JORNAL DA APAFERJ 1 ABRIL 2007
Transcrição
ABRIL 2007 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ 1 2 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ ABRIL 2007 MENSAGEM DO PRESIDENTE 2007 ano da esperança Márcio Alemany Presidente Os amigos me cobram sempre o contágio de meu exagerado otimismo. Se escrevo algo que fere suscetibilidades ou comento assunto cheio de dúvidas que podem ocasionar angústia ou depressão, sou logo criticado. Criei uma atmosfera quase que permanente de efusão e alegria. Melhor sorrir levando uma palavra de entusiasmo com o que está sendo feito do que fazer, ainda que seja, no mínimo, qualquer comentário, tirando as possíveis ilusões ou as fantasias dos amigos sequiosos por boas novas. “Ria, exagere em seus comentários, pois você sacode nossa alma e cria as expectativas mais favoráveis para prosseguirmos e acreditarmos que nem tudo está tão perdido, e que fatos novos estão surgindo para alento de todos”. Mas, residindo em nosso Rio de Janeiro, e, a cada manhã, na leitura dos jornais, vemos o “bicho” pegar! Muita violência está aconte- cendo nos quatro cantos de nossa Cidade e pelo Brasil afora! Faço profissão de fé, pois tenho certeza de que nossa advocacia pública está em muito contribuindo para minimizar esse triste quadro. Perguntam os menos avisados: como? Quando cuidamos do rigoroso exame de um processo licitatório, evitando que o Estado pague por preços superfaturados; quando examinamos uma cessão temporária de um imóvel público, evitando seu uso indevido; quando realizamos uma sindicância para a apuração de ilicitudes; ao pedir busca e apreensão de qualquer bem do Estado por todo interesse público; no exame dos contratos administrativos, de toda a natureza, na defesa dos interesses do Estado, na defesa fundamental da arrecadação dos recursos públicos, do pagamento de impostos, da verba previdenciária e muito mais, com constância e zêlo. Fazemos bem nossa parte, damos uma contribuição de destacada importância ao nosso País e temos a cada dia mais consciência desse fato. Conquanto entendamos ser nossa contribuição de fundamental importância, somos sabedores das grandes dificuldades para os demais agentes públicos envolvidos mais diretamente com a segurança pública. Nossa APAFERJ está programando a realização de um seminário para discussão desse tema: segurança pública e violência em nosso País. Pretendemos abrir mais um espaço para discussão e crítica, com vistas a sugerirmos propostas ou medidas que possam amenizar essa terrível situação. Nunca é demais possibilitarmos esclarecimentos e o acender de novas luzes para um tema tão atual e que precisa de solução urgente. Mas enquanto não agendamos esse seminário, continuaremos perseguindo o que será realizado em Brasília-DF para a discussão – esperamos em pauta afinal – de nossa Lei Orgânica. Nossa APAFERJ promoveu uma Assembléia-Geral Extraordinária para o oferecimento de contribuições àquele texto, no dia 19 de abril corrente, em nossa sede e que contou com a presença de diversos associados e de convidados. Na ocasião foi aprovado o relatório da comissão constituída pelos Drs. Hélio Arruda, Presidente, Celina de Sousa Lyra e Antonio Carlos Calmon Nogueira da Gama, sendo que a Diretoria da APAFERJ foi autorizada a propor o texto final, o que foi feito e já encaminhado à AGU. Que o Sr. Ministro acelere nessa reta final a aprovação dessa nova Lei Orgânica, para que possamos consagrar um texto bastante rico no interesse de toda a advocacia pública e que consigamos logo estabelecer as medidas de proteção às carreiras contra a perda de quadros. Mal temos uma equipe disposta ao trabalho, com entusiasmo e qualificação, e recomeçam as perdas de quadros já iniciados ao trabalho, com treinamento e capacitação. Está de parabéns o programa de Leila Victor levado ao ar na Rádio Bandeirantes – AM 1 360 KWs, todos os sábados às 11:00h. Leila Victor é radialista, contista, autora teatral, jornalista, a formidável Sirley Tenório, Procuradora Federal, que nos permitiu falar de nossa vida, da advocacia pública e da nossa APAFERJ, com todo nosso habitual entusiasmo. Déficit do INSS cai para R$ 3,696 bi Emprego formal e sentenças judiciais influenciam resultado BRASÍLIA. O aumento do número de empregos formais e a redução nas despesas com o pagamento de sentenças judiciais permitiram uma queda no déficit da Previdência Social em janeiro. O resultado negativo ficou em R$ 3,696 bilhões (menos 25,9% sobre igual período de 2006). O número teria sido melhor se estivesse em vigor a nova metodologia de cálculo do déficit em estudo no governo: R$ 1,875 bilhão. Em janeiro, a arrecadação líquida do INSS ficou em R$ 9,477 bilhões, 12,2% maior do que no primeiro mês de 2006. Segundo o secretário de Previdência, Helmut Schwarzer, essa elevação reflete a formalização no mercado de trabalho e o esforço de melhoria da gestão e combate a fraudes. Pela nova metodologia, que inclui o recolhimento da CPMF e o ressarcimento com renúncias previdenciárias, a arrecadação subiria para R$ 11,297 bilhões. As despesas, por sua vez, caíram 1,9% e somaram R$ 13,173 bilhões em janeiro, porque houve redução no pagamento de sentenças judiciais. Esses gastos recuaram 89,2%. Para Schwarzer, o movimento é natural, pois o estoque de processos contra a Previdência atende a se reduzir ao longo do tempo. O secretário espera um déficit para 2007 de R$ 47,2 bilhões, mas o resultado pode ser menor. Em 2006, o déficit foi de R$ 42 bilhões. Em janeiro, o número de benefícios com auxílio-doença caiu 2,84% em relação a 2006, atingindo 1,5 milhão. Os gastos passaram de R$ 12,8 bilhões para R$ 10,3 bilhões. Segundo Schwarzer, o volume de benefícios poderia ficar acima de um milhão, mas abaixo de 1,5 milhão. ABRIL 2007 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ 3 Sem Consenso a JT é Inviável Milton Pinheiro Procurador Federal ! Mensalão: Um ano depois da CPI dos Correios recomendar indiciamento de 124 pessoas por envolvimento no escândalo do mensalão, até agora ninguém foi punido. O Ministério Público denunciou 40 participantes. Até agora não houve condenação. ! Educação: O Brasil tem 2,4 milhões de jovens analfabetos entre 10 e 29 anos. Pesquisa da PNAD. ! O STF abre ação contra 11 mensaleiros. O processo foi parar no Supremo porque o deputado Genoino tem foro privilegiado. Delúbio Soares e Marcos Valério estão no processo... ! A impunidade tem sido o maior incentivo à corrupção. ! Quantos escândalos impunes a sociedade brasileira ver sem perder a fé nas instituições... ! A omissão fez “carreira” rápida... Também a hipocrisia e o cinismo fazem “sucesso”... ! A tribo indígena pirabâ, no rio Maici, no sul da Amazonas, na divisa com Rondônia, impressiona os lingüistas: não sabe contar... Será verdade? Num mundo globalizado, com as empresas multinacionais desejando mudanças na CLT, é cada vez mais importante compartilhar informações e interesses em todas as áreas, do que partir para a discussão incerta, sem uma essência positiva. Assim, a contrário do que pretende a nova geração de juízes e dirigentes dos tribunais do trabalho, o desvio cultural, sociológico e o desprendimento do cerne do processo trabalhista vêm elitizando o direito especializado e corroendo sua estrutura de justiça social. É claro que a troca de dados entre as partes permite, por exemplo, que surja um padrão de qualidade mínimo igual para o mundo atual. É preciso, a bem da verdade, separar o conteúdo sociológico da relação capital/trabalho, que fecundou a especia- lizada nos idos dos anos “40”, da atualidade, espelhada e influenciada pela globalização, para evitar a escassez social da relação trabalhista. Duas nuances abrem caminhos sem volta para a sustentação da JT: o distanciamento da cúpula dos tribunais (dirigentes) da base (juizes e servidores), onde o elitismo é visivelmente latente, e a falta de ha- bilidade na relação justiça/servidores com o trade trabalhista, este, data maxima venia, razão principal da existência do Judiciário Trabalhista. Há que se destacar que, nas inúmeras reuniões de trabalho no Congresso Nacional o (CCF), era comum parlamentares responderem ao lamento da Judicatura do Trabalho ex vano. É fato que, sem as agruras da relação capital trabalho, não se justificaria a existência da JT. Com isso, milhares de empregos públicos, inclusive, o quadro de juizes. Assim, enquanto os integrantes dos tribunais acharem que a inadequada postura no tra-to das questões da relação com patronos e litigantes dá à JT a importância como agente da lei trabalhista, isso, verdade, corrói o seu conceito legal junto à sociedade, causando o conseqüente declínio. Com o advento da modernidade, a Justiça trabalhista, na última década, foi, neste quesito, a que menos evoluiu entre todas as justiças, isto é visível, e contrasta, por exemplo, com os tribunais federal e estadual, que criaram Juizados Especiais para enxugar a pauta dos juízes e filtra as ações que entulhavam o Judiciário ordinário. O exemplo dessa imaturidade e defasagem consiste no uso precário da máquina de informática, que ainda navega em “águas rasas”, com material superado e em alguns casos até obsoleto, culminando com o fato de que ainda existem em seus quadros servidores que não manuseiam o computador. No caso da JT, este mecanismo foi imprudentemente rejeitado e, pior, avocado para o juízo o exame de ações até 40 salários mínimos, (RPS), que se misturam com os processos de maior complexidade, resultando na morosidade e acúmulo de ações nas VTs. O comportamento dos juizes está fazendo com que a sociedade arque com enorme encargo, já que o processo trabalhista custa aos cofres da União R$ 270/ano, o que é agravado com a lentidão processual, obrigando a uma série de procedimentos. Este senão é hoje objeto de exame pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Forum Nacional do Trabalho e Comissão da Reforma Trabalhista, em curso no Congresso. Apesar de tudo, a JT é, inobstante suas mazelas e complexidades, uma dispendiosa necessidade. Por isso, até agora não foi levada à extinção. O que é preciso, apertis verbis, independente da política do “bem estar” e da primazia do cargo público e boas gratificações que usufruem seus integrantes, impõe-se, no mínimo, em troca agir, com moderação, competência e humildade, no tocante ao trato administrativo e também na relação com o trade trabalhista. INSS facilita aposentadoria Os segurados da Previdência Social poderão agendar, por telefone, o serviço de contagem de tempo de contribuição, que permite saber quando será possível ao interessado se aposentar, e de cálculo do valor do benefício, a que a pessoa terá direito ao se tornar inativa. A simulação completa somente poderá ser feita nas agências. Por meio da Central 135 do INSS, será possível, a partir do mês que vem, marcar data e hora para o atendimento nas unidades – a exemplo do sistema já conhecido do Detran. Além da contagem do tempo de contribuição e do cálculo do benefício, também a partir de meados de abril, a central vai começar a oferecer outros agendamentos importantes. Os segurados poderão, pelo 135, marcar data e hora para entrar com recursos contra indeferimentos de pedidos de benefícios, solicitar revisão de processos de be- nefícios e acompanhar o andamento desses processos, tudo sem burocracia. A Central 135 funciona de segunda a sábado, das 7h às 19h. A ligação é gratuita (se feita de telefone fixo), e paga (quando efetuada pelo celular). Nesse caso, no entanto, os usuários pagam o equivalente a uma ligação local. A Previdência Social já estuda permitir a divulgação do cálculo diretamente pela Central 135, sem que os segurados tenham que sair de casa. Mas ainda não há previsão para que esse serviço seja implantado, porque não existe estrutura tecnológica necessária para oferecer o sistema com razoável qualidade. Enquanto a infraestrutura não fica pronta, o agendamento pelo telefone evita, pelo menos, a ida à agência. No dia e horário marcados, os beneficiários são atendidos sem fila. 4 ABRIL 2007 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ Brasília 47 anos de esplendor 1960 2007 Em 17 de maio de 1892, Antão Gonçalves de Farias constituiu a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, chefiada pelo Engenheiro belga Luiz Cruls, que, durante treze meses, efetuou exaustivas pesquisas na região e escolheu a área que seria destinada à futura Capital da República, cabendo ao Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, em 21 de abril de 1960, inaugurar a nova Capital do Brasil, onde exerceu, pioneiramente, parte do honroso mandato que lhe fora outorgado pelos brasileiros. Contudo, para se chegar à concretização do sonho de Dom Bosco, muito suor foi derramado e ciclópico esforço desenvolvido, valendo citar os nomes de Emival Caiado, Deputado Federal por Goiás, integrante da bancada da UDN, que foi responsável pela iniciativa da fixação da data de 21 de abril de 1960 para a mudança da Capital do Rio de Janeiro para o Planalto Cen-tral; José Ludovico de Almeida, então Governador de Goiás, que apoiou integral- mente o projeto de mudança; Lúcio Costa, brasileiro, nascido na França, Arquiteto, que venceu o concurso para elaborar o Plano Piloto de Brasília, revolucionando o urbanismo mundial. Oscar Niemeyer, ícone da Arquitetura brasileira, que teve papel destacado na história da construção de Brasília, profissional respeitado internacionalmente; Joaquim Maria Morris Cardoso, Engenheiro e Poeta, cujos cálculos lastrearam a construção dos edifícios e monumentos projetados por Niemeyer; Bernardo Sayão, Engenheiro, entre outros grandes feitos, comandou a construção da rodovia Belém-Brasília e Ernesto Silva, carioca, diplomado em Ciências e Letras, Oficial do Exército e Médico, que teve desempenho rele- vante na consolidação de Brasília. Recordando a impressionante história composta de sonhos, lutas, idealismo e sacrifício, não podem ser ignorados os valorosos operários que trabalharam na construção dos edifícios, templos e monumentos que ornamentam Brasília, operários chamados de “candangos”, em expressiva maioria nordestinos, anônimos mas fundamentais para o êxito da oceânica empreitada levada a termo pelo saudoso Presidente Juscelino Kubitschek, que assim disse em trecho de um dos seus discursos: “Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos, mais uma vez, sobre o amanhã do meu país, e antevejo esta alvorada com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”. As dúvidas na Lei 11.441 Em vigor a Lei 11.441, que permite o registro de divórcios, inventários e partilhas em cartório, desde que não haja menores envolvidos ou conflitos entre as partes, está sendo vista com bons olhos, embora ainda deixe dúvidas para alguns advogados com relação aos inventários já em curso na esfera judicial. Segundo o juiz auxiliar da Corregedoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, Augusto Drummond Lepage, a nova lei segue uma tendência mundial de se resolver nos cartórios tudo o que é consensual, desafogando o Judiciário. Ele destaca que divórcios, inventários e partilhas de bens já são realizados em cartórios em países como Portugal, França, Dinamarca e Japão. - Tudo que for consensual e não haja envolvimento de menores no caso pode ser resolvido, agora, com a nova lei, com o tabelião. Historicamente, o Judiciário existe para tratar de conflitos, mas por uma cultura brasileira, o Judiciário acaba resolvendo uma série de questões que nem sempre são de sua competência – afirma Lepage. Quanto à gratuidade dos casos agora de competência do tabelião de cada cartório, o juiz acredita que, no caso do divórcio, pode haver uma concessão mais ampla da gratuidade para as partes, mas com relação a inventários e partilhas, as custas serão cobradas integralmente. - Juízes têm por tradição tendência mais liberal na concessão da gratuidade. Não há ainda como mensurar se os tabeliães vão conceder o benefício, porque a lei está nova, mas acredito que os pobres vão continuar usando o Judiciário e a nova lei será usada pelos mais ricos – diz, acrescentando que, com relação à partilha, ao seu ver, se existem bens existe dinheiro, e por isso deve haver uma certa dificuldade na concessão da gratuidade. ABRIL 2007 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ 5 A Administração Pública e seus Princípios Ney Machado Procurador Federal, Professor da UFF e Membro do IAB. Dispõe o Artigo 37 da Constituição Federal que a administração pública direta, indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Há entre os autores e operadores do direito um certo consenso de que a aludida expressão (Princípios) é de certo modo duvidosa em razão, principalmente, de extensa atividade e conseqüentes tarefas que cumprem o objetivo principal do Estado, o atingimento e satisfação de necessidades coletivas que promovam o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Infere-se, pois, que as necessidades coletivas satisfeitas pelo Estado são na realidade direitos sociais dispostos no artigo 6º, tais como: educação, saúde, trabalho, lazer, segurança, previdência social, proteção a maternidade e a infância e assistência aos desempregados. Como se demonstra, existe uma extensa gama de tarefas e atividades a serem planejadas e executadas pelos órgãos e por seus agentes públicos e como tal subtende-se o elemento físico da Administração Pública, pois não se poderia conceber a Administração sem sua presença atuante. Seu papel primordial é executar uma determinada função como preposto do Estado. Entretanto, existem princípios administrativos, que são verdadeiros postulados, que além de nortear os agentes em seu modo de agir, não podem de forma alguma deixar de serem observados. O Mestre Cretela Júnior observa que não se pode encontrar qualquer instituto do Direito Administrativo que não seja informado pelos respectivos princípios. Dentre os princípios norteadores da Administração Pública encontramos de plano o Princípio da Legalidade, certamente a diretriz fundamental da conduta dos agentes de Administração. Tal princípio reza que toda a atividade administrativa deve ser autorizada por lei e nela expressa. É óbvio que tal princípio subordina o administrador ao império da lei, pois ela é, sem dúvida, a fonte da segurança social. - Mas será que os agentes têm ao longo do tempo se preocupado com os ditames do ordenamento jurídico? O princípio da impessoalidade visa a tratamento igualitário a ser dispensado aos administrados que se socorrem da Administração Pública. Entretanto, é imperioso enfatizar que o campo por excelência em que cresce a preocupação com relação ao princípio da impessoalidade é a trilha da discricionariedade. Assim, ao moldar e estabelecer parâmetros ao comportamento do administrador, cabe a prática da escolha do ato que possa melhor atender a finalidade legal. Parece-nos que em razão das ações em transcurso em nossos Tribunais, sob o fundamento de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos dos administradores públicos, que o direito líquido e certo, conforme garantia constitucional, não vem sendo respeitado. Desse modo, não resta a menor dúvida que o fim que limita a ação da Administração Pública, não encontra ressonância com a maioria dos atos ou decisões administrativas face o divorciamento da lei vigente, motivando o excesso de poder como motivo de ilegalidade. Na verdade, este é momento em que o Administrador é tentado a substituir o interesse coletivo por razões de ordem eminentemente pessoal, em razão de interesses não muito ortodoxos de governo que podem afetar não só o ordenamento jurídico como trazer em seu bojo vulneração a direitos consagrados. O Princípio da Moralidade impõe ao administrador público o respeito aos preceitos éticos que devem estar sempre presentes, de modo bastante cristalino, em sua conduta. Trata-se de inovação importante, que faz como que toda a atividade e conduta do administrador devam ser o reitor da atuação da Administração Pública, segundo a lição de Celso Ribeiro Bastos. No mesmo sentido, Hely Lopes Meirelles também incluía este princípio dentre os conformadores da atividade administrativa. Vale dizer que o controle judicial dos atos e conduta dos administradores se restringe ao exame da legalidade do ato administrativo, mas deve, também, entender que por legalidade ou legitimidade se entende não só a conformação do ato com a lei, mas, também, a moral administrativa face ao interesse coletivo. Para Hariou a moralidade administrativa seria o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração. Implica saber distinguir não só o bem e o mal, o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, mas, sobretudo, o honesto e o desonesto. Infere-se, pois, que há uma moral institucional que se encontra contida na lei e há a moral administrativa que é imposta, implicitamente, e que vigora no ambiente institucional. No que tange ao Princípio da Publicidade, alerte-se que este tem sido uma preocupação no Estado de Direito, pois somente ele pode evitar os contratempos e inconvenientes nos processos de natureza sigilosa e que são raros como os atos de segurança nacional. Trata-se, na realidade, de princípio de proteção dos interesses individuais e coletivos no que diz respeito ao controle dos atos dos administradores. Ao comentar este princípio leciona Maria Sylvia Zanella de Pietro: “... Como a Administração Pública tutela interesses públicos não se justifica o sigilo de seus atos processuais, a não ser que o próprio interesse público assim determine como por exemplo, se estiver em jogo a segurança pública; ou que o assunto, se divulgado, possa ofender a intimidade de determinada pessoa, sem qualquer benefício para o interesse público, pode ocorrer que em certas circunstâncias o interesse público esteja em conflito com o direito à intimidade, hipótese em que aquele deve prevalecer em detrimento deste, pela aplicação do princípio da supremacia do interesse público sobre o individual.” Finalmente, o princípio da eficiência introduzido pela Emenda Constitucional n.º 19/98, que dispõe que os serviços prestados pela Administração Pública ou por seus delegados, terão que ter como condição fundamental o de produzir os efeitos desejados pelo cidadão. À leitura, ainda que perfunctória, dos princípios que norteiam tecnicamente a Administração Pública e a atividade de seus agentes impõe uma triste e real conclusão. A de que os referidos princípios não são observados, nem tampouco respeitados. Muito embora existam exceções. Esquecem que no Estado de Direito quer-se o governo das Leis e não o governo dos homens atrelados em seus sentimentos pessoais e interesses escusos, conforme amplamente noticiado na mídia. Esquecem, também, que lhes assistem o encargo de traçar os objetivos públicos a serem perseguidos e de fixar os meios e os modos pelos quais hão de ser alcançados, competindo à Administração, por seus agentes, o dever inarredável e precípuo do desiderato legal, segundo os princípios estabelecidos no ordenamento jurídico. Somente dessa forma a atividade administrativa encontrará na lei seus fundamentos, seus limites e princípios que norteiam à Administração Pública, porque senão tudo não passará de uma utopia. 6 ABRIL 2007 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ Políticas Allan Soares Procurador Federal “... a autoridade dogmática tem sido e continua sendo, em suas inumeráveis formas, um dos grandes obstáculos ao progresso humano.” ( O melhor de Bertrand Russel, p. 11, Ed. B. Brasil, 2000) -IAlegando não pretender magoar o Brasil, nem se intrometer em assuntos relativos à nossa política interna, o Dirigente cubano ataca a suposta pretensão brasileira de converter os alimentos em combustível, afirmando que isso levará à fome e à ocorrência de graves danos ambientais. Não dá para se ter certeza de que foi esse seu real objetivo, já que outras questões foram abordadas, como peremptórias afirmações relativas à captura de soldados ingleses em jurisdição iraniana, à prosperidade chinesa, à maldosa alegação de futura “guerra dos E.U.A. contra a crença muçulmana” etc. Sua preocupação central talvez seja a defesa da política do Dirigente da Venezuela, na medida em que a real intenção brasileira – o aproveitamento do etanol – poderia levar à diminuição da compra de petróleo venezuelano pelos E.U.A. Quanto ao Brasil, que é o que, basicamente, interessa, cumpre registrar que nossa política em relação aos combustíveis é antiga e, atualmente, produz-se cerca de 17 milhões de etanol proveniente da cana de açúcar. Temos, também, estudos referentes à produção de biodiesel derivado da soja, mamona e pinha, sem que isso cause qualquer prejuízo ao Brasil ou a outras nações. A estratégia brasileira parece consultar ao interesse nacional no que tange à substituição do petróleo pelo etanol, principalmente tendo em conta que não temos, como certos países do Oriente Médio, enormes reservas petrolíferas, que nos dêem segurança futura. A política internacional tem sido um jogo de xadrez em que, nem sempre, as peças principais objetivam a riqueza, a paz e a liberdade dos povos. -IIJá está cansativa para todos essa eterna discussão sobre a reforma previdenciária e suas conseqüentes alterações legislativas. Os argumentos quase não mudam: o excesso de direitos dos trabalhadores, tais como 13 o salário, licença-maternidade, FGTS, 50% a mais por hora-extra trabalhada e jornada de trabalho de 44 horas semanais. Além de alguns desses direitos serem, também, usufruídos pelos empregados de outros países, para bem compreender o déficit previdenciário cabem os seguintes questionamentos: a) Porque não se aperfeiçoa a legislação relativa à cobrança dos débitos enormes da Previdência, já que o pagamento dessa dívida levaria a um superávit nas contas previdenciárias? b) A situação econômica do país não gerou desemprego, deixando, assim, os cofres do INSS mais vazios? c) O trabalho informal não decorre dos deficientes fiscalização e policiamento? d) Legislação vigente, recentemente aprovada, não admitiu o pagamento de 1 salário mínimo aos que tenham mais de 65 anos, mesmo que não tenha havido recolhimento de contribuições? e) A legislação constitucional não incluiu trabalhadores rurais que não haviam contribuído, além de aumentar o valor do benefício de outros trabalhadores rurais em percentual superior às suas contribuições? Outras perguntas poderiam ser feitas, mas, por fim, gostaria de registrar que nos países em que dizem que a Previdência deu certo ou em que os direitos dos aposentados são inferiores aos nossos, as situações sócioeconômicas diferem muito das que vemos no Brasil. Além disso, os serviços públicos e privados (médico-hospitalar, educacional etc) funcionam. Isso faz uma gigantesca diferença, que os reformistas não querem ver! -III- Um problema que não é bem enfrentado por alguns intelectuais é o terrorismo. Há os que consideram charmoso e progressista defendê-lo, com as alegações de que lutam contra a pobreza e a opressão, sendo, assim, seus atos justificáveis. Em princípio, é preciso que não se confunda o terrorismo com o direito de resistir, que é legítimo, com base no patriotismo e no repúdio ao totalitarismo. Não há dúvida de que a pobreza e a opressão – para os que não crêem na luta democrática – podem propiciar a violência, mas o que se vê, há algum tempo, são disputas pelo poder, lutas fratricidas e separatistas, algumas de extrema direita, e as de religiosos fanáticos. Estes últimos – fundamentalistas incontornáveis – não se importam em destruir o mundo, embora atuem, prioritariamente, contra o que o conjunto dos intelectuais entendem como marcos civilizatórios. No passado, conheceu-se bem essa atividade destruidora, inclusive, em certo prisma, descrita na literatura de H. G. Wells (“A Ilha do Dr. Moreau”), de Tom Clancy (“Rainbow Six”) e de Albert Camus (“Os Justos”). Mas o presente é preocupante, não só pelo risco pessoal que todos – de direita ou de esquerda – correm, mas pelo temor de que o futuro previsto em “1984”, de George Orwell, converta-se em realidade, neste século XXI. Prezado Associado Você que nos honra como leitor do Jornal da APAFERJ, seja famosos e tudo que se relacione com assuntos jurídicos. também um colaborador do seu jornal. Envie artigos, monografias, Os trabalhos, após analisados, serão publicados. casos pitorescos de sua vida forense, biografias de juristas Obs. Os trabalhos não deverão ultrapassar duas laudas, espaço dois. ABRIL 2007 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ 7 A grande fortuna: todos têm o mesmo direito Carmen Lucia Vieira Ramos Lima Procuradora Federal - “ Você ensinará às suas crianças o que temos ensinados às nossas?” - Grande Chefe Seattle. É fácil distinguir o Hino Nacional Brasileiro, dentre outros, quando é tocado em solenidades internacionais. Ele levanta as forças, gera entusiasmo, lustra os brios. Há poucos dias, uma pessoa conhecida, inquirida sobre os símbolos nacionais, respondeu: “a Bandeira?”; mas ficou em dúvida e perguntou: “tem mais?”. Fica mantida no anonimato, por respeito, mas tem escolaridade e 20 anos de idade. E acrescentou: “ah, a nossa moeda!”. Serão poucos os que pensam de forma tão singela e descontraída? Difícil pensar que esta resposta foi séria ou filosoficamente irônica. Se for considerada sob o prisma existencialista, fica realmente complicado entender se o incógnito foi simplório ou irônico. Kierkegaard, considerado o primeiro filósofo existencialista, fez uma distinção entre verdade objetiva e verdade subjetiva. Para ele, verdade objetiva significava que algo é verdadeiro, não importando a opinião do observador e que essa verdade é oriunda de um grupo, de uma coletividade, podendo ou não merecer confiança, em função da sua origem. No que concerne à verdade subjetiva, o que é verdade para um, pode não ser para o outro. Absurdo, alienação, angústia, ironia sedimentaram a filosofia existencialista. Entretanto, Albert Camus e Jean-Paul Sartre, filósofos e escritores, dois dos mais importantes representantes desta Escola Filosófica, ambos ganhadores do Prêmio Nobel, sendo que Sartre o recusou, por entender que poderia comprometer sua integridade literária, também refletiram amplamente sobre existência e liberdade e outros valores. Para Camus, a estranheza é o elemento que perpassa a sua argumentação. Seus protagonistas tentam encontrar seus objetivos, seu bem-estar, sua felicidade, através da aceitação. Não é difícil de entender esta estratégia de vida, situando o filósofo entre as duas Grandes Guerras Mundiais. As pessoas tinham de viver, apesar do desespero, do mal-estar, das situações mais miseráveis, física e moralmente, carregando as suas mazelas. Embora o existencialismo tenha cores pessimistas, não se pode negar que seus seguidores destacaram a possibilidade do homem vencer os obstáculos quotidianos, em busca de melhor condição humana, através da dignidade, do heroísmo, da fraternidade, da responsabilidade por seus atos, não envolvendo os seus semelhantes e mesmo Deus nas suas loucuras. O espírito humano pode resistir a qualquer coisa, até mesmo à luta implacável e corruptível de cada momento. Para Sartre, a liberdade é tanto uma benção como uma maldição; mas sob seu prisma a humanidade está condenada a ser livre, carregando uma responsabilidade e um fardo, o que não deve ser considerado sob o aspecto pessimista, porque permite o diálogo, o fazer o e o desfazer, dentro de um universo onde existe a liberdade. Assim é que tudo é caos para os existencialistas. Porém, aceitar esse destino é, segundo Sartre ”viver autenticamente”. Somente os mais valentes têm fibra para viver, sabendo que estão sozinhos, com a dignidade necessária, neste mundo de burocratas, autômatos, nada. O medo só é o reflexo do fato de que se vive só, dependendo de si próprio e de seus valores (J.P.Sartre - A Náusea). Já para os pós-modernistas, onde se destaca Michel Foucault, as “verdades” mudam no decorrer dos tempos, conforme a época, a cultura etc. Para este filósofo, dependendo do sistema, do credo, o errado é o certo, o azul pode ter o tom do amarelo, o crime, dependendo das circunstâncias, poderá ser ou não crime, observando-se em termos de valores ou mesmo de não-valores o fato ocorrido. Em seu livro Disciplina e Castigo, reforça a sua tese de que o encarceramento deposita os indivíduos em ambientes que aumentam as suas características de criminalidade, levando-os a recomeçarem a sua carreira de crimes. Enfim, o aprendizado é constante e todas as nuances devem ser consideradas para se atingir algum objetivo. Tudo acontece com um propósito, mesmo que não se entenda qual seja esse propósito. 8 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ ABRIL 2007 Lançamento do livro “Domicíl Outorga de Diploma e Medalha do Mérito Dr. Wallace Wilson e Dra Ivone Sá Chaves Dr. Adonis Barbosa Escorel e esposa ABRIL 2007 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ lio Inviolável” de Marília Ruas Homenagem aos aniversariantes do mês 9 10 ABRIL 2007 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ Idosos Versus Seguradoras Leôncio de Arruda Presidente do Sincor-SP A novela seguro de vida versus idosos continua. Há mais de um ano os processos estão espalhados por todo o país. Prova disso é que, recentemente, o Tribunal de Justiça de São Paulo obrigou a SulAmérica Seguros a renovar os contratos de seguro de vida e previdência dos clientes que possuem planos antigos. A renovação deve ser mantida até o julgamento final de uma ação civil pública. O assunto pode parecer velho. Mas, pelo que traz de emblemático, merece um replay. Melhor voltar ao tema do que fingir que nada está acontecendo. Apenas um exemplo: aos 40 anos de idade, um cidadão adquiriu um seguro de vida. Durante anos, pagou religiosamente na expectativa de deixar a família amparada quando falecesse. De repente, recebe uma carta da seguradora informando que seu seguro será sumária e unilateralmente rescindido. Depois de ter pago, por mais de 30 anos, a seguradora resolve expulsá-lo do trato. Isso aconteceu aos milhares e provocou uma revolta geral. E a razão é de todos os revoltados, pois os atuários das seguradoras, com a conivência da Susep, simplesmente argumentaram que os valores estavam defasados. Foi dado, então, um prazo e, ao final dele, a companhia não renovaria os contratos e os segurados perderiam a cobertura, a não ser que optassem por um novo plano. O problema é que a diferença de preços poderia chegar a 1.000%. Um índice insuportável, que fez com que muitos acabassem optando por não ter mais seguro. Se os atuários conseguirem produzir uma planilha capaz de mostrar quando e onde ocorreu semelhante aumento de renda na faixa etária dos 75-80, eu agradeço. Mais: quem seria capaz de defender tal atitude? Só a própria empresa, óbvio, e a Susep, pasmem. É vergonhoso. Criou descrença nos consumidores que se sentiam seguros e garantidos até o fim de suas vidas. Uma questão absurda e inexplicável. Nos países desenvolvidos, os seguros de vida têm um papel fundamental na poupança interna. No Brasil, essa modalidade tem vindo num crescendo e, hoje, já representa 40% do mercado. Além disso, o mercado de seguros está solvendo e não tem apresentado nenhum tipo de problema. Isso é credibilidade garantida. Agora vem essa questão de pensar no lucro futuro a qualquer custo. Na época da inflação estratosférica,o mercado de seguros ganhou muito dinheiro, vendeu seguros de vida em grupo e nunca se preocupou em alertar o cliente para a questão de um provável aumento ou mesmo de vencimento, podendo assim até cancelar o seguro quando o segurado viesse a ficar com idade superior a 50 anos. Por sua vez, João Marcelo Máximo dos Santos, diretor da Susep, explica que originalmente os seguros de vida eram feitos em grupo para suportar a época de inflação galopante. Os contratos tinham duração de um ano, mas eram renovados automaticamente e o segurado nem sabia qual era o aniversário do acordo. – O aumento do valor da apólice, que era calculado pela média do risco das pessoas que faziam parte do grupo, era decido entre o postulante – clubes, associações, grupos formados por bancos – e a seguradora. O consumidor não era consultado – diz ele. Ah! – ainda bem – já que a declaração nos faz supor que agora será. Os corretores de seguros, como consultores do segurado, têm a preocupação de mantê-lo sempre informado. Pelo que deduzimos da declaração do diretor da Susep, somos os únicos a adotar esse procedimento. Diante disso, podemos dizer que a renovação de um contrato em grupo de seguro de vida, e que se dá de forma quase automática, gera no consumidor a expectativa legítima de que o vínculo contratual será mantido por tempo indeterminado de forma que a empresa não pode simplesmente rescindi-lo. Considerar o oposto é desrespeitar os princípios do Código de Defesa do Consumidor; que proíbe a rescisão unilateral dos contratos e estipula a boa-fé como norte de todas as relações contratuais. Por tudo isso, creio que esta é uma boa discussão para se entender a cabeça dos atuários e da Susep. Uns inventam, outros toleram e permitem situações que destroem a alma do mercado: a confiança. AGU publica enunciados consolidados O advogado-geral da União, ministro Álvaro Augusto Ribeiro Costa, publicou no Diário Oficial da União a consolidação dos enunciados da Súmula da Advocacia-Geral da União (AGU). A finalidade desse trabalho é reunir, a cada ano, em um único documento, todos os enunciados editados, para facilitar o trabalho dos integrantes dos órgãos jurídicos, conforme determinam os artigos 4º, inciso XII, e 43, parágrafos 1º e 2º, da Lei Complementar 73/93. Essa mesma lei define como súmula o conjunto dos enunciados editados pela AGU. Já foram editados 23 enunciados, sendo 18 mantidos como súmulas e quatro, substituídos por Instruções Normativas. Outras 12 Instruções Normativas foram expedidas em decorrência da alteração da redação dos enun-ciados. A Súmula da AGU é resultante da jurisprudência reiterada dos Tribunais (art. 4º, XII, LC 73/ 93), mais precisamente do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos Tribunais Superiores (art. 2º, Dec. 2.346/97). Isto significa que, se determinado tema estiver pacificado no âmbito desses tribunais, não havendo mais chance de reverter essa jurisprudência em favor da União e de suas autarquias e fundações, o advogado-geral da União pode editar enunciado da Súmula da AGU, aceitando a jurisprudência já pacificada, para evitar demandas judiciais inúteis para a União e suas entidades. Os órgãos jurídicos de consultoria não podem mais emitir pareceres contrários ao coman- do contido no enunciado da Súmula (art. 28, II, LC 73/93) a partir da sua edição. Por sua vez, os órgãos de representação judicial também devem observar a Súmula da AGU (art. 28, II, LC 73/93). Cada vez que um enunciado é editado, deve ser expedida instrução normativa determinando aos representantes judiciais que deixem de recorrer de decisões que estejam conforme o enunciado da Súmula da AGU e que desistam de recursos interpostos. ABRIL 2007 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ 11 Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Ministro as sugestões da nossa Assossicação que certamente em muito contribuirão para o referido anteprojeto de Lei Complementar. Flash Antonio C. Calmon N. da Gama Diretor de Divulgação da APAFERJ COMISSÃO POSSE Foi prestigiada a solenidade de posse ocorrida no dia 16 de abril, no Auditório Juscelino Kubitschek, na ProcuradoriaGeral da República, dos Doutores Evandro Costa Gama, no cargo de SecretárioGeral de Consultoria, Luís Henrique Martins dos Anjos, no cargo de Procurador-Geral da União, Ronaldo Jorge Araújo Vieira Junior, no cargo de Consultor-Geral da União, Aldemário Araujo Castro, no cargo de Corregedor-Geral da Advocacia da União, João Ernensto Aragonés Vianna, no cargo de Procurador-Geral Federal e Jefferson Carlos Carús Guedes, no cargo de Diretor da Escola da Advocacia-Geral da União. A solenidade foi presidida pelo Advogado-Geral da União, Ministro José Antonio Dias Toffoli. PAPEL DA AGU O Procurador-Geral da União, Luiz Henrique Martins dos Anjos, em recente entrevista na TV Educativa do RS, falou sobre o papel da Advocacia-Geral da União, destacando, na ocasião, o papel da AGU no que tange a sua atuação para salvaguardar o patrimônio público. Outros pontos que abordou foram a nova Lei Orgânica e o aperfeiçoamento do trabalho no âmbito da cooperação e das relações internacionais. (fonte Portal de Informações AGU). LANÇAMENTO Aconteceu no dia 24 de abril, na sede da APAFERJ, na rua Álvaro Alvim nº 21-2º andar Cinelândia, o lançamento do livro “DOMICÍLIO Nossa Homenagem ao nosso colega Dr. Rosemiro Robinson Silva Junior, pelo trabalho e desempenho dedicado durante anos a nossa APAFERJ. INVIOLÁVEL”, da nossa colega Marilia Ruas, o livro foi prefaciado por Tóbias Pinheiro, editado pela Peneluc, trata de prosa e verso. Parabenizamos a escritora e poetisa pelo belo trabalho apresentado. REVISTA Acusamos o recebimento dos exemplares de nºs. 08/09 da Revista da AGU, que nos foram enviados pela Diretora da Escola da Advocacia-Geral da União, Dra. Gilda Maria Freire Garcia, a quem agradecemos desde já, pois os artigos têm servido de base para aprimoramento do conhecimento jurídico, no que tange aos procedimentos e medidas adotadas nos Órgãos de Execução das Procuradorias Federais. ASSEMBLÉIA-GERAL Convocados para apresentar sugestões sobre o Projeto de alteração da Lei Orgânica da AGU, os Associados da APAFERJ compareceram, no dia 19 de abril, ocasião em que o tema foi exaustivamente debatido, ficando decidido, na Assembléia, que o Presidente da APAFERJ, Dr. Marcio de Alemanny, encaminharia ao Não poderiamos deixar passar, in albis, a comissão presidida pelo nosso colega Dr. Hélio Arruda, que fez uma profunda análise do Projeto de alteração da Lei Orgânica da AGU. O trabalho foi coroado de êxito e aplaudido pelos Associados quando foi explanado pelo ilustre Procurador, no início dos trabalhos da Assembléia, realizada no dia 19 de abril, na sede da APFERJ. mudanças do Direito que muitos acreditam ser o transformador da sociedade. CONCURSO O Centro de Seleção e Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe), com a aprovação da Procuradoria-Geral Federal, divulgou no Edital nº1, inscriçoes para um novo concurso público de provas e títulos para a carreira de Procurador Federal. Há previsão de 404 vagas e início da prova objetiva 14 ou 15 de junho de 2007. Todas as informações sobre o concurso passam a ser divulgadas pelo site www.cespe.unb.br/concursos. (fonte: ANPAF). LIVROS No livro “Competência Cível da Justiça Federal”, publicado pela Editora Revista dos Tribunais de Autoria de Aluísio Gonçalves de Castro Mendes, a matéria é tratada a luz das inovações trazidas pela Constituição de 1988. Lançado pela Editora Impetus, o “Manual do Conciliador e do Juiz Leigo” – traz comentários sobre o procedimento das ações de competência dos juizados civis estaduais e federais, com o enfoque do manual do conciliador e do Juíz leigo. (Fonte-tribuna do Advogado). NOSSOS APLAUSOS Parabenizamos o nosso colega advogado Celso Soares, Membro vitalício do Conselho Superior do IAB, pela execelente matéria publicada na Tribuna do Advogado, intitulada “Muita Lei e pouco Direito”, que retrata, com precisão histórica, o poder mágico da lei e os obstáculos as PENSAMENT O PENSAMENTO “Todo o indivíduo tem o difícil dever de formar a própria consciência na luz da verdade” João Paulo II MomentoLiterário MINHA POESIA A minha poesia é a minha mensageira, que vive mandando recados das coisas simples que nos cercam e não olhamos. É preciso travar um diálogo com o que está se vendo. Não copiar o que outros Viram e sentiram. Há que ser autocentrado, girar no mundo que se criou que ainda está em gestação. É ser recluso, sem ver a reclusão. É derrubar muros e com este material construir pontes. Tal pássaros, poetas que todas as manhãs cantam seus versos. Marília Ruas Procuradora Federal 12 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ ABRIL 2007 Cerimônia de posse de Dirigentes da AGU ABRIL 2007 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ 13 14 ABRIL 2007 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ STJ garante medicamento a aposentada A aposentada gaúcha M.D.S.T., portadora de hepatite B crônica, teve seu pedido de obtenção do medicamento Interferon deferido pela 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os ministros julgaram o mérito do mandado de segurança impetrado pela aposentada e extinto pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJ-RS) devido à necessidade de dar rápida conclusão à ação. M.D.S.T. impetrou o mandado de segurança contra ato do secretário estadual de Saúde do Estado para obter o medicamento porque a solicitação à Secretaria havia sido indeferida. O Tribunal de Justiça estadual julgou extinto o processo. Considerou que “o secretário estadual de Saúde não tem legitimidade passiva (para responder) no mandado de segurança que visa ao fornecimento do medicamento”. Poema Torto Este chão que piso, não percorres mais. A paisagem que olho, indiferente, não é a mesma que contemplas todo o dia E os sons que escuto são bem diferentes dos que chegam sutis aos teus ouvidos. Nada mais temos em comum... E, se um dia, Nos cruzarmos, por acaso, Na rua, num bar, Na porta de um cinema Pensarás, talvez admirado: Que moça triste!... Que olhar nublado! E, indiferente, seguirás... Eu por minha vez, Também terei pensado: Bonito homem... Tem um porte tão gentil, mas, parece amargurado... Que segredos guardará Dentro do peito? Um sonho impossível? Um amor contrariado? Ora, segredos. Todo mundo os têm... E, indiferente, seguirei também. Já nem me lembro Que gostas de chá, De ovos com bacon e que fiquem mal passados. Não sei se gostas de Chopin, De Brahms, de Beethoven E das Fugas de Bach. - Amor, põe “O moldavia”, para mim? - claro, querida! - vês? Smetana é tão suave... Mas, que é isso? De onde vem esse diálogo? Eu não me lembro. Juro que não lembro! Como não lembro Que é azul demais A cobertura do teu colchão novo, Nem as cortinas, Nem o chão forrado De vermelho vibrante (estimulante?) Nada sei de ti... Nem quem tu és, Posto que estou Para sempre desligada Da tua vida E do meu passado. Eis porque não compreendo este vazio, Descontentamento E este gosto Amargo De Saudade! Celina de Souza Lira Diretora de Patrimônio CORRESPONDÊNCIA Governo do Estado do Piauí Secretário de Governo Superintendência de Articulação da Gestão Governamental Ofício/SG/SAGG/0630/2007 Teresina (PI), 16 de abril de 2007. A Sua Senhoria o Senhor José Salvador Iorio Prezado Senhor, Com meus cumprimentos, de Ordem do Excelentíssimo Senhor Governador, acusamos o recebimento das solicitações constantes na correspondência e em atenção as observações expostas, informamos que o Governador desenvolve programas buscando melhoria na qualidade de vida da população do Piauí. No ensejo, o Governador agradece pelo apoio e confiança, transmitindo um sincero abraço ao Sr. José Salvador Iorio e toda a sua família. Atenciosamente, Francisco Antônio de Soza Filho Superintendente da Articulação da Gestão Governamental ..................................................... Governo do Estado de Pernambuco Gabinete do Governador Ofício nº 187/2007 - GAP/PE Recife, 11 de abril de 2007 Ilmo.º Sr. José Salvador Prezado Senhor, Com os meus cumprimentos, acusamos o recebimento da sua correspondência de apoio ao atual Governo de Pernambuco e agradecemos suas sugestões sobre o PAC - Plano de Aceleração do Crescimento. As ações de apoio ao desenvlvimento social de nossas comunidades estão sendo selineadas e deverão traduzirse em projetos que, seguramente, promoverão o crescimento do Estado. Nesta oportunidade reitero a V. S. a meus protestos de consideração e apreço. Atenciosamente Yolanda Lopez Carrión Gabinete do Governador ABRIL 2007 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ A P A F E R J Rua Álvaro Alvim, 21/2º andar CEP: 20031-010 Centro - Rio de Janeiro - Sede Própria e-mail: [email protected] portal: www.apaferj.org.br Tel/Fax: (21)2532-0747/2240-2420 / 2524-6729 DIRETORIA PRESIDENTE José Marcio Araujo de Alemany VICE-PRESIDENTE Rosemiro Robinson Silva Junior DIRETOR ADMINISTRATIVO Miguel Carlos Melgaço Paschoal DIRETOR ADMINISTRATIVO ADJUNTO Maria Auxiliadora Calixto DIRETOR FINANCEIRO Fernando Ferreira de Mello DIRETOR FINANCEIRO ADJUNTO Dudley de Barros Barreto Filho DIRETOR JURÍDICO Hélio Arruda DIRETOR CULTURAL Carlos Alberto Mambrini DIRETOR DE DIVULGAÇÃO Antonio Carlos Calmon N. da Gama DIRETOR DE PATRIMÔNIO Celina de Souza Lira DIRETOR SOCIAL Gracemil Antonio dos Santos C O N S E L H O D E L I B E R AT I V O 1. Francisco Pedalino Costa 2. Luiz Carlos de Araujo 3. Allam Cherém Soares 4. Edson de Paula e Silva 5. Luiz Carlos de Sá Peixoto Uchôa 6. Maria de Lourdes Caldeira 7. Maria Lucia dos Santos E Souza 8. Ney Vianna Fernandes Machado 9. Nina Maria Hauer 10. Pedro Paulo Pereira dos Anjos 11. Rosa Virginia Christofaro de Carvalho 12. Sylvio Mauricio Fernandes 13. Sylvio Tavares Ferreira 14. Tomaz José de Souza 15. Wagner Cavalcanti de Albuquerque SUPLENTES 1. José Pires de Sá 2. Marilia Ruas 3. Ivone Sá Chaves 4. Rosa Maria Rodrigues Motta 5. Fernando Carneiro CONSELHO FISCAL 1. José Carlos Damas 2. José Salvador Iório 3. Waldyr Tavares Ferreira SUPLENTES 1. José Rubens Rayol Lopes 2. Eunice Rubim de Moura 3. Maria Conceição Ferreira de Medeiros Jornal da APAFERJ Editor Responsável: Milton Pinheiro - Reg. Prof. 5485 Corpo Editorial: Hugo Fernandes, Rosemiro Robinson Silva Junior, Fernando Ferreira de Mello, Carlos Alberto Mambrini, Miguel Carlos Paschoal, Antonio Calmon da Gama Supervisão Geral: José Márcio Araújo de Alemany Supervisão Gráfica: Carlos Alberto Pereira de Araújo Reg. Prof.: 16.783 Editoração e Arte: Jane Fonseca - [email protected] Impressão: Tipológica Tiragem: 2.500 exemplares Distribuição mensal gratuita. Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores As matérias contidas neste jornal poderão ser publicadas, desde que citadas as fontes. 15 ANIVERSARIANTES maio 01 ANA MARIA CHERULLI - FUNARTE 02 JOAQUIM RIBEIRO DE SOUZA - M. FAZ 02 LAURINDA MENDES F. DE OLIVEIRA - M. FAZ 02 MARIA LUCIA DOS S. DE SOUZA AGU 03 LUIZ ANTONIO DA COSTA NOBREGA - M. TRANSP 03 PAULO LADEIRA DE CARVALHO INSS 04 ANTOINETTE LACERDA DE OLIVEIRA - AGU 04 ERIKA RODRIGUES COELHO VAZ -AGU 04 LUIZ FERNANDO DE MEDEIROS MAIA - M. TRANP 04 MARIA LUCIA SANTIAGO - INSS 04 MARLENE RANGEL DA SILVA - INPI 04 ZULEIKA MARTINS RIBEIRO - INSS 05 MARIA CANDIDA F. DE M. NEVARES - C.P.II 06 MARIA THEREZA G.DE LA R. ALMEIDA - M. SAÚDE 07 PORFIRIO JOSÉ R. SERRA DE CASTRO - M.TRANSP 08 PEDRO PAULO ANTONINI - AGU 10 JORGE A. DE VASCONCELLOS M.TRANP 10 JOSÉ RENATO DE A. FERNANDES - IBGE 10 LUIZ FERNANDO DE O. SOARES SUSEP 10 MARLENE CAMPOS DE B. CAVALCANTI - INSS 10 MAURICIO ANTONIO DE M. FILHO AGU 10 SYLVIO TAVARES FERREIRA- MPAS 11 ARNALDO GOMES DE ALMEIDA FILHO - M. FAZ. 12 LUCIENE SALDANHAA. RIBEIRO AGU 12 MARIA DO CARMO DE MORAES M.TRANSP 13 IVONE SÁ CHAVES - INSS 13 MARIA LUIZA MÜLLER DO E. SANTO - M. FAZ 14 BENTO RUBENS DO B. PIMENTEL - INSS 14 CARLOS ALBERTO P. DA SILVA - M. FAZ 15 ADELAIDE TRANCOSO DE C. PEREIRA - AGU 15 ALLAM CHERÉM SOARES - M. FAZ 15 PETRÔNIO DE LIMA CORDEIRO INSS 16 MARIA LUCIA ESTRELA DA SILVA INCRA 16 MARIA SOARES DE FARIA - INSS 16 VERA RIBEIRO N. G. GUERRA INSS 17 DIRCE RIBEIRO ALMEIDA - AGU 17 HESTER BIRMAN GANTUS - M. TRANSP 17 JORY FRANÇA - IBGE 17 RENATO AUGUSTO DINIZ PINHEIRO - AGU 17 SUZANA FRANÇA WENTZEL - AGU 18 CLOTILDES DO AMARAL L. G. LEITE - CNEN 18 LUCIA CARMEN T. GONÇALVES AGU 18 SENIO DE CASTRO ARAÚJO SUSEP 18 VANDA VALLONI - INMETRO 20 CARLOS ALBERTO H. RODRIGUES - AGU 20 JOÃO HENRIQUE CORREA MELLO - AGU 20 REINALDO MONTALVÃO DA C.NUNES - EMBRATUR 21 MARIA DA GRAÇA MARTINS SANTOS - AGU 22 JORGE COSTA PIRES - INCRA 22 JOSÉ SILVA LEAL - INCRA 22 MARCELO FRANCISCO F.DE CASTRO - AGU 22 VANIA PALMEIRA TAMUSSINO - M. FAZ 23 ANNA MARIA DA FONTOURA XAVIER - EMBRATUR 23 MARCUS VINICIUS M. BAHURY INSS 24 CELIO ENGLER DE CASTRO C.P.II 24 EDGARD PINHEIRO DIAS FILHO M. TRANP 24 MALVINA LEITÃO FISCHPAN - AGU 25 ANDERSON CLAUDINO DA SILVA - AGU 25 EDSON ALVES DE OLIVEIRA - INSS 25 JORGE GAVINHO SOBRINHO AGU 26 ANTONIO CHRISTIANO CAVALCANTI - M.TRANP 27 MARIA DE FÁTIMA SALLES TEIXEIRA - AGU 28 GILBERTO GANCZ - Unirio/AGU 28 ROMULO LUIZ DE SOUZA - UFRJ 29 EDUARDO JAYME ESPOSEL - AGU 29 JACINTO DE LUCCA - M. TRANSP 29 LÚCIA REGINA CAMINHA MEDAWAR - AGU 29 MARIA DELBA DOS S. MONTEIRO - INSS 29 MARILIA BODSTEIN BRAGA EMBRATUR 29 MAXIMINO VALERIANO DA COSTA - M. TRANSP 29 VERA Mª. MOL DE SOUZA G. PIMENTEL - MOG 30 ENOCH BARBOSA - INSS 30 MAURO BARCELLOS FILHO - AGU 30 RODRIGO MASCARENHAS MONTEIRO - IBGE 31 ANTONIO COSTA LEITE - FNS 31 OSWALDO MATTOS - M. TRANSP No próximo dia 29 de maio vamos fazer uma festa para comemorar o seu aniversário COMPAREÇA. Com a sua presença haverá mais alegria e confraternização. 16 JORNAL DA AP AFERJ APAFERJ ABRIL 2007 16 PEÇO A PALAVRA Balalaica Rosemiro Robinson S. Junior Vice-Presidente Nesta vida, morrer não é difícil, o difícil é a vida e o seu ofício (Maiakóvski – recriação de Haroldo de Campos) Como é notório, na última terça-feira de cada mês a APAFERJ homenageia os aniversariantes, oferecendo-lhes um coquetel, que culmina com o apagar das velinhas do bolo, o canto do tradicional “parabéns pra você” e a saudação emocionante e emocionada, dirigida a associadas e associados que integram a numerosa, coesa e participante família apaferjiana. No corrente mês de abril, brindamos, entre outros, os aniversários do Dr. José Marcio Araújo de Alemany, atual Presidente, e do Dr. Hugo Fernandes, seu ilustre antecessor, em notável clima de festa e confraternização, que perdura há um quarto de século, dando-nos a certeza de que esta Entidade conseguiu transformar-se, sem sombra de dúvida, na verdadeira Casa do Procurador Federal, um prolongamento dos nossos lares. Estava eu entretido com os acepipes escolhidos pelo Dr. Gracemil dos Santos, dinâmico Diretor Social, e sorvendo delicioso refrigerante, quando bela e atraente convidada me disse apreciar os meus textos, ressalvando, no entanto, que o artigo publicado em março pretérito estava “muito sério”, afirmando, em voz que soava como uma Sonata de Bach, que preferia os trabalhos mais leves, divorciados dos temas jurídicos. Ponderei que, como o jornal é editado por uma associação de Advogados, torna-se inevitável que, de vez em quando, sejam produzidos trabalhos jurídicos, cuja aridez nem sempre agrada a todos os leitores. Todavia, a minha linda interlocutora manteve seu ponto de vista, compelindo-me a buscar temas mais amenos, porquanto, apesar de não ser um esteta radical, cultuo, incondicionalmente, a Beleza, ainda mais se acompanhada pela Inteligência, binômio capaz de abalar os sentimentos dos mais empedernidos varões. Obviamente, continuarei a escrever sobre matérias jurídicas, do interesse dos apaferjianos. Contudo, nesta edição, sensível ao apelo da minha gentil admiradora, tentarei atendê-la, na esperança de satisfazê-la in totum. Assim, recorri aos meus silentes e fiéis amigos – os livros – e escolhi um poema de Maiakóvski, em primorosa tradução de Augusto de Campos: BALALAICA Balalaica (como um balido abala a balada do baile de gala) (com um balido bala) abala (com balido) (a gala do baile) louca a bala laica O aludido poema, da autoria do mais famoso poeta russo, está contido no livro MAIAKÓVSKI POEMAS, de Boris Schaidermann, Augusto e Haroldo de Campos (Editora PERSPECTIVA S.A., 1989), livro que me foi ofertado por minha querida filha Lucia Helena, que, apesar de estar bem longe (um oceano entre nós), permanece bem perto pela magia do Amor, que afasta a Solidão e me faz sonhar com tempos de luz e alegria. Espero que minha bela e gentil interlocutora fique feliz com este novo texto, expectativa que se estende aos meus caros e fiéis leitores, amigos anônimos que iluminam a minha estrada, relevam as minhas falhas e me estimulam a prosseguir na semeadura da prosa e do verso, tarefa solitária e complexa, que traz, entretanto, incalculável recompensa intelectual. Impregnado de estesia, imagino como seria triste e vazio um mundo sem as artes da literatura, da poesia, da pintura, da música, da dança, da escultura, do teatro e, mais modernamente, do cinema, cada uma delas, conforme o momento, alimentando e engrandecendo o espírito humano. Assim, modestamente, procuro contribuir para o despertar de idéias e ideais, sentindo-me plenamente gratificado quando algum leitor ou alguma leitora tece loas a um texto que elaborei, quase sempre atravessando insone as madrugadas. De outra parte, é um truísmo afirmar-se que qualquer das artes ostenta o binômio acima referido: Beleza e Inteligência, fazendo aflorar as emoções que governam e adornam os seres humanos, distinguindo-os de outros seres vivos que povoam o Planeta Azul. Todavia, se os meus objetivos não forem cabalmente atingidos, por haver feito uma escolha desastrada, rogo que me absolvam desse possível pecado, posto que a ele fui induzido por uma linda mulher, pedindo, no ensejo, que atentem para o simbolismo de que o texto se reveste e ouçam, na imaginação, os maviosos acordes da Balalaica do poema, o qual celebra o Baile, a Música, a Loucura, enfim, a Vida.
Documentos relacionados
JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org 1 JULHO 2011
adaptasse alças ao objeto. O modelo do relógio foi chamado de Santôs e existe até hoje.
Leia maisJORNAL DA APAFERJ 1 FEVEREIRO 2008
competência, podendo julgar as ações de relação do trabalho e não somente empregos a relação de empregos regidos pela CLT. A JT passou a julgar, ainda habeas corpus, habeas data e mandado de segura...
Leia maismarço
corrigir a remuneração dos servidores, “considerando o indexador determinado pela Lei distrital 38/89 enquanto esta vigeu, ou seja, até o advento da Lei distrital 117/90 sem a limitação imposta pel...
Leia maisJORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org 1 SETEMBRO 2012
Para Hariou, a moralidade administrativa é o conjunto de regras de conduta tiradas da
Leia maisJORNAL DA APAFERJ 1 MAIO 2010
namente se debate que o Ministério Público, além de não poder interpor recurso para a instância última do Judiciário, não pode ajuizar a reclamação constitucional quando fora o prejudicado em qualq...
Leia maisJORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org 1 JULHO 2012
APAFERJ tem certo peso e sua margem de acerto há muito tem sido observada o que nos impede de dar cochiladas e passos incertos. Passeatas na Avenida Rio Branco ou discursos nos carros de som diante...
Leia maisJORNAL DA APAFERJ 1 JUNHO 2011
Selic. O pagamento será feito por meio de parcelas descontadas diretamente no contracheque da servidora. Essa foi a primeira vitória dentre as dezenas de ações ajuizadas no ano passado pela AGU com...
Leia maisJORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org 1 AGOSTO/SETEMBRO
um cronograma conforme previsto para que pudéssemos estar presentes em Brasília nas reuniões com vistas ao exame e discussão desse novo texto a ser proposto. Por e-mail pedimos, ainda, dilatação do...
Leia mais