ribeiro - GS1 Portugal

Transcrição

ribeiro - GS1 Portugal
Portugal
Nº 20 |1º SEMESTRE 2013 • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
AMÉRICO
RIBEIRO
“Só com a maior oferta
possível podemos garantir
aos consumidores a
escolha acertada”
22ª GLOBAL
GS1 HEALTHCARE
CONFERENCE
uma cura global para
a Saúde
Sync PT
Sincronização de
dados em tempo real
CRISE E
CRESCIMENTO
EMPRESARIAL
na visão do
Prof. Augusto Mateus
GS1® PORTUGAL
A UMA SÓ VOZ
GS1® PORTUGAL
Uma receita para a Saúde:
eficiência
e visibilidade
Uma cadeia de valor na Saúde saudável e eficiente, capaz de assegurar “uma forma harmonizada de melhorar a segurança do paciente”. Foi este o mote para a 22.ª Global GS1® Healthcare Conference, encontro que juntou, pela primeira
vez em Portugal, de 23 a 25 de outubro passado, mais de 250 líderes mundiais da Saúde, entre produtores, distribuidores, hospitais, associações, universidades e entidades reguladoras e que destacamos nas próximas páginas. A esse
respeito, os testemunhos de individualidades como Ulrike Kreysa, Vice-Presidente da GS1® Healthcare, não podiam
ser mais estimulantes: “Costumamos ter conferências boas, mas esta ultrapassou as minhas expetativas”.
João de Castro
Guimarães
Diretor Executivo
GS1® Portugal CODIPOR
“É ainda
com grande
orgulho que
sublinho a
contribuição
ativa da
GS1 Portugal
em temas e
projetos
inovadores
a nível
internacional...”
Os números são impressionantes: duzentos e sessenta e nove participantes, quarenta e cinco países e trinta e nove
oradores. De facto, a excelência dos oradores, a atualidade e a relevância dos temas e a forte adesão dos mais diversos stakeholders provenientes de toda a cadeia de valor da Saúde, portugueses e internacionais, são motivos de
grande orgulho para a equipa envolvida na realização deste evento central na atividade da GS1 e a demonstração
que a adoção de Standards (Normas) Globais no setor da Saúde é um assunto virtuoso e atual.
As propostas de regulação sobre a Identificação Única de Dispositivos Médicos (UDI) e outras iniciativas lançadas
recentemente pela Comissão Europeia (CE) e pela norte-americana Food and Drug Administration (FDA); o apelo
deixado aos prestadores de cuidados de Saúde para que resolvam as questões de interoperabilidade nos hospitais; ou, ainda, a apresentação pela consultora McKinsey & Co. do relatório Strength in unity: The promise of global
standards in healthcare, um estudo inédito sobre os benefícios que decorrem da adoção de um Standard
único e global na Saúde – que incluiu entrevistas a mais de 80 líderes mundiais do setor e 25 estudos de
caso –, foram alguns dos temas em destaque no encontro de Lisboa.
Replicar na Saúde uma experiência de rastreabilidade com mais de quatro décadas no setor do Retalho. É esta a visão e a proposta da GS1 para este setor vital da nossa economia e da nossa sociedade. Em concreto, e à semelhança
do que acontece com o Retalho desde 1973, garantir a existência de uma linguagem comum que permita assegurar
os cinco direitos do paciente (o paciente certo, com o medicamento correto, administrado na dose adequada, pela
via apropriada, no momento exato) e ultrapassar os problemas crónicos do setor que resultam em ineficiências
dramáticas em toda a cadeia de valor da Saúde e, acima de tudo, (direta ou indiretamente) na morte de cerca de
sete mil portugueses todos os anos.
A intensa atividade da entidade que introduziu os códigos de barras em Portugal há mais de 25 anos inclui, no
entanto, uma diversidade de outros projetos igualmente inovadores e estimulantes, atualmente em estudo ou em
fase de desenvolvimento ou implementação. B2C (Business to Consumer), MobileCom ou sincronização de dados
são algumas das soluções que apresentamos nas páginas que seguem e propostas de negócio que podem vir a
resultar em mudanças substanciais nas cadeias de valor dos setores em que estão a ser testadas ou implementadas.
É ainda com grande orgulho que sublinho a contribuição ativa da GS1 Portugal em temas e projetos inovadores a
nível internacional e a participação em encontros como o GS1 in Europe Regional Forum 2012, em Bucareste, de 15
a 19 outubro. Estes são fóruns de discussão globais e locais por excelência para levar mais longe a voz dos nossos
associados.
Melhorar a visibilidade e a eficiência das cadeias de valor e dos negócios dos nossos associados continuam a ser as
referências do nosso trabalho diário. As histórias que apresentamos a seguir são um agradável testemunho disso
mesmo e, assim o esperamos, uma espécie de guia inspirador para os tempos difíceis que se avizinham, num ano
em que a nossa associação cumpre os seus quarenta anos de existência.
1º SEMESTRE 2013 1
Portugal
A revista “Código 560” é
uma publicação semestral
da GS1® Portugal dirigida e
distribuída gratuitamente
aos seus Associados, aos
parceiros e à comunidade de
negócios. Os artigos assinados
são da inteira responsabilidade
dos autores e não representam
a opinião da GS1 Portugal.
Paulo Gomes
Presidente
Luís Moutinho
Vice-Presidente
Fernando Ereio
Diretor
Manuel Sousa Pinto
Diretor
João de Castro Guimarães
Diretor Executivo
COMITÉ EDITORIAL
Beatriz Águas
Filipa Peixoto
Luís Peixoto
Patrícia Tavares
Pedro Lopes
Susana Duarte
Marketing e Relações
Corporativas
Beatriz Águas
Coordenação Editorial
Patrícia Tavares
PUBLICIDADE
Diogo Almeida
EDIÇÃO
Publichance, Serviços
de Consultoria de Comunicação, Lda.
Rua Castilho 5, 5º andar 1250-066 Lisboa
T. 213 583 098
PROJETO GRÁFICO
Linha 21
PUBLICAÇÃO SEMESTRAL | TIRAGEM
2 000 exemplares
NRICS
124971
DEPÓSITO LEGAL
245212/06
PROPRIEDADE
GS1® Portugal (CODIPOR)
R. Prof. Fernando da Fonseca, 16
Escritório II – 1600-618 Lisboa
T: 217 520 740 | F: 217 520 741 | website: www.gs1pt.org
|email: [email protected], [email protected]
“A GS1é uma marca registada da GS1 AISLB”
Esta edição da revista “Código 560” de GS1 Portugal
foi escrita segundo o novo acordo ortográfico.
22
EM FOCO
Lisboa foi palco da conferência sobre
Saúde mais importante no mundo GS1®.
Duzentos e sessenta e nove
Stakeholders, provenientes de todo o
mundo, reuniram-se na capital portuguesa,
entre 23 e 25 de outubro, com um único
objetivo: debater a eficiência do setor
e a segurança do Paciente.
GS1® PORTUGAL
NESTA
EDIção
04
BREVES
06
Entrevista
12
EM FOCO
Dr. Américo Ribeiro (Auchan)
22ª Global GS1®
Healthcare Conference
EM
FOCO
12
Katy George, McKinsey & Company: “A
chave para o sucesso reside na ligação de toda
a cadeia de abastecimento. Para que essa ligação
seja eficaz, é necessário que exista uma linguagem
comum e uma forma normalizada de partilhar
informação. A única forma de o fazer é através
de Normas Globais.”
48
perspetiva
“2013 será, ainda, um ano de dificuldades
para as empresas e para a população,
exigindo o prosseguimento dos esforços
e medidas de ajustamento, nomeadamente
no que diz respeito à obtenção de ganhos
de eficiência coletiva.”
46
Standards em ação
48
Perspetiva
50
Código
Genético
CÓDIGO
GENÉTICO
Dispositivos Médicos
Implementação do GDSN
Datacrunch na Saúde
2013 em Análise: Crise
e Crescimento Empresarial
GS1 comemora 40 anos
como a Linguagem Global
dos Negócios
32
GS1® Portugal
40
OS NOSSOS
ASSOCIADOS
42
Os Códigos
Descodificados
52
O Outro Lado de...
54
Sabor & BEm-Estar
56
Agenda
Sync PT: sincronização
de dados em tempo real
Novartis
GDSN: A Rede Global
de Sincronização de Dados
50
Patrick Vanlombeek, GS1®: “A celebração
do 40º aniversário da GS1® vai começar na
nossa Assembleia Geral, em maio de 2013, em
Los Angeles. Lá, vamos lançar um programa
de marketing global, que envolverá mais de
111 Organizações Membro.”
54
SABOR &
BEM-ESTAR
Alexandra Bento, Bastonária da
Ordem dos Nutricionistas: “Será a
ancestral e «prodigiosa alimentação
mediterrânica» um padrão alimentar a
adotar por populações fora da sua zona de
origem, ou tornar-se-á mera atração turística?”
Silvério Paixão, Diretor de
Inovação e Standards da
GS1® Portugal: “Na GS1®
os outros têm mais a
ganhar do que eu”
Alimentação Mediterrânica:
Um padrão alimentar a preservar.
1º SEMESTRE 2013 3
BREVES
Reunião Tripartida
da GS1® Portugal
N
o dia 19 de dezembro realizou-se a “Reunião Tripartida” da
GS1® Portugal, na qual participam os
Membros dos Órgãos Sociais e os Presidentes/ CEO’s das empresas representadas nestes Órgãos.
Esta foi a segunda vez que a Associação realizou este encontro, criado no âmbito do projeto Housekeeping com o objetivo de fomentar uma maior proximidade
entre a GS1 Portugal e as empresas que
integram os seus Órgãos Sociais.
Eficiência e
colaboração
nos negócios
A
GS1® Portugal realizou, em
novembro e dezembro, dois
workshops com o objetivo de divulgar
boas práticas de gestão para otimizar a
eficiência e a colaboração nos negócios.
O primeiro, realizado a 29 de novembro, foi dedicado ao setor dos Transportes e Logística e teve como intuito encontrar as melhores soluções para reduzir
custos e facilitar a eficiência dos processos logísticos.
Intitulado “Normas GS1® nos Transportes e Logística”, o workshop abordou
as mais-valias da Etiqueta Logística GS1
e da Sustentabilidade nas operações
do setor e contou com a presença da
GS1 Espanha/AECOC de 46 agentes de
Transporte e Logística, que testemunharam como as Normas GS1 ajudam a reduzir
custos, a tornar os seus inventários mais rápidos e precisos e a otimizar os processos
de transporte de mercadorias.
A 6 de dezembro, a Associação conduziu o workshop “Maior Colaboração
para melhorar o serviço ao Consumidor”,
4 CÓDIGO | 560
Da esquerda
para a direita:
A reunião permitiu fazer um balanço
das atividades da GS1 Portugal em 2012 e
dar a conhecer os planos e o roadmap estratégico da Associação, nomeadamente
no que diz respeito aos projetos que irão
ser conduzidos em 2013.
Além dos Membros e dos Presidentes/
CEOs das empresas dos Órgãos Sociais, a
GS1 Portugal teve ainda o privilégio de
contar com a presença de José María
Bonmatí, CEO da GS1 Espanha/ AECOC.
João de Castro
Guimarães
Diretor Executivo
da GS1® Portugal
José María
Bonmatí
CEO da
GS1 Espanha/AECOC
José Clemente
Quinta
Presidente do
Conselho Fiscal
da GS1® Portugal
Paulo Gomes
Presidente
da GS1® Portugal
Nuno Pinto
de Magalhães
Presidente da Mesa
da Assembleia Geral
a pensar nas Boas Práticas Colaborativas
entre parceiros comerciais. Vinte e cinco
operadores da cadeia de abastecimento
reuniram-se em Fátima para conhecer as
melhores práticas e soluções de colaboração e saber como estas podem ajudar a
alcançar mais Eficiência e Sustentabilidade nos seus negócios.
Como fazer parte da rede global de negócios, como exportar os produtos via eletrónica
e como potenciar os negócios em todo o mundo
através dos códigos de barras foram os temas dos
três cafés temáticos.
GS1 Portugal
participa no
Neste evento estiveram presentes Indústria,
Câmaras de Comércio, Embaixadas, Associações
Empresariais, Bancos e empresas prestadoras de
serviços de variados setores.
®
“Portugal
Exportador 2012”
A
GS1® Portugal associou-se, a 21 de novembro, ao evento Portugal Exportador 2012,
organizado pela Associação Industrial Portuguesa
(AIP) em parceria com a aicep Portugal Global e o
Banco Espírito Santo. Através de três Cafés Temáticos, a GS1 Portugal mostrou aos participantes como
é que as Normas GS1 podem ajudar as empresas a
alcançar Eficiência, Segurança, Colaboração e Sus-
tentabilidade, melhorando os processos logísticos
de exportação.
GS1® PORTUGAL
Joseph
Woodland
Nasceu a 6 de
setembro de 1921
em Atlantic City,
New Jersey.
Morreu um dos criadores do
código de barras
J
oseph Woodland, um dos criadores do código de barras, morreu
no dia 12 de dezembro, aos 91 anos.
Engenheiro mecânico, Joseph Woodland
desenvolveu em finais da década de 40,
em conjunto com o colega de turma
Bernard Silver, o sistema gráfico de dados numéricos ou alfanuméricos que
nos anos 70 revolucionou o setor das
empresas de distribuição.
O sistema foi patenteado em 1952 e
o projeto vendido à empresa Philco por
15 000 dólares (cerca de 11 400 euros).
No entanto, acabou por não ser aplica-
Diretiva
Nº 1169/2011:
Informação
completa sobre
produtos obrigatória
na Internet a partir
de 2015
do, porque precisava de meios tecnológicos de grande potência – os aparelhos
de leitura ótica por infravermelhos e os
microprocessadores.
Woodland integrou mais tarde o grupo tecnológico IBM, onde um dos seus
colegas acabou por aperfeiçoar o projeto: o quadrado branco com barras pretas
foi desenvolvido e adotado pelo setor
mundial da produção e da distribuição
em 1973. Esta representação gráfica é
ainda hoje utilizada de forma massiva
em vários setores de atividade, sendo a
sua gestão normativa e implementação
da responsabilidade da GS1®.
GS1® Portugal
e INSTITUTO
NACIONAL DE SAÚDE
DR. RICARDO JORGE
seus produtos, “sem que possa exigir custos suplementares ao consumidor”.
A
partir de 2015, os detentores
de marcas que pretendem
vender os seus produtos na internet terão de disponibilizar informação completa sobre os mesmos nos websites. A
diretiva é da Comissão Europeia (Diretiva Nº 1169/2011) e pretende apoiar o comércio eletrónico e o comércio móvel,
garantindo que o consumidor tem acesso à mesma informação relevante sobre
os produtos quer nas compras em loja,
quer nas compras “online”.
Em concreto, o regulamento da Comissão Europeia estipula que, a partir de
dezembro de 2014, os proprietários das
Marcas são obrigados a publicar na internet
toda a informação das embalagens dos
A
De acordo com uma apreciação jurídica da sociedade de advogados Mason,
Hayes & Curran, esta regulamentação europeia terá impactos à escala global, uma
vez que:
A GS1® Portugal e o Instituto Nacional de
Saúde Ricardo Jorge, I.P. (INSA) realizaram
a 25 de outubro a 5ª Reunião Anual do PortFIR (Portal de Informação Alimentar Português) sob o mote
“a mais-valia da partilha da informação”.
• Se a informação sobre o produto não está
Neste encontro participaram mais de 100 Stakeholders
do setor do Retalho & Bens de Consumo, que ficaram a
conhecer os benefícios mútuos da partilha de dados ao
nível da segurança alimentar e da nutrição, tanto para
produtores/consumidores alimentares como para a área
da saúde pública. Em destaque esteve a Rede Global de
Sincronização de Dados GS1® (GS1 GDSN) e a nova plataforma integrada de partilha de dados da GS1 Portugal –
Sync PT – Powered by GS1® Portugal.
disponível antes da compra, o mesmo não
pode ser vendido num website;
• Se o Detentor da Marca não disponibiliza, de
forma simples, a informação relevante ao Re talhista num website, será difícil para o Reta lhista vender o produto no seu próprio website;
• Será necessário um sistema de colaboração
entre o Detentor da Marca e o Retalhista,
para garantir que a informação precisa e
completa sobre os produtos é disponibiliza da ao consumidor antes da compra.
Foram ainda apresentados os resultados dos trabalhos em torno das Redes PortFIR – Portal de Composição de Alimentos e Informação Microbiológica de
Alimentos.
1º SEMESTRE 2013 5
ENTREVISTA
Entrevista A
AMÉRICO
RIBEIRO
“Só com a maior oferta
possível podemos garantir
aos consumidores a escolha acertada”
Américo Ribeiro integrou o grupo Auchan em 1990. Foi responsável
pelas compras alimentares e pela exportação de produtos portugueses até 2007,
altura em que se tornou Diretor-Geral do grupo. Recentemente falou com
a Código 560 sobre as mudanças que a Auchan introduziu no
retalho português e a experiência de compra do futuro.
“Código
O Grupo Auchan é um dos principais líderes da distribuição moderna
em Portugal. Em que medida considera que a Auchan imprimiu inovações/
mudanças no retalho nacional? O que
mudou na relação com o consumidor?
Américo
Ribeiro
Desde que abriu a primeira loja de
distribuição moderna em Portugal, há
42 anos, que o mercado tem vindo a
evoluir muito rapidamente. No entanto,
a capacidade de continuar a desenvolver o setor tem que ser permanentemente encarada como um desafio.
560”
6 CÓDIGO | 560
Do nosso lado, as mudanças foram
sempre no sentido de nos adaptarmos
aos novos tempos, procurando continuamente as melhores soluções para os
nossos clientes.
Estou a pensar nas inovações que introduzimos na distribuição moderna em
Portugal e que, desde então, já ninguém
dispensa. A título de exemplo destaco
que fomos pioneiros na introdução dos
códigos de barras no Jumbo de Alfragide (1988), das marcas próprias (1984). A
inovação esteve e está sempre presente
na nossa atividade comercial seja nos
produtos, democratizando o consumo
em muitas categorias que não eram
habituais no nosso mercado, seja nas
operações comerciais, como a feira dos
vinhos ou as operações sazonais.
Também tenho de destacar o lançamento do primeiro cartão cliente “Cartão Jumbo” ou o lançamento do Clube
Rik e Rok para crianças. Inovação também nos sistemas de registo e pagamento das compras em que hoje oferecemos
diferentes soluções para responder
GS1® PORTUGAL
1º SEMESTRE 2013 7
ENTREVISTA
às necessidades dos diferentes clientes – Caixa tradicional, Caixa Quik, Self-Scanning, Via Jumbo. Outras inovações
que introduzimos, entretanto, no Grupo
Auchan foram as entregas ao domicílio,
o lançamento de novas atividades como
as áreas de saúde e bem-estar, assim
como as óticas. Inovámos também na
forma como gerimos as nossas gasolineiras, o que permitiu praticar os preços
mais baixos do mercado provocando
uma verdadeira revolução neste setor
de atividade.
Nos hipermercados Jumbo existe
uma zona “Self-Discount”. Como é que
esta zona se enquadra na estratégia
da Auchan? Considera que o conceito
se pode aplicar a outros mercados?
O Self-Discount permite que os nossos clientes façam compras ajustadas às
suas necessidades, uma vez que ali se
encontra uma oferta disponível avulso,
em unidoses, de calibres mais baixos, no
caso de frutas, por exemplo. Graças ao
Self-Discount, os produtores têm, agora,
a oportunidade de escoar produtos que
antes eram rejeitados por serem de calibres mais pequenos. No Self-Discount,
cada produto é, na sua categoria, o mais
barato do mercado e este preço baixo é
permanente. Sempre que é desenvolvido um novo produto para o Self-Discount
reduz-se ao máximo os custos das embalagens, sem pôr em causa a sua qualidade. Assim é possível minimizar o impacto
ambiental e garantir que chega ao cliente
com o preço mais baixo.
“O Grupo Auchan
foi a primeira empresa
da distribuição moderna
em Portugal e
a segunda no mundo
a obter a certificação
em responsabilidade
social (Norma SA 8000 ).”
8 CÓDIGO | 560
Localiza-se num espaço único e bem
identificado com uma sinalética própria,
diferente do resto da loja, onde os nossos clientes encontram uma gama completa de artigos (que vai dos produtos
de mercearia aos lácteos, drogaria, perfumaria, bebidas, petfood, congelados,
frutas, verduras e charcutaria).
Atualmente existem 22 hipermercados da insígnia Jumbo e 10 lojas
Pão de Açúcar em Portugal. Quais são
os objetivos do grupo Auchan para
estas insígnias nos próximos anos:
expansão ou reforço do mercado
existente?
O nosso principal objetivo é trabalhar todos os dias para melhorar a qualidade de vida dos nossos clientes, nomeadamente através do compromisso
em manter os preços mais baixos das
regiões onde estamos implementados,
quer nas nossas lojas Jumbo e Pão de
Açúcar quer nos combustíveis, onde somos claramente os mais baratos. Cada
vez mais somos reconhecidos pelos preços mais baixos em cada uma das nossas
lojas, seja pelos nossos clientes, seja por
estudos independentes.
Por outro lado, temos vindo, também, a remodelar e modernizar algumas
das nossas lojas, como aconteceu com o
Jumbo de Vila Nova de Gaia e o Jumbo de
Aveiro e como vai acontecer com a modernização do Jumbo de Setúbal, onde
vai nascer o 3.º centro comercial Alegro,
da nossa Imobiliária – Immochan. Temos,
igualmente, apostado em novas gasolineiras Jumbo, como por exemplo do
Algarve, com o objetivo de chegarmos
cada vez a um maior número de clientes.
O grupo Auchan foi a primeira empresa da Distribuição em Portugal a
ser certificada pela Norma Internacional de Responsabilidade Social
SA8000. Que impacto teve esta decisão na gestão interna?
O Grupo Auchan foi a primeira empresa da distribuição moderna em Portugal e a segunda no mundo a obter a
certificação em responsabilidade social
(Norma SA 8000). Esta importante distinção é fruto das nossas políticas de
responsabilidade social que praticamos
há anos e que são elogiadas pelas mais
variadas entidades e reconhecidas como
um exemplo de boas práticas. Resulta,
também, de uma política de recursos
humanos centrada em reconhecer o Colaborador enquanto principal recurso e
fator de diferenciação.
Efetivamente, ao garantirmos esta
certificação, asseguramos ao nível interno um maior rigor em matérias como
a gestão de horários, cumprimento de
todas as regras de segurança, higiene e
saúde no trabalho ou na aplicação justa
e transparente dos sistemas de avaliação
e premiação. É, assim, mais uma garantia tanto para colaboradores como para
parceiros.
Um dos eixos de maior investimento
e onde nos temos vindo a diferenciar é
sem dúvida nas práticas de Conciliação
entre o trabalho e a vida pessoal, da
qual destaco naturalmente, a abertura
de duas creches pela Fundação Pão de
Açúcar-Auchan para apoio aos Colaboradores e famílias do Grupo.
Numa altura de tanta incerteza e
pessimismo, como é possível continuar a acreditar e motivar os Colaboradores para os desígnios da Responsabilidade Social Corporativa e da
Sustentabilidade?
São compromissos que fazem parte
da política e missão do Grupo Auchan,
pelo que todos os nossos Colaboradores
estão sensibilizados para estas causas.
Contribuíram para estes resultados
diversas iniciativas que temos vindo a
desenvolver ao longo dos últimos anos
e que nos colocam como um emprega-
GS1® PORTUGAL
dor de referência. A implementação do
Sistema de Gestão da Responsabilidade
Social, certificado de acordo com a norma SA 8000 que referi há pouco, foi uma
das formas que encontrámos para o fazer.
goria premium, sempre ao melhor preço
do mercado. As nossas promoções, em
variedade e em quantidade, também
têm uma vantagem competitiva em relação aos outros formatos.
Santa Maria
da Feira
Neste âmbito, também importa referir o Plano para a Igualdade de Género,
que assume como prioridades a integração de mulheres e homens em funções
tradicionalmente masculinas e/ou femininas, o que promove o acesso de mulheres a cargos de direção e decisão e a
igualdade salarial com base no género
(44% dos cargos de chefia e 19% dos cargos de direção/decisão são ocupados por
Colaboradores do sexo feminino), bem
como a promoção da conciliação da vida/
trabalho dos nossos Colaboradores.
De outra forma, garantir resposta à
crise é também promover a economia
local e nacional. Aqui, aumentar continuamente as referências de produtos locais é nosso objetivo. As nossas marcas
próprias assumem, nesta matéria, um
papel importante. A título de exemplo
recordo que foi a nossa marca própria
a primeira a comunicar os produtos de
produção nacional, como o leite.
Família
Ao mesmo tempo, consideramos
também fundamental o reforço no
apoio à Comunidade. E aqui destaco
duas ações: o programa de Voluntariado
“Parte de Nós” que coloca todos os Colaboradores a darem uma parte do seu
tempo em prol dos mais necessitados
e a Fundação Jumbo para a Juventude
que suporta projetos locais de apoio à
infância e juventude. Este ano tivemos
1 100 voluntários e apoiámos 11 projetos
de intervenção social.
Cidade onde nasceu
Américo Ribeiro
é casado e pai
de 2 filhos
Por fim, a grande vantagem de poder
fazer todas as compras num mesmo local, ou seja, o Cliente poupa em deslocações e tempo.
Em entrevistas anteriores, referiu
que os hipermercados são a melhor
alternativa à crise. Quais as mais-valias dos hipermercados para os
consumidores? De que forma podem
ajudar a minimizar a crise na economia doméstica?
Sem margem para dúvidas que os
hipermercados têm a melhor resposta
para as famílias neste contexto difícil.
Desde logo, conseguem ter o melhor
preço e uma escolha de preços adaptada
a todos os poderes de compra. Por outro lado, têm a oferta mais variada, tanto
nos produtos, como nos formatos.
No Jumbo, pode comprar produtos
mais essenciais, como produtos de cate-
1º SEMESTRE 2013 9
ENTREVISTA
“A tendência será cada vez
mais “cada cliente é um cliente”
com necessidades próprias, seja ao
nível do produto ou do serviço.”
Quais são as grandes tendências
de consumo – e consequentemente
do Retalho Alimentar e Especializado
– que vislumbra nos próximos anos?
Como será uma loja Jumbo ou Pão de
Açúcar em 2030?
No Jumbo acreditamos que, mais
do que nunca, o Discount Responsavél
é uma tendência de futuro porque é a
melhor solução para os clientes. Daí que
estamos apostados em reforçar o nosso
posicionamento de preço baixo, reafirmando que continuaremos a ser os mais
baratos nas zonas onde operamos.
Colaboradores
8 500
Presença
Internacional
A tendência será cada vez mais “cada
cliente é um cliente” com necessidades
próprias, seja ao nível do produto ou
do serviço. Acreditamos, que só com a
maior oferta possível podemos garantir
aos consumidores a escolha acertada.
Das nossas marcas próprias às marcas
do fornecedor, dos produtos mais simples aos de maior valor acrescentado,
dos pequenos produtores aos grandes
fornecedores, sabemos que temos de
disponibilizar o maior leque de oferta
12
Número de países
onde o grupo Auchan
está presente
Luxemburgo
Hungria
Polónia
Ucrânia
10 CÓDIGO | 560
PORTUGAL
ESPANHA
Rússia
Roménia
França
ITÁLIA
China
Taiwan
possível para manter satisfeitos os nossos clientes. Seguramente, essa é uma
aposta com futuro.
Veja-se que, apesar da crise, continuamos a desenvolver novas tendências
de consumo como sejam os produtos
biológicos, a alimentação racional, os
produtos Gourmet mas também a desenvolver programas para uma alimentação cada vez mais saudável. Aproveitamos as vantagens de uma economia
global, mas apostamos nos produtos
nacionais e locais. Queremos apoiar ainda mais os pequenos produtores locais
facilitando as entregas, mesmo que seja
apenas numa loja, minimizando os problemas de dimensão.
Mas a grande diferença será sempre
feita pelas nossas equipas e a sua formação e responsabilização serão elementos essenciais para a excelência do serviço. As pessoas são a grande força das
marcas e as nossas pessoas são a nossa
imagem de marca. São elas que nos tornam, enquanto empresa, mais fortes e
melhor capazes de agradar e surpreender quem visita as nossas lojas, fazendo
com que os clientes voltem.
Acreditamos que, no futuro, tal como
nos últimos 51 anos, continuaremos a contribuir com mais exemplos desta grandeza. A tecnologia só faz sentido como meio
para melhorar a nossa eficácia e aumentar
a satisfação dos nossos clientes.
A Auchan foi responsável pela
abertura, em 1988, do primeiro hipermercado totalmente informatizado em Portugal – com leitura óptica
de códigos de barras. Três anos antes
a GS1 Portugal/CODIPOR tinha introduzido os códigos de barras em
Portugal. Na sua opinião, qual foi o
papel da GS1 Portugal/ CODIPOR e
dos seus standards na evolução da
Grande Distribuição?
Um papel extremamente importante e que marcou uma etapa crucial
na Distribuição em Portugal. Permitiu
adquirir bastantes benefícios a vários
níveis, quer na otimização do processo
de compras, quer na nossa organização
e logística interna. A simplificação do
processo facilita a gestão das vendas,
diminuição dos gastos, o que se reflete
no aumento da produtividade e na poupança.
O futuro irá trazer ainda mais soluções que promovam a cadeia de valor,
não só do ponto de vista dos compradores como também dos clientes e a
GS1 continuará seguramente a reforçar
o seu papel de motor da inovação e
consequente massificação.
A Companhia Portuguesa de Hipermercados, pertencente ao Grupo
Auchan, é associada da GS1 Portugal
desde 1985, com o Código de Empresa Portuguesa “5601002”. Que mensagem gostaria de deixar às restantes
empresas que constituem o universo
associativo da GS1 Portugal?
Num momento em que o contexto económico não é o mais animador
é importante que existam empresas,
parceiros, stakeholders que, numa visão
e relação de longo prazo, criem mais-valias que possam ir ao encontro das
necessidades dos nossos clientes.
É também de extrema importância a
existência de organizações que proporcionem a criação de sinergias entre os
seus parceiros e associados. No sentido
de promover a partilha e a colaboração
criando soluções para os desafios de
negócio que garantam a qualidade de
vida de todos.
GS1® PORTUGAL
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1º SEMESTRE 2013 11
EM FOCO
22ª Global
GS1® Healthcare
Conference
Uma cura
global
para o
setor da
Saúde
12 CÓDIGO | 560
Lisboa foi palco da conferência
sobre Saúde mais importante no
mundo GS1®. Duzentos e sessenta
e nove Stakeholders, provenientes
de todo o mundo, reuniram-se na capital
portuguesa, entre 23 e 25 de outubro,
com um único objetivo: debater a eficiência
do setor e a segurança do Paciente. E
entre 23 e 25 de outubro estiveram reunidos no Hotel Marriott, em Lisboa, 269 Stakeholders da Saúde de
vários países do mundo: de 45, para ser mais preciso. Juntos debateram a eficiência do setor e a segurança do Paciente, concretizando assim a 22ª edição da conferência sobre Saúde mais importante do mundo GS1 - a Global GS1® Healthcare Conference. Foi a primeira vez que esta conferência se realizou em
Portugal. E foi “um sucesso”, diz Ulrike Kreysa, Vice-Presidente
da GS1 Healthcare. “Costumamos ter conferências boas, mas
esta ultrapassou as minhas expetativas”. Motivo? “Tivemos uma
elevada participação, incluindo da parte dos Stakeholders portugueses”.
GS1® PORTUGAL
Foram 90 os agentes da Saúde portugueses que participaram.
Em termos de cadeia de valor, todos os elos estavam representados. Desde Produtores e Distribuidores a Hospitais, Indústria Farmacêutica, Entidades Reguladoras, Associações, Prestadores de
Serviços Tecnológicos e Organizações Membro da GS1. 23
“Esta conferência permitiu-nos ver o progresso que tem sido
feito, à escala global, na harmonização e otimização do setor”, continuou Ulrike Kreysa, acrescentando que essa otimização apenas é
possível através da colaboração à escala global e da adoção de Normas Globais. Isto é, Normas que assegurem a Identificação única e
inequívoca dos produtos de saúde e a Captura Automática de Dados, a luta contra a contrafação, a Rastreabilidade, a Sincronização e
a Qualidade dos Dados. “Costumamos ter
conferências boas,
mas esta ultrapassou
as minhas expetativas”
Os
benefícios
das Normas
Globais
para a eficiência
e segurança
do setor
João de
Castro
Guimarães
Diretor Executivo
GS1® Portugal
Para ajudar a compreender esta necessidade, foram apresentados vários casos de estudo e projetos inovadores, suportados
pela partilha de conhecimento e de experiência.
“
E
speramos um debate intenso para melhorar o setor da
Saúde e a segurança do Paciente”. Foi assim que o Diretor Executivo da GS1 Portugal, João de Castro Guimarães, deu
início ao primeiro dia da Global GS1 Healthcare Conference, destacando de seguida a seleção de Portugal para receber a conferência: “Portugal precisa de soluções no setor da Saúde.” Ulrike
Kreysa
Vice-Presidente
da GS1® Healthcare
Primeiro pela McKinsey & Company e depois através
da US Food and Drug Administration, essas soluções ganharam
um nome – “Normas Globais”.
1º SEMESTRE 2013 13
EM FOCO
O conhecimento dos
23
especialistas
A
hora de almoço ficou marcada por duas sessões de perguntas aos especialistas sobre codificação de produtos
de Saúde. De um lado, Silvério Paixão, Diretor de Inovação e Standards da GS1 Portugal e, do outro, Chuck Biss, especialista da GS1
na simbologia DataMatrix.
Katy
George
Partner
da McKinsey
& Company
O estudo da
“Existem erros. Alguns são capturados, mas muitos escapam e colocam em causa a segurança do Paciente. São necessárias identificações robustas – de pacientes, prestadores de
serviços e produtos de saúde”, sublinhou Silvério Paixão, acrescentando que os Códigos de Barras GS1 podem ser utilizados
em todas estas identificações.
Mckinsey
& Company
K
A simbologia de Códigos de Barras recomendada pela GS1
para o setor da Saúde é o GS1 DataMatrix, um código bidimensional que pode ter dimensões reduzidas e ser aplicado (marcado ou etiquetado) em produtos muito pequenos, como um
bisturi, e, mesmo assim, conter muita informação (GTIN, data
de validade do produto, números de série e lote, p. ex.).
aty George, Partner da McKinsey & Company,
apresentou, em primeira mão, o mais recente estudo da consultora norte-americana. “Strength in Unity: The promise of global standards in healthcare”, o primeiro estudo
a quantificar os benefícios das Normas Globais para a cadeia
de valor da Saúde, revelou que a adoção de Normas Globais
representa uma oportunidade “win-win” para todos os agentes do setor. Quer em termos de eficiência, quer em termos
de segurança. Desde o produtor ao paciente. Os benefícios são reais: menos 40 a 100 mil milhões de dólares em custos anuais em toda a cadeia de valor, mais 130 milhões
de unidades de medicamentos não conformes recolhidas, mais
25 000 vidas protegidas e mais 60 mil milhões de dólares em poupanças para todos os agentes da cadeia de valor. Este conjunto de benefícios significa que “as Normas Globais
fazem a diferença” e que é necessário “alinhamento e colaboração
entre todos” na sua implementação, rematou a norte-americana. Os presentes concordaram. Ajit Shetty, da Johnson &
Johnson, foi um dos oradores a dar voz aos aplausos. E a sublinhar a importância das Normas Globais para todos os elos da
cadeia de valor. “As Normas Globais são uma mais-valia para o
governo, uma mais-valia para a indústria, uma mais-valia para
os retalhistas, uma mais-valia para os hospitais.”
14 CÓDIGO | 560
A identificação única e inequívoca dos produtos de Saúde
através dos Identificadores-chave GS1 é o primeiro requisito para
a atribuição de códigos de barras passíveis de serem capturados
(lidos) de forma automática em toda a cadeia de valor da Saúde,
incluindo à cabeceira do Paciente. Isto é, uma codificação universal dos produtos de Saúde, de modo a eliminar erros e garantir a
segurança do Paciente.
Silvério
Paixão
Diretor
de Inovação e
Standards da
GS1® Portugal
GS1® PORTUGAL
Identificação
Única de
Dispositivos
Médicos
a legislação
nos EUA
A
última sessão plenária do dia foi dedicada à Identificação Única de Dispositivos Médicos (UDI), um projeto
desenvolvido pela US Food and Drug Administration, em conformidade com as Normas ISO – International Standards Organization.
Esta identificação é feita através de um código, que inclui o GTIN –
Global Trade Item Number do dispositivo e que pode ser capturado
automaticamente por um leitor ótico.
Contrafação de
Medicamentos
24
Rastreabilidade
e Sincronização de Dados
Agnès
Mathieu
Direção-Geral
de Saúde e
Consumidores
da Comissão
Europeia
Jay Crowley, Senior Advisor do regulador norte-americano,
deu a conhecer a proposta de regulação para esta matéria. Em
traços gerais, a US Food and Drug Administration pretende que
a identificação única e inequívoca dos dispositivos abranja a
distribuição e a utilização, podendo incluir, para além do GTIN,
informação sobre os números de lote e de série.
A Diretiva
europeia sobre
Medicamentos
Falsificados
D
ireção-Geral de Saúde e Consumidores da Comissão Europeia deu início ao segundo dia da conferência, numa sessão plenária sobre Contrafação de Medicamentos e Rastreabilidade.
Agnès Mathieu, daquele organismo, apresentou a Diretiva da União Europeia sobre Medicamentos Falsificados, que
estabelece novas regras no que diz respeito às caraterísticas
de segurança dos medicamentos prescritos, nomeadamente, a obrigatoriedade de utilização de um identificador único
nas embalagens.
Jay
Crowley
Senior Advisor
US Food and Drug
Administration
O objetivo da Comissão Europeia é incluir, a partir de 2017,
o máximo de informação possível na rotulagem das embalagens dos medicamentos – por exemplo, o número de série,
o número de lote, a data de validade, o código de identificação, o número de reembolso nacional, entre outros.
1º SEMESTRE 2013 15
EM FOCO
Na opinião dos Stakeholders europeus, disse Agnes
Mathieu, esta aplicação deve ser feita de forma “uniforme e
global, baseada em normas harmonizadas e reconhecidas
internacionalmente”.
A simbologia de códigos de barras GS1 DataMatrix, por
ser uma simbologia bidimensional e reconhecida pela ISO
– International Standards Organization, permite responder
às exigências da Diretiva da Comissão Europeia. Por isso, os
Stakeholders farmacêuticos europeus apontam-na como uma
solução eficiente e segura para o setor.
24
no setor da Saúde
A
sincronização e a qualidade dos dados no setor da Saúde foram os temas centrais do debate durante a tarde
do 2º dia da Global GS1 Healthcare Conference. Os agentes da cadeia de abastecimento sublinharam a importância da qualidade
e da partilha dos dados sobre medicamentos e dispositivos médicos entre toda a cadeia de abastecimento, de modo a garantir a
segurança do agente final – o Paciente. Grant Courtney, Gestor de Serialização e Segurança na
EFPIA (Federação Europeia das Indústrias e Associações Farmacêuticas), é um dos defensores desta solução, capaz de
fornecer uma identificação única, inequívoca e global sobre os
medicamentos e, por isso, de facilitar o combate à contrafação.
Espanha foi o primeiro país a alertar para esta necessidade,
apresentando o atual projeto de sincronização de dados sobre
dispositivos médicos da GS1 Espanha e da IMS Health: o GDSN
Datacrunch. “O nosso objetivo
é aumentar a
segurança da cadeia de
abastecimento de
medicamentos”
A EFPIA, em conjunto com GIRP (Associação Europeia dos
Grossistas Farmacêuticos), PGEU (Grupo Farmacêutico da
União Europeia) e EAEPC (Associação Europeia de Empresas
Farmacêuticas da Zona Euro), está inclusive a desenvolver um
European Stakeholder Model (ESM), para ajudar os Stakeholders
europeus a cumprir os requisitos legais da comissão europeia.
A integração do GS1 DataMatrix no centro deste modelo é um
dos próximos passos, asseguraram as quatro organizações europeias durante a sessão plenária.
“O nosso objetivo é aumentar a segurança da cadeia de
abastecimento de medicamentos. Para isso é necessário verificar a autenticidade e a identificação das embalagens individuais de medicamentos”, sublinhou Grant Courtney.
Na Alemanha, o GS1 DataMatrix já está a ser utilizado na
cadeia de abastecimento, em virtude de um projeto piloto
iniciado pela Bayer. Na sua realização participaram 21 produtores e 200 a 300 farmácias e foram verificados cerca de
2,3 milhões de embalagens de medicamentos. Na base deste
projeto está a necessidade de responder à diretiva europeia e
de reduzir os erros de medicação. Ou como sustentou Peggy
Staver, a propósito dos processos de rastreabilidade conduzidos também pela Pfizer, de garantir a segurança do Paciente:
“O Paciente é o nosso foco.”
16 CÓDIGO | 560
Sincronização
e Qualidade dos
Dados
Cerca de 1 000 produtos e 42 atributos foram analisados no
âmbito deste projeto. O objetivo era avaliar a qualidade dos seus
dados, fundamental para a excelência operacional e a segurança
Da esquerda
para a direita:
Grant
Courtney
Gestor de
Serialização e
Segurança,
EFPIA
Monika
Derecque-Pois
Diretora-Geral,
GIRP
John
Chave
Secretário-Geral,
PGEU
GS1® PORTUGAL
do paciente. “A falta de identificação normalizada dos produtos
leva a que os erros sejam replicados em outros processos importantes ao longo da cadeia de abastecimento”, alertou Sergi Vilella,
da GS1 Espanha. 25
Irlanda e Austrália também tomaram a palavra para apresentar os seus projetos de partilha de informação. Do lado irlandês,
o foco esteve no Hospital St. James, que partilha regularmente
informação sobre os produtos de saúde com os restantes agentes
da cadeia de abastecimento. Essa partilha é feita através de mensagens eletrónicas normalizadas, isto é, baseadas nas Normas
GS1 eCommerce. A
Implementação
de Normas
Globais
no setor da Saúde
Do lado da Austrália, o destaque esteve no Catálogo Eletrónico de Produtos, uma ferramenta implementada pela NEHTA –
–National eHealth Transition Authority. Entre as empresas que
aderiram a esta plataforma estão a Abbot e a Cook Medical. A
primeira utiliza o catálogo para inserir e aceder a informação,
partilhando-a com os seus parceiros de negócio através da sincronização de dados normalizados (GS1 GDSN). A segunda aderiu ao
catálogo e iniciou a partilha da informação aí residente através de
mensagens eletrónicas normalizadas (GS1 eCommerce) com os
restantes agentes da cadeia de abastecimento. Desta forma, o Catálogo Eletrónico de Produtos tornou-se
uma fonte única e de confiança de informação sobre os produtos
de saúde e os seus preços.
O
Sergi
Vilella
Gestor de
Projetos de Saúde,
GS1® Espanha
dia de encerramento da 22ª Global GS1 Healthcare
Conference teve como destaque a implementação de
Normas Globais pela Indústria e pelos Hospitais. Holanda, Brasil,
Irlanda e Portugal foram alguns dos países a revelar os seus projetos de adoção das Normas GS1.
O argumento principal foi o de que as Normas Globais ajudam
a melhorar a segurança do Paciente. Em grande parte graças à vi-
1º SEMESTRE 2013 17
EM FOCO
sibilidade que fornecem aos processos e aos produtos ao longo
de toda a cadeia de valor – nomeadamente a “visibilidade dos inventários”, fez questão de frisar Justin Bitter, da University Medical
Center, sediada na Holanda.
Aí foi adotada a Norma GS1 para a Rastreabilidade na Saúde,
que se traduziu na codificação dos produtos com um GTIN, data
de validade e número de série ou de lote, na identificação de localizações com um Global Location Number (GLN) e na sincronização
desta informação com o Registo Eletrónico do Paciente e o Sistema de Informação do Hospital.
Os resultados foram dados em números pelo orador: os níveis
de inventário nos hospitais diminuíram 20 por cento e os produtos e materiais obsoletos 80 por cento.
“As Normas são verdadeiras soluções”, reforçou Nilson
Malta, do hospital brasileiro Albert Einstein, que deu a conhecer o projeto de codificação de produtos conduzido naquele
hospital. Um projeto que inclui a utilização de códigos de barras (GS1 DataMatrix) nas embalagens secundárias dos medicamentos e à cabeceira do Paciente.
Roberto Frontini, Presidente da Associação Europeia de Farmacêuticos Hospitalares, mostrou o panorama geral no que diz
respeito aos códigos de barras: “a utilização dos Códigos de Barras
reduz 67 por cento os erros logísticos e 51 por cento os erros de
administração.” E esclareceu que, em termos europeus, Portugal é o 11º país que mais utiliza Códigos de Barras na gestão de
stocks nos hospitais e o sexto no que diz respeito à sua utilização
no ponto de cuidado.
25
Margarida
Alves
Gestora de Assuntos
Regulamentares
de Medicamentos,
Novartis
Da esquerda
para a direita:
Feargal
McGroarty
Gestor de Projetos,
St. Jame’s Hospital
Justin
Bitter
Chefe de OR,
University
Medical Center
Roberto
Frontini
Presidente,
Associação
Europeia de
Farmacêuticos
Hospitalares
Nilson
Malta
Farmacêutico,
Hospital Albert
Einstein
18 CÓDIGO | 560
GS1® PORTUGAL
Criação
de valor
na Saúde
D
epois da apresentação das melhores práticas de implementação das Normas Globais na Saúde, o Professor Universitário Augusto Mateus tomou a palavra para fazer o
encerramento da 22ª Global GS1 Healthcare Conference.
Galeria
de Fotos
Veja os principais
momentos da
22ª Global GS1®
Healthcare
Conference
Enquanto antigo Ministro da Economia e Secretário de Estado da Indústria e atual Presidente da empresa de consultoria
Augusto Mateus & Associados, o Professor Universitário foi o
“Orador Convidado” desta conferência. O objetivo era transmitir
aos presentes a sua visão sobre o caminho que o setor da Saúde
deve seguir.
Implementação
das Normas GS1®
pela Novartis
Em poucas palavras, o professor esclareceu que “já fizemos
muito pela cadeia de abastecimento, mas ainda não fizemos
tudo.” “É possível criar valor”, sublinhou, acrescentando que, para
tal, é necessário colocar as pessoas no centro da atenção dos
Stakeholders da Saúde e utilizar as melhores soluções de Identificação, Captura e Partilha de informação – isto é, soluções que já
tenham dado provas de eficiência e segurança antes.
Esta ideia foi reforçada no final do discurso do Professor, com
o lançamento de um repto que realçou a importância das Normas
Globais: “Porque não trazer para a Saúde as soluções de eficiência
e segurança que são utilizadas noutras atividades económicas,
como as Normas Globais?”
Augusto
Mateus
Professor
Universitário
N
a Indústria existem já alguns projetos em curso para
a harmonização da informação sobre os produtos de
saúde, de modo a garantir mais segurança e eficiência em toda a
cadeia de abastecimento. Neste âmbito, Portugal esteve em destaque no terceiro dia da conferência, graças ao projeto “Normalização e Rastreabilidade de Produtos” conduzido pela Novartis.
Rastreabilidade, registo de identificação numa base de dados e verificação online de identificação são os grandes objetivos
deste projeto, que se centra na utilização do GS1 DataMatrix para
identificar as embalagens de medicamentos, desde o produtor ao
hospital.
“O projeto incluiu o desenvolvimento de uma aplicação de
registo – cada hospital tem um account e diferentes users. Estes
capturam o DataMatrix e a hora da captura é registada na aplicação. A informação permanece confidencial”, esclareceu Margarida Alves, da Novartis.
1º SEMESTRE 2013 19
EM FOCO
A conferência
vista
por quem
participou
OS PARTICIPANTES
os temas
“E
sta conferência foi claramente uma aposta ganha.
Tivemos um elevado nível de participação de entidades locais e internacionais, com apresentações de
grande qualidade e já começamos
a assistir a apresentações sobre
projetos nacionais, fruto do esforço
desenvolvido nos últimos tempos.”
a conferência
Paulo Gomes
as normas globais
Presidente, GS1® Portugal
ara mim, é uma oportuni“
P
dade, enquanto prestador
de cuidados de saúde, de partilhar
muito bom que estes encon“
É
tros aconteçam em zonas diferentes do mundo, pois ajudam as
pessoas e as instituições a perceber
como podem utilizar localmente as
Normas Globais e providenciar
maior segurança para o Paciente.”
Mark Brommeyer
Gestor da Cadeia de Abastecimento,
NEHTA, Austrália
20 CÓDIGO | 560
a minha experiência e também de
ouvir os outros prestadores para
saber o que eles pensam, no que é
que concordam ou discordam. Podemos todos trabalhar em conjunto
para melhorar a cadeia de valor da
Saúde e garantir a segurança do Paciente.”
Feargal McGroarty
Gestor de Projetos, St. James’s Hospital, Irlanda
a primeira vez que partici“
É
po nesta conferência. Estou
surpreendida pela muito boa orga-
nização desta edição, que me faz
sentir confortável para saber o que
há de novo no setor da Saúde. E já
tenho muitas ideias para a Conferência de Saúde da GS1 Macedónia
que se realiza em dezembro.”
Sladjana Milutinovic
CEO, GS1® Macedónia
GS1® PORTUGAL
“O
que é particularmente interessante é o contacto dos
participantes com as experiências
que existem noutros países. Para
mim, é uma mais-valia e um momento enriquecedor.”
Miguel Lança
Diretor de Sistemas de Informação,
Associação Nacional de Farmácias, Portugal
iquei muito impressionada
“
F
com o número de pessoas
que participam nesta conferência e
o seu nível de conhecimento sobre
a legislação farmacêutica.”
Agnès Mathieu
Membro da Unidade de Produtos Medicinais,
Direção-Geral de Saúde e Consumidores
(Comissão Europeia)
criação de um catálogo úni“
A
co entre os fornecedores e
os provedores de cuidados médi-
cos, portanto entre hospitais e, no
nosso caso, J&J, porque estamos
muito interessados em projetos de
comunicação eletrónica de dados
e toda a automatização do processo
de compra.”
Diogo Travassos
“U
ma vez que esta edição decorre na Europa, julgo que
se torna importante analisar e perceber melhor os pressupostos da
Diretiva de Medicamentos Falsificados, da Comissão Europeia. Mas
também o modelo europeu criado
pelos Stakeholders – o European
Stakeholder Model – e a relação
com os hospitais.”
Gestor de Soluções de Valor Acrescentado,
J&J Medical Iberia, Portugal
stamos a passar por um pro“
E
cesso muito forte em estudos
sobre rastreabilidade de medica-
mentos e queremos aprender mais,
em conjunto com os países que já
usam frequentemente processos de
rastreabilidade, para poder aplicar
esta solução no Brasil.”
Mike Rose
Serafim Branco Neto
Vice-Presidente, J&J, EUA
Assessor da Presidência, ABRAFARMA –
Associação Brasileira de Redes de Farmácias e
Drogarias, Brasil
s erros de administração
“
O
têm sido muito divulgados
em todo o mundo como um proble-
ma muito grave, que mata pessoas.
O que nós queremos é implementar um sistema que permita que
este processo seja o mais seguro
possível. Nós consideramos que as
Normas Globais GS1 são uma ferramenta extremamente importante
para esse processo.”
s Normas Globais são muito
“
A
importantes. Nós precisamos de uma norma global que pos-
samos utilizar em qualquer país, em
qualquer parte do mundo. As Normas Globais garantem que os custos
de implementação são menores, que
a certeza aumenta e que os erros diminuem – pois múltiplos sistemas e
normas conduzem ao risco máximo.”
Grant Courtney
Líder de Serialização, EFPIA – European
Federation of Pharmaceutical Industries
and Associations, Reino Unido
Nilson Malta
“S
ão uma solução win-win para
todos os agentes da cadeia
de abastecimento. Todos ganham.”
Farmacêutico Sénior, Hospital
Albert Einstein, Brasil
Katy George
Partner, McKinsey & Company, EUA
1º SEMESTRE 2013 21
EM FOCO
As Normas Globais
reduzem custos
e salvam vidaS
“Strength in Unity: The promise of global standards in healthcare” tem o
carimbo da McKinsey & Company e é o primeiro estudo a quantificar os benefícios das Normas
Globais na redução de custos e na segurança dos cuidados de saúde prestados ao Paciente.
22 CÓDIGO | 560
GS1® PORTUGAL
S
ão vários os estudos que comprovam os benefícios da utilização das Normas Globais em setores
como, por exemplo, o Retalho & Bens
de Consumo. Mas no setor da Saúde
não existia um estudo capaz de quantificar as mais-valias decorrentes da
identificação, captura e partilha normalizada da informação sobre produtos de saúde, à escala global. Até ao
passado mês de outubro, quando a
consultora norte-americana McKinsey
& Company apresentou, em primeira
mão em Lisboa, “Strength in Unity: The
promise of global standards in healthcare”,
no âmbito da 22ª Global GS1® Healthcare
Conference.
O estudo, que contou com a participação de 80 líderes de organizações de
Saúde de todo o mundo, revela que a
adoção de Normas Globais gera benefícios significativos para toda a cadeia
de abastecimento da Saúde.
Strength
in Unity
The promise of
global standards in
healthcare
“A implementação de Normas Globais
poderia salvar 22 a 43 000 vidas”
Em concreto, a “implementação
de Normas Globais poderia salvar 22 a
43 000 vidas” e evitar “até 1,4 milhões
de deficiências no paciente” devido a
erros de medicação, refere o relatório.
Além disso, “poderia impedir a entrada de dezenas de milhões de dólares
provenientes de medicamentos falsificados na cadeia legítima de abastecimento” e “permitir a redução de custos
de cuidados de saúde entre os 40 e 100
mil milhões de dólares”.
“O setor de saúde enfrenta uma
multiplicidade de requisitos potencialmente cara. A longo prazo, esta
multiplicidade pode-se tornar inviável.
A adoção de um único conjunto de
normas globais vai custar significativamente menos do que dois e muito
menos do que três ou mais sistemas”,
pode-se ler no estudo.
Estes benefícios das Normas Globais são calculados a 10 anos. Porém,
também são visíveis no processo inicial de adoção das mesmas, afirma a
McKinsey, sublinhando que o investimento em Normas Globais é 10 a 25 por
cento mais baixo do que em sistemas
proprietários ou em múltiplos sistemas
de identificação de produtos de saúde
O grande exemplo vem do setor do
Retalho e Bens de Consumo, onde as
Normas Globais têm sido amplamente
adotadas. O Sistema GS1® tem neste
setor um papel fundamental, enquanto
sistema de Normas Globais mais utilizado no mundo e garante de que os
bens são rastreados do prado ao prato.
É preciso replicar esta experiência em
– atualmente muito utilizados pelos
agentes da cadeia de abastecimento.
toda a cadeia de valor da Saúde, diz a
consultora norte-americana.
“Não se trata de uma equação de valor nulo”, afirmou Katy George, Partner da
McKinsey, no primeiro dia da 22ª Global
GS1 Healthcare Conference. “Através da
adoção de Normas Globais, todos os
agentes da cadeia beneficiam, poupando dinheiro e garantindo a segurança
do Paciente.
Leia e faça
o download
do estudo
“Strength in Unity:
The promise of
global standards in
healthcare”
1º SEMESTRE 2013 23
EM FOCO
“Código
É a primeira vez que participa numa
Global GS1® Healthcare Conference?
Qual a sua opinião sobre esta conferência?
Katy
George
É a primeira vez que participo e
penso que este evento é fantástico. É
emocionante ver tantas pessoas, de
diferentes áreas da Saúde, reunirem-se
para debater problemas comuns. Vê-se
o mesmo empenho, em primeiro lugar,
em termos de compromisso com a segurança e o cuidado do paciente e, em
segundo lugar, no reconhecimento de
que a colaboração e utilização de Normas Globais são necessárias para garantir a segurança do Paciente.
560”
Tendo em conta o estudo que
apresentou, quais são os principais
desafios que enfrentamos na Saúde?
E como os podemos resolver?
Os principais desafios que analisámos no nosso estudo centram-se em
torno da segurança do Paciente ao longo de toda a cadeia de abastecimento e
também na redução de custos à escala
global. Por isso, analisámos sete processos diferentes, nos quais as Normas
Globais poderiam fazer a diferença,
melhorando a segurança do Paciente e
reduzindo custos. Concluímos que esses
processos, quando conduzidos através
de Normas Globais, permitem salvar milhares de vidas e poupar biliões de dólares, todos os anos, em toda a cadeia de
valor da saúde.
Quais são os benefícios da utilização de normas globais por oposição a
normas locais ou nacionais?
Nós analisámos questões como o
combate à contrafação através da autenticação ou a possibilidade da leitura
de códigos de barras junto à cabeceira
do Paciente, enquanto facilitador da
redução dos erros de medicação, de recolhas eficientes e eficazes de medicamentos, entre outros aspetos importantes para o setor. Muitos destes aspetos
poderiam ser conduzidos sem a utilização de Normas ou, pelo contrário, atra-
24 CÓDIGO | 560
Entrevista A
Katy
George
McKinsey & Company
“É necessário uma
comunicação comum
entre toda a cadeia de
abastecimento”
No dia 23 de outubro, primeiro dia da 22ª Global
GS1® Healthcare Conference, Katy George
apresentou o estudo “Strength in Unity: The
promise of global standards in healthcare”
a mais de 250 Stakeholders mundiais da Saúde. Pouco
tempo depois falou com a Código 560 e explicou quais
são os principais desafios do setor e como é que as
Normas Globais podem ajudar a ultrapassá-los.
vés da utilização de múltiplos sistemas
de normalização. Mas concluímos que
a chave para o sucesso reside na ligação
de toda a cadeia de abastecimento – do
produtor ao distribuidor, às farmácias,
aos hospitais, etc. Para que essa ligação
seja eficaz – em termos de processos e
em termos de custos – é necessário que
exista uma comunicação comum e uma
forma normalizada de partilhar informação entre toda a cadeia de abastecimento. A única forma de o fazer é através de
Normas Globais. A utilização de diferentes normas pelos agentes da cadeia de
abastecimento conduz a um aumento
de custos e a um risco acrescido.
“Concluímos que a chave para o
sucesso reside na ligação de
toda a cadeia de abastecimento
– do produtor ao distribuidor, às
farmácias, aos hospitais, etc.”
GS1® PORTUGAL
Katy
George
Partner,
McKinsey
& Company
“A utilização de diferentes
normas pelos agentes da cadeia de
abastecimento conduz a um aumento
de custos e a um risco acrescido.”
A adoção de Normas Globais e a
colaboração são vitais para garantir
a segurança do Paciente. Que tipo de
mensagem é necessário transmitir
aos governos e aos reguladores para
obter a sua colaboração?
A nossa mensagem tem-se focado nas
oportunidades que os agentes têm para
colaborar: isto é, de trabalhar em conjunto,
de forma proativa, para garantir a segurança da cadeia de abastecimento e dos cui-
dados de saúde; de trabalhar em conjunto
para aumentar a segurança do Paciente
no que diz respeito à utilização dos medicamentos e dos dispositivos; de trabalhar
em conjunto para diminuir os custos coletivos do setor. Por isso, a nossa mensagem
é uma mensagem focada nos processos
que são necessários para o alcance destes
benefícios. E a colaboração de todos é,
sem dúvida, necessária. Penso que a adoção de Normas Globais poderia realmente
ajudar e facilitar essa colaboração.
Portugal tem um Healthcare User
Group (HUG) desde fevereiro de 2012.
Que mensagem gostaria de deixar aos
Stakeholders que atualmente colaboram neste HUG para alcançar uma
normalização global para a Saúde?
Tendo em conta o que concluímos
no estudo, existem muitas oportunidades win-win para todos os agentes da
cadeia de abastecimento. O foco nessas
oportunidades é uma forma de assegurar que cada membro da cadeia que
colabora com os outros tem capacidade
para alcançar benefícios nos seus negócios. Quando as empresas veem esses
benefícios, é mais fácil para elas fazer o
investimento necessário e apostar ainda
mais na colaboração.
1º SEMESTRE 2013 25
EM FOCO
pensar
PENSAR
pensar
PENSAR
pensar
debater
Debater
DEBATER
DEBATER
Think Tank
O fórum
internacional
da Saúde passou
por Portugal
26 CÓDIGO | 560
GS1® PORTUGAL
Como é que os principais
desafios do setor da Saúde
podem ser ultrapassados?
Esta foi a pergunta orientadora do
primeiro Think Tank de Saúde realizado
em Portugal, no âmbito da 22ª Global
GS1® Healthcare Conference.
O
s principais reguladores mundiais da Saúde reuniram-se,
no dia 24 de outubro, para refletir sobre
as melhores soluções para o setor da
Saúde. A reunião aconteceu em Lisboa,
no âmbito da 22ª Global GS1® Healthcare
Conference, e marcou o primeiro Think
Tank de Saúde em Portugal.
PENSAR
Denominado “International Government Healthcare Supply Chain Think
Tank”, este fórum mundial teve um único objetivo: reunir à mesma mesa re-
guladores e entidades governamentais
para discutir as principais preocupações
no que diz respeito à área da Saúde e a
forma de serem resolvidas ou ultrapassadas.
O tema da Global GS1 Healthcare
Conference, “A globally harmonized
way to improve patient safety”, serviu de
mote a este Think Tank, que se revelou
uma plataforma de partilha de benefícios e aprendizagem das melhores práticas internacionais. Nomeadamente, no
que diz respeito ao combate à contrafação, à rastreabilidade de medicamentos
e dispositivos médicos, à redução de
custos e à garantia dos Cinco Direitos
Fundamentais do Paciente: o Paciente
certo, com o medicamento correto, administrado na dose adequada, pela via
apropriada e no momento exato.
PENSAR
DEBATER
O debate foi realizado de acordo
com a Chatham House Rule.
Publicidade
1º SEMESTRE 2013 27
GS1® EM PORTUGAL
SYNC PT ®
sincronização
de dados em
tempo real
28 CÓDIGO | 560
GS1® PORTUGAL
que pertençam à mesma rede (sincronizadas com a base de dados mestre) e
comunicada às empresas que as detêm,
através de mensagens normalizadas
GS1 eCommerce (Mensagens Eletrónicas Comerciais). Assim, os parceiros
comerciais têm certeza de que a informação residente nos seus sistemas está
atualizada e é rigorosa e de confiança.
Sem margem para erros ou equívocos.
A Sync PT – Powered
by GS1® Portugal, uma
plataforma integrada
de sincronização de
dados, foi lançada há
quatro meses e já está
a revolucionar as bases
de dados do Retalho
& Bens de Consumo.
E
rros na inserção de dados e
perda de tempo na gestão
dos sistemas de informação são dois
problemas que as empresas enfrentam no dia a dia. O motivo está na
atualização manual dos sistemas de
informação, que coloca em causa a fiabilidade dos dados. A solução para este
problema nasceu há quatro meses –
chama-se Sync PT e tem a assinatura da
GS1® Portugal.
Baseada nas Normas GS1® de Sincronização de Dados (GS1 GDSN), a Sync
PT – Powered by GS1® Portugal é uma
plataforma de sincronização de dados
que permite a partilha, em tempo real,
de informação sobre fichas de produto,
fichas de empresa e contactos. De forma confidencial, automática e segura.
O processo é simples: qualquer alteração efetuada numa base de dados
é, simultaneamente, repetida ou replicada de forma automática nas bases
Esta solução de sincronização de
dados é pioneira em Portugal e está já a
revolucionar o setor do Retalho & Bens
de Consumo. Motivo? A partilha automática de dados entre empresas tem
otimizado a qualidade e atualidade da
informação das bases de dados, gerando a visibilidade dos produtos ao longo
da cadeia de valor e, consequentemente, mais vendas.
vel. Contudo, para que seja sólido, são
necessárias plataformas agregadoras
de informação de qualidade sobre os
produtos e serviços, capazes de serem
geridas e consultadas em qualquer momento.
A partilha automática e em tempo
real de dados entre parceiros comerciais através da Sync PT é, desta forma,
uma ponte para o B2C. Para isto contribuiu o facto de esta ser uma plataforma
integrada – isto é, constituída por diferentes componentes, cada uma com
diferentes funcionalidades e vantagens
para a gestão normalizada e automática dos dados.
“A partilha automática
e em tempo real de
dados entre parceiros
comerciais através da
Sync PT é, desta forma,
uma ponte para o B2C.”
Da sincronização
de dados ao B2C
O
sucesso das vendas estará
cada vez mais dependente da informação disponibilizada aos
parceiros comerciais e consumidores.
Neste último caso, a regra aplica-se
tanto nas lojas, como nas plataformas
de venda à distância – como é o caso
do telemóvel.
Este tipo de comércio começa a
dar provas no âmbito do Business–to-Consumer (B2C): a consultora Forrester
estima que, nos próximos cinco anos,
os europeus vão comprar 11 vezes mais
produtos e serviços através do telemó-
1º SEMESTRE 2013 29
GS1® EM PORTUGAL
Base de Dados
de Informação
Empresarial: Serviços
de Sincronização
disponíveis no E2E
(área reservada)
O
E2E – Ficha de Empresa é uma
base de dados que contém
informação empresarial sobre as empresas ativas em Portugal. Atualmente, tem
30 CÓDIGO | 560
mais de 550 000 registos de empresas,
fornecidos pela COFACE, responsável
pela compilação dos dados provenientes, por exemplo, da Direção-Geral da
Administração da Justiça e da Direção-Geral dos Registos e do Notariado.
O método de funcionamento é baseado na automatização: quando um
utilizador faz a primeira pesquisa do NIF
de uma empresa nesta base de dados, o
registo fica guardado na sua base de da-
dos ou sistema de gestão (ERP) que, por
sua vez, passa a fazer a sincronização
em tempo real da informação associada
àquela ficha de empresa através de métodos ou processos automáticos.
Para isso, os utilizadores devem ser
associados da GS1® Portugal, estar registados no website da GS1 Portugal (área
reservada) e possuir um Global Location
Number (GLN).
GS1® PORTUGAL
“A Data Pool da Sync PT é
Códigos de Barras
“home made”:
Data Driver, uma solução
para Micro e Pequenas
Empresas
uma base de dados certificada,
O
Data Driver é uma ferramenta online de gestão de
Códigos GS1 que dá mais autonomia às
Micro e Pequenas Empresas na criação
e gestão de Códigos de Barras GS1. Em
concreto, o Data Driver permite que
as PME’s “construam” os seus GTINs –
Global Trade Item Numbers e os convertam em Códigos de Barras, sempre em
conformidade com as Normas GS1 para
a Captura Automática com Códigos de
Barras (GS1 BarCodes).
Como? Introduzindo ou importando a informação dos produtos no Data
Driver. Essa informação é depois traduzida, de forma automática, em séries
numéricas (GTINs) e estas, por sua vez,
convertidas em Códigos de Barras GS1.
que funciona como um Catálogo
Eletrónico onde estão agregados os
dados normalizados sobre os artigos.”
Motor de Busca de
informação comercial
da GS1: GEPIR – Global
Electronic Party
Information Registry
Data Pool:
Catálogo Eletrónico
de Produtos (certificado
pela GS1 Portugal)
A
Data Pool da Sync PT é uma
base de dados certificada,
que funciona como um Catálogo Eletrónico onde estão agregados os dados
normalizados sobre os artigos. Desta
forma, permite que os utilizadores acedam a registos de diferentes produtos,
bem como a informação adicional sobre os parceiros comerciais, de acordo
com as Normas de Sincronização de
Dados do Sistema GS1.
O
GEPIR é um serviço de pesquisa da Sync PT que permite ao utilizador aceder aos dados
de uma empresa utilizadora do Sistema GS1. O método de pesquisa pode
basear-se em qualquer Identificador-Chave GS1 ou na designação social da
empresa.
A Sync PT – Powered by GS1® Portugal em números
Benefícios para a Oferta (quem alimenta o catálogo)
Introdução de Dados
Gestão de Encomendas
67%
Documentos Comerciais
a
2a6
melhoria na Gestão
de Itens e Encomendas
semanas de redução
em média do Time-to -Shelf
25%
55%
redução das operações relacionadas
com a verificação de dados comerciais
Benefícios para a Procura (subscritores)
Gestão de Dados
30%
redução
das operações
administrativas
OSA
(On Shelf Availability)
a
3%
8%
melhoria na reposição
de produtos
Gestão de Encomendas
50%
melhoria na eficiência
Check out
40%
redução em coupons
rejeitados
Fonte: GS1, “Synchronising Data: Proven Benefits for your Company”, 2008
1º SEMESTRE 2013 31
GS1® EM PORTUGAL
Portugal na
vanguarda DA
sincronização
de dados
nutricionais
32 CÓDIGO
CÓDIGO||560
560
GS1® PORTUGAL
Três organizações, uma rede de
sincronização de dados e um Memorando
de Entendimento. Foi quanto bastou para colocar
Portugal na vanguarda da sincronização
de dados nutricionais, com a realização de
um projeto-piloto que, no futuro, irá
abranger o resto da Europa.
I
magine uma plataforma comum
a todo o setor do Retalho & Bens
de Consumo, na qual as empresas podem carregar e consultar os valores
nutricionais de milhares de alimentos.
E imagine que, apesar da língua utilizada, todas as empresas são capazes de
aceder e compreender a informação
disponível. Foi com este objetivo que a
GS1® Portugal, o Instituto Nacional
de Saúde Ricardo Jorge, I.P. (INSA) e a
European Food Information Source
(EuroFIR) assinaram, em outubro, um
Memorando de Entendimento que determina a interligação das bases de dados do Portal de Informação Alimentar
português (PortFIR) e da GS1 Portugal.
Essa interligação é feita através da
sincronização normalizada dos valores
nutricionais de milhares de alimentos
– isto é, através de uma linguagem comum, capaz de ser compreendida por
todos os utilizadores. A troca obedece
às Normas GS1® de Sincronização de
Dados (GS1 GDSN) e resulta na criação
de uma fonte única e alargada de informação alimentar, que coloca Portugal
na vanguarda da sincronização de dados nutricionais.
“Este processo constitui um projeto-piloto em Portugal e vai permitir
disponibilizar mais e melhor informação alimentar às empresas”, frisa João
Picoito, Gestor Sénior de Projetos na
GS1® Portugal. A explicação é simples.
“Haverá mais informação porque as
duas bases de dados estarão sincronizadas e, por isso, qualquer alteração ou
acréscimo de dados ou informação nu-
tricional será imediatamente replicada
em ambas. A informação será melhor
porque, graças a esta sincronização em
tempo real, estará sempre atualizada e
completa.”
Sync PT ao serviço
da Sincronização de
Dados Nutricionais
A base de dados do
PortFIR vai passar a estar sincronizada com a Data Pool
Certificada da GS1® Portugal
e vice-versa. Trata-se de uma
base de dados recente, integrada na plataforma Sync PT
– Powered by GS1® Portugal.
Esta Data Pool Certificada funciona como um Catálogo Eletrónico, que fornece
aos utilizadores serviços de
suporte de sincronização de
dados sobre um produto,
em tempo real e à escala
global, bem como informação adicional sobre os parceiros comerciais, de acordo
com as Normas GS1 GDSN.
A sua utilização é gratuita
durante 2013 para Associados da GS1 Portugal.
“Este processo constitui um projeto-piloto em
Portugal e vai permitir disponibilizar mais e
melhor informação alimentar às empresas”
O desenvolvimento deste projeto será acompanhado de perto pelo
EuroFIR, a associação que gere as bases
de dados com informação alimentar na
Europa. O PortFIR é uma das 25 bases
de dados que compõem a rede europeia do EuroFIR, mas a primeira a integrar um projeto de sincronização com
uma Data Pool (base de dados) Certificada da Rede Global de Sincronização
de Dados da GS1.
Por ser pioneiro na Europa, este projeto irá dar origem a um caso de estudo
sobre as mais-valias da sincronização
normalizada da informação nutricional.
E será o ponto de partida para que, no
futuro, este tipo de sincronização seja
alargado ao resto da Europa, com a interligação da base de dados europeia
do EuroFIR e a Data Pool Global da GS1,
que atingiu recentemente o marco dos
10 milhões de produtos registados.
“A intenção de aplicar este projeto
de sincronização de dados à escala eu-
ropeia revela que a sincronização normalizada de dados é, sem dúvida, uma
mais-valia para a gestão da informação nutricional”, afirma João de Castro
Guimarães, Diretor Executivo da GS1
Portugal e participante no Memorando
de Entendimento.
“A intenção de aplicar este
projeto de sincronização
de dados à escala europeia revela que a sincroni-
zação normalizada de dados
é, sem dúvida, uma mais-valia para a gestão da informação nutricional”
O projeto de sincronização das bases
de dados do PortFIR e da GS1 Portugal
irá ser iniciado muito em breve. O Memorando de Entendimento que lhe deu
origem tem validade de cinco anos.
1º SEMESTRE 2013 33
GS1® EM PORTUGAL
Formadores
GS1®
Da esquerda
para a direita:
Luis
Peixoto
Marcos
Carreira
Leonor
Vale
Artur
Andrade
Silvério
Paixão
Nuno
Miranda
Susana
Duarte
João
Picoito
Filipe
Esteves
34 CÓDIGO | 560
Ações de
Formação
à medida dos
negócios
D
uas novas ações de formação integram a oferta
formativa da GS1® Portugal em 2013:
“Supply Chain Management para PME´s”
e “Otimização da Gestão de Categorias”. Mas a novidade não são apenas
as novas ações; é também a renovação
das ações que constam do Catálogo de
Formação GS1®.
Assim, em 2013 são disponibilizadas
as seguintes ações de formação:
Formação introdutória
ao Sistema GS1®
Mais e melhor. Em 2013 as ações de
formação da GS1® Portugal prometem
ajudar as empresas a tirar ainda mais proveito do
Sistema GS1® para tornar os negócios mais eficientes.
Introdução à linguagem global
dos negócios: Sistema GS1 (recomendada para novos Associados);
As normas de identificação mais
utilizadas no mundo
GS1® PORTUGAL
Formação essencial sobre o Sistema GS1®
O Código de Barras para
a Eficiência dos Negócios;
O Código de Barras
no Retalho;
Venda de produtos frescos
e de peso/quantidade variável
B2C: As Novas
Tecnologias na Informação
ao Consumidor;
Identificação de
Medicamentos até
ao Paciente;
Formação sobre gestão
Introdução ao Comércio
Eletrónico;
Supply Chain
Management para PME´s;
Como transacionar os seus
produtos por via eletrónica
Otimização da Gestão
de Categorias.
Fatura Eletrónica;
Mais negócio, menos papel
Segurança, eficiência, economia
Rede Global de Negócios.
Como colocar os seus produtos
no maior catálogo eletrónico
certificado
O redesenho da formação sobre
o Sistema GS1 tem como objetivo
apoiar as empresas na utilização de
todas as suas potencialidades, de
modo a gerarem mais eficiência,
segurança, colaboração e sustentabilidade nos negócios. Além das ações
de formação realizadas nas instalações
da GS1 Portugal, existem também
workshops setoriais e multitemáticos,
roadshows regionais e formação em
meio académico.
Para melhor corresponder às necessidades da empresa, existe também
a possibilidade de uma equipa de formadores da GS1 se deslocar à empresa
para uma “Formação à Medida”.
Todas estas ações têm como foco
as três áreas que estruturam o Sistema
de Normas Globais da GS1, designadamente a normalização de informação
comercial, ou seja, Identificação de Produtos, Captura Automática e Partilha de
Dados. Em cada uma destas áreas a GS1
oferece ferramentas que automatizam
os processos e transações de negócio.
oferta formativa - percurso formativo
Identificação e captura
Partilha
Soluções
O Código de
Barras no
Retalho
Introdução à
linguagem global
dos negócios:
SISTEMA GS1
Rede Global
de Negócios
Fatura
Eletrónica
Introdução
ao Comércio
Eletrónico
O Código de Barras
para a Eficiência
dos Negócios
B2C: As Novas
Tecnologias na
Informação ao
Consumidor
Identificação
de Medicamentos
até ao Paciente
Supply Chain
Management
para PME´s
Formações
gratuitas
em 2013
Otimização
da Gestão
de Categorias
À semelhança dos anos anteriores, os Associados da GS1 Portugal têm direito a duas inscrições gratuitas
em ações de formação. O Catálogo Anual das Ações de Formação está disponível em www.gs1pt.org.
Pode fazer a sua inscrição através de login no website da GS1 Portugal, através do e-mail [email protected]
ou por telefone (21 752 07 40), contactando os serviços de Apoio ao Associado.
1º SEMESTRE 2013 35
GS1® EM PORTUGAL
Já ouviu
falar da
GS1 ?
®
estudo de
avaliação DA
notoriedade DA
marca gs1®
realizado pela
primeira vez em
portugal
Nasceu há sete anos, na sequência
da fusão de duas organizações e dos
respetivos sistemas de normalização.
Hoje é a Organização que
gere o Sistema de Normas
Globais mais utilizado no mundo.
Mas será que a Marca
GS1® é conhecida?
S
istema UCC – Uniform Code
Council (EUA) e Sistema EAN
– European Article Numbering, (EU).
Foram estes os dois Sistemas de Normas que, juntamente com as suas
organizações gestoras, iniciaram um
processo de fusão em 2005, dando
origem à GS1®. A GS1 é, desde então,
uma plataforma comum de gestão de
um sistema de normas globais à escala
mundial, utilizado por cerca de 2 milhões de empresas. Mas qual é o seu
nível de notoriedade?
36 CÓDIGO | 560
GS1® PORTUGAL
Foi esta a pergunta que deu origem a um estudo de avaliação da notoriedade da Marca GS1, que tem sido
conduzido por várias Organizações
Membro da GS1 e que em 2012 foi
desenvolvido, pela primeira vez, pela
GS1 Portugal.
Este estudo pretendia medir não só
o índice de notoriedade da Marca GS1,
mas também o reconhecimento das
áreas de atuação da GS1 Portugal. Para
isso, foram realizadas 254 entrevistas,
entre 27 de agosto e 4 de outubro, a
maioria a empresas de pequena e média dimensão (82 por cento das entrevistas) e associadas da GS1 Portugal
(86 por cento das entrevistas).
Concluiu-se que 87 por cento dos
entrevistados reconhece a Marca GS1,
afirmando que se trata de uma marca
“credível” (avaliação de 8,8 numa escala de 1 a 10).
Sumário de Respostas
Associação
à Marca
Notoriedade
da Marca GS1
90%
87%
dos entrevistados
reconhece a Marca GS1
“87 por cento dos entrevistados
reconhece a Marca GS1,
afirmando que se trata de uma
marca «credível».”
“Codificação/
Identificação de
produtos”
Serviço GS1 com maior
notoriedade e utilização
65,6%
“Aquisição e Validação de Códigos
de Barras”
Sumário de Resultados
A GS1
®
e os Códigos
de Barras
A
principal associação feita à
GS1 diz respeito à Codificação/Identificação de produtos (90 por
cento das respostas), sendo que o Serviço GS1 com maior índice de notoriedade e utilização é a aquisição e validação de códigos de barras – cerca de 66
por cento dos entrevistados conhece e
utiliza.
Os inquiridos afirmam ainda que os
códigos são fáceis de usar e implementar, que os serviços e soluções
respondem às necessidades das suas
empresas e que os principais benefícios
associados à GS1 são a automatização
dos processos e a facilitação dos negócios através dos códigos de barras.
No geral, os entrevistados fazem
uma avaliação positiva da Marca (média de 7,8 numa escala de 1 a 10) e
acrescentam que os Serviços GS1 que
satisfazem são a verificação de Mensagens Eletrónicas, imediatamente seguida do serviço de validação de Códigos
de Barras.
“Foi a primeira vez que, em Portugal,
a GS1 realizou uma pesquisa de mercado desta natureza”, conta João de
Castro Guimarães, Diretor Executivo da
GS1 Portugal. “O estudo revela um bom
índice de notoriedade para a marca GS1.
Dá-nos a fotografia dos serviços mais
valorizados pelos Associados e confirma a credibilidade como um dos atributos mais associados à GS1 Portugal”.
Imagem
da Marca
Credível
média de 8,8 numa
escala de 1 a 10
Satisfação
Global com
a Marca
7,8
média numa
escala de 1 a 10
Os serviços
e soluções
respondem às
necessidades
da empresa
Serviço GS1
com maior
satisfação:
“Verificação
de Mensagens
Eletrónicas”
8,4
média numa
escala de 1 a 10
Benefícios
Associados
à marca:
“Processos
mais
automatizados”
e “Facilitar
o meu negócio
com os códigos
de barras”
7,8
8,5
média numa
escala de 1 a 10
média numa
escala de 1 a 10
1º SEMESTRE 2013 37
GS1® EM PORTUGAL
GS1
reunida em
®
Bucareste
38 CÓDIGO | 560
Bucareste foi em outubro
palco do GS1® in Europe
Regional Forum: um fórum onde
se reuniram as Organizações Membro
europeias da GS1 para trocar
conhecimento e experiência sobre
Normas Globais.
GS1® PORTUGAL
C
inco dias de partilha de conhecimento e experiência marca-ram mais um encontro entre as Organizações Membro (OM) europeias da GS1®.
À 8ª edição, o GS1® in Europe Regional
Forum realizou-se em Bucareste e reuniu
37 países europeus da GS1, representados por 265 pessoas que partilharam
entre si o que de melhor se tem feito na
Europa no âmbito das Normas Globais,
sob o mote “Do Básico à Inovação”.
consciência do que é e o que faz a GS1
à escala global: uma organização orientada para a criação e implementação
de soluções que dão eficiência, segurança, visibilidade e sustentabilidade
aos negócios de milhares de empresas
em todo o mundo”.
O fórum, que decorreu entre 16 e 19
de outubro, foi constituído por sessões
de formação, sessões sobre projetos
dentro de áreas comuns de trabalho,
sessões plenárias e encontros entre líderes das Organizações Membro. Em
cada um desses momentos foi possível
trocar conhecimento, experiências e
boas práticas e ainda discutir as principais prioridades e preocupações da GS1
em diferentes áreas. Desde o básico (a
Identificação e os Transportadores de
Dados) à inovação: o desenvolvimento do B2B2C (Business-to-Business-to-Consumer) e do Comércio Móvel; a adoção das Normas GS1® na Banca – “Cash
Handling”, a utilização da Fatura Eletrónica GS1, a partilha de dados através de
plataformas integradas de sincronização de dados, o comércio eletrónico, o
serviço de recolha de produtos GS1, a
rastreabilidade, entre outros.
ganha
estatuto legal
GS1 in
Europe
Dezembro foi o mês em que a GS1 in
Europe recebeu o estatuto de Organização sem fins lucrativos, ao abrigo da lei
belga. A atribuição foi anunciada durante o último GS1 in Europe Regional Board
Meeting, que decorreu nos dias 11 e 12
de dezembro em Sofia, na Bulgária.
“Este fórum é uma
oportunidade única
para que os novos
elementos das
Organizações Membro
tenham uma maior
consciência do que
é e o que faz a GS1
à escala global”
Através deste estatuto, a organização europeia da GS1 torna-se um
parceiro legal nas negociações com a
Comissão Europeia e organismos relacionados, podendo ainda participar
diretamente em projetos nacionais ou
da União Europeia.
A GS1 Portugal esteve presente,
com cinco colaboradores (dois deles
estreantes) e o seu Diretor Executivo. Para João de Castro Guimarães, o
encontro permitiu “um alinhamento
internacional” das Organizações Membro e “um contacto de perto com o que
melhor se está a fazer na Europa, no
que diz respeito à implementação de
Soluções, Serviços e Normas GS1, em
setores como o retalho, a banca ou a
restauração”.
Mas não só. O Diretor Executivo da
GS1 Portugal destaca ainda que “este
fórum é uma oportunidade única para
que os novos elementos das Organizações Membro tenham uma maior
1º SEMESTRE 2013 39
OS NOSSOS ASSOCIADOS
Novartis
Rastreabilidade
da produção ao
Paciente
É uma das principais farmacêuticas mundiais e
a autora de um projeto inovador em Portugal. Falamos
da Novartis, que desde 2010 faz a rastreabilidade total de um
medicamento de administração intra-vítrea, desde a produção ao
Paciente. No coração deste projeto está o GS1® DataMatrix.
40 CÓDIGO | 560
H
á 16 anos duas empresas, a
Ciba Geigy e a Sandoz, iniciaram um processo de fusão que deu origem a uma das principais farmacêuticas
mundiais – a Novartis. Com sede global
na Suíça, esta empresa opera hoje em
140 países, apoiada por cerca de 127 mil
colaboradores. Portugal é um dos países
da lista.
GS1® PORTUGAL
Por cá são 440 os colaboradores que
contribuem para o desenvolvimento
da atividade da Novartis. E são cinco as
áreas em que atuam: a Novartis Farma,
dedicada à produção de medicamentos inovadores e de prescrição médica
e também à Saúde Animal; a Novartis
Consumer Health, focada exclusivamente em medicamentos não sujeitos
a prescrição médica; a Sandoz, empresa
de medicamentos genéricos; a Alcon,
dedicada a medicamentos e dispositivos médicos para oftalmologia e, por
último, a divisão de Vacinas e Diagnósticos.
Entre as cinco existe uma área que
assume especial importância em Portugal: a Novartis Farma. Concentrando
quase 70 por cento dos colaboradores
do grupo, esta área tem vindo a desenvolver “medicamentos inovadores” para
a prevenção e tratamento de doenças,
diz Luís Rocha, Diretor de Relações Institucionais e Acesso ao Medicamento da
Novartis Portugal.
O trabalho não se resume, porém, à
disponibilização de medicamentos. Em
2010 passou também a abranger a sua
identificação única e inequívoca, com
o lançamento de um projeto-piloto de
rastreabilidade em torno de um medicamento de administração intra-vítrea.
O projeto, intitulado “Programa de
Rastreabilidade”, assegura o processo
de “acompanhamento” do medicamento desde a produção ao Paciente,
graças à marcação das embalagens com
a simbologia de código de barras GS1®
DataMatrix. “Este programa de rastreabilidade visa a introdução de todas as
unidades do medicamento, individualmente identificadas pelo código GS1
DataMatrix, numa base de dados acessível ao Hospital que, por sua vez, atribuirá cada unidade a uma administração
particular, mediante leitura daquele código de barras”, conta Margarida Alves,
Gestora de Assuntos Regulamentares
de Medicamentos da empresa farmacêutica e uma das responsáveis pela
condução deste projeto, apresentado
no dia 25 de outubro na 22ª Global GS1®
Healthcare Conference, em Lisboa.
Desta forma, é possível ao hospital
ter acesso à identificação da ampola,
a informação sobre data e hora da dispensa, sobre o profissional de saúde responsável pela dispensa, o profissional
de saúde responsável pela receção da
ampola no Serviço, a data da administração/ tratamento, o código interno do
hospital e a identificação das ampolas
que retornam à Farmácia.
O objetivo deste processo de rastreabilidade a 100 por cento é “garantir
maior segurança na dispensa e administração do medicamento”, bem como
“maior eficiência na gestão de eventuais riscos para o doente”, acrescenta
Margarida Alves.
Atualmente, todas as unidades do
medicamento têm um código GS1
DataMatrix, que inclui o número de série. Durante 2011 foram rastreados, em 5
hospitais públicos, 979 tratamentos com
este medicamento. Contudo, sublinha a
gestora, “a aplicação informática e todo
o sistema que suporta o programa estão já preparados para a introdução de
outros medicamentos que requeiram
medidas mais apertadas de segurança
e controlo na administração, como por
exemplo medicamentos da área de oncologia”.
“A inovação
estende-se muito além
do medicamento. É uma
cultura da empresa”
As perspetivas de expansão não ficam por aqui. Outros grupos da Novartis,
em vários pontos do mundo, estão interessados em adotar o projeto, codificando os seus medicamentos com um GS1
DataMatrix. Bélgica, Brasil e Espanha são
alguns dos países interessados.
“Cuidar
e Curar”
O projeto-piloto de rastreabilidade
da Novartis faz parte daquilo que Luís
Rocha classifica como o grande fator
diferenciador da empresa: a inovação.
“A inovação estende-se muito além do
medicamento. É uma cultura da empresa”, afirma.
E acrescenta: “O futuro da empresa
e do setor da saúde joga-se precisamente neste campo. Há que manter
o foco nas necessidades de saúde de
cada doente e inovar nos modelos de
gestão empresarial, nos modelos de
cuidados de saúde, nos modelos de
financiamento e sustentabilidade da
saúde e da investigação.”
No centro desta cultura está o doente e uma missão: cuidar e curar. Uma
missão que passa por “aliviar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida
dos doentes”, esclarece o Diretor de
Relações Institucionais e Acesso ao Medicamento. Afinal, conclui, “os doentes
são a razão pela qual queremos fazer
mais e melhor”.
1º SEMESTRE 2013 41
OS CÓDIGOS
DESCODIFICADOS
GS1 GDSN
®
a Rede Global de
Sincronização de Dados GS1
Sincronizar dados significa torná-los disponíveis, ao
mesmo tempo, em pelo menos duas bases de dados.
Sincronizar dados através da Rede Global
de Sincronização de Dados GS1® significa
criar um único ponto de entrada de
informação, acessível à escala global.
T
odas as empresas têm uma base de dados com informação sobre os produtos que produzem, vendem
ou compram. Estas bases de dados funcionam de forma semelhante a um catálogo de produtos, que os clientes podem
utilizar para efetuar, por exemplo, notas de encomenda. Mas
quando uma empresa altera parte da informação residente na
sua base de dados ou lhe acrescenta um novo produto, este
“catálogo” deixa de estar atualizado. E os seus parceiros comerciais deixam de ter a informação correta.
“A GS1 GDSN fornece
as ferramentas para as
empresas entrarem na rota
da sincronização de dados,
com base nas Normas para
Partilha da GS1.”
É por causa deste problema – de falta de acesso a informação exata e de confiança – que a sincronização de dados
entre empresas se torna um requisito-chave para a atualidade dos dados residentes nos sistemas de informação e para
o sucesso dos negócios. Sincronizar dados significa torná-los
disponíveis, ao mesmo tempo, em pelo menos duas bases
de dados. Essa sincronização pode ser otimizada através da
GS1® GDSN – a Rede Global de Sincronização de Dados GS1.
A GS1 GDSN fornece as ferramentas para as empresas entrarem na rota da sincronização de dados, com base nas Nor-
42 CÓDIGO | 560
mas para Partilha da GS1. Isto é, com base em “orientações” de
harmonização da informação que garantem que todos os parceiros comerciais acedem e compreendem, da mesma forma, a
informação partilhada. Sem margem para erros ou equívocos.
E como essas orientações são globais, é possível a integração
de todos os parceiros comerciais na sincronização de dados,
desde pequenas e médias empresas a multinacionais.
A GDSN pode ser definida, assim, como um ambiente global automatizado, que assegura a sincronização precisa da informação (Qualidade dos Dados), de forma segura e contínua,
entre parceiros comerciais em todo o mundo – isto é, um único
ponto de entrada de informação, acessível à escala global.
Esta rede é constituída por:
um Registo Global GS1™ – um diretório de “páginas amarelas”, que identifica, armazena e sincroniza a informação dos produtos no universo das bases de dados que
constituem a GS1 GDSN. Atualmente já possui 10 milhões
de registos de produtos.
um Modelo de Qualidade de Dados – modelo que valida a qualidade dos Dados Mestre nos processos
comerciais.
Data Pools certificadas – catálogos eletrónicos
de dados normalizados de produtos. Servem de fonte e/ou
recetor de Dados Mestre (isto é, as informações mais importantes de um produto), que podem ser geridos por Organizações Membro GS1, fornecedores, clientes ou prestadores
de serviços.
uma Classificação Global de Produto – matriz de classificação comum aos parceiros comerciais para
agrupar produtos da mesma maneira, em qualquer parte
do mundo.
Quando combinados, estes quatro elementos fornecem
um ambiente poderoso e seguro para a sincronização normalizada de dados entre parceiros comerciais – como, por exemplo, entre um fornecedor e um retalhista.
GS1® PORTUGAL
Cinco etapas da
sincronização de dados
através da REDE GLOBAL
DE SINCRONIZAÇÃO DE
DADOS GS1
GS1® GDSN
3
PEDIDO DE
SUBSCRIÇÃO
2
Registo
Global GS1™
REGISTO
DE DADOS
1
CARREGAR
DADOS
3
PEDIDO DE
SUBSCRIÇÃO
3
RETALHISTA
/COMPRADOR
PEDIDO DE
SUBSCRIÇÃO
DATA POOL
FONTE
DATA POOL
RECETORA
4
4
FORNECEDOR
/VENDEDOR
PUBLICAÇÃO
DE DADOS
PUBLICAÇÃO
DE DADOS
5
5
5
CONFIRMAÇÃO
DE RECEÇÃO
CONFIRMAÇÃO
DE RECEÇÃO
Os fornecedores e os clientes ou
compradores que querem sincronizar,
entre si, os dados de produtos e locais
(parceiro comercial), devem seguir cinco
passos essenciais:
1
2
CARREGAMENTO:
Cada
Parceiro tem acesso uma Data Pool
onde regista as informações da
empresa e dos seus produtos.
3
CONFIRMAÇÃO
DE RECEÇÃO
PEDIDO DE SUBSCRIÇÃO: Cada parceiro subscreve
um pedido de autorização para a
receção de informação de outro
Parceiro através da Data Pool.
4
PUBLICAÇÃO DE DADOS: A partir deste momento
qualquer Data Pool pode publicar
as informações solicitadas na base
de dados de outro Parceiro.
REGISTO DE DADOS: Um
subconjunto destes dados é enviado para o Registo Global GS1 para
efeitos de “povoamento” da plataforma central, facilitando o passo
seguinte (subscrição).
5
CONFIRMAR/INFORMAR: As confirmações entre Parceiros são automáticas e simultâneas
nas bases de dados entre Parceiros.
1º SEMESTRE 2013 43
OS CÓDIGOS
DESCODIFICADOS
GS1® GDSN
GS1® GDSN
a Norma que
estabelece
regras de
sincronização
Dentro da Rede Global de Sincronização de Dados GS1, os produtos
comerciais estão identificados através
da combinação única de GTINs (Global
Trade Item Numbers) e GLNs (Global
Location Numbers) do fornecedor, distribuidor ou agente e do mercado alvo
(o país no qual o item pretende ser vendido), enquanto as entidades (todos os
parceiros comerciais) são identificadas
por um GLN. Além disso, todos os produtos são agrupados de acordo com
uma matriz de classificação comum aos
parceiros comerciais – a Classificação
Global de Produto.
Os fornecedores e os clientes ou
compradores têm um único ponto de
acesso à sincronização de dados através
de uma Data Pool certificada. No entanto, se as necessidades de negócio o exigirem, também são possíveis múltiplos
pontos de acesso.
NO MUNDO
PRODUTOR
PRODUTOR
PRODUTOR
RETALHISTA
DATA
POOL
RETALHISTA
RETALHISTA
DATA
POOL
PRESTADOR
E SERVIÇOS
TECNOLÓGICOS
RETALHISTA
RETALHISTA
PRODUTOR
PRODUTOR
DATA
POOL
PRESTADOR
DE SERVIÇOS
TECNOLÓGICOS
PRODUTOR
REGISTO
GLOBAL GS1
PRODUTOR
PRODUTOR
PRESTADOR
DE SERVIÇOS
TECNOLÓGICOS
RETALHISTA
RETALHISTA
RETALHISTA
“Os fornecedores e os clientes ou
compradores têm um único ponto
de acesso à sincronização de
dados através de uma Data Pool
certificada.”
Os parceiros comerciais asseguram
a partilha normalizada da informação
entre as suas bases de dados, de forma
segura, automática e em tempo real. A
Rede Global de Sincronização de Dados GS1 permite, assim, que os dados
estejam sempre atualizados, tenham
qualidade e sejam exatos e de confiança. Além disso, garante que os parceiros
44 CÓDIGO | 560
comerciais classificam os seus produtos da mesma forma e através de um
único ponto de entrada da informação.
Conclusão: evitam a duplicação de processos e sistemas e os custos de sincronização ou partilha, que são inerentes
à implementação de codificações proprietárias.
RETALHISTA
RETALHISTA
DATA
POOL
RETALHISTA
RETALHISTA
RETALHISTA
RETALHISTA
PARTILHA
DE Dados
Mestre
através
da
GS1®
GDSN
GS1® PORTUGAL
PRODUTOR
Data Pools Certificados
Registo Global GS1
Parceiros de Negócio
29
10 000 000
em 139 países
artigos
20 000
PRODUTOR
PRODUTOR
DATA
POOL
PRESTADOR
DE SERVIÇOS
TECNOLÓGICOS
PRODUTOR
PRODUTOR
PRODUTOR
PRODUTOR
PRESTADOR
DE SERVIÇOS
TECNOLÓGICOS
PRODUTOR
DATA
POOL
PRESTADOR
DE SERVIÇOS
TECNOLÓGICOS
PRODUTOR
PRESTADOR
DE SERVIÇOS
TECNOLÓGICOS
RETALHISTA
PRODUTOR
PRESTADOR
DE SERVIÇOS
TECNOLÓGICOS
PRESTADOR
DE SERVIÇOS
TECNOLÓGICOS
DATA
POOL
PRODUTOR
PRODUTOR
PRODUTOR
RETALHISTA
RETALHISTA
DATA
POOL
RETALHISTA
RETALHISTA
RETALHISTA
RETALHISTA
PRESTADOR
DE SERVIÇOS
TECNOLÓGICOS
PRODUTOR
DATA
POOL
PRODUTOR
PRODUTOR
PRODUTOR
PRODUTOR
RETALHISTA
RETALHISTA
PRODUTOR
DATA
POOL
PRODUTOR
PRODUTOR
PRESTADOR
DE SERVIÇOS
TECNOLÓGICOS
{
REDE GLOBAL DE SINCRONIZAÇÃO
DE DADOS GS1 (Dados Mestre)
• GTIN (GLOBAL TRADE ITEM NUMBER)
• GLN (GLOBAL LOCATION NUMBER)
• Proprietário
da Marca
• Descrições
•Dimensões
• Classificação
do Produto
}
{GTIN & atributos}
Produtor
item
Caixa
Palete
Transporte
Armazém
Transporte
Palete
Transporte
Centro de
Distribuição
Caixa
item
LOJA
Consumidor
1º SEMESTRE 2013 45
STANDARDS EM AÇÃO
Dispositivos
Médicos
Implementação do GDSN
Datacrunch na Saúde
Um projeto da GS1® Espanha e IMS Health
A Qualidade dos Dados é fundamental para a eficiência do setor
da Saúde e para a Segurança do
Paciente. A pensar nisto, a GS1® Espanha
e a IMS Health1 lançaram um projeto para
medir a qualidade dos dados no sistema de
saúde espanhol – o GDSN Datacrunch.
O
Sistema de Saúde Espanhol é
composto pela administração
do Governo Central e pelas Regiões Autónomas de Administrações Públicas de
Saúde, que trabalham em coordenação
para responder aos deveres de saúde
pelos quais as autoridades públicas são
legalmente responsáveis.
Cada região autónoma tem o seu próprio serviço de saúde, ou seja, um órgão
de administração e gestão responsável
por todos os centros, serviços e instalações de saúde. Nove dessas regiões estão
a utilizar as Normas GS1® nos seus processos internos, bem como nas suas relações
comerciais com os fornecedores. No entanto, ainda “sofrem” da mesma doença:
a debilidade dos Dados de Produtos (Dispositivos Médicos).
O Catálogo de Produtos é um exemplo claro. Hoje em dia, quase todos os
serviços regionais têm o seu próprio catálogo ou estão a trabalhar nisso. No entanto, é necessário um Catálogo Nacional
de Produtos, que possa ser usado como
uma referência para todos os serviços
regionais de saúde e possa facilitar a partilha e a atualização correta dos Dados
Mestre de produtos entre parceiros.
Este problema de fraca qualidade dos
dados afeta muitos processos e acrescenta custos e riscos desnecessários à
cadeia de abastecimento que poderiam
ser evitados. Esta é a razão pela qual a
GS1® Espanha decidiu medir a qualidade da informação gravada nos bancos
de dados dos serviços de saúde e seus
prestadores de serviços, desenvolvendo
o projeto GDSN Datacrunch na Saúde.
GDSN
Datacrunch
garantir
a Qualidade dos
Dados partilhados
entre parceiros
O
projeto é conduzido pela
GS1 Espanha e pela IMS
Health e centra-se em torno da qualidade dos dados de 1018 Dispositivos
Médicos. Esses dados relacionam-se
com 42 atributos dos produtos e foram
disponibilizados por quatro sistemas
de saúde e quatro laboratórios.
Alguns dos atributos relacionam-se
com o processo de compra (por exemplo, o Global Trade Item Number e o Código Interno), a segurança do paciente
(por exemplo, a data de validade, a temperatura, os números de série e de lote)
ou a logística (por exemplo, a tipologia
de embalagem).
“Através da gestão de Dados
Mestre com Normas GDSN,
o setor de saúde pode resolver o
problema da deficiente qualidade
dos dados e tornar os seus processos
mais eficientes, proteger melhor a
segurança do paciente e salvar
milhões de pessoas.”
46 CÓDIGO | 560
GS1® PORTUGAL
Através deste projeto, a GS1 Espanha
e a IMS Health pretenderam, numa primeira fase:
SISTEMAS DE SAÚDE
LABORATÓRIOS
Recolher as necessidades
e funcionalidades abrangidas pelo(s) modelo(s) atual(ais) de
sincronização de dados.
Destacar os pontos fortes
e fracos do(s) modelo(s) atual (ais)
e o seu impacto em termos de eficiência nas relações comerciais com
fornecedores.
Comparar o custo / benefício do(s) atual(ais) modelo(s) vs o
Modelo de Sincronização de Dados
da GS1: Rede Global de Sincronização de Dados (GDSN).
Analisar a qualidade dos
dados nas bases de dados.
dos participantes do estudo.
Demonstrar que a deficiente
sincronização de dados afeta os custos dos produtos, desde a primeira
encomenda, e, mais importante, a
segurança do paciente.
Estes objetivos assentam em quatro
eixos de execução: recolha de todos os
dados e seleção dos produtos principais;
Recolha dos dados sobre os atributos da
informação; comparação de dados entre
cada sistema de saúde e produtores e resultados e próximos passos.
Em concreto, pretende-se demonstrar que é possível otimizar a eficiência e
reduzir os custos das cadeias de abastecimento através da partilha normalizada
de dados exatos e completos sobre os
produtos, por via da Rede Global de Sincronização de Dados (GDSN).
Através da gestão de Dados Mestre
com Normas GDSN, o setor de saúde
pode resolver o problema da deficiente
qualidade dos dados e tornar os seus
processos mais eficientes, proteger melhor a segurança do paciente e salvar
milhões de pessoas.
1 Empresa fornecedora de informação,
serviços e tecnologia para o setor da saúde
Conclusões
da primeira fase
do projeto
A
primeira fase do projeto permitiu concluir que existe uma
muito deficiente qualidade de dados
nos catálogos de dados de produtos dos
Serviços Regionais de Saúde.
Quanto à
IDENTIFICAÇÃO E
CLASSIFICAÇÃO DO PRODUTO (Dispositivos Médicos)
Quando se cruzou o GTIN entre serviços regionais e laboratórios, alguns
dos registos não coincidiam. E quando se analisou a descrição do produto,
verificou-se que nenhum dos registos
correspondia – enquanto os laboratórios
utilizam o atributo “nome do produto”,
os sistemas de saúde utilizam a “descrição livre e a descrição livre curta” para
descrever o produto. Esses dois atributos são muito mais difíceis de combinar,
uma vez que normalmente são alinhados
(“sincronizados”) manualmente. A falta
de identificação normalizada do produto
provoca a transmissão de erros para outros processos importantes ao longo da
cadeia de abastecimento.
Quanto à
SINCRONIZAÇÃO
A inexistência de partilha normalizada de informação entre bases de dados
afeta a circulação dos bens, tornando o
processo de aquisição e armazenamento
ineficiente e comprometendo seriamente a segurança do paciente.
Disto se conclui que a Qualidade de
Dados é a chave para a excelência operacional e para a eficiência dos processos. É,
por isso, necessário um modelo de dados
harmonizado entre os Serviços Regionais
de Saúde, nomeadamente no que diz
respeito aos atributos, definições e regras
de validação dos dispositivos médicos.
Hospitais
em Espanha
804
75%
setor Público
25%
setor Privado
A análise completa e as conclusões
do GDSN Datacrunch serão publicadas
em março.
1º SEMESTRE 2013 47
PERSPETIVA
2013
em Análise
Crise e
Crescimento
Empresarial
48 CÓDIGO | 560
A
economia portuguesa procura, no quadro mais geral
das economias europeias, sair de uma
crise económica e financeira de grandes proporções, enfrentando ajustamentos profundos nas contas do Estado, das famílias, das empresas e dos
bancos, com consequências gravosas
ao nível do emprego e do rendimento
disponível.
GS1® PORTUGAL
A saída da crise não será, no entanto, possível sem a construção, ao mesmo tempo, de bases suficientemente
sólidas para um crescimento sustentável e duradouro enfrentando o núcleo-duro das dificuldades competitivas da
economia portuguesa.
A austeridade, por si só, não resolve
nenhum problema, apenas responde,
no curto prazo, à escassez de financiamento e é, exatamente por isso, inescapável.
O crescimento, pelo seu lado, não
resulta, nem direta, nem automaticamente, da austeridade, nem já é possível, sequer, pensar em termos de retoma, de uma espécie de regresso ao
“crescimento perdido”.
Austeridade e crescimento devem
ser, ao contrário, dois tempos de uma
estratégia global e coerente e que devem caminhar em paralelo mas com
tempos e prioridades diferentes.
A consolidação orçamental é uma
condição necessária para a superação da
crise financeira, mas não é uma condição
suficiente. Seria impossível avançarmos
sem pôr em ordem as contas públicas.
O problema do endividamento dos
estados é transversal a toda a Europa.
Precisamos primeiro de pôr as contas públicas em ordem mas com base
numa estratégia de reforma dos estados democráticos, para que possam
fazer o que é essencial para a nossa
qualidade de vida, para a geração de
sociedades mais inclusivas, equitativas
e coesas e para a sustentabilidade do
nosso planeta.
As democracias devem ser aprofundadas para que todos nós possamos ter
mais futuro e não postas ao serviço de
uma quimera inaceitável e insustentável de compensar num presente breve
as nossas limitações de verdadeira criação de riqueza pelo trabalho produtivo
e competente.
O crescimento demorará tempo a
catalisar, mas é determinante para a crise
atual poder ter uma saída a prazo. A promoção da competitividade através de
melhores políticas e incentivos públicos,
de parcerias efetivas de qualificação do
capital humano e da iniciativa empresarial é a única forma de se resolver o nosso
principal problema económico e social
que é o do desemprego.
O imprescindível crescimento económico só pode resultar de mais e melhor
investimento e não de mais despesa pública alimentada por mais dívida. É o bom
investimento privado, articulado com esforços públicos mais focalizados, que fará
a competitividade que permitirá criar os
empregos qualificados e bem remunerados que farão um novo ciclo de prosperidade na Europa e em Portugal.
Sabemos agora, bem dentro de uma
crise grande e duradoura, que o verdadeiro desafio não é apenas o de corrigir
os erros do passado mas, também, o de
reinventar os modelos de produção e
de consumo em união com uma nova
articulação entre as realidades urbanas
e rurais. Tal como sabemos que a defesa
dos níveis elevados de protecção social e
prosperidade alcançados estarão ameaçados, no futuro, sem uma profunda renovação dos modelos sociais e das próprias funções dos Estados e dos sectores
públicos, susceptível de favorecer uma
efectiva união entre a competitividade
e a coesão económica e social, entre a
eficiência na utilização dos recursos e a
eficácia na criação e redistribuição da riqueza.
O ano de 2013 assume, neste quadro, uma importância significativa.
Com efeito 2013 será, ainda, um ano
de dificuldades para as empresas e para
a população, exigindo o prosseguimento
dos esforços e medidas de ajustamento,
nomeadamente no que respeita à obtenção de ganhos de eficiência coletiva
onde, precisamente, o mundo da logística e das normas, servido pelas tecnologias de informação e comunicação, abre
“O imprescindível
crescimento económico
só pode resultar de mais
e melhor investimento
e não de mais despesa
pública alimentada por
mais dívida.”
novas oportunidades à agilização das cadeias de abastecimento, produção e distribuição que importa não desperdiçar.
Mas o ano de 2013 será, necessariamente, um ano onde será decisivo
melhorar as condições de execução do
programa de auxílio económico e financeiro, negociado com o FMI, a Comissão
Europeia e o BCE, prestando muito maior
atenção às medidas de acompanhamento que podem voltar a dar confiança aos
agentes económicos estimulando a poupança e o investimento no respeito pelas
caraterísticas concretas dos mercados e
das empresas.
O ano de 2013 terá de ser, finalmente,
um ano de progressos num novo fôlego
em matéria de exportação e internacionalização da economia portuguesa.
O tempo que vivemos exige capacidade estratégica e prospectiva. A crise
encarregou-se já de destruir muita riqueza e muito rendimento, muitas empresas
e muitos empregos. Precisamos de enfrentar a crise pelo lado da criação de realidades mais sólidas e mais duradouras
porque mais baseadas no conhecimento,
no respeito pela biodiversidade e pela
conservação da natureza, mas sem limitar
a criatividade humana e empresarial.
Perfil
Augusto Mateus
Prof. Universitário e Presidente da consultora
Augusto Mateus & Associados
1º SEMESTRE 2013 49
CÓDIGO GENÉTICO
GS1
comemora
40
anos
como a linguagem
®
global dos negócios
50 CÓDIGO | 560
GS1® PORTUGAL
“Nos 40 anos que se seguem,
a GS1 vai continuar a ser o líder
neutro que permite às comunidades
desenvolver e implementar
Normas Globais”
de, Transportes, Defesa, Aeroespacial,
para além de mais 20 setores.
A celebração do 40º aniversário da
GS1 vai começar na nossa Assembleia
Geral, em maio de 2013, em Los Angeles. Lá, vamos lançar um programa de
marketing global, que envolverá mais
de 111 Organizações Membro, para comunicar os benefícios da implementação de Normas Globais e encorajar uma
maior utilização das mesmas por todos
os parceiros comerciais.
Patrick
Vanlombeek
Diretor de
Marketing, GS1®
A utilização de Normas Globais pela
indústria de bens de consumo levou a
uma poupança significativa para todos
os utilizadores, principalmente através da maior visibilidade da cadeia de
abastecimento. Por exemplo, uma pesquisa realizada pela GS1 Reino Unido
e pela Cranfield School of Management
revelou que a adoção do código de
barras permitiu à indústria britânica
do retalho poupar 10,5 mil milhões de
libras em 2011.
E
m abril de 1973, os líderes da
indústria selecionaram uma
Norma única de identificação de produto, conhecida hoje como Código de
Barras GS1®. Quarenta anos depois, a
GS1® tem crescido na oferta do sistema
de normas mais utilizado no mundo:
cerca de dois milhões de empresas que
fazem negócios em 150 países utilizam
o Sistema de Normas GS1 para garantir a visibilidade da cadeia de abastecimento. A GS1 atua em vários setores
e indústrias, que vão do Fast Moving
Consumer Goods aos Cuidados de Saú-
As Normas GS1 ainda têm, sem
dúvida, um enorme potencial inexplorado, quer no que diz respeito ao
aumento da eficiência da cadeia de
abastecimento, quer no apoio a áreas
de colaboração que estão para além da
cadeia de abastecimento. A visibilidade
possibilitada por este robusto Sistema
de Normas, desenvolvido pelos utilizadores, permite que empresas de vários
setores e indústrias economizem biliões por ano.
No entanto, a indústria de bens de
consumo está a atravessar um período de transformação. Espera-se que
as mudanças no comportamento do
consumidor, a disponibilização de tecnologias novas e avançadas, as mudanças no poder de compra e escassez de
recursos naturais reformulem a cadeia
de abastecimento num ritmo sem precedentes. Estas tendências têm criado
desafios e oportunidades para os agentes da Indústria, que têm cada vez mais
exigido aos fabricantes e retalhistas a
redefinição da forma como colaboram
com os seus parceiros comerciais.
Nos 40 anos que se seguem, a GS1
vai continuar a ser o líder neutro que
permite às comunidades desenvolver
e implementar Normas Globais, fornecendo ferramentas e confiança aos
parceiros comerciais, organizações e
provedores de tecnologia, com o objetivo de facilitar a adoção das mesmas.
A nossa Visão é a de um mundo onde
os bens e a sua informação circulam de
forma eficiente e segura para o benefício dos negócios e melhoria da vida
das Pessoas, todos os dias, em todo o
Mundo.
Se nos comprometermos com os
nossos valores fundamentais e crenças
básicas, podemos alcançar uma comunidade global que “Vê uma Visão, Fala
com uma só Voz”, e mais importante
ainda, funciona como uma Organização consistente com a sua Visão. A ação
com base na união significa fazer melhor do que ninguém.
Winston Churchill disse, certa vez:
“Quanto mais se olha para trás, mais
longe se pode ver à frente”. A história
da GS1 é rica em realizações. E as reflexões sobre o caminho já realizado vão
orientar o nosso futuro. Afinal, a GS1 é
um parceiro em que se pode confiar.
1º SEMESTRE 2013 51
O OUTRO LADO DE...
Silvério
Paixão
Diretor de Inovação e Standards da GS1® Portugal
“Na GS1® os outros têm
Ofertas de emprego não faltavam.
Mas Silvério tinha um objetivo em mente:
trabalhar na Marconi. Três meses depois
de ter concretizado o objetivo, surgiu
uma outra proposta de emprego, que
considerou um desafio. Dias mais tarde
deixou a gigante de telecomunicações e
passou a colaborar na Indústria.
O primeiro
contacto
com os
mais a ganhar do que eu” códigos
de barras
Nascido e criado em Lisboa, diz-se um verdadeiro
“Bichinho do Cimento”, porque em 46 anos - a sua
idade - nunca tirou o código postal lisboeta do bilhete
de identidade. Foi também na capital que se formou e
é ainda aí que hoje vive. Falamos de Silvério Paixão,
o diretor do departamento de Inovação
e Standards da GS1® Portugal.
Se fosse
um Standard
GS1 seria:
EPCIS – uma
rede de partilha
permanente de
informação para
tomar boas
decisões
S
ilvério Paixão formou-se em
Engenharia Eletrónica e de
Telecomunicações, mas faz questão
de sublinhar que apenas é engenheiro
porque não pode ser palhaço. “Lembro-me perfeitamente de a minha mãe
quase me bater por eu ter dito que escolhia estudar engenharia porque não
podia ser palhaço. Porque sabia que
não era possível viver disso em Portugal”, conta, entre sorrisos.
O gosto pelos palhaços nasceu cedo
e levou a que, em vários momentos da
vida, Silvério vestisse roupas extravagantes e usasse um nariz vermelho. Por
exemplo, nas colónias de férias onde
era monitor. “Eram dias intensos e havia muita festa. E sempre que eu podia
fazer de palhaço, fazia”. Mas desses dias
poucas memórias restam. “Já é tão longe no tempo...”
52 CÓDIGO | 560
“Nós temos
uma caraterística
muito específica:
temos um
potencial de
benefício real
para quem nos
utiliza.”
O primeiro contacto com o universo da engenharia aconteceu em 1984,
quando entrou no Instituto Superior
Técnico. Cinco anos depois terminou o
curso. “Acabei o curso e fui para a tropa.
Acabei por me casar quando estava de
saída da tropa. E nessa altura estava desempregado”, afirma.
Silvério Paixão entrou a bordo da
GS1® Portugal a 2 de janeiro de 2006,
mas o primeiro contacto com a Associação aconteceu na década de 90,
quando ainda trabalhava na Indústria.
“Eu trabalhava na produção de detergentes. Na altura entregaram-me
dois dossiês brancos da CODIPOR – que
ainda temos aí cópias – e levaram-me
a um armário. Lá dentro havia estantes
com mais dossiês. Ainda me lembro
que eram uns dossiês cor de laranja”, conta. “No interior estavam prints
master dos códigos de barras: quer as
películas, quer os carimbos. Colocaram-me aquilo nas mãos e disseram: «a
partir de agora tratas tu disto.»
Nesse momento começou a perceber o “enorme potencial” dos códigos de barras e da Linguagem Global
dos Negócios. Hoje, já com seis anos
de GS1, afirma que encontrou um dos
melhores sítios para trabalhar. “A GS1 é
diferente das outras organizações. Nós
temos uma característica muito específica: temos um potencial de benefício
real para quem nos utiliza.”
Mais do que uma organização
global, a GS1 é, para Silvério Paixão,
a detentora do “melhor produto do
GS1® PORTUGAL
O que mais
gosta de fazer
nos tempos livres
Ler
Livro
preferido
“Um Estranho numa
Terra Estranha”,
Robert Heinlein
Viagem
marcante
China
Filme
preferido
Blade Runner,
porque “a história
não é mais do que
um processo de
rastreabilidade”
Artista
preferido
mundo”: os Standards (Normas). Esse
produto é um facilitador dos negócios,
que se traduz numa oportunidade
win-win para todas as empresas. E por
isso, Silvério não tem dúvidas: “Na GS1
os outros [as empresas] têm mais a ganhar do que eu”.
Porém, o mundo ainda não conseguiu descobrir a totalidade deste benefício. “Para os utilizadores comuns
as normas são irrelevantes”, diz Silvério, exemplificando com uma simples
ida ao supermercado. Aí o utilizador
comum faz as suas compras sem olhar
ou pensar na importância do código de
barras – fá-lo sem qualquer problema.
Mas a mesma atitude nos negócios tem
inevitáveis consequências. Silvério Pai-
xão atira duas: “ineficiências e os correspondentes custos”.
A criação do
HUG
Dos seis anos de casa na GS1 Portugal, Silvério confessa que há dois momentos que o marcaram. Um foi a remodelação das instalações da Associação.
“Quando entrei havia uma estrutura
muito cristalizada, compartimentada.
Hoje somos muito mais dinâmicos e temos muito mais ambição”, diz.
O segundo é mais recente e diz
respeito ao lançamento do Healthcare
User Group (HUG) da GS1 Portugal. “Foi
o momento em que conseguimos sentar todas as pessoas à mesma mesa, em
que criámos uma comunidade”, sublinha. Essa comunidade é hoje composta
por 180 profissionais da saúde de 70
entidades diferentes.
Desde a criação deste grupo que
Silvério Paixão tem sido o responsável pela sua orientação. E diz que esse
trabalho é um privilégio e até uma
obrigação. “Uma obrigação de ajudar
esses profissionais a concentrarem-se
naquilo em que eles são bons, naquele juramento que eles fazem - que é
cuidar dos Pacientes”, sublinha. “Por
isso, é quase criminoso não os ajudarmos.
Queen
Música
preferida
Bohemian Rhapsody,
Queen
Prato mais
exótico que
já provou
Escorpiões
Preferência
Futebolística
Sporting
1º SEMESTRE 2013 53
SABOR & BEM-ESTAR
Alimentação
Mediterrânica
Um padrão alimentar
a preservar
O conceito “Alimentação Mediterrânica”
foi cunhado por Ancel Keys, nos anos 50, após
investigação dos hábitos alimentares dos habitantes de
sete países da bacia mediterrânica, que apresentavam
Alexandra
Bento
Bastonária da
Ordem dos
Nutricionistas
A
primeira publicação dessas
observações foi acompanhada por uma recolha extensa do receituário da região, compilada pela sua
esposa, e constituiu a base moderna
caracterizadora de séculos de evolução
das populações do Mediterrâneo, dando início a uma miríade de estudos até
à atualidade, que têm comprovado os
benefícios para a saúde deste padrão
alimentar [2].
O padrão alimentar mediterrânico
é caracterizado pelo consumo diário
de cereais, fruta, hortícolas, frescos ou
secos. Os alimentos de origem animal
são consumidos mais esparsamente: os
laticínios e os ovos consoante a disponibilidade doméstica, com frequência
semanal, o peixe e a carne de acordo
com as festividades. O azeite é a gordura utilizada para a culinária e também
consumido cru, sendo ocasionalmente
substituído pela banha de porco. Esta
última é usada na época fria, pois é um
54 CÓDIGO | 560
incidência reduzida de doenças cardíacas
ateroscleróticas, à semelhança dos emigrantes daí
originários para os Estados Unidos que mantinham o
padrão alimentar do país de origem [1].
“O padrão alimentar
mediterrânico é caracterizado pelo
consumo diário de cereais, fruta,
hortícolas, frescos ou secos.”
aproveitamento dos animais familiares
que eram abatidos anualmente, com
uma forte dimensão ritualística envolvendo toda a comunidade; o azeite, por
ser de melhor conservação, armazena-se durante todo o ano até à próxima
campanha. Como bebidas de eleição, o
vinho diluído consoante as necessidades e as infusões, revelam um conhecimento empírico dos perigos inerentes
ao consumo de água não tratada [3,4].
Este diálogo milenar entre Homem
e natureza encontra-se, contudo, em
risco de desaparecer, com a importação dos padrões alimentares e técni-
cas de produção industrial típicas das
sociedades mais avançadas a constituírem uma influência significativa na
alteração da disponibilidade alimentar
dos países da bacia mediterrânica, com
óbvias repercussões negativas no estado de saúde das populações [5]. Os esforços empreendidos por cada vez mais
entidades, centralizados na Fundação
Dieta Mediterrânica, no sentido de preservar este legado, apoiados por décadas de trabalhos de investigação que
unanimemente reportam a alimentação mediterrânica como saudável e
sustentável, culminaram na criação da
Pirâmide da Dieta Mediterrânica e no
GS1® PORTUGAL
seu reconhecimento como Património
Cultural Imaterial da Humanidade pela
UNESCO, na sua Assembleia Geral de
novembro de 2010 (Nairobi) [3,4].
A 30 de março do presente ano deu
entrada na sede da UNESCO, em Paris,
uma candidatura transnacional que
para além de Portugal e da sua comunidade representativa de Tavira envolve
outros Estados e comunidades como
Chipre/Agros, Croácia/Hvar e Brac,
Grécia/Koroni, Espanha/Soria, Itália/
Cilento, Marrocos/Chefchaouen. Esta
nova candidatura destina-se ao alargamento ao Chipre, à Croácia e a Portugal
da classificação de Património Cultural
Imaterial da Humanidade, atribuída em
2010, e deverá ser apreciada e votada
pela UNESCO, na Assembleia Geral prevista para o último trimestre de 2013.
Das comunidades rurais para o
mundo globalizado, passando com distinção em todos os escrutínios que lhe
são aplicados pela sociedade científica,
será a ancestral e “prodigiosa alimentação mediterrânica” um padrão alimentar a adotar por populações fora da sua
zona de origem, ou tornar-se-á mera
atração turística?
RECEITA
Preparação
“Camembert”
ou queijo de
cabra
gratinado
com mel, avelãs
e tomilho limão
No caso do queijo de cabra, coloque-o
umas horas antes no congelador, para
melhor cortar e manusear (como na fotografia).
Quanto ao “camembert” inteiro, com
um garfo faça pequenas incisões no
seu topo e coloque pela seguinte ordem: um pouco de mel, as avelãs, as
folhinhas do tomilho limão, regue novamente com um pouco de mel e de
azeite e termine com umas “pedrinhas”
de flôr de sal.
Coloque no forno pré-aquecido a 200
ºC até tostar um pouco, mas sem desmanchar ou derreter, aproximadamente durante 10/15 min.
Sirva com umas tostinhas ou pedaços
de pão tostado. No caso do queijo de
cabra, pode eventualmente fazer uma
“cama”/salada de agriões e/ou espinafres, com romã temperada com vinagrette de mel.
Pronto a servir como uma entrada deliciosa.
Ingredientes
1 “camembert” inteiro
ou vários troços (individuais) de
queijo de cabra…
mel q.b.
1 “fio de azeite”
e flôr de sal q.b.
Avelãs
q.b.,
grosseiramente picadas
Folhinhas
de tomilho de limão…
Receita
Esta receita é da
autoria de Marta
Bártolo, Finalista da
1ª Edição MasterChef
Portugal, Programa de
Culinária da RTP, 2011.
Foto
Rui Faria Rodrigues
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