Aula 06 - ControBiol

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Aula 06 - ControBiol
04/02/2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
Campus Universitário de Sinop
PARASITOLOGIA ZOOTÉCNICA
Classe Arachnida: Carrapatos
Profº. Evaldo Martins Pires
SINOP - MT
Aula 06
Aula de hoje:
Introdução ao estudo dos Arachnida de importância em Parasitologia
Zootécnica
O grupo dos carrapatos:
Morfologia básica
Desenvolvimento
Relação: Ciclo de vida x Hospedeiros
Métodos de controle
Principais carrapatos das famílias:
Ixodidae (carrapatos duros)
Argasidae (carrapatos moles)
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INTRODUÇÃO A CLASSE ARACHNIDA
Hierarquia Zoológica
Reino: Animalia
Subreino: Metazoa
Filo: Arthropoda
Subfilo: Chelicerata
Classe: Arachnida
Ordem: Acari
Principais Subordens
Astigmata
Actinedida
Oribatida
Gamasida
Holothyrida
Ixodida (carrapatos)
Importante em
Parasitologia Zootécnica
CLASSE ARACHNIDA
Grupo das ARANHAS, CARRAPATOS, ÁCAROS, OPILIÕES e ESCORPIÕES
Possui mais de 60.000 espécies
Não possuem antenas nem mandíbulas
Diferem-se da classe Insecta pelo fato do adulto ter quatro pares de pernas
e corpo composto de cefalotórax, abdome e pernas
As peças bucais são modificadas e apresentam dois pares de apêndices: as
quelíceras e os palpos
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O GRUPO DOS CARRAPATOS
Pertencem exclusivamente a duas famílias
IXODIDAE
(“carrapatos duros”)
Escudo dorsal rígido que cobre toda a face
dorsal do macho adulto.
ARGASIDAE
(“carrapatos mole”)
Não possuem escudo. Nesta família estão
principalmente os carrapatos das aves.
FAMÍLIAS DE CARRAPATOS
Ixodidae
Argasidae
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DIFERENCIAÇÃO BÁSICA DAS FAMÍLIAS IXODIDAE E ARGASIDAE
CARACTERÍSTICAS
IXODIDAE
ARGASIDAE
Escudo dorsal
presentes
somente em larvas
Dimorfismo sexual
acentuado
pouco evidente
terminal anterior
ventral subterminal
escudo dorsal
lateralmente
estriado, pontuações e
rugoso, projeções
sulcos
tuberculadas
Tarsos
com garras e púlvilos
com garras
Palpos
convexo e côncavo
cilíndrico
ausente
presente
Gnatossoma (capítulo)
Olhos
Tegumentos
Glândulas coxais
MORFOLOGIA EXTERNA DOS CARRAPATOS
- São os maiores representantes da ordem Acarina ou Acari;
- Corpo ovalado e achatado dorsoventralmente; revestido por tegumento
coriáceo e distensível (aumento de tamanho);
- Adultos e ninfas - 4 pares de pernas;
- Larvas - 3 pares de pernas;
IXODIDAE
Machos geralmente menores que as fêmeas;
Dimorfismo sexual - morfologia do escudo;
ARGASIDAE
Os machos e fêmeas com tamanho semelhante;
Dimorfismo sexual pouco evidente
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Parte dorsal
Aparato bucal
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Partes VENTRAL E DORSAL
ASPECTOS GERAIS DOS CARRAPATOS
- São hematófagos obrigatórios
Alimentam-se somente nos hospedeiros;
Ingerem sangue, linfa, restos de derme, ou secreções ao perfurar a
pele
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FASES DO DESENVOLVIMENTO
- Fase de ovo
- Fase de larva (hexápoda) – nesta fase, os imaturos que neste caso são
chamados de larvas, apresentam apenas três pares de pernas;
- Fase de ninfa - nesta fase, os imaturos que neste caso são chamados de
ninfas, apresentam quatro pares de pernas;
- Fase de adulta – nesta fase, machos e fêmeas apresentam quatro pares
de pernas e, é a fase onde a diferenciação sexual é evidente.
FASES DO CICLO DE VIDA
Fase parasitária
Ocorre sobre o hospedeiro
Fase de vida livre
Ocorre no solo
Ciclo de vida
Fase Parasitária
Fase de vida livre
Caracterizada pelo momento no qual o
Caracterizada pelo momento no qual o
carrapato está diretamente associado ao
carrapato encontra-se fora do organismo
hospedeiro
hospedeiro, buscando um novo.
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ESTRATÉGIAS DESENVOLVIDAS PARA BUSCAR HOSPEDEIROS
Este comportamento apresenta grande sucesso na busca por hospedeiros
MÉTODOS DE CONTROLE EMPREGADOS PARA OS CARRAPATOS
MÉTODO QUÍMICO
* Banho de imersão (“banheiros” carrapaticidas) com produtos antiparasitários.
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* Aplicação de produtos antiparasitários por meio “Pour On” ou “Spot on”.
* Aplicação de produtos antiparasitários por meio de Spray.
* Aplicação de produtos antiparasitários por meio de aspersão.
* Aplicação de produtos antiparasitários injetáveis.
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* Aplicação de produtos antiparasitários por via oral.
RECOMENDAÇÕES PARA O BOM DESENVOLVIMENTO DO
CONTROLE QUÍMICO
Quanto a administração:
- Evitar o uso em animais produtores de leite e/ou destinados ao abate;
- Se o uso for imprescindível, é necessário cumprir o período residual.
Quanto a efetividade do procedimento para o controle:
- Conhecer qual o tipo de carrapato a ser combatido;
- Conhecer a biologia (ciclo de vida) deste carrapato;
- Utilizar de forma correta e com equipamentos corretos o tipo de controle
adotado;
- Conhecer o período residual do produto, associando-o ao conhecimento
sobre o ciclo biológico.
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Principais fatores que podem prejudicar a efetividade do controle
- Falha na aplicação
- Concentração do produto (dose)
- Falta de efeito residual
- Conseqüente chuva
- Intervalo das aplicações
- Escolha imprópria do produto
Método cultural
Rotação de pastagens
Método físico
Queima das pastagens (não recomendado)
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Método mecânico
* Remoção dos carrapatos adultos de imaturos
Posicionamento da pinça
Sentido correto da puxada
para remoção
* Material recomendado para a remoção segura e asséptica
- Luvas,
- Pinças de pontas finas (tipo relojoeiro).
PARA A REMOÇÃO BEM FEITA, RECOMENDA-SE
1 – Distender a pele do hospedeiro na zona de fixação
2 – Prender o carrapato pela base do capítulo. Nunca pressionar o podossoma
(parte do corpo que contém as pernas)
3 – Sem rodar, puxar firme, suave e continuamente até o carrapato se soltar;
4 – Verificar se o capítulo está completo
5 – Verificar se a ferida está completamente limpa e sem resquícios, pois isto pode
ser fonte de inflamação
6 – Limpar a ferida com um anti-séptico
7 – Colocar o carrapato em álcool 70%, caso se queria identificar enviar para um
especialista.
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Método alternativo
* Uso de plantas repelentes
Stylosanthes scabra – alfafinha
Andropogon gayanus - capim-andropogon
Azadirachta indica - neem
FAMÍLIA IXODIDAE
Características importantes desta Família
Apresentam escudos e
o corpo rígido (duro)
São animais de ciclo longo,
Alteram drasticamente o
podendo ficar longos períodos
tamanho quando ingurgitados
(meses) sem alimento
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MORFOLOGIA BÁSICA DOS IXODIDAE
- Carrapatos de grande porte
- Apresentam escudo dorsal rígido
* Importante na diferenciação de machos e fêmeas
Fêmea
Macho
* Diferenciação dos principais grupos.
- Apresentam estrutura chamada Órgão de Haller (função sensorial) localizados nos tarsos
do primeiro par de pernas
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CICLO EVOLUTIVO DOS CARRAPATOS DA FAMÍLIA IXODIDAE
DESCRIÇÃO DO CICLO EVOLUTIVO
- O acasalamento ocorre no hospedeiro.
- A fêmea grávida se alimenta de sangue até o ingurgitamento total,
que propicia sua queda ao solo, enquanto que o macho permanece no
hospedeiro à procura de novas fêmeas.
- A partir da queda desta fêmea, inicia-se a fase de vida livre;
- Nesta fase, a fêmea ingurgitada inicia a atividade de oviposição,
após a postura as fêmeas morrem;
- Após alguns dias, as larvas eclodem e ao encontrar um hospedeiro,
se desenvolvem, passando por uma fase ninfal e conseqüente fase
adulta.
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IMPORTÂNCIA DOS CARRAPATOS DA FAMÍLIA IXODIDAE
Lesões causadas
por carrapatos
- Proporcionar grande perda de sangue do hospedeiro, podendo causar grave anemia;
- Causar lesões e danos na pele do hospedeiro, podendo reduzir a qualidade do couro;
- Reduzir a taxa de desenvolvimento ponderal (peso em função da altura) do hospedeiro;
- Proporcionar reações alérgicas e, em alguns casos, levar o hospedeiro a paralisia devido a
inoculação de toxinas e neurotoxinas presentes na saliva;
- Transmitir diversos patógenos (vírus, bactérias, protozoários, helmintos, etc.).
PRINCIPAIS CARRAPATOS IXODIDAE EM PARASITOLOGIA
ZOOTÉCNICA NO BRASIL
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Rhipicephalus (Boophilus) microplus
(“Carrapato do boi”)
Hospedeiros
MORFOLOGIA BÁSICA DE
Rhipicephalus (Boophilus) microplus
Fêmea adulta
2 a 3 mm de comprimento (não alimentados)
Podendo atingir até 12 mm (quando ingurgitados)
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IMPORTÂNCIA DE Rhipicephalus (Boophilus) microplus
- Veiculam protozoários (Babesia bovis, Babesia bigemina) e bactérias (Anaplasma marginale)
causadores da TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA.
- Irritação devido as picadas doloridas
- Perda de sangue;
- As feridas causadas podem favorecer o aparecimento de miíases e desvalorização do couro;
- Perda na produtividade animal (ganho de peso, produção de leite).
Sinais clínicos de animais com suspeita da Tristeza Parasitária
Bovina
- Extrema irritação;
- Apatia (desmotivados) e sem resposta a estímulos;
- Anemia e febre acima de 40°C;
- Pêlos arrepiados e ásperos;
- Urina escura (presença de sangue);
- Problemas relacionados à locomoção
Andar cambaleante,
Falta de coordenação, principalmente dos membros posteriores;
Quedas;
Em alguns casos levando o animal ao óbito em curto período (3 dias).
IMPORTANTE: O diagnóstico pelos sinais clínicos pode ser apenas suposição.
Para confirmar o diagnóstico clínico é importante se fazer exames laboratoriais.
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COMO O HOSPEDEIRO ADQUIRI
Rhipicephalus (Boophilus) micropilus?
- Contato com animais infestados;
- Contato ambiente infestado.
PROFILAXIA E FORMAS INTERVENÇÃO PARA O CONTROLE DE
Rhipicephalus (Boophilus) micropilus
- Catação manual.
- Banho de imersão (banheiros carrapaticidas).
- Aplicação de antiparasitários (injetáveis, aspersão, Spray, “Pour On”).
- Rotação de pastagens.
- Adoção pelos métodos alternativos de controle.
Amblyomma cajennense
(“Carrapato estrela”)
Hospedeiros
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MORFOLOGIA BÁSICA DE Amblyomma cajennense
Fêmea adulta
Aproximadamente 8 mm de comprimento (não alimentados)
Podendo atingir até 20 mm (quando ingurgitadas)
IMPORTÂNCIA DE Amblyomma cajennense
- Veiculam
* Protozoários Babesia equi, Babesia caballi (causador da BABESIOSE EQUINA).
* Bactéria Rickettsia rickettsii (causadora da FEBRE MACULOSA).
- Irritação devido as picadas dolorosas, perda de sangue;
- As feridas causadas podem favorecer o aparecimento de miíases e desvalorização do
couro;
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Sinais clínicos de animais com suspeita de babesiose equina e febre
maculosa
- Extrema irritação;
- Apatia (desmotivados) e com falta de resposta a estímulos;
- Anemia
- Febre alta acima de 40°C;
IMPORTANTE: O diagnóstico pelos sinais clínicos pode ser apenas suposição.
Para confirmar o diagnóstico clínico é importante se fazer exames laboratoriais.
COMO O HOSPEDEIRO ADQUIRI
Amblyomma cajennense?
- Contato com animais infestados;
- Contato ambiente infestado.
PROFILAXIA E FORMAS INTERVENÇÃO PARA O CONTROLE DE
Amblyomma cajennense
- Catação manual.
- Banho de imersão (banheiros carrapaticidas).
- Aplicação de antiparasitários (injetáveis, aspersão, Spray, Pour On).
- Rotação de pastagens.
- Adoção pelos métodos alternativos de controle.
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Dermacentor (Anocentor) nitens
(“Carrapato da orelha do cavalo”)
Hospedeiro
O nome é devido a todo o ciclo se
desenvolver no pavilhão auricular e no
conduto auditivo do hospedeiro.
MORFOLOGIA DE Dermacentor (Anocentor) nitens
Tamanho corporal (fêmea adulta)
Aproximadamente 2 mm de comprimento (não alimentados)
Podendo atingir 12 mm de comprimento (quando ingurgitados)
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IMPORTÂNCIA DE Dermacentor (Anocentor) nitens
- Veiculam
Protozoários Babesia equi, Babesia caballi (causador da BABESIOSE EQUINA).
- Podem causar anemia, devido a perda de sangue;
- As feridas causadas podem favorecer o aparecimento de miíases e desvalorização do
couro;
- Podem causar mutilação da cartilagem dos equinos.
Sinais clínicos de animais com suspeita de babesiose equina
- Apatia (desmotivados) e com falta de resposta a estímulos
- Anemia e febre alta acima de 40°C
- Pelos arrepiados e ásperos
- Problemas neurológicos, especialmente relacionados à locomoção
Andar cambaleante
Falta de coordenação, principalmente dos membros posteriores
Quedas
- Em alguns casos levando o animal ao óbito em curto período (3 dias)
IMPORTANTE: O diagnóstico pelos sinais clínicos pode ser apenas suposição.
Para confirmar o diagnóstico clínico é importante se fazer exames laboratoriais.
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COMO O HOSPEDEIRO ADQUIRI
Dermacentor (Anocentor) nitens
- Contato com animais infestados;
- Contato ambiente infestado.
Profilaxia e formas intervenção para o controle de Dermacentor
(Anocentor) nitens
- Catação manual.
- Aplicação de antiparasitários por meio de aspersão
- Aplicação de antiparasitários por meio de Spray
PRINCIPAIS CARRAPATOS ARGASIDAE EM PARASITOLOGIA
ZOOTÉCNICA NO BRASIL
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FAMÍLIA ARGASIDAE
- Conhecidos como “carrapatos moles”;
- Não possuem escudo;
- Peças bucais (capítulo) não são visíveis, quando observados dorsalmente;
- As fêmeas não se distendem tanto quando ingurgitados;
- Alimentam-se com maior freqüência.
PRINCIPAIS GÊNEROS
Argas (carrapato das aves)
Principal espécie no Brasil
Argas miniatus (carrapato de galinha)
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Morfologia
- Corpo oval sendo mais largo posteriormente
- Tegumento pregueado (com pregas)
- Peritremas transversais em forma de meia-lua
- Hospedeiros: Principalmente as galinhas, porém ocorrem em pombos, patos e
pássaros silvestres.
HABITAT
Vive em buracos e frestas dos galinheiros, cabanas rústicas, troncos de árvores
HÁBITO
Noturno: sai para se alimentar e retorno ao esconderijos quando ingurgitados.
ASPECTOS GERAIS
- O acasalamento ocorre fora do hospedeiro;
- A fêmea realiza postura após cada repasto sanguíneo.
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CICLO BIOLÓGICO
DESCRIÇÃO DO CICLO DE VIDA
- O acasalamento ocorre fora do hospedeiro;
- A fêmea necessita ingerir sangue para maturação dos ovos;
- Em seguida ocorre a oviposição na forma de massa de ovos, fora do hospedeiro;
- A fêmea armazena espermatozóide na espermateca o que a permite realizar
várias posturas sem nova cópula.
- O ciclo de vida compreende os estágios de ovo, larva, ninfas (protoninfa e
deutoninfa) e adultos;
- As ninfas e adultos alimenta-se rapidamente (cerca de 30 a 40 minutos),
enquanto as larvas fixam-se em seus hospedeiros por aproximadamente 7 a 10
dias.
- Antes de cada muda ocorre um repasto sangüíneo, salvo raras exceções em que
pode ocorrer duas refeições em ninfas antes da ecdise.
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IMPORTÂNCIA
- Causam irritação nas aves;
- Perda de sangue que podem levar as aves a morte;
- Anemia;
- Este carrapato é o vetor da Borrelia anserina e Aegyptanella pullorum entre as
aves.
- Podem atacar o homem e sua picada causa intensa dor.
CONTROLE
- Evitar manter as aves em lugares sombrios, quentes e úmidos;
- Poleiros de bambu, galinheiros de ripas são desaconselháveis;
- Banhos de carrapaticidas individuais são desaconselháveis, uma vez que o
combate deve ser aos aviários.
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NO BRASIL OUTROS GÊNEROS TAMBÉM PODEM SER ENCONTRADOS
Otobius
Ornithodorus
(carrapato espinhoso da orelha)
(carrapato do chão)
Otobius megnini
Ornithodorus brasiliensis
OBRIGADO A TODOS
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