Úlcera por pressão

Transcrição

Úlcera por pressão
Protocolos de
Enfermagem
PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE ÚLCERA
POR PRESSÃO
HEMORIO - 2010
1ª Ed.
PROTOCOLOS DE ENFERMAGEM
Elaboração e Revisão:
Águeda Glória de Matos
Colaboradores:
Ana Cristina Amorim Dantas
Maria das Graças S. dos Santos
Vanessa da Rocha Maia
Viviane Pereira Ramos
2
Identificação de Risco e Prevenção de Queda
Documento que padroniza a prática dos profissionais de enfermagem do HEMORIO na
prevenção e tratamento de úlceras por pressão.
3
Protocolos de Enfermagem
Conteúdo
1 - INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 7
Definição:.............................................................................................................................. 7
Classificação das Úlceras por Pressão .................................................................................... 7
Estágio I ............................................................................................................................ 7
Estágio II ........................................................................................................................... 8
Estágio III .......................................................................................................................... 8
Estágio IV .......................................................................................................................... 8
Locais Mais Comuns para o Aparecimento de Úlceras por Pressão ........................................ 9
2 – FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ÚLCERA POR PRESSÃO .......................... 9
Fatores Externos ................................................................................................................... 9
1- Pressão contínua: .......................................................................................................... 9
2- Cisalhamento: ............................................................................................................... 9
3- Fricção: ....................................................................................................................... 10
4- Umidade: .................................................................................................................... 10
Fatores Internos .................................................................................................................. 10
1- Idade Avançada: .......................................................................................................... 10
2- Doenças concomitantes: ............................................................................................. 10
3- Condições nutricionais: ............................................................................................... 10
4- Drogas sistêmicas: ....................................................................................................... 10
5- Mobilidade reduzida ou ausente: ................................................................................ 10
3 - IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RISCO PARA ÚLCERA POR PRESSÃO .................................. 11
Identificação do Cliente em Risco ........................................................................................ 11
Avaliação de Risco para Úlcera por Pressão ......................................................................... 11
4 - MEDIDAS E AÇÕES DE PREVENÇÃO ...................................................................................... 12
Cuidando da pele ................................................................................................................ 12
Reduzindo a umidade.......................................................................................................... 12
Avaliando a Pressão ............................................................................................................ 12
Reduzindo a fricção e cisalhamento .................................................................................... 13
Estimulando a Movimentação ............................................................................................. 13
5 - TRATAMENTO DA ÚLCERA POR PRESSÃO ............................................................................. 13
1º Passo: Avaliar a Lesão ..................................................................................................... 13
4
Identificação de Risco e Prevenção de Queda
O que avaliar na lesão? ................................................................................................... 13
Porque medir? ................................................................................................................ 13
2º Passo: Realizar o curativo ............................................................................................... 14
Limpeza da Úlcera por Pressão ........................................................................................ 14
Desbridamento ............................................................................................................... 14
Tipos de úlceras e Coberturas Utilizadas.............................................................................. 16
6 - REGISTRO DA LESÃO ............................................................................................................ 17
O que anotar? ..................................................................................................................... 17
7 - COMISSÃO DE CURATIVOS ................................................................................................... 17
8 – BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................... 18
9 – ANEXOS ............................................................................................................................... 19
A – Impresso ”Avaliação Para Risco de Queda”.................................................................... 19
B – Folder “Orientação Para Prevenção de Quedas em Ambiente Hospitalar” ..................... 21
5
Protocolos de Enfermagem
Figura 1- Úlcera por pressão estágio I - Fonte: Delay, C. Cuidando de Feridas. 3ed. São Paulo:
Atheneu, 2008 .......................................................................................................................... 7
Figura 2 - Úlcera por pressão estágio II - Fonte: Delay, C. Cuidando de Feridas. 3ed. São Paulo:
Atheneu, 2008 .......................................................................................................................... 8
Figura 3 - Úlcera por pressão estágio III - Fonte: Delay, C. Cuidando de Feridas. 3ed. São Paulo:
Atheneu, 2008 .......................................................................................................................... 8
Figura 4 - Úlcera por pressão estágio IV - Fonte: Delay, C. Cuidando de Feridas. 3ed. São Paulo:
Atheneu, 2008 .......................................................................................................................... 8
Figura 5: Locais mais comuns para o aparecimento de úlceras por pressão ............................... 9
Figura 6 - “5 is”: Fatores escolhidos para a Identificação do Cliente em Risco de
Desenvolvimento de Úlcera por Pressão. ................................................................................ 11
Figura 7: Apresentação da Escala de Braden. Alto risco: de 6 a 10 pontos; Risco Moderado: 11
a 15 pontos e Pequeno Risco: 16 a 23 pontos. ......................................................................... 12
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Identificação de Risco e Prevenção de Queda
1 - INTRODUÇÃO
As úlceras por pressão acometem pacientes acamados e/ou com restrição de
movimentos, podendo causar danos incalculáveis em termos de dor, sofrimento, além
de contribuir para o aumento dos custos com internações e tratamentos. A existência
de uma ferida desorganiza o corpo em sua química e sua emoção, pois impõe ao
sujeito uma nova imagem.
A reparação tecidual compreende um processo sistêmico, por isso cabe a equipe
multiprofissional que acompanha o paciente desenvolver um conjunto de estratégias
que possibilitem identificar caminhos para o alcance dos objetivos. Porém a prevenção
ainda é a melhor opção.
As ações de enfermagem devem estar associadas à implantação de estratégias de
prevenção, que devem dirigidas aos fatores de risco encontrados, o que contribui para
obtenção dos resultados esperados.
Definição:
Segundo o National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), as úlceras por pressão são
definidas como: “Áreas de necrose tissular, que tendem a se desenvolver quando o
tecido mole é comprimido, entre uma proeminência óssea e uma superfície externa,
por um longo período de tempo”.
Classificação das Úlceras por Pressão
Estágio I
Pele intacta com hiperemia de uma área localizada.
A hiperemia não regride após alívio da pressão, há
edema discreto. Neste tipo de úlcera observa-se a
cicatrização espontânea se forem realizadas as
ações preventivas tais como mudança de decúbito,
posicionamento do paciente etc.
Figura 1- Úlcera por pressão estágio I - Fonte:
Delay, C. Cuidando de Feridas. 3ed. São
Paulo: Atheneu, 2008
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Protocolos de Enfermagem
Estágio II
Perda
da
integridade
da
epiderme,
com
comprometimento da derme. Úlcera superficial
com leito vermelho pálida, sem esfacelo (tecido
desvitalizado). Pode ainda apresentar-se como
bolha intacta (exsudato seroso), ou aberta
Figura 2 - Úlcera por pressão estágio II Fonte: Delay, C. Cuidando de Feridas. 3ed.
São Paulo: Atheneu, 2008
rompida.
Estágio III
Comprometimento até o tecido subcutâneo que
fica visível, sem exposição óssea, tendão ou
músculo.
Pode
haver
esfacelo,
incluindo
descolamento da pele e tuneilização( formação de
túneis relacionados com a profundidade).
Figura 3 - Úlcera por pressão estágio III Fonte: Delay, C. Cuidando de Feridas. 3ed.
São Paulo: Atheneu, 2008
Estágio IV
Comprometimento com perda total de tecido com
exposição, de músculo ou tendão. Pode haver
esfacelo, ou escara(tecido morto de cor preta com
textura seca semelhante a couro). Este tipo de
ferida frequentemente inclui descolamentos e
túneis. Pode afetar músculos e estruturas de
suporte como fáscia, tendão ou cápsula articular,
levando ao aparecimento de uma osteomielite.
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Identificação de Risco e Prevenção de Queda
Figura 4 - Úlcera por pressão estágio IV Fonte: Delay, C. Cuidando de Feridas. 3ed.
São Paulo: Atheneu, 2008
Locais Mais Comuns para o Aparecimento de Úlceras por Pressão
Figura 5: Locais mais comuns para o aparecimento de úlceras por pressão
2 – FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ÚLCERA
POR PRESSÃO
Fatores Externos
1- Pressão contínua: quando em área de lesão ou proeminência óssea ocorre
pressão excessiva ou contínua, a irrigação sanguínea torna-se prejudicada, dificultando
a irrigação no local da lesão.
2- Cisalhamento: ocorre quando o paciente desliza na cama; o esqueleto e os tecidos
mais próximos se movimentam, mas a pele das nádegas permanece imóvel. Um dos
piores hábitos é o de apoiar as costas na cabeceira da cama, que favorece o
deslizamento, causando dobras na pele (cisalhamento).
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Protocolos de Enfermagem
3- Fricção: ocorre quando duas superfícies são esfregadas uma contra a outra. A
causa mais comum é “arrastar” o paciente ao invés de levantá- lo. A umidade piora os
efeitos da Fricção.
4- Umidade: é importante diminuir a exposição da pele a umidade excessiva, para
que não haja rompimento da epiderme.
Fatores Internos
1- Idade Avançada: o idoso é mais susceptível às lesões e ao retardo das fases de
cicatrização devido à deficiência nutricional, ao comprometimento imunológico,
circulatório e respiratório, ao ressecamento da pele e fragilidade capilar. Outras
características da idade que aumentam à suscetibilidade às lesões são: a produção de
vitamina D, a resposta inflamatória, a síntese de colágeno, a angiogênese, a velocidade
de cicatrização e a diminuição da espessura da derme.
2- Doenças concomitantes: Hipertensão Arterial Severa (HAS), Diabetes Mellitus
(DM), hepatopatias, nefropatias, problemas vasculares e neoplasias retardam ou
impedem a evolução do processo de cicatrização.
3- Condições nutricionais: são os nutrientes que fornecem o substrato necessário
para o organismo realizar o processo reconstrutivo e para fazer frente às infecções. A
deficiência de alguns nutrientes compromete diretamente no processo cicatricial. O
paciente deve ser acompanhado com exames laboratoriais e dados antropométricos.
4- Drogas sistêmicas: corticóides, agentes citotóxicos, penicilina, entre outras
inibem o processo de cicatrização.
5- Mobilidade reduzida ou ausente: clientes com diminuição da capacidade de
mudar de posição de forma independente devem ter a pressão local aliviada pela
mudança de decúbito.
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Identificação de Risco e Prevenção de Queda
3 - IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RISCO PARA ÚLCERA POR
PRESSÃO
Identificação do Cliente em Risco
O cliente em risco de desenvolver úlcera por pressão é identificado pelo enfermeiro
Imobilidade
Inatividade
Incontinência
Insuficiência
Nutricional
Insuficiência
Sensorial e
Motora
utilizando 5 fatores escolhidos por enfermeiros da internação e denominados “5 is” .
Figura 6 - “5 is”: Fatores escolhidos para a Identificação do Cliente em Risco de Desenvolvimento de Úlcera por
Pressão.
Avaliação de Risco para Úlcera por Pressão
A Escala de BRADEN é um instrumento de avaliação de risco para o desenvolvimento
de úlcera por pressão. Esta escala apresenta uma sensibilidade maior e é mais
específica, oferecendo maior eficiência na avaliação. Sendo recomendada pela EPUAPEuropean Pressure Ulcer Advisory Panel(1997). O grau de escores tem valores entre 4
e 23. O escore de 16-23 indica pequeno risco para desenvolvimento de úlcera por
pressão; de 11-15, observa-se um moderado risco e de 6-10 considera-se um elevado
risco.
A avaliação inicial deve ser na admissão do cliente. Após sua aplicação e somatório
dos pontos o cliente é classificado quanto ao risco para aparecimento das lesões. São
analisados os fatores de risco associados e medidas específicas de prevenção são
implantadas.
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Protocolos de Enfermagem
Fatores de
Risco
1
Percepção
sensorial
Umidade
Totalmente
limitado
Completament
e molhado
Atividade
Acabado
Confinado a
cadeira
Mobilidade
Totalmente
imóvel
Bastante limitado
Nutrição
Muito pobre
Fricção e
Cisalhamento
Problema
2
Muito limitado
Muito molhado
3
4
Levemente
limitado
Ocasionalmente
molhado
Anda
ocasionalmente
Levemente
limitado
Nenhuma
limitação
Raramente
molhado
Anda
frequentemente
Não apresenta
limitações
Adequada
Excelente
Provavelmente
inadequada
Problema em
potencial
Nenhum
problema
Figura 7: Apresentação da Escala de Braden. Alto risco: de 6 a 10 pontos; Risco Moderado: 11 a 15 pontos e
Pequeno Risco: 16 a 23 pontos.
4 - MEDIDAS E AÇÕES DE PREVENÇÃO
Cuidando da pele
Identificar sinais precoces de lesões causadas por pressão.
Utilizar Ácido Graxo Essencial (AGE) para proteção da pele.
Identificar sinais de ressecamento, rachaduras, eritema, maceração,
fragilidade, calor e enduração.
Atenção:
Evitardeo pele
excesso
de roupas
de cama
limpas
e bem esticadas.
Em clientes
escura
de eritemas
são mantendo-as
mais difíceis de
detecção.
Reduzindo a umidade
Identificar e tratar causas de umidades.
Realizar higiene íntima após cada troca de fralda.
Incentivar o uso de comadre e dispositivos urinários (exemplo:jontex ®),
mantendo as roupas de cama sempre secas
Avaliando a Pressão
Realizar mudanças de decúbito a cada 2-3 horas.
Utilizar dispositivos de alívio de pressão tais como: colchões especiais (caixa
de ovo, pneumático), travesseiros, almofadas de gel.
Aumentar a superfície de apoio na região onde está sendo exercida a
pressão.
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Identificação de Risco e Prevenção de Queda
Proteger calcâneo manter os membros inferiores aquecidos.
Atenção:
Não massagear as áreas de proeminência ósseas.
Reduzindo a fricção e cisalhamento
Realizar transferências e movimentações do cliente com o auxílio de coxins
e apoios.
Posicionar o paciente no leito de forma correta.
Estimulando a Movimentação
Estimular a movimentação ativa no caso do paciente restrito ao leito sob
acompanhamento.
Solicitar parecer ao serviço de fisioterapia, para a realização de
movimentação passiva.
Estimular o paciente a sentar no leito e/ou fora do leito com auxílio,
minimizando o risco de quedas.
EEstimular a deambulação com auxílio, minimizando o risco de queda.
5 - TRATAMENTO DA ÚLCERA POR PRESSÃO
1º Passo: Avaliar a Lesão
A avaliação é essencial para classificação da úlcera por pressão, o que assegura a
seleção adequada para os produtos que serão utilizados.
O que avaliar na lesão?
Tempo de existência
Classificação
Aspecto, localização, dor, tamanho, profundidade e presença de exsudato
Porque medir?
A mensuração permite avaliar e documentar a evolução da ferida em seu processo
cicatricial. O ideal é que a medida seja realizada sempre pela mesma pessoa, o
paciente na mesma posição para maior fidedignidade.
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Protocolos de Enfermagem
Deve-se usar uma régua para medir em cm, o maior comprimento e a maior largura da
superfície da lesão; multiplicar altura x largura = cm²
As feridas cavitárias devem ser medidas com o auxílio de swabs ou os instrumentais
de curativos. Outros tipos de mensuração podem ser realizados com papel
milimetrado, filme transparente liso. O registro fotográfico também pode ser utilizado
sendo um adjuvante importantíssimo no acompanhamento da evolução da lesão,
permitindo visualização e comparação dos vários aspectos da ferida durante o
tratamento. Cabe ressaltar que o registro fotográfico só pode ser feito com a devida
autorização do cliente. Anexo B
2º Passo: Realizar o curativo
O curativo ideal deve proporcionar conforto ao paciente, ser de fácil aplicação e
remoção, não exigir trocas frequentes , ter uma boa relação custo-benefício. A
manutenção da umidade no leito da ferida auxilia na migração das células da
epiderme, porém deve -se levar em conta que uma umidade excessiva levará a uma
maceração da pele adjacente o que impede a epitelização.
Limpeza da Úlcera por Pressão
A limpeza deve ser realizada utilizando-se soro fisiológico morno em jato para irrigar a
ferida. A temperatura em torno de 37ºC, favorece o nível de oxigenação no tecido
aumentando a atividade dos neutrófilos que tem como função fagocitar bactérias.
Uma baixa pressão deve ser utilizada ao se limpar o leito da ferida para que o tecido
neo-formado não seja lesionado.
Desbridamento
Por que desbridar?
Este processo de limpeza permite a remoção dos tecidos desvitalizados e aderidos,
utilizando algumas técnicas.
Tipos de Desbridamento
•Método mecânico: é a remoção através de uma força mecânica, é uma das das
formas mais rápidas de desbridamento. Uma gaze umedecida com soro fisiológico
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Identificação de Risco e Prevenção de Queda
é colocada no leito da ferida e deixada até secar e depois removida. Este método é
bastante doloroso podendo necessitar de analgesia.
•Método Autolítico: método natural que ocorre na presença de meio úmido que
ativa células fagocíticas e enzimas proteolíticas do próprio indivíduo. Este método
pode ser promovido utilizando- se coberturas como hidrogel e hidrocolóide. Este
processo é lento e não pode ser utilizado em feridas infectadas e colonizadas.
•Método Enzimático: é o método seletivo que utiliza enzimas exógenas para
quebra de tecido necrótico. Ex:. Colagenase
•Método osmótico: obtido a partir do uso de produtos com mecanismo de ação
osmolar, que equilibram a quantidade de umidade em feridas mais exsudativas.
Ex:. Alginato
•Método com Instrumental Cortante: requer uso de instrumentais cirúrgicos;
pode ser de dois tipos: conservador e cirúrgico.
Conservador- método seletivo de remoção de tecido aderente não
viável, por instrumental cortante, que se limita até a fáscia; não há
necessidade de anestesia, pode ser feito por enfermeiro, médico não
cirurgião e fisioterapeuta.
Cirúrgico- método seletivo de remoção de grande área de tecido
aderente não viável, por instrumental cortante, que não se limita até a
fáscia; há necessidade de anestesia, realizado apenas por médico cirurgião.
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Protocolos de Enfermagem
Tipos de úlceras e Coberturas Utilizadas
Úlcera por pressão Estágio I
• Creme de Uréia
• Ácido Graxo Essencial (AGE)
• Filme transparente para proteção da pele
Úlcera por pressão Estágio II, III e IV com sinais de
infecção e odor fétido
• Realizar limpeza com soro fisiológico 0,9% (S.F.0,9%)
• Utilizar carvão ativado com prata e sulfadiazina de prata
Úlcera por pressão Estágio II,III e IV com tecido
desvitalizado/necrosado
• Realizar limpeza com S.F.0,9%
• Utilizar hidrogel antisséptico, gaze de acetato impregnada com
petrolatum e hidropolímero
Úlcera por pressão Estágio II, III e IV com exsudato
moderado/abundante
• Realizar limpeza com S.F.0,9%
• Utilizar carvão ativado com prata e alginato de cáicio e sódio
Úlcera de pressão Estágio II,III e IV com exsudato leve
• Realizar limpeza com S.F.0,9%
• Utilizar solução antisséptica com poliheximetilbiguanida, hidrogel
antisséptico e hidrocolóide
Úlcera por pressão Estágio II, III e IV com tecido de
granulação
• Realizar limpeza com S.F.0,9%
• Utilizar carvão ativado com prata e alginato de cáicio e sódio
Úlcera por pressão Estágio II, III e IV com tecido de
epitelização
• Creme de Uréia
• Ácido Graxo Essencial (AGE)
• Filme transparente
• Hidropolímero
• Hidrocolóide
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Identificação de Risco e Prevenção de Queda
6 - REGISTRO DA LESÃO
O que anotar?
Fase do processo de cicatrização (uma lesão altera o estágio conforme a
evolução mesmo apresentando tecido de epitelização ela será classificada com
o estágio da primeira avaliação ex: úlcera por pressão estágio IV apresentando
tecido de epitelização)
Profundidade em cm, presença de túnel e/ou fístula, descolamento.
Presença de exsudato, aspecto, coloração, quantidade, consistência, dor,
localização e extensão
Características da ferida tipo de tecido (esfacelo, granilação, epitelização,
necrose)
Aspectos da borda e pele ao redor da ferida (hiperemia, edema, calor,
coloração, ressecamento, algia)
Tipo de desbridamento
Queixas referidas pelo paciente durante a realização do procedimento (dor,
desconforto e prurido)
Tipo de curativo realizado (oclusivo, aberto, compressivo, horário de realização
e cobertura utilizada)
Registrar o número de trocas
Registrar medidas e ações de prevenção adotadas
Registrar o resultado da Escola de Braden na evolução de enfermagem
Realizar a prescrição de enfermagem.
Orientar o cliente e/ou cuidador quanto aos cuidados a serem adotados com a
pele fragilizada e lesões.
7 - COMISSÃO DE CURATIVOS
A Comissão de curativos do HEMORIO foi criada em 2003, encontra-se regulamentada
pela SESDEC. É uma comissão multiprofissional, composta de: médico dermatologista,
médico cirurgião, enfermeiro, nutricionista, farmacêutico que atua respondendo
parecer de lesões, realizando busca ativa, padronizando, orientando os profissionais,
analisando e elaborando protocolos.
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Protocolos de Enfermagem
Este grupo reúne-se mensalmente com o objetivo de avaliar e estabelecer condutas
para os casos clínicos levados para discussão e para cumprimento das ações do grupo.
8 – BIBLIOGRAFIA
BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Protocolo de Assistência aos Portadores de Feridas.
Belo Horizonte 2006
DEALEY, Carol. Cuidando de Feridas.3.ed. São Paulo: Atheneu, 2008.
GLENN, I. Feridas:Novas Abordagens, Manejo Clínico e atlas em Cores. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan Editora 2005.
JORGE, S.A.; DANTAS, S. R. P. E.; et all. Abordagem multiprofissional do tratamento de feridas.
São Paulo: Atheneu,2005
PALADINO, S. F. Úlcera de membros inferiores na anemia falciforme. In: Rev. bras hematol.
hemoter. 2007;29(3)288-290
SILVA, R. C. L.; et all. Feridas: fundamentos e atualizações em enfermagem – 2ª ed. rev. e amp.
São Caetano do Sul, SP: Yends Editora 2007.
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Identificação de Risco e Prevenção de Queda
9 – ANEXOS
A – Produtos Padronizados ParaRealização de Curativos
ALGINATO DE CÁLCIO E SÓDIO
Composição: 80% íon cálcio + 20% íon sódio + ácido gulurônico e manurônico (derivados
de algas marinhas).
Ação: hemostasia / desbridamento / grande absorção de exsudato / umidade (formação
de gel).
Indicações: feridas sangrantes / feridas com exsudação abundante /feridas cavitárias com
ou sem infecção.
Contra-indicação: feridas com pouca exsudação / feridas com necrose de coagulação /
lesão por queimadura.
Freqüência de Troca: o curativo secundário deve ser trocado sempre que estiver
saturado:
-feridas infectadas, a troca é recomendada em média de 24h.
-feridas limpas com sangramento, a troca é recomendada até 48h.
-feridas limpas exsudativas,trocar assim que a cobertura estiver saturada.
CARVÃO ATIVADO E PRATA
Composição: carvão ativado com prata a 0,15%, envolto por não tecido de nylon poroso,
selado nas quatro bordas.
Ação: absorve exsudato / adsorve os microorganismos / filtra odor / bactericida (prata).
Indicações: feridas infectadas e exsudativas.
Contra-indicação: feridas limpas, com baixo exsudato e em presença de osso e tendão.
Observação: não pode ser cortado.
Freqüência de Troca: no início diariamente, após avaliação de 3 a 7 dias.
COLAGENASE
Composição: Enzima Proteolítica.
Ação: age seletivamente, degradando o colágeno nativo da ferida. Desbridamento
enzimático suave não invasivo.
Indicações: ferida com tecido desvitalizado.
Contra-indicação: alergia.
Observação: controvérsias quanto à ação estimuladora da granulação e epitelização.
Frequência de Troca: a cada 24h
FILMES TRANSPARENTES
Composição: filme de Poliuretano, aderente (adesivo), transparente, elástico e semipermeável.
Ação: umidade / permeabilidade seletiva / impermeável a fluídos.
Indicações: fixação de cateter curto e longo / proteção de pele íntegra / prevenção de
úlcera de pressão.
Contra-indicação: alergia / feridas de cavidade.
Observação : pode ser utilizado como cobertura secundária.
Freqüência de Troca: até 7 dias.
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Protocolos de Enfermagem
HIDROGEL
Composição: água + carboximetilcelulose + propilenoglicol.
Ação: desbridamento autolítico, remoção de crostas de tecido desvitalizados
Indicações: feridas abertas, com crostas, fibrinas e tecidos desvitalizados ou necrosados.
Contra-indicação: utilização em pele íntegra e incisões cirúrgicas fechadas.
Observação: necessita de cobertura secundária.
Freqüência de Troca: de1 a 3 dias, dependendo da saturação.
SOLUÇÃO ANTISÉPTICA
Composição: água + propilenoglicol+ cloridrato de polihexametilenobiguanida
Ação: desbridamento autolítico, remoção de crostas de tecido desvitalizados
Indicações: feridas abertas com tecido de granulação, com crostas, fibrinas e tecidos
desvitalizados ou necrosados.
Contra-indicação: hipersensibilidade ao produto
Observação: necessita de cobertura secundária.
Freqüência de Troca: a cada 24h
HIDROGEL ANTISÉPTICO
Composição: água + propilenoglicol+ cloridrato de polihexametilenobiguanida
Ação: desbridamento autolítico, remoção de crostas de tecido desvitalizados
Indicações: feridas abertas com tecido de granulação, com crostas, fibrinas e tecidos
desvitalizados ou necrosados.
Contra-indicação: hipersensibilidade ao produto
Observação: necessita de cobertura secundária.
Freqüência de Troca: a cada 24h
HIDROCOLÓIDE
Composição: camada externa: espuma de poliuretano + camada interna: gelatina /
pectina /carboximetilcelulose sódica.
Ação: estimula angiogênese e o desbridamento autolítico / acelera o processo de
granulação tecidual.
Indicações: ferida aberta não infectada, com leve a moderada exsudação / prevenção ou
tratamento de úlcera de pressão não infectada.
Contra-indicação: ferida não infectada com ou sem tecido desvitalizado / queimadura de
terceiro grau.
Observação : odor desagradável devido à interação.
Freqüência de Troca: dependendo da saturação
SULFADIAZINA DE PRATA
Composição: sulfadiazina de prata micronizada.
Ação: antimicrobiana por reagir com o DNA da bactéria, impedindo a proliferação
bacteriana. Em clientes com queimaduras, tem, também, importante ação
imunomoduladora, inibindo a ação tóxica do Complexo Lipoprotéico (LPC).
Indicações: ampla utilização em queimaduras, porém indicado na prevenção e/ou
tratamento de infecções em feridas colonizadas ou infectadas.
Contra-indicação: hipersensibilidade ao produto.
Freqüência de Troca: a cada 12 ou 24h.
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Identificação de Risco e Prevenção de Queda
B – Termo de Consentimento de Autorização para Registro Fotográfico
TERMO DE CONSENTIMENTO
Autorização para Registro Fotográfico
Rio de Janeiro,____de _____________de _______.
Eu________________________________________,matrícula__________
_portador (a) da Cédula de identidade nº ______________, ou
responsável pelo paciente acima citado, autorizo o HEMORIO, a fotografar
e veicular a imagem, para fins didáticos e científicos sem quaisquer ônus e
restrições.
AUTORIZO, de livre e espontânea vontade, a cessão de direitos da
veiculação, não recebendo para tanto qualquer tipo de remuneração.
Tenho conhecimento de que é assegurado o anonimato da pessoa
fotografada.
________________________________________________________
Assinatura do paciente ou responsável
________________________________________________________
Assinatura do profissional
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Protocolos de Enfermagem

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