Lição 1 30 de Março a 05 de Abril

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Lição 1 30 de Março a 05 de Abril
Lição 1
30 de Março a 05 de Abril
Adultério Espiritual (Oseias)
Sábado à tarde
LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: Oseias 1:1-3; Ezequiel 4:1-6; Oseias 2:12-18; 4:1-3; Tiago 5:1-7;
Apocalipse 14:6-12.
VERSO ÁUREO: “E semeá-la-ei para Mim na terra, e compadecer-me-ei de Lo-Ruama; e a Lo-Ami
direi: Tu és o Meu povo! E ele dirá: Tu és meu Deus!” Oseias 2:23.
PENSAMENTO-CHAVE: Mesmo no meio de adultério espiritual e de juízo divino, o amor de Deus pelo Seu
povo nunca esmorece.
O PROFETA OSEIAS MINISTROU no final de um período muito próspero da história de Israel, pouco
antes de a nação cair perante os Assírios, em 722 a.C.. Nessa altura, o povo escolhido de Deus já deixara
de adorar apenas o Senhor, mas prestava culto também a Baal, um deus cananeu.
Colocado à cabeça da lista dos Profetas Menores, o livro de Oseias aborda a questão central da
proclamação profética durante esse tempo de apostasia: Continua Deus a amar Israel, apesar da
prostituição espiritual? Continua Ele a ter um propósito para esse povo, apesar dos seus pecados e do
juízo vindouro?
A história pessoal de Oseias e a sua profecia estão inseparavelmente ligadas no seu livro. Assim como o
profeta tinha perdoado à sua esposa infiel e se mostrava disposto a aceitá-la de volta, também Deus
estava pronto a fazer o mesmo pelo Seu povo.
Que lições podemos aprender com a experiência de Oseias e com a forma de Deus lidar com o Israel
transviado?
Leitura Bíblica: I Sam. 24-27.
SOP: Educação, Como se Relaciona a Educação com a Redenção (28).
Comentário
Cristo diz: “Sem Mim, nada podeis fazer” (João 15:5). Ao prosseguirmos, passo a passo, no caminho da
obediência, viremos ao conhecimento de quão verdadeira é a promessa de que aqueles que prosseguem
em conhecer o Senhor saberão que a Sua saída será como a alva (Ose. 6:3). Uma luz mais clara está
prestes a brilhar sobre todos os que seguem Aquele que é a Luz do mundo. Quem toma sobre si o jugo
de Cristo, com a plena resolução de obedecer à Palavra de Deus, terá uma experiência saudável,
simétrica. Desfrutará das bênçãos que são o resultado de esconder a sua vida com Cristo em Deus. Na
vida profissional porá em prática os princípios expostos por Cristo no Sermão da Montanha. …
Reconhece que é adotado na família de Deus, e que deve proceder para com todos como Cristo procedia
quando esteve na Terra.
Como é diligente e constante a obra de um cristão verdadeiro! Tem sempre sobre si o jugo de Cristo. Más
suspeitas não estão autorizadas a enraizarem-se no seu coração. Possui uma modéstia genuína e não
fala das suas habilitações e realizações. A autoadmiração não faz parte da sua experiência. Há muito a
aprender em relação ao que abrange o verdadeiro caráter cristão. Por certo não é o orgulho próprio. O
verdadeiro cristão mantém os olhos fixos n’Aquele que sonda o coração e assume o controlo, que exige
verdade no íntimo. A sua oração constante é: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me, e
conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho
eterno” (Salmo 139:23 e 24). Não devem ser dados elogios aos homens pecadores e errantes. A glória e a
majestade de Deus devem encher sempre a nossa mente de um santo e reverente respeito, humilhandonos no pó, perante Ele. A Sua condescendência, a Sua ampla e profunda compaixão, a Sua ternura e o
Seu amor, são-nos concedidos para fortalecer a nossa confiança e remover aquele temor que tende para
a escravidão. O Senhor deseja que Lhe dêmos tudo o que existe de nós, numa vida cristã estável, bem
equilibrada – uma vida que ilustre os princípios da Sua Lei. – Review and Herald, 23 de outubro de 1900.
UMA ORDEM ESTRANHA
Domingo, 31 de Março.
“O princípio da palavra do Senhor por Oseias. Disse, pois, o Senhor a Oseias: Vai, toma uma mulher
de prostituições e filhos de prostituição; porque a terra se prostituiu, desviando-se do Senhor. E
foi-se e tomou a Gomer, filha de Diblaim, e ela concebeu, e lhe deu um filho.” Oseias 1:2 e 3.
Há séculos que os estudiosos da Bíblia se debatem acerca da natureza desta ordem, levantando
interrogações como estas: Gomer era uma prostituta ou foi meramente uma esposa infiel? Já era imoral
antes de se casar com Oseias, ou tornou-se infiel depois do casamento?
Não se sabe ao certo. De uma coisa, porém, temos a certeza: quando o Senhor falou a Oseias, e por seu
intermédio, Ele pretendia desviar a atenção das pessoas da história de Oseias para a história do amor de
Deus para com Israel. Como Gomer era israelita, a história do seu casamento com o profeta liga-se com a
história do concerto de Deus com Israel.
Há importantes paralelismos entre a história de Oseias e a experiência de Deus com Israel. No aspeto
humano, Gomer foi adúltera para com Oseias; a um nível espiritual, Israel foi infiel para com Deus. Assim
como a imoralidade de Gomer magoou o coração do marido, também a idolatria de Israel entristeceu o
grande coração de Deus. Oseias foi chamado a suportar o coração magoado e o casamento desfeito.
Deve ter suportado indignação e vergonha públicas. Contudo, quanto mais ele vivia a experiência da
infidelidade de Gomer, mais profundamente compreendia a dor e a frustração de Deus em relação a
Israel.
Era frequente Deus pedir a outros profetas que fizessem algo mais do que pregação. Leia as
seguintes passagens e explique a forma como os atos dos profetas simbolizaram a forma como
Deus lidava com o Seu povo: Isa. 20:1-6; Jer. 27:1-7; Eze. 4:1-6.
Que tipo de testemunho em favor do Senhor são não só as suas palavras, mas também os seus
atos pessoais? O que é que na sua vida revela que, pessoalmente, não se limita a ser
simplesmente uma pessoa boa, mas que é um seguidor de Jesus?
Leitura Bíblica: I Sam. 28-31.
Comentário
Os últimos anos do infeliz reino de Israel foram assinalados pela violência e pelo derramamento de
sangue como nunca tinha sido visto, mesmo nos piores períodos de lutas e inquietação governados pela
casa de Acabe. Durante mais de dois séculos os governantes das dez tribos tinham estado a semear
ventos. Agora colhiam tempestade. Um rei após outro tinha sido assassinado, abrindo o caminho para
que outros ambiciosos reinassem. “Constituíram reis”, declara o Senhor a respeito desses ímpios
usurpadores, “sem Minha aprovação; estabeleceram chefes sem Meu conhecimento.” Ose. 8:4. Todos os
princípios de justiça tinham sido postos de lado e os que se deviam ter colocado diante das nações da
Terra como depositários da graça divina, “atraiçoaram o Senhor” (Ose. 5:7) e uns aos outros.
Com as mais severas reprovações, Deus procurou despertar a nação impenitente para a realidade do
iminente perigo da sua completa destruição. Por intermédio de Oseias e de Amós enviou às dez tribos
mensagem após mensagem, exigindo um amplo e completo arrependimento, e ameaçando-os com
calamidades como resultado da contínua transgressão. “Até agora têm cultivado o mal e colhido o crime”,
declarou Oseias, “têm comido o fruto da traição. Confiaram na vossa política e na multidão dos vossos
soldados. Por isso o fragor da guerra ressoa contra o teu povo e todas as tuas cidades fortificadas serão
arrasadas. … Mal amanheça o dia e comece o combate, será o fim para o rei de Israel.” Ose. 10:13-15.
De Efraim o profeta declarou: “Os estrangeiros esgotam-lhes as forças, sem eles se darem conta; já têm
cabelos grisalhos e não se apercebem disso.” Ose. 7:9. “Israel rejeitou Aquele que é bom.” Ose. 8:3.
“Oprimido e os seus direitos espezinhados” (Ose. 5:11), incapazes de discernir a desastrosa perspetiva do
seu mau caminho, as dez tribos deviam andar, em breve, como “errantes entre as outras nações”. Ose.
9:17.
Alguns dos líderes em Israel sentiam profundamente a sua perda de prestígio e desejavam poder
reconquistá-lo. Mas, em vez de abandonarem aquelas práticas que tinham levado ao enfraquecimento
do reino, continuaram em iniquidade, lisonjeando-se com o pensamento de que, quando surgisse a
ocasião, poderiam alcançar o desejado poder político, aliando-se com os pagãos. Quando “Efraim
reconheceu o seu mal e Judá a sua chaga, ... dirigiu-se à Assíria”. Ose. 5:13. “Efraim é como uma pomba,
ingénua e sem inteligência; tanto pedem ajuda ao Egito como correm atrás da Assíria.” Ose. 7:11. “Fazem
aliança com a Assíria.” Ose. 12:1.
Por intermédio do homem de Deus que aparecera diante do altar de Betel, por intermédio de Elias e de
Eliseu, de Amós e Oseias, o Senhor repetidamente tinha exposto perante as dez tribos os males da
desobediência. Apesar das reprovações e rogos, Israel caiu cada vez mais baixo na apostasia. “Como uma
vaca rebelde se rebelou Israel” (Ose. 4:16), declarou o Senhor; “Meu povo é inclinado a desviar-se de
Mim.” Ose. 11:7. – Profetas e Reis, pp. 187 e 188 (Ed. PSerVir).
ADULTÉRIO ESPIRITUAL
Segunda, 01 de Abril.
Quando a esposa de Oseias, Gomer, cometeu adultério contra ele, o profeta sofreu a agonia da traição,
da humilhação e da vergonha. Aos vizinhos e amigos que presenciaram a sua dor, Oseias passou uma
mensagem divina mediante atos e palavras: Israel, a esposa de Deus, era precisamente como Gomer. O
povo escolhido estava envolvido em adultério espiritual.
O profeta Jeremias comparou o infiel povo de Deus a “uma prostituta” que vivia com muitos amantes
apesar de tudo o que Deus fizera por ele (Jer. 3:1). De igual modo, o profeta Ezequiel chamou ao Israel
adúltero “uma mulher adúltera” que abandonara o seu verdadeiro marido (Eze. 16:32). Por esta razão, a
idolatria é vista na Bíblia como adultério espiritual.
Leia Oseias 2:8-13. Que advertência é aqui feita? Em que aspetos podemos nós, como Adventistas
do Sétimo dia, estar em risco de fazer, em princípio, a mesma coisa?
A expressão “grão, e o mosto, e o óleo” também é utilizada em Deuteronómio (Deut. 7:12-14) para
descrever os produtos alimentares de que o povo desfrutava em abundância, de acordo com as
promessas de Deus dadas por intermédio de Moisés. Nos tempos de Oseias, o povo era tão ingrato para
com Deus, tão envolvido com o mundo à sua volta, que andava a dedicar essas dádivas de abundância,
que originalmente lhes haviam sido dadas por Deus, aos seus falsos ídolos. Que aviso isto deve ser para
todos nós, quanto às dádivas que recebemos serem utilizadas no serviço do Senhor, e não de maneiras
para as quais nunca foram destinadas (Mat. 6:24)!
“Como considera Deus a nossa ingratidão e falta de reconhecimento pelas Suas bênçãos? Quando vemos
alguém menosprezar ou usar mal as nossas dádivas, o nosso coração e as nossas mãos fecham-se contra
ele. Contudo, aqueles que recebem as misericordiosas dádivas de Deus dia após dia, e ano após ano,
desbaratam a fartura que Ele dá e negligenciam as almas por quem Cristo deu a Sua vida. Os meios que
Ele lhes emprestou para sustento da Sua causa e edificação do Seu reino são investidos em casas e
terras, esbanjados em orgulho e indulgência própria, e o Doador fica esquecido.” – Ellen G. White, Advent
Review and Sabbath Herald, 7 de dezembro de 1886.
Pense em como é fácil pegar nas dádivas que nos são concedidas por Deus e usá-las de forma
egoísta, ou até de maneira idólatra. Quais são algumas maneiras práticas de evitar este pecado na
nossa vida?
Leitura Bíblica: II Sam. 1-4.
Comentário
Toda a falsa adoração é adultério espiritual. O segundo preceito, que proíbe a falsa adoração, é também
uma ordem para adorar a Deus, e servir apenas a Ele. O Senhor é um Deus zeloso. Ele não é de se
menosprezar. Ele falou sobre a forma como deve ser adorado. Ele odeia a idolatria, pois a sua influência
é corruptora. Ela degrada a mente e leva à sensualidade e a todo o tipo de pecados.
Fazer uma imagem de Deus desonra-O. Ninguém deve trazer para o serviço o poder da imaginação para
adorar aquilo que deprecia Deus na mente e O associa com coisas comuns. Aqueles que adoram a Deus
devem adorá-l’O em espírito e em verdade. Devem exercer uma fé viva. Então a sua adoração não será
controlada pela imaginação, mas pela fé verdadeira.
Que os homens adorarem e sirvam o Senhor Deus e apenas a Ele. Que o orgulho egoísta não seja
exaltado e servido como um deus. Que não se faça do dinheiro um deus. Se a sensualidade não for
mantida sob o controlo dos poderes mais elevados da mente, a paixão básica irá governar o ser. Tudo
aquilo que se torna objeto de pensamento e admiração desmedidos, que absorve a mente, perante o
Senhor é um deus escolhido. Deus é um examinador do coração. Ele faz a distinção entre o verdadeiro
serviço feito de coração e a idolatria. – Sermons and Talks, vol. 2, pp. 184 e 185.
A qualquer momento, Deus pode retirar do impenitente os sinais da Sua maravilhosa misericórdia e
amor. Quem dera que os seres humanos considerassem quais serão os resultados seguros da sua
ingratidão para com Ele e da sua desconsideração para com o infinito Dom de Cristo ao mundo! Se
continuarem a amar a transgressão mais do que a obediência, as presentes bênçãos e a grande
misericórdia de Deus de que agora desfrutam, mas não apreciam, acabarão por tornar-se no agente da
sua ruína eterna. Quando for demasiado tarde para eles verem e compreenderem que aquilo que
consideraram ser de pouca importância, ficarão a saber o que significa estar sem Deus, sem esperança.
Então compreenderão o que perderam por terem escolhido ser desleais a Deus e permanecer em
rebelião contra os Seus mandamentos. – Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, vol. 4, p.
1162.
O profeta, olhando através dos séculos, teve uma revelação a respeito desse tempo. As nações da
atualidade têm recebido misericórdias sem precedentes. Foram-lhes concedidas as mais escolhidas
bênçãos de Deus, mas contra elas estão registados orgulho crescente, cobiça, idolatria, menosprezo de
Deus e vil ingratidão. Estão a passos largos a encerrar a sua conta com Deus.
Mas o que me faz tremer é o facto de aqueles que têm recebido maior luz e privilégios se terem
contaminado pela iniquidade que prevalece. Influenciados pelos injustos que os cercam, muitos dos que
professam a verdade tornaram-se frios e são levados ao sabor das fortes correntes do mal. O escárnio
geral lançado contra a verdadeira piedade e santidade leva os que não estão intimamente ligados a Deus
a perder a reverência pela Sua Lei. Se seguissem a luz e de coração obedecessem à verdade, essa santa
Lei parecer-lhes-ia até mais preciosa quando for assim desprezada e rejeitada. Ao tornar-se mais claro o
desrespeito à Lei de Deus, torna-se mais distinta a linha de demarcação entre os seus observadores e o
mundo. O amor pelos preceitos divinos aumenta por parte de algumas pessoas, ao mesmo tempo que
aumenta o desprezo por parte de outras pessoas. – Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, pp. 208 e 209.
UMA PROMESSA DE RESTAURAÇÃO
Terça, 02 de Abril.
Leia Oseias 2. Qual é a mensagem fundamental que Deus dirige ao Seu povo nesta passagem? De
que modo é o evangelho revelado neste capítulo?
A mensagem de Oseias apresenta a verdade profunda do amor constante de Deus por um povo que o
não merece. Oseias 2 contém um longo discurso do Senhor a respeito da apostasia de Israel, o qual é
depois posto em contraste com o amor inalterado de Deus pelo Seu povo. Depois da punição, o marido
levará a esposa numa viagem até ao deserto, onde serão de novo unidos em casamento.
Desta forma, o capítulo termina com um quadro de um tempo futuro, posterior ao juízo, quando Deus
voltará a atrair Israel para O amar como anteriormente (Ose. 2:12-15). Os animais selvagens dos campos
já não devorarão as vinhas e as figueiras da esposa, mas tornar-se-ão parceiros do novo concerto (Ose.
2:18). Além disso, todos os filhos receberão novos nomes, revelando uma vez mais a disposição de Deus
para curar e perdoar as transgressões passadas do Seu povo.
Deus dispõe-Se a perdoar gratuitamente os nossos pecados. Quanto é que custa a Deus o perdão?
Qual foi o preço pessoal que esta lição teve para Oseias? Ose. 3:1 e 2.
Tendo crescido como homem em Israel, Oseias estava destinado a desfrutar de um estatuto privilegiado
naquela sociedade patriarcal. Só que esse privilégio era acompanhado de uma enorme responsabilidade.
No antigo Israel, um homem teria de fazer um esforço imenso para perdoar e aceitar de volta uma
esposa infiel, isto sem mencionar o aceitar como seus os filhos que pudessem ter sido procriados através
de outro homem. Ficar ao lado da esposa e dos filhos desta e, por isso, suportar a rejeição social deveria
ter sido uma das experiências mais difíceis da vida.
Oseias, contudo, “comprou-a” de volta. Deus, em certo sentido, fez a mesma coisa pela raça humana, mas
o custo foi a morte de Jesus na cruz. Só olhando para a Cruz podemos, então, obter um quadro mais
claro daquilo que custou a Deus “comprar-nos” de volta da ruína que o pecado provocou.
Leitura Bíblica: II Sam. 5-7.
Comentário
Nas Escrituras, o caráter sagrado e permanente da relação entre Cristo e a Sua Igreja é representado pela
união matrimonial. O Senhor uniu a Si o Seu povo, por meio de um concerto solene, prometendo-lhe ser
o seu Deus, enquanto o povo se comprometia a ser unicamente d’Ele. Disse o Senhor: “E desposar-te-Ei
comigo para sempre; desposar-te-Ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em
misericórdias” (Oseias 2:19). E noutro lugar: “Eu vos desposarei” (Jeremias 3:14). E Paulo emprega a
mesma figura no Novo Testamento, quando diz: “Porque vos tenho preparado para vos apresentar como
uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (II Coríntios 11:2).
A infidelidade da Igreja para com Cristo, permitindo que a sua confiança e afeição se desviem d’Ele, e
consentindo que o amor às coisas mundanas ocupe a alma, é comparada com a violação do voto
conjugal. O pecado de Israel, afastando-se do Senhor, é apresentado sob esta figura. E o maravilhoso
amor de Deus, que assim é desprezado, é descrito de uma forma comovente: “Jurei que havia de casar
contigo e tu ficaste a pertencer-Me. Palavra do Senhor!... A tua beleza era impressionante; eras uma
autêntica rainha. Tornaste-te famosa entre os povos pela tua enorme formosura, porque Eu te fiz mui
atraente. Mas tu abusaste da tua beleza e fama e prostituíste-te com todos os que apareciam” (Ezequiel
16:8, 13-15, BN). “Como uma esposa infiel, assim tu Me atraiçoaste, ó povo de Israel. Sou Eu, o Senhor,
que to digo” (Jeremias 3:20, BN). “És como uma mulher que comete adultério com estranhos em vez de
amar o marido” (Ezequiel 16:32, BN). – O Grande Conflito, pp. 317 e 318 (Ed. PSerVir).
O homem não pertence a si mesmo. Foi comprado por um preço, e que preço! O Filho unigénito de Deus
aceitou viver uma vida de humilhação, abnegação e sacrifício próprio, despojando-Se da Sua própria
majestade e glória como Comandante das cortes celestiais, para que pudesse trazer vida e imortalidade à
raça humana. Revestiu a Sua divindade com humanidade, e veio a um mundo todo manchado e
maculado com a maldição, a fim de dar à família humana um exemplo daquilo em que a humanidade se
pode tornar através de Jesus Cristo, se permanecerem n’Ele. Ele viveu a Lei de Deus na natureza humana,
para mostrar que a humanidade pode guardar essa Lei através do Seu poder. Todos aqueles que
desejarem partilhar a Sua glória no futuro, devem partilhar da Sua abnegação e sacrifício próprio a cada
passo a caminho do Céu. Devem representar Cristo ao mundo, da mesma forma que Cristo representou
o Pai ao mundo. – The Bible Echo, 20 de julho de 1896.
O CASO CONTRA ISRAEL
Quarta, 03 de Abril.
Oseias 4:1-3 apresenta Deus como alguém que faz uma acusação ou move uma ação (em hebraico, rîb)
contra Israel. A nação escolhida comparecia diante do seu Deus como culpada por as pessoas terem
deixado de viver de acordo com os termos do concerto. Verdade, benignidade e conhecimento de Deus
deviam ser qualidades resultantes do relacionamento singular que Israel tinha com Ele. De acordo com
Oseias 2:18-20, estas qualidades são dádivas que Deus concede ao Seu povo com a renovação do
concerto.
No entanto, devido ao pecado, a vida de Israel estava vazia destas dádivas da graça. Os crimes
enumerados por Oseias tinham conduzido a nação ao limiar da anarquia. Os dirigentes religiosos, tanto
sacerdotes como profetas, partilhavam da responsabilidade da deterioração atual da vida de Israel e
eram considerados responsáveis por ela. Grande era a sua responsabilidade. Se não enfrentassem tais
abusos e não condenassem os atos de injustiça, eles próprios iriam ser condenados por Deus.
No Velho Testamento, a adoração dos ídolos era considerada o pecado mais sério porque negava o papel
do Senhor Deus na vida da nação e na dos indivíduos. Devido ao clima seco, as chuvas na terra de Israel
eram uma questão de vida ou de morte. Os Israelitas chegaram a crer que as bênçãos que recebiam,
como a chuva dadora de vida, vinham da parte de Baal. Por isso, edificaram santuários a deuses
estranhos e começaram a misturar imoralidade com o culto de adoração.
Ao mesmo tempo, a injustiça social grassava na terra. As classes ricas em Israel exploravam os
camponeses a fim de conseguirem pagar os tributos devidos à Assíria. Muitos recorriam à fraude e ao
dolo (Ose. 12:7 e 8). Foi por estas razões que o anterior período de paz e prosperidade levou a um tempo
de agitação política e social. O país encontrava-se à beira do caos total.
“Pobres homens ricos, professando servir a Deus, são dignos de piedade. Enquanto professam conhecer
ao Senhor, eles O negam nas suas obras. Quão grandes são as suas trevas! (Mat. 6:23.) Afirmam ter fé na
verdade, mas as suas obras não correspondem à sua religião. O amor às riquezas torna-os egoístas,
exigentes e arrogantes. Riqueza é poder, e frequentemente o amor a ela corrompe e neutraliza tudo o
que é nobre e divino no ser humano.” – Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 2, p. 682.
Leia Tiago 5:1-7. Em que aspetos estas palavras se enquadram na verdade presente tal como
expressa nas mensagens dos três anjos de Apocalipse 14:6-12? Seja qual for a nossa posição
financeira, de que maneira nos podemos proteger dos perigos que o dinheiro representa sempre
para os seguidores de Cristo?
Leitura Bíblica: II Sam. 8-10.
Comentário
O Senhor fez um concerto com Israel que, se obedecesse aos Seus mandamentos, Ele lhe daria chuvas
no devido tempo, faria a terra produzir e as árvores do campo darem frutos. Ele prometeu que “a
debulha se... chegará à vindima, e a vindima se chegará à sementeira” (Levítico 26:5), e que eles se
fartariam de pão e habitariam seguros na Terra. E faria perecer os seus inimigos. Não os aborreceria, mas
andaria com eles e seria o seu Deus, e eles seriam o Seu povo. Porém, se desprezassem os Seus
requisitos, agiria inteiramente contra eles em tudo isso. Em vez da Sua bênção, a maldição pesaria sobre
eles. Abateria a soberba da sua força, e tornaria os céus como ferro e a terra como cobre. “E debalde se
gastará a vossa força; a vossa terra não dará a sua novidade, e as árvores da terra não darão o seu fruto.
E, se andardes contrariamente para comigo... Eu também convosco andarei contrariamente.” Levítico
26:20, 21, 24. – Testemunhos Para a Igreja, vol. 2, p. 661.
O Senhor enviou o Seu profeta com palavras de advertência e repreensão. Ele foi ter com o rei, através
de cuja influência o povo tinha sido levado à idolatria, e reivindicou o direito de Jeová de ser o único Deus
em Israel. Foram dados repetidos avisos que foram apenas desprezados. As pessoas estavam fascinadas
pelas exibições deslumbrantes e os ritos fascinantes da adoração de ídolos; e seguiam o exemplo do seu
rei, entregaram-se a uma adoração degradante e sensual e aos seus prazeres intoxicantes. Levados pelo
rei e pela sua corte, rejeitaram o governo moral de Jeová, e foram infiéis à sua crença como depositários
da verdade divina. A luz clara brilhou sobre eles, mas preferiram seguir os seus próprios caminhos. E a
adoração a Deus, as leis boas e benéficas que lhes tinha dado, foram desrespeitadas. – Signs of the
Times, 18 de dezembro de 1884.
A condição do povo de Deus na atualidade é semelhante à do Israel idólatra. Muitos dos que ostentam o
nome de cristãos estão a servir outros deuses para além do Senhor. O nosso Criador requer a nossa
suprema devoção, a nossa primeira aliança. Qualquer coisa que tenda a enfraquecer o nosso amor para
com Deus, ou a interferir com o serviço que Lhe é devido, torna-se num ídolo. Para alguns as terras, as
casas, as mercadorias, são ídolos. Os negócios das empresas são levados avante com zelo e energia,
enquanto o serviço de Deus fica em segundo lugar. Negligencia-se o culto em família, esquece-se a
oração particular. Muitos dizem tratar de forma justa os seus semelhantes, e parece que acham que,
fazendo assim, cumprem todo o seu dever. Mas guardar os seis últimos mandamentos do decálogo não
é suficiente. Devemos amar o Senhor nosso Deus de todo o coração. Nada para além da obediência a
cada preceito – nada menos do que o amor supremo a Deus assim como um amor semelhante pelo
nosso próximo – pode satisfazer as reivindicações da Lei divina. – Signs of the Times, 26 de janeiro de
1882.
UM CHAMADO AO ARREPENDIMENTO
Quinta, 04 de Abril.
“E a vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste.” João 17:3.
O nome Oseias, em hebraico, significa “o Senhor salva”, e está relacionado com os nomes Josué, Isaías e
até com Jesus. O profeta apela ao povo para que rejeite o pecado e encontre refúgio no Senhor Deus,
porque é Ele o seu Criador e Redentor. O propósito do juízo divino sobre Israel foi para lembrar aos
pecadores que a sua vida e força vêm d’Aquele para quem devem retornar. Assim, mesmo no meio de
todas as advertências e declarações de juízo, o livro de Oseias apresenta os temas tanto do
arrependimento humano como do perdão divino.
O profeta incita a nação, que estava a perecer no pecado “porque lhe faltou o conhecimento” (Os. 4:6), a
insistir em conhecer Deus plenamente e em viver em harmonia com os Seus princípios eternos. Foi a
falta de conhecimento por parte do povo, conhecimento de Deus, que o levou à rebelião e que,
finalmente, resultou em juízo.
No entanto, por meio da fé e da obediência o povo podia, pelo contrário, chegar a conhecer o Senhor por
si mesmo. Este conhecimento pode ser também muito pessoal e íntimo. Esta é precisamente a razão por
que, vez após vez, o casamento é apresentado como símbolo do tipo de relacionamento que o Senhor
pretende manter connosco.
Esta é também a razão por que a vida cristã consiste principalmente de um relacionamento com o Deus
vivo. Esta é a razão por que o Senhor apela ao povo para que O conheça e siga a Sua vontade na sua
vida.
O problema do pecado provocou uma temível separação entre Deus e a humanidade. No entanto, por
meio da morte de Jesus na cruz, foi aberta uma via para que cada um de nós possa ter uma comunhão
íntima com o Senhor. Podemos na verdade conhecê-l’O por nós mesmos.
Qual é a diferença entre ter conhecimento acerca de Deus e conhecer de facto Deus? De que modo
esta diferença se reflete no nosso viver de cada dia? Se alguém lhe perguntasse “Como é que
posso conhecer Deus?”, qual seria a sua resposta? O que é que as seguintes passagens nos
ensinam acerca da importância de “conhecer o Senhor”?
Êxodo 33:12 e 13 Jeremias 9:23 e 24
Daniel 11:32 I João 2:4 Leitura Bíblica: II Sam. 11 e 12.
Comentário
O favor de Deus em relação a Israel esteve sempre condicionado à sua obediência. No sopé do Sinai, as
hostes de Israel tinham estabelecido um concerto com Deus tornando-se Sua “propriedade peculiar
dentre todos os povos.” Êxo. 19:5. Deviam ser para Ele “um reino sacerdotal e o povo santo” (Êxo. 19:6).
Solenemente tinham prometido seguir no caminho da obediência. “Tudo o que o Senhor tem dito
faremos” (Êxo. 19:5, 8), disseram. E quando, poucos dias mais tarde, a Lei de Deus foi proclamada a partir
do Sinai, e instruções adicionais, na forma de estatutos e juízos, lhes foram comunicadas por intermédio
de Moisés, os israelitas em uníssono prometeram: “Todas as palavras que o Senhor tem falado, faremos.”
Êxo. 24:3. Na ratificação do concerto, o povo uma vez mais em uníssono declarou: “Tudo o que o Senhor
tem falado faremos, e obedeceremos.” Versículo 7. Deus tinha escolhido Israel como o Seu povo e eles
tinham-n’O escolhido como o seu Rei. – Review and Herald, 19 de fevereiro de 1914.
Moisés foi inspirado a revelar uma profecia a delinear o resultado seguro da apostasia. Expôs claramente
os males que resultariam do afastamento dos estatutos de Jeová. Tomando o Céu e a Terra como
testemunhas contra o povo, declarou que, se depois de terem habitado durante tanto tempo na Terra da
Promessa, o povo introduzisse coisas que os olhos tinham visto, e esculpisse imagens, e se recusasse a
voltar à adoração do verdadeiro Deus, a ira do Senhor seria despertada, e eles seriam levados cativos e
espalhados entre os pagãos. “Certamente perecereis depressa”, advertiu-os ele, “da terra, a qual, passado
o Jordão, ides possuir; não prolongareis os vossos dias nela, antes sereis de todo destruídos. E o Senhor
vos espalhará entre os povos, e ficareis poucos em número entre as gentes, às quais o Senhor vos
conduzirá. E ali servireis a deuses que são obra de mãos de homens, madeira e pedra, que não veem
nem ouvem, nem comem nem cheiram” (Deut. 4:26 e 27).
Esta profecia, cumprida em parte no tempo dos juízes de Israel, encontrou cumprimento mais completo
e terrível no cativeiro de Israel na Assíria, e de Judá em Babilónia.
Ao longo dos séculos passados, de geração em geração, Satanás fez repetidas tentativas para levar a
nação escolhida a esquecer “os mandamentos, os estatutos e os juízos” (Deut. 6:1) que eles tinham
prometido guardar para sempre; pois ele sabia que, se pudesse levar Israel a esquecer-se de Deus, e a “ir
atrás de outros deuses” e lhes prestar culto, “certamente” pereceriam (Deut. 8:19). Mas o inimigo de
todas as almas não tinha tido em conta o longo sofrimento d’Aquele que “ao culpado não ,tem por
inocente”, e cuja glória é ser “misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e
verdade; que guarda a beneficência em milhares, que perdoa a iniquidade, e a transgressão, e o pecado”.
Êxo. 34:6 e 7.
Apesar dos esforços de Satanás para frustrar o propósito de Deus para Israel, embora mesmo em
algumas das horas mais escuras da sua História parecesse que as forças do mal estavam prestes a
alcançar a vitória, o Senhor revelou-Se graciosamente. Desdobrou perante Israel as preciosidades que
contribuiriam para o bem-estar da nação. “Escrevi para eles as grandezas da Minha lei”, declarou Ele por
intermédio de Oseias, “mas isso é para ele como coisa estranha”. Ose. 8:12. “Todavia, Eu ensinei a andar a
Efraim”, declarou ele, “tomei-os pelos seus braços, mas não conheceram que Eu os curava” Ose. 11:3. O
Senhor tinha tratado ternamente com eles, instruindo-os por intermédio dos Seus profetas,
mandamento sobre mandamento, regra sobre regra. – Review and Herald, 19 de fevereiro de 1914.
Sexta, 05 de Abril.
ESTUDO ADICIONAL: “À medida que o tempo decorria, Oseias tornou-se consciente do facto de que a
sua sorte pessoal refletia o sofrimento divino, que a sua tristeza era o eco da tristeza de Deus. Neste
sofrimento paralelo, como um ato de simpatia com o sofrimento divino, o profeta provavelmente viu o
significado do casamento que ele realizara por indicação divina….
“Foi só por ter vivido na sua própria vida aquilo por que o divino Consorte de Israel passou que o profeta
foi capaz de simpatizar com a situação divina. O casamento foi uma lição, uma ilustração, e não um
símbolo ou um sacramento.” – Abraham J. Heschel, The Prophets (Os Profetas). Mass.: Prince Press, 2001,
p. 56.
“Em linguagem simbólica Oseias põe perante as dez tribos o plano de Deus de restauração em favor de
todo o penitente que se unisse com a Sua Igreja na Terra, as bênçãos concedidas a Israel nos dias da sua
lealdade para com Ele na terra prometida. Referindo-se a Israel como aquele a quem Ele ansiava por
mostrar misericórdia, o Senhor declarou: ‘Contudo tornarei a atraí-la; hei de trazê-la para o deserto, e
falar-lhe-Ei ao coração. Devolver-lhe-Ei as suas vinhas, transformarei o seu vale de tormentas numa porta
de esperança. Ela Me responderá ali, cantando com alegria, como nos dias primeiros, da sua juventude,
depois que a libertei do cativeiro do Egito'.” – Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 198, ed. PSerVir.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
Temos a tendência de pensar em idolatria como o curvar-se perante estátuas. Em que aspetos
pode a idolatria ser algo que é muito mais subtil e enganoso do que isso?
Analise em mais pormenor, na classe, esta ideia do que significa conhecer Deus. Se diz
pessoalmente que “conhece o Senhor”, o que é que quer dizer com isso? Como é que se adquire
esse conhecimento de Deus?
Alguns teólogos antigos defendiam que Deus é impassível, isto é, que Ele não passa pela
experiência de dor ou prazer por causa dos atos de outros seres, como sejam os seres humanos. O
que é que pode levar pessoas a defenderem uma tal posição? Por que razão, porém, nós a
rejeitamos?
Dedique mais algum tempo a pensar no facto de a nossa redenção ter custado tanto. O que é que
isso nos diz sobre o valor que temos para Deus?
Leitura Bíblica: II Sam. 13 e 14.
Moderador
Texto-Chave: Oseias 2:23
Com o Estudo desta Lição o Membro da Classe Vai:
Aprender: A reconhecer a intolerância de Deus para com o pecado e o Seu amor para com o Seu povo.
Sentir: Apoio ao sentimento de amor para com os pecadores, do mesmo modo que Deus os ama.
Fazer: Submeter-se ao plano de Deus e louvá-l’O pela Sua aceitação de todos nós.
Esboço da Aprendizagem:
I. Aprender: Deus Não Pode Tolerar a Desobediência Obstinada
A. Que razão levou Deus a pedir a Oseias que se casasse com Gomer, uma mulher promíscua?
B. O que é que este seu casamento revela acerca das condições de Israel antes de ser exilado para a
Assíria?
C. De que modo Deus, mediante o exemplo de Oseias, redirecionou Israel nos pontos essenciais dos
verdadeiros relacionamentos na vida?
II. Sentir: O Amor Altruísta e Incondicional de Deus
A. O que é que esse amor revela sobre o amor de Deus e a Sua condescendência para com o nosso
nível humano de compreensão e comportamento?
B. Que razão leva Deus a amar tanto as pessoas? Por que motivo está Deus preocupado com os seres
humanos?
C. Como se sente pessoalmente ao saber que os dispersos serão reunidos e plantados de novo, os
desprezados serão amados de novo, e aqueles que são chamados não-Seu-povo serão adotados como
Seus Filhos?
III. Fazer: A Graça de Deus Inverte a Situação
A. Por que razão o comportamento de Oseias de perdão para com uma esposa transviada é tão
perturbador e importante para a nossa Igreja nos dias de hoje?
B. De que modo os atos de Deus reveladores da Sua graça para com os pecadores o ajudam
pessoalmente a tratar quem comete erros contra si ou contra quem está à sua volta?
Sumário:
Quando nos voltamos para Deus em resposta ao Seu chamado de amor, Ele perdoa, muda o nosso
estatuto, abençoa-nos e conduz-nos a uma nova vida.
CICLO DA APRENDIZAGEM
1.º PASSO – MOTIVAR!
Realce da Escritura: Oseias 3:1-3
Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: Deus é semelhante a um esposo amoroso e atento, e o
Seu povo é a Sua noiva. Este relacionamento marido-mulher é representado na vida de Oseias, o profeta
de Deus, a quem Deus pediu que se casasse com uma mulher promíscua. O amor de Deus, profundo,
perdoador, terno e persistente, é um modelo de fidelidade para o nosso relacionamento de amor com
Deus e com o nosso cônjuge.
Só para o Moderador: A lição desta semana dá início ao estudo deste trimestre sobre o tópico dos doze
Profetas Menores do Velho Testamento. Embora sejam chamados “menores”, estes doze profetas são
importantes. A distinção de “menor” refere-se unicamente à extensão relativamente curta dos respetivos
livros, quando comparados com os livros mais extensos de Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel.
O termo “Os Doze” foi mencionado pela primeira vez no segundo século antes de Cristo (por volta de 180
a.C.) num livro apócrifo intitulado Ecclesiasticus (Sirach 49:10). Também Josefo era conhecedor do termo
(Contra Ápion, 1.8.3). É interessante que cada livro d'Os Doze é citado pelo menos uma vez no Novo
Testamento (o mais citado é Zacarias). Preste muita atenção ao significado dos nomes destes profetas
menores, pois cada nome transmite, em súmula, a mensagem que é ampliada e explicada no livro de
cada profeta.
Debate de Abertura: Se tivesse a possibilidade de mudar de nome, que nome escolheria? Que
personalidade do passado ou do presente gostaria de ter? Se preferisse ter vários nomes, em vez de
apenas um, quais os que escolheria? Por que razão as pessoas apreciam que saibamos o seu nome e as
chamemos pelo nome? O que há de tão precioso e importante nos nomes? O que é que eles revelam a
nosso respeito? De que modo (se há algum) é o nosso caráter definido pelo nome que temos? De que
maneira os nomes bíblicos funcionam em comparação com os nossos?
Questões a Debater:
1. Por que razão o povo de Deus precisa de profetas? O que é que há de tão específico e
insubstituível no papel que desempenham?
2. Por que razão a voz do profeta é frequentemente perturbadora? Em que aspetos são as
mensagens proféticas positivas ou negativas? De que modo reconciliamos na nossa mente que sejam
expressas no mesmo livro mensagens de destruição e condenação, por um lado, e mensagens de
esperança e reabilitação, por outro?
2.º PASSO – ANALISAR!
Só para o Moderador: O nome do profeta Oseias significa “salvação”, que é o principal tema do seu livro.
Esta mensagem enfatiza, mediante a narrativa da vida pessoal de Oseias e da sua atitude para com a
esposa infiel, o amor redentor de Deus para com os pecadores. Tenha o cuidado de apresentar este livro
de forma sensível, porque é uma história com elementos perturbadores e até escandalosos. Não ponha
em contradição a Lei de Deus e o Seu caráter de amor; em vez disso, concentre-se na principal intenção
desta mensagem extraordinária, nomeadamente a do admirável amor e fidelidade de Deus como marido
num tempo em que a expulsão e até o apedrejamento da esposa adúltera seriam o esperado. A reação
de Deus à profunda decadência espiritual, moral e política na narrativa esclarece-nos sobre a Sua atitude
de profundo interesse pelos pecadores.
COMENTÁRIO BÍBLICO
Oseias é um profeta do século oitavo antes de Cristo, cujo ministério durou várias décadas (Ose. 1:1). Ele
foi o único profeta oriundo do Reino do Norte, Israel. Enviado por Deus para proclamar a Sua mensagem
de arrependimento naquele reino, teve como tarefa específica afastar a tragédia do cativeiro assírio e
evitar a queda de Samaria, capital do Reino do Norte (722 a.C.). Se tão-somente os dirigentes e o povo
tivessem dado ouvidos a Deus, teriam sido poupados daquelas calamidades e da tragédia nacional e
pessoal.
Os profetas não eram unicamente porta-vozes de Deus; por vezes, era-lhes pedido que vivessem na
prática as respetivas mensagens, tal como se vê em Isaías (Isa. 20:2-4), Miqueias (Miq. 1:8), ou Ezequiel,
que efetuou 12 atos simbólicos (Eze. 3:26 e 27; 4:1-3; 4:4 e 5; 4:6-8; 4:9-17; 5:1-4; 12:1-6; 12:17-20; 21:6 e
7; 21:18-23; 24:15-26; 37:15-23). O propósito destes sinais dramatizados era sacudir as pessoas da sua
teimosia e conduzi-las a novas decisões em favor de Deus e da Sua verdade, desviando-as de deuses
estranhos, da imoralidade e de comportamentos censuráveis.
I. O Casamento de Oseias
(Recapitule com a classe Oseias 1-3.)
O Senhor pediu a Oseias que representasse a Sua mensagem de uma maneira extremamente invulgar,
dramática e chocante. Embora as opiniões dos eruditos variem a respeito de alguns aspetos da
interpretação de Oseias 1-3, a melhor evidência disponível leva-nos à seguinte interpretação: O profeta
devia casar com Gomer, uma mulher promíscua que já tinha filhos dos seus anteriores relacionamentos
ilícitos (Ose. 1:2). A razão é apresentada: “A terra se prostituiu, desviando-se do Senhor.” Dessa forma, a
vida familiar de Oseias tornou-se numa parábola viva do relacionamento do Senhor com Israel.
Oseias teve três filhos da sua esposa, Gomer. Também os nomes dos filhos transmitem uma mensagem.
O primogénito foi um rapaz – Jizreel (que significa “Deus Espalha”), seguindo-se uma menina que recebeu
o nome de Lo-Ruama (que significa “Não-amada”) e, por último, um outro filho chamado Lo-Ami (que
significa “Não Meu povo”). Foi o próprio Deus quem escolheu estes nomes esquisitos. De cada vez que
Oseias os deu a conhecer ao povo, as pessoas devem ter parado a cogitar, porque a intenção era mesmo
chocá-las. Era uma mensagem forte que lhes era dirigida e que não podia ser facilmente ignorada.
Pense Nisto: Em que aspetos o casamento de Oseias serviu de parábola viva do relacionamento de Deus
com Israel? Que impacto deviam os nomes dos filhos de Oseias ter exercido no coração e na mente do
povo de Israel?
II. O Casamento de Oseias em Crise
(Recapitule com a classe Oseias 3:2 e 3.)
O acontecimento descrito no capítulo 3 segue cronologicamente a experiência do capítulo 1. Gomer
devia ter ficado enormemente grata a Oseias pela forma como este a aceitou e lhe perdoou, por a elevar
ao estatuto de esposa legal, bem como por ganhar o sustento da família. Em vez de aceitar o seu amor
altruísta, ela, mesmo sendo mulher casada, envolveu-se em infidelidade. Apesar do seu adultério
repetido, Oseias era um marido que se preocupava e não se divorciou de Gomer nem a expôs aos
castigos severos que eram aplicados naquele tempo pela infidelidade (chegando à própria morte). Em
vez disso, ele demonstrou-lhe misericórdia e amor. Redimiu-a, pagando pela liberdade dela, parte em
dinheiro e parte em mercadorias (ver Oseias 3:2; compare com II Reis 7:1, 16, 18). Com gentileza,
convidou-a a regressar: “Tu ficarás comigo muitos dias, não te prostituirás, nem serás de outro homem;
assim quero eu ser também para ti” (Ose. 3:3).
Questão a Debater: Como tratou Oseias a sua mulher Gomer, apesar da sua infidelidade? Segundo a
Lei, o que é que ela merecia? De que modo o tratamento dispensado a Gomer revela o amor redentor de
Deus por Israel? A este respeito, analise com a classe o supremo sacrifício de amor de Cristo em nosso
favor, que continua a ser um exemplo para os maridos na forma como devem amar altruistamente a
respetiva esposa (Efé. 5:25).
III. O Amor de Deus É Incompreensível
(Recapitule com a classe Oseias 2:7.)
Do mesmo modo que Gomer persistiu em ir atrás de amantes e em cometer adultério, também Israel
cometeu adultério contra Deus ao seguir os cultos da fertilidade de Baal e outros deuses estrangeiros
(Ose. 2:7). Deus providenciava tudo para o Seu povo e, vez após vez, perdoava e procurava atrair Israel de
volta para Si. Ordenou o Senhor a Oseias que amasse Gomer “como o Senhor ama os filhos de Israel”
(Ose. 3:1). Deus esperava que o Seu relacionamento de amor pela Sua esposa Israel a levasse a uma
mudança de atitude, ao arrependimento, a uma dedicação plena e à fidelidade. “Ir-me-ei, e tornar-me-ei
a meu primeiro marido, porque melhor me ia então do que agora” (Ose. 2:7). O Senhor desejava
demonstrar o Seu amor por ela: “E desposar-te-Ei Comigo para sempre: desposar-te-Ei Comigo em
justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias. E desposar-te-Ei Comigo em fidelidade, e
conhecerás ao Senhor” (Ose. 2:19 e 20).
Deus demonstrou o Seu amor pelo Seu povo alterando os nomes dos filhos de Oseias. Esta é uma
poderosa mensagem e uma mudança completa de estatuto. O nome de Jizreel já não seria “Deus
Espalha”, mas “Eu Planto”. Lo Ruama deixaria de ser “Não-amada” e passaria a ser “Eu mostrarei o Meu
amor”. Por fim, Lo Ami já não seria chamado “Não do Meu povo”, mas teria como novo nome “Tu és Meu
povo”. Como é incrível o amor de Deus pelo Seu povo! A única resposta certa para um amor tão
avassalador da parte do Senhor, o nosso verdadeiro cônjuge, é “Tu és o meu Deus”. (Estude
cuidadosamente Oseias 2:23).
Pense Nisto: Em que aspetos as mudanças dos nomes dos filhos de Oseias refletem a mudança de
estatuto? De acordo com Apocalipse 2:17, Deus dará a cada um dos Seus seguidores um novo nome. O
que gostaria pessoalmente que o seu novo nome refletisse?
3.º PASSO – PRATICAR!
Só para o Moderador: Numa sociedade promíscua como a nossa, a falta de fidelidade para com Deus e
para com os nossos cônjuges é um problema tremendo. Ajude a sua classe a compreender a importância
de relacionamentos saudáveis e as maneiras de os cultivar.
Perguntas para Aplicação:
De que modo se pode pôr em prática a nossa verdadeira devoção a Deus, e como é que a podemos
demonstrar de maneiras práticas no seio da nossa família?
Quais são as coisas e as questões da nossa vida de hoje em dia que nos desviam de sermos
completamente devotados a Deus e aos nossos cônjuges?
4.º PASSO – APLICAR!
Só para o Moderador: Oseias 1-3 é uma parábola da nossa vida. A fidelidade, o cuidado e o amor de
Deus devem ser vividamente vistos. Ajude a classe a ver esta imagem de Deus de uma maneira vívida.
Atividades:
1. Peça à classe que escreva um curto guião sobre a mensagem de Oseias 1-3. Tanto quanto possível,
incluam todas as personagens da história e incorporem a perspetiva e a voz de Deus. Se for aplicável,
peçam ao grupo de jovens da vossa igreja que represente o guião.
2. Analisem na classe o que significa para cada membro o que Deus promete: “Eu plantarei”, “Eu
demonstrarei o meu amor” e “Tu és meu povo.”

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