promoção ao uso de fotoprotetores e prevenção do câncer de pele
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promoção ao uso de fotoprotetores e prevenção do câncer de pele
FOTOEDUCAÇÃO: PROMOÇÃO AO USO DE FOTOPROTETORES E PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PELE(1) Muriel Pando Pereira(2), Carlos Eduardo da Rosa Silva(3), Sandra Elisa Haas(4) (1) Trabalho executado com recursos do Edital PROFEXT 2015, da Pró-Reitoria de Extensão Estudante de Farmácia, bolsista PDA; Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana, RS; [email protected] (3) Estudante de Farmácia, bolsista CNPq; Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana, RS; [email protected] (4) Orientador; Docente Universidade Federal do Pampa (2) RESUMO: A exposição inadequada ao sol pode causar lesões incluindo o câncer de pele e as crianças necessitam de maiores cuidados de proteção contra o sol por terem a pele mais fina e sensível, realizarem mais atividades ao ar livre e não terem consciência do risco a que estão expostas. Portanto, objetivou-se a promoção de informações educativas sobre a exposição correta ao sol e prevenção do câncer de pele, tendo como população-alvo estudantes do ensino fundamental e seus familiares no município de Uruguaiana/RS. Para isso, executaram-se atividades educativas abordando temas relacionados à fotoproteção. Como forma de avaliação, aplicaram-se questionários pré e pósintervenção. No questionário pré-intervenção notou-se uma falta de conhecimento dos alunos e seus responsáveis sobre os temas abordados. Porém, no questionário pós-intervenção percebeu-se que mudanças de hábitos referentes à fotoproteção passaram a fazer parte da rotina dos alunos e seus responsáveis, em consequência de um maior conhecimento sobre o assunto. Dessa forma, concluiu-se que as atividades práticas acarretaram em mudanças de comportamento tanto dos alunos quanto de seus cuidadores, no que diz respeito à fotoproteção. Palavras-Chave: fotoeducação, prevenção, câncer de pele, escola municipal, extensão INTRODUÇÃO A superexposição ao sol pode causar lesões na pele que incluem manchas, queimaduras, envelhecimento precoce e câncer de pele. A presença de pele clara (como a encontrada na região Sul) e a história de exposição solar excessiva estão dentre alguns dos fatores que estão associados ao desenvolvimento de câncer de pele. Dentre as neoplasias mais freqüentes no Estado do Rio Grande do Sul, está o câncer de pele com uma média de 82 casos para cada 100.000 habitantes (CUSTÓDIO et al., 2010). As crianças necessitam de maiores cuidados de proteção contra o sol, pois têm a pele mais fina e sensível, realizam mais atividades ao ar livre e não têm consciência do risco a que estão expostos. (ÁLVAREZ et al., 2011). A infância é considerada o período crítico para a fotoproteção e necessita de maiores cuidados, pois aproximadamente 80% da exposição solar ocorre durante essa fase da vida, além do que a exposição solar precoce apresenta maior influência no desenvolvimento de neoplasias cutâneas do que a exposição tardia, e a fotoproteção desde os primeiros anos de vida é capaz de reduzir significativamente o risco de melanoma (CESTARI et al., 2008). A relação entre exposição solar e câncer de pele é bem elucidada e a sua divulgação é frequente em vários meios de comunicação, porém, apesar de pesquisas mostrarem significativo conhecimento da população sobre o tema, isso não se reflete em práticas e medidas de proteção corretas. Além disso, as crianças são abertas à modificações de atitude e comportamento, além de transmitirem as informações que recebem na escola, junto à sua família (JUBERG et al.,2009). Com isso, o objetivo desde projeto é a promover informações sobre a respeito da exposição correta ao sol e prevenção do câncer de pele de forma educativa, tendo como população-alvo crianças da 4ª série da Escola Municipal de Ensino Fundamental Rui Barbosa, na cidade de Uruguaiana, e seus responsáveis. METODOLOGIA Foi realizado um estudo analítico transversal, a fim de avaliar o perfil de conhecimentos e hábitos de fotoproteção entre crianças e seus responsáveis, promovendo também a educação sobre medidas de prevenção aos cânceres de pele. A amostra foi composta de crianças da 4ª série da Escola Municipal de Ensino Fundamental Rui Barbosa e seus cuidadores que aceitaram participar da pesquisa. A coleta foi realizada através da aplicação inicial de dois questionários, um direcionado às crianças e outro aos cuidadores. Coletaram-se dados sobre características fenotípicas, além de hábitos e conhecimento acerca de fotoproteção. Após a aplicação dos questionários, foram realizadas oficinas educativas com temas relacionados à fotoeducação, tais como: o que é o sol, benefícios do sol, danos causados pela exposição inadequada, o que é câncer de pele, os fatores de risco e como prevenir esta doença, levando informação e incentivando o uso de fotoprotetores. Também a elaboração de atividades lúdicas, como teatros, jogos, brincadeiras, promovendo e incentivando a fotoeducação. Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa Houve a distribuição de material impresso informativo ao fim de cada oficina ou atividade lúdica junto à elaboração e sugestões de atividades a serem realizadas nos seus domicílios, junto aos responsáveis, relacionados à fotoproteção. Por fim, foram aplicados um questionário às crianças a fim de avaliar as atividades e um questionário direcionado aos responsáveis a fim de perceber se as informações obtidas na escola chegaram até os responsáveis. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi observada uma forte dissociação entre conhecimentos e práticas no que se refere à fotoproteção no início do estudo. Apesar da totalidade das crianças entrevistadas terem conhecimento sobre o que era filtro solar (100%) e a maioria acreditava que seu uso era importante (82,7%); apenas 12,1% costumavam usá-lo diariamente. Da mesma forma, em estudo realizado em Minas Gerais com crianças do ensino fundamental demonstrou-se que só 13,4% aplicavam protetor solar todos os dias. Dessa maneira, percebe-se que em muitas vezes os conhecimentos adequados sobre os prejuízos trazidos pelo sol não se traduzem em comportamentos adequados de fotoproteção. Após as intervenções, todas as crianças passaram a acreditar que o uso de filtro soltar é importante (100%) e houve um grande aumento no número de crianças que disseram passar a usar o filtro solar diariamente (72,3%), até mesmo por incentivo dos pais que, além de tomarem maiores cuidados com os filhos após este trabalho, também tiveram seus hábitos modificados na perspectiva de uma maior atenção quanto aos efeitos prejudiciais de uma exposição inadequada no sol. CONCLUSÕES Através dos questionários aplicados pode-se concluir que as atividades contribuíram para uma melhor compreensão dos alunos no que se refere ao câncer de pele e fotoproteção, demonstrando também que esses conhecimentos foram incorporados nas suas rotinas e foram capazes de atingir seus responsáveis, que igualmente apresentaram mudanças de hábitos no que diz respeito aos cuidados em relação ao sol. REFERÊNCIAS 1. Álvarez-Garrido H, Nicasio CSS, Velázquez-Tarjuelo D, Hernanz JM. Las quemaduras solares en la infancia: importancia de la educación em fotoprotección. Acta Pediátrica Española. 2011;69(5): 217-222. 2. Cestari T, Barzenski B, Nagatomi ARS. Fotoprotección en la infancia. Dermatología Pediátrica Latinoamericana 2008; 6(1): 40-5. 3. Custódio G, Locks L, Coan M, Gonçalves C, Trevisol D, Trevisol F. Epidemiologia dos carcinomas basocelulares em Tubarão, Santa Catarina (SC), Brasil, entre 1999 e 2008. Anais Brasileiros de Dermatologia. 2010;85(6): 815-26. 4. Juberg C, Emmereick G, Belisário C. Na mira do câncer: o papel da mídia brasileira. Revista Brasileira de Cancerologia. 2006;52(2):139-46. Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa