informativo 8 caracois
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Informativo nº 8 / Junho de 2011 www.caramujoafricano.com / [email protected] EDUCAÇÃO E CIDADANIA: A MELHOR PROFILAXIA CONTRA AS DOENÇAS E A IGNORÂNCIA Mauricio Aquino / Méd. Veterinário / Especialista em Docência para o Nivel Superior / Mestrando em Ciências da Saúde Com a expulsão dos jesuítas no século XVIII o rumo da educação no Brasil ficou comprometido; como consequência imediata desta perseguição política foram fechados 50 colégios e interrompidas atividades educacionais em inúmeras aldeias indígenas, retardando até os dias de hoje, a educação das classes desfavorecidas. Quando pessoas instruídas conversam, contemporaneamente, sobre as origens dos problemas comuns à comunidade, seja numa festa, num restaurante, na beira da praia ou numa sala de aula, a conclusão quase sempre aponta para uma queixa comum: a falta de educação. Um exemplo: se a população toma conhecimento através de uma matéria jornalística que diz, explicitamente, que o Caracol Africano transmite doenças graves que podem matar e que em hipótese alguma, ele pode ser tocado, exceto através de luvas, a população entenderá, simplesmente, que o caracol mata ao toque. Se um veículo jornalístico divulga uma informação incompleta, como se isso fosse uma regra e não uma exceção, para uma comunidade carente de educação sem apresentar alternativas, ele na verdade está prestando um desserviço, pois passa a representar apenas o interesse de uma minoria. Sem educação, fica difícil distinguir nas entrelinhas a diferença entre a verdade e o exagero, pois para interpretar o que se lê, ouve ou assiste é necessária uma prática que só se adquire através da busca espontânea pelo conhecimento. Dizer que o Caracol Africano, num país de dimensão continental como o nosso, mata ao simples toque, sem esclarecer que lesmas e caracóis nativos também podem ser vetores potenciais das mesmas doenças e que houve apenas duas mortes em 23 anos, é um bom exemplo de desserviço em escala continental. Já no caso do Caracol Africano o problema está na interpretação pontual das notícias incompletas e distorcidas, publicadas em veículos de comunicação que, só divulgam, os malefícios e, ainda por cima, de forma exagerada. Ratos (Rattus rattus, R. muelleri e R. norvegicus) são hospedeiros definitivos do Angiostrongylus cantonensis, um Informativo AchatinafulicaNEWS nº 8 / Junho 2011 parasito que pode causar a Meningite Eosinofílica. Ao eliminarem ovos e larvas do verme através das fezes, o roedores contaminam o ambiente. Algumas lesmas e caracóis, nativos e exóticos e entre eles, o Bradybaena similaris, Subulina octona, Veronicella alte além do próprio caracol africano, podem se contaminar e desempenhar o papel de hospedeiro intermediário e, ao serem ingeridos, podem transmitir a Meningite Eosinofílica para o homem mas apenas se, forem ingeridos crus, mal cozidos ou através de legumes e verduras mal lavadas, contaminados por esses hospedeiros. A Meningite Eosinofílica é a doença mais grave associadas ao Caracol Africano (Achatina fulica) e ao Caramujo Dourado (Ampullarium canaliculatus), responsabilizando-se, até hoje, por 2.827 óbitos registrados na história médica. Na Tailândia a ingestão de caramujos do gênero Pila spp. crus são os principais responsáveis pela Meningite Eosinofílica. Caranguejos, camarões, peixes, rãs e sapos, por exemplo, são hospedeiros de transporte, mas não se conhece casos de infecção em humanos, com exceção de dois casos, provavelmente causados pela ingestão de fígado fresco de sapo e outro, de músculos e ossos de rã, resultantes do tratamento pela medicina chinesa. Esse número, 2.827, é relativo; expressivo para a população de uma cidade pequena, por exemplo. No entanto, pequeno, quando o referencial passa a ser a população mundial ao longo de toda a história médica registrada desde 1945, quando a Meningite Eosinofílica foi diagnosticada pela primeira vez. Mas esta meningite parasitária não é causada apenas pelo Angiostrongylus cantonensis. O Toxocara e o Gnathostoma, entre outros parasitos, também são responsáveis pela sua ocorrência. É claro que a prevenção de doenças é uma obrigação de todos, no entanto, o pânico gerado pelos veículos de comunicação, responsáveis por este desserviço sem benefícios diretos, serve apenas para gerar o medo e o sentimento de impotência junto à população menos esclarecida que, infelizmente, em nosso caso, é a maioria da população brasileira. Mas nem tudo está perdido, pois sempre podemos tirar lições de qualquer situação e, em minha opinião, todo o www.Achatinafulica.com pag.01 país poderia lucrar muito, nesse momento, com uma campanha bem orquestrada de educação para a saúde, onde conceitos básicos de higiene poderiam ser relembrados, objetivamente, contribuindo para a prevenção de milhares de mortes. Essa campanha abordaria questões de higiene pessoal; hábitos simples que devem ser cultivados, regularmente, tais como o banho diário, a higiene das mãos antes das refeições e depois de utilizar o banheiro, a limpeza e o corte das unhas, a higienização bucal e a ingestão de água potável que podem, com certeza, salvar milhares de vidas pela simples prevenção. Já a higiene coletiva, é o conjunto de normas elaboradas para zelar pela saúde da população em geral, especificando diretrizes comuns, por exemplo, para a manutenção da qualidade do ambiente que nos rodeia e assim, como na higiene pessoal, contribua para a prevenção de doenças e epidemias. Um exemplo são as doenças transmitidas por alimentos (DTA), causadas pela ingestão de comidas ou bebidas contaminadas. Existem mais de 250 tipos de DTA e a maioria são causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e parasitas. Para a prevenção de doenças que podem, raramente, serem transmitidas pelo caracol africano, que é um alimento rico e desprezado pelo preconceito, o procedimento é simples e já adotado para a prevenção contras outras doenças transmitidas pela carne de frango, porco, peixe, carneiro, boi, ou qualquer outro animal, porque qualquer animal pode ser um transmissor potencial de enfermidades: • Não ingerir carne crua ou mal cozida, especialmente sem inspeção. (No caso do caracol, cozinhá-lo pelo menos 20 minutos em panela de pressão); • Lavar bem as frutas, os legumes e as verduras, especialmente os que são consumidos crus, deixando-os em solução de hipoclorito de sódio. Na prática é só colocar uma colher das de sopa de sanitária para cada litro de água e deixar os alimentos em imersão por 15 minutos para eliminar larvas de nematódeos e as bactérias. Depois é só lavar em água corrente. Se pensarmos seriamente, por um minuto, chegaremos a conclusão que o problema, no final das contas, não é alimentar mas, educacional. A população desinformada sobre os seus direitos, ainda se permite eleger dirigentes que primam pela perpetuação da ignorância no país, desde o século XVIII, sem assumirem nenhum compromisso para o bem estar de seus eleitores ou do país. Para cada real investido em saneamento básico, por exemplo, temos uma economia de 4 reais com assistência médica, no entanto, existe uma enorme quantidade de brasileiros que não tem acesso a esses benefícios essenciais e moram, literalmente, entre dejetos humanos e animais que escoam no seu peridomicílio, locais onde hábitos saudáveis de higiene, infelizmente, pouco contribuem para a prevenção do inevitável. Você pode contribuir para minimizar este quadro, exigindo de seus representantes, um compromisso por uma educação de qualidade, no mínimo. Referências: http://www.saberecrescer.com/educ-higiene_tipos-higiene_ambiental=+066790?v1& • • • • • Informativo AchatinafulicaNEWS nº 8 / Junho 2011 http://revistavivasaude.uol.com.br/Edicoes/47/artigo50498-1.asp http://www.applesnail.net/content/pila.htm http://www.ajtmh.org/content/76/2/399.full.pdf+html http://www.planetauniversitario.com/index.php? option=com_content&view=article&id=1950:pucrs-eferia-na-detec-de-meningiteeosinofca&catid=27:notas-do-campus&Itemid=73 www.Achatinafulica.com pag.02 Informativo AchatinafulicaNEWS nº 8 / Junho 2011 www.Achatinafulica.com pag.03 Informativo AchatinafulicaNEWS nº 8 / Junho 2011 www.Achatinafulica.com pag.04 Informativo AchatinafulicaNEWS nº 8 / Junho 2011 www.Achatinafulica.com pag.05 O CÃO PODE SER UM RESERVATÓRIO PARA Angiostrongylus costaricensis? Mauricio Aquino / Méd. Veterinário / Especialista em Docência para o Nivel Superior / Mestrando em Ciências da Saúde O Angiostrongylus costaricensis é um nematóide, parasitária de roedores silvestres, que vem sendo apontado no Brasil como uma grave verminose, largamente transmitida pelo Caracol Africano (Achatina fulica), muito embora, na prática, nunca tenha se diagnosticado um único caso Angiostrongilíase abdominal, em 23 anos, transmitido por ele. O A. costaricensis, nos roedores, habita o interior das artérias mesentérica e seus ramos, podendo infectar o homem, acidentalmente. Em Costa Rica, a infecção natural de um cão doméstico (Canis familiaris) com lesões intestinais semelhantes às descritas em seres humanos, motivou um experimento preliminar, publicado em 2002 na Rev. Inst. Med. Trop. S. Paulo, realizado por um seleto grupo de pesquisadores gaúchos, do Inst. De patologia de Passo Fundo, do Inst. De Ciências Biológicas da Universidade de Passo Fundo, do Lab. De Parasitologia Molecular do Instituto de Pesquisas Biomédicas e de Biologia Parasitária da Faculdade de Biociências da PUCRS de Porto Alegre. O experimento foi planejado para avaliar a viabilidade da utilização de cães como modelo experimental para estudos patológicos da Angiostrongilíase Abdominal. De acordo com Rodriguez, et.al. (2002, p.55) foi utilizado um cão adulto de 9 kg, de estirpe indefinida, inoculado por via oral com 75 larvas de terceiro estágio (L3 infectantes) de Angiostrongylus costaricensis. As larvas de metastrongilídios começaram a ser encontradas entre o 28º e o 88º dia após a infecção experimental inicial e a produção diária de L1 Informativo AchatinafulicaNEWS nº 8 / Junho 2011 (larvas de primeiro estágio não infectantes) foi muito variável ao longo deste período, com um número máximo aproximado de detectado de 100.000 larvas por grama de fezes. “A identificação das larvas de A. costaricensis foi possível após a passagem pelo caramujo Biomphalaria glabrata e camundongos, de onde foram recuperados vermes adultos no interior das artérias mesentérica. O cão permaneceu assintomático e sem lesões macroscópicas significativas durante o experimento e foi sacrificado para necropsia no 94º dias após a infecção experimental inicial. [...] No sul do Brasil, vários focos de transmissão estão localizados em áreas urbanas onde os roedores silvestres não são facilmente encontrados.” (RODRIGUEZ, 2002, p.56) Na opinião da equipe de pesquisadores, roedores sinantrópicos (aqueles que vivem próximas às habitações humanas) de áreas urbanas não são tão bem adaptados para hospedar o A. costaricensis como os roedores silvestres (Oligoryzomys nigripes) e portanto, a equipe considerou que outras espécies de vertebrados deviam estar desempenhando o papel de hospedeiro definitivo. Os dados preliminares obtidos através do experimento indicam o possível papel do cão doméstico (Canis familiaris) como reservatório para A. costaricensis já que o cão também é um hospedeiro natural para outra espécie de metastrongilídeos, como o Angiostrongylus vasorum (Baillet, 1866), por exemplo, parasita de artérias pulmonares. De acordo com Rodriguez et.al. (2002, p.56) “o curso assintomático da infecção e a ausência de lesões macroscópicas na laparotomia pode ser parte de uma característica da doença em cães, não permitindo confirmação através de uma única infecção experimental preliminar. [...] Se a baixa morbidade é uma regra, o cão não seria um bom modelo experimental para estudos patológicos. Mas esse dado também pode significar que o cão é um hospedeiro bem adaptado para A. costaricensis e assumir em áreas urbanas, o papel desempenhado pelos roedores no ciclo silvestre da Angiostrongilíase Abdominal.” Referência: RODRIGUEZ, Rubens, et.al. Dogs may be a reservoir host for Angiostrongylus costaricensis. Revista Inst. Med. Trop. São Paulo, jan.fev, 2002. www.Achatinafulica.com pag.06 O ESCLARECEDOR SURTO DE MENINGITE EOSINOFÍLICA NA CHINA Mauricio Aquino / Méd. Veterinário / Especialista em Docência para o Nivel Superior / Mestrando em Ciências da Saúde Pomacea spp. A Meningite Eosinofílica, a pior doença associada ao caracol africano, é uma doença parasitária potencialmente fatal, causada pelo verme Angiostrongylus cantonensis. A Meningite Eosinofílica é uma doença grave que já causou em todo o mundo, no mínimo, “2.827 óbitos [...] devidamente documentados. [...] Os seres humanos são infectados de várias maneiras, pois o ciclo de vida deste parasita envolve diferentes hospedeiros intermediários entre moluscos comestíveis e uma gama de hospedeiros de transporte, onde o parasita não evolui.” (WANG, Q..P. et. al. 2011, p.1) O consumo de moluscos crus ou mal cozidos é a principal via de infecção do A. cantonensis na China e sudeste da Ásia. No Caribe, legumes e condimentos contaminados foram responsabilizados por um surto na Jamaica. O lagarto monitor é considerado a principal fonte de infecção na Índia e no Sri Lanka e nas ilhas do Pacífico os principais suspeitos são camarões de água doce, os peixes e os caranguejos. Informativo AchatinafulicaNEWS nº 8 / Junho 2011 No Brasil, onde só ocorreram dois casos até agora, o caracol africano (Achatina fulica) vem sendo considerado o grande vilão da história. Mas o que ninguém esperava é que o maior responsável pela epidemia em Dali, na China, entre outubro de 2007 a março de 2008, com 19 casos clinicamente confirmados e 22 suspeitos fosse, na verdade, um caramujo invasor de origem brasileira, o Pomacea canaliculata que, nos últimos 10 anos assumiu uma importância maior que o próprio A. fulica na transmissão dessa doença na Ásia. O Pomacea canaliculata foi introduzido como alimento em Taiwan em 1979 e depois, na China em 1981. Adaptou-se bem ao meio ambiente, particularmente ao sul da China, espalhando-se rapidamente para mais de 10 províncias, causando enormes danos à agricultura: milhares de hectares de arroz, verduras e outras culturas nessas províncias foram destruídos. O principal sinal clínico é uma forte dor de cabeça e o principal achado hematológico é a alta contagem de eosinófilos no sangue e no líquido www.Achatinafulica.com pag.07 Map da cid calização a com a lo li ade de Da ao sul próprio Achatina fulica. O artigo chinês é surpreendentemente e demonstra, claramente, que o problema no Brasil não é a presença do caracol invasor africano que, raramente, pode ser hospedeiro intermediário ao A. cantonensis e transmitir a Meningite Eosinofílica mas sim, a grande fragilidade da fiscalização sanitária em nossas duanas que já permitiu, aparentemente, a entrada do principal hospedeiro definitivo contaminado do A. cantonensis em duas cidades portuárias no país, Vitória e Recife, onde foram diagnosticados, até agora, os dois casos de Meningite Eosinofilica. Minha sugestão é que, a energia e os recursos desperdiçados nas tentativas infrutíferas para o controle do Achatina fulica sejam, imediatamente redirecionados, para pesquisas que apontem para o seu controle através de seu aproveitamento racional e para o combate de roedores estrangeiros contaminados que entram no Brasil, especialmente, através dos portos e aeroportos, pois mesmo que erradiquemos o A. fulica no país, nunca poderemos erradicar o caramujo nativo Pomacea canaliculata, presente em boa parte da América do Sul. Isso sem falar que para Neuhauss et.al. (2007), que submeteu o caracol africano a infecções experimentais por A. cantonensis e A. costaricensis,, ele “não representa [...] uma ameaça significativa para a saúde humana” no Brasil pois não se comporta, propriamente, com um vetor significativo. ☼ cefalorraquidiano (LCR). O tratamento adotado contra a Meningite Eosinofílica é uma combinação de anti-parasitários como o albendazol e corticosteróides que, em Dali, resultou em significativa melhora dos pacientes tratados. Do total de paciente, 22 relataram o consumo de Pomacea canaliculata crus ou mal cozidos antes Referências: do início dos sintomas. A fonte da epidemia foi o MARTÍN, P.R., ESTEBENET, A.L. e CAZZANIGA, N.J. Factors mercado da cidade onde 1% dos caracóis comer- affecting the distribution of Pomacea canaliculata (Gastropoda: cializados estavam infectados pelo Angiostrong- Ampullariidae) along its southernmost natural limit. Malacologia, ylus cantonensis. Nas populações de caramujos vol. 43, 2001, p. 13-23. asselvajados pesquisadas, no entorno de Dali, o NEUHAUSS, Erli; FITARELLI, Monaliza; ROMANZINI, Juliano; GRAEFFETEIXEIRA, Carlos. Low susceptibility of Achatina fulica parasita não foi detectado. from Brazil to infection with Angiostrongylus costaricensis e A. No Brasil, nossa preocupação há alguns anos é Cantonensis. Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do com o caracol africano (Achatina fulica) e o seu Sul (PUCRS) e Laboratório de Biologia Parasitária, Faculdade de Biociências da PUCRS. Porto Alegre, RS, 2007. “potencial” como hospedeiro intermediário do A. cantonensis, no entanto, o que esta pesquisa chi- SHANG Lv, et.al. Human Angiostrongyliasis outbreak in Dali, China. PLOS Neglected Tropical Diseases. Setembro de 2009, nesa claramente evidencia é que o nosso cara- vol. 3, p. 1-7. mujo nativo, conhecido pelo nome de Aruá WANG Q.P. et. al. Human angiostrongyliasis. Disponível em: (Pomacea canaliculata), pode vir a desempenhar, <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18922484> Acesso: aqui, um papel muito mais preocupante que o 06/06/2011 Informativo AchatinafulicaNEWS nº 8 / Junho 2011 www.Achatinafulica.com pag.08 CARACOL AFRICANO COMO SENSOR BIOLÓGICO: UMA DESCOBERTA VENEZUELANA Exames parasitológicos realizados por Liboria et.al. (2010) em 542 caracóis africanos (A.fulica) asselvajados coletados em diferentes regiões na Venezuela demonstrou que o caracol africano pode se comportar como vetor de transporte, ingerindo e eliminando ovos de vermes presentes no ambiente em que vive. Neste trabalho, Liboria (2010) encontrou nas fezes de Achatina fulica ovos de S. mansoni, Trichuris spp, Hymonolepis spp, Strongyloides spp, mas não evidenciou, em nenhum animal, a presença de uma única larva de Angiostrongylus cantonensis, responsável pela Meningite Eosinofílica, a pior doença associada ao Achatina, nem de Angiostrongylus costaricensis, responsável pela Angiostrongilíase Abdominal. Informativo AchatinafulicaNEWS nº 8 / Junho 2011 Caramujos de água doce do gênero Biomphalaria responsáveis pela transmissão da Esquistossomose ao homem. www.Achatinafulica.com pag.09 Fotos de locais pesquisados pela equipe venezuelana durante o experimento: A) em gaiolas de frangos; B) Peri-domicilios humanos C) Contato humano com coleções d’agua D) Coleta de caramujos aquáticos. Felizmente, os ovos de S. mansoni encontrados nas fezes de Achatina fulica não caracteriza esse caracol como transmissor da Esquistossomose, pois o responsável pela infecção no homem não é o ovo do verme, mas a sua cercária, uma forma larvária que faz parte de seu ciclo de vida, desenvolvendo-se nos caramujos de água doce do gênero Biomphalaria. No entanto, este trabalho nos permite afirmar que o Achatina fulica pode se comportar como um sensor biológico, útil, portanto, para o diagnóstico de parasitoses humanas e veterinárias na sua região de ocorrência por um custo muito mais baixo Informativo AchatinafulicaNEWS nº 8 / Junho 2011 e esta característica, com certeza, pode vir a ser explorada como mais uma utilidade, juntamente com o seu potencial zootécnico, nutricional e medicamentoso. A Dra Liboria Matinella, autora do artigo original, que gerou esta publicação, enviou com exclusividade para nosso informativo, a sua opinião sobre o Achatina fulica. “En ningún país deben introducirse especies exóticas, algunas Achatina han adquirido notoriedad mundial, su penetración tanto en países en vías de desarrollo como en los más avanzados, prueba que su control no es fácil, cuando queremos erradicar una especie encontramos factores ecológicos muy complejos, unos favorecen nuestra acción mientras otros lo contrarrestan. Generalmente las especies introducidas, disminuyen de alguna forma, la capawww.Achatinafulica.com pag.10 cidad vectora que poseen en su lugar de origen. Observamos A. fulica en las inmediaciones de cursos y cuerpos de agua donde habita B. glabrata, donde el contacto humano es frecuente para fines recreativos o laborales Es natural esta asociación debido a que los Achatina, encuentran los parámetros ambientales que favorecen su existencia. En Maracay, estado Aragua Venezuela, los medios televisivos y escritos, causaron alarma a los Dra Liboria Matinella habitantes quienes por pánico formularon denuncias por la notoriedad de A. fulica en sus viviendas, cultivos y jardines. Al respecto se recolectaron 452 ejemplares, de los cuales 253 correspondientes al Sector El Limón, municipio Mario Briceño Iragorry, al analizar las muestras de heces resultaron positivos a huevos de Schistosoma mansoni el 8,70%, Trichuris spp. 2,77% y Hymenolepis spp. 5,93%. Mientras que de los 90 caracoles A. fulica, procedentes del Sector La Pedrera, del municipio Girardot, en 10,42% se evidenció la presencia de larvas de Strongyloides spp. en heces y en 9,52% de los mismos, al evaluar la secreción mucosa. De manera resumida podrían citarse algunos aspectos beneficiosos de A. fulica: 1) Es una especie de mucha importancia médica en Venezuela por su valor como transportador mecánico de diferentes especies de helmintos y un indicador de las infecciones parasitarias en la población humana, lo que facilitaría, a las Instituciones de salud y específicamente al departamento de Parasitosis Intestinales, realizar un tratamiento masivo en una comunidad después de evaluar las heces de A. fulica. 2) En el análisis parasitológico de la secreción mucosa no se encontraron larvas infectantes de Angiostrongylus spp., se requiere la introducción del agente etiológico o sea el nematodo, para que se Informativo AchatinafulicaNEWS nº 8 / Junho 2011 establezca la enfermedad. En Venezuela Incani y cols, (2007) reportaron el primer caso introducido de A. costaricensis. 3) Llama la atención de los laboratorios malacológicos, por cuanto permite mantener el ciclo biológico de Schistosoma mansoni. 4) Investigaciones serias realizadas por farmacólogos y dermatólogos en la secreción mucosa, reportaron que contiene proteasas, enzimas fibrinolíticas, antibióticos naturales y otras sustancias con probada actividad biológica, como alantoína, colágeno, elastina, ácido glicólico y diversas vitaminas. 5) Puede ser utilizada como fuente de alimento por su alto contenido proteico, alcanza ser una alternativa nutricional en países donde actualmente la población padece de hambre por el bajo poder adquisitivo. 6) Pudieran ser utilizados en nuevos procesos alternativos productivos. Debido a la importancia creciente del tema en la actualidad, antes de intentar exterminar al caracol gigante de la tierra (A. fulica), y los Biomphalaria es preciso profundizar en su biología y ecología, se trata de emprender estudios que conlleven a innovadoras investigaciones de aprovechamiento animal y humano.” ☼ À Dra Liboria, sua equipe e a todo povo venezuelano, os nossos sinceros agradecimentos! Referência: LIBORIA et.al. Primer hallazgo em Venezuela de huevos de Schistosoma mansoni y de otros helmintos de interes em salud pública, presentes em heces y secreción mucosa del molusco terrestre Achatina fulica (Bowdich, 1822) Disponível em: <http://www.sian.inia.gob.ve/repositorio/revistas_ci/Zo otecniaTropical/zt2803/pdf/2803_liboria_m.pdf>. Acesso em: 12/06/2011 www.Achatinafulica.com pag.11 Print out this poster and publish in your university or department. Thanks. Informativo AchatinafulicaNEWS nº 8 / Junho 2011 www.Achatinafulica.com pag.12
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