Janeiro 2011 aneiro 2011 aneiro 2011 Número 3
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Janeiro 2011 aneiro 2011 aneiro 2011 Número 3
Janeiro 2011 Colégio Monte Flor – Carnaxide Número 3 [email protected] Tel. 21 418 49 79 S.O.S. Janeiro 2011 Golfinho do Sado Introdução O Tursiops truncatus, de nome vulgar golfinho-comum, é também conhecido por golfinho nariz-de-garrafa, golfinho-roaz ou roaz-corvineiro. Este simpático animal é talvez a mais famosa e conhecida espécie de golfinho no mundo inteiro, sobretudo por ser a espécie do golfinho da série de televisão Flipper. Este animal é relativamente abundante na costa portuguesa, residindo em especial no Estuário do Sado, daí também ser conhecido em Portugal por Golfinho do Sado. Nomenclatura O nome científico do Golfinho do Sado é Tursiops truncatus. Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Mammalia Ordem: Cetacea Subordem: Odontoceti Família: Delphinidae Género: Tursiops Espécie: T. truncatus Ancestrais Os golfinhos, apesar de viverem na água, descendem de animais terrestres, uma vez que respiram por pulmões, têm sangue quente e amamentam as crias. Não se sabe ao certo como é que estas criaturas tão inteligentes evoluíram, mas parece haver provas que descendem de uma família de mamíferos primitivos, semelhantes a lobos. S.O.S. Janeiro 2011 Distribuição Geográfica O golfinho do Sado pode-se encontrar nas águas costeiras e no mar alto. Também pode viver em baías, estuários, lagos e, ocasionalmente, em rios. O golfinho do Sado consegue sobreviver em todo o mundo, exceto na Antártida e no Ártico. Ele prefere águas quentes e também pode ser encontrado no Havai e na Florida. Em Portugal pode ser avistado ao longo da costa do Norte a Sul. Existe um grupo de roazes-corvineiros que pode ser avistado no Estuário do Sado, em Setúbal. Esta é a única população no Estuário do Sado. É também uma de apenas três conhecidas na Europa. S.O.S. Janeiro 2011 Morfologia O golfinho tem o corpo e cabeça robustos e tem um bico curto e largo. A sua cor é acinzentada mas a barriga é mais clara do que o dorso. Possuem corpos hidrodinâmicos, em forma de torpedo, que lhes permitem nadar rapidamente na água chegando a atingir mais de 40Km/h de velocidade. A cauda tem dois ”remos”, chamados lobos. Pesam cerca de 500 kg e o seu tamanho varia entre 1,9 m e 4 m, sendo o macho maior do que a fêmea. Têm cerca de 18 a 27 pares de dentes fortes. Os golfinhos não possuem olfato, mas têm uma excelente audição e visão. Comunicam por sons emitidos a partir da bolsa nasal localizada na testa. S.O.S. Janeiro 2011 Alimentação O golfinho é um animal carnívoro, alimentando-se de pequenos peixes, lulas, polvos e crustáceos. No Estuário do Sado têm preferência por chocos e tainhas, mas também comem lulas, linguados e caranguejos. Diariamente, comem cerca de 20 kg de peixe. Os roazes passam grande parte do tempo à procura de alimento, utilizando várias técnicas de caça: em grupos, encurralam os peixes e caçam os que saem do cardume, ou seguem os barcos de pesca para comerem as “sobras”. Inimigos Naturais Os grandes predadores dos golfinhos são os tubarões, a baleia e o ser humano. Até há poucos anos os pescadores eram considerados grandes inimigos pois caçavam-nos. Em 1981 foi publicada uma lei que proíbe a sua caça, ainda que nem todos a cumpram. O “moderno inimigo” é a poluição das águas. Reprodução A procriação dos golfinhos dá-se entre os 7 e os 10 anos de idade, sendo a época de acasalamento entre abril e outubro. As fêmeas têm uma gravidez de cerca de 12 meses, dando à luz apenas uma cria, de dois em dois ou de três em três anos. No parto, primeiro sai a cauda do golfinho bebé e só depois a cabeça. Assim que nasce, a cria é levada à superfície para respirar. As crias pesam cerca de 10 kg e medem entre 80 e 120 centímetros. Elas são amamentadas até aos 18 meses. O leite é lançado em esguicho para a boca da cria, que não pode mamar porque não tem lábios. S.O.S. Janeiro 2011 Estatuto de Conservação Atualmente, o estatuto de conservação desta espécie é Pouco Preocupante ao nível mundial, mas um estudo feito pelo projeto Delfim, em parceria com o Instituto Superior de Psicologia Aplicada, revela que a população residente no Estuário do Sado reduziu 50% em menos de 30 anos. As razões devem-se, sobretudo, ao fato dos golfinhos jovens não conseguirem viver, devido à contaminação do leite materno. Isto indica que a médio prazo, esta população está em perigo de extinção Fatores de Ameaça Em vários lugares do mundo, os golfinhos são caçados pelo homem que utiliza a sua gordura como isco ou apenas porque alguns pescadores acham que prejudicam a pesca. Também são caçados para estudos ou para pertencerem aos parques temáticos. Por vezes, os golfinhos são apanhados por acidente pelas redes de pesca, acabando por se afogarem por não conseguirem vir à superfície respirar. O ruído marinho provocado pelo homem também impede os golfinhos de sobreviverem, de se alimentarem, orientarem e comunicarem porque o ruído destrói a sua audição, causando-lhes hemorragias nos ouvidos e até nos pulmões. Na população residente no Estuário do Sado as principais ameaças são: - a poluição das fábricas e do esgoto da cidade de Setúbal; - a poluição sonora; - a atividade portuária; - a atividade pesqueira, que reduz o seu alimento; - as embarcações de observação de golfinhos, uma vez que perturbam o seu comportamento e respiração e, consequentemente, afetam o sucesso da reprodução. Soluções - Melhorar a qualidade da água do Estuário; - Reduzir e fiscalizar a atividade de observação de golfinhos; - Fiscalizar as atividades de pesca; - Realizar campanhas de sensibilização e educação ambiental junto dos pescadores, industriais e do público em geral. S.O.S. Janeiro 2011 Curiosidades • Este golfinho é conhecido como Roaz ou Roaz-Corvineiro; Roaz porque a espécie tinha hábito de rasgar as redes dos pescadores em busca de alimento, e Corvineiro por alimentarem-se de corvinas. • É um estratega hábil, pois sabe aproveitar-se das atividades do homem em busca de alimento. • Os Golfinhos fazem turnos durante a noite para dormirem em paz. Outra maneira de dormir é chamada “caça-ratos”, que consiste em desligar uma parte do cérebro enquanto a outra fica de vigia. • O cérebro do golfinho em relação ao tamanho do corpo, é bem maior que o cérebro humano. • Os golfinhos vêem muito bem tanto dentro como fora de água, ao contrário dos humanos que, quando mergulham, não vêem bem sem óculos de mergulho. • Desde 1920 que o golfinho é a espécie mais utilizada nos parques temáticos. • Na Grécia Antiga o golfinho era um animal especial porque se o Deus Apolo viesse à terra viria em forma de golfinho. • O golfinho tem a capacidade de fazer contas e aprender gramática. • Antigamente, soldados russos e americanos treinavam os golfinhos para levarem minas aos submarinos inimigos. S.O.S. Janeiro 2011 Águia-de-Bonelli Introdução A Águia-de-Bonelli também é conhecida por águia perdigueira e o seu nome científico é Aquila Fasciata ou Hieraaetus Fasciatus. Ela pertence à Família Accipitridae, sendo que, as aves desta família possuem envergaduras de asa que vão desde os 50 centímetros aos 3 metros. Esta é uma águia que, apesar de ser bastante frequente em várias zonas do planeta, em Portugal está em risco de extinção, sendo rara a sua aparição no nosso território. Nomenclatura Reino Filo Animalia Chordata Classe Aves Ordem Accipitriformes Família Accipitridae Género Aquila Espécie Aquila Fasciata Hieraaetus Fasciatus Ancestrais Tal como em todas as aves, não há certezas acerca da sua descendência, mas pensa-se que esta evoluiu a partir dos répteis voadores do período Jurássico, nomeadamente, do Archaeopteryx. S.O.S. Janeiro 2011 Distribuição Geográfica A Águia-de-Bonelli está distribuída pela região da Índia e da África, na Indochina, Sul da Ásia e no Médio Oriente. É também possível encontrar esta ave em vários países do sul da Europa: Albânia, Bulgária, Chipre, Croácia, Espanha, França, Grécia, Itália, Portugal e Turquia. Na Europa, esta espécie tem vindo a desaparecer lentamente e Portugal é exemplo disso. Hoje em dia, é possível vê-la por vezes em várias zonas do nosso país, mas é principalmente no Alentejo e no Algarve que se avistam mais membros desta espécie. Alguns locais para observar esta ave são: • Trás-os-Montes; • Beira Interior; • Lisboa e Vale do Tejo; • Alentejo e • Algarve. S.O.S. Janeiro 2011 Morfologia A Águia-de-Bonelli é uma ave de rapina de médio porte. O seu tamanho varia entre 1,5 m e 1,8 m de envergadura de asa. O seu peso varia entre um quilo e meio e dois quilos e meio. O corpo desta águia está coberto por uma camada de penas, sendo que, na maior parte do corpo estas são escuras, mas na parte inferior, possui uma mancha branca. Na cauda, possui também uma mancha negra. Os juvenis são bastante diferentes, com uma plumagem mais acastanhada e cor de mel. Quanto às caraterísticas do seu corpo, como ave de rapina, a Águia-de-Bonelli possui um forte bico e umas garras afiadas que a ajudam a apanhar e comer as suas presas. Para voar, as penas são bastante úteis mas são os ossos que, por serem ocos e por isso mais leves, lhes permitem esta capacidade. A sua visão também é extraordinária, o que permite observar as suas presas a grande distância. A Águia-de-Bonelli é sem dúvida um animal fantástico. 10 S.O.S. Janeiro 2011 Alimentação A Águia-de-Bonelli alimenta-se de aves e de outros animais, como coelhos, gaios, esquilos, arganazes e outros pequenos mamíferos. Também costuma alimentar-se de pombos e perdizes, daí também ser conhecida por Águia-perdigueira. Reprodução As Águias-de-Bonelli, normalmente, fazem os seus ninhos nas escarpas rochosas das zonas montanhosas, mas em Portugal, preferem fazer diversos ninhos em árvores altas, como os pinheiros, eucaliptos e sobreiros, ao longo de vários anos. Assim, normalmente, no final do ano, o macho e a fêmea acasalam e a fêmea põe 1 ou 2 ovos em janeiro, que eclodem cerca de 40 dias depois. Depois do nascimento, a fêmea fica perto das crias durante um mês e só depois é que começa a sair do ninho para caçar com o macho. Inimigos Naturais O principal inimigo da Águia-de-Bonelli é o homem, que com as suas atividades, coloca esta águia em perigo. As linhas de alta tensão, a destruição do habitat e a caça são os principais causadores da morte desta espécie. Contudo, a Tricomoníase, uma doença provocada pelos pombos doentes, caçados pelos progenitores, provoca também a morte de muitas crias. 11 S.O.S. Janeiro 2011 Estatuto de conservação O desaparecimento da Águia-de-Bonelli no mundo é pouco preocupante, mas em Portugal está em risco de desaparecer, sendo uma das espécies em vias de extinção, no nosso país. Fatores de ameaça Os principais fatores de ameaça estão relacionados com juvenis por doenças causadas por pombos (Tricomoníase), mas os caçadores e as obras (aerogeradores, linhas elétricas, estradas, etc.) construídas pelo Homem, são também causas de morte nos membros desta espécie, bem como destroem o seu habitat. As pessoas não têm a sensibilidade ambiental e alguns setores da população, como os caçadores, criadores de gado, colombófilos e outros, por acharem que a Águiade-Bonelli os prejudica nas suas atividades costumam persegui-las e matá-las. O desaparecimento do principal alimento, o coelhobravo, também é uma das ameaças à sua sobrevivência. Proteção • Usar menos produtos químicos nas culturas; • Proteger os ninhos; • Proteger o seu habitat; • Não destruir as aves e os ninhos; • Sensibilizar as pessoas para a importância de salvar esta espécie. 12 S.O.S. Janeiro 2011 A Odisseia da Bonelli Era uma vez duas Águias-de-Bonelli, o Bone e a Nelli que viviam no Algarve. Elas montaram um dos seus vários ninhos num velho sobreiro chamado Suber e as suas crias estavam prestes a nascer. Entretanto, os ovos começaram a eclodir e nasceram duas águias muito pequeninas. Passados alguns dias, uma das crias começou a ficar doente, com uma doença passada pelos pombos que os pais lhe davam a comer e deixou de se alimentar, deixou, deixou, até que acabou por morrer. A outra cria ficou sozinha, então a Nelli teve uma ideia para lhe dar um nome: Glória. Mas certo dia, a família de águias começou a ouvir os lenhadores e apareceu uma fada chamada Natura, que prometeu falar com um lenhador amigo do ambiente. Esse lenhador, no dia a seguir veio falar com o Bone, com a Nelli e com a Glória e prometeu-lhes que as árvores onde as águias tinham os seus ninhos não seriam cortadas. Dias depois, a Glória começou a tentar sair do ninho e conseguiu dar os primeiros voos, mas numa das suas voltas pela região, ouviu uma voz muito estranha. Era a Gigantobra, uma linha elétrica contra quem a Glória quase ia chocando. Nesse mesmo dia, a Fada voltou a aparecer e deu uma bolota mágica à Glória, dizendo-lhe que aquilo lhe iria ajudar a ultrapassar os vários perigos. Quando cresceu, a Glória decidiu explorar o mundo, e partiu em busca de outras terras. O primeiro perigo que enfrentou foi um forte nevoeiro que não a deixava voar, mas ela pegou na bolota e, de repente, o nevoeiro passou. Alguns dias depois, um incêndio ameaçou todos os animais e a Glória, quando estava em perigo, agarrou na bolota e esta fez a chuva aparecer, apagando o Fogo, que contudo, atirou uma chama à bolota, destruindo-a completamente. A Glória ficou muito assustada, perguntando-se como iria enfrentar o mundo sem aquele fruto mágico. Mas mesmo assim aventurou-se. Pelo caminho, encontrou caçadores, encontrou novamente a Gigantobra, mas desta vez sob a forma de estradas, aerogeradores e outras construções feitas pelo Homem e encontrou também um macho para constituir família. Quando se preparava para procurar um local para construir um ninho, reparou no velho Suber e percebeu que toda aquela viagem a tinha feito regressar à terra onde tinha nascido. Adaptado de Alcaria, Raquel. A Odisseia da Bonelli, CEAI, 2008 em http://lifebonelli.ceai.pt/images/A_Odisseia_da_Bonelli.pdf 13 S.O.S. Janeiro 2011 Referências Bibliográficas das Imagens Capa: http://www.horta.uac.pt/projectos/msubmerso/200605/sophie/fotos_lq/Sfr_36_05_IC.jpg http://www.europeanraptors.org/images/bonellis_eagle.jpg Página 2: http://seapics.com/assets/pictures/005408-450-bottlenose-dolphin.jpg Página 3: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cetacea_range_map_Bottlenose_Dolphin.png http://1.bp.blogspot.com/_S8l6mxw8Vsg/SuA9zRFhZCI/AAAAAAAABPs/Yv22VFbaxgk/s400/Estu%C3%A1ri o+do+Sado.JPG Página 4: http://www.wdcs.org/graphics_bin/bottlenose.jpg http://www.redorbit.com/modules/reflib/article_images/42_90453cd3923c11faf9e29d84c6cac644.jpg http://www.deepseaimages.com/dsilibrary/data/751/22002_1203_142149aa_4_1_-_bw.jpg Página 5: http://3.bp.blogspot.com/_qsZDzc17WmI/S6APWdEX9lI/AAAAAAAAAGQ/f9DHq8J6osY/s400/02_documenta rio_trata.jpg http://www.brookfieldzoo.org/CZS/getattachment/cd6722f3-9a68-44ca-b6e2-9057a816b70c/BottlenoseDolphin%3B.aspx Página 6: http://www.anda.jor.br/wp-content/uploads/2010/09/bipportugal.pt_.jpg Página 7: http://www.tursiopsterranovanewfoundland.net/imagens/tursio1.jpg http://cache2.assetcache.net/xc/97578538.jpg?v=1&c=IWSAsset&k=2&d=EDF6F2F4F969CEBD90F088DB136D03F860ED92E 64A503339FEF93AE295B7CAF6 http://lh4.ggpht.com/_XZS8-Fp70XU/SsGoIzxbElI/AAAAAAAAB5s/0qqXQN3AjsE/Dolphin+5.jpg Página 8: http://www.we-love-crete.com/images/Bonellis-eagle.jpg http://www.dinosaurspark.com/dino_imgs/big/archaeopteryx.jpg Página 9: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f6/Hieraaetus_fasciatus_area.PNG http://www.bird-watching-hotel-andalusia.com/fotos/aguila-azor-perdicera_p.jpg Página 10: http://ic2.pbase.com/t6/60/469160/4/74674835.tmp5RPnD.jpg http://speciesguide.delhibird.net/internal/14/images/eagle_bonelli_21.jpg Página 11: http://www.arkive.org/media/9F/9F9D1CFE-EFC0-412D-86BCB35608D223EE/Presentation.Large/photo.jpg http://www.israbirding.com/reports/birding_reports/bonellis_dea_sea/ http://www.embaixadaamericana.org.br/HTML/ijge0409p/images/angel1.jpg http://3.bp.blogspot.com/_YILnYHWBWfU/TIeX7w7yKAI/AAAAAAAAKWE/nDZtKeL0XiY/s1600/ ENERGIA+E%C3%93LICA.jpg http://www.asbeiras.pt/wp-content/uploads/2010/08/Ca%C3%A7ador.jpg Página 12: http://www.patrimonionatural.org/fotos/gr/aperdicerahembrajpg140710_182115.jpg http://bdm.typepad.com/.a/6a00d83451957369e2012875b98fc9970c-800wi Fundos de Página: http://fc06.deviantart.net/fs15/f/2007/058/7/a/Seasons_Fauna_by_Iormundr.jpg 14