planificação centrada na pessoa - Associação Educacional para

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planificação centrada na pessoa - Associação Educacional para
PLANIFICAÇÃO
CENTRADA NA PESSOA
À PROCURA DE CAMINHOS PARA A MUDANÇA USANDO A PLANIFICAÇÃO
CENTRADA NO FUTURO DA PESSOA
Texto cedido no curso de “Formação de Educadores para Pessoas com
Múltipla Deficiência e Deficiências Sensoriais” da Universidade
Presbiteriana Mackenzie-2001
Um manual de valores, idéias e métodos para encorajar o
desenvolvimento de uma abordagem centrada na pessoa.
“Que nunca se ponha em dúvida que um pequeno grupo de cidadãos
responsáveis e empenhados possa mudar o mundo; na verdade, é essa a
única forma”.
Margaret Mead
por
Dr. Beth Mount
“Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos,
WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação
da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.”
Fonte: Tradução espanhol Planificación Centrada em la Persona – Como lograr el cambio mediante la
planificación de futuros personales. – Por Beth Mount/1992.
PLANIFICAÇÃO CENTRADA NA PESSOA
PROJETO HORIZONTE
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INDICE
CAPITULO 1- OS VALORES E A FILOSOFIA DO DESENVOLVIMENTO
CENTRADO NA PESSOA
O ponto de mudança nos serviços de recursos humanos: cinco questões básicas
como é que descrevemos as pessoas?
como é que encaramos e planejamos o futuro?
quem é que toma as decisões? Quem é que manda?
em que aspectos da comunidade é que acreditamos?
que confiança depositamos nos Serviços?
CAPITULO 2- AS TAREFAS E OS INSTRUMENTOS DA PLANIFICAÇÃO
CENTRADA NO FUTURO DA PESSOA
Os valores que regem a Planificação Centrada no Futuro da Pessoa
CAPITULO 3- À DESCOBERTA DAS CAPACIDADES DAS PESSOAS: O PERFIL
INDIVIDUAL
Esforçar-se por conhecer a pessoa
tarefa: desenvolver a descrição das capacidades
orientando uma sessão sobre o Perfil Individual
planificando um Processo de Perfil Individual eficaz
CAPITULO 4- DESENVOLVENDO UMA VISÃO DE FUTURO
Comparando imagens do futuro categorias, prioridades e esquemas temporais
Instrumento: a reunião de planificação do Futuro da Pessoa
CAPITULO 5-O APOIO ÀS PESSOAS AO LONGO DO TEMPO
A equipe interdisciplinar desempenha papéis fundamentais
Explorando o papel do facilitador
tarefa: reuniões de acompanhamento e reestruturação
CAPITULO 6- MUDANÇAS NAS ORGANIZAÇÕES
Instrumento: preparando uma plataforma para mudança
orientações para um debate com as agências
APÊNDICE
Exemplo de um Perfil Individual
PROJETO HORIZONTE
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RESUMO
Este manual foi elaborado para dar aos seus leitores uma compreensão básica acerca
dos valores e dos métodos que um processo de planificação baseado no futuro da pessoa
representa.
A planificação baseada no futuro da pessoa é um instrumento que ajuda outras pessoas
a implementar um conjunto emergente de convicções e valores que damos pelo nome de
ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA.
As práticas de trabalho centradas na pessoa estão em contraste com as convicções
dominantes e as práticas no campo da deficiência conhecidas por CENTRADAS NO
SISTEMA.
Estas práticas e convicções, que estão em mútuo contraste, são passadas em revista no
Capítulo 1, "Os valores a filosofia do desenvolvimento centrado na pessoa".
A Planificação do Futuro da Pessoa é uma abordagem usada pelas pessoas que fazem
programação e que se servem de métodos centrados na pessoa. "As tarefas e os instrumentos
para uma planificação centrada na pessoa" são descritos no Capítulo 2.
Uma planificação centrada na pessoa encoraja-nos a assumir a orientação da vida das
pessoas, aprendendo a identificar os seus interesses, talentos e desejos. Todos os dias chegamnos notícias de que as pessoas, no seu quotidiano, exprimem as suas preferências individuais,
desafiando-nos a distinguir, através dos rótulos, deficiências e necessidades que tão
freqüentemente usamos para as definir, a descobrir e a explorar os seus interesses e talentos.
No Capítulo 3, "À descoberta das capacidades das pessoas", descreve-se o esforço
necessário para ficarmos realmente a conhecer as pessoas e mostra-se como se elabora um
registro das suas vidas baseando-nos nas suas capacidades.
À medida que aprendemos a olhar para as pessoas de um modo diferente e começamos
a imaginar o que é a vida através dos seus olhos e das suas experiências, podemos então
começar a sonhar com uma vida para as pessoas, onde elas possam expressar os seus talentos
e interesses.
No Capítulo 4, descreve-se o processo de "desenvolvimento de uma visão de futuro",
apresentando-se um desenho dos valores e dos processos que orientam o desenvolvimento de
um sonho.
Uma abordagem para o desenvolvimento centrado na pessoa desafia-nos a construir uma rede
de apoio pessoal constituída por pessoas empenhadas que trabalham na implementação dos
ideais.
Um dos grandes desafios que se nos levanta quando implementamos uma visão
pessoal é a criação e o acompanhamento de um grupo de apoio ao longo do tempo. No
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Capítulo 5, "O apoio às pessoas ao longo do tempo", fornece-se sugestões para o
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desenvolvimento e renovação de um grupo de apoio.
À medida que os grupos de apoio aumentam o seu empenho e a capacidade para
resolver problemas em conjunto, desenvolvem respostas únicas que por sua vez também
fazem aumentar o ajustamento entre os interesses da pessoa e as oportunidades que se lhe
deparam na vida da comunidade. Para a prestação desses serviços de apoio, os grupos
utilizam os recursos do sistema.
Os processos burocráticos, que conhecemos tão bem, provocam freqüentemente mais
problemas do que a concessão de apoio a que se destinam. No Capítulo 6, "Mudança
organizacional", avança-se com sugestões que visam aumentar a capacidade de resposta das
organizações.
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CAPÍTULO 1
OS VALORES E A FILOSOFIA DO DESENVOLVIMENTO CENTRADO NA
PESSOA
Vivemos um tempo de desafio para os profissionais que como nós trabalham em locais
onde se prestam serviços de recursos humanos a pessoas com deficiências. Estamos
aprendendo mais coisas sobre a capacidade de ouvir as pessoas com deficiência e a adaptar os
nossos serviços para o apoio a estilos de vida válidos para cada pessoa, processo este a que
chamamos desenvolvimento BASEADO NA PESSOA.
Contudo, muitos de nós trabalhamos em locais que prestam serviços de recursos
humanos que se encontram organizados segundo uma filosofia CENTRADA NO SISTEMA,
em vez de estar centrada na pessoa.
Atualmente, à medida que formos abandonando a prática e o pensamento subjacentes
a uma abordagem centrada no sistema, vamos ter que enfrentar um ponto de mudança nos
serviços de recursos humanos. Aprendemos, igualmente, novas formas de pensamento e
práticas que se concentram na construção de uma vida em comunidade para todas as pessoas.
Neste capítulo apresenta-se uma síntese dos valores ligados ao desenvolvimento
centrado na pessoa em contraste com os princípios e práticas do desenvolvimento centrado no
sistema. A Planificação do Futuro da Pessoa é aqui descrita como um instrumento que pode
auxiliar as pessoas a implementarem os ideais do desenvolvimento centrado na pessoa.
A Planificação do Futuro da Pessoa é encarada tanto como um instrumento de
programação como uma forma diferente de olhar e pensar sobre as pessoas com deficiência.
Esta nova forma de encarar tal problemática é vivamente ilustrada pela narração da
história do Sr. Tom Miller que põe em contraste a abordagem centrada no sistema com a
abordagem alternativa centrada na pessoa.
Porque é que o desenvolvimento centrado na pessoa é tão importante? As experiências
que as pessoas com deficiência têm em comum revelam que elas sofrem de rejeição,
isolamento, pobreza e discriminação em resultado das suas diferenças.
Freqüentemente, as práticas da abordagem centrada no sistema reforçam estas
experiências desagradáveis, pois fazem crescer a estigmatização e a segregação bem como são
responsáveis pelas grandes distâncias a que as pessoas com deficiência se encontram das suas
comunidades locais.
A abordagem centrada na pessoa procura inverter estas dolorosas realidades,
esforçando-se por apoiar a contribuição que cada pessoa pode dar na vida da sua comunidade
local.
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O desenvolvimento centrado na pessoa convida-nos a:
1)descobrir e desenvolver os talentos de cada pessoa,
2)desenvolver uma visão que expresse esses talentos,
3)criar um grupo de apoio que realize estes ideais,
4)criar uma rede comunitária de aceitação, e
5)provocar mudanças nos serviços para que estes passem a dar uma resposta mais
capaz aos interesses das pessoas.
Cada uma destas idéias é apresentada para discussão nas páginas que se seguem.
Atenção aos dons e as capacidades,
sonho e desejos
Planejar um futuro rico
na vida comunitária
Apoiar as tomadas de
decisões pessoais e
comunitárias
Controle
Profissional
Recusa a
Comunidade
Construir relações
comunitárias e de aceitação
Serviços
Deficientes
Adaptar e Modificar
os serviços
Serviços que dão respostas
as necessidades
Deficiências
Programas
Diferenciados
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PROJETO HORIZONTE
CENTRADO NO SISTEMA
Atenção aos dons e as capacidades,
sonho e desejos
Adaptar e Modificar
os serviços
Planejar um futuro rico
na vida comunitária
Deficiências
Serviços
Deficientes
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CENTRADO
NO SISTEMA
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Serviços que dão respostas
as necessidades
Programas
Diferenciados
1
Recusa a
Comunidade
3
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Controle
Profissional
Apoiar as tomadas de
decisões pessoais e
comunitárias
Construir relações
comunitárias e de aceitação
O PONTO DE MUDANÇA NOS SERVIÇOS DE RECURSOS HUMANOS:
Diferenças entre os princípios da abordagem centrada no sistema e os princípios da
abordagem centrada na pessoa.
COMO É QUE DESCREVEMOS AS PESSOAS?
A mudança para uma abordagem centrada na pessoa desafia-nos a valorizar cada
pessoa como um ser único, cheia de talentos e de possibilidades, a abrir caminhos para a
descoberta das nossas experiências comuns e a trabalhar em conjunto para construir uma vida
em que esses talentos possam ser partilhados com os outros.
PARTINDO DA ABORDAGEM CENTRADA NO SISTEMA
-centra a sua atenção nos rótulos
-dá ênfase às deficiências e às necessidades
-investe em testes e avaliações estandardizadas
-está dependente de pareceres profissionais
-produz relatórios escritos
-encara as pessoas inseridas no contexto dos sistemas de serviços de recursos humanos
-distancia-se das pessoas ao valorizar a diferença
PARA A ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA
-olha em primeiro lugar para a pessoa
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-procura descobrir as capacidades e os talentos de cada pessoa
-gasta tempo e esforça-se por conhecer as pessoas
-está dependente das informações dadas pelas pessoas, pela família e pelos trabalhadores dos
serviços diretos, para obter uma boa descrição da pessoa em causa
-coleta dados relativos aos costumes da pessoa a partir das informações prestadas por pessoas
que a conhecem bem
-encara a pessoa no contexto da sua comunidade local
-une as pessoas através da descoberta das experiências que têm em comum.
A descrição da deficiência do Sr. Miller, retirada de avaliações escritas compiladas por
profissionais especializados, resume o ponto de vista dominante sobre a sua pessoa, que se
consubstancia principalmente nas diferenças que o separam das outras pessoas.
Um ponto de vista contrário a este, baseado na afirmação das capacidades, relata uma
história diferente de Tom Miller, fundamentada nos costumes e nas descrições feitas pelas
pessoas que o conhecem muito bem.
Esta abordagem de mudança para as capacidades realça os interesses, os talentos e
todos as contribuições que vão ter um impacto significativo no modo como a pessoa encara
também o seu futuro.
DIFERENÇAS ENTRE UMA DESCRIÇÃO DA DEFICIÊNCIA E UMA DESCRIÇÃO
DAS CAPACIDADES
QUEM É TOM MILLER?
SOB O PONTO DE VISTA DA DEFICIÊNCIA...
O Sr. Miller é um homem com 17 anos de idade.
Apresenta deficiência auditiva desde o nascimento e também de cegueira.
Não se conseguiu recolocar a retina deslocada por causa dos seus comportamentos de
auto-agressão e das suas tendências.
Costuma referir-se que os seus comportamentos na escola são muitas vezes violentos.
Antes de ficar cego, era conhecido por ser muito violento e também por ter
esporadicamente comportamentos que incluíam tendências para o isolamento.
Continua a manter tendências de exibição de comportamentos esteriotipados.
As pessoas têm medo dele.
Tem problemas quanto à permanência nas tarefas, zanga-se com facilidade e atira-se
de costas para o chão.
Atraso mental, provavelmente de severo a moderado.
Nunca teve um emprego. A habilidade vocacional é muito difícil.
Quando consegue ficar sentado por mais de dez minutos, fica muito cansado e
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preguiçoso, deita-se sobre a mesa e tenta adormecer.
É muito difícil trabalhar com ele.
Apresenta uma mobilidade motora muito pobre.
Nas tarefas que implicam estar sentado e trabalhar com rotinas bem determinadas, ele
fica aborrecido rapidamente.
A marcha autônoma com bengala é muito hesitante.
Não domina a linguagem verbal.
Os seus pontos fracos são: expressão oral, compreensão oral, expressão escrita,
compreensão da escrita, raciocínio matemático, incapacidade para manter relações
interpessoais satisfatórias, e a capacidade de aprendizagem adequada ao nível esperado.
As suas capacidades variam do nível dos 3 anos até acima do nível dos 9 anos.
As Escalas de Comportamento Adaptativo Vineland mostram um desempenho de
comportamentos adaptativos muito fraco.
ALGUMAS QUALIDADES POSITIVAS QUE NÃO FORAM LEVADAS EM CONTA
ENTRE AS AFIRMAÇÕES NEGATIVAS
Quando o sr. Miller é confrontado com uma tarefa tal como por exemplo: uma
simulação de montagem, ele tenta servir-se da sua capacidade de resolução de problemas para
solucionar a tarefa ao nível do seu melhor. O sr. Miller pode beneficiar do uso de ferramentas
durante o treino vocacional.
Ele responde apropriadamente aos elogios, sorrindo.
É muito independente. Capta rapidamente o esquema de uma rotina e cumpre o plano
estabelecido.
Capacidade de iniciativa completamente independente.
É capaz de escrever o seu nome e algumas palavras bem como de adquirir outras
capacidades acadêmicas.
Não se têm notado problemas quando se encontra na sua comunidade local.
QUEM É TOM MILLER?
SOB O PONTO DE VISTA DE CAPACIDADES...
É uma pessoa encantadora.
Tem sentido de humor e consegue rir com as pessoas.
Tem muita vida.
Tem boas capacidades de iniciativa e consegue tomar conta de si próprio.
Tem uma família muito grande e é irmão de Marty.
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É esperto.
Não tem comportamentos agressivos para outras pessoas.
Consegue entreter-se sozinho.
Gosta de agradar às outras pessoas.
Gosta de música, de sentir as vibrações e de sentir as colunas de som.
Gosta de nadar e de estar dentro de água.
Gosta de ir fazer compras, experimentar roupa e de ir à mercearia.
Gosta de jogos de vídeo.
Os carros fascinam-no, começou a fazer um quando tinha seis anos.
Tem muito jeito para coisas mecânicas. Descobriu como é que funciona a máquina de
lavar roupa que abre pela parte de cima! Consegue fazer com que a imagem da TV fique
desregulada para logo em seguida estabiliza-la.
Gosta de andar de automóvel e dos limpadores de pára-brisas.
Gosta de sair na rua para ir à igreja, a restaurantes, passear pelos jardins, ir aos centros
comerciais, fazer equitação e nadar.
Gosta de desenhar, de quebra-cabeças, de marcadores e do seu livro de comunicação.
É importante para ele estar com a sua família.
Ele sabe quando é que as pessoas não gostam dele, quando o estão a rejeitar.
MANEIRAS QUE O SR. MILLER SE SERVE PARA QUE AS PESSOAS O ACEITEM
Tem um longo passado de comportamentos auto-agressivos.
É surdo e cego e tem dificuldades de comunicação com os outros.
É um jovem bastante forte e as pessoas assustam-se devido ao seu porte e figura
estranha.
Tem sido muito incomodado e sente-se frustrado.
Fica frustrado quando as pessoas não fazem um esforço para comunicar com ele.
Ele não gosta de certas atividades tais como pedalar na bicicleta de manutenção.
COMO É QUE ENCARAMOS E PLANEJAMOS O FUTURO?
A mudança para uma abordagem centrada na pessoa desafia-nos a descobrir e a
inventar um sonho para cada pessoa; a termos a arte de criar um modo de vida que
proporcione uma maior participação das pessoas na vida da comunidade bem como o
sentimento de que elas a ela pertencem.
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PARTINDO DA ABORDAGEM CENTRADA NO SISTEMA
-planifica programas para toda a vida
-oferece um número limitado de opções de programas de intervenção, normalmente em
ambientes de segregação
-as opções desta abordagem baseiam-se em estereótipos sobre as pessoas com deficiência
-preocupa-se com o preenchimento de vagas, ocupação de camas, colocações e términos dos
processos.
-sobrevaloriza as tecnologias e as estratégias clínicas
-organizada para agradar aos financiadores, aos legisladores, às políticas e aos regulamentos.
PARA UMA ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA
-cria um estilo de vida agradável
-perspectiva um número ilimitado de experiências agradáveis
-descobre novas possibilidades para cada pessoa
-preocupa-se com a qualidade de vida
-valoriza os sonhos, os desejos e as experiências que têm significado para as pessoas
-organizada para responder às necessidades das pessoas.
O futuro da deficiência do sr. Miller resume-se nas perspectivas negativas acerca do
seu futuro anunciadas no processo de planejamento de programas tradicionais.
Este futuro de deficiência sugere a escolha por uma opção de segregação na qual se
vai valorizar a redução dos comportamentos negativos.
A abordagem oposta que acredita num futuro de capacidades dá-nos uma outra versão
acerca das possibilidades do sr. Miller. Esta alternativa de futuro valoriza o aumento da
experiência comunitária e da vida em comunidade, através da integração, de um trabalho com
significado para a pessoa, de uma verdadeira família e amigos.
UM FUTURO DE DEFICIÊNCIA
PERSPECTIVAS LIMITADAS SOBRE O FUTURO DO SR. MILLER
Uma sala de aula para deficientes mentais treináveis numa escola de segregação.
Necessita do apoio direto do fonoaudiologo, professores itinerantes que apóiam
deficientes auditivos e visuais, um especialista em orientação e um terapeuta ocupacional.
Precisa de instrução individual em Orientação e Mobilidade.
Melhorar as capacidades expressivas e receptivas da (linguagem gestual) linguagem
de sinais.
Melhorar as capacidades de cálculo, o nível postural/ocular e aumentar a resistência e
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coordenação físicas.
Medicação psicotrópica.
Um programa de gestão de comportamentos para reduzir os comportamentos de autoagressão, de destruição de bens e de agressividade em relação aos outros.
Controle dos comportamentos de auto-agressão inadequados, mantendo a prescrição
anterior de Navane e Cogentin. Deve fazer um exame médico e todos os 60 dias a avaliação
da medicação.
Emprego protegido no qual possa familiarizar-se facilmente com tarefas tais como as
ligadas à montagem.
Não pode viver na sua comunidade local devido aos comportamentos.
Necessita de um ambiente estável e previsível. Atualmente, parece que este requisito
pode ser satisfeito com maior propriedade em instalações próprias para estes casos.
Necessita de supervisão diária contratada, os recursos médicos devem estar sempre
disponíveis.
Necessita de serviços integrados e aumentativos para os deficientes auditivos e
visuais, prestados por pessoal habilitado, apoio emocional estruturado, acompanhamento
(follow-up) psicológico, monitorização médica, envolvimento e proximidade familiar, treino
de orientação vocacional, atividades da vida diária estruturadas e treino de desempenho de
capacidades domésticas.
PROJETO HORIZONTE
UM FUTURO DE CAPACIDADES
UMA VISÃO POSITIVA SOBRE O FUTURO DO SR. MILLER
MAIS IMAGENS SOBRE O FUTURO DE TOM MILLER
VIDA NA COMUNIDADE
Membro do centro estudantil – Ginásio.
Vida Familiar: Apoiar os familiares para visitas, ir
jantar, ir nadar, ir à lavanderia uma vez por mês.
Ir à jantares, ir à igreja
ESCOLA
AMIGOS
Escola Secundária próxima a
casa da família.
Estar com crianças da mesma
idade e tamanho.
Treinar, fazer ginástica e
nadar.
Participar na equipe de
futebol e basquete.
Fazer amizade com outros
alunos
Um dia completo
RECRAÇÃO: Ativa / Física
Caminhar
Nadar
Andar a cavalo
Bowlling
Ir as compras
Ir ao Centro Comercial
EXPLORAÇÃO ARTÍSTICA
BOA EDUCAÇÃO
Aprendizagem de:
Desenhar, planejar, modelar com argila,
explorar diferentes meios.
EXPLORAÇÃO VOCACIONAL
Tarefas domésticas
Computação
Atividades de tempo livre
Atividades vocacionais
Interprete indivídual
Consistência
Ativo, sem aborrecimento
Lavar carros e vasilhas
Eletricidade
Juntar coisas
CASA
Casa com quintal
Companheiro de quarto, alguém conhecido, talvez irmão
Próximo da família (mas não no mesmo quintal).
Habilidades domésticas
Cozinhar
Lavar
Compras para almoço
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PROJETO HORIZONTE
EXPERIÊNCIAS
VOCACIONAIS
Computadores
Muito Estimulante
Juntar coisas
Instalar parabrisas
Armar alarmes e detectores de fumaça
Lavar Carros
Serviços eletrônicos. Ex: TV
TOM
ESCOLA
Capacitação e
Experiência Vocacional
COMUNIDADE
E
RELAÇÕES
Fazer amigos
Participar na equipe de
atletismo
Participação ativa dos
familiares
Ir aos bailes e/ou numa
organização da
comunidade
Habilidade de relação
Arriscar-se a recusa
CHAVES PARA ÊXITO
LUGARES
Escola Secundária
Escola Secundária
Escola Secundária
Comunicação Constante
Interpretação um a um
Consistente mas não chateado
Estar com crianças de sua mesma idade
e altura
Uma transição planejada
Gente que Tom conhece
Treinamento de Orientação e
Mobilidade
Ampliar compreensão de seus métodos
de comunicação
QUEM É QUE TOMA AS DECISÕES? QUEM É QUE MANDA?
A abordagem baseada na pessoa desafia-nos a aprender com as pessoas o modo de
resolução de problemas, levando isso o tempo julgado necessário para que as mudanças
realmente significativas possam acontecer.
PROJETO HORIZONTE
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PARTINDO DA ABORDAGEM CENTRADA NO SISTEMA.
-controle profissional.
-os profissionais é que sabem.
-delega o trabalho nos trabalhadores dos serviços diretos.
-confia em equipes interdisciplinares estandardizadas para produzir planos de intervenção.
-dirige os seus esforços para a organização de conferências tendo em vista as conveniências
dos profissionais.
-toma atitudes ativas para cumprir regras e regulamentos.
-gasta imenso tempo em fazer planificações e pouco tempo na intervenção direta.
-responde às necessidades baseando-se na descrição dos postos de emprego.
-cria distância devido aos processos burocráticos.
PARA A ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA
-partilha as decisões com a própria pessoa, a sua família e amigos.
-dá poder aos trabalhadores dos serviços diretos para que tomem as melhores decisões.
-cria equipes que centram a sua atividade na pessoa e que resolvem os problemas com tempo
à medida que eles aparecem.
-dirige os seus esforços para a comunidade, organizando coisas que incluam a pessoa, a
família e os trabalhadores dos serviços diretos.
-faz reflexões em conjunto como base para o estabelecimento de prioridades.
-gasta imenso tempo a intervir diretamente, e algum tempo a refletir.
-dá respostas às pessoas baseadas na partilha de responsabilidade e no empenho pessoal.
-partilha os desafios, trabalhando em cooperação.
O futuro da deficiência de Tom depende da coordenação dos esforços de um certo
número de profissionais especializados. Se estes profissionais podem dar importantes
contribuições para o futuro de Tom, o seu mapa de relações sociais mostra um grupo muito
mais vasto de pessoas que podem também participar na mudança da qualidade da sua vida.
DIFERENÇAS ENTRE AS EQUIPES INTERDISCIPLINAR E
INTERVISIONÁRIA
A EQUIPE É INTERDISCIPLINAR PARA O SR. TOM MILLER
Conselheiro vocacional
Especialista habilitado em Orientação e Mobilidade
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PROJETO HORIZONTE
Técnico de Psicomotricidade
Enfermeira
Terapeuta de recreação
Nutricionista registrado
Farmacêutico
Terapeuta Ocupacional
Assistente social
Médico
Examinador EducacionalComunidade
Rob
Bettye
Charise
Derron
Damon
Mary Ann
Professora
Escola
Família
Loretta
Anita
Igreja
Iona Professora
Dan Pastor
Tia e Tio
Jan – Pe (Olimpiadas)
Outros
Estudantes
Irmão
Pai
Tom
Mãe
Carlos
Dr. Kolby Kard
Espec. em Visão
Cindy
DMR
Provedores
de serviços
Dr Lester
Dentista K. Hunter
SCS
Virginia
DUR
Vovó e Vovô
Brenda
Pat
Primos
Drs, Infermeitos e
Assistente Social
Gente que vive com Tom
Residência
KF / MR
PROJETO HORIZONTE
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A EQUIPE INTERVISIONÁRIA PARA O SR. TOM MILLER
EM QUE ASPECTOS DA COMUNIDADE É QUE ACREDITAMOS?
A abordagem centrada na pessoa desafia-nos a aprender outras maneiras de
estabelecer relações sociais, a encontrar espaços acolhedores na vida da comunidade e a
inventar novas formas de experiências comunitárias.
PARTINDO DA ABORDAGEM CENTRADA NO SISTEMA...
-a comunidade rejeita
-protege e junta as pessoas a quem já foi posto um rótulo.
-preocupa-se com o lado assustador, perigoso e explorador da sociedade.
-simula a existência de condições de segurança nos ambientes segregados.
-evita os preconceitos através do reforço da segregação.
-busca soluções prontas a usar que reforçam a rejeição.
...PARA A ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA
-a comunidade pode ser acolhedora.
-negocia a aceitação através do estabelecimento de relações sociais.
-procura a segurança e constrói redes de confiança.
-procura associações, ambientes e pessoas que facilitem novas experiências.
-convida ao envolvimento através da procura e construção de espaços abertos.
-investe e empenha-se em compromissos de longo prazo para construir espaços de abertura na
vida da comunidade local.
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MUDAR PARA A ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA ENCORAJA A
PROJETO HORIZONTE
EXPLORAÇÃO DA VIDA ASSOCIATIVA NA COMUNIDADE
COMO É QUE OS ELEMENTOS DA COMUNIDADE DESENVOLVEM AS SUAS
RELAÇÕES SOCIAIS?
Quais são as atividades que fazem juntar as pessoas?
Como é que as pessoas aprofundam as suas relações ao longo do tempo?
Quais são os padrões da reciprocidade?
De que modos é que as pessoas partilham os interesses comuns?
Quais são as redes informais que fazem juntar as pessoas?
COMO É QUE OS MEMBROS DA COMUNIDADE DESENVOLVEM A SUA VIDA
ASSOCIATIVA?
Quais são as associações existentes na comunidade?
Por exemplo:
Clubes: artísticos, de negócios, de colecionadores, de homens, grupos de mulheres
Organizações de serviços
acontecimentos cívicos
associações étnicas
Health Clubs ou grupos ligados à prática de exercício físico; grupos desportivos.
Grupos de apoio pessoal e comunitário.
Quais são as comunidades religiosas que têm uma vida associativa rica?
Quais são as comunidades artísticas que têm uma vida associativa rica?
Quais os locais de comércio ou cívicos que são simultaneamente o centro de uma rede
de pessoas?
Que locais são centros de redes de voluntários?
COMO É QUE OS MEMBROS DA COMUNIDADE DESENVOLVEM A SUA
ACTIVIDADE COMERCIAL?
Quais são os locais de comércio?
Compras
Negócios
Serviços
Que oportunidade há de nos tornarmos conhecidos nesses lugares?
Quais são os locais de comércio, indústria e governo?
PROJETO HORIZONTE
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QUAL É A CONFIANÇA QUE DEPOSITAMOS NOS SERVIÇOS?
A abordagem centrada na pessoa desafia-nos a fazer transformações dramáticas na
estrutura e nos processos da oferta de serviços.
PARTINDO DA ABORDAGEM CENTRADA NO SISTEMA.....
-os serviços não são capazes de dar resposta às necessidades individuais
-os serviços existem para manter os interesses dos profissionais
-os orçamentos estão estruturados para manter os investimentos em imóveis e propriedades.
-os serviços estão envolvidos numa teia burocrática complexa e sem esperança
-os serviços são impessoais
-os serviços fazem sofrer mais do que ajudam
-a qualidade depende de garantias de ordem burocrática
-as novas iniciativas só valem a pena se puderem ser rapidamente implementadas em larga
escala
...PARA A ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA
-os serviços podem adaptar-se às pessoas e dar-lhes respostas
-os recursos podem ser distribuídos para servir os interesses das pessoas
-os orçamentos podem ser estruturados de forma a criar pacotes individualizados de apoio às
pessoas
-as pessoas pagas pelos sistemas de serviços podem prestar cuidados e apoio pessoal.
-os serviços podem prestar os apoios que as pessoas achem úteis
-a qualidade depende de um bom sistema de informação e da criatividade
-vale a pena tomar iniciativas quando começam com pouco e se vão desenvolvendo ao longo
do tempo
EM DIREÇÃO A UM SERVIÇO DE APOIO CENTRADO NA PESSOA
NÃO MAGOEM AS PESSOAS:
EXCERTOS DE UM GUIA DE ORIENTAÇÃO POLÍTICA PARA A AVALIAÇÃO DOS
SERVIÇOS DE RECURSOS HUMANOS E SUAS ALTERNATIVAS
por John McKnight
AS RESPOSTAS DOS SERVIÇOS DE RECURSOS HUMANOS APRESENTAM
QUATRO CARACTERÍSTICAS ESTRUTURALMENTE NEGATIVAS
1. Os serviços realçam os aspectos da deficiência e não valorizam as capacidades das
pessoas.
2. Os serviços vivem do dinheiro que os orçamentos oficiais lhes atribuem o que reduz
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a importância das suas receitas ao mesmo tempo em que aumentam as despesas com os
PROJETO HORIZONTE
programas que estão sob a sua alçada.
3. Os serviços fazem depender de especialistas e de instituições a resolução dos
problemas enquanto reduzem a capacidade de intervenção dos cidadãos e das comunidades.
4. Um ambiente saturado com serviços vai intensificar a dependência, estimular os
desvios e neutralizar o potencial positivo de programas individuais em que os serviços
intervêm.
DECIDIR PELO RECURSO À INTERVENÇÃO DE UM SERVIÇO DE RECURSOS
HUMANOS PODERÁ CRIAR A TENDÊNCIA PARA:
1. Prejudicar a noção das capacidades e da auto-estima de um deficiênte.
2. Reduzir os rendimentos e as opções de emprego do deficiente.
3. Diminuir a participação do deficiente na vida da comunidade.
4. Diminuir o poder do utente na tomada de decisões como cidadão.
"EXISTIRÁ UM TIPO DIFERENTE DE ABORDAGEM QUE NÃO RECORRA A UM
SERVIÇO DE RECURSOS HUMANOS E QUE SEJA MAIS EFICAZ E TENHA MENOS
EFEITOS NEGATIVOS?"
EXISTEM TRÊS ALTERNATIVAS POSITIVAS:
1. Identifique-se as capacidades, os desempenhos ou as contribuições potenciais de
uma pessoa. Que políticas, recursos ou atividades podem ter como resultado o exercício, a
expressão, a visibilidade e a ampliação dessas capacidades?
2. Possibilite-se a criação de receitas em vez de se dar acesso a serviços de recursos
humanos pagos de antemão. Que oportunidades se podem criar para dar às pessoas um
controle direto sobre os apoios que necessitam, a fim de os poderem escolher, contratar e
supervisionar?
3. Procure-se que haja participação na vida da comunidade e em atividades cívicas
em vez de intervenções dos serviços. O desafio que se enfrenta é o desenvolvimento de
políticas que estimulem a hospitalidade das associações de cidadãos e dos grupos
comunitários. Dessa forma, poder-se-á integrar e partilhar as capacidades de todos aqueles
que foram excluídos devido aos rótulos que lhes colocaram.
PROJETO HORIZONTE
21
CAPÍTULO 2
AS TAREFAS E OS INSTRUMENTOS DA PLANIFICAÇÃO CENTRADA NA PESSOA
A planificação centrada no futuro da pessoa é um processo contínuo de mudança no
qual procuramos pôr de lado os métodos da abordagem centrada no sistema e implementar
práticas centradas na pessoa.
Neste capítulo encontra-se um resumo das seis tarefas e dos respectivos instrumentos
da planificação centrada no futuro de cada pessoa.
MUDANDO A MANEIRA COMO OLHAMOS PARA AS PESSOAS
A história sobre Tom Miller narrada no capítulo 1 recorda-nos que o modo como a
abordagem centrada no sistema encara as pessoas pode introduzir graves distorções no modo
com nós compreendemos as pessoas.
O processo tradicional de avaliação e rotulação acaba por desmembrar as pessoas ao
dividir o que é fundamentalmente um todo na sua natureza humana em diferentes categorias
clínicas que necessitam tratamento.
Quanto mais indefesas se encontram as pessoas neste ritual que valoriza e realça os
aspectos da deficiência, mais provável será que elas se tornem objetos do sistema.
As pessoas sofrem bastante do ponto de vista psíquico e inclusivamente do ponto de
vista físico em resultado das afrontas que têm de suportar face aos sistemas impessoais.
A abordagem centrada na pessoa pede-nos que não nos esqueçamos que as pessoas são
seres humanos totais com coração, alma, espírito, potenciais e realidades quotidianas que têm
de ser apoiadas e encorajadas.
Neste processo em que procuramos não nos esquecer desses fatos, tentamos não
apenas restaurar os potenciais das pessoas com deficiências mas também regenerar a
capacidade das nossas comunidades em dar respostas às pessoas que parecem diferentes, em
vez de as rejeitar.
Neste processo, podemos também reclamar o nosso poder como pessoas para dar
respostas individualizadas em vez das exigências e determinações dos sistemas, quantas e
quantas vezes sem o mínimo significado.
O processo baseado no futuro de cada pessoa dá-nos uma hipótese de pôr as coisas
como deviam ser; a maneira como compreendemos o que são pessoas, a nossa esperança na
comunidade, e a nossa autoridade interior e capacidade de resposta.
O processo de planificação baseado nos futuros das pessoas propõe uma série de
tarefas e sugere um conjunto de instrumentos que nos ajuda a iniciar esse processo com as
pessoas, de forma a revelar as suas capacidades, a descobrir oportunidades na comunidade
22
local e a inventar respostas dadas por um novo serviço que efetivamente sirva as pessoas em
PROJETO HORIZONTE
vez de se servir delas em proveito próprio.
O próprio processo de planificação propõe vários instrumentos cuja flexibilidade ajuda
as pessoas a encontrar os melhores modelos para si e para o rumo que pretendem dar às suas
vidas; a resolver problemas em conjunto, a refletir as suas experiências e a renovar e
aprofundar os seus compromissos ao longo do tempo.
As pessoas encarregadas de fazer esta planificação aprendem a adaptar estes
instrumentos e a inventar estratégias que dêem respostas eficazes a cada situação individual.
No gráfico seguinte demonstra-se os procedimentos básicos e os instrumentos que apóiam
cada uma das tarefas.
3. Desenvolver uma meta até onde
queremos encaminhá-los.
2. Buscar guias e descobrir
modelos
a
partir
da
experiência de vida.
Ferramenta
Ferramenta
PERFIL PESSOAL
CRIAR UMA VISÃO
1. Conhecer as Pessoas
MAPA DE
RELAÇÃO
Ferramenta
6. Desenvolver sistemas de
apoio construtivo.
5. Explorar a Comunidade
Ferramenta
Ferramenta
PLATAFORMA PARA
MUDANÇAS
MAPA DA COMUNIDADE
PROJETO HORIZONTE
23
AS TAREFAS E OS INSTRUMENTOS DA PLANIFICAÇÃO CENTRADA NO FUTURO
DA PESSOA
OS VALORES POR QUE SE REGE A PLANIFICAÇÃO CENTRADA NO FUTURO DA
PESSOA
Como acontece quando iremos a viajar, também aqui podemos perder o rumo de um
momento para o outro a menos que tenhamos uma idéia de para onde vamos e um modo de
saber se estamos ou não no caminho certo.
As cinco realizações, da autoria de John O'Brien e Connie Lyle, consubstanciam uma
estrutura para os ideais da abordagem centrada na pessoa a que procuramos dar forma.
A planificação centrada no futuro de cada pessoa desafia-nos a aprender a ouvir as
pessoas com deficiência e a seguir os conselhos que elas nos dão.
Um facilitador eficiente é aquele que aprende a ouvir as pessoas, com um espírito aberto,
enquanto dá forma aos ideais de um sonho pessoal seguindo o princípio das cinco realizações.
À medida que formos aprofundando a nossa compreensão destes cinco ideais,
ficaremos sem dúvida mais habilitados a dirigir o processo de mudança rumo a objetivos
desejáveis e construtivos.
Certas práticas de trabalho dos serviços conduzem as pessoas com deficiência a uma
vida de desespero. Quando somos nós a fazer as escolhas, e não as próprias pessoas estarão
porventura a aumentar o isolamento que estas sentem; agindo dessa forma, estaremos a
supervalorizar fracas reputações e imagens debilitadas e ainda a controlar as pessoas
limitando as suas escolhas.
Somos ainda responsáveis pelos obstáculos que se erguem ao seu desenvolvimento
pessoal e social quando as nossas expectativas são baixas.
Wolf Wolfensburger, Darci Miller e outros têm-nos ajudados a perceber que muitas
das atuais estruturas de serviços de recursos humanos e as suas práticas de trabalho têm criado
e reforçado experiências de vida negativas.
Obviamente, é nossa intenção alterar este modelo de funcionamento através do
processo de planificação do futuro da pessoa.
John O'Brien e Connie Lyle colocam uma alternativa clara e portadora de esperança.
Apontando a urgência de uma mudança nos nossos hábitos, tão freqüentemente destrutivos e
inconscientes, aqueles autores encorajam-nos a tomar decisões que encaminhem as pessoas a
viver na sua comunidade, contribuindo com o seu melhor e realizando aí as suas escolhas.
Estas cinco realizações acompanham e guiam cada tarefa do processo de planificação
do futuro da pessoa. Formam um quadro que nos ensina a conhecer as pessoas e que modela a
PROJETO HORIZONTE
24
nossa visão do seu futuro.
As cinco realizações ajudam-nos a refletir nas coisas em que investimos e nos
resultados conseqüentes, de forma a que possamos ver se o nosso trabalho contribui realmente
para um estilo de vida com significado para as pessoas com deficiência e para que estas
possam dar a sua contribuição à vida da comunidade.
Resumindo, os facilitadores eficientes têm um conjunto claro de valores que vão
procurando aprofundar com o tempo. As cinco realizações são um conjunto de ideais que
clarificam os nossos valores.
Conduzimos o processo do nosso trabalho através de uma reflexão regular acerca
destes valores mas é nossa intenção tentar não projetar o que pensamos ser melhor para as
pessoas, pois deste modo estaríamos a controlá-las.
Procuramos ouvir e aprender com as pessoas e lutamos contra as tensões que existem
entre os nossos ideais e a realidade das vidas das pessoas.
Para que se retirem ensinamentos destas lutas, é necessário manter um diálogo
continuado, uma reflexão individual e em grupo e uma relação de cooperação entre os
membros de um círculo de apoio.
25
AS CINCO REALIZAÇÕES FORNECEM ORIENTAÇÕES AO DESENVOLVIMENTO
PROJETO HORIZONTE
DE UMA VISÃO PESSOAL
por John O'Brien e Connie Lyle
As cinco realizações constituem um quadro para a avaliação das nossas idéias sobre o
futuro. Será que as nossas idéias reforçam os velhos modelos de isolamento, rejeição, falta de
poder e fraca reputação? Ou será que as nossas opções conduzem as pessoas com deficiência
a uma integração na vida da comunidade, ao estabelecimento de relações sociais, a uma vida
com dignidade, a terem hipóteses de escolha e a poderem dar as suas contribuições?
O aumento das oportunidades nestas cinco áreas da vida é claramente o objetivo
pretendido pelo processo de Planificação dos Futuros Pessoais.
ABANDONANDO UM
...PARA EXPERIÊNCIAS DE
PASSADO CARACTERIZADO
VIDA QUE INCLUEM:
POR...
isolamento, exclusão, separação
PRESENÇA NA COMUNIDADE:
como é que podemos aumentar a
presença de uma pessoa na vida da
sua comunidade local?
rejeição, solidão, uma vida sempre
PARTICIPAÇÃO NA
à margem, ignorada
COMUNIDADE:
como é que podemos expandir e
aprofundar as amizades das
pessoas?
versões repetidas, rotulação, má
DIGNIDADE:
reputação
como é que ampliamos a reputação
das pessoas e aumentamos o
número de caminhos válidos em
que as pessoas podem dar as suas
contribuições?
PROJETO HORIZONTE
afirmação limitada, restrições, falta
PROMOÇÃO DE OPÇÕES:
de representação, ausência de
como é que podemos ajudar as
poder
pessoas a melhor controlarem as
26
suas vidas e a terem mais
escolhas?
não produtivo, gravemente
APOIO À PARTICIPAÇÃO
ignorado, não desenvolvido, sem
ATIVA:
recursos
como é que podemos ajudar as
pessoas a desenvolverem mais as
suas competências?
ESTAS EXPERIÊNCIAS
ESTAS EXPERIÊNCIAS
CONDUZEM
PODERÃO LEVAR A
FREQÜENTEMENTE A
PROCESSOS DE
FACASSOS PESSOAIS, A
DESENVOLVIMENTO DAS
VIDAS DESPERDIÇADAS, DE
CAPACIDADES DAS PESSOAS,
PESSOAS QUE SOFRERAM
DE FORMA A QUE PASSEM A
PROBLEMAS FÍSICOS OU
USAR AS SUAS VIDAS PARA
PSICOLÓGICOS.
DAR CONTRIBUTOS VÁLIDOS
NA COMUNIDADE LOCAL.
CAPÍTULO 3
À DESCOBERTA DAS CAPACIDADES
Quando, no quadro de uma abordagem centrada na pessoa, planejamos a vida das
pessoas, passamos por um fase de aprendizagem em que no primeiro desafio temos que
desenvolver uma visão de competência das pessoas.
Um ponto de vista que privilegie as competências não ignora, contudo, nem tão pouco
nega as reais limitações com que as pessoas têm de contar quando enfrentam o quotidiano.
Uma visão assente nas competências das pessoas obriga-nos a olhar para o seu
passado, para as mensagens críticas que as rodeiam sob a forma de rótulos, prognósticos
negativos e estereótipos, de forma a que possamos ver a pessoa no seu todo, uma pessoa cheia
de talentos, potenciais, sonhos e com uma vida para viver.
27
O facilitador de um Plano Baseado no Futuro Pessoal deve realizar duas tarefas que
PROJETO HORIZONTE
ajudam a revelar capacidades freqüentemente escondidas.
A primeira tarefa é estabelecer uma relação com a pessoa em causa e aquelas que a
conheçam bem; a segunda tarefa é desenvolver uma descrição das capacidades da pessoa, a
que chamamos Perfil Individual.
TAREFA: ESFORÇANDO-NOS POR CONHECER A PESSOA
Temos de nos esforçar por conhecer a pessoa que constitui o centro do processo de
planificação, de forma a compreendermos como é que é a sua vida atual e o que é que é
importante para ela.
É neste processo em que aprendemos a conhecer as pessoas que descobrimos as
sementes e as possibilidades que vamos acalentar no futuro.
O esforço desenvolvido para adquirirmos um conhecimento da pessoa dá-nos uma
hipótese de quebrar com os estereótipos, serviços profissionais e abordagens impessoais,
descobrindo um novo modo de olhar as pessoas e sentir a paixão que é trabalhar para mudar
as coisas.
Numa abordagem centrada na pessoa, esse processo permite-nos aprender coisas sobre
a sua vida; relações de amizade, locais favoritos aonde vai, histórias de vida, capacidades e
preferências pessoais, sonhos e receios.
O processo de conhecimento destes itens desenvolve-se melhor se realizado de um
modo informal, passando algum tempo com a pessoa com deficiências e com as outras
pessoas que a conhecem bem.
Aprendemos que as informações mais interessantes sobre a pessoa com deficiência são
as que estão contidas nos hábitos e costumes das pessoas que passaram a maior parte do
tempo juntas e raramente podemos encontrar essa riqueza informativa nos relatórios e
avaliações escritas.
Por vezes, algumas pessoas passaram muito tempo praticamente sem qualquer tipo de
apoio e/ou com as suas capacidades adormecidas, sentindo o peso dos rótulos, de uma
reputação negativa e baixa estima.
Talvez seja necessário passarmos bastante tempo com as pessoas que se encontram
nestas circunstâncias até conhecê-las melhor, tratando de proporcionar-lhes algumas relações
sociais positivas antes que nos permitamos desenvolver um perfil baseado nas capacidades.
Um mapa de relações sociais poderá ajudar-nos a descobrir quem é quem na vida atual
da pessoa com deficiência e o que necessitamos fazer para abrir os alicerces de um processo
de planificação que seja realmente eficaz.
28
PROJETO HORIZONTE
UM INSTRUMENTO ÚTIL: O MAPA DE RELAÇÕES SOCIAIS
MAPA DE RELAÇÕES
AMIGOS
FAMÍLIA
PROFISSIONAIS
REMUNERADOS
O ponto de partida mais indicado para adquirirmos um conhecimento correto sobre as
pessoas reside na identificação e compreensão das suas relações sociais e nos laços que as
unem às outras pessoas.
Um mapa de relações sociais identifica as pessoas importantes, os amigos e os aliados
que podem contribuir para uma descrição de capacidades e talvez para uma planificação
conjunta centrando a atenção na pessoa ao longo do tempo.
Descobrimos também muitas oportunidades de criação e reforço das relações sociais
no futuro.
Devido à existência de um mapa de relações sociais, podemos acabar por descobrir o
seguinte:
DESCOBERTAS COMUNS NAS RELAÇÕES SOCIAIS
FREQÜENTEMENTE DESCOBRE-SE...
-relações pessoais importantes que se devem salvaguardar, criar e reforçar.
-oportunidades para reforçar as relações com os familiares mais próximos e mais afastados.
-aliados e apoiantes profissionais. Pessoal dos serviços directos eficiente e preocupado.
29
-pessoal que no passado prestava serviços pagos e que pode voltar a envolver-se numa relação
PROJETO HORIZONTE
pessoal, não paga.
-pessoas que tornam as coisas ainda piores.
-pessoas que sabem muitas coisas sobre outras pessoas
-pessoas que compreendem muito bem a comunidade local.
-pessoas que se situam à volta da rede de relaçôes da pessoa e que desejem reforçar o seu
envolvimento.
-pessoas que partilham interesses comuns, que têm interesses específicos e ligações com esses
interesses.
-pessoas deficientes amigas, que querem encontrar-se para namorar, que querem ser colegas
de quarto, que querem viajar e partilhar experiências.
TAREFA: DESENVOLVER UMA DESCRIÇÃO DE CAPACIDADES
O facilitador de um processo de planificação baseado no futuro pessoal deve desenhar
uma abordagem que procure conhecer a pessoa em questão, e elaborar uma descrição da sua
vida e dos seus sonhos.
Consideramos que este instrumento
são as bases para a
planificação a desenvolver por outros elementos.
O processo de Planificação do Futuro Pessoal dispõe de um instrumento específico, o
Perfil Individual, que auxilia na descrição das diferentes áreas da vida de uma pessoa.
INSTRUMENTO: O PERFIL INDIVIDUAL
O Perfil Individual proporciona uma oportunidade ao facilitador, à pessoa deficiente
para quem se elabora a planificação e aos amigos e visitas convidados, de elaborarem uma
descrição resumida da vida atual da pessoa.
O processo do Perfil Individual poderá auxiliar o facilitador e outras pessoas a:
1. conhecer a pessoa e a ouvi-la.
2. desenvolver a apreciação dos talentos e das capacidades partilhando-a com a
pessoa, assim como os obstáculos e as lutas que ela tem que enfrentar.
3. valorizar e incluir as perspectivas dos membros da família, trabalhadores dos
serviços diretos, amigos, e outras pessoas que freqüentemente são excluídas de um processo
de planificação.
4. reforçar a capacidade de afirmação da pessoa, clarificando os seus interesses e
PROJETO HORIZONTE
30
desejos e referenciando as coisas que a impossibilita de expressar as suas capacidades.
5. fazer um registro do estado atual das coisas para posterior reflexão.
6. passar da linguagem técnica do serviços de recursos humanos para uma linguagem
que todos possam entender.
7. discutir valores, opções e sentimentos numa situação informal.
O facilitador inicia o processo de planificação ao decidir o melhor método de pesquisa
de dados para o preenchimento do Perfil Individual. O facilitador seleciona as partes do Perfil
que vão auxiliar os outros a desenvolver uma compreensão comum da pessoa deficiente.
O facilitador desenvolverá, então, uma estratégia de recolhimento dos hábitos e
costumes e das experiências da pessoa. Com estes dados supõe-se que o preenchimento do
Perfil fique completo.
O processo do Perfil Individual é um processo criativo e de carácter informativo
quando se encontra adaptado a cada pessoa e aos elementos encarregados de executarem a
planificação.
É útil que freqüentemente se junte um pequeno grupo de pessoas que trabalhem em
grupo no sentido de elaborarem o Perfil Individual. A pessoa deficiente em questão e as
pessoas que a conhecem bem são os elementos mais importantes deste processo, pelo que
devem ser incluídos na sessão de trabalho.
É necessário, contudo, que anteriormente tenha havido um grande trabalho de
preparação antes de se avançar para a reunião no qual se elabora o Perfil Individual.
Porquê? Porque só dessa forma se consegue assegurar que:
1) a pessoa deficiente se irá sentir à vontade,
2) que as pessoas mais úteis estão presentes, e
3) que os quadros mais úteis estão já preenchidos.
Conduzindo um processo do tipo do Perfil Individual, podemos ter a certeza de que
estamos lançando alicerces para a reunião de planificação que se vai seguir.
31
PROJETO HORIZONTE
UM QUADRO PARA INVESTIGAÇÃO: O PERFIL INDIVIDUAL
MAPA DE RELAÇÕES
Amigos
MAPA DE LUGARES
HISTÓRIA
Família
Nascimento
Vida na comunidade
Local de Serviço
Profissionais
Remunerado
s
Atualidade
PREFERENCIAS PESSOAIS
Que gosta
SONHOS, DESEJOS E TEMORES
Que não gosta
Sonhos e Desejos
MAPA DE ESCOLHAS
Efetuadas por
ele mesmo.
Efetuadas com
outros.
MAPA LUGAR DE TRABALHO
Temores
MAPA DE SAÚDE
MAPA DE RESPEITO
Condições que Condições que
levam a uma
levam a um
boa saúde.
estado de
saúde precário.
Caracteristicas Características
positivas.
que conduzem
a recusa.
COMUNICAÇÃO
ROTINA DIÁRIA
Que
funciona
Que não
funciona
07:30 – 07:45
07:45 – 08:00
Etc..
PROJETO HORIZONTE
32
ORIENTANDO UMA SESSÃO SOBRE O PERFIL INDIVIDUAL
Muitas pessoas, quando se trata de coletar as informações que se destinam a integrar o
Perfil Individual, optam por juntar as pessoas numa reunião. Os quadros usados nessas
reuniões auxiliam os facilitadores a organizar a informação com os grupos.
No processo do Perfil Individual, o facilitador usa um certo número de quadros,
muitas vezes referidos como "mapas", que ajudam na descrição da vida da pessoa deficiente.
Os mapas básicos do Perfil Individual fornecem uma descrição fundamental das áreas
chave da vida de uma pessoa; relações sociais, locais, antecedentes, preferências e sonhos,
esperanças e receios. Estes mapas básicos revelam, freqüentemente, oportunidades e fornecem
pistas em que nos iremos basear no futuro.
O Perfil Individual inclui mapas opcionais que proporcionam informação
complementar sempre que tal se revele necessário.
Estes mapas opcionais ajudam-nos a compreender a vida de uma pessoa de uma forma
mais detalhada, particularmente nas áreas de maior complexidade tais como as de saúde,
autonomia, dignidade e comunicação. Por exemplo: quando a pessoa que está em causa neste
processo apresenta algumas deficiências sensoriais que afeta a sua capacidade de
comunicação, temos de estar certos que preenchemos na totalidade o mapa de comunicação.
O facilitador do Plano do Futuro Pessoal pode usar gráficos de grupo e quadros das
reuniões de forma a apoiar o diálogo e a reflexão em grupo. Os gráficos de grupo ajudam as
pessoas a organizar a informação através de um esquema codificado de cores para as suas
experiências. Os quadros das reuniões ajudam as pessoas a organizar a informação e
proporcionam um centro de interesse ao grupo.
Estas ajudas visuais podem ser úteis para que um grupo veja e nomeie as
oportunidades e obstáculos que se colocam na vida de uma pessoa. Um exemplo de um Perfil
Individual completo está incluído na parte final deste texto, em apêndice.
Em resumo, os quadros das reuniões, os códigos de cor e os gráficos de grupo são
instrumentos que nos ajudam a juntar as diversas partes da vida de uma pessoa de forma a que
possamos descobrir novos modelos e possibilidades.
O processo do Perfil Individual é interativo e criativo e pode dar origem a uma nova e
mais profunda compreensão da pessoa; as suas batalhas pessoais, os seus sonhos, receios e
esperanças.
Estas técnicas de reunião podem ajudar as pessoas a tomar consciência da sua situação
de forma a que se sintam com mais competência para lidar com os seus próprios problemas.
33
Contudo, se der o caso de o formato destas reuniões e de os instrumentos usados
PROJETO HORIZONTE
apenas atrapalharem o andamento do processo, então não devemos servir-nos deles.
Independentemente das técnicas, os facilitadores eficientes ajudam as pessoas a
concentrar a atenção sobre as capacidades e as oportunidades. Ajudam as pessoas a descrever
os seus sonhos, ajudam as pessoas a tomar iniciativas para que esses sonhos se realizem,
nunca negando a existência de obstáculos, e ajudam as pessoas a animarem-se a a
envolverem-se num processo de trabalho em grupo.
O PERFIL INDIVIDUAL
QUADROS BÁSICOS
OBJETIVO: CONHECER A PESSOA DEFICIENTE
MAPA DE RELAÇÕES SOCIAIS
IDENTIFICA OPORTUNIDADES DE APOIO E ASSISTÊNCIA PESSOAL
Ajuda a revelar as pessoas mais importantes na vida da pessoa com deficiência.
Pessoas interessadas numa planificação conjunta ao longo do tempo e oportunidades para o
estabelecimento de relações sociais.
MAPA DE LOCAIS
DESCREVE O MODELO ATUAL DA VIDA QUOTIDIANA
Ajuda a revelar como é que a pessoa com deficiência passa o seu tempo. Quanto
tempo é que ela passa em ambientes ou comunidades de segregação, e as oportunidades que
existem para a criação de uma vida em comunidade.
MAPA DE ANTECEDENTES
DÁ UM RESUMO DA EXPERIÊNCIA DE VIDA DA PESSOA E DA FAMÍLIA
Ajuda a revelar experiências positivas do passado e que possam ser continuadas.
Avaliação dos traumas, perdas, e desgostos da vida. Elogio de coisas realizadas e
oportunidades que surjam a partir do presente em resultado de coisas feitas no passado.
PROJETO HORIZONTE
34
MAPA DE PREFERÊNCIAS
DESCREVE AS PREFERÊNCIAS PESSOAIS, OS TALENTOS E OS INTERESSES,
ASSIM COMO AS SITUAÇÕES QUE SE DEVEM EVITAR
Ajuda a revelar os modelos pessoais em termos de talento, potencial e contribuições
próprias. Descreve padrões de situações que colocam desafios ao desenvolvimento.
MAPA DOS SONHOS: ESPERANÇAS E RECEIOS
DESCREVE AS IDÉIAS SOBRE OS SONHOS PESSOAIS E DOS DESEJOS PARA O
FUTURO. DESCREVE COMO É QUE AS PESSOAS SENTEM AS OPORTUNIDADES E
OS OBSTÁCULOS QUE VÊEM NO SEU CAMINHO QUANDO SE EMPENHAM
ATIVAMENTE PARA QUE AS COISAS ACONTEÇAM.
Ajuda a compreender as imagens interiores relacionadas com os desejos, e as
esperanças e os receios sobre o futuro, vistas através dos olhos da pessoa com deficiência.
MAPAS OPCIONAIS A USAR NO PROCESSO DO PERFIL INDIVIDUAL
MAPA DE ESCOLHAS
DESCREVE AS DECISÕES FEITAS PELA PESSOA E AS DECISÕES FEITAS POR
OUTRAS PESSOAS
Ajuda a revelar qual o nível de controle sobre as decisões tomadas em relação à sua
vida pela pessoa com deficiência e o qual o nível dessas decisões quando tomadas por outras
pessoas. Ajuda a clarificar as necessidades de apoio pessoal.
MAPA DE SAÚDE
DESCREVE AS CONDIÇÕES QUE PROMOVEM OU AMEAÇAM A SAÚDE DA
PESSOA
Ajuda a revelar as reais limitações e constrangimentos impostos por problemas de
saúde, medicamentos, terapias e outras condições e rotinas que assegurem ou ameacem a
saúde.
PROJETO HORIZONTE
35
MAPA DE DIGNIDADE
DESCREVE AS CARACTERÍSTICAS PESSOAIS QUE PODEM CRIAR OBSTÁCULOS
À ACEITAÇÃO PELA COMUNIDADE ASSIM COMO RECORDA AS QUALIDADES
QUE ASSEGURAM CONTRIBUIÇÕES À VIDA SOCIAL
Ajuda a revelar as características pessoais, comportamentos e papeis sociais que
podem conduzir à rejeição pelas outras pessoas assim como as qualidades positivas que
podem ser reforçadas nas relações pessoais.
OUTROS MAPAS OPCIONAIS
Outros mapas podem ser criados pelo facilitador de forma a fazê-los compreender a
vida tal como é experienciada através dos olhos da pessoa com deficiência. Por exemplo, em
relação às pessoas que apresentam deficiências visuais e auditivas, é importante compreender
os métodos e os canais que usam para comunicar. Neste capítulo, sublinhamos alguns mapas
opcionais que se centram no aspecto da comunicação.
PLANIFICANDO UM PROCESSO DE PERFIL INDIVIDUAL EFICAZ
TAREFA: ESFORCEMO-NOS POR CONHECER AS PESSOAS
-Que conhecimento é que, presentemente, temos da pessoa em causa neste processo?
-Como é que devemos proceder para conhecermos melhor essa pessoa?
-Como é que devemos proceder para conhecermos as importantes relações sociais que a
pessoa mantem?
1. Qual é a melhor maneira de completar o mapa de relações sociais?
2. Como é que a pessoa com deficiência pode contribuir para esse efeito
(preenchimento do mapa de relações)?
3. Como é que podemos obter informações sobre a pessoa deficiente através das
pessoas que a conhecem bem?
4. Que podemos fazer para que essas pessoas se envolvam no processo de
planificação?
-Se a pessoa deficiente tiver poucas relações no campo pessoal e/ou com pessoas que lhe
prestem cuidados, como é que vamos intervir no sentido de darmos o nosso apoio à criação
e/ou aprofundamento do potencial dessas relações?
PROJETO HORIZONTE
36
TAREFA: DESENVOLVAMOS UMA DESCRIÇÃO DE CAPACIDADES
-Qual é a melhor maneira de reunir os dados necessários ao preenchimento do Perfil?
-De que quadros nos podemos servir para ficarmos com um conhecimento da pessoa?
-No caso da pessoa deficiente desejar ter uma reunião sobre a elaboração do Perfil:
1. Quem são as pessoas que devemos convidar para essa reunião?
Como é que a pessoa deficiente pode estender esses convites às pessoas que deverão estar
presentes?
Qual o apoio de que ela necessita para fazer esses convites?
2. Como é que vamos integrar a pessoa deficiente nessa reunião?
Que tipo de apoio direto é que ela necessita para que a sua participação seja maior?
3. Quem é que ficará encarregado de dirigir o recolhimento dos dados durante a
reunião?
Quais são os instrumentos de planificação mais úteis nesta situação?
4. Quando é que as pessoas-chave se podem encontrar?
5. Qual será o local mais indicado para a realização desse encontro?
6. Como é que podemos ajudar as pessoas a conhecerem-se melhor umas às outras?
Como é que podemos fazer dessa reunião um encontro informal, vivido e interessante?
CAPITULO 4
DESENVOLVENDO UMA VISÃO DE FUTURO
A reunião de planificação proporciona a ocasião ideal para as pessoas se juntarem e
exprimirem claramente a sua visão do futuro. É também nesta reunião que escolhem um
assunto de interesse para ponto de partida e se organizam a fim de concretizar essa visão.
A reunião de planificação proporciona a esse grupo de pessoas uma oportunidade de
criarem um futuro positivo e intenso para a pessoa deficiente, que as inspire no sentido de
darem tudo por tudo durante o tempo de implementação da sua visão.
Um futuro positivo é apenas um resumo das experiências que queremos desenvolver,
tirando o máximo partido das oportunidades e capacidades que se nos deparam quando
trabalhamos:
-no seio da vida da pessoa deficiente,
-com os recursos e a riqueza da comunidade local,
PROJETO HORIZONTE
37
-com a rede de ligações e de apoio da família, amigos e pessoal dos serviços, e
-com os recursos e as oportunidades criadas pelos serviços de apoio.
O desenvolvimento de um futuro positivo proporciona às pessoas a oportunidade de
usarem a imaginação e terem as idéias mais criativas.
Estas idéias vão, inevitavelmente, ter que se adaptar aos problemas e obstáculos com
que nos deparamos na vida real, mas é muito importante que se inicie esta via para a mudança
com as mais altas expectativas.
Uma visão inicial com altas expectativas proporciona um menu de possibilidades a
partir do qual o grupo de planificação pode escolher um objetivo de longo prazo (o prato
principal) e uma prioridade imediata (um aperitivo) para começar.
Os valores do facilitador condicionam significativamente o desenvolvimento deste
sonho. Os seus valores bem como os valores dos membros do grupo acabarão por se revelar
na riqueza, no pormenor e na criatividade da visão.
Neste capítulo, avançamos com linhas de orientação para o desenvolvimento de um
sonho, descrevendo as características de um futuro positivo por que valha a pena trabalhar e
as cinco realizações que servem de orientação ao desenvolvimento do sonho.
Incluímos vários exemplos de futuros positivos de maneira a que possamos mostrar
futuros desejáveis que valha a pena alcançar.
Este capítulo conclui com um resumo das etapas da reunião de planificação do futuro
pessoal.
COMPARANDO IMAGENS DO FUTURO
CARACTERÍSTICAS DA
CARACTERÍSTICAS DE UM
PLANIFICAÇÃO DE
FUTURO POSITIVO POR QUE
PROGRAMAS TRADICIONAIS
VALHA A PENA TRABALHAR
CENTRA A ATENÇÃO EM
UMA IMAGEM DO FUTURO
OBJETIVOS QUE PRIVILEGIAM
CONTEMPLA EXEMPLOS
ESPECIFICAMENTE
CONCRETOS E ESPECÍFICOS
COMPORTAMENTOS
DE ATIVIDADES POSITIVAS,
NEGATIVOS DA PESSOA
EXPERIÊNCIAS E SITUAÇÕES
DEFICIENTE,PRETENDENDO
DE VIDA QUE SE QUER VER
ALTERÁ-LOS OU DIMINUIR A
APLIAR.
FREQUÊNCIA DE
PROJETO HORIZONTE
OCORRÊNCIA
A PLANIFICAÇÃO
AS IDÉIAS E AS
CONTEMPLA CATEGORIAS
POSSIBILIDADES REFLETEM
PROGRAMÁTICAS E OPÇÕES
AMBIENTES E LOCAIS DA
DE SERVIÇOS QUE APONTAM
COMUNIDADE ESPECÍFICA E
FREQÜENTEMENTE PARA
PAPEIS VALORIZÁVEIS
AMBIENTES SEGREGADOS
DENTRO DESSES
AMBIENTES.
MUITOS DOS OBJETIVOS E
ALGUMAS IDÉIAS PODERÃO
METAS QUE PRETENDE
PARECER INATINGÍVEIS,
ALCANÇAR REFLETEM
IRREALISTICAS E
REALIZAÇÕES DE EFICIÊNCIA
IMPRATICÁVEIS E SERÃO
POTENCIALMENTE MENOR,
NECESSÁRIAS GRANDES
CUMPRIDAS EM PROGRAMAS
MUDANÇAS NOS MODELOS
JÁ EXISTENTES QUE NÃO
DE TRABALHO, TAIS COMO:
PODEM SER ALTERADOS
CATEGORIAS DE
FINANCIAMENTO, OPÇÕES
DE SERVIÇO, COMO É QUE
AS PESSOAS E OS
FUNCIONÁRIOS GASTAM O
SEU TEMPO, PARTILHA NA
TOMADA DE DECISÕES,
ONDE É QUE AS PESSOAS
VIVEM E TRABALHAM, ETC.
ESTAS PLANIFICAÇÕES
ESTAS PLANIFICAÇÕES
PARECEM SEMPRE
REFLETEM REALMENTE OS
ASSEMELHAR-SE ÀS
INTERESSES ÚNICOS, OS
PLANIFICAÇÕES E IDÉIAS
TALENTOS E AS
DESENHADAS PARA
QUALIDADES DA PESSOA E
QUAISQUER OUTRAS
AS CARACTERÍSTICAS
PESSOAS
ÚNICAS, OS AMBIENTES E A
VIDA DA COMUNIDADE
LOCAL.
38
PROJETO HORIZONTE
ESTAS PLANIFICAÇÕES NÃO
ESTAS IDÉIAS VALORIZAM
MENCIONARÃO SEQUER,
FORMAS CRIATIVAS QUE
PROVAVELMENTE, RELAÇÕES
CENTRAM OS NOSSOS
PESSOAIS OU A VIDA DA
OBJETIVOS NO
COMUNIDADE DA PESSOA
DESENVOLVIMENTO E NO
COM DEFICIÊNCIA
APROFUNDAMENTO DAS
39
RELAÇÕES PESSOAIS E DA
VIDA EM COMUNIDADE DA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA.
COMPARANDO PONTOS DE VISTA EM RELAÇÃO A UM POSSÍVEL FUTURO PARA
JANE
A Planificação do Futuro Pessoal de Jane ajuda-nos a perceber as características de um
futuro positivo e desejável em contraste com a planificação de um programa tradicional.
As planificações tradicionais definem ambientes segregados como ideal, apontam para
a diminuição dos problemas de comportamento e estão todas cheias de generalidades que se
podem aplicar a quase todas as pessoas em situações semelhantes.
Em comparação com esse tipo de planos, a Planificação do Futuro Pessoal de Jane está
enriquecida com exemplos específicos de oportunidades de trabalho que ela pode explorar na
sua comunidade local.
A planificação valoriza as amizades e os tempos livres. As idéias refletem os seus
interesses únicos e os seus talentos e um certo número de papeis de maior projeção,
permitindo a Jane dar a sua contribuição à vida em comunidade.
PLANIFICAÇÃO DE UM PROGRAMA TRADICIONAL PARA JANE
A aluna irá melhorar as suas competências e desempenho de capacidades nas
seguintes áreas:
leitura, linguagem, matemática, soletração, ciências, estudos sociais, desempenho de
capacidades comunicativas, saúde, e desempenhos pré-vocacionais.
Jane irá melhorar nos desempenhos relacionados com a sua autonomia, tais como a
lavagem de roupa, a preparação de refeições simples e o seu arranjo pessoal.
Jane participará em oficinas protegidas, aproximadamente 2 horas por dia. Esta parte
do plano dependerá da acessibilidade do trabalho.
40
Jane desenvolverá desempenhos de comportamentos socialmente mais aceitáveis
PROJETO HORIZONTE
quando expressar sentimentos de desagrado.
Jane diminuirá em 50% as suas explosões verbais quando estiver aborrecida. Será
elaborado um programa de modificação de comportamentos.
Jane irá melhorar os seus desempenhos em matemática, nas áreas da numeração,
tempo e dinheiro.
Jane demonstrará melhores desempenhos na área da comunicação, aumentando o seu
vocabulário, a compreensão da leitura e a linguagem expressiva.
UM FUTURO POSITIVO PARA JANE
TRABALHO
Trabalho Remunerado
CASA
Trabalho em uma linha de montagem
Trabalho com roupa
Viver na casa atual com ajuda
no caso de acontecer algo com Nancy
Guardar telas
Trabalho em uma biblioteca
(guardando livros e recolocando – os
no lugar e pegando a ficha).
Aprender mais abilidades domésticas
Trabalho em oficina.
Autonomia na casa
Colaboração com um programa de
creche.
Ter assistência e guia para aprendizagem
de novas habilidades. Estar com as
pessoas.
Possibilidade de efetuar escolhas
JANE
Ir + Fazer
Locais Comerciais
4 anos a partir
de agora
Ser a
Anfitriã
Diversão
Festas
Bailes
Responsável
Amigos
Compras
Gente com quem
se diverte
Pessoas de sua
idade sem
deficiência
PROJETO HORIZONTE
41
CATEGORIAS, PRIORIDADES E PRAZOS DO DESENVOLVIMENTO
A diversidade de cada planificação é um dos aspectos que distingue a Planificação dos
Futuros Pessoais. Cada ponto de vista sobre o futuro é uma afirmação única que expressa uma
possibilidade para a pessoa com deficiência. As planificações variam bastante quanto às
categorias, prioridades e prazos temporais do desenvolvimento.
Uma planificação eficaz deverá contemplar várias categorias para o desenvolvimento.
As categorias mais comuns aparecem descritas mais abaixo. A escolha dessas categorias
reflete o interesse da pessoa, os estágios da vida e as transições e os interesses do facilitador.
CASA
PROPRIEDADE DA CASA
TRABALHOS DOMÉSTICOS
HOSPITALIDADE
EMPREGO
TRANSIÇÃO PARA O EMPREGO
EXPERIÊNCIA DE TRABALHO
ESCOLA
EDUCAÇÃO DE ADULTOS
VIDA ESPIRITUAL
ESCOLHA
MOBILIDADE E TRANSPORTES
DESPORTOS
AMIGOS
TEMPOS LIVRES
VIDA NA COMUNIDADE LOCAL
PARTICIPAÇÃO NA COMUNIDADE
EXPERIÊNCIA NA VIDA DA COMUNIDADE
VIDA AFETIVA
VIDA FAMILIAR
FÉRIAS E VIAGENS
ASPECTOS DE ESTÉTICA PESSOAL
COMUNICAÇÃO
SABER-SE DEFENDER
EXPRESSÃO ARTÍSTICA
PROJETO HORIZONTE
42
ETC.
É frequente que uma destas categorias seja considerada prioritária para o processo de
desenvolvimento. Por exemplo, a planificação de Jane reflete uma valorização dos aspectos
laborais e a transição para o emprego, enquanto a planificação de Lila reflete valores mais
ligados à vida doméstica, pois é a alternativa que se coloca face à experiência de internato que
tem sido a sua única opção de residência.
Para todas as pessoas, as prioridades mudam com o tempo, pelo que contamos que
também as prioridades de uma planificação dos futuros mudem.
FINALMENTE, os prazos temporais de cada uma das planificações dos futuros
também variam de dois meses a cinco ou mais anos. Eu prefiro trabalhar com uma prioridade
que possa levar vários anos até ser satisfeita e com uma outra que precise apenas de alguns
meses.
O equilíbrio entre prioridades de longo e curto prazo é uma situação que ajuda ao
funcionamento do grupo de trabalho quando este tem que implementar um ideal que leva
muitos anos até ser concretizado.
Ao mesmo tempo que apostamos nesses dois tipos de prioridades, continuamos a
trabalhar em mudanças a nível imediato de modo a que a pessoa deficiente sinta desde logo
diferenças na sua qualidade de vida.
43
PROJETO HORIZONTE
UM FUTURO POSITIVO PARA LILA
LAR
Um lugar onde Lila pode relaxar e ter a liberdade de mover-se por ela mesma !
Um quintal com:
Um lugar para duas pessoas que
possam compartilhar suas vidas,
vizinhos que possam ajudar,
pessoas de apoio.
Flores para cheirar
Uma rede
Um jardim
Uma piscina próxima
Pessoa que:
AMBIENTE
Intimo, confortavel
Com boa comida que Lila poça alcançar
Com uma cama de água com alarme por vibrações
Conheça sinais
Sejam flexisiveis
Seja comprometido
Seja ativo, nade, caminhe, patine
MODIFICAÇÔES para guias videntes sensoriais
Com cores interessantes
Com um quarto para familiares e amigos
Com música alta
Com uma cadeira de balanço
Tapete suave, móveis e almofadas (armários
baixos e um microondas)
Letras e símbolos em relevo (muita textura)
Uma campanhia
Uma pessoa que compreenda as modificações ambientais
EXPERIÊNCIA EM COMUNIDADE
Hobbies
TRABALHO
Oportunidade para mover-se e caminhar
Mais variedades
Lugares como:
Lavanderia
3mts
quadrados
Empacotamento
Hospita
Argila
Bateria
Pintura
Passeios à:
Zoológico
Jardins de
Flores
Lugares na
comunidade
Escolha da
sua rotina
Centro comercial
Academia
Pista de patinação
Limpar com
aspirador
Concertos
Shopping
Amigos
Gente de sua idade
Lavanderia
Tirar o pó
PROJETO HORIZONTE
44
INSTRUMENTO: REUNIÃO DE PLANIFICAÇÃO DOS FUTUROS PESSOAIS
A reunião de planificação dos futuros pessoais proporciona às pessoas uma ocasião
para se encontrarem a fim de clarificarem os seus pontos de vista sobre o futuro, escolherem
um ponto de partida para o início do seu trabalho e organizarem-se para a concretização dos
seus ideais.
Esta reunião consta de sete etapas básicas que podem variar conforme a situação a que
se tenham de adaptar. Descrevemos seguidamente cada uma destas etapas.
ETAPA 1
Revisão do perfil individual.
Descrição das tendências no meio ambiente.
Condições que no sistema de
serviços e na comunidade funcionam a nosso favor ou contra nós.
ETAPA 2
Pensa-se nas imagens que se desejam para um futuro.
ETAPA 3
Reunião informal em que as pessoas reflitam sobre as melhores estratégias de
concretização das idéias surgidas na reunião em que se discutiu a visão do futuro.
ETAPA 4
Identifica-se as oportunidades e faz-se uma apreciação dos obstáculos que se levantam
ao processo de implementação (esta é uma etapa opcional)
ETAPA 5
Estabelece-se um pequeno número de prioridades para início do processo e apoia-se os
membros do grupo a empenharem-se ativamente nele.
ETAPA 6
Marca-se a data e a hora da próxima reunião.
ETAPA 7
Identifica-se as necessidades para a mudança do sistema (esta é uma etapa opcional).
A reunião de planificação define como que um mapa de estradas para uma viagem que
45
é apenas o princípio do processo de mudança. Na realidade, a viagem começa quando um
PROJETO HORIZONTE
pequeno grupo de pessoas concorda em trabalhar durante o tempo necessário para que as
idéias discutidas na reunião sobre a visão do futuro possam vir a concretizar-se.
No próximo capítulo, discutiremos a tarefa mais difícil de todas: o desenvolvimento
do compromisso para com a pessoa deficiente e a implementação do plano.
ETAPAS DA REUNIÃO DE PLANIFICAÇÃO DO FUTURO
CAPÍTULO 5
O APOIO ÀS PESSOAS AO LONGO DO TEMPO
A partir do momento em que fica desenhado um futuro positivo, a pessoa deficiente, o
facilitador e o grupo de planificação encaram então a tarefa mais dura de todas:
desenvolverem os compromissos assumidos com a pessoa deficiente e trabalharem na
implementação do Plano.
É sempre fascinante partir para a descoberta de capacidades; além disso, a criação de
um futuro positivo é algo de excitante. A implementação é recompensada com os benefícios a
longo prazo mas o processo de resolução de problemas ao longo do tempo em que se procede
ao acompanhamento da pessoa é trabalho puro e duro. E não há forma de o evitar.
Podemos agora perceber que o processo de implementação é mais leve quando os
membros do grupo querem ver-se envolvidos nesta tarefa, quando se preocupam com a pessoa
deficiente, quando estão empenhados no processo e quando cada um deles sente que o
trabalho lhe dá tanto ou mais prazer do que frustração.
O facilitador joga aqui um papel fundamental na forma como modela a composição do
grupo e alimenta a participação das pessoas ao longo do processo.
O facilitador deve estar constantemente à procura de um grupo cuja composição possa
proporcionar tanto apoio emocional como instrumental à pessoa com deficiência. Neste
capítulo, destacamos um grupo ideal para a planificação centrada na pessoa sabendo que
muitos grupos ficam a pouca distância deste ideal.
O nosso propósito ao inventar um grupo exemplar é dar a perceber as coisas com que
temos de trabalhar e onde é que necessitamos de desenvolver capacidades adicionais no seio
do grupo.
O facilitador deve igualmente dispôr de muita iniciativa para renovar o trabalho do
grupo durante todo o tempo em que ele está em funcionamento. Neste capítulo, destacamos
também um formato para as reuniões de acompanhamento e idéias para alimentar
PROJETO HORIZONTE
46
continuamente o processo de grupo.
A nossa experiência ensina-nos que um envolvimento realmente sentido e o respeito
entre as pessoas é fundamental para um processo fácil de mudança a prazo. Enquanto não
houver uma maneira de administrar, controlar ou arquitetar estes sentimentos, podemos criar
condições para que estes se desenvolvam através do espírito e da atenção a todo o processo de
planificação.
A EQUIPE INTERVISIONÁRIA DESEMPENHA PAPEIS FUNDAMENTAIS
A constituição das equipes interdisciplinares tradicionais é definida por modelos
estandardizados e pelo desempenho de papeis profissionais.
Em contraste com essa situação, os grupos que centram a sua abordagem na pessoa
são constituídos por pessoas que contribuem com o seu tempo livre e por vontade própria no
processo de planificação, dado que se sentem pessoalmente envolvidos num trabalho que tem
como razão de ser a transformação de rotinas.
O grupo ideal para esta abordagem deverá incluir um leque de pessoas que assumam variados
papeis durante o processo de planificação e implementação.
Alguns dos membros desse grupo, como por exemplo elementos da família da pessoa
deficiente, pessoal doméstico ou colaboradores pessoais podem concentrar o esforço do seu
trabalho na capacidade de resposta que a pessoa deficiente terá de possuir para enfrentar o seu
quotidiano.
Um professor, um construtor civil da localidade ou um soldado poderão concentrar os
seus esforços mais em termos de ação imediata no apoio à implementação da planificação.
Pessoal administrativo aliado do grupo, mentores ou benfeitores podem preparar o
caminho para as mudanças a longo prazo.
Finalmente, o facilitador mantem o processo em marcha, proporcionando ao grupo
objetivos e datas para uma reflexão estruturada.
De um modo semelhante, o conselheiro espiritual procura renovar a confiança da
pessoa e do grupo ao longo do tempo.
47
PROJETO HORIZONTE
UM PERFIL DO GRUPO IDEAL
Facilitador
Mentor/Benfeitor
Motivadores
Aliado Administrativo
Assistente Pessoal
Professor
Pessoas da Comunidade
Organizador de Casa
Equipe de Apoio
(família, amigos, ajudantes)
Conselheiro Espiritual
(Pessoa de Fé)
EXPLORANDO O PAPEL DO FACILITADOR
1. Será que a pessoa deficiente, os pais ou um defensor empenhado querem que a vida
seja de alguma forma diferente? Será que as pessoas se sentem emperradas na sua situação
presente e terão a energia para mudar as coisas?
2. Será que algumas pessoas têm vontade em se encontrar de um modo regular para
resolverem problemas ao longo do tempo? Terão vontade de dar o seu tempo livre para este
processo se tal for necessário? Será que você é o facilitador capaz de se reunir com este grupo
com uma certa regularidade?
3. Será que o grupo de planificação inclui pelo menos uma pessoa fortemente
empenhada para agir em nome da pessoa deficiente? Caso não inclua, será que você, o
facilitador, se sente com vontade de assumir este papel?
48
4. Será que o grupo de planificação inclui pelo menos uma pessoa que possa funcionar
PROJETO HORIZONTE
como facilitador? Um facilitador deve tomar a liderança nos seguintes aspectos: registar por
escrito as idéias, recordar os objetivos do trabalho e apoiar os outros para que se mantenham
empenhados. Se não surgir ninguém para assumir o papel de facilitador, será que você se
sente capaz de ficar com essa função, até que dentro do grupo apareça alguém com esse
perfil?
5. Será que o grupo de planificação inclui pelo menos uma pessoa bem relacionada
com a comunidade local? Se não, poderá você encontrar alguém que possa ajudar a fazer a
ligação do grupo à comunidade local?
6. Terá o grupo, a pessoa deficiente ou a sua família alguma relação com outras
pessoas que enfrentam problemas semelhantes e/ou estejam envolvidas num processo
idêntico? Se não, conseguirá você pô-las em ligação com outros grupos ou pessoas de modo a
que se constitua assim um recurso para efeitos de renovação e apoio?
7. Estará pelo menos uma agência empenhada na mudança organizacional em
resultado do que se aprendeu com este processo? Será que essa agência dá o seu apoio ao
tempo e aos compromissos exigidos por essa mudança aos seus funcionários? Se não, poderá
você elucidar e interessar uma dessas agências para que pelo menos dê atenção aos resultados
e às implicações do processo de planificação?
8. Será que existem os meios exigidos para apoiar flexível e individualizadamente a
implementação de uma planificação pessoal? Se não, conseguirá você identificar ou criar este
tipo de apoio numa estrutura do sistema, género programa piloto, ou fazer a angariação de
fundos ou de outras formas de apoio na comunidade local?
TAREFA: REUNIÕES DE ACOMPANHAMENTO E REESTRUTURAÇÃO
As reuniões de acompanhamento ajudam os grupos de planificação a aprender com o
processo de implementação. A ordem de trabalhos mais eficaz para as reuniões de
acompanhamento deverá incluir no primeiro ponto uma crítica das ações que foram
planejados como metas desde a reunião anterior, tanto as que foram bem sucedidas com as
que não o foram. Este processo de crítica deverá ser obviamente apoiado.
Uma estratégia importante para a reestruturação do trabalho embora relativamente
simples é a de proceder de modo regular à revisão crítica das ações positivas e dos resultados
obtidos.
A seguir a esta revisão crítica, o grupo, numa sessão de brainstorm, pensa em novas
estratégias de acção. O facilitador encerra esta reunião marcando uma data e uma hora para a
PROJETO HORIZONTE
49
próxima reunião.
As reuniões de acompanhamento proporcionam aos membros do grupo repetidas
ocasiões para solucionarem os problemas ao longo do tempo.
Para que haja uma melhor qualidade de apoio à reestruturação das ações e
compromissos do grupo, o formato das reuniões poderá ser variável. Cada grupo de
planificação é diferente e cada grupo precisa de uma estratégia de acompanhamento que se
enquadre com a sua energia, empenhamento e estadio de desenvolvimento.
A maior parte dos grupos de planificação acabam também por chegar a uma
determinada altura sem energias e sem novas idéias, pelo que precisam de ser encorajados e
reestruturados. Por essa razão, juntamos nas páginas seguintes uma lista de várias estratégias
de acompanhamento e reestruturação dos grupos de planificação.
Os facilitadores necessitam de se recordar constantemente de que a manutenção do
empenhamento de um grupo de pessoas ao longo de um certo período de tempo é um dos
requisitos que apresenta maiores desafios ao processo de planificação dos futuros
pessoais.
Não se deve subestimar a dureza de um trabalho que requer juntar pessoas uma vez,
outra vez e mais outra ainda durante um certo período de tempo para resolverem problemas.
Devemos reconhecer que uma das mais importantes responsabilidades de um
facilitador que desempenhe eficientemente o seu papel tem a ver com as pessoas que decide
convidar para o grupo. A razão dessa importância reside no trabalho necessariamente coletivo
que essas pessoas irão realizar e no objetivo que, de uma forma construtiva, procurarão
concretizar: uma visão positiva para o futuro da pessoa deficiente.
DESENHO DE UMA ESTRATÉGIA DE ACOMPANHAMENTO
Desde o ponto de partida do processo de planificação, o facilitador procura encontrar
pessoas que concordem reunir-se regularmente, a fim de resolverem problemas.
O método de acompanhamento destas pessoas pode variar de grupo para grupo, desde
que de alguma forma a continuidade e o compromisso para com o processo estejam
assegurados na planificação.
O facilitador deve ter em consideração as seguintes questões, quando desenha um
esquema para o processo de acompanhamento:
1. Qual é o melhor método de acompanhamento deste grupo?
2. Com que frequência é que as pessoas se devem reunir para se deixarem embalar no
processo de transformação?
50
3. Com que frequência é que o facilitador se deve reunir individualmente com a pessoa
PROJETO HORIZONTE
deficiente e/ou a sua família, no espaço de tempo entre duas reuniões?
4. Deverão haver subcomissões ou grupos mais pequenos de reflexão informal que se
debrucem sobre determinadas questões mais específicas? Haverá outra pessoa que possa
liderar estes grupos?
5. Quem é que pode assumir o papel de facilitador do grupo ao longo do tempo? Quem
será capaz de vir a desempenhar esse papel em tempo útil? Haverá duas pessoas no grupo que
consigam funcionar bem uma com a outra e os dois desempenhem então em parceria o papel
de facilitador?
6. Que apoio é que falta à pessoa deficiente para que seja ela a liderar o seu próprio
grupo? Qual o elemento do grupo que poderá funcionar como seu parceiro nessa tarefa?
7. Quem é que poderá fazer o registro do que se discute nas reuniões?
ALIMENTANDO A VISÃO E O COMPROMISSO DE UM GRUPO AO LONGO DO
TEMPO
Ao fim de um certo tempo, mesmo os grupos mais fortes acabam por ficar sem
energias. Os facilitadores podem alimentar o grupo se por exemplo derem uma oportunidade
aos seus elementos de festejarem certos acontecimentos e de receberem o reconhecimento que
lhes é devido pela contribuição prestada.
O enriquecimento dos conhecimentos dos elementos do grupo é uma forma
interessante de renovação. A participação em conferências, network e os contatos com outros
grupos são estratégias que visam atingir esse objectivo.
Seguidamente, apresentamos uma lista com algumas sugestões concretas para a
renovação/reestruturação dos grupos.
1. Planeamento de festas que visem celebrar realizações importantes, aniversários,
férias e outros acontecimentos com significado para o grupo.
2. Reuniões em locais agradáveis e na qual se possa servir um pequeno bufete.
3. Planejamento de uma ocasião própria para fazer a revisão do funcionamento do
grupo ou recentrar objetivos. Pensar numa maneira em que expressemos o nosso
reconhecimento pela contribuiação dada ao grupo por cada um dos seus membros.
4. Apoiar a participação dos membros do grupo em conferências e wokshops. Criar
oportunidades para que a pessoa deficiente e os membros do grupo contem a sua história a
outras pessoas: em boletins informativos, encontros e conferências.
5. Descobrir outros grupos de consumidores ou de defesa dos direitos das pessoas a
PROJETO HORIZONTE
51
que se possa aderir. Apoiar a participação das pessoas nesses grupos.
6. Apoiar visitas do grupo a outras pessoas que enfrentem situações semelhantes.
Apoiar visitas do grupo a outros locais onde foram encontradas soluções para problemas
semelhantes.
7. Apoiar todos os membros do grupo, e não apenas a pessoa deficiente, para que
encontrem oportunidades de enriquecimento pessoal.
8. Proceder o recolhimento de boletins informativos, publicações e livros cujos
conteúdos reflitam os interesses e os desafios do grupo.
9. Apoiar os membros do grupo na redação de propostas que visem a obtenção dos
recursos indispensáveis à implementação das suas idéias.
10. Contatar pessoas que possam ser mentores ou conselheiros do grupo, ainda que
não tenham assento regular nas reuniões do grupo. Convidar outras pessoas para participarem
nas reuniões apenas com a finalidade de levar novas idéias.
CAPITULO 6
MUDANÇAS NAS ORGANIZAÇÕES
A Planificação dos Futuros Pessoais encoraja-nos a concretizar objetivos na vida das
pessoas e é para que isso aconteça que desenvolvemos esquemas informais de apoio, relações
pessoais e oportunidades na comunidade local da pessoa com deficiência.
Contudo, irá certamente suceder que, num determinado ponto deste percurso e como
em quase todos os processos de planificação que se dirijam a pessoas, acabamos por bater
com a cabeça na parede.
Esta parede não é mais que um dos aspectos de pura burocracia sustentada pelo peso
da estandardização, rigidez, complexidade ou ignorância.
Quando chega esse momento em que batemos com a cabeça na parede que acordamos
e saímos do sonho que era pertencer a um grupo de apoio informal ou da comunidade.
Passamos então a confrontar-nos com as realidades dos sistemas, complexos e ineficazes.
Fomos sempre muito cautelosos quando tivemos que defender soluções burocráticas
para os problemas que as pessoas enfrentavam. Fizemos sempre o possível por encontrar os
apoios indispensáveis em grupos de pessoas ou na comunidade. Uma vez completamente
explorados os apoios informais, virámos a nossa atenção para os serviços de recursos
humanos a fim de encontrar aí alguma ajuda.
Sempre fomos céticos quanto à capacidade desses serviços de proporcionar os apoios
52
construtivos que eram necessários. Quando demos ouvidos às pessoas e as deixámos falar
PROJETO HORIZONTE
livremente, escutámos relatos trágicos sobre a insensibilidade dos sistemas praticados nesses
serviços de recursos humanos.
As pessoas viviam com raiva e tristeza depois de tantos desapontamentos e frustrações
e de serem confundidas e desfeitas com as promessas não cumpridas por esses serviços.
As pessoas têm muito para falar sobre as frustrações e é isso que podemos ler num
documento da Comunidade chamado "Mudança Imperfeita".
Quando Jonh McKnight fez a crítica das consequências do funcionamento dos
serviços de recursos humanos, que no seu entender eram potencialmente perigosas, estava a
dar voz aos nossos sentimentos e medos coletivos em relação a esses serviços.
Jonh é bastante claro quando descreve o padrão habitual dos prejuízos causados às
pessoas pela debilidade das soluções desenhadas pelos serviços de recursos humanos, mesmo
que tenham pensado nelas com as melhores intenções.
Incluímos neste nosso texto um excerto do seu informe "Do no harm: a policymaker's
guide to evaluating human services and their alternatives" ("Não magoem as pessoas: um
guia de orientação política para a avaliação dos serviços de recursos humanos e suas
alternativas"). Fazemo então um resumo com bastante clareza os aspectos negativos dos
serviços de recursos humanos e os prejuízos que acarretam às pessoas; por fim, o relatório
avança três alternativas possíveis a esses sistemas.
A análise de McKnight não só esclarece com maior propriedade a dor sentida pelas
pessoas como também proporciona um guia bastante útil para a elaboração de respostas
alternativas aos serviços de recursos humanos. O que se pretende é que estes serviços, em vez
de magoarem as pessoas, lhes dêem o apoio que necessitam.
Este capítulo inclui uma estratégia para a preparação de uma plataforma para a
mudança, linhas de orientação para um recolhimento eficaz de dados e de atividades de troca
mútua; inserimos igualmente as linhas de orientação do desenvolvimento de políticas, da
autoria de John McKnight.
Este capítulo inclui ainda uma estratégia que visa dar feedback às agências, baseada
nas questões de organização que se encontram clarificadas no Processo de Planificação dos
Futuros Pessoais.
53
EXCERTOS DE UM GUIA DE ORIENTAÇÃO POLÍTICA PARA A AVALIAÇÃO DOS
PROJETO HORIZONTE
SERVIÇOS DE RECURSOS HUMANOS E SUAS ALTERNATIVAS
por John McKnight
AS RESPOSTAS DOS SERVIÇOS DE RECURSOS HUMANOS APRESENTAM
QUATRO CARACTERÍSTICAS ESTRUTURALMENTE NEGATIVAS
1. Os serviços realçam os aspectos da deficiência e não valorizam as capacidades das
pessoas.
2. Os serviços vivem do dinheiro que os orçamentos oficiais lhes atribuem o que reduz
a importância das suas receitas ao mesmo tempo que aumentam as despesas com os
programas que estão sob a sua alçada.
3. Os serviços fazem depender de especialistas e de instituições a resolução dos
problemas enquanto reduzem a capacidade de intervenção dos cidadãos e das comunidades.
4. Um ambiente saturado com serviços vai intensificar a dependência, estimular os
desvios e neutralizar o potencial positivo de programas individuais em que os serviços
intervêm.
DECIDIR PELO RECURSO À INTERVENÇÃO DE UM SERVIÇO DE RECURSOS
HUMANOS PODERÁ CRIAR A TENDÊNCIA PARA:
1. Prejudicar a noção das capacidades e da auto-estima de um paciente.
2. Reduzir os rendimentos e as opções de emprego do paciente.
3. Diminuir a participação do paciente na vida da comunidade.
4. Diminuir o poder do paciente na tomada de decisões como cidadão.
54
"EXISTIRÁ UM TIPO DIFERENTE DE ABORDAGEM QUE NÃO RECORRA A UM
PROJETO HORIZONTE
SERVIÇO DE RECURSOS HUMANOS E QUE SEJA MAIS EFICAZ E TENHA MENOS
EFEITOS NEGATIVOS?"
EXISTEM TRÊS ALTERNATIVAS POSITIVAS:
1. Identifique as capacidades, os desempenhos ou as contribuições potenciais de uma
pessoa. Que políticas, recursos ou atividades podem ter como resultado o exercício, a
expressão, a visibilidade e a ampliação dessas capacidades?
2. Possibilite-se a criação de receitas em vez de se dar acesso a serviços de recursos
humanos pagos de antemão. Que oportunidades se podem criar para dar às pessoas um
controle direto sobre os apoios que necessitam, a fim de poder escolher, contratar e
supervisionar?
3. Procure-se que haja participação na vida da comunidade e em atividades cívicas
em vez de intervenções dos serviços. O desafio que se enfrenta é o desenvolvimento de
políticas que estimulem a hospitalidade das associações de cidadãos e dos grupos
comunitários. Dessa forma, poder-se-á integrar e partilhar as capacidades de todos aqueles
que foram excluídos devido aos rótulos que lhes colocaram.
INSTRUMENTO: PREPARANDO UMA PLATAFORMA PARA A MUDANÇA
1. Descrição do que está em falta
Identifique as necessidades das pessoas que não podem ser satisfeitas através de redes
de apoio pessoal e comunitária.
Identifique o que é que os serviços lhes podem dar.
Identifique os problemas com os apoios existentes e as coisas que ainda faltam.
2. Em busca de soluções
Procure outras pessoas e locais onde funcionem apoios exemplares.
Incentive as pessoas a conhecerem e a explorarem esquemas de apoios, modelos de
financiamento e práticas administrativas mais eficazes.
Pense como é que estes serviços conseguem adequar às necessidades da pessoa com
55
PROJETO HORIZONTE
deficiência.
3. Recolhimento e clarificação de dados
Descreva o que está em falta de uma forma concisa e o que é que será melhor para
cada pessoa.
Elabore um curto documento programático que descreva a situação de várias pessoas
que apresentam necessidades semelhantes.
4. Desenvolvimento de plataformas para a mudança
Estabeleça ligações com outros grupos com a finalidade de formar redes com
plataformas idênticas, que promovam o desenvolvimento e a qualidade do apoio prestado.
Publicação de documentos simples e claros que descrevam estas plataformas.
5. Aumentar a influência através da partilha de informação
Invente formas inovadoras e centradas na pessoa para compartilhar estas informações
com outras pessoas. Os príncipios que definem o desenho dessas formas estão descritos neste
capítulo.
ORIENTAÇÕES
PARA
UMA
EFICIENTE
COLETA
DE
INFORMAÇÃO
E
COMPARTILHANDO ATIVIDADES
1. Prepare reuniões, visitas e acontecimentos para que:
- as pessoas se encontrem umas com as outras,
- tenham sempre presente os objectivos do trabalho que desenvolvem,
- crie entre as pessoas um espírito de comunidade,
- as pessoas se sintam motivadas a funcionarem em grupo,
- as pessoas aprendam umas com as outras.
2. Assegure que pelo menos metade, senão mais, dos elementos de cada grupo é
constituída pela pessoa deficiente e pelos membros do seu círculo de apoio. Proporcione o
apoio que muitas das pessoas precisam para participar nessas reuniões.
3. Faça convites aos participantes e não se sinta obrigado a respeitar uma cadeia
hierárquica. Promova reuniões na qual as agências de serviços tradicionais se encontrem
com os responsáveis das hierarquias oficiais. Faça esses convites a comissários, às pessoas
56
deficientes, aos membros das famílias destes, aos seus amigos, a funcionários dos serviços
PROJETO HORIZONTE
diretos, etc.
4. Descubra ambientes simpáticos para as reuniões. Procure-os longe dos espaços,
edifícios, formatos e controle exercido pelo sistema oficial.
Leve a efeito essas reuniões em locais da comunidade, tais como:
igrejas bibliotecas
hoteis a sala de reuniões da frequesia
colégios ou escolas da comunidade
5. Programe momentos de comunhão entre as pessoas durante as reuniões, tais como
refeições em grupo, longas pausas e outros rituais que contribuam para a criação de um
espírito de grupo entre as pessoas.
6. Apoie as pessoas com deficiência a falar por elas próprias. Antes de mais, deve
ajudá-las a clarificarem as suas idéias e a sintetizar os seus pontos de vista.
7. Antes de cada encontro, prepare documentos escritos simples que sirvam de apoio
às reuniões e que a seguir a elas continuem a ser úteis.
8. Convide pessoas interessantes, informadas e competentes com o objetivo de motivar
o grupo para determinadas questões ou de facilitar o seu funcionamento.
"Pessoas estranhos com interesse" são uma boa ajuda, porque a assiduidade e a
participação nas reuniões de grupo aumentam.
ORIENTAÇÕES PARA UM DEBATE COM AS AGÊNCIAS
A implementação das mudanças que é necessário operar a nível das organizações tem
mais probabilidade de acontecer quando pela nossa parte lhes damos informações claras sobre
o que fazemos e aquilo que conseguimos obter.
As pessoas responsáveis pela parte financeira das organizações deverão saír destes
debates com uma compreensão muito clara sobre:
- a visão do futuro possível para várias pessoas deficientes,
- as formas a que um grupo de apoio recorre para, desde logo, começar a trabalhar na
implementação das suas idéias e
- os modos de funcionamento que as organizações precisam de alterar se quiserem
apostar em novos caminhos.
Para apoio dos membros da equipe na organização dos debates com as agências,
propomos como metodologia a seguinte sequência:
PROJETO HORIZONTE
57
1. Sintetizem a sua visão de futuro para a pessoa deficiente:
Usem uma ou duas tabelas que descrevam as capacidades avaliadas na pessoa
deficiente e a visão em que apostam para o seu futuro.
2. Descrevam as oportunidades que as pessoas usufruem de momento de criarem
laços e conhecimentos na comunidade local.
3. Descrevam o apoio organizacional necessário aos membros da equipe,
desenvolvendo um trabalho em grupo, para a resolução de problemas ao longo do tempo.
4. Descrevam as questões de organização que se aplicam ao desenvolvimento da
planificação ao longo de todas as suas etapas. Podem elaborar duas listas de questões: de
curto e de longo prazo.
5. Identifiquem entre uma e três prioridades de mudança organizacional e dêem
exemplos específicos e concretos de transformações que se aplicam e podem resolver estes
problemas. Se necessário, façam referência às etapas do nosso instrumento de trabalho
"Preparando uma Plataforma para a Mudança".
6. Explanem algumas das atitudes ativas que em termos de gestão se podem tomar
quando se tratar de levar à prática as nossas idéias.
7. Deixem tempo para um período de discussão e reflexão.
APÊNDICE
UM EXEMPLO DE UM PERFIL INDIVIDUAL
Apresentamos em seguida o Perfil do Sr. Miller para ilustrar um certo número de
mapas que se incluem num tipo de Perfil.
O Perfil de Tom Miller inclui quase todos os mapas básicos e um mapa opcional, o
mapa da comunicação.
Incluímos também neste capítulo as indicações do facilitador que enriquecerão cada
um dos mapas.
O PERFIL DE TOM MILLER APRESENTA OS SEGUINTES MAPAS:
INCLUI-SE AS INDICAÇÕES DO FACILITADOR NOS SEGUINTES MAPAS
ADICIONAIS
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PROJETO HORIZONTE
MAPA DE RELAÇÕES SOCIAIS
Objetivo:
Identificar o apoio necessário à pessoa com deficiência, as pessoas mais importantes
na sua vida e outras que possam estar interessadas em se juntarem ao longo de um certo
período de tempo para desenvolverem uma planificação.
EXEMPLO: AS RELAÇÕES SOCIAIS DE TOM MILLER
MAPA DE RELAÇÕES
AMIGOS
FAMÍLIA
PROFISSIONAIS
REMUNERADOS
INDICAÇÕES ÚTEIS:
1. Divida o círculo de relações em pelo menos três categorias: família, amigos e
funcionários de serviços.
2. Inscreva cada pessoa no mapa referenciando-a com um símbolo de figura humana e
o seu nome. Indique a natureza da relação entre essa pessoa e a pessoa deficiente e há quanto
tempo se conhecem.
3. Coloque as pessoas mais íntimas da pessoa deficiente, as pessoas que são mais
importantes, no centro do círculo. Indique a intensidade e a força dessa ligação através de
59
PROJETO HORIZONTE
linhas mais carregadas.
4. Sublinha de amarelo as pessoas que possam envolver-se neste círculo de apoio.
MAPA DE LUGARES
Transportes
Acompanhado por sua mãe
Casa da avó
Escola Especial
Residência
02 Horas por dia
05 dias por semana
Lar
Vida em comunidade
1 Visita por mês
EXEMPLO: A VIDA DE TOM MILLER NA SUA COMUNIDADE
Objetivo:
Descrever o padrão de vida diária da pessoa deficiente a fim de ilustrar o modo com
ela passa o seu tempo. Adquirir um entendimento da vida que a pessoa faz na sua comunidade
em comparação com o tempo gasto em ambientes de serviços de recursos humanos
segregados.
INDICAÇÕES ÚTEIS:
1. Desenhe os locais frequentados pela pessoa deficiente. Indique a quantidade de
tempo gasto em cada um desses locais e a frequência dos contatos. Inclua a casa, o local de
trabalho e outros ambientes da comunidade.
2. Faça uma linha em diagonal ou desenhe um triângulo no mapa e coloque os
ambientes e as atividades de serviços segregados abaixo dessa linha ou dentro do triângulo.
Coloque os ambientes da comunidade acima dessa linha.
60
3. Sublinhe de verde os locais que a pessoa mais gosta de frequentar, os locais na qual
PROJETO HORIZONTE
ela tenha experiências positivas e os locais na qual a pessoa prefere ver-se mais envolvida e a
frequência dos contatos. Registre a vermelho os locais na qual a pessoa tem menor nível de
sucesso e anote a razão por que isso acontece.
IDENTIFICANDO AS PREFERÊNCIAS PESSOAIS
Objetivo:
Descobrir as capacidades a ser desenvolvidas e as condições a serem evitadas quando
planejar as experiências para viver no futuro. Este exercício pode ajudar-nos a descobrir
padrões nos talentos, potenciais, interesses e contribuições que a pessoa deficiente tem para
dar.
Esta lista ajuda-nos também a identificar padrões nas condições que bloqueiam ou
criam resistências ao desenvolvimento, condições que no futuro deverão ser evitadas.
INDICAÇÕES ÚTEIS:
1. Faça um registro das coisas que funcionam a cor verde e a vermelho as que não
funcionam.
2. Faça uma lista de todas as coisas de que as pessoas se lembrem. Traduza toda a
linguagem técnica e o calão profissional numa linguagem comum. Procure um padrão nas
coisas que interessam e em que as pessoas se envolvem e nas em que isso não acontece.
EXEMPLO: AS PREFERÊNCIAS PESSOAIS DE TOM MILLER
COISAS QUE FUNCIONAM,
COISAS QUE NÃO
QUE DESPERTAM O SEU
FUNCIONAM, QUE O
INTERESSE, LHE DÃO
ABORRECEM, PREOCUPAM,
VONTADE DE VIVER;
LHE PROVOCAM
COMPROMISSOS QUE
DEPRESSÕES E O DEIXAM
ASSUME E MOTIVAÇÃO
FRUSTRADO
PESSOAL
- música: sentar-se atrás das
- não conseguir se
PROJETO HORIZONTE
colunas de som e gosta das
comunicar
vibrações
- quando as pessoas não fazem ou
- gosta de nadar e de estar na água
não querem fazer um esforço para
relacionar-se ou comunicar-se com
- gosta de ir às compras,
ele
experimentar roupas. Gosta de ir à
mercearia e comprar uma revista.
- quando percebe que as pessoas
não gostam dele
- fascinam-lhe os carros. Começou
a fazer um carro quando tinha 6
- quando está sem fazer nada, fica
anos. Gosta de passear de carro
muito aborrecido
- é uma pessoa com tendência para
- não gosta de música quando
a mecânica. Percebeu o
passeia de carro
funcionamento da máquina de
lavar roupa quando abre a porta
- não gosta de estar dentro do carro
pela parte de cima. Desregulou a
quando o mesmo é levado para
imagem da TV e a seguir consegui
lavagem automática
fixa-la.
- não conseguiu utilizar a bengala
- gosta de ir à igreja, a
restaurantes, fazer compras no
- a bicicleta de ginástica
centro comercial. Gosta de passear
no jardim e no centro comercial
- não gosta de mexer em coisas
pegajosas
- o seu livro de comunicação
- adora estar com a família
61
PROJETO HORIZONTE
62
MAPA DE COMUNICAÇÃO
Objetivo:
Desenvolver uma compreensão pormenorizada das estratégias de comunicação e das
capacidades que funcionam com sucesso. Identificar desempenhos de capacidades a nível
receptivo e expressivo, assim como os apoios ambientais que funcionam e as estratégias úteis
para o estabelecimento de relações sociais.
EXEMPLO: ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO QUE FUNCIONAM COM TOM
MILLER
- Tom é bastante reativo ao contato físico. Quando alguém o aborda, a primeira coisa
que deve fazer é tocá-lo com delicadeza. A seguir, deve identificar-se por meio de um gesto
tátil que Tom associe à sua pessoa. Depois, deve dizer o seu nome.
- Tom sabe escrever perfeitamente o seu nome. Sabe escrever outras palavras quando
apresentadas em alfabeto manual (na mão).
- Quando uma pessoa quiser dizer-lhe alguma coisa, deve comunicar-lhe essa intenção
fazendo deslizar a mão sobre a palma da mão de Tom, usando gestos táteis ou o alfabeto
manual. O alfabeto manual deve ser feito na mão de Tom. O polegar da pessoa tem um papel
preponderante. A mão de Tom deve estar em forma de concha sobre a mão que a pessoa usa
para fazer os gestos.
- Para dizer banheiro agite a mão em frente do rosto de Tom fazendo a letra "B" em
alfabeto manual e em seguida, na palma dele, faça também em alfabeto manual todas as letras
dessa palavra.
- Praticar alfabeto manual em frente ao espelho.
- Tom tem um olfato apurado e é através deste sentido que ele identifica muitas coisas
que se passam à sua volta. Também consegue reconhecer uma pessoa tocando-a no rosto ou
no corpo.
- Não esquecer que Tom é uma pessoa muito hábil! Tem uma boa capacidade para
resolver problemas e bons desempenhos em mecânica.
- É uma pessoa que aprecia fazer escolhas. Deve dar-lhe bastantes oportunidades para
faze-lo.
- A mãe de Tom tem um livro de comunicação onde esão registados os gestos que ele
sabe. Uma cópia deste livro será feita para todos os membros da família.
PROJETO HORIZONTE
63
INDICAÇÕES ÚTEIS:
1. A lista de estratégias refere apenas "coisas que funcionam" e não inclui "coisas que
não funcionam". Pensamos que deste modo se facilita o registro de ambas as categorias,
porque o que se pretende é que as informações recolhidas sejam o mais fidedignas possível.
2. Uma vez mais, registre a verde as coisas que funcionam e a vermelho as que não
funcionam. FALE LÍNGUA DE GENTE! Muitas informações sobre o processo de
comunicação acabam por não se perceber quando se usa uma linguagem técnica insuportável.
Traduza-o! 3. Sirva-se das listas que aparecem neste texto para dar pistas em comunicação
gestual e recordar os símbolos quando precisar usa-los.
IMAGENS DO FUTURO: MAPA DOS SONHOS
VIDA NA COMUNIDADE
Membro do centro estudantil – Ginásio.
Vida Familiar: Apoiar os familiares para visitas, ir
jantar, ir nadar, ir à lavanderia uma vez por mês.
Ir à jantares, ir à igreja
ESCOLA
AMIGOS
Escola Secundária próxima a
casa da família.
Estar com crianças da mesma
idade e tamanho.
Treinar, fazer ginástica e
nadar.
Participar na equipe de
futebol e basquete.
Fazer amizade com outros
alunos
Um dia completo
RECRAÇÃO: Ativa / Física
Caminhar
Nadar
Andar a cavalo
Bowlling
Ir as compras
Ir ao Centro Comercial
EXPLORAÇÃO ARTÍSTICA
BOA EDUCAÇÃO
Aprendizagem de:
Desenhar, planejar, modelar com argila,
explorar diferentes meios.
EXPLORAÇÃO VOCACIONAL
Tarefas domésticas
Computação
Atividades de tempo livre
Atividades vocacionais
Interprete indivídual
Consistência
Ativo, sem aborrecimento
Lavar carros e vasilhas
Eletricidade
Juntar coisas
IMAGENS
CASA DO FUTURO PARA TOM
Casa com quintal
Companheiro de quarto, alguém conhecido, talvez irmão
Próximo da família (mas não no mesmo quintal).
Habilidades domésticas
Cozinhar
Lavar
Compras para almoço
PROJETO HORIZONTE
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Objetivo:
Explorar as imagens interiores relacionadas com os desejos e os sonhos de um futuro.
Ajuda a ilustrar as experiências que a pessoa ou a família mais desejam, incluindo os sonhos
de ter a sua casa, emprego, vida social na comunidade ou uma vida própria. A diferença entre
este mapa e o mapa da "visão" desenvolvido durante a reunião de Planificação dos Futuros
Pessoais é que o presente mapa expressa as imagens e as esperanças da pessoa e daqueles que
lhe são mais próximos. O mapa da visão, por seu lado, possibilita a uma grande quantidade de
pessoas contribuirem com as suas idéias.
MAPAS ADICIONAIS E INDICAÇÕES ÚTEIS DO FACILITADOR
O Perfil Individual de Tom Miller ilustra a maior parte dos mapas fundamentais para o
estabelecimento de um Perfil. Inclui ainda um mapa opcional, o Mapa da Comunicação. Os
facilitadores devem desenhar cada processo de Perfil Individual, optando por usar os mapas
que disponibilizem mais informações.
As indicações do facilitador que a seguir se apresentam relacionam-se com o uso de
mapas adicionais.
MAPA DOS ANTECEDENTES
MAPA FUNDAMENTAL- MAPA DOS ANTECEDENTES:
O objetivo do mapa dos antecedentes é compreender a experiência de vida da pessoa
deficiente e a da sua família.
O mapa dos antecedentes poderá trazer à luz do dia experiências positivas do passado
que devam ser aproveitadas.
Este mapa proporciona ainda a oportunidade de avaliar traumas, perdas e desgostos
por que a pessoa passou assim como apreciar os sucessos obtidos.
INDICAÇÕES ÚTEIS:
1. Identifique quando e onde a pessoa nasceu.
Identifique os locais onde a pessoa viveu anteriormente e destaque as mudanças ou os marcos
mais importantes na vida da pessoa.
2. Indique a vermelho os padrões que se encontram em crise e os problemas por que a
pessoa passou. A verde, registre as experiências positivas.
PROJETO HORIZONTE
65
3. Sintetize as oportunidades tidas no passado e que podem agora ser "agarradas".
MAPA DAS ESCOLHAS
MAPA OPCIONAL- MAPA DAS ESCOLHAS:
Este mapa ajuda a ilustrar tanto a autonomia pessoal como as necessidades de
assistência. Este mapa poderá nos ajudar a compreender o nível de controle que a pessoa
deficiente tem sobre as decisões tomadas sobre a sua vida em comparação com o nível das
decisões tomadas por outras pessoas sobre essa mesma vida.
INDICAÇÕES ÚTEIS:
1. Indique quais são as oportunidades de escolha da pessoa deficiente em coisas como:
um local para morar, colegas de quarto, trabalho, dinheiro, etc.
2. Indique também as oportunidades de escolha da pessoa quanto a decisões sobre o
seu dia a dia: vestir-se, arranjar-se e preparação de refeições.
3. Tome atenção às oportunidades em que é possível transferir as decisões tomadas
pelos outros para a pessoa deficiente.
MAPA DE SAÚDE
MAPA OPCIONAL- MAPA DE SAÚDE:
O objetivo do Mapa de Saúde é descrever as condições que promovem ou ameaçam a
saúde da pessoa deficiente.
Este é um bom mapa para desenvolver quando as pessoas têm problemas de saúde
complicados, terapias ou seguem uma medicamentação que deve ser considerada no
desenvolvimento da Planificação.
INDICAÇÕES ÚTEIS:
1. Registre as condições e os indicadores de uma saúde sem problemas usando a cor
verde e os sintomas ou problemas de saúde a vermelho.
2. Registre necessidades de cuidados físicos especiais, o equipamento necessário e as
rotinas de saúde e questões relacionadas com dietas ou exercícios.
PROJETO HORIZONTE
66
MAPA DE DIGNIDADE
MAPA OPCIONAL- MAPA DE DIGNIDADE:
O objetivo do Mapa de Dignidade é identificar as características específicas da pessoa
deficiente que criam obstáculos à sua aceitação pela comunidade e que podem levar a que as
outras pessoas a rejeitem. Em comparação, identificar as características pessoais positivas que
ajudam a pessoa deficiente a obter o respeito dos outros e a estabelecer relações.
Este é um mapa muito útil quando as pessoas têm características e comportamentos
complexos que colocam dificuldades às outras pessoas.
INDICAÇÕES ÚTEIS:
1. Registre de verde as características e papeis desempenhados pela pessoa deficiente
que são dignas do respeito das outras pessoas. Referimo-nos a qualidades e características que
as outras pessoas admiram, valorizam e apreciam.
2. Registre os comportamentos estranhos ou fora do comum que podem levar à
rejeição ou ostracização pelas pessoas que têm um certo peso na comunidade.
3. Registre com clareza a frequência e o contexto em que estes comportamentos
ocorrem.
MAPA DE CASA OU DO TRABALHO
MAPA OPCIONAL- MAPA DE CASA OU DO TRABALHO:
O objetivo do Mapa de Casa ou do Trabalho é explorar mais pormenorizadamente as
condições que no local de trabalho ou em casa funcionam e as que não funcionam.
É um mapa bastante útil quando as pessoas se sentem frustradas com a sua vida ou
com o seu emprego. Ajuda-nos quando queremos compreender mais coisas acerca das
condições específicas que podem ser úteis ou magoar a pesoa deficiente.
O Mapa de Casa pode ser particularmente útil quando trabalhamos com a família.
INDICAÇÕES ÚTEIS:
1. Quando descrever a casa em que a pessoa deficiente habita, descreva as condições
do espaço físico, os colegas de quarto, os padrões de atendimento dos funcionários, as
PROJETO HORIZONTE
67
dinâmicas familiares, etc.
2. Quando descrever as condições de trabalho indique as condições ambientais, as
tarefas e os deveres profissionais, os colegas de trabalho, o salário, a regularidade dos
pagamentos, a eficácia dos apoios aos desempenhos laborais, etc.
MAPA DAS ROTINAS DIÁRIAS
MAPA OPCIONAL- MAPA DAS ROTINAS DIÁRIAS
O objetivo do Mapa das Rotinas Diárias é descrever pormenorizadamente o horário
diário a fim de encontrar oportunidades para se desenvolver atividades com significado na
vida da comunidade.
Uma análise detalhada das rotinas diárias ajuda a trazer à luz do dia as lacunas, os
momentos de depressão, aborrecimento, frustração e o tempo que a pessoa deficiente passa
num ambiente segregado. Todos estes aspectos podem ser reorganizados a fim de integrar
atividades e prestações individuais que tenham real significado.
Este é um mapa bastante útil quando as pessoas têm comportamentos complexos ou
quando vivem em instituições de segregação, como certos ambientes institucionais na qual as
pessoas dispõem de poucas oportunidades para fazerem coisas em que se sintam
verdadeiramente estimuladas.
INDICAÇÕES ÚTEIS:
1. Faça os registros no mapa começando pela hora em que habitualmente se faz o
despertar matinal, registre o dia a dia típico da pessoa com intervalos de 5 a 15 minutos.
2. Descreva o nível de assistência pessoal necessária para apoiar a pessoa a realizar
cada um dos aspectos pontuais da sua vida diária.
3. Registre a verde os tempos e as atividades em que a pessoa obtem maior sucesso.
Registre a vermelho os tempos e as atividades em que a pessoa obtem menor sucesso.
MAPAS OPCIONAIS ADICIONAIS
COMPREENDER E DESCREVER PESSOAS: INVENTANDO NOVOS CAMINHOS
Descobrimos que algumas pessoas precisam de percorrer outros caminhos quando têm
por tarefa compreender e descrever as características das pessoas e os desafios que enfrentam.
Por conseguinte, os elementos envolvidos na Planificação dos Futuros Pessoais
68
desenvolvem novos mapas e revêem os já existentes de forma a apoiar aquelas pessoas a
PROJETO HORIZONTE
adquirirem uma noção mais clara dos vários aspectos da vida de uma pessoa deficiente.
O mapa de comunicação que a seguir apresentamos foi criado com o auxílio de Kathy
McNulty e do pessoal do Helen Keller National Center.
UM MAPA OPCIONAL:
DESCRIÇÃO DAS CAPACIDADES COMUNICATIVAS
O objetivo do Mapa de Comunicação é descrever o conhecimento coletivo no que
respeita às capacidades de recepção de informação e de expressão da pessoa deficiente.
Existem centenas de variáveis, umas claras e outras mais sutis, que exprimem uma
descrição exata das capacidades comunicativas de cada pessoa com deficiências sensoriais.
As questões que a seguir se colocam servem apenas de guia para uma discussão sobre
uma quantidade imensa de pormenores finos e fundamentais para a compreensão da história
pessoal, dos hábitos a nível da comunicação receptiva, das capacidades comunicativas a nível
da expressão e dos apoios e pistas ambientais da pessoa deficiente.
Esta descrição deve igualmente incluir o melhor do que sabemos sobre o modo como a
pessoa com deficiências sensoriais estabelece relações com os outros.
MAPA DE COMUNICAÇÃO
Use o quadro seguinte para sintetizar o que já se sabe sobre os apoios que funcionam e
os que não funcionam quanto à eficácia da comunicação entre a pessoa deficiente e os outros.
Tenha em conta as questões relacionadas com a história da pessoa, a comunicação receptiva, a
comunicação expressiva, os apoios ambientais e o estabelecimento de relações sociais.
O QUE FUNCIONA*
O QUE NÃO FUNCIONA*
*leia as questões que a seguir colocamos para se inspirar nas respostas a estas duas
perguntas fundamentais: "o que funciona?" e "o que não funciona?"
PROJETO HORIZONTE
69
HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO
A pessoa é cega ou surda desde que nasceu?
Ou, pelo contrário, perdeu a visão ou a audição mais tarde?
Qual foi a experiência de vida da pessoa antes de perder as capacidades da visão ou a
da audição?
De um modo geral, quais são as capacidades cognitivas e linguísticas da pessoa e qual é o seu
principal modo de comunicação?
COMUNICAÇÃO RECEPTIVA
O modo usado pela pessoa para receber informação.
Ela é capaz de:
Ouvir? Quanto, a que intensidade? De que sons (pistas) ambientais consegue
aperceber (por exemplo, campaínhas, portas que se abrem, o som dos passos, etc)?
Ler material escrito? Qual será o tamanho de letra mais indicado?
Ler Braile? Qual o tamanho e intensidade do relevo indicados?
Fazer leitura labial? A que distância deverá estar da pessoa com quem comunica?
Perceber Língua de Sinais? Se sim, qual a estrutura dos gestos apresentados?
Identificar imagens ou símbolos usando a visão ou o tato?
Agarrar, dar, receber ou apontar objetos para comunicar as suas necessidades?
Como é que podemos avaliar aquilo que a pessoa compreende? Podemos colocar
perguntas para avaliar a sua compreensão? Podemos confiar num simples abanar de cabeça,
para dizer sim ou não?
COMUNICAÇÃO EXPRESSIVA
Como é que a pessoa expressa as suas necessidades, os seus sentimentos, desejos e
ordens?
Ela é capaz de:
Falar, fazer sons? Que é que os diferentes sons e entoações significam?
Fazer gestos, convencionados ou não? Será que a pessoa generaliza o uso de um gesto
para expressar uma grande número de coisas diferentes? Que diferenças regionais existem na
língua de sinais do país? Quais são os gestos privados que a pessoa usa? Quem é que os
compreende?
70
Usar imagens, apontar e segurar objetos ou usar o tacto para comunicar as suas
PROJETO HORIZONTE
necessidades?
Usar a mímica ou o jogo dramático para expressar as suas necessidades e desejos?
Usar linguagem corporal, gestos naturais e expressão facial?
Usar os seus comportamentos para se expressar sobre o que gosta, o que não gosta,
os seus medos, dores, necessidades e desejos?
Tocar, andar ou usar os gestos para expressar as suas necessidades?
Transformar as suas rotinas para expressar as suas necessidades (por exemplo, não se
levantar da cama)?
PISTAS E APOIOS AMBIENTAIS
É necessária a presença de um intérprete? Que capacidades e desempenhos o
intérprete necessita de ter? A que distância deve estar o intérprete?
O intérprete deve estar em frente da pessoa deficiente ou à sua volta?
Qual o grau de luminosidade necessária?
Quais são as cores de fundo que podem reduzir o encadeamento provocado pela luz?
Quais são os pontos de referência ambientais capazes de fornecerem pistas? Quais
desses pontos de referência é que são permanentes (por exemplo, iluminação fixa, mobília)? E
quais são os pontos de referência que não o são (por exemplo, cheiros, sinais de movimento e
de atividade)?
Que se pode esperar de um determinado local (por exemplo, cozinha, casa de banho,
quarto)?
De que modo é que os cheiros das pessoas (perfume, loções, cheiro a cigarro e outros)
ou os sons provocados pelas jóias que usem, o comprimento das unhas, etc, incomodarão ou
serão úteis à pessoa deficiente?
CONTATAR COM AS PESSOAS E ESTABELECER RELAÇÕES SOCIAIS
Que sabemos nós sobre a maneira mais eficaz para entrar em contato com uma pessoa
deficiente?
1. Qual é a melhor maneira de entrar em contato pela primeira vez com uma pessoa?
Cada pessoa tem a sua maneira própria de, num processo de comunicação, criar intimidades,
dar permissões e sentir-se segura. Quais são essas maneiras? As coisas que devemos ter em
consideração incluem:
PROJETO HORIZONTE
71
- toque delicadamente no ombro ou na mão da pessoa.
- não interrompa a pessoa se ela está a conversando com outras.
- diga imediatamente quem você é e quem mais terá entrado na sala.
- fale ou gestualize diretamente para a pessoa.
- descubra outras maneiras de comunicar com a pessoa sem ser apenas para dar
ordens.
- relacione-se, não esteja apenas a ensinando coisas. As emoções, tais como o humor,
sarcasmo, etc, expressam a disposição de uma pessoa.
- descubra quem é que melhor conhece a pessoa deficiente e observe-as a conversar.
2. Dê tempo para a pessoa deficiente processar a informação. Por exemplo:
- fique com a sua mão onde ela colocar até que a pessoa perceba quem você é.
- repare e observe os outros para saber qual é o modo de comunicação mais eficaz.
- seja cuidadoso na forma como toca na pessoa. Tem as mãos frias? Sente que as suas
mãos transmitem ansiedade ou irritação?
3. Tome atenção às entradas e saídas de outras pessoas. Por exemplo:
- deixe que a pessoa saiba que alguém mais entrou na sala e que essa pessoa passou a
ouvir as coisas que se estão dizendo.
4. Saiba quando é que a pessoa deficiente é mais receptiva. Por exemplo:
- talvez a hora da refeição não seja o melhor momento para se conversar.
- talvez haja "momentos de intimidade" em que a pessoa está mais atenta.
- talvez seja melhor comunicar durante o desempenho de certas funções.
5. Acima de tudo, pense na pessoa como pensa em si próprio. Que é que a faz sentir-se
respeitada, tratada com cortesia e simpatia? Pense noutros gestos naturais que podiam ter
significado para si se fosse você a pessoa deficiente. Ponha-se na pele dela.
1-COMO É QUE DESCREVEMOS AS PESSOAS?
2-COMO É QUE PENSAMOS E ENCARAMOS O FUTURO?
3-QUEM É QUE TOMA AS DECISõES? QUEM É QUE MANDA?
4-em que aspectos da comunidade é que acreditamos ?
5-qual é a confiança que depositamos nos Serviços?
PARTINDO DA ABORDAGEM CENTRADA NO SISTEMA
1-DEFICIÊNCIAS
2-PROGRAMAS DE SEGREGAÇÃO
3-CONTROLE PROFISSIONAL
4-REJEIÇÃO PELA COMUNIDADE
PROJETO HORIZONTE
72
5-SERVIÇOS INEFICAZES
1-PREOCUPA-SE COM OS TALENTOS, CAPACIDADES, DESEJOS E SONHOS.
2-PLANEJE UM FUTURO RICO QUANTO AO ENVOLVIMENTO NA VIDA
COMUNITÁRIA
3-APOIA ÀS DECISÕES TOMADAS PELA PESSOA E PELA COMUNIDADE
4-CRIA RELAÇÕES SOCIAIS NA COMUNIDADE E PROMOVE A SUA ACEITAÇÃO
5-ADAPTA E TRANSFORMA OS SERVIÇOSSERVIÇOS CAPAZES DE DAR
RESPOSTAS MOUNT, 1988
MAGENS DO FUTURO DE TOM MILLER
ESCOLA:
AMIGOS
-ESCOLA SECUNDÁRIA PERTO DA RESIDÊNCIA DE TOM
-ESTAR COM JOVENS DA SUA IDADE E TAMANHO
-FAZER EXERCÍCIO FÍSICO, GINÁSTICA NUM GINÁSIO, IR NA PISCINA
-TER UM PAPEL NAS EQUIPES DE FUTEBOL E DE BASQUETEBOL
-TER COMO AMIGOS OUTROS ESTUDANTES
-TER UM DIA REPLETO
-BOA EDUCAÇÃO:
-APRENDER A:
-REALIZAR ATIVIDADES DA VIDA DOMÉSTICA
-TRABALHAR SOBRE/COM COMPUTADORES
-OCUPAR OS SEUS TEMPOS LIVRES
-TREINO VOCACIONAL
-INTÉRPRETE UM PARA UM
-CONSISTÊNCIA
-VIDA ATIVA, E NÃO ABORRECIDA
VIDA COMUNITÁRIA:
-MEMBRO DE UM CLUBE DESPORTIVO OU DE UM HEALTH CLUB
-VIDA FAMILIAR: APOIA A FAMÍLIA QUANDO HÁ VISITAS, VAI AOS JANTARES,
VAI À PISCINA, OU À LAVANDARIA UMA VEZ POR MÊS
-VAI JANTAR FORA, VAI À IGREJA
-TEMPOS LIVRES: ATIVO, ATIVIDADES FÍSICAS:
73
PROJETO HORIZONTE
ANDAR A PÉ
NATAÇÃO
EQUITAÇÃO
JOGO DE BOLICHE
FAZER COMPRAS
IR AO CENTRO COMERCIAL
-EXPLORAÇÃO DAS CAPACIDADES ARTÍSTICAS
DESENHAR, PINTAR, MOLDAR COM GESSO, EXPLORAR DIFERENTES MEIOS DE
EXPRESSÃO
-EXPLORAÇÃO VOCACIONAL
LAVAGEM DE CARROS, LAVAGEM DE LOUÇA, ELECTRICIDADE, MONTAGEM
DE PEÇAS
-A SUA CASA...
...ESTANDO
PERTO
DE
UM
JARDIM,
DO
CENTRO
COMERCIAL,
DE
RESTAURANTES, DO BOLICHE, DA PISCINA,
...TENDO UM QUINTAL,
...TENDO ALGUÉM QUE ELE CONHEÇA COMO COMPANHEIRO DE QUARTO, O
WALTER, POR EXEMPLO,
...ESTANDO PERTO DA FAMÍLIA, MESMO NÃO SENDOAO LADO DA SUA CASA.
-DESEMPENHOS DOMÉSTICOS:
COZINHAR
LAVAR A ROUPA
COMPRAS DE MERCEARIA
MAIS IMAGENS SOBRE DO FUTURO DE TOM
TOM:
ESCOLA:
EXPERIÊNCIA E TREINO VOCACIONAL
EXPERIÊNCIAS VOCACIONAIS:
-COMPUTADORES
-EXPERIÊNCIAS MUITO ESTIMULANTES
-MONTAGEM DE PEÇAS
INSTALAÇÃO DE PÁRA-BRISAS
-MONTAGEM DE ALARMES OU DE DETECTORES DE FUMO
-LAVAGEM DE CARROS
PROJETO HORIZONTE
74
-TRABALHO CONCESSIONADO
-TRABALHO EM ARTIGOS ELECTRÓNICOS, COMO TELEVISÕES, ETC
COMUNIDADE E RELAÇÕES SOCIAIS
-FAZER AMIZADES
-PAPEL NUMA EQUIPE DESPORTIVA
-ENVOLVIMENTO FAMILIAR ATIVO
-IR AOS BAILES ORGANIZADOS PELA COMUNIDADE
-DESEMPENHO DE CAPACIDADES RELACIONAIS
-ARRISCAR A REJEIÇÃO
LOCAIS DE COLOCAÇÃO:
-ESCOLA SECUNDÁRIA DE OFÍCIOS
-ESCOLA SECUNDÁRIA BALLARD
-ESCOLA VOCACIONAL LYDON
CHAVES PARA O SUCESSO:
-COMUNICAÇÃO CONSTANTE
-INTÉRPRETE UM PARA UM
-CONSISTÊNCIA,PREVISIBILIDADE MAS SEM SER ABORRECIDA
-ESTAR COM JOVENS DA SUA IDADE E TAMANHO
-UMA TRANSIÇÃO BEM PLANEJADA
-PESSOAS QUE O TOM CONHEÇA E DE QUEM GOSTE
-TREINO DE ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE
-VASTO ENTENDIMENTO DOS SEUS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
VALORES
-RELAÇÕES SOCIAIS
-LOCAIS
-CONTRIBUIÇÕES
-ESCOLHAS
-DIGNIDADE E RESPEITO
IR AO ENCONTRO DAS PESSOAS
INSTRUMENTO
MAPA DE RELAÇÕES SOCIAIS
2. VIDA +À PROCURA DE PISTAS E À DESCOBERTA DE MODELOS DA EXPERIÊNCIA DE
VIDA
INSTRUMENTO
PROJETO HORIZONTE
PERFIL PESSOAL
3. DESENVOLVENDO UM CENTRO DE INTERESSE PARA ONDE QUEREMOS IR
INSTRUMENTO
CRIANDO UMA VISÃO
4. SER ATIVO TENTANDO FAZER COISAS E TRABALHANDO EM CONJUNTO
INSTRUMENTO
RESOLUÇÃO INTERATIVA DE PROBLEMAS
5. EXPLORANDO A COMUNIDADE
INSTRUMENTO
MAPA DA COMUNIDADE
6. DESENVOLVENDO APOIOS DE UM SISTEMA CONSTRUTIVO
INSTRUMENTO
PLATAFORMAS PARA A MUDANÇA
AMIGOS
FAMÍLIA
PESSOAS PAGAS PARA PRESTAR SERVIÇOS
QUADROS FUNDAMENTAIS
MAPA DE RELAÇÕES SOCIAIS
AMIGOS
FAMÍLIA
PESSOAS PAGAS PARA PRESTAR SERVIÇOS
MAPA DE LOCAIS
VIDA COMUNITÁRIA
MUNDO DOS SERVIÇOS DE RECURSOS HUMANOS
ANTECEDENTES
NASCIMENTO
ATUALMENTE
PREFERÊNCIAS PESSOAIS
O QUE PODE FUNCIONAR
O QUE NÃO FUNCIONA
SONHOS ESPERANÇAS E RECEIOS
SONHOS E ESPERANÇAS
RECEIOS OU PESADELOS
QUADROS DE OPÇÃO
MAPA DE ESCOLHAS
75
76
PROJETO HORIZONTE
FEITAS PELA PESSOA
FEITAS POR OUTRAS PESSOAS
MAPA DE SAÚDE
CONDIÇÕES QUE CONDUZEM A UMA BOA SAÚDE
CONDIÇÕES QUE CONDUZEM A PROBLEMAS DE SAÚDE
MAPA DE ESTIMA
CARACTERÍSTICAS POSITIVAS
QUALIDADES QUE FREQÜENTEMENTE CONDUZEM À REJEIÇÃO
MAPA DE CASA OU DO TRABALHO
COMUNICAÇÃO
O QUE FUNCIONA
O QUE NÃO FUNCIONA
ROTINA DIÁRIA
7:30-7:45
7:45-8:00
UM FUTURO POSITIVO PARA JANE
JANE DAQUI A QUATRO ANOS
NUM EMPREGO:
TRABALHOS PAGOS= DINHEIRO
TRABALHO NUMA LINHA DE MONTAGEM
TRABALHO RELACIONADO COM ROUPAS
RELACIONAR-SE COM ADULTOS (MULHERES)
TRABALHO NUMA LIVRARIA
ARMAZENAMENTO
DE
LIVROS,
REABASTECIMETNO
DAS
ESTANTES
E
COLOCAÇÃO DE BOLSAS DE PLÁSTICO NOS LIVROS
TRABALHO NUM ESCRITÓRIO
UMA ASSISTENTE COM UM PROGRAMA DE CUIDADOS DIÁRIOS
EM CASA:
VIVER NA SUA CASA ATUAL COM AJUDA SE ALGUMA COISA ACONTECER A
NANCY
-APRENDER MAIS ALGUNS DESEMPENHOS DOMÉSTICOS
PROJETO HORIZONTE
77
-SER CAPAZ DE FAZER ESCOLHAS E DE SER AUTÓNOMA EM CASA
-TER AJUDA E ORIENTAÇÃO NA APRENDIZAGEM DE NOVOS DESEMPENHOS E
EM SABER ESTAR COM PESSOAS
TEMPOS LIVRES:
SAIR E FAZER COISAS
LOJAS
COMPRAS
SER ANFITRIÃ
FESTAS
DANÇAR
AMIGOS:
A ASSISTENTE LEGAL
PARES DA MESMA IDADE SEM DEFICIÊNCIAS
PESSOAS COM QUEM SE PODE DIVERTIR
UM FUTURO POSITIVO PARA LILA
EM CASA
-UM LUGAR NA QUAL LILA POSSA DESCANSAR E TER LIBERDADE DE
MOVIMENTOS E SER ELA PRÓPRIA!
-UM QUINTAL COM:
FLORES PARA CHEIRAR
UM BALANÇO
UM JARDIM
PERTO DUMA PISCINA
-UM DUPLEX COM PESSOAL QUE PARTILHE A VIDA DOMÉSTICA, VIZINHOS
QUE APOIEM NAS FOLGAS
-PESSOAL QUE:
SAIBA LINGUA DE SINAIS
SEJA FLEXÍVEL
SEJA EMPENHADO
SEJA ATIVO NO QUE RESPEITA A:
NATAÇÃO
CAMINHADAS
ANDAR DE SKATE
MEIO AMBIENTE
-INTIMO, CONFORTÁVEL
PROJETO HORIZONTE
-BOA COMIDA QUE LILA POSSA ARRANJAR
-COLCHÃO DE ÁGUA COM UM ALARME DE VIBRAÇÃO
-COM CHEIROS INTERESSANTES
-COM UM UMA SALA DE VISITAS PARA A FAMÍLIA E OS AMIGOS
-COM UMA CADEIRA DE BALANÇO
-COM MÚSICA BEM ALTA
AMBIENTE MODIFICADO COM PISTAS VISUAIS
-TAPETES, MOBÍLIA E ALMOFADAS MACIAS
-LETRAS E SÍMBOLOS AUMENTADOS
-ARMÁRIOS BAIXOS E UM MICRO-ONDAS
-ABUNDÂNCIA DE TEXTURAS
-UMA CAMPAINHA DE CHAMADA
UMA PESSOA QUE PERCEBA DE MODICIAÇÕES AMBIENTAIS
NO TRABALHO
-OPORTUNIDADES DE MOVIMENTAÇÃO E MARCHA
MAIS VARIEDADE
LAVANDARIA
EMBALAMENTO
-LOCAIS COMO:
HOSPITAL
ETC.
EXPERIÊNCIA NA VIDA DA COMUNIDADE
-PASSATEMPOS:
BARRO TAMBORES PINTURA
-VIAGENS AO ZOO JARDINS LOCAIS DA COMUNIDADE
-CENTRO COMERCIAL
RINQUE DE PATINAGEM
CONCERTOS
-COMPRAS
-AMIGOS
DA SUA IDADE
-OPÇÕES PARA AS SUAS ROTINAS
EXERCÍCIOS
ASPIRAR A CASA
LIMPAR O PÓ
78
PROJETO HORIZONTE
79
LAVANDARIA
ETAPA 1: DESCREVER O QUE SIGNIFICA REVISÃO DO PERFIL
REVISÃO DO PERFIL INDIVIDUAL
DESCRIÇÃO DAS TENDÊNCIAS NO MEIO AMBIENTE
TENDÊNCIAS QUE NOS SÃO FAVORÁVEIS
TENDÊNCIAS QUE NÃO NOS SÃO FAVORÁVEIS
ETAPA 2: IMAGENS DO FUTURO
UM FUTURO POSITIVO PARA...
ETAPA 3: ESTRATÉGIAS
"BRAINSTORM"
ETAPA 5: PRIORIDADES E COMPROMISSOS
PONTO DE PARTIDA
1.
2.
3.
4.
5.
ETAPA 6: MARCAÇÃO DA PRÓXIMA REUNIÃO
OUTUBRO 19
15:30 H
ETAPAS OPCIONAIS
ETAPA 4: OBSTÁCULOS E OPORTUNIDADES
ETAPA 7: QUESTÕES RELACIONADAS COM A MUDANÇA DAS ORGANIZAÇÕES E
DOS SISTEMAS
SONHO COMUM
FACILITADOR, GUARDIÃO DOS VALORES
MENTOR, BENFEITOR
ADMINISTRATIVO ALIADO
SOLDADO
PROFESSOR
CONSTRUTOR CIVIL DA LOCALIDADE
PESSOAL DOMÉSTICO
EQUIPE AMIGA:
FAMÍLIA, AMIGOS, NAMORADOS, PESOAS QUE SE PREOCUPAM
COLABORADOR PESSOAL
PROJETO HORIZONTE
CONSELHEIRO ESPIRITUAL
PESSOA COM ESPERANÇA
O QUE FIZEMOS?
NOVAS ESTRATÉGIAS
COMPROMISSOS
DATA DA NOVA REUNIÃO
80

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