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24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
5/8
1
PUC-RS
Sessão Nome
Tipo
Ordem
Título
Autor/Instituição
Co-autores
Instituição
Políticas de parto:
Oral
1
(Des)hierarquizando os saberes: o
Camila Pimentel
UFPE
agência e gênero em
protagonismo da mulher no parto
questão
Resumo: O parto, até poucos séculos atrás, era vivido na esfera do privado e do feminino. As mulheres davam à luz em suas casas, amparadas por outras mulheres. O tipo de conhecimento
envolvido nessas formas de assistência relacionava-se com a história oral, a memória e a empiria, corroborando a ideia de que o parto e o nascimento são da ordem não só do biológico, mas
também do social e do cultural. A chegada das faculdades de medicina em território brasileiro permitiu que o pensamento científico ocidental se constituísse como a ordem "correta e natural"
do manejo da saúde, contribuindo para uma hierarquização dos saberes. Estudos feministas demontram que a instauração do conhecimento médico especializado trouxe consigo um modelo de
assistência ao parto pautado na intervenção sobre o corpo feminino. Esse tipo de saber, baseado na medicina ocidental, é perpetuador das diferenças de gênero, pois tem no médico especialista
o detentor do conhecimento técnico, ficando a mulher destituída do poder de escolha e decisão. Em contrapartida, o movimento pela humanização do parto e nascimento propõe, para além do
campo médico, mudanças sociais. Afirmando que é preciso reconhecer e valorizar a autonomia da mulher, sublinha a formação de um sujeito ativo no processo de tomada de decisão,
subvertendo assim uma lógica patriarcalista subjacente ao modelo tecnocrático, apontando, talvez, para uma diminuição na hierarquização dos saberes.
24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
5/8
1
PUC-RS
Sessão Nome
Tipo
Ordem
Título
Autor/Instituição
Co-autores
Instituição
Políticas de parto:
Poster
2
DANDO À LUZ: Uma etnografia sobre práticas Diana Pinto Sousa Leite
UECE agência e gênero em
de parto humanizado em rodas de conversa.
Cavalcante
Universidade
questão
Estadual do Ceará
Resumo: Esta pesquisa busca, situando historicamente as condições de parto no país, analisar a categoria de parto humanizado e o discurso de mulheres sobre esta categoria de atendimento
médico, em que o hospital poderia ser visto como uma fábrica, o corpo da mulher uma máquina, e o bebê um produto final de um processo industrial, em oposição ao paradigma humanístico,
que reconhece o corpo não como uma máquina, mas como um organismo. (DAVIS-FLOYD, 2000). Para tanto, a pesquisa realiza-se com o "Ishtar ", grupo de apoio à gestante e ao parto ativo,
organizado a nível nacional, que reúne mensalmente gestantes (e/ou acompanhantes) numa roda de conversa em debates acerca da questão do parto humanizado. Ao defender uma perspectiva
de atendimento humanizado à parturiente, parece haver um reconhecimento do caráter indissociável das diversas dimensões dos fenômenos corporais, os aspectos biológicos, psíquicos e
culturais presentes no ritual do parto, levando em conta que o parto também é uma construção social. (TORNQUIST, 2002).
O método etnográfico foi escolhido como caminho metodológico, utilizando a observação participante como guia fundamental e a entrevista aberta semi estruturada como guia complementar
no levantamento dos dados, reconhecendo o discurso carregado de significação e interpretação, em que os relatores exercem poder em seu campo de lutas, como sujeitos protagonistas
(ZALUAR, 2004).
24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
5/8
1
PUC-RS
Sessão Nome
Políticas de parto:
agência e gênero em
questão
Tipo
Ordem
Oral
3
Título
Autor/Instituição
Co-autores
Instituição
A DIVERSIFICAÇAO DAS NARRATIVAS SOBRE
ELAINE MULLER
UFPE
PARTO E NASCIMENTO COMO POSSIBILIDADE
DE POLITIZAÇAO E INCREMENTO DAS
EXPERIENCIAS
Resumo: As narrativas em primeira pessoa sobre partos e nascimentos, como os relatos de parto, tem se mostrado cada vez mais comuns. A internet é o principal veículo de divulgação de
textos, vídeos e fotografias publicados pelas próprias mulheres que parem. É também pela internet que as principais bandeiras femininas sobre o parto e o nascimento se constroem e se
disseminam - o movimento de humanização é um bom exemplo de ciberativismo. Na mídia jornalística, as marchas sobre o local do parto e a presença da doula ganham visibilidade, e
multiplicam-se as matérias sobre os problemas na assistência (excesso de cesáreas, violência obstétrica) e a escolha pelo parto natural, domiciliar ou atendido por parteiras. Os resultados de
pesquisas com evidências científicas circulam entre as mulheres, sendo utilizadas para fundamentar as escolhas e a prática de atendimentos centrados no protagonismo feminino; enquanto o
modelo hegemônico se mantém focado em um discurso do risco e na centralidade do trabalho do médico obstetra.
Neste trabalho, apresento a abordagem que o grupo Narrativas do Nascer tem dado ao evento do parto e do nascimento, pautada nos discursos feitos sobre os mesmos. Acredito que a
diversidade de narrativas sobre estes eventos tem contribuído para o questionamento de abordagens estabelecidas, num processo de "empoderamento" dos sujeitos que detém a informação, e
para o incremento das experiências femininas nos nascimentos de seus filhos, politizando o parto.
24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
5/8
1
PUC-RS
Sessão Nome
Tipo
Ordem
Título
Autor/Instituição
Co-autores
Instituição
Políticas de parto:
Oral
4
Parir gozando e/ou gozar parindo?
Rosamaria Giatti Carneiro
Universidade de
agência e gênero em
reprodução e sexualidade no Brasil e na
Brasília
questão
Espanha
Resumo: Esta proposta tem por objetivo explorar a interface entre parto/sexualidade/prazer recentemente estabelecida e divulgada por mulheres adeptas do parto natural em blogs, grupos de
discussão e rodas de conversa sobre parto e maternidade no Brasil e na Espanha. Para tanto, recorreremos às notas etnográficas produzidas em São Paulo e Barcelona entre os anos de
2009/2010, pensando o local e transnacional, com o objetivo final de trazer à baila novas/outras articulações entre maternidade/parto/sexualidade feminina. O uso e a difusão mais recentes de
imagens de parto no mundo cyber também serão analisados enquanto material que suscita o debate. Espera-se, com isso, contribuir teoricamente para o campo da saúde sexual e reprodutiva
contemporânea, pensando-a como articulação e não dissociação, como outrora fora pensando e pautado em razão de demandas feministas situadas histórica e politicamente entre as décadas
de 1960/1980. Na Espanha, há uma aproximação dessas mulheres com feministas acadêmicas e movimentos de mulheres. Na realidade, as mulheres envolvidas com a crítica da cesárea e grupos
de preparo para o parto aparecem conectadas aos feminismos e suas múltiplas formas de existência, sugerindo uma diferença marcada com relação ao Brasil, onde a maternidade ou outros
modelos de parto parecem atingir menos as articulações feministas. É nesse emaranhado de percepções e tensões que pretendemos nos inserir para adensar a produção teórico/antropológica
da parturição, maternidade e relações de gênero, tomando de saída a circulação de cenas/relatos de parto nas quais para além da reprodução, o prazer, a sensualidade e o erotismo parecem
encontrar guarida, sugerindo a existência de uma outra/diferente leitura de maternidade neste início de século 21.
24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
5/8
1
PUC-RS
Sessão Nome
Tipo
Ordem
Título
Autor/Instituição
Co-autores
Instituição
Políticas de parto:
Oral
5
Ação Política e Humanização do Parto na
Clarissa Sousa de Carvalho
Adriana Andrade
PUC-RJ
agência e gênero em
Esfera Pública Digital
Braga
questão
Resumo: O presente artigo discute os usos da Internet por grupos da sociedade civil. Especificamente, busca-se analisar como a Rede Parto do Princípio, que é parte de um movimento pela
humanização do parto e do nascimento no Brasil, se utiliza de diferentes estruturas dos ambientes de Internet, a fim de sustentar práticas de participação e deliberação populares na esfera
pública digital, articulados a ações políticas presenciais. Ativistas da Humanização do Parto defendem a resistência ao modelo obstétrico dominante. Segundo tal entendimento, esta obstetrícia
reduz a mulher a uma posição "passiva", através da perda do controle sobre o próprio corpo, da submissão de seus saberes ao saber médico e, em última análise, do desrespeito a seus direitos
reprodutivos. A retomada do controle da mulher sobre o próprio corpo e seus processos é parte deste ideário. A partir de pesquisa etnográfica em ambientes digitais e eventos presenciais, este
trabalho pretende discutir as articulações de sentidos e deslocamentos nas relações de poder e na cultura de gênero, bem como a elaboração e circulação de discursos sobre a humanização do
parto veiculados pela Internet. Nestes ambientes, a dinâmica das interações discursivas expressa lógicas de uso e apropriação da esfera pública digital por grupos organizados da sociedade civil.
24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
5/8
1
PUC-RS
Sessão Nome
Políticas de parto:
agência e gênero em
questão
Tipo
Ordem
Oral
6
Título
MUDANDO A FORMA DE NASCER:
agência e construções de verdades entre
ativistas pela humanização do parto
Autor/Instituição
Sara Sousa Mendonça
Co-autores
Instituição
UFF
Resumo: Em um contexto como o do Brasil nos dias de hoje, em que os nascimentos via cesariana tem ultrapassado consideravelmente os via parto normal, encontramos grupos ativistas,
formados majoritariamente por mulheres e profissionais da saúde, buscando a humanização do parto. Como caminho para compreender esta demanda, realizo uma historização da assistência
obstétrica até o surgimento do movimento de revisão do parto, que dá inicio ao ideário destes grupos ativistas.
Abandonando uma perspectiva feminista que pregava a emancipação da mulher a partir de seu desvencilhamento da natureza e das funções de maternidade ligadas a ela, o grupo estudado
propõe o empoderamento feminino justamente a partir desses papéis. Reivindicam que estes possam ser exercidos de acordo com o conhecimento natural que o corpo feminino possui, se
opondo ao saber médico convencional, visto como intervencionista em um processo que obteria êxito apenas seguindo o seu fluxo natural.
Assim o corpo e sua natureza se tornam palco de disputas entre qual forma de saber estará autorizada atuar sobre ele. Esta análise evidencia não se tratar apenas de uma oposição entre
práticas, mas sim entre distintos modelos de assistência: o humanístico e o tecnocrático (DAVIS-FLOYD:2003) . Dentro deste contexto, mulheres que querem ter seus filhos através do modelo
humanizado se armam de estratégias e buscam apoio nas redes de ativismo.
O que está em disputa, portanto, neste campo é qual discurso de verdade (FOUCAULT:2002) prevalecerá, pois, como bem aponta Latour, "a atividade científica não se trata da 'natureza', ela é
uma luta renhida para construir a realidade." (LATOUR:1997:278).
Palavras-chave: Agência; humanização; construção de verdades; feminismo; emoções.
24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
5/8
1
PUC-RS
Sessão Nome
Tipo
Ordem
Título
Autor/Instituição
Co-autores
Instituição
Políticas de parto:
Oral
7
A eficácia simbólica na cesárea: uma reflexão
Laís Rodrigues
Emiliano Dantas
UFPE
agência e gênero em
sobre poderes e agência
questão
Resumo: A despeito das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS), que estabelecem que os nascimentos por cesárea devem girar em torno de 15%
dos partos atendidos, vivemos um momento em que estas taxas foram completamente invertidas no sistema privado - onde chega-se a mais 90% de cesáreas - e bastante ultrapassadas no
sistema público, com hospitais que assistem de 30 a 60% das parturientes por meio cirúrgico. Vê-se, portanto, uma transformação na forma de dar à luz na atualidade. A partir desse fenômeno
social, esse trabalho se propõe a analisar a experiência de três mulheres que tiveram seus filhos através de cesarianas, atentando para a relação destas com os médicos/obstetras que as
acompanharam. Para tanto, serão utilizadas informações colhidas por meio de observação participante e entrevistas com tais mulheres. As noções de intencionalidade e agência discutidas por
Sherry Ortner, bem como a ideia da eficácia simbólica desenvolvida por Lévi-Strauss servirão de base para a análise empreendida neste trabalho. O curandeiro ao qual este autor se refere pode
ser equiparado ao médico/obstetra para que possamos entender o sistema simbólico que permeia a relação médico-paciente/grávida/parturiente. Desta forma, pode-se perceber que num
processo de imposição de saberes e verdades, ocorre uma relação de poder, desigualdade e disparidade que vai atuar na reconfiguração da agência da mulher.
24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
5/8
1
PUC-RS
Sessão Nome
Tipo
Ordem
Título
Autor/Instituição
Co-autores
Instituição
Políticas de parto:
Oral
8
A dor do parto no contexto da assistência
Mariana de Oliveira Portella
UFPE
agência e gênero em
obstétrica brasileira
questão
Resumo: A ideia central desse artigo é discutir o papel social da dor do parto no cenário contemporâneo da assistência obstetrícia brasileira, cujo modelo pode ser entendido como biomedicina
de caráter interventivo e masculinizado. Na dor, manifesta-se a relação entre o indivíduo e a sociedade. As formas de sentir e de expressar a dor são regidas por códigos culturais e a própria dor,
como fato humano, constitui-se a partir dos significados conferidos pela coletividade,
que sanciona as manifestações dos sentimentos. Nesse sentido, embora singular para quem a sente, a dor se insere num universo de referências simbólicas, configurando um fato cultural.
Diversos estudos associam o elevado número de cesarianas eletivas realizadas no Brasil a pedido da mulher como sendo reflexo do ideário construído em torno da dor do parto. Desse ideário
participam os sentidos de "modernidade" e de tolerância à dor, além dos benefícios da analgesia e da equivalência entre dor e sofrimento, cuja distinção é antiga conhecida da filosofia. Nesse
sentido, esse texto levanta uma discussão teórica em torno desse ideário contemporâneo sobre a dor do parto no cenário da assistência obstétrica vigente.
24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
6/8
2
PUC-RS
Sessão Nome
Tipo
Ordem
Título
Autor/Instituição
Co-autores
Instituição
Vida sexual e
Oral
1
As Novas Tecnologias Reprodutivas e os
Maria Patrícia Mesquita
Eduardo Sergio
Universidade
Itinerários Terapêuticos dos mulheres que
Pereira
Soares Sousa
Federal da
reprodutiva, saberes e
tecnologias a não
"sonham/buscam" ter filhos.
Paraíba/PPGS
definido.
Resumo: O presente estudo tem como objetivo trazer à discussão o tema das Novas Tecnologias Reprodutivas (procedimentos médicos que permitem a procriação sem a relação sexual, por
meio de técnicas desenvolvidas em laboratórios) e o "sonho" de ter filhos. Sendo assim, podem recorrer a estes procedimentos mulheres que estão fazendo tentativas de engravidar a mais de
um ano sem métodos contraceptivos, quando é detectada a infertilidade conforme aponta a OMS (Organização Mundial da Saúde). Tendo em vista que esse "sonho" pela maternidade é algo é
socialmente construído e que o desejo por filhos permeia nossa sociedade. Vale ressaltar que maternidade é uma escolha onde mulheres que não querem ter filhos recorrem aos métodos
contraceptivos e mulheres que querem tê-los recorrem às técnicas conceptivas. O que tem que ser levado em consideração é que nosso país é marcado pela desigualdade social e estes
procedimentos são caros, portanto, mulheres de baixa renda têm dificuldades de acessar tais técnicas. Neste sentido, investigou-se como vem se dando a utilização destas técnicas e com vem se
constituindo a maternidade a partir da difusão destas técnicas no âmbito da cidade de João Pessoa/PB além de saber como mulheres que possuem baixas condições econômicas vêm tendo
acesso a estes procedimentos a partir de mulheres atendidas no ambulatório de planejamento familiar do Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba. As
interlocutoras queixam-se da existência de poucos profissionais especialistas em reprodução de maneira geral. Os serviços são poucos e privados.E neste sendido, é uma assitência bastante cara
e elas não tem condições financeiras de pagar pelos serviços. Nos hospitais universitários há profissionais, mas há deficiência das tecnologias "duras".
24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
6/8
2
PUC-RS
Sessão Nome
Tipo
Ordem
Título
Autor/Instituição
Co-autores
Instituição
Vida sexual e
Oral
2
As novas tecnologias reprodutivas e as
Eduardo Sergio Saores Sousa Maria Patrícia
UFPB - CCHLA mulheres: um espaço feminino?
Mesquita Pereira
PPGS
reprodutiva, saberes e
tecnologias a não
definido.
Resumo: O presente estudo tem como objetivo trazer à tona a discussão do tema das Novas Tecnologias Reprodutivas conceptivas e a responsabilização do processo reprodutivo centrado no
feminino. Estamos entendendo Novas Tecnologias Reprodutivas conceptivas como procedimentos médicos que permitem procriação sem a necessidade de relação sexual. O objetivo inicial da
pesquisa era investigar as estratégias que casais de baixa renda adotam quando estão tentando engravidar. No decorrer do estudo, o processo investigativo respondeu as nossas indagações
preliminares. No entanto, nos chamou a atenção o fato de que não existiam "casais" no setor de planejamento familiar onde a pesquisa estava sendo desenvolvida, havia apenas a presença de
mulheres. Então, nos propomos entender por que a presença apenas das mulheres e não dos casais. A partir dos relatos destas mulheres, observou-se que elas se apresentavam como
"representantes dos casais". Na tentativa de compreender este fenômeno, identificamos dois fatores importantes. O primeiro, relacionado as questões institucionais onde os companheiros não
são liberados para acompanhar as esposas em consultas de planejamento familiar, além do sentimento da população em considerar os espaços ambulatoriais do SUS como sendo "femininos";o
segundo, e talvez o mais importante, seja identificar que, mais uma vez,a questão da saúde reprodutiva está sendo colocada como única e exclusivamente responsabilidade das mulheres,tanto
nos métodos contraceptivos,e até questões de abortamentos,como também quanto a questão da concepção/métodos de reprodução/pré-natal/parto/pós-parto/cuidado com o recém-nascido.
24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
6/8
2
PUC-RS
Sessão Nome
Tipo
Ordem
Título
Autor/Instituição
Co-autores
Instituição
Vida sexual e
Oral
3
Corpo e reprodução entre mulheres
Juliana Barretto
FASVIPA
neoayahuasqueiras
reprodutiva, saberes e
tecnologias a não
definido.
Resumo: Pretende apresentar reflexões sobre experiências subjetivas que mulheres neoayahuasqueiras vivenciam sobre reprodução e diferenças sexuais. Tendo como enfoque grávidas do
Centro Espiritualista Estrela Universal, localizado em Alagoas, que participam de rituais com a ingestão de ayahuasca, inclusive durante seus partos, pretende-se abarcar abordagens sobre o
corpo feminino incluindo o referencial teórico de áreas como a antropologia médica e da reprodução, corporalidade feminina, uso ritual da ayahuasca e xamanismo urbano.
A participação de grávidas nos rituais e a ingestão da bebida durante os partos estão ligadas ao estabelecimento dos significados simbólicos próprios aos grupos. Tais experiências são possíveis
mediante a infusão vegetal derivada do cipó, conhecido em alguns grupos por marirí (Banisteriopsis caapi), juntamente com as folhas de outro vegetal chamado chacrona (Psychotria viridis). As
"burracheiras" são momentos vivenciados durante os efeitos psicoativos produzidos na ingestão de substâncias contidas no cipó - beta-carbolínicos da harmina, tetrahidroarmina e harmalina
como alcalóides principais - combinadas com a N,N-dimetiltriptamina, conhecida por "DMT ou molécula espiritual", presente na folha.
A utilização da ayahuasca por grávidas e menores nesses contextos religiosos é apontada como um dos assuntos mais polêmicos para a legalização de seu consumo. Nestes grupos, são diversas
percepções sobre o corpo, onde interligado a ele aparece sistemas de conhecimentos e crenças que englobam um conjunto de técnicas e saberes detido sobre plantas sagradas, algo específico
aos grupos usuários.
24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
6/8
2
PUC-RS
Sessão Nome
Tipo
Ordem
Título
Autor/Instituição
Co-autores
Instituição
Vida sexual e
Oral
4
Duas vidas: noções de risco entre parteiras
Júlia Morim
Mestre em
tradicionais de Pernambuco
Antropologia pela
reprodutiva, saberes e
tecnologias a não
UFPE
definido.
Resumo: A partir da institucionalização do parto, o hospital tornou-se o "lugar" do nascimento. Parto e nascimento saíram da esfera familiar/doméstica e passaram ao domínio médico. Sob
modelo tecnocrático de atenção à saúde a gravidez transformou-se em um estado de iminente risco: da perda do bebê, de ter um feto com problemas, riscos no parto. A mulher grávida está
constantemente insegura quanto à sua situação e a de seu filho. O número de cesarianas, vista como um procedimento seguro, cresce a cada ano no país, notadamente na saúde suplementar,
onde chega a mais de 90% (segundo dados do SINASC). Entretanto, atualmente muitas mulheres tem filhos em casa, por opção ou pela falta dela. O presente artigo traz reflexões gerais acerca da
noção de risco no atendimento ao ciclo gravídico puerperal e foca na perspectiva de parteiras tradicionais - "assistentes", "curiosas" - entrevistadas durante pesquisas, das quais fui integrante,
realizadas pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e pelo Instituto Nômades, em projetos distintos, nos anos de 2007 a 2009. A proposta é abordar a visão dessas mulheres de corpo, vida e
morte, no período de gestação, parto e pós-parto, bem como discutir as transformações ocorridas no conceito de risco, do que elas caracterizam como perigoso, a partir do maior contato com o
sistema público de saúde e de sua participação em cursos de capacitação para parteiras, e como essa mudança se desdobra na atividade e no atendimento às mulheres.
24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
6/8
2
PUC-RS
Sessão Nome
Tipo
Ordem
Título
Autor/Instituição
Co-autores
Instituição
Vida sexual e
Oral
5
Doutor, interessa saber de quem é esse
Kárita Segato Rodigues
Universidade
parto?
Federal de Goiás
reprodutiva, saberes e
tecnologias a não
definido.
Resumo: Este trabalho é parte de uma pesquisa que trata de uma investigação e de um entendimento de como se dá a saúde reprodutiva das mulheres Xerente em um contexto
intercultural.Para tanto, procurou-se neste trabalho discutir a questão do parto em interface com a etnia Akwe-Xerente, a fim de trazer à tona a discussão teórico antropológica sobre a prática
médica, pensada no contexto mais amplo da saúde (indígena). Jean Langdon, Coimbra Jr. e Luiza Garnelo são importantes referências que embasaram este trabalho. A discussão aqui proposta
considera o fato de que a realidade do pré-natal e parto das mulheres ocidentais foi transferida para as mulheres indígenas sem, contudo, contabilizarem as consequencias de tal ato e sem ao
menos considerarem suas peculiaridades. Sabe-se que para as não-indígenas o período da gestação e do parto exige cuidados médicos, desde acompanhamentos por exames bioquímicos e por
imagens até hospitalização da mulher para o parto, que muitas vezes requer cirurgia - parto cesárea. Quando de trata, pois, de indígenas é necessário se investigar como se procede nessas
situações, uma vez que há uma série de tradições e culturas envolvidas, que me parece terem sido simplesmente atropeladas. O tratamento que não-indígenas têm dado à saúde reprodutiva no
âmbito indígena é preocupante. Há uma forte tendência em restringi-la a uma pauta estritamente biomédica, deixando de lado categorias como, sexualidade, gênero, corporalidade, poder, etc.,
que não podem ser entendidas pelo olhar e pensamento ocidentais quando se trata de um recorte étnico. É necessário, pois, uma interatividade, que requer uma negociação, uma
transformação e uma re-avaliação dos moldes em que a saúde vem tratando não só parturientes, mas toda uma população indígena.
24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
6/8
2
PUC-RS
Sessão Nome
Tipo
Ordem
Título
Autor/Instituição
Co-autores
Instituição
Vida sexual e
Oral
6
Entre Provetas e Gametas: mãe é uma só?
Lídia Marcelle Arnaud Aires
Universidade
Federal de Sergipe
reprodutiva, saberes e
tecnologias a não
definido.
Resumo: No contexto das novas tecnologias reprodutivas (NTRs) além da possibilidade de fragmentação da procriação, há também a fragmentação de aspectos da maternidade: discute-se se a
mãe é a dona do óvulo ou a que gestou, ou se a mãe é aquela que desejou o bebê e pagou para concebê-lo. Discute-se se o que tem mais força é o sangue ou o DNA, mas o afeto não fica fora da
disputa. Quatro elementos biológicos (óvulo, gestação, parto, aleitamento) relacionados à maternidade podem ser representados de maneira seccionada, suscitando a dúvida sobre quem é a
"mãe verdadeira". O presente trabalho resulta de pesquisa realizada em Aracaju (Sergipe) sobre maternidade entre lésbicas, sendo esta viabilizada pelas novas tecnologias reprodutivas. As NTRs
permitem a elaboração do projeto parental no seio do casal, incluindo mais uma mãe na relação com a criança, ainda que esta mãe não possa experimentar as sensações corporais da gestação.
Não havendo a participação com substâncias corpóreas ou com o próprio corpo, são utilizadas estratégias informais para incluir a segunda mãe na relação maternal com a criança, confrontando
a força do sangue, do biológico, com o poder de outros vínculos que costuram as relações familiares.
24. Grupo de Trabalho: Partos, maternidade e políticas do corpo: saberes locais e experiências transnacionais.
Coordenadores:
Rosamaria Carneiro
UNB
Fernanda Bittencourt Ribeiro
Elaine Muller
UFPE
Debatedores:
Data
Sessão Nº
6/8
2
PUC-RS
Sessão Nome
Tipo
Ordem
Título
Autor/Instituição
Co-autores
Instituição
Vida sexual e
Oral
7
"Buchudas" e "Cachimbeiras" Pitaguary:
Rebeca Meireles Brito
João tadeu de
Universidade
tradição e cultura nos cuidados com a
Andrade
Estadual do Ceará
reprodutiva, saberes e
tecnologias a não
gestação
definido.
Resumo: Esta comunicação trata sobre os conhecimentos tradicionais indígenas nos cuidados com a gestação e preparação para o parto entre os Pitaguary, etnia localizada na Monguba (uma
das aldeias do território indígena), no município de Pacatuba, região metropolitana de Fortaleza, Ceará. Neste estudo, o principal objetivo foi compreender a importância dos conhecimentos
tradicionais na vivência da gestação entre os Pitaguary. As estratégias metodológicas utilizadas foram qualitativas, com visitas de campo e entrevistas semi-estruturadas. O quadro teórico foi
estruturado através dos conceitos de tradição, cultura, etnicidade, parteiras tradicionais e, por fim, gravidez como um processo ritual. Destacamos algumas orientações dadas às "buchudas"
como os chás e banhos (chá da hortelã com o leite de magnésia para ajudar no parto; chá da cidreira como calmante; banho da aroeira para auxiliar na cicatrização e o caldo da pimenta para
acelerar o parto). As parteiras Pitaguary tinham um papel fundamental, quando os serviços biomédicos não estavam disponíveis, realizando o "pré-natal simples" que era o acompanhamento das
"buchudas", apalpando a barriga (para sentir a posição do feto), orientando na alimentação e nos demais cuidados com a gestação. As antigas "cachimbeiras" faleceram, mas deixaram um
legado de conhecimento construído a partir das experiências e da tradição. As mulheres que tiveram alguma experiência em "pegar menino" têm, hoje, o privilégio e, sobretudo, a
responsabilidade de repassar, para as outras, todas as crenças e cuidados com o período gestacional. Concluímos que os conselhos e crenças não deixaram de repercutir na comunidade entre as
mulheres Pitaguary e a preocupação em repassar os saberes mostra a diversidade e o vigor que a cultura desta etnia apresenta.

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