Versão de Impressão - Universidade de Brasília

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Versão de Impressão - Universidade de Brasília
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
11º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Brasília – Universidade de Brasília – Novembro de 2013
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A objetividade no jornalismo: aspectos da história do conceito
Hadassa Ester David 1
Resumo: A objetividade é um conceito-chave no jornalismo. A discussão em torno do termo é
ampla, repleta de teorizações e reflexões sobre a sua aplicabilidade ou não na prática jornalística. No entanto, a intenção principal deste artigo é entender como e quando a noção ou a ideia de
objetividade se tornou um princípio do jornalismo. Procura-se, por meio de um levantamento
histórico, fazer um processo de ressignificação conceitual a fim de entender como a objetividade
foi pensada e articulada e questionada ao longo do tempo nessa área da comunicação. Como
qualquer conceito, verifica-se que novas palavras foram sendo incorporadas e utilizadas como
sinônimos, podendo apontar para o mesmo significado ou até mesmo produzir uma nova concepção.
Palavras-chave: objetividade; jornalismo; história; conceito; relações públicas.
1. Introdução
A ideia de objetividade passou por várias fases e reformulações. No século XIX,
foi apenas uma questão de separação entre informação e opinião, se limitando ao texto.
Ou seja, a história mostra que inicialmente a objetividade veio substituir um já defasado
jornalismo interpretativo e opinativo. No entanto, na mesma época, a preocupação também alcançou o posicionamento e a conduta profissional, e passou a exigir o não envol-
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Graduada em Jornalismo pelo Instituto de Ensino Superior de Rio Verde. Mestranda em Comunicação,
com ênfase em Jornalismo e Sociedade pela Universidade de Brasília. E-mail: [email protected]
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vimento, ou seja, a imparcialidade do jornalista com os fatos, que deveriam falar por si.
A objetividade aqui esteve diretamente ligada ao conceito de realidade e verdade.
O conceito chegou a ser pensado como uma aplicação do método científico e dos
princípios do positivismo lógico. Contudo, o desenvolvimento tecnológico, o aumento
do volume de informações, as necessidades de rapidez e velocidade na transmissão das
notícias, principalmente sobre as batalhas em períodos de guerra, como também o fato
de que os jornais precisavam manter o público informado sobre os acontecimentos e
ainda havia a falta de tempo para a apuração, tudo isso acabou resultando na adoção de
um modelo de texto sucinto pelas agências de notícias, com o objetivo de atender vários
jornais ao mesmo tempo. Aliado a esses fatores aparecem ainda os problemas técnicos
de transmissão de informações, pois os correspondentes enviavam as mensagens via
telégrafo e parte dos relatos podiam se perder por defeitos e falhas da tecnologia.
Com a transformação do jornalismo em negócio e a ideia de jornal empresa se
consolidando, cuja preocupação era o lucro, ou seja, vender jornal, os relatos também
passam a ser suprimidos, não mais por motivo de erro técnico, mas sim para que anúncios pudessem ser inseridos. Valoriza-se o formato da pirâmide invertida, cujas informações mais importantes devem constar no topo, para que em caso de corte, não se perca o essencial. Aqui o discurso da objetividade apresenta-se como mais viável para
atender as necessidades do mercado e do capital.
A disputa por leitores faz com que o sensacionalismo domine a imprensa. A objetividade, ou o que o público entendia por objetividade passa a ser cobrada, agora vista
como um sinônimo de credibilidade.
No século XX, a objetividade vai ser entendida como uma forma de assegurar a
verdade dos fatos. Isso se deve principalmente aos efeitos de manipulação da Propaganda de Guerra e ao aparecimento de novas profissões no ramo da comunicação, como os
assessores de imprensa e os profissionais de Relações Públicas, que alteraram até então
o que era entendido por notícia.
Os jornalistas reconheceram a subjetividade e passaram a duvidar que os fatos
fossem realmente o reflexo do real, e como uma estratégia de escape, adotaram procedimentos técnicos como forma de assegurar, pelo menos, uma objetividade aproximada.
Em meados da década de 60, o jornalismo volta às origens e passa a privilegiar a litera2
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tura e a voz autoral em detrimento do jornalismo impessoal. Nesse período, não há mais
cerceamento da liberdade do jornalista, que participa ativamente de suas reportagens e
conduz seu relato sem se prender ao formato da pirâmide invertida. Porém, o conceito
de verossimilhança substituído pelo de verdade passará a não agradar, quando a ficção
passa a exceder a realidade.
Novamente a objetividade voltará com força total ao jornalismo, já que passa a
ser constantemente defendida com a melhor forma de garantir a verdade dos fatos. No
entanto, essa se reduz a procedimentos e técnicas de apuração, produção e estilo e linguagem textual, a chamada intersubjetividade. E quanto ao posicionamento do jornalista, continua-se a cobrar a postura da imparcialidade e da neutralidade.
2. O significado do conceito
O conceito de objetividade no jornalismo tem uma relação direta com os conceitos de imparcialidade, neutralidade e isenção. A objetividade pode ser definida como
uma forma de enxergar a realidade, sendo que os três termos a ela relacionados seriam
formas posicionamento e conduta de quem a observa.
Mário Ferreira dos Santos (2009) diz que a objetividade é uma atitude mental
que avalia os fatos em sua realidade, sem considerar as deformações que as perspectivas
esquemáticas humanas podem oferecer. É por este motivo que o jornalismo adota certas
posturas, pois acredita que assim irá garantir a menor interferência possível.
De acordo com Giles (1993), sob o ponto de vista científico, a objetividade é o
distanciamento de qualquer sensibilidade e subjetividade, podendo ser garantida por
meio de observações controladas, verificações, medidas e experimentos. A partir do
momento em que o conceito é aderido no jornalismo, começa-se a exigir do jornalista
uma capacidade de produzir e transmitir notícias sem ser influenciado por sentimentos,
emoções, ou noções preconcebidas.
Os conceitos de neutralidade, isenção e imparcialidade possuem significados
próximos podendo ser considerados sinonímias da objetividade e consistem em:
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[...] recusa em tomar partido em relação a posições opostas ou em conflito. A
ciência seria neutra na medida em que é factual, descritiva, isto é, preocupase com a descrição e a explicação dos fenômenos, sem emitir juízos de valor,
sem fazer prescrições [...] Estariam isentos e imunes de formular todo e qualquer juízo de valor, de manifestar toda e qualquer preferência pessoal e, consequentemente de ser responsável pelas decisões (GILES, 1993, p. 179).
De acordo com Flávia Biroli e Luis Felipe Miguel (2012, p. 23), a neutralidade é
estabelecida como um meio de obter a objetividade e proporcionar um discurso fiel à
realidade. “A objetividade exige a neutralização ou suspensão do sujeito para que a verdade se apresente.”
No entanto, aplicar a perspectiva científica da objetividade no jornalismo é inviável, já que, como diz Eugênio Bucci (2006, p. 92), “diz-se que tem objetividade o discurso em que se expressam as características próprias do objeto – e não as do autor do
relato (o sujeito)”. Mas ele completa que o jornalismo não tem objetos, só tem sujeitos.
“O jornalismo, produto que é do senso comum, adota a pressuposição tácita de que uma
descrição pode ser objetiva, ou seja, pode ser inteiramente fiel às características do objeto, sem que o sujeito a deforme.”
Concepção essa própria do objetivismo cuja característica vem do positivismo
“que valoriza na relação de conhecimento o lado do objeto, em detrimento do sujeito.
Sendo que essa doutrina supõe que a mente pode obter um acesso direto, pela percepção, à realidade tal qual ela é.” (JAPIASSU e MARCONDES, 1996, p. 183). Esse é o
pilar em que está assentada a teoria do espelho, que será abordada mais adiante.
3. O aparecimento do conceito
As noções de objetividade aparecem primeiramente no jornalismo inglês, como
forma de contraposição ao jornalismo político e literário francês. A imprensa inglesa é
considerada pioneira em exigir a neutralidade e a imparcialidade nas informações e a
cobrar do jornalista uma posição de fidedignidade, exatidão e precisão no relato dos
fatos.
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No século XIX, a imprensa dominante era a opinativa, ideológica ou de partido.
Segundo Felipe Pena (2006), as notícias tinham um caráter panfletário, que traziam claramente a posição política dos donos dos veículos. Com um estilo retórico, as narrativas
se constituíam em longos comentários, uma espécie de introdução, antes de revelarem o
verdadeiro assunto da matéria. Isso ficou conhecido como ‘nariz de cera’ 2.
De acordo com Manuel Carlos Chaparro (2008), o primeiro jornal a trazer uma
inovação na linguagem foi o inglês Daily Courant, criado em 1702. Samuel Buckley,
que dirigia o diário, introduziu no jornalismo o conceito da objetividade, tornando-se o
primeiro jornalista a preocupar-se com o relato preciso dos fatos. Decidiu que as notícias deveriam ser tratadas como notícias, sem comentários, precedidas de uma apuração
rigorosa dos acontecimentos. Foi ele que estabeleceu o estilo que influenciou o jornalismo mundial ao separar as notícias dos artigos.
Tomando como base os princípios do positivismo do filósofo francês Augusto
Comte (1798-1857), então em ascensão, em que é atribuído à ciência grande valor, de
modo que só o método científico poderia explicar o mundo, as ações e os comportamentos, os jornalistas determinaram que os acontecimentos deveriam ser observados com
distanciamento e imparcialidade, sem qualquer mediação ou interferência cultural e
ideológica entre a realidade e a notícia. A prática opinativa ou interpretativa passou a
dar lugar a uma orientação que pregava, acima de tudo, a fidelidade dos fatos. Essa alteração é conhecida como a primeira teoria do jornalismo, a chamada “Teoria do Espelho”, cuja crença defende que as notícias são o espelho da realidade.
A partir daí, entra em cena o ‘repórter’, que deveria se comportar apenas como
um mediador desinteressado, um mero observador, capaz de emitir um relato equilibrado e honesto sobre suas observações, com o cuidado de não apresentar opiniões pessoais, ou seja, era preciso separar fatos de comentários. Para isso, os recursos estéticos, a
emoção e a beleza da narrativa deveriam ficar restritos à literatura e à ficção.
No entanto, apesar da teoria do espelho não ser considerada uma teoria acadêmica, a ideia de que as notícias refletem fielmente a realidade persiste ainda hoje na comunidade profissional. Isso acontece, de acordo com Felipe Pena (2006) e Nelson Traquina
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O nariz de cera era um texto longo, geralmente opinativo que em vez de dar logo a notícia ao leitor,
adiava-a por quatro ou cinco parágrafos de subliteratura.
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(2005) porque ela dá legitimidade e credibilidade aos jornalistas, tratando-os como imparciais, fazendo uso de procedimentos e de uma narrativa baseada no método científico, assegurando assim, um relato objetivo dos fatos.
[...] dificilmente os membros da comunidade jornalística aceitam qualquer
ataque à teoria do espelho porque a legitimidade e a credibilidade dos jornalistas estão assentes na crença social de que as notícias refletem a realidade,
que os jornalistas são imparciais devido ao respeito a normas profissionais e
asseguram o trabalho de recolher a informação e de relatar os fatos, sendo
simples mediadores que “reproduzem” o acontecimento na notícia (TRAQUINA, 2005, p. 149).
No entanto, é importante ressaltar que o conceito de objetividade só irá se consolidar no século XX. O artigo ainda iria predominar nas formas do texto jornalístico até
que, depois da invenção do telégrafo e com o início de sua utilização pelas agências
noticiosas, a notícia surgiu e cresceu em seu formato moderno, como forma de relato
dos fatos.
Segundo Tuchman (1983 apud RODRIGO ALSINA, 2009, p. 257):
[...] o termo ‘fato’, tinha um significado diferente em 1848, quando o primeiro serviço telegráfico dos Estados Unidos foi fundado, que o significado que
alcançou em 1865, 1890 ou em 1925. Nos primeiros serviços de telégrafos,
apresentar fatos, significava apresentar uma informação aceitável para as políticas editoriais de todos os jornais que assinavam esse serviço. Durante a
Guerra Civil, apresentar fatos, significava transmitir as versões do governo
sobre as batalhas sem levar em conta a sua validade. Mas, em um determinado momento histórico, o fato se tornou a pedra de toque da objetividade jornalística. Embora o profissionalismo surgisse entre os informantes de 1890,
não foi até a década de 1920, que a facticidade atingiu conotações de neutralidade e objetividade profissionais, e foi quando os informantes demonstraram sua imparcialidade, evitando, explicitamente, a distorção e a parcialidade
pessoal.
Ao longo tempo a objetividade recebeu novas abordagens e pontos de vista. Ela
estabelece uma série de normas, condutas e posturas, por meio de procedimentos que
sejam capazes de garantir a imparcialidade, a neutralidade e a isenção. Esses termos, de
significados próximos, são os mais adequados para representar como a objetividade é
encarada no jornalismo.
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[...] o conceito foi perdendo o significado original e hoje causa muita confusão. A sociedade confunde a objetividade do método com a do profissional, e
este jamais deixará de ser subjetivo. E também confunde o texto com discurso, o que fica claro na separação dogmática entre opinião e informação (PENA, 2006, p. 51).
Apesar de a objetividade surgir primeiramente para se diferenciar da opinião e se
ater à informação, para Pena (2006), a notícia nunca esteve tão carregada de opiniões. O
autor atribui essa situação, por incrível que pareça a um dos critérios da objetividade, o
de que é preciso ouvir sempre os dois lados da história. Nesse ponto, valoriza-se mais as
declarações do que os próprios fatos e vale mais os comentários sobre as ocorrências do
que os próprios acontecimentos.
4. O conceito, a tecnologia e o mercado
O telégrafo foi inventado em 1840 e sua vantagem era a velocidade na transmissão das notícias. Um grupo de jornais de Nova York organizou a Associated Press, em
1848. Isso aconteceu depois que esses jornais organizaram um pool3 para a cobertura de
eventos, entre eles, a guerra que os Estados Unidos desencadearam contra o México. Foi
essa guerra que permitiu a anexação dos estados da Califórnia, Nevada, Arizona, Texas
e bem mais. Então esse pool passou a se chamar Associated Press, também conhecida
como AP.
De acordo com Jorge Pedro Sousa (2001), o uso do telégrafo era caro e sua tecnologia falível sendo necessário que a informação mais importante viesse no início da
transmissão. A partir daí é introduzida a técnica da pirâmide invertida, no qual a notícia
é estruturada segundo a ordem decrescente de interesse e relevância das informações, de
tal maneira que o leitor já tenha acesso aos dados essenciais sobre o fato nos parágrafos
iniciais.
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Situação em que representantes da mídia se unem para cobrir um evento ou entrevista coletiva.
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O parágrafo inicial, ou primeiro parágrafo recebeu o nome de lead. Ele deve responder às seis perguntas consideradas principais de um fato: quem, o quê, como, quando, onde e por quê. Tudo isso aconteceu porque ao recorrerem ao telégrafo, os correspondentes escreviam primeiramente as informações mais importantes, pois era uma
tecnologia que costumava falhar e grande parte do conteúdo podia se perder no caminho. Através do resumo das informações principais não se corria o risco do acontecimento principal não chegar. Portanto, esses novos recursos auxiliaram na delimitação
do campo profissional e o jornalista passou a ser visto como um técnico na produção de
informação noticiosa.
Essas técnicas de transmissão de telegramas foram muito utilizadas durante a
Guerra Civil Americana (1861-1865), também conhecida como a Guerra da Secessão,
pois foi a necessidade de se recorrer frequentemente ao telégrafo para se enviarem as
notícias da frente de batalha para a sede dos jornais impulsionou a utilização da pirâmide invertida para a redação de notícias. A pirâmide invertida é considerada a filha da
Revolução Industrial Norte-Americana (PEREIRA JÚNIOR, 2006). Após a guerra civil,
os Estados Unidos viveu sua própria revolução industrial com rapidez e intensidade sem
precedentes (LAGE, 1999).
Adelmo Genro Filho (1987) relata que a primeira notícia redigida segundo a técnica da pirâmide invertida teria aparecido no The New York Times em abril de 1861. A
partir da segunda metade no século XX, alguns dos mais importantes periódicos latinoamericanos passaram a publicar notícias das agências norte-americanas redigidas segundo esse modelo.
Logo depois, ela já seria usada pelas agências de notícias, ampliando seu alcance
por outras partes do mundo, já que era mais prática e de preço mais acessível em relação
à transmissão via telegrama. A agência ainda podia ficar só com o primeiro e /ou o segundo parágrafo, que seria suficiente para atender ao veículo assinante e até mesmo se
quisesse ficar com a matéria completa, saía bem mais barato do que pagar por cada letra
(PENA, 2006).
Foi nessa época que também se provaram novas técnicas de informação, como a
entrevista, a reportagem e a crônica. Houve a divisão de trabalho entre jornalistas, tipó-
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grafos e telegrafistas, como também a delimitação dos territórios dos telégrafos, dos
jornais e das agências noticiosas.
Foi durante a Guerra Civil, observou o New York Times, em 1901, que os
jornais nova-iorquinos ganharam sua primeira compreensão viva de dois
princípios fundamentais que os transformaram no que são hoje – em primeiro
lugar, o valor insuperável da empresa particular, competitiva e triunfante, para conseguir notícias rápidas e exclusivas, e, em segundo, a possibilidade de
alcançar grandes circulações, esforçando-se cada vez mais para satisfazer
uma demanda popular de notícias imediatas e exatas dos acontecimentos do
dia-a-dia da humanidade, em todo o mundo (KNIGHTLEY, 1978, p. 29).
Foram as agências que trouxeram viabilidade econômica ao noticiário internacional, já que o mesmo texto era distribuído a centenas de jornais que assinavam seus
serviços. Assim, saía bem mais barato que um texto produzido por um correspondente
ou enviado especial, cujos custos são cobertos pelo órgão de imprensa em que trabalha.
A agência de notícias passou a distribuir um texto mais conciso e neutro possível, pois
vários veículos, com suas diferentes linhas editoriais, interesses e ideologias compravam seus serviços (NATALI, 2007)
Maurice Mouillaud (2002) compara o despacho de agência com uma mercadoria. Enquanto o discurso da eloquência remete ao local em que é enunciado e se desenvolve na duração, o despacho de agência se liga às redes nas quais circula e se apoia na
velocidade. A eloquência é argumentativa, enquanto que a informação é factual e seu
valor está ligado pelos novos fatos que diz trazer.
“O despacho de agência quebrou a retórica fragmentando o discurso em unidades breves e móveis. De fato, o despacho de agência é um texto livre que não possui
enunciadores aparentes: apresenta-se sem assinatura e sem destinatário (MOUILLAUD,
p. 58)”. O autor ainda completa que “dentro do texto, os enunciadores são objetivados
em fontes; fora do texto, os comunicadores mantêm-se atrás do despacho de agência
(Idem, p. 59)”.
Firma-se nos Estados Unidos, a ideia de jornal-empresa. O jornalismo tornou-se
mais noticioso e factual, mas também mais sensacionalista. A concorrência entre os
veículos e a disputa por leitores faz com que os jornais americanos publiquem cada vez
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mais notícias com ênfase em escândalos e dramas humanos, trazendo a sensação do
maravilhoso, da excitação e do perigo. Essa linha de jornalismo é conhecida como Yellow Journalism e teve como principais expoentes, os empresários Joseph Pulitzer e William Randolph Hearst. Esse último é acusado, inclusive, de inventar fatos 4.
Durante a Guerra Hispano-Americana (1898), as manchetes eram utilizadas de
modo a atrair a atenção dos leitores, letras grandes de dez centímetros, com cores fortes,
muitas vezes vermelhas, eram estampadas na primeira página. A matéria dos correspondentes tinha de ser compatível com os cabeçalhos e alguns continham exageros tão
grosseiros a ponto de um funcionário do New York Herald insistir que havia “uma fábrica, por lá, destinada a falsificar notícias de guerra” (KNIGHTLEY, 1978, p. 73).
A experiência na guerra foi um dos motivos que causou uma reação pública contra o jornalismo sensacionalista, o que fez com que novamente a objetividade jornalística ganhasse força, se estabelecendo como uma prática cuja finalidade era economizar
tempo e espaço para captar o máximo de informação possível. Cientes das consequências do sensacionalismo, os jornais americanos exigiram mais rigor na apuração, nas
técnicas e no tratamento da informação.
Foram buscar no espírito científico o respeito pelos fatos empíricos e o cuidado para não avançar além daquilo que os fatos permitem ao senso comum
inferir. O ideal de imparcialidade é parte dessa postura, que se contrapôs ao
modelo sensacionalista dos Estados Unidos (LAGE, 2006, p. 15).
Pois, descobriu-se que o jornalismo precisava de algo mais do que grandes tiragens e narrativas surpreendentes. Dependia de credibilidade. Em contraposição à imprensa sensacionalista, o jornalismo passa a aliar o conceito de objetividade ao de credibilidade.
5. Objetividade versus subjetividade
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Hearst é tido como um dos principais instigadores da Guerra Hispano-Americana, já que teria inventado
notícias apenas para levar os Estados Unidos a declarar guerra à Espanha, por causa de Cuba.
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O conceito de objetividade vai ser considerado no século XX como um conjunto
de procedimentos destinados a reforçar a credibilidade dos fatos, não mais abalada pelo
sensacionalismo, e sim pela profissionalização das Relações Públicas e pela Propaganda
de Guerra.
Michael Schudson (2010) atribui o surgimento da objetividade especificamente
ao ano de 1930, nos Estados Unidos. A desesperança a respeito da democracia aprofundou-se nos anos de 1930, com a força crescente das ditaduras na Alemanha e Itália e a
evidente impotência do governo dos Estados Unidos no início dessa década em lidar
com a depressão. Os editores da The New Republic apresentaram uma série de artigos
sobre o futuro da democracia relatando que “em nenhum momento desde o surgimento
da democracia política foram os seus princípios tão seriamente desafiados como hoje
(SCHUDSON, p.147).” Os velhos progressistas estavam perplexos com a complexidade
dos problemas políticos e econômicos dos anos de 1930.
Para o autor, um clima de desconfiança dominou o século XX. A psicologia instaurou um espírito intelectual da época, auxiliada pela publicação de livros e artigos
sobre sociologia e o comportamento irracional das multidões. Assim, trouxe a desconfiança da razão, que, por sua vez, causou dúvidas em relação às instituições políticas.
A desilusão popular com as campanhas de propaganda, bem como o aparecimento de novos profissionais de comunicação surgem como uma ameaça à exclusividade da informação jornalística, o que vai consolidar a preocupação com o relato objetivo.
A objetividade jornalística parece ter sido destinada a se tornar tanto um bode
expiatório como uma crença, e mais uma defesa inábil do que uma afirmação
direta. A crença na objetividade é menos central para o jornalismo norteamericano do que a base em que se enraizou. Essa base, na qual tanto os defensores como os opositores da “objetividade” no jornalismo se erguem, é o
relativismo, uma crença na arbitrariedade dos valores, a sensação do “profundo silêncio” da modernidade, para o qual o ideal da objetividade foi a única resposta (SCHUDSON, 2010, p. 186).
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A experiência de guerra era suficiente para convencer os jornalistas norteamericanos de que os fatos em si não eram confiáveis. Eles passaram a considerar qualquer coisa como ilusão.
A propaganda de guerra mostrou à comunidade jornalística as diversas maneiras como um fato pode ser apresentado, interpretado, manipulado – ou
simplesmente criado. E quem deu vida aos serviços de propaganda americanos foi justamente o pessoal recrutado entre as melhores cabeças da imprensa
na época (AMARAL, 1996, p. 36).
Outro fator que abalou a crença nos fatos nesse período histórico foi o aparecimento de uma nova profissão, a de Relações Públicas.
As relações públicas se desenvolveram no início do século XX como uma
profissão que respondia ao público, recém-definido como irracional, e não
analítico; espectador, e não participante; consumidor, e não produtivo, e que
ajudava a moldá-lo. Ela produziu um impacto de longo alcance sobre a ideologia e as relações sociais cotidianas do jornalismo americano. (SCHUDSON, 2010, p. 157).
A profissão de Relações Públicas foi fundada especialmente por Ivy Lee - o primeiro agente de relações públicas, co-fundador, em 1905, da agência de relações públicas Parker e Lee - e pelo publicitário Edward Bernays, sobrinho de Sigmund Freud e
um homem sensível à questão do comportamento humano. Foi Bernays que criou o termo assessor de relações públicas, pois o profissional conhecido como agente de imprensa, era visto de uma forma negativa (AMARAL, 1996, p. 40, grifo do autor).
Antes vista com certo preconceito, a profissão passou ganhou uma nova face. As
relações públicas recriaram o conceito de notícia e contestaram a objetividade (AMARAL, 1996). Ao invés de se ater a um relato dos acontecimentos mundiais, a notícia era
especialmente construída para aqueles que poderiam pagar por ela. (SCHUDSON,
2010).
José Ricardo da Silveira (2010, p. 58) também comenta sobre o impacto da nova
profissão:
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As Relações Públicas surgiram como algo inerente à própria fase capitalista
que se desenvolvia naquele momento, a partir também de novas estéticas de
comunicação. Até o início do século XX, o mundo contava, basicamente,
com as formas de expressão oral e escrita, sem os suportes eletrônicos, como
o cinema (apesar de já inventado, não estava difundido), a televisão ou o rádio.
Segundo Schudson, foi o aparecimento da profissão de relações públicas que
trouxe ao jornalismo o reconhecimento da subjetividade, com reportagens assinadas; a
especialização dos jornalistas e a reportagem interpretativa. Os leitores clamavam por
mais aprofundamento e interpretação.
E a objetividade no jornalismo, considerada como um antídoto para a parcialidade, passou a ser encarada como a parcialidade mais insidiosa, dentre todas. Porque a reportagem “objetiva” reproduzia uma visão da realidade social
que se recusava a examinar as estruturas básicas do poder e do privilégio. Ela
não era apenas incompleta, como sustentavam os críticos dos anos 1930, mas
distorcida (Schudson, 1978, p. 188).
Os jornalistas passaram a defender e a acreditar na objetividade como procedimento, com o objetivo de se diferenciar de outras profissões do ramo da comunicação.
Com a ideologia da objetividade, eles substituíram a fé simples nos fatos por estratégias
criadas para um mundo no qual até os fatos eram postos em dúvida (SCHUDSON,
2010).
Os procedimentos adotados se configuram como técnicas próprias de objetivação e envolvem todo o conjunto de operações de rotina, formato textual, apresentação
de pontos de vista opostos, a utilização de citações e aspas.
A aceitação do fato de que o jornalista não é de todo passivo e inocente e que
ajuda a construir os fatos e que a tal objetividade perseguida não pode ser alcançada
inteiramente, vai contribuir para o surgimento, na década de 1960, da defesa da inclusão
de técnicas literárias para uma melhor abrangência da realidade (LAGE, 2006).
Entre as tradições que são contra o discurso da objetividade, que submergem na
década de 60, aparecem literatura e o chamado muckraking.
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A tradição literária tem raízes profundas no jornalismo. Ela honra o desejo de
escrever um bom artigo, não um artigo inócuo ou objetivo, mas uma narrativa
finamente trabalhada e poderosa em seu impacto emocional [...]. Nos anos
1960, a tradição da escrita elegante navegava sob a bandeira do “novo jornalismo” (SCHUDSON, 2010, p. 218).
O autor contextualiza o muckraking ou “reportagem investigativa” ou “jornalismo empreendedor” que chamou a atenção do público de forma mais destacada com a
investigação do Washington Post no caso Watergate (IDEM, p. 219).
Miguel Rodrigo Alsina (2009) diz que o fenômeno jornalístico que levou o conceito de objetividade a entrar em crise, foi o New Journalism, ou Novo Jornalismo. Esse
tipo de jornalismo é mais subjetivo, e procura atrair o interesse para os pequenos fatos,
para o cotidiano, ao invés dos grandes acontecimentos. A imaginação e a criatividade
tem grande importância jornalística. A realidade e a ficção são mescladas. E a intenção
literária retorna, como nos primórdios, mas em forma de grandes reportagens.
Porém, a descoberta de histórias inventadas, como também a utilização de mais
ficção do que fatos reais trouxeram certa desconfiança para esse tipo de jornalismo. O
rigor da objetividade volta a ser defendido até mesmo no formato de reportagem, mesmo que ainda goze de mais liberdade do que a notícia.
O que se defende hoje é o justo e o equilibrado (AMARAL, 1996). A objetividade como procedimento, agora chamada de intersubjetividade, não exige isenção total
e sim equilíbrio (BUCCI, 2006, p. 93).
A melhor objetividade no jornalismo é então uma justa, transparente e equilibrada apresentação da intersubjetividade. Quando o jornalismo busca a objetividade, está buscando estabelecer um campo intersubjetivo crítico entre os
agentes que aí atuam: os sujeitos que produzem o fato, os que o observam e
reportam, e os que tomam conhecimento do fato por meio do relato.
Segundo Sousa (2000, p. 82), o ideal de objetividade é observado por meio dos
processos de “objetivação” e factualização da informação, com o uso de fontes e citações. Os jornalistas seriam, assim, considerados “objetivos”, perpetuando o chamado
“jornalismo de citações”.
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A intersubjetividade, de acordo com Isabelle Anchieta Melo (2007), é o modo
particular de processar os acontecimentos dentro de rotinas e formas narrativas próprias
– a mediatização. Assim, não se trata mais de encontrar a verdade ou de acreditar que os
fatos possuem uma objetividade em si, mas sim de buscar produzir uma narrativa equilibrada, ouvindo as várias versões do fato, por diferentes fontes. É preciso apresentar a
controvérsia; verificar documentos e dados que comprovem ou não o fato; buscar não
tomar partido, entre outras condutas técnicas e éticas.
6. Considerações Finais
A intenção deste trabalho não foi a de prolongar a crescente discussão sobre a existência ou não da objetividade no jornalismo e de sua aplicabilidade ou não, pois ainda não há um
consenso sobre sua utilização. O debate acadêmico apresenta um discurso sobre a objetividade muito distanciado do que os jornalistas vivenciam nas redações.
Apesar da refutação da objetividade na academia, na comunidade profissional, o conceito é ainda muito valorizado, pois legitima a atividade diante do público. Por isso, o ideal da
objetividade ainda persiste. No entanto, há muita confusão com o conceito, sendo que este
acaba muitas vezes sendo substituído por outros termos ou então é aplicado sem um conhecimento sobre seu significado original. É por esse motivo que é de extrema importância localizar historicamente a implantação da objetividade no jornalismo e sua ressignificação ao longo
do tempo.
O que se constata é que o jornalismo acabou adaptando e modificando o conceito de
acordo com seus interesses e criou uma versão própria sobre a objetividade, a chamada intersubjetividade ou objetivação dos fatos, que seriam formas de assegurar uma objetividade
aproximada, ou seja, a maior fidelidade possível para com a verdade dos fatos, que se daria
por meio de técnicas próprias de trabalho.
Isso acaba sendo uma forma de justificar o discurso da objetividade na área. No entanto, sabe-se que a atividade jornalística envolve escolhas, já que lida com o tratamento e construção de notícias, o que faz com que certos acontecimentos sejam privilegiados em detrimento de outros. Mas isso, claro, já é outro assunto.
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