PIBIC - PIBITI - Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação

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PIBIC - PIBITI - Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação
1
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E INOVAÇÃO
PRÓ-REITOR
CARLOS HENRIQUE ALMEIDA ALVES
CHEFE DO DEPARTAMENTO DE PESQUISA E INOVAÇÃO
JOSÉ GINALDO DA SILVA JUNIOR
COORDENADORA DO NÚCLEO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
DANIELE GOMES DE LYRA
ORGANIZADOR
LUCAS DE MELO SILVA
CAPA
GILTON JOSÉ FERREIRA DA SILVA
2
SUMÁRIO
PIBIC
(Des) alinhamento estratégico entre a tecnologia da informação e os planos de saúde das
secretarias municipais de Alagoas .......................................................................................... 13
“Se cruzam pela mesma rua, olhando-se com a mesma dor”: drogas e violência no cotidiano
das famílias de periferia e de áreas nobres da cidade de Maceió .......................................... 14
A escolarização dos cortadores de cana de São Miguel dos Campos: precarização do trabalho
e ideologia na manutenção do poder local ............................................................................ 15
A construção de material didático concreto no laboratório de biologia como instrumento
facilitador do aprendizado de anatomia comparada no curso de licenciatura em Ciências
Biológicas do Instituto Federal de Alagoas, Campus – Maceió .............................................. 16
A construção de material didático com madeira de reflorestamento como instrumento
facilitador do aprendizado ensino médio técnico-integrado do Instituto Federal de Alagoas,
Campus – Maceió ................................................................................................................... 17
A evasão na educação profissional: um estudo sobre o abandono de matrículas na primeira
década do curso superior de Tecnologia em Design de Interiores do IFAL ............................ 18
A música alagoana dos festivais universitários da UFAL durante o período militar ............... 19
Acompanhamento dos alunos do IFAL campus Marechal Deodoro ingressos no programa de
auxílio alimentação ano 2013 para diagnóstico nutricional e avaliação de hábitos
alimentares ............................................................................................................................ 20
Adequação da norma à diversidade linguística do leitor de jornal ........................................ 21
Analfabetismo cibernético: suas implicações no ensino público ........................................... 23
Análise e comparação da qualidade microbiológica, físico-química e sensorial de diferentes
bebidas lácteas comercializadas no estado de Alagoas ......................................................... 23
Análise da influência cultural no modo de produção de queijo manteiga em Major Izidoro AL ........................................................................................................................................... 25
Análise do espaço e dos fluxos de produção de bebida láctea, queijo coalho e doce de leite
no setor de agroindústria do IFAL - campus Satuba ............................................................... 26
Antropologia do ensinar: uma perspectiva teórico-metodológica de experiências do cotidiano
docente na EPT ....................................................................................................................... 27
Antropologia do aprender do artesão alagoano: seus saberes e seus fazeres ....................... 27
Antropologia do ensinar: uma perspectiva teórico-metodológica de experiências do cotidiano
3
docente na EPT ....................................................................................................................... 28
Aplicação de um Business Process Management System (BPMS) para automação de
processos em organizações de saúde .................................................................................... 29
Arapiraca: entre o tradicional e o moderno ........................................................................... 31
As crises cíclicas de uma economia de mercado e a degradação ambiental .......................... 32
Avaliação da eficiência da remoção de cor e da carga de DQO em águas residuárias usando
biopolímeros como adsorventes ............................................................................................ 35
Avaliação da qualidade da bacia hidrográfica do rio Mundaú (trecho São José da Laje – Rio
Largo/AL) através de parâmetros físicos e químicos .............................................................. 36
Avaliação das propriedades químicas e biológicas das sementes de abelmoschus esculentus
l. .............................................................................................................................................. 38
Avaliação comparativa dos espaços de produção do leite, da ordenha à recepção nas
pequenas queijarias do município de Major Izidoro com o manual de boas práticas ........... 38
Avaliação da qualidade das águas do rio São Francisco com vistas a usos urbanos .............. 40
Avaliação da qualidade e indicadores das reações de escurecimento do açúcar bruto
produzido e exportado pelo estado de alagoas, antes e após seu armazenamento no porto
de Maceió ............................................................................................................................... 41
Avaliação de plantas de cobertura do solo para fins de plantio direto no estado de
Alagoas ................................................................................................................................... 42
Avaliação do desempenho agronômico de populações de milho alagoano em diferentes
densidades de semeadura no município de Piranhas/AL ....................................................... 43
Avaliação e acompanhamento para diagnóstico nutricional e pesquisa de hábitos alimentares
dos alunos ingressos no programa de auxílio alimentação/programa de alimentação e
nutrição escolar do IFAL - Campus Maceió / Ano 2013 .......................................................... 44
Avaliação química e biológica das sementes de linum usitatissimum l .................................. 45
Avaliação sobre o conhecimento e utilização de extratos de plantas no controle de pragas e
doenças dos agricultores no município de Santana do Ipanema-AL ...................................... 45
Banco de sementes de plantas daninhas em diferentes sistemas de colheita da cana-deaçúcar ..................................................................................................................................... 47
Características de hábitat e o uso do solo são bons descritores da comunidade de
macroinvertebrados bentônicos em riachos da bacia do Rio Jacarecica? .............................. 49
Caracterização de bactérias diazotróficas endofíticas em plantas de cana-de-açúcar
cultivadas no estado de Alagoas ............................................................................................ 50
4
Caracterização físico-química e microbiológica de queijo mussarela comercializado em feiras
livres na região agreste alagoana ........................................................................................... 51
Cidadania e juventude: um olhar sobre os estudantes do IF-Maceió – AL ............................ 52
Classe de universalidade do processo de conservação da paridade ...................................... 52
Coleta, caracterização, avaliação e conservação de acessos de mangabeira ......................... 53
Comparação da aplicação de uma ferramenta pedagógica para o planejamento dos estudos
na perspectiva de melhoria do desempenho acadêmico dos alunos do IFAL – câmpus
Maragogi ................................................................................................................................ 54
Concepções sobre a educação inclusiva ................................................................................. 56
Cordel é festa no sertão: um estudo cultural dos cordelistas presentes no sertão
alagoano ................................................................................................................................. 57
Crescimento e rendimento de variedades sorgo sob diferentes tipos de adubação ............. 58
Criação de borboletas em cativeiro no laboratório de biologia do Instituto Federal de Alagoas
para uso em aulas práticas dos 3º anos no campus Maceió do Instituto Federal de
Alagoas ................................................................................................................................... 59
Criando ambientes 3d para jogos utilizando o unity .............................................................. 59
Descrição e avaliação das dificuldades de matematica existentes entre os candidatos que
fizeram o concurso para professsores de matematica do IFAL nos últimos cinco anos e como
o IFAL poderá sanar este problema de formação ................................................................... 61
Desempenho de ovinos em confinamento, alimentados com silagem de casca de maracujá
sob níveis crescentes de leveduras (saccharomyces cerevisiae) para enriquecimento
protéico .................................................................................................................................. 61
Desenvolvimento de mapas de risco no IFAL – Campus Maceió, visando acesso seguro e
conscientizado em laboratórios de máquinas operatrizes no bloco de mecânica ................. 63
Design de interior brasileiro: caracterização imagética do século XXI a partir de periódicos
especializados ........................................................................................................................ 64
Detecção de doenças na cultura dos citros no assentamento Dom Hélder Câmara, em Murici
– AL ......................................................................................................................................... 65
Diagnóstico da saúde dos alunos do campus Palmeira dos Índios do Instituto Federal de
Alagoas ................................................................................................................................... 66
Educação física no ensino médio: as representações de professores e alunos de Palmeira dos
Índios ...................................................................................................................................... 67
5
Eficiência de genótipos de batata-doce (ipomoea batatas l.(lam)) submetidos a diferentes
tipos de fertilidade do solo no município de Piranhas/Alagoas ............................................. 68
Elaboração de diagnóstico socioeconômico do corpo docente e discente da rede pública de
ensino do município de Marechal Deodoro objetivando auxiliar o IFAL na elaboração de suas
políticas educacionais ............................................................................................................ 69
Elaboração de material didático para o desenvolvimento de um ensino transdisciplinar de
química ................................................................................................................................... 70
Elaboração e uso de experimentos de física com materiais recicláveis: o impacto na relação
ensino-aprendizagem ............................................................................................................. 72
Enriquecimento proteico da silagem de casca de maracujá sob níveis crescentes de leveduras
(saccharomyces cerevisiae) .................................................................................................... 73
Ensino de história: o currículo do IFAL, o ensino médio e o ENEM ........................................ 74
Esporte e atividade física em Palmeira dos Índios: as representações da população ............ 75
Estudo de caso: motivos e causas da evasão dos alunos do IFAL- Campus Maragogi na
percepção docente ................................................................................................................. 77
Estudo de viabilidade econômica e financeira de um edifício garagem na cidade de Maceió
situado no bairro do Farol ...................................................................................................... 80
Estudo químico quântico da degradação oxidativa de agrotóxicos ........................................ 80
Estudos de cultura material: história dos ornamentos arquitetônicos de Penedo (18221945) ...................................................................................................................................... 81
Estudos eletroquímicos de composto de interesse biológico e da interação com ciclodextrina
via eletroquímica e espectroscopia ........................................................................................ 82
Etnocentrismo, hibridismo e identidades culturais: uma análise dos estilos musicais
apreciados pelos alunos do ensino médio de Arapiraca ........................................................ 83
Exercícios físicos e ginástica laboral para técnicos em eletrotécnica ..................................... 83
Fitossociologia e estrutura da comunidade arbórea do parque municipal de Maceió .......... 84
Fly-spy: monitoramento de instalações educacionais utilizando VANT’s ............................... 85
Gestão de resíduos pós-consumo de cartuchos de impressoras e reaproveitamento das
partículas de ouro que se encontram na fita plástica para obtenção de nanopartículas ....... 85
Gestão de resíduos sólidos no município de Pilar, Alagoas .................................................... 86
Glossário dos principais estilos decorativos em design, séculos XX e XXI .............................. 86
6
Granitos: características e aplicações em interiores .............................................................. 87
Guia de leituras essenciais em design .................................................................................... 89
Implicações pedagógicas do ensino-aprendizagem de língua portuguesa através dos gêneros
textuais ................................................................................................................................... 90
Incidência de casos HIV positivos detectados em uma unidade de saúde de Maceió/AL ..... 91
Influência da adubação verde na produtividade e nutrição do milho em cultivo intercalar em
Piranhas – AL .......................................................................................................................... 92
Influência do sulfito na produção de glicerol durante a fermentação etanólica realizada pela
saccharomyces cerevisiae ...................................................................................................... 93
Interfaces gráficas para o software abc autismo .................................................................... 93
Interferência de plantas daninhas na cultura do rabanete .................................................... 95
Intervenção paisagística: revitalização e criação de área de lazer no açude goiti, Palmeira dos
Índios – AL .............................................................................................................................. 95
Introdução, avaliação e seleção de genótipos de batata-doce em Maragogi ........................ 96
Iogurte produzido com leite em pó reconstituído: avaliação físico-química, microbiológica e
sensorial ................................................................................................................................. 97
Jogos eletrônicos com fins educacionais ................................................................................ 98
Jogos eletrônicos de simulação e processos cognitivos – investigando a percepção dos
estudantes do IFAL ................................................................................................................. 99
Leitura e produção de textos no ensino técnico e tecnológico ............................................ 100
Levantamento pedológico ultra-detalhado do IFAL - Campus Maragogi ............................. 101
Levantamento fitossociológico de plantas daninhas nos períodos de interferência na cultura
do rabanete .......................................................................................................................... 102
Ludicidade e trabalho: alienação ou pertencimento? .......................................................... 102
Mapeamento de casos de corrosão em usinas de produção de açucar e álcool ................. 103
Mapeamento dos fatores de risco dos servidores do Instituto Federal de Alagoas ............ 105
Margem de comercialização e transmissão de preços da tilápia nos municípios de Porto Real
do Colégio e Penedo – Alagoas ............................................................................................ 107
Margem de comercialização e transmissão de preços do tambaqui (colossoma
macropomum) em Porto Real do Colégio e Penedo, Alagoas .............................................. 108
7
Mármores: características e aplicações em interiores ......................................................... 108
Materiais lúdicos como principais ferramentas no ensino de física ..................................... 109
Mulheres do campo: uma análise das relações de poder no Assentamento Flor do BosqueMessias – Alagoas ................................................................................................................ 109
Neoclassicismo: a essência do clássico na arquitetura da cidade de penedo ...................... 111
Novas tecnologias e ensino: o uso do ambiente moodle como ferramenta à prática de leitura
e ensino de literatura na escola municipal Benício Barbosa na cidade de São José da Laje –
AL ......................................................................................................................................... 111
O cálculo da área de um terreno para plantio: um estudo sobre a diversidade de métodos
teóricos e práticos ................................................................................................................ 112
O ensino da literatura durante o ensino médio ................................................................... 113
O potencial do turismo histórico no litoral norte alagoano ................................................. 114
O turismo cultural em Marechal Deodoro – AL: potencialidades e desafios para o
desenvolvimento local ......................................................................................................... 115
Os impactos da extensão rural pública no desenvolvimento socioeconômico de Maragogi/AL:
uma análise sociológica ........................................................................................................ 116
Os conhecimentos matemáticos e a formação do pedagogo: reflexões sobre o ensino de
matemática nos anos iniciais do ensino fundamental ......................................................... 117
Otimização e comparativo da determinação de dextrana no açúcar por cromatografia líquida
de alta eficiência (CLAE) ....................................................................................................... 117
Perfil dos guias de turismo atuantes no estado de Alagoas ................................................. 118
Perfil profissional e mercado de trabalho para profissionais de TI ...................................... 118
Plantas medicinais utilizadas em áreas de assentamentos rurais do município de São Luiz do
Quitunde – AL ...................................................................................................................... 118
Política para a juventude: as nuances do ensino médio integrado no Instituto Federal de
Alagoas ................................................................................................................................. 119
Práticas urbanísticas e politicas públicas em Palmeira dos Índios – AL ................................ 121
Preservação do patrimônio moderno: as ueps da Igreja do Bonfim e Capela do hospital do
açúcar e seus ambientes internos ........................................................................................ 122
Prevalência da co-infecção HIV/tuberculose em pacientes atendidos em uma unidade de
referência de Maceió/AL ...................................................................................................... 123
Produção de leite fermentado com aproveitamento de soro de leite bovino ..................... 124
8
Projeto riacho doce .............................................................................................................. 125
Propriedades emergentes de sistemas dinâmicos biológicos: um estudo acerca de estratégias
alimentares utilizando armadilhas ....................................................................................... 127
Resíduos agroindustriais para produção de mudas de sabiá ............................................... 128
Sequestro de carbono e nitrogênio total do solo em diferentes sistemas de colheita de canade-açúcar no estado de Alagoas .......................................................................................... 129
Simulação 3D: criação de curtas-metragens sobre acidentes no trabalho para capacitação de
trabalhadores e tecnicos em segurança do trabalho ........................................................... 130
Sistema plantio direto de hortaliças sob manejo agroecológico no estado de Alagoas ....... 131
Teeteto de Platão: elementos para investigar a questão do saber ....................................... 132
Teores de nutrientes e produtividade do feijão caupi em função da fonte e doses de n no
município de piranhas – AL .................................................................................................. 134
Trabalho, ideologia e meio ambiente: uma análise sociológica dos limites e possibilidades do
“ecologicamente correto” a partir da perspectiva dos docentes de Marechal Deodoro ..... 134
Um estudo discursivo do perfil dos alunos ingressos no curso técnico em agroindústria do
Instituto Federal de Alagoas, Campus Satuba ...................................................................... 136
Uréia e óxido de cálcio como aditivos na ensilagem de cana-de-açúcar ............................. 138
PIBITI
ABC autismo: um software para auxiliar na alfabetização de crianças com autismo ........... 140
Adequação do processo tecnológico, caracterização e análises do queijo mascarpone ...... 141
Análise da incorporação de fibras de coco em blocos de concreto ...................................... 142
Análise dos efeitos da temperatura de secagem nas propriedades mecânicas de
nanocompositos poliméricos biodegradáveis produzidos com carboximetilcelulose e argilas
minerais ................................................................................................................................ 142
Aplicação da arquitetura orientada a serviços (soa) na integração de sistemas de informação
em saúde pública ................................................................................................................. 144
Aplicação de polimeros superabsorventes como impermeabilizantes na construção
civil ....................................................................................................................................... 147
Automação de uma torre de craqueamento térmico de biodiesel ...................................... 148
Automação residencial de baixo custo utilizando a tecnologia DTMF ................................. 149
9
Avaliação do comportamento do material Tetra Pak como impermeabilizante
sustentável ........................................................................................................................... 150
Avaliação e análise de viabilidade de redes mesh comunitárias para inclusão-digital através
de telecomunicação humanitária e acesso à internet .......................................................... 151
Biologia reprodutiva de espécies vegetais, encontradas na caatinga do município de Santana
do Ipanema, com potencial apícola ..................................................................................... 151
Caracterização de tijolos solo-cimento fabricados com solo de Palmeira dos Índios e cinzas do
bagaço de cana-de-açúcar .................................................................................................... 152
Carregador de baterias para embarcações usando as energias solar e eólica ..................... 155
Comparação dos diferentes pré-tratamentos na produção de bioetanol a partir do bagaço e
da palha da cana-de-açúcar ................................................................................................. 156
Comparação entre diversos métodos de processamento do queijo mussarela: análise
microbiológica e sensorial .................................................................................................... 157
Conchas de sururu (mytella falcata) como fonte alternativa de cálcio em dietas de tilápias do
nilo (oreochromis niloticus) ................................................................................................. 159
Da recepção à gerência: saberes (dos) profissionais na hotelaria alagoana ........................ 160
Desenvolvimento de processo tecnológico para obtenção de etanol de segunda geração a
partir da casca do maracujá ................................................................................................. 162
Desenvolvimento de um controlador universal para sistemas de rastreamento solar ........ 163
Desenvolvimento de aplicações educativas para TV-Digital interativa com NCL/LUA .......... 164
Desenvolvimento de dispositivo fotônico para identificação de cédulas em
criminalística ........................................................................................................................ 164
Desenvolvimento de dispositivo fotônico para monitoramento de metais pesados em
água ...................................................................................................................................... 165
Desenvolvimento de instrumento de avaliação da estimativa perceptomotora utilizando
computação pervasiva ......................................................................................................... 166
Desenvolvimento de microbomba a vácuo com autosampler de baixo custo para um
biosensor SPR ....................................................................................................................... 166
Desenvolvimento de sensores biomiméticos a base de polímeros impressos para
monitoramento de antimaláricos ......................................................................................... 171
Desenvolvimento de software para a viabilização do consumo consciente da água ........... 171
10
Desenvolvimento de um modelo de simulação do protocolo dccp para o simulador de redes
omnet++ ............................................................................................................................... 173
Desenvolvimento de um sistema de recomendação para dispositivos móveis ................... 174
Digestibilidade da farinha do resíduo do filetamento de camarão para o tambaqui (colossoma
macropomum) ..................................................................................................................... 174
DISEV - Dispositivo de Identificação Sonora Externa Veicular .............................................. 175
Eficiências hidráulicas: soluções para uma edificação sustentável ...................................... 177
Elaboração de queijo coalho defumado condimentado ...................................................... 178
Estudo da substituição do cimento pela cal na fabricação de tijolos solo- cimento ............ 179
Estudo da viabilidade de produção de concreto de pós-reativos utilizando materiais
encontrados no estado de alagoas ....................................................................................... 180
Estudo de indicadores de qualidade e desenvolvimento de dispositivo para detecção de
substâncias adulterantes no leite ......................................................................................... 181
GPI-FAPRAME – Gestão de Propriedade Intelectual e a Fábrica de Prototipação Rápida e
Manufatura de Eletrônicos ................................................................................................... 183
Hemobank: um aplicativo mobile para acompanhamento de bancos de sangue e doações
para a hemorrede de Alagoas .............................................................................................. 184
Monitor de sinais biológicos multi-paramétrico portátil e de baixo custo ........................... 185
O planeta água e as medidas para racionar o consumo: uma modelagem sobre gastos
diários ................................................................................................................................... 191
O potencial do turismo histórico no litoral norte alagoano ................................................. 192
Obtenção de bioetanol de segunda geração a partir do bagaço e casca de laranja, e sua
viabilidade ............................................................................................................................ 194
Preparação e caracterização de nanofibras de nanocompósitos de zno/pva e
zno/polianilina/pva para potências aplicação em curativos ................................................ 194
Produção da cartilha: “a banana como alimento e fonte de renda” .................................... 196
Quantificação de biogás produzido a partir de diferentes composições de dejetos e resíduos
agropecuários ....................................................................................................................... 197
Redução da sua carga poluidora do solo de leite por meio de tratamento ......................... 197
Riso e sátira social: a imagem do negro nas poesias de Gregório de Matos ........................ 198
Robô eco-sustentável para aplicação em robótica educativa .............................................. 199
11
ROTAUT: um jogo para auxiliar na aprendizagem da rotina da criança autista ................... 199
SAT – Serviço de Apoio ao Turista ........................................................................................ 201
Seleção de sementes com potencial para a produção de biojóias no município de
Murici/AL .............................................................................................................................. 202
Sistema de controle de água: em busca do equilíbrio do consumo ..................................... 203
Sistema de geração de energia através da captação de ondas eletromagnéticas de
rádio ..................................................................................................................................... 203
Sistema inteligente anti-furto RFID para rastreamento e análise forense ........................... 204
Tipos de acionamento de circuitos para harmonizar o consumo de energia com a automação
no IFAL - Campus Palmeira dos Índios .................................................................................. 205
Utilização de adsorventes na remoção de fármacos em efluente sintético: estudo adsortivo,
cinético e termodinâmico .................................................................................................... 206
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(DES) ALINHAMENTO ESTRATÉGICO ENTRE A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS PLANOS
DE SAÚDE DAS SECRETARIAS MUNICIPAIS DE ALAGOAS
AUTOR (A): MARCÍLIO FERREIRA DE SOUZA JÚNIOR
As prefeituras municipais procuram oferecer qualidade de vida diferenciada aos seus
cidadãos utilizando também os seus recursos disponíveis da tecnologia da informação e
comunicação (TIC) e respectivos planos municipais. Conforme explicam Rezende e Firmino
(2011), para minimizar os impactos sociais pertinentes, são exigidas formas diferenciadas de
gerir o município que demandam competências inexoráveis dos gestores municipais nas suas
ações cotidianas e estratégicas. O papel das TICs (incluindo os sistemas de informação) deve
ser compreendido e principalmente planejado em consonância com as atividades das
Prefeituras.
De certo, as cidades brasileiras estão passando por mudanças profundas nas suas
administrações que poderão garantir um futuro de desenvolvimento equilibrado, bem como
universalizar o direito a moradia digna em ambiente saudável para todos os seus cidadãos.
No âmbito da gestão pública municipal, o Plano Plurianual (PPA) é exigido pela Constituição
Federal (Artigo 165) e estabelece o sistema orçamentário regulado por três leis: a Lei do
Plano Plurianual; a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); e a Lei Orçamentária Anual (LOA)
(VAINER, ALBUQUERQUE e GARSON, 2005). O PPA, de periodicidade quadrienal e avançando
um ano no governo posterior à sua aprovação, é um instrumento do planejamento municipal
que estabelece os objetivos, as estratégias e as ações da administração municipal para as
despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como para as relativas aos programas
de duração continuada. Dele derivam a LDO e a LOA.
Por sua vez, o Plano Plurianual Municipal (PPAM) é uma peça administrativa de
planejamento do município e da prefeitura, de médio prazo, para conduzir efetivamente o
orçamento e os gastos públicos municipais durante sua vigência, manter o patrimônio
público e também elaborar investimentos coerentes com as receitas e despesas municipais.
Dentro do contexto do PPAM se insere o Plano Municipal de Saúde (PMS) que é um
documento de intenções políticas, de diagnóstico, de estratégias, de prioridades e de metas
que obedecem as diretrizes definidas na política de saúde regional. Este plano é elaborado
por técnicos das secretarias estadual e municipais de saúde e são discutidos e aprovados
pelos respectivos conselhos.
O presente projeto tem como objetivo analisar se as tecnologias da informação e
comunicação (TIC) estão estrategicamente alinhadas como instrumento importante para
apoiar os problemas de saúde e, portanto, atender aos anseios da gestão e da sociedade no
Estado de Alagoas. Para tanto, o método científico empregará uma pesquisa documental que
examinará os documentos dos planos de saúde dos 102 municípios das regiões de Alagoas.
O alinhamento entre as TICs e os planos municipais de saúde pode constituir-se a
partir das relações verticais, horizontais, transversais, dinâmicas e sinérgicas das funções
municipais e dos recursos da TIC. Portanto, o alinhamento pode promover o ajuste ou a
adequação operacional e estratégica das tecnologias disponíveis de todo município, como
uma ferramenta de gestão municipal contemplada pelos conceitos de qualidade,
produtividade, efetividade, perenidade, inteligência competitiva e inteligência municipal
(HENDERSON e VENKATRAMAN, 1993; BOAR, 1993; REZENDE, 2004). É nesta problemática
que este projeto pretende aportar contribuições.
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“SE CRUZAM PELA MESMA RUA, OLHANDO-SE COM A MESMA DOR”: DROGAS E
VIOLÊNCIA NO COTIDIANO DAS FAMÍLIAS DE PERIFERIA E DE ÁREAS NOBRES DA CIDADE DE
MACEIÓ.
AUTOR (A): SOLANGE ENOI MELO DE RESENDE
Em recente pesquisa de mestrado que gerou a dissertação Dois Infinitos Se
Estreitando Num Abraço Insano: as drogas e a violência no cotidiano dos jovens de escolas
públicas e particulares em Maceió, discutiu-se sobre a inserção das drogas e da violência na
juventude alagoana da cidade de Maceió.
Nessa pesquisa, refletimos sobre os jovens, inserindo-os nos graves problemas
presentes na contemporaneidade e identificando fatores, dentre outros, que promovem
vivências específicas nessa categoria, tais como: a pobreza que assola o mundo; a árdua
tarefa de se inserir no mercado de trabalho; as exigências atreladas à falta de educação e de
preparo profissional que tanto encontramos na modernidade; a ausência de perspectiva de
futuro; os graves conflitos e confrontos no campo étnico, racial, religioso e econômico que
tomam contam do nosso dia-a-dia; a impunidade reinante; a falta de confiança nas
instituições sociais criadas para manter um controle sobre a sociedade; enfim, aspectos da
nossa juventude relacionados à sua inserção e sociabilidade ou ao seu contrário.
Também na contemporaneidade, podemos perceber um aumento da presença das
drogas com um extraordinário poder de interferência na vida dos indivíduos, especialmente
na juventude. Esse fenômeno se enraizou de forma alarmante nos dias atuais, levando-nos a
crer que esse é um fator poderoso a influir no cotidiano dos jovens. Essa interferência não se
limita, acreditamos, àqueles que se envolvem diretamente com o consumo de psicotrópicos;
trabalhamos com a perspectiva de que todos, de uma forma geral, usuários ou não, podem
sofrer os efeitos produzidos pela grande oferta desses produtos na atualidade.
Dentre os vários efeitos sociais produzidos pela forte presença das drogas,
destacamos a violência como um dos principais. Devido à intensidade da oferta e procura
dessas substâncias, as ações criminosas transformaram-se em atos corriqueiros, levando-nos
a pensar numa nítida relação entre a circulação desses produtos e a violência.
Esses dois fatores conjugados, este é o nosso ponto de vista, possuem uma
capacidade extraordinária de interferência na vida dos indivíduos, principalmente os mais
jovens. Foi sobre essas intervenções na juventude que refletimos, problematizando-as.
Nessa pesquisa, trabalhamos com as drogas lícitas e ilícitas, pois acreditamos que
ambas desencadeiam na sociedade problemas sobre os quais é preciso que haja algumas
reflexões. E nessas reflexões deve ser considerado o fato de que ambos os tipos fazem parte
de estruturas capitalistas que visam lucros gigantescos, sendo por isso difícil a extinção dos
problemas originados a partir delas no interior de um sistema econômico que tem como
meta a busca por lucro.
Sobre as drogas ilícitas, atentamos, principalmente, para o tráfico de drogas,
acreditando ser um dos maiores males que a sociedade enfrenta atualmente. É uma forma
de empreendimento que gera lucros altos e rápidos (Souza, 2002), sendo uma das vertentes
do crime organizado.
14
Entretanto, essa mesma atividade tem produzido efeito contrário, transformando-se
em uma alternativa de renda para muitos que não conseguem obter ganhos pelas vias de
mercado e pela produção tradicional, dispondo-se a correr os riscos que essa atividade
proporciona (Resende, 2001).
Entre as drogas lícitas destacamos, principalmente, o álcool como uma ameaça à
segurança das pessoas. O abuso no consumo dessa substância tem sido responsável, entre
outras coisas, por acidentes de trânsito e por atos de violência associados a episódios de
embriaguez. Percebemos, também, que ele é a droga mais consumida e permissiva, devido à
sua livre comercialização (Abramovay e Castro, 2005). O cenário sobre que nos debruçamos
para refletir sobre a vivência dos jovens foi composto por escolas públicas e particulares da
cidade de Maceió, levando-nos a verificar, principalmente, os efeitos sociais produzidos por
essa realidade nessa faixa etária. Verificamos que o consumo dessas substâncias ultrapassa
qualquer perspectiva de classe, gênero, cor, etc, encontrando, entretanto, variações na forma
de uso e consequências.
Entretanto, o fato de essas substâncias circularem em diversos setores da sociedade
não significou a visualização dos efeitos de forma igualitária. Identificamos sim a existência
de uma parcela pobre, geralmente negra, sofrendo de forma mais gritante com a forma
como essas substâncias circulam, sofrendo, especialmente, pela sua relação mais direta com
o tráfico, com a estigmatização e punição.
Se, na pesquisa mencionada anteriormente, demos atenção à percepção do jovem
sobre os fenômenos das drogas e da violência, direcionando-nos para as escolas
pretendemos, agora, ampliar nossas reflexões sobre essa categoria, dirigindo-nos ao campo
familiar, entendendo as famílias como elemento importante na vivência juvenil. É a família,
geralmente, o primeiro grupo social com que nós seres humanos mantemos contato. Ela é
responsável por parte das transmissões dos valores sociais introduzidos nas mentes
humanas.
Nesse sentido, o foco da nossa atenção na pesquisa que pretendemos realiza agora
será as famílias, focalizando as mães que tiveram ou têm filhos envolvidos com drogas.
Pretendemos com isso mostrar as influências e consequências, no campo familiar da relação
juventude e drogas. Realizaremos uma análise comparativa das percepções das mães que
vivenciam ou vivenciaram essa experiência em contextos de renda diferenciados inseridas
nos bairros de periferia e em bairros da chamada área nobre da cidade de Maceió
Entendemos com isso que podemos encontrar semelhanças, mas, principalmente
diferenciações importantes a partir da inserção em contextos de renda diferenciados. Nesse
sentido, as histórias que pretendemos estudar e relatar são os dramas vivenciados pelas
mães que têm ou tiveram filhos envolvidos com drogas, mostrando suas angústias, dando
voz a elas para relatarem suas experiências de vida a partir do envolvimento dos seus filhos
com o consumo de drogas e, muitas vezes, com o tráfico dessas substâncias.
A ESCOLARIZAÇÃO DOS CORTADORES DE CANA DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS:
PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO E IDEOLOGIA NA MANUTENÇÃO DO PODER LOCAL
AUTOR (A): RENALVO CAVALCANTE SILVA
15
O presente projeto de pesquisa tem por objetivo compreender o que leva às
precárias condições de escolaridade dos cortadores de cana de São Miguel dos Campos que,
forçosamente, estão atreladas a extenuantes e degradantes relações de trabalho, cuja
exposição a elementos ligados a problemas socioeconômicos e, por conseguinte, a
exploração de sua força de trabalho afeta de forma eminente seu desempenho escolar, assim
como provoca déficits cognitivos que causam prejuízos que dificilmente serão sanados ao
longo da vida desses trabalhadores. Em contrapartida a tudo isso, no setor sucroalcooleiro
vem se ampliando a presença de máquinas que ao mesmo tempo em que reduz as condições
precárias de trabalho, amplia em maior proporção o desemprego entre esta categoria de
trabalhadores e consequentemente não oportuniza as condições econômicas mínimas
necessárias para que os filhos dos trabalhadores ou os próprios trabalhadores possam se
dedicar ao estudo.
Dessa forma, as exigências do atual mercado capitalista, embora não ofereça as
condições objetivas reais, exige da classe trabalhadora determinados conhecimentos que os
possibilitem uma rara oportunidade dentro do trabalho formal. Cabe lembrar que os
conhecimentos ofertados pelas instituições de ensino dentro desta lógica mercantil segue o
arcabouço ideológico que os afasta de toda e qualquer ação que eleve essas subjetividades a
uma formação plena, crítica e/ou intelectual, mas tão somente se propõe a uma formação
unilateral que produz e reproduz as condições impostas pela classe que domina e que
retroage a formação dos trabalhadores a capacidades cognitivas flexíveis e que se adequam
a chamada por alguns estudiosos de reestruturação produtiva.
O projeto de pesquisa em questão pretende demonstrar, a partir de uma análise
criteriosa, que as políticas impetradas pelo Estado de nada adiantam se não houver ações
concretas que eliminem a conditio sine qua non que perpetua as relações de trabalho na
sociedade capitalista, pois, se não for assim, a educação institucional limita-se a inspiração
de indivíduos heterônimos que só aumenta a impossibilidade de transformação social,
mantendo um estado de coisas cada vez mais mortificante na sociedade, que conflui ainda
mais na miséria de cidades como São Miguel dos Campos, que apesar de esta cidade
apresentar, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma
renda per capita de mais de R$ 10.000,00 por mês, evidencia uma contraditória distribuição
de renda numa das regiões mais industrializadas do Estado de Alagoas, mas que está
estigmatizada por fortes traços de pobreza e descaso do poder político e econômico local.
A CONSTRUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO CONCRETO NO LABORATÓRIO DE BIOLOGIA
COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DO APRENDIZADO DE ANATOMIA COMPARADA NO
CURSO DE LICENCIATURA EM CIENCIAS BIOLOGICAS DO INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS,
CAMPUS – MACEIÓ.
AUTOR (A): EBENÉZER BERNARDES CORREIA SILVA
A educação tem evoluído ao longo da história mundial. O Brasil é um dos países que
mais gastam com educação quando se leva em conta o percentual de orçamento destinado
para esse fim, mas a qualidade de ensino é ainda uma das piores do mundo.
Observamos que as nações com maior desenvolvimento econômico têm na educação
16
uma de suas bases, pois quanto mais qualificada a população mais avanços científicotecnológicos serão criados e utilizados no desenvolvimento do país.
Para que existam avanços na economia de um país é necessário educar sua população
proporcionando uma educação/qualificação voltada para o mercado de trabalho. Com esse
objetivo, o Governo Federal tem investido em alfabetização e no aumento da escolarização
de crianças, jovens e adultos e para este fim tem criado programas de incentivo, como
projovem, proeja, UAB, entre outros. Há também incentivo aos Institutos Federais de
Educação, Ciência e Tecnologia (IF’s) que passam a oferecer além da qualificação para o
trabalho a nível técnico integrado ao Ensino Médio, cursos de graduação e licenciaturas.
Esses cursos de licenciatura visam especialmente qualificar professores que já atuam
em sala de aula e não possuem ainda diplomas de curso superior de licenciatura. Entre esses
cursos, os das áreas das ciências são os mais procurados, pois a carência desses profissionais
é a maior dentre todas as áreas da educação.
As IFES estão engajadas na formação de professores e procuram fazer uma educação
inclusiva, tendo em vista que mais de 50% das vagas são preenchidas por alunos da rede
pública de ensino básico fundamental e o acompanhamento social é realizado por
assistentes sociais, nutricionistas e pedagogos, desde o momento que o aluno realiza sua
matrícula até a sua formatura no curso de licenciatura. Essas instituições possuem ainda um
baixo índice de evasão escolar, e possuem convênios com grandes empresas para a
realização de estágios, que muitas vezes é revertido em emprego formal.
O ensino das ciências, e especialmente das ciências da natureza na educação básica é,
atualmente, alvo de discussões acadêmicas que indicam a importância da transmissão do
conhecimento de forma abrangente e útil às novas gerações. A Biologia é, então, uma das
áreas do conhecimento mais importantes para a reflexão e a tomada de atitudes da vida no
planeta Terra. É também uma das disciplinas da Educação Básica com grande carência de
professores graduados e capacitados para o seu ensino. A região nordeste é uma das regiões
brasileiras mais afetadas pela falta de capacitação, embora abrigue grandes biomas, como
Mata Atlântica, Manguezal e Caatinga, essenciais à manutenção do equilíbrio global.
Para tomarmos uma posição estratégica nas aulas de Biologia é preciso que professor
e aluno formem um só elo de participação à prática científica porque, sendo a Biologia, o
Estudo da Vida, nada mais fascinante que ela. É necessário criar, levar a teoria à prática, não
se bitolar num conteúdo programático, que muitas vezes não condiz com a realidade. O
mutilamento de conteúdos resiste a uma deformação científica, tornando acéfalo o
conhecimento lógico e real.
O estudante de Licenciatura em Ciências Biológicas necessita ser preparado para se
tornar facilitador de aprendizado, pois será ele o professor de educação básica do futuro.
A CONSTRUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO COM MADEIRA DE REFLORESTAMENTO COMO
INSTRUMENTO FACILITADOR DO APRENDIZADO ENSINO MÉDIO TÉCNICO-INTEGRADO DO
INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS, CAMPUS – MACEIÓ.
AUTOR (A): MARIA LUZENITA WAGNER MALLMANN
A educação tem evoluído ao longo da história mundial. O Brasil é um dos países que
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mais gastam com educação quando se leva em conta o percentual de orçamento destinado
para esse fim, mas a qualidade de ensino é ainda uma das piores do mundo.
Observamos que as nações com maior desenvolvimento econômico têm na educação
uma de suas bases, pois quanto mais qualificada a população mais avanços científicotecnológicos serão criados e utilizados no desenvolvimento do país.
Para que existam avanços na economia de um país é necessário educar sua população
proporcionando uma educação/qualificação voltada para o mercado de trabalho. Com esse
objetivo, o Governo Federal tem investido em alfabetização e no aumento da escolarização
de crianças, jovens e adultos e para este fim tem criado programas de incentivo, como
projovem, proeja, UAB, entre outros. Há também incentivo aos Institutos Federais de
Educação, Ciência e Tecnologia (IF’s) que passam a oferecer além da qualificação para o
trabalho a nível técnico integrado ao Ensino Médio, cursos de graduação e licenciaturas.
As IFES estão engajadas na formação de professores e procuram fazer uma educação
inclusiva, tendo em vista que mais de 50% das vagas são preenchidas por alunos da rede
pública de ensino básico fundamental e o acompanhamento social é realizado por
assistentes sociais, nutricionistas e pedagogos, desde o momento que o aluno realiza sua
matrícula até a sua formatura no curso de licenciatura. Essas instituições possuem ainda um
baixo índice de evasão escolar, e possuem convênios com grandes empresas para a
realização de estágios, que muitas vezes é revertido em emprego formal.
O ensino das ciências, e especialmente das ciências da natureza na educação básica é,
atualmente, alvo de discussões acadêmicas que indicam a importância da transmissão do
conhecimento de forma abrangente e útil às novas gerações. A Biologia é, então, uma das
áreas do conhecimento mais importantes para a reflexão e a tomada de atitudes da vida no
planeta Terra. É também uma das disciplinas da Educação Básica com grande carência de
professores graduados e capacitados para o seu ensino. A região nordeste é uma das regiões
brasileiras mais afetadas pela falta de capacitação, embora abrigue grandes biomas, como
Mata Atlântica, Manguezal e Caatinga, essenciais à manutenção do equilíbrio global.
Para tomarmos uma posição estratégica nas aulas de Biologia é preciso que professor
e aluno formem um só elo de participação à prática científica porque, sendo a Biologia, o
Estudo da Vida, nada mais fascinante que ela. É necessário criar, levar a teoria à prática, não
se bitolar num conteúdo programático, que muitas vezes não condiz com a realidade. O
mutilamento de conteúdos resiste a uma deformação científica, tornando acéfalo o
conhecimento lógico e real.
A EVASÃO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: UM ESTUDO SOBRE O ABANDONO DE
MATRÍCULAS NA PRIMEIRA DÉCADA DO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE
INTERIORES DO IF AL
AUTOR (A): LUÍS ANTONIO COSTA SILVA
O curso Superior Tecnológico de Design de Interiores do IF AL foi criado em 2001, com
a primeira turma iniciada em 2001.2, passando pelo reconhecimento em 2005.2 e pósreconhecimento em 2012.1. Durante os processos de reconhecimento e pós-reconhecimento
algumas questões vieram à tona como, por exemplo, a evasão. A evasão reflete diretamente
18
na necessidade de novas diretrizes como a alteração na matriz, a metodologia de ensino, a
relação professor aluno, a avaliação e o espaço físico, dentre outros. Reconhecemos que
Escolher é um processo complexo, que tem implicações nas esferas afetiva, cognitiva,
motora e sócio histórica. Escolher não é um ato isolado, é um ato que põe em movimento
um processo de mudanças que se operam no presente, porém articula uma temporalidade
singular ao sujeito que escolhe. [...] Necessita de referências e parâmetros que estão
ancorados na anterioridade das marcas e crenças e as expectativas implicam o porvir. [...] As
escolhas compõem a história do sujeito e sua forma singular de negociar com os conflitos e
se posicionar na conjuntura do laço social (CAVALLET, apud ANDRADE, 2009, p.62).
Entendendo esta condição e a pesquisa pretende averiguar a evasão que ocorreu no
curso Tecnológico de Design de Interiores do IF AL durante sua primeira década,
considerando a relação entre as condições na oferta, matriz, metodologia de ensino, quadro
de professores, avaliação, espaço físico, e a opção dos alunos em abandonar o curso partindo
do princípio das suas escolhas, do seu contexto sócio histórico, afetivo, motor e cognitivo.
Discutir o problema vai levantar possíveis soluções, para aperfeiçoar o curso e
atender uma nova geração cujo tempo e os recursos tecnológicos exigem novos parâmetros
e adaptação do ensino.
A MÚSICA ALAGOANA DOS FESTIVAIS UNIVERSITÁRIOS DA UFAL DURANTE O PERÍODO
MILITAR
AUTOR (A): LEONARDO STEFANO F. D. DE ARECIPPO
Entre os anos de 1964 e 1985, o Brasil vive um dos períodos políticos mais obscuros
de sua história. O Governo Militar priva de direitos civis importantes setores da sociedade.
Mesmo assim, o período também apresenta “grande fertilidade [na] produção cultural
brasileira” (COELHO, 1989, p.1). Vive-se a era dos festivais, da Bossa Nova, da Tropicália e até
da “rebeldia em tom de pilhéria” (CARMO, 2000, p. 35) representada pelo rock da Jovem
Guarda.
Na esteira – e por influência - desses acontecimentos, existem, no citado período,
registros de atividades culturais em todo o país, incluindo a Região Nordeste.
Em Alagoas, existem grupos artísticos e culturais em atividade; no caso específico de
Maceió, a presença de Festivais Universitários promovidos pelos DCEs (Diretórios Centrais de
Estudantes) da UFAL (Universidade Federal de Alagoas) e nos moldes dos anos 1960s e 1970s
da Rede Record (MELO, 2003, pass.) fizeram surgir gerações inteiras de compositores,
letristas, instrumentistas e intérpretes que traduzem o que há de mais proeminente na
música alagoana no novo milênio: entre esses nomes estão Eliezer Setton, Ricardo Motta,
Júnior Almeida, Mácleim Carneiro, etc.
No entanto, as informações sobre as referidas atividades culturais em Alagoas não
vão muito além de relatos individuais, em entrevistas dadas por quem viveu aquele período
ou através de notas de jornais. Praticamente inexistem documentos, mesmo nos arquivos
dos atuais Diretórios Centrais de Estudantes - DCEs - da UFAL, referentes àquele período da
história cultural alagoana. Se as novas gerações de dirigentes dos Centros Acadêmicos e da
Direção Central do DCE parecem desconhecer a existência daqueles efervescentes festivais
19
de música, um importante momento vivido pela música popular em Alagoas o daqueles
Festivais de Música, parece estar relegado ao esquecimento, e essa perda de memória
empobrece a cultura alagoana, na qual se inclui a cidade de Marechal Deodoro.
ACOMPANHAMENTO DOS ALUNOS DO IFAL CAMPUS MARECHAL DEODORO INGRESSOS
NO PROGRAMA DE AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO ANO 2013 PARA DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL E
AVALIAÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES
AUTOR (A): LUANA CAROLINA M. P. RIBEIRO
No Brasil a concretização do direito humano universal a alimentação e nutrição, são
mantidas sob a responsabilidade do Ministério da Saúde; no qual em 1999 homologou a
Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). Com o objetivo de contribuir com o
conjunto de políticas do governo do qual deriva do princípio de que o acesso à alimentação
adequada, suficiente e segura, é um direito humano constituído por lei (BRASIL 2003).
De acordo com o PNAN para garantir a segurança alimentar e nutricional a toda
população, a responsabilidade deve ser compartilhada por outros setores governamentais e
pela sociedade como todo. Esse conceito fica explícito ao avaliar as diretrizes do PNAN que
vem sendo implementadas além do setor da saúde, alcançando ações em parcerias com
outros setores governamentais e não governamentais como: educação continuada dos
profissionais de saúde com ênfase naqueles envolvidos na educação básica, inserção dos
componentes alimentares e nutrição à saúde de grupos populacionais específicos,
programas de prevenção e controle de carências nutricionais, ações e projetos de
abordagem da desnutrição infantil no âmbito do SUS, e saúde do escolar, em parceria com o
Ministério da saúde e Ministério da Educação. (CONSEA 2004).
O Instituto Federal de Alagoas, conforme Resolução Nº 22/CS, de 8 de agosto de
2011, que regulamenta a Política de Assistência Estudantil do IFAL, dispõe de Programas
assistências, incluindo dentre estes, o auxílio alimentação e o Programa de Nutrição e
Alimentação Escolar – PANES (Anexo 2), o qual garante a oferta de refeições que atendam às
necessidades nutricionais durante o período letivo, assim como a realização de Educação
Nutricional para contribuir com o rendimento escolar.
Além de garantir uma alimentação adequada, este programa institucional do IFAL,
visa garantir a segurança alimentar e nutricional dos estudantes, sendo sua maioria na faixa
etária de 14 a 19 anos, caracterizada por adolescentes.
A proposta é o incentivo dentro no espaço escolar; como ambiente para educação
nutricional e promoção da alimentação adequada contribuindo para a formação de hábitos
alimentares saudáveis, bem como prevenção dos agravos nutricionais e/ou doenças
carenciais.
Segundo PELEGRINE 2008, o controle do crescimento e do estado nutricional em
crianças e adolescentes tem sido caracterizado como um importante componente da saúde
materna e infantil. Por isso para monitorar o crescimento físico, na área clínica e de saúde
pública, são utilizadas medidas antropométricas de peso corporal e estatura, as quais
apresentam aceitação internacional para detectar a qualidade social, econômica e política do
ambiente.
20
Assim estudar os níveis de saúde de uma determinada população, no sentido de
enfatizar a prevenção primária, deve ser uma prioridade em saúde pública. No qual o eixo
estratégico a promoção da alimentação saudável garante qualidade de vida a esta população.
Entre outras prioridades em uma escola está, a implementação de políticas, com o
objetivo de promover medidas concretas para educação alimentar saudável. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE 2007).
Desta forma o presente trabalho tem como objetivo investigar o estado nutricional, e
hábitos alimentares dos usuários do auxílio alimentação/PANES ingressos no IFAL – campus
Marechal Deodoro no de 2013.
ADEQUAÇÃO DA NORMA À DIVERSIDADE LINGUÍSTICA DO LEITOR DE JORNAL
AUTOR (A): MARIA APARECIDA SILVA
Nas últimas décadas, a dicotomia oralidade x escrita vem sendo o alvo de muitos
pesquisadores, que, em geral, discutem o ensino da língua materna quanto à oralidade. Essa
variedade linguística possui uma diversidade de formas não aceitáveis na escrita, a qual se
baseia em normas, determinando o que é certo e errado na linguagem.
Ao se abordar o que é correto e incorreto na linguagem, normalmente, entende-se
como correto o que está de acordo com a norma-padrão culta, e incorreto, o que rompe com
essa norma. Reconhece-se que é necessário haver uma norma-padrão para o texto escrito,
não em linguagem dita culta, mas em padrões acessíveis a todo falante.
Modernamente, as discussões acontecem na defesa da existência de um contínuo
entre produções orais e escritas.
Para Perini (1991, p. 86-8), a linguagem técnica e jornalística deveria fundamentar a
gramática normativa por apresentar uma uniformidade, caracterizando um portuguêspadrão, diferentemente dos textos literários, em que se encontram variedades coloquiais e
até mesmo pessoais.
O texto jornalístico, inclusive, já vem sendo utilizado com muita frequência em sala
de aula e “funciona como exemplo de uma linguagem comum, despojada e facilmente
compreensível, que vem atualizando-se continuamente. Já não há mais lugar na imprensa
contemporânea para um purismo linguístico que se afasta do leitor comum, medianamente
escolarizado” (Preti, 1999, p. 53).
Linguistas como Perini (1991), Possenti (1996), Preti (1999), Bagno (1999), Antunes
(2003), entre outros, consideram que toda língua tem sua gramática; consequentemente,
quem fala uma língua conhece a sua gramática, não necessariamente as normas prescritas,
que, para esses estudiosos, está desatualizada, distante da linguagem usada pela maioria dos
falantes e restrita a um pequeno grupo; consideram-na rígida e autoritária em seus
preceitos. De fato, ao traçar exclusivamente normas, o que a leva a classificar-se como
normativa, essa gramática – por não poder prever raciocínios diferenciados dos seus
compendiadores, ou por não querer isso – impõe a vontade de um único emissor, visto por
Martinet (1971, p. 3) como “purista conservador”.
À época do surgimento da imprensa, o âmbito da escolarização era bem reduzido e
centrava-se em pessoas cujo poder econômico as colocava como pertencentes a uma elite
21
social, ou seja, à camada culta de uma sociedade. Assim, os textos escritos, como os jornais,
voltavam-se a esse tipo de leitor, com uma linguagem baseada em padrões que caracterizam
a chamada língua culta.
Com a evolução da tecnologia, outros meios de comunicação surgiram, como a
televisão, por exemplo, atingindo um público de diversas camadas sociais, em linguagem
acessível a esse público. Dessa forma, o jornal estaria sendo preterido por outros veículos de
comunicação. Talvez esse fato possa ser considerado como justificativa à pretensão de o
texto jornalístico procurar intermediar a língua culta com a linguagem popular. Pelo menos
essa é a preocupação do jornal Folha de S. Paulo, quando sentencia, por meio do Novo
manual de redação (1992, p. 47): “deve [o texto] estar redigido em nível intermediário, ou
seja, utilizar-se das formas mais simples admitidas pela norma culta da língua”.
Segundo Preti (1999, p. 53), na leitura dos grandes periódicos das grandes
comunidades urbanas, observa-se que a linguagem verbal tem passado por mudanças que
refletem a constante busca de uma aproximação com seus leitores. E nesse processo, a
influência da oralidade, a incidência do discurso coloquial se fazem sentir, desde os editoriais
até as seções de mais fácil leitura, como a de esportes, a de música moderna, a de humor.
Diz, ainda, Preti, que “o universo temático do jornal é um campo aberto para as
variações linguísticas. A combinação da linguagem culta e da coloquial, a alternância de seu
uso, conforme os vários contextos, permite aos jornais veicular as notícias e a própria
ideologia que norteia a seleção e a análise dos fatos, atingindo, com eficácia, os mais
variados tipos de leitor”.
Embora o texto jornalístico procure adaptar a linguagem para atender aos seus
diferentes leitores, aproximando a fala da escrita, baseia-se na gramática normativa, que
representa a norma culta-padrão, por meio dos manuais de redação, que concentram os
assuntos mais propensos a violações à norma.
É possível que, nessa tentativa de aproximação da norma à diversidade linguística do
público leitor, os jornalistas violem certas regras, comuns na linguagem usual, que, em
verdade, podem representar as transformações que se veem necessárias na norma- padrão.
Baseando-se nessa hipótese, de que há, nos textos jornalísticos, a quebra de uma norma
gramatical específica ou de uma regra que está em decadência de uso, procurar- se-á
justificá-la não como violação, mas como uma forma de adequação da norma à diversidade
linguística do leitor de jornal.
Um exemplo de estrutura pouquissimamente usada em nossa língua e que é possível
ser encontrada em textos escritos encontra-se na regência verbal, que Bagno (1999, p. 33)
assim descreve:
“O professor pode mandar o aluno copiar quinhentas mil vezes a frase: “Assisti ao filme”.
Quando esse mesmo aluno puser o pé fora da sala de aula, ele vai dizer ao colega: “Ainda
não assisti o filme do Zorro”!” Porque a gramática brasileira (grifo do Autor) não sente a
necessidade daquela preposição a, que era exigida na norma clássica literária, cem anos
atrás [...] É um esforço árduo e inútil [...] tentar impor uma regra que não encontra
justificativa na gramática intuitiva do falante”.
A proposta desta pesquisa centra-se em encontrar gramaticalidade em construções
próprias da língua popular, que possam ter sustentação nas teorias linguísticas. Não se
propõe absorver todas as expressões coloquiais e torná-las as formas padrões da língua, ou,
22
então, abolir a norma-padrão. Procura-se acompanhar a evolução da língua, mas não
esquecendo que é necessária uma norma para que haja uma uniformização, essencial ao ato
da comunicação.
ANALFABETISMO CIBERNÉTICO: SUAS IMPLICAÇÕES NO ENSINO PÚBLICO
AUTOR (A): SANTE BRAGA DIAS SCALDAFERRI
O início de um novo milênio, a sociedade moderna sofre profundas mudanças e
transformações impulsionadas pelos avanços e inovações no desenvolvimento tecnológico
em diversas áreas (GREGIO, 2005).
Atualmente é plausível achar um computador nos mais diversos contextos: escolar,
empresarial e doméstico. Não se pode mais escapar desse fato tecnológico. As escolas
carecem de passar por modificações frente a essa “nova tecnologia” e assim estabelecer
uma aprendizagem inovadora que leve o individuo a se sentir como um ser globalizado capaz
de interatuar e concorrer com equidade na procura da sua aspiração profissional.
Essa reconfiguração pela via da tecnologia ficou patente na transformação da maioria,
se não todos, dos setores da sociedade, nesses dez últimos anos. Emprego, educação, saúde,
bem estar, políticas, lazer e diversão, todos, hoje em dia, ocorrem de maneiras e em lugares
que seriam inimagináveis umas gerações atrás e, muitas vezes têm a tecnologia em seu
cerne.
Naturalmente, deveríamos ser cautelosos antes de ver uma transformação total de
sociedade nessas evoluções. Muitos desses desenvolvimentos “on-line” reproduzem, mais do
que substituem, práticas e atividades que existem “off-line” (WOOLGAR, 2002).
A metodologia de ensino na educação por meio dos artifícios da tecnologia ainda é
bastante questionada nos dias atuais. Muitas redes de ensino outrora inseriram em seu
currículo o ensino da informática com o ensejo da modernidade.
Com o decorrer do tempo, algumas redes de ensino, percebendo a potencialidade do
uso da tecnologia, implementaram a Informática educacional em seus currículos, que, além
de propiciar o contato social com o computador incluía como finalidade o emprego dessa
ferramenta como instrumento de apoio às matérias e aos teores instruídos.
A educação pública no Brasil não está evoluindo com o advento da informática o que
acarreta mais uma nova classe de analfabetos na sociedade: o analfabeto cibernético. O
intuito deste trabalho é apontar soluções pedagógicas práticas para otimizar a utilização dos
laboratórios de informática das escolas públicas, visando solucionar as principais dificuldades
encontradas.
ANÁLISE E COMPARAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA, FÍSICO-QUÍMICA E
SENSORIAL DE DIFERENTES BEBIDAS LÁCTEAS COMERCIALIZADAS NO ESTADO DE ALAGOAS
AUTOR (A): ADEMAR DA SILVA PAULINO
23
As mudanças no comércio de gêneros alimentícios e a crescente exigência do
consumidor por alimentos que apresentem, além da alta qualidade sensorial e nutricional,
benefícios associados à saúde, aumentam a demanda de novos produtos que possam
atender a estas exigências do mercado (BASTIANI, 2009).
Entre os atributos dos alimentos que têm preocupado os consumidores, destacam- se
o teor e o tipo de gordura. O consumo de alimentos com baixo teor de gordura reduz o risco
de vários tipos de doenças, tais como a obesidade, a hipertensão, a apoplexia cerebral e
doenças cardíacas coronárias (SANDOVAL-CASTILLA et al., 2004; YOO et al., 2007).
Na indústria de alimentos, a formulação de alimentos sem a adição de gorduras
constitui um grande desafio, pois a gordura apresenta várias propriedades que afetam
textura, aparência, sabor e aroma (GONZÁLEZ-TOMÁSA et al., 2008).
Assim, diversos produtos têm sido avaliados como substitutos da gordura nas
formulações. Entre eles, o soro de queijo, um subproduto da indústria de laticínios, tem
despertado o interesse de vários pesquisadores em todo o mundo pela sua potencialidade
nutricional, funcional e econômica. Na forma de concentrado proteico vem sendo aplicado
pela indústria de alimentos em produtos dietéticos, modificando as propriedades de textura
(ANTUNES; CAZETTO; BOLINI, 2004) e melhorando as propriedades nutricionais e funcionais,
principalmente, pelo teor de aminoácidos sulfurados presentes (SINHÁ et al., 2007;
SMITHERS, 2008).
O soro de queijo é um líquido opaco, amarelo esverdeado e que contém
aproximadamente 55% dos sólidos existentes no leite integral original, representando em
torno de 80 a 90% do volume de leite utilizado na fabricação de queijo. Possui uma Demanda
Bioquímica de Oxigênio (DBO) entre 30.000 e 60.000 mg de O2 L-1 e, em média, cada
tonelada de soro não tratado despejado por dia equivale à poluição diária de cerca de 470
pessoas (ANDRADE; MARTINS, 2002).
É um resíduo de alto valor biológico e baixo valor comercial, que causa um grande
impacto ambiental quando descartado sem o devido tratamento. Dessa forma, o
reaproveitamento do soro líquido, além de contribuir para a melhoria do meio ambiente,
pode proporcionar ganhos às indústrias (MATOS, 2009).
A utilização de soro de queijo, na forma de concentrado proteico, na elaboração de
bebidas lácteas constitui um modo racional de aproveitamento desse produto secundário
que, além das características nutricionais, é capaz de conferir propriedades tecnológicas
desejáveis e adequadas em aplicações específicas (BASTIANI, 2009). A combinação de um
alimento suplementado com proteínas e fermentado por microrganismos probióticos pode
gerar um produto com propriedades tecnológicas e funcionais que atendam demandas por
produtos saudáveis (SILVA; ABREU; ASSUMPÇÃO, 2012).
Estudos mostram que o soro de queijo, na forma de concentrado proteico, apresenta
capacidade emulsificante, geleificante e de retenção de água, adequada viscosidade e
adesividade, retêm e incorpora gordura, facilitam o batimento, a formação de espuma e
aeração, realçam a cor, o sabor e a textura (REGESTER et al., 1996; SODINI; MONTELLA;
TONG, 2005). A incorporação de biopolímeros, especialmente proteínas e hidrocolóides,
representa uma das estratégias mais comuns utilizados para estabilizar emulsões alimentares
(MCCLEMENTS, 2007; DICKINSON, 2009).
As proteínas do soro apresentam uma grande variedade de utilizações em alimentos,
devido às suas propriedades de solubilidade, de viscosidade, de retenção de água, de
gelificação e de emulsificação (HUFFMAN, 1996). Os hidrocolóides têm sido amplamente
24
utilizados na estabilização estrutural de produtos lácteos fermentados (KOKSOY; KILIC, 2004),
geralmente atuam através do aumento da viscosidade ou formando uma rede de gel dentro
da fase de dispersão; atrasando assim os processos de instabilidade e agem como uma
estruturação, espessamento e agente estabilizante no meio aquoso (MCCLEMENTS, 2007;
DICKINSON, 2009). O amido, um dos agentes espessantes mais amplamente utilizados na
indústria, pode melhorar as características de determinados alimentos em relação à sinérese
e a consistência (MALI et al., 2003). A carboximetilcelulose (CMC) está sendo utilizada como
uma alternativa ao amido nos produtos alimentares devido às suas vantagens tecnológicas e
nutricionais (BAYARRI; CHULIÁ;COSTELL, 2010).
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA CULTURAL NO MODO DE PRODUÇÃO DE QUEIJO MANTEIGA EM
MAJOR IZIDORO -AL
AUTOR (A): ARIADNE AGUIAR VITÓRIO MENDONÇA
Segundo a Enciclopédia municípios de Alagoas 2012 a cidade de Major Izidoro é uma
das mais conhecidas da Bacia Leiteira do estado e recebe grande número de visitantes por
ocasião de suas festividades. Major Izidoro é o maior produtor de derivados de leite de
Alagoas e por isso o município é conhecido como a “Capital do Leite”. Através da Associação
Comercial e do Projeto Empreender, o município tornou-se o centro do Arranjo Produtivo
Local (APL) formado por cerca de 67 queijarias de localidades vizinhas. De acordo com o
Sebrae, somente em Major Isidoro, 58 delas são informais (Enciclopédia municípios de
Alagoas 2012).
A produção de queijo artesanal é considerada, na atualidade, como uma estratégia de
reprodução social e econômica sob a responsabilidade dos agricultores familiares. Inserida
no mercado informal, por não cumprir a legislação vigente, elaborada em meados do século
passado, tendo em vista a incipiente industrialização brasileira e incompatível à pequena
produção (MENEZES 2011).
Os queijos artesanais estão enraizados na história da vida de homens e mulheres que
compartilham a mesma identidade cultural (MENEZES 2011). Nas últimas décadas, tem-se
discutido a necessidade da criação de normativas direcionadas ao setor artesanal na escala
nacional e estadual. Tal fato está relacionado à necessidade de revalorizar a cultura queijeira,
agregar valor à produção e oferecer alimentos “seguros” (MENEZES 2011).
Na região nordeste do Brasil, um dos queijos mais consumidos e com grande
aceitação é o queijo de manteiga, também conhecido como requeijão do sertão, requeijão
do nordeste e requeijão do norte. O queijo de manteiga tem sido uma das opções mais
utilizadas para aproveitamento de leite nas fazendas situadas longe dos centros
consumidores e laticínios. É um produto que apresenta fabricação simples e valor nutritivo
indiscutível. Porém, seu processamento, na maioria dos casos, ainda é artesanal
apresentando deficiências tecnológicas durante as fases de fabricação, no armazenamento e
na distribuição (CAVALCANTE; COSTA,2005).
Como exemplo, pode-se citar a região do sertão nordestino, onde se situa a cidade de
Major Izidoro que, por ter uma cultura voltada para os derivados do leite, deveria apresentar
bons padrões de higiene e maior valorização do queijo Manteiga, mas infelizmente, ainda
25
deixam a desejar no aspecto de informações sobre este assuntos. Portanto se verifica a
importância de estudar esta região do Semiárido Nordestino.
ANÁLISE DO ESPAÇO E DOS FLUXOS DE PRODUÇÃO DE BEBIDA LÁCTEA, QUEIJO COALHO E
DOCE DE LEITE NO SETOR DE AGROINDÚSTRIA DO IFAL - CAMPUS SATUBA.
AUTOR (A): ARIADNE AGUIAR VITÓRIO MENDONÇA
A análise do espaço de produção de uma agroindústria guarda em si, elementos que
fazem parte de uma multidisciplinaridade de atuações. Nesta pesquisa, o espaço será
abordado enquanto estrutura física que dá suporte as atividades de produção de derivados
do leite. Incluem-se nessa abordagem, os equipamentos e a espacialidade do uso, a
depender do tipo de produto fabricado.
Essa espacialidade implica em um dos pontos que interferem na segurança alimentar,
ao gerar, por exemplo, cruzamento de fluxos, que podem levar a contaminação do produto
ou matéria prima. Nesse aspecto, pode-se solucionar os riscos de contaminação a partir de
uma relocação de equipamentos e mobiliário existente na agroindústria.
O parâmetro utilizado para a análise será a legislação específica, na tentativa de
responder ao questionamento: o espaço e a forma como se dá o processo de fabricação de
derivados de leite está ou não, de acordo com o que é estabelecido para a produção de
alimento seguro?
É importante colocar que apenas a conformidade com esses elementos não
conduzem ao alimento seguro, pois se faz necessário outros que interferem na qualidade do
produto, como a análise físico – química e microbiológica do leite.
O espaço de produção, alvo dessa pesquisa, faz parte do prédio destinado às aulas
práticas dos cursos técnicos em agropecuária e agroindústria e do curso tecnológico em
laticínios. Neste espaço, além do beneficiamento do leite cru são elaborados derivados do
leite como queijos, bebida láctea e doce.
A matéria prima, o leite, utilizado para essa produção é oriunda do plantel de bovinos
do IFAL, campus Satuba, ficando o setor de ordenha próximo à agroindústria. A ordenha
manual tem sido realizada duas vezes ao dia e o leite destinado ao Setor de Agroindústria
onde é beneficiado, processado ou armazenado sob refrigeração. No entanto, para que haja
um ambiente favorável para a produção dos derivados lácteas é necessário que o mesmo
esteja de acordo com as legislações específicas. Neste sentido, de acordo com SIMIÃO et
al.(2009), a área construída deverá ser compatível com a capacidade do estabelecimento e
tipo de equipamento, sendo as dependências orientadas de tal modo que os raios solares, o
vento e a chuva não prejudiquem os trabalhos industriais. Além de contar com alguns
requisitos que fazem todo o diferencial na instalação do setor de produção, como por
exemplo, o pé direito, piso, teto, parede, janelas, portas, abastecimento de água e vapor e as
instalações de laboratórios.
Ainda de acordo com SIMIÃO et al . (2009), o estabelecimento destinado ao
recebimento de matéria prima para a elaboração e fabricação de produtos derivados do leite
deverá possuir instalações e equipamentos para atender às necessidades tecnológicas de
fabricação de cada produto.
26
Sendo assim, a produção do queijo coalho, doce de leite e a bebida láctea deverá ter
dependências próprias, como sala de embalagem, sala para higienização das caixas plásticas,
local de estocagem e equipamentos necessários cada processo de produção.
ANTROPOLOGIA DO ENSINAR: UMA PERSPECTIVA TEÓRICO-METODOLÓGICA DE
EXPERIÊNCIAS DO COTIDIANO DOCENTE NA EPT
AUTOR (A): ADRIANA PAULA QUIXABEIRA R. S. O. SANTOS
O presente projeto de pesquisa de Iniciação Científica tem como inspiração inicial a
trama tecida no contexto do Curso Técnico Integrado em Artesanato, na modalidade Proeja,
ofertado no Campus Maceió do IFAL.
No tear a renda, no tecer em tramas, há uma rede de conhecimentos práticos que,
dentro de um processo de criação singular do artesão alagoano, liga-se a uma rede de
conhecimentos científicos e profissionais de professores arquitetos que compõem o grupo
de professores do referido curso.
No Estado são muitas as manifestações culturais e o artesão tem um campo de
trabalho extremamente vasto, com expressiva produção na cerâmica, na cestaria, na
madeira, no couro, nos metais, rendas e bordados, no coco e nas cabaças, na tecelagem e
outros materiais. Muitos desses trabalhos são desconhecidos do ponto de vista técnico
mesmo para profissionais com formação superior.
O professor da EPT ensina para uma profissão. No caso os alunos na sua maioria já
exercem a profissão de artesão.
Nesse sentido, o projeto do curso foi bem contextualizado ao perceber que:
Observando o marco regulatório da educação profissional técnica de nível médio, a
organização curricular do Curso Técnico de Nível Médio em Artesanato é composta de um
núcleo comum integrando os componentes curriculares das áreas de Linguagens e Códigos,
Ciências Humanas e Ciências da Natureza, Matemática, todas contemplando as suas
Tecnologias; uma parte diversificada constituída por componentes curriculares que
possibilitem a compreensão das relações que perpassam a vida social e produtiva e sua
articulação com os conhecimentos acadêmicos; e a formação profissional composta por
componentes curriculares específicos da área de Design (2008, p. 12).
Entre linhas, costuras e bordados, tecemos a ideia de pensar uma Antropologia do
Aprender a partir de uma prática consolidada no sujeito que busca uma teoria que se
entrecruze e articule seu fazer e seu saber. Essa ideia deu origem a um outro projeto
intitulado
ANTROPOLOGIA DO APRENDER DO ARTESÃO ALAGOANO: SEUS SABERES E SEUS
FAZERES.
27
AUTOR (A): ADRIANA PAULA QUIXABEIRA R. S. O. SANTOS
O presente projeto de pesquisa de Iniciação Científica tem como inspiração o tear, a
renda, o tecer em tramas, além do pintar, do colar, do customizar, entre outros, dentro de
um processo de criação singularmente desenvolvido pelo artesão alagoano.
No Estado são muitas as manifestações culturais e o artesão tem um campo de
trabalho extremamente vasto, com expressiva produção na cerâmica, na cestaria, na
madeira, no couro, nos metais, rendas e bordados, no coco e nas cabaças, na tecelagem e
outros materiais.
Entre linhas, costuras e bordados, tecemos a ideia de pensar uma Antropologia do
Aprender a partir de uma prática consolidada no sujeito que busca uma teoria que se
entrecruze e articule seu fazer e seu saber.
A proposta do projeto ANTROPOLOGIA DO APRENDER DO ARTESÃO ALAGOANO: seus
saberes e seus fazeres, tem no Curso Técnico Integrado em Artesanato do Campus Maceió,
na modalidade PROEJA, o lócus de pesquisa, que visa inicialmente identificar no cotidiano de
aprendizagem dos alunos do Programa de Jovens e Adultos que saberes e fazeres
culturalmente trazidos e postos em sala de aula e nos espaços de interação pelos alunos e
como são articulados pelos professores.
Como a costura é movimento, como o tear é movimento intenso, também o
movimento de mobilização de conhecimentos teóricos realizados pelos professores será
objeto de preocupação dos pesquisadores, porém em outro projeto, considerando a
necessidade de construção teórica sobre uma Antropologia do Ensinar, como artefato
pedagógico a ser, no estudo em questão, articulado como saber prático dos alunos-artesãos
do curso.
Assim, nessa dualidade inicial a proposta desta pesquisa PIBIC possui também como
objetivo orientar o aluno bolsista na utilização do método etnográfico no desenvolvimento
de pesquisas qualitativas por compreendermos que a etnografia forma o pesquisador.
A utilização do método etnográfico na Educação Profissional e Tecnológica não reflete
a cultura dominante da pesquisa neste campo, contudo, considerando o objeto de estudo
proposto saberes e fazeres do artesão –, este se coloca como um interessante aliado na
compreensão das aprendizagens de jovens e adultos que procuram por sua formação
profissional junto a instituições da Rede Federal.
ANTROPOLOGIA DO ENSINAR: UMA PERSPECTIVA TEÓRICO-METODOLÓGICA DE
EXPERIÊNCIAS DO COTIDIANO DOCENTE NA EPT
AUTOR (A): ADRIANA PAULA QUIXABEIRA R. S. O. SANTOS
O presente projeto de pesquisa de Iniciação Científica tem como inspiração inicial a
trama tecida no contexto do Curso Técnico Integrado em Artesanato, na modalidade Proeja,
ofertado no Campus Maceió do IFAL.
No tear a renda, no tecer em tramas, há uma rede de conhecimentos práticos que,
dentro de um processo de criação singular do artesão alagoano, liga-se a uma rede de
conhecimentos científicos e profissionais de professores arquitetos que compõem o grupo
28
de professores do referido curso.
No Estado são muitas as manifestações culturais e o artesão tem um campo de
trabalho extremamente vasto, com expressiva produção na cerâmica, na cestaria, na
madeira, no couro, nos metais, rendas e bordados, no coco e nas cabaças, na tecelagem e
outros materiais. Muitos desses trabalhos são desconhecidos do ponto de vista técnico
mesmo para profissionais com formação superior.
O professor da EPT ensina para uma profissão. No caso os alunos na sua maioria já
exercem a profissão de artesão. Nesse sentido, o projeto do curso foi bem contextualizado
ao perceber que:
Observando o marco regulatório da educação profissional técnica de nível médio, a
organização curricular do Curso Técnico de Nível Médio em Artesanato é composta de um
núcleo comum integrando os componentes curriculares das áreas de Linguagens e Códigos,
Ciências Humanas e Ciências da Natureza, Matemática, todas contemplando as suas
Tecnologias; uma parte diversificada constituída por componentes curriculares que
possibilitem a compreensão das relações que perpassam a vida social e produtiva e sua
articulação com os conhecimentos acadêmicos; e a formação profissional composta por
componentes curriculares específicos da área de Design (2008, p. 12).
Entre linhas, costuras e bordados, tecemos a ideia de pensar uma Antropologia do
Aprender a partir de uma prática consolidada no sujeito que busca uma teoria que se
entrecruze e articule seu fazer e seu saber. Essa ideia deu origem a um outro projeto
intitulado ANTROPOLOGIA DO APRENDER DO ARTESÃO ALAGOANO: seus saberes e seus
fazeres.
Como a costura é movimento, como o tear é movimento intenso, o movimento de
mobilização de conhecimentos teóricos realizados pelos professores é objeto de
preocupação dos pesquisadores, considerando a necessidade de construção teórica sobre
uma Antropologia do Ensinar, como artefato pedagógico desenvolvido pelo professor para
ensinar para uma profissão que não é a sua.
Assim, esta pesquisa PIBIC possui também como objetivo orientar o aluno bolsista na
utilização do método etnográfico no desenvolvimento de pesquisas qualitativas por
compreendermos que a etnografia forma o pesquisador.
A utilização do método etnográfico na Educação Profissional e Tecnológica não reflete
a cultura dominante da pesquisa neste campo, contudo, considerando o objeto de estudo
proposto – saberes e fazeres do artesão –, este se coloca como um interessante aliado na
compreensão da mobilização de múltiplos saberes pelos professores e sua
recontextualização a partir das aprendizagens de jovens e adultos que procuram por sua
formação profissional junto a instituições da Rede Federal.
APLICAÇÃO DE UM BUSINESS PROCESS MANAGEMENT SYSTEM (BPMS) PARA AUTOMAÇÃO
DE PROCESSOS EM ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE
AUTOR (A): MARCÍLIO FERREIRA DE SOUZA JÚNIOR
As organizações possuem atividades que se relacionam e de diversas maneiras
entregam produtos e/ou serviços a vários interessados. Todo produto ou serviço principal ou
29
secundário oferecido por uma empresa é necessariamente o resultado de um conjunto de
atividades, onde a cadeia dessas atividades buscando atingir os objetivos organizacionais são
denominado de processo de negócio (WESKE, 2007).
Processo, no conceito de Harrington (1993), é qualquer atividade que recebe uma
entrada, agrega-lhe valor, utilizando-se de recursos da organização, gerando uma saída para
um cliente interno ou externo. Um processo gera resultados com vistas a atingir um ou mais
objetivos da organização. Logo, o conceito de processo de negócio passou a ser usado para
designar a menor unidade de uma empresa que ainda preserva um objetivo nos quais os
processos e recursos que o compõem são organizados para este fim. A empresa passou a ser
reconhecida como a combinação de diversos processos de negócios nos quais possuem
diversas atividades menores que compõem um processo por mais simples que seja
(GEORGES, 2007).
Os processos são disparados por eventos específicos e apresentam um ou mais
resultados que podem conduzir ao término do processo ou a transferência de controle para
outro processo. Processos são compostos por várias tarefas ou atividades inter-relacionadas
que solucionam uma questão específica (ABPMP, 2009). Diante da necessidade de se utilizar
um método mais eficaz para gerenciar esse processos, o conceito de Business Process
Management (BPM) ou Gerenciamento de Processos de Negócio é uma abordagem
disciplinada para identificar, desenhar, executar, documentar, medir, monitorar, controlar e
melhorar processos de negócios automatizados ou não, para alcançar os resultados
pretendidos, consistentes e alinhados com as metas estratégicas de uma organização
(ABPMP, 2009).
Adotar BPM significa, portanto, aplicar métodos e técnicas para modelar, implantar,
monitorar e melhorar continuamente os processos, visando alcançar uma maior agilidade
operacional, maior confiabilidade, redução de custos e, principalmente, alinhamento aos
objetivos empresariais (Rede Gestão, 2008). É neste cenário que se insere o presente projeto
de pesquisa, através da aplicação de uma ferramenta de Business Process Management
System (BPMS) em processos de organizações de saúde, possuindo como estudo de caso a
Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas (SESAU).
A crescente demanda por cuidados de saúde, o crescimento nos custos, as restrições
de recursos e as evidências nas variações na prática clínica tem levado a um maior interesse
em medir e melhorar a qualidade da prestação de serviços de saúde (CAMPBELL, 2000).
Com o advento do conceito de BPM, os processos são diagramados e assim são
facilmente identificáveis e entendíveis, tanto os processos como as atividades que os
compõem dentro de uma organização de saúde.
Diante da necessidade de se utilizar uma ferramenta para a modelagem dos
processos de negócio, este projeto utilizará o Business Process Modeling Notation (BPMN)
como uma notação gráfica para representar os fluxos de processos a serem mapeados na
SESAU. A simbologia utilizada permite a especificação dos fluxos num nível de detalhamento
próximo da complexidade de um ambiente real. Trata-se de uma notação que facilita a
comunicação entre analistas e usuários, bem como as análises necessárias para a preparação
da versão inicial do processo ou melhorias a serem realizadas (Rede Gestão, 2008).
Por outro lado, para permitir a automação dos processos o projeto adotará
ferramentas de Business Process Management Systems (BPMS), que são sistemas que
automatizam a gestão de processos de negócio tanto na execução, como no controle e
também no monitoramento. O quadro abaixo resume as principais ferramentas de BPMS
30
atuais.
Portanto, BPMS é uma categoria de software usada para apoiar a implantação e a
execução dos processos sob a ótica de BPM. Desta forma, permite o mapeamento dos
processos ponta-a-ponta, desenho dos fluxos e formulários eletrônicos, regras de negócio,
monitoramento em tempo real das atividades através de métricas preestabelecidas e alertas
para a gestão. Um BPMS pode ser implantado numa organização interagindo com sistemas
existentes ou independente destes. Essa ferramenta compreende uma camada de alto nível
que orienta a execução do processo integrando aplicações e/ou tarefas manuais.
ARAPIRACA: ENTRE O TRADICIONAL E O MODERNO
AUTOR (A): MARCÍLIO FERREIRA DE SOUZA JÚNIOR
Alagoas, como um Estado encantador pela sua diversidade cultural, e atraente pelas
opções turísticas, (belas praias, dentre outras belezas naturais, cidades históricas,
manifestações folclóricas), que representam a memória desses lugares. Diante desta
situação, trazendo essa realidade para a cidade de Arapiraca, situada no agreste Alagoano, o
presente projeto viabiliza uma perspectiva de estudar os possíveis pontos de referência do
patrimônio cultural (material e imaterial) desta cidade. Até então reconhecida como a cidade
do fumo, que recebe este nome por ter como a principal atividade econômica a produção
fumageira até a primeira década do século XX. Sendo assim, pretendemos realizar exposições
de fotografias da cidade, promover debates em escolas públicas e privadas da região,
participação em eventos, com intuito de despertar o interesse da comunidade pelo
patrimônio local.
O objetivo maior deste trabalho é identificar em algumas áreas da cidade
31
manifestações culturais, assim como construções que retratem a evolução histórica desde
sua fundação até os dias atuais da mesma (museus, edifícios civis e religiosos, praças, ruas
etc.). Sendo assim o trabalho consiste numa divulgação desses lugares respaldado na
legislação municipal para que a população tenha conhecimento e possa usufruir de forma
sustentável.
AS CRISES CÍCLICAS DE UMA ECONOMIA DE MERCADO E A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
AUTOR (A): ZILAS NOGUEIRA DE QUEIROZ
Atualmente muito se tem discutido acerca da degradação do meio ambiente. Há uma
preocupação generalizada com relação ao futuro dos recursos naturais e, portanto da própria
vida. Governos, ONGs, cientistas e a sociedade em geral vêm buscando compreender as
causas, consequências e soluções para o processo de devastação ambiental observado nas
últimas décadas do século passado e que não dá sinais de desaceleração neste início do novo
milênio. Este processo de devastação, acentuada nos últimos anos e que ameaça a vida
humana e mesmo a existência da vida em geral, será aqui tratado com o termo: “crise
ambiental”.
Não obstante este tema tomar uma posição de destaque nas discussões científicas
acreditamos que as análises desenvolvidas por ecologistas, sociólogos, economistas etc.
ainda não são suficientemente críticas e não investigam a raiz mais profunda do conjunto de
questões relativas à utilização predatória do meio ambiente. Quase sempre as pesquisas
nesta área giram em torno de determinações éticas, políticas, administrativas e técnicas do
problema.
A nosso ver o que deve ser colocado em primeiro plano são as determinações
econômicas da crise ambiental.
Neste sentido tentaremos em nossa pesquisa recolocar o problema da devastação do
meio ambiente e, consequentemente das catástrofes naturais que assolam o mundo atual,
sob um novo ponto de vista.
Para tanto seremos levados, necessariamente, a priorizar duas questões que
nortearão nosso estudo: 1) seria possível compatibilizar a lógica imanente do capitalismo
com o desenvolvimento econômico ecologicamente sustentável? e 2) A superação da crise
ambiental teria como ponto de partida novas concepções éticas, políticas, ou novos
conceitos e novas práticas administrativas? Em outras palavras, resposta à crise encontrar-seia prioritariamente na esfera da subjetividade (planejamento, decisão política, valores
morais, etc.)?
Até hoje grande parte das discussões e propostas acerca das causas e soluções para o
atual processo de degradação ambiental têm enfatizado esse conjunto de fatores que se
encontram em uma dimensão meramente subjetiva. Assim, as causas do uso predatório dos
recursos naturais, bem como as soluções para tal problema vêm sendo apontadas como uma
questão que depende exclusivamente de um melhor planejamento em relação ao uso de tais
recursos, de uma postura mais responsável e ética face ao meio ambiente, de uma busca
pela conscientização dos cidadãos, de uma classe política que esteja preocupada na
preservação ambiental, etc.
32
No entanto, verificamos que desde os últimos trinta anos do século passado até os
cinco primeiros do atual estas tentativas, de explicar e propor soluções com base subjetivista,
têm se mostrado ineficazes no sentido de estabelecer um consumo mais racional dos
recursos naturais, sobretudo os não renováveis.
Não podemos, entretanto, desmerecer os movimentos ecológicos e nem as lutas por
conquistas imediatas, que acreditamos ser da maior importância. O que queremos suscitar
são as seguintes questões: por que a sociedade (através dos movimentos ecológicos e das
representações políticas) não conseguiu apontar teórica e praticamente para uma solução
definitiva para a crise ambiental, que vem se arrastando por todo o século XX e adentra o XXI
com força total? Por que não resolver logo este problema se é do interesse de todos os seres
humanos a preservação da própria vida?
Nossa hipótese é a de que as análises e reflexões a respeito da crise ambiental devem
ser deslocadas da centralidade do sujeito para a centralidade dialética da objetividade.
Desta forma, entendemos que o ponto de partida para compreensão e intervenção
eficaz nesta complexa realidade de crise ambiental deve ser a objetividade social, que tem
em sua base as relações econômicas, e não a subjetividade plasmada em questões éticomorais e políticas. Importante ressaltar aqui que não há desprezo ao papel da subjetividade
na consubstanciação da realidade objetiva. Endentemo-la como elemento indispensável para
construção do mundo real. Mas, não suficiente e nem mesmo prioritário.
Assim, podemos afirmar que a realidade social (que é estruturada na relação
homem/natureza), não obstante ser produto da práxis, está submetida a certas leis e
tendências de desenvolvimento. Em outras palavras, há uma lógica objetiva que não pode
ser superada apenas pela vontade (subjetividade) individual ou mesmo coletiva.
O que sugerimos é que ao examinar os problemas ecológicos, as questões morais e
políticas (que estão no âmbito da vontade) não devem ser os eixos centrais de análise.
Devemos, antes de tudo, nos esforçar na apreensão das leis imanentes que regem o
funcionamento da formação social em que se passam as questões ambientais em exame. E,
em um próximo passo, relacionar tais leis aos problemas ecológicos que estamos
investigando para, só então, verificar os possíveis condicionantes morais e políticos.
Quando lançamos nossa atenção sobre o mundo contemporâneo e buscamos
compreender seus princípios estruturantes constatamos que desde os anos 70 ele passa por
um período de crise crônica, no interior da qual todas as estruturas sociais são atingidas. A
vida cotidiana dos seres humanos torna-se a cada ano mais instável, insegura e estranhada.
Em sua história o capitalismo sempre foi acometido por crises. Contudo, muitos
indícios nos levam a crer que a atual crise afeta as próprias estruturas do sistema.
Se observarmos o desempenho da economia mundial no fim do século XX
perceberemos que há indicativos que fortalecem esta interpretação. Vejamos alguns
exemplos: o PIB mundial caiu de 5% em 1970 para aproximadamente 2% em 1999. Se
verificarmos o G-7 constataremos uma queda de 6% em 1960 para 1% em 2000. O caso do
Japão especificamente é ainda pior. De 10% em1962 o PIB japonês caiu para 2% em 2000.
Já os EUA tiveram uma queda de 4% em 1960 para 2% em 2000. Além disso, a
constatação de um acúmulo de capacidade ociosa industrial bem como da queda na
produtividade nos últimos trinta anos leva-nos a concluir que;
...o movimento econômico que vem dos finais dos anos 1960, passando pelos anos 1970, até
os dias atuais, quando a crise ganha mais corpo e profundidade, não é um movimento
33
composto de várias crises cíclicas de superprodução, mas o de uma única e monumental crise
de superprodução que acabou soldando-se com uma também monumental crise financeira
para constituir-se numa única, prolongada e universal crise estrutural (CARVALHO, 2003:44).
Em face desta crise de dimensões globais o capitalismo tenta reagir reorganizando
suas estruturas básicas.
Contudo, a chamada reestruturação produtiva do capital intensificou a lógica
destrutiva da formação social capitalista. Assim, verificamos que;
O capital, no uso crescente do incremento tecnológico como modalidade para aumentar a
produtividade, também necessariamente implica crises, exploração, pobreza, desemprego,
destruição do meio ambiente e da natureza, entre tantas formas destrutivas. (CARCHETI,
apud ANTUNES, 1999:34)
Podemos, então, concluir que a ordem sócio metabólica do capital, ao reorganizar a
produção, na tentativa de superar a trajetória descendente que vem traçando desde os anos
70, produz riquezas em uma quantidade jamais vista. Mas, de outro lado, produz o seu
oposto (miséria, destruição do meio ambiente, desemprego) em escala globalizada.
Como já citamos anteriormente o modo de produção capitalista sempre foi
acometido por crises cíclicas. Estas podem ser apontadas como elementos de uma lei social
própria de uma economia dominada pelas relações de capital.
As crises em si, porém, não são uma exclusividade do capitalismo. Mas, se
observarmos as formas precedentes de intercambio produtivo entre os homens e o mundo
natural constataremos que este intercâmbio era predominantemente orientado pela
produção para o uso (MÉSZÁROS, 2000:8). Neste momento, em que o valor de uso
predominava sobre o valor de troca, as crises econômicas tinham em sua raiz a baixa
produtividade do trabalho. Ou seja, por um fenômeno natural ou por uma guerra, por
exemplo, os homens eram submetidos à fome, à penúria social. Desta forma, antes da
revolução industrial as crises eram provocadas pela subprodução de valores de uso.
Já as crises no sistema capitalista são provocadas pela superprodução de valores de
troca. “Hoje, nas crises capitalistas, tem-se fome, subnutrição e penúria social, a exemplo do
Nordeste (brasileiro), em meio à abundância (superprodução) de viveres, bens ou
mercadorias.” (XAVIER, 2000:5, grifo nosso)
Esta superprodução de mercadorias que não encontram compradores teria como
consequência a queda da taxa de lucro e necessariamente a crise econômica, que serviria
como elemento de recuperação destas taxas. Assim, as crises no capitalismo apresentam-se
como formas de ajuste da oferta de mercadorias, pois esta se expande seguindo leis distintas
da demanda, ou do poder de compra do consumidor final.
O que explica, em última instância, a constante irrupção das crises é a tendência
decrescente da taxa de lucro.
Esta queda tendencial da taxa de lucros acontece por causa de um constante
crescimento da composição orgânica do capital. Ou seja, à medida que o capital variável vai
sendo substituído pelo capital constante há, também, uma diminuição da parte do trabalho
que aparece como mais-valia.
Mas, é necessário ressaltar aqui o fato de que existem contra-tendências que podem
diminuir e mesmo neutralizar, em certas circunstâncias, a queda da taxa de lucro.
34
Um dos fatores decisivos para o movimento contrário à tendência de queda é o
aumento da exploração do trabalho. Outro é a redução da oferta de produtos via redução de
investimentos, produção e estoques. Mas, para que esta redução da demanda não redunde
em lucros ainda menores é fundamental que a circulação de mercadorias se dê de forma
cada vez mais dinâmica. Assim, a vida útil dos produtos vem diminuindo de forma constante.
Os produtos são produzidos para durarem cada vez menos.
Outro fator que funciona como contra-tendência apontado por Arcary (2003) é o
barateamento dos alimentos e “matérias primas, que estão na base da cadeia produtiva das
mercadorias que são indispensáveis à sobrevivência dos trabalhadores, e decisivas para a
definição do salário médio”. (pag.11)
Existem, ainda, outros fatores que atuam como tendências contrárias ao constante
declínio da taxa de lucro. Mas, estes três citados são os mais importantes para nossa
pesquisa que se concentrará na análise aprofundada destes elementos que pressionam a
recuperação da taxa de lucro, pois acreditamos que além de atuarem como “forças
contrárias” à uma lei própria da economia capitalista o aumento da exploração do trabalho, a
taxa de uso decrescente das mercadorias e a redução constante dos preços dos alimentos e
matérias primas (por meio do aumento desordenado da produção) atuam juntas para o
aprofundamento da crise ambiental.
A partir desta ideia tentaremos relacionar o aumento da emissão de dióxido de
carbono na atmosfera, o crescente desmatamento, o esgotamento do solo, das fontes
hídricas, e dos recursos naturais não renováveis com os fatores que atuam na busca de
recuperação das taxas de lucro, em períodos de crise.
No desenvolvimento da pesquisa tentaremos responder as questões aqui levantadas
na intenção de ampliar o debate teórico e contribuir para a formulação de propostas reais
que venham mitigar a degradação ambiental a curto prazo e a longo prazo possam apontar
para uma solução definitiva que não crie empecilhos para o desenvolvimento humano e que,
de outro lado, possa preservar os recursos naturais.
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DA REMOÇÃO DE COR E DA CARGA DE DQO EM ÁGUAS
RESIDUÁRIAS USANDO BIOPOLÍMEROS COMO ADSORVENTES
AUTOR (A): IARA BARROS VALENTIM
O presente projeto propõe a remoção de poluentes a partir de águas residuárias, por
exemplo a vinhaça, provenientes da indústria local, apresentando assim relevância científica,
social e regional.
O aluno inserido neste projeto terá maior contato com a metodologia científica e
aplicará os conceitos adquiridos em sala de aula como em processo químico, operações
unitárias, físico-química aplicada e química ambiental no desenvolvimento do mesmo, assim
comtemplando tanto os cursos Técnico de Açúcar e Álcool quanto o Técnico de Meio
Ambiente. Além disso, este aluno desenvolverá a extensão no momento em que se
conscientiza da importância do aproveitamento de resíduos, por exemplo o bagaço de canade-açúcar como adsorvente, preservando assim o meio ambiente e ajudando a comunidade
local. Esse resíduo com tratamento adequado poderá ser utilizado no futuro em filtros de
35
uso doméstico. Isso contemplaria a realização de pesquisa aplicada, estimulando o
desenvolvimento de soluções técnica e tecnológicas, estendendo seus benefícios à
comunidade. Os objetivos gerais desse projeto relacionam-se ao aproveitamento da
quitosana e bagaço de cana-de-açúcar como adsorventes de baixo custo na remoção da cor e
da carga de DQO (demanda química de oxigênio) em águas residuárias sintéticas e
industriais. Os efluentes sintéticos serão preparadas no laboratório utilizando corantes
têxteis e os efluentes industriais, como a vinhaça, serão obtidos do setor sucroalcooleiro
local. Pela primeira vez, o Instituto Federal de Alagoas campus Penedo está participando de
um processo seletivo de projetos de pesquisa para os Programas de IC-IFAL nesta área de
conhecimento, pois o Campus está entrando no seu terceiro ano de existência e só agora
possui infraestrutura mínima para a realização das atividades experimentais em laboratório.
O proponente deste trabalho possui cooperação com o Laboratório de Eletroquímica da
Universidade Federal de Alagoas-LEQUI no Instituto de Química e Biotecnologia na área de
Química Analítica Ambiental/Novos Materiais cuja líder é a Profa. Dra. Marília de Oliveira
Fonseca Goulart e, ainda, possui interação com Profa. Dra. Selêude Wanderley da Nóbrega
que atua na linha de pesquisa de tratamento de efluentes e também é membro do curso de
Mestrado em Recursos Hídricos e Saneamento da UFAL. Portanto, este projeto possui forte
interesse científico com relevância social e regional, com o aproveitamento de rejeitos da
indústria local minimizando impactos ambientais.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MUNDAÚ (TRECHO SÃO
JOSÉ DA LAJE – RIO LARGO/AL) ATRAVÉS DE PARÂMETROS FÍSICOS E QUÍMICOS
AUTOR (A): ANA PAULA AQUINO BENIGNO
A água, parte integrante do planeta Terra e componente fundamental da dinâmica da
natureza é um recurso natural precioso e insubstituível aos seres vivos. A ela atribui-se a
responsabilidade de participar e dinamizar todos os ciclos ecológicos, além de sustentar a
vida dos seres vivos terrestres, pois sem esse bem, a vida na Terra seria impossível (TUNDISI,
2003).
A água doce que é utilizada, principalmente, para o desenvolvimento de atividades
humanas, tais como pesca, banho, consumo e irrigação, provêm de lagos, lagoas, rios e
reservas subterrâneas. Assim, é de suma necessidade e importância o permanente
monitoramento, visando manter a qualidade desse bem natural, assegurando sua proteção,
o combate à poluição.
O mundo contemporâneo está vivenciando um quadro de mudanças políticas
associado à necessidade de construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A gestão
democrática da água, um bem de uso comum do povo, está no centro de discussões que
visam estabelecer os rumos da modernização de um país no cenário de um mundo
globalizado (MACHADO, 2003).
Segundo Machado (2003), a água, por ser um bem absolutamente necessário à
sobrevivência dos seres vivos, atrai para as margens dos mananciais, o estabelecimento de
agrupamentos humanos, coletividades, comunidades, cidades e nações que dependem
desse recurso natural para a sua existência e para satisfazer suas necessidades econômicas e
36
sociais. Inúmeras famílias buscam os benefícios que esses corpos d’água podem oferecer, tais
como: abastecimento para consumo, irrigação, fonte de recursos pesqueiros. Por outro lado,
estes mananciais recebem um enorme contingente de descarga de resíduos tóxicos e esgotos
(RABELO, 2000). Assim, com um desordenado crescimento urbano, sem uma real disciplina
de ocupação e uso do solo e água, as aglomerações urbanas têm se tornado um grande
problema social e econômico.
Além disso, o cenário nordestino carente de rios perenes caracteriza-se pela
irregularidade temporal e espacial do regime pluviométrico. Os solos são rasos apresentando
baixa capacidade de retenção de umidade e a incidência solar é elevada (FUNASA, 2007).
Esses fatores associados contribuem para a escassez de água limitando o
desenvolvimento socioeconômico da região. Além disso, diversas atividades comerciais e
industriais desenvolvidas nas proximidades dos mananciais contribuem para a descarga de
rejeitos nas áreas de preservação, acelerando processos de degradação desses recursos
naturais, requerendo programas especiais de saneamento básico.
Um eficiente gerenciamento do uso e a proteção da qualidade das águas devem ser
promovidos, a fim de garantir a manutenção dos suprimentos hídricos de nossa região.
Além disso, a administração dos recursos hídricos deve envolver uma política de
manutenção dos suprimentos de água: proteção das áreas de abastecimento dos lençóis de
água e da vegetação circunvizinha; controle do desperdício, incentivo ao reuso da água em
processos de irrigação, emprego da microirrigação (método do gotejamento), reciclagem de
água industrial. Além disso, deve-se garantir a qualidade da água: redução ou proibição de
despejos (industriais, de mineração, domésticos), controle do escoamento de resíduos
provenientes da agricultura (resíduos animais, fertilizantes e pesticidas). A administração dos
suprimentos hídricos deve também, proteger e conservar a qualidade da água:
estabelecimento de padrões de qualidade, regulamentação dos lançamentos de dejetos em
solos e águas, monitoramento da obediência às leis ambientais referentes aos sistemas
públicos de suprimentos de água.
O homem, a fim de assegurar o fornecimento e promover a conservação da qualidade
da água, deve colocar-se como um ser participativo no processo de intervenção, proteção,
controle e gerenciamento dos fatores que a degradam, priorizando atitudes que evitem o
desperdício e procedimentos que conduzam à reciclagem e ao reuso desse precioso bem
renovável, mas não inesgotável. Nesse contexto, a caracterização física e química dos
recursos hídricos é de fundamental importância para a compreensão da dinâmica do
ambiente aquático e do metabolismo da matéria viva presente, bem como para o
estabelecimento de programas com fins de conservação e utilização racional desses
ecossistemas.
O presente estudo tendo como base a caracterização de parâmetros físicos e
químicos da Bacia Hidrográfica do Rio Mundaú (trecho São José da Laje – Rio Largo/AL),
através de análises físicas e químicas de amostras deste manancial contribuindo desse modo,
com a avaliação e divulgação dos resultados encontrados, colaborando ainda com futuros
programas que venham a utilizar racionalmente esses ecossistemas.
Será utilizada como diretriz de atuação, a determinação de parâmetros físicos e
químicos, dentre os quais serão analisados: a temperatura, o pH, a condutividade, o dióxido
de carbono livre (volumetria ácido-base), a presença de cloretos (volumetria de precipitação
através do Método de Mohr), a alcalinidade total (volumetria ácido-base), cálcio, magnésio e
a dureza total (volumetria de formação de complexos com EDTA), nitrito
37
(espectrofotometria), nitrato (espectrofotometria), oxigênio dissolvido – OD (volumetria) e
sulfato (gravimetria). Será efetuada ainda a análise dos metais ferro, alumínio e cromo
através da técnica de Espectrometria de Absorção Molecular.
A avaliação dos resultados será baseada nas legislações vigentes: a Resolução
CONAMA no 357/05 que dispõe sobre a classificação dos corpos d’água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento e estabelece as condições e padrões de lançamento
de efluentes, e a Portaria N.º 518/04 que estabelece os procedimentos e responsabilidades
relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão
de potabilidade.
AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES QUÍMICAS E BIOLÓGICAS DAS SEMENTES DE
ABELMOSCHUS ESCULENTUS L.
AUTOR (A): JOSÉ ADONIAS ALVES DE FRANÇA
O quiabo, cujo nome científico é o Abelmoschus esculentus L. é uma planta perene
oriunda da África e faz parte da dieta em várias partes do mundo (Sheu, 2012). Beneficia o
sistema digestivo devido a alta concentração de polissacarídeos e microelementos.
Numerosos estudo têm explorado os efeitos dos polímeros de carboidratos extraídos deste
vegetal em diferentes partes do sistema imune (Mizuno, 1995). Algumas atividades
biológicas das sementes são relatadas na literatura, tais como anticâncer, infecção
microbiana, hipoglicemia, constipação, retenção urinária e inflamação (Soares, 2012).
Historicamente, o uso de plantas com propriedades medicinais é universal, no entanto,
muitas comunidades ainda utilizam algumas plantas somente como alimentação comum por
não conhecerem os benefícios do seu uso.
Segundo Balbach, Alfons, As Hortaliças na Medicina Doméstica, A Edificação no Lar,
em 100 gramas de quiabo estão agrupados: 850 U.I. de vitamina A; 130 µg de vitamina B1
(Tiamina); 75 µg de vitamina B2 (riboflavina); 0,70 mg ou de vitamina B3 (niacina) ou de
vitamina B5 (ácido pantoténico) — não especificado devido à incongruência da fonte — e
25,80 mg de vitamina C (ácido ascórbico). Além disso, contém 40,00 kcal (calorias) (em 100
gramas); 89,60% de água; 7,40 % de hidratos de carbono; 1,80% de proteínas; 0,20% de
gorduras e 1,00% de sais.
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DOS ESPAÇOS DE PRODUÇÃO DO LEITE, DA ORDENHA À
RECEPÇÃO NAS PEQUENAS QUEIJARIAS DO MUNICÍPIO DE MAJOR IZIDORO COM O
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS
AUTOR (A): ARIADNE AGUIAR VITÓRIO MENDONÇA
O leite ao ser sintetizado e secretado nos alvéolos da glândula mamária é estéril, mas
ao ser retirado, manuseado e armazenado pode se contaminar com microrganismos
originários do interior da glândula mamária, da superfície das tetas e do úbere, de utensílios,
38
como os equipamentos de ordenha e de armazenamento e de várias fontes do ambiente
prejudicando a qualidade do leite (BRITO, 2001).
Por isso, o produtor tem o seu leite submetido a testes de avaliação, para verificar a
sua qualidade. São efetuadas análises, conforme as normas vigentes, visando garantir
produtos com o menor risco possível.
Os espaços relativos à produção do leite são importantes agentes que colaboram na
obtenção da melhoria da qualidade do leite, a partir da interação do ambiente e da forma
como o trabalhador usa esse mesmo ambiente com o produto. Essa interação é vista, sob o
ponto da legislação como componentes da infraestrutura a serem cumpridos para se obter
um produto seguro, incluindo também a recomendação de que durante o processo evite-se a
contaminação pelo ar, pelos materiais dos equipamentos que ficam em contato com o
produto, a forma adequada do transporte, etc.
No município de Major Izidoro é comum a presença de queijarias artesanais que são
mantidas graças a presença de uma grande quantidade de pequenos produtores de leite,
que possuem menos de 10 cabeças de gado. O objeto dessa pesquisa visa à análise desses
elementos de infraestrutura nos espaços de obtenção do leite, como forma de diagnosticar a
realidade local. O uso desse diagnóstico pode torna-se importante ferramenta na proposição
de políticas públicas e na busca pela sustentabilidade econômica e social, somando a esses, a
preservação cultural da sociedade produtora de leite. É necessário entender o contexto em
que esses espaços são montados, a formação da região que hoje forma a Bacia Leiteira de
Alagoas (BLA). Essa comparação da forma de obter o leite no local e a forma como é disposta
na legislação, na utilização das Boas Práticas de Fabricação é o objeto desta pesquisa.
“O município de Major Izidoro é o centro da bacia leiteira alagoana, não somente
pela sua posição geográfica, mas por deter a fina nata dos melhores produtores de leite, os
quais são mais preparados tecnicamente e com paradigmas avançados, sendo os principais
responsáveis pela visibilidade e evolução da atividade em todo território alagoano (AMARAL,
2007, p. )”.
O município possui muitos laticínios e queijarias de pequeno porte, cuja maioria não
possui condições adequar-se as normas vigentes para a produção, o que acarreta em seu
fechamento, porém esses laticínios e queijarias de pequeno porte tem grande importância
na área social, econômica e cultural. A sua produção proporciona a revalorização do rural e a
manutenção da identidade cultural uma vez que absorve o leite produzido pelos agricultores
familiares e demais produtores locais, inserindo-os no mercado. Promove a geração de
trabalho na área de produção e na comercialização dos derivados de leite possibilitando
maior circulação do capital e a redução do êxodo rural (MENEZES, 2006). A má qualidade do
leite cru e por consequência, dos leites pasteurizados e esterilizados, assim como de
derivados, está relacionada a fatores como deficiências no manejo e higiene da ordenha,
índices elevados de mastite, manutenção e desinfecção inadequadas dos equipamentos,
refrigeração ineficiente ou inexistente e mão de obra desqualificada, entre outros (SANTANA
et al.,2001).
A produção de leite apresenta grande expressão econômica, sendo ela uma das que
mais empregam no meio rural do Brasil . No entanto, as pequenas propriedades leiteiras
possuem dificuldades para se estabelecerem, diante das exigências impostas pelo mercado
(PEDRICO, 2009). Já que a grande maioria não possui condições financeiras para tal.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2007), a produção de
leite no Brasil cresceu 69,4% no período compreendido entre os anos de 1990 e 2005,
39
passando de um volume total de 14,5 bilhões para 24,6 bilhões de litro/ano pode ser
considerada como um dos pilares da produção agropecuária nacional, tendo importante
inserção nas diferentes regiões do Brasil (BRASIL JR., 2003).
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DO RIO SÃO FRANCISCO COM VISTAS A USOS
URBANOS
AUTOR (A): SELMA THAÍS BRUNO DA SILVA
O lançamento de esgotos domésticos ou industriais danifica a qualidade de água de
mananciais, reduzindo a possibilidade de utilização destas. Especialmente nas regiões mais
urbanas situadas às margens do rio São Francisco é possível observar o lançamento difuso de
esgotos domésticos oriundos das cidades, e lançamentos pontuais, principalmente, de
restaurantes. Tais observações podem contribuir para degradar a qualidades de suas águas, e
requerer a necessidade de tratamento de suas águas inclusive para usos urbanos
considerados não potáveis, tais como, descarga de sanitários, irrigação de áreas verdes, uso
em sistema de combate a incêndios, limpeza de vias públicas, alguns usos industriais e
outros. Hespanhol (2008) considera as seguintes atividades como urbanas não potáveis:
- construção civil, na lavagem de agregados, preparação e cura de concreto, controle de
poeira e compactação do solo;
- sistemas de proteção de incêndio;
- fins ornamentais aquáticos, como fontes, chafarizes, espelhos d’água e etc;
- descarga sanitária em banheiros públicos e em edifícios residenciais e comerciais, públicos
e privados;
- lavagem de ruas em espaços destinados à feiras livres;
- lavagem e desobstrução de redes coletoras de esgotos e galerias de águas pluviais;
- irrigação de áreas verdes com restrição de acesso ao público, como praças, jardins,
cemitérios, canteiros, etc.
O Quadro 1 mostra a concentração dos parâmetros recomendados pela USEPA para
uso urbano não potável de efluentes, que se aplica a irrigação (campos de golfe, parques,
áreas verdes de cemitérios), lavagem de veículos, descarga de banheiro, em sistemas de
proteção contra incêndios, condicionadores de ar, e outros usos com semelhante acesso ou
exposição de água.
40
Para o enquadramento de corpos d’água superficiais, como o rio São Francisco, será
utilizada a Resolução CONAMA Nº 357/05 como referência. Esta dispõe sobre a classificação
e dá diretrizes para o enquadramento dos corpos d'águas superficiais, estabelecendo
padrões de qualidade de águas, classes e usos para qual se destinam.
De acordo com a Resolução CONAMA 357/05 para as atividades de pesca e
aquicultura em água doce, as águas destinadas a essa utilização devem possuir os seguintes
padrões de qualidade: pH: 6 a 9; turbidez: ≤ 100 UT; DBO ≤ 5 mg/L; OD ≥ 5 mg/L; SDT ≤ 500
mg/L; Fósforo Total: ≤ 0,05 mg/L; Nitrogênio Amoniacal: 3,7 mg/L N para pH ≤ 7,5, 2 mg/L N
para 7,5 < pH ≤ 8, 1 mg/L N para 8 < pH ≤ 8,5 e 0,5 para pH > 8,5; Cloretos: ≤ 250 mg/L; E.Coli
e CT: ≤ 1000 NMP/100 mL. Aquino, Gradvohl e Santos (2007) apontam que a possibilidade de
bactérias atingirem o músculo de peixes, ocorre apenas quando o cultivo é realizado em
meio líquido com concentração maior que 104 a 105 NMP/100 mL de coliformes
termotolerantes e Salmonella.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E INDICADORES DAS REAÇÕES DE ESCURECIMENTO DO
AÇÚCAR BRUTO PRODUZIDO E EXPORTADO PELO ESTADO DE ALAGOAS, ANTES E APÓS SEU
ARMAZENAMENTO NO PORTO DE MACEIÓ
AUTOR (A): CELSO SILVA CALDAS
Os problemas acarretados pelo escurecimento do açúcar bruto durante seu
armazenamento repercutem negativamente sobre a sua comercialização, causando prejuízos
financeiros aos produtores e ao país. Com o intuito de obter maior conhecimento sobre os
compostos envolvidos nas reações de escurecimento e avaliar a influência do tempo de
armazenamento sobre a qualidade do açúcar e indicadores deste fenômeno, esta pesquisa
será realizada. O material estudado serão amostras de açúcar bruto produzido por Unidades
Industriais do estado de Alagoas e coletadas no Porto de Maceió durante o recebimento do
açúcar no terminal açucareiro, e no momento dos embarques para exportação. As amostras
serão avaliadas quanto aos parâmetros físico-químicos de qualidade e precursores do
escurecimento, por métodos oficiais validados. Com os resultados será possível avaliar a
qualidade do açúcar recebido e exportado pelo Porto de Maceió, além de identificar os
41
precursores e as reações de escurecimento ocorridas durante seu armazenamento, além de
estabelecer relações matemáticas que permitam prever o aumento de cor.
AVALIAÇÃO DE PLANTAS DE COBERTURA DO SOLO PARA FINS DE PLANTIO DIRETO NO
ESTADO DE ALAGOAS
AUTOR (A): AVALIAÇÃO DE PLANTAS
Atualmente a sustentabilidade e suas dimensões ambientais, econômicas e sociais
são o grande desafio atual da humanidade, sendo um modelo de desenvolvimento em
formação (SARANDÓN et al., 2006). Um aspecto importante da agricultura sustentável está
relacionado à adoção de práticas de manejo conservacionista do solo. O sistema plantio
direto (SPD) vem sendo apontado como um sistema capaz de se enquadrar no conceito de
sustentabilidade (DAROLT, 2000). Esse sistema caracteriza-se pela semeadura ou plantio em
solo não revolvido, coberto pela palhada da cultura anterior (ALCOVER, 1976; ALTIERE,
1987). Sendo, portanto, uma alternativa econômica e ecologicamente viável para a produção
agrícola em ambiente tropical. O sistema de cultivo influencia diretamente os aspectos
químicos, físicos e biológicos do solo. Assim, considerando a suscetibilidade dos solos
tropicais a processos de erosão devido aos baixos teores de matéria orgânica, as práticas de
plantio direto e cobertura morta são fundamentais. Para Gonçalves et al. (2000) o sucesso do
plantio direto depende da produção de fitomassa e a manutenção da cobertura na superfície
do solo é fundamental para o sistema.
O tempo de permanência da cobertura morta na superfície do solo, após o manejo
das espécies, é determinado pela velocidade de decomposição dos resíduos vegetais.
Quanto mais rápida ela for, maior a velocidade de liberação de nutrientes, e menor a
proteção oferecida ao solo.
Segundo Alvarenga et al. (2001) a quantidade e a qualidade da palha sobre a
superfície do solo dependem do sistema de rotação adotado e, em grande parte, do tipo de
planta de cobertura e do manejo que lhe é dado. Primeiramente, deve-se selecionar aquelas
espécies com maior potencial para as condições locais, tomando-se por base a rapidez com
que se estabelecem e as suas produções de fitomassa. Quanto mais rápido o
estabelecimento, maiores os benefícios físicos advindos da cobertura na proteção do solo e
na supressão de plantas daninhas. A maior produção de fitomassa indica maior oferta de
palha sobre o solo, podendo, ainda, dar uma ideia sobre a reciclagem de nutrientes, desde
que se conheça o padrão de extração de nutrientes pela espécie selecionada (ALVARENGA et
al., 2001).
As plantas de cobertura devem possibilitar um fácil manejo com a camada de palha
formada, oferecendo pequena resistência aos componentes de corte das semeadoras, de tal
modo que o plantio subseqüente possa ser realizado sem dificuldades operacionais. A
quantidade de palha sobre o solo e a uniformidade da sua distribuição podem servir de
referência para uma avaliação preliminar sobre as condições nas quais o SPD está se
desenvolvendo (ALVARENGA et al., 2001).
Segundo Tivelli, Purquerio e Kano (2010) as plantas da família leguminosa são
amplamente divulgadas para serem utilizadas na adubação verde. Contudo, outras plantas
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de diferentes famílias botânicas podem ser utilizadas para essa finalidade. Atualmente há
uma ênfase no uso de diferentes espécies da antiga família das gramíneas (poáceas), as quais
possuem uma melhor adaptação ao solo e clima das diferentes regiões do Brasil, como o
milheto e o sorgo.
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO AGRONÔMICO DE POPULAÇÕES DE MILHO ALAGOANO EM
DIFERENTES DENSIDADES DE SEMEADURA NO MUNICÍPIO DE PIRANHAS/AL
AUTOR (A): JOSÉ PEDRO DA SILVA
A cultura do milho (Zea mays L.) possui grande importância para a economia da
região semiárida, sendo utilizada tanto na alimentação humana como animal, principalmente
na criação de aves e suínos da região. A produção alagoana não atende a demanda do
estado, sendo necessária a importação do produto. A produção do milho na região agreste e
semiárida são feitas basicamente a partir de sementes crioulas, selecionadas e produzidas
pelos próprios produtores locais e sem a adoção de tecnologias apropriadas.
Dentre os diversos fatores que influenciam na produtividade da cultura, a busca pelo
melhor arranjo na distribuição das plantas de milho e uma melhor densidade de plantas é de
grande importância, pois plantas espaçadas de forma equidistante competem minimamente
por nutrientes, luz e outros fatores (SANGOI, 2000).
Entre as vantagens potenciais da utilização de espaçamentos mais estreitos, pode ser
citado o aumento do rendimento de grãos, em função de uma distribuição mais equidistante
de plantas na área, aumentando sua eficiência de utilização da luz solar, água e nutrientes,
melhor controle de plantas daninhas, devido ao fechamento mais rápido dos espaços
disponíveis, consequente redução da erosão, melhor qualidade do plantio por meio da
menor velocidade de rotação dos sistemas de distribuição de sementes e maximização da
utilização de plantadoras, uma vez que diferentes culturas, como, por exemplo, o milho,
poderá ser plantado com o mesmo espaçamento, permitindo maior praticidade e ganho de
tempo. Tem sido também mencionado que os espaçamentos entre linhas reduzidos
permitem melhor distribuição da palhada de milho sobre a superfície do solo, após a
colheita, favorecendo o sistema de plantio direto (CRUZ e FILHO, 2008).
Avaliar genótipos de milho em diferentes densidades de semeadura se faz necessário,
uma vez que os genótipos disponíveis no estado de Alagoas são cultivados em espaçamentos
mais amplos. Isso favorece a adoção de um arranjo que permite distribuir mais
uniformemente as plantas na área, proporcionando assim, o aumento de produtividade
(ALVAREZ et al., 2006).
O município de Piranhas, inserido na região semiárida do Estado de Alagoas, apesar
de ter em suas dependências parte da Usina Hidrelétrica de Xingó, apresenta sérios
problemas socioambientais, devido à falta de oportunidades de emprego e renda, bem como
a falta de investimentos no setor agrícola, que responde por apenas 7% do PIB. Esta
realidade pode ser modificada quando práticas alternativas de geração de renda possam ser
incorporadas na região, por isso, a cultura do milho é tão importante para o
desenvolvimento local.
Com os resultados obtidos neste trabalho, espera-se contribuir com o aumento da
43
produção e da produtividade de milho no sertão alagoano, recomendando o plantio de
cultivares adaptadas aos municípios da região semiárida para cultivo em média e grande
densidade de semeadura (50, 62 e 83 mil plantas/ha), o que acarretará no aumento da
produtividade da região.
AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO PARA DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL E PESQUISA DE
HÁBITOS ALIMENTARES DOS ALUNOS INGRESSOS NO PROGRAMA DE AUXÍLIO
ALIMENTAÇÃO/PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO ESCOLAR DO IFAL - CAMPUS
MACEIÓ/ANO 2013
AUTOR (A): ANGELA DE GUADALUPE SILVA CORREIA
No Brasil a concretização do direito humano universal a alimentação e nutrição, são
mantidas sob a responsabilidade do Ministério da Saúde; no qual em 1999 homologou a
Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). Com o objetivo de contribuir com o
conjunto de políticas do governo do qual deriva do princípio de que o acesso à alimentação
adequada, suficiente e segura, é um direito humano constituído por lei (BRASIL 2003).
De acordo com o PNAN para garantir a segurança alimentar e nutricional a toda
população, a responsabilidade deve ser compartilhada por outros setores governamentais e
pela sociedade como todo. Esse conceito fica explícito ao avaliar as diretrizes do PNAN que
vem sendo implementada, além do setor da saúde, alcançando ações em parcerias com
outros setores governamentais e não governamentais como: educação continuada dos
profissionais de saúde com ênfase naqueles envolvidos na educação básica, inserção dos
componentes alimentares e nutrição à saúde de grupos populacionais específicos,
programas de prevenção e controle de carências nutricionais, ações e projetos de
abordagem da desnutrição infantil no âmbito do SUS, e saúde do escolar, em parceria com o
Ministério da saúde e Ministério da Educação. (CONSEA 2004).
O Instituto Federal de Alagoas, conforme Resolução Nº 22/CS, de 8 de agosto de
2011, que regulamenta a Política de Assistência Estudantil do IFAL, dispõe de Programas
assistências, incluindo dentre estes, o auxílio alimentação e o Programa de Nutrição e
Alimentação Escolar – PANES (Anexo 2), o qual garante a oferta de refeições que atendam às
necessidades nutricionais durante o período letivo, assim como a realização de Educação
Nutricional para contribuir com o rendimento escolar.
Além de garantir uma alimentação adequada, este programa institucional do IFAL,
visa garantir a segurança alimentar e nutricional dos estudantes, sendo sua maioria na faixa
etária de 14 a 19 anos, caracterizada por adolescentes.
A proposta é o incentivo dentro do espaço escolar; como ambiente para educação
nutricional e promoção da alimentação adequada contribuindo para a formação de hábitos
alimentares saudáveis, bem como prevenção dos agravos nutricionais e/ou doenças
carências.
Segundo PELEGRINE 2008, o controle do crescimento e do estado nutricional em
crianças e adolescentes tem sido caracterizado como um importante componente da saúde
materna e infantil. Por isso para monitorar o crescimento físico, na área clínica e de saúde
pública, são utilizadas medidas antropométricas de peso corporal e estatura, as quais
44
apresentam aceitação internacional para detectar a qualidade social, econômica e política do
ambiente.
Assim estudar os níveis de saúde de uma determinada população, no sentido de
enfatizar a prevenção primária, deve ser uma prioridade em saúde pública. No qual o eixo
estratégico a promoção da alimentação saudável garante qualidade de vida a esta população.
Entre outras prioridades em uma Instituição de ensino deve-se incentivar a implementação
de políticas, com o objetivo de promover medidas concretas para educação alimentar
saudável. (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2007).
Desta forma o presente trabalho tem como objetivo investigar o estado nutricional, e
hábitos alimentares dos usuários do bolsa auxílio alimentação e do PANES ingressos no IFAL
campus Maceió no ano de 2013.
AVALIAÇÃO QUÍMICA E BIOLÓGICA DAS SEMENTES DE LINUM USITATISSIMUM L
AUTOR (A): JOSÉ ADONIAS ALVES DE FRANÇA
A semente de linhaça cujo nome científico é Linum usitatissimum L é muito aplicada
para diversos fins alimentícia devido a sua alta capacidade nutritiva, é uma potencial fonte
de energia por ser uma oleaginosa. Muitos trabalhos na literatura são patentes, o que torna
muito mais atraente o interesse científico que se pode explorar desta espécie. O povoado do
(Sítio Marruá) da cidade de Piranhas Alagoas/Al, utiliza estas sementes para fazer um
produto de uso muito comum na região, e é conhecido popularmente como um produto
medicinal, que combate dor de cabeça e tardia a hipertensão. Warrand mostrou que estas
sementes possuem um grande grau de polissacarídeos neutros e que podem ser utilizados
para alimentação de animais (Warrand, et all, 2005). Alguns estudos envolvendo
antioxidantes utilizando as sementes mostram importância pois eles têm importantes efeitos
na expressão de genes envolvidos no status antioxidante, o qual pode melhorar a saúde
animal e a reprodução. Além disso, os antioxidantes podem contribuir na diminuição da
incidência de oxidação espontânea no leite enriquecido com ácidos graxos poli-insaturados.
Os vegetais são potentes antioxidantes e a semente de linhaça é a mais rica fonte de
lignanas vegetais. As lignanas presentes na semente de linhaça são convertidas em lignanas
mamíferas, enterolactona e enterodiol (Petit, 2009). Trabalhos realizados com ratos
mostraram que o consumo de linhaça, seja como grão cru, assado ou óleo, possui atividade
biológica em ratos, destacando-se por reduzir os níveis de glicose, triglicerídeos e colesterol.
Além disso, o consumo do grão de linhaça aumentou significativamente o volume do bolo
fecal e a excreção de lipídeos nas fezes (Marques, 2011). Estudos in vivo mostraram que a
linhaça pode ser utilizada como fonte de proteínas em crescimento de ratos, mostrando
assim seu alto valor nutritivo (Soares, 2009).
AVALIAÇÃO SOBRE O CONHECIMENTO E UTILIZAÇÃO DE EXTRATOS DE PLANTAS NO
CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS DOS AGRICULTORES NO MUNICÍPIO DE SANTANA DO
IPANEMA-AL
45
AUTOR (A): IZABEL VIEIRA DE SOUZA
O crescimento da população mundial levou ao aumento de demandas de produção
de alimentos (CARLINI; GROSSI-DE-SÁ, 2002). Para satisfazer essa demanda, uma revolução
verde, datada da década de 1960, levou a agricultura a se caracterizar como monoculturas
extensivas e de grande utilização de fertilizantes químicos sintéticos e agrotóxicos (MENEZES,
2005). Apesar da utilização dessas substâncias terem contribuído para o aumento da
produção agrícola, trouxe também muitos males. O uso incorreto e indiscriminado durante
várias décadas levou ao acúmulo de resíduos tóxicos em alimentos, contaminação da água e
do solo, intoxicação de produtores rurais, aparecimento de pragas resistentes, o
interrompimento do sistema de controle biológico por inimigos naturais, ocasionando surtos
de insetos-praga, entre muitos outros problemas (KIM et al., 2003; COSTA et al., 2004;
MENEZES, 2005). Desde a Idade Antiga, o homem vem utilizando plantas com propriedades
inseticidas, com mais de 2000 espécies de plantas conhecidas. O uso desses produtos
naturais no manejo de pragas (GUERRA, 1985), é uma alternativa mais rentável que está ao
alcance dos produtores, o que pode evitar prejuízos e eliminar riscos à saúde (SOUZA, 2004;
LEÃO, 1996). Os inseticidas botânicos foram muito populares e importantes entre as décadas
de 30 e 40 sendo o Brasil, grande produtor e exportador destes produtos, como as
substâncias piretro, rotenona e nicotina, que apresentam maior segurança no uso agrícola e
menor impacto ambiental (MENEZES, 2005). Porém, os inseticidas naturais foram
gradativamente substituídos pelos sintéticos, pois apresentavam problemas como variações
na eficiência, devido a diferenças na concentração do ingrediente ativo entre plantas e baixo
efeito residual, que obrigava a se fazer várias aplicações em períodos curtos (COSTA et al.,
2004).
Ultimamente o interesse pelos produtos botânicos para o controle de pragas tem
aumentado. Substâncias com menores riscos à saúde humana e ao ambiente vêm sendo
avaliadas, fato este somado à demanda crescente por produtos alimentícios saudáveis e
isentos de resíduos de agrotóxicos (KIM et al., 2003; MENEZES, 2005). Felizmente, são
inúmeras as plantas possuidoras de atividade inseticida, e muitas precisam ser estudadas e
introduzidas quando possível nas propriedades agrícolas como forma alternativa de controle
de pragas (MENEZES, 2005). Inseticidas botânicos são compostos resultantes
do metabolismo secundário das plantas, que compõe a própria defesa química contra os
insetos herbívoros (KIM et al., 2003). Os princípios ativos inseticidas podem derivar de toda a
planta ou partes dela, podem ser o próprio material vegetal, normalmente, moído até ser
reduzido a pó, ou produtos derivados por extração aquosa ou com solventes orgânicos
(MENEZES, 2005).
Os extratos de plantas inseticidas vêm sendo estudados como uma alternativa no
manejo integrado de pragas. Segundo Gallo et al. (2002) o uso de extratos vegetais tem por
objetivo em reduzir o crescimento populacional de pragas. Algumas substâncias botânicas
têm atividade inseticida conhecida, tais como, piretrinas, rotenona, nicotina, cevadina,
veratridina, rianodina, quassinoides, azadiractina e biopesticidas voláteis (ISMAN, 2000). Dos
compostos naturais comprovadamente bioativos, destacam o piretro, extraído do crisântemo
(Chrysanthemum cinerariafolium Trev. - Asteraceae), a nicotina proveniente de plantas de
fumo (Nicotiana tabacum L. - Solanaceae), a rotenona, extraída de Derris spp. e
Lonchocarpus spp. (Fabaceae) e a azadiractina, isolada do nim (Azadirachta indica A. Juss. 46
Meliaceae) (LAGUNES; RODRÍGUEZ, 1989). Entre as plantas utilizadas, o nim, Azadirachta
indica se destaca pela eficiência de seus extratos com compostos que controlam insetos,
nematóides, fungos, bactérias e algumas viroses (MARTINEZ, 2002). É considerada uma das
espécies de plantas inseticida mais importante devido á sua atividade sistêmica, eficiência
em baixas concentrações e baixa toxicidade a mamíferos (GALLO et al., 2002).
Embora estas estratégias propiciem benefícios como a diminuição de pragas e
doenças, normalmente a maioria dos agricultores não tem acesso a essas informações sobre
os efeitos das plantas com ação inseticida, o preparo de extratos e o manejo das aplicações.
Entre os motivos da carência de conhecimentos pode citar que o acervo bibliográfico a
respeito das plantas inseticidas praticamente ficou estacionado desde os anos 40, e também
a falta de assistência técnica especializada para orientação correta, sobre a importância
dessas plantas no manejo de controle de pragas (MORAES; FLECHTMANN, 2008).
BANCO DE SEMENTES DE PLANTAS DANINHAS EM DIFERENTES SISTEMAS DE COLHEITA DA
CANA-DE-AÇÚCAR
AUTOR (A): MARIA LAUSANNE DAMASCENO
A cana-de-açúcar é principal cultura agrícola do estado de Alagoas, que apresenta
produtividades médias muito aquém do potencial produtivo. Um dos fatores que mais
limitam a produtividade dessa cultura é a interferência das plantas daninhas, considerando
que essas surgem espontaneamente nas lavouras e as espécies predominantes variam
dependendo do manejo adotado. Com isso, objetivou-se com este trabalho avaliar a
dinâmica do banco de sementes das plantas daninhas nos ecossistemas de cana crua e cana
queimada.
Estudando o potencial de redução da produtividade da cana-de-açúcar e da
qualidade do caldo em resposta à interferência de uma comunidade de plantas daninhas
com predomínio de Ipomoea hederifolia, Silva et al. (2009) avaliaram que o potencial de
redução do número final de colmos e de produtividade foi de 34% e 46%, respectivamente.
Com o aumento do período de convivência com a comunidade infestante, houve antecipação
do processo de maturação dos colmos, cujo caldo tendeu a apresentar maior valor de açúcar
total recuperável (ATR). Com a redução de produtividade devido à interferência, o valor de
ATR ha-1 tendeu a ser negativamente afetado.
No entanto, esse período pode variar dependendo de alguns fatores, como
observado por Kuva et al. (2003), que a cultura da cana-de-açúcar conviveu com a
comunidade infestante (Brachiaria decumbens e Panicum maximum) até 74 dias após o
plantio sem sofrer redução significativa na produtividade, determinando-se o Período
Anterior a Interferência (PAI). O período de controle para garantir a produtividade foi de 74
até 127 DAP, definindo o Período Crítico de Prevenção da Interferência (PCPI). Com a soma
desses períodos obtém-se o Período Total de Prevenção da interferência (PTPI), que é o
período, a partir do qual, a emergência das espécies daninhas não causam danos na
produtividade da cultura.
Em outro trabalho, com infestação de tiririca (Cyperus rotundus), observou-se menor
período de interferência, em que a cana-de-açúcar suportou um pequeno período de
47
convivência inicial, de zero aos 41 dias após o plantio, sem sofrer interferência significativa
de diminuição da produção (PAI). No entanto, o controle da tiririca até os 22 dias após o
plantio da cana-de-açúcar foi suficiente para assegurar a produção (PTPI). Demonstrando
que as espécies daninhas podem interferir na cultura de forma diferenciada.
Vale ressaltar que o grau de interferência entre as plantas cultivadas e as plantas
daninhas depende de vários outros fatores relacionados à comunidade infestante
(composição específica, densidade e distribuição) e à própria cultura (cultivar, espaçamento
entre sulcos e densidade de plantio). A interação desses fatores que vai determinar o grau de
interferência e os períodos em que as plantas daninhas mais causaram danos a cultura, que
pode ser alterado pelas condições edáficas e climáticas e pelos tratos culturais (PITELLI,
1985).
A utilização de práticas culturais que beneficiam a cultura em detrimento das
espécies daninhas é conhecida como controle cultural, que pode ser utilizado no manejo das
plantas daninhas em canaviais, com a utilização de cultivares, densidade e arranjo de
plantas, plantio em época adequada entre outras práticas que aumentam o desenvolvimento
da cultura. Também, podem-se realizar práticas que reduzam a infestação das plantas
daninhas, como a adubação verde, rotação de culturas, deixar uma camada de palha da
cultura durante a colheita entre outras práticas (SILVA; SILVA, 2007).
No ecossistema de cultivo da cana-de-açúcar há grande diversidade de plantas
daninhas, considerando que as espécies da família Poaceae, mesma família da cultura,
geralmente estão presentes em grande proporção (OLIVEIRA; FREITAS, 2008), essas
apresentam semelhança morfofisiológicas com a cultura e podem exercer grande
competitividade. Kuva et al. (2003) observaram perda de produtividade de 1 tonelada ha-1
de colmos de cana-de-açúcar para cada 3,70 g m-2 de matéria seca acumulada por Brachiaria
decumbens.
Uma das formas de verificar a eficiência dos métodos de controle das plantas
daninhas e prever quais as espécies predominantes em uma área é realizar o levantamento
do banco de sementes do solo, cuja quantidade é bastante variável. Os solos agrícolas
possuem banco de sementes de plantas daninhas cuja quantidade varia de dezenas a
centenas de milhões de sementes por hectare, as quais são dotadas de mecanismos para
detectar o tempo e o local apropriado para a germinação (GUIMARÃES et al., 2002). Esses
bancos mantém o fluxo de emergência das plantas daninhas ao longo do tempo.
Com a avaliação do banco de sementes pode-se verificar a eficiência de um método
de controle ou manejo das plantas daninhas, como verificado por Monqueiro et al. (2011),
em que o banco de sementes das plantas daninhas foi alterado conforme o manejo adotado
nas áreas, como o sistema de colheita de cana-de-açúcar. No sistema de cana crua há
acúmulo de palhada sobre o solo, que pode atuar como supressor da germinação de
algumas espécies de plantas daninhas, alterando o estabelecimento das populações das
plantas daninhas, e a produção de sementes. Em talhão com colheita de cana crua há menor
potencial de infestação de plantas daninhas em relação ao talhão com cana queimada,
principalmente de monocotiledôneas, no entanto, algumas espécies de eudicotiledôneas
podem tornar-se importantes competidoras no ecossistema de cana crua, como as do
gênero Ipomoea (MONQUEIRO et al., 2008).
O banco de sementes de espécies daninhas fornece informações das sementes que
estão presentes no solo.Com esse conhecimento pode-se propor uma estratégia de manejo
em diferentes sistemas de colheita da cana-de-açúcar, para favorecer o desenvolvimento da
48
cultura e reduzir o crescimento, o nível de infestação e a densidade das plantas daninhas em
futuros plantios.
CARACTERÍSTICAS DE HÁBITAT E O USO DO SOLO SÃO BONS DESCRITORES DA
COMUNIDADE DE MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS EM RIACHOS DA BACIA DO RIO
JACARECICA?
AUTOR (A): RENATO DE MEI ROMERO
A utilização dos ecossistemas pelas populações humanas tem aumentado
rapidamente, sendo a principal causa da extinção de espécies e degradação dos habitats no
planeta (Vitousek et al. 1997). O crescimento desordenado das atividades como a
industrialização, a urbanização, e a expansão das fronteiras agrícolas, ocorridas todas
praticamente nas últimas décadas, afetam diretamente os ecossistemas aquáticos, que
passaram a sofrer severos impactos (Freire et al. 2008). Estes distúrbios têm gerado grandes
preocupações principalmente em relação à disponibilidade e à qualidade dos recursos
hídricos ofertados (Callisto et al. 2001).
A região costeira de Alagoas e suas bacias hidrográficas são exemplos destes
fenômenos, Maceió possui cerca de 930 mil habitantes (IBGE, 2010), que utilizam água de
algumas bacias hidrográficas entre elas a bacia costeira do Rio Jacarecica que drena uma
área habitada por cerca de 140 mil pessoas (IBGE, 2000).diretamente relacionadas a
qualidade dos recursos hídricos para sanar suas necessidades mais básicas. Esta região de
mata atlântica também detém uma enorme biodiversidade que vem sofrendo um processo
acelerado de degradação.
O uso inadequado do solo pela monocultura canavieira, aliado ao inchaço
populacional, a falta de serviços básicos de saneamento, a crescente instalação de complexos
industriais, estruturas de suporte logístico, bem como a implantação de refinarias e dutos
para transporte de óleo, gás e produtos químicos e também as próprias atividades turísticas
não planejadas trazem um profundo e duradouro impacto a esta área (ANA, 2004).
A classificação do uso de solo em uma bacia hidrográfica é ferramenta fundamental
para se planejar e gerir uma bacia hidrográfica assim como a caracterização física, química e
biológica dos hábitats aquáticos é peça fundamental no entendimento da saúde dos
ecossistemas humanos (Karr, 1999). A integração entre estes atributos é fundamental para o
entendimento dos processos de restauração e monitoramento da de ambientes aquáticos
(Melles, et al. 2012). Uma forma de mitigar e até mesmo controlar os impactos causados
pelas sociedades humanas nos ambientes aquáticos são as atividades de biomonitoramento
ambiental. Neste tipo de abordagem atributos referentes as espécies, populações ou
comunidades biológicas são utilizados na construção de índices de qualidade ambiental que
irão se contrapor as características espaciais em macro e meso escala. A vanguarda da
resolução dos problemas socioambientais gerados pela má gestão dos recursos hídricos é o
desenvolvimento de metodologias e diagnóstico eficientes sobre a qualidade do ambiente,
que devem garantir a utilização da água de forma a satisfazer as necessidades básicas
humanas e a preservação dos ecossistemas (CNUMAD, 1992).
A avaliação de impactos ambientais em corpos d’água interiores brasileiros é
49
historicamente focada na qualidade da água, cujos critérios são exclusivamente baseados em
fatores físicos e químicos (Brasil 2005). Estes tipos de informação são relativamente caros e
referem-se apenas ao instante de tempo em que a amostra foi coletada (Plafkin et al. 1989).
Como efeito disso não são capazes de detectar a ocorrência de eventos contínuos, nem de
fornecer a indicação de alterações da natureza física no ambiente, tais como modificações na
complexidade do hábitat dos corpos hídricos (Baptista 2008).
O uso de parâmetros biológicos para medir a qualidade da água se baseia nas
respostas dos organismos em relação ao meio onde vivem (Buss et al. 2003). A biota
aquática reage aos estímulos ambientais as quais estão submetidas, sejam elas perturbações
de origem artificial ou natural e pode refletir impactos no nível de paisagem.
Atualmente diferentes programas e estudos de monitoramento ambiental são
empregados por órgãos governamentais em todo o mundo (ex. Norris & Norris 1995, Karr
1999, Barbour et al. 1999, Karr & Chu 2000, Barbosa et al. 2001, Calisto et al. 2004, Roche et
al. 2010). Alguns destes programas apresentam características particulares, tais como a
presença/ausência de algum táxon na bioindicação, já outros utilizam um conjunto de
atributos ecológicos da comunidade, formando índices com métricas pré-estabelecidas, a
exemplo do BMWP (Biological Monitoring Working Party score system, Balloch 1976) e do IBI
(Integrity biotic índex, Karr 1981).
Dentre outros atributos a serem investigados no nível de paisagem pode-se destacar:
densidade de drenagem, o uso do solo e sua taxa de ocupação. Podemos definir atributos
internos dos corpos d´água como sua vazão, tipo de substrato, profundidade, temperatura,
turbidez de suas águas e a quantidade de oxigênio dissolvido nela. Já dentro das
comunidades biológicas se destacam os atributos como a riqueza (número de espécies ou
famílias), abundância, índices de diversidade e a densidade de determinados táxons ou
grupos tróficos nas amostragens (Baptista et al. 2007). A junção destes parâmetros contribui
na formação de índices que são capazes de fornecer informações sobre regiões que
necessitam de maior fiscalização/proteção e também servem para avaliar o quanto
instrumentos de conservação (e.g., leis, programas de recuperação ambiental) estão
produzindo resultados positivos ou mesmo indicar áreas prioritárias para conservação.
Dentre os componentes da biodiversidade aquática o grupo dos macro invertebrados
bentônicos se destaca, pois foram diversas vezes testados e apresentam os melhores
resultados como indicadores da qualidade da água (Resh & Rosenberg 1994; Kerans & Karr
1994; Barbour et al. 1999; Callisto et al. 2002). Eles são considerados bons indicadores, pois
seus representantes possuem um ciclo de vida relativamente longo, fornecendo informações
sobre grandes períodos de tempo. A riqueza de táxons encontrados em riachos oferece um
amplo espectro de respostas as condições ambientais e mesmo em rios de pequenas
dimensões, a fauna pode ser extremamente rica, a coleta dos exemplares também é
relativamente simples, de baixo custo e não afeta adversamente o ambiente; e a
identificação ao menos ao nível de família é fácil de ser ensinada (Plafkin et al. 1989;
Monteiro et al. 2008).
CARACTERIZAÇÃO DE BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS ENDOFÍTICAS EM PLANTAS DE CANA-DEAÇÚCAR CULTIVADAS NO ESTADO DE ALAGOAS
50
AUTOR (A): PAULO MARCOS FERNANDES BOA SORTE
O estudo com bactérias fixadoras de nitrogênio (diazotróficas) em plantas não
leguminosas, como a cana-de-açúcar tem ganhado cada vez mais destaque, devido aos
resultados promissores e aos benefícios econômicos e ambientais proporcionados por estes
microrganismos.
O presente trabalho propõe isolar bactérias diazotróficas endofíticas em diferentes
variedades de plantas de cana-de-açúcar cultivadas no estado de Alagoas. O projeto propõe
avaliar canaviais em diferentes regiões (Zona da mata e sertão). Busca-se identificar novos
solados de bactérias diazotróficas endofíticas com potencial para a Fixação Biológica de
Nitrogênio (FBN) e a solubilização de fosfatos. Futuramente estes estudos podem contribuir
para indicação de um inoculante para a cultura da cana-de-açúcar no estado de alagoas, com
objetivo de reduzir às adubações nitrogenadas nesta cultura.
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DE QUEIJO MUSSARELA
COMERCIALIZADO EM FEIRAS LIVRES NA REGIÃO AGRESTE ALAGOANA
AUTOR (A): ELAINE CRISTINA CUNHA BORGES DE LIMA
O queijo é um produto bastante popular, que tem como principal matéria-prima o
leite (RODRIGUES et al, 2011). O queijo mussarela encontra-se entre os queijos mais
consumidos do Brasil, por ser um produto bastante utilizado em receitas caseiras e o grande
consumo de pizza (ETGES, 2011).
O Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Queijo Mussarela (1997)
caracteriza o queijo mussarela como o produto obtido por filagem de uma massa acidificadaproduto intermediário obtido por coagulação de leite por meio de coalho e/ou enzimas
coagulantes apropriadas, complementada ou não pela ação de bactérias lácticas específicas.
Luna (2009) relata em seu estudo que os queijos são produtos bastante susceptíveis a
contaminação devido a sua rica composição de nutrientes, podendo apresentar
contaminações por microrganismos inclusive patogênicos.
Coutinho (2007) menciona que a grande variedade de produtos e a diversidade nos
preços são os fatores que destacam e viabilizam as feiras livres como principal canal de
comercialização. Porém, ainda de acordo com Coutinho (2007), as feiras livres apresentam
problemas como: falta de higiene, má estrutura das barracas, comercialização de produtos
não permitidos, falta de segurança e desorganização; e que todos esses fatores
comprometem tanto a sobrevivência da feira como a qualidade do produto, colocando em
risco a saúde do consumidor. Do ponto de vista da saúde pública, o consumidor deve ter ao
seu alcance alimentos de boa qualidade, dentro dos padrões pré-estabelecidos, não só em
valores nutritivos como também em condições higiênicos sanitárias, que propiciem
segurança para saúde dos mesmos (CASTRO et al. 2012).
Decorrente da falta de fiscalização muitos alimentos são comercializados de forma
inadequada propiciando a contaminação do produto. A comercialização desses produtos em
desacordo com os padrões de qualidade pode promover a ocorrência de casos e de surtos de
doenças transmitidas por alimentos (DTA), aumentando a preocupação com as
51
características microbiológicas do produto (FONSECA et al. 2009). Etges (2011) enfatiza que
as diferentes vias que propiciam à contaminação do queijo mussarela tornam de suma
importância a análise microbiológica desses alimentos, como forma de avaliar os perigos que
podem representar para saúde do consumidor.
CIDADANIA E JUVENTUDE: UM OLHAR SOBRE OS ESTUDANTES DO IF-MACEIÓ – AL
AUTOR (A): JOSÉ DE OLIVEIRA JUNIOR
No Brasil existem cerca de 16.990.8701 habitantes na faixa etária entre 15 e 19 anos.
Na cidade de Maceió registra-se, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o quantitativo de 83.840 jovens. São pessoas com alto potencial de participação na
vida produtiva, cultural, social e política do país.
Este alto índice de jovens, fez com que no ano de 2005 fosse criada a Secretária
Nacional da Juventude e o Conselho Nacional de Juventude, vinculado à Presidência da
República, desse modo, sua importância ficou atrelada a incorporação das manifestações
participativas e aos interesses dessa significativa parcela da população nacional.
No contexto atual da sociedade brasileira existem milhões de jovens ainda distantes
de serem reconhecidos (as) como sujeitos de direitos e incluídos ativamente no processo
democrático e frentes de trabalho.
De acordo com estudos realizados pelo IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e
Econômicas), – relatório divulgado em 2005 - uma definição do que vem a ser juventude em
determinado momento histórico pelo intermédio do recorte etário é, talvez, a maneira mais
simples de tentar circunscrever sujeitos cujas experiências se caracterizam por serem
diversas e desiguais.
Ainda que para fins de pesquisa, legislação e definição de políticas públicas seja
possível estabelecer como sendo jovens aqueles (as) que se encontram em torno de
determinado corte de idade, deve-se ter em conta a inadequação conceitual de se articular
um só campo de representações que seja unificador dos sentidos do que venha a ser a
“juventude”. (IBASE, 2005, p. 07).
Pierre Bourdieu (1983, p. 112) afirma que “juventude é apenas uma palavra”, isso
quando não se pensa em buscar compreendê-la como uma categoria em permanente
construção social e histórica. Nesse sentido, realizar uma investigação sobre cidadania e
juventude em contexto específico como na cidade de Maceió e, particularmente, no Instituto
Federal de Alagoas (IFAL), campus Maceió, é buscar a compreensão de como se realiza a
interlocução da juventude na perspectiva da cidadania no cenário que envolve a globalização
e planetarização.
CLASSE DE UNIVERSALIDADE DO PROCESSO DE CONSERVAÇÃO DA PARIDADE
AUTOR (A): CARLOS ARGOLO PEREIRA ALVES
52
A classe de Universalidade de Conservação da Paridade (PC), engloba transições de
fase que ocorre no processo de difusão e reação da forma:
A → (n + 1)A , Criação de Partículas2A → Ø , Aniquilação de Partículas Combinado com a
difusão de partículas simples, onde n é par e é o numero de partículas criadas. O quadro
essencial e que este processo conserva o número de partículas módulo 2. Este modelo foi
resolvido anteriormente em 1995 por Dexin Zhong e Daniel ben- Avraham, e os resultados
apresentaram expoentes críticos com valores significantemente diferentes da classe de
percolação direcionada (DP).
Foi estabelecido assim que as transições de PC são uma nova classe de
universalidade. As propriedade de relação na fase subcrítica diferem significante mente do
comportamento padrão da percolação direcionada (DP). A densidade de partículas em DP
decaem exponencialmente e em modelos de preservação da paridade ela decaem em leis de
potências porque neste caso este decaimento é governado pelo processo de aniquilação 2A
→ Ø.
COLETA, CARACTERIZAÇÃO, AVALIAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE ACESSOS DE MANGABEIRA
AUTOR (A) MARCELO CAVALCANTE
A mangabeira (Hancornia speciosa Gomes), pertencente à família Apocynaceae, é
uma espécie frutífera originada do Brasil, presente nos ecossistemas Amazônia, Cerrado e
Mata Atlântica (Donadio et al., 2002). A espécie H. speciosa apresenta seis variedades [H.
speciosa var. speciosa; H. speciosa var. maximilliani A. DC.; H. speciosa var. cuyabensis
Malme; H. speciosa var. lundii A. DC.; H. speciosa var. gardberi (A. DC.) Muell. Arg.; e H.
speciosa var. pubescens (Nees. et Martius) Muell. Arg.] que se diferenciam por alguns
caracteres botânicos, principalmente em relação a folha e a flor (Janick & Paull, 2008).
Trata-se de uma espécie perene, de porte médio (2 a 10 m de altura), dotado de copa
irregular, tronco tortuoso, ramificado, galhos lisos e avermelhados (Soares et al., 2006). As
folhas são opostas e simples, ovais ou lanceoladas, pecioladas, pilosas ou glabras e brilhantes
(Pereira et al., 2006). As flores apresentam coloração branca, são campanuladas,
hipocrateriformes, em que o tubo floral é longo e estreito (Ganga et al., 2009). Apesar de as
flores serem hermafroditas, a mangabeira é uma espécie alógama, apresentando o
fenômeno de auto incompatibilidade (Schlindwein, 2008), de modo que os insetos são
essenciais para que haja a polinização e a frutificação. A mangaba é um fruto tipo baga,
elipsoide ou arredondada, variando de 2 a 6 cm. O exocarpo é amarelo, com manchas
avermelhadas, polpa doce (17,2º Brix, segundo Souza et al., 2007), contendo entre 2 a 15
sementes. Estas, por sua vez, são recalcitrantes, processo fisiológico que dificulta a
conservação, devido ao elevado teor de umidade da semente, imprimindo uma curta
longevidade ao embrião, sendo, por isso, necessário que o plantio seja realizado logo após a
extração da polpa (Barros et al., 2010).
A mangabeira é tolerante ao fogo, ocorrendo naturalmente em solos ácidos,
arenosos, marginais para fins agrícolas (Pereira et al., 2006), podendo sua sobrevivência
estar associada a geometria e a profundidade do sistema radicular pivotante, a taxa de
crescimento, a densidade e ao comprimento dos pêlos radiculares. Segundo Zangaro et al.
53
(2007), estas são características indicadoras de dependência da espécie às micorrizas
arbusculares, fato observado por Costa et al. (2005) e Cardoso Filho et al. (2008) em mudas,
pelo maior crescimento da parte aérea e das raízes, além do maior acúmulo de fósforo,
quando plântulas de mangabeira foram inoculadas com fungos nativos (Acaulospora longula,
Glomus clarum, Gigaspora albida e Paraglomus sp.).
Na região Nordeste, a primeira frutificação da mangabeira ocorre de três a cinco anos
após o plantio, podendo a produção ser antecipada utilizando o método de enxertia (Pereira
et al., 2002). Produzindo duas safras por ano (Pereira et al., 2006), em 2010, das 722
toneladas da fruta comercializadas no Brasil (IBGE, 2010), 99,9% esteve concentrada na
região Nordeste, com destaque para Sergipe (55,5%), Bahia (19,7%), Paraíba (13,7%), Rio
Grande do Norte (6,1%) e Alagoas (4,6%). Diferente de outros Estados, em que grande parte
da produção é puramente extrativista, trabalhos desenvolvidos pela Empresa Estadual de
Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA-PB) selecionaram, com êxito, genótipos de
mangabeira mais produtivos (RT-09, RT-14 e NF-07), aumentando a área com pomares
comerciais e a lucratividade dos produtores. Apesar dessa iniciativa, para que haja
continuidade no processo de seleção, deve-se haver a manutenção da variabilidade genética
dentro e entre as populações. Estimativas realizadas por Costa et al. (2011), Moura et al.
(2011), Freitas et al. (2012), Martins et al. (2012) e Silva et. al. (2012) revelaram a existência
de variabilidade genética, de alta magnitude, entre acessos de mangabeiras de diferentes
Estados. Porém, populações naturais estão sendo perdidas definitivamente por ações
antrópicas, de modo que medidas efetivas devem ser implementadas em curto prazo,
visando proteger o germoplasma nativo para, com isso, preservar genes potenciais que
poderão ser incorporados em Programas de Melhoramento Genético. Acrescenta-se ainda
que a conservação da biodiversidade da mangabeira auxiliará na sustentabilidade dos
ecossistemas, por ser uma espécie-chave, ou seja, várias espécies da fauna brasileira
encontram na mangabeira uma fonte de nutrientes (direta ou indiretamente), contribuindo
para a manutenção do ciclo de vida.
COMPARAÇÃO DA APLICAÇÃO DE UMA FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA O
PLANEJAMENTO DOS ESTUDOS NA PERSPECTIVA DE MELHORIA DO DESEMPENHO
ACADÊMICO DOS ALUNOS DO IFAL – CÂMPUS MARAGOGI
AUTOR (A): LUCIELMA SEMIÃO DA SILVA
O litoral Norte de Alagoas é composto por dez municípios: Paripueira, Barra de Santo
Antônio, São Luiz de Quitunde, Matriz de Camaragibe, Passo de Camaragibe, São Miguel dos
Milagres, Porto de Pedras, Japaratinga, Porto Calvo e Maragogi, com uma população de,
aproximadamente, 238.000 habitantes. Essa região foi formada a partir da exploração da
cana-de-açúcar, sendo marcada pelo latifúndio e pelo trabalho no campo. O Instituto Federal
de Alagoas Campus Maragogi tem como objetivo promover o desenvolvimento local,
democratizando o conhecimento através da relação teoria-prática, contribuindo para que as
pessoas possam permanecer nos seus locais de origem e transforme o seu meio. Contudo, o
baixo desempenho acadêmico dos alunos é um fator preocupante que requer o
desenvolvimento de ações sistematizadas de intervenção visando contribuir para a
54
superação de tais dificuldades que por hora compromete o processo ensino- aprendizagem.
Os alunos são residentes de várias cidades vizinhas (Porto Calvo, Japaratinga, Matriz
de Camaragibe, Porto de Pedras, São Luiz do Quitunde e São José da Coroa Grande), o que
culmina na falta de assiduidade devido a problemas com o transporte. Outro fator que
contribui para o baixo desempenho dos alunos é a dificuldade de elaborar e interpretar
ideais e um baixo nível de conhecimento, pois em sua maioria são egressos de escolas
públicas municipais ou estaduais, onde conviviam com a ausência de professores na sala de
aula reduzindo o conteúdo proposto para aquela série, acarretando sérios problemas de
aprendizagem. Nesse contexto faz-se imperioso o desenvolvimento de ações que auxilie os
discentes com a organização do tempo de estudos extraclasse para tentar minimizar essas
lacunas.
Para efetivar essa pesquisa visa-se sistematizar uma investigação sobre o elemento
tempo em relação ao processo de aprendizagem, tendo como pressuposto a organização
pessoal dos alunos por meio da efetivação de um cronograma de estudos extraclasse
específico elaborado, direcionado e acompanhado pelo setor pedagógico do campus, através
do qual os discentes que apresentam rendimento escolar abaixo da média são direcionados a
executar essa ferramenta pedagógica utilizada na perspectiva da melhoria do desempenho
acadêmico dos mesmos. A ferramenta pedagógica consiste em um cronograma de estudos
que abrange os diversos componentes curriculares da série/ano organizado observando o
horário oposto ao dos estudos em sala de aula e o aproveitamento significativo do tempo
com o intuito de orientar os alunos na organização dos estudos, haja vista que as aulas não
esgotam os assuntos e, portanto mais que simplesmente executar regularmente seus
trabalhos em sala eles precisam dedicar parte significativa de seu tempo aos estudos, pois
conforme afirma Pozo (2002) “a aprendizagem sempre requer prática e esforço” tendo em
vista problematizar as dificuldades e viabilizar a superação das mesmas.
A ferramenta pedagógica de orientação para os estudos foi elaborada pela Pedagoga
do Campus Cristiane Simões no ano de 2011, pois até então nas reuniões pedagógicas, os
docentes questionavam o baixo desempenho dos alunos e apontavam a falta de uma
orientação de estudos como um dos fatores que contribuía para uma quantidade
significativa de notas abaixo da média. Então foi disponibilizado pelo professor de Filosofia
Tiago Landim um material para o setor pedagógico com o tema “Aprender a aprender”, que
serviu como base para a elaboração da ferramenta pedagógica de orientação para os estudos
que após elaborada, foi distribuída aos alunos do Campus, com algumas orientações da
Pedagoga de como organizar melhor os estudos. A mesma consta de 12 dicas para melhorar
o desempenho escolar e uma sugestão de como distribuir o tempo para cada disciplina de
estudo semanalmente, tendo em vista ajudá-los na organização do tempo de estudos, bem
como estimulá-los e esclarecê-los da importância de estudar em casa diariamente como
estratégia fundamental para aprimorar a aprendizagem. No entanto apesar da ferramenta já
está sendo trabalhada desde 2011, não foi realizado um trabalho de acompanhamento aos
alunos para efetivar o uso do material. Deste modo a pesquisa será uma forma sistematizada
de acompanhar efetivamente os estudantes na sistematização desse material e auxiliá-los
mediante as possíveis dificuldades que encontrarão para lograr êxito na aplicação da
ferramenta.
Para tanto a pesquisa será desenvolvida com um grupo de oitenta (80) alunos dos 1ºs anos
dos cursos de Agroecologia e Hospedagem que apresentam baixo rendimento escolar. Os
discentes serão divididos em dois grupos de 40 indivíduos, sendo que um grupo vai
55
sistematizar o uso da ferramenta pedagógica (cronograma de estudos) enquanto que o outro
não a utilizará. Com efeito, ocorrerá o acompanhamento periódico dos grupos, bem como
será evocada a coparticipação das famílias dos alunos do grupo que utilizará a ferramenta
pedagógica no apoio do desenvolvimento desta, para que sejam também seus entusiastas.
Outrossim, haverá a análise e comparação dos resultados entre os grupos durante e ao fim
de cada bimestre letivo, considerando a participação e desenvolvimento nas aulas e as notas
obtidas nos diferentes componentes curriculares, relacionando o desempenho escolar dos
membros do grupo que utilizou a ferramenta em relação aos alunos do grupo que não a
efetivou.
CONCEPÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
AUTOR (A): MÁRCIA RAFAELLA G. S. VIANA
A inclusão da pessoa com deficiência é um tema de grande relevância já que
promove, segundo Ferreira (2007), a participação das minorias sociais em ambientes antes
reservados apenas àqueles que se enquadravam nos ideários preestabelecidos e perversos
de força, beleza, riqueza, juventude, produtividade e perfeição. Assim sendo, o tema “[...]
vem ganhando espaço cada vez maior em debates e discussões que explicitam a necessidade
de a escola atender às diferenças intrínsecas à condição humana” (SILVEIRA e NEVES, 2006,
p. 79).
Todas as vezes que são feitas referências à Educação Inclusiva são suscitados os mais
variados sentimentos: desde incertezas e angústias até entusiasmos e paixões. Esses
sentimentos antagônicos, segundo Souza (2005) são perfeitamente compreensíveis tanto por
estarmos inseridos em uma sociedade que mantém cristalizadas concepções tradicionais e
preconceituosas, quanto pela “novidade desafiadora” proposta pela Educação Inclusiva.
Complementando, SILVA e ARANHA (2005) afirmam que: [...] a mudança de um
sistema educacional, que se caracterizou tradicionalmente por ser excludente e segregatório,
para um sistema educacional que se comprometa efetivamente a responder, com qualidade
e eficiência, às necessidades educacionais de todos, inclusive às dos alunos que apresentam
necessidades educacionais especiais, exige um processo complexo de transformação tanto
do pensar educacional, como da prática cotidiana do ensino (p. 374).
Segundo FERREIRA (2007), a história das tentativas de mudanças Pedagógicas:
[...] tem centrado a inovação educacional na reforma de métodos, técnicas e programas,
deixando intocadas as práticas, a estrutura da instituição, as relações escolares, as posturas
profissionais, os tempos e espaços onde se processa a educação do aluno e, ainda, os rituais
que dão concretude aos conteúdos intelectuais e formativos da escola (p.545).
Ainda que inicialmente as pessoas mudem seu discurso na direção do politicamente
esperado e considerado correto, Silva e Aranha (2005) observam que, não raro, as mesmas
continuam mantendo um padrão de comportamento tradicional e conservador, que destoa
da proposta inovadora da educação inclusiva. Inúmeras críticas são feitas à proposta de
Educação Inclusiva no Brasil. São comuns os questionamentos referentes à escola regular,
56
sua infra -estrutura física e o despreparo de recursos humanos (TESSARO et al., 2005). A
política educacional, não respondendo às demandas históricas (condições de trabalho dos
professores, questão salarial, carga horária de trabalho, reconhecimento social desse
profissional, além do número excessivo de alunos por sala de aula, da desmotivação docente
e do pouco apoio dos gestores educacionais), faz crer “que basta a ‘boa vontade’ dos
professores para que os problemas educacionais se resolvam” (MICHELS, 2006, p.414).
O grande desafio proposto pela inclusão de alunos com deficiência nas escolas
regulares em nosso país, segundo BEYER (2005), dependerá de um esforço coletivo que
envolva os próprios alunos, os professores, as equipes diretivas e pedagógicas, os
funcionários e os gestores do projeto político-pedagógico. As mudanças operacionais
necessárias para que as escolas se tornem inclusivas de fato só acontecerão: [...] quando as
instituições reconhecerem suas responsabilidades com cada aluno, abolindo as
discriminações e as preferências, oferecendo ao professor melhores condições de atuarem
na inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais. Isto envolve capacitação,
conscientização da comunidade escolar sobre deficiências e deficientes, material
pedagógico, adaptação curricular, apoio técnico, entre outros (SOUZA, 2005, p. 98).
Observa-se, a partir dessas ponderações, que é longa a distância que separa a
educação praticada hoje daquela proposta pelos defensores da inclusão. Silva e Aranha
(2005) entendem que, embora seja evidente o aumento no número de matrículas de alunos
com deficiência em classes regulares do ensino comum, a mera inserção desses alunos não
configura, por si só, uma prática inclusiva de ensino. Na mesma linha, Santos (2001 apud
Tessaro et al., 2005) aponta que ainda hoje, erroneamente, muitos entendem a inclusão
como a simples prática de colocar pessoas com deficiência estudando com outras que não
possuem qualquer deficiência.
Entretanto, embora não se possa ainda afirmar que todas as iniciativas de inclusão no
país sejam exatamente processos de inclusão vitoriosos, também não se pode negar que,
“[...] a educação inclusiva é algo que vem se efetivando, mesmo que a duras penas, buscando
superar toda uma história de isolamento, discriminação e preconceito” (TESSARO et al.,
2005, p. 107).
CORDEL É FESTA NO SERTÃO: UM ESTUDO CULTURAL DOS CORDELISTAS PRESENTES NO
SERTÃO ALAGOANO
AUTOR (A): HERBERT NUNES DE ALMEIDA SANTOS
O projeto de pesquisa objetiva a observação da rica presença dos cordelistas no
sertão alagoano. Observaremos como esses poetas conseguem transformar seus textos
sobre a literatura de cordel como fonte de informação cultural, crítica e sátira social e de
costumes. Nosso projeto busca uma contextualização do cordel alagoano no cenário da
cultura popular sertaneja, e visa apresentar como esta linha cultural tão rica; consegue
interagir com as culturas de massa e erudita. Observamos que essa comunicação utilizada
torna-se uma excelente forma de transmissão e interação entre as diferentes gerações
culturais. Nessa diversidade de expressões culturais, a literatura popular tem ocupado um
importante destaque, principalmente quando se pensa na diversidade literária e as
57
peculiaridades populares que ela assume. Com forte presença no nordeste, o cordel, nascido
em terras europeias, hoje possui traços notadamente brasileiros. Por trazer em seus folhetos
temas como paródias, sátiras, e, muitas vezes, romances, faz desta literatura um permissivo
espaço de estudo cultural e literário. Utilizando-se de uma linguagem acessível e cheia de
ritmo; a literatura de cordel tem por característica facilitar a transmissão e assimilação de
seu conteúdo por parte dos leitores e/ou ouvintes. Com isso, observamos que suas
características nos permitem utilizá-la como um importante recurso para o registro cultural,
assim como para o ensino e propagação desta literatura.
CRESCIMENTO E RENDIMENTO DE VARIEDADES SORGO SOB DIFERENTES TIPOS DE
ADUBAÇÃO
AUTOR (A): GILBERTO DA CRUZ GOUVEIA NETO
Aproximadamente 54% da região Nordeste do Brasil encontra-se inserida na região
semiárida, com uma extensão de 969.589,4 km2. A precipitação pluvial na maior parte dessa
região varia de 300 a 700 mm anuais, fazendo com que o clima seja um fator determinante
da produção de forragem (Brasil, 2008).
Dentre as diversas espécies de gramíneas utilizadas para a produção de silagem, as
culturas do milho (Zea mays L.) e do sorgo (Sorghum bicolor, L. Moench) têm sido
consideradas como as espécies mais adaptadas para essa finalidade (Zago, 1991). O milho,
utilizado com esse propósito, é a forrageira mais usada em virtude do seu alto valor nutritivo
e da boa produção de massa por unidade de área cultivada. No entanto quando comparado
ao sorgo, seu uso para produção de silagem tem sido muito discutido, uma vez que a cultura
é sensível às variações de temperatura e de regime hídrico e também por seu uso intenso na
alimentação humana (Bezerra et al., 1993).
A cultura do sorgo destaca-se como promissora para a alimentação animal, pois além
de não competir com produtos destinados ao consumo humano é considerado uma
extraordinária fonte de energia, de grande utilidade em regiões quentes e secas, onde o
homem não consegue boa produtividade de grãos ou de forragem cultivando outras
espécies. Além disto, após a colheita da cultura original, a planta do sorgo possibilita a
rebrota se as condições de fertilidade, temperatura e umidade no solo forem favoráveis
(Zago, 1991).
Por suas características produtivas e nutritivas, o sorgo é uma alternativa para a
produção de silagens e de grãos para formulação de rações balanceadas. Nos últimos anos,
essa cultura tem se destacado principalmente em regiões onde os períodos de estiagem
ocorrem com frequência, limitando a produção de forragens (Rodrigues, 2000). Contudo,
ainda há necessidade de pesquisas relacionadas a outros fatores limitantes ao
desenvolvimento dessa cultura, entre os quais a nutrição.
Portanto, verifica-se a necessidade de conhecimentos técnicos mais acurados sobre a
nutrição do sorgo na região Nordeste do Brasil, possibilitando a expansão de seu uso e maior
diversificação de variedades.
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CRIAÇÃO DE BORBOLETAS EM CATIVEIRO NO LABORATÓRIO DE BIOLOGIA DO INSTITUTO
FEDERAL DE ALAGOAS PARA USO EM AULAS PRÁTICAS DOS 3º ANOS NO CAMPUS MACEIÓ
DO INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS
AUTOR (A): MARIA LUZENITA WAGNER MALLMANN
O ensino das ciências, e especialmente das ciências da natureza na educação básica é,
atualmente, alvo de discussões acadêmicas que indicam a importância da transmissão do
conhecimento de forma abrangente e útil às novas gerações. A Biologia é, então, uma das
áreas do conhecimento mais importantes para a reflexão e a tomada de atitudes da vida no
planeta Terra. É também uma das disciplinas da Educação Básica com grande carência de
professores graduados e capacitados para o seu ensino. A região nordeste é uma das regiões
brasileiras mais afetadas pela falta de capacitação, embora abrigue grandes biomas, como
Mata Atlântica, Manguezal e Caatinga, essenciais à manutenção do equilíbrio global.
Para tomarmos uma posição estratégica nas aulas de Biologia é preciso que professor
e aluno formem um só elo de participação à prática científica porque, sendo a Biologia, o
Estudo da Vida, nada mais fascinante que ela. É necessário criar, levar a teoria à prática, não
se bitolar num conteúdo programático, que muitas vezes não condiz com a realidade. O
mutilamento de conteúdos resiste a uma deformação científica, tornando acéfalo o
conhecimento lógico e real.
As borboletas são insetos que atraem a atenção das pessoas por sua beleza, ampla
variedade de formas, tamanhos, cores e considerados por muitos como símbolo de
renovação e transformação. Outro fator importante é o ciclo de vida do animal que é curto e
sua importância para a natureza pois, assim como as formigas, as borboletas são ótimas
polinizadoras.
As borboletas fazem parte da família dos insetos pertencentes à ordem dos
Lepidópteros, termo que significa literalmente “asas em escamas” e suas cores podem ser
variadas, cores fortes, outras vezes suaves, com aspecto metálico e brilhoso e como a
maioria dos insetos, a borboleta têm o esqueleto por fora do corpo, chamado exoesqueleto,
que não apenas forma a estrutura de suporte, mas também revestem todo o corpo do
animal, impedindo a perda de água, protegendo da desidratação total e das pressões
ambientais.
As borboletas tem hábito diurno de vida, podendo voar até 20 km/h e apesar de
passar por quatro fases de vida, em apenas duas dessas fases elas precisam de alimento.
Quando estão na fase larval e na fase adulta. As larvas de borboletas são tipicamente
folhívoras – consomem folhas das plantas hospedeiras, utilizando a mandíbula para mastigar
o alimento. Quando adultas, consomem alimentos fluídos, como o néctar das flores ou o
suco dos frutos maduros que caem das árvores, e usam o tubo chamado de tromba.
CRIANDO AMBIENTES 3D PARA JOGOS UTILIZANDO O UNITY
AUTOR (A): MONICA XIMENES CARNEIRO DA CUNHA
Nas últimas décadas surgiu uma nova categoria denominada de jogos sérios que vem
59
do inglês seriuos game. Estes jogos têm como diferencial uma temática e objetivo bem
definido, cujo foco principal é o conteúdo e, em segundo plano, o divertimento (CASTILHO,
2010). Tais jogos possuem conceito bem definido, conteúdo e desenho, pois é o formato que
garante que o propósito será atingido e o conteúdo transmitido. Tais aspectos aliados ao
desafio, exercício das habilidades, competição e sensação de progresso, oferecem subsídios
para um jogo sério bem sucedido (CRUZ, 2008).
Essa categoria de jogos tem uma ampla aplicabilidade em diversas áreas, sem que o
processo seja maçante ou tedioso, exemplos: venda, publicidade, marketing, aprendizado,
simulação, saúde, educação, treinamento, dentre outras. Alguns exemplos de jogos sérios
que estão no mercado, segundo levantamento de Savi e Ulbricht (2008), vão da área médica
à política. Um dos exemplos na área de educação é o simulador de física, elaborado por um
professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Na área médica, com a
nomenclatura health games, um bom exemplo é o jogo Re-Misson, cuja temática é uma
batalha contra o câncer, onde a heroína combate infecções e informa a outra personagem
com função de médico a situação do organismo, fazendo com que o paciente na vida real
fique informado acerca do tratamento a que esta sendo submetido. Outro exemplo de jogos
sérios é a atuação em questões políticas e sociais, como o jogo Global Conflicts: Palestine,
que apresenta ao jogador os dois lados da guerra, numa verdadeira aula lúdica de história.
No plano educacional, a finalidade dos jogos sérios é promover a união entre o lúdico
e o caráter afetivo nos ambientes de ensino (DANTAS, 2011). Savi e Ulbricht (2008)
elencaram vários benefícios que os jogos trazem para aprendizagem, tais como: efeito
motivador, facilitador do aprendizado, desenvolvimento de habilidades cognitivas,
aprendizado por descoberta e socialização.
A fábrica de software do IFAL – Campus Maceió pretende enveredar pela fabricação
de games. O projeto piloto tem sido o jogo ROTAUT, que visa auxiliar na rotina das crianças
com autismo. Esse projeto teve início em 2012, quando foram realizados os levantamentos e
especificações que compõem o Game Design. No entanto, falta adquirir know-how na
utilização de ferramentas que propiciam a modelagem de ambientes 3D para os jogos.
Assim sendo, esse projeto de pesquisa propõe o aprendizado e utilização do Unity
para criação de alguns ambientes 3D que podem compor o jogo ROTAUT, bem como podem
compor outros jogos a serem propostos pela fábrica de software.
O motor de jogos
Unity 3D possui
uma
interface bastante simples e amigável que
objetiva facilitar o desenvolvimento de jogos de diversos gêneros e outros sistemas de
visualização. Sua área de trabalho
é composta
de várias janelas chamadas views, cada uma
com um propósito específico. Unity3D
é
baseada
em
um
modelo mais
moderno
para a
arquitetura
de
objetos
de
jogo baseado
em composição.
Nesse
modelo, um objeto de
jogo especificado
através
da
composição
de várias
funcionalidades, que
são
agregadas
(ou removidas). Cada funcionalidade é implementada por um componente (classe
que
herda de
um componente básico). Esse
container
genérico é denominado Game Object e
funciona
como
um
repositório
de
funcionalidades,
ou
mais
especificamente,
componentes (PASSOS; SILVA JR, 2009).
A presente proposta engloba a aprendizagem desses e de outros componentes do
Unity 3D para utilização na elaboração de interfaces gráficas para o jogo ROTAUT.
60
DESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DAS DIFICULDADES DE MATEMATICA EXISTENTES ENTRE OS
CANDIDATOS QUE FIZERAM O CONCURSO PARA PROFESSSORES DE MATEMATICA DO IFAL
NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS E COMO O IFAL PODERÁ SANAR ESTE PROBLEMA DE
FORMAÇÃO
AUTOR (A): GIVALDO OLIVEIRA DOS SANTOS
A educação escolar é uma política pública endereçada à constituição da cidadania.
Quando se trata de professores a educação está cuidando do desenvolvimento dela mesma,
para que possa continuar contribuindo para a medicina, a engenharia, as artes e todas as
atividades que exigem preparação escolar formal, além de sua finalidade de constituição de
cidadania.
No futuro o país vai precisar de bons professores, que substituam os hoje existentes.
Essa necessidade deverá expressar-se num fluxo que a médio prazo vai repor integralmente
o plantel docente hoje existente. Toda e qualquer melhoria na formação desse fluxo de mais
de um milhão e meio de professores vai representar um ensino melhor para dezenas de
milhões de alunos durante os 25 que durarem a carreira de cada geração de professores.
No futuro, a boa qualidade dos professores pode eliminar os custos de organização
dos grandes empreendimentos de capacitação ou educação continuada destinada a ensinar
àqueles que, se tivessem aprendido a aprender, poderiam ser um auto gestor de sua própria
atualização profissional. Com professores bem preparados a educação continuada poderia
ser quase que inteiramente realizada na escola, sem a parafernália dos grandes encontros de
massa, que os tornam eventos de interesse maior para a hotelaria do que para a educação.
Os cursos de licenciaturas são absolutamente essenciais pela importância que têm na
formação inicial do docente.
Por ser espaço privilegiado de desenvolvimento de pedagogias apropriadas às
especificidades da educação básica, a licenciatura, especialmente em matemática, deverá
eleger o desenvolvimento da reflexão pedagógica sobre a prática docente nesta área, o
fortalecimento do elo teoria/prática, a reflexão sobre a profissão, as relações de trabalho e
de poder nas instituições escolares e a responsabilidade dos professores, dentre outros
aspectos, como os elementos balizadores na implementação do processo de formação.
Ensinar é por excelência uma atividade relacional: para coexistir, comunicar, trabalhar
com os outros é necessário enfrentar a diferença e o conflito. Acolher e respeitar a
diversidade e tirar proveito dela para melhorar sua prática, aprender a conviver com a
resistência, os conflitos e os limites de sua influência fazem parte da aprendizagem
necessária de ser professor.
Mas ensinar é também uma atividade altamente indeterminada ou altamente
determinada por fatores que escapam ao controle de quem ensina. O projeto educativo e a
ação cotidiana, a intenção e o resultado na sala de aula, na escola, no sistema e na política
educacional, sempre guardarão alguma distância, maior ou menor. Ensinar, portanto exige
aprender a inquietar-se e a indignar-se com o fracasso sem deixar destruir-se por ele.
DESEMPENHO DE OVINOS EM CONFINAMENTO, ALIMENTADOS COM SILAGEM DE CASCA
61
DE MARACUJÁ SOB NÍVEIS CRESCENTES DE LEVEDURAS (SACCHAROMYCES CEREVISIAE)
PARA ENRIQUECIMENTO PROTÉICO
AUTOR (A): JOSÉ HARLISSON DE ARAUJO FERRO
O Brasil é o maior produtor de maracujá do mundo com aproximadamente 920 mil
toneladas ao ano (IBGE, 2012). A fabricação de sucos, polpas, doces, sorvetes etc., gera uma
quantidade de resíduo entre 65 e 70% do total da fruta (Neiva Jr., 2007), dos quais
aproximadamente 90% é casca, que pode ser muito bem empregada na alimentação de
animais, especialmente para ruminantes.
O aproveitamento de resíduos de frutas para alimentação animal é uma prática
bastante conhecida e muito aplicada por pequenos produtores rurais, principalmente no
período de estiagem, devido à escassez de forragem. No entanto, pouco se sabe a respeito
do manejo alimentar e tecnologias de armazenamento destes resíduos. Por conseguinte, os
criadores utilizam estes alimentos sem critérios quantitativos ou qualitativos.
A importância da racionalidade no uso dos alimentos, bem como o conhecimento da
combinação ideal entre eles, tem orientado e exigido maiores conhecimentos de valor
nutricional (EUCLIDES FILHO, 2004). Estudos recentes têm comprovado que o
aproveitamento de resíduos agroindustriais possibilita substituir determinados ingredientes
da ração, ou mesmo realiza a sua complementação, favorecendo o desempenho dos animais,
além de reduzir os custos de produção.
Santos et al. (2009) constataram que a casca do maracujá assemelha-se ao milho
quanto ao teor de proteína bruta e possui teores de fibra em detergente neutro e ácido que
não deprimem o consumo por ruminantes, o que mostra seu potencial como alimento para
animais. A digestibilidade aparente e o consumo de resíduos de maracujá como alimento
exclusivo para carneiros foram avaliados por Lousada Junior et al. (2005), os quais
encontraram 60% de digestibilidade da matéria seca e consumo de 3,5% do peso vivo. Os
mesmos autores avaliaram também a composição bromatológica e verificaram teores
médios de proteína bruta, fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido de 12,4;
56,2 e 49,0%, respectivamente.
Segundo Neiva et al. (2006), a adição do subproduto desidratado do maracujá ao
capim elefante, no momento da ensilagem, elevou o valor nutritivo das silagens. Siqueira et
al. (1999) avaliaram o uso da silagem de maracujá em substituição à silagem de milho e
concluíram que não houve diminuição da conversão alimentar em bovinos confinados, além
de terem obtido ganho de peso médio de 1,4 kg/animal/dia ao consumir a quantidade de 2%
de matéria seca em relação ao peso vivo do animal.
A casca do maracujá in natura contém em torno de 10% de proteína bruta, fator este
que proporciona um moderado desempenho de animais para engorda, por isso, necessita
ser misturada a outros alimentos que elevem o nível proteico. Prática essa que tende a
onerar os custos da criação, pois os concentrados proteicos são reconhecidamente mais
caros.
Desta forma, tem se buscado o enriquecimento proteico através da fermentação
semissólida (FSS), utilizando-se leveduras (Saccharomyces cerevisiae) que se multiplicam
facilmente em substratos ricos em carboidratos. Esses organismos são constituídos por 45%
de proteínas, altamente digeríveis, que aumentam os valores de proteína bruta (PB) através
do processo de bioconversão. Oliveira (2007) constatou que a casca do maracujá inoculada
62
com Saccharomyces cerevisiae, à concentração de 3%, elevou o valor de 8% para 19% de
proteína bruta, um aumento de 137%. Equiparando-se, neste aspecto, a uma ração comercial
de excelente qualidade.
Além do incremento dos constituintes nutricionais, a ensilagem da casca do maracujá
é muito importante para que se possa garantir a manutenção da qualidade do alimento e sua
disponibilidade ao longo do período de entressafra. A silagem de maracujá apresenta cor
amarelada e cheiro típico da fruta. Segundo Reis (1994) o material ensilado também pode
ser facilmente compactado, devido a sua elevada densidade, o que favorece o processo
fermentativo e, consequentemente, melhora a qualidade desta silagem.
Assim, propõe-se através do presente trabalho a realização de uma pesquisa onde
serão testadas diferentes concentrações de Saccharomyces cerevisiae na silagem de casca de
maracujá, através do processo de fermentação semissólida. Realizar-se-ão análises
bromatológicas e avaliações de desempenho de carcaça em ovinos da raça Santa Inês,
alimentados com silagens bioconvertidas em sistema de confinamento. Os dados serão
submetidos à análise de variância, teste de médias (dados bromatológicos) e análises de
regressão (desempenho de ovinos), através do software estatístico Sisvar, 5.0.
DESENVOLVIMENTO DE MAPAS DE RISCO NO IFAL- CAMPUS MACEIÓ, VISANDO ACESSO
SEGURO E CONSCIENTIZADO EM LABORATÓRIOS DE MÁQUINAS OPERATRIZES NO BLOCO
DE MECÂNICA
AUTOR (A): BEROALDO RODRIGUES DOS SANTOS
Com o avanço da industrialização, tornaram-se necessárias medidas preventivas que
fornecessem ao trabalhador informações e meios de minimizar, ou mesmo evitar, os
acidentes decorrentes a sua função em seu ambiente de trabalho. Em 1994 foi criada a
primeira legislação que determinava a criação de Comissões Internas de Prevenção de
Acidentes – CIPA, onde seriam a partir dessas comissões que começariam o desenvolvimento
de métodos contra acidente no trabalho, feitos por dados adquiridos pelos próprios
trabalhadores.
Um dos métodos de prevenção desenvolvido pelas CIPA’S é a elaboração dos mapas
de riscos, que tem por objetivo deixar evidentes os riscos aos quais os trabalhadores
estariam expostos no local de trabalho, sendo expressos graficamente por círculos de
tamanhos e cores de acordo com o grau e tipo de risco citado. O mapa de risco deve ser
fixado em local de fácil visibilidade ao trabalhador e a todos que nesse local transita.
Através da portaria nº 05 de 17de agosto de 1992,a elaboração de mapas de riscos
torna-se obrigatória para empresas que possuem grau de risco e número de trabalhadores
que necessitem de uma CIPA constituída. Essa elaboração é feita pela CIPA com ajuda do
SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do trabalho)
responsável pela segurança do trabalhador dentro da empresa.
De acordo com a NBR 14280 item 2.4, acidente impessoal é aquele que ocorre
independentemente que ocorra vítimas ou lesão física, e não podendo ser caracterizado
como agente direto de possível lesão pessoal, mas podendo sim ser causador inicial. Ao
definir acidente pessoal no item 2.5, a NBR considera como acidente pessoal aquele
63
causador de lesões físicas em suas vítimas.
Para que sejam evitados danos pessoais, perda de materiais, ou pelo menos de
tempo de trabalho, o mapa de risco aparece como alternativa prática, segura e eficaz para
orientar o trabalhador e evitar consequentemente um acidente.
O desenvolvimento dessa ferramenta de prevenção dentro do Instituto Federal de
Alagoas- Campus Maceió, enseja a construção de barreiras que impeça a ocorrência
acidentes pessoais e impessoais, dentro do ambiente de trabalho e ensino.
DESIGN DE INTERIOR BRASILEIRO: CARACTERIZAÇÃO IMAGÉTICA DO SÉCULO XXI A PARTIR
DE PERIÓDICOS ESPECIALIZADOS
AUTOR (A): PATRICIA SOARES LINS
A presente pesquisa se propõe a organizar e sistematizar conteúdos e imagens
publicados em periódicos que integram o acervo do NPDesign relacionados ao design de
interiores para garantir maior dinâmica de conteúdos em sala de aula, no âmbito da
comunidade escolar, grupo de pesquisa e professores. A meta dessa metodologia possibilita
o debate teórico interdisciplinar sobre as características pertinentes aos ambientes internos
em cada período, tendo como foco o século XXI. Todos os periódicos que serão utilizados na
pesquisa são provenientes de doação já efetuadas por professores e alunos.
A evolução do design está vinculada à própria história do capitalismo; permite pensar
sobre os rumos da indústria, dos ambientes internos, mudanças socioambientais, sócioespaciais e sobre o design como forma de comunicação contemporânea.
A caracterização imagética deste século possibilitará a discussão sobre o interior e seu
cotidiano, sobre o estilo contemporâneo, e poderá ser utilizada como fonte de pesquisa em
diversas abordagens (psicológicas, filosóficas, antropológicas, sociológicas, históricas).
Ao organizar e sistematizar conteúdos e imagens publicados em periódicos
relacionados ao design de interiores, este projeto objetiva facilitar pesquisas e estudos de
professores e alunos, garantir maior conexão entre professores e alunos e difundir a
linguagem científica a partir da catalogação de forma normatizada, seguindo a Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A proposta da pesquisa é propiciar o pensamento
crítico entre imagens e fatos históricos.
Nesse sentido, a proposta desse projeto é colaborar com a prática de professores e
estudantes e gerar diálogos locais e também ampliados em outras instituições e esferas da
virtualidade. Entende-se que para caracterizar um ambiente faz-se necessário compreender
determinado período, fatos históricos, socioculturais, tecnologia utilizada, materiais e estilos
de roupas, mobiliário, produtos industriais, etc. Toda essa complexa rede material e
ideológica inclui valores e interesses, conexão entre a produção dos ambientes internos e o
contexto geral da cultura vigente.
Dessa forma, a pesquisa viabilizará um banco de imagens gerador de reflexões,
confirmações e indagações e sistematização dos dados coletados nos periódicos,
visualizando já projetos futuros com discussões teóricas de maior vulto sobre a
contemporaneidade.
64
DETECÇÃO DE DOENÇAS NA CULTURA DOS CITROS NO ASSENTAMENTO DOM HÉLDER
CÂMARA, EM MURICI – AL
AUTOR (A): JULIANA PAIVA CARNAÚBA RAMOS
O gênero Citrus sp. pertence à família Rutaceae, e está no grupo das frutas cítricas
onde correspondem a 70% do grupo, com destaque para a laranja doce (Citrus sinensis),
tangerina (Citrus reticulata), limões (Citrus limon) e limas (Citrus aurantiifolia) (BAUSHER et
al., 2006).
As árvores de citros dão origem a frutos de diferentes formas e tamanhos, que em
geral são ricos em sabor, fragrância e suco. Possuem cor que varia entre o amarelo e laranja,
são compostos de casca conhecida como flavedo ou epicarpo, onde se concentram as
glândulas de óleos essenciais que dão ao fruto seu odor característico, possuem um
mesocarpo ou albedo, grosso e esponjoso que se une ao epicarpo, e a sua polpa é dividida
em compartimentos individuais ricos em suco (UNCTAD, 2009).
O Brasil destaca-se como o maior produtor e exportador de suco de laranja
concentrado. Responde por 50% de todo suco de laranja produzido no mundo e exporta 98%
da sua produção. Com isso, obtém uma participação de 85% no mercado mundial, atividade
esta que gera para o país uma significativa fonte de renda, com muitos empregos diretos e
indiretos (NEVES et al., 2010).
Em vários estados brasileiros a citricultura está incluída entre as principais atividades
econômicas, sendo em seu conjunto responsável por uma contribuição significativa para o
PIB agrícola e para a pauta de exportações, além de participar intensamente na geração de
emprego no meio rural e urbano. O Estado de São Paulo é responsável por aproximadamente
80% da produção brasileira e a região Nordeste responde por 8,6% da produção nacional
com destaque para os Estados da Bahia e Sergipe, como o 2º e 3º produtores nacionais,
respectivamente.
O Estado de Alagoas possui cerca de 1500 propriedades que cultivam citros, sendo o
terceiro maior produtor de laranja do Nordeste. O Centro citrícola alagoano está
concentrado nas microrregiões Quilombo dos Palmares e Mata Alagoana. O potencial
citrícola alagoano é ressaltado pelos aspectos climáticos, fator que se traduz em grande
facilitador para o cultivo e também pela tradição da cultura da laranja lima, cujos frutos
apresentam excelente qualidade, com potencial para competir com os produzidos de outras
regiões (ADEAL, 2010).
A cultura de citros é constantemente ameaçada por inúmeros problemas
fitossanitários causando danos irreversíveis na planta, ameaçando a qualidade de frutos e
podendo levar às erradicações completas de pomares, configurando risco potencial de
inviabilidade técnica e econômica da produção. Sendo assim, a cultura é acometida por
diversas doenças, dentre as quais podem ser destacadas: cancro cítrico, leprose, clorose
variegada dos citros (CVC), morte súbita dos citros (MSC), pinta-preta, greening ou
huanglongbing (HLB) e tristeza (MATTOS et al. 2005). No entanto, estas doenças não têm
ocorrência no estado de Alagoas (ADEAL, 2010). Po outro lado, outras doenças acometem a
cultura dos citros com ocorrência em Alagoas, limitando sua produção e onerando custos ao
produtor. Destacam-se a Gomose (Phytophthora spp.) Podridão floral (Colletotrichum
65
acutatum), verrugose (Elsinoe fawcetti), Melanose (Diaporthe citri), mancha graxa
(Mycosphaerella citri), dentre outras (ADEAL, 2010).
DIAGNÓSTICO DA SAÚDE DOS ALUNOS DO CAMPUS PALMEIRA DOS ÍNDIOS DO INSTITUTO
FEDERAL DE ALAGOAS
AUTOR (A): EMANUELLE TEIXEIRA GAIA
A adolescência compreende o período da vida que se estende dos 10 aos 19 anos
(WHO, 1995) e se caracteriza por alterações morfológicas, fisiológicas, psicológicas e sociais
intensas e complexas, onde a nutrição exerce um papel fundamental (SUÁREZ & ARGUILLES,
1986).
A avaliação do estado nutricional, na adolescência, é especialmente importante
porque permite monitorar a evolução das modificações do crescimento, visto que durante a
fase de crescimento o indivíduo pode estar sujeito tanto aos déficits nutricionais quanto aos
excessos (ALBANO & SOUZA, 2001). O excesso de alimentação durante o período da
adolescência pode contribuir para o aparecimento da obesidade, que está associada a outras
morbidades, como diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e hipertensão arterial, que
podem persistir até a idade adulta (MAHAN & ESCOTT-STUMP, 2002). Na adolescência,
dentre os fatores de risco para sobrepeso e obesidade destacam-se o sedentarismo, o
consumo excessivo de alimentos densamente calóricos e de gorduras, a omissão de refeições
e os horários irregulares para as mesmas (DIETZ, 1998).
As mudanças evidenciadas nas últimas décadas no perfil da população, conhecidas
como processo de transição nutricional, caracterizam-se pela queda da desnutrição e pelo
aumento das taxas de sobrepeso e obesidade em todas as idades, associados ao
sedentarismo e às mudanças nos padrões alimentares da população, como também às
mudanças sociais, econômicas e demográficas decorrentes do processo de desenvolvimento
do país (IBGE, 1990; ESCODA, 2002).
O consumo de álcool e outras drogas, bem como o tabagismo, também constituem
fatores de risco à saúde, pois essas substâncias psicoativas atuam diretamente no processo
saúde-doença e estão relacionadas com o estilo de vida do indivíduo, com o meio ao qual
está inserido e com os fatores socioeconômicos. O álcool é uma substância tóxica que pode
contribuir para ocorrência de algumas doenças, como: hipertensão arterial,
hipertrigliceridemia, diabetes não-insulinodependente, câncer, hepatopatia, encefalopatia,
pancreatite, problemas psicossociais e comportamentais. O álcool é uma substância tóxica
que pode contribuir para ocorrência de algumas doenças, como: hipertensão arterial,
hipertrigliceridemia, diabetes não insulinodependente, câncer, hepatopatia, encefalopatia,
pancreatite, problemas psicossociais e comportamentais (Mello, Pinto & Botelho, 2001;
STIPP, 2013).
Pereira e Rhutinéia (2010) realizaram um trabalho de pesquisa, onde concluíram
existir uma possível associação entre as cardiopatias e as doenças periodontais.
Especificando a associação da gengivite com a insuficiência cardíaca e a periodontite com a
angina pectoris.
A doença periodontal é um processo inflamatório crônico que pode estar limitado à
66
gengiva (gengivite) ou estender-se aos tecidos de suporte dentário (periodontite). As
bactérias presentes no sulco gengival podem atingir a corrente sanguínea através da
vascularização gengival e serem coadjuvantes de duas importantes enfermidades sistêmicas,
a arteriosclerose e a infecção pulmonar, segundo Scannapieco.
A ocorrência de sangramento gengival associado à presença de placa bacteriana é um
sinal clínico de gengivite; e sabendo que tal condição pode predispor esses alunos a
desenvolverem ou progredirem a doença periodontal, que por sua vez pode lentamente
evoluir para um processo de destruição dos tecidos de suporte dentário, com perdas
dentárias, podendo até provocar complicações cardíacas, convém fazer um levantamento do
índice de sangramento gengival dos alunos, para avaliar a presença de futuros fatores de
risco para doenças cardíacas ao atingirem a idade adulta ou senil.
Dessa forma, ações de promoção à saúde são oportunas na fase da adolescência e
devem ser prioridade em saúde pública. Estratégias de intervenções primária e secundária
devem ser desenvolvidas por setores públicos, privados e organizações não-governamentais
(ONGs) visando melhorar as condições de saúde, especialmente nesse período de
crescimento (COLE et al., 2000).
EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO: AS REPRESENTAÇÕES DE PROFESSORES E ALUNOS
DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS
AUTOR (A): MAURÍCIO RICARDY BATISTA RAMOS
A Educação Física é componente curricular obrigatório da Educação Básica (BRASIL,
1996). Sendo uma área de conhecimento e tema de estudos há diferentes tendências que a
entendem de forma particular.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Física (PCN’s) trazem sugestões de
como as aulas devem funcionar, mostrando para os professores que seus ensinamentos
devem ter uma base conceitual, procedimental e atitudinal. Dentro da base conceitual, os
PCN's evidenciaram a inclusão de conteúdos sobre regras, tática e alguns dados históricos
das modalidades esportivas, que somados levam os alunos a refletirem sobre temas
transversais ligados à área: ética, estética, desempenho, satisfação, eficiência e outros
(BRASIL, 1998; SILVA, 2007).
Na atual LDB, aos docentes de Educação Física é atribuída a mesma responsabilidade
educacional dos demais professores, todavia, posturas voltadas para a preparação física com
o fim em si mesma, ou seja, para o condicionamento físico, apenas, têm colaborado para um
certo desprestígio dos profissionais da área.
Ramos & Lima (2013) afirmam que os conteúdos para o ensino médio são discutíveis.
Muitos professores utilizam a afirmação dos PCN’s de que “no ensino médio os conteúdos
devem ser aprofundados, tendo-se como base aqueles aprendidos no ensino fundamental”,
e se utilizam dos esportes como norteadores das aulas. Alguns outros buscam a saúde, a
qualidade de vida e os temas transversais para montar a estrutura pedagógica da disciplina.
Os conhecimentos advindos do senso comum e os conhecimentos experienciais dão
origem às representações sociais, que nada mais são que os sentidos atribuídos pelas
pessoas a algum objeto, a algum assunto ou mesmo a alguma informação. Para que haja
67
representação é necessário que exista o sujeito e o objeto. A Educação Física tem forte
representação negativa na sociedade exatamente por causa de seu histórico nacional, onde
os professionais da área não definiam os conteúdos para a disciplina e a utilizavam apenas
como recreação, treinamento militar ou como forma de higiene.
Nesse sentido, esse estudo pretende identificar e interpretar as representações
sociais de alunos e professores do ensino público estadual do município de Palmeira dos
Índios acerca da educação física do ensino médio, com a finalidade de elaborar uma
proposta pedagógica para essas escolas, levando-se em consideração todos os sentidos
atribuídos por professores e alunos, com auxílio da literatura básica da área.
A proposta deve favorecer o aspecto educacional da Educação Física, visando a uma
educação humanizante, inclusiva e de qualidade. A Educação Física Escolar auxilia o aluno no
seu desenvolvimento físico, social e cognitivo: “estudos comprovam que a prática de
atividade física colabora com o desenvolvimento de outras habilidades, ajudando a se
concentrar, nos relacionamentos, na liderança e nas ações cognitivas, sendo ainda uma
disciplina que favorece a qualidade de vida para que os alunos possam frequentar as demais
disciplinas (JORNALISMO PORTAL, 2010).
EFICIÊNCIA DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE (Ipomoea batatas L.(Lam)) SUBMETIDOS A
DIFERENTES TIPOS DE FERTILIDADE DO SOLO NO MUNICÍPIO DE PIRANHAS/ALAGOAS
AUTOR (A): JOSÉ PEDRO DA SILVA
O homem cultiva atualmente, aproximadamente cerca de três mil espécies de
plantas. Entre essas, 150 espécies vegetais são consideradas de grande valor econômico no
mercado internacional. Mas, no meio dessas 150 espécies, apenas doze são tidas
fundamentais, porque sem elas as regiões mais pobres da Terra padeceriam de uma fome
ainda mais profunda do que passam hoje em dia, onde entre essas, encontra-se a batatadoce, fonte de renda e alimentação para muitos estados da federação (BARRERA, 1989).
A batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam.) é uma cultura rústica por produzir em
áreas com baixa fertilidade. Segundo SILVA et al. (2004), é uma espécie dicotiledônea
pertencente à família botânica Convolvulacea, que agrupa aproximadamente 50 gêneros e
mais de 1.000 espécies, sendo originária das Américas Central e do Sul. No Brasil é produzida
em todos os estados
Segundo as informações da FAO (2006), a batata-doce é considerada uma hortaliça de
estimável valor nutritivo, sendo atualmente um alimento consumido em quase todo mundo,
principalmente pela população mais pobre. No Brasil, a batata-doce é cultivada,
praticamente, em todas as localidades e principalmente como cultura de segurança
alimentar em pequenas propriedades rurais. Em 2006, os dados do IBGE apontaram o
Nordeste (19.381 ha), o Sul (18.768 ha) e o Sudeste (5.635 ha) como as regiões que tem as
maiores áreas de produção de batata-doce.
Na Região Nordeste, esta cultura tem grande importância social, por ser fonte de
alimento energético e ser auxiliar na geração de emprego e na fixação do homem no campo
(SANTOS et al., 2006). De acordo com IBGE (2006), a região concentra 49,3% da área colhida
de batata-doce do país com uma produção de 187.611t e produtividade de 9,00 t.ha-1,
68
sendo a Paraíba o maior produtor nordestino e o segundo nacional, com produção de 50.049
t em uma área colhida de 6.028 ha, e produtividade de 8,30 t.ha -1 que está abaixo das
médias nacional e regional.
A cultura da batata-doce, apesar de sua importância para o Brasil são poucos os
trabalhos de pesquisa, visando selecionar e recomendar cultivares para diferentes regiões do
país, sendo esse um dos principais problemas enfrentados pelos produtores, em destaque os
municípios localizados na região Nordeste, em especial na região agreste e semiárida de
alagoas.
A batata-doce, por apresentar sistema radicular muito ramificado torna mais eficiente
a absorção de nutrientes, fazendo com que a cultura possua alta capacidade de exploração
da fertilidade do solo, em especial a adubação orgânica. Isso leva ao seu rápido
esgotamento, o que induz os produtores a cultivá-la preferencialmente em áreas novas,
quando há maior disponibilidade de micronutrientes, responsáveis pelos maiores aumentos
da produtividade de raízes comerciais (SILVA; LOPES e MAGALHÃES, 2002).
As exigências minerais da cultura da batata-doce, em ordem decrescente, são:
potássio, nitrogênio, fósforo, cálcio e magnésio (MIRANDA et al., 1995).
A batata-doce é uma planta muito tolerante às variações de acidez no solo. Pode
crescer e produzir bem em solos com pH de 4,5 a 7,5, mas o nível está entre 5,6 a 6,5
(MIRANDA et al., 1995). Além disso, o solo deve ser preferencialmente, arenoso, bem
drenado, sem presença de alumínio tóxico. Os solos arenosos facilitam o crescimento lateral
das raízes, evitando a formação de batatas tortas e também facilita a colheita, permitindo o
arranquio com menor índices de danos (SILVA et al., 2004). Essas características são típicas
dos solos do semiárido.
A partir dessas informações, os clones que apresentarem os melhores desempenhos
no ensaio de produção e avaliação serão multiplicados, para posteriormente serem
disponibilizados aos produtores do agreste e semiárido alagoano.
Dessa forma, espera-se uma maior produtividade e melhor qualidade dos tubérculos
e que sejam capazes de reduzir os custos de produção e conferir sustentabilidade econômica
e ambiental a economia desta tuberosa no Estado de Alagoas, com destaque para sertaneja,
além de contribuir para melhorar os índices zootécnicos na região e colocar à disposição dos
pequenos agricultores clones de batata-doce produtivos, adaptados e de alto valor nutritivo
para uso na alimentação humana.
ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO DO CORPO DOCENTE E DISCENTE DA
REDE PÚBLICA DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE MARECHAL DEODORO OBJETIVANDO
AUXILIAR O IFAL NA ELABORAÇÃO DE SUAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
AUTOR (A): FABIANO DUARTE MACHADO
O projeto aqui descrito visa uma maior interação, tanto das circunvizinhanças do IFAL
(câmpus Marechal Deodoro), como da própria comunidade acadêmica. Objetivando o
levantamento de dados e informações fundamentais para a criação de novas e possíveis
modalidades de cursos para o desenvolvimento local, especialmente no campo da educação,
levando em consideração as condições socioeconômicas do publico alvo, objeto desta
69
pesquisa.
Vale ressaltar que o surgimento e desenvolvimento deste projeto ocorre em
conformidade com as diretrizes propostas na Lei 11.892 de 29 de dezembro de 2008, art. 6º
e 7º, que trata da criação dos Institutos Federais, reafirmando o caráter de envolvimento e
interação com a comunidade externa do campus de Marechal Deodoro, pois, propomos um
enriquecimento do know-how (do saber fazer) da mesma, como também da comunidade
acadêmica do IFAL. Assim também em conformidade com o PDI do IFAL 2009-2013, “realizar
pesquisas aplicadas, estimulando o desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológicas,
estendendo seus benefícios à comunidade;”.
O interesse em fomentar uma troca de informações também esta ligada a
importância de fornecer dados atualizados sobre o desempenho dos cursos em andamento
no IFAL câmpus Marechal Deodoro, e que assim possam auxiliar na caracterização da
comunidade atendida pela referida instituição de ensino. Para assim incentivar como
também propor, com maior embasamento, o surgimento de novos cursos melhor adaptados
às condições reais, atendendo assim às necessidades da população no que se refere ao
envolvimento da mesma com o desenvolvimento da cidade.
Por fim, visa impulsionar os acadêmicos do IFAL a um maior envolvimento com a
sociedade, estimulando um rompimento com os limites do câmpus e um abarcamento da
comunidade exterior promovendo assim uma integração de saberes que por sua vez será
responsável pelo funcionamento mais prático do instituto.
ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM ENSINO
TRANSDISCIPLINAR DE QUÍMICA
AUTOR (A): TÂMARA MORAES BASTOS
A disciplina química sempre foi vista como sendo uma matéria difícil e complicada,
desafiando muitos alunos para que chegassem ao nível mínimo de compreensão, e
comumente nos deparamos com um ensino em que o aluno é forçado a decorar fórmulas e
conceitos apresentados pelo professor de acordo com uma sequência logicamente
organizados nos livros didáticos.
Infelizmente, os conhecimentos químicos na maioria das vezes são ensinados pelos
professores de forma isolada, sem a preocupação em criar conexões com as situações do
cotidiano do aluno, dando a impressão de que determinados conhecimentos parece não
servir para nada. Sobre o ensino de química desenvolvido nas escolas Lutfi (1988) afirma ser
um ensino limitado a “(...) decorar nomes e fórmulas, decorar regras e nomenclaturas,
classificar, fazer cálculos (as célebres regras de três), informações em grande número (...)
pouca preocupação em estabelecer relação entre elas” (LUTFI, 1988, p.13).
Desenvolver um ensino de química de forma fragmentada, isolada, muitas vezes
impede que o aluno perceba a importância da disciplina em sua vida, não identificando o
quanto aqueles conhecimentos estão inseridos no cotidiano, “os currículos tradicionais
trabalhados nas escolas ao se preocuparem com os aspectos puramente formais da química,
fazem com que seja ensinado um grande número de conceitos que, tratados de maneira
descontextualizada, não permite ao aluno perceber as relações entre a química e as
70
questões do dia-a-dia (Bastos, 2003, p.22). Dessa forma, o aluno passa a aprender apenas de
forma memorística, não favorecendo a construção de uma aprendizagem com significados,
fundamental para se compreender mais claramente os fenômenos e aprender a agir com
mais cidadania e menos ignorância, e dando condições para que se concretize uma educação
transformadora e exercendo seu verdadeiro papel de formar integralmente o aluno.
Esse reducionismo tem feito a escola perder cada vez mais a função de formadora de
cidadãos críticos, conhecedores da realidade social de seu país e dispostos a transformá-la
(...). Assim, muitas vezes tem sido privilegiada a memorização de regras, a resolução de
exercícios numéricos e o estudo sumário de extensos programas, em detrimento da
compreensão conceitual precisa e do entendimento de suas relações com os diversos
campos do conhecimento (SANTOS, 2003, p.7).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais-PCNs, no Brasil a abordagem da química
escolar continua praticamente a mesma, priorizando as informações desligadas da realidade
vivida pelos alunos e pelos professores. “Enfatiza-se por demais propriedades periódicas, tais
como eletronegatividade, raio atômico, potencial de ionização, em detrimento de conteúdos
significativos sobre os próprios elementos químicos, como a ocorrência, métodos de
preparação, propriedades, aplicações e as correlações entre esses assuntos” (BRASIL, 1999,
p.64).
Segundo indica os PCNs, o ensino de química deve possibilitar habilidades e
competências no aluno para a compreensão tanto dos processos químicos em si quanto da
construção de um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações
tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas, de modo a
permitir no aluno, a construção de uma visão de mundo mais articulada e menos
fragmentada.
Baseado na experimentação e na observação, o paradigma cartesiano teve como fim
conseguir o conhecimento, a verdade absoluta, e para isso, segundo a teoria era necessário
dissociar o sujeito do objeto. Segundo Morin (2007), trata-se de um paradigma que ao
separar o sujeito pensante (ego cogitans) e a coisa entendida (res extensa), isto é filosofia e
ciência e permitiu os maiores progressos ao conhecimento científico e à reflexão filosófica,
porém, suas conseqüências nocivas últimas só começaram a se revelar no século XX.
Segundo Behrens (2008) a sociedade do conhecimento demanda repensar a
educação, a prática pedagógica dos professores de modo a pensar na formação de cidadãos
para agir com responsabilidade, e nessa perspectiva, os processos ensino aprendizagem
convergem para o preparo da comunidade acadêmica no sentido de refletir, analisar e buscar
construir projetos pedagógicos críticos, reflexivos e transformadores que levem à formação
do ser humano, com uma visão de mundo mais igualitária, solidária, justa e fraterna.
Zabala (2002), fazendo uma reflexão sobre os conteúdos de aprendizagem, esclarece
que o aluno não tem disposição de aprender quando não percebe a utilidade dos
conhecimentos que estão sendo ensinados, ou não mostram relação nenhuma com
atividades da vida diária, nem dão resposta ás necessidades pessoais, terminando por
configurar-se como algo abstrato.
Para isso, vemos o quanto é fundamental trabalhar um ensino de química numa
perspectiva transdisciplinar, procurando mostrar ao aluno as relações que existem entre os
conhecimentos químicos e os diversos conhecimentos, para uma visão global, integral,
holística, Delors (1999) afirma tratar-se de “uma educação que deve ter em conta as
múltiplas facetas- físicas, intelectuais, estéticas, emocionais e espirituais- da personalidade
71
humana e tender, assim, para a realização deste sonho eterno: um ser humano
perfeitamente realizado, vivendo no mundo em harmonia (DELORS, 1999, p.245).
Para Morin (2009) quanto mais multidimensionais se tornarem os problemas vividos
pela sociedade e a incapacidade do homem para pensá-lo em uma dimensionalidade;
quanto mais globais se tornam os problemas, menor nossa capacidade de resolvê-los, assim,
segundo o autor, tomados de inconsciência e irresponsabilidade, nos tornamos incapazes de
encarar o contexto e complexo planetários, ou seja, de se construir um pensamento
transdisciplinar.
O desenvolvimento de um pensar transdisciplinar pode levar o homem a melhor
compreender os aspectos tão complexos em que se encontra a sociedade, e com isso
encontrar a saída para a complexidade dos problemas atuais. Ao se trabalhar o conteúdo
numa perspectiva transdisciplinar, dá-se condições para que o aluno possa enxergar a rede
que existe entre os diversos conhecimentos, suas interrelações, e isso permite ao aluno a
compreender melhor sua realidade, fazer novos questionamentos, buscar novas soluções
para os problemas reais, recuperando assim, “a autêntica educação, mobilizando as atitudes
e os valores dos alunos, elementos básicos para a potencialização de uma personalidade
autônoma, crítica e solidária” (YUS, 1998, p.18).
Nesse sentido, foi elaborado o documento construtivo da transdisciplinaridade
querecebeu o nome de carta da transdisciplinaridade elaborada pela UNESCO em 19941.
Segundo Zabala (2002) a perspectiva transdisciplinar, supõe uma integração global
dentro de um sistema totalizador, o que, segundo o autor, favorece uma unidade
interpretativa, construindo uma ciência que explica a realidade sem parcelamento.
A transdisciplinaridade, compreende a racionalidade e a não- racionalidade, propõese à compreensão humana ampliada (...). Para tantos, nos métodos, é preciso articular as
Ciências exatas, biológicas e humanas, as artes, a Filosofia e as tradições. Assim, sem dúvida,
realço a importância da construção do conhecimento por meio da metodologia científica,
alimentando a curiosidade, a capacidade de questionar e de ir em busca de respostas que
tenham a legitimidade, confiabilidade (ARNT, 2010, p.113).
Diante da necessidade de desenvolver um ensino de química voltado para
perspectiva transdisciplinar, cujos conteúdos possam dialogar com os diversos
conhecimentos, de modo a gerar uma aprendizagem com mais significados para o aluno,
nosso projeto tem como objetivo
Este projeto tem como objetivo geral desenvolver um material didático
complementar para o ensino de química, na perspectiva transdisciplinar, para ser trabalhado
com alunos do nível médio. A construção desse material didático terá como base o estudo
dos conteúdos de química, interligados a temas de pesquisa de interesse social, tais como:
lixo, alimentação, drogas, alcoolismo, entre outros. Acreditamos ser um material didático que
ao ser trabalhado nas escolas, durante as aulas de química, ajudará ao aluno na construção
de uma aprendizagem transdisciplinar, permitindo que este perceba as relações existentes
entre os conhecimentos químicos e o cotidiano, capacitando o aluno na tomada de decisões
e no seu desenvolvimento como pessoa humana e como cidadão.
ELABORAÇÃO E USO DE EXPERIMENTOS DE FÍSICA COM MATERIAIS RECICLÁVEIS: O
IMPACTO NA RELAÇÃO ENSINO-APRENDIZAGEM
72
AUTOR (A): ANA PAULA PERDIGÃO PRAXEDES
A física é a ciência que estuda os componentes do universo, das forças que interagem
entre si e de seus efeitos. Ela tem como objetivo desvendar os mistérios da natureza e
entender a relação dos humanos com o universo e o mundo. Como outras ciências a física
esta dividida em: física teórica, física experimental e física aplicada.
“Na física experimental aulas práticas no ambiente de laboratório podem despertar a
curiosidade e o interesse do aluno, visto que a estrutura do mesmo pode facilitar a
observação de fenômenos estudados em aulas teóricas. Neste caso, o conhecimento é
testado e argumentado. Além disso, nessas aulas, os alunos têm a oportunidade de interagir
com as montagens de instrumentos específicos que normalmente eles não têm contato em
um ambiente com um caráter mais informal do que o ambiente da sala de aula.” (BORGES,
2002).
As aulas práticas podem ajudar no desenvolvimento de conceitos científicos, além de
permitir que os estudantes aprendam como abordar objetivamente o seu mundo e como
desenvolver soluções para problemas complexos. As aulas práticas servem de estratégia e
podem auxiliar o professor a retomar um assunto já abordado, construindo com seus alunos
uma nova visão sobre um mesmo tema.
Quando compreende um conteúdo trabalhado em sala de aula, o aluno amplia sua
reflexão sobre os fenômenos que acontecem à sua volta e isso pode gerar discussões
durante as aulas fazendo com que os alunos exponham suas ideias, desenvolvendo assim a
capacidade de argumentação e crítica dos mesmos.
ENRIQUECIMENTO PROTEICO DA SILAGEM DE CASCA DE MARACUJÁ SOB NÍVEIS
CRESCENTES DE LEVEDURAS (SACCHAROMYCES CEREVISIAE)
AUTOR (A): JONAS DOS SANTOS SOUSA
O Brasil é o maior produtor e também o maior consumidor mundial de maracujá, com
uma produção de mais de 920 mil toneladas por ano (IBGE, 2010). Segundo Faleiro et al.
(2005), a produção brasileira representa mais de 70% da produção mundial.
O maracujá é usado principalmente na alimentação humana, sendo comercializado
principalmente na forma in natura e posteriormente utilizado no preparo de sucos, doces,
geleias, sorvetes e licores (RUGGIERO, 1998). Também é utilizado pelas indústrias
alimentícias, farmacêuticas e de cosméticos, isso graças ao elevado valor nutritivo dos frutos,
ricos em cálcio, fósforo, vitaminas A e C, e à presença de substâncias como a passiflorina e a
maracugina, usadas como calmante.
A casca do maracujá é rica em pectina, niacina (vitamina B3), ferro, cálcio e fósforo
(CÓRDOVA et al., 2005). Estudos recentes têm comprovado que o aproveitamento da casca
do maracujá possibilita substituir determinados ingredientes da ração animal, ou mesmo
realiza a sua complementação, favorecendo o desempenho dos animais, além de reduzir os
custos de produção. Santos et al. (2009) constataram que a casca do maracujá assemelha-se
ao milho quanto ao teor de proteína bruta e possui teores de fibra em detergente neutro e
ácido que não deprimem o consumo por ruminantes, o que mostra seu potencial como
73
alimento para animais. A digestibilidade aparente e o consumo de resíduos de maracujá
como alimento exclusivo para carneiros foram avaliados por Lousada Junior et al. (2005), os
quais encontraram 60% de digestibilidade da matéria seca e consumo de 3,5% do peso vivo.
A casca do maracujá compõe a maior proporção do fruto, embora existam variedades
com cascas mais finas, tem-se observado pelas indústrias que apenas 1/3 do fruto é
composto por polpa, sendo o restante descartado como resíduo. Na tentativa de minimizar
os desperdícios da produção e industrialização, alguns pesquisadores já iniciaram trabalhos
de enriquecimento proteico da casca do maracujá, mas na literatura ainda são escassas
informações que possam orientar os criadores como dispor estes resíduos para os animais.
O processo de enriquecimento proteico em rejeitos agroindustriais utilizando
microrganismo pode ser realizado através de uma fermentação (cultivo) semissólida, que
possibilita a utilização desses rejeitos como substrato. Segundo Viniegra-González (1998) a
fermentação semissólida apresenta diversas vantagens, quando comparada ao processo de
fermentação submersa, devido aos seus aspectos físico-químicos, especialmente sua
reduzida atividade de água, o que torna o processo mais produtivo, além de requerer baixo
investimento e praticamente não produzir resíduos.
Segundo Oliveira (2007), é possível dobrar a quantidade de proteína bruta da casca
do maracujá triturada, fazendo-se a inoculação de 3% de fermento biológico (Saccharomyces
cerevisiae) e controlando a temperatura de 34 °C, por 48 horas, através da fermentação
semissólida. Para Procreatin (2006), a utilização da levedura nas dietas dos animais resulta
em interações benéficas entre a microflora, o intestino e o sistema imunológico na defesa
contra os desafios antigênicos.
A levedura tem como propriedade melhorar significativamente os índices zootécnicos
dos animais por se tratar de uma ótima fonte de proteína (COPYRIGHT, 2005). As leveduras
vivas através da capacidade de adsorverem bactérias gram negativas, impedir a ligação
destas bactérias às vilosidades da mucosa intestinal e de estimulação do sistema
imunológico, promovem um trato intestinal saudável com benefícios como: melhora a
digestão dos alimentos; aumentam o crescimento e a resistência às doenças; melhora a pele
e a pelagem; reduz a incidência de diarréias; e diminui a produção de gases (PROCREATIN,
2006).
A casca do maracujá contém mais de 80% de umidade, portanto, exige um grande
cuidado na sua conservação. E uma das formas mais econômicas de se armazenar este
subproduto é através da confecção de silos. Reis et al. (2001) verificaram que a densidade da
casca de maracujá promove fácil compactação, o que favorece o processo fermentativo da
silagem. Além disso, tem 69,26% de digestibilidade aparente da matéria seca e 87,34% de
digestibilidade da proteína bruta.
Assim, objetivando aprimorar a utilização de resíduo agroindustrial para alimentação
de ruminantes, propõe-se neste projeto a realização de um trabalho para enriquecimento
proteico da casca do maracujá ensilada, através da inoculação com Saccharomyces cerevisiae
em cinco concentrações, 0, 2, 4, 6 e 8%.
ENSINO DE HISTÓRIA: O CURRÍCULO DO IFAL, O ENSINO MÉDIO E O ENEM
AUTOR (A): ANA LUIZA ARAÚJO PORTO
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O Ensino de História tem se consolidado como um profícuo campo de pesquisa nas
últimas três décadas, sobretudo pela redemocratização da vida política brasileira. No
entanto, as pesquisas têm pensado tradicionalmente as séries finais do ensino fundamental
e muito timidamente as séries iniciais do ensino fundamental. O ensino médio é um campo
ainda por se descortinar para os estudos sobre o ensino de História no Brasil. Movido no
passado pela dualidade entre situar-se em fase de passagem para o ensino superior ou meio
de acesso ao mercado trabalho, o ensino médio se configurava claramente num projeto que
separava de modo muito demarcado um ensino para a elite e um ensino para os filhos da
classe trabalhadora.
Com a redemocratização da cena política brasileira no fim dos anos de 1980, com a
consequente promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1996 e o
advento do conceito de Educação Básica que inclui o ensino médio como fase final da
Educação Básica e o entende como fase primordial na formação de adolescentes, jovens e
adultos, as pesquisas sobre o ensino de História nesta modalidade de ensino tornam-se mais
do que urgentes, sobretudo pela implantação do Exame Nacional do Ensino Médio criado em
1998 e que tem ganhado novo fôlego com a adesão das universidades públicas federais nos
últimos anos e também pela promulgação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio de 2012.
O projeto que ora apresento se situa num campo de reflexão que tem a confluência
de diversas áreas do conhecimento das chamadas Ciências Humanas, e teria como locação
principal a área do ensino de História, ou seja, de como os saberes específicos do campo da
História cristalizados no chamado currículo de História de nível médio se relacionam e se
articulam com o Ensino Médio de modo geral, com o Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM) e também com o currículo de História do Instituto Federal de Alagoas, no chamado
Ensino Médio Integrado. Ele virá a dar uma contribuição para os debates acerca do ensino
das Ciências Humanas no Instituo Federal de Alagoas, como também servir como base e
ponto de partida para as discussões acerca da reformulação da matriz curricular de História
no âmbito do IFAL, visto que temos uma matriz curricular que precisa ser reformulada em
função das novas demandas que se põe para o Ensino Médio quando da promulgação das
novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio ocorrida em 2012.
ESPORTE E ATIVIDADE FÍSICA EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS: AS REPRESENTAÇÕES DA
POPULAÇÃO
AUTOR (A): MAURÍCIO RICARDY BATISTA RAMOS
O comportamento humano é alvo de estudo da psicologia social, pesquisando como
o homem externa seus pensamentos, ri, chora, age, sente dor. As ciências sociais interferem
nestes estudos mostrando que o homem é um ser ativo e não apenas fruto de meras
observações. As informações passadas de geração a geração, além das vivências particulares
ou coletivas farão com que o homem analise situações e obtenha conhecimento, nascendo
assim as representações sociais, que nada mais são que conhecimentos advindos do senso
comum e dos conhecimentos experenciais.
A prática de atividades físicas, dentre elas os esportes contribui para a formação de
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corpos esbeltos – objetivo dos adolescentes – além de prevenir doenças e fazer com que
seus praticantes tenham uma vida saudável – objetivo de adultos e idosos. A década de
setenta foi o auge dos esportes, já que o futebol brasileiro foi campeão da copa do mundo e
houve grande euforia da população. As modalidades esportivas, objetivando resultados e
excluindo os menos habilidosos, passaram a ser o conteúdo principal das aulas de Educação
Física, de acordo com Darido (2005).
Esse contexto pode explicar as várias formas de representação do esporte pelas
pessoas: fonte de saúde, atividade utilizada para lazer e recreação, forma rápida de se
conquistar físico perfeito e meio de conseguir ascensão social – caso dos jogadores de
futebol, onde muitos largam o estudo para se dedicar à profissão. Apesar dessas
representações adentrarem nas escolas, elas não vêm contribuindo para a prática de
atividades físicas.
A prática de atividades e exercícios físicos é sempre recomendada, seja por médicos,
professores de educação física ou mesmo por pessoas que já sentem os benefícios
adquiridos com tais atitudes. De acordo com o Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos
de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos não Transmissíveis, a prática de
atividades físicas regulares reduz o risco de mortes prematuras, doenças do coração,
acidente vascular cerebral, câncer de cólon e mama e diabetes tipo II. Frisam ainda a
importância da prática regular das atividades em pelo menos três dias na semana.
Em conversas informais com profissionais de Unidades de Saúde da Família – USF do
município de Palmeira dos Índios, verificou-se que o índice de pessoas acima de 40 anos
portadoras de diabetes e hipertensão vem crescendo dia-a-dia. O fato é diagnosticado
através das consultas clínicas, exames laboratoriais e posteriormente através dos testes
glicêmicos e aferição da pressão arterial. Quando perguntado aos portadores os possíveis
motivos para essas doenças eles alegam problemas familiares, correria na vida e no trabalho
e principalmente a falta de prática de exercícios físicos, como simples caminhadas.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, aproximadamente 5,8% da
população a partir dos 18 anos tem diabetes tipo 2, o que equivale a 7,6 milhões de pessoas,
e aparecem 500 novos casos todos os dias. As estimativas revelam que mais de 10 milhões
sofrem com essa doença, cujos fatores determinantes são a obesidade e sedentarismo.
Sendo o diabetes a maior causa de amputações não-traumáticas de membros inferiores, e
segunda causa de cegueira e primeira de diálise renal. Para minimizar a situação todos os
anos no dia mundial da diabetes a Secretaria Municipal da Saúde de Palmeira dos Índios,
junto a NUPS, NASF e alunas do curso de Enfermagem do Centro de Estudos Superiores de
Maceió – CESMAC (Unidade Palmeira dos Índios) realizam um evento com a população,
realizando: teste de glicemia capilar, aferição de pressão arterial, avaliação antropométrica,
orientação nutricional e distribuição de panfletos educativos.
Recentemente um censo feito entre o período de 2011 a setembro de 2012 mostra
Palmeira dos Índios com o maior número de casos de diabetes tipo 2 e o oitavo maior do
estado com casos de diabéticos/hipertensos. Números agravantes que preocupam a
população.
A Prefeitura Municipal de Palmeira dos Índios, através da Secretaria de Saúde
realiza projetos de atividades físicas, visando à saúde e à qualidade de vida da população.
Dentre eles, destacam-se:
 Projeto Programa Saúde e Lazer na Praça - uma das metas do projeto é
diminuir a incidência de hipertensão arterial, sedentarismo, colesterol alto,
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



controlar a diabetes, entre outros. As atividades físicas são de alongamento
acompanhado de exercícios de baixo e médio impacto, culminando com um
relaxamento para evitar dores após as aulas. Inclusive no ano de 2012 o
movimento ganhou o reconhecimento com o selo UNICEF por promover a
ação contra diabetes e hipertensão.
Projeto Verão mais Saudável - o evento tem como objetivo estimular a prática
de atividade física e de lazer entre visitantes e moradores do município. São
oferecidas aulas de ginástica, orientação nutricional, teste de glicemia,
aferição de pressão arterial, palestra, simulação do SAMU e campanhas nas
Unidades Básicas de Saúde.
Projeto de Futsal com meninos da Cafurna - acontece no ginásio do Centro
Educacional Cristo Redentor nas tardes de sábado, o projeto visa a ensinar a
modalidade de futsal aos meninos da Cafurna.
Projeto Mais Educação - acontece com crianças de escolas públicas do
município e leva atividades esportivas no contra turno escolar e nos finais de
semana.
Projeto Segundo Tempo – tem também o objetivo de levar esportes e
atividades físicas para crianças e adolescentes no horário contrário ao das
aulas.
O estudo pretende interpretar as representações da população a cerca das atividades
físicas e dos esportes, com intuito de identificar qual o conhecimento que está sendo
adquirido através dessas práticas, bem como apresentar propostas ao poder público para
melhoramento dos espaços, ou mesmo construção de novos (caso necessário) de acordo
com essas representações.
ESTUDO DE CASO: MOTIVOS E CAUSAS DA EVASÃO DOS ALUNOS DO IFAL-CÂMPUS
MARAGOGI NA PERCEPÇÃO DOCENTE
AUTOR (A): CRISTIANE SIMÕES SANTOS
O litoral Norte de Alagoas é composto por dez municípios: Paripueira, Barra de Santo
Antônio, São Luiz de Quitunde, Matriz de Camaragibe, Passo de Camaragibe, São Miguel dos
Milagres, Porto de Pedras, Japaratinga, Porto Calvo e Maragogi, com uma população de,
aproximadamente, 238.000 habitantes. Essa região foi formada a partir da exploração da
cana de-açúcar, sendo marcada pelo latifúndio e pelo trabalho no campo.
Atualmente, o norte alagoano tem sido contemplado com um amplo programa de
reforma agrária, sendo uma das maiores do Brasil em número de assentamentos. A fim de
superar o passado de concentração de terra e renda, cooperativas agrícolas têm ajudado a
implantar e desenvolver a agricultura familiar. Por outro lado, as belezas naturais que a
região dispõe, especialmente nos municípios que pertencem ao Pólo Costa dos Corais, têm
proporcionado o desenvolvimento do mercado de turismo, cujo potencial é incontestável.
Com a proposta do Governo Federal de aproximar a Educação Profissional das
populações distantes dos grandes centros, foi que nasceu a ideia de se implantar um Campus
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nesta região.
A cidade de Maragogi, por meio da Prefeitura, assinou um termo de compromisso
com o IFAL/MEC garantindo a construção de mais um Campus do IFAL. Com a exigência do
Governo Federal de que os novos Campi deveriam funcionar ainda em 2010, foi firmado um
convênio entre o IFAL, a Prefeitura de Maragogi e a Fundação Costa dos Corais – FUNDEC,
para utilização de parte do prédio da referida Fundação como sede provisória do Campus
Maragogi.
Em 23 de agosto de 2010, foi realizado o primeiro processo seletivo, por meio de
sorteio público, com um total de 562 inscritos, sendo que 190 candidatos disputaram as 80
vagas do Curso Técnico Integrado em Agroecologia e 372 candidatos concorreram as 80
vagas do Curso Técnico Integrado em Hospedagem. Os cursos ofertados têm duração de 4
anos e foram implantados de forma estratégica dadas as características econômicas da
região e as possibilidades de incrementar seus arranjos produtivos. O início das atividades
acadêmicas do campus do Instituto Federal de Alagoas no município de Maragogi ocorreu
em 13 de setembro de 2010. Na ocasião, foram iniciadas turmas de dois cursos técnicos
integrados: Agroecologia e Hospedagem. Tais cursos foram propostos para atender às
necessidades do mercado produtivo local, onde predomina a produção agrícola e o turismo.
O Instituto Federal de Alagoas Campus Maragogi tem como objetivo promover o
desenvolvimento local, democratizando o conhecimento através da relação teoria-prática,
contribuindo para que as pessoas possam permanecer nos seus locais de origem e
transforme o seu meio. O alto índice de evasão no Instituto Federal de Alagoas/Campus
Maragogi, perpetua a cultura da exclusão impedindo o desenvolvimento local e a
permanência dos nativos.
Os alunos são residentes de várias cidades vizinhas (Porto Calvo, Japaratinga, Matriz
de Camaragibe, Porto de Pedras e São José da Coroa Grande, São Luiz), o que culmina numa
evasão e falta de assiduidade dos alunos por falta de transporte, algumas prefeituras
terceirizaram o transporte escolar que nem sempre é de qualidade, causando uma
indefinição quanto à presença dos alunos nas aulas. Outro fator que contribui para o baixo
desempenho dos alunos, é que alguns frequentam o ensino médio em outra escola. Houve
um índice alto de desistência dos alunos, como consta na Tabela Comparativa do
desempenho acadêmico entre os alunos de 2010 e 2011, devido à dificuldade de elaborar e
interpretar ideais e um baixo nível de conhecimento, pois em sua maioria são egressos de
escolas públicas municipais ou estaduais, onde conviviam com a ausência de professores na
sala de aula reduzindo o conteúdo proposto para aquela série. Alguns alunos que já
concluíram o ensino médio, aumentaram as estatísticas dos alunos desistentes por vários
motivos, citamos como os principais: a falta de base e o desinteresse pelo curso.
Em 2010, os alunos apresentaram um índice de 51,3% de evasão, bem superior ao
índice de aprovação, o que caracteriza um dado preocupante para a Instituição, uma vez que
esses alunos tiveram o interesse inicial de seguir seus estudos ou incorporar novos
conhecimentos buscando uma instituição de ensino, porém fator(es) contribuíram para que
os alunos desistissem de seguir os estudos antes de concluir o ano letivo determinado em
calendário escolar. Nas turmas de 2011, houve uma queda no índice de evasão, porém o
índice apresentado ainda é alto para os objetivos da Instituição, no entanto podemos
perceber que a redução do índice foi fruto de um trabalho da equipe de gestão, pedagógica e
docente.
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É notório que a educação tornou-se um vetor estratégico para o desenvolvimento
sustentável e equitativo. Além disso, o grau de escolaridade constitui-se um dos principais
fatores que determinam o nível de empregabilidade dos indivíduos. O ensino médio
tecnológico, mecanismo que oportuniza o aluno se ingressar em uma educação
profissionalizante, está sendo convocado a repensar e a transformar seus vínculos com a
sociedade. Mas, existem diversos fatores que precisam ser corrigidos e outros eliminados
para que as pessoas possam ter mais acesso à escola e, sobretudo poder concluir seus
estudos.
Cabe a escola a contribuição efetiva de formar o cidadão capaz de transformar-se a si
próprio e o seu meio. Educar para cidadania deve significar, na realidade, o desenvolvimento
de uma práxis na educação da cidadania, Muraro (2010).
“... é preciso que a educação esteja em seu conteúdo, em seus programas e em seus métodos,
adaptada ao fim a que se persegue permitir ao homem chegar a ser sujeito, constituir-se
como pessoa, transformar o mundo e estabelecer com os outros homens relações de
reciprocidade, fazer a cultura e a história...” Paulo Freire apud Mizukami (1986).
O Instituto tem como objetivo assegurar o direito de todos a uma educação de
qualidade, desenvolvendo habilidades, atitudes, autonomia, independência e criatividade
dos indivíduos. Partindo desse pressuposto, vislumbramos um eixo norteador integrando
Educação Profissional -Trabalho - Desenvolvimento Local.
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ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DE UM EDIFÍCIO GARAGEM NA
CIDADE DE MACEIÓ SITUADO NO BAIRRO DO FAROL
AUTOR (A): UZIEL RIBEIRO LIMEIRA
Atualmente, a construção civil, principalmente no Brasil, está se especializando cada
vez mais. Em contrapartida há uma grande lacuna quando se fala em planejamento de obras,
são poucas as empresas que utilizam dessa importante ferramenta em suas obras. Os
empreendimentos no setor imobiliário não podem ser fundamentados em dados e métodos
empíricos, não basta apenas dispor de dinheiro em caixa e um local apropriado para a
construção para que se tenha um investimento seguro e rentável no ramo imobiliário. Hoje
antes do investimento é de suma importância um planejamento do mesmo, dentro desse
planejamento uma das etapas primordiais é o estudo de viabilidade econômica e financeira.
Esse estudo é essencial principalmente para grandes empreendimentos, tendo em vista que
o ramo da construção civil deve ser o mais exato possível, e com um estudo especifico e
detalhado o risco de que um projeto não der certo diminui muito. Segundo Pires (2004, pg.
3), Saber o que lançar, quando lançar, onde lançar e os caminhos que levam aos recursos
necessários à execução dos empreendimentos como um todo, é indispensável para o
empreendedor que almeja sucesso. Dentro desses parâmetros será desenvolvido um
trabalho de pesquisa que mostrará se é viável economicamente e financeiramente construir
e manter um edifício garagem na cidade de Maceió, no bairro do farol.
ESTUDO QUÍMICO QUÂNTICO DA DEGRADAÇÃO OXIDATIVA DE AGROTÓXICOS
AUTOR (A): JOACY VICENTE FERREIRA
Este projeto baseia-se no estudo químico quântico da degradação oxidativa dos
agrotóxicos: endosulfan, paraquat, aletrina, resmetrina e cipermetrina Através da utilização
de métodos computacionais, foi realizado análise de orbital molecular e cálculos de cargas
atômicas, para identificação dos possíveis locais de oxidação nos agrotóxicos. Nos dias atuais,
a preocupação com o meio ambiente tem sido um tema de grande interesse e discussão por
toda a sociedade. É grande o número de produtos sintéticos, muitas vezes tóxicos que são
lançados no meio ambiente, sem a preocupação devida dos riscos que esses produtos
podem trazer. Como exemplo, desses produtos, temos os agrotóxicos, que tem sido cada vez
mais utilizado, com o principal objetivo de manter a produtividade de alimentos.
Segundo o Decreto Federal Brasileiro no. 4.074, de 4 de janeiro de 2002, agrotóxicos
são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos
setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas
pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de
ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora
ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem
como as substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores
e inibidores de crescimento.
Os agrotóxicos são classificados em acaricidas, bactericidas, fungicidas, herbicidas,
80
inseticidas, nematicidas, raticidas, vermífugos, entre outros, de acordo com as pragas que
controlam. Do ponto de vista da toxicidade os agrotóxicos podem ser classificados em: I –
extremamente tóxico; II – altamente tóxico; III – medianamente tóxico; IV – pouco tóxico.
O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos, esse mercado movimenta
valores da ordem de três bilhões de dólares (ARMAS et al., 2005). O consumo de agrotóxicos
no país é bastante significativo nos cultivos de soja, citros, cana de açúcar, hortaliças (tomate
e batata), arroz, algodão, cereais, café, milho e frutas, sendo que as culturas responsáveis
pelo maior consumo desse produto são as de soja, milho e cana-de-açúcar. Mesmo com o
reconhecido benefício que a utilização de agrotóxicos traz, seu uso excessivo e intensivo tem
um papel determinante na contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas.
Outro problema é que resíduos de agrotóxicos podem ficar nos alimentos, que são na sua
maioria, potencialmente tóxicos ao homem, podendo causar efeitos adversos ao sistema
nervoso central, ter ação imunodepressora, ser cancerígeno, entre outros males (PERREIRA,
2011).
Uma das preocupações dos cientistas que estudam a exposição a essas substâncias é
o desenvolvimento de processos capazes de degradar estes poluentes.
Sendo assim, a oxidação pode ser uma forma de transformar moléculas
ambientalmente indesejáveis em outras moléculas menos tóxicas, de maneira que possam
ser mais facilmente assimiladas no meio ambiente.
Diante do que foi exposto, pretendemos nesse projeto utilizar a química
computacional através dos métodos de química quântica para estudar a degradação e
propor um mecanismo de oxidação dos agrotóxicos: endosulfan, paraquat, aletrina,
resmetrina e cipermetrina.
ESTUDOS DE CULTURA MATERIAL: HISTÓRIA DOS ORNAMENTOS ARQUITETÔNICOS DE
PENEDO (1822-1945)
AUTOR (A): ANTÔNIO JOSÉ DE SOUZA LUNA
Por que trabalhar um novo catalogo sobre os Ornamentos Arquitetônicos de Penedo?
Porque constatamos que, neste projeto teremos um maior aprofundamento sobre os
Ornatos que até então fascinou seus avaliadores. São muitos os Ornatos que esta cidade
histórica apresenta todos consagrados à preservação e que é objeto de pesquisa deste
projeto. Sendo assim, esse novo catálogo busca atender as expectativas dos estudantes e
público em geral elaborando um panorama comparado dos grandes estilos arquitetônicos
dentro de um período que vai de 1822 a 1945.
Inicialmente apresenta uma estreita relação entre patrimônio cultural material e o
resgate da memória, visando contribuir para o desenvolvimento local numa perspectiva
sustentável.
Nesse sentido, a análise contextual e das fotografias nos permite recolocar a questão
do preservar como um fator que suscite repercussões posteriores.
Devido ao crescimento de interesse sobre o patrimônio cultural material, tornou-se
alvo de acirradas discussões sobre os novos usos e formas de apropriação física e simbólica
dos bens culturais urbanos, tendo como suporte empírico a ação dos órgãos públicos na
81
defesa desses patrimônios sejam do Estado de Alagoas ou do Brasil, assim como os
internacionais.
Portanto, o objetivo maior é de contribuir para a inclusão de uma educação
patrimonial como uma ferramenta adequada de desenvolvimento social e preservação,
promovendo uma divulgação de um Catálogo Ilustrativo sobre a História dos Ornamentos
Arquitetônicos de Penedo, tanto em fólio como virtual.
Vale salientar que muito desse conteúdo apresentado aqui tem suas origens em um
minicurso de férias sobre Patrimônio Histórico e Cultural, realizado no Campus de Arapiraca
IFAL, no período de 16 a 28/01/2012. O debate e as reflexões dos alunos instigaram a busca
de mais conhecimentos sobre o assunto.
ESTUDOS ELETROQUÍMICOS DE COMPOSTO DE INTERESSE BIOLÓGICO E DA INTERAÇÃO
COM CICLODEXTRINA VIA ELETROQUÍMICA E ESPECTROSCOPIA
AUTOR (A): ANTONIO ALBUQUERQUE DE SOUZA
No processo de desenvolvimento de fármacos é fundamental o entendimento dos
mecanismos de ação, através da identificação dos possíveis alvos celulares ou intermediários
responsáveis pelo efeito desejado. Assim, o conhecimento das espécies geradas via processo
redox é de estrema relevância na compreensão desses mecanismo (Garrido et al., 2011).
Nesse sentido, a eletroquímica é um método padrão para o estudo das reações redox
e a literatura dispõe de vasto material sobre técnicas eletroquímicas aplicadas em biologia
(Bard & Faulkner, 1990; Hillard et. al, 2008). As reações biológicas se assemelham as
eletroquímicas, no tocante aos processos de transferência de elétrons (TE): a natureza
heterogênea (interface eletrodo-solução, enzima-solução); onde os processos podem ocorrer
tanto em meio aquoso quanto não-aquoso, em temperaturas similares (Dryhurst et al.,
1977).
Um outro parâmentro importante na expressão da atividade biológica de fármacos é
a lipofilicidade, expresso como log P, coeficiente de partição (Valderrama et al., 2009). Assim,
uma vez que insolubilidade acarreta limitações às aplicações farmacêuticas, estudos da
interação de fármacos com ciclodextrinas, formando complexos de inclusão, podem ser
realizadas através de técnicas esletroquímicos e espectroscópicas (Ferreira et al., 2010; Yang
et al., 2004; Venturini et al., 2008).
O presente projeto propõe a realização de estudos eletroquímicos de compostos de
interesse biológico, quinonas e nitroaromáticos, buscando-se correlacionar os parâmetros
eletroquímicos obtidos com as respectivas atividades biológicas apresentadas. Com objetivo
de aumentar a solubilidade dos compostos em estudo, será investigada por métodos
eletroquímicos e espectroscópicos, a formação de complexos de inclusão com ciclodextrina.
Desta forma, este trabalho será executado mediante vínculo de colaboração que o
proponente mantém com o laboratório de Eletroquímica do Instituto de Química/UFAL, onde
as amostras para estudos serão fornecidas pela Profª. Drª. Marília Oliveira Fonseca Goulart
(IQB/UFAL).
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ETNOCENTRISMO, HIBRIDISMO E IDENTIDADES CULTURAIS: UMA ANÁLISE DOS ESTILOS
MUSICAIS APRECIADOS PELOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE ARAPIRACA.
AUTOR (A): SANTE BRAGA DIAS SCALDAFERRI
No mundo globalizado de hoje, onde se tem grande facilidade para obter
informações, podemos encontrar vários estilos musicais espalhados pelo mundo, contudo, os
jovens estão no meio de uma crise de identidade, ou seja, não sabem a que cultura pertence,
às vezes não sabem a historia de sua própria cultura, perde sua identidade, sua essência.
No caso do etnocentrismo, segundo Willian G. Summer, as pessoas tem grande
dificuldade para aceitar as diversidades em uma sociedade ou entre sociedades diferentes,
ou seja, se julgam superiores e acreditam que apenas sua cultura é “correta” e olham com
desprezo para as demais culturas. Com esta visão essas pessoas podem se tornar
egocêntricas, preconceituosas, sem querer conhecer novas culturas por considerar-se o
centro do mundo.
Já no hibridismo, segundo Néstor G. Canclini, por ter mais contato com diversas
culturas, através do radio, televisão e internet, as pessoas passam a respeitá-las e a gostar
dessas culturas, sua cultura permanece ativa, mas coexistem com essas culturas hibridas que
estão presentes no nosso dia a dia, como a música.
Às vezes por conviver bastante com outras culturas as pessoas adotam como sua e
acabam entrando em uma crise de identidade.
EXERCÍCIOS FÍSICOS E GINÁSTICA LABORAL PARA TÉCNICOS EM ELETROTÉCNICA
AUTOR (A): MAURÍCIO RICARDY BATISTA RAMOS
Eletrotécnica é um ramo da Engenharia Elétrica que estuda o uso de circuitos
formados por componentes elétricos e eletrônicos, com o objetivo principal de gerar,
transmitir, distribuir e armazenar energia elétrica. As usinas hidrelétricas, termelétricas,
eólicas, solares e, ainda, as linhas de transmissão, transformadores e instalações elétricas, de
uma maneira geral, são de interesse dessa área.
O Curso Técnico em Eletrotécnica capacita o aluno para planejar e executar a
manutenção de equipamentos e instalações eletroeletrônicas industriais, observando
normas técnicas e de segurança. A formação propõe o uso eficiente da energia elétrica,
como base no desenvolvimento de projetos e edificações que funcionem em baixa tensão.
O Instituto Federal de Alagoas – Campus Palmeira dos Índios oferta tal curso,
formando mão de obra para o crescente mercado elétrico alagoano e brasileiro, sendo um
curso de nível médio integrado, no qual os alunos têm aulas das disciplinas comuns do
ensino médio além das disciplinas específicas da área técnica do curso.
“A Educação Física é componente curricular obrigatório da educação básica” (BRASIL,
1996). Seguindo o disposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, as turmas de
primeiro e segundos anos têm aulas da disciplina, totalizando 160 (cento e sessenta)
horas/aula durante o curso.
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Em pesquisa realizada na mesma instituição de ensino, Ramos & Marques (2013)
sugerem que práticas corporais alternativas, como Ginástica Laboral, sejam introduzidas na
proposta pedagógica da disciplina de Educação Física para os cursos técnicos ofertados no
IFAL – Informática, Edificações e Eletrotécnica, a fim de ensinar formas de prevenção de
lesões musculares aos futuros profissionais da área. Oliveira (2006, p. 11) afirma que “a
ginástica laboral, que visa a promoção da saúde e melhora das condições de trabalho, além
da preparação biopsicossocial dos participantes, contribui para a melhoria do
relacionamento interpessoal, na redução do absenteísmo e dos acidentes de trabalho, bem
como aumenta a produtividade”.
Seminários apresentados pelos alunos do segundo ano de eletrotécnica evidenciaram
que os profissionais são acometidos por problemas musculares e ósseos, decorrentes dá má
postura de trabalho, da falta de fortalecimento muscular localizada, nos grupos musculares
mais exigidos e ainda pela falta de simples alongamentos antes da jornada de trabalho, o que
causa desconfortos e câimbras musculares.
A partir dos resultados obtidos com os seminários e da busca frustrada por literatura
especializada que evidencie atividades físicas específicas para profissionais técnicos em
eletrotécnica, surgiu a motivação desse estudo, que pretende elaborar uma cartilha com
exercícios físicos e ginástica laboral para profissionais ligados à essa área.
FITOSSOCIOLOGIA E ESTRUTURA DA COMUNIDADE ARBÓREA DO PARQUE MUNICIPAL DE
MACEIÓ
AUTOR (A): MERYLANE PORTO DA SILVA LUZ
Uma das consequências mais relevantes do atual ritmo de desmatamento das
florestas tropicais é a crescente fragmentação de suas áreas remanescentes. No Estado de
Alagoas a maior parte da Mata Atlântica é formada por pequenos fragmentos florestais,
mesmo aqueles legalmente instituídos como unidades de conservação ou nas áreas
legalmente protegidas. Como as áreas de florestas contínuas são cada vez menores, avaliar
as consequências da fragmentação e a qualidade ecológica dos fragmentos é um dos
objetivos mais urgentes em conservação (TONHASCA-Jr, 2005).
Áreas de florestas pequenas e isoladas tendem a ser mais acessíveis e,
consequentemente, mais vulneráveis à ações predatórias. É o caso do Parque Municipal de
Maceió, instituído pela Lei Municipal nº 2.514 de 27 de julho de 1978, um fragmento de
Mata Atlântica, “caracterizado como floresta ombrófila secundária com trechos em diversos
estágios sucessionais” (AUTO, 1998). Situado no bairro de Bebedouro é formado por uma
área de 82 hectares de mata contínua com a Área de Preservação Permanente do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), perfazendo uma
área de 137 hectares de mata urbana, que sofre forte pressão das áreas favelizadas do
entorno, o que sugere a existência de efeitos de borda, com possível influência sobre a
comunidade arbórea. Sabe-se que a insuficiência de informações constitui um grande
entrave às práticas de manejo desta área. Portanto, é necessária a realização de estudos
fitossociológicos que revelem o estado em que se encontra a floresta a fim de subsidiar
futuros projetos de intervenção. Os principais objetivos deste trabalho são: 1) caracterizar a
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fitossociologia da comunidade arbórea do Parque Municipal de Maceió; e 2) contribuir para
um maior conhecimento da formação florestal em questão. Para o levantamento
fitossociológico e a caracterização da comunidade arbórea, serão definidas 20 parcelas
10x10m, distribuídas sistematicamente, com um espaçamento de 50 m entre uma e outra.
Todos os indivíduos vivos com diâmetro à altura do peito (DAP, medido a 1,30 m de altura)
superior a 10 cm serão identificados, mapeados, terão seu DAP medido. Estes dados serão
armazenados em banco de dados e a partir daí serão calculados os parâmetros
fitossociológicos normalmente utilizados para análises de comunidades florestais com o
auxílio do software FITOPAC 2 versão 2.1. (Software desenvolvido por G.J. Shepherd).
FLY-SPY: MONITORAMENTO DE INSTALAÇÕES EDUCACIONAIS UTILIZANDO VANTS
AUTOR (A): RAFAEL THYAGO ANTONELLO
Este projeto visa a aplicação de veículo aéreos não tripulados (VANTs) na área de
monitoramento educacional. VANTs são pequenos veículos aéreos, sem tripulação,
controlados por controle remoto ou de algum modo autônomos. Em um primeiro momento
eles foram idealizados para fins militares em cenários de perigo real a seres humanos. Por
exemplo, na área de inteligência militar, apoio e monitoramento da infantaria, controle de
mísseis, acesso a lugares inóspitos, entre outros. Hoje em dia, a utilização de VANTs é bem
mais ampla, estendendo-se para o campo de aplicações civis.
Nesse cenário podemos citar: pesquisa ambiental remota, monitoração e certificação
de poluição, monitoramento atmosférico [Golçalves et. al, 2006], gerenciamento de
queimadas em florestas, monitoramento de trânsito, monitoração de fronteira, oceanografia,
agricultura [Medeiros, 2006] e aplicações de pesca.
Atualmente a tecnologia de VANTs já se tornou matura o suficiente para ser utilizada
para fins civis e comerciais, alavancando o número de pesquisas e consequentemente
produtos na área. No Brasil, a uso de VANTs começou na década de 80, durante o projeto
Acauã desenvolvido pelo Centro Técnico Áreoespacial (CTA). Hoje em dia sua utilização é
voltada principalmente para atividades agrícolas, vigilância e controle de recursos. De olho
nesse tipo de tecnologia, esse projeto de pesquisa propõe a utilização de VANTs no
monitoramento de um ambiente educacional visando evitar a dispersão não autorizada de
alunos durante o período de aula.
GESTÃO DE RESÍDUOS PÓS-CONSUMO DE CARTUCHOS DE IMPRESSORAS E
REAPROVEITAMENTO DAS PARTÍCULAS DE OURO QUE SE ENCONTRAM NA FITA PLÁSTICA
PARA OBTENÇÃO DE NANOPARTÍCULAS
AUTOR (A): LUIS CARLOS FERREIRA DE OLIVEIRA
A preocupação da população com respeito aos produtos químicos está centrada
normalmente em sua potencialidade em causar câncer. Resíduos gerados seja ele em
85
laboratório ou em casa mesmo, não deixa de ser um poluente que dependendo desse tipo
de resíduo pode durar anos, sem contar com sua poluição no meio.
Com o aumento do lixo eletroeletrônico está sendo gerado a uma velocidade
impressionante em todo mundo faz com que diferentes soluções devam ser desenvolvidas
para cada tipo desse resíduo. Logo após o esgotamento do cartucho de tinta de impressoras
laser e jato de tinta, esses cartuchos são muitas vezes reutilizados para reuso, mais esse ciclo
é limitado pela queima de pelo menos um circuito que leva a tinta do reservatório até o
ponto de contato com o papel. Depois do uso normalmente o cartucho é descartado no lixo
comum.
Propõe-se neste projeto atividades de pesquisas no qual consistirá em um
reaproveitamento das partículas de ouro que se encontra na lâmina (ou fita) que comanda o
processo de transporte da tinta, por meio de uma lixiviação ácida com água régia e posterior
separação dos componentes solúveis por meio de extração por solventes orgânicos para
síntese das nanopartículas de ouro.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE PILAR, ALAGOAS
AUTOR (A): AFRÂNIO JORGE BARBOSA CAMPOS
Estudos apontam o crescente uso de materiais que causam um grande impacto
ambiental ao longo de toda a sua cadeia produtiva. Este inclui ocupação de terras, extração
de matérias-primas, produção e transporte de materiais, construção de edifícios e geração e
disposição de resíduos sólidos, e isto tem gerado uma busca por novas tecnologias, as quais
atendam as necessidades e exigências em prol da melhoria da qualidade de vida da
população. Considerando que essas exigências apontam cada vez mais para alternativas que
visem à redução, reutilização e reciclagem desses produtos de modo que causem menores
impactos ambientais. Segundo Fonseca (1999) esse problema se relaciona diretamente com
o crescimento constante da população, exigindo mais produção de alimentos e
industrialização de matérias-primas, transformando-as em produtos industrializados,
contribuindo, assim, para os aumentos dos resíduos sólidos, com consequências desastrosas
para o meio ambiente e para a qualidade de vida. Isto pode ser viabilizado pela criação de
um sistema eficiente de gestão municipal, incluindo a coleta seletiva no ambiente
populacional e em canteiros de obra, além da oficialização de áreas adequadas para a
disposição e reciclagem dos resíduos. O estudo para uma melhor aplicação e destinação
desses resíduos é pouco explorado no meio científico, o presente trabalho apresenta um
estudo a respeito dessa investigação no ambiente populacional e da construção civil.
GLOSSÁRIO DOS PRINCIPAIS ESTILOS DECORATIVOS EM DESIGN, SÉCULOS XX E XXI
AUTOR (A): PATRICIA SOARES LINS
A presente pesquisa se propõe a organizar e sistematizar conteúdos e imagens
86
relacionados aos estilos decorativos no campo do design, tema importante para a área de
design de interiores, de modo a garantir maior dinâmica de conteúdos em sala de aula entre
professores e alunos, no âmbito da comunidade escolar e grupo de pesquisa. Além de
debate teórico interdisciplinar sobre as características dos estilos decorativos e suas relações
com espaços, tempos, técnicas e culturas.
A caracterização imagética de cada estilo e sua organização em forma de glossário
possibilita a discussão sobre o interior e seu cotidiano e poderá ser utilizada como fonte de
pesquisa em diversas abordagens (psicológicas, filosóficas, antropológicas, sociológicas e
históricas).
Dessa forma, a pesquisa disponibilizará material impresso e digital em forma de
glossário que ajudará não somente aos professores mas, principalmente, aos alunos, em
reflexões direcionadas à apreensão de conteúdos e fixação das características de cada estilo
decorativo.
GRANITOS: CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES EM INTERIORES
AUTOR (A): MIQUELINA RODRIGUES DOS SANTOS CASTRO
Os granitos, assim como os mármores, são pedras ornamentais extraídas da natureza
e muito utilizadas na construção civil e em projeto de interiores (Figura 1). São compostas
por vários minerais como a mica, quartzo e feldspato. Cerca de 9 milhões de toneladas de
pedras naturais, principalmente mármores e granitos, são extraídas das jazidas brasileiras
anualmente, sendo reconhecidas e valorizadas mundialmente pela sua geodiversidade
(MEDEIROS: MUNIZ, 2012). Diferenciam-se de muitos materiais por permitir uma vasta
utilização como revestimento de pisos e paredes, mesas, bancadas, divisórias, prateleiras,
entre outros (Figura 2).
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É considerado nobre por ser uma pedra natural, possuir grande resistência e pelo seu
aspecto visual (padrão de cores e formas heterogêneas). Possui densidade de 2.300Kg/m³ e
condutividade térmica de 3W/m.k aproximadamente (LAMBERTS; PEREIRA; DUTRA, 1997).
Distingue-se do mármore por ser menos poroso e por possuir coloração mais escura
como preto, verde, graduações de cinza, vermelho, entre outros (RIBEIRO; PINTO; STARLING,
2002). São alguns exemplos: Granito Preto São Gabriel, Verde Ubatuba, Cinza Andorinha,
88
Verde Bambu, Preto Absoluto, Rosa Iracema, Branco Polar. Segundo Rosso (2013) os
mármores e os granitos são os dois principais grupos de rochas ornamentais, entretanto,
possuem diferentes composições minerais, resistência à abrasão e aos ataques químicos,
itens determinantes para a escolha do produto no projeto.
Existe uma grande variedade desse material e, por isso, o conhecimento de suas
características e aplicações é um fator relevante para o profissional de design de interiores.
Entretanto, a dificuldade de se encontrar livros técnicos para ampliar o conhecimento
do aluno sobre esses produtos limita a sua formação.
Visando contribuir para a formação dos alunos do Curso Superior Tecnológico em
Design de Interiores do Instituto Federal de Alagoas, Campus Maceió, essa pesquisa tem
como objetivo elaborar uma apostila técnica sobre o produto mármore que auxiliará nas
aulas da disciplina Materiais de Composição e Revestimento deste Instituto e servirá como
uma importante fonte de pesquisa para os alunos ao longo do curso.
GUIA DE LEITURAS ESSENCIAIS EM DESIGN
AUTOR (A): ROSSANA VIANA GAIA
Esta pesquisa é de ordem aplicada e suas investigações teóricas terão como meta
elaborar um Guia de Leituras Essenciais em Design que sirva de base teórica para os
estudantes que ingressam no Curso Superior em Design de Interiores (IFAL, Campus Maceió).
O presente estudo resulta de investigações desenvolvidas com as professoras Patrícia Soares
Lins e Áurea Raposo, no âmbito do Núcleo de Pesquisa em Design (NPDesign), nos últimos
sete anos.
A proposta da investigação é organizar, sistematizar e compartilhar saberes já
consolidados no campo design, com foco no design de interiores, bem como informações
sobre conteúdos científicos produzidos no âmbito do curso, tais como artigos científicos
produzidos pelos professores que integram o Grupo de Pesquisa Design e Estudos
Interdisciplinares, assim como outros textos disponíveis no mercado editorial e em
ambientes virtuais institucionais. A meta do trabalho é proporcionar ao estudante um guia
basilar de leituras que possa orientá-lo ao longo do curso, através da difusão de informações
essenciais para a história do design.
A proposta toma por base a ementa da disciplina História do Design de modo a
garantir suporte aos estudantes para ampliarem seus conhecimentos. A proposta de sumário
apresentará os seguintes conteúdos, já devidamente sistematizados: A sistematização desses
dados é algo processual cujas reflexões são oriundas da fase de surgimento do Grupo de
Pesquisa Design e Estudos Interdisciplinares (IFAL/CNPq), em 2006. Nesse sentido, construiuse um conhecimento que, passado o período inicial, requer esforço intelectual no sentido de
intercambiar as informações não somente com alunos e professores do próprio curso, mas
também com um público maior que envolve alunos e professores de outras instituições, bem
como um público diverso que tenha interesse nessas temáticas ou intenção futura de cursar
Design de Interiores.
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IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS DO ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA
ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
AUTOR (A): FÁBIO JOSÉ DOS SANTOS
Historicamente, o ensino de Língua Portuguesa nas escolas tem sido marcado pela
manutenção de um enfoque estritamente gramatical, com o objetivo de apreender a
metalinguagem em diferentes níveis de análise linguística (fonético-fonológico, morfológico,
sintático e semântico). Tal perspectiva ainda encontra força nas escolas, apesar das
contribuições trazidas pelas pesquisas linguísticas (Cf. entre outros, ANTUNES, 2003 e 2007)
e, ainda, pelos textos legais que regem – ou deveriam reger – o trabalho nas salas de aula de
português.
Os PCN, por exemplo, insistem na ideia de que ensinar a língua portuguesa é, antes
de mais nada, desenvolver a competência comunicativa dos usuários dessa língua,
favorecendo seu uso, com eficiência, nas mais variadas situações de leitura/escuta e
produção/fala, em diferentes situações de interação e de nível da linguagem. É assim que os
PCN sugerem apontam para a necessidade de se desenvolver um trabalho com
A língua situada no emaranhado das relações humanas, nas quais o aluno está
presente e mergulhado. Não a língua divorciada do contexto social vivido. Sendo ela
dialógica por princípio, não há como separá-la de sua própria natureza, mesmo em situação
escolar. (BRASIL, 1999: 35)
A aprendizagem de regras e nomenclaturas gramaticais, como um fim em si mesmo, é
incapaz de promover esse tipo de aprendizagem. É preciso dizer, ainda, que a abordagem
que considera a língua como fenômeno social já tem sido enfaticamente alimentada por
alguns instrumentos nacionais de avaliação, como é o caso do Enem e da Prova Brasil, os
quais apresentam questões cujo enfoque recai sobre a funcionalidade da língua/linguagem
em contextos reais de comunicação. Diferentemente da abordagem tradicionalmente
adotada nas aulas de português, um enfoque metodológico centrado no texto – que deveria
constituir o objeto do ensino na referida disciplina – redimensiona o olhar sobre a
linguagem, concebendo-a como ferramenta de ação e transformação da sociedade, capaz de
interferir no processo de formação do sujeito cidadão, e, também, desperta no aluno a
necessidade de se valorizarem, para além da gramática, os conhecimentos de mundo e
sociointeracionais como instâncias de saber imprescindíveis para um desempenho linguístico
satisfatório (Cf. KOCH, 2009)
Dessa forma, é preciso considerar o texto como objeto do ensino de Língua
Portuguesa. E mais: é necessário proceder a um tratamento didático do trabalho com o
texto, considerando os modos de seu funcionamento na vida social, levando em conta seus
usos em situações específicas de interação. Assim, o trabalho com o texto supõe uma
abordagem que privilegie o estudo dos chamados gêneros textuais, definidos por Bakhtin
(1997: 279) como “tipos relativamente de enunciados” que decorrem das necessidades
inerentes a cada “esfera da atividade humana”. Os gêneros textuais, formas recorrentes em
que os textos se materializam, estão presentes em todas as situações de uso da língua, tanto
na oralidade quanto na escrita. De fato, para Marcuschi (2008: 154), é impossível não se
90
comunicar verbalmente por algum gênero, assim como é impossível não se comunicar
verbalmente por algum texto. Isso porque toda a manifestação verbal se dá sempre por meio
de textos realizados em algum gênero. Em outros termos, a comunicação verbal só é possível
por algum gênero textual.
É exatamente devido a essa ubiquidade dos gêneros textuais nas várias situações de
interação que Lopes (2011: 71) defende:
Um dos méritos do trabalho pedagógico com os gêneros discursivos [...] é o fato de
proporcionar o desenvolvimento da autonomia do aluno no processo de leitura e produção
textual como uma consequência do domínio do funcionamento da linguagem em situações
de comunicação, uma vez que é por meio dos gêneros discursivos que as práticas de
linguagem incorporam-se às atividades dos alunos.
Nesta pesquisa, discutiremos sobre a importância do trabalho com os gêneros
textuais no ensino de Língua Portuguesa. Para tanto, investigaremos como ocorre, nas
atividades de leitura, produção e reflexão linguística, a abordagem dos gêneros textuais
numa turma de terceiro ano do ensino técnico integrado ao nível médio no Instituto Federal
de Alagoas. A escolha dessa escola se deve ao fato de o Ifal constituir o campo de trabalho
do professor orientador desta pesquisa, em cujas aulas serão coletados os materiais para
estudo, bem como porque é nessa instituição que estuda a aluna candidata à bolsa.
INCIDÊNCIA DE CASOS HIV POSITIVOS DETECTADOS EM UMA UNIDADE DE SÁUDE DE
MACEIÓ/AL
AUTOR (A): DANIELLE DOS SANTOS TAVARES PEREIRA
A SIDA/AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é causada pelo Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV), um retrovirus da família Lentiviridae, isolado na França por
Barré-Sinoussi e colaboradores em 1983. Foram identificados dois tipos diferentes deste
vírus, conhecidos como HIV tipo 1 (HIV-1) e HIV tipo 2 (HIV-2) (RIBEIRO et al., 2009). No
Brasil, o tipo mais incidente é o HIV-1 (DUARTE et al., 2001).
A transmissão do HIV envolve a exposição a fluidos corporais, como: sangue, esperma
e líquido cefalorraquidiano, lágrima, saliva, leite materno, colostro, urina e secreções vaginais
oriundos de pessoas infectadas (PEREIRA & NASCIMENTO, 2004).
A detecção sorológica do HIV pode ser aferida por meio de testes que pesquisem
anticorpos ou antígenos. Os testes sorológicos são amplamente utilizados nos programas de
saúde pública devido à simplicidade de sua aplicação, elevada sensibilidade, especificidade e
baixo custo, em comparação aos métodos de detecção moleculares (SHARON, 2000).
O aspecto negativo da aplicação do teste sorológico é a ocorrência da “janela
imunológica” que compreende pelo menos 45 dias entre a data em que o indivíduo se
infectou pelo vírus da AIDS e o momento em que serão detectados anticorpos anti-HIV no
sangue do mesmo (TRENCH, 2013). Se um teste de HIV é feito durante o período da janela
imunológica, há a possibilidade de apresentar um falso resultado negativo. Portanto, é
recomendado esperar mais 30 dias e fazer o teste novamente.
As consequências clínicas da infecção por HIV englobam um espectro que varia da
síndrome aguda associada à infecção primária, passando por um estágio assintomático
91
prolongado e por fim a doença avançada. À exceção dos indivíduos que não têm progressão
da doença em longo prazo (menos de 5 % dos casos), a doença causada por HIV progride
inexoravelmente, mesmo durante o estágio de latência clínica (SANTOS, 2005).
INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO VERDE NA PRODUTIVIDADE E NUTRIÇÃO DO MILHO EM
CULTIVO INTERCALAR EM PIRANHAS – AL
AUTOR (A): ALTANYS SILVA CALHEIROS
A região semiárida é caracterizada por prolongados períodos de estiagem e elevada
evapotranspiração devido ao seu clima quente e seco, resultando em um balanço hídrico
negativo na maioria dos meses do ano e índice de aridez elevado. Esta condição compromete
grandemente a produção agrícola nessas regiões sem a utilização de técnicas de irrigação,
além de dificultar o acúmulo de material orgânico sobre o solo, limitando a disponibilização
de nutrientes para as culturas, principalmente o N, decorrentes da ciclagem de nutrientes no
solo.
Concomitantemente a essa problemática das regiões semiáridas à agricultura, o
manejo inadequado das terras agrícolas associados às práticas de queima de restos culturais,
tem contribuído para a degradação do terreno, especialmente por reduzir, ainda mais, o seu
teor de matéria orgânica. A matéria orgânica do solo, originária em sua maior parte da
vegetação e de seus resíduos, exerce ação protetora contra a desagregação das partículas do
solo, além de melhorar suas propriedades física, químicas e biológicas.
Existem diversas formas de se manter ou elevar o teor de matéria orgânica do solo,
entretanto, a utilização de plantas destinadas à adubação verde tem sido uma das mais
utilizadas tanto em pequenas, quanto em médias e grandes propriedades.
A adubação verde consiste no cultivo de plantas, principalmente leguminosas, devido
ao fato de incorporarem grandes quantidades de N ao solo, por meio de fixação biológica do
nitrogênio atmosférico (FBN), com o objetivo de incorporá-las futuramente ao solo, visando a
disponibilização de N para as culturas agrícolas subsequentes. Outro aspecto importante da
utilização de leguminosas é o fornecimento de substrato orgânico e mineral para os
microrganismos do solo, contribuindo assim, para a melhoria da qualidade biológica do
mesmo.
A prática da adubação verde em cultivos consorciados com a cultura do milho pode
tornar-se ainda mais vantajosa, especialmente nas pequenas propriedades rurais, onde a
colheita do milho se faz manualmente, devendo-se estar atento aos efeitos da competição
destes adubos verdes na produtividade da cultura e no rendimento dos tratos culturais. Uma
forma de minimizar esta competição é a utilização de adubos verdes que apresentem
pequena taxa de crescimento inicial ou, para os que têm crescimento inicial rápido, semeálos quando as plantas de milho alcançarem cerca de 60 cm de altura, minimizando ou
anulando os efeitos competitivos dos adubos verdes com a cultura do milho.
Ante ao exposto, o presente trabalho, visa avaliar a viabilidade da semeadura de
adubos verdes na entrelinha do milho e a influência do cultivo intercalar dessas leguminosas
sobre o estado nutricional e a produção de grãos da cultura, no Município de Piranhas,
situada no alto sertão alagoano.
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INFLUÊNCIA DO SULFITO NA PRODUÇÃO DE GLICEROL DURANTE A FERMENTAÇÃO
ETANÓLICA REALIZADA PELA SACCHAROMYCES CEREVISIAE
AUTOR (A): ANTONIO ALBUQUERQUE DE SOUZA
A produção e o uso do etanol combustível no Brasil, desde 1975, constituem o mais
importante programa de combustível comercial renovável implementado no mundo até
hoje. Esse sucesso hoje reconhecido, aliado ao interesse crescente na substituição de
derivados de petróleo, na redução de emissões de gases poluentes e na mitigação do efeito
estufa, tem provocado uma intensa demanda de informações sobre o programa (Unica,
2007).
O etanol esta em expansão por ser um combustível ainda barato, renovável e cujo
emprego como alternativa para a matriz energética mundial está em fase de crescimento. A
tendência de aumento da produção de etanol no Brasil ocorre por vários fatores, como o
aumento da frota de carros bicombustíveis (demanda interna), Protocolo de Quioto
(demanda externa) e aumento do peço do petróleo, entre outras (Mendonça, 2009).
Desta forma, diante da importância econômica do etanol, o conhecimento dos
parâmetros que interferem na atividade da levedura Sacchamyces cerevisiae durante do
processo de fermentação alcoólica é fundamental para o controle de perdas, bem como para
estimativas da eficiência do processo fermentativo dos açucares presentes no mosto. Assim,
o presente trabalho tem como objetivo avaliar a interferência de sulfito no mosto para
produção de glicerol como um subproduto da fermentação conduzida pela Saccharomyces
cerevisiae, e avaliar o efeito negativo no rendimento fermentativo.
INTERFACES GRÁFICAS PARA O SOFTWARE ABC AUTISMO
AUTOR (A): MONICA XIMENES CARNEIRO DA CUNHA
A construção de um software não é restrita ao seu código-fonte, existe uma parte
muito importante que é a interface gráfica (PEREIRA; ESCOBAR, 2011). Em se tratando da
criação de um software para indivíduos com autismo, é necessário um cuidado especial na
elaboração das interfaces e sequência de conteúdos, com o objetivo de tornar as operações
satisfatórias e eficientes para o usuário. Para isso, é preciso que o design de interfaces
conheça e conviva com o seu público-alvo, a fim de modelar as interfaces de acordo com as
suas necessidades específicas.
O autismo é um transtorno do desenvolvimento de causas neurobiológicas, definido
de acordo com critérios eminentemente clínicos, que envolvem déficits qualitativos na
interação social, atraso e déficit de linguagem e comunicação, bem como comportamentos,
atividades ou interesses restritos, repetitivos e estereotipados (SCHWARTZMAN, 2011). Além
disso, os autistas possuem um déficit na capacidade de estabelecer representações dos
estados mentais das outras pessoas, além de déficits de atenção, organização e
93
processamento, que impedem a compreensão de regras e padrões de linguagem.
Embora seja inegavelmente comprovada a existência de uma base biológica na
etiologia do autismo, até o momento não foi possível encontrar um padrão neurológico
específico da disfunção psicológica, sendo atribuído o autismo a uma diversidade de fatores,
que vão desde o genético às condições ambientais. No nível comportamental, os estudos
centram nos padrões de comportamentos repetitivos com diferenciação entre graus leve ao
grave, que por sua vez mostram fortes déficits nas áreas de comunicação, socialização e
imaginação (PASSERINO, 2005).
As primeiras pesquisas comportamentais enfocando a criança com autismo foram
realizadas por Ferster e DeMyer, no início dos anos 60, em laboratório, cuja contribuição foi
explicitar, de forma concreta, a aplicabilidade dos princípios de aprendizagem ao estudo de
crianças com distúrbios de desenvolvimento a partir de adequações ambientais que
provocavam alterações no comportamento dessas crianças (ORRU, 2008).
As muitas pesquisas publicadas a partir da década de 60 relataram diversos
programas de intervenção que apresentavam os princípios da teoria de aprendizagem como
aplicáveis não apenas a comportamentos simples, mas também a outros de natureza mais
complexa e clinicamente significantes (ORRU, 2008).
Na abordagem comportamental os procedimentos para o trabalho com autistas
compreendem a avaliação comportamental, treino de repertórios de apoio, verbais e
perceptivo-motores, treino em interação social, comportamento verbal e comportamentos
acadêmicos, tendo como objetivo a redução de comportamentos excessivos e a ampliação
da atenção do sujeito.
As técnicas baseadas na abordagem comportamental, amplamente utilizadas no
tratamento do autismo e cientificamente comprovadas, são: Tratamento e Educação para
Autistas e Crianças com déficits relacionados à Comunicação (TEACCH) e Análise Aplicada do
Comportamento (ABA).
O TEACCH foi criado em 1964, na Universidade da Carolina do Norte (EUA), por Eric
Shopler e colaboradores, através de um projeto de pesquisa que procurou questionar a
prática clínica daquela época, na sociedade americana, em que se acreditava que o autismo
tinha uma causa emocional e deveria ser tratado através dos princípios da psicanálise. Suas
bases teóricas são o behaviorismo e a psicolingüística (KNEE; SAMPAIO; ATHERINO, 2009). A
valorização das descrições de comportamentos observáveis, a utilização de programas de
aprendizado passo a passo e o uso de esquemas de reforçamento de condutas socialmente
apropriadas, evidenciam as influências comportamentais (DE LEON; OSÓRIO, 2011).
É exatamente nesse programa, o TEACCH, que o software ABC Autismo se baseia.
O software foi especificado e prototipado em 2012 e os próximos passos são a criação
das interfaces que propiciarão o aprendizado passo a passo, com fins de alfabetização da
criança com autismo, bem como da codificação do software.
Este projeto consiste em elaborar as diferentes interfaces para cada um dos tipos de
atividades do software ABC Autismo, que exigem todo um desenho esquemático, um jogo de
cores, sons e esquemas de reforçamento apropriados, de acordo com as necessidades da
pessoa com autismo. Lembrando que o apoio visual suporta toda a metodologia TEACCH
porque a criança precisa entender o que a tarefa propõe sem instruções verbais ou
enunciados, uma vez que muitas delas não possui linguagem verbal nem qualquer préhabilidade ou habilidade de leitura e escrita propriamente ditas.
As interfaces para as atividades educativas serão construídas usando recursos como
94
letras, sílabas, palavras simples, desenhos, fotografias, cenários, sons e animações, com
diferentes propósitos alfabetizatórios, facilitando a identificação do conteúdo e
desenvolvendo a memorização, pois esta é uma habilidade do autista.
Propõe-se a criação de um ambiente agradável, com interfaces desenhadas para
funcionar em modo sensível ao toque, “Touch Screen”, com particular cuidado para as
dimensões dos objetos, localização, dicas para aprendizagem sem erros etc.
INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO RABANETE
AUTOR (A): JOSÉ ANTONIO DA SILVA MADALENA
No Brasil são produzidas e consumidas mais de 70 espécies de hortaliças. Em virtude
dessa grande diversidade de espécies, o manejo das plantas daninhas é relativamente
complexo, por apresentar problemas específicos em relação aos métodos de controle dentro
dos diferentes sistemas de produção (PEREIRA, 2004).
A competição entre plantas é um processo importante tanto em comunidades
naturais quanto em ambientes agrícolas. A presença de plantas daninhas em culturas
olerícolas pode interferir no processo produtivo, competindo pelos recursos do meio,
principalmente água, luz e nutrientes, liberando substâncias alelopáticas, atuando como
hospedeiros de pragas e doenças e interferindo nas práticas de colheita. Assim, qualquer
planta daninha que se estabeleça na cultura vai usar parte dos fatores de produção, podendo
causar reduções de produtividade. O grau de interferência de plantas daninhas em culturas,
depende de fatores ligados à própria cultura, à comunidade infestante, ao ambiente e ao
período em que elas convivem. Os períodos que descrevem a interferência das plantas
daninhas em culturas podem, didaticamente, serem definidos em: Período Anterior a
Interferência (PAI), Período Total de Prevenção a Interferência (PTPI) e Período Crítico de
Prevenção a Interferência (PCPI). Para o desenvolvimento de estratégias de manejo das
invasoras torna-se importante conhecer os períodos de interferência no processo produtivo
das culturas olerícolas.
Devido a falta de literatura para as olerícolas e principalmente para a cultura do
rabanete, esse trabalho se propões a realizar esse estudo, que será um referencial para
cultura a devido a falta de informações nesta área.
INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA: REVITALIZAÇÃO E CRIAÇÃO DE ÁREA DE LAZER NO AÇUDE
GOÍTI, PALMEIRA DOS ÍNDIOS-AL
AUTOR (A): ROBERTO FERNANDES DA CONCEIÇÃO
Palmeira dos Índios é uma cidade do agreste de Alagoas com uma população de mais
de 70.000 habitantes, segundo dados do IBGE e possui uma área de 452,70km² (censo 2010).
A cidade, atualmente, não dispõe de áreas urbanas que permitam tais condições a sua
população.
95
O Açude Goiti é um lago artificial localizado numa área urbana e que constitui uma
importante referencia para a população. Possui uma excelente área ao seu redor que
atualmente não é utilizada na forma como foi concebida. Suas margens estão cheias de lixo,
dejetos humanos e são hoje redutos de usuários de drogas, pichadores e moradores de rua,
o que torna o local poluído visualmente e por inúmeros objetos. Segundo Dacach (1975, p.
26), ao tratar do assunto “poluição humana é a que decorre da presença do homem e de
suas atividades”.
A ausência de cestos coletores de lixo no entorno do lago artificial juntamente com a
falta de consciência e educação ambiental da população, sobretudo dos jovens que por ali
transitam e frequentam os bares dos arredores ou estabelecimentos comerciais e de tantos
outros indivíduos que circulam próximo às margens, acabam por para poluir o açude do Goiti
que já recebe boa parte dos efluentes da cidade. Muitas latas de cerveja, refrigerantes,
garrafas plásticas, copos e objetos de variada natureza denunciam a origem destes
poluentes.
Este projeto irá propor um projeto de intervenção paisagística e de mobiliário urbano,
construção de benfeitorias, recuperação do corpo hídrico a fim de transformar o Açude Goiti
num espaço de lazer para a população.
INTRODUÇÃO, AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE EM MARAGOGI
AUTOR (A): MARCELO CAVALCANTE
A batata-doce (Ipomoea batatas L. Lam.), originada da América Central,
provavelmente do México (Srisuwan et al., 2006), é um tubérculo cultivado em todo o
mundo (Bovell-Benjamin, 2007), sendo introduzido no Brasil no século XVI (Austin, 1987),
onde é produzido em vários Estados, devido sua adaptação às condições edafoclimáticas das
regiões. Por isso, o Brasil é considerado um dos centros de biodiversidade desta espécie,
devido à ampla variação genética existente (Ritschel et al., 1998), observada não só nas
96
raízes (peso, largura, comprimento, formato, cor), mas também na parte aérea
(comprimento das hastes, cor, formato e número das folhas) (Veasey et al., 2007; Cavalcante
et al., 2008; Moulin et al., 2012).
Segundo a FAO (2011b), a China detém 76% da produção mundial de batata-doce
(75,5 milhões de megagramas, Mg). O Brasil, com 544.820 Mg (0,55% da produção mundial),
ocupa o 18º lugar, sendo o 1º colocado no Continente Latino-Americano, com mais de
43.800 ha e produtividade média de 12,4 Mg/ha. Neste cenário, os Estados que mais se
destacam, segundo o IBGE (2011), são o Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba. O Estado
de Alagoas, com área plantada de 1.833 ha e produtividade média de 8,9 Mg/há é o 7º
colocado da Região Nordeste, com predominância da agricultura familiar.
Pelo alto teor de carboidrato das raízes (72,8 g/100 g), é um alimento de significativo
valor energético (105 kcal/100 g cozida) (Pinheiro et al., 2005). A vitamina A, presente na
concentração média de 0,25 mg/100 g, não é suficiente para atender a necessidade diária de
crianças e de adultos (0,4 e 0,9 mg/100 g, respectivamente). No Nordeste, 16 a 55% das
crianças apresentaram dosagem de vitamina A no sangue abaixo de 20 µg/dL, caracterizando
situação de carência endêmica (PNAN, 2013). Por isso, o Ministério da Saúde instituiu o
Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, cujo objetivo é erradicar a deficiência
desta vitamina em crianças de 6 a 59 meses. Esta limitação poderá ser superada se a batatadoce de polpa alaranjada for incluída na dieta, devido ao alto teor de β-caroteno (11,5
mg/100 g), o qual, no corpo humano, pode ser metabolicamente transformado em Vitamina
A. Segundo Bovell-Benjamin (2007), o consumo de 100 g deste tubérculo supre a
necessidade de vitamina A. Acrescenta-se que as práticas agronômicas adotadas para os
cultivares de polpa alaranjada são iguais aos de polpa branca, sem acréscimo nos custos de
produção, podendo ser uma alternativa à cenoura, principal hortaliça fonte de β-caroteno.
Além das raízes, os brotos in natura podem ser utilizados na alimentação humana
com propriedades anti-oxidativas e antimutangênicas (Islam et al., 2009). Já as raízes não
comerciais e as ramas podem ser utilizadas na alimentação animal, tanto in natura quanto
processada. Segundo Viana et al. (2011), a silagem das ramas apresentaram teores proteicos
(11%), energéticos (61%) e perfil fermentativo adequados para a alimentação de ruminantes.
Na indústria, após transformada em amido ou farinha, a batata doce pode ser utilizada nos
mesmos processos e com o mesmo destino da mandioca (Silva et al., 2004). A batata-doce
também pode ser uma alternativa para produção de etanol (Pavlak et al., 2011),
principalmente nos locais com solos de média-baixa fertilidade, onde a cana-de-açúcar
apresenta resultados desfavoráveis. Isto pelo fato de a batata-doce ser uma espécie rústica,
tolerante à seca e de fácil propagação e cultivo (Cavalcante et al., 2009).
Na seleção de genótipos superiores, com maior produtividade e tolerantes aos
insetos-praga e doenças, o emprego de modelos biométricos, tais como parâmetros
genotípicos, são importantes, pois são determinantes não somente na seleção, mas também
na escolha de métodos de melhoramento mais adequados à cultura, além de permitir
inferências sobre a predição de ganhos com a seleção (Cruz & Regazzi, 2004).
IOGURTE PRODUZIDO COM LEITE EM PÓ RECONSTITUÍDO: AVALIAÇÃO FÍSICO-QUIMICA
MICROBIOLOGICA E SENSORIAL
97
AUTOR (A): ÂNGELA FROEHLICH
O leite é um produto bastante consumido pela população, especialmente pela faixa
etária infantil, bem como pelas pessoas de mais idade. Por ser rico em nutrientes merece
cuidados especiais por ser altamente perecível, devido ao seu teor elevado de água e
constituintes. Para ser empregado no processamento do iogurte, o leite deve ser de boa
procedência e qualidade, além de ser tratado termicamente a fim de eliminar
microrganismos patogênicos bem como preservar suas características organolépticas que
interferirão no produto final (Veisseyre, 1988).
O iogurte é um leite coagulado por fermentação láctica devido a ação de Lactobacilus
bulgaricus e Streptococcus thermophilus, que vivem em simbiose, com ou sem adição de
leite em pó, e que está presente na dieta alimentar desde os tempos mais remotos sendo
popularmente conhecido como coalhada búlgara (Tamime et al, 1991). É preparado por
quase todos os povos da Europa oriental (Turquia, Bulgária, Sérvia, Grécia, România) e
Arábia, onde constitui um alimento corrente e popular desde épocas remotas, como leite de
grande digestibilidade, apresenta paladar ótimo e tem um aroma peculiar e agradável
(Behmer, l991).
Como todos os produtos de origem animal, o iogurte deve ter carga de
microrganismos controlada para não causar danos à saúde pública. Por isso a produção deste
derivado do leite exige uma série de condições, desde seu processamento até sua
comercialização.
A produção de iogurte exige uma série de condições, desde seu processamento até
sua comercialização, para que tenha assegurada sua qualidade tanto sanitária, quanto
organoléptica (Saboya et al., 1997 apud Martin, 2002). Produtos lácteos, como o iogurte,
podem causar diversos surtos de doenças, devido à presença de contaminantes (Costa et al.,
2002).
A indústria de laticínios está em crescimento econômico acelerado nos últimos anos e
a matéria prima (leite fluido) regula o mercado, por isso, alternativas são necessárias para os
períodos do ano em que a produção de leite é menor. Iogurtes podem apresentar
formulações diferentes, como por exemplo, serem preparados com uma parte de leite em pó
reconstituído devido a falta de leite fluído na entre safra.
JOGOS ELETRÔNICOS COM FINS EDUCACIONAIS
AUTOR (A): CÍCERO JULIÃO DA SILVA JUNIOR
Jogos são fascinantes para pessoas de qualquer idade. Sua utilização em ambientes
educacionais não é algo novo. Mas em tempos recentes, graças ao grandioso avanço
tecnológico, sua inserção tem tomado maiores proporções. O presente projeto visa o
desenvolvimento de jogos específicos para ambientes educacionais.
As abordagens em sala de aula possuem eficiências variadas, cada uma com sua
aplicação. A utilização de jogos tem se mostrado de grande utilidade, pois une o caminho do
aprendizado com algo interessante para o mundo do estudante. Experiências ao redor do
mundo mostram como a utilização de jogos em ambientes de aprendizado podem aumentar
98
o rendimento escolar, das mais diversas forma.
JOGOS ELETRÔNICOS DE SIMULAÇÃO E PROCESSOS COGNITIVOS – INVESTIGANDO A
PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DO IFAL
AUTOR (A): ELAINE DOS REIS SOEIRA
Apesar de o videogame existir desde a década de 70, foi entre as décadas de 80 e 90
que se registra a sua primeira expansão em larga escala. No Brasil, o segundo momento de
expansão ocorre no final da década de 90, quando tem início a popularização dos
computadores pessoais e da Internet, já que é possível jogar diretamente do computador,
dispensando o uso do videogame e do televisor, além de ser a porta de entrada para a
aquisição de novos jogos através de downloads disponíveis em vários sites. A primeira
década dos anos 2000 é fortemente marcada pela abertura de lan houses, nas quais os
jogadores, mesmo sem computador e Internet em casa, puderam ter acesso à experiência de
jogar individualmente ou em rede, inclusive conectando-se com jogadores de outros países.
É sabido que os jogos exercem certo fascínio em jovens e crianças, fazendo com que
passem horas, em alguns casos, até semanas, envolvidos com o desenrolar das situações.
Esse fato preocupa os pais e os educadores. Geralmente, os pais preocupam-se com o
afastamento dos filhos de atividades mais “saudáveis” e com o “isolamento” provocado pelo
uso dos jogos, além da perda do limite entre o real e a situação fictícia presente no jogo.
Greenfield expõe um ponto de vista diferente. Ela afirma que aprender jogos que exigem o
relacionamento de diversas variáveis “desenvolve habilidades importantes como a
flexibilidade” (GREENFIELD, 1988, p.98) o que não ocorre em jogos em que as variáveis não
interagem nem em jogos em que os jogadores aprendem as regras previamente. Portanto,
nem todo jogo eletrônico é tão desprovido de elementos positivos. Alves (2013) também
contribui com elementos que ajudam na desmistificação dos jogos eletrônicos como
prejudiciais.
[...] Essa visão é extremamente maniqueísta, mas está mudando. Um estudo nos
Estados Unidos mostra que os pais já conseguem perceber que os jogos podem se
transformar em aprendizagem.
No Brasil, ainda há uma parcela de pais desconfiados. As pesquisas acadêmicas estão
ajudando nesse trabalho de conscientização, mostrando o potencial pedagógico e de
aprendizagem dos games. [...]. (ALVES, 2013, [s.p.])
Este projeto de pesquisa pretende conhecer a percepção dos estudantes do IFAL,
identificando como eles caracterizam a sua relação com jogos eletrônicos de simulação,
possibilitando uma aproximação ao universo dos jogadores e reunindo elementos que
evidenciem os processos cognitivos utilizados nas situações de jogo.
Entende-se que os resultados podem contribuir com a desconstrução de concepções
negativas a cerca do uso de jogos eletrônicos, bem como, favorecer a identificação de
elementos presentes nestes jogos que podem ser trazidos para a escolha e a construção de
jogos educacionais.
99
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NO ENSINO TÉCNICO E TECNOLÓGICO
AUTOR (A): ADRIANA NUNES DE SOUZA
A proposta de pesquisa foi motivada pela realidade local e pelos estudos que
realizamos no grupo de pesquisa Bonus lector. No Campus Arapiraca, professores dos
diversos componentes curriculares têm reclamado da falta de habilidade discente na análise
e interpretação textual, bem como a extrema dificuldade na produção de textos. Assim, o
estudo do texto fez-se necessário para que se possa encontrar meios de solucionar esta falha
no processo de ensino e auxiliar a comunidade docente e discente no desenvolvimento da
habilidade de ler, escrever e compreender textos.
Essa realidade traz-nos a necessidade de estudar os mecanismo de leitura e produção
textual estudando os diversos gêneros do discurso, passando pelos que se vinculam ao
ensino técnico e tecnológico. Segundo Bronckart (apud MACHADO e CRISTÓVÃO, 2006)
“todo indivíduo de uma determinada comunidade linguística, ao agir com a linguagem é
confrontado permanentemente com um universo de textos pré-existentes organizados em
gêneros, que se encontram sempre em um processo de permanente modificação e que são
em número teoricamente ilimitados”. Portanto, todo e qualquer conhecimento é organizado
em textos que por sua vez se organizam em gêneros; assim, são esses gêneros que garantem
a comunicação e a interação com o outro, pois se não fosse dessa forma seria impossível a
comunicação e a veiculação do conhecimento adquirido pela humanidade.
O estudo desses gêneros faz-se, pois, necessário já que a comunicação somente se
torna efetiva se tivermos entrado em contato com os diversos gêneros ao longo da vida; o
domínio de um leque de gêneros é fundamental, e no ensino técnico e tecnológico verificase, na realidade local, uma maior dificuldade ao lidar com textos da área, pois o hábito de ler
não é frequente e ler textos técnico-científicos é atividade bastante rarefeita no corpo
discente.
Se a comunicação é garantida pela instituição de determinadas organizações textuais
adquiridas ao longo de nossas vidas para que aconteça a interação e participação social é
preciso o domínio de um número cada vez maior dessas organizações (gêneros/textos)
institucionalizadas socialmente. Nesse sentido, o grupo atuará no estudo do gêneros,
apoiados nos estudos de análise do discurso, em especial nos textos de Bronckart e Bakhtin,
faremos um estudo cuidadoso dos gêneros.
Nesse estudo, pesquisaremos qual a importância da análise do discurso no processo
ensino-aprendizagem dentro do ensino técnico e tecnológico, como essa teoria pode
contribuir para diminuir o fracasso escolar no ensino médio integrado oferecido pelo IFAL,
pois acreditamos que, se o sujeito se capacitar para a leitura e produção de textos tendo por
base os gêneros textuais conseguirá agir e interagir de forma consciente e reflexiva com os
diversos textos apresentados a ele no cotidiano.
Associada à análise do discurso haverá um estudo de semântica, fundamentado em
especial na teoria de Ilari. Sabe-se que a semântica pouco se faz presente tanto nos livros
didáticos quanto nos planejamentos escolares, apenas alguns tópicos específicos da
semântica são tratados superficialmente, como a relação de sinonímia e antonímia entre as
palavras e o fenômeno da ambiguidade, que parece ser mais posto como um defeito de
escrita do que como um recurso intencional.
100
Essa pequena presença é uma chaga no processo de compreensão textual, portanto
faz-se necessário pesquisar o papel da semântica e de sua inserção no ensino técnico e
tecnológico. Possibilitando, assim, um estudo mais amplo dos textos e proporcionando maior
êxito escolar.
À questão da leitura, associa-se a produção textual, em especial a de textos
argumentativos (gêneros mais exigidos do estudante de nível técnico). Marcuschi (2001)
afirma que “Os exercícios de compreensão raramente levam a reflexões críticas sobre o texto
e não permitem expansão ou construção de sentido, o que sugere a noção de que
compreender é apenas identificar conteúdos. Esquece-se a ironia, a análise de intenções, a
metáfora e outros aspectos relevantes nos processos de compreensão.” – estudaremos em
que medida isso é relevante em nossa realidade e como isso influencia a produção textual
discente.
Sabe-se que se o leitor for competente, capaz de reconhecer a importância de
técnicas argumentativas e recursos retóricos em textos argumentativos, entenderá melhor as
técnicas de produção de textos deste tipo e consequentemente terá um melhor desempenho
escolar; assim estudaremos os diversos tipo de textos argumentativos e seu papel no ensino
técnico e tecnológico.
Para que a pesquisa se desenvolva e haja resultados ela não será apenas teórica, mas
passará pela coleta de dados, pela elaboração de minicursos e material de apoio ao discente
e ao docente do ensino médio integrado.
LEVANTAMENTO PEDOLÓGICO ULTRA-DETALHADO DO IFAL - CAMPUS MARAGOGI
AUTOR (A): JOSÉ AUGUSTO MONTEIRO DE CASTRO LIMA
O manejo das terras influencia diretamente a sua resposta ambiental. Sistemas de
cultivo ou de uso de terras que não considerem a capacidade de suporte dos sítios podem
levar os ecossistemas a estádios de degradação irreversíveis. Nesse sentido, torna-se
fundamental ordenar ou estratificar os ambientes, segundo características naturais
facilmente observáveis, constituindo, aliada à adequação da aptidão das terras, estratégia
para diminuir impactos ambientais e conhecer o potencial das áreas (SANTOS, 2011).
Os levantamentos pedológicos contêm informações que permitem repartir áreas
heterogêneas em porções mais homogêneas, que apresentam a menor variabilidade
possível, em função da escala de mapeamento, dos parâmetros de classificação e das
características utilizadas para distinção dos solos. Tais informações são essenciais para a
avaliação do potencial ou das limitações de uma área, constituindo uma base de dados para
estudos de viabilidade técnica e econômica de projetos e planejamento de uso, manejo e
conservação de solos (IBGE, 2007).
Desta forma, a Pedologia consiste em uma importante ferramenta para estratificar os
ambientes, sendo considerada como o melhor estratificador de ambientes, em relação ao
clima, à geologia, e a outros fatores do ambiente (RESENDE et al., 2007).
Um pré-requisito decisivo para a seleção e implantação de áreas de pesquisa é o
conhecimento preciso da distribuição dos solos na paisagem e de suas propriedades. Isso só
é obtido com um levantamento pedológico, o qual permite um prognóstico da distribuição
101
geográfica dos solos como corpos naturais, determinados por um conjunto de relações e
propriedades observáveis na natureza (RIZZOTO et al., 2005).
LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DE PLANTAS DANINHAS NOS PERÍODOS DE
INTERFERÊNCIA NA CULTURA DO RABANETE
AUTOR (A): JOSÉ ANTONIO DA SILVA MADALENA
Diversos estudos abordaram a relação entre as plantas daninhas e outras plantas
economicamente importantes. Este estudo tem como foco central avaliar estratégias
potenciais para interromper ou amenizar os impactos causados pelas plantas daninhas na
cultura do rabanete. No entanto, as espécies de ervas daninhas precisam ser conhecidas para
que prováveis procedimentos de erradicação sejam implementados com maior eficácia
localmente, visto que, seu controle, seja ele biológico ou químico, depende de características
particulares de cada espécie. Além disso, técnicas isoladas apresentam um espectro de ação
limitado (Brighenti et al., 2003), o que restringe o controle dasplantas daninhas para um
número limitado de espécies em uma determinada área. Assim, a identificação e a
quantificação são freqüentemente elaboradas por ser importantes fontes de informação
para que as estratégias de controle sejam implementadas localmente com maior eficácia.
Esse trabalho vai tentar suprir a falta de literatura especializada nesta área para a
cultura do rabanete.
LUDICIDADE E TRABALHO: ALIENAÇÃO OU PERTENCIMENTO?
AUTOR (A): FABRÍCIO JUNIOR DE OLIVEIRA AVELINO
Há um novo no brincar, nos brinquedos e jogos que precisa ser resgatado pelos
educadores e pesquisadores. Um novo que sempre existiu. Um novo que pertence ao
registro do real, mas que por nossas construções de linguagem, sempre tentamos apreender
à nossa moda, perdendo muitas vezes, irremediavelmente o sujeito e o lúdico, em seu tempo
e espaço próprios que precisam ser compreendidos.
Este projeto, portanto, inspira-se no mesmo manancial de ideias e inquietações que
deu origem ao Grupo de Pesquisa Ludicidade e Trabalho: IFAL- Campus Piranhas. Afinal,
percebe-se, no cotidiano escolar, uma força que tira dos sujeitos sua ludicidade, impõe a
noção de trabalho e produção no lugar dessa dimensão lúdica, e, por isso, impõe-nos
investigar quais são as forças que provocam essa tensão.
A questão que nos motiva a empreender esta pesquisa possibilitará investigar as
tensões entre a ludicidade e o trabalho sob o ponto de vista de estudantes jovens e adultos,
buscando perceber os limites entre a alienação e o pertencimento às atitudes lúdicas. Além
de possibilitar aos alunos bolsistas a vivência da pesquisa qualitativa, oportunidade ímpar
para perceber na voz do outro uma valiosa contribuição para os saberes e fazeres científicos.
102
MAPEAMENTO DE CASOS DE CORROSÃO EM USINAS DE PRODUÇÃO DE AÇUCAR E ÁLCOOL
AUTOR (A): JORGE FERREIRA DA SILVA FILHO
Os problemas de corrosão são frequentes e ocorrem nas mais diversas atividades,
como por exemplo, nas indústrias química, petrolífera, petroquímica, naval, de construção
civil, automobilística, nos meios de transporte aéreo, ferroviário, metroviário, marítimo,
rodoviário e nos meios de comunicação, como sistemas de comunicação, na medicina
(ortopedia) e em obras de arte como monumentos e esculturas. Em países desenvolvidos
como Japão, Estados Unidos e Inglaterra, os custos da corrosão chegam a representar 5% do
PIB nacional [1]. No Brasil, os dados dos custos de corrosão ainda são escassos e dispersos.
Especificamente em Alagoas, onde a indústria sucroalcooleira ainda representa a principal
atividade econômica do estado, dados e publicações técnicas ou científicas acerca da
corrosão na indústria não foram encontrados até o momento.
Numa indústria, o desgaste causado pela deterioração de peças metálicas pode não
só levar a prejuízos econômicos relacionados à manutenção e substituição de equipamentos
e peças, como também a contaminação dos produtos e até acidentes com vítimas. Por
exemplo, recentemente no Brasil foram relatados casos de contaminação do açúcar cristal
com material ferromagnético, contendo ferro, níquel e cobalto, provavelmente sendo
resultantes de produtos de corrosão dos equipamentos durante o processo de produção do
açúcar.
De forma geral, os custos da corrosão na indústria podem ser resumidos nos
seguintes itens:
(a) Custos diretos relacionados à substituição do equipamento danificado;
(b) Custos indiretos:
(i) parada ou diminuição da produção, como diminuição da transferência de calor ou danos
mecânicos,
(ii) diminuição da qualidade do produto devido a contaminação com os produtos oriundos da
corrosão.
(c) Custos adicionais: devido ao emprego de materiais mais resistentes, porém, mais caros,
uso de inibidores de corrosão e de revestimentos.
Diversos casos de corrosão podem ser encontrados em uma usina de produção de
açúcar e álcool. Os casos mais comuns são a corrosão de tubulações e tanques em contato
com o solo ou expostos a condições de imersão total ou parcial. No entanto, existem muitos
outros pontos susceptíveis ao ataque corrosivo que merecem ser mapeados e estudados. O
processo de produção de açúcar e álcool em uma usina envolve diversas etapas, as quais são
mostradas resumidamente no fluxograma da Figura 1.
A usina de açúcar e álcool é marcada por uma manutenção elevada, substituição e
reparo de equipamentos devido a abrasão e corrosão e, por esta razão a indústria tem
procurado por componentes feitos de aço inoxidável, pois, esse aço apresenta excelente
resistência a corrosão, melhor condição para higienização, menor número de intervenções
na planta, entre outras vantagens em relação ao aço carbono
103
Nas etapas de produção do açúcar existem dois meios corrosivos que devem ser
considerados, o próprio caldo de cana, que possui pH próximo a 5,6 quando extraído, e na
etapa de sulfitação, a presença de SO2. O pH baixo do caldo é suficiente para gerar um
eletrólito capaz de causar a corrosão de peças constituídas de aço carbono. A adição de SO2
na etapa de sulfitação, utilizado para clarificar o caldo, diminui ainda mais a acidez do meio
para valores de pH próximo 4,4. Esse meio pode, inclusive, provocar corrosão por pite.
As tubulações que transportam o caldo extraído na etapa de extração para a etapa de
clarificação são de aço carbono que podem ter composição variável. O processo de extração
possui variações que vão de 35 a 75°C, e a corrosão interna das tubulações ocorrem, porém,
existem poucas informações sobre esse processo, os fatores que o controlam e os
mecanismos envolvidos.
Na etapa de evaporação, os vapores gerados do caldo possuem ácidos naturais da
cana de açúcar e outros ácidos produzidos no processo. A água condensada, nessa etapa
possui gases dissolvidos, aldeídos, álcoois, ácidos orgânicos e compostos nitrogenados. A
presença de diversos compostos e a própria natureza ácida do caldo cria um meio propício
para que ocorra a corrosão dos materiais em contato com os líquidos e vapores presentes
[6,7]. Já na etapa de produção de álcool, a corrosão em colunas de destilação também é
citada como um ponto de investimento para a redução de custos da produção do álcool no
Brasil [8].
- Proteção e Prevenção
Como problemas de corrosão são responsáveis pela troca ou reparos de
equipamentos, como por exemplo, trocadores de calor, durante o processo de produção,
uma das alternativas é a busca da utilização de novos materiais. A escolha dos materiais
104
adequados, assim como a substituição, são formas de se reduzir os custos relacionados ao
ataque corrosivo. O uso de aços inoxidáveis tem sido sugerido para alguns casos, e esse é o
objeto de alguns estudos nessa área.
As formas mais comuns de proteção e prevenção da corrosão em equipamentos da
área industrial é a aplicação de revestimentos protetores e proteção catódica. Entre os
revestimentos possíveis, as tintas representam uma alternativa que mostra bons resultados
desde que aplicados de formacorreta e a manutenção desses revestimentos seja feita de
forma adequada, pois falhas nesses ver timentos podem causar corrosão intensa, pois, a área
desprotegida passa a funcionar como anodo, sendo corroída rapidamente devido a
densidade de corrente elevada que se estabelece nesse local desprotegido.
A proteção catódica é uma das soluções mais utilizadas para proteção de estruturas
submersas ou parcialmente imersas, tanques, e subterrâneas. Equipamentos e tubulações
em contato com o solo, ou até mesmo estruturas subterrâneas, sofrem corrosão quando
estes estão sujeito a uma condição tal que partes do material em contato com o solo agem
como anodo e outras áreas funcionam como catodo. A corrosão não irá ocorrer se a
estrutura for protegida de tal forma que todas as áreas funcionem como catodo. Esse é o
princípio da proteção catódica, no qual uma corrente catódica é impressa à estrutura ou se
põe um material menos nobre que o material da estrutura em contato com a mesma e esse
material irá funcionar como anodo, conhecido como anodo de sacrifício, corroendo-se em
detrimento da preservação do material que a estrutura é constituída. Esse tipo de proteção
quando aplicada da forma correta e também com manutenção adequada é capaz de impedir
que a corrosão ocorra.
MAPEAMENTO DOS FATORES DE RISCO DOS SERVIDORES DO INSTITUTO FEDERAL DE
ALAGOAS
AUTOR (A): CASSIO HARTMANN
Preocupado com a saúde e á qualidade de vida dos servidores do Instituto Federal de
Alagoas (IFAL), que compõe o quadro de trabalho, resolvemos a partir da observação e pela
falta de ações referentes á saúde e á qualidade de vida, planejar e organizar um projeto de
pesquisa para a os servidores do Instituto Federal de Alagoas. A Organização Mundial da
Saúde (WHO, 1958, p. 495) define saúde como “o perfeito bem-estar físico, mental e social
do indivíduo, e não apenas a ausência de doenças e enfermidades”, tornando mais amplo o
conceito de saúde, percebendo que existem outros fatores a serem considerados além da
inexistência de doenças. (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 1992).
Identificar os fatores de risco coronarianos será um grande desafio do presente
estudo, pois por existir tais epidemias há vários anos, sabe-se que existem poucos estudos e
dados coletados no Instituto Federal de Alagoas, e que foge ao que é conhecido e normal.
Neste estudo agregar-se-á valor a questão de estudar e mapear alguns fatores de risco
relacionados à saúde existentes nos servidores, através do acompanhamento das taxas
metabólicas, da composição corporal e da Pressão Arterial (PA).
105
Para Mcardle (2002) a definição de saúde focaliza o amplo aspecto do bem-estar que
varia desde a ausência completa de saúde (morte) até os mais altos níveis de capacidade
funcional.
A associação da atividade física com a saúde, e conseqüentemente com a qualidade
de vida, populariza-se através de uma grande campanha em conjunto com as instituições
mais respeitadas nos Estados Unidos. A American Heart Association (1992) inclui a
inatividade física e níveis baixos de condicionamento como fatores de risco primários
juntamente com o fumo, a hipertensão e hábitos alimentares (hipercolesterolemia). A
hipertensão afeta aproximadamente 50 milhões de pessoas nos Estados Unidos e
aproximadamente 1 bilhão em todo o mundo. A prevalência da hipertensão aumenta com a
idade, portanto medidas preventivas devem ser implementadas, informações do Framming
Ham Heart Study (1992), sugerem que os indivíduos normotensos apresentam 90% de risco
de desenvolverem hipertensão, aos 55 anos de idade.
A relação entre a pressão sangüínea e o risco de doença cardiovascular é contínua,
consistente e independente de outros fatores de risco, a pressão sangüínea pode acarretar
infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e doença renal. Para indivíduos com idade
entre 40 a 70 anos, o aumento de 20mmHg na pressão arterial sistólica ou 10 mmHg na
diastólica amplia o risco de doenças cardiovasculares.
A classificação de Pré-Hipertensão proposta no Joint Nacional Comittee On
Prevention, Detection, Evaluation, And Treatment Of High Blood Pressure, (J.N.C.P.D.E.T.H.B.P,
2003) reconheceu a necessidade de aumentar os conhecimentos dos profissionais
responsáveis pela rigidez da população, para reduzir níveis de pressão sangüínea e prevenir o
desenvolvimento da hipertensão.
Portanto de acordo com a classificação proposta atual pelo J.N.C.P.D.E.T.H.B.P, (2003),
o indivíduo é considerado normotenso com níveis tencionais <120mmHg de pressão sistólica
e < 80 mmHg de pressão diastólica. No entanto, os indivíduos com pressão arterial de 120139 mmHg para a medida sistólica e 80-89 mmHg para medida diastólica são considerados
Pré-Hipertensos.
O diagnóstico primário da hipertensão é muito comum nos Estados Unidos
considerando que 35 milhões de visitas são feitas ao consultório médico por ano. A
tendência de controlar os valores tencionais nos níveis de pressão sistólica < 140 mmHg e de
pressão diastólica < 90 mmHg, ainda estariam longe de alcançar esse objetivo. Portanto o
J.N.C.P.D.E.T.H.B.P (2003) estima que 30% da população mundial no ano de 2010 não saberá
quem tem hipertensão.
O United States Department Of Agriculture (1996) inclui uma declaração sobre a
importância da atividade física para a qualidade de vida, apoiando-se nos efeitos benéficos
da atividade física junto aos fatores de risco primários e também na prevenção ao
desenvolvimento dessas patologias
O United States Department Of Health And Human Services (1994) lista a atividade
física e o condicionamento físico como as primeiras das 22 áreas prioritárias ressaltando
mais, uma vez, seus benefícios no combate e na prevenção de algumas patologias.
Blair (1996) demonstrou, através de um estudo longitudinal, que o baixo
condicionamento físico é um importante precursor da mortalidade. Este estudo teve duração
de 20 anos e foi realizado com 25.341 homens e 7.080 mulheres de uma cidade americana,
relacionando seus hábitos de vida, de acordo com os fatores de risco, ao aparecimento de
patologias e causa mortis.
106
MARGEM DE COMERCIALIZAÇÃO E TRANSMISSÃO DE PREÇOS DA TILÁPIA NOS
MUNICÍPIOS DE PORTO REAL DO COLÉGIO E PENEDO – ALAGOAS
AUTOR (A): DANIEL DE MAGALHÃES ARAUJO
A aquicultura é uma das atividades agropecuárias que mais cresce no Brasil. Com o
declínio da pesca e aumento do consumo médio do pescado no país a aquicultura tem sido
responsável por suprir a demanda por pescados no mercado internacional. Este cenário,
segundo os especialistas, será mantido indefinidamente ao longo de vários anos, garantindo
o crescimento da atividade de aquicultura. Aliado a isto, a presença de características
naturais favoráveis, como clima, grande quantidade de água disponível em rios e
reservatórios naturais e artificiais, como também grande número de espécies com potencial
de cultivo reforçam a vocação brasileira para a atividade.
A produção pesqueira e aquícola mundial atingiram a 155,8 milhões de toneladas em
2007 e 159,2 milhões em 2008. No Brasil a produção estimada nestes anos foi de 1,07 e 1,15
milhões de toneladas, alcançando cerca de 1,24 milhões de toneladas em 2009, sendo que
415.639 toneladas são oriundas da aqüicultura e o restante da pesca. Em Alagoas aprodução
de pescado acompanhou o crescimento observado no país, sendo produzidas em 2008 e
2009, respectivamente, 16.373 e 17.479 toneladas, sendo identificada a redução dos
produtos oriundos da pesca e crescimento daqueles oriundos da aqüicultura (MPA, 2010).
São muitas as espécies de peixes nativas com potencial para a aquicultura, entretanto
a produção de peixes no país tem a tilápia do Nilo, espécie exótica, como aprincipal espécie
cultivada comercialmente. Tilápia é a denominação comum de grande gama de espécies de
peixes ciclídeos (Boscolo et al., 2001). São naturais da África, Israel e Jordânia (Boscolo et al.,
2002). Mais de 22 espécies de tilápia estão sendo cultivadas mundialmente, entretanto,
tilápia do Nilo é a principal (El-Sayed, 2002). Adaptam-se bem às condições tropicais,
subtropicais e temperadas (El-Sayed, 2002; 2003). É bastante versátil, pois se adapta tanto ao
cultivo etensivo como intensivo (Meurer et al., 2002), além disto pode ser criada em
monocultivo ou policultivo.
Segundo Lim e Webster (2006) as tilápias podem ser consideradas o grupo de peixes
teleósteos melhor sucedido na piscicultura tropical e neo-tropical brasileira nas duas últimas
décadas. São criados em diferentes latitudes, sob os mais diversos sistemas de produção,
abrangendo baixos ou sofisticados níveis tecnológicos, em ambientes abertos ou fechados
com água doce, salobra ou marinha.
Em Alagoas, assim como no Brasil, a tilápia possui importância fundamental para o
desenvolvimento da atividade de piscicultura. O mercado para a espécie está consolidado e
em franca expansão, sendo os filés exportados para mercados dos Estados Unidos e Europa.
Entretanto, no caso das pequenas pisciculturas na Região do APL Piscicultura em Alagoas,
não há plantas de processamento em atividade, sendo a maior parte da tilápia vendida
inteira na própria região, sendo as feiras livres mercados importantes.
Diante da inexistência de trabalhos sobre o mercado consumidor, margens de
comercialização e transmissão de preços nesta região, este projeto foi escrito visando
estudar estes aspectos do mercado.
107
MARGEM DE COMERCIALIZAÇÃO E TRANSMISSÃO DE PREÇOS DO TAMBAQUI
(COLOSSOMA MACROPOMUM) EM PORTO REAL DO COLÉGIO E PENEDO, ALAGOAS
AUTOR (A): DANIEL DE MAGALHÃES ARAUJO
Em Alagoas, assim como no Brasil, a aquicultura tem se consolidado como importante
atividade produtiva. Dentre as áreas da aquicultura, a piscicultura tem maior destaque,
sendo que há inúmeros esforços para desenvolver tecnologias de produção de espécies
nativas de maior interesse, como o tambaqui.
O mercado para a espécie está consolidado na região Norte do país, mas também
ocorre o mesmo no Nordeste, onde a espécie se adaptou desde o início da piscicultura
nacional, quando o antigo DNOCS povoou açudes com a mesma. Além disto, o mercado para
a espécie encontra-se em franca expansão, pela boa aceitação da sua carne pelos
consumidores.
Em Alagoas a espécie é produzida, principalmente, em pequenas pisciculturas na
Região do APL Piscicultura, sendo que a maior parte do tambaqui é absorvido pelos
mercados consumidores locais, nas feiras livres dos municípios produtores. Devido a
preferência do consumidor em adquirir peixes vivos e/ou frescos inteiros e também por não
haver plantas de processamento em atividade no Estado, quase totalidade do peixe é
vendida inteira na própria região, sendo as feiras livres os mercados mais importantes.
Diante da inexistência de trabalhos sobre o mercado consumidor, margens de
comercialização e transmissão de preços para o tambaqui nesta região, este projeto foi
escrito visando estudar estes aspectos do mercado consumidor.
MÁRMORES: CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES EM INTERIORES
AUTOR (A): MIQUELINA RODRIGUES DOS SANTOS CASTRO
Cerca de 9 milhões de toneladas de pedras naturais, principalmente mármores e
granitos, são extraídas das jazidas brasileiras anualmente, sendo reconhecidas e valorizadas
mundialmente pela sua geodiversidade (MEDEIROS: MUNIZ, 2012). Os mármores são
materiais amplamente utilizados na construção civil e principalmente em projeto de
interiores. Diferenciam-se de muitos materiais de revestimento e composição por ser um
produto natural e que permite uma vasta utilização como revestimento de pisos e paredes,
mesas, bancadas, divisórias, prateleiras, entre outros.
É um material considerado nobre por ser uma pedra extraída da natureza, possuir
grande resistência e pelo seu aspecto visual (padrão de cores e formas heterogêneas). Possui
densidade de 2.600Kg/m³ e condutividade térmica de 2,9 W/m.k aproximadamente
(LAMBERTS; PEREIRA; DUTRA, 1997).
Distingue-se do granito por apresentar cores claras, como branco e bege, em sua
maioria e por ter maior porosidade (RIBEIRO; PINTO; STARLING, 2002). Segundo Rosso (2013)
108
os mármores e os granitos são os dois principais grupos de rochas ornamentais, entretanto,
possuem diferentes composições minerais, resistência à abrasão e aos ataques químicos,
itens determinantes para a escolha do produto no projeto.
Existe uma grande variedade desse material e, por isso, o conhecimento de suas
características e aplicações é um fator relevante para o profissional de design de interiores.
Entretanto, a dificuldade de se encontrar livros técnicos para ampliar o conhecimento do
aluno sobre esses produtos limita a sua formação.
Visando contribuir para a formação dos alunos do Curso Superior Tecnológico em
Design de Interiores do Instituto Federal de Alagoas, Campus Maceió, essa pesquisa tem
como objetivo elaborar uma apostila técnica sobre o produto mármore que auxiliará nas
aulas da disciplina Materiais de Composição e Revestimento deste Instituto e servirá como
uma importante fonte de pesquisa para os alunos ao longo do curso.
MATERIAIS LÚDICOS COMO PRINCIPAIS FERRAMENTAS NO ENSINO DE FÍSICA
AUTOR (A): ANA PAULA PERDIGÃO PRAXEDES
Um problema frequente em todas as instituições de ensino médio do nosso país é a
grande dificuldade de aprendizado que os alunos apresentam na disciplina de física. A não
compreensão da Física é um fato grave, já que com isso o aluno passa a não entender o
mundo ao seu redor e o funcionamento de diversos equipamentos eletrônicos. Este
entendimento atualmente é básico e extremamente necessário numa sociedade que exige
profissionais cada vez mais qualificados e que carece de avanços tecnológicos. Esta última
afirmativa está contida na LDB ( Lei de diretrizes e Bases), que é uma das leis que rege a
educação no Brasil.
Um fator que contribui para toda esta problemática é o ensino predominantemente
tradicional ou bancário, onde o professor emite as informações e o aluno apenas recebe as
mesmas. Este tipo de ensino é dominante em diversas matérias do ensino médio. É fato que
na maioria das aulas os professores utilizam pouquíssimos recursos, em geral o livro e o
quadro. Isto gera aulas repetitivas, cansativas e que em geral não são relacionadas com o
cotidiano do aluno. Nosso projeto visa mudar este cenário introduzindo recursos lúdicos no
ensino de Física.
No ensino médio, em geral os alunos são adolescentes, que adoram as redes sociais,
filmes de ação, músicas, gibis, entre outros objetos de entretenimento.
MULHERES DO CAMPO: UMA ANÁLISE DAS RELAÇÕES DE PODER NO ASSENTAMENTO FLOR
DO BOSQUE- MESSIAS- ALAGOAS
AUTOR (A): AMANDA CHRISTINNE NASCIMENTO MARQUES
O assentamento Flor do Bosque está situado no município de Messias e possui 35
famílias. Esta instalação é fruto da desapropriação da fazenda Flor do Bosque que foi
109
ocupada em novembro de 1998. Na propriedade, em meados dos anos 1980, funcionava a
usina Bititinga, mas na década de 1990 os seus proprietários faliram em virtude de uma
dívida contraída no Banco do Brasil, e a fazenda foi arrendada pela usina Santa Clotilde.
Messias possui um IDH 0,536.
Segundo Marques et al (2012), na localidade entre os anos de 1998 e 2006, período
em que ocorreram os processos de ocupação e desapropriação das terras para fins de
reforma agrária, os camponeses/as sofreram despejos, ameaças e intimidações por parte dos
latifundiários que reivindicavam a reintegração de posse das terras. Esse conflito territorial
ficou conhecido no Estado de Alagoas, sobretudo pela quantidade de reintegrações de posse
e persistência dos camponeses/as que ficaram acampados na beira da rodovia por quase 10
anos. Nos períodos que antecederam o processo de luta, havia um grande número de
trabalhadores desempregados e outros que passaram a exercer atividades temporárias e
pendulares na cidade de Maceió.
Alguns residiam em propriedades próximas ao assentamento como moradores de
condição, e outros que foram expulsos da terra, passaram a residir em casas alugadas nas
cidades circunvizinhas.
Segundo Marques et, al (2012) o processo de luta no assentamento se deu partir de
um número significativo de trabalhadores/as que anteriormente eram incorporados ao
processo produtivo da cana de açúcar, mas foram demitidos por conta da reestruturação do
setor sulco alcooleiro.
Algumas usinas deixaram de funcionar naquela região passando a existir uma
quantidade significativa de pessoas ociosas. Só em 1998, de acordo com os dados da
Comissão Pastoral da Terra – CPT/Alagoas mais de 250.000 pessoas estavam envolvidas em
conflitos trabalhistas. A maioria da população residia nos municípios de Murici, Messias e
Branquinha, durante os períodos de funcionamento e decadência da usina, observa-se uma
precarização das relações de trabalho, as quais se destacam trabalhos domésticos,
construção civil, empregos temporários no corte da cana e o desemprego.
Após um processo de organização dos camponeses, o trabalho de base da CPT, bem
como de conhecimento de seus direitos territoriais, eles passaram a reivindicar terra para
trabalho, considerada não só como espaço de reprodução social, mas também, de resistência
camponesa no campo.
A ocupação da fazenda se deu em 27 de novembro de 1998, e segundo Marques et
al. (2012), esse conflito territorial ficou conhecido no Estado de Alagoas, sobretudo pela
quantidade de reintegrações de posse e persistência dos/as camponeses/as que ficaram
acampados na beira da rodovia por quase 10 anos. Houve denúncias de envenenamento do
poço que os camponeses bebiam água, bem como, vários despejos.
Em 2006 a fazenda foi adquirida pelo estado e repassado ao INCRA. Atualmente essas
famílias vivem do cultivo da macaxeira, cana de açúcar, banana, milho, feijão, batata, caju,
abacaxi e maracujá. Além da agricultura, essas famílias vivem da aposentadoria de alguns
entes familiares e auxílios do governo federal.
Uma questão que merece destaque é o pouco acesso das mulheres as políticas
agrárias e agrícolas, segundo o PDA é importante que haja maior equidade de gênero no
acesso a ações do governo para que haja maior empoderamento das mulheres nas questões
relacionadas as decisões do assentamento.
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NEOCLASSICISMO: A ESSÊNCIA DO CLÁSSICO NA ARQUITETURA DA CIDADE DE PENEDO
AUTOR (A): ALMIR TAVARES DA SILVA
A cidade de Penedo localizada no interior do Estado de Alagoas possui uma história
com acontecimentos que marcaram o local e que podem ser verificados somente pelo fato
de circular pelas suas ruas. É possível perceber partes de sua história por meio das
expressões artísticas encontradas nos monumentos, estátuas, bustos, edificações e que
mostram as influências que essa cidade herdou. A sua variedade arquitetônica expressa nas
casas, sobrados, igrejas, teatro, hospital e mercado público construídos em estilo colonial,
barroco, rococó, neoclássico, eclético e moderno configuram esse local como uma das
riquezas artísticas do país.
Dentre os diversos monumentos que expressam toda grandiosidade artística, os
elementos característicos da cultura clássica Greco-romana são muito evidentes a partir do
Teatro Sete de Setembro e o Mercado Público da cidade que atualmente passa por um
processo de restauração. Ao observar as suas linhas e formas, percebe-se que seus
elementos também podem ser encontrados em outras edificações da cidade que leva o
atento observador às perceber as características do estilo Neoclássico como uma grande
influência na cidade. Porém, nem sempre alguns elementos clássicos no frontispício de uma
edificação é sinal de que seja uma edificação clássica, pois é necessário analisar o que faz um
monumento ser considerado como uma representação do classicismo.
O Neoclassicismo desperta um interesse específico, visto que, a cultura Grecoromana teve destaque na cultura do ocidente e no Brasil. O Rio São Francisco que banha a
cidade de Penedo possibilitou que embarcações estrangeiras ancorassem ao seu porto, e ao
mesmo tempo a chegada de estrangeiros à cidade também podia ser realizada por estradas
de terra.
Desse trânsito pelas estradas ou pelo rio, a cidade recebeu artistas com influências
dos estilos desenvolvidos na Europa que coincide com o período Imperial brasileiro e que
contribuiu para tornar a cidade um marco histórico e arquitetônico do Brasil.
NOVAS TECNOLOGIAS E ENSINO: O USO DO AMBIENTE MOODLE COMO FERRAMENTA À
PRÁTICA DE LEITURA E ENSINO DE LITERATURA NA ESCOLA MUNICIPAL BENÍCIO BARBOSA
NA CIDADE DE SÃO JOSÉ DA LAJE – AL
AUTOR (A): HERBERT NUNES DE ALMEIDA SANTOS
O século XXI, dentre as várias transformações sociais e políticas, trouxe arraigada um
progresso tecnológico que, aqui, chamaremos de Boom tecnológico. Esta tecnologia não
surgiu nem para competir entre si nem muito menos com a escola. Ela surge como um novo
espaço atrativo de aprendizagem e diálogo. Diante disso, buscamos articular um processo
educativo que fortaleça de forma científica, cultural e, sobretudo, tecnológica a prática de
leitura e ensino de literatura com os alunos da escola Municipal de Ensino Fundamental
Benício Barbosa em São José da Laje - AL. Observamos que a escola possui um laboratório de
111
informática, porém sem uma utilização que direcione os(as) alunos(as) para a prática da
pesquisa, produção textual e contato com os textos literários. Diante desse prognóstico, o
projeto pretende investigar e analisar as causas de supostos desinteresses de leitura para,
assim, construir parâmetros com o (ambiente moodle), transformando aquele espaço em um
ambiente atrativo e que se direcione, também, à produção científica daqueles alunos.
Dentre as várias reclamações das escolas no tocante à aprendizagem, está a de que
os alunos não têm tido um direcionamento para as funções didáticas disponíveis e oferecidas
por essas novas tecnologias. Por isso que, também, estudaremos os aspectos que permeiam
o desinteresse docente em trabalhar com tecnologias e ensino. Percebemos que há uma
grande utilização deste laboratório, porém sempre utilizada de forma inóspita e avessa ao
ensino de literatura, fato esse, que tem, a nosso ver, prejudicado a aprendizagem desses
alunos. Os discentes reclamam do tédio de ficar ouvindo um professor falando por horas e
horas acerca de textos literários sem o uso, por exemplo, de vídeos, filmes e depoimentos de
autores, criando, assim, um fosso entre o conteúdo das aulas e a possibilidade infinita de uso
dessas tecnologias. Por isso que a pesquisa, também, irá se direcionar para investigações
didático-culturais. Isso se justifica pelas observações acerca da formação cultural da região.
Com isso, nos possibilitando formar feedbacks que venham viabilizar novos olhares e
direcionamentos para esses entraves didáticos.
O CÁLCULO DA ÁREA DE UM TERRENO PARA PLANTIO: UM ESTUDO SOBRE A DIVERSIDADE
DE MÉTODOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
AUTOR (A): AUXILIADORA BARALDI PACHECO
As diversidades culturais que são colocadas para o programa de pesquisa da
Etnomatemática, desenvolvido por Ubiratan D’ambrósio (2004), aponta como um grande
desafio buscar entender o fazer e o saber matemático das culturas marginalizadas. Isso não
deve ser entendido apenas como uma visão essencialista das diferenças entre um saber
escolar e um saber popular. Muitas questões não foram respondidas sobre a forma de
interpretação do saber escolarizado, como uma norma, um padrão frente a outro saber,
vindo de práticas culturais muitas vezes excluídas no mundo social e nos processos
educativos. A articulação dessas diferenças implicaria na visão de D’Ambrósio (2004): em um
sentido, incorporar o conhecimento da cultura popular; em outro, possibilitar ao
conhecimento padrão tornar-se acessível aos que fazem parte dessa cultura que, “embora
seja praticada, é muitas vezes ignorada, menosprezada, rejeitada, reprimida e, certamente,
diminuída. Isto tem como efeito desencorajar e até eliminar o povo como produtor e mesmo
como entidade cultural” (D’Ambrósio, 2004, p.50).
Essa cultura popular é produtora de notáveis experiências geométricas como a do
conhecimento aprendido na própria família para a construção de pipas e papagaios,
exemplifica D’Ambrósio (2004). Nessa atividade, as formas geométricas são determinantes
para o sucesso de sua função de fazer divertir, realizar sonhos de voar e capacidade de
criação. É uma Geometria de formas, técnicas, cores, funcionalidade e movimento. Mas a
Geometria das formas aprendida na escola não tem cores, não tem funcionalidade para a
vida prática, não diverte, não faz sonhar e limita a capacidade criativa do aluno. A
112
metodologia que possibilite desenvolver a Geometria e a Matemática que preserve a
diversidade e elimine as diferenças é um desafio de muitas pesquisas em Educação
Matemática. Knijnik (1995) investigou sobre as práticas de cubação da terra e a cubagem da
madeira, abordando a inter-relação entre o saber escolar e o saber popular. Nessa atividade,
dois alunos apresentaram os métodos mais utilizados de cubação da terra.
Segundo Knijnik, citada por Giardinetto (1999), um desses métodos era resultado de
uma divisão da terra em quadrado de mesmo perímetro; o outro método semelhante ao
primeiro resultava da “identificação, via um processo de modelagem, de uma terra com 4
divisas conhecidas com um retângulo de mesmo perímetro, cujos lados eram determinados a
partir das médias dos lados da ‘terra’ inicialmente dada” (Giardinetto, 1999, p.9). Knijnik
(1995) relata que, em atividades com os alunos-professores, tais métodos não davam conta
eficientemente do cálculo da cubação da terra e apresentava a fórmula de Heron como um
método que resolvesse de forma mais abrangente o que os métodos populares não davam
conta. Segundo Giardinetto (1999, p.9), “A autora não explicita o fato de que a utilização da
Fórmula de Heron encarna uma objetivação decorrente da capacidade humana de abstrair
além de resultados empíricos”, enquanto que os métodos populares “evidenciam a
objetivação e encarna um avanço para a superação de problemas em que a lógica práticoutilitária não mais gera resultados eficazes”.
Assim, considerou-se necessária à reflexão e à concepção deste estudo, com o
propósito de analisar resultados sobre os diversos métodos de cálculo de área das
superfícies planas: métodos euclidianos, método de herão, método por coordenadas
analíticas (Gauss) e o método de introdutório de integrais. Esses métodos de cálculo que
sempre foram tratados no contexto teórico e escolar e que, mesmo quando se acreditava
estar apresentando um problema contextualizado para os estudantes, na realidade esses
problemas apresentariam dificuldades técnicas para serem aplicados sem as técnicas de
agrimensura.
Nossa questão visa responder: Como realizar o cálculo de áreas por diferentes
métodos matemáticos e comparar com as possibilidades de execução das técnicas de
agrimensuras para realizar medidas em um terreno? É possível encontrar a área de um
terreno sem o desenho da planta baixa?
O ENSINO DA LITERATURA DURANTE O ENSINO MÉDIO
AUTOR (A): ADRIANA NUNES DE SOUZA
A constatação de que a educação vem sofrendo mudanças cotidianamente é uma das
abordagens mais atuais nos debates educacionais. Faz-se necessário que a escola e seus
atores modifiquem também seu perfil a fim de atender às demandas da sociedade vigente.
Assim sendo, o ensino literário também necessita de mudanças, pois ele vem ao longo dos
anos sendo visto sem inovações e a escola tem que se adequar aos avanços tecnológicos,
para que a literatura seja desejada por parte dos alunos. A falta de utilização dos recursos
tecnológicos por parte do professor leva ao desinteresse do aluno, por isso o professor deve
sempre estar atento às inovações tecnológicas, para manter o aluno interessado na aula.
113
O ser humano tem muitas questões a serem resolvidas e a literatura em geral tem
essas respostas, pois sua linguagem é bem interpretada em toda e qualquer época. A mesma
é, no entanto, um pouco confundida, pois tem dois tipos de modalidade, é obrigatória no
vestibular e o professor- aluno, quando o professor decide se vai ou não dá aula dessa
disciplina.
A literatura como disciplina vem perdendo seu espaço, desde que foi unida as
disciplinas, de português e redação, uma vez que a maioria dos professores optam por
passar apenas o conteúdo de português e as vezes o de redação, sendo assim a literatura é
pouco mostrada ou nem mesmo isso.
É na fase da adolescência que o jovem encontra-se com a mente mais propicia a
conhecer novos assuntos, seria nesse período a hora certa de introduzir a literatura, pois
também é nessa época que o aluno esta formando sua personalidade e a literatura é um
ótimo caminho para essa formação.
O POTENCIAL DO TURISMO HISTÓRICO NO LITORAL NORTE ALAGOANO
AUTOR (A): ELAINE MARIA GERALDO DOS SANTOS
A história do litoral norte no estado de Alagoas possui uma relevância singular. Desde
o período em que o Brasil esteve como colônia de Portugal a região onde hoje se conhece
como Alagoas se apresentava geograficamente atrativa para a passagem de importantes
personagens e fatos históricos que permeiam cidades como Maragogi, Porto Calvo e Porto
de Pedras.
O interesse em desenvolver um estudo mais detalhado sobre essas cidades se deu
após ministrar a disciplina História Regional, a qual é específica para os discentes no terceiro
ano do curso de Hospedagem no IFAL/Campus Maragogi no ano de 2012. Mesmo com uma
carga horária de 80 horas, o que equivale a um ano letivo, a falta de material didático e
informações necessárias ao desdobrar dos conteúdos pedagógicos se mostrou como uma
barreira que merecia transpor a sala de aula e carecia de uma pesquisa aprofundada.
Pela carência de material, descobertas foram constantes. O primeiro passo para o
desenvolvimento da disciplina História Regional foi adquirir livros didáticos. O segundo
procedimento foi realizar um “conhecimento de campo” das cidades que seriam trabalhadas
em sala. Assim, municípios circunvizinhos ao Campus foram visitados e uma pesquisa
primária foi feita, com a procura de pessoas que possuíssem tanto artefatos quanto
informações.
A fragilidade das informações colhidas despertou a ideia da importância de uma
pesquisa mais profunda já que é de conhecimento público que a região possui mais de
quatrocentos anos de história.
A atual cidade de Porto Calvo se mostra como ícone nacional da importância
alagoana para a construção da nossa história. Nasceu oficialmente como sesmaria no século
XVII; ilustra nomes como Calabar, Mathias de Albuquerque e Zumbi, os quais tiveram
atuação nessa cidade, possuindo até os dias atuais as marcas dessas histórias (QUEIROZ,
2010).
114
Seguindo a mesma linha de destaque do Estado de Alagoas na história nacional, a
cidade de Maragogi viveu algo inusitado. Em 15 de setembro de 2010 seis minas explosivas
foram encontradas e uma detonada para espanto da população. Atribuíram esse achado
histórico a atuação de embarcações que teriam passado pela região durante a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945) e, devido a localização geográfica estratégica que liga o norte ao
sul do país, foram enterradas para uma possível detonação, no meio da área urbana
maragogiense.
Entretanto, essa bomba foi esquecida ao longo do tempo e, num acaso, foi achada.
Como o deslocamento para uma universidade ou outro local que pudesse ser melhor
analisada seria perigoso, se resolveu explodi-la com dinamite “grudadas” em seu casco.
Segundo moradores, o estrondo pôde ser ouvido numa distância de 30km e estilhaçaram
vidros de janelas de hotéis e casas. Comparando Maragogi as demais cidades da região, foi a
única que pudemos encontrar uma tentativa de “museu”. A propriedade particular do senhor
Cascudo é um casarão datado de 1857 (antes da emancipação da cidade de Maragogi, que
em 24 de abril completou 134 anos) e detém todo tipo de materiais antigos, os quais teriam
sido encontrados na cidade ao longo do tempo. Esse casarão é chamado de Casa Verde pelos
moradores e está localizado na rua José Machado Tavares, s/n, centro. Todo esse material
pode ser perdido já que o proprietário deseja removê-los para uma reforma da propriedade.
Porto de Pedras possui ligação íntima com o período da Invasão Holandesa (16241654) tendo ainda hoje um patrimônio imaterial e uma população mestiça que
supostamente tem ligação com esse acontecimento. Na visita realizada com os discentes em
03 de agosto de 2012 tivemos acesso a alguns escritos sobre a origem da cidade e alusão a
passagem de Dom Pedro, Imperador do Brasil no século XIX, para averiguar o farol e o
suposto túnelconstruído pelos holandeses na época da Invasão com finalidade de uma
possível fuga se fossem atacados no século XVII.
Nossa intenção para desenvolver o estudo sobre esses municípios parte dessas
primeiras informações e podem modificar o curso turístico dessas cidades. Essa pesquisa
pode fornecer novas possibilidades para a região, fruto de um levantamento histórico que
tem como intuito tornar o turismo cultural uma realidade e fomentar material para o curso
de Hotelaria do IFAL/Campus Maragogi.
O TURISMO CULTURAL EM MARECHAL DEODORO – AL: POTENCIALIDADES E DESAFIOS
PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL
AUTOR (A): PATRÍCIA LINS DE ARROXELAS GALVÃO
Nos dias atuais, o turismo tem sido considerado como uma das alternativas capazes
de tornar dinâmicas muitas localidades, considerando que essa atividade passa a ser o
centro das atenções de vários governos, face ao seu potencial de geração de emprego e
renda. Dessa forma, o crescente desenvolvimento da atividade turística tem provocado o
surgimento de segmentos adequados às exigências especificas do mercado. O turismo
cultural se encontra entre eles, diferente do turismo tradicional, tem seu foco direcionado a
visitações de sítios arquitetônicos de valor histórico, como também à apreciação de
manifestações culturais.
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O Estado de Alagoas tem sido foco de vários projetos e ações públicas no âmbito do
turismo. Marechal Deodoro é um município que oferece um forte potencial para a prática do
turismo cultural e apresenta importante patrimônio cultural aliado ao natural. No que diz
respeito aos aspectos ambientais, pode-se destacar a ocorrência de áreas de manguezais,
rios, lagoas, dentre outros. Quanto aos aspectos culturais, pode-se destacar a diversidade do
patrimônio cultural e social, representado pela arquitetura religiosa e civil, além do
artesanato em filé. Conforme dados do IBGE (2013), Marechal Deodoro surgiu no ano de
1611 como Vila da Madalena. Serviu de sede do governo da então província de 1823 a 1838.
O município possui grande valor histórico, principalmente por ter sido a primeira
capital do Estado e berço do proclamador da República, que deu nome à localidade.
Tombada pelo Patrimônio Histórico, tem valor arquitetônico incontestável, onde se destaca o
complexo franciscano de Santa Maria Madalena.
O município é banhado pelas lagoas Mundaú e Manguaba e tem como atrativos
naturais a Ilha de Santa Rita (maior ilha lacustre do país e área de preservação ambiental), a
prainha, praia do saco e a turística praia do Francês. É inegável o legado material e imaterial
de Marechal Deodoro. A partir da conservação desses bens, é possível interagir com a
população local, com a finalidade de valorização do patrimônio existente e, ainda, fomentar
a prática do turismo histórico-cultural, atualmente, pouco explorado comercialmente.
A presente pesquisa tem como objetivo geral diagnosticar os aspectos do turismo no
município de Marechal Deodoro-AL e analisar como esses podem contribuir para o
desenvolvimento local integrado e sustentável. Pretende-se ainda, estabelecer relações entre
o desenvolvimento da atividade turística e o meio ambiente, no sentido de contribuir para o
embasamento de projetos turísticos, além de apresentar um roteiro turístico envolvendo os
atrativos da região. A pesquisa baseia-se numa metodologia de caráter diagnóstico e terá
abordagem exploratória.
Para alcançar os objetivos, o projeto será baseado em cinco etapas: na primeira será
realizada a pesquisa de dados bibliográficos para fundamentar as bases do referencial
teórico; na segunda será elaborado o inventário da oferta turística de Marechal Deodoro; a
terceira fase corresponde à pesquisa de opinião com a população local sobre o turismo no
município, através da aplicação de questionários; na quarta etapa, será analisada a demanda
turística real, por meio da elaboração e aplicação de questionário com visitantes e turistas; e,
por último, na quinta etapa, será elaborado um roteiro turístico, envolvendo os atrativos
culturais do município.
Entende-se que a pesquisa é de suma importância, pois servirá de base aos gestores
públicos e comunidade local no desenvolvimento de ações de gestão em turismo aplicadas
de maneira sustentável e potencializando os impactos positivos do turismo.
OS IMPACTOS DA EXTENSÃO RURAL PÚBLICA NO DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
DE MARAGOGI/AL: UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICA
AUTOR (A): ARTHUR ADRIANO LIMA SANTOS
A agricultura é a segunda maior atividade econômica do município de Maragogi,
distribuída, sobretudo, entre pequenos produtores e assentados. Estes são assistidos pelas
116
secretarias de agricultura do município e do estado. Não obstante, a avaliação imparcial dos
impactos das atividades de extensão rural é inexistente.
Avaliar esses resultados implica em analisar a integralização de fatores como
sustentabilidade ambiental, emprego e renda, inclusão social e cultural, gênero, dentre
outros. Em síntese, a avaliação é a tentativa de pensar a qualidade de vida dos pequenos
produtores rurais. Lamentavelmente, Alagoas é conhecida no cenário nacional pelos baixos
índices de desenvolvimento humano e, Maragogi insere-se nessa problemática como um de
seus municípios. Todavia, o IFAL constitui-se ou pode constituir-se instrumento de superação
desses índices, segundo o seu Plano de Desenvolvimento Institucional (p.23).
Imbuído desse compromisso, o projeto, vinculado à disciplina crítica de sociologia,
pretende avaliar as atividades de extensão rural pública e propor, quando for o caso, ajustes
e melhorias aos pequenos produtores, cumprindo assim o compromisso de reduzir as
desigualdades sociais e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico da região, como
também prevê o PDI.
OS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS E A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO: REFLEXÕES SOBRE O
ENSINO DE MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
AUTOR (A): REGINA MARIA DE OLIVEIRA BRASILEIRO
Esse projeto consiste em investigar o processo de formação do pedagogo para o
ensino de matemática nos anos iniciais do ensino fundamental, a partir dos cursos de
formação de professores da cidade de Maceió/AL, a partir da realização de uma pesquisa
qualitativa.
Nesse sentido, esta pesquisa pretende contribuir para o aprofundamento das
discussões em torno da formação dos professores e do ensino de matemática nas
instituições de ensino superior e, consequentemente, para a melhoria da qualidade do
ensino da Educação Básica no estado de Alagoas.
OTIMIZAÇÃO E COMPARATIVO DA DETERMINAÇÃO DE DEXTRANA NO AÇÚCAR POR
CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE)
AUTOR (A): CELSO SILVA CALDAS
O presente trabalho visa o aprimoramento da determinação de dextrana em
amostras de açúcar produzido pelo estado de Alagoas, através de uma técnica analítica de
comprovado desempenho e confiabilidade que é a cromatografia líquida de alta eficiência
(CLAE). A dextrana é um composto de elevada massa molecular, formado por moléculas de
glicose e desenvolvido através da ação do microrganismo Leuconostoc mesenteroides. A
presença da dextrana no açúcar causa considerável interferência na determinação da
sacarose (POL) e problemas de qualidade no açúcar, visto que alonga os cristais, o que
compromete a granulometria do açúcar.
117
Dessa forma, obter resultados precisos e confiáveis de dextrana no açúcar se torna
uma eficiente ferramenta de gestão, uma vez que com estes dados as usinas açucareiras
poderão promover tomadas de decisão acertadas visando a diminuição da dextrana e obter
com isto um açúcar de melhor qualidade.
PERFIL DOS GUIAS DE TURISMO ATUANTES NO ESTADO DE ALAGOAS
AUTOR (A): ROBERTA CAJASEIRAS DE CARVALHO
Este projeto de pesquisa pretende traçar o perfil dos guias de turismo atuantes em
Alagoas, apresentando dados sobre sua atuação profissional, qualificação, necessidades e
expectativas. Para isso será realizada uma pesquisa de cunho quali-quantitativo baseado em
pesquisa bibliográfica e documental, em entrevistas com profissionais que atuam
diretamente no turismo alagoano, assim como na aplicação de questionários voltados aos
guias de turismo em atuação no mercado turístico regional. Pretende-se promover a geração
de dados que possam subsidiar ações de (re)qualificação profissional e de planejamento
turístico condizentes com as características básicas do trade turístico alagoano.
PERFIL PROFISSIONAL E MERCADO DE TRABALHO PARA PROFISSIONAIS DE TI
AUTOR (A): MAURICIO VIEIRA DIAS JUNIOR
A área da tecnologia está em alta no momento, tanto por ser uma coisa nova, tanto
pela vasta área de atuação (FERREIRA, 2003). O mercado de trabalho para esses profissionais
está bastante aquecido, há muitas vagas para pouquíssimos profissionais qualificados para
preenchê-las. Jornais sempre noticiam: “Empresas buscam profissionais qualificados e
criativos em TI”, “Há mais vagas no ramo do que profissionais qualificados”.(TAUFER, 2013).
O que as empresas que precisam desses profissionais esperam deles? Por que há essa falta
de qualificação? Esses são alguns objetivos de nosso projeto que pretendemos realizar com
veemência.
PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS EM ÁREAS DE ASSENTAMENTOS RURAIS DO MUNICÍPIO
DE SÃO LUIZ DO QUITUNDE – AL.
AUTOR (A): JOSÉ AUGUSTO MONTEIRO DE CASTRO LIMA
Desde a antiguidade, uma ampla diversidade de plantas tem sido utilizadas como
fonte de medicamentos para o tratamento das enfermidades que acometem o homem e o
conhecimento sobre as plantas e sua manipulação tem passado de geração em geração até
os dias atuais. No entanto, à medida que a relação com a terra se transforma pela
118
modernização do campo e o contato com a sociedade nacional se intensifica, seja pelos
meios de comunicação ou por agentes sociais, a rede de transmissão do conhecimento sobre
plantas pode sofrer alterações (PILLA et al., 2006).
O interesse acadêmico a respeito do conhecimento que estas populações detêm
sobre plantas e seus usos têm crescido, após a constatação de que a base empírica
desenvolvida por elas ao longo de séculos pode, em muitos casos, ter uma comprovação
científica, que habilitaria a extensão destes usos à sociedade industrializada (FARNSWORTH,
1988). BRASILEIRO et al., (2008), afirma que estudo de plantas medicinais a partir de seu
emprego pelas comunidades pode fornecer informações úteis na elaboração de estudos
farmacológicos, fitoquímicos e agronômicos sobre estas plantas, com grande economia de
tempo e dinheiro.
No Brasil, apesar do sistema de saúde oficial gratuito atualmente estender-se à zona
rural, ele não consegue atender de forma adequada à demanda e estas populações não têm
poder aquisitivo suficiente para pagar um profissional de saúde. Nestas populações, tem sido
observada a utilização das plantas como um dos poucos recursos terapêuticos para tratar
suas doenças mais frequentes (PILLA et al., 2006).
A etnometodologia dentre outros objetivos, possibilita o resgate dos conhecimentos
tradicionais junto a populações geográfica ou culturalmente definidas, como tribos
indígenas, ou grupamentos sociais economicamente delimitados como comunidades
vulnerabilizadas pela pobreza ou moradores de bairros periféricos de determinada cidade.
Tal metodologia tem merecido atenção especial nos últimos anos devido a fatores como a
aceleração no processo de aculturação e perda de valiosas informações populares sobre a
compreensão e uso de recursos naturais disponíveis e o surgimento ou fortalecimento de
novos mercados, como o de plantas medicinais, devido à preferência de muitos
consumidores por produtos de origem natural (SILVA et al., 2010).
POLÍTICA PARA A JUVENTUDE: AS NUANCES DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO NO INSTITUTO
FEDERAL DE ALAGOAS
AUTOR (A): JAMES WASHINGTON ALVES DOS SANTOS
O desenvolvimento de políticas públicas para a juventude adquiriu importância
fundamental para a política brasileira nas duas últimas décadas. Prova disso é a crescente
discussão sobre a condição e a formação juvenil na agenda pública, como também o
aumento do número de projetos e ações focadas no desenvolvimento cognitivo deste grupo,
culminando com a formação de uma “Política Nacional de Juventude”:
“Desta forma, presenciamos desde a década de 1990 um “boom” nas produções
acadêmicas e projetos voltados para a temática juvenil, financiadas por fundações privadas,
pelo governo e pelas agências internacionais”. Assim, se é verdade que até meados de 1990
os problemas da juventude eram vistos com “estados de coisas” (RUA, 1997), o movimento
atual vai contribuir em grande medida para mostrar uma imagem da juventude diretamente
ligada aos problemas das drogas, da gravidez indesejada, do vandalismo e do analfabetismo,
questões essas vistas como passíveis de solução na medida em o jovem é inserido no
ambiente educacional.
119
Importa ressaltar que a temática da juventude aparece também ligada a questão da
violência, na medida em que o debate sobre o aumento da criminalidade se tornou uma das
questões sociais mais evidenciadas nas duas últimas décadas (GARLAND, 2005). Contudo, o
discurso se concentra mais nos efeitos (imagens projetadas da vítima, o medo, os custos com
segurança) do que nas raízes estruturais da questão. Com isso:
Sob o enunciado da proteção ofertada aos cidadãos de bem, oculta-se a impotência
dos governantes em face da catarse de conflitos e tensões aos quais eles não podem ou não
estão dispostos a responder, senão criando uma falsa idéia de unidade diante de um inimigo
interno personificado na figura do outro: selecionado entre os membros dos setores
socialmente vulneráveis (ARGUELLO, 2005, p. 1).
Michel Foucault (2008a), ao analisar a racionalidade política moderna, defende que a
transmissão do sentimento de insegurança é um elemento fundamental das ações de
governo e produz uma responsabilização individual pelos problemas que são na verdade do
sistema. Daí a idéia de que pela formação individual o jovem pode alcançar o sucesso,
interpretado como objetivo maior da vida.
Ao mesmo tempo, isso é um dispositivo de segurança contra os efeitos perversos de
um sistema social excludente. Este dispositivo se efetiva a partir do que Foucault denomina,
em termos biopolíticos, de “Racismo de Estado”. Um tipo de postura política que a fim de
garantir o controle, utiliza-se da estratégia de proteger e incentivar a inserção social de
grupos vistos como potencialmente perigosos, colocando-os sob tutela da instâncias
governamentais (WACQUANT, 2002). Nessa direção, o que se observa é a execução de uma
forma privilegiada de organização política, que captura os focos onde o poder político pode
influenciar, por meio dos Aparelhos Ideológicos de Estado, como diria Althusser (1985). O
que significa dizer que as relações de poder são continuamente postas sob a
responsabilidade do Estado, que identifica os pontos em que investir, se organiza para operar
sobre eles e dar as possíveis soluções aos seus “problemas”.
A esse processo de captura dos focos pelos mecanismos estatais Foucault deu o nome
de Governamentalização do Estado (2008a, p. 292). Governar aqui é o esforço do Estado em
manter sua própria sobrevivência diante de tudo que poderia ameaçá-lo, incluindo o fato de
formar os jovens com o intuito de fornece o conhecimento técnico, criando trabalhadores
que tornem viável o funcionamento do sistema produtivo. Um Estado governamentalizado é,
portanto, o efeito de uma tecnologia de poder centrada na vida (FOUCAULT, 1979, p. 129),
que atua por meio do controle da população enquanto alvo específico da ação
governamental.
Apreendidos ora como grupo com potencialidades, ora como causa dos problemas,
os jovens passam a figurar nos discursos políticos como um “o futuro da nação e ao mesmo
tempo um problema social”, além de representar uma questão que tem de ser resolvida em
termos políticos e pedagógicos, haja vista a necessidade de “defender a sociedade”
(FOUCAULT, 1999). Nessa perspectiva, a hipótese assumida nesse trabalho é que as políticas
de inclusão da juventude, no Brasil, são uma busca de novos dispositivos de regulamentação
biopolítica das expressões dos jovens por meio dos mecanismos de qualificação profissional
e formação técnica. Diante deste discurso, o que se busca é mudar a localização deste jovem
potencialmente perigoso e que precisa de ajuda. Assim as políticas públicas de formação
educacional dos jovens entram em uma vertente bastante atual, de incentivo a qualificação
técnica (PRONATEC) e principalmente de criação de unidades dos Institutos Federais pelo
Brasil (IF), que funcionam sob o regime do Ensino Médio Integrado.
120
Assim, a mudança de localização do jovem diante a realidade social, ou seja, sua
passagem de um “estado de risco e vulnerabilidade” para um “estado de controle”
fundamenta-se em sua inserção no ambiente educacional, mais propriamente, hoje, nos
Institutos Federais de Educação, com seus currículos que integram a formação geral á
formação técnica. Desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação no Brasil
(Lei 9.394-96), foi gestada a ideia de um Ensino Médio como preparação para o mundo
trabalho e também para a formação humana. No entanto, o que vemos hoje é uma
integração cada vez mais estreita entre a formação geral, aliada ao ensino técnico
propriamente dito, com ligação direta ás vagas de estágio e emprego.
Não obstante essas declarações favoráveis à integração, a política de educação
profissional processa-se mediante programas focais e contingentes, a exemplo dos seguintes:
Escola de Fábrica, Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de
Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) e da Inclusão de Jovens (PROJOVEM). (FRIGOTTO, et.
al, p. 1090)
A problemática reside no fato da Governamentabilidade do Estado, que é exatamente
seu esforço em governar, ter possibilitado através das políticas para a juventude, estabelecer
um processo mais duradouro que o PROEJA e o PROJOVEM, que é justamente a modalidade
do Ensino Médio Integrado. Com isso, as possibilidades de fomento do controle juvenil se
consolidam, colocando a necessidade de qualificação profissional não como formação de
uma classe consciente, mas como exigência do mercado e responsabilidade de cada
indivíduo perante seu sucesso e as oportunidades de trabalho, o que dá um caráter de
unidimensionalidade na missão social dos jovens nos dias atuais.
Um novo decreto seria um dispositivo transitório que, enquanto garantisse a
pluralidade de ações, sistemas e instituições de ensino, mobilizasse a Sociedade Civil em
torno do assunto. O que se pretendia era a (re) construção de princípios e fundamentos da
formação dos trabalhadores para uma concepção emancipatória dessa classe. Acreditava-se
que a mobilização da sociedade pela defesa do ensino médio unitário e politécnico, a qual
conquanto admitisse a profissionalização, integraria em si os princípios da ciência, do
trabalho e da cultura, promoveria um fortalecimento das forças progressistas para a disputa
por uma transformação mais estrutural da educação brasileira. (Ibid.)
Diante do exposto fica clara a nossa disposição em debatermos a problemática da
visão e do controle estatal sobre a juventude, por meio do Ensino Médio Integrado,
observando as formas como esses jovens são formados, as expectativas de vida que têm e as
reais possibilidades de inclusão que esta modalidade de ensino possibilita operacionalizar.
Neste sentido mobilizamos os esforços para a análise e crítica da lógica tão preponderante
no senso comum de que pela educação é possível incluir automaticamente. O perigo deste
raciocínio é deixar de lado todas as variáveis e possibilidades de se incluir/excluindo,
levando-se em conta o funcionamento do sistema e a adequação dos indivíduos perante o
mesmo, considerando a relação controle estatal e condição individual.
PRÁTICAS URBANÍSTICAS E POLITICAS PÚBLICAS EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS – AL.
AUTOR (A): JAMES WASHINGTON ALVES DOS SANTOS
121
O Urbanismo pode ser considerado como uma “teoria da cidade”. Seu estudo é
considerado bastante recente e o termo surgiu pela primeira vez em 1910. Essa discussão
sobre as cidades pode ser compreendida a partir de dois aspectos importantes para o
desenvolvimento da urbanização. O primeiro diz respeito à descrição, ou seja, ao estudo de
fatos isolados, entendendo os problemas de caráter urbano através de fenômenos
patológicos e de metáforas, a fim de definir as cidades. O outro se refere ao movimento
político, a busca da compreensão dos problemas urbanos a partir das relações econômicas e
sociais podendo ser observadas nas obras de Engels e Marx.
Desde a Antiguidade greco-romana, os primeiros traços de urbanização já podiam ser
observados em suas cidades. No entanto, foi com a Revolução Industrial na Inglaterra que
teve origem a noção de um urbanismo moderno, com uma nova forma de adaptação ao
tempo e ao espaço. Seu principal fundamento foi à busca pelo trabalho, que visava uma
maior produtividade através das ferramentas criadas pelo progresso técnico, possibilitando
assim o aumento demográfico das cidades.
Quanto ao ordenamento estrutural das cidades, temos como exemplo de tentativa de
homogeneização efetuada pela corrente progressista, uma nova forma de pensar o urbano,
não mais por um viés tradicional, mas a partir de definições de planos urbanos perfeitos
valorizados por premissas de modernidade. Esta corrente de pensamento procurava
conceber cidades ordenadas através de soluções utilitárias e plásticas. Mostra construções
de zonas urbanas bem definidas e homogêneas, que não levam em conta as diferenças
estruturais.
No entanto, nossa civilização contemporânea é caracterizada por novas formas de
vida urbana e pelo grande desenvolvimento das cidades, aliados ao crescimento de seus
centros urbanos, fazendo com que surjam diversos problemas de circulação, abastecimento
e poluição, o que gera ao invés de homogeneidade, uma considerável diferenciação social.
Deste modo, esse modelo de urbanismo foi se aproximando do entendimento de cidade
enquanto um empreendimento, com melhores e piores pontos de localização, fazendo com
que as soluções de estruturação social fiquem relegadas.
De acordo com a Carta de Atenas, a cidade possui quatro funções fundamentais,
pelas quais o urbanismo deve velar: habitar; trabalhar; circular e cultivar o corpo e o espírito,
sendo seus objetivos: a ocupação do solo, a organização da circulação e a legislação
(BARREIROS, 1995, p. 43).
Neste sentido o nosso trabalho é um estudo de caso que visa à análise das condições
em que se encontra hoje a zona urbana do município de Palmeira dos Índios, cidade
pertencente ao Agreste alagoano e que conta em sua totalidade com uma população
estimada em torno de 70.000 habitantes. Levamos em consideração nesta análise as
categorias: habitação, trabalho, circulação e cultura, como elementos a serem considerados
durante a pesquisa.
PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO MODERNO: AS UEPS DA IGREJA DO BONFIM E CAPELA DO
HOSPITAL DO AÇÚCAR E SEUS AMBIENTES INTERNOS
AUTOR (A): THARCILA MARIA SOARES LEÃO
122
O presente projeto de pesquisa de iniciação científica investigará duas UEPs
(Unidades Especiais de Preservação) localizadas na cidades de Maceió, em seus aspectos
históricos, arquitetônicos, analisando seu estado atual de conservação, especialmente no
que diz respeito aos ambientes internos destas edificações.
A intenção do estudo é contribuir com a preservação do patrimônio arquitetônico da
cidade de Maceió através de uma pesquisa sobre história, arquitetura e, principalmente, os
espaços internos das UEPs (Unidades Especiais de Preservação), instituídas a partir da
criação do Plano Diretor da cidade de Maceió a partir de 2005.
Esta pesquisa transita nas áreas de conhecimento de Patrimônio Histórico, com foco
em Design de Interiores. Nosso estudo será desenvolvido no Núcleo de Pesquisa em Design
(NPDesign) vinculado à Coordenação Acadêmica de Design (CACD/IFAL) e tem como meta
contribuir para uma reflexão crítica, no âmbito do Curso Superior de Tecnologia em Design
de Interiores, sobre a importância da preservação dos ambientes internos de nosso
patrimônio histórico, assim como conscientizar os futuros designers e usuários do espaço na
forma de intervir e projetar esses espaços.
PREVALÊNCIA DA CO-INFECÇÃO HIV/TUBERCULOSE EM PACIENTES ATENDIDOS EM UMA
UNIDADE DE REFERÊNCIA DE MACEIÓ/AL
AUTOR (A): DANIELLE DOS SANTOS TAVARES PEREIRA
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é causada por retrovírus da família
Lentiviridae, o HIV1 e o HIV2, que se manifesta pela redução quantitativa e qualitativa dos
linfócitos T (RIBEIRO et al., 2009; SANTOS & BECK, 2009). Um indivíduo infectado pelo HIV é
portador da AIDS se apresentar contagem de células CD4+ < 200/µL, mesmo na presença ou
não de sintomas (KASPER et al., 2006) ou de infecções oportunistas por diversos
microrganismos, entre eles o Mycobacterium tuberculosis (ABBAS & LICHTMAN, 2005).
O Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch) é reconhecidamente um agente
infeccioso de alta patogenicidade, e por esta razão apresenta maior prevalência em
pacientes imunodeficientes em comparação a outros agentes oportunistas como o
Pneumocystis carinii e o Toxoplasma gondii (GARCÍA GARCÍA et al.,1994). Todavia, nem todas
as pessoas que têm o bacilo de Koch no organismo desenvolvem a doença. Em pessoas com
o sistema imunológico eficiente, o bacilo é aprisionado no interior dos macrófagos, podendo
permanecer latente por toda a vida, sem manifestar a doença (SANTOS & BECK, 2009).
A sinergia entre a tuberculose e o vírus da imunodeficiência humana é responsável
pelo aumento da morbidade e mortalidade nos pacientes com AIDS (BLOOM & SMALL,
1998). A tuberculose em infectados pelo HIV caracteriza-se por apresentar, na fase inicial da
infecção ou em pacientes com contagem de CD4+ elevada, as formas pulmonares e clássicas
da tuberculose (SEISCENTO, 2012). Entretanto, em infectados com níveis de CD4+ abaixo de
500 células/mm3, são comuns as formas extrapulmonares e disseminadas da tuberculose
(SEISCENTO, 2012; LIMA et al., 1997).
O crescente aumento de casos de tuberculose não só é uma ameaça para os que
estão infectados com HIV, uma vez que, a tuberculose pode propagar-se através do ar para
pessoas HIV negativas (BOFFO, 2004). A co-infecção entre o HIV e a tuberculose agrava
123
evolução das duas infecções e consequentemente a resposta ao tratamento (NEWPORT et
al., 1996).
Uma estratégia eficaz para o controle da tuberculose é a detecção de casos positivos,
bem como a certificação do tratamento completo com uma combinação de drogas antituberculose durante o período de seis meses consecutivos (ONUSIDA, 1997). Frente ao
exposto, torna-se necessário estudar a prevalência dos casos de co-infecção HIV/Tb, que
agravam o quadro de morbimortalidade de seus pacientes.
PRODUÇÃO DE LEITE FERMENTADO COM APROVEITAMENTO DE SORO DE LEITE BOVINO
AUTOR (A): ÂNGELA FROEHLICH
O Brasil é o quinto maior produtor de leite do mundo com mais de 29 milhões de
toneladas, respondendo por 5% da produção mundial em 2009. A produção de queijos
produzidos sob inspeção foi de 721.411 toneladas, com aumento de 7,8% em relação à
produção de 2008.
No entanto, considerando que a produção de queijos informais equivale a 40% do
total, pode-se concluir que o volume produzido atingiu 1.2 milhões de toneladas em 2009
(EMBRAPA, 2009; ABIQ, 2010). Entretanto, o mesmo autor aponta que com o volume de
queijos produzidos em 2009, foram gerados aproximadamente 12 milhões de litros de soro,
que devido ao seu conteúdo de matéria orgânica, pode constituir um sério problema
ambiental
Neste contexto, o desenvolvimento de alternativas para um aproveitamento
apropriado do soro como matéria-prima é de extrema importância em função de sua
qualidade nutricional, volume produzido, poder poluente e principalmente importância
econômica, de modo a aumentar a sua rentabilidade, competitividade além de eliminar
problemas para cumprimento das legislações ambientais (GIROTO; PAWLOWSKY, 2001;
RODRIGUES, 2001; GARCIA, 2009).
Dentre as diversas formas de utilização do soro de leite a elaboração de bebidas
lácteas constitui uma das alternativas mais simples e atrativas para o seu aproveitamento,
uma vez que existe a possibilidade de uso dos equipamentos previamente disponíveis nas
indústrias de laticínios (PINTADO et al., 2001; CASTRO et al., 2004). Devido a este fato, podese observar que a produção de bebidas lácteas tem ganhado mercado em razão de sua boa
aceitação sensorial, elevado valor nutritivo, baixo custo de produção e preços mais atrativos
para o consumidor, o que o torna uma opção adicional a gama de produtos lácteos
fermentados ou mesmo uma alternativa mais econômica em relação a estes produtos
(OLIVEIRA, 2006; THAMER; PENNA, 2006; SANTOS et al., 2008).
O Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Bebida Láctea define bebida
láctea como o produto lácteo resultante da mistura do leite (in natura, pasteurizado,
esterilizado, UHT, reconstituído, concentrado, em pó integral, semidesnatado ou
parcialmente desnatado) e soro de leite (líquido, concentrado e em pó) adicionado ou não
de produtos ou substâncias alimentícias, gordura vegetal, leites fermentados, fermentos
lácteos selecionados e outros produtos lácteos, em que a base láctea representa pelo menos
51% do total de ingredientes do produto. O referido instrumento normativo definiu também
124
que a bebida láctea pode apresentar variações quanto ao tratamento térmico, fermentação e
adição de produtos (BRASIL, 2005).
Considera-se que alguns leites fermentados apresentam propriedades terapêuticas
por serem elaborados com bactérias que incluem lactobacilos, bifidobactérias e
estreptococos, cuja origem geralmente é o trato gastrointestinal humano e que apresentam,
além dos efeitos bioquímicos e biológicos sobre os nutrientes do leite, efeitos fisiológicos e
terapêuticos sobre o consumidor. Destas bactérias, em especial os lactobacilos e
bifidobactérias possuem características que permitem sua classificação como probióticas
(Alm, 1991).As bactérias ácido-láticas utilizadas atualmente para a produção de leites
fermentados pertencem principalmente aos gêneros Lactobacillus, Lactococcus,
Streptococcus, Leuconostoc, Bifidobacterium, Propionibacterium, entre outros, e são assim
denominadas por fermentarem açúcares, produzindo ácido lático como principal produto do
metabolismo. Estas bactérias agem acidificando os produtos alimentares, impedindo o
desenvolvimento de bactérias indesejáveis e aumentando o período de conservação dos
produtos fermentados em relação à matéria-prima não fermentada (Piard et al., 1997).
Probióticos são microrganismos vivos, administrados em quantidades adequadas, que
conferem benefícios à saúde do hospedeiro. A alegação padronizada para probióticos é: “O
(indicar a espécie do microrganismo) (probiótico) contribui para o equilíbrio da flora
intestinal. Seu consumo deve estar associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida
saudáveis”.
PROJETO RIACHO DOCE
AUTOR (A): ELIZA MAGNA DE SOUZA BARBOSA
O Projeto Riacho Doce apresenta em linhas gerais um estudo de abordagem
qualitativa cujo principal enfoque configura-se na análise da forte presença de elementos de
multiculturalidade e de interculturalidade no romance Riacho Doce de José Lins do Rego.
Nele o escritor trata de um envolvimento sentimental entre a sueca Edna e o brasileiro Nô,
na praia homônima da obra, bairro do litoral norte de Maceió. O pano de fundo é a
exploração de petróleo que de fato aconteceu na década de 30 do século XX e que envolveu
toda a política local, regional e nacional.
A primeira etapa do projeto transcorreu no ano de 2012, como pesquisa de revisão
bibliográfica, acerca de um fenômeno que perpassa a nossa busca, com aspectos que aludem
à verossimilhança com a realidade. Pesquisamos os livros do escritor paulista Monteiro
Lobato e do Engenheiro alagoano Edson de Carvalho¹, dois importantes componentes da
equipe de Pioneiros do petróleo no Brasil² - Há também uma obra de referência para um
melhor entendimento que é relevante para o nosso projeto, do escritor russo Essad Bey,
denominada A Luta pelo Petróleo.
A apresentação do aluno bolsista no I EITIC/IFAL em Marechal Deodoro, no mês de
março, iniciou partindo da correlação entre a obra de José Lins do Rego e a de Edson de
Carvalho. Quais as questões possíveis observadas pela equipe no aspecto cultural, que se
encontram intrinsecamente relacionadas com a política econômica - que é por sua vez a
125
exploração de petróleo – e que foram naquele momento desencadeadas no bairro de Riacho
doce, em Maceió, Alagoas?
A apresentação oral da professora pesquisadora no IV SELL/UFTM, em Uberaba,
encerrou a primeira etapa, dando-nos uma dimensão das respostas aos questionamentos
feitos pela equipe desde o início do trabalho:
Como um romance de cunho regionalista, escrito na década de 30 do século XX, pode
ter sido tão rico em elementos culturais que se enredam e que provocam, em si, uma
verdadeira reviravolta na vida dos personagens tão bem criados pelo autor na ficção?
Como algo tão inusitado apresenta uma remota possibilidade de ter acontecido na
pacata região litorânea norte da cidade de Maceió, na década de trinta do século passado?
De que elementos o autor se cerca para encontrar o mínimo de fundamento na história que
se propõe criar, por mais ficcional que o romance seja? Por que o processo cultural
desencadeado ali naquela época, num espaço de tempo relativamente próximo, não deixou
amostras concretas de sua existência?
Alguns indícios a pesquisa já nos deu, como a constatação de que o fato de cunho
político e econômico desencadeado pela exploração de petróleo no bairro, registrado nos
dois livros acima descritos e cheio de referências impressas nos jornais da época, foi o
elemento desencadeador de todo o processo intercultural e multicultural e que se constitui
por sua vez no objeto de nossa pesquisa.
Nesta etapa, o Projeto Riacho Doce continua centrado no estudo da presença desses
elementos multiculturais e interculturais na obra estudada, partindo da constatação do fato
real que se deu no bairro de Riacho Doce na década de 30 do século XX – a exploração de
petróleo.
Propomo-nos a investigar aqui, na segunda etapa do processo de iniciação científica,
o fenômeno que pode ter sido desencadeado com a chegada da empresa Elbof, da cidade de
Cassel, na Alemanha, e por sua vez a do engenheiro sueco contratado pela empresa, que foi
trazida pelo governador de Alagoas - Osman Loureiro - em apoio ao engenheiro Edson de
Carvalho para o poço São João, da Companhia Petróleo do Brasil.
O aspecto da provável verossimilhança com a realidade nos remete aos registros
oficiais da imprensa da época, onde existem escritos e imagens importantes acerca dos
eventos reais, alguns até constantes nas obras já exploradas na primeira etapa da pesquisa.
Estes fatos são restritos a exploração de petróleo, que seria o grande elemento
desencadeador do processo cultural presente no bairro maceioense na década de trinta do
século XX. O evento é político, de cunho econômico. Mas as suas características mais
relevantes são as que relacionam com a política econômica. Como a sociedade se comporta
frente a esse novo ente de forte evidência econômica, mas que surge em forma de trustes³?
Monteiro Lobato e os outros pioneiros defendiam o tempo todo que o Brasil devia ser
autônomo na exploração de seu petróleo, o que vai desencadear o movimento O Petróleo é
nosso mais adiante. Para o escritor de obras literárias infantis, o Brasil estava muitas décadas
atrasado nesse quesito.
Segundo ele, a sociedade brasileira insistia em alimentar representantes que
reproduziam na política um país onde o que predominava era a mentalidade que defendia o
Não tirar o petróleo nem deixar que o tirem.
José Lins do Rego, em muitos trechos de sua obra enfatiza o andamento das
pesquisas petrolíferas acontecidas em Riacho Doce, o que provoca estranheza quanto ao seu
aspecto não ficcional. A revisão literária nos levou ao conhecimento de fatos que provocam
126
uma situação semelhante acontecida no bairro de Riacho Doce, em Maceió, foi palco da saga
de homens determinados a encontrar e extrair do solo alagoano o petróleo que era objeto
de muitas lutas e até mesmo de mortes. Dessa maneira, constatamos que o fato de cunho
econômico se deu e havia naquela iniciativa dos pioneiros algo que se assemelha ao
processo de globalização tão já em uso na atualidade.
O artigo a ser submetido para a revista do IV SELL/UFTM encontra-se em franca
produção e o processo atual de nossa pesquisa requer um desdobramento necessário para
que tenhamos êxito em nossa busca.
Nesse projeto, do edital nº 2 de 2013/2014, o Projeto Riacho Doce propõe uma
pesquisa de campo e a investigação nos jornais e periódicos da época como os dois métodos
utilizados, trazendo uma nova perspectiva para a equipe. Esta continua sendo composta de
uma professora mestra orientadora, um aluno bolsista, um aluno colaborador e uma
professora doutora colaboradora, da linha de estudos que compreende a Linguagem e a
Identidade cultural do grupo de pesquisa Linguagem e Práticas Sociais.
As referências bibliográficas estão sendo ampliadas, numa perspectiva que
compreende o fenômeno multicultural, intercultural e as relações entre o fenômeno
desencadeador dos fatos com as suas fontes mais científicas, como arquivos na Petrobrás.
Analisar os aspectos da multiculturalidade e da interculturalidade presentes na obra,
através da pesquisa em torno da verossimilhança com a realidade, no evento político
econômico que se deu no bairro de Riacho Doce continua sendo o que nos move, partindo
da compreensão acerca do fenômeno estudado desde o PIBICT de 2012, o caso da
exploração de petróleo que se deu no bairro nos anos 30 do século passado.
Nossas ações, aqui, estão relacionadas diretamente com a coleta de dados de um
aspecto específico da multiculturalidade: a história do engenheiro e a trama por trás dela,
com a chegada da empresa ELBOF, de Cassel, na Alemanha.
PROPRIEDADES EMERGENTES DE SISTEMAS DINÂMICOS BIOLÓGICOS: UM ESTUDO ACERCA
DE ESTRATÉGIAS ALIMENTARES UTILIZANDO ARMADILHAS.
AUTOR (A): FREDERICO SALGUEIRO PASSOS
O objetivo da Física Estatística é entender fenômenos macroscópicos que resultam de
interações microscópicas entre numerosos componentes individuais. Esse problema é
parecido com outros que existem em Biologia, Economia, Geologia e outras ciências.
Diversos sistemas físicos, físico-químicos, biofísicos, e sócio-econômicos geralmente são
formados por um grande número de componentes que interagem fortemente. Eles se
comportam de forma semelhante a sistemas não-lineares que funcionam longe do equilíbrio.
Sinais gerados por estes sistemas freqüentemente têm flutuações muito complexas. Uma
descoberta importante e inesperada na última década foi que alguns sistemas físicos e
biológicos não apresentam escalas características, i.e., eles têm propriedades fractais
mostrando invariância por mudança de escala. A quantidade de sistemas onde é observado
comportamento do tipo lei de potência tem crescido recentemente de forma surpreendente,
e.g., os vôos de Lévy observados em Biologia [1-4], o comportamento dos intervalos entre as
batidas do coração [5], os sinais eletroencefalográficos [6], as flutuações das bolsas de
127
valores [7], o crescimento de empresas [8], percolação de petróleo e outros fluidos [9],
precipitação pluviométrica [10], as atividades dos canais iônicos em membranas celulares
[11],e até o próprio DNA que armazena toda a informação genética [12]. Os métodos e idéias
da Física Estatística podem ser úteis na análise quantitativa destes sistemas. Neste projeto de
pesquisa planejamos aperfeiçoar e utilizar estas técnicas de análise de última geração para
estudar uma grande variedade de sistemas complexos, tais esses como busca por alimentos
utilizando o sistema de armadilhas, comum em alguns tipos de aranhas.
RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE SABIÁ
AUTOR (A): FRANCISCO XAVIER DOS SANTOS
Sabiá ou sansão-do-campo (Mimosa caesalpiniaefolia Benth.) é uma espécie florestal
nativa da família Leguminosae-Mimosoideae. É uma planta pioneira, decídua, heliófila,
característica da caatinga no Nordeste do país. Sua madeira é usada, dentre outros fins, para
produção de moirões, estacas, postes, lenha e carvão e, devido a sua forma entouceirada,
também é empregada como cerca viva (LORENZI, 1998).
Uma das dificuldades enfrentadas por quem trabalha com a produção de mudas de
espécies florestais nativas é o crescimento lento de muitas delas, particularmente daquelas
classificadas como tardias ou clímax. Em face disso, é de fundamental importância a
definição de protocolos e estratégias que favoreçam a produção de mudas com qualidade,
em menor espaço de tempo e em condições acessíveis aos pequenos e médios produtores
rurais, haja vista ser esse o público mais interessado neste tipo de insumo. Embora várias
formulações de adubação já sejam conhecidas e utilizadas em viveiros florestais, não há
conhecimento das exigências nutricionais da maioria das espécies nativas, acrescendo-se o
fato de que o emprego dessas formulações está restrito à produção comercial de mudas; a
poucos silvicultores; e, ou, a determinadas regiões do país. Por essas razões, substratos
alternativos, bem como recipientes adequados, devem ser estudados, visando baratear os
custos de produção e tornar o viveirismo atividade acessível a todos os produtores rurais,
interessados em recompor suas áreas ou explorar alguma atividade silvicultural (JESUS, 1997;
STURION e ANTUNES, 2000).
Ênfase tem sido dada à pesquisa de diferentes combinações de substratos, que
claramente influenciam o vigor, o desenvolvimento e a sanidade das mudas produzidas. Não
obstante o mérito desses trabalhos, não se pode esquecer de que tais substratos devem ser
acessíveis aos produtores rurais que, em geral, constituem um público de baixa renda
(CUNHA et al., 2005).
A qualidade do substrato resulta da combinação de suas propriedades químicas e
físicas, as quais podem ser ajustadas pela formulação de misturas duplas ou triplas
(NEGREIROS et al., 2004). Mesmo se conhecendo as grandes vantagens do uso de resíduos
agrícolas como componentes na formulação do substrato para produção de mudas, muitos
viveiristas ainda utilizam solo puro.
Entre os materiais com alto potencial de utilização em viveiros, encontram-se
resíduos como o bagaço de cana, as tortas, o lixo, os esgotos urbanos. OLIVEIRA et al. (2009)
citam outros vários materiais orgânicos como turfas, resíduos de madeira, casca de pinus e
128
de arroz, parcialmente carbonizada ou não, ou materiais inorgânicos como areia, rochas
vulcânicas, perlito, lã de rocha e a espuma fenólica já são utilizados como substratos
isoladamente ou em composição.
Esses são materiais, em geral, ricos em sua composição química, sendo capazes de
propiciar um bom desenvolvimento às plantas. Entretanto, na literatura são poucos os
trabalhos que relatam a disponibilidade dos nutrientes oriundos desses materiais O nordeste
Brasileiro destaca-se pela produção de frutas tropicais, amplamente utililizadas no preparo
de diversos produtos de interesse do consumidor como sucos e polpas. No processamento
das frutas grande parte é descartada por não possuírem mais nenhum proveito, gerando
dessa forma os resíduos agroindustriais (SILVA et al., 2012).
Atualmente, os estudos de propagação vegetal visam obter mudas de qualidade em
sistemas de produção que permitam redução de custos, aumento de produtividade e
preservação do ambiente. Com isso a formação de mudas de qualidade exige a busca de
materiais que substitua o solo como substrato e a utilização de recipientes adequados para
sua produção (CORREIA et al., 2001a).
Portanto, a escolha de um substrato deve considerar os aspectos técnicos, mas também a
disponibilidade local do material a ser empregado. Diante da importância de se empregar um
substrato adequado para a produção de mudas, bem como a sua utilização na forma isolada
e em mistura, reduzindo os custos, o presente projeto tem o objetivo de avaliar o efeito da
torta de filtro e do resíduo de processamento de polpa de frutas, usados isolados ou em
mistura, na germinação das sementes, na formação inicial de plântulas e no
desenvolvimento em viveiro de mudas de sabiá.
SEQUESTRO DE CARBONO E NITROGÊNIO TOTAL DO SOLO EM DIFERENTES SISTEMAS DE
COLHEITA DE CANA-DE-AÇÚCAR NO ESTADO DE ALAGOAS
AUTOR (A): STOÉCIO MALTA FERREIRA MAIA
O Brasil está na liderança da produção de cana-de-açúcar, com 33% da produção
mundial (FAOSTAT, 2007), e as perspectivas atuais são de grande crescimento neste setor,
levando-se em conta fatores geopolíticos, econômicos e ambientais. A atividade
sucroalcooleira no Brasil está em acelerada expansão – a área atualmente cultivada comcana
de açúcar, de mais de 8,7 milhões de hectares (IBGE, 2011), deve ultrapassar 12 milhões de
hectares na safra de 2015/16 (IEA, 2007). Deste total, a região nordeste do Brasil que já foi a
principal produtora de cana-de-açúcar possui aproximadamente 1,2 milhões de hectares
plantadas (IBGE, 2011) o que representa cerca de 13,7% da área plantada no país.
No entanto, ambientalistas têm alertado para possíveis problemas advindos do
cultivo da cana-de-açúcar e sua acelerada expansão no Brasil. Um dos problemas apontados
advém do processo de colheita com queima da cana-de-açúcar, que além de ser uma
importante fonte de emissão de GEE (CO2, CH4 e N2O), libera partículas de carvão para
atmosfera representando um real perigo a saúde humana (Cançado et al., 2006), e ainda
impacta o clima local e regional. Adicionalmente, a queima da biomassa evita que a matéria
orgânica (MO) e nutrientes retornem ao solo, afetando negativamente a qualidade do solo.
Uma alternativa é a colheita mecanizada de cana crua, a qual colhe os caules e deixa os
129
resíduos sobre o solo. Este tipo de sistema evita a queima da biomassa e consequentemente,
reduz os problemas descritos acima. Estima-se, que em 2014 80% da colheita de cana-deaçúcar nas principais regiões produtoras do Brasil será realizada sem a queima da biomassa
(Centro de Gestão de Estudos Estratégicos, 2004).
SIMULAÇÃO 3D: CRIAÇÃO DE CURTAS-METRAGENS SOBRE ACIDENTES NO TRABALHO PARA
CAPACITAÇÃO DE TRABALHADORES E TECNICOS EM SEGURANÇA DO TRABALHO
AUTOR (A): ROBERTO FERNANDES DA CONCEIÇÃO
A animação gráfica é um forte aliado para projetistas de todos os tipos, sendo
utilizada desde a criação de novos designers de objetos sem a necessidade de sua préfabricação, ou para simular movimentos que serão efetuados por máquinas antes mesmo da
mesma ser construída, entre muitas outras funções. Segundo Silva (2004, p 15) “o desenho
estimula o diálogo. É um recurso gráfico sempre presente em jornais, revistas, cartazes e
televisão”. Nesse contexto, estão incluídos os desenhos e as animações como facilitador da
compreensão do indivíduo.
A animação pode ser encontrada desde os primórdios da humanidade. No período
paleolítico, os homens pré-históricos gravavam nas paredes das cavernas cenas cotidianas
como forma de conservar aquilo que precisava ser mostrado ou registrado. No Egito antigo,
eram contadas as histórias através de pinturas nos templos, em túmulos de faraós e em
murais nas casas de egípcios da alta classe. A primeira animação utilizando frames (quadros)
foi o cartoon (espécie de estudo ou esboço) Little Nemo in Slumberland do americano
Winsor McCay que utilizou cerca de 10 mil imagens para essa animação. A partir dessa data
ouve uma grande evolução nessa área, hoje em dia a animação tornou-se bem mais comum
e bem mais elaborada, grandes filmes como As aventuras de Tintim dos grandes cineastas
Steven Spielberg e Peter Jackson, e o filme Rio do cineasta Carlos Saldanha renderam
milhões para o mercado do cinema.
Em todas as áreas da engenharia a animação vem sendo muito bem vista, a projeção
de estruturas em 3D (três dimensões), por exemplo, estão se tornando mais parecidas com
as estruturas reais. Isso devido a grande evolução dos programas votdos para esses
objetivos. Atualmente a empresa Autodesk é a líder em criação de programas para esses fins
com mais de 10 programas de criação 3D.
Na robótica a animação tem um papel muito importante com a função de facilitar o
processo de criação dos robôs, criando pré-visualizações dos mesmos, tornando possível
visualizar movimentos, design final do produto, entre outras funções importantes. Na
medicina, é possível simular cirurgias e procedimentos médicos e em todas as áreas já se
utiliza a tecnologia 3D para facilitar a compreensão e pré-visualização de alguma ação ou
objeto.
No Brasil a animação é muito recente. No final do século passado o país realizou
algumas animações em pequena escala e sem muita continuidade. O primeiro longametragem brasileiro, que se chamava a Sinfonia Amazônica, e era em preto e branco, foi
criado pelo desenhista Anélio Lattini Filho sem a ajuda de outros desenhistas e levou seis
anos para ser concluído. Nos anos de 1960, a animação ganhou espaço principalmente na
130
propaganda e publicidade, contribuindo para o surgimento dos primeiros profissionais
brasileiros da área.
SISTEMA PLANTIO DIRETO DE HORTALIÇAS SOB MANEJO AGROECOLÓGICO NO ESTADO DE
ALAGOAS
AUTOR (A): FRANCISCO RAFAEL DA SILVA PEREIRA
Atualmente a sustentabilidade e suas dimensões ambientais, econômicas e sociais
são o grande desafio atual da humanidade, sendo um modelo de desenvolvimento em
formação (SARANDÓN et al., 2006). Um aspecto importante da agricultura sustentável está
relacionado à adoção de práticas de manejo conservacionista do solo.
O sistema plantio direto (SPD) vem sendo apontado como um sistema capaz de se
enquadrar no conceito de sustentabilidade (DAROLT, 2000). Esse sistema caracteriza-se pela
semeadura ou plantio em solo não revolvido, coberto pela palhada da cultura anterior
(ALCOVER, 1976; ALTIERE, 1987). Sendo, portanto, uma alternativa econômica e
ecologicamente viável para a produção agrícola em ambiente tropical.
Na produção de hortaliças, o sistema de cultivo afeta diretamente a sustentabilidade
da atividade, principalmente por influenciar nos aspectos químicos, físicos e biológicos do
solo. Assim, considerando a suscetibilidade dos solos tropicais a processos de erosão devido
aos baixos teores de matéria orgânica, as práticas de plantio direto e cobertura morta são
fundamentais, principalmente no cultivo de hortaliças que se caracterizam pelo ciclo rápido e
uso intensivo do solo.
Uma das primeiras tentativas neste sentido foi realizada por Beste (1973), citado por Knavel
et al. (1977), que avaliou a produção de tomate e pepino quando semeados de forma
semelhante ao processo utilizado no plantio direto de grãos.
Na década 70 e 80 foram realizadas algumas tentativas de ajustar o sistema plantio
direto à produção de hortaliças e os resultados positivos ou negativos ocorreram em função
de localização geográfica, condições climáticas em determinados anos, equipamentos e
insumos inadequados, espécies de hortaliças que não são apropriadas para este sistema,
problemas com plantas invasoras, planta de cobertura inadequadas (HOYT, 1999; ROBERTS et
al., 1999; RUTLEDGE, 1999; MORSE,1999).
A partir da década de 90 foram desenvolvidos experimentos que demonstram ser
possível cultivar hortaliças evitando o revolvimento do solo. A estratégia adotada por AbdulBaki e Teasdale (1993) foi utilizar as leguminosas de inverno ervilhaca peluda e trevo
subterrâneo como planta de cobertura, que foram posteriormente transformado em
cobertura morta, para o cultivo de tomate.
Em outro trabalho, Abdul-Baki et al. (1997) avaliaram o efeito de soja forrageira e milheto
foxtail (Setaria italica), cultivados no verão como planta de cobertura e transformada em
cobertura morta no outono, sobre a produção de brócolos e concluíram que, com esta
estratégia, é possível conseguir produção semelhante à obtida com o preparo convencional
do solo.
Herrero et al. (2001) avaliaram a possibilidade de aplicar o plantio direto nas
condições climáticas do oeste dos E.U.A. utilizando quatro culturas de cobertura de inverno,
131
posteriormente transformada em cobertura morta, como estratégia para transplante de
tomate industrial sem o preparo convencional do solo. Os resultados da produção comercial
de tomate neste sistema alternativo foram semelhantes aos obtidos com a forma
convencional de plantio.
Segundo Silva (2001) o trabalho pioneiro no Brasil foi iniciado a partir de 1985, em
Ituporanga, Santa Catarina, com o objetivo de desenvolver processos para transplanta mudas
de cebola sem a necessidade do preparo convencional do solo (AMADO et al., 1992). Nesta
região, de pequenas propriedades exploradas em regime familiar, a cebola é plantada em
rotação com milho, cujos resíduos são a base para estabelecimento do plantio direto.
Segundo Tagliari e Freitas (1998) parte da contribuição para o desenvolvimento deste
sistema tem sido realizada através da iniciativa dos próprios agricultores, auxiliados por
técnicos da extensão, que desenvolveram máquinas e implementos em pequenas oficinas
domésticas. No Rio de Janeiro foram desenvolvidos trabalhos para avaliar a viabilidade do
cultivo de couve-flor em sistema plantio direto, utilizando aveia e ervilhaca como planta de
cobertura, cujos resultados evidenciaram ser possível obter rendimento semelhante ao
plantio com revolvimento do solo (ALMEIDA et al., 1999). Posteriormente foram conduzidos
diversos trabalhos no “Sistema Integrado de Produção Agroecológica” para avaliar o
comportamento de outras hortaliças, com destaque para o trabalho desenvolvido por
Oliveira (2001) que avaliou o manejo do repolho em sistema orgânico com ênfase na
utilização de plantas de cobertura, manejo do solo e consórcio.
Dados preliminares do cultivo de alface americana e brócolis cabeça única em plantio
direto desenvolvido na UPD São Roque-APTA com adubação verde prévia são animadores. A
crotalária júncea semeada em outubro de 2008 produziu cerca de 150 toneladas por hectare
de massa fresca. Ao invés de ser incorporada ao solo, a crotalária foi roçada (roçadeira costal)
e o material vegetal foi deixado sobre o solo para servir de cobertura morta para os
experimentos de alface e brócolis (TIVELLI, PURQUERIO e KANO, 2010).
TEETETO DE PLATÃO: ELEMENTOS PARA INVESTIGAR A QUESTÃO DO SABER
AUTOR (A): TIAGO DO ROSÁRIO SILVA
Que a relação teoria e prática é cara como método de compreensão mais apurada do
mundo já nos ensinou Aristóteles. No entanto, a reflexão no sentido propriamente
especulativo, sem uso de um laboratório não pode ser considerada ultrapassada. Uma vez
que sempre poderemos, mesmo que nos falta matéria pensar as idéias. Nesta perspectiva,
estudar Platão mais do que trazer a tona o pensamento de um dos maiores pensadores da
história da filosofia, é fazer renascer também questões que estão presentes em seus textos e
em nossos dias.
Platão nunca deixou de ser atual, seja por meio da reflexão sobre a educação (República) da
ética (Mênon) da epistemologia (Teeteto) etc. e neste sentido, vemos que vale a pena
estudar um diálogo de Platão. Para isso buscaremos articular o texto na medida do possível
com sua obra como um todo. Será um ganho na formação do estudante que se propõe
realizar tal tarefa. Platão estão na base e uma das duas maiores correntes com relação a
132
aquisição do saber que os comentadores costumaram chamar de racionalismo, e ainda
inatismo, para tratar do seu modo de explicar a questão.
Se propor estudo do Teeteto, implica uma proposta de reflexão acerca do
conhecimento . No entanto, tendo em vista o nível de instrução a que a pesquisa se propõe,
deixamos claro que esta pesquisa possui um caráter experimental no melhor sentido. Uma
vez que é a primeira vez que propomos a um estudante de ensino médio realizar tal
pesquisa. Mas vale lembrar que podemos propô-la por conta do nível de alunos que
potencialmente iremos encontrar no instituto. Eles serão capazes de comprometer-se com as
leituras necessárias a construção do seu trabalho.
Sendo assim tratemos do texto, um diálogo que se propõe avaliar o problema do
conhecimento. Assim como nos mostra SANTOS (2010, p. 5-6):
Para chegar à compreensão de um diálogo platônico há que realizar duas tarefas
complementares. A primeira consiste na elucidação do seu conteúdo e estrutura, analisando
o argumento e inserindo-a na unidade do texto, constituída pelos elementos dramáticos e
metodológicos (introdução, interlúdios e digressões), que definem o contexto dialético do
diálogo. A segunda complementa a anterior, tentando integrar o diálogo no corpus, pela
exploração das suas relações temáticas com outras obras.
Mostramos então que avaliar um diálogo platônico implica a compreensão de um
modo que nos auxilie a melhor compreendê-lo. Vale lembrar que ao elegermos um diálogo
como núcleo da pesquisa evidenciamos a questão que nos interessa trabalhar. Neste caso,
sendo o diálogo o Teeteto iremos discutir as relações dentro do diálogo que são
estabelecidas na perspectiva de alcançar uma compreensão dos desdobramentos da
investigação do saber desenvolvida no nele. O Teeteto, logo de início apresenta uma tese a
ser investigada, a saber, “conhecimento é sensação”.
A tese central a ser investigada no diálogo é a seguinte: “saber é sensação”, a ela
Sócrates irá se dedicar, juntamente com Teeteto e Teodoro para averiguar se podem decidir
acerca da mesma. Neste sentido, algumas questões que envolvem o tema são tomadas a
partir de um debate com os sofistas, quando com Protágoras se vê a seguinte afirmação: “O
homem é a medida de todas as coisas, das que são e das que não são”. Tal debate leva a uma
discussão acerca do relativismo, questão a ser investigada e avaliada sob o prisma do
conhecimento. A investigação do Teeteto remonta ainda a uma questão discutida pelos présocráticos sobre o fluxismo e o imobilismo. Teses estas defendidas por Heráclito e por
Parmênides. E coloca a questão da possibilidade de uma epistemologia fluxista. Na tentativa
de investigar a questão do saber, Sócrates irá apresentar suas dificuldades em compreendêlo e compreender como se adquire. Sendo assim, parte de um momento importante no
diálogo (145e-146a) em que afirma:
Sócrates: Então, saber é o mesmo que sabedoria?
Teeteto: Sim.
Sócrates: É aqui precisamente que caio em dificuldades e por mim mesmo não sou capaz de
captar claramente o que na verdade é o saber. Será que podemos defini-lo? Que dizem? Qual
de nós falará em primeiro lugar? O que erra e torna a errar é o burro que se vai sentar, como
dizem as crianças que jogam bola: aquele que escapar sem nunca errar reinará sobre nós e
mandará que respondamos ao que lhe apetecer. Por que estão calados? Será, Teodoro, que
estou a ser de algum modo indelicado, devido ao gosto que tenho pelas discussões e à
133
vontade que tenho de nos fazer conversar e de nos tornarmos amigos e afáveis uns com os
outros.
A investigação do Teeteto nos instiga a buscar responder a pergunta feita pelo
diálogo, “o que é saber?” as teses propostas nos levam a avaliar duas perspectivas, a saber, a
perspectiva sensista ligada a noção de aparência e a perspectiva da infalibilidade do saber.
Tal perspectiva se diferencia da sensação e questiona o relativismo da afirmação “saber é
sensação”. De tal modo, faremos o percurso argumentativo e dramático do diálogo para
conhecer o método ou métodos colecionados no diálogo para propor uma solução ao
problema.
TEORES DE NUTRIENTES E PRODUTIVIDADE DO FEIJÃO CAUPI EM FUNÇÃO DA FONTE E
DOSES DE N NO MUNICÍPIO DE PIRANHAS – AL
AUTOR (A): ALTANYS SILVA CALHEIROS
O município de Piranhas, situado na região semiárida de Alagoas, apesar de ter em
suas dependências parte da Usina Hidrelétrica de Xingó, apresenta sérios problemas
socioambientais, devido a falta de oportunidades de emprego, bem como a falta de
investimentos no setor agrícola, que responde por apenas 7% do PIB. Uma alternativa para
mudar esta realidade é a implantação de práticas alternativas de geração de emprego e
renda na região, como o incentivo ao cultivo da cultura do feijão caupi fazendo-se uso da
adubação orgânica e/ou inoculação com rizóbio, como fontes de N para a cultura, em
substituição à adubação nitrogenada mineral.
O cultivo do feijão caupi na região Nordeste do Brasil é uma boa alternativa para
geração de empregos e renda para pequenos e médios produtores rurais de baixa renda. No
entanto, os solos da região semiárida apresentam baixos teores de matéria orgânica e,
consequentemente, baixa disponibilidade de N, necessitando de um manejo adequado, com
uso racional de fertilizantes, principalmente o N. Portanto, a adubação se faz necessária para
a obtenção de produtividades adequadas nesses solos. Entretanto, os adubos químicos
geralmente são muito caros, representando um fator limitante à produção agrícola em níveis
de adubação adequada para a nutrição da cultura por essas famílias de baixa renda. O uso de
material orgânico, produzidos na própria propriedade rural ou imediações, e a adoção da
inoculação das sementes das plantas com bactérias que promovem a fixação biológica do
nitrogênio atmosférico (FBN), no cultivo do feijão caupi, são imprescindíveis para viabilizar o
cultivo nessas regiões, devido à promoção da melhoria da fertilidade desses solos em N,
além de ser uma técnica de baixo custo, podendo ser utilizadas na condução de lavouras de
pequenos agricultores.
TRABALHO, IDEOLOGIA E MEIO AMBIENTE: UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICA DOS LIMITES E
POSSIBILIDADES DO “ECOLOGICAMENTE CORRETO” A PARTIR DA PERSPECTIVA DOS
DOCENTES DE MARECHAL DEODORO.
134
AUTOR (A): FABRÍCIO TAVARES DA SILVA
O presente projeto aqui descrito tem por objetivo uma maior compreensão da
questão da sustentabilidade ou de práticas “ecologicamente corretas” levadas a cabo por
parte dos docentes que lecionam nas escolas (nos diferentes níveis de ensino) da cidade de
Marechal Deodoro. Além disso, cabe verificar o que pensam e como elaboram a “questão
ambiental” em suas práticas cotidianas. Visando com isso, o conhecimento de como a
comunidade docente local compreende ou não, põe em prática ou não, ações ditas
sustentáveis os problemas relacionados ao que muitos autores chamam de crise ambiental
no capitalismo atual
A pesquisa parte, em um primeiro momento de investigação teórica fazendo um
mapeamento da bibliografia sobre o debate da crise ambiental, gerados a partir das novas
configurações do capitalismo contemporâneo. Buscando responder a partir dos autores
selecionados qual a natureza da crise. Em seguida, propõe como segundo momento de
investigação a elaboração e aplicação de questionários e entrevistas com os docentes que
lecionam nas escolas do município de Marechal Deodoro a respeito do “ecologicamente
correto”. O problema que propomos responder com a realização da presente pesquisa é: Até
que ponto as atitudes individuais (“ecologicamente corretas”) dos docentes que lecionam
nas escolas de Marechal Deodoro contribuem para contornar ou superar os problemas
resultantes da “crise ambiental”? O que é ser ecologicamente correto para os professores
que lecionam em Marechal Deodoro?
Vale ressaltar que o surgimento, e desenvolvimento deste projeto ocorre em
conformidadcom as diretrizes propostas na Lei 11.892 de 29 de dezembro de 2008, art. 6º e
7º, que trata da criação dos Institutos Federais, reafirmando o caráter de envolvimento e
interação com a comunidade externa do campus de Marechal Deodoro, pois, propomos um
enriquecimento do know-how (do saber fazer) da mesma, como também da comunidade
acadêmica do IFAL. Assim também em conformidade com a missão proposta no PDI do IFAL
2009-2013:
Formar cidadãos capazes de reconhecerem-se sujeitos de ideias e de conhecimentos
nos mais diversos campos do saber, da cultura e das artes, promovendo a qualidade social da
educação fundamentado no princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão, tendo em vista a geração de conhecimentos científicos e tecnológicos que
possibilitem o desenvolvimento sócio-econômico-cultural alagoano e brasileiro.
A importância do tema deve-se inclusive à pequena quantidade de pesquisas na área
de sociologia do IFAL, especialmente em sociologia ambiental. Além do que, proporciona
uma troca de informações e conhecimentos com os docentes de outras instituições de
ensino de Marechal Deodoro. Ressaltando também a importância de fornecer dados
atualizados sobre o desempenho dos cursos em andamento no IFAL câmpus Marechal
Deodoro, e que assim possam auxiliar na caracterização da comunidade docente
(principalmente da rede municipal e estadual). Para assim incentivar, como também propor,
com maior embasamento, o surgimento de novos cursos melhor adaptados às condições
reais, atendendo assim às necessidades da comunidade docente no que se refere à
sustentabilidade. Seguindo uma das finalidades do IFAL que constam no PDI 2009-2013, qual
seja: “Qualificar-se como centro de referência no apoio à oferta do ensino de ciências nas
135
instituições públicas de ensino, oferecendo capacitação técnica e atualização pedagógica aos
docentes das redes públicas de ensino”.
Por fim, visa impulsionar os acadêmicos do IFAL a um maior envolvimento com a
sociedade, estimulando o desenvolvimento de espírito crítico, voltado à investigação
empírica.
UM ESTUDO DISCURSIVO DO PERFIL DOS ALUNOS INGRESSOS NO CURSO TÉCNICO EM
AGROINDÚSTRIA DO INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS, CAMPUS SATUBA
AUTOR (A): CRISTIANO LESSA DE OLIVEIRA
A linguagem humana, objeto de estudo multifacetado por natureza, revelou-se,
durante os últimos séculos, “uma das mais difíceis empreitadas” (SILVEIRA, 2005, p. 23). A
autora chama a atenção para esse fato, apontando para uma das questões bastante
discutidas no âmbito dos estudos linguísticos: as várias noções de linguagem e língua
adotadas pelo campo. É possível perceber, numa leitura mais bem detalhada da evolução da
área linguística, que essas noções são definidas e redefinidas no seu percurso histórico,
cabendo a cada corrente investigativa delimitar seu objeto de estudo. Encontramos, na
literatura específica, três concepções de linguagem e cada uma dessas concepções apresenta
uma noção de sujeito, variando conforme a noção de língua que se adota. Sendo assim,
aparecem as concepções tradicional, estruturalista e sociointeracionista.
A primeira concepção é aquela que trata da linguagem como representação do
pensamento humano, isto é, as discussões sob esse olhar se voltam para o percurso psíquico
da linguagem, não a relacionando com as estruturas sociais. No dizer de Koch (2006, p. 7), é
“representação (‘espelho’) do mundo e do pensamento”. Nessa concepção tradicional, a
língua é concebida como algo pronto e acabado, o que torna o seu ensino apenas em
memorização, classificação, imitação e reprodução das estruturas linguísticas. O sujeito,
dessa forma, é consciente de suas ações, é o sujeito psicológico e individual que utiliza a
língua como instrumento para transmitir seu pensamento.
A segunda concepção é a estruturalista que vê a linguagem como sendo aquisição de
hábitos. Deriva daí uma noção de língua como um sistema abstrato, um fato que é social,
geral, virtual, e suas estruturas se complementam, superpondo-se e relacionando-se. Nesse
sentido, o sujeito é passivo, condicionado às prescrições sociais. Os estudos estruturalistas
foram fundados pelo linguista Ferdinand de Saussure, os quais separam a linguagem em
língua e fala. A língua é um sistema de signos armazenado na nossa memória, pronto a ser
atualizado, traduzido em sons físicos, no processo da fala. É um código que pertence à
sociedade em geral. A fala, por sua vez, é considerada um ato individual, é o uso que os
indivíduos fazem da língua numa situação específica.
A terceira concepção é a sociointeracionista que toma a linguagem como o lugar de
interação entre os indivíduos que são vistos como seres sociais. Nessa concepção, a língua é
entendida como uma atividade interlocutiva e dialogal, servindo como um meio para
conscientizar, persuadir, dissimular, dominar, libertar, sendo também considerada como
variável e mutável. Assim, o sujeito usa a língua concretamente em variadas situações de
comunicação, podendo cooperar e negociar a construção dos sentidos.
136
Ampliando a discussão sobre as questões de língua(gem), é imprescindível abordar a
concepção de discurso, noção central para o nascimento de uma perspectiva de investigação
da linguagem que se distancia dos modelos formais e estruturais de análise linguística e se
baseia no funcionamento da linguagem, focalizando seu uso efetivo.Nessa perspectiva e, de
acordo com Orlandi (2001, p. 15), estudiosos “começaram a se interessar pela linguagem de
uma maneira particular que deu origem à Análise de Discurso”. Ainda segundo a autora, a
palavra discurso carrega a ideia de curso, percurso, de correr por, ou seja, palavra em
movimento, linguagem posta em prática.
A Análise de Discurso (AD), então, procura estudar a língua fazendo sentido e não
enquanto um sistema abstrato. Preocupa-se com “a língua no mundo, com maneiras de
significar, com homens falando, considerando a produção de sentidos enquanto parte de
suas vidas, seja enquanto sujeitos seja enquanto membros de uma determinada forma de
sociedade” (ORLANDI, 2001, p. 16). Dessa forma, a AD leva em consideração o homem na
sua história, considerando os processos e as condições de produção da linguagem,
estabelecendo relações entre a língua, os sujeitos que a falam e as situações em que é
produzido o dizer. Reflete sobre a maneira como a linguagem “está materializada na
ideologia e como a ideologia se manifesta na língua” (ORLANDI, 2001, p. 16). Nesse sentido,
a relação indissociável entre língua, história e ideologia é entendida como discurso.
Para Florêncio et al (2009, p. 22-23) a AD, na perspectiva de Michel Pêcheux, a que é
adotada nesta pesquisa, elege o discurso e não a língua como objeto de investigação,
concebendo-o dentro de “relações que o sujeito estabelece no seu mover-se no mundo”.
Para Pêcheux (1998 apud FLORÊNCIO, 2009, p. 22), o sentido da palavra não lhe pertence,
não é dado em sua relação com o significante, mas “determinado pelas posições ideológicas
que estão em jogo no processo sócio-histórico no qual as palavras, expressões e proposições
são produzidas”. Não há, pois, um discurso neutro ou inocente, já que ao produzi-lo, o sujeito
o faz situado sócio-historicamente a partir de um lugar, de uma ideologia, veiculando
crenças, valores, atitudes, visões de mundo que representam o seu lugar social.
Tratando do discurso, Bakhtin (1997) vai defender a existência da enunciação,
entendida enquanto resultado de relações sociais que os sujeitos estabelecem. Segundo o
autor, “as palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem de
trama a todas as relações sociais” (BAKHTIN, 1997, p. 41). Assim sendo, os discursos são
elaborados em função de um outro, ou em resposta a um outro, são produzidos socialmente
em um momento histórico para responder às necessidades postas nas relações entre os
homens (FLORÊNCIO et al, 2009).
A enunciação, portanto, é o palco onde se realiza o uso da linguagem, processo que
envolve não somente a presença física de seus integrantes, mas também o tempo histórico e
o espaço social de interação. É por meio desse processo de enunciação que os sujeitos
dialogam, trocando experiências e se constituindo seres humanos, numa relação viva, social
com o outro. Nessa perspectiva, poder-se-ia entender o fenômeno da interação verbal como
sendo o meio de construção do indivíduo, numa relação dialógica, através da qual “os
sujeitos envolvidos se constituem como tal, para si e para o outro, diante de si e diante do
outro” (FERNANDES, 2002, p. 146).
Situada nesse arcabouço teórico, a pesquisa pretende focalizar a educação
profissional em Agroindústria, mais especificamente, os ingressos do referido curso técnico
integrado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas (IFAL), Campus
Satuba. De acordo com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI, 2009-13, p. 100), no
137
item Política de Atendimento ao Discente, o ingresso no curso técnico integrado “dar-se-á
por intermédio de Exame de Seleção, de natureza pública, tendo como requisito mínimo a
conclusão do 9º ano do Ensino Fundamental. O aludido exame terá suas provas, número de
vagas, normas e procedimentos definidos em Edital de Seleção”.
A Agroindústria é assim definida pelo Projeto de Curso (2011, p. 14): “o conjunto de
atividades relacionadas à transformação de matérias primas provenientes da agricultura,
pecuária, aquicultura ou silvicultura. Para cada uma dessas matérias primas, a agroindústria
é um segmento da cadeia que vai desde o fornecimento de insumos agrícolas até o
consumidor. Em comparação a outros segmentos industriais da economia, ela apresenta uma
certa originalidade decorrente de três características fundamentais das matérias primas:
sazonalidade, perecibilidade e heterogeneidade”. Há uma série de atividades em que o
técnico em Agroindústria pode atuar como, por exemplo: técnica de desidratação de frutas e
hortaliças, técnicas de manuseio pós-colheita, rotulagem de alimentos, análise de lipídios e
implicações nutricionais, sistema de análise de perigos e pontos críticos de controle, boas
práticas de fabricação de alimentos, análise sensorial e instrumental e estudos de
expectativas do consumidor.
Ainda no referido documento, encontramos o seguinte objetivo que caracteriza o
curso: “Formar profissionais-cidadãos, a partir de uma sólida base humanística, científica e
tecnológica, aptos a tomarem parte do desencadeamento da produção e beneficiamento de
alimentos, no sentido de contribuir com a produção sustentável de bens destinados à
subsistência ao lado de produtos direcionados à comercialização, visando à sustentabilidade
do desenvolvimento da região, como forma de possibilitar a melhoria qualitativa do padrão
alimentar e da vida da população”.
Nesse contexto, o presente projeto pretende analisar os fatores condicionantes na
escolha do curso técnico em Agroindústria, bem como os efeitos de sentido e o contexto
sócio-histórico que afetaram essa opção, que, em nossa opinião, podem ser fatores
determinantes para a seleção do curso. A bem da verdade, nosso interesse é interpretar as
respostas dadas pelos alunos através de questionários e entrevistas, já que a AD “não
procura um sentido verdadeiro através de uma ‘chave’ de interpretação. Não há esta chave,
há método, há construção de um dispositivo teórico. Não há uma verdade oculta atrás do
texto. Há gestos de interpretação que o constituem e que o analista, com seu dispositivo,
deve ser capaz de compreender” (ORLANDI, 2001, p. 26). Outras questões de interesse da
pesquisa são: observar o conhecimento prévio dos alunos com relação ao curso técnico em
Agroindústria, bem como caracterizar o perf il dos ingressos, objetivando construir
parâmetros para o início de um processo de análise comparativa ao longo dos próximos
anos.
URÉIA E ÓXIDO DE CÁLCIO COMO ADITIVOS NA ENSILAGEM DE CANA-DE-AÇÚCAR
AUTOR (A): RUBEM RAMOS ROCHA FILHO
A cana-de-açúcar tem se destacado como opção forrageira estratégica para uso no
período da seca, especialmente na alimentação de bovinos. É nesta época do ano que a
planta está pronta para a colheita, apresentando alta produtividade, não sendo incomuns
138
situações onde a produção excede 100 toneladas por hectare. Salienta-se o alto teor de
sacarose dessa planta, resultando em alto potencial como fonte de energia para dietas de
animais ruminantes. Como limitação nutricional, pode-se apontar seu baixo conteúdo em
proteína bruta (PB), mas que tem sido corrigido nas dietas principalmente com o uso de
uréia, por representar uma fonte de nitrogênio não proteico de menor custo.
Normalmente a cana-de-açúcar a ser utilizada para a alimentação dos rebanhos é
cortada crua, em quantidade que permita seu armazenamento por no máximo 3 a 4 dias.
Essa operação exige a disponibilidade constante de mão de obra e transporte do canavial
para o curral. Outro aspecto que deve ser considerado é o manejo do canavial, que pode ser
prejudicado pelo corte por todo o período de seca, formando talhões em diferentes estágios
de desenvolvimento. Esses problemas se acentuam quando a cana é comprada de outros
produtores e quando estão mais distantes do local onde será utilizada. Uma alternativa que
tem sido proposta para minimizar esses problemas é a ensilagem da cana-de-açúcar. No
entanto, problemas específicos são observados quando se ensila essa planta. Devido ao seu
alto teor de açúcares, há grande proliferação de leveduras epífitas durante o processo de
ensilagem, resultando na produção de etanol e CO2, o que pode ocasionar perdas de matéria
seca e de energia na forragem ensilada (Bernardes et al., 2007; Pedroso 2005; Siqueira et al.,
2007).
Com o objetivo de melhorar os padrões de fermentação de silagens produzidas com
cana-de-açúcar, vários aditivos têm sido propostos como alternativas para minimizar as
perdas observadas no processo. Um desses aditivos é a uréia que, quando adicionada ao
material ensilado, dissocia-se em amônia (NH3), reage com água e forma hidróxido de
amônia, elevando o pH e inibindo a ação de microrganismos indesejáveis, especialmente as
leveduras (Ribeiro et al., 2010; Schimidt et al., 2007).
Outro aditivo que tem sido proposto é o óxido de cálcio (cal virgem
micropulverizada). Presume-se que atua através da redução dos constituintes da parede
celular por hidrólise alcalina e por favorecer a preservação de nutrientes solúveis através da
inibição do desenvolvimento de leveduras que atuam na massa ensilada (Neto et al., 2007).
A adição de óxido de cálcio na cana-de-açúcar a ser ensilada tem demonstrado eficiência em
reduzir as perdas de matéria seca (Roth et al., 2008). Objetiva-se avaliar os efeitos da uréia e
do óxido de cálcio como aditivos, assim como os efeitos do tempo de ensilagem, sobre o
grau brix, o pH, as perdas por gases e matéria seca e a contagem de leveduras em silagens de
cana-de-açúcar.
139
PIBITI
ABC AUTISMO: UM SOFTWARE PARA AUXILIAR NA ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM
AUTISMO
AUTOR (A): MONICA XIMENES CARNEIRO DA CUNHA
Desde a sua descrição inicial, o autismo deixou de ser considerado uma doença com
causas parentais para ser definido como um transtorno do desenvolvimento de causas
neurobiológicas, definido de acordo com critérios eminentemente clínicos (SCHWARTZMAN,
2011). Não existem exames que possam contribuir significativamente para o diagnóstico do
autismo, sendo o mesmo obtido através da observação comportamental (COELHO, 2006). Os
escalas que atualmente são utilizadas para este fim são o DSM-IV-TR e o CID-10, os mesmos
baseiam os seus diagnósticos em três critérios essenciais: a) déficits qualitativos na interação
social; b) atraso e déficit de linguagem e comunicação; c) comportamentos, atividades ou
interesses restritos, repetitivos e estereotipados (SANTOS, 2009).
Dentro desta tríade a criança autista pode apresentar comportamentos obsessivos e
ritualísticos como o apego à rotina rígida e obsessão por objetos enquadrando-se estes na
dificuldade de imaginação, que se estende às várias áreas do pensamento e prejudica
claramente qualquer tentativa de transmissão de conhecimento. Além disso, a rigidez e
inflexibilidade do pensamento revela a falta de aceitação a mudanças e dificuldades em
processos criativos (MELO, 2001, p.15). Bosa (2001) também afirma que o autismo
prejudica as aptidões coletivas e comunicativas do indivíduo, que por sua vez apresenta
características como impulsividade, desatenção, crises de “birra” e uma extrema
dificuldade em assimilar conhecimento pelos processos padrões de ensino.
Todas estas carências impossibilitam o aprendizado destas crianças com a utilização
de métodos alfabetizatórios convencionais, se tornando necessário neste caso uma
adaptação deste processo para possibilitar a assimilação do conhecimento por estas
crianças. Esta adaptação atualmente é provida pelo TEACCH, método criado por um grupo
de pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte (EUA).
Este programa tem como base a teoria comportamental e a psicolinguística, sendo as
mesmas evidenciadas na valorização das descrições das condutas, utilização de programas
passo a passo, uso de reforçadores e utilização de recursos visuais, proporcionando assim
interação entre pensamento e linguagem, resultando na ampliação das capacidades de
compreensão (LEON, 2002). O TEACCH trabalha com a estruturação externa do ambiente, do
tempo, das atividades, dos materiais com intuito de minimizar os déficits que a criança
autista apresenta e proporcionar a aquisição de comportamentos adequados ao convívio
social.
Para que toda esta prática seja possível é necessário entender a condição
neurobiológica da Síndrome em cada indivíduo, a partir daí o programa procura promover a
adaptação, melhorando todas as habilidades para o viver através das melhores técnicas
educacionais disponíveis e planejar estruturas ambientais que possam compensar os
possíveis déficits existentes na criança, percebe-se aqui que os programas específicos de
ensino e tratamento criados, são individualizados e baseados em uma compreensão
personalizada de cada indivíduo (KWEE, 2006).
140
Por ser este um método amplamente difundido e comprovadamente eficaz na
abordagem da pessoa com autismo, o mesmo foi adotado para ser à base do software que se
encontra na fase de desenvolvimento (programação propriamente dita e criação das
interfaces lúdicas) cuja especificação e prototipação foram fruto de projeto de pesquisa
realizado no ano de 2012. A pretensão do software é proporcionar atividades fixas,
categorizadas entre os níveis 1 a 4 do TEACCH, bem como disponibilizar um módulo adicional
que possibilita a variação das atividades, com inserção de novos elementos, novos contextos,
a critério do terapeuta, de acordo com o nível evolutivo de cada criança, e prover meios para
estimular e reforçar a execução de atividades por parte da criança.
O projeto busca aplicar conhecimentos advindos da área de sistemas de informação
para desenvolver uma ferramenta que irá auxiliar no tratamento de crianças que apresentam
características do espectro autista, especificamente voltada para o processo de alfabetização
dessas crianças, que exige toda uma adaptação peculiar.
ADEQUAÇÃO DO PROCESSO TECNOLÓGICO, CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISES DO QUEIJO
MASCARPONE
AUTOR (A): ORLANDO DE OLIVEIRA SILVA
Entende-se por queijo o produto fresco ou maturado que se obtém por separação
parcial do soro do leite ou leite reconstituído (integral, parcial ou totalmente desnatado), ou
de soros lácteos, coagulados pela ação física do calho, de enzimas específicas, de bactéria
específica, de ácidos orgânicos, isolados ou combinados, todos de qualidade apta para uso
alimentar, com ou sem agregação de substâncias alimentícias e/ou especiarias e/ou
condimentos, aditivos especificamente indicados, substâncias aromatizantes e matérias
corantes. (PORTARIA N° 146, 1996).
Apesar do consumo de queijos no Brasil serem irrisório (2,7 quilos per capita)
comparado a países como Grécia (28 quilos), França (23 quilos) ou mesmo ao nosso vizinho,
a Argentina (11 quilos), produzimos mais de 200 tipos de praticamente todas as famílias.
Entre elas estão as de mofo branco, como o Camembert e o Brie; mofo azul, como o
Gorgonzola; de pasta filada, como o Provolone; de fermentação propiônica, típica dos
grandes queijos suíços, como o Gruyère; de casca tratada, como o Saint Paulin; massa cozida,
como o Creme Bola ou o Gouda; chèvres (queijos de cabra) e duros, como o parmesão
(BARBOSA, 2012).
O Mascarpone é um queijo italiano originário da Lombardia e atualmente difundido
por todo o planeta. Sua raiz etimológica deriva-se do Grego “mascherga que significa “flor de
leite” (RODRIGUES, F.)”. É obtido a partir da nata aquecida, onde é adicionado o acidificante,
que provoca coagulação, dando origem ao mascarpone.
O queijo mascarpone é uma iguaria muito utilizada na gastronomia, sua flexibilidade
de combinações tanto para pratos salgados quanto para doces, o torna um grande e
importante ingrediente que vãos de molhos até sobremesas doces, seu consumo é difundido
por todo o mundo em inúmeras receitas, também pode ser encontrado em pratos mais
gourmet.
141
ANÁLISE DA INCORPORAÇÃO DE FIBRAS DE COCO EM BLOCOS DE CONCRETO
AUTOR (A): JOÃO GILBERTO TEIXEIRA SILVA
A pesquisa analisará os efeitos da incorporação de fibras de coco em blocos de
concreto destinados à execução de alvenaria estrutural averiguar a viabilidade do uso do
mesmo na construção de edificações na região de Palmeira dos Índios e Arapiraca.
“A crise energética mundial das últimas duas décadas tem motivado o
desenvolvimento de pesquisas sobre o fibrocimento ou fibro-concreto devido ao fato de a
fabricação de cimento exigir menor demanda de energia comparada com a necessária à
fabricação do aço ou dos plásticos. Assim, no Brasil, a utilização da fibra de coco verde na
construção civil pode criar possibilidades no avanço da questão habitacional, através da
redução do uso e do custo de materiais, envolvendo a definição de matrizes que interrelacionam aspectos políticos e socioeconômicos.” (ARAÚJO et al, 2004).
“A utilização de fibras vegetais como reforço constitui um grande interesse na
obtenção de novos materiais para a construção civil, produto de seu baixo custo, alta
disponibilidade e reduzido consumo de energia para sua produção. As fibras têm sido
aplicadas em construções desde os primórdios de nossa história; há evidências que fibras de
asbesto foram usadas para reforçar postes de argila há 5 mil anos. Entretanto, a adição de
fibras para reforço do concreto é um material de construção relativamente novo, no Brasil
sendo mais novo ainda sendo alvo de diversas pesquisas”. (IZQUIERDO, 2011).
Devido à grande demanda atual por matérias primas de origem natural e reciclada,
vê-se a incorporação da fibra de coco ao concreto como uma chance de substituir outras
fibras já utilizadas na confecção do mesmo que sejam obtidas de fontes não renováveis e
cujos meios de produção venham a acarretar danos ao já fragilizado meio ambiente.
"A fibra natural pode ser uma alternativa viável ao material sintético, como as fibras
de vidro, podendo conferir propriedades interessantes em materiais poliméricos, como boa
rigidez dielétrica, melhor resistência ao impacto e características de isolamento térmico e
acústico. Devido às suas excepcionais performances acústicas, a fibra de coco contribui para
uma redução substancial dos níveis sonoros, sendo a solução ideal para muitos dos
problemas na área acústica, superando largamente os resultados obtidos com a utilização de
outros materiais." (ARAÚJO et al , 2004).
“Utilizada há várias décadas como um produto isolante em diversas situações, a fibra
de coco tem hoje uma diversidade de aplicações, pelas características que apresenta, e que
acompanham o aumento da demanda crescente por produtos ecologicamente corretos.
Tecida em forma de manta, é um excelente material para ser usado em superfícies sujeitas à
erosão provocada pela ação de chuvas ou ventos, como em taludes nas margens de rodovias
e ferrovias, em áreas de reflorestamento parques urbanos e em qualquer área de declive
acentuado ou de ressecamento rápido." (ARAÚJO O et al , 2004).
ANÁLISE DOS EFEITOS DA TEMPERATURA DE SECAGEM NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS
DE NANOCOMPOSITOS POLIMÉRICOS BIODEGRADÁVEIS PRODUZIDOS COM
142
CARBOXIMETILCELULOSE E ARGILAS MINERAIS
AUTOR (A): ANA PAULA SANTOS DE MELO FIORI
Diante da atual degradação ambiental evidenciada nos últimos anos, percebe-se a
necessidade desenvolvimento de tecnologias que visem a redução dos impactos ambientais
oriundos das atividades industriais.
A utilização de combustíveis fósseis, principalmente para geração de energia tem sido
alvo de diversos centros de pesquisa, e buscar alternativas para minimização dos danos
causados vem tomando cada vez mais destaque no cenário mundial.
Dentre os materiais produzidos a base de combustíveis fósseis, pode-se afirmar que
os beneficiados a base polímeros sintéticos como os termoplásticos merecem destaque em
se tratando de degradação ambiental.
É evidenciado o crescimento contínuo do uso de plásticos para a fabricação de
embalagens. Recentemente, observou-se que do total de plásticos produzidos, 41% são
utilizados nas indústrias de embalagem e 47% deles são utilizados para o acondicionamento
do gênero alimentício. Estes são geralmente beneficiados de poliolefinas que são na sua
maioria produzidas a partir de combustíveis fósseis, consumidos e descartados no meio
ambiente, gerando resíduos não-degradáveis. Isso significa uma média 40% das embalagens
de resíduos, é praticamente eterna, e a questão do que fazer com o lixo plástico é cada vez
um problema ambiental global. [1]
Vê-se no estudo de materiais alternativos, como polímeros biodegradáveis, uma
opção viável para melhoria da qualidade ambiental no tocante a redução do uso de
combustíveis fósseis nas atividades industriais, visto que os mesmo são passíveis de
beneficiamento principalmente pela indústria dos derivados de plástico, reduzindo tanto o
uso destes combustíveis em sua fabricação como proporcionando o beneficiamento de
materiais com decomposição acelerada no meio ambiente, quando comprados aos
polímeros convencionais.
Assim sendo, a produção de nanocompósitos a partir de polímeros
biodegradáveis e argilas minerais, merece atenção especial, visto que os materiais de
partida são provenientes de fontes renováveis, com durabilidade durante o uso e
degradabilidade após o descarte.
Os nanocompósitos poliméricos apresentam propriedades mecânicas e térmicas
superiores aos compósitos convencionais, mesmo com uma quantidade menor de
reforço, devido à área de contato maior entre o polímero e a fase neste dispersa.
Ademais, o elevado fator de forma dos reforços incorporados, também denominado razão de
aspecto, propicia importantes propriedades de barreira na maioria dos casos. [2]
A baixa permeabilidade, melhor resistência química e maior retardância de
chama são atribuídas às melhores propriedades de barreira dos nanocompósitos. O
caminho para obtenção de tal desempenho consiste na habilidade de dispersar,
individualmente, estas partículas com elevado fator de forma em meio à matriz polimérica.
[2]
O presente trabalho fornece uma proposta de estudo que foque na produção
de nanocompósitos a base de polímeros biodegradáveis e argilas, possibilitando o
desenvolvimento de uma tecnologia que promova a redução do uso de combustíveis
fósseis em larga escala na atividade industrial, e conseqüentemente uma melhoria na
143
qualidade de vida da população.
APLICAÇÃO DA ARQUITETURA ORIENTADA A SERVIÇOS (SOA) NA INTEGRAÇÃO DE
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA
AUTOR (A): MARCÍLIO FERREIRA DE SOUZA JÚNIOR
Conforme Chiasson e Davidson (2004) e Perez et al. (2010), a área da saúde
oferece oportunidades para a adoção de sistemas de informação em razão do seu contexto
único e peculiar, caracterizado por usuários que devem satisfazer requisitos profissionais
muito exigentes e para os quais a liberdade de ação em relação a processos burocráticos
pode ser fundamental. Helms, Moore e Ahmadi (2008) mostram que o uso dos
sistemas potencializa o incremento da segurança do paciente, aumento da eficiência
operacional e da infraestrutura de tecnologia de informação já existente.
No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) existem iniciativas de dotar o
setor de informações que subsidiem a tomada de decisões e as ações dos gestores.
Com a implantação dos primeiros sistemas de informação em saúde (SIS) verificou-se a
necessidade de se buscar mecanismos para integrar as informações oriundas das
diversas esferas de gestão e dos diferentes sistemas, que desde sempre tiveram entre seus
principais problemas sua fragmentação, com dificuldades de comunicação,
interoperabilidade e padronização das informações (MENDES, 2001).
Guimarães (2005) explica que a dispersão ou desintegração das informações dos SIS
é uma consequência direta da fragmentação do processo de gestão federal do setor
da saúde, que tem profundas raízes históricas e é pouco receptivo à incorporação do
princípio de integralidade do SUS. Observa-se nas ações do Departamento de Informática do
SUS (DATASUS), de maneira geral, uma forma de atuar sob demandas isoladas,
independentes e desvinculadas umas das outras, gerando sistemas de informação que
não pressupõem uma perspectiva integradora (FERRAZ, 2009). Assim, o processo tende a se
reproduzir nas esferas estadual e municipal, conformando um modelo que estimula cada
organização a desenvolver isoladamente sistemas de informação próprios ao exercício
de suas funções.
Ademais, a fragmentação e a desarticulação dos SIS em saúde trouxeram sérias
implicações para os usuários do SUS. De fato, uma vez que uma mesma pessoa pode receber
atendimento em diversas organizações de saúde ao longo de sua vida, as suas informações
ficam distribuídas em diferentes sistemas. Segundo Contandriopoulos e Hartz (2004), essa
dificuldade impossibilita a obtenção do histórico clínico integral do paciente, cujos dados
estão espalhados em diversas bases de dados, nos locais onde ele foi atendido. Tudo isso
pressiona fortemente os custos dos sistemas de saúde com baixo impacto sobre as pessoas.
Há, portanto, dificuldades de projetar a trajetória dos pacientes no continuamento dos
cuidados registrados em todos os SIS do SUS.
A seu turno, Souza Júnior (2012) empreendeu um levantamento dos sistemas
de informação em saúde em uso no SUS e concluiu que coexistem 72 (setenta e dois)
sistemas diferentes e tecnologicamente heterogêneos. O quadro a seguir exibe os
principais sistemas do SUS mapeados na pesquisa citada. Observa-se neste
144
levantamento uma grande quantidade de sistemas, que foram concebidos para atender
diferentes áreas estratégicas da saúde pública. Por serem sistemas nacionais de
informação, todos os SI também se encontram em uso nas unidades de saúde do estado de
Alagoas.
Haux (2006) caracteriza os SIS como todo sistema que processa dados, informação
ou conhecimento em ambientes da área de saúde, com o objetivo de contribuir para
a melhoria da qualidade de saúde da população através de processos médicos ou
organizacionais ligados direta ou indiretamente ao paciente. Os diferentes SIS que as
organizações
de saúde brasileiras operam são frutos do natural processo de
desenvolvimento do setor ao longo dos anos. Estes sistemas foram desenvolvidos tendo por
base várias plataformas tecnológicas, coexistindo um grande número de sistemas
dispersos e heterogêneos, criados para suportarem necessidades pontuais de
determinados departamentos.
Contudo, a literatura é abrangente em relatos de casos de insucesso de SIS e, em
muitos outros, as vantagens apontadas são marginais, sendo identificados diversos fatores
que constrangem a adoção dos sistemas, tais como falta de financiamento,
145
ambiguidades legais, resistência à mudança, entre outros. A deficiente
interoperabilidade dos SI existentes também é apontada como um dos principais motivos
para o fracasso (HEEKS, 2006; SPIL et. al., 2009).
O principal problema decorrente do isolamento dos sistemas é a fragmentação de
dados, que dificulta a obtenção de informações confiáveis, consolidadas, devido à
redundância e inconsistência de dados armazenados em mais de um sistema. Para
enfrentar esta problemática, a Arquitetura Orientada a Serviços, do inglês Service Oriented
Architecture, ou simplesmente SOA, desponta como uma das principais soluções
tecnológicas para integração de sistemas de informação.
O princípio que rege uma SOA é de que uma aplicação grande e complexa
deve ser evitada e substituída por um conjunto de aplicações pequenas e simples. Ou
seja, um sistema passa a ser composto por vários e pequenos módulos especializados,
distribuídos, acessados remotamente, interoperáveis e reutilizáveis que são unidos graças a
padronizações adotadas, podendo ainda ser rapidamente recomposto para o processo
desejado (Rabelo, 2006).
Em SOA esses pequenos módulos de software são chamados de serviços. Um serviço
é um módulo que pode ter uma granularidade variável, pode ser implementado em qualquer
linguagem de programação e tem uma interface padrão que permite que ele invoque um
serviço e também possa ser invocado por outro serviço. Portanto, um mesmo serviço
pode ser tanto cliente como servidor, dependendo da composição feita para os vários
processos de negócio da organização. A seleção de serviços e a sequencia de suas
invocações é que determinam o comportamento do sistema, ou seja, a funcionalidade
global da aplicação está associada a um processo de negócio. Portanto, serviços
representam a menor unidade de uma aplicação SOA. Os serviços são disponibilizados em
um Enterprise Service Bus (ESB) ou barramento corporativo de serviços, tal como ilustra
a figura 1.
As principais funcionalidades de um ESB é: agir como um mediador, um message
broker dos serviços; permitir customizações no serviço de mensagens; orquestrar os
serviços; validar e rotear mensagens; converter formatos diferentes de mensagens;
permitir um baixo acoplamento entre sistemas; e controlar os acessos, monitoramentos de
146
segurança e criptografia dos sistemas que estão acoplados ao barramento.
As vantagens desta arquitetura são: o baixo acoplamento entre aplicações; alta
interoperabilidade entre plataformas tecnológicas; alta reutilização das regras de negócio;
resposta rápida a mudanças nos processos de negócio; serviços são facilmente testados;
permite uma execução de serviços de forma tanto síncrona como assíncrona e permite uma
flexibilidade no controle dos serviços em ternos de que sua busca, seleção e
composição podem ser feitos tanto à priori, estaticamente e manualmente, como em
tempo de execução, dinâmica e automaticamente. Os serviços são disponibilizados em
uma rede de forma independente e se comunicam através de padrões abertos. A maior
parte das implementações de SOA se utilizam de web services (WSI, 2013).
Com o problema e cenário assim descritos, a intenção deste projeto de pesquisa pode
ser sumarizada na seguinte questão de pesquisa: como adotar uma arquitetura orientada a
serviços para superar a desintegração dos sistemas de informação em saúde no SUS?
Para estudar este tema, será realizado um levantamento aprofundado dos sistemas
em uso no SUS no intuito de implementar e aplicar uma arquitetura orientada a serviços de
saúde, tendo como o estudo de caso da pesquisa a Secretaria de Estado da Saúde de
Alagoas (SESAU).
APLICAÇÃO DE POLIMEROS SUPERABSORVENTES COMO IMPERMEABILIZANTES NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
AUTOR (A): RONALDO DIONÍSIO DA SILVA
A palavra polímero vem da junção das palavras gregas poli (muitas) e mero (partes),
ou seja, “um polímero” é uma macromolécula formada por milhares de unidades de
repetição denominadas meros, ligados por ligação covalente. Para a síntese de um polímero,
é necessário que pequenas moléculas (monômeros) se liguem entre si para formar uma
longa cadeia polimérica. Estes reagem por adição ou condensação, produzindo os
polímeros com diferentes propriedades físico-químicas e mecânicas.
Os tipos de polímeros mais consumidos atualmente são os Polietilenos (PE),
Polipropilenos (PP), Poliestirenos (PS), Poliesters e Poliuretanos (PU); que devido a sua
grande produção e utilização e são chamados de polímeros commodities. Outras classes
de polímeros, como os Poliacrilatos, Policarbonatos e Fluorpolímeros tem tido uso
crescente no mercado. Por final, os polimeros são classificados como termoplásticos,
termorrígidos e fibras.
Os polímeros superabsorventes (PSA) que são materiais hidrofílicos, ou seja, são
capazes de absorver grandes quantidades de água ou soluções aquosas devido a
capacidade que o polímero superabsorvente tem de se expandir. A Figura 1 ilustra um
exemplo de polímero superabsorvente comercial (Poliacrilato de Sódio), usualmente
utilizado na hidratação de plantas.
Os pioneiros na síntese e trabalho com os hidrogéis neutros foram a dupla de
cientistas Otto Wichterle e Drahoslav Lim em 1960. Eles sintetizaram pela primeira vez o
hidrogel Poli- Metacrilato de Hidroxietila junto com o Diacrilato de Etileno, e também foram
responsáveis pelo desenvolvendo os primeiros biomateriais, os quais tiveram como primeira
147
aplicação as lentes de contato.
Na literatura, observa-se que os polímeros superabsorventes mais utilizados no
dia a dia são a Poliacrilamida (PA), que absorve água por meio da formação de pontes de
hidrogênio e o Poliacrilato de Sódio (PAS) (Figura 02). Neste último, o mecanismo de
absorção é, primariamente, por osmose. A pressão osmótica faz com que o Poliacrilato de
Sódio absorva água para equilibrar a concentração de íons sódio dentro e fora do polímero.
O projeto se baseia na utilização dos polímeros superabsorventes (como
poliacrilamida, poliacrilatos) na construção civil, onde esses, são redes poliméricas
hidrofílicas tridimensionais que apresentam um aumento de volume na presença de água. A
expansão volumétrica é devido à absorção desse líquido através de sua porosidade, retendoo dentro de sua estrutura, formada por ligações cruzadas entre as cadeias principais do
polímero.
AUTOMAÇÃO DE UMA TORRE DE CRAQUEAMENTO TÉRMICO DE BIODIESEL
AUTOR (A): ROGÉRIO FERNANDES DE SOUZA
O consumo de combustíveis fósseis derivados do petróleo apresenta um impacto
negativo na qualidade do meio ambiente. A poluição do ar, as mudanças climáticas, os
derramamentos de óleo e a geração de resíduos tóxicos são resultados do uso e da
produção desses combustíveis. Pesquisas e programas governamentais vêm sendo
realizados com o objetivo de desenvolver e produzir combustíveis alternativos, como
por exemplo, os biocombustíveis etanol e biodiesel, comprovando a preocupação de
governantes e instituições de pesquisas e a sociedade em geral com o possível esgotamento
das reservas de petróleo e com a preservação ambiental.
O biodiesel é uma dessas alternativas, pois é um combustível biodegradável
derivado de fontes renováveis como óleos vegetais e gorduras animais. Existem diferentes
espécies de oleaginosas no Brasil que podem ser usadas para produzir o biodiesel. Entre elas
estão a mamona, dendê, canola, girassol, amendoim, soja e algodão. Matérias-primas de
origem animal, como o sebo bovino e a gordura suína, também podem ser utilizadas na
fabricação do biodiesel.
Acompanhando o movimento mundial, o Brasil dirigiu sua atenção no final da
década de 1990 aos projetos destinados à pesquisa do biodiesel. No entanto, foi a
partir do lançamento do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), em
dezembro de 2004, pelo Governo Federal, que o biodiesel avançou significativamente,
tornando-se um valioso instrumento de geração de riqueza e inclusão social. Acredita-se
que, para o futuro, este combustível possa, aos poucos, substituir, nos veículos, os
combustíveis fósseis. No entanto, uma desvantagem que se ver, no momento, é que se o
consumo mundial aumentar em larga escala, serão necessárias plantações em grandes
áreas agrícolas. Assim, em países que não fiscalizam adequadamente seus recursos
florestais, poderemos ter um alto grau de desmatamento de florestas para dar espaço
para a plantação de grãos. Ou seja, uma diminuição das reservas florestais do nosso planeta.
Por outro lado, uma vertente para a produção do biodiesel, que se mostra bastante
atrativa devido a seu forte apelo de cunho social e ambiental, e que minimiza o efeito citado
148
acima é o uso dos rejeitos do óleo de fritura. No Brasil, por exemplo, apenas uma pequena
parte do óleo vegetal comestível (óleo de fritura) é reutilizada para a fabricação de
sabão, sendo sua maior parte descartada na rede de esgotos, poluindo nossas águas. A
produção de biocombustível a partir do óleo de fritura é possível através do uso de torres
de fracionamento industriais. Esse processo trás benefícios, pois reduz vários problemas
ambientais relacionados ao descarte deste óleo e possibilita aumentar a produção e a
utilização de biocombustível, biodiesel, diminuindo a emissão de gases de efeito estufa, e
contribuindo para a preservação do meio ambiente.
O IFAL Campus Maceió, na pessoa do pesquisador, professor Paulo dos Santos, tem
dado uma contribuição nesta área de combustíveis renováveis com o desenvolvimento de
um protótipo, em escala reduzida, de uma usina de craqueamento térmico destinada ao
reaproveitamento do óleo de fritura para a obtenção de biodiesel. Este projeto tem como
objetivo o uso didático da torre para o ensino sobre a produção de biocombustíveis, tanto
no âmbito do ensino técnico, abrangendo as áreas de mecânica, química, eletrônica e
eletrotécnica, como também na área de formação geral para a disseminação, entre os
nossos estudantes, da cultura do desenvolvimento sustentável e da geração de combustíveis
renováveis tão em voga nos tempos atuais. No entanto, apenas as fases de construção da
torre e produção do biodiesel foram finalizadas. Sendo necessário, por tanto, para a
conclusão do projeto, desenvolvermos as fases de automação do sistema e de testes
conclusivos (análises químicas) do produto conforme certificação da ANP. Desta forma,
teremos um produto final (uma torre de craqueamento) com fins didáticos e também com
possibilidade para a produção comercial do biodiesel.
Diante do exposto, com este trabalho, procuramos efetivar a fase de automação
eletrônica da torre de craqueamento, tornando o sistema autorregulável, tendo o mínimo
de ação de um operador para o seu funcionamento.
AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL DE BAIXO CUSTO UTILIZANDO A TECNOLOGIA DTMF
AUTOR (A): JOSÉ ARNÓBIO DE ARAÚJO JÚNIOR
No Brasil é crescente a necessidade de automação residencial, tendo em vista, o
crescente desenvolvimento de novas tecnologias, tecnologias estas que proporcionam um
elevado nível de conforto a todos os usuários das residências.
A automação residencial está cada dia facilitando mais a vida dos moradores. Com a
chegada de novas tecnologias, é possível levar esta facilidade e conforto para uma
gama muito maior de pessoas por evitar quebradeiras para adequar a casa a automação.
Outro fato importante a destacar é o elevado custo destas tecnologias, de forma que
apenas uma pequena camada da população dispõe desta tecnologia.
Nós que fazemos parte do IFAL, que somos uma instituição de referência, e
mais precisamente em Arapiraca, que possui o curso integrado de nível médio em
Eletroeletrônica, temos o dever de tentar desenvolver tecnologias, que sejam de fácil
acesso e baixo custo.
A justificativa deste projeto para a sociedade se deve pelo simples que hoje o
conceito de automação residencial está mudado. Temos ao nosso alcance um gama de
149
oportunidades práticas e econômicas que utilizam automação, desde a básica a mais
abrangente, em sistemas de integração para diversos ambientes. O resultado é um
ambiente prático, agradável, confortável, mais bonito, valorizado e seguro, de acordo com o
interesse do usuário.
Este projeto na realidade é uma grande oportunidade que os alunos tem de
desenvolver, através de uma tecnologia pouco utilizada para este fim, conhecimentos e
oportunidades cada vez maiores, tendo em vista que em nosso pais a quantidade de
residências que tem sistemas inteligentes ainda é muito pequena, comparado com países
desenvolvidos.
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DO MATERIAL TETRA PAK COMO
IMPERMEABILIZANTE SUSTENTÁVEL
A água é responsável por 85% das patologias encontradas nas edificações,
podendo estar no estado sólido, liquido ou gasoso. A maio r par te do Brasil possui
água no estado gasoso, o que é ainda mais prejudicial por possuir uma grande
capacidade de penetração, apesar de sua importância ela é o agente canalizador que
provoca a corrosão causando o envelhecimento da obra, assim todo e qual quer edifício
deve conter as proteções adequadas, como os impermeabilizantes, para que as
superfícies de paredes, pisos, lajes, reservatórios, jardineiras e demais áreas molhadas
proporcione um aumento na qual idade de sua vida útil e conforto, porém, alguns desses
possuem substâncias químicas, tóxicas e agressivas ao meio ambiente Sendo assim
surge a ideia em proporcionar a utilização de caixas Tetra Pak como impermeabilizante
em lajes, que por sua vez tenha como final idade acrescentar um jardim em sua
última camada, formando o ponto de partida para buscar a inovação e a ousadia em novos
impermeabilizantes, utilizando a criatividade e o baixo custo como índices principais de
adaptação.

a)
b)
c)
d)

VANTAGENS DO SEU EMPREGO:
Podem ser mencionadas tais vantagens do impermeabilizante sustentável:
Retirar do meio ambiente o agente agressivo, material tetra -pak;
Diminuir o custo do transporte por possuir um fácil acesso;
Reduzir o custo geral da obra;
Incentivar o uso de jardins proporcionando melhorias no bem estar.
DESCRIÇÃO DO PROCESSO
Para a fabricação do impermeabilizante sustentável, basicamente substituiremos o
convencional por material reciclável, que serão as caixas tetra pak, analisando por meio de
ensaios laboratoriais e experimentais sua durabilidade, resistência à tração e alongamento,
aderência e capacidade de impermeabilidade. O resíduo que será utilizado está disponível a
todos, porém o descarte não é seguro, dessa forma o impermeabilizante sustentável
proporcionará um destino a esse material e tornará esse sistema mais acessível.
150
AVALIAÇÃO E ANÁLISE DE VIABILIDADE DE REDES MESH COMUNITÁRIAS PARA INCLUSÃODIGITAL ATRAVÉS DE TELECOMUNICAÇÃO HUMANITÁRIA E ACESSO À INTERNET
AUTOR (A): BRENO JACINTO DUARTE DA COSTA
Redes Mesh Comunitárias são um exemplo de rede de comunicações de dados de
forma distribuída sem fios, capaz de operar sem a necessidade de uma entidade central que
controle os mecanismos de comunicação da rede. Neste sentido, as Redes Mesh
Comunitárias podem ser consideradas Redes de Computadores que podem ser construídas
por qualquer pessoa, usando equipamentos e tecnologias disponíveis no mercado e em sua
maioria sendo de código aberto.
Aliado a tecnologia de Voz sobre IP (VoIP), uma Rede Mesh Comunitária tem o
potencial de prover uma infraestrutura distribuída de comunicação de VoIP e acesso a
Internet para todos os participantes da Rede.
As empresas de Telecomunicação tem interesses comerciais e, portanto, abrangem
áreas onde há suficiente poder aquisitivo. Regiões carentes ficam, portanto, restritas a estas
tecnologias e os benefícios que as mesmas trazem a nossa sociedade.
Este projeto tem o intuito de experimentar com Redes Mesh Comunitárias em uma
comunidade carentes do Estado, onde ainda não haja telecomunicação disponível e/ou
acesso a Internet. Através desta rede, será possível dispor de comunicação de dados e voz na
área de cobertura da rede, e, caso exista em regiões mais próximas, acesso à Internet através
de um ou mais participantes da rede que também estejam conectados à Internet.
BIOLOGIA REPRODUTIVA DE ESPÉCIES VEGETAIS, ENCONTRADAS NA CAATINGA DO
MÚNICIPIO DE SANTANA DO IPANEMA, COM POTENCIAL APÍCOLA
AUTOR (A): PETRUCIO ALEXANDRE FONSECA RIOS
A biologia reprodutiva das plantas constitui um elemento chave no esclarecimento
dos padrões de distribuição e abundância das espécies; o estudo desse processo pode ser
riquíssimo para o melhor entendimento de uma comunidade vegetal (Dalling, 2002). Tais
estudos envolvem vários aspectos como fenologia, biologia floral, sistema reprodutivo e de
polinização. Segundo Kearns & Inouye (1993), a partir da compreensão das
características da morfologia e biologia floral é possível avaliar as interações entre o
pólen e o estigma, flores e polinizadores, bem como, do sucesso reprodutivo das
espécies vegetais. De maneira que, essas informações ampliam o conhecimento a
respeito da ecologia evolutiva das espécies, indicando a maneira pela qual garantem a sua
sobrevivência e perpetuação ao longo dos tempos, em diferentes ambientes. Sendo o estudo
da biologia reprodutiva das espécies (especialmente das raras e em perigo de extinção, com
potencial comercial, agrícola e medicinal) o primeiro passo para a sua conservação in
situ e ex situ (Lenzi & Orth 2004), domesticação e manejo sustentado (Kearns & Inouye,
1993). Outro ponto importante esta na possibilidade de levantamento das espécies de
151
visitantes florais o que fornece subsídios para estudos sobre a biodiversidade, incluindo
a fauna apícola local e para a ecologia da polinização de uma determinada planta; levando a
um entendimento muito maior dos benefícios e serviços fornecidos pela diversidade de
polinizadores.
CARACTERIZAÇÃO DE TIJOLOS SOLO-CIMENTO FABRICADOS COM SOLO DE PALMEIRA DOS
ÍNDIOS E CINZAS DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR
AUTOR (A): SHEYLA KAROLINA JUSTINO MARQUES
Dentre vários tipos de construções, a execução de unidades habitacionais
consiste numa importante área de atuação da Engenharia civil. Considerando que há
um déficit habitacional no Brasil, a solução proposta pelo setor da construção civil e
pelo governo é intensificar o número de construções para suprir da população de baixa
renda, principalmente. Com o crescimento acelerado da população, o número e o vulto das
obras estão aumentando (SOUZA, 2000).
Na construção de casas populares, uso de tijolos de solo-cimento, também
conhecidos como tijolos ecológicos, é bastante difundido pela vantagem da sua rápida
fabricação no próprio canteiro
de
obras,
a mão-de-obra para operar os
equipamentos não precisar ser especializada, podendo ser confeccionados pela própria
comunidade, e também a boa qualidade e regularidade no aspecto final das peças,
propiciando um menor consumo de argamassa de assentamento e de revestimentos.
Dessa forma, as obras terminam em prazos mais curtos, promovendo uma relação custobenefício bem mais satisfatória.
O solo-cimento é o material resultante da mistura homogênea, compactada e curada
de solo, cimento e água em proporções adequadas. O produto resultante deste processo
é um material com boa resistência à compressão, bom índice de impermeabilidade, baixo
índice de retração volumétrica e boa durabilidade.
Em termos de tijolos solo-cimento, a maior quantidade de matéria-prima é
direcionada ao solo. Os solos são misturas complexas de materiais inorgânicos e resíduos
orgânicos parcialmente decompostos, e diferem grandemente de área para área, não só em
quantidade, mas também qualitativamente. Por esta razão é utilizado largamente como
matéria-prima na indústria da Construção Civil, incluindo a fabricação de tijolos solocimento.
Além dos tijolos, as aplicações em solo-cimento que requerem menores custos
construtivos, são: contenções de encostas, contenções de barreiras de rodovias (sacos de
arrimo), contra-pisos de rodagem em rodovias (solo-cimento compactado) e pistas de
rodagem de aeroportos (solo-cimento compactado).
O fato da indústria da construção civil ter uma importante representação
mundial no consumo de recursos naturais, como na geração de impactos ambientais e
resíduos, torna-se necessário, e de extrema relevância, o planejamento do consumo dos
bens naturais não renováveis, o gerenciamento dos resíduos gerados na construção, e
a reutilização e incorporação de resíduos na fabricação e aprimoramento de novos
materiais (ÂNGULO et al., 2001).
152
A reciclagem de resíduos é uma das muitas condições para aumentar a
sustentabilidade da economia, uma vez que a geração desses é inevitável. As
vantagens potenciais da reciclagem para a sociedade são, entre outras, a preservação de
recursos naturais, economia de energia, redução do volume de aterros, redução da
poluição, geração de empregos, redução do custo do controle ambiental pelas
indústrias, aumento da durabilidade e, até mesmo, a economia de divisas (JOHN, 2000).
A inclusão de elementos de reforço nos solos, para melhoria de suas propriedades,
já era do conhecimento de povos da antiguidade. Isto pode ser confirmado através de
algumas construções, ainda existentes nos dias de hoje, como as muralhas de Ziggurat de
Agar Quf, na Mesopotâmia (1400 a.C.), construídas utilizando-se camadas intercaladas de
solo e mantas de raízes. Os Incas utilizavam lã de lhama misturada ao solo na construção de
estradas resistentes ao tempo (PALMEIRA, 1992).
A incorporação de resíduos em tijolos de solo-cimento já vem sendo utilizado no
projeto de pesquisa desenvolvido no ano de 2012, e tem trazido resultados positivos, tanto
em termos de características tecnológicas, quanto em termos de preservação ambiental.
Dessa forma, baseado neste panorama, o reaproveitamento das cinzas do
bagaço de cana-de-açúcar, significa tanto uma redução financeira de custos como a
perspectiva de um material com aplicabilidade no setor, implicando em melhores condições
da qualidade de vida para uma faixa econômica da sociedade.
Este trabalho visa prosseguir o estudo da incorporação de cinzas do bagaço de canade-açúcar em formulações para tijolos de solo cimento. Os resultados experimentais
realizados no ano de 2012 comprovaram a eficiência e o elevado potencial das cinzas do
bagaço de cana-de-açúcar, sendo assim a proposta é continuar com a pesquisa realizando a
caracterização e ensaios de durabilidade dos tijolos moldados.
Solo
Se for tomada exclusivamente a finalidade a ser dada neste estudo, o solo
pode ser definido como um material não consolidado da camada superficial da terra,
facilmente desagregável, contendo minerais diversos sob as formas de areia (pequenas
partículas bem resistentes, duras, no intervalo granulométrico de 2,0 a 0,062mm); de
silte (partículas mais finas que a areia, geralmente sedimentadas sob a forma de camadas
pulverizadas, no intervalo granulométrico de 0,062 a 0,004mm); e de argilas (silicatos
hidratados de alumínio, com granulometria inferior a <0,004) (CEBRACE, 1981).
A porção externa e superficial da crosta terrestre é formada por vários tipos de
corpos rochosos que constituem o manto rochoso. Estas rochas estão sujeitas a
condições que alteram a sua forma física e sua composição química. Estes fatores que
produzem essas alterações são chamados de agentes de intemperismo. Pode-se então
conceituar o intemperismo como o conjunto de processos físicos e químicos que modificam
as rochas quando expostas ao tempo (VARELA, 2009).
O processo do intemperismo se dá em duas fases:
- Intemperismo físico – desintegração da rocha;
- Intemperismo químico – decomposição da rocha.
A desintegração (intemperismo físico) é a ruptura das rochas inicialmente em fendas,
progredindo para partículas de tamanhos menores, sem, no entanto, haver mudança na sua
composição. Nesta desintegração, através de agentes como água, temperatura, pressão,
153
vegetação e vento, formam-se os pedregulhos e as areias (solos de partículas grossas) e até
mesmo os siltes (partícula intermediária entre areia e argila). Somente em condições
especiais são formadas as argilas (partículas finas), resultantes da decomposição do
feldspato das rochas ígneas (CAPUTO, 1987).
A decomposição (intemperismo químico) é o processo onde há modificação
mineralógica das rochas de origem. O principal agente é a água, e os mais
importantes mecanismos modificadores são a oxidação, hidratação, carbonatação e os
efeitos químicos resultantes do apodrecimento de vegetais e animais. Normalmente a
desintegração e a decomposição atuam juntas, uma vez que a ruptura física da rocha
permite a circulação da água e de agentes químicos. Os organismos vivos concorrem
também na desagregação puramente física e na decomposição química das rochas (VARELA,
2009).
Cimento Portland
A palavra CIMENTO é originada do latim CAEMENTU, que designava na velha Roma
espécie de pedra natural de rochedos e não esquadrejada. A origem do cimento remonta
há cerca de 4.500 anos. Os imponentes monumentos do Egito antigo já utilizavam uma liga
constituída por uma mistura de gesso calcinado. As grandes obras gregas e romanas,
como o Panteão e o Coliseu, foram construídas com o uso de solos de origem vulcânica da
ilha grega de Santorino ou das proximidades da cidade italiana de Pozzuoli, que possuíam
propriedades de endurecimento sob a ação da água (ABCP,2000).
O grande passo no desenvolvimento do cimento foi dado em 1756 pelo inglês John
Smeaton, que conseguiu obter um produto de alta resistência por meio de calcinação de
calcários moles e argilosos.
Cinzas do Bagaço de cana-de-açúcar
A agroindústria de cana-de-açúcar no Brasil tem como objetivo a produção de
açúcar para os mercados interno e externo e de álcool combustível para atender a demanda
nacional de combustíveis. A implementação do projeto PROALCOOL no Brasil (CORTEZ,
1991) impulsionou a indústria sucro alcooleira, com a conseqüente geração de resíduos.
A cultura da cana no país foi introduzida sem a devida preocupação com o aproveitamento
comercial dos subprodutos. Os principais subprodutos das usinas de açúcar e álcool são o
vinhoto, a torta de filtro e o bagaço. A otimização dos processos para viabilizar a melhor
utilização desses subprodutos e o desenvolvimento de outros processos que aumentem
o seu valor tem sido objeto de atenção de indústrias do setor.
A queima do bagaço excedente da cana-de-açúcar possibilita o seu uso em
substituição ao óleo combustível e outros energéticos. Porém, a pirólise do bagaço gera uma
espécie de cinza composta em sua maior parte de materiais inorgânicos e com aspecto
grosseiro. A incorporação de resíduos sólidos em matriz cimentícea é uma das possíveis
soluções para viabilizar a utilização desse material.
Vários subprodutos industriais e agrícolas apresentam características pozolânicas,
com destaque para as cinzas volantes provenientes da queima do carvão em usinas
termoelétricas. Pozolanas são materiais silicosos ou silico-aluminosos, que por si só
possuem pouca ou nenhuma atividade aglomerante hidráulica, entretanto quando
154
preparados adequadamente (moídos), exibem a propriedade de reagirem em meio aquoso
e a temperatura ambiente com o hidróxido de cálcio, proporcionando a formação de novos
compostos, com propriedades aglomerantes (cimentíceas) e, portanto insolúveis em água.
CARREGADOR DE BATERIAS PARA EMBARCAÇÕES USANDO AS ENERGIAS
SOLAR E EÓLICA
AUTOR (A): LEONALDO JOSÉ LYRA DO NASCIMENTO
Este projeto tem por objetivo o desenvolvimento de um carregador de baterias que
utiliza as energias solar e eólica como fonte de energia para ser usado em embarcações de
pequeno e médio porte que velejam em mares, rios e lagoas. Esse projeto é composto por
painel solar fotovoltaico, circuitos eletrônicos de sinais e de potência, controladores de
cargas, gerador eólico, microcontroladores, motores de passos, sistema mecânico móvel e
programas computacionais desenvolvidos em linguagem C. Dois tipos de fontes de energia
serão usados: a energia solar e a energia eólica. A conversão da energia solar em elétrica é
feita pelo painel solar fotovoltaico, e a conversão da energia eólica para elétrica é feita pelo
gerador eólico. Este último será construído artesanalmente pelos alunos baseado no
conhecimento adquirido em disciplinas de conversão de energia eletromagnética e de
máquinas elétricas. A energia elétrica a ser armazenada em baterias provém de
energias solar e eólica após serem convertidas em elétricas pelo sistema.
O sistema mecânico móvel permite posicionar e reposicionar o painel solar
fotovoltaico em posições perpendiculares às direções dos raios solares durante o dia e
também durante as noites de luas cheias a fim de captar a máxima intensidade da radiação
solar. Como a embarcação estará sempre em constante mudança de direção em relação à
direção do sol, um sistema de controle inteligente desenvolvido em linguagem C para os
microcomputadores arduinos e/ou PIC’s, será desenvolvido para corrigir essas posições. O
sistema de controle inteligente contará com dois programas computacionais, o principal e o
secundário. O principal fará a função do posicionamento do painel solar em temo real
e automático e o secundário, terá como função de seguir um programa específico que
contém: informações de tempos (segundos, minutos e horas), datas e radiações solares
durante o ano. Esses dados serão obtidos em experiências a serem realizados pelos alunos
durante determinados períodos do ano, e armazenados em arquivos de dados para
posteriormente serem utilizados pelo sistema. O microcontrolador secundário assumirá o
controle do sistema nos casos em que o microcontrolador principal entrar em pane.
A figura abaixo mostra o microcontrolador arduino, motor de passos, painel solar
fotovoltaico que fazem partes deste projeto. Um estudo da autonomia de energia, a
partir da captação das energias solar e eólica, consome de energia elétrica e quantidade
de baterias, será feito neste projeto.
155
COMPARAÇÃO DOS DIFERENTES PRÉ-TRATAMENTOS NA PRODUÇÃO DE BIOETANOL
APARTIR DO BAGAÇO E DA PALHA DA CANA-DE-AÇÚCAR
AUTOR (A): CECILIA DANTAS VICENTE
A demanda por novas fontes de energia e tecnologia cresce demasiadamente, pois
a preocupação atual com a preservação e a proteção do meio ambiente se desperta
em todas as áreas, com a finalidade de gerar energia sem prejudicar o meio ambiente e
que consigam sustentar o consumo existente. A energia de materiais orgânicos de
plantas e animais é uma das principais alternativas energéticas da atualidade. A
bioenergia é toda e qualquer forma de energia associada a formas de energia química
acumulada mediante processos fotossintéticos. Os recursos naturais que dispõem da
bioenergia denominam-se, geralmente, biomassa, que podem ser processadas para a
obtenção de formas mais elaboradas para o aproveitamento humano (BNDES; CGEE,
2008 modificado por FERREIRA, 2012).
O bioetanol (álcool etílico CH3-CH2-OH) é um biocombustível líquido que pode
ser produzido a partir de diferentes tipos de biomassa e por diferentes tecnologias de
conversão. É um combustível alternativo muito atrativo porque é feito a partir de
recursos renováveis e possui grande quantidade de oxigênio em sua composição (Balat et al.,
2008).
O que diferencia o bioetanol de segunda geração do etanol de primeira geração é a
matéria-prima. O de primeira geração utiliza a sacarose encontrada nos colmos da cana-de
açúcar e no amido do milho, e o de segunda geração utiliza a celulose dos materiais
lignocelulósicos (BNDES; CGEE, 2008). Para bioetanol de segunda geração, uma das
dificuldades de produção é a quebra da estrutura de proteção da celulose, em que é
necessário o processo de hidrólise ácida ou enzimática (BUCKERIDGE et al., 2010).
A biomassa lignocelulósica é composta basicamente de carboidratos (celulose e
hemicelulose), lignina e uma pequena parte de extrativos, ácidos, sais e minerais
156
(CORAL, 2009 modificado por FERREIRA, 2012). A dificuldade de converter esses
materiais em insumos químicos se dá pelas características morfológicas existentes entre
as três principais componentes da parede celular: celulose, hemicelulose e lignina (PITARELO,
2007).
Uma grande parte dos materiais com alto teor de celulose susceptíveis a serem
utilizados como matéria-prima para a produção de etanol-combustível, são gerados
como resíduos nos processos produtivos dos setores agrícola, florestal e industrial.
Assim, poderiam considerar-se os resíduos gerados em algumas indústrias, como a
indústria do papel e celulose, açúcar e álcool (bagaço e palha) e fração orgânica dos
resíduos industriais. Muitos destes resíduos não tem valor econômico no contexto que são
gerados, e provocam problemas ambientais durante sua eliminação (CORAL, 2009).
O bagaço da cana-de-açúcar é um dos subprodutos da indústria da cana. É
constituído por celulose, hemicelulose e lignina. (UDOP, 2009).
A maioria dos processos de produção de bioetanol, a partir de materiais
lignocelulósicos, são processados nas seguintes etapas: pré-tratamento das matérias-primas,
hidrólise, fermentação e destilação. No processo de produção de etanol a partir da biomassa,
o pré-tratamento basicamente refere-se às ações mecânicas e físicas para limpar e
dimensionar a biomassa, e à destruição da sua estrutura celular para os tratamentos
químicos ou biológicos posteriores. A celulose da biomassa é naturalmente resistente ao
ataque enzimático. Por isto, faz-se necessária uma etapa de pré-tratamento. Esta etapa
deve facilitar a conversão das frações celulósicas e hemicelulósicas da biomassa em
açúcares enquanto minimiza a degradação das mesmas em componentes que não podem
ser logo fermentados. Cada tipo de biomassa requer um método de pré-tratamento
particular para minimizar a degradação do substrato, e maximizar o rendimento de açúcar
(Sun e Cheng, 2002).
COMPARAÇÃO ENTRE DIVERSOS MÉTODOS DE PROCESSAMENTO DO QUEIJO MUSSARELA:
ANÁLISE MICROBIOLOGICA E SENSORIAL.
AUTOR (A): DANIELE GOMES DE LYRA
O leite - item que integra o agronegócio brasileiro - é um alimento de excelente
qualidade nutritiva que pode ser utilizado tanto “in natura” quanto processado em
derivados, cuja forma agrega valores ao produto, aumenta a sua vida útil e diversifica os
modos de consumo (SENAR, 2009).
Segundo as projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil
no ano de 2010, produziu 30,7 bilhões de litros de leite. Foi o 5º maior produtor mundial
em 2010, segundo avaliação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA). A produção, obteve crescimento de 50% em relação ao ano de 2001. Entretanto, a
grande produção ainda provém de animais de baixa produtividade, e esta tem aumentado de
maneira modesta desde 2001. Entre este ano e o ano de 2010, a produção cresceu 19%, de
1.127 para 1.340 litros anuais por vaca (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ, 2012).
O queijo é um dos derivados do leite com maior valor agregado e destaque no campo
econômico, o mesmo é considerado uma das formas mais antigas de conservação do
157
leite, sendo altamente nutritivo devido aos seus teores de proteínas, gorduras, cálcio,
fósforo e vitaminas. (GOLLO, 2002). O mesmo autor aponta ainda seu destaque pelas suas
características dietéticas, além de suas qualidades sensoriais como aroma, sabor, textura
e digestabilidade. A manutenção da qualidade sensorial e nutritiva do queijo também é um
imperativo do mercado atual requerendo avanços na indústria de laticínios em termos de
processos, equipamentos, instalações, padrões higiênico-sanitários, embalagens e no seu
nível gerencial (MENDES,1997).
Em 2011 foram produzidos 867,1 mil toneladas de queijos no país, 9,4% mais que em
2010, segundo os últimos dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de
Queijos (ABIQ). Os números divulgados pela ABIQ também mostram o aumento no consumo
per capita de queijos pelos brasileiros, entre 2000 e 2008 o consumo de queijo no Brasil
cresceu 30,8%, passando de 2,6 kg/habitante/ano para 3,4 kg/habitante/ano.Os queijos mais
produzidos são: mussarela, requeijão culinário, prato, requeijão cremoso e petit suisse, nesta
ordem (PORTAL DO AGRONEGÓCIO, 2013).
De acordo com o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de
Origem Animal (BRASIL, 1980), o queijo tipo mussarela é o produto obtido a partir do leite
pasteurizado, de massa filada e não prensada, entregue ao consumo ate cinco dias após a
fabricação, devendo apresentar-se com formato variável, crosta fina de cor
amarelada,consistência de massa semidura, textura compacta e fechada, cor branco-creme
e homogênea, odor e sabor suave e salgado, respectivamente.
O queijo mussarela começou a ser produzido na Itália após o século XII,
exclusivamente com uso de leite integral de búfalas. Sua obtenção é realizada pela filagem
da massa com água quente, a qual é desmineralizada em função do pH permitindo a
formação de fios e moldagem (CHAPMAN & SHARPE, 1981). A técnica de elaboração de
queijos e seu consumo variam radicalmente nas diferentes regiões do mundo segundo
fatores tais como históricos, geográficos e econômicos. Para cada um dos diferentes queijos
que se deseja elaborar são necessários determinados cuidados e operações diferenciadas
(TRONCO, 1996).
O processo de fabricação da mussarela envolve a obtenção da coalhada, a sua
acidificação, a fusão em água quente, o esticamento até a obtenção de uma massa
macia e homogênea (filagem), o corte, a moldagem dessa massa, o endurecimento e a salga
em salmoura fria (VALLE, 1989). Segundo o autor, esse queijo pode se apresentar com
forma e pesos variados, sendo consumido puro ou fazendo parte de diversos pratos.
Devido ás peculiaridades da tecnologia de preparo, é produzido no Brasil, principalmente
por pequenas indústrias e a nível artesanal, sendo distribuído por quase todo o país.
Entre as etapas mais importantes do processamento da mussarela esta a salga do
queijo, e a fermentação. A salga feita por submersão, onde o produto é mantido em
salmoura por tempo variável. Para o queijo tipo mussarela esse intervalo de tempo varia de
5 a 10 horas a uma temperatura de 18°C a depender da quantidade de queijo
(SHEGDONI et al., 1979). A salmoura é geralmente reutilizada na indústria de queijos, fator
este representa motivo de preocupação, pois acarreta aumento de impurezas nesta
solução, o que pode ocasionar modificações em sua composição físico-química (CASALIS et
al., 1969), de modo a propiciar maior sobrevivência e/ou multiplicação de microrganismos
(LACHICA, 1971).
Alguns autores, dentre eles Gerhardt (2003) apontam que o soro lácteo pode ser
empregado em processos de fermentação láctica, como o necessário para obtenção da
158
mussarela. A utilização do soro como ingrediente de diversos produtos tornou-se um
artifício cada vez mais utilizado pela indústria alimentícia. O soro lácteo pode ser
definido como a fração aquosa do leite que é separada da caseína durante a produção de
queijos, correspondendo a cerca de 90% do volume do leite, dependendo do tipo de queijo
processado (FURTADO E LOURENÇO NETO, 1994; CAMARGO et al., 2000).
Além da utilização deste subproduto, e sua facilidade de utilização o soro lácteo
também proporciona maior qualidade nutricional ao produto devido ao seu alto teor de
proteínas e aminoácidos essenciais. Alternativas como a utilização do soro, podem
promover melhorias ao desenvolvimento do queijo mussarela, produto este que pode
ser explorado, com êxito, nas grandes e pequenas indústrias. Por ser um produto que pode
ser comercializado, em curto período de tempo, apresentar elevado rendimento e
resultar em custo baixo na sua produção, torna-se uma atividade compensadora no
mercado brasileiro.
CONCHAS DE SURURU (MYTELLA FALCATA) COMO FONTE ALTERNATIVA DE CÁLCIO EM
DIETAS DE TILÁPIAS DO NILO (OREOCHROMIS NILOTICUS)
AUTOR (A): DANIEL DE MAGALHÃES ARAUJO
A aquicultura é uma das atividades agropecuárias que mais cresce no Brasil. Com o
declínio da pesca e aumento do consumo médio do pescado no país a aquicultura tem sido
responsável por suprir a demanda por pescados no mercado internacional. Este cenário,
segundo os especialistas, será mantido indefinidamente ao longo de vários anos, garantindo
o crescimento da atividade de aquicultura. Aliado a isto, a presença de características
naturais favoráveis, como clima, grande quantidade de água disponível em rios e
reservatórios naturais e artificiais, como também grande número de espécies com potencial
de cultivo reforçam a vocação brasileira para a atividade.
A produção pesqueira e aquícola mundial atingiu a 155,8 milhões de toneladas em
2007 e 159,2 milhões em 2008. No Brasil a produção estimada nestes anos foi de 1,07 e 1,15
milhões de toneladas, alcançando cerca de 1,24 milhões de toneladas em 2009, sendo que
415.639 toneladas são oriundas da aqüicultura e o restante da pesca. Em Alagoas a
produção de pescado acompanhou o crescimento observado no país, sendo produzidas em
2008 e 2009, respectivamente, 16.373 e 17.479 toneladas, sendo identificada a redução dos
produtos oriundos da pesca e crescimento daqueles oriundos da aqüicultura (MPA, 2010).
Diante do crescimento da produção de organismos aquáticos e desenvolvimento da
indústria ligada a este setor, a produção de resíduos gerados aumenta proporcionalmente,
assim como a demanda por rações para alimentação dos organismos cultivados. Alguns
destes resíduos podem ser utilizados na alimentação dos próprios organismos aquáticos, o
que pode auxiliar o setor em duas vertentes: redução do impacto ambiental e maior oferta
de ingredientes para uso na alimentação animal.
No estado de Alagoas um dos principais recursos pesqueiros é o sururu, com cadeia
produtiva estabelecida e amplo interesse do Governo do Estado na atividade. Prova disto é o
convênio com a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento
(AECID) para a realização de um diagnóstico dos pescadores e da pesca destes organismos,
159
assim como da sua cadeia produtiva. Com esta ação o Governo busca informações para
ações de gerência e regulamentação da atividade no Complexo Estuarino Lagunar MundaúManguaba.
Como as comunidades que vivem da exploração deste recurso pesqueiro dependem
quase que exclusivamente desta atividade, e vivem em situação de vulnerabilidade
econômica e social, é importante auxiliar na sustentabilidade da atividade e manutenção ou
mesmo aumento da renda mínima para os comunitários. Desenvolver um novo ingrediente
para uso em rações de peixes a partir do resíduo do beneficiamento do sururu (basicamente
conchas), que possa substituir parcial ou totalmente as fontes tradicionais de cálcio
resultaria em maior sustentabilidade ambiental, social e econômica da atividade.
DA RECEPÇÃO À GERÊNCIA: SABERES (DOS) PROFISSIONAIS NA HOTELARIA ALAGOANA
AUTOR (A): ADRIANA PAULA QUIXABEIRA R. S. O. SANTOS
O presente projeto de pesquisa de Iniciação Científico tem como inspiração o
Turismo como atividade produtiva e fonte de inovação como indústria invisível que
movimenta milhões de pessoas e de dólares. Nas bases da reflexão turística pode-se
indagar o porquê da transformação dessa atividade em um produto precioso nos dias
atuais. Como afirma TRIGO,
O fenômeno turístico nas sociedades pós-industriais não é um fenômeno
recente, na medida em que se desenvolveu de forma sistematizada desde meados do
século XIX, mas tornou-se mais acessível a grandes parcelas da população após a
década de 1950. O turismo democratizou-se nos países desenvolvidos, graças às
conquistas sociais dos trabalhadores, que significaram melhores salários, férias
remuneradas e tempo livre da produção para atividades de sua escolha, inclusive
no campo do lazer, no qual se insere o turismo (1999, p. 34).
Em tempos de globalização, de fato, a classe-que-vive-do-trabalho está cada vez mais
voltada para o entretenimento e diversão, visto que fatores como jornada de trabalho
dupla, estresse, recebimento de um incentivo da empresa, promoções, marketing de
pacotes de viagem com ampla divulgação na mídia impressa e eletrônica atraem o homem e
a mulher a promover para si mesmos momentos de distração e conforto.
Poderíamos indagar quais os motivos que levam as pessoas, dentre tantas
opções, a escolher viagens na utilização de seu tempo livre, seja em férias, feriados
prolongados ou simplesmente pequenos passeios de final de semana.
Algumas motivações mais comuns na escolha de viagens são apontadas por
ANDRADE (1997, p. 17-18), das quais se destacam: os meios de comunicação de massa, que
estimulam continuamente o empreendimento de viagens, seja para cultura, lazer ou
repouso, além dos compromissos profissionais; e, porque as viagens se tornaram um
produto altamente comerciável, com marketing e merchandising bem planejado e difundidos
no mercado. RUSCHMANN (1999, p. 51), citando RITCHIE e ZINS, enumera os principais
elementos culturais que motivam os turistas a visitar determinadas regiões:
160
Artesanato; idioma; tradições; gastronomia; artes – cênicas e plásticas; música –
erudita e popular; a história regional – inclusive as relíquias; os tipos de trabalho e
as técnicas utilizadas; arquitetura – antiga ou moderna; as manifestações
religiosas; sistemas educacionais; vestuário; atividades de lazer.
Além disso, acrescentaríamos o fator de intercâmbio sócio-cultural, evidenciando-se que as
pessoas, hoje, buscam uma identidade ainda maior e uma “mistura” com outros povos; a
curiosidade também é outro fator a se considerar. Na era global, se mundializam
pessoas, ideias e coisas, e não só mercadorias. Mas, conceitualmente, o que seria essa
atividade – TURISMO?
Segundo HERMAN VON SCHULLARD, que primeiro definiu o turismo, ele compreende
“a soma das operações, especialmente as de natureza econômica, diretamente
relacionadas com a entrada, a permanência e o deslocamento de estrangeiros para dentro
e para fora de um país, cidade ou região” (Apud, ANDRADE, 1997, p. 33). EDMOND PICARD
diz que “a função do turismo é a importação de divisas pelos países. Seu impacto reside no
fato do que as despesas de turismo podem fazer para os diferentes setores da economia e,
em particular, para os proprietários e gerentes de hotéis” (Apud, ANDRADE, 1997, p. 35).
Com o surgimento da Escola de Berlim, em 1929, várias concepções de Turismo
se seguiram, ocorrendo uma evolução no conceito original como se observa nas definições
de GLÜCKSMANN que definiu turismo como “a soma das relações que se estabelecem entre
as pessoas que se encontram de passagem por determinada localidade, e as que nela
habitam” (Apud, ANDRADE, 1997, p. 36), e, HUNZIKER e KRAPF, que afirmam ser o turismo
“o conjunto das inter-relações e dos fenômenos que se produzem como consequências de
viagens e das estadas de forasteiros, sempre que delas não resulte um assentamento
permanente nem que eles se vinculem a alguma atividade produtiva” (Ibidem,
ANDRADE, 1997, p. 37).
Com base nessas definições, pode-se vislumbrar a anatomia do fenômeno
turístico que, segundo SALAH-ELDIN ABDEL WAHAB (1991, p. 4), é composta por três
elementos: o homem, o espaço e o tempo. O homem se constitui o elemento próprio do
ato de turismo, ou seja, seu ator. O espaço, elemento físico, que é coberto pelo próprio
ato turístico. O tempo, compõe o elemento temporal (final), que é consumido com a
própria viagem executada pelo homem. Seguindo a abordagem científica do referido autor,
vale destacar parte de sua conceituação, dada a clareza ao sinalizar o turismo como uma
indústria, que traz, conseqüentemente, benefícios econômicos, sociais e culturais,
principalmente para o país receptor, visto que
O turismo é uma indústria cujos produtos são consumidos no local formando
exportações invisíveis. Os benefícios originários deste fenômeno podem ser
verificados na vida econômica, política, cultural e psicossociológica da
comunidade (1991, p. 26) (grifos nossos).
Assim, para o turismo, dentro do fenômeno da mundialização, não existem fronteiras
nem barreiras. As mercadorias são comercializadas e consumidas no mesmo local, o que
transforma essa atividade produtiva numa atividade econômica de peso na ampliação
de receitas. As exportações são realizadas de maneira que não se exige o deslocamento de
161
bens ao consumidor.
Na mesma linha de raciocínio, para ANDRADE (1997, p. 41), o mercado turístico
compreende, “o planejamento, a comercialização, a hospedagem completa e a utilização de
outros serviços que, se não ultrapassam, também não se prendem à exclusiva motivação
de lazer ou recreio”; o que representa um leque de opções e ocupações para os que
buscam desenvolver uma atividade produtiva.
Como foi chamado em sua fase “poética”, o turismo representa, hoje, uma espécie
de indústria sem chaminés visto que seu conjunto de vantagens se apresenta superior ao de
desvantagens, quando essa atividade é planejada e responsavelmente exercida.
O presente projeto propõe um estudo inicial sobre os saberes profissionais dos
sujeitos que trabalham prestando um serviço essencial para o turismo: a hospedagem.
Sua proposição como projeto de inovação tecnológica é fruto de reflexões fundadas no
significado da hospedagem para o exercício de um turismo sustentável social, ambiental e
economicamente. Identificar os saberes (dos) profissionais da hotelaria alagoana é um
estudo pioneiro que vai gerar uma referência teórica e prática nova.
DENSENVOLVIMENTO DE PROCESSO TECNOLÓGICO PARA OBTENÇÃO DE ETANOL DE
SEGUNDA GERAÇÃO A PARTIR DA CASCA DO MARACUJÁ
AUTOR (A): CECILIA DANTAS VICENTE
A planta da família (passifloraceae) mais conhecida como 'maracujá', é
produzida durante o ano todo em temperaturas médias de 20 a 32ºC. A fruta é fonte
de carboidratos, além de conter vitaminas A, C e o complexo B. Ela é rica em sais minerais
como cálcio, fósforo e ferro.
Atualmente, é necessário o desenvolvimento social e o crescimento sustentável
no país, pois o Brasil é o maior produtor de maracujá do mundo, sua matéria orgânica, é
utilizada para várias finalidades ex.: medicinais, industriais, farmacêuticas, entre outras.
Com essa grande produção de maracujá, empresas de beneficiamento de polpa de
maracujá acabam gerando uma grande quantidade de matéria orgânica e muitas vezes essa
matéria não tem uma destinação bem definida, podem servir para alimentação animal
ou ir para aterros sanitários.
Com o problema gerado por indústrias agrícolas o país passa por uma grande
problemática no que diz respeito à distribuição, reciclagem e recolhimento do lixo. Ele
gera diariamente cerca de 100 mil toneladas de lixo, onde a maior parte é constituída de
material orgânico, isto é, restos de frutas, legumes, verduras e alimentos em geral.
Apenas 1% do lixo orgânico é reciclado. A reciclagem de resíduos agrícolas e agroindustriais vem ganhando espaço cada vez maior, não simplesmente porque os resíduos
representam “matérias primas” de baixo custo, mas, principalmente, porque os efeitos da
degradação ambiental decorrente de atividades industriais e urbanas estão atingindo
níveis cada vez mais alarmantes. Vários projetos de reciclagem têm sido bem sucedidos no
Brasil e dentre eles destacam-se o aproveitamento de papel, plásticos, metais, óleos
lubrificantes automotivos e industriais, soro de leite, bagaço de cana e material orgânico.
Nos dias atuais é possível identificar projetos sociais que visam acabar com a
162
triste realidade em que o lixo está inserido, pois é possível encontrar matérias orgânicas que
poderiam ser reaproveitadas para outras finalidades.
O presente projeto tem como um dos principais fatores o aproveitamento do bagaço
do maracujá na produção do biocombustível, encontrado no lixo orgânico produzidos por
indústrias de beneficiamento de polpas de frutas. A motivação para o uso de
biocombustível é seu potencial de reduzir a emissão de gases de efeito estufa de uma forma
sustentável. No entanto eles terão de competir com outras formas de energias
renováveis e também com tecnologias de sequestro de carbono em poços exauridos de
petróleo. A economia de energia é uma alternativa de redução de gases de efeito estufa que
terá de ser utilizada, mas enfrentará dificuldades em alguns caso por exigir mudança de
hábitos, como o uso do veículo particular para transporte. Dessa forma, torna-se muito
importante o balanço energético da cadeia produtiva do biocombustível e a quantidade de
gases de efeito estufa emitidos na sua produção, incluindo as fases agrícolas e industrial.
Aproveitar a matéria orgânica encontrada no lixo possibilita seu retorno ao consumo
humano, no caso específico do bagaço do maracujá a utilização é feita através do
biocombustível, que são os combustíveis de origem biológica. Eles podem ser produzidos
através de milho, soja, canola, mamona, óleo de palma, microalgas, resíduos como bagaço
da cana, resíduos da criação de peixes como a tilápia, restos de café, resíduos lenhosos e
até dejetos humanos. Outro fator importante é a grande quantidade de resíduo gerado. Se
esses tiverem utilidade energética isso traz diversas vantagens, pois o nível de poluição
ambiental pode ser reduzido e a produção de energia limpa cresce. Um exemplo de
energia limpa pode ser o etanol pode que é um biocombustível de segunda geração e tem
grande poder energético.
Sobre a lei ambiental, diversas fábricas e indústrias serão obrigadas a ser adequarem,
pois devem cumprir todo o regulamento estabelecido pela constituição federativa,
encontrando e viabilizando soluções para um destino ambientalmente correto para todos os
resíduos produzidos. A melhor opção é a reciclagem desses resíduos.
DESENVOLVIMENTO DE UM CONTROLADOR UNIVERSAL PARA SISTEMAS DE
RASTREAMENTO SOLAR
AUTOR (A): CARLOS ANTONIO ALVES DE OLIVEIRA
O aumento crescente na demanda por eletricidade juntamente com a
necessidade de redução na emissão de gases de efeito estufa têm levado a um crescimento
mundial cada vez maior da utilização de fontes renováveis de energia. Neste cenário, o uso
da energia solar tem se destacado nos últimos anos com a retomada da construção de
usinas termosolares e um aumento na utilização de sistemas fotovoltaicos impulsionado
pela forte redução em seu custo.
A energia solar é a forma de energia primária mais abundante na terra, mas é
também uma das mais dispersas e intermitentes quanto a sua utilização. É uma
importante alternativa para a geração de eletricidade que, sob determinadas condições,
oferece vantagens econômicas e ambientais. Existem duas formas distintas de converter
a energia solar em eletricidade. A primeira é a conversão direta baseada no fenômeno
163
fotovoltaico, e a segunda técnica está relacionada à conversão da irradiação solar em
calor e posteriormente em energia elétrica, denominada geração heliotérmica ou termosolar
(OLIVEIRA, 2012).
Vários estudos indicam um importante aumento na energia coletada com o uso
de rastreadores solares em sistemas fotovoltaicos (VILELA, 2003) (OLIVEIRA et al., 2008)
(OLIVEIRA, 2008), enquanto para sistemas heliotérmicos, que possuem algum tipo de
concentrador óptico da radiação solar, o uso de rastreadores é indispensável. Muitos
modelos de rastreadores solares têm sido propostos, e existem também diversos modelos
disponíveis no mercado mundial. No entanto, estes rastreadores são, em geral,
desenvolvidos para uma aplicação específica, o que impossibilita sua aplicação em outros
sistemas solares, e precisam ser importados devido à falta de uma produção nacional
destes produtos.
DESENVOLVIMENTO DE APLICAÇÕES EDUCATIVAS PARA TV-DIGITAL INTERATIVA COM
NCL/LUA
AUTOR (A): MAURICIO VIEIRA DIAS JUNIOR
Os alunos sentem a necessidade de estarem sempre mais conectados e ligados a novas
tecnologias, atualmente os computadores tem vários recursos educacionais, mas ao mesmo
tempo, tem também, várias aplicações que “concorrem”
com uma possível
aprendizagem através do computador, que acabam tornando uma barreira para a
educação através deste meio. Destacam-se as redes sociais (FaceBook, Twitter entre outros)
que compromete o tempo de aprender algo para se dedicarem a interação destas
ferramentas não tão educacionais, além de não proporcionar uma interação face-a-face com
uma quantidade maior de pessoas presentes ao mesmo tempo na frente de um computador
(no máximo daria para ter 3 pessoas acompanhando cada computador por vez).
Já no ambiente da TV Digital, a possibilidade de mais pessoas assistirem ao
mesmo tempo certa televisão de várias polegadas é bem maior que a do
computador, além é claro, de todo o entretenimento que é proporcionado, já de forma
cultural, com a programação de uma TV.
Segundo Moran (2007) a educação promovida pela TV Digital deverá alcançar o mais
alto realismo de interação, conforme segue: "Na educação, teremos muitos canais e recursos
para acessar conteúdos digitais de cursos e realizar debates com especialistas e entre
alunos. Será fácil também a orientação de pesquisas, de projetos e mostrar (apresentar,
disponibilizar) os resultados. Poderemos produzir belas aulas e deixá-las disponíveis para os
alunos acessá-las no ritmo que quiserem e no horário que achar conveniente, com qualidade
melhor do que a atualmente conseguida na Internet. Haverá mais realismo na interação a
distância, nos programas de comunicação a distância, isto é conseguiremos, mesmo
fisicamente longe, ter a sensação de estarmos juntos, de quase tocar-nos fisicamente."
DESENVOLVIMENTO DE DISPOSITIVO FOTÔNICO PARA IDENTIFICAÇÃO DE CÉDULAS EM
164
CRIMINALÍSTICA
AUTOR (A): ISRAEL CRESCENCIO DA COSTA
Com o objetivo de se identificar cédulas que apresentam marcadores luminescentes,
feitos a partir de íons lantanídeos, será criado um dispositivo eletrônico, que tem como
finalidade agilizar o procedimento de identificação de cédulas, que sejam fruto de roubo,
junto às instituições financeiras. Os complexos luminescentes que são invisíveis quando
irradiados com luz visível, apresentam forte luminescência se a fonte de excitação for a
radiação ultravioleta (U.V.). O dispositivo em questão terá um diodo emissor de luz (LED),
fonte de radiação ultravioleta, e um detector que selecionará uma região específica de
interesse, usando-se um monocromador, os dados de aquisição serão processados através de
um microcontrolador originalmente produzido para este dispositivo.
DESENVOLVIMENTO DE DISPOSITIVO FOTÔNICO PARA MONITORAMENTO DE METAIS
PESADOS EM ÁGUA
AUTOR (A): ISRAEL CRESCENCIO DA COSTA
Com o objetivo de desenvolver um dispositivo fotônico para detectar traços de
poluentes metálicos em meio aquoso, será utilizado um polímero superabsorvente
(PSA) como matriz para hospedar a parte ativa (fotônica) do dispositivo proposto. Esse
polímero, largamente utilizado industrialmente, é um derivado do ácido acrílico formado
por reticulação de redes intercruzadas, e mostra-se um excelente agente complexante de
metais, por apresentar em sua estrutura, grupos amidas e carbonílicos livres.
Para compor a parte ativa do sensor, complexos contendo íons lantanídeos
serão produzidos seguindo rotas de síntese já bem estabelecidas, sendo estes complexos
bastante eficientes do ponto de vista de sua luminescência. Os complexos de európio serão
ancorados no PSA por apresentarem propriedades espectroscópicas bem características,
havendo interesse especial pela hipersensibilidade da transição 5D0→7F2 do íon Eu3+. Os
complexos serão ancorados no polímero por interações químicas, a serem confirmadas
através de estudos espectroscópicos. Estudos ainda voltados para a capacidade de
complexação do polímero serão feitos utilizando-se metais de transição, com atenção
especial para o mercúrio. Também serão feitos estudos com a incorporação de EuCl3 como
parte ativa do sensor.
Os sistemas PSA-complexo e PSA-sal serão colocados em contato com amostras de
concentrações definidas de metais de transição (Hg2+, Cu2+, Mn2+, Ni2+ e Co2+). A análise
dos padrões espectroscópicos do íon Eu3+ na presença desses metais permitirá a detecção
seletiva dos mesmos. Para cada metal, uma espécie de impressão digital é registrada por
análise das intensidades relativas dos multipletos que compõem o espectro do íon
lantanídeo. Há vantagens operacionais em se analisar a mesma região do espectro (no
caso, a transição 5D0→7F2 do íon Eu3+), independente do tipo de poluente a ser
detectado.
165
Com a finalidade de se agilizar e baratear a aquisição dos dados fornecidos
pelo dispositivo fotônico descrito anteriormente, será criado também um dispositivo
eletrônico, que consiste de diodo emissor de luz (LED) que emite radiação ultravioleta, um
receptor de luz visível e um porta amostras opticamente transparente, conectados através
de um microcontrolador produzido originalmente para esse sistema.
DESENVOLVIMENTO DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA ESTIMATIVA PERCEPTOMOTORA
UTILIZANDO COMPUTAÇÃO PERVASIVA
AUTOR (A): MARCOS ANDRÉ RODRIGUES DA SILVA JÚNIOR
Para ter sucesso no desempenho de tarefas motoras como, por exemplo, saltar
uma determinada marca ou alcançar um objeto, os indivíduos devem dimensionar a
distância do seu corpo em relação aos elementos inseridos no contexto, a qual é limitada
por medidas geométricas de caráter antropométrico (estatura, tamanho de membros) e
de capacidades biodinâmicas como força, mobilidade de membros e flexibilidade articular
(CHOI e MARK, 2004). Quando os indivíduos dimensionam estas distâncias e decidem se
podem ou não alcançar a meta estabelecida, na verdade estão realizando uma estimativa
Percepto-motora (EPM), dos seus limites para a capacidade de ação (GABBARD, AMMAR e
LEE, 2006; GABBARD, CAÇOLA e CORDOVA, 2009; JONHSON e WADE, 2007; JOHNSON,
WADE, 2008). Esta estimativa é fruto de um processo interativo e indissociável que envolve
percepção e ação, isto é, os indivíduos percebem objetos e eventos no ambiente e
baseiam-se nesta percepção para agir em relação a eles.
Resultados de pesquisas indicam que nem sempre os indivíduos estimam com
precisão suas capacidades para realizar ações, apontando tendências a superestimação
ou subestimação. Estudos realizados com adultos (ROCHAT, 1995; STIPEK e HOFFMAN,
1980; URICH, THELEN e NILES, 2000; CHOI e MARK, 2004; GABBARD, AMMAR e RODRIGUES,
2005; GABBARD, AMMAR e LEE, 2006) e com crianças em diferentes faixas de idade
(ROCHAT, 1995; JONHSON e WADE, 2007; JOHNSON e WADE, 2008; GABBARD, CAÇOLA
e CORDOVA, 2009) têm demonstrado significativa imprecisão na estimativa Perceptomotora
destes indivíduos em tarefas como alcançar, sentar, saltar, subir escadas e atravessar a
rua.
Nesta perceptiva, torna-se interessante a proposta de criar instrumentos que
quantifiquem a estimativa percepto-motora, com o objetivo de fornecer parâmetros que
possam subsidiar informações imprescindíveis para a fomentação de estratégias mais
eficazes para desenvolver e aprimorar esta variável, em diferentes populações.
DESENVOLVIMENTO DE MICROBOMBA A VÁCUO COM AUTOSAMPLER DE BAIXO CUSTO
PARA UM BIOSENSOR SPR
AUTOR (A): CLEUMAR DA SILVA MOREIRA
166
A primeira microbomba, fabricada por Jan Smits, em 1980, se destinava a controlar a
liberação de insulina em diabéticos, mantendo níveis aceitáveis de açúcar no sangue, sem a
necessidade de injeções [1]. Atualmente, as microbombas estão sendo aplicadas em
vários campos do conhecimento, como no tratamento quimioterápico, na infusão
intravenosa de medicamentos para tratamentos críticos, como o diabetes, na refrigeração
de circuitos microeletrônicos e, mais recentemente, em sistemas miniaturizados (MEMS Microelectromechanical Systems) para análises químicas e bioquímicas [1-4].
A utilização dos MEMs como ferramenta analítica está em voga e os chamados
dispositivos System-on-Chip ou SOC estão sendo propostos nas últimas duas décadas [5-6].
Com esses dispositivos, há a redução do volume da amostra, da quantidade de reagentes ou
substâncias bioquímicas associadas, além da redução das dimensões físicas do
equipamento, portabilidade, redução do consumo de energia e baixo custo e da
redução do índice de contaminação. Isso permite uma resposta rápida e confiável para
análise em função do volume reduzido da amostra. Normalmente, os SOCs são fabricados,
em alguns casos, com vidro ou com polímeros. Como consequência da popularização dos
dispositivos microfluídicos de análise, que exigem o transporte de maneira acurada e
uniforme de uma pequena quantidade de fluido, há um crescente interesse em projetos de
microbombas [1,4].
Outra aplicação das microbombas são nos biosensores, dispositivos analíticos que
integram elementos biológicos, transdutores físico-químicos e elementos de
condicionamento e processamento do sinal adquirido para a detecção de patógenos,
monitoramento de contaminantes em água e outros meios fluídicos, entre outras
aplicações [7]. Os biosensores SPR (Surface Plasmon Resonance) são dispositivos que
apresentam elevada sensibilidade, não requerem a utilização de marcadores
(colorimétricos, radiação, entre outros), promovem rápido diagnóstico (em poucos
minutos) e, sobremaneira, têm a característica necessária para uma provável integração em
um chip (SOC) [8-10]. Na Figura 1, há a ilustração da estrutura típica de um biosensor SPR.
Nela encontra-se a camada metálica, entre o substrato óptico e a biocamada, que está
presente na amostra fluídica.
167
Um dos componentes de um biosensor SPR (Figura 1) é o sistema de
manipulação microfluídica, que promove a circulação do fluido (líquido ou gás) em análise
pela biocamada. Inicialmente, o analito ou amostra, contido na amostra fluídica, é
transportado por um sistema propulsor de fluxo adequado até a célula de fluxo (Figura 1).
Neste local, o analito entra em contato com o biorreceptor (elemento de
biorreconhecimento, presente na biocamada) imobilizado na superfície do biosensor,
produzindo uma mudança físico-química (variação de calor, índice de refração, resistência,
capacitância, etc.) que pode ser identificada por um transdutor (eletroquímico, óptico,
calorimétrico, acústico). Os biorreceptores podem ser: enzimas, micróbios, organelas, células
de animais ou plantas, tecidos de plantas ou animais, anticorpos, receptores, ácidos
nucléicos e DNA, entre outras substâncias [11,12]. No terceiro bloco o sinal elétrico
resultante é então adquirido e processado. O sistema de aquisição, processamento e
visualização dos dados, informa ao usuário se o analito foi ou não detectado e também a
quantidade de analito presente na amostra. O design apresentado na Figura 1 é
baseada na configuração de Kretschmann-Raether e possui maior facilidade de
instrumentação óptico-eletrônica.
Um biosensor SPR de baixo custo, denominado PPBIO, foi recentemente
desenvolvido na Universidade Federal de Campina Grande [9-10], baseado também na
configuração de Kretschmann-Raether, em que o substrato óptico foi fabricado usando um
polímero (TOPAS). Sobre esse polímero um filme fino de ouro de 50 nm foi depositado,
conforme é mostrado na Figura 2. O elemento de biorreconhecimento será imobilizado sobre
o filme fino de ouro. Como fonte luminosa, um diodo laser de 670 nm (modo de
interrogação angular ou AIM – Angular Interrogation Mode) e um diodo de luz branca
168
(modo de interrogação espectral ou WIM – Wavelength Interrogation Mode) foram
usados para excitar os plásmons de superfície (oscilações longitudinais ocorrentes em
metais) existentes na superfície metálica.
Esse substrato polimérico (que é no formato de um prisma, conforme Figura 2) possui
tamanho reduzido, de fácil construção e com baixo custo de produção. Uma das
principais inovações deste substrato óptico consiste no fato de ser compatível com os
modos de interrogação angular e interrogação espectral. As laterais são especulares para
que haja a reflexão da luz que incide paralelamente à base inferior para o centro da
base superior, com um ângulo de incidência de 68°. Devido a todas essas
características, a construção do biosensor ficará menos onerosa.
A célula de fluxo é o local de acomodação da biocamada sobre a superfície sensora e,
portanto, não deve interferir na resposta do sensor. Portanto, a célula de fluxo deve ser
projetada de tal maneira que o volume morto seja o menor possível (com pouca
169
recirculação) e, principalmente, não altere o regime de fluxo estabelecido no seu interior.
Por outro lado, a microbomba deve ser sensível e capaz de manter uma taxa de fluxo
constante ao longo do tempo ou, no máximo, apresentar pequenas oscilações restritivas ao
mecanismo de propulsão escolhido. O sistema de propulsão de fluxo, ou microbomba, é o
único componente responsável pela movimentação da massa fluídica (analito) e,
consequentemente, indispensável para o funcionamento do dispositivo SPR, no qual é
necessário fazer o transporte de fluido até os elementos sensores.A faixa de operação para
um sistema de propulsão de fluxo para biosensores é da ordem de 30 a 800 µl/min [7].
Portanto, para o desenvolvimento de um sistema de análises portátil baseado no
fenômeno SPR, torna-se necessária a redução das dimensões físicas acopladas ao sistema,
ou seja, a redução física da unidade de aquisição e controle, interface, circuitos de
alimentação e condicionamento, estrutura mecânica para suporte e fixação da célula de fluxo
como, também, a diminuição do sistema fluídico reduzindo a velocidade do fluido em
função do volume da amostra. Outro fato relevante é que há um protocolo de preparação
para se proceder a um imunoensaio (lavagem, funcionalização da camada, analito,
lavagem) que, em geral, é feito manualmente chaveando-se a entrada da bomba e os
recipientes. Todavia, este procedimento é inadequado podendo causar uma contaminação
cruzada, além do fato de que o tempo de circulação de cada fluido é feito de forma
aleatória. Uma solução seria usar os autosamplers comerciais ou multiválvulas; entretanto,
são soluções de alto custo financeiro e, portanto, descartadas para o presente projeto.
Uma alternativa seria o uso do sistema de bomba de vácuo aliada a um conjunto de
válvulas solenoides de baixo custo, o que definiria, assim, um circuito pressurizado
com vista à circulação e ao chaveamento do fluido. Esta alternativa, além de funcionar
como sistema de propulsão de fluxo solucionaria a questão do chaveamento dos líquidos
sem perder a normativa de redução das dimensões físicas. Entre as bombas de vácuo,
destacam-se aquelas que fazem uso da força da gravidade, as bombas de pistão ou de
seringa e os sistemas pneumáticos acionados por bombas de diafragma ou gás comprimido.
Entretanto, as bombas de seringa (Figura 3) apresentam a melhor solução, tanto para
infusão de drogas, como para o transporte de substâncias em equipamentos analíticos.
Essas bombas apresentam um regime de fluxo livre de pulsações, são capazes de
transportar pequenos volumes de líquido e manter um fluxo estável e preciso. Elas são
normalmente utilizadas na infusão de medicamentos muito tóxicos, que exigem exatidão
na dosagem, ou em sistemas de análise por injeção de fluxo, que necessitam de um regime
estável de transporte. O custo de bombas a vácuo seringa é relativamente elevado.
170
DESENVOLVIMENTO DE SENSORES BIOMIMÉTICOS A BASE DE POLÍMEROS IMPRESSOS
PARA MONITORAMENTO DE ANTIMALÁRICOS
AUTOR (A): PHABYANNO RODRIGUES LIMA
Este projeto de pesquisa visa o desenvolvimento de sensores químicos versáteis para
a detecção e quantificação de compostos de grande interesse biológico e farmacológico
(compostos antimaláricos). Vários métodos, dentre eles os cromatográficos e
espectrofotométricos, são empregados para a determinação da concentração de
compostos antimaláricos. No entanto, normalmente consomem muito tempo e
apresentam alto custo, impossibilitando medidas diretas in vivo e em tempo real, etc. Por
outro lado, os sensores químicos apresentam algumas características únicas tais como baixo
custo, portabilidade, simplicidade, seletividade e sensibilidade, que podem torná-los
atrativos para a determinação de compostos alvos em matrizes complexas, como as
biológicas.
A química de reconhecimento molecular, fundamentada no emprego de MIP
(“Molecularly Imprinted Polymers”) em conjunto com nanotubos de carbono (NTC), surge
como uma alternativa promissora para o desenvolvimento de dispositivos moleculares tendo
em vista as propriedades únicas dos NTC, incluindo sua versatilidade, pois oferece métodos
simples de manipulação, estrutura, configuração, composição e características químicas dos
materiais produzidos. Tendo em vista estas possibilidades de combinação da capacidade de
inclusão destas moléculas com sua modificação seletiva, pretende-se explorar o
desenvolvimento de sensores químicos (eletroquímicos e piezoelétricos) por meio das
técnicas amperométricas e de Microbalança de Cristal de Quartzo (QCM - “Quartz Crystal
Microbalance”).
Os sensores químicos serão preparados mediante deposição sequencial de NTC e MIP
sintetizados pela tecnologia in bulk ou por precipitação sobre eletrodos base, tais como,
carbono vítreo (ECV), ouro ou eletrodos impressos (“Screen-Printed Electrode”) visando sua
empregabilidade em atividades de campo. A caracterização do MIP e da interface destes
sensores será realizada por meio das técnicas de microscopia de força atômica (AFM),
espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE), microscopia eletrônica de varredura
(MEV), termogravimétricas (TGA e DSC) e voltamétricas. Uma vez caracterizadas as
plataformas, várias técnicas eletroanalíticas serão utilizadas para diagnosticar e quantificar
os diversos antimaláricos.
DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA A VIABILIZAÇÃO DO CONSUMO CONSCIENTE DA
ÁGUA
AUTOR (A): ARTHUR BRENO STÜRMER
A água é, sem dúvida, um dos mais importantes recursos naturais do nosso
planeta. Em regiões onde se encontrava em bastante abundância havia muitas disputas entre
civilizações antigas. A água sempre foi o símbolo da fartura. O ser humano, por viver
em um planeta onde 75% de sua superfície é constituída por água, imaginou que esse
171
recurso nunca acabaria, porém descobriu que menos de 5% é próprio para consumo,
desde então ele tenta reverter esse desperdício. Segundo a ONU, mesmo que haja água em
abundância, cerca de 95% dela encontra-se em mares e rios, mas, por ser salgada, é
imprópria para consumo. Somente 3 a 4% dela é consumível e 1% restante se encontra em
geleiras, vapores atmosféricos, calotas polares e lençóis freáticos.
Esse tão importante recurso natural não está acabando, pois o seu ciclo
hidrológico ainda continua o mesmo. O problema está no que é feito com ele. Um dos
maiores inimigos da preservação da água é a poluição e como a água potável vem sendo
administrada. O que pode causar o desaparecimento total da água própria para consumo é a
poluição e todas as formas de contaminação, um exemplo bastante representativo é o caso
do rio Tiête, que hoje se encontra extremamente poluído, por causa de dejetos de fábricas,
lixos e esgotos acabaram por deixá-lo inacessível à população e à fauna regional que o
tinha como habitat.
O Brasil é um dos maiores detentores de água doce no mundo. Assim, a
distribuição das águas apresenta-se de forma irregular, beneficiando algumas regiões e
deixando outras escassas. O Nordeste brasileiro é uma das regiões mais afetadas,
forçando ao racionamento da água. Ao todo, 73 municípios da Bahia, 37 de Alagoas e 4 do
Ceará vêm sofrendo cronicamente. Segundo o secretário-geral da ONU, Ban ki-moon, até
2030, metade da população mundial terá problemas de abastecimento, pois, daqui a 17
anos, a demanda por água vai superar a oferta em mais de 40%.
A água é vital para a sobrevivência no planeta. Além de estar presente em todos os
lugares, nosso organismo é formado por quase 80% de água. Pesquisas apontam que ingerir
água tratada e manter o corpo sempre hidratado ajuda a prevenir o aparecimento de
doenças (cálculo renal, infecção de urina, e entre outros problemas). Por outro lado, o
consumo agrícola e industrial excessivo provoca, a cada dia, uma forte redução desse
bem tão precioso. O problema de falta de água não é exclusivo do Brasil, nem apenas da
Região Nordeste, é um problema global. O risco é ainda maior quando se fala das
mudanças climáticas, secas ou enchentes bastante prolongadas que afetam diretamente o
sistema hídrico. A água está relacionada também à saúde e à economia mundial, em lugares
em que não há um funcionamento correto do saneamento básico, 2,5 bilhões de pessoas
chegam a sofrer com essa falta, 4.500 crianças morrem a cada dia, e sem contar que há uma
redução no número de novos empreendimentos e na captação de recursos em escala global.
Um dos maiores desafios dos ser humano é a conscientização, e é esse o
principal objetivo do projeto. Através da criação de um software para a diminuição de
consumo da água, as pessoas poderão saber se o modo que elas vêm administrando ela é o
modo correto. Se a pessoa for um consumidor consciente o software irá parabenizá-la e
mostrar informações adicionais sobre como ela pode melhorar em suas boas práticas de não
desperdício, mas, se caso essa pessoa for um consumidor despreocupado, o software irá dar
uma advertência e vai mostrá-la como poderá utilizar a água de forma consciente. Além do
mais, ele será capaz de traçar um perfil de consumidor (consciente ou não consciente) e, a
partir desse perfil, ele irá monitorar o consumidor e, no final do mês, o software irá indicar
se o consumidor melhorou em suas práticas ou não.
Boas práticas de conservação, através das dicas do software, farão com que os riscos
da falta de água sejam bem menores para o consumo residencial, que talvez um dia venha a
não acontecer mais, se todas as pessoas souberem fazer bom uso desse recurso natural tão
precioso.
172
DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO DE SIMULAÇÃO DO PROTOCOLO DCCP PARA O
SIMULADOR DE REDES OMNET++
AUTOR (A): IVO AUGUSTO ANDRADE ROCHA CALADO
Na área de redes de computadores, os protocolos de comunicação são considerados
peças fundamentais em qualquer tipo de comunicação, estando associados tanto ao
conteúdo transmitido quanto ao meio por onde os dados são transmitidos. Neste sentido, é
notável o contínuo interesse, por parte da comunidade acadêmica e da indústria, na
realização de pesquisas que envolvam o desenvolvimento de novos protocolos e melhorias
dos protocolos atualmente padronizados.
Entre o ferramental utilizado durante o desenvolvimento, testes e estudos como um
todo se encontram os simuladores de rede. Um simulador de rede é um software que
modela transmissões de dados de maneira semelhante ao que acontece em redes
reais. A principal ideia por trás da simulação é a criação de um modelo do sistema a ser
modelado, como por exemplo, um protocolo de rede, de modo que suas propriedades
possam ser alteradas e o seu comportamento analisado. Entre as vantagens da utilização
simuladores de rede encontram-se: i) simplicidade na implementação do protocolo (em
comparação a implementação no SO), ii) reprodutibilidade e iii) escalabilidade, entre outros.
Neste contexto, a validade dos resultados das simulações está intimamente ligada
aos modelos dos protocolos utilizados como base na execução do protocolo a ser avaliado.
Se os comportamentos dos modelos estiverem próximos dos comportamentos dos
protocolos reais, então os resultados de performance obtidos a partir das simulações do
protocolo a ser avaliado tendem a convergir para valores bastante próximos do que poderia
ser encontrado na execução em uma rede real.
Com base no exposto, diversas opções de simuladores de redes encontram-se
disponíveis para a comunidade acadêmica onde pode-se encontrar tanto opções gratuitas
quanto pagas. Entre as principais opções disponíveis destacam-se o NS-2[2], NS3[3] e o OPNET[4]. Além destes, um simulador que vem ganhando grande atenção da
comunidade acadêmica é o simulador de eventos discretos OMNeT++.
O OMNeT++ [9] pode ser definido como uma plataforma e uma biblioteca de
simulação desenvolvida na linguagem de programação C++. Entre as principais características
do OMNeT++ aponta-se a sua estrutura altamente extensível, modular e baseada em
componentes. Além disso, de modo a reduzir a complexidade envolvida no processo de
desenvolvimento e execução de simulações, o OMNet++ já traz embutido tanto um ambiente
de integrado de desenvolvimento (IDE) quanto um ambiente de execução gráfica de
simulações.
Diferentemente de outros simuladores existentes que possuem um propósito
bastante específico, o OMNet++ pode ser considerado um simulador eventos discretos de
propósito geral, visto que não é direcionado a nenhum campo de trabalho específico mas
sim apresentando apenas uma plataforma para simulação da comunicação distribuída de
componentes. Neste sentido, embora o OMNeT++ seja utilizado primariamente para a
realização de simulações de rede, sua estrutura genérica possibilita uma alta flexibilidade
173
desta plataforma, de modo que o simulador OMNeT++ pode ser utilizado em outras áreas de
pesquisa como a simulação de sistemas complexos de TI, redes de filas ou arquiteturas de
hardware.
Com o intuito de possibilitar a simulação de ambientes de domínio específico, são
disponibilizados modelos de protocolos e arquiteturas de sistemas para tais fins. No caso
específico da simulação de redes de computadores, o conjunto de modelos disponibilizados
pelo projeto INET [10] tornam possível a realização de diferentes tipos de simulações.
O projeto INET é considerado a biblioteca de modelos padrão do OMNeT++. Tal
projeto contem modelos para toda a pilha de protocolos da Internet (TCP, UDP, IPv4, IPv6,
OSPF, etc) e para a simulação de protocolos para redes cabeadas e sem fio, o suporte a
mobilidade entre outros. Este projeto é mantido pela própria equipe de desenvolvimento do
OMNeT++, tendo a contribuição da comunicação acadêmica para a proposição e
desenvolvimento de novas extensões de protocolos.
DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE RECOMENDAÇÃO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS
AUTOR (A): HÉLIO MARTINS DO NASCIMENTO JÚNIOR
A Computação Móvel tem recebido grande atenção nos últimos anos devido ao seu
alto grau aplicabilidade e a ampla disseminação de dispositivos móveis com crescente
capacidade de processamento dos dispositivos, representados por um conjunto bastante
diversificado de dispositivos, tais como, celulares e palmtops, dentre outros. Esta área da
Computação pode ser considerada um ramo da computação distribuída e visa o
desenvolvimento de sistemas a serem executados em dispositivos que possuem diferentes
graus de mobilidade.
Telefones celulares estão se tornando a principal plataforma de acesso a informação
e quando acoplado a tecnologia de sistema de recomendação podem fornece um conteúdo
mais personalizado para seus usuários. Um sistema de recomendação pode ser utilizado para
recomendar filmes, restaurantes, artigos, dentre outros itens. Para isso torna-se necessária a
criação de um modelo de recomendação para eles.
Nesse sentido, este projeto tem como objetivo o desenvolvimento, validação e
implantação de um sistema de recomendação para dispositivos móveis a serem
desenvolvidas fazendo uso das tecnologias móveis. A partir deste projeto, almeja-se o
desenvolvimento de aplicações que possuem como foco a integração de Sistema de
Recomendação e Computação Móvel.
DIGESTIBILIDADE DA FARINHA DO RESÍDUO DO FILETAMENTO DE CAMARÃO PARA O
TAMBAQUI (COLOSSOMA MACROPOMUM)
AUTOR (A): DANIEL DE MAGALHÃES ARAUJO
A aquicultura tem sido apontada como a única forma para suprir a crescente
174
demanda por pescados, tendo em vista que os estoques pesqueiros oceânicos e continentais
têm sido superexplorados e os volumes pescados tendem a se estabilizar e, posteriormente,
decair. Além disto, com o crescimento da população mundial, a demanda por proteína de
origem animal somente tende a crescer, tendo, assim, a aquicultura um papel fundamental
na oferta de alimento proteico de alta qualidade nutricional.
Dentre as atividades da aquicultura, destaca-se a piscicultura, principal responsável
pelo crescimento da produção de organismos aquáticos no mundo. O Brasil possui um
grande potencial para esta atividade, já que reúne inúmeras condições favoráveis para a
criação de peixes, como clima adequado, grandes bacias hidrográficas, alta produção de
grãos (como milho e soja), extensões de terra utilizáveis, além de inúmeras espécies nativas
que se acreditam passíveis de cultivo dentre outras. Entretanto, pouco se conhece destas
espécies nativas, estando estabelecidas no país as carpas e tilápias como principais peixes
cultivados comercialmente. A falta de um pacote tecnológico para o cultivo das espécies
nativas tem impossibilitado maior desenvolvimento da atividade no país. Assim, estudos
que foquem no desenvolvimento de tecnologias para o cultivo da espécie são deveras
importantes.
Quando o foco são as espécies nativas, embora haja inúmeros esforços para mudar o
cenário descrito anteriormente, ainda são poucos os peixes com alguma tecnologia de
cultivo, dentre eles se destaca o tambaqui. Segundo maior peixe de escamas das bacias dos
rios Amazonas e Orinoco (Araujo-Lima & Goulding, 1997), o tambaqui pode medir cerca de
um metro e pesar até 30 kg (Araujo-Lima & Gomes, 2005). Sua carne é muito apreciada nas
regiões de ocorrência natural (Camargo et al., 1998) e também em outras regiões do
Brasil, sendo esta uma das razões apontadas por Araujo-Lima & Gomes (2005) pelas quais
têm sido intensificados os esforços para o estabelecimento de um pacote tecnológico para a
criação da espécie.
O tambaqui é um onívoro com tendência a herbívoro, filtrador e frugívoro que
possui grande capacidade de digerir proteína animal e vegetal, com fácil adaptação a rações
comerciais, sendo a terceira espécie mais cultivada no Brasil (Nunes et. al., 2006).
Aspectos importantes da nutrição desta espécie, como as exigências nutricionais, a
composição químico-bromatológica dos alimentos ofertados (Silva et al., 2003), o uso de
alimentos consumidos no ambiente natural em rações, além do uso de ingredientes
não convencionais nas rações comerciais de peixes, chamados de ingredientes alternativos,
têm sido estudados. Entretanto, ainda que seja a primeira espécie brasileira da qual se
atingiu conhecimento suficiente para promover a criação em cativeiro (Araujo-Lima &
Goulding, 1997) e alguns estudos estejam sendo realizados, há uma grande carência
daqueles relacionados à nutrição básica e pouco se conhece sobre como o tambaqui
aproveita os nutrientes e a energia dos alimentos, ainda mais aqueles não tradicionais ou
alternativos, como a farinha do resíduo do filetamento de camarão.
Desenvolver um novo ingrediente para uso em rações de peixes a partir do resíduo do
beneficiamento do camarão (carapaça, cabeça e cauda), que possa substituir parcial ou
totalmente as fontes tradicionais de proteína resultaria em maior sustentabilidade
ambiental, social e econômica da atividade de pesca e até mesmo o cultivo de camarões.
DISEV - DISPOSITIVO DE IDENTIFICAÇÃO SONORA EXTERNA VEICULAR
175
AUTOR (A): CARLOS GUEDES DE LACERDA
O presente projeto consiste na produção de um acessório eletrônico automobilístico
de caráter de segurança, de adaptação e de conforto para pessoas portadoras de DA
(Deficiência Auditiva) no trânsito, facilitando a percepção dos alertas sonoros utilizados em
meio ao tráfego de veículos, em sua maior parte buzinas. Além de ter mais essa forma de
aviso que é comum aos ouvintes, os deficientes auditivos iriam obter uma maior confiança
na hora de dirigir.
Todo grupo minoritário, principalmente os deficientes encontram vários
problemas desde o começo da história da humanidade, por exemplo, os povos primitivos
exterminavam os deficientes, pois os consideravam um obstáculo para sobrevivência do
grupo, outros, ao contrário protegiam para agradar os deuses. Cada povo tinha uma ideia
sobre as deficiências consideravam os deficientes pessoas que receberam punição divina,
tinha uma maior sensibilidade interior e diversas outras formas. Na Roma antiga, a lei das
XII tábuas, autorizava os patriarcas a matar seus filhos defeituosos, o mesmo ocorrendo em
Esparta, onde os recém-nascidos, frágeis ou deficientes, eram lançados do alto do Taigeto
(abismo de mais de 2.400 metros de altitude próximo de Esparta).
Mais recentemente alguns dos problemas enfrentados pelos deficientes era a
segregação social, por preconceito ou até mesmo devido à opção da família em esconder
o portador de qualquer tipo de deficiência, já que poderiam considerar essa família
inapropriada para um casamento e/ou um convívio social.
Contudo, os progressos para da inclusão são visíveis em vários âmbitos. Tendo em
vista os deficientes auditivos temos a LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002 reconhece a
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de comunicação, assim como prevê a
inclusão no sistema educacional federal e nos demais sistemas.
No âmbito trabalhista temos as leis: nº 8.112, impõe que a União reserve, em seus
concursos, até 20% das vagas a portadores de deficiências, havendo iniciativas semelhantes
nos Estatutos Estaduais e Municipais, para o regime dos servidores públicos e a lei nº
8.213/91 preceitua a porcentagem para empresas privadas de acordo com o número de
funcionários da mesma e fixa os seguintes percentuais: "A empresa com 100 (cem) ou mais
empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos
seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas,
na seguinte proporção:
- até 200 empregados... 2%
- de 201 a 500 empregados... 3%
- de 501 a 1.000...4%
- de 1001 em diante... 5%”
Também existem algumas resolução do Conselho Nacional de Trânsito, uma delas
estipula que de 2 a 3% das vagas de locais públicos seja destinada a essas pessoas. O
Conselho ainda estabelece o uso de uma credencial especial que identifique o veiculo de
uma pessoa com deficiência, seja ela A condutora ou não. Existem mais leis e resoluções que
incluem os deficientes, sem falar das normatizações da ABNT(Associação Brasileira de
Normas Técnicas) que discorrem sobre os modos mais fáceis de inclusão em imóveis, locais
176
públicos e etc.
Observamos que fica bem claro o desejo de inclusão na sociedade, além do mais se
os deficientes vão estudar e têm vagas garantidas no mercado de trabalho, tornam-se um
consumidor em potencial ficando assim em evidência para as inovações, fazendo dessas não
apenas uma forma de exercer o capitalismo e sim uma necessidade.
EFICIÊNCIAS HIDRÁULICAS: SOLUÇÕES PARA UMA EDIFICAÇÃO SUSTENTÁVEL
AUTOR (A): EDJA LAURINDO DA SILVA
Conscientes da necessidade de aliar o desenvolvimento social e econômico a
preservação do planeta, apresenta-se a necessidade de um novo olhar para as situações do
dia-a-dia, assim o ser humano tem percebido que com algumas adaptações é possível
equilibrar as suas indigências a manutenção e preservação do meio ambiente, nesse sentido
inovações tem sido procuradas para sanar alguns dos problemas mais urgentes para a
atualidade, o consumo desenfreado da água.
Durante muitos anos a água foi utilizada como um recurso inesgotável, sem planos
para sua preservação, assim nos acostumamos a desperdiçar e a utilizar técnicas que não
valiam-se de cautela, portanto agora com a consciência sustentável é preciso promover
soluções que possam amenizar o consumo da água e também torná-la economicamente
acessível. Além da conscientização é preciso por em prática maneiras de realizar a economia
da água.
Diante a situação de tantos municípios que sofrem com a falta da água, é
imprescindível o desenvolvimento de soluções acessíveis que possam ajudar a combater
o desperdício e também adotar atitudes como a coleta de água pluvial e seu
reaproveitamento. Com o projeto adequado para essa situação é possível adaptar o sistema
já utilizado sem gastar abusivamente, no nordeste, por exemplo, algumas regiões sofrem
com a falta de água, sem a gestão adequada algumas situações podem ficar ainda mais
complicadas e é neste âmbito que um sistema de soluções para a problemática da água pode
ser muito eficaz.
Na esfera do consumo da água observa-se que o principal problema no desperdício
parte das áreas residenciais, da construção civil e do consumo de água no meio urbano.
Analisando situações rotineiras é possível perceber que boa parte desses gastos provém do
desperdício e da falta de um sistema que possa ser econômico para o consumidor e também
para a diminuição do consumo desenfreado de água, a qual é um elemento essencial e está
associado a vida desde os primórdios. A água é necessária para todas as atividades do ser
humano, por isso a importância vital da sua preservação.
Na construção civil muitas vezes são proporcionadas soluções que tornam-se
financeiramente inviáveis, fazendo com que o público dê preferência a técnicas que
acarretam em esperdícios por possuírem um valor mais acessível, assim percebesse a
necessidade de desenvolver um sistema que possa solucionar os problemas de desperdícios
aliado ao baixo custo de investimento, tornando-se assim um sistema popular e acessível,
para solucionar esses problemas esse projeto irá apresentar formas de economizar água e
também de reaproveitá-la, com sistemas de captação de água pluvial (construído com
177
material reciclável), além de técnicas para economizar água em aparelhos que demonstram
alto índice de desperdício de água. Através desse sistema será possível aliar as condições
financeiras da população, à perspectiva de ética ambiental.
ELABORAÇÃO DE QUEIJO COALHO DEFUMADO CONDIMENTADO
AUTOR (A): DANIELE GOMES DE LYRA
O queijo de coalho é obtido pela coagulação do leite por meio do coalho ou outras
enzimas coagulantes apropriadas, complementada ou não pela ação de bactérias lácteas
selecionadas e comercializado normalmente com até 10 (dez) dias de fabricação (BRASIL,
2001).
No Nordeste do Brasil a maior parte da produção de queijo tipo coalho é obtida em
pequenas e medias queijarias, as quais movimentam, mensalmente, em torno de 10 milhões
de reais, o que sinaliza essa atividade como importante no âmbito social e econômico
(PERRY, 2004).
Os queijos de um modo geral podem conter microrganismos desejáveis e
indesejáveis. Os desejáveis são aqueles que podem contribuir positivamente para o
desenvolvimento das características organolépticas do produto, podendo desta forma,
exercer um efeito benéfico no desenvolvimento do sabor e aroma do queijo por meio de sua
atividade metabólica. Entretanto, alguns microrganismos indesejáveis podem ocorrer. São
os assim chamados deteriorantes e/ou patogênicos, os quais vão exercer um efeito maléfico
na qualidade sensorial do produto e podendo, em alguns casos, provocar doenças.
A contaminação microbiana de queijos possui um importante impacto
socioeconômico ao se considerar as alterações organolépticas que podem ocorrer no
produto, além do risco de veiculação de microrganismos capazes de causarem infecções e
toxinfeção alimentar.
Em se tratando de queijo coalho, é preocupante o alto índice de amostras impróprias
para consumo devido a alta prevalência de microrganismos indicadores e patógenos.
Estudos realizados nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba,
demonstram o alto índice de queijo coalho comercializado com contaminação por
Staphylococcus aureus acima do limite permitido pela legislação em vigor, os quais variaram
entre 72,7% e 91% de amostras impróprias para consumo (CABRAL, 1993; BORGES et al.
2003; FEITOSA et al., 2003; FREITAS et al. 2009). As condições higiênico-sanitárias também
tem sido inadequadas, na qual Feitosa e colaboradores (2003) identificaram que todas
as amostras de queijo de coalho apresentaram coliformes a 35°C, das quais 36,4%
continham coliformes a 45°C, entre 3 e 7NMP/g , com confirmação de Escherichia coli.
Borges e colaboradores (2003) avaliaram queijos de coalho oriundos de microrregiões
do Ceará, e detectou coliformes a 45°C em 74% das amostras.
O processo de fabricação do queijo tipo coalho é baseado na coagulação do leite na
prensagem e na salga da massa. Para se obter um produto de qualidade não há necessidade
de grandes investimentos em equipamentos, o que torna o queijo tipo coalho uma boa
opção econômica. Embora simples, o processo vem sendo a cada dia aperfeiçoado nos
cuidados com a qualidade do produto, para satisfação do consumidor.
178
A defumação é considerada um dos processos mais antigos de conservação de
alimentos. Atualmente a defumação tem sido utilizada pela indústria principalmente pelo
sabor e aroma característicos, e complementarmente pelo seu efeito conservante. A
utilização deste método visa proporcionar sabor característico, bem como a produção de
queijo coalho com padrão microbiológico adequado.
De acordo com o regulamento técnico de identidade e qualidade de queijo de coalho
quando adicionado de apenas 01 (um) condimento, este deverá ser citado na
denominação do produto; quando for adicionado de mais de um condimento, não
haverá necessidade de menção de todos eles na denominação, podendo ser utilizada
apenas a expressão: "Condimentado" após a denominação "Queijo de Coalho".(BRASIL,
2001).
A adição de condimentos objetiva produção de queijo coalho com sabor e aroma
diferenciados, bem como a obtenção de queijo coalho com maior valor agregado.
ESTUDO DA SUBSTITUIÇÃO DO CIMENTO PELA CAL NA FABRICAÇÃO DE TIJOLOS SOLOCIMENTO
AUTOR (A): SHEYLA KAROLINA JUSTINO MARQUES
O presente trabalho consiste no estudo das características e propriedades tecnológicas
de tijolos solo-cimento formulados a partir de misturas binárias e ternárias de cimento
Portland, areia, água, com e sem adição da cal, com o objetivo de melhorar seu desempenho
e diminuir seu custo utilizando o resíduo e, conseqüentemente, aumentando sua vida útil.
Os tijolos de solo-cimento constituem uma das alternativas para a construção em alvenaria.
Esses elementos, após pequeno período de cura, garantem resistência à compressão
simples similar à dos tijolos maciços e blocos cerâmicos, sendo a resistência tanto mais
elevada quanto maior for à quantidade de cimento empregada. O solo cimento é o material
resultante da mistura homogênea, compactada e curada de solo, cimento e água em
proporções adequadas. O produto resultante deste processo é um material combo a
resistência à compressão, bom índice de impermeabilidade, baixo índice de retração
volumétrica e boa durabilidade. O solo é o componente mais utilizado para a obtenção do
solo-cimento. Para a determinação da mistura ótima, estudou-se a inclusão de teores de
resíduos diferenciados (25%; 20%; 15%; 10% e 5%) onde serão confeccionados 15 corposde-prova para cada formulação. A avaliação dos tijolos confeccionados será feita a partir
de ensaios de compressão simples, perda de massa por imersão, durabilidade e absorção de
água.
–
VANTAGENS DO SEU EMPREGO:
Podem ser mencionadas as principais vantagens dos tijolos de solo-cimento:
a) Podem, em geral, ser produzidos com o próprio solo local e no canteiro de obras,
reduzindo ou evitando o custo de transporte;
b) A regularidade de suas formas, a planiza e a lisura de suas faces requer argamassa de
179
assentamento de espessura mínima e uniforme;
c) Podem dispensar o uso de revestimento, desde que protegidos da ação direta da água,
sendo, portanto, recomendáveis para paredes com tijolos à vista;
d) Não consomem combustível na fabricação, por dispensar a queima;
e) Utilizam basicamente mão-de-obra não especializada.
O cimento entra em uma quantidade que varia de 5% a 10% do peso do solo, o
suficiente para estabilizá-lo e conferir as propriedades de resistência desejadas para o
composto.
–
DESCRIÇÃO DO PROCESSO
Para a fabricação de tijolos de solo-cimento usa-se basicamente uma mistura
constituída de solo, cimento e água, devidamente prensada. A prensagem é feita dentro de
moldes e a forma variada destes possibilita produzir diversos tipos de tijolos. Os elementos
fabricados são estocados em uma área para cura e, mantidos úmidos, por um período nunca
inferior a 07 dias. O solo-cimento está por aí há décadas, mas seu uso ainda é bem restrito.
Com isto, florestas inteiras são devastadas para produzir tijolos cerâmicos que, além de tudo,
são mais caros.
Apesar dos pontos positivos destacados, no Brasil o interesse pelo método soloestabilizante é mais expressivo em obras de pavimentação (cerca de 90% das bases de nossas
rodovias são de solo-cimento compactado), barragens e contenções; relegando suas
aplicações nas construções civis, a um plano secundário, devido ao desconhecimento técnico
dos profissionais envolvidos nos vários segmentos da sociedade.
ESTUDO DA VIABILIDADE DE PRODUÇÃO DE CONCRETO DE PÓS REATIVOS UTILIZANDO
MATERIAIS ENCONTRADOS NO ESTADO DE ALAGOAS
AUTOR (A): JOÃO GILBERTO TEIXEIRA SILVA
A pesquisa analisará produção do Concreto de Pós Reativos (CPR) e a possível
substituição dos materiais, que são de difícil aquisição, por materiais facilmente encontrados
na região do estado de Alagoas, a fim de obter propriedades mecânicas semelhantes.
Nas últimas décadas, tem-se visto o aumento da resistência a esforços mecânicos
do concreto (BIZ apud MEHTA e MONTEIRO, 2001). O incremento do aço ao concreto, o
chamado concreto armado – que permite maior resistência à tração – e a adição de
materiais químicos, por exemplo, conferiram ao concreto características especificas como
maior durabilidade, resistência e impermeabilidade. São esses aspectos que possibilita a
construção das obras atuais, obras com arquitetura e design inovadores capazes de atender
às novas necessidades do homem (BIZ, 2001).
O Concreto de Pós Reativos (CPR) é um concreto composto por materiais ultrafinos,
no qual o diâmetro máximo das partículas sólidas não excede 2 mm. O fator água/cimento
(a/c) é abaixo de 0,20 permitido somente pelo uso de superplastificantes. Sua resistência à
compressão pode ultrapassar os 200 MPa, e a resistência à tração pode ir além dos 30MPa,
180
com adição de fibras metálicas:
[...]Concretos de pós reativos - CPR, são concretos formados de partículas com
diâmetro máximo menor que 2mm, que estão sendo analisados e aplicados em
elementos estruturais. O material oferece grandes resistências à compressão e,
também, à tração e à flexão, quando adicionadas fibras metálicas na sua
composição... (VANDERLEI & GIONGO, 2006).
Dessa forma, o Concreto de Pós Reativos, através das suas propriedades, se mostra
um eficiente material a ser aplicado em obras atuais da construção civil, e em outras áreas,
uma vez que sua aplicação vai desde construção para o armazenamento de rejeitos
radioativos a obras de saneamento e hidráulica (VANDERLEI, 2004).
ESTUDO DE INDICADORES DE QUALIDADE E DESENVOLVIMENTO DE DISPOSITIVO PARA
DETECÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ADULTERANTES NO LEITE
AUTOR (A): ANA PAULA AQUINO BENIGNO
Segundo a Instrução Normativa nº 51/2002, denomina-se como leite, sem outra
especificação, o produto oriundo da ordenha completa e ininterrupta, em condições de
higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas. O leite, desde sempre, foi
utilizado na alimentação humana, por oferecer uma equilibrada composição de nutrientes,
resultando em um elevado valor biológico, sendo considerado um dos mais completos
alimentos in natura. Quando industrializado, resulta em diversos tipos para consumo, os
quais são devidamente controlados por normas de inspeção industrial e sanitária (TRONCO,
2003).
A quantidade do leite produzida e sua composição apresentam variações
ocasionadas por diferentes fatores como: espécie, raça, fisiologia, alimentação, estações do
ano, doenças, período de lactação, ordenhas (número, intervalo e processo), fraudes e
adulterações (SILVA, 1997). Apesar disso, de um modo geral, o leite é composto em
maior proporção por água, e os demais componentes são: gordura, proteínas, carboidratos,
todos sintetizados na glândula mamaria. Além destes, existem pequenas quantidades de
substâncias minerais, substâncias lipossolúveis e hidrossolúveis transferidas diretamente do
plasma sanguíneo, proteínas do sangue e traços de enzimas (TRONCO, 2003).
Os avanços nas técnicas relacionadas às etapas de produção, processamento e
também distribuição de leite têm favorecido um maior consumo humano, particularmente o
de origem bovina. Essas etapas, no entanto, induzem a modificações bioquímicas, físicoquímicas, microbiológicas, nutricionais, sensoriais e reológicas que podem comprometer a
qualidade do produto final. A química do leite tornou-se muito importante para a garantia
de qualidade e o desenvolvimento de produtos em laticínios. Assim, o estudo da química
do leite envolve especialistas em diversas áreas, em razão da complexidade das interações
entre os constituintes do leite e os tratamentos tecnológicos empregados (SILVA, 1997).
No Estado de Alagoas, a produção do leite bovino é muito forte, respaldada pelo
processo histórico de colonização vivenciada na região do Agreste e do Sertão. A cadeia do
181
leite em Alagoas, principalmente em sua área de maior concentração, o Semiárido, gera
ocupação e garante renda para muitas famílias (PROGRAMA ALAGOAS MAIS LEITE, 2013).
A região da bacia leiteira alagoana configurou-se há cerca de 80 anos e tornou-se conhecida
nacionalmente por sua alta produção diária de leite e boa qualidade genética do rebanho
bovino. Durante muitos anos a região supracitada destacou-se exercendo um papel
importante na economia alagoana. Em 1990, a bacia leiteira de Alagoas formava o maior
centro produtor in natura de leite da Região Nordeste do Brasil(PAPL, 2004).
Assim, ressalta-se que a Bacia Leiteira de Alagoas vem, ao longo do tempo se
fortalecendo. Hoje conta com uma área de 2.782,90 Km² e é composto por 11 municípios. A
população total do território é de 124.670 habitantes, dos quais 59.028 vivem na área rural,
o que corresponde a 47,35% do total (PORTAL DA CIDADANIA, 2013). Segundo a Cooperativa
de Produção Leiteira de Alagoas – CPLA (2013), o Pólo da bacia leiteira de Alagoas é
considerado o mais abrangente na produção de leite in natura da região Nordeste, formada
por aproximadamente 3.000 produtores rurais, os quais geram 25 mil empregos diretos e
indiretos. Sua produção atinge o consumo em todas as capitais do Nordeste e algumas
capitais do Sudeste do Brasil.
Com o crescimento na produção do leite bovino vem se fortalecendo ainda o Arranjo
Produtivo Leiteiro no Estado. Destaca-se que os APLs (Arranjos Produtivos Locais) segundo
o Ministério do Desenvolvimento (2013) são aglomerações de empresas, localizadas em um
mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm
vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros
fatores locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino
e pesquisa. Um APL pode ser composto por apenas uma atividade econômica, como por
exemplo, leite, soja e outros (RIVA et al., 2008). Economias de aglomeração e inovação têm
sido consideradas forças importantes que proporcionam a competitividade crescente e a
melhoria das condições de vida para pessoas que vivem nas regiões. Esse tipo de
aglomeração tem resultado no aumento da renda e nível de emprego, nas exportações
e importações, assim como na difusão de conhecimentos regionais para a inserção da
comunidade local no âmbito social. Assim, aglomerar-se facilita ganho na eficiência e
na flexibilidade que são raramente atingidas por empresas pequenas dispersas. A
proximidade geográfica é origem comum dos APLs, que tendem a estimular o
estabelecimento de laços sociais entre os agentes. Esse processo tem como característica
marcante a ampliação da base de decisões autônomas por parte dos atores locais,
colocando em suas mãos o destino da economia local ou regional (BARROSO; SORES, 2009).
Diante desse cenário de forte produção de leite bovino, bem como o crescente e
fortalecimento do APL leiteiro no Estado, é de suma importância à articulação entre esse
setor produtivo e as instituições de ensino e pesquisa do Estado, as quais podem
colaborar com o desenvolvimento de estudos científicos que possam sanar particulares
dificuldades existentes. Observa-se a respeito de estudos sobre a temática do leite, duas
grandes problemáticas: a adulteração do leite, bem como o adequado descarte dos
resíduos de análises laboratoriais.
Assim, além da avaliação da qualidade do leite e descarte adequado dos resíduos de
análises, é de fundamental importância, o desenvolvimento de metodologias rápidas e
seguras para identificar a substâncias adulterantes que possam está presentes no leite.
Destaca-se, infelizmente, que a prática de adulteração no leite é comum em parte dos
estabelecimentos industriais envolvidos com a produção, beneficiamento e/ou envase do
182
leite, podendo as fraudes ser caracterizadas em dois tipos: sanitária, onde ocorre a
adição de substâncias estranhas ao leite com o intuito de mascarar deficiências do
produto, podendo tais substâncias causar mal à saúde; e econômica, na qual, ocorre a
adição de substâncias inócuas, que aumentam o volume de leite, mas não causam mal à
saúde (OLIVEIRA et al., 2011).
Nessa perspectiva, o presente projeto visa avaliar os indicadores de qualidade do
leite, buscar adequado descarte para os resíduos obtidos, bem como desenvolver
dispositivo para detecção rápida e precisa de substâncias adulterantes, para que se
possa identificar a presença destas substâncias logo em pontos como de recepção do
leite in natura na indústria, possibilitando conhecer se o leite fornecido/distribuído
encontra-se livre de substâncias tóxicas adulterantes.
A partir do presente estudo espera-se contribuir para o desenvolvimento de um
novo dispositivo, que se fundamente em um processo simples, de baixo custo, de fácil e
cômoda operação e que possibilidade rapidez, exatidão e precisão nos resultados
almejados que é avaliar o teor de substâncias adulterantes no leite, contribuindo com a
avaliação da qualidade do leite. Além disso, colaborar com produtores de leite e com
futuros programas que venham a utilizar o estudo realizado para análise de rotina de
controle de qualidade e/ou monitoramento do leite.
GPI-FAPRAME – GESTÃO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E A FÁBRICA DE PROTOTIPAÇÃO
RÁPIDA E MANUFATURA DE ELETRÔNICOS
AUTOR (A): BRENO JACINTO DUARTE DA COSTA
As iniciativas para a produção de equipamentos baratos tem sido explorada por
diversos países, como a movimento OLPC (One Laptop Per Child) [2]. Visando o baixo custo
de produção projetos como o OLPC visam produzir equipamentos para atuar na área de
Inclusão-Digital.
Sabe-se que hoje a maioria do hardware vendido no Brasil são importados. Há pouca
produtividade e incentivo para a produção local, o que poderia baratear custos de
produção, gerar novos empregos e estimular a inovação e a propriedade intelectual. Esta
ideia é ainda mais poderosa se aliada à atual tendência na interação entre empresas
público-privadas e o ambiente de pesquisa presente nas Universidades e Institutos
Federais.
Este projeto visa estudar a viabilidade, requisitos de implementação e realizar uma
avaliação oportunidades de negócio para as tecnologias que são pesquisadas atualmente no
Instituto Federal de Alagoas (IFAL). A consequência deste conhecimento é explorar novas vias
de pesquisa e incentivar a transferência de tecnologia a nível nacional e mundial, através de
colaboração com empresas nacionais e internacionais.
As tecnologia exploráveis que estão sendo consideradas neste projeto incluem:

O conjunto de dispositivos de comunicação Mesh Potato (fortemente relacionado
com os objetivos de criação de Telecentros e Cidades Digitais para Alagoas)

Criação de um portfolio de software para redes Mesh de comunicação, englobando
os protocolos e a segurança da informação envolvida
183

Integração do sistema operacional para um subsistema de localização usando
protocolos Wi-Fi e 3G/4G combinados

Criação de protótipos de pré-produção e micro-fabricação no IFAL. Outras
tecnologias, inovações e projetos de negócios serão avaliados e incluídos nos resultados
das descobertas durante a coleta de dados para apoiar a investigação.
HEMOBANK: UM APLICATIVO MOBILE PARA ACOMPANHAMENTO DE BANCOS DE SANGUE
E DOAÇÕES PARA A HEMORREDE DE ALAGOAS
AUTOR (A): MARCÍLIO FERREIRA DE SOUZA JÚNIOR
Atualmente, mais pessoas acessam a internet por meio de um dispositivo móvel do
que por meio de um computador, e a disparidade entre estes dois números crescerá
mais acentuadamente nos próximos anos, como afirma Fling (2009). Com a crescente
popularização dos smartphones e dos planos de dados de operadoras de telefonia que
possibilitam acesso dos aparelhos à internet, observa-se um aumento no desenvolvimento e
adoção de aplicativos – também conhecidos como apps – que exploram uma série de novas
funcionalidades dos aparelhos. Essa visão também é compartilhada por Hashimi,
Komatineni e MacLean (2010).
Assim, a partir da evolução dos dispositivos móveis, várias empresas começaram a
investir no desenvolvimento de soluções para ingressar no mercado de plataformas mobile.
Estes tipos de plataformas têm como principal funcionalidade proporcionar ao usuário o
acesso aos recursos de seu dispositivo onde todos os aplicativos e serviços estarão
executando nesse aparelho (FLING, 2009). As principais plataformas para desenvolvimento
de apps são: Android (plataforma de código aberto suportada pela Google), BlackBerry OS
(sistema operacional desenvolvido pela empresa BlackBerry para uso em sua linha
homônima de smartphones), Ios (plataforma desenvolvida e distribuída pela empresa
Apple), WindowsPhone (sistema operacional de propriedade da Microsoft), SymbianOS
(sistema operacional utilizado nos smartphones da empresa Nokia) e Java Micro Edition
(JavaME, que é um subconjunto da plataforma Java para aparelhos móveis).
Conforme Hoober e Berkman (2011), um dispositivo móvel atual deve ser
pequeno (suficiente para caber no bolso), portátil (à bateria ou outra forma
independente), conectado (sem fios e sempre ligado por redes), interativo (permite ações
como entrada de texto) e contextualmente-informado (adapta-se à rede à qual está
conectado). Por sua vez, um app (application ou aplicativo) é um software que é instalado
em um dispositivo móvel a fim de proporcionar acesso direto a serviços de notícias,
informações compartilhadas em redes sociais (Facebook, Twitter etc.), jogos, serviços de
mapas, geo-localização ou utilitários para as mais variadas finalidades.
Neste contexto, diversas áreas vêm explorando a capacidade que os apps e as
plataformas móveis possuem de acessar e compartilhar informações em tempo real. Uma
dessas áreas é a saúde, a partir da denominação de e-Health ou saúde eletrônica, cujo foco é
a melhoraria do acesso, da eficiência, da efetividade e da qualidade dos processos clínicos e
assistenciais necessários a toda a cadeia de prestação de serviços de saúde (RIZO;
184
ENKIN; JADAD, 2005). Portanto, o benefício de tecnologia de informação aplicado à saúde
é bastante estudado, pois se difundiu com o uso da tecnologia móvel como suporte
para telemedicina, telessaúde, programas de vacinação, prontuário digital de pacientes,
gestão hospitalar e de medicamentos, entre tantos outros serviços eletrônicos (OLIVEIRA;
RODRIGUES COSTA, 2012).
Uma área relevante no âmbito da saúde pública é a hematologia e hemoterapia.
Através da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados (HORA, 2008), o Ministério da
Saúde busca garantir a autossuficiência do Brasil em hemocomponentes e hemoderivados e
harmonizar as ações do Poder Público em todos os níveis de governo, relacionadas à atenção
hemoterápica e hematológica, apresentando ações para ampliar a doação de sangue da
população em todo o país.
No estado de Alagoas, a Hemorrede pública foi criada em fevereiro de 1981
integrando as diretrizes do Programa Nacional do Sangue e Hemoderivados (PróSangue), então denominado de Hemocentro de Alagoas (HEMOAL). A partir de 1997 o
HEMOAL passou a integrar a estrutura do organograma da Secretaria de Estado da
Saúde de Alagoas (SESAU), sendo classificada como uma Unidade Operativa de Grande
Porte. Posteriormente, foram criados o Hemocentro Regional de Arapiraca (HEMOAR), a
Unidade de Coleta e Transfusão (UCT) de Coruripe e as Agências Transfusionais (AT’s)
de Palmeira dos Índios, São Miguel dos Campos e Penedo. Além dos serviços hemoterápicos,
que consistem na captação, triagem, doação de sangue e transfusão, que acontecem no
HEMOAL, HEMOAR, UCT e AT’s citados anteriormente, a Hemorrede de Alagoas conta, ainda,
com uma Unidade Móvel de Coleta de Sangue, que percorre os bairros de Maceió e os 101
municípios do interior, descentralizando as ações do hemocentro coordenador (SESAU,
2013).
É neste cenário que se insere o presente projeto de pesquisa, através do
desenvolvimento de um aplicativo mobile, denominado HemoBank, que permitirá a
interação entre os doadores de sangue e a Hemorrede de Alagoas para a visualização dos
níveis dos bancos de sangue e disseminação de campanhas de doação entre os cidadãos.
Sendo assim, a questão que esta pesquisa visa responder é: como a adoção das plataformas
móveis pode colaborar na implantação de ações para melhoria na captação de doadores na
Hemorrede de Alagoas?
Outro aspecto é que o aplicativo que será desenvolvido utilizará dados reais advindos
dos bancos de dados dos sistemas oficiais do Departamento de Informática do SUS
(DATASUS). O sistema HEMOVIDA, que se encontra implantado no HEMOAL e HEMOAR, foi
desenvolvido pelo DATASUS especificamente para bancos de sangue com o objetivo de
informatizar todo o ciclo de doação de sangue, desde a captação até a distribuição do
material, controlando cada etapa do processo. O aplicativo mobile HemoBank será integrado
ao sistema HEMOVIDA, possibilitando aos usuários de smartphones a consulta de dados
online sobre os níveis de estoques de sangue, sendo notificados quando seu tipo sanguíneo
estiver com nível baixo e convidando-o para realizar uma doação. Ainda, o aplicativo
fornecerá funções de agendamento de doações e uso das redes sociais para indicação de
amigos ou parentes que necessitam de transfusão de sangue.
MONITOR DE SINAIS BIOLÓGICOS MULTI-PARAMÉTRICO PORTÁTIL E DE BAIXO CUSTO
185
AUTOR (A): CLEUMAR DA SILVA MOREIRA
O sistema de atendimento Home Care é uma alternativa recente para o
monitoramento constante de medidas para pacientes com histórico pós-operatório [1]. Para
estes sistemas existem equipamentos disponíveis no mercado que possibilitam o
monitoramento de várias medidas como oximetria, pressão arterial, sinais ECG, sinais EEG,
entre outras. Para esse monitoramento, além da necessidade dos equipamentos de
monitoramento em tempo real das grandezas fisiológicas necessárias, há a presença de
profissionais de saúde qualificados para acompanhar e solucionar quaisquer distúrbios
que surjam. Atualmente, são propostos sistemas Home Care com medidas em tempo
real, tendo computadores dedicados e usando comunicação remota dos dados para
profissionais de saúde que acompanham o determinado paciente [2-6]. Embora haja essas
propostas recentes, o ônus associado é elevado e não acessível para a maioria dos
pacientes. Ademais, o monitoramento é normalmente monoparamétrico e o equipamento
associado traz desconforto e dificulta o deslocamento do mesmo no interior da casa. A
proposta de sistemas multi-paramétricos é uma tendência atual, especialmente associada
à características, tais como portabilidade, baixo custo e comunicação sem fio.
Recentemente, o desenvolvimento de um monitor bi-paramétrico portátil e de baixo
custo para sinais ECG e frequência cardíaca foi tema de uma dissertação de mestrado
defendida na Universidade Federal de Alagoas pelo professor Paulo César do Nascimento
Cunha (dissertação). Esse monitor é destinado ao monitoramento de sinais cardíacos usando
apenas a derivação DII [7-8]. Para o projeto desse equipamento foram observadas as normas
estabelecidas para eletrocardiógrafos, no tocante a eletrônica a ser utilizada [2]. Ele é
composto de três subsistemas: um subsistema de aquisição e condicionamento do sinal ECG,
cuja entrada é proveniente de três eletrodos e a saída é um sinal filtrado, amplificado e com
uma linha base ajustada; um subsistema de processamento baseado em microcontrolador,
que digitaliza o sinal de saída do subsistema de condicionamento e transmite-o usando
comunicação sem fio (ZigBee) para um computador remoto; um subsistema de
visualização/análise, onde uma interface amigável com o usuário apresenta os sinais ECG,
assim como o batimento (frequência) cardíaco.
Os sinais de entrada do subsistema de aquisição e condicionamento (sinais
ECG) são providenciados por um simulador comercial de sinais cardíacos calibrados,
mostrado na Figura 1. Apenas três eletrodos, correspondentes às posições de braços direito
e esquerdo e perna esquerda (derivação DII), foram utilizados. O diagrama de blocos do
subsistema de aquisição e condicionamento dos sinais ECG de entrada é exibido na
Figura 2, correspondendo às etapas de aquisição, filtragem e amplificação do sinal.
O sinal adquirido foi da ordem de unidades de mV e, portanto, uma amplificação
adequada foi necessária. Um ganho de 1000 dB foi escolhido e propiciado por três etapas
de amplificação (Figura 2). O primeiro ganho foi de 5 dB, realizado pelo amplificador de
instrumentação INA321, que possui baixo consumo de corrente (40 µA) e alto CMRR (94
dB). A segunda etapa, com ganho de 10 dB, correspondeu a um filtro ativo passa-altas com
banda passante de 0,5 Hz. A função desse filtro era manter inalterada a linha base do sinal
ECG, eliminando interferências ocasionadas por sinais espúrios e movimentação do corpo. A
terceira etapa de amplificação, com ganho de 20 dB, foi um filtro ativo passa-baixas com
frequência de corte de 40 Hz, que corresponde à frequência máxima utilizada para
186
monitoramento dos sinais cardíacos (Figura 3). A segunda e terceira etapas foram realizadas
com o amplificador OPA4140, que possui entrada JFET e baixo consumo de potência.
Na Figura 2 é também exibido o driver de perna direita. O objetivo deste
circuito de realimentação é aumentar a rejeição de modo comum (CMRR) do sistema de
amplificação do sinal ECG, tendo em vista a grande quantidade de interferência
eletromagnética que pode ser acoplada à pele do corpo do paciente em monitoramento [9].
Para uma proteção mais adequada contra as interferências eletromagnéticas, os
eletrodos também foram interligados ao eletrocardiógrafo por cabos blindados. Para
eliminar a influência do sinal de 60 Hz, proveniente da rede elétrica, um filtro ativo
rejeita-faixas (filtro Notch) foi utilizado. Com a utilização desses elementos de filtragem,
o sinal na saída do circuito de condicionamento elétrico foi bem mais limpo e
adequado para o monitoramento do sinal ECG. O processo de desenvolvimento do circuito
eletrônico de aquisição e condicionamento foi iniciado com sua modelagem e estudo
através de ferramenta de simulação de circuitos elétricos como ponto de partida [10].
Após o estudo teórico e a definição dos dispositivos eletrônicos que seriam
utilizados, o circuito elétrico foi montado numa placa de circuito impresso de dupla face
com dimensões de 4x4 cm (Figura 3). O layout dessa placa foi projetado com dois objetivos:
o primeiro foi minimizar as interferências eletromagnéticas. Isso foi providenciado por uma
grande malha de aterramento (Figura 3) e tendo os cabos de aquisição dos sinais (eletrodos)
posicionados próximos ao aterramento; o segundo foi reduzir as distâncias entre os
componentes presentes nos loops (realimentações) do circuito.
187
Esse estudo teórico possibilitou também a especificação dos dispositivos elétrico
eletrônicos presentes no circuito, de forma a atender a construção de um
eletrocardiógrafo de baixo consumo. Componentes de baixa potência e fáceis de encontrar
foram utilizados. Antes da montagem da PCI, testes foram realizados num protoboard,
utilizando-se os amplificadores operacionais e de instrumentação do circuito de aquisição e
condicionamento ECG.
A alimentação do subsistema de condicionamento do sinal ECG foi providenciada por
duas pilhas alcalinas de 1,5V cada, conforme ilustrado na Figura 4. O circuito foi
acondicionado numa caixa pequena, juntamente com o subsistema de processamento
dos dados adquiridos. A Figura 4 exibe também a conexão do subsistema com o simulador
de sinais ECG, usando três eletrodos.
Testes experimentais foram realizados para observar as saídas dos estágios de
amplificação e filtragem. A medição dos resultados ocorreu pela utilização de um
osciloscópio digital. Na saída do amplificador de 5dB (Figura 5), observou-se a ausência do
sinal ECG e a presença apenas de ruído, proveniente principalmente da rede elétrica (60
Hz).
Considerando o acréscimo do estágio de 10 dB de amplificação e a presença do filtro
passa-altas com frequência de corte de 0,5 Hz, a onda S do complexo QRS foi
observada, conforme é indicada na Figura 5b. Adicionando o último estágio de amplificação
e os filtros Notch (rejeita-faixas de 60 Hz) e passa-baixas (frequência de corte de 40 Hz), o
sinal ECG foi visualizado (Figura 5c) e praticamente não houve a presença de ruído.
Além disso, observa-se que a linha base está ajustada. O sinal ECG apresenta amplitude de
100 mV e frequência de 1,25Hz, aproximadamente.
O subsistema de aquisição e condicionamento foi acoplado ao subsistema de
processamento para digitalização dos dados adquiridos, transmissão sem fio dos resultados e
interface com o subsistema de visualização/análise, que está contido num terminal remoto.
A digitalização e transmissão dos dados ECG adquiridos e condicionados, usando
comunicação sem fio (ZigBee), foram realizadas pelo microcontrolador MSP430F2274 da
Texas Instruments, que está incluso ao kit eZ430RF2500 (Figura 6). Trata-se de um
dispositivo de baixa potência que possui as seguintes características básicas: faixa de
tensão de alimentação variando de 1,8 V a 3,6 V; arquitetura RISC de 16 bits; conversor A/D
de 10 bits e presença de memórias Flash e RAM. A arquitetura do microcontrolador é
combinada com cinco modos de baixa potência para alcançar um maior tempo de
funcionamento com bateria em aplicações portáteis.
188
Para utilização do ZigBee foi utilizada a comunicação SPI do microcontrolador através
do SimpliciTI™. Esse protocolo permite a identificação de cada eletrodo presente. Após
vários testes de comunicação, foi construído o código para transmissão e recepção do sinal
ECG em linguagem C. O elemento de transmissão sem fio (Figura 6a) foi integrado à placa de
circuito impresso do subsistema de condicionamento, enquanto o elemento de recepção
sem fio (Figura 6b) foi conectado ao terminal remoto através uma porta USB.
No computador remoto, uma interface gráfica foi desenvolvida para visualização dos
sinais ECG utilizando a ferramenta GUI (Graphical User Interface) do MATLAB®.
Também foi acrescido um sistema para detecção e visualização do batimento cardíaco para
o indivíduo em posição de repouso e em movimento (Figura 7). O sinal ECG resultante é
observado na interface, assim como a estabilidade da linha de base.
As amostras adquiridas com o detector foram, portanto, analisadas. Foi observada
189
a presença das ondas P e T e do complexo QRS (Figura 8). A estabilidade da linha de base foi
mantida inalterada. O batimento cardíaco também foi monitorado e o valor também é
apresentado na Figura 8. Também foram realizados testes afastando o receptor e o
transmissor ZigBee. Foi observado que houve perda do sinal com o afastamento acima de
70m. Vários outros testes foram realizados, considerando batimentos de 30 bpm, 60 bpm,
80 bpm, 120 bpm e 180 bpm, conforme pode ser visualizado na Figura 9.
Alguns valores de batimento cardíaco foram gerados pelo simulador e adquiridos,
condicionados , processados e visualizados simultaneamente pelo dispositivo proposto aqui
e por um monitor multiparâmetros, marca MX-300 da empresa EMAI. Os resultados foram
obtidos e visualizados simultaneamente e algumas fotos registradas são apresentadas na
Figura 10. Os resultados do batimento cardíaco e a conformação das curvas ECG foram
bastante similares. Os valores de amplitude e duração das ondas ECG também foram bem
próximos.
Nas Figuras 10a-d são feitas as indicações de trechos dos sinais ECG obtidos para
ambos os equipamentos. Há a inexistência visual de ruídos obtido pelo eletrocardiógrafo
proposto. Nesses ensaios, a linha base ficou estável e a autonomia da bateria do
eletrocardiógrafo proposto foi de algumas horas.
190
O PLANETA ÁGUA E AS MEDIDAS PARA RACIONAR O CONSUMO: UMA MODELAGEM
SOBRE GASTOS DIÁRIOS
AUTOR (A): AUXILIADORA BARALDI PACHECO
Na década de 90, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) apresentaram uma
proposta curricular de competências básicas em oposição aos que se baseavam em
propostas onde predominavam apenas o acúmulo de conteúdos. Os PCNs propõem que
adequações qualitativas de acordo com as áreas específicas, em Ciências da Natureza,
Matemática e suas Tecnologias, devem focalizar a aprendizagem de concepções do
mundo físico e desenvolver estratégias para resolver problemas, aproximando os
191
estudantes da investigação científica com atividades de produção de conhecimento.
Particularmente, a Matemática terá o importante papel de ser a linguagem de
expressão das diversas Ciências onde temos “uma língua que busca dar conta de aspectos do
real” (PCN I, 1999, p. 14). Em todas as áreas, a competência matemática é essencial para a
aprendizagem de conceitos, para procedimentos e para tomadas de decisões. Essas
competências contribuem para o desenvolvimento dos processos de pensamentos e para a
aquisição de atitudes, podendo assim formar a capacidade de resolução de problemas.
Por outro lado, enquanto habilidade, a aprendizagem de técnicas e estratégias
é importante e deve ser aplicada em outras áreas de conhecimento. A Matemática, assim, é
vista como “uma linguagem de comunicação de ideias que permite modelar a realidade e
interpretá-la” (PCN II, 1999, p.82). Trazer propostas que atendam às necessidades de
tornar a Matemática útil não é fácil, pois “diz-se que geralmente a matemática é útil, mas
como uma variedade de seus usos é grande valerá a pena ver que significados distintos
podem ser dados à palavra útil” (Davis & Hersh, 1989, p. 108). A utilidade da matemática é
circunstancial e relativa e depende da área em que vai ser aplicada, seja no profissional,
no científico, no tecnológico ou mesmo em situações quotidianas que emergem em uma
cultura. Desta forma, a matemática que será útil para o arquiteto não será útil para o
filósofo, pois envolve questões diferentes. Aplicar matemática, utilizando a modelagem é
uma forma de trazer proposta de ensino que possam levar estímulos do mundo real, do
mundo externo para a matemática.
A modelagem em atividade de ensino e aprendizagem matemática pode
desenvolver no estudante uma postura crítica e o entendimento do verdadeiro sentido da
matemática. O tema foi escolhido a partir de uma reportagem sobre a seca na região no
Nordeste, onde a repórter perguntou quanto uma mulher gastava de água para um banho.
A situação problematizada se deve novamente ao problema da seca que acontece no
Nordeste. Uma reflexão crítica leva a fazer comparações sobre a quantidade de água
necessária para o consumo humano no mínimo: para beber, para banho, para cozinhar e
para lavar roupa. Quanto é o consumo de água por pessoa em uma capital e quanto pode
chegar o consumo de uma pessoa em situações limites em regiões do Nordeste? A
modelagem proposta neste trabalho foi elaborada a partir de uma situação problema
inicial: Qual o volume de água gasto em situações do dia-a-dia?
O POTENCIAL DO TURISMO HISTÓRICO NO LITORAL NORTE ALAGOANO
AUTOR (A): ELAINE MARIA GERALDO DOS SANTOS
A história do litoral norte no estado de Alagoas possui uma relevância singular. Desde
o período em que o Brasil esteve como colônia de Portugal a região onde hoje se conhece
como Alagoas se apresentava geograficamente atrativa para a passagem de importantes
personagens e fatos históricos que permeiam cidades como Maragogi, Porto Calvo e Porto
de Pedras.
O interesse em desenvolver um estudo mais detalhado sobre essas cidades se deu
após ministrar a disciplina História Regional, a qual é específica para os discentes no terceiro
ano do curso de Hospedagem no IFAL/Campus Maragogi no ano de 2012. Mesmo com uma
192
carga horária de 80 horas, o que equivale a um ano letivo, a falta de material didático e
informações necessárias ao desdobrar dos conteúdos pedagógicos se mostrou como uma
barreira que merecia transpor a sala de aula e carecia de uma pesquisa aprofundada.
Pela carência de material, descobertas foram constantes. O primeiro passo para o
desenvolvimento da disciplina História Regional foi adquirir livros didáticos. O segundo
procedimento foi realizar um “conhecimento de campo” das cidades que seriam trabalhadas
em sala. Assim, municípios circunvizinhos ao Campus foram visitados e uma pesquisa
primária foi feita, com a procura de pessoas que possuíssem tanto artefatos quanto
informações.
A fragilidade das informações colhidas despertou a ideia da importância de uma
pesquisa mais profunda já que é de conhecimento público que a região possui mais de
quatrocentos anos de história.
A atual cidade de Porto Calvo se mostra como ícone nacional da importância
alagoana para a construção da nossa história. Nasceu oficialmente como sesmaria no século
XVII; ilustra nomes como Calabar, Mathias de Albuquerque e Zumbi, os quais tiveram
atuação nessa cidade, possuindo até os dias atuais as marcas dessas histórias (QUEIROZ,
2010).
Seguindo a mesma linha de destaque do Estado de Alagoas na história nacional, a
cidade de Maragogi viveu algo inusitado. Em 15 de setembro de 2010 seis minas explosivas
foram encontradas e uma detonada para espanto da população. Atribuíram esse achado
histórico a atuação de embarcações que teriam passado pela região durante a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945) e, devido a localização geográfica estratégica que liga o norte
ao sul do país, foram enterradas para uma possível detonação, no meio da área urbana
maragogiense.
Entretanto, essa bomba foi esquecida ao longo do tempo e, num acaso, foi achada.
Como o deslocamento para uma universidade ou outro local que pudesse ser melhor
analisada seria perigoso, se resolveu explodi-la com dinamite “grudadas” em seu casco.
Segundo moradores, o estrondo pôde ser ouvido numa distância de 30km e estilhaçaram
vidros de janelas de hotéis e casas.
Comparando Maragogi as demais cidades da região, foi a única que pudemos
encontrar uma tentativa de “museu”. A propriedade particular do senhor Cascudo é um
casarão datado de 1857 (antes da emancipação da cidade de Maragogi, que em 24 de abril
completou 134 anos) e detém todo tipo de materiais antigos, os quais teriam sido
encontrados na cidade ao longo do tempo. Esse casarão é chamado de Casa Verde pelos
moradores e está localizado na rua José Machado Tavares, s/n, centro. Todo esse material
pode ser perdido já que o proprietário deseja removê-los para uma reforma da propriedade.
Porto de Pedras possui ligação íntima com o período da Invasão Holandesa (16241654) tendo ainda hoje um patrimônio imaterial e uma população mestiça que
supostamente tem ligação com esse acontecimento. Na visita realizada com os discentes em
03 de agosto de 2012 tivemos acesso a alguns escritos sobre a origem da cidade e alusão a
passagem de Dom Pedro, Imperador do Brasil no século XIX, para averiguar o farol
e o suposto túnel construído pelos holandeses na época da Invasão com finalidade de
uma possível fuga se fossem atacados no século XVII.
Nossa intenção para desenvolver o estudo sobre esses municípios parte dessas
primeiras informações e podem modificar o curso turístico dessas cidades. Essa pesquisa
pode fornecer novas possibilidades para a região, fruto de um levantamento histórico que
193
tem como intuito tornar o turismo cultural uma realidade e fomentar material para o
curso de Hotelaria do IFAL/Campus Maragogi.
OBTENÇÃO DE BIOETANOL DE SEGUNDA GERAÇÃO A PARTIR DO BAGAÇO E CASCA DE
LARANJA, E SUA VIABILIDADE
AUTOR (A): CECILIA DANTAS VICENTE
É considerável o impacto ambiental causado pelo uso dos combustíveis fósseis,
diante disso governos de diversos países iniciaram investimentos em pesquisas e
desenvolvimento de tecnologias, para aperfeiçoamento de novas formas menos poluentes
de combustíveis, inclusive o Brasil. ‘‘A produção de bicombustíveis faz parte da agenda
tecnológica nacional, com programas de incentivos econômicos e fiscais para a sua
produção e consumo´´(ROIG, 2009). Por tanto vemos a importância de se traçar novos
caminhos, ou seja, formas inovadoras e possíveis para se obter bicombustíveis.
Os biocombustíveis são fontes alternativas de energia, são de origem biológica
não fóssil. Existem vários tipos de biocombustíveis, os principais são: o bioetanol, o
biodisel, o biogás e a biomassa. O gás carbônico gerado pela produção de energia por
combustíveis fósseis se acumula na atmosfera, já os gerados pela produção de energia por
biocombustíveis são reciclados pela biomassa em cultura. É relevante o estudo de
novas fontes de energia, que contribuam com a conservação do meio ambiente, mas
ao mesmo tempo gere modo de consumo viável, para se quebrar a dependência dos
combustíveis fósseis. (TIEZZI, 1988)
O presente projeto propõe e avalia a viabilidade da produção de bioetanol a
partir da biomassa residual da laranja tendo em vista a possibilidade de sua produção
em grande escala, sendo assim uma das soluções para o fim da dependência dos
combustíveis fosseis, e menos impacto ambiental e ainda destinando-se os resíduos das
indústrias de derivados de laranja. O processo constitui-se basicamente por: coleta dos
resíduos, hidrólise do mesmo, fermentação, separação e identificação do combustível e
pesquisar-se a viabilidade e as possibilidades de sua implantação.
PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE NANOFIBRAS DE NANOCOMPÓSITOS DE ZnO/PVA E
ZnO/POLIANILINA/PVA PARA POTÊNCIAS APLICAÇÃO EM CURATIVOS
AUTOR (A): ETELINO JOSÉ MONTEIRO V. C. F. DE MELO
Ao longo dos últimos anos, a tendência de miniaturização de dispositivos e do
entendimento das propriedades dos materiais neles utilizados quando em escalas
nanométricas tem se mostrado de crescente interesse, tanto do ponto de vista científico
quanto de aplicações. Quando se alcança a escala nanométrica vários fatores de
interesse surgem e novas características aparecem, oferecendo inusitadas aplicabilidades
desconhecidas para o mesmo material quando em escala micrométrica. É ao longo dessa
194
direção que vem tomando força a pesquisa e o desenvolvimento da nanotecnologia, na
busca por materiais que exibam propriedades diversas, o que tem impulsionado o avanço
tecnológico no sentido de preparação ou obtenção de novos materiais[1].
A eletrofiação (electrospinning) é uma técnica de obtenção de fibras finas que para
vários efeitos podem ser consideradas como materiais praticamente unidimensionais. As
fibras podem ser obtidas nas escalas submicrométrica e nanométrica, e o uso dessa
técnica tem se difundido ao longo dos últimos anos, pois ela se mostrou bastante útil
para o processamento de fibras de diferentes tipos de materiais, principalmente os de
natureza polimérica[2]. Adotar a técnica de electrospinning para a obtenção e o
processamento de fibras sugere uma nova forma de utilizar e otimizar o uso de compósitos
que apresentem novas propriedades. Que de fato, existem diversas vantagens em se
utilizar fibras ao invés de, por exemplo, um filme, tais como maior sensibilidade,
seletividade, melhor tempo de resposta, reprodutibilidade, etc. e as fibras resultantes podem
ser utilizadas em diversas áreas, tais como a eletrônica, áreas médicas, em filtros, tecidos,
etc[3].
No âmbito de aplicações médicas, foi verificado que células humanas podem se aderir
e se organizar em fibras que apresentam diâmetros menores que as mesmas [4]. Devido a
isto, pode se utilizar um suporte fibroso com dimensão em escala nanométricas para
direcionar o crescimento das células em um tecido humano danificado. Estes suportes de
células têm atraído grande atenção para a utilização de biopolímeros sintéticos e/ou
nanofibras biodegradáveis no desenvolvimento de materiais que possam induzir o
crescimento celular de modo a levar a uma regeneração completa, ou a realização de um
procedimento de substituição do tecido danificado [5]. Trabalhos anteriores tem mostrado
que nanofibras poliméricas formadas a partir de polímeros biocompatíveis também podem
ser utilizadas como tecidos para cobrir queimaduras ou ferimentos na pele. Além do mais, a
manta de nanofibras pode proteger o ferimento das ações de bactérias, uma vez que é
possível obter tecidos com tamanhos de poros de 500 nm a 1 µm [6]. Além de poder
utilizar estes materiais como barreira física, a possível introdução de um material
bactericida à matriz polimérica, pode inibir ainda mais a proliferação das bactérias.
O óxido de zinco - ZnO, que é um semicondutor inorgânico intrínseco, sob
escala manométrica apresenta uma ação bacteriana já bem reportada na literatura. O uso
deste material como um antibacteriano inorgânico, tem mostrado maior vantagem
quando comparado com os convencionais materiais antibióticos orgânicos devido a sua
resistência a tratamentos severos. Este semicondutor já é amplamente utilizados no
preparo de cremes, loções e pomadas para aplicações dermatológicas devido a sua
propriedade bacteriana. Porém alguns estudos também têm demostrado, que sob certas
condições, o ZnO também pode se apresentar como material irritante a pele [7].
Os compósitos são materiais que apresentam mais de uma fase. Na maioria dos
casos, eles possuem uma modelagem estrutural formada por uma fase contínua
(matriz), que pode ser metálica, cerâmica ou polimérica, e uma fase descontínua, em geral
fibras ou partículas. As fases contínua e descontínua devem se encontrar agregadas
físico-quimicamente, ser quimicamente diferentes e ser separadas por uma interface distinta
[8].
Devido aos avanços tecnológicos ao longo dos anos, cada vez mais tem se aumentado
a exigência por materiais com combinações incomuns de propriedades que não podem ser
atendidas pelas ligas metálicas, cerâmicas e materiais poliméricos convencionais,
195
isoladamente, de forma que as combinações e as faixas das propriedades dos materiais
foram, e ainda estão sendo, ampliadas através do desenvolvimento de materiais compósitos
[9]. A utilização de compósitos em áreas medicas é muito comum, uma vez que, com estes
novos materiais, faz se possível agregar as propriedades de biocompatibilidade de
determinados materiais em materiais incompatíveis biologicamente.
PRODUÇÃO DA CARTILHA: “A BANANA COMO ALIMENTO E FONTE DE RENDA”
AUTOR (A): DANIELLE DOS SANTOS TAVARES
A banana é um dos frutos mais consumido mundialmente, sendo cultivada na
maioria dos países tropicais, por ser um dos cultivos perenes de rápido retorno do
capital investido, apresentando um fluxo contínuo de produção a partir do primeiro ano, o
que a torna muito atraente para os agricultores (DAMATTO JUNIOR et al., 2011). Em 2011, a
produção mundial ultrapassou 106 milhões de toneladas, destacando-se o Brasil como o
quinto país produtor, com uma produção de 7.329.470 milhões de toneladas (FAO, 2013).
A bananeira (Família das Musáceas) é cultivada em todos os estados brasileiros,
desde a faixa litorânea até os planaltos do interior. A bananicultura desempenha um
papel econômico e social relevante, atuando na fixação da mão-de-obra rural, gerando
postos de trabalho no campo e nas cidades e contribuindo para o desenvolvimento
regional (FASOLIN et al., 2007, FIORAVANÇO, 2003).
Visto que a banana é um alimento de rápido amadurecimento a industrialização
torna-se um processo necessário para um melhor aproveitamento da produção (SILVA et al,
1995). Por ser um alimento de elevado valor nutricional e energético, a banana é uma ótima
fonte de glicídios, proteínas, lipídios, minerais e vitaminas (TRAVAGLINI, 2002, BORGES et al,
1997), podendo ser inserida como um rico ingrediente em receitas tradicionais. São diversos
os produtos que podem ser obtidos a partir da banana, tais como: polpa ou purê, néctar,
fruta em calda, produtos desidratados (banana liofilizada, flocos e fruta na forma de
passa) e doces diversos, incluindo geléias e doce de massa (bananada) (MOTA, 2005, SILVA
et al, 1995).
Em pequenas feiras realizadas nos municípios de Alagoas, a exemplo de Murici,
a comercialização do fruto da bananeira é comum. Além do consumo in natura, a banana
pode se tornar uma fonte de renda, visto que alguns produtos derivados podem ser
facilmente convertidos em produtos de maior valor agregado. Diante do exposto, faz-se
necessário despertar na população o interesse pelos produtos agroindustriais, bem como
fornecer informações sobre novas fontes de renda.
Este projeto justifica-se por sua importância na formação tecnológica do futuro
profissional da agroindústria que pode atuar em atividades de gerenciamento, que visa
à integração do desenvolvimento econômico com a conservação ambiental e com a
qualidade de vida. Assim, o profissional deverá saber realizar atividades ligadas ao
processamento de produtos agropecuários bem como atuar na melhoria dos
processamentos de produtos agroindustriais, respeitando os parâmetros de qualidade
exigida pelo mercado e conservação do meio ambiente.
196
QUANTIFICAÇÃO DE BIOGÁS PRODUZIDO A PARTIR DE DIFERENTES COMPOSIÇÕES DE
DEJETOS E RESÍDUOS AGROPECUÁRIOS
AUTOR (A): DANILO CÉSAR OLIVEIRA DE CERQUEIRA
A agropecuária brasileira está em constante crescimento e a intensificação em seus
sistemas de produção, está gerando grave problema com aumento das agressões
ambientais por conta dos dejetos animais. Os dejetos oriundos da agropecuária são
responsáveis por aproximadamente 20% das emissões de gases poluentes na atmosfera,
sendo um número altamente significativo, quando comparado às indústrias, que
representam 32% dos emissores (KONZEN, 2005).
O biogás, também conhecido como gás dos pântanos é o resultado da decomposição
de material orgânico, em meio anaeróbio, por bactérias denominadas metagogênicas,
sendo uma mistura, onde seus principais componentes são o gás metano, com valores
médios na ordem de 55 a 65%, e o dióxido de carbono com aproximadamente 35 a 45% de
sua composição.
Atualmente, em vários países o biogás é produzido em aterros sanitários e aplicado
como fonte energética em processos sanitários, e em alguns casos existe até a
comercialização do biogás para uso nas indústrias. Em São Paulo o biogás chegou a ser
utilizado, experimentalmente, em caminhões de coleta de lixo.
O aproveitamento dos dejetos sob a forma de biogás (metano) é apenas uma
das vantagens da biodigestão anaeróbia, podendo ser citados a redução de odores,
eliminação de patógenos, redução da demanda bioquímica de oxigênio (DBO), produção de
biofertilizante, baixa produção de lodo, baixos custos operacionais e de investimento e
possibilidade de sistemas descentralizados de tratamento de dejetos (OLIVEIRA, 2004).
O presente trabalho objetiva quantificar o biogás produzido em biodigestores
caseiros e divulgar essa tecnologia como estratégia de destinar dejetos animais de forma
sustentável e principalmente como fonte de energia renovável.
REDUÇÃO DA SUA CARGA POLUIDORA DO SOLO DE LEITE POR MEIO DE TRATAMENTO
QUÍMICO
AUTOR (A): CLAUDIVAN COSTA DE LIMA
O processo de fabricação de queijo produz o soro doce (pH de 5,8 a 6,5) como subproduto que representa 85 a 90% do volume de leite utilizado na fabricação de queijo, o
qual contém em torno de 55% dos nutrientes do leite (ALMEIDA et al., 2001). Esse é
constituído, em média, por 93% de água, 5% de lactose, 0,9 a 0,7% de proteínas, 0,5 a 0,3%
de gordura, 0,2% de ácido láctico e pequenas quantidades de vitaminas. A fração protéica
contém, aproximadamente, 50% de b-lactoglobulina, 25% de a-lactoalbumina e 25% de
outras frações protéicas, incluindo imunoglobulinas (FITZSIMONS et al., 2006).
Devido a essa rica composição, o soro de leite pode ser submetido a processos
197
de obtenção de proteína de alta qualidade por meio da sua concentração, purificação
e fracionamento das proteínas do soro lácteo através da tecnologia de separação por
membranas (BALDASSO, 2008). Entretanto, quando os laticínios não dispõem desses
recursos tecnológicos o soro de leite geralmente é empregado na obtenção de ricota,
gerando um soro ácido (pH de 4,5 a 4,8) ou destinado à alimentação animal (BROOKS et al.,
2003).
No Brasil, cerca de 40% do soro não são devidamente aproveitamentos, sendo
geralmente direcionados a sistemas de baixa eficiência que trata as águas resíduárias
dos laticínios ou são descartados nos corpos receptores sem nenhum tratamento prévio
(MARQUES et. al., 2005). Por apresentar elevada demanda bioquímica de oxigênio
(DBO) de 30.000 a 60.000 mg L-1, o soro de leite impacta negativamente o ambiente,
sobretudo em relação a eutrofização dos cursos de água da microbacia hidrográfica na qual
o laticínio está inserido (HOSSEINI et al., 2003). Este impacto está associado aos elevados
teores de lactose que é responsável por aproximadamente 90% da carga orgânica do
soro (GHALY & KAMAL, 2004), cuja degradação consome o oxigênio da água. Além
disso, a presença de nitrogênio e fósforo no soro descartado favorece a proliferação
de algas, as quais consomem o oxigênio de ambientes aquáticos, intensificando o
processo de eutrofização. Ademais, a presença de enxofre no soro é responsável, em
parte, por liberação de odores desagradáveis.
Além do tratamento convencional do soro de leite descartado em lagoas de
estabilização, tem surgido novas tecnologias como eletrofloculação (CRESPILHO & REZENDE,
2004), digestão anaeróbia (PONSANO e CASTRO-GOMEZ, 1995), sistemas de coagulação
química e sedimentação (SANTOS et al., 2009) dentre outras, que estão muito além da
realidade de grande parte dos pequenos laticinistas. Embora a Resolução 537 do
CONAMA de 17 de março de 2005 (BRASIL, 2005) estabeleça critério para descarte de
efluentes, esse procedimento não tem sido considerado prioritário por parte de alguns
laticínios devido ao fato deste requerer investimento tecnológico e/ou financeiro que,
muitas vezes, não estão ao alcance dos seus proprietário (FARIA et al., 2004).
RISO E SÁTIRA SOCIAL: A IMAGEM DO NEGRO NAS POESIAS DE GREGÓRIO DE MATOS
AUTOR (A) HERBERT NUNES DE ALMEIDA SANTOS
O universo barroco com todas suas implicações teve como um produto, que
merece cuidadosa atenção, as obras literárias de Gregório de Mattos e Guerra (16361695). Gregório atuou em todos os setores da poesia: na sátira, na lírica profana e
religiosa, na encomiástica, explorando todas as possibilidades da versificação. Para
compreender sua produção é necessário considerar a retórica que dominava a época, a
doutrina em que ele, assim como seus contemporâneos, encontrava-se imerso, o Barroco.
Nessa diversidade de atuações temáticas povoadas por Gregório, selecionamos a sátira e o
riso para nossas investigações. Diante disso, observamos que a temática do negro, ligada
muitas vezes ao histórico da escravidão, sempre se apresenta instigante, principalmente
quando analisada sob a ótica de uma Literatura Comparada e dialogada com os vieses
críticos literários postos na contemporaneidade.
198
O projeto de pesquisa, tecendo um diálogo com a visão crítica dos Estudos
Culturais, e das teorias que estudam o riso e a sátira em nossa literatura, analisará um
conjunto de poesias do poeta baiano Gregório de Mattos. Selecionamos em sua obra os
poemas que tematizam sobre a presença do negro em nossa sociedade. Observamos em
seus textos uma construção permeada por aspectos e imagens socioculturais atribuídas
secularmente ao negro, e, que, “cativamente”, são utilizados como roupagem artística na
construção de seus poemas. Diante disso, estudaremos, frente às teorias da estética do
riso, como, e, em quais condições artísticas, deu-se essa manifestação de uma temática
voltada para a condição do negro no século XVII. Em nossas pesquisas, dialogaremos com
os estudos de críticos como Henri Bergson (2007), e Georges Minois (2003), que analisaram
a inserção crítica do riso satírico e da ironia na literatura. Com isso, objetivamos demonstrar
que, muitas vezes, a obra literária permeou, apesar de seu caráter ficcional, aspectos e
temáticas que levam/ram a discussões acaloradas sobre a posição temática do negro em
nossa literatura.
ROBÔ ECO-SUSTENTÁVEL PARA APLICAÇÃO EM ROBÓTICA EDUCATIVA
AUTOR (A): RAFAEL THYAGO ANTONELLO
No mundo contemporâneo, os alunos buscam interatividade, mas a escola
tradicional força ao confinamento teórico, surgindo assim a necessidade da utilização de
ferramentas como os kits de robótica educacional. A utilização da robótica como
instrumento de ensino permite aos estudantes a capacidade de elaborar hipóteses,
investigar soluções, estabelecer relações e tirar conclusões. Entretanto, o acesso a esse tipo
de tecnologia ainda é restrito, principalmente devido ao elevado preço. Nesse sentido, uma
ideia é utilizar o lixo-tecnológico na construção dos robôs, visando não só baratear os custos,
mas também como uma alternativa para reciclagem desse resíduo. Neste projeto é
apresentado o desenvolvimento de um robô eco-sustentável para aplicação em robótica
educativa. Esse robô será integrado ao ambiente virtual RoboMind, que possui uma
linguagem de programação simples para movimentação de um robô em um mundo
bidimensional. Desta forma, o ambiente será adaptado para o robô, sendo utilizado no
ensino de programação, inicialmente no Instituto Federal de Alagoas e posteriormente
em escolas estaduais e municipais.
ROTAUT: UM JOGO PARA AUXILIAR NA APRENDIZAGEM DA ROTINA DA CRIANÇA AUTISTA
AUTOR (A): MONICA XIMENES CARNEIRO DA CUNHA
Jogos digitais fascinam crianças, adolescentes e até adultos por serem prazerosos,
fornecendo muitas vezes entusiasmo e energia, sendo rotulados como passatempo. Esses
jogos são populares por utilizarem uma estrutura de comportamento do usuário, além de
possuírem atividades desafiadoras, que têm como premissa proporcionar o entretenimento.
199
Nos jogos psicopedagógicos, as estratégias são planejadas com o intuito de
promover o interesse e motivação, proporcionando ao jogador o aumento da atenção e
a capacidade de fazer inferências lógicas, em que no seu desenvolvimento possa trabalhar
e desenvolver as habilidades cognitivas em uma sessão de jogo (MORAES, 2012).
O devido planejamento da elaboração de um jogo dessa natureza deve ter o
embasamento de abordagens pedagógicas adequadas às necessidades educativas especiais,
podendo ser uma ferramenta favorável ao aprendizado e inclusão educacional (SOUSA,
2010).
O público-alvo do jogo proposto, o ROTAUT, são as crianças autistas. O autismo, de
acordo com Gonçalves et al (2008) é uma condição clínica que afeta a cognição, linguagem
e comportamento humano, bem como apresenta várias condições possíveis de sintomas que
caracterizam níveis de maior ou menor comprometimento. No acompanhamento
terapêutico das crianças autistas são utilizadas várias técnicas sob orientação de uma equipe
multidisciplinar, com o intuito principal de oferecer maior autonomia nas ações.
O jogo sério proposto neste artigo terá como potenciais jogadores crianças
portadoras do espectro autista, com atuação na sua rotina diária. O tratamento do autismo é
realizado por uma equipe multidisciplinar que é essencial desde a etapa do diagnóstico,
pois garantirá que o desenvolvimento da criança nas diversas áreas que apresente
dificuldade seja estimulado, para que a inclusão seja possível o quanto antes em
turmas regulares de ensino. Alguns tratamentos são utilizados aliando área médica e
psicologia, cujo objetivo é minimizar os sintomas fazendo com que as três áreas
comprometidas acima citadas sejam controladas e trabalhadas.
As técnicas amplamente utilizadas como tratamento e acompanhamento do autismo
na psicologia são: Tratamento e Educação para Autista e Crianças com Déficits relacionados
à Comunicação (TEACCH), Análise Aplicada do Comportamento (ABA) e Sistema de
Comunicação por Troca de Figuras (PECS).
O TEACCH é um programa de atendimento educacional e clínico, tendo um
acompanhamento transdisciplinar (KWEE, 2009), com o intuito de fornecer o máximo de
autonomia possível à criança, no ambiente de escola e casa, para que ela chegue com
o melhor desenvolvimento possível à fase adulta (MOREIRA, 2005). A Análise Aplicada do
Comportamento (ABA) observa, analisa e explica a associação entre o ambiente, o
comportamento humano e a aprendizagem (LEAR, 2004). O PECS, por sua vez, tem como
objetivo auxiliar a comunicação por meio da utilização de desenhos simples que sejam
facilmente combináveis com a realidade (BERSCH, 2012). Tais métodos serão importantes no
conceito de jogabilidade e desenvolvimento do jogo proposto, auxiliando para que
realmente atenda ao público alvo, tendo desta forma uma sinergia entre a pedagogia
e diversão de um jogo educacional (SAVI; ULBRICHT, 2008).
O jogo proposto tem como tema a rotina diária das crianças autistas, que foi
escolhida pelo significado e importância na vida das pessoas com esse tipo de deficiência.
A rotina muitas vezes é considerada como repetição, círculo vicioso ou até de
aprendizagem mecânica (BRAMÃO, 2006). Mesmo com tais definições é de consenso que a
rotina é essencial no desenvolvimento, permitindo a previsibilidade das ações, a
estruturação da independência e a autonomia, além da socialização das crianças
(GONÇALVES, 2013). No autismo, este conceito tem proporções ainda maiores, pois
permite a previsibilidade e segurança sempre levando em consideração as preferências,
vantagens e deficiências da criança (REILLY, 2005).
200
Esta proposta é a continuação de um projeto que iniciou em 2012 com objetivo de
desenvolvimento do jogo ROTAUT. Dessa forma, já foi realizada uma vasta análise
documental, visando entender questões comportamentais que envolvem o autismo e o
público-alvo do jogo: as crianças autistas. Também foi realizada uma análise dos jogos
digitais existentes para tais crianças, assim como um estudo de quais ferramentas seriam
usadas que atendessem a proposta de jogo.
Após as revisões bibliográficas deu-se a elaboração do Game Design do ROTAUT,
facilitando o andamento dos demais processos: rascunho dos objetos e cenários,
modelagem, engenharia de software e programação. Esta etapa foi importante, pois
assegurou em forma de documento que vários aspectos em nível de jogo fossem pensados e
analisados, como cenários, posição das câmeras, utilização de quais tecnologias seriam
utilizadas, bem como a definição dos avatares.
A próxima etapa do jogo, que consiste na proposta deste projeto de pesquisa, será a
criação propriamente dita do 3D, onde a arte conceitual é levada para o software 3D,
e literalmente modelada pelo artista, depois de criada a modelagem, o artista gera o
mapeamento UV dos modelos 3D. O mapeamento UV consiste nas coordenadas que o
modelo 3D tem em um plano 2D. A partir dessas coordenadas que será feita a textura. A
textura é a "pele" do modelo 3D, para auxiliar na criação da textura, usam-se softwares de
edição de imagem, no caso do projeto ROTAUT será usado o photoshop para a edição das
texturas, um programa auxilia no delineamento e arte final, tal como pintura e montagens,
enfim, muitas ferramentas para auxiliar a edição da imagem (textura).
Com toda a arte pronta o próximo passo será a criação de lógica do jogo é
geralmente criada em uma game engine, a game engine usada no projeto ROTAUT é o
unity 3D. No unity, serão feitos scripts, para a criação de controles e eventos que
foram predeterminados pelo game designer na descrição das funcionalidades e através
dessas scripts, as animações feitas previamente serão acionadas de acordo com a
proposta e a dinâmica do jogo.
SAT – SERVIÇO DE APOIO AO TURISTA
AUTOR (A): WLADIA BESSA DA CRUZ
Este projeto visa desenvolver um software inovador que possibilite uma prestação de
serviços de transporte e turístico à população local e aos turistas. O software suprirá as
necessidades de trabalho dos taxistas e prestadores de serviços autônomos na área
turística, objetivando mediar a comunicação entre taxistas que trabalham com turistas e
turistas estrangeiros, desenvolvido para o dispositivo mobile, sendo trilingue (português,
inglês e espanhol), utilizando a linguagem JAVA.
Atualmente existem inúmeros softwares que fazem chamada de taxi. Porém a
nossa proposta é também estimular a dedicação dos taxistas em aprender uma ou mais
línguas estrangeiras, principalmente porque haverá a copa mundial em 2014 e a copa das
confederações neste ano.
O software possibilita ao turista uma ferramenta diferencial e segura que media e
garante a prestação de serviços de city tour e demais destinos, de forma ágil e prática. O
201
turista ao ser credenciado ao software escolherá o idioma de sua interface.
Em meio a inúmeros eventos esportivos que vêm ocorrendo em nosso país buscouse desenvolver um software que promova o desenvolvimento local e melhor qualificação
profissional dos agentes turísticos que trabalham na informalidade ou ligados a alguma
cooperativa.
SELEÇÃO DE SEMENTES COM POTENCIAL PARA A PRODUÇÃO DE BIOJÓIAS NO MUNICÍPIO
DE MURICI/AL
AUTOR (A): DANIELLE DOS SANTOS TAVARES PEREIRA
A conservação da Mata Atlântica é uma ação prioritária, tanto para preservação da
diversidade biológica, diante da sua riqueza de espécies aliada a significativos níveis de
endemismo e ao elevado grau de degradação em seus ambientes, como para possibilitar a
manutenção de áreas com qualidade ambiental mínima, para que as populações inseridas
em seus ambientes possam dele usufruir, de forma sustentável (IBAMA, 2006).
A mata de Murici é bastante diversificada, onde podemos encontrar várias espécies com
valor comercial, como: murici (Byrsonima crassifolia), gameleira (Ficus insipida),
munguba (Pachira aquatica), pau-falha (Aspidosperma sp), cupiúba (Goupia glabra), ipê
amarelo (Tabebuia chrysotricha), imbiriba (Eschwellera blanchetiana), louro (Laurus
nobilis), sucupira (Pterodon emarginatus), barbatimão (Stryphnodendron adstringens)
entre outros (IBAMA, 2006).
A utilização de matérias-primas provenientes da floresta para o desenvolvimento de
novos produtos faz parte da presente visão ecológica dos produtos encontrados no
mercado (TRINDADE, MENDONÇA & COLARES, 2008). Por outro lado, as ações
antropológicas e seus impactos ao meio ambiente despertou um novo comportamento de
consumo, preocupado e focado com a preservação da natureza (BRITO, BARBOSA & REIS,
2012).
A Biojóia como segmento de mercado não é novidade, mas desde que em todo o
mundo se concentram esforços para produção de produtos que além de gerar lucro sejam
ecológicos e socialmente corretos, ela vem ganhando espaço no mercado nacional e
internacional (LANA, PEREIRA & SILVA, 2010). O termo biojóias refere-se à produção de
acessórios que utiliza como matérias primas recursos naturais como: sementes, cascas, fibras
e até mesmo ossos de animais que podem servir de inspiração para artesões ou desing na
confecção de seus produtos.
A semente é o resultado da fecundação do óvulo e sua principal função é dar origem
a uma nova planta, ou seja, garantir a perpetuação da espécie (NOGUEIRA, 2008).
Entretanto, com o crescimento das atividades artesanais, as sementes passaram a ter um
importante papel social. As sementes são classificadas como produtos florestais nãomadeireiros e constitui uma fonte de negócio sustentável para as comunidades no
entorno de áreas florestais (THAN, 2004). As sementes apresentam diversas utilidades, que
vão desde fonte de alimento, produção de mudas, artesanato, biojóias entre outros
usos menos comuns (VALLE, 2008). Contudo, o comércio de biojóias tem gerado muitos
postos de trabalho e beneficiado pessoas com um nível de escolaridade mais baixo
202
(SEBRAE,2012). Diante do exposto, este estudo visa gerar ações que contribuirá para a
abertura de novas opções de mercado e fonte de renda sustentável.
SISTEMA DE CONTROLE DE ÁGUA: EM BUSCA DO EQUILÍBRIO DO CONSUMO.
AUTOR (A): RAFAEL THYAGO ANTONELLO
Sendo a água um componente liquido de suma importância para a sustentação da
vida, com o crescimento demográfico da população e o avanço cientifico e tecnológico
cresce a demanda e multiplica-se o uso de água, embora seja um recurso natural limitado. A
água tem varias utilidades que vai além dos usos básicos, como exemplo, o uso pelos seres
humanos, uso domestico, industrial, irrigação, geração de energia, transporte e até mesmo
para diluição de dejetos, acabam afetando a quantidade e a qualidade, devido ao uso
indevido desse recurso. O aumento da população, a irrigação, o desperdício e a retirada de
água dos rios, córregos, nascentes e outros acabam gerando a escassez deste recurso no
meio ambiente não o bastante, outros fatores são deposito de resíduos sólidos no solo,
metais pesados das indústrias, lixo hospitalar e urbano entre outros que acabam por poluir
as águas, não só de lagos e rios, mas também das nascentes e águas subterrâneas
comprometendo a vida atual e de futuras gerações. Em decorrência dessa agressão a
natureza, mas utilizações surgem doenças, guerras e o encarecimento dos recursos hídricos
tendo como método de combate a crise da água, a redução do consumo e da poluição.
Segundo o entendimento de Paulo de Bessa Antunes (Professor Doutor de Direito
Ambiental UNIRIO, advogado, Procurador Regional da República), a água é um elemento
indispensável a qualquer forma de vida, pois sem ela é impossível viver. Em seu
entendimento, mesmo as pessoas sabendo que essa afirmação é óbvia, são incapazes de se
sensibilizar, no sentido de proteger e preservar as águas, tendo em vista que o
desperdício desse recurso é um fato que se repete.
Assegura-se, segundo o entendimento de Helita Barreira Custódio (Jurista - Doutora
em Direito e Professora Livre-Docente pela Universidade de São Paulo-USP) que, como
alimento indispensável à vida, a água, em qualquer de suas classes, seja água doce,
salgada ou do mar, do oceano ou de lagos salinos, salobra ou ainda, a água mineral, fazem
parte do “meio vital de básica importância, sendo imprescindível sua presença no mundo
dos seres vivos em geral – portanto, indispensável.”. Menciona que o avanço científico e
tecnológico nos dias atuais vem causando graves problemas com a água, pois o
empobrecimento da qualidade das águas superficiais, ainda mais com as águas subterrâneas,
tendo em vista as contaminações prejudiciais e contínuas.
A ideia de um sistema de água pré-pago se deu, principalmente, pela preocupação
do desperdício da água potável, pois esse desperdício afeta não só os seres humanos, mas
sim, todos os seres vivos do planeta terra. A tecnologia apresenta baixo custo e fácil
manutenção.
SISTEMA DE GERAÇÃO DE ENERGIA ATRAVÉS DA CAPTAÇÃO DE ONDAS
203
ELETROMAGNÉTICAS DE RÁDIO.
AUTOR (A): GEORGE FLÁVIO PEREIRA CHAVES
Sabemos que é crescente em nossa sociedade tecnológica o uso de aparelhos que
usam sistemas wireless (sem fio). Também é crescente o uso de sistemas de
telecomunicações. São sistemas celulares de várias operadoras, várias estações de rádio
AM, FM, TV, sistemas sem fio zigbee, Bluetooth, wi-fi, wimax, entre outros. E toda
essa energia presente nas cidades é invisível e poderia ser usada para geração de
energia em pequenas quantidades.
Dessa forma, esse projeto busca alternativas de baixo custo para eliminar o uso de
pilhas através do uso dessas energias que são invisíveis ao olho humano já que não estão no
espectro visível a olho nu. O uso e o custo de pilhas e de pequenas baterias é crescente em
nossa sociedade. O impacto ambiental quando do descarte das pilhas é outro problema
em nossa atual sociedade do consumo.
Diante disso e do grande desperdício de energia invisível gerada artificialmente
pelos equipamentos sem fio é que surge a possibilidade de usar parte dessa energia
invisível presente no ambiente para geração de energia elétrica para aparelhos que
gastem pequenas quantidades de potência elétrica.
A poluição eletromagnética é algo que deve preocupar as pessoas em breve esse tipo
de poluição não tem cheiro, é invisível e por isso mesmo imperceptível. Estamos imersos
num mundo de energias artificiais geradas pelas telecomunicações sendo assim
poderemos usar essas energias. Desenvolver um sistema de captação dessas energias é algo
difícil, mas possível de ser pesquisado e tentado.
SISTEMA INTELIGENTE ANTI-FURTO RFID PARA RASTREAMENTO E ANÁLISE FORENSE
AUTOR (A): BRENO JACINTO DUARTE DA COSTA
Um sistema de localização é formado por dispositivos e algoritmos que permitem
estimar as coordenadas de um objeto tanto em ambientes internos quanto externos. Tal
estimativa deve prover uma localização aproximada de um objeto físico em um
determinado ambiente. Existem várias técnicas de localização, tais como as apresentadas na
Figura 1.
Além disso, várias aplicações utilizam informações de localização para prover
melhores interações aos usuários. Por exemplo, em aplicações para automação
residencial,
é comum ter ambientes internos divididos por salas com vários objetos
espalhados. Neste contexto, é relevante prover informações sobre quais objetos
estão dentro de uma determinada sala, beneficiando uma série de aplicações tais como
programas sensíveis a contexto, segurança, entre outros.
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A tecnologia de identificação por radiofrequência ou RFID utiliza etiquetas para
identificar objetos eficazmente. Uma de suas principais vantagens é possuir um alcance
maior do que outras tecnologias de identificação automática (código de barras,
biometria e identificador de voz). Avanços recentes no campo de identificação por
radiofrequência têm estimulado o surgimento de novas soluções para identificação de
objetos e pessoas utilizando tal tecnologia. Uma forte demanda por soluções que utilizem a
tecnologia RFID tem forçado os fabricantes a baixarem os preços das etiquetas e leitores,
tornando-a mais acessível e viável para as empresas, indústrias e instituições científicas.
Tais etiquetas podem ser identificadas dentro da área de alcance de um leitor RFID. Esforços
têm sido empregados pela indústria para a padronização de protocolos e
comunicação desta tecnologia.
TIPOS DE ACIONAMENTO DE CIRCUITOS PARA HARMONIZAR O CONSUMO DE ENERGIA
COM A AUTOMAÇÃO NO IFAL CAMPUS PALMEIRA DOS ÍNDIOS
AUTOR (A): CARLOS GUEDES DE LACERDA
Os sensores que detectam a presença de pessoas disparando alarme, abrindo portas
ou simplesmente tocando um sinal de aviso, estão cada vez mais presentes em muitos
locais por onde passamos. Aproveitando as propriedades piroelétricas de certos materiais,
esses sensores consistem numa solução sensível e barata para a detecção de pessoas
pelo calor de seu corpo. Desta forma, pensou-se em elaborar um novo circuito elétrico,
através de condutores interligados a um sensor de presença para que pudessem ligar e
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desligar além de lâmpadas, vários aparelhos, como por exemplo: condicionadores de ar,
computadores e projetores multimídia.
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VANTAGENS DO SEU EMPREGO:
Podem ser mencionadas tais vantagens para o uso do circuito com sensor de
presença:
a) Controle de gastos de energia;
b) Aumentar a praticidade no desligamento de aparelhos;
c) Usar sensores em que seu custo seja mais acessível .
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DESCRIÇÃO DO PROCESSO
Para a elaboração do circuito elétrico com os sensores, basicamente utilizaremos: sensores
de presença de baixo custo, condutores elétricos, interruptores e canaletas a fim de ajudar
na economia de energia. Serão feitos testes com os sensores em salas de aula, com o
objetivo de evitar que equipamentos como condicionadores de ar, lâmpadas, projetores
multimídia e computadores, fiquem ligados em momentos desnecessários.
UTILIZAÇÃO DE ADSORVENTES NA REMOÇÃO DE FÁRMACOS EM EFLUENTE SINTÉTICO:
ESTUDO ADSORTIVO, CINÉTICO E TERMODINÂMICO
AUTOR (A): RONALDO DIONÍSIO DA SILVA
Uma das principais fontes de contaminação do meio ambiente é o descarte proposital
ou inconsciente de fármacos e estes vem sendo considerados como contaminantes
emergentes. A porta de entrada dos fármacos no meio aquático é através do efluente
oriundo das estações de tratamento de esgotos (ETE), uma vez que as tecnologias
convencionais: coagulação química, sedimentação, digestores, desinfecção e outras,
apresentam limitações na remoção de uma variedade de fármaco. Muitas drogas, ou os
seus metabólitos, já são encontradas em ETEs e no meio ambiente aquático.
Os efeitos tóxicos provenientes dos fármacos expostos nas águas, não estão
inteiramente esclarecidos, porém, estudos revelam que estes compostos podem intervir
no metabolismo e na atuação dos organismos aquáticos, acarretando em desequilíbrio
das suas populações, e em um aumento de bactérias resistentes e mais nocivas.
Existe, portanto, a necessidade da incorporação de um tratamento terciário para esses
efluentes, após as ETEs ou ETAs (Estação de tratamento de água), para evitar um
enriquecimento no ambiente de bactérias persistentes capazes de infectar o homem. Uma
alternativa é a adsorção em fase sólida.
A adsorção pode ser definida como a adesão de uma substância na superfície
de outro material. O material a ser adsorvido é chamado adsorvato e o material receptor é o
adsorvente ou substrato. A característica mais importante de um material adsorvente é a
sua capacidade adsortiva que se define pela quantidade de adsorvato retido pelo
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adsorvente. Esse projeto de pesquisa visa estudar a adsorção de fármacos em materiais
sólidos tais como: Redes de coordenação 3D (MOF) ZIF-8, Carvão ativado e Zeólita
faujasita-Mg, e propor o melhor método como uma possível solução para a adsorção de
antibióticos, especificamente, oxitetraciclina e amoxicilina, devido à larga produção e uso
excessivo .
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