Relatividade Geral
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Relatividade Geral
Relatividade Geral Aluno: Marcelo Samsoniuk (00250135) Professor: Fernando Pablo Devecchi Trabalho da Disciplina de Relatividade Referente à Terceira Avaliação INTRODUÇÃO levou a concluir que o Sol era um objeto especial e, em função disso e de seu tamanho, ele deveria estar no centro do universo, com a Terra e a Lua ao seu redor. Ele também explicou a diferença entre dia e noite pela rotação da Terra ao redor de seu próprio eixo. A tentativa de compreender como o universo funciona fascina a humanidade desde épocas bastante remotas, o que incluem desenhos de 7000AC de símbolos que lembram a Lua, o Sol e as estrelas. Alguns chegam a especular se construções megalíticas de 3000AC, como Stonehenge, não seriam observatórios para estudar as estrelas: Embora Aristarchus estivesse correto, existiam muitas objeções contra estas teorias. Muitos argumentaram de que a Terra não podia estar se movendo simplesmente porque não sentimos este movimento e Aristarchus, que tinha noção das medidas e tempos, mostrou que seriam velocidades bem grandes para a época. Outro argumento era a ausência de paralaxe detectável entre as estrelas, que permaneciam fixas umas em relação às outras. Os gregos acreditavam que as estrelas não podiam estar todas a mesma distância simplesmente porque eram mais fortes ou fracas conforme estavam mais próximas ou mais distantes. Se a Terra se movimentasse em torno do Sol, eles acreditavam que deveríamos perceber diferenças de paralaxe entre as estrelas mais próximas e as mais distantes, fato que sabemos hoje em dia que ocorre, mas que não pode ser medido sem a ajuda de instrumentos avançados. Sob um aspecto mais realista e moderno, sabemos que os babilônicos e egípcios já mantinham registros mais completos e bem documentados de observações astronômicas, mas apesar disso, os gregos foram os primeiros a formular idéias para explicar o funcionamento do universo como um todo, sendo que neste período inicial surgiu a “cosmologia grega”. As objeções acabaram enfraquecendo a teoria heliocêntrica e, assim, em aproximadamente 150DC, Claudius Ptolomeu publicou sua teoria geocêntrica, onde a Terra era o centro do universo e que os planetas se moviam em torno de uma órbita circular pequena denominada “epiciclo” e este epiciclo se movia em torno da Terra em uma trajetória denominada “deferente”. Além dos corpos celestes próximos, existiam as estrelas, formando um universo grande, mas finito. Em aproximadamente 400AC, Platão formulou uma teoria de que a Terra seria uma esfera e que em torno desta esfera havia outra esfera onde estariam os objetos celestes. Obviamente, os argumentos eram mais estéticos do que observacionais, visto que Platão acreditava que deveria existir uma grande simetria geométrica no universo. Esta formulação foi aperfeiçoada com Eudoxian, Aristóteles e Callipus, que aproximaram esta descrição puramente geométrica para uma descrição mais física, onde se inserem esferas de tamanhos diferentes para os diferentes objetos celestes, sendo a maior esfera reservada para as estrelas. Quase na mesma época, Aristarchus de Samos propôs que o tamanho do Sol deveria ser 20x maior que a Lua e cerca de 7x maior que a Terra, além disso, estimou que o Sol estaria 20x mais distante da Terra do que a Lua. Ele sabia que a Terra e a Lua refletiam a luz do Sol, o que lhe 1 Ptolomeu deixou o heliocentrismo de Aristarchus no passado, coroando o geocentrismo como base da cosmologia que manteria o mundo cristão calmo por muitos séculos. outro no universo. Isso significa que o universo em um ponto não pode se diferenciar de outro ponto, ou seja, ele deve ser homogêneo. Além disso, quando olhamos ao redor de determinado ponto, observamos que o universo deve ser o mesmo em todas as direções e não existem direções privilegiadas, ou seja, ele deve ser isotrópico. ELEMENTOS DA COSMOLOGIA NEWTONIANA O modelo geocêntrico se manteve por bastante tempo, até que Copérnico no século XVI introduziu a teoria heliocêntrica e, assim, demonstrou que a Terra não poderia ser o centro do universo. Embora Copérnico apenas tenha posicionado o Sol no centro do universo, a cosmologia de Copérnico não era muito diferente da cosmologia grega, mas muitos especularam que se a Terra não era um ponto privilegiado no universo, não havia motivo para se acreditar que o Sol também o fosse, visto que os próprios gregos já especulavam que as estrelas seriam objetos celestes similares ao Sol, mas muito mais distantes. A crescente indicação de que o universo é isotrópico e homogêneo, sem a existência de um referencial absoluto, em associação aos possíveis efeitos da gravidade sobre a matéria, leva Newton a concluir que o universo deve ser sem centro, sem bordas, razoavelmente uniforme e infinito em todas as direções, assim temos um universo estável como um todo, mas instável em uma escala local. A relação entre a distribuição razoavelmente homogênea das estrelas no universo e o movimento foi algo amplamente estudado por Newton. Embora chamasse as estrelas de “estrelas fixas”, Newton sabia que era impossível determinar se as estrelas estavam em movimento ou em repouso, visto que se existia um movimento, a grande distancia impedia a observação deste movimento, assim, para finalidades praticas, Newton considerou as estrelas como fixas, de modo a definir o movimento absoluto simplesmente como sendo o movimento de um objeto relativamente às estrelas fixas. Apesar de perceber a impossibilidade de se construir um referencial absoluto, Newton supõe que o espaço independe da matéria e seus movimentos, ou seja, as medidas devem ser consistentes entre um referencial e outro, mesmo em movimento. Como a medida do tempo pode ser relacionada diretamente com a medida de velocidades e distancias, a conseqüência do espaço permanecer absoluto e independente dos referenciais materiais torna o tempo absoluto, assim temos o espaço-tempo absoluto, que independe da matéria. Segundo Newton, o espaço-tempo existia antes da matéria e existirá após seu fim. Logo após a queda do geocentrismo, Kepler, Galileu e Descartes não apenas reforçaram o heliocentrismo como introduz novas idéias sobre o movimento dos objetos celestes e o movimento relativo de objetos terrestres comuns, o que abriria caminho para Newton universalizar as leis da física (o que explica o termo Gravitação Universal). A relatividade de Galileu, por sua vez, introduz o movimento relativo entre os objetos de modo que não podemos distinguir um referencial de outro, de modo que as leis da física permanecem inalteradas em todos os referenciais. Mais importante, torna impossível perceber a diferença entre um referencial em movimento e um referencial em repouso, o que culmina com a inexistência de referencias absolutos (Descartes). Obviamente, sob as condições de Newton, o universo é totalmente estável, de modo que não pode surgir e se destruir por conta própria, cabendo a Deus decidir quando o universo deveria surgir e ser destruído. Ora, o modelo heliocentrista indica simplesmente que a Terra não é centro do universo e, na medida que o Sol se parece com outras estrelas exceto pela distância (assumido como fato desde 200DC), não deve haver motivo especial para acreditar que o Sol seria o centro. Assim, não deve existir um ponto mais privilegiado do que 2 Esta era uma das muitas falhas que atraiam as criticas contra a cosmologia newtoniana, mas tal como a cosmologia grega, teria uma vida relativamente longa, devido à imensa influencia de Newton. ABANDONO DA COSMOLOGIA NEWTONIANA Por conseqüência, o universo de Newton deveria ser infinito e uniformemente preenchido por estrelas, o que obviamente não corresponde às observações experimentais, na medida que tal universo deveria estar preenchido com uma quantidade infinita de estrelas. Ora, se a densidade de estrelas permanece constante, apesar da luminosidade das estrelas diminuir em função da distância, a quantidade delas por unidade de ângulo sólido aumenta com a distância, de modo que a luminosidade média por ângulo sólido permanece a mesma. Assim, tal universo deveria ser tão brilhante em todas as direções quanto a superfície do nosso sol, o que obviamente não corresponde às observações. Como o problema já era conhecido na época de Kepler, podemos supor que Newton simplesmente ignorou o problema. Os conceitos de espaço-tempo absolutos também foram atacados na época por Leibniz. Tempos depois, a própria ciência newtoniana, como era chamada, foi atacada por diversas teorias novas, como, por exemplo, a teoria ondulatória para a luz de Hyugens, que se opunha à teoria corpuscular da luz de Newton, assim as teorias de Newton claramente mostravam a necessidade de uma revisão. À medida que o conhecimento evoluiu, as teorias de Newton entraram em conflito com as teorias do eletromagnetismo e perderam terreno rapidamente, assim, para corrigir essa divergência, mostrou-se que realmente Newton não estava totalmente correto. Este fato por si só levou ao abandono da cosmologia newtoniana, sendo substituída por teorias mais modernas. PRINCÍPIO COSMOLÓGICO Embora as observações do século XIX e XX confirmassem continuamente que a distribuição das estrelas no universo não era homogênea, Einstein formulou o Principio Cosmológico, de que o universo deve realmente ser isotrópico e homogêneo. Isto foi realmente levantado como possível por Newton, em experimentos que foram posteriormente estudados por Mach. Outro problema era a gravidade, na medida que as estrelas atraiam umas às outras, o universo deveria colapsar em algum ponto, em uma imensa colisão de estrelas ou, no caso de composições adicionais de movimentos, passar todas pelo centro de massa do sistema e serem lançadas com grande velocidade, mantendo este movimento até colidirem. Newton resolveu o problema supondo que a distancia entre as estrelas eram sempre iguais, assim, como a quantidade delas era infinita, as forças deveriam se anular. Obviamente, pelo principio de Galileu, não importava se as estrelas estavam em repouso ou em movimento, mas Newton precisava que elas estivessem paradas umas em relação às outras, para que as distâncias fossem constantes. Galileu havia observado estrelas na via-láctea e isto mostrava claramente que as estrelas não estavam homogeneamente distribuídas e que provavelmente se moviam umas em relação às outras. Sob os efeitos da gravidade, deveriam colapsar para algum ponto comum! Graças a isto, Einstein concluiu que a idéia era correta, apesar das observações da época indicarem que o universo não era homogêneo, pois se observou que as estrelas faziam parte de uma grande estrutura em formato de disco (a Via-Láctea). Ora, Newton estava preocupado em determinar se as leis da física realmente funcionavam em todos os referenciais, assim ele tentou determinar diferenças entre movimentos relativos a objetos terrestres e movimentos ditos absolutos, em relação às estrelas fixas, chegando à conclusão de que a inércia era uma propriedade da matéria. Mach, por outro lado, observou, a partir dos experimentos de Newton, que as forças inerciais dependem da massa ao redor do objeto, o que Einstein chamou de Principio de Mach. 3 Pelo principio de Mach, se colocarmos um objeto em um universo totalmente vazio, não podemos afirmar se este objeto esta girando (um referencial não-inercial) ou não, simplesmente porque não existe interação com outras massas e assim não existe a produção de forças inerciais. ELEMENTOS DA COSMOLOGIA RELATIVÍSTICA Ora, se o Principio de Mach determina a existência de referenciais inerciais, percebemos indiretamente que o universo parece ter uma distribuição de massa bastante homogênea e isotrópica, a ponto de referenciais inerciais parecerem iguais em qualquer direção de movimento. Estamos utilizando a massa gravitacional. De acordo com Newton, quando utilizamos a expressão: F = ma Einstein, por outro lado, observou que esta massa na realidade é a massa inercial. Na medida que não se pode notar diferença entre a forca produzida pelos efeitos gravitacionais e uma forca produzida pelos efeitos de movimento em um referencial não-inercial. Paralelamente, Hubble identificou que o universo era muito maior do que a Via-Láctea e observou galáxias muito distantes, o que acabou mostrando que embora o universo não seja totalmente homogêneo a pequenas distâncias, ele é bastante homogêneo a grandes distâncias. Einstein de fato chega à conclusão de que se as massas gravitacionais e inerciais são equivalentes, as forcas gravitacionais e inerciais também são equivalentes, um principio fundamental conhecido como Principio Fraco de Equivalência: Com a repetição do que se observou na época de Copérnico, a Via-Láctea perdeu sua posição de centro do universo e passou a ser apenas uma entre uma infinidade de galáxias: Assim, o Principio de Mach apresenta os ingredientes para mostrar a diferença entre referenciais inerciais e não-inerciais, essencial para a relatividade geral, bem como oferece uma forma de mostrar indiretamente o Principio Cosmológico, ou seja, mostra que o universo é homogêneo e isotrópico. A partir disto, podemos redefinir a mecânica e obtemos a chamada Equação de Einstein: Rik – 1/2 Rgik + Λ gik = 8 π Gc-4 Tik Onde Λ corresponde à constante cosmológica, Rik é o tensor de curvatura de Ricci, R é o escalar de curvatura, gik é o tensor métrico, Tik é tensor de energia-momento e G é a constante de gravitação universal. Se o universo for também estático, ou seja, não se alterar com o passar do tempo, teremos a um Principio Cosmológico Perfeito. Como Hubble mostrou evidências de que o universo está em expansão, uma solução para o Principio Cosmológico Perfeito seria o Modelo de Estado Estacionário, onde a expansão é compensada pela criação de matéria. Inicialmente foi proposto que isto poderia acontecer nos espaços vazios entre as galáxias e, mais tarde, nos quasars, porém as evidencias observacionais tornaram este modelo obsoleto, de modo que é aceita a evidencia de que o universo se expande continuamente, ao mesmo tempo em se mantém isotrópico e homogêneo. Ora, quando Einstein formulou esta expressão, ele não imaginava a expansão do universo, então inseriu a constante cosmológica de modo que seu universo não colapsasse por si mesmo, desta forma a constante cosmológica atua na equação da força gravitacional como um termo repulsivo à grande distância e pequeno à curta distância. Apesar de seu esforço, Einstein encontrou um universo instável e que, portanto, não poderia se adequar às condições observacionais. 4 MODELO PADRÃO Como Hubble mostrou, o universo se expandia, Einstein abandonou a constante cosmológica, indicando que este teria sido seu maior erro, porém evidencias posteriores mostraram que uma pequena constante cosmológica seria necessária para adequar os resultados. Na medida que a observação nos permite construir uma boa descrição do que acontece no universo atualmente, seria de se esperar que fosse possível transpor essas informações de modo a descobrir o que aconteceu no passado e o que acontecerá no futuro de nosso universo. O universo segundo Einstein, calculado em 1917, tinha 100 milhões de anos luz, era estático e fechado. Logo após, De Sitter produziu soluções para um universo similar ao de Einstein, mas sem matéria. O primeiro fato diante de um universo em expansão é que se ele esta em expansão é que se retrocedermos no tempo, toda a matéria em expansão deve convergir para um ponto inicial em um determinado instante. Isso implica diretamente em um tempo finito também, do contrario veríamos um universo vazio. A partir da Relatividade Geral, Friedmann produz em 1922 um modelo não-estático, sem utilizar a constante cosmológica, em um espaço fechado e com galáxias representadas por poeira. Em 1924 ele melhora este modelo e determina que o espaço deve ser plano. Lemaitre e Robertson encontram resultados similares com constante cosmológica não nula. Utilizando um modelo da relatividade geral, denominado FLRW (elaborado por Friedmann, Lemaitre, Robertson e Walker) e apoiado por observações, é possível retroceder no tempo até os limites da Relatividade Geral e mostrar o que -43 aconteceu no universo até o limite de 10 segundos após o inicio do universo, que é denominado “Big Bang”: Em 1923, Eddington observa que o modelo de universo vazio de De Sitter permite calcular a velocidade de partículas de forma similar ao que se encontra observacionalmente, ou seja, a velocidade de recessão das partículas depende da distância em que elas se encontram. Hubble só conseguiria testar isto em 1928 utilizando cefeídas e em 1929 utilizando novas, antes disto não havia relação entre a velocidade de recessão e a distância, a não ser em função do brilho e tamanho aparentes. A partir deste ponto de inicio, o universo expandiu até chegar ao tamanho atual: Os valores encontrados por Hubble indicam uma velocidade de recessão da ordem de 540 km/s a cada Mpc de distância. Utilizando este valor, De Sitter calcula que o universo segundo seu modelo teria dois bilhões de anos luz de tamanho. O modelo FLRW não difere muito dos modelos estudados no curso de relatividade, assim para este modelo definimos a equação métrica: ds2=c2dt2–a2 (t)[dr2/(1-kr2)+r2 (dθ2+sen2θdφ2)] Os valores atuais estimam um tamanho pelo menos 10x maior e uma velocidade de recessão 10x menor a cada Mpc em relação aos primeiros valores encontrados por Hubble (No gráfico acima observamos a determinação do valor de 72 km/s/Mpc). À medida que as observações e os modelos evoluem, surge um Modelo Padrão para descrever o universo. Observando que a constante k pode ter valor zero para um universo plano, -1 para um universo aberto e +1 para um universo fechado. A quantidade a(t) representa o fator de expansão cosmológica e o problema pode ser resolvido utilizando as equações de Einstein. 5 Se a matéria do universo puder ser descrita como um fluido, encontraremos um sistema de duas equações: (å/a) 2 = H2 = 8πG -ä/a = 4π Conhecendo estes parâmetros, podemos resolver as duas equações de Friedmann e encontrar o fator a(t), de acordo com o caso: /3 + Λ/3 – k/a2 Ω 1 1 0 - Observamos também a inclusão da constante cosmológica nas equações, visto que as observações recentes indicam necessária sua presença. Estas equações são comumente chamadas de Equações de Friedmann. ρ 0 ρ/3 -ρ domínio a(t) matéria radiação t2/3 t1/2 livre vácuo t eHt Obviamente o modelo padrão não responde todas as questões e depende de muitos parâmetros. Apesar das opções indicarem um inicio quente (o Big Bang), não temos evidências de como ajustar os parâmetros para decidir se o universo é aberto, fechado ou plano. Sabemos que o universo se expande, mas não temos idéia de quanto e por quanto tempo ele vai continuar se expandindo. A partir deste resultado, podemos procurar algumas informações adicionais: d = a(t)r v = å r = Hd Onde d é a distância entre dois pontos e H é a Constante de Hubble, que definimos como sendo: SUBSTITUIÇÃO DO MODELO PADRÃO O modelo FLRW, em conjunto com a hipótese do Big Bang, produzem simplesmente o universo que observamos, mas não nos dá informações suficientes: H = 100 h km/s/Mpc Onde h parametriza a incerteza na escala do universo e tem um valor entre 0.6 e 0.7. a) b) c) Baseado na primeira equação temos a equação da densidade critica: d) e) ρc=3H2/8πG=1.9x10-29h2g/cm3 Assim podemos expressar o parâmetro de densidade como sendo: valor efetivo da taxa de expansão origem da não-homogeneidade origem da matéria ordinária e da matéria escura o evento do Big Bang regularidade do universo Alguns outros modelos surgiram, entre os modelos curiosos podemos citar o modelo do Big Bang frio, proposto em 1965 por David Layzer, que propunha um inicio do universo à partir de um bloco de hidrogênio puro com temperatura de 0K, mas não explica porque detectamos uma radiação de fundo de 2.7K. Ω = ρ/ ρc Onde o parâmetro de densidade tem um valor entre 0.2 e 1, sendo que as observações mais recentes indicam um valor de aproximadamente 0.3. Outro modelo curioso é o modelo de estado estacionário, de 1950, que indica que o universo está em eterna expansão e que a matéria que se move na expansão é substituída por matéria que surge espontaneamente, formando novas galáxias. Não explica sobre a radiação de fundo, sobre a abundancia de H, He e Li e nem tão pouco sobre isotropia encontrada no universo. Abaixo verificamos alguns casos possíveis: Outro modelo, criado por Robert Hagedorn em 1968, se assemelha razoavelmente com o modelo padrão, mas limita a temperatura do Big Bang em 1 trilhão de kelvins, em virtude da estrutura da matéria. A teoria é esquecida quando se descobrem os quarks, que elevam a temperatura mínima do Big Bang para pelo menos 1000 trilhões de kelvins. A cosmologia de Brans-Dicke, por outro lado, introduz a idéia de campo escalar e permitem que a constante de gravitação mude lentamente depois de bilhões de anos. Observações detalhadas não mostram evidencias deste efeito. 6 Já o antigo modelo de universo oscilante, desenvolvido em 1930, indica que o universo estaria em uma fase de expansão que faz parte de um ciclo continuo de expansão-contração, mas as evidencias rapidamente apontaram que não existe matéria suficiente no universo para um futuro ciclo de contração. O próprio modelo do Big Bang foi proposto com a inclusão de novas famílias de neutrinos, em 1970, o que ajudaria a explicar a origem da matéria escura no universo, infelizmente as teorias de partículas fundamentais não indicam a existência de novas famílias de neutrinos além das existentes e estas já são compatíveis com a relação entre a quantidade de neutrinos e a matéria existente. Já Hans Alfven, em 1960, propôs um modelo em que o universo contém igual quantidade de matéria e antimatéria, o que se torna prático do ponto de vista das teorias de partículas, mas não adiciona grandes resultados para a cosmologia, visto que não se observa produção de raios-X ou raios gama compatíveis com a aniquilação de prótons ou elétrons, o que seria razoável durante colisões de galáxias de matéria com galáxias de antimatéria. O modelo elaborado por Guth é similar ao modelo Starobynsky, desenvolvido em 1979 na URSS. A partir das idéias iniciais de Guth, que mostrou que na prática sua idéia não funcionava, vários tentaram elaborar explicações para a inflação, visto que não existe um modelo padrão para a inflação. A cosmologia de plasma, de 1970, por sua vez, indica que a matéria não seria neutra, mas sim eletromagneticamente ativa, de forma muito fraca, porém em larga escala o eletromagnetismo seria mais forte que a gravidade. Não explica fatos importantes e não coincide observacionalmente. Os modelos mais simples utilizam um campo escalar, que atuava como constante cosmológica no referido período de tempo da inflação. Este modelo simples permite resolver o período de inflação, mostrando um crescimento do universo de 30 magnitudes, além de resolver alguns problemas extras, como o problema de curvatura nula e o problema do horizonte, que não são explicados claramente pelo modelo padrão. O modelo inflacionário, desenvolvido por Alan Guth, em 1980, indica que existiu uma era inflacionária logo após o Big Bang com extrema turbulência, formando bolhas. As observações de radiação de fundo, mostram flutuações muito suaves, de 1 parte em 10 mil, até 300 mil anos após o Big Bang. O modelo inflacionário também se assemelha bastante com o modelo de universo dominado pelo vácuo, de De Sitter, onde a expansão é exponencial. No modelo original de Guth, à medida que o universo esfriava e perdia energia, haviam rupturas das forças fundamentais. Antes da ruptura entre a força forte e a eletrofraca, o potencial do campo escalar estava situado em um mínimo global. O modelo padrão frente aos diversos modelos propostos produz uma quantidade muito grande de resultados positivos, mas precisa de complementações extras para poder explicar corretamente o universo, em particular sobre o próprio Big Bang e sobre o futuro do universo. Podemos voltar bilhões de anos no tempo utilizando o modelo padrão, mas os eventos que ocorreram durante o Big Bang não podem ser descritos facilmente, porque a escala de tempo muda drasticamente. À medida que o universo esfriava, este mínimo global se tornou um mínimo local e surgiu assim outro mínimo global. Este mínimo local representa um estado de falso vazio, sendo o novo mínimo global o estado de verdadeiro vazio, o que obrigou a criação de um efeito túnel entre os dois estados, o que criou uma instabilidade e gerou um novo aquecimento no universo, de onde apareceriam toda a radiação e partículas elementares do universo. O modelo inflacionário tenta descrever os eventos que aconteceram no universo no -12 -35 instante entre 10 e 10 segundos após o Big Bang, onde o universo cresceu por um fator de 30 10 vezes! O próprio Guth verificou que isto geraria tanta turbulência e falta de homogeneidade que o modelo não seria provável, mas surgiram novos modelos inflacionários que resolviam estes problemas no modelo original. MODELO INFLACIONÁRIO 7 CONCLUSÃO Um dos novos modelos divide o período inflacionário em três episódios diferentes: O estudo do universo realmente é uma atividade interessante, a ponto de tornar este trabalho de pesquisa uma atividade realmente fascinante! É intrigante observar que apesar de correto, o modelo heliocêntrico foi rejeitado pelos pensadores da época simplesmente porque existiam bons argumentos contra este modelo, o que levou a adoção do modelo geocêntrico e produziu um vazio no conhecimento de muitos séculos até que Copérnico abriu os olhos dos pensadores, como Newton. Embora Newton tenha descrito um universo irreal, é interessante observar que ele superou até mesmo os modelos modernos em escala, propondo simplesmente um universo de tamanho infinito. Na falta de um modelo superior, esta proposta também se manteve por um bom tempo, mas ao contrario do modelo geocêntrico, deve ter incentivado muitos pensadores a pesquisar formas de resolver os problemas que Newton deixou. Sendo que no ponto (a) temos um potencial que diminui muito lentamente, produzindo o período de expansão exponencial da inflação. No ponto (b) temos uma transição muito curta, porque o potencial diminui muito rapidamente, mais rapidamente que o chamado tempo de Hubble. Finalmente, no ponto (c), temos o ponto mínimo de potencial, onde a energia começa a se converter em partículas com energia da ordem 14 de 10 GeV, que recaiam em partículas rápidas que aqueciam novamente o universo. A solução dos problemas da mecânica de Newton gerou a Relatividade Especial e a Relatividade Geral, o que permitiu construir novos modelos muito mais realistas que o modelo de Newton. Novas evidências observacionais ajudaram a cosmologia a evoluir além das idéias de Einstein, criando modelos mais realistas. Finalmente, na medida que o universo em larga escala parecia razoavelmente explicado, novas teorias começam a atacar os problemas da criação do universo e o seu futuro, de modo que o estudo da cosmologia continua. Trata-se de um modelo especulativo, visto que: a) nunca se observou um campo escalar b) a escala de energia associada ao evento não pode ser descrita por nenhuma teoria física. BIBLIOGRAFIA Todos os modelos similares têm em comum uma expansão exponencial, uma alta produção de entropia e a criação de partículas que acabam levando ao surgimento da radiação de fundo observada. The Evolution of Relativity Christopher Ray 1987 IOP Publishing Ltd, Bristol, UK ISBN 0-85274-423-4 A figura abaixo nos dá uma idéia de como relacionar os eventos da inflação com a radiação de fundo que observamos atualmente: Foundations of Cosmological Thought J.C. Evans, do Departamento de Física e Astronomia da Universidade George Masos. [http://www.physics.gmu.edu/classinfo/astr228/as tr228.html] Cosmologia Astrofísica Pedro J. Hernandez [http://astronomia.net/cosmologia/cosmolog.htm] The Largue Scale Structure of the Universe Stefano Borgani, INFN, Departamento de Astronomia, Tiesti, IT [http://fisica.usac.edu.gt/public/curccaf_proc/borg anihtml/node1.html] The Journal of the Ogden Astronomical Society Vol 27, No. 3 Dezembro 97 [http://departments.weber.edu/physics/oas/sd1297.html] Estas características também levam ao resultado de que o universo deve ter uma geometria euclidiana e um parâmetro de densidade de valor essencialmente 1. 8
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