programa estadual de manejo de fauna silvestre - Rede Pró

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programa estadual de manejo de fauna silvestre - Rede Pró
SILVICONSULT ENGENHARIA
PROGRAMA ESTADUAL DE
MANEJO DE FAUNA SILVESTRE
APREENDIDA
RELATÓRIO
PROGRAMA DE FAUNA APREENDIDA
CURITIBA, JULHO DE 2003
CONTEÚDO
PROGRAMA ESTADUAL DE MANEJO DE FAUNA SILVESTRE NATIVA APREENDIDA________ 5
1. CONSIDERAÇÕES SOBRE APREENSÕES DE FAUNA SILVESTRE______________________ 7
INTRODUÇÃO ____________________________________________________________________ 7
RESULTADOS E DISCUSSÃO _______________________________________________________ 8
RÉPTEIS
8
AVES
11
MAMÍFEROS
14
TRÁFICO E COMÉRCIO DE ANIMAIS
18
DESTINAÇÃO DOS ANIMAIS APREENDIDOS
19
LOCAIS DO ESTADO COM MAIORES ÍNDICES DE APREENSÃO DE FAUNA
20
2. DIRETRIZES PARA DISPOSIÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES APREENDIDOS ____________ 24
OPÇÕES DE MANEJO ____________________________________________________________ 24
A) SOLTURA DE ANIMAIS SILVESTRES APREENDIDOS
25
B) MANUTENÇÃO DE ANIMAIS EM CATIVEIRO
26
B.1) DEPÓSITO EM ZOOLÓGICOS, CETAS, CRIADOUROS E OUTRAS INSTITUIÇÕES ASSEMELHADAS _______ 27
B.2) FIEL DEPOSITÁRIO _______________________________________________________________ 28
C) EUTANÁSIA E DESTINAÇÃO CIENTÍFICA COMO OPÇÕES DE MANEJO
29
D) APREENSÃO DE ANIMAIS ABATIDOS, COURO, PELE, PEÇAS TAXIDERMIZADAS E ESQUELETOS
31
E) ANIMAIS ATROPELADOS
31
3. PROCEDIMENTOS REFERENTES ÀS OPÇÕES DE MANEJO DE FAUNA APREENDIDA ___ 33
ANÁLISE DA ÁRVORE DE DECISÃO ELABORADA PELA IUCN ___________________________ 35
QUANDO DA DESTINAÇÃO AO CATIVEIRO __________________________________________ 42
ENCAMINHAMENTO DOS ANIMAIS APRENDIDOS A ZOOLÓGICOS, CETAS, CRIADOUROS OU INSTITUIÇÕES DE
PESQUISA
42
FIEL DEPOSITÁRIO OU GUARDA DOMÉSTICA
49
4. PROCEDIMENTOS QUANTO À RETIRADA OU MANUTENÇÃO DE ANIMAIS EM CATIVEIRO 51
EQUIPAMENTOS PARA CONTENÇÃO FÍSICA DE ANIMAIS SILVESTRES
51
GANCHO __________________________________________________________________________ 51
LUVAS DE RASPA DE COURO ____________________________________________________________ 52
PUÇÁ ____________________________________________________________________________ 52
REDE ____________________________________________________________________________ 53
CAMBÃO E CORDA ___________________________________________________________________ 53
JAULA E CAIXA DE CONTENÇÃO __________________________________________________________ 53
TUBOS ___________________________________________________________________________ 53
SUGESTÃO DE EQUIPAMENTOS PARA MANUFATURA
54
MODELOS DE PUÇÁ OU COADOR: ________________________________________________________ 54
CAMBÃO OU PAU DE COURO: ___________________________________________________________ 55
GANCHO PARA MANIPULAÇÃO DE SERPENTES: ______________________________________________ 55
REDE DE CONTENÇÃO:________________________________________________________________ 56
TRANSPORTE DE ANIMAIS SILVESTRES
56
INSTALAÇÕES E ACONDICIONAMENTO
58
CONDIÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL
58
ESTADO APARENTE DE SAÚDE DOS ANIMAIS
59
QUALIDADE DA ALIMENTAÇÃO
59
CONVÍVIO ENTRE ESPÉCIES MANTIDAS EM CATIVEIRO
59
ASSOCIAÇÕES NÃO RECOMENDADAS:_____________________________________________________ 60
ASPECTOS DE NUTRIÇÃO DOS ANIMAIS
60
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE DESTINAÇÃO E REABILITAÇÃO DE FAUNA
64
SOLTURA _________________________________________________________________________ 64
DESTINAÇÃO AO CATIVEIRO ____________________________________________________________ 64
APREENSÃO DE ANIMAIS ABATIDOS, COUROS, PELES, PEÇAS TAXIDERMIZADAS E ESQUELETOS ___________ 65
REABILITAÇÃO ______________________________________________________________________ 66
5. BREVE APANHADO SOBRE LEGISLAÇÃO DE FAUNA_______________________________ 67
6. DIRETRIZES PARA A CRIAÇÃO DO CONSELHO ESTADUAL DE PROTEÇÃO À FAUNA
1
SILVESTRE _____________________________________________________________________ 69
QUAL A FUNÇÃO DO CONSELHO __________________________________________________ 69
QUANDO RECORRER AO CONSELHO ______________________________________________ 70
7. CENTRO DE MANEJO DE ANIMAIS SILVESTRES - CEMAS ___________________________ 72
ESTRUTURA OPERACIONAL ______________________________________________________ 72
SUBORDINAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
72
COMPETÊNCIAS DO CEMAS E SEUS SETORES
74
ADMINISTRAÇÃO
75
SETOR DE RECEPÇÃO, IDENTIFICAÇÃO, ASSISTÊNCIA MÉDICO-VETERINÁRIA E TRIAGEM
76
SETOR DE REABILITAÇÃO E ESPERA
77
SETOR TÉCNICO DE BIOLOGIA E MANEJO DA FAUNA
78
COMO DEVERÁ FUNCIONAR A RECEPÇÃO DOS ANIMAIS NO CEMAS ___________________ 78
ESTRUTURA FÍSICA ______________________________________________________________ 81
ESTRUTURA GERAL
82
ESTRUTURA DE PESSOAL
93
8. ESPÉCIES PRIORITÁRIAS PARA MANEJO_________________________________________ 95
ESPÉCIES PRIORITÁRIAS E RECOMENDAÇÕES DE MANEJO___________________________ 95
ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO
95
ESPÉCIES CONSIDERADAS PROBLEMA
96
ESPÉCIES DE INTERESSE CINEGÉTICO
99
TÉCNICAS DE MONITORAMENTO E OS PROGRAMAS DE MANEJO DE FAUNA ___________ 102
9. ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA ESTADUAL DE FAUNA _________________ 104
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS ___________________________________________________ 107
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ______________________________________________ 108
11. ANEXOS ___________________________________________________________________ 111
LISTAS DE ESPÉCIES APREENDIDAS E TIPOS DE INFRAÇÕES PREDOMINANTES
111
NORMAS GERAIS E PROCEDIMENTOS PARA O RECEBIMENTO DE ANIMAIS NO CENTRO DE MANEJO
128
ESTIMATIVA DOS CUSTOS DE CONSTRUÇÃO E EQUIPAMENTOS DO CENTRO DE MANEJO DE FAUNA
131
MODELOS DE FICHAS PARA UTILIZAÇÃO NO CENTRO DE MANEJO DE FAUNA.
145
OPORTUNIDADES DE FINANCIAMENTO PARA PROGRAMAS DE PESQUISA A SEREM DESENVOLVIDOS PELO
CEMAS
152
ENDEREÇOS ELETRÔNICOS DE POSSÍVEIS FINANCIADORES
170
LOCAIS NA INTERNET ONDE PODEM SER OBTIDAS INFORMAÇÕES SOBRE MATERIAL DE CONTENÇÃO E
MARCAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES.
173
MODELOS DE ESTRUTURAS E DETALHES DE RECINTOS DE CENTROS DE TRIAGEM EXISTENTES
174
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1.1: PERCENTUAL DE RÉPTEIS, AVES E MAMÍFEROS APREENDIDOS PELA FISCALIZAÇÃO DO IAP ENTRE O
PERÍODO DE JANEIRO DE 1980 E MAIO DE 2002.
8
FIGURA 1.2: NÚMERO DE EXEMPLARES DE RÉPTEIS APREENDIDOS REFERENTE ÀS QUATRO ORDENS.
9
FIGURA 1.3: PERCENTUAL DOS DIFERENTES TIPOS DE INFRAÇÕES RELACIONADAS AOS RÉPTEIS.
9
FIGURA 1.4: PERCENTUAL DE AVES APREENDIDAS CONFORME GRUPO TAXONÔMICO.
11
FIGURA 1.5: PERCENTUAL DOS DIFERENTES TIPOS DE INFRAÇÕES RELACIONADAS ÀS AVES
13
FIGURA 1.6: PERCENTUAL DE EXEMPLARES DE MAMÍFEROS APREENDIDOS CONFORME O GRUPO TAXONÔMICO. 15
FIGURA 1.7: PERCENTUAL DE OCORRÊNCIA DOS DIFERENTES TIPOS DE INFRAÇÕES REFERENTES AOS MAMÍFEROS
APREENDIDOS.
15
FIGURA 1.8: MAPA DA COBERTURA VEGETAL ORIGINALMENTE EXISTENTE NO ESTADO DO PARANÁ.
21
FIGURA 1.9: COBERTURA VEGETAL ATUALMENTE EXISTENTE NO ESTADO DO PARANÁ.
22
FIGURA 3.1 ORGANOGRAMA DE ORIENTAÇÃO PARA A DESTINAÇÃO IMEDIATA DOS ANIMAIS APREENDIDOS.
34
FIGURA 3.2: PERGUNTAS E RESPOSTAS REFERENTES ÀS OPÇÕES DE CATIVEIRO (IUCN, 2000
39
FIGURA 3.3: PERGUNTAS E RESPOSTAS REFERENTES AO RETORNO À NATUREZA (IUCN, 2000)
40
FIGURA 3.5: MODELO DE RECIBO OU TERMO DE DEPÓSITO DE ANIMAIS SILVESTRES APREENDIDOS E
ENCAMINHADOS A ZOOLÓGICOS, CETAS, CRIADOUROS E OUTRAS INSTITUIÇÕES ASSEMELHADAS.
47
2
FIGURA 3.6: MODELO DE TERMO DE RESPONSABILIDADE DE DEPÓSITO VOLUNTÁRIO E GRATUITO.
48
FIGURA 4.1: GANCHO PARA CONTENÇÃO DE COBRAS
51
FIGURA 4.2: LUVAS DE RASPA DE COURO
52
FIGURA 4.3: MODELOS DE PUÇÁS
52
FIGURA 4.4: MODELOS E MEDIDAS SUGERIDAS PARA A CONFECÇÃO DE PUÇÁS.
54
FIGURA 4.5: MEDIDAS SUGERIDAS PARA A CONFECÇÃO DE CAMBÃO OU PAU DE COURO.
55
FIGURA 4.6: TAMANHOS SUGERIDOS PARA A CONFECÇÃO DE GANCHOS PARA MANIPULAÇÃO DE SERPENTES.
55
FIGURA 4.7: MODELO E MEDIDAS SUGERIDAS PARA A CONFECÇÃO DE CAIXA DE TRANSPORTE.
57
FIGURA 6.1: MODELO DE PORTARIA PARA CRIAÇÃO DO CONSELHO ESTADUAL DE PROTEÇÃO À FAUNA.
71
FIGURA 7.1: ORGANOGRAMA DA ESTRUTURA OPERACIONAL DO CEMAS.
74
FIGURA 7.2: FLUXOGRAMA DE MOVIMENTO DOS ANIMAIS NO CEMAS
81
FIGURA 7.3: DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME DE OCORRÊNCIAS POR ESPÉCIE ENTRE O PERÍODO DE 1979 E 2002.
83
FIGURA 7.4: ANTEPROJETO DA ESTRUTURA BÁSICA PARA UM HOSPITAL DE TRIAGEM PARA ANIMAIS SILVESTRES DA
FAUNA NATIVA.
85
FIGURA 7.5: ANTEPROJETO DA ESTRUTURA BÁSICA PARA UMA SALA DE NECROPSIA.
85
FIGURA 7.6: ANTEPROJETO DA ESTRUTURA BÁSICA PARA UMA SALA DE NUTRIÇÃO PARA O CEMAS.
86
FIGURA 7.7: ANTEPROJETO DA ESTRUTURA BÁSICA PARA UMA SALA DE BIOTÉRIO PARA O CEMAS.
87
FIGURA 7.8: ANTEPROJETO DA ESTRUTURA BÁSICA DOS RECINTOS QUARENTENA PARA O CEMAS, VISTA
88
SUPERIOR.
FIGURA 7.9: ANTEPROJETO DA ESTRUTURA BÁSICA PARA RECINTOS DO CEMAS, DETALHES DO TANQUE E DAS
PORTAS.
89
FIGURA 7.10: ANTEPROJETO DO BLOCO DE RECINTOS QUARENTENA.
89
FIGURA 7.11: ANTEPROJETO DO BLOCO DE RECINTOS COBERTOS PARA REABILITAÇÃO E ESPERA.
90
FIGURA 7.12: ANTEPROJETO DO BLOCO DE RECINTOS ABERTOS PARA REABILITAÇÃO E ESPERA.
91
FIGURA 7.13: ANTEPROJETO DO BLOCO DE RECINTOS PARA VISITAÇÃO.
92
FIGURA 7.14: ANTEPROJETO DE IMPLANTAÇÃO DO CEMAS.
92
FIGURA 11.1: VISTA LATERAL E FRONTAL DO SETOR DE QUARENTENA / CETAS VIVAT FLORESTA
(PUCPR/IBAMA/IFSE)
174
FIGURA 11.2: VISTA DO CORREDOR DE MANEJO E DETALHE DAS PORTAS DE METAL / CETAS VIVAT FLORESTA 174
FIGURA 11.3: VISTA LATERAL RECINTO COM BARRAS METÁLICAS; RECINTO COM TELA DE UMA POLEGADA / CETAS
VIVAT FLORESTA
175
FIGURA 11.4: VISTA FRONTAL DO CORREDOR DE MANEJO; RECINTO ABERTO PARA MAMÍFEROS E RÉPTEIS. CETAS
VIVAT FLORESTA
175
FIGURA 11.5: AMBIENTAÇÃO DE RECINTOS, GALHOS E PROTEÇÃO FRONTAL PARA ANIMAIS ESTRESSADOS. CETAS
VIVAT FLORESTA
176
FIGURA 11.6: DETALHE CORREDOR DE MANEJO E CAMBIAMENTO PARA FELINOS / CRAS – MS
176
FIGURA 11.7: DETALHE INTERNO E EXTERNO DOS RECINTOS DE INTERNAÇÃO DO SETOR DE VETERINÁRIA / CRAS
– MS
177
FIGURA 11.8: DETALHE DE ANIMAIS INTERNADOS EM GAIOLAS / CETAS VIVAT FLORESTA
177
FIGURA 11.9: MODELOS DE GAIOLAS PARA INTERNAMENTO CETAS – SP
178
FIGURA 11.10: VISTA DE GAIOLAS PARA INTERNAÇÃO CETAS – SP
178
FIGURA 11.11: GAIOLÃO DE TRIAGEM CEMAS – SP / CAIXA DE TRANSPORTE CRAS – MS
178
FIGURA 11.12: COMUNICAÇÃO VISUAL CRAS – MS; RECINTO DE MAMÍFEROS, COZINHA E BIOTÉRIO
179
FIGURA 11.13: CENTRO DE VISITANTES E HOSPITAL VETERINÁRIO CEMAS – SP
179
LISTA DE TABELAS
TABELA 3.1: ZOOLÓGICOS, REGISTRADOS JUNTO AO IBAMA E EM ATIVIDADE NO ESTADO DO PARANÁ.
43
TABELA 3.2: CRIADOUROS CONSERVACIONISTAS, REGISTRADOS JUNTO AO IBAMA E EM ATIVIDADE NO ESTADO
DO PARANÁ.
43
TABELA 3.3: CRIADOUROS CIENTÍFICOS, REGISTRADOS JUNTO AO IBAMA E EM ATIVIDADE NO ESTADO DO
PARANÁ.
46
TABELA 3.4: CRIADOUROS CIENTÍFICOS NO ESTADO DO PARANÁ COM REGISTROS CANCELADOS JUNTO AO
IBAMA.
46
3
TABELA 4.1: DIETA ALIMENTAR INDICADA PARA RÉPTEIS.
61
TABELA 4.2: DIETA ALIMENTAR INDICADA PARA AVES.
61
TABELA 4.3: DIETA ALIMENTAR INDICADA PARA MAMÍFEROS.
63
TABELA 7.1: QUALIFICAÇÃO E QUANTIDADE DE PESSOAL POR SETOR E SEÇÃO DO CEMAS
94
TABELA 8.1: PRINCIPAIS ESPÉCIES DE RÉPTEIS, AVES E MAMÍFEROS QUE PODEM SER CONSIDERADAS PROBLEMA
NO ESTADO DO PARANÁ.
98
TABELA 8.2: PRINCIPAIS ESPÉCIES DA FAUNA NATIVA DO ESTADO DO PARANÁ COM IMPORTANTE VALOR
CINEGÉTICO, CONSIDERANDO SEU VALOR DIRETO OU SUBJETIVO.
100
TABELA 8.3: PRINCIPAIS ESPÉCIES DE AVES DO ESTADO DO PARANÁ COM IMPORTANTE VALOR CINEGÉTICO,
CONSIDERANDO OS DADOS DA FISCALIZAÇÃO ENTRE OS ANOS DE 1988 E 2002.
101
TABELA 8.4: PRINCIPAIS ESPÉCIES DE RÉPTEIS E MAMÍFEROS DO ESTADO DO PARANÁ COM IMPORTANTE VALOR
CINEGÉTICO, CONSIDERANDO OS DADOS DA FISCALIZAÇÃO ENTRE OS ANOS DE 1988 E 2002.
101
TABELA 9.1: EXEMPLO SIMPLIFICADO DO PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES IMEDIATAS E PROCEDIMENTOS
NECESSÁRIOS PARA A OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA DE MANEJO DE FAUNA SILVESTRE NATIVA
APREENDIDA.
107
TABELA 11.1: QUANTIDADE DE RÉPTEIS APREENDIDOS, PROVÁVEIS ESPÉCIES E TIPOS DE INFRAÇÕES
PREDOMINANTES (1980 - 2002).
111
TABELA 11.2: QUANTIDADE DE ESPÉCIES DE AVES APREENDIDAS, BEM COMO TIPOS DE INFRAÇÕES
112
PREDOMINANTES (1980 - 2002)
TABELA 11.3: CASOS DE ENVENENAMENTO DE AVES CONFORME AS REGIÕES DO ESTADO.
116
TABELA 11.4: QUANTIDADE DE ESPÉCIES DE MAMÍFEROS APREENDIDOS, BEM COMO TIPOS DE INFRAÇÕES
PREDOMINANTES (1980 - 2002).
117
TABELA 11.5: PRINCIPAIS ANIMAIS DA FAUNA PARANAENSE COMERCIALIZADOS, PREÇO LOCAL E PREÇO NO
EXTERIOR (EM US$).
119
TABELA 11.6: PORCENTAGEM DE INFRAÇÕES POR ESCRITÓRIO REGIONAL REFERENTE À QUANTIDADE DE ESPÉCIES
DE RÉPTEIS APREENDIDOS.
120
TABELA 11.7: PORCENTAGEM DE INFRAÇÕES POR ESCRITÓRIO REGIONAL REFERENTE A QUANTIDADE DE ESPÉCIES
DE AVES APREENDIDAS.
121
TABELA 11.8: PORCENTAGEM DE INFRAÇÕES POR ESCRITÓRIO REGIONAL REFERENTE À QUANTIDADE DE ESPÉCIES
DE MAMÍFEROS APREENDIDOS.
126
TABELA 11.9: NORMAS GERAIS E PROCEDIMENTOS DE RECEBIMENTO DE ANIMAIS NO CENTRO (RETIRADO DO II
ENCONTRO NACIONAL DE CENTROS DE TRIAGEM DE ANIMAIS SILVESTRES, 1993, PROMOVIDO PELO IBAMA). 128
TABELA 11.10: DESCRIMINAÇÃO DE CUSTOS E SERVIÇOS.
133
TABELA 11.11: CUSTOS PARA IMPLANTAÇÃO DO BIOTÉRIO
139
TABELA 11.12: CUSTOS PARA IMPLANTAÇÃO DA SALA DE NUTRIÇÃO
139
TABELA 11.13: CUSTOS PARA IMPLANTAÇÃO DA SALA DE NECROPSIA
140
TABELA 11.14: CUSTOS PARA IMPLANTAÇÃO DO HOSPITAL DE TRIAGEM
141
TABELA 11.15: CUSTOS COM EQUIPAMENTO DE CONTENÇÃO E TRANSPORTE
143
TABELA 11.16: CUSTOS COM ADMINISTRAÇÃO E LOGÍSTICA
144
TABELA 11.17: MODELOS DE FICHAS DE RECEPÇÃO, CADASTRAMENTO DE ANIMAIS E PROPRIEDADES DESTINADAS
À SOLTURA DE FAUNA REABILITADA.
145
TABELA 11.18: MODELOS DE FICHAS DE RECEPÇÃO E CADASTRAMENTO DE AVES (FRENTE).
146
TABELA 11.19: MODELOS DE FICHAS DE RECEPÇÃO E CADASTRAMENTO DE AVES (VERSO).
147
TABELA 11.20: MODELOS DE FICHAS DE RECEPÇÃO E CADASTRAMENTO DE RÉPTEIS (FRENTE).
148
TABELA 11.21: MODELOS DE FICHAS DE RECEPÇÃO E CADASTRAMENTO DE RÉPTEIS (VERSO).
149
TABELA 11.22: MODELOS DE FICHAS DE RECEPÇÃO E CADASTRAMENTO DE MAMÍFEROS (FRENTE).
150
TABELA 11.23: MODELOS DE FICHAS DE RECEPÇÃO E CADASTRAMENTO DE RÉPTEIS (VERSO).
151
TABELA 11.24: OPORTUNIDADES DE FINANCIAMENTO DE PEQUENA MONTA (SMALL GRANTS); UTILIZÁVEIS PARA
PROJETOS ESPECÍFICOS DE REABILITAÇÃO.
152
4
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De maneira geral a fauna é considerada como uma verdadeira riqueza para a
humanidade, por seu notável valor ecológico, científico, econômico e cultural.
Lamentavelmente, uma parcela considerável da sociedade não reconhece, de forma
condigna, a magnitude desses valores.
Até o final do século passado estes benefícios eram julgados como inesgotáveis
e o homem podia dispor livremente dos mesmos. Hoje, depois de muitas décadas de
ações predatórias, a realidade é que a fauna silvestre encontra-se seriamente
ameaçada. Muitas de suas espécies mais representativas correm risco de desaparecer,
se não forem tomadas medidas adequadas à sua proteção.
Entre as 428 espécies de mamíferos existentes no Brasil, aproximadamente 60
espécies estão ameaçadas de extinção, entre as quais 50% estão representadas em
território paranaense (MARGARIDO, 1995). Ocorrem em território nacional 1.622
espécies de aves, destas 708 integram a avifauna paranaense e 117 estão citadas na
Lista Vermelha de Animais Ameaçados de Extinção do Paraná (STRAUBE, 1995).
Quanto aos répteis, o Brasil possui cerca de 467 espécies, das quais 140 estão
distribuídas nos diferentes ambientes representados no Estado. Dessas 140 espécies
12 são consideradas como ameaçadas de extinção, e apenas as aquáticas têm
recebido algum tratamento protecionista (MORATO et al., 1995).
De uma forma geral, grande parte da população e dos governantes não têm
consciência do valor ecológico que as espécies desempenham na estruturação e
manutenção dos ecossistemas, e que depende delas o equilíbrio biológico essencial
para todas as formas de vida. Este quadro é ainda mais agravado pelo
desconhecimento técnico sobre muitos aspectos bio-ecológicos da maioria dos animais
da fauna nativa. São inúmeros os fatores que ocasionam prejuízos à fauna silvestre,
sendo muitos deles de caráter irreversível. A busca de desenvolvimento econômico, por
meio industrial, agrícola ou florestal está entre os principais fatores de pressão sobre as
áreas naturais, e conseqüentemente sobre as espécies da fauna. Nos países mais
desenvolvidos e industrializados, e mesmo naqueles em desenvolvimento, nenhum tipo
de ambiente favorável à manutenção da fauna escapou à destruição parcial.
Historicamente muitos países passaram a utilizar os recursos da fauna como fonte de
renda, sendo a exportação e a venda de animais e subprodutos, uma importante
atividade econômica. A forma como essa utilização é feita pode representar a
preservação de algumas espécies, anteriormente ameaçadas. Contudo, com maior
freqüência, o uso dos recursos de fauna levou ao quase desaparecimento ou extinção
de muitas espécies, principalmente quando as instituições responsáveis não
conseguiram impedir esse uso ou regulamentá-lo.
De acordo com o relatório divulgado pela WWF (1995), o tráfico de animais
silvestres é o terceiro maior mercado ilícito do mundo, perdendo apenas para o
comércio ilegal de drogas e armas. O Brasil é considerado como um dos principais
fornecedores de flora e fauna para o mercado mundial. O relatório sugere que, para
5
atender a esta atividade, ocorre a retirada de 12 milhões de animais silvestres
anualmente da natureza. Deste total, cerca de 30% são exportados e o restante é
comercializado internamente. O relatório ainda ressalta que a ausência de qualquer
informação sistematizada e estatística por parte dos órgãos responsáveis pela
fiscalização e defesa do meio ambiente, dificulta um prognóstico do real impacto dessas
atividades sobre a fauna regional e nacional.
A inexistência de informações, bem como de estratégias e diretrizes de ação,
deve-se em parte à falta de uma política de fauna bem estruturada, em cada Estado da
federação, para estabelecer os princípios e objetivos em relação aos problemas
regionais.
Nesse sentido, este documento foi elaborado com o objetivo de subsidiar o
planejamento para o manejo e conservação da fauna silvestre objeto da apreensão pela
fiscalização ambiental, considerando aspectos fundamentais referentes à identificação
e quantidade de espécies apreendidas, opções de manejo e problemas associados,
bem como procedimentos necessários para a adequada destinação das espécies.
Este documento está dividido em três etapas, sendo elas:
♦ Primeira etapa: considerações sobre apreensões de fauna silvestre no Estado,
realizadas com base nas ocorrências registradas pelo IAP,
♦ Segunda etapa: definição de diretrizes para a disposição de animais silvestres
apreendidos, incluindo procedimentos para a criação de um conselho ou comitê
técnico estadual de fauna,
♦ Terceira etapa: instalação e funcionamento do centro de manejo de fauna silvestre,
incluindo uma relação das espécies prioritárias para o manejo, programas de
manejo necessários, além de uma série de informações básicas para a confecção
de um manual simplificado sobre técnicas de manejo e contenção de animais
silvestres, destinado à fiscalização.
6
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INTRODUÇÃO
As informações disponíveis neste documento foram obtidas através do
levantamento dos dados constantes nos autos de infração e apreensão relativos às
atividades cinegéticas e apreensão de animais silvestres, provenientes das atividades
de fiscalização de 20 escritórios regionais do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Os
dados referem-se ao período de janeiro de 1980 a maio de 2002, onde as atividades de
fiscalização ocorreram eventualmente em conjunto com o Batalhão de Polícia Florestal
do Paraná.
As informações obtidas foram compilados e organizadas em planilhas
eletrônicas, configuradas segundo a base de dados Microsoft Access. Os dados
referentes às espécies apreendidas, quantidade de apreensões, infrações
predominantes, além de local e ano em que ocorreram os delitos, foram tratados
estatisticamente. Cabe salientar que os autos de infração foram elaborados de acordo
com a Lei 5.197/67, e as categorias de delito constantes nesses referem-se ao descrito
como crimes ambientais naquela ocasião. Outrossim, as informações foram transcritas
exatamente como constavam nos autos de infração, em sua maioria apenas com os
nomes populares dos animais apreendidos. Devido à necessidade de sistematizar os
dados de uma forma mais precisa e técnica, os nomes populares mais comuns foram
associados às denominações científicas mais prováveis. Dessa forma, também foram
considerados possíveis erros de classificação na determinação das espécies prioritárias
para manejo. A margem de erro pode ser distinta segundo a classe a que pertence o
animal apreendido, havendo maior ou menor sobreposição de nomes conforme o
animal é popularmente conhecido em cada local.
7
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No período entre janeiro de 1980 e maio de 2002 o Instituto Ambiental do
Paraná, isoladamente ou em ações eventuais com o Batalhão de Polícia Florestal,
apreendeu cerca de 20.275 animais silvestres em todo o Estado. Entre os animais
apreendidos, 294 foram répteis, 668 mamíferos e 19.313 aves, o que representa
respectivamente 1%, 3% e 96% das apreensões (Figura 1.1).
Figura 1.1: Percentual de répteis, aves e mamíferos apreendidos pela fiscalização do
IAP entre o período de janeiro de 1980 e maio de 2002.
3%
1%
AVES
MAMÍFEROS
RÉPTEIS
96%
RÉPTEIS
Dentre os Répteis, foram apreendidos animais de quatro ordens distintas, sendo
que a ordem Testudines, constituída pelas tartarugas e cágados, foi representada em
57% das apreensões (162 indivíduos apreendidos), seguida pela ordem Squamata,
representada pelas cobras e serpentes, com 38% (109 indivíduos apreendidos),
Crocodylia, representada pelos jacarés, com 3% (18 indivíduos apreendidos) e
Lacertilia, representada pelos lagartos, com 2% (5 indivíduos apreendidos) (Figura 1.2).
8
Figura 1.2: Número de exemplares de répteis apreendidos referente às quatro Ordens.
CROCODYLIA (jacarés)
LACERTILIA (lagartos)
SQUAMATA (cobras e
serpentes)
3%
2%
TESTUDINES (tartarugas)
38%
57%
Em relação aos tipos de infrações predominantes para este grupo animal,
destacou-se o comércio dos animais. Os quelônios foram os principais alvos das
atividades ilegais de comércio, principalmente vendidos como animais de estimação,
seguidos dos jacarés que são procurados pela carne e couro (Figura 1.3).
Figura 1.3: Percentual dos diferentes tipos de infrações relacionadas aos répteis.
2%
4%
12%
Couro/ casco
Comércio
Cativeiro
Outros
82%
9
Entre as espécies de répteis apreendidos a ordem Testudines (tartarugas) foi a
mais freqüente. Na sua maioria representada provavelmente por exemplares de
Trachemys sp. que podem somar entre 43 a 141 animais apreendidos. Há uma
possibilidade de 98 desses exemplares serem referentes ao gênero Podocnemis.
Contudo, em acordo com observações mais recentes colocaríamos como segunda
opção, se comparado com gênero Trachemys. Muito mais populares como animais de
estimação, representando o gênero de réptil mais recebido em diferentes serviços
veterinários na cidade de Curitiba (MANGINI et al., 1999; MANGINI et al., 1997). Sendo
T. scripta cerca de 90% mais freqüente que T. dorbingii nesses consultórios (MANGINI,
comunicação pessoal).
Cabe salientar que T. scripta é uma espécie exótica, originária da América do
Norte. Por solturas indevidas e liberações espontâneas, por parte dos proprietários, a
espécie tem se transformado em invasora, com potencial ímpar na capacidade de
colonizar. Sendo possivelmente uma das espécies de répteis mais críticas no que diz
respeito à necessidade de determinar políticas públicas para solução dos problemas
que remetem a essa questão, e até mesmo sob questões referentes à saúde pública.
Nos Estados Unidos da América é proibida a comercialização de tal espécie antes que
os animais atinjam em média 10 cm de comprimento, devido aos altos riscos de
transmissão de Salmonella sp. aos proprietários (JOHNSON-DELANEY, 1996). No
Brasil, apesar do IBAMA proibir a importação dessa espécie, é freqüente observar
animais com cerca de três a cinco centímetros serem adquiridos em lojas nos grandes
centros urbanos. Em geral esses cágados são destinados a servir como animais de
estimação, principalmente, às crianças. O que torna ainda maior o risco do surgimento
de zoonoses, pois em geral as crianças apresentam pouca resistência a agentes
bacterianos como a Salmonella spp.
Ainda dentro dessa ordem de répteis devemos salientar que Geochelone sp.
(jaboti)
representou cerca de 5% das infrações registradas. Os jabutis são
freqüentemente mantidos como animais de estimação, passando pelo comércio ilegal,
além de assumir também lugar no imaginário popular como fonte de cura para algumas
doenças como a asma.
A ordem Squamata (cobras e serpentes) representou a segunda maior parcela
de infrações, contudo os autos de infração não trouxeram identificação de todas as
espécies apreendidas. De acordo com depoimentos de agentes fiscais do IAP, os
infratores normalmente utilizam estes animais vivos para coleta de peçonha ou venda
deste para laboratórios particulares. Destacando-se neste sentido, animais dos gêneros
Bothrops (cobra-jararaca e cobra-urutu) e Crotalus (cobra-cascavel). Dessa forma,
poderíamos caracterizar tal atividade como eminentemente exploratória do comércio
ilícito, sendo difícil estimar o montante de recursos que pode estar envolvido.
Notoriamente o veneno dessas cobras pode atingir altos preços no mercado oficial,
entretanto fica difícil avaliar se o destino dos animais apreendidos é o comércio dos
exemplares ou extração e venda do veneno. Entre as jararacas um grande número de
espécies pode estar sendo utilizado para esses fins. Devemos ressaltar que entre as
espécies de ocorrência no Paraná encontramos a jararaca-de-barriga-preta (Bothrops
cotiara), espécie endêmica da Floresta Ombrófila Mista, listada como vulnerável à
extinção no Estado do Paraná (PARANÁ, 1995).
10
Quanto aos Crocodylia (jacarés), as apreensões referiram-se a couro e carne de
Caiman sp. Muitas vezes esses animais são mantidos em cativeiro ilegal com intuito de
serem abatidos posteriormente, para retirada do couro e aproveitamento da carne. No
Estado do Paraná a única espécie de jacaré registrada é Caiman latirostris (jacaré-depapo-amarelo), que está listada como em perigo de extinção no Estado do Paraná
(PARANÁ, 1995).
Como complementação ao banco de dados do IAP foram obtidas informações
semelhantes em outras fontes, como por exemplo no Zoológico Municipal de Curitiba,
onde as espécies nativas doadas com maior freqüência são Hydromedusa tectifera,
Trachemis dorbigni, Iguana iguana, Tropidurus torquatus, Podocnemis expansa,
Geochelone carbonaria, Geochelone denticulata, Crotalus durissus e Bothrops sp.
(NICOLA, 1999).
AVES
Das 32 famílias de aves apreendidas, as de maior destaque em relação ao
número de espécimes apreendidos foram os Columbidae com 45% das apreensões
(8.976 indivíduos apreendidos), Emberizidae com 37% (7.098 indivíduos apreendidos),
Psittacidae (830 indivíduos apreendidos) e Fringillidae (811 indivíduos apreendidos)
com 4%, Turdidae com 3% (525 indivíduos apreendidos) e Icteridae com 2% (341
indivíduos apreendidos), sendo o restante (4%) atribuído a outras famílias, cujo número
de apreensões foi pouco expressivo se comparado com as citadas anteriormente
(Figura 1.4).
Figura 1.4: Percentual de aves apreendidas conforme grupo taxonômico.
11
COLUMBIDAE (pombos)
EMBERIZIDAE (canário-daterra, azulão, etc.)
4%
2%
4% 3%
4%
46%
PSITTACIDAE (papagaios,
araras e periquitos)
FRINGILLIDAE (pintassilgo)
TURDIDAE (sábias)
37%
ICTERIDAE (pássaro-preto,
chopim, etc.)
OUTRAS
Em relação aos tipos de infrações predominantes para este grupo animal,
destacou-se a manutenção de animais em cativeiro, respondendo por 47% dos autos.
Os passeriformes foram os principais alvos dessa prática, ultrapassando muito em
número os psitacídeos. O interesse por aves canoras e ornamentais fomenta o
comércio e captura ilegal de passeriformes das famílias Emberizidae, Fringillidae,
Turdidae, Icteridae principalmente vendidos como animais para manutenção em
viveiros e competições. Nesse sentido as espécies em destaque foram canário-da-terra
(Sicalis flaveola), azulão (Passerina brissonii), trinca-ferro (Saltator similis), coleirinho
(Sporophila caerulescens), sangue-de-boi (Ramphocelus bresilius), bigodinho
(Sporophila lineola) e o curió (Oryzoborus angolensis).
Outro grupo importante refere-se ao comércio ilegal de Psittacidae - papagaios,
araras e periquitos -, destinados principalmente a serem mantidos como animais de
estimação. Em geral, as atividades descritas como comércio e transporte destinam-se a
suprir a procura por aves para cativeiro.
Outros tipos de infração constantes nos autos foram os casos de
envenenamento de espécies de aves consideradas “pragas” por invadirem e
devastarem plantações. Nesse sentido, as aves da família Columbidae foram as mais
freqüentes nos autos de infração, atingindo 45% das apreensões (8.309 indivíduos). A
grande maioria dos casos refere-se principalmente à morte por envenenamento
intencional, através da ingestão de grãos contaminados. A espécie mais atingida foi a
pomba-amargosa (Zenaida auriculata), considerada como praga às culturas da soja e
trigo. Estes casos de envenenamento foram registrados nas regiões de Campo Mourão,
Maringá, Toledo, Londrina, Jacarezinho e Pitanga. Além da pomba-amargosa (Z.
auriculata) foram atingidas também espécies como a pomba-asa-branca (Columba
12
picazuro), e aves de rapina como carcará (Polyborus plancus), urubu-de-cabeça-preta
(Coragyps atratus), e algumas corujas da família Tytonidae, contaminadas
secundariamente por consumirem as pombas contaminadas (Tabela do Anexo II). Tais
ações, portanto, podem produzir efeitos em cascata ao longo das cadeias alimentares,
onde o inseticida é absorvido por um organismo, podendo ser letal ou de poder
cumulativo, passando em seguida para o corpo de um outro animal predador do
primeiro, e assim sucessivamente (DORTS, 1973).
Outra ocorrência que influenciou moderadamente esse grupo de aves foi a caça,
atividade que reflete, em geral, a busca de animais para consumo da carne, e que em
sua maioria atingiu espécies de pombas e aves terrestres. Em algumas situações foram
apreendidos animais, como passeriformes, capturados para suprir a demanda por aves
para cativeiro.
As aves canoras representadas principalmente pela família Emberizidae (7.098
apreensões), Fringillidae (811 apreensões), Turdidae (525 apreensões) e Icteridae (341
apreensões) foram sem dúvidas as mais perseguidas para suprir a demanda ilegal de
aves com destino ao cativeiro doméstico, ou para fins de competições e formação de
acervos amadoristas. O canário-da-terra (Sicalis flaveola Emberizidae) foi à espécie
mais perseguida pelos traficantes (4.425 apreensões), seguida do pintassilgo
(Carduellis magellanicus Fringillidade; 811 apreensões) e do azulão (Passerina brissonii
Emberizidae; 615 apreensões). A intensidade de busca pelo trinca-ferro (Saltator similis
Emberizidae) e pelo coleirinho (Sporophila caerulescens Emberizidae), foi semelhante,
sendo anotadas para ambas as espécies 418 apreensões. O percentual de infrações
anotadas está demonstrado na Figura 1.5.
Figura 1.5: Percentual dos diferentes tipos de infrações relacionadas às aves
17%
18%
2%
8%
Caça
Captura
Cativeiro
Comércio
8%
Transporte
Envenenamento
47%
13
As apreensões de aves da família Turdidae somam 525 casos, porém em 319
dessas apreensões nos autos constava apenas “sabiá” como nome vernáculo. O que
dificulta determinar se a pressão maior incide sobre sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris),
sábia-preto (Platycichla flavipes) ou sábia-coleira (Turdus albicolis). Essas três espécies
são bastante procuradas também como objeto de caça para consumo da carne, e não
apenas como aves canoras.
Em sexta colocação entre as aves mais perseguidas encontra-se o pássaro-preto
(Gnorimopsar chopi) com 221 aves apreendidas, contudo tal ave recebe em
determinadas regiões nomes como chopim e graúna o que pode representar mais 37
casos de posse ilegal dessa espécie. A sétima espécie mais freqüente nos autos de
infração foi o sangue-de-boi (Ramphocelus bresilius Emberizidae; 212 apreensões),
seguida pelo curió (Oryzoborus angolensis Emberizidae; 172 apreensões), bigodinho
(Sporophila lineola Emberizidae; 165 apreensões) e a décima espécie de passeriforme
mais apreendida foi o gaturamo (Euphonia violacea Emberizidae; 137 apreensões).
As aves da família Psittacidae (830 indivíduos apreendidos), apesar de
representarem apenas 4% das espécies nos autos de infração, não deixam de
despertar atenção pelo fato ser o terceiro grupo mais perseguido, depois dos
Passeriformes e dos Columbiformes. Dentro dessa família os papagaios representam,
certamente, as espécies mais perseguidas. As aves desse grupo somam 617 casos,
porém em 503 dessas apreensões constava apenas a denominação “papagaio”, como
nome comum. O que dificulta determinar se a pressão maior incide sobre papagaioverdadeiro (Amazona aestiva), espécie mais freqüente como animal de estimação nos
grandes centros urbanos, ou papagaio-curuca (A. amazonica), segunda espécie mais
freqüente em cativeiro doméstico (MANGINI et al., 1999; DOMINGOS et al., 1997).
Ainda deve-se destacar que constam na lista espécies como o papagaio-da-cara-roxa
(Amazona brasiliensis), araras como arara-vermelha (Ara chloroptera) e arara-canindé
(Ara ararauna), espécies listadas como ameaçadas de extinção no Estado do Paraná
(PARANÁ, 1995).
Outros grupos que sofrem pressão, apesar de somarem baixo valor numérico se
comparados aos Passeriformes e Columbiformes, foram os Tinamiformes e os
Cracídeos, que somam respectivamente 735 e 119 indivíduos apreendidos. Na maioria
dos casos foram animais caçados para consumo de carne ou envenenados nos
mesmos episódios em que várias pombas foram mortas. A espécie mais freqüente foi a
codorna (Nothura maculosa, Tinamidae; 667 apreensões) seguida pelo jacu (Penelope
obscura, Cracidae; 111 apreensões), sendo a segunda mantida muitas vezes em
viveiros como ave ornamental, ou para criação ilegal e consumo da carne.
MAMÍFEROS
Dentre as oito ordens de mamíferos apreendidos, Rodentia representou 34% das
ocorrências (211 indivíduos apreendidos), seguido por Primates com 19% (144
indivíduos apreendidos), Artiodactyla com 18% (128 indivíduos apreendidos), Carnivora
com 14% (96 indivíduos apreendidos), sendo os percentuais menores referentes a
Edentata com 7% (52 indivíduos apreendidos), Lagomorpha com 4% (28 indivíduos
apreendidos), Perissodactyla com 3% (5 indivíduos apreendidos) e Marsupialia com
14
1% (4 indivíduos apreendidos) (Figura 1.6).
Figura 1.6: Percentual de exemplares de mamíferos apreendidos conforme o grupo
taxonômico.
CARNIVORA (felinos,
canídeos, etc.)
EDENTATA (tamanduá,
tatus)
14%
18%
LAGOMORPHA (lebre,
tapiti)
7%
4%
1%
3%
34%
19%
MARSUPIALIA (gambá,
etc.)
PERISSODACTYLA (anta)
PRIMATES (macacos)
RODENTIA (capivara, paca,
cutia, etc.)
ARTIODACTYLA (veados e
porcos-do-mato)
Entre os tipos de infrações predominantes para o grupo dos mamíferos, animais
mantidos ilegalmente em cativeiro detiveram 50% das ocorrências, seguida pelas
atividades de caça com 41% do total apreendido. Tal predominância deve-se em parte
ao grande número de primatas em cativeiro doméstico, espécies de alto interesse
cinegético, como a paca e a capivara, que muitas vezes são mantidas em cativeiro com
finalidade de procriação para posterior consumo. Outro ponto que deve ser ressaltado é
que as apreensões referidas como couro nos autos de infração são evidentemente
conseqüências da atividade ilegal de caça (Figura 1.7).
Figura 1.7: Percentual de ocorrência dos diferentes tipos de infrações referentes aos
mamíferos apreendidos.
15
6%
3%
41%
Caça
Cativeiro
Couro
Transporte
50%
A ordem Rodentia sofreu maior pressão entre os mamíferos, sendo as espécies
capturadas essencialmente de interesse cinegético. Contudo, nos autos das
apreensões a atividade denominada como “cativeiro” representou maior volume de
apreensões. Tal observação reflete a tendência das pessoas manterem esses animais
com finalidade de reprodução em cativeiro, para posterior consumo da carne, ou
mesmo em algumas ocasiões por tratarem-se de espécies carismáticas. Entre todas as
espécies de mamíferos apreendidas a paca (Agouti paca) foi a mais perseguida, sendo
responsável por 86 anotações nos autos de infração. Cabe ressaltar que 46 desses
animais encontravam-se em cativeiro, demonstrando a tendência desses animais serem
mantidos em criações ilegais.
Outro importante representante da ordem Rodentia intensamente perseguido foi
a capivara (Hydrochaeris hydrochaeris), que representou 60 anotações nos autos de
infração. Curiosamente, a maioria das apreensões (45 indivíduos) foi referente a
animais mantidos em cativeiro ilegal. Apenas 15 indivíduos mortos foram apreendidos,
o que reflete a mesma tendência de uso ilegal observado com as pacas. O mesmo
ocorre com o terceiro roedor mais perseguido, a cutia (Dasyprocta azarae, 50
apreensões), sendo apreendidos 41 animais em cativeiro ilegal, e apenas cinco
abatidos por caçadores. Seria inocência acreditar que essa seja a relação real de uso
dessas espécies, pois certamente pela natureza das atividades de caça, realizadas
principalmente à noite e em locais afastados, fica mais difícil que as ações da
fiscalização sejam tão efetivas, quanto à busca por cativeiros ilegais.
A segunda ordem de mamíferos mais perseguida foi Primates, sendo
representada principalmente pelo gênero Callithrix (micos) com 74 apreensões, seguida
por Cebus apella (macaco-prego, entre 42 e 62 animais apreendidos) e Alouatta spp.
(bugios, entre 8 e 28 animais apreendidos). O número exato de animais apreendidos
não pode ser determinado, pois em muitos autos de infração aparece apenas “macaco”
16
como referência. Na sua totalidade o destino desses animais é o cativeiro como animais
de estimação, algumas vezes são mantidos em viveiros em chácaras e mesmo quintais
urbanos. Todas as espécies de primatas citadas acima estão entre as espécies da
fauna de maior interesse, dentre os mamíferos comercializados como animais de
estimação (WWF, 1995). Cabe ressaltar que em comunidades tradicionais do norte e
centro-oeste do país os primatas figuram entre os animais mais perseguidos para o
consumo da carne (REDFORD, 1997), contudo na região sul do país tal uso é nulo ou
pouco freqüente.
A exemplo dos roedores, as espécies da ordem Artiodactyla apreendidas tinham
como principal procedência o cativeiro ilegal. As mesmas observações pertinentes a
pacas e capivaras podem ser aplicadas principalmente aos veados (Mazama spp.) e ao
cateto (Tayassu tajacu). Em muitas regiões do Estado o veado-catingueiro (M.
gouazoupira) é a espécie de cervídeo mais freqüentemente observada em campo e
proveniente também de apreensões. Porém, em muitos dos autos de infração
especificam apenas “veado” como espécie apreendida. Dessa forma, fica imprecisa a
informação sobre o percentual que cada espécie desse grupo representa nos autos de
infração. Se somadas as possíveis ocorrências que se referem aos veados do gênero
Mazama, tem-se um total de 52 indivíduos apreendidos, colocando os Mazama spp.
como o segundo ungulado mais perseguido. Cabe ainda ressaltar que espécies
extremamente ameaçadas como o cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) e o
veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus) sofrem grande pressão de caça, apesar de
representarem menos indivíduos nos autos de apreensão. Estudos realizados no
Parque Nacional de Ilha Grande com o cervo-do-pantanal , utilizando entrevistas com a
comunidade local, apontou a caça como atividade mais citada e a principal causa da
mortalidade de cervos no Parque. Os relatos indicaram que os ilhéus tomaram
conhecimento de 48 animais mortos na região nos últimos três anos, sendo 27 machos,
17 fêmeas, 2 filhotes e 2 sem informação. Da mesma forma, pesquisadores que
trabalham na região informaram a existência de caça esportiva nas várzeas do Rio
Iguatemi (tributário do Paraná), sendo relatado que apenas um caçador abateu 30
animais em um ano. Segundo levantamento aéreo, a população estimada para a
espécie no Parque é de 1.079 +- 207 indivíduos (TIEPOLLO, informação pessoal).
Com relação ao veado-campeiro, embora seja uma espécie com grande
capacidade de recuperação de tamanho populacional, isso só acontece caso a pressão
de caça seja extremamente baixa ou ausente. No Paraná as populações existentes são
muito reduzidas em tamanho e encontram-se isoladas em propriedades particulares.
Segundo informações de proprietários rurais dos municípios de Ventania e Piraí do Sul,
a caça nesta região é uma atividade freqüente, tendo sido encontrados indivíduos
machos sem a cabeça, provavelmente para a retirada da galhada, que é tida como
troféu. De maneira oposta são encontrados abandonados crânios e membros de
fêmeas e machos jovens agrupados sem utilização (BRAGA, informação pessoal).
Estas informações evidenciam, portanto, a prática da caça esportiva na região.
Espantosamente, a ordem Carnivora encontra-se como o quarto grupo de
mamíferos mais perseguidos no Estado. Isso se deve principalmente a duas espécies:
quati (Nasua nasua) e jaguatirica (Leopardus pardalis). O quati é o carnívoro mais
perseguido como animal para consumo, estando equiparado ao tatu em preferência
pelos caçadores. A exemplo dos ungulados e roedores é mantido, também, como
animal de estimação, sendo muitas vezes capturado ainda filhote, durante as caçadas
17
onde animais adultos do grupo são abatidos.
A segunda espécie de carnívoro mais afetada foi a jaguatirica (Leopardus
pardalis), sendo a grande maioria das apreensões apenas peças de couro, o que é um
indicativo de que esses animais são abatidos para o comércio de peles. Outra
possibilidade é de que os animais são perseguidos e mortos por atacarem criações
domésticas, e então suas peles são mantidas como troféus de caça. O mesmo
acontece com os grandes felinos como a onça-pintada (Panthera onca) e o puma
(Puma concolor) que são perseguidos principalmente por representarem uma ameaça
ao gado doméstico. Um estudo realizado pelo Projeto Grandes Predadores1 do IAP/
Departamento de Biodiversidade, durante o período de 1988 a 2001, sobre casos de
predação de onças a animais domésticos, apontou que até o início da década de 90 a
maioria das denúncias feitas a este órgão, referiam-se a ataques de onça-pintada. No
entanto, atualmente o puma é a espécie que vem ocasionando maiores problemas de
predação a animais domésticos. Tal situação pode indicar uma redução significativa na
população de onças-pintadas durante a última década. Em várias vistorias relativas ao
Projeto, os proprietários mencionaram a intenção do abate do animal como a solução
mais viável para o problema da predação (VIDOLIN, informação pessoal).
Ainda entre os animais perseguidos por razões cinegéticas tem-se importante
representação em duas espécies: o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus, Edentata) e a
lebre (Lepus europaeus, Lagomorpha). Cabe salientar que na grande maioria das
apreensões referentes ao gênero Dasypus constava nos autos apenas “tatu”. O tatugalinha é a espécie mais freqüente em campo, muito adaptada às alterações
antrópicas, sendo provavelmente o maior percentual dentro desse grupo referente a
esta espécie.
Todas a apreensões referentes à lebre (Lepus europaeus) foram relativas às
atividades de caça. A lebre é uma espécie invasora, sendo originalmente distribuída ao
Sul da África, na região do Cabo. Foi trazida ao continente americano pelos uruguaios
que a introduziram para prática da caça desportiva. Há pouco mais de uma década
encontra-se em condições naturais no Estado do Paraná e vem ampliando seus limites
geográficos, facilitados pela expansão agrícola, que substitui áreas de floresta por
campos cultivados ou pastagens, ambientes propícios à espécie. Acredita-se que a
mesma possa competir de forma significativa por espaço e alimento, abrigo e área de
reprodução com o tapiti (Sylvilagus brasiliensis), possuindo inúmeras vantagens em
relação a esta espécie nativa (PARANÁ, 1995). Atualmente a lebre já atingiu a região
Central e Sudoeste de São Paulo, já estando presente também na região metropolitana
de Curitiba.
TRÁFICO E COMÉRCIO DE ANIMAIS
Com relação ao tráfico de animais silvestres, foram apreendidas espécies de
aves canoras da família Emberizidae como o bicudo (Oryzoborus maximiliani) e da
família Icteridae como o currupião (Icterus jamacaii), porém em quantidade
1
A principal atividade do Projeto Grandes Predadores é o atendimento a denúncias de ataques de felinos
(onça-pintada e puma) a animais domésticos, orientando proprietários rurais sobre as formas de manejo
adequadas para evitar os ataques.
18
insignificante.
Entre os mamíferos houve a apreensão de espécies não comuns em certas
regiões do Estado, como o caso de Francisco Beltrão (ERBEL) e Londrina (ERLON),
com apreensão de veado-campeiro e lobo-guará, respectivamente, Jacarezinho
(ERJAC) e Paranavaí (ERPVI), com apreensão de bicho-preguiça, demonstrando que
existe trânsito de animais por tráfico, seja ele interno ou externo no Estado.
De acordo com informações obtidas junto ao DNER-PR, a BR 116, no ponto
Capivari-Cachoeira, é a mais utilizada para o tráfico de animais silvestres no sentido
Paraná eixo São Paulo (VIDOLIN, 1996).
DESTINAÇÃO DOS ANIMAIS APREENDIDOS
Com relação à destinação dos animais apreendidos pelo IAP e IAP/BPFLO, os
processos nem sempre trouxeram o termo de apreensão e depósito, não explicitando
se os animais foram soltos, doados e principalmente em que local ocorreu a soltura ou
o depósito.
Das espécies de aves apreendidas os autos apontaram para destinação de
somente 1.285 que foram soltas em diferentes locais, em Unidades de Conservação
como o Parque Estadual do Palmito, Parque Estadual Mata de São Francisco, Parque
Estadual do Lago Azul, Parque Nacional de Ilha Grande, Reserva Biológica Cabeça de
Cachorro e Parque Estadual do Marumbi. Cerca de 1.506 aves de diferentes espécies
foram mantidas sob a figura do fiel depositário, totalizando 138 depósitos desta
natureza.
Quanto aos mamíferos, do total de espécies apreendidas 144 tiveram a
destinação identificada nos autos. A maior parte deles foram depositados no Passeio
Público, Criadouro da Klabin, Criadouro da Itaipu Binacional, Zoológico de Cascavel e
no CETAS da PUC/PR. Com relação às solturas realizadas, algumas delas também
ocorreram em Unidades de Conservação como o Parque Estadual das Araucárias e
Parque Estadual de Campinhos.
Em alguns casos de solturas realizadas, foi notória a falta de critérios para a
destinação dos animais, sendo que em alguns casos a mesma foi realizada em local
impróprio, como por exemplo, um bugio (Alouatta fusca) no Parque Estadual de
Campinhos. De acordo com relatos recentes dos funcionários do Parque, este indivíduo
após ser solto passou a se aproximar dos visitantes em busca de alimento, tendo um
comportamento bastante agressivo. O animal acabou desaparecendo do Parque
(VIDOLIN, observação pessoal, 2002).
Da mesma forma, houve a soltura de sagüis (não especificado o local), espécie
exótica ao estado do Paraná, que vem causando inúmeros problemas a espécies
silvestres, principalmente aves, pela predação de ninhos. Também houve o registro da
soltura de um tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), espécie ameaçada de
extinção, em uma RPPN do município de Lunardelli. Esta região é caracterizada por
capões de Floresta Estacional Semidecidual circundados por áreas com lavoura, que
não é o ambiente apropriado para a sobrevivência desta espécie, não sendo também
sua área de ocorrência natural.
Estes exemplos citados deixam claro que o processo de destinação dos
animais apreendidos não é realizado de forma criteriosa, uma vez que na grande
19
maioria dos casos de soltura não há dados referentes à idade, procedência, tempo de
cativeiro e laudo veterinário que contenha informações sobre o quadro de saúde do
animal. Na maioria dos processos analisados que continham laudo, este não possuía
informações necessárias, como por exemplo, idade, sexo, estado nutricional do animal.
Em outros casos nem mesmo o carimbo e assinatura do veterinário constavam. Cabe
salientar que o processo de reabilitação de um animal deve ser regido por métodos de
treinamento e avaliação criteriosos, de vários aspectos referentes às condições
específicas de cada indivíduo apreendido. Em geral, a capacidade de sobrevivência e
saúde dos animais em questão tende a ser subestimada. Sendo assim, é
extremamente necessária uma política de reabilitação de fauna, a fim de estabelecer
critérios de atuação também para áreas de soltura e reabilitação de animais.
Cabe salientar que a totalidade das solturas relatadas nos autos foi feita em
unidades de conservação, o que é contra-senso das ações institucionais, pois as
unidades de conservação deveriam ser destinadas a preservar o máximo possível das
condições naturais do local. A soltura de novos indivíduos nessas unidades representa
um risco às condições originais do local. Como agravante a capacidade de suporte do
ambiente nunca é quantificada, sendo claro que um número excessivo de animais pode
ser prejudicial ao equilíbrio local, podendo agravar processos de competição intra e
interespecífica. Adicionalmente, as possíveis doenças que podem ser introduzidas na
fauna local não são consideradas. Quando a unidade fiscalizadora decide pela soltura
dos animais apreendidos, carece na totalidade dos casos de suporte técnico sobre a
capacidade de reabilitação dos animais. Muitas vezes a carência de informações
remete a casos mais graves como os citados sobre a introdução de sagüis e a soltura
de um tamanduá em local impróprio. Outro fator importante que deve ser considerado é
que muitas vezes um ato de soltura pode resultar em um problema social local, como o
caso do bugio relatado acima.
Com certa freqüência animais apreendidos eram depositados sob a guarda de
um “fiel depositário”, figura bastante questionável. Além da falta de uma política clara
por parte do IBAMA sobre as atribuições e possibilidade de caracterizar tal figura,
raramente constam nos processos de apreensão e depósito informações sobre os
recintos em que são mantidos os animais. As pessoas determinadas como fiéis
depositários devem ser capazes de manter recintos adequados, que atendam às
exigências mínimas de espaço, alimentação e higiene. Também não há o controle
sobre nascimento, morte ou fuga dos animais depositados. Ou seja, não há um
cadastro ou banco de dados específico com informações sobre as espécies mantidas
na figura do fiel depositário, nem mesmo com a identificação dos mesmos.
A soltura de animais silvestres, bem como guarda sob figura do fiel depositário
são atividades realizadas com muita freqüência no Estado e, na maioria dos casos,
pode ser mais efetiva tanto na maneira como é realizada quanto na real contribuição
para as espécies e os ambientes afetados.
LOCAIS DO ESTADO COM MAIORES ÍNDICES DE APREENSÃO DE FAUNA
De acordo com MAACK (1968), cerca de 83% da superfície vegetal do Estado foi
ocupada por florestas, cabendo às formações campestres, restingas litorâneas,
manguezais e várzeas os demais 17% (Figura 1.8).
20
Figura 1.8: Mapa da cobertura vegetal originalmente existente no Estado do Paraná.
Fonte: MAACK, 1950, modificado por RODERJAN & GALVÃO, 1999 apud CERVI, 2002.
A transformação da fisionomia vegetacional nos últimos trinta anos, a favor de
uma agricultura intensiva, provocou a expansão de áreas de campos artificiais. A
Floresta Ombrófila Densa, por exemplo, tem sido um dos ecossistemas mais
devastados, restando atualmente uma substancial extensão deste bioma no litoral e
Serra do Mar Paranaense. Da mesma forma, pesquisas recentemente realizadas
apontaram que no início da década de 50 existia no Estado cerca de 7,3 milhões de
hectares de Floresta Ombrófila Mista, e atualmente resta um remanescente de 0,8% de
área em estágio de sucessão avançada, o que eqüivale a apenas 60 mil hectares
(CASTELLA, comentário pessoal, 2001). Os agrupamentos mais significativos desta
formação encontram-se nas regiões de União da Vitória, Palmas, Guarapuava e Irati. A
Floresta Estacional Semidecidual praticamente está representada apenas pelo Parque
Nacional do Iguaçu. Nas demais regiões ao norte e centro-oeste do Estado a maior
extensão de área é ocupada pela agricultura e pecuária. Com relação à estepe ou
campos, originalmente ocupavam grandes extensões do Paraná, principalmente nos
municípios de Ponta Grossa, Castro, Palmas e Guarapuava, mas hoje, esta formação
está bastante comprometida em razão do seu uso para pastagens, além de
reflorestamentos com Pinus sp. Quanto ao cerrado, o Parque Estadual do Cerrado, com
cerca de 420,00 ha, é uma das últimas reservas de vegetação savânica do Estado
(UHLMANN, 1995) (Figura 1.9).
21
Figura 1.9: Cobertura vegetal atualmente existente no Estado do Paraná.
Fonte: FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 1998.
Nesse processo de desmatamento acelerado, diversas espécies da fauna,
associadas aos biomas, também foram influenciadas negativamente. A ocorrência de
muitas delas tornou-se mais restrita, pois a grande maioria depende diretamente da
integridade do habitat para sobreviver. Nesse sentido, é esperado que as regiões do
Estado com maiores índices de apreensão sejam justamente as áreas que ainda
possuam condições de manter a fauna silvestre.
Foram analisados 1.144 autos de infração e apreensão, dos quais a
SEDE/ERCBA apresentou o maior número de autos emitidos, totalizando 14%, seguido
do ERLIT e ERTOL com 10%, ERUMU com 7%, ERJAC e ERLON com 3%. O Batalhão
de Polícia Florestal foi representado por 17% dos autos emitidos. Em todos os
escritórios regionais, com exceção do ERFOZ, aves foi o grupo taxonômico com maior
representatividade de apreensões. Este resultado já era esperado, pois aves é o grupo
que desperta maior interesse para o comércio e cativeiro, principalmente as espécies
canoras. Também são animais de fácil captura e manutenção em cativeiro, se
comparados com os mamíferos.
22
Porém, esta distribuição regional de apreensões não serviu como base
comparativa entre eficiência da atuação dos escritórios, devido à diferença no número
de funcionários existentes entre eles, disponibilidade de veículos, além da freqüência e
demanda de denúncias, diferentes para cada região do Estado e muitas vezes de um
escritório para outro, devido à localização, verba disponível, existência de vias de
conexão com outros centros, cobertura de vegetação, etc. (VIDOLIN & MOURABRITTO, 1998).
Sendo assim, pode-se observar um maior e mais variado número de espécies
apreendidas pelos escritórios regionais situados onde ainda existe uma área de
vegetação considerável, como é o caso da região Litorânea e a de Curitiba. Quanto às
regiões situadas à oeste (Cascavel e Toledo) e a norte e noroeste do Estado
(Jacarezinho e Umuarama), o número de apreensões de fauna pode estar
correlacionado com a facilidade em termos de estradas e acessos existentes, o que
facilitaria o transporte ou tráfico destas espécies aos Estados de São Paulo e Mato
Grosso do Sul e Países vizinhos como Paraguai e Argentina, onde pode haver
deficiência na fiscalização, ou desconhecimento da legislação. Em termos de
vegetação, estas regiões em sua maior extensão são ocupadas por áreas de agricultura
e pecuária (VIDOLIN & MOURA-BRITTO, 1998).
23
2. DIIRREETTRRIIZZEESS PAARRAA DIISSPPO
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OPÇÕES DE MANEJO
No Estado do Paraná as autoridades responsáveis pela apreensão e disposição
de animais silvestres são o IBAMA local, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o
Batalhão de Polícia Florestal (BPFlo) e as Delegacias de Proteção do Meio Ambiente
(DPMA).
A disposição dos animais apreendidos por estes órgãos, em conformidade com a
Lei n.º 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, dá-se basicamente das seguintes formas:
♦ Devolução dos animais à natureza. Onde a legislação permite que as
espécies apreendidas sejam soltas em habitat natural, podendo este se tratar
de Unidades de Conservação ou remanescentes florestais da própria região
onde foi realizada a autuação; desde que sejam avaliadas as características
individuais dos espécimes e as condições do ambiente que possibilitem tal
ato.
♦ Manutenção dos animais em cativeiro por tempo indeterminado. Onde a
legislação prevê que:
a) As espécies podem ser depositadas em jardins zoológicos, centros de
triagem, criadouros conservacionistas ou entidades assemelhadas existentes
no Estado ou;
b) As espécies são confiadas ao “fiel depositário”, comumente o próprio
cidadão que as mantinha em cativeiro.
Tais ações quando praticadas, no entanto, podem constituir-se em riscos e
problemas reais para a fauna e para os ecossistemas, caso não sejam consideradas as
conseqüências relacionadas a cada uma delas. A própria legislação alerta que devem
ser observadas as características individuais dos exemplares apreendidos, antes de se
decidir pela “devolução à natureza” ou “soltura”. Situação que evidencia,
principalmente, o cuidado com os espécimes apreendidos, todavia questões relativas à
sanidade e integridade dos ecossistemas também devem ser consideradas.
O ponto mais crítico sobre a destinação dos animais silvestres apreendidos está
relacionado à decisão de manter o animal em cativeiro ou soltá-lo. Tal decisão não
deve estar baseada apenas em questões sociais, ou ao apelo popular que determinada
espécie ou grupo de espécies pode suscitar. Devem-se considerar prioritariamente, as
características dos animais em questão, o status de ameaça ao qual as espécies
envolvidas estão sujeitas, bem como as condições ambientais dos locais de soltura.
Entretanto, essas decisões não podem ser facilmente enquadradas em uma
fórmula universal que possa ser aplicada como o manejo definitivo da fauna silvestre
apreendida em todo o Brasil. Outrossim, tal assunto é constantemente discutido em
diversos foros, científicos e populares, sem obter-se consenso sobre alguns aspectos.
O fato é que as decisões referentes ao manejo da fauna nativa devem congregar as
24
necessidades das espécies e as características sócio-ambientais do local.
Finalmente deve-se salientar que, apesar de tratar-se de assunto controverso, o
atual estado do conhecimento sobre esses temas já permite que sejam elaborados
planos e protocolos de manejo que orientem e facilitem a tomada de decisões. A seguir
serão discutidos, detalhadamente, os principais destinos possíveis para a fauna
silvestre apreendida no estado do Paraná, levando em consideração as informações
locais e as informações disponíveis na literatura técnica pertinente.
Considerando os potenciais riscos e benefícios advindos do manejo de fauna
serão considerados os seguintes destinos:
a) soltura de animais silvestres apreendidos;
b) manutenção de animais em cativeiro;
c) eutanásia e destinação científica como opções de manejo;
d) destinação de animais abatidos, couro, pele, peças taxidermizadas e esqueleto;
e) destinação de animais atropelados.
A)
SOLTURA DE ANIMAIS SILVESTRES APREENDIDOS
A devolução de animais apreendidos à natureza freqüentemente possui grande
apelo popular e significativa atenção dada pelos meios de comunicação. Entretanto, tal
ação geralmente traz pouco ou nenhum benefício para a espécie em questão, uma vez
que raramente vem acompanhada de critérios ou avaliação posterior.
Existem algumas questões básicas, relativas à espécie e ao ambiente, que
devem ser sempre levadas em consideração e respondidas por quem estará fazendo a
operação de soltura. Primeiramente é necessário saber se a espécie é de ocorrência
natural na área ou região geográfica que se pretende realizar a soltura.
Secundariamente, é necessário saber se o ambiente local está em equilíbrio ou não,
em caso negativo devem-se avaliar quais os motivos que o levaram ao desequilíbrio.
Também deve ser considerado se existem recursos suficientes, condições de
sustentabilidade e se há conhecimento prévio sobre os processos de dinâmica das
populações da área. Outro aspecto extremamente relevante consiste em saber se os
indivíduos, que serão soltos, encontram-se em condições clínico-sanitárias de soltura
(BARBANTI, 1999). Todas essas questões são de extrema importância, pois a
inobservância de qualquer uma delas pode desencadear problemas gravíssimos e
irreversíveis à fauna e ao ambiente local.
A mortalidade de animais reintroduzidos é normalmente alta. Animais nascidos
em cativeiro, ou cativos há muito tempo, podem ter habilidades para caçar ou forragear,
entretanto, invariavelmente não conhecem o ambiente no local de soltura, o que
dificulta ou impossibilita a busca satisfatória por alimentos. Da mesma forma, animais
que não receberam aprendizados por meio parental não reconhecem seus predadores
naturais. Normalmente, os animais antes de apreendidos estão alojados em locais
inadequados, o que não permite exercício, desenvolvimento muscular e aprimoramento
das habilidades físicas. Adicionalmente, a alimentação oferecida quase sempre é
incorreta, causando sérios danos ao desenvolvimento físico e saúde dos animais
(VIDOLIN, 1996).
Animais introduzidos fora de sua área natural, se conseguirem sobreviver,
poderão se tornar pragas em potencial. A introdução de espécies em áreas diferentes
da sua distribuição natural é a segunda principal causa de perda da biodiversidade e
25
extinção de espécies. Apenas a perda de habitat produz maiores prejuízos à
biodiversidade (PRIMACK & RODRIGUES, 2001). Estes animais podem competir com
as espécies que ocorrem originalmente no local e comprometer a integridade ecológica
dos habitats nos quais se estabeleceram (IUCN, 2000).
Indivíduos que não sejam da mesma “raça” ou sub-espécie da população
silvestre local, não devem ser soltos dentro de uma população já existente, ou dentro
de áreas próximas a tais populações, pois tal procedimento pode resultar na
miscigenação de linhagens genéticas distintas, o que pode levar a uma derivação
genética deletéria à população original (IUCN, 2000).
Por outro lado, animais recentemente introduzidos poderão enfrentar problemas
de readaptação ao ambiente, pois poderão ser recepcionados de forma agressiva pelos
animais ali existentes, podendo causar um grave impacto ambiental devido à
superpovoação e à dificuldade de integração social, decorrendo aí a disputa por
território, alimento e por pares reprodutivos (CARDOSO, 1987). Mesmo que se saiba a
área de procedência do animal, se decorrido um longo período entre a captura e a
soltura, seu território pode ter sido ocupado por outros indivíduos. Dessa forma,
reintroduzir um animal, mesmo que de procedência determinada, pode levar a futuros
rompimentos da ecologia social da espécie no local.
Muitas vezes os animais apreendidos podem ter compartilhado espaço com
outras espécies de animais selvagens, e algumas vezes com animais domésticos,
podendo ter sido expostos variados agentes etiológicos infecciosos e parasitos,
distintos daqueles a que foram evolutivamente adaptados. Se reintroduzidos, estes
animais podem infectar outras espécies silvestres, causando a disseminação de
doenças, zoonoses e a possível extinção local de algumas das espécies contaminadas
(IUCN, 2000; WANJTAL & SILVEIRA s.d.).
Desta forma, a soltura de animais em uma determinada área deve ser encarada
sempre como um evento crítico, tanto para o ecossistema, como para os outros animais
que vivem nele (BARBANTI, 1999). Para que o retorno dos animais apreendidos à
natureza seja compatível com os princípios e práticas da conservação ambiental, este
deve ser realizado apenas na área de distribuição natural da espécie. Adicionalmente,
só deve ser praticado em casos onde os animais sejam de alto valor conservacionista
e/ou a sua reintrodução seja parte de um programa de manejo pré-estabelecido,
autorizado pelo IBAMA. Qualquer programa ou ato de soltura ou reintrodução deve
incluir o monitoramento pré e pós, necessários para lidar com os impactos negativos
provenientes dessas ações, a fim de que tais atos produzam benefícios e não prejuízos
à fauna nativa.
De acordo com a lei n.º 9.606 de 12 de fevereiro de 1998, artigo 31, a introdução
de espécime animal, sem parecer técnico oficial favorável com licença expedida por
autoridade competente é considerada crime contra o meio ambiente. Assim, a
orientação é de que os agentes da fiscalização não efetuem solturas.
B) MANUTENÇÃO DE ANIMAIS EM CATIVEIRO
Manter os animais apreendidos em cativeiro é na maioria dos casos a alternativa
preferível, em função dos problemas relacionados à soltura em ambientes naturais.
Outro ponto que corrobora tal decisão refere-se à necessidade de avaliar sob critérios
técnicos cada indivíduo apreendido, a fim de obter informações sobre procedência e
26
situação de saúde individual, dados fundamentais para determinar o destino de cada
animal. Na maioria das situações de apreensão é inviável avaliar criteriosamente cada
indivíduo apreendido, seja por motivos de logística ou habilitação técnica do pessoal
envolvido.
Adicionalmente, em diversas ocasiões pode ser necessário parecer jurídico para
decisão sobre a posse dos animais apreendidos, sobretudo nesses casos a decisão a
respeito do destino deve aguardar a decisão judicial. Dependendo das circunstâncias e
de prescrições legais prevalecentes, os animais apreendidos podem ser encaminhados
a instituições regulamentadas ou a indivíduos particulares.
B.1) DEPÓSITO EM ZOOLÓGICOS, CETAS, CRIADOUROS E OUTRAS INSTITUIÇÕES
ASSEMELHADAS
Zoológicos e Centros de Triagem de Fauna são os estabelecimentos mais
comumente considerados para a destinação de animais. Entretanto, estas opções estão
se tornando pouco viáveis, uma vez que a maioria destes locais não possui infraestrutura dimensionada para acomodar a grande quantidade de animais que é
disponibilizada.
No que diz respeito ao uso dos zoológicos como centros de recebimento de
fauna existem severas restrições, onde em geral essas instituições ficam
sobrecarregadas, não dispensando a atenção necessária ao processo de triagem e
reabilitação dos animais. Isso se deve principalmente a questões referentes à saúde do
plantel já mantido no zoológico; à capacidade de abrigar os animais recebidos; à
disponibilidade de pessoal especializado e custos com alimentação e medicamentos,
fundamentais durante o processo de triagem e destinação dos animais apreendidos.
Outro ponto que deve ser citado é que algumas espécies tornam-se numerosas nesses
locais e em geral essas são pouco atrativas ao público ou aos interesses
conservacionistas e científicos dessas instituições.
Sendo assim, outros locais que podem ser incluídos como receptores de fauna
apreendida são os criadouros conservacionistas, científicos ou comerciais, além das
instituições de pesquisa como universidades e centros especializados regulamentados
e aprovados pelo IBAMA.
Os criadouros, por exemplo, podem receber os animais e oferecer cuidados
adequados, além de promover a reprodução em cativeiro. Atividade que certamente
contribui com a conservação das espécies.
O IBAMA regulamenta três categorias de Criadouro de Animais Silvestres
Nativos, pelas seguintes legislações:
a) Portaria n.º 139/93 - Criadouros Conservacionistas. Estes criadouros têm por
objetivo apoiar as ações do IBAMA e dos demais órgãos ambientais envolvidos na
conservação das espécies, auxiliando a manutenção de animais silvestres em
condições adequadas de cativeiro e dando subsídios no desenvolvimento de estudos
sobre sua biologia e reprodução. Nesta categoria, os animais não podem ser vendidos
ou doados, sendo permitido apenas o intercâmbio com outros criadouros e zoológicos
para fins de reprodução (IBAMA, 2003).
b) Portaria n.º 118/97 - Criadouros Comerciais. Têm por objetivo, a produção das
espécies nativas para fins de comércio, seja do próprio animal ou de seus produtos e
subprodutos (Obs.: A criação de animais selvagens exóticos ao Brasil está
regulamentada pela Portaria 102/98).
27
c) Portaria n.º 016/94 - Criadouros Científicos. Regulamenta criadouros que
utilizam espécies silvestres para fins de pesquisas científicas. Só podem obter esse
registro, Empresas, Órgãos ou Instituições devidamente reconhecidas pelo Poder
Público, e com comprovada produção científica.
Para instituição de qualquer categoria acima é necessária aprovação do órgão
federal responsável, sendo também a responsabilidade de fiscalização e conferência do
plantel atribuições do IBAMA local.
No que diz respeito ao recebimento de fauna apreendida tais instituições podem
ser extremamente satisfatórias, desde que sejam observadas as espécies que cada
criadouro tem capacidade de abrigar. Cabe salientar que muitas vezes os criadouros
comerciais são julgados, de forma precipitada, como instituições inapropriadas para
recebimento da fauna apreendida. Com as devidas ressalvas, tais instituições
contribuem atualmente à conservação de espécies ameaçadas, bem como possuem
pessoal especializado e recursos para manter de forma satisfatória diversas espécies
nativas.
Além disto, a produção de animais a partir de operações de reprodução em
cativeiros pode reduzir a demanda por animais capturados na natureza. Atualmente, a
comercialização da fauna nativa está submetida a uma série de registros fiscais, sendo
dependente de autorização prévia.
O órgão federal exige também que as criações comerciais mantenham um livro
atualizado de registros, lavrado e fiscalizado, o que oferece maior transparência quanto
aos registros de nascimentos e recebimento de animais. Adicionalmente o IBAMA
permite que tais criadouros recebam exemplares provenientes dos atos fiscalizatórios,
desde que seja registrado um ato de recebimento, que deve ser encaminhado em cinco
dias para que o órgão decida sobre o destino final dos animais.
Da mesma forma, as instituições de pesquisa mantêm coleções de animais
silvestres para diversos tipos de pesquisas. Sendo alguns programas de grande
relevância para a conservação (IUCN, 2000). Tal categoria de criadouro possui papel
importante na conservação das espécies silvestres, sendo responsável muitas vezes
por grandes avanços no conhecimento científico, principalmente nas áreas de
comportamento animal, ecologia, fisiologia médica, veterinária, reprodução animal e
biologia básica.
Os Criadouros Científicos, assim como os Comerciais, em geral estão
regulamentados para manter e criar animais de apenas um determinado grupo ou
espécie. Dessa forma, sua contribuição à destinação de fauna é menor. Os Criadouros
Conservacionistas em geral possuem autorização para manter uma maior diversidade
de espécies, sendo que a portaria que regulamenta sua implantação já prevê que tal
empreendimento deve ter como um dos objetivos auxiliar os órgãos de fiscalização no
recebimento de animais apreendidos, além de manter e reproduzir animais da fauna
nativa.
B.2) FIEL DEPOSITÁRIO
Os termos “fiel depositário” ou “guarda doméstica” são utilizados pelo órgão
ambiental que realiza a autuação quando há impossibilidade de destinação imediata
dos animais apreendidos. Ou seja, é um depósito temporário até que o órgão
responsável defina o encaminhamento dos animais apreendidos. Sendo assim, o
28
depositário assume a obrigação de conservar o animal com a devida diligência e a
restituí-lo tão logo lhe seja exigido.
Além disto, o depositário fica responsável pela manutenção dos animais em
locais adequados, atendendo às exigências mínimas de espaço físico, alimentação,
limpeza dos recintos, sanidade dos exemplares, estando proibido de mantê-los em
ambientes públicos, transportá-los e de receber qualquer outro animal no cativeiro além
dos já existentes.
Há casos especiais de concessão de guarda doméstica, onde a retirada dos
animais pode ser traumatizante tanto para os animais como para pessoas que possuam
algum tipo de carência relevante, como doenças mentais, psicológicas e/ou crônicas.
Embora a figura do fiel depositário tenha sido prevista de forma temporária em lei
(§ 6º, inciso II, item c da Lei 9.605), recomenda-se que haja uma normatização
específica Estadual sobre esta questão.
A transferência de propriedade feita por autoridade governamental para
entidades particulares, comerciais ou não e a pessoas físicas, mesmo que temporária,
pode levantar complicadas questões legais e éticas, pois pode estimular a demanda por
estes animais e promover a criação de um mercado em torno destas espécies, movido
pelo comércio ilegal e tráfico de animais. Sendo assim, a escolha entre as opções de
destinação de fauna dependerá do valor de conservação dos animais envolvidos, das
circunstâncias do comércio e outros fatores.
Como regra geral, a recomendação é que haja um esforço no sentido de manter
os animais em instituições que assegurem os fatores de conservação, tais como
Zoológicos, CETAS e Criadouros que possuem programas de pesquisa e conservação
ex situ ou de reprodução em cativeiro (IUCN, 2000).
C) EUTANÁSIA E DESTINAÇÃO CIENTÍFICA COMO OPÇÕES DE MANEJO
Outra opção de manejo de fauna apreendida que deve ser considerada é a
eutanásia2. Embora esta seja uma questão bastante polêmica e criticada, inclusive
pelos órgãos ambientais, deve ser considerada como uma alternativa válida e, em
muitos casos, a única solução possível e responsável de destinação da fauna
apreendida. Em muitas circunstâncias, esta prática é a única forma de eliminar os riscos
genéticos, ecológicos que a soltura indiscriminada ou reintrodução possam causar às
populações selvagens e aos ecossistemas. Além disto, elimina também os riscos de
propagação de doenças crônicas às populações de vida livre, bem como de cativeiro.
O ponto fundamental nessa discussão refere-se à necessidade de critérios para
que tais decisões sejam tomadas. Toda a vida animal tem valor e esse deve ser
considerado, contudo a introdução de espécies exóticas, em diferentes regiões do
globo, foi responsável pela extinção de centenas de espécies no século passado. A
decisão reside em determinar quais espécies são prioritárias ao contexto sócioambiental do Estado do Paraná, sejam elas exóticas ou nativas.
Dessa forma, duas podem ser as situações que levem a escolha da eutanásia
como técnica de manejo de fauna silvestre. Primeiro deve-se considerar as espécies
2
O termo, de origem grega, significa “morte serena, sem sofrimento”; portanto o termo “sacrifício” deve ser evitado, pois
apresenta forte conotação em atos religiosos, perda e sofrimento, o que não se aplica a essa situação. Cabe salientar que a
eutanásia é um termo empregado na área médica e veterinária, como uma alternativa para abreviar o sofrimento de um paciente
sem possibilidade de cura. Contudo, o uso do termo não está necessariamente restrito a essa situação.
29
exóticas, invasoras ou possíveis invasoras. O levantamento prévio realizado nos
arquivos da fiscalização do IAP indica números alarmantes referentes à entrada ilegal
de quelônios, cágados do gênero Trachemys, no Estado, representando 38% das
apreensões. O principal destino desses exemplares é o comércio como animais de
estimação, em decorrência disso são também numerosos em criadouros e zoológicos
locais, devido a doações. Dessa forma, mesmo depois de apreendidos ou doados, não
se elimina a possibilidade de evasão desses animais para áreas naturais, devido às
condições de cativeiro, principalmente nos zoológicos.
Outra situação crítica refere-se ao trânsito ilegal de primatas nativos, introduzidos
em áreas diferentes da sua distribuição natural. No levantamento prévio, realizado nos
arquivos da fiscalização do IAP, observou-se à soltura de um grupo de sagüis (Callithrix
sp.), em uma unidade de conservação estadual, o que configura uma introdução de
espécie, pois sagüis não ocorrem naturalmente no estado do Paraná. Os primatas
desse gênero são comuns em cativeiro doméstico, assim como exemplares de macaco
prego (Cebus apella), e na maioria das vezes são “doados” aos zoológicos e CETAS,
pois após atingirem a idade adulta tornam-se agressivos e deixam de ser animais de
estimação agradáveis.
Essa situação se repete para espécies como canário-da-terra (Sicalis flaveola), o
papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), e outros representantes das aves, répteis ou
mamíferos. Assim as instituições muitas vezes não possuem mais espaço disponível e
recintos adequados para receber e abrigar determinadas espécies. Aumentar a
capacidade de recebimento de animais apreendidos é uma alternativa que fica limitada
à disponibilidade de recursos financeiros.
Observando-se os dados obtidos pela fiscalização, pode-se estimar que mesmo
considerando a criação de um ou dois novos centros de Triagem e Manejo de Fauna no
Estado, a demanda por alojamento constante para determinadas espécies será muito
maior que o espaço criado.
Diante dessas circunstâncias, propõem-se três situações onde a eutanásia
representa uma alternativa seriamente considerável. A primeira aplicável a espécies
exóticas ao território nacional, que representem grande volume de apreensões, ou
doações espontâneas. A segunda referente a espécies nativas, com ou sem ocorrência
natural no Estado do Paraná, que cheguem em grande quantidade como doações
espontâneas, ou apreendidos. A terceira, eliminar riscos de transmissão de doenças.
Contudo dois critérios básicos devem ser definidos como base para decisão,
primeiramente a eutanásia deve ser realizada apenas mediante o esgotamento das
possibilidades de manutenção salutar desses animais em cativeiro, ou impossibilidade
de reabilitação. Cabe ainda salientar que no caso de espécies exóticas ao Estado do
Paraná, a possibilidade de fugas deve ser também nula.
Secundariamente, deve-se criar e incentivar a criação de “demandas científicas” para
tais espécies. Incentivando e elaborando mecanismos para que universidades, museus
e centros de pesquisa recebam esses animais, beneficiando principalmente a geração
de conhecimento em diversas áreas como taxonomia, anatomia, fisiologia, patologia,
farmacologia e outras ciências biomédicas. Dessa forma, a decisão pela eutanásia
beneficia a estabilidade dos ecossistemas e o estado de conhecimento sobre várias
espécies, hoje julgadas como pragas, porém pouco conhecidas pela ciência.
A fim de melhor orientar tais decisões, periodicamente deve ser elaborada uma
lista das espécies problemas no Estado do Paraná, para as quais seriam aceitáveis, a
30
criação de demanda científica e a realização de eutanásia como técnicas de manejo.
São considerados como pragas no Estado, os Rodentia e Artiodactyla, capivara
(Hydrochaeris hydrochaeris) e os porcos-do-mato (Tayassu tajacu e Tayassu pecari)
respectivamente; os Lagomorpha como a lebre (Lepus europaeus) e os Columbidae,
destacando-se principalmente a pomba-amargosa (Zenaida auriculata) (VIDOLIN,
1996).
Outras considerações éticas ainda podem ser elaboradas no que diz respeito à
técnica escolhida para realizar a eutanásia. Seja qual for o método ou agente escolhido
para indução da morte do animal, o mesmo só poderá ser empregado após o total
conhecimento de seu mecanismo de ação, assim como domínio sobre mecanismos de
produção e percepção da dor e do medo nos animais. Independente do método
escolhido, a morte do animal deverá ocorrer por hipoxia direta ou indireta do cérebro, e
sempre se garantindo que a inconsciência do animal anteceda a perda da função
cerebral. A confirmação da morte só poderá ocorrer quando houver cessação dos sinais
vitais, e tal afirmação deverá ser feita somente pelo médico veterinário que realiza o
procedimento.
D) APREENSÃO DE ANIMAIS ABATIDOS, COURO, PELE, PEÇAS TAXIDERMIZADAS E
ESQUELETOS
Atualmente um dos procedimentos adotados pelos agentes fiscais com relação à
apreensão de animais abatidos é a sua doação a instituições de caridade ou
filantrópicas. Embora exista recomendação legal sobre a possibilidade do material
apreendido ser destinado a estes tipos de instituições, orienta-se que este
procedimento não seja realizado. Tal sugestão está baseada no fato de que a qualidade
da carne apreendida é muitas vezes duvidosa e para ser submetida ao consumo
humano, ou animal, deveria ser submetida a uma rigorosa inspeção sanitária, o que
não foi observado na maioria dos casos constatados nos autos de infração. Dessa
forma, os agentes do Estado poderiam estar colocando em risco a saúde da população,
pois tais produtos poderiam servir como transmissores de doenças como salmonelose,
botulismo, teníases e outras. Cabe ainda ressaltar que a doação para instituições de
caridade pode ainda ser encarado como um incentivo ao consumo de carne de animal
silvestre vítima da atividade de caça.
Além disso, nos casos em que os animais abatidos apreendidos ainda estejam com
pele ou esqueleto completo, os mesmos podem ser encaminhados à instituições de
pesquisa, servindo como acervo museológico ou para estudos científicos. Neste caso é
importante especificar a procedência do animal. Quando não houver procedência e o
material apreendido estiver em bom estado de conservação, pode ainda ser destinado
à utilização para fins de educação ambiental. Caso contrário, o mais indicado é que o
material seja destinado ao aterro sanitário para destinação final.
E) ANIMAIS ATROPELADOS
Animais encontrados atropelados em estradas ou rodovias deverão ser
coletados, sempre que possível, e anotado em ficha padrão dados referentes à espécie,
local do atropelamento, data da coleta, tipo de ambiente existente ao longo da estrada e
estado de conservação da carcaça. Mesmo que não haja a coleta do material, a ficha
31
de registro de dados deverá ser sempre preenchida.
A carcaça coletada deverá ser acondicionada em sacos de lixo e,
posteriormente, colocada em freezer ou congelador comuns (dependendo do tamanho
do animal) para melhor conservação do material. Durante a coleta o fiscal deve utilizar
luvas para manuseio mais seguro da carcaça.
Nos casos onde a coleta da carcaça for impossível, devido ao seu estado de
deterioração, pêlos, unhas ou o crânio, deverão ser coletados. Este material deverá ser
encaminhado a instituições de pesquisa ou a museus, juntamente com uma notificação
do depósito. Em casos de dúvida o Departamento de Biodiversidade deverá ser
consultado.
Quanto à ficha de dados sobre o atropelamento, uma cópia deverá ser
encaminhada ao Departamento de Biodiversidade para montagem de um banco de
dados específico sobre casos de atropelamento de animais silvestres em estradas e
rodovias.
32
3. PRRO
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A partir do momento em que as autoridades governamentais apreendem os
animais silvestres, essas têm a obrigação de dispô-los de forma apropriada e
responsável. Tal responsabilidade passa basicamente por dois níveis de decisão. O
primeiro, no momento da apreensão quando a equipe de fiscalização tem que decidir
sobre o destino imediato dos animais (Figura 3.1). O segundo, quando os técnicos
especializados em manejo de fauna devem decidir sobre o destino final dos animais
apreendidos, sejam esses: a reintrodução, a manutenção em cativeiro, a destinação
científica ou a eutanásia.
Para facilitar a decisão nesses momentos serão utilizados dois modelos de
organograma. O primeiro destinado à fiscalização, elaborado a partir das necessidades
das equipes de fiscalização locais, e o segundo baseado em diretrizes definidas pela
IUCN (2000) para destinação de fauna apreendida.
Desta forma, os técnicos da fiscalização deverão utilizar o roteiro descrito na
Figura 3.1, sempre que tiverem que tomar uma decisão quanto ao destino imediato dos
animais apreendidos.
33
Figura 3.1 Organograma de orientação para a destinação imediata dos animais
apreendidos.
DENÚNCIA E VERIFICAÇÃO
Animais recém capturados,
apreendidos ainda no interior de
armadilhas ou arapucas
Certeza
Animais em viveiros, gaiolas
ou criadouros.
Animais feridos ou em
local de risco (devido à
caça, acidentes ou
alterações ambientais).
Dúvida
Animal alojado
em condições
desfavoráveis
Resgate
Animais apreendidos mortos,
apreensão de couros, peles
ou esqueletos
Animal alojado
em boas
condições, com
alimentação e
espaço
adequados
SOLTURA NO
MESMO LOCAL
(Notificação)
Inspeção sanitária
SIM
TERMO DE
APREENSÃO
NÃO
TERMO DE FIÉL DEPOSITÁRIO
(cadastros e Comunicação de Dados)
Material em
bom estado
de
conservação
Doação
Avaliação pelo Conselho de Fauna
Procedência conhecida
CEMAS
Apreendido
posteriormente
Mantido em
depósito
Sim
TRIAGEM
(Critérios técnicos locais, avaliação pelo Conselho de Fauna,
critérios da IUCN)
REABILITAÇÃO
CATIVEIRO
Encaminhamento à
instituições de
pesquisa ou museus.
EUTANÁSIA
Parcerias com Universidades, Museus e Criadouros.
Criação de Demanda Científica.
Pesquisa Biomédica.
Programas de Conservação na natureza e fora da
natureza.
Programas de Criação em Cativeiro.
Pareceres Conselho de Fauna.
34
Não
Utilização para fins
de educação
ambiental
encaminhamento do
material ao aterro
sanitário
Durante o processo de triagem realizado pelo Centro de Manejo de Fauna, os
animais serão avaliados conforme suas características taxonômicas, sanitárias e
comportamentais, sendo que durante esse processo será decidido o destino ou
possível destino para cada indivíduo apreendido. Cabe ainda ressaltar que a decisão
quanto à destinação final dos animais dependerá de vários fatores legais, sociais,
econômicos e ambientais, sobretudo contemplando as características particulares das
áreas naturais remanescentes no Estado do Paraná. Seguindo os princípios das
diretrizes da IUCN (2000) para disposição de animais apreendidos, a decisão final
sobre o destino de animais deve contemplar três pontos:
♦ Maximizar o valor conservacionista dos animais sem qualquer prejuízo a sua
saúde, comportamento e características genéticas, ou prejuízo ao status de
conservação de populações silvestres ou de cativeiro da mesma espécie;
♦ Não incentivar o comércio ilegal ou irregular;
♦ Proporcionar uma solução, mesmo que envolva a manutenção de animais em
cativeiro, a sua reintrodução à natureza ou o emprego da eutanásia.
A fim de facilitar a escolha de qual opção de manejo adotar mediante uma
situação de apreensão de animais silvestres, a IUCN (2000) criou um “Organograma de
Decisão” (Figuras 3.2 e 3.3), que pode ser utilizado para o encaminhamento tanto de
espécies ameaçadas como daquelas consideradas comuns. Estes procedimentos
referem-se às opções de cativeiro ou ao retorno dos animais à natureza, tendo com
base uma série de perguntas e respostas básicas sobre a destinação mais conveniente
e segura para as espécies.
ANÁLISE DA ÁRVORE DE DECISÃO ELABORADA PELA IUCN
Pergunta 1: O retorno à natureza trará uma contribuição significativa à
conservação da espécie? Há algum programa de manejo que possua recursos
suficientes que possibilite o seu retorno?
A consideração mais importante para se decidir sobre a disposição de espécimes
apreendidos é o valor de conservação da espécie em questão. Deve-se levar em conta
a sobrevivência do maior número de indivíduos possível. Portanto, a reintrodução de
animais apreendidos deve melhorar as perspectivas de sobrevivência da população
silvestre.
Resposta: Sim: Vide opção de retorno à Natureza
Não: Vide opções de cativeiro
♦ OPÇÃO CATIVEIRO (Figura 4.2)
Pergunta 2: Os animais foram submetidos à quarentena e exames veterinários?
Os animais que forem transferidos ao cativeiro devem possuir um certificado de saúde
por causa dos riscos de introduzirem doenças à populações cativas.
Resposta: Sim: Vide pergunta 3
Não: Quarentena e exames, e vide pergunta 3
Pergunta 3: Achou-se que os animais possam estar contaminados por doenças
ou podem ser tratados de qualquer infecção encontrada?
35
Se, durante a quarentena, descobriu-se que os animais estejam infectados por doenças
infecciosas incuráveis (como tuberculose), devem ser sacrificados para que outros
animais não sejam infectados.
Resposta: Sim: Vide pergunta 4
Não: Se houver doença crônica e incurável, primeiro oferecer os animais à
instituições de pesquisa. Se for impossível, deve-se realizar a eutanásia.
Pergunta 4: Há qualquer base para que a transferência estimule futuros
comércios ilegais ou irregulares?
Deve-se ter certeza que aqueles locais envolvidos em transações ilegais ou irregulares
não possam obter os animais para transferência, e também que a transferência não
compromete o objetivo da apreensão e que não aumentará o comércio ilegal, irregular
ou indesejável.
Resposta: Sim: Vide pergunta 5ª
Não: Vide pergunta 5b
Pergunta 5ª: Há espaço disponível em alguma instituição onde os benefícios
ultrapassam os riscos?
Pergunta 5b: Há espaço disponível em alguma instituição que ofereça benefícios
em particular para os animais em questão ou para a espécie?
Há várias opções para se dispor de animais apreendidos em cativeiro, incluindo
estabelecimentos públicos e privados, comerciais ou não. Quando uma escolha deve
ser feita entre várias opções, a principal consideração deve ser a que possa oferecer
oportunidade dos animais participarem de um programa que beneficie a conservação
da espécie, que promova assistência mais efetiva e que assegure o bem-estar dos
animais.
Resposta: Sim: Acordo e transferência
Não: Vide pergunta 6
Pergunta 6: Há instituições interessadas em utilizar animais para a pesquisa?
Muitas instituições de pesquisa mantêm coleções de animais para estudos. Se
estes animais são mantidos sob condições que assegurem seu bem-estar, a
transferência para tais instituições pode ser uma alternativa aceitável. Se a
transferência não for possível, os animais devem ser sacrificados.
Resposta: Sim: Acordo e transferência
Não: Eutanásia
♦ RETORNO À NATUREZA (FIGURA 3.3)
Pergunta 2: Os animais foram submetidos a exames e quarentena?
Animais apreendidos que poderiam ser soltos devem possuir atestado de saúde,
devido ao risco de se introduzir doenças à populações silvestres. Desta forma, os
animais devem ficar em quarentena para confirmar se estão livres de doenças antes de
retornarem à natureza.
Resposta: Sim: Vide pergunta 3
Não: Quarentena e exames, e vide pergunta 3
Pergunta 3: Os animais estão livres de doenças, ou podem ser tratados das
mesmas se as tiverem?
Se, durante a quarentena, descobre-se que os animais estão infectados por doenças
incuráveis estes devem ser sacrificados, para que outros animais não sejam infectados,
36
a menos que hajam instituições interessadas em utilizá-los para pesquisa.
Resposta: Sim: Vide pergunta 4
Não: Se houve doença crônica e incurável, primeiro oferecer os animais a
instituições de pesquisa. Se for impossível, deve-se sacrificá-los.
Pergunta 4: A procedência e/ou local de origem do animal podem ser
confirmados?
A localização geográfica da qual os animais apreendidos foram removidos deve ser
determinada com precisão. Como regra geral, os animais devem retornar somente à
população a qual pertenciam anteriormente.
Resposta: Sim: Vide pergunta 5
Não: Vide opção de cativeiro
Pergunta 5: Os animais apresentam algum comportamento anormal que os torna
indesejáveis?
Anormalidades comportamentais como resultado do período em cativeiro ou
contato com as pessoas pode tornar os animais indesejáveis para a soltura, pois em
geral não possuem, ou não desenvolveram satisfatoriamente, habilidades de caçar,
evitar predadores e selecionar seu alimento.
Resposta: Sim: Vide opção de cativeiro
Não: Vide pergunta 6
Pergunta 6: Os indivíduos podem ser soltos ou reintroduzidos rapidamente e os
benefícios para a conservação superam quaisquer riscos para tal
ação?
Reintroduzir animais à natureza somente será uma opção correta se houver a
existência de um habitat para tal operação e programas de monitoramento pré e póssoltura.
Resposta: Sim: Definição do local de soltura / Soltura
Não: Vide pergunta 7
Pergunta 7: Para a espécie em questão, existe algum programa reconhecido cujo
objetivo seja a reintrodução dos animais à natureza?
No caso de espécies para a qual haja programas de reintrodução e/ou reprodução em
cativeiro, os animais apreendidos devem ser transferidos para tais programas. Se a
espécie faz parte de um programa de reprodução em cativeiro, mas seu táxon (subespécie ou raça) não faz parte deste programa, outros métodos de disposição devem
ser considerados.
Resposta: Sim: Acordo e transferência ao programa existente
Não: Vide pergunta 8
Pergunta 8: Há necessidade e/ou é possível se estabelecer um programa de
reintrodução para a espécie?
Nos casos onde os indivíduos não possam ser transferidos a programas de
reintrodução, estas podem ser possíveis se: existir habitat apropriado para tal operação;
se houver recursos suficientes disponíveis para custear o monitoramento da espécie; e
se houver número suficiente de animais disponíveis para que os esforços para a
reintrodução sejam potencialmente viáveis.
Resposta: Sim: Acordo e transferência ao novo programa ou estabelecimento
Não: Vide opção de cativeiro
Durante o processo de Triagem, com relação à decisão sobre o retorno de
animais apreendidos à natureza, outros aspectos que devem ser considerados são:
37
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
se o animal é filhote ou jovem;
se o animal é social, ou seja, vive em grupos;
se o animal apresenta algum tipo de ferimento;
em caso de aves, observar se apresentam penas cortadas ou falta delas na
cauda, pois este fato impossibilita o vôo;
se o animal é “domesticado”, ou seja, não demonstra condições de obter
alimento e proteção no ambiente natural;
se a área proposta para a soltura apresenta formação vegetal necessária a
sua sobrevivência, se o seu tamanho é compatível com o tamanho
necessário de área de vida da espécie, e preferencialmente se existem na
área levantamentos prévios de flora e fauna. As áreas devem ser escolhidas
de maneira a minimizar possíveis efeitos negativos sobre populações
naturais. Por conseqüência, devem ser evitadas Unidades de Conservação
e suas zonas de amortecimento, bem como ilhas de habitat ou ilhas
verdadeiras;
as solturas de animais apreendidos devem sempre estar vinculadas a
programas específicos de manejo para as diferentes espécies. Em alguns
casos também há necessidade de se contar com orientação técnica e
especializada sobre a viabilidade da soltura (conselho ou comitê técnico de
fauna, por exemplo);
animais ameaçados de extinção devem ser tratados de maneira especial,
caso a caso, seguindo recomendações de comitês nacionais ou
internacionais existentes (apêndices da CITES, por exemplo);
todo e qualquer animal considerado apto para soltura deverá ser
seguramente identificado e individualmente marcado, no mínimo, com
anilhas, brincos ou tatuagens, para permitir monitoramento posterior, mesmo
que fortuito ou esporádico;
em casos de soltura em propriedades particulares, deve-se ter o
consentimento do proprietário, bem como seu comprometimento quanto à
segurança da área em relação a coibir a caça, desmates, etc.
Se as alternativas citadas acima não forem contempladas de forma positiva não
se deve proceder à soltura. Os animais devem ser encaminhados a uma das opções
de cativeiro. Antes da soltura dos animais na natureza deve ser preenchida uma ficha
contendo informações sobre o local de soltura, data, espécies soltas, quantidade de
indivíduos, tipo de marcação realizada, informações sobre o estado clínico e sanitário
dos animais (prestadas por um médico veterinário), e outros dados que venham
detalhar os procedimentos adotados (Figura 3.4). Esta ficha deverá ser anexada ao
processo e uma cópia enviada ao IAP/ Departamento de Biodiversidade para
montagem de um banco de dados. Estatísticas precisas de apreensões e solturas,
aliadas a informações obtidas pelo monitoramento, irão possibilitar um planejamento
mais efetivo no futuro manejo das mesmas. Ainda é importante ressaltar que a soltura
imediata de um animal apreendido somente é recomendada para aqueles exemplares
recém-capturados da natureza, ou seja, em autuação onde é dado o flagrante de
apanha ou captura dos animais. Mesmo assim, deve ser observada e avaliada a
condição física geral dos mesmos, pois o ato de captura dos animais muitas vezes pode
resultar em acidentes que inviabilizem a sobrevivência dos animais.
38
Figura 3.2: Perguntas e respostas referentes às Opções de Cativeiro (IUCN, 2000)
P1: O retorno à natureza trará uma
contribuição à sobrevivência da espécie? Há
algum programa de manejo que possua
recursos suficientes que possibilitem a
reintrodução dos animais?
SIM
Investigar opções para retorno à
natureza
NÃO
NÃO
P2: Os animais foram submetidos à quarentena
e exames veterinários?
Quarentena e exames
SIM
P3: Achou-se que os animais possam estar
contaminados por doenças, ou pode-se tratálos de qualquer infecção descoberta?
NÃO
Há alguma instituição interessada em
pesquisar os animais?
SIM
SIM
Acordo e transferência
P4: Há qualquer base para que a transferência
estimule futuros comércios ilegais ou
irregulares?
SIM
NÃO
NÃO
P5a: Há espaço
disponível em alguma
instituição onde os
benefícios ultrapassam os
riscos?
P5b: Há espaço
disponível em alguma
instituição que ofereça
benefícios em particular
para os animais em
questão ou para a
espécie?
Eutanásia
NÃO
SIM
NÃO
Acordo e transferência
SIM
NÃO
Acordo e transferência
P6: Há instituições interessadas em
utilizar estes animais para pesquisa?
SIM
39
Figura 3.3: Perguntas e respostas referentes ao Retorno à Natureza (IUCN, 2000)
P1: O retorno à natureza trará uma contribuição
significativa à conservação da espécie? Há algum
programa de manejo que possua recursos suficientes
que possibilitem o retorno do animal de forma segura e
a ser monitorada?
NÃO
Seguir opção de cativeiro
SIM
NÃO
P2: Os animais foram submetidos a exames e
quarentena?
Quarentena e exames
SIM
P3: Os animais estão livres de doenças ou podem
ser tratados das doenças se as tiverem?
NÃO
Há alguma instituição interessada em
pesquisar os animais?
SIM
NÃO
SIM
Acordo e transferência
P4: A procedência, ou local de origem do animal
podem ser confirmados?
SIM
Eutanásia
NÃO
Seguir opções de cativeiro
P5: Os animais apresentam algum comportamento anormal
que os torna indesejáveis?
SIM
NÃO
P6: Os indivíduos podem ser reintroduzidos ou
soltos rapidamente e os benefícios para a
conservação superam quaisquer riscos para tal
ação?
SIM
Definição do local de soltura /
Soltura
NÃO
P7: Para a espécie em questão, existe algum
programa de reprodução ou reintrodução na
natureza?
NÃO
SIM
Acordo e transferência para algum
programa existente
SIM
P8: Há necessidade e é possível se estabelecer
um programa de reintrodução para a espécie?
Acordo e transferência para algum
estabelecimento ou programa existente
Seguir opção de cativeiro
NÃO
40
Figura 3.4: Modelo de ficha de cadastro referente à soltura de animais silvestres
apreendidos
TERMO DE SOLTURA DE ANIMAIS APREENDIDOS
N.º do processo:................................................
Data: .................................................
Equipe/ ESREG: .........................
Local da apreensão: ...................................
Local da soltura: .........................................
Coordenadas geográficas .......................................
Coordenadas geográficas........................................
Instituição responsável pelo atendimento clínico-veterinário: ..........................................................
Médico veterinário responsável: .............................................. CRMV n.º: ......................................
Relação das espécies:
Nome vulgar
Nome científico
Quantidade
Sexo
Idade
Tipo de marcação
Condições gerais do(s) animal(is): .................................................................................................
......................................................................................................................................................
Foi realizada consulta câmara técnica estadual de fauna? (
) Sim
(
) Não
Parecer:
.................................... de ...................................... de .............................
.......................................................
Responsável pela soltura
41
QUANDO DA DESTINAÇÃO AO CATIVEIRO
ENCAMINHAMENTO DOS ANIMAIS APRENDIDOS A ZOOLÓGICOS, CETAS, CRIADOUROS OU
INSTITUIÇÕES DE PESQUISA
Todo animal encaminhado a zoológicos, CETAS, criadouros ou instituições de
pesquisa deverá ser acompanhado de um recibo, juntamente com o termo de
compromisso de depósito (Figuras 3.5 e 3.6), sendo de responsabilidade do técnico
ambiental a sua emissão. Este recibo deverá ser preenchido em três vias, sendo uma
anexada no processo, outra entregue ao local que estará recepcionando os animais, e
a terceira via enviada ao IAP/ Departamento de Biodiversidade para cadastramento das
informações em banco de dados específico.
Estas instituições ficam encarregadas da manutenção e assistência médicoveterinária aos animais, devendo ser comunicado ao IAP qualquer tipo de problema que
venha a ocorrer com os mesmos. O IAP fica responsável pelas vistorias nesses locais,
podendo solicitar relatórios técnicos sobre o estado dos indivíduos depositados sempre
que achar necessário. Recomendam-se vistorias bimestrais, a fim de obter um melhor
controle e monitoramento dos trabalhos realizados com os animais.
De acordo com a legislação vigente a autoridade responsável por questões
relacionadas à fauna é o IBAMA. Desta forma, cabe aos demais órgãos ambientais
estaduais ou municipais repassar informações sobre apreensões e depósitos de fauna
realizados. Isto pode ser feito em forma de relatório mensal ou envio de uma cópia do
processo a este órgão. Sendo assim, o destino final dos animais, seja o depósito
definitivo em zoológicos, criadouros e outras entidades assemelhadas, ou a
transferência dos animais de uma instituição para outra deve ser realizada
conjuntamente e/ou com anuência do IBAMA.
A destinação de animais apreendidos para criadouros cadastrados, zoológicos
ou centros de triagem deve ser feita, sempre que possível, com consulta prévia a estas
instituições, de forma a prepará-las para o recebimento dos animais. O ideal é que o
IAP, através do Departamento de Biodiversidade, selecione as instituições que poderão
atuar como receptoras de fauna e estabeleça um termo de cooperação com as
mesmas. Para tanto, estas instituições deverão passar por um processo de vistoria
técnica, a fim de averiguar se o criadouro está com a documentação devidamente
cadastrada e atualizada junto ao IBAMA, se as condições dos recintos são adequadas
às espécies, e quais as espécies que poderão ser destinadas a este local. De forma a
facilitar este processo, sugere-se que no termo de cooperação entre o IBAMA e o IAP,
conste uma cláusula onde haja o comprometimento do IBAMA em repassar, sempre
que necessário, listas atualizadas dos criadouros cadastrados. Como contrapartida o
IAP poderá auxiliar o IBAMA nas vistorias e fiscalização destas instituições.
No Estado do Paraná os criadouros e zoológicos cadastrados que podem atuar
como receptores de fauna apreendida estão listados na Tabela 4.1, 4.2 e 4.3 de acordo
com o IBAMA local.
42
Tabela 3.1: Zoológicos, registrados junto ao IBAMA e em atividade no Estado do
Paraná.
Instituição
Endereço
Rua Presidente Faria s/n- Centro- Curitiba/PR- CEP: 80030Zoológico Municipal de Curitiba
000
Zoológico Foz Tropicana – Parque das Av. das Cataratas S/N KM10,5 – Foz do Iguaçu/PR- CEP:
Aves
85861-000
Rua Tarobá, 875- Jardim Festugato- CEP: 85.851-220 – Foz
Zoológico Municipal. De Foz do Iguaçu/ do Iguaçu/PR
Bosque Guarani
End. Prefeitura: Rua Jorge Sanways, 611- 85.851-970 – Foz
do Iguaçu/PR
Fonte: www.ibama.gov.br 23 de janeiro de 2003
Tabela 3.2: Criadouros Conservacionistas, registrados junto ao IBAMA e em atividade
no Estado do Paraná.
Criadouro/
proprietário
Marcos Wasilewski/
Criadouro Guaratuba
Lucien Ribas
Nelson Balzan
Darci Dércio Haack
Acampamento
TabaPoranga Ltda/
Laerte Martinho
Kroetz
Adauto Vieira de
Paula
Albino Dybas
Amaury Angelo
Stocchero
Associação Viking/
Endereço para
correspondência
Av. 7 de Setembro, 940- Jardim
Jicara- CEP: 83.280-000 –
Guaratuba/PR
Rua Herculano de Freitas, 797Ponta Grossa/PR- CEP: 84070200
Câmara Municipal de Coronel
Vivida – Centro- CEP: 85.550000 – Coronel Vivida/PR
Rodovia das Cataratas, km 11Vila Carimã- CEP: 85.863-000
– Foz do Iguaçu – PR
Telefone
Espécie (s)
(041) 4721000
Papagaios, araras e
Tucanos
(042)
2273797/
2240047
(046) 2321696
Passeriformes, araras,
papagaios
Cervídeos e Roedores
(045) 410- Tucano-toco, tucano-dobico-verde, araçari8304
castanho, cágado, ave
(045) 523- guará, mutum, gralha,
2134
papagaio- verdadeiro,
arara-canindé e araravermelha,
Tucano-do-bico-verde,
periquito-maracanã,
caturrita, macaco-prego
Rua Nossa Senhora da Luz,
1280- Palmitalzinho- Quatro
Barras/PR- CEP: 83420-000
(041) 770
1164
Rua Visconde do Bom Retiro
756- Uvaranas- Ponta
Grossa/PR- CEP: 84030-080
Contato: Av. Brasil 4776Centro- Cascavel/PR- CEP:
85810-770
(042)
2263587
Passeriformes e macacoprego
(045) 220
1000
Rua João Alencar Guimarães,
669- Carmela DutraCuritiba/PR- CEP: 80310-420
Av. Juscelino K. de Oliveira
(041)222
5191/
228 1453
(041) 317
Passeriformes, arara-azul,
arara-canindé, araracanga, arara-vermelha,
papagaio-do-peito-roxo,
maitaca, tauim, periquitomaracanã, tucano-toco,
tucano-do-bico-verde,
araçari-castanho, cervodo-pantanal, seriema,
ema, anta
Passeriformes
43
Passeriformes, tucano-do-
Antonio A B do
Amaral
2600- CIC- Curitiba/PR- CEP:
81260-900
8996
Hotel La Dolce VitaAzzurra
Empreendimentos
Hoteleiros Ltda/ Arrio
Puccinelli
Cia. Providência
Ind.e Comércio/
Milan Starositik
Opletal
Estrada Velha de Joinville S/NRio de ª- Tijucas do Sul/PRCEP: 83055-970
(041) 834
1214
Rod. Br 376 km 16,5 – Barro
Preto- CEP: 83.015-000 – São
José dos Pinhais/PR
(041) 2835577
bico-verde, papagaioverdadeiro, papagaio-domangue, papagaiogalego, baitaca, caturrita,
príncipe- negro, araracanindé
Arara-canindé, araravermelha, arara-canga,
tucano-do-bico-verde
Onça, chipanzé, macacoprego, macaco-aranha,
cervo-dama, cervo-nobre,
jabuti-piranga, ararajuba,
arara-azul, arara-canindé,
arara-tricolor, arara-colar,
arara-maracanã,
papagaio- peito-roxo,
papagaio- verdadeiro,
papagaio- galego,
periquito-rei, piriquitoverde, jandaia mineira,
tucano-bico-verde,
tucano-toco, socó, mutum,
siriema, gralha, leão,
cisne, faisão
Passeriformes, ema,
jacutinga, arara-vermelha,
arara-azul, sagüi,
seriema, mutum
Eugenio Veridiano da Estrada para Perobal- km 8 –
Silva Neto
Zona Rural- Umuarama/PRCEP: 87500-000
(044)
6232300
José Czajka Neto
(042) 222
2967
Passeriformes
(041) 253
9050
(042) 522
3700
(041) 352
4000
Passeriformes, papagaios
Rua Barão de Amazonas, 311Ronda- Ponta Grossa/PRCEP: 84051-430
Nelson Beltzac Junior Anita Garibaldi, 3501- AhúCuritiba/PR- CEP: 80520-070
Paulo Sérgio da
Rua Guimarães Rosa, 1009Fonseca Sismeiro
Goioerê/PR- CEP: 87360-000
Chácara São Rafael/ Alameda Laranjeiras, s/nºRafael Greca de
Laranjeiras- CEP: 83301-970Macedo
Colombo/PR
Hotel Bourbon Foz
Rodovia das Cataratas, km 2,5do Iguaçu Ltda/ Alceu CEP: 85863-000- Foz do
A. Vezozo Filho
Iguaçu/PR
Rui Cabral
Mussa José Assis
Rua Augusto Stresser, 2040Hugo Lange- CEP: 80040-310Curitiba/PR
Estrada da Ribeira, km 18s/nº- CEP: 83401-000Colombo/PR
44
(045) 529
0123
(041) 262
7221
(041) 766
1292
(041) 666
1700
Passeriformes
Sagüi-de-tufo-preto,
arara-canindé, araravermelha, gralha-azul
Passeriformes, araracanindé, papagaioverdadeiro, tucano-toco,
ema, macaco-prego,
sagüi–de-tufo-preto,
sagüi-de-tufo- branco
Tartaruguinha-verde (tigre
d’água), tartaruga-dalagoa, cágado
Arara-vermelha,
papagaio- verdadeiro,
tucano-do-bico- verde
Amadeu Trevisan
Araújo
Rua Antonio Rodrigues de
Almeida, s/nº- CEP: 85851970- Foz do Iguaçu/PR
Marcelo Pizani
Rua Deputado Chafic Curi, 30Vista Alegre das Mercês- CEP:
80220-001- Curitiba/PR
Júlio Juvenal
Rua Públio Pimental, 325- Alto
Alegre- CEP: 85805-220Cascavel/PR
Luiz Henrique de
Rua Apolônia B. Gugelmin,
Almeida Pereira
479- Jardim Olinda- CEP:
83.306-130- Piraquara/PR
Elídio Vieira Guiomar Rua Vaz Caminha, 915- Zona
02- CEP: 87010-420Maringá/PR
(045) 268
1184
Passeriformes
(041) 336
8589
Arara-vermelha,
papagaio- verdadeiro,
tucano-do-bico- verde
Papagaio e passeriformes
(045) 226
1182
(041) 333
7978
Bugio
(044) 226
7521
Passeriformes, araras
(canindé, canga,
vermelha, azul) e
papagaios
Paca, cotia, macacoprego, tucanuçu, tucanodo-bico- verde, araravermelha, jacutinga, uru,
papagaio- verdadeiro,
papagaio-do-peito-roxo,
baitaca, cágado, tigre
d’água, quati, sagüi,
cachorro-do-mato,
capivara, periquito
Araçari-poca, tucano-dobico-verde, veadocatingueiro, cateto, cotia,
papagaio-verdadeiro,
passeriformes
Arara-da-patagônia,
arara- vermelha, jabuti
Samuel Ramos Lago
Rua Padre Anchieta, 1123- aptº (041) 676
1201- Bigorrilho- CEP: 807301770/
000- Curitiba/PR
3363517
Luiz Antonio
Cavassini
Rua José Bonato Strapasson,
90- Centro- CEP: 83.414-380Colombo/PR
(041) 656
3551/ 656
1701
João Eduardo
Pereira
Alameda Dr. Muricy, 321- 6º
andar- Centro- CEP: 80010120- Curitiba/PR
Silvio Ivan Tassi
Rua José Paulo Szerega, 631Centro - Cafelândia/PR- CEP:
85115-000
(041)
2221415/
2222806/
2220424
(045) 241
1273
Fonte: www.ibama.gov.br 23 de janeiro de 2003
45
Passeriformes
Tabela 3.3: Criadouros Científicos, registrados junto ao IBAMA e em atividade no
Estado do Paraná.
Criadouro
proprietário
Cia Providencia
Ind. e Com- Milan
Starostik Opletal
Itaipu Binacional/
Francisco Luiz
Sibut Gomide
Endereço para
Telefone
correspondência
Rua Brigadeiro Franco, 3900- (041)282
CEP: 83.100-000- Curitiba/PR 1622/ 282
1272
Refúgio Biológico Bela Vista- (045)520
Vila C- Foz do Iguaçu/PR5071
CEP: 85857-000
(045)520
Contato: Vila A - Av. 3 5252
Centro Executivo- CEP:
85.857-000 - Foz do
Iguaçu/PR
Prefeitura Municipal Manoel Ribas, 2727- Mercês- (041)366de Curitiba/ Museu Curitiba/PR- CEP: 80000-000 3133
de História Natural Contato: Rua Benedito
Tereza Cristina
Conceição, 407 Capão da
Margarido
Imbuia-83.000-000 Curitiba/PR
Petróleo Brasileiro Rodovia Br 476 km 143(042) 520
S/A Petrobrás/ SIX Industrial- São Mateus do
7200
/ Dorian L.
Sul/PR-CEP: 83900-000
Bachmann
Fundação
Universidade
Estadual de
Maringá/ Rejane
Machado Cardozo
Instituto de Saúde
do PR- Centro de
Prod. e Pesq. de
Imunobiológicos/
Sandra Regina
Barroso Ruiz Sella
Avenida Colombo, 5790(044) 263
Zona Sete- Maringá/PR- CEP: 5500
87020-900
Rua Targino da Silva-S/NJardim PrimaveraPiraquara/PR- CEP: 83302160
(041) 673
1577
Espécie(s)
Aves, primatas, felinos e
anta
Mamíferos, Aves e
Crocodilianos
Cutias, serelepes, patopreto, marreca-ananaí,
marreca- caneleira,
marreca-irerê
Paca, veado, cutia,
capivara, pato-selvagem,
irerê, jacuguaçu, ananaí,
tucano-toco, sagüi-do-tufopreto
capivara
serpentes
Fonte: www.ibama.gov.br 23 de janeiro de 2003
Tabela 3.4: Criadouros Científicos no Estado do Paraná com registros cancelados junto
ao IBAMA.
Criadouro/ proprietário
Fundação Caetano Munhoz da Rocha/Arnaldo
Zubioli
Klabin - Fabricadora de Papel e Celulose
Fonte: www.ibama.gov.br 23 de janeiro de 2003
46
Endereço para correspondência
Rua Targino da Silva s/n.º - Santa Mônica
83.300-000 - Piraquara/PR
Fazenda Monte Alegre - Telêmaco Borba
84.265-000 - Curitiba/PR
Figura 3.5: Modelo de recibo ou termo de depósito de animais silvestres apreendidos e
encaminhados a zoológicos, CETAS, criadouros e outras instituições
assemelhadas.
TERMO DE DEPÓSITO E GUARDA DE ANIMAIS APREENDIDOS
N.º do processo:.................................................
O
................................
..............................,
localizado
........................................,
cidade
coordenadas geográficas ............................................ estado
.........................................., n.º de cadastrado no IBAMA ............................................,
recebeu para fins de depósito e guarda, o(s) animal(is) aprendido(s) pelo Escritório
Regional de ..............................., conforme auto de infração em anexo n.º
..............................................., ficando encarregado pela manutenção e assistência
médico-veterinária ao(s) animal(is), devendo ser comunicado ao IAP qualquer tipo de
problema que venha a ocorrer com o(s) mesmo(s). Também se compromete a
destinar o(s) animal(is) somente com anuência da autoridade competente. O
depositário compromete-se, ainda, a prestar relatórios anuais ao IAP.
Nome vulgar
Nome científico Quantidade
Sexo
Idade Tipo de Marcação
Condição(ões) geral(is) do(s) animal(is): ...........................................................
Responsável pela entrega
Responsável pelo recebimento
47
Figura 3.6: Modelo de termo de responsabilidade de depósito voluntário e gratuito.
MODELO DE TERMO DE RESPONSABILIDADE DE DEPÓSITO VOLUNTÁRIO E
GRATUITO
O Instituto Ambiental do Paraná - IAP, Autarquia Estadual, criada pela Lei n.º 10.066 de 27 de julho de 1992,
situada à rua Engenheiros Rebouças, 1206 - Rebouças, Curitiba - PR, doravante denominado apenas
DEPOSITANTE, no uso das atribuições que lhe confere o artigo................... do Regimento Interno do IAP, aprovado
pela Portaria n.º ..............., de ........... de ....................... de .............., representado pelo ESREG de ....................... e
........................................................................., portador de RG n.º ........................................e CPF (no caso de
pessoa física) ou CGC (no caso de pessoa jurídica) ......................, com endereço à ..............
.................................................................................................................. doravante denominado simplesmente
DEPOSITÁRIO, firmam o presente TERMO DE RESPONSABILIDADE DE DEPÓSITO VOLUNTÁRIO E GRATUITO,
mediante as cláusulas e condições seguintes:
Cláusula Primeira: O(a) DEPOSITÁRIO(a) recebe, neste ato, voluntariamente, do DEPOSITANTE, para guarda e
manutenção a(s) seguinte(s) espécie(s): ............................................................................................... .........................
Parágrafo Primeiro: O(s) animal(is) descrito(s) acima, recebe(m), neste ato, marcação contendo o(s) seguinte(s)
número(s):................................................................................, a fim de individualizá-los.
Parágrafo Segundo: Caso, na concessão do(s) termo(s) de depósito, o(s) animal(is) não receber(em) a marcação
mencionada no parágrafo anterior, tal informação deverá constar no relatório semestral de que trata a Cláusula
Terceira.
Cláusula Segunda: O(a) DEPOSITÁRIO(a), obrigam-se a manter e guardar o(s) animal(is) silvestre(s) acima
mencionado(s), dispensando ao(s) mesmo(s) os cuidados necessários para minimizar o sofrimento do cativeiro, para
assim restituí-lo(s) quando lhe for solicitado pelo IAP.
Cláusula Terceira: O(a) DEPOSITÁRIO(a) compromete-se a encaminhar ao IAP, semestralmente, relatório sobre
as condições físicas do(s) animal(is).
Cláusula Quarta: O DEPOSITÁRIO(a) obriga-se a informar imediatamente, ao IAP, qualquer acidente, fuga,
extravio, doença, que venha a ocorrer com o(s) animal(is) depositado(s), ou apresentar atestado de óbito, emitido por
veterinário, com respectivo n.º do CRMV, em caso de falecimento daquele.
Parágrafo único: Ocorrendo morte, fuga ou extravio do(s) animal(is) depositado(s), não poderá o DEPOSITÁRIO
substituí-lo(s) em hipótese alguma.
Cláusula Quinta: Compromete-se ainda o(a) DEPOSITÁRIO(a) a não permutar, vender, repor ou transportar o(s)
animal(is), a não ser mediante autorização expressa do órgão competente, no caso IBAMA, sob pena de responder
por perdas e danos, excetuando-se os casos fortuitos ou de força maior devidamente comprovados.
Parágrafo Primeiro: Em caso de mudança de endereço do depositário, o IAP deverá ser comunicado
previamente.
Parágrafo Segundo: Para o caso de transporte mencionado neste artigo, somente será concedida a respectiva
autorização, em casos excepcionais, a critério do órgão competente.
Cláusula Sexta: O(a) DEPOSITÁRIO(a) sujeita-se a arcar com todas as despesas efetuadas em favor do(s)
animal(is) depositado(s), inclusive com os prejuízos que o depósito porventura provierem.
Cláusula Sétima: O presente contrato é a título GRATUITO, não estando o depositante sujeito a nenhum
pagamento pelo depósito que ora se configura.
Cláusula oitava: Os casos omissos no presente instrumento, serão regidos pelos artigos 1.265 e seguintes do
Código Civil Brasileiro.
E, por estarem justos e contratados, assinam o presente em duas vias de igual teor e forma, para que surtam os
efeitos jurídicos e legais.
.............................. de........................................ de ...........................
Depositante
Depositário
48
FIEL DEPOSITÁRIO OU GUARDA DOMÉSTICA
Os modelos de recibo e termo de responsabilidade de depósito voluntário e
gratuito utilizados para disposição de animais apreendidos em zoológico, CETAS e
outras entidades assemelhadas, também podem ser utilizados para a guarda
doméstica.
As informações constantes no documento devem ser devidamente analisadas
pelo depositário dos animais silvestres contidos no termo, ficando o mesmo ciente de
que este termo não trata de um registro junto ao órgão competente. Cabe ressaltar que
ao assinar este termo de depósito, o depositário estará se comprometendo também a
cumprir todas as exigências do documento.
O termo de responsabilidade de depósito somente será concedido em casos
especiais, sendo cada um analisado criteriosamente, principalmente no que se refere à
espécie animal mantida em cativeiro. Dessa forma, o termo será fornecido tão somente
para tentar controlar uma situação irregular já existente, nunca como benefício à
pessoa física ou jurídica que queira adquirir ou pretenda manter animais silvestres em
cativeiro.
Portanto, o depositário, deve estar ciente que o termo será concedido em
caráter provisório, podendo ser cancelado a qualquer momento, dependendo
principalmente do cumprimento das exigências contidas no documento. O IAP
fiscalizará os depositários, sempre que houver necessidade, para verificar o tratamento
dado aos animais, bem como para comprovar os dados constantes no termo de
depósito. Todos os animais mantidos em depósito deverão ser marcados de acordo
com a metodologia mais apropriada à espécie. A marcação deverá o correr o mais
rapidamente possível, sendo tal ato de responsabilidade conjunta do IAP e do
depositário.
As exigências abaixo relacionadas deverão ser devidamente cumpridas pelo
depositário, evitando a apreensão dos animais que se encontram sob sua
responsabilidade:
1. Os animais devem ser mantidos sempre em locais adequados, atendendo às
exigências mínimas de espaço físico, alimentação, limpeza do recinto e sanidade
dos exemplares. Os animais devem ser mantidos em locais tranqüilos, onde não
haja visitação pública, não podendo também ser deslocados para ambientes
públicos;
2. Não poderá haver mais nenhum animal silvestre no plantel, além dos espécimes
constantes na relação contida no respectivo termo. O número de animais somente
poderá aumentar através de nascimento em cativeiro, caso sejam relacionados
casais da mesma espécie. Portanto, o depositário fica proibido de receber qualquer
outro animal além dos relacionados no termo. Caso haja no plantel outras espécies
regulamentadas, estas devem ser relacionadas juntamente no relatório;
3. Qualquer alteração em relação aos dados constantes no termo deverá ser
comunicada imediatamente ao IAP. Os animais deverão ser mantidos no local
informado, qualquer mudança de endereço deverá ser comunicada. Nascimento,
morte ou fuga de animais deverão ser informados, com data e motivo da ocorrência,
sendo que no caso de morte deverá ser apresentado o respectivo atestado de óbito,
emitido por um médico veterinário devidamente registrado no CRMV;
4. O termo de depósito não é válido como licença de transporte ou autorização para o
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comércio dos exemplares;
5. Este termo não será concedido para depositários de espécies ameaçadas de
extinção, sendo os animais apreendidos e encaminhados a instituições com registro
no órgão competente, que possuam condições adequadas para recebê-los.
50
4. PRRO
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Sempre que o técnico ambiental for realizar atividades referentes à apreensão ou
depósito de fauna silvestre, deve observar alguns pontos básicos que indicam e
implicam no bem-estar dos animais, como, por exemplo, uso de equipamentos
adequados para contenção e transporte, condições dos recintos, a alimentação
oferecida, entre uma série de outros fatores.
EQUIPAMENTOS PARA CONTENÇÃO FÍSICA DE ANIMAIS SILVESTRES
A indicação e utilização de equipamentos especiais para contenção física dos
animais silvestres variam com os diversos grupos taxonômicos, idade e peso do animal
a ser capturado. A seguir descrevem-se alguns dos equipamentos mais utilizados e sua
aplicação.
GANCHO
Equipamento utilizado para contenção de serpentes. É composto de um cabo de
madeira ou ferro, que em uma de suas extremidades possui uma haste de metal
resistente na forma de “L” (Figura 4.1).
É utilizado para conter o crânio dos animais sobre uma superfície sólida ou
suspendê-los pela porção medial do corpo, fazendo com que a serpente perca o
equilíbrio dificultando a investida do animal contra o operador. Muito utilizado na
manipulação de serpentes, peçonhentas ou não. Algumas espécies da família
Colubridae conseguem, com facilidade, progredir em movimento mesmo quando
suspensas, esquivando-se do gancho. Grandes serpentes constritoras dificilmente
podem ser suspensas de forma satisfatória por ganchos.
Figura 4.1: Gancho para contenção de cobras
51
LUVAS DE RASPA DE COURO
Utilizadas para proteção das mãos na contenção direta de um animal, ou em
associação a outro equipamento de contenção física. Utilizada como único
equipamento de segurança em situações que possibilite maior aproximação do
indivíduo que realiza a contenção. Podem ser empregadas em uma ampla variedade de
espécies de aves, répteis e mamíferos que não possuam grande capacidade de
produzir ferimentos ao operador (Figura 4.2).
Figura 4.2: Luvas de raspa de couro
PUÇÁ
Equipamento utilizado para contenção de várias espécies de aves, mamíferos, e
até répteis. Utilizado, principalmente, para animais pouco agressivos que impossibilitam
grande aproximação do indivíduo que realiza a captura. É composto de um cabo de
madeira ou ferro, possuindo, em uma de suas extremidades, um aro de metal que
sustenta uma rede de cordas ou saco de pano. O aro de metal e a rede podem possuir
diferentes tamanhos, que poderão se aplicar a diferentes espécies (Figura 4.3).
Figura 4.3: Modelos de puçás
52
REDE
Geralmente confeccionadas em cordas de fibras naturais ou sintéticas, podem ser
empregadas de diferentes formas na contenção e captura de uma grande variedade de
espécies de aves e mamíferos. Em geral possuem a cor preta dificultando que os
animais vejam as redes a longas distâncias e possibilitando que sejam utilizadas em
diversos ambientes. Redes de malha fina, confeccionadas com fios muito delgados são
utilizadas como um dos principais métodos de captura de aves e morcegos. Redes mais
resistentes com malhas maiores posicionadas em pontos estratégicos têm sido
utilizadas, como sucesso, na contenção de taiassuídeos e captura de cervídeos.
CAMBÃO E CORDA
Os cambões são equipamentos utilizados para contenção de várias espécies,
principalmente mamíferos. Existem vários modelos de cambões, sendo que todos
utilizam o princípio do laço para a contenção dos animais. Compostos por um cabo de
madeira, ou outro material resistente, que serve de guia para um laço feito com tira de
couro ou corda. São utilizados laçando a região cervical e um dos membros torácicos,
ou apenas a região cervical, do animal que está sendo manipulado. Usualmente, não se
empregam cordas para contenção de animais selvagens, como se utilizam para animais
domésticos. Em algumas situações, para maximizar a segurança de outros métodos de
contenção podem ser empregadas cordas atando os membros locomotores ou a
cabeça do animal sob contenção química.
JAULA E CAIXA DE CONTENÇÃO
São caixas ou jaulas confeccionadas em madeira ou metal que possuem um
mecanismo de engrenagens e trilhos, que possibilita o movimento de uma das laterais
da caixa, comprimindo o animal contra uma grade ou tela. Este equipamento facilita a
manipulação do animal, administração de medicamentos e outros procedimentos mais
complexos. Apresenta vantagens como a imobilização completa e acesso fácil ao
animal, além de baixa incidência de traumas.
TUBOS
Tubos de diversos diâmetros, confeccionados em plástico rígido ou outro material
leve e de fácil limpeza, podem auxiliar na contenção de aves, répteis e mamíferos.
Muito empregados para manipulação de serpentes, podem também ser empregados
facilitando o anilhamento de aves ou procedimentos rápidos em mamíferos de pequeno
e médio porte. Proporciona a manipulação da porção posterior do corpo do animal
quando esses têm a região anterior contida no interior do tubo.
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SUGESTÃO DE EQUIPAMENTOS PARA MANUFATURA
MODELOS DE PUÇÁ OU COADOR:
No arco deve ser colocada uma rede de cordas ou saco de pano resistente.
Tamanhos e Formatos Sugeridos (Figura 4.4):
♦ Grande: cabo = 1,5 m; comprimento do arco = 50 cm; largura maior do arco = 50
cm; largura menor do arco = 40 cm. Com rede de cordas (5 mm diâmetro) malha de
5 cm.
♦ Médio: cabo = 1,3 m; comprimento do arco = 40 cm; largura maior do arco = 35 cm;
largura menor do arco = 30 cm. Com rede de cordas (4 mm diâmetro) malha de 5
cm.
♦ Pequeno: cabo = 1 m; comprimento do arco = 20 cm; largura maior do arco = 20 cm;
largura menor do arco = 15 cm. Com saco de pano resistente (algodão).
Figura 4.4: Modelos e medidas sugeridas para a confecção de puçás.
Largura do arco
Largura maior
Largur
a
menor
Comprimento
do Arco
Comprimento
do Arco
Rede
Rede
Comprimento
do Cabo
Comprimento
do Cabo
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CAMBÃO OU PAU DE COURO:
Na haste de madeira ou metal com uma tira de couro ou outro material
maleável e resistente na extremidade.
Tamanho sugerido: 1,7 m de comprimento (Figura 4.5).
Figura 4.5: Medidas sugeridas para a confecção de cambão ou pau de couro.
GANCHO PARA MANIPULAÇÃO DE SERPENTES:
Com a extremidade em “L” confeccionada em metal resistente (aço inox) podem
possuir o cabo em madeira ou tubo metálico. Porém devem ser leves e resistentes.
Tamanhos Sugeridos (Figura 4.6):
♦ Grande: comprimento = 1,5 m
♦ Médio = 80 cm
Figura 4.6: Tamanhos sugeridos para a confecção de ganchos para manipulação de
serpentes.
comprimento total
10 a 12 cm
5 a 7 cm
55
REDE DE CONTENÇÃO:
Necessária para contenção e manipulação de animais em bretes e interior dos
recintos. Um grande número de espécies incluindo répteis e mamíferos podem ser
contidos utilizando-se destas redes.
Devem ser confeccionadas em corda de seda de nylon (6 mm diâmetro) flexível e
resistente com malha de 5 a 8 cm.
Tamanhos Sugeridos:
♦ medindo 5x2 m com malha de 8 cm.
♦ medindo 4x1,5 m com malha de 5 cm.
TRANSPORTE DE ANIMAIS SILVESTRES
O transporte de animais silvestres pode ser necessário em situações como
translocação de populações, introdução de exemplares, translocação de animais
problema e retirada de animais da natureza para o cativeiro. O sistema de transporte
deve ser adequado à espécie que será deslocada, e sempre que possível planejado
com antecedência. Deve-se sempre considerar as características de resposta ao
estresse da espécie e quando possível do indivíduo em questão.
Deve-se planejar se o animal vai ser contido por meio físicos ou químicos, ou se vai ser
induzido a entrar no transporte por meio de corredores de lona ou outro sistema. A
caixa de transporte deve impossibilitar que o indivíduo observe o meio externo,
conferindo condições de penumbra. Nessas condições, as respostas do animal aos
agentes estressantes, como sons e odores vindos do meio externo, ficam atenuadas.
Animais muito estressados podem ser tranqüilizados ou sedados.
Durante os procedimentos de transporte e manipulação de animais silvestres, deve-se:
♦ evitar ao máximo ruídos ou movimentação excessiva ao redor dos locais de
transporte. Outro fator importante, que deve ser ponderado, refere-se às
condições ambientais durante o período de transporte;
♦ evitar o transporte de animais nos dias de temperatura muito elevada ou
extremamente baixa;
♦ evitar ainda a permanência prolongada desses animais em locais
ensolarados. O transporte por terra deve ser feito preferencialmente
durante a noite, pois nesse período as estradas apresentam, em geral,
menor tráfego e conseqüentemente menos ruídos.
As condições da caixa de transporte devem ser verificadas com antecedência.
Esta deve oferecer resistência ao peso e possíveis investidas do animal. Em geral, os
animais devem ser transportados individualmente, evitando conflitos agonísticos,
comuns em decorrência da situação estressante gerada pelo transporte. Algumas
espécies, com forte vínculo social, podem ser transportadas por curtas distâncias em
caixas com mais de um indivíduo. Contudo, a possibilidade da ocorrência de traumas
fica aumentada. Animais de pequeno porte podem ser transportados, por curtos
períodos de tempo, em sacos de pano. Estes devem ser preferencialmente
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confeccionados com tecido preto, impossibilitando que o animal transportado observe o
meio externo. Quando pequenos animais são transportados em gaiolas estas devem
também ser recobertas por algum tecido opaco.
As caixas de transporte são elaboradas para transportar grande variedade de espécies
como: porcos do mato, pequenos felinos, canídeos, cervídeos, gambás, cutias, pacas,
capivaras, macacos, etc.
Exemplos de caixas de Transporte (Figura 4.7):
♦ Grande: comprimento = 1,7 m; altura = 1,2 m; largura = 70 cm.
♦ Média: comprimento = 1,2 m; altura = 70 cm; largura = 50 cm.
♦ Pequena: comprimento = 60 cm; altura = 45 cm; largura = 40 cm.
Figura 4.7: Modelo e medidas sugeridas para a confecção de caixa de transporte.
Portas em
guilhotina
furos para ventilação
altura
alça para transporte
largura
comprimento
Durante os procedimentos de transporte e manipulação de animais silvestres,
deve-se:
♦ Evitar, ao máximo ruídos ou movimentação excessiva ao redor dos locais de
transporte. Outro fator importante, o qual deve ser ponderado, refere-se às
condições ambientais durante o período de transporte;
♦ Evitar o transporte de animais nos dias de temperatura muito elevada ou
extremamente baixa;
♦ Evitar ainda a permanência prolongada desses animais em locais ensolarados. O
transporte por terra deve ser feito preferencialmente durante a noite, pois nesse
período as estradas apresentam, em geral, menor tráfego e conseqüentemente
menos ruídos.
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As condições da caixa de transporte devem ser verificadas com antecedência.
Esta deve oferecer resistência ao peso e possíveis investidas do animal. Em geral, os
animais devem ser transportados individualmente, evitando conflitos (lutas), comuns em
decorrência da situação estressante gerada pelo transporte. Algumas espécies, com
forte vínculo social, podem ser transportadas por curtas distâncias em caixas com mais
de um indivíduo. Contudo, a possibilidade da ocorrência de traumas fica aumentada.
Animais de pequeno porte podem ser transportados, por curtos períodos de tempo, em
sacos de pano. Estes devem ser preferencialmente confeccionados com tecido preto,
impossibilitando que o animal transportado observe o meio externo. Quando pequenos
animais são transportados em gaiolas estas devem ser recobertas por algum tecido
opaco.
INSTALAÇÕES E ACONDICIONAMENTO
♦ Os animais devem ser mantidos sempre em locais adequados, atendendo
às exigências mínimas de espaço, alimentação, limpeza do recinto,
sanidade dos exemplares;
♦ As instalações devem permitir a movimentação do animal, espaço para vôo
(no caso de aves), possuir bebedouros com água limpa e/ou corrente, ter
galhos e/ou troncos quando necessário;
♦ Deve-se evitar juntar animais de espécies diferentes em um mesmo recinto;
♦ Observar sempre se não existem sinais de conflito entre os animais
alojados no mesmo recinto;
♦ Verificar se o local apresenta isolamento adequado à espécie alojada;
♦ O recinto deve propiciar área abrigada da chuva e do sol, e quando possuir
casais, abrigo para ninho;
♦ Deve-se evitar a superlotação do recinto, pois o excesso de indivíduos
degrada o recinto e pode causar desvios de comportamento, canibalismo,
privação de alimento e outros conflitos;
♦ Deve-se verificar se existem equipamentos de segurança para os
tratadores, ou equipamentos de contenção e manejo em boas condições e
adequados às espécies.
CONDIÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL
Ao avaliar o ambiente onde estão mantidos os animais deve-se:
♦ Verificar a condição geral de limpeza dos recintos;
♦ Observar a presença de restos de alimentos;
♦ Observar a qualidade da água;
♦ Verificar a higiene do piso, se esse apresenta áreas alagadas ou sujas;
♦ Verificar a higiene dos comedouros e bebedouros;
♦ Avaliar se os animais recebem algum cuidado especial, como
desverminação ou atendimento veterinário especializado.
58
ESTADO APARENTE DE SAÚDE DOS ANIMAIS
Ao observar os animais deve-se:
♦ Verificar a condição corporal geral dos animais;
♦ Observar a presença de animais feridos, apáticos ou pouco ativos;
♦ Observar a presença de animais agitados, movimentando-se de forma
repetitiva, evidenciando estresse;
♦ Avaliar a condição de brilho da plumagem, pelagem ou escamas;
♦ Verificar se a qualidade das fezes, observando se apresentam consistência
normal ou anormal, como líquida, pastosa, com estrias de sangue ou
escurecidas;
♦ Verificar se há presença de restos de fezes na região perineal,
evidenciando anormalidades digestivas;
♦ Verificar a presença de animais com defeitos ou má formações físicas.
QUALIDADE DA ALIMENTAÇÃO
Ao avaliar a qualidade da dieta dos animais deve-se:
♦ Observar se há no local estoque de alimentos como frutas, verduras, ração,
pão, ovos, carne, etc.;
♦ Verificar a qualidade do alimento estocado;
♦ Solicitar informações sobre a quantidade, variedade e freqüência de
alimento oferecido (animais de pequeno porte devem receber duas (2)
refeições diárias);
♦ Verificar se a água está limpa e oferecida em recipientes adequados e
higienizados.
Além de orientar os fiscais durante suas atividades, essas informações podem
ser utilizadas para a orientar os “fiéis depositários” quanto às medidas necessárias para
a manutenção e cuidados com animais mantidos em cativeiro.
CONVÍVIO ENTRE ESPÉCIES MANTIDAS EM CATIVEIRO
Em diversas situações serão observados animais de diferentes espécies
alojados em um mesmo recinto. São complexas as interações interespecíficas possíveis
entre aves répteis, anfíbios e mamíferos. Na maioria dos casos deve-se observar
principalmente se os animais aparentam tranqüilidade quando diferentes espécies se
aproximam. Eventos como brigas e perseguições constantes representam o melhor
parâmetro para avaliar se as espécies presentes em determinado recinto, ou viveiro,
são incompatíveis. Outro ponto fundamental sob esse aspecto é avaliar a quantidade
de animais considerando o espaço disponível. A superpopulação é um dos fatores mais
estressantes para animais em cativeiro, gerando muitas vezes conflitos até mesmo
entre animais da mesma espécie.
Algumas associações são contra indicadas por fatores sociais ou sanitários,
abaixo seguem alguns exemplos de situações inadequadas freqüentemente
59
observadas.
ASSOCIAÇÕES
NÃO RECOMENDADAS:
♦ Manutenção de Primatas com outras espécies de mamíferos, aves, répteis ou
anfíbios no mesmo recinto.
♦ Manutenção de diferentes espécies de Primatas em um mesmo recinto.
♦ Manutenção de Sagüis em recintos ao lado ou próximos com Micos de Cheiro.
♦ Manutenção de Catetos e Queixadas no mesmo recinto.
♦ Manutenção de diferentes espécies de Cervídeos (veados) em um mesmo recinto.
♦ Manutenção de animais Predadores, como mamíferos carnívoros e aves
rapinantes, em contato visual ou muito próximo ao recinto de animais que servem
como suas Presas.
♦ Manutenção de Cutias, Pacas e outros Roedores no solo de recintos com Aves,
principalmente, jacus, macucos, perdizes e ouras aves terrestres ou passeriformes.
♦ Manutenção de diferentes espécies de Psitacídeos em um mesmo recinto.
♦ Manutenção de diferentes espécies de Tucanos em um mesmo recinto.
♦ Manutenção de diferentes espécies de Gralhas em um mesmo recinto.
♦ Manutenção de Tucanos com outras espécies de aves.
♦ Manutenção de Psitacídeos com outras espécies de aves.
♦ Manutenção de Gralhas com outras espécies de aves.
♦ Manutenção de Lagartos Teiú no mesmo recinto que aves voadoras ou terrestres.
♦ Manutenção de Jacarés e Quelônios (Cágados e Jabutis) no mesmo recinto ou lago.
♦ Manutenção de Serpentes Peçonhentas com espécies não peçonhentas.
♦ Manutenção de diversas espécies de Passeriformes quando há falta de espaço no
viveiro.
ASPECTOS DE NUTRIÇÃO DOS ANIMAIS
Existe uma combinação básica de tipos de alimentos que podem ser oferecidos
aos animais em situações emergenciais. Em situações onde o próprio agente fiscal
tenha que realizar os primeiros cuidados como os animais apreendidos a alimentação
oferecida pode ser baseada nas orientações que seguem a baixo sobre os tipos de
hábitos alimentares das espécies. Ressalta-se que estas combinações, no entanto, são
indicadas para um curto período de tempo (aproximadamente uma semana).
♦ Onívoros (animais que consomem uma grande variedade de itens alimentares):
legumes + frutas + proteína de origem animal (ração de gato ou de cachorro moída
ou ovo cozido);
♦ Carnívoros (animais que consomem carne): frango inteiro, coelho, peixe, rato de
laboratório ou carne moída cozida acrescida de cálcio;
♦ Herbívoros (animais que consomem vegetais): folhas verdes escuras + proteína
animal (ração de gato ou de cachorro moída ou ovo cozido) + sal mineral;
♦ Insetívoros (animais que consomem insetos): proteína animal (ração de gato ou
60
cachorro moída ou ovo cozido) + insetos;
♦ Granívoros ou frugívoros (animais que consomem sementes e frutas): frutas,
sementes, proteína animal (ração de gato ou de cachorro moída ou ovo cozido).
As Tabelas 4.1, 4.2 e 4.3 trazem com mais detalhes alguns dos itens alimentares
indicados para os diferentes grupos animais:
Tabela 4.1: Dieta alimentar indicada para répteis.
FAMÍLIA
PRINCIPAIS
DIETA
ESPÉCIES
CHELONIIDAE
Tartarugas, jaboti
frutas, raízes, folhas (alface),
verduras, pequenos animais
(minhocas).
CHELIDAE
Cágado
onívora (peixes, folhas, proteína
animal)
Tabela 4.2: Dieta alimentar indicada para aves.
FAMÍLIA
PRINCIPAIS
DIETA
ESPÉCIES
RHEIDAE
Ema
folhas, frutas, sementes, insetos,
pequenos animais. Ingerem
“pedrinhas” para auxiliar a trituração
do alimento.
TINAMIDAE
Macuco, nambus,
rações balanceadas (do tipo utilizado
jaó, perdiz, codornas para galinhas), arroz, milho, verduras,
folhas, sementes, raízes e tubérculos.
ANATIDAE
Marrecas e patos
ração (de postura) acrescida com
farinha de carne ou peixe,
complemento verde diário, folhas,
pequenas sementes.
CRACIDAE
Aracuã, jacu,
ração balanceada para galinhas,
jacupemba,
milho, quirera, vegetais, frutas
jacutinga, mutum
(banana, laranja), folhas (couve,
chicória), grãos em geral.
PHASIANIDAE
Urus
ração balanceada (do tipo utilizado
para galinhas), alpiste, quirera, milho,
arroz, cupins.
ARAMIDAE
Carão
alimento básico são os aruás,
gastrópodes aquáticos.
RALLIDAE
Saracuras, frangossão onívoros, gostam tanto de capim
d’água, monjolinhos e brotos de milho quanto de
pequenos animais. Aceitam pão,
milho picado ou em grãos, verduras.
CARIAMIDAE
Seriema
gafanhotos e outros insetos,
61
COLUMBIDAE
Pombas e rolinhas
PSITTACIDAE
Araras, papagaios,
periquitos, baitaca,
tiriva, tuim
Corujas
TYTONIDAE
roedores, calangos e ocasionalmente
ofídios.
granívoros e frugívoros (feijão, milho,
etc.), pão, farinha, ração de postura,
frutas, quirera.
sementes, polpas de frutas, verduras,
mesclas de sementes.
insetos (gafanhotos, besouros,
baratas).
TROGONIDAE
Surucuás
pequenos insetos (cigarras, besouros,
formigas, aranhas), frutas (coquinhos,
frutos de embaúba)
RAMPHASTIDAE
Araçaris, tucanos
basicamente frugívoros. Comem
frutas diversas: banana picada,
abacate em pedaços, laranja; pão e
leite, verduras, ração, camundongos.
PICIDAE
Pica-pau
larvas de insetos, frutas (mamão e
laranja), sementes, ração para aves
umedecida, pão molhado.
FURNARIIDAE
João-de-barro, joão- insetos e suas larvas, aranhas,
tenénem, joão-porca, opiliões, moluscos
vira-folhas
FORMICARIIDAE
Matracão, brujara,
insetos, pequenos roedores,
choca-da-mata,
pequenas cobras
tovaca, trovoada,
chupa-dente, choca
RHINOCRYPTIDAE Macuquinhos,
pequenos insetos, aranhas, moluscos
tapaculos
TYRANNIDAE
Piolhinho, risadinha, insetos (abelhas, formigas), frutas,
papa-piri, patinho,
ovos, ração para aves
felipe, freirinha, bemte-vi
PIPRIDAE
Flautim, dançador,
bagas, frutas, pequenos insetos e
tangara, fruxu
aranhas, verduras
COTINGIDAE
Picanço, corocochó, frugívoros (coquinhos de palmito,
araponga, pavó
açaí), bagas (pitangas, etc.)
OXYRUNCIDAE
Bico-agudo ou
bombinha
MOTACILLIDAE
Caminheiro
pequenos insetos (besouros,
formigas), sementes
TROGLODYTIDAE Japacamim,
onívoras. Comem insetos e suas
corruíras
larvas, frutas e sementes.
MIMIDAE
Sabiá-da-praia,
Onívoros. Comem insetos, frutas e
sabiá-do-campo
sementes
TURDIDAE
Sabiás
frutas à vontade, insetos, minhocas,
62
SYLVIIDAE
EMBERIZIDAE
PARULIDAE
VIREONIDAE
ICTERIDAE
FRINGILLIDAE
CORVIDAE
carne moída, ração para sabiás.
Balança-rabo
Insetívoros
Tico-tico, coleirinhos, sementes, ração para aves, verduras,
canário-da-terra,
frutas, quirera, aveia, folhas (couve,
sanhaço, trinca-ferro, escarola, almeirão, arroz em casca,
azulão, saíra, curió
ovos cozido moído
Mariquita, pula-pula, Insetívoros. Comem pequenos
sebinho
insetos
Juruviara, pitiguari,
insetos e suas larvas, frutas
gente-de-fora-vem
Guaxe, pássaroração para pintos, alpiste, arroz,
preto, chopim, melro, frutas, brotos, insetos
graúna
Pintassilgo
frutos, ração para aves, folhas
Gralhas
Onívoros. Comem pequenos insetos,
sementes e bagas,
Tabela 4.3: Dieta alimentar indicada para mamíferos.
FAMÍLIA
PRINCIPAIS
DIETA
ESPÉCIES
MYRMECOPHAGIDA Tamanduás
insetos (cupins, formigas, térmitas
E
e abelhas)
DASYPODIDAE
Tatus
raízes e tubérculos (mandioca,
batata, batata-doce, cenoura).
Aceitam frutas e vegetais verdes.
CALLITRICHIDAE
Mico-leão-de-cara2 vezes ao dia papa de ração com
preta, saguis
banana, frutas (banana, mamão,
laranja). Deve ser adicionados
ovos e carnes.
CEBIDAE
Bugio e macacofrutas (banana, laranja, abacaxi,
prego (mico)
mamão), verduras, milho cozido,
ovo cozido, pão, carne moída.
PROCYONIDAE
Coati, mão-pelada
vegetais e animais variados, bolo
de carne moída com sais minerais
FELIDAE
Gatos-do-mato, puma aves e ratos, mamíferos de médio
(sussuarana),
e grande porte.
jaguatirica, onçapintada
TAPIRIDAE
Anta
capim, ração (eqüinos), milho,
verduras, frutas e raízes, legumes,
sais minerais e vitaminas.
TAYASSUIDAE
Porcos-do-mato
Cateto: ração de porco, frutas,
(cateto e queixada)
raízes e tubérculos.
Queixada: vegetais e pequenos
63
CERVIDAE
Veados
CAVIIDAE
Preás
HYDROCHAERIDAE
Capivara
DASYPROCTIDAE
Pacas e cutias
CAPROMYIDAE
Ratão-do-banhado
LEPORIDAE
Lebres e tapitis
animais.
capim a vontade, ração para
bezerro, verduras, alfafa, frutas
(banana, mamão), cenoura, trigo,
raízes e sais minerais.
vegetais diversos: batata-doce,
abóbora, milho, cenoura, almeirão,
ração comercial para coelhos.
capim, ração para roedor,
legumes, frutas e verduras
vegetais diversos, frutas da época,
sementes, capim e ração para
roedores.
gramíneas, alfafa, beterraba,
batata, cenoura, tubérculos, grãos
talos, brotos e cascas de diversos
vegetais.
Obs.: Estas informações podem ser utilizadas para a orientar os “fiéis
depositários” quanto às medidas necessárias para a manutenção e cuidados com
animais mantidos em cativeiro.
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE DESTINAÇÃO E REABILITAÇÃO DE FAUNA
SOLTURA
♦ A soltura de animais apreendidos não deve ser realizada;
♦ Os únicos casos de soltura recomendados são aqueles em que é dado o flagrante
de captura, ou seja, quando os animais estiverem dentro de gaiolas, arapucas ou
outras armdilhas. Mesmo assim deve-se ter certeza da procedência dos animais. Da
mesma forma o estado clínico aparente deve ser verificado;
♦ Unidades de Conservação, Federais, Estaduais ou Municipais, não devem ser
utilizadas como áreas de soltura, exceto aquelas que tenham como objetivo de
criação o recebimento ou recuperação de fauna local, com estudos prévios de flora
e fauna e que o monitoramento pós-soltura possa ser realizado.
DESTINAÇÃO AO CATIVEIRO
♦ Os animais devem ser destinados, preferencialmente, à instituições que
assegurem os fatores de conservação, tais como zoos, CETAS e CEMAS;
♦ Em casos de destinação a criadouros, destinar os animais àqueles que possuam
programas de pesquisa e conservação ou de reprodução em cativeiro, como os
conservacionistas e científicos;
64
♦ O depósito dos animais somente poderá ser realizado em instituições devidamente
cadastradas junto ao IBAMA;
♦ A figura do fiel depositário ou guarda doméstica somente deve ser considerada em
casos especiais, onde a retirada dos animais pode ser traumatizante tanto para os
animais como para as pessoas que possuam algum tipo de carência relevante,
como doenças mentais, psicológicas e/ou crônicas. Este depósito é temporário;
♦ Deve ser sempre considerado se o depósito não vai estimular atividades de
comércio ou tráfico de animais ou a demanda por estes animais.
♦ Todos os animais mantidos em depósito, tanto em zoológicos e criadouros como na
guarda temporária, deverão ser marcados de acordo com a metodologia mais
apropriada à espécie. A marcação deverá ocorrer o mais rapidamente possível,
sendo tal ato de responsabilidade conjunta do IAP e do depositário.
♦ Todo animal depositado em zoológicos, CETAS, CEMAS, criadouros ou instituições
de pesquisa, e na guarda doméstica deverá ser acompanhado de um recibo de
depósito e recebimento associado ao termo de compromisso de depósito, sendo de
responsabilidade do técnico ambiental a sua emissão;
♦ Todos os depósitos de fauna silvestre apreendida deverão ser comunicados, em
forma de relatório, ao Departamento de Biodiversidade do IAP, e este deverá
comunicar o IBAMA local;
♦ O IAP deverá realizar vistorias e monitoramento dos depositários, sejam eles
zoológicos, CETAS, criadouro e guarda doméstica, para verificar o tratamento dado
aos animais, bem como para comprovar os dados constantes no termo de depósito,
podendo solicitar relatórios técnicos sobre o estado dos indivíduos depositados
sempre que achar necessário;
♦ O depositário deverá apresentar, obrigatoriamente, ao IAP relatório anual referente
as condições e atividades realizadas com as espécies depositadas;
♦ O recebimento e assinatura do termo de fiel depositário pode ser recusados pelo
depositário. Nos casos onde o depositário seria o próprio autuado e esse se recuse
a permanecer como depositário, recomenda-se a apreensão de todos os animais
mantidos em cativeiro e o encaminhamento dos mesmos a uma outra instituição que
aceite o termo de fiel depositário.
APREENSÃO DE ANIMAIS ABATIDOS, COUROS, PELES, PEÇAS TAXIDERMIZADAS E
ESQUELETOS
♦ Não se recomenda a doação de Animais mortos apreendidos a instituições de
assistência social, exceto nos casos em que for realizada inspeção sanitária
rigorosa;
♦ Animais mortos, couros ou esqueletos apreendidos com procedência e que
estiverem em bom estado de conservação devem ser encaminhados a instituições
de pesquisa ou a museus, servindo como peças biológicas para estudos científicos.
♦ Animais ou materiais sem procedência devem ser destinados ou utilizados para fins
de educação ambiental.
♦ Animais sem condições de destinação devem ser encaminhados ao aterro sanitário
para destinação final.
65
Finalmente, no que diz respeito aos destinos possíveis à fauna apreendida,
esses também devem ser constantemente avaliados, sobretudo quanto à qualidade
técnica na manutenção dos animais, bem como quanto à credibilidade do local. Ainda
deve-se considerar que a lista de possíveis destinos deve ser constantemente
atualizada, quanto à capacidade de recepção e espécies que podem ser recebidas.
Adicionalmente, em muitas ocasiões será necessário destinar animais para instituições
em outros estados.
REABILITAÇÃO
O processo de encaminhamento de animais, após a triagem deve ser
regulamentado, obedecendo a uma série de critérios técnicos, que dizem respeito às
espécies destinadas, características particulares do exemplar em questão e a existência
de destinos possíveis. A determinação dos destinos finais deve seguir também critérios
de avaliação técnica sobre a qualidade e capacidade de recebimento dos locais de
recepção/ depósito.
Recomenda-se que as espécies apreendidas, listadas como ameaçadas pela
lista vermelha oficial de fauna estadual, sejam consideradas como prioritárias durante o
processo de triagem, destinação ou reabilitação. Entretanto, devem-se priorizar,
sobretudo, as situações e casos de emergência mesmo não estando os animais
afetados na lista de fauna ameaçada. Adicionalmente o processo de reabilitação e
destinação proporcionará dados para que sejam atualizadas as listas sobre espécies
prioritárias para manejo e reabilitação no Estado.
Outra característica do processo de manejo que deve ser observada é a
aplicabilidade e atualização dos protocolos de atividade ao longo do tempo, sendo
fundamental para alcançar o sucesso do processo de destinação e reabilitação.
66
5. BRREEVVEE APPAANNHHAADDO
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A principal legislação que se refere aos animais silvestres e sua proteção é a
legislação federal:
Constituição Federal, art. 225: trata do meio ambiente, § 1º, VII, incumbindo ao
Poder Público proteger a fauna e a flora, vedadas na forma de lei as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, que provoquem a extinção de espécie ou
submetam os animais à crueldade;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre florestas, caça, pesca, fauna , conservação da natureza,
defesa do solo e os recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da
poluição.
Decreto n.º 24.645 de 10/07/1934: estabelece medidas de proteção aos animais,
que deverão ser tutelados pelo Estado, assistidos em juízo pelo Ministério Público e
pelos membros das Sociedades Protetoras dos Animais.
Lei 5.197, de 3/01/1967: Dispõe sobre a Proteção à fauna, e dá outras
providencias.
Lei n.º 6.938/81 (Política do Meio Ambiente), que teve nova redação dada pela
Lei n.º 7.804/89 define a fauna como Meio Ambiente.
Lei n.º 7.173, de 14/12/1983: dispõe sobre o estabelecimento e funcionamento de
Jardins Zoológicos.
Lei n.º 9.605/98 (Lei dos crimes Ambientais art. 32): Dispõe sobre as sanções
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente,
e dá outras providencias,
Lei n.º 6.638, de 08/05/1979: concernente à vivissecção de animais.
Lei n.º 7.347, de 24/07/1985: refere-se à ação civil pública e meio ambiente;
Portaria n.º 117, de 15/10/1997: dispõe sobra a compra e venda de animais
silvestres.
Portaria n.º 118/97: normatiza o funcionamento de criadouros de animais
silvestres para fins econômicos.
Portaria n.º 005/91: estabelece critérios para o acasalamento de espécies
ameaçadas da fauna brasileira.
3
Coletânea baseada em IBAMA (2003) e BRANCO (1999).
67
Portaria n.º 016/94: regulamenta a criação ou a manutenção em cativeiro da
fauna silvestre com a finalidade de subsidiar pesquisas científicas.
Portaria n.º 139N/93: regulamenta a obtenção de registro de “criadouro
conservacionista”.
Convenção para a Proteção da Flora, Fauna e das Belezas cênicas dos
Países da América: Washington, em 12 de outubro de 1940, aprovada no Brasil, pelo
Decreto Legislativo n.º 3/48 e promulgada pelo Decreto Federal n.º 58.054, de 23 de
março de 1966. Determina proteção total às espécies reconhecidamente ameaçadas de
extinção.
Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna
Selvagens em Perigo de Extinção - CITES: Washington, em 3 de março de 1973,
aprovada no Brasil pelo Decreto Legislativo n.º 54, de 24 de junho de 1975, e
promulgada pelo Decreto Federal n.º 76.623, de 17 de novembro de 1975, coma as
alterações em Gaborone em 20 de abril de 1983, aprovadas pelo Decreto Legislativo n.º
35, de 5 de dezembro de 1985, e promulgadas pelo Decreto Federal n.º 92.446, de 7 de
março de 1986. Reconhece que a fauna e a flora selvagens constituem em suas
numerosas, belas e variadas formas um elemento insubstituível dos sistemas naturais
da terra que devem ser protegidas pelas presentes e futuras gerações e que os
Estados são o seu melhores protetores.
Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias Pertencentes à
Fauna Selvagem: Bonn, em 23 de junho de 1979, aprovada pelo Decreto Legislativo
n.º 21, de 1 de outubro de 1985, e promulgada pelo Decreto Federal n.º 133, de 24 de
maio de 1991.
Convenção sobre a Biodiversidade: Rio de Janeiro, em de junho de 1992,
aprovada pelo Decreto Legislativo n.º 2, de 3 de fevereiro de 1994, aguardando o
Decreto de promulgação, que reconhece a biodiversidade como sendo uma
preocupação comum de toda a humanidade, reafirmando que os Estados são
responsáveis por sua conservação e utilização sustentável para benéfico das gerações
presentes e futuras.
Agenda 21: Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992, aprovada pela
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que trata
também da conservação da biodiversidade e do uso sustentável dos recursos
biológicos, conclamando os Governos a adotarem medidas necessárias à proteção da
biodiversidade.
68
6. DIIRREETTRRIIZZEESS PAARRAA A CRRIIAAÇÇÃÃO
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A destinação de animais silvestres apreendidos não é um processo simples e
direto. Em alguns casos, pode haver a necessidade de apoio técnico e especializado de
profissionais da área, para se tratar de forma adequada as questões específicas que
possam surgir durante o processo de apreensão e destinação dos animais.
Sendo assim, faz-se necessário a criação de um conselho para assuntos
relacionados à fauna, de forma a orientar e encaminhar problemas relacionados à
solturas (translocações, reintroduções, etc.) ou depósitos de animais de maneira geral
(Figura 6.1).
Este conselho poderá ser instituído por ato próprio do IAP ou então, pelo
Conselho Estadual do Meio Ambiente (CEMA), conforme decreto n.º 4.447/ 96.
O conselho deve ser composto, eqüitativamente, por representantes de
entidades governamentais, comunidade científica com atuação na área de fauna e
entidades ambientalistas constantes no Cadastro de Entidades Ambientalistas nãogovernamentais. Além disto, técnicos especializados que não sejam integrantes do
plenário que constituirá o conselho, poderão ser consultados, sempre que necessário,
para auxiliar no desenvolvimento dos trabalhos. O conselho poderá ainda ser dividida
em sub-componentes, como por exemplo, grupos especializados em avifauna,
mastofauna, herptofauna e assim por diante.
No Estado do Paraná as instituições que deverão ter representantes, além do
IAP e suas superintendências regionais, neste processo são:
♦ Museu de História Natural de Curitiba;
♦ IBAMA local;
♦ Universidades públicas e particulares: UFPR, PUC/PR, UEL, UEM,
UNIOESTE, e outras (conforme região);
♦ Secretarias municipais de meio ambiente (conforme situação regional);
♦ ONGs.
QUAL A FUNÇÃO DO CONSELHO
♦ Orientar e encaminhar problemas relacionados à translocações,
reintroduções, ou depósitos de animais silvestres apreendidos, contribuindo
para preservar a fauna e seus habitats;
♦ Orientar e encaminhar problemas relacionados à fauna de maneira geral;
♦ Promover a integração, articulação e comunicação entre os órgãos
ambientais com atuação na área de fauna;
♦ Instituir câmaras técnicas regionalizadas sempre que necessário;
♦ Participar da formulação de planos e programas governamentais que
envolvam a fauna silvestre.
69
QUANDO RECORRER AO CONSELHO
♦ Quando a apreensão ou destinação tratar-se de animais que estejam na
lista oficial das espécies ameaçadas de extinção (consultar listas estaduais
e federais de espécies ameaçadas);
♦ Quando a apreensão ou destinação tratar-se de animais silvestres exóticos
ao local ou região;
♦ Quando houver impossibilidade de destinar os animais, por motivo de
superlotação dos locais destinados a recepção dos mesmos;
♦ Em casos de eutanásia;
♦ Quando for necessário a translocação de espécies apreendidas ou
capturadas;
♦ Situações emergenciais de controle de espécies problemas.
70
Figura 6.1: Modelo de portaria para criação do conselho estadual de proteção à fauna.
PORTARIA IAP, N.º ..........., DE ..................................................
O Instituto Ambiental do Paraná - IAP, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelo
.................................., e tendo em vista o disposto em seu regimento interno,
Resolve:
Art. 1° . Criar o Conselho Estadual de Proteção à Fauna.
Art. 2°. O Conselho Estadual de Proteção à Fauna será composto por representantes das
instituições abaixo relacionadas:
I.
II.
III.
IV.
V.
VI.
Instituto Ambiental do Paraná;
Representantes das superintendências regionais do IAP;
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis do
Paraná;
Prefeitura Municipal de Curitiba, através do Museu de História Natural de Curitiba;
Universidades públicas e particulares;
Entidades ambientalistas cadastradas no Cadastro de Entidades Ambientalistas nãogovernamentais.
Art. 3º. O Conselho Estadual de Proteção à Fauna poderá instituir, sempre que necessário,
câmaras técnicas regionais temporárias ou permanentes para atendimento regionalizado.
Art. 4°. Técnicos especializados que não sejam integrantes do plenário que constituirá a
câmara técnica, poderão ser consultados, sempre que necessário, para auxiliar no desenvolvimento
dos trabalhos.
Art. 5°. O Conselho Estadual de Proteção à Fauna de que trata o artigo 1° desta Resolução
terá como objetivos:
I.
II.
III.
IV.
Orientar e encaminhar problemas relacionados à translocações, reintroduções ou
depósitos de animais silvestres apreendidos, contribuindo para preservar a fauna e
seus habitats;
Orientar e encaminhar problemas com fauna de maneira geral;
Promover a integração, articulação e comunicação entre os órgãos ambientais com
atuação na área de fauna;
Participar da formulação de planos e programas governamentais que envolvam a
fauna silvestre.
Art. 6º. O prazo de duração do presente Conselho é indefinido.
Art. 7°. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
71
7. CEENNTTRRO
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ESTRUTURA OPERACIONAL
O Centro de Manejo de Animais Silvestres (CEMAS) tem como objetivo principal
receber e manter animais silvestres oriundos de apreensões realizadas pelos órgãos
ambientais, até que possam ser transferidos para um zoológico ou criadouro
cadastrado no IBAMA, ou então quando o processo de reabilitação puder ser
viabilizado, reintroduzindo o animal à natureza.
A permanência do animal no CEMAS deve ser, necessariamente, de caráter
temporário. Assim, será possível que o Centro tenha seus recintos liberados para o
recebimento de novas apreensões, permitindo uma dinâmica nas ações dos órgãos de
fiscalização. Contudo, acima das questões que regem a dinâmica das ações de
fiscalização o CEMAS deve priorizar o bem estar dos animais apreendidos, e a
determinação do melhor destino possível para aqueles animais já avaliados. Sendo
assim, o caráter temporário da permanência dos animais dependerá de fatores internos
ao Centro e da disponibilidade de destino adequado.
O trabalho de recepcionar e triar animais implica em registrar a entrada de cada
indivíduo, identificando qual é a espécie e o sexo (quando possível), buscando o
máximo de informações quanto ao local em que foi capturado e/o tempo de cativeiro,
verificando qual é o habitat da espécie, e alojando os animais em local adequado para
receberem o devido tratamento. Após serem examinados, os animais ficam sob
quarentena para receber nutrição adequada e sob observação para identificar o
aparecimento de possíveis doenças. Durante esse período, a equipe de técnicos do
Centro deve estudar o melhor destino para os animais, o que constitui o trabalho de
triagem em si (IBAMA, www.ibama.org.br).
O destino dos animais apreendidos será preferencialmente zoológicos,
criadouros registrados no IBAMA, e centros de pesquisa. Solturas são, sempre que
possível, vinculadas à programas específicos de manejo para as diferentes espécies.
Animais ameaçados de extinção são tratados de maneira especial, caso a caso,
seguindo recomendações de comitês nacionais e internacionais, quando existentes.
O CEMAS deve se caracterizar como um serviço de proteção animal voltado à
preservação das espécies (BRANCO, 1999).
SUBORDINAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
O CEMAS pode ser gerenciado pelo próprio IAP ou por outras Instituições, em
sistema convênio ou parceria, sob a supervisão do IBAMA. Se gerenciado pelo IAP,
deverá funcionar subordinado tecnicamente a uma Unidade de Fauna, no caso à
Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas, Departamento de Biodiversidade
(DIBAP/ DEBIO).
Os Centros de Triagem ou de Manejo de Fauna devem ser aprovados pelo
72
IBAMA por meio de termos de cooperação técnica, onde devem ser atribuídas e
definidas as obrigações e direitos de cada uma das partes envolvidas contemplando,
sobretudo, aspectos técnicos que envolvem a triagem e destinação da fauna
apreendida. Tal termo de cooperação é fundamental para que o IBAMA possa delegar
ao órgão ambiental estadual, e aos técnicos designados pelo estado, atribuições que a
princípio são de responsabilidade da União. Desta forma, o termo que definirá
responsabilidades deve ter como objetivo oferecer agilidade de decisão ao Estado, a
fim de não sobrecarregar o órgão ambiental com demandas novas. Todavia, tal termo
será objeto de negociação entre as partes envolvidas, para que possa suprir as
necessidades operacionais dos órgãos ambientais e, acima de tudo, possa contribuir
com a conservação das espécies silvestres no estado do Paraná.
Para que o Centro possa cumprir às exigências decorrentes de suas atribuições,
deverá ser estruturado organizacional e operacionalmente em setores, que terão
atribuições distintas (Adaptado de BRANCO, 1999), conforme o apresentado abaixo e
na Figura 7.1:
a) Setor de Administração com suas seções de Informação e de Logística;
b) Setor de Recepção, Identificação, Assistência Médico-Veterinária e Triagem;
c) Setor de Reabilitação e Espera;
d) Seção de Nutrição Animal e Ambientação, que dá suporte aos setores citados nos
itens b e c;
e) Setor Técnico de Biologia e Manejo de Fauna.
73
Figura 7.1: Organograma da estrutura operacional do CEMAS.
CEMAS
Informação
Administração
Logística
Setor de
Recepção,
Identificação,
Assistência
MédicoVeterinária e
Triagem
Setor de
Reabilitação e
Espera
Setor Técnico
de Biologia e
Manejo de
Fauna
Seção Nutrição
e Ambientação
COMPETÊNCIAS DO CEMAS E SEUS SETORES
As atribuições do CEMAS são:
♦ Receber, identificar, tratar, manter e destinar os animais silvestres
apreendidos pela fiscalização dos órgãos ambientais (IAP, BPFlo, IBAMA e
prefeituras locais);
♦ Propiciar aos animais condições de tratamento com espaço físico,
alimentação, atendimento veterinário e acompanhamento biológico
adequados;
♦ Manter registro e controle de dados biológicos e veterinários dos animais
silvestres que passam pelo Centro, fornecendo subsídios às instituições
envolvidas com o manejo da fauna;
♦ Realizar a reabilitação de animais silvestres;
♦ Realizar solturas de animais silvestres;
74
♦ Manter banco de dados com informações sistematizadas e estatísticas
sobre recebimento e destinação de fauna, bem como procedência dos
animais e possíveis rotas de tráfico;
♦ Realizar e manter o cadastro de áreas propícias para a reintrodução dos
animais silvestres;
♦ Manter cadastro de criadouros e outras instituições assemelhadas que
poderão atuar como receptoras de fauna silvestre;
♦ Utilizar técnicas de marcação e de monitoramento pós-reintrodução dos
animais silvestres na natureza;
♦ Controlar zoonoses e doenças dos animais silvestres avaliados;
♦ Fomentar pesquisa científica;
♦ Manter um intercâmbio de informações entre as instituições parceiras;
♦ Possibilitar treinamento de pessoal na área de clínica e manejo de animais
silvestres;
♦ Prestar informações sobre a fauna silvestre;
♦ Executar projetos e programas na área de fauna silvestre;
♦ Fazer a publicação e divulgação de trabalhos científicos;
♦ Propor convênios e parcerias com instituições públicas ou privadas,
nacionais ou internacionais na área de fauna silvestre, a fim de esforços
conjuntos para a preservação das espécies e seu habitat, bem como para
obtenção de recursos financeiros e humanos para o desenvolvimento dos
seus objetivos.
Com relação aos setores, suas atribuições serão:
ADMINISTRAÇÃO
O CEMAS deverá ser dirigido por técnicos com comprovada habilitação
profissional na área, nomeados, quando for o caso, pelo Presidente do IAP, ouvida a
DIBAP.
À administração do Centro compete:
♦ Planejar e coordenar as atividades do Centro;
♦ Responsabilizar-se e responder pela execução dos trabalhos e atos
administrativos necessários à implementação das atividades do Centro;
♦ Elaborar e coordenar propostas de convênios nacionais e internacionais a
fim de captar recursos;
♦ Elaborar e apresentar projetos ao FNMA, FEMA ou outras instituições para
captação de recursos;
♦ Coordenar a elaboração de normas de procedimentos de cada setor;
♦ Participar da elaboração de projetos e programas desenvolvidos pelos
setores;
♦ Fazer a solicitação de materiais e equipamentos necessários ao pleno
desenvolvimento de cada setor e seção do Centro;
♦ Submeter anualmente à DIBAP/ DEBIO relatórios de atividade.
75
A seção de Informação compete:
♦ Coordenar o preparo de material de divulgação institucional;
♦ Prestar o atendimento de recepção ao público;
♦ Dar apoio administrativo à Diretoria do Centro;
♦ Informatizar os dados dos prontuários dos animais recebidos;
♦ Montar um banco de dados com informações sobre a entrada e saída de
animais silvestres do Centro;
♦ Manter intercâmbio de informações com instituições que atuem na área de
manejo de fauna;
♦ Organizar palestras e cursos de aperfeiçoamento técnico;
♦ Organizar palestras e campanhas de educação ambinetal;
♦ Cooperar com o processo de avaliação e busca por destino adequado aos
animais manejados pelo centro.
À seção de Logística compete:
♦ Responder pelo arquivamento de documentos administrativos;
♦ Coordenar o uso de veículos;
♦ Coordenar os serviços de limpeza, recepção, telefonia, reprografia,
segurança e copa;
♦ Responder pelo almoxarifado;
♦ Fazer solicitação e acompanhamento dos serviços de manutenção geral.
SETOR DE RECEPÇÃO, IDENTIFICAÇÃO, ASSISTÊNCIA MÉDICO-VETERINÁRIA E TRIAGEM
♦ Receber os animais encaminhados pela fiscalização;
♦ Identificar a que espécie os animais pertencem, sua área de ocorrência
natural, bem como sua distribuição geográfica natural;
♦ Recolher informações adicionais referentes à origem imediata dos animais,
situação de cativeiro e apreensão, ou outras informações que contribuam
na determinação das rotas de tráfico e formas de uso da fauna;
♦ Documentar a retenção do animal no Centro, devidamente identificado;
♦ Documentar todos os procedimentos adotados em fichas próprias;
♦ Colocar todo o animal recebido em quarentena ou internação;
♦ Prestar assistência médico-veterinária clínica e cirúrgica aos animais
durante a quarentena;
♦ Realizar exames complementares de diagnóstico;
♦ Realizar a higienização e esterilização dos materiais hospitalares;
♦ Avaliar criteriosamente possíveis zoonoses e notificar quando houver
confirmação, ou dúvida razoável;
♦ Identificar os animais através de marcação individual (anilhas, tatuagens,
76
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
brincos, transponders, colares, ou outros métodos);
Dar alta ao final da quarentena ou internação, liberando o animal para sua
destinação final;
Indicar segundo características sanitárias, físicas ou comportamentais dos
animais em quarentena qual será o destino provável, ou seja, programas de
cativeiro, ou reabilitação;
Realizar Necropsia dos animais recebidos que vierem a óbito durante sua
permanência no CEMAS;
Emitir laudos e pareceres técnicos quando solicitado ou em situações de
relevante interesse às espécies ou pessoas envolvidas;
Encaminhar peças biológicas a museus ou outras instituições de pesquisa;
Fazer a solicitação de materiais e equipamentos necessários ao
funcionamento do Setor;
Prestar relatórios técnicos mensais à Administração.
SETOR DE REABILITAÇÃO E ESPERA
♦ Assistir os animais de forma a readquirirem as condições anatômicas e
funcionais, por meio de técnicas de treinamento físico e comportamental,
visando a sua relocação na natureza;
♦ Realizar soltura dos animais reabilitados;
♦ Dar destinação apropriada aos animais que necessitem permanecer em
cativeiro;
♦ Manter cadastro de criadouros e outras instituições assemelhadas que
poderão atuar como receptoras dos animais que permanecerão cativos;
♦ Documentar todos os procedimentos adotados em fichas próprias;
♦ Prestar relatórios técnicos mensais à Administração.
Dando suporte ao setor de Recepção, Identificação, Assistência Médicoveterinária e Triagem e ao setor de Reabilitação e Espera, existe a Seção de Nutrição
Animal e Ambientação, que possui as atribuições de:
♦ Elaborar e ministrar cardápio a cada animal, atendendo suas necessidades
biológicas e recomendações médicas;
♦ Fornecer a alimentação aos animais internados;
♦ Manter o biotério em funcionamento;
♦ Adequar o ambiente de cativeiro às espécies alojadas, a fim de facilitar sua
recuperação médica ou comportamental, bem como reduzir o estresse
inerente ao cativeiro;
♦ Realizar a higienização e desinfecção dos recintos, áreas de manejo,
cambiamentos, equipamentos e utensílios de nutrição e alimentação;
♦ Fazer a solicitação de materiais e equipamentos necessários ao
funcionamento da seção;
77
♦ Prestar relatórios técnicos mensais à Administração.
SETOR TÉCNICO DE BIOLOGIA E MANEJO DA FAUNA
♦ Realizar o mapeamento e cadastro de áreas propícias para a soltura dos
animais, respeitando sempre a área de distribuição geográfica das
espécies;
♦ Realizar levantamento preliminar de flora e fauna, tamanho da área,
estimativas de densidade das diferentes espécies da comunidade local de
fauna, existência de suporte alimentar e locais para abrigo e reprodução;
♦ Avaliar a segurança das áreas indicadas como propícias às solturas;
♦ Realizar acompanhamento após a reintrodução dos animais na natureza;
♦ Propiciar treinamento e aperfeiçoamento técnico;
♦ Prestar relatórios técnicos mensais à Administração;
♦ Elaborar projetos, participar de campanhas de educação ambiental, bem
como ministrar palestras de educação ambinetal.
COMO DEVERÁ FUNCIONAR A RECEPÇÃO DOS ANIMAIS NO CEMAS
O animal chegando ao CEMAS será recepcionado no Setor de Recepção,
Identificação, Assistência Médico-veterinária e Triagem, onde será submetido a
procedimentos de avaliação (Figura 7.2). Inicialmente, os animais serão identificados e
será preenchido o prontuário médico, com informações sobre a espécie a que pertence,
o sexo, idade aproximada, procedência e distribuição geográfica natural. Neste setor,
será feita ainda a avaliação médica e biológica do animal, realizando-se coletas de
material biológico (sangue, fezes, ectoparasitos) destinado a exames parasitológicos e
outros complementares.
Quando houver necessidade será realizado tratamento clínico e/ou cirúrgico.
Animais que porventura vierem a óbito ou sejam submetidos à eutanásia4, durante o
processo de triagem serão destinados, após necropsia e emissão de laudo técnico, a
Nota técnica dos Consultores: A eutanásia muitas vezes figura como uma opção de manejo
para os animais excedentes. Acredita-se que a falta de destino, ou espaço físico no centro não
justifica a eutanásia do paciente. Essa atitude só deve ser considerada em duas hipóteses: 1)
Diante da notável inviabilidade de recuperação do animal, onde seqüelas não permitem ao
paciente uma sobrevida satisfatória, ou seja, a situação clínica indica que seria dolorosa e
desagradável ao animal a tentativa de mantê-lo vivo; 2) A segunda situação se aplica
principalmente a espécies problemas, exóticas ou nativas, as quais podem comprovadamente
produzir danos ambientais se ocorresse fuga ou soltura inadvertida de indivíduso ou grupo
desses animais. Nesse segundo caso acredita-se que a eutanásia só seria aceita se
adicionalmente produzisse desenvolvimento científico, contribuindo com estudos nas áreas
biomédicas como anatomia, fisiologia, farmacologia, patologia e outras. Para tanto seria
necessário que o CEMAS fomentasse tais estudos, os quais seriam realizados por instituições
de pesquisa.
4
78
museus ou instituições de pesquisa para o preparo de peças biológicas. Após alta
clínica, ou período de quarentena o animal que esteja apto à reabilitação, ou aqueles
que permanecerão em cativeiro serão encaminhados ao Setor de Reabilitação e
Espera.
Ao ser encaminhado ao Setor de Reabilitação e Espera o animal receberá todo
tratamento necessário para sua reabilitação anatômica e funcional, visando a sua
soltura na natureza. Na medida do possível deverão existir programas específicos de
reabilitação para os principais grupos de animais que rotineiramente sejam submetidos
a esse processo. Tais projetos devem contemplar aspectos relativos aos procedimentos
pré-soltura e formas de acompanhamento pós-soltura. Tal necessidade é justificada
pelo fato de que a eficiência de um programa de reabilitação só pode ser comprovada
se os resultados forem positivos, ou seja, se os animais reabilitados foram capazes de
sobreviver e se reproduzir onde foram liberados. Os resultados além de comprovar a
eficiência dos trabalhos pré-soltura, também servem para remodelar essas técnicas,
conferindo maior eficiência a todo o processo. Os animais sem condições de soltura
permanecerão no centro aguardando até que seja determinado seu destino. Na
determinação dos locais mais apropriados para o recebimento dos animais o centro
deverá manter boa comunicação com instituições científicas, criadouros regularizados e
zoológicos, os quais possam servir como destinatários legais da fauna apreendida. A
escolha do local de destino deve ser criteriosa, a fim de proporcionar aos animais boas
condições de manutenção no futuro, ou que esses sejam integrados a programas de
desenvolvimento científico ou de reprodução em cativeiro.
A Seção de Nutrição Animal e Ambientação dará suporte aos setores de
Recepção, Identificação, Assistência Médico-Veterinária e Triagem e ao de Reabilitação
e Espera, através do acompanhamento nutricional dos animais. O técnico responsável
pelo setor terá de elaborar dietas específicas por espécie ou grupo taxonômico, além de
elaborar cardápios que supram as necessidades clínicas dos animais em tratamento e
reabilitação, conforme o solicitado pelos setores citados acima. A seção será
responsável pela manutenção do biotério que terá sua produção voltada para criação
de pequenos roedores, insetos e também a manutenção temporária de filhotes de aves
domésticas para alimentação de animais mantidos no CEMAS.
Os tratadores, subordinados a essa seção, serão responsáveis pela distribuição
dos alimentos aos animais mantidos no CEMAS. Adicionalmente, serão responsáveis
pela limpeza e manutenção dos recintos, além de ambientar os animais à presença
humana. Isso se justifica pelo fato de que os tratadores serão as pessoas com maior
contato com os animais, o que facilita a implantação das estruturas internas
necessárias a ambientação. Além disso, os tratadores poderão observar com maior
facilidade qualquer alteração nas estruturas físicas do recinto que possam ser
prejudiciais aos animais.
As áreas propícias para a soltura dos animais reabilitados, serão indicadas pelo
setor de Biologia e Manejo da Fauna, que realizará o mapeamento e a caracterização
prévia dos locais apropriados, incluindo inventários de flora e fauna, capacidade de
suporte, existência de locais para procriação e segurança para os animais reabilitados.
A caracterização dos locais para soltura dos animais reabilitados poderá ocorrer em
áreas particulares, ou públicas. Preferivelmente, as UC’s não devem ser utilizadas para
esse fim, a menos que fique claro durante a caracterização da área que há uma
necessidade urgente de introduzir animais em tais unidades. Tal cautela é necessária,
79
pois deve ser considerado o risco que a soltura nestas áreas poderiam acarretar no
equilíbrio da dinâmica das populações já existentes no local, o que é inerente ao
processo de reabilitação. Este setor ficará incumbido também de realizar o
acompanhamento dos animais após a sua soltura, bem como avaliar o impacto dessas
solturas nas áreas utilizadas, através da aplicação de técnicas e métodos de
monitoramento apropriados a cada espécie e habitat.
Em síntese, o modelo de manejo da fauna apreendida, proposto para o Estado
do Paraná, caracteriza-se como importante componente do funcionamento e da
necessidade de manejar a fauna nativa de forma global, contemplando aspectos mais
amplos do que apenas o recebimento e cuidados com a saúde dos indivíduos.
O aspecto mais relevante e atuante do programa inclui uma seção de Biologia e
Manejo da Fauna a qual demonstra não só a preocupação com a saúde individual dos
animais apreendidos, mas também, a necessidade do Estado em zelar pela saúde das
populações selvagens e do habitat onde vivem. Esse setor fica responsável por todo o
levantamento das características biológicas e sanitárias dos locais destinados à soltura
dos animais reabilitados. Adicionalmente, responde pela avaliação de todo o programa
de reabilitação, pois são os resultados obtidos em campo que comprovam a eficiência
ou as deficiências do modelo e das técnicas utilizadas.
80
Figura 7.2: Fluxograma de movimento dos animais no CEMAS
Entrada do animal do CEMAS
Setor de Recepção, Identificação, Assistência
Médico-veterinária e Triagem.
Identificação da espécie; Sexo; Idade
aproximada; Procedência; Histórico da
apreensão; Distribuição geográfica natural;
Outras particularidades do indivíduo.
Exames complementares
Tratamento clínico ou cirúrgico
Identificação do animal
Avaliação
biológica
médica
e
Destino de Triagem
Cativeiro
Eutanásia
ou óbito
Contato com o
criadouro, instituição
científica, ou
zoológico; Marcação;
Encaminhamento do
Animal.
Necropsia,
Museu ou
instituição de
pesquisa
Reabilitação
Quarentena
Acompanhamento
médico e biológico;
Treinamento
e
Marcação.
Setor de Biologia e Manejo da fauna
Indicação das áreas de soltura
Marcação
Projeto de monitoramento das espécies
81
Soltura
Monitoramento
e
ESTRUTURA FÍSICA
ESTRUTURA GERAL
O CEMAS será composto por uma estrutura administrativa e uma estrutura
técnica. A parte administrativa terá sua dimensão definida pelo IAP, considerando a
necessidade de gerenciar os setores envolvidos na triagem e destinação dos animais,
bem como a assistência às unidades de fiscalização, promovendo cursos e orientando
visitação ao centro.
A estrutura técnica deverá ser adequada a receber, triar e destinar os animais
apreendidos pelos órgãos de fiscalização. Avaliando o histórico das apreensões
realizadas no Estado entre os anos de 1979 e 2002, pode-se notar a tendência de que
as apreensões de répteis e mamíferos fiquem próximas a 100 indivíduos ao ano, ao
passo que as apreensões de aves irão provavelmente ultrapassar o número de 500
indivíduos, ou ficarão pouco abaixo disso. Cabe ressaltar que, em alguns momentos, o
número de ocorrências com aves ultrapassou 3.000 indivíduos, contudo algumas
dessas ocorrências referem-se a episódios de envenenamento de animais em lavouras
no interior do estado (Figura 7.3). A distribuição dos dados mostra que o CEMAS deve
estar prioritariamente preparado e equipado para triar, reabilitar e destinar
passeriformes, segundo os dados observados no levantamento apresentado
inicialmente.
Contudo, os processos de triagem, reabilitação e destinação de répteis e
mamíferos também devem ser contemplados, bem como as demais ordens da avifauna.
Adicionalmente, a reabilitação e destinação dos mamíferos e répteis tende a ser mais
longa que a das aves, o que pode representar um acúmulo de animais como primatas,
carnívoros, quelônios e outros grupos de difícil destinação ou reabilitação.
82
Figura 7.3: Distribuição do volume de ocorrências por espécie entre o período de 1979
e 2002.
3500
3000
2500
2000
1500
Répteis
Mamíferos
Aves
1000
500
2001
Répteis
2002
1999
2000
1998
1996
1997
1995
1993
1994
1992
1990
1991
1988
1989
1987
1985
1986
1983
1984
1981
1982
1979
1980
0
Considerando os grupos animais mais freqüentes, o volume de ocorrências ao
longo do ano e a dinâmica do processo de triagem, destinação e reabilitação, o CEMAS
deverá possuir uma estrutura física composta por:
♦ Hospital de Triagem;
♦ Sala de Necropsia;
♦ Sala de Nutrição;
♦ Biotério;
♦ Lavanderia;
♦ Oficina geral;
♦ Vinte recintos fechados na parte superior, para Quarentena;
♦ Vinte recintos fechados na parte superior, para Reabilitação e Espera;
♦ Dez recintos abertos na parte superior, para reabilitação e Espera,
♦ Cinco recintos fechados na parte superior, para Visitação.
♦ Sala de técnicos do setor de Reabilitação e Espera e para o setor de
Biologia e Manejo da Fauna.
O Hospital de Triagem representa a estrutura mais complexa do CEMAS, pois
como unidade isolada deve ser capaz de receber, identificar, avaliar clinicamente e dar
tratamento aos animais recebidos. Para tanto, deve contar com auxílio diagnóstico no
local, compostos principalmente por um laboratório clínico básico e equipamento de
raios-X. A necessidade de procedimentos cirúrgicos é relativamente freqüente durante
o processo de reabilitação da fauna apreendida, o que torna necessário uma estrutura
destinada à realização desses procedimentos.
Uma parcela considerável dos animas apreendidos necessita de cuidados
83
especiais durante a quarentena, o que torna necessário uma área para internação bem
estruturada e próxima ao ambulatório e laboratório. Para tornar o serviço médicoveterinário hospitalar mais eficiente, propõe-se que essa área seja interna ao hospital,
com possibilidade de deslocar os pacientes internados para áreas de solário. Para
tanto, indica-se que os animais sejam internados em dois tipos de recintos: fixos com
acesso direto ao solário e gaiolas móveis, que são deslocadas para o pátio externo
quando necessário.
Adicionalmente, o Hospital de triagem deve possuir: uma sala de recebimento e
pré-triagem, um escritório para abrigar os documentos clínicos e de registro dos
animais, uma sala de técnicos, um depósito, um alojamento, um vestiário e uma copa. A
Figura 7.4 apresenta o anteprojeto do Hospital de Triagem.
Como apoio às atividades médicas deverá existir também uma sala de
Necropsia, a qual deverá ser, preferencialmente, separada do hospital de triagem. Além
de ser o local onde serão realizados os exames macroscópicos pós-morte, a sala de
Necropsia se destina a manter os cadáveres antes do procedimento de Necropsia, e as
peças anatômicas e peles antes dessas serem encaminhadas a centros de pesquisa e
museus. Desta forma, deverá ser equipada com freezer e câmara fria (Figura 7.5).
Finalmente, o hospital de triagem terá apoio da lavanderia responsável pela
limpeza de campos cirúrgicos, compressas, aventais, macacões e outras rouparias
utilizadas na manutenção e tratamento dos animais.
84
Figura 7.4: Anteprojeto da estrutura básica para um Hospital de Triagem para animais
silvestres da fauna nativa.
Figura 7.5: Anteprojeto da estrutura básica para uma sala de necropsia.
10m
7m
3m
Câmara
fria
2m
5m
Necropsia
BWC
Vestiário
2m
85
3m
A seção de Nutrição e Ambientação terá como principais estruturas a Sala de
Nutrição, o Biotério e a Oficina Geral. A sala de Nutrição será o local onde serão
preparados os alimentos para os animais, conforme suas necessidades específicas e
individuais. Nessa estrutura serão também mantidos os estoques de alimentos e o local
onde utensílios como comedouros e cochos de alimentação serão lavados e
desinfetados (Figura 7.6). A sala de Biotério (Figura 7.7) também será mantida pela
seção de Nutrição e Ambientação, devido ao fato de que a escala produtiva do biotério
e o material consumido naquele local serão diretamente comandados pela demanda
alimentar dos animais recebidos pelo CEMAS. A atribuição da Seção de realizar a
manutenção da estrutura interna dos recintos, e adequar o ambiente à espécie mantida
justifica o fato de que a oficina geral esteja sob sua responsabilidade.
Figura 7.6: Anteprojeto da estrutura básica para uma sala de nutrição para o CEMAS.
86
Figura 7.7: Anteprojeto da estrutura básica para uma sala de biotério para o CEMAS.
A estrutura básica dos recintos será semelhante em todos os tipos e tamanhos
previstos (Figuras 7.8 e 7.9). Tal estrutura está orientada para facilitar o manejo dos
animais, considerando que o recinto também deve ser capaz de abrigar diferentes
espécies de aves, répteis e mamíferos. Todo o recinto terá uma área denominada
cambiamento, a qual será coberta por telhas e composta por um conjunto de portas,
que permitirão que os animais contidos no recinto sejam restritos quando necessário
sua manipulação, ou manutenção do recinto.
Haverá dois tipos principais de recintos: os cobertos por tela, que se destinam à
manutenção principalmente de aves, podendo abrigar também diversas espécies de
répteis e mamíferos, e um segundo tipo representado pelos recintos abertos, ou seja,
sem tela na porção superior. Esses se destinam principalmente à manutenção de
mamíferos e répteis terrestres como catetos, veados, jacarés, jabutis e outros animais
que não possuem capacidade de escalar as telas que cercam o recinto.
O CEMAS possuirá dois blocos de Recintos Quarentena e dois blocos de Recintos para
Reabilitação e Espera, cobertos por tela (Figuras 7.10 e 7.11). Devido a demanda para
manutenção de mamíferos terrestres ser menor, planeja-se a construção de apenas um
bloco de recintos abertos (Figura 7.12).
87
Figura 7.8: Anteprojeto da estrutura básica dos recintos quarentena para o CEMAS,
vista superior.
88
Figura 7.9: Anteprojeto da estrutura básica para recintos do CEMAS, detalhes do
tanque e das portas.
Figura 7.10: Anteprojeto do bloco de Recintos Quarentena.
89
Figura 7.11: Anteprojeto do bloco de Recintos cobertos para Reabilitação e Espera.
90
Figura 7.12: Anteprojeto do bloco de Recintos abertos para Reabilitação e Espera.
O CEMAS ainda deverá possuir um bloco com cinco recintos para visitação, os
quais serão idênticos aos recintos de quarentena. A função desse bloco de recintos
será fornecer um local para que a comunidade possa receber orientações sobre os
principais problemas decorrentes da manutenção ilegal de animais silvestres em
cativeiro, servindo como instrumento de educação ambiental (Figura 7.13).
91
Figura 7.13: Anteprojeto do bloco de Recintos para Visitação.
Toda a estrutura administrativa e técnica planejada para o CEMAS, somam um
total aproximado de 3400 m2 de área construída (Figura 7.14), seguindo o CUB de
janeiro de 2003 (R$ 642,72) tem-se um custo médio de implantação física de R$
2.140.000,00. Todavia o custo real de implantação depende de outros fatores e acima
de tudo de um planejamento arquitetônico detalhado, o qual deverá ser orientado por
técnicos com experiência em triagem e manejo de fauna em cativeiro.
Figura 7.14: Anteprojeto de implantação do CEMAS.
92
Da mesma forma, os custos operacionais não poderão ser estimados com
precisão nesse momento, pois a estrutura administrativa e técnica poderão assumir
dimensões diferentes do planejamento prévio proposto nesse momento. Ainda deve-se
considerar que entre os custos de implantação estarão os custos para equipar os
setores relacionados às áreas hospitalares, nutrição, biotério e equipamentos
necessários ao trabalho básico do setor de Biologia e Manejo da Fauna, incluindo
ainda, custos com veículos e mobília para todo o CEMAS.
Assim como os custos de implantação ficam imprecisos sem o planejamento
arquitetônico, os custos operacionais ficam também imprecisos sem um planejamento
administrativo que determine qual o valor salarial e o número de técnicos envolvidos no
serviço do CEMAS.
Adicionalmente, a natureza do trabalho do CEMAS torna imprecisa qualquer
tentativa de estimar custos operacionais por unidade de tempo. Isso se explica pelo fato
de que a chegada de animais não obedece a qualquer cronograma sazonal, sendo
inteiramente dependente do esforço da fiscalização. A variação anual apresentada na
Figura 7.3 exemplifica bem essa situação, onde no ano de 1983 as apreensões de aves
foram próximas a 250 indivíduos e no ano seguinte atingiu aproximadamente 600
indivíduos. Essa variação pode ser de intensidade semelhante em meses consecutivos.
Se for considerado que possa ocorrer a apreensão de duas onças-pintadas no período
de um mês, toda a previsão de gastos, baseada na apreensão normal de
passeriformes, estará subestimada e os custos operacionais podem facilmente dobrar
ou triplicar. Dessa forma, o CEMAS deverá contar com uma certa agilidade para o setor
de compras, sendo uma alternativa interessante o sistema de cartas de crédito utilizado
pelo governo do Mato Grosso do Sul para suprir as necessidades de compras do CRAS
(Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, FIRMINO, informação pessoal.).
Contudo, estima-se um acréscimo de R$ 400.00,00 a R$ 500.000,00 ao custo de
implantação para aquisição de equipamentos hospitalares, material de contenção e
transporte, equipamento de campo, seção de nutrição, biotério e outras áreas técnicas.
De mesma forma, o custo operacional com gastos de manutenção, medicamentos e
alimentação podem ser estimados utilizando como base de cálculos a lotação de 500
aves, 100 mamíferos e 100 répteis por ano. Se for considerado que a média mensal de
animais mantidos, somando todos os setores, seja de 250 aves, 50 mamíferos de
médio e pequeno porte e 50 répteis (quelônios), por mês tem-se um gasto médio de R$
6.000,00 e R$ 10.000,00, considerando os gastos médios declarados por outros centros
de triagem. Em anexo segue a listagem de equipamentos e material básico a
implantação do CEMAS, bem como a necessidade ideal de pessoal por setor.
ESTRUTURA DE PESSOAL
A dinâmica de funcionamento de um centro de recepção e triagem de fauna
silvestre é eminentemente voltada ao diagnóstico e solução de problemas, dessa forma
justifica-se a necessidade de profissionais de nível superior com capacidade técnica
comprovada e experiência em manejo de fauna, in situ e ex situ. Apesar de que grande
parte das apreensões segue um padrão de espécies, tendo as aves como principal
grupo apreendido, essa dinâmica pode variar de forma imprevista em determinados
momentos. Isso gera situações que requerem soluções rápidas para o problema
93
gerado. Como exemplo pode-se citar uma recente apreensão, de 63 indivíduos de
Agouti paca, realizada pelo BPFlo e encaminhada ao CETAS/PUCPR, número maior do
que grande parte das apreensões de passeriformes recebidas por aquele centro. A
solução para essas alterações de padrão passa em grande parte pela capacidade
técnica do pessoal envolvido no CEMAS.
Outro ponto que deve ser considerado quando se planeja o número de pessoas
envolvidas é que o CEMAS não pode ficar sem pessoal em períodos como feriados,
férias e finais de ano. Dessa forma, o planejamento requer que seja implantado um
sistema de plantões no mínimo para áreas prioritárias como Seção de Nutrição e
Ambientação e Setor de Recebimento, Identificação, Assistência Médico-Veterinária e
Triagem. A Tabela 7.1 apresenta a necessidade de qualificação pessoal por área de
trabalho dentro do CEMAS.
Tabela 7.1: Qualificação e Quantidade de pessoal por setor e seção do CEMAS
Administração e Logística
Quantidade
Pessoal Nível Superior (Profissional da Área
de Fauna)
1
Pessoal Auxiliar de Nível Técnico
1
Pessoal Manutenção e Limpeza
3
Setor de Recebimento, Identificação,
Veterinária e Triagem
Quantidade
Pessoal Nível Superior (Médico Veterinário) 3
Pessoal Nível Superior (Biólogo)
3
Pessoal Nível Técnico (Trabalho de
Enfermagem)
2
Seção de Nutrição e Ambientação
Quantidade
Pessoal Nível Superior (Habilitado em
Nutrição Animal)
1
Pessoal Nível Técnico (Tratador)
5
Pessoal Nível Técnico (Preparação de
Alimentos)
3
Setor de Reabilitação e Espera
Quantidade
Pessoal Nível Superior (Médico Veterinário) 1
Pessoal Nível Superior (Biólogo)
1
Setor de Biologia e Manejo de Fauna
Quantidade
Pessoal Nível Superior (Biólogo)
2
Pessoal Nível Superior (Médico Veterinário) 1
Pessoal Nível Técnico (Assistente de
Campo)
2
Total de Pessoal de Nível Técnico:
Total de Profissionais de Nível Superior
94
13
13
8. ESSPPÉÉCCIIEESS PRRIIO
OR
RIITTÁ
ÁR
RIIA
AS
S PA
AR
RA
A MA
AN
NE
EJJO
O
O ritmo acelerado da degradação ambiental ocasionada pelo homem vem
desencadeando uma série de transformações nos sistemas naturais. Com isto,
inúmeras espécies da fauna silvestre diminuíram rapidamente, outras se extinguiram
em conseqüência da caça predatória, destruição do habitat e ação de novos
predadores e competidores.
Por outro lado, as espécies de maior plasticidade comportamental, conseguiram
se adaptar muito bem a algumas dessas condições de alteração do ambiente,
encontrando inclusive inúmeros benefícios, principalmente de nutrição e conseqüente
aumento nas taxas de reprodução. Embora essa adaptação pareça inicialmente algo
positivo pode refletir, em muitos casos, sérios problemas de superpopulação, predação
intensa de espécies presas e danos a atividades produtivas e econômicas,
especialmente à agricultura, gerando um convívio conflitante entre as espécies e o
homem. Nesse sentido, a sobrevivência a médio e longo prazo de inúmeras espécies,
depende de algum tipo de intervenção humana, que englobe o monitoramento e manejo
das populações.
As técnicas e recomendações de monitoramento e manejo dos animais variam
muito entre espécies, em função das suas características biológicas, comportamentais
e também das condições do ambiente onde vivem, ou do cativeiro onde se encontram.
Desta forma, as técnicas de monitoramento e manejo devem ser aplicadas de forma
cuidadosa e apropriada a cada caso.
ESPÉCIES PRIORITÁRIAS E RECOMENDAÇÕES DE MANEJO
Considerando a lista de animais apreendidos, formada a partir do banco de dados da
fiscalização do IAP e a situação de conhecimento técnico sobre alguns grupos da fauna
nativa, pode-se classificar três categorias prioritárias para manejo:
♦ Espécies ameaças de extinção;
♦ Espécies consideradas problema;
♦ Espécies cinegéticas de uso intenso.
Deve-se considerar que algumas espécies podem enquadrar-se em mais de uma
dessas situações, nesses casos as medidas prioritárias devem ser um consenso entre
as questões sociais locais e o valor ecológico da espécie. Sugere-se, ainda, que
decisões quanto à destinação ou manejo de espécies ameaçadas de extinção, sejam
tomadas juntamente com os comitês técnicos específicos existentes, e na ausência
desses, com o Conselho Estadual de Proteção à Fauna.
ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO
PRIMACK & RODRIGUES (2001), sugerem que as espécies especialmente
vulneráveis à extinção e que requerem monitoramento cuidadoso se enquadram em
uma ou mais das seguintes categorias:
♦ Espécies com área de ocorrência limitada;
95
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
Espécies com apenas uma ou algumas populações;
Espécies com populações pequenas ou com baixa densidade populacional;
Espécies com população em declínio;
Espécies que necessitam de habitat amplo;
Espécies de grande porte;
Espécies que não dispersam de forma eficaz;
Migrantes sazonais;
Espécies com baixa variabilidade genética;
Espécies que requerem nichos especiais;
Espécies que são características de ambientes estáveis;
Espécies que formam agregações permanentes ou temporários;
Espécies que são caçadas ou consumidas;
Espécies de valor econômico que favorece a superexploração pelo homem.
Considerando a atualização da lista vermelha de fauna ameaçada para o Estado
do Paraná (Workshop para atualização da lista vermelha de espécies da fauna
ameaçadas de extinção, 2003), recomenda-se que as espécies contidas nesta lista, em
todas as suas categorias, sejam classificadas como prioritárias ao manejo.
Como delineamento básico, às ações de manejo para as espécies ameaçadas
de extinção devem abordar:
♦ Levantamentos populacionais;
♦ Diagnóstico das ameaças para a espécie;
♦ Medidas compensatórias, quando essas estiverem causando problemas à
agricultura ou pecuária;
♦ Programas de proteção de áreas importantes para preservação da espécie;
♦ Programas de Reprodução em Cativeiro, tanto com objetivo científico
quanto de uso comercial;
♦ Programas de Reintrodução e Translocação, abordando propagação em
cativeiro, restauração de habitat, proteção de áreas e monitoramento
populacional;
♦ Programas de educação ambiental integrado a um ou mais desses planos.
A situação de cada espécie deve ser avaliada por profissionais habilitados em
cada área taxonômica, buscando determinar as principais ameaças a cada grupo e os
programas prioritários para cada região do Estado, o que fornecerá informações sobre
as medidas específicas e o plano de ação para cada espécie.
ESPÉCIES CONSIDERADAS PROBLEMA
Na grande maioria das vezes os problemas relacionados às espécies da fauna
silvestre que atacam lavouras, reflorestamentos e animais domésticos, são reflexos de
algum tipo de desequilíbrio no ecossistema. Entre os principais fatores que predispõem
estes tipos de problemas estão a acelerada destruição e fragmentação do habitat
natural.
Como via de regra as conseqüências para as espécies consideradas problema
96
são graves, em muitos casos os animais são abatidos sistematicamente, podendo
desaparecer localmente. Outras vezes apesar do severo impacto na população local a
dinâmica das metapopulações faz com que o problema reapareça em meses ou anos,
fato que em última instância representa perda para todas as partes, pois os produtores
rurais continuam a acumular prejuízos econômicos e a espécie sobre empobrecimento
genético progressivo.
Uma das principais espécies considerada problema no Estado do Paraná é a
pomba-amargosa (Zenaida auriculata), principalmente por invadir e predar áreas de
cultivos de milho e soja (VIDOLIN, 1996). Esta espécie foi beneficiada pelo aumento da
quantidade de recursos alimentares provenientes dessas monoculturas.
Outras espécies são consideradas como problema apenas pela visão do homem,
mas na realidade estão respondendo as alterações nos ecossistemas provenientes das
ações antrópicas. Entre algumas das espécies que se enquadram neste enfoque são os
Rodentia e Artiodactyla, capivara (Hydrochaeris hydrochaeris) e os porcos-do-mato
(Pecari tajacu e Tayassu pecari) respectivamente; os Lagomorpha como a lebre (Lepus
europaeus) (VIDOLIN, 1996). O macaco-prego (Cebus apella) é outra espécie vista
pelos produtores rurais como uma praga, por invadir plantações, consumir pomares,
milharais, canaviais e até mesmo plantações de Pinus spp.
Os carnívoros de topo de cadeia, como a onça-pintada (Panthera onca) e o
puma (Puma concolor) também são espécies consideradas problema, sendo suas
populações altamente atingidas pela caça, em várias localidades das regiões sul e
centro-oeste do Estado, principalmente por serem consideradas importantes
predadoras de animais domésticos, sendo-lhes atribuídos prejuízos significativos aos
rebanhos de gado (SILVA, 1984). A princípio considera-se que a maioria dos casos de
predação de animais domésticos está relacionada ao decréscimo da população de
presas naturais, em decorrência da destruição do habitat ou da caça predatória. Cabe
ressaltar que esses grandes felinos estão no ranking das espécies mais ameaçadas do
mundo (IUCN, 1996).
Na verdade o ataque destas espécies a áreas de lavoura ou a criações
domésticas deve-se exclusivamente a transformação do ambiente natural, que acarreta
na falta de recursos alimentares suficiente, falta de áreas florestais de grande extensão.
Na maioria dos casos os problemas gerados pelas espécies silvestres indicam o
manejo inadequado das atividades agropecuárias por parte dos proprietários rurais, o
que facilita a predação.
Assim como no caso das espécies ameaçadas, espécies que ocasionem algum
tipo de problema merecem um atendimento específico de manejo. Desta forma, a
orientação é que em casos em que o fiscal tenha que proceder a uma vistoria ou
atender um caso relacionado a problemas de predação à lavouras ou a animais
domésticos, que entrem em contado com o Departamento de Biodiversidade do IAP
para o recebimento de orientações específicas quanto aos procedimentos indicados
para cada caso. Contudo, algumas medidas consensuais podem ser pré-determinadas:
♦ Avaliação do impacto financeiro causado;
♦ Estudo de medidas compensatórias sociais, quando essas espécies forem
listadas como ameaçadas, ou de status não determinado;
♦ Programas de translocação e manejo da população silvestre, quando essas
espécies forem listadas como ameaçadas;
97
♦ Levantamento populacional;
♦ Estudos de controle populacional, quando se tratarem de espécies exóticas;
♦ Programas de manejo para animais domésticos e culturas agrícolas, com
objetivo de minimizar prejuízos econômicos;
♦ Programas de educação ambiental integrado a um ou mais desses planos
de manejo.
Atualmente as principais espécies que podem ser consideradas como problema,
no estado do Paraná estão apresentadas na Tabela 8.1. Cabe ressaltar que algumas
das espécies citadas podem figurar em duas categorias diferentes de problemas, uma
relacionada ao impacto sobre as atividades agrícolas, ou outras questões sociais e
culturais, além de problemas relacionados ao impacto sobre os ecossistemas onde
vivem.
Tabela 8.1: Principais espécies de répteis, aves e mamíferos que podem ser
consideradas problema no estado do Paraná.
Répteis
Cobra-jararaca (Bothrops spp.)
Cobra-cascavel (Crotalus durissus)
Problema
Animais considerados nocivos ao homem e são
sistematicamente perseguidos, também sofrem perseguição
devido ao impacto sobre criações domésticas.
Jacaré-do-papo-amarelo (Caiman
Considerado perigoso ao homem, culpado também por
latirostris)
competir com o homem na atividade pesqueira.
Cágado tigre-d’água (Trachemys scripta) Espécie EXÓTICA, introduzida a partir de animais mantidos
em cativeiro doméstico. Compete com espécies nativas por
alimento e espaço.
Aves
Problema
Pomba-amargosa (Zenaida auriculata)
Consideradas pragas para lavoura, são abatidas
Pomba-asa-branca (Columba picazuro)
sistematicamente. Causam prejuízos econômicos, sobretudo
Pomba-do-ar (Columba cayannensis)
nas épocas de plantio. A dinâmica metapopulacional dessas
Pomba-juriti (Leptotila sp.)
aves contribui para o agravamento do problema.
Pomba-carijó (Columba speciosa)
Pomba-rola (Columbina talpacoti)
Rolinha-fogo (Scardafella squamata)
Codorna (Nothura maculosa)
Rapinantes em geral
Periquito australiano (Melopsitachus
undulatus)
Mamíferos
Cateto (Tayassu tajacu)
Queixada (Tayassu pecari)
Os rapinantes são perseguidos por serem considerados
predadores de aves domésticas, essa perseguição acontece
de forma insidiosa, porém disseminada no estado. São as
aves mais freqüentemente atingidas por projéteis recebidas
em centros de triagem do Paraná, São Paulo e Mato Grosso
do Sul.
Espécie doméstica EXÓTICA invasora introduzida em
ambientes naturais a partir do cativeiro doméstico, pode ser
resistente e portadora de viroses fatais aos psitacídeos
nativos.
Problema
Resistente a pressão antrópica no habitat, a espécie pode
tornar-se um problema para certas culturas como milho e
mandioca. São perseguidos também pelo seu couro e carne.
Mais vulnerável que os catetos a espécie está criticamente
ameaçada no estado, porém nas poucas regiões onde ainda
mantêm populações selvagens pode formar grupos
numerosos, característica inerente à espécie. Nesses locais
98
Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous)
Graxaim (Lycalopex gymnocercus)
Raposinha-do-campo (Lycalopex
vetulus)
Jaguatirica (Leopardus pardalis)
Gato-do-mato (Leopardus tigrinus)
Onça-pintada (Panthera onca)
Puma (Puma concolor)
Lobo-Guará(Chrysocyon brachyurus)
Lontra (Lontra longicaudis)
Quati (Nasua nasua)
Macaco-prego (Cebus apella)
Capivara (Hydrochaeris hydrochaeris)
Cotia (Dasyprocta azarae)
Paca (Agouti paca)
Sagüi (Callithrix jacchus)
Mico-estrela (Callithrix penicillata)
Javali (Sus scrofa ferus)
Lebre (Lepus europaeus)
pode gerar prejuízos agrícolas em maior escala que os
catetos. São perseguidos também pelo seu couro e carne.
Perseguidos por ser considerado predador das criações de
aves domésticas. Também sofre por conseqüência da ação
ilícita do envenenamento de aves na lavoura.
Perseguidos por serem considerados perigosos ao homem e
por causarem prejuízos à produção pecuária, ou a criação de
aves domésticas e tanques de peixes. Também são caçados
pelo valor das suas peles.
Podem estabelecer grandes populações e causar prejuízo a
lavouras, principalmente as de milho ou aos ambientes
naturais, predando ovos e filhotes de aves e gerando impacto
considerável sobre a vegetação. Também são responsáveis
por conflitos sociais atacando pessoas em parques urbanos e
outras áreas de intensa atividade humana.
Roedores capazes de estabelecer populações numerosas
principalmente na ausência de predadores e baixa pressão de
caça. Atacam lavouras, no caso das capivaras causando
impactos consideráveis. Apesar da paca ser responsabilizada
também por prejuízos econômicos, sua perseguição se dá
principalmente pelo valor da sua carne. Capivaras e cutias
também são perseguidas por esse motivo.
Espécies nativas do Brasil, porém exóticas ao estado do
Paraná. Sua introdução se deu a partir de animais mantidos
em cativeiro doméstico ou por fuga de criações
regulamentadas (sic. Município de Morretes). Causam
severos impactos em populações de aves e pequenos
mamíferos arborícolas. Pode competir com espécies
congêneres.
Espécies EXÓTICAS invasoras do território nacional,
introduzidas na Argentina e Uruguai vêm avançando sobre o
território paranaense principalmente na última década. Cabe
salientar que existe uma população isolada de Javalis na
região de Ponta Grossa, essa derivada de uma antiga criação
local. Javalis causam prejuízo à pecuária de ovinos
domésticos e a uma variedade de cultivos agrícolas. As
lebres, além de causar impacto sobre a atividade agrícola,
principalmente de subsistência, afetam de forma negativa e
severa as populações de tapiti (Sylvilagus brasiliensis) que
desaparecem progressivamente diante da chegado do
invasor.
ESPÉCIES DE INTERESSE CINEGÉTICO
São várias as espécies de interesse cinegético. Normalmente o interesse por
estas espécies está associado ao consumo de carne, considerada de excelente sabor e
qualidade, peles de alto valor comercial e ao ato das caçadas, que necessitam de uma
série de estratégias, servindo como um estímulo ao caçador. As principais espécies
cinegéticas da fauna nativa, bem como os motivos pelo qual são de interesse são
99
apresentados por uma série de autores, e estão compiladas na Tabela 8.2
(NOGUEIRA-NETO, 1973; ALHO, 1984, SANTOS, 1956; NASCIMENTO, 1989 apud
VIDOLIN, 1996).
Em alguns casos, as espécies de interesse cinegético são capturadas na
natureza e mantidas em cativeiro de forma ilegal, para o posterior comércio da carne e
da pele. As Tabelas 8.3 e 8.4 apresentam as espécies mais caçadas e mantidas em
cativeiro ilegal segundo os autos de apreensão registrados no IAP entre os anos de
1988 e 2002.
Outra forma de uso que deve ser considerada principalmente para as aves é a
caça de animais para manutenção em cativeiro doméstico ou viveiros ilegais. Esse uso
baseia-se principalmente na procura das pessoas por aves de canto ou animais de
estimação. A importância numérica dessa utilização pode ser estimada se
considerarmos os autos de infração entre os anos de 1988 e 2002 onde, excetuando-se
os episódios de envenenamento de pombos, cerca de 90% dos autos foram devidos a
aves mantidas em cativeiro ilegal ou transitando, evidentemente para fins de comércio
ilegal.
A situação reflete a demanda da sociedade, ainda que de forma velada pela
manutenção e uso de recursos da fauna nativa. Essa demanda deve ser avaliada de
forma ampla, considerando-se questões sociais, financeiras e tradições do povo.
Contudo essa questão sócio-econômica não deve ser argumento para relevar a
importância ecológica das espécies, exploradas de forma ilegal, o que gera descontrole
e irresponsabilidade sobre o uso da fauna silvestre.
Tabela 8.2: Principais espécies da fauna nativa do estado do Paraná com importante
valor cinegético, considerando seu valor direto ou subjetivo.
Répteis:
Espécies
Jacaré-de-papo-amarelo
Lagarto teiú
Aves
Espécies
Macuco
Perdiz
Jaó
Inhambu
Codorna
Jacu
Uru
Mutum
Marreco
Pombas
Mamíferos
Espécies
Capivara
Cutia
Cateto e queixada
Paca
Utilização
Pele de alto valor comercial e carne saborosa.
Pele de alto valor comercial.
Utilização
Caça muito apreciada em função das dificuldades de caça
decorrente do mimetismo das espécies (cor da plumagem,
tamanho, etc.). Além disso, possuem carne saborosa.
Carne saborosa.
Carne e excelente sabor e qualidade. Possui vôo baixo e veloz,
dificultando a caça.
Carne saborosa.
Utilização
Carne de excelente qualidade, couro de alto valor comercial, óleo
usado para fins medicinais. Além disso, é considerada uma
espécie praga.
Carne muito apreciada
Carne de excelente sabor e couro de alto valor comercial
Oferece uma caçada refletida de estratégias, além de oferecer
100
carne de excelente qualidade e sabor.
Carapaça de alto valor comercial e carne de excelente qualidade.
Caçada com elevado grau de dificuldade. Pele de alto valor
comercial e carne saborosa.
Tatus
Veados
Tabela 8.3: Principais espécies de aves do estado do Paraná com importante valor
cinegético, considerando os dados da fiscalização entre os anos de 1988 e
2002.
1.
3.
Nome
Popular
Codorna
Pombaamargosa
Pomba-asabranca
Pomba-do-ar
Pomba-juriti
Pomba-carijó
Pombaespelho
Pomba-rola
Marreco
Araponga
Jacu
Nome científico
Nome Popular
Nome Científico
Nothura maculosa
Zenaida auriculata
2.
4.
Melro/ Xexéu
Pássaro-preto
Icterus cayanensis
Gnorimopsar chopi
Columba picazuro
6.
Uru
Odontophorus capueira
Columba cayannensis
Leptotila sp.
Columba speciosa
Clavaris godefrida
8.
10.
12.
14.
Arara-canindé
Arara-vermelha
Baitaca
Caturrita
Ara ararauna
Ara chloroptera
Pionus maximiliani
Myopsita monachus
Columbina talpacoti
Dendrocygna sp.
Procnias nudicollis
Penelope obscura
16.
18.
20.
22.
Ara maracana
Aratinga aurea
Amazona sp.
Amazona aestiva
23.
25.
27.
29.
31.
Passerina brissonii
Saltator similis
Sporophila lineola
Sporophila bouvreuil
Sicalis flaveola
24.
26.
28.
30.
32.
Maracanã
Maritaca
Papagaio
Papagaioverdadeiro
Periquito
Periquito
Princípe-negro
Tiriva
Tuim
34. Tucano
Ramphastos sp.
35. Curió
Sporophila
caerulescens
Oryzoborus angolensis
36. Tucano-de-bicopreto
38. Tucano-de-bicoverde
40. Inhambu
42. Macuco
44. Sabiá
46. Sabiá-preto
Ramphastos vitellinus
5.
7.
9.
11.
13.
15.
17.
19.
21.
Azulão
Trinca-ferro
Bigodinho
Caboclinho
Canário-daterra
33. Coleirinho
37. Galo-dacampina
39. Bonito-lindo
41. Patativa
43. Pichochó
45. Sangue-deboi
47. Pintassilgo
Paroaria capitata
Euphonia violacea
Sporophila plumbea
Sporophila frontalis
Ramphocelus bresilius
Brotogeris tirica
Touit melanota
Nandayus nenday
Phyrrhura frontalis
Forpus xanthopterygius
Ramphastos dicolorus
Crypturellus sp.
Tinamus solitarius
Turdus sp.
Platycichla flavipes
Carduelis magellanicus
Tabela 8.4: Principais espécies de répteis e mamíferos do estado do Paraná com
importante valor cinegético, considerando os dados da fiscalização entre os
anos de 1988 e 2002.
Répteis
Nome Popular
Nome Científico
101
1.
2.
3.
4.
5.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
Jacaré
Lagarto
Cobra-jararaca
Cobra-cascavel
Jaboti
Mamíferos
Nome Popular
Cateto
Veado-catingueiro
Veado-bororó
Veado-mateiro
Jaguatirica
Onça-pintada
Puma
Quati
Tatu-galinha
Lebre
Gambá
Macaco-prego
Mico-estrela
Sagüi
Capivara
Cotia
Paca
Caiman latirostris
Tupinambis sp.
Bothrops erythromelos
Crotalus durissus
Geochelone carbonaria
Nome Científico
Tayassu tajacu
Mazama gouazoupira
Mazama nana
Mazama americana
Leopardus pardalis
Panthera onca
Puma concolor
Nasua nasua
Dasypus novemcinctus
Lepus europaeus
Didelphis sp.
Cebus apella
Callithrix penicillata
Callithrix jacchus
Hydrochaeris hydrochaeris
Dasyprocta azarae
Agouti paca
TÉCNICAS DE MONITORAMENTO E OS PROGRAMAS DE MANEJO DE FAUNA
O monitoramento é eficaz para mostrar a resposta de uma população ou espécie
às mudanças em seu habitat, adaptação após uma reintrodução, variações
comportamentais, taxas de mortalidade e natalidade, entre outros aspectos. Os tipos
mais comuns de monitoramento são os inventários, os levantamentos e os estudos
demográficos.
Existem várias técnicas de monitoramento. A mais simples é a marcação
individual e acompanhamento dos animais, ou grupos, em campo. Para animais de
difícil observação na natureza, a rádio-telemetria é a técnica mais indicada. Atualmente
outro método bastante utilizado e eficaz é o uso equipamentos fotográficos adaptados a
sensores infravermelhos.
Com relação aos programas de reintrodução, o monitoramento é um aspecto
vital, sem o qual sua avaliação é impossível. Uma etapa muito importante dos
programas de reintrodução e que devem ser cuidadosamente monitorada é a
aclimatação do animal ao ambiente em que vai ser reintroduzido. Em algumas
situações os animais liberados podem necessitar, imediatamente após a sua liberação,
de alimentação suplementar até que sejam capazes de subsistir por conta própria.
Noutros casos podem necessitar de uma liberação gradual, até que se familiarizem com
a área (PRIMACK & RODRIGUES, 2001). Outro aspecto que deve ser considerado é a
organização social e o comportamento dos animais. Espécies sociais jamais devem ser
liberadas na natureza individualmente.
Três abordagens básicas que têm sido utilizadas nos programas de manejo de
102
populações, sendo elas os programas de reintrodução, programas de acréscimo
populacional e os programas de introdução. O programa de reintrodução compreende
soltar indivíduos retirados do ambiente silvestre ou criados em cativeiro, dentro de uma
área de ocorrência natural, onde essa espécie não existe mais ou está em declínio
acentuado. Um programa de acréscimo consiste em liberar indivíduos em uma
população existente para aumentar o seu tamanho e o seu pool genético. O programa
de introdução transporta animais para áreas fora da sua distribuição natural, com intuito
de estabelecer novas populações, ou quando o ambiente de uma população foi
deteriorado, ou ainda, quando o fator de ameaça a espécie está presente de forma que
uma reintrodução no local original é inviável (PRIMACK & RODRIGUES, 2001). Como
ponto comum quaisquer desses programas devem ser apoiados por estudos prévios de
flora e fauna nas áreas destinadas à soltura.
103
9. ETTAAPPAASS DEE IM
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MA
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De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil, artigo 24,
compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre
florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição.
Para que o Estado possa estabelecer e efetivar o programa de manejo de fauna
silvestre apreendida elaborado, deve adotar uma série de medidas, a fim de otimizar o
processo de apreensão e destinação de animais silvestres. Entre estas medidas estão:
♦ Integrar a conservação e proteção da fauna às políticas estaduais;
♦ Definir uma equipe técnica especializada para a coordenação, implantação
e efetivação do Programa Estadual de Fauna Silvestre;
♦ Estabelecer um planejamento operacional do Programa (Tabela 9.1);
♦ Promover a integração e articulação entre os órgãos ambientais que atuam
na fiscalização de fauna;
♦ Centralizar as informações sobre fauna apreendida, solturas e depósitos
realizados pelos Escritórios Regionais do IAP e pelo CEMAS, através da
criação de uma rede de informações;
Cabe ressaltar que após uma apreensão, todos os animais devem passar por
órgãos oficiais (CETAS, CEMAS ou Universidades) para uma avaliação médica
veterinária e acompanhamento biológico especializado. Os únicos casos que a soltura
deve ser procedida seguramente são para aqueles exemplares recém-capturados da
natureza, ou seja, em autuação onde é dado o flagrante de apanha dos animais.
♦ Implantar o Centro de Manejo, Reabilitação e Triagem de animais
silvestres;
Em função do Programa Paraná Biodiversidade, que prevê a implantação de três
grandes corredores: o Corredor Iguaçu Paraná, que se estende desde o alto Iguaçu até
o Rio Paraná, abrangendo o Parque Nacional do Iguaçu e o Parque Estadual Rio
Guarani; o Corredor Caiuá Ilha Grande, que abrange o Parque Nacional de Ilha Grande,
a Reserva Biológica São Camilo e a Estação Ecológica do Caiuá; e o Corredor
Araucária, que abrange o Parque Estadual das Araucárias e mais nove municípios da
região, sugere-se que o CEMAS seja implantado em uma área estratégica que
contemple esses três corredores, estando situado em uma área central do Estado,
como por exemplo, no Município de Guarapuava.
Caso seja considerado estrategicamente importante que o CEMAS contemple
apenas um dos corredores, sugere-se a construção próxima ao Corredor Araucária, por
ser o mais central, facilitando dessa forma, as atividades da fiscalização.
Deve-se considerar que a proximidade do CEMAS a estrutura dos corredores é
até certo ponto fundamental para dinamizar o processo de reabilitação e reintrodução
104
de animais silvestres apreendidos. Considerando ainda que os corredores estarão
abrigando as áreas importantes para conservação da fauna no estado, o que sugere
serem esses os principais focos de exploração ilegal da fauna. No entanto, não se deve
deixar de ser considerado que o CEMAS, ao ser construído em uma das áreas que
contemplem os três corredores, estará excluindo toda a área da Serra do Mar, protegida
por várias UC’s, que sofre grande pressão de exploração ilegal da fauna. Sendo assim,
é de extrema importância o estabelecimento de termos de cooperação com Centros já
existentes nesta região, como por exemplo, o Centro de Triagem Vivat Floresta da
PUC/PR.
Da mesma forma, na região do Corredor Iguaçu Paraná existem o Criadouro da
Itaipu Binacional, o Parque das Aves, o Parque Zoológico do Município de Foz do
Iguaçu e o Parque Zoológico de Cascavel, os quais podem atuar como possíveis
receptores de fauna silvestre apreendida. Já nas regiões dos demais corredores não
existem instituições semelhantes.
♦ Cadastrar áreas potenciais ou adequadas para solturas de animais
apreendidos e reabilitados, e sugerir sua adequação para recebimento dos
mesmos;
Sugere-se que esse cadastro abranja, além de áreas protegidas, propriedades
particulares, envolvendo assim a comunidade nos programas de reabilitação e
reintrodução de animais. Essa estratégia vem sendo utilizada pelo CRAS-MS, e tem
apresentado resultados bastante satisfatórios. Os proprietários recebem os animais em
suas propriedades e são responsáveis pela proteção da área e pelo acompanhamento
dos animais quando a equipe do Centro não está em campo. As informações obtidas
são reportadas posteriormente aos pesquisadores (FIRMINO, comentário pessoal).
♦ Realizar estudos de levantamento de flora e fauna residentes nas áreas
destinadas à soltura;
♦ Propiciar treinamento contínuo e regionalizado de capacitação aos agentes
fiscais sobre o funcionamento e implantação das diretrizes de apreensão e
destinação de fauna apreendida;
Para tanto, deve ser elaborado de forma objetiva e didática, por técnicos
especializados, um manual para orientar as atividades de fiscalização de fauna,
contendo os protocolos e equipamentos necessários para a apreensão e destinação de
fauna. Da mesma forma, deve ser elaborado um manual de orientação para os técnicos
de manejo, triagem e reabilitação de fauna, contendo os protocolos, critérios e
recomendações técnicas referentes a essas atividades. Além de um guia de
identificação de espécies com listagens de animais nativos e exóticos regionalmente,
lista de espécies ameaçadas e espécies listadas nos apêndices I e II da CITES. Esses
manuais deverão ser utilizados como material didático nos cursos de treinamento e
capacitação dos profissionais.
♦ Iniciar o processo de criação do Conselho Estadual de Proteção de Fauna;
♦ Fomentar pesquisas básicas através da busca de convênios ou parcerias
com Universidades e outras instituições de pesquisa que possam realizar
trabalhos de monitoramento e avaliação de solturas;
105
Sugere-se que previamente os escritórios regionais elaborem listagens com
possíveis parceiros (criadouros, zoológicos, universidades, ONGs, etc.) que poderão
contribuir com o Programa, seja como locais de destino ou apoio técnico científico.
Posteriormente será necessário determinar quais instituições serão de fato parceiras e
estabelecer convênios ou termos de cooperação para esse fim.
♦ Propor convênios e parcerias com instituições públicas ou privadas,
nacionais ou internacionais na área de fauna silvestre, a fim de esforços
conjuntos para a preservação das espécies e seu habitat, bem como para
obtenção de recursos financeiros e humanos;
♦ Apoiar e incentivar programas de reprodução em cativeiro, sobretudo para
espécies cinegéticas e ameaçadas de extinção, utilizando como plantel
inicial de matrizes indivíduos oriundos de apreensões realizadas pelos
órgãos ambientais locais;
Isso pode ser aplicado a espécies de interesse comercial ou cinegético, algumas
consideradas como problemas, como a capivara, paca, porcos-do-mato e veados. A
criação de animais silvestres em cativeiro pode ser uma importante medida
conservacionista por aumentar o estoque de certos animais que vão tendo suas
populações reduzidas pela destruição de seu habitat, ou mesmo preservar animais que
têm as populações naturais dizimadas. Além disso, a criação em cativeiro pode ter um
enfoque sociocultural e atuar como fator moderador de atividade de caça.
♦ Desenvolver e implantar planos de ação específicos para espécies
ameaçadas de extinção;
♦ Estabelecer e implantar programas de educação ambiental, voltados
especificamente ao combate do tráfico e comércio ilegal de animais
silvestres. Onde o objetivo principal seja o esclarecimento e a
sensibilização das pessoas que compram, capturam e mantêm animais
silvestres em cativeiro (recomendação da WWF, 1995);
Esses programas devem ser desenvolvidos não somente em escolas, mas
também utilizar como veículo a TV, veiculando matérias e propagandas contra
atividades ilícitas relacionadas à fauna silvestre.
♦ Desenvolver mecanismos para fornecer incentivo a projetos de pesquisa
com fauna silvestre no Estado;
♦ Buscar apoio financeiro para implantação do CEMAS;
A obtenção de apoio financeiro para implantação de um centro de manejo de
fauna, conforme o planejado, requer comprometimento político e institucional. Agências
financiadoras internacionais em geral não doam recursos para obras estruturais. Com
exceção de parcerias específicas entre agências governamentais, bancos
internacionais de desenvolvimento e ONGs. Os parceiros mais prováveis para
implantação do CEMAS serão agências governamentais como o Fundo Nacional para o
Meio Ambiente (FMNA), Fundo Estadual para o Meio Ambiente, BNDS e fundações
nacionais como a Fundação O Boticário.
106
Tabela 9.1: Exemplo simplificado do planejamento das atividades imediatas e
procedimentos necessários para a operacionalização do Programa de
Manejo de Fauna Silvestre Nativa Apreendida.
Atividades
Iniciar a implantação do programa
Estabelecimento do termo de cooperação
entre IAP e IBAMA.
Regulamentação do Programa Estadual
de Manejo de Fauna Silvestre Nativa
apreendida.
Instituição e regulamentação do Conselho
Estadual de Proteção à Fauna e câmaras
técnicas regionalizadas.
Capacitação dos agentes fiscais sobre
diretrizes de destinação de animais
silvestres apreendidos e como proceder
às vistorias em criadouros ou viveiros.
Criar uma lista regionalizada de
criadouros e outras instituições parceiras
para destinação e manejo de fauna
apreendida.
Elaboração de uma rede de informações
sobre apreensão de fauna.
Implantação do Centro de Manejo de
Fauna.
Regulamentação do Centro de Manejo de
Fauna
Procedimentos
Definir o técnico ou equipe técnica que fará a
coordenação e efetivação do programa.
Elaborar proposta de termo de cooperação e enviar
carta de encaminhamento ao IBAMA;
Elaborar minuta de decreto instituindo o programa
estadual de manejo de fauna.
Elaborar minuta para regulamentação do conselho
de fauna; contatar profissionais dos órgãos que
farão parte do conselho.
Realizar cursos de capacitação regionalizados.
Solicitar aos escritórios regionais uma relação dos
possíveis parceiros. Realizar vistorias técnicas,
regionalizadas, aos criadouros e parceiros que
poderão atuar como receptores de fauna
apreendida.
Criar um banco de dados informatizado.
Definir estrutura final do CEMAS, definir local de
implantação, orientar detalhamento técnico
arquitetônico e de implantação. Definir lista de
material e equipamentos necessários para
implantação, selecionar marcas e orientar compras.
Elaborar minuta da portaria que regulamenta o
centro e define sua estrutura operacional.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao Departamento de Biodiversidade do Instituto Ambiental do Paraná; Ao
Programa de Proteção da Floresta Atlântica - Pró-Atlântica; Ao Centro de Reabilitação
de Animais Silvestres de Campo Grande – MS / CRAS; Aos profissionais do Viveiro do
Parque Ibirapuera, da Prefeitura Municipal de São Paulo; e aos profissionais do CEMAS
da Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo.
107
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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110
11. ANNEEXXO
OS
S
LISTAS DE ESPÉCIES APREENDIDAS E TIPOS DE INFRAÇÕES PREDOMINANTES
Tabela 11.1: Quantidade de répteis apreendidos, prováveis espécies e tipos de infrações predominantes (1980 - 2002).
Tartaruga-mico Sem enquadramento taxonômico provável.
Possíveis: Trachemys sp. ou Podocnemis
sp.
Tartaruga-verde Trachemys sp.
Tartarugas Trachemys sp.
Cágado Phrynops sp. ou Hydromedusa sp.
Jaboti Geochelone sp.
Jacaré * Caiman latirostris
Lagarto Tupinambis sp.
Cobra-jararaca Bothrops sp.
Cobra-urutu Bothrops alernatus
Cobra-cascavel Crotalus durissus
Cobra-jibóia Boa constrictor
Cobra-sucuri Eunectes murinus
Cobras Sem enquadramento taxonômico provável
Total
Couro
Casco
Total
Transporte
Comércio
Ordem
Cativeiro
Nome cientifico
Caça
Nome popular
Testudines
0
0
98
0
0
Testudines
Testudines
Testudines
Testudines
Crocodylia
Lacertilia
Squamata
Squamata
Squamata
Squamata
Squamata
Squamata
0
0
0
0
4
0
0
0
0
0
0
0
4
0
1
6
12
7
2
0
1
1
3
1
2
36
38
1
1
2
3
1
50
0
45
1
0
0
240
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
4
1
0
0
0
0
0
5
10
* Espécie citada na Lista de Animais Ameaçados de extinção no Estado do Paraná (1995).
111
0 98
0
3
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3
38
5
7
14
18
5
50
1
46
4
1
7
294
Tabela 11.2: Quantidade de espécies de aves apreendidas, bem como tipos de infrações predominantes (1980 - 2002)
Inhaipim
Pardal
Pixarro
Gavião
Gavião-carcara
Gavião-pombo *
Martim-pescador
Marreco
Frango-d’água
Garça-branca
Socó
Seriema *
Urubu
Quero-quero
Codorna
Pomba
Pomba-amargosa
Pomba-asa-branca
Pomba-do-ar
Pomba-juriti
Pomba-carijó *
Pomba-espelho *
Pomba-rola
Rolinha-fogo
Gralha
Gralha-azul
Gralha-amarela
Araponga
Soldadinho
Cacicus sp.
Passer domesticus
Sem enquadramento taxonômico provável
Sem enquadramento taxonômico provável
Polyborus plancus
Leucopternis sp.
Chloroceryle sp.
Dendrocygna sp.
Gallinula chloropus
Egretta alba
Nycticorax sp.
Cariama cristata
Coragyps atratus
Vanelus chilensis
Nothura maculosa
Sem enquadramento taxonômico provável
Zenaida auriculata
Columba picazuro
Columba cayannensis
Leptotila sp.
Columba speciosa
Clavaris godefrida
Columbina talpacoti
Scardafella squamata
Cyanocorax sp.
Cyanocorax caeruleus
Cyanocorax chrysops
Procnias nudicollis
Antilophi galeata
Icteridae
Accipitridae
Accipitridae
Accipitridae
Alcenididae
Anatidae
Anatidae
Ardeidae
Ardeidae
Cariamidae
Cathartidae
Charadiidae
Tinamidae
Columbidae
Columbidae
Columbidae
Columbidae
Columbidae
Columbidae
Columbidae
Columbidae
Columbidae
Corvidae
Corvidae
Corvidae
Cotingidae
Cotingidae
112
6
0
0
3
0
1
2
25
5
1
1
0
1
1
155
757
4868
5
23
45
81
0
221
2
8
4
1
3
0
4
1
2
3
0
0
0
23
1
0
0
1
0
1
7
60
0
7
6
7
41
1
103
0
14
23
3
44
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2
1
1
7
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
10
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
5
8
0
0
0
0
0
0
0
0
2
0
0
10
0
Envenenamento
Tráfico
Captura
Comércio
Transporte
Ordem
Cativeiro
Nome científico
Caça
Nome popular
0
2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
9
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
*
*
0
0
0
*
0
0
0
*
0
500
*
2047
16
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Total
10
3
12
6
0
1
2
48
6
1
1
1
1
2
667
827
6916
29
36
52
122
1
324
2
24
27
4
67
1
Aracuã *
Jacu
Jacutinga *
Mutum *
Alma-de-gato
Tiziu
Azulão
Trinca-ferro
Bico-de-pimenta
Bicudo
Bigodinho
Caboclinho *
Canário-da-terra
Canário-do-campo
Cardeal
Cigarrinha
Coleirinho
Coleirinho-do-brejo
Corocochó
Curió *
Galo-da-campina
Gaturamo
Patativa
Pichochó *
Saíra
Saíra-sete-cores
Sangue-de-boi
Sanhaço
Tangará
Tico-tico
Tico-tico-rei
Tiê-preto
Bico-de-lacre
Chororó
Tovaca
Pintassilgo
Chopim
Chopim-dobanhado
Ortalis guttata
Penelope obscura
Pipile jacutinga
Crax faciolata
Piaja cayana
Volatina jacarina
Passerina brissonii
Saltator similis
Pitylus fuliginosus
Oryzoborus maximiliani
Sporophila lineola
Sporophila bouvreuil
Sicalis flaveola
Emberizoides herbicola
Paroaria coronata
Sporophila leucoptera
Sporophila caerulescens
Sporophila collaris
Carponis cucullatus
Oryzoborus angolensis
Paroaria capitata
Euphonia violacea
Sporophila plumbea
Sporophila frontalis
Tangara sp.
Tangara seledon
Ramphocelus bresilius
Thraupis sp.
Chiroxiphia sp.
Zonotrichia capensis
Coryphospingus cucullatus
Ramphocelus carbo
Estrilda astrild
Cercomacra sp.
Chamaeza sp.
Carduelis magellanicus
Molothus bonariensis
Agelaius cyanopus
Cracidae
Cracidae
Cracidae
Cracidae
Cuculidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Emberizidae
Estrildidae
Formicariidae
Formicariidae
Fringillidae
Icteridae
Icteridae
113
0
45
1
0
2
0
11
14
0
0
0
0
245
0
1
0
0
1
2
1
0
0
1
2
6
0
2
5
1
1
0
0
1
0
5
1
0
0
6
66
0
1
0
27
436
353
8
4
146
21
2587
3
33
3
385
41
0
161
37
126
59
27
67
0
161
16
4
73
11
13
10
2
0
581
35
1
0
0
0
0
0
1
74
18
0
1
15
1
730
0
2
0
5
3
0
6
16
7
5
1
5
2
10
0
0
0
0
0
4
0
0
170
0
0
0
0
0
0
0
0
81
18
5
0
0
0
813
0
1
0
10
0
0
4
0
1
0
10
1
0
37
0
0
0
9
0
0
0
0
21
0
0
0
0
0
0
0
0
13
15
0
0
0
1
50
0
6
1
18
5
0
0
0
3
0
0
2
0
2
1
0
0
0
0
0
0
0
38
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
4
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
6
111
1
1
2
28
615
418
13
5
165
23
4425
3
43
4
418
50
2
172
53
137
65
29
81
2
212
22
5
75
20
13
15
2
5
811
35
1
Pseudoleistes guirahur
Icteridae
Icterus icterus
Icteridae
Scaphidura oryzivora
Icteridae
Cacicis haemorrhous
Icteridae
Icterus cayanensis
Icteridae
Gnorimopsar chopi
Icteridae
Baryphthengus ruficapillus Momotidae
Pandion sp. Pandionidae
Coereba flaveola
Parulidae
Odontophorus capueira Phasianidae
Colaptes sp.
Picidae
Colaptes campestris
Picidae
Ara sp.
Psittacidae
Anodorhynchus glaucus
Psittacidae
Ara ararauna
Psittacidae
Ara chloroptera
Psittacidae
Pionus maximiliani
Psittacidae
Myopsita monachus
Psittacidae
Ara maracana
Psittacidae
Aratinga aurea
Psittacidae
Amazona sp.
Psittacidae
Amazona aestiva
Psittacidae
0
0
0
2
0
1
1
1
0
14
5
0
0
0
0
0
3
0
0
0
1
0
7
1
2
1
63
191
0
0
2
16
0
1
21
6
20
14
23
10
17
27
309
81
0
0
0
0
2
12
0
0
0
2
0
0
0
0
0
0
0
0
4
0
59
16
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
134
0
0
0
0
0
3
16
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
4
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
7
5
2
3
67
221
1
1
2
32
5
1
21
6
20
14
26
10
21
27
503
97
Psittacidae
Psittacidae
Psittacidae
Psittacidae
Psittacidae
Psittacidae
Psittacidae
Rallidae
Rallidae
Rallidae
Rhamphasti
dae
Rhamphasti
dae
Rhamphasti
dae
0
0
0
12
0
3
0
4
3
0
0
7
1
9
82
10
36
13
9
13
2
2
0
0
0
0
0
1
3
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
7
1
9
95
10
42
16
13
16
2
2
50
42
1
0
0
0
0
93
0
0
0
0
1
0
0
1
Chopim-do-brejo
Currupião
Graúna *
Guaxe
Melro/ Xexéu
Pássaro-preto
Juruva
Águia
Cebo
Uru
Pica-pau
Pica-pau-do-campo
Arara
Arara-azul
Arara-canindé *
Arara-vermelha *
Baitaca
Caturrita
Maracanã *
Maritaca *
Papagaio
Papagaioverdadeiro
Papagaio-chauá *
Papagaio-curuca *
Papagaio-cara-roxa
Periquito
Princípe-negro
Tiriva
Tuim
Frango-d’água
Saracura
Sanã
Tucanaçu
Amazona brasiliensis
Amazona amazonica
Amazona vinacea
Brotogeris tirica ou Touit melanota
Nandayus nenday
Phyrrhura frontalis
Forpus xanthopterygius
Gallinula chloropus
Rallus sp.
Rallus nigricans
Ramphastos toco
Tucano
Ramphastos sp.
Tucano-de-bicopreto *
Ramphastos vitellinus
114
Tucano-de-bicoverde
Ema *
Inhambu
Inhambu-guaçu
Inhambu-xororó
Jaó *
Macuco
Perdiz
Japacamim
Surucuã
Sabiá
Sabiá-branco
Sabiá-coleira
Sabiá-correntinha
Sabiá-do-campo
Sabiá-laranjeira
Sabiá-pardo
Sabiá-preto
Coruja
Bem-te-vi
Maria-preta
Viuvinha
Total
Ramphastos dicolorus
Rhamphasti
dae
Rheidae
Tinamidae
Tinamidae
Tinamidae
Tinamidae
Tinamidae
Tinamidae
Rhea americana
Crypturellus sp.
Crypturellus obsoletus
Crypturellus parvirostris
Crypturellus sp.
Tinamus solitarius
Rynchotus rufescens
Donacobius atricapillus Troglodytidae
Trogon viridis Trogonidae
Turdus sp.
Turdidae
Turdus amaurochalinus
Turdidae
Turdus albicollis
Turdidae
Turdus nigricipes
Turdidae
Turdus sp.
Turdidae
Turdus rufiventris
Turdidae
Turdus leucomelas
Turdidae
Platycichla flavipes
Turdidae
Tyto alba
Tyonidae
Pitangus sulfuratus
Tyranidae
Knipolegus sp. Tyrannidae
Colonia colonus Tyrannidae
0
5
0
0
0
0
0
16
1
3
0
14
0
0
10
73
0
0
0
0
3
0
17
0
1
0
0
6805
2
19
0
0
5
10
0
1
0
230
17
16
2
3
75
5
35
0
0
2
7
7329
0
0
0
0
0
0
0
0
0
11
4
0
0
0
1
0
1
0
0
2
0
1210
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1172
0
0
0
0
0
0
0
0
0
5
0
9
0
0
3
0
15
0
0
0
0
223
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
10
* Espécies citadas na Lista de Animais Ameaçados de extinção no Estado do Paraná (1995).
115
0
5
2
0
35
0
1
0
3
0
5
0
24
0
0
*
1
0
10
0
319
*
21
0
25
0
2
0
3
0
82
0
5
0
68
0
0
*
1
0
4
0
7
0
2564 19313
Tabela 11.3: Casos de envenenamento de aves conforme as regiões do Estado.
Município
Ano
Tipo de
Inseticidas Animais atingidos
semente
Maringá
1993
Milho
Azodrin
Milhares de pombas-amargosas, alguns espécimes de gaviãocarcará, tico-tico, chopim e corujas
Jacarezinho 1994
Milho
Malathion 30 pombas-amargosas
Arroz
Trigo
Pitanga
1995
Arroz
Carbofuran 20 pombas-amargosas e asa-branca
Campo
1991
Arroz
3.000 aves: pombas-amargosas, pombas-asa-branca, e alguns
Mourão
1992
espécimes de gavião
1993
Toledo
1985
Trigo
Milhares de pombas-amargosas e algumas codornas
Londrina
1993
Milhares de pombas-amargosas e dezenas de urubus
Fonte: VIDOLIN, 1996
116
Cateto
Queixada *
Cervo-do-pantanal*
Veado
Veado-catingueiro
Veado-bororó
Veado-mateiro
Veado-campeiro *
Anta *
Cachorro-do-mato
Furão
Irara
Lontra *
Quati
Lobo-guará *
Gato-do-mato *
Jaguatirica *
Onça-pintada *
Puma *
Onça *
Bicho-preguiça
Tamanduábandeira *
Tamanduá-mirim
Tatu
Tatu-galinha
Lebre
Gambá
Bugio *
Tayassu tajacu
Tayassu pecari
Blastocerus dichotomus
Provavelmente Mazama sp.
Mazama gouazoubira
Mazama rufina
Mazama americana
Ozotoceros bezoarticus
Tapirus terrestris
Cerdocyon thous
Galictis cuja
Eira barbara
Lontra longicaudis
Nasua nasua
Chrysocyon brachyurus
Leopardus sp.
Leopardus pardalis
Panthera onca
Puma concolor
Panthera onca ou Puma concolor
Bradypus sp.
Myrmecophaga tridactyla
Tamandua tetradacyla
Dasypus sp.
Dasypus novemcinctus
Lepus europaeus
Didelphis sp.
Alouatta fusca
Captura
Total
couro
Comércio
Ordem
Cativeiro
Nome cientifico
Caça
Nome popular
Transporte
Tabela 11.4: Quantidade de espécies de mamíferos apreendidos, bem como tipos de infrações predominantes (1980 2002).
Carnivora
Carnivora
Carnivora
Carnivora
Carnivora
Carnivora
Carnivora
Carnivora
Carnivora
Carnivora
Carnivora
Edentata
Edentata
23
4
2
7
1
0
0
0
1
0
0
0
1
14
0
0
0
0
0
1
0
0
40
3
1
21
4
1
4
2
4
3
1
3
0
29
1
4
5
4
0
0
3
1
0
0
0
0
0
0
5
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
6
0
0
0
0
0
0
0
1
2
2
0
1
19
2
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
1
0
0
63
7
3
37
5
1
9
3
5
3
1
4
3
46
1
5
24
6
1
2
3
1
Edentata
Edentata
Edentata
Lagomorpha
Masupialia
Primates
2
25
0
27
3
1
6
4
1
0
0
6
1
1
0
0
0
0
0
3
1
0
0
0
1
2
0
1
0
1
0
1
0
0
1
0
10
36
2
28
4
8
Artiodactyla
Artiodactyla
Artiodactyla
Artiodactyla
Artiodactyla
Artiodactyla
Artiodactyla
Artiodactyla
Perissodactyla
117
Macaco
Macaco-prego
Mico-estrela
Sagui
Capivara
Cotia
Paca *
Preá
Ratão-do-banhado
Serelepe
Provavelmente Alouatta sp. ou Cebus sp.
Cebus apella
Callithrix penicillata
Callithrix jacchus
Hydrochaeris hydrochaeris
Dasyprocta azarae
Agouti paca
Cavia aperea
Myocastor coypus
Sciurus sp.
Primates
Primates
Primates
Primates
Rodentia
Rodentia
Rodentia
Rodentia
Rodentia
Rodentia
Total
1
0
0
0
14
5
36
1
1
2
172
18
42
21
43
45
41
46
2
2
0
411
0
0
0
0
0
1
2
0
0
0
10
0
0
0
7
0
3
0
0
0
0
18
* Espécies citadas na Lista de Animais Ameaçados de extinção no Estado do Paraná (1995).
118
1
0
0
0
0
0
2
0
0
0
42
0
0
0
3
1
0
0
0
7
0
15
20
42
21
53
60
50
86
3
10
2
668
Tabela 11.5: Principais animais da fauna paranaense comercializados, preço local e
preço no exterior (em US$).
Animal
Preço local (US$) Preço exterior (US$)
Papagaio-verdadeiro
93
2,000
Amazona aestiva
Papagaio-cara-roxa
110
4,500
Amazona brasiliensis
Arara-canindé
120
10,000
Ara ararauna
Arara-vermelha
120
12,000
Ara chloroptera
Araponga
100
Procnias sp.
Curió
50
1,000
Oryzoborus angolensis
Sangue-de-boi
15
Ramphocelus sp.
Sanhaço
25
500
Thraupis sp.
Tucano
70
2,000
Ramphastos sp.
Pássaro-preto/ chopim
140
13,000
Gnorimopsar chopi
Azulão
13
500
Passerina brissonii
Saíra-sete-cores
20
Tangara seledon
Macaco-prego
220
8,000
Cebus apella
Jaguatirica
100
5,000
Leopardus pardalis
Jaboti
35
Geochelonia carbonaria
Fonte: VIDOLIN, 1996
119
Tabela 11.6: Porcentagem de infrações por escritório regional referente à quantidade de
espécies de répteis apreendidos.
Regional
Tipo de Infração
Principais espécies
Comércio = 94%
Cobra-cascavel, tartaruga-mico
Couro/casco = 2%
Cobra, tartaruga
BPFLO
Transporte = 1%
Lagarto
Utilização = 3%
Cobra
Vidros apreendidos = 57 Cobra
unid.
ERCAS
Cativeiro = 100%
Jaboti
Comércio = 96%
Cágado, cobra-jararaca, tartaruga
ERCBA
Couro = 4%
Lagarto, jacaré
ERCMO
Cativeiro = 100%
Cobra
ERCOP
Cativeiro = 100%
Jacaré, cágado
ERGUA
Cativeiro = 100%
Jacaré
Comércio = 90%
Jaboti, tartaruga-verde
ERIVA
Cativeiro = 10%
Cobra-jibóia, lagarto
Cativeiro = 66%
Jaboti, jacaré
ERJAC
Couro = 34%
Cobra, jacaré
Comércio = 10%
Lagarto
Comércio/ carne = 10%
Jacaré
ERLON
Cativeiro = 70%
Lagarto, jaboti
Tráfico = 10%
Cobra-jibóia
Cativeiro = 72%
Cágado
ERMAG
Comércio/ carne = 14%
Jacaré
Apreensão = 33%
Cobra-jibóia
Caça = 34%
Jacaré
ERPIV
Couro = 33%
Jacaré
Cativeiro = 33%
Cobra-sucuri
Cativeiro = 87%
Cobra-cascavel, cobra-urutu, jaboti, jacaré,
ERTOL
tartaruga
Comércio = 13%
Jacaré
Cativeiro = 40%
Jacaré
ERUMU
Caça = 60%
Jacaré
ERUVI
Casco = 100%
Tartaruga
120
Tabela 11.7: Porcentagem de infrações por escritório regional referente a quantidade de
espécies de aves apreendidas.
Regional
Tipo de Infração
Principais espécies
Caça = 6%
trinca-ferro, tucano, inhapim, canário-da-terra,
cardeal, coleirinho, coleirinho-do-brejo, guaxe
jacu, patativa, pássaro-preto, azulão, araponga,
rolinha, sabiá-preto, tiriva, sangue-de-boi,
sanhaço pomba-carijó, sabiá-laranjeira,
piriquito, pomba
Captura = 6%
pássaro-preto, pintassilgo, sangue-de-boi,
sabiá-preto, sabiá-coleira, pixoxó, canário-daterra, araponga, azulão, coleirinho, melro,
trinca-ferro, curió, coleirinho-do-brejo,
cigarrinha, cardeal, sanhaço, caboclinho
BPFLO
Cativeiro = 58%
coleirinho, saíra, trinca-ferro, sangue-de-boi,,
sabiá-preto, sabiá-laranjeira, azulão, canário-daterra, gaturamo-bonitolindo, papagaio-cararoxa/chauá, araponga, cardeal, chopim, araracanindé, tico-tico-rei, caboclinho, tangara-daserra, patativa-campo, patativa-coleira, melro,
pichochó, pintassilgo, sabiá-coleira, guaxe,
jacu, viuvinha, baitaca, bigodinho, papagaio-domangue, curió, gralha, coleirinho-do-brejo, galoda-campina, papagaio-verdadeiro, tiziu
Comércio = 1%
Papagaio
Transporte = 29% azulão, canário-da-terra. Araponga, trincaferro, curió, perdiz, saíra-sete-cor
Cativeiro = 95%
trinca-ferro, bigodinho, coleirinho-do-brejo,
pássaro-preto, papagaio, patativa, pichochó,
pintassilgo, curió, caboclinho, sabiá-laranjeira,
BPFLO/SEDE
sabiá-correntinha, canário-da-terra, sabiá-preto,
tiriva, papagaio-verdadeiro, tuim-tuim, azulão,
sangue-de-boi, arara-vermelha, arara-azul, jacu,
tico-tico-rei
Apreensão = 1%
Araponga
Comércio = 4%
papagaio-verdadeiro
Apreensão = 11%
ERFOZ
Cativeiro = 100%
arara-azul, canário-da-terra, papagaio
ERMOR
Cativeiro = 70%
azulão, canário-da-terra, tico-tico, bigodinho,
coleirinho, pintassilgo, jacu
Transporte = 30% Coleirinho
Envenenamento = pomba-amargosa, pomba-asa-branca
10%
ERPIT
Caça = 69%
pomba-carijó, rolinha
Cativeiro = 10%
Azulão
Transporte = 11% Azulão
121
Cativeiro = 81%
ERBEL
Caça = 69%
Caça = 35%
Cativeiro = 64%
ERCAS
Comércio = 1%
Apreensão = 67%
Caça = 25%
ERCBA/ SEDE
Captura = 1%
Cativeiro = 64%
Comércio = 2%
Transporte = 1%
Utilização = 2%
Caça = 1
Captura = 1
Cativeiro = 5
ERCMO
sangue-de-boi, tiziu, rolinha, pomba-carijó,
pomba-asa-branca, canário-da-terra,
Papagaio, saracura, tucano, azulão, curió,
coleirinho
pomba, pica-pau, saracura, sabiá, pombaamargosa, pomba-carijó, tiriva, rolinha
pomba, inhambu
azulão, pássaro-preto, caturrita, coleirinho-dobrejo, papagaio, cardeal, sabiá-laranjeira, arara,
saracura, galo-da-campina, rolinha, gralha-azul,
tico-tico, trinca-ferro, patativa, sangue-de-boi,
melro, cabocrinho
tucano, uru, azulão
sabiá-coleira, sabiá-preto, patativa, pássaropreto, coleirinho, papagaio, canário-da-terra,
Pintassilgo, sabiá-branco, curió, azulão, bicudo,
caboclinho
pica-pau, baitaca, pomba, sabiá, águia, rolinha,
alma-de-gato, codorna, pomba-carijó, bem-te-vi,
azulão, inhambu, perdiz, marreco, pato, jacu,
garça-branca, gralha, tovaca, tiriva
pintassilgo, canário-da-terra
uru, perdiz, curió, rolinha, marreca- piadeira,
maritaca, frango -da- água, currupião, papagaio,
princípe-negro, pássaro-preto, sabiá-branco,
mutum, coleirinho-do-brejo, bigodinho, patativa,
pichochó, jaó, gralha-azul, grauna, inhambu,
jacu, tucano, pintassilgo, macuco, galo-dacampina, gaturamo, tiziu, sangue-de-boi, araracanindé, araponga, saíra, tangara, papagaio
sabiá-preto, pintassilgo, saira, patativa, sanguede-boi, pixoxó, azulão, coleirinho, canário-daterra
saíra, tiriva, gaturamo, canário-da-terra, tovaca
tiriva, araponga, cardeal, papagaio-verdadeiro,
periquitão- verde
melro, azulão, codorna, pomba- asa- branca,
pomba- juriti
sangue-de-boi, sabiá, trinca-ferro, pintassilgo,
azulão, canário-da-Terra, melro
azulão, tiziu, sangue-de-boi, tico-tico,
pintassilgo, canário-da-Terra, inhambu, trincaferro, gaturamo, jacu, patativa, pássaro-preto,
bigodinho, tucano-de-bico-verde, curió
122
Comércio = 5
Envenenamento =
85%
Transporte = 3%
Apreensão = 1%
Caça = 1%
Cativeiro = 98%
ERCOP
Envenenamento
Cativeiro = 5%
ERGUA
Caça = 95%
ERIRA
Cativeiro = 100%
Caça = 30%
Cativeiro = 50%
ERIVA
Comércio = 6%
Transporte = 14%
Apreensão = 4%
Cativeiro = 91%
ERJAC
Tráfico = 5%
Envenenamento
Apreensão = 9%
Caça = 25%
ERLIT
pintassilgo, maria-preta, coleirinho-do-brejo,
curió, melro, cardeal, canário-da-terra,
bigodinho, sangue-de-boi
pomba, codorna, pomba-amargosa, gavião
Papagaio
arara, papagaio
Inhambu
patativa, tiziu, canário-da-terra, maria-preta,
sangue-de-boi, melro, caboclinho, araravermelha, curió, cigarrinha, azulão, trinca-ferro,
bico-de-pimenta, bigodinho, gaturamo
Pomba
pintassilgo, coleirinho, tucano, canário-da-terra,
jacu, azulão, papagaio
Transporte: azulão
pomba, rolinha, perdiz, codorna, pomba-carijó,
periquito, tiriva
pintassilgo, sabiá-preto, coleirinho-do-brejo,
galo-da-campina, cardeal, curió, canário-daterra, sangue-de-boi, melro, araponga
rolinha, pomba-amargosa, codorna, pomba-juriti
canário-da-Terra, cigarrinha, coleirinho, melro,
curió, azulão, bico-de-pimenta, sangue-de-boi,
pintassilgo, sabiá-laranjeira, trinca-ferro,
coleirinho-do-brejo, bigodinho
canário-da-Terra, azulão
pixarro, bico-de-pimenta, sangue-de-boi,
canário-da-terra, azulão
trinca-ferro, azulão, canário-da-terra, picharro,
sangue-de-boi
sangue-de-boi, melro, seriema, patativa,
maritaca, canário-da-Terra, tico-tico, cardeal,
coleirinho-do-brejo, pixarro, curió, pintassilgo,
bico-de-pimenta, bigodinho, pássaro-preto,
caboclinho, trinca-ferro, baitaca, bico-de-ferro,
azulão, inhambu
currupião, bicudo
Pomba
coleirinho, canário-da-terra, saíra, gaturamo
tangara, uru, tucano, tovaca, rolinha, sabiápreto, saíra, sanhaço, surucuá, jacu, corocochó,
inhambu, gavião, guaxe, piriquito, pica-pau,
alma-de-gato, macuco, inhambu-guaçu,
jacutinga
123
Cativeiro = 54%
Transporte = 2%
Utilização = 10%
Caça = 3%
Captura = 1%
Cativeiro = 70%
ERLON
Comércio = 26%
Envenenamento
Caça = 53%
Cativeiro = 37%
ERMAG
Comércio = 7%
Transporte = 3%
Envenenamento
Caça = 8%
Cativeiro = 59%
ERPAB
Comércio = 4%
Transporte = 4%
Caça = 6%
sabiá-branco, coleirinho, sabiá-coleira, tuim,
baitaca, curió, tucano-bico-verde, papagaiocara-roxa, tiziu, sanhaço, sangue-de-boi,
canário-da-terra, aracuã, araponga, trinca-ferro,
sabiá-preto, saíra, bigodinho, arara-vermelha,
arara-canindé, macuco, gaturamo, pintassilgo,
jaó, pichochó, inhambu, patativa
Araponga
pomba, codorna
pomba, codorna, rolinha, urubu
coleirinho, azulão, trinca-ferro, tico-tico
arara vermelha, pica-pau-do-campo, canário-daterra, jacu, sabiá-laranjeira, melro, sangue-deboi, maracanã, periquito-rei, galo-da-campina,
trinca-ferro, azulão, bigodinho, gralha-azul
sangue-de-boi, sanhaço, coleirinho, galo-dacampina, trinca-ferro, canário-da-terra,
gaturamo, papagaio, pássaro-preto, patativa,
pomba-asa-branca, curió, pintassilgo, bicudo,
bigodinho, tuim, azulão
Urubu
codorna, inhambu, marreco
bigodinho, azulão, tuim, papagaio-de-cara-roxa,
arara-amazonas, trinca-ferro, bicudo, tucano,
tiziu, arara-vermelha, melro, cabocrinho, bicode-ferro, ema, saíra, coleirinho-do-brejo, jacu,
pintassilgo, curió, cardeal, saracura, galo-dacampina, cigarrinha, pixoxó
canário-da-Terra, curió, galo-da-campina,
cardeal, coleirinho-do-brejo, azulão, melro,
pássaro-preto, pintassilgo
Papagaio
pássaro-preto, gavião-carcará, coruja, tico-tico,
rolinha, pomba-amargosa
codorna, pomba, rolinha, pomba-saleira,
pomba-juriti, pomba-carijó, inhambu, trincaferro, jacu, perdiz, gavião-pombo
curió, canário-da-terra, tucano, pomba-juriti,
jacu, azulão, pássaro-preto, gralha-azul
azulão, sabiá-branco, canário-da-terra, pássaropreto
sangue-de-boi, trinca-ferro, canário-da-terra,
pintassilgo
canário-terra, pomba-juriti, marreco, jacu,
perdiz, pica-pau, gralha-azul, sangue-de-boi,
frango-d’água, socó, sanhaço, sabiá
124
Cativeiro = 50%
ERPGO
Comércio = 40%
Transporte = 4%
ERPVI
Caça = 28%
Captura = 22%
Cativeiro = 22%
Transporte = 28%
Caça = 23%
Captura = 51%
Cativeiro = 26%
ERTOL
Envenenamento
arara, cabocrinho, papagaio, perdiz, codorna,
azulão, pomba-espelho, trinca-ferro, sangue-deboi, pintassilgo, curió, rolinha
trinca-ferro, pintassilgo, coleirinho, sabiá,
cabocrinho, azulão, canário-da-terra
trinca-ferro, pintassilgo, tico-tico-rei, canário-daterra
codorna, pato-d’água
coleirinho, canário-da-terra
arara, papagaio, arara-canindé
coleirinho, curió
juruva, perdiz, pomba-amargosa
canário-da-Terra, azulão, bigodinho, trinca-ferro,
coleirinho-do-brejo, gaturamo, curió, pintassilgo,
pássaro-preto
sabiá, colerinho, papagaio, pintassilgo, jacu,
melro, maracanã, curió, trinca-ferro, bigodinho,
papagaio-verdadeiro, tucano, sangue-de-boi,
azulão, chopim-do-brejo, cardeal, arara-canindé
pomba-amargosa, rolinha, gavião-carcará,
coruja, sabiá
Fonte: VIDOLIN & BRITTO, 1998.
125
Tabela 11.8: Porcentagem de infrações por escritório regional referente à quantidade de
espécies de mamíferos apreendidos.
Regional
Tipo de Infração
Principais espécies
SEDE
Cativeiro=75%
Sagui, macaco-prego, veado
Caça=25%
Capivara
Carne=9 kg
Veado
BPFLO
Cativeiro=44%
Sagui, paca, cateto, veado, quati
Comércio=31%
Mico-estrela
Carne=13 kg
Veado, paca
Caça=25%
Paca, tatu, veado
ERBEL
Cativeiro=78%
Capivara, jaguatirica, paca, quati, veadocampeiro
Caça=250 kg
Cotia
Couro=22%
Onça-pintada
ERCAS
Caça=14%
Capivara, cateto, lontra, paca, veado
Cativeiro=75
Bugio, capivara, cateto, cotia, gato-do-mato,
macaco-prego, quati, veado
Couro=25%
Jaguatirica, Quati, veado
ERCBA
Caça=66%
Capivara, cateto, lebre, macaco, paca, preá,
quati, serelepe, tatu, veado, paca
Carne=25 kg
Quati, veado
Cativeiro=26%
Bicho-preguiça, bugio, cotia, jaguatirica, macacoprego, paca, sagui, veado
Couro=8%
Gato-do-mato, puma, macaco
ERCMO
Caça=52%
Capivara, paca, queixada, veado
Cativeiro=48%
Anta, cateto, onça-pintada, paca, quati, queixada,
veado
ERCOP
Caça=10%
Quati
Cativeiro=40%
Macaco-prego, quati, sagui
Transporte=50%
Sagui
ERFOZ
Cativeiro=100%
Cateto, macaco-prego, sagui
ERGUA
Caça=6%
Veado
Carne=33 kg
Capivara, cateto, quati, veado
Cativeiro=12%
Cateto
Couro=82%
Bugio, jaguatirica, onça-pintada, veado
ERIVA
Caça=25%
Ouriço
Cativeiro=75%
Paca, quati
Cativeiro=67%
Bicho-preguiça, bugio, capivara, cateto, macacoprego, paca, sagui, tatu-galinha, veado
ERJAC
Carne
Capivara
Couro/comércio=26% Jaguatirica, Quati, tatu
Caça=28%
Capivara, cateto, paca, quati, gambá, tatu
ERLIT
Cativeiro=46%
Capivara, cotia, furão, macaco-prego, paca,
quati, sagui, tatu, veado
126
ERLON
ERMAG
ERPAB
ERPGO
ERPIT
ERPVI
ERTOL
ERUMU
ERUVI
Couro/comércio,
transporte=26%
Carne=33 kg
Tráfico=6%
Cativeiro=94%
Caça=9%
Cativeiro=91%
Caça=25%
Cativeiro=75%
Caça=50%
Carne=65 kg
Cativeiro=17%
Couro=33%
Caça=50%
Cativeiro=50%
Caça=25%
Carne=66 kg
Cativeiro=50%
Couro=25%
Caça=24%
Cativeiro=76%
Caça=76%
Carne=62 kg
Cativeiro=24%
Caça=26%
Carne=42 kg
Cativeiro=67%
Comércio-couro=7%
Fonte: VIDOLIN & BRITTO, 1998.
Tamanduá, jaguatirica, lebre, veado, tatu
Capivara
Veado-campeiro
Cachorro-do-mato, capivara, cotia, jaguatirica,
lobo-guará, preá, quati, ratão-do-banhado, sagui,
tamanduá-mirim, tatu, tatu-bola
Cateto, tatu
Anta, quati, veado
Lebre, paca, tatu, veado
Bugio, cotia, jaguatirica, paca, quati, veado
Bugio, cotia, lebre, queixada, veado
Capivara, javali
Veado
Jaguatirica, lontra, veado, tatu
Veado
Veado
Tatu, veado,
Capivara
Bicho-preguiça, capivara, macaco-prego, sagui
Onça, tatu
Capivara, tatu, quati, paca
Capivara, cervo-do-pantanal, cotia, graxaim,
irara, macaco-prego, mico, ouriço, paca, preá,
quati, ratão-do-banhado, tamanduá-mirim, sagui
Capivara, cateto, tamanduá, veado
Anta, capivara, cervo-do-pantanal
Capivara, macaco-prego, paca, quati, sagui,
tamanduá-mirim
Capivara, ouriço, paca
Capivara, tatu
Cotia, jaguatirica, paca, veado
Lontra
127
NORMAS GERAIS E PROCEDIMENTOS PARA O RECEBIMENTO DE ANIMAIS NO CENTRO DE
MANEJO
Tabela 11.9: Normas gerais e procedimentos de recebimento de animais no centro
(Retirado do II Encontro Nacional de Centros de Triagem de Animais
Silvestres, 1993, promovido pelo IBAMA).
♦ DO RECEBIMENTO DOS ANIMAIS
- Todo animal encaminhado ao centro deverá ser acompanhado de recibo,
sendo de responsabilidade do técnico do centro a sua emissão e
arquivamento;
- Após recebimento os animais deverão ser a coleta de dados biológicos e
inspeção médico-veterinária;
- A chegada de espécimes da fauna ameaçada de extinção deverá ser
informada aos Comitês envolvidos e a Câmara Técnica de Fauna.
♦ DA COLETA DE DADOS BIOLÓGICOS E MARCAÇÃO DE CONTROLE
INTERNO
- Deverá ser realizada biometria (medição e pesagem) de todos os animais
recebidos pelo Centro;
- Os animais recebidos pelo centro deverão ser marcados com sistemas
apropriados a cada espécie.
- Deverá ser levantado o maior número de informações possíveis sobre
procedência e condições de cativeiro em que se encontrava o animal.
♦ DO ATENDIMENTO E ACOMPANHAMENTO MÉDICO-VETERINÁRIO
- Durante a inspeção clínica, caso haja a constatação de alguma alteração ou
traumatismo, o animal será encaminhado ao atendimento adequado;
- Serão procedidos exames clínicos, laboratoriais e parasitológicos, com
objetivo de diagnosticar possíveis zoonoses;
- Serão procedidas inspeções diárias dos animais verificando o comportamento
e apetite, e caso seja constatado alguma alteração, os mesmos deverão ser
retirados dos recintos e encaminhados para exames e tratamento especifico.
♦ DA ALIMENTAÇÃO
- Os alimentos deverão será condicionados de forma adequada e devem ser
manuseados observando-se as regras de higiene;
- A alimentação oferecida aos animais deve ser de boa qualidade. Cada
espécie deve ser alimentada conforme suas necessidades nutricionais de
acordo com suas características biológicas e recomendações da Seção de
Nutrição Animal;
- Será mantido um biotério para atendimento da demanda de ração viva de
alguns animais.
128
♦ DA CONTENÇÃO PARA MANEJO E TRANSPORTE
- Deverão ser utilizados equipamentos apropriados para execução do manejo
(luvas de raspa, puçá, gaiolas, caixas de transporte, jaula de contenção etc.);
- A contenção química será realizada somente quando for necessária;
- O transporte do animal será acompanhado por pessoal tecnicamente
habilitado do Centro.
♦ DA LIMPEZA E DESINFECÇÃO
- Todas as gaiolas, vasilhames, recintos, materiais de contenção, de transporte,
etc., deverão ser limpos e desinfetados após uso;
- Os recintos abertos deverão ser limpos e desinfetados no mínimo duas vezes
por semana, utilizando-se solução apropriada;
- Deve haver diariamente a retirada de restos de resíduos de alimentos e
dejetos dos animais;
- Antes de uma nova ocupação, os recintos deverão ser limpos e desinfetados;
- Deve ser realizada limpeza diária dos ambulatórios, salas de quarentena, as
de recepção e preparo, depósitos e banheiros.
♦ DA PROTEÇÃO E SEGURANÇA
- É obrigatório o uso de bota de borracha pelo servente, tratador, plantonista,
integrantes da coordenação, estagiários, quando do desenvolvimento de
atividades junto aos animais.
- É obrigatório o uso de luvas de borracha na limpeza das gaiolas, vasilhames e
equipamentos;
- Todo pessoal envolvido na operacionalização deverá ser submetido a exames
médicos pelos menos uma vez por ano.
♦ DA MORTE E DA NECROPSIA
- Deverá ser comunicada qualquer ocorrência de morte de animais à
coordenação do centro;
- Deverá ser procedida necropsia, sempre que possível, no mesmo dia da
morte do animal;
- Caso não seja realizada a necropsia no dia da morte do animal a mesma
deverá ser acondicionada em sacos plásticos e em refrigeração com a
identificação do animal, recinto, data e hora do óbito;
- Após a necropsia os animais deverão ser encaminhados a museus ou
instituições de pesquisa.
♦ DA EUTANÁSIA
- Somente será realizada quando se esgotar as possibilidades de destinação do
animal, sendo respeitadas as normas do bem-estar do animal.
♦ DA SAÍDA DE ANIMAIS
- Toda a saída de animal deverá estar acompanhada de guia de transporte do
IBAMA e atestado médico-sanitário.
♦ DOS ESTÁGIOS
- Serão oferecidos estágios para áreas afins, de acordo com as normas e
129
critérios estabelecidos pelo Centro.
♦ DA VISITAÇÃO
- A visitação ao Centro é permitida, porém com número limitado de pessoas, em
dias pré-determinados e apenas nas áreas que forem destinadas para tal
atividade.
130
ESTIMATIVA DOS CUSTOS DE CONSTRUÇÃO E EQUIPAMENTOS DO CENTRO DE MANEJO DE
FAUNA
Parecer técnico providenciado pela:
engenhari a
CUSTOS ESTIMADOS
Data:10 de junho de 2003
Ref.: Planilha de custos dos CEMAS
Apresentamos em anexo planilha de CUSTOS ESTIMADOS para a obra dos CEMAS –
Centro de Manejo de Animais Silvestres, conforme anteprojeto (lay-out) e detalhes
executivos elaborados pelo médico veterinário Dr. Paulo Rogerio Mangini.
Por não existirem projetos, Arquitetônico e complementar, para a planilha ser elaborada
foram considerados critérios e detalhes passados pelo Dr. Paulo e complementados
pela L.M.L. Engenharia S/C Ltda.
⇒Seguem alguns pontos estimados para elaboração da planilha:
• O lay-out adotado foi o elaborado pelo Dr. Paulo;
• O pé direito da obra é de h= 2,85 m;
• A cobertura é de estrutura de madeira com telhas de fibrocimento;
• As fachadas e paredes de fechamento externas terão h= 3,95 m, escondendo
assim a cobertura;
• O forro será de PVC, sem laje de concreto;
• As esquadrias (janelas e portas) serão de alumínio com vidro;
• As áreas de azulejo terão h= 1,80 m, no restante as paredes serão pintadas;
• O piso será de granitina (mosaico) com rodapé também em granitina;
• Calçadas externas em cimento alisado l= 1,00 m nos perímetros da construção;
• Para os cercados foram consideradas tela em aço galvanizado de malha 1” e 2”
polegadas e fio 12 e 16 bwg, com apoios de tubo a cada 2,5 m , e quando
necessário teto em tela. Portas em tela;
• Os tampos serão de aço inox com cubas de aço inox;
• As luminárias internas serão de sobrepor fluorescentes 2x40;
• A iluminação externa será feita através de postes com h= 3,00 m;
• A pintura externa é de textura tipo Grafiatto.
⇒RESUMO DE ÁREAS:
131
Área Total de cada estrutura do CEMAS
Hospital de Triagem
Sala de Necropsia
Sala de Nutrição
Sala de Biotério
Recintos Quarentena 1 e 2
Recintos Cobertos para Reabilitação e Espera 1 e 2
Recintos Abertos para Reabilitação. e Espera
Recintos para Visitação
Oficina Geral
Lavanderia
Administração Geral
Reabilitação e Espera Biologia e Manejo de Fauna
medida
(m²)
702
84
128
84
616
1056
8674
198
96
40
105
105
ÁREA TOTAL
11.888m²
ÁREA DE CONSTRUÇÃO (Coberta)
1.562m²
ÁREA DE CONSTRUÇÃO (Descobertas)
10.326m²
⇒ PREÇO TOTAL:
• Preço total da obra (estimado): R$ 837.966,53 (Oitocentos e Trinta e sete mil,
novecentos e sessenta e seis reais e cinqüenta e três centavos), custo este
sendo considerados materiais e mão de obra conforme critérios anteriormente
descritos.
⇒ TEMPO DE EXECUÇÃO:
•O prazo estimado de execução da obra é de nove meses (270 dias).
Atenciosamente,
L.M.L. Engenharia S/C. Ltda.
Av. Vereador Toaldo Túlio, 2.587 sala 01 - São Bráz - Curitiba - Paraná - CEP: 82.300-000
Fone / Fax: (0xx41) 3029-4519 - Cel: (0xx41) 9972-6297
e-mail: [email protected]
132
Tabela 11.10: Descriminação de custos e serviços.
Descrição
101100
INSTALAÇÕES PRELIMINARES
101121
Barracão de obra com escritório, com área=7,26m2 e
depósito com área 10 m²
Entrada de energia provisória trifásica de 40ª em poste de
eucalipto de 9,5 m
101131
101136
101183
101190
MOVIMENTO DE TERRA
Corte e aterro compactado mecanicamento sem material
importado
110000
110100
110106
ESTRUTURA DE CONCRETO
PREPARO DE CONCRETO
Concreto estrutural, com betoneira controle tipo “B”,
Fck=15MPA
Lançamento manual de concreto estrutural em
infraestrutura, inclusive vibração.
Estaca broca manual em C.A controle tipo C 13,5MPA, com
20Kg de ferro/m³ de concreto,ø 25cm C.A
110221
110400
110500
110508
Quant.
gb
1,00
1.244,24
cj
1,00
512,39
INSTALAÇÕES PRELIMINARES
Placa de obra nas dimensões 2,00x1,00 em chapa
galv.pintada com tinta autom., inclusive estrutura
Locação de obra.
101400
101455
110130
Unid.
SUPERESTRUTURA
FORMAS DE MADEIRA P/ CONCRETO ESTRUTURAL
Forma de tabua de pinho 3 ª construção, p/ vigas para vigas
de superestrutura em concreto armado reaproveitamento 2x
gb
1,00
m²
3.400,00
m³
900,00
M.Obra
Total
s/BDI
Total
c/BDI
408,52
1.652,76
2.132,06
47,25
559,64
721,94
2.212,40
2.854,00
142,06
14,72
156,78
202,25
0,26
0,80
3.604,00
3.760,78
4.649,16
4.851,41
2,09
1.881,00
2.426,49
1.881,00
2.426,49
m³
135,64
87,00
16,60
14.052,30
18.127,47
m³
135,64
0,00
22,29
3.023,42
3.900,21
m
2.082,50
6,56
8,37
31.091,73
40.108,33
48.167,44
62.136,00
21.783,60
28.100,84
21.783,60
28.100,84
m²
133
Material
1.080,00
11,23
8,94
110700
110721
ARMADURAS
Armadura CA-50, f 8,00mm (5/16”), p=0,39Kg/m
120000
120100
120111
FECHAMENTO
ALVENARIA
Alvenaria de tijolos (9x14x19) de e=14cm, assentados na
argamassa mista (1:4+130Kg cim/m³)
Verga de concreto p/ alvenaria c/ espessura de 10cm e
h=10cm.
120160
12100
121200
121203
121204
121205
ESQUADRIAS DE MADEIRA
FECHADURAS
Fechadura exter.,REF. 725.01-66.2, espelho oval, aço inox,
maçaneta francesa, PADO ou similar
Fechadura inter.,REF.731.01-76.5, espelho oval, aço inox,
maçaneta francesa, PADO ou similar
Fechadura BWC,REF.732.01-77.9, espelho oval,aço inox,
maçaneta francesa, PADO ou similar
122000
122100
122101
ESQUADRIAS METÁLICAS
JANELAS DE ALUMÍNIO
Janela de correr, c/ basculante, em alumínio linha especial
35
122200
122202
PORTAS DE ALUMÍNIO
Porta de alumínio de abrir, 0,80x2,10m, linha especial
130000
130100
130101
COBERTURA
ESTRUTURA DE MADEIRA PARA COBERTURA
Estrutura de madeira em tesoura para telha de fibrocimento,
alumínio ou plástico. Vão até 5 á 7,5 m.
130400
130312
COBERTURA DE TELHA FIBROCIMENTO 6mm
Cobertura com telha de fibrocimento ondulada 6mm
considerando inclinação de 10º (18%)
130500
ÁGUAS PLUVIAIS EM CHAPA GALVANIZADA
Kg
8.138,00
1,38
0,50
15.299,44
15.299,44
19.736,28
19.736,28
m²
2.323,75
4,00
11,32
35.599,85
45.923,81
m
228,00
6,62
3,66
2.343,84
3.023,55
37.943,69
48.947,36
ud
24,00
22,80
6,53
703,92
908,06
ud
25,00
20,00
6,53
663,25
855,59
ud
6,00
20,00
6,53
159,18
205,34
1.526,35
1.968,99
11.164,16
14.401,77
11.164,16
14.401,77
m²
ud
55,00
m²
1.562,00
m²
134
64,00
1.562,00
165,32
9,12
300,50
15,52
17.381,10
17.381,10
22.421,62
22.421,62
7,57
8,74
25.476,22
32.864,32
25.476,22
32.864,32
11.980,54
15.454,90
11.980,54
15.454,90
5,87
1,80
130508
130540
Calha de platibanda em chapa de ferro galvanizada nº 26,
corte 70cm
Rufo em chapa de ferro galvenizada nº 26, corte 35 cm
160000
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
-
Tubulações, cabos ,QD’S, fiações
167100
LUMINÁRIAS E EQUIPAMENTOS
167120
Luminária fluorescente de sobrepor, ref.TMS 500 PHILLIPS
ou similar completa, p/ 2 lâmpadas TLTRS
Luminária pública ref. SRC 510 PHILLIPS ou similar,
completo c/ lâmpada vapor de mercúrio HPL-N 125W
167160
167300
EQUIPAMENTOS
167301
Chuveiro elétrico de 4000W / 220V - metálico
168000
POSTES DE ILUMINAÇÃO
168021
Poste de aço reto, h=3m øb=90mm, com sapata de
concreto para fixação
180000
INTALAÇÕES HIDRAÚLICAS
19100
191200
191201
191209
191220
191223
Tubos e conexões de água e esgoto
TUBOS CONEXÕES DE FERRO FUNDIDO
METAIS(REGISTROS,VALVÚLAS E TORNEIRAS COM
ACABAMENTO)
Registro de gaveta com canopla,ø 15mm (1/2”),ref DOCOL
ou similar, linha PRINZ
Valvula de descarga cromada comum, 40mm(1 ½”)
Torneira de parede para pia longa, ref. DOCOL ou similar,
acabamento PRINZ
Torneira de metal amarelo ¾” multiuso ref. 20000300
135
m
334,00
16,26
3,48
6.593,16
8.505,18
m
334,00
8,13
1,73
3.293,24
9.886,40
4.248,28
12.753,46
gl
1,00
22.000,00
9.500,00
31.500,00
31.500,00
40.635,00
40.635,00
cj
206,00
112,45
6,87
24.579,92
31.708,10
cj
108,00
247,18
14,83
28.297,08
36.503,23
52.877,00
68.211,33
cj
2,00
95,16
3,12
196,56
196,56
253,56
253,56
pç
108,00
153,03
49,55
21.878,64
28.223,45
21.878,64
28.223,45
gl
1,00
17.200,00
10.400,00
27.600,00
27.600,00
35.604,00
35.604,00
pç
75,00
32,48
3,80
2.721,00
3.510,09
pç
pç
6,00
14,00
59,21
148,83
12,49
3,91
430,20
2.138,36
554,96
2.758,48
pç
55,00
9,89
3,91
759,00
979,11
ref.DOCOL ou similar
191400
191401
191413
191500
191558
191563
EQUIPAMENTO HIDRAÚLICOS DE LOUÇA
Lavatório de louça branca com coluna, inclusive fix. Sifão
metálico, e torneira de pressão
Bacia sifonada de louça branca c/ valv. Comum, incl.
Tampa acessórios de ligação e fixação
EQUIPAMENTO HIDRÁULICOS DE AÇO INOXIDÁVEL
Tanque de aço inox simples, ass. Alv, revestimento c/ azul,
incl. Acessórios de fixação e ligação
Pia de aço inox uma cuba, com forro, 0,60x1,80m, incl.
Mureta revestida c/ azulejo, fix. Lig.
191600
191604
TAMPOS DE GRANITO COMPOSIÇÕES AUXILIARES
Tampos de granito cinza andorinha e= 3 cm polido I =0,60m
201000
REVESTIMENTO DE PAREDES INTERNAS
201002
Chapisco em paredes internas empregando argamassa de
cimento e areia traço 1:3 espessura 5mm
Emboço em paredes internas empregadando argamassa
mista traço 1:4+50Kg cim/m³ espessura 20mm
Reboco em paredes internas empregando argamassa de
cal hidratada 1:1,5 espessura 5mm
Revest, c / azulejos branco 20x20cm, assent, no cimento
colante
201003
201006
201015
202000
REVESTIMENTO DE PAREDES EXTERNAS
202002
Chapisco em paredes externas empregando argamassa de
cimento e areia traço 1:3 espessura 5mm
Emboço em paredes externas empregadando argamassa
mista traço 1:4+100Kg cim/m³ espessura 20mm
202003
203000
REVESTIMENTO DE FORROS
136
6.048,56
7.802,64
cj
6,00
280,49
17,15
1.785,84
2.303,73
cj
6,00
190,19
20,59
1.264,68
1.631,44
3.050,52
3.935,17
cj
2,00
188,45
62,34
501,58
647,04
cj
20,00
228,43
48,98
5.548,20
7.157,18
6.049,78
7.804,22
m
12,00
70,97
0,00
851,64
851,64
1.098,62
1.098,62
m²
2.009,25
0,54
0,73
2.551,75
3.291,75
m²
2.009,25
0,90
3,94
9.724,77
12.544,95
m²
1.186,65
0,32
3,34
4.343,14
5.602,65
m²
822,60
9,69
6,03
12.931,27
16.681,34
29.550,93
38.120,70
m²
1.319,30
0,54
0,73
1.675,51
2.161,41
m²
1.319,30
1,08
3,94
6.622,89
8.543,52
8.298,40
10.704,93
203007
Forro de PVC l=20cm assentado em entarugamento fixado
nas paredes
205000
REVESTIMENTO DE PISOS
205101
205102
205104
205107
205114
Aterro apiloado manualmente em camadas de 20cm
Lastro de pedra brita apiloado manualmente e=3cm
Lastro impermeabilizado em concreto não estrutural e=5cm
Piso cimentado, impermealizado, queimado
Regularização de piso com argamassa de cimento e areia
traço 1:4 e=2cm
Piso em granitina com cimento branco e= 8mm, junta
plástica a cada 1m, sobre piso regularizado
Proteção com Impermeabilizante de pisos de cimento
granitina e monolitos de alta resistência
Lastro de areia e=10cm
205130
205134
205200
205250
RODAPÉ, SOLEIRA E PEITORIS
Rodapé em granitina cimento branco moldado in loco,canto
arredondado, h= 10cm
206000
VIDROS
206002
Vidro transparente 4mm - colocado
300000
PINTURA
300100
300118
PINTURA DE PAREDE
Massa corrida PVA, 02 demão, em parede int. c/
revestimento frágil, inclusive lixamento e limpeza
Pintura de parede interna preparada,com 3 demãos de tinta
látex acrílica de primeira
Pintura de paredes externas em grafiatto
300128
440000
m²
PAISAGISMO
137
946,00
15,19
8,76
22.656,70
29.227,14
22.656,70
29.227,14
m³
m²
m²
m²
m²
755,20
3.892,00
3.892,00
2.946,00
946,00
0,00
0,57
4,53
1,65
1,79
7,96
0,32
4,71
8,01
2,28
6.011,39
3.463,88
35.962,08
28.458,36
3.850,22
7.754,70
4.468,41
46.391,08
36.711,28
4.966,78
m²
946,00
11,08
6,96
17.065,84
22.014,93
m²
946,00
0,73
1,30
1.920,38
2.477,29
m²
1.300,00
1,71
0,96
3.471,00
100.203,15
4.477,59
129.262,07
m
705,00
1,17
3,80
3.503,85
4.519,97
3.503,85
4.519,97
m²
105,60
22,62
0,00
2.388,67
2.388,67
3.081,39
3.081,39
m²
2.505,95
3,37
1,91
13.231,42
17.068,53
m²
1.186,65
4,20
3,14
8.710,01
11.235,91
m²
1.319,30
5,20
3,60
11.609,84
33.551,27
14.976,69
43.281,13
440011
Plantio de grama em placa c/ espal. De terra vegetal, sobre
terreno prep. C/ terra vegetal adubada
-
TELAS GALVANIZADAS
-
Alambrado em tubos galvanizados, galvanização interna e
externa das paredes, tela losangular malha 2” pol. Fio=12
bwg. Duplamente galvanizado
Alambrado em tubos galvanizados, galvanização interna e
externa das paredes, losangular malha 1” pol. Fio=16 bwg.
Duplamente galvanizado
Portões em tubos galvanizados, galvanização interna e
externa das paredes, em tela losangular malha
2”pol.fio=12bwg/ 1”pol.fio=12bwg com medida(1,50x1,80).
Duplamente galvanizado
Portões em tubos galvanizados, galvanização interna e
externa das paredes, tela losangular malha 1”pol.
Fio=12bwg/ 2”pol.fio=12bwg com medida(1,00x2,10).
Duplamente galvanizado
-
-
m²
VALOR DE M²
TOTAL GERAL DE OBRA
138
7.968,00
1,72
1,87
28.605,12
36.900,60
28.605,12
36.900,60
m²
1.101,60
32,00
0,00
35.251,20
45.474,05
m²
2.265,05
27,00
0,00
61.156,35
78.891,69
m²
445,50
50,00
0,00
22.275,00
28.734,75
m²
54,60
50,00
0,00
2.730,00
3.521,70
237,25
121.412,55
649.586,46
306,05
156.622,19
837.966,53
Tabela 11.11: Estimativa de custos para implantação do Biotério
Custos estimados para implantação do Biotério
ÁREA DE BIOTÉRIO
Estantes metálicas,
1,2x0,5x1,6 m
Quantidade
para
caixas
Valor R$
de
criação 20 metros
lineares
BEBEDOUROS PARA CAIXAS DE CRIAÇÃO
100
Caixas em polipropileno para criação 30 x 19 x 13 cm 30
Caixas em polipropileno para criação 41 x 34 x 18 cm 70
Estante metálica, para depósito 1,5 x 0,7 x 1,8 m
9 metros
lineares
Armário para vestiário (três compartimentos)
1
Total
1.800,00
500,00
300,00
700,00
800,00
4.100,00
Tabela 11.12: Estimativa de custos para implantação da Sala de Nutrição
Custos estimados para implantação da Sala de Nutrição
SALA DE NUTRIÇÃO
Quantidade
Mesa tampo em aço inox, 0,7 x 2,1 m
Geladeira (280 L)
Câmara fria 2 x 4 m
Freezer horizontal (500 L)
Fogão industrial seis bocas
Moedor de alimentos (moedor de carne)
Liquidificador 2 litros
Balança digital (15kg / 1g x 1g)
Carrinho com base de madeira (quatro rodas)
Utensílios para corte (facas, cutelos, machadinha)
Utensílios gerais (colheres, conchas, garfos)
Panelas Alumínio (2 L; 5 L; 15 L)
Tábuas plásticas para preparação de alimentos
Pote plástico com tampa (10 x 20 x 15 cm)
Bandejas plásticas (branca: 8 x 30 x 40 cm)
Bandejas plásticas (branca: 15 x 30 x 40 cm)
Comedouros de metal 20 cm diâmetro
Mangueira plástica 15 m
Tambor par lixo 70 L
Total
4
2
1
2
1
1
1
1
2
10
10
5
5
20
60
60
60
2
4
139
Custo em R$
2.000,00
700,00
2.000,00
800,00
600,00
1.200,00
300,00
700,00
800,00
200,00
100,00
300,00
50,00
100,00
400,00
500,00
800,00
50,00
150,00
11.750,00
Tabela 11.13: Estimativa de custos para implantação da Sala de Necropsia
Custos estimados para implantação da Sala de Necropsia
SALA DE NECROPSIA
Quantidade
Armário de metal duas portas
Armário para vestiário três módulos
Mesa para escritório (três gavetas)
Cadeira para escritório
Mesa de necropsia
Banqueta metálica
Faca para necropsia
Pinça anatômica (15 cm)
Pinça dente de rato (15 cm)
Tesoura mayo romba/fina (15 cm)
Cabo bisturi (n4)
Caixa metálica para material de necropsia
Cutelo (20 cm)
Tesoura de poda cabo longo
Tesoura de poda cabo curto
Serra de metal 50 cm (serra para ossos)
Serra de poda 20 cm (serra para ossos)
Tesoura de tosquia
Tábua plástica 30 cm (para corte de tecidos)
Régua plástica
Fita métrica
Avental de Borracha
Óculos de Proteção
Tambor par lixo 70 L
Carrinho com base em madeira (quatro rodas)
Total
1
3
1
2
2
4
4
4
4
4
4
1
1
1
1
1
1
1
2
2
2
3
3
2
1
140
Custo em R$
500,00
1.000,00
400,00
140,00
600,00
800,00
200,00
200,00
200,00
200,00
100,00
200,00
50,00
70,00
50,00
50,00
50,00
100,00
20,00
5,00
10,00
30,00
100,00
150,00
400,00
5.625,00
Tabela 11.14: Estimativa de custos para implantação do Hospital de Triagem
Custos estimados para implantação do hospital de triagem
SETOR DE RECEBIMENTO, IDENTIFICAÇÃO, TRIAGEM Quantidade
E VETERINÁRIA
Arquivo metálico para pasta suspensa
Mesa para escritório
Cadeira escritório
Armário para material de escritório
Armário para Biblioteca
Armário metal duas portas
Mesa tampo de aço inox para triagem (0,7 x 2,1 m)
Câmara fotográfica digital (identificação)
Computador PC
Mesa clínica (tampo em aço inox)
Mesa clínica (tampo em aço inox com balcão)
Armário para medicamentos (portas de vidro)
Oftalmoscópio
Estetoscópio
Otoscópio
Balança digital 15 kg / 1g x 1g
Balança digital de chão 150 kg / 1kg x1kg
Dinamômetro Analógico 100 kg (500g x 500g)
Termômetro digital
Aparelho de Anestesia Volátil (Takaoka TK 20 ou
similar)
Cilindro Oxigênio (50 L)
Cilindro Oxigênio (150 L)
Traqueotubos
Embu
Tubos Corrugados (2 m) e Conexões diversas
Aparelho de raio-X (150 kv e 2mA)
Cuba para reveleção (raio-x)
Avental de chumbo
Luvas de chumbo (par)
Protetor de Tireóide
Ecram (Pequeno, Médio e Grande)
Colgadura
Negatoscópio (Pequeno, Médio e Grande)
Filmes para Raio-X (Pequeno, Médio e Grande)
caixa
Revelador / Fixador (litro)
Estufa para secagem e esterilização
Microscópio Binocular
Estufa de Cultura
Lupa para parasitologia
141
Custo em R$
2
4
4
2
2
2
2
1
1
2
1
4
1
4
1
1
1
1
5
300,00
1.600,00
400,00
300,00
500,00
500,00
1.000,00
3.000,00
3.000,00
1.000,00
800,00
2.400,00
1.000,00
600,00
600,00
700,00
1.400,00
1.000,00
100,00
1
2
2
20
1
x
1
1
3
3
3
3
6
2
2.500,00
300,00
800,00
1.000,00
400,00
600,00
10.000,00
300,00
600,00
300,00
150,00
600,00
500,00
750,00
3
1
1
1
1
1
500,00
400,00
500,00
2.000,00
1.500,00
500,00
Banquetas de laboratório
Câmara para contagem de células (Neubauer)
Câmara para contagem de OPG (McMaster)
MicroPipetas automáticas
Contador de células
Bico de Bunsen
Fios de sutura
Instrumental Cirúrgico
Campos, Pijamas e Aventais (quatro jogos)
Autoclave
Mesa cirúrgica (tampo em aço inox)
Mochinho cirúrgico
Maca com rodas
Padiola (1,5 m)
Microchip identificador (Marca Trovam aceito pelo
CITES e IUCN)
Leitor - Trovam de bolso
Aplicador de Microchip identificador
Alicate aplicador de brinco
Brincos plásticos para marcação
Tatuador elétrico (duas agulhas)
Anilhas (tamanhos variados)
Alicate para aplicar anilhas
Pistola de ar comprimido
Dardos para pistola de ar comprimido
Zarabatana
Dardos para zarabatana
Medicamentos terapêuticos
Medicamentos Anestésicos
Material de consumo (luvas, swabs, seringas, etc...)
Vidraria (laboratório, veterinária, etc...)
Gaiolas para Internamento (três compartimentos com
rodilho)
Total
142
2
4
4
3
2
1
x
x
x
1
1
3
1
2
400,00
400,00
100,00
1.500,00
300,00
50,00
1.000,00
3.000,00
1.000,00
2.000,00
800,00
900,00
500,00
300,00
200
1
2
2
200
1
x
2
1
30
2
30
6.000,00
1.300,00
212,00
100,00
400,00
250,00
1.000,00
200,00
3.000,00
500,00
500,00
250,00
2.000,00
3.000,00
3.000,00
500,00
30
78.862,00
Tabela 11.15: Estimativa de custos com equipamento de contenção e transporte
Custos estimados com equipamento de contenção e transporte
ÁREA DE CONTENÇÃO, TRANSPORTE E OFICINA
GERAL
Quantidade
Luvas de raspa de couro (par)
Cambão
Puçá de rede (aro 40 cm)
Puçá de pano (aro 20 cm)
Puçá de pano (aro 30 cm)
Caixa de transporte (barras metálicas 1,8m x 0,8m x
a1,0m)
Caixa de transporte (madeira c1,8m x L0,8m x a1,5m)
Caixa de transporte (madeira c1,2m x L0,4m x a1,0m)
Caixa de transporte (madeira c0,8m x L0,4m x a0,5m)
Caixa de transporte (madeira c0,4m x L0,2m xa 0,2m)
Furadora elétrica
Serra circular
Serra Tico-Tico
Mesa de marcenaria
Banqueta
Equipamento de solda elétrica
Equipamento de solda OxiEtileno
Esmerilho elétrico
Torno elétrico
Ferramentas em geral (martelo, serrote, alicates, etc)
Total
10
6
4
4
4
200,00
600,00
1.600,00
800,00
800,00
2
2
4
4
4
1
1
1
1
2
1
1
1
1
-
2.000,00
1.000,00
1.200,00
800,00
800,00
500,00
700,00
700,00
1.200,00
400,00
1.200,00
500,00
400,00
2.000,00
1.000,00
18.400,00
143
Custo em R$
Tabela 11.16: Estimativa de custos com administração e logística
Custos estimados relacionados à administração e logística
ADMINISTRAÇÃO GERAL E LOGÍSTICA
Quantidade
Veículo pick-up 4x4 cabine dupla
1
Veículo pick-up 4x4 cabine simples
2
Computador PC
2
Mobília de escritório
x
Material de escritório
x
Fichas de registro
x
Aparelho de fax
2
Aparelhos telefônicos
10
Walk-talk
6
Carrinho base de madeira (quatro rodas)
2
Máquina cortadora de grama
2
Escadas de parede (2m e 4m)
2
Escada de armar (2m e 4m)
2
Carrinho de mão
4
Equipamento de Limpeza (mangueiras, esfregão, etc) x
Máquina de Lavar de alta pressão (wap)
1
Máquina de lavar roupas
1
EPI (Botas de borracha, luvas, avental, macação, etc) x
Material de manutenção geral (madeira, ferragens,
etc)
x
Material bibliográfico
x
Total
144
Custo em R$
90.000,00
140.000,00
6.000,00
2.000,00
800,00
1.000,00
600,00
400,00
1.200,00
800,00
800,00
300,00
400,00
200,00
500,00
1.500,00
600,00
3.000,00
2.000,00
4.000,00
256.100,00
MODELOS DE FICHAS PARA UTILIZAÇÃO NO CENTRO DE MANEJO DE FAUNA.
Tabela 11.17: Modelos de fichas de recepção, cadastramento de animais e
propriedades destinadas à soltura de fauna reabilitada.
1. Dados gerais
Nome da propriedade:
Nome do proprietário:
Endereço:
Telefone:
Fax: .
E-mail:
Responsável pelo local (administrador, capataz):
Localização (descritiva e coordenadas geográficas):
Distância do CEMAS:
Tempo de deslocamento:
2. Dados da área:
Extensão (ha):
Reserva (ha):
Utilidade:
Infra-estrutura existente:
Características da áreas (vegetação, relevo, topografia, hidrografia, etc.)
Fauna existente na área:
Tipos de ameaças ou impactos existentes na área:
3. Atividades em conjunto com o CEMAS
Animais de interesse
Restrições para as seguintes espécies:
Interesse em aclimatação:
Área indicada para aclimatação:
Soltura direta:
4. Observações complementares:
5. Croqui de acesso (anexar mapas ou fotos áreas):
145
Tabela 11.18: Modelos de fichas de recepção e cadastramento de aves (frente).
No ___________
Ficha de AVES
Espécie:
Nome Popular:
Nº de Registro CETAS:
Data da captura ou apreensão:
Procedência:
Data de Entrada:
Localidade específica:
Coletor ou Referência – Nome:
Endereço:
Telefone:
Ambiente da coleta:
Vegetação:
Clima:
Destino:
Sexo
M [ F[ ]
]
J[ ] A[ ]
I[ ]
Data de Saída:
Idad
I[ ]
e
Massa corporal:
Observações Entrada:
Marcação:
Comp. Bico:
Comp. Corpo:
Comp. Cabeça:
Comp. Cauda:
Circ. Cabeça:
Comp. Total:
Comp. tarso-metatarso:
Comp. Tarso:
Largura Tarso:
Comp. Membro Torácico MT:
Outras medidas:
Alimentação tipo:
Coleta de parasitos:
Histórico e Observações:
146
Tabela 11.19: Modelos de fichas de recepção e cadastramento de aves (verso).
Muda:
Procedimentos Clínicos / AVES: Anotar sempre a data
Qualidade
dos procedimentos realizados.
Data
Retrizes
Remiges
MODELO VERSO
Contorno
Dorsal
Ventral
Caudal
147
Tabela 11.20: Modelos de fichas de recepção e cadastramento de répteis (frente).
o
Ficha de RÉPTEIS
N ________
Espécie:
Nome Popular:
Nº de Registro CETAS:
Data da captura ou apreensão:
Procedência:
Data de Entrada:
Localidade específica:
Coletor ou Referência: Nome
Endereço:
Telefone:
Ambiente da coleta:
Vegetação:
Clima:
Destino:
Sexo M [ ] F [ ] I [ ]
Idad J [ ] A [ ] I [ ]
e
Massa corporal:
Observações Entrada:
Data de Saída:
Marcação:
Comp. rostro-cauda:
Comp. rostro-anal:
Comp. Corpo:
Comp. Cabeça:
Comp. Cauda:
Circ. Cabeça:
Circ. Pescoço:
Circ. Tórax:
Circ. Base da cauda:
Comp. carpo-metacarpo-falange:
Comp. tarso-metatarso-falange:
Largura total Tarso:
Comp. Membro Pélvico MP:
Comp. Membro Torácico MT:
Largura total Carpo:
Larg. Carapaça:
Temperatura Cloacal:
Outras medidas:
Comp. Carapaça:
Alimentação tipo:
Coleta de parasitos:
Histórico e Observações:
148
Tabela 11.21: Modelos de fichas de recepção e cadastramento de répteis (verso).
Muda:
Procedimentos Clínicos / RÉPTEIS: Anotar sempre a data
Qualidade
dos procedimentos realizados.
Data
Contorno
Escamas
MODELO VERSO
Dorsal
Ventral
Caudal
149
Tabela 11.22: Modelos de fichas de recepção e cadastramento de mamíferos (frente).
No ___________
Ficha de MAMÍFEROS
Espécie:
Nome Popular:
Nº de Registro CETAS:
Data da captura ou apreensão:
Procedência:
Data de Entrada:
Localidade específica:
Coletor ou Referência: Nome
Endereço:
Telefone:
Ambiente da coleta:
Vegetação:
Clima:
Destino:
Sexo
M [ F[ ]
]
J[ ] A[ ]
I[ ]
Data de Saída:
Idad
I[ ]
e
Massa Corporal:
Observações Entrada:
Marcação:
Comp. Total:
Comp. Cabeça:
Comp. Corpo:
Circ. Cabeça:
Comp. Cauda:
Circ. Pescoço:
Comp. Orelha:
Larg. Orelha Frente:
Comp. Orelha Atrás:
Comp. carpo-metacarpo-falange:
Comp. tarso-metatarso-falange:
Largura total Tarso:
Comp. Membro Pélvico MP:
Comp. Membro Torácico MT:
Largura total Carpo:
Outras medidas:
Coleta de Pêlos:
Coleta de parasitos:
Histórico e Observações:
150
Tabela 11.23: Modelos de fichas de recepção e cadastramento de répteis (verso).
Muda:
Procedimentos Clínicos / MAMÍFEROS: Anotar sempre a data
Qualidade
dos procedimentos realizados.
Data
Contorno
Pêlos
MODELO VERSO
Dorsal
Ventral
Caudal
151
OPORTUNIDADES DE FINANCIAMENTO PARA PROGRAMAS DE PESQUISA A SEREM
DESENVOLVIDOS PELO CEMAS
Tabela 11.24: Oportunidades de financiamento de pequena monta (small grants);
utilizáveis para projetos específicos de reabilitação.
DEADLINES IN JANUARY, FEBRUARY OR MARCH
Name of Organization: American Bird Conservancy
Funding Area: Research by Latin Americans/Caribbean on threatened species and
their habitats, conservation of threatened species, and training and environmental
education.
Restrictions: No killing or collecting of birds. Research grants; program support
Funding Level: $100 - $5,000 Examples of Grassland birds as seed dispersers in
Columbia; breeding biology of Peruvian diving petrels; Argentine bird conservation
strategy
Application Deadline: 28 February and 30 September. Submission in Spanish,
Portuguese or English. Request application form.
Contact Information: American Bird Conservancy - 1250 24th Street, NW, Suite 220,
Washington, D.C. 20037 USA. Tel: 1.202.467.834; Fax: 1.202.467.8352 Source of
Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: American Museum of Natural History, Lerner-Gray Fund for
Marine Research
Funding Area: Marine Zoology research grants to graduate students and postdoctorates, emphasis on systematics, evolution, ecology, field behavior. Most commonly
funds supplies and living expenses. Restrictions: No funding for botany, biochemistry,
permanent equipment or salaries
Funding Level: $200 - $2,000 (average $700)
Application Process: Application postmarked by 15 March. Submission in English.
Required application form including 1-5 page project description and 2 letters of
recommendation; submitted in duplicate.
Contact Information: Office of Grants & Fellowships, Lerner-Gray Fund for Marine
Research, American Museum of Natural History, Central Park West at 79th Street, New
York, NY 10024 USA
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Association of Field Ornithologists, E.A. Bergstrom Memorial
Award
Funding Area: Field research on wild birds, especially banded birds, proposals from
Latin American researchers particularly welcome. May request mist nets instead of
money. Special consideration to proposals on avian life history, those that use data
collected all or in part by amateurs, and those that employ bird-banding or other marking
techniques.
Restrictions: Funding for amateurs, undergraduates or Master’s students only.
Funding Level: $400 ($500 maximum)
Application Process: Application Deadline: 15 January. Submission in English. Submit
3 copies of application/budget form; C.V., 1 reference letter, 3 page proposal with
152
objectives, significance, methods, available facilities.
Contact Information: Mr. Dave Westneat, AFO Awards Chairman, School of Biological
Sciences, 101 Morgan Building, University of Kentucky, Lexington, KY 40506-0225,
USA. Tel: 1.606.323.9499 E-mail: [email protected]
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Bat Conservation International
Funding Area: Bat conservation; studies involving documentation of bat feeding
behavior, roosting needs and solutions to bat nuisance problems.
Restrictions: Graduate students only Funding Level: $2,000 - $2,500
Examples of Recent Funding: Feeding ecology of migratory Mexican Free-Tailed bats;
conservation of flying foxes in the Pacific; bats & rain forest recolonization.
Application Process: 15 January. Submission in English. Phone call or letter of inquiry
briefly describing proposed project with objectives, justification, methods and itemized
budget.
Contact Information: Scholarship Awards Coordinator, Bat Conservation International,
P.O. Box 162603, Austin, Texas 78716, USA. Program Director: Tel: 1.512.327.9721
Fax: 1.512.327.9724
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: The Bay Foundation
Funding Area: Biodiversity, marine conservation, wildlife preservation, environmental
education, museum and botanical garden preservation and training. Emphasis on
education and research.
Restrictions: Funds organizations only. No religious organizations.
Funding Level: $3,000 - $25,000
Examples of Recent Funding: Agro-ecology in a Chilean high school; flora and fauna
surveys in Northern Mexico; network to promote marine conservation biology.
Application Process: Deadlines: 1 March, 1 September, 1 December. Submission in
English. Proposal to include organization and program description, objectives,
population served, budget, anticipated sources of further support, evidence of taxexempt status.
Contact Information: The Bay Foundation, 17 West 94th Street, New York, NY 10024
USA. Tel: 1.212.663.1115
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Explorers Club
Funding Area: Scientific research during field expeditions. Two programs: Exploration
Fund for graduate students on expeditions; Youth Activity Fund for high school and
undergraduate students.
Funding Level: Up to $1,200
Application Process: Application Deadline: Exploration Fund - 31 January; Youth
Activity - 19 April. Submission in English. Request application forms in mid-November.
Contact Information: Ms. Eileen Harsch, Club Manager, Explorers Club, 46 East 70th
Street, New York, New York 10021 USA Tel: 1.212.628.8383 Fax: 1.212.288.4449
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Leverhulme Trust
Funding Area: Original research in any area. Emphasis on interdisciplinary research
and research without traditional funding sources. Research grants to institutions; some
support for education.
153
Restrictions: No applicants from developed countries (other than UK); no payment for
equipment; <25% of total budget allowed for operating costs; no support for medical
research.
Funding Level: Various
Application Process: Application Deadline: 15 February, 1 May, 1 September, 15
November. Submissions in English. Request policies and procedures brochure.
Contact Information: The Director, The Leverhulme Trust, 15-19 New Fetter Lane,
London, EC4A 1NR, United Kingdom Tel: 44.171.822.6938 Fax: 44.171.822.5084
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: PADI Foundation Funding Area: Marine science, education and
ecology; diving physiology. Emphasis on aquatic environments and their protection.
Research grants.
Restrictions: No overhead or other indirect expenses.
Funding Level: Average $5,000
Application Process: Application Deadline: 1 February. Submission in English. Submit
2 page proposal with project description, including title, 2-sentence abstract, objectives,
justification, methods, budget, schedule, author affiliations.
Contact Information: Mr. Charles P. Rettig, President, PADI Foundation, 9150
Wiltshire Boulevard, Suite 300, Beverly Hills, California 90212-3414 USA Tel:
1.310.281.3242
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Purina Mills, Inc.
Funding Area: Animal nutrition and physiology research as applied to dairy, poultry and
animal science. Fellowships for graduate students.
Restrictions: Must be full-time graduate student.
Funding Level: $12,500
Application Process: Application Deadline: 6 February. Submissions in English.
Request application form. Submit with university transcripts, employment history,
description of planned graduate and professional work, and 3 reference letters.
Contact Information: Purina Research Awards Committee, c/o: Joan Roslauski - 2E,
Purina Mills, Inc., P.O. Box 66812, St. Louis, Missouri 63166 USA
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Western Bird Banding Research Grant
Funding Area: Bird banding studies. One grant awarded per year. Non-US citizens
considered.
Funding Level: $250
Application Process: Application Deadline: 15 February. Submissions in English.
Submit 3 page proposal, budget and C.V.
Contact Information: Mr.Geoffrey Geupel, Point Reyes Bird Observatory, 4990
Shoreline Highway, Stinson Beach, California 94970 USA Tel: 1.415.868.1221 Fax:
1.415.868.1946
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Wilson Ornithological Society
Funding Area: Ornithology; emphasis on banding studies, support of junior researchers
or amateur birdwatchers. 3 Research grants available: 1.) Louis Agassiz Fuertes Award
- for any ornithologist, but graduate students are favored; 2.) Margaret Morse Nice
Award - for any amateur ornithologist; 3.) Paul A. Stewart Award - for any ornithologist;
154
banding studies and economic ornithology favored .
Restrictions: Willingness to report results to annual meeting.
Funding Level: Average $200
Application Process: Application Deadline: 15 January. Submissions in English. Must
specify ONE award when applying. Application form plus 2 letters of recommendation.
Form requests brief project outline and description of applicants ornithological
qualifications.
Contact Information: Wilson Ornithological Society, University of Michigan, Museum of
Zoology, Ann Arbor, Michigan 48109-1079 USA
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: World Nature Association
Funding Area: Conservation of fauna, flora, habitat and related education. Emphasis on
involvement of local people, practical application. Research and educational project
grants.
Restrictions: Study site must be outside USA. Project must include education as well
as conservation and local people must be involved.
Funding Level: Average $750; Maximum $2,000
Examples of Recent Funding: Re-establishment of natural habitats in Lake Titicaca,
Peru; Various environmental education projects aimed at children in Central & South
America.
Application Process: Application Deadline: 1 March, 1 October. Submissions in
English. Request application form.
Contact Information: World Nature Association, P.O. Box 673, Silver Spring, Maryland
20918-0673 USA. Tel & Fax: 1.301.593.2522
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin
Name of Organization: Primate Conservation Inc.
Funding Area: Provides seed money or matching grants for conservation of wild
populations of primates. Priority given to projects that study the last known and most
endangered species, in their natural habitats, and those studies which involve citizens
from the country in which primates are found. Intent is to provide support for original
research that can be used to formulate and implement conservation plans.
Restrictions: No conferences, travel to scientific meetings, legal actions, tuition,
salaries at institutions and overhead costs.
Funding Level: $2,500 average; $5,000 maximum
Application Process: Application Deadline: 1 March and 20 September. Submission in
English. Write for application materials. Submission requires 5 copies of PCI=s standard
cover sheet and typed proposals.
Contact Information: Primate Conservation, Inc. 163 Town Lane, East Hampton, New
York 11937-5000, USA Tel: 1.516.267.6856 Fax: 1.516.267.2024
Source of Information: Neotropical Primates
Name of Organization: The Wildlife Conservation Society Research Fellowship
Program
Funding Area: Individual research projects that lead directly to conservation of
threatened wildlife or wildlands, communities or ecosystems. Must lead to concrete
advances in conservation and must incorporate clearly identifiable, specific conservation
components. Preference given to proposals by nationals in the country of research, and
to East African savannahs, & Central and West African forests.
155
Restrictions: No conferences, travel to scientific meetings, erection of permanent field
stations, institutional salaries, overhead costs or extensive laboratory analyses.
Funding Level: $5,000 average; $20,000 maximum Examples of Recent Funding:
Application Process: Application Deadlines: 1 January, 1 July, 1 September. Contact
organization for application materials.
Contact Information: Dr. John Robinson, The Wildlife Conservation Society, 185th
Street and Southern Boulevard, Bronx, New York 10460, USA Tel: 1.718.220.5155 Fax:
1.718.364.4275
Name of Organization: L.S.B. Leakey Foundation - General Grants
Funding Area: Studies which further research into human origins, behavior, and
survival. Research priorities include behavior, morphology and ecology of the great apes
and other primate species. Advanced pre-doctoral students and established scientists.
Restrictions: Project must fall within Foundation=s stated goals - contact the office for
goals 1 month before applying.
Funding Level: Average $3,000 - $7,000. Maximum $12,000.
Application Process: Application Deadline: 15 August and 2 January. Request most
recent application forms. Submit six copies of application form and requested
attachments.
Contact Information: The L.S.B. Leakey Foundation, 77 Jack London Square, Suite M,
Oakland, California 94607-3750, USA Tel: 1.510.834-3636 Fax: 1.510.834-3640
Source of Information: Neotropical Primates
Name of Organization: L.S.B. Leaky Foundation - Fellowship for Great Ape Research
Funding Area: Long-term research on behavior and ecology of wild populations of great
apes, especially if, in addition to the basic scientific goals of the project, the work
contributes to the development of testing models of human evolution. Both continuing
and new projects considered. Stronger preference to post-doctoral applicants prepared
to make a long-term commitment to a study site. Successful candidates may apply for a
second year by 2 January deadline.
Restrictions: Project must fall within Foundation’s stated goals - contact office for goals
1 month before applying.
Funding Level: One fellowship of $20,000 annually.
Application Process: Application Deadline: 15 August and 2 January. Request most
recent application forms. Submit six copies of application form and requested
attachments.
Contact Information: The L.S.B. Leakey Foundation, 77 Jack London Square, Suite M,
Oakland, California 94607-3750, USA Tel: 1.510.834-3636 Fax: 1.510.834-3640
Source of Information: Neotropical Primates
DEADLINES IN APRIL, MAY, OR JUNE
Name of Organization: American Wildlife Research Foundation
Funding Area: Fish or wildlife research, education or conservation. Research grants,
project support. Project may involve research, natural history or conservation education.
Funding Level: Maximum $2,000
Examples of Recent Funding: Research on wetlands in Argentina; studies of coyotes
and of spruce grouse in North America, support for nature centers and films.
Application Process: Application Deadline: 1 April, 1 August. Submission in Spanish or
English. Submit application form and any additional information which supports the
proposal (i.e., reprints relating to project.)
156
Contact Information: Mr. Stuart Free, American Wildlife Research Foundation, RD 2
Box 358, Meadowdale Road, Altamont, New York 12009-5357, USA. Tel:
1.518.861.5357
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Chicago Zoological Society, Conservation & Research Funds
Funding Area: Conservation of captive and wild animal populations. Emphasis on
ecology, genetics, demographics, behavior, nutrition, pathology, management.
Research grants, program support, technical advice. Restrictions: No salary, capital
equipment, operating costs
Funding Level: $5,000 maximum
Examples of Recent Funding: Population ecology and traditional use of spiny rats in
Ecuador; importance of keystone plant species for monkeys in Costa Rica; habitat use
of rain forest birds in Mexico; managing wildlife to conserve Amazonian rainforests
Application Process: Application Deadline: 15 April, 15 August, 15 December.
Submission in English. Write for application guidelines.
Contact Information: Linda Reiter or Tim Sullivan, Conservation & Research
Committee, Chicago Zoological Society, Brookfield, Illinois 60513 USA. Tel:
1.708.485.0263 Fax: 1.708.485.3532
Source of Information: Chicago Zoological Society
Name of Organization: Explorers Club
Funding Area: Scientific research during field expeditions. Two programs: Exploration
Fund for graduate students on expeditions; Youth Activity Fund for high school and
undergraduate students.
Funding Level: Up to $1,200
Application Process: Application Deadline: Exploration Fund - 31 January; Youth
Activity - 19 April. Submission in English. Request application forms in mid-November.
Contact Information: Ms. Eileen Harsch, Club Manager, Explorers Club, 46 East 70th
Street, New York, New York 10021 USA Tel: 1.212.628.8383 Fax: 1.212.288.4449
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Hawk Migration Association of North America
Funding Area: Raptor biology; emphasis on research on migration and overwintering of
North American raptors. Will favor innovative projects relative to raptor migration,
ecology and behavior, population monitoring and conservation
Funding Level: Maximum $2,000; often less than $1,000
Examples of Recent Funding: Establishment of raptor migration monitoring program
Application Process: Application Deadline: 1 May. Submission in English. 5 or less
page proposal, including location, significance, objectives, methods, relevance to
HMANA emphasis, detailed budget and C.V.
Contact Information: Mr. Allen M. Fish, Research Committee Chair, Hawk Migration
Association of North America, c/o: Golden Raptor Observatory, Fort Mason Building
201, Third Floor, San Francisco, California, 94123-1308 USA.
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Leverhulme Trust
Funding Area: Original research in any area. Emphasis on interdisciplinary research
and research without traditional funding sources. Research grants to institutions; some
support for education.
Restrictions: No applicants from developed countries (other than UK); no payment for
157
equipment; <25% of total budget allowed for operating costs; no support for medical
research.
Funding Level: Various
Application Process: Application Deadline: 15 February, 1 May, 1 September, 15
November. Submissions in English. Request policies and procedures brochure.
Contact Information: The Director, The Leverhulme Trust, 15-19 New Fetter Lane,
London, EC4A 1NR, United Kingdom Tel: 44.171.822.6938 Fax: 44.171.822.5084
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Lindbergh, Charles A. & Anne Morrow Foundation
Funding Area: Conservation, wildlife preservation, oceanography, agriculture, waste
management. Research grants. International applicants encouraged. Proposals should
seek ways of harmonizing economic growth and conservation.
Restrictions: No overhead or tuition.
Funding Level: $10,508 maximum. $8,000 average.
Application Process: Application Deadline: 11 June. Submissions in English. Request
application form.
Contact Information: Ms. Marlene K. White, Grants Administrator, The Charles A. &
Anne Morrow Lindbergh Foundation, 708 South 3rd Street, Suite 110, Minneapolis,
Minnesota 55415 USA Tel: 1.612.338.1703 Fax: 1.612.338.6826 E-mail:
[email protected]
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Museum of Comparative Zoology (Harvard), Ernst Mayr Grants
Funding Area: Systematics; emphasis on museum research on the taxonomy of any
animal group.
Funding Level: $1,000 average
Application Process: Application Deadline: 15 April, 15 September. Submissions in
English. Submit 3 copies of a short proposal, budget, C.V. and 3 reference letters.
Contact Information: Ms. Jennifer Wynter, Assistant to the Director, Museum of
Comparative Zoology, Harvard University, 26 Oxford Street, Cambridge, Massachusetts
02138 USA Tel: 1.617.495.5891
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Wildlife Conservation Society
Funding Area: Conservation of threatened wildlife, communities and ecosystems.
Willing to fund study of particular species or assemblage of species or more broadly
conceived topics in conservation. Research grants; some non-research grants.
Restrictions: Projects must lead to concrete advances in the conservation of wildlife or
wildlands. No conferences, legal action, overhead, salaries, major lab analyses. Central
American grants only support the work of nationals.
Funding Level: Median $5,000. Average less than $20,000
Examples of Recent Funding: Study of Peruvian penguins; elevational distribution of
birds in Brazil; demographics of green turtles in Nicaragua.
Application Process: Application Deadline: 1 February, 1 June, 1 October.
Submissions in English, French or Spanish. Request application form. Letters of inquiry
briefly outlining project are welcome. All proposals must have abstract written in English.
Contact Information: Dr. William Weber, Wildlife Conservation Society, International
Programs, 185th Street & Southern Boulevard, Bronx, New York 10460-1099 USA Tel:
1.718.220.5896 Fax: 1.718.364.4275 E-mail: [email protected]
158
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Sophie Danforth Conservation Biology Fund
Funding Area: Conservation biology; priority given to projects that enhance biodiversity
and maintain ecosystems, field studies, environmental education programs,
development of techniques that can be used in a natural environment and captive
propagation programs that stress an integrative and/or multidiscipliary approach to
conservation.
Restrictions: No single species preservation, initial surveys, or seed money for
technique development. Recipients required to acknowledge the Roger Williams Park
Zoo and the Rhode Island Zoological Society in any publications that result from the
project. Must also submit a progress report including an update of the status of the
project, due one year after funding.
Funding Level: Up to $1,000
Application Process: Application Deadline: May 1. Write for application materials.
Submission to include application form and a two page curriculum vitae.
Contact Information: Dr. Anne Savage, Director of Research, Roger Williams Park
Zoo, Elmwood Avenue, Providence, Rhode Island 02905 USA Tel: 1.401.785.3510 ext
355 Fax: 1.401.941.3988 E-mail: [email protected]
Source of Information: Neotropical Primates
Name of Organization: International Primatologists Society Conservation Scholarships
Funding Area: To assist citizens of countries which have indigenous populations of
non-human primates to acquire substantial further training. Attendance at training
courses outside scholar’s home country is particularly encouraged; in-country training
may also be considered, as well as attendance at conferences which provide significant
training.
Restrictions: Must show evidence of applicant’s ability to make an important
contribution to primate conservation and that training will enhance that contribution.
Funding Level: $4,000 maximum; IPS may help successful applicants seek matching
funds for other organizations if necessary.
Application Process: Application Deadline: 1 April and 1 October. Write for application
materials.
Contact Information: Dr. David B. Chivers, Sub-Department of Veterinary Anatomy,
University of Cambridge, Tenns Court Road, Cambridge CB2 1QS, United Kingdom
Fax: 44.223.333786
Source of Information: African Primates
Name of Organization: The Harris Foundation
Funding Area: The Arts, Environmental Conservation, Preventative Health Care &
Population Issues, and Education & Development
Restrictions: Concentrates on the Western United States, including Rocky Mountains
and intermountain regions. Must be housed by a 501 © (3) tax exempt organization.No
individual scholorships or student loans; no relgious organizations. May solicit funds only
once every three years. No faxed applications.
Funding Level: Maximum: $5,000 per grant
Application Process: Application Deadline: early summer for decisions made at
Oct/Nov. meeting. 2 page letter of inquiry, signed by an officer of the organization, and
including amount requested, intention of grant, intended result, duration, funding
strategy and budget for project, organization’s budget for current year, confirmation of
159
501 © (3) status.
Contact Information: The William H. & Mattie Wattis Harris Foundation, Marbeya
Business Park, Suite B-118, 6655 West Sahara, Las Vegas, Nevada 89102 USA. Tel:
1.702.253-1317 Fax: 1.702.253-0548
Source of Information: The Harris Foundation
Name of Organization: Association of Avian Veterinarians
Funding Area: Must involve direct field studies in the developing world, preferably
involving avian fauna. Study should be directly related to 1) critical habitat land
acquisition or development; 2) critical habitat land management; 3.) developmetn of
management plans for critical habitats; or 4) field studies of avian fauna with priority
given to supportint veterinary input (by graduate veterinarians or vet students, perferably
AAV members) working in conjuction w/wildlife biologists.
Funding Level: Approx $3,500
Application Process: Application Deadline: 31 May 1998 Submit proposal directly.
Contact Information: Conservation Committee of the Association of Avian
Veterinarians, c/o AAV Central Office, P.O. Box 811720, Boca Raton, Florida 33481
USA; Tel: 561-393-8901, Fax: 561-393-8902
Source of Information: AAV
DEADLINES IN JULY, AUGUST, OR SEPTEMBER
Name of Organization: American Bird Conservancy
Funding Area: Research by Latin Americans/Caribbeans on threatened species and
their habitats, conservation of threatened species, and training and environmental
education.
Restrictions: No killing or collecting of birds. Research grants; program support
Funding Level: $100 - $5,000
Examples of Recent Funding: Grassland birds as seed dispersers in Columbia;
breeding biology of Peruvian diving petrels; Argentine bird conservation strategy
Application Process: Application Deadline: 28 February and 30 September.
Submission in Spanish, Portuguese or English. Request application form.
Contact Information: American Bird Conservancy - 1250 24th Street, NW, Suite 220,
Washington, D.C. 20037 USA. Tel: 1.202.467.834; Fax: 1.202.467.8352
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: American Wildlife Research Foundation
Funding Area: Fish or wildlife research, education or conservation. Research grants,
project support. Project may involve research, natural history or conservation education.
Funding Level: Maximum $2,000
Examples of Recent Funding: Research on wetlands in Argentina; studies of coyotes
and of spruce grouse in North America, support for nature centers and films.
Application Process: Application Deadline: 1 April, 1 August. Submission in English or
Spanish. Submit application form and any additional information which supports the
proposal (i.e., reprints relating to project.)
Contact Information: Mr. Stuart Free, American Wildlife Research Foundation, RD 2
Box 358, Meadowdale Road, Altamont, New York 12009-5357, USA. Tel:
1.518.861.5357
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: The Bay Foundation
Funding Area: Biodiversity, marine conservation, wildlife preservation, environmental
160
education, museum and botanical garden preservation and training. Emphasis on
education and research.
Restrictions: Funds organizations only. No religious organizations.
Funding Level: $3,000 - $25,000
Examples of Recent Funding: Agro-ecology in a Chilean high school; flora and fauna
surveys in Northern Mexico; network to promote marine conservation biology.
Application Process: Application Deadline: 1 March, 1 September, 1 December.
Submission in English. Proposal to include organization and program description,
objectives, population served, budget, anticipated sources of further support, evidence
of tax-exempt status.
Contact Information: The Bay Foundation, 17 West 94th Street, New York, NY 10024
USA. Tel: 1.212.663.1115
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Chicago Zoological Society, Conservation & Research Funds
Funding Area: Conservation of captive and wild animal populations. Emphasis on
ecology, genetics, demographics, behavior, nutrition, pathology, management.
Research grants, program support, technical advice.
Restrictions: No salary, capital equipment, operating costs
Funding Level: $5,000 maximum
Examples of Recent Funding: Population ecology and traditional use of spiny rats in
Ecuador; importance of keystone plant species for monkeys in Costa Rica; habitat use
of rain forest birds in Mexico; managing wildlife to conserve Amazonian rainforests
Application Process: Application Deadline: 15 April, 15 August, 15 December.
Submission in English. Write for application guidelines.
Contact Information: Linda Reiter or Tim Sullivan, Conservation & Research
Committee, Chicago Zoological Society, Brookfield, Illinois 60513 USA. Tel:
1.708.485.0263 Fax: 1.708.485.3532
Source of Information: Chicago Zoological Society
Name of Organization: Leverhulme Trust
Funding Area: Original research in any area. Emphasis on interdisciplinary research
and research without traditional funding sources. Research grants to institutions; some
support for education. Restrictions: No applicants from developed countries (other than
UK); no payment for equipment; <25% of total budget allowed for operating costs; no
support for medical research. Funding Level: Various
Application Process: Application Deadline: 15 February, 1 May, 1 September, 15
November. Submissions in English. Request policies and procedures brochure.
Contact Information: The Director, The Leverhulme Trust, 15-19 New Fetter Lane,
London, EC4A 1NR, United Kingdom Tel: 44.171.822.6938 Fax: 44.171.822.5084
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Lincoln Park Zoo - Scott Neotropic Fund
Funding Area: Latin American wildlife conservation/education. Emphasis on projects
related to the Zoo=s interest and expertise on animals, particularly those involving
students, especially Latin American students; involvement may come as part of graduate
or under-graduate work or through involvement as field assistants. Encourage
applications from outside the USA. Research grants and program support. Proof of
necessary research permit required.
Restrictions: No stipends for established researchers or permanent equipment.
161
Funding Level: Usually $3,000 - $5,000. Maximum $7,500 Examples of Recent
Funding: Venezuelan NGO=s work with spectacled bear; Argentine wildlife research;
monkey research.
Application Process: Application Deadline: 1 September. Submissions in English.
Request application instructions.
Contact Information: Dr. Steven D. Thompson, Lincoln Park Zoo - Scott Neotropic
Fund, 2200 North Cannon Drive, Chicago, Illinois 60614- USA. Tel: 1.312.742.7721.
Fax: 1.312.742.7823
Source of Information: Lincoln Park Zoo
Name of Organization: Museum of Comparative Zoology (Harvard), Ernst Mayr Grants
Funding Area: Systematics; emphasis on museum research on the taxonomy of any
animal group.
Funding Level: $1,000 average
Application Process: Application Deadline: 15 April, 15 September. Submissions in
English. Submit 3 copies of a short proposal, budget, C.V. and 3 reference letters.
Contact Information: Ms. Jennifer Wynter, Assistant to the Director, Museum of
Comparative Zoology, Harvard University, 26 Oxford Street, Cambridge, Massachusetts
02138 USA Tel: 1.617.495.5891
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Raptor Research Foundation, Inc. - Stephen R. Tully Memorial
Grant
Funding Area: Research, management and conservation of birds of prey. Research
grants.
Restrictions: Intended for those with limited funds (i.e., students, amateurs)
Funding Level: $500
Application Process: Application Deadline: 10 September. Submissions in English, 3
copies of C.V., study plan (no more than 5 pages total) & budget.
Contact Information: Stephen R. Tully Memorial Grant, c/o: A. Jenkins, George Miksch
Sutton Avian Research Center, P.O. Box 2007, Bartlesville, Oklahoma 74005-2007 USA
Tel: 1.918.336.7778
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Primate Conservation Inc.
Funding Area: Provides seed money or matching grants for conservation of wild
populations of primates. Priority given to projects that study the last known and most
endangered species, in their natural habitats, and those studies which involve citizens
from the country in which primates are found. Intent is to provide support for research
that can be used to formulate and implement conservation plans.
Restrictions: No conferences, travel to scientific meetings, legal actions, tuition,
salaries at institutions and overhead costs.
Funding Level: $2,500 average; $5,000 maximum
Application Process: Application Deadline: 1 March and 20 September. Submission in
English. Write for application materials. Submission requires 5 copies of PCI=s standard
cover sheet and typed proposals.
Contact Information: Primate Conservation, Inc. 163 Town Lane, East Hampton, New
York 11937-5000, USA Tel: 1.516.267.6856 Fax: 1.516.267.2024
Source of Information: Neotropical Primates
Name of Organization: The Wildlife Conservation Society Research Fellowship
162
Program
Funding Area: Individual research projects that lead directly to conservation of
threatened wildlife or wildlands, communities or ecosystems. Must lead to concrete
advances in conservation and must incorporate clearly identifiable, specific conservation
components. Preference given to proposals by nationals in the country of research, and
to East African savannahs, & Central and West African forests.
Restrictions: No conferences, travel to scientific meetings, erection of premanent field
stations, institutional salaries, overhead costs or extensive laboratory analyses.
Funding Level: $5,000 average; $20,000 maximum
Application Process: Application Deadlines: 1 January, 1 July, 1 September. Contact
organization for application materials.
Contact Information: Dr. John Robinson, The Wildlife Conservation Society, 185th
Street and Southern Boulevard, Bronx, NY 10460, USA Tel: 1.718.220.5155 Fax:
1.718.364.4275
Name of Organization: L.S.B. Leakey Foundation - General Grants
Funding Area: Studies which further research into human origins, behavior, and
survival. Research priorities include behavior, morphology and ecology of the great apes
and other primate species. Advanced pre-doctoral students and established scientists.
Restrictions: Project must fall within Foundation=s stated goals - contact the office for
goals 1 month before applying.
Funding Level: Average $3,000 - $7,000. Maximum $12,000.
Application Process: Application Deadline: 15 August and 2 January. Request most
recent application forms. Submit six copies of application form and requested
attachments.
Contact Information: The L.S.B. Leakey Foundation, 77 Jack London Square, Suite M,
Oakland, California 94607-3750, USA Tel: 1.510.834-3636 Fax: 1.510.834-3640
Source of Information: Neotropical Primates
Name of Organization: L.S.B. Leaky Foundation - Fellowship for Great Ape Research
Funding Area: Long-term research on behavior and ecology of wild populations of great
apes, especially if, in addition to the basic scientific goals of the project, the work
contributes to the development of testing models of human evolution. Both continuing
and new projects considered. Stronger preference to post-doctoral applicants prepared
to make a long-term commitment to a study site. Successful candidates may apply for a
second year by 2 January deadline.
Restrictions: Project must fall within Foundation=s stated goals - contact the office for
goals 1 month before applying.
Funding Level: One fellowship of $20,000 annually.
Application Process: Application Deadline: 15 August and 2 January. Request most
recent application forms. Submit six copies of application form and requested
attachments.
Contact Information: The L.S.B. Leakey Foundation, 77 Jack London Square, Suite M,
Oakland, California 94607-3750, USA Tel: 1.510.834-3636 Fax: 1.510.834-3640
Source of Information: Neotropical Primates
DEADLINES IN OCTOBER, NOVEMBER, OR DECEMBER
Name of Organization: The Bay Foundation
Funding Area: Biodiversity, marine conservation, wildlife preservation, environmental
education, museum and botanical garden preservation and training. Emphasis on
163
education and research.
Restrictions: Funds organizations only. No religious organizations.
Funding Level: $3,000 - $25,000
Examples of Recent Funding: Agro-ecology in a Chilean high school; flora and fauna
surveys in Northern Mexico; network to promote marine conservation biology.
Application Process: Application Deadline: 1 March, 1 September, 1 December.
Submission in English. Proposal to include organization and program description,
objectives, population served, budget, anticipated sources of further support, evidence
of tax-exempt status.
Contact Information: The Bay Foundation, 17 West 94th Street, New York, NY, 10024
USA. Tel: 1.212.663.1115
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: The Bydale Foundation
Funding Area: Environment, education, public policy, health services, human rights.
Emphasis on conferences, publications, research, seminars. Continuing support,
operating costs, seed money, matching funds.
Restrictions: Non-profit organizations only. No demonstration programs or fellowships.
Funding Level: Up to $20,000. $9,000 median
Examples of Recent Funding: Energy conservation, water quality, wildlife
preservation, toxics. Application Process: Application Deadline: November 1.
Submission in English. Letter of inquiry briefly describing proposal, preferred in July or
August.
Contact Information: Mr. Milton D. Solomon, Vice President, The Bydale Foundation,
11 Martine Avenue, White Plains, New York 10606. Tel: 1.914.428.3232 Fax:
1.914.428.1660
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Chicago Zoological Society, Conservation & Research Fund
Funding Area: Conservation of captive and wild animal populations. Emphasis on
ecology, genetics, demographics, behavior, nutrition, pathology, management.
Research grants, program support, technical advice.
Restrictions: No salary, capital equipment, operating costs
Funding Level: $5,000 maximum
Examples of Recent Funding: Population ecology and traditional use of spiny rats in
Ecuador; importance of keystone plant species for monkeys in Costa Rica; habitat use
of rain forest birds in Mexico; managing wildlife to conserve Amazonian rainforests
Application Process: Application Deadline: 15 April, 15 August, 15 December.
Submission in English. Write for application guidelines.
Contact Information: Linda Reiter or Tim Sullivan, Conservation & Research
Committee, Chicago Zoological Society, Brookfield, Illinois 60513 USA. Tel:
1.708.485.0263 Fax: 1.708.485.3532
Source of Information: Chicago Zoological Society
Name of Organization: Hawk Mountain Sanctuary Association & Carl Zeiss Optical
Funding Area: Raptor conservation. Will be granted on the basis of the project’s
potential to improve understanding of raptor biology and its ultimate relevance to
conservation of raptor populations.
Restrictions: Undergraduate and graduate students only
Funding Level: Up to $2,000
164
Examples of Recent Funding: Breeding ecology of Northern Harriers; wintering
ecology of the Lesser Kestrel
Application Process: Application Deadline: 15 November. Submissions in English.
Brief project description (5 pages maximum); C.V.; budget outline indicating all funding
sources; 2 reference letters.
Contact Information: Mr. Keith Bildstein, Director of Research, Hawk Mountain
Sanctuary Association, Route 2, Kempton, Pennsylvania 19529 Tel: 1.610.756.6961
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: International Federation of University Women
Funding Area: Grants to assist women in acquiring specialized training or conducting
independent research; particularly interested in supporting women from low income
countries pursing work that will benefit their county. Graduate fellowships for women
started on projects; short term research grants.
Restrictions: Women only. Must be IFUW members. Preference given to women whose
schooling will within a country where they do not normally reside and where they have
not received a previous education.
Funding Level: 3,000 - 10,000 Swiss Francs
Application Process: Application Deadline: 1 November. Submissions in Spanish,
Portuguese or English. Contact nearest IFUW office for application information. Contact
Information:
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Leverhulme Trust
Funding Area: Original research in any area. Emphasis on interdisciplinary research
and research without traditional funding sources. Research grants to institutions; some
support for education. Restrictions: No applicants from developed countries (other than
UK); no payment for equipment; <25% of total budget allowed for operating costs; no
support for medical research. Funding Level: Various
Application Process: Application Deadline: 15 February, 1 May, 1 September, 15
November. Submissions in English. Request policies and procedures brochure.
Contact Information: The Director, The Leverhulme Trust, 15-19 New Fetter Lane,
London, EC4A 1NR, United Kingdom Tel: 44.171.822.6938 Fax: 44.171.822.5084
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Manomet Observatory, Kathleen S. Anderson Award
Funding Area: Ornithology; emphasis on habitat fragmentation, population biology,
endangered species. Interested in work related to bird migration, feeding ecology,
competition; shorebird biology. Research grants.
Restrictions: Work must be done in the Americas.
Funding Level: $1,000 maximum
Application Process: Application Deadline: 1 December. Submissions in English.
Request format from Observatory. Proposals must follow specified format; includes
justification, background, methods, budget, C.V.; submit 2 copies of proposal and 2
letters of recommendation. Grant awarded 1 February.
Contact Information: Kathleen S. Anderson Award, Manomet Observatory, P.O. Box
1770, Manomet, Massachusetts 02345 USA Tel: 1.508.224.6521, Fax: 1.508.224.9220
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Wildlife Conservation Society
Funding Area: Conservation of threatened wildlife, communities and ecosystems.
165
Willing to fund study of particular species or assemblage of species or more broadly
conceived topics in conservation. Research grants; some non-research grants.
Restrictions: Projects must lead to concrete advances in the conservation of wildlife or
wildlands. No conferences, legal action, overhead, salaries, major lab analyses. Central
American grants only support the work of nationals.
Funding Level: Median $5,000. Average less than $20,000
Examples of Recent Funding: Study of Peruvian penguins; elevational distribution of
birds in Brazil; demographics of green turtles in Nicaragua. Application Process:
Application Deadline: 1 February, 1 June, 1 October. Submissions in English, French or
Spanish. Request application form. Letters of inquiry briefly outlining project are
welcomed. All proposals must have abstract written in English.
Contact Information: Dr. William Weber, Wildlife Conservation Society, International
Programs, 185th Street & Southern Boulevard, Bronx, New York 10460-1099 USA Tel:
1.718.220.5896 Fax: 1.718.364.4275 E-mail: [email protected]
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: World Nature Association
Funding Area: Conservation of fauna, flora, habitat and related education. Emphasis on
involvement of local people, practical application. Research and educational project
grants.
Restrictions: Study site must be outside USA. Project must include education as well
as conservation and local people must be involved.
Funding Level: Average $750; Maximum $2,000
Examples of Recent Funding: Re-establishment of natural habitats in Lake Titicaca,
Peru; Various environmental education projects aimed at children in Central & South
America.
Application Process: Application Deadline: 1 March, 1 October. Submissions in
English. Request application form.
Contact Information: World Nature Association, P.O. Box 673, Silver Spring, Maryland
20918-0673 USA. Tel & Fax: 1.301.593.2522
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin
Name of Organization: Georgina Dasilva Scholarship for 1996
Funding Area: Scholarship for study in any subject relevant to the biology and
conservation of primates in an institution of higher education in the United Kingdom.
Relevant courses fall within general topics of zoology, biology, conservation biology,
forestry, biological anthropology and related disciplines.
Restrictions: Must be a citizen of a Third World country where primates occur, and be
studying (or about to study) for a higher degree (MSc or PhD.) Grant not to cover full
costs of a degree course, but rather to supplement existing sources of funding to
purchase books and/or equipment, to attend conferences or to undertake research
projects.
Funding Level: Approximately $2,200
Application Process: Application Deadline: 1 October. No faxed applications. Submit
1.) a full Curriculum Vitae, 2.) Statement of not more than 500 words explaining how
proposed degree course will be relevant to the future of primate conservation in their
country, 3.) Letters of recommendation from an academic sponsor in their university
stating that the candidate has been accepted for a place on a higher degree course, and
4.) A statement of their sources of funding for the course.
166
Contact Information: Professor R.I.M. Dunbar, Georgina Dasilva Fund Committee, c/o:
Department of Psychology, University of Liverpool, P.O. Box 147, Liverpool L69 3BX,
United Kingdom
Source of Information: Neotropical Primates
Name of Organization: International Primatologists Society Conservation Scholarships
Funding Area: To assist citizens of countries which have indigenous populations of
non-human primates to acquire substantial further training. Attendance at training
courses outside scholar=s home country is particularly encouraged; in-country training
may also be considered, as well as attendance at conferences which provide significant
training.
Restrictions: Must show evidence of applicant=s ability to make an important
contribution to primate conservation and that training will enhance that contribution.
Funding Level: $4,000 maximum; IPS may help successful applicants seek matching
funds for other organizations if necessary.
Application Process: Application Deadline: 1 April and 1 October. Write for application
materials.
Contact Information: Dr. David B. Chivers, Sub-Department of Veterinary Anatomy,
University of Cambridge, Tenns Court Road, Cambridge CB2 1QS, United Kingdom
Fax: 44.223.333786
Source of Information: African Primates
APPLICATIONS ACCEPTED YEAR ROUND
Name of Organization: The Bydale Foundation
Funding Area: Environment, education, public policy, health services, human rights.
Emphasis on conferences, publications, seminars. Continuing support, operating costs,
seed money, matching funds.
Restrictions: Non-profit organizations only. No demonstration programs or fellowships.
Funding Level: Up to $20,000. $9,000 median
Examples of Recent Funding: Energy conservation, water quality, wildlife preservation,
toxics. Application Process: Application Deadline: November 1. Submission in English.
Letter of inquiry briefly describing proposal, preferred in July or August.
Contact Information: Mr. Milton D. Solomon, Vice President, The Bydale Foundation,
11 Martine Avenue, White Plains, NY 10606. Tel: 1.914.428.3232 Fax: 1.914.428.1660
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: International Foundation for Science
Funding Area: Applied biology; work must be in aquatic resources, animal production,
crop sciences, forestry/agroforestry, food science, natural products (medicines and
industrial products, environmental chemistry). Environmental and socioeconomic needs
and impacts of program should be considered.
Restrictions: Researcher must be associated with home country research institute.
Funding Level: Up to $12,000
Application Process: No application deadline. Submission in English or French.
Request current application forms.
Contact Information: Ms. Brigit Boden, International Foundation for Science,
Grevturegatan 19, S-114 38 Stockholm, Sweden Tel: 46.8.791.29.00 Fax:
46.8.660.26.18
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: International Primatologists Society, Conservation Training
167
Grants
Funding Area: Emphasis on primates, conservation and training. Tuition or project
support for individuals training in primatology. Training may include but is not limited to
university tuition, costs of non-degree course work, and support for graduate student
projects.
Restrictions: Applicants must be from countries with primate habitat. Project must
include all three emphasis. No meeting funds.
Funding Level: $500 - $1,000
Application Process: Request application form and briefly outline intended project;
include description of how funding would aid training. Submission in English if at all
possible.
Contact Information: Department of Conservation Biology, Chicago Zoological Society,
Brookfield, Illinois 60513 USA. Tel: 1.708.485.0263 Fax: 1.708.485.3532
Source of Information: Chicago Zoological Society
Name of Organization: International Society of Arboriculture
Funding Area: Trees in urban environments; emphasis on ecological benefits,
economic benefits, innovative tree care techniques, tree genetics, energy impact of tree
planting, basic tree biology. Research and education grants. Particularly interested in
street trees, trees in city parks, and trees in urban arboreta.
Restrictions: Fund individuals through organizations
Funding Level: $2,500 average; $5,000 maximum
Application Process: Request details from Society
Contact Information: ISA Research Trust, P.O. Box GG, Savoy, Illinois 61874 Tel:
1.217.355.9411 Fax: 1.217.355.9516
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: International Wildlife Coalition
Funding Area: Wildlife preservation; emphasis on controlling commercial exploitation of
marine and terrestrial wildlife. Provide program support. Rarely support entire projects;
instead may provide funds for particular pieces of equipment. May provide small monthly
grants to rehabilitation centres.
Restrictions: Pure research projects are not considered
Funding Level: Small-scale material or equipment necessary for program or study.
Examples of Recent Funding: Support preservation activities for marine & terrestrial
wildlife; aided programs to help stranded marine mammals; supported wildlife
rehabilitation and release centres worldwide.
Application Process: No application deadline. Submissions in English. Submit a brief
letter that includes project outline. Further details may be required.
Contact Information: International Wildlife Coalition; 70 East Falmouth Highway, East
Falmouth, MA 02536 USA. Tel: 1.508.548.8328
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Lighthawk
Funding Area: Provides air planes and pilots for environmental monitoring and
research. Emphasis on land preservation, indigenous issues, wildlife and vegetation
surveys. Currently working mainly in Central America and Chile. Applicant to provide
airplane fuel plus room and board for the pilot.
Restrictions: No charter transportation
Examples of Recent Funding: Work closely with Paseo Pantera in CA. Projects involve
168
aerial monitoring of habitat destruction or of encroachment on indigenous lands; surveys
of forest types and the tracking of radio tagged animals. Application Process: No
application deadline. Submissions in English or Spanish. Phone calls to Lighthawk are
encouraged; letters of inquiry outlining planned work also accepted.
Contact Information: Lighthawk, 230 California Street, Suite 207, San Francisco,
California 94111, USA Tel: 1.415.705.6400 Fax: 415.705.6401
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Manomet Observatory, MO Birder’s Exchange
Funding Area: Latin American & Caribbean field ornithology. Provide used binoculars or
spotting scopes, ornithological literature; may also provide subscriptions to major
journals. Favor work organizations and individuals doing research or conservation on
migrant or resident birds, preservation of avian habitats, public education relating to
birds.
Funding Level: Support in form of equipment; applicants should expect at least a 6-8
month waiting period.
Examples of Recent Funding: Application Process: No application deadline.
Submissions in Spanish, Portuguese or English. Request application form. Submit form
and 1-3 page proposal with description of group or project, significance of activity, and
list of requested materials.
Contact Information: Ms. Betty Petersen, Birder’s Exchange, Manomet Observatory,
Box 1770, Manomet, Massachusetts 02345 USA Tel: 1.508.224.6521 Fax:
1.508.224.9220
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin, Madison
Name of Organization: Neotropical Bird Club (NBC)
Funding Area: Grants for field studies which contribute to the knowledge of neotropical
birds and their conservation.
Funding Level: 2 Grants - $500 each
Application Process: Request application information from Neotropical Bird Club
Contact Information: Chris S. Balchin, Neotropical Bird Club, Tel: 44.0.1327.3540001
Fax: 44.0.1327.398112 E-mail: [email protected]
Source of Information: Simbiota - University of Wisconsin
Name of Organization: Tiger Link
Funding Area: Awards for excellence in tiger conservation to villagers, other individuals,
employees of State Forest Departments, Project Tiger Reserves, national parks and
sanctuaries. Funded by the Edgeworth India Trust.
Funding Level: 1 award of approximately $8,000 and 20 awards of approximately $300
each
Application Process: Request application information from Tiger Link.
Contact Information: Tiger Link, c/o: Ranthambhore Foundation, 19 Kautilya Marg,
New Delhi India 110 021. Tel: 91.11.301.6261 Fax: 91.11.301.9457 E-mail:
[email protected]
Source of Information: Cat News #22
169
ENDEREÇOS ELETRÔNICOS DE POSSÍVEIS FINANCIADORES
http://www.bsponline.org
Biodiversity Support Programme is a consortium of WWF, The Nature Conservancy and
World Resources Institute. BSP acts as a partner with, and technical resource to,
USAID, including acting as a grants manager and administrator
http://www.cepf.net/he/home.htm
Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF). A joint initiative between Conservation
International, The Global Environment Facility, the MacArthur Foundation and the World
Bank. Investments support such projects as managing of protected areas and
coordinating biodiversity corridors; training; trans-boundary planning; encouraging local
dialogue with extractive industries; engaging in conflict resolution; priority setting and
consensus building; strengthening indigenous organizations and facilitating partnerships
between the private sector and protected areas.
http://www.conservationfoundation.co.uk/
The Conservation Foundation awards small grants for national and international
environmental projects.
http://www.packfound.org/
The David and Lucile Packard Foundation provides national and international grants to
nonprofit organizations including conservation. Grants awarded in 2001 totalled more
than $500 million. Special focus on the Northern California Counties of San Mateo,
Santa Clara, Santa Cruz, and Monterey
www.earthisland.org
Earth Island Institute provides organizational support in developing projects for the
conservation, preservation, and restoration of the global environment.
http://www.earthwatch.org/
Earthwatch Institute’s international research affiliate the Centre for Field Research
recommends labour-intensive research projects in need of funds and volunteer
assistance. Many projects receive multi-year funding.
http://eapei.home.att.net/dpsites.htm
East Asia and Pacific Environmental Initiative. International Development Aid Donor
Internet Guide. Excellent resource with comprehensive, annotated links to dozens of
donors present on the web.
http://www.nelincs.gov.uk/gifts/Environment/ernest_cook_trust.htm
Ernest Cook Trust. Awards are available for educational grants for specific work
concerning ecology, the countryside and the environment.
http://www.etfrn.org/etfrn/resource/frames/linkfund.html
European Tropical Forest Research Network Funding Opportunities page. The ETFRN
is a forum for communication between European organizations, researchers, EU
institutions and others concerned with (sub-)tropical forest research.
http://www.fordfound.org/
The Ford Foundation provides a grants database, not specifically conservationist but
pretty extensive.
http://www.idrc.ca
International Development Research Centre. Canadian organization which funds
170
research that is geared to alleviating poverty and promoting sustainable and equitable
development. IDRC favours multidisciplinary, participatory research.
http://www.macfound.org/index.htm
The MacArthur Foundation. Private grantmaking institution awarding grants through four
programs: Human and Community Development, Global Security and Sustainability,
General
and
MacArthur
Fellows
http://www.nfwf.org/programs/programs.htm
National Fish and Wildlife Foundation Grants. General Challenge, Small and Special
Grant opportunities for projects that address priority actions promoting fish and wildlife
conservation and the habitats on which they depend, work proactively to involve other
conservation and community interests, leverage Foundation-provided funding, and
evaluate project outcomes.
www.rockfound.org
The Rockefeller Foundation is a knowledge-based, global foundation with a commitment
to enrich and sustain the lives and livelihoods of poor and excluded people throughout
the world. Grants are organized in categories: by themes, cross-theme, Regional
Programs and Special Programs (which includes Global Philanthropy, Next Generation
Leadership, Population and the Cairo Agenda, Communication for Social Change and
Other Grants).
www.rufford.org
The Rufford Foundation is a charitable grant-making foundation which has a strong
interest in nature conservation, the environment, and sustainable development, with
approximately three quarters of the Foundation’s funding going to these areas. The
Foundation does not give grants to individuals, only to registered charities.
http://wildlife.wisc.edu/simbiota/s-list.htm
Simbiota’s List of Potential Funding Sources for Neotropical Field Biologists &
Conservationists. The 89 organizations in this list would consider funding proposals from
Neotropical scientists or conservationists if those proposals matched their application
guidelines
http://www.ukans.edu/~ssar/int_grt.html
List of international funding opportunities for herpetological students and professionals
provided by the Society for the Study of Amphibians and Reptiles.
http://international.fws.gov/grants/grants.html
US Fish and Wildlife service, list of international grant programmes.
http://www.whitleyaward.org/
The Whitley Laing Foundation offers a wide range of awards for nature conservation
projects world wide. They have the common aim of promoting the benefits of wildlife and
habitat conservation to the local communities in which applicants work. The Foundation
also seeks to raise public awareness of the serious problems facing ecosystems. Also
includes extensive list of links to other environmental sites
http://www.iucn.org/
The World Conservation Union provides a list of IUCN Corporate Partners in
Conservation but does not run any grant programmes.
www.wwfchina.org
World Wide Fund for Nature China have established a China Conservation Small Grants
Fund. Projects should focus on plants and animals that are either on the IUCN Red List
171
for China, or have been officially designated 1st or 2nd Category Protected Species by
the Chinese government. Projects focusing on protection of biologically important habitat
areas will also be considered. Proposals to work on well-publicized species will not be
considered.
172
LOCAIS NA INTERNET ONDE PODEM SER OBTIDAS INFORMAÇÕES SOBRE MATERIAL DE
CONTENÇÃO E MARCAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES.
Gaiolas de captura
http://www.doyourownpestcontrol.com/tomahawk.htm
http://doyourownpestcontrol.com/catalog.htm
http://www.bugspray.com/catalog/products/page1.html#80
http://www.animaltraps.com/
http://trap-supply.hypermart.net/
http://www.havahart.com/
http://home1.gte.net/aces/TRAPS.HTM
Anilhas
http://home.earthlink.net/~lmbird/index.html
Brincos
http://www.nationalband.com/
http://www.ag-link.com/Products/Prod_IdentTagE.htm
Redes de neblina
http://www.polbox.com/e/ecotone/index.html
http://home1.gte.net/aces/nets.htm
Armas para lançamento de dardos
http://www.animal-care.com/cata05.htm
http://www.pneudart.com
http://www.paxarms.co.uk
http://www.cap-chur.com
http://www.telinject.com
Net gun
http://www.animal-care.com/cata04.htm
Rádios Transmissores
http://www.biotrack.co.uk/body_radio_tags.html
http://www.telonics.com
http://www.atstrack.com
http://www.lotek.com
http://www.televilt.com
Transponders
http://www.avidid.com
http://www.trovan.com/transponders.html
http:/www.allflex-boulder.com/Products.htm
173
MODELOS DE ESTRUTURAS E DETALHES DE RECINTOS DE CENTROS DE TRIAGEM EXISTENTES
Figura 11.1: Vista Lateral e Frontal do Setor de Quarentena / Cetas Vivat Floresta
(PUCPR/IBAMA/IFSE)
Figura 11.2: Vista do corredor de manejo e detalhe das portas de metal / Cetas Vivat
Floresta
174
Figura 11.3: Vista Lateral recinto com barras metálicas; recinto com tela de uma
polegada / Cetas Vivat Floresta
Figura 11.4: Vista frontal do corredor de manejo; recinto aberto para mamíferos e
répteis. Cetas Vivat Floresta
175
Figura 11.5: Ambientação de recintos, galhos e proteção frontal para animais
estressados. Cetas Vivat Floresta
Figura 11.6: Detalhe corredor de manejo e cambiamento para felinos / CRAS – MS
176
Figura 11.7: Detalhe interno e externo dos recintos de internação do setor de
veterinária / CRAS – MS
Figura 11.8: Detalhe de animais internados em gaiolas / Cetas Vivat Floresta
177
Figura 11.9: Modelos de gaiolas para internamento CETAS – SP
Figura 11.10: Vista de Gaiolas para internação CETAS – SP
Figura 11.11: Gaiolão de Triagem CEMAS – SP / Caixa de transporte CRAS – MS
178
Figura 11.12: Comunicação visual CRAS – MS; Recinto de mamíferos, cozinha e
biotério
Figura 11.13: Centro de visitantes e hospital veterinário CEMAS – SP
179