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Boletim Informativo • No 69 • Julho 2006
Regional São Paulo • Biênio 2006 - 2007
REUNIÕES DA SBACV-SP NO PRIMEIRO SEMESTRE DE
2006 APRESENTARAM EXCELENTE NÍVEL CIENTÍFICO
E PARTICIPAÇÃO EXPRESSIVA DOS SÓCIOS
Indice
Editorial
A Medicina e a Revalidação do
Título de Especialista
pág. 02
Fique por Dentro
Curso "Atualização em Cirurgia
Va s c u l a r e E n d o v a s c u l a r Destaques 2006"
pág. 06
Reunião Científica
Confira os trabalhos que serão
apresentados. Data: 27.07.06.
pág. 07
Página 02
Editorial
Diretoria Biênio 2006-2007
A MEDICINA E A REVALIDAÇÃO
DO TÍTULO DE ESPECIALISTA
Dr
alter Castelli Jr
Dr.. V
Valter
Jr..
P residente da SBA
CV
SBACV
CV-- SP
Salta aos nossos olhos o
momento crítico por que passa a
Medicina e os seus profissionais.
Proliferaram-se as Faculdades de
Medicina nesta última década e os
profissionais formados têm cada vez mais
dificuldades de conseguirem adequada
complementação de ensino através da
"Residência Médica" (Pós-graduação
"sensu-latu"), uma vez que estas vagas
são relativamente limitadas e não
crescem proporcionalmente. É fácil
deduzir que as Faculdades são nascentes
de propósitos políticos e financeiros
enquanto as especializações pós graduação tem vínculo com qualidade
de aprendizado. Esta dualidade
paradoxal põe no mercado de trabalho
médico, profissionais que carregam em
seu bojo cada vez mais, inadequada
qualificação. Não temos dúvida que em
poucos anos teremos grandes
dificuldades para a incorporação dos
médicos no mercado de trabalho.
Seguramente a formação médica é a que
mais exige dentre todas as profissões um
maior investimento financeiro e de tempo
por parte daqueles que se enveredam por
este caminho. Tal esforço, muitas vezes,
levado a frente por ideais dignos trarão
grandes impasses a curto prazo diante
da realidade caótica que enfrentamos.
A Organização Mundial de
Saúde apregoa como ideal a proporção
de 1 médico para cada 1000 habitantes.
Na conjuntura atual temos 300.000
médicos no Brasil para uma população
de 180 milhões de habitantes. A relação
já se encontra em 1 médico para cada
600 habitantes. O que esperar de um
futuro breve?
Por outro lado as Entidades
Médicas como o Conselho Federal de
Medicina, a Associação Médica
Brasileira e suas Federadas e as
Associações de Especialidades Médicas
preocupam-se com qualidade médica
também, pois isto representa uma melhor
assistência a saúde da população. É
lícito pensar em atualização médica como
um processo constante e duradouro e há
a necessidade de mensurar e normalizar
isto para que tenhamos a manutenção
de qualidade assistencial médica. No
Brasil, dos 300.000 médicos,
aproximadamente 50% são especialistas
e os outros 50% são médicos que atuam
em diversas áreas como clínicos
generalistas.
A revalidação do Título de
Especialista é praxe tanto na América do
Norte quanto na União Européia. No
Brasil estamos em processo inicial de
introdução da revalidação, assim
chamada Certificação de Atualização
Profissional (CAP). O lema inicial que
norteou este processo foi o de instalar
uma forma de atualização simples e
barata. Não cremos que tenha sido um
dos objetivos criar uma maneira a mais
de onerar financeiramente os médicos.
Ficou definido que este processo
de revalidação ocorrerá a cada 5 anos.
Os médicos que obtiverem seu Título de
Especialista a partir de 2006 necessitarão
se submeter à Certificação de Atualização
Pr o f i s s i o n a l . Pa r a t a n t o , d e v e r ã o
acumular um total de 100 pontos neste
período de 5 anos. Os pontos serão
obtidos por meio de realização de cursos,
congressos, educação à distância, etc.,
desde que reconhecidos pela CNA
(Comissão Nacional de Acreditação) da
AMB. Os médicos que já possuirem o
Título de Especialista anterior a 2006 não
terão a obrigatoriedade de se submeterem
a esta revalidação, mas poderão
voluntariamente faze-lo, tornando-se
então parte deste contingente de médicos
que se nortearão por estas novas regras.
Neste
primeiro
momento
os
empreendedores e organizadores de
cursos, jornadas, eventos, congressos,
etc., deverão solicitar o cadastramento
dos mesmos junto à CNA, que fará a
devida avaliação do seu conteúdo e
fornecerá a pontuação condizente.
Inicialmente temos limites de datas para
esta avaliação, sendo de 30 de junho
para os Eventos que ocorrerão no 2o.
semestre e 30 de novembro para os do
1o. semestre do ano seguinte.
Possivelmente com o passar do
tempo haverá mudanças que lapidarão
todo este plano de certificação.
O objetivo do Conselho Federal
de Medicina e a essência deste programa
é fazer com que o médico se atualize.
Um abraço a todos!
Presidente - Valter Castelli Júnior
1° Vice-presidente - José Carlos Baptista Silva
2º Vice-presidente - Erasmo Simão da Silva
Secretário-geral - Álvaro Razuk Filho
1º Secretário - Adilson Ferraz Paschôa
2º Secretário - José Dalmo de Araújo Filho
Tesoureiro-geral - Candido Ferreira Fonseca
1º Tesoureiro - Carlos Eduardo Pereira
2º Tesoureiro - Marcelo Rodrigues Souza Moraes
Diretores científicos - Calógero Presti
Ivan Benaduce Casella
Diretores de publicações - Alexandre Fioranelli
Celso Ricardo B. Neves
Diretores de eventos - Regina de Faria B. Costa
Winston Bonetti Yoshida
Diretores de defesa profissional - Rubem Rino
João Antonio Corrêa
Diretor de informática - Alberto Kupcinskas Jr.
Diretores de patrimônio - Adnan Neser
Nilo Mitsuru Izukawa
DEPARTAMENTOS
Arteriologia - Nelson Wolosker
Flebologia - Rogério Abdo Neser
Linfologia - Henrique Jorge Guedes Neto
Angiorradiologia - Felipe Nasser
Cirurgia Experimental - Ana Terezinha Guillaumon
Cirurgia endovascular - André Echaime V. Estenssoro
Ultrassonografia vascular - Robson B. Miranda
Cateteres - Sérgio Kuzniec
Acessos vasculares - Fabio Linardi
Educação médica continuada - Vanessa Prado dos Santos
Walkíria Ciappina Hueb
SECCIONAIS
ABC - Sidnei José Galego
Campinas/Jundiaí - José Luiz Cataldo
Ribeirão Preto - Luiz Cláudio Fontes Mega
Santos/Guarujá - Rubens Palma Filho
Taubaté - Ricardo Augusto de Paula Pinto
Marília - Claudio Lança Fabron
São José do Rio Preto - Alexandre Maieira Anacleto
Sorocaba - Ovanil Furlani Jr.
Botucatu/Bauru - Constantino José Sahade
Presidente Prudente - Fernando José Fortunato
CONSELHO CONSULTIVO
Antonio Carlos Alves Simi
Bonno Van Bellen
Cid J. Sitrângulo Jr.
Emil Burihan
Fausto Miranda Júnior
Francisco Humberto A. Maffei
João Carlos Anacleto
José Mario Marcondes dos Reis
Pedro Puech Leão
Roberto Sacilotto
Wolfgang Zorn
Diretor de arte - Maurício Gioia
[email protected]
Jornalista Responsável - Adriano Vanzini - MTb 31.126
Encaminhe suas sugestões, dúvidas, trabalhos
científicos, eventos a serem divulgados para:
e-mail: [email protected]
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São Paulo - Sp - Brasil - CEP 04011-904
Tel./Fax.: (5511) 5087-4888
Site da Regional São Paulo: www.sbacv.org.br
Dr. Alexandre Fioranelli
Rua Hilário Furlan, 107/111 - Brooklin Novo
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Rua Barata Ribeiro, 490, cj. 113 - Cerqueira César
CEP: 01308-000
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Permite-se a reprodução de textos desde que
citada a fonte.
Acesse: www.sbacvsp.org.br
Página 03
Diretoria de Defesa Profissional
BRASIL,
PAÍS DA INDISCIPLINA, DOS IMPOSTOS, DA IMPUNIDADE
Vocês acreditam que o nosso País,
querido, lindo, de natureza deslumbrante,
abençoado por Deus, mas, desprestigiado pela
quase totalidade dos políticos, desprestigiado
por muitos dos seus empresários, por muitos dos
seus líderes, por muitos dos seus profissionais
liberais, induzindo o povo a imitá-los, tem
jeito?
É desanimador...
Os Governos, desgovernam! O Brasil
vai sobrevivendo por si só, crescendo a passo
de tartaruga!
Os políticos se conchavam, unem-se
na autoproteção contra as punições dos seus
erros, com raras exceções.
O Estado só investe 10 % do que
investe a Inglaterra, no ensino, hoje chamado
fundamental. Mas, investe 40 % a mais do que
esse País, no ensino superior. Usa da demagogia
em proteger raças chamadas de inferiores, que
de inferior não têm nada, desde que lhes dêem
condições e oportunidades de aprimorarem sua
capacidade, inerente a todo ser humano, para
conquistar, com suas próprias forças, os seus
sonhos, suas ascensões, muito mais salutar do
que receber esmola. Mas, a imaturidade do povo
leva-o a cegueira inconseqüente, iludindo-se.
Somando todos os crimes cometidos,
politicamente, são muitos, muito maiores do
que a soma de todos os crimes dos presidiários
de todo o Brasil, por razões óbvias.
O que nos causa surpresa é não
entenderem que uma boa política, voltada para
o bem do povo de todas as classes, harmoniza
um bem estar geral, um equilíbrio emocional,
uma queda fantástica da violência, das
diferenças sociais com uma justa distribuição
de rendas, sem a aquiescência da social
democracia (comunismo), permitindo uma
sobrevivência salutar, numa postura ética,
honesta. Renderia simpatia, confiança, apoio,
e votos, prestigiando sempre os políticos. Tal
pensamento, embora seja baseado na lógica
viável, nos dias de hoje, infelizmente, é visto
como utopia, porque prevalece a resistência da
burrice cega, alimentada pela ganância
desenfreada, fortalecida pela incoerência em
evitar a prática da honestidade.
Um País, onde a população gasta oito
milhões de Reais por semana, com ligações
telefônicas para votar em quem deve sair do
b i g b r o t h e r, e n q u a n t o v i n t e m i l h õ e s d e
brasileiros passam fome, é lastimável;
Um País, onde, entra governo, sai
governo, o número de cabides de empregos é
maior que o número de cargos necessários,
preenchidos por concurso, é vergonhoso;
Um País, onde as Leis são desrespeitadas, muito
freqüentemente, é inseguro e perigoso;
U m Pa í s , o n d e a s d e m a g o g i a s
baratas, reles, ludibriando a população
desinformada pela falta de instrução, negada
pelos governantes, que tiram proveito para se
elegerem, desencadeia uma depressão, uma
desilusão, uma tristeza profunda, de difícil
tratamento;
Com tudo isso acontecendo, onde
vamos parar?; quanto tempo levará para o
nosso País mudar, regenerar, em direção à paz e
a felicidade de seu povo, em todos os níveis?
Quando se instala uma desordem
generalizada, devastando a Nação, como se
fosse um apocalipse, pelo desprezo a Deus,
acaba havendo necessidade de fechar para
balanço, infelizmente, todas as Instituições
governamentais, por um prazo fixo de cinco
anos, sem o que, a desordem total, implantada
pelos corruptos, desordeiros, (que devem ser
punidos, implacavelmente), destrói tudo e
todos. Para tanto, é necessário que haja um
clamor popular, por todo o País, de forte
envergadura, desejoso de passar o Brasil a
limpo. Findo esse prazo, devolver aos brasileiros,
uma saudável Democracia, pautada em
princípios Éticos, Morais e Patrióticos.
Precisamos fazer um exame de
consciência, a meã culpa, iniciando uma
mudança em cada um de nós, sem o que fica
difícil levantar a bandeira de combate ao erro,
que prejudica a Nação brasileira, ávida em
resgatar sua dignidade, para conquistar seu
lugar de destaque merecido, entre as sete ou
oito Nações mais desenvolvidas do Planeta. E
nós, Médicos, não podemos nos furtar a esse
comportamento, para o Bem da Medicina
brasileira, e bem servir os brasileiros,
indistintamente, como bom exemplo a
sociedade brasileira, que ainda confia em nossa
classe. Combatendo o bom combate
derrotaríamos os inimigos da Arte de Curar, e
os demais, evitando o salve-se quem puder! A
nossa responsabilidade, como médicos,
transcende a de zelar pela boa prática
profissional.
Vamos continuar extravasando esse
inconformismo, até que um dia os brasileiros
acordem para um movimento, geral, pacífico,
de protesto, exigindo mudanças radicais de
comportamento dos políticos e líderes em geral,
acabando com o sofrimento da maioria da
população, promovendo um real crescimento
do País, sem falsidades.
Os seguidores do Espiritismo afirmam
que o Espírito de Humberto de Campos,
psicografado por Francisco Cândido Xavier
(mais conhecido como Chico Xavier), disse:
"Brasil, coração do Mundo, Pátria do
Evangelho". Que os Anjos digam Amem, e que
essa seja a Vontade de Deus!
Dr
ubem Rino
Dr.. R
Rubem
Membro do Departamento de
Defesa Profissional da SBACV-SP
PRÓXIMA REUNIÃO CIENTÍFICA
FCM DA SANTA CASA DE SÃO PAULO
Auditório Emilio Atiê
Santa Cecília
Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 112
JULHO
27/07/2006 às 20h30
Após a reunião será oferecido jantar no restaurante
da Irmandade da Santa Casa de São Paulo
Página 04
Artigo Comentado
Trends in the presentation and surgical management of the acute diabetic foot
DJ Adam, S Raptis, RA Fitridge. Adelaide, Austrália
Eur J V
asc Endovasc Surg 2006;31:151-156
Va
Introdução: Este artigo tem o
objetivo de analisar a forma de apresentação
e a forma de tratamento de pacientes
diabéticos com problemas agudos nos pés
em uma única instituição
Métodos
Métodos: Análise prospectiva do
tipo de intervenção primária em pacientes
diabéticos com isquemia crítica nos membros
inferiores e/ou com infecção, no período de
janeiro de 1990 a dezembro de 2002. A
intervenção primária, necessidade de
intervenção secundária, mortalidade e taxa
de salvamento de membros foi registrada nas
primeiras 6 semanas.
Resultados
Resultados: Estudaram-se 625
pacientes e 799 extremidades afetadas (417
eram homens e 244 mulheres). Isquemia
crítica isolada estava presente em 625
membros (78%), isquemia crítica e infecção
grave em 53 (7%) e infecção grave isolada
em 121 (15%). Entre as intervenções
primárias, amputação menor foi realizada em
323 membros (40%), revascularização em
288 (36%), amputação maior em 185 (23%)
e simpatectomia em três membros. No
período de 6 semanas de análise, 125
membros (16%) necessitaram de
reintervenção, a mortalidade peri operatória
foi de 4% (38 em 924 procedimentos) e a
taxa de salvamento de membros na isquemia
crítica, na isquemia crítica associada à
infecção grave e infecção isolada foi de 66%,
66% e 80% respectivamente. Foi constatado
um significante declínio na proporção de
extremidades com isquemia crítica isolada
e um aumento significante na proporção de
extremidades com isquemia crítica associada
à infecção e infecção isolada. Nos pacientes
com isquemia crítica isolada ocorreu um
significante aumento na taxa de amputação
maior primária e um significante declínio na
taxa de amputação menor, sem mudança
significativa na taxa de revascularização.
Conclusão:
Ocorreu
um
progressivo declínio na proporção de
pacientes com isquemia crítica isolada e uma
grande proporção de pacientes com
apresentação de algum grau de infecção
importante. Em pacientes com isquemia
crítica isolada a taxa de amputação maior
aumentou às custas de um declínio da taxa
de amputação menor.
Tradução do R
esumo
Resumo
esumo: Dr. Erasmo
Simão da Silva
COMENTÁRIOS:
D R A . V A N E S S A P R A D O D O S S A N TTO
OS
O diabetes mellitus (DM) é uma
doença de elevada prevalência na população
brasileira e mundial. Estima-se que haja cerca
de 16 milhões de pacientes diabéticos nos
Estados Unidos da América, sendo, o
diabetes, uma das principais causas mundiais
de morbi-mortalidade, principalmente por
doenças cardiovasculares e insuficiência
renal. O DM dobra o risco de doença
cardiovascular em homens e quase triplica o
risco relativo em mulheres. No Brasil, um
estudo mostrou a prevalência global de 7,6%
de diabéticos na população urbana de nove
capitais brasileiras, com idade entre 30 e
69 anos. Em São Paulo, tal prevalência foi
de 9,7%, com coeficiente de mortalidade por
DM de 24,6 por 100.000 habitantes no
Estado de São Paulo.
Esses números têm o objetivo de
ressaltar a importância do tema deste artigo,
fruto de um estudo realizado através dos
dados de 625 pacientes num período de treze
anos na Austrália, corroborando o fato de
que a amputação no paciente diabético não
é uma realidade isolada, mas sim, global.
Este trabalho nos mostra que a amputação
de membros inferiores, quer seja causada
por doença vascular periférica oclusiva
(DAOP) isolada, que por DAOP associada à
infecção, ou apenas por infecção, no
diabético, têm uma elevada prevalência e
mortalidade em todo o mundo.
A insuficiência vascular periférica
em diabéticos ocorre mais precocemente do
que em não diabéticos, e, à época do
diagnóstico, é freqüentemente mais grave e
difusa que no pacientes que possuem apenas
a DAOP. A prevalência de doença vascular
periférica, no Brasil, é da ordem de 10% nos
diabéticos e de 2,6% nos não diabéticos. A
vasculopatia, assim como a neuropatia,
constitui fator de risco para o
desenvolvimento de lesões do pé do
diabético, o que caracteriza o DM como a
principal doença que leva à amputação em
todo o mundo.
Estudos brasileiros mostram que,
também no nossso país, as lesões no pé
constituem a principal causa de internação
em diabéticos. O problema ganha um alto
imapacto econômico-social quando se sabe
que muitos destes pacientes são jovens, e,
ao sofrerem amputação, deixam suas
atividades laborativas e sociais.
Os fatores de risco associados à
amputações no diabético mais citados são:
história de úlceras nos pés, idade avançada,
pressão arterial elevada, níveis elevados de
hemoglobina glicosilada, proteinúria, tempo
de duração do quadro de DM, baixa tensão
transcutânea de oxigênio tecidual, história
de doença vascular periférica e ausência de
sensação vibratória (neuropatia sensitiva).
Concordante com o artigo resumido
acima, uma casuística de 99 pacientes
diabéticos submetidos a amputações maiores
e menores na Santa Casa de São Paulo,
também mostrou que estes pacientes têm
elevado tempo de hospitalização, sobrevida
baixa após amputação menor ou maior,
controle pobre da glicemia, elevadas taxas
de DAOP, insuficiência renal e infecções
profundas no pé. Além disso, tanto
casuísticas nacionais como internacionais
mostram que menos da metade dos
diabéticos que realizaram amputação de
perna conseguem uma reabilitação
satisfatória.
Vários autores dividiram as lesões do
pé do paciente diabético em isquêmicas e
infecciosas, como no artigo acima. As lesões
exclusivamente infecciosas devem ser
amplamente debridadas, e ganha importância
aqui, a coleta de tecido profundo para a
realização de cultura e antibiograma, visto
que, o tratamento antimicrobiano adequado
é nosso grande aliado no salvamento do
membro e da vida.
A incidência acumulada de doença
vascular periférica na população diabética é
estimada em 15% para pacientes com mais
de dez anos de diagnóstico de DM e de 45%
após 20 anos de doença. Assim sendo, nos
pacientes com lesões exclusivamente
isquêmicas, a tentativa de uma
revascularização se impõe, sempre que
possível. Já os doentes com lesões
isquêmicas e infectadas apresentam risco 15
vezes maior de sofrer uma amputação do que
aqueles com úlceras sem isquemia e sem
infecção, e, se faz necessário o controle da
infecção associado à tentativa de
revascularização.
Os
pacientes
diabéticos
apresentaram risco 15 vezes maior que
pacientes não diabéticos de sofrer
amputação de membro inferior, portanto,
pacientes diabéticos com lesões necróticas
no pé devem ter seus pulsos periféricos
prontamente palpados. Se os pulsos das
extremidades inferiores forem normais, as
lesões devem ser amplamente debridadas, e
antibioticoterapia, introduzida. Na ausência
ou diminuição de pulsos periféricos, estes
pacientes são candidatos à arteriografia,
buscando definir a possibilidade de
revascularização do membro inferior
acometido, sendo assim o cirurgião vascular
está apto e é imprescindível na orientação
correta destes pacientes.
A melhora na sobrevida do paciente
diabético, como citado no artigo, devido aos
progressos nas intervenções a nível
cardiovascular, gera, portanto, um número
cada vez maior de pacientes que necessitam
de cuidados especiais com seus pés, e nós,
cirurgiões vasculares devemos estar
atualizados e preparados tanto para prevenir,
como para intervir adequadamente em todos
os tipos de lesões do pé diabético, não
podendo virar às costas a este grave
problema de saúde pública.
Página 05
Espaço Científico
ESTADO ATUAL E PERSPECTIVAS DAS ANGIOPLASTIAS PERCUTÂNEAS NAS ARTÉRIAS DE MEMBROS INFERIORES
Evidências atuais
As técnicas terapêuticas
endovasculares apresentam mais de
quarenta anos de história, e no presente
momento, estão plenamente incorporadas
ao arsenal terapêutico do cirurgião
vascular. Em alguns segmentos, como no
território aortoilíaco, artérias renais e na
doença carotídea, as angioplastias
percutâneas apresentam resultados
semelhantes ao tratamento cirúrgico, com
as vantagens de proporcionar redução
importante da invasividade, menor
incidência de complicações e um período
pós-operatório mais confortável.
Po r é m , o s r e s u l t a d o s d o
tratamento percutâneo da doença
aterosclerótica de membros inferiores
ainda não conseguiram reproduzir
plenamente o sucesso técnico
proporcionado pela revascularização
cirúrgica infrainguinal clássica. Apesar
disto, a contínua investigação da
fisiopatologia da doença aterosclerótica
infrainguinal e a criação de dispositivos
endovasculares específicos para este
segmento têm proporcionado crescente
melhora nos índices de sucesso imediato
e perviedade das angioplastias.
Na década de 90, as
angioplastias
do
segmento
femoropoplíteo apresentavam resultados
medíocres, com índices de perviedade
primária oscilando entre 22 e 65% em
12 meses.1-3 Mas nos últimos cinco
anos, a experiência adquirida e o
desenvolvimento de novos dispositivos
permitiram uma importante evolução nos
resultados, com índices de perviedade
entre 58 e 76% em 3 anos.4-6 Apesar
do progresso, os resultados cirúrgicos
ainda são superiores, com perviedade de
60 a 80% em 60 meses nas melhores
séries.7
Já as angioplastias das artérias
infrageniculares têm resultados ainda
modestos. Apesar do sucesso técnico
imediato cada vez mais crescente, a
incidência de reestenose precoce ainda
é alta, em torno de 40% em 6 meses.8,9
No entanto, os índices de salvamento de
m e m b r o n a s AT Ps i n f r a g e n i c u l a r e s
variam de 36 a 86% em 24 meses,10-11
o que torna a angioplastia uma opção
interessante em pacientes portadores de
isquemia crítica e limitações cirúrgicas.
A angioplastia tornou-se também
uma opção terapêutica na perviedade
primária assistida dos enxertos
vasculares. Com a crescente aplicação
dos protocolos de vigilância de enxertos
por duplex-scan, o número de estenoses
anastomóticas, de corpo de enxerto e em
artérias doadoras ou receptoras
diagnosticadas cresceu de forma
substancial, e conseqüentemente a
identificação de lesões passíveis de
tratamento endovascular. A vantagem da
angioplastia de derivações consiste em
abordar de forma pouco invasiva a área
afetada, sem a necessidade de dissecção
de segmentos fibróticos ou de buscar
novos substitutos arteriais para
transposição de estenoses. Existem ainda
poucas evidências dos resultados das
angioplastias em derivações arteriais.
Apesar das séries de casos apresentarem
números animadores, com perviedade de
80% em 18 meses,12 mais dados de
literatura ainda são aguardados.
Pe r s p e c t i v a s
A tentativa de abordar lesões
longas do território femoropoplíteo, como
oclusões totais da artéria femoral
superficial levou ao desenvolvimento de
técnicas de recanalização percutânea
subintimal, seguida de angioplastia
simples ou com stent. As séries de casos
dos grupos pioneiros nesta técnica
apresentam resultados de perviedade
superiores a 69% em um ano,13 porém
com dificuldades de serem reproduzidas
por outros pesquisadores.14 No entanto,
a
investigação
persiste,
e
o
desenvolvimento de dispositivos específicos
para facilitar a permeabilização e,
principalmente a reentrada dos fios-guias
na luz arterial demonstra o interesse dos
investigadores no método.
O uso de "stents" farmacoativos,
impregnados com drogas como o sirolimus
e o paclitaxel tem apresentado resultados
superiores aos stents convencionais,
quando aplicados ao território coronário.
Cientes destes resultados, investigadores
passaram a estudar o uso destes
dispositivos na doença arterial de
membros inferiores. No entanto,
investigações como o SIROCCO II,15
prospectivo, comparou o uso de stents
eluídos com sirolimus versus stents
convencionais no tratamento de lesões
(estenoses ou oclusões) femoropoplíteas
longas sem observar diferença de
perviedade em seis meses entre os grupos.
Além das linhas convencionais de estudo,
existem novas possibilidades em
investigação para expandir a perviedade
das angioplastias infrainguinais. O uso dos
denominados "cutting balloons" tem como
princípio promover uma pré-ruptura
homogênea das placas ateroscleróticas, e
por conseguinte um remodelamento
vascular uniforme. A crioangioplastia
permite um resfriamento intenso da
placa no momento da dilatação, o que
supostamente inibiria o processo de
reestenose. Já os stents absorvíveis de
magnésio teriam a vantagem de permitir
um remodelamento vascular nas
primeiras semanas após a intervenção
a medida em que vai convenientemente
sendo eliminado do organismo por
interação com íons plasmáticos. Desta
forma, evitaria-se as complicações
biomecânicas intrínsecas à presença
crônica dos stents. Ainda, métodos já
conhecidos como a braquiterapia, a
angioplastia associada ao uso de laser
e a aterectomia intravascular
percutânea voltaram a ser cogitados e
estudados. Todos os novos métodos
descritos acima ainda estão em
i n v e s t i g a ç ã o p r e l i m i n a r, e n ã o
apresentam dados clínicos para a
disseminação de sua aplicação.
D rr.. Ivan Benaduce Casella
2o Diretor Científico da SBACV-SP
REFERENCIAS SIMPLIFICADAS:
1 ) S t r e c k e r E P, e t a l . C a r d i o v a s c
Intervent Radiol 2001; 24:168-175.
2) Gray BH, Olin JW. Semin Vasc Surg
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8) Schilinger M et al. Radiology
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9) Söder H et al. J Vasc Intervent Radiol
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10) Lofberg AM et al. Cardiovasc
Intervent Radiol 1996;19:317-22.
11) Scharten DE at al. Radiology,
1988;169:71-4.
1 2 ) E a g l e t o n M J e t a l . Va s c
Endovascular Surg 2006;40(1):11-22.
13) Lazaris AM, et al. J Endovasc Ther.
2004 Aug;11(4):447-53.
14) Yilmaz S, et al. J Vasc Interv Radiol.
2003;14(8):997-1010.
15) Duda SH, et al. J Vasc Interv Radiol
2005; 16:331-338.
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Fique por Dentro
REUNIÃO CIENTÍFICA DE JUNHO 2006
Na noite do dia 29 de junho tivemos
mais uma ótima reunião científica da SBACVSP na Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo.
Dr. Rogério Abdo Neser
O primeiro trabalho "Implante de
filtro de veia cava inferior guiado por
ultrassom: uma alternativa à utilização
de radioscopia e contraste iodado" foi
apresentado pelo Dr. Rogério Abdo Neser,
da Faculdade de Ciências Médicas da Santa
Casa de São Paulo. Relatou a experiência
inicial do serviço com 5 tentativas e 4
implantes guiados por ultrassom, pois em 1
caso teve que ser utilizado o método
convencional com radioscopia. Existem
algumas situações que dificultam a
aplicabilidade do método, como a presença
de distensão gasosa e abdome hostil,
tornando-se contra-indicações. Concluiu que
a instalação percutânea de filtros de veia
cava inferior guiada por ultrassom é factível
e pode ser uma alternativa segura. O Dr.
Robson Miranda destacou a grande utilidade
desta metodologia principalmente em
pacientes graves em unidades de terapia
intensiva, evitando o transporte destes
pacientes que é muitas vezes trabalhoso e
arriscado. Outra vantagem é a não utilização
de contraste iodado, tornando o implante do
filtro seguro em pacientes com insuficiência
renal. Além disso trabalhos como este
acabam por difundir a idéia da realização de
cirurgia endovascular com utilização de
ultrassom. Ouve um debate muito produtivo
com a platéia, principalmente sobre muitas
vezes haver indicação exagerada e sem
critérios claros da profilaxia de embolia
pulmonar com filtro, principalmente em
serviços norte-americanos.
Dr. Robson comenta trabalho do Dr.
Rogério Abdo Neser
O segundo trabalho infelizmente
não pode ser apresentado.
popularmente como "pata de vaca", sendo
que num trabalho experimental muito bem
desenhado a Dra. Cinthya demonstrou que
estes inibidores (rBbKI e rBbCI), além do
inibidor clássico aprotinina, diminuem a
liberação de óxido nítrico no músculo
isquêmico. Em relação ao pulmão o inibidor
rBbKI aumentou a liberação de óxido nítrico
enquanto os inibidores rBbCI e aprotinina
diminuíram a liberação do mesmo. Como o
óxido nítrico em reação química gera
radicais livres que lesam membranas
celulares, existe a perspectiva de que estes
inibidores sejam protetores de lesão no
músculo isquêmico. O Dr. José Dalmo de
Araújo Filho parabenizou a iniciativa pela
pesquisa, sugerindo a continuação da
mesma também em fases mais iniciais de
isquemia para avaliar inibição de outros
fatores, como TNF?. Mais uma vez ouve um
excelente debate com a platéia,
principalmente sobre o papel do óxido nítrico
em diversas situações.
Dr. José Dalmo de Araújo Filho comenta
trabalho da Dra. Cinthya Duran
Dra. Cinthya Duran
O terceiro trabalho "Efeito dos
inibidores recombinantes de Bauhinia
Bauhinioides
na
isquemia
e
reperfusão de membros posteriores de
ratos: alterações do óxido nítrico
local e pulmonar" foi apresentado pela
Dra. Cinthya Duran da Universidade Federal
de São Paulo. A Bauhinia é conhecida
Ao fim dos trabalhos tivemos mais
um ótimo jantar de confraternização com os
colegas.
Ficamos cada vez mais felizes com
o nível de excelência dos trabalhos que vem
sendo apresentados na nossa reunião.
Estimulamos que todos os serviços enviem
seus trabalhos.
D rr.. C e l s o R i c a r d o B
B.. N e v e s
Diretor de Publicações da SBACV-SP
CURSO "ATUALIZAÇÃO EM CIRURGIA VASCULAR E ENDOVASCULAR - DESTAQUES 2006"
No dia 24 de junho de 2006
r e a l i z o u - s e n a A s s o c i a ç ã o Pa u l i s t a d e
medicina o quarto módulo do curso de
ATUALIZAÇÃO EM CIRURGIA VASCULAR E
E N D OVA S C U L A R - D E S TAQ U E S 2 0 0 6 ,
abordando temas sobre varizes de membros
inferiores. O módulo teve como
moderadores o Dr. Baptista Muraco Neto e
o Dr. Calógero Presti, e repetiu as mesmas
concepções dos eventos anteriores, com
aulas de alto nível técnico, trazendo
conceitos baseados em evidências
científicas, e ministradas por colegas com
reconhecida experiência na área.
O curso teve início com a
apresentação do Dr. Fernando Luís Soma,
que mostrou a importãncia e o papel prático
do mapeamento duplex-scan na cirurgia de
varizes. A seguir, o Dr. Cid José Sitrângulo
Jr. ministrou aula sobre as complicações da
cirurgia de varizes, abordando tanto a
profilaxia quanto o tratamento das mesmas.
A seguir, temas sobre os novos
métodos de tratamento da doença venosa
de membros inferiores foram abordados de
forma bastante austera e ética. O Dr. Luiz
Marcelo Aiello Viarengo comentou sobre o
estado atual da indicação do EVLT e seus
resultados a médio e longo prazo. Já o Dr.
Wa l t e r C a m p o s J r. a p r e s e n t o u s u a
experiência e as evidências de literatura no
uso da da microespuma de polidocanol no
tratamento da insuficiência venosa severa de
MMII e das malformações venosas.
Após um breve intervalo, o Dr. Bem
Hur Parenti comentou os diversos recursos
técnicos visando bons resultados na cirurgia
e s t é t i c a d e v a r i z e s . J á o D r. M i g u e l
Fr a n c i s c h e l l i N e t o a p r e s e n t o u o t e m a
" Va r i a n t e s T é c n i c a s d e E s c l e r o t e r a p i a
Química. O que realmente é útil?", com
destaque para a crioescleroterapia e também
para a importância dos resultados estéticos
na qualidade de vida dos pacientes.
O último tema coube ao Dr. George
Carchedi Lucas, que discorreu sobre o papel
da cirurgia e dos anticoagulantes no
tratamento das tromboflebites superficiais
das veias dos membros inferiores.
O evento terminou com um
agradável almoço (feijoada) servido no
local, onde os participantes e puderam se
confraternizar e conversar com os
palestrantes, esclarecendo suas dúvidas.
Gostaríamos de convidar todos os colegas
de nossa comunidade e para o próximo
módulo deste curso, a ser realizado no
próximo dia 26 de agosto, abordando o tema
"Trombose venosa profunda", onde mais uma
vez será apresentada uma temática de alto
nível científico e de grande proveito para o
cirurgião vascular na prática clínica diária,
bem como em sua vida acadêmica.
D rr.. C a l ó g e r o P r e s t i
D rr.. I v a n B e n a d u c e C a s e l l a
Diretoria Científica - SBACV/SP
Página 07
Reunião Científica - Trabalhos para a Reunião de Julho de 2006
PRÓXIMA REUNIÃO CIENTÍFICA
DIA 27/07/2006 ÀS 20h30
Trabalho I
PERFIL DO ENCAMINHAMENTO E DO ATENDIMENTO DOS PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE
CIRURGIA VASCULAR DO CONJUNTO HOSPITALAR DE SOROCABA
A utores: Fábio Linardi, Pablo Felipe Rodrigues, Daniel Ceroni Gibson, Cláudia, José Francisco Moron Morad, José Augusto Costa
Introdução
Introdução: A Angiologia e Cirurgia
Vascular é uma especialidade que abrange
doenças potencialmente graves que podem levar
a complicações fatais ou perda de membro com
todas as implicações sociais, psíquicas e
econômicas envolvidas. O diagnóstico e o
tratamento precoce dessas patologias são
fundamentais para diminuir o risco de morte
ou a perda do membro que essa população está
exposta. Sendo assim, o atendimento primário
prestado a esses pacientes se torna importante,
principal-mente no que diz respeito à demanda
de tempo entre o primeiro atendimento e o
encaminhamento para o serviço especializado.
Não menos importante é o tempo gasto para se
iniciar, efetivamente o tratamento especializado
que caracteriza cada serviço como realização
de estudos não invasivos e angiografias.
Objetivo
Objetivo: Descrever as características do
atendimento primário, encaminhamento e
tratamento especializado recebido pelos
pacientes internados no Serviço de Angiologia
e Cirurgia Vascular do Conjunto Hospitalar de
Sorocaba, hospital escola da Faculdade de
Medicina de Sorocaba PUC-SP. Método
Método:Entre
março a junho de 2005, 105 pacientes foram
entrevistados por dois estudantes de medicina
em programa de iniciação científica, após o
livre-consentimento dos pacientes.Foram
coletadas variáveis relativas aos seguintes
grupos: 1 - Identificação: nome, sexo, idade,
raça e procedência. 2 - Antecedentes: doenças
associadas e hábitos e vícios. 3 - História do
encaminhamento: tempo do início dos sintomas,
número de médicos consultados, diagnósticos
realizados e locais de atendimento até sua
internação. 4 - Internação: tempo para
realização da angiografia, do duplex e do
procedimento primário, tempo de internação e
tratamento realizado. 5 - Resolução final:
procedimentos e condição de alta.
Resultados
1 - Identificação: em relação ao
Resultados:1
sexo, 55% eram masculinos, a idade média foi
de 58,3 anos (12 a 85 anos) e 66% brancos. Em
relação à procedência, 41% foram de Sorocaba,
23% de municípios entre 50 a 200 mil
habitantes, 26% de municípios com até 50 mil
habitantes e 10% de municípios extra DIR-23.
2 - Antecedentes: as comorbidades mais
encontradas foram a Diabetes Melitus (62%) e
Hipertensão Arterial Sistêmica (60%). O
tabagismo foi confirmado em 25%, o etilismo
em 10% e ambos em 16%. 3 - Encaminhamento:
O tempo médio aferido entre o início dos
sintomas e a internação foi de 35,25 dias com
extremos entre 1 a 210 dias. O número de
médicos foi de 2,38 com extremos de 1 a 10
sendo que 34% eram cirurgiões vasculares e 66%
não vasculares. O diagnóstico relacionado com
a patologia vascular foi de 61%. Os pacientes
vieram encaminhados do serviço publico
municipal em 81%, do próprio Conjunto
Hospital em 18% e 1% do resgate. 4 Internação: as internações foram consideradas
de emergência em 24%, de urgência em 74% e
apenas 2% eletiva. O tempo médio para a
realização da angiografia foi de 9,2 dias e para
o dúplex 6,7 dias. O tempo médio para a
realização do procedimento primário foi de 8,4
dias e o da internação foi de 18,3 dias. 5 Resolução final: Foram realizadas 34
amputações de membro (33%) e quatro pacientes
faleceram. Discussão: O Conjunto Hospitalar
de Sorocaba é um serviço terciário responsável
pela quase totalidade do atendimento público
em Cirurgia Vascular de uma região formada
por municípios chamada DIR 23. A população
dessa região é estimada em de mais de dois
milhões de habitantes. Por esse motivo, ficou
designado que o Serviço de Cirurgia Vascular
desse hospital funcionasse em sistema de "Vaga
Zero", ou seja, não há necessidade de contato
prévio dos serviços referendados. Mesmo diante
das facilidades para o encaminhamento, o
tempo médio foi de 35,25 dias considerado
longo levando em considerarão que 98% dos
casos foram classificados como urgência ou
emergência. Os resultados aferidos para o
encaminhamento e internação demonstram que
existem falhas em ambos os níveis de
atendimento. Conclusões
Conclusões: 1 - O tempo de
encaminhamento, o número de médicos e os
diagnósticos realizados nos permite concluir que
há falhas no atendimento primário. 2 - O tempo
para realização de exames e para a realização
do procedimento primário, também é longo e
demonstra falha.
C o m e n t a d o r : D rr.. J o ã o A n t o n i o C o r r e a
Trabalho II TRATAMENTO ENDOVASCULAR DO ANEURISMA DE AORTA GUIADO POR ECODOPPLER - RELATO DE CASO
Instituição: Disciplina de Cirurgia Vascular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP - São Paulo
Autores: Luiz Antonio Furuya, Ivan Benaduce Casella, Luciano Dias do Nascimento, Willian Faleiros, Marta Aponchik, Ricardo Aun,
Pedro Puech-Leão
Introdução
Introdução: A terapia endovascular (creatinina sérica de 3,6mg/dl), transplante renal dispositivo, o ecodoppler evidenciou a ausência
dos aneurismas de aorta abdominal (AAA) tem alocado em artéria hipogástrica esquerda e AAA de fluxo no AAA e a perviedade das artérias
apresentado resultados satisfatórios imediatos s a c u l a r a s s i n t o m á t i c o , f o i s u b m e t i d o a ilíacas e da artéria renal transplantada,
e de longo prazo. No entanto, como qualquer dissecção da artéria femoral direita, por onde confirmados posteriormente por meio de
técnica, apresenta limitações, sendo a restrição uma endoprótese de 60 x 24mm foi introduzida. a n g i o r r e s s o n â n c i a . C o n c l u s õ e s : N e s t a
ao uso de contraste iodado uma das mais Por meio de ecodoppler, foi identificada a experiência inicial, o ecodoppler mostrou
freqüentes. A possibilidade de se utilizar o localização e extensão do saco aneurismático, acurácia satisfatória na monitorização do
e c o d o p p l e r c o l o r i d o c o m o m é t o d o d e bem como a bifurcação ilíaca e a posição da tratamento endovascular do AAA em um caso
monitorização do implante de endopróteses nos endoprótese em relação a estes. A radioscopia selecionado.
A A A s é l i m i t a d a , m a s f a c t í v e l e m c a s o s foi utilizada apenas para confirmar a posição
selecionados. Caso Clínico
Clínico: Paciente portador da endoprótese, sem o uso de qualquer tipo de
de insuficiência renal crônica pré-dialítica contraste intravascular. Após a liberação do
C o m e n t a d o r : D rr.. A l e x a n d r e F i o r a n e l l i
Trabalho III
RESULTADOS DE MÉDIO PRAZO DAS ANGIOPLASTIAS PERCUTÂNEAS DE ARTÉRIAS E DERIVAÇÕES
INFRAINGUINAIS
Instituição: Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo
A utores: Alberto Pinto Ferreira, Ivan Benaduce Casella, Tulia Brasil, Arnaldo Rolin Ricarte, Luiz Fernando Bérgamo, Edson Nakamura, Sérgio Roberto
Tiossi, Francisco Cardoso Brochado Neto, Roberto Sacilotto
Introdução
Introdução: A cirurgia endovascular
é uma opção de uso crescente no tratamento
das estenoses e oclusões dos segmentos
infrainguinais, bem como das lesões estenóticas
das derivações deste mesmo território. Sua baixa
invasividade, resultados satisfatórios e pequeno
índice de complicações levam a um número
crescente de indicações. No entanto, seus
resultados de longo prazo devem ser
c o n s t a n t e m e n t e i n v e s t i g a d o s . O b j e t i v o ss:
Apresentar os resultados de perviedade de médio
prazo nas angioplastias de artérias e derivações
infrainguinais. Método
Método: Quarenta e cinco
pacientes (58 procedimentos) foram submetidos
a angioplastia percutânea em um ou mais
segmentos infrainguinais entre 1998 e 2006, e
depois acompanhados, tendo como enfoque
principal a ocorrência de reestenose ou oclusão
arterial e a preservação do membro. Vinte e um
pacientes (46,7%) apresentavam alto risco
operatório para revascularização cirúrgica.
Informações como doenças associadas, sexo,
idade, classificação TASC e escoamento, além
do uso ou não de "stents" foram avaliados como
fatores que poderiam influenciar na perviedade.
Resultados
Resultados: O sucesso técnico imediato foi
de 95,5%, e a perviedade perioperatória (30
dias) foi de 91,2%. A perviedade cumulativa
calculada foi de 72.7, 67.1 e 67.1% em 06, 12
e 24 meses, respectivamente. O índice de
salvamento de membro cumulativo calculado
foi de 83.0 e 76.1% em 06 e 12 meses,
respectivamente (Kaplan-Meier, EP=0,1).
Conclusão: Em nossa experiência, o
tratamento endovascular da doença periférica
infrainguinal tem apresentado resultados de
perviedade e salvamento de membro
satisfatórios em pacientes de alto risco
operatório, com valores de sucesso técnico
comparáveis à literatura de referência.
Comentador: Dr
Dr.. Antonio Carlos A . Simi
Página 08
Informes da Diretoria
Informe I
Página 09
Informes da Diretoria
Informe II
Informe III
Página 10
Informes da Diretoria
Informe IV
Informe V
Página 11
Informes da Diretoria
Informe VI
Informe VII
Informe VIII
Sócios Aspirantes:
Celso Naoto Yoneyama
Daniel Colares Vasconcelos
Edgar Meante dos Santos
Eli Moussa Chalouhi
ADESÕES
Marcio Fernando Costa Medeiros
Marcelo Tavares Cunha
Ricardo Henklain
Leandro Martins Yoshida
Epaminondas Gotardo Rocha Junior
Sergio Vitasovic Gomes
Joao Paulo Maffei Jr.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR - SP
R UA E STE LA, 5 1 5 - B LO C O A - C J . 6 2 - C E P 0 4 0 1 1 - 0 0 2 / S Ã O PAU LO - S P

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