Revisao ATM - Capacitação

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Revisao ATM - Capacitação
REVISÃO DA ANATOMIA DA
ATM E CLASSIFICAÇÃO DAS
DISFUNÇÕES DESTA
ARTICULAÇÃO
Mariáh Luz Lisboa
Capacitação inicial do programa PET – Florianópolis 2011
INTRODUÇÃO
A articulação temporomandibular (ATM) é assim
denominada, pois articula a mandíbula, estrutura
móvel, à base de crânio no osso temporal de forma
bilateral.
INTRODUÇÃO
É considerada a mais complexa das articulações do
corpo humano, sendo composta de:
Estruturas ósseas,
Cartilaginosas,
Ligamentos e
Musculatura associada
É responsável pelos movimentos mandibulares, devido ação
dos músculos mastigatórios.
INTRODUÇÃO
É classificada como SINOVIAL MÓVEL COMPOSTA
Segundo VASCONCELLOS et al, 2007, sabe-se que a ATM é sinovial, porém
a classificação quanto ao tipo pode ser polêmica.
Os aspectos relativos a geometria óssea e a capacidade funcional seguem
em discussão na literatura gerando dúvidas quanto a classificação das
patologias que envolvem a ATM
ANATOMIA DA ATM
ANATOMIA DA ATM
Enquanto a cartilagem hialina protege as superfícies
articulares da maioria das articulações humanas, a
ATM apresenta suas superfícies articulares revestidas
por FIBROCARTILAGEM.
A fibrocartilagem apresenta maior resistência e
capacidade de reparo e regeneração do que a
cartilagem hialina.
ANATOMIA – Cavidade Glenóide
• Também denominada
de cavidade articular
ou fossa mandibular.
• Formato côncavo no
sentido A-P
• Localiza-se anterior ao
M.A. externo.
Sendo limitada
anteriormente pela vertente
posterior da eminência
articular e posteriormente
pela parede timpânica.
ANATOMIA – Eminência Articular do Temporal
• Possui diferentes graus de inclinação
• É formada por duas paredes:
1. Parede anterior – mais rasa
2. Parede posterior – íngreme com maiores
variações de inclinação
 A união das duas paredes compõe a eminência
articular do temporal
ANATOMIA – Côndilo Mandibular
• O côndilo mandibular
possui anatomia variável
• Convexo no sentido A-P e
levemente convexo no
sentido M-L
• Largura : 15 a 20mm
• Comprimento: 8 a 12mm
Composto de dois pólos:
o lateral e o medial
(mais proeminente)
ANATOMIA – Côndilo Mandibular
• Entre os pólos o côndilo
mostra uma pequena
depressão que
representa a fóvea
pterigóide
• Local onde estão
inseridas as fibras do M.
Pterigoídeo Lateral.
ANATOMIA – Fibrocartilagem
• A fibrocartilagem
é mais
Camada articular;
resistente e possui
maior capacidade
de
Camada
proliferativa;
reparo em comparação
à cartilagem
Camadahialina
fibrocartilaginosa;
• Composta de quatro
Camada
calcificada.
camadas
ANATOMIA – Fibrocartilagem
CAMADA ARTICULAR
• Composta principalmente de
fibras colágenas que estão
dispostas em feixes paralelos
à superfície óssea articular
ANATOMIA – Fibrocartilagem
CAMADA PROLIFERATIVA
• Formada por células
mesenquimais indiferenciadas,
responsável pela proliferação
(manutenção) da camada
articular
• Suas células diferenciam- se em:
 Fibroblastos
 Condroblastos
ANATOMIA – Fibrocartilagem
CAMADA FIBROCARTILAGINOSA
• Fibrocartilagem composta de
fibras colágenas dispostas de
modo aleatório
• Oferece resistência
tridimensional às forças de
compressão e forças laterais.
ANATOMIA – Fibrocartilagem
CAMADA CALCIFICADA
• Formada por condrócitos que
hipertrofiam, morrem e são
substituídos por tecido ósseo.
• Fibras colágenas organizadas
de forma aleatória, que fazem
a união da fibrocartilagem
com o tecído ósseo adjacente.
ANATOMIA – Disco Articular
O disco articular é uma estrutura bicôncava, flexível,
formado por tecido conjuntivo fibroso denso
Sentido A-P:
 Zona posterior: 3mm
 Zona intermediária: 1mm
(avascular e sem inervação)
 Zona anterior: 2mm
 Forma elíptica bicôncava
ANATOMIA – Disco Articular
FUNÇÕES
•
•
•
•
•
Permite a articulação das superfícies ósseas
Divisão da ATM em 2 compartimentos
Separa os movimentos de rotação e translação
Absorção das forças
Proteção do sistema
ANATOMIA – Disco Articular
• Sua espessura não é uniforme em
toda sua extensão, sendo as
extremidades mais espessas em
relação ao centro.
• É mantido em sua posição ideal
durante os movimentos
mandibulares através das fibras
superiores do M. Pteriogoideo
Lateral, Zona Retrodiscal e
Ligamentos Colaterais.
ANATOMIA – Zona Retrodiscal
ZONA BILAMINAR
• Formada de tecido conjuntivo
especializado.
• Feixes:
 Superior: elástica
 Inferior: fibrosa
 Zona intermediária
ANATOMIA – Cápsula Articular
• Também denominada de
ligamento capsular
• Recobre a ATM em toda sua
extensão
• Compõe-se de um tecido
flexível e altamente
vascularizado
ANATOMIA – Cápsula Articular
• Sua camada externa é formada
de tecido conjuntivo rico em
fibras colágenas
• Já a interna apresenta
revestimento por células
endotelias, que compõe a
membrana sinovial
• Líquido sinovial
ANATOMIA – Membrana Sinovial
Histologicamente é formada por duas finas
camadas:
 Camada íntima - secretora
– Síntese de ácido hialurônico
– Síntese de proteínas
 Camada subíntima - tecido conjuntivo frouxo,
altamente
– Vascularizado, inervado e celular
– Fibrócitos, macrófagos, células
indiferenciadas.
ANATOMIA – Líquido Sinovial
• Composição:
 Dialisado de plasma sanguíneo
 Proteínas
 Hialuronato de Na
Emaranhado de ácido hialurônico embebido em água e íons.
ANATOMIA – Líquido Sinovial
• Funções
 Metabolismo e nutrição das estruturas
avasculares
 Lubrificação
– proteção das células e superfícies
articulares
– dissipação de energias
– viscosidade
LIGAMENTOS E MÚSCULOS
LIGAMENTOS
• Os ligamentos tem importante papel na proteção da ATM
• Não participam diretamente dos movimentos mandibulares,
mas têm a função de limitar estes movimentos
• O principal componente é o tecido colágeno
• Como são vascularizados e inervados, podem
passar por processos inflamatórios, os quais
resultam em dor
LIGAMENTOS
PRINCIPAIS LIGAMENTOS:
Ligamento capsular;
Ligamentos colaterais;
Ligamento posterior;
Ligamento temporomandibular;
Ligamento esfenomandibular;
Ligamento estilomandibular.
LIGAMENTO CAPSULAR
• Formado por duas camadas:
 Superficial
– Forma de leque:
orientação oblíqua das
fibras
– Limita o deslocamento
inferior do côndilo
LIGAMENTO CAPSULAR
Profunda
• Banda de fibras horizontais
• Limita o movimento posterior
do côndilo
LIGAMENTOS COLATERAIS
• Ligam os bordos lateral e medial
do disco aos respectivos pólos do
côndilo
• Fibras laterais e mediais
• Permitem o movimento passivo
do disco com o côndilo durante a
translação
LIGAMENTO POSTERIOR
• ZONA RETRODISCAL
LIGAMENTO TEMPOROMANDIBULAR
•Reforço ligamentar da cápsula
articular
•Fusão com os ligamentos
colaterais
•Limita o movimento lateral da
ATM e o movimento medial do
lado oposto
•Composto por duas camadas:
 Porção obliqua externa
 Porção horizontal interna
LIGAMENTO ESFENOMANDIBULAR
• Ligamento acessório
• Não limita movimentos
• Tem sua união no osso
esfenóide e na porção média
do ramo da mandíbula.
LIGAMENTO ESTILOMANDIBULAR
• Ligamento acessório
• Limita o movimento
protrusivo da mandíbula
• Tem sua união no processo
estilóide e se estende até a
borda posterior mandibular
MÚSCULOS
• Supramandibulares
 masseter
 temporal
 pterigoideo medial
 pterigoideo lateral
• Suprahioideo
digástrico
gênio-hióideo
milo-hióideo
estilo-hióideo
MASSETER
• Músculo potente, dividido em dois feixes:
 Superficial
 Profundo
• Origem: Processo zigomático maxilar
• Inserção: Corpo da mandíbula
Ramo mandibular
Processo coronóide
• Movimento de elevação da mandíbula
TEMPORAL
•



Possui três feixes:
Anterior
Médio
Posterior
• Origem: Fossa temporal e superfície lateral do crânio, por trás do
processo zigomático
• Inserção: Processo coronóide e borda anterior do ramo mandibular
• Movimentos: Elevação da mandíbula (feixe anterior)
Elevação e retrusão (feixes médio e posterior)
PTERIGOÍDEO MEDIAL
• Origem: Fossa pterigóide
• Inserção: Superfície medial do ângulo da mandíbula
• Movimento: Elevação da mandíbula
PTERIGOÍDEO LATERAL
• Possui dois feixes:
 Inferior
 Superior
INFERIOR
• Origem: Superfície externa do processo pterigóide
lateral
• Inserção: Colo do côndilo
• Movimentos: protrusão mandibular
PTERIGOÍDEO LATERAL
SUPERIOR
• Origem: Superfície infratemporal da asa maior do
esfenóide
• Inserção: Cápsula articular
Disco articular
Colo do côndilo
• Movimentos: fechamento mandibular
BIOMECÂNICA ARTICULAR
• Baseia-se na relação íntima entre:
 Côndilo e disco
 Disco e cavidade glenóide
 Ambos em harmonia com o sistema de músculos e
ligamentos
BIOMECÂNICA ARTICULAR
• A rotação e a translação são os movimentos básicos
da articulação
A rotação ocorre quando o movimento dáse sobre o eixo transversal mandibular
A translação ocorre quando o côndilo desloca-se
até a eminência articular e volta a sua posição de
origem
A ocorrência de situações
desfavoráveis que afetam a ATM é
freqüente, pois essa articulação
precisa acomodar adaptações oclusais,
musculares
e cervicais
Assim, condições de
desequilíbrio podem resultar em
quadros de disfunção da ATM
?
DISFUNÇÃO DA ATM
Termo genérico dado a um conjunto clínico de sinais e
sintomas relacionados com os músculos mastigatórios, a
própria articulação e estruturas associadas, denominado
disfunção temporomandibular,
DTM
•Idades cada vez mais precoces
•Fatores dentários
•MULTIFATORIAIS
Desde problemas dentários, passando por problemas
emocionais, psicológicos e distúrbios do sono.
Laskin (1969): “a chave para o tratamento de qualquer
disfunção é a compreensão da sua etiologia”
PREVALÊNCIA
20 e 45 anos
Principais fatores
etiológicos: hábitos
parafuncionais e alterações
oclusais durante a infância.
Distúrbios funcionais do sistema
mastigatório são comuns em
crianças e adolescentes, e tendem a
aumentar na fase adulta.
SINTOMAS CARACTERÍSTICOS
• Dor muscular e/ou articular,
• Dor à palpação,
• Função mandibular limitada
• Ruídos articulares
Podem ser prevalentes,
isoladamente ou associados, em até 75% na população
adulta
CLASSIFICAÇÃO
Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders
(RDC/TMD)
Oferece a melhor classificação baseada em
evidências para os mais frequentes
subgrupos de DTM.
RDC / TDM
É um sistema duplo de
eixos de diagnóstico e
de classificação
destinado para a
pesquisa clínica da
DTM, inclui não só
métodos para
classificação física dos
diagnósticos de
DTM (Eixo I);
Mas também métodos
para avaliar a
intensidade e
severidade da dor
crônica e os níveis de
sintomas depressivos e
físicos não-específicos
(EixoII).
I – Diagnósticos Musculares
a - dor miofascial
b - dor miofascial com limitação da abertura
II – Deslocamentos do Disco
a - deslocamento do disco com redução
b - deslocamento do disco sem redução e sem limitação da
abertura
c - deslocamento do disco sem redução e com limitação da
abertura
III – Artralgia, osteoartrite e osteoartrose
a - artralgia
b - osteoartrite da articulação temporomandibular (ATM)
c - osteoartrose da articulação temporomandibular (ATM)
O profissional deve lançar mão de
exames complementares e de
apoio multidis-ciplinar no
diagnóstico diferencial da ATM
Referências Bibliográficas
•
VASCONCELLOS, A. H.; SOUSA, A. E. M. & CAVALCANTE, H. M. L. T. M. Clasificación de la
articulación témporomandibular. Aspectos anátomofuncionales. Int. J. Odontostomat.,
1(1):25-28, 2007.
•
MAYDANA AV, TESCH RS, DENARDIN OVP, URSI WJS, DWORKIN SF. POSSÍVEIS FATORES
ETIOLÓGICOS PARA DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES DE ORIGEM ARTICULAR COM
IMPLICAÇÕES PARA DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. Dental Press J Orthod 2010 MayJune;15(3):78-86.
•
TOSATO, J. PREVALÊNCIA DE DTM EM DIFERENTES FAIXAS ETÁRIASRGO, Porto Alegre, v. 54,
n.3, p. 211-224, jul./set. 2006
•
MADEIRA, Miguel Carlos. . Anatomia da face: bases anatomo-funcionais para a prática
odontológica. 6. ed. São Paulo (SP): SARVIER, 2008. 238p. ISBN 9788573781823

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