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Paralisia Facial e a Reabilitação
Autora: Marinês da Silva (FCSGN)**
Autora: Marisane da Silva (FCSGN)*
Coautor: Juliano Ciebre Dos Santos (FCSGN)*
Resumo: A paralisia facial é a perda temporária ou permanente da sensibilidade, à mesma pode
acometer pessoas de todas as idades, sendo frequente na prática médica diária e podendo causar
alterações emocionais, sociais e profissionais, devido às sequelas existentes. O referido artigo
visa mostrar as causas mais frequentes, diagnóstico e tratamento para auxiliar dessa forma
pessoas com paralisia facial, para que se possa, assim, prevenir as sequelas causadas pela
doença. A metodologia utilizada na realização deste artigo foi através de levantamentos de
dados, pesquisas bibliográficas, conversas informais com um aluno portador de paralisia facial.
O trabalho foi desenvolvido através de levantamentos de dados, pesquisas bibliográficas de
materiais sobre paralisia facial, conversas informais com um aluno portador de paralisia facial.
Posteriormente os dados coletados foram elaborados em forma de artigo.
Palavras-chave: Paralisia Facial; Sintomas; Tratamento.
1. INTRODUÇÃO
Segundo TRABER, (2000) , paralisia é a perda temporária ou permanente da sensibilidade, ou
perda da capacidade de mover ou controlar os movimentos. Ou ainda a suspensão temporária
ou perda permanente da função, sobretudo a perda da sensação ou do movimento involuntário.
Qualquer movimento voluntário depende de dois tipos de neurónios motores: neurónios
motores superiores (que se originam no córtex motor, evoluindo através do troco cerebral e
terminando no corno anterior da medula espinal) e inferiores (que se originam nas células do
*
Marinês da Silva, Licenciada em Normal Superior/Série Iniciais do Ensino Fundamental, pela Faculdade
Educacional da Lapa (FAEL, Lapa PR, 2009), Pós Graduada em Neuropsicopedagogia, pelo Instituto Leonardo
da Vinci (UNIASSELVI, Indaial- SC, 2013). Atualmente docente na Escola Estadual Chapeuzinho Vermelho,
Terra Nova do Norte-MT, Rua São João, nº 266, Bairro: Centro. CEP: 78505-000. Email:
[email protected]. Outubro de 2013.
*
Marisane da silva, Licenciada em Pedagogia pelo Instituo Leonardo da Vinci (UNIASSELVI, Indaial- SC, 2013),
aluna do Curso de Educação Especial, pela Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte-MT. Email:
[email protected] de 2013.
*
Juliano Ciebre dos Santos, Licenciado em Informática pela Fundação Santo André (FSA, Santo André-SP, 2004),
Especialista em Informática aplicada à Educação e Mestre em Educação Desenvolvimento e Tecnologias pela
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS, São Leopoldo-RS, 2008). Atualmente docente do ensino
superior na Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte-MT, Rua Jequitibá, nº 40, Jardim Aeroporto.
CEP.: 78520-000. E-mail: [email protected]. outubro de 2013.
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corno anterior e avançam até ao músculo. Se essas últimas estruturas são destruídas, o músculo
perde o tónus, começa a atrofiar e demonstra reacções de degeneração.
A flacidez e a ausência da reflexos musculares revelam a perda de tónus. Se o neurónio motor
superior está paralisado, o paciente ficará igualmente incapaz de mover a parte afectada, mas o
neurónio inferior intacto pode permitir que outros centros motores actuem no músculo. Além
disso, o tónus fica aumentado, não ocorre reacções de degeneração, nem atrofia, excepto a
causada pelo desuso. Podem ocorrer os chamados reflexos patológicos, além de aumento dos
reflexos normais.
As paralisias podem ser classificadas em:

Paralisia espástica, quando se devem a uma lesão do neurónio motor;

Paralisia flácida, quando se devem a uma lesão do neurónio motor inferior;
Esse artigo se justifica pelo fato de oferecer uma contribuição para melhor entendimento do que
venha a ser a paralisia facial , busca informar o que é a paralisia, sintomas e tratamento .
A metodologia utilizada na realização deste artigo foi através de levantamentos de dados,
pesquisas bibliográficas, conversas informais com um aluno portador de paralisia facial.
Posteriormente os dados coletados foram elaborados em forma de artigo.
2. PARALISIA FACIAL
É a perda temporária ou permanente da sensibilidade, ou perda da capacidade de
mover ou controlar os movimentos. Ou ainda a suspensão temporária ou perda
permanente da função, sobre tudo a perda da sensação ou do movimento involuntário.
(TRABER, 2000, p.357).
2.1 Incidência
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), num ano ocorrem cerca de 14 a 25 casos de
Paralisia Facial em cada 100.000 habitantes. No entanto este número tende a aumentar com a
idade, apresentando maior incidência no sexo masculino a partir dos 50 anos, assim como, no
sexo feminino entre os 10 e os 20 anos.O quadro desta Patologia é frequentemente associado a
situações especiais, como gravidez, diabetes, etc.
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3. SINAIS E SINTOMAS MAIS COMUNS DE PARALISIA FACIAL
3.1 Sinais

Abolição das pregas frontais;

Afundamento da parte interna das Sobrancelhas;

Sinal de Charles de Bell (incapacidade de oclusão do olho) na hemiface afectada;

Desvio do Nariz, Boca e Língua para o lado não afectado;

O Sulco Nasogeniano (vai desde o nariz até ao canto da boca) encontra-se abolido, assim
como o Sulco Nasolabial;

Apagamento da Comissura labial;

Bochecha pendente “ em saco “;

Ptose da Pálpebra Superior e Inferior;

Os ⅔ anteriores da língua ficam com a sensação gustativa abolida;
3.2 Sintomas
De acordo com a fisioterapeuta Marcelle Pinheiro, os sintomas da paralisia facial: Incluem a
sensação de dormência ou, sensação de pressão ou edema da hemiface afectad: Boca torta, que
é mais evidente quando o indivíduo sorri; Boca seca; Falta de expressão num dos lados da face;
Incapacidade de fechar completamente um dos olhos, de levantar uma das sobrancelhas e de
franzir a testa; Dor de cabeça; Dor na mandíbula; Aumento da sensibilidade do som num dos
ouvidos. Estes sintomas tendem a regredir em 3 semanas com tratamento adequado.
4. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
4.1 Diagnóstico
Para que haja um diagnostico preciso o médico deve descartar qualquer distúrbio que não esta
associado a patologia através da história do paciente e da análise dos resultados de estudos
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radiográficos, de uma Tomografia Axial Computorizada (TAC) ou de uma Ressonância
Magnética (RM). Não tem testes ou exames específicos para a detecção da Paralisia Periférica
.
O paciente também deve passar por uma fisioterapeuta para fazer uma avaliação e em parceria
com o médico realizar um tratamento mais eficaz, em cada caso. O tratamento das Paralisias
Faciais pode incluir massagens, Electroterapia;Reeducação dos Músculos da Face;Método de
Kabat;Estimulação com Gelo;Exercícios Faciais;
4.2 Tratamento
De acordo com a fisioterapeuta Marcelle Pinheiro, a fisioterapia deve seguir linhas de condutas,
pois o tratamento deve ser adequado a cada paciente, e ao estado em que se encontra, cada ser
é único e singular, e devido ás diferenças existentes entre os indivíduos (desde diferenças
anatómicas, fisiológicas, biomecânicas, etc.) o mesmo tratamento pode não ter o mesmo
resultado em pacientes diferentes.
O tratamento deverá ser adaptado e personalizado em função do Deficit e da Colaboração do
paciente. O Nervo Facial é um nervo misto sob a dependência de um sistema voluntário e
automático-reflexo que pode levar muito tempo a recuperar.O tratamento pode durar de 15 dias
a 3 semanas, nas Paralisias Faciais pouco severas, até 4 anos, nas formas mais graves
(Neurinoma do VIII ou VII nervo Craniano).
Nas crianças, os exercícios serão praticados sob a forma de jogos com indicações
indispensáveis. Nos doentes que estão motivados é bastante importante educá-los, quanto aos
recém-nascidos quem tem que ser educado, são os pais.
Segundo a mesma o tratamento das paralisias faciais pode incluir:

Drenagem Linfática:
Se há Ptose da Pálpebra inferior com edema ou se há edema Pós-cirúrgico, um hematoma Póscicatricial ou traumático é necessário utilizar a drenagem linfática.
 Massagem dos Pontos Centrais:
Fazer uma massagem bastante suave começando pelo “ ponto central “ ao nível da Fronte (perto
da raiz das sobrancelhas).
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Ao mesmo tempo massajar um ponto situado ± no terço anterior, linha mediana, do couro
cabeludo (zona que apresenta um plano diferente, facilmente notado ao tacto).
Massajar bem estes pontos em fricções circulares, no sentido dos ponteiros de um relógio, e
terminar com manobras de mobilizações do Couro Cabeludo. Ao nível da Face propriamente
dita, as manobras devem ser muito leves. Ao nível da fronte, na junção do ângulo temporomaxilar externo e ao nível do nariz fazer uma massagem em forma de “8”.
 Massagem Endobucal:
Esta massagem far-se-á muito suavemente e permitirá verificar as eventuais tetanizações que
podem surgir nos músculos Grande Zigomático, Bucinador, Triangular e Cutâneo do Pescoço.
Se for este o caso, é necessário massajar fortemente estas hipertonias intrabucais e
seguidamente estirar a bochecha progressivamente para baixo e para dentro, para o eixo de
simetria, e mantê-la estirada durante alguns instantes, só depois relaxar a pressão manual
progressivamente.Esta massagem pode ser executada pelo Fisioterapeuta e pelo doente, caso
este faça reeducação em casa, assim sendo:
 Electroterapia:
A electroterapia só será útil na forma periférica das Paralisias Faciais e caso a estimulação
manual não tenha dado resultado.
Correntes Galvânicas;
Correntes Excito-Motoras progressivas de base exponencial;
No entanto, este tipo de técnica de tratamento também está contra-indicada em situações como
a estimulação de músculos desnervados por meio de impulsos de curta duração e de frequências
tetanizantes.As principais vantagens da utilização de Electroterapia neste tipo de tratamentos
são:
Diminuir o grau de atrofia muscular;
Evitar a esclerose parcial do músculo;
Manter a nutrição muscular e facilitar a eliminação dos exsudados, devido à sua influência
trófica;
 Reeducação dos Músculos da Face:
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Esta Reeducação é Longa e Minuciosa, exigindo da parte do doente bastante concentração, uma
aprendizagem constante e, por tudo isto, um controlo enorme em frente ao espelho.Este tipo de
tratamento, deve ser quotidiano e feito 2 vezes por dia (de manhã e à tarde, caso seja possível),
não devendo ter sessões de mais de 15 minutos (na fase inicial).
Previamente à reeducação, a hemiface afectada deve ser aquecida, aplicando-lhe calores
húmidos. A duração desta aplicação varia consoante a fase em que o doente se encontra, assim
sendo, na Fase Flácida deve ser aplicado calor húmido apenas durante 10 minutos, enquanto
que na Fase de Hipertonia não deve passar os 15 minutos. (é necessário ter em conta que o calor
não deve abarcar a região do olho nem do ouvido)
Os movimentos indicados ao doente neste tipo de tratamento, deverão ser executados lenta e
progressivamente na amplitude indicada, como tal deve começar-se por um esboço, seguido de
movimentos na amplitude incompleta e por fim, movimentos na amplitude completa. Estes
exercícios não devem ser executados de forma forçada.
 Método de Kabat:
Este método, também designado de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (P. N. F.),
promove e acelera as respostas dos mecanismos neuromusculares através da Estimulação dos
receptores.
 Facilitação:
Em Biologia, significa aceleração ou promoção de um processo natural, na Reabilitação, visa a
melhoria do movimento e em Fisiologia tenta elevar o estado central de excitação, diminuindo
a resistência ao impulso nervoso nas sinapses. Este impulso prepara o axónio para o próximo
estimulo, visando o aparecimento da acção do músculo. Todas as vezes que se fala em
Facilitação (reabilitação), fala-se em inibição. Quando facilitamos, estamos a estimular, logo,
aumentamos a estimulação, assim sendo, alcança-se a mudança da permeabilidade da
membrana, ocorrendo a despolarização, caso o estímulo seja limiar.Neuromuscular: Este
método utiliza sempre a unidade motora (motoneurónio mais as fibras musculares por ele
enervadas) que trabalha em relação a ser “tudo ou nada”.
 Proprioceptiva:
Usa a estimulação dos receptores proprioceptivos, embora utilize todos os outros receptores.
 Estimulação com Gelo:
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Neste tipo de tratamento podemos obter dois efeitos: o efeito analgésico e o efeito estimulante.
Se quisermos um efeito analgésico fazem-se movimentos circulares lentos sobre uma pequena
área (ventre muscular, ponto doloroso), mas se quisermos um efeito estimulante (facilitar a
actividade muscular) aplica-se o gelo de forma rápida e breve sobre o dermátomo da pele com
a mesma enervação do músculo em questão.
O uso excessivo do gelo é um risco pois pode provocar no paciente queimaduras por gelo, a
aplicação nunca de passar dos 10 minutos.
 Exercícios Faciais
O real valor da Fisioterapia pode não ter sido demonstrado em vários estudos, mas parece ter
efeito benéfico no sentido de evitar deformidades e manter a flexibilidade e a elasticidade
muscular durante o período de paralisia. Exercícios específicos podem ser indicados quando se
observa esboço de movimento da musculatura envolvida. Estes não interferem na velocidade
de recuperação, mas podem melhorar a função. As figuras que se seguem demonstram
exemplos de alguns dos exercícios faciais que podem ser feitos enquanto durar a paralisia.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A face é um grande meio de comunicação não verbal e através dela transmitimos as nossas
emoções, um indivíduo portador de paralisia facial apresentará grande dificuldade em transmitir
suas emoções ao mundo exterior. Muitas vezes a paralisia facial não será tratada apenas na area
da medicina ou fisioterapia, há também necessidades de acompanhamento psicologico pois ela
além de provocar sequelas funcionais também provoca sequelas cosméticas diminuindo a auto
estima do paciente.
Através deste artigo pudemos concluir que existem várias formas de tratamento para a patologia
estudada, como, vários exercícios faciais que podem até mesmo serem realizados em casa e na
escola, para melhoras dos sintomas, e quanto mais cedo tratados melhores são as chances de
recuperação total, principalmente se criança.
Enfim, para amenizar a dor de muitas pessoas portadoras desta patologia realizamos o referido
artigo para compartilhar este conhecimento com outros profissionais, sejam médicos,
fisioterapeutas, psicólogos ou até mesmo professores, para que dessa forma possamos trocar
informações e poder ajudar pessoas que possam ter paralisia facial. Fazendo isso teremos a
tranquilidade de sabermos que estamos contribuindo para a melhoria de alguém.
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REFERENCIAS
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GANTZ, BJ; RUBINSTEIN, JT; GIDLEY, P; WOODWORTH GG: Surgical management of
Bell's palsy. Laryngoscope Aug; 109(8): 1177-88 1999.
PINHEIRO,
MARCELLE.
Paralisia
facial.
http://www.tuasaude.com/paralisia-facial/acesso em 21/10/2013.
Disponível
em:
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