arquivo2 - franthiesco ballerini

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arquivo2 - franthiesco ballerini
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SEXTA-FEIRA, 25 DE MAIO DE 2007
O ESTADO DE S. PAULO
CADERNO
D7
CADERNO 22 D7
Piratas do Caribe 3
“O que a Inglaterra tem de
melhor: os Rolling Stones”
Em entrevista exclusiva ao Estado, Bill Nighy fala de Keith
Richards no elenco e da admiração por Rodrigo Santoro
Fanático pelos Rolling Stones –
a ponto de ter todos os discos e
ido a incontáveis turnês –, Bill
Nighynãoescondeua decepção
quandodescobriuquesuaagenda de filmagens não permitiria
ver o guitarrista Keith Richardsnosestúdios dePiratasdo Caribe – No Fim do Mundo, no qual
vive o capitão Teague. “Acho
ele um dos maiores guitarristas
de todos os tempos. Recebi de
umamigoimagensdehelicóptero do show que eles fizeram no
Rio.Fiqueiimpressionado”,contou Nighy, em entrevista exclusiva ao Estado. “Eu nunca confio em homens patrióticos, mas
uma coisa que a Inglaterra tem
de melhor é os Rolling Stones.
Num programa de TV, me perguntaram três discos que eu le-
DESTAQUE – Bill Nighy como Davy Jones, que ganhou peso no filme
varia para uma ilha. Dois eram
deles”, completou o ator, cuja
música favorita é Winter,de Mick Jagger e Keith Richards.
Ganhador do Globo de Ouro
deste ano por sua atuação no fil-
me Gideon’s Daughter, produzido para o canal HBO, Bill Nighy
ficou surpreso com o ganho de
importância do personagem
Davy Jones neste último filme.
“Foium dos papéismais difíceis
Geoffrey Rush de bom humor, apesar
dos furacões e doenças tropicais
Ao chegar à sala para mais uma
entrevista com jornalistas do
mundo inteiro, Geoffrey Rush
desabafou. “Acho que deveria
haver uma rebelião mundial
contra eventos como este”,
brincou o ator, visivelmente
cansado após enfrentar furacõese doençastropicais nas Bahamas, local das filmagens ao
qual ele foi pelo menos sete vezes em um só ano. “Éramos até
eficientes por lá. Filmávamos
no máximo três vezes a mesma
cena e partíamos para outra.
Excetoquandotinhaomacaqui-
RUSH – Piadas para descontrair
nho e a gente tinha que repetir
28 vezes a cena”, ri. Rush conta
que a equipe era muito disciplinada. “Isso até chegar o Keith
Richards no set, que era tão desorganizado que parecíamos
executivos perto dele.” Nas
poucas horas vagas, o ator conta que a equipe relaxava em um
pub irlandês . “Era nosso local
preferido. E tudo que acontecia
por lá morria lá”, avisa ele.
Seu Capitão Barbossa, neste terceiro filme, é descrito por
ele como um pirata meio político. “Parece que está lutando
na minha vida. Tinha que me
imaginar com uma perna
quebrada, uma garra no braço e barbas enormes. E foi
constrangedor, porque eu ficava no set de pijamão com
bolinhas no corpo”, brinca o
ator,sereferindo àvestimenta usada para inserir os efeitos visuais por computador.
Descontraído, Nighy relembra que já mendigou em
Paris, antes de ser ator, uma
profissão que só escolheu
por que ficou apaixonado
por uma atriz. “Quando era
jovem, queria ser um ErnestHemingway. Uma agência de empregos me deu um
trabalho de contínuo em um
jornal, pois esperavam que
eu virasse escritor por meio
do jornalismo. Não deu certo porque eu matava aula e
não tinha notas boas.”
Ganhador do Bafta por
Simplesmente Amor, Nighy se
encantou com Rodrigo Santoronoset.“Eleera muitopopular entre o elenco. Qualquermulher comummínimo
de bom senso se apaixonaria
por Santoro”, conta ele, também fã de Fernando Meirelles, com quem trabalhou em
O Jardineiro Fiel. ● F.B.
por uma vaga no Congresso
ou um acordo em Kyoto, tentando se dar bem com todos
os outros piratas.”
Rush fez Piratas ao mesmo tempo que Munique, de
Steven Spielberg. “Gostei
desteterceiro filme. Osdiálogossão ricose osefeitos espetaculares. Passamos do gelo
paraCingapura,ondeospiratas, ou melhor, o macaquinho terrorista, explode tudo”, brinca, mais uma vez, o
ator australiano. ● F.B.
O repórter viajou a convite
da distribuidora Buena Vista
estadao.com.br
Veja trailers dos três filmes da
série Piratas doCaribe no site
www.estado.com.br/e/d7
Limitações ajudam o
produto na bilheteria
A superficialidade do terceiro episódio
deve ajudá-lo com o seu público-alvo
crítica
LUIZZANINORICCHIO
A sobrecarga visual de Piratas
do Caribe 3 é algo digno de nota.
Não faz economia de imagens, e
nem poderia fazer num mundo
que visa sempre o mais (mais
velocidade, mais pancada, mais
efeitos especiais). Assim, ao visual feérico na maior parte do
tempo, mas também soturno
quando convém, se soma a ação
desenfreada. Algumas lutas se
arrastam (sim, é esse o verbo)
por incontáveis minutos. O que
torna obrigatóriaessa outra característica notável do terceiro
episódio da série – a sua prolixidade. Não existe nenhum motivo intrínseco para que essa
aventura dure exatas duas horas e 45 minutos, mas não direi
que essa extensão torna uma
sessão de Piratas do Caribe experiência de confronto com o
tédio,porque seria uma afirmação puramente subjetiva. Também não se duvida que muita
gente vá se divertir com o filme,
eassimnão vai estranharotempo de duração. O que se pode
dizer é que nada, na estrutura
da história, justifica que ela se
arraste por intermináveis 165
minutos.
Mas essa é uma questão do
tempo. Outra é a do espaço. Em
muitas situações Piratas do Caribe trabalha em espaços fechados, porões de navios, calabouços, etc. Em outras vai para espaços abertos, o mar, a ilha salvadora, a costa. Essa dinâmica
não é posta em funcionamento
com muita desenvoltura, porqueneméissonofundoqueinteressa, apesar de algumas (raras) seqüências de beleza visual,e portantode impacto.Numa delas, talvez a melhor do filme, temos um navio encalhado
no gelo e, em torno dele, a figura
solitária de Jack Sparrow (Johnny Depp). É um momento de
repouso, quase de reflexão, e
que portanto ganha sua força
no contexto do filme.
Mas esta é apenas uma exceção num produto que deseja reciclar alguns temas tidos como
“nobres”, como o navio fantasma, a questão da morte e da ressurreição, etc., diluídos na estrutura do seu universo pop. Inclusive com a presença, no elenco, de figuras icônicas. Em determinado momento, por
exemplo, Keith Richards em
pessoa, na pele de um pirata,
dedilha sua guitarra. Mas, claro, quaisquer que sejam as intenções e/ou pensamentos de
quem escreve o roteiro ou dirige o filme, eles esbarram na necessidade de justificar o uso de
efeitos especiais sempre mais
espetaculares, recurso que, finalmente, vai bombar o produto nas bilheterias. O problema
então será passar de raspão pelos temas mais espinhosos, de
modo que não assuste a platéia
teen que forma seu público.
Nenhuma dessas limitações apontadas deve se traduzir em queda na expectativa de
bilheteria da aventura, cuja
trinca principal é formada por
Johnny Depp, Orlando Bloom
e Keira Knightley. Pelo contrário, são justamente essas limitações que transformam o filme no sucesso que é. ●