquim por acusação de fraude. Com a morte deste, as duas
crianças foram entregues aos cuidados de sua tia paterna, D. Rita Emília da
Veiga Castelo Branco.
6
1841 - Com apenas dezasseis anos de idade, Camilo casou-se com Joaquina
Pereira de França, em São Salvador, e instalou-se em Friúme.
1843 - Nasce Rosa Pereira de França Castelo Branco. Nesse ano, o jovem
fixou-se pela primeira vez no Porto, numa casa da Rua Escura. Em Trás-osMontes deixara a tia Rita, a mulher e uma filha de meses.
- Matriculou-se no 1º ano de Anatomia da Escola Médico-Cirúrgica e depois
em Química, na Academia Politécnica. Frequentou o primeiro ano do Curso de
Medicina e no ano seguinte voltou a inscrever-se na Escola Médica, mas perdeu
o ano por faltas, uma vez que era mais assíduo frequentador dos ambientes
boémios do que das aulas.
1844 - Começou então a participar nos abadessados ou outeiros de abadessados
(certames poéticos que ocorriam nos pátios conventuais e duravam três dias e
três noites, nos quais os poetas glosavam motes dados pelas Monjas, que em
troca, ofereciam doces e vinho fino) e publicou as primeiras obras poéticas.
Depois de conseguir tomar posse do que restava da sua herança, voltou a Vila
Real. Nesta terra perdeu-se de amores pela prima Patrícia Emília do Carmo
Barros. Com ela fugiu para o Porto.
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1847 - Na sequência da morte da sua esposa, Joaquina Pereira, voltou ao
Porto.
1848 - Alojou-se no Hotel Francês ( Paris ), da Rua da Fábrica.
- Morre a filha Rosa e nasce a filha Bernardina Amélia ( casou com um
capitalista idoso), fruto da sua relação com Patrícia Emília, criança que foi
colocada na Roda dos Expostos, depois entregue à freira Isabel Cândida Vaz
Mourão, do portuense convento de São Bento de Avé-Maria, amante de Camilo.
1851 - Passou algum tempo na capital,
onde redigiu o seu primeiro romance,
Anátema, publicado no Porto.
- Tomou parte na polémica entre
Herculano e alguns padres sobre o
milagre de Ourique e enamorou-se da
escritora Ana Augusta Plácido, noiva
de Manuel Pinheiro Alves.
1852 - Nesta fase da sua vida, imbuído
de um surpreendente fervor religioso
que se julga ter sido inspirado na
impressão causada pelo exemplo do
Dr. Câmara Sinval, lente da Escola
Médica, que, já idoso, tomou ordens
tornando-se pregador em S. Filipe de
Nery, ponderou seguir uma carreira
religiosa. Para tal, matriculou-se nas
Aulas de Teologia, Dogmática e Moral,
do Seminário Diocesano, ao tempo
instalado no Paço Episcopal, e chegou
mesmo a requerer ordens menores.
1857 - Instalou-se em Viana do Castelo, onde, trabalhou como redactor do
periódico A Aurora do Lima.
Mas não estava só. Acompanhava-o Ana Plácido, esposa de Pinheiro
Alves, que para aí o seguira, com a desculpa de acompanhar uma irmã. Muito
rapidamente, esta ligação amorosa viria a tornar-se pública e notória.
1859 - Camilo e Ana Plácido partiram para Lisboa. Mas a vida não estava fácil
para os dois amantes que, na prática, eram dois fugitivos, deambulando pelo
país e debatendo-se com dificuldades económicas.
- A 11 de Agosto deste ano, nasceu Manuel Plácido, filho de Camilo e Ana
Plácido, mas que veio a ser registado legalmente como filho de Pinheiro Alves.
1860 - Pinheiro Alves, o marido traído, moveu-lhes um processo de adultério
que os atirou para a Cadeia da Relação do Porto. Ana Plácido foi presa a 6
de Junho e Camilo, que andara fugido no Entre- Douro-e-Minho, entregou-se
às autoridades no primeiro dia de Outubro. No cárcere, onde, em abono da
verdade, dispunha de algumas comodidades e, sobretudo, não se encontrava
exclusivamente confinado a uma cela, Camilo recebeu a visita de D. Pedro V,
por duas ocasiões, e escreveu, no prazo recorde de 15 dias, o seu mais lido e
popular romance, Amor de Perdição.
1861 - Ana e Camilo foram julgados e absolvidos por influência do Dr. José
Maria Teixeira de Queiroz, pai de Eça, conselheiro do Tribunal.
1862 - O casal foi viver para Lisboa.
1863 - Nasce o seu filho Jorge Camilo Plácido de Castelo-Branco.
- Morte de Pinheiro Alves e o seu “filho”
legal, Manuel Plácido, herdou a casa
de São Miguel de Seide, em Famalicão.
1864 - A família muda-se para São
Miguel de Seide, onde nasceria, em 15
de Setembro, o terceiro filho do casal,
Nuno Plácido de Castelo-Branco.”
OS FILHOS
Manuel
1846 - Passou 11 dias na Cadeia da Relação, por ter sido acusado de roubar
20 000 cruzados a João Pinto da Cunha, pai de Patrícia e amante da sua tia.
- Depois de libertado, regressou a Vila Real e manteve a relação com a prima
Patrícia Emília.
Registado legalmente como filho de
Pinheiro Alves
Parece ter sido um jovem que amava
bailes, que morreria aos 19 anos de
uma “febre”, provavelmente meningite.
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Jorge
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Era declaradamente louco, com episódios violentos em que agredia os
pais, tendo estado mesmo internado
no Hospital de Alienados Conde
Ferreira aos cuidados dos psiquiatras
Ricardo Jorge, António
Maria de Sena e Júlio de Matos,
tendo sido considerado um doente
irrecuperável. Terminou os seus dias
num estado de apatia depressiva e de
degradação (cuspia a quem passava e
impedia que lhe limpassem o quarto,
despejando os dejectos no soalho).
Nuno
Viria a ser um estróina irresponsável,
sempre metido em sarilhos sórdidos.
Desordeiro,
alcoólico,
perdulário,
viciado no jogo , e incapaz de trabalhar,
em 1881, casou-se por interesse com
uma herdeira rica, Maria Isabel da
Costa Macedo que raptara, instigado
e ajudado pelo seu pai Camilo. Com
Maria Isabel da Costa Macedo teve
uma filha, que acabaria por morrer
poucos dias depois da infeliz mãe.
Por via da morte da filha, Nuno herdou
o remanescente da fortuna da mulher,
que entretanto fora gastando na
boémia continuada. No mesmo ano,
ligou-se a Ana Rosa Correia descendente de lavradores de Landim, com quem
teria 7 filhos.
1877 - Camilo vê morrer na Póvoa de Varzim, aos 19 anos, o seu filho predilecto,
Manuel.
1878 - Pioram os problemas de visão e foi ferido num acidente de comboio entre
São Romão e Ermesinde.
1882 - As relações com o filho Nuno degradaram-se e Camilo acabou por
expulsá-lo de casa.
1883 - Leiloou a biblioteca pessoal, em Lisboa, devido a dificuldades financeiras.
1884 - Morre a nora Maria Isabel.
- Morre a neta Camila, filha de Nuno.
1888 - Formalizou a sua ligação com Ana Plácido, com quem casou, na Invicta,
em 9 de Março na Igreja de Santo Ildefonso. Habitou na Rua de Santa Catarina
no actual nº 630 – 2º andar
.
1890 - Suicídio do escritor Júlio César Machado, amigo de Camilo.
1890 - No dia 1 de Junho depois de uma derradeira consulta num especialista
de oftalmologia, matou a última réstia de esperança de curar a cegueira,
suicidou-se, como já antes havia ameaçado, com um tiro disparado sobre o
ouvido direito. Foi sepultado no jazigo do seu amigo Freitas Fortuna, no cemitério
da Lapa, no Porto, lugar que previamente escolhera para sua última morada.”
Nota - A 17 de Março de 1915, um violento incêndio devorou completa e
inexplicavelmente a casa de S. Miguel de Seide.
CAMILO CASTELO BRANCO NO PORTO
“Cansei-me de ouvir dizer que a segunda cidade de Portugal é um enxame de
moedeiros falsos, de contrabandistas, de mercadores de negros, de exportadores,
e de magistrados de alquilaria
.
Venalidade, crueza e latrocínio são os três eixos capitais sobre que roda, no
entender da crítica mordente, o maquinismo social de cem mil almas.
A minha análise aprofunda mais o espírito do Porto. Ali, o viver íntimo tem faces
desconhecidas ao olho da polícia, e da economia social.”
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Histórias de fazedores
Para além das ideias inovadoras
colaboração Carlos Oliveira
Podemos ter o melhor produto do mundo, mas se não o soubermos apresentar
ao mercado dificilmente ultrapassaremos a barreira do sucesso.
Não existe verdadeiro empreendedorismo sem bons empreendedores. Caímos
muitas vezes na armadilha de tentar traçar o perfil do empreendedor de sucesso
e de tentar identificar características específicas que possam ditar o sucesso
de futuros empreendedores. Encontramos muitas definições sobre o que é ser
empreendedor mas, na verdade, acabam quase todas por usar os mesmos
chavões: ser criativo, proactivo, persistente, inovador, resiliente, ambicioso.
Tudo verdades, mas será que chega?
Creio que não. Em boa verdade, considero redutor traçar um perfil. Os
empreendedores são, acima de tudo, pessoas e, como tal, valem pelas suas
características e especificidades, mas também pelo contexto em que se inserem.
Quando caímos no erro de estreitar e definir demasiado o que é isto ou aquilo,
estamos muitas vezes a excluir aqueles que têm capacidade para se destacar
mas que não se enquadram na descrição.
Sou empreendedor desde quando pouco se ouvia falar de empreendedorismo.
Na década passada, com António Murta ou Epifânio da Franca, fomos pioneiros
na construção de empresas tecnológicas, sem que para isso fosse necessário
estarmos enquadrados em estereótipos comportamentais. Seguramente que
fomos – e somos – ambiciosos e resilientes. Cada um de nós conseguiu construir
a sua empresa e captar a atenção de grandes multinacionais. Para isso, mais
do que criativos, proativos ou inovadores… Fomos, acima de tudo, gestores das
nossas empresas e de pessoas, ambicionando ser todos os dias mais do que no
dia anterior, observando o mercado, gerindo equipas e marcando golos, isto é,
encontrado clientes interessados nos nossos produtos.
Por isso, quando se fala em empreendedorismo acredito que é importante
recentrar as questões: Para além de uma ideia ou projecto inovador o que é
necessário? A verdade é que podemos ter o melhor produto do mundo, mas
se não o soubermos apresentar ao mercado dificilmente ultrapassaremos a
barreira do sucesso.
Mais do que traçar o perfil perfeito, encontrar a fórmula exacta dessa figura que
é o empreendedor, é preciso perceber-se o que é necessário para se ser um
bom gestor/CEO. É importante compreendermos que não basta ter uma ideia ou
um produto inovador para se ter sucesso. A história está repleta de excelentes
produtos que não tiveram sucesso.
Quando caímos no erro de estreitar e definir demasiado o que é isto ou aquilo,
estamos muitas vezes a excluir aqueles que têm capacidade para se destacar
mas que não se enquadram na descrição.
Para além da ideia, da tecnologia e do produto é preciso ter visão de negócio,
saber definir uma estratégia de ataque ao mercado (que necessariamente
evoluirá com a empresa e o produto), perceber quem são os cliente alvo e
fechar vendas, saber gerir pessoas e talento, sem nunca descurar a gestão
financeira da empresa. E estas são valências que muitas vezes faltam aos novos
empreendedores e que na realidade só se adquirem ao percorrer-se o caminho.
Há que ter a humildade de aceitar o valor que outros com mais cabelos brancos
podem aportar, fazendo com que os novos empreendedores não cometam os
mesmos erros e permitindo que acelerem o seu crescimento como gestores.
A verdade é que podemos ter o melhor produto do mundo, mas se não o soubermos
apresentar ao mercado dificilmente ultrapassaremos a barreira do sucesso.
Leia as Histórias de Fazedores aqui. Está, por isso, na hora de se desenvolver
uma verdadeira escola para novos CEOs e uma rede de empreendedores em
residência (entrepreneurs in residence) à volta do ecossistema empreendedor
português que ajude a desenvolver este tipo de competências. Esta é uma ideia
que tenho vindo a maturar na InvestBraga e na Startup Braga, em parceria com
a Universidade do Minho. Identificamos a necessidade de investir na formação
dos CEOs do futuro e estamos a desenvolver esforços para que esta ideia se
torne numa realidade a curto prazo.
Não há empreendedorismo sem uma ideia inovadora como base, mas também
não há sucesso se não houver capacidade executar a estratégia e para gerir
eficazmente o processo de consolidação da empresa no mercado. Por isso,
torna-se cada vez mais premente abraçar o desafio de formar e fazer vencer os
CEOs do futuro do ecossistema empreendedor português.
Presidente da InvestBraga e da Startup Braga e empreendedor
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Djihad à Bruxelles
par Judith Bergman
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Européenne, est une douleur auto-infligée. C’est son aveuglement et le refus
européen de regarder les choses en face qui ont produit l’actuel chaos Européen
sur les dossiers sécuritaires.
Comme il fallait s’y attendre, l’Etat islamique a justifié les attaques en invoquant
la participation de la Belgique « à la coalition internationale contre l’Etat islamique
» - et ce, alors que la Belgique a tout juste participé à quelques bombardements
en Irak, le dernier ayant eu lieu il y a plus de neuf mois. A l’évidence, la campagne
d’Irak n’a rien à voir avec les attaques de Bruxelles. Ce type d’explications ne
sert qu’à alimenter le discours dominant en Europe, celui que Mogherini incarne
parfaitement.
De crainte d’offenser les musulmans, l’Europe s’interdit de porter le moindre regard
critique sur les différentes doctrines de l’islam. Ce refus n’est pas spécifique à
l’Europe. Voilà cinq ans, la Maison Blanche a volontairement mis au placard tous
les supports de formation que les groupes islamistes auraient pu juger offensants
pour l’islam. En 2013, le Washington Times a rapporté qu’un nombre incalculable
d’experts en terrorisme islamiste ont été bannis des débats et conférences que le
gouvernement a organisé sur le contreterrorisme, y compris ceux du FBI et de la
CIA. Toutes les agences gouvernementales ont au contraire reçu l’ordre d’inviter
les organismes de façade des Frères Musulmans.
Federica Mogherini, ministre des affaires Etrangères de facto de l’Union
européenne (à gauche aux côtés de son homologue iranien Javad Zarif) a
déclaré l’an dernier, « l’islam appartient à l’Europe.... Je n’ai pas peur de dire que
l’islam politique devrait être partie intégrante du tableau ». Françoise Schepmans
(droite), maire de Molenbeek, un quartier de Bruxelles, a reçu une liste comportant
les noms et adresses de 80 militants islamistes suspectés d’activités terroristes
et résidant dans sa commune. « Qu’étais-je supposée faire avec eux ? Ce n’est
pas mon travail de traquer des personnes suspectées de terrorisme » a-t-elle
déclaré. « Cela relève de la responsabilité de la police fédérale ».
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« L’islam appartient à l’Europe.... Je n’ai pas peur de dire que l’islam politique est
partie prenante de l’ensemble que nous formons. » — Federica Mogherini, Haute
représentante de l’Union Européenne pour les Affaires étrangères et la politique
de sécurité.
Le monde occidental refuse catégoriquement de porter un œil critique sur les
doctrines de l’islam de crainte d’offenser les musulmans. Ce trait de caractère
n’est pas propre à l’Europe. L’administration Obama a ordonné un nettoyage
complet de tous les outils de formation qui pourraient déplaire aux organisations
islamiques.
L’Occident refuse d’intégrer un point clé de la charia : le devoir du djihad, violent
et non violent.
Les élites politiques et militaires, ainsi que les médias et le monde intellectuel,
refusent de porter la moindre attention aux doctrines politiques et militaires de
l’islam et plus encore d’en faire le sujet d’une honnête recherche intellectuelle.
Face à un ennemi qui fonde sa raison d’être sur ces doctrines, ce refus devient
une pure malfaisance et une mise en danger d’autrui.
Les élites politiques et culturelles font régulièrement état de leurs craintes que la
lutte contre le terrorisme ne finisse pas compromettre les valeurs démocratiques
et les libertés qu’elle est censée protéger. Mais, ironie du sort, en abdiquant tout
droit d’interroger – et de discuter – la nature de l’islam, ils ont déjà compromis
notre valeur démocratique la plus fondamentale : la liberté de penser et son
corollaire, la liberté d’expression.
L’islam politique est d’ores et déjà partie intégrante de l’Europe, mais pas tout à
fait comme Mogherini se l’imagine.
Les théories politiques et militaires de l’islam – cet islam politique auquel Mogherini
se réfère avec tant de désinvolture – sont codifiées dans la loi islamique, la charia,
que l’on trouve dans le Coran et les hadiths. Contrairement aux idées fausses
qui ont cours sur l’islam, ces doctrines ne donnent lieu, dans tous les grands
courants de pensée de l’islam, à aucune interprétation nuancée.
L’injonction islamiste d’accomplir le djihad, violent et non violent, est un aspect
de la charia que l’ouest se refuse à intégrer. En 2010, date à laquelle il était
conseiller adjoint à la sécurité nationale au sein du Département pour la sécurité
nationale, John Brennan, directeur de la CIA, a prononcé un discours au Centre
d’études stratégiques internationale (CSIS). Il y a décrivait le djihad ainsi :
« La culture belge du déni est le point le plus important. Les experts qui pointent,
chiffres à l’appui, la déplaisante réalité d’un taux de criminalité élevé au sein de
la jeunesse d’origine marocaine et les violences de l’islam radical sont aussitôt
accusés de faire le jeu de l’extrême droite. Bien logiquement, ils sont ignorés
et ostracisés ». — Teun Voten, anthropologue hollandais qui a vécu dans une
commune musulmane de Bruxelles de 2005 à 2014.
« Une lutte sainte, un principe légitime de l’islam, pour se purifier soi-même ou
sa communauté. Il n’y a rien de saint, ni de légitime et encore moins d’islamique
à assassiner des innocents, hommes, femmes ou enfants ».
Federica Mogherini, Haute représentante de l’UE pour les Affaires étrangères et
la politique de sécurité, a déclaré le 24 juin 2015, au cours d’une bien nommée
conférence « Appel à l’Europe V : l’Islam en Europe » :
« Le Coran a été donné par Allah à Mahomet mot à mot. Cette représentation est
unanimement acceptée par l’ensemble du monde islamique... un vrai musulman
soucieux de respecter le vrai islam devrait suivre les ordres d’Allah et obéir aux
préceptes du Coran complètement. Par conséquent, quiconque ignore certaines
de ces règles n’est pas et ne peut être considéré comme un reflet de l’islam, un
bon musulman voire même un musulman ».
« L’idée d’un affrontement entre l’islam et l’Occident a induit en erreur nos
politiques et nos visions du monde. L’Islam occupe une place dans nos sociétés
occidentales. L’Islam appartient à l’Europe... Je n’ai pas peur de dire que l’islam
politique devrait faire partie de notre ensemble ».
Neuf mois plus tard, l’ignorance, l’aveuglement volontaire et une parfaite
incompétence concernant les fondamentaux les plus basiques de l’islam - que
Mogherini trahit par ailleurs dans ses propos - ont engendré un nouveau résultat
mortel. Les propos de Mogherini sont pourtant parfaitement représentatifs du
discours tenu au public par l’establishment politique et culturel européen.
Trente et une personnes ont été tuées et environ 300 autres blessées dans
des attentats qui ont eu lieu à l’aéroport de Bruxelles et à la station de métro
Maalbeek, au cœur de l’Union Européenne. Ces attaques terroristes ont été
revendiquées par l’Etat Islamique.
Mogherini qui, le jour des attentats, participait à une conférence de presse en
Jordanie, a fondu en larmes publiquement. Mais la peine qu’elle a exprimée,
en tant que personnalité occupant un des postes les plus en vue de l’Union
Une affirmation tout simplement fausse. Comme l’écrit le Dr. Majid Rafizadeh, le
Coran ne laisse place à aucune interprétation :
Sheikh Muhammad Abdullah Nasr, un professeur de loi islamique diplômé de
l’université Al Azhar du Caire – laquelle forme la majorité des savants islamiques
traditionnels -, a expliqué, en novembre 2015, pourquoi cette institution se refuse
à dénoncer l’Etat islamique comme non musulman :
« L’Etat islamique est un sous-produit des programmes d’Al Azhar. Comment Al
Azhar pourrait-elle se dénoncer elle-même ? Al Azhar dit qu’un califat doit advenir
et qu’il s’agit là d’une obligation pour l’ensemble du monde musulman. Al Azhar
enseigne la loi qui définit l’apostasie et le meurtre de l’apostat Al Azhar est hostile
aux droits religieux des minorités et enseigne qu’il ne faut pas laisser construire
d’églises... Al Azhar soutient la jizya [l’impôt exigé des minorités religieuses]
comme une institution. Al Azhar enseigne la lapidation. Comment Al Azhar peut-il
se dénoncer lui-même comme non islamique ? »
Youssouf al-Qaradawi, est un juriste et un savant qui exerce une influence
considérable dans le monde islamique. Il est le chef spiritual des Frères
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Musulmans, le président de l’Union mondiale des savants musulmans et
le président du Conseil européen de la fatwa et de la recherche, ainsi que
l’animateur d’une émission très populaire sur la charia diffusée sur la chaîne
qatari AlJazeera. Le même Qaradawi a déclaré :
Il faudrait «cinq ans» pour reconstruire
Palmyre
« La charia ne peut être amendée pour se conformer à l’évolution des valeurs et
des normes humaines. C’est une norme absolue à laquelle toutes les valeurs et
les comportements humains doivent se conformer ».
Le président turc Recep Tayyip Erdogan, un dirigeant islamiste, a rejeté à
plusieurs reprises les tentatives occidentales de présenter son pays comme un
exemple d’« islam modéré ». Il a déclaré publiquement qu’un tel concept est «
laid et offensant ; il n’y a pas d’islam modéré. L’islam c’est l’islam ».
Les djihadistes qui tuent au service de l’Etat islamique ne font que suivre les
commandements du Coran 9:5, « Combats et tue les Infidèles ou qu›ils soient...
» et du Coran 8:39 « Combats les jusqu’à ce que cesse la fitna [conflit] et que tout
soit soumis à la religion d’Allah ».
Tous les musulmans ne réclament pas une stricte application de la charia.
Nombreux sont les pieux musulmans qui, comme le président égyptien, Abdel
Fattah al-Sissi aspirent à une réforme.
Toutefois, nombreux sont ceux qui, en Occident, refusent avec persistance de
reconnaitre que la charia est au fondement de la guerre que les djihadistes
mènent contre eux. Ce refus est la forme la plus dangereuse de malhonnêteté
; des centaines de personnes l’ont déjà payé de leur vie tant en Europe qu’aux
Etats Unis.
Sans une réforme radicale de l’Islam et un soutien effectif apporté aux musulmans
progressistes (lesquels sont aujourd’hui systématiquement écartés au profit des
Frères Musulmans et d’autres organisations aussi peu recommandables), le
risque existe de voir les attaques terroristes – ou pire – se généraliser à travers
le monde occidental.
Le refus infantile de certains chefs de gouvernement d’affronter la véritable nature
de l’islam et leur goût profond pour des fantasmes utopiques et fantaisistes, ne
modifiera en rien les plans des djihadistes ; ils en sortiront confortés.
Aujourd’hui certains avancent l’idée que les attaques de Bruxelles seraient une
mesure de rétorsion pour l’arrestation, la semaine dernière, de Salah Abdeslam,
accusé d’avoir joué un rôle clé dans les attaques terroristes du 13 novembre
2015 à Paris. Ces spéculations passent à côté de la question. Aujourd’hui,
l’arrestation d’un terroriste de haut niveau sert de justification, mais une autre
explication sera avancée la prochaine fois. Il y aura toujours une « offense »
que les djihadistes n’auront pas digéré. Le seul et authentique problème est la
négligence criminelle avec laquelle les Européens et les Américains traitent la
question du fondamentalisme islamique.
Teun Voten, un anthropologue qui a vécu dans le quartier islamique de Molenbeek,
à Bruxelles, a publié un article éclairant le 21 novembre 2015 dans lequel il tente
de réponse à la question de savoir pour cette partie de Bruxelles est devenue le
cœur djihadiste de l’Europe. Il y a répondu de la manière suivante :
« ...la culture belge du déni est sans aucun doute le facteur le plus important.
Le débat politique a été dominé au plan national par une élite progressiste
complaisante qui croit dur comme fer que la société peut être pilotée comme un
dossier administratif. Ceux qui pointent, chiffres à l’appui, la déplaisante réalité
d’un taux de criminalité élevé au sein de la jeunesse d’origine marocaine et les
violences de l’islam radical sont aussitôt accusés de faire le jeu de l’extrême
droite. Bien logiquement, ils sont ignorés et ostracisés ».
Le débat est paralysé par un discours paternaliste qui transforme les jeunes
musulmans radicaux en victimes de l’exclusion économique et sociale. Ces
mêmes jeunes intériorisent d’autant plus facilement cette rhétorique qu’elle
suscite la sympathie et les exonère de toute responsabilité vis-à-vis de leurs
crimes. L’ancien maire socialiste Philippe Moureaux qui a gouverné Molenbeek
comme son fief de 1992 à 2012, a peaufiné la culture du déni à un niveau tel
qu’il porte aujourd’hui l’écrasante responsabilité de la dérive de ce quartier de
Bruxelles.
Deux journalistes avaient déjà pointé la présence d’islamistes radicaux à
Molenbeek et souligné le danger qu’ils représentaient. Les deux ont été victimes
d’une campagne diffamatoire.
Cette culture de l’ignorance volontaire du risqué terroriste se poursuit aujourd’hui
encore, aggravée par l’absence d’administration centralisée sur les problèmes
de sécurité. La ville à 19 maires, un pour chaque assemblée d’arrondissements,
comme en témoigne l’actuel maire de Molenbeek, Françoise Schepmans.
Le New York Times a révélé que, un mois avant les attaques de Paris, Schepmans,
a reçu une liste comportant « les noms et les adresses de plus de 80 personnes
suspectées de terrorisme, toutes résidant à Molenbeek ». La liste, établie à partir
d’informations recueillies par les forces de sécurité belges, comprenait les noms
de trois des terroristes qui ont attaqué Paris, Salah Abdeslam y compris. « Que
Sur cette photo prise le 27 mars, l’on peut voir ce qu’il reste de l’Arc de triomphe
de Palmyre, détruit en grande partie par les djihadistes de l’EI.
PHOTO MAHER AL MOUNES, AFP
Ma Presse
Le chef des Antiquités et des Musées de Syrie a affirmé lundi à l’AFP qu’il faudrait
cinq ans pour réhabiliter les monuments détruits ou endommagés dans la cité
antique de Palmyre occupée pendant 10 mois par le groupe État islamique (EI).
«Si nous avons l›approbation de l’UNESCO, il nous faut cinq ans pour restaurer
les bâtiments détruits et endommagés par l’EI», a déclaré Maamoun Abdelkarim,
au lendemain de la reprise de la ville de Palmyre (centre) par les forces prorégime.
«Nous avons le personnel qualifié, nous avons le savoir-faire et nous avons les
études, il faut bien sûr l›accord de l›UNESCO et nous pourrons commencer les
travaux dans un an», a-t-il ajouté.
Outre la citadelle du 13e siècle qui a été endommagée lors des combats pour
la prise de la ville, les djihadistes ont détruit les magnifiques temples de Bêl et
Baalshamin, l’Arc de triomphe, des tours funéraires ainsi que le Lion d’al-Lât.
M. Abdelkarim a toutefois souligné que «80 % des ruines antiques étaient en bon
état».
«Mes collègues sont arrivés lundi à Palmyre et je leur ai demandé de procéder
à une évaluation de l›état des pierres et de la vieille ville. Ils photographient et
documentent les dommages, et ensuite la restauration pourra commencer», a-t-il
expliqué.
«Nous devons nous occuper immédiatement de la citadelle, car elle est en danger
en raison des dégâts subis et nous devons commencer tout de suite l›évaluation
de l›état des pierres de Bêl et Baalshamin», a poursuivi M. Abdelkarim.
Selon lui, «rien n’a été volé» en raison de la pression de la population de la ville.
Il a confié que la directrice générale de l’UNESCO Irina Bokova l’avait
personnellement félicité lundi pour la libération de Palmyre. «Une réunion
exceptionnelle» aura lieu cette semaine au siège de l’UNESCO à Paris, a-t-il dit.
La partie résidentielle de Palmyre ressemble quant à elle à une ville fantôme, la
quasi-totalité des habitants ayant fui les bombardements. D’énormes destructions
témoignent de la violence des combats.
voulez-vous que je fasse avec eux ? Ce n’est pas mon travail de traquer les
terroristes » avait répondu le maire Schepmans. « C’est à la police fédérale de
s’en occuper » aurait-elle ajouté.
Cette irresponsabilité ne peut qu’exacerber une situation calamiteuse. Certains
articles de presse ont ajouté à l’accablement en révélant que les autorités
belges disposaient d’informations sérieuses sur des attentats en préparation à
l’aéroport de Bruxelles et dans le métro, et qu’elles ne se sont pas senties dans
l’obligation d’agir. Ce laxisme sécuritaire est sans doute le problème numéro 1
de l’administration politique et des services de police en Belgique. Il est probable
qu’il en va de même dans le reste de l’Europe.
S’il existe encore quelque espoir de combattre les menaces terroristes contre
l’Occident et de ramener nos cités à un semblant de vie normal, il est impératif
que cette politique de l’ignorance volontaire, du politiquement correct et du déni
disparaisse.
Judith Bergman est écrivain, éditorialiste, avocate et analyst politiquet.
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Porque Portugal merece ser mais do que
um desvio
Por norma preterido pelos norte-americanos em detrimento do vizinho ibérico,
o Mashable dedica um artigo a Portugal, onde faz um roteiro do que ver em
Lisboa, Sintra, Cascais e Algarve.
Baixa de Lisboa. Loja sim, loja sim,
quais fecham em cada rua?
Por João Pedro Pincha/Obs.
Despejos, actualização de rendas, crise económica. Os motivos que levam os
comerciantes da Baixa de Lisboa a fechar portas nunca variam muito.
O Observador traça um panorama para os próximos tempos.
Iryna Vlasenko/iStock
Autor
Ana Cristina Marques
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Portugal é muito mais do que um desvio, começa por escrever o Mashable,
num artigo destinado a distribuir elogios ao país de Camões, de Amália e do pé
direito de Cristiano Ronaldo. A honra não vem ao acaso: o site noticioso começa
por afirmar que, enquanto Espanha tende a ser um destino frequente entre os
turistas norte-americanos, o mesmo não se pode dizer do vizinho ibérico que,
não raras vezes, acaba por nem ser incluído no roteiro de viagem.
“Portugal pode ser um país relativamente pequeno, mas é fácil passar pelo
menos uma semana a explorá-lo e ainda assim não ter tempo suficiente para
desfrutar de tudo”, argumenta o Mashable.
Dito (ou escrito) isto, o site elenca uma série de razões para comprovar a
afirmação, começando pela capital e as suas atracções históricas — desde
a Torre de Belém, construída no século XVI, ao Padrão dos Descobrimentos
–, sem menosprezar a comida. Considerando este tópico, o destaque passa
sobretudo pelo bacalhau e suas receitas, mas também pelo afamado Pastel de
Nata que já quase dispensa apresentações.
O roteiro proposto inclui ainda paragens em Sintra, Cabo da Roca e na vila
piscatória de Cascais (não necessariamente por esta ordem), cenários que o
Mashable diz serem capazes de garantir muitos “gostos” nas redes sociais.
Apesar de a imagem de capa do artigo pertencer à Invicta, o autor escolhe
rumar até sul e levar os seus leitores ao quase sempre soalheiro Algarve e à
sua imensa costa, com 130 praias e 40 campos de golfe. Nesta ponta do país,
o que brilha será, então, o marisco e os “hotéis de prestígio”, mas também as
muitas actividades que, caso haja coragem e vontade, prometem ficar facilmente
para a posteridade: falamos (ou falam eles) de mergulho e snorkeling, a título
de exemplo.
Rua da Prata
Rua dos Fanqueiros
Rua Augusta
Rua do Ouro
Rua da Conceição
Rua do Comércio
Rua dos Bacalhoeiros
Rua dos Douradores
Quem dá o que tem, a mais não é obrigado. O sr. Pires dá histórias e, a quem lhe
dê dois dedos de conversa, café e pastéis de nata. Datas é que não é com ele.
Sabe que entrou como empregado para a Central da Baixa “em 1968. Ou 67”.
Sabe que se juntou com uns sócios e comprou a pastelaria em 1999. Mas não
sabe dizer há quantos anos, naquele prédio de azulejos esverdeados da Rua
do Ouro, em Lisboa, é que existe a carismática pastelaria. Ele tem apenas uma
vaga ideia que a Central da Baixa abriu ao público “em 1800 e tal”, mas de uma
coisa não tem dúvidas: o espaço fechou há cerca de dois meses.
As grades estão corridas para baixo e um aviso afixado na porta informa que
a pastelaria, famosa pelos “palmiers” e pelos pastéis de nata, vai reabrir com
nova gerência. Diz o sr. Pires, e é informação que corre por toda a Baixa, que
a Central fechou porque o senhorio propôs um aumento da renda para 15 mil
euros mensais. O negócio já não andava famoso nos últimos anos — os bancos
e escritórios que outrora povoavam esta zona da capital já se foram quase todos
embora — e por isso esta gerência decidiu que não queria pagar uma quantia
daquelas.
É uma história recorrente na Baixa de Lisboa. O Observador andou rua a rua,
porta a porta, loja a loja, e ouviu vários episódios semelhantes. Seja porque
receberam ordem de despejo, seja porque o negócio está mau ou seja porque
os comerciantes temem ter actualizações de renda incomportáveis, há dezenas
de espaços comerciais ameaçados neste bairro. Alguns podem fechar dentro
de dois ou três anos, outros só sobreviverão mais alguns meses, outros não
resistiram ao fim de Março.
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«Art for peace», expo à Paris
abc portuscale
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avec Isabel Meyrelles, Santiago Ribeiro et 53 autres artistes
Autor : Maria Fernanda Pinto
Photos de Frankelin do Amaral/PortugalMag
Le mouvement Art of Imagination, né dans les années 1960, a inauguré une
exposition itinérante à travers Europe pour célébrer et encourager la paix: Art
for Peace.
À Paris, l’artiste et commissaire Liba Waring Stambollion, sortie de l’Institut de
l’Art de Chicago, résidente à Paris depuis 1993, fondatrice du Collectif Dreams
and Divinities a entreprit de réunir 53 artistes internationaux (Japon, Angleterre,
États-Unis, Australie, Canada, Serbie, Autriche, Phillippines, Allemagne, France
et Portugal) autour d’un ensemble de valeurs fondamentales et a présenté
collectivement leurs leurs œuvres, dans la capitale française dans une première
exposition.
Après le succès de l’exposition au Canada à l’Écomusée du Fier Monde de
Montréal, et celle à Paris à l’Atelier Gustave, Art for Peace sera en Allemagne
à la Flox Gallery.
À Montparnasse, quartier consacré des artistes, à Paris, les salles de l’Atelier
Gustave, ont réuni nombreux artistes exposants, de cette communauté
talentueuse, où plus de cent personnes se sont trouvés pour admirer et exchanger
des opinions sur l’Art.
C’est n’est pas courant trouver ensemble tant d’artistes, amateurs d’Art,
représentants des média, tous gens de culture et coeur dans une ambiance de
communion de sentiments positifs et variés.
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et Peinture Fantastique.
L’idée intéressante du titre: Art
pour la Paix, suggère, et ce n’est
certainement pas par hasard, que l’Art
et la connaissance en échange parmi
les gents de différentes nationalités,
créent des liens de compreehension
et amitié, précieux pour promouvoir la
paix, par les temps qui courrent.
Nous avons eu l’occasion de parler
avec les visiteurs et de les entendre
dire «exposition lumineuse, de belle
harmonie, de joie, ça fait du bien d’être
entourés de belles oeuvres, parmi
de gens de plusieurs nationalités. Le
Portugal bien représenté».
La sculpteur Isabel Meyrelles a
exprimé aussi sur l’ambience qui nous
entourait: «j’ai senti bien présente l’atmosphère magique exhalée par les tableaux
exposés, une porte ouverte sur l’imagination qui refuse le monde présent et se
réfugie dans un monde parallèle qui est tout simplement, le surréalisme».
Il y avait trois styles présents dans cette exposition: Surréalisme, Art Visionnaire
Le Surréalisme, né après la première guerre mondiale, est caractérisé par
l’oposition à toutes conventions, sociales, logiques et morales. C’est un
mouvement qui dépasse le rêve, l’instint, le désir, la révolte, la liberté de vivre.
(...) Le Surréalisme, soit par la parole, par la peinture, par la sculpture, continue
pour nous tous, comme la vie – insistente, concrète, avec l’adhésion d’artistes de
toute l’Europe et des États Unis, en venant s’installer à Paris, capitale mondiale
des Arts et berceau de ce Mouvement, c’est la preuve que le «Surréalisme
Internationalm», continue vivant. Et l’International Surrealism Now, créé et
diffusé partout dans le monde, par des inombrables expositions, organisées par
le peintre portugais Santigo Ribeiro, un de ceux qui est présent ici, est encore
une preuve.
L’Art Visionnaire, est un Art picturale ou graphique qui se propage dans un
monde physique, donnant une image de la conscience, des thèmes spirituels,
mystiques, basés dans ces expériences.
La peinture fantastique, n’a pas d’origine précise, mais est toujours présente,
depuis le Moyen Âge à nos jours. Représente l’immaginaire, l’irréal, qui inspirent
tant de talentueux auteurs.
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COMANDOS
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“Os Símbolos dos Comandos”
Os símbolos são uma representação da realidade e os meios de identificação
com determinadas vivências. São o significante, a que atribuímos determinado
significado.
Desde a antiguidade gravámos símbolos. Esculpímo-los em todos os materiais.
Bordámo-los nos panos. Gravámo-los nos metais e nas pedras.
Através dos símbolos forja-se uma identidade comum, transmitida de geração
em geração.
Os Comandos constituem uma comunidade com uma identidade própria, que se
integra numa comunidade politica mais vasta:
UM POVO.
Uma comunidade com símbolos:
O código, o crachá, o estandarte, a boina vermelha, são alguns dos símbolos
mais representativos.
Porém, outros símbolos nos convocam, nos “tocam”.
A divisa “audaces fortuna juvat”.
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Não há ex-Comandos. Só Comandos. Nas fileiras e fora delas. No activo e na
reserva. Uma vez Comando sempre Comando.
Os Comandos são homens que, ficaram para sempre irmanados porque se
identificaram e interiorizaram determinados símbolos.
É um processo imparável, independente da vontade deste ou daquele elemento
do grupo. É sabido que os grupos atingem maior ou menor importância social,
em resultado do desempenho de alguns dos seus membros, que pelas suas
características, podem incutir (ou retirar) maior dinâmica ao próprio grupo. Os
símbolos formam-nos num grande colectivo, uno coeso e forte.
Um frémito percorre o nosso corpo ao vermos ou ouvirmos um dos símbolos
que interiorizámos. Quando sentimos este frémito, sabemos que pertencemos
ao grupo.
Ao vermos uma miniatura do crachá numa lapela, um autocolante colado no
pára brisas, ou uma tatuagem no braço ou ao ouvirmos o grito MAMA SUME.
Mesmo afastados de um convívio frequente ou desenquadrados das estruturas
formais – Batalhões, Companhia, Associação, fazemos parte deste grupo.
Há um sentimento de pertença ao grupo, mesmo quando nos afastamos da
estrutura ou quando nos afastam (expulsão). Um Comando será sempre, para si
próprio e para os outros um Comando. O Frémito permanece. Já transcende a
racionalidade. É do exclusivo domínio das emoções.
Num credo se chamaria a ISTO comunhão. Num
partido convicção. Num grupo como os “Comandos”
como se designará?
O monumento ao “esforço Comando”
.
Os “nomes”, Lamego, Cic de Luanda, Montepuez, Brá, Amadora,
St.ª. Guida.
A operação “siroco”.
O “Hino dos Comandos”.
O “Sei, Quero e Posso”.
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O “DONNE moi ma chance” da acção psicológica.
A história, “feita” pelos vinte mil homens “que por obras valorosas se vão da lei
da morte libertando”.
Essa simbologia que singulariza uma identidade, manifesta-se no Código
Comando, na exaltação dos valores:
“O Amor à Pátria”
“O Amor ao trabalho”
“O espírito de sacrifício”
“A prática da camaradagem”
“A prática da solidariedade”
“A Afirmação de pessoa de carácter leal e determinado”
“A Recusa da indignidade e da mentira”
“A exaltação dos que lutaram e venceram os obstáculos”
“O servir sem preocupação de paga”.
“O cumprimento da missão”
Os Comandos constituem eles próprios um símbolo.
O Gládio que simboliza a justiça, os cinco castelos Mouros que perpetuam a
memória dos que tombaram desde os primórdios da Pátria. O vermelho do
sangue derramado, pelos que caíram no campo da honra. É a nossa identidade
que desfila, quando os nossos símbolos desfilam.
Esta identidade simbólica é constante e sucessivamente e ritualizada. Nos
desfiles, nos Juramentos de Bandeira, nas cerimónias evocativas dos que caíram
– 25 de Novembro – nos dias festivos especiais, 29 de Junho, nos convívios das
companhias, são rituais que reforçam, dinamizam e cimentam essa identidade.
Nenhum grupo na comunidade Portuguesa, possui uma identidade tão forte. Nos
grupos de antigos combatentes ou fora deles. É uma identidade que atravessa
todas os grupos sociais. Dos mais conservadores aos mais liberais. Dos grupos
religiosos (muçulmanos, católicos) aos agnósticos. Dos trabalhadores aos
empresários. Do Norte ao Sul. Do Continente às Regiões Autónomas. Do Solo
Pátrio à Diáspora. Dos Comandos de “agora” aos Comandos de “outrora”. Dos
Comandos formados na guerra, aos Comandos formados nos novos territórios
que se tornaram estados soberanos. Sempre o mesmo espírito. O mesmo
querer. A mesma vontade de servir. A reacção do grupo à morte recente de um
Comando em Kabul exprime essa força, essa identidade. Esta realidade resulta
de um processo de integração que se desenvolveu ao longo dos últimos 40 anos.
Nesta comunidade “entra-se” na maioridade.
Anteriormente conhecemos a existência do grupo,
respeitamos, a sua “áurea” a sua “mística”, desejamos ser um “deles”. A entrada
é abrupta, exigente, muitas vezes até violenta. É nesse clima de tensão levado
ao extremo que interiorizamos a nossa simbologia. A “quente”, na prova de
fogo moldamo-nos e moldam-nos. Participamos nos ritos de passagem. Já
não voltaremos ao ponto de partida. A viagem não tem regresso. Entranha-se.
Interioriza-se. “Quero”.
Nesta viagem sem regresso, chegamos diferentes e melhores. A densidade
psicológica do ritual iniciático, Individualiza-nos. Singulariza-nos. Distingue-nos.
Assim nos temos burilado nos últimos 40 anos. Assim os Comandos se tornaram
um “grupo social” forte e respeitado na comunidade em que se integram. Em
tempo de crise dos valores, de desmembramento, de desagregação, e de
fragilização dos grupos (persistem apenas activos os grupos corporativos
na defesa dos seus interesses profissionais, ou económicos) ou em que os
grupos se transformam em turbas anomistas (como as claques dos clubes),
os Comandos permanecem, intervêm, participam. Reforçam a sua identidade
simbólica. Aqui reside o “Mistério”.
Sem os símbolos os “Comandos” perderiam a sua verdadeira essência.
Afirmam-se, mesmo que alguém LHES possa “dizer”, como Tito Lívio disse ao
general cartaginês, Aníbal Barca: “tu sabes vencer Aníbal, mas não sabes tirar
proveito da tua vitória”.”
Varela de Matos,
Professor Universitário, Advogado, Director da Associação de Comandos
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France : le djihad contamine la police et
l’armée
par Yves Mamou
Une policière musulmane a qualifié son uniforme de « saleté de torchon de la
République » et s’essuyait les mains dessus. Sur Facebook, elle incitait à « faire
la peau des sionistes ».
« Nous constatons une augmentation de la radicalisation parmi les militaires
français, notamment après l’affaire Merah » — Colonel Pascal Rolez, adjoint au
sous-directeur Contre-ingérence à la Direction de la protection et de la Sécurité
de la Défense (DPSD).
180 détonateurs et une dizaine de pains de plastic ont été volés, en juillet 2015,
sur un site de l’armée près de Marseille. L’enquête n’exclut pas la piste terroriste.
En juillet 2015, quatre hommes dont un ancien militaire de la Marine nationale,
ont été interpellés. Ils projetaient de pénétrer sur une base de la Marine dans le
sud de la France, de prendre en otage un « haut gradé », de le décapiter, puis de
diffuser les images de cette décapitation sur les réseaux sociaux.
collègues..
Selon une note confidentielle émanant de l’Unité de coordination de la lutte
antiterroriste du ministère de l’intérieur datée de janvier 2016, la France compte
8 250 islamistes radicalisés, (soit une augmentation de 50 % en un an).
Depuis les attentats de janvier 2015 contre Charlie Hebdo et l’Hypercacher de
Vincennes (15 personnes assassinées), l’actualité a fourni plusieurs signes de la
radicalisation au sein de l’armée française.
Une partie de ces islamistes sont partis en Syrie aux côtés de l’Etat Islamique
(ISIS), mais les autres infiltrent tous les niveaux de la société, à commencer par
la police et les forces armées.
Le 21 janvier 2015, la station de radio RFI, a annoncé qu’une dizaine d’anciens
militaires français ont déserté pour combattre aux côtés des djihadiste en Syrie
en Irak. Jean-Yves Le Drian, ministre de la défense, a confirmé mais a relativisé.
Il parle de cas « extrêmement rares ». L’un de ces militaires occuperait la
position d’« émir » dans la région de Deir Ezzor et commanderait une dizaine
de combattants français qu’il aurait lui-même formé au combat. D’autres sont
experts en explosifs ou parachutistes ; ils viennent pour certains d’unités de
commandos ou de la Légion étrangère.
Une note confidentielle de la Direction de la sécurité de proximité publiée par
Le Parisien, détaille 17 cas de policiers islamisés, entre 2012 et 2015, avec une
accélération en 2014. La note fait état de policiers musulmans qui écoutent et
diffusent des chants islamiques pendant leurs patrouilles.
Certains policiers ont refusé ouvertement de participer à une minute de silence en
commémoration des victimes d’attentats et même de protéger une synagogue.
La direction de la police a également été alertée par une policière qui, sur
Facebook, incitait à commettre des attentats. Cette islamiste a qualifié son
uniforme de « saleté de torchon de la République » en s’essuyant les mains
dessus. « Elle sortait ensuite des vestiaires du service couverte d›un hidjab (voile
islamique). En janvier 2015, juste après les attentats contre Charlie Hebdo et
l’Hypercacher de Vincennes ou 17 personnes ont trouvé la mort, elle écrivait sur
son compte Facebook : « cette fusillade masquée montée par des lopettes de
sionistes » [...] « Il faut leur faire la peau ».
L’inquiétude est d’autant plus grande que les fonctionnaires de police sont
équipés d’une arme de service et ont accès aux bases de données de la police.
La préfecture de police de Paris affirme que le phénomène est minoritaire, mais
a pris la décision de recenser, sur une base hebdomadaire, les « comportements
de transgression du principe de laïcité », c’est à dire les policiers musulmans qui
donnent le sentiment de basculer dans la radicalisation. Patrice Latron, directeur
du cabinet du préfet de police de Paris, a déclaré au Parisien que le phénomène
était « très marginal ».
La police n’est pas la seule à s’inquiéter. L’armée française aussi. Il n’existe pas
de statistiques ethniques sur le nombre de soldats musulmans au sein de l’armée
française, mais chacun sait qu’ils sont nombreux, et d’autant plus sensibles à
l’influence islamiste que la France est engagée militairement en Afrique, contre
Al Qaeda au Maghreb Islamique (AQMI) et contre l’Etat Islamique au Moyen
Orient. Rappelons que depuis les attentats de janvier 2015 contre Charlie
Hebdo, la plus grosse opération militaire française a lieu sur le territoire national
: 10 000 militaires protègent en France les synagogues, les écoles juives, les
gares, le métro et quelques mosquées aussi pour montrer aux musulmans que
la République ne les considère pas comme des ennemis. Leur mission n’est plus
d’être une force d’appoint mais comme l’explique le Figaro, de « déployer sur la
durée de véritables opérations militaires intérieures ».
Dès 2013, lors des 5e rencontres parlementaires de la sécurité nationale, le
colonel Pascal Rolez, adjoint au sous-directeur Contre-ingérence à la Direction
de la protection et de la Sécurité de la Défense (DPSD), avait déclaré : « Nous
constatons une augmentation de la radicalisation parmi les militaires français,
notamment après l’affaire Mérah ». Pour mémoire, Mohamed Mérah, un jeune
français musulman avait assassiné en 2012, à Toulouse, de sang-froid, trois
militaires et plusieurs Français de confession juive dans une école.
En 2012, Mohammed Merah, un Français musulman, a assassiné trois soldats
dans la rue et quatre juifs dans une école. Aujourd’hui, compte tenu du nombre
de cas de radicalisation dans la police et l’armée, les autorités craignent que le
risque « est de voir des représentants des forces de l›ordre s›en prendre à leurs
Pour identifier ces militaires en voie de radicalisation, la DPSD prend en compte
les changements vestimentaires, les arrêts maladie à répétition, les voyages ou
encore les vols de matériels.
En janvier 2015 toujours, peu après les attentats contre Charlie Hebdo et
l’Hypercacher de Vincennes, la police découvre que l’adjudante de gendarmerie
– la gendarmerie est un corps de police qui dépend du ministère de la défense -,
Emmanuelle C., 35 ans, une Bretonne convertie à l’islam depuis 2011, entretenait
des relations avec Amar Ramdani, un proche d’Amedy Coulibaly, le terroriste
tueur de Montrouge et de l’Hyper Cacher. Le même Ramdani, recherché pour
trafic d’armes et de stupéfiants, a été vu par la Direction du renseignement de
la préfecture de police (DRPP) dans la zone « dite publique » du fort de Rosnysous-Bois (Seine-Saint-Denis). Ce fort abrite les services scientifiques de la
gendarmerie. Emmanuelle C pour sa part, a été jugée pour avoir contourné les
consignes de sécurité afin de consulter le Fichier des personnes recherchées
(FPR) à plus de 60 reprises. Elle a été condamnée à un an de prison avec sursis
et chassée de la gendarmerie.
En juillet 2015, la presse révèle que des explosifs - 180 détonateurs et une
dizaine de pains de plastic - ont été volés sur un site de l’armée près de Marseille.
Les enquêteurs ont d’emblée posé la question d’une complicité interne, tant les
malfaiteurs semblaient bien informés. Deux pistes sont envisagées, le terrorisme
islamiste et le grand banditisme. L’enquête serait toujours en cours.
Le 16 juillet 2015, le président François Hollande révèle qu’un attentat a été
déjoué contre une base militaire française. Trois jours auparavant, le 13 juillet,
quatre hommes dont un ancien militaire de la Marine nationale, ont été interpellés.
Ils avoueront qu’ils projetaient de pénétrer sur une base de la Marine dans le sud
de la France, de prendre en otage un « haut gradé », puis de le décapiter avant
de diffuser les images de cette décapitation sur les réseaux sociaux. L’ancien
militaire passe pour être l’un des leaders du commando.
Le 9 mars 2016, le journal local Presse Océan révèle qu’un ex-militaire français
« radicalisé » a été arrêté au Maroc à sa descente d’avion. Il emportait dans ses
valises, quatre couteaux de cuisine, une machette, deux canifs, une matraque
rétractable, une cagoule noire et une bonbonne de gaz. Manuel Broustail, ancien
militaire converti à l’islam, avait été assigné à résidence en novembre 2015, à
Angers (Maine-et-Loire) après les terribles attentats du 13 novembre, à Paris,
ou plus de 130 personnes ont trouvé la mort. Radié de l’armée en août 2014, il
demeurait dans le collimateur des services de sécurité. L’ensemble des médias
s’inquiètera qu’une personne puisse franchir les contrôles de sécurité des
aéroports avec un pareil arsenal sans être inquiété.
Pour Thibaut de Montbrial, spécialiste du terrorisme et Président du Centre de
réflexion sur la sécurité intérieure, le risque « est de voir des représentants des
forces de l’ordre s’en prendre à leurs collègues. Quelqu›un qui porte l’uniforme
s’en prend à quelqu›un d’autre, qui porte le même uniforme. Un tel scénario n›est
pas impossible en France. Les forces de sécurité doivent avoir ce risque présent
à l’esprit ».
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Lançamento no Brasil do Livro “Dicas de Viagens”
Como já noticiamos no último jornal, o nosso estimado colaborador João
Aparecido da Luz, fez o lançamento no Clube Atlético Ypiranga (CAY) a 17 do
mês passado, no Brasil, do seu mais recente livro sobre viagens com o título
acima indicado e teve a gentileza de nos enviar estas fotos como testemunho
do evento que, sabemos, foi muito concorrido e apreciado.
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Estiveram presentes 6 escolas prestigiando o evento:
Maria Petronilha – Directora da Escola Estadual Júlio de Mesquita Filho;
Zilda Robledo – Ex-directora da Escola Estadual Júlio de Mesquita Filho;
João Artur Moreira dos Santos – Director do Colégio Santa Bárbara;
Maria de Lourdes Roque – Directora do SESI Ipiranga - Escolas do SESI.
Henrique Búfalo – Director Jurídico do Colégio Fênix;
Maria Gabriela F. Vaz Almeida – Directora da Escola FUNSAI Fundação Nossa
Senhora Auxiliadora e presidente do Hospital Dom Antonio Alvarenga.
Inúmeros amigos e personalidades da comunidade Ipiranguista compareceram,
um total aproximado de 200 pessoas.
João Aparecido da Luz – Autor do
“Diário de Viagem” – Editora Scortecci
“Dicas de Viagens”
JAL Edições
Escritor,advogado, cronista de viagem
E-mail: [email protected]
Site:www.familia.daluz.nom.br/autor
Tel: 11 55 99731-3310
Nas fotos podem ver-se, João Aparecido da Luz e Roberto Nappi (director do
CAY); convívio e cocktail oferecido ao público; Antonio Elias Abud (presidente
do CAY), João Aparecido do Luz e dois jovens sócios que pediram autógrafo ao
autor; a capa Livro Dicas de Viagens; recortes de alguns jornais que difundiram
o acontecimento, assim que João Aparecido da Luz com a esposa e o director
do CAY Roberto Nappi.
O abcportuscale congratula-se com a apresentação de mais este trabalho de
João Aparecido da Luz, nosso prezado colaborador, desejando-lhe excelente
recepção da parte do público a quem o livro é destinado, tal como nas precedentes
publicações, pela pena e vastos conhecimentos e experiências do autor.
J Y M ARCHITECTURE
Services & Plans D’Architecture
Résidentiel • Rénovation • Commercial • Multiplex
Jean-Yves Mesquita T.P.
Technologue en Architecture
Cel. 514.972-9985 • @:[email protected] • www.jymarchitecture.com
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Bienvenue en Algarve - Vilamoura
abc portuscale
L’Algarve. Où que vous portiez votre regard, la couleur des montagnes et de
la mer sont toujours présents, à l’image d’une aquarelle parsemée de touches
d’or, de vert et de bleu. La région, vaste et agréable, bénéficie d’un climat
méditerranéen, empreint de l’odeur de la mer à marée basse et du parfum des
fleurs sauvages.
Une promenade à travers la toile enchevêtrée de rues étroites, d’allées et de
marches, à l’écart de la côte, est le meilleur moyen de vous familiariser avec
cette partie de la région. Mais vous pouvez également facilement vous perdre
dans l’immensité de la bande côtière. Ici, la toile de fond se compose de certaines
des plus belles plages d’Europe, où vous pourrez admirer le littoral rocheux
et son jeu d’ombres sur le sable. Après ce paysage enchanteur, vous pourrez
découvrir les arômes et les saveurs de la cuisine traditionnelle d’Algarve. Le
menu peut se composer de poisson et de crustacés, avec des plats tels que la
caldeirada de peixe (ragoût de poisson), la cataplana de amêijoas (palourdes
cuites à l’étouffée dans une casserole de cuivre) ou vous pourrez apprécier
la nourriture montagnarde traditionnelle avec ses pois chiches et son choux
à l’étouffée. L’éventail de choix comprendra également les célèbres douceurs
régionales, telles que les figues, les amandes, les fruits de caroubier et l’eau-devie, fabriquée à partir du « medronho » local (arbousier), distillé dans de vieux
alambics en cuivre, dans les collines.
jornal comunitário em Portucuivre et en laiton ou d’autres pièces
faites de lin et de jute.
À un pas de la tranquillité de cette
région à l’intérieur des terres, se trouve l’excitation de la vie nocturne de
l’Algarve. Avec ses bars, boîtes de nuit,
marinas et casinos, la fête est assurée
pour les visiteurs.
L’héritage architectural de la région ne
doit pas être laissé de côté. L’architecture des maisons blanchies à la
chaux, avec leurs moulages aux
couleurs vives et leurs superbes
cheminées, les beffrois d’églises et
les musées, témoignent tous à leur
manière, des ancêtres des habitants
de l’Algarve et contribuent à faire de
ce pays une destination très spéciale. Nous vous recommandons
également un grand choix de sports
d’extérieur, que vous jouiez au golf
sur de somptueux parcours, que vous
vous adonniez à un peu d’exercice
physique dans l’une des excellentes
infrastructures de la région, que vous
soyez sur la côte ou en hauteur dans
les collines, où, après les rigueurs de
l’hiver ou avant même les premiers
signes du printemps, la terre est
recouverte d’un manteau blanc rosé,
provenant des fleurs des amandiers
éparpillées à travers l’horizon.
Voilà le portrait vrai d’un Algarve qui
attend votre visite, tout au long de
l’année
En parcourant l’Algarve, parmi ses collines et plaines abritant des sites d’un grand
intérêt écologique, riches en biodiversité et en écosystèmes, vous aurez
le sentiment de traverser une région
empreinte de différentes traditions,
intactes depuis des siècles.
L’artisanat est habilement fabriqué
par les artisans locaux qui utilisent
de vieilles techniques ancestrales et
produisent une excellente gamme de
poteries, de paniers tissés, d’articles en
fr: je parle portugais...et vous ?
pt: eu falo português...e você ?
Apprendre à parler rapidement le portugais avec des cours gratuits en ligne.
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“Não acredito que o povo soberano volte a O Estado-Máfia
desejar Passos como primeiro-ministro”
por Francisco Moita Flores
Mete medo! A curto prazo, a principal organização criminosa de um país [...] é o
próprio Estado.
Enquanto somos distraídos com conversas da treta, todas elas dissimulando e
escondendo a realidade, iludindo a verdade e ocupando a paródia politiqueira,
tal como esta história de como saímos do esforço comum que fizemos com a
troika, se à irlandesa, se à portuguesa, se à grega, outro mundo está aí, bizarro,
impune, que dá cada vez mais razão ao autor do livro ‘A Suíça lava mais branco’.
Jean Ziegler, uma das referências mundiais do estudo das estruturas do Estado,
admite que a curto prazo a principal organização criminosa de um país, sem
referências éticas e judiciais bem firmes, é o próprio Estado. O Estado-Máfia que
é, em si próprio, o promotor do crime organizado em grande escala. Não se passa
uma semana em que as notícias não confirmem esta caminhada apressada para
a evidência absoluta deste Estado-Bandido, cada vez mais dilacerado. Ainda
ontem, era noticiado que milhões de euros de fundos comunitários destinados
às PME tinham escapado para contas bancárias nas Caraíbas.
Arquivo Global Imagens
Paula Sá e Rui Pedro Antunes/DN
Entrevista a Alberto João Jardim, ex-presidente do Governo Regional da Madeira
Por que motivo optou por não vir ao Congresso do PSD?
Apesar de estatutariamente os ex-presidentes de governos regionais terem
direito a estar nos Congressos Nacionais, o PSD que actualmente existe nem
me enviou a convocatória. Claro que isto é indiferente ao actual Conselho de
Jurisdição Nacional, mais preocupado em punir os deputados madeirenses que
votaram conforme aos interesses legítimos do povo que os escolheu.
16
O que diria aos delegados do PSD no congresso?
Se fosse possível, nada que agradasse aos ouvidos dos atuais ocupantes do
Partido.
Que balanço faz da presidência de Passos Coelho?
A presidência de Passos Coelho foi internamente fracturante e fez no país
uma governação inaceitável sob os pontos de vista da justiça social, de
desenvolvimento e de independência nacional, sendo responsável pelo
descontentamento que propiciou o regresso dos comunistas, PCP e “bloco”, à
área do poder.
Acredita que Passos Coelho é o melhor líder para o partido? Que outras
figuras seriam indicadas para liderar o partido?
Não acredito que o povo soberano volte a desejar Passos Coelho como primeiroministro, pelo que vai sendo tempo de os que são sociais-democratas encontrarem
uma solução alternativa, no ou fora deste PSD, que mobilize o Portugal profundo,
e que é errado que ande sempre à volta de um “sebastianismo”.
O vocábulo”maestro” vem do latim “magister” e este, por sua vez, do
advérbio “magis” que significa “mais” ou “mais que”.
Na antiga Roma o “magister” era o que estava acima dos restantes, pelos
seus conhecimentos e habilitações!
Por exemplo um “Magister equitum” era um Chefe de cavalaria, e um
“Magister Militum” era um Chefe Militar.
Já o vocábulo “ministro” vem do latim “minister” e este, por sua vez, do
advérbio “minus” que significa “menos” ou “menos que”.
Na antiga Roma o “minister” era o servente ou o subordinado que apenas
tinha habilidades ou era jeitoso.
*COMO SE VÊ, O LATIM EXPLICA A RAZÃO POR QUE QUALQUER
IMBECIL PODE SER MINISTRO ... MAS NÃO MAESTRO !*
No arranque da semana, as notícias davam conta de que mais um grupo de
funcionários do sistema de Saúde, logo funcionários do Estado, conseguira
desviar milhões de euros. Na semana anterior, já fora notícia a absolvição de
todos os intervenientes no chamado processo dos submarinos. Os corruptores
presos na Alemanha, os corrompidos, gente inocente aqui, na nossa terra.
Na mesma semana, ficámos a saber que o Estado assumiu mais dezenas de
milhões de euros desse buraco sem fundo que é o BPN. Das célebres PPP já
nem vale a pena falar, embora a sangria de dinheiro do Estado não pare. Isto é a
ponta do icebergue. Se saímos à irlandesa desta terrível relação com a troika ou
com programa cautelar é coisa irrelevante se esta hemorragia não parar. Se os
negócios do Estado continuarem a ser movimentados nos interesses de alguns
e bem se sabe até onde o negócio pode levar. Veja-se esta entrada nos PALOP
de uma das mais terríveis ditaduras do mundo apenas com a finalidade de salvar
um banco. É cada vez mais evidente que não há negócio anunciado que não
tenha comprador acertado. É cada vez mais evidente que não fomos nós que
vivemos acima das nossas possibilidades durante muitos anos. Cada vez é mais
claro que o Estado permitiu que um punhado de gente poderosa roubasse acima
das nossas possibilidades durante muitos anos.
ANOSOGNOSIA
Que alívio ter conhecimento disto!
Desde há uns tempos a esta parte que andava preocupado porque:
1.- Não me recordava dos nomes;
2. - Não me recordava onde deixava algumas coisas;
3. - Quando estou a conversar e tenho que interromper o pensamento por ser
interrompido, tenho dificuldades de continuar com a conversa no ponto em que
a tinha deixado ;
Enfim, creio que começava a pensar que tinha um inimigo dentro da minha
cabeça, cujo nome começa por Alz...
Hoje li um artigo que me deixou bem mais tranquilo, por isso passo a transcrever
a parte mais interessante:
“ Se tu tens consciência dos teus problemas de memória, então é porque ainda
não tens problemas”
Existe um termo médico que se chama ANOSOGNOSIA, que é a situação em que
tu não te recordas temporariamente de alguma coisa. Metade dos maiores de 50
anos, apresentam algumas falhas deste tipo, mas é mais um facto relacionado
com a idade do que com a doença.
Queixar-se de falhas de memória, é uma situação muito comum em pessoas
com 50 ou mais anos de idade.
Se traduz por não recordar um nome próprio, entrar numa divisão da casa e
esquecer-se do que se ia lá fazer ou buscar, esquecer o título de um filme, actor,
canção, não se lembrar onde deixou os óculos, etc. etc…
Muitas pessoas preocupam-se, muitas vezes em excesso, por este tipo de
esquecimento. Daí uma informação importante:
“Quem tem consciência de ter este tipo de esquecimento, é todo aquele que não
tem problemas sério de memória. Todos aqueles que padecem de doença de
memória, com o inevitável fantasma de Alzeimer, são todos aqueles que não têm
registo do que efectivamente se passa.
B. Dubois, professor de neurologia de CHU Pitié-Salpêtrière , encontrou uma
engraçada, mas didáctica explicação, válida para a maioria dos casos de
pessoas que estão preocupadas com os seus esquecimentos :
“ Quanto mais se queixam dos seus problemas de memória, menos
possibilidades têm de sofrer de uma doença de memória “.
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L’Etat Islamique fraye son chemin en
Allemagne
L’attaque au couteau a été la première manifestation d’un attentat type EI sur le
sol allemand
par Soeren Kern
Hans-Georg Maassen, chef des services de renseignements allemands (BfV), a
annoncé que l’Etat Islamique infiltrait délibérément des djihadistes dans les flux
massifs de réfugiés qui arrivent en Europe. Il a ajouté que l’Allemagne comptait
7 900 Salafistes contre 7 000 en 2014 et 5 500 en 2013.
« Les Salafistes veulent faire de l’Allemagne un Etat islamique ». — Hans-Georg
Maassen, directeur du BfV, services de renseignements allemands.
Plus de 800 résidents allemands -- 60% ont un passeport allemand – ont rejoint
l’Etat Islamique en Syrie et en Irak. Sur ce nombre, un tiers est déjà de retour en
Allemagne. — Direction de la Police Criminelle Fédérale.
5 000 djihadistes européens sont de retour après avoir acquis une expérience
militaire sur les zones de guerre du Moyen Orient. — Rob Wainwright, chef
d’Europol.
Une jeune allemande de 15 ans
originaire du Maroc a poignardé et
grièvement blessé un agent de police
à Hanovre. Cette attaque au couteau,
directement inspirée par l’Etat Islamique, semble être la première manifestation d’un terrorisme de type « loup
solitaire » en Allemagne.
L’événement a eu lieu à la gare
principale de Hanovre dans l’aprèsmidi du 26 février. Deux policiers en
patrouille remarquent une jeune fille qui, la tête recouverte d’un voile islamique
– connue comme étant Safia. S – les suit et les observe.
Ils s’approchent et lui demandent ses papiers. Elle tend une carte d’identité puis,
sans crier gare, plonge un couteau de cuisine long de six centimètres dans le cou
d’un des policiers.
L’attaque a eu lieu si rapidement, indique le rapport de police, que le représentant
de la loi, âgé de 34 ans, n’a pu esquisser le moindre geste de défense. Il a
immédiatement été conduit à l’hôpital. La police a découvert que Safia était
possession d’un second couteau, plus grand que le premier.
« L’attaquante n›a manifesté aucune émotion » a déclaré le porte-parole de la
police. « Elle était uniquement préoccupée de son foulard. Elle craignait qu’il ne
soit pas positionné correctement sur sa tête. Que le policier vive ou meure, elle
s’en moquait ».
Le 3 mars, le procureur de Hanovre, Thomas Klinge, a révélé que Safia avait
rejoint la frontière syro-turque en novembre 2015, pour rejoindre l’Etat islamique.
Mais le 28 janvier, sa mère a réussi à la convaincre de revenir.
Une jeune allemande de 15 ans originaire du Maroc a poignardé et grièvement
blessé un agent de police à Hanovre. Cette attaque au couteau semble être la
première manifestation d’un terrorisme de type « loup solitaire » en Allemagne,
directement inspiré par l’Etat Islamique.
La police estime que l’agression commise par Safia a été préméditée : incapable
de rejoindre l’Etat islamique en Syrie, elle a alors décidé d’attaquer la police en
Allemagne.
Safia a été mise en examen pour meurtre. Elle est également passible des
peines prévues par les lois anti-terroristes allemandes. Sa tentative de rejoindre
l’Etat Islamique en Syrie la place sous le coup de l’article 89a du Code Pénal : «
préparation d›un acte de violence mettant en jeu la sécurité de l›Etat ».
Le journal Die Welt rapporte que, depuis 2008, date à laquelle elle était âgée de
sept ans, Safia a appartenu à la mouvance salafiste locale. Elle est apparue dans
des vidéos de propagande aux côtés de Pierre Vogel, un converti très connu en
Allemagne pour ses prêches salafistes. Dans ces vidéos, Vogel fait l’éloge de
Safia pour le foulard qu’elle porte à l’école et sa capacité à réciter des versets
du Coran.
Le frère de Safia, Saleh, a été arrêté en Turquie en tentant de rejoindre l’Etat
Islamique. Il y est toujours détenu.
Jusqu’à Safia, un seul attentat islamiste a eu lieu sur le territoire allemand. En
mars 2011, à l’aéroport de Francfort, Arid Uka, un Albanais du Kosovo, a tiré sur
des aviateurs américains, tuant deux d’entre eux et blessant sérieusement deux
autres. Uka a été arrêté et condamné à la prison à vie.
Le 4 février 2016, la police allemande a arrêté quatre membres d’une cellule
de l’Etat Islamique qui projetait des attentats à Berlin. Des descentes de police
simultanées, mobilisant 450 représentants des forces de l’ordre, ont été menées
contre divers domiciles et entreprises de Basse Saxe et Rhénanie du NordWestphalie, tous soupçonnés d’être en lien avec la cellule de Berlin.
Le chef du réseau est un Algérien de 35 ans qui réside en foyer d’accueil à
Attendorn, avec sa femme et de ses deux enfants. Il est arrivé en Allemagne à la
fin de l’année 2015 en se faisant passer pour un demandeur d’asile originaire de
Syrie. L’Algérien a été identifié comme étant Farid A. Il aurait reçu une formation
militaire dans les rangs de l’Etat Islamique en Syrie.
Parmi les personnes arrêtées, on trouve : un Algérien de 49 ans vivant à Berlin
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sous une fausse identité ; un Algérien âgé de 30 ans, vivant à Berlin et disposant
d’un permis de séjour valide ; et un Algérien de 26 ans, résidant en centre
d’accueil à Hanovre et soupçonné d’être en relation avec des réseaux islamistes
en Belgique.
Le commando envisageait une attaque contre Checkpoint Charlie, le point de
passage historique entre l’est et l’ouest de Berlin, à l’époque de la guerre froide.
Ils auraient également planifié une attaque contre l’Alexanderplatz, qui est tout à
la fois un vaste jardin public et un nœud de transports en commun au centre de
Berlin.
Le 8 février, la police allemande a arrêté un résident du centre d’accueil de
la petite ville de Sankt Johann, soupçonné d’être un cadre dirigeant de l’Etat
Islamique. Ce djihadiste de 32 ans, connu sous le nom de Bassam, est entré
en Allemagne à l’automne 2015, en se faisant passer pour un réfugié syrien.
Les services de renseignements allemands ont découvert la véritable identité
de Bassam dans une interview réalisée par Der Spiegel, sur la base de tuyaux
délivrés par d’autres réfugiés syriens du centre d’accueil. Bassam a affirmé
au journaliste que les accusations portées contre lui sont fausses : « je veux
apprendre l’allemand et travailler comme cuisinier » a-t-il déclaré.
Le 5 février, à l’occasion d’un entretien accordé à la chaîne de télévision ZDF,
Hans-Georg Maassen, chef des services de renseignement (Bundesamt für
Verfassungsschutz, BfV), a déclaré que l’Etat Islamique truffait de djihadistes le
flot des réfugiés. « Le risque terroriste est très élevé » a-t-il déclaré.
Le 4 février, citant Maassen, le Berliner Zeitung a affirmé que le BfV était informé
- de plus de cent sources différentes -, du noyautage des flux de réfugiés par
l’Etat Islamique. Les djihadistes utilisent des passeports volés ou falsifiés pour
entrer en Allemagne.
Maassen a aussi révélé que, selon le BfV, les centres d’accueil de réfugiés avaient
été le théâtre de plus de 230 tentatives de recrutement au profit d’organisations
salafistes. Dans un entretien accordé au journal berlinois Der Tagesspiegel,
Maassen a déclaré que l’Allemagne comptait désormais 7 900 salafistes. Ils
étaient 7 000 en 2014 ; 5 500 en 2013 ; 4 500 en 2012 et 3 800 en 2011.
Bien que les Salafistes ne représentent qu’une mince fraction des six millions de
musulmans vivant en Allemagne, les services de renseignement craignent que le
mouvement n’attire à lui cette frange de jeunes facilement manipulables qui, au
moment voulu, commettront des attentats terroristes au nom de l’islam.
Dans son rapport annuel, le BfV décrit le Salafisme comme « le mouvement
islamiste le plus dynamique d›Allemagne ». Le rapport ajoute :
« La nature absolutiste du Salafisme entre en contradiction avec des dispositions
essentielles de l’ordre constitutionnel allemand. Le Salafisme rejette le principe
démocratique de séparation de l’église et de l’Etat, la souveraineté populaire, le
droit à l’auto détermination religieuse et sexuelle, l’égalité entre les hommes et
les femmes et le droit fondamental au respect de la sécurité des personnes ».
Maassen a déclaré au Frankfurter Allgemeine Zeitung que « les Salafistes veulent
faire de l›Allemagne un Etat islamique ».
Le 16 février, plus de 200 policiers ont perquisitionné les maisons de 44
salafistes à Brème. Le ministre de l’intérieur de Brème, Ulrich Mäurer, a annoncé
la fermeture de l’Association islamiste de Brème (Islamischen Fördervereins
Bremen) soupçonnée de recruter des djihadistes pour l’Etat Islamique.
Ils sont prêts à commettre, à tout moment, des actes de terreur au nom de l’Etat
Islamique ».
En décembre 2014, les autorités de Brème ont interdit un autre groupe salafiste,
l’Association pour la famille et la culture (Kultur- und Familieverein, KUF), après
que certains de ses membres aient rejoint l’Etat Islamique.
Plus de 800 résidents allemands – 60% ont des passeports allemands – ont
rejoint les rangs de l’Etat Islamique en Syrie et en Irak indique Die Welt sur la base
des dernières statistiques de la Police criminelle fédérale (Bundeskriminalamt,
BKA). Un tiers est revenu, 130 ont été tués au combat dont une douzaine en
commettant des attentats suicides.
Le 19 février, Rob Wainwright, chef d’Europol, a déclaré au Neue Osnabrücker
Zeitung que 5 000 djihadistes européens, rompus aux techniques de guerre, sont
de retour en Europe. Il faut s’attendre à une vague d’attentats terroristes, a-t-il
ajouté.
« L’Europe affronte aujourd’hui la plus importante menace terroriste depuis
dix ans. Nous nous attendons à ce que l’Etat Islamique - ou d’autres groupes
terroristes -mènent des attaques en Europe, dans le but de tuer autant de civils
qu’il est possible. A cela, il faut ajouter les menaces de type ‘loup solitaire’. Les
Etats membres de l’Union se retrouvent face à des défis totalement nouveaux ».
Un récent sondage YouGov réalisé pour l’Agence de presse allemande (DPA)
indique que 66% des Allemands interrogés s’attendent à une attaque terroriste
de l’Etat Islamique en 2016. 17% des personnes interrogées ne craignent pas
d’attentat et 17% sont sans opinion.
S’exprimant à un colloque international de police à Berlin, le 25 février dernier,
Hans-Georg Maassen, chef des services de renseignement, a prévenu que
l’Allemagne n’était pas une ile. « Nous sommes devenus une cible pour les
djihadistes. Il faut s’y préparer ».
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Colaboração Especial
Capela do Combatente
e Memorial ao Combatente do Ultramar
11 de Novembro de 2015 - de como um estreito arrumo se transformou na
Capela do Combatente e no Memorial ao Combatente do Ultramar.
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Alguns dias antes de se celebrarem os 80 anos da morte de Fernando Pessoa
(30 de Novembro de 1935) dir-se –ia que as estrofes que escreveu: “ O homem é
do tamanho do seu sonho” e “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”, foram
concretizadas na obra que o Presidente da Liga dos Combatentes, General
Chito Rodrigues também sonhou - e que se limitava a um espaço de reflexão
por detrás do Monumento aos Combatentes do Ultramar - projecto que partilhou
com a Direcção Central da Liga e que felizmente conseguiu concretizar através
de uma equipa que soube interpretar e dar vida a esse sonho : o Sr. Arquitecto
Varandas dos Santos, da Direcção Central da Liga dos Combatentes, o Engº
Miguel Chito Rodrigues, o Engº Esquível assessorado pela Engª Andreia, e todos
os da sua equipa que incansavelmente deram o esforço para a conclusão do
sonho na data prevista - a comemoração do 97º Aniversário do Dia do Armistício
da Grande Guerra, o 41º Aniversário do Fim da Guerra do Ultramar e o 92º
Aniversário do Dia da Liga dos Combatentes.
O novo roll-up que foi colocado na Capela do Combatente no dia da sua
inauguração mostra a recuperação do que era um pequeno e escuro arrumo
até à capela actual, e das coincidências de, pouco a pouco, no desenrolar da
obra de recuperação, surgiremespaços encobertos pelo tempo, que tinham sido
aterrados e que foram agora reencontrados e melhorados após limpeza do lixo
e obras de beneficiação, e que se tornaram na actual Capela do Combatente e
Memorial ao Soldado de Portugal caído na Guerra do Ultramar.
Ao limpar-se o chão da sala com tecto cónico cuja abertura dá para a muralha
superior onde se encontram as peças de artilharia de costa, descobriu-se
um pequeno buraco que mostrou a existência de um poço de maré e que foi
integrado no espaço do memorial. Facto interessante é que quem se colocar
do lado direito do túmulo e olhar para cima para o vidro que protege a referida
abertura, consegue ver a Bandeira Nacional flutuar por cima do túmulo.
Do mesmo modo o corredor que liga a Capela ao Memorial que estava meio
encoberto por paredes antigas, e a gruta onde se vê o Cristo Ressuscitado
foram também aproveitados no seu estado original após limpeza, sendo que na
gruta de vez em quando e se a maré está alta, a água do rio sobe e borbulha no
seu interior.
No espaço da Capela encontram-se as imagens de S. Nuno de Santa Maria,
patrono da Liga dos Combatentes, de Nª Srª de Fátima e de S. Miguel Arcanjo
-Quis ut Deus? – Quem como Deus, sendo que para esta interrogação se espera
uma resposta negativa, e que implica que “ninguém” é como Deus. Assim, Miguel
é reinterpretado como um símbolo de humildade perante Deus.Já D. Afonso
Henriques era devoto do Arcanjo S. Miguel.
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Sobranceiro ao altar encontra-se a imagem do Cristo de Verdun, imagem que
sobreviveu à Grande Guerra, e em frente, no início da passagem para o corredor
que conduz ao Memorial, a réplica do Cristo das Trincheiras, gentilmente cedida
pelo Santuário de Fátima, e que esteve na Sala do Capítulo do Mosteiro da
Batalha enquanto o Cristo das Trincheiras original se encontrava em Fátima
na exposição que o Santuário de Fátima teve durante um ano denominada
“Neste vale de lágrimas”sendo a primeira vez, desde 1958, em que a Liga dos
Combatentes o levou para a Sala do Capítulo, que saiu da parede atrás dos
túmulos dos soldados desconhecidos de África e da Flandres.
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No espaço do memorial podem ver-se nas paredes dois poemas sobre
combatentes: REGRESSO e DA FLOR E DA MÚSICA, bem como junto ao
Cristo Ressuscitado, uma placa com a inscrição: “Neste lugar a água símbolo da
natureza e da purificação, convive com a morte e o transcendente”.
Transcendente aqui materializado por um Cristo:
Cristo que já chegou (Cristianismo)
Cristo que um dia chegará
( Judaísmo),
Ou Cristo que um dia voltará
(Islamismo)
com o respeito pelo transcendente de todos os Credos.
Memorial ao Combatente
JCR”
Lisboa 4 de Dezembro 2015 Isabel Martins
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Já assitiu ao seu rebentamento de hoje?
“Na morte o homem acaba e a alma começa”.
Victor Hugo
Pum! Pum! Lá rebentaram mais umas bombas.
Agora na Bélgica (noutros países é quase todos os dias…).
Segue-se o costume:
· Condenação geral – ou seja o que aparece nos “media” (a questão é:
quem está disposto a fazer algo?);
· Acusações cruzadas (ou seja, confusão e cortinas de fumo);
· Reuniões de emergência de órgãos do Estado, vários;
· Erupção, um pouco por todo o lado, de deposição de flores; minutos de
silêncio; declarações piedosas; “cartoons” alusivos e concertos de solidariedade; lágrimas sejam elas sentidas ou de crocodilo (razoável para
amenizar a coisa, prestar “tributo” e fingir que se lava a alma; no mais,
perfeitamente ineficaz);
· Ressurgimento da célebre frase de Kennedy, aquando do cerco de Berlim pelos soviéticos, em 1961, “I am a berliner” – agora junta-se “Eu sou
(na língua dos indígenas), seguido do local onde se deu o atentado –
isto, claro, se ocorrer no mundo dito “Ocidental”.
·
Etc., o que inclui agora a moda de iluminar edifícios públicos com as cores da
bandeira do país atingido e até cantar a Marselhesa - coisa que não aconteceu
com o hino belga que ninguém conhece, supondo-se apenas que existe.
No entretanto, governantes, políticos, jornalistas e comentadores, numa
percentagem que roça os 95% - no mundo ocidental, insiste-se – ficam-se
pelas “generalidades e culatras” e pelo politicamente correcto, mas batem com
inusitada insistência, na necessidade de melhorar a cooperação internacional a
nível das polícias e dos serviços de “inteligência”, pois já chegaram ao ponto de
recear falar em Serviços de Informação! Ou seja haver uma melhor coordenação
na partilha da informação.
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Esta gente não sabe do que fala ou finge que não sabe do que atira para o ar!
A partilha da informação não existe ou existe apenas pontualmente, quando há
interesses comuns, o que é volúvel, e um mínimo de confiança o que é raro.
Mesmo na organização de defesa e segurança mais avançada que se criou até
hoje no mundo inteiro, a OTAN, isto está longe de se passar na sua plenitude,
quanto mais numa organização intitulada União Europeia, que ninguém sabe o
que é nem para onde caminha.
A razão é simples: informação é Poder e ninguém a passa a poderes
concorrentes, adversários e muito menos inimigos. E para que tal suceda é
necessário reciprocidade.
A actuação das polícias e sobretudo dos serviços de informação, representa
uma realidade que tem um grau de confidencialidade que varia entre o “grande e
o extremo”, além de serem actividades - juntamente com as operações militares,
a diplomacia, a circulação fiduciária, a investigação científica de ponta e o
exercício da Justiça - que representam o “core business” da soberania de cada
país e o fulcro onde se concentra o segredo dos povos e dos Estados.
Por isso ninguém vai partilhar nada a não ser que tenha interesse nisso e exista
uma base de confiança para o fazer.
O que, manifestamente, não existe na desunião europeia.
Para além disso, que países na Europa é que dispõem de Serviços de Informação,
dignos desse nome, com capacidade para actuar fora do seu território? Presumo
que apenas a Inglaterra e a França (esta já muito depauperada). A Espanha
e a Itália, terão alguma coisinha mas muito limitada e voltados para os seus
interesses mais próximos.
O resto é a quase pobreza franciscana, retendo a maioria dos estados apenas
uma capacidade de actuação interna que funciona melhor ou pior, segundo a
tradição própria e os (poucos) meios disponíveis.
Vejamos o caso de Portugal, que deve ser de todos o exemplo mais caricato.
Desde o 25 de Abril de Abril de 1974 que não temos qualquer serviço de
informações.
Ponto.
Ficaram com o “síndroma” da PIDE/DGS, confundindo pessoas e regimes,
com funções necessárias a qualquer Estado e arrastando-nos numa agonia
dramática.
O resultado é o país como tal, estar indefeso, coisa que não importa a nenhum
Partido, entretidos numa luta demagógica pelo poder – leia-se arranjar lugares
no Parlamento Europeu, nas Câmaras, AR, Governo e outras entidades, e cujo
horizonte não ultrapassa os negócios e “lobbies” de influência, a que só os ciclos
eleitorais causam algum frenesim.
E que confiança pode algum país ter em nós, para nos passar informação
quando a lista dos agentes do SIEDM foi entregue ao Parlamento e caiu nos
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jornais, ao tempo do Professor Veiga Simão como Ministro da Defesa? Ou
quando, como agora, chegou a vir às escâncaras, referido no Jornal “Expresso”,
que as diferentes facções da Maçonaria se esgatanham entre si para colocarem
um “irmão” (agora também há “irmãs”) seu, à frente do SIS, do SIEDM e do SEF,
como já acontece há muitos anos, só para citar estes casos?
Pois é, quem semeia ventos, não pode colher calmarias…
A outra frase mais ouvida no éter é a de que é necessário preservar “os valores
em que todos (?) acreditamos”, tais como a Democracia e a Liberdade”.
Confesso que não vislumbro o que é que a Democracia tem a ver com toda esta
malfadada situação.
A Democracia é apenas um sistema político – aliás com muitas “nuances” –
que se destina a tentar atingir as aspirações “utópicas” de Segurança, Justiça e
Bem-Estar (por esta ordem) – queremos (os que querem) é lá chegar por via de
métodos tidos como democráticos.
Ora neste momento estamos em face de um problema grave de Segurança, que
não só põe em causa o sistema democrático, como tudo o resto…
O mesmo se passa com a Liberdade, que é sempre relativa à situação que
temos.
Ora sem segurança que liberdade é que há?
Parece que querem inverter o sentido às coisas…
O problema não está na Liberdade e na Democracia (e mais uns apêndices tolos
que por aí propagam) mas, na Moral e no Moral.
Ou seja, porfiarmos no sentido do Bem e no ânimo que temos em fazê-lo.
Ora neste âmbito a chamada Europa assemelha-se ao fim do Império Romano
no Ocidente e no do Oriente!
E quase só se emitem sinais errados.
O que há então a fazer para parar esta vaga de terrorismo – esta não é a
primeira, já houve várias - que é apenas um dos muitos problemas que afectam
esta putativa União Europeia (e já é tarde)?
* Em primeiro lugar suspender o acordo de Schengen e controlar efectivamente
as fronteiras;
* Pôr ordem na emigração e reprimir sem contemplações todos os negócios
ilegais a ela associados;
* Mudar drasticamente a lei da nacionalidade tornando-a muito mais apertada
(obrigando por exemplo a dois anos de Serviço Militar Obrigatório, que é a
melhor forma de integração) e favorecendo o “Jus Sanguini”;
* Expulsar os ilegais;
* Acolher os refugiados de guerra e tratá-los em zonas controladas, para o efeito
criadas e repatriá-los logo que a situação o permita ou deixá-los seguir caminho
para um outro qualquer destino possível, ao abrigo de um estatuto legal;
* Desmantelar os “bairros problemáticos” (que nunca deviam ter sido permitidos,
em 1º lugar) – fala-se que só em França existam cerca de 300, onde a polícia só
entra com medidas de segurança extrema;
* Obrigar os emigrantes a integrarem-se e a cumprirem as leis do país que os
alberga e a respeitarem os costumes e tradições locais;
* Actuar criminalmente contra quem professe publicamente a violência ou
instigue ao ódio e fechar e demolir todos os locais onde tal seja efectuado;
* Colocar os presos a trabalhar no duro e com condições espartanas de vida
(não em hotéis de 3 estrelas!);
* Exigir respeito e reciprocidade entre Estados/organizações: não faz sentido
nenhum, por exemplo, que a Arábia Saudita financie a construção de mesquitas
por todo o lado e nem uma Igreja exista no seu território! (ser “democrata” não
pode ser sinónimo de ser estúpido…);
* Investir nos Serviços de Informação, na Polícia e nas Forças Militares e na
tecnologia, mas nunca descurando a Hierarquia, a Disciplina, a Organização e a
Ética, sem o que nada funciona, e acabando com a “paisanice”, as associações
sindicais (neste âmbito), o excremento ideológico e as infiltrações subversivas,
que tudo têm minado;
* Mudar as normas do Código Penal e do Código do Processo Penal, que
dificultam a investigação e favorecem o prevaricador em vez de quem se porta
bem -numa palavra, restaurar a autoridade;
* Finalmente, para grandes males, grandes remédios – avisar seriamente
a rapaziada do “Estado Islâmico” (ou outros), que se continuarem a fazer
execuções públicas e a cortar cabeças, que lhes vai acontecer o mesmo; parece
que é a única linguagem que entendem…
O que me leva à reflexão final que é esta:
A questão maior do terrorismo é a de que, quem o pratica não se importa de
morrer em nome da defesa de uma ideia ou “causa” em que acredita.
Quantos de nós serão capazes de fazer o mesmo?
É esta a grande diferença.
É este o maior perigo.
João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador