Na periferia da Cidade do México - Comunità Missionaria di Villaregia

Transcrição

Na periferia da Cidade do México - Comunità Missionaria di Villaregia
IMPRESSO FECHADO
PODE SER ABERTO PELA ECT
Comunidade Missionária de Villaregia
Na periferia
da Cidade do México
REVISTA SEMESTRAL - DEZEMBRO 2013 - ANO 9 - nº 22
sumário
03
04
06
Editorial
11
Olhar sobre o mundo
12
14
16
17
Na escuta da Palavra
18
Notícias
23
Agenda
Missão é…
As palavras do papa
Igreja Missionária
Ao vivo da missão
Na periferia
da Cidade do México
O massacre das drogas no México
A história de Grégoire
Foi às pressas…
Partilhar a fé
Quando a paz toma o lugar do rancor
Vida espiritual
A missão da Igreja
Projetos de solidariedade
Projeto “casitas”:
uma nova casa para os pobres
Ordenações
25 anos de sacerdócio
Chegadas e partidas
A juventude do papa
Disseram sim a Deus
Uma “Escola” missionária para a vida
Pedido de Missas
2
Em todas as sedes da CMV, a cada dia,
celebramos a Santa Missa, na qual apresentamos
ao Senhor as intenções de oração que amigos
e benfeitores nos confiam. Se você quiser, pode
fazer um gesto de fé e nos enviar suas intenções:
- como sufrágio por um ente querido;
- por uma intenção pessoal ou de sua família;
- para a celebração de 30 Missas gregorianas.
Sua oferta será uma ajuda concreta para os
missionários e para os irmãos de todas as
missões da CMV. Uma forma de participar da
missão da Igreja, de partilhar o que temos e
somos com quem está precisando de nossa
ajuda.
Entre em contato conosco para mais
informações, nos endereços da contra-capa.
Na capa: jovens realizam visitas missionárias nas casas,
na missão de Texcoco - México.
Revista informativa semestral
da Comunidade Missionária
de Villaregia
Direção e Redação: Comunidade Missionária de Villaregia
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Colaboração
Gráfica e Editora
Assessoria e Editoria Social
Missão é…
S
omos todos caminhantes! E
quando o caminhar torna-se
anúncio, o encontro faz-se missão.
Deus é missionário e nos pede que
o sejamos também: “Como o Pai
enviou-me, assim eu enviei vocês” (Jo
20,21).
Crescer e nos formar nesta consciência torna-nos cristãos. Mas se a missão
é de todos e para todos, o que significa, concretamente para o cristão, ser
missionário?
Antes de tudo, ter a consciência de
que ser missionários é próprio da
nossa vocação cristã; não se trata
de algo opcional, nem de uma procuração dada a alguém que, generosamente, põe sua vida a serviço da
missão, dispondo-se a partir rumo
a terras distantes. Todo cristão, na
medida em que tem o Evangelho
dentro de si, deve comunicá-lo, não
somente para responder a um “dever”, mas porque se dá conta dessa
necessidade. A fé é plenitude de vida
que dá sentido a toda a existência e
a enche de uma alegria que tem que
ser comunicada a todos.
O Evangelho é aquela boa nova
que, uma vez acolhida, tem o poder
de salvar-nos, de tornar-nos diferentes, de dar significado
àquilo que fazemos. É isto
que, como cristãos, devemos transmitir, tanto com
palavras quanto, sobretudo, com a nossa vida.
Quantas vezes, nestes meses, papa Francisco chamou nossa atenção para
não sermos tristes, para
mostrarmos a alegria da
plenitude cristã e para
não deixarmos nos roubar
a esperança!
Às vezes, temos medo
de abrir os olhos para ver
o mundo e preferimos
fechar-nos nos nossos pequenos problemas. Queremos seguranças e nos
isolamos, esquecendo que
Jesus veio para quebrar todas as divisões e quer continuar a fazer isso, servindo-se de cada um de nós.
Por isso, a identidade do
“A missão compete
a todos os cristãos,
a todas as dioceses e
paróquias, instituições
e associações eclesiais”.
(Redemptoris missio 2)
cristão define-se por meio de uma
série de ações que expressam o seu
ser missionário: ir, anunciar, partilhar,
entrar, rezar.
Ir: comporta um movimento, um
êxodo não somente físico, mas também espiritual. Santa Teresinha, a padroeira universal das missões, nunca
foi em terra de missão, mas revelou
com uma clareza extrema seu profundo amor para com todos os povos e seu desejo de abraçar o mundo
inteiro. O primeiro êxodo, neste sentido, deve partir do coração.
editorial
Anunciar: o cristão é aquele que
vive e anuncia a fé. O anúncio é a
boa nova segundo a qual Deus veio
habitar no meio de nós. As nossas
palavras devem dar o sabor, levar à
paixão e ao estupor pela Palavra de
Deus e devem nascer de uma vida
que coloca em prática o Evangelho
no cotidiano.
Partilhar: é o estilo da missão, que
passa também através da solidariedade e do dom. Podemos partilhar
as nossas forças, o nosso tempo, os
bens materiais que possuímos...
Partilhar é missão, porque cada
anúncio que não é cumprido sendo
solidários com os mais necessitados é um anúncio cultural, político
ou econômico, mas não certamente
de fé!
Entrar: é o encontro com o outro,
com seu idioma, sua história, suas
esperas, suas alegrias e seus sofrimentos. De toda forma, comporta
o anúncio discreto, respeitoso. Mas
que seja claro, também diante da
rejeição.
Missão é sobretudo encontro,
enriquecimento e crescimento
recíproco. Às vezes, preferimos
“passar em frente” do que entrar na
“casa” do outro. É mais confortável e não coloca em
discussão nossas certezas
culturais e religiosas. Não
é fácil assumir este percurso e por isso Jesus, antes
de enviar-nos, sugere-nos
rezar.
Rezar: é o pressuposto
de qualquer experiência
missionária, é acolhida do
Senhor e, portanto, dos
irmãos. E é isso que conta,
mesmo que os frutos nem
sempre sejam recolhidos
de forma imediata.
A missão tem também
o aspecto da fadiga, das
desilusões e frustrações,
mas quem vence é sempre a presença do Cristo
que, ainda hoje, vem para
assegurar-nos: “Eis que eu
estou convosco todos os
dias, até o fim dos tempos”
(Mt 28,20).
3
as palavras do papa
Igreja Missionária
Q
ueridos irmãos e irmãs, este
ano, a celebração do Dia Mundial das Missões acontece próximo
da conclusão do Ano da fé, ocasião
importante para revigorarmos a nossa amizade com o Senhor e o nosso
caminho como Igreja que anuncia,
com coragem, o Evangelho. Nessa
perspectiva, gostaria de propor algumas reflexões.
Sabrina Fusco
1. A fé é um dom precioso de
Deus, que abre a nossa mente para
o podermos conhecer e amar. Ele
quer entrar em relação conosco,
para nos fazer participantes da sua
própria vida e encher plenamente a
nossa vida de significado, tornandoa melhor e mais bela. Deus nos ama!
Mas a fé pede para ser acolhida, ou
4
seja, pede a nossa resposta pessoal,
a coragem de nos confiarmos a Deus
e vivermos o seu amor, agradecidos
pela sua infinita misericórdia. Tratase de um dom que não está reservado a poucos, mas é oferecido a todos
com generosidade: todos deveriam
poder experimentar a alegria de se
sentirem amados por Deus, a alegria
da salvação. E é um dom que não se
pode conservar exclusivamente para
si mesmo, mas deve ser partilhado; se
o quisermos conservar apenas para
nós mesmos, tornamo-nos cristãos
isolados, estéreis e combalidos. O
anúncio do Evangelho é um dever
que brota do próprio ser discípulo de
Cristo e um compromisso constante
que anima toda a vida da Igreja. “O
ardor missionário é um sinal claro
da maturidade de uma comunidade eclesial” (Bento XVI, Exort. ap.
Verbum Domini, 95). Toda a comuni-
dade é “adulta”, quando professa a
fé, celebra-a com alegria na liturgia,
vive a caridade e anuncia sem cessar
a Palavra de Deus, saindo do próprio
recinto para levá-la até às “periferias”,
sobretudo a quem ainda não teve a
oportunidade de conhecer Cristo. A
solidez da nossa fé, em nível pessoal
e comunitário, mede-se também pela
capacidade de a comunicarmos a outros, de a espalharmos, de a vivermos
na caridade, de a testemunharmos a
quantos nos encontram e partilham
conosco o caminho da vida.
2. Celebrado cinquenta anos depois do início do Concílio Vaticano
II, este Ano da fé serve de estímulo
para a Igreja inteira adquirir uma renovada consciência da sua presença
no mundo contemporâneo, da sua
missão entre os povos e as nações. A
missionariedade não é questão apenas de territórios geográficos, mas
de povos, culturas e indivíduos, precisamente porque os “confins” da fé
não atravessam apenas lugares e tradições humanas, mas o coração de
cada homem e mulher. O Concílio Vaticano II pôs em evidência, de modo
especial, como seja próprio de cada
batizado e de todas as comunidades
Padre Edson Santana dos Santos, missionário de São Paulo, com alguns amigos da
CMV de Ímola (Itália).
cristãs, o dever missionário, o dever
de alargar os confins da fé: “Como o
Povo de Deus vive em comunidades,
sobretudo diocesanas e paroquiais,
e é nelas que, de certo modo, se torna visível, pertence a estas dar também testemunho de Cristo perante
as nações” (Decr. Ad gentes, 37). Por
isso, cada comunidade é interpelada e convidada a assumir o mandato,
confiado por Jesus aos Apóstolos, de
ser suas “testemunhas em Jerusalém,
por toda a Judéia e Samaria e até aos
confins do mundo” (At 1,8); e isso,
não como um aspecto secundário
da vida cristã, mas um aspecto essencial: todos somos enviados pelas
estradas do mundo para caminhar
Missão é partir, caminhar,
deixar tudo, sair de si,
quebrar a crosta do egoísmo
que nos fecha no nosso eu.
É parar de dar voltas
ao redor de nós mesmos,
como se fôssemos o centro
do mundo e da vida.
É não se deixar bloquear
nos problemas
do pequeno mundo
a que pertencemos:
a humanidade é maior.
com os irmãos, professando e testemunhando a nossa fé em Cristo e fazendo-nos arautos do seu Evangelho.
Convido os bispos, os presbíteros, os
conselhos presbiterais e pastorais,
cada pessoa e grupo responsável na
Igreja a porem em relevo a dimensão
missionária nos programas pastorais
e formativos, sentindo que o próprio
compromisso apostólico não é completo, se não incluir o propósito de
“dar também testemunho perante
as nações”, perante todos os povos.
Mas a missionariedade não é apenas
uma dimensão programática na vida
cristã; é também uma dimensão paradigmática, que diz respeito a todos
os aspectos da vida cristã.
Missão é sempre partir,
mas não é devorar
quilômetros,
é sobretudo abrir-se
aos outros como irmãos,
é descobri-los e encontrá-los.
E, se para encontrá-los
e amá-los for preciso
atravessar os mares
e voar lá nos céus,
então missão é partir
até os confins do mundo.
3. Com frequência, os obstáculos
à obra de evangelização encontramse, não no exterior, mas dentro da
própria comunidade eclesial. Às
vezes, estão relaxados o fervor, a
alegria, a coragem, a esperança de
anunciar a todos a Mensagem de
Cristo e de ajudar os homens do
nosso tempo a encontrá-Lo. Por vezes, há ainda quem pense que levar
a verdade do Evangelho seja uma
violência à liberdade. (...) É urgente
fazer resplandecer, no nosso tempo,
a vida boa do Evangelho pelo anúncio e o testemunho, e isso dentro da
Igreja. Porque, nesta perspectiva, é
importante não esquecer jamais um
princípio fundamental para todo o
evangelizador: não se pode anunciar Cristo sem a Igreja. Evangelizar
nunca é um ato isolado, individual,
privado, mas sempre eclesial. (...)
4. Na nossa época, a difusa mobilidade e a facilidade de comunicação por meio das novas mídias
misturaram entre si os povos, os
conhecimentos e as experiências.
(...) O homem do nosso tempo necessita de uma luz segura que ilumine a sua estrada e que só o encontro com Cristo lhe pode dar. Com o
nosso testemunho de amor, levemos
a este mundo a esperança que nos
dá a fé! A missionariedade da Igreja
não é proselitismo, mas testemunho
de vida que ilumina o caminho, que
traz esperança e amor. A Igreja – repito mais uma vez – não é uma organização assistencial, uma empresa,
uma ONG, mas uma comunidade
de pessoas, animadas pela ação do
Espírito Santo, que viveram e vivem
a maravilha do encontro com Jesus
Cristo e desejam partilhar esta experiência de profunda alegria, partilhar a mensagem de salvação que
o Senhor nos trouxe. É justamente o
Espírito Santo que guia a Igreja neste
caminho. (...)
Trechos da mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial das
Missões 2013
Dom Hélder Câmara
5
ao vivo da missão
Texcoco
Na periferia
da Cidade do México
Cidade do México, a metrópole mais populosa
do mundo, reflete os traços típicos das grandes
cidades latino-americanas. Se por um lado
apresenta o rosto de uma cidade grande e
evoluída, por outro lado esconde, especialmente
nas periferias, violência, degradação,
desigualdade social e desemprego.
A 30 quilômetros da capital, no município de
Texcoco, surge a missão Cristo Rey. Nessa área,
em 1998, chegou a Comunidade de Villaregia, que
hoje conta com 15 missionários e missionárias.
A missão é extensa e engloba cinco pueblos
6
(grandes aglomerados humanos), muito
diferentes entre si pela tradição e composição.
Particularmente dois pueblos, Wenceslao e Victor
Puebla, são muito pobres e neles ainda faltam
infraestruturas básicas: luz, água, sistema de
esgoto...
Miséria, degradação e violência convivem
também ao lado de muito calor humano e
generosidade, típicos da cultura mexicana.
Nessas áreas, junto a outras ações sociais, há
alguns meses, tomou corpo um projeto destinado
às mulheres, ilustrado nas páginas que seguem.
Um projeto
para as
mulheres
mexicanas
Liana, como nasceu a ideia
deste projeto?
É uma ideia que amadureceu no
tempo, sobretudo a partir daquilo
que observamos e percebemos na
realidade do povo da nossa missão.
Como se sabe, na periferia de
uma metrópole há muitas situações
sociais de alerta e muitas delas envolvem mulheres que carregam nos
ombros histórias difíceis, marcadas
por grandes problemas econômicos
e familiares. Isso questionou-nos e
levou-nos a planejar algo que pudesse responder a essa situação.
Há estatísticas publicadas recentemente pela Comissão Nacional
dos Direitos Humanos que revelam
que no México, nos últimos 24 anos,
foram assassinadas mais de 34 mil
mulheres, enquanto o número das
que sofreram abusos sexuais pode
superar um milhão por ano.
É alarmante, também, o dado
segundo o qual em 28 milhões de
famílias mexicanas se registram
episódios de violência familiar.
Liana Manfredi,
missionária há 13 anos
no México, contanos como nasceu um
projeto que oferece
oportunidade de
trabalho a 50 mulheres
na missão Cristo Rey.
“precaução” obrigatória se a pessoa
quer manter o emprego. Além disso,
entre os requisitos para a admissão,
é pedido à maioria das trabalhadoras
um certificado que ateste a ausência
de gravidez.
Não podemos esquecer também que o trabalho é muitas vezes
precário e sem seguro. A consequência disso para muitas, é a pobreza extrema ou emigração para os países
do Norte, gerando a divisão familiar
e das comunidades.
Também na missão Cristo
Rey esta é a condição das
mulheres?
E no trabalho, como é a
situação da mulher?
É fácil intuir que no mercado de
trabalho não é diferente! Os salários
das mulheres são baixíssimos, além
da jornada de trabalho exaustiva,
com turnos que chegam a 14 horas
diárias.
Sem falar da violação sistemática da dignidade pessoal e de seus
direitos. Ficamos sabendo que, em
alguns ambientes de trabalho, as
funcionárias são obrigadas até a tomar anticoncepcionais – fornecidos
pela própria empresa – para evitar
gravidez. Enfim, uma espécie de
Sem dúvida alguma. É preciso
destacar, porém, que aqui as mulheres são a força da família, aquelas que
tomam conta dos filhos e que arregaçam as mangas para sobreviver em
situações, às vezes, insustentáveis. Os
núcleos familiares em que o chefe
da família é uma mulher são a maioria. Entre as causas desse fenômeno, possuem um papel importante
a emigração, a infidelidade conjugal
e o abandono do lar por parte dos
homens; outra chaga é o alcoolismo.
Frequentemente, a vida familiar
é tão dura que induz as menores de
idade a fugir com alguém da mesma
idade, seguindo o sonho de formar
A partir de esquerda: a coordenadora do projeto, Elisa, com Liana e algumas participantes de um dos cursos.
7
uma nova família. Situação que, em
muitos casos, dá lugar a uma condição exatamente igual, se não pior,
àquela que deixaram.
A precariedade econômica, na
maioria dos casos, é uma entre as
principais causas da divisão familiar. Um só salário – que corresponde
mais ou menos a R$ 380,00 – não é
suficiente para cobrir todas as despesas de uma família, ainda mais se
numerosa. Além disso, o machismo
acentuado e a repartição rígida das
tarefas familiares obrigam as mulheres a ficar em casa para cuidar dos
filhos e dos trabalhos domésticos.
Isso, em muitos casos, não permite
que a mulher se torne autônoma e
contribua com a economia familiar
por meio de um trabalho remunerado. O homem administra o salário,
enquanto a mulher, que geralmente
nem sabe quanto o esposo ganha,
recebe dele uma quantia fixa que
deve bastar para tudo.
É por isso que começaram
este projeto?
Sim. Com este projeto tentamos
responder a esses grandes desafios,
oferecendo respostas concretas às
necessidades reais das mulheres que
residem na nossa missão. Mulheres
que têm um rosto, um nome, uma
história triste de sofrimento familiar.
No ano de 2007 criamos uma as-
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sociação civil chamada “Juntos sin
Fronteras”, para promover concretamente o desenvolvimento humano, cultural e social das faixas mais
pobres da população.
O projeto nasceu com o objetivo
de criar oportunidades de trabalho
para as mulheres que se encontram
numa situação econômica precária.
Foi realizado em parceria com a
Fundação Mazzocchi e a Fundação
“Uniendo Manos”, que oferecem
conselhos e experiência no setor da
assistência social.
Em que consiste o projeto?
Começamos com um grupo de
50 mulheres, escolhidas entre aque-
Liana com a professora do curso de cabeleireira e as novas aprendizes.
las que apresentavam uma situação
sócio-econômica bastante precária.
O projeto é articulado em alguns
cursos que promovem a dignidade
das participantes e o desenvolvimento de suas capacidades. Interessa-nos incentivar o trabalho em
equipes, favorecer nestas mulheres
a criatividade, a habilidade organizativa e cooperativa e permitir que
sejam elas mesmas as protagonistas
da organização e da gestão do trabalho.
Por enquanto, trata-se de cursos
profissionalizantes de artesanato,
cursos para cabeleireiras e culinária.
As aulas são dadas semanalmente e
se desenvolvem em ambientes co-
A união faz
a força!
Valentina, Carmen,
Elisa… mulheres
mexicanas que
aprenderam a trabalhar
juntas e agora começam
a esperar em um futuro
melhor.
locados à disposição por algumas
entidades locais.
O projeto prevê duas fases, com
duração total de oito meses, às quais
– caso se verifiquem as condições
ideais – seguirá uma terceira fase,
que consiste na comercialização
dos mesmos produtos. O lucro da
venda de tais produtos será repartido entre quem realiza os produtos
e quem se compromete a vendê-los.
Uma quantia será reservada também
para os investimentos necessários a
sustentar o mesmo projeto, como a
compra de matérias primas, a manutenção dos ambientes, etc.
No momento, tudo ainda está em
fase experimental. Estamos dando
pequenos passos, respeitando os
tempos e as possibilidades das pessoas, também oferecendo outros
projetos voltados aos jovens e às
famílias. Futuramente, sonhamos
com um investimento também para
outros cursos que ofereçam mais
oportunidades para as mulheres.
O primeiro resultado – e mais importante – é ver com quanto entusiasmo e empenho essas 50 mulheres estão participando dos cursos.
Nestes meses, descobriram que podem se unir, para juntas realizarem
algo e estão tomando consciência
de suas reais potencialidades e recursos.
V
alentina, 42 anos, mãe de cinco filhos, carrega nos ombros
uma situação econômica difícil.
O esposo, que trabalha em uma
empresa de rações, ganha um salário insuficiente para manter a família. Vivem num pequeno barraco,
construído com material achado
fortuitamente, onde não há nem
luz, nem água. Fácil intuir que as
perspectivas de vida para esta família não são boas!
Valentina entreviu no projeto
um pouco de esperança, mas para
se inscrever teve que superar as resistências do marido, que colocou
muitos obstáculos.
Essa mulher mexicana, porém,
não se rendeu: “No começo, tive
que lutar comigo mesma, com meu
marido, com minha timidez! – conta-nos – Moramos numa área isolada e eu não estava acostumada a
ficar no meio dos outros. Todavia,
participando deste projeto e convivendo com outras mulheres, aos
poucos superei o medo e, sobretudo, aprendi a trabalhar junto com
elas. Esses meses transformaram-se
em uma experiência de solidariedade e de amizade sincera. A minha
maior conquista foi alcançar a liberdade de me expressar e de revelar,
sem ter vergonha, para as minhas
9
colegas que não sei ler nem escrever. A partir disso, desencadeou-se
uma maior solidariedade por parte
das outras que não somente me
acolheram, mas, também, me encorajaram e me apoiaram quando os
problemas familiares e econômicos
davam-me vontade de voltar atrás”.
Valentina dá um sorriso e prossegue: “Agora, o meu modo de pensar
é diferente, olho com mais confiança para o futuro dos meus filhos.
Quero dar tudo de mim para ajudar
a minha família com as novas oportunidades de trabalho pela frente!”.
Carmen, 46 anos, depois de 18
anos de trabalho, agora está em
casa para cuidar da mãe idosa e doente. Não é casada e, ao pensar no
momento em que a mãe não estará
mais, não gostaria de depender dos
irmãos. Não possui muitos recursos
econômicos e, por isso, empenhouse no projeto, com a esperança de
poder começar uma atividade própria.
Para ela também não foi fácil
vencer os preconceitos familiares
e os vários problemas que criavam
obstáculos. Hoje Carmen é feliz por
ter conseguido: “Estou certa de que
este projeto nos abre perspectivas
novas para o futuro. A partir do trabalho com as outras mulheres, readquiri confiança em mim mesma,
porque alguém acreditou em mim
e nas minhas potencialidades. Na
minha vida renasceu a esperança e
agora o futuro não parece mais ser
escuro e incerto, como alguns meses atrás. Agora vejo diante de mim
uma porta aberta rumo a oportunidades novas. Não me sinto mais
sozinha, descobri a grande força da
colaboração e experimentei que a
união torna-nos mais fortes”.
O projeto revelou-se uma oportunidade também para as instrutoras dos cursos. Elisa, coordenadora,
não esconde que esta experiência
deu uma garra nova para a sua vida
No México…
10
também: “Tive medo de abrir os
olhos sobre a situação difícil que
tantas mulheres enfrentam todos
os dias – conta-nos. Esta consciência
me motivou a dar o máximo e fazer
do melhor modo possível. Acredito
que um resultado já alcançado por
esse projeto, além da aprendizagem
nas diferentes atividades, tenha sido
mesmo fazer reflorescer nessas mulheres a confiança em si mesmas”.
Confiança e esperança no futuro
são, hoje em dia, palavras recorrentes na boca de quem, no decorrer
de poucos meses, acreditou na força da união e desse projeto.
√ Apenas 1 adulto em cada 3, com idade entre 24 e 69 anos, possui
o diploma de Ensino Médio.
√ A ocupação masculina atinge 78%, contra apenas 43% das
mulheres.
√ 6 em cada 10 mulheres de 15 anos não completaram o Ensino
Fundamental.
√ 9 em cada 10 mulheres entre 14 e 15 anos são obrigadas a
conciliar os trabalhos domésticos com o estudo ou com um
trabalho fora de casa.
√ 44,7% das trabalhadoras não possui assistência médica e 44,1%
não possui carteira assinada.
√ Em 28 milhões de famílias mexicanas foram registrados
episódios de violência familiar.
√ Nos últimos 24 anos, foram assassinadas mais de 34 mil
mulheres.
Fonte: Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH); Instituto Nacional de Estatística e
Geografia.
olhar sobre o mundo
O massacre das
drogas no México
O
México possui muitas tristes primazias
no campo da droga. Primeiramente, é o
maior produtor de ópio do continente americano. Também, fornece aos Estados Unidos, direta
ou indiretamente, a maior parte da cocaína que
se consome no país, sendo que 95% da “droga
dos ricos” chega aos EUA através do próprio
México.
Em qualquer parte do mundo, a droga gera grandes lucros. No México, a cada ano, o narcotráfico
movimenta 13 bilhões de dólares, quase 30 bilhões
de reais. Um bolo disputado por numerosas organizações criminais, os “cartéis” da droga. O mais
importante e conhecido chama-se “Los Zetas”. Este
é relativamente jovem, criado no final dos anos 90
por um grupo de ex-militares do exército. Sua base
encontra-se no Estado de Tamaulipas, na parte noroeste do país. “Los Zetas” é tristemente conhecido
pela brutalidade de sua atividade criminal que inclui torturas e decapitações, como “aviso” aos grupos rivais. As lutas internas, e não apenas entre gan-
gues rivais, são uma das características principais
dos “cartéis”. O número dos mortos é impactante: de
2006 até hoje, fala-se em 70 mil homicídios ligados,
de uma forma ou de outra, aos cartéis da droga.
No mês de julho deste ano, os “marines” do México prenderam o chefe de “Los Zetas”, Miguel Angel
Trevino Morales, 42 anos, um dos homens mais
procurados, também, pelos Estados Unidos. Foi o
primeiro sucesso ligado à estratégia do presidente
mexicano Enrique Pena Nieto, que instituiu um corpo de polícia especial contra os cartéis. Ele deixou
de lado os métodos espetaculares, mas pouco eficazes, do antecessor Felipe Calderon, que colocou
no país 50 mil militares, mandou matar muitos chefes das organizações criminais, mas não conseguiu
bloquear o massacre cotidiano da droga!
Francesco Antonini
A história de Grégoire
G
régoire Ahongbonon nasceu na cidade africana de
Ketoukpe (Benin), em uma família de camponeses,
que o batizou quando ainda era pequeno. Em 1971, emigrou para a Costa do Marfim para trabalhar numa borracharia. Alcançou a prosperidade econômica, tornando-se
dono de alguns táxis.
Nesse tempo, abandonou a Igreja, abraçando as práticas
feiticeiras e um estilo de vida libertino. No final dos anos
70, graves problemas financeiros o levaram à falência
econômica e pessoal, chegando a pensar até em suicídio.
Grégoire
Ahongbonon,
casado e pai de seis
filhos, é o fundador
da Associação
São Camilo,
cujo objetivo é
a acolhida e a
reabilitação de
pessoas com
problemas mentais
na Costa do
Marfim, Benin e
Burkina Faso.
Nesse período, Grégoire vivenciou um encontro profundo
com Deus. Durante uma peregrinação a Jerusalém, uma
frase pronunciada por um sacerdote mudou, literalmente, sua vida: “Cada cristão tem que pôr uma pedra para
construir a Igreja”.
Grégoire, de fato, ao voltar para a sua cidade, viu uma
pessoa nua que andava pela rua em busca de comida;
aproximou-se dela e se deu conta de que era um homem
com problemas mentais, marginalizado pela sociedade por
causa de sua condição. A partir disso, ele começou a interessar-se pelas pessoas com doenças psíquicas e conheceu
as condições desumanas em que elas vivem na África Ocidental, onde se acredita que elas são atingidas por magia
negra. Deu-se conta que tanto o acorrentamento, quanto
o abandono dessa categoria de doentes são práticas muito
difusas e aceitas pelas comunidades locais. Grégoire decidiu dedicar sua vida a essas pessoas que têm problemas
mentais e começou a resgatá-las da rua.
Voltado a Bouaké, na Costa do Marfim, deu vida a um grupo
de oração que, muito cedo, transformou-se em um grupo
de caridade para os doentes necessitados de cuidados: é
a Associação São Camilo de Bouaké.
Com seu método baseado no valor incondicional da dignidade humana, os doentes mentais vivem uma verdadeira
libertação rumo a um renascimento humano e a uma reabilitação dentro daquela mesma sociedade que os esquece
e abandona por serem considerados apenas violentos e
irrecuperáveis. Nesses anos, mais de 30 mil voltaram em
suas famílias e em seus bairros, curados e reintegrados.
11
na escuta da Palavra
“N
aqueles dias, Maria
pôs-se a caminho
para a região montanhosa,
dirigindo-se às pressas a uma
cidade de Judá. Entrou na casa
de Zacarias e saudou Isabel.
Ora, quando Isabel ouviu a
saudação de Maria, a criança
estremeceu no seu ventre e
Isabel ficou repleta do Espírito
Santo. Com um grande grito,
exclamou: ‘Bendita és tu entre
as mulheres e bendito o fruto
de teu ventre! Donde me vem
que a mãe do meu Senhor me
visite? Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de
alegria em meu ventre. Feliz
aquela que creu, pois o que
lhe foi dito da parte do Senhor
será cumprido!’ “
(Lc 1, 39-45).
Naqueles dias…
São os dias imediatamente seguintes
ao anúncio inesperado que o anjo
Gabriel leva à Virgem: “Serás mãe do
Filho de Deus!”. É um momento forte
e decisivo de sua vida. Todavia, Maria
não reage fechando-se em si mesma
na tentativa de compreender o que
estava lhe acontecendo, ou a fim de
guardar para si o dom recebido. A
pureza de sua fé e a confiança no seu
Senhor a colocam logo a caminho.
12
...pôs-se a caminho para a região
montanhosa,
dirigindo-se
às
pressas…
Trata-se de uma viagem longa rumo
à cidade de Isabel, Ain-Karim, distante cerca de 150 km de Nazaré.
Aquela de Maria é uma viagem missionária autêntica. É uma viagem
que a leva para longe de casa, a
lugares estranhos a seus costumes
cotidianos. Para ela, trata-se de ir, de
certa forma, até os confins que ela
pode alcançar. Por que Maria sobe
Foi às
pressas…
“Na Virgem Maria
que vai visitar
a prima Isabel
reconhecemos
o exemplo mais
límpido e o significado
mais verdadeiro
do nosso caminho
de cristãos
e do caminho
da própria Igreja”.
(Bento XVI)
depressa os montes para visitar a
prima Isabel? O que aconteceu?
O Evangelista Lucas conta-nos do
Anjo que anuncia a concepção do
Messias no ventre de Maria por obra
do Espírito de Deus. E como sinal de
que aquilo que falou é verdadeiro e
realizável, revela para Maria a gravidez de Isabel. O fato de esta parenta
idosa, que todos achavam irremediavelmente estéril, estar à espera
de uma criança é verdadeiramente
sinal de que “nada é impossível para
Deus”, de que nada pode bloquear o
Deus vivo que entra na história.
Maria, portanto, corre a Ain-Karim
porque, nesse encontro, a sua fé e
a sua vida terão motivo de crescimento; mas corre também para levar para a prima idosa a alegria da
vida que habita nela por puro dom
de Deus.
Entrou na casa de Zacarias e saudou
Isabel…
Eis a particularidade deste encontro:
externamente não acontece nada de
extraordinário que leva a pensar em
um milagre. O extraordinário está
todo no interior das duas mulheres
que se encontram e que neste encontro crescem espiritualmente e
humanamente.
Andréia Lúcia Pinto de Oliveira, missionária de Belo Horizonte, durante um encontro
de evangelização na CMV de Nola (Itália).
...a criança estremeceu no seu
ventre.
A caridade de Maria traduz-se na
ajuda concreta à prima, mas se manifesta, sobretudo, em levar Jesus,
em “fazê-lo encontrar”. Esta é a verdadeira missão evangelizadora e
é este o sentido de todo caminho
missionário: levar aos homens o
Evangelho vivente, ou seja, levar o
próprio Senhor Jesus.
Na narração da visitação podemos
de verdade avaliar a nossa vida na
normalidade dos nossos encontros.
Quantas pessoas encontramos pelas
motivações mais variadas: encontramo-nos em família, entre amigos, no
trabalho, nas atividades paroquiais
ou de voluntariado e, também, temos encontros ocasionais entre pessoas. Como são os nossos encontros?
São portadores da vida de Deus ou
são superficiais e distraídos? Todo
encontro pode ser uma missão, isto
é, uma ocasião para levar aos outros a alegria de Deus, aquela que
enche as nossas vidas e que se pode
transmitir também com uma simples
saudação.
É suficiente uma saudação para fazer
com que Isabel sinta o amor de Deus
por meio da voz desta sua jovem
prima de Nazaré.
Esse encontro, porém, por parte de
Maria, não é nem fácil, nem imediato.
Para alcançar Isabel, Maria percorre
um longo caminho em subida.
Encontrar verdadeiramente uma
pessoa “obriga-nos” a sair da nossa
casa, dos nossos esquemas, frequentemente rígidos, para dar espaço ao
outro, à sua necessidade. Para que o
encontro aconteça, devemos sair e
subir, superando as montanhas dos
preconceitos com os quais, muitas
vezes, filtramos a realidade. Se aceitarmos colocar-nos a caminho rumo
ao outro, não podemos deixar de assumir a fadiga que isso comporta.
E somente quando finalmente se dá
o encontro, depois da longa viagem,
a alegria prevalece. A alegria de se
encontrar é contagiosa e nos restaura das fadigas da viagem rumo ao
outro!
Oração
Maria,
Mãe de Deus e nossa Mãe,
Senhora da Anunciação
e da Saudação,
vela por nós,
molda-nos no teu jeito maternal
e evangelizador,
e abençoa os nossos trabalhos
e propósitos.
Senhora da Anunciação,
que corres ligeira sobre os montes,
vela por nós, fica à nossa beira.
É bom ter a esperança
como companheira.
Contigo rezamos ao Senhor:
Dá-nos, Senhor,
um coração sensível e fraterno,
capaz de escutar e de recomeçar.
Mantém-nos reunidos, Senhor,
à volta do pão e da palavra.
Ajuda-nos a discernir
os rumos a seguir
nos caminhos sinuosos
deste tempo,
por Ti semeado e por Ti redimido.
Ensina-nos a tornar a tua Igreja
toda missionária,
e a fazer de cada paróquia,
que é a Igreja
a residir no meio das casas
dos teus filhos e filhas,
uma Casa grande, aberta e feliz,
átrio de fraternidade,
de onde se possa sempre ver o céu,
e o céu nos possa sempre ver a nós.
Da Carta Pastoral CEP
Rosto Missionário da Igreja,
Junho 2010
13
partilhar a fé
Edson e Tuca, como foi a
infância de vocês?
Tuca: Minha infância foi muito
dura e marcada pela pobreza. Um
dia, meu pai resolveu sair de casa,
deixando minha mãe com sete filhas
pequenas para cuidar. A caçula tinha
menos de um ano. Minha mãe era lavadeira e recebia como salário arroz,
feijão e farinha de milho. Ela também
pintava toalhas e outros tecidos para
o nosso sustento. Embora trabalhasse sem parar, não conseguia o suficiente para as necessidades básicas
da família. Nossa casa era paupérrima: o chão de terra, sem energia
elétrica nem banheiro.
Para piorar a situação, ela decidiu
se juntar a um homem. Aí começou
um período marcado por brigas violentas, pois seu novo companheiro
ficava bêbado e agredia todos os
membros da família.
Com sete anos de idade, eu ia
para a roça vizinha, pedindo às
pessoas doações de alimentos para
minha família. Com nove anos, fui
14
Edson e Tuca, com os filhos Nathali e Gustavo.
Quando a
paz toma
o lugar do
rancor
Edson e Tuca,
voluntários da
CMV de São Paulo,
conseguiram sair de
um passado marcado
pela falta de perdão
e pela incompreensão,
dando lugar a uma
vida harmoniosa
e de paz.
trabalhar numa casa de família: foi
um período bastante duro, pois não
só cuidava de uma criança de dois
anos, mas também tomava conta
da casa e lavava à mão a roupa da
família toda.
Diante dessa situação, me sentia
revoltada também com Deus. Perguntava-me: “Se Ele é bom, como
pode permitir tamanha dor e sofrimento na nossa vida?”
Edson: Desde criança comecei a trabalhar ao lado do meu pai.
Minha infância foi marcada também por sentimentos de medo e
de raiva, devidos aos problemas de
alcoolismo e de briga em casa, em
particular por causa do meu pai.
Lembro também que eu não tinha
nenhuma estima por mim mesmo e
nas minhas capacidades, sentia-me
incapaz de realizar qualquer coisa.
Quando eu tinha 18 anos, meu
pai foi assassinado num bar perto de
casa. Foi uma dor imensa, embora o
meu relacionamento com ele fosse
muito difícil. O sofrimento levou-me
a fazer escolhas erradas que, cada
vez mais, me afastavam de Deus e
do verdadeiro sentido da vida. Aos
poucos, tornei-me uma pessoa ambiciosa, com um único objetivo: ganhar
dinheiro a qualquer custo. Pensava,
de fato, que o dinheiro fosse a solução para meus problemas.
Como se deu o encontro entre
vocês?
Edson: Nossas histórias cruzaram-se 16 anos atrás. Logo começamos a namorar e, num momento de
dificuldade, decidimos morar juntos.
Ambos tínhamos 19 anos, sem experiência alguma e sem qualquer
projeto de vida familiar. Entre muitas
dificuldades, tivemos a alegria de ter
dois filhos, Gustavo e Nathali.
A convivência não foi fácil. Sofremos bastante, sobretudo durante o
primeiro período. Não conseguíamos integrar-nos nem encontrar um
ponto de equilíbrio. Conhecíamo-
mos aceitar o fracasso, encará-lo e
nos separar.
Mas, no fundo do coração, ainda
queríamos reconstruir nossa família.
Olhando para os nossos filhos, nos
perguntávamos: “Como podemos
nos separar tendo recebido este
presente tão grande de Deus?”
O que os levou a desistir desta
escolha?
Tuca: Quando pensávamos que
a nossa crise não tinha mais solução,
decidimos dar-nos mais uma chance e pedir ajuda. Sabíamos que isso
teria significado comprometer-nos
em mudar atitudes enraizadas nos
anos e dar novos passos no amor e
no perdão. Estávamos dispostos.
Edson sugeriu que procurásse-
A partir de esquerda: Adriana Pontes e Lidiane Silva Xavier, do GimVi casais da CMV de
São Paulo, com Edson e Tuca.
nos apenas. Somos também profundamente diferentes um do outro: eu
sou vivaz, elétrico, explosivo, nunca
fico parado. Tuca é calma, tranquila,
mais levada a escutar do que a falar.
As diferenças entre nós eram causa
de grandes brigas e incompreensão.
Depois de alguns anos, casamos
na Igreja. Mesmo assim, as dificuldades entre nós não se resolviam. Passamos por uma verdadeira crise, ao
ponto de pensar que não houvesse
mais solução. Foi assim que decidi-
mos os missionários da CMV. Ele os
tinha conhecido no dia do assassinato do pai dele. Tinha se sentido
acolhido e escutado, em um momento de grande dor. Eles também
tinham nos ajudado a preparar-nos
para o casamento religioso. Aceitei
a sua proposta e nos dispusemos
a nos deixar conduzir pelos conselhos deles. Encontrando-nos com
eles, partilhamos nosso sofrimento
e nossa incapacidade de superá-lo
sozinhos. Aquele encontro foi o co-
meço de uma nova experiência de
vida familiar, de aproximação a Deus
e à Igreja.
O que mudou em seu
relacionamento conjugal e
nas escolhas do dia a dia?
Tuca: Aos poucos, descobrimos
que Deus nos amava. Antes não
acreditávamos que Ele nos escutasse e acolhesse, também nas nossas
fraquezas. Ao final, tanto eu quanto
o Edson tínhamos uma imagem de
Deus muito longe e distante de nós.
Percebemos a importância de
parar e iniciar uma caminhada séria
de vida matrimonial e cristã. Isso
nos levou progressivamente a uma
transformação radical.
Uma das grandes mudanças
no nosso relacionamento foi que
começamos a dialogar, enquanto
antes, diante dos problemas, nos
fechávamos, fazendo de nossas diferenças obstáculos insuperáveis. Tivemos mesmo que aprender a fazer
isso, pois não estávamos acostumados. A cada dia constatávamos que,
na medida em que vivíamos o que a
Palavra de Deus nos indicava, a paz
entrava na nossa casa.
Um outro milagre que aconteceu
na nossa vida foi a nossa abertura
ao perdão. Experimentando a misericórdia de Deus para conosco, entendemos que podíamos superar o
ressentimento que carregávamos e
doar o perdão àqueles que mais tinham nos ferido no passado.
Edson: Quando me encontro
com colegas de trabalho que não
têm a mesma visão do casamento,
sinto a responsabilidade de dar o
meu testemunho sobre o nosso relacionamento de esposos e sobre o
meu esforço de amar e respeitar a
Tuca.
Agora estamos conseguindo
organizar nossa vida familiar e o
nosso tempo. Decidimos também
nos engajar mais na Comunidade,
como voluntários. Se anos atrás eu
pensava somente em ganhar dinheiro, hoje na minha vida e na minha
família entraram novos valores.
Por tudo isso somos muitos gratos ao Senhor.
15
vida espiritual
A
Igreja peregrina é, por sua
natureza, missionária, visto
que tem a sua origem, segundo o
desígnio de Deus Pai, na “missão”
do Filho e do Espírito Santo.
Este desígnio brota do “amor fontal”, isto é, da caridade de Deus
Pai, que, sendo o princípio sem
princípio de quem é gerado o Filho
e de quem procede o Espírito Santo pelo Filho, quis derramar e não
cessa de derramar ainda a bondade
divina, criando-nos livremente pela
sua extraordinária e misericordiosa
benignidade, e depois chamandonos gratuitamente a partilhar da
sua própria vida e glória. Quis ser,
assim, não só criador de todas as
coisas mas também “tudo em todas
as coisas” (1 Cor 15,28), conseguindo simultâneamente a sua glória e
a nossa felicidade. Aprouve, porém,
a Deus chamar os homens a esta
participação na sua vida, não só de
modo individual e sem qualquer
solidariedade mútua, mas constituindo-os num Povo em que os
seus filhos, que estavam dispersos,
se congregassem em unidade. (...)
O Senhor Jesus, logo desde o
princípio “chamou a si alguns a
quem Ele quis, e escolheu doze
para andarem com Ele e para os
mandar a pregar” (Mc 3,13). Os
apóstolos foram assim a semente
do novo Israel e ao mesmo tempo
a origem da sagrada hierarquia. Depois, realizados já definitivamente
em si, pela sua morte e ressurreição,
os mistérios da nossa salvação e da
renovação do universo, o Senhor,
com todo o poder que adquiriu
no céu e na terra, antes de subir ao
céu fundou a sua Igreja como sacramento de salvação e enviou os
seus apóstolos a todo o mundo tal
qual Ele também tinha sido enviado pelo Pai, dando-lhes este mandato: “Ide, pois, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-as em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir
tudo quanto vos prescrevi” (Mt 28,
16
A missão
da Igreja
A 50 anos
do Concílio Vaticano II,
ainda ressoam atuais
as palavras do Decreto
Ad gentes sobre
a atividade missionária
da Igreja
19-20). “Ide por todo o mundo, proclamai a Boa Nova a toda a criatura.
Quem acreditar e for batizado, será
salvo; mas quem não acreditar, será
condenado” (Mc 16,15ss). Daí vem
à Igreja o dever de propagar a fé e
a salvação de Cristo, tanto em virtude do expresso mandamento que
dos apóstolos herdou a ordem dos
bispos ajudada pelos presbíteros
em união com o sucessor de Pedro
e sumo pastor da Igreja, como em
virtude da vida comunicada aos
seus membros por Cristo, “do qual
o corpo todo inteiro bem ajustado
e coeso por toda a espécie de junturas que o alimentam, com a ação
proporcionada a cada membro, realiza o seu crescimento em ordem
à própria edificação na caridade”
(Ef 4,16). A missão da Igreja realizase pois, mediante a atividade pela
qual, obedecendo ao mandamento
de Cristo e movida pela graça e pela
caridade do Espírito Santo, ela se
torna atual e plenamente presente
a todos os homens ou povos para
os conduzir à fé, liberdade e paz de
Cristo, não só pelo exemplo de vida
e pela pregação mas também pelos
sacramentos e pelos restantes meios da graça, de tal forma que lhes
fique bem aberto caminho livre e
seguro para participarem plenamente no mistério de Cristo.
Continuando esta missão e explicitando através da história a missão
do próprio Cristo, que foi enviado
a evangelizar os pobres, a Igreja,
movida pelo Espírito Santo, deve
seguir o mesmo caminho de Cristo: o caminho da pobreza, da obediência, do serviço e da imolação
própria até à morte, morte de que
Ele saiu vencedor pela sua ressurreição. Foi assim também que
todos os apóstolos caminharam
na esperança completando com
muitas tribulações e fadigas o que
faltava aos trabalhos de Cristo pelo
seu corpo, que é a Igreja. Muitas
vezes, a semente foi o sangue dos
cristãos.
Trechos do Decreto sobre a
atividade missionária da Igreja,
Ad gentes, n° 2. 5.
lima - peru
projetos de solidariedade
Projeto “casitas”:
uma nova casa para os pobres
N
a missão de Lima (Peru), onde a CMV
atua desde 1986, há ainda muitas
famílias que vivem em barracos sem qualquer segurança, feitos de pedaços de madeira, plástico e materiais inapropriados
para uma habitação. Em muitas destas casas o piso é de areia e não há banheiro.
O projeto “casitas” possibilita construir e
doar para as famílias mais pobres uma pequena casa pré-fabricada em madeira.
Conforme a necessidade, são doados às
famílias novos móveis para a casa.
Uma família em frente de seu velho barraco, na periferia de Lima.
Na foto abaixo: a mesma família em frente de sua nova casa,
construída graças ao projeto “casitas”.
COLABORE!
Uma cadeira nova R$ 15,00
Cama e colchão
R$ 100,00
Contribuição
para a casa
pré-fabricada
Oferta livre
Com a sua
solidariedade,
renasce a
esperança!
Casa pré-fabricada
completa
R$ 5.500,00
Obrigado por contribuir com as obras
sociais e de evangelização da Comunidade
Missionaria de Villaregia.
Há inúmeros projetos
acontecendo no mundo
graças à sua generosidade!
Conta bancária
para o projeto “casitas”
Banco do Brasil S. A.
Agência: 4282-X
Conta: 19931-1
17
notícias
Ordenações
imão Bruno, que chegou em
S
novembro de 2013 na CMV
de São Paulo, foi ordenado diáco-
no em Cagliari (Itália), sua cidade
natal, pela imposição das mãos
do arcebispo metropolitano, dom
Arrigo Miglio. Na foto, com os pais
Gianni e Franca.
o da 15 de agosto, André
N
Vascon, missionário italiano que atua na CMV de São Paulo,
foi ordenado sacerdote em Pordenone (Itália). Na foto: com um
casal de amigos, Beth e Léo, que
viajaram de Belo Horizonte para
participar da celebração.
25 anos de sacerdócio
m setembro de 2013, padre
E
Marco Paini e padre Siro Sechet celebraram, na Itália, o 25.º
aniversário de sacerdócio. Ambos
foram ordenados diáconos em
Belo Horizonte, em 1987 e, por
muitos anos, exerceram seu serviço missionário em Belo Horizonte e em São Paulo.
Com estes irmãos sacerdotes, toda
a Comunidade elevou a Deus sua
gratidão pelas maravilhas que o
Senhor operou na vida sacerdotal
deles e por meio de seu ministério.
18
Chegadas e partidas
Padre Antonello Piras, italiano,
chegou à Comunidade mineira.
As missionárias italianas Daniela Camuffo, Francesca Atzeri, Francesca
Celeghin e Sonia Basso uniram-se à Comunidade de São Paulo.
Regiane Nogueira Bijos de Freitas
despediu-se da Comunidade de BH para
alcançar a Itália.
Cidneiz do Carmo Pratti, após alguns
anos na CMV de Lima, vai chegar à
Comunidade de São Paulo.
Carmen Leysbet Carbajal Osorio deixa a CMV
de Lima para integrar a Comunidade de Belo
Horizonte.
Simão Fonsatto, italiano, inseriu-se na
Comunidade de Belo Horizonte. Rossanna Tidu, Margherita Avagnano e padre Duccio Zeme, após vários
anos de serviço missionário em Belo Horizonte, viajam para a Itália.
19
A juventude do papa
ma onda de juventude, de
U
línguas, culturas e raças diferentes, chegou ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, sediada na cidade do Rio de Janeiro, de
23 a 28 de julho. Uma experiência
marcante para milhões de jovens,
vindos dos quatro cantos da terra, à
sombra da imponente imagem do
Cristo Redentor, que se eleva acima
da cidade carioca com seus braços
abertos, expressão da acolhida de
Deus para com cada um.
Entre os participantes do evento
estavam também os jovens do
GimVi (Grupo interparoquial missionário de Villaregia) vindos do
20
Peru, de Porto Rico, da Itália, de
Belo Horizonte e de São Paulo.
Antes de viajar para o Rio, o grupo
participou na capital mineira da
“Semana Missionária”, valiosa ocasião oferecida aos jovens peregrinos para partilhar com as comunidades locais momentos de oração,
de evangelização e de fraternidade,
uma semana antes da jornada.
Parte do grupo foi hospedada na
casa da CMV, enquanto a maioria
dos peregrinos vindos de outros
países foi acolhida pelas famílias
da paróquia São Sebastião, no bairro Betânia. Os jovens se sentiram
muito amados pelas atenções e ca-
rinho dos novos “pais” brasileiros e,
tanto para as famílias, quanto para
os jovens, foi uma experiência enriquecedora.
Nos últimos dias em Belo Horizonte, mais peregrinos italianos e
jovens do “Movimento Jovem” de
Santa Maria de Itabira (MG) uniramse ao grupo, que viajou no dia 22
para a capital carioca, junto a numerosos missionários e missionárias da CMV.
A cidade do Rio foi invadida por
uma maré de juventude que,
percorrendo as estradas até chegar à praia de Copacabana, onde
aconteceu a maioria dos eventos,
animou cada canto da metrópole.
Alegria, garra, gritos e corais plurilíngues suscitaram a simpatia
dos habitantes da cidade, que se
Acima e na página anterior: missionários da CMV e jovens de vários países durante a
Jornada Mundial da Juventude.
revelaram muito acolhedores.
Ao redor de papa Francisco, que
com sua simplicidade e capacidade de se relacionar fez perceber
a presença viva de Jesus, muitos
descobriram de modo mais verdadeiro e autêntico o sentido de ser
cristão, não somente com palavras,
mas por meio do testemunho de
vida e das obras concretas.
“Vivenciar a JMJ Rio 2013 foi algo
emocionante na minha vida. Renovar a acolhida ao mandato que
Cristo nos entrega, reforçado pe-
las palavras do papa Francisco, me
confirmou que estou no caminho
certo ao colocar Deus no centro da
minha vida – afirmou Lucas Ribeiro,
jovem do GimVi de Belo Horizonte
– Minha gratidão é tamanha; sinto
que Deus me ama sempre mais e
esta JMJ me fez entender que eu
posso ser ‘mais’ para quem necessita de um sinal de fé, aquele mesmo
que eu recebi para estar aqui hoje”.
Também para Thaís Aparecida, de
São Paulo, os dias no Rio despertaram o anseio missionário. “Agora eu
quero doar Deus aos outros, porque doar Deus é doar a felicidade
de que o ser humano necessita!”,
ela disse.
“Ide, sem medo, para servir”: essas
as três palavras-chave deixadas
como herança por Francisco à “juventude do papa”, assim como se
definiu a multidão de jovens que
estava na missa de encerramento
em Copacabana e que voltou para
as próprias casas animada por um
novo espírito cristão e um maior
ardor missionário.
Disseram sim a Deus
No dia 27 de outubro, Vanessa
Santos de Souza celebrou os votos
perpétuos no Santuário São José
Operário (Capão Redondo – SP), sua
paróquia de origem. Em Janeiro de
2014, Vanessa deixará a Comunidade
de BH e viajará para a Itália.
Alex Sandro da Silva Bernardo,
missionário paulista, celebrou a profissão
definitiva dos votos na Comunidade de
Belo Horizonte, no dia 8 de dezembro.
Márcia Aparecida de Oliveira,
missionária consagrada no mundo,
celebrou no dia 8 de dezembro,
na Comunidade de Belo Horizonte,
os votos perpétuos.
21
Uma “Escola”
missionária para a vida
Jovens participantes da segunda edição da Escola de Vida, em 2013
ncerrou-se a Escola de Vida
E
2013, uma experiência de
oito meses oferecida aos jovens,
para seu crescimento humano,
espiritual, eclesial e para que se
tornem protagonistas da missão
evangelizadora da Igreja, com a
certeza de que os primeiros evangelizadores dos jovens podem ser
os próprios jovens.
De março a outubro, 14 jovens
viveram juntos nas Comunidades
de Belo Horizonte e de São Paulo,
alternando oração pessoal e comunitária, cursos de formação humana e cristã, evangelização, atividades sociais e serviços domésticos.
“Oito meses de Escola de Vida são
um tempo favorável em que Deus
revela sinais da sua vontade – relata Maria Geórgia, 18 anos, de São
Paulo – Ele nos mostra um caminho
a seguir, nos oferece ferramentas
para tornar-nos mais aptos e coloca
ao nosso lado irmãos para crescer”.
Para outra “estudante” da Escola, Giselle, 20 anos, de Belo Horizonte, “a
missão permitiu de forma mais fácil
o encontro com Deus, com as pessoas, com os pobres. Foi prova disso participar de uma semana missionária em São João Del Rey (MG),
onde me senti canal para levar a
Palavra de Deus em muitos lares.
Ao sair das casas visitadas, havia em
meu coração uma grande alegria
que nascia dos encontros vividos”.
Dona Neuza, mãe de Ricardo, outro
paulista da Escola de Vida, demonstra que também os pais perceberam o crescimento dos filhos. “As
mudanças em meu filho são claras.
Ele se abriu mais às amizades e o
vejo mais feliz”, ela afirmou.
Neste segundo ano de atividade, a
Escola de Vida confirmou-se mais
uma vez uma experiência que dá
muitos frutos. “Por isso, desejamos
que seja conhecida melhor, para
que mais jovens de todo o Brasil
possam usufruir desta oportunidade. As inscrições para 2014 já estão
abertas” conclui padre Gilberto da
Silva, um dos coordenadores da
experiência em São Paulo, convidando mais jovens para a próxima
turma.
Inscrições abertas para a turma de 2014
IDADE: De 17 a 27 anos
OS PILARES DA ESCOLA: Vida de comunhão, Vida de
Providência, Missão, Oração, Formação humana e cristã
A “Escola de Vida” é
oferecida pela Comunidade
Missionária de Villaregia
a jovens que viveram um
encontro pessoal com Deus
e que desejam dedicar
oito meses de sua vida
para melhor conhecê-Lo e
aprender a anunciá-Lo.
22
DATA DA ESCOLA: De março a outubro 2014
LOCAL DA ESCOLA: A primeira etapa será vivida na CMV de
Belo Horizonte e a segunda na CMV de São Paulo
PERÍODO DE INSCRIÇÃO PARA 2014: Até 30 de janeiro de 2014
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Ligue ou escreva para os
endereços na contracapa desta revista ou, se preferir, acesse o
nosso site www.escoladevidacmv.com.br
agenda
Em 2014, participe conosco
Jeshuá, Emaús,
Bodas de Caná
Final de semana de
evangelização para
jovens, adultos e casais.
Retiro de Carnaval
Três dias de
espiritualidade, oração,
alegria e amizade.
De 2 a 4 de março,
na CMV de SP.
Para jovens
de 16 a 26 anos.
Formação à
afetividade e à
sexualidade
Final de semana de
encontro para jovens
e casais.
Missão
além Fronteiras
Dez dias de
evangelização.
Para jovens, em junho.
Encontros dos
grupos GimVi
Encontros de formação
para jovens, adultos,
casais e crianças.
Para mais detalhes, entre em contato com nossas
Comunidades de São Paulo e de Belo Horizonte
Presépio
Vivo 2ª edição
15, 21 e 22 de dezembro
Igreja S. Judas Tadeu - Rua José Basilio, nº 100
Bairro Palmeiras - Belo Horizonte
Participe da representação, ao
vivo, do nascimento de Jesus
no cenário da cidade de Belém,
reconstruída com casas, atividades comerciais e criação de animais. Cumprimente os soldados
romanos que fazem o recenseamento, os pastores com seus
rebanhos, os Reis Magos que
chegam do Oriente.
Nesta grande moldura, encantese e emocione-se com o nascimento do menino Jesus na gruta
de Belém.
Mais informações: contate-nos
no endereço de Belo Horizonte,
na contra-capa desta revista.
Horários para a visitação
da cidade de Belém:
•
Domingo, 15 e 22
de dezembro:
de 8h30 às 12h
e das 15 às 21h30
Sábado, 21 de dezembro:
de 16h30 às 21h30
•
Horários de Missas no
presépio, com encenação
do nascimento de Jesus:
•
Domingo, 15 e 22
de dezembro:
às 9h30 e às 19h30
Sábado, 21 de dezembro:
às 18h30
•
A Sagrada Família no Presépio Vivo de 2012, que contou
com mais de 3 mil visitantes e mais de 100 personagens.
23
AJUDE-NOS... A AJUDAR!
UMA ALTERNATIVA AOS PRESENTES TRADICIONAIS
Nas festas de família, você pode suscitar ao seu redor gestos
de partilha. No lugar de ser presenteado com algo tradicional,
você pode sugerir a seus amigos que colaborem com nossos
projetos de solidariedade, como o que se encontra na página
17 desta revista.
O SEU IMPOSTO DE RENDA GERA SOLIDARIEDADE
Faça uma doação para o Centro de Acolhida Betânia,
em Belo Horizonte, e deduza o valor no seu imposto
de renda. Diariamente, o Centro acolhe 220 crianças e
adolescentes, promovendo a melhoria de suas condições
sociais, humanas e econômicas, assim como de suas
famílias. Pessoas físicas poderão doar e abater até 6% do
imposto de renda, enquanto pessoas jurídicas tributadas
pelo lucro real poderão doar e abater até 1% do imposto
de renda devido. Para colaborar e saber como proceder,
ligue ou escreva para o endereço de Belo Horizonte
abaixo.
UMA PARTILHA QUE NÃO TEM FRONTEIRAS
Se você quiser sustentar as obras de evangelização
e de promoção humana da Comunidade Missionária
de Villaregia, no Brasil e no mundo, contribua com
uma oferta livre, utilizando o boleto bancário em
anexo ou fazendo um depósito nas contas abaixo.
Belo Horizonte - MG
Rua Canoas, 461
Betânia - 30580-040
Telefax: (31) 3383 1545
[email protected]
Ônibus: 1207 A/B, 7110, 7120, 22
Para doações:
Banco Bradesco - 237
Agência 2900-9
Conta corrente 3527-0
Embu Guaçu - SP
Rod. José Simões Louro Jr. 3100
Km 34,5 - Itararé - 06900-000
Telefax: (11) 4661 2539
4661 2267
[email protected]
Ônibus: intermunicipal
Embu Guaçu - Vila Louro
Para doações:
Banco Bradesco, Agência 1988-7
Conta corrente 13753-7
Outras informações www.cmv.it
PARA USO DO CORREIO
MUDOU-SE
ENDEREÇO INSUFICIENTE
NÃO EXISTE O Nº INDICADO
FALECIDO
DESCONHECIDO
RECUSADO
AUSENTE
NÃO PROCURADO
OUTROS:_______________________
_____________________________
INFORMAÇÃO PRESTADA PELO
PORTEIRO OU SÍNDICO
REINTEGRADO AO SERVIÇO
POSTAL EM ___/___/___.
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RUBRICA: