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Chegou a segunda edição da Revista da APA Exclusiva para associados. Passe na sala da APA e receba o seu exemplar Rua Senador Dantas, 117 salas 606/607 - Centro Rio de Janeiro-RJ CEP: 20.031.911 site: www.apabndes.org.br Jornal da Associação dos Empregados e Empregados-Aposentados dos Patrocinadores e/ou dos Participantes da FAPES/BNDES Ano XIII – edição 165– 30 de novembro de 2015 Tony Carvalho Está chegando a hora 16 de dezembro no Clube Ginástico Português Reprodução C ontagem regressiva para mais uma animada festa de fim de ano que a Diretoria Social da APA está organizando no maior capricho. Além de brindar a chegada de mais um ano, o evento também fará uma homenagem aos aniversariantes do segundo semestre. A festa será dia 16 de dezembro (quarta-feira), a partir das 19 horas, no Clube Ginástico Português (Av. Graça Aranha, 187). Será uma excelente oportunidade de reencontrar os colegas, colocar o papo em dia, enquanto saboreia deliciosos quitutes, acompanhados de vinhos, cerveja e prosecco. E O presidente da UNIDASPREV, Reinaldo Rocha, e a diretora Sônia Celli durante seminário interno: em pauta, o futuro dos planos de previdência complementar UNIDASPREV realiza seminário ainda dançar ao som da Orquestra Bianchini, embalado por músicas maravilhosas. É hora de confirmar sua pre- sença: as inscrições podem ser feitas na secretaria da APA, com Ricardo (2262-2726 – ramal 5). Associado .................................................. R$ 70,00 Dependente ............................................... R$ 80,00 Convidado .................................................. R$ 100,00 Aniversariante do 2º semestre ....... cortesia Haverá vans saindo de Niterói (antigo Cine Icaraí) e da Barra (Praça do Ó), ao preço de R$ 30,00. Comitê da Cidadania promove Campanha de Natal Como ocorre todos os anos, o Comitê da Cidadania está promovendo mais uma campanha de Natal solidário. Os interessados podem participar doando alimentos não perecíveis, material de limpeza, artigos de higiene pessoal, roupas ou livros de ficção. Pontos de en- trega: Edserj (térreo e garagens); Ventura (térreo). A União Nacional das Entidades Associativas e dos Titulares de Planos de Previdência Complementar promoveu um seminário interno com o objetivo específico de buscar, junto com as entidades associadas, uma visão de apoio às iniciativas de defesa dos interesses dos membros de planos de previdência complementar com suporte na legislação da justiça comum. “Recentemente, tivemos uma decisão, no STF, em que ficou direcionado para a justiça comum toda a discussão sobre as relações ligadas à previdência complementar. Essa nova visão é obrigatória por força desse acórdão do STF e precisamos verificar quais os novos caminhos que se abriram para buscarmos as demandas conclusivas e de interesse comum das Associações”, afirma Reinaldo Rocha, presidente da UNIDASPREV. O desembargador Sérgio D’Andréa falou de aspectos jurídicos na relação entre participantes, patrocinadores e planos de previdência complementar O seminário contou ainda com um enfoque conceitual e jurídico do desembargador Sérgio D’Andréa Ferreira, que abordou, sob o ponto de vista jurídico, aspectos da natureza contratual da relação entre participantes e a instituição de previdência complentar fechada. Representando a APA, esteve presente o presidente da entidade Luiz Borges. Ano XIII – edição 165 Associação dos Empregados e Empregados-Aposentados dos Patrocinadores e/ou dos Participantes da FAPES/BNDES Diretoria Conselho Deliberativo Presidente Luiz Ferreira Xavier Borges Presidente: Antonio Cabral Correia Elizio Damião Gonçalves de Araújo Luiz Alfredo Café Mauro Bottino Marcio Augusto Verde Rui de Castro Celani Sebastião Bergamini Junior Vice-Presidente Lucimar da Silva Fernandes Diretor Jurídico Geraldo José Santos Borges Adjunto Hamilton de Mesquita Pinto Diretor Financeiro Antonio Miguel Fernandes Adjunto Lucimar da Silva Fernandes Diretor Administrativo Nilson Batista dos Santos Adjunto Rui Barbosa de Oliveira Diretora Social Madeilene Perez de Carvalho Adjunto Maria da Glória de Assis Abreu Diretora de Apoio Assistencial Suely Domingues Canero Adjunto Nelly Toffano Costa Diretora de Apoio a Pensionistas Denise Rosine de Azevedo Santos www.apabndes.org.br e-mails: [email protected] [email protected] PABX: (21) 2262-2726 Presidente: Orlando Z. de Oliveira Elpídio Coimbra Lucimar Ramos Fortunato Suplentes Luiz Eduardo Cunha Mello Maria Celia Vieira Louzada Vera Lucia Martins Barreto Conselho Editorial Luiz Ferreira Xavier Borges Geraldo Borges Lucimar Fernandes Nilson Batista dos Santos Suely Canero Jornalista Tony Carvalho - RJ 23265-JP Revisão Suely Canero Projeto gráfico e diagramação Tony Carvalho Impressão Monitor Mercantil Tiragem 2.000 exemplares Periodicidade Quinzenal e-mails [email protected] [email protected] que nos deixou AAPA comunica, com pesar, a perda da colega: Aos familiares, os nossos sentimentos. Participe das atividades desenvolvidas pela APA 2 2ª parte: obrigações atuariais Sebastião Bergamini Junior * Conselho Fiscal As opiniões nos artigos assinados e nos anúncios são de inteira responsabilidade de seus autores. Tania Maria Viard Rangel, aposentada da Fapes, em 22/11/15 38. Sustentabilidade do PBB A Diretoria Jurídica da APA trabalha para garantir os seus direitos. A queda estrutural dos rendimentos dos investimentos e a constituição de crescentes reservas para lastrear os benefícios são os fatores relevantes interrelacionados que ameaçam a sustentabilidade do Plano Básico de Benefícios – PBB gerido pela FAPES. Este artigo analisa a sustentabilidade do PBB na ótica das obrigações atuariais contempladas em seu regulamento. A análise pelo lado dos ativos garantidores do PBB, realizada no artigo anterior, revelou que a rentabilidade dos investimentos não foi satisfatória no passado recente, o que contribuiu para o desequilibrio do Plano: no início de 2013 a situação do PBB era superavitária em R$ 782 milhões, revertendo para uma situação deficitária de R$ 2.491 milhões em setembro do corrente. Entre janeiro de 2013 e setembro de 2015 o desempenho médio das entidades fechadas de previdência complementar – EFPCs foi medíocre, ficando em 17,76% no período, comparativamente à meta atuarial média para todo o setor de 37,34%. Para o PBB a rentabilidade acumulada foi de 12,50% comparativamente à sua meta atuarial específica de 41,77%, representando no período em tela um desempenho abaixo da média setorial em 5,2 pontos percentuais. A pergunta que fica: qual seria a situação do PBB caso sua meta atuarial tivesse sido atingida? Com base em um exercício simplificado utilizando médias anuais dos saldos dos investimentos, dos retornos efetivos expressos nas demonstrações e dos retornos projetados com base nas metas atuariais de cada ano, se apuraria geração adicional de recursos da ordem R$ 2,1 bilhões. Este volume é substancial, mas ainda inferior ao atual déficit do PBB, situado na faixa de R$ 2,5 bilhões, o que permite inferir duas coisas: (1) a obtenção de uma rentabilidade extraordinária, equivalente à meta atuarial visada pelo PBB, não cobriria a atual situação de desequilíbrio do Plano; e (2) a baixa rentabilidade dos investimentos dos períodos recentes contribuiu para dar transparência a problemas relativos às obrigações atuariais e que têm origem na estruturação do Plano e nas mudanças demográficas de longo prazo. Pelo lado dos beneficios o PBB reúne caracteristicas generosas, contemplando cinco benefícios de complementação, alem do pecúlio por morte: complementações de aposentadoria, de pensão, de auxílio-doença, de auxílio-reclu- são e de abono anual (décimo-terceiro benefício). No final de 2014 eram 3.103 participantes ativos comparativamente aos 2.111 assistidos, estes últimos beneficiados em termos de dispêndios do Plano pelas complementações de aposentadoria (82,5%), de pensões (16,4%) e de auxíliodoença (1,1%). A maturidade do plano já era acentuada em 2010, quando, então, as contribuições coletadas representaram 71% dos beneficios, índice que caiu para 48% em 2014, o que revela a crescente importância dos rendimentos dos investimentos no custeio dos beneficios. A paridade do benefício do participante assistido com os proventos do participante ativo está formalmente assegurada no Artigo 38 do Regulamento do PBB, que determina que “a renda global (do assistido) será reajustada nas épocas e proporções em que for concedido reajuste ou modificação geral dos salários dos empregados do respectivo patrocinador, de modo a assegurar proventos equivalentes aos salários que os participantes manteriam se em atividade estivessem, na posição funcional da data de início do benefício”. Para que a regra de paridade do beneficio seja efetiva é necessário que o plano de custeio do PBB seja com- ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Ano XIII – edição 165 patível no longo prazo com dois vetores: o fator G de crescimento das reservas que lastreiam os beneficios e a longevidade da massa de participantes, detalhados adiante. O custeio do PBB se baseia em uma contribuição inicial feita sob a forma de joia, em tese para equalizar direitos e obrigações dos novos entrantes com relação aos participantes antigos, e de contribuições ordinárias vertidas de forma diferenciada pelos participantes. Para o participante ativo será o produto da aplicação dos seguintes percentuais: 1% sobre o salário-de-participação; mais 3% sobre a parcela do salário-de-participação que exceder a metade do limite máximo do salário de benefício fixado pela Previdência Social; e mais 5% sobre a parcela do salário-de-participação que exceder o limite máximo do salário de benefício fixado pela Previdência Social. Para o participante assistido será uma contribuição de 5% incidente sobre o salário-de-participação. O custeio do Plano é complementado pela contribuição ordinária vertida de forma paritária pelos patrocinadores. O cumprimento do Regulamento do PBB no sentido de manter a paridade do beneficio implica no reconhecimento de uma taxa de crescimento na constituição das reservas matemáticas, conhecida em finanças como fator G, que vem anualmente dimensionada nos relatórios anuais da FAPES, estando no patamar de 3,14% ao ano para o segmento técnico e de 2,83% ao ano para o segmento de apoio, resultando em uma relativamente elevada taxa média real de crescimento das reservas que visam assegurar o pagamento dos beneficios, à qual deve ser adicionado o crescimento inflacionário. Nesta linha, a regra explícita da paridade de beneficios que está inserida no Regulamento do PBB torna inaceitável possíveis argumentos de que eventuais aumentos reais de salários concedidos aos participantes ativos teriam sido repassados indevidamente aos participantes assistidos sem o respectivo custeio, ou seja, é incorreta a tese de que os participantes assistidos estejam sendo beneficiados em detrimento dos participantes ativos. Na verdade, o que vem ocorrendo é exatamente o contrário, com a administração do patrocinador aumentando os proventos dos ativos via pagamento de participação nos lucros e resultados – para os quais os assistidos não tiveram e não têm acesso – e, desta forma, quebrando maliciosamente a regra de paridade dos beneficios. Desde 1º de outubro de 1978, quando a legislação aplicável aos fundos de pensão fixou idade mínima de cinquenta e cinco anos para usufruto dos beneficios pelos participantes, independentemente do gênero, que se mantém o mesmo patamar de exigência de idade, apesar do aumento da longevidade da população em geral e dos beneficiários do PBB em particular. Portanto, há trinta e sete anos que vigora a mesma idade mínima, sendo que neste período as tábuas de vida utilizadas para o cálculo das obrigações atuariais foram periodicamente atualizadas em razão do aumento da expectativa de vida, que entre 1980 e 2013 aumentou para a população brasileira em geral em doze anos, passando de 63 anos para 75 anos (fonte: IBGE). Note que funcionários da iniciativa privada e de empresas estatais ainda não são alcançados por exigência de idade mínima para se aposentarem. Os percentuais de custeio do PBB se revelaram adequados no passado, mas atualmente estão defasados por dois motivos: (1) por minimizar os efeitos exponenciais de um fator G da magnitude de 3% ao ano, que acarreta a necessidade de constituir reservas matemáticas adequadas para manter paridade do beneficio no longo prazo; e (2) por desconsiderar os efeitos do aumento da longevidade, uma vez que os percentuais de custeio se mostram defasados pela inconsistência matemática decorrente do aumento do período fruitivo dos benefícios com a manutenção de um período acumulativo relativamente fixo. A subestimação do custeio do plano não infringiu nenhuma orientação normativa, pois as diretivas do órgão regulador são omissas sobre os temas. A neutralização dos efeitos da subestimação do custeio do plano de modo a não afetar o fluxo de pagamentos dos beneficios no futuro depende de dois vetores, sendo um controlável (majoração do plano de custeio) e outro não controlável (obtenção de rentabilidades extraordinárias para os investimentos). A percepção da defasagem do custeio em decorrência do fator G e do aumento da longevidade pode ser corroborada por um cálculo financeiro singelo (para horror dos atuários, que desprezam este tipo de simplificação), baseado nas seguintes premissas: (a) pagamento de benefícios de complementação de aposentadoria somente aos participantes (se excluindo outros benefícios, como pagamento de pensão a dependentes); (b) beneficiário: indivíduo que ingres- sou no plano aos 22 anos, contribuindo por 35 anos, se aposentando aos 57 anos e sobrevivendo até os 82 anos (expectativa de vida média expressa pela tábua de mortalidade ATT 2000, utilizada pelo nosso PBB), resultando na fruição de benefícios por 25 anos; (c) crescimento da massa salarial na base de 3% ao ano; (d) período de acumulação de 35 anos de contribuição na base de 8% do salário-base e, depois de aposentado, contribuição de 5% sobre o beneficio, ambos com aporte paritário do patrocinador; e (e) período de fruição de 25 anos com paridade de benefícios com participantes ativos. Este cálculo rudimentar indica que a taxa de retorno que equilibra o fluxo de caixa é superior a 8,2%, nível acima do crescimento da massa salarial ao qual se deve adicionar a recomposição inflacionária. No cenário atual a taxa de retorno nominal global dos investimentos necessária para dar sustentabilidade ao plano seria de quase 23% ao ano, nível que se afigura inviável em economias estabilizadas. Ao considerar somente o lado do passivo atuarial, o exercício revela que o fator G e o relativamente curto prazo de acumulação das reservas para pagamento dos benefícios são os vetores principais que afetam a sustentabilidade do PBB. Ao mesmo tempo, este exercício indica que, do ponto de vista das obrigações atuariais, a manutenção da sustentabilidade está associada a dois fatores: possíveis mudanças institucionais no âmbito da previdência oficial e/ou da previdência complementar e prováveis alterações nas regras que regulam os planos de benefícios mantidos pelas EFPCs, principalmente o nosso PBB, temas que serão objetos de análise no próximo artigo. * Contador aposentado do BNDES, certificado pelo Instituto de Certificação dos Profissionais de Seguridade Social – ICSS; foi membro do Conselho Fiscal (2002/07) e do Conselho Deliberativo da FAPES (2007/11). Auxílio Financeiro A Diretoria Financeira da APA comunica que, em dezembro, a inscrição para o Auxílio Financeiro será do dia 10 a 15/12. A assinatura do contrato será dia 21/12 e o crédito entrará em conta no dia 23/12. Atualize seu endereço A APA solicita aos associados que mantenham atualizados seus endereços, e-mails e números de telefone, facilitando o contato e possibilitando que as correspondências sejam entregues. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○3 Ano XIII – edição 165 crônica Um político honesto Jober Rocha* N ão desejo que aqueles que me leem pensem que brinco com seus sentimentos e com suas emoções, ao denominar estas páginas de ‘Um Político Honesto’. Sei que é difícil imaginar algo parecido; porém, o fato que passarei a narrar foi por mim mesmo testemunhado, já que convivi por longo tempo com o seu protagonista, como amigo particular e vizinho de porta, e, para mim, também foi uma grande surpresa o desfecho final deste insólito caso. Desde pequeno fomos vizinhos em um pequeno prédio residencial do subúrbio. Crescemos juntos como colegas de escola, companheiros de partidas de futebol e, mais tarde, na adolescência, frequentadores assíduos dos bailes e festas nas casas das jovens do bairro. Ele, desde garoto, possuía o dom da palavra e do convencimento. Toda vez que alguém aniversariava, ele era o escolhido para fazer a saudação; panegírico este que emocionava não só ao aniversariante, como, também, a sua família e os demais convidados. Sempre que ocorria alguma discussão entre duas ou mais pessoas, em ambiente no qual ele se encontrasse presente, a sua intervenção na conversa fazia com que a opinião dos presentes convergisse para a dele, em razão dos seus argumentos e do seu poder de persuasão. 4 Nunca – que eu visse – falou alguma palavra indelicada ou algum palavrão, faltou com a verdade, agiu com injustiça, fez alguma covardia, foi descortês com alguém, apropriouse de algo que não lhe pertencia, maltratou algum ser humano ou, mesmo, qualquer animal. Era estimado por todos, na escola, no clube, na vizinhança, no bairro. Talvez em razão disto tudo, quando atingiu a maioridade, seus amigos mais chegados sugeriram que ele ingressasse na política partidária, como forma de poder contribuir para a melhoria do bairro, onde vivera a maior parte da vida e onde possuía uma multidão de amigos. Inicialmente contrário à ideia – já que dentre todas essas suas qualidades, ainda existiam as da modéstia e da pre- monição – relutou durante alguns anos, mas, finalmente, sucumbindo à pressão dos amigos, acabou se filiando ao Partido dos Suburbanos Inconformados e Unidos – PSIU e candidatando-se a uma cadeira de vereador, na Assembleia Legislativa do município, nas eleições daquele ano. Durante os comícios pelas praças do bairro, a multidão em peso acorria para ouvi-lo falar sobre suas ideias e propostas de melhoria para a comunidade. Foi eleito vereador com milhares de votos. Creio que o bairro inteiro – além de outros bairros vizinhos – deu seu voto para ele. Empossado, começaram os seus problemas. Tendo recusado um cargo de direção na administração municipal, para que o suplente ocupasse a sua vaga de vereador e ele, na fun- ção de diretor de órgão municipal, conseguisse desviar recursos financeiros para o partido pelo qual se elegera – através de concorrências fraudadas e superfaturadas – foi logo mal visto pelo seu próprio partido político, que, a partir de então, passou a considerá-lo como um traidor. Tendo, logo a seguir, recusado uma verba mensal concedida pela prefeitura – verba esta oferecida para todos os vereadores – destinada a comprar seus votos favoráveis naquelas matérias do interesse do prefeito, passou a fazer parte das listas negras, tanto da casa onde se reunia para legislar quanto da prefeitura. A partir de então, todos os projetos que apresentava eram sistematicamente rejeitados pelos seus pares. Era sempre visto sozinho em seu gabinete; nem seus próprios assessores e assistentes apareciam por lá. Os eleitores do bairro, depois de algum tempo, vendo que nenhuma das promessas que ele havia feito fora cumprida (pois o bairro continuava igualzinho como sempre: ruas sujas, esgotos a céu aberto, terrenos baldios com o mato alto, falta de coleta de lixo, falta d’água, ruas esburacadas, hospitais carentes de médicos, pouco transporte coletivo etc. etc. etc.), passaram, a partir de então, a falar mal dele. Diziam que era igual a todos os demais políticos; isto é, prometia apenas para obter votos, já sabendo, de antemão, que nada faria daquilo que havia prometido. A noiva que possuía, antes de ser eleito, acabou por abandoná-lo ao saber das coisas que ele contava sobre a vida de político. Abandonou-o, porque não via nele nenhum futuro na política e nem na vida pessoal. A recusa dele, em receber aquela pequena fortuna que lhe havia sido oferecida, foi uma gota d’água que entornou as taças de champanhe com que brindariam o casamento já marcado para o mês seguinte. Como ser a feliz esposa de um político – pensava ela – que não cuidava do conforto e bem estar da família e dos futuros filhos que, certamente, pretendiam ter? Os eleitores, antes contados aos milhares e agora contados às dezenas, o evitavam sem- ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Ano XIII – edição 165 pre que podiam. Não frequentavam mais o bar do Manoel nas quintas feiras – dia em que ele por lá costumava aparecer, desde muito antes de se tornar um político – para não encontrá-lo e, eventualmente, poder chegar até as raias de vir a agredi-lo fisicamente, durante alguma discussão mais acalorada. Seus poucos amigos achavam que, em defesa dos eleitores e de suas demandas, todo comportamento, mesmo vicioso, era válido na vida política. Eram adeptos do ‘Rouba, mas faz!’ – frase dita com certo orgulho por eleitores paulistas, em determinada ocasião, referindo-se a um político local. Todos no bairro o criticavam por não haver aceitado suborno, que, mantendo-o ‘bem’ na política municipal, permitiria a eles – seus eleitores – verem atendidas as suas reivindicações em prol do local em que residiam. Todos eles, em seu lugar, teriam aceitado aquele ‘acerto’ proposto pelo prefeito e, por isso, não entendiam o seu comportamento ‘moralista’ e nem o perdoavam. Na assembleia legislativa ele se sentia como um ‘peixe fora d’água’. Era como se falasse outra língua (gaélico ou provençal, por exemplo), que nenhum dos seus pares entendia. Esperou o seu mandato terminar e deixou o partido e a política, para sempre. De que adiantava – pensava ele – pelejar por um povo acostumado a ‘levantar templos aos vícios e cavar masmorras às virtudes’ (endeusar o errado e demonizar o certo)? Aquele era um povo que aceitava o mal, buscando angariar o bem para si mesmo. Um povo que era conivente com a fraude, desde que aquilo resultasse em alguma melhoria para o seu bem estar pessoal. Um povo que passava por cima da moral e dos bons costumes, se vislumbrasse, com isto, alguma benesse para si, para sua família ou para seu grupo social. Assim, meu amigo de infância concluiu que era melhor viver isolado em uma ilha deserta, longe daqueles eleitores oportunistas e egoístas. Isso, meus caros leitores, foi o que ele declarou, particularmente, a mim como seu amigo e antigo companheiro de juventude e, também, publicamente, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI, que apurava desvio de recursos e malversação de fundos públicos, durante seu mandato; já que ele era um dos principais acusados de chefiar uma quadrilha que fraudava concorrências, extorquia empresários e participava de inúmeros negócios escusos no município e no Estado. Fora descoberto, ao ser investigado pelo Ministério Público, em razão da aquisição de milionária e cinematográfica ilha (com dezenas de suítes, varandas, salas, garagens de barcos, porto para atracação de iates e aeroporto para pouso e decolagem de aviões e helicópteros), situada no litoral do Estado e adquirida por cinquenta milhões de dólares. Vivia na ilha com a amante, depois que terminou o noivado com aquela moça do bairro que namorava desde os tempos de colégio. Até hoje, ainda não sei em quem acredito – se nele, meu amigo e vizinho de infância, ou se nos promotores que o acusam. Ele sempre me pareceu um camarada tão sério e honesto... * Aposentado do BNDES e escritor qualidade de vida Dor crônica é doença. Você sabia? aconteceu Muros trasnsformados em telas pelas mãos de artistas plásticos do bairro também foram clicados pelos fotógrafos benedenses Fotógrafos benedenses em Santa Teresa Dia 27 de novembro, um grupo de associados saiu para mais um passeio fotográfico. Desta vez, as lentes se voltaram para o bucólico bairro de Santa Teresa. O novo bondinho, ainda em caráter experimental, se encarregou de le- var o grupo até a estação do Curvelo, mas cerca de 100 metros antes do destino, o bonde enguiçou. Contudo, os fotógrafos benedenses aproveitaram o trecho que faltava para registrar com suas lentes alguma coisa que os atraía. Arquivo Coro Oficina de Canto APABNDES abre a Semana de Arte Solidária Dia 30 de novembro, o coro Oficina de Canto APABNDES fez uma apresentação especial no saguão de entrada do Edserj. A exibição abriu oficialmente a XV Semana de Arte Solidária, promovida pelo Comitê de Cidadania/BNDES. O coral interpretou as seguintes canções: Vide Gal; Água da minha sede; Tu gitana; Tanto mar e Lua soberana. "É só uma dorzinha nas costas". Quantas vezes você já ignorou a sua dor, encarando como algo natural e corriqueiro? Sentir dor é inevitável, mas ao contrário do que pensamos, ela pode e deve ser tratada. A Associação Internacional dos Estudos da Dor define a sensação como uma experiência física e emocional desagradável, associada ou relacionada a lesão real ou potencial dos tecidos. Existem dois tipos de dor: aguda e crônica. A aguda, que dura segundos, dias ou semanas, ocorre como um sinal de alerta após cirurgias, traumatismo, queimaduras, inflamação ou infecção. Já a dor crônica ou persistente pode durar meses ou anos. Dores de coluna, fibromialgia, neuropatias, lesões por esforços repetitivos (LER) e câncer também podem gerar esse tipo de dor. A dor aguda não tratada adequadamente leva à dor crônica e se torna a própria doença do paciente. Conviver com essa sensação não leva apenas ao desconforto. Compromete o bem-estar social e emocional do indivíduo, que pode sentir-se isolado, ansioso ou deprimido, além de afetar a produtividade no trabalho, o apetite e o sono. “Por isso a dor nunca deve ser encarada como normal, algo que seja obrigado a se conviver. Muitas vezes a causa não é encontrada, mas mesmo assim a dor deve ser tratada”, explica a médica Fabíola Peixoto Minson, do Instituto Albert Einstein. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○5 Ano XIII – edição 165 aconteceu Ampliando Horizontes encerra atividades do ano em clima de confraternização Divulgação No último Ampliando Horizontes de 2015, os participantes fizeram um balanço das atividades realizadas ao longo do ano e apresentaram sugestões para novas atividades em 2016. Durante o encontro, houve trocas de presentes de amigo oculto e, ao final, um delicioso lanche natalino. O Programa Ampliando Horizontes retorna em março de 2016. Antes, em janeiro, a Diretoria de Apoio Assistencial promoverá uma atividade em comemoração ao Dia do Aposentado (detalhes sobre esse evento na próxima edição). Com muita alegria e descontração, o programa Ampliando Horizontes encerrou mais um ano de atividades. Os encontros mensais serão retomados em março de 2016 Auto Imóveis Diversos Alugo ou vendo – sala comercial 37m2, minicopa, banh. garagem, condomínio silencioso. Vera Lucia Cunha – (21) 99207-3942. Cirurgião dentista – CRO/RJ 6634. 38 anos de experiência. Consultório no Catete. Emerg 24 horas. Dr. Roberto Groba – 2225-1268 / 8759-2343. Despachante – Paulo Renato Martins – (21) 2453-1690/98887-3029. A diretora adjunta Nelly Toffano abraça a estagiária Natasha Jogas Um delicioso lanche natalino foi preparado para os participantes Carrancas/MG Marrocos, Ilha de Tenerife e Madri A terra das lindas cachoeiras de 1º a 20 de abril de 2016 de 14 a 17 de janeiro de 2016 Uma viagem dos sonhos: Marrocos: nove noites; Ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias: cinco noites; Madri: três noites. Solicite roteiro completo com todas as informações: Informações e reservas com Felipe: 99639-1502 (Vivo) , 98136-6520 (Tim) e 2433-3373 (fixo) Yoga – 2ª e 4ª: aulas para gestante, das 12h às 13h; 2ª, 4ª e 5ª: Hatha yoga, das 13h às 14h. Prof. Daniel Rivas – sala da Cipa, sobreloja do EDSERJ. Uno Vivace – Flex, 2013, 21.900 Km, cor preta, completo (ar, direção,ABS, vidro elet,air bag duplo, alarme Fiat) única dona, R$ 21.500,00. Vera Cunha– 99207-3942. Cuidadora de idosos – Com certificado. Disponibilidade total. Aceita dormir no local. Simone – (21) 9896-10350. A APA, em parceria com a Blue Wave Turismo, convida: Preço por Pessoa: R$ 1.280,00 em apto duplo. Adicional single + R$ 240,00. Inclui transporte em ônibus ou micro-ônibus, 03 noites na Pousada Roda Viva, 04 refeições , 02 dias de passeios pelas cachoeiras da região com guias especializados. classificados Esmalteria – Cheia de Charme. SPA p/pés e mãos, unhas decoradas (acrigel, porcelana, fibra vidro). 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