Oryctolagus cuniculus - Departamento de Biologia
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Oryctolagus cuniculus - Departamento de Biologia
Expediqgo Cientifica Faial 1993, Rel. Com. Dep. Biol. 22: 49-60, 1994. ESTUDO PRELIMINAR DE ALGUNS PAR~\METROS DE UMA POPULACAO DE COELHO SELVAGEM (ORYCTOLAGUS CUNICULUS) DA ]TICHA DO FAIAL - Acorn ' ~nivecsidadedos A~ores- h p t . de Biologia PT-9500 Ponta Delgada (Apores), PORTUGAL. 2~niversidadedos Aqoxes - Dept. de Ciencias Tecnol6gicase Desenvolvimento PT- 9500 Ponta Delgada, PORTUGAL. ~ nversidade i do Porto - Faculdade de Cigncias PT-4000 Porto, PORTUGAL. Entre 26 de Junho a 3 de Julho de 1993, efectuou-se a ExpedigQoCientifica do D e p m e n t o de Biolagia da Universidade dos A p e s h jlha do Faial. Nesta expediqlo inseriu-se a Equipa de MAMOLOGIA constituida por Investigadores, Docentes, Tkcnicos e Alunos dos Cursos de Biologia. 0 Coelho-bravo ( Oryctolagus cuniculus ) t ulna especie de ampla distribuiqgo mundial, estando intimamente ligada a processes de colonizaqFio. Embora originirio da regiao rnediterrlnea, caracterizada por um clima corn uma dernarcada estaq30 sseca, o coelho-bravo adaptou-se muito bem a urna grande variedade de habitats onde foi introduzido. Deste modo constitui urn dos marniferos mais abundantes que ocorre no Arquipilago dos Asores, sendo a sua principal esecie cinegCtjca. Tanto os aspectos histbricos e evolutivos como as da sua ecologia, tornam de maior interesse a realizaqgo de estudos cientfficos no sentido de avaliar o cadcter adaptativo e evolutivo bem assirn o estudo da d i n h i c a populacional desta es@cie . A densidade populacional actual € digamos uma densidade rnkdia da que existia em 1988, ano em que foi introduzido nesta Ilha o virus hemorrdgico do coelho cuja sigla 14 R.V.H.D.; nas colheitas dos eswimens n5o verjfacamos quaisquet vestigios da existencia do R.V.H.D. Baseando-nos apenas, em dados histdricos considerados verdadeiros e n50 em hip6teses podemos a f m a r que me 1439 eram jA conhecidas as IIhas do grupo Central. Esta data deve correspnder ao inicio da c o l o n i ~ i i odo Faid. Relativamente hs Ilhas do Grupo Central verifica-se uma correlac;~entre o clima. vento e ma colonizaqEo. 0 clima, a precipita~goaumenta de Leste para Oeste, a velocidade dos ventos aumenta igualmente de Leste para Oeste e a cotonizaqb do Grupo Central tambCm se efectuou de Leste para Oeste o que leva a inferir que esta se iniciou em 1439. E de referir um crescente amento de elementos nJo Portugueses na coloniza@o notando-se selativa importfncia dos Elamengos nesta. A Ilha do Faial encontra-se a 30° 31' e 38O 39' de Latitude Norte e 20° 35' e 2g0 50' da Latitude Oeste. A sua 6rea (173,1 ~m 2, ocupa 7,4580 da ~ e a total da RegiIo. Esta Area encontra-se distribuida por 3 cotas de altitude: 53,3% iinferiores a 300m; 42,1% enntre 300 e 800 metros e 5,4% a cotas superiores a 800 metros. Do ponto de vista geogrfifico ela 6 constitufda quase em sua esssncla por derrames andesitos originArios do vulcIo da Caldeira e de oumos centros eruptivos de caracter secundfiria; existem igualrnente alguns filks e chamin6s mquiticas que cortam em determinadas regiks a skrie andesitica entre as quais podernos mencionar: a Regilo de Espalhafat~se de Pedro MigueP. Originados por erup@es mais recentes como por exemplo: Conceiq50 (1I3 m); Dr. Neves (191 m) e Monte da Guia (145 m), encontramos ainda doleritos e basaltos. Por dltirno em Setembro de 1957 deu-se a erup~%o do vulcb dos Capelinhos que se p l o n g o u at6 1958. Este originou iniciatmente esc6rias cuja composiqIo slo mais pobres em siEica do que as I avaq emitidas posteriormente. CLIM A E HlDROLOGlA 0 Clima do Faial d urn clima pouco hcimido. 0 s valores mtdios da pluviosidade atingem o maxim0 no Inverno (Janeiro) e o rninimo no Veriio (Julho). As ternperaturas medias rondam os 17,6OC , variando a amplitude timica durante o ano durn valor equivaleate a 5OC. A humidade relativa do ar, varia entre os 7 8 8 e os 83%, durante as horas diurnas. Em termos hidricos, o Faial n8o tern qualquer ribeira de crtricterperrnanente. Baseando-nos na evoluq50 recente da ocupaqZo dos solos (19851, verifica-se urna dirninui~goem I C . A . C.P. P. I F. M. ocu*rt&&,rol. S.A.U.77,8% Figura 1 - OcupqIo dos solos da llha do Faial. S.A.U. - Superficie Agricola Oti177,8%, C. A. - CuIturas Anuais 9,6%,C. P. - Culturas Permanentes 1,2%, P. - Pastagens 67,O%, F. - Florestas (s6 Area p6blica) 8,1%, M. Matos 14,l%. percentagem da Superficic Agricola ~ t i devido l ao aumento da pastagem, da 6rca dc matos e flotestas, sendo a diminui~goda Area de culturas anuais consequenternente as principais alteraqks. 0 material colhido para o estudo foi o coelhoselvagem (Oryctolagns cuniculus); o m6todo utilizada nas colheitas foi a tiro. As colheitas [oram erectuadas nos pen'odos de maior actividade da esphcie, que s5o os perfodos crepusculares e noctusnos. Pretendeu-se efectuar urna colheita aleat6ria de toda a ilha conforme se pode verificar pelo mapa 1 (locais de colheita e de [email protected]),contuda devido a que a densidade dos coelhos n50 era uniforme em toda a ilha, efmtuou-se (mapa 2) corn as zonas de diferentes concentraq5o populacional, servindo-nos para tal nZo s6 dos animais capturados como dos observados (por falta de tempo n50 foi possivel para o estudo da densidade populacional a observaqgo de vestigfos o que nos permitiriam efectuar urn mapa como uma destribuigBo mais corrects). 0 s animais capturados foram em nimero de 62. Todos os animais forarn pesados a fresco numa balan~aelectr6nica corn sensibilidade de 0,001 gr. A determinaqgo do sexo dos individuos fez-se primeiramente por o b s e r v a ~ z o externa (preenchimento da ficha de campo) e secundariarnente no laborat6rio (preenchimento da ficha de trabalho laboratotial) Logo a p h a captura, foram retiradas as arnostras de sanguc por punqgo cardiaca, para estudos gendticos, conforme o indicado na tabela 1. Nos animais colhidos e em laborat6ria procedemos primeiramente recolha dos cctoparasitas seguindo-se a obtengto das medidas somat6melricas . Separamos a cabqa do tronco para se preparar o d n i o para a obtenqgo daq medidas craniom&ricas. Extraimos os globos oculares que se colocaram em fomol a 10% durante 21 dias, findo os quais se extrai o cristalino. 0 s cristalinos slo colocados nurna estufa a XOO C durante 7 dias seguindo-se o processamento da sua pesagem. A balanqa utilizada foi uma de 0,0001 gr de sensibilidade. Obtidos os pesos, utilizamos a formula de MYERS e GILBERT (1968): I= -57 + 181,4/(5,749 - 2,3026) log,p que nos dB a idade em dias. Utilizamos igualmente para determinaqlo da idade a formula CARVALHO (1992) que utiliza o Peso Total dos individuos. Legenda: Locais de obsemqk m Locais de cobita EsWmprincipais - - Esagdas secuxrdhim Cgminhasdepemm& Elaborado por: Pedro Mantua ILHA DO FAIAL MAPA No2 Bada da R W m d e s Ca do Inferno Elaborado por: Pedro Mdntua Tabela 1: Marcadores gentticos, mazerial 'biolbgico (M. B.) e a tecnica electrofordtica utilizada na an8lise e fecruada. m M E Bnr. EC. M ~CHB=A Anidmsr e arl6nk a I CA I 4.2.1.f E E AGE F E E F E E E E E E #GE SGE E E Anidmsc cwbinich II CA 11 Desidro@nrse ao k i l o 6 €os€oglucinito PGD Fosf o*sc nwhorbbie* NP Deskmiar~t&a abcnesim* ADA Menihte cinrst Gunihto c i w e Didorue 2 AK G UK DiA2 - 4.2.1.1 1.1.1.4.4 2.4.2.1 3.5-4-4 2.7.43 2.7.4.8 1.6.4.3 - AG E K E - Legenda: E.C. C6digo enzimdtico international; E. - Eritrbcitos; F. Ffgado; AGE Electroforese horizontal em gel & agarosc; SGE - Electroforese horizontal em gel de amido. A f6rmula utilizada por este tiltirno rnEtodo k a seguinte: I= -57+ 18 1,415,749-2,3026 log. Y-349.&8 3.948 0 s animais foram dissecados no sentido de reaTizar a pesagem a fresco dc vLios orgzos internos (rins, figado, baqo e gonadas), e bem assim o aproveitamento de rim. caraq5o e figado para eshldos electrofordticos. Ap6s a remoqi50 do tecido adiposo, os testiculos, os ovfirios e o 6tero foram pesados numa balanqa electr6nica de sensibilidade de 0,001gr. 0 peso dos testiculos t apresentado sem o epididimo. No caso das fgrneas apresentarem embribes, esles f o r m retirados do dtero, tende sido anotado o seu nlimero e peso. Deterrninamos o indice quanzificativo de gordura renal pela razHo exjstente entre o peso rnCdjo da gordura que envolve os rins e o peso m d i o dos rins, multiplicada por cem. Durante a necropsia, fzemos o registo qualificativo da gordura renal, numa escaIa deOa3 Foram cansiderados adultos os animais corn peso superiar a 850 gramas. Ectoparasitas No estudo dos ectopaxasitas colhidos apenas encontramos a esp&cieSpillopsyliras cuniculi (Dale, 1878) (Insects: Siphonaptera: Pullicidae) a qua1 6 pela prirneica vez referenciada para esta Ilha (Figura 2). A espkie Spillopsyllus cuniculi tern sido dada como comum em coelhos selvagens e domhticos nas llhas Britanicas e no Continente Europeu. As populaqks de coelhos nos Estados Unidos, Austrdlia e Nova Zelandia, sEo oriundas do stock Europeu, conrudo, a es#cie S,cuniculi n5o foi aid data dada como existente nestas populaq&s. No Arquiptlago dos Aqores, S.cunicdi havia j i sido referenciada para as nhas Terceira e S. Miguel. Nas coIheitas de ectoparasitas por 116sefectuadas em coelhos selvagens da Ilha do Faial, foi encontrada esta espicie corn uma distribujqFio norma1 o significativa em t d a a Ilha. 0 grau de incidencia deste parasita n2o 6 uniforme durante todo o ano, varia corn as estaq6es do ano, clirna, grau de hurnidade, natureza do solo e bcm assim corn a natureza do sexo e idade, seu nClmero C mais elcvado em femeas e jovens Seu comprimento 6 muite varizIvel vai desde 1 a 9 mm,sendo os machos significativamente menores do que as fEmcas. S. cuniculi C a principal transmissora da mixornatose, sendo tambem transmissora nos coelhos do Continente Europeu do Tripanossoma nabiasi RailIiek, 1895. Este hernoflagelado tern 24 a 28 mp de comprimento e desenvolve-sc no intestino do hospedeiro inrermedihrio. sendo a sua transmisslo efectuada pelas fezes. Usaram-se tkcnicas vhias para a pesquisa desta espCcie na populaqZo de coelhos colhida na Ilha do Faial mas niio foi observade nem no hospedeiro intermedihio nem no definitive A anAIise da distribui~50do peso dos cristalino sugere a divis3o em duas classes etArias: juvenis (animajs R ~ S C ~ ~no O prdprio S ano) e adultas (animais nascidos em anos anteriores) (Figura 3). Embora esta divisza da populapio pareqa constituir uma excessiva sirnplificaq50 & estrutura da populqio, reflecte o diferente estatuto reprodutor dos indivfduos amostrados e uma certa sazondidade no pen'oda de reprodu~Io,esta esmtura etiria sera depois confirmada pelos dois rnttodos j$ enunciados. ~ u n i (c~ a~i c . 1 8 718- 8 ks. F. d e Crrvaiho - Eigurs 3 X i s t o g ~ ~ dt m frequ&cias classes dr; peso do crir+al ino . mbsolutms & (figura 4). Esta diferenya 6 estatisticamente significativa, como demonshado pela andlise da varihcia (tabela IV).Esta poder5 ser explicada pelo facto de as Erneas se e n c o n m m , na sua maioria, em gestaq;lo. Biometria SZo apresentados na Tabela 2 os vdores para os parametros biomdtricos mais comunamente utilizados (peso total, comprimento totaI, comprimento da orelha e comprimento da pata posterior), referindo-se o nQrnerode jndivMuos analisados, mkdia e o desvio padrZio. Estes valores aproximam-se apenas dos obtidos nos trabalhos realizados na Peninsula h k r i c a e dos obtidos na ilha das Flores,coma podemos observar na tabela 3. A diferenqa dos walores obtidos em Portugal (incluindo as ilhas aqoreanas) e Espanha em relaqgo com outros paises, sugere que se estas populaqdes tenham sofrido diferentes processes adaptativos elou evolutivos, sendo estes resultados confirmados corn os trahalhos de indole genetics (FERRAND, 1993). Em rela~go?ts diferenqas entre os sexos, C de salientar as existentes em rela@o ao peso corporal 0 s estudos da reproduqiio podem ser analisados tendo em conta virias perspectivas, tais como: duraqIo da dpoca de reproduq50, localizaqgo da Cpoca reproduziva, nirrnero de ninhadas por fhealano, tamanho das ninhadas, percentagem de ferneas reprodutoras, etc. No entanto, estes estudos exigem pel0 menos urn ano de capturas. Uma vez que e presente trabalho apenas se refere a uma amostragem isolada, a infoma~Boque se pode obter escassa. Tabela 2. Parhems biomktricos dos indiwiduos adultos (peso corporal >850) corn indicacb do valor medio, desvio padrSo e o n6rnero de individuos amostrados (n). Peso corporal Comp. total Comp. orel ha Comp. pata (mm) (mm) (mm) (4 m6dia 1054.67 307.62 76.62 81.22 Desvio padr50 135.1 1 46.43 3.6 3.41 II 37 37 35 37 Tabela 3. Quadro cornparativo dos valores m6dios do peso corporal, cornprimento total, da orelha e da pata, corn ouwos trabalhos. Local Autor Data Peso total (8) Cornp. Tonal (mm) Comp. Orelha (mm) Comp. Pata. (mm) Portugal (Faial) este trabalho Portugal (Flares) dados nao publicados PortugaI (Santardrn) Queir6s er a1 (1992) Espanha Fmqa Austrhlia Soriguer (1980) Rogers ( 1979) Daly (1980) 1445 1736 1054.67 1042 1 020 1092 307.52 412 396 411 76.62 67 66 74.7 71 81.22 80 82 72.5 85 Tabela 4. Valor mgdio do peso corpora1 (g) dos machos e femeas (adultos) corn indjcaeo do valor de F e graus de liberdade (GL)da anltIise de variiincia . Mtdia Machos 1121.6 TI 16 F Fheas 1003.7 26.9 21 8.321 36 GI p<O.O 1 n r Figura 4 - Valor media e intervalo de confianqa (95%) do peso corporal (g) das @mease dos machos. Na Tabela 5 apsesentam-se os vaIores rntdios do peso dos ov8rios, dtero e testiculos, corn os respectivos desvio padrzo e eC6mer de individuos adultos analisados. Nesta tabela 6 tambgm possivel comparar estes valores corn os obtidos na mesrna tpwa do ano no continente, na regizo de Santadm, obtidos por ACYES et al. (1993). As diferen~as existentes entre os pesos mtdios dos ov&ios e dos testiculos s50 ssignificativamente diferentes pela andise do teste t. 0 s valores superiores, para estes parhetros, encontrados nesta populaqlo indicam que os animais ainda se encontram em pleno Tabela 5. Valores mddios, desvio padrzo Is) e niirnero de amostra (n) dos ov&rios,fitero e testiculos de individuos adultos, e sua camparqio corn os valores obtidos em Santargm; I**) ~0,01. Tabela 6.Tamanho das ninhadas. Cornpanqiio corn dados obtidos noutros locais. Faial Portua Santar6m Portugal Contenda Portugal Doiiana Andaluzia Fspanha llbpanha Camargue Franqa Paris Franqa Tamanho das ninhadas Autor 5.17 4.3 3.5 3.9 3.2 4.7 4.7 Este ttabalho Alves, 1993 Rihiro, 1977 Delibes, 1979 Soriguer, 1983 Rogers, 198 1 Arthur, 1980 periodo reprodutnr. De referir ainda que das 16 femeas adultas capturadas, 6 estavam em perlodo de gestaqiio, o que rcprcsenta de 37,5% de Rmeas gestantes, tesulhdo eslc quc d bastante diferente do obtido em Santarkm por ALVES et at., (1993), em que ncnhuma das 22 femeas analisadas se apresentava gestante, ncm mesmo em periodo de Iactaqb. Oulro aspect0 importante na ecologia reprodutora das Emeas C o tamanho da ninhacla. 0 s valores obtidos neste trabalho e por outros autores encontram-se sintetizados na Tabela 6. Condiq20 Fisica Tal como foi referido no ponto anterior, os dados obtidos apenas numa amostragem nzo fornecem uma informaqZo precisa sobre a condi~iiofisica da populaqgo. No entanto os valores dos indices quantitativo e qualitativo de gordura renal slo apresentados, assim como 6 feita a compara@o corn dados obtidos em outros locais. Pela anhlise da Tabela 7 podemos verificar que o indice quantitativo de gordura renal 6 nitidamente mais baixo em relaqIo ao obtido, duranze a rnesrna 6poca do ano em Santart5m por ALVES et 01. (1993). Tabela 7. Valor rnBdio do indice quantitativo de gordura renal obtido neste trabalho e em Santarkrn. Faial Santdrn 4.612; 138.48 Media I)esviopadr50 12.73 110.48 1 n 36 53 Na figura 5, C apresentado o indice qualitativo de gordura renal. Pela sua anhlise nota-se urn acentuado predominio do niveI 0 do referido indice, o que indica que os animais se encontram corn muito poucas reservas energeticas. Este facto n%o pode ser explicado pela falta de aliment0 uma vez que na ilha C praticamente coberta por pastos. No cntanto, o baixo nivcl das reservas energkticas 6 facilmente explicado pelo period0 reprodutivo que os anirnais se cncontram, uma vez que grande parte deslas rcscrvas s8o utilizadas na reproduqiio. - Desidrogennse do Acid0 6 fosfogluc6nico 0 estudo do "locus" PGD cm populaqiio dde Oryctolagus cuniculus (Richardson et al; 1980, Zarragoza, 1984) e de 0.c. algims, bem como de coelho domCstico revelou-a como polim6rfic0, sendo os aleIos PGA*A, PGD*B e PGD*C os mais frequentes. A analise da populaqgo do Faial revetou a existgncia sornente dos alelos PGA*A e PGD*C, tal como foi verificado para as populaq6es de S. Sorge e Flores (Tabla 3). 0 que parece apojar a hipdtese deque as populas6es aqorianas sgo descendenxes do 0.c. algirus do Continente, uma vex que o alelo PGD*C se encontra em todai estas popula@cs e muito esporadicamente nas popula~tiesde 0 . c . cuniculus (Carvalho, B., 1993; Carvalho, G. el al., 1993). Fosforilase nucleosidica 0 "locus" NP foi descrito primeiro, como sendo monomorFictl para as popula~8eseuropeias de coelho selvagem e domdstico (RICHARDSON et a[., 1980; SKOW et a1 ., 1978). Tiguxa 5 - rrrqu~nciasrclntilas do indicc q u a l i t a t i w da gordura renal 'abela 8. Frequhcias ggnica i dos +'loci'' analisados para a popula~iiodo Eaial Lacus 1 ADA AK CAI CA II I)& GUK m E D Tabela 9. Frequencias ginicas do locus PGD Or* m N PG D*A PGDW Ihler8nch FA 55 035 0,45 ~ s t re ~ a m o Flora r 34 0,56 0,44 Fonscc tt n h p d l i e d o s I. Jorge 43 0,59 0,4 1 ClrwJb, G . &dl; 1993 0 reconhecirnento do polimorfismo neste "locus" foi descrito posteriormente apenas para as populac6es ibEricas do coelho selvagem (CARVALHQ er al, 1992; FERRAND et al., 1992)0 s estudos realizados nas populaqks qorianas revelam t d a s a existCncia de poljmorfismo (tabela 41, mas as frequencias g6nicas encontradas para as Ilhas Faial, S. Jorge e S. Miguel sio diferentes das verificadas para a Ilha das Norm, sendo neste caso o alelo N P 2 o mais frequente.(Tabela 10) Desaminase de adenosine Verificou-se a ocorrEncia de polimorfismo no "locus" ADA na popula@o do Faial (tabela 111, contrariamente ao verificado para a populaqBo de S. Jorge, onde o alelo fixo (ADA"2) 6 o alelo mais Tabela 10: Frequencias gdnicas do Locus NP. Orjge m H NP*l N M Rt f e r k h Fhhl 58 0,7Q 0,21 Esh twbdho Fbrcs 40 0,31 OF9 Fonseca d o p d l i e d o s I.Jorge 47 0,77 0,23 #mIha, G . &a4 1993 B. Migucl 26 0,7 1 0,29 Foue cr ni;o publickaos N - Tamanho da amostra TP.L*~- 1 I . C--qu€ncias g5nica.s do locus ADA. - N Tamanho dn amostra comum para as popular;&s continentais de coelho selvagem (CARVALHO et d., 1993). 0 ""locus"CA I1 revelou-se como monom6rfico para a populaq90 de coelho selvagem da llha do Faial (TabeIa 21, sendo o alelo fixado o mesmo encontrado para popuIag50 de S. Jorge (CARVALHO et al., 1993). 0 "locus" CA IT 6 polim6rfico para a popula~Io 0.c, cuniculus e 0.c algirus, apresentando ambos dois variantes (CAII* 1 e C A I I * ~ ) .Sendo a frequencia do alelo C A L T *superior ~ nas populagks de 0.c. algirus relativamente hs de 0.c. cuniculus {VIEIRA, et al., I992 in CARVALHO et al., 1993). No "locus" DiA2, n8o se detectou polimorfismo na populaq50 do Faial (Tabela 2), contrariamente ao observado para a populaqiio de 5. Jorge (VIEIRA, 1993) onde o p d u t o g6ico D ~ A Z1* surge como o mais frequente (74%). 0 polimorfismo para este "locus" apenas e s t i descrjto para as populaqks de coelho selvagem de Braganqa, Santarem e de S. Jorge ( V E R A , 1993). 0 s "loci" AK* e GUK* estk a ser estudados pela 1' ves nas populag6es de cmlhos selvagens dos Aqores e ati ao momento os estudos indicarn a existencia de monomorfisrno. A populaqFto estudada apresenta uma caracterizaq50 biometrica semelhanre encontrada nas populaq6es ibiricas de coel ho-bravo, o que vem confirmar a semelhanqa encontrada pelcrs estudos gen6ticos destas populaq6es ( E R R A N D , 1993). 0 s resultndos obtidos referem-se apenas a urn pen'oda do ano pelo que n8o nos t possivel tirar conclus6es sobre a dinimica da reprodu~Bodo coelho-bravo da ilha. 0 mesmo se passa no que diz respeito ao estado de condig50 fisisica dos animais, No entanto, 6 de salientar o facto de neste pen'odo do ano os animais ainda se encontrarem em plena kpoca de reproduglo, o que difere do camportamento reprodutor que ocorre em populaqBes do continente. Por outro lado, esta populaq50 appresenta uma estrutura etAria corn um predominio de animais jovens, que, eventualmente, poder6 significar que a populaqgo se encontra em period0 de recuperaqiio, apds o acentuado decrkscimo a que foi sujeita, devido ?t Doen~aH e m d g i c a Viral. Ao Sr. Antbnio Serafim Caldeira Baptista pela colabora@o prestada nas colheitas. Ao ST. Secrethrio Regional da S.R.A.P. peIo financiamento das despesas inerentes h captura e tratamento dos especimens colhidos. ALVES, P.C.,QUEIROS. F.,GUIMAMES, L.& FERRAND, N. 1993. Dados preliminiares de la reproducion y del estado de condition fisica del conejo silveslre, Oryetolagus cuniculus, en una poblacion del centro de Portug?l. I JORN. ESPANOLAS DE CONSERYACION. EstECQw de Mamifems.Molina (MALAGA) . ARTHUR, C. F., 1986. Demographie du lapin de garenne, Oryctolagus cuniculus (L.) 1758, en rggion parisienne. Bull Mens. O.N.C. , No special; 127-162p.p. BRUMFT, E., 1949. Precis de Pamsitologie. Tomo II,Masson el C le Editeurs, Paris,2138 p.p. CARVALHO, B., CRUZ, A., ERRAND, N., 1992. Polimorfismo genitico da fosforilase nucleosidica (E.C.2.4.2.1. , NP) em populaqdes portuguesas de coelho bravo. XXVTl Jomada de genttica Luso-Espanhola, Badajoz. 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