213 Em seu estado natural, a água, na maioria das vezes
Transcrição
213 Em seu estado natural, a água, na maioria das vezes
Figura 9.4- Rio são João de Viçosa Fonte: Autoria própria. Em seu estado natural, a água, na maioria das vezes, não atende aos requisitos de qualidade para fins potáveis. A presença de substâncias orgânicas, inorgânicas e organismos vivos tornam necessária a aplicação de métodos de tratamento desde o mais simples até sistema avançado de purificação. Portanto, o Tratamento de água tem por finalidade a remoção de partículas finas em suspensão e em solução presentes na água bruta, bem como a remoção de microrganismos patogênicos. Neste sentido a concessionária de abastecimento realiza monitoramento mensal da qualidade da água nos mananciais de captação, estes dados estão apresentados na Tabela 9.1 e Tabela 9.2. 213 Tabela 9.1– Dados de qualidade da água do Rio São João de Viçosa. Data Ponto EschColi NMP/100 mL OD mg O2/L pH SDT mg/L SST mg/L Temp(am) ºC TURB NTU jan/13 Captação 4611 - - - - - - fev/13 Captação 6131 - - - - - - mar/13 Captação 1439 - - - - - - abr/13 Captação 1182 8 6,58 65 49 21,7 75 mai/13 Captação 798 - - - - - - ago/13 Captação 24196 - - - - - - set/13 Captação 788 7,81 7,27 62 7 23,8 11 out/13 Captação 1043 - - - - - - nov/13 Captação 1014 - - - - - - dez/13 Captação 474 - - - - - - jan/14 Captação 4106 - - - - - - fev/14 Captação 958 7,9 7,27 49 8 25,1 11 mar/14 Captação 4611 - - - - - - abr/14 Captação 6131 - - - - - - mai/14 Captação 794 - - - - - - jun/14 Captação 272 - - - - - - jul/14 Captação 3784 8 7,08 48 13 19,0 12 ago/14 Captação 1187 - - - - - - set/14 Captação 328 - - - - - - out/14 Captação 1664 - - - - - - Fonte: CESAN Tabela 9.2- Dados de qualidade da água do Córrego Bananeiras. Data Ponto EschColi NMP/100 mL OD mg O2/L pH SDT mg/L SST mg/L Temp(am) TURB NTU ºC jan/13 Captação 26 5,50 6,82 - - - 6,00 abr//13 Captação 54 7,11 6,21 34 13 22,9 22,00 set/13 Captação 23 7,60 7,11 39 5 26,3 6,55 fev/14 Captação 6 7,02 6,93 9 4 26,3 5,25 jul/14 Captação 82 8,00 6,92 22 8 19 9,00 Fonte: CESAN 214 9.1.2 Captação e Adução de Água Bruta Conforme mencionado no item anterior, a tomada de água é feita em duas captações (Figura 9.6), sendo uma por tomada direta no Rio São João de Viçosa (coordenadas 280.098E, 7.749.046N) e a outra através de barramento na barragem do Córrego Bananeiras (coordenadas 275.512E, 7.753.183N). Segundo dados da CESAN estes mananciais possuem capacidade adequada para suprir a demanda atual e futura de abastecimento, sendo que o volume captado (normalmente superior a 65 mil metros cúbicos mensais) é maior que o demandado pelo sistema (ARSI, 2013). As condições de acesso aos locais de captação e as condições operacionais das mesmas estão satisfatórias, com proteção contra enchentes, pessoas não autorizadas e animais. Além disso, os pontos de captação possuem identificação e nas proximidades não foram identificadas atividades que comprometam a qualidade da água, nem indícios de processo avançado de eutrofização. Figura 9.5 – Pontos de captação da água bruta em VNI. a) Local de captação no Rio São João de Viçosa b) Local de captação no Córrego Bananeiras Fonte: ARSI (2013) A barragem no Córrego Bananeiras foi inaugurada em 2010.A adutora de água bruta da barragem aduz a água captada no córrego Bananeiras até a Estação de 215 Tratamento de Água - ETA por gravidade. Possui uma extensão total de 5.993 metros, sendo 1.920 metros em tubulação FºFº DN300/DN150mm e 4.073 metros em tubulação DEFOFO DN200mm. Já a adutora de água bruta que aduz a água captada no Rio São João de Viçosa até a ETA, também por gravidade, possui 3.076 metros de extensão em tubulação FºFº DN200mm (CESAN, 2013).Estes dados são apresentados na Tabela 9.3. Tabela 9.3- Sistema de Adução de Água Bruta Manancial Adução Córrego Bananeiras Por Gravidade Rio São João de Viçosa Por Gravidade Diâmetro Nominal (mm) Extensão (m) DN300/DN150 1.920 DN200 4.073 DN200 3.076 Vazão de Outorga (l/s) Vazão de Captação (l/s) Material 36 6 Ferro Fundido FºFº PVC DEFOFO 45 27,5 Ferro Fundido FºFº Fonte: CESAN 9.1.3 Processo de Tratamento Nas Estações de Tratamento de Água (ETA) em operação na CESAN, que foram concebidas como Sistema Convencional, a água bruta captada no manancial, por gravidade ou por recalque, ao passar pelas etapas de tratamento, é reservada e distribuída à população em conformidade com as exigências da Portaria nº 2.914/2011. A ETA de VNI (277.486E, 7.750.189N) é do tipo convencional completa (Figura 9.6),em estrutura de concreto armado (Figura 9.7). Sua atual capacidade de tratamento é de 31,6 l/s e atualmente ela opera 24 horas por dia, com a vazão média de 26,5 l/s (CESAN, 2013). 216 Figura 9.6 - Fluxograma do tratamento da água de VNI do tipo convencional. Captação e Adução de Água Bruta Reservação e distribuição da Água Tratada Coagulação (Calha Parshall) Fluoretação e Correção de pH Floculação (Fluxo vertical) Cloração Decantação Laminar de Alta Taxa Filtração (fluxo descendente) Fonte: Autoria própria Figura 9.7 – Estação de Tratamento de Água de Venda Nova do Imigrante. Fonte: Autoria própria A medição da vazão de água bruta na chegada realizada por meio de pittot eletrônico, instalado na adutora de água bruta na chegada da ETA. A mistura rápida do sulfato de alumínio é realizada em uma calha Parshall de 3”, que fica instalada no local de chegada da água bruta na ETA (CESAN, 2013). 217 O floculador hidráulico existente é de fluxo vertical, do tipo Alabama, dotado de chicanas de madeira com passagens superiores e inferiores. Esta unidade foi ampliada recentemente e foi dimensionada para 35 l/s (CESAN, 2013). O sistema de decantação presente é laminar de alta taxa, com placas paralelas compostas por chapas lisas de cimento amianto. As unidades de decantação são no número de três (CESAN, 2013). As unidades filtrantes são no número de quatro, de fluxo descendente do tipo autolaváveis, com meio filtrante de dupla camada (areia e antracito). A lavagem dos filtros se procede individualmente. É feita em contracorrente, onde três filtros lavam um. A cloração é feita no tanque de contato antes de seguir para os reservatórios (CESAN, 2013). Há controle da produção e da qualidade do processo, com operadores devidamente treinados e laboratório adequado para realização das análises físico-químicas (cloro, flúor, cor, turbidez, pH e alcalinidade), principais análises de rotina dentro da ETA (CESAN, 2013). Os dados de qualidade da água tradada referente ao ano de 2014 estão descritos naTabela 9.4. Tabela 9.4– Dados de qualidade da água tratada as saída da ETA. CRL Data Cor(AP) TURB Ponto F pH (mg Cl/L) UC NTU (Mg F/L) jan/14 Saída da ETA 1,4 5,0 0,9 6,6 0,7 fev/14 Saída da ETA 1,5 5,0 0,7 6,8 0,8 mar/14 Saída da ETA 1,6 <5 0,2 6,8 0,7 abr/14 Saída da ETA 1,6 5,0 0,9 7,1 0,7 mai/14 Saída da ETA 1,8 <5 0,8 6,6 0,7 218 jun/14 Saída da ETA 1,6 <5 0,4 6,4 0,7 *Dados referentes ao ano de 2014 Fonte: Cesan. A ETA apresenta-se em boas condições de operação com casa de química, laboratório, banheiro e cozinha, porém necessita de pequenas melhorias na parte civil. Quanto às unidades, dispositivos e equipamentos eletromecânicos apresentam-se em boas condições físicas, sem registro de problemas operacionais sérios. Os filtros são lavados uma vez ao dia dependendo da qualidade da água este número pode aumentar para até quatro vezes ao dia. O lodo gerado na ETA ainda não há destinação adequada, sendo este descartado diretamente no corpo hídrico (Rio São João de Viçosa). A Cesan, porém, contratou uma empresa para realizar estudo de ampliação e setorização de todo o SAA Venda Nova do Imigrante (captação, adução, ETA, reservatórios, redes de distribuição, macromedição, setorização e tratamento de resíduos), esse estudo ainda está em fase de concepção. 9.1.4 Reservação e distribuição da Água Tratada O SAA Venda Nova do Imigrante possui 5 (cinco) reservatórios, com uma capacidade total de 1.150 m³ (CESAN, 2013). Todos os reservatórios possuem estrutura em concreto armado, sendo quatro deles semi-enterrados: RES-1 com capacidade de 60 m³, RES-2 com capacidade 300 m³, RES-3 com capacidade de 250 m³, e RES -5, que fica localizado no bairro Residencial do Bosque, com capacidade de 40 m³, é alimentado pela Estação Elevatória de Água Tratada (EEAT) Residencial do Bosque e atende à zona alta do bairro. O reservatório RES-4 é do tipo apoiado e tem capacidade de 500 m³ (CESAN, 2013). Os reservatórios RES-1 e RES-2 possuem o mesmo nível d’água de operação, sendo ambos circulares com diâmetros internos de 4,5 m e 10,0 m respectivamente. Já os reservatórios RES-3 e RES-4, instalados recentemente em função da ampliação e 219 melhoramento do sistema, possuem seções circulares de diâmetros internos de 8,4 m e 13,76 m respectivamente. O reservatório RES-3 abastece o reservatório RES-4 através da EEAT localizada na ETA, tendo em vista a diferença de nível entre os mesmos, qual seja, aproximadamente 30 m (CESAN, 2013). Os dados de caracterização e abrangência do sistema de reservação de VNI encontram-se na Tabela 9.5 e Quadro 9.1. Tabela 9.5– Descrição do sistema de reservação da água tratada. Coordenadas Reservatório RES-1 RES-2 RES-3 RES-4 RES-5 UTM WGS 84 24K [m] 277.501E 7.750.190N 277.505E 7.750.177N 277.493E 7.750.158N 277.390E 7.750.210N 277.403E 7.751.699N Diâmetro (m) Capacidade (m³) 4,5 60 10 300 8,4 250 13,76 500 4 x 4 x 2,5 m (c x l x h) 40 Estrutura Material Circular Semienterrado Concreto Armado Circular Apoiado Retangular Enterrado Fonte: CESAN Quadro 9.1– Descrição do atendimento de cada reservatório. Reservatório Abrangência RES-1 RES-2 Bairros Centro, Vila Betânea, 30 de Dezembro, São Pedro, Minete, São Rapael, Lavrinhas, Residencial do Bosque, parte baixa dos bairros Santa Cruz, Bicuiba, Bananeiras, Vila da Mata, Providência, Esplanada RES-3 Poço de Sucção da EEAT ETA Venda Nova – Não distribui RES-4 Bairros Santo Antônio da Serra, Tapera, São João de Viçosa, Vila São Miguel, Filete e Partes altas dos bairros Bicuiba (Prox. À Vendap e Rua 220 Dona Alda), Bananeiras (próximo à APAE), Vila da Mata (prox a Escola Deolindo Perim), Providência (Rua das Margaridas Adjacências), Esplanada (próximo a ETA), Santa Cruz (Rua Euzébio Terra) RES-5 Residencial do Bosque Fonte: CESAN Fazem parte do sistema de abastecimento de água tratada de Venda Nova do Imigrante 4 (quatro) EEATs, 3 (três) delas localizadas na rede de distribuição e uma dentro da ETA. As EEATs são chamadas de “boosters”, quando estas estão instaladas diretamente na rede de distribuição e não possuem poço de sucção (CESAN, 2013). Booster da Rua Antônio Venturim Atende ao loteamento Antônio Venturim, alimentando as economias com redes DN 50. Características: 02 conjuntos moto-bomba, Marca Schneider ME-AL 1315; 1,5 CV; TRIF; 60 HZ. Booster Vila da Mata Situado na Rua das Margaridas. Este booster não apresenta proteção contra pressão insuficiente na sucção, nem contra excesso de pressão no recalque. O seu acionamento é feito através de um temporizador com períodos programados pela operação do sistema. Características: 02 Conjuntos moto-bomba, Marca Schneider ME-BR 2350; 5 CV; TRIF; 60 HZ. EEAT Residencial do Bosque Situado na Rua Bouganville em frente ao Hospital Municipal, atende ao bairro Residencial do Bosque e ao reservatório semi-enterrado RES-5 de 40 m³. Essa EEAT é dotada de poço de sucção, com capacidade de 30 m³, e dispõe de controle de nível mínimo instalado no seu poço. 221 Características: 02 Conjuntos moto-bomba, Marca Mark/Grundfos HU-33K8; 5 CV; TRIF; 60 HZ. EEAT ETA Venda Nova do Imigrante Situada no interior da estação de tratamento de água, abastece o reservatório RES-4 a partir do reservatório RES-3. Essa EEAT é dotada de poço de sucção e dispõe de controle de nível mínimo instalado no seu poço. Características: 02 Conjuntos moto-bomba, Marca Schneider BC-21R; 15 CV; TRIF; 60HZ. 222 Tabela 9.6– Descrição das estações elevatórias de água tratada. Conjuntos moto-bomba Coordenadas EEAT/ BOOSTER Local e Cobertura Booster da Rua Antônio Venturim Loteamento Antônio Venturim Booster Vila da Mata Rua das Margaridas, Vila da Mata EEAT Residencial do Bosque Situado na Vila Betânia, atende o bairro Residencial do Bosque EEAT Venda Nova do Imigrante ETA UTM WGS 84 24K [m] 277.681E 7.749.767N 277365E 7.749.516N 277.207E 7.751.556N 277.501E 7.750.152N Poço de Sucção Marca Modelo Vazão (L/s) Frequência (Hz) Altura manométrica (mca) Potência (cv) Não Schneider ME-AL 1315 Variável 60 55 2 Não Schneider ME-BR 2350 Variável 60 90 5 30 m³. Mark. Grundfos HU-33K8 Variável 60 100 5 Não Schneider BC-21R Variável 60 31,4 15 Fonte: CESAN (2013). 223 Atualmente o sistema possui aproximadamente 48.645 m de rede de distribuição (Tabela 9.7). As redes de distribuição são em sua maioria do tipo ramificada, composto por redes variando entre os diâmetros de 3/4”a 200 mm, a maioria em PVC, PVC DEFOFO e FºFº (CESAN, 2013). Tabela 9.7 - Descrição da rede de distribuição DN Material Extensão (m) ¾’’ PVC R 1.394 1” PCV R 1.192 32 mm PVC 3.430 40 PVC 892 50 PVC 16.813 75 PVC 2.490 100 PVC 11.855 140 PVC 15 150 PVC DEFOFO 8.847 200 PVC DEFOFO 363 100 Ferro Fundido (FºFº) 740 150 Ferro Fundido (FºFº) 48 200 Ferro Fundido (FºFº) 566 Total: 48.645 Fonte: CESAN (2013). No Anexo 2 encontra-se o mapa do SAA de VNI com os diâmetros das tubulações e redes. 9.1.5 Cobertura do Sistema de Abastecimento No moderno conceito de universalização de serviço público, o critério mais adequado de medir o nível de cobertura do atendimento é a relação entre todos os imóveis existentes, aptos para moradia ou para qualquer outra atividade humana ou econômica, e os imóveis usuários efetivos dos serviços públicos, considerando-se efetivos todos os imóveis ligados ao sistema público, mesmo que não estejam utilizando o serviço voluntária ou compulsoriamente. O SAA existente na Sede de Venda Nova do Imigrante apresenta uma cobertura de 100% da população e 79% de atendimento à população, conforme dados apresentados naQuadro 9.2 e Figura 9.8. Figura 9.8 - Índices de atendimento e cobertura de água. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% Indice de Cobertura Indice de Atendimento Fonte: Autoria própria. Quadro 9.2– Dados de cobertura e atendimento do SAA de VNI. Instalações Descrição Economias Totais 4.600 und. sendo 4.242 residenciais Ligações Totais 3.307unid. Fonte: CESAN, Mês de referência: jul/2014. Regularidade de frequência no fornecimento de água O SAA-VNI apresenta regularidade no fornecimento de água, ocorrendo apenas paralisações emergenciais que não prejudicam o fornecimento de água (ROTEIRO DE MOBILIZAÇÃO, 2014). A falta d’água decorrente da paralisação programada do sistema é comunicada com antecedência à população, através dos meios de comunicação de massa, contatos com lideranças comunitárias e sonorização volante. Áreas críticas no fornecimento de água Para melhorar o abastecimento das partes altas foi implantada uma estação elevatória de água tratada na área da ETA com vazão de 17 l/s, potência de 15 CV e altura manométrica de 31,4 mca. Essa EEAT recalca água para o reservatório R4 com Capacidade de 500 m³. Atualmente não há problemas com fornecimento de água nessas regiões. As localidades de Alto Caxixe, Vargem Grande, Pindobas, São José do Alto Viçosa, Viçosinha, Bela Aurora não estão ligadas à rede pública de abastecimento de água, pois estão fora da área de cobertura do SAA da Cesan que contempla só a zona urbana em VNI(ROTEIRO DE MOBILIZAÇÂO, 2014). Cada uma dessas regiões, porém, possui sistema de abastecimento alternativo para atender a demanda da população local. Localidade de Alto Caxixe O atendimento da localidade de Alto Caxixe com abastecimento de água será feito através da implantação do Sistema de Abastecimento de Água com recursos captados pelo Munícipio com aporte de recursos públicos advindo do governo federal. Após conclusão da obra pelo Município a Cesan passará a operar e manter o sistema (CESAN, 2013). Diante das alternativas levantadas nos relatórios elaborados pela Cesan, a melhor opção para o abastecimento de água potável do Núcleo de Alto Caxixe foi através da Estação de Tratamento de Água de Aracê / Vila Pedra Azul.Para adoção desta concepção foi estudado uma alternativa de operação da ETA, tendo em vista que a mesma já opera na sua condição máxima de projeto, ou seja, de 8,0 l/s. Sendo assim, a proposta é de que o abastecimento para a região de Alto caxixe seja feito por recalque após o período de recalque para Aracê / Vila Pedra Azul, que atualmente é realizado por um período de 12 horas ou seja das 6:00hs às 18:00hs. Com isto a operação do sistema passaria a ser de 24:00hs. Para assegurar a demanda imposta pelo sistema de Alto Caxixe, foi projetado um reservatório, com volume de reservação de 500m3, capaz de suportar a demanda diária e da hora de maior consumo, durante o tempo em que a estação de recalque não estiver em funcionamento. A adutora projetada terá diâmetro nominal de 150mm e material de ferro fundido K7. Esta adutora seguirá sem derivação até o reservatório e nele um sistema de telemetria indicará os níveis para a ETA de Aracê, onde o operador definirá a permanência de operação da elevatória de água tratada e consequentemente da EAB e da ETA. Na elevatória de água tratada, 02 conjuntos moto-bomba farão o recalque para o reservatório de Aracê, em abrigo distinto e independente do abrigo que protege os conjuntos elevatórios da EAT de Aracê / Vila Pedra Azul. O estudo de concepção deste projeto encontra-se no Anexo 2 (TOMO A). 9.1.6 Soluções Alternativas de Abastecimento de Água A população residente em localidades distante da Sede do seu Município, sem acesso aos serviços de saneamento prioritários, convive com situações sanitárias críticas, devido à ausência ou precariedade de instalações adequadas para o atendimento dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, ficam sujeitas às enfermidades e óbitos. Diante dessa dificuldade, a população alegou construir forma de abastecimento através de Poço, cacimbas, nascentes. Só há análise aos que solicitam esse serviço. Prédios públicos e escolas municipais no interior tem tratamento com cloro (ROTEIRO DE MOBILIZAÇÂO, 2014). A maiorida dessas comunidades, que tem como fonte de abastecimento de água os pequenos córregos e nascentes, não possuem tratamento de esgoto e lançam seus dejetos e resíduos nesses corpos d’água, reduzindo a disponibilidade hídrica local. A necessidade da implantação, ampliação ou realização de melhorias dos serviços de saneamento nessas áreas especiais se faz necessário para a prevenção, controle dos agravos da insalubridade, contribuindo para se alcançar, progressivamente, o objetivo da universalização dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário, em consonância à Lei Federal 11.445/07. O abastecimento público de água, o esgotamento sanitário e as melhorias sanitárias domiciliares e/ou coletivas de pequeno porte, merecem prioridade nesse contexto atual de saneamento básico municipal, pois estão diretamente vinculadas as prevenções e ao controle de doenças de veiculação hídrica nessas populações vulneráveis. Desta forma, torna-se indispensável, a implementação de ações de educação sanitária e ambiental, bem como, seu monitoramento pelo poder público. O Saneamento nas localidades de Pequeno Porte, nos municípios sob a concessão da CESAN, acontece de acordo com o modelo do AutoGerenciamento, no caso do município solicitar a parceria da Companhia. O citado modelo preconiza que o sistema será entregue à comunidade, quem estará responsável pela operação, considerando como parceiro o município. A CESAN, através da Divisão de Saneamento Rural, oferece apoio técnico com elaboração de projetos; treinamento de operadores e partida inicial do sistema; para mobilização da comunidade e organização de Comitês/Associações responsáveis pela gestão dos sistemas. Ressaltamos que, a gestão do sistema pelo modelo Pró-Rural não dispensa o pagamento de taxa, considerando sem possibilidades a distribuição de água tratada gratuitamente. A comunidade é mobilizada com o apoio da assistente social da Divisão de Saneamento Rural, de modo a criar um Comitê para Gestão do Sistema, cujos componentes serão responsáveis pela organização/operação. O modelo existente, considerando o Auto-Gerenciamento, está construído sobre pilares: a comunidade, gestora, opera o sistema; o município é o parceiro próximo, responsável pela saúde e bem estar de sua população, divide os custos e obrigações com a comunidade; a CESAN oferece o suporte técnico para operação e gestão dos sistemas. Venda Nova possui dois sistemas Pró-Rurais, um no Distrito de Camargo e outro na localidade Caxixe (Vila Dordenone), porém a este último encontra-se em estado de abandono, sem manutenção e em condições precárias de funcionamento. Nas localidades onde não há o sistema Pró-Rural o abastecimento é provido de poço, com bombeamento para um reservatório onde a água recebe cloração por pastilha e depois é distribuída à comunidade (Figura 9.9). As localidades atendidas por este sistema são Distrito de Viçosinha, São José de Alto Viçosa e Alto Caxixe (Pontal do Lazer). Estes sistemas coletivos são gerenciados pela prefeitura ou comunidades e em muitos casos mal gerenciados, com ausência de manutenção e operação adequada. O relatório fotografico encontra-se em anexo. São encontradas em VNI, ainda, pequenas Vilas como Vargem Grande, Pindobas e Bela Aurora, que são abastecidas por poços individuais. Figura 9.9– Esquema do sistema de abastecimento alternativo. Poço Reservatório/Cloração Rede de distribuição Fonte: Autoria própria Na Tabela 9.8, estão listados as fontes alternativas de abastecimento encontradas no município e na Tabela 9.9 a descrição do sistema. Tabela 9.8–Soluções alternativas de abastecimento de água. Localidade Sistema Existente População Distrito de Camargo Pró-Rural 130 casas Coordenadas 24K0269507/UTM7751546 Poço: Distrito de Viçosinha Poço + Reservatório + Cloração 24K0271704/UTM7747774 24 casas Resr: 24K0271676/UTM7747707 Poço: São José de Alto Viçosa Poço + Reservatório + Cloração 24K0278738/UTM7742147 76 casas Resr: 24K0278792/UTM7742262 Poço: 24K0272219/UTM7742395 Caxixe Pró-Rural (Vila Dordenone) 130 casas Resr: 24K0282504/UTM7742336 Localidade Sistema Existente População Coordenadas Poço: 24K0282451/UTM7740438 Poço: Alto Caxixe Poço + Reservatório + (Pontal do Lazer) Cloração 24K0282451/UTM7740398 80 casas Resr: 24K0282298/UTM7740398 Tabela 9.9– Descrição do sistema de abastecimento alternativo. Localidade Profundidade Vazão Reservatório (m) (m3/h) (m3) - 2 l/s 40 Profundo 26 1,5 Profundo 28 2,0 Profundo 28 2,0 Tipo de Poço Captação por Distrito de Camargo gravidade do Córrego Mata Fria Distrito de Viçosinha São José de Alto Viçosa Caxixe 20 20 (Vila Dordenone) Pró-Rural Cacimba - Profundo 58 1,2 Alto Caxixe 10 (Pontal do Lazer) No Anexo 2 encontra-se o mapa dos distritos com sistemas de abastecimento encontrado em cada localidade. 9.1.7 Sistemas de controle e vigilância da qualidade da água Há controle da produção e da qualidade do processo, com operadores devidamente treinados e laboratório adequado para realização das análises físico-químicas, principais análises de rotina. Os exames bacteriológicos são realizados de acordo com a Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde utilizando o laboratório central da CESAN (CESAN, 2013). Para garantir a qualidade da água produzida nas Estações de Tratamento de Água, os profissionais técnicos de operação da ETA trabalham em regime de escala e, além das atividades diretas de operação do processo de tratamento da água, realizam também análises da qualidade da água por ela recebida e produzida levando-se em conta os parâmetros: pH, Turbidez, Cor, Flúor, Cloro, Alumínio, etc. Mensalmente são realizadas aproximadamente 1.900 (um mil e novecentos) análises físico-químicas e bacteriológicas em água tratada e cerca de 4.500 análies/mês considerando todo processo de tratamento. O controle operacional é realizado, entre outros, por meio da Taxa de Filtração e Taxa de Expansão de Filtros. O Jar-Test é cobrado pela Cesan como controle operacional, mas nem sempre é realizado com frequência diária pelos operadores A Quadro 9.3 apresenta o significado de alguns parâmetros que são analisados para atendimento a Portaria MS nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde – Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano. Quadro 9.3- Significado de alguns parâmetros analisados no controle de qualidade de água. PARÂMETROS TURBIDEZ COR APARENTE SIGNIFICADOS Característica que indica o grau de transparência da água. Característica que mede o grau de coloração da água. PARÂMETROS CLORO RESIDUAL LIVRE SIGNIFICADOS Indica a quantidade de cloro presente na rede de distribuição, adicionado no processo de desinfecção da água. Indica o quanto a água é ácida (pH baixo) ou alcalina (pH alto). pH É importante parâmetro para o tratamento da água e a manutenção de boas condições de canalização. Indica presença de bactérias na água e, não necessariamente, representa problemas para a saúde. A legislação permite a COLIFORMES TOTAIS presença de Coliformes totais em função da população abastecida. Até 20.000 hab. só é admitido a presença de Coliformes Totais (CT) em apenas 1 (uma) amostra entre todas coletadas no mês. Indicador ESCHERICHIA COLI microbiológico utilizado para medir eventual contaminação de água por material fecal que pode ou não vir a veicular microorganismos que afetam a saúde do homem. Fonte: CESAN De acordo com o Art. 40º da Portaria MS nº 2914/2011 os responsáveis pelo controle da qualidade da água de sistemas ou soluções alternativas coletivas de abastecimento de água para consumo humano, supridos por manancial superficial e subterrâneo, devem coletar amostras semestrais da água bruta, no ponto de captação, para análise de acordo com os parâmetros exigidos nas legislações específicas, com a finalidade de avaliação de risco à saúde humana. A quantidade total e média dos resultados das análises da água tratada na rede de distribuição para atender a Portaria nº 2914/2011, bem como relatórios anuais por município são sistematicamente disponibilizados no site da CESAN www.cesan.com.br. 9.1.7.1Índice de Qualidade da Água - IQA Para garantir a qualidade da água distribuída a CESAN mantém um laboratório junto a estação de tratamento, no qual é realizado um serviço de monitoramento diário da água por ela distribuída através dos parâmetros de turbidez, cor, pH, cloro e flúor. A Cesan monitora as condições dos mananciais de onde obtém a água, ou seja, no ponto de captação. São feitas coletas sistemáticas e análises das propriedades físico-químicas, bacteriológicas e hidrobiológicas. Esse trabalho permite que a empresa decida sobre qual a melhor condição operacional para o tratamento da água. O monitoramento também é feito durante o tratamento e no decorrer de todo o processo de distribuição. Isso garante a distribuição de água de qualidade. Com o objetivo de se determinar o percentual de conformidade dos resultados analíticos para os parâmetros cor, turbidez, cloro residual, flúor e coliformes totais é realizado o cálculo do Índice de Qualidade da Água Distribuída, onde o número total das análises referenciadas anteriormente é dividido pelo total de amostras que atenderam aos padrões estabelecidos na Portaria nº 2914/ 2011. O percentual obtido é comparado com as faixas apresentadas na Quadro 9.4 permitindo a classificação do IQA. Quadro 9.4- Faixas de classificação para o IQA adotado pela CESAN. FAIXAS DO ÍNDICE DE QUALIDADE – IQA Classificação Faixa (%) Excelente Acima de 96 % de todas as análises aceitáveis Bom Entre 90% e 95,99% de todas as análises aceitáveis Aceitável Entre 85% e 89,99% de todas as análises aceitáveis Ruim Entre 70% e 84,99% de todas as análises aceitáveis Muito Ruim Menor 70% de todas as análises aceitáveis Fonte: BIRD/CESAN O IQA é um indicador de controle de qualidade que foi implantado por sugestão do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). 9.1.7.2VIGIAGUA É um Programa Municipal de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano que tem como objetivo realizar a vigilância da qualidade da água para consumo humano no Município (de todos os Sistemas de Abastecimento de Água), bem como detectar situações de risco à saúde relacionadas ao seu consumo. O Programa está pactuado entre as esferas federal, estadual e municipal, e sua atuação está embasada na Portaria MS nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011 (republicada em 4 de janeiro de 2012), do Ministério da Saúde, que define o padrão de potabilidade da água para consumo humano no país. A Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA), por meio da Gerência de Vigilância em Saúde Ambiental (GVISAM), e do Programa VIGIAGUA realiza as seguintes ações: - Monitorar a qualidade da água fornecida pelo Sistema de Abastecimento Público e Soluções Alternativas Coletivas, realizando coletas e análises mensais de amostras de água; - Acompanhar e avaliar as análises de água de controle realizadas pela Concessionária de Abastecimento de Água (CESAN) e pelos responsáveis pelas Soluções Alternativas Coletivas; - Realizar inspeções no Sistema de Abastecimento e nas Soluções Alternativas; e - Conceder e acompanhar os cadastros do Sistema de Abastecimento e de Soluções Alternativas. Em Venda Nova do Imigrante o VIGIAGUA funciona dentro da Vigilância Sanitária e atua no município realizando o monitoramento em pontos com representatividade a nível de abrangência de bairros. Segundo o responsável pela vigilância da qualidade da água no município esta metodologia irá mudar e passará a atender à pontos estratégicos como escolas, hospital, postos de saúde, na rede de distribuição da Cesan, ou em casos de investigação de surtos e pedido de análise de sistemas individuais. O município tem direito a dez amostras ao mês, onde as amostras são distribuídas entres estes pontos e enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo, que faz parte da Rede Nacional de Laboratórios e é uma unidade pública vinculada à Secretaria da Saúde do Estado do Espírito Santo - SESA/ES e subordinada diretamente a Gerência Estratégica de Vigilância em Saúde – GEVS. O Plano de Amostragem é um instrumento que permite ao gestor do programa organizar as amostras através de um resumo quantitativo dos parâmetros a serem monitorados, localidades e pontos específicos. O atual Plano de Amostragem do município está descrito no Quadro 9.5. Quadro 9.5- Plano de amostragem do VIGIAGUA de Venda Nova do Imigrante. MUNICÍPIO: VENDA NOVA DO IMIGRANTE / ES Ponto de Coleta Localidade Análise Origem Ponto de Coleta \ SIST Hidrômetro Sim SIST Hidrômetro Camargo \ SIST Hidrômetro São Miguel Sim SIST Hidrômetro Santa Cruz \ SIST Hidrômetro Vila da Mata Sim SIST Hidrômetro Providência \ SIST Hidrômetro Tapera Sim SIST Hidrômetro Minete Sim SIST Hidrômetro \ SIST Hidrômetro de Flúor AMA - Vila Betânea Vila Betânea Vila Betânea Creche Vovó Elvira São João de Viçosa São João de Viçosa Pró-rural Camargo Márcio Pimenta São Miguel Supermercado Nutribem Santa Cruz Jailma Lúcia Vila da Mata Serralheria do Falqueto Providência Núbia Barcelos Tapera Unidade Sanitária Minete Otílio Breda Vicente Zandonadi Vicente Zandonadi 9.2 DOMÍNIO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS (UNIÃO OU ESTADOS) Bacia Hidrográfica é a área de drenagem de um curso d’água, de tal forma que toda vazão efluente seja descarregada através uma só saída, na porção mais baixa de seu contorno. A declividade das montanhas, dos montes e das colinas orienta o sentido e a direção das águas, determinando assim os limites de uma bacia hidrográfica Considera-se como região hidrográfica o espaço territorial brasileiro compreendido por uma bacia, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas com características naturais, sociais e econômicas homogêneas ou similares, com vistas a orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos. Dessa forma, o Estado do Espírito Santo encontra-se dividido oficialmente em 12 Unidades Administrativas de Recursos Hídricos. O domínio das águas do município de Venda Nova do Imigrante estão sobre domínio do estado. Pois segundo o parágrafo único do regimento interno do Comitê de Bacia do Itapemirim os limites são: A Bacia Hidrográfica do Rio Itapemirim é delimitada pela sua área de drenagem, com início no Rio Braço Norte Direito, no município de Ibitirama, e no Rio Braço Norte Esquerdo, no município de Muniz Freire. A partir da junção desses dois rios, no município de Alegre, recebe o nome de Rio Itapemirim. Tem como principais tributários o rio Castelo e o rio Muqui do Norte e deságua no Oceano Atläntico no município de Marataizes, neste Estado, locada em escala 1:50.000, nos respectivos pontos de coordenadas UTM E =208.272 e N = 7.737.696, E =246.967 e N =7.759.408, E =238.749 e N = 7.708.782 e E =312.310 e N = 7.676.233, em unidade métrica, no Sistema de Projeção UTM (Universal Transversa de Mercator), zona 24 K e datum horizontal SAD 69. 9.3 ATUAÇÃO DE COMITÊS E AGÊNCIAS DE BACIA O município de Venda Nova do imigrante está inserido na Bacia do Itapemirim. Esta Região Hidrográfica tem como rio principal o Rio Itapemirim, com vazão média de 94.709 l/s e extensão de 135,44 km a partir da confluência de dois rios, o Braço Norte Esquerdo, com 83,28 km e o Braço Norte Direito, com 70,95 km. Sua foz se localiza no município de Itapemirim e seus principais afluentes são os Rios Castelo, Muqui do Norte, Braço Norte Direito, Fruteiras, Pardo, São João de Viçosa, Caxixe, Prata, Alegre, Pardinho, Monte Alverne, Pedra Roxa e Pedregulho. A Bacia Hidrográfica do Rio Itapemirim ocupa uma área de aproximadamente 5.919,5 km², abrangendo os municípios de Alegre, Atílio Vivacqua, Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Conceição do Castelo, Ibitirama, Jerônimo Monteiro, Marataízes, Muniz Freire, e Venda Nova do Imigrante em sua totalidade, além de abranger parcialmente os municípios de Ibatiba, Iúna, Irupi, Muqui, Itapemirim, Marataízes, Presidente Kennedy e Vargem Alta. Segundo a divisão de bacias pela metodologia de Otto Pfafstetter, a Bacia do Rio Itapemirim é delimitada como de nível 4, possuindo a codificação 7716. O município tem como representante no Comitê de Bacia Hidrográfica do Itapemirim a Secretária de Meio Ambiente Sabrina Silva Zandonade e Jailson Corrêa da Silva. 9.3.1 Disponibilidade de recursos financeiros por parte dos comitês e agências de bacias para investimentos em saneamento básico Não há por parte do Comitê de Bacia Hidrográfica do Itapemirim disponibilidade de recursos financeiros para investimento em saneamento básico. 9.4 ENQUADRAMENTO DOS CORPOS D’ÁGUA O enquadramento pretende estabelecer o nível de qualidade (classe) a ser alcançado ou mantido ao longo em um segmento de corpo d’água, ao longo do tempo. Portanto, o enquadramento é um instrumento de planejamento para garantir a qualidade de um segmento do corpo d’água correspondente à classe de uso em que este foi enquadrado. O enquadramento representa, indiretamente, um mecanismo de controle do uso e de ocupação do solo, já que restringe a implantação de empreendimentos cujos usos não consigam manter a qualidade de água na classe em que o corpo fora enquadrado. Além de sua importância no processo de controle da poluição das águas, o enquadramento também é referência para os demais instrumentos de gestão de recursos hídricos (outorga, cobrança, planos de bacia) e instrumentos de gestão ambiental (licenciamento, monitoramento) (ANA, 2007). Apesar da importância do enquadramento dos corpos d’águas, até o momento, a Bacia Hidrográfica do Rio Itapemirim não possui enquadramento. 9.5 IMPLEMENTAÇÃO DA OUTORGA E COBRANÇA PELO USO A outorga é um instrumento necessário para o gerenciamento dos recursos hídricos, pois permite o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água, possibilitando uma distribuição mais justa e equilibrada desse recurso. Através da outorga também é possível garantir o efetivo exercício dos direitos de acesso aos recursos hídricos por parte dos usuários interessados. É, também, um instrumento importante para minimizar os conflitos entre os diversos setores usuários. O direito de uso da água não significa que o usuário seja o proprietário da mesma ou que ocorra alienação desse recurso. Portanto, a outorga poderá ser suspensa, parcial ou totalmente, em casos de escassez ou de não cumprimento pelo outorgado dos termos de outorga previstos nas regulamentações, ou por necessidade premente de se atenderem os usos prioritários e de interesse coletivo. Compete ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - IEMA outorgar o direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de domínio estadual. São de domínio estadual as águas subterrâneas e as águas superficiais dos cursos de água que escoam desde sua nascente até a foz passando apenas por um estado. Compete à Agência Nacional de Águas – ANA, outorgar o direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de domínio da União. São de domínio da União às águas dos rios e lagos que banham mais de um estado, fazem limite entre estados ou entre o território do Brasil e o de um país vizinho. As modalidades de Outorga são: Concessão: destinada à pessoa jurídica quando o uso do recurso hídrico se destinar à finalidade de utilidade pública. Prazo máximo de vigência: 12 anos. Autorização: destinada à pessoa jurídica ou física quando o uso do recurso hídrico não se destinar à finalidade de utilidade pública. Prazo máximo de vigência: 6 anos. Permissão: destinada à pessoa jurídica ou física sem destinação de uso com finalidade de utilidade pública e que produzam efeito insignificante no corpo de água. Prazo máximo de vigência: 2 anos. De acordo com a Lei Estadual nº 5.818/98, de 29 de dezembro de 1998, estão sujeitos a outorga os seguintes usos de recursos hídricos: Captação de água superficial; Captação de água de aquífero subterrâneo; Lançamento de efluentes em corpo de água; Barramentos em cursos de água com e sem captação;Uso de água em empreendimentos de aquicultura; Aproveitamentos hidrelétricos; e outras interferências que alterem o regime, a qualidade ou quantidade das águas. O IEMA já dá outorga para alguns usos e interferências, estas estão descritas a seguir: - Na Instrução Normativa IEMA nº 019 de 04 de outubro de 2005 foram estabelecidos critérios técnicos referentes à outorga de direito de uso de recursos hídricos para os seguintes usos: Captação de águas superficiais em rios, córregos, lagoas, etc; e Barramentos em cursos de água; - Na Instrução Normativa IEMA nº 007 de 21 de junho de 2006 foram estabelecidos critérios técnicos referentes à outorga para diluição de efluentes em corpos de água. - Na Instrução Normativa IEMA nº 008 de 10 de julho de 2007 foram estabelecidos os procedimentos administrativos e critérios técnicos referentes à Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica e Outorga de Direito Uso de Recursos Hídricos para aproveitamentos hidrelétricos. No entanto, o IEMA ainda não emite outorga para uso de águas subterrâneas e para interferência que não alteram o regime de vazões dos corpos de água, tendo em vista que os critérios técnicos para tais usos serão estabelecidos em Instrução Normativa específica, conforme art.10 e 13-A da Instrução Normativa IEMA nº 019, de 04 de outubro de 2005 Existem usos, ainda, que independem de outorga, que são os usos em corpos de água superficiais definidos como insignificantes pela Resolução Normativa nº 017, de 13 de março de 2007, estes estão dispensados de outorga, conforme estabelecido na Lei Estadual nº 5.818, de 29 de dezembro de 1998, mas deverão, obrigatoriamente, ser cadastradas junto ao IEMA e estão sujeitos a fiscalização. São definidos como insignificantes os seguintes usos: - As derivações e captações em corpos de águas superficiais, por usuário em um mesmo corpo de água, cujas vazões captadas sejam iguais ou inferiores a 1,5 (um vírgula cinco) l/s, limitadas a um volume máximo diário de 43.200 (quarenta e três mil e duzentos) litros; - As acumulações superficiais, por usuário em um mesmo curso de água, com volume máximo de 10.000 (dez mil) m3, desde que respeitados os valores estabelecidos no inciso I; - As derivações e captações em corpos de água superficiais, por usuário em um mesmo corpo de água, para o atendimento a pequenos núcleos populacionais, cujas vazões captadas sejam iguais ou inferiores a 1,5 (um vírgula cinco) I/s. - Os lançamentos de efluentes em corpos de água superficiais, por usuário em um mesmo corpo de água, com exceção dos lagos e reservatórios, e a montante desses, cujas concentrações de DBO sejam iguais ou inferiores às concentrações de referência estabelecidas para as respectivas classes de enquadramento dos corpos receptores, em consonância com a Resolução CONAMA nº 357/05. Os usos itinerantes, referentes a captações esporádicas realizadas durante o período máximo de 30 (trinta) dias. A Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos é um dos instrumentos de gestão da Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei nº 9.433/97, e tem como objetivos: i) ii) dar ao usuário incentivar uma o indicação uso do racional real valor da da água; água; e iii) obter recursos financeiros para recuperação das bacias hidrográficas do País. A Cobrança não é um imposto, mas uma remuneração pelo uso de um bem público, cujo preço é fixado a partir de um pacto entre os usuários da água, a sociedade civil e o poder público no âmbito dos Comitês de Bacia Hidrográfica – CBHs, a quem a Legislação Brasileira estabelece a competência de pactuar e propor ao respectivo Conselho de Recursos Hídricos os mecanismos e valores de Cobrança a serem adotados na sua área de atuação. Além disso, a legislação estabelece uma destinação específica para os recursos arrecadados: a recuperação das bacias hidrográficas em que são gerados. Compete à Agência Nacional de Águas - ANA, criada pela Lei nº 9.984/00, arrecadar e repassar os valores arrecadados à Agência de Água da bacia, ou à entidade delegatária de funções de Agência de Água, conforme determina a Lei nº 10.881/04. As Agências de Água da bacia ou entidade delegatária de suas funções é instituída mediante solicitação do CBH e autorização do CNRH, cabendo a ela desembolsar os recursos arrecadados com a Cobrança nas ações previstas no Plano de Recursos Hídricos da bacia e conforme as diretrizes estabelecidas no plano de aplicação, ambos aprovados pelo CBH. A Bacia Hidrográfica do Rio Itapemirim não possui um plano de Bacia e por isso não ha cobrança pelo uso das águas. No entanto, é importante que o manancial utilizado pelo município seja estudado e avaliado quanto a capacidade hídrica e disponibiliadade para o abastecimento considerando a demanda atual e futura para um período de 20 anos. 9.6 INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS Os conflitos existentes e potenciais resumem-se na necessidade da preservação dos rios para a obtenção de água potável frente à existência das atividades poluidoras relatadas. As precipitações na bacia são variáveis ao longo de seu curso, sendo menores na faixa litorânea, entre 1.020 e 1.240 mm anuais, ocasionando déficit hídrico na região. Na região da serra do Caparaó, cujo ponto culminante atinge 2.891,98 m de altitude (Pico da Bandeira) a precipitação aumenta um pouco, em torno de 1.570 mm anuais. As principais Unidades de Conservação são: Parque Estadual de Cachoeira da Fumaça, Parque Natural Municipal de Itabira, Reserva Florestal Cachoeira do Rio Pardo, Parque Estadual Mata das Flores, Parque Estadual de Forno Grande, Parque Municipal Roberto Carlos, Parque Nacional do Caparaó, Monte Agha, APA (Área de Proteção Ambiental) Guanandy, Monumento Natural O frade e a Freira, Gruta do Limoeiro, RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Fazenda Boa Esperança, Floresta Nacional de Pacotuba, RPPN Fazenda do Cafundó, Córrego do Sumidouro. Os projetos de preservação inseridos na Bacia do Itapemirim são: - Programa Reflorestar: é um Programa Estadual de Ampliação da Cobertura Vegetal que visa ampliar a área de Mata Atlântica no Estado em 30 mil hectares até 2014. É uma iniciativa governamental, cujo desenvolvimento foi iniciado no ano de 2011, fruto do alinhamento da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEAMA) e da Secretaria Estadual de Agricultura, Aquicultura e Pesca (SEAG). A meta do programa consiste em ampliar a cobertura florestal do estado do Espírito Santo em 230 mil hectares até 2025, conforme metas almejadas pelo governo em seu Plano de Desenvolvimento 2025. - Produtor de Águas: é uma iniciativa da ANA que tem como objetivo a redução da erosão e assoreamento dos mananciais nas áreas rurais. O programa, de adesão voluntária, prevê o apoio técnico e financeiro à execução de ações de conservação da água e do solo, como, por exemplo, a construção de terraços e bacias de infiltração, a readequação de estradas vicinais, a recuperação e proteção de nascentes, o reflorestamento de áreas de proteção permanente e reserva legal, o saneamento ambiental, etc. Prevê também o pagamento de incentivos (ou uma espécie de compensação financeira) aos produtores rurais que, comprovadamente contribuem para a proteção e recuperação de mananciais, gerando benefícios para a bacia e a população. - FUNDÁGUA: foi criado pela Lei Estadual n.º 8.960/2008 e alterada pela Lei Estadual n.º 9.866/2012. O Fundo é destinado à captação e à aplicação de recursos, como um dos instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos e para viabilizar a manutenção e recuperação da cobertura florestal do Estado, de modo a dar suporte financeiro e auxiliar a implementação destes objetivos, vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEAMA. 9.7 IDENTIFICAÇÃO DE RELAÇÕES DE DEPENDÊNCIA ENTRE A SOCIEDADE LOCAL E OS RECURSOS AMBIENTAIS, INCLUINDO O USO DA ÁGUA Na Bacia do Itapemirim a economia se baseia fortemente na extração e beneficiamento de mármore e granito; no entanto também encontramos indústrias alcooleiras e produção agropecuária, além de frigoríficos e cooperativas de derivados do leite. No município de venda Nova do Imigrante a economia tem nas atividades agropecuárias sua principal base de sustentação. Sendo estas atividades realizadas, em sua maioria, em propriedades de base familiar, onde o uso da água se restringe a irrigação. As atividades rurais não agrícolas, principalmente as agroindústrias e o agroturismo, merecem destaque pela sua importância como fonte agregadora de valor para a agricultura familiar do município. Possui, também, um comércio bastante desenvolvido e uma rede de serviços diversificados que já começam a fazer de VNI o pólo central da região centro serrano do Espírito Santo. A indústria é pouco desenvolvida e resume-se quase que exclusivamente à produção primária (produtos caseiros) para o consumo local e para os turistas. 9.8 INDICADORES OPERACIONAIS, ECONÔMICO- FINANCEIROS, ADMINISTRATIVOS O SAA apresenta produção média de 26,5 l/s para 24 horas de funcionamento. (CESAN, 2013). O sistema começou a operar em Julho de 1975 com uma vazão de projeto de 12,5 l/s, no entanto sofreu uma ampliação durante os anos de 2006 e 2007, o que aumentou a capacidade de tratamento da ETA, para uma vazão de projeto de 31,6 l/s. O índice de micromedição no município é de 100% (CESAN, 2013). O Quadro 9.6 a seguir retrata as principais unidades do SAA de Venda Nova do Imigrante sob competência da CESAN: Quadro 9.6- Resumo do SAA da Sede de VNI. População Urbana Total (projetada) 14.570 habitantes População Urbana Abastecida 11.491 habitantes Indice de Atendimento 79% Habitantes por ligação 3,5 hab/lig. Habitantes por economia 2,6 hab/econ. Consumo por ligação 17,4 m³/lig. Consumo por economia 12,7 m³/econ. Consumo per capita total 152 L/hab/dia Número de ligações totais 3.307 unidade Número de economias Totais 4.600 unidade Volume produzido 67.941 m³ Volume aduzido 73.091 m³ Perdas na produção 7 Volume micromedido 54.856 m³ Volume faturado Índice de Perdas na distribuição (média 12 meses) Índice de Hidrometração 62.825 m³ Captação e Manancial Rio São João de Viçosa e Córrego Bananeiras ETA 01 unid. (31,6 l/s) Reservatórios 05 unid. (1.150 m³) para abastecimento 04 unid. de água tratada, sendo 03 na rede de distribuição e 01 na ETA 48.645 m Elevatórias Redes 25% 100% * Mês de referência: jul/2014 Fonte: CESAN 9.9 PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS EMSAA 9.9.1 Planos Programas e Projetos Finalizados Em 2006 e 2007 o SAA de Venda Nova do Imigrante foi contemplado com obras de adequação das unidades, que ampliaram a capacidade de tratamento da ETA de 25 l/s para 31,60 l/s, entre outras melhorias no sistema de distribuição de água citadas abaixo, melhorando assim o desempenho do sistema de abastecimento de água local (CESAN, 2013). Existe ainda uma demanda de Investimento no curto prazo para atender a localidade de Alto Caxixe com abastecimento de água, a execução das obras previstas para 2012/2013 está sendo executada pelo Município com aporte de recursos do governo federal conforme quadro a seguir. Para atender a localidade de Alto Caxixe após a conclusão da obra que está sendo executada pelo Município a CESAN deverá aumentar o tempo de operação da ETA de Aracê de 13 horas/dia para 24 horas/dia. Quadro 9.7- Investimentos realizados. Ano 2012/ 2013 2015/ 2016 Descrição Construção de: 5.900m de adutora de água tratada DN 150mm em F°F°; reservatório de 500m³; EEAT; 12.000m de rede de distribuição e ligações prediais para 510 economias. Ampliar a ETA de Aracê de 8,0 l/s para 20,5 l/s, objetivando atender a demanda da localidade de Alto Caxixe. Total Valor Previsto (R$) 1.600.000,00 2.200.000,00 3.800.000,00 Fonte: (CESAN, 2013). 9.9.2 Planos Programas e Projetos em Desenvolvimento Além dos investimentos realizados e previstos no curto prazo, será necessária a ampliação da Adutora de Água Bruta (AAB) Bananeiras e também da Estação de Tratamento de Água (ETA) da sede. Em seguida também será necessária a ampliação da reservação e da Estação Elevatória de Água Tratada (EEAT) que atenderá esse novo centro de reservação. Todas essas intervenções junto ao SAA de Venda Nova serão necessárias para atender a demanda que será gerada pelo crescimento da população (CESAN, 2013). Quadro 9.8 – Investimentos em desenvolvimento. Ano 2020/2021 2022/2023 2026 Descrição Construção de 4.000 m de adutora de água bruta (Bananeiras) em Ferro Fundido (F°F°) DN 250mm. Ampliação de todas as unidades de tratamento da ETA, de modo que a vazão de projeto passe de 31,6 l/s para 50 l/s, bem como implantação de novas unidades para tratamento de lodo e melhorias físicas na parte civil já existente. Construção de reservatório de 500 m³; Redimensionamento da EEAT. Total Fonte: (CESAN, 2013) Valor Previsto (R$) 1.400.000,00 2.000.000,00 500.000,00 100.000,00 4.000.000,00 9.10 ESTUDO DE DEMANDA SAA 9.10.1 Avaliação da Demanda Atual Na ETA, foi realizada a implantação de 01(um) decantador semelhante aos existentes e a ampliação do tanque de contato (tratamento convencional). No sistema de reservação, foram implantados 02 (dois) reservatórios, sendo 01 (um) Reservatório Semi-Enterrado de 250 m³ na área da ETA e 01 (um) Reservatório Apoiado de 500 m³ acima da área da ETA. Foram implantados ainda 9.630 metros de redes de distribuição sob vias públicas e faixas de servidões, sendo 363 metros com DN 200mm em tubulação em DEFOFO, 8.839 metros com DN150mm em tubulação em DEFOFO, 266 metros com DN50mm em tubulação em PVC e 162 metros com DN100mm em tubulação em PVC. Para melhorar o abastecimento das partes altas, foi implantada uma elevatória de água tratada com vazão de 17 l/s, potência de 15 CV e altura manométrica de 31,4 mca. A ETA encontra-se operando com uma vazão média mensal de 33,04 l/s (Agosto/10), vazão está acima da vazão projetada que é de 31,6 l/s. Essa pequena diferença não tem trazido problemas operacionais ou dificuldades ao tratamento, pois segundo informações do Pólo de Venda Nova, a ETA atual consegue tratar até 35 l/s, desde que a água esteja em condições normais. Nos últimos meses, a ETA tem trabalhado em regime de escala de 18 horas, porem vale ressaltar que a escala normal de operação é de 24 horas. Essa alteração foi possível, pois em temporadas mais frias o consumo de água reduz, fato que permitiu a redução do tempo de operação da ETA e é por esse fato que a vazão média mensal da ETA está um pouco acima da vazão de projeto. Assim que a escala normal for retomada a vazão média mensal cairá, o que permitirá a ETA operar com uma vazão de produção menor. (CESAN, 2013). 9.10.2 Projeção da Demanda A demanda residencial padrão de água, é estimada em 150 l/hab.dia com base nos dados fornecidos pela CESAN – Companhia Espírito Santense de Saneamento(CESAN, 2013). Foram adotados os seguintes parâmetros: Consumo per capta de água: 150 l/hab.dia Coeficiente do dia de maior consumo (K1): 1,2 Coeficiente da hora de maior consumo (K2): 1,5 Coeficiente de retorno de esgoto (K3): 0,80 Perdas na produção (ETA): 5% Perdas na distribuição: (Variando de 24 a 20% conforme Quadro 5) Horas de funcionamento da ETA: 24 horas Taxa de infiltração: 0,0001 l/s.m Para a projeção populacional deste Plano Municipal de Saneamento Básico PMSB tomou-se por base os dados publicados pelo IBGE relativos ao CENSO de 2000, Contagem Populacional em 2007 e primeiros resultados do CENSO de 2010, para a sede do Município e para a localidade de Alto Caxixe. Nas informações referentes à Venda Nova do Imigrante – Sede, estão incluídos os distritos de Bicuíba e São João de Viçosa. ► CENSO 2000: População Total = 16.165 Hab; População Urbana = 9.912 Hab; População Rural = 6.253 Hab. ►Contagem Populacional em 2007 Taxa de Ocupação = 0,8975; Habitantes por Domicílio = 3,52. ►Primeiros Resultados Publicados no Site do IBGE para o CENSO 2010 População Total = 20.447 Hab. População Rural = 5.638 Hab. População Urbana = 14.809 Hab. (Sede do Município, incluído os bairros de São João de Viçosa e Bicuíba, e Alto Caxixe). ► Foi adotado para projeção a partir de 2010: Taxa de crescimento da População Total de 2000 a 2010 = 2,377705 % aa; Tabela 9.10- Projeção de Demanda de Vazão do SAA da Sede. N° Ano Ano Pop. Urbana (Hab.) Demanda Média (L/s) 0 0 0 0 1 2 3 4 5 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 14.809 15.416 16.047 16.705 17.389 18.101 18.843 19.615 20.418 27,0 28,1 29,3 30,5 31,7 33,0 34,3 35,8 37,2 N° Ano Ano Pop. Urbana (Hab.) Demanda Média (L/s) 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 21.255 22.125 23.032 23.975 24.957 25.980 27.044 28.152 29.305 30.506 31.755 33.056 34.411 35.820 37.288 38.815 40.405 42.060 43.783 45.577 38,7 40,3 42,0 43,7 45,5 47,4 49,3 51,3 53,4 55,6 57,9 60,3 62,7 65,3 68,0 70,8 73,7 76,7 79,8 83,1 26 27 28 29 30 2039 2040 2041 2042 2043 47.444 49.388 51.411 53.517 55.709 86,5 90,0 93,7 97,6 101,6 OBS01.: As projeções de demanda média de vazão acima foram feitas levando-se em conta o atendimento de 100% da população urbana e 24 horas de operação. OBS02.: As projeções de demanda média de vazão não consideraram K1, K2 e perdas na distribuição. No curto prazo, serão realizados investimentos para atender a demanda gerada pelo crescimento vegetativo (CESAN, 2013). Além dos investimentos realizados e previstos no curto prazo, será necessária a ampliação da Adutora de Água Bruta (AAB) Bananeiras e também da Estação de Tratamento de Água (ETA) da sede. Em seguida também será necessária a ampliação da reservação e da Estação Elevatória de Água Tratada (EEAT) que atenderá esse novo centro de reservação. Todas essas intervenções junto ao SAA de Venda Nova serão necessárias para atender a demanda que será gerada pelo crescimento da população(CESAN, 2013). 9.11 ESTUDO DE PERDAS SAA Em um Sistema de Abastecimento de Água (SAA), desde a retirada da água do rio até a chegada à casa do cliente, ocorrem perdas de água que correspondem aos volumes não contabilizados. Assim, a perda de água é a diferença entre a água que é produzida e o consumo autorizado. Diversos custos estão associados às perdas de água, são eles: o custo direto de produção de água perdida, o custo de interrupção do abastecimento e da eliminação dos vazamentos (custos diretos e danos de imagem da Companhia), custos sociais pela interrupção do abastecimento, o custo associado ao risco de contaminação, e os custos ambientais de utilização ineficiente de água e energia. As perdas de água podem ser de diferentes tipos, podendo ser classificadas em perda física ou real e perda não física ou aparente, também classificadas como perda operacional e perda comercial, respectivamente. As perdas físicas, que representam a parcela não consumida, e as perdas não físicas, que correspondem à água consumida e não registrada. As perdas físicas originam-se de vazamento no sistema, envolvendo a captação, a adução de água bruta, o tratamento, a reservação, a adução de água tratada e a distribuição, além de procedimentos operacionais como lavagem de filtros e descargas na rede, quando estes provocam consumos superiores ao estritamente necessário para operação. O controle das perdas físicas pode ser realizado por meio da implementação das seguintes ações: Controle ativo de vazamentos; Agilidade e qualidade na eliminação do vazamento; Controle das pressões e reabilitação da infraestrutura. As perdas não físicas originam-se de ligações clandestinas ou não cadastradas, hidrômetros parados, fraudes em hidrômetros e outras. São também conhecidas como perdas de faturamento, uma vez que seu principal indicador é a relação entre o volume disponibilizado e o volume faturado. As perdas aparentes podem ser minimizadas através das seguintes ações: Inspecionar periodicamente as ligações evitando que estas tenham consumo não autorizado; Impedir o acesso de pessoas não autorizadas aos hidrantes e tomadas de carro pipa; Instalar e realizar manutenção de hidrômetros. 9.11.1 Balanço Hídrico As melhores práticas do processo de controle e redução de Perdas de Água, consolidadas em metodologia de âmbito mundial, direcionam as principais atividades básicas na redução das perdas de água para a correta medição e quantificação dos volumes de água que compõem o Balanço Hídrico e dos parâmetros necessários para o cálculo dos indicadores de desempenho. O balanço hídrico consiste numa contabilização, o mais rigorosa possível, de todos os volumes de água de um sistema e é um instrumento indispensável na avaliação das perdas de água. As parcelas de perdas que contribuem para o subfaturamento são indicadas no modelo de balanço hídrico, conforme pode ser observado no Quadro 9.9. CONSUMO AUTORIZADO FATURADO CONSUMO AUTORIZADO NÃO FATURADO PERDAS NÃO FÍSICAS OU APARENTES FATURADO - MEDIDO FATURADO - ESTIMADO NÃO FATURADO - MEDIDO NÃO FATURADO - ESTIMADO CONSUMO NÃO AUTORIZADO ERROS DE MEDIÇÃO VAZAMENTOS- RAMAIS PERDAS FÍSICAS OU REAIS ÁGUA FATURADA VAZAMENTOS- REDES VAZAMENTOS EM RESERVATÓRIOS Fonte: CESAN ÁGUA NÃO FATURADA CONSUMO AUTORIZADO PERDAS DE ÁGUA VOLUME DISTRIBUIDO NO SETOR Quadro 9.9- Modelo de balanço hídrico de água. 9.11.2 Indicadores de Perdas O desempenho com relação às perdas tem sido acompanhado pelas empresas de saneamento através dos indicadores percentuais: Índice de Perdas na Distribuição (IPD) e Índice de Perdas de Faturamento (IPF). No entanto a International Water Association (IWA) não aconselha o uso deste indicador para a gestão de perdas. Apesar de ser de fácil compreensão, este não possibilita a comparação entre sistemas, localidades ou prestadores de serviço, além de não considerar as variações de características de um sistema para outro. Diante do exposto o indicador selecionado para acompanhamento das ações realizadas pela CESAN será o Índice de Perdas por Ligação (IPL), indicador recomendado pela IWA. Considerando que para acesso a recursos de investimentos em Programas do Ministério das Cidades é obrigatória a adimplência do Proponente junto ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, são apresentados a seguir os três indicadores de perdas contidos no referido Sistema que utilizam em suas fórmulas volumes anualizados, ou seja, representam a média dos dados dos últimos 12 meses. Os indicadores são descritos a seguir: Índice de Perda por Ligação (IPL): Índice de Perdas por Ligação (IPL) = Vol. Disponibilizado – Vol. Água de Serviço – Vol. Consumido (Nº Ligações ativas do mês + Nº Ligações ativas do mês do ano anterior) / 2 X 360 dias Índice de Perda na Distribuição (IPD): Índice de Perdas na Distribuição (IPD) = Vol. Disponibilizado – Vol. Água de Serviço – Vol. Consumido (Vol. Disponibilizado – Vol. Consumido) Índice de Perda de Faturamento (IPF): Índice de Perdas Vol. Disponibilizado – Vol. Água de Serviço – Vol. Faturado de Faturamento (Vol. Disponibilizado – Vol. Faturado) (IPF) = A fórmula de cálculo do Índice de Perdas por Ligação (IPL) segundo metodologia da IWA – International Water Association. Índice de Perdas por Ligação (IPL) = Vol. Disponibilizado – Vol. Água de Serviço – Vol. Consumido Média de ligações dos últimos 12 meses x 365 dias A seguir são apresentadas definições que constam no glossário do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS): Volume Disponibilizado: Volume anual de água disponível para consumo, compreendendo a água captada pelo prestador de serviços e a água bruta importada, ambas tratadas na(s) unidade(s) de tratamento do prestador de serviços, medido ou estimado na(s) saída(s) da(s) ETA(s). Volume Consumido: Volume anual de água consumido por todos os usuários, compreendendo o volume micromedido, o volume de consumo estimado para as ligações desprovidas de hidrômetro ou com hidrômetro parado e o volume de água tratada exportado. Volume Faturado: Volume anual de água debitado ao total de economias (medidas e não medidas), para fins de faturamento. Inclui o volume de água tratada exportado. Volume de água de serviço: Valor da soma dos volumes anuais de água usados para atividades operacionais e especiais, com o volume de água recuperado. Volume de água para atividades operacionais: Volume de água utilizado como insumo operacional para desinfecção de adutoras e redes, para testes hidráulicos de estanqueidade e para limpeza de reservatórios, de forma a assegurar o cumprimento das obrigações estatutárias do operador. Volume de água para atividades especiais: Volume de água utilizado para usos especiais, enquadrando-se nesta categoria, os consumos dos prédios próprios do operador, os volumes transportados por caminhõespipa, os consumidos pelo corpo de bombeiros, os abastecimentos realizados a título de suprimentos sociais, como para favelas e chafarizes, por exemplo, os usos para lavagem de ruas e rega de espaços verdes públicos, e os fornecimentos para obras públicas. Volume de água recuperado: Volume de água recuperado em decorrência da detecção de ligações clandestinas e fraudes, coincidência retroativa dentro do ano de referência. Informação estimada em função das características das ligações eliminadas, baseada nos dados de controle comercial (ganho recuperado e registrado com a aplicação de multas). 9.11.3 Perdas no SAA de venda nova do imigrante O índice de micromedição no município é de 100% (CESAN, 2013). A meta de perdas na distribuição (IPD) foi de 24% para Dezembro de 2013, percentual esse compatível com a meta almejada pela CESAN de maneira geral, levando-se em conta todos os seus sistemas. O objetivo é continuar reduzindo esses índices a cada ano, através de algumas ações, tais como: implantação de ações de caça vazamentos, substituição de trechos de redes antigas, substituição dos equipamentos de macromedição, substituição de hidrômetros antigos e rotinas de manutenção adequada (CESAN, 2013). Embora este Plano Municipal estabeleça metas para o índice de perdas de água na distribuição (IPD), a Companhia tem acompanhado outros indicadores de perdas tais como o índice de perdas no faturamento (IPF) e índice de perdas por ligação (IPL) (CESAN, 2013). Os sistemas de abastecimento de água do interior do estado do ES operados pela CESAN, inclusive o de Venda Nova do Imigrante, dispõe de equipes que trabalham exclusivamente sobre as perdas onde, além de acompanhar esses indicadores de perdas, definem ações que buscam reduzir cada vez mais esses números. Tomando-se como referência o mês de janeiro de 2010, com IPD igual a 25,7% (média anualizada), a meta traçada junto ao comitê é atingir 24% até o final de 2013 e assim reduzir conforme apresentado no Quadro 9.10 abaixo (CESAN, 2013). 9.10 - Projeção de redução de perdas do SAA da Sede Ano % de Perdas na Distribuição 9.11.4 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 24 23 22 21 21 20 20 Até 2043 20 Ações de Controle e Redução de Perdas Reduzir o índice de perdas a um nível considerado aceitável tem sido um dos objetivos da CESAN tendo em vista que esta atividade pode adiar ou eliminar a necessidade de aumento de produção de água, com reflexos diretos na eficiência operacional, na gestão econômico-financeira da Companhia de Saneamento e na utilização racional e eficiente dos recursos hídricos. Algumas ações são importantes no combate e controle de perdas, são elas: Complementação e Gerenciamento da Macromedição, Implantação da Setorização, Atualização e Manutenção do Cadastro Técnico, Controle de Pressão e de Nível de Reservatórios, Controle Ativo de Vazamento, Agilidade e Qualidade na Eliminação de Vazamentos, Gerenciamento da Infra-estrutura, Melhoria do Sistema Comercial, Gestão da Micromedição, Pesquisa e Retirada de Fraude, Regularização de Ligações Clandestinas, Vistorias em Ligações Inativas, Controle da Qualidade dos Materiais, Telemetria e Telecomando (Operação e Comercial), dentre outras ações complementares. Para tanto investimentos vem sendo realizados na implantação de ações e diretrizes previstas no Plano Diretor de Controle e Redução de Perdas da CESAN. Visando alcançar as metas estabelecidas no referido Plano o Quadro 9.11 mostra as ações que estão sendo desenvolvidas pela CESAN. Quadro 9.11- Ações desenvolvidas para redução de perdas. ATIVIDADES Ações Básicas Setorização Cadastro Técnico Macromedição Sistemas de Gestão Ações de Suporte Desenvolvimento de Recursos Humanos Telemetria e Telecomando do Sistema e de Grandes Clientes Gestão da Qualidade dos Materiais Ações de Combate a Perda Real Novos Critérios de Projetos de Engenharia e Obras Gerenciamento da Infraestrutura Controle Ativo de Vazamentos Controle de Pressão e de Nível de Reservatório Agilidade e Qualidade na Eliminação do Vazamento ATIVIDADES Ações de Combate a Perda Aparente Reduzir o Erro de Medição Melhoria do Sistema Comercial Universalização da Micromedição Regularizar as Ligações Clandestinas Pesquisa e Retirada de Fraude Vistoria em ligações inativas Ações de Combate a Perda na Produção 9.12 SITUAÇÃO DE IMÓVEIS A SEREM DESTINADOS PARA O USO DE UNIDADES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Os imóveis em que se situam ou que se pretende inserir unidades de abastecimento de água, para que possam ser plenamente utilizados para os fins pretendidos e vir a atender os interesses da coletividade, hão de ser declarados públicos. Desse modo, os imóveis particulares que se localizem em locais a serem utilizados para a instalação de unidades de abastecimento, como estações de tratamento de água, reservatórios de água tratada, adutoras de água bruta e/oude água tratada e eventuais elevatórias, hão de ser declarados de utilidade pública por meio de um Decreto Municipal, para que o bem imóvel seja desapropriado e o seu uso destinado à finalidade social pretendida. O instituto da desapropriação está previsto na Constituição Federal (art. 5º, XXIV, CF)3 e se trata do procedimento pelo qual o Poder Público, mediante prévia declaração de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, impõe a expropriação justificada de um bem particular, substituindo-o em seu patrimônio pela justa indenização. 3 Art. 5º, (...) XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade 261 pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; Este procedimento, regulado pelo Decreto-lei n.º 3.365/41, decorre da necessidade do Poder Público fazer uso de bens ou serviços privados para a satisfação de interesses coletivos, justificado pelas hipóteses descritas nas modalidades acima transcritas, que podem ser configuradas, nas palavras de Hely Lopes Meireles nas seguintes hipóteses: (1) utilidade pública: quando a transferência de bens de terceiros para a Administração é conveniente, embora não seja imprescindível; (2) necessidade pública: quando a Administração defronta situações de emergência, que, para serem resolvidas satisfatoriamente exigem a transferência urgente de bens de terceiros para o seu domínio e uso imediato; e (3) Interesse social: quando as circunstâncias impõem a distribuição ou o condicionamento da propriedade para seu melhor aproveitamento, utilização ou produtividade em benefício da coletividade, ou de categorias sociais merecedoras de amparo específico do Poder Público. Embora o Decreto-lei n.º 3.365/41 apenas faça menção expressa à utilidade pública, há de se registrar a sua aplicação subsidiária aos casos de necessidade pública e interesse social (art. 5º, Lei n.º 4.132/62), ressalvado o interesse social para fins de reforma agrária que possui regulamentação própria (Lei Complementar n.º 76/93 e Lei n.º 8.629/93). Essa aplicação decorre do fato de que os conceitos de necessidade pública e interesse social são abarcados pela utilidade pública, que é mais abrangente 4. Vale dizer, portanto, que as premissas básicas para que se efetive a desapropriação é a declaração de utilidade (art. 2º, do Decreto-Lei 3.365/41)5 e a prestação de justa e préviaindenização (art. 5º, XXIV, CF/88). O Decreto-lei n.º 3.365/41 ainda estabeleceu em seu art. 5º, um rol exemplificativo de hipóteses/finalidades de uso em que se reconhece a ocorrência de utilidade pública, quais sejam: a) a segurança nacional; 4 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 17. ed. rev., amp. e atual. Lumen Juris: Rio de Janeiro, 2007. p. 699. 262 5 Art. 2o Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios. b) a defesa do Estado; c) o socorro público em caso de calamidade; d) a salubridade pública; e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de meios de subsistência; f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia hidráulica; g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medicinais; h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos. Vê-se, portanto, a indubitável utilidade pública na instalação de unidades de abastecimento de água, a justificar a desapropriação de bens privados para este mister, bastando a sua declaração pela municipalidade (ou outro ente federado) e prestação prévia do valor correspondente à justa indenização. Via de regra a declaração é ato formal, dando-se, casualisticamente, via decreto do Poder Executivo. Desse modo, a declaração do interesse há de ser editada previamente pelo órgão executivo interessado (União, Estado ou Município). No município de Venda Nova do Imigrante foram promovidas três desapropriações para a instalação de unidades de abastecimento de água, todas promovidas no ano de 1998, nas localidades de São João de Viçosa, Bicuíba e Natividade de Viçosa/Camargo, atendendo aos requisitos legais descritos acima. Em São João de Viçosa, foi desapropriada uma faixa de terra de 909 m² (novecentos e nove metros quadrados), sem benfeitorias (matrícula n.º 1.666, RGI) por meio do Decreto n.º 675/98, que declarou aquela área como de interesse público para fins de abastecimento de água e sua transmissão efetuada pela escritura pública de 30 de março de 1998, lavrada no livro 07, fls. 63/64, do Cartório de Notas e Registro Civil da cidade de Venda Nova do Imigrante. Ato contínuo, o Decreto n.º 683/98, declarou como de utilidade pública o terreno constante da matrícula n.º 1.102, do Cartório de Registro Geral de Imóveis de Venda Nova do Imigrante (Bicuíba). Esta matrícula decorreu de um desmembramento promovido sobre o imóvel de matrícula n.º 1.101 para a construção de uma unidade de tratamento de esgoto naquela localidade. Os antigos proprietários foram devidamente indenizados e expropriados nos termos da sentença prolatada pelo Exmo. Juiz de Direito daquela comarca nos autos da Ação de Desapropriação tombada sob o n.º 322/98. Ainda naquele ano, foi lavrado o Decreto n.º 713/98, que declarou de utilidade pública o terreno constante da matricula n.º 756 do Cartório de Registro Geral de Imóveis de Venda Nova do Imigrante, localizado em Natividade de Viçosa e/ou Camargo para fins da desapropriação promovida em outubro de 1998 para a instalação de serviços e construção de obras de infraestrutura para abastecimento de água em favor da comunidade local. Portanto, observa-se que o Município de Venda Nova do Imigrante promoveu as desapropriações para fins de instalação de unidades operacionais de abastecimento de água e esgotamento sanitário em conformidade com os preceitos legais que regulamentam tal instituto, posto que declarou a utilidade pública dos terrenos de seu interesse por ato formal (Decreto Municipal) e prestou a justa e prévia indenização aos antigos proprietários, se fazendo constar a transmissão em seus respectivos registros imobiliários. Não obstante, para além da desapropriação, importante se faz a atenção para outros institutos jurídicos que possam se fazer aplicar em situações futuras. Um instrumento que possui forte relação com a questão de abastecimento de água é o instituto da servidão administrativa que pode vir a se fazer necessário durante a vigência deste Plano Municipal. O instituto da servidão administrativa consiste no direito real público que autoriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo. Com a sua declaração, o particular deixa de ter direitos dominiais exclusivos sobre a coisa (res), permitindo a intervenção do ente público para o atendimento das finalidades do gravame. Nesse caso, não há uma expropriação do particular, como é o caso da desapropriação, e sim uma autorização de intervenção em sua propriedade privada. Algumas hipóteses de servidão tratadas na legislação merecem destaque por terem relação direta com o uso de água, como é o caso das modalidades de (1) servidãode aqueduto, que confere ao seu titular o direito de canalizar água pelo prédio de outrem mediante prévia indenização (art. 1.293, do Código Civil e arts. 117/138 do Código de Águas) e da; (2) servidão em favor dos recursos hídricos, cujo tratamento dado pelo Novo Código Florestal (art. 5º, Lei n.º 12.651/12, alterada pela Lei n.º 12.727/12) buscou co-relacionar o uso dos recursos hídricos com o manejo e proteção das áreas de proteção ambiental, que têm função primordial para a sua conservação. Nesta hipótese, a implantação de reservatório de água artificial destinado ao abastecimento público demanda licenciamento ambiental, cabendo ao interessado adquirir, desapropriar ou instituir servidão administrativa das áreas de preservação permanente no seu entorno, nos termos da licença expedida, observando-se a faixa mínima de 30 metros e máxima de 100 metros em área rural e a faixa mínima de 15 metros e máxima de 30 metros em área urbana. Não obstante, outro ponto que merece destaque quando da verificação da regularidade dos imóveis em que se situam unidades de abastecimento de água é a observância acerca do atendimento às limitações de intervenção em áreas de preservação permanente e de reserva legal, estabelecidas no Código Florestal, bem como ao atendimento aos arts. 46 e 47, do SNUC (Lei n.º 9.985/00 - Sistema Nacional de Unidades de Conservação), que exigem a prévia aprovação do órgão gestor da unidade de conservação para que sejam instaladas redes de abastecimento de água, esgoto, energia e infra-estrutura urbana em geral dentro de unidades de conservação, cabendo ao órgão ou empresa responsável pelo abastecimento de água (beneficiário da proteção proporcionada pela Unidade de Consevação), contribuir financeiramente para a proteção e implementação daquela unidade. Em razão destas responsabilidades, fundamental se faz que o órgão público ou empresa concessionária interessados em se fazer instalar unidades de abastecimento de água tomem as devidas cautelas em relação aos imóveis. Desse modo, importante se faz a pesquisa da situação do bem junto ao Cartório de Registro Geral de Imóveis e, em havendo incompatibilidades fáticas, se fazer averbar tais fatos ao registro, posto que o mesmo deve se pautar segundo a primazia da realidade. Além disso, primordial se faz a verificação acerca da existência de gravames ou até mesmo autos de infração/processos administrativos e/ou judiciais que tenham por objeto a discussão acerca da violação de obrigações propter rem, como é o caso de danos ambientais. Isso porque, tais obrigações recaem sobre a pessoa por decorrência de sua relação enquanto proprietário de um bem, incidindo diretamente sobre o bem (coisa) e não à pessoa. Desse modo, em havendo a transferência do bem, transfere-se em conjunto todos os seus ônus, independentemente dessas obrigações terem origem anterior à transmissão do domínio, o que torna essencial a verificação de sua existência antes da assunção da titularidade do bem, sob pena de assumir a responsabilidade por sua regularização. 9.13 DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO A população em geral considera a água de boa qualidade, no entanto uma moradora de Vila Betânia relatou que mesmo filtrada não considera a água boa para beber devido ao gosto do cloro. Sobre a fonte de abastecimento, a maioria diz conhecera fonte e a consideram preservada. Através de uma escuta apurada às demandas apresentadas pela população de VNI fez-se possível apreender que no que se refere ao abastecimento de Água: faz-se necessário providenciar o abastecimento qualificado na região de Caxixe; e intensificar o controle da qualidade da água fornecida pelo PRÓ RURAL. 9.14 REFERÊNCIAS ANA – Agência Nacional de Águas. Atlas do abastecimento de água. 2010. Disponível em: http://www2.ana.gov.br/Paginas/default.aspx. Acessado em jul.2014. ANA – Agência Nacional de Águas. Panorama do enquadramento dos corpos d’água do Brasil, e, Panorama da qualidade das águas subterrâneas no Brasil. / coordenação geral, João Gilberto Lotufo Conejo ; coordenação executiva, Marcelo Pires da Costa, José Luiz Gomes Zoby. Brasília. 2007. 124 p. : il. (Caderno de Recursos Hídricos, 5). BRASIL. Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010. Regulamenta a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. BRASIL. Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. BRASIL. Ministério das Cidades. Guia para a elaboração de planos municipais de saneamento básico. Ministério das Cidades. – Brasília: MCidades, 2006. 2ª Edição, 2009. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da Qualidade da Água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. CESAN. Plano Municipal de Saneamento Básico: Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário.Companhia Espírito Santense de Saneamento - CESAN. Venda Nova do Imigrante. 2013 ESPÍRITO SANTO. Governo do Estado do Espírito Santo. Companhia Espírito Santense de Saneamento-CESAN. Relatório Empresarial 2010. ESPÍRITO SANTO. Governo do Estado do Espírito Santo. Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência técnica e Extensão Rural – Incaper. Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural PROATER 2011 – 2013. ESPÍRITO SANTO. Governo do Estado do Espírito Santo. Instituto Jones dos Santos Neves – IJSN. Perfil Municipal Venda Nova do Imigrante. FUNASA - FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Ministério da Saúde. Termo de Referência para Elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico e Procedimentos Relativos ao Convênio de Cooperação Técnica e Financeira da Fundação Nacional de Saúde. VERSÃO 2012. PMVNI – Prefeitura Municipal de Venda Nova do Imigrante. Termo de Referência paraElaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico de Venda Nova doImigrante. Documento Anexo ao Processo Administrativo nº 2741/2013. PMVNI – Prefeitura Municipal de Venda Nova do Imigrante. Plano Diretor Municipal de Venda Nova do Imigrante. OLIVER ARQUITETURA LTDA. 2011. ANA – Agência Nacional de Águas. Atlas do abastecimento de água. 2010. Disponível em: http://www2.ana.gov.br/Paginas/default.aspx. Acessado em jul.2014. ANA – Agência Nacional de Águas. Panorama do enquadramento dos corpos d’água do Brasil, e, Panorama da qualidade das águas subterrâneas no Brasil. / coordenação geral, João Gilberto Lotufo Conejo ; coordenação executiva, Marcelo Pires da Costa, José Luiz Gomes Zoby. Brasília. 2007. 124 p. : il. (Caderno de Recursos Hídricos, 5). 10 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO (SES) O Diagnóstico Situacional procurou identificar e retratar o estágio atual da gestão dosserviços, envolvendo os aspectos quantitativos e qualitativosoperacionais e das infraestruturas atinentes à prestação do serviço de esgotamento sanitário do Município de Venda Nova do Imigrante. Para isso, foram identificadas as suas deficiências e causas relacionadas àsituação da oferta e donível de atendimento, às condições de acesso e à qualidade da prestação do serviço. Sendo assim, este Diagnóstico compreende o levantamento da situação e descrição do estado atual do sistema de esgotamento sanitário do Município de Venda Nova do Imigrante, focando os aspectos estrutural e operacional, e suas dimensões quantitativas e qualitativas, relativos ao planejamento técnico (Plano Diretor, estudos e projetos), à cobertura do atendimento, às infraestruturas e instalações, às condições operacionais, à situação dos corpos receptores dos efluentes de esgotos, às áreas de possível risco de contaminação, à existência e situação de áreas eventualmente não atendidas pelo sistema público, à existência de soluções alternativas de esgotamento sanitário e aos aspectos de capacidade de atendimento futuro. 10.1 INDICADORES BÁSICOS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 10.1.1 Atendimento O Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) existente na Sede possui duas bacias de contribuição. Estas bacias recebem contribuição dos bairros e localidades de Santo Antônio da Serra, Filete, Providência, Vila da Mata, Centro, Minete, São Pedro, Esplanada, 30 de Dezembro, Vila Betânia, Lavrinhas, Vicente Zandonadi, Residencial do Bosque, Santa Cruz, Vila São Miguel, São Rafael e parte do bairro Bananeiras. 270 Ainda, São João de Viçosa e Bicuíba também são operados pela CESAN, porém em sistemas independentes. A sede do município está a uma altitude de 730 metros, porém algumas localidades possuem altitudes maiores que 1.200 metros. Graças ao relevo do município, o fluxo de escoamento é predominantemente por gravidade. Um dos principais indicadores sociais e de eficiência da gestão da prestação do serviço de esgotamento sanitário é o índice de atendimento com o serviço de esgotamento sanitário. Observadas as considerações sobre este indicador, os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) apontam para um percentual de atendimento de coleta sempre acima de 74% de cobertura. O município de Venda Nova do Imigrante possui o sistema de esgotamento sanitário das áreas urbanas do distrito Sede e do distrito de São João de Viçosa operado pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN). Em 2013, 10.916 habitantes estavam cobertos e ligados pela CESAN de uma população urbana total desses distritos de cerca de 13.089 habitantes. Isso representa um percentual de aproximadamente 83% de atendimento por coleta. A Tabela 10.1, a seguir, apresenta um breve histórico do serviço de coleta de esgoto sanitário no distrito Sede do município. Tabela 10.1- Índice de atendimento urbano de coleta de esgoto sanitário (%) – Série Histórica (2008 2013). Ano de Referência Índice de atendimento (%) 2013 83,39 2012 83,26 2011 78,80 2010 78,10 2009 74,25 2008 74,20 Fonte: Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN), 2013; Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 2012. 271 As redes de esgoto sanitário da CESAN coletavam em 2011 cerca de 57,1% dos esgotos gerados em todo o município. Em 2013, a CESAN coletou aproximadamente 39.516 m³ de esgoto na Sede de Venda Nova do Imigrante. 10.1.2 Esgoto tratado O indicador que mede a quantidade de esgoto coletado e tratado em relação ao esgoto gerado é uma boa medida de eficiência do prestador do serviço e de eficácia da política pública. A CESAN afirmou que mesmo com a cobertura dos serviços ainda não sendo universalizada, há 100% de tratamento para o esgoto coletado. Desta forma, o distrito Sede, em 2013, possuiu um tratamento de 74,92% dos esgotos gerados. Os 100% de tratamento em relação ao volume coletado também existiu em 2012, 2011 e 2010. Em 2009, foram 97,27% e, em 2008, 88,10%. Isso denota uma evolução significativa nos últimos 5 anos no campo do esgotamento sanitário, conforma a Tabela 10.2 apresenta. Tabela 10.2- Índice de tratamento de esgoto sanitário (%) – Série Histórica (2008 - 2013) Ano de Referência Índice de atendimento (%) 2013 100 2012 100 2011 100 2010 100 2009 97,27 2008 88,10 Fonte: Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN), 2013; Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 2012. Segundo informações da CESAN, foram tratados no ano de 2013 aproximadamente 43.157 m³ de esgotos. 272 10.1.3 Qualidade do tratamento A atual cobertura em Venda Nova do Imigrante se dá através da operacionalização das estações de tratamento de esgotos sob responsabilidade da CESAN, sendo uma na Sede do município e das ETEs instaladas nos bairros de São João de Viçosa e Bicuíba do tipo fossa e filtro anaeróbio, e outras 4 sob responsabilidade da Prefeitura Municipal, localizadas nas áreas rurais. A ETE da sede se encontra em bom estado de conservação, visto que a mesma está sendo ampliada e reformada, e os resultados das análises de eficiência realizadas se encontram mais adiante no texto. As ETEs de São João de Viçosa e Bicuíba encontram-se em mau estado de conservação e com baixa eficiência, como poderá ser visto nos relatórios das análises que serão apresentados mais a frente. As ETEs localizadas nas áreas rurais não possuem nenhum tipo de análise de eficiência, porém, pelo mau estado de conservação observado e pela falta de manutenção adequada, pode-se inferir que as mesmas não encontram-se em condições ideais de funcionamento. 10.2 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO O sistema de coleta adotado pela CESAN na sede do município é o separador absoluto com coletores tronco, interceptores e emissários que coletam os esgotos lançados na rede, conduzindo-os às Estações de Tratamento. Existe ainda uma parcela lançada em córregos que cortam o município que não são coletados nem tratados. A maior parte da rede coletora de esgoto da sede municipal está instalada num terço da rua, sendo que no outro terço está a rede de abastecimento de água e no centro a galeria de águas pluviais. 273 As elevatórias existentes operam para alimentar a Estação de Tratamento em funcionamento na Sede do município, que se encontra com a ampliação já em etapa final de execução. Em quatro comunidades rurais do município, o tratamento dos esgotos é feito em ETEs de porte e tecnologia apropriadas a cada caso, operadas pela Prefeitura de Venda Nova, conforme será descrito a seguir. Os principais componentes e características técnicas do sistema de esgotamento são descritos a seguir. 10.2.1 Redes Coletoras 10.2.1.1 Ramais Prediais Segundo a Resolução ARSI nº 19 de 31 de julho de 2012, que homologou o reajuste da Tabela de Preços dos Serviços Cobráveis da Companhia Espírito Santense de Saneamento - CESAN, as ligações prediais de esgoto realizadas pela Companhia em logradouro sem ou com pavimentação de paralelepípedo ou asfalto, eram ramais prediais de DN 100mm com caixa de inspeção interligando à rede o domicílio. 10.2.1.2 Ligações Domiciliares Em dezembro de 2010, de acordo com CESAN (2013), existiam cerca de 3.662 economias ativas e 2.775 ligações à rede de coleta de esgoto, um percentual de coleta de quase 76% das economias atendidas com SES. As ligações são compostas de Caixa de Ligação em anéis de concreto de diâmetro DN=400mm com tampa de concreto armado em sua grande maioria, embora algumas possuam tampa de Ferro Fundido. Já em 2011 este número subiu para 2.830 ligações (3.753 economias ativas). Em 2013, o município já contava com 4.331 economias, das quais 4.006 eram 274 residenciais6, enviando seus esgotos à rede coletora da Companhia, totalizando 3.001 ligações. O levantamento feito pelo último Censo (IBGE, 2010) registrou a quantidade de domicílios particulares permanentes que utilizam rede como solução para esgotarseus rejeitos no município e nos distritos. Estes dados são apresentados na Tabela 10.3. Tabela 10.3- Domicílios particulares permanentes, por situação do domicílio com Rede geral de esgoto ou pluvial como tipo de esgotamento sanitário. Município e Situação do Domicílios particulares Domicílios particulares Distrito domicílio permanentes (Unidades) permanentes (%) Venda Nova do Urbana 3.808 60,20 Imigrante Rural 27 0,43 Urbana 3.016 69,05 Rural 8 0,18 Urbana 86 10,26 Rural 4 0,48 São João de Urbana 706 63,04 Viçosa Rural 15 1,34 Sede Alto Caxixe Fonte: Sistema de Recuperação Automática (IBGE, 2010). Em 2010, existiam 3.835 domicílios ligados à rede geral de esgoto ou pluvial(IBGE, 2010), o que correspondia a 60,6% do universo de domicílios municipais. Destes, 3.016 estavam em zona urbana do distrito Sede, correspondendo a 78,3% do total de domicílios ligados, conforme a Tabela 10.3. Esta realidade vai de acordo com o Atlas de Saneamento (2011): [...] as redes de saneamento podem estar presentes em áreas restritas da cidade, sede do município, e nas vilas, sede dos distritos administrativos. Assim, na escala intraurbana pode-se presumir também um processo de universalização incompleta, no qual se estabelecem diferentes inserções nos sistemas de saneamento básico por parte da população. 6O 275 conceito de economia residencial esgotada está sendo utilizado como equivalente ao de domicílio com acesso à rede geral de esgoto. [...] Neste sentido, o saneamento é parte da complexidade do espaço urbano tanto em termos de seus equipamentos, resultado de obras de engenharia que dão conta da extensão de suas redes com estações de tratamento, emissários, interceptores, etc., e que acabam por promover salubridade à população e cuidado com o meio ambiente, como em termos do impacto direto e do indireto de sua ausência perante às sombrias condições de vida de parte da população que habita uma mesma cidade. Ao confrontar as informações fornecidas pela CESAN e obtidas no SIDRA no ano de 2010, percebe-se que há uma diferença de aproximadamente 173 domicílios que utilizam a rede pluvial para afastar seus esgotos, cerca de 4,5% da área urbana da Sede. Nos distritos de Alto Caxixe e São João de Viçosa, 90 domicílios e 721 domicílios, respectivamente, dispõem de rede de esgoto ou pluvial. Para cada um, cerca de 95,6% e 97,9% dos domicílios estão ligados à rede na zona urbana destes distritos. 10.2.1.3 Rede Coletora O Sistema de Esgotamento Sanitário do município de Venda Nova do Imigrante tem quase todas as suas vias públicas atendidas por Rede Coletora de Esgoto, contando com quase 21 quilômetros de rede de coleta, com diâmetros variando de 100 a 300 milímetros (CESAN, 2013). O Município conta ainda com três estações elevatórias, uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) para atendimento da sua sede e duas ETEs que atendem individualmente os bairros São João de Viçosa e Bicuíba, formando sistemas independentes. NaFigura 10.1 é apresentado o mapeamento das redes de coleta e de transporte de esgoto e estações de tratamento no distrito Sede e distrito São João de Viçosa, para o ano de 2010, de acordo com CESAN (2013). 276 Figura 10.1 - Mapeamento das redes de coleta e transporte de esgoto e estações de tratamento no distrito Sede e distrito São João de Viçosa. Fonte: Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN, 2013). 277 Os materiais encontrados nas redes coletoras são manilhas cerâmicas vitrificadas em pequenos trechos das redes mais antigas e PVC nas redes implantadas mais recentemente. Encontram-se também algumas extensões de Ferro Fundido (F°F°) pela malha da rede local. As tubulações em PVC estão em bom estado, porém as de manilha de cerâmica vitrificadas, aproximadamente 564 metros, necessitam ser substituídas devido aos desgastes causados pelas condições abrasivas do esgoto ao longo dos anos. Tabela 10.4- Redes Coletoras e Ligações Domiciliares. DN Material Quantidade (m) 100 F°F° 81 150 F°F° 819 300 F°F° 220 150 Manilha Cerâmica 564 100 Tubo PVC Coletor Esgoto 1.205 125 Tubo PVC Coletor Esgoto 10.677 150 Tubo PVC Coletor Esgoto 5.446 200 Tubo PVC Coletor Esgoto 746 250 Tubo PVC Coletor Esgoto 989 Total 20.747 Fonte: Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN), 2013. Ao longo dos últimos 5 anos, houve uma redução significativa do indicador Extensão de Rede por Ligação, caindo de 8,50 m/ligação em 2008 para 7,47 m/ligação em 2013, indicando um aumento do número de ligações de usuários à rede existente. 278 Segundo o Relatório de Fiscalização da ARSI RF/DT/GRS/001/2013, de fevereiro de 2013, existe cadastro da rede de coleta, e o mesmo é validado a cada intervenção (reparo,manutenção, novas redes, etc.). Entretanto, este cadastro não esteve acessível para análise da equipe de elaboração deste Diagnóstico do Sistema de Esgotamento Sanitário. Foi informado na ocasião da visita à campo que os bairros da sede e do distrito de São João de Viçosa que não são atendidos pela coleta e tratamento de esgoto são os bairros Marmin, Tapera e parte do bairro Bananeiras. Não se tem informação acerca da existência de coletores tronco, interceptores e emissários, nem de suas respectivas extensões, características construtivas e localizações na rede. A limpeza preventiva da rede ocorre durante todo o ano, havendo programação intensiva antecedendo a realização de grandes eventos na cidade. Após visitas ao município e segundo relatos de moradores, é perceptível a existência de ligações irregulares da rede coletora domiciliar em galerias de águas pluviais, contaminando os rios onde estas galerias deságuam. A não disponibilidade de informações referentes ao cadastramento de domicílios ligados à rede da CESAN se constitui numa barreira para a quantificação de ligações irregulares nos locais. Se disponível, poder-se-ia confrontar os dados de cadastro da Companhia com os da Tabela 10.3 e, pela diferença, encontrar um valor aproximado de ligações na rede pluvial. O fato incontestável é que o sistema separador absoluto é obrigatório no Brasil e o uso da rede pluvial para coleta e transporte de esgotos implica numa elevação da carga orgânica lançada diretamente nos rios e córregos. 279 10.2.2 Estações Elevatórias de Esgoto – EEE No município de Venda Nova do Imigrante, existem implantadas e em operação 03 (três) Estações Elevatórias de Esgoto Bruto. De acordo com o Relatório de Fiscalização da ARSI RF/DT/GRS/001/2013, de fevereiro de 2013, todas as Estações Elevatórias de Esgoto Bruto estavam em bom estado, não necessitando intervenções adicionais a não ser as de operação e manutenção rotineiras. Todas estavam identificadas, protegidas e com estado de conservação satisfatório. Observou-se em todas as unidades facilidade para realização de trabalhos de manutenção, boas condições de manutenção do quadro de força, existência de bomba reserva e inversor de frequência. Tais características das elevatórias foram verificadas e confirmadas com visitas de campo realizadas especificamente para este relatório do diagnóstico de Esgoto Sanitário do Município. Segundo informação da CESAN (2013), a limpeza do gradeamento é feita diariamente e a da caixa desarenadora quinzenalmente. A areia e o lodo são destinados ao leito de secagem da ETE Venda Nova. A seguir são apresentadas as principais características das estações elevatórias existentes (CESAN, 2013). 10.2.2.1 Estação Elevatória de Esgoto Bruto 01 A Estação Elevatório de Esgoto Bruto 01 está situada à Rua Dom João Batista, s/n, no bairro Vila Betânia (coord. UTM 276.646, 7.751.261), é do tipo Poço de Sucção circular, com 02 (dois) conjuntos moto bombas submersíveis de 15 cv cada – 01 (um) mais 01 (um) de reserva – e Tubulação de Recalque com 600 metros em F°F° e DN 300mm. Recebe esgoto bruto dos bairros Vila Betânia, Lavrinhas, Vicente Zandonadi, Marajá (Residencial do Bosque), Santa Cruz, Vila São Miguel e parte do bairro Bananeiras, além de receber o esgoto proveniente da EEE 02. Esta EEE encaminha o esgoto 280 diretamente à ETE Venda Nova. A Figura 10.2 e a Tabela 10.3 mostram vistas da EEE 01. Figura 10.2 - Vista de EEE 01, localizada na rua. Fonte: Autoria própria. Figura 10.3- Vista o quadro de bombas e da EEE 01 ao fundo, indicada por uma seta. Fonte: Autoria própria. 281 Está prevista a desativação da EEE 01, sendo substituída por uma nova EEE, que já está construída (cood. UTM 276.445, 7.751.190), com previsão para conclusão no segundo semestre de 2014. Esta nova EEE possui pré-tratamento composto de caixa de areia, gradeamento e biofiltro de gases. A Figura 10.4 e a Figura 10.5 mostram vistas desta nova elevatória. Figura 10.4 - Vista interna da nova EEE. Fonte: Autoria própria. Figura 10.5 - Vista externa da EEE nova. 282 Fonte: Autoria própria. 10.2.2.2 Estação Elevatória de Esgoto Bruto 02 A Estação Elevatória de Esgoto Bruto 02 está situada à Rua Dom João Batista, s/n, no bairro Vila Betânia (coord. UTM 277.106, 7.751.235), é do tipo Poço de Sucção circular, com 02 (dois) conjuntos moto bombas submersíveis de 2,0 cv cada – 01 (um) mais 01 (um) de reserva – e Tubulação de Recalque com 60 metros, em F°F° e DN 150mm. Essa EEE 02 leva o esgoto para a EEE 01 e recebe esgoto bruto dos bairros Santo Antônio da Serra, Filete, Providência, Vila da Mata, Centro, Minete, São Pedro, Esplanada, 30 de dezembro e São Rafael. Possui pré-tratamento composto por gradeamento e caixa de areia. A Figura 10.6 e a Figura 10.7 mostram vistas da EEE 01. Figura 10.6 - Vista da EEE 02. Fonte: Autoria própria. 283 Figura 10.7 - Interior da EEE 02. Fonte: Autoria própria. 10.2.2.3 Estação Elevatória de Esgoto Bruto ETE Venda Nova A Estação Elevatória de Esgoto Bruto da ETE Venda Nova está localizada no interior da ETE de Venda Nova, situada na Rua Projetada, s/n, no bairro Vila São Miguel (coord. UTM 276.026, 7.751.119), é do tipo Poço de Sucção circular, com 03 (três) conjuntos moto bombas submersíveis 2,0 cv, sendo 02 (dois) em operação e mais 01 (um) de reserva, com o objetivo de recalcar o esgoto bruto para o interior do sistema de tratamento, bem como recircular o lodo proveniente dos Biofiltros Aerados Submersos e dos Decantadores. 284 Figura 10.8 - Estação elevatória de esgoto localizada dentro da ETE, que leva o esgoto para o topo doreator. Fonte: Autoria própria. 10.2.3 Estações de Tratamento de Esgoto - ETEs 10.2.3.1 Distrito Sede I – ETE VENDA NOVA DO IMIGRANTE A Estação de Tratamento de Esgoto de Venda Nova está atualmente em fase de ampliação. A ETE funcionava com um sistema de tratamento de vazão nominal de 11,47 l/s, entretanto, foi instalado uma nova unidade composta por sistema UASB + Biofiltro + Decantador Secundário com capacidade para uma vazão nominal de 22 l/s e uma vazão máxima de 39,61 l/s, e capacidade volumétrica de 1.147,68 m³. Isso significa um aumento de duas vezes na capacidade nominal de tratamento, que passará a ser de 33,47 l/s, chegando a cinco vezes com o novo reator operando em sua vazão máxima, ou seja, de 51,08 l/s. As instalações antigas foram reformadas e, até o momento da visita a campo, ainda não estavam sendo utilizadas, visto que estavam em teste. Além disso, as etapas de pré-tratamento também foram reformadas 285 e ainda não estavam sendo utilizadas. Na ocasião da visita, apenas o novo reator UASB estava sendo utilizado para o tratamento do efluente. A previsão informada de início da operação da ETE totalmente reformada é segundo semestre de 2014. Figura 10.9 - Placa com as especificações do novo reator. Fonte: Autoria própria. Figura 10.10 - Vista da nova ETE da sede. Fonte: Autoria própria. 286 A etapa de pré-tratamento implantada é composta por 1 desarenador composto por 3 câmaras, gradeamento para retenção de sólidos grosseiros (espaçamento entre barras de 2,0 cm), medidor de vazão tipo Calha Parshall com sensor ultrassônico e caixa de gordura. Figura 10.11 - Chegada do esgoto ao pré-tratamento, parte do gradeamento. Ainda não está sendo utilizado. Fonte: Autoria própria. Figura 10.12 - Início da caixa de areia, dividida em três câmaras. Fonte: Autoria própria. 287 Figura 10.13 - Caixa de areia. Fonte: Autoria própria. Figura 10.14 – Calha parshall. Fonte: Autoria própria. 288 Em relação às características das instalações da ETE antiga, esta possui as etapas de tratamento primário e secundário. Essas etapas são realizadas por um Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA - UASB) seguido por dois Biofiltros Aerados Submersos (BFAS), seguindo para dois Decantadores Secundários que separam o lodo gerado do efluente final. No topo do reator UASB existem outras unidades de gradeamento, porém com malha mais fina (espaçamento entre barras de 1,0 cm) e desarenação em canal retangular. A ETE nova é semelhante à antiga, e é composta de um UASB, seguido de dois biofiltros aerados submersos e um decantador secundário. Figura 10.15 - Vista da antiga ETE que está sendo reformada. Fonte: Autoria própria. Figura 10.16 - Imagens do tratamento do novo reator: (a) Local recebimento do esgoto no início do tratamento do novo reator; (b) Vista superior do novo reator UASB; (c) Biofiltros aerados do novo reator UASB; (d) Ao fundo, o decantador do novo reator. 289 (a) (b) (c) (d) Fonte: Autoria própria. Figura 10.17 - Queimador de gás do novo reator UASB. 290 Fonte: Autoria própria. Após ser submetido às unidades de tratamento preliminar, o esgoto gradeado e desarenado será dividido entre as duas unidades de tratamento. A divisão do esgoto bruto se dará logo após o pré-tratamento, por meio de uma caixa de separação. 291 Figura 10.18 – Entrada da caixa de gordura. Fonte: Autoria própria. Figura 10.19 – Caixa de distribuição do esgoto para as duas ETEs. Fonte: Autoria própria. A Figura 10.20 apresenta um esquema de Tratamento da ETE de Venda Nova, representando apenas um dos reatores, sendo que o esquema é o mesmo para ambos. 292 Figura 10.20 Esquema de tratamento da ETE Venda Nova. Fonte: Companhia Espírito Santense de Saneamento – CESAN. 293 Encontra-se implantada na ETE uma estação elevatória de esgoto bruto (EEEB), cuja finalidade, após a conclusão da obra, é recalcar o esgoto afluente ao início do prétratamento, além de recircular o lodo proveniente dos BFAS e Decantadores. Enquanto está em reforma, essa EEE leva o esgoto até o topo do novo reator UASB(CESAN, 2013). O lodo gerado nos BFASs, juntamente com aquele que se acumula no decantador final da ETE são recalcados ao UASB, onde são submetidos à digestão anaeróbia. O lodo descartado do reator anaeróbio é lançado em 6 leitos de secagem para desaguamento, antes de ser conduzido ao seu destino final juntamente com o material retido no gradeamento e na caixa de areia (aterro sanitário licenciado). Durante a reforma, foram implantadas duas centrífugas para desaguamento do lodo, cuja finalidade é separar de maneira mais rápida o lodo da parte líquida. Os leitos de secagem existentes serão mantidos para utilização eventual, no caso de haver lodo excedente ou manutenção da centrífuga. Figura 10.21 - Leitos de Secagem da ETE Venda Nova Fonte: Relatório de Fiscalização RF/DT/GRS/001/2013 (ARSI, 2013). 294 Figura 10.22 - Leito de secagem, parte coberta. Fonte: Autoria própria. Figura 10.23 - Leito de secagem, parte descoberta. 295 Fonte: Autoria própria. A ETE Venda Nova atende aos seguintes bairros da sede: Santo Antônio da Serra, Filete, Providência, Vila da Mata, Centro, Minete, São Pedro, Esplanada, 30 de dezembro, Vila Betânia, Lavrinhas, Vicente Zandonadi, Marajá (Residencial do Bosque), Santa Cruz, Vila São Miguel. O projeto da CESAN inclui o futuro recebimento do esgoto dos bairros Bicuíba e São João de Viçosa, através da substituição das ETEs existentes nesses locais por EEE que recalquem o efluente bruto até a nova ETE da sede. O local de lançamento é no rio São João de Viçosa e pode ser visto na Figura 10.24 e na Figura 10.25. Figura 10.24 - Lançamento do efluente final no rio São João de Viçosa. Fonte: Autoria própria. Figura 10.25 - Detalhe do lançamento no rio São João de Viçosa. 296 Fonte: Autoria própria. A eficiência de tratamento da ETE Venda Nova tem sido, nos últimos 10 meses, superior a 60%, valor mínimo exigido pela Resolução CONAMA 430/2011. Entretanto, os valores de DBO do efluente final ligeiramente ultrapassam o limite de 120 mgO 2/l estabelecido pela mesma Resolução. Quadro10.1 - Dados de monitoramento na ETE Venda Nova. Mês Jan/13 Fev/13 Mar/13 Elemento DBO (mgO2/l) Afluente 550 Efluente Final 280 Afluente 550 Efluente Final 230 Afluente 700 Efluente Final 440 Remoção de DBO (%) 49% 58% 37% 297 Abr/13 Mai/13 Jun/13 Jul/13 Ago/13 Set/13 Out/13 Nov/13 Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mês Mar/14 Abr/14 Mai/14 Jun/14 Afluente 750 Efluente Final 320 Afluente 500 Efluente Final 360 Afluente 420 Efluente Final 180 Afluente 440 Efluente Final 140 Afluente 600 Efluente Final 320 Afluente 550 Efluente Final 160 Afluente 440 Efluente Final 140 Afluente 420 Efluente Final 140 Afluente 480 Efluente Final 110 Afluente 280 Efluente Final 100 Afluente 480 Efluente Final 160 Elemento DBO (mgO2/l) Afluente 500 Efluente Final 140 Afluente 340 Efluente Final 50 Afluente 400 Efluente Final 110 Afluente 340 Efluente Final 120 57% 28% 57% 68% 47% 71% 68% 67% 77% 64% 67% Remoção de DBO (%) 72% 85% 73% 65% 298 Fonte: Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN), 2013. Por fim, a portaria de outorga da ETE Venda Nova do Imigrante Nº 837 de 25 de outubro de 2010 outorga o lançamento no Rio São João de Viçosa de até 21,4 l/s, durante 24 horas por dia durante todos os dias do ano. II – ETE BICUÍBA A unidade de tratamento de esgotos localizada na localidade de Bicuíba (coord.UTM 272.493, 7.749.882), distrito de São João de Viçosa, está sob a responsabilidade da CESAN e consiste num sistema anaeróbio constituído por uma Fossa Séptica e um Filtro Anaeróbio com uma vazão nominal de 2,0 l/s que atendia a 268 economias em 246 ligações no ano de 2012. Em linhas gerais, o princípio do tratamento no tanque séptico consiste, basicamente, em uma unidade onde se realizam, simultaneamente, várias funções: decantação, flotação, desagregação e digestão parcial dos sólidos sedimentáveis (lodo) e da crosta constituída pelo material flotante (escuma). Sendo, os tanques sépticos, reatores de fluxo horizontal, tendo lodo passivo em relação à fase líquida, o processo biológico que ocorre na fração líquida é de pouca importância. O principal fenômeno que ocorre sobre o efluente é de ação física, através de decantação. O efluente do tanque séptico parcialmente tratado entra no filtro anaeróbio, onde a matéria orgânica é estabilizada através de microrganismos que se desenvolvem e ficam retidos nos interstícios ou aderidos ao meio suporte que constitui o leito fixo (usualmente pedras ou material plástico), através do qual os esgotos escoam. São, portanto, reatores com fluxo através do lodo ativo e com biomassa aderida, ou retida, no leito fixo. Os filtros anaeróbios podem ser de fluxo ascendente ou descendente. Nos filtros de fluxo ascendente, o leito é submerso e no fluxo descendente, podem trabalhar submersos ou não. Figura 10.26 - Vista da ETE Bicuíba. 299 Fonte: Autoria própria. Figura 10.27 - Vista das estruturas externas da ETE Bicuíba. Fonte: Autoria própria. Figura 10.28 - Esquema de tratamento da ETE Bicuíba. 300 Fonte: Autoria própria. A condição de limpeza e conservação da caixa de recepção de esgoto bruto, da caixa desarenadora e do gradeamento não é adequada. Estas mesmas deficiências foram observadas pela Gerência de Regulação do Saneamento da ARSI no mês de janeiro de 2014 pelo Parecer Técnico PT/DT/GRS Nº 01/2014, ao fiscalizar o Sistema de Esgotamento Sanitário operado pela CESAN na cidade de Venda Nova do Imigrante. É uma estação muito antiga e está prevista sua desativação. Figura 10.29 - Gradeamento da ETE Bicuíba. Fonte: Relatório de Fiscalização RF/DT/GRS/001/2013 (ARSI, 2013). O lançamento do efluente final é realizado no rio São João de Viçosa, e o ponto de lançamento pode ser visto na Figura 10.30.Devido a uma insuficiência nos dados de 301 monitoramento desta ETE, estavam disponíveis apenas os presentes no Relatório de Fiscalização da ARSI RF/DT/GRS/001/2013, de fevereiro de 2013, presentes na Tabela 10.5. Tabela 10.5- Dados de monitoramento da ETE Bicuíba. Mês Jan/12 Jul/12 Elemento DBO (mgO2/l) Afluente 340 Efluente Final 260 Afluente - Efluente Final 320 Remoção de DBO (%) 24% - Fonte: Relatório de Fiscalização RF/DT/GRS/001/2013 (ARSI, 2013). Figura 10.30 - Vista do ponto do rio São João de Viçosa onde o efluente final é lançado. Fonte: Autoria própria. No único mês disponível com informações, a eficiência de tratamento da ETE Bicuíba foi inferior a 60%, que é o valor mínimo exigido pela Resolução CONAMA 430/2011. 302 O valor de DBO do efluente também ultrapassou o limite estabelecido pela Resolução CONAMA 430/2011 (120 mgO2/l). É importante ressaltar que a existência de uma Estação de Tratamento de Esgoto visa a melhoria da qualidade de vida da população e do meio ambiente, uma vez que reduz o impacto causado pelo lançamento de carga orgânica in natura do corpo hídrico e se traduz numa menor exposição da população aos agentes de risco de contaminação presentes nos esgotos. Entretanto, para que se avalie a eficiência do tratamento da ETE de forma a estar em conformidade com a legislação vigente e evitar danos ao meio ambiente, faz-se necessário que haja um Plano de Monitoramento, com a coleta de amostras e análise dos parâmetros legislados com frequência estabelecida. Desta forma, de posse das informações a montante e a jusante do lançamento, podese avaliar os impactos que a estação supracitada pode estar causando no curso d’água e, quando qualquer parâmetro monitorado apresenta resultado em desconformidade com a legislação ambiental, é fundamental a elaboração e encaminhamento à gerência competente um laudo técnico indicando a causa da não conformidade e as ações que devem ser adotadas para a solução do problema. III – ETE SÃO JOÃO DE VIÇOSA Semelhante à ETE Bicuíba, a unidade de tratamento de esgotos em São João de Viçosa (coord. UTM 271.139, 7.749.809) está sob a responsabilidade da CESAN e consiste num sistema anaeróbio composto por 01 (uma) Fossa Séptica e 01 (um) Filtro Anaeróbio com uma vazão nominal de 2,0 l/s. Esta unidade de tratamento atende 361 economias através de 286 ligações. O efluente final é lançado no rio São João de Viçosa, e o local pode ser visto na Figura 10.32.É uma ETE muito antiga e está prevista sua desativação. 303 Figura 10.31 - Vista da ETE São João. Fonte: Autoria própria Figura 10.32 - Vista do ponto do rio São João de Viçosa onde o efluente final é lançado. Fonte: Autoria própria. 304 Figura 10.33 - Esquema de tratamento da ETE São João de Viçosa. Fonte: Autoria própria. A eficiência de tratamento da ETE São João de Viçosa é, em geral, inferior a 60%, valor mínimo exigido pela Resolução CONAMA 430/2011. Em decorrência, os valores de DBO do Efluente das referidas ETEs também ultrapassa o limite estabelecido pela Resolução CONAMA 430/2011 (120 mgO2/l). Os dados de monitoramento para a referida ETE estão apresentados na Tabela 10.6. Tabela 10.6- Dados de monitoramento da ETE São João de Viçosa. Mês Dez/11 Fev/12 Ago/12 Out/12 Dez/12 Elemento DBO (mgO2/l) Afluente 380 Efluente Final 200 Afluente 440 Efluente Final 160 Afluente 950 Efluente Final 480 Afluente 340 Efluente Final 300 Afluente 600 Efluente Final 260 Remoção de DBO (%) 47% 64% 49% 12% 57% Fonte: Relatório de Fiscalização RF/DT/GRS/001/2013 (ARSI, 2013). 305 O lodo gerado nas ETEs Bicuíba e São João de Viçosa é destinado aos leitos de secagem da ETE Venda Nova do Imigrante. As ETEs Bicuíba e São João de Viçosa, que utilizam tecnologia Fossa-filtro, não possuem licenciamento ambiental. A CESAN informou pelo Diagnóstico que, conforme acordo com o IEMA, foi efetuado um cadastro dessas unidades para acompanhamento pelo órgão ambiental. 10.2.3.2 Distritos e Comunidades I – ETE CAMARGO A comunidade de Camargo, área rural do distrito de São João de Viçosa, é composta por aproximadamente 130 casas, sendo que aproximadamente 90% destas estão ligadas ao sistema de esgotamento sanitário existente na localidade. Esse sistema, mantido pela prefeitura, é composto da rede coletora de esgoto e da estação de tratamento, uma fossa-filtro construída em 1998. Essa fossa-filtro possui prétratamento, composto de gradeamento e caixa de areia, seguido de uma fossa e um filtro. Figura 10.34 - Vista da fossa-filtro de Camargo. Fonte: Autoria própria. 306 Figura 10.35 - Gradeamento e caixa de areia da fossa-filtro de Camargo. Fonte: Autoria própria. Figura 10.36 - Esquema de tratamento da ETE Camargo. Fonte: Autoria própria. O efluente é lançado no córrego Camargo, e o ponto de lançamento pode ser visto na Figura 10.37. A limpeza desse sistema é feita apenas na caixa de areia e na grade, realizada pela prefeitura, com frequência mensal, sendo que a frequência aumenta em épocas de chuva. 307 Figura 10.37 - Ponto de lançamento do efluente. Fonte: Autoria própria. Por ser muito antigo e não ter a manutenção adequada, não é possível afirmar que este sistema se encontra nas condições ideais de funcionamento, visto que funciona há mais de 15 anos sem a manutenção periódica recomendada, e provavelmente não possui a eficiência adequada de tratamento. Esta Estação não possui registros de monitoramento e licenciamento ambiental para lançamento do efluente final no corpo hídrico. II – ETE VIÇOSINHA Na comunidade de Viçosinha, do distrito de São João de Viçosa, existe um sistema de esgotamento sanitário, mantido pela prefeitura, composto pela rede coletora e por uma estação de tratamento do tipo fossa-filtro, que atende a 26 casas da comunidade. A fossa-filtro é composta por pré-tratamento, composto de gradeamento e caixa de areia, seguido de uma fossa e dois filtros, como podem ser vistos na Figura 10.38. 308 Figura 10.38.-Fossa-filtro da comunidade de Viçosinha. Em cima, à esquerda, o ponto de chegada do efluente, à direita o gradeamento e a caixa de areia, logo abaixo a fossa seguida dos dois filtros. Fonte: Autoria própria. Figura 10.39 - Esquema de tratamento da ETE Viçosinha. Fonte: Autoria própria. A manutenção da ETE é feita semelhantemente à feita na comunidade de Camargo, ou seja, é feita mensalmente pela prefeitura, com aumento da frequência em épocas de chuva. O efluente final é lançado no córrego Viçosinha, e o ponto de lançamento pode ser visto na Figura 10.40. 309 Figura 10.40 - Ponto de lançamento final no córrego Viçosinha. Fonte: Autoria própria. Semelhantemente à ETE Camargo, este sistema também é muito antigo, portanto, não é possível afirmar que este sistema se encontra nas condições ideais de funcionamento, visto que não possui a manutenção periódica recomendada, e provavelmente não possui a eficiência adequada de tratamento. Pode-se observar o crescimento elevado de vegetação no ponto de lançamento, indicando uma alta concentração de matéria orgânica no local, e provável baixa eficiência da ETE. Esta Estação não possui registros de monitoramento e licenciamento ambiental para lançamento do efluente final no corpo hídrico. III – ETE VARGEM GRANDE A comunidade de Vargem Grande, localizada no distrito de Venda Nova do Imigrante, possui um sistema alternativo de tratamento de esgoto mantido pela Prefeitura composto pela rede de coleta e de um sistema de tratamento chamado BioETE. 310 Segundo o site do fabricante, a BioETE consiste em um reator compartimentado e preenchido com meio filtrante que reduz eficientemente a carga poluidora do efluente. A estrutura é dividida em cinco câmaras iguais, sendo cada uma interligada por uma tubulação, que ora insere-se na porção superior da divisória, ora na porção inferior, alternadamente, gerando um fluxo descendente e ascendente. Cada uma das quatro primeiras câmaras contem 1/3 de sua porção basal preenchido por fibras naturais cortadas em cilindros de 20 cm de comprimento, cobertos por cerca de mais 1/3 da altura total com anéis de plástico, material inerte. A última câmara é preenchida por uma camada basal de brita (15% da altura total da câmara), seguida por uma camada de carvão ativado (35%) e areia lavada (15%), deixando o os 35% superiores livres. Para a ativação do sistema, cada uma das quatro primeiras câmaras é inoculada com um blend de bactérias anaeróbicas facultativas e aeróbicas, que adsorvem-se às fibras naturais. Anéis de plástico são colocados sobre as fibras naturais para garantir a fixação e permanência do inóculo. Além disso, no início do processo há o gradeamento, que retém o material grosseiro. Nesta comunidade, 24 casas são ligadas ao sistema, com previsão para mais 5 casas próximas serem ligadas em breve. Figura 10.41 - BioETE da comunidade de Vargem Grande. 311 Fonte: Autoria própria. Figura 10.42 - Detalhe da caixa inicial do tratamento, composta pelo gradeamento. Fonte: Autoria própria. Figura 10.43 - Esquema de tratamento da ETE Vargem Grande. Fonte: Autoria própria. O lançamento do efluente final é feito em uma área de matagal, pois o rio mais próximo para receber esse lançamento encontra-se a aproximadamente 200 m de distância, mas não foi possível realizar a construção de um canal para escoar o efluente até o rio. Isso está gerando muito mau cheiro, moscas e outros tipos de vetores no local, pois o efluente está se acumulando nesta área, formando uma área alagada com acúmulo de matéria orgânica, como é possível observar na Figura 10.44. Estas características do local indicam que provavelmente o tratamento está com sua 312 eficiência reduzida e não adequada para o tratamento dos efluentes daquela localidade. Figura 10.44 - Ponto de lançamento do efluente final, em uma área de matagal. Fonte: Autoria própria. IV – ETE ALTO CAXIXE No distrito de Caxixe existe um sistema de tratamento de esgoto denominado de bio sistema integrado, que atende a comunidade de Vila Dordenone, correspondendo a aproximadamente 130 casas. Neste local existe a rede coletora que leva o esgoto à esse sistema de tratamento, composto por várias etapas. As Figuras a seguir apresentam um esquema do sistema, além de algumas etapas do tratamento. Figura 10.45 - Layout do sistema de tratamento da ETE em Alto Caxixe. 313 Fonte: Autoria própria. Legenda: 1 – Entrada de esgoto na Estação de Tratamento (Pré tratamento): composto por gradeamento para retirada de sólidos grosseiros e desarenador para decantação de partículas sólidas em suspensão; 2 – 02 Biodigestores: são câmaras fechadas nas quais a biomassa é fermentada anaerobicamente, tratando o esgoto produzindo biogás e lodo. Cada um deles possui uma profundidade de 3,4m, diâmetro de 5,0m e volume de 40,0 m³; 3 – 01 Biofiltro: filtra por meio de leitos de bambu os resíduos que não foram totalmente digeridos pelo biodigestor. Possui uma profundidade de 3,4m, diâmetro interno de 3,5m e diâmetro externo de 5,0m; 4 – Zona de raízes: tanque com plantas cujas raízes realizam uma segunda filtragem da carga orgânica. Utilizam nutrientes do efluente para seu crescimento. Possui como medidas: comprimento 20,0m, largura 6,0m e profundidade 1,0m; 5 – Tanque de algas: tanque que aumenta o tempo de retenção da água resultante das unidades anteriores, favorecendo a multiplicação de algas que, ao realizar fotossíntese, elevarão o teor de oxigênio dissolvido (OD) na lâmina d’água, 314 melhorando as condições para criação de peixes no tanque seguinte. Comprimento 10,0m, largura 6,0m e profundidade de 1,0m; 6 – Tanque de peixes: utiliza a água já tratada, mas ainda rica em nutrientes para a criação de peixes. Comprimento 48,0m, profundidade 2,0m, largura menor 9,0m e largura menor 9,0m e largura maior 25,0m; 7 – Tanques de macrófitas: neste conjunto de 09 (nove) tanques, as plantas aquáticas são usadas para remover os nutrientes restantes do efluente, completando o tratamento. Essa plantas são removidas periodicamente e colocadas numa composteira que servirá para preparação de adubo orgânico e estará disponível para o uso na jardinagem da área da ETE. Comprimento 8,5m, largura 4,4m e profundidade 0,5m; 8 – Lançamento: o lançamento final do efluente tratado se dá no córrego Caxixe Frio nas Coordenadas 20°24'12.4"S 41°04'51.4"W; 9 – Composteira: local onde ocorrerá a degradação da matéria orgânica presente no lodo puro ou em mistura com outros resíduos orgânicos (palhas, serragem, resíduos de jardinagem e podas de jardins, etc.) por meio de processo biológico exotérmico. Em condições adequadas, a compostagem mostra-se bastante eficaz para eliminar patógenos e o produto final tem excelentes características agronômicas pode ser utilizado para qualquer tipo de atividade agrícola sem riscos para a saúde humana e animal; 10 – Sala de Controle de Biogás: local destinado ao controle e queima do biogás produzido pelos biodigestores; 11 – Viveiro de mudas: tem como função principal a produção e fornecimento de mudas de plantas destinadas aos plantios realizados nas áreas públicas municipais e no entorno da ETE; 12 – Estufa de peixes: local destinado à reprodução de espécies para inserção no tanque de peixes 315 Figura 10.46 - Vista do biodigestor e do biofiltro. Figura 10.47 -Vista da zona de raízes. Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria. 316 Figura 10.48 - Detalhe da zona de raízes. Figura 10.49 - Vista do tanque de peixes. Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria. Figura 10.50 - Vista do tanque de macrófitas. Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria. Figura 10.51 - Vista do ponto de lançamento do efluente final. 317 Este sistema faz parte do Projeto Caxixe, patrocinado pela Petrobras Ambiental, em parceria com o Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes, Faesa e O Instituto Ambiental - OIA,desenvolvido entre osanos de 2007 e 2010. A Revista de Extensão e Pesquisa de 2009, da FAESA, diz o seguinte a respeito do projeto (FAESA, 2009): [...] foi realizado um conjunto de ações integradas visando à melhoria da qualidade de vida da população, que vem sofrendo com a degradação dos recursos naturais e da qualidade da água devido a práticas de desflorestamento e agricultura. O projeto foi direcionado à comunidade de Vila Dordenone, onde foi construída uma Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Biossistema Integrado, em que o esgoto gerado pela população local é tratado biologicamente. Alguns subprodutos são gerados na ETE, como lodo orgânico e de macrófitas e o biogás, que é uma fonte energética potencial para a comunidade. As atividades foram direcionadas a quatro conjuntos de ações: monitoramento do córrego e da ETE, recuperação de áreas degradadas, piscicultura e educação ambiental. Sobre a condição dos corpos hídricos, a Revista ainda pontua acerca da qualidade das águas do córrego: O córrego Caxixe mostra sinais de eutrofização artificial devido ao escoamento das águas pluviais dos solos fertilizados. A predominância de cianobactérias nos dois pontos estudados reforça essa condição. Após o período de monitoramento foi possível constatar que o Biossistema Integrado é eficiente na remoção de matéria orgânica e organismos patogênicos, de modo que o efluente final tratado pode ser lançado no córrego Caxixe sem que haja piora na qualidade da água. Existe ainda a possibilidade de reúso pela comunidade da água tratada para irrigação e piscicultura. Analisando o ponto de lançamento do efluente final, pode-se observar que o mesmo não aparenta estar adequadamente tratado, em vista de sua cor esverdeada, vide Figura 10.51, e o mau cheiro no local. Pela falta de dados quantitativos de monitoramento do efluente, pode-se afirmar apenas que provavelmente a eficiência do sistema está reduzida e pouco adequada, visto a falta de continuidade no acompanhamento do projeto. 318 10.3 LICENÇAS AMBIENTAIS A situação das licenças ambientais dos sistemas de esgotamento administrados pela CESAN encontra-se no Quadro 10.2. Quadro10.2 - Situação das licenças dos sistemas de esgotamento administrados pela CESAN. Sistema Unidade Bairro Licença Redes Coletoras Bananeiras Dispensa nº 0529/2008 Redes Coletoras Loteamento Fioravante Zandonadi Dispensa nº 0395/2012 Vila Betanea Dispensa nº 0526/2008 Vila Betanea Dispensa nº 0527/2008 Vila São Miguel Dispensa nº 0528/2008 Vila São Miguel LAR nº 140/2008 (em maio/11 foi requerida uma nova LAR para ampliação da ETE) Bicuíba Dispensa nº 1351/2010 Bicuíba Não possuem licença EEEB 01 SES Venda Nova EEEB 02 EEEB ETE Venda Nova ETE Venda Nova Endereço Rua Don João Batista, s/ nº Rua Don João Batista, s/ nº Rua Projetada Rua Projetada Redes Coletoras SES Bicuiba ETE Bicuiba SES São João de Viçosa Rua Projetada Sem saída Redes Coletoras ETE São João Rua Projetada Sem saída São João de Viçosa São João de Viçosa Dispensa nº 0762/2010 Não possuem licença Fonte: Companhia Espírito Santense de Saneamento – CESAN. 10.4 SOLUÇÕES ALTERNATIVAS INDIVIDUAIS Em todo o município de Venda Nova do Imigrante, segundo dados do SIDRA (IBGE, 2010), existem soluções individuais de esgotamento sanitário, alternativas à rede de coleta e transporte de esgotos. Estes dados são apresentados pela Tabela 10.7. Tabela 10.7- Domicílios particulares permanentes, por situação do domicílio e o tipo de esgotamento sanitário. 319 Município e Situação do Distrito domicílio Tipo de esgotamento sanitário Domicílios particulares permanentes (Unidades) Domicílios particulares permanentes (%) Fossa séptica 491 7,76 Fossa rudimentar 347 5,49 Vala 4 0,06 Rio, lago ou mar 87 1,38 Outro tipo 1 0,02 Venda Nova Não tinham - - do Imigrante Fossa séptica 1.251 19,78 Fossa rudimentar 249 3,94 Vala 10 0,16 Rio, lago ou mar 37 0,58 Outro tipo 7 0,11 Não tinham 7 0,11 Fossa séptica 362 8,29 Fossa rudimentar 27 0,62 Vala 2 0,05 Rio, lago ou mar 67 1,53 Outro tipo 1 0,02 Não tinham - - Fossa séptica 665 15,22 Fossa rudimentar 180 4,12 Vala 10 0,23 Rio, lago ou mar 22 0,50 Outro tipo 6 0,14 Não tinham 2 0,05 Fossa séptica 23 2,74 Fossa rudimentar 303 36,16 Vala 2 0,24 Rio, lago ou mar 9 1,07 Outro tipo - - Urbana Rural Urbana Sede Rural Alto Caxixe Urbana 320 Não tinham - - 402 47,97 Fossa rudimentar 3 0,36 Vala - - Rio, lago ou mar 2 0,24 Outro tipo 1 0,12 Não tinham 3 0,36 Fossa séptica 106 9,46 Fossa rudimentar 17 1,52 - - 11 0,98 Outro tipo - - Não tinham - - Fossa séptica 184 16,43 Fossa rudimentar 66 5,89 - - 13 1,16 Outro tipo - - Não tinham 2 0,18 Fossa séptica Rural Urbana São João de Viçosa Rural Vala Rio, lago ou mar Vala Rio, lago ou mar Fonte: Sistema de Recuperação Automática (IBGE, 2010). A ausência da rede de esgotamento sanitário se constitui numa realidade de grande parte dos municípios com menos de 50 mil habitantes. Nesse estrato populacional, concentra-se um grande número de municípios preponderantemente rurais e com população dispersa (densidade demográfica inferior a 80 habitantes por quilômetro quadrado), o que acarreta maior dificuldade para ofertar os serviços de coleta de esgoto (IBGE, 2011). Quanto ao esgoto sanitário, a solução alternativa gira em torno das fossas sépticas e sumidouro, principalmente nas áreas rurais. Cabe registrar que a existência de lançamentos em fossa rudimentar, em valas a céu aberto e em corpo d’água, longe de representarem soluções alternativas, constituem, antes, a confirmação da precariedade da coleta de esgoto no País (IBGE, 2011). 321 Nesse sentido, até mesmo a principal solução alternativa adotada para suprir a inexistência desse serviço, no caso a fossa séptica, está longe do desejável, apesar de implicar na redução do lançamento dos dejetos em valas a céu aberto, fossas secas e em corpos d’água, o que ameniza os impactos ambientais decorrentes da falta de rede coletora de esgoto. 10.5 DÉFICIT DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS Segundo o SIDRA (IBGE, 2010), nas áreas urbanizadas do município de Venda Nova do Imigrante foram contabilizados 4.738 domicílios com acesso a instalações hidrossanitárias, seja de uso exclusivo ou coletivo, representando 74,90% dos domicílios municipais. A área rural municipal, geralmente qualificada muito mais negativamente que a área urbana quanto ao déficit hidrossanitário, apresentou resultados satisfatórios. Apenas 0,11% dos domicílios municipais (7 domicílios) não tinham nem banheiro de uso exclusivo nem sanitário, todos estes na área rural. Distrito a distrito, as informações de déficit hidrossanitário em Venda Nova do Imigrante é apresentado pela Tabela 10.8, a seguir. Tabela 10.8- Domicílios particulares permanentes (DPP), por situação do domicílio e existência de banheiro ou sanitário e número de banheiros de uso exclusivo do domicílio. Existência de banheiro ou Município e Distrito Situação do sanitário e número de domicílio banheiros de uso exclusivo do domicílio Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio Venda Nova do Urbana Tinham sanitário Não Imigrante tinham banheiro nem sanitário Rural Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio DPP (Unid. ) DPP. (%) 4705 74,38 33 0,52 - - 1579 24,96 322 Tinham sanitário Não tinham banheiro nem sanitário Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio Urbana Tinham sanitário Não tinham banheiro nem sanitário Sede Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio Rural Tinham sanitário Não tinham banheiro nem sanitário Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio Urbana Tinham sanitário Não tinham banheiro nem sanitário Alto Caxixe Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio Rural Tinham sanitário Não tinham banheiro nem sanitário Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio Urbana Tinham sanitário Não tinham banheiro nem sanitário São João de Viçosa Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio Rural Tinham sanitário Não tinham sanitário banheiro nem 2 0,03 7 0,11 3445 78,87 30 0,69 - - 889 20,35 2 0,05 2 0,05 421 50,24 2 0,24 - - 412 49,16 - - 3 0,36 839 74,91 1 0,09 - - 278 24,82 - - 2 0,18 323 1 - A categoria ‘Tinham sanitário’ inclui banheiro de uso comum a mais de um domicílio. 2 - Dados do Universo do Censo 2010. Fonte: Sistema de Recuperação Automática (IBGE, 2010). É papel do Estado intervir e promover melhorias sanitárias domiciliares com o objetivo de atender às necessidades básicas de saneamento das famílias, por meio de instalações hidrossanitárias mínimas, relacionadas ao uso da água, à higiene e, no caso, ao destino adequado dos esgotos domiciliares. A FUNASA, parceira dos municípios quanto à implementação de saneamento básico, possui o Programa de Melhorias Sanitárias Domiciliares (MSD) da que tem como objetivos: Implantar soluções individuais e coletivas de pequeno porte, com tecnologias apropriadas; Contribuir para a redução dos índices de morbimortalidade provocados pela falta ou inadequação das condições de saneamento domiciliar; Dotar os domicílios de melhorias sanitárias, necessárias à proteção das famílias e à promoção de hábitos higiênicos; e Fomentar a implantação de oficina municipal de saneamento. O conceito de melhorias sanitárias, neste programa de repasse de recursos não onerosos, está relacionado ao saneamento individual do domicílio. Na Figura 10.52, a seguir, são apresentados esquematicamente os eixos de atuação e exemplos de itens que poderão ser solicitados dentro do programa. Estes itens podem e devem fazer parte da proposta apresentada à Funasa, na medida exata da necessidade domiciliar percebida de forma integrada e devem ser combinados de acordo com as características da localidade. 324 Figura 10.52 - Eixos de atuação e exemplos de itens que poderão ser solicitados dentro do programa de MSD. Fonte: Programa de Melhorias Sanitárias Domiciliares – FUNASA/MS. 10.6 ESGOTAMENTO SANITÁRIO EM LOCALIDADES RURAIS A Fundação Nacional de Saúde – Funasa, é o órgão do Governo Federal responsável pela implementação de ações de saneamento em áreas rurais de todos os municípios brasileiros, inclusive no atendimento às populações remanescentes de quilombos, 325 assentamentos rurais e populações ribeirinhas, conforme estabelecido no Plano Plurianual de Governo (PPA 2012-2015). Ao Ministério da Saúde compete a coordenação do Programa de Saneamento Rural, bem como a elaboração de um modelo conceitual em concordância com as especificidades dos territórios rurais, definido como Programa Nacional de Saneamento Rural, conforme expresso no Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB. No exercício de suas atribuições e em consonância com sua estrutura e organização, o Ministério da Saúde delega à FUNASA a competência pela coordenação do Programa de Saneamento Rural. Segundo Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE/2010, no Brasil cerca de 29,9 milhões de pessoas residiam em localidades rurais, totalizando aproximadamente 8,1 milhões de domicílios. Os serviços de saneamento prestados a esta parcela da população apresentam elevado déficit de cobertura. Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD/2012, A situação é mais crítica quando são analisados dados de esgotamento sanitário: apenas 5,2% dos domicílios estão ligados à rede de coleta de esgotos e 28,3% utilizam a fossa séptica como solução para o tratamento dos dejetos. Os demais domicílios (66,5%) depositam os dejetos em “fossas rudimentares”, lançam em cursos d´água ou diretamente no solo a céu aberto (PNAD/2012). Este cenário contribui direta e indiretamente para o surgimento de doenças de transmissão hídrica, parasitoses intestinais e diarreias, as quais são responsáveis pela elevação da taxa de mortalidade infantil. As ações de saneamento em áreas rurais visam reverter este quadro, promovendo também a inclusão social dos grupos sociais minoritários, mediante a implantação integrada com outras políticas públicas setoriais, tais como: saúde, habitação, igualdade racial e meio ambiente. 326 É importante frisar que o meio rural é heterogêneo, constituído de diversos tipos de comunidades, com especificidades próprias em cada região brasileira, exigindo formas particulares de intervenção em saneamento básico, tanto no que diz respeito às questões ambientais, tecnológicas e educativas, como de gestão e sustentabilidade das ações. 10.7 ESTUDO DE DEMANDA SES 10.7.1 Avaliação da Demanda Atual Na ETE Sede, vem sendo realizada a ampliação do sistema de tratamento com a implantação de um sistema UASB + Biofiltro + Decantador Secundário com capacidade para uma vazão nominal de 22 l/s e uma vazão máxima de 39,61 l/s, e capacidade volumétrica de 1.147,68 m³, elevando a capacidade da estação em mais de 200% com vazão média de 33,47 l/s (e vazão máxima de 51,08 l/s). A Rede Coletora de Esgoto de Venda Nova do Imigrante conta com quase 21 quilômetros de rede de coleta, com diâmetros variando de 100 a 300 milímetros, e possui ainda 03 (três) estações elevatórias de esgoto bruto para auxiliar no transporte dos efluentes. 10.7.2 Projeção da Demanda Para efeito deste trabalho vamos considerar que a população a ser atendida será considerada igual a 100% da população estimada para o alcance de projeto. A população constante da área de projeto refere-se 100% da zona urbana dos distritos Sede e São João de Viçosa, e percentuais específicos para alguns setores censitários na zona rural do distrito Sede (setores 320506905000013 e 320506905000022) e do distrito São João de Viçosa (320506920000004 e 320506920000007). Segundo o Censo IBGE 2010, a população residente total urbana nos distritos Sede e São João 327 de Viçosa foram de 13.402 habitantes e o número de domicílios foi de 4.336 domicílios, de acordo com o limite de projeto. Foi feita a avaliação de crescimento na área de projeto entre os anos de 2000 e 2010, e o crescimento foi de 2,98%, e entre 2010 e 2012 (estimativa IBGE), o crescimento foi de 1,82%. De acordo com esses resultados, e com a tendência de crescimento da região, foi considerado que o crescimento populacional terá início com a taxa de 1,82% a.a., e apresentará declínio até o ano de 2044, final de plano de projeto, com a taxa esperada de 1,60% a.a., ou seja, de 2014 a 2044 espera-se que a tendência seja de um crescimento geométrico em torno de 1,73% a.a, conforme mostra a Tabela 10.9. Tabela 10.9 - Projeção da população de Venda Nova do Imigrante na área de projeto. ANO 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 POPULAÇÃO DE PROJETO 13.402 13.646 13.895 14.148 14.405 14.666 14.931 15.201 15.475 15.753 16.035 16.321 16.612 16.907 17.206 17.509 17.816 18.127 18.443 18.763 19.087 19.415 TAXA DE CRESCIMENTO 1,82 1,82 1,82 1,82 1,82 1,81 1,81 1,81 1,80 1,80 1,79 1,78 1,78 1,78 1,77 1,76 1,75 1,75 1,74 1,74 1,73 1,72 328 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 19.747 20.083 20.423 20.767 21.115 21.467 21.823 22.183 22.547 22.915 23.286 23.661 24.040 1,71 1,70 1,69 1,68 1,68 1,67 1,66 1,65 1,64 1,63 1,62 1,61 1,60 A demanda residencial padrão de água, estimada em 180 l/hab.dia com base nos dados fornecidos pela CESAN – Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN, 2013) será o parâmetro base para estimar a demanda residencial de coleta, transporte e tratamento de esgotos. Foram adotados os seguintes parâmetros: Consumo per capta de água: 180 l/hab.dia Coeficiente do dia de maior consumo (K1): 1,2 Coeficiente da hora de maior consumo (K2): 1,5 Coeficiente de retorno de esgoto (K3): 0,80 Perdas na produção (ETA): 5% Perdas na distribuição: (Variando de 24 a 20% conforme Quadro 5) Horas de funcionamento da ETA: 24 horas Taxa de infiltração: 0,0001 l/s.m A Tabela 10.10 apresenta os cálculos de demanda de esgoto para a área urbana considerada do município de Venda Nova do Imigrante. 329 Tabela 10.10: Projeção de Demanda dos Serviços de Esgotamento Sanitário da Sede. N° Ano Ano Pop. Urbana (Hab.) 0 0 0 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 13.402 13.646 13.895 14.148 14.405 14.666 14.931 15.201 15.475 15.753 16.035 16.321 16.612 16.907 17.206 17.509 17.816 18.127 18.443 18.763 19.087 19.415 19.747 20.083 20.423 20.767 21.115 21.467 21.823 22.183 22.547 22.915 23.286 23.661 24.040 Demanda Média de Esgoto (l/s) 23,5 23,9 24,3 24,8 25,2 25,7 26,1 26,6 27,1 27,6 28,1 28,6 29,1 29,6 30,1 30,6 31,2 31,7 32,3 32,8 33,4 34,0 34,6 35,1 35,7 36,3 37,0 37,6 38,2 38,8 39,5 40,1 40,8 41,4 42,1 Vê-se que o volume total gerado pela população residente dos distritos considerados acima na Tabela 10.10 de projeção para os próximos 30 anos apresenta uma situação de alerta em 2031, quando se ultrapassa a vazão nominal de tratamento da ETE Sede de 33,47 l/s. Se considerarmos a vazão máxima da nova instalação da ETE de Venda 330 Nova, esta capacidade de tratamento é ampliada para 51,08 l/s, porém, na prática, esta vazão máxima da ETE Venda Nova como rotina operacional levaria à desgastes maiores e aumentaria o número de paralisações para manutenção. Logo, para estas localidades mencionadas, o horizonte de adequação está limitado para os próximos 17 anos, mantendo-se a atual configuração de tratamento. Faz-se necessário, portanto, o planejamento de investimentos desde já para atender a demanda gerada pelo crescimento vegetativo. 10.8 PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS Evidentemente, o objetivo almejado é de que a oferta do serviço prestado no município de coleta, transporte e tratamento de esgotos atenda a 100% da demanda do município, situação na qual chamamos de universalização do serviço de esgotamento sanitário. Foi apresentado à Prefeitura Municipal o Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário elaborado pela CESAN em 2013, no qual se apresenta uma proposta de plano de metas sob o olhar da Companhia. Até o momento este é o único plano desenvolvido para o Município de Venda Nova do Imigrante, cujo objetivo foi a universalização do serviço público de abastecimento de água e esgotamento sanitário, nas áreas urbanas da Sede e dos distritos de São João de Viçosa e Alto Caxixe, com serviços e produtos de qualidade, em atendimento à Lei Federal 11.445/07 (CESAN, 2013). Quanto ao sistema de esgotamento sanitário da sede do município, operado pela CESAN, a cobertura dos serviços deste sistema não foi universalizada, entretanto, segundo o seu próprio Diagnóstico, 100% do esgoto coletado é tratado. Percebe-se que apenas encaminhar os esgotos à uma estação de tratamento são significa que os mesmos estão em condições adequadas de tratamento, haja visto os déficits de 331 eficiência de tratamento calculados tendo como base os dados de monitoramento de entrada e saída das ETEs sob responsabilidade da CESAN. De acordo com a proposta de Plano de Metas apresentada, a companhia propunha atingir, até 2022, a universalização da cobertura dos serviços com coleta e tratamento do esgoto. Atualmente, a CESAN está executando obras e serviços relativos à ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto da Sede, cuja conclusão estava prevista para o segundo semestre de 2014. Esta obra permitirá o aumento do tratamento em 200% passando de uma vazão nominal de 11,47 l/s para 33,47 l/s. A CESAN também apresentou um cronograma não detalhado, Quadro10.3, de obras de expansão da rede coletora, campanhas educativas de adesão ao SES e obras de interligação dos SES independentes (dos bairros de São João de Viçosa e Bicuíba) ao SES principal da sede, ou seja, à ETE Venda Nova do Imigrante que serão realizadas. Quadro10.3 - Meta de universalização da cobertura da sede do Município. Ano 2014 Tratamento Implantação do SES Tapera ... 2019 ... Até 2043 Implantação do SES Bananeiras Fonte: Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN), 2013. O atendimento da localidade de Alto Caxixe com os serviços de esgotamento sanitário está previsto para o ano de 2026, segundo a CESAN (2013), mas poderá ser antecipado mediante a captação de recursos junto a órgãos financiadores do setor de saneamento ou aporte de recursos públicos advindo do governo federal ou estadual ou municipal para implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário da localidade. A seguir são apresentadas as soluções previstas em CESAN (2013) para o SES do município de Venda Nova do Imigrante. Algumas das soluções foram, irão ou deveriam ter sido iniciadas ainda no ano de 2014. 332 10.8.1 Soluções em Desenvolvimento para o Sistema de Esgotamento Sanitário O SES da sede de Venda Nova do Imigrante, que hoje não atende a universalização dos serviços, já possui uma cobertura bastante abrangente de 75% da região e bem superior se comparado com a média nacional de 45,7%, em 2008 e ligeiramente acima da média da região Sudeste de 69,8% (IBGE, 2008). Porém, faz-se necessário a execução de melhorias estruturais e ampliação de sua capacidade de tratamento a fim de se adequar à demanda futura, como também aos padrões de lançamento de efluentes preconizados pela legislação ambiental vigente (Resolução CONAMA 430/11) (CESAN, 2013). De acordo com o Plano de Metas proposto pela CESAN em seu Diagnóstico do SES de Venda Nova do Imigrante (CESAN, 2013), as ligações domiciliares serão compostas de Caixa de Ligação em anéis de concreto DN 400 mm com tampa em concreto armado. As novas ligações domiciliares a serem implantadas, serão executadas juntamente com as novas redes coletoras, incorporando-se a tampa de Ferro Fundido 20 x 20 cm, articulada com a inscrição “esgoto”. A tubulação da ligação será em PVC EB 644 DN 100 milímetros incluindo as conexões: curva de 90° e o selim de ligação. Aproximadamente 120 novas ligações serão implantadas no bairro Tapera e mais 100 novas ligações no bairro Bananeiras, à medida que forem executadas as redes coletoras nesses locais. Segundo o Diagnóstico de 2013 da CESAN (2013), para ampliar a cobertura dos serviços à população da sede do Município de Venda Nova do Imigrante, é necessário implantar redes coletoras em todas as vias que possuem ocupação de edificações residenciais e comerciais que ainda não possuem rede coletora e também implantar as redes coletoras nos bairros de Tapera e Bananeiras. Neste sentido, a implantação 333 das redes coletoras no bairro de Tapera estava proposta para iniciar a execução ainda em 2014. A extensão de Rede Coletora prevista em CESAN (2013) para ser implantada nos bairros de Tapera e Bananeiras é de aproximadamente 8.000 metros, sendo 3.000 metros no bairro Bananeiras e 5.000 metros no bairro Tapera. O Projeto de redes coletoras que interligará o bairro Tapera ao tratamento (ETE), já foi elaborado pela CESAN. Ainda no distrito Sede, será necessário substituir 560 metros de rede coletora em manilhas cerâmica DN 150mm, implantadas há mais de 30 anos. Nas áreas urbanas dos distritos de São João de Viçosa e Bicuíba, que hoje possuem SES independentes, há a previsão de implantação de redes coletoras em todas as vias que ainda não possuem rede e que possuem ocupação de edificações residenciais e comerciais CESAN (2013). De acordo com CESAN (2013), as redes coletoras a serem implantadas terão como características principais o material em PVC EB 644, ou seja, segundo a NBR 7362, nos diâmetros de 150, 200 e 250 milímetros. Já os Poços de Visita (PV) serão em anéis de concreto nos diâmetros de 600, 1000 e 1200 milímetros para profundidades de até 1,20 m, de 1,21m a 2,00 m e acima de 2,01 metros, respectivamente. Os poços de visita serão instalados nos entroncamentos de ruas, mudanças de declividade, de diâmetro ou direção da rede coletora e quando a distância entre os PVs for maior que 80 metros. Devido aos atuais quadros de operação e manutenção das ETEs (Fossa-Filtro) de João de Viçosa e Bicuíba, foi prevista a desativação de ambas e a interligação dos domicílios a elas ligadas (CESAN, 2013), sendo necessária a implantação de duas EEE bruto para recalcar o esgoto doméstico desses bairros para a nova ETE de Venda Nova do Imigrante. Além dessas, estão previstas uma EEEB para atender o bairro de Tapera e outra para o bairro Bananeira (CESAN, 2013). 334 As Estações Elevatórias de Esgoto Bruto de Tapera e Bananeira serão implantadas juntamente com as Redes Coletoras. As EEEBs de São João de Viçosa e Bicuíba serão implantadas nos locais onde hoje funcionam as ETEs, do tipo Fossa Filtro, responsável pelo tratamento do esgoto desses bairros (CESAN, 2013). De acordo com (CESAN, 2013), todo o efluente final ETE Venda Nova do Imigrante é lançado no córrego São João de Viçosa. A CESAN possui outorga para lançamento do efluente neste rio, porém, foi pedida uma nova outorga devido a amplicação da ETE, que ainda está em processo de análise. Para estes efluentes é realizado o controle de qualidade do esgoto tratado, com análises mensais no Laboratório Central da CESAN, certificado pela ISO 9001, além de análises diárias no laboratório da ETE para controle operacional. 10.9 DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO Segundo os moradores, a ligação dos domicílios à rede se dá apenas nos imóveis mais novos, devido às cobranças do município e CESAN para estas ligações oficiais. A prática de ligação irregular na rede pluvial é comum em todo o município, principalmente nos domicílios mais antigos, inclusive da Sede. Trata-se de uma questão cultural arraigada e não só financeira, que, na visão dos munícipes, não prejudica o meio ambiente. Esta prática é nítida para a população em Tapera, Caxixe, Bananeiras e demais locais onde não há o atendimento da rede coletora da CESAN. Ainda, a utilização de fossas sépticas e rudimentares é bem disseminada tanto na área rural quanto na Sede do município, seja como solução individual ou coletiva. Uma prática bem comum é a construção de fossas negras pelos próprio proprietários das residências. Na percepção popular é muito raro se ver esgotos à céu aberto, mas sentem o odor quando passam por alguns lugares. 335 A população reconhece a existência de Estações de Tratamento de Esgotos nas localidades de Caxixe e Camargo (Pró Rural), Bananeiras, Viçosinha, Vargem Grande, São José e Fazenda Fiorese. Também há a preocupação para o crescimento da atividade comercial e industrial da área urbana da Sede (onde há a maior concentração destas atividades) e o lançamento dos esgotos destes empreendimentos tais como oficinas mecânicas, padarias, siderúrgicas, dentre outros ao longo de toda área de cobertura da rede. A atividade agropecuária também foi lembrada ao destacar a presença de pocilgas e granjas, principalmente em Viçosinha e Lavrinhas, bem como o uso de agrotóxicos próximos aos cursos d’água em todo o município, especialmente em Caxixe. Via de regra, estas situações de irregularidade no campo são fiscalizadas por uma articulação entre INCAPER, Prefeitura e Ministério Público. A Associação de Agricultores também desempenha o papel de fiscalizar e de orientar a devolução de embalagens de agrotóxicos. Foram citados casos de esquistossomose em São Roque e Fazenda Fiorese, e casos pontuais de diarreia principalmente no interior, mas não se tem como comprovar que a causa seja a questão do saneamento básico. De maneira geral, a população reconhece a importância da presença de rede e do tratamento adequado dos esgotos como forma de promoção de saúde e preservação ambiental, tanto que, para a população local, existe uma necessidade urgente e prioritária por tratamento de esgoto e ampliação dos serviços de coleta, transporte e tratamento de esgoto para a preservação das áreas dos mananciais que estão comprometidos. No quadro abaixo é possível verificar os principais problemas encontrados no município, relacionados aos serviços de esgotamento sanitário. 336 Quadro 10.4: Problemas observados pela Mobilização Social 01 no município de Venda Nova do Imigrante em relação aos serviços de esgotamento sanitário. ESGOTAMENTO SANITÁRIO REGIÃO PROBLEMA ENFRENTADO *.1: Tapera Rede de Esgoto se mistura com a Rede Pluvial. *.2: Caxixe Rede de Esgoto se mistura com a Rede Pluvial. *.3: Bananeiras Rede de Esgoto se mistura com a Rede Pluvial. *.4: Viçozinha Ocorrência de Fossa Séptica. *.5: Caxixe Ocorrência de Fossa Séptica. *.6: Caxixe e Camargo Estação Coletiva de Esgoto. *.7: Bananeiras Estação Coletiva de Esgoto. *.8: Viçozinha Estação Coletiva de Esgoto. *.9: Vargem Grande Estação Coletiva de Esgoto. *.10:São José Estação Coletiva de Esgoto. *.11: Fazenda Fiorezi Ocorrências de esquistossomose. *.12: Viçozinha Ocorrências de esquistossomose. *.13: Viçozinha e Lavrinhas Lançamento de esgotos provenientes de pocilgas e granjas na rede pluvial. *.14: São Roque e Fazenda Fiorese Ocorrências de esquistossomose. 337 10.10REFERÊNCIAS AGÊNCIA REGULADORA DE SANEAMENTO BÁSICO E INFRAESTRUTURA VIÁRIA DO ESPÍRITO SANTO – ARSI. Parecer Técnico PT/DT/GRS Nº 01/2014: Análise do atendimento das recomendações do Termo de Notificação – TN/DT/GRS 001/2013. Vitória, 2014. 3 p. _____. Relatório de Fiscalização RF/DT/GRS/001/2013: Fiscalização da prestação de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Venda Nova do Imigrante pela Companhia Espírito Santense de Saneamento – CESAN. Processo nº 60706368. Vitória, 2013. 21 p. 22 a 24 de janeiro de 2013. Disponível em: <http://www.arsi.es.gov.br/download/relatorio_de_fiscalizacao_ Venda_Nova_2013_001.pdf>. Acesso em 13 de Agosto de 2014. _____. Resolução ARSI nº 19 de 31 de julho de 2012, que homologou o reajuste da Tabela de Preços dos Serviços Cobráveis da Companhia Espírito Santense de Saneamento – CESAN. Vitória: ES, 2012. BRASIL. Lei Nº 12.593, de 18 de Janeiro de 2012. Institui o Plano Plurianual da União para o período de 2012 a 2015. 5 p. Disponível em: http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/ Arquivos/spi/PPA/2012/120118_lei_12593.pdf. Acesso em 28 de Agosto de 2014. COMPANHIA ESPÍRITO SANTENSE DE SANEAMENTO – CESAN. Diagnóstico dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Venda Nova do Imigrante, 2013. 34 p. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução nº 430, de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução n° 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. 9 p. Disponível em: http://www.legislacao.mutua. 338 com.br/pdf/diversos_normativos/conama/2011_CONAMA_RES_430.pdf. Acesso em 18 de Julho de 2014. FACULDADES INTEGRADAS ESPÍRITO SANTENSES – FAESA. Revista de Extensão e Pesquisa 2009. Vitória, 2009. 28 p. Disponível em: http://site.faesa.br/revista_extensao/2009/Revista_Faesa _Pesquisa_e_Extensao_2009.pdf. Acesso em 30 de Agosto de 2014. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008. Rio de Janeiro, 2010. 218 p. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/ populacao/condicaodevida/pnsb2008/PNSB_2008.pdf>. Acesso em 11 de Agosto de 2014. _____. Atlas do Saneamento 2011. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/atlas_saneamento/default_zip.sht m. Acesso em 30 de julho de 2014. _____. Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA. Disponível em: < http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/default.asp>. Acesso em 20 de Julho de 2014. _____. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2012. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2012/d efault_sintese.shtm. Acesso em 13 de Agosto de 2014. MINISTÉRIO DAS CIDADES. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS. Série Histórica dos Diagnósticos dos Serviços de Água e Esgotos. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Brasília, DF. Disponível em: http://www.snis.gov.br/PaginaCarrega. php?EWRErterterTERTer=6. Acesso em 23 de julho de 2014. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO. Plano Plurianual de Governo (PPA 2012-2015). Relatório Anual de Avaliação. Brasília, 2012. Disponível em: 339 http://www.planejamento.gov.br/ ministerio.asp?index=10&ler=s1086. Acesso em 25 de Julho de 2104. 340 11 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS (SDMAPU) O Diagnóstico Situacional procurou identificar e retratar o estágio atual da gestão dosserviços, envolvendo os aspectos quantitativos e qualitativosoperacionais e das infraestruturas atinentes à prestação do serviço de drenagem urbana do Município de Venda Nova do Imigrante 11.1 CARACTERIZAÇÃO OPERACIONAL DO SDMAPU 11.1.1 Descrição dos sistemas de macro-drenagem A Sede de Venda Nova do Imigrante e o distrito de São João de Viçosa se desenvolveram em região de relevo montanhoso ao longo dos vales do Rio São João de Viçosa de seus córregos afluentes. Entre a área urbana consolidada e as cumeeiras das Montanhas, verificam-se diferenciais altimétricos de centenas de metros (Figura 11.1). As sinuosidades das montanhas que circundam esta área urbana criam diversas subbacias de contribuição ao Rio São João de Viçosa (Figura 11.2). 341 Figura 11.1 - Detalhe do relevo montanhoso – Sede e São João de Viçosa Fonte: Autoria Própria. Figura 11.2 - Área urbana da Sede e São João de Viçosa - Detalhe dos talvegues das sub-bacias afluentes ao Rio São João de Viçosa. Fonte: Autoria Própria. 342 A Prefeitura não dispõe de levantamento topográfico das calhas do Rio São João e dos córregos afluentes nos trechos urbanos Em relação a ocorrência de inundações devidas ao Rio São João de Viçosa, esta região não tem sofrido desastres devidos às suas cheias desde a ampliação e o aprofundamento de sua seção, em trechos situados no caminhamento urbano, realizada em final de 2009. Esta obra foi motivada por uma forte chuva, ocorrida em 5 de dezembro de 2009, com valor diário de 160 mm. Depois deste o evento de precipitação intensa em 2009, a calha já ampliada já transportou escoamento de chuvas diárias registradas durante o período úmido de até 87 mm, sem ocorrência de inundações. Durante a elaboração do Atlas de Vulnerabilidade à inundação do ES em 2013, toda a calha do Rio São João de Viçosa foi classificada, como trecho de baixa vulnerabilidade a inundações (Figura 11.3). 343 Figura 11.3 – Classificação do Rio São João de Viçosa no Atlas de Vulnerabilidade à inundação do ES/2013 Fonte: Autoria própria. 344 Não existe também, no banco de dados da Prefeitura, cadastro do sistema de drenagem em operação na região, mas há a informação de que, em geral, cada talvegue de sub-bacia do rio São João de Viçosa tem instalado galerias circulares em concreto no diâmetro de 1000 mm, para promover o escoamento local das águas pluviais. A população, nas visitas a campo e nas reuniões de mobilização, e também a equipe da Prefeitura informaram que nestas sub-bacias não tem ocorrido pontos alagamento, sendo citado apenas um ponto. No distrito de Alto Caxixe, o assentamento urbano se desenvolveu no vale do córrego Caxixe Frio como mostra o mapa do Anexo 3. A região de assentamento urbano consolidado tem altitudes em torno de 1000 m. As cumeeiras das sub-bacias estão a uma centena de metros acima, Figura 11.4. A região não apresenta problemas de inundação e alagamento. Figura 11.4 - Planialtimetria do distrito do Alto Caxixe, área urbana consolidada em cinza. Fonte: Autoria própria. 345 11.1.2 Identificação de área sensíveis à inundação A seguir são descritos os três locais que eram atingidos por inundações, antes das obras de 2009, durante as cheias no Rio São João de Viçosa: - Rua atrás da Av. Nona Vitória (Bairro Bicuíba – Sede) A área demarcada em azul na Figura 11.526 (273834 E/ 7750054 S) apresentava problemas de inundação devido ao extravasamento do Rio São João de Viçosa. Após a dragagem deste rio, esta área deixou de ser crítica. Área mapeada pela defesa civil Bárbara e Silva (2013). Figura 11.5 - Área sensível a inundação atrás da Rua Av. Nona Vitória. Fonte: Google Earth. 346 Figura 11.6 - (a) e (b) Rua atrás da Av. Nona Vitória com ocorrência pouco frequente de inundações. (a) (b) Fonte: Autoria própria. - Confluência entre o Córrego Lavrinha e o Rio São João de Viçosa (Bairro Vila Betânia – Sede) A área indicada em azul na Figura 11.7 (276646 E / 7751394 S) apresentava problemas de inundação até 2009. Após a dragagem deste rio, esta área deixou de ser crítica. Área mapeada pela defesa civil Bárbara e Silva (2013). 347 Figura 11.7 - Área sensível a inundação após a confluência entre o Córrego Lavrinha e o Rio São João de Viçosa. Fonte: Google Earth. Figura 11.8 - (a) Confluência entre o Córrego Lavrinha e o Rio São João de Viçosa. (b) Área sensível a inundação a jusante do ponto de confluência. (a) (b) Fonte: Autoria própria. - Área próxima às margens do Rio São João de Viçosa entre a Rua das Voluntárias e a Rua Luiz Falchetto (Bairro São Pedro – Sede). 348 A área indicada em azul na Figura 11.9 (277828 E / 7750527 S) deixou de apresentar problemas de inundação após a dragagem do Rio São João de Viçosa. Figura 11.9 - Área sensível a inundação próxima ao Rio São João de Viçosa, Bairro São Pedro. Fonte: Google Earth. Figura 11.10 - (a) e (b) Rua próxima às margens do Rio São João de Viçosa, Bairro São Pedro, com inundações pouco frequentes. (a) (b) Fonte: Autoria própria. 349 A seguir são descritos outros pontos sensíveis a inundação não relacionados a ampliação já executada na calha do rio São João de Viçosa. Ponto de obstrução - Ponte na Rua Mário Amorosin (Distrito São João de Viçosa) A área demarcada em azul na Figura 11.11 (271414 E / 7749867 S), situada no distrito São João de Viçosa, se refere a uma área de inundação a montante de uma ponte. Segundo moradores da região, a ponte provoca um estrangulamento da seção do Rio São João de Viçosa, o que dificulta o seu escoamento. Figura 11.11 - Área de inundação a montante da ponte, Distrito São João de Viçosa. Fonte: Google Earth. - Área com risco de devido a barragem (Comunidade Caxixe Frio) A área demarcada em azul na Figura 11.12 (282338 E / 7742417 S) se localiza a jusante de uma represa de propriedade particular. De acordo com a Defesa Civil Municipal, há um risco para as casas vizinhas em caso de chuvas fortes. 350 Figura 11.12 - Área com risco de inundação, Comunidade Caxixe Frio. Fonte: Google Earth. Figura 11.13 - (a): Localização da represa. (b): Área com risco de inundação a jusante da represa. (a) (b) Fonte: Autoria própria. 351 De acordo com o MUNIC (IBGE, 2013), o município de Venda Nova do Imigrante não foi atingido por eventos de alagamento ou processos erosivos nos últimos cinco anos. A pesquisa também mostra que existem mapeamentos das áreas de risco de enchentes ou inundações e programa habitacional para realocação de população de baixa renda situadas em áreas de risco. De acordo com esses estudos e mapeamentos, estima-se cerca de 1.302 pessoas vulneráveis a eventos de enchentes, inundações graduais, enxurradas ou inundações bruscas nas áreas urbanas. 11.1.3 Identificação de área sensíveis a alagamento Nos trabalhos de campo e na reunião de mobilização foram identificadas áreas que ainda apresentam problemas com alagamento, as quais serão descritas a seguir. - Área entre a Rua Vitório Bioschi e Av. Domingos Perim (Bairro Centro – Sede) A área indicada em azul na Figura 11.14 (273494 E / 7749986 S) representa uma zona de alagamento com formação de poça. 352 Figura 11.14 - Área de alagamento, Bairro Centro. Fonte: Google Earth. - Área entre a Rua dos Jequitibás e a Rua Vinte e Oito de Julho (Bairro Vila da Mata – Sede) Segundo os moradores do município, a área mais crítica de alagamento se encontra no Bairro Vila da Mata, indicada em azul na Figura 11.15 (277497 E / 7749728 S). A Figura 11.16 apresenta o registro fotográfico dessa área. 353 Figura 11.15 - Área de alagamento, Bairro Vila da Mata. Fonte: Google Earth. Figura 11.16 - (a) Área de alagamento. (b) Estrutura de proteção na porta da residência. (a) (b) Fonte: Autoria própria. 354 Todas as áreas de Venda Nova do Imigrante que foram levantadas na reunião de mobilização com problemas relacionados à drenagem estão indicadas nos mapas do Anexo 3. 11.1.4 Descricão do sistemas de microdrenagem Para caracterização da microdrenagem do município de Venda Nova do Imigrante, foram utilizados os dados obtidos na Base de Informações do Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2010), uma vez que o município não conta com cadastro de redes de drenagem. Esta base apresenta dados individualizados por setor censitário, de modo que possibilita a análise das informações produzidas em nível municipal. A microdrenagem do setor censitário de determinada região é visualmente identificada pela presença de estruturas como bueiros ou bocas de lobo, que são destinadas a captação da água de chuva que escoa superficialmente pelas vias, para posterior transporte pela rede subterrânea. Assim, na coleta de dados censitários, sobre o entorno dos domicílios visitados, é verificada a existência ou não de bueiros e bocas de lobo, na face do domicílio ou em sua face confrontante. Para ter uma visão geral sobre a situação da microdrenagem de cada setor censitário do município estabeleceu-se um indicador baseado nos dados mencionados anteriormente. Esse indicador consiste no percentual de domicílios que possuem bueiros ou bocas de lobos instalados em seu entorno. É importante ressaltar que esse indicador foi estabelecido considerando-se os domicílios particulares permanentes urbanos (próprios, alugados e cedidos), uma vez que os domicílios situados na área rural não dispõem de dados dessa natureza. O indicador percentual de domicílios que possuem bueiros ou bocas de lobos (%DBBL) pode ser matematicamente representado pela seguinte relação: 355 %𝐷𝐵𝐵𝐿 = 𝐷𝑜𝑚í𝑐í𝑙𝑖𝑜𝑠𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠𝑜𝑢𝑏𝑜𝑐𝑎𝑠𝑑𝑒𝑙𝑜𝑏𝑜𝑠𝑒𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝐷𝑜𝑚𝑖𝑐í𝑙𝑖𝑜𝑠𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑡𝑒𝑠 A representação espacial dos dados obtidos pode ser observada na Figura 11.17. Observa-se que os setores censitários situados na área de urbanização mais antiga da sede municipal apresentaram maior quantidade de domicílios com bueiros e bocas de lobo no entorno (entre 50% e 80%). Nas áreas periféricas da sede, de urbanização recente, apresentaram menor cobertura da infraestrutura de microdrenagem (percentuais entre 20% e 45%). O distrito de São João de Viçosa apresentou percentual entre 40% e 60%, enquanto a área urbana do distrito de Caxixe apresentou percentual inferior a 20%. 356 Figura 11.17 - Distribuição espacial do indicador %DBBL. Fonte: Autoria própria 11.1.5 Descrição do sistema de operação e manutenção dos sistemas de drenagem naturais e artificiais A Prefeitura Municipal de Venda Nova do Imigrante opera com dez secretarias. Dentre estas, a Secretária Municipal de Obras e Infraestrutura Urbana é responsável pela implantação, operação e manutenção da drenagem urbana. O órgão responsável pela prevenção de desastres, registro de ocorrências e preparação e respostas para as emergências é a Defesa Civil Municipal. 357 As redes de drenagem urbana do município de Venda Nova do Imigrante se encontram, em geral, em bom estado de conservação. A manutenção das galerias de águas pluviais é realizada apenas quando há necessidade. De acordo com a Secretaria de Obras, a limpeza e desassoreamento das galerias têm sido realizados empregando equipe de funcionários e, quando não há acesso à galeria, um caminhãopipa pertencente à Prefeitura. Com relação à drenagem natural, em 2009 foi realizada a dragagem do Rio São João de Viçosa e, desde então, realiza-se a limpeza anual para evitar assoreamentos, com utilização de máquina retroescavadeira pertencente à Prefeitura. Em trabalhos de campo e reuniões de mobilização com a comunidade, o único evento de manutenção relatado pelos moradores é o de assoreamento da galeria pluvial na Rua Elizabete Perim (Bairro São Rafael, Sede). Esta região é plana e cercada de relevo montanhoso. O assoreamento, possivelmente, deve-se ao arraste de sedimentos da região montanhosa durante as precipitações. Segundo a Prefeitura, após a obra de pavimentação das ruas acima dessa área, houve uma redução do assoreamento. O polígono em amarelo na Figura 11.18(277682 E / 7750845 S) representa a área mencionada. A Figura 11.18 apresenta a vista da Rua Elizabete Perim. 358 Figura 11.18 - Assoreamento na galeria pluvial, Bairro São Rafael. Fonte: Google Earth. Figura 11.19 - Rua Elizabete Perim. Fonte: Google Earth. 359 11.1.6 Convivencia das redes de drenagem com os esgotos e os resíduos sólidos Venda Nova do Imigrante possui três ETEs de responsabilidade da CESAN: uma com atendimento da Sede do município e duas com atendimento individual dos bairros São João de Viçosa e Bicuíba. Em 2012 o índice de cobertura da ETE da Sede era de 73,2% com 100% de tratamento. As três ETEs destinam o efluente tratado para o Rio São João de Viçosa (CESAN, 2012). De acordo com a CESAN, a ETE da Sede atende os seguintes bairros: Santo Antônio da Serra, Providência, Vila da Mata, Centro, Minete, São Pedro, Esplanada, 30 de dezembro, Vila Betânia, Lavrinhas, Vicente Zandonadi, Santa Cruz, Vila São Miguel,Marmim e São Rafael. Os demais bairros da Sede não são atendidos pela ETE, onde ocorre a pressão de lançamento de esgotos na drenagem é maior. No distrito de São João de Viçosa algumas casas, nas margens do rio, lançam esgotos diretamente no rio São de Viçosa que em termos percentuais é muito baixo. A Prefeitura Municipal informou que existe um sistema integrado de tratamento de esgoto na Vila Dordenone do distrito de Alto Caxixe, a qual a manutenção é de sua responsabilidade. Também existe um sistema de tratamento de esgoto em Vargem Grande e em Vila Barbosa, de responsabilidade da Prefeitura. A coleta de resíduos domésticos é realizada regularmente no Município e abrange todos os bairros da área urbana e os distritos de São João de Viçosa e Alto Caxixe, sendo baixa a pressão de lançamentos resíduos nos cursos d’água e sistemas de drenagem. Em visita a campo não foi observado resíduos nos cursos d’água. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL O município de Venda Nova do Imigrante não conta com plano de drenagem. O último plano de saneamento realizado não contemplou o eixo drenagem. Os serviços de 360 Drenagem e Manejo de Águas Pluviais estão regulamentados pelos seguintes dispositivos legais: - Lei Federal N° 6.766, de 19 de dezembro de 1979: Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras providências. - Lei Federal N° 11.445, de 05 de janeiro de 2007: Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis N°s 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990,8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei N° 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. - Lei Estadual N° 7943, de 16 de Dezembro de 2004: Dispõe sobre o parcelamento do solo para fins urbanos e dá outras providências. - Lei Municipal N° 70, de 20 de Dezembro de 1990: Institui o Código de Obras. - Lei Municipal N° 557, de 23 de Dezembro de 2002: Estabelece normas para as atividades de uso, parcelamento e ocupação do solo. - Lei Municipal N° 969, de 26 de Setembro de 2011: Dispõe sobre a criação da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil - CONDEC e dá outras providências. 11.2 INDICADORES OPERACIONAIS, ECONÔMICO-FINANCEIROS, ADMINISTRATIVOS A palavra “indicador” é originária do latim indicare, que significa descobrir, apontar, anunciar, estimar. De acordo com Bellen (2005) o indicador serve para informar sobre o progresso em direção a uma meta estabelecida, utilizado como um recurso para melhorar a percepção de uma tendência ou fenômeno que não são imediatamente percebidos por meio dos dados isolados. Segundo Siche et al. (2007) os indicadores refletem um momento, ou seja, são como uma fotografia da situação em um dado instante. Dentro dessa visão os indicadores 361 servem como um sinal de alerta para subsidiar os gestores na tomada de decisão sobre as intervenções e prioridades em um determinado sistema. Em sistemas de drenagem pluvial os indicadores são utilizados para traduzir o comportamento do ambiente urbano e do sistema de drenagem, visando permitir o planejamento e a implantação de ações neste setor. Eles também representam uma forma de avaliar a quantidade e qualidade dos serviços de drenagem prestados à população. Portanto, para uma gestão adequada das águas pluviais, o município deve definir um conjunto de indicadores de drenagem urbana que possibilitem o planejamento e execução de ações, o monitoramento das condições urbanas e sociais, assim como o acompanhamento dos programas de drenagem. Esse conjunto de indicadores deve ser construído de acordo com alguns critérios e métodos que garantam a coerência entre os indicadores e os objetivos pretendidos. De acordo com Miranda (2003) os critérios de avaliação para seleção de indicadores são: Acessibilidade dos dados: facilidade de acesso aos dados referentes ao indicador; Clareza na comunicação: permitir uma rápida compreensão e aceitação pelos usuários; Relevância: refletir algo básico e fundamental para descrever o fenômeno monitorado; Amplitude geográfica: ser sensível à mudança no espaço; Padronização: garantir a adoção de um padrão que possibilite comparar uma realidade com as demais; Preditividade: capacidade de alertar antecipadamente sobre os problemas antes que os mesmos se tornem de difícil solução; Pró-Atividade: capacidade de representar o que vem dando certo, visando garantir a motivação para a manutenção da continuidade; 362 Sensibilidade temporal: refletir mudanças e tendências ao longo do tempo; Definição de metas: permitir o estabelecimento de metas alcançáveis; Confiabilidade da fonte: possuir uma ou mais fontes de dados de confiáveis; Capacidade de síntese: transmitir rapidamente uma informação, permitindo acesso aos detalhes, quando necessário. O Quadro 11.1 apresenta uma lista de indicadores de desempenho da drenagem urbana utilizados em outros municípios brasileiros. Estes indicadores refletem os seguintes níveis de análise: Nível Estratégico - visam representar as causas e efeitos da ação dos tomadores de decisão em nível organizacional. Nível Operacional - fornecem informações sobre a cobertura dos serviços prestados. Grau de permeabilidade do solo – informam a respeito das modificações do ambiente urbano devido ao processo de urbanização. Gestão da drenagem urbana – buscam representar a percepção do usuário sobre a qualidade dos serviços de drenagem, da existência de programas de drenagem e do cadastro da rede existente. Abrangência do sistema de drenagem – avaliam os avanços obtidos através da implantação e cobertura do sistema. Avaliação do serviço de drenagem pluvial – indicam a situação dos serviços de inspeção, limpeza e manutenção dos elementos do sistema. Gestão de eventos hidrológicos extremos – avaliam a ocorrência dos pontos de inundação e a existência de estações de monitoramento do sistema de drenagem. Interferências à eficácia do sistema de drenagem – refletem as interferências realizadas no sistema de drenagem em virtude de outros setores do sistema de saneamento. Aplicação de novas tecnologias – representam a implantação de tecnologias avançadas para o sistema de drenagem. 363 Salubridade ambiental – fornecem informações dos impactos sobre a qualidade da água dos corpos receptores e da população devido às interferências do sistema de drenagem. Quadro11.1 - Indicadores de desempenho do sistema de drenagem urbana. Nível de análise Unidade Indicador de medida Memória de Cálculo Autossuficiên -cia financeira com a coleta de % 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑑𝑒𝑠𝑡𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎 à 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛çã𝑜𝑑𝑜𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎𝑑𝑒𝑑𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑒𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠𝑐𝑜𝑚𝑎𝑚𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛çã𝑜𝑑𝑜𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎𝑑𝑒𝑑𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 águas pluviais Índice de produtividade Estratégico da força de trabalho com atuação no Empregadopor sistema de habitante drenagem manejo 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑑𝑒𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠𝑒𝑛𝑣𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑜𝑠𝑛𝑎𝑑𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑜𝑚𝑢𝑛𝑖𝑐í𝑝𝑖𝑜 e de águas pluviais Índice de atendimento Operacio-nal urbano de % 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜𝑢𝑟𝑏𝑎𝑛𝑎𝑎𝑡𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑐𝑜𝑚𝑎𝑑𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚𝑝𝑙𝑢𝑣𝑖𝑎𝑙 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜𝑢𝑟𝑏𝑎𝑛𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑜𝑚𝑢𝑛𝑖𝑐í𝑝𝑖𝑜 % 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑜𝑢𝑘𝑚𝑑𝑒𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎𝑠𝑙𝑖𝑚𝑝𝑎𝑠𝑜𝑢𝑖𝑛𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑜𝑢𝑘𝑚𝑑𝑒𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎𝑠𝑒𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 águas pluviais Avaliação do serviço de Limpeza e desobstrução de estruturas 364 drenagem de drenagem pluvial (galerias, Intervenções canais, bocas realizadas/ano 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑜𝑢𝑘𝑚𝑑𝑒𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎𝑠𝑙𝑖𝑚𝑝𝑎𝑠 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜𝑑𝑒𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 de lobo, etc) Taxa de crescimento % 𝐷𝑎𝑑𝑜𝑠𝑐𝑒𝑛𝑠𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜𝑠 % 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜𝑢𝑟𝑏𝑎𝑛𝑎 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 da população Nível de urbanização Nível de áreas verdes Grau de m² por habitante urbanas Á𝑟𝑒𝑎𝑠𝑣𝑒𝑟𝑑𝑒𝑠𝑑𝑜𝑠𝑚𝑢𝑛𝑖𝑐í𝑝𝑖𝑜 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜𝑢𝑟𝑏𝑎𝑛𝑎 permeabilidade do solo Proporção de área construída ou Á𝑟𝑒𝑎𝑠𝑖𝑚𝑝𝑒𝑟𝑚𝑒𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎𝑠 % Á𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 impermeabiliz ada Taxa de incremento de vazões 𝑉𝑎𝑧ã𝑜𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑉𝑎𝑧ã𝑜𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠 % máximas Percepção do usuário sobre a Gestão drenagem da dos qualidade serviços Ocorrências / ano 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑟𝑒𝑐𝑙𝑎𝑚𝑎çõ𝑒𝑠 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜𝑑𝑒𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜𝑎𝑛𝑎𝑙𝑖𝑠𝑎𝑑𝑜 S/N 𝐸𝑥𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑜𝑢𝑛ã𝑜𝑑𝑒𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜𝑠𝑒𝑝𝑟𝑜𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠 de drenagem urbana Existência de instrumentos para o 365 planejamento governamental (planos e programas de drenagem) Participação da população em consultas e audiências públicas, Participantes / encontros técnicos e oficinas de segmento 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑖𝑝𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑠𝑒𝑔𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 trabalho sobre o plano de drenagem Cadastro da rede existente Cobertura do sistema de drenagem S/N ou % % 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝑑𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑐𝑎𝑑𝑎𝑠𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝑑𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎 Á𝑟𝑒𝑎(𝑜𝑢𝑒𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜)𝑏𝑒𝑛𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑑𝑎𝑐𝑜𝑚𝑜𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎𝑑𝑒𝑑𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖 Á𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑜𝑚𝑢𝑛𝑖𝑐í𝑝𝑖𝑜 superficial Abrangên- Cobertura do cia do sistema de sistema de drenagem drenagem % Á𝑟𝑒𝑎(𝑜𝑢𝑒𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜)𝑏𝑒𝑛𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑑𝑎𝑐𝑜𝑚𝑜𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎𝑑𝑒𝑑𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚𝑠𝑢𝑏𝑡𝑒𝑟𝑟â𝑛 Á𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑜𝑚𝑢𝑛𝑖𝑐í𝑝𝑖𝑜 subterrânea Investimento per capita em drenagem R$ / habitante 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑖𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑑𝑜𝑒𝑚𝑑𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚𝑢𝑟𝑏𝑎𝑛𝑎 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 urbana 366 Implantação dos programas 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠𝑒𝑥𝑒𝑐𝑢𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠 % de drenagem Pontos 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠𝑖𝑛𝑢𝑛𝑑𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜𝑑𝑒𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 inundados/ ano Incidência Gestão de de alagamentos Ocorrências no Município /ano 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑒𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠𝑒𝑚𝑐𝑎𝑑𝑎𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑖𝑛𝑢𝑛𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜𝑑𝑒𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 eventos hidrológi-cos Domicílios extremos /ano Estações 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑑𝑜𝑚𝑖𝑐í𝑙𝑖𝑜𝑠𝑎𝑡𝑖𝑛𝑔𝑖𝑑𝑜𝑠𝑝𝑜𝑟𝑖𝑛𝑢𝑛𝑑𝑎çã𝑜 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜𝑑𝑒𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 de monitoramento Nº quantitativo km² e estações/ 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑒𝑠𝑡𝑎çõ𝑒𝑠𝑝𝑙𝑢𝑣𝑖𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎𝑠𝑒𝑓𝑙𝑢𝑣𝑖𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎𝑠𝑒𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 Á𝑟𝑒𝑎𝑑𝑎𝑏𝑎𝑐𝑖𝑎𝑑𝑒𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 qualitativo Cobertura de serviços de coleta de % 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑟𝑢𝑎𝑠𝑐𝑜𝑚𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑎𝑑𝑒𝑟𝑒𝑠í𝑑𝑢𝑜𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑟𝑢𝑎𝑠𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 % 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑟𝑢𝑎𝑠𝑎𝑡𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑟𝑢𝑎𝑠𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 resíduos sólidos Interferências Proporção de à vias atendidas eficácia do por varrição ao sistema de menos 2 vezes drenagem por semana Existência de canais galerias e com Obstruções km / 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑜𝑏𝑠𝑡𝑟𝑢çõ𝑒𝑠𝑛𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑑𝑒𝑑𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 interferências de outros 367 sistemas de infraestrutura urbana Implantação de medidas estruturais Aplicação de novas tecnolo-gias R$/ano 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑖𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑑𝑜𝑒𝑚𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎𝑖𝑠 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜𝑑𝑒𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 sustentáveis Cursos de especialização , treinamento e capacitação de Nº de cursos / ano 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠𝑟𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜𝑑𝑒𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 técnicos Incidência de leptospirose e outras moléstias de % 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠𝑎𝑐𝑜𝑚𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠𝑝𝑜𝑟𝑙𝑒𝑝𝑡𝑜𝑠𝑝𝑖𝑟𝑜𝑠𝑒 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑒ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 veiculação hídrica Incidência outras Salubridade doenças de ambiental veiculação % 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠𝑐𝑜𝑚𝑜𝑢𝑡𝑟𝑎𝑠𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎𝑠𝑑𝑒𝑣𝑒𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎çã𝑜ℎí𝑑𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑒ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 hídrica Incidência de carga difusa sobre a qualidade água da % 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝑝𝑜𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒𝑣𝑒𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎𝑝𝑒𝑙𝑜𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎𝑑𝑒𝑑𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝑝𝑜𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜𝑠𝑒𝑐𝑜 dos corpos receptores 368 Fonte: Adaptado do Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais – Volume I, Prefeitura de São Paulo, 2012. Dentre os indicadores existentes citados, a escolha dos que podem vir a ser utilizados no Município, deve considerar que: Venda Nova não possui levantamento planialmétrico e cadastro de sua rede de drenagem para o traçado das bacias de macrodrenagem urbanas; não existe órgão ou equipe dedicada exclusivamente a drenagem e as características operacionais do município não indicam sua criação; as bacias de macrodrenagem urbanas têm áreas representativas situadas na área rural. O Quadro11.2apresenta uma seleção de indicadores para acompanhamento geral do desempenho do Município no eixo drenagem. Quadro11.2 – Indicadores a serem adotados para avaliação dos serviços prestados pelo Município para o eixo drenagem Índice de Operacio- atendimento nal urbano de % 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝑑𝑒𝑟𝑢𝑎𝑠𝑝𝑎𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑒𝑟𝑢𝑎𝑠𝑑𝑜𝑚𝑢𝑛𝑖𝑐í𝑝𝑖𝑜 águas pluviais Gestão da Existência de drenagem instrumentos urbana para S/N 𝐸𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒𝑑𝑒𝑃𝑙𝑎𝑛𝑜𝑑𝑒𝑑𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚𝑚𝑢𝑛𝑖𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙? o planejamento governamenta l Cadastro da % rede existente Gestão de Incidência de Pontos eventos alagamentos inundados/ hidrológi- no Município ano 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝑑𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑐𝑎𝑑𝑎𝑠𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 ≥ 𝐷𝑁 800𝑚𝑚𝑒𝑔𝑎𝑙𝑒𝑟𝑖𝑎𝑠 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎 ≥ 𝐷𝑁 800𝑚𝑚𝑒𝑔𝑎𝑙𝑒𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠𝑖𝑛𝑢𝑛𝑑𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜𝑑𝑒𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 369 cos Ocorrência extremos s /ano /ano 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑑𝑜𝑚𝑖𝑐í𝑙𝑖𝑜𝑠𝑎𝑡𝑖𝑛𝑔𝑖𝑑𝑜𝑠𝑝𝑜𝑟𝑖𝑛𝑢𝑛𝑑𝑎çã𝑜 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜𝑑𝑒𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 S/N Existe estação pluviográfica na área urbana da Sede Domicílios Estações de 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑒𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠𝑒𝑚𝑐𝑎𝑑𝑎𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑖𝑛𝑢𝑛𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜𝑑𝑒𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 monitorament o quantitativo Interferên- Cobertura de serviços de eficácia do coleta de sistema de resíduos drenagem sólidos cias à % Existência de Obstruções canais / km galerias e 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑟𝑢𝑎𝑠𝑐𝑜𝑚𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑎𝑑𝑒𝑟𝑒𝑠í𝑑𝑢𝑜𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑟𝑢𝑎𝑠𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒𝑜𝑏𝑠𝑡𝑟𝑢çõ𝑒𝑠𝑛𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒𝑑𝑒𝑚𝑎𝑐𝑟𝑜𝑑𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 com interferências Salubridad Incidência e ambiental doenças % de 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑑𝑒ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠𝑐𝑜𝑚𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎𝑠𝑑𝑒𝑣𝑒𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎çã𝑜ℎí𝑑𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑑𝑒ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 veiculação hídrica 11.3 PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS EM SDMAPU Venda Nova teve seu Plano Diretor Municipal desenvolvido em 2012. O município também possui Plano Municipal de Saneamento Básico da Sede e do distrito Alto Caxixe, desenvolvido em 2013, porém com enfoque somente nos serviços de esgotamento sanitário e abastecimento de água. O município não possui plano de drenagem. 370 A Prefeitura Municipal de Venda Nova do Imigrante disponibilizou arquivos com projetos de drenagem, os quais constam de projetos de calçamento, terraplanagem e drenagem pluvial, sem dimensionamento hidráulico. Esses arquivos apresentam memoriais descritivos e plantas realizadas pelo software AutoCAD com indicação dos dispositivos de micro drenagem. Os projetos disponibilizados pela Prefeitura são listados a seguir: Projeto Avenida Nona Vitoria.dwg; Av. Pedro Minete Bairro São Pedro VNI.dwg; Bairro providencia (filete).dwg; Calçamento bairrovicentezandonade.dwg; Avlorenzozandonadi.dwg; Avenida Tapera.dwg; Drenagem_Revitalizacao_Praca_PEmilio.dwg; Secretaria de Obras.dwg do bairro Bicuiba; Projeto Final.dwg do bairro Minete; As Built – Santo_Antonio[1].dwg; Estrada Velha Lavrinhas.dwg; Projeto Bicuiba Trecho Final São João.dwg; Calçamento de Ruas.dwg para a rua Euzébio Terra, Avenida de José Minette, Rua Floresntino Falqueto, Rua da Fábrica, Rua Laurentino Briosch, Rua da Amizade, Rua Angelo Falqueto, Rua de acesso ao Camargo, Rua Pianassoli e Rua da Colina; Pavimentacao Trecho cemiterio.dwg; 371 Projeto Pavimentação Tapera II.dwg; Projeto Pavimentação Tapera II; Calçamento Bicuiba–CEF.dwg Pavimentação vila dordenone_alterado.dwg. A partir destes arquivos de projetos existentes foi elaborado um cadastro único de informações existentes apresentado no Anexo 3. Da análise deste cadastro percebese que o percentual de ruas com projetos existentes na prefeitura é muito baixo. Segundo a Secretaria Municipal de Obras, recentemente, tem havido fiscalização das atividades de uso, parcelamento e ocupação do solo do município de Venda Nova do Imigrante relativas à drenagem, sendo de competência do proprietário atender todas as exigências propostas na Lei nº 557 de dezembro de 2002. Também existe fiscalização, pela Secretaria de Obras, nos novos loteamentos com relação à exigência dos projetos relacionados à drenagem de águas pluviais, para cumprimento doCódigo de Obras. 11.4 RELAÇÃO ENTRE A EVOLUÇÃO POPULACIONAL, PROCESSO DE URBANIZAÇÃO E A QUANTIDADE DE OCORRÊNCIA DE INUNDAÇÕES O crescimento urbano do município tem ocorrido na periferia da Sede e no eixo rodoviário com sentido da Sede para os distritos São João de Viçosa e Alto Caxixe, existindo ocupações irregulares. No trabalho de campo, identificaram-se ocupações nas margens do Rio São João de Viçosa na Sede e no distrito São João de Viçosa. Vale destacar que ao longo da BR 262, caminho entre os dois distritos, existem áreas nas margens do rio não ocupadas, as quais devem ser protegidas contra a ocupação irregular. 372 As bacias de macrodrenagem urbana do Município apresentam percentuais significativos de área com ocupação rural. 11.5 DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO A participação da população presente foi bastante efetiva e contribuiu de forma muito positiva para a indicação dos problemas relacionados à drenagem de águas pluviais, os quais são apresentados no Quadro 11.3. Quadro 11.11.3: Problemas de drenagem levantados na reunião de mobilização. Problemas Locais identificados pela população - Avenida Domingos Perim, Bairro Centro Ocorrências de alagamentos por fortes chuvas (Sede) com aproximadamente 2 horas para escoar - Rua Maria Odete Altoé, Bairro Vila da Mata (Sede) - Na ponte do Distrito São João de Viçosa - Bairro Vila Bethania (Sede) Locais de Inundações - Bairro Minete (Sede) - Bairro Bicuíba (Sede) Ocorrências de Assoreamento - Córrego localizado no Distrito Alto Caxixe Fonte: Autoria própria. Durante o diagnóstico de campo no município foram visitados todos os pontos identificados pela população a fim de avaliá-los e verificar as possíveis causas dos problemas. Os locais apontadoscom problemas de alagamentos e inundações estão descritos nos itens 2.2 e 2.3. A equipe de Drenagem também visitou o córrego localizado no distrito Alto Caxixe, relatado pela população, mas não foi observado 373 ocorrência de assoreamento (Figura 11.20), que pode ter anteriormente devido à obra do bueiro mostrado na Figura 11.20 (b), e após uma chuva ter sido carreado. Figura 11.20: Córrego indicado pela população com ocorrência de assoreamento (Distrito Alto Caxixe). (a) (b) Fonte: Autoria própria. 11.6 REFERÊNCIAS ANA - Agência Nacional de Águas. Sinopse das Bacias Hidrográficas do Atlântico Sul. Vol. 1, 2001. Disponível em: <http://hidroweb.ana.gov.br/cd4/index.htm>. Acesso em: 18 jul. 2014. ARSI – Agência Reguladora de Saneamento Básico e Infraestrutura Viária do Espírito Santo. Relatório de Fiscalização RF/DT/GRS/001/2013. 2013. Disponível em: <http://www.arsi.es.gov.br/download/relatorio_de_fiscalizacao_Venda_Nova_2013_0 01.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2014. BÁRBARA, W. P. F.; SILVA; P. P. Mapeamento das áreas de Riscos Socioambientais do Município de Venda Nova do Imigrante. In: SIMPÓSIO 374 BRASILEIRO DEGEOGRAFIA FÍSICA APLICADA, 15., 2013, Vitória. Anais... Vitória, 2013. BELLEN, H. M. van. Indicadores de sustentabilidade: uma análise comparativa. Rio de Janeiro: FGV, 2005. CESAN - Companhia Espírito Santense de Saneamento. Plano Municipal de Saneamento Básico: Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário. Venda Nova do Imigrante, 2013. CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Drenagem urbana – Manual de projeto. 3. ed. São Paulo: CETESB/ASCETESB, 1986. GEOBASES - Sistema Integrado de Bases Geoespaciais do Estado do Espírito Santo. Disponível em: <http://www.geobases.es.gov.br/publico/AcessoNavegador.aspx?id=142&nome=NA VEGADOR_GEOBASES>. Acesso em: 17 jul. 2014. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Base de dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais – MUNIC. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/perfilmunic/2013/>. Acesso em: 12 ago. 2014. INCAPER – Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural. Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural 2011-2013. Venda Nova do Imigrante, 2011. Disponível em: <http://www.incaper.es.gov.br/proater/municipios/Centro_cerrano/Venda_Nova.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2014. INCAPER – Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural. 2014. Disponível em: <http://hidrometeorologia.incaper.es.gov.br/?pagina=vendanova_sh>. Acesso em: 26 jun. 2014. 375 JIMENEZ, K. Q.; DOMECQ, F. M. Estimação de chuva usando métodos de interpolação. Porto Alegre: Instituto de Pesquisas Hidráulicas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, p.16, 2008 [S.I]. MIRANDA, A. Princípios Específicos e Indicadores de Sustentabilidade para Sistemas Urbanos de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário. In: 22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Joinville, Santa Catarina, 2003. SICHE, R. et al. 2007. Índices versus indicadores: precisões conceituais na discussão da sustentabilidade de países. Campinas/SP. P.137-148. 376 12 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (SLUMRS) A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, instituída pela Lei Federal nº 12.305 de 2 de agosto de 2010, representa um marco jurídico e um importante instrumento para organizar a gestão de resíduos sólidos no Brasil, que ainda é um dos maiores desafios a serem enfrentados pelos entes federados. Esta lei contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos, bem como a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. Um dos mais importantes instrumentos da PNRS são os Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), que se configuram como ferramenta de planejamento para ações de curto, médio e longo prazo, visando à melhoria na prestação de serviço de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos. Sendo que, o equilíbrio entre as interfaces ambientais, sociais e econômicas inerentes a este assunto deve visar a melhoria de qualidade de vida da população usuária do sistema, bem como dos que utilizam este recurso como fonte de renda. Por outro lado a Lei 11.445 de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, também traz como instrumento os Planos de Saneamento Básico, onde as quatro vertentes do saneamento devem ser planejadas de forma integrada, dentre elas o manejo de resíduos sólidos e limpeza pública. O parágrafo 1º do art. 19 da Lei 12.305/2010 estabelece que o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos pode estar inserido no plano de saneamento 377 básico previsto no art. 19 da Le1 11.445/2007, respeitado o conteúdo mínimo previsto nos incisos do caput e observado o disposto no parágrafo 2º deste artigo. O presente documento apresenta, portanto, o Diagnóstico Situacional dos Resíduos Sólidos para o município de Venda Nova do Imigrante/ES como parte integrante do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), conforme Art. 19 da Lei 12.305/2010 e do Plano de Saneamento Básico, conforme Art. 19 da Lei 11.445/2007. 12.1 PANORAMA DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS As questões relacionadas à geração de resíduos e sua destinação adequada são discutidas mundialmente, seja pelos fatores econômicos, seja por questões ambientais, sociais, ou de saúde pública. A escassez dos recursos naturais, a degradação de solos e águas superficiais e subterrâneas e a contaminação de pessoas, seja pelo contato direto ou indireto com o resíduo, tem afetado tanto os países desenvolvidos como aqueles em desenvolvimento. Estima-se que a população mundial, que gira em torno de 6 bilhões de habitantes, esteja gerando entre 2 e 3 bilhões de toneladas de lixo por ano (CEMPRE, 2010). Essa enorme quantidade de resíduos tem trazido à tona uma preocupação mundial sobre qual a melhor forma de gerenciá-lo. Essa questão mundial está diretamente relacionada ao nível de desenvolvimento dos países sendo que a geração per capita de resíduos sólidos depende de fatores como a densidade demográfica e o nível de renda da população, dentre outros. A Figura 12.1 apresenta a relação entre as características dos resíduos e de sua gestão em relação à densidade demográfica e o nível de renda da população. 378 Figura 12.1 - Situação dos resíduos no mundo considerando densidade demográfica e nível de renda. Fonte: Adaptado de CEMPRE (2010). 12.1.1 Panorama dos resíduos sólidos no brasil O momento atual que estamos vivendo no Brasil quanto à gestão dos resíduos sólidos é o início de um processo de mudanças comportamentais seja por parte do setor público, setor produtivo e sociedade civil. Impulsionados pelas Leis 11.445/2077 que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos, e pressionados pela população e por órgãos 379 fiscalizadores, observa-se uma movimentação por parte dos municípios brasileiros no sentido de atender as questões legais. Constitucionalmente é de competência do poder público local o gerenciamento dos resíduos sólidos produzidos em suas cidades. Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) 2008, 61,2% das prestadoras dos serviços de manejo dos resíduos sólidos eram entidades vinculadas à administração direta do poder público; 34,5%, empresas privadas sob o regime de concessão pública ou terceirização; e 4,3%, entidades organizadas sob a forma de autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e consórcios (PNSB, 2008). Segundo a mesma pesquisa os serviços de manejo dos resíduos sólidos que compreendem a coleta, a limpeza pública bem como a destinação final desses resíduos, exercem um forte impacto no orçamento das administrações municipais, podendo atingir 20,0% dos gastos da municipalidade (PNSB, 2008). Em território nacional existem ainda diferenças regionais como pode ser observado na Figura 12.2 que apresenta a presença de aterros sanitários e vazadouros a céu aberto nos municípios brasileiros. 380 Figura 12.2 - Diferenças regionais na destinação final dos resíduos sólidos. Fonte: IBGE (2011) 12.1.2 Panorama dos resíduos sólidos no espírito santo No Estado do Espírito Santo a situação do gerenciamento de resíduos sólidos não destoa da realidade brasileira havendo grande presença de vazadouros a céu aberto (popularmente conhecidos como “lixões”) e coleta seletiva incipiente existente apenas em algumas localidades dos centros urbanos. A partir de 2005, com a organização do Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA), por meio da CURSUCC - Comissão Interna de Resíduos Sólidos Urbanos e da Construção Civil, para atuar na gestão dos resíduos junto aos municípios, o Espírito 381 Santo inicia seus trabalhos a fim de regularizar as atividades de destinação final de resíduos nos municípios do Estado. A partir de 2008 o Governo do Estado, por meio das secretarias de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (SEDURB) e Secretaria Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEAMA), implantou o Projeto Espírito Santo Sem Lixão com o objetivo principal de erradicar os lixões do território capixaba, por meio de sistemas regionais de destinação final adequada de resíduos sólidos urbanos (RSU). (SEDURB, 2011). A Publicação da Lei 9.264/2009 que instituiu a Política Estadual de Resíduos Sólidos e a formação do Comitê Gestor de Resíduos Sólidos (COGERES) por meio do Decreto nº 2362-R/2009, são ações importantes que consolidam a intenções do Governo do Estado em atuar efetivamente na gestão de resíduos sólidos. Entretanto, com a publicação da Lei federal, a Lei estadual passou a necessitar de revisão, o que ainda não foi concretizado. Por outro lado, o COGERES, importante instrumento de controle social, encontra-se desarticulado e sem atuação efetiva. Atualmente o IEMA juntamente com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) firmaram Termos de Compromisso Ambiental (TCA) com diversos municípios do Estado com vistas a adequar a gestão de resíduos sólidos e recuperar os lixões existentes nos municípios que necessitam não somente serem desativados, como também serem recuperados ambientalmente. A Figura 12.3 apresenta as formas de destinação final dos RSU no estado do Espírito Santo em 2014. 382 Figura 12.3 - Formas de destinação dos RSU no Estado do Espírito Santo. Fonte: IEMA (2014). 383 A Figura 12.4 apresenta a regionalização do Projeto “ES sem Lixão” e a Quadro 12.1 apresenta a listagem destes municípios. Figura 12.4 - Regionalização do Projeto ES Sem Lixão. Fonte: SEDURB (2014). 384