efeitos colaterais

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efeitos colaterais
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Folhas Informativas
InfoRed
SIDA Nuevo México
EFEITOS COLATERAIS
O que são os efeitos
colaterais?
São reações não desejadas que nosso corpo apresenta quando tomamos
determinados medicamentos. Os
remédios são receitados com um
propósito específico (terapêutico),
como, por exemplo, controlar o HIV.
Todos os demais efeitos apresentados ao se tomar uma medicação,
fora os terapêuticos, são considerados efeitos colaterais. Alguns efeitos são leves, como dor de cabeça;
outros podem ser severos e inclusive
mortais, como danos ao fígado.
Alguns duram poucos dias ou semanas; outros persistem durante todo o tratamento e mesmo após o seu
término.
Importante:
Alguns sintomas são chamados de efeitos colaterais
apesar de não conhecermos
seus mecanismos. Nem sempre os sintomas e sinais que
apresentamos são efeitos colaterais dos anti-retrovirais
e nem sempre é muito fácil
determinar uma única causa
para os sintomas e sinais
apresentados.
O que são os sintomas?
Qualquer fenômeno ou mudança
apresentada pelo nosso corpo que
descrevemos para o médico, como
por exemplo, dor de cabeça, dor de
garganta, ardência ao urinar, náuseas, diarréia etc.
O que são os sinais?
São as evidências objetivas que o
médico detecta através do exame
físico, auxiliando-se dos sentidos
(visual, auditivo, olfativo e tato),
auscultando, apalpando, medindo a
temperatura e verificando a pressão
arterial, entre outros.
Quem apresenta
efeito colateral?
A maioria das pessoas que toma remédios
anti-HIV apresenta efeitos colaterais. Em
geral, níveis altos de medicamentos
causam mais efeitos colaterais. Caso
você tenha uma estatura menor que a
população em geral, também pode
apresentar mais efeitos colaterais. Além
disso, se seu corpo processa os remédios
mais lentamente que o normal, podem
ocorrer níveis mais altos de medicamento em seu sangue, fazendo com que
você apresente mais efeitos colaterais.
Lembre-se: todo medicamento é acompanhado de uma
bula, com informações sobre
efeitos colaterais mais
comuns. No entanto, isso não
quer dizer que você vai
apresentar algum ou alguns
deles. Certas pessoas só
apresentam efeitos colaterais
leves ao tomarem antiretrovirais, e outras, segundo seus relatos, não apresentam efeito colateral algum.
Nem todos os efeitos colaterais dos
anti-retrovirais apresentam sintomas
e/ou sinais. Portanto, não são identificáveis pelo exame físico e requerem acompanhamento contínuo com
variados exames laboratoriais (além
do CD4+ e da carga viral, são necessários o hemograma completo, o leucograma total, a contagem de plaquetas, a medição das taxas de colesterol, de triglicerídeos e glicose,
bem como a realização da bioquímica
do sangue).
É importante a investigação do histórico de doenças do paciente prévias à infecção por HIV e à terapia
anti-retroviral para a escolha de
esquemas que possam ser melhor
tolerados e mais bem aceitos. Por
exemplo: se a pessoa tem propensão
à diarréia, o médico pode fazer uma
combinação de anti-retrovirais
excluindo os remédios que mais causam essa situação.
1
Série D
Como controlar os
efeitos colaterais?
Existem vários passos que você pode
seguir para enfrentar os efeitos
colaterais:
• Informe-se sobre o medicamento que vai tomar. As Folhas
Informativas Séries C e D e as
recomendações
brasileiras
oficiais do Programa Nacional de
DST e AIDS, do Ministério da
Saúde (veja Anexo 1) oferecem
informações sobre os efeitos
colaterais mais comuns de cada
medicamento.
• Pergunte ao seu médico sobre
os efeitos colaterais que você
poderá apresentar. Caso algum
efeito dure mais tempo do que
o esperado (algumas poucas
semanas) ou piore, pergunte a
ele ou a algum profissional da equipe de saúde quando você deverá requerer atenção médica.
Importante:
Não tome nenhum remédio
para evitar um efeito
colateral antes de falar com
o seu médico ou com a
equipe de saúde.
• Verifique, com o seu médico, se
você pode tratar um efeito colateral
leve com remédios caseiros ou de
venda livre (sem receita médica).
Folhas Informativas
Lembre-se: não deixe de
tomar, não perca nem reduza
a dose de qualquer medicamento sem antes consultar o seu médico, pois isso
cria vírus resistentes aos
remédios (veja a Folha
Informativa C 7 e C 4), ou
seja, alguns anti-retrovirais
e algumas de suas combinações acabam tornando-se
ineficazes contra o HIV. Se
você estiver tendo problemas com algum medicamento, converse com o seu
médico para mudar o esquema, mas não perca ou reduza
as doses por conta própria.
1
Série D
• Caso um efeito colateral seja
insuportável e você decida mudar de
combinação junto com o seu
médico, lembre-se que você pode
estar limitando as opões futuras de
combinações de anti-retrovirais.
Antes de mudar de combinação,
tente resolver o efeito colateral.
Todos os anti-retrovirais podem
provocar efeitos colaterais. Dê um
tempo para o seu corpo se adaptar
ao medicamento. Um efeito
colateral pode ser passageiro.
Quais são os efeitos
colaterais mais comuns?
Ao começar a tomar anti-retrovirais,
poderão surgir alguns dos efeitos
colaterais já conhecidos, como dor
de cabeça, hipertensão ou sensação
de mal-estar geral. Geralmente,
esses efeitos melhoram ou desaparecem com o tempo. Veja as outras
Folhas Informativas da Série D.
• Não faça automedicação. Terapias
naturais também podem produzir
efeitos colaterais ou interações com
os anti-retrovirais. A homeopatia
pode ser uma importante aliada no
combate aos efeitos colaterais.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED - Evangelischer Entwicklungsdienst e V. Tiragem: 4 mil exemplares/março de 2004
2
EFEITOS COLATERAIS MAIS FREQÜENTES
Folhas Informativas
A
o começar a tomar anti-retrovirais, poderão surgir alguns
efeitos colaterais, como dor de
cabeça, hipertensão ou sensação de mal-estar geral. Geralmente,
esses efeitos melhoram ou desaparecem com o tempo. Outros efeitos
colaterais bastante freqüentes são:
• Fadiga: a maioria das pessoas HIV
positivas se sente cansada algumas
vezes. É importante saber a causa
da fadiga e tratá-la. Informações
específicas na Folha Informativa D 3.
• Anemia: aumenta o risco da
infecção por HIV progredir para a
AIDS e pode causar fadiga. Os exames
de sangue podem detectar a anemia,
que tem tratamento. Informações
específicas na Folha Informativa D 4.
• Problemas digestivos: alguns
medicamentos afetam o estômago e
causam náuseas, vômitos, gases e
diarréias. Existem algumas soluções
caseiras muito boas para o enfrentamento desses problemas:
— Ao invés de fazer três grandes e
abundantes refeições, coma porções
pequenas e com mais freqüência.
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InfoRed SIDA Nuevo México
• Diarréia: pode ser leve ou grave.
Entre em contato com o seu médico,
caso a diarréia dure muito tempo ou
piore. Informações específicas na
Folha Informativa D 6.
• Lipodistrofia: é a perda de gordura
nos braços, pernas, rosto e nádegas
e a acumulação de gordura na barriga, peito ou atrás do pescoço com
ou sem aumento dos níveis de
gordura no sangue. Essas mudanças
podem aumentar o risco de um ataque do coração ou de uma embolia.
Informações específicas na Folha
Informativa D 5.
• Problemas na pele : alguns
medicamentos podem causar erupções cutâneas. Na maioria das vezes,
as erupções são temporárias, mas em
alguns casos indicam a presença de
uma reação séria. Caso apresente
erupções ou brotoejas, consulte o
seu médico. Outros problemas são
pele ressecada e perda de cabelo.
Lembre-se: os cremes hidratantes ajudam a tratar alguns
problemas de pele.
— Ingira alimentos leves e sopas. Evite
comidas picantes.
— Beber chá de gengibre pode ajudá-lo a se sentir melhor, assim como
cheirar limão fresco.
— Faça as principais refeições e não
perca muito peso.
— Tome cuidado com os medicamentos que aliviam as náuseas, sejam
eles de venda livre ou com receita,
já que podem interagir com o tratamento anti-HIV. Antes de tomar
qualquer remédio, fale com o seu
médico.
— O inchaço do estômago e os gases
podem ser diminuídos se você evitar
comer feijão, vegetais crus e cascas
de vegetais. Ainda para evitar gases,
não coma melão (batido com laranja
não provoca gases) e evite alho e
cebola.
Uma dica para combater o ressecamento da pele: a temperatura
do banho deve ser, no máximo,
morna, e o sabonete, neutro, à base
de glicerina. Caso não tenha
transpirado muito, limite o uso do
sabonete às regiões do pescoço,
axila, virilha e entre as nádegas. Após
o banho, passe um hidratante para
pele extra seca. Se a pele estiver
muito ressecada, coçando, descamando ou avermelhada, você pode
passar óleo de girassol (aquele de
cozinha), esperar 20 minutos e lavar
a área com água. Nesses casos, o
uso de sabonetes anti-séptico e de
glicerina também ajuda. Contra o
rash (pintas vermelhas) da pele, você
pode usar medicação específica.
Geralmente, quando já se sabe que
um anti-retroviral pode provocar
rash, inicia-se seu uso com dosagem
menor, que depois é aumentada. Se
Série D
o rash aparecer, entre imediatamente em contato com o seu
médico.
• Neuropatia periférica: é uma
situação dolorosa causada por dano
nervoso. Geralmente começa nos
pés e nas mãos. Informações específicas na Folha Informativa D 7.
• Toxicidade mitocondrial: é um
dano a estruturas internas das células. Pode provocar neuropatia ou
dano renal e causar acumulação de
ácido láctico no corpo. Danos aos
rins e acumulação de ácido láctico
podem levar à morte. Informações
específicas na Folha Informativa D 8.
· Problemas ósseos: têm sido
identificados recentemente nas
pessoas com HIV. Os ossos podem
perder seus conteúdos minerais e
tornam-se frágeis. A diminuição da
circulação sangüínea pode causar
problemas nos quadris. Informações
específicas na Folha Informativa D 9.
Dicas para enfrentar
outros efeitos colaterais:
— Para prevenir cálculo renal: beba
ao menos dez copos de água por dia
ou água de coco e modere a ingestão de vitamina C. A medicina
ortomolecular pode ajudar a tratar
cálculos renais com a administração
de vitamina B6 e magnésio.
— Para combater “boca seca” (baixa
produção de saliva): beba muita
água, mastigue bem os alimentos,
pingue gotinhas de limão em pedacinhos de maçã e mastigue, use
pastilhas ou gomas de mascar sem
açúcar, mastigue pequenos pedaços
de gengibre. Se a boca estiver muito
seca, use borrificador de água de
bolso. Além disso, um médico ou
dentista pode receitar um medicamento específico. Para ressecamento dos lábios, use produtos à
base de glicerina ou manteiga de
cacau.
— Contra o gosto ruim do ritonavir:
passe uma pitada de sal na língua de
Folhas Informativas
trás para frente antes de tomá-lo,
ou chupe bala de menta após a sua
ingestão.
Hiper-sensibilidade ao abacavir:
esse efeito aparece até o segundo
mês inicial de uso. Os sintomas são:
febre alta e dor abdominal ou erupções cutâneas sem febre. Caso após
48 horas da suspensão de todos os
anti-retrovirais, a febre, a dor abdominal e as erupções da pele desapareçam, significa que foram provocadas pelo abacavir e que você deve
deixar de tomá-lo e nunca mais poderá reiniciar seu uso, pois isso pode
provocar uma reação mortal.
2
Série D
Resumindo
A maioria das pessoas que tomam medicamentos anti-HIV sofre
efeitos colaterais. Porém, você não deve achar que vai apresentar
todos os efeitos colaterais.
Informe-se sobre os efeitos colaterais mais comuns e sobre seus
tratamentos.
Leia as Folhas Informativas da Série D sobre efeitos colaterais dos
anti-retrovirais.
Utilize remédios caseiros e descubra outras ações que possam
controlar os efeitos colaterais.
Não deixe de consultar o seu médico, caso um efeito colateral
dure tempo demais ou piore. Caso você esteja sentindo-se muito
mal, achando que deve parar imediatamente de tomar algum antiretroviral porque o efeito colateral identificado é grave na sua
observação, ou ainda, esteja sofrendo de um efeito de que não
tem conhecimento e não está seguro sobre o que fazer, marque
uma consulta com o seu médico ou procure ajuda com profissionais
de uma equipe de saúde.
Não deixe de tomar seus medicamentos por apresentar efeitos
colaterais. Caso não possa tolerá-los, negocie com o seu médico a
mudança da combinação dos anti-retrovirais. Mas antes de mudar a
combinação, tente manejar (diminuir ou eliminar) os efeitos
colaterais, pois, na prática clínica, não existem muitos esquemas
de anti-retrovirais que possam ser utilizados com sucesso numa única
pessoa e, portanto, mudanças de combinações de anti-retrovirais
acabam limitando opções futuras de tratamento anti-HIV.
O manejo dos efeitos colaterais dos anti-retrovirais pode ser
efetuado de diferentes formas: nutrição, prática moderada de
exercícios físicos, ações físicas antagônicas, tempo de espera (já
que alguns desses efeitos duram cerca de algumas poucas semanas),
mudanças de estilo e de hábitos de vida, e remédios.
É válido ressaltar que, mesmo existindo dicas gerais para o manejo
dos efeitos colaterais, sempre existe a possibilidade de uma pessoa
descobrir e criar uma estratégia própria para lidar (evitar ou
minimizar) com os efeitos colaterais da terapia anti-retroviral.
O sistema imunológico é sensível à alimentação, às emoções e ao
estresse. Portanto, cuide bem dessas três questões em sua vida.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED - Evangelischer Entwicklungsdienst e V. Tiragem: 4 mil exemplares/março de 2004
Folhas Informativas
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InfoRed SIDA Nuevo México
fadiga
O que é a fadiga?
É uma sensação de cansaço que não
desaparece mesmo após você ter
descansado. Pode ser de origem
física ou psicológica. Fadiga pode ser
diferenciada de cansaço. Fadiga é
um sentimento penetrante, subjetivo, exaustivo e que não pode ser
eliminado. Cansaço é um estado
temporário, causado pela falta de
sono, alimentação imprópria, estilo
de vida sedentário ou aumento temporário de trabalho ou de responsabilidades. Fadiga é caracterizada por
exaustão, diminuição da capacidade
do esforço físico e mental, e não
pode ser eliminada, apenas tratada.
Na fadiga física, os seus músculos
não podem fazer movimentos com a
mesma facilidade de antes. Você
pode notar isso quando sobe
escadas ou carrega bolsas de
supermercado, por exemplo.
Na fadiga psicológica, você pode
apresentar dificuldade para se
concentrar. Em alguns casos, pode
não querer se levantar da cama nem
realizar as suas tarefas diárias.
Lembre-se: a fadiga é uma
das duas formas principais
que o nosso corpo tem para
nos alertar sobre a existência de algum problema. A
outra forma de alerta é a dor
ou a febre. Em geral, prestamos muita atenção à dor e à
forma de eliminá-la, mas não
prestamos muita atenção à
fadiga. Uma das razões para
tal atitude é que a fadiga
aparece quase sem que reparemos e piora tão lentamente que quase não notamos.
As pessoas HIV positivas e com fadiga
ficam doentes mais rapidamente do
que as que não têm fadiga. Além
disso, a fadiga contínua (crônica)
pode debilitar o sistema imunológico. Os soropositivos devem identificar a causa da fadiga e tratá-la.
Como posso saber
se estou com fadiga?
A fadiga pode começar e aumentar
lentamente. Fale com o seu médico,
contando todos os detalhes, caso
se sinta cansado mesmo após os
repousos. Isso tornará mais fácil
determinar se você está com fadiga
ou não e descobrir suas causas.
Observe:
• Desde quando está se sentindo com
fadiga?
• Como essa sensação tem mudado
seu ritmo de atividades em
comparação com meses anteriores?
• Quando é que se sente cansado?
Após determinadas atividades, como
subir escadas? Já acorda cansado?
• Como se sente quando está cansado? Tem problemas para respirar?
Tem dor nos músculos? Tem dificuldades para lembrar alguma coisa ou
para se concentrar? É difícil se
interessar por suas atividades diárias?
• Está dormindo bem? Quantas horas
está dormindo por noite? Quantas
vezes acorda durante o sono à
noite? Tem dificuldades para
conseguir dormir ou se manter
dormindo devido a coceiras, dores
ou a algum outro problema?
3
Série D
O que causa a fadiga
e como tratá-la?
A fadiga pode ser causada por
diferentes fatores: processos
inflamatórios, infecções oportunistas, efeitos colaterais dos antiretrovirais, diarréia, náuseas, vômitos, depressão, perturbação do sono
e ansiedade. Consulte o seu médico
para saber a causa da sua fadiga e a
melhor forma de tratá-la.
As causas mais freqüentes são:
• Infecção ativa pelo HIV. Quando o
vírus se multiplica rapidamente, seu
corpo utiliza muita energia para
combatê-lo. A maioria das pessoas se
sente com mais energia quando toma
medicamentos anti-HIV.
• Outras infecções ativas. Essas
infecções podem causar cansaço
ainda que você não tenha nenhum
outro sintoma. Parasitas intestinais,
bronquites e alergias podem causar
fadigas que, ao serem tratadas,
possibilitam o aumento do seu nível
de energia.
• Nutrição inadequada. As pessoas
HIV+ necessitam de mais energia que
as pessoas soronegativas. Se você
não consome nutrientes na quantidade suficiente, seu nível de
energia será baixo. A diarréia, por
exemplo, provoca perda de nutrientes e, por conseguinte, fadiga
(veja a Folha Informativa D 6).
Importante:
É bom consultar um nutricionista especializado em
pessoas HIV positivas para
saber como melhorar seus
hábitos alimentares. Em
alguns soropositivos, melhorar a nutrição ou tomar suplementos de vitamina B12
pode eliminar a sensação de
fadiga.
Folhas Informativas
• Anemia. A principal função dos
glóbulos vermelhos é transportar
oxigênio dos pulmões para o resto
do corpo. Se você não tem quantidade suficiente de glóbulos vermelhos ou se eles não transportam
oxigênio suficiente, sua fadiga deve
estar relacionada com a anemia. Um
simples exame de sangue pode determinar se você tem anemia ou não.
Se você tem anemia, seu médico
determinará a causa. A anemia pode
estar relacionada à perda de sangue,
a danos na medula óssea causados
pelos anti-retrovirais, a deficiências
de vitaminas ou a um nível baixo do
hormônio eritropoietina que ajuda
a fabricar os glóbulos vermelhos
(mais informações, veja a Folha Informativa D 4).
• Baixos níveis hormonais. Um nível
baixo do hormônio testosterona,
especialmente nos homens, pode
causar fadiga e falta de interesse
sexual e em outras atividades diárias.
Baixos níveis de hormônios DHEA, do
cortisol ou dos hormônios fabricados
pela tiróide podem causar problemas similares. Os níveis hormonais são
determinados através de exames de
sangue e podem atingir níveis
normais com o tratamento de reposição hormonal (com comprimidos,
adesivos, cremes ou injeções).
• Depressão. É muito mais que se
sentir cansado. As mudanças nos
receptores químicos no cérebro
podem causar fadiga ou falta de
interesse nas atividades diárias. Não
existe um exame de sangue para
determinar se você tem ou não
depressão. Se já teve um primeiro
diagnóstico de depressão, tem
antecedente de tomar muito álcool,
drogas ou um histórico familiar de
problemas emocionais, você tem
mais possibilidades de apresentar
depressão.
3
Série D
A depressão pode ser tratada
com medicamentos. No
entanto, alguns antidepressivos interferem no funcionamento sexual ou podem
interagir com os anti-retrovirais. Portanto, devem
ser usados com muito cuidado. Procure a ajuda de um
psiquiatra e/ou de um
psicólogo.
Após uma avaliação dos níveis de
fadiga feita por um profissional, de
hora em hora durante 24 horas, é
recomendado um planejamento de
atividades diárias essenciais, segundo
picos de energia do paciente.
Atividades não essenciais devem ser
eliminadas. Reduzir subidas e
descidas de escadas, evitar tarefas
difíceis durante a semana, descansar
antes das tarefas mais exigentes e
interrompê-las antes que a fadiga se
instale e realizar refeições pequenas
são algumas estratégias para
combater a fadiga. A participação em
grupos de relaxamento e em grupos
comunitários que discutem os
sentimentos ajuda na redução do
estresse que influencia os níveis de
energia de uma pessoa.
Lembre-se: acupuntura
também pode ajudar no
combate à depressão, à
ansiedade e aos distúrbios do
sono.
Importante:
Importante:
Quais características
uma pessoa com fadiga
pode apresentar?
Uma pessoa com fadiga pode apresentar: falta de energia persistente,
incapacidade de manter rotinas,
instabilidade emocional ou irritabilidade, baixa concentração, inquietação ou letargia (desinteresse, apatia, indiferença, insensibilidade,
abatimento, falta de iniciativa),
isolamento, ou melhor, preocupação
apenas com seus próprios pensamentos e sentimentos, diminuição da
libido.
Lembre-se: a fadiga pode
deixar a pessoa propensa a
acidentes.
Ao se sentir muito fraco e
não havendo problema
orgânico, faça exercícios
aeróbicos, como correr,
nadar e caminhar, que
também evitam aumento do
colesterol. A banana é boa
para combater a fraqueza
muscular e a apatia mental.
Resumindo:
A fadiga é uma condição muito
comum nas pessoas HIV+. Se
a fadiga não for tratada, pode
causar a rápida progressão da
infecção por HIV para a AIDS.
É difícil determinar a causa
da fadiga. Vários fatores
diferentes podem provocar
os mesmos sintomas. Exames
de sangue podem identificar
algumas causas da fadiga, mas
não todas. Quanto mais informações você passar para o
seu médico, mais fácil será
determinar a causa da fadiga
e tratá-la.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED - Evangelischer Entwicklungsdienst e V. Tiragem: 4 mil exemplares/março de 2004
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InfoRed SIDA Nuevo México
anemia
O que é a anemia?
É uma diminuição nos níveis de
hemoglobina (HGB, sigla em inglês),
proteína dos glóbulos vermelhos que
tem como função transportar o
oxigênio dos pulmões para o resto
do corpo.
A anemia causa fadiga e dificuldade
para respirar. As pessoas com anemia
não se sentem tão bem em comparação com as pessoas que têm níveis
normais de hemoglobina. Quem tem
anemia, tem dificuldades para
trabalhar e uma qualidade de vida
inferior.
Os níveis de hemoglobina são medidos através da contagem completa
dos elementos que formam o sangue
(CBC, sigla em inglês). Para mais
informação sobre esses exames, veja
a Folha Informativa XXXXXX. A
hemoglobina é medida em gramas por
decilitros (g/dl).
A anemia é definida pelo nível de
hemoglobina. A maioria dos médicos
concorda que níveis inferiores a 6,5
indicam uma anemia com risco de
morte. Os níveis normais variam, no
caso das mulheres, de 12 a 16 g/dl e,
no caso dos homens, de 13 a 18 g/dl.
Freqüentemente, as mulheres, idosos ou as pessoas muito jovens têm
valores inferiores de hemoglobina.
A anemia é mais comum em pessoas
de origem africana (negros) do que
em qualquer outro grupo étnico.
Quais são as causas da
anemia?
A medula óssea produz glóbulos
vermelhos. Esse processo de fabricação de glóbulos vermelhos
necessita de ferro, vitamina B12 e
ácido fólico (ou folato). A eritropoietina é um hormônio fabricado
nos rins que estimula a produção de
glóbulos vermelhos.
A anemia pode ser causada por uma
baixa produção de glóbulos vermelhos. Também pode ser causada
por perda ou destruição anormal dos
glóbulos vermelhos. Existem vários
fatores que podem causar anemia:
• Deficiência de ferro, de vitamina
B12 ou de folato. A deficiência de
folato pode causar a anemia
megaloblástica com glóbulos
vermelhos grandes e pálidos.
• Dano na medula óssea ou nos rins.
• Perda de sangue devido a hemorragias internas e, no caso das mulheres, por sangramento abundante
durante a menstruação.
• Destruição acelerada de glóbulos
vermelhos (anemia hemolítica).
Importante:
A infecção pelo HIV pode
causar anemia. As infecções
oportunistas relacionadas
com o vírus também podem
causar anemia. Muitos dos
medicamentos usados para
tratar o HIV e as infecções
oportunistas relacionadas a
ele também podem causar
anemia.
Como é a relação
entre anemia e HIV?
A anemia severa era bastante comum
no curso da infecção pelo HIV. Mais
de 80% das pessoas com AIDS
desenvolviam algum grau de anemia.
As pessoas com um quadro clínico
de AIDS mais avançado ou com
contagem baixa de células CD4+
tinham um risco maior de apresentar
anemia.
Isso mudou quando as pessoas
começaram com o tratamento antiretroviral altamente potente (o
4
Série D
chamado coquetel ou HAART, sigla
em inglês). A anemia severa ocorre
em raras ocasiões. Porém, o uso dos
anti-retrovirais não eliminou por
completo essa possibilidade. Segundo um estudo, aproximadamente 46%
das pessoas, após um ano de
tratamento anti-retroviral, ainda
tinham anemia leve ou moderada.
Existem vários fatores ligados à
anemia grave no curso da infecção
pelo HIV:
• Baixa contagem de células CD4+
(veja a Folha Informativa XXXX).
• Carga viral alta (veja a Folha
Informativa XXXX).
• Tomar AZT- Retrovir (veja a Folha
Informativa XXX).
• Ser africano ou ter ascendência
africana (siclemia).
• Ser mulher.
Lembre-se: o avanço da
infecção pelo HIV em direção
à AIDS é cinco vezes mais
provável em pessoas com
anemia. A anemia também
está relacionada com um
maior risco de morte. O
tratamento da anemia
parece diminuir esse risco.
Como se trata a anemia?
O tratamento depende da causa.
Deve-se:
• Investigar se ela existe e estancar
qualquer sangramento (hemorragia),
seja interno, por hemorróidas ou
nasal.
• Investigar a existência de deficiência de ferro, de vitamina B12 ou
de folato e corrigi-la.
Folhas Informativas
• Deixar de tomar ou reduzir a dosagem de medicamentos que causam
a anemia.
• Se a anemia é causada pelo tratamento anti-retroviral, estudar a
possibilidade de mudar de combinação.
É possível que essas estratégias não
funcionem. Talvez você não possa
mudar ou deixar de tomar todos ou
alguns dos medicamentos que estão
causando a anemia, tendo que
recorrer a outros tipos de tratamentos como transfusões de sangue
ou injeções de eritropoietina.
As transfusões de sangue eram o
único tratamento para anemia.
Porém, essas transfusões podem
causar infecções e debilitar o sistema
imunológico. Em estudos realizados
com pessoas HIV positivas, as
transfusões foram tidas como causas
do avanço mais rápido da infecção
por HIV em direção à AIDS e como
fatores de aumento do risco de
morte em portadores do HIV. Por
isso, na atualidade, quase não são
utilizadas.
4
Série D
Resumindo
A anemia tem sido sempre um problema no curso da infecção pelo
HIV. A quantidade de soropositivos com anemia severa tem diminuído
drasticamente depois da introdução dos anti-retrovirais. Porém, quase
metade das pessoas HIV positivas apresenta anemia moderada ou
leve.
A anemia aumenta a fadiga e provoca mal-estar. Aumenta o risco do
avanço à AIDS, assim como o risco de morte. Pode ser causada pelo
HIV ou por outras doenças. Muitos dos medicamentos anti-retrovirais
e das infecções oportunistas associadas com o vírus causam anemia.
Quando a anemia é tratada, melhoram-se a saúde e a qualidade de
vida das pessoas soropositivas. Os primeiros passos são: detectar e
eliminar as causas de hemorragias ou as deficiências de ferro ou de
vitaminas. Negociar com o médico a interrupção de remédios ou a
mudança de combinações de anti-retrovirais quando esses foram a
causa da anemia e não houver outra possibilidade de tratá-la. Caso
seja necessário, o paciente deve ser tratado com eritropoietina e,
em raras ocasiões, com transfusões de sangue.
Lembre-se: não deixe de tomar seus antiretrovirais sem antes consultar o seu
médico.
A eritropoietina estimula a produção
de glóbulos vermelhos. Em 1985, os
cientistas descobriram como sintetizar esse hormônio no laboratório.
Está disponível em injeções que se
aplicam debaixo da pele uma vez por
semana (seu custo é alto).
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED - Evangelischer Entwicklungsdienst e V. Tiragem: 4 mil exemplares/março de 2004
Folhas Informativas
+
InfoRed SIDA Nuevo México
lipodistrofia
O que é a lipodistrofia?
É uma combinação de mudanças no
metabolismo e na forma do corpo
de quem toma anti-retrovirais.
“Lipo” significa gordura, “distrofia”,
crescimento anormal. Essas mudanças podem ser metabólicas ou a perda e/ou o depósito de gorduras em
diferentes partes do corpo. A perda
de gordura ocorre nos braços, nas
pernas, nas nádegas, no rosto (nas
bochechas) e em outras partes do
corpo.
Os depósitos de gordura podem
aparecer na barriga, na parte
posterior do pescoço, na nuca
(corcova de búfalo), nos peitos
(tanto em homens como em
mulheres) e em outras partes de
nosso corpo.
As mudanças metabólicas incluem o
aumento dos níveis de gordura e/
ou ácido láctico no sangue. Algumas
pessoas desenvolvem resistência à
insulina. Veja como isso funciona:
- As gorduras do sangue incluem o
colesterol e os triglicerídeos. Já o
ácido láctico é produzido quando a
glicose (açúcar) é utilizada pelas
células. Os danos à mitocôndria (veja
a Folha Informativa D 8) e/ou ao
fígado podem aumentar a quantidade
de ácido láctico no sangue.
- A insulina transporta açúcar
(glicose) para dentro das células para
que produzam energia. Quando
desenvolvemos resistência à insulina,
a quantidade de glicose que entra
na célula é menor, fazendo com que
os níveis de açúcar se acumulem no
sangue.
A Folha Informativa XXXX oferece
mais informações sobre os exames
de glicose, colesterol e triglicerídeos.
Importante:
Nem todos os pacientes que
tomam anti-retrovirais apresentam lipodistrofia, e não
há consenso entre os especialistas a respeito das suas
causas.
Inicialmente, as mudanças no corpo
causadas pela lipodistrofia foram
chamadas de “barriga de Crixivan”,
já que apareciam em pessoas que
tomavam esse inibidor da protease
(IP) também conhecido como
indinavir. No entanto, a lipodistrofia
pode se desenvolver quando
tomamos qualquer tipo de antiretroviral. Na lipodistrofia, pode
haver alterações corporais e pode
ou não haver modificações nos
níveis sangüíneos das gorduras e
açúcares: aumento do colesterol
ruim (LDL) e dos triglicerídeos e
diminuição do colesterol bom (HDL).
A lipodistrofia é perigosa?
Ainda que, no geral, não nos coloque
em risco de vida, a lipodistrofia é
um problema sério, pois níveis altos
de gordura no sangue podem
aumentar o risco de doenças
cardíacas.
Lembre-se: a acidose láctica,
que ocorre raramente, pode
ser mortal. Para mais informações sobre acidose láctica, veja a Folha Informativa
XXXX.
O medo de apresentar mudanças
corporais vem sendo um empecilho
para as pessoas HIV+ atrasarem ou
rejeitarem o início da terapia antiretroviral. Além disso, podem se
transformar em um grande proble-
5
Série D
ma, a ponto de muitas pessoas decidirem deixar de tomar os anti-retrovirais.
A resistência à insulina pode favorecer o desenvolvimento de diabetes
e o aumento de peso.
Os depósitos de gorduras na nuca
(corcova de búfalo) podem chegar
a ser tão grandes que passam a provocar dores de cabeça, problemas
para respirar e para dormir. O
aumento das mamas nas mulheres
pode provocar dores.
Importante:
Não há nenhuma orientação
científica que sugira o abandono da terapia anti-retroviral em função da lipodistrofia. Os benefícios dos
anti-retrovirais à saúde são
infinitamente superiores.
Qual é a causa da
lipodistrofia?
Ainda não compreendemos muito
bem as causas da lipodistrofia, e seus
sintomas e sinais podem ter diferentes motivos.
Uma teoria aponta que os IPs interferem no metabolismo das gorduras.
As moléculas dos inibidores da
protease são semelhantes a algumas
proteínas humanas que processam
e transportam gorduras. No entanto,
alguns pacientes que nunca tomaram
IP também apresentam lipodistrofia.
Outra teoria aponta que a resistência à insulina tem um papel
importante. As pessoas que apresentam essa resistência tendem a ganhar
gordura na área do abdômen.
Folhas Informativas
A lipodistrofia é similar a outra
síndrome que ocorre em pessoas
que estão se recuperando de
alguma doença séria, como a
leucemia infantil ou o câncer de
mama. Nas pessoas HIV positivas, é
possível que a causa seja a reconstituição do sistema imunológico,
após um tratamento anti-retroviral
efetivo. Na realidade, a lipodistrofía
é mais comum nas pessoas em que
o tratamento anti-retroviral é bemsucedido.
Há tratamento para a
lipodistrofia?
Como não conhecemos os mecanismos inerentes às suas causas, não
sabemos muito bem como tratá-la.
As mudanças corporais podem
piorar, estabilizarem-se ou melhorarem natural e espontaneamente.
Algumas pessoas mudam de medicamentos, evitando tomar IP. Porém,
não existe evidência de que a lipodistrofia desapareça por deixarmos
de tomar inibidores da protease.
Os depósitos de gordura podem ser
retirados cirurgicamente ou com
lipoaspiração. Algumas pessoas
fazem implantes para preencher as
bochechas. Dependendo da técnica
utilizada, esse implante acarreta
riscos, e os resultados podem ser
apenas temporários.
Importante:
O hormônio do crescimento
humano e a testosterona
podem ajudar no combate à
lipodistrofía e vêm sendo
estudados. Existem informações sobre os benefícios
obtidos a partir de mudanças
na alimentação e da realização de exercícios (musculação). Os níveis altos de colesterol e de glicose devem ser
tratados da mesma forma
que são tratados em pessoas
que não têm HIV. Alguns
médicos receitam medicamentos para diminuir o colesterol e os triglicerídeos
ou para melhorar a sensibilidade à insulina.
5
Série D
Coma carnes brancas e vermelhas,
derivados do leite e beba leite para
ganhar massa muscular. Faça
exercícios, pois além de diminuírem
o colesterol, aumentam a autoestima: ande, corra, nade, pedale,
ao menos por 20 minutos. Para
quem tem muita barriga, o ideal é a
bicicleta também por pelo menos
20 minutos. Exercícios de fisioterapia para a lipoatrofia do rosto
podem ajudar.
A alimentação pode ajudar no
combate à lipodistrofia: evite
açúcares, massas em excesso,
refrigerantes, carne vermelha,
doces e batata-inglesa (aumentam
os triglicerídeos). Para prevenir o
aumento do colesterol, evite:
frutos do mar (camarão, ostra,
mexilhão), vísceras e miúdos
(moela), fígado, coração, dobradinha, gema de ovo, alimentos com
gema de ovo (macarrão, por exemplo), mocotó, rabada, buchada,
feijoada e churrasco. Coma: arroz,
feijão, frango e peixe (ambos sem
pele), frutas, verduras e legumes,
cebola e alho (menos em cápsulas,
que interagem com os antiretrovirais).
Faça uma alimentação sem gorduras,
sem frituras e faça exames periódicos. Substitua o açúcar por adoçante (a “stévia” é uma boa opção,
pois é natural e dá bom sabor).
A medicina ortomolecular também
pode ajudar a baixar níveis de
colesterol e triglicerídeos: semente
de uva, semente de linhaça, ômega
3. Por exemplo, você pode colocar
semente de linhaça, à venda em
lojas de produtos naturais, em
sucos e vitaminas. Mas consulte
sempre um especialista para saber
a forma de usar os produtos contra
os efeitos colaterais.
Resumindo
A lipodistrofía é uma
combinação de mudanças no
metabolismo de gorduras e
açúcares no sangue e na
forma do corpo, ocorrendo
principalmente em pessoas
que tomam medicamentos
anti-retrovirais. Não existe
uma definição consensual
para a lipodistrofía. É difícil
saber claramente quantas
pessoas apresentam tal efeito colateral. É difícil, também, tratá-la porque ainda
não conhecemos o suficiente
sobre os processos e mecanismos inerentes às causas
que já identificamos (por
exemplo, tomar anti-retrovirais).
Os cientistas estão investigando vários tipos de tratamentos para a lipodistrofia,
inclusive tratamentos hormonais.
Não se recomenda deixar de
tomar ou substituir medicamentos anti-retrovirais por
conta da lipodistrofia, ou de
qualquer outro efeito colateral, sem consulta prévia ao
seu médico.
É importante evitar o
aumento de triglicerídeos,
porque tal alteração pode
provocar pancreatite, diabetes e doenças cardíacas,
levando a pessoa à morte.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
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diarréia
O
que é a diarréia?
É um aumento do conteúdo de água
nas fezes e um aumento da freqüência e do volume das defecações. É
freqüente em pessoas HIV positivas
que tomam anti-retrovirais.
Lembre-se: a diarréia pode
ser um problema sério. Os
casos leves desaparecem em
poucos dias, os severos
podem causar desidratação
ou problemas nutricionais.
Quais são as causas da
diarréia?
Geralmente, a diarréia é causada por
uma infecção no estômago ou nos
intestinos. A infecção pode ser
causada por bactérias, parasitas,
fungos ou vírus. Na verdade, um grande número de fatores pode afetar o
funcionamento intestinal: intolerância ou intoxicações alimentares,
inflamações patogênicas, quantidade
de líquidos ingeridos, estilo de vida
(horas regulares de refeição e defecação), medicações, emoções,
estresse e ansiedade. Esses dois últimos tanto podem aumentar quanto
diminuir a motilidade gastrintestinal.
Os parasitas criptosporidium e
microsporidium eram a causa mais
freqüente de diarréia em pessoas
HIV+. O uso das combinações de
anti-retrovirais tem diminuído muito
a ocorrência desses problemas.
Importante:
Os medicamentos anti-retrovirais e de outros tipos também podem provocar diarréia, que geralmente ocorre
com o uso do nelfinavir
(Viracept), ritonavir (Norvir),
ddI (V idex), amprenav ir,
saquinavir, Kaletra, foscarnet
(Foscavir) e interferon alfa
(Roferon ou Intron).
Os antibióticos podem eliminar as
bactérias mantenedoras da sua flora
intestinal e provocar diarréia. A
diarréia também pode ser causada
por intolerância à lactose, que é um
produto derivado do leite e que
encontramos em queijos e iogurtes.
A diarréia pode ser provocada ainda
por problemas no pâncreas ou por
estresse emocional.
Pode ser difícil determinar a causa
da diarréia. Seu médico deve lhe
perguntar o que você comeu ou
tomou recentemente e se você fez
alguma viagem há pouco tempo. É
possível que você precise fazer um
exame de fezes para identificar a
presença de bactérias ou parasitas
em seu corpo. Caso um primeiro
exame de fezes não consiga determinar a causa da diarréia, é provável
que o seu médico peça para você
repetir o exame. Em alguns casos, é
necessário fazer exames de urina e
de sangue.
Caso não se possa determinar a causa
da diarréia com tais exames, seu
médico poderá examinar seu aparelho digestivo através de uma endoscopia (na qual se insere um instrumento pela boca) ou de uma retosigmoidoscopia (na qual se insere um
instrumento através do ânus).
É difícil determinar a causa da
diarréia em um terço das pessoas.
A diarréia é perigosa?
O maior risco da diarréia é a desidratação. Você pode perder até cinco
litros de água por dia quando tem
uma diarréia severa. Junto com a
água, você perde minerais (eletrólitos) que são importantes para o
bom funcionamento do corpo. Os
principais eletrólitos são o sódio e
o potássio.
A diarréia persistente pode levar à
má absorção dos nutrientes, gerando a síndrome de desgaste. A diarréia
prolongada gera a perda de líquidos
e de eletrólitos, cujos sintomas
podem ser: pouca elasticidade da
pele, perda de peso, sede e má
nutrição. A pessoa com diarréia prolongada pode se queixar de fadiga,
6
Série D
fraqueza e mal-estar em geral.
Náuseas e vômitos podem acompanhar a diarréia e agravar ainda mais
as perdas de líquidos e de eletrólitos.
Importante:
A desidratação severa pode
deixar o corpo em estado de
choque e ser mortal. A
desidratação é mais séria em
bebês e crianças do que em
adultos. Qualquer pessoa
que apresente diarréia necessita beber muito líquido
que não contenha corante.
Algumas boas opções são:
chá, caldo de frango, soda.
Essas opções são melhores
que beber água pura, já que
essa não restitui eletrólitos.
O soro caseiro também pode
ser um bom aliado
(colocar como se faz o soro
caseiro).
Lembre-se: a diarréia pode
ser perigosa. Consulte
rapidamente o seu médico se
a diarréia durar além de uns
poucos dias.
Como tratar a diarréia?
A diminuição da peristalse é um dos
principais objetivos no tratamento
da diarréia e pode ser obtida retirando-se a estimulação. Isso significa
que pode ser necessária a retirada
temporária de certos alimentos e
líquidos, além da redução de
atividade para se evitar a peristalse.
Alguns alimentos podem causar
diarréia e outros ajudam no seu
combate:
Não coma ou beba:
• Produtos lácteos (leite e queijo)
• Comidas gordurosas ou fritas
• Alimentos gordurosos, como,
manteiga, margarina, azeites ou
nozes
Folhas Informativas
• Comidas muito condimentadas ou
picantes
medicamento sem ter uma idéia da
causa da sua diarréia.
• Comidas com alto conteúdo de
fibras insolúveis, o que inclui frutas
e verduras cruas, pão integral,
milho, cascas de frutas ou sementes,
grãos integrais, ervilhas, cenouras
(cruas), farelo de cereais, soja,
mamão, manga, verduras folhosas
Alguns medicamentos funcionam
bem para tratar a diarréia e não
necessitam de receita médica. Mas
lembre-se de só tomar os medicamentos de venda livre após falar
com o seu médico. Evite problemas
de automedicação.
• Comidas preparadas com dendê e
líquidos que contenham álcool e
cafeína (café, por exemplo), além
de sucos ácidos
Importante:
• Mate, refrigerante, saladas com
alimentos crus ou gordurosos. Evite,
principalmente no verão, saladas ou
sanduíches com maionese, creme de
leite e ovos, pois nessa época se
estragam mais facilmente. Evite
comer ainda: laranja, tangerina,
caroço de feijão e abóbora.
Você pode comer:
• Purê de maçã ou de batata
• Pão branco torrado ou bolachas
de água e sal
• Macarrão tipo cabelo de anjo
• Ovos cozidos
• Cereal de aveia
• Iogurte (mesmo sendo um produto
lácteo, o iogurte é parcialmente
digerido pela própria bactéria
utilizada em sua fabricação).
Importante:
Aumente a ingestão de
alimentos com fibras solúveis: farelo de aveia, farinha
de aveia, banana (prata), maçã, massas e amidos em geral, batata, inhame, arroz
branco, aipim, cenoura cozida e chá. Coma também:
goiaba e caju. Prefira saladas
com alimentos cozidos e com
pouco sal, vinagre e azeite.
Sopas, cremes de batata, inhame, aipim são boas alternativas. Substitua o leite integral que contém lactose por
leite sem esse elemento.
Existe tratamento com
medicamentos?
Dependendo da causa da diarréia,
são usados diferentes remédios. Seu
médico não lhe receitará qualquer
6
Série D
Alguns dos remédios usados
para prisão de ventre também
podem ser utilizados para o
combate à diarréia. Esses
medicamentos contêm fibras
solúveis que absorvem a água.
Converse com um profissional
de saúde a respeito.
Também existem tratamentos alternativos para a diarréia: acredita-se
que menta, gengibre e noz moscada
ajudam o funcionamento do aparelho digestivo. Os chás de menta ou
de gengibre são boas opções de
bebidas sem corantes que necessitam ser tomadas por quem tem
diarréia. Adicione noz moscada em
seus alimentos e bebidas.
As cápsulas de acidofilus (compostas
por bactérias acidófilas benéficas
para a saúde) ajudam a regularizar a
digestão e a restaurar a flora intestinal, especialmente em pessoas que
tomam antibióticos. Alguns iogurtes
apresentam “cultivos vivos” de acidófilos e fazem o mesmo efeito das
cápsulas.
Um estudo demonstrou que os
suplementos de cálcio (comprimidos) ajudam a aliviar a diarréia em
pessoas que tomam nelfinavir
(Viracept), que é um inibidor da
protease (IP). Esses suplementos
poderiam também ser úteis nos casos
de diarréias causadas por outros
medicamentos, inclusive outros IPs.
Lembre-se: lactobacilos
presentes no iogurte, leite
fermentado e na coalhada
ajudam a combater tanto a
diarréia quanto a prisão de
ventre. Contra a prisão de
ventre coma: mamão, laranja, ameixa seca, e beba
bastante líquido: um copo de
água gelada pela manhã em
jejum é bom.
Como a diarréia pode provocar irritação da pele e da mucosa na região
anal e, para evitar o desenvolvimento de infecções, deve-se lavar a
região com água morna e sabão neutro logo após a evacuação. Essa região deve ser secada com delicadeza
e podemos aplicar uma camada protetora de vaselina ou óxido de zinco.
Bolas de algodão e uma loção não
irritante também podem ser empregadas durante a limpeza. O uso de cremes emolientes ajuda a conservar a pele
intacta e a aliviar a área irritada.
Importante:
Caso perceba que a sua
diarréia é constante e dura
poucos dias, tente fazer anotações dos alimentos para
descobrir qual(is) elemento(s) pode(m) estar lhe provocando tal efeito. Então,
você poderá optar entre
deixar de comê-lo(s) ou não.
Resumindo
A diarréia é um problema comum
e significativo em pessoas HIV
positivas que tomam anti-retrovirais. Geralmente, é causada
por uma infecção no aparelho
digestivo. O estresse, alguns
medicamentos, principalmente
os antibióticos, e os problemas
para digerir derivados do leite
também podem causar diarréia.
É importante identificar qual o
remédio (anti-retroviral ou de
outros tipos) está causando a
diarréia.
A conseqüência mais séria da
diarréia é a desidratação e a
perda de sais minerais. Esse é
um problema ainda mais grave em
crianças do que em adultos. Se
você tem diarréia, deve beber
grandes quantidades de líquidos
que não contenham corantes
(evitar refrigerantes, por exemplo). A reposição de líquidos e de
eletrólitos, e tomar soro caseiro (a
cada duas horas) são também
medidas importantes.
Alguns medicamentos vendidos
sem receita, o acidófilo ou uma
mudança na sua alimentação
também podem ajudar a
controlar a diarréia.
Se você apresentar diarréia
por mais de alguns poucos
dias, entre em contato com o
seu médico.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
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Neuropatia periférica
O que é a neuropatia
periférica?
É uma doença dos nervos periféricos, que são formados por todos
os nervos do corpo, exceto os nervos do cérebro e da coluna vertebral.
Aproximadamente 30% das pessoas
HIV positivas desenvolvem neuropatia
periférica. Algumas vezes, a neuropatia é causada por uma ruptura nas
terminações dos nervos que enviam
sensações ao cérebro. Em outras
ocasiões, é produzida por dano na
capa que reveste os nervos (mielina).
Esse dano interfere na transmissão
de sinais de dor ao cérebro.
Importante:
A neuropatia pode ser
apenas um mal que provoca
muitos incômodos ou uma
condição de incapacidade.
Geralmente, aparece como
uma sensação de formigamento, queimação, endurecimento ou adormecimento
nos pés, incluindo os dedos.
Também podem ocorrer sensações de cócegas, dor sem
causa aparente ou sensações
que parecem ser mais intensas do que as normais. A neuropatia periférica severa
pode causar dificuldades
para andar e se manter em
pé.
O que causa a
neuropatia periférica?
A neuropatia pode ser causada por
infecção com o HIV ou citomegalovírus, pelos efeitos colaterais dos
anti-retrovirais ou por infecções
oportunistas.
Não há necessidade de exames
laboratoriais para se detectar a
neuropatia, pois os sintomas e sinais
já são o suficiente. É possível que
você tenha que fazer exames espe-
cíficos para identificar a causa da
sua neuropatia. Esses exames medem
a corrente elétrica nos nervos e
músculos. A quantidade e velocidade
dos impulsos elétricos variam de
acordo com o tipo de neuropatia
periférica apresentada.
Qual é o tratamento
para a neuropatia
periférica?
A princípio, se for possível, deixe de
tomar os medicamentos que causam
a neuropatia. A neuropatia causada
por medicamentos geralmente
desaparece totalmente com a suspensão da medicação (às vezes, tal
processo pode demorar até oito
semanas). Caso você continue tomando os medicamentos que causam
a neuropatia, os danos aos nervos
podem se tornar permanentes e
irreversíveis.
Lembre-se: vários dos antiretrovirais causam neuropatia periférica como, por
exemplo, o ddC (Hivid), o ddI
(Videx) e o d4T (Estavudina,
Zerit). A hidroxiuréia, que
algumas vezes é combinada
com anti-retrovirais, também
pode aumentar o risco de
neuropatia periférica.
Outros medicamentos que podem
causar neuropatia periférica são:
dapsona (para o tratamento da
pneumonia por
pneumocistis
carinii), isoniazida (para o tratamento da tuberculose), metronidazol (Flagyl, usado no tratamento
da amebíase e da microsporidíase)
e vincristina (usado para tratar o
sarcoma de Kaposi e o linfoma tipo
não Hodgkin).
O AZT, o abacavir, assim como os
inibidores da transcriptase reversa
não análogos de nucleosídeos e os
inibidores da protease não parecem
causar neuropatia periférica.
7
Série D
Tratamentos não
medicamentosos:
• Use sapatos folgados
• Não caminhe demais
• Não permaneça em pé por
muito tempo
• Mergulhe os pés em água
gelada.
Tratamentos médicos:
Não existe nenhum medicamento
aprovado que possa reverter o dano
nervoso. Na atualidade, estuda-se a
lamotrigina, que é um medicamento
anticonvulsivo. A forma recombinada
do fator de crescimento dos nervos
foi estudada como tratamento para
a neuropatia periférica, mas as
pesquisas com essa estratégia foram
abandonadas.
Alguns medicamentos podem reduzir
a dor da neuropatia:
• Sintomas leves: algumas vezes,
é utilizado o ibuprofen
• Sintomas moderados: podem
ser utilizadas a amitriptilina ou a
nortriptilina, antidepressivos que
aumentam a transmissão dos
impulsos nervosos para o cérebro. Outros tratamentos incluem
o neurontin (anticonvulsivo) e um
gel contendo o anestésico lidocaína
• Sintomas severos: analgésicos
narcóticos, como a codeína ou
a metadona, podem ser utilizados.
Terapia nutricional:
Não há estudos sobre tratamentos
nutricionais em pessoas HIV positivas
com neuropatia. Mas a neuropatia
causada pela diabetes é similar e tem
sido estudada na Europa.
• Vitaminas B: são efetivas no
tratamento da neuropatia diabética e parecem aumentar a função nervosa.
Folhas Informativas
• Ácido alfa lipóico: é provável
que proteja os nervos da inflamação.
• Ácido gama linoleico: encontra-se no azeite “noite de prímula”. Tem revertido, em algumas pessoas com diabetes, os
danos nervosos.
Magnetos: um estudo recente
demonstrou que meias magnetizadas
ou imantadas (com ímãs) aliviam a
neuropatia diabética, embora sejam
menos efetivas para tratar as dores
dos pés provenientes de outras
causas.
Lembre-se: a acupuntura
ajuda no combate à neuropatia (dor e dormência nas
mãos e pés, cãibras).
7
Série D
Resumindo
A neuropatia periférica é uma enfermidade do sistema nervoso que
causa sensações estranhas, particularmente nos pés, nas pernas e
nos dedos, e pode causar dores. Essas dores podem ser leves ou tão
severas que impedem a pessoa de caminhar.
Caso você tenha sintomas de neuropatia periférica, fale com o seu
médico imediatamente. É provável que você tenha que deixar de tomar
os medicamentos que estão causando os danos aos nervos. Se a
suspensão dos medicamentos não for bem-sucedida, será necessário
realizar análises para se determinar a causa da neuropatia.
Existem tratamentos distintos para as diferentes neuropatias
periféricas. Embora nenhum tratamento reverta o dano nervoso,
existem medicamentos para controlar a dor e uma série de terapias
nutricionais que podem ajudar a estabilizar ou a diminuir o dano.
Para mais informações (em inglês)
sobre a neuropatia periférica,
acesse www.neuropathy.org
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
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toxicidade mitocondrial
O que são as
mitocôndrias?
Quais são os sinais da
TM?
São como pequenos “órgãos” dentro
das células. A mitocôndria é
responsável pela produção de
energia das células. Para tal, utiliza
oxigênio, gordura e açúcar para
produzir ATP (trifosfato de adenosina). Esse processo chama-se “respiração celular”. Quando a célula
necessita de energia, processa moléculas de ATP que liberam a energia
acumulada.
Um dos sinais mais comuns é a
debilidade muscular (miopatia) acompanhada ou não de dor muscular
(mialgia). Se as células musculares
não obtêm energia suficiente através
da respiração celular, têm que gerar
a quantidade necessária de energia
que falta sem o oxigênio. Essa
produção “anaeróbica” de energia
gera o ácido láctico como produto
metabólico.
Quanto mais energia necessitar uma
célula, maior quantidade de
mitocôndrias ela terá. Uma célula
pode ter desde poucas até milhares
de mitocôndrias. O maior número
de mitocôndrias encontra-se nas
células nervosas, musculares e nas
células do fígado.
O acúmulo de ácido láctico no
músculo causa dor. A dor que é
sentida após uma corrida do tipo
maratona deve-se à acumulação de
ácido láctico no músculo. Algumas
pessoas que apresentam TM têm
níveis altos de ácido láctico no
sangue. Essa rara condição é
denominada acidose láctica. Existe
um exame para medir os níveis de
ácido láctico no sangue, mas os
especialistas não estão de acordo
em relação à maneira de interpretálo. O esforço físico antes do exame
de sangue (subir escadas ou
caminhar rápido) pode aumentar os
níveis de ácido láctico e falsear
interpretações.
Importante:
Alguns cientistas acreditam
que as mitocôndrias são a
chave do envelhecimento. À
medida que envelhecemos,
nossas mitocôndrias acumulam mais e mais mutações.
Quase todas as células do
nosso corpo são capazes de
corrigir erros durante as suas
multiplicações (mutações),
mas as mitocôndrias não são
capazes disso. Eventualmente, as mutações reduzem
a quantidade de energia
disponível para as células. Se
a energia diminuir muito, a
célula pode funcionar mal.
Se a energia diminuir ainda
mais, pode fazer com que a
célula deixe de funcionar
por completo.
O que é toxidade
mitocondrial (TM)?
É o dano que faz com que a mitocôndria deixe de funcionar adequadamente.
Os sinais de acidose láctica são:
• Náuseas
• Vômitos
• Fadiga severa
• Perda recente de peso
• Respiração rápida e intensa
• Cãibras, adormecimento, formigamento ou dores musculares
• Debilidade muscular que piora
rapidamente.
Lembre-se: a acidose láctica
pode ser mortal. Caso apresente alguns desses sintomas, consulte o seu médico
imediatamente.
8
Série D
A TM também pode causar dano
nervoso (neuropatia periférica, veja
a Folha Informativa D 7). Ela está
associada com danos aos rins e à
perda de audição. Alguns pesquisadores acreditam que a TM é
responsável pela redistribuição das
gorduras (lipodistrofia, veja a Folha
Informativa D 5) em pessoas que
tomam medicamentos anti-HIV.
Como os medicamentos
anti-HIV causam a TM?
As mitocôndrias produzem uma
enzima que as ajudam a se multiplicar. Essa enzima é chamada “gama
polimerase” e é similar à enzima
transcriptase reversa do HIV. Lamentavelmente, isso significa dizer que
os medicamentos que inibem a
transcriptase reversa também inibem
a gama polimerase. Quando isso
acontece, é produzida uma menor
quantidade de mitocôndrias.
Os inibidores da transcriptase
reversa análogos de nucleosídeos
(AZT, 3TC, ddl, ddC, d4T e abacavir)
inibem a gama polimerase até certo
ponto. Quanto mais tempo durar o
tratamento anti-retroviral, maior
será a possibilidade de desenvolvimento de toxicidade mitocondrial.
Medicamentos diferentes concentram-se em diversos e diferentes
órgãos do nosso corpo. Essa é umas
das razões pelas quais a toxicidade
mitocondrial causada por medicamentos diferentes pode afetar e
danificar distintas partes do corpo.
Folhas Informativas
Importante:
A TM causa fraqueza muscular
em pessoas que tomam AZT
e, provavelmente, causa
esteatose hepática (“fígado
gorduroso”) e altos níveis de
ácido láctico em pessoas que
tomam anti-retrovirais nucleosídeos. Infelizmente, não
existem muitas informações
sobre o nível de dano mitocondrial causado pelos diferentes medicamentos, tampouco sobre as combinações
de medicamentos que causam TM em maior grau.
8
Série D
O que esperar do futuro?
Poucos são os estudos sobre a TM causada pelos anti-retrovirais
nucleosídeos. As pesquisas feitas em animais demonstram que a TM causa
dano nervoso. Estudos em seres humanos não têm sido realizados.
Nos próximos anos, esperamos que os pesquisadores estudem mais a TM e
que seja desenvolvido um exame capaz de melhor detectá-la. Além disso,
esperamos que estudem mais profundamente a conexão entre a TM e os
efeitos colaterais.
Por enquanto, as pessoas HIV+ devem saber, principalmente, quais são os
sintomas da acidose láctica, um efeito secundário que pode ser mortal.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED - Evangelischer Entwicklungsdienst e V. Tiragem: 4 mil exemplares/março de 2004
Folhas Informativas
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InfoRed SIDA Nuevo México
problemas ÓSSEOS
O que é o osso?
É matéria viva em movimento, formada por uma estrutura de proteínas. O cálcio fortalece essa estrutura. A superfície exterior dos ossos
possui nervos e uma rede de pequenos vasos sangüíneos.
O osso ”velho” é eliminado continuamente ao mesmo tempo em que
se gera um “novo”. Nas pessoas
jovens, é gerado “mais osso” do que
eliminado, fazendo com que se
tornem mais pesados e fortes. Depois
dos 30 anos de idade, o corpo elimina
maior quantidade de osso, que se
torna afinado e frágil.
Importante:
As pessoas soropositivas
possuem uma alta incidência
de dois problemas ósseos:
osteoporose e osteonecrose.
Não sabemos se são causados
pelo HIV ou pelos anti-retrovirais.
O
que é a osteoporose?
Também conhecida como “osso
poroso”, a osteoporose ocorre
quando há perda de muita quantidade de mineral da estrutura do
osso. Os ossos tornam-se quebradiços e fraturam-se com mais facilidade. As fraturas mais comuns são
nas cadeiras (quadris), na coluna e
nos pulsos. A osteopenia é uma perda
de minerais ósseos que é menos
severa do que a osteoporose.
O que causa a
osteoporose?
À medida que envelhecemos, nossos
ossos perdem minerais. Se você tem
mais de 50 anos, é mulher, está na
menopausa, é caucasiana, asiática,
magra ou de baixo peso, perde
minerais com mais rapidez. A osteoporose está associada ao fumo, ao
uso de cafeína ou de álcool, à falta
de atividade física e à falta de cálcio
ou vitamina D na alimentação. Ainda
não se sabe por que os soropositivos
apresentam índices mais altos de
osteoporose em relação à população em geral. Embora um estudo
recente tenha encontrado uma
relação entre a perda de massa óssea e o tempo de infecção por HIV.
Quais são os sinais de
osteoporose?
Lamentavelmente, muitas pessoas só
descobrem que têm osteoporose
quando fraturam um osso. A única
forma de saber se seus ossos estão
perdendo minerais é através de um
exame. A maioria dos exames é do
tipo raio X ou de densitometria
óssea.
Importante:
A densidade mineral óssea é
medida em gramas por
centímetro quadrado. Esse
valor é comparado com o
valor máximo de densidade
mineral de um adulto saudável com 30 anos de idade e
do mesmo sexo que o
requisitante do exame. A
pontuação T (T – score, em
inglês) mede o quanto
abaixo do valor máximo está
a sua densidade mineral. É
diagnosticada osteoporose
quando a pontuação T é de
(-2) ou menor. As pontuações
T entre (-1) e (-2) indicam
osteopenia.
Os resultados de densidade óssea
também podem ser interpretados
utilizando-se a pontuação Z (Z –
score, em inglês). Esse método
compara seu conteúdo mineral com
o de uma pessoa da mesma idade e
sexo.
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Série D
Como prevenir e lidar
com a osteoporose?
Consuma muito cálcio enquanto
esteja construindo o osso (até os
30 anos). Quanto mais alto for seu
valor máximo de densidade óssea,
melhor.
Se você tem osteopenia ou
osteoporose, pode reduzir o risco
de fratura:
• Tome suplementos de cálcio.
Especialmente carbonato ou citrato
de cálcio. A vitamina D ajuda na
absorção do cálcio. Converse com
o seu médico sobre a quantidade
apropriada de cálcio que você deve
ingerir. Tome sol pela manhã: ajuda
a “fixar” a vitamina D.
• Faça com que seus ossos fiquem fortes levantando pesos ao
caminhar e ao fazer exercícios
físicos. Isso possibilita ao osso
reter maior quantidade de minerais.
• Deixe de fumar e reduza a
ingestão de cafeína e álcool.
• Diminua as possibilidades de
queda. Retire obstáculos dos
lugares por onde caminha, por
exemplo, tirando tapetes do
chão. Tenha cuidado com degraus e escadas.
O que é a osteonecrose?
Osteonecrose significa morte óssea,
e é também conhecida como
necrose avascular. Geralmente afeta
o fêmur, osso que conecta a perna
ao quadril (um de cada lado,
esquerdo e direito).
O que causa a
osteonecrose ?
É causada pela perda da irrigação
sangüínea do osso. Pode ser causada
por acidentes, uso excessivo de
álcool e pelo uso prolongado de
corticóides (antiinflamatórios). As
gorduras podem obstruir os vasos
sangüíneos dos ossos.
Folhas Informativas
Quais são os sinais da
osteonecrose?
A osteonecrose gera dores nas
articulações. Por exemplo: dor nos
quadris pode ser um sinal dessa doença. A princípio, a dor só acontece
quando levantamos pesos. Em casos
mais severos, a dor torna-se constante.
A ressonância magnética (MRI, sigla
em inglês) pode detectar a osteonecrose em estágio inicial. O raio X
e outros tipos de exames podem
detectar a osteonecrose em etapa
avançada. Alguns médicos também
utilizam a cirurgia para detectar a
osteonecrose.
O que é possível fazer?
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Série D
Resumindo
As pessoas soropositivas geralmente apresentam altos incidências
de osteoporose e de osteonecrose. Não sabemos se esses problemas
são causados pelo HIV ou pelos anti-retrovirais.
Você pode se prevenir da osteoporose tomando suplementos de
cálcio ou de vitamina D, deixando de fumar e reduzindo a ingestão
de álcool e de cafeína. Caso não tenha dores nas articulações, os
exercícios podem ajudar.
Você precisa fazer exames específicos para saber se tem osteoporose,
embora a dor nas articulações, especialmente nos quadris, seja um
sinal de osteonecrose. Se você tem dor nas articulações, consultese com o seu médico antes de aumentar a carga de exercícios.
Para mais informações (em inglês), com a Fundação Nacional de Osteoporose (National Osteoporosis Foundation): www.osteoporosis.org.ar
Uma pessoa saudável pode se
recuperar da osteonecrose, especialmente se ela for causada por um
acidente. O corpo pode restaurar
os vasos sangüíneos e reconstruir o
osso danificado. Se a osteonecrose
é causada pelo uso de álcool ou de
esteróides, deve-se deixar de tomar
tais drogas. Você também pode
reduzir o peso que é suportado por
suas articulações. Esse procedimento é o oposto do tratamento
para a osteoporose.
Os casos graves requerem cirurgia
para restaurar o osso afetado ou
para substituir a articulação
danificada (prótese) que geralmente
está localizada na região dos quadris.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
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anorexia
O que á a anorexia?
É a redução ou a perda do apetite e
pode vir acompanhada de depressão.
O que causa a anorexia?
Pode ser causada por distúrbios
emocionais, por exposição a cheiros
desagradáveis e por vários agentes
químicos e medicamentos, inclusive
os anti-retrovirais.
Quais são os sinais
associados à anorexia?
Perda de peso, náuseas, vômitos,
fraqueza e indiferença. Além disso,
a anorexia pode causar muitas
complicações: anemia, pressão
baixa, ausência de menstruação,
arritmias no coração etc.
O que pode ser feito?
Um objetivo do tratamento da
anorexia é reduzir a ocorrência dos
estímulos causadores e manter a alimentação adequada. O planejamento
das refeições é outro ponto importante: a necessidade de vários horários regulares de refeição, um bom
desjejum, uma boa higiene oral para
que se garanta uma ingestão
adequada de nutrientes, a necessidade de limpeza no armazenamento,
na preparação e na forma de servir
os alimentos.
Como diminuir os
estímulos desagradáveis
(cheiros e sons) à
anorexia?
Alimentar-se num ambiente limpo,
ventilado, livre de odores, sons e
de estímulos visuais desagradáveis
pode estimular o apetite; comer
acompanhado; preparar os alimentos em temperatura adequada e
servi-los de forma o mais atraente
possível; deixar pratos e outros
utensílios limpos; fazer uma higiene
corporal antes das refeições (pode
ajudar a retirar estímulos desencadeadores da falta de apetite).
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Série D
Resumindo
A anorexia pode estar associada à depressão e a estímulos físicos e químicos (medicações). Pode provocar muitas
complicações. O planejamento das refeições, o armazenamento, a preparação e a
forma de servir os alimentos
são importantes para o combate à anorexia. Outras estratégias de combate vão desde
a higiene pessoal até a arrumação do local de refeição.
Pequenas refeições ricas em carboidratos em intervalos regulares, e a
ingestão de lanches e bebidas com
elevado teor calórico devem ser
estimuladas. Suprimentos nutricionais líquidos geralmente também são
bem tolerados e podem ser prescritos.
Importante:
Os líquidos durante as
refeições devem ser ingeridos lentamente até o
limite de tolerância de cada
um, devendo ser tomados
em poucas quantidades.
Lembre-se: em hipótese
alguma, devemos apressar a
pessoa com dificuldades de
comer nas suas refeições, e
o ambiente deve ser calmo
e agradável. Se possível,
procure motivá-la a aumentar o seu consumo de alimentos.
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náuseas e vômitos
O que são náuseas e
vômitos?
A náusea é a sensação de um desejo
iminente de vomitar; e vômito, ou
êmese, refere-se ao ato de expulsão
pela boca do conteúdo gástrico.
Náuseas e vômitos podem ocorrer
independentemente um do outro,
todavia, em geral estão associados.
O que causa náuseas e
vômitos?
Náuseas e vômitos podem ser manifestações de numerosos distúrbios
orgânicos e funcionais, incluindo o
fenômeno dos efeitos colaterais de
diversos medicamentos. Podem estar
associados a determinados estímulos: alimentos, cheiros e certos períodos do dia. Vômitos também podem ser causados por estímulos psíquicos e não só físicos: cenas desagradáveis, sensações provocadas por
cheiros incômodos e outros fatores
psicológicos.
Para a descoberta das causas reais
desses sintomas é preciso saber a
freqüência e o tempo exato de suas
ocorrências: Quantas vezes? Quando? Após qual medicação? Após qual
alimento? É preciso também saber
sobre a natureza do material vomitado: Sai em forma de jato? É precedido de náuseas? Qual é o estado
emocional da pessoa? Há situações
desagradáveis e de tensão (podem
aumentar a freqüência das náuseas
e vômitos)?
Quais são os sintomas de
naúseas e vômitos?
A pessoa nauseada pode se queixar
simplesmente de “sentir-se mal” e,
muitas vezes, ocorre aumento da
transpiração e da salivação, palidez,
vertigens (tonturas, zonzeiras), ou
sensações de formigamento nas extremidades do corpo. Podem ocorrer também: defecação, pressão
baixa (hipotensão) e diminuição dos
batimentos do coração (bradicardia).
Importante:
A presença de náuseas e
vômitos numa pessoa HIV+
pode decorrer do uso de antiretrovirais e de outros medicamentos, como antibióticos,
antimicobacterianos, antimicóticos e analgésicos.
Náuseas e vômitos podem
trazer complicações sérias?
Umas das complicações mais sérias
para a pessoa que sofre de náuseas
e vômitos é o desequilíbrio hidreletrolítico. Sede, diminuição do turgor
(elasticidade) da pele, ressecamento
das mucosas, agitação, elevação da
temperatura corporal, taquicardia
(aumento dos batimentos do coração) e perda de peso são alguns dos
sintomas desse desequilíbrio.
Devemos ficar bem atentos à
administração excessiva de líquidos,
evitando-a principalmente em
pessoas com problemas nos rins e
no coração. Verificação dos sinais
vitais a cada 2 a 4 horas (dependendo
da gravidade da perda de líquidos),
da pressão sangüínea e da perda de
peso diária são importantes quando
da ocorrência de tais desequilíbrios.
Lembre-se: no combate ao
vômito e às náuseas, a pessoa
deve ser orientada a evitar
tomar líquidos junto às refeições (tome-os 30 minutos
antes ou após a refeição),
bem como evitar ingerir
gorduras, frituras ou doces.
Alimentos secos, como torradas e biscoitos são mais
aceitos e melhoram a sensação de mal-estar. Beber
líquidos gelados na hora das
tomadas dos medicamentos
é uma boa recomendação.
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Série D
Caso haja uma freqüência grande de
vômitos, é necessária uma reposição
de água e eletrólitos. Portanto, recomendamos tomar líquidos ricos em
sódio e potássio, como suco de laranja e caldo concentrado de carne.
Para alguém desidratado, é importante aplicar loção na pele e umedecer os lábios. Especificamente
contra os enjôos: faça refeições
que sejam agradáveis de ver e cheirar. Prefira sopas, que são fáceis de
digerir. Porém, para não ficar logo
em seguida com fome, tome dois
pratos fundos.
Importante:
Em caso de vômito, logo após
a tomada de uma medicação
via oral, a dosagem deve ser
repetida. Caso o vômito
tenha ocorrido após uma
hora da tomada da medicação, não há a necessidade
de se repetir a dose.
Lembre-se: a acupuntura
ajuda a combater náuseas e
vômitos.
Na hora do vômito, a pessoa deve
ficar com a cabeça de lado, pois isso
pode prevenir complicações como
a broncoaspiração. Deitar a pessoa
em local fresco, quieto, ventilado,
pedindo que se levante de vez em
quando pode ser uma boa medida.
Nessa hora, a pessoa sentada deve
fazer respirações profundas. Uma
dica é tentar fazer com que ela
desvie a atenção do problema.
Importante:
A suspensão da medicação
anti-retroviral nos casos de
vômitos e náuseas não é o
mais indicado, mas, sim, nos
convencermos de que tais
efeitos podem ser minimizados ou prevenidos.
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Folhas Informativas
Série D
Resumindo
Náuseas e vômitos podem ser manifestações de numerosos
distúrbios orgânicos e de diversos estímulos físicos (incluindo
as medicações em geral) e psíquicos. Uma das suas
complicações mais sérias é o desequilíbrio hidreletrolítico,
que não é resolvido apenas com a ingestão de água. A
alimentação correta e a administração de líquidos e de
eletrólitos ajudam a combater as náuseas e os vômitos.
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depoimento
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Série D
Escreva na tabela abaixo todos os medicamentos que você esteja tomando, desde quando
e os efeitos colaterais decorrentes de cada um deles. Depois, envie para a ABIA no
endereço Rua da Candelária, 79/10º andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP: 20911-020
ou via fax (21) 2253-8495. Quem sabe a gente pode dar alguma informação ou dica útil
para ajudá-lo?
MEDICAMENTO
DESDE QUANDO
EFEITOS COLATERAIS
Observações:
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