Maisa Lemos Homem de Mello Maisa / Aulas em 2006 1/7

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Maisa Lemos Homem de Mello Maisa / Aulas em 2006 1/7
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MATÉRIA MÉDICA HOMEOPÁTICA SOB A OPTICA DA FISIOPATOLOGIA
SAMUEL HAHNEMANN
Organon da Arte de Curar da Homeopatia
§2 – “O mais alto objetivo da cura é o rápido, suave e permanente restabelecimento da
saúde, ou..., pelo caminho mais curto, seguro e menos prejudicial, baseado em
princípios facilmente compreensíveis...”
como também e principalmente atuar
positivamente sobre o desequilíbrio interno (verdadeira doença crônica) que desvia o
eixo reacional orgânico, modificando reações vitais, fazendo que o estado da doença
permaneça.
§ 3 – “Se o médico perceber com clareza o que deve curar nas doenças,
........(conhecimento da doença, indicação)...; se souber como adaptar, conforme
PRINCÍPIOS PERFEITAMENTE DEFINIDOS, o que existe
de curativo nos
medicamentos ao que descobriu de indubitavelmente mórbido no doente,.........; se
souber também adaptar convenientemente o medicamento mais apropriado segundo seu
modo de ação .....(eleição do remédio, indicação do medicamento)...
§ 4 – ..............., para dominar a arte de curar o médico deve ter clareza ou conhecer em
cada caso individual:
I.
O que existe para ser curado
Qual o transtorno da Saúde – qual a instabilidade do Processo Vital?)
De um lado o Paciente que
desenvolveu um
quadro clínico patológico e
a fisiopatologia desse
quadro , do outro, o
Medicamento que lhe é
homeopaticamente
adaptado, pelas
características
fisiopatológicas
semelhantes (colhidas na
experimentação no indivíduo
são e sensível) ao quadro
patológico (Transtorno da
Saúde) que se pretende
tratar.
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II. O que é curativo nos medicamentos.
III. Os princípios que permitem adaptar o que é curativo nos
medicamentos ao indubitavelmente patológico no paciente.
IV. A maneira exata de preparação, quantidade e repetição do
medicamento indicado.
V. Os meios para reconhecer e remover os obstáculos à cura.
QUAL O PADRÃO? NO SER E NO REMÉDIO?
O estudo da Homeopatia sob a luz da moderna Fisiologia, Morfologia,
Bioquímica e Fisiopatologia, demonstra o quanto o conhecimento
homeopático pode colaborar para o aperfeiçoamento dessas áreas, uma vez
que a Matéria Médica Homeopática, é o maior, senão o único, tratado de
Fisiopatologia Experimental Humana (Carillo Jr).
A dominância de determinados Sistemas Funcionais, frente a causalidades
específicas, identifica os indivíduos e os medicamentos homeopáticos.
Importante observar que Sintomas e entidades clínicas semelhantes
podem ser produzidas por desarranjos orgânicos diferentes e, além do
mais, por causalidades intrínsecas e extrínsecas diversas.
Muitas vezes, em situações crônicas, os sintomas e diagnósticos estão
intrincados e pertencem a mecanismos fisiopatológicos diversos.
SABER SEPARÁ-LOS E AGRUPÁ-LOS É O PRIMEIRO PASSO PARA A
SOLUÇÃO DO CASO....determinar a(s) doenças crônicas (diáteses), que se
escondem por detrás dos sintomas ou diagnósticos clínicos.
O estímulo homeopático semelhante, isto é, aquele que reproduz
discrasia semelhante em um indivíduo saudável, tem a capacidade de
ativar a resposta, fazendo com que órgãos envolvidos funcionem num
nível superior, resultando em adequação do Sistema. Para se evitar
transtornos após prescrição homeopática é importante levar em consideração,
as lesões orgânicas relacionadas e/ou bloqueios emunctoriais.
Nos repertórios de sintomas podemos observar rubricas com vários
medicamentos, cuja patogenesia são produzidas por mecanismos
fisiopatológicos diferentes. Como sabemos, somente a semelhança dos
mecanismos fisiopatológicos (Doença x Medicamento) poderá levar a solução
do caso.
Exemplos da importância do estudo fisiopatológico:
I.
Friorento – 1348-II –
Existem muitos medicamentos que apresentam este sintoma em suas
patogenesias. Distingue-se os pequenos medicamentos como Cistus
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canadensis dos grandes medicamentos friorentos, tais como: Silicea,
Psorinum. Pode ser importante a interpretação deste sintoma em cada
caso, para que se possa fazer o diagnóstico diferencial entre os
medicamentos.
SILICEA
Corresponde a uma perda de vitalidade profunda, apresentando uma
sensação de frio, que nenhum meio de aquecimento a fará
desaparecer.
Não se agasalha muito, convencida de que isso não adianta.
Hipersensibilidade ao frio: coriza, etc, com extremidades geladas e
calafrios mesmo em movimento, embora com suores abundantes na
cabeça e pés (fétidos).

AÇÃO GERAL DA SILICEA
AÇÃO METABÓLICA IMPORTANTE NO ORGANISMO, PELA SUA
PRESENÇA NO TECIDO CONJUNTIVO E DERIVADOS: OSSOS, DERME,
NERVOS, GÂNGLIOS E GLÂNDULAS, PULMÕES (elementos de
sustentação dos alvéolos), VASOS (elementos conjuntivos elásticos),
TECIDO RETÍCULO ENDOTELIAL (função de defesa).

DISTÚRBIO METABÓLICO
Função de sustentação (cimento celular) – Desmineralização.
Ca e Phos
Tuberculinismo
Função de proteção – ( menor resistência) – Supuração.
Função de defesa – (ação no S.R.E) – queda das defesas orgânicas.

Tempo
AÇÃO TÓXICA – por ser insolúvel e de difícil reação química –
distúrbios metabólicos ou de carência e distúrbios tóxicos (Silicea não
assimilável).
- Ação lenta, duradoura, crônica = inflamação crônica
conjuntiva.
Supurativa
Hipertrofia + Espessamento
Esclerose
Atrofia + Esclerose
Espaço – Supuração crônica e Esclerose dos tecidos ricos em
Elementos conjuntivos.
PSORINUM
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Corresponde a uma ausência de reação, não mais pela perda de
vitalidade, mas pela depressão progressiva da reação orgânica,
devida a uma sobrecarga toxínica acumulada; ficará melhor aquecido
ao se cobrir (com vários agasalhos) e nunca sente calor, mesmo no verão
(Psora astênica).
AÇÃO GERAL DO PSORINUM
É um medicamento essencialmente crônico.
1. Anergia diante de toda agressão externa ou interna.
Agressão Externa
 Frio (principalmente).
 Infecção que se torna crônica.
 Agressões psíquicas.
Agressão Interna: bloqueio de processos naturais.
 Nutrição – emagrecimento apesar de comer bem.
 Depuração – emunctórios.
Pele – enrugada e seca, com suores oleosos e erupções
diversas.
Mucosas – irritações catarrais crônicas, tendência a catarro
espesso, amarelo esverdeado e fétido.
Consequentemente:
2. Uma intoxicação profunda e progressiva, explicando a fraqueza, a
frialdade, mau odor de todas as excreções do corpo.
II. Sensação de VAZIO NO ESTOMAGO – 487-II
Que agrava às 11 horas da manhã
Que não melhora comendo – 488- II
Com apetite voraz, á noite (478-II).
PHOSPHORUS
Ação tóxica do fósforo sob o trato gastrintestinal, principalmente
pela sua característica de combinar com todos elementos químicos
essênciais. No início há reação local com quadro de vômitos, diarréia e
dor em queimação. Mas se ocorre uma continuidade as defesas se
esgotam e aparece todo um processo inflamatório sistêmico com
enterites agudas, vômitos, diarréia e dores ardentes. A mucosa digestiva
de hiperemiada se altera ocorrendo hemorragias puntiformes ou
hematemeses. Após aparece processo inflamatório intenso com
espessamento de mucosa devido proliferação do tecido conjuntivo,
formação de lesões ulcerosas que predominam na parede do estômago.
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Fisiopatologia do PHOSPHORUS
1. AÇÃO METABÓLICA – aceleração considerável das oxidações,
levando a dois aspectos sucessivos e opostos:
a) Aumento das trocas, aceleração do crescimento ósseo.
b) Desassimilação azotada e esgotamento orgânico.
Oxigenoidismo
 Sensação de Queimação localizada.
 Fome voraz (logo após ingerir).
 Desejo anormal de sal, alimentos salgados e temperos.
 Emagrecimento apesar de comer bem (Nat-m e Iodum).
 Sede inextinguível por água fria (Bryonia), água fria que é
imediatamente rejeitada quando aquecida no estômago (Ars),
devido a uma gastrite concomitante que existe em Phos ou
mesmo durante um estado febril.
 Língua seca e branca ou bem seca, lisa e vermelha.
a) congestão local das mucosas, principalmente respiratória e da
pele (sensação de queimação).
b)congestão passiva (pulmões), degeneração de musculos estriados
(coração).
2. Ação Tóxica Aguda
 Hemorrágica de mecanismo triplo: congestão tissular, fragilidade
capilar, por hipocoagubilidade.
 Necrótica sobre os parênquimas: laringe, pulmões, tecido ósseo (as
vezes precedido de hipertrofia), pancreas.
3.Ação Tóxica Subaguda e Crônica. Degeneração dos parênquimas:
 Por esclerose
 Por degeneração gordurosa (SNC, fígado, rim, músculos e
principalmente coração e vasos.
IMPORTANTE
AS
TENDÊNCIAS:
DESCOMPENSAÇÃO
RÁPIDA,
EVOLUTIVA PARA A DEGENERAÇÃO – LESÃO ORGÂNICA.
FOSFÓRO X PHOSPHORUS – UM ESTUDO BIOQUÍMICO E MORFOLÓGICO DA
MATÉRIA MÉDICA, trabalho realizado no nosso grupo de estudos e apresentado no
VI SINAPIH em 1997, publicado na revista HOMEOPATIA BRASILEIRA do Instituto
Hahnemaniano do Brasil – vol.3 n.2 – teve como objetivo identificar possíveis
relações fisiológicas, fisiopatológicas, toxicológicas e morfológicas do elemento de
partida
(fosfóro) com a respectiva patogenesia, todos os 494 sintomas de
PHOSPHORUS contidos na obra Sintomas Chaves da Matéria Médica Homeopática no
Repertório de Kent foram analisados.
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Os resultados obtidos deste estudo apontam para prevalência de sintomas
decorrentes da fisiopatologia (49,5%), o que parece reforçar a teoria de ação
do medicamento homeopático sobre diversos tipos de receptores e vários
mediadores químicos, uma vez que estes são responsáveis pela detecção de
desvios da concentração ideal do elemento e da informação aos sistemas
homeostáticos, que ao entrarem em ação produzem os referidos sintomas.
IPECA
Sensação como se o estômago estivesse relaxado e caído
(Vagotonia).
Fisiopatologia
Ação Geral
 Sobre o sistema nervoso
S.N.C: excitação, espasmos tônicos em extensão.
S.N.A: eletividade pelo vago – provocando distúrbios
espasmódicos na esfera respiratória e digestiva –
movimentos espasmódicos não melhorados pela
expulsão de secreções patológicas.
 Sobre as mucosas
Ação irritativa na esfera respiratória e digestiva: da
congestão à inflamação catarral profusa.
 Sobre os vasos
Congestão arterial ativa localizada com hemorragias de
sangue vermelho e quente.
A AÇÃO DE IPECA É GERALMENTE AGUDA, MAIS RARAMENTE
SUBAGUDA OU CRÔNICA
SEPIA – (Ptose)
Esfera de ação
Atua principalmente no sistema venoso porta, fígado, útero
e sistema nervoso. A ação é mais nítida e mais constante na mulher
que no homem.
FRAQUEZA E DESFALECIMENTO –
SENSAÇÃO DE VAZIO GÁSTRICO
QUE MELHORA POR COMER.
LYCOPODIUM - INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA, QUE LEVA À DIFICULDADE
DE DIGESTÃO, COM FORMAÇÃO DE GASES E DISTENSÃO ABDOMINAL.
SEPIA - TEM PTOSE GÁSTRICA (COLABAMENTO DA PAREDE
GÁSTRICA), COM SENSAÇÃO DE FOME, DIGESTÃO LENTA, ESTASE
VENOSA (CONGESTÃO) E SENSAÇÃO DE PLENITUDE.
6. BEARING DOWN.
EXPLICAÇÃO FISIOPATOLÓGICA
AÇÃO SOBRE TECIDO FIBROELÁSTICO - CONGESTÃO VENOSA E PTOSE
(HEMORRÓIDA COM PTOSE RETAL).
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
dor hepática - melhora deitado sobre o lado direito (orgãos drenados pela
veia porta - baço e lobo esquerdo do fígado) por descompressão da veia
cava.
 sensação de plenitude retal.
 SENSAÇÃO DE VAZIO GÁSTRICO que melhora à noite após comer
 BEARING DOWN.
(488-II)
PTOSE GASTROINTESTINAL
SENSAÇÃO DE VAZIO GÁSTRICO às 10-11 horas, fraqueza epigástrica com
náuseas, anorexia, com desejo de ácidos (estimulantes na atonia).
CONGESTÃO PORTA COM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA - decorrente da
estase portal - sobre a secreção biliar (hipo ou acolia - passagem de
pigmentos para a pele - manchas hepáticas).
GLICOGÊNESE (desejo de açucar) e uropoiese (aumento da URICEMIA aversão por substâncias proteicas).
SEPIA é diferente portanto de:
PHOSPHORUS (comprometimento celular) e de
sulphur (sobrecarga hepática ativa).
PULSATILLA NIGRICANS
Estômago: Alternância de fome canina e anorexia. Digestão lenta e
difícil. Sensação de inchaço no estômago após comer. Sensação de
peso no estômago, como pedra, principalmente pela manhã.
ESQUEMA DA FISIOPATOLOGIA
Instabilidade e Excitabilidade vago-simpáticas com
transtornos vaso-motores
Retardo funcional das glândulas de secreção interna
(insuficiência ovariana, tireoidiana, gástrica, hepática, pancreática e S.Renal
Ação essencial sobre sistema venoso e sobre mucosas.
Acessoriamente, sobre pele e sistema linfo-ganglionar.
SOBRE O SISTEMA VENOSO CENTRAL E PERIFÉRICO
Sangue espesso escuro (insuficiência da hematose) - estase venosa
e capilar - afetando toda a circulação de retorno (acrocianose)
CONGESTÃO VENOSA *PERIFÉRICA
MEMBROS (flebite; varizes)
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PEQUENA BACIA (dismenorréia)
SISTEMA PORTA (insuficiência hepática)
HIPOOVARISMO (insuficiência ovariana)
(repleção e retardo da circulação dos capilares venosos ovarianos)
DISTÚRBIOS MENSTRUAIS PARA MENOS
AÇÃO SISTEMA PORTA
CONGESTÃO VENOSA
+ FROUXIDÃO LIGAMENTO e MUSCULAR
PULSATILLA NIGRICANS bearing down
< na cama
Jovem (puberdade atrasada)
carência
melhora
SEPIA SUCUS
< em pé
adulta
indiferença
afetividade
consolo
grava
LYCOPODIUM CLAVATUM
Poderoso depressor do sistema neuro-vegetativo, age de forma especial
respiratório sobre as mucosas do trato, digestório e genito-urinário,
mostrando, no entanto, SUA MAIS IMPORTANTE AÇÃO SOBRE O FÍGADO,
donde derivam os sintomas dispépticos como a flatulência e a obstipação.
Explicação fisiopatológica
Lycopodium : temperamento biliar, com insuficiência hepática e de vias
biliares. Encaixa-se na INSUFICIÊNCIA ÓRGANO-FUNCIONAL, ou seja, na
desencadeada fundamentalmente por distúrbios metabólicos ou circulatórios, tendo
como pano de fundo a hereditariedade. A INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA apresenta
conseqüências diretas sobre toda a economia.
Considerar 5 pontos essenciais:
I. ESTASE VENOSA PRIMITIVA: Acometimento funcional periférico, que pode
ser produzido por três mecanismos: CONGESTÃO GERAL/ CONGESTÃO
PORTA/CONGESTÃO SUPRA-HEPÁTICA.
II.
INSUFICIÊNCIA CELULAR FUNCIONAL - Por oposição à estase venosa
periférica, com acometimento do sistema neuro-vegetativo de forma generalizada ou
localizada (centros abdominais), corresponde a um transtorno central, com uma fase
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de excitação ou simpaticotônica (Nux-v e Ign) e outra de depressão
vagotônica (Ant-c).
ou
III . ASSOCIAÇÃO DAS FASES ANTERIORES
IV. ACOMETIMENTO DO HEPATÓCITO
V. ACOMETIMENTO DAS REGIÕES VIZINHAS
IGNATIA AMARA
Sensação DE VAZIO EPIGÁSTRICO, MAIS ACENTUADO ÀS 11 HORAS DA
MANHÃ E ÀS 16 OU 17 HORAS, obrigando o paciente a ingerir qualquer
coisa para não desfalecer.Os sintomas fundamentais tanto de Ignatia
como de Nux vomica, serão essenciamente ESPÁSTICOS.
As diferenças essenciais entre Nux vomica e Ignatia são as seguintes:
Nux : TEM AÇÃO EXCITANTE DIRETA SOBRE OS CENTROS NERVOSOS, e
Ignatia : TEM AÇÃO EXCITANTE INDIRETA, SECUNDÁRIA A DISTÚRBIOS
DA ESFERA PSÍQUICA.
Nux é antes de tudo UM IRRITÁVEL. Seus ESPASMOS são consecutivos a
uma
IRRITAÇÃO,
SURMENAGE
(ESGOTAMENTO,
EXCESSO
DE
TRABALHO), CÓLERA ETC.
Ignatia é antes de tudo UM EMOTIVO. Seus ESPASMOS são consecutivos
às EMOÇÕES, PREOCUPAÇÕES, TRISTEZAS, ETC., DOMINANDO A
MELANCOLIA COM TENDÊNCIA A LAGRIMAS.
EXPLICAÇÃO FISIOPATOLÓGICA
Contém dois alcalóides principais: estricnina e brucina, que estão
presentes tanto na fava de Santo Ignacio como na Nux vomica.
Ação fisiopatológica
Age sobre o sistema nervoso - na substância cinzenta tanto do
cérebro como do bulbo e medula. Afeta, portanto, as três principais
funções do sistema nervoso: psíquica, sensitiva e motora,
exaltando-as ao máximo. Destroe a harmonia de ação entre as
diferentes partes do corpo e altera a coordenação de suas funções.
 Na realidade tem ação bifásica no sistema nervoso cerebro
espinal.
excitação - hiperreflexia, distúrbios espasmódicos
(espasmos crônicos),
hiperestesia sensorial (principalmente do olfato).
depressão - a mais importante e mais frequente é a paresia.
 Sistema nervoso autônomo, com ação sobre os músculos lisos,
principalmente digestivos e excitação motora sobretudo espasmódica
(garganta, estômago, intestino), o que explica a obstipação e a
dilatação pupilar.
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 Ação no tempo - labilidade, alternância
de excitação e de
depressão, mobilidade dos fenômenos de um ponto a outro do corpo,
contribuindo para o aspecto secundário do psiquismo o “tipo
depressivo” que dá à IGNATIA seu aspecto paradoxal e
contraditório.
NUX VOMICA
Estômago – sofre uma ENGURGITAÇÃO VENOSA, uma CONGESTÃO GÁSTRICA
E PROBLEMAS DE SECREÇÃO GÁSTRICA.
Os ESPASMOS COM SOLUÇOS, ESPASMOS DO PILORO – CARDIA,
FLATULÊNCIA, ERUCTAÇÃO, NÁUSEAS E VÓMITOS.
Esses fatôres somados aos excessos alimentares levam à DISPEPSIA
ASTÊNICA COM DILATAÇÃO DO EPIGÁSTRIO, INTOLERÂNCIA À PRESSÃO
EXTERNA (AFROUXAR O CINTO) – E LOGO EM SEGUIDA A SONOLÊNCIA.
Nux é um PACIENTE HEPÁTICO E NERVOSO. A ESTASE PORTAL soma-se aos
excessos alimentares.
A “SURMENAGE” DO CÉREBRO E DO APARELHO DIGESTIVO estão intimamente
ligadas uma à outra e são produzidas POR EXCESSO DE TRABALHO FÍSICO E
INTELECTUAL, CONSUMO DE ALCOOL, TABACO, MEDICAMENTOS, E
ESTIMULANTES, que são excitantes comuns do sistema bulbo medular em
semelhança à ação da Nux vomica.
Explicação Fisiopatológica
A ação dos componentes de Nux vómica sobre o bulbo medular, diminuindo a
cronoaxia leva a uma HIPERREFLEXIA DOS MÚSCULOS E À FATIGABILIDADE.
Explica o CARATER HIPERREFLEXIVO, AGITADO, porém de fadiga fácil.
A ação sobre a substância cinzenta, aumentando a EXCITABILIDADE, LEVA À
IMPRESSIONABILIDADE DOS ORGÃOS DOS SENTIDOS e a um ESTADO
PENOSO DE ANSIEDADE – ANSIEDADE CRÔNICA.
A fatigabilidade fácil leva à procura de estimulantes. A excitabilidade e a
ansiedade fazem com que procure os sedativos. Assim mantém um círculo
vicioso, porque os estimulantes e sedativos agravam sua situação básica.
III. SINTOMAS MENTAIS, ALTERNANDO COM SINTOMAS FÍSICOS
ACTEA RACEMOSA (Cimic)
Há um fundo vagotônico e, sobre ele, se instala uma reação
simpaticotônica ao nível de plexo hipogástrico, determinando a crise genital
(nos períodos de fluxo). Quando o fluxo está ausente o acesso simpaticotônico
se dá em outros tecidos (ex: esfera mental).
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PLATINA
Ação sobre os centros cerebrais e os órgãos genitais - evolução bifásica:
- Excitação: congestão hemorrágica dos genitais femininos,
excitação sexual física e psíquica.
- Depressão: frigidez ou impotência com depressão mental.
IV. OBSTIPAÇÃO INTESTINAL
(Dr. Flávio Luis Ramos da Silveira)
A definição de constipação intestinal é ampla, envolvendo uma série de queixas relacionadas à
dificuldade de evacuar, desde sua freqüência, em geral pequena, passando pela eliminação
de fezes de volume reduzido ou de menor calibre ou endurecidas, que exijam grande esforço
para sua eliminação. Inclui também a sensação subjetiva de evacuação incompleta ou aquela
que requer manobras manuais para facilitar a saída do bolo fecal. Evacuações diárias não
obrigatoriamente refletem normalidade do esvaziamento colônico e, por seu lado, mesmo as
que ocorrem de forma descontinuada podem ser funcionalmente adequadas.
Por ser um importante emunctório, deve ser sempre avaliada as condições funcionais do
intestino antes de se prescrever o medicamento de fundo, pois se não estiver em condições de
suportar um estímulo maior que sua capacidade exonerativa, isto é, se houver um bloqueio
emunctorial, a sobrecarga, provocada pelo aumento do aporte toxínico, acarretará na piora
da constipação (agravamento homeopático).
Tuberculinismo
O bloqueio emunctorial intestinal está predominantemente relacionado ao desenvolvimento e
ou manutenção de condições nosológicas de origem tuberculínica quando comparado aos
transtornos originados por outras diáteses (lembrar que os transtornos tuberculínicos ocorrem
devido à disfunção fagocitária das células de Kuppfer nos sinusoidais hepáticos e
conseqüentemente pela disseminação das toxinas entéricas) e os mecanismos que levam os
tuberculínicos a se constiparem encontram explicação na alteração da bomba de cloro e
enxofre, que ocasionará o ressecamento das fezes (pequenas e endurecidas), no
déficit do sistema mononuclear fagocitário do fígado somado ao fator
temperamental de baixa tonicidade encontrada principalmente na infância
(tuberculinismo infantil). Atua juntamente a estes fatores o funcionamento da glândula
tireóide que se encontra aumentado alterando o equilíbrio dos íons cálcio e fósforo.
MAGNESIA MURIATICA –
Cloridrato de magnésia
Centro de ação: Fígado e Reto
Ventre inchado e distendido com borborigmos, > eliminando flatos. Congestão
do lobo esquerdo do fígado. Dor no hipocôndrio direito que se irradia à
omoplata direito. > deitando sobre o lado direito (Bry.).
- Constipação com fezes duras, secas, escassas, grandes, nodosas,
como fezes de cabrito, ou como cíbalos que saem com dificuldade e se
despedaçam ou fragmentam na borda do ânus; algumas vezes
somente podem ser evacuadas fazendo pressão sobre os músculos
abdominais (Am-m., Nat-m.). Constipação em crianças durante a
dentição. Constipação com constantes desejos ineficazes. Fezes muco
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sanguinolentas, com ardência durante e depois da evacuação. Teníase. Prurido
anal.
SANICULA AQUA
Composição: * Natrum muriaticum, Calcarea muriatica, Magnesia
muriatica, Calcarea bicarbonica, Calcarea sulphurica, Kali sulphuricum,
etc. Fica claro que o fator constipação, no tuberculinismo está
relacionado ao composto muriaticum (cloro) dos remédios descritos
acima: mag-m, nat-m, kali-m, sanic. Importante analisar os mecanismos
fisiopatológicos presentes na fibrose cística ou mucoviscidose alteração da bomba de cloro e enxofre em nível celular (Carillo Jr).
Alteração das funções da nutrição com perturbações digestivas (parte alta do
corpo (sobretudo no pescoço), apesar de um bom apetite; especialmente
constipação ou diarréia). Desnutrição com emagrecimento progressivo,
especialmente na nas crianças; com tendência caquética. Aspecto envelhecido
da criança (Lyc.) cuja pele é escura e enrugada (Abrot, Iod., Nat-m.).
Constipação- após grande esforço, as fezes retrocedem ao reto (Sil., Thuy.).
Sanicula é um bom intermediário entre a Silicea e a Thuya em relação à
obstipação atônica. Inatividade retal. Evacuações abundantes de cíbalos
fétidos, secos, acinzentados, esfarelando-se nas bordas do ânus (Mag-m) e
que devem ser retiradas manualmente (Sel). O reflexo é provocado somente
pelo acúmulo de fezes, sem tenesmo nem espasmo.
PSORA
A relação fisiopatológica da diátese psórica com a constipação, provavelmente está mais
relacionada a um aumento da simpaticonia, conseqüentemente ocorre um aumento no
tônus do esfíncter anal externo. E também aos quadros de auto e hetero intoxicação
crônica agravando a insuficiência hepática pelo acometimento de seu parênquima; às
reações alérgicas do tipo I de Gell e Coombs (intolerância à proteína do leite de vaca
mediada por IgE ) e à tendência às parasitoses.
BRYONIA ALBA
Inflamações agudas se traduzindo por uma secura excessiva das mucosas e
por dores agudas e picantes, melhoradas pela pressão e repouso, agravadas
pelo menor movimento.
Predominantemente –
Biótipo: Sulfúrica esclerótica ; Diátese: Psora ; Temperamento: Biliar e
Atrabiliar
Ação: através do sistema nervoso cérebroespinal, Bryonia tem quatro
centros especiais de ação, provocando uma inflamação subaguda, com
infiltração, exsudação e edema.
1. Membranas serosas: efusões e edemas. Afetando especialmente a
pleura, meninge, sinóvia, fígado, peritônio, rins, fibra muscular.
2. Membranas mucosas: secura. Inflamação seca ao longo do tubo
digestivo (lábios secos, sede intensa por grandes quantidades de água
fria, obstipação com fezes duras e secas, como que calcinadas,
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muito grandes e com inatividade retal) Aparelho respiratório (tosse
seca, irritação laríngea e em traquéia); ap. Urinário.
3. Sistema Muscular: inflamação reumatóide
4. Circulação: acelerada, por elevação de temperatura.
As fezes secas de Bryonia são decorrentes da simpaticotonia que, além
do ressecamento intestinal, também leva à sialosquiese e diminuição da
produção de suco gástrico. O controle da simpaticotonia deve normalizar a
qualidade e o fluxo das fezes. É um medicamento de afecções hepáticas,
com cólica hepática, dor do fígado, pior ao tocá-lo, respirar e tossir, melhor
deitado do lado direito. Um dos remédios mais importantes para apendicites,
peritonites e hepatites.
CARDUUS MARIANUS
Distensão abdominal com constipação. Fezes duras, negras, em pequenos
pedaços, difíceis de expulsar, escassas. Alterna com diarréia. Fezes de cor
argilosa
O principal campo de ação de Card-m fundamentalmente o fígado, com
congestão passiva e verdadeira pletora do sistema venoso portal.
Congestão hepática, sobretudo lobo esquerdo, com aumento do fígado
no sentido transversal. Estase portal com constipação e hemorróidas.
Plenitude do Hipocôndrio D, com necessidade de inspiração profunda.
Cólica hepática, litíase com fígado aumentado.
Outras características: Irritabilidade e tristeza. Enxaqueca biliosa, vômitos
biliosos. Gosto amargo na boca, com língua carregada, branca no centro e
vermelha na ponta.
CHELIDONIUM MAJUS
Doenças hepáticas, torácicas e abdominais, seguidas de uma dor constante
no fígado e no ângulo inferior da omoplata direito.
Agravação: pelo movimento; pelo toque; a mudança de tempo; às 4 horas da
manhã e 4 h da tarde.
Melhora: depois de comer, principalmente alimentos quentes (leite); pelo
repouso.
Constipação e diarréia alternadas(Ant-c; Coll; Nux-v; Podo)
Constipação com fezes duras ou como ovelhas. Esforço para defecar, sem
resultado. Constrição do ânus defecando, ou impedindo de defecar; alterna
com prurido. Hemorróidas que às vezes sangram; ardem e formigam. Fezes
brancas, pastosas que flutuam na água (acolia e lientéricas).
Hepatite do lobo Direito
GRATIOLA OFFICINALIS
Sene dos prados - O centro de ação é no reto e no intestino grosso.
Desejos urgentes e ineficazes de evacuar. Constipação com fezes
duras, escassas, difíceis de expulsar. Ascaridíase. Dor escoriante no ânus,
enquanto defeca ou depois. Prurido anal. Reto contraído. É o Obstipado
Melancólico(Voisin), na presença de congestão porta com obstipação e
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tendência às hemorróidas. Melancolia com aversão pela vida. Tendência
gotosa.Prisão de Ventre dos gotosos(Vannier).Taciturno, triste, irritado
pela menor contradição, de mau humor.Ainda nos transtornos da
insuficiência hépato-biliar, perturbações gástricas sub agudas e crônicas
com distensão gástrica após ter comida ou bebido, que melhora após
eructações. Sensação como se uma pedra rolasse no estômago de um lado ao
outro. Regurgitações amargas e vômitos biliosos, ácidos e amargos. Vertigens
durante e após as refeições e cefaléia. Como Gratiola é um medicamento
de uso predominantemente em mulheres, melhora os sintomas de Nux
vomica que elas podem apresentar (Vijnovsky).Nevralgias pelo abuso do
café.Conhecido também pela ação sobre diarréias e gastroenterites
agudas, com fezes líquidas amarelo esverdeada e espumosa, seguida de
alívio abdominal. Diarréia de verão em crianças por beber muita água gelada.
NUX VOMICA
Alcalóides: estriquinina e brucina.
Ação tóxica: Excitação dos centros nervosos, sobre tudo bulbo-medular
com sintomas ligados a uma hipersensibilidade e hiperreatividade
geral (espasmofilia).
Constipação com necessidades urgentes e ineficazes. Tem a impressão
que não poderá nunca esvaziar completamente seu intestino. Constrição anal.
Simpaticotonia sobre o esfíncter anal externo (EAE).
Congestão e estase hepáticas e portais, auto e hetero intoxicado.
Excitação dos músculos lisos do estômago do intestino, com antiperistaltismo.
LYCOPODIUM CLAVATUM
Doenças Crônicas progressivas, profundas, com perturbações digestivas e
hepáticas. Litíase biliar e renal.Auto e hetero intoxicado, com insuficiência
hepática e congestão porta. Sensação de plenitude após as refeições,
embora tenha comido pouco(logo se sacia. Distensão abdominal com
borborigmos pelo extremo acúmulo de gases que > com flatos.Constipação
crônica com necessidades ineficazes; fezes duras, pequenas e
insuficientes, difíceis de evacuar devido a uma contração espasmódica
dolorida do ânus.
SIFILINISMO
Encontramos os distúrbios do Sistema Nervoso Central e Periférico, congênitos ou
adquiridos, (Hirchsprung, Chagas, trauma de medula) e ulcerações de origem arterial (teoria
da natureza isquêmica na etiopatogenia da fissura anal).
ALUMEN
Constipação das mais graves, sem desejos durante muitos dias, sem
capacidade ou força para mover as fezes ou com desejos violentos, mas
ineficazes. Quando consegue evacuar, as fezes são muito duras como pedras,
como bolinhas pretas (Op., Pb.) e mesmo depois de saírem, sente o reto
cheio. Dores intolerantes no reto depois de evacuar. Hemorróidas sangrantes.
Prurido anal.Estados de debilidade paralítica muscular (reto, bexiga e
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pernas). Sensação de secura e constrição. Com grande tendência a
hipertrofia e endurecimentos de tecidos (língua, útero, glândulas, gânglios,
reto) e câncer. Varicosidades.Parece estar relacionado às diáteses
sifilínicas e sicóticas.
AMBRA GRISEA
Constipação por perturbações nervosas ou psíquicas – Atônicas
Distensão abdominal com grande flatulência, principalmente depois de
comer, que às vezes, despertar o paciente durante a noite, com borborigmos e
cólicas intestinais; sensação que a parede abdominal interna está fria (Kent).
Sensação de pressão hepática profunda; agravação pela manhã, depois
comer e de cada evacuação. Constipação inveterada em pessoas
idosas, principalmente quando alguém está próximo no momento de
evacuar. Desejos freqüentes e ineficazes de evacuar, o que o deixa
ansioso e não permite que ninguém fique por perto.
Depois de evacuar, o paciente experimenta sensação de pressão e vazio no
ventre, que alivia com eliminação de um flato ou um arroto (Kent).
CAUSTICUM
Grande fraqueza por paresias ou paralisias, durante muito tempo. Dores
com sensação de ferida em carne viva e de queimadura como por cal
viva. Há uma perturbação da evacuação com um embotamento da
sensibilidade da mucosa retal ou do reflexo evacuatório. Com isso, há uma
necessidade de fazer grandes esforços e só resultam de pequenas defecações.
Há uma atonia da musculatura, sem insuficiência das secreções e dos sucos
digestivos.(Pb., Sil.)
PLUMBUM METALLICUM
Constipação intensa e crônica por paresia ou paralisia retal, com
contínuos e ineficazes desejos de evacuar; fezes duras, negras como de
carneiro que se agrupam em grandes massas aderentes; com urgência e
tenesmo, por intensa constrição espasmódica do ânus; defecação difícil e
dolorosa, obstruída por fezes endurecidas, secas. Durante a gravidez; em
crianças.Sensação como se ânus estivesse violentamente retraído.
Prolapso e fissura anal. Abdômen retraído e duro, como se a parede abdominal
estivesse sendo puxada por um fio preso ao umbigo, com cólicas. Agrava pelo
movimento e à noite.Melhora pela pressão forte; por fricções.
SELENIUM
Inatividade retal. Constipação com desejos freqüentes e ineficazes, fezes
duras e impactadas (fecaloma).Geralmente o bolo fecal deve ser removido
manualmente, com sangue. Esgotamento físico e mental com emagrecimento,
depois de doença grave, um esforço intelectual prolongado ou excessos
sexuais. Tristeza extrema.
ALUMINA
Secura extrema da pele e das mucosas. Fraqueza parética generalizada ou
localizada (Intestinos e bexiga) em relação com uma doença crônica profunda.
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Obstipação com fezes secas, duras e em pequenos pedaços cobertos
de muco. Impossibilidade de evacuar até que haja um grande acúmulo de
fezes. Intestino parece paralisado pela perda do poder expulsivo do reto.
Mesmo as fezes moles demandam grandes esforços para serem eliminadas.
Fezes retrocedem. Escoriação após evacuação.
Agravação: pelo frio e tempo seco; de manhã ao despertar.
Melhora: pelo calor, pelos alimentos e bebidas quentes, por se lavar com água
fria. Ação sobre o simpático e nervos que partem da medula. Os
músculos inervados por eles estão enfraquecidos. No início é uma inatividade
geral durante um tempo mais ou menos longo que termina em estado de
completa paralisia. Condutividade nervosa diminuída; a reação a um estímulo
ocorre em tempo mais longo. Alumina produz notável secura de mucosas o
que explica: dispepsia por hiposecreção, faringo laringite seca e a constipação.
OPIUM
Constipação por atonia intestinal e sobre tudo por inatividade total ou
inércia do reto, de longa data, com grande acúmulo de fezes. Não sente
nenhum desejo de evacuar. Fezes em cíbalos, duros redondos e negros (Chel.,
Plumb;Thuy.). Como não há poder de expulsão na musculatura retal,
somente os esforços feitos com os músculos abdominais conseguem fazer
progredir as fezes, que logo retrocedem (Sil,.Thuy.). Pode haver retenção
espasmódica das fezes no intestino. Encoprese, escape fecal especialmente
depois de um susto; por paralisia do esfíncter. Ânus contraído espasmódico
durante a cólica. Alterna diarréia com constipação. A grande característica
geral de Opium é a ausência de reação ou de reatividade.
SICOSE
Os fatores obstrutivos causados pelos tumores intestinais; transtornos evacuatórios
provocados por hemorróidas decorrentes da congestão portal passiva; atonia dos ligamentos e
da musculatura pélvica; edema de alça; e por atonia do SNA.
THUYA OCCIDENTALIS
Constipação obstinada com desejos ineficazes de defecar e dificuldade para
evacuar as fezes duras e de grande tamanho, escuras, cobertas de sangue;
inatividade do reto. As fezes retrocedem. Flatos explosivos ao mover o ventre
ou difíceis de expulsar pela constrição anal. Ânus fissurado, doloroso e
rodeado de condilomas planos. Umidade anal acre. Hemorróiodas inchadas e
doloridas. Distensão abdominal com sensação como se houvesse alguma coisa
viva no ventre.
COLLINSONIA CANADENSIS
Congestão pélvica e portal que resulta em dismenorréia e hemorróidas.
Especialmente nos últimos meses de gravidez. Obstipação alternada com
diarréia; inércia congestiva do cólon descendente; evacuações lentas e difíceis,
com dor e grande flatulência. Hemorróidas crônicas, dolorosas, sangrantes. Há
espasmo do esfíncter com congestão porta. Evacuações volumosas,
nodosas e muito dolorosas, com desfalecimento por dor e crise hemorroidária.
PSORA E SIFILINISMO
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LAC VACCINUM DEFLORATUM
Perturbações hepáticas com constipação e cefaléia. Constipação crônica com
cefaléias e enxaquecas crônicas intoleráveis ( psora – intoxinação mais
insuficiência do metabolismo hepático). A constipação não responde a
purgantes. As fezes são secas e duras, e saem com grandes esforços
(ineficazes, retrocedem), machucando o ânus com saída de bastante sangue.
Ocorre também inatividade do reto, atonia, paralisia (sifilinismo).
Arrotos ácidos. Náuseas pela manhã. Vômitos ácidos com borra de sangue.
Gastralgia. Dispepsia. Vômitos gravídicos com aversão ao leite. Dor na região
ileocecal.
EUGENIA JAMBOSA
Constipação com fezes duras, escassas, que elimina com muito esforço,
seguido de fechamento espasmódico do ânus. Tenesmo. Sensação de grande
peso no reto, como se tudo fosse sair. Grande indicação para Acne facial,
acne rosácea, com erupções dolorosas.
Acredita-se que o componente sifilinico - ação tóxica, semelhante a
intoxicação alcoólica(Vijnosvsky/Voisin) - superexcitação exaltada e
eufórica como pelo álcool, às vezes, seguida de depressão prolongada..
V. COLON IRRITÁVEL
(Dra Nélida Nowak)
A síndrome do cólon irritável é uma doença crônica e benigna. Está sujeito a crises
agudas, principalmente relacionadas a transtornos emocionais. Se “acostuma” a
pequenas alterações do seu ritmo intestinal e acaba adotando estes acontecimentos
como parte de sua vida habitual. As alterações de motilidade podem levar a
diverticulose hipertônica em cólon descendente e sigmóide.
Sintomas:
1. Dor abdominal agravada pela alimentação
2. Dor abdominal que melhora com a eliminaçaõ de fezes
3. Diarréia que alterna com obstipação
4. Sensação de defecação incompleta
5. Temerosa, ansiosa
Medicamentos da repertorização são:
ARS, BRY, CARB-V, COLOC, GRAPH, IGN, KALI-C, KALI-S, LYC, NAT-M,
NIT-AC, NUX-V, PHOS, PULS, SULPH
Os medicamentos selecionados baseando-se na repertorização e na
experiência clínica são: BRY/ IGN/LYC/SULPH
1. BRYONIA
Ansiedade pelo futuro
Vertigem
levantar
de
manhã
ao
Psiquismo, ansiedade, futuro,
por (7-III)
se Vertigo, mañana, levantarse,
al
(96, III)
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Tosse seca durante a febre
Tos, seca, fiebre, durante (507
II)
Sede de grandes quantidades Estomago,
deseos,
frías,
de água fria
bebidas
(322 III)
Fezes secas como queimadas
Matéria fecal, seca (407 III)
Comparação fisiopatológica entre Bryonia e Natrum muriaticum
BRYONIA:
São decorrentes da SIMPATICOTONIA que, além do ressecamento
intestinal, também leva à sialosquiese e diminuição da produção de
suco gástrico.
NATRUM-MURIATICUM:
Tuberculínico, com transtorno na bomba de cloro, responsável pela
entrada de nutrientes do tubo digestório para a célula, trazendo
consigo a água. O excesso deste procedimento causa desidratação do
tubo intestinal.
2. IGNATIA AMARA
Depressão depois de decepção Psiquismo, tristeza, amor por
amorosa
decepíon de, ( 93- I)
Humor cambiante bruscamente
Psiquismo, humor, alternante,
extremo, ( 37-II)
Dor de cabeça como se tivesse Cabeza, dolor, clavo, como por
um prego enviado na cabeça
un,
(137-III)
Sensação como se uma bola Garganta
interna,
bulto,
subisse do estômago
ascendente, sensación de, (301II)
Prisão de ventre em viagem
Recto, constipacion, viajar agr.,
(386-III)
IGNATIA:
Cefaléia causada por disfunção vasomotora autonômica, que tem sua
origem na predominância da simpaticotonia. Medicamento psórico, deve agir
sobre este comportamento supra-renal acelerado com simpaticotonia e, deste
modo, solucionar a disfunção vasomotora autonômica.
THUYA:
Cefaléia causada por um edema cerebral que tem sua origem na alteração
da permeabilidade capilar. Como protótipo de remédio sicótico, deve agir em
indivíduos sicóticos, que apresentam produção aumentada de hialuronidase. A
hialuronidase desintegra o ácido hialurônico com consequente abertura dos
poros de Pappenheimer, causando o aumento da permeabilidade e assim o
edema cerebral. Thuya deve agir sobre este estado hidrogenóide.
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3. LYCOPODIUM CLAVATUM
Perda de toda a confiança em si
Psiquismo, confianza, falta de, em
si mismo (16-I)
Muito mau humor ao despertar Psiquismo, irritabilidad, despertar,
al (57-III)
Sensação de plenitude depois de
Abdomen, plenitud, comiendo
ter comido
(382-I)
Aumento do figado
Abdomen, hinchazon, higado
(379-III)
Flatulência cuja expulsão alivia
Recto, flatos, mej. (396-I)
Comparação fisiopatológica entre Lycopodium e Mercurius
LYCOPODIUM:
Fisiopatologicamente,
a
auto
e
hetero-intoxicação
crônica,
o
comportamento supra-renal acelerado com simpaticotonia e aumento
da secreção hormonal (Cortisol) causam a insuficiência hepática. Na
tentativa
de
compensar
as
funções
prejudicadas
do
fígado
(funções
metabólicas, desintoxicantes e circulatórias) deve surgir hiperplasia do
parenquima hepático com aumento do tamanho do fígado..
MERCURIUS:
O aumento do figado (provavelmente na fase de esteatose) é causada pela
falha do hepatócito em muitas de suas funções: O armazenamento de
glicogênio e as funções desintoxicantes (toxinas como álcool, nitrobenzol,
ácido dianídrico e outras) são comprometidas. Protótipo do medicamento
sifilínico.
4. NUX-VOMICA
Irritabilidade
depois
das Psiquismo irritabilidad, comiendo,
refeições
después (58-II)
Dorme para acordar por volta Sueño, despertar, 3 horas (730das 3 horas
III)
Cefaléia após frio
Cabeza, dolor, frío, por tomar
(119-III)
Náuseas constantes
Estomago, nauseas, constantes
(339-I)
Hemorróidas internas
Recto, hemorroides, internas (397-I)
Comparação fisiopatológica entre Nux-vomica e Pulsatilla
NUX-VOMICA:
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As hemorróidas internas são duras e doloridas, causadas pela insuficiência
hepática com congestão porta devido à função circulatória prejudicada
do fígado.
PULSATILLA:
As
hemorróidas
causadas
pelo
(sicótico,
aumento
predominantemente),
de
hialuronidase,
são
grandes,
provocando
moles
aumento
e
da
permeabilidade do vaso. As paredes dos vasos sanguineos ficam frágeis
causando as hemorróidas
5. SULPHUR
Impaciente sobretudo pela manhã Psiquismo, Impaciencia, mañana
(48-III)
Brusca sensação de fraqueza às Generalidades, debilidad, 11 hs.
11 horas de manhã
(824 III)
Amígdalas inchadas
Garganta
interna,
hinchazon,
amigdalas (307-III)
Diarréia imperiosa pelas 5 horas Recto, diarrea, despertándose
da manhã
com urgencia, 5 hs. (387 III)
Pele pruriginosa agrava no calor Piel, prurito, calor, al entrar en la
da cama
cama (802 III)
Comparação fisiopatológica entre Sulphur e Phosphorus
SULPHUR:
A Hiperplasia das amígdalas é provocada, principalmente, pela toxina exógena
(bactérias). Em seguir surgirão placas brancas (pus) nas amígdalas. Cada infecção
no organismo traz consigo aumento do metabolismo catabólico das proteínas
com acumulo de produtos finais deste processo.
PHOSPHORUS:
A hiperplasia da (protótipo do remédio tuberculínico), é causada pela toxina
endógena .A amígdala torna-se inchada, hiperemeada, mas sempre sem pus.
Especialmente
crianças
na
fase
linfática,
com
insuficiência
do
sistema
reticuloendotelial do fígado, ou seja, com déficit das células fagocitárias de Kuppfer,
vão enfrentar uma sobrecarga toxínica com reação do sistema linfático. As toxinas
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ultrapassam as paredes dos sinusoidais entrando em contato com a linfa e
provocando um aumento da função glandular e de filtragem de certas
glândulas como a adenóide e a amígdala.
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