- AESabesp

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Ano XII - Nº 41 - Abril / Maio / Junho de 2011
XXII Encontro Técnico AESabesp
Fenasan 2011
Sob o tema “Saneamento ambiental – A qualidade de vida no Planeta”,
este evento conta com 90 palestras técnicas e 12 mesas redondas
e reúne as importantes empresas do setor.
Excesso na
macrometrópole
pág. 10
A explosão demográfica, abastecimento
de água, esgotamento sanitário e controle
de enchentes são pontos nevrálgicos
na mancha urbana que constitui a
macrometropole de São Paulo.
Plano Diretor da
Secretaria
pág. 12
Entrevista com o secretário estadual
de Saneamento e Recursos Hídricos,
Edson Giriboni, aborda o Plano Diretor de
Aproveitamento dos Recursos Hídricos
da Macrometrópole Paulista.
Confira também:
A Nova Resolução Conama: o que mudou?
Presidente do CREA SP fala sobre a atual
importância da engenharia
■■ O superintendente do DAEE fala sobre o
controle de enchentes na RMSP
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Linha Ligação
Predial TIGRE
A solução definitiva
para evitar o desperdício
de água.
UMA – Unidade de
Medição de Água TIGRE
A maneira mais prática, segura e
moderna de medir o fluxo de água.
De acordo com
m a norma
no
NTS 195 dda Sabesp.
Tê de Serviço TIGRE
Estanqueidade garantida e
instalação simplificada.
De acordo com a norma NBR 15803.
QUEM USA TIGRE
É AUTORIDADE NO ASSUNTO
Quem usa Linha Ligação Predial TIGRE é autoridade no assunto. O Tê de
Serviço é uma solução inteligente para derivar a linha de distribuição de água para
o consumidor final, com garantia de estanqueidade, e a UMA (Unidade de Medição
de Água) facilita o controle e a medição do fluxo de água entregue à unidade de
habitação e evita vazamentos e desperdícios. São mais duas soluções inovadoras e de
alta tecnologia da TIGRE para os seus projetos.
Editorial
Fenasan fortalece a nossa efetiva
representatividade no setor
Nesta XXII edição da Fenasan e Encontro Técnico AESabesp, que coincidem com as bodas de prata da nossa
entidade, a nossa gestão tem o privilégio de vivenciar a
consolidação da força que ela representa no segmento
do saneamento ambiental.
O aumento do número de trabalhos técnicos, a
cada congresso que realizamos, nos obriga a adotarmos critérios cada vez mais restritivos, validando os
bons trabalhos que representam a inovação tecnológica, a boa técnica, a qualidade e sustentabilidade social
e ambiental.
Neste ano de 2011, temos a grata satisfação de
constatar que a Fenasan e o Encontro Técnico AESabesp estão consolidados na agenda nacional e internacional, como os eventos mais importantes no segmento do saneamento ambiental que adota como premissa
a sustentabilidade.
Tanto é verdade que neste ano, mesmo com a mudança para o Pavilhão Branco do Expo Center Norte,
com espaço maior, tivemos a surpresa de verificar,
antecipadamente, que esgotamos os espaços para os
estandes ainda em fevereiro, a sete meses do evento.
Os espaços esgotados antecipadamente nos permitem ousar na perspectiva de que devemos aumentar
novamente o espaço para estandes na feira de 2012,
haja vista que o número de empresas que deixaram de
participar neste ano é significativo.
Com certeza, o ápice desta gestão foi o reconhecimento da nossa condição de OSCIP no parecer jurídico
da prefeitura do município de São Paulo, nos garantindo a isenção de tributação das atividades desenvolvidas na nossa Fenasan e Encontro Técnico.
Daqui em diante, embasado neste parecer jurídico,
a nossa AESabesp poderá transitar com mais segurança na busca de projetos e linhas de recursos destinados
aos projetos socioambientais, à conscientização e educação ambiental, ao saneamento ambiental e à preservação do meio ambiente, contribuindo firmemente em
prol da qualidade de vida do planeta.
Este reconhecimento permitirá também, aos nossos investidores, o cumprimento do propósito de estar
contribuindo com os projetos sócioambientais e a pre-
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servação do meio ambiente, por meio dos seus produtos e serviços.
A XXII Fenasan e Encontro Técnico, por todas essas razões, já garantem a seus investidores uma perspectiva de sucesso maior que a edição anterior, haja
vista a superação de nossas melhores perspectivas de
ocupação e interesse do setor. A iniciativa é ousada,
entretanto o curso dos acontecimentos demonstra que
estamos dando os passos certos, o que pode garantir
aos nossos parceiros a melhor oportunidade de negócios no segmento do saneamento ambiental.
Esta edição, que está sendo especialmente distribuída durante a Fenasan 2011, ainda traz mais dois temas
muito pertinentes ao setor de saneamento ambiental:
O saneamento na Macrometrópole - com especialistas discorrendo sobre o plano de recursos hídricos
para a Macrometrópole paulista e importantes tópicos
urbanos como drenagem e abastecimento;
Nova Resolução Conama - com a abordagem
desta nova Resolução, que dispõe sobre condições,
parâmetros, padrões e diretrizes para gestão do lançamento de efluentes em corpos d’água receptores.
A Revista Saneas registra o empenho desta gestão,
que tem o privilégio de contar com seleto grupo de
conselheiros totalmente comprometido com o sucesso
da nossa entidade, que permite que trabalhemos com
seriedade e segurança, avançando a cada passo de forma firme e consciente do que representamos na seara
do saneamento básico e ambiental.
Hiroshi Ietsugu
Presidente da AESabesp
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Índice
Expediente
Saneas é uma publicação técnica trimestral da
Associação dos Engenheiros da Sabesp
Diretoria Executiva:
Presidente - Hiroshi Ietsugu
Vice-Presidente - Walter Antonio Orsatti
1º Diretor Secretário - Nizar Qbar
2º Diretor Secretário - Choji Ohara
1º Diretor Financeiro - Yazid Naked
2º Diretor Financeiro - Nélson Luiz Stábile
Diretoria Adjunta:
Diretor Cultural - Olavo Alberto Prates Sachs
Diretor de Esportes - Evandro Nunes de Oliveira
Diretor de Marketing - Reynaldo Eduardo Young Ribeiro
Diretor de Pólos - Helieder Rosa Zanelli
Diretor de Projetos Socioambientais - Luis Eduardo Pires Regadas
Diretor Técnico - Walter Antonio Orsatti
Diretora Social - Viviana Marli Nogueira A. Borges
(Em memória: Cecília Takahashi Votta)
05 XXII Encontro Técnico
matéria tema
AESabesp - Fenasan 2011
10 macrometrópole
São Paulo: a primeira macrometrópole do hemisfério sul
12 ENTREVISTA
Entrevista com o secretário Edson Giriboni
17 PONTO DE VISTA
O controle de enchentes na Região Metropolitana de São Paulo
19 VISÃO DE MERCADO
A importância da engenharia para o progresso do Brasil
ARTIGOs TÉCNICOs
21 O abastecimento de água da Rmsp e o controle de perdas
23 Áreas de controle e recorrência de vazamentos nas redes de distribuição - o combate
às perdas reais
ESPECIAL
31 A nova resolução Conama 430/2011
32 A nova resolução Conama: avanço ou retrocesso para o desenvolvimento ambiental
e urbano?
SUSTENTABILIDADE
38 Projeto de neutralização de carbono AESabesp
38 O destaque da nossa carteira de projetos
40 AESabesp realizará curso de Perícia Ambiental
41 PONTO DE VISTA JURÍDICO
A natureza jurídica de uma associação totalmente voltada à sociedade
43 prêmio aesabesp 2011
Novos conceitos para a premiação do Troféu AESabesp na Fenasan 2011
46 Acontece no setor
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Conselho Deliberativo:
Amauri Pollachi, Cid Barbosa Lima Junior, Choji Ohara, Eduardo Natel
Patricio, Gert Wolgang Kaminski, Gilberto Alves Martins, Gilberto Margarido
Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, Hiroshi Ietsugu, João Augusto Poeta, Marcos
Clébio de Paula, Nélson Luiz Stábile, Nizar Qbar, Olavo Alberto Prates Sachs, Paulo
Eugênio de Carvalho Corrêa, Pérsio Faulim de Menezes, Reynaldo Eduardo Young
Ribeiro, Sonia Maria Nogueira e Silva, Viviana Marli Nogueira A. Borges, Walter
Antonio Orsatti e Yazid Naked.
Conselho Fiscal:
Carlos Alberto de Carvalho, José Carlos Vilela e Ovanir Marchenta Filho
Conselho Editorial: Luiz Henrique Peres (Coordenador),
João Augusto Poeta, Luiz Eduardo Pires Regadas e Maria Aparecida dos Santos
Fundo Editorial:
Márcia de Araújo Barbosa Nunes (Coordenadora)
Alex Orellana, Celso Roberto Alves da Silva, José Marcio Carioca,
Luis Eduardo Pires Regadas, Paulo Rogério Guilhem, Robson Fontes da Costa.
Coordenador do Site: Jônatas Isidoro da Silva
Pólos AESabesp da Região Metropolitana - RMSP
Coordenador dos Pólos da RMSP - Robson Fontes da Costa
Pólo AESabesp Costa Carvalho e Centro Maria Aparecida S. de Paula Santos
Pólo AESabesp Leste - Nélson César Menetti
Pólo AESabesp Norte - Sebastião Matos de Carvalho
Pólo AESabesp Oeste - Francisco Marcelo Menezes
Pólo AESabesp Ponte Pequena - João Augusto Poeta
Pólo AESabesp Sul - Paulo Ivan M. Franceschi
Pólos AESabesp Regionais
Coordenador dos Pólos Regionais - José Galvão de F. R. e Carvalho
Pólo AESabesp Botucatu - Rogélio Costa Chrispim
Pólo AESabesp Caraguatatuba - Silvio Antunes
Pólo AESabesp Franca - Antonio Carlos Gianotti
Pólo AESabesp Lins - Marco Aurélio Saraiva Chakur
Pólo AESabesp Presidente Prudente - Gilmar José Peixoto
Pólo AESabesp Vale do Paraíba - Sérgio Domingos Ferreira
Coordenação do XXII Encontro Técnico AESABESP e Fenasan 2011:
Olavo Alberto Prates Sachs e Walter Antonio Orsatti
Comissão Organizadora:
Gilberto Alves Martins, Hiroshi Ietsugu, Luis Eduardo Pires Regadas, Maria
Aparecida Silva de Paula Santos, Nélson César Menetti, Nizar Qbar, Olavo Alberto
Prates Sachs, Osvaldo Ioshio Niida, Regina Mei Silveira Onofre, Reynaldo E. Young
Ribeiro, Tarciso Luis Nagatani e Walter Antonio Orsatti.
Órgão Informativo da Associação dos Engenheiros da Sabesp
Jornalista Responsável:
Maria Lúcia S. Andrade – MTb. 16081
PROJETO VISUAL GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Neopix Design
[email protected]
www.neopixdesign.com.br
Associação dos Engenheiros da Sabesp
Rua Treze de Maio, 1642, casa 1
Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP
Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484
Fax: (11) 3141 9041
[email protected]
www.aesabesp.org.br
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matéria tema
XXII Encontro Técnico
XXII Feira Nacional de
Saneamento e Meio Ambiente
Congresso Nacional de
Saneamento e Meio Ambiente
XXII Encontro Técnico AESabesp
Fenasan 2011
O maior evento de saneamento ambiental na AL
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matéria tema
A AESabesp (Associação dos Engenheiros da Sabesp) realiza, nos dias 01, 02 e 03 de agosto, a sua 22ª
edição da Fenasan (Feira Nacional de Saneamento e
Meio Ambiente), com horário de visitação gratuita das
13 às 20 horas, e seu XXII Encontro Técnico, com horário de programação das 9 às 18 horas, no Expo Center
Norte (Pavilhão Branco), em São Paulo – SP.
Sob o tema “Saneamento ambiental – A qualidade
de vida no Planeta”, o evento é considerado como o
mais importante do setor na América Latina e conseguiu que a sua área de exposição fosse 100% otimizada, logo no início do ano.
Para a Fenasan 2011, confirmaram suas participações 194 expositores / investidores, geralmente empresas fabricantes de equipamentos para o setor, criadoras
de programas de desenvolvimento da área, prestadoras
de serviços e de demais segmentos complementares à
esfera do saneamento.
Praticamente, as mais importantes empresas nacionais que atuam no setor de saneamento, além de
representantes brasileiros de vários grupos internacionais, como Amanco, Amitech, ITT Water, Saint-Gobain,
Tigre ADS, Valloy, entre outros, escolheram a Fenasan
2011, para divulgar a sua linha de produtos e serviços.
Mas também é crescente o interesse de empresas sediadas fora do Brasil. Dentro desse perfil, destacamos
as seguintes presenças 100% internacionais em 2011:
Bänninger Kunststoff Produkte G.m.b.H. (Alemanha);
Dogus Vana ve Dokum Ltd. Sti. - DVD Valves (Turquia); Mirab Co. (Irã); HCP Pump Manufacturer Co.,
Inc. (Taiwan); Politejo (Portugal) e Waterleau Group
NV (Bélgica).
Devido à grande procura de investidores (expositores) em 2010, houve um considerável aumento de
espaço em 2011, com a migração do Pavilhão Amarelo
para o Pavilhão Branco do Expo Center Norte. A área
total da Feira de 8.828 foi para 13.272 m² e a área
expositora de 3.471 m² para 5.687 m². E para atender
o crescimento da demanda, a AESabesp, em 2012, fará
o evento nos 17.042m² da extensão total do Pavilhão
Branco, que já conta com grande parte dos espaços
reservados para a próxima edição.
Facilitação de transporte
e consciência ambiental
A entrada na Feira é gratuita e espera-se a circulação
em torno de 12.000 visitantes. O perfil do público da
Fenasan, de forma geral, é formado por executivos,
técnicos, empresários, estudantes, gestores e pesquisadores, resultando numa das visitações mais qualificadas dentre as realizações do setor.
Os congressistas e visitantes do evento poderão
utilizar as Vans oferecidas pela AESabesp, que serão
colocadas na Estação Tietê do Metrô, situada na Avenida Cruzeiro do Sul, 1800, no bairro de Vila Guilherme, como transporte gratuito de ida e volta ao Expo
Center Norte.
Esta ação faz parte de um projeto próprio e diferenciado de neutralização de carbono, com o objetivo
de mobilizar os participantes na contribuição para a
percepção, compreensão e participação efetiva na melhoria da qualidade de vida local em sintonia com as
urgências globais.
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As ações propostas no escopo deste Projeto são
mais de conscientização do que de quantificação do
consumo de carbono. Dentro desse contexto, também
serão demonstrados os benefícios alcançados pelas
práticas de utilizar materiais sustentáveis nas montagens de estandes, diminuir a distribuição de impressos,
reduzir do uso de energia, consumir água com racionalidade, reciclar resíduos com destinação sustentável,
estimular o não fornecimento de matérias descartáveis, como copo, talheres, pratos e demais recipientes.
Durante o evento, essas práticas serão continuamente
sugeridas e depois do evento será feito o cálculo comparativo de quanto se conseguiu lucrar ambientalmente, por meio desses incentivos.
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matéria tema
Temas e palestras
O XXII Encontro Técnico AESabesp contará com 90 palestras técnicas e 12 mesas redondas, com abordagem
para os seguintes temas:
■■ Produto químico: herói e vilão.
■■ Propriedade intelectual no setor de saneamento
ambiental.
■■ Aplicação da legislação de proteção aos mananciais.
■■ A necessidade de ampliação de obras na macrometrópole de São Paulo.
■■ Uso racional da água – evolução e comprometimento dos municípios.
■■ A aplicação da Governança Colaborativa na solução de questões técnicas do setor de saneamento.
■■ A qualidade dos empreendimentos nas companhias
de saneamento.
■■ Pesquisa e inovação tecnológica no setor de saneamento ambiental
■■ Mudanças climáticas e as interfaces com o saneamento.
■■ Plano municipal de saneamento – lei 11445.
■■ Saneamento e habitação – a necessária integração
■■ A tecnologia como ferramenta de gestão e ganhos
de eficiência e produtividade no saneamento ambiental.
A grade completa da
programação do congresso
pode ser vista no site
www.fenasan.com.br
palestras de
encerramento
serão destaques no
encontro técnico
Qualidade de vida: perspectiva de 2011 a 2050
Fernando Almeida
No encerramento do
1º dia, 01 de agosto, às
17:30, haverá uma palestra especial com o engenheiro, comunicador,
conferencista e estrategista Fernando Almeida,
uma das maiores referências em sustentabilidade
no país.
Um banho de recursos para o bom
profissional de saneamento
Max Gehringer
Já no encerramento do
2º dia, 02 de agosto,
também às 17:30, haverá uma palestra especial com Max Gehringer
, uma das personalidades
mais conhecidas do País,
principalmente por suas
colunas em revistas, na
rádio CBN e no programa
Fantástico, da TV Globo.
Entidades apoiadoras:
ANA
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS
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Relação das empresas
expositoras/investidoras:
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ABIMAQ Ass. Bras. Ind. Máquinas e Equipamentos
ABS Inds. Bombas Centrífugas
Acquaquímica
Aerzen do Brasil
AG Tech Sistemas
Albrecht Equipamentos Industriais
Allonda Comercial de Geossintéticos Ambientais
Amanco Brasil
Amitech Brazil Tubos
Andritz Separation Indústria e Comércio de
Equipamentos de Filtração
Armco Staco Indústria Metalúrgica
Asperbrás Nordeste Irrigação
Ass. Paulista Emp. Consult. Servs. Saneamento e
Meio Ambiente - APECS
Atlas Copco Brasil
AVK Válvulas do Brasil
Azud Brasil
B & F Dias Indústria e Comércio
Bänninger Kunststoff Produkte
BBL Engenharia Construção e Comércio
Bentley Systems Incorporated
Bermad Brasil Importação e Exportação
Bombas Grundfos do Brasil
Bombas Leão
Borges & Katayama Consultoria e Representações
Bugatti Brasil Válvulas
C.R.I. Bombas Hidráulicas
Caimex Comércio Exterior
Cast Iron Comercial
Centroprojekt do Brasil
Chesco do Brasil
Clean Environment Brasil Engenharia e Comércio
Clorando Comércio de Válvulas para Saneamento
CMR4 Engenharia e Comércio - Caetano Tubos
Coester Automação
Comercial Gonçalves Equipamentos de Medição
Corr Plastik Industrial
Danfoss do Brasil Ind. e Com.
De Nora do Brasil
Degrémont Tratamento de Águas
Delbo Indústria e Comércio de Válvulas
Digicrom Analítica - Digimed
Digitrol Ind. Com .
Dinatécnica Indústria e Comércio
Dogus Vana ve Dokum - DVD Valves
Dositec Bombas Equipamentos e Acessórios
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Ebara Indústrias e Comércio
Ecosan Equipamentos para Saneamento
Edra Saneamento Básico Indústria e Comércio
EEA Empresa de Engenharia Ambiental
Eletrônica Santerno Indústria e Comércio
Emec Brasil Sist. Tratamento de Água
Emicol Eletro Eletrônica
Enasa Engenharia Ind e Com de Materiais e Equip
Saneamento e Meio Ambiente
Enmac Engenharia de Materiais Compostos
Enops Engenharia
EnvironQuip Engenharia de Sistemas Ambientais
Equipar Locações
Ercon Engenharia
ESA Eletrotécnica Santo Amaro
Esco Bombas
Etatron do Brasil Equipamentos para Tratamento
de Água
Famac Indústria de Máquinas
Fast Indústria e Comércio
FGS Brasil Indústria e Comércio
Fibrav Fibra de Vidro de Lambari
FKB Indústria de Equipamentos
Fluid Feeder Indústria e Comércio
FM Indústria e Comércio de Fibras de Vidro
Franklin Electric Indústria de Motobombas
Gaiatec Comércio e Serviço e Automação e
Sistemas do Brasil
GE Intelligent Platforms do Brasil
GEA Sistemas de Resfriamento
Georg Fischer Sistemas de Tubulações
Glass Ind e Com de Bombas Centrífugas e Equip
Gratt Indústria de Máquinas
Guarujá Equipamentos para Saneamento
H2O Ambiental
Haarslev Industries
HCP Pump Manufacturer
Hexis Científica
Hidro Ambiental
Hidroductil Tubos e Conexões
Hidrogeron do Brasil
Hidrosul -Máquinas Hidráulicas Hidrosul
Higra Industrial
Huber do Brasil
Huesker
IFS - Latinifs Tecnologia da Informação
Imap Indústria e Comércio
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Imbil - Ind e Manut. de Bombas ITA
Imperveg Comércio e Prestação de Serviços
Indústria Paulista de Componentes
Infrafort Tubos e Conexões de PVC
Interativa Indústria, Comércio e Representações
Invel Comércio Indústria e Participações
Itech Importação, Exportação e Comércio de
Componentes Eletrônicos
ITT Brasil Equipamentos para Bombeamento e
Tratamento de Água e Efluentes
JCN Comércio e Representações
Joplás Industrial
Kaeser Compressores do Brasil
Kanaflex Indústria de Plásticos
Kemira Chemicals Brasil
Kron Instrumentos Elétricos
KSB Bombas Hidráulicas
DBD Filtros e Serviços - Laffi
Lufersa Indústria e Comércio de Bombas
Submersas
Maccaferri do Brasil
Mann + Hummel Brasil
Máquinas Agrícolas Jacto - Mizumo
Marte Balanças e Aparelhos de Precisão
MC Bauchemie
McElroy Brasil Participações
McFluid Equipamentos Industriais
Miptech Automação Industrial
Mirab
Mission Rubber do Brasil
N. Mello Com. Máq. Hidráulicas - Stanley
Netzsch do Brasil Indústria e Comércio
Niagara Comercial
Nivetec Instrumentação e Controle
Norbra Engineering Administração e Projetos
Novus Produtos Eletrônicos
Nunes Oliveira Máquinas e Ferramentas
Omel Bombas e Compressores
Orbinox Brasil Indústria e Comércio
Petrofisa do Brasil
Phoenix Contact Indústria e Comércio
Pieralisi do Brasil
Policontrol Instrumentos de Controle Ambiental
Indústria e Comércio
Politejo
Poly Easy do Brasil Indústria e Comércio
Porto Seguro Cortes e Furos
Promar Tratamento Anticorrosivo
Prominas Brasil Equipamentos
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■■ Restor Comércio e Manutenção de Equip.
Eletromec.
■■ Robuschi do Brasil Comércio, Importação de
Equipamentos Industriais
■■ Rothenberger do Brasil
■■ Sabesp
■■ Saint - Gobain Canalização
■■ Sampla do Brasil Ind. e Com.de Correias
■■ Sanear Engenharia e Construção
■■ Schneider Eletric do Brasil
■■ Semco Equipamentos Industriais
■■ Sidrasul Sistemas Hidráulicos
■■ Siemens
■■ Sigma Tratamento de Águas
■■ Sitron - Leveltron Equipamentos Industriais
■■ SMV Válvulas Industriais
■■ Sondeq Indústria de Sondas e Equipamentos
■■ Sparsol Indústria e Comércio de Equipamentos
Industriais
■■ Stringal Equipamentos Industriais
■■ Tanks BR Importação e Representação Comercial
■■ Tecitec Indústria e Comércio de Equipamentos
para Filtração e Tratamento de Efluentes
■■ Tigre Tubos e Conexões
■■ T.L. Wolff
■■ Toro Liners do Brasil
■■ Poly Spray
■■ Total Saneamento e Hidráulica Comercial
■■ Tree-Bio Soluções
■■ Unitubos Indústria e Comércio de Conexões
■■ Valloy Indústria e Comércio de Válvulas e
Acessórios
■■ Vaz Bombas Dosadoras
■■ VCW Válvulas Indústria, Comércio e
Representações
■■ VWS Brasil - Veolia Water
■■ Vetro Indústria Comércio Serviços
■■ VI Indústria e Comércio
■■ Viapol
■■ Vibropac Indústria e Comércio de Equipamentos
■■ Vogelsang Brasil
■■ Wam do Brasil Equipamentos Industriais
■■ Wasserlink Comercial
■■ Wastec Brasil Comércio de Produtos Químicos
■■ Waterleau Group
■■ Weatherford Indústria e Comércio
■■ Weir do Brasil
■■ Wustenjet Engenharia, Saneamento e Serviços
■■ Zell Ambiental
■■ Zurich Indústria e Comércio
Saneas
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macrometrópole
São Paulo: a primeira
macrometrópole do hemisfério sul
A macrometrópole de São Paulo é a primeira do hemisfério sul. Este é o termo utilizado para definir a composição entre a Região Metropolitana de São Paulo e a
Região Metropolitana de Campinas, com a unificação
da malha urbana dessas duas cidades, em consequência de seu crescimento geográfico. Também designada
como “metropole expandida” ou a grande “mancha urbana”, a expressão qualifica o crescimento urbano de
uma grande área, com vários municípios. Além de São
Paulo, os exemplos mais conhecidos mundialmente
são Nova Iorque, Tóquio, Xangai e Cidade do México.
As características da denominação “macrometrópole” foram concebidas no começo do século 20 pelo
escocês Patrick Geddes para definir o conglomerado
que cobria parte do noroeste dos Estados Unidos. Esses ajuntamentos tinham para Geddes, considerado o
pai do planejamento urbano, um caráter tenebroso. No
polêmico estudo Bos-Wash, referindo-se à conurbação entre Boston e Washington, ele afirmava que as
metrópoles estavam fadadas à destruição, tornando-se “necrópoles”. Contudo o anunciado risco de morte
deu vez a uma crescente migração para a formação de
grandes centros urbanos.
Beirando a casa dos trinta milhões de habitantes,
a nossa macrometrópole contem quatro aeroportos
(Congonhas, Cumbica, Viracopos e Jundiaí) e o complexo rodoviário mais movimentado do Estado, com
as Rodovias Anhanguera e Bandeirantes. No entremeio fica o parque industrial mais rico do País, que
responde por 65,3% do Produto Interno Bruto estadual ou 22,1% do nacional. Os 65 municípios localizados às margens das rodovias estão interligados. Sua
extensão de 11.698 quilômetros quadrados equivale a
0,27% do território brasileiro, mas abriga mais gente
do que países como Chile, Bélgica e Holanda. Calcula-se que em cada grupo de 100 brasileiros, 12 moram
nessa mancha.
A formação desta macrometrópole tem uma base
histórica, mas a sua construção só foi possível graças
a uma série de progressos da engenharia moderna. No
início do século 20 surgiu a Companhia Paulista de Es-
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Via Anhanguera com a rodovia Bandeirantes em Jundiaí
tradas de Ferro, cujos trens foram responsáveis pelo escoamento do café produzido em isoladas fazendas do
interior. Como em todo o Estado, a cultura cafeeira foi
essencial para o desenvolvimento e urbanização. No
fim da década de 1940, a Via Anhanguera, que ligava
São Paulo a Jundiaí, ainda de terra (o asfaltamento só
veio na década de 60), se firmava como importante
corredor comercial. Na sequência, nos anos 70, muitas indústrias, inclusive multinacionais, decidiram abrir
sedes e galpões ao longo dessa estrada, inclusive para
fugir dos caros aluguéis e da alta tributação da Capital,
mas também com vistas ao surgimento de um mercado em franca expansão: a rica região do oeste paulista.
Esse processo criou mais empregos e aumentou
o fluxo migratório de moradores da Capital para as
cidades menores do interior, que começou a ganhar
características mais urbanas, que se acentuaram com
a conclusão da Rodovia dos Bandeirantes, em 1978,
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macrometrópole
O risco de escassez de água potável para atender
à demanda da macrometrópole pode vir a ser um
empecilho para o seu crescimento.
que intensificou o fluxo do transporte de cargas e de
pessoas, condizente com a nova dimensão econômica
de São Paulo e Campinas.
Contudo, a pujança da urbanização também acenou para migrantes e desempregados da capital. O
resultado imediato foi a invasão de terrenos públicos,
ao longo das rodovias de acesso, formando-se bairros
com ruas em chão de terra, com total precariedade
de serviços. Esse inchaço ainda é o ponto nevrálgico
da infraestrutura da mancha urbana, considerando
uma população que cresceu 180%, do fim dos anos
90 para a década de 2000. Tal explosão demográfica
ganhou novas preocupações, como a distribuição de
água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e transporte público.
Na projeção da Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano), empresa vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Metropolitano,
daqui a alguns anos a macrometrópole deverá ser ainda maior com a conurbação de São Paulo e Campinas
com a Baixada Santista, o Vale do Paraíba e a região
Piracicaba-Limeira, abrangendo 102 municípios.
oito sistemas produtores: o Cantareira, com cinco reservatórios que fornecem até 35 m³/s ou 46,8% da
produção global; o Guarapiranga/Taquacetuba, com
vazão de 13,8 m³/s ou o correspondente a 21,1% da
oferta total; o Alto-Tietê, composto de cinco reservatórios, cuja produção, de 10,4 m³/s, equivale a 16% do
abastecimento de água; o Rio Grande, situado num
braço da represa Billings e responsável pelo suprimento da região do ABC, com 4,8 m³/s ou 7,3% do total; o
Rio Claro, com vazão de 3.8 m³/s ou 5,8% da produção
integral; o Alto e Baixo Cotia, localizado a oeste de São
Paulo, que produz 1 m³/s (3%), e, por último, o ribeirão
Estiva, com participação inferior a 0,1%.
O programa de redução de perdas na distribuição
da Região Metropolitana (veja nossos artigos técnicos)
conseguiu diminuir a quantidade de água distribuída
em 4,3 m³/s, volume suficiente para abastecer 2 milhões de pessoas por dia. Atualmente, estima-se que
25% da produção da Sabesp seja desperdiçada. A meta é limitar as perdas para 14% até 2019.
O risco da escassez de água
O risco de escassez de água potável para atender à
demanda da macrometrópole pode vir a ser um empecilho para o seu crescimento, que conta com a capacidade de produção de 67 metros cúbicos de água por
segundo. Porém, em uma projeção do crescimento da
população da RMSP, contida em estudo desenvolvido
pela Fundação Estadual de Análise de Dados (Seade),
estima-se ser necessário um aumento de vazão anual
de cerca de 500 l/s até 2025.
Para tanto, serão necessários investimentos e
obras. Algumas das mais importantes já estão em andamento, como a ampliação da Estação de Tratamento de Água de Taiaçupeba, na Bacia do Alto Tietê, que
deve acrescentar 5 m³/s ao sistema, e os trabalhos de
reversão no rio Juquiá, que permitirão o aporte de mais
4 m³/s de água no Sistema Produtor São Lourenço, ao
sul da Grande São Paulo.
O abastecimento feito pela Sabesp é gerado em
abril / maio / junho | 2011
Fontes: Portais da Secretaria de Recursos Hídricos, da Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo, da Empresa Paulista de
Planejamento Metropolitano,Wikipédia, Revista Água.
Saneas
11
entrevista
Entrevista com o
secretário Edson Giriboni
Secretário de
Saneamento e
Recursos Hídricos
do Estado de
São Paulo e
deputado estadual.
Engenheiro Civil,
pela Escola
Politécnica da
Universidade de
São Paulo, também
é formado em
Administração
de Empresas,
pela Associação
de Ensino de
Itapetininga,
com Cursos de
Especialização
na Universidade
de Campinas
e Universidade
Federal de Minas
Gerais. Foi
Superintendente
Geral da Fepasa
e vice-prefeito
de Itapetininga,
onde também
ocupou a Secretaria
Municipal de Obras
e Serviços Públicos,
e posteriormente a
Secretaria Municipal
de Indústria e
Desenvolvimento
O que é a Macrometrópole?
Essa macrometrópole compreende então cerca de 180 municípios e abrange uma área geográfica de mais de 50 mil km², cerca de 21% do
Estado. Concentra 83% do PIB estadual (ou 28%
do PIB nacional) e abriga uma população de mais
ou menos 32 milhões de pessoas (75% da população do Estado, ou 16% da população brasileira)
e um índice de urbanização de 97%.
A delimitação dessa área teve como base as
vinculações hídricas existentes, a situação de
quantidade e qualidade das águas, as possibilidades de aproveitamento existentes no interior da
macrometrópole e regiões vizinhas, a dinâmica de
desenvolvimento macrorregional e as perspectivas.
A região geográfica que chamamos de Macrometrópole Paulista ainda não tem uma definição
legal e formalmente instituída, ao contrário de
outros tipos de divisões do estado como as Regiões Administrativas ou UGRHI – Unidades de
Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Para fins do Plano Diretor de Aproveitamento
dos Recursos Hídricos da Macrometrópole Paulista, em elaboração pelo Governo do Estado, a
macrometrópole foi considerada como sendo
composta pelas regiões metropolitanas de São
Paulo (RMSP), Campinas (RMC) e Baixada Santista (RMBS), mais as regiões limítrofes ou adjacentes, que sejam de interesse para o objetivo dos
trabalhos. Estão incluídas nessa macrometrópole,
total ou parcialmente, as principais UGRHIs como
a do Alto Tietê; do Piracicaba, Capivari e Jundiaí;
da Baixada Santista; do Sorocaba e Médio Tietê;
do Paraíba do Sul e Ribeira do Iguape e Litoral Sul.
Quais os principais problemas
relacionados à macrometrópole?
O aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos de interesse da Região Metropolitana de São
Paulo é questão permanente na agenda governa-
Território da Macrometrópole considerada pelo Plano Diretor de Aproveitamento dos
Pardo
Recursos Hídricos da Macrometrópole Paulista
Tietê/Jacaré
Araras
MG
MG
Mogi-Guaçu
RJ
Res.
Funil
Res. Barra
Bonita
Limeira
Res. Salto
Grande
Piracicaba
Médio
Paranapanema
Mantiqueira
Piracicaba/Capivari/Jundiaí
RM Campinas
Guaratingueta
Botucatu
Extrema (MG)
Campinas
Res.
Jaguari
RJ
Taubaté
Res.
Jaguari
Jundiaí
São José
dos Campos
Paraíba do Sul
Res.
Atibainha
Sorocaba e
Médio Tietê
Res.
Juqueri
Res.
Jurumirim
RM São Paulo
Guarulhos
Res. Santa
Branca
Sorocaba
São Paulo
Res.
Paraibuna
Res.
Taiaçupeba
Res.
Biritiba
Alto Tietê
Alto Paranapanema
Res.
Itupararanga
Res. Cachoeira
do França
Res.
Jundiaí
Res. Ponte
Nova
Litoral Norte
Baixada
Santista
Res.
Guarapiranga
Res.
Billings
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Ribeira de Iguape
e Litoral Sul
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12
Saneas
abril / maio / junho | 2011
20
40km
N
entrevista
mental desde a segunda metade da década de 1960,
quando foi proposto o Plano HIBRACE. Graças à orientação daquele plano foram planejadas e implantadas
algumas das mais importantes obras hoje existentes,
como as do Sistema Produtor do Alto Tietê (Barragens
de Ponte Nova, Jundiaí, Taiaçupeba, Biritiba e Paraitinga) e do Sistema Cantareira (Barragens do Jaguari,
Jacarei, Atibainha, Cachoeira e Paiva Castro).
Até aquela época, o suprimento de água, da mesma
forma que os outros investimentos em infraestrutura,
exigia, além da decisão política, recursos financeiros e
capacidade técnica de engenharia.
Nos anos seguintes, com o aumento do crescimento desordenado e baixos investimentos em coleta e
tratamento de esgotos, o aproveitamento de recursos
hídricos da bacia do Alto Tietê tornou-se cada vez mais
difícil. Os mananciais mais próximos aos centros de
consumo foram chegando à exaustão. Isso somado às
crescentes restrições ambientais, aos conflitos pelo uso
da água e às diversificadas exigências legais e sociais
impôs novos parâmetros para o planejamento e para
a tomada de decisão e execução de investimentos em
obras de saneamento e recursos hídricos.
Então, no final dos anos 80, com a política estadual
de recursos hídricos e do saneamento, começou a ser
alterada a forma de atender o abastecimento público. Da atuação clássica centrada na gestão da oferta,
ampliada por meio de obras estruturais sempre que a
demanda expandisse, passou-se a considerar cada vez
mais a gestão da demanda, com o emprego de medidas
não estruturais para reduzir ou adiar as necessidades
de expansão da oferta.
Entretanto, mesmo com a prioridade que vem sendo dada à gestão da demanda, o crescimento da população – por exemplo, da RMSP – mostram que há
necessidade de aporte de uma vazão média de cerca
de 500 l/s, a cada ano.
O último Plano Diretor de Abastecimento de Água
da Região Metropolitana de São Paulo (PDAA), elaborado para o horizonte de 2025, estudou, para o atendimento das demandas dessa região, as possibilidades
de aproveitamento de recursos hídricos na região compreendida pela bacia do Alto Tietê, bacia do rio Piracicaba, vertente marítima (região da Baixada Santista) e
das bacias dos rios Paraíba do Sul, Ribeira de Iguape,
Tietê-Sorocaba e Alto Paranapanema (Jurumirim).
abril / maio / junho | 2011
A partir desses estudos, foram propostas, entre outras ações a ampliação do Sistema Produtor Alto Tietê – SPAT para 15 m³/s, obras futuras no braço do rio
Pequeno(Billings) com ampliação do Sistema Produtor
Rio Grande para 7 m³/s, implantação do novo Sistema
Produtor São Lourenço (Alto Juquiá) e ampliação do
SPAT de 15 para 20 m³/s com reversão dos rios Itapanhaú e Itatinga.
Dessas propostas, só uma foi implantada, que é a
ampliação do Sistema Produtor Alto Tietê – SPAT. Para
a concretização dos demais aproveitamentos haverá
dificuldades técnicas, custos elevados, conflitos potenciais com outros usos e restrições ambientais em razão
da localização em espaços especialmente protegidos
(região de mananciais e Serra do Mar).
Então, o abastecimento da RMSP, de acordo com o
proposto no PDAA, estaria condicionado a reversões de
bacias vizinhas que abrangem uma macrorregião onde
se situam as três Regiões Metropolitanas do Estado (São
Paulo-RMSP, Campinas-RMC e Baixada Santista-RMBS).
Além do peso das demandas futuras e conflitos
envolvendo novos aproveitamentos para a RMSP, é
preciso pensar no dinamismo econômico de toda região da Macrometrópole e nas dificuldades atuais para
expansão industrial que depende de recursos hídricos,
como ocorre na região das bacias dos rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí (PCJ) e Sorocaba e Médio Tietê. Basta
lembrar dos exemplos da REPLAN, que foi obrigada a
estudar barragens de regularização para ampliar sua
captação no rio Jaguari, em Paulínia, e a Toyota que
não pode expandir sua fábrica em Indaiatuba. O intensivo uso da irrigação, em trechos das bacias PCJ e
Sorocaba e Médio Tietê já é palco de conflitos de uso.
Portanto, o plano vai priorizar novas fontes para
o abastecimento público, mas também deve considerar fortemente a garantia de suprimento hídrico para
atender ao desenvolvimento econômico.
Dentre os conflitos de uso das águas desta macrorregião, mais significativos, destaca-se o caso do Sistema
Cantareira, situado na bacia do rio Piracicaba e responsável quase pela metade do abastecimento da RMSP.
Trata-se de um caso emblemático no que se refere a
conflito pelo uso da água, mediante transposição das
águas da bacia do Piracicaba para a bacia do Alto Tietê.
As águas utilizadas no abastecimento público da
RMSP retornam – parcialmente tratadas – para o rio
Saneas
13
entrevista
Tietê na direção de sua jusante e para a Baixada Santista através do Sistema Tietê-Billings-Usina Henry
Borden, configurando um outro tipo de conflito envolvendo a qualidade das águas nas bacias do Alto Tietê,
Piracicaba e Médio Tietê, o abastecimento público da
Baixada Santista, o suprimento do pólo industrial de
Cubatão e a geração hidrelétrica numa região já notoriamente conhecida pela escassez hídrica.
Além disso, o futuro aproveitamento dos rios Itatinga e Itapanhaú, no abastecimento de São Paulo,
precisa respeitar a geração de energia na usina da
Companhia Docas do Estado de São Paulo - CODESP.
Por isso tudo, é urgente definir novas formas de
suprimento de água – inter-regionais, já que extrapolam a esfera de atuação de cada um dos municípios e
da Sabesp – e ações de gerenciamento dos recursos
hídricos para garantir o desenvolvimento regional e
abastecimento público futuro.
Quanto à qualidade das águas, deve ser destacado o impacto das descargas feitas no rio Tietê para o
trecho do Médio Tietê, em função do nível ainda insuficiente do tratamento dos esgotos na bacia do Alto
Tietê, bem como da poluição difusa.
Embora muitas obras de afastamento e tratamento de esgotos já tenham sido construídas nas últimas
duas décadas, com resultados positivos, a carga poluidora ainda é responsável por comprometer todo trecho
médio do rio Tietê, com prejuízos à saúde pública, ao
turismo e à pesca.
O problema da escassez hídrica não é mais exclusivo
da Região Metropolitana de São Paulo e precisa ser estudado em todo território da Macrometrópole Paulista.
O Governo do Estado de São Paulo concluiu que em
função dos diferentes usos e usuários da água e, em
particular, da diversidade de operadores dos sistemas de
saneamento e de inúmeros conflitos que envolvem os
recursos hídricos, o problema requer uma ação de planejamento integrado, que deve ser conduzida diretamente
pelo Governo do Estado, em sintonia com os instrumentos de planejamento das principais políticas públicas.
O que está sendo feito ou planejado?
A preocupação com essa macrorregião originou o decreto estadual número 52.748, de 2008, que instituiu
um Grupo de Trabalho composto pelos Secretários de
Estado titulares das pastas de Economia e Planejamen-
14
Saneas
to, do Meio Ambiente, e de Saneamento e Energia, atual Saneamento e Recursos Hídricos.
O propósito desse grupo é o de revisar e analisar os
planos e estudos existentes, avaliar a situação atual e futura das disponibilidades e demandas dos múltiplos usos
dos recursos hídricos e os possíveis conflitos, e propor
alternativas para resolver e harmonizar interesses.
Os resultados dos censos demográficos feitos pelo
IBGE e as projeções populacionais nele baseadas revelaram que teremos, nos próximos 30 anos, um incremento populacional da ordem de 6 milhões de habitantes, basicamente em áreas urbanas.
A população total da região da Macrometrópole
Paulista, no ano 2035, chegará a cerca de 37 milhões
de habitantes, sendo 36 milhões urbanos.
População Total e Urbana da Macrometrópole

População Total e Urbana da Macrometrópole,
em milhões de hab.
37


34
34
33


36
36
31
30



2008
2018
Total
2025
2035
Urbana
O impacto desse crescimento demográfico será
sentido nos usos diversos da água, principalmente no
abastecimento urbano, nas atividades industriais e na
agricultura irrigada. Atualmente calculamos as demandas totais de água em cerca de 223 m3/s. Desse
valor, quase 50% é destinado ao abastecimento urbano e 31% para fins industriais.
Nos próximos 30 anos calcula-se que a região da
macrometrópole vai demandar mais 60 m3/s de água,
totalizando 283 m3/s, isso se a demanda evoluir de
acordo com a tendência. Dos 60 m3/s, cerca de 25 m3/s
de água serão para abastecimento público, quase que
mais um Sistema Cantareira até o ano 2035.
É importante lembrar que, na prática, o rio desco-
abril / maio / junho | 2011
entrevista
nhece esta separação dos usos “urbano”, “industrial” e
“ de irrigação”. A figura abaixo mostra as tendências de
crescimento das demandas de água nesta macrorregião.
Evolução das Demandas e Cenários
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Demanda Total (Urb + Ind + Irrig) da
Macrometrópole, m3/s

296
283
277
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262
268
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256
242
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239
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
O uso da água é predominantemente urbano, como
se pode verificar na figura abaixo, respondendo por
cerca de 49% da demanda total, no cenário tendencial.
As mudanças neste perfil de usos da água, até o ano
2035, serão pequenas. Ainda neste cenário, a irrigação
crescerá de 20% em 2008 para 22% e o uso urbano
passará de 49% para 47% da demanda total.
Demandas de água do Território da Macrometrópole Paulista

Evolução das demandas
300
250
200

62
57
54
= 60 m³/s
87
82
70
Urbana
 = 25 m³/s
Industrial  = 17 m³/s
Irrigação  = 18 m³/s
100
50
O que é de competência da Secretaria
de Saneamento e Recursos Hídricos?
O Governo do Estado tomou para si, a responsabilidade
de conduzir tecnicamente esses estudos, pois o tema
extrapola a área de atuação de cada uma das Secretarias e das demais instituições envolvidas. Nosso papel,
em conjunto com a coordenação geral da Secretaria de
Planejamento e Desenvolvimento Regional é o de coordenar tecnicamente os trabalhos, com apoio ainda
de técnicos da Secretaria do Meio Ambiente, do DAEE e
da Sabesp, promovendo as articulações com as demais
instituições e instâncias de Governo.
44
79
150



mente promovendo o uso mais racional e o controle de
perdas. Num cenário otimista de efetiva implantação
dessas medidas esperamos que as demandas totais de
água alcancem 251 m3/s – que ainda supera em quase
28 m3/s a demanda atual. Desse déficit de 28 m3/s, o
uso urbano será de apenas 5 m3/s graças às hipóteses
adotadas de implementação do plano de controle de
perdas, o que revela a importância de disseminação da
gestão da demanda.
É urgente, portanto, a implementação de fortes
medidas de gestão de demanda de água – mediante
programas efetivos de controle de perdas, melhoramentos tecnológicos, substituição de equipamentos,
uso racional da água, reúso de efluentes tratados, políticas tarifárias e incentivos fiscais – de forma a reduzir
os novos aportes de água para a Macrometrópole. Há
necessidade também de aperfeiçoar as ações em curso
e propor novas “medidas não estruturais” tais como as
que visam ao controle do uso do solo, o reflorestamento ciliar e a educação ambiental.
109
123
129
134
2018
2025
2035
0
2008
Urbana
Industrial
Irrigação
Por outro lado, num cenário de crescimento socioeconômico decorrente do que podemos chamar de
“megaprojetos”, essa demanda poderá chegar a 296
m3/s, mais de 73 m3/s em relação à situação atual.
Para evitar esse cenário esperamos também uma
ação efetiva na gestão da demanda de água, principal-
abril / maio / junho | 2011
Qual é o impacto dos megaprojetos no
planejamento da Macrometrópole?
Podemos designar de “megaprojetos” as dezenas de
empreendimentos, projetos e intenções de investimentos distribuídos principalmente na Baixada Santista e
Litoral Norte de São Paulo.
São empreendimentos previstos até aproximadamente o ano 2025 e que chegam ao montante de mais de
R$ 200 bilhões e cerca de 200 mil empregos diretos. São
projetos decorrentes das descobertas de petróleo nas camadas pré-sal ao longo da costa das regiões sudeste e sul.
Os portos de Santos e de São Sebastião, que são
as portas de entrada do Estado de São Paulo, também
planejam suas expansões para atender à crescente
Saneas
15
entrevista
economia nacional e às decorrentes exportações, importações e atividades de cabotagem.
São atividades com grande potencial transformador do Litoral Paulista, com efeitos multiplicadores de
renda e emprego por toda a cadeia produtiva.
Pode-se incluir também, nesses megaprojetos, o
trem de alta velocidade ligando os Estados do Rio de
Janeiro e São Paulo, e os investimentos necessários
para eventos como a realização da Copa do Mundo e
as Olimpíadas, estes últimos com reflexos mais generalizados pelo Brasil inteiro, mas que são de natureza
pontual e transitória.
Sem dúvida haverá reflexos no padrão de demandas
de água, principalmente para o uso urbano e industrial,
difíceis de serem calculados em face das incertezas envolvidas. No estudo da Macrometrópole, o cenário de
crescimento econômico incorporou todas essas incertezas, e calculou esse reflexo em cerca de mais 4,7% de
demanda de água, no ano 2035, ou 13 m3/s adicionais
de água, para fins urbanos e industriais.
A atividade de planejamento de recursos hídricos,
na Macrometrópole, torna-se ainda mais importante
diante dessas incertezas, pois, a sua atualização periódica é que possibilitará o ajuste dos rumos.
O horizonte de planejamento da Macrometrópole
é de aproximadamente 25 a 30 anos. Isso quer dizer
que estamos com o “olhar” nessa macrorregião, no ano
2035, para programarmos a necessária infraestrutura de
saneamento e recursos hídricos. Mas, o ideal é atualizar
esse planejamento a cada cinco ou dez anos aproximadamente, visando eventuais correções necessárias.
Em resumo, quais são as principais
conclusões sobre a Macrometrópole?
Já faz tempo que a Região Metropolitana de São Paulo
vem reduzindo o seu ritmo de crescimento demográfico,
mas, em termos absolutos, é sem dúvida área que concentra as grandes demandas de água para usos urbanos.
No entanto, verificou-se que os principais eixos rodoviários para o interior do estado de São Paulo, como
as rodovias Castelo Branco, Anhanguera, Bandeirantes,
Dutra, D. Pedro I, e as rodovias transversais interligando os pólos como Campinas, Jundiaí, Sorocaba, Piracicaba, Limeira, Rio Claro, Itu, Mogi Guaçu, Jacareí e São
José dos Campos, são as regiões que percentualmente
cresceram muito e continuam crescendo.
Se traduzirmos esse crescimento em demandas de
água e se fizermos o cruzamento com as informações
16
Saneas
sobre as disponibilidades hídricas destas regiões, podemos chegar a um mapa de zonas deficitárias em
termos de água para o seu abastecimento – urbano,
industrial e agrícola.
Mananciais Inventariados
Mananciais Inventariados
Aquífero
Guarani
Res. Piraí
Res. Duas Pontes
Res. Jundiuvira
Barra
Bonita
Res. Pedreira
Alguns afluentes
do Paraíba
Res. Campo Limpo
Jurumirim
Jaguari /
Atibainha
Guararema /
Biritiba
Sorocaba-Sarapuí
São Lourenço
Itatinga Itapanhaú
Alto Juquiá
Braço do rio Pequeno
(Billings)
Cascata do Juquiá
Baixo Juquiá (Isoterma)
São Lourencinho /
Mambu / Branco
Capivari-Monos
O estudo ainda não foi completamente concluído,
mas estamos elencando as possibilidades físicas de
múltiplas formas de alocação devida da água nas regiões deficitárias.
Para a Macrometrópole, examinaram-se todos os
aproveitamentos integrados dos recursos hídricos – já
cogitados ou estudados –, como os dos rios Itatinga e
Itapanhaú, na vertente marítima; a bacia do Alto Tietê
e Litoral Sul; a represa de Jurumirim, no Alto Paranapanema; a bacia do rio Sorocaba; a bacia dos rios Juquiá e
Ribeira do Iguape; a bacia dos rios Piracicaba, Capivari
e Jundiaí; a bacia do rio Paraíba do Sul; os recursos
hídricos subterrâneos do aquífero Guarani; e o reservatório de Barra Bonita, no rio Tietê. Como se vê, a preocupação principal foi a de inventariar e esgotar todas
as possibilidades físicas – no entorno e no interior da
Macrometrópole.
A partir de cada uma dessas possibilidades, vantagens e desvantagens, serão então comparadas para
integrar um conjunto de propostas mais promissoras,
que dependam de estudos mais detalhados e aprofundados. Como a região da Macrometrópole é extensa,
e as zonas de deficiência hídrica são difusas, não será
uma única proposta que atenderá as demandas totais
de água dessa macrorregião.
O estudo se encontra, atualmente, na fase de exame acurado de todas essas possibilidades “físicas”
identificadas.
abril / maio / junho | 2011
ponto de vista
Superintendente
do Departamento
de Águas e
Energia Elétrica
do Estado de São
Paulo. Engenheiro
Civil, pela PUC
de Campinas e
pós-graduado em
Administração
de Empresas pela
Fundação Getúlio
Vargas, autor de
vários trabalhos
técnicos publicados
pela Associação
Brasileira
de Normas
Técnicas (ABNT)
e Associação
Nacional de
Transportes
Públicos (ANTP).
O controle de enchentes
na Região Metropolitana
de São Paulo
Por Alceu Segamarchi Júnior
A história da ocupação humana do território da
Região Metropolitana de São Paulo se confunde
com a ocupação das margens e várzeas dos seus
rios. Desde os primeiros povoamentos indígenas,
até as mais recentes expansões da sua mancha
urbana, sempre tivemos os cursos d’água como
linhas mestras desse processo. Ocorre que nem
sempre essa ocupação respeitou os limites impostos pelos processos de cheias associados aos rios
que compõem a Bacia Hidrográfica do Alto Tietê,
em particular dadas as especificidades hidrológicas e geográficas dessa bacia, promovendo a invasão de áreas de várzeas, naturalmente sujeitas a
enchentes a cada estação chuvosa.
abril / maio / junho | 2011
Por isso, nos dias de hoje, a análise e a busca
de soluções de drenagem urbana são um desafio constante na gestão da Região Metropolitana
de São Paulo, que apresenta um cenário marcado
pela diversidade. Segundo dados do Censo 2010
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os 39 municípios da Grande São Paulo
concentram cerca de 20 milhões de habitantes;
uma contingente humano equivalente a cerca
de 50% da população do Estado de São Paulo e
10% da brasileira. A distribuição, por sua vez, não
é uniforme, apresentando enorme grau de diversidade ao longo de uma massa contínua de conurbação altamente impermeabilizada. Algumas
Saneas
17
ponto de vista
áreas apresentam densidades demográficas colocadas entre as maiores do mundo, tal como Diadema,
com mais de 12 mil habitantes por km², ao mesmo
tempo em que apresenta municípios com expressivas
parcelas de seu território inscrita em áreas de proteção permanente e baixos índices de ocupação, como
é o caso de Salesópolis.
Esse quadro altamente diversificado impõe expressivas demandas ao Governo do Estado de São Paulo, em
particular ao DAEE (Departamento de Águas e Energia
Elétrica). Entre elas, sobressai o controle de enchentes
e cheias dos rios da Bacia do Alto Tietê. O DAEE, às
vésperas de seu 60º aniversário, enfrenta diariamente
essa e outras centenas de demandas, contando com
total apoio da Secretaria de Estado de Saneamento e
Recursos Hídricos.
Entre seus projetos prioritários no enfrentamento
das enchentes do Tietê está a busca da recuperação
das áreas originalmente ocupadas pelas águas do rio
a montante da barragem da Penha, dando origem ao
maior parque linear do mundo: o Parque Várzeas do
Tietê, com 75 quilômetros de extensão. O projeto, que
será implantado em três etapas, possibilitará a recuperação e preservação de 107 quilômetros quadrados
de várzeas ao longo de sete municípios: São Paulo,
Guarulhos, Itaquaquecetuba, Suzano, Mogi das Cruzes,
Biritiba Mirim e Salesópolis. Apenas a primeira etapa,
da Barragem da Penha à divisa de São Paulo com Itaquaquecetuba, representará um investimento de US$
200 milhões, dos quais 115 milhões serão financiados
pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento),
amortizados ao longo de 20 anos, e o restante pelo
Estado de São Paulo. Neste trecho, o projeto prevê a
remoção de cerca de 7.200 famílias (aproximadamente 70% do total de remoções) que vivem em áreas de
risco e sua realocação em áreas seguras, em unidades
habitacionais dignas construídas pela CDHU, com toda
a infraestrutura urbana. O projeto do parque, de autoria do arquiteto Ruy Othake, prevê ainda a construção de 33 centros de lazer, esportes e cultura, 7 pólos
turísticos, uma via de trânsito local, unindo os vários
núcleos, e ciclovia com 230 quilômetros de extensão
circundando toda a área.
Além disso, tem sido dada continuidade às ações
previstas no Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia
do Alto Tietê. Implementado em 1998, o programa é
constantemente revisado e atualizado, e já possibilitou
18
Saneas
a construção de 44 piscinões, viabilizando a contenção de mais de 8 bilhões de litros de água das chuvas,
mitigando os efeitos da ocupação desordenada das
várzeas dos rios que formam a bacia. Além disso, a
obra de rebaixamento da calha do rio Tietê, que absorveu um investimento da ordem de 1,7 bilhão de
reais, trouxe um aumento expressivo na capacidade
de vazão do rio, que chegou a triplicar na altura da
foz do rio Aricanduva.
Isso tudo, no entanto, não é suficiente. O controle
de enchentes na Região Metropolitana é um desafio de
extrema complexidade, exigindo atenção permanente.
Por isso, o DAEE mantém uma política de investimentos constantes, por exemplo, nas obras de desassoreamento da calha do Tietê, estando prevista a remoção,
entre 2011 e 2012, de 2,7 milhões de m3 de sedimentos, a serem utilizados no processo de recuperação
ambiental da Cava de Carapicuíba. Também está em
curso a implantação do Piscinão Jaboticabal na região
da chamada “Tríplice Fronteira”, entre os municípios
de São Paulo, São Caetano e São Bernardo do Campo. Este reservatório permitirá a contenção até 900
mil m3 (equivalente a 360 piscinas olímpicas) de água
das chuvas, em uma região historicamente associada
à ocorrência de enchentes, beneficiando mais de 500
mil pessoas.
Para concluir, é fundamental enfatizar a necessidade de envolvimento de todos os segmentos da sociedade e do Estado na tarefa do controle de enchentes na
Região Metropolitana de São Paulo. As diversas esferas
do setor público devem seguir o caminho das parcerias,
no sentido mais republicano da palavra, partilhando
responsabilidades e recursos, excluindo qualquer corte
por conta de colorações partidárias, conforme abordagem determinada pelo Governo do Estado. Assim, é
fundamental o empenho dos municípios na contenção
de ocupações irregulares de áreas alagáveis, bem como
na coleta e destinação de resíduos sólidos. Ao mesmo
tempo, à população incumbe o dever de contribuir
para a coleta desses resíduos adequando sua disposição aos horários determinados para a passagem das
unidades coletoras, no caso do lixo doméstico, e contratando empresas regulares para coleta de entulho e
materiais inservíveis. Somente assim poderemos projetar um futuro livre de enchentes na Região Metropolitana de São Paulo.
abril / maio / junho | 2011
visão de mercado
A importância da Engenharia
para o Progresso do Brasil
Engenheiro
Civil, Presidente
do CREA SP –
Conselho Regional
de Engenharia,
Arquitetura e
Agronomia do
Estado de São
Paulo, da FEBRAE –
Federação Brasileira
das Associações
de Engenharia
e do IPEAMA –
Instituto Paulista
de Engenheiros,
Arquitetos e
Agrônomos
Maçons.
Por José Tadeu da Silva
No ano passado, em Cubatão-SP, Lula, então Presidente do Brasil, afirmou que: “A Engenharia é
que dá a Cara do Progresso e do Desenvolvimento
do Brasil”. Quando pensamos na Macrometrópole,
e nas delicadas questões de saneamento, podemos aplicar a frase do nosso ex-Presidente. Pois
que em tudo o que fazemos e planejamos, está
implícita a participação do engenheiro, do profissional da área tecnológica. Claro que, ao olharmos
o futuro, temos que visualizar a “cara” que o Brasil
terá. Será que nossas escolas estão formando profissionais em quantidade e em qualidade suficiente para “dar conta” da demanda que temos pela
frente? E os nossos profissionais? Será que eles
estão conscientes da importância que têm no futuro e no progresso do país e estão se “reciclando,
abril / maio / junho | 2011
se preparando” para os novos tempos, os novos
desafios, as novas tecnologias?
No mês de junho, realizamos em São Paulo,
a Audiência Pública de acompanhamento das
obras e ações para a Copa do Mundo FIFA 2014.
Os projetos, o desenho da infraestrutura, os novos estádios, aeroportos, em tudo está presente
a inovação, as tecnologias de ponta. E os profissionais brasileiros não tem contato com essas novas maneiras de se projetar e construir. No CREA
SP, que eu tenho a honra de presidir, emitimos o
acervo profissional. Uma espécie de curriculum
dos trabalhos realizados pelos profissionais da
área tecnológica. Para que um profissional possa
participar, por exemplo, de uma concorrência pública, tem que apresentar seu acervo. Em muitos
Saneas
19
visão de mercado
casos, poderemos ter até uma situação de desigualdade. Quem tem acervo técnico para construir um trem
bala? E para o Pré Sal? E para os novos estádios?
A vida é como um carro. Temos que olhar sempre
para a frente. Mas, vez em quando, damos uma espiadinha pelo retrovisor, para ver o que está lá atrás. Para
que possamos evoluir, temos que ter uma história, um
passado, um acervo. É isso que nos forma e nos credencia a superar as dificuldades e os obstáculos de se
construir um novo tempo.
O Brasil caminha a passos largos para ser, na próxima década, a quinta potência mundial. Isso nos enche
de orgulho. Mas não podemos pensar o amanhã se o
hoje está sendo construído sem a inovação tecnológica, sem a sustentabilidade ambiental e social.
Os dados de que dispomos são preocupantes. No
ano que vem, vamos precisar de 300 mil engenheiros
mas as nossas escolas só conseguem formar metade
dessa quantidade. Temos aí um grande déficit de profissionais. E se levarmos em conta a evasão? Dados
da CNI revelam que, nos 1.374 cursos existentes no
país, a evasão é de 80%. Isso quer dizer que, dos 150
mil alunos que ingressam no primeiro ano, somente
30 mil concluem os estudos. É preciso repensar todo
o processo pois não basta acenar com promessas. Temos que motivar os alunos a prosseguirem no curso
que escolheram.
Alguns números que eu recebo, no meu gabinete,
são até assustadores: só 1 em cada 4 engenheiros tem
formação adequada. Isso quer dizer que o Brasil forma
menos de 10 mil engenheiros com competência.
A China forma 400 mil engenheiros por ano. A Índia forma 250 mil e a Coréia do Sul 80 mil. O Brasil está
segurando a lanterninha formando 30 mil.
O Sistema Confea/Crea registra em todo o Brasil um
milhão e quatro mil profissionais. Praticamente a metade está aqui no Estado de São Paulo. Mas esse número
ainda é pequeno. Ainda de acordo com os dados existentes, os cursos universitários em nosso estado formam
anualmente apenas 12 mil profissionais. Se queremos
pensar a Macrometrópole do futuro, temos que encontrar maneiras de estancar esse deficit de profissionais
da área tecnológica. Como não se faz o progresso sem a
engenharia - seremos forçados a importar profissionais.
20
Saneas
O Brasil caminha a passos
largos para ser,
na próxima década, a
quinta potência mundial.
Isso nos enche de orgulho.
Mas não podemos pensar o
amanhã se o hoje está
sendo construído sem a
inovação tecnológica,
sem a sustentabilidade
ambiental e social.
Uma luz no fim do túnel
O cenário, entretanto, é otimista. Nem tudo está perdido. Há uma luz no fim do túnel. De acordo com o MEC,
o número de alunos que ingressam nos cursos de engenharia aumentou 33% entre 2007 e 2009. Por isso,
no dia 05 de julho, o MEC autorizou a criação de 2.700
novas vagas em cursos de graduações de universidades
particulares, priorizando os cursos de engenharia civil.
Os calouros descobriram que podem apostar nessa
área para os próximos anos. Uma grande consultoria
divulgou um estudo animador: Das dez carreiras que
receberam os maiores aumentos de salário no último
ano, sete são especialidades da engenharia. Isso quer
dizer que a profissão está sendo valorizada.
No CREA SP, o maior Conselho de Fiscalização da
América Latina e provavelmente do mundo, criamos o
Crea Jovem, formado por jovens profissionais e que desenvolve ações estratégicas, de abordagem motivadora
com os alunos. Ao mesmo tempo, temos incentivado
as entidades com as quais nos relacionamos, Associações que congregam os profissionais, a promoverem
cursos de capacitação e de reciclagem para permitir
também aos profissionais que estão fora do mercado
possam retornar pois vamos precisar de todos.
Afinal, “Ninguém é melhor do que todos nós
juntos”.
abril / maio / junho | 2011
artigo técnico
O Abastecimento de água da RMSP
e o Controle de Perdas
Por Osvaldo Ioshio Niida
Engenheiro Civil formado em 1980 pela Escola Politécnica - USP
Cursos de Especialização: Administrativa, Gestão de Projetos, Manutenção Produtiva Total e Introdução à Economia na
Fundação Getulio Vargas, Fundação Vanzolini, ABRAMAN (Associação Brasileira de Manutenção) e e FIA (Fundação Instituto de
Administração) - USP (Universidade de São Paulo).
MO - Trabalho no Controle e Eficiência Operacional do Abastecimento e Perdas. Coordenação de grupo de trabalho para
ajustamento dos processos operacionais atendendo à ARSESP. Desenvolvimento do 1º contrato de resultados Controle de
Perdas em Itapevi. MP – Planejamento da Operação e Apoio e na implantação do Programa Controle de Perdas. Definição do
uso social - volumes usados em áreas precárias. Introdução de novas tecnologias no controle e gestão de perdas, incluindo
VRP. MS – Gestão do abastecimento e do controle de perdas. Coordenação de obras do Programa Metropolitano de Água
reduzindo a população sob rodízios de abastecimento (2 milhões de pessoas). MM – Controle da Manutenção. Diagnóstico da
Manutenção RMSP apresentado no Congresso da ABRAMAN e no XXIII Convenção da UPADI - México
A RMSP- Região Metropolitana de São Paulo compreende 39 municípios e uma população total que ultrapassa 20 milhões de habitantes, o que ilustra de forma
cabal o crescimento acelerado e a concentração da população brasileira nas cidades, fato ocorrido nas cinco
décadas do último século. Este crescimento populacional resultou para a RMSP não só a verticalização dos
centros urbanos, mas também o “espalhamento” da
ocupação urbana.
A capacidade dos serviços públicos foi paulatina
e seguidamente sendo superada pela demanda crescente e em regiões cada vez mais longe dos centros
ou núcleos urbanos. Os serviços públicos foram, então
segmentados e os mais dinâmicos foram transformados em empresas de economia mista. Ao final do período dos governos militares essa alternativa foi sendo
enfraquecida pelo questionamento do papel do Estado
na economia e substituída pelo setor privado, sendo as
principais concessionárias privatizadas como as energéticas e telefonia, contudo o saneamento seguiu um
caminho próprio ao manter a concepção empresa de
economia mista.
O saneamento básico teve um percalço de não ter
um caráter nacional e talvez por isso perder interesse
e evidência publica junto às forças políticas. Deve-se
ressaltar que todos os assuntos relativos aos negócios
públicos locais: drenagem urbana, resíduos sólidos
etc, vêm sendo relegados também a um segundo plano. Resultando em degradação da imagem da atividade junto à opinião pública, gerando consequências
inesperadas como o baixo interesse na carreira que se
constata na insuficiente formação de engenheiros.
abril / maio / junho | 2011
A facilidade e a relativa abundância de recursos financeiros provenientes do PLANASA já há muito estavam
se esgotadas restando a utilização do resultado das tarifas a manutenção e outros serviços de custeio, incluindo
mão de obra, além de arcar agora com os investimentos
necessários para suprir o crescimento da RMSP.
Os Serviços de Saneamento em diversos aspectos
se apresentavam degradados e com baixíssima aprovação dos clientes, gerando desgaste e descontentamento dos profissionais. O circulo vicioso da incapacidade
de resolução de problemas e acúmulo de pedidos de
serviços e o sem número de reclamações de diversas
espécies e a baixa capacidade de investimentos da empresa levavam a um quadro de colapso eminente.
Como consequência ou causa os indicadores de
perdas de água indicavam que as estas representavam
quase a metade dos volumes produzidos, mas que poderiam ser maiores, fato explicado pelas faltas de água
e intermitências que mascaravam o indicador. Essa situação atraiu o interesse de grandes corporações em
busca de novos e promissores mercados, o que mobilizou o corpo técnico e entidades no sentido de aceitar
o desafio e atuar na questão.
Criando-se o Programa de Perdas tendo como responsáveis as Unidades de Negócio, sendo contratada
consultoria que classificou as perdas como Físicas (vazamentos) e não-Físicas (sub medição etc.), a definição dos volumes totais produzidos: Macro medição e a
Micro medição resultado das leituras dos hidrômetros.
Sendo importante ressaltar o uso do banco de dados
da comercial. Criando assim os primeiros controles e
sistema singelo de controle de perdas - SIMM.
Saneas
21
artigo técnico
A decisão estratégica de atuar prioritariamente nas
perdas físicas se mostrou acertada e correta por contar
com sistemas e banco de dados, através do qual, foi
possível definir indicadores e sistemáticas de controle e acompanhamento da recuperação obtida com a
troca de medidores, surgiram sistemas específicos para
controle de consumo e troca de hidrômetro possibilitando planejar as metas e recuperação no âmbito das
perdas aparentes.
As principais ações no controle do processo comercial foram:
■■ Ação sobre o mercado fornecedor de medidores
obtendo ganho tecnológico e na precisão e a redução significativa no preço;
■■ TACE que obteve ganhos expressivos no processo
de leitura e apuração de consumo e entrega da
conta no ato;
■■ SGH que recebeu o aporte dos diversos sistemas
locais e é voltado à troca focada para o resultado
dos hidrômetros.
Perdas Reais
Nas perdas Reais o aporte tecnológico da
“Pitometer” – Empresa de origem americana que trouxe as primeiras inovações na instrumentação e sistemas de apoio á medição e equipamentos de pesquisa
em vazamentos, já apresentava desgaste e uma certa
obsolescência ao se avaliar a defasagem tecnológica
entre o trabalho local e os principais pólos de desenvolvimento em controle de perdas a nível mundial.
A vertente britânica apresentou-se como uma alternativa viável por ser bastante similar às condições
da rede e em termos de custos. As condições mais degradadas da rede permitiram medidas mais ousadas
em termos de redução e controle de pressão que foram
citadas como método brasileiro. O prof. Allan Lambert
em sua primeira estada no Brasil trouxe toda metodologia e sistemas de avaliação, diagnóstico e uma nova
abordagem para conceituar as perdas:
■■ Indicadores percentuais não representam de forma
precisa o controle e tem pouca sensibilidade no
acompanhamento de ações;
■■ Indicadores volumétricos por ligação são mais condizentes à realidade da RMSP;
■■ Indicadores de infra-estrutura, pressão operacional
e relacionamento com as condições locais de prover água;
22
Saneas
■■ Matriz Hídrica para acompanhamento e gestão do
programa de perdas.
■■ O diagrama das Perdas Reais ou “Cruz de Lambert”
referência e define em linhas gerais o trabalho de
redução e controle de Perdas sendo o ponto de partida e a continuação cíclica do trabalho de revisão
permanente das Perdas. No âmbito das Perdas Reais as contribuições mais significativas:
■■ Atualização tecnológica dos equipamentos acústicos de pesquisa de vazamentos;
■■ Certificação profissional de técnicos em pesquisa
acústica;
■■ Agilidade e maior rapidez no conserto de vazamentos;
■■ Gestão de Pressões através de VRPs – Válvulas Redutoras de Pressão;
■■ Desenvolvimento de materiais peças e ferramentas.
O advento do GIS abriu uma série de novas possibilidades de gestão e controle de perdas reais como
o direcionamento da pesquisa em áreas onde os indicadores apresentam ganhos mais promissores. A
abordagem de estudar-se as perdas por blocos chegou através do convênio com a “JICA – Japan International Cooperation Agency”, esta tem sido uma
referência no aspecto da formação e capacitação da
mão-de-obra, desenvolvimento do mercado de materiais e os aspectos de fomento e a formação da engenharia em abastecimento e controle de perdas.
Essa cooperação é especialmente produtiva ao encontrar um desenvolvimento da organização onde o
benchmark feito nas companhias japonesas encontra
paralelo e aplicabilidade quase que imediata e os resultados se mostram consistentes e com permanência.
O controle de perdas percorreu um longo caminho fazendo parte do processo de operação e manutenção e engenharia das empresas e serviços de Saneamento de forma permanente e definitiva, sendo
parte fundamental para a preservação dos recursos
naturais e o atendimento às demandas de abastecimento das cidades.
abril / maio / junho | 2011
artigo técnico
Áreas de controle e
recorrência de vazamentos
nas redes de distribuição O Combate as Perdas Reais
Por Robson Fontes da Costa
Engenheiro Civil pela UNICSUL/SP, Tecnólogo em Obras Hidráulicas pela FATEC/SP e Pós Graduado em Engenharia de
Saneamento Básico pela FSP/USP e Engenharia de Projeto de Válvulas Industriais pela POLI/USP e Mestrando em Tecnologias
Ambientais pela CEETEPS/SP. Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP: Unidade de Negócio
Norte - Rua Conselheiro Saraiva, 519 – Bairro: Santana Cidade de São Paulo – CEP 02037-021 – SP. Tel.: +55 (011) 2971 4100,
E-mail: [email protected] ou [email protected]
RESUMO
Nos Sistemas de Tratamento e Distribuição de Água,
como em qualquer indústria de transformação, existem
perdas em algumas fases do processo. Desde a captação
até o consumidor final, existem vários tipos de perdas,
geradas em sua maioria por manutenções, operações,
aplicação de materiais e tecnologias inadequadas.
Além de causarem problemas de abastecimento e
prejudicarem a imagem das Companhias de Saneamento, as mesmas aumentam o consumo energético, através dos bombeamentos das redes de abastecimento.
Além disso, as perdas estão vinculadas à eficiência
operacional das mesmas, servindo de parâmetros para
a busca de investimentos juntos as entidades financiadoras além de causar impactos ambientais.
As perdas reais são constituídas pelos vazamentos
que ocorrem nas redes de distribuição, além de extravasamento de reservatórios.
Para um efetivo combate a essas perdas é necessária à subdivisão dos setores de abastecimento em sub-setores denominados área de controle.
Além disso, é necessário o conhecimento das recorrências de vazamentos por setor ou área de controle,
suas causas e medidas preventivas.
Este trabalho apresenta os resultados da aplicação
desta metodologia no setor de abastecimento Jaraguá
e na área de VRP Pauva, na Região Metropolitana de
São Paulo.
A utilização da água para diversos fins relacionados às atividades humanas, tais como abastecimento,
recreação, geração de energia elétrica, irrigação, navegação e diluição de esgotos, a transforma em um
recurso que tem um valor econômico, e como tal exige
abril / maio / junho | 2011
que o seu manejo seja o mais racional possível. Esta
consideração torna-se mais contundente em regiões
onde a disponibilidade de água não supera a demanda
que dela se faz para o atendimento a todos aqueles
possíveis usos.
Ao dimensionarmos um sistema de abastecimento devemos levar em conta parâmetros estatísticos e
medições para o desenvolvimento de um projeto que
atenda a demanda atual e futura, como por exemplo:
■■ Crescimento populacional;
■■ Disponibilidade hídrica;
■■ Topografia;
■■ Índice de Perdas
O índice de perdas é um valor adotado pelo projetista, variando em até 40% do volume disponibilizado,
e que pode alterar significativamente os custos, as dimensões de reservatórios e redes primárias de distribuição.
Em um sistema de abastecimento de água, a ocorrência de vazamentos nas tubulações representa uma
das maiores fontes destas perdas.
É senso comum associar os vazamentos nas tubulações à idéia de perda, desperdício, ineficiência e outros qualitativos que denotam má gestão do sistema.
As consequências mais imediatas dos vazamentos são:
■■ Aumento dos custos de produção e operação, resultando em preços mais elevados da água tratada
ao consumidor.
■■ Riscos maiores de contaminação da água distribuída quando houver despressurização da rede, pela
possibilidade de acesso de agentes nocivos ao interior da tubulação.
■■ Danos ao patrimônio público ou privado, pela de-
Saneas
23
artigo técnico
gradação do sistema viário e comprometimento
das edificações devido a infiltrações de água.
As tubulações da rede de distribuição são enterradas e transportam água sob pressão até os pontos
de consumo junto aos imóveis, onde ocorre a medição
dos volumes através de hidrômetros.
Os vazamentos geralmente afloram à superfície,
sendo então facilmente identificados e posteriormente
corrigidos. Entretanto, em muitos casos os vazamentos
não atingem a superfície do terreno, permanecendo
dias, meses ou anos escoando, totalizando volumes
consideráveis de perdas de água.
Ações como a detecção de vazamentos por método
acústico, instalações de válvulas redutoras de pressão
(VRP), setorização implicam diretamente na diminuição destes volumes e são técnicas já aplicadas nos sistemas de abastecimento.
O grande desafio, portanto e a aplicação das mesmas otimizando as ações e potencializando os resultados. Para isso, uma efetiva gestão de detalhamento
e conhecimento dos setores de abastecimento se faz
necessário.
Pulverizar ações por todo o setor não resultam em
muitas vezes as metas desejadas, visto que em setores
com mais de 60 km de rede a pesquisa de vazamento
pode sofrer pela recorrência de vazamentos, ou seja, a
taxa de surgimento de vazamentos serem maior que o
número de vazamentos locados por ciclo de varredura.
Além disso, setores muito grandes podem demorar meses para que os resultados destas ações possam
surtir afeitos, como a diminuição da vazão diária ou
mesmo da sua vazão mínima noturna. Para isso, as divisões dos setores em sub-setores ou áreas de controle, facilitam não somente o direcionamento das ações
bem como o acompanhamento dos resultados.
ÁREAS DE CONTROLE
Podemos definir áreas de controle como porções de
rede de abastecimento limitadas por válvulas de bloqueio determinadas, isolando seu funcionamento, tendo a sua alimentação principal por um ou mais linhas
de abastecimento.
Outra determinação para área de controle é a subdivisão do setor de abastecimento em menores áreas
como exemplos plantas cadastrais ou quadrículas. Nestes casos o setor não é limitado por válvulas limítrofes,
mas por parâmetros gráficos das redes assentadas.
24
Saneas
Cada setor de abastecimento, portanto é definido
pela área de abrangência de seus reservatórios divididos em uma setorização clássica em zonas altas ou
baixas, feitas pela limitação das pressões estáticas máximas e mínimas. Em alguns casos se faz necessária à
instalação de válvulas redutoras de pressão (VRP) para
a diminuição destas pressões, ou mesmo bombas de
recalque (booster) para aumento da pressão em áreas
com topografias elevadas.
Cada uma destas áreas, portanto podem ser definidas como áreas de controle, limitadas e com redes de
alimentação bem definidas. O acompanhamento das
variações das vazões, associadas a parâmetros como
pressão ou quantidade de vazamentos por quilômetros
(Vaz/km) visíveis e não visíveis às classificam para a determinação de onde iniciaremos as ações de combate
as perdas reais.
RECORRÊNCIAS DE VAZAMENTOS
Outro parâmetro que deve ser determinado nas ações
de combate a perdas através das pesquisas acústicas
de vazamentos e a recorrência de vazamentos ou taxa
natural de surgimento de vazamentos.
Se nenhuma medida corretiva ou preventiva de
combate aos vazamentos for tomada, há a tendência de
um taxa natural de surgimento de vazamentos decorrentes de diversos fatores como a qualidade do material,
variações de pressão, recalques de solo entre outras.
A taxa natural de surgimento de vazamentos representa, então, um valor médio desse crescimento ao
longo do tempo, variando em função das características próprias de cada trecho da rede como mencionado.
Para tanto, um efetivo planejamento e dimensionamento do período de pesquisas deve ser desenvolvido através da determinação desta taxa.
O não conhecimento deste crescimento pode gerar um controle passivo das redes de distribuição, na
medida em que a cada manutenção realizada, decorre do surgimento de uma nova ocorrência. Desta, um
controle ativo é aquele em que as pesquisas de vazamentos superem esta taxa de forma a praticarmos manutenções preventivas.
A figura 01 representa esta situação:
abril / maio / junho | 2011
artigo técnico
MATERIAIS E MÉTODOS
Após a divisão do setor verificou-se, através dos
históricos de apontamentos de pesquisas anteriores a
quantidade de vazamentos por quilômetro (vaz/km),
por quadrícula, o que determinou a prioridade de geofonamento.
O acompanhamento diário destes apontamentos
facilitou não somente este direcionamento, bem como
a confecção de mapas temáticos como os das pressões
dinâmicas medidas durante a campanha de pesquisas. A figura 03 representa um destes mapas com o
destaque para as quadriculas que apresentaram maior
concentração de vazamentos não visíveis apontados e
confirmados na execução.
Para o acompanhamento e direcionamento das ações
de pesquisa de vazamentos no setor de abastecimento
Jaraguá, localizado no extremo norte da cidade de São
Paulo, utilizamos os seguintes critérios:
■■ Divisão do setor de abastecimento por quadrícula;
■■ Acompanhamento das pesquisas por quadricula;
■■ Levantamento de dados de pressão e ocorrências
por quadrícula;
■■ Elaboração de mapa de pressão;
■■ Levantamento histórico das pesquisas de vazamentos por método acústico de fevereiro/07 a fevereiro/08.
Figura 03 – Mapa Temático de Vazamentos Não Visíveis
Executados no Setor Jaraguá
Figura 01 – Gráfico de Recorrências de Vazamentos
QUADRÍCULAS
Por se tratar de um grande setor de abastecimento com aproximadamente 455 km de rede e possuir
apenas macromedição na entrada do seu reservatório,
adotou-se para o acompanhamento de direcionamento das ações de pesquisa de vazamentos não visíveis à
divisão do setor por quadrículas. Estas quadriculas, são
a representação gráfica das redes fornecidas através do
geo-referenciamento de suas redes de abastecimento
fornecido pelo sistema SIGNOS da Sabesp, conforme a
figura 02 abaixo.
Porém, as análises destes mapas devem levar em
conta o fato da quilometragem de rede de cada quadricula associada à densidade de ligações, ou seja, uma
quadrícula com uma concentração de vazamentos
muito elevada não significa que seja prioritária em
comparação com outra de menor quilometragem, visto que a quantidade de vazamentos por quilometro
desta segunda será maior que a da primeira. Com isso
podemos então, associados a estas informações, classificar por Parretto, as quadriculas prioritárias. A figura
04 representa um destes gráficos, no qual podemos
notar que, apesar de algumas quadrículas, possuírem
uma maior quantidade de vazamentos, não foi classificado com maior relevância.
Figura 02 – Quadricula de Manobra, Setor Jaraguá (Fonte:
Sabesp – MNEP/2009)
abril / maio / junho | 2011
Saneas
25
artigo técnico
Pode-se perceber uma diminuição da quantidade
de vazamentos apontados entre a primeira e a segunda
varredura, mesmo tendo sendo pesquisado 9% a mais
em extensão de rede.
O gráfico da figura 05 demonstra estas diferenças.
Figura 04 – Gráfico de Parretto por Quadrícula no Setor
Jaraguá
ESTUDO DE RECORRÊNCIAS DE VAZAMENTOS
NO SETOR JARAGUA
Figura 05 – Ciclos de Pesquisas no Setor Jaraguá
Para a determinação do estudo de recorrências no setor, buscou-se o histórico de varredura realizado no período de fevereiro a abril de 2007, conforme a tabela 01.
Para um efetivo acompanhamento das recorrências de vazamentos, ao final do segundo ciclo diminuímos o período de retorno realizando re-pesquisas
nas áreas, com intervalos de apenas um mês entre as
mesmas. Repetimos o processo em uma segunda re-pesquisa, direcionando para as áreas prioritárias. As
tabelas 03 e 04 demonstram respectivamente os resultados apontados.
Tabela 01 – Primeiro Ciclo de Pesquisa
Período
Km
Ramal Ferrule
Pesquisada
Rede
Total
Fev/07
48,71
113
33
6
152
Mar/07
92,30
161
56
10
227
Abr/07
55,77
116
50
16
182
Total
196,78
390
139
32
561
Vaz/km
2,85
O segundo ciclo ocorreu cinco meses depois do
primeiro ciclo e suas ações já foram direcionadas as
quadriculas já classificadas anteriormente pelo gráfico
de Parretto. A tabela 02 demonstra os resultados deste
segundo ciclo de pesquisas.
Km
Ramal Ferrule
Pesquisada
Rede
Total
Out/07
84,95
55
69
-
124
Nov/07
89,90
93
63
7
163
Dez/07
40,57
20
13
-
33
Total
215,42
168
145
7
320
Vaz/km
1,5
26
Saneas
Período
Km
Ramal Ferrule
Pesquisada
Rede
Total
Jan/08
118,80
87
92
5
184
Fev/08
143,40
106
53
8
167
Total
262,20
193
145
13
351
Vaz/km
1,4
Rede
Total
Tabela 04 – Segundo Ciclo de Re-Pesquisa
Período
Tabela 02 – Segundo Ciclo de Pesquisa
Período
Tabela 03 – Primeiro Ciclo de Re-Pesquisa
Km
Ramal Ferrule
Pesquisada
Fev/08
153,23
182
-
2
184
Total
153,23
182
-
2
184
Vaz/km
1,2
Dentre os vazamentos apontados na segunda varredura e na primeira re-varredura, observou-se que os
apontamentos na segunda não eram coincidentes, ou
seja, eram novas ocorrências em muitos dos casos nos
abril / maio / junho | 2011
artigo técnico
ramais vizinhos ao segundo ciclo de pesquisa. O mesmo fato ocorreu na segunda re-pesquisa.
Foram verificados através de planilhas dos vazamentos apontados todos os casos coincidentes em torno de
apenas 15% de todos os novos apontamentos. Isto significa que os 85% dos vazamentos apontados entre as
pesquisas tratavam-se realmente de novas ocorrências.
Apesar de termos re-pesquisado apenas 58,4% das
redes no segundo ciclo de re-pesquisa, priorizamos as
áreas com maior incidência de vazamentos. O gráfico
da figura 06 representa estas pesquisas e demonstram
a proporcionalidade entre a quantidade de quilometragem varrida e os vazamentos apontados que deferi
em apenas 0,2 no indicador de vaz/km.
Assim podemos demonstrar de forma gráfica a taxa
de recorrência de vazamentos para o setor Jaraguá.
Isto é possível se assumirmos que cada apontamento
conhecido não tivesse sido executado e acumulado aos
vazamentos locados do próximo mês.
O gráfico da figura 08 representa a taxa de recorrência de vazamentos no setor Jaraguá nos diversos
ciclos de pesquisa e re-pesquisa.
Figura 08 – Gráfico de Recorrência de Vazamentos
no Setor Jaraguá
Figura 06 – Ciclo de Re-Pesquisas no Setor Jaraguá
Podemos verificar que houve uma significativa
diminuição do indicador de vaz/km no intervalo dos
cincos meses entre o primeiro ciclo de pesquisa e o
segundo, com uma diminuição de 1,34 vaz/km. Porém,
ao diminuirmos ainda mais estes ciclos encontramos
uma média neste indicador de 1,4 vaz/km, mesmo
executando varreduras com intervalos de uma semana entre as quadriculas priorizadas. Este fato se deve,
portanto ao que chamamos de taxa de recorrência de
vazamentos, ou seja, e a taxa natural de surgimentos
de novas ocorrências.
O gráfico da figura 07 representa o indicador apontado nas diversas pesquisas realizadas.
O gráfico abaixo representa a diminuição destas taxas, ao alinharmos seu coeficiente angular da reta para
as mudanças de patamares, ou seja, demonstramos a
diminuição da taxa de surgimento dos vazamentos.
Figura 09 – Gráfico de Recorrência de Vazamentos no Setor
Jaraguá
ESTUDO DE RECORRÊNCIAS DE VAZAMENTOS
NA VRP PAUVA
Da mesma forma efetuou-se um estudo da recorrência em outra área de controle denominada VRP Pauva,
com 25,80 km e 2246 ligações, conforme figura 10.
Figura 07 – Vazamentos por quilometro entre os Ciclos
de Pesquisas no Setor Jaraguá
abril / maio / junho | 2011
Saneas
27
artigo técnico
– VRP Pauva
CONCLUSÕES
Figura 10 – Área da VRP Pauva
O objetivo era de acompanhar juntamente com as
recorrências de vazamentos a diminuição dos volumes
da vazão mínima noturna (Qmin), conforme apresentado na tabela 05 que representa a efetividade dos vazamentos locados, perfazendo um total recuperado de
68% apenas na vazão mínima noturna entre 02:00h e
04:00h.
O gráfico da figura 11 abaixo representa de forma
gráfica estas diminuições. Os espaços de pesquisa entre a primeira e a segunda varredura foi de 4 meses e a
primeira re-varredura de 2 meses.
Percebe-se que ao diminuirmos o espaçamento
entre os ciclos de pesquisa temos um maior ganho de
volume recuperado pela vazão mínima noturna.
Figura 11 – Gráfico de Diminuição da Vazão Mínima Noturna
Podemos então concluir que para um efetivo controle das perdas reais, devemos utilizar ferramentas para
um melhor desempenho das atividades de pesquisa de
vazamentos.
Uma destas ferramentas é a subdivisão dos setores
de abastecimento em áreas de controle, onde o acompanhamento dos resultados e das ações empregadas se
dá de forma mais clara e rápida. O acompanhamento
destas áreas pode nos direcionar para aquelas porções
prioritárias que seriam diluídas nas campanhas globais
de pesquisa.
Além disso, a determinação da taxa de surgimento
de vazamentos e de fundamental importância para os
planejamentos e dimensionamentos dos períodos de
pesquisa de cada setor. Cabe lembrar que as características como a topografia elevada, que pode causar
áreas com altas pressões, e instalações de bombas
de recalque (booster), associados à má qualidade dos
materiais empregados nas ligações e a idade da rede
potencializam seu surgimento em períodos cada vez
menores, que, se não equacionados de maneira rápida, elevam significativamente os indicadores de perdas
nos mesmo.
No estudo de caso apresentado podemos considerar os seguintes aspectos:
■■ Taxa mínima de vazamentos por quilometro por re-pesquisa = 1,4 vaz/km
■■ Extensão do setor = 455 km
■■ Surgimento de vazamentos/mês = 1,4 x 455 =
637 vaz/km/mês
■■ Surgimento de vazamentos/ano = 637 x 12 =
7644 vaz/km/ano
Tabela 05 – Diminuição da Vazão Mínima Noturna
SegundaFeira
TerçaFeira
QuartaFeira
QuintaFeira
SextaFeira
Sábado
Domingo
SegundaFeira
Média
97,8
98,1
96,0
98,8
102,4
105,1
101,5
100,4
100,0
75,3
63,0
70,8
66,4
75,2
72,1
67,7
67,7
69,8
2º
Varredura
97,9
95,1
95,5
91,3
98,1
98,1
98,4
97,5
96,5
50,3
41,5
46,0
52,8
50,3
50,1
52,5
51,2
49,3
3º
Varredura
60,4
51,3
50,4
57,4
52,6
40,4
53,2
55,4
52,6
48,2
33,4
19,2
13,0
25,0
35,0
42,0
34,0
31,2
Período
1º
Varredura
28
Saneas
abril / maio / junho | 2011
artigo técnico
Se considerarmos que cada vazamento visível foi
em seu surgimento um vazamento não visível podemos então afirmar que a taxa de vaz/km não visíveis
apontadas em uma campanha de detecção é a taxa
natural de vazamentos do setor, desde que a diferença
entre as pesquisa não apontem a diminuição do mesmo.
Desta forma ainda podemos concluir que:
■■ Extensão de rede do setor: 455 km
■■ Extensão de rede pesquisada: 839 km
■■ Freqüência de pesquisa por ano = 455 / 839 =
0,542
Se multiplicarmos esta frequência de pesquisa, por
ano, chegaremos a uma taxa média de surgimento de
vazamentos. Se a capacidade de pesquisa for de duas
campanhas no ano, então teremos o tempo médio para
o conhecimento dos vazamentos no setor.
■■ 0,542 x 365 dias = 197 dias (aproximadamente,
duas vezes por ano).
■■ 197 / 2 = 98 dias
Assim o tempo de conhecimento de novos vazamentos será superior a três meses.
Para aferição destes dados verificou-se a quantidade de vazamentos totais reparados no ano de 2007 no
setor Jaraguá, que foi de 7505 ocorrências, validando
o modelo proposto.
A conclusão foi novamente aplicada a um menor
setor (VRP Pauva) para aferição dos resultados.
■■ Taxa mínima de vazamentos por quilômetro por re-pesquisa = 0,297 vaz/km
■■ Extensão do setor = 25,8 km
■■ Surgimento de vazamentos/mês = 0,297 x 25,80 =
8 vaz/km/mês
■■ Surgimento de vazamentos/ano = 8 x 12 =
96 vaz/km/ano
Para aferição destes dados verificou-se a quantidade de vazamentos totais reparados no período de
um ano anterior que foi de 0,39 vaz/mês, próximo
ao calculado.
Portanto para que possamos efetuar um controle
ativo de vazamentos, precisaríamos aumentar ainda
mais o período de pesquisa entre os ciclos. Porém, devemos perceber que a não diminuição deste indicador
poderá estar associada a outras ações como:
■■ Diminuição da pressão;
■■ Troca da infra-estrutura existente (troca de ramais);
■■ Agilidade nos reparos
abril / maio / junho | 2011
Devemos verificar com a utilização do registro de falhas, ou visitas aos locais com maior recorrência de
vazamentos, analisarmos as causas dos mesmos. Muitas novas ocorrências se dão pelo fato do aumento da
pressão após o conserto da fuga. O gráfico da figura
12 representa o aumento desta pressão em uma das
quadrículas priorizadas.
Figura 12– Aumento da Pressão após
Execução de Vazamentos
Saneas
29
artigo técnico
Além desta análise podemos ainda verificar e classificar as ruas com maior incidência de ocorrências
conforme figura 13. Esta classificação é útil na escolha
e verificação das ações corretivas aplicadas a cada sub-setor.
somente a simples execução após a sua locação, mas
sim em um amplo planejamento e pesquisa dos resultados apresentados.
Somente desta forma, associando estas execuções
à diminuição da pressão, analise de infra-estrutura
com trocas de ramais e maior agilidade no reparo podemos evitar situações com a da foto 02 abaixo. Podemos ver claramente pelas diversas marcas de reparos
anteriores que a real necessidade do local é a troca de
suas ligações.
Figura 13– Incidências por ruas pesquisadas
Outro aspecto importante que influência a ocorrência do vazamento são as infra-estruturas existentes. O monitoramento e acompanhamento dos reparos
são importantes ferramentas na tomada de decisão
das ações corretivas necessárias.
A foto 01 abaixo representa alguns dos problemas
encontrados nos setores estudados.
Foto 02 – Exemplo de Recorrência de Vazamentos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSAIOS NÃO-DESTRUTIVOS – ABENDE. Detecção de Vazamentos Não-Visíveis: Métodos Acústicos. Apostila de Treinamento
para Profissionais níveis 1, 2 e 3 (CETRE), São Paulo,2001,2002.
2. COSTA, R. F. Gestão de Controle de Perdas e a Busca
da Eficiência Operacional. Revista Hydro. , São Paulo,
2008.
Estas análises reforçam a necessidade de associarmos as campanhas de pesquisa de vazamentos, não
30
Saneas
abril / maio / junho | 2011
Especial
A nova Resolução
Conama 430/2011
Em 16 de maio, foi publicada no Diário Oficial da
União a Resolução Conama 430/2011, a qual dispõe
sobre condições, parâmetros, padrões e diretrizes
para gestão do lançamento de efluentes em corpos
de água receptores.
Na verdade, a nova Resolução complementa e
altera parcialmente a Resolução nº 357, de 17 de
março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos
corpos de água, as diretrizes ambientais para o seu
enquadramento e as condições e padrões de lançamento de efluentes, acrescentando e revogando alguns de seus dispositivos.
De conformidade com o conteúdo da publicação,
o lançamento indireto de efluentes no corpo receptor
deverá observar o disposto nesta Resolução quando
verificada a inexistência de legislação ou normas específicas, disposições do órgão ambiental competente, bem como diretrizes da operadora dos sistemas de
coleta e tratamento de esgoto sanitário.
Dentre as novas considerações da Resolução atual, destacam-se a alteração do conceito de zona de
mistura e a adoção de novas condições e padrões de
lançamento de efluentes.
Foram introduzidas, ainda, novas condições para
o lançamento de efluentes efetuado por meio de
emissários submarinos e para os efluentes oriundos
de serviços de saúde, os quais também estão sujeitos
a novas diretrizes .
Ressalvando que o órgão ambiental competente
poderá, a qualquer momento, mediante fundamentação técnica acrescentar outras condições e padrões
para o lançamento de efluentes, ou torná-los mais
restritivos, tendo em vista as condições do corpo receptor, vale registrar que a Resolução n° 430 prevê a
possibilidade de concessão de prazo de até três anos,
contados a partir da data de sua publicação, para que
empreendimentos e atividades poluidoras que já possuem licença ambiental possam se adequar aos novos
padrões da norma.
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Saneas
31
artigo técnico
Engenheiro Civil
pela UNESP
de Bauru/
SP, Engenheiro
Sanitarista,
Mestre e Doutor
em Saúde Pública
pela Faculdade de
Saúde Pública da
Universidade de
São Paulo - USP,
Livre-Docente em
Saneamento Básico
e Ambiental pela
Faculdade de Saúde
Pública da USP.
Superintendente de
Gestão Ambiental
da Sabesp e
Professor Doutor do
Departamento de
Saúde Ambiental da
Faculdade de Saúde
Pública da USP.
Engenheira Civil
pela Faculdade
de Engenharia
São Paulo, Mestre
e Doutora em
Saúde Pública
pela Faculdade de
Saúde Pública da
Universidade de
São Paulo - USP.
Coordenadora
de Comunicação
Ambiental da
Superintendência de
Gestão Ambiental
da Sabesp.
32
A nova Resolução Conama:
avanço ou retrocesso para o
desenvolvimento ambiental e urbano?
Por Wanderley da Silva Paganini e
Miriam Moreira Bocchiglieri
Um novo cenário para o saneamento
A Resolução Conama nº 430/2011, publicada em
maio deste ano, estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes nos corpos de
água, complementando e alterando a Resolução
nº 357 de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama.
A nova Resolução traz uma abordagem específica para o setor de saneamento, diferenciada
dos demais setores, estabelecendo padrões para
as instalações que tratam esgotos sanitários, definidos como os “esgotos predominantemente residenciais, que podem conter parcela de efluentes
industriais e de não domésticos”.
Esta abordagem foi objeto de inúmeros debates durante o período em que foram discutidas
as premissas a serem adotadas para a composição do novo texto legal, e após a sua publicação,
surgiram manifestações questionando a estruturação proposta, mediante embasamento equivocado em relação ao estabelecimento de condições
e padrões específicos para o saneamento, considerando tratar-se de uma “licença para poluir”
expedida para o setor. Tais manifestações foram
pautadas, por exemplo, no seguinte argumento:
o nitrogênio que vem da indústria polui mais do
que aquele que vem do setor de saneamento?
É evidente que não, e sob esse aspecto cabe
resgatar os fundamentos que nortearam a abordagem dada pelo Conama ao saneamento, lembrando que o assunto vem sendo exaustivamente
debatido há vários anos, valendo destacar a Resolução nº 397/2008, na qual foi estabelecido que o
parâmetro nitrogênio amoniacal total não seria
aplicável em sistemas de tratamento de esgotos
sanitários, determinando também a criação de
um grupo de trabalho para apresentar propostas
complementares sobre condições e padrões de
Saneas
lançamento de efluentes para o setor de saneamento, trabalho este que culminou com a publicação da Resolução Conama nº 430/2011.
O equilíbrio: padrões de lançamento
de efluentes X padrões de
qualidade dos corpos hídricos
A partir da observação das bases que fundamentaram esses documentos legais anteriormente
mencionados, é possível compreender de que
maneira eles afetam o desenvolvimento das cidades e das macrometrópoles, lembrando que as
Resoluções Conama têm abrangência nacional e
devem obrigatoriamente ser atendidas por todos,
de maneira igualitária, independente do porte,
geografia, diversidades e condições específicas
de cada região do país, inclusive em relação aos
recursos naturais, técnicos, financeiros, culturais...
Deste modo, um primeiro aspecto a ser lembrado, diz respeito à “linha de corte” definida
pelo Conama, pelo estabelecimento de padrões
de base, menos restritivos, com a possibilidade da
adoção de padrões mais restritivos pelos Estados
e Municípios, na esfera de suas competências,
conforme prevê a legislação vigente no país.
Também é importante lembrar que a Resolução Conama nº 430/2011 parte do pressuposto
que os padrões de qualidade da água deverão ser
atendidos, respeitando as bases estabelecidas pela
Resolução Conama nº 357/2005, que continua vigente no que se refere à classificação dos corpos
de água e às diretrizes ambientais para o seu enquadramento.
Assim sendo, pode-se entender que o lançamento de efluentes nos corpos d’água está condicionado ao atendimento de duas restrições legais,
ou seja, os efluentes devem ter características
compatíveis com as condições de lançamento e,
abril / maio / junho | 2011
artigo técnico
após a zona de mistura, o padrão da classe do corpo receptor deve ser atendido, ou seja, não é permitido que
um lançamento de efluente venha a “desenquadrar” o
corpo receptor, garantindo desta forma a manutenção
da qualidade da água e seus usos.
Na prática, isso quer dizer que não basta que uma
estação de tratamento produza um efluente em conformidade com as condições de lançamento. Após a
emissão do efluente no corpo receptor, a qualidade das
águas deverá ser mantida, de tal forma que se houver
comprometimento aos padrões da classe, esse sistema
de tratamento deverá ser aprimorado, seja por melhorias operacionais que poderão elevar sua eficiência,
seja pela ampliação do sistema existente, ou pela adoção de processos mais sofisticados de tratamento.
Sob esse aspecto, cabe observar que a classificação
dos corpos d’água segundo seus usos preponderantes e o estabelecimento de padrões de qualidade por
meio da definição de limites individuais para substâncias específicas em cada classe, possibilitam assegurar
a qualidade dos corpos d’água para os usos a que se
destinam. Deste modo, parece evidente que a fixação
de padrões de lançamento de efluentes não seria então necessária. Entretanto, esses limites de lançamento
têm sua importância do ponto de vista operacional, especialmente para fins de monitoramento dos sistemas
e fiscalização, uma vez que eles se configuram como
uma essencial ferramenta de controle da poluição.
Condições e padrões de lançamento de
efluentes e suas implicações
A Resolução Conama nº 430/2011 traz uma abordagem
realista do cenário do saneamento no país, onde apenas 28,5% dos municípios realizam o tratamento dos
esgotos, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizada pelo IBGE (2008).
Sua concepção teve como base a Resolução Conama nº 357/2005, que considera a “necessidade de
se criar instrumentos para avaliar a evolução da qualidade das águas, em relação às classes estabelecidas
no enquadramento, de forma a facilitar a fixação e
controle de metas visando atingir gradativamente os
objetivos propostos”.
Deste modo, os padrões e condições de lançamento
foram pautados no estabelecimento de níveis mínimos
de eficiência que pudessem assegurar a qualidade da
águas, respeitando os padrões de classe. Considerou-
abril / maio / junho | 2011
-se que a adoção de limites muito restritivos poderia
demandar elevada somatória de recursos para o atendimento aos padrões fixados e, dependendo das condições locais, esses investimentos são desnecessários, por
exemplo, em corpos d’água onde as condições de diluição são favoráveis. Ainda assim, os limites propostos
demandam a realização de tratamento biológico para
o seu atendimento, o que não era condição anterior,
onde os padrões poderiam ser facilmente atendidos
mediante processos físicos, usualmente adotados nos
sistemas de tratamento em nível primário.
A concepção da nova Resolução deveria apresentar
uma abordagem inovadora, considerando a capacidade
de suporte dos corpos hídricos, a proposição de novos
parâmetros para substâncias inorgânicas e orgânicas
não contempladas anteriormente, e também, o aprimoramento dos mecanismos de gestão de efluentes.
Em relação ao saneamento, avanços para o setor eram
almejados nesse processo.
Com essa perspectiva, estruturou-se uma teia de
idéias e visões diferenciadas sobre o assunto, porém, o
saneamento apresenta uma condição muito singular,
conforme estabelece o texto constitucional brasileiro,
delegando à União a competência para “instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos”. A
Constituição garante o direito à saúde e menciona a
participação desse setor, por meio do Sistema Único
de Saúde – SUS, na formulação da política e execução
das ações de saneamento básico, fortalecendo a importância das ações de saneamento para a promoção
da saúde pública.
Com a promulgação da Lei 11.445/2007 a universalização do acesso aos serviços públicos de saneamento
básico passou a integrar os princípios fundamentais do
saneamento, considerando também os métodos, técnicas e processos necessários para o atendimento das
peculiaridades locais quanto à prestação desses serviços. A Lei 11.445/2007 também estabelece que “o licenciamento ambiental de unidades de tratamento de
esgotos sanitários e de efluentes gerados nos processos de tratamento de água considerará etapas de eficiência, a fim de alcançar progressivamente os padrões
estabelecidos pela legislação ambiental, em função da
capacidade de pagamento dos usuários”.
Numa outra frente, a Fundação Nacional de Saúde
– Funasa – tem dentre seus objetivos estratégicos para
Saneas
33
artigo técnico
34
o período 2007-2015 o desenvolvimento de modelos
de gestão em saneamento voltados para municípios de
pequeno e médio porte e a ampliação da oferta dos
serviços de saneamento ambiental nos municípios de
pequeno e médio porte, de modo a alcançar as metas
do milênio em saneamento.
Todo esse aparato legal traz como pano de fundo a
oferta dos serviços de saneamento para a população,
e acabou permeando a elaboração da Resolução Conama nº 430/2011, fornecendo a base que possibilitou
consolidar o entendimento de que a evolução desejada
para o setor de saneamento, no momento atual, é a
conquista da universalização.
Com base nessa premissa, buscou-se o estabelecimento de padrões de lançamento diferenciados para o
saneamento, que representassem melhoria e proteção
ambiental, porém, passíveis de atendimento por todo
país, considerando, na medida do possível, a diversidade experimentada pelos estados brasileiros.
Esta distinção dada ao saneamento tem sido alvo
de críticas, pois é observada de maneira deslocada do
restante da Resolução, que considera, conforme mencionado, que os padrões de classe deverão ser atendidos,
estabelecendo também, que os efluentes de qualquer
fonte poluidora somente poderão ser lançados diretamente nos corpos receptores após o devido tratamento.
Ressalta-se que os padrões estabelecidos buscam
viabilizar a universalização do tratamento de esgotos,
assim como a melhoria progressiva da qualidade ambiental, a exemplo do que foi realizado pelos países desenvolvidos, que buscaram a universalização em nível
primário, seguida pelo secundário e assim sucessivamente, sem deixar de observar casos particulares, onde
a antecipação dessas etapas era por vezes necessária,
em função das características locais.
- Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO5,20
A Resolução Conama nº 430/2011
- Estudos Ambientais
A Resolução Conama nº 430/2011 é inovadora na abordagem de lançamento de esgotos por emissários submarinos, trazendo também indicações específicas para
os sistemas de disposição final de resíduos sólidos e
para efluentes oriundos de serviços de saúde. Apresenta, ainda, critérios para a realização de ensaios ecotoxicológicos e diretrizes para a gestão de efluentes.
Dentre os aspectos mais significativos para o setor
de saneamento, destacam-se alguns tópicos descritos
a seguir.
A Resolução Conama 357/2005 facultava ao órgão
ambiental competente autorizar, excepcionalmente, o
lançamento de efluentes em desacordo com as condições e padrões estabelecidos, por um período de tempo
pré-determinado, mediante o atendimento a requisitos específicos, dentre eles, a “realização de Estudo
de Impacto Ambiental - EIA”. A Resolução nº430/2011
substitui a exigência do EIA pela “realização de estudo
ambiental” por entender que esses estudos não devem
ser fechados em um formato pré-estabelecido, sendo
Saneas
Foram incluídos limites de lançamento para DBO,
tomando-se como base a eficiência atingida pelos reatores anaeróbios de fluxo ascendente - RAFAs. Esses
limites são pouco restritivos, mas ensejam tratamento
secundário, o que não era anteriormente exigido. A legislação ambiental paulista já estabelece limites para
a DBO desde o ano de 1976, inclusive mais restritivos
do que os propostos na nova resolução. A Resolução
Conama exige efluente com concentração máxima de
DBO5,20 de 120 mg/L, sendo que este limite somente
poderá ser ultrapassado no caso de efluente de sistema
de tratamento com eficiência de remoção de 60% de
DBO. Para a determinação da eficiência de remoção de
carga poluidora em termos de DBO5,20 para sistemas
de tratamento com lagoas de estabilização, a amostra
do efluente deverá ser filtrada (a parcela filtrada é mais
representativa em lagoas).
- Melhor tecnologia
A nova Resolução substitui a prerrogativa dada às
agências ambientais de poder “exigir a melhor tecnologia disponível para o tratamento dos efluentes”, por
“exigir tecnologia ambientalmente adequada e economicamente viável para o tratamento dos efluentes”,
ou seja, aquela que produza resultados compatíveis
com as condições do corpo receptor. Deve-se considerar que para a melhor tecnologia disponível, não há
limite, pois sempre existe a possibilidade de se avançar
mais em termos tecnológicos. A expressão “tecnologia
ambientalmente adequada e economicamente viável”
leva em consideração as características locais, cabendo
ao órgão ambiental avaliar se a proposição apresentada pelo empreendedor atende às exigências ambientais locais.
abril / maio / junho | 2011
artigo técnico
específicos para cada caso, submetidos à apreciação
do órgão ambiental competente para avaliar a sua
pertinência e adequação a situação que demandou a
excepcionalidade. Acrescenta, ainda, a necessidade de
estabelecimento de medidas que visem neutralizar os
eventuais efeitos do lançamento excepcional.
- Nitrogênio Amoniacal
O limite de 20 mg/L para nitrogênio amoniacal não
será exigido para os sistemas de tratamento de esgotos
sanitários. Essa exigência poderia acarretar na necessidade generalizada de implantação de tratamento terciário. O limite, entretanto, permanece para as indústrias e demais setores que lançam efluentes nos corpos
hídricos, ressaltando-se, mais uma vez, que essa diferenciação para o setor de saneamento foi estabelecida
visando conquistar a universalização do tratamento de
esgotos. Trata-se, portanto, de uma situação circunstancial, que deverá ser reavaliada no futuro, quando a
universalização for uma realidade.
- Novos parâmetros para lançamento
Os parâmetros listados na Tabela I poderão ser aplicáveis aos sistemas de tratamento de esgotos sanitários,
a critério do órgão ambiental competente, em função
das características locais, não sendo exigível o padrão
de Nitrogênio Amoniacal. O Boro não é aplicável para
lançamento em águas salinas e os parâmetros em destaque, foram incluídos na nova Resolução.
- Lixiviados de aterros sanitários
Os efluentes oriundos de sistemas de disposição final
Tabela I - Padrões de lançamento de efluentes:
abril / maio / junho | 2011
Saneas
35
artigo técnico
de resíduos sólidos de qualquer origem devem atender
integralmente às condições e padrões definidos para o
lançamento de efluentes. No caso de sistemas de tratamento de esgotos sanitários que recebam lixiviados
de aterros sanitários, o órgão ambiental competente
deverá indicar quais os parâmetros da Tabela I deverão
ser atendidos e monitorados, não sendo exigível o padrão de Nitrogênio Amoniacal.
- Ensaios de ecotoxicidade
Para os sistemas de tratamento de esgotos sanitários,
os testes de ecotoxicidade somente serão realizados no
caso de interferência de efluentes com características
potencialmente tóxicas ao corpo receptor, a critério
do órgão ambiental. Seu objetivo é subsidiar ações de
gestão da bacia, indicando a necessidade de controle
nas fontes geradoras de efluentes com características
potencialmente tóxicas ao corpo receptor. As ações de
gestão serão compartilhadas entre empresas de saneamento, fontes geradoras e órgão ambiental, a partir
da avaliação criteriosa dos resultados obtidos no monitoramento.
- Lançamento por emissários submarinos
Para o lançamento de esgotos sanitários por emissários
submarinos, ficou estabelecido que devem ser atendidos os padrões da classe do corpo receptor, após o limite da zona de mistura e o padrão de balneabilidade,
de acordo com as normas vigentes. Este lançamento
deverá ser precedido de tratamento que garanta, dentre outros, a remoção de areia, a condição de “virtualmente ausentes” para os sólidos grosseiros e materiais
flutuantes, e a remoção de 20% dos sólidos em suspensão totais.
- Limites para lançamento de fósforo
O órgão ambiental competente poderá estabelecer limites para o lançamento de fósforo em corpos d’água
receptores com registro de floração de cianobactérias
em trechos onde ocorra captação de água para abastecimento público
- Análises laboratoriais
Os ensaios laboratoriais deverão ser realizados por
laboratórios acreditados pelo INMETRO ou por outro
organismo signatário do mesmo acordo de cooperação
mútua do qual o INMETRO faça parte ou em laboratórios aceitos pelo órgão ambiental competente.
36
Saneas
- Gestão de efluentes
As fontes potencial ou efetivamente poluidoras dos
recursos hídricos deverão buscar práticas de gestão
de efluentes, com vistas ao uso eficiente da água, à
aplicação de técnicas para a redução da geração e melhoria da qualidade de efluentes gerados e, sempre que
possível e adequado, proceder reutilização.
A Resolução Conama nº 430/2011
e sua influência no cenário das
macrometrópoles
A Resolução em pauta, sob nosso ponto de vista
configura-se numa importante ferramenta de desenvolvimento urbano e ambiental, pois possibilita o planejamento das ações a partir das condições e padrões
propostos, que buscam viabilizar soluções para o saneamento nas mais diversas condições.
A contextualização de cada fonte de poluição na
região a ser implantada, considerando-se as condições
de diluição e de enquadramento dos corpos d’água
é fundamental e transcende as questões ambientais,
uma vez que envolve interesses diversos dos usuários
da bacia. Se levadas em consideração essas variáveis,
aumentam as possibilidades de planejamento e otimização da aplicação dos recursos, seja para o atendimento aos padrões ambientais, seja para a universalização dos serviços de saneamento, o que representa
um diferencial enorme para a saúde das cidades e de
suas populações.
A Resolução Conama nº 430/2011 abre uma série
de possibilidades em relação ao tratamento de esgotos e a gestão de efluentes, podendo contribuir para
o desenvolvimento ambiental das cidades, na medida
em que possibilita o desenvolvimento de uma série de
iniciativas voltadas para:
■■ a melhoria gradativa dos sistemas de tratamento
empregados pelo sistema público de esgotos;
■■ o tratamento dos efluentes gerados pelos serviços
de saúde;
■■ o lançamento de efluentes por emissários submarinos, sob condições específicas, o que pode
promover inúmeros ganhos, pois em função das
características locais, apenas o tratamento prévio
mediante remoção de 20% de sólidos, após a desarenação, pode ser suficiente para o atender aos
padrões requeridos, evitando-se a geração de lodos
e sua necessária disposição final;
abril / maio / junho | 2011
artigo técnico
■■ o tratamento de lixiviados de aterros sanitários em
conjunto com os esgotos sanitários, o que pode representar inúmeros ganhos ambientais;
■■ os testes de ecotoxicidade em efluentes de sistemas
de tratamento de esgotos sanitários, que poderão
subsidiar ações de gestão da bacia, o controle nas
fontes geradoras de efluentes, considerando-se
que as ações de gestão serão compartilhadas entre
as empresas de saneamento, as fontes geradoras e
o órgão ambiental competente, empenhando um
novo ritmo no processo de recebimento de efluentes industriais pelo sistema público de esgotos;
■■ a inserção da qualidade laboratorial, em relação
aos monitoramentos e laudos produzidos;
■■ buscar práticas de gestão de efluentes, considerando o uso racional da água, a qualidade de efluentes
gerados e o seu reúso, temas que não podem ser
negligenciados na gestão das cidades e em especial das macrometrópoles, onde a escassez de água
geralmente é um dos desafios a serem enfrentados.
Considerações finais
Não é pelo emprego de tecnologias altamente avançadas e pontuais que serão conquistados os benefícios
ambientais. As questões ambientais dizem respeito ao
todo, e esses benefícios só serão efetivos mediante a
ação conjunta dos setores, a partir da visão sistêmica e
integrada das variáveis envolvidas, buscando a melhoria progressiva das condições ambientais.
Nos grandes centros, a compatibilização das questões de desenvolvimento urbano com a preservação do
meio ambiente compõe uma complexa equação ambiental, especialmente em relação à oferta dos serviços
de saneamento, que é diretamente afetada pela disponibilidade de recursos hídricos ou por questões voltadas para o uso e ocupação do solo. É preciso uma visão
abrangente dos mecanismos de gestão urbana, buscando o pleno desenvolvimento das funções de uma
cidade, garantindo o bem-estar de seus habitantes.
Sustentabilidade
Projeto de Neutralização
de Carbono AESABESP
Ações do projeto de Neutralização de Carbono AESABESP
Vem aí mais uma edição do Encontro Técnico e Fenasan – Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente- e o projeto de neutralização está se estruturando
com aprimoramento nos formulários e forma de abordagem do público do evento com pesquisas que são
utilizadas no cálculo de emissão de GEEs – Gases de
Efeito Estufa.
Além disso, apresentaremos a evolução do crescimento das 153 mudas, plantadas em fevereiro de 2011,
para compensar a emissão de GEEs que não foram possíveis ser reduzidas, por meio das ações propostas no
projeto, durante a Fenasan 2010.
Há novidades no Prêmio AESabesp, uma ação integrada do projeto de Neutralização com a Fenasan, que
teve início em 2010 e que neste ano estará avaliando não só as ações e estandes durante os três dias do
evento, mas também as ações socioambientais desenvolvidas pelos expositores durante os últimos doze meses em suas instalações, relações com a comunidade
local, ou outras ações socioambientais patrocinadas ou
apoiadas pela empresa. Esta avaliação permitirá divulgar aos participantes do evento a mudança de hábitos
organizacionais e aderência destas empresas as questões socioambientais.
No dia 02 de agosto, durante a Fenasan 2011, no
estande da AESabesp, também serão divulgados o
nome oficial Projeto e sua logomarca.
Acima, início do Plantio em fevereiro de 2011
Ao lado, o crescimento das mudas em junho de 2011
O destaque da nossa Carteira de Projetos
A cada edição da Saneas, a Diretoria de Projetos Socioambientais
destacará um projeto em evidência de sua Carteira.
E para iniciar esta iniciativa, o escolhido foi o projeto
“Juventude na Liderança”, que consiste em um curso
de liderança e educação em valores para adolescentes,
de autoria do nosso associado Elio Souza da Silva. A
proposta do curso está alinhada às soluções apontadas
no relatório global “Situação Mundial da Infância 2011
38
Saneas
– Adolescência: Uma fase de oportunidades”, lançado
pela UNICEF em fevereiro de 2011. O relatório aborda a
adolescência como um período de oportunidades, pois
este é o grupo etário mais vulnerável em determinados
riscos, o que demonstra o alinhamento deste projeto
com as urgências globais.
abril / maio / junho | 2011
Sustentabilidade
Ressaltando a importância da responsabilidade
social da AESabesp, a Comissão Organizadora do XXII
Encontro Técnico – Fenasan 2011 resolveu apoiar e
viabilizar a sustentabilidade deste projeto, que beneficiará 200 alunos distribuídos em 10 escolas da Rede
Estadual de Ensino, a partir de articulação junto à Diretoria de Ensino Região Sul 3.
Maiores detalhes sobre o projeto poderão ser obtidos pelo e-mail projetossocioambientais@aesabesp.
org.br.
Projeto “Juventude na Liderança”
cutem os fundamentos sobre os quais a vida é construída (conteúdos filosóficos) e incentiva a resolução
de situações-problema para criar uma experiência de
aprendizagem estimulante e realmente significativa.
Desenvolver e defender uma idéia que o aluno considere relevante é a atividade proposta para a conclusão deste curso. Desta maneira o aluno apresenta e se
posiciona diante de alguma questão, aplica e demonstra os conceitos e princípios aprendidos no curso.
“Juventude na Liderança” foi apresentado à Secretaria Estadual da Educação e à Diretoria de Ensino Região Sul 3 e obteve parecer favorável ao oferecimento
deste curso no âmbito do programa Escola da Família,
o maior programa educacional da UNESCO no mundo.
Dez escolas, localizadas no extremo sul da cidade de
São Paulo, desta diretoria demonstraram interesse em
oferecer este curso aos adolescentes que frequentam a
escola no final de semana.
O relatório da UNICEF alerta que se as necessidades
específicas da adolescência não forem atendidas corre-se o risco de que um grupo tão significativo e estratégico para o desenvolvimento do País fique invisível
em meio às políticas públicas que focam prioritariamente na primeira fase da infância e na fase seguinte
da juventude. O projeto, portanto, é uma excelente
oportunidade de investimento social em escolas e adolescentes da comunidade.
Trata-se de um curso de liderança e
educação em valores que visa contribuir para o desenvolvimento
de habilidades, competências, atitudes e valores de
adolescentes, possibilitando a realização de
um projeto de vida significativo.
O suporte teórico,
vivências e práticas
propostos neste curso
tem a finalidade de levar os alunos adolescentes a:
■ Conhecer a si mesmo;
■ Ampliar a visão de mundo;
■ Conscientização sobre potencial
de liderança;
■ Incorporar valores;
■
Preparar-se para tomadas de decisão;
■ Compreender e lidar com regras;
■ Construir o seu projeto de vida;
■ Fazer diferença no seu mundo.
A estratégia de ensino para alcançar esta finalidade é levar o jovem a olhar para si mesmo e para as
situações que o cerca a partir da perspectiva de líder e
estimulá-lo a agir como tal. Os temas abordados dis-
“projeto que visa contribuir para
o desenvolvimento de habilidades,
competências, atitudes e valores de
adolescentes, possibilitando a realização
de um projeto de vida significativo”
abril / maio / junho | 2011
Saneas
39
Sustentabilidade
AESabesp realizará
Curso de Perícia
Ambiental
Destinado a 30 vagas, a AESabesp realizará na sua
própria sede, na Rua 13 de Maio, 1642, casa 1 – Bela
Vista - São Paulo, um Curso de Perícia Ambiental nas
seguintes datas: 30/09/2011, 01/10/2011, 07/10/2011 e
08/10/2011, sendo que nas sextas-feiras, as aulas serão no horário das 17h00 às 23h00 e nos sábados das
8h00 às 18h00.
Portanto, o curso terá carga horária de 30 horas e
será coordenado pelo engenheiro consultor Constante
Bombonatto, que desde 1980 atua como Perito Judicial e Assistente Técnico em ações judiciais de diversas
Varas da Capital e Comarcas do Estado de São Paulo
nas áreas de Engenharia Industrial e Engenharia Ambiental. Ele é Engenheiro Sanitarista pela Faculdade
de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – USP
(1988), Pós-graduado em Saneamento Ambiental pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie (1991) e doutor
em Engenharia- titulado pela Buxton University, London - UK - Área de aplicação: Engenharia de Recursos
Hídricos (2002).
Objetivo: O curso é destinado a profissionais graduados em curso superior e que atuem ou pretendam
atuar como perito judicial ou assistente técnico na área
de meio ambiente, proporcionando aos participantes o
conhecimento teórico e noções práticas e burocráticas
para a realização de uma perícia judicial ambiental e de
como se tem acesso a esta atividade.
Público Alvo: O curso é voltado a profissionais
com curso superior das mais diversas áreas relacionadas ao meio ambiente, interessados em ser perito ou
assistente técnico, tais como engenheiros, químicos;
biólogos; bioquímicos; geólogos; agrônomos; arquitetos; médicos veterinários; administradores, economistas e advogados.
Conteúdo Programático: Princípios do Direito
Ambiental; Responsabilidade Civil; O Dano Ambiental;
Classificação do Dano Ambiental; Reparação e Indenização; Legislação Ambiental Básica; Processo Judicial;
Código de Processo Civil; Jurisdição, Propositura de
Ação e o Processo Judicial; Atos Processuais Praticados
pelos Juízes, Advogados e Serventuários e Auxiliares da
Justiça; Etapas de um Processo Judicial antecedente
40
Saneas
e posteriormente à Perícia; Perícia; Perícias Judiciais
e Extrajudiciais; Perícia no Processo Judicial; Perícia
como Prova; Tipos de Perícias; Aspectos particulares
da Perícia Ambiental; Profissionais Técnicos responsáveis pela Peça Pericial; Peças Periciais; Anexos das
Peças Periciais; Trabalhos Periciais; Consultorias aos
profissionais técnicos responsáveis pela perícia; Aspectos Multidisciplinares da Perícia Ambiental; Meandros
da Prática da Perícia Judicial; Elaboração de quesitos;
Respostas à quesitos; o Perito e os Assistentes Técnicos nas vistorias e nas conferências; Críticas ao Laudo
Pericial por parte dos Assistentes Técnicos; Introdução
à Economia Ambiental; Valoração do Dano Ambiental;
Metodologias consagradas
Material do curso:
■■ Apostila com conteúdo do curso
■■ CD-rom com conteúdo do curso e legislação
Certificado de participação: Será fornecido um
Certificado de Aproveitamento e Participação, credenciando os participantes ao exercício da atividade de
perícia ambiental e ao ingresso no Grupo de Peritos
AESabesp, formado por associados habilitados a prestar esse tipo de serviços a terceiros.
Investimento: O curso não tem fins lucrativos e,
portanto, seu valor é bastante diferenciado do mercado:
■■ Associados - R$ 600,00
■■ Não Associados – R$ 1.300,00
■■ Entidades Parceiras – R$ 1.040,00 (20% de desconto)
O valor pode ser pago em até 2 (duas) parcelas,
devendo serem quitadas até o dia do início do curso.
Inclui material didático e coffee break.
Informações:
[email protected] ou
Fone (11) 3263.0484 com Alessandra Buke
abril / maio / junho | 2011
Ponto de vista jurídico
A natureza jurídica de uma associação
totalmente voltada à sociedade
Colaboração de Vanessa Hasson
Dra. Vanessa
Hasson é advogada
e consultora
jurídica da
AESabesp
As associações civis sem fins lucrativos, comumente, mas impropriamente, chamadas de ONGs,
são bastante incompreendidas em relação à natureza jurídica que direciona sua regulação.
Em parte por que são criações relativamente
novas, contribuindo com a profusão de normas
que pretendem a regulamentação, que muitas
vezes colidem entre si. Um Estatuto para o
Terceiro Setor, aquele setor onde se inserem,
dentre outras, as associações civis sem fins
lucrativos tais como a AESabesp – Associação dos
Engenheiros da Sabesp, tem sido defendido pelos
especialistas da área, como forma de pôr fim
às divergências e possibilitar uma atuação mais
tranquila das entidades, que muitas das vezes
deixam de contribuir com a sociedade por temor
à uma suposta ilegalidade.
Até que isso ocorra, resta às associações se
certificarem de que estão bem respaldadas com
assessoria jurídica e contábil especializada, que,
por sua vez, devem encaminhar a entidade em
respeito às suas finalidades estatutárias para uma
condução dentro dos parâmetros legais e que
viabilize suas estratégias de gestão. Para tanto,
as consultas aos diversos órgãos de regulação,
fiscalização e controle, demonstram-se numa
forma eficaz de preencher as lacunas existentes
com a ausência de legislação sistematizada.
Essa foi a providência adotada pela
Associação dos Engenheiros da Sabesp –
AESabesp, que partindo dos anseios de seu
núcleo de profissionais da engenharia do
saneamento, altamente capacitados, iniciaram as
atividades da entidade há 25 anos e desde então
promoveram, gestão após gestão, uma estrutura
invejável, que contribui de maneira eficiente com
a melhoria da qualidade de vida das pessoas e do
meio ambiente.
Esse reconhecimento se deu em 2008 com
a obtenção da qualificação de Organização da
abril / maio / junho | 2011
Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP.
Em 2010, a AESabesp concluiu a estruturação
de sua Carteira de Projetos Socioambientais,
definindo e registrando a concepção e método
de seus projetos mais importantes como é o
caso da Feira Nacional de Saneamento e Meio
Ambiente – Fenasan e Encontro Técnico, assim
como das publicações Revista Saneas e Jornal
AESabesp, que têm como objetivo a divulgação
de tecnologias inovadoras em prol da melhoria
da qualidade do saneamento ambiental, do meio
ambiente e, assim, da vida das pessoas.
Com mais essa importante etapa
cumprida a Associação encaminhou uma
consulta formal à Prefeitura de São Paulo,
através do Departamento de Tributação e
Julgamento (processo nº2010-0.327.969-0),
numa demonstração de elevação do valor à
transparência e legitimidade de suas atividades,
visando estabelecer a obrigatoriedade do
recolhimento do Imposto sobre Serviços de
Qualquer Natureza – ISS ou ISSQN e da emissão
de nota fiscal.
O embasamento da consulta foi concentrado
no fato de que todos os projetos da AESabesp
são projetos socioambientais, de interesse
público, voltados à consecução de seus objetivos
estatutários de preservação do meio ambiente e
de cooperação para o desenvolvimento científico
e tecnológico nacional, dentre outros.
A Diretoria do DILEG – Departamento
de Tributação e Julgamento, emitiu parecer
fundamentado – Solução de Consulta SF/DEJUG
nº 13 de 02 de maio de 2011, publicado em 26
de maio de 2011, reconhecendo formalmente
a natureza das atividades da AESabesp, todas
elas concentradas ao alcance de seus objetivos
estatutários, que foi concebido a partir de
extensa discussão travada por um grupo de
trabalho extraído de seu Conselho Deliberativo,
Saneas
41
Ponto de vista jurídico
com a participação de seu Presidente e respaldado
integralmente por uma assessoria jurídica.
Através daquela manifestação, a Prefeitura do
Município de São Paulo ratificou toda a estratégia de
atuação da AESabesp no atendimento aos interesses
da população e de seus associados, estratégia essa
que visa oferecer a oportunidade de capacitação e
aprimoramento profissional, através de seus cursos e
Encontros Técnicos; o aproveitamento da excelência
do conhecimento e experiência de seus associados
no desenvolvimento e execução de projetos
socioambientais; a divulgação de equipamentos e
tecnologias inovadoras; enfim, a preservação do
meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida da
população.
Com a manifestação da administração pública,
a natureza jurídica dos projetos socioambientais
ficou bem definida em sua função essencial de servir
ao interesse público, afastando definitivamente o
entendimento de que tais atividades importariam
em prestação de serviços, decorrendo questões
tributárias, contratuais e mesmo outras de ordem
política, face a existência de empresas, cujos serviços
ocasionalmente acabam por se confundir com os
objetivos alcançados através da execução de projetos
socioambientais.
Isso não significa que não seja admitido a uma
associação civil sem fins lucrativos prestar serviços,
caso em que as respectivas atividades sofrerão a
incidência do ISS. O entendimento pacífico do órgão
de tributação deixa claro que as atividades fim
das associações, aquelas relativas ao alcance das
finalidades estabelecidas em seus atos constitutivos,
constituem-se na regra de atuação, todas as demais
importam em meios transversais que eventualmente
complementam a estratégia da entidade e desta
forma, devem ser tributadas.
Um aspecto a ser destacado nesse processo de
legitimação é o desenvolvimento do Planejamento
Estratégico da AESabesp, que, assim como seu
estatuto social, foi debatido exaustivamente
entre os líderes da Associação e contou com o
acompanhamento de uma consultoria especializada,
resultando no estabelecimento de metas e dos meios
para atingi-las, de maneira bastante estruturada,
fazendo parte dessa estruturação a descrição das
42
Saneas
metodologias e a elaboração dos instrumentos legais,
tais como um Regimento Interno e os diversos tipos
de contratos necessários à viabilização de cada
uma das atividades inseridas em cada projeto. A
manifestação da Prefeitura, inclusive, ressalta que a
formatação utilizada pela AESabesp na contratação
dos patrocínios necessários à realização de seus
projetos socioambientais, com destaque à Fenasan,
ao Encontro Técnico e às publicações Revista Saneas
e Jornal AESabesp, é determinante ao entendimento
publicado através daquela “Solução de Consulta”.
Significa dizer, que os instrumentos contratuais
utilizados pela AESabesp são absolutamente
adequados e retratam de forma juridicamente
perfeita a execução de suas atividades.
No que se refere à obrigatoriedade de emissão de
nota fiscal a questão se prende ao fato de tratar-se de
prestação de serviços à associado ou a não associado,
devendo ser emitida a respectiva nota e recolhidos
os impostos incidentes, no primeiro caso e podendo
ser emitida a competente nota de serviços não
tributados, no segundo.
Com a divulgação desse entendimento, a
AESabesp acredita que além de incrementar o
relacionamento com seus diversos colaboradores e
patrocinadores, na medida em que torna ainda mais
transparente cada um dos passos de sua gestão,
contribui para a multiplicação das atividades
socioambientais, de interesse público, trazendo um
pouco mais de luz aos parceiros do terceiro setor, para
que todos juntos, possamos alcançar um modo de
vida mais digno para o Planeta e para tudo e todos
que dele são interdependentes.
abril / maio / junho | 2011
prêmio aesabesp 2011
Novos conceitos
para a premiação
do Troféu AESabesp
na Fenasan 2011
Colaboração da coordenadora do Polo AESabesp Costa Carvalho e Centro e da
Diretoria de Projetos Socioambientais, Maria Aparecida de Paula Santos.
O Encontro Técnico da AESabesp, juntamente com a
FENASAN (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente), realizará a entrega do Troféu AESabesp aos
expositores que alcançarem grandes destaques nos
três dias do evento. Há 22 anos o Prêmio AESabesp
é entregue nas categorias, Melhor Estande, Inovação
Tecnológica, Atendimento Técnico, Destaque AESabesp
Fenasan e Destaque AESabesp Encontro Técnico, sendo
um dos momentos mais esperados do evento.
Neste último ano, foram incrementadas algumas
inovações no quesito Melhor Estande, integrando no
Prêmio ações do Projeto Neutralização de Carbono
AESabesp. Tivemos adesão de mais de 80% dos expositores, onde foram priorizadas uma ou mais ações
propostas. A seleção de Melhor Estande foi bastante
difícil, pois, a cada ano os expositores inovam, quer em
tecnologia dos materiais empregados e sua destinação
final, quer no design de seus estandes.
abril / maio / junho | 2011
Em 2011 estamos propondo mais desafios inovadores no quesito de sustentabilidade. Como sustentabilidade é mudança de postura e de hábitos, serão
consideradas as ações sustentáveis desenvolvidas
neste último ano nas empresas além da confecção e
montagem dos estandes. Portanto, serão enviados
questionários com perguntas simples e serão avaliados
os resultados através de gráficos e fotos que serão disponibilizados no site da Fenasan.
Portanto, para a XXII edição do Prêmio AESabesp
teremos:
■■ Melhor Estande (contemplará 3 empresas que adotarem o maior número de ações sustentáveis durante a realização da FENASAN).
■■ Inovação Tecnológica (contemplará 3 empresas).
■■ Atendimento Técnico (contemplará 3 empresas).
■■ Destaque AESabesp - FENASAN (contemplará a
empresa que apresentar o maior número de ações
sustentáveis de agosto/10 a julho/11).
Saneas
43
prêmio aesabesp 2011
■■ Destaque AESabesp - Encontro Técnico (contemplará à Unidade de Negócios da Sabesp que apresentar o maior número de trabalhos técnicos).
Nesta edição da FENASAN, a Comissão de Avaliação do Prêmio utilizará critérios voltados às práticas de
Sustentabilidade na seleção das empresas expositoras
com relação ao quesito Melhor Estande. Esta inovação
atende à postura socioambiental da AESabesp, voltada
a uma maior sensibilização, conscientização, percepção, compreensão e mudança na cultura na preservação do meio ambiente, por meio de ações locais, em
sintonia com as urgências globais.
que proporcionará apresentar fotos das ações sustentáveis de eventos anteriores no encerramento do evento.
Considerações para a escolha do
Melhor Estande
Atendimento aos visitantes, por meio de apresentação
de equipamentos, produtos ou serviços, esclarecimento de dúvidas e fornecimento de material informativo
e técnico.
Arquitetura promocional, design e comunicação visual
que proporcionem conforto e comodidade adequados
aos expositores e visitantes.
No critério de Sustentabilidade, serão levadas em
conta as seguintes práticas:
1. Utilização de materiais sustentáveis na montagem
de seus estandes;
2. Minimização da distribuição de materiais impressos das empresas investidoras neste ano, qual a
demanda em média por evento e quanto está planejado para reduzir no evento da FENASAN;
3. Resíduos gerados nos estandes, em espaços destinados à reciclagem;
4. Estímulo ao não fornecimento de matérias descartáveis, como copo, talheres, pratos e demais recipientes;
5. Emprego dessas ações dentro da plataforma do
“Programa 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) da
Sabesp”, voltado à responsabilidade que todos devem ter com a questão do destino responsável do
lixo;
6. Destinação do material utilizado na construção
do estande de forma sustentável. Neste item, serão consideradas as ações promovidas de forma
sustentável: destino do material residual da montagem lixo reciclável (segregação do resíduo), entidade responsável para destinação do estande,
reaproveitamento em outros eventos. No caso de
mudas, plantas, flores (serão replantadas na empresa, doadas para alguma comunidade, ou destinadas a aterros).
Este último item será o que mais pontuará, evidenciando a maturidade da empresa nas questões sociais, o
44
Saneas
Considerações para a escolha da
Inovação Tecnológica
Emprego de tecnologia na apresentação de equipamentos, produtos ou serviços que mais contribuem
para o desenvolvimento do setor de saneamento. Serão avaliadas também nas mudanças de tecnologias as
preocupações com o meio ambiente.
Considerações para a escolha do
Melhor Atendimento Técnico
Considerações para a escolha do
Destaque AESabesp
Diferencial na sua apresentação e demonstração de excelência em todos os itens anteriores.
Importante:
Sugerimos que as empresas informem sobre os
lançamentos de produtos ou serviços, bem como os
seus diferenciais voltados às ações de sustentabilidade,
conforme mencionado no item Destaque AESabesp –
FENASAN, para que a Comissão tenha uma idéia prévia
do que será apresentado. Essas informações ainda serão postadas no site da FENASAN - www.fenasan.com.
br, que dará grande visibilidade aos investidores (expositores). O prazo para o envio dos materiais ao nosso gerente de marketing, Paulo Oliveira, pelo e-mail:
[email protected], foi até 18 de julho.
A avaliação dos trabalhos apresentados ficará a
cargo de uma Comissão Avaliadora, que fará a classificação considerando os critérios acima definidos, e que
será composta por profissionais com experiência nos
assuntos envolvidos nas temáticas.
O Prêmio
As empresas vencedoras serão premiadas no dia 03 de
agosto, na cerimônia de encerramento do evento.
Além do certificado e do TROFÉU AESABESP, haverá ampla divulgação das empresas escolhidas nos
veículos de comunicação da AESabesp (Revista Saneas,
Jornal AESabesp e no site oficial do evento), com a publicação de suas fotos no Jornal AESabesp, edição de
maio/junho de 2011.
abril / maio / junho | 2011
prêmio aesabesp 2011
Histórico do Prêmio AESabesp
(3 últimas edições)
Edição 2010
■■ Melhor estande: Amanco Brasil, Amitech Brasil e
ITT Water;
■■ Inovação Tecnológica: Higra Industrial, Saint-Gobain Canalização e Valloy Válvulas e Acessórios;
■■ Atendimento Técnico: Guarujá Equipamentos
para Saneamento, Grundfos do Brasil e Tree-Bio
Soluções;
■■ Destaque AESabesp Fenasan: Ilha Sindesan;
■■ Destaque AESabesp Sustentabilidade: B&F Dias
Indústria e Comércio;
■■ Destaque AESabesp Encontro Técnico: Unidade
de Negócio da Regional Metropolitana Norte, da
Sabesp, pelo maior número de trabalhos técnicos
enviados: 11 no total.
Edição 2009
■■ Inovação Tecnológica: Amanco Brasil, Centroprojekt do Brasil e Digimed.
■■ Atendimento Técnico: Edra Saneamento Básico
Ind. e Com., Emec Brasil Sist. Tratamento de Água e
Hidrosul - Máquinas Hidráulicas Hidrosul.
■■ Destaques AESabesp: Higra Industrial, ITT Brasil e
Saint-Gobain Canalização.
■■ Destaque voltado ao tema “Sustentabilidade”:
Imperveg Poliuretano Vegetal.
■■ Unidade de Negócio Sabesp: MA
Edição 2008
■■ Melhor estande: ABS, Tigre e Valloy.
■■ Melhor atendimento técnico: Saint Gobain, Digitrol e Tupy.
■■ Inovação Tecnológica: Bugatti, FGS e Danfoss.
■■ Destaque AESabesp: Sabesp (Cia Estadual de Saneamento Básico).
■■ Unidade de Negócio Sabesp: MA e MN
■■ Melhor Estande: Bugatti Brasil Válvulas, Glass Ind.
Com. Bombas Centrífugas e Equipamentos e Valloy
Indústria e Comércio de Válvulas e Assessórios.
abril / maio / junho | 2011
Saneas
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Acontece no setor
Com a palavra os expositores
da Fenasan 2011
Nesta edição, que antecede o maior evento técnico-mercadológico da América Latina, a equipe da Revista Saneas
perguntou aos expositores/investidores sobre o que eles apresentariam na Fenasan 2011 e qual era a importância de
estar presente nesta Feira. A maioria foi de uma receptividade imediata em contribuir com o nosso levantamento, nos
enviando suas importantes contribuições, as quais agradecemos e registramos.
Sistema de secagem sustentável da
Albrecht
A linha Acquapol da Acquaquímica
“A Acquaquímica apresentará, na Fenasan 2011, a sua
linha Acquapol, que atende as necessidades do tratamento de água (ETA) e efluentes (ETE). São produtos
biodegradáveis e naturais completamente seguros sob
o ponto de vista ecológico. Os coagulantes desta linha
não alteram o pH do sistema, pois não consomem a
alcalinidade do meio, sendo efetivos na faixa de pH de
4,5 a 9,0. São obtidos somente de árvores reflorestadas, portanto são produtos ecologicamente corretos.
Diversos segmentos no Brasil e no exterior, estão se
beneficiando do uso destes coagulantes/floculantes
orgânicos: Estações de tratamento de água, Estações
de tratamento de esgotos, Laticínios, Frigoríficos.”
46
Saneas
“A Albrecht mostrará na Fenasan um Sistema Sustentável de Secagem de Lodo de Estação de Tratamento de
Esgoto com Aproveitamento do Biogás como fonte de
energia térmica. Este sistema está instalado na cidade
de Montes Claros/MG. O projeto é referência nacional
por ser a primeira planta de tratamento de esgoto a
utilizar o próprio biogás gerado na estação como combustível para fazer a secagem e higienização do lodo.
No Brasil, embora haja grande quantidade de sistemas
anaeróbios que produzem o biogás, o aproveitamento
deste raramente é adotado. Além de incentivar a racionalização do uso dos recursos naturais, minimizando o
consumo de matéria-prima e desenvolvendo mecanismos de redução da geração de resíduos, o aproveitamento do biogás visa otimizar a matriz energética, utilizando um combustível renovável e abundante, além
de evitar a emissão destes gases para a atmosfera, contribuindo desta forma com o efeito estufa, possibilitando, inclusive, a obtenção de créditos de carbono por
meio deste projeto. Com a secagem térmica garante-se
a redução do peso e do volume do lodo, facilitando
o manuseio, o transporte e a disposição, bem como a
higienização do lodo (eliminação dos patógenos).”
Testemunhal da empresa: “É de vital importância estar presente na Fenasan 2011, que enxergamos
como a maior feira de saneamento da América Latina.
A troca de experiência e informações com o pessoal
técnico e engenheiros das empresas de saneamento e
escritórios de engenharia, neste evento, nos proporciona, além da oportunidade de divulgarmos nossos
produtos, avaliarmos as necessidades deste público de
forma a desenvolvermos novas tecnologias”.
abril / maio / junho | 2011
acontece no setor
vencionais tipo “Lóbulo”. Os novos sopradores da Atlas
Copco estão disponíveis no Brasil, para instalações
de tratamento de água e também de tratamento de
efluentes industriais, de diversos portes e tipos.”
“A Atlas Copco mostrará, na Fenasan 2011, a sua linha
de sopradores com tecnologia de parafuso, que pode
ser utilizada para tratamento em estações de água,
proporcionando uma redução de custo de energia
elétrica cerca de 30% inferior ao de sopradores con-
Testemunhal da empresa: “A nova tecnologia de sopradores de parafuso é uma novidade de alto impacto
e uma revolução tecnológica para quem trabalha com
tratamento de efluentes. Desde o século 19 não havia
nenhum avanço na mecânica de funcionamento dos
sopradores. Como o consumo de energia deles representa 70% do custo de uma estação, qualquer economia é muito significativa. 30% de economia, então, é
verdadeiramente algo bombástico para o setor. E a Fenasan, por motivos óbvios, é um dos melhores fóruns
para se divulgar uma novidade de tanta importância”.
AVK com destaque em
comportas e vávulas
Azud divulgará sua linha de filtros
Os novos sopradores da Atlas Copco
“A AVK estará focada nos produtos em que a demanda
hoje se apresenta muito alta, como é o caso das comportas em aço inox, fabricadas com uma tecnologia de
ponta na Europa, praticamente 100% estanque e também as válvulas de gaveta com cunha emborrachada
para água e esgoto. Um dos nossos destaques será a
válvula para solda diretamente nos tubos em PEAD,
cada vez mais utilizados.
“A Azud divulgará sua linha de filtros manuais e automáticos e também os seus novos equipamentos AZUD
WATERTECH destinados ao tratamento de água, esgoto
e reuso da água”.
Testemunhal da empresa: “Participar da Fenasan
2011 é a melhor oportunidade de apresentar ao mercado os nossos produtos e lançamentos para o segmento de saneamento ambiental”.
Testemunhal da empresa: “A visibilidade de ser um
fornecedor reconhecido e qualificado pela Sabesp abre
muitas outras portas em um mercado cada vez mais
qualitativo. Então, nada melhor do que a gestão do
evento pela associação que a representa, para estabelecer um link entre companhias”.
abril / maio / junho | 2011
Saneas
47
acontece no setor
Softwares de modelagem da Bentley
“A Bentley apresentará seu novo software de modelagem e análise hidráulica, o WaterGEMS. Este produto,
além de permitir a realização de análises da rede de
distribuição de água pelas áreas de engenharia e planejamento, permite ainda indicar o ponto provável de
vazamento na rede, possibilitando a localização mais
rápida de eventuais rupturas, agilizando seu processo
de reparação. Outra funcionalidade que será apresentada na feira é o recurso de otimização do acionamento das bombas com módulo Darwin Scheduler, que
faz parte da solução WaterGEMS. Este módulo permite que a partir de dados operacionais como curvas
de bombas e demandas o sistema sugira o modo de
operação ótimo sob o ponto de vista da economia de
energia utilizada no bombeamento.
Por fim, a Bentley apresentará em seu stand a nova
versão do SewerCAD, software voltado para a modelagem e análise de redes de esgotos, permitindo
o planejamento e avaliação das redes existentes no
atendimento a novas demandas de coleta de esgotos.
O sistema atende plenamente às normas brasileiras,
incluindo a verificação do critério da tensão trativa”.
Testemunhal da empresa: “Hoje a Sabesp é um dos
maiores usuários do mundo de nossa tecnologia de
modelagem e análise. Várias unidades de negócios
são usuárias de nossos produtos. Como a Fenasan é
a feira mais importante do setor, ela é um excelente ponto de encontro para mantermos contato com
nossos usuários e apresentarmos a eles a nossa tecnologia mais recente”.
48
Saneas
B&F Dias mostrará toda linha
e fará lançamento
“A B&F Dias mostrará toda sua linha de sistemas e
equipamentos para tratamento de efluentes: sistemas de aeração por ar difuso tipo fixo ou removível
- com difusores circulares ou tubulares (membrana,
aço inoxidável, cerâmico) - sistemas de geração de ar
com sopradores de ar, comportas em aço inoxidável,
anel de enchimento B&F OxRing e Decanters para remoção de clarificado em processos de SBR (Sequential Batch Reactor – Reatores por Batelada) B&F DC.
Porém, o grande lançamento é a linha de Decanters
B&F DC para remoção de clarificado em processos de
SBR (Sequential Batch Reactor – Reatores por Batelada), um projeto exclusivo da empresa. Os Decanters
são indicados para processos de SBR (batelada) e suas
vantagens são inúmeras: por serem fabricados em
aço inoxidável são totalmente resistentes a corrosão
e ataques químicos e UV, possuem grande resistência estrutural aos esforços mecânicos, baixo custo de
operação, são de fácil instalação, operação vertical
com curso controlado, entre outras.”
Testemunhal da empresa (detentora do Prêmio
AESabesp Sustentatibilidade, em 2010): “A Fenasan é reconhecida hoje como uma das mais importantes feiras do setor de saneamento do país e do exterior,
e possui um público único e muito qualificado, onde
encontramos ótimas oportunidades para demostrar
nossos produtos, conhecer novas tecnologias e sentir
as necessidades do mercado, ou seja, é de extrema importância para a empresa participar deste evento para
ficar por dentro do que está acontecendo no setor”.
abril / maio / junho | 2011
acontece no setor
Centroprojekt inova em soluções
para saneamento ambiental
“A Centroprojekt do Brasil mostrará na Fenasan 2011 soluções para tratamento de água, efluentes industriais,
sistemas públicos de saneamento e controle da poluição atmosférica. Atuando em todo o Brasil e na América do Sul, a empresa desenvolve projetos e sistemas
para empresas de variados segmentos da economia. Em
destaque na feira, será exibido o sistema hiperbólico de
mistura e aeração da Invent, que une a função de misturador e aerador em um único equipamento, constituído
por um hiperbólico imerso no efluente, acionado por
um motorredutor posicionado acima do nível líquido.
Ele pode ser utilizado apenas como misturador ou como
misturador e aerador. Uma das vantagens do sistema é
ter um baixo consumo de energia.
Testemunhal da empresa: “A Fenasan é considerada
um evento estratégico para geração de negócios nesse
mercado cada vez mais promissor. Tendo como pano
de fundo a crise ambiental e as normas relacionadas
ao meio ambiente, entre elas a recente Lei de Resíduos
Sólidos, a feira é uma importante ferramenta para as
empresas expandirem sua participação no mercado de
saneamento ambiental, além de uma grande vitrine
na área tecnológica ambiental e, portanto, atrai negócios lucrativos para seus participantes”.
Continuum Chemical
apresentará a linha de
sprays
“A Continuum Chemical apresentará,na
Fenasan 2011,a sua linha de produtos
NONOX que tem como proposta a
eliminação de odores desagradáveis
através de um processo de encapsulamento molecular. E a partir desta
linha NONOX foi desenvolvido o Spray
Eliminador de Odores – Linha Casa –
Banheiro, o único que elimina completamente o mau
odor sem deixar vestígios no ambiente de aplicação.”
Testemunhal da empresa: “A Fenasan é a maior feira
de saneamento ambiental do País e América Latina e,
por isso, abre grandes oportunidades de novos mercados”.
que atende aplicações de uso comum principalmente
de Bombeamento e Ar condicionado - e o VLT® FC 51
Micro Drive - drive para aplicações gerais que pode
controlar motores AC de até 22kW -, além de Filtros de
Harmônicas Ativos e Passivos, feitos para minimizar e
se precaver de possíveis “ruídos” harmônicos causados
por cargas não-lineares na rede elétrica.”
Danfoss apresentará produtos a linha
VLT® AQUA
“A Danfoss tem como principais produtos a linha VLT®
AQUA, que é dedicada à aplicações de bombeamento
nas plantas de saneamento, e soft starters nos modelos
MCD500, MCD200 e MCD100, que possuem funções
de controle de partida e parada para bombas. Nesta
Fenasan, ainda serão apresentados produtos como os
Conversores de Frequência VLT® FC 101 Basic Drive -
abril / maio / junho | 2011
Testemunhal da empresa: “A Feira é estratégica para
atendimento de clientes e também para captar contatos de novos compradores. Ela está em acordo com a
política de atendimento exclusivo e focado no mercado de saneamento. Apostamos muito neste mercado
pois, além de simplesmente fazer negócios, proporcionamos uma qualidade nas soluções de acionamento e
automação, principalmente de melhoria de processo e
economia de energia. Este é o quarto ano que vamos
participar desta feira e estamos muito satisfeitos com
os resultados anteriores”.
Saneas
49
acontece no setor
EEA levará uma ETE compacta
para demonstração
A EEA - Empresa de Engenharia Ambiental levará, à Fenasan 2011, uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) compacta, na qual serão demonstradas as misturas
dos processos físicos, químicos e biológico - aeróbio e
aneróbio.
Digitrol apresenta os Medidores
Eletromagnéticos da Siemens
“A Digitrol apresentará, na Fenasan 2011, vários modelos do Medidor Eletromagnético à Bateria SITRANS
da série MAG8000 de sua parceira Siemens, para água
tratada e alimentado por bateria que oferece flexibilidade para instalação de um medidor confiável virtualmente em qualquer lugar sem sacrifício da precisão
ou do desempenho, em atendimento aos padrões internacionais OIML R49 e CEN EM 14154, sendo especialmente indicado para otimização de suprimento de
água em aplicações tais como captação de água tratada, redes de distribuição, relatórios de contagem de
irrigação, controle de perdas etc. Fácil de instalar, ele
apresenta eficiência na gestão de energia avançada e
pode manter-se em funcionamento por até 6 anos em
uma aplicação típica para a detecção de vazão e para
a medição fiscal detalhada. Não possui partes móveis,
sendo, portanto praticamente livre de manutenção.”
Testemunhal da empresa: “A Digitrol representa e
é gestora da carteira de Saneamento da empresa Siemens no Brasil).A participação na Fenasan é a oportunidade perfeita para exposição de produtos, fomento
de negócios e o estreitamento das relações comerciais
com empresas e profissionais do setor”.
50
Saneas
Testemunhal da empresa: “A importância de estar
na Fenasan é a oportunidade de poder mostrar a qualidade dos nossos produtos aos nossos futuros clientes”.
Enasa levará uma unidade piloto de ETE
“A Enasa Engenharia estará neste ano participando da
Fenasan, expondo uma unidade piloto de tratamento
de esgotos, na modalidade MBR (Membrane bio reactor) e um skid/protótipo de um sistema MBBR (Moving
bed biofilm reactor).”
Testemunhal da empresa: “A Fenasan é considerada
como uma das melhores oportunidades para apresentação e exposição de serviços e equipamentos relacionados a àrea de meio ambiente, direcionado ao
tratamento de água, esgotos e efluentes industriais.
No setor de saneamento, atende o público focado em
desenvolvimento e novas tecnologias, o quem vem ao
encontro direto aos nossos interesses”.
abril / maio / junho | 2011
acontece no setor
Ercon mostrará dispositivo para
detecção de vazamento
“A Ercon Engenharia mostrará o dispositivo SmartBall®, projetado especificamente para detecção de vazamentos em adutoras e sub-adutoras”.
Testemunhal da empresa: “A feira da AESabesp tem
quantidade de estandes e frequência maiores do que
os demais eventos do setor, mostrando um grande potencial para efetivação de negócios. Enquanto as demais feiras são apêndices dos congressos das entidades que as realizam, a da AESabesp é prioritária, sendo
as sessões técnicas de mesma ou menor importância,
mesmo considerando a qualidade dos trabalhos que
são nela apresentados”.
Comercial Gonçalves apresentará
localizadores e sondas
“A Comercial Gonçalves irá expor duas de suas principais linhas de fornecimento com potencial aplicação nas concessionárias de saneamento, junto aos
departamentos de manutenção: Localizador de massa metálica e Localizador cabos e dutos enterrados.
Também estaremos apresentando para o mercado de
saneamento, a sonda de inspeção visual para locais
inacessíveis, produto já aprovado em outros segmentos produtivos, com transferência de vídeos e fotos
para um computador.”
Testemunhal da empresa: “O setor de infra-estrutura sempre foi um dos principais mercados e na
nossa visão, o setor de saneamento , em particular,
será um dos mais promissores. Dessa forma, participar de um evento como Fenasan faz parte do nosso
processo de crescimento e associação de nossa imagem a este mercado.
abril / maio / junho | 2011
GEA mostrará produtos de integração
para ETAs e ETEs
“A GEA Sistemas de Resfriamento. sediada em Indaiatuba-SP, estará presente na Fenasan 2011 com
produtos de integração para tratamento de águas e
de efluentes. A empresa fabrica e comercializa vários
produtos, como enchimentos estruturados, módulos
lamelares e mídia randômica, em diferentes materiais
em função da aplicação, além de ser um reconhecido fabricante nacional de torres de resfriamento de
água. Os produtos têm uma excelente relação custo/
benefício, devido não só às constantes melhorias na
produção, como à obtenção de elevadas eficiências,
consequência da geometria específica dos mesmos..
Fornecidos em módulos prontos para instalar ou em
peças soltas para posterior montagem, são facilmente
integrados em novas ETEs e ETAs ou em sistemas de
tratamento existentes, substituindo outros materiais.”
Testemunhal da empresa: “A nossa presença na Fenasan 2011 é uma oportunidade para divulgar as características e diferenciais dos nossos produtos, assim
como de novas sinergias e negócios com empresas e
profissionais dos setores”.
Saneas
51
acontece no setor
Hexis destaca o lançamento do
Espectrofotômetro DR3900
“Dentre as novidades que a Hexis levará à Fenasan
2011, destacamos toda linha Hach, principalmente o
lançamento do Espectrofotômetro DR3900, a linha de
eletroquímica e o novo controlador de processo SC200
para estações de tratamento de água. Os consumíveis
da marca Agilent/Varian também terão destaque em
nosso stand.”
Testemunhal da empresa: “A Fenasan sempre foi
importante, pois a Sabesp é referência no mercado
nacional para controle analítico em análise de água e
efluentes; estar em contato com a Sabesp e com outros clientes interessados em qualidade é sempre muito importante para a Hexis”.
Huber trará tecnologias
desenvolvidas na Alemanha
“A Huber do Brasil tem a intenção de levar à Fenasan
novas tecnologias desenvolvidas em sua matriz, na
Alemanha, voltadas ao setor de ‘Green Building’ como,
por exemplo, sistemas de aproveitamento de energia
térmica proveniente de esgotos. Além disto, temos o
objetivo de firmar nossa posição como grande fornecedor de equipamentos para pré-tratamento e de
membranas para processos MBR. Modelos compactos
de equipamentos para tratamento de lodo e membranas serão expostos no estande da Huber do Brasil.”
Testemunhal da empresa: “É imprescindível nossa
participação na Fenasan, para, tanto contribuir para
a divulgação de tecnologias de última geração empregadas no setor de saneamento ambiental, como também colaborar para a difusão de conhecimento e de
informações. Entendemos que esta feira é uma grande oportunidade para firmarmos a marca HUBER no
mercado brasileiro e sul-americano, e firmar parcerias
para produzir grandes resultados na área de saneamento ambiental”.
52
Saneas
Os geradores de cloro
da Hidrogeron
“A Hidrogeron mostrará, na Fenasan 2011, um sistema
que gera o cloro no próprio local de utilização, através
da água, sal e energia elétrica. É uma tecnologia limpa
e inovadora que proporciona resultados incomparáveis
em relação aos sistemas convencionais. Os Geradores de Cloro da Hidrogeron foram desenvolvidos para
atender a qualquer vazão de tratamento e a redução
nos custos operacionais podem chegar em até 80%,
além de garantir a segurança civil e ambiental.
Testemunhal da empresa: “A Fenasan oferece o
que há de melhor em tecnologias para tratamento de
Água e Efluente; cria novas parcerias; cria uma política de relacionamento com seu público de interesse e
é fundamental para a divulgação e fixação da marca”.
abril / maio / junho | 2011
acontece no setor
Equipamentos hidráulicos
multifuncionais da IMAP
“A IMAP levará à Fenasan equipamentos hidráulicos de
multifunções para o setor de saneamento básico e destino final de resíduos sólidos, atendendo as carências
deste segmento e contribuindo com o meio ambiente
em sintonia com a redução de custos operacionais e
sustentabilidade econômica resultante do investimento ocorrido, ampliando a satisfação dos usuários, aumentando assim a capacidade produtiva das equipes
de trabalho, bem como elevando significativamente a
credibilidade administrativa da empresa, seja esta pública ou privada”.
Testemunhal da empresa: “A importância de estar
nessa Feira é para divulgar nossos produtos aos participantes deste evento, uma vez que estes são técnicos
qualificados e líderes operacionais, responsáveis pela
redução dos custos básicos e dinamização da logística de trabalho da manutenção corretiva e preventiva,
que são fundamentais ao resultado de ampliação da
receita financeira”.
Invel mostrará Uniões de
tubos MaxiVIC GT
“Disponível nos diâmetros de 25 a 400 mm, a linha
de uniões de tubos MaxiVIC GT - Grande Tolerância,
permite uma variação de até 50 mm entre os diâmetros dos tubos da instalação. As uniões não requerem
preparo prévio dos tubos, oferecendo plena estan-
abril / maio / junho | 2011
Imperveg apresentará
impermeabilizante à
base óleo de mamona
“A Imperveg apresentará e divulgará, na Fenasan 2011,
seu impermeabilizante à base de poliuretano vegetal,
sendo este um material originado de óleo de mamona,
ecologicamente correto. Devido as suas propriedades
atóxicas pode ser utilizado em reservatório de água
para consumo humano, sem restrições, atendendo a
Portaria MS 518.”
Testemunhal da empresa (detentora do Premio
Destaque Especial AESabesp, em 2009): “É um
orgulho estar expondo na Fenasan que é direcionada ás áreas de saneamento e meio ambiente e seus
público visitante, formados em sua grande maioria
por profissionais altamente qualificados, busca novas
tendências de materiais não agressivos ao ser humano
e ao meio ambiente”.
queidade na união de tubos de aço, ferro fundido,
polietileno, PVC, fibrocimento e cerâmica. Utilizadas
em tubulações de água, esgoto, gás natural, ar comprimido e produtos químicos, suportam pressões de
trabalho de 16 bar, temperaturas de -20ºC a 90ºC,
absorvem desalinhamentos angulares de até 6º e permitem movimentação axial dos tubos, dispensando
juntas de dilatação.Homologadas pela SABESP, são
fabricadas em ferro fundido nodular ASTM A-536 e
disponíveis nas formas construtivas standard, redução, tampão, flangeadas e roscadas.”
Saneas
53
acontece no setor
Laffi mostrará suas
duas linhas de filtros
“A Laffi Filtration opera suas atividades em projetos,
desenvolvimento e fornecimento de sistemas de alta
qualidade para filtragem industrial, fabricação, comercialização, importação e exportação de filtros. Destacaremos na Fenasan, nossas duas linhas de produtos: Laffi Filtration e Laffi Water. A Linha Laffi Filtration possui
equipamentos como Filtros tipo Bolsa, Cartucho, Cesto,
Elementos Filtrantes e Filtro Separador Centrífugo, já
a linha Laffi Water, possui, Filtros tipo Leito “areia e
carvão”, Abrandadores, Desmineralizadores, Osmose
Reversa, Membranas, Sistemas UF e ETA/ETE.
Testemunhal da empresa: “É importante estar presente num dos maiores eventos do país direcionado
para o setor de saneamento e meio ambiente, onde
podemos mostrar todo nosso profissionalismo, a qualidade dos nossos produtos adquirida nestes 22 anos
de existência e a de trocar informações com profissionais, clientes, fornecedores, que certamente agregarão
valores aos nossos negócios e contribuirão para um
desenvolvimento sustentável”.
Rothenberger estará com ferramentas
e máquinas para tubos plásticos
A Rothenberger do Brasil levará, para a Fenasan 2011,
toda a sua linha de ferramentas e máquinas para tubos
de plásticos, que abrange desde: Cortadores, Maçaricos de Ar quente e Máquinas de Solda por Eletrofusão
e Termofusão. Os principais destaques serão: ROWEL
P315 W (Máquina de soldar topo a topo para trabalhos
avulsos e de produção em oficinas, indicada para tubos
de conexões de PE, PP e PVDF; Máquina de Solda por
Termofusão com Controle CNC - processo de soldagem
por termofusão para tubos de PE, PP e PVDF, controlado por comando CNC (DATALINE), que registra e determina todos os parâmetros de soldagem de acordo com
54
Saneas
O tratamento Anticorrosivo da Promar
“A tecnologia especializada na proteção anticorrosivo
será o foco da Promar na Fenasan 2011.Os processos
corrosivos estão presentes em todos os locais e a todo
instante da nossa vida diária. Assim a deterioação de
estruturas metálicas, equipamentos e instalações industriais são problemas que o ser humano se depara a
todo instante. O nosso objetivo é demonstrar a importância da pintura industrial em aspectos técnicos e econômicos, para os mais diversos segmentos industriais,
incluindo os setores de saneamento e meio ambiente.”
Testemunhal da empresa: “Muito nos orgulha poder
contribuir para o desenvolvimento técnico e econômico do nosso País. O dispêndio brasileiro no setor anticorrosivo ainda apresenta carência, quando relacionado a países norte-americanos e europeus. por esta
razão é que consideramos fundamental a nossa participação, objetivando o desenvolvimento e a qualidade
de vida no Brasil”.
a norma DVS Alemã e
outras diretivas de aplicações Internacionais,
sem interferência do
operador no processo de
soldagem.
Testemunhal da
empresa: “Atualmente
a Fenasan é uma das
melhores feiras voltadas
para a área de saneamento; por isso a importância
de expor a linha de equipamentos e ferramentas para
instalação de tubos de plástico”.
abril / maio / junho | 2011
acontece no setor
Testemunhal da empresa: “A Fenasan é de extrema
importância por que as empresas de saneamento são
os nossos principais clientes”.
NMello Stanley mostrará
ferramentas hidráulicas.
“A NMello Stanley levará para a Fenasan 2011 toda a
sua linha de ferramentas hidráulicas Stanley”.
Schneider mostrará
seu desempenho
na tecnologia de
automação
A Schneider Electric levará à Fenasan 2011, o seu Conceito EcoStruxure ,além dos Controladores
programáveis Modicon e Atos;
Inversores de frequência Altivar;
Sistema de Telemetria (rádios,
remotas), Unidade de controle
de poços Acquaview (controle via GSM); Sistema de
vídeo- segurança Pelco , Interfaces Homem-Máquina
Magelis; Software SCADA Vijeo Citect ; Software MES
Ampla e Software Web Energy.
Testemunhal da empresa: “A Schneider Electric considera o saneamento como um de seus mercados verticais e por isto desenvolve uma ampla linha de produtos
e soluções específicos para o setor. Entendemos que a
Fenasan é a melhor oportunidade para mostrar nossas
novidades para um público bastante qualificado”.
Novos tubos de PFFV da Vetro
“A Vetro estará expondo amostras de tubos de PRFV
com liner termofixo (liner de poliéster) e termoplástico (liner de PVC) fabricados conforme a Norma NBR
15536. Nosso produto apresenta alguns diferenciais
comparados a produtos similares, eles são resistentes
à corrosão, à abrasão, suportam altas temperaturas,
apresentam baixo custo de instalação, operação e manutenção, é um material muito leve, apresenta ótima
abril / maio / junho | 2011
Armazenamento de líquidos com a
Thanks Br
“A Thanks Br objetiva mostrar ao mercado de saneamento brasileiro uma idéia inovadora e muito interessante em armazenamento de líquidos para água e
esgoto. A nossa linha de reservatórios parafusados e
com revestimento especial (epóxi Trico Bond EP e Vitrificado), além de nossos domos geodésicos autoportantes de alumínio, são o que há de mais moderno em
termos de armazenamento no mundo inteiro. São rápidos para montar; podem ser expandidos e relocados,
minimizam em muito a manutenção e tem o melhor
custo benefício”.
Testemunhal da empresa: “Participar da Fenasan
é sempre um motivo de orgulho, responsabilidade e
comprometimento com o mercado de saneamento
nacional. E também significa um potencial veículo de
divulgação de nossos produtos e tecnologia. A Tanks
BR sente-se gratificada de estar nesta importante feira brasileira”.
resistência ao tempo e com vida útil estimada de 50
anos. Estas características proporcionam a otimização
do investimento e evitam a renovação prematura da
infraestrutura, sem contar com cuidados com meio
ambiente. Outro ponto positivo é a intercambialidade
com outros materiais.”
Testemunhal da empresa: “A Fenasan proporciona
uma ótima oportunidade de divulgar a marca Vetro,
apresentar nossos produtos e serviços, receber nossos
clientes, realizar novos contatos e fechar negócios”.
Saneas
55
acontece no setor
Viapol destaca seus produtos e
soluções em impermeabilização
“O principal destaque da Viapol na Fenasan 2011 será o
VitPOLI ECO, um revestimento impermeabilizante que
traz grande apelo ecológico e eficiência na aplicação,
sendo recomendado para a proteção e acabamento
impermeável de estruturas metálicas e de concreto;
proteção das estruturas de tanques e reservatórios de
efluentes industriais e esgoto; e impermeabilização de
reservatórios de água potável. É produzido à base de
poliuretano vegetal; isento de solventes; possui baixo
teor de VOC (Compostos Orgânicos Voláteis); apresenta
grande aderência em diversos substratos, dispensando o uso da camada de imprimação (primer); e conta
com elevada resistência química, à corrosão e às altas
temperaturas (até 90°C). A empresa ainda apresentará
sua linha completa de produtos e soluções em impermeabilização, proteção e recuperação de estruturas de
concreto para aplicações em saneamento.”
Testemunhal da empresa: “Reconhecida como uma
das mais importantes feiras deste setor em toda a
América Latina, o evento será uma oportunidade
para estreitar o relacionamento com o público especializado na área de saneamento, trocar informações
sobre este mercado, apresentar os produtos destinados à impermeabilização, proteção e recuperação de
estruturas de concreto, como Estação Elevatória de
Esgoto (EEE); Estação de Tratamento de Efluentes e
Esgoto (ETE), Estação de Tratamento de Água (ETA),
reservatórios e tanques, entre outros”.
56
Saneas
Vogelsang apresenta nova tecnologia
para bombeamento de lodo.
A Vogelsang, multinacional alemã líder na fabricação
de bombas de lóbulos e trituradores para lodo, apresenta na Fenasan sua linha de bombas de lóbulos para
lodo. São bombas compactas, ocupando metade do espaço de uma bomba usual, que podem operar em vazio sem danificar as partes emborrachadas. Além disto,
permitem a manutenção na linha sem desmontagem
da tubulação garantindo o rápido retorno à operação.
Podem operar nos 02 sentidos, sendo extensamente
utilizadas nas plantas com MBR. A linha de bombas da
Vogelsang pode atender vazões de até 800 m³/h.
Testemunhal da empresa: “A Vogelsang está
iniciando suas operações no Brasil. A Fenasan é sem
dúvida um dos melhores canais para introduzirmos
nossos produtos, não apenas para a Sabesp, mas
também para todo o mercado de Saneamento”.
abril / maio / junho | 2011
acontece no setor
A WasserLink oferece soluções para o
tratamento de águas e efluentes
“A Wam do Brasil, filial do Grupo Italiano WAMGROUP,
que atua no setor de tratamento efluentes no Brasil
há vários anos e já partecipou de várias edições da Fenasan, quer continuar mostrando a própria linha de
equipamentos voltados ao saneamento municipal e
industrial, com ênfase especial no sistema compacto
de Pre-tratamento da linha TSF que traz vários benefícios econômicos e técnicos em comparação com os
sistemas tradicionais.”
“Para o tratamento de água, a WasserLink disponibiliza
o seu removedor de lodo WasserTrack, indicado para
obter remoção de lodo decantado mais denso e maiores carreiras de filtração. O WasserTrack compõe o rol
de soluções para ampliar a capacidade de tratamento
das ETAs com extração automática e contínua de lodo
mais denso para as etapas de desaguamento. Também
serão divulgados, na Fenasan, outros produtos em suas
áreas de aplicação: misturador estático em linha, peneiramento mecanizado, componentes em fiberglass,
removedores mecanizados de lodo para decantadores
e adensadores, agitadores e floculadores mecânicos.”
Testemunhal da empresa: “A Fenasan é um palco
que a cada ano vai aumentar a própria importância
não só como feira da Associação dos Engenheiros
da Sabesp, mas como o evento de referência para
o setor do saneamento público no Brasil, por isso a
importância de estarmos presentes”.
Testemunhal da empresa:” A Fenasan, sendo uma
das mais importantes feiras da área ambiental no
Brasil, é o espaço adequado para informar sobre as
tecnologias mais recentes desenvolvidas pela WasserLink, além de permitir a troca de experiência entre os
inúmeros usuários satisfeitos e os novos clientes”.
Wam do Brasil enfatiza seu sistema
compacto de pré tratamento
A belga Waterleau mostrará
tecnologia desenvolvida para ETEs
“Operando em sua sede próxima a Bruxelas, a Waterleau é um dos poucos competidores globais com um
portifólio completo de tratamento de ar, água e resí-
58
Saneas
duos e aplicações de recuperação de energia. Na Fenasan, mostraremos nossa tecnologia para ETE, à base de
lodos ativados, até MBR, com tratamento de lodos (secagem) até reaproveitamento de energia (incineração
e biodigestão tanto eólica como solar). O seu processo
patenteado é o LUCAS®, que significa Leuven University Cyclic Activated Sludge e, como o próprio nome
sugere, consiste em um sistema de operação cíclico de
lodos ativados, compacto e modular. LUCAS® significa também Low-cost Unobtrusive Compact Advanced
Sustainable (Baixo custo, Discreto, Compacto, Avançado e Sustentável), resumindo as vantagens desta tecnologia.”
abril / maio / junho | 2011
Um sistema inovador de coleta de esgoto
que protege o ambiente com menor custo.
O sistema de coleta de esgoto a vácuo propicia uma
economia de até 40% se comparado com os outros
sistemas e fornece ainda vantagens adicionais:
■ Mínimos rompimentos na superfície
■ Instalado numa profundidade rasa
■ Impede a ocorrência de fugas
e infiltrações
■ Requer menores diâmetros
de tubulação
■ Ecologicamente seguro
■ Facilidade de manutenção
■ Atende à Norma da
ABNT NBR-15710
■ Baixo custo de operação
e manutenção
■ A válvula de interface opera sem
o uso de energia elétrica
■ Não há exposição do
operador ao esgoto
Como o sistema opera:
Uma tubulação convencional
por gravidade transporta o
esgoto sanitário doméstico da
economia doméstica até uma
caixa de válvula.
1
Quando o volume especificado do
poço de coleta de esgoto sanitário
doméstico é coletado, a válvula
abre e a diferença de pressão
impulsiona o conteúdo do poço
até a linha principal de vácuo.
2
O esgoto sanitário doméstico atinge
uma velocidade entre 4 e 6 metros por
segundo na linha principal de vácuo. Esta
é construída em forma de dente de serra
para garantir niveis de vácuo adequados
no final de cada segmento de linha.
3
A seguir, o esgoto sanitário
doméstico entra no tanque coletor.
Quando o volume em seu interior
atingir um nível preestabelecido, as
bombas de recalque transferem o
conteúdo até a estação de tratamento,
através de uma tubulação de recalque.
As bombas de vácuo ligam e
desligam conforme necessário, a
fim de manter um nível constante
de vácuo em todo o sistema
de coleta de esgotos sanitários
domésticos.
4
Tanque Coletor
Entrada de Ar
Estação de Vácuo
Tampa da Caixa
de Válvula
Caixa de Válvula
Conexão de
Serviço
Rede de Coleta
a Vácuo
Válvula de Interface
Ligação por
Gravidade
Proveniente
da Economia
Doméstica.
Tubo de Sucção
Sensor de Nível
Bombas de
Vácuo
Poço
de Coleta
Linha de
Recalque
Perfil Tipo Dente de Serra
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