Genésio Antonio Körbes
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Genésio Antonio Körbes
Genésio Antonio Körbes RAS – O SENHOR É DIRETOR DO MOINHOS DE VENTO, HOSPITAL CONSIDERADO COMO UM DOS MELHORES DO BRASIL. A QUE ATRIBUI ESTA REPUTAÇÃO? (parecia que iríamos inventar a roda). Assim, em 1994, com a contratação da Fundação, definimos a implantação que aconteceu no Hospital todo. GAK – Não sou mais diretor do Hospital Moinhos de Vento, onde atuei durante 30 anos, mas sim Diretor Executivo da Associação Hospitalar Moinhos de Vento, holding do Sistema HMV. A reputação do Hospital se ancora nos princípios que nortearam a colônia germânica a erguer um Hospital em 1912: igualdade para pacientes, médicos; ordem, limpeza e disciplina; liberdade religiosa. RAS – QUAIS RAS – O MODELO DE GESTÃO DO HOSPITAL MOINHOS DE VENTO, BASEADO NA METODOLOGIA DO PROGRAMA GAÚCHO DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE, TEM ALGO A VER COM ISSO? GAK – Sim. Na realidade, a qualidade do HMV é um marco que se inicia em 1927, com a inauguração. O que o PGQP trouxe foi uma metodologia de aplicação de conceitos e conteúdos de gestão. RAS _ Vol. 2, Nº 8 – Jul-Set, 2000 FORAM AS MAIORES DIFI- CULDADES PARA IMPLANTAÇÃO DO MODELO? RAS – HÁ QUANTO TEMPO O HOSPITAL ADOTOU ESSA METODOLOGIA? GAK – Desde 1993. RAS – C OMO FOI A IMPLANTAÇÃO ? QUANTO TEMPO LEVOU PARA IMPLANTAR O MODELO? FOI FEITO POR FASES? GAK – A partir de 1992 eu estava lendo artigos e notícias sobre o movimento da Qualidade Total no Brasil e no mundo. Em 1993 assinamos o termo de adesão ao PGQP e começamos a implantar o método. Mas alguma coisa não estava correta. Quando, após participar de uma palestra do Prof. Falconi em Seminário especial da FNPQ em Porto Alegre, decidi contratar a Fundação Christiano Ottoni, para nos apoiar GAK – Duas: envolver, conscientizar e motivar as pessoas. E a outra foi entender que a implantação aconteceria montando uma estrutura própria responsável pela qualidade total no Hospital. RAS – QUAIS OS CUSTOS ENVOLVIDOS NA IMPLANTAÇÃO DO MODELO? GAK – Baixo. O maior custo é a vontade e a disciplina. O maior custo é o da consultoria. RAS – QUAIS AS MODIFICAÇÕES A QUE AS EMPRESAS DEVEM SE SUBMETER PARA A IMPLANTAÇÃO DO MODELO? GAK – Diversas: quebrar a rigidez das estruturas orgânicas; introduzir a cultura do conceito cliente-fornecedor e compartilhar informações; cultura sis9 têmica em contraponto ao individualismo ou departamentalismo; cultivar as pequenas melhorias contínuas, permanentemente. “ Mas mais importante que o modelo de gestão é a definição do rumo e os caminhos a serem percorridos pela empresa ” RAS – QUAIS OS MAIORES BENEFÍCIOS ADVINDOS DA IMPLANTAÇÃO DA METODOLOGIA? GAK – Consciência institucional. Envolvimento das pessoas com idéias e ações. Preocupação das pessoas nos processos. Satisfação dos clientes. Melhora da lucratividade. RAS – O SENHOR CONSIDERA SER POSSÍVEL, QUALQUER EMPRESA QUE QUEIRA SOBREVIVER AOS DESAFIOS ATUAIS, PERMANECER SEM UM MODELO, CLARO E DEFINIDO DE GESTÃO? RAS – O SENHOR ACONSELHARIA OUTROS HOSPITAIS A SEGUIREM O MESMO CAMINHO? É REPRODUZÍVEL? GAK – Não. Mas mais importante que o modelo de gestão é a definição do rumo e os caminhos a serem percorridos pela empresa. Avaliação do mercado onde estamos inseridos. GAK – Certamente. Tudo é possível de copiar, com o cuidado de não agredir a cultura da instituição. RAS – QUAIS OS PONTOS IMPORTANTES DA METODOLOGIA QUE MERECERIAM MAIOR DESTAQUE? GAK – A metodologia deve ser implantada com o fim específico de melhorar o resultado. Adotar a prática de trabalhar processo por processo, somente passar para outro quando o primeiro estiver resolvido. Envolver, desde o início, o Corpo Clínico. RAS – O MODELO DE GESTÃO É CONFLI- RAS – O MODELO É APLICÁVEL A HOSPITAIS PÚBLICOS? PRIVADOS LUCRATIVOS? SANTAS CASAS? HOSPITAIS PEQUENOS? HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS? CENTROS DE SAÚDE? OUTROS SERVIÇOS DE SAÚDE? GAK – Sim. O modelo é aplicável em qualquer hospital. Cito como exemplo “ISO”, “JOINT COMISSION”, “ONA”, ETC ? GAK – Em absoluto. Obviamente, tem algumas particularidades. Por ex.: a ISO está voltada para a análise dos processos. A Joint Comission e a ONA têm metodologia muito semelhante, voltada para a aferição da qualidade intrínseca através da análise dos processos e instalações. O modelo de aferição da gestão pela qualidade total do PGQP já mistura métodos de gestão, indicadores, processos, benchmarking. 10 RAS – O SENHOR CONHECE OUTROS HOSPITAIS QUE ADOTARAM O MESMO MODELO DE GESTÃO? GAK – Sim, conheço. RAS – O SUS SE BENEFICIARIA, DE ALGUMA MANEIRA, SE ADOTASSE ESSE MODELO? COMO ISSO SERIA POSSÍVEL? GAK – Não saberia responder esta última questão. Penso que é muito complicado implantar qualquer modelo em hospital ou sistema onde não haja uma continuidade de políticas, estratégias e metas. As direções destas instituições trocam na medida que trocam governos. Certo que existem as exceções, mas são muito poucas. Genésio Antonio Körbes 1) Atividades Profissionais • Atuais Diretor Executivo da Associação Hospitalar Moinhos de Vento Presidente do Comitê Setorial da Saúde do PGQP (Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade) Vice-Presidente da ABIMED • • Anteriores Consultor Hospitalar pelo Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde; Presidente do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre - SINDIHOSPA • • TANTE COM OUTRAS EXPERIÊNCIAS DE MELHORIA DA QUALIDADE? o belo trabalho que está sendo feito em dois hospitais públicos em Porto Alegre: Grupo Hospitalar Conceição e Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O exemplo da Santa Casa de Porto Alegre, com a conquista do troféu ouro pelo PGQP, é outro exemplo. 2) Formação Acadêmica • Curso Superior pela Faculdade Porto-Alegrense de Ciências Contábeis e Administrativas; Especialização • Curso de Administração Hospitalar • Curso de Pós-Graduação em Administração Hospitalar • MBA - Unisinos 3) Formação Curricular • • Diploma de Administrador Emérito do Brasil, pelo Colégio Brasileiro de Administração da Saúde, em 2 de maio de 1983; Membro Titular da Academia Brasileira de Administração Hospitalar, em 9 de outubro de 1990. RAS _ Vol. 2, Nº 8 – Jul-Set, 2000