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VIAbio Biotecnologia e Inovação na Indústria Portuguesa: Estudo de oportunidades tecnológicas e de mercado Estudo realizado por: Uma iniciativa conjunta: Com o apoio de: edp i Sumário Executivo 9 1 Introdução 9 1.1 Contexto e objectivos 10 1.2 Abordagem e Metodologia 11 1.3 O sistema de i&d nacional como pano de fundo 15 1.4 Recomendações transversais 19 2 Sector Alimentação e Bebidas 19 2.1 Enquadramento 21 2.2 A Biotecnologia no sector de Alimentação e Bebidas 21 a) Melhoria dos processos 21 b) Novos alimentos 22 c) Qualidade e segurança alimentar 22 2.2.1 Grandes Tendências Europeias 22 a) Alimentação e Saúde 23 b) Qualidade dos Alimentos e Tecnologias de Fabrico 23 c) Segurança Alimentar 23 2.3 Inovação no Sector de Alimentação e Bebidas 24 2.3.1. Inovação Biotecnológica em Portugal no sector de Alimentação e Bebidas 29 a) Empresas 29 b) Entidades do sctn 30 c) O Estado e a sua responsabilidade como catalisador da inovação tecnológica 33 2.4 Tecnologias de potencial interesse 34 2.5 Recomendações 38 3 Sector Ambiental 38 3.1 Enquadramento 38 3.1.1 Caracterização do Sector Ambiental 41 3.2 A biotecnologia e o ambiente 43 3.3 i&d biotecnológica aplicável ao ambiente em Portugal 43 3.3.1 Dados gerais 43 3.3.2 Intervenção do estudo 46 3.3.3 Empresas 47 3.4 Tecnologias 47 3.5 Recomendações 50 4 Energia 50 4.1 Enquadramento 51 4.2 A biotecnologia no sector da energia 53 4.3 Panorama do sector 56 4.3.1 Biocombustíveis: biodiesel e bioetanol 58 4.3.2 Valorização energética de biomassa lenhocelulósica 59 4.3.3 Valorização energética de resíduos 60 4.3.4 Plantações energéticas 60 4.4 Tecnologias 61 4.5 Conclusões e recomendações 64 5 Fileira Florestal 64 5.1 Enquadramento 65 5.2 A biotecnologia no sector florestal 66 5.3 i&d aplicável ao sector florestal em Portugal 69 5.3.1 O sistema de i&d nacional e a sua relevância para a floresta 71 5.3.2 Aspectos particulares da i&d aplicada ao sector florestal 74 5.3.3 Pontos para intervenção específica 78 5.4 Tecnologias 79 5.5 Recomendações 82 6 Sector Têxtil 82 6.1 Enquadramento 84 6.2 Biotecnologia no sector têxtil 89 6.3 i&d biotecnológica no sector têxtil em Portugal 92 6.4 Tecnologias 93 6.5 Recomendações 95 7 Conclusão e Apreciação Crítica 97 8 Agradecimentos aos Contribuidores 101 127 153 183 191 Anexo A (Sector Alimentação e Bebidas) Anexo B (Sector Ambiental) Anexo C (Sector Energia) Anexo D (Sector Fileira Florestal) Anexo E (Sector Têxtil) (i) VIAbio Sumário Executivo O estudo ViaBio pretendeu analisar o potencial da biotecnologia como ferramenta ao serviço da inovação empresarial e da competitividade da economia nacional em cinco grandes sectores da indústria portuguesa: o alimentar, o energético, o ambiental, o têxtil e o da fileira florestal. Pretendeu-se avaliar, em particular, as necessidades biotecnológicas destes sectores e a capacidade do sistema científico e tecnológico nacional e das pme’s inovadoras para as satisfazer, ajudando a responder aos desafios e oportunidades com que todo o tecido industrial se deparará num futuro próximo. A abordagem escolhida distinguiu-se de outros projectos por (1) se basear em necessidades concretas de empresas emblemáticas dos vários sectores e não partir apenas de tendências ou competências existentes na comunidade científica; (2) ter entre os seus objectivos a identificação de exemplos específicos de oportunidades tecnológicas e de mercado relevantes para os sectores contemplados; e (3) ser realizado por um grupo independente dos interesses económicos ou académicos envolvidos no objecto do estudo, mas que acumula formação científica avançada com experiência empresarial relevante. A análise das necessidades sentidas e das oportunidades identificadas ou observadas, nomeadamente pelas oito empresas participantes no projecto, permitiu tirar conclusões críticas sobre o papel que a inovação biotecnológica – e particularmente aquela vinda do sistema científico e tecnológico nacional – está ou poderia estar a desempenhar em prol de cada uma das indústrias em causa. Numa das suas vertentes o estudo compilou um conjunto de cerca de 290 tecnologias, na sua maioria a serem desenvolvidas, total ou parcialmente, em instituições portuguesas, as quais foram apresentadas e discutidas com as empresas. Como resultado final, o estudo ViaBio seleccionou oito casos específicos de tecnologias ou projectos de i&d de particular interesse, os quais estão presentemente a ser objecto de discussões ou negociações entre os investigadores e as empresas participantes com vista a desenvolvimento conjunto. Em alguns dos casos já se passou à fase de implementação contratual das tecnologias ou competências seleccionadas. Pretende-se que estas sirvam como exemplo de como (e porventura das áreas em que) se poderá começar a fortalecer o relacionamento entre investigação académica e uma maior produtividade ou competitividade empresarial. De notar que não é do conhecimento dos autores qualquer outro projecto alguma vez desenvolvido em Portugal que tenha tido como resultado o aproveitamento específico de um leque de biotecnologias inovadoras nacionais por parte da grande indústria. Numa segunda vertente, o estudo ViaBio elaborou uma série de recomendações – dirigidas às empresas, às instituições de i&d e ao Governo e suas agências – no sentido de melhorar a absorção de novas tecnologias, em particular biotecnologias, por parte do tecido empresarial, em benefício da economia nacional e da capacidade inovadora do País. Estas são recomendações resultantes do diálogo tido com as empresas participantes e com investigadores de áreas científicas para elas relevantes, bem como do raciocínio crítico dos autores e da observação empírica da evolução dos vários sectores industriais; não são, portanto, o resultado de uma análise aprofundada e científica de políticas públicas de ciência, tecnologia e inovação. (ii) 9 VIAbio Em termos gerais, conclui-se que existem de facto oportunidades tecnológicas e de mercado dentro da área da biotecnologia e das ciências da vida a serem aproveitadas ou, mais VIAbio 1. Introdução Contexto, método e resultados globais do estudo ViaBio ainda, passíveis de serem aproveitadas com vantagem pelos grandes sectores da indústria nacional, e existe claramente vontade, e nalguns casos preparação, por parte de algumas 1.1. Contexto e objectivos empresas – assim como de investigadores e departamentos – para actuar no sentido do O presente relatório constitui um dos resultados finais do projecto ViaBio – Biotecnolo- seu aproveitamento comercial. No entanto, verificam-se limitações sérias na capacidade gia e Inovação na Indústria Portuguesa, iniciativa patrocinada pela cotec Portugal, pela de algumas empresas de dedicarem recursos humanos de forma continuada a activi- Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (flad) e por oito grandes empresa dades de i&d ou de prospecção de i&d e, em particular, nota-se alguma reserva por parte nacionais1. de algumas grandes empresas em se decidirem por uma aposta estratégica de longo prazo As opiniões e recomendações expressas ao longo do texto reflectem acima de tudo a no desenvolvimento de produtos globalmente inovadores e diferenciadores, e não apenas interpretação subjectiva dos autores relativa às causas e fenómenos subjacentes ao estado na procura de soluções – tecnológicas ou não – para problemas imediatos, muitas vezes actual do aproveitamento de biotecnologia por parte da indústria portuguesa – interpre- suscitados por condicionantes externas mais ou menos previsíveis. Por outro lado, obser- tação essa que se baseou na auscultação de grande parte dos principais actores, empresa- vam-se ainda grandes lacunas na organização em rede do sistema científico nacional riais e académicos, intervenientes no processo de inovação biotecnológica. Não se trata e na geração organizada de massa crítica em áreas de grande potencial. A despeito de portanto, nesse sentido, de uma análise científica de políticas de ciência e tecnologia ou de melhorias visíveis a vários níveis e ocorridas em anos recentes, é ainda patente, através estratégias de inovação empresarial – embora possa vir a ser utilizado para confrontação e de todos os sectores industriais e áreas científicas analisados, uma falta de orientação da eventual discussão dessas mesmas políticas. i&d nacional para o mercado e para a resolução de problemas práticos, fomentada pelo A motivação para o projecto partiu da constatação do facto de que, nos últimos 30 anos, baixo nível de interesse de muitas empresas, mas também por regras programáticas a inovação biotecnológica tem trazido benefícios concretos a um grande número de sec- e critérios de avaliação que por vezes parecem menosprezar a componente de aplica- tores industriais, em vários países, para além de estar a contribuir de forma significativa bilidade do trabalho de investigação científica, bem como da dimensão global hoje ine- para uma melhoria do capital social e humano das sociedades industrializadas, assim rente à inovação biotecnológica. Neste relatório são assim feitas recomendações no sen- como do bem-estar das populações em geral. Em Portugal, a geração e o aproveitamento de tido de, em cada sector analisado e atendendo às respectivas especificidades, contribuir inovação biotecnológica tem tido uma evolução lenta, quando comparada com o resto da para uma crescente colaboração entre as entidades que produzem conhecimento cientí- Europa e a América do Norte, por razões que se prendem sobretudo com o perfil da grande fico e técnico com aquelas que poderão usufruir e aplicar esse mesmo conhecimento, com indústria nacional, com o estado de desenvolvimento do sistema científico e tecnológico vantagens para ambas e para a competitividade tanto da investigação científica como da e com a postura histórica de vários governos perante a relevância económica e social do economia nacional. conhecimento e da inovação. Começa no entanto a ser óbvio que a capacidade de diferenciação competitiva de vários sectores fundamentais da economia portuguesa terá de passar inevitavelmente pela inovação tecnológica, podendo a biotecnologia, em particular, A equipa ViaBio incluiu os seguintes elementos: Doutora Isabel Braga da Cruz, Doutor vir a desempenhar aí um papel fundamental. Bruno Sommer Ferreira, Engenheiro Renato Vasconcelos, Engenheira Maria Belém Ri- O objectivo principal do projecto ViaBio foi assim o de estudar a capacidade e possibi- beiro, Engenheira Luísa Fareleiro, Doutora Sónia Martins e Doutor Nuno Arantes e Oli- lidade, actual ou potencial, de aproveitamento de inovação biotecnológica por parte de veira (coordenador, [email protected]). Colaborou também, como consultor interno da equi- alguns dos grandes sectores industriais portugueses. O estudo tentou, em particular, tra- pa, o Professor Doutor José Cardoso de Menezes. çar um panorama geral sobre as possibilidades de adopção de resultados de i&d para benefício dos sectores contemplados, com base nas valências existentes no sistema científico e tecnológico nacional (sctn) e tendo em conta a perspectiva dada pelas grandes tendências de vanguarda internacionais. Em termos concretos, o estudo ViaBio tentou, em simultâneo, encontrar exemplos específicos de competências e tecnologias vindas do sctn e passíveis de aproveitamento pela indústria, e identificar as grandes fraquezas do sistema em geral, apontando caminhos a seguir para a sua resolução, nomeadamente em termos de políticas públicas e privadas de apoio à investigação científica e ao desenvolvimento económico. 1 Grupo Amorim, edp, efacec Ambiente, galp Energia, Lameirinho, Grupo Portucel-Soporcel, Têxtil Manuel Gonçalves e unicer. 10 11 Introdução Introdução O estudo ViaBio distinguiu-se de outros importantes trabalhos previamente realizados, – nomeadamente várias dezenas de artigos científicos e patentes – para as áreas do saber em Portugal ou noutros países, de várias maneiras. Em primeiro lugar o estudo não pre- abordadas. Recorreu-se também, frequentemente, às redes de contactos pessoais e pro- tendeu discutir a biotecnologia em si mesma como um sector empresarial emergente em fissionais dos membros da equipa e do Conselho Consultivo do projecto, bem como a Portugal, ou fazer um levantamento panorâmico do potencial desta indústria em termos informação decorrente de mesas redondas realizadas no âmbito de grupos de trabalho da de distribuição geográfica, empreendedorismo ou captação de investimento. Tais aborda- Comissão Europeia dedicados aos temas da biotecnologia e a alguns documentos que ser- 2 gens, já patentes em alguns estudos, relatórios ou inquéritos , foram aqui usadas apenas viram de base a essas mesas-redondas. como realidades colaterais à absorção de inovação biotecnológica por parte dos grandes Ao longo de todo o trabalho, a estratégia do estudo pautou-se por utilizar sempre os sectores económicos existentes. Também não houve a pretensão de introduzir, compro- interesses tecnológicos das empresas como ponto de partida para a análise feita, em par- var ou demonstrar quantitativamente a ideia geral de que a biotecnologia é relevante para ticular na medida em que esses interesses fossem extrapoláveis para a realidade dos res- a inovação em vários sectores – tal noção é aqui tomada como um pressuposto, estando já pectivos sectores. Assim estabeleceu-se, com a grande maioria das empresas participan- 3 demonstrada em diversos trabalhos a nível internacional . Por último, também não se pre- tes, um processo interactivo, através do qual a equipa foi refinando e adaptando a base de tendeu pôr em prática apenas um exercício teórico sobre o que é a biotecnologia ou o que estudo em função da reacção das empresas às observações que a equipa lhe foi apresen- será o seu futuro, em Portugal ou no Mundo, como tem por vezes sido tentado, por vezes tando. As empresas, por sua vez, foram revendo permanentemente a informação forne- 4 com resultados de alta qualidade . Neste projecto, o diagnóstico e prognóstico acerca das cida pela equipa ViaBio, e foram progressivamente refinando e restringindo o leque de potencialidades da biotecnologia serviu apenas como base para, por um lado, a identifica- competências e tecnologias a analisar. ção de casos concretos, exemplificativos de como a biotecnologia pode, hoje e em Portu- Como resultado, este relatório não é tanto uma análise profunda e pericial de um ou gal, ser aproveitada por empresas para seu benefício e, por outro lado, para a elaboração vários sectores, e nem sequer da biotecnologia em si, como, muito mais, o resultado de um de recomendações para medidas específicas, prontas a ser adoptadas pelas empresas, pelos rastreio e de uma apreciação crítica relativa à aplicação de biotecnologia às várias indús- centros de i&d e pelos organismos do Estado. trias, congregando um conjunto de opiniões, informações e documentação, e acabando De notar que o projecto ViaBio teve a duração de 12 meses, foi posto em prática por uma equipa de pequena dimensão e foi, em vários aspectos, a primeira iniciativa do género, pelo por fornecer uma visão geral sobre o tema, alicerçada em exemplos concretos e conducente a recomendações específicas. menos em relação a alguns dos sectores em análise. Assim, os resultados obtidos, e as difi- Todas as conclusões expressas neste relatório são, naturalmente, da inteira responsabi- culdades encontradas, devem ser interpretados sobretudo como uma base para orientação lidade da equipa ViaBio e completamente independentes de qualquer outra entidade, par- de novos estudos do mesmo tipo que se espera venham a ser executados no futuro. ticipante ou não no Estudo. 1.2. Abordagem e Metodologia 1.3. O sistema de i&d nacional como pano de fundo Para a elaboração do presente relatório, a equipa ViaBio recorreu primeiramente a entre- Todos os indicadores internacionais mostram que Portugal, apesar de uma evolução vistas com muitos dos principais “actores” do sistema científico e tecnológico português, muito positiva ao longo da maior parte dos últimos 15 anos, se encontra ainda longe dos na sua vertente pública e privada, nomeadamente aqueles cujo trabalho de investigação países mais industrializados em termos de produção científica. Particularmente grave ou cuja actividade de gestão são relevantes para os sectores industriais contemplados. Foi hoje é o baixo nível de investimento do sector privado em actividades de i&d, assim como assim entrevistado, em pessoa, por telefone ou por via electrónica, um elevado número de o reduzido número de patentes registadas por inventores ou organizações nacionais e os investigadores, gestores de i&d, empreendedores e empresários (ver capítulo 8). O estudo montantes de capital de risco investidos em empresas emergentes de base tecnológica. As tirou partido da disponibilização, por parte das empresas participantes e de outras, de in- figuras 1.1 a 1.3 e as tabelas 1.1 e 1.2 abaixo ilustram estas noções com alguns dados com- terlocutores que ajudaram a equipa a colocar as suas observações dentro da perspectiva parativos concretos. das empresas individuais ou dos respectivos sectores. Não fez parte dos objectivos deste estudo revisitar estes indicadores nem explorar apro- Em paralelo foi utilizado um corpo extenso de informação disponível na Internet sobre fundadamente as razões históricas por detrás dos mesmos. Mas pretendeu-se ter sempre os vários sectores industriais e respectivos mercados em Portugal e no Mundo, bem como em mente a situação específica de Portugal, relativa ao resto da Europa e do Mundo, na dados fornecidos por empresas ou institutos que desenvolvem actividade no sector em medida em que aquela possa condicionar as soluções apontadas para a resolução dos obs- Portugal. Foi analisada de forma relativamente extensa e crítica a literatura científica táculos identificados pelo estudo. 2 Ver os diversos directórios de Biotecnologia elaborados pelo icep e/ou pela Associação Portuguesa de BioIndústrias (apbio) desde 1993. Ver também “BiotechPortugal 2005: empresas e opções estratégicas no sector da biotecnologia”. inteli, 2005. 3 Ver “A Survey of the use of biotechnology in the u.s. industry”, Department of Commerce, United States of America, 2003. 4 Ver por exemplo “Documentos cotec sobre oportunidades tecnologicas. 10: Biotecnologia”, Fundacion cotec, 1997. 12 13 Introdução Introdução Totals Average Low (Bellow 20% of eu mean) Figura 1.1. Número de pedidos de patente de alta tecnologia registados no european patent office (epo) por país, por milhão de habitantes. Fonte “ec 2001 Innovation Scoreboard”, 2001. Average Low (Bellow 20% of eu mean) Figura 1.2. Investimento de Capital de Risco em alta tecnologia como percentagem do pib, por país, por milhão de habitantes. Fonte “ec 2001 Innovation Scoreboard”, 2001. Government 153 201 90 Denmark 188 254 121 132 Germany 199 236 121 186 127 Greece 54 101 38 86 Spain 78 172 41 74 France 180 239 94 205 Ireland 139 151 111 130 Italy 188 239 150 165 Netherlands 186 223 145 170 Austria 180 183 168 228 Portugal 58 121 41 59 Finland 125 156 76 103 Sweden 227 291 128 132 UK 145 164 92 214 EU-15 171 225 103 170 Cyprus 81 67 47 140 Czech Rep. 55 87 31 41 Estonia 14 30 11 15 Hungary 37 54 24 30 12 9 55 5 Latvia 10 15 7 13 Poland 23 49 12 39 Slovenia 76 131 40 57 Slovakia 16 45 3 15 156 214 90 147 8 13 4 8 EU-25 Bulgaria 9 10 7 9 Turkey 60 125 50 35 Iceland 140 180 95 123 Norway 154 165 137 144 Switzerland 266 312 171 222 ES 182 169 171 361 Japan 210 245 103 404 Romania High (Over 20% of eu mean) Higher education Belgium Lithuania High (Over 20% of eu mean) Business enterprise Tabela 1.1. Despesas de i&d (em milhares de ¤) por investigador, no sector privado, nas universidades e nos laboratórios estatais em 2001 [de: “Towards a European Research Area - Science, Technology and Innovation; Key Figures 2003-2004”, Comissão Europeia, 2003]. Figura 1.3. Permilagem da população activa com funções de i&d em 2001 (taxa de crescimento anual entre 1996 e 2001 entre parêntesis) [de: “Towards a European Research Area - Science, Technology and Innovation; Key Figures 20032004”, Comissão Europeia, 2003]. 14 15 Introdução Introdução Business enterprise Belgium Government Other National Sources 3,3 Assim, muitos dos problemas ou dificuldades analisados neste estudo – e que são rele- Abroad vantes para a absorção de inovação biotecnológica por parte das várias indústrias – cons- 66,2 23,2 Denmark 58,0 32,6 3,5 5,3 tituem apenas parte de questões mais amplas, como as acima, que abrangem todo o sis- Germany 66,0 31,5 0,4 2,1 tema de inovação português. Consequentemente, parte das conclusões a que este relatório Greece 24,2 48,7 2,5 24,7 Spain 47,2 39,9 5,3 7,7 chega não são específicas para cada sector, embora muitas possam adquirir mais relevância 7,3 France 52,5 38,7 1,6 7,2 num ou outro sector particular (ver recomendações sectoriais). Outras conclusões, e em Ireland 66,0 22,6 2,6 8,9 particular recomendações, poderão apenas tornar-se relevantes ou produzir um impacto Italy 43,0 50,8 – 6,2 Netherlands 50,1 39,5 2,6 11,4 18,6 4,4 positivo num contexto onde, como pano de fundo, haja uma aposta contínua no crescimento, quantitativo e qualitativo, da produção científica nacional. Austria 39,0 42,1 0,3 Portugal 32,4 61,2 2,1 Finland 70,8 25,5 1,2 2,5 Sweden 71,9 21,0 3,8 3,4 UK 46,2 30,2 5,7 18,0 Não prescindindo da leitura das secções relativas a cada sector industrial – cada uma das EU-15 56,1 34,0 2,2 7,7 quais analisa problemas específicos e chega a conclusões próprias – poder-se-ão resumir Cyprus 17,5 66,5 6,5 9,4 Czech Rep. 52,5 43,6 1,7 2,2 1.4. Recomendações transversais da seguinte maneira um conjunto de recomendações transversais a todo o estudo, decor- Estonia 24,2 59,2 3,9 12,7 rentes de uma síntese de tudo o que foi observado, as quais dizem respeito a modelos de Hungary 34,8 53,6 0,4 9,2 Lithuania 41,5 na governação, a estratégias de avaliação, monitorização e financiamento, à organização das 29,4 29,1 Latvia 30,8 64,8 2,0 2,4 7,2 Poland 54,7 37,1 1,1 Slovenia 56,1 41,3 0,8 1,9 Slovakia 55,8 34,4 2,2 7,6 EU-25 24,4 69,2 1,1 5,3 8,2 Bulgaria 47,6 43,0 1,2 Romania 42,9 50,6 5,3 1,2 Turkey 69,1 23,2 3,4 4,3 Iceland 46,2 34,0 1,6 18,3 7,1 Norway 51,7 39,8 1,4 Switzerland 63,9 28,8 3,4 3,8 ES 66,2 28,7 5,1 na Japan 73,0 18,5 8,1 0,4 empresas e à promoção dos interesses e da i&d nacional. Estas são: 1. Será imprescindível que mais empresas decidam apostar em inovação tecnológica e Tabela 1.2. Distribuição das despesas de i&d (em %) pelas fontes de financiamento principais, empresas, estado, outras fontes nacionais e fontes externas em 2001 [de: “Towards a European Research Area - Science, Technology and Innovation; Key Figures 2003-2004”, Comissão Europeia, 2003]. que as que o façam comecem por designar recursos humanos internos dedicados exclusivamente a esse fim. Em particular, recomenda-se como passo inicial a criação interna de grupos qualificados com dedicação exclusiva à actividade de prospecção tecnológica, ou seja, à procura de soluções tecnológicas específicas para os problemas ou oportunidades identificados pela empresa e à interface com a comunidade científica, nacional ou internacional. A implementação desta recomendação poderá ser coordenada com eventuais estímulos estatais à formação de gestores de c&t e à transferência de tecnologias, inclusivamente em articulação com escolas de gestão internacionais e cen- De facto, o diagnóstico que emerge dos factos acima ilustrados é pouco controverso e tros de comercialização de tecnologia. torna apenas evidente a necessidade de uma aposta numa continuidade e maior intensidade do crescimento do investimento público e privado em i&d, numa sensibiliza- 2. Deverão ser identificados, de forma dinâmica e permanente, temas ou desafios de ção do tecido empresarial para a relevância económica da diferenciação tecnológica e particular relevo económico, os quais representem necessidades ou oportunidades numa melhor eficiência nos processos de transferência de tecnologias entre univer- específicas de inovação biotecnológica ao nível nacional. Esta identificação deverá sidades e indústria. resultar de um diálogo permanente entre empresas, associações empresariais e entida- Ao longo deste estudo foram verificadas e/ou confirmadas fraquezas mais específicas do des do sctn, e deverá levar a uma sensibilização e mobilização das empresas dos sec- sistema de i&d português como um todo (ver, por exemplo, secção sobre Fileira Florestal) tores relevantes para o investimento directo nos referidos temas, bem como dos gru- e que são, na sua maioria, sobejamente conhecidas e discutidas. Estas incluem problemas pos de i&d para uma aposta na correspondente aplicabilidade do seu trabalho. Poderá como a dimensão reduzida da comunidade científica portuguesa; a fragmentação do sis- também permitir uma resposta do Estado no sentido de estimular a agregação de com- tema de i&d em grupos pequenos; a falta de orientação dos mecanismos de financiamen- petências existentes ou emergentes e de avaliar e monitorizar a qualidade e a competi- to para projectos que visem objectivos de relevância socio-económica; o desconhecimento tividade da i&d nacional na sua vertente de aplicação comercial e de benefício social. dos grandes sectores da indústria em relação à i&d nacional; e a fraca capacidade de in- De notar que esta definição de temas e desafios de relevo económico não implicará uma tentativa de orientação, por fluência de Portugal no delinear de programas transnacionais de investigação e desenvol- parte do Estado ou de qualquer entidade, do sistema científico e tecnológico nacional para áreas científicas particula- vimento, nomeadamente na formulação de políticas Europeias de i&d e em particular na res; mas possibilitará sim uma melhor coordenação entre um papel facilitador do Estado na promoção do desenvolvi- definição de prioridades dos Programas-Quadro enquanto instrumentos dessas políticas. 16 17 Introdução Introdução mento tecnológico e o interesse e aposta das empresas – de qualquer sector – em temas de especial potencial ou rele- Embora esta medida já seja em alguns casos uma realidade, ela deverá passar a atravessar todo o espectro de programas vância para o País. Com base no observado ao longo deste Estudo (que se confinou a sectores industriais específicos) de apoio a i&d de índole biotecnológica, incluindo aqueles que são apenas dirigidos a investigação universitária. Será exemplos de desafios de especial relevo – e cuja abordagem será cientificamente transdisciplinar – poderão incluir: os particularmente importante a inclusão em alguns painéis de avaliação de elementos com conhecimento do tecido efeitos da seca nos cultivos; a gestão de recursos hídricos na indústria têxtil e outras; o aproveitamento energético dos empresarial português e dos desafios tecnológicos que este enfrenta, não obviando, no entanto, a crucial participação resíduos florestais a agrícolas; as novas aplicações industriais da cortiça; as novas gerações de biocombustíveis; os ali- de peritos académicos. De notar também que a relevância para a economia portuguesa, como critério de avaliação, não mentos funcionais; o aproveitamento de plataformas de informação genómica para melhoramento de espécies eco- deverá nunca actuar em detrimento da excelência científica dos projectos ou do seu cariz inovador a nível global. nomicamente importantes. 7. Deverá ser implementado um sistema permanente de acompanhamento e moni3. A constante identificação de temas de relevância económica deve ter reflexo directo torização dos resultados dos projectos de i&d financiados, executado por painéis nos critérios de avaliação e co-financiamento de i&d por parte das agências estatais em com as mesmas características dos painéis de avaliação (ver acima), os quais deverão conjunto com as empresas, desenhando-se programas específicos para apoio à aplica- impreterivelmente elaborar uma avaliação final baseada em critérios científicos, mas ção comercial de i&d e transferência de tecnologia que tenham em conta o potencial também tendo em conta a relevância socio-económica. de impacto económico e relevância estratégica nacional das propostas, para além, Tal deverá permitir, por exemplo, um sistema de financiamento com pagamentos “à cabeça”, onde as entidades que, naturalmente, da sua excelência científica. segundo a avaliação final, não cumprirem os seus objectivos por motivos não justificáveis diminuirão a sua probabilidade de obter financiamento futuro. 4. Mais especificamente, poderão ser criados programas de financiamento publico-privado para redes transdisciplinares de grupos de i&d, académicos e empresariais, 8. O formato dos projectos a financiar por entidades estatais, e particularmente em con- cujo objectivo comum seja a resolução (ou contribuição para a resolução) de proble- sórcio com empresas, deve ser flexível e adaptado à realidade de cada sector de apli- mas práticos, de impacto socio-económico. cação. Em particular, deverão ser ajustados o prazo e a escala dos projectos a financiar Tais programas não deverão pretender, todavia, substituir o financiamento de esforços de investigação dita funda- – mesmo sob o prejuízo de se financiar menos projectos – permitindo a obtenção de mental e, inclusivamente, as referidas redes poderão integrar grupos dedicados tanto a investigação aplicada como resultados relevantes em campos onde o ciclo de desenvolvimento é longo (por exem- fundamental – desde que claramente relevante, mesmo que a médio ou longo prazo, para o problema em questão. As plo fileira florestal, farmacêutica) e onde a rentabilidade comercial de tecnologias ino- redes deverão ser preferencialmente lideradas por grupos portugueses, mas deverão incluir grupos e investigadores vadoras só pode ser verificável tipicamente após investimentos substanciais em i&d. de excelência estrangeiros, académicos ou empresariais, de modo a permitir um aproveitamento de competências glo- Este será um passo essencial para a redução do muito falado fosso entre investigação de base e desenvolvimento bais em favor de interesses económicos portugueses. Dever-se-á também, sempre que possível, partir de iniciativas em industrial. rede já emergentes na comunidade científica. 9. Deverá ser fortemente reforçado o lobbying nacional junto da Comissão Europeia 5. Os fundos dedicados ao financiamento das redes transdisciplinares devem ser for- em termos de definição de temas prioritários e políticas de financiamento de i&d. O temente co-financiados por empresas, podendo estas eventualmente tornar-se ele- esforço de lobbying deverá partir sobretudo de uma coordenação entre as empresas de gíveis para a atribuição de benefícios, fiscais ou outros, bem como para acesso prio- cada sector e poderá ser centralizado numa entidade de funcionamento autónomo, ritário a resultados científicos obtidos ou a ferramentas facilitadoras do processo de congregando representantes de grandes grupos ou associações industriais, bem transferência de tecnologia. como investigadores, para além de representantes do Governo ou suas agências. Será crucial delinear uma estratégia de incentivos às empresas co-financiadoras destes fundos que, sendo claramente atractiva para empresas inovadoras, não interfira com a liberdade criativa ou empreendedora dos investigadores e que não crie conflitos de interesse entre empresas ou entre estas e os grupos de investigação. 10. Deverá ser criado um mecanismo que, à escala nacional, promova e execute a procura de soluções e oportunidades tecnológicas (em particular biotecnológicas) para as empresas sediadas em Portugal. Este mecanismo, que idealmente nascerá da con- 6. O processo de avaliação de projectos de i&d candidatos a financiamento público gregação de interesses e de recursos privados, deverá ser orientado de forma simétrica deve ser levado a cabo por equipas internacionais juntando, sempre que possível e à de um gabinete de transferência de tecnologia académico, ou seja, deverá partir das relevante, competências científicas a experiência empresarial ou industrial. Deve necessidades das empresas que a ele recorrerão, para a partir daí ir procurar solu- ser claramente introduzido nos critérios de avaliação de programas que financiem ções, sobretudo dentro da “academia”, a nível nacional ou internacional. projectos na área das biotecnologias um elemento (entre outros, naturalmente) res- O financiamento deste mecanismo poderá incluir uma componente pública como estímulo ao financiamento pri- peitante à relevância do projecto do ponto de vista sócio-económico. vado, o qual deverá aumentar ao longo do tempo, eventualmente em função dos resultados obtidos. A sua gestão 18 19 Introdução deverá ser privada, devendo-se prever um prazo para se atingir a autonomia financeira e tornar obsoleta a participa- VIAbio 2. Sector Alimentação e Bebidas ção estatal. A gestão deste mecanismo deve impreterivelmente agregar um leque vasto de altas competências científi- Nota prévia: cas e de gestão industrial, assim como conhecimentos do sistema científico português e dos mercados mundiais. Nesta secção o projecto ViaBio incidiu necessariamente sobre o segmento das bebidas, 11. Em algumas áreas (por exemplo no Ambiente ou na Energia) será essencial uma aquele em que tem maior relevo a empresa do sector de Alimentação e Bebidas que patro- maior celeridade na adopção e implementação de legislação que, exigindo o cum- cinou o estudo, o que poderá ter limitado a abrangência da visão dos autores. Não obs- primento de normas de segurança, higiene, ambiente, qualidade ou outras sirva de tante, a presente análise sectorial tentará abordar pontos que sejam transversais ao sec- força motriz ao desenvolvimento de novas tecnologias dentro do País. tor por inteiro. Ressalva-se ainda que, na concepção do sector de alimentação e bebidas Há que ter o cuidado, por exemplo no campo dos biocombustíveis, de não implementar legislação que, ao facilitar a aqui adoptada, se abordou exclusivamente a indústria de processamento de alimentos, introdução de tecnologias actuais, venha dificultar a posterior adopção de novas gerações de tecnologias (ver secção deixando-se de fora a agro-pecuária, as pescas e a aquacultura, por estas terem um enqua- sobre Energia). dramento próprio e bastante distinto. A um nível mais geral, é importante notar, de novo, que muitas destas recomendações 2.1. Enquadramento só farão sentido, em particular para as empresas, e só poderão ser bem recebidas por estas O sector alimentar representa a maior indústria portuguesa com um volume de negó- se, ao mesmo tempo, forem (ou continuarem a ser) perceptíveis melhorias no sistema cios de 11.300 milhões de Euros, representando 9% do produto interno bruto (pib). É cons- científico e económico como um todo. Entre tais melhorias contar-se-ão: tituído por cerca de 8.500 empresas e emprega 105 mil pessoas5. É também um sector de (i) a reforma dos laboratórios do Estado, redefinindo o seu papel e a sua estrutura, em extrema importância no contexto europeu, tendo gerado um volume de negócios de 810 particular no que respeita à interacção com (eventualmente incubação de) empresas, mil milhões de Euros em 2004 empregando 4 milhões de pessoas, cerca de 60% das quais à prestação de serviços científicos, e à renovação e progressão das equipas; em pequenas e médias empresas (pme)6. Em Portugal, apenas 11% das empresas do sector têm mais que 20 empregados7, revelando que se trata de um sector bastante atomi- (ii) a revisão das regras de progressão na carreira de docente universitário ou de inves- zado. Existem segmentos que constituem excepções a este cenário e se apresentam bas- tigação, adoptando para algumas áreas critérios relativos à relevância económica da tante concentrados como o dos cereais de pequeno-almoço, café, açúcar, refrigerantes e produção científica (ex: patentes, colaborações com empresas, empreendedorismo); lacticínios8. Além da pequena dimensão – e muitas vezes causa directa da mesma – a maioria das empresas do sector tem baixo poder negocial e capacidade financeira (por exem- (iii) a continuidade dos programas de financiamento da i&d, de modo a permitir plo, relativamente às empresas de distribuição que têm um controlo significativo do sec- investimentos de longo prazo no desenvolvimento de produtos em áreas tecnologi- tor), apresentam um baixo nível de formação dos recursos humanos e de investimento camente intensivas; e em investigação e desenvolvimento tecnológico (i&dt)9, resultando num sector que, na sua maioria, gera produtos de baixo valor acrescentado10. Com efeito, o valor acrescen- (iv) a introdução, reforço ou facilitação de benefícios fiscais a indivíduos ou entidades tado gerado por trabalhador em 2000 era de ¤21.000 em Portugal, contrastando com um que invistam em inovação tecnológica, acompanhados de um sistema permanente de valor médio europeu de cerca de ¤45.000 e menos de um quarto do valor apresentado pela avaliação dos resultados desse investimento. Irlanda: ¤88.00011. Tanto em Portugal como no contexto Europeu, as bebidas, os produtos cárneos e os lacticínios são os maiores segmentos e, no seu conjunto, representam cerca de 50% do total do sector. A indústria alimentar nacional produz essencialmente para o mercado interno, onde vende 87% da sua produção. O sector é deficitário em cerca de 2.000 milhões de Euros, exportando em valor menos de 50% das importações. Os vinhos representam cerca de 1/3 das exportações, seguindo-se as conservas de peixe, os produtos transformados dos 5 6 7 8 9 10 Dados da fipa – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares. Confederation of the Food and Drink Industries of the eu. Data and trends of the eu food and drink industry 2004, Dezembro de 2004. Dados da fipa – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares. Fontes, M. (2000) The Biotechnology Cluster in Portugal, rise Project - rtos in the service economy. Perfil Sectorial – Agricultura e Indústrias Agro-alimentares, Icep Portugal, Julho de 2000. Definição de projectos piloto para o desenvolvimento de cadeias agro-alimentares orientadas para o mercado, Sociedade Portuguesa de Inovação, s.a., Dezembro de 2000. 11 Dados do eurostat, citados pela Confederation of the Food and Drink Industries of the eu. 20 21 Sector Alimentação e Bebidas Sector Alimentação e Bebidas cereais, as conservas de tomate, cervejas, lacticínios e azeite, que representam no seu con12 junto outro terço das exportações . Nos países desenvolvidos existe uma crescente percepção, por parte do consumidor, dos sobretudo no caso de empresas exportadoras ou cujos clientes incluem grandes distribuidores13. O desenvolvimento de produtos verdadeiramente novos tem sido residual, tendo a vasta maioria sido introduzida no mercado por empresas estrangeiras. Regista-se com benefícios de uma alimentação saudável para a qualidade de vida e do contributo que pro- muito interesse a recente nomeação de um perito nacional num dos painéis da esfa, justa- cessos de produção sustentáveis têm para o ambiente, bem como uma maior exigência mente aquele que se pronuncia sobre os novos aditivos alimentares. No entanto a partici- nos índices de segurança alimentar e preferência por alimentos de conveniência ou “fáceis pação portuguesa continua extremamente incipiente, visto que o universo total da esfa é de utilizar” (ex. refeições preparadas, pratos congelados, etc.). A indústria de Alimentação de 9 painéis diferentes e 191 peritos. e Bebidas transforma matérias-primas de actividades agro-pecuárias e da pesca em produtos de valor acrescentado, podendo importar várias matérias-primas, exportando-as após 2.2. A Biotecnologia no sector de Alimentação e Bebidas processamento com adição de valor. O dinamismo do comportamento dos consumido- Sendo de origem biológica a maioria das matérias-primas utilizadas no sector de Ali- res e as tendências resultantes obrigam a uma renovação constante e a ritmo cada vez mentação e Bebidas, é natural que a Biotecnologia esteja presente nos processos de produ- mais intenso dos produtos, assim como a introdução de novos conceitos de produto. ção dos alimentos e de controlo de qualidade dos mesmos, e que se constitua como uma Por outro lado, a competição crescente por parte de países com mão-de-obra mais barata e ferramenta que permita a produção de novos aditivos/ingredientes alimentares ou novos outros custos de produção mais baixos, bem como a estagnação do crescimento da popu- alimentos. De facto, a biotecnologia é reconhecida como uma das ferramentas mais pro- lação Europeia, logo do número de consumidores, leva a que também neste sector se pro- missoras para a inovação e o crescimento no sector de alimentação e bebidas14. O sector cure competir através da criação de produtos de elevada qualidade, com elevado valor alimentar continua a ser aquele que mais utiliza a biotecnologia15, fruto da sua introdu- acrescentado. Este enquadramento obriga a uma inovação constante da indústria de ali- ção há milhares de anos, particularmente no fabrico de cerveja, vinho, pão e iogurte, com mentação e bebidas nos seus processos e produtos de modo a assegurar a sua competi- base em conhecimento empírico e muito antes da percepção dos mecanismos biológicos tividade. Um bom exemplo é o crescente segmento dos alimentos funcionais, ou seja, subjacentes à preparação daqueles alimentos. alimentos que para além do seu papel convencional na alimentação, possuem características que os tornam benéficos para determinado aspecto da saúde humana ou têm efeitos Actualmente, as aplicações biotecnológicas no sector são muito diversas e sustentadas por conhecimento científico; por exemplo: de prevenção contra determinadas doenças. Neste segmento, o desenvolvimento do alimento obriga ao cruzamento de conhecimento subjacente à actividade mais convencional do sector com conhecimentos de índole fisiológica ou médica. A inclusão de aditivos alimentares novos só é possível mediante aprovação por entidades reguladoras, tais como a) Melhoria dos processos • Utilização de enzimas para o processamento de sumos, queijos, vinho, óleos alimentares. a Agência Europeia de Segurança Alimentar (efsa – European Food Safety Agency), após • Processos biotecnológicos implementados em larga escala para a produção de ado- análise rigorosa de um dossier que não só comprova a segurança do aditivo ou do alimento çantes, aromas, vitaminas, aminoácidos, entre outros suplementos alimentares como confirma o benefício de saúde que se pretende reivindicar. Este rigoroso enquadra- de carácter técnico (com influência no processo ou nas características físicas do mento regulamentar é cada vez mais exigente e traduz os crescentes requisitos de quali- produto) ou funcional (com potencial efeito no organismo). dade e segurança alimentar. • Utilização da biotecnologia na selecção de microrganismos mais produtivos e efi- Portanto, percebe-se que a intensidade e a necessidade da inovação neste sector é cientes mesmo em processos mais tradicionais, nos quais a acção dos microrganis- crescente. A inovação é possível através da introdução de um novo conceito de produto, mos é utilizada para processar a matéria-prima, ou para conferir aromas e texturas o qual pode envolver ou não inovação tecnológica, e a inovação tecnológica pode não ter aos alimentos. reflexo no produto em si, mas melhorar o processo de produção tornando-o mais competitivo e/ou sustentável. b) Novos alimentos Em Portugal, a evolução tecnológica do sector tem passado por uma adopção limitada • Emergência de uma nova geração de alimentos, nos quais, para além da nutrição de novas tecnologias de fabrico – nomeadamente um aumento dos níveis de automatiza- convencional, se pretende potenciar efeitos benéficos para a saúde, sendo exemplos os ção dos processos, mas com muita margem de desenvolvimento especialmente nas pri- probióticos (microrganismos presentes no alimento que vão desempenhar funções meiras fases do processo, estando as fases de embalamento já bastante automatizadas – relevantes no organismo, por exemplo, regulação da flora intestinal) ou os alimentos e uma adopção significativa de sistemas de controlo de qualidade (ex. haccp e iso 9000), 12 Dados da fipa – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares. 13 Fontes, M. (2000) The Biotechnology Cluster in Portugal, rise Project - rtos in the service economy. 14 ciaa Reflection Paper on Food and Drink Industry Competitiveness, Confederation of the Food and Drink Industries of the eu, Junho de 2005. 15 Kleerebezem, M. (2006) Molecular advances and novel directions in food biotechnology innovation, Current Opinion in Biotechnology, 17: 179-182. 22 23 Sector Alimentação e Bebidas Sector Alimentação e Bebidas com baixo teor de alergénios (nos quais a probablilidade de reacção alérgica é redu- diabetes, de artrite, osteoporose e cancro; influência da dieta no processo de enve- zida ou eliminada). A produção de alimentos que permitam atingir estes objecti- lhecimento; vos só é possível após uma aturada pesquisa científica sobre o alimento, suas altera- • Fortalecimento da base científica em áreas de interface entre a nutrição e a saúde, tais ções quando processado durante o fabrico e pelo consumidor antes da sua ingestão, como a biologia de sistemas, a nutrigenómica e o desenvolvimento de biomarcadores. e sobre os efeitos in vivo. • Produção de alimentos modificados geneticamente, com ganhos na eficiência do b) Qualidade dos Alimentos e Tecnologias de Fabrico: seu processo produtivo e também com vantagens nutricionais. Tal já acontece Prevê-se o investimento no desenvolvimento de tecnologias de fabrico inovadoras no em vários países desenvolvidos, mas na Europa a resistência do consumidor, a pres- sentido de responder às exigências dos consumidores para produtos novos de elevada são política e das ongs europeias têm limitado a sua chegada ao mercado. Perspec- qualidade, com melhores propriedades organolépticas e conveniência de uso. As prin- tiva-se ainda que os alimentos possam vir a ser utilizados como veículos de agentes cipais áreas de investigação com potencial oportunidade para a biotecnologia são: terapêuticos ou vacinas. • Melhoria das propriedades organolépticas: redução de açúcar e gordura nos alic) Qualidade e segurança alimentar mentos sem comprometer as propriedades organolépticas; melhor compreensão da A biotecnologia tem sido também um aliado no desenvolvimento de métodos moder- dinâmica da percepção sensorial desde o receptor até ao cérebro; tecnologias para a nos e rápidos de controlo de qualidade alimentar, desde o controlo microbiológico produção de novos alimentos com novas texturas e propriedades organolépticas. convencional dos alimentos até técnicas utilizando chips de dna na detecção rápida • Inovação nos processos de fabrico, utilizando tecnologias que minimizem a pro- de organismos patogénicos ou técnicas de biologia molecular utilizadas na detecção e dução de subprodutos e resíduos; implementação de técnicas analíticas em tempo quantificação de organismos geneticamente modificados nos alimentos. real a aplicar na recepção das matérias-primas e no controlo do processo; desenvol- Os exemplos não exaustivos referidos mostram que a inovação tecnológica no sec- vimento de tecnologias de embalagens inteligentes ou activas; desenvolvimento de tor alimentar abrange campos tão distintos da biotecnologia como a biologia molecu- novos bioprocessos para a produção de novos ingredientes. lar, biologia de sistemas, nutrigenómica, microbiologia e engenharia de bioprocessos, para citar apenas alguns. c) Segurança Alimentar: A necessidade de se produzir alimentos através de procedimentos que garantam uma 2.2.1. Grandes Tendências Europeias elevada segurança alimentar e que mereçam total confiança dos consumidores é cres- Com base na análise feita ao longo do estudo ViaBio, apresentam-se de seguida as áreas 16 prioritárias de inovação para o sector de Alimentação e Bebidas , nas quais o contributo cente, bem como as obrigações regulamentares, abrindo oportunidades à investigação biotecnológica nas seguintes áreas: da biotecnologia se prevê crucial. De notar que estas áreas irão merecer atenção especial na agenda europeia de investigação, desenvolvimento e inovação no sector alimentar, através de diversos instrumentos a ser implementados durante o 7º Programa Quadro. • Desenvolvimento de sistemas de rastreio e identificação de proveniência da matéria-prima; estudos de vigilância e epidemiologia; eco-fisiologia em microbiologia alimentar e estudo de interacções hospedeiro-microrganismo e alimento-microrga- a) Alimentação e Saúde nismo; estudo dos mecanismos moleculares de emergência de novos vírus, parasi- A introdução de novos hábitos alimentares com base em desenvolvimentos nas ciên- tas ou microrganismos patogénicos; redução ou eliminação de testes em animais cias da nutrição e de novos formatos de produtos inovadores pode ter um impacto sig- para avaliação da segurança alimentar. nificativo na melhoria da qualidade de vida das populações. São áreas prioritárias de investigação com potencial oportunidade para a biotecnologia: 2.3. Inovação no Sector de Alimentação e Bebidas • Novas estratégias para optimizar o crescimento e desenvolvimento mental nas papéis distintos. A análise feita ao longo deste estudo – que se concentrou em Portugal mas crianças; o controlo da massa corporal no adulto, com manutenção da função mus- que teve em conta o panorama global – permitiu uma clara distinção das diversas funções e cular e prevenção da obesidade; o bom desempenho do sistema imunitário; a saúde posturas intervenientes. A maioria da investigação realizada nas universidades e institu- do tracto gastrointestinal; a redução da incidência de doenças cardiovasculares, de tos de investigação científica tem como objectivo preencher lacunas existentes no conhe- O processo de inovação no sector da alimentação e bebidas envolve diversos actores, com cimento científico fundamental ou meramente satisfazer curiosidade científica. 16 European Technology Platform on Food for Life - The vision for 2020 and beyond, Confederation of the Food and Drink Industries of the eu, Junho de 2005. 24 25 Sector Alimentação e Bebidas Sector Alimentação e Bebidas Por outro lado, os centros tecnológicos têm como missão principal realizar investiga- de aprovação do novo produto ou processo junto das agências reguladoras. Como tal, é ção aplicada para resolução de problemas específicos, em conjunto e complementando essencial ter em mente que mesmo as grandes empresas nacionais do sector têm uma a inovação da própria indústria, ou desenvolver novos produtos ou processos, podendo dimensão bastante reduzida quando comparadas com as empresas médias euro- também realizar algumas actividades de investigação mais fundamental que sustentam peias. Por exemplo, se somarmos os níveis de facturação das duas empresas cervejeiras as restantes valências. Cabe também aos fabricantes de equipamento realizar o desen- mais emblemáticas do País (unicer e centralcer), que constituem duas das maiores volvimento tecnológico dos componentes do processo produtivo e à indústria alimentar empresas nacionais, obtemos um número aproximado ao da facturação da maior cerve- realizar o desenvolvimento do produto nas suas estruturas de investigação e desenvolvi- jeira espanhola, que mesmo assim significa menos de um décimo da facturação de empre- mento. Finalmente, a função retalho, que faz a interface com o consumidor final e onde a sas como a Carlsberg (Dinamarca) ou a Heineken (Holanda)17. Em determinados casos, inovação tem lugar, mas sem carácter tecnológico apreciável. Nas instituições de interac- as empresas nacionais do sector de alimentação e bebidas, com marcas emblemáticas no ção público/privado cabem várias funções que deverão servir de interface entre cada um País, foram compradas por empresas estrangeiras ou têm accionistas de referência estran- dos actores do processo de inovação, como por exemplo a função reguladora e de protec- geiros. Este cenário tem consequências ao nível das políticas internas de inovação, tradu- ção do consumidor e a cooperação entre o sistema científico (fundamental e/ou aplicado) zindo-se frequentemente na incorporação de inovação gerada externamente, tipicamente e as empresas. Para que este processo funcione, é necessário o diálogo e a cooperação entre em centros de desenvolvimento estrangeiros. Com efeito, consultando as bases de dados os vários intervenientes – só assim a indústria pode fornecer aos consumidores os produ- do Observatório da Ciência e do Ensino Superior verifica-se que nas estatísticas relati- tos que correspondem às suas expectativas ou se aperceber da apetência dos consumido- vas às empresas com maior despesa em actividades de i&d em 1999 não é citada qual- res para produtos novos. E só deste modo os esforços e os recursos investidos em inovação quer empresa do sector de alimentação e bebidas; em 2001 é referida a fima e em 2003 terão retorno, quer do ponto de vista económico quer do ponto de vista social. No universo são referidas a unicer e a Nestlé Portugal, respectivamente nos 32º e 42º lugares da lista- das empresas que compõem o sector, desenha-se assim uma clara distinção entre: gem geral18. As mesmas estatísticas revelam que este sector é responsável por apenas 1,7% das despesas totais em i&d empresarial em Portugal, com um montante de 5,6 milhões i) os geradores de inovação tecnológica, os quais realizarão os investimentos associa- de Euros, contrastando com os 9% do pib que representa. Ou seja, o sector investe em i&d dos ao desbravar de conhecimento e aos pedidos de autorização necessários à intro- apenas cerca de 0,05% da sua facturação anual. É ainda de realçar que o esforço de i&d dução de novos processos, alimentos ou aditivos, mas que beneficiarão do seu papel feito pelas empresas do sector relativamente às vendas respectivas tem decrescido conti- inovador através da entrada no mercado com produtos de valor acrescentado e dife- nuamente desde 1990, quando se verificava um valor de 0,46%19. O mesmo indicador a renciadores em relação à concorrência internacional, podendo ainda beneficiar do nível europeu mostra que em 2003 esta indústria investia em i&d cerca de 0,30% da sua licenciamento da tecnologia subjacente a terceiros se ou quando tal for de interesse; facturação20, um valor que é reconhecidamente baixo mas ainda assim muito superior ao verificado em Portugal. Será também sintomático, porventura, o facto de que, entre os ii) os utilizadores de inovação tecnológica que, através da compra de tecnologia alheia, vão renovando os seus processos e produtos, acompanhando no essencial as tendências e exigências do mercado, mas que perdem em termos de diferenciação por utilizarem ferramentas disponíveis a todos os actores que delas queiram fazer uso; vários sectores abordados pelo estudo ViaBio, o de alimentação e bebidas foi o único que contou com apenas uma empresa interessada. O segmento dos lacticínios tem sido um dos mais inovadores, fruto de um aumento de competitividade de algumas empresas que se originaram da significativa reestruturação do sector (por exemplo, a criação da Lactogal, sa 21) como forma a competir com uma fortíssi- iii) as empresas que não apostam em inovação tecnológica e que sustentam a sua ma concorrência estrangeira. As empresas que então surgiram são mais competitivas, in- actividade em processos e produtos consolidados, diferenciando-se da concorrência vestem na melhoria de processos e produtos e também no desenvolvimento de novos pro- com base numa gestão eficaz de marcas, o que a prazo será insuficiente, sobretudo dutos. Continuam a não dispor de capacidade interna de i&d significativa, mas colaboram quando a concorrência assume cada vez mais uma escala global, em contraponto com activamente com as entidades do sistema científico e tecnológico nacional (sctn), princi- os mercados/nichos nacionais ou mesmo regionais que existiam no passado. palmente nas áreas da produção de leite e queijo, controlo de qualidade, desenvolvimento de novos produtos, e ainda na valorização de resíduos (também importante na indústria 2.3.1. Inovação Biotecnológica em Portugal no sector de Alimentação e Bebidas Da apreciação prévia resulta que, normalmente, apenas empresas com alguma dimensão conseguem estar presentes em todas as fases necessárias à geração de inovação tecnológica, começando na investigação fundamental com recursos próprios e em ligação com universidades, passando pelos testes em condições reais e finalizando nos processos cervejeira). Os restantes segmentos têm tido menor dinâmica de inovação tecnológica, mas 17 Dados constantes dos relatórios de gestão mais recentes disponíveis à data. 18 Dados do oces Observatório da Ciência e do Ensino Superior, disponíveis em www.oces.mctes.pt 19 Noéme, C. (2001) A competitividade do sector da indústria alimentar e bebidas - tendências de evolução no caso português. Prospectiva e Planeamento, 7: 231-253. 20 2006 ciaa Benchmarking Report, Confederation of the Food and Drink Industries of the eu, Março de 2006. 21 Fundada pela agros - União das Cooperativas de Produtores de Leite Entre Douro e o Minho e Trás-os-Montes, ucrl, a lacticoop - União das Cooperativas de Produtores de Leite entre Douro e Mondego, ucrl, e a proleite/mimosa s.a. 26 27 Sector Alimentação e Bebidas Sector Alimentação e Bebidas merecem referência algumas actividades sobre a geração de produtos com processamento 22 Tabela 2.1. Principais centros académicos onde se desenvolvem investigação ou competências no âmbito da biotecnologia com aplicação ao sector de alimentação e bebidas. 23 mínimo (ex. Frulact Lda ; Compal sa , através do desenvolvimento de projectos em conjunto com produtores de matérias-primas24); iniciativas de caracterização varietal no segmento vitivinícola; e a produção de microalgas para alimento em aquaculturas. Instituição Áreas científicas relevantes para A empresa do ramo alimentar participante neste estudo, a unicer, referiu inicialmente como áreas de interesse algumas das apostas que mais consistentemente se encontram no o sector de alimentação e bebidas Universidade Instituto Superior de Agronomia Melhoria da qualidade nas indústrias agro-alimentares, Técnica de Lisboa Centro de Microbiologia metodologias de controlo de qualidade, investigação e Indústrias Agrícolas e desenvolvimento de novos produtos e processos. · Valorização de subprodutos e resíduos; Instituto Superior Técnico Novas tecnologias alimentares; desenvolvimento de novos · Bio-embalagens – biodegradáveis. Departamento de Engenharia produtos; biossíntese de exopolissacarídeos bacterianos; Química e Biológica nanoencapsulação de antocianinas; valorização de resíduos. Departamento de Engenharia Investigação de modificações miméticas de péptidos bioactivos Biológica por inclusão de novos aminoácidos sintéticos; tecnologias para seu segmento a nível internacional, a saber: · Produtos funcionais, compostos aditivos naturais e substituintes do açúcar; As Tabelas 2.1 e 2.2 apresentam competências identificadas no sctn relativamente a estas áreas de interesse. Universidade do Minho a valorização de plantas medicinais; valorização de resíduos da indústria alimentar; produção de leveduras em reactores com elevada densidade celular. Universidade do Porto Centro de Química Tecnologia de obtenção de filmes e revestimentos comestíveis Centro de Estudos de Ciência Animal para alimentos a partir de recursos nacionais de baixo valor e desenvolvimento de conceitos de embalagem múltipla de vegetais frescos de alta qualidade prontos para consumo. Faculdade de Medicina Hipoalgesia associada à hipertensão: mecanismos Instituto de Farmacologia e importância da activação do sistema e Terapêutica renina-angiotensina. Instituto de Biologia Molecular e Celular Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Escola Superior Departamento de Ciências Agrária de Coimbra da Terra Universidade Departamento de Química de Aveiro Promoção da cultura de plantas aromáticas e condimentares. Desenvolvimento de filmes edíveis e biodegradáveis; extracção supercrítica e pré-tratamento biológico de matérias-primas de origem agro-alimentar. Universidade do Algarve Unidade de Ciências e Tecnologias Isolamento de estirpes de algas hiperprodutoras de de Recursos Aquáticos carotenóides Centro de Química Fina Análise de misturas químicas complexas por técnicas e Biotecnologia analíticas modernas e elucidação estrutural de novas moléculas isoladas de fontes naturais e com actividade biológica potencial; estudo da oxidação induzida radicalarmente de compostos com importância biológica; procura de novas moléculas com propriedades anti-oxidantes. 22 www.frulact.pt 23 www.compal.pt 24 Definição de projectos-piloto para o desenvolvimento de cadeias agro-alimentares orientadas para o mercado, Estudo elaborado para a fipa – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares, pela Sociedade Portuguesa de Inovação, s.a., Dezembro 2000. Universidade Nova Instituto de Tecnologia Química Extracção e isolamento de produtos com valor acrescentado e de Lisboa e Biológica com aplicabilidade na alimentação (antioxidantes, compostos preventivos de doenças cardiovasculares, diabetes e certos Instituto de Biologia Experimental tipos de cancro) a partir de plantas, resíduos orgânicos e e Tecnológica resíduos da indústria alimentar. 28 29 Sector Alimentação e Bebidas Sector Alimentação e Bebidas As Tabelas 2.1 e 2.2, cujos conteúdos carecem necessariamente de actualização constante, talhados para a biotecnologia dado raramente haver know-how e recursos relevantes nas mostram a existência de investigação relevante ao sector, contudo apontam para uma sig- empresas nesta área – acabam por assumir a figura de exercícios exploratórios, em que a nificativa dispersão nos temas. Por outro lado, nem todas as áreas prioritárias apontadas relevância dos resultados para a actividade da empresa ou sua estratégia futura é muito serão passíveis de implementação por uma empresa apenas. Por exemplo, não sendo o limitada. Para tal contribuem diversos factores que serão analisados de seguida. cerne da actividade de uma empresa de bebidas a investigação conducente à produção de bio-embalagens (ex. embalagem com dupla função: recipiente e vector de ingredientes) ou de embalagens biodegradáveis, tais áreas só terão interesse para uma empresa do sector a) Empresas Numa análise geral, verificou-se que são raras as empresas do sector, mesmo aquelas como parte de uma aposta estratégica em consórcio com outras empresas do mesmo sec- com lucros na ordem dos vários milhões de euros por ano, que se dispõem a inves- tor ou do sector das embalagens – sempre enquadrada numa política de âmbito nacional tir significativamente em iniciativas de i&dt numa perspectiva estratégica de ou com regulamentação de incentivos, sob pena de as empresas que inovam poderem ver, melhoria ou desenvolvimento de processos ou produtos. Como se referiu acima, as no curto prazo, a sua competitividade diminuída devido aos custos acrescidos que estas relações com as entidades do sctn servem tipicamente objectivos imediatistas de tecnologias deverão implicar. resolução de problemas pontuais e concretos ou, como também foi observado, são por vezes vistas apenas como uma estratégia para captação de fundos (estatais ou Tabela 2.2. Laboratórios do Estado onde se desenvolve investigação ou competências relevantes ao sector de alimentação e bebidas, com breve descrição dos seus objectivos. europeus) para cobrir custos correntes das empresas. Nota-se também um certo distanciamento das empresas ao longo dos projectos em que participam, fruto da praticamente inexistente i&dt realizada intramuros. Este facto leva a que, frequen- Instituição Áreas Científicas temente, os responsáveis das empresas apenas participem periodicamente em reuni- Instituto Nacional de Estação Agronómica Protecção das plantas, ecofisiologia, utilização ões de acompanhamento dos projectos, mas não se envolvam na sua dinâmica de Investigação Agrária Nacional de recursos genéticos para melhoramento, execução. Esta limitada intervenção das empresas ao longo dos projectos resulta em e das Pescas tecnologia de conservação e transformação de produtos agrários, economia e sociologia agrária- que estes assumam um cariz mais académico e distanciado da indústria, em todas as vertentes técnicas, económicas, de mercado e regulamentares que deveriam ser sis- desenvolvimento. tematicamente tidas em conta ao longo da sua execução. Note-se, curiosamente, que Instituto Nacional Departamento Processos e tecnologias de valorização de de Engenharia, de Biotecnologia desperdícios, nomeadamente da indústria de Tecnologia e Inovação este distanciamento em relação à aplicação industrial é uma das principais queixas cervejas e cortiça. Desenvolvimento de tecnologias das empresas quanto às relações com grupos de investigação. O facto de não haver para a valorização de recursos nacionais para ainda uma prática continuada de i&dt na maioria das empresas leva também que produção de ingredientes funcionais para bebidas. estas iniciativas estejam extremamente dependentes das pessoas e dos cargos que ocupam, acontecendo com frequência que a alteração de um gestor da empresa seja bas- A apreciável oferta de competências nas áreas de interesse das empresas do sector de alimentação e bebidas contrasta com os baixíssimos níveis de investimento em i&d obser- tante para a criação ou a extinção de actividades de i&d, assumindo estas um carácter transitório, pouco consequente e pouco sustentado. vados genericamente no sector. Verifica-se praticamente a ausência de capacidade das empresas nacionais do sector de alimentação e bebidas realizar actividades de i&dt b) Entidades do sctn internas. Quando existentes, as actividades de i&dt são contratadas com universidades, O maior activo das entidades do sctn são os seus recursos humanos especializados. centros de investigação ou laboratórios do estado ou então realizadas em consórcio ao No entanto, as regras de progressão na carreira, seja na universidade, em centros de 25 abrigo de programas de co-financiamento nacionais ou europeus . No entanto, dos con- i&d ou laboratórios do estado, estão intimamente relacionadas com a produção cien- tactos estabelecidos verificou-se que os resultados destes projectos são extremamente tífica medida pelo número de publicações em revistas, pouco se valorizando outros escassos e raramente têm encontrado aplicação na actividade das empresas. De facto, indicadores, como por exemplo, o número de patentes concedidas, ou as verbas quando uma empresa tem um problema a resolver a curto prazo, tipicamente acaba por angariadas em projectos de investigação com empresas. Por outro lado, há a per- contratar junto das entidades do sctn as competências necessárias. Normalmente trata- cepção generalizada de que a protecção de uma tecnologia através de patente impede se de questões pontuais que raramente envolvem ganho de conhecimento científico a sua publicação em revista científica, o que resulta de um mal-entendido e ajuda a ou tecnológico, mas passam sobretudo pela utilização de know-how e técnicas pré- ilustrar um desconhecimento e a ausência de prática de protecção de propriedade existentes (ver Anexo a). Os projectos em consórcio – que são aqueles que estarão mais industrial nas entidades do sctn. É também frequente observar-se uma cristalização 25 Fontes, M. (2000) The Biotechnology Cluster in Portugal, RISE Project - RTOs in the service economy. dos quadros de pessoal destas entidades, fruto da saturação dos vários níveis na car- 30 31 Sector Alimentação e Bebidas Sector Alimentação e Bebidas reira, resultando frequentemente na desmotivação dos investigadores. Por outro lado, Verifica-se também que a avaliação do mérito dos projectos submetidos aos vários a manutenção em funções dos vários elementos é independente da qualidade do seu programas de financiamento estatais é realizada exclusivamente sobre o programa desempenho como investigadores, pelo que o estímulo para a excelência depende de trabalhos proposto e que as estatísticas nacionais de esforço de i&d contemplam mais do carácter de cada um do que dos mecanismos da organização. Gera-se assim exclusivamente o esforço a montante, omitindo os resultados a jusante, os quais um défice de pró-actividade e uma tendência significativa destas entidades se fecha- deveriam porventura ser o verdadeiro indicador de uma política de incentivo à ino- rem sobre si mesmas, alheadas, por um lado, das oportunidades que poderão exis- vação tecnológica. Acresce a esta realidade a observação de que a maioria dos finan- tir no exterior da sua organização e, por outro, do enquadramento relevante à poten- ciamentos atribuídos às entidades do sctn (principalmente via projectos financiados cial aplicação prática da sua investigação. Por exemplo, o projecto ViaBio identificou pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia) privilegiam projectos de investigação um grupo de investigação da Universidade do Algarve que procurava, junto do Gabi- fundamental, sendo o financiamento a diversos projectos de elevada qualidade recu- nete de Relações Internacionais da Ciência e do Ensino Superior (grices), um parceiro sado, segundo diversos relatos, por aqueles se considerarem demasiado aplicados empresarial para submissão de um projecto de investigação em consórcio para uma pelo painel de avaliadores, normalmente constituído por cientistas provenientes na acção de financiamento ibero-americana. Esse grupo de investigação propunha-se a sua grande maioria do meio académico. Por outro lado, a maior parte do investimento fazer um trabalho com objectivos perfeitamente alinhados com uma das áreas de inte- realizado por Portugal em i&d provém de fundos e programas comunitários, os quais resse da unicer, empresa do sector participante do estudo. O grupo de investigação periodicamente privilegiam determinados grandes temas negociados em Bruxelas – foi contactado por várias vezes, não se tendo obtido qualquer resposta. Esta dificul- resultado de um processo complexo de negociação envolvendo os Estados membros dade de comunicação com um grupo de investigação, quando o assunto é a eventual da ue, para o qual é exigida a acção concertada entre actores públicos e privados e valorização de resultados de um trabalho de i&d, não permitiu a recomendação do uma “política de alianças” entre países. Ao contrário de outros membros, Portugal dito grupo à empresa e é sintomática do nível de importância que por vezes a comuni- tem investido pouco numa definição da sua estratégia de intervenção junto da ue, e dade académica atribui a iniciativas conducentes à aplicação prática de conhecimen- especificamente no esforço de lobbying, pelo que tipicamente a definição das gran- tos ou competências científicas. Tal reforça também a necessidade da criação de um des prioridades temáticas de i&d não tem em conta os interesses nacionais e existe mecanismo responsável pela procura de tecnologias que satisfaçam os interesses das um cada vez maior afastamento entre as duas partes, como consequência daquelas empresas nacionais, já identificada neste estudo (ver Recomendações), o qual poderá fragilidades. Tanto quanto se pode observar, esta situação não é corrigida pelo inves- contrariar o tal “défice de pro-actividade”, facilitando a aproximação entre as entida- timento próprio do Orçamento de Estado em i&dt para áreas consideradas de des e permitindo o estabelecimento das relações de confiança necessárias a uma coo- interesse estratégico para o País. Naturalmente, tal tem forçado os grupos de inves- peração duradoura e aprofundada. tigação nacionais a centrarem-se em sub-temas que poderão ter um potencial de interesse muito baixo por parte da indústria nacional. c) O Estado e a sua responsabilidade como catalisador da inovação tecnológica Os mecanismos de apoio existentes a actividades de investigação e desenvolvimento Existem sinais que pelo menos algumas empresas nacionais apresentam como objec- tecnológico, envolvendo empresas e entidades do sctn (por exemplo o programa tivo uma aposta em produtos mais sofisticados e alicerçados numa sólida base tecnoló- ideia da Agência de Inovação, entre outros), deveriam, à partida, estimular o apare- gica. Por exemplo, cita-se o anterior Presidente do Conselho de Administração da unicer, cimento de ligações duradouras entre as empresas e as entidades do sctn, alicerçadas a propósito de oportunidades de negócio na área da biotecnologia: num historial de sucessos medidos, pelo menos em grande parte, pelos reais ganhos verificados pelas empresas após a endogeneização dos conhecimentos ou das tecno- “O nosso objectivo na área das bebidas funcionais é tentar acompanhar os projectos logias desenvolvidas nos projectos. No entanto, observa-se a opinião comum, entre de investigação que existam nas nossas universidades e nas universidades ibéricas, investigadores académicos e gestores empresariais, de que estes mecanismos de apoio nossas vizinhas, tentar identificar projectos que estejam em condições de ir à escala tendem a impedir ou não facilitar o aparecimento de projectos que as empresas con- piloto, co-financiar esses projectos para os testar a uma dimensão piloto e depois levá- siderem estratégicos e urgentes, dado que o processo de avaliação dos projectos é los à escala comercial e transformá-los em projectos rentáveis. Esta é a contribuição excessivamente burocratizado e longo, para além dos procedimentos de garan- que nós queremos dar para que os três milhões de cidadãos portugueses, que todos os tia da confidencialidade dos projectos submetidos serem pouco claros, não sendo dias ingerem unicer, possam também melhorar a sua saúde.”26 raro o conteúdo dos projectos ser discutido informalmente na comunidade científica e não só enquanto estes estão sob avaliação. 26 Manuel Ferreira de Oliveira – ceo da Unicer sa “A experiência da unicer na fronteira da Biotecnologia” em: “Oportunidades de Negócio na Área da Biotecnologia - Desenvolvimento Científico e Mercado”, 19 de Novembro de 2001; Fundação Ilídio Pinho. 32 33 Sector Alimentação e Bebidas Sector Alimentação e Bebidas No entanto, poderá frequentemente existir um desfasamento entre os objectivos Para além das grandes empresas que, em teoria, serão aquelas com maior capacidade para anunciados e a percepção das condições e acções necessárias para levá-los a cabo, bem realizar inovação (bio)tecnológica como esforço de diversificação de produto, tem-se assis- como das práticas internas das empresas. Por exemplo, no caso das bebidas funcionais, tido ao aparecimento de pequenas empresas que desde a nascença são inovadoras, pois qualquer empresa que queira penetrar nesse segmento de elevado valor acrescentado com foram criadas tendo como base uma tecnologia que se verificou ter potencial de comercia- argumentos que lhe permitam assumir uma diferenciação face às empresas estrangeiras lização. Os exemplos vão desde à concepção de processos inovadores de produção de adi- com tradição de inovação na área, deverá estar preparada para: tivos ou ingredientes alimentares (por exemplo, as empresas Biotempo, Lda29 – produção de oligossacáridos prebióticos; Biotrend, sa30 – produção de carotenóides naturais), a uti- • acções concretas de i&d internas e em colaboração com universidades, centros de investigação ou outras empresas; lização de novos conceitos de embalagem e preservação (ex. o conceito empresarial Edible_Fruits – produção de fruta fresca cortada, pronta a consumir coberta com revestimen- • conhecer e dispor-se a percorrer as várias fases por que passa a investigação, a sua tos comestíveis), até ao desenvolvimento de métodos rápidos de controlo de qualidade (ex. transposição para um processo industrial e a sua incorporação num produto final; os conceitos empresariais Foodmetric – metodologias rápidas e não invasivas para análi- • conhecer e actuar em conformidade com os prazos e investimentos envolvidos, bem se de produtos alimentares; MagBiosense31 – desenvolvimento de biossensores magnéti- como dos procedimentos regulamentares que devem ser observados a nível nacional cos para a detecção de microrganismos patogénicos na carne). Não menosprezando o as- e nos mercados externos. pecto positivo que constitui o aparecimento destas iniciativas, é de constatar que elas são ainda bastante recentes, e muitas estão ainda em fase de procura de financiamento ade- Normalmente, estas condições não estão presentes nas empresas nacionais, com uma quado para desenvolver as suas actividades, sendo ainda cedo para avaliar os seus resulta- muito baixa tradição de geração de produtos que sejam inovadores quando compara- dos ou verdadeiro potencial. Outro bom exemplo de dinamismo e exploração de nichos de dos com a oferta existente no mercado internacional. De facto, mesmo muitas das gran- mercado através de produtos e processos alicerçados em conhecimento científico e i&d é o des empresas nacionais acabam por se limitar a uma aposta na replicação de concei- caso da Frulact32, empresa especializada em produtos à base de fruto, formulações e aditi- tos que já provaram no estrangeiro, através da compra directa de formulações existentes vos para incorporação em lacticínios, gelados, refrigerantes e produtos de pastelaria. que são misturadas no produto final, apoiadas em campanhas de marketing sofisticadas mas de baixo conteúdo de inovação tecnológica, as quais podem ter efeitos imediatos 2.4. Tecnologias de potencial interesse e positivos na luta pela quota de mercado nacional mas dificilmente contribuirão para Tal como nas restantes áreas da sua intervenção, o projecto ViaBio procedeu a uma pro- uma real diferenciação que permita uma afirmação internacional – em alguns casos cura de projectos, tecnologias e grupos de competências que pudessem representar o podendo mesmo comprometer a sua sobrevivência a longo prazo. E mesmo quando as ini- potencial do sctn para responder a, ou satisfazer, as necessidades e oportunidades sen- ciativas de participação em projectos de i&d existem, verifica-se o alto risco de estas aca- tidas pelo sector industrial de Alimentação e Bebidas. Naturalmente, os projectos compi- 27 barem por ser inconsequentes. Veja-se, por exemplo, o caso da Bioeid, sa . Trata-se de uma lados nesta área tiveram por base os interesses manifestados pela empresa participante. empresa hoje participada pela unicer e pelo ineti que, segundo várias opiniões, poderia Esta pesquisa privilegiou os projectos e competências nacionais, embora se tenha reali- ser um interface privilegiado entre a investigação científica aplicada e as necessidades da zado uma pesquisa internacional, ainda que não tão exaustiva e muito focada nos interes- empresa accionista, mas que até à data não tem tido resultados palpáveis. Igualmente, as ses específicos da empresa, de modo a manter uma noção firme das tendências globais e do empresas ou grupos económicos Compal (sumos de fruta e vegetais em conserva), José potencial relativo da oferta de i&d portuguesa. Maria Da Fonseca (vinhos), Nutrinveste (óleos alimentares) e rar (açúcar) detêm uma par- Uma análise dos projectos recolhidos, demonstra que num total de 89 projectos/tec- ticipação no Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (ibet)28, mas para além de nologias/patentes e publicações, 31 projectos – 3 dos quais europeus –, 1 tecnologia, 1 projectos de i&d contratados (e sem pôr em causa a qualidade e viabilidade destes) não é artigo/publicação e 1 patente são de origem nacional sendo os restantes projectos euro- fácil observar, ou pelo menos quantificar, uma intensidade de transferência de tecnologia peus e as tecnologias e patentes internacionais (Anexo a). significativa do Laboratório Associado a que o ibet pertence para as empresas do sector de alimentação e bebidas. 27 Criada em 1984 como iniciativa das empresas, à altura públicas, Centralcer e Unicer com a empresa privada cipan e ainda o Banco de Fomento Nacional e o ineti 28 Vide: www.ibet.pt 29 Vide: www.biotempo.com 30 Vide: biotrend.biz 31 Agora incluido na empresa Haloris Nanotechnologies 32 Disponível em: www.frulact.pt 34 35 Sector Alimentação e Bebidas Sector Alimentação e Bebidas 2.5. Recomendações · Um repensar dos programas de estímulo à i&dt em consórcio entre empresas e Com base no estudo realizado ao nível do sector de alimentação e bebidas, e ressalvando entidades do sctn, em particular no que diz respeito ao seu modo de execução, sob a potencial visão parcelar resultante do facto do estudo ter suscitado o interesse de apenas pena de tornar arriscados e desinteressantes os programas de incentivo às pequenas uma empresa do sector, a unicer, poder-se-ão elaborar várias recomendações, algumas das e médias empresas mais dinâmicas ou às empresas jovens, adequando-se na sua pre- quais, não sendo exclusivamente relativas à aplicação da biotecnologia ao sector de ali- sente forma a empresas de grande dimensão e consolidadas, que à partida teriam con- mentação e bebidas, serão críticas para que a biotecnologia contribua para o desenvolvi- dições de realizar i&dt sem necessidade de comparticipação estatal. mento e afirmação internacional desta indústria. Assim recomenda-se: São aqui de salientar as seguintes sugestões específicas: - os procedimentos de submissão dos projectos devem ser desburocratizados e os formulários de suporte a cada · A definição de temas e desafios estrategicamente prioritários dentro do sector alimentar a nível nacional, com vista primariamente a auxiliar uma orientação estratégica das empresas, inclusivamente na busca do apoio de programas de financiamento público concurso devem ter uma estrutura permanente (não alterável a meio do processo); - a avaliação dos projectos deve ser célere de modo a ter em conta não só dinamismo do sector e os avanços científicos subjacentes, mas também o tempo de desenvolvimento de novos produtos ou processos; da i&d. Esta definição poderá ser facilitada pelo Estado, que deverá juntar à mesa repre- - a avaliação dos projectos deve ser rigorosa, tendo como critérios a relevância do tema relativamente às áreas sentantes do sctn e das empresas. Tendo como enquadramento as prioridades já esta- estratégicas definidas e ao negócio da(s) empresa(s) no consórcio, a qualidade técnico-científica da proposta e dos belecidas pela Comissão Europeia para o próximo 7º Programa Quadro, deverão ser proponentes e a aferição da qualidade e dos resultados da execução de projectos anteriores; estabelecidos temas prioritários que possam beneficiar desse Programa Quadro. No que respeita à aplicação da biotecnologia refira-se que, no essencial, os desafios prioritários referidos neste estudo 33,34 - a confidencialidade das propostas deve ser escrupulosamente respeitada, responsabilizando-se as entidades gestoras dos programas através de acordos de confidencialidade vinculativos; : criação de novos produtos (ex. alimentos fun- - os critérios financeiros devem ser repensados de modo a não excluir start-ups de base tecnológica ou mesmo cionais); melhoria dos processos tanto em termos de aumento de produtividade como de qualidade; valorização de grandes empresas em anos de avultados investimentos (neste particular, o critério da autonomia financeira será subprodutos ou resíduos através da produção de outros produtos ou de energia; certificação de origem de produtos inadequado); mantêm como actuais os temas genéricos encontrados no passado regionais por técnicas biotecnológicas. - os prazos legais de avaliação das candidaturas, contratualização e concessão do incentivo financeiro deverão ser escrupulosamente cumpridos pelas entidades gestoras; · Uma aposta do Governo e das empresas para que estas intervenham num esforço con- - a duração dos projectos não deve estar predeterminada independentemente da natureza do projecto, devendo-se certado de lobbying junto das instâncias comunitárias, com base nas apostas estraté- permitir projectos de duração compatível com os ciclos de desenvolvimento de novos produtos ou processos gicas identificadas e no sentido de influenciar as decisões supranacionais em aspectos (muito raramente de 3 anos quando se trata de tecnologias de base biológica), os quais devem ser objecto de acom- tão díspares como a definição de áreas prioritárias de i&dt e a definição de enquadra- panhamento contínuo, podendo os mesmos deixar de ser financiados antes do final do prazo estimado, caso se mento regulamentar relevante para o sector. verifique que não será possível atingir os objectivos iniciais, o que promoverá o estabelecimento a priori de objecti- Tal esforço deverá envolver a Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (reper), com colabora- vos realistas, bem definidos, com tarefas adequadamente distribuídas no tempo e com a correcta afectação de recur- ção estreita dos membros nacionais na Comissão Europeia e nas agências reguladoras, bem como dos deputados por- sos humanos e materiais. tugueses no Parlamento Europeu. · Que os programas de financiamento direccionados especificamente às entidades do · Particular atenção da parte do Estado a áreas estratégicas para o País e que não são sctn, vocacionados para investigação mais fundamental, deverão actuar em coorde- abrangidas pelos programas de incentivo comunitários, particularmente aquelas que nação com investidores privados e assim tentar abranger, ou tornar-se adequados a, sejam identificadas pelas empresas como temas ou desafios de relevo, pois serão possivel- áreas tidas como estratégicas para o País, de modo a evitar a canalização do finan- mente aquelas que conduzirão a uma maior diferenciação das capacidades nacionais, ciamento exclusivamente para áreas genéricas ditadas pelas grandes tendên- essencial à consolidação do sector de alimentação e bebidas e à sua internacionalização. cias globais, nas quais, pelo menos por enquanto, são muito poucos os grupos de i&d Até à data, as prioridades dos programas de incentivo à ciência e tecnologia e modernização empresarial têm estado nacionais capazes de competir com os melhores. bastante condicionadas aos critérios temáticos e mesmo regionais associados aos fundos comunitários. Por exemplo, Poder-se-á assim evitar a actual situação, que resulta numa enorme fragmentação dos temas dos projectos aprovados, é contestável que não se apoie uma iniciativa tecnológica de ponta de elevado potencial num sector considerado estra- bem como na escassez dos montantes atribuídos por projecto. Tal como nos projectos de i&d em consórcio, os limites tégico para o País exclusivamente devido ao facto dos promotores estarem localizados na região de Lisboa e Vale do temporais de execução e os limites dos montantes financiados deverão ser alargados e adequados aos tempos de aqui- Tejo (lacuna decorrente de políticas Europeias que, eventualmente, poderia ser colmatada com participação, total ou sição do conhecimento científico e tecnológico na área em causa. parcial, de fundos provenientes do Orçamento de Estado e, naturalmente, das próprias empresas). 33 Fontes, M. (2000) The Biotechnology Cluster in Portugal, RISE Project - rtos in the service economy. 34 L. Valadares Tavares (2000) Engineering and technology for the development of Portugal: Technology Foresight, 2000 – 2020; 36 37 Sector Alimentação e Bebidas Sector Alimentação e Bebidas · A promoção de uma cultura de excelência nas universidades e nos Laboratórios do à ideia generalizada de que só as grandes multinacionais os podem comportar. A con- Estado, premiando os investigadores e as instituições que fazem investigação funda- solidação da posição nacional e a competição no mercado externo com base em produ- mental ou aplicada internacionalmente competitiva (medida, por exemplo, atra- tos diferenciados, verdadeiramente inovadores e de elevado valor acrescentado, deverá ser vés do número de publicações em revistas de referência ou projectos em colaboração realizada com base numa visão estratégica de longo prazo, informada e alicerçada em com instituições estrangeiras de topo) ou investigação aplicada relevante para o conhecimento não apenas científico e tecnológico, mas também dos procedimentos e os tecido empresarial nacional ou regional (medida, por exemplo, através do número passos envolvidos na endogeneização e aplicação desse conhecimento científico e tecno- de patentes concedidas em que os investigadores são os inventores e as empresas os lógico em novos produtos ou processos. Só deste modo se poderá preparar as empresas detentores da patente, o número de projectos financiados por empresas, etc.) com tempo e a tempo de responderem às solicitações do mercado, ao invés de estas Tal deverá passar pela reconversão de unidades que, ao fim de algum tempo, não mostrem realizar actividade rele- se limitarem a uma constante tentativa de acompanhar novas tendências para as quais vante. Estimula-se assim a pró-actividade das instituições do sctn e a sua abertura a oportunidades que poderão exis- não existiu uma orientação prévia, e as quais não poderão assim evitar uma posição frágil tir no exterior da sua organização e ao enquadramento relevante à potencial aplicação prática da sua investigação. perante a concorrência internacional. · O investimento, por parte das empresas, em particular as maiores, em verdadeiros núcleos permanentes de i&d internos, os quais poderão fazer investigação ou (em paralelo ou em alternativa, dependendo da escala) seleccionar, gerir e acompanhar de perto e com pleno envolvimento as colaborações com outros executores de i&d nacionais ou estrangeiros, no sentido de desenvolver projectos, com objectivos e prazos bem delineados à partida, que sirvam para a resolução de problemas e para alicerçar a implementação da estratégia de desenvolvimento da empresa. Estes núcleos permitirão, por exemplo, o acompanhamento dos programas de i&d europeus, mantendo actualizada na empresa a percepção das linhas mestras do desenvolvimento a médio prazo do mercado como parte de um exercício de antecipação de tendências. Permitirão ainda à empresa participar nesses programas colocando-a como utilizador preferencial de tecnologias ou produtos com potencial de revolucionar o mercado. Esta iniciativa beneficiará não só as empresas de maior dimensão, mas também poderá actuar como catalisador para o sector como um todo, podendo atrair PMEs para projectos conjuntos com as empresas maiores ou em conjunto entre si, numa cultura de partilha de conhecimento, soluções, investimento e risco. · A atribuição de forte prioridade a iniciativas de reforço das competências relevantes para a transferência de tecnologia entre o sctn, as pmes e as grandes empresas do sector. Deve ser ainda considerada – fazendo bom uso das competências que se podem encontrar nos Laboratórios do Estado e nas universidades, em conjunto com empresas emblemáticas e associações sectoriais – a monitorização permanente das necessidades tecnológicas das empresas e do sector como um todo, e de consequentemente procurar soluções para aquelas que possam surgir entre a comunidade científica nacional ou internacional. Como nota final, será pertinente referir que, dado o grau de inovação tecnológica muito baixo do sector, se verifica com frequência que as empresas desconhecem os custos e prazos de desenvolvimento de novos produtos ou processos, assim como os procedimentos administrativos e regulamentares envolvidos, os prazos e investimentos associados e os custos de protecção de propriedade intelectual a considerar. Não sendo menosprezáveis, estes custos e prazos são, para o sector de alimentação e bebidas, muitas vezes inferiores 38 39 VIAbio 3. Sector Ambiental Sector Ambiental enquanto outras empresas podem englobar o tratamento de efluentes em fim de linha do processo e reengenharia de processo, entre outros. Nota prévia: Ou seja, o sector económico do ambiente é extremamente difícil de delimitar ou A intenção inicial do estudo ViaBio era de incluir os temas da Energia e do Ambiente mesmo definir. Existem essencialmente empresas cuja actividade principal é a pro- num único “sector”, por haver bastante sobreposição entre o papel que a biotecnologia tecção do meio ambiente e outras de índole distinta mas que, tendo compromissos pode desempenhar numa e noutra área, e por a maior parte das empresas participantes ambientais a cumprir no contexto da sua actividade, acabam por se constituir como que manifestaram interesse em questões ambientais trabalharem no sector da Energia. utilizadores frequentes de tecnologias ambientais. Assim, para efeitos do presente Estudo, Mais tarde foi decidido separar-se os temas em dois capítulos (o presente e o seguinte), por entenderam-se como empresas do sector ambiental aquelas cuja área de negócio principal uma questão de clareza e simplicidade. Recomenda-se, no entanto, a leitura dos dois capí- é o ambiente ou que têm departamentos definidos dentro da sua organização que se dedi- tulos em conjunto, para uma análise mais aprofundada de alguns dos temas e para reco- cam exclusivamente à área ambiental. mendações mais específicas a respeito de inovação (bio)tecnológica. A nível mundial, o mercado para bens e serviços de cariz ambiental é hoje avaliado em 515 mil milhões de dólares (usd), e prevê-se um aumento para 688 mil milhões até 3.1. Enquadramento 201035. Por outro lado, os dados disponíveis do Instituto Nacional de Estatística (ine) mos- Nesta secção do relatório é traçado um panorama geral sobre a aplicação da biotecnolo- tram que, em 2003, Portugal investiu menos de 1% do Produto Interno Bruto (pib) na gia ao sector ambiental, averiguando-se a capacidade de i&d associada ao sector, em par- protecção do ambiente36, mas que as despesas das administrações públicas na área do ticular a investigação pública e privada assente em centros/departamentos de i&d uni- ambiente subiram ao longo da década de 1990, somando 872 milhões de euros em 2001, ou versitários, centros tecnológicos, empresas inovadoras e parques de ciência e tecnologia. seja, 0,71% do PIB nesse ano37. A administração local foi responsável por 57% das despe- Com base numa observação das tendências globais e dos desenvolvimentos de vanguarda sas em 2001, seguindo-se a administração central com 37%. Cerca de dois terços do investi- da biotecnologia ambiental a nível mundial, tenta-se também identificar oportunidades e mento realizado na protecção do ambiente foi canalizado para o sector dos resíduos (34%) soluções que possam ser absorvidas pelas empresas portuguesas que operam no sector, de e do tratamento de esgotos (31%). modo a melhorar processos, criar novos produtos ou serviços e em geral trazer benefícios Segundo um inquérito efectuado às associadas da Associação Portuguesa de Empresas económicos. Conclui-se com um conjunto de recomendações visando principalmente de Tecnologias Ambientais (apemeta)38, registou-se em 2003 um aumento do volume de estimular a endogeneização de (bio)tecnologias inovadoras pelas empresas e aconselhar negócios de 6% no sector em Portugal. A expectativa é de que existe potencial de desen- as autoridades com poder executivo na promoção do aproveitamento do progresso cientí- volvimento em todos os sub-sectores, mas espera-se que o crescimento seja particular- fico, em prol do desenvolvimento socio-económico do País. mente acentuado nos sub-sectores da Água, Resíduos e Ambiente Urbano, por serem os mais relevantes no contexto do desenvolvimento económico e social, da importância eco- 3.1.1. Caracterização do Sector Ambiental nómica e competitividade de mercado e da capacidade de geração de emprego39. Os principais operadores activos no sector ambiental são empresas municipais e inter- Em termos gerais, pode afirmar-se que o sector ambiental é caracterizado por ser de qua- municipais, públicas e privadas, de operação de infra-estruturas e equipamentos relacio- lificação profissional relativamente elevada, exigindo capacidade e conhecimentos téc- nados com o sector (por exemplo: Estações de Tratamento de Águas Residuais), de forneci- nicos capazes de acompanhar o desenvolvimento e inovação do sector. mento de serviços de gestão de sistemas, de projecto e de consultoria, de supervisão desses O desenvolvimento do sector ambiental está associado a diversos factores. Um deles é o mesmos serviços, de gestão da qualidade e de supervisão do cumprimento da legislação facto da imagem de uma organização – pertencente ou não ao sector – ser cada vez mais aplicada ao sector. Podem também ser considerados operadores os centros de investigação responsável pela sua capitalização no mercado. Torna-se, por isso, imperativo investir re- e desenvolvimento (i&d), os centros de educação e os laboratórios que trabalham em áreas cursos na melhoria da reputação das organizações, podendo tal ser realizado através da in- relacionadas com questões ambientais, assim como, de um modo mais indirecto, entida- trodução ou assimilação do conceito de desenvolvimento sustentável, da sua comunicação des financiadoras, companhias de seguros, empresas de construção e fabricantes e forne- e da tomada de decisões responsável em matéria de ambiente. Por conseguinte, as empre- cedores de material, equipamento e produtos para várias indústrias. sas de vários sectores esforçam-se, tipicamente, por atingir valores de desempenho e Deve referir-se que as empresas prestadoras de serviços na áreas do ambiente podem melhorar as expectativas dos seus clientes e dos grupos investidores e potenciais parceiros, apostar em actividades distintas, mais abrangentes ou mais específicas, ou simplesmente mais ou menos direccionadas para soluções inovadoras que envolvam a modificação de processos ou uma simples remediação final. A título de exemplo pode afirmar-se que algumas empresas podem actuar genericamente no tratamento de águas residuais domésticas, 35 Dados do Department of Trade & Industry do reino Unido. Disponível em: http://www.dti.gov.uk/sectors/environmental/index.html, Data de consulta: 07-04-2006. 36 Dados do Instituto Nacional de Estatística (ine), de 2003. 37 Dados do Instituto Nacional de Estatística (ine). 38 A apmeta engloba 139 empresas associadas com um volume de negócios de ¤440.462.830 e empregando 4.730 pessoas – dados de 2001. 39 Paulo Ferrão, Ângela Canas (2000). Estudo Horizontal do Ambiente. 40 41 Sector Ambiental Sector Ambiental a nível financeiro e social mas também ambiental, aumentando assim a procura dos serviços das empresas pertencentes a este sector específico. O Mercado de Carbono O outro factor de grande relevância para a adopção de práticas ambientais está ligado à legislação nessa matéria que é a força motriz para a reformulação de comportamen- Com o funcionamento do Mercado Europeu de Carbono desde 1 de Janeiro de 2005 e tos. Com uma legislação e fiscalização exigentes e cuidadas existe um mais forte impulso abrangendo 239 empresas de vários sectores industriais, e após a implementação dos para que a preocupação com o ambiente nas empresas aumente e se torne prioritária em mecanismos regulamentares e políticos relacionados , o carbono passou a ser conside- termos de investimento. Daqui se retira que a introdução de procedimentos e equipamen- rado como um activo financeiro. tos ambientalmente correctos e a adopção de novas tecnologias têm sido motivadas, em O mercado do carbono pode tornar-se, portanto uma peça fundamental em termos de com- grande parte, pelos benefícios que daí possam advir para a empresa, inerentes a uma maior petitividade das grandes e médias empresas com actividade industrial de cada país, tendo procura dos seus bens e serviços, se aquela possuir algum tipo de certificado ambiental, em conta os negócios potenciados pela compra e venda de créditos de emissão. Para que isto reduzindo por exemplo os riscos de responsabilidade criminal e civil. se torne uma realidade os empresários necessitam de ferramentas de adaptação a este mer- Assim, a continuidade do crescimento do sector poderá ser estimulada, em alguns a cado, seja através do estímulo a novos projectos e negócios, seja por introdução de novas casos, pelo cumprimento dos documentos jurídicos em vigor ou prestes a entrar em vigor, tecnologias passíveis de reduzir as suas emissões de carbono. devendo as empresas estar atentas às oportunidades que as acções legislativas e regula- Assim, com conhecimento sobre a forma de funcionamento do Comércio Europeu de mentares podem abrir, como por exemplo as alterações que podem surgir no âmbito do Licenças de Emissão, sobre os fundos de carbono instituídos e sobre os investimentos em regulamento das descargas de águas residuais, passando a ter-se em conta não apenas a projectos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpos e de implementação conjunta - ins- concentração da carga poluente do efluente, mas também o caudal dos efluentes, de trumento que se baseia na transacção de créditos de redução de emissões obtidas a partir modo a se evitar a mitigação da poluição por diluição. Estes pontos serão sempre um de projectos de investimento - os empresários poderão beneficiar financeiramente com o reflexo do facto mais geral e óbvio de que, para se tornarem mais sustentáveis e competi- Mercado do Carbono, o que pode por sua vez traduzir-se em mais um impulsionador da tivas, as empresas devem sobretudo ser capazes de modificar continuamente os seus pro- expansão do sector ambiental. dutos, ou lançar novos produtos, serviços e processos, que sejam mais ecoeficientes do que De referir que os preços das licenças de CO2 em Abril de 2006 sofreram uma queda acentuada de os anteriores – e as empresas do sector ambiental servem precisamente para disponibili- 71%, a qual teve origem na expectativa dos investidores de que o número de licenças gratuitas zar os meios que permitam ao resto da indústria alcançar esse objectivo. Um exemplo de atribuídas pelos governos para o período de 2005 a 2008 vai superar em muito as necessidades de como medidas legislativas ou regulamentares podem influenciar a actividade das empre- poluição. As opiniões divergem e, no futuro, poderá não haver este tipo de subsídio do Estado, sas e dos mercados é dado pelo caso do Mercado Europeu de Carbono (ver caixa abaixo). pelo que a introdução de novas tecnologias menos poluentes, onde se enquadram as biotecno- Como conclusão, poder-se-á afirmar que, de modo a responder ao desafio da competitividade num mercado global, as necessidades de evolução tecnológica no seio do sector b logias, podem servir de ferramentas de apoio aos instrumentos definidos no Plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão e assim trazer à indústria algum encaixe económico. ambiental são elevadas, prevendo-se um aumento da dependência em relação às novas tecnologias de modo a tornar o sector ambiental mais competitivo e cada vez mais relevante economicamente. A partir deste pressuposto poder-se-á então analisar a mais-valia introduzida pela biotecnologia, e em particular os seus avanços mais recentes, no sector ambiental. Poder-se-á também, especificamente, avaliar a actuação e as potencialidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (sctn) português relativas à competi- 3.2. A biotecnologia e o ambiente De entre as várias aplicações da biotecnologia no sector do ambiente, implementadas ao longo das últimas décadas em vários países, poder-se-ão salientar as seguintes: · O tratamento de efluentes domésticos e industriais (remoção de carga orgânica, remoção de cor, remoção de nutrientes, digestão anaeróbia, entre outros). tividade e desempenho do sector, avaliando ao mesmo tempo a receptividade do tecido empresarial no respeitante à incorporação de soluções tecnológicas inovadoras. · O processamento biológico de subprodutos (lamas) e resíduos (biomassa) com vista à sua valorização. · A biomonitorização de processos de tratamento de efluentes domésticos, industriais e agrícolas. a Fonte: Agência Lusa, 15-05-2006. Disponível em: http://ecosfera.publico.pt/noticias2005/noticias5213.asp Data consulta: 18-05-2006 b Conferência de Mercado do Carbono – Oportunidade para as Empresas, 15 de Novembro 2005 42 43 Sector Ambiental Sector Ambiental · A biomonitorização e detecção de agentes patogénicos, e outros, no ambiente. 3.3. i&d biotecnológica aplicável ao ambiente em Portugal · A biorremediação de solos e águas subterrâneas (in-situ, ex-situ e “on-site”, reabili- 3.3.1. Dados gerais tação de áreas contaminadas, biodegradação de moléculas xenobióticas e recalcitrantes, fitorremediação). Uma breve análise de dados disponíveis permitiu confirmar que Portugal está de facto ainda atrás da maior parte dos países desenvolvidos no que diz respeito à sua produção científica (ver introdução do relatório ViaBio), sucedendo o mesmo na i&d relevante espe- · O melhoramento de estirpes microbianas em relação à sua capacidade de biorremediação em larga-escala. cificamente para o sector do ambiente. Relativamente à repartição da despesa em i&d por objectivo socio-económico no conjunto dos sectores em 2001, por exemplo, o Controlo e Protecção do Meio Ambiente surgia com uma despesa de aproximadamente 6%. Tanto · O uso de microrganismos geneticamente melhorados em ambientes confinados e con- nos Laboratórios do Estado como no Ensino Superior, a investigação com o objectivo de trolados (com propriedades degradadoras – bioadição, bioestimulação – com capaci- Controlo e Protecção do Meio Ambiente representa 6% do total da despesa, sendo de 7% dade biossurfactante). nas Instituições Privadas Sem Fins Lucrativos40. Assim, para além do Estado português investir menos em investigação e desenvolvimento, por habitante, que a grande maioria · A dissolução e precipitação de minerais e remoção de metais pesados, mediada por microrganismos (bioleaching). dos outros países com um produto interno bruto per capita semelhante ou superior,41 a percentagem investida no sector ambiental é também baixa. No sector privado, por outro lado, o Controlo e Protecção do Meio Ambiente representa aproximadamente 4%42 · O tratamento de efluentes gasosos – extracção e degradação de compostos orgânicos voláteis em efluentes gasosos. da despesa em i&d. Os dados do Observatório da Ciência e do Ensino Superior (oces), por outro lado, também mostram que nos últimos 10 anos foi registado um aumento de 220% no volume De notar que de entre as linhas citadas, algumas têm como objectivo a atenuação de de publicações científicas na área específica de Agricultura, Biologia e Ciências do situações indesejáveis imediatas (air stripping, digestão anaeróbia) e outras perspectivam Ambiente43. Embora se possa eventualmente relacionar o aumento sobretudo com a área soluções ou aproveitamento de oportunidades a longo prazo (tipicamente a fitorremedia- da “Biologia”, este número poderá reforçar a noção de que tem havido uma evolução posi- ção ou a biomonitorização). Existem também diferenças de custo entre as várias aborda- tiva da produção científica e demonstrar que se está a realizar ciência relevante para o gens. Sendo assim, é lógico que algumas tecnologias – especialmente as que poderão resol- sector, ainda que ela possa não ser especialmente vocacionada para absorção pelo tecido ver problemas imediatos – tenham, à partida, uma maior facilidade em ser assimiladas empresarial nacional. por parte de empresas. É importante realçar no entanto que as soluções de longo prazo são frequentemente aquelas que têm melhor desempenho e no seu conjunto se traduzem em maiores benefícios para as empresas, sendo por isso, muitas vezes, as mais valiosas em termos estratégicos. 3.3.2. Intervenção do estudo Ao longo do estudo ViaBio constatou-se, previsivelmente, que o campo da investigação nas áreas relacionadas com biotecnologia ambiental em Portugal denota uma forte incli- Participou no estudo ViaBio uma empresa dedicada directamente ao Ambiente, a efa- nação académica em detrimento de uma orientação comercial de mercado – como é cec Ambiente (Grupo efacec), e outras para cuja actividade a preocupação com questões visível, aliás, para outros sectores. Através de uma análise das tecnologias em desenvolvi- ambientais é, e será cada vez mais, central, em particular a edp e a galp Energia. Dentro mento no País nesta área (ver Anexo b) e da recolha das opiniões de investigadores e ges- dos objectivos do estudo, foi dado particular enfoque a aplicações biotecnológicas que as tores empresariais, confirma-se a noção generalizada de que existe em Portugal um dese- empresas participantes definiram como de maior interesse (ver abaixo). Partiu-se do pres- quilíbrio entre a capacidade de investigação e a capacidade de passar dos resultados dessa suposto que as empresas participantes, pela sua dimensão e importância, são significati- investigação para o mercado. Um reflexo disto é precisamente o aumento pronunciado no vamente representativas do sector económico do Ambiente como um todo. número de publicações de origem portuguesa em revistas científicas internacionais, descrito acima, que não tem correspondência numa maior satisfação das necessidades tecnológicas e de inovação das indústrias nacionais. Tal contribui para que o sector ambiental 40 Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional relativo a 2001 aos sectores do Estado, Ensino Superior e Instituições Privadas Sem Fins Lucrativos (ipsfl) 41 “Towards a European Research Area - Science, Technology and Innovation; Key Figures 2003-2004”, Comissão Europeia, 2003 42 Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional relativo a 2001 ao sector das Empresas, oces – Observatório da Ciência e do Ensino Superior 43 Produção Científica Portuguesa, 1981-2002, oces – Observatório da Ciência e do Ensino Superior 44 45 Sector Ambiental em Portugal ainda não seja suficientemente competitivo, pelo menos em termos de inovação de base tecnológica, para fazer frente à oferta internacional. Os vários contactos efectu- Sector Ambiental Tabela 3.1. Principais centros académicos onde se desenvolvem investigação ou competências no âmbito da biotecnologia ambiental, com breve descrição das áreas focadas. ados e a própria pesquisa feita ao longo deste trabalho demonstraram que existem muito Instituições poucas empresas em Portugal capazes de fornecer tecnologias inovadoras, nomeadamente nas áreas seleccionadas pelas empresas participantes no estudo, o que faz com que o tecido empresarial procure soluções sobretudo fora de Portugal ou em multinacionais que operam no nosso País. Corre-se assim o risco de perpetuar um círculo vicioso onde menos oferta leva menos procura interna e consequentemente a um menor investimento ou aposta, a nível local ou nacional, em novas tecnologias. Por outro lado a verifi- Instituto Superior de Agronomia Evolução, comportamento e biorremediação de solos; Tratamento de efluentes líquidos. Centro de Pedologia Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior Técnico Centro de Engenharia Biológica e Química cação de que a procura por parte de grandes empresas, pelo menos em certos subsectores do ambiente, parece neste momento exceder largamente a oferta de soluções tecnológicas Universidade Técnica de Lisboa local, abre à partida espaço a novas oportunidades de negócio. No presente estudo, e no âmbito das biotecnologias aplicadas ao Ambiente, as empresas participantes cuja actividade mais se relaciona com este tema definiram como áreas prioritárias as seguintes: Laboratório de Biotecnologia Biodegradação de corantes azo; Biodegradação anaerobia Biológica Ambiental de lípidos; Remoção biológica integrada de n e c; Digestão anaeróbia de lamas e resíduos sólidos; Remoção biológica de covs; Síntese, análise e optimização de processos integrados Universidade do Minho de prevenção da poluição. · Tratamento de águas residuais domésticas ou industriais; Engenharia de Biofilmes · Aproveitamento/valorização de subprodutos e resíduos. ibmc – Instituto de Biologia Molecular e Celular Unidade Microbiologia Celular e Aplicada tigação académicos nacionais onde se desenvolve trabalho nestas áreas. A totalidade de grupos de investigação ronda os 16, já que alguns pertencem ao mesmo departamento e à mesma universidade, instituto ou centro de investigação. Faculdade de Engenharia Departamento de Engenharia Química sobre os quais este estudo se debruçou. Processos Ambiente e Energia Departamento de Ciências da Terra. Geologia Ambiental (fitorremediação, minas). Universidade de Coimbra Escola Superior de Biotecnologia Centro de Biotecnologia e Química Fina Universidade Católica Portuguesa Universidade de Aveiro Centro de Estudos do Ambiente e Mar Química Orgânica e de Produtos Naturais e Agroalimentares 44 Exemplos são os projectos vocacionados para o tratamento de efluentes gasosos, bem como outros orientados para um sentido mais lato de Ambiente que engloba a Energia e a Floresta Biorremediação de solos contaminados com pesticidas; Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos. Laboratório de Engenharia de mente direccionada para as linhas de investigação identificadas pelas empresas mas que As Tabelas 3.1 e 3.2 abaixo mostram uma lista destes centros e dos temas científicos Biologia molecular e celular; Resposta a agressões ambientais (stress oxidativo); Microrganismos e ambiente (biorremediação, floculação fermentativa). Universidade do Porto tros de investigação. E existem também diversos laboratórios com i&d não especificaabordam assuntos relevantes para o desenvolvimento do sector ambiental.44 Biofilmes em meios aquáticos; Nitrificação/desnitrificação; Degradação de pah; Gestão de recursos aquáticos. Universidade do Porto Verifica-se que, apesar de não existirem muitas empresas inovadoras no sector ambiental, estão em curso alguns projectos (ou existem competências) relevantes em vários cen- Tratamento de efluentes concentrados e de difícil processamento; Tratamento anaeróbio de efluentes agroindustriais e têxteis; Tratamento de efluentes por leitos de macrófitas; Desnitrificação biológica; Tecnologia de microalgas. Centro de Engenharia · Biorremediação de solos e águas subterrâneas; Como se pode observar na Tabela 3.1, foram identificados cerca de 10 centros de inves- Áreas Científicas Relevantes para o Sector Ambiental Departamento de Química Universidade da Beira Interior Resíduos sólidos e líquidos; Fitorremdiação; Reactores de biofilme; Biorremediação de solos com hidrocarbonetos; Leitos de plantas para tratamento de águas residuais industriais; Microalgas - reciclagem de água; Soluções enzimáticas para a indústria têxtil – redução do consumo de água. Simulação e modelização de processos naturais e de processos resultantes da actividade antropogénica. Desenvolvimento de técnicas e de protótipos: biossensores para monitorização da qualidade do ambiente e das emissões industriais e optimização de processos e tecnologias ambientais; Tratamento e reutilização de efluentes e de processos produtivos mais limpos. Síntese orgânica; Compostos naturais. Bioquímica; biotecnologia (tratamento de efluentes líquidos); soluções para a indústria têxtil. 46 47 Sector Ambiental Sector Ambiental Tabela 3.2. Laboratórios do Estado onde se desenvolve investigação ou competências aplicáveis ao ambiente, com breve descrição dos seus objectivos. de intervenções, incluindo a reabilitação de estações de tratamento de águas, de águas residuais e de águas residuais industriais, e aposta em parcerias com a Universidade do Minho e com o Instituto Superior de Agronomia (utl); e a Iber Bio – Biotecnologia e Ambiente, Lda., Instituições Áreas Científicas Relevantes para o Sector Ambiental Instituto Nacional Departamento Identificação dos processos físicos, químicos, de Investigação Agrária de Ciência do Solo biológicos e hidrológicos que ocorrem nos e das Pescas empresa especializada em despoluição biológica. Ainda mais interessante será porventura o exemplo da empresa Tecnia, sedeada em Torres Vedras (ver abaixo). 3.4. Tecnologias solos, bem como as consequências do uso de Como referido, foram identificados ao longo deste estudo alguns centros de investiga- diferentes tecnologias que visam a utilização ção universitários nacionais cujo trabalho se desenrola em torno das áreas definidas pelas do solo e da água; Determinação do interesse agronómico da aplicação de resíduos empresas como de maior interesse: biorremediação de solos e águas subterrâneas, trata- orgânicos em solos agrícolas. mento de águas residuais domésticas ou industriais e aproveitamento/valorização de subprodutos e resíduos. Para além destes foram identificados outros centros/grupos interna- Instituto Nacional Departamento Tecnologias biológicas; modernização de Engenharia, de Biotecnologia da indústria instalada; inovação de cionais com projectos interessantes e inovadores dentro dessas áreas. A compilação das produtos e processos. tecnologias seleccionadas pode ser consultada no Anexo b. Tecnologia e Inovação Departamento de Energias Descontaminação de águas (com uv solar); Renováveis Dessalinização Resumidamente, das 75 tecnologias/projectos analisados, 34 são projectos nacionais; 22 é o número total de projectos europeus, que provêm de países como Holanda, Irlanda, Austrália, Itália, Espanha, França, entre outros, mas essencialmente do Reino Unido, sendo Tratamento e valorização de resíduos Utilizações das micro-algas Modificação e optimização dos digestores das etars que 4 têm participação ou coordenação nacional. Das 19 tecnologias listadas, 4 são de origem nacional. Convém fazer a ressalva, como nas restantes secções deste trabalho, de que foi aqui dado especial ênfase às necessidades das empresas participantes no estudo e que a pesquisa feita foi focada nas tecnologias nacionais. A análise internacional de soluções foi abordada Monitorização de digestores apenas no sentido de contextualizar as tendências e o potencial i&d em termos genéricos. Em relação aos centros/grupos nacionais, estes consistem em 9 unidades de investiga- 3.3.3. Empresas Apesar do acima descrito, há que fazer referência ao facto de que a biotecnologia ambiental, enquanto sector emergente com uma importância significativa no âmbito da actualização ção de instituições de ensino superior, responsáveis por 30 dos projectos contabilizados e 2 tecnologias; os restantes 2 centros/grupos nacionais estão em Laboratórios do Estado, responsáveis por outros 3 projectos e 1 tecnologia (ver tabela 3.1). das empresas e da sua adequação aos mecanismos legislativos, tem sido crescentemente Deve ainda salientar-se que uma das tecnologias seleccionadas está já disponível no reconhecida ao nível dos empresários e dos empreendedores. Isto é, o estabelecimento e mercado através de uma empresa portuguesa – a Tecnia, Lda. – sendo originária do Depar- crescimento em quantidade e qualidade de centros de investigação na área da biotecnolo- tamento de Biotecnologia do ineti. gia tem vindo a ter algum paralelo, mesmo que de forma ainda incipiente, na formação de grupos dedicados à área dentro de grandes empresas, bem como, e de forma particular- 3.5. Recomendações mente interessante, à formação de algumas novas empresas aparentemente orientadas Muitos dos obstáculos à endogeneização de inovação biotecnológica por parte do tecido para nichos específicos de mercado específicos e baseadas em esforços de i&d de índole industrial na área do Ambiente decorrem de fraquezas gerais do sistema de i&d portu- biotecnológica. guês, como os referidos na introdução e em diversas secções deste relatório, incluindo O aparecimento de empresas deste tipo – as denominadas start-ups – que sejam real- limitações relativas ao investimento estatal e privado em i&d, dificuldades na transferên- mente inovadoras e tenham potencial para crescer será crucial para a renovação e globa- cia de tecnologias, insipiência de legislação adaptada à inovação tecnológica, baixo nível lização do conhecimento e de novas tecnologias que, resultando de investigação, são a educacional das populações a vários níveis, entre outras. face da aplicabilidade prática da investigação científica. Exemplos de empresas que, numa A conhecida fragmentação do sistema científico e tecnológico é especialmente visível análise superficial, aparentam ter uma postura inovadora são: a Biotempo - Consultoria em no sector ambiental, devido à evidente transdisciplinaridade do sector. Em grande parte Biotecnologia, Lda. (sedeada em Braga), que inclui uma Unidade de Biotecnologia Ambien- dos centros de investigação, a biotecnologia ambiental está incorporada em departamen- tal; o Grupo stab (sedeado nas Caldas da Rainha e em Oeiras), que oferece um vasto leque tos/unidades de i&d não vocacionados especificamente para a área ambiental mas mais abrangentes, como os departamentos de biologia, de química, entre outros. 48 49 Sector Ambiental As principais recomendações que se podem fazer com base nas observações desta componente do estudo ViaBio são as seguintes: Sector Ambiental · Devem ser criados por grupos de empresas e colocados à disposição das mesmas mecanismos de informação facilitadores da endogeneização de novas tecnologias. Estes mecanismos de natureza informativa (a disponibilizar na Internet e/ou através de acesso condicionado a utiliza- · A adopção e implementação de legislação em matéria de ambiente deve ser mais dores nacionais com determinadas características) terão como objectivo superar o desfasamento temporal entre o que célere e rigorosa. se faz de inovador e o que se comercializa, potenciando o desenvolvimento do sector e simultaneamente diminuindo O cumprimento de normas de segurança, higiene, ambiente, qualidade ou outras, por parte das empresas, e a respec- ou eliminando a discrepância entre a procura abundante de soluções e a oferta tecnológica nacional. tiva fiscalização servem de força motriz ao desenvolvimento de novas tecnologias dentro do País e devem ser consideradas uma prioridade em políticas – nacionais ou empresariais – de inovação. · Deverá haver uma aposta do Governo e das empresas no sentido de estimular estas a se organizarem num esforço concertado de lobbying junto das instâncias comunitá- · Deverá ser criado um mecanismo transdisciplinar, de âmbito nacional, que sirva de rias, com base nas apostas estratégicas identificadas e com o objectivo de influenciar interface entre as empresas e a i&d académica (nacional e internacional), dedicado as decisões supra-nacionais em aspectos tão díspares como a definição de áreas even- à procura de soluções e oportunidades tecnológicas (ou biotecnológicas) para as tualmente prioritárias de i&dt e a definição de enquadramento regulamentar rele- empresas sediadas em Portugal. vante para o sector. O funcionamento deste mecanismo deve partir da iniciativa das empresas e fundamentar-se nas suas necessi- Tal esforço deverá envolver a Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (reper), com colabora- dades. As empresas a ele recorrerão, no intuito de procurar soluções a nível global. O seu financiamento deverá ter ção estreita dos membros nacionais na Comissão Europeia e nas agências reguladoras, bem como dos deputados por- uma componente pública de estímulo ao investimento privado, o qual deverá crescer ao longo do tempo. A sua ges- tugueses no Parlamento Europeu. tão deverá ser privada, devendo-se prever um prazo para se atingir a sua autonomia financeira. Na sua gestão, o mecanismo deve impreterivelmente agregar um leque de altas competências científicas e de gestão industrial, assim como conhecimentos do sistema científico português e dos mercados mundiais (ver recomendações gerais deste estudo). · As empresas que decidam apostar em inovação, devem criar postos de trabalho para recursos humanos especializados com esse objectivo. Mais concretamente, devem criar-se internamente grupos qualificados com dedicação exclusiva à actividade de pros- · Devem se identificar, de forma permanente, temas e desafios de particular relevo dentro do sector ambiental, no sentido de auxiliar a orientação do investimento privado e aconselhar mecanismos de avaliação e monitorização do investimento público, com base no estado actual do ambiente em Portugal. A partir desta identificação poder-se-á facilitar o aparecimento de redes de excelência, com membros oriundos das empresas e do sctn, integrando entidades de destaque estrangeiras mas capazes de dar resposta às necessidades verificadas localmente, afastando a tendência para seguir modelos internacionais baseados em realidades muito diferentes da nacional. · Os grupos de investigação, académicos e empresariais, devem repensar o conteúdo e os objectivos finais dos projectos a apresentar a concurso, à luz da identificação dos desafios de maior relevo acima mencionados. No seguimento da recomendação anterior, os grupos de investigação de áreas com aplicação a problemas das indústrias ou da economia nacionais (ex: questões específicas na área do ambiente) devem, ao invés de seguir apenas as tendências globalizadas, optar por projectos que visem solucionar problemas existentes e ao seu alcance. · A avaliação dos projectos a concurso deve integrar elementos com experiência científica e empresarial. Devem ser chamados, para avaliar projectos de aplicação prática, avaliadores com uma noção clara das necessidades do tecido empresarial português, nomeadamente com experiência “de campo” (por exemplo, não apenas de consultoria), não substituindo mas adicionando-se, todavia, ao papel de peritos académicos. Tal facilitará o reformular dos critérios de avaliação dos projectos no sentido de mais se coadunarem com a prática e os objectivos empresariais ou económicos. pecção tecnológica, isto é, à procura de soluções tecnológicas específicas para os problemas ou oportunidades identificados pela empresa e à interface com a comunidade científica, nacional ou internacional. 50 51 VIAbio 4. Energia Energia Assim que as tecnologias forem desenvolvidas a ponto de se tornarem economicamente competitivas e as barreiras legais levantadas, novos mercados serão estimulados e novas 4.1. Enquadramento oportunidades de negócio poderão surgir50,51. Há já algumas décadas que questões como o aumento global do consumo energético, a Para efeitos do estudo Viabio – e dada a interpretação por vezes lata dos conceitos de bio- concentração geográfica das reservas de petróleo, o aumento dos custos de exploração de tecnologia e biocombustíveis – será considerado um grupo de tecnologias, as bioenergias, novas reservas e a acumulação de gases com efeito de estufa têm conduzido a uma procura cujos processos de conversão não se resumem a processos biotecnológicos, mas cuja maté- crescente de novas fontes de energia alternativas e renováveis. Face a um aumento expec- ria-prima, pelo menos, será de base biológica, i.e. diversos tipos de biomassa (Figura 4.1). tável do consumo de energia em 25% até 2025, sobretudo devido ao consumo energético de países em desenvolvimento rápido, a satisfação sustentável da procura deverá passar por uma solução multifacetada que incluirá energia hídrica, nuclear, solar, eólica, hidrogénio, combustíveis fósseis e biocombustíveis, entre outras45. Actualmente, a dependência energética dos países da União Europeia (ue), por exemplo, atinge valores que poderão ser problemáticos, em parte como consequência do despoletar de conflitos nas regiões produtoras de petróleo. A tendência tem sido para um aumento dessa dependência, registandose uma subida entre 2003 e 2004 de 52.4% para 53.8% no valor do edr (Energy Dependence Rate46) na eu-25. No caso de Portugal, em 2004 o valor de edr ultrapassava os 90%47. A diminuição da dependência do petróleo através da sua substituição por recursos renováveis como a biomassa é, na generalidade, tida como uma importante contribuição para o desenvolvimento de uma sociedade industrial sustentável. Esta mudança tem sido incentivada através de instrumentos legais e fiscais em diversos países. Nos Estados Unidos da América o Departamento de Energia estabeleceu como meta a substituição de 30% do consumo de petróleo, no sector dos transportes, por biocombustíveis até 20251 com o intuito de elevar o seu consumo dos actuais 2%1, 48. Na União Europeia (ue) várias são as peças de legislação em vigor para promoção de bioenergias49, como a Directiva 2001/77/ec (promoção da produção de energia eléctrica a partir de energias renováveis, de 14% em 1997 para Figura 4.1. 52 Tecnologias de conversão de biomassa em diferentes tipos de energia e combustíveis 21% em 2010) ou a Directiva 2003/30/ec para incorporação de 5.75% de biocombustíveis em 2010 acompanhada de incentivos fiscais sobre os mesmos (2003/96/ec). Inclusivamen- 4.2. A biotecnologia no sector da energia te, o Parlamento Europeu adoptou, em Março de 2006, um projecto de resolução elaborado A produção de energia recorrendo a tecnologias de base biotecnológica tem recebido pelo reconhecido especialista Neil Parish, visando estimular o apoio à produção de biomas- particular atenção face às questões sensíveis com que o sector se depara, descritas na sec- sa e biofúeis, através de ferramentas específicas do Fundo de Coesão, dos Fundos Estrutu- ção anterior. A intervenção da biotecnologia na produção de energia incide sobretudo (i) rais e do 7pq. ao nível dos processos de conversão, como nos casos da produção de bioetanol, biogás ou A necessidade de ultrapassar as questões económicas e ambientais colocadas pela excessiva dependência do petróleo exigem o desenvolvimento e a optimização das tecnologias de conversão e aproveitamento de matérias-primas renováveis, incluindo os diferentes tipos de biomassa. bio-hidrogénio e (ii) no melhoramento de matérias-primas vegetais, utilizadas para a produção de biocombustíveis líquidos e/ou energia eléctrica. Relativamente aos processos, o crescente conhecimento científico nas ciências da vida tem permitido um aumento da compreensão dos fenómenos inerentes ao processamento biológico, possibilitando melhorar e optimizar os processos, quer pela selecção de microrganismos mais capazes e eficientes, quer pela aplicação dos avanços mais recentes da biotecnologia. A aplicação da tecnologia do adn recombinante (i.e. engenharia genética), 45 Rgauskas, A.J. et al (2006). The path forward for biofuels and biomaterials. Science, 311:484-489. 46 Calculado como o balanço energético (importações menos exportações) como percentagem do pib, em Gikas, A. & Keenan, R. Statistical aspects of the energy economy in 2004. Eurostat, 2006. 47 Gikas, A. & Keenan, R. Statistical aspects of the energy economy in 2004. Eurostat, 2006. 48 koonin, s.e. (2006). getting serious about biofuels. science, 311:435 49 Bioenergias: biocombustíveis líquidos (bioetanol e biodiesel); biogás; biohidrogénio; produção de calor e/ou energia eléctrica a partir da conversão físico-química de biomassa, ou seja, energia originada por processos biológicos ou utilizando matérias-primas de origem biológica. em particular, permite desenvolver estratégias promissoras para ultrapassar dificuldades e deficiências tecnológicas actuais, através do desenvolvimento de microrganismos 50 Brazil and Japan give fuel to ethanol market (2006). Nature Biotechnology, 24:232 51 Why biomass energy is booming (2005). Financial Times 52 Baseado em Faaij, a.p.c. (2006). Bio-energy in Europe: changing technology choices. Energy Policy, 34:322-342 52 53 Energia Energia com capacidades previamente não existentes. Por outro lado, o desenvolvimento de novas O sucesso dos esforços de i&d nas áreas acima descritas levará a um aperfeiçoamento enzimas tem permitido não só optimizar as aplicações já existentes e reduzir os custos, tecnológico que conduzirá eventualmente à redução de custos de produção de bioener- mas também abrir a possibilidade de se processarem diferentes matérias-primas, até então gias, desejavelmente até um nível que as tornará verdadeiramente competitivas face aos não passíveis de serem valorizadas energeticamente. Ambas as abordagens se enquadram combustíveis fósseis. Bioetanol, biodiesel (ésteres produzidos a partir de oleaginosas), bio- na denominada “biotecnologia industrial” (ou biotecnologia “branca”), que está actual- gás, bio-hidrogénio e combustão de biomassa são exemplos de bioenergias que consti- mente a gerar expectativas de monta, nomeadamente devido ao potencial de obtenção de tuem aplicações directas e indirectas da biotecnologia clássica e moderna no sector, que, biocombustíveis competitivos e de substituição dos actuais produtos derivados da refina- com excepção do bio-hidrogénio, se encontram estabelecidas ou começam a emergir à ção do petróleo. escala piloto ou comercial53. Ao nível das matérias-primas, por outro lado, o melhoramento de espécies vegetais, ainda que muitas vezes tendo em vista outras aplicações, tem permitido o desenvolvimento de espécies com características condicentes com uma aplicação industrial mais rentável e sustentável, incluindo no sector energético. 4.3. Panorama do sector O estudo ViaBio incidiu sobre o sector energético como um todo, embora tendo como base a actividade das empresas participantes – galp Energia e edp – representativas de Alguns exemplos de tipo de aplicações biotecnológicas hoje em curso e seus objectivos são: uma grande percentagem do volume de negócios do sector. Uma primeira observação rele- · Desenvolvimento de microrganismos geneticamente modificados ou melhorados vante tem a ver com o facto de apesar de as empresas se movimentarem em mercados dife- para fins industriais – “fábricas celulares” (maiores rendimentos de produção de etanol; rentes dentro do mesmo sector, respectivamente Produtos Petrolíferos e Electricidade, foi maior tolerância ao etanol e a produtos da pré-hidrólise; capacidade para metabolizar registada alguma sobreposição entre os seus interesses tecnológicos, tal como declarados pentoses, ou seja, potencial de utilização de toda a massa vegetal como matéria-prima). durante o estudo. Assim, dentro do leque de áreas tecnológicas que caberiam no âmbito do estudo ViaBio, aquelas que foram seleccionadas pelas empresas com vista ao ultrapas- · Desenvolvimento de tecnologias de sacarificação para pré-tratamento de biomassa lenhocelulósica, possibilitando o aproveitamento industrial de 100% da planta. sar de dificuldades tecnológicas actuais e/ou à previsão de tendências futuras e perspectivas de novas oportunidades de negócios, foram: · Biocombustíveis – biodiesel e bioetanol; · Desenvolvimento de processos integrados de produção de bioetanol (sacarificação e fermentação em simultâneo). · Valorização energética de biomassa lenhocelulósica; · Valorização energética de resíduos (etars e indústrias agro-pecuárias e agro-alimentares); · Desenvolvimento de novas enzimas recombinantes com maior estabilidade e efi- · Plantações Energéticas. ciência de conversão de amido ou outros polímeros (ex. celulósicos) em açúcares fermentiscíveis. Constata-se, a partir da selecção de interesses acima enunciados, um alinhamento das empresas com as tendências internacionais no sector energético, visando o desenvol- · Desenvolvimento de tecnologias eficientes de digestão anaeróbia. vimento de tecnologias mais limpas e que permitam um equilíbrio da balança energética. A previsão por parte das duas empresas de um cenário que estimulará a adopção das tec- · Produção de hidrogénio recorrendo a microrganismos fotossintéticos. nologias citadas faz vislumbrar, necessariamente, a percepção de que novas oportunidades de negócio surgirão e de que aquelas terão de se preparar para os respectivos mercados. · Melhoramento genético das características de plantas para fins energéticos (cresci- Contudo, de uma forma genérica, a postura poderá variar de empresa para empresa, como mento mais rápido; maior resistências a condições de stress abiótico e biótico; altera- também foi claramente verificado ao longo deste estudo (não só na componente de Ener- ção da composição química). gia) – principalmente no que respeita à diferença entre a mera declaração da intenção de inovar e o assumir de uma postura verdadeiramente inovadora, receptiva a novas propostas e capaz de as analisar detalhadamente. Ao mesmo tempo, olhando para o sector como um todo verifica-se que existem, entre as empresas dispostas a apostar em inovação, aquelas que têm particular interesse em participar na geração de inovação tecnológica nos sectores, de modo a se anteciparem e adquirirem vantagens competitivas sobre a concorrência, seja pela criação de produtos novos, seja pela adopção de tecnologias de 53 Gravilescu, M. & Chisti, Y. (2005). Biotechnology – a sustainable alternative for chemical industry. Biotechnology Advances, 23:471-499. 54 55 Energia ponta capazes de produção a baixos custos. Por outro lado, existem empresas cuja postura é mais conservadora, estando apenas dispostas a incorporar tecnologia que esteja Energia Tabela 4.1. Principais centros académicos do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (sctn) onde se desenvolvem investigação ou competências directamente aplicáveis às áreas tecnológicas estudadas para o sector energético. já demonstrada em larga escala, ou seja, a importar tecnologia mais do que participar activamente e estrategicamente no seu desenvolvimento. As razões que conduzem a este Instituições Áreas Científicas facto são diversas, podendo salientar-se a falta de disponibilidade demonstrada para alocar recursos económicos a projectos que muitas das vezes não constituem, no presente, actividades consideradas fundamentais para as empresas. Em paralelo, dada a especificidade do sector energético enquanto sector estratégico a Faculdade de Ciências Unidade Biotecnologia e Tecnologia, Ambiental Plantações energéticas Universidade Nova de Lisboa Centro de Química Fina Produção de biodiesel e Biotecnologia nível nacional, verificou-se que as tomadas de decisão estão fortemente condicionadas por linhas estratégicas determinadas pelo Governo. Assim, ao mesmo tempo que se pode ob- Centro de Recursos Fisiologia microbiana, metabolismo de servar alguma receptividade para investir em projectos de inovação tecnológica em áreas Microbiológicos pentoses por leveduras produtoras de etanol Departamento de Produção de biogás por digestão anaeróbia hoje consideradas politicamente importantes (ou com impacto positivo na opinião públi- Universidade do Minho ca), esses investimentos e a sua sustentabilidade a longo prazo poderão ser fortemente con- Engenharia Biológica Produção de bioetanol e isolamento de dicionados pela volatilidade inerente a medidas de âmbito fundamentalmente político. Por proteínas por valorização de soro lácteo outro lado, também se verificou que a hierarquia interna das empresas de elevada dimensão é, por vezes, extremamente complexa, ocorrendo frequentemente uma estagnação no fluxo de informação entre os elementos com poder de decisão e aqueles cuja missão é a de realizar actividades prospectivas de oportunidades de aproveitamento de i&d. Instituto Superior Departamento de de Agronomia, Engenharia Florestal Plantações energéticas Universidade Técnica de Lisboa A equipa ViaBio enveredou por uma pesquisa dentro do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (sctn), tendo sido identificadas algumas instituições com actividade e competências nas áreas tecnológicas acima mencionadas como de interesse para as Instituto Superior Técnico, Departamento de Optimização e projecto de sistemas de Universidade Técnica Engenharia Mecânica combustão de biomassa Departamento de Produção de biodiesel de Lisboa empresas e o sector. Não deixa de ser revelador, embora talvez não surpreendente (ver Engenharia Química Introdução deste relatório), o facto de o número de instituições identificadas ser baixo, sobretudo tendo em conta a dimensão e importância do sector em questão e o facto de Universidade de Évora Instituto Ciências Agrárias Plantações energéticas Mediterrânicas, Departamento estarmos perante áreas tecnológicas de ponta, com grandes perspectivas de crescimento e de Fitotecnia de implementação a nível nacional e internacional. Naturalmente, presume-se que existam vários grupos de investigação, para além dos aqui enumerados, que ao trabalharem em campos não directamente relacionáveis possam obter resultados de alguma relevância para a área da energia. Tabela 4.2. Laboratórios do Estado onde se desenvolvem investigação ou competências directamente aplicáveis às áreas tecnológicas estudadas para o sector energético e descrição dos seus objectivos. Instituições Áreas Científicas Departamento de Biotecnologia Produção de bioetanol Departamento de Tecnologias de conversão termo-química Instituto Nacional Engenharia Energética de biomassa lenhocelulósica e resíduos e de Engenharia, Tecnologia e Controlo Ambiental misturas com carvões Departamento de Produção biológica de metano e etanol e Inovação (ineti) Energias Renováveis Segue-se uma breve discussão do panorama de cada uma das áreas tecnológicas seleccionadas para objecto do estudo ViaBio. 56 57 Energia Energia 4.3.1. Biocombustíveis: biodiesel e bioetanol científicos necessários e/ou o know-how próprio da indústria. Para além disso, e à seme- O sector dos transportes é responsável por mais de 30% do consumo total de energia na 54 lhança do que se observou em outros sectores industriais, a ausente ou rarefeita comuni- ue e é dependente em 98% em relação aos combustíveis fósseis. Existem tecnologias de cação entre parceiros industriais e o sctn conduz a um atraso significativo, mais grave produção de biocombustíveis relativamente maduras e estabelecidas, mas ainda não com- ainda num sector em que Portugal já se encontra em desvantagem. Uma das razões para petitivas com os combustíveis fósseis em termos económicos. É neste último factor que re- tal falha reside no facto de frequentemente as empresas apenas estarem na disposição de side o estímulo à optimização das tecnologias existentes e à criação de novas tecnologias. participar em projectos já perto da sua aplicação industrial, o que no caso de tecnologias O Brasil, a título de exemplo, constitui um caso de sucesso excepcional. O programa pro- recentes e de ponta (como a nova geração de tecnologia de produção de biocombustíveis) alcool foi iniciado na década de 70 com o intuito de responder à crise energética da época, é difícil. conduzindo ao estímulo da produção de bioetanol a partir de melaço de cana-de-açúcar. Verifica-se também que o enquadramento legislativo actual e futuro originará uma Este bioetanol representa, actualmente, aproximadamente 40% do consumo interno de pressão que terá de se constituir como a força motriz para o surgimento de projectos de combustível. O avanço científico e tecnológico entretanto gerado (sequenciação de 90% cooperação entre os diferentes actores-chave do sector. Há que salientar no entanto que, do genoma da cana-de-açúcar em 2003; produção de espécies geneticamente modificadas em vários países incluindo os eua e grande parte da Europa, a legislação recentemente com melhores produtividades; desenvolvimento de novos biorreactores com maiores efici- implementada parece por vezes favorecer de tal forma as tecnologias actuais de produ- ências de produção) constitui uma vantagem competitiva considerável para aquele país a ção de biocombustíveis – em particular bioetanol – que haverá menos pressão para se nível mundial, com benefícios económicos evidentes e ilustrados, por exemplo, no recente implementar uma nova geração destas tecnologias do que seria desejável. Como exem- 55 protocolo de exportação de bioetanol para o Japão . Para além do Brasil, outros casos de su- plo, o facto de alguns benefícios fiscais em vigor nos eua para produtores de bioetanol cesso à escala piloto ou comercial existem, como o caso das unidades da empresa espanhola não distinguirem diferenças nos métodos de produção faz com que muitos estejam essen- 56 Abengoa (Salamanca), o National Renewable Energy Laboratory (nrel) nos eua, as empre- cialmente preocupados em produzir bioetanol da forma mais barata possível, e não da sas iogen e bci (Canadá) ou a etke (Suécia). Este sector encontra-se portanto em franco de- forma que vá, por exemplo, levar à emissão de menos co2 para a atmosfera59. Tal legisla- senvolvimento tecnológico, sendo inclusivamente impulsionado por recentes avanços que ção poderá tornar extremamente difícil a reconversão das fábricas ou refinarias no sentido abrem a possibilidade de utilização de material lenhocelulósico e a sua total conversão de adoptar novas tecnologias, realmente menos poluentes e mais rentáveis – será assim de em etanol, usando microrganismos geneticamente modificados ou melhorados – o que po- extrema importância que países como Portugal tenham a visão suficiente para conceber derá conduzir a uma nova geração da tecnologia. Outros dois exemplos de novos desenvol- e implementar normas legislativas que prevejam o surgimento de novas gerações de vimentos neste campo são o recente anúncio pela bp e a DuPont do início da produção de tecnologias para produção de biocombustíveis. biobutanol, um biocombustível produzido por acção de microrganismos sobre material De notar que em Portugal parecem existir já algumas empresas, sobretudo de pequena extraído de plantas, de mais alto rendimento energético que o bioetanol actualmente pro- ou média dimensão e alicerçadas em tecnologia consolidada, a movimentarem-se no sec- 57 duzido , e o h-Bio, novo combustível baseado no óleo de soja, inventado e produzido pela 58 Petrobrás, a introduzir no mercado (inicialmente brasileiro) em 2007. tor, como se pode verificar através da análise de notícias vindas a público durante os últimos dois anos. Casos ilustrativos são os da Iberol – Sociedade Ibérica de Oleaginosas, sa.60 e da Uma das observações deste estudo foi a de que Portugal possui competências no sctn Space – que fabrica inclusivamente equipamento para a produção de biodiesel - ambas com e alguma massa crítica em diferentes áreas científicas necessárias ao desenvolvimento unidades de produção de biodiesel projectadas. A DieselBase, por outro lado, produz 22 mil de todo o processo, desde a fisiologia microbiana à engenharia de bioprocessos (ver tabela litros por mês em projecto-piloto, e tem potencial para alcançar valores três vezes superio- acima). Um caso interessante é, por exemplo, o de um grupo de investigação da Universi- res. No Alentejo perspectiva-se a produção de bioetanol a partir de milho, trigo e beterra- dade Nova de Lisboa que trabalha no melhoramente de leveduras para produção de bioeta- ba, a cargo da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva (edia), a qual de- nol a partir de hemiceluloses (logo, possivelmente de resíduos agrícolas e florestais) e que verá atingir os 100 milhões de litros por ano.61 Por seu lado, a Enersis previu uma unidade está integrado plenamente em projectos conjuntos com alguns dos melhores grupos inter- de 25.000 ton/ano num projecto integrado com a agricultura. A Fábrica Torrejana de Biodie- nacionais. Contudo, não se verifica ainda, a nível nacional, uma organização das compe- sel visa a produção de 80.000 ton/ano de biodiesel, o grupo Rogério Leal & Filhos, 30 mil to- tências em redes ou projectos transversais integrando os diferentes conhecimentos neladas por ano e, por último a Tagol, do grupo Nutrinveste, tem um projecto na ordem das 54 Biofuels Research Advisory Council. Biofuels in the European Union – a vision for 2030 and beyond. Final draft report. EU, March 2006. 55 Brazil and Japan give fuel to ethanol market (2006). Nature Biotechnology, 24:232. 56 A Abengoa anunciou, a 17 de Março de 2006, a previsão para 2007 do início da actividade da primeira fábrica de produção de bioetanol a partir de milho da Europa, localizada em Lacq (França), operada pela sua subsidiária AB Bioenergy France, e representativa de um investimento inicial de 130 milhões de Euros. 57 “bp and DuPont to introduce ‘biobutanol’”, Financial Times, 21 de Junho de 2006. 58 “h-Bio reduzirá compras de diesel em 25% em 2008”, Gazeta Mercantil, 26 de Junho de 2006. 59 “Elusive cornucopia: why it will be hard to reap the benefit of biofuel”, Financial Times, 21 de Junho de 2006 60 “Iberol investe 58 milhões em nova fábrica este ano” (23/05/2005). Disponível em: http://dn.sapo.pt/2005/05/23/suplemento_negocios/ iberol_investe_milhoes_nova_fabrica_.html Data de consulta: 06/05/2006) 61 “Projectos Nacionais em Marcha” (30/11/2004). Disponível em: http://www.fastaccess.pt/cgi/cgi-bin/fa_manutencao_conselhos_artigo. asp?dossierID=&artigoID=%7BC8B743D0-E1DF-4E9E-877E-6912B589E00F%7D&page=2 Data de consulta: 06/05/2006 58 59 Energia Energia 62,63 100.000 toneladas por ano de produção . De referir ainda o grupo hlc que tem feito in- vestimentos importantes na área do biodiesel, em particular no Brasil (www.hlc.pt). lulósica enquanto produto energético não se esgota na produção de energia eléctrica. A ideia de uma produção integrada dos diversos combustíveis passíveis de serem produzidos a partir de um mesmo tipo de matéria-prima – descrita no conceito de biorre- 4.3.2. Valorização energética de biomassa lenhocelulósica finaria – parece constituir uma alternativa vantajosa a centrais dedicadas, pelo facto de A valorização de biomassa lenhocelulósica para fins energéticos pode ter duas finali- poder conjugar sinergias, optimizar recursos e criar escala. A isto acrescenta-se a dimi- dades principais: a geração de energia eléctrica e a produção de biocombustíveis (ver nuição da perspectiva de “competição” com que unidades de valorização de biomassa flo- acima). Actualmente, no caso português, o fim destinado a este tipo de biomassa (florestal) restal eram inicialmente vistas pelas restantes indústrias, criando um ambiente favorá- é a produção de energia eléctrica, sendo que a espécie predominantemente usada para este vel às actualmente inexistentes sinergias entre sectores. De facto, facilmente se constata fim é o eucalipto (Eucalyptus globulus), utilizado também na indústria papeleira para a pro- a utilidade de se criarem redes de cooperação, onde todo o potencial do material lenho- dução de pasta e papel (ver capítulo 5). Nesta indústria, a biomassa é também utilizada para celulósico possa ser maximizado na produção de bens tão diversos como combustíveis geração de energia suficiente para alimentar a unidade industrial, utilizando os materiais líquidos, energia eléctrica e compostos com aplicações diversas na indústria química. rejeitados do processo com o intuito de valorizar o elevado potencial calorífico da lenhina. O desenvolvimento deste conceito de biorrefinaria, com produção integrada, é em todo A edp Produção Bioeléctrica, s.a. constitui uma excepção nesta área, ao ter sido constitu- semelhante ao conceito de refinaria de petróleo, sendo que neste caso uma matéria-prima ída como uma central dedicada à queima de biomassa florestal, para aproveitamento de constituída principalmente por polissacáridos e lenhina é fraccionada e convertida numa uma situação geo-específica. A Central Termoeléctrica de Biomassa Florestal de Mor- mistura de produtos incluindo os mencionados. Tal raciocínio tem sido indicado como tágua enquadra-se numa zona que lhe permite assegurar matéria-prima suficiente para o um caminho possível para enfrentar alguns dos problemas energéticos com que a socie- seu abastecimento através dos resíduos de eucalipto dos produtores florestais da região; dade ocidental se depara actualmente66,67. não obstante, verifica-se que a central tem funcionado, desde a sua entrada em funcionamento, a uma capacidade bastante inferior à de projecto, à excepção dos meses mais recen- 4.3.3. Valorização energética de resíduos tes, em particular do primeiro semestre de 2006, no qual foram atingidos os valores de pro- (etars e indústrias agro-pecuárias e agro-alimentares) jecto64. De facto, o abastecimento de uma central de queima dedicada a resíduos florestais A valorização energética de resíduos e subprodutos de várias indústrias constitui uma pode encontrar problemas que não exclusivamente tecnológicos – os quais foram obser- oportunidade de aproveitar de forma rentável materiais de baixo valor. Se o processo vados claramente neste estudo. Por exemplo, o abastecimento da matéria-prima é funda- for bem gerido as vantagens poderão tornar-se significativas e evidentes, tanto para a indús- mental para que a unidade possa operar de forma sustentada, e esse poderá constituir um tria que irá transformar a matéria-prima que adquiriu a baixo custo, como para a que gerou dos principais obstáculos, pois uma unidade deste tipo necessita de uma cadeia de abas- o resíduo, dando-lhe um destino apropriado e realizando retorno. A optimização de uma tecimento que garanta matéria-prima em quantidade suficiente e periodicidade regular, e cadeia eficaz na recolha e encaminhamento de materiais entre as indústrias geradoras dos com características físico-químicas relativamente homogéneas (de salientar, no entanto, resíduos e subprodutos (p.ex. alimentar, fileira florestal) e os transformadores depende de que no caso da Central de Mortágua a oferta de matéria prima é excedentária relativa- uma interactividade e comunicação eficiente entre as mesmas. Verificou-se no entanto que mente à capacidade de valorização energética). Tal pode tornar-se difícil devido à “com- tal comunicação parece não existir no sector energético nacional relativamente a empresas petição” pela matéria-prima com indústrias transformadoras de madeira e produtoras de geradoras de resíduos – facto de resto evidenciado no decorrer deste estudo, já que algumas pasta e papel. No entanto, a projecção de novas unidades de queima de biomassa flores- das empresas participantes (não do sector energético) demonstraram interesse em encon- tal, tentando maximizar o potencial por explorar das entre 3 e 3,5 milhões de toneladas de trar soluções de valorização dos seus subprodutos e resíduos, incluindo a possibilida- resíduos gerados por ano e ainda de plantações de eucalipto hoje não aproveitadas, consti- de de valorização energética. Observou-se que, apesar de todas serem empresas líderes nos 65 tui uma prova do potencial e da vontade que há em apostar neste tipo de tecnologia. Contudo, e tendo em conta os avanços tecnológicos já acima mencionados, tornou-se evidente na análise efectuada ao longo deste estudo que o potencial da biomassa lenhoce62 “Energia: associação diz que Portugal tem capacidade para produzir biodiesel” (20/07/2005). Disponível em: http://ecosfera.publico.pt/noticias2005/noticia4374.asp Data de consulta: 06/05/2006 63 Os biocombustíveis: perspectivas para a sua produção e utilização (28/01/06) Cristina Gaudêncio Baptista. Disponível em: http://www.acap.pt/saloes-conferencias/agri/A4.pdf Data de consulta: 06/05/2006 64 Eng. Gil Patrão (Central BioEléctrica de Mortágua, edp), comunicação pessoal 65 Neste aspecto há a salientar o importante trabalho do cbe (Centro de Biomassa para a Energia), entidade privada e sem fins lucrativos, que teve um papel central no projecto das 3 centrais actualmente em laboração/construção, bem nos projectos de várias outras centrais a construir até 2010, para além da sua participação em estudos conducentes a iniciativas nas áreas da gaseificação da biomassa, da produção de biogás, da obtenção de biocombustíveis sólidos densificados e do gás de aterro, para não falar do seu papel crucial na transferência de tecnologias para empresas do sector. seus mercados e de referência, a comunicação entre elas a este nível, em áreas que se podem constituir como complementares, pode ainda ser muito melhorada. As mesmas considerações que foram feitas para a área tecnológica anterior, a respeito da adopção de sinergias inter-sectores, e sua integração no conceito de biorrefinaria, são válidas para valorização energética de subprodutos e resíduos de etars e de indústrias agropecuárias e agro-alimentares. 66 Rgauskas, A.J. et al (2006). The path forward for biofuels and biomaterials. Science, 311:484-489 67 “President´s budget proposal will help bring cellulosic ethanol to the pump if fully funded.” Biotechnology Industry Organization. Fevereiro 2006. Disponível em: http://www.bio.org/news/newsitem.asp?id=2006_0207_02 Data de Consulta: 24-04-2006 60 61 Energia 4.3.4. Plantações energéticas Energia De salientar que, a partir da compilação acima mencionada e em conjunto com uma Várias são as espécies que podem ser consideradas para o fim de criar plantações dedi- das empresas participantes no projecto ViaBio, foram seleccionadas duas linhas de i&d cadas à produção de energia, sendo que a sua selecção deverá obedecer a diferentes crité- desenvolvidas em Portugal para análise detalhadas e eventual parceria. No entanto, uma rios, incluindo o fim a que se destinam (energia eléctrica, bioetanol, biodiesel), as con- destas linhas, apesar de seleccionada em conjunto com uma empresa do ramo da Energia, dições naturais do solo, o clima, entre outras. Tal escolha deverá obedecer a rigorosos insere-se de facto na área de Ambiente. Os investigadores responsáveis por estes dois pro- critérios de análise do ciclo de vida (acv) de cada espécie para averiguar qual(is) a(s) mais jectos tiveram já oportunidade de apresentar os mesmos a um grupo de decisores da dita favorável(eis). Várias espécies são consideradas para a realidade nacional, sendo que se empresa, estando a decisão sobre a eventual parceria (e o seu formato) agora dependente verifica uma actividade de i&d relativamente intensa, com alguns dos grupos identifi- de decisões estratégicas da empresa ao mais alto nível. cados nesta área (ver tabela acima). Segundo o observado ao longo do estudo, o sorgo e o cardo surgem como os principais alvos destes projectos. 4.5. Conclusões e recomendações O tema das plantações energéticas intersecta os acima discutidos acima dos biocom- Verificou-se ao longo deste estudo que o sector das bioenergias encontra-se ainda num bustíveis e da valorização energética da massa lenhocelulósica, pelo que seria redundante estado embrionário em Portugal, evidenciado pelos poucos exemplos de unidades piloto, analisá-la aqui ao pormenor. No entanto, de forma genérica, este campo é um dos que mais demonstradoras ou à escala industrial existentes. Isto numa altura em que a conjuntura poderá beneficiar com os avanços da biotecnologia, aplicados ao melhoramento das carac- energética internacional, a dependência energética externa do País, a sua capacidade terísticas das espécies e considerando o seu objectivo industrial. São inúmeros os exem- potencial e a existência de tecnologias provadas em diversos países (Brasil, Escandinávia, plos de abordagens seguidas para o aumento da produtividade e rendimento das espécies, etc.) exigem de facto uma promoção activa do campo. Por outro lado, as grandes empresas para o aumento da sua resistência a pragas ou alteração química. Na base destas aborda- do sector, ainda que alertadas e pressionadas para a adopção de novas formas de energia, gens está uma área científica, a biotecnologia vegetal, na qual o conhecimento e as com- revelaram por vezes uma certa dificuldade em procurar as soluções tecnológicas, aliada petências no sctn são consideráveis e que, embora desenvolvidos para outras aplicações em determinados casos a alguma falta de compreensão e tolerância para com os tempos industriais, poderão e deverão ser explorados para o desenvolvimento de espécies melho- do ciclo de desenvolvimento de novas tecnologias. A exemplo do verificado para outros radas e sua utilização em unidades produtoras de bioenergias ou biorrefinarias. sectores industriais, denotou-se um relativo distanciamento e desconhecimento das empresas em relação a actividades de i&d relevantes para a sua actividade, assim como o 4.4. Tecnologias Como referido na secção anterior, as áreas tecnológicas seleccionadas para estudo pelas empresas do ramo da Energia participantes do estudo ViaBio foram quatro: inverso para as instituições do sctn. Ao mesmo tempo, e ainda que em quantidade reduzida, sobretudo considerando a dimensão e importância do sector e o evidente potencial de crescimento do mercado para · Biocombustíveis – biodiesel e bioetanol. bioenergias, identificaram-se algumas competências relevantes dentro do sctn. Por outro · Valorização energética de biomassa lenhocelulósica. lado verificou-se que há sobreposição de interesses e possibilidades de cooperação, não · Valorização energética de resíduos (etars e indústrias agro-pecuárias e agro-alimen- só entre as empresas do sector energético, como entre estas e empresas de outros sectores tares. · Plantações Energéticas. industriais. Tal cooperação poderá ser estimulada com o intuito de gerar eficiência na gestão dos recursos e escala capaz de rentabilizar investimentos tecnológicos. Verifica-se que as políticas estratégicas definidas pelo Governo poderão ter uma impor- Foram compilados e analisados pela equipa 75 projectos relativos às áreas acima listadas, tância vital no sector e nas tomadas de decisão das empresas, sobretudo num sector estra- incluindo uma minoria de projectos nacionais desenvolvidos em seis instituições de i&d tégico como o da energia. Assim, um adequado cenário legal e fiscal, com objectivos estra- pertencentes ao sistema científico e tecnológico nacional. tégicos de longo prazo, capaz de promover a inovação tecnológica e o desenvolvimento até Durante o estudo, e em particular para o sector em questão, foi dado ênfase às tecnologias nacionais, sendo a análise das tendências internacionais sobretudo uma ferramenta para à escala comercial das bioenergias, será um ponto de grande relevância. Em suma, recomenda-se especificamente: uso comparativo. Assim, não será de surpreender que instituições portuguesas tenham sido responsáveis por cerca de 24% dos projectos analisados (8 projectos nacionais, participação · A definição das bioenergias como área prioritária para investimento público e pri- em 7 projectos europeus, 2 tecnologias e 1 iniciativa demonstradora). A listagem total dos vado de projectos envolvendo i&d, dando especial ênfase a propostas globalmente projectos compilados para o levantamento das competências científicas nacionais e inter- competitivas nos campos dos biocombustíveis e da valorização de biomassa. nacionais nas áreas científicas seleccionadas pode ser consultada em anexo (Anexo c). Dentro da área das bioenergias poder-se-á proceder a uma tentativa de identificar ou estimular propostas que tirem partido de vantagens específicas ou de condições particularmente adequáveis a Portugal – por exemplo, o aproveita- 62 63 Energia Energia mento energético de determinadas espécies presentes no território nacional ou o aproveitamento de conhecimento · Criação dentro das grandes empresas do sector energético de grupos dedicados exclu- científico em áreas onde Portugal seja mais competitivo, preparando o País para o adequado aproveitamento das pró- sivamente a trabalhos de i&d ou pelo menos (dependendo da dimensão da empresa) ximas gerações de biocombustíveis que se seguirão às existentes tecnologias de produção de bioetanol e biodiesel. a trabalhos de prospecção tecnológica. Esta será porventura a única maneira de as grandes empresas nacionais poderem competir a nível internacional em · A abertura de concursos para redes transdisciplinares de i&d, internacionais mas termos de inovação e evitar uma dependência tecnológica total, a médio e longo prazo, em relação aos grandes grupos lideradas por grupos portugueses, envolvendo entidades do sctn e empresas, dedica- estrangeiros (naturalmente, a pertinência desta recomendação está ela própria dependente do futuro das relações de das à resolução de problemas e aproveitamento de oportunidades na área. O financia- dominância entre grupos portugueses e estrangeiros). mento das redes deverá vir do Estado português e das grandes empresas do sector (ver recomendações gerais). Exemplos de linhas a ter em especial atenção poderão ser trabalhos no melhoramento de leveduras produtoras de bioetanol a partir de resíduos vegetais ou de modificação de plantas que sirvam de matéria-prima à produção de biodiesel, incluindo nos projectos a componente logística para estudar a sustentabilidade nos fornecimentos de matéria-prima vegetal, tirando ainda partido das ligações históricas a países que são grandes produtores de matéria-prima vegetal, como o Brasil e alguns palop. Dever-se-á dar forte prioridade ao financiamento publico-privado de grandes projectos, por oposição a muitas pequenas iniciativas sem possibilidade de impacto económico. · A adopção de legislação que permita o favorecimento das futuras gerações de tecnologias para produção de biocombustíveis, evitando por exemplo o subsídio arbitrário e por tempo indefinido de tecnologias que à partida não vão ser competitivas com os combustíveis fósseis hoje mais utilizados. Portugal poderá tentar criar, ao invés de outros países industrializados, um ambiente legislativo mais favorável à adopção de novas tecnologias do que à rentabilização “subsidiada” das actuais, eventualmente atraindo para o País tecnologias inovadoras em fase piloto ou pré-industrial. · O estabelecimento ou reforço, por parte da indústria e com eventual papel facilitador do Estado, de parcerias estratégicas de longo prazo entre os principais grupos com interesse na exploração da fileira florestal, os produtores florestais e o sector energético no sentido de partilhar o aproveitamento de resíduos para produção de energia. Deverá ser importante uma articulação entre os vários esforços de prospecção ou inovação tecnológica já em curso em algumas grandes empresas dos sectores florestal, ambiental e energético, no sentido de enveredar por uma estratégia de i&d comum entre elas, eventualmente transponível depois para cooperação ao nível de exploração dos produtos. · Lançamento de concursos ou, pelo menos, estudos preliminares para adopção do conceito de biorrefinarias, segundo modelos provados internacionalmente. Tal poderá ser implementado à imagem de iniciativas semelhantes de promoção de utilização de biomassa, tais como 68 69 70 o Biomass Program (eua), a Biomass Nippon Strategy (Japão) e o Biomass Action Plan (Europa) , devidamente enquadradas numa estratégia nacional para a (bio)energia, impulsionada pelo Governo. 68 Ver www.eere.energy.gov/biomass/program_areas.html 69 Biomass and Bioenergy (2005), 25. whole issue 70 Ver http://ec.europa.eu/energy/res/biomass_action_plan/doc/2005_12_07_comm_biomass_action_plan_en.pdf 64 65 VIAbio Fileira Florestal 5. Fileira Florestal Tal como em todas as outras secções do estudo ViaBio, a abordagem ao sector florestal partiu dos problemas e oportunidades identificados por empresas emblemáticas do sec- 5.1. Enquadramento tor, nomeadamente as participantes no estudo, que neste caso foram o Grupo Amorim e o A fileira florestal representa um dos mais valiosos recursos à disposição da economia por- Grupo Portucel-Soporcel (através do Centro de i&d raiz). Consequentemente, o estudo tuguesa. Cerca de 38% do solo de Portugal continental encontra-se coberto por floresta, re- foca sobretudo questões relevantes para a indústria da pasta e papel (baseada no eucalipto) presentando as exportações anuais de madeira e seus derivados mais de 38,5 milhões de e da cortiça (baseada no sobreiro), embora se pretenda que os resultados e em particular 71 dólares (1998) . A fileira florestal representa cerca de 4% do produto interno bruto (pib) na72 cional, 14% do pib industrial, 5% do emprego e 10% das exportações . Cerca de 30% das as recomendações elaboradas relativamente à inovação biotecnológica no sector sejam de relevo para todas as principais componentes da fileira florestal portuguesa. exportações referentes a produtos de origem florestal correspondem a cortiça, sendo 25% correspondente a madeira e carvão, 20% a pasta de madeira e 12% a papel e cartão (2001)73. 5.2. A biotecnologia no sector florestal Tal como acontece noutras áreas, a crescente integração das economias mundiais repre- Por uma questão de clareza poder-se-á dividir o conceito genérico de biotecnologia em senta simultaneamente uma oportunidade e um desafio à viabilidade económica da flo- duas vertentes: a biotecnologia clássica, que inclui todos os processos tradicionais de apli- resta portuguesa. De facto, a exploração económica de espécies como o eucalipto, a videira, cação prática de conhecimento sobre os seres vivos e as suas propriedades, e a biotecnolo- o pinheiro, a oliveira ou o sobreiro, tradicionalmente os sustentáculos da fileira florestal gia dita moderna, que se baseia mais especificamente nos importantes avanços científicos 74 portuguesa , enfrenta hoje desafios que vão desde a emergência no panorama interna- e tecnológicos dos últimos 30 anos – desde a engenharia genética à sequenciação de dna cional de novas economias suportadas por enormes recursos naturais (caso do papel, por entre muitos outros. Embora, por razões óbvias, seja mais relevante ponderar a contribui- exemplo) até ao surgimento de evoluções tecnológicas que colocam em causa a viabili- ção que a biotecnologia moderna poderá trazer em benefício do sector florestal, não será dade do produto tradicional, ou pelo menos a sua supremacia em determinados merca- de descurar a aplicação de técnicas clássicas, especialmente quando aliadas a avanços – dos (caso da cortiça). É portanto relevante e até urgente actuar no sentido de não só prote- biotecnológicos ou não – que as podem tornar economicamente interessantes e actuais. ger o sector florestal, mas sobretudo de o renovar e reestruturar, tornando-o competitivo ao nível mundial. De entre as variadas vertentes que urge examinar com vista a melhorar a competitivida- Assim, o conceito de biotecnologia usado neste texto pretende ser o mais lato possível, referindo-se a qualquer avanço tecnológico com base nas ciências da vida e que tenha aplicação prática e útil. de do sector florestal português – e que vão do ordenamento do território à certificação da Em décadas recentes a biotecnologia tem sido extensivamente usada em benefício do floresta ou à prevenção de catástrofes – inclui-se a questão da inovação de base científi- sector florestal num já elevado número de países. De entre os vários tipos de aplicação bio- ca e tecnológica. De facto, de um modo geral e perante o tipo de ameaça acima menciona- tecnológica hoje em curso, poderão destacar-se os seguintes: da, poucas alternativas restam a uma pequena economia aberta como a de Portugal que não passem, de uma maneira ou de outra, por tentativas de diferenciação, em particular melho- · Identificação, sobretudo através de análises moleculares, de árvores geneticamente superiores para um dado parâmetro de interesse económico. ramento, do produto através de avanços científicos e tecnológicos – ou seja, alicerçados no conhecimento sobre a floresta e seus derivados. É neste contexto que se torna pertinente analisar o potencial impacto dos avanços recentes na área da biotecnologia na competitivi- · Monitorização e promoção da diversidade genética das populações vegetais ou ecossistemas. dade da fileira florestal, como proposto pelo estudo ViaBio. Em particular importa perceber até que ponto o sistema científico nacional está preparado para contribuir de forma significativa para a vitalidade económica do sector e qual a receptividade do tecido empresarial · Melhoramento de espécies arbóreas por modificação genética (aceleração do crescimento, aumento do volume, alteração do teor em fibra, resistência a pragas, etc.). relevante relativamente à adopção de inovações tecnológicas. É esse o enquadramento do trabalho que deu origem ao estudo e em particular a este capítulo – a tentativa de analisar · Propagação de árvores através de cultura de tecidos. as capacidades, fraquezas e particularidades do sistema científico português no que diz respeito a uma articulação com o sector florestal para bem do mesmo. · Avaliação do impacto ambiental, na floresta, causado por produtos de origem biotecnológica. 71 Dados da fao (Food and Agriculture Organization), que não incluem a area de montado nem dados referentes à exportação de cortiça e derivados 72 Fonte: ine, Livro Verde do Sector Florestal, 1998 73 Fonte: Gabinete de Planeamento e Política Agro-Alimentar, Ministério da Agricultura 74 Outras espécies tradicionalmente importantes incluem o Castanheiro, o Carvalho e a Nogueira · Compreensão e manipulação das propriedades biológicas de agentes causadores de doenças nas árvores. 66 67 Fileira Florestal · Preservação da biodiversidade. Fileira Florestal Tabela 5.1. Principais centros académicos onde se desenvolvem investigação ou competências aplicáveis à floresta, com breve descrição das áreas focadas. · Protecção contra pestes ou condições climatéricas adversas através do uso de produtos biotecnológicos. Para além destes, poderão ainda ser considerados processos biotecnológicos que, não Instituições Áreas Científicas Relevantes para a Floresta Universidade Nova itqb – Instituto de Tecnologia Bioquímica vegetal, biotecnologia vegetal, engenharia de Lisboa Química e Biológica genética, ecofisiologia molecular, propagação vegetal, proteómica, genómica, morfogénese, propagação vegetativa, interferindo directamente com a floresta, poderão ser importantes para a produção e qua- melhoramento genético lidade de produtos finais, ou seja, quaisquer processos que visem, por exemplo: · Facilitar o tratamento da madeira ou resíduos florestais. IBET – Instituto de Biologia Genómica, proteómica, biologia molecular, bioquímica Experimental e Biológica vegetal, fisiologia vegetal, propagação vegetativa, engenharia genética, melhoramento genético · Melhorar a produção industrial de produtos de origem florestal (ex: papel). Universidade Técnica · Valorizar subprodutos e resíduos florestais com vista à produção de energia ou quais- Centro de Estudos Florestais Superior de Agronomia quer outros produtos de utilidade. Centro de Botânica Aplicada Fisiologia vegetal, interacção planta-patogénio, genómica, à Agricultura proteómica, expressão génica, taxonomia, estudo de diversidade genética · Proteger o produto final (ex: cortiça) contra quaisquer agentes que afectem negativamente o seu valor comercial. Ecologia de ecosistemas florestais, silvicultura, tecnologia de produtos florestais de Lisboa – Instituto Universidade de Lisboa Centro de Biotecnologia Vegetal Melhoramento de plantas, biologia molecular, propagação clonal, sistemas de regeneração in vitro, sistemas de Faculdade de Ciências transferência de genes, manipulação genética, gametogénese No âmbito do presente relatório e relativamente a orientações estratégicas, há que ter e fertilização, culturas in vitro o cuidado de distinguir entre linhas de investigação que apresentam o potencial de resolver ou mitigar problemas imediatos (doenças, poluentes resultantes de processos indus- Centro de Ecologia Biodiversidade e conservação ecologia de comunidades e Biologia Vegetal vegetais, ecologia do solo, ecofisiologia das plantas triais, etc.) e outras que representam sobretudo um abrir de novos horizontes em termos mediterrânicas, metabolismo do azoto, modelação, de oportunidade de mercado a médio e longo prazo. No primeiro grupo incluir-se-iam, bioindicação e biomonitorização, revegetação de áreas mediterrânicas degradadas por exemplo, métodos ou estratégias para combate directo a pestes hoje existentes; no segundo grupo poder-se-ia considerar projectos com a finalidade de conhecer e compreen- Centro de Biologia Ambiental Biologia celular, biotecnologia vegetal, ecologia Centro de Engenharia Biológica Fisiologia vegetal, bioquímica vegetal Universidade do Algarve CDCTPV – Centro de Biotecnologia vegetal, fertilidade dos solos, fisiologia Faculdade de Engenharia Desenvolvimento de Ciências vegetal, fitopatologia, genética e melhoramento, plantas de Recursos Naturais e Técnicas de Produção Vegetal ornamentais, protecção integrada, virologia ibmc – Instituto de Biologia Biologia molecular e celular, genómica, proteómica der o funcionamento de determinados organismos (sequenciação genómica, etc.). Embora os projectos que visem a resolução de problemas imediatos possam ser mais atraentes para investimento por parte de empresas do sector, outros de aplicação mais ampla e a longo prazo poderão ter uma influência mais profunda e duradoura sobre a competitividade da fileira florestal como sector económico. Este equilíbrio será um dos pontos cruciais por trás de algumas observações e recomendações adiante elaboradas. Universidade do Porto Molecular e Celular 5.3. i&d aplicável ao sector florestal em Portugal Ao longo do estudo ViaBio foram identificados cerca de 15 centros/departamentos/grupos de investigação universitários nacionais onde se desenvolve trabalho concretamente Universidade de Departamento Florestal Silvicultura, melhoramento genético de plantas Trás-os-Montes e Alto Douro Departamento de Fitotecnia e Engenharia Rural relevante para a floresta, em particular à luz dos interesses das empresas participantes no estudo. Verificou-se que a maior parte dos grupos de investigação é de dimensão pequena ou média, e muitos desenvolvem investigação fundamental ou mais imediatamente apli- Departamento de Genética Citogenética de vegetais, biodiversidade e melhoramento e Biotecnologia genético, genómica, proteómica, biologia molecular Instituto Gulbenkian Grupo de Desenvolvimento Desenvolvimento, vegetal, reprodução sexuada, da Ciência Vegetal biologia celular, genómica sejam desenvolvidos estudos de possível aplicação à floresta num número limitado de Universidade da Departamento de Ciência Engenharia enzimática outros Institutos. As tabelas 5.1 e 5.2 abaixo mostram uma lista não exaustiva destes cen- Beira Interior e Tecnologia do Papel cável a áreas próximas (ex: agricultura). A nível de laboratórios do Estado, a Estação Florestal Nacional (efn) destaca-se como o principal centro dedicado à área, embora também tros e dos temas científicos sobre os quais se pretendem debruçar. 68 69 Fileira Florestal Fileira Florestal Tabela 5.2. Laboratórios do Estado onde se desenvolve investigação ou competências alicáveis à floresta, com breve descrição dos objectivos declarados. e o Grupo Portucel-Soporcel (www.portucelsoporcel.com), que estabeleceu, já há alguns anos, o seu próprio centro autónomo de i&d, o raiz – Instituto de Investigação da Floresta e do Papel (www.raiz-iifp.pt). Instituição Áreas Científicas Objectivos declarados De notar que a Celbi é frequentemente destacada do panorama nacional, entre a comu- Instituto Nacional efn – Estação Ecofisiologia, i&d no domínio do sector florestal, nidade académica e mesmo entre executivos de empresas concorrentes, como um exem- de Investigação Agrária Florestal Nacional caracterização de contribuindo para a formulação e plo histórico de visão inovadora, traduzida no constante investimento em, e aplicação de, variabilidade genética, concretização da política nacional de melhoramento de plantas, I&D florestal, quer através da elaboração genética quantitativa, de estudos tendentes a promover o no aproveitar de oportunidades estratégicas de médio e longo prazo. Em relação a isto, técnicas moleculares desenvolvimento do sector quer apoiando, não é estranha a influência que a mentalidade e os métodos de gestão escandinavos terão e bioquímicas a nível técnico e científico, as actividades e das Pescas de experimentação e demonstração a nível regional resultados de i&d, não só na resolução de problemas imediatos da empresa mas também tido na empresa ao longo dos anos. Desse modo, será de ponderar até que ponto é que uma evolução no sentido de tornar as empresas portuguesas do sector mais inovadoras não terá inevitavelmente de passar pela endogeneização de práticas comuns em países tecno- ean – Estação Caracterização de solos, i&d em matérias disciplinares, de fileira Agronómica Nacional fisiologia vegetal, cultura produtiva ou em domínios horizontais ao logicamente mais avançados (nomeadamente no sector em causa), especificamente atra- in vitro, micropropagação sector agro-rural, relacionados com as suas vés de uma aposta clara na formação avançada dos quadros superiores das empresas vegetal, engenharia áreas científicas. nas melhores escolas de gestão internacionais, bem como na incorporação de quadros genética, técnicas vindos de outros países e com experiência na aplicação de inovação tecnológica para de produção benefício da produtividade de empresas do sector florestal. enmp – Est. Nacional Fornecer a agricultura portuguesa com Melhoramento novas variedades e tecnologias no âmbito de Plantas das culturas arvenses e olivicultura iict – Instituto de Centro de Florestas Contribuir para o desenvolvimento científico Investigação Científica e Produtos Florestais de critérios de sustentabilidade para os 5.3.1. O sistema de i&d nacional e a sua relevância para a floresta Como é sobejamente conhecido, Portugal está muito atrás da maior parte dos países ditos Tropical sistemas florestais tropicais ineti – Inst. Nac. Departamento Biologia molecular, Desenvolver competência em tecnologias Engenharia, Tecnologia de Biotecnologia engenharia de proteínas, biológicas, levando à modernização da enzimologia industrial indústria instalada e inovação de produtos e Inovação e processos desenvolvidos, em particular da Europa e América do Norte, no que diz respeito à sua produção científica (ver Introdução do relatório ViaBio). Tal é agravado pelo facto da proporção da despesa em i&d no País que é da responsabilidade dos privados, nomeadamente empresas, ser particularmente diminuta em relação à maior parte dos países industrializados. Assim, o primeiro obstáculo que se coloca à produtividade e aplicabilidade da i&d florestal portuguesa – como em outras áreas – é o simples mas grave facto de o País, a despeito da evolução positiva recente, claramente não apostar ainda o suficiente em i&d. E embora Existem ainda diversos laboratórios com i&d não especificamente direccionada para a fi- se esteja aqui a focar i&d que se pretende aplicável aos interesses de entidades privadas leira florestal mas que aborda assuntos relevantes para a competitividade do sector (como – designadamente empresas do sector florestal – o papel atribuível ao Estado não poderá por exemplo investigação na melhoria de processos de transformação de material flores- ser subestimado, uma vez que é crucial criarem-se no País competências e infra-estruturas tal) ou que toca em áreas científicas e técnicas que poderão ser aproveitadas pelas empre- de base científicas e para-científicas (protecção da propriedade intelectual, gestão da i&d, sas que praticam (ou queiram praticar) i&d no sector – exemplos incluiriam o Centro de In- transferência de tecnologia, etc), sem as quais o possível interesse dos actores privados em vestigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos (ciceco) da Universidade de Aveiro, ou o Centro apostar na i&d como estratégia competitiva estará seriamente comprometido. para Engenharia Biológica e Química (cebq) do Instituto Superior Técnico. Dado que entre estes Com base nas observações feitas ao longo deste estudo e também em noções plenamente laboratórios se encontram centros de excelência reconhecidos internacionalmente, e dado estabelecidas, algumas fraquezas que poderão estar a comprometer seriamente o aprovei- que e investigação biológica aplicável à floresta – como em outras áreas – será cada vez mais tamento de inovação tecnológica por parte do sector florestal português, e que podem ser transdisciplinar, é de prever a extrema importância que terá a cooperação entre as empre- apontadas ao sistema de i&d português como um todo, incluem: sas do sector e estes grupos dedicados a áreas “paralelas”. No que respeita às entidades privadas com fins lucrativos, verifica-se que um pequeno número de grupos empresariais ligados à fileira florestal desenvolve trabalhos de investigação e desenvolvimento, com destaque para o Grupo Amorim (www.amorim.pt), a Silvicaima, a Celbi (pertencente ao grupo Sueco-Finlandês StoraEnso, www.storaenso.com), · Dimensão reduzida – consequência do tamanho do próprio País e da sua população, mas também dos tradicionais baixos níveis de educação formal e de importância atribuída à actividade de investigação científica. 70 71 Fileira Florestal · Fragmentação da comunidade em pequenos grupos, muitos com actividades e objec- Fileira Florestal ii) Os critérios de avaliação e financiamento dos projectos de investigação: tivos sobreponíveis mas com baixos níveis de intercomunicação ou sinergia (ver tabe- o envolvimento de especialistas vindos da indústria na avaliação de projectos; a par- las acima). ticipação de entidades estrangeiras; o relevo dado à componente de resolução de problema, por oposição à de acumulação de conhecimento, nos projectos a financiar com · Falta de perspectivas para o desenvolvimento de carreiras científicas, na ausência fundos públicos; a coordenação entre a aplicação de fundos públicos e financiamento de, por um lado, sectores industriais que desempenhem actividades de i&d de forma privado ao longo da cadeia de valor da i&d aplicada; os critérios de distribuição de contínua e, por outro, uma carreira de investigação propriamente dita dentro do sis- financiamento como prémio à excelência dos melhores, por oposição à distribuição tema académico. equilibrada por todos; a definição de temas prioritários, sobretudo do ponto de vista económico, dentro de cada área científico-tecnológica e a adaptação da duração dos · Falta de enfoque, em termos de investimento, num grupo restrito de áreas científicas específicas onde porventura haja mais competências e, principalmente, em linhas de i&d – seja ela fundamental ou de aplicação óbvia – que tenham como ponto de partida problemas práticos. ciclos de financiamento aos ciclos de inovação e desenvolvimento de produto característicos de cada sector (e que no florestal podem ser particularmente longos). iii) A definição de projectos estrategicamente cruciais, de prioridade máxima para investimento a longo prazo por parte do Estado, com relevância para a resolução de problemas económicos reais, com participação de agentes privados nacionais e estran- · Alguma escassez e dispersão de recursos ou ineficiente aproveitamento dos mesmos, nomeadamente a nível de infra-estruturas ou equipamentos. geiros, aproveitando competências científicas multidisciplinares e criando competências múltiplas a nível local. iv) A capacidade de lobbying por parte de entidades nacionais: a organização de interes- · Pouca ligação à indústria – consequência da atitude histórica das universidades e de ses nacionais para apresentação coordenada a nível de financiadores transnacionais; a uma colagem, também histórica, da indústria a actividades tradicionais, de baixo valor definição de pontos de equilíbrio entre interesses económicos e capacidade científica acrescentado e onde a inovação não é o mais importante factor de competitividade. em áreas chave relativamente a outros países; a definição de grupos mistos indústria/ universidade nacionais para exercício de pressão sobre decisões a nível europeu. · Pouco poder de influência e baixo reconhecimento a nível internacional, fruto dos factores acima descritos e também, sobretudo recentemente, de alguma falta de coordenação a nível do lobbying junto de entidades transnacionais, em particular europeias. 5.3.2. Aspectos particulares da i&d aplicada ao sector florestal A i&d desempenhada em Portugal e aplicável ao sector florestal sofre naturalmente das limitações gerais impostas pelas fraquezas do sistema nacional de i&d acima descritas. Assim, no que respeita à aposta do Estado em i&d, e para além do aspecto puramente Existem no entanto alguns factores que poderão distinguir especificamente aquela área quantitativo – traduzível por exemplo em números de bolsas para formação avançada de e que porventura poderão ser essenciais para a definição e implementação de estratégias recursos humanos e na quantidade de dinheiro investido em infra-estruturas e equipa- para a promover. mento – existe um problema organizacional. Com efeito, de pouco serviria ao sector flo- Em primeiro lugar, a enorme importância das indústrias florestais como recurso eco- restal um aumento do investimento estatal em i&d se não fossem tomadas medidas no nómico para o País aliada à conjuntura internacional actual faz com que este seja um sec- sentido de reorganizar algumas componentes do sistema científico nacional. tor onde a promoção da i&d seja facilmente identificada como prioritária. De facto, ao Entretanto, a questão fulcral será como combater, contornar ou ultrapassar as limita- contrário de outros sectores onde, a nível internacional, a aplicação da biotecnologia tam- ções actuais do sistema científico nacional, no sentido de favorecer a absorção de novas bém tem causado grande impacto (como o medico-farmacêutico, por exemplo) no caso da (bio)tecnologias por parte das empresa em prol da economia nacional. fileira florestal existem razões concretas para considerar que em Portugal poderão verificar- De entre os factores passíveis de serem ponderados dentro da perspectiva do presente se as condições fundamentais para que a indústria, ao beneficiar de resultados de i&d, se relatório, e tendo em especial atenção as opiniões e dados recolhidos ao longo deste estudo, torne (ou permaneça, em alguns casos) competitiva ao nível internacional e para que pro- poder-se-ão salientar: blemas internos sejam abordados e resolvidos com soluções com origem no próprio País. i) O papel dos laboratórios do Estado: os limites da sua actuação; os critérios para a sua Por outras palavras, existe em Portugal um recurso de base – a floresta e a indústria que à avaliação; a sua relação com as universidades; a organização do pessoal científico e cri- volta dela se desenvolveu – que não tem paralelo em muitos outros sectores e que poderá térios de progressão na carreira; a importância das relações com agentes privados e o constituir um factor de diferenciação em relação às políticas de i&d de outros países. acesso aos recursos humanos, materiais e de informação de que dispõem, por parte de entidades externas. Em segundo lugar, a estreita ligação e interdependência do sector florestal em relação a factores eminentemente locais – as espécies vegetais, o solo, o clima, os hábitos 72 73 Fileira Florestal Fileira Florestal da população – faz com que a inovação tecnológica verificada noutros países possa mui- Ainda em relação ao eucalipto, verificou-se que, em contraste com o relevo económico tas vezes não ser aplicável ao sector em Portugal. Ou seja, ao contrário do que se passa em da sua exploração comercial, a capacidade dos grupos de investigação portugueses que outros sectores, a noção de que a investigação científica pode trazer benefícios à indústria estudam a planta de entrarem em consórcios internacionais e neles terem um papel pre- da fileira florestal não deverá ser acompanhada da esperança de que o progresso verificado ponderante é extremamente limitada. Segundo opinião geral da comunidade científica e noutros países irá necessariamente beneficiar a economia portuguesa nesta área. Conse- empresarial, tal deriva não só da falta de dimensão dos grupos portugueses (a nível finan- quentemente, este é um sector onde a capacidade local de gerar inovação directamente ceiro e outros), mas também da ausência de uma política científica de longo prazo que relevante para a produtividade das empresas será um factor primordial para a manuten- permita compromissos significativos por parte dos cientistas portugueses. Esta situa- ção da sua competitividade global. Por outras palavras, é mais difícil importar inovação ção parece ser comum, aliás, a toda a investigação de relevo para a fileira florestal, e torna- tecnológica de modo eficiente na fileira florestal do que noutros sectores. se grave devido ao facto de que a melhor i&d neste tipo de área ser cada vez mais levada a Em terceiro lugar, e mais do que acontece em muitas áreas como a farmacêutica e a ali- cabo por redes internacionais. mentar, existe na fileira florestal alguma tradição, não muito antiga mas ainda assim sig- O mesmo tipo de situação foi observado em relação ao sobreiro, espécie de cujo pro- nificativa, de investimento na investigação científica por parte de empresas emblemá- duto de maior importância económica – a cortiça – Portugal é o maior produtor e exporta- ticas. Com efeito, este será dos poucos sectores da indústria portuguesa acerca dos quais se dor mundial. Neste caso verifica-se que, em parte devido a problemas inerentes ao produto poderá afirmar que muita da melhor investigação realizada nos últimos anos, mesmo se propriamente dito como o do tca (2,4,6-tricloroanisol, composto de origem bacteriana que incipiente, foi feita por, ou em parceria estreita com, grandes empresas. dá origem ao conhecido “sabor a rolha”), a conjuntura internacional parece estar a favo- Não deixa no entanto de ser surpreendente e porventura paradoxal que a quantidade e a recer soluções eventualmente substituintes da cortiça para a sua principal aplicação – as qualidade da investigação financiada por fundos públicos nesta área, em Portugal, não pa- rolhas. Aqui conclui-se que existe uma clara ameaça mas também uma oportunidade para reça ter especial relevância. Não parece haver nenhuma preponderância particular da i&d desenvolvimento tecnológico, uma vez que se poderia supor que Portugal seria o local relacionada com a floresta dentro do panorama científico nacional, nem há registo de que ideal para, em paralelo, se estudar estratégias de base tecnológica para melhoramento esta seja uma área em que o Estado português invista recursos de forma significativa. Talvez da qualidade da cortiça (passando pela resolução do problema do tca) e se desenvolver como consequência, os poucos grupos e centros de investigação académicos que se dedicam novas aplicações comerciais e industriais, tanto da própria cortiça como de subprodu- a temas relacionados com a floresta não têm tido acesso à participação plena em grandes tos resultantes da sua produção a partir do sobreiro. projectos internacionais, por exemplo de sequenciação ou estudo de genomas de espécies florestais – mesmo quando aparentam ser de relevância para a economia portuguesa. Olhemos em particular para o exemplo do eucalipto. A espécie Eucalyptus globulus tem sido desde há décadas explorada por importantes empresas portuguesas, como o Grupo O que se observa, no entanto, é que o interesse por parte do sistema científico nacional no problema da cortiça ou no sobreiro em geral é reduzido (ver tabelas acima), limitandose a um pequeno número de investigadores sem qualquer projecto comum de longo prazo ou fortes ligações à indústria. Portucel-Soporcel ou a Celbi, e a sua relevância para a economia portuguesa é inquestio- Por outro lado, existem reservas entre a comunidade científica em relação a colaborar nável, fazendo do sector da pasta e papel um dos pilares da economia nacional. Enquanto, com empresas, reservas essas que podem ser um factor determinante para o desfasamento por um lado, se verifica que empresas como as acima mencionadas têm programas de i&d entre interesses académicos e económicos. Em particular, parece haver um problema de estruturados (mesmo que de dimensão relativamente reduzida) e redes de contactos efi- comunicação entre as partes, que poderá ter a ver com alguma falta de visão de mercado cazes dentro da comunidade científica internacional, verificou-se ao longo deste estudo (ou de um fim útil para a investigação) por parte de cientistas, mas também com alguma que o interesse da investigação académica nacional no eucalipto é praticamente ine- falta de noções concretas sobre a complexidade, as incertezas e os timings da investi- xistente. A espécie mencionada, em particular, é abundante em Portugal e apresenta gação científica por parte dos gestores empresariais. Uma outra reserva parece ter a ver características importantes para a qualidade do papel, constituindo um factor de diferen- com alguma desconfiança (ou desilusão) por parte dos investigadores académicos relati- ciação qualitativa para a indústria de pasta e papel portuguesa; várias daquelas caracterís- vamente às motivações que as empresas terão ao entrar em colaborações com grupos de ticas poderiam ser melhoradas, contudo, por processos biotecnológicos – por exemplo, o i&d não empresarial. De facto, verifica-se a noção comum (e não apenas entre a comuni- crescimento da planta, a densidade da madeira ou o seu teor celulósico. Mas na realidade dade académica) de que actualmente, em Portugal, a grande motivação para as empresas observou-se que quase nenhum trabalho é feito a nível académico em Portugal sobre estes entrarem em projectos conjuntos baseia-se apenas no acesso relativamente fácil a fundos temas. Sendo a capacidade das empresas nacionais para apostar em i&d limitada (ques- que poderão cobrir os seus gastos correntes – e não o real investimento em oportunida- tionando-se a própria viabilidade financeira de programas de i&d internos e autónomos des estratégicas inovadoras representadas pelas ditas colaborações. em cada empresa), tal leva a que, ao contrário do que acontece noutros países, ainda existam obstáculos técnicos de monta por ultrapassar no que respeita a uma espécie de vital importância económica para o País. 74 75 Fileira Florestal 5.3.3. Pontos para intervenção específica Com base na recolha de informação feita ao longo do estudo ViaBio, tanto respeitante à fileira florestal como ao sistema científico nacional, em particular no que respeita às Fileira Florestal zando e melhorando técnicas e estratégias hoje em uso como micropropagação, a cultura de meristemas, a variação somaclonal, a selecção in vitro, a cultura de protoblastos e a hibridação somática, entre outras tecnologias. biotecnologias, poder-se-á identificar um conjunto de áreas ou temas onde uma intervenção a médio prazo, articulada entre governo e entidades privadas, poderá contribuir para melhorar radicalmente as perspectivas do sector. · Aproveitamento energético de resíduos florestais. Uma das vertentes em que a floresta poderá afirmar-se como recurso de extrema importância para Portugal é a da produção de energia. Vários processos biotecnológicos são hoje postos em prá- i)Definição de áreas tecnológicas de grande interesse socio-económico tica por todo o Mundo no sentido de aproveitar resíduos agrícolas e florestais para uma eficiente produção de energia, em particular na forma de alternativas aos com- Do ponto de vista do financiamento público – seja ele directo ou através de atribuição bustíveis fósseis como o bioetanol ou o biodiesel (embora neste segundo caso os de benefícios indirectos a entidades privadas – e do investimento privado deverão ser processos não sejam fundamentalmente biotecnológicos). Tendo em conta o posi- ponderadas estratégias segundo as quais uma especial atenção (mesmo que não exclu- cionamento de Portugal relativamente a necessidades energéticas, bem como as sividade) seria dada a determinadas áreas de aplicação tecnológica. Partindo da oferta directivas europeias em relação à poluição atmosférica, esta é uma área de interesse patente dentro do panorama científico nacional, e enquadrando-a no actual contexto premente. Será então crucial promover a investigação na área, bem como promover científico e económico internacional, tais áreas poderão incluir as seguintes: iniciativas, incluindo de i&d, que vão no sentido de harmonizar os interesses dos · Análise genómica. Embora o esforço para sequenciar por completo o genoma de produtores florestais com os dos produtores energéticos dentro do mesmo âmbito um organismo em particular (ex: sobreiro) não seja a melhor opção em termos de (ver Capítulo 4 deste relatório). estratégia científica ou económica, é urgente a criação a nível nacional de competências e infra-estruturas de base (incluindo equipamento) que permitam à comu- · Exploração de novas aplicações para cultivos ou produtos florestais. Perante a nidade científica nacional extrair informação genómica de relevo sobre espécies de ameaça de substituintes para produtos como a rolha de cortiça e de variantes de interesse económico, assim como entrar em posição negocial minimamente confor- muito alto rendimento de determinados cultivos provenientes de diferentes zonas do tável nos melhores consórcios internacionais para estudo de genomas. É crucial que globo (ex: eucalipto), será necessário apostar na aplicação de novas (bio)tecnologias, a criação de competências nesta área tire o melhor partido das capacidades já existen- nomeadamente de processo, ao nível do desenvolvimento de aplicações inovadoras tes, pondo-as a funcionar em rede, e que o esforço seja dirigido para capacidades mul- para as próprias espécies vegetais ou para os produtos delas derivados. O exemplo tidisciplinares e polivalentes, passíveis de evoluir e ser rentabilizadas a longo prazo, do uso da cortiça para substituir o polipropileno é ilustrativo deste conceito. mais do que para um tipo específico de problema ou área científica (dentro do tema transversal que é a genómica) que pareça relevante num determinado momento. ii) Organização da i&d pública · Estudos de melhoramento genético. Um ponto vital para a mais eficiente explo- Uma outra particularidade do sector da i&d aplicada à floresta é que, porventura devido ração de vários recursos florestais é o da capacidade de melhorar geneticamente à ausência de programas ou iniciativas das entidades estatais para promoção especí- alguns cultivos. Em termos relativamente simplistas, esse melhoramento pode ser fica do sector, nota-se uma tentativa clara de organização em rede por parte de gru- posto em prática por métodos clássicos ou por manipulação genética. Será portanto pos de investigação, tanto académicos como ligados às empresas, no intuito de levar de extrema relevância, por um lado, dar prioridade à criação e ao reforço das compe- a cabo esforços conjuntos. Exemplos disto são os projectos SilvInova, que propõe um tências científicas nesta área, em coordenação estreita com quaisquer iniciativas ou reordenamento da oferta de biotecnologia florestal, os esforços no sentido de formar estratégias aplicáveis à área da genómica, e, por outro lado, levantar quaisquer bar- uma estrutura nacional de acompanhamento da Plataforma Tecnológica europeia reiras legislativas ou de percepção pública relativamente à manipulação genética de para o “Forest-based Sector”75, e em particular a proposta de uma Plataforma Nacio- cultivos florestais, tanto para fins experimentais como para comercialização. nal de Genómica Funcional de Plantas, que pretende congregar competências a nível de grupos de investigação nacionais e servir de interface com esforços levados a cabo · Estudos de propagação vegetativa. A clonagem de espécies florestais pode ser fun- noutros países. Ambos os projectos incluem a participação de grupos vindos tanto damental para a competitividade do sector mas exige tipicamente investimentos das universidades como da indústria. É importante que este tipo de esforço “bottom- avultados. Por isto, uma das áreas de investimento prioritário será o estudo de vias up” seja reconhecido e tenha eco em medidas concretas de incentivo, financiamento para reduzir estes custos e/ou aumentar a sua rentabilidade, eventualmente utili- 75 Ver www.forestplatform.org 76 77 Fileira Florestal e acompanhamento por parte de entidades governamentais (“top-down”). Sobretudo Fileira Florestal iii) Financiamento público será necessário evitar duplicação de esforços com iniciativas governamentais. Partindo dos esforços vindos da comunidade científica, poder-se-ão criar as ferramen- A nível do financiamento público de i&d, e para além da óbvia necessidade de uma con- tas adequadas à articulação das redes nacionais com os grandes lobbies internacio- tinuação do aumento do mesmo em convergência com o resto da Europa e os EUA, as nais do sector. Dever-se-á estabelecer um conjunto de critérios de excelência muito cla- observações deste estudo tornaram óbvia a necessidade de uma ponderação de novas ros para seleccionar quais os grupos portugueses que deverão participar em consórcios iniciativas, ou alterações nas já existentes, que favoreçam a captação do investimento internacionais, e a partir daí deverá haver uma intervenção activa por parte de entida- para projectos de grande potencial económico na área florestal. des governamentais e das empresas no sentido de apoiar essa participação, ajudando Em primeiro lugar, e de um modo genérico, verificou-se ser imperativo um levanta- a colocar os grupos portugueses em posição de força negocial perante os congéneres mento das barreiras burocráticas e processuais que dificultam que os programas internacionais. Exemplos de iniciativas que poderão ser importantes nesta perspectiva geridos por entidades como a Agência de Inovação sejam um verdadeiro catalisador incluem a criação, em Portugal, de programas específicos para intercâmbio de cientis- de inovação industrial. Em particular, é claramente necessário que o tempo de avalia- tas dentro de consórcios internacionais em que Portugal participe, assim como a exis- ção e resposta dos programas de financiamento público se coadune com os requisitos tência de fundos para aquisição de equipamentos ou infra-estruturas que permitam às de competitividade tecnológica – em particular biotecnológica – em que a rapidez é equipas nacionais fixarem parte das actividades de i&d dos consórcios em Portugal. um factor determinante. Também é necessário que a avaliação de projectos com com- Ainda no contexto da integração da i&d portuguesa em redes internacionais, será ponente forte de i&d, vindos das empresas ou de parcerias empresa-universidade, seja importante a existência de mecanismos pro-activos de apoio à participação de enti- feita com base, acima de tudo, em critérios simultaneamente científicos e de mer- dades portuguesas, nomeadamente consórcios universidade-indústria, em candidatu- cado. Ou seja, é necessário reunir painéis de avaliação – tipicamente internacionais – ras às principais fontes de financiamento do 7º Programa-Quadro (7pq) da Comissão que juntem o saber científico à experiência de indústria e de mercado. Europeia – o que pressupõe um papel activo de interacção com as empresas e os gru- Por outro lado, conclui-se ser necessário dar às iniciativas de promoção e financiamento pos de investigação por parte de organismos governamentais, em particular o Gabi- da i&d uma componente de orientação eminentemente prática, nomeadamente tor- nete de Relações Internacionais da Ciência e do Ensino Superior (grices) do Ministé- nando prioritário o critério de resolução de problemas na avaliação de projectos, no rio da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, ou quaisquer entidades semelhantes que próprio delinear das regras para cada programa e no acompanhamento da execução possam vir a existir. Talvez ainda mais crucial seja promover estratégias que dêem dos projectos. Do ponto de vista da i&d aplicada à floresta é vital o estímulo a esfor- à indústria e ao sistema científico portugueses a capacidade de influenciar decisões ços que, independentemente da distância a que estão do mercado, sejam pensados e a nível europeu relativas a áreas de investimento prioritário. Tal só poderá ser con- executados com a preocupação do “problema a resolver” em mente. Em termos prá- seguido com acções concertadas junto da Comissão Europeia por parte de grupos ticos, tal poder-se-á traduzir numa nova organização de áreas a financiar por fundos permanentes envolvendo decisores dos grandes grupos industriais (cortiça, papel, públicos (geridos por fct, AdI, etc.), a qual, ao invés de se basear numa divisão por madeira...), eventualmente algumas associações industriais, e responsáveis pelo sis- disciplinas clássicas (biologia celular, bioquímica, genética...) passaria a estruturar- tema científico português. O resultado deverá ser uma participação na redacção dos se segundo os problemas a combater (doenças, catástrofes, recursos em falta...), esti- documentos-chave que servem de base à definição, pela Comissão Europeia, das áreas mulando projectos multidisciplinares – aliando a ciência dita “fundamental” à mais prioritárias de investigação, e a subsequente inclusão explícita nesses documen- directamente aplicada – mas com um fim bem definido e uma postura, à partida, arti- tos de áreas tidas como estratégicas para Portugal. Tradicionalmente o País tem- culável com interesses económicos. se alheado deste processo, o qual deveria aproveitar os elementos nacionais presentes nas várias Direcções Gerais da Comissão Europeia, em articulação com a reper 76e iv) Aspectos paralelos à actividade científica os próprios deputados Europeus, realizando uma constante e sustentada diplomacia económica de carácter científico e tecnológico. Para além do problema básico do financiamento, organização e promoção da Investigação e Desenvolvimento feitos em Portugal, existe uma série de aspectos paralelos à actividade científica que são de grande importância para a tradução desta em retorno económico – alguns dos quais assumem particular importância quando se fala de inovação biotecnológica. Não deverá deixar de ser mencionada a necessidade premente, verificada neste estudo, de criação ou melhoria de interfaces que facilitem a transfe- 76 Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia rência de tecnologias entre a academia e a grande indústria portuguesa. Tal poderá 78 79 Fileira Florestal Fileira Florestal passar, entre outras componentes, pela formação de recursos humanos especializados Durante o estudo, e em particular para o sector em questão, foi dado ênfase às tecnolo- na protecção jurídica da propriedade industrial (pi) e simultaneamente com experiên- gias nacionais, sendo a análise das tendências internacionais sobretudo uma ferramenta cia de investigação científica (em particular em biociências), bem como pela difusão para uso comparativo. A listagem total dos projectos compilados para o levantamento das de boas práticas na transferência de tecnologia (licenciamentos de direitos de pi, entre competências científicas nacionais e internacionais nas áreas científicas seleccionadas outras.) entre as grandes empresas e universidades portuguesas. pode ser consultada em anexo (Anexo d). Uma das fraquezas identificadas ao longo deste trabalho decorre da incapacidade, reve- Ao contrário do que se passou nos outros sectores analisados ao longo deste estudo (têx- lada (e afirmada) por parte de indivíduos e entidades ligadas à i&d não empresarial, teis, alimentar, ambiente e energia), no caso da fileira florestal a equipa não conseguiu de comunicar e demonstrar às empresas a existência, o valor e a aplicabilidade de descobrir tecnologias ou linhas de investigação que se viessem a revelar de particu- determinadas linhas de investigação. Esse seria o papel de grupos especializados que, lar interesse para as empresas (logo, presumir-se-á, para o sector industrial). Tal será, em estando dentro ou fora dos centros de i&d, tenham como objectivo a eficiente transfe- parte, uma consequência directa da facto de – como foi aliás descrito acima – haver uma rência de tecnologias para a indústria. desproporção clara entre a importância da floresta na economia portuguesa e a capaci- De modo simétrico, será de importância crucial que as empresas (pelo menos a partir de dade ou interesse demonstrado pelo sistema científico nacional na área. Por outro lado, uma determinada dimensão) definam equipas internas cuja actividade seja exclusiva- e como também foi já observado, verifica-se que nesta área as empresas mais representa- mente dedicada à busca de inovação tecnológica. Quando não existe a dimensão crí- tivas já têm criadas capacidades internas de i&d ou de prospecção tecnológica, inclusiva- tica necessária para suportar de forma rentável equipas de i&d, as empresas que deci- mente utilizando investigadores experientes e com fortes ligações ao sctn e à comuni- dam apostar em inovação deverão formar grupos dedicados à prospecção tecnológica dade científica internacional, pelo que dificilmente um trabalho com as características e a a nível nacional e global e à interacção com cientistas e entidades do Sistema Cientí- duração do estudo ViaBio poderia vir a acrescentar algo que significativo ao conhecimento fico e Tecnológico Nacional (sctn). Tais grupos devem ser constituídos por elementos e às competências residentes. com formação científica avançada e com conhecimentos práticos de gestão empresarial – de preferência com uma boa noção da actividade da sua empresa como um todo. Na maior parte dos países onde os resultados de i&d têm sido mais eficazmente traduzidos em benefícios para a indústria, uma das vias mais frequentes para essa mesma tra- 5.5. Recomendações Com base em tudo o que foi observado a nível de fileira florestal ao longo deste estudo poder-se-ão então elaborar as seguintes recomendações: dução tem sido a formação de novos projectos empresariais (spin-offs) a partir de linhas de i&d provenientes das universidades ou entidades similares. A criação de condições, · A investigação aplicada à fileira florestal deverá passar a ser tratada pelas entidades a nível burocrático e jurídico, que facilitem a formação de novas spin-offs, e sobretudo estatais ligadas à inovação como uma área tecnológica de intervenção específica a existência de ferramentas de investimento que permitam tais projectos tornarem-se ou diferenciada, muito embora transdisciplinar, para a qual devem ser desenhados competitivos, pode ser um elemento fundamental para que as grandes empresas pos- medidas e programas próprios, adaptados à realidade científica e sobretudo econó- sam ir buscar inovação a quem mais bem preparado esteja para a transferir. mica nacional e internacional. A inovação biotecnológica deverá ser uma das componentes desta área de intervenção. Terá de ser dada particular 5.4. Tecnologias Como referido anteriormente, o estudo ViaBio contou com a participação de duas atenção aos ciclos de desenvolvimento de produto próprios do sector, equilibrando uma perspectiva de mercado com um entendimento do tipo de resultados de i&d que podem ser obtidos a curto e a longo prazo. empresas do sector florestal, o Grupo Portucel-Soporcel e o Grupo Amorim. As áreas tecnológicas seleccionadas por essas empresas como sendo as de maior interesse do ponto de vista de intervenção da biotecnológica foram as seguintes: · Dever-se-á proceder a uma reorganização das instituições estatais e da articulação entre grupos de investigação universitários, empresariais e vindos de laboratórios do · Biotecnologia no melhoramento e na caracterização da matéria-prima; Estado. · Genómica para melhoramento das características do cultivo; Em particular deverá ser reavaliado o papel de centros como a Estação Florestal Nacional (efn), de modo a se tirar · Aproveitamento de subprodutos e resíduos; melhor partido das suas potencialidades humanas e logísticas, ao mesmo tempo aliviando o peso da máquina buro- · Em particular, valorização energética de subprodutos e resíduos; crática associada a estas instituições, porventura criando um novo esquema de progressão na carreira científica estatal aliado à excelência e a um sentido de missão de serviço público, e não a regras de puro funcionalismo público. Foram compilados e analisados 17 projectos relativos às áreas acima listadas, incluindo projectos “portugueses” desenvolvidos em 4 instituições de i&d pertencentes ao sistema científico e tecnológico nacional. · Dever-se-ão criar novos tipos de programas de financiamento em cooperação publicoprivada, partindo das iniciativas já emergentes na comunidade científica, de modo a 80 81 Fileira Florestal Fileira Florestal apoiar a existência e funcionamento de redes nacionais transdisciplinares e autó- sucesso – assim como da formação avançada dos executivos nas melhores escolas de nomas de laboratórios que trabalhem de forma coordenada, tendo objectivos de rele- gestão do Mundo. vância económica em mente, mesmo que partindo de plataformas tecnológicas. Esta estratégia deverá partir de uma vontade e aposta das próprias empresas, mas poderá em alguns casos beneficiar Um exemplo de iniciativas emergentes na comunidade científica será o Programa Nacional de Genómica de Plantas, de medidas governamentais dirigidas ao apoio de certos tipos de formação especializada e de alto nível e de recruta- que já está organizado e envolve elementos de destaque das comunidades empresarial e académica. Embora se chame mento de recursos humanos especializados. a estas redes “nacionais”, recomenda-se que elas tirem proveito também da melhor I&D praticada noutros países, integrando grupos não portugueses, em prol de interesses essencialmente nacionais. · Deverá ser identificado um número limitado de projectos estruturantes, que permitam fixar em Portugal competências e conhecimentos em áreas transversais e de inte- · Na sequência do ponto anterior, deverão existir fundos específicos para suporte resse tanto a curto como a longo prazo (ex: Genómica), e colocar o País em melhor financeiro a redes transdisciplinares de i&d dirigida à resolução de um número limi- posição para competir por fundos e parcerias transnacionais. Tais projectos deverão tado de problemas escolhidos como prioritários para a floresta (e para outras áreas – ser postos em prática com base em – ou em íntima articulação com – as redes transdis- ver demais secções do relatório), os quais deverão ser significativamente suportados ciplinares e iniciativas da comunidade já em curso e acima mencionadas. por empresas do sector, tendo gestão autónoma e executada por equipas de peritos Exemplos de projectos estruturantes poderão incluir programas de melhoramento de espécies de relevância econó- académicos e industriais. mica, a participação portuguesa em programas internacionais de sequenciação de genomas, ou ainda a procura de As empresas que participem no financiamento de fundos que suportem as redes deverão ser elegíveis para determi- novas aplicações comerciais/industriais para produtos como a cortiça. nados benefícios (ex: fiscais) ou para acesso prioritário a tecnologias ou serviços relacionados com a sua valorização, sendo importante o delinear de um processo que permita este acesso sem gerar conflitos de interesse. · Deverá ser redefinida a intervenção dos organismos responsáveis pela internacio- Em termos mais gerais, e relevantes para todo o sistema de inovação português: · Deverá ser repensada a forma de avaliação de projectos de investigação candidatos nalização da i&d nacional, especificamente criando, no seu seio, um grupo dedicado a financiamento público que tenham como objecto a resolução de problemas da flo- ao sector da floresta, formado por decisores da indústria, do governo e do sistema aca- resta portuguesa, nomeadamente introduzindo uma componente forte de perspectiva démico, no sentido de reforçar a presença portuguesa nos melhores consórcios inter- de mercado nos critérios dessa avaliação. nacionais, a captação de fundos comunitários e sobretudo a influência dos interesses nacionais sobre as decisões tomadas pela ce a respeito do sector. · Dever-se-á dar forte prioridade a iniciativas de reforço das competências relevantes Deverá ser delineada uma estratégia de lobbying por sectores cruciais para Portugal, como a floresta, eventualmente par- para a transferência de tecnologias entre grupos de investigação académicos, pmes tindo de organizações já existentes (ex: grices), ou criando novas entidades financiadas apenas em parte pelo Estado, e as grandes empresas do sector da fileira florestal. Em paralelo, deve ser estudada a mas sempre garantindo a participação activa das empresas e a autonomia em relação a agências governamentais. criação de um mecanismo cuja função seja a de permanentemente monitorizar as necessidades tecnológicas das empresas e do sector como um todo, e de consequen- · Deverão ser estabelecidas ou reforçadas, por parte da indústria e com eventual papel facilitador do Estado, parcerias estratégicas de longo prazo entre os principais gru- temente procurar soluções para aquelas que possam surgir entre a comunidade científica nacional ou internacional. pos com interesse na exploração da fileira florestal, os produtores florestais e o sector energético no sentido de partilhar o aproveitamento de resíduos para produção · Quaisquer medidas especificamente dedicadas à i&d florestal deverão imprescin- de energia. divelmente ser acompanhadas de medidas de fundo no sentido de continuamente Deverá ser necessária uma articulação entre os vários esforços de prospecção ou inovação tecnológica já em curso em reforçar o financiamento da ciência em Portugal, as parcerias público-privado, a for- algumas grandes empresas dos sectores florestal, ambiental e energético, no sentido de enveredar por uma estratégia mação de recursos humanos especializados (em ciência e áreas paralelas) e a atracção de i&d comum entre elas, eventualmente transponível depois para cooperação ao nível de exploração dos produtos. de talento e de investimento estrangeiro. · Deverá ser reforçada a assimilação de boas práticas de gestão da inovação comprovadas em diferentes parte do mundo, nomeadamente através da incorporação nas empresas de recursos humanos especializados em gestão de tecnologias – eventualmente vindos de países onde a inovação biotecnológica na floresta já deu provas de 82 83 VIAbio 6. Sector Têxtil Sector Têxtil cou uma perda de duas posições no ranking mundial de 18 para 20, respectivamente77. A nível da União Europeia (eu), o maior exportador tem sido a Alemanha com uma quota de 6.1. Enquadramento Nesta secção do relatório é traçado um panorama geral sobre a aplicação da biotecnolo- 14,5% em 2004 (13,5% em 2000). Portugal ocupou a 14ª posição nesse ano, com uma quota de 1,9%, mantendo a sua posição face a 200079. gia ao sector Têxtil e sobre a capacidade de i&d pública e privada portuguesa associada ao Em 2004 o peso das exportações do sector têxtil e vestuário português representou cerca sector – seja ela assente em universidades, centros/departamentos de i&d, laboratórios do de 15% das exportações totais nacionais, contrastando com os valores de 1987 em que estado, centros tecnológicos ou empresas. Ao longo desta componente do estudo ViaBio os têxteis representavam aproximadamente 33%. No que se refere à balança comercial dos foi feita uma tentativa no sentido de identificar oportunidades e soluções que possam ser têxteis é de notar uma diminuição das exportações entre 2000 e 2004, de 1.884 milhões de absorvidas pelas empresas têxteis de modo a melhorar processos, criar novos produtos e Euros para 1.563 milhões de Euros, respectivamente. Consequentemente, verificou-se uma trazer benefícios ao próprio sector. Pretendeu-se também, com base na recolha de um ele- diminuição do peso das exportações no pib de 1,57% em 2000 para 1,11% em 200479. vado número de dados e opiniões, chegar a conclusões que permitissem a elaboração de O desempenho das empresas do sector têxtil e vestuário nacional foi recentemente clas- recomendações que visem auxiliar as empresas e o sector em geral a identificar, seleccio- sificado de acordo com indicadores de crescimento do volume de negócios e de produ- nar e endogeneizar (bio)tecnologias inovadoras. tividade de trabalho, entre outros. O ranking de 2005 das empresas com maior volume A indústria têxtil é um sector muito vasto e complexo. Engloba a produção e a aquisição de negócios foi liderado pela Coindu (empresa produtora de componentes automóveis), de matérias-primas e todos os passos subsequentes, desde a fiação e a produção de tecido seguida pelas duas empresas têxteis participantes no estudo ViaBio – tmg e Lameirinho – até ao fabrico do produto final e a sua comercialização. De um modo geral, o custo da mão- na 2ª e 3ª posições, respectivamente; estas duas empresas são assim, de facto, as duas maio- de-obra e dos materiais, as conjunturas económicas e as políticas mundiais actuam como res nacionais se encararmos o sector têxtil em sentido estrito. No entanto, nas 10 empre- factores decisivos no desenvolvimento do sector ao nível nacional. No entanto, e cada vez sas com maior volume de negócios denotou-se um ritmo de crescimento inferior quando mais, o desenvolvimento da indústria têxtil está também intrinsecamente associado a comparado com 2003, observando-se uma queda do volume de negócios de 3,6%78. desenvolvimentos tecnológicos. Estes são essenciais para a produção de novos têxteis As alterações dos factores competitivos e consequentes problemas estruturais, o alar- com propriedades inovadoras e/ou de elevado desempenho, i.e., têxteis com melhor qua- gamento da ue e a total liberalização do comércio internacional têxtil, aliados a uma con- lidade, com custos de produção mais baixos ou mais ecoeficientes, entre outras caracterís- juntura económica difícil, têm condicionado as estratégias das empresas portuguesas no ticas. Procuram-se hoje fibras com propriedades diferentes, capazes de provocar impactos sector, bem como as decisões quanto à localização e ao investimento. A Indústria Têxtil significativos no mercado; de facto, muitas das fibras com maior sucesso na actualidade portuguesa tem-se mostrado muito vulnerável às tendências de globalização, muito são misturas de fibras naturais com fibras sintéticas, com as quais se pretende obter, por pelo facto de ter como base da sua competitividade os baixos custos (i.e. mão de obra a exemplo, tecidos mais resistentes, que enruguem menos e com novas texturas. preço reduzido) o que tem sido determinante para a actual situação do sector face a uma Os desenvolvimentos científicos e tecnológicos recentes têm permitido também con- concorrência internacional que hoje disponibiliza mão de obra a preço ainda mais redu- tinuar a diversificação da aplicação dos têxteis a novas áreas, como por exemplo a medi- zido – tal é o caso dos países asiáticos ou do Magrebe, onde de resto algumas empresas cina, a arquitectura e construção, a electrónica, a agricultura, as indústrias automóvel e nacionais já instalaram unidades de produção. aeroespacial, a decoração de interiores, as aplicações militares e outros processos indus- De uma forma genérica, a indústria têxtil portuguesa apresenta uma baixa taxa de esco- triais. O tecido/têxtil é hoje frequentemente visto e utilizado como uma ferramenta, um larização dos empresários e trabalhadores, verificando-se uma pequena proporção de qua- recurso intermediário para variadas disciplinas. A era em que os têxteis tinham mera apli- dros técnicos superiores. Isto é particularmente revelador quando se verifica o elevado cação no lar, no vestuário e no calçado encontra-se ultrapassada, ou seja, a diferenciação e peso do capital investido que é de origem familiar, o que leva frequentemente a uma ges- a aplicação em novos mercados por inovação, nomeadamente tecnológica, será cada vez tão não particularmente profissionalizada79. Como consequência, o modelo de cresci- mais um factor determinante para a indústria, e potenciará o seu crescimento. Em para- mento da indústria têxtil portuguesa que marcou as últimas três décadas e que tem por lelo, a capacidade de adaptação e resposta a novas necessidades de mercado são factores base os baixos custos produtivos e o relacionamento privilegiado com os mercados de des- prementes para o sucesso da indústria têxtil. tino, encontra-se esgotado. As exportações têxteis a nível mundial representaram 203.461 milhões de usd em 2004, sendo a China o principal exportador com uma quota de 24%, correspondente a um crescimento de 4,4% entre 2000 e 2004. Por outro lado, em 2004 as exportações portuguesas de têxteis representaram 1% das exportações mundiais face a 1,1% em 2000, o que signifi- 77 Estudo do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia e da Inovação, Março de 2006 78 Estudo do Cenestap, Gabinete de Estudos Têxteis Aplicados, “As 100 Maiores Empresas da Indústria Têxtil e do Vestuário”, Janeiro de 2005 79 Salavisa, i. Ind. Portuguesa – Especialização Internacional e competitividade. (2000). Oeiras, Celta Editora, xii 84 85 Sector Têxtil Sector Têxtil Torna-se portanto crucial fomentar a competitividade extra-preço, promovendo a ino- O conhecimento das vias metabólicas, o funcionamento dos genes e as características por vação e a diferenciação de produtos e processos, passando por um reposicionamento eles determinadas estão a ser explorados de forma inovadora, e para benefício de diver- dos segmentos e mercados-alvo a atingir - nomeadamente almejando novos mercados em sas indústrias ou sectores económicos. Um exemplo de biotecnologia industrial moderna que o factor diferenciador é valorizável. poderá ser evidenciado por uma tecnologia desenvolvida na empresa Novo Nordisk: atra- Dever-se-á notar, neste ponto, que já existem vários tipos de esforços, a nível nacional, para estimular a inovação no sector têxtil, de entre os quais se poderão destacar os seguintes: · Programas destinados a atacar problemas estruturais do sector. Um exemplo é 80 vés da descoberta de um fungo filamentoso (Humicula lanuginosa) que produz uma enzima capaz de dissolver gorduras de forma eficiente, e da clonagem dos genes correspondentes a essa enzima num outro fungo (Aspergillus oryzae), a empresa conseguiu rendimentos ele- o programa Dínamo , que está organizado em torno de três eixos fundamentais: a vadíssimos daquilo que se tornou o primeiro detergente com origem na engenharia gené- imagem e internacionalização; a requalificação de recursos humanos e empreendedo- tica – a lipolase82,83. rismo; e inovação e desenvolvimento. A nível mundial, os desenvolvimentos tecnológicos realizados por grandes empresas com vista à resolução de problemas técnicos e à criação de novas oportunidades para o · Centros tecnológicos destinados a apoiarem o desenvolvimento das capacidades téc- seu negócio têm cada vez mais servido de motor ao desenvolvimento do sector como um nicas e a implementação de soluções tecnológicas de forma a promover a inovação e a todo. A biotecnologia, em particular, tem vindo a distinguir-se nos últimos tempos pelas qualidade do sector têxtil, de que é exemplo o Centro Tecnológico das Indústrias Têx- suas mais variadas aplicações na indústria têxtil, que vão desde alternativas tecnológicas a 81 til e do Vestuário de Portugal – citeve . nível da fibra ou do tecido até ao melhoramento e à optimização dos processos de fabrico, passando pelo desenvolvimento de novos materiais com novas características de acaba- · Feiras e eventos propondo soluções inovadoras, direccionando as empresas numa mento, toque e funcionalidades, e chegando mesmo a aplicações que reduzem os custos vertente de diferenciação e diversificação sobrepondo-se às áreas clássicas. Estas ini- energéticos, de água, e do impacto ambiental. Neste último aspecto, a consciencialização ciativas actuam como plataforma para a comercialização, encorajando a comunica- dos consumidores para aspectos ligados ao ambiente actua como uma força motriz para o ção interdisciplinar. Entre outros exemplos será de referir acções como a Techtextil, a desenvolvimento de soluções mais ecológicas. Avantex e o Salão Modtissimo, entre outras. Exemplos de biotecnologias aplicadas ao sector têxtil são os seguintes: · Sondas de adn. Esta técnica pode ser usada para distinguir diferentes tipos de fibra Por outro lado também existem exemplos de empresas em Portugal que já enveredaram animal - por exemplo caxemira (cabra), angorá (cabra), lã (ovelha), ou fibras de camelo pela diferenciação tecnológica. Um caso interessante é o da Natura Pura, que usa o algo- conhecidas como fibras de luxo – usando pequenos segmentos de adn que são com- dão biológico naturalmente colorido, sendo a única empresa portuguesa a ter o rótulo eco- plementares ao adn das fibras. Este tipo de tecnologia é importante para impedir e lógico europeu (iniciativa que promove a avaliação do impacto ambiental de um produto fraude e a adulteração das fibras (por exemplo, misturar com fibras mais baratas como em todas as fases do processo). Outro exemplo é o da Petit Patapon, que aposta no uso de lã de ovelha e iaque) e vem ao encontro das necessidades dos importadores e proces- tecidos que filtram os raios ultravioleta e numa gama de antialérgicos para crianças, não sadores de fibra no sentido de garantir a compra das fibras correctas, em particular utilizando fibras metálicas ou sintéticas e produzindo tecidos em que a componente de tendo em conta o facto de os métodos correntes de análise da fibra não serem total- algodão orgânico não recorre ao uso de pesticidas ou aditivos. De notar que esta postura mente fiáveis/específicos. As sondas de adn também já têm sido desenvolvidas para a consiste num exercício voluntário por parte das empresas, sem resultar de uma obrigato- análise do algodão, linho, juta e cânhamo. riedade legal, indo ao encontro de uma diferenciação e respondendo a uma solicitação de um nicho de mercado. · Biossensores. Uma potencial aplicação de biossensores no sector têxtil passará pela incorporação destes em fibras, de forma a produzir “tecidos inteligentes” que detec- 6.2. Biotecnologia no sector têxtil tem a presença de agentes químicos ou biológicos, replicando-se a estratégia e o racio- A revolução da biotecnologia moderna reporta os anos 70 com o aparecimento de técni- cínio por detrás de tecnologias que recorrem, por exemplo, ao uso de fungos para cas inovadoras como as da engenharia genética, potenciando o desenvolvimento de novas absorção e concentração de metais pesados em efluentes (a presença de metais pesa- aplicações e possibilidades a partir das propriedades dos seres vivos. A biotecnologia nos dos altera as propriedades condutoras dos fungos e consequentemente estes podem dias de hoje passa pela compreensão dos sistemas biológicos, possibilitando a sua optimi- ser usados como indicador da presença de metais nos efluentes). zação e utilização de uma forma mais eficiente. 80 Programa Dínamo – Dinamização dos sectores têxtil, vestuário e calçado (2003) Ministério da Economia 81 www.citeve.pt 82 Biotechnology in textiles, David Rigby Associates – Management Consultants, Chris Byrne 1995 83 Lazar, G. and Schroder, F. R., in Microbial Degradation of Natural Products (ed. Winkelmann, G.), vch, Weinheim, 1992, pp. 267–291 86 87 Sector Têxtil Sector Têxtil · Anticorpos monoclonais. Os anticorpos monoclonais (mab) são proteínas capazes Outro exemplo são as recentemente criadas cabras transgénicas, com genes envolvi- de reconhecer substâncias muito específicas, mesmo que estas estejam presentes em dos na produção da seda da aranha que foram alterados de forma a serem excreta- concentrações baixas. Como exemplo, recentemente a empresa britânica Biocode dos no leite94,95. Dada à sua resistência, flexibilidade e leveza, esta fibra tem variadas desenvolveu anticorpos monoclonais para marcação de tecidos e desta forma impedir aplicações, desde coletes à prova de bala até suturas ou compressas biodegradáveis, e contrafacção/falsificação. poderá inclusivamente ser usada na reconstituição de ligamentos e tendões. · Plantas geneticamente modificadas. A susceptibilidade a pestes é um dos facto- · Tosquia biológica. Esta técnica consiste na utilização de uma citocina chamada fac- res mais importantes no decréscimo de rendimento de culturas importantes para o tor de crescimento epidérmico (epidermal growth factor – egf) que, quando injectada sector têxtil como o algodão. O uso de químicos para controlo de pestes originou o na ovelha, provoca a interrupção do crescimento da lã. Um mês após a injecção desta desenvolvimento de insectos e ervas daninhas resistentes a insecticidas e herbicidas. citocina a fibra quebra facilitando assim a tosquia do animal. Estima-se que assim o Assim surge a necessidade de desenvolver plantas geneticamente modificadas capa- tempo necessário ao processo de tosquia se reduza a metade96. zes de resistir a pestes. Plantas de algodão geneticamente modificadas com resistência a insectos (ex. algodão transgénico com o gene da toxina produzida pelo Bacillus 84 · Biopolímeros. Polímeros produzidos por fermentação (bactérias, fungos), tendo thuringiensis – Bt) e herbicidas têm sido desenvolvidos desde há já algum tempo e como vantagens o facto de serem obtidos a partir de matérias-primas renováveis e de são já explorados comercialmente, por exemplo pela multinacional Bayer. Inibidores serem biodegradáveis. Como exemplo, a Zeneca Bioproducts (Monsanto) comercializa de proteases, de Ð-amilases e de lectinas estão também a ser testados, por exemplo na um poli-hidroxibutirato (phb) de excepcional biocompatibilidade e boa biodegradabi- China, para produção de plantas de algodão resistentes a insectos. Em paralelo tam- lidade, ideal para aplicações cirúrgicas. bém se vindo a desenvolver espécies de algodão resistentes a herbicidas (ex. genes de resistência a bialapho e bromoxinil)85. · Produção de corantes. Alguns microrganismos conseguem produzir pigmentos até cerca de 30% do seu peso seco. Consequentemente, a produção de corantes para tingi- · Algodão naturalmente colorido. Desde há cerca de 5000 anos que populações indí86 genas das Américas cultivam algodão com cor ; no entanto a sua comercialização a mento de tecidos por via microbiana poderá vir a substituir a síntese química e assim evitar os inerentes problemas de formação de subprodutos tóxicos para o meio ambiente. nível mundial só aconteceu muito recentemente, e ainda limitada a poucos nichos de mercado. O uso de algodão naturalmente colorido evita a utilização dos processos de · Degradação de corantes por via enzimática ou bacteriana. O tingimento de têxteis tingimento e branqueamento, diminuindo assim o impacto ambiental do processo de requer elevados consumos de água e origina efluentes com elevadas concentrações fabrico. Estima-se que, ao se retirar o processo de tingimento, os custos de produção de sais minerais e corantes. A utilização de sistemas bacterianos ou enzimáticos para 87,88 e de efluentes tóxicos diminuam para cerca de 50% . Outras características deste degradação de corantes nas correntes de efluentes das operações de tingimento tem algodão naturalmente colorido incluem uma alta resistência a lavagens, a doenças e a vindo a ser optimizada. Estes sistemas biológicos são bastante versáteis, podendo ser condições de seca, assim como maior tolerância a salinidade89,90,91,92. optimizados para aplicações específicas. Exemplos: descoloração aeróbica por actinomicetes (bactérias produtoras de peroxidases extracelulares); degradação do Remazol · Organismos transgénicos. A manipulação genética de organismos pode ser posta Brilliant Blue por uma peroxidase produzida por fungos género Bjerkandera97; lacases em prática para produção de certas proteínas de interesse para a indústria têxtil. Um (enzimas excretadas por fungos existindo também em plantas superiores) capazes de exemplo disto é proteína da seda produzida por bactérias geneticamente modificadas degradar inúmeros corantes presentes em efluentes têxteis (como o indigo) e de bran- 93 tendo como objectivo o melhoramento das propriedades da fibra . 84 Zhang, B. H. and Feng, R., Acta Agronom. Sin., 1998, 24, 248–246 85 Recent progress in cotton biotechnology and genetic engineering in China. Zhang, B.H., Liu, F., Yao, C.B. and Wang, K.B. Current Science, Vol. 79, No. 1, July 2000 86 Naturally colored cotton: resistance to changes in color and durability when refurbished with selected laundry aids. Dickerson, D.K., Lane, E.F. and Rodriguez, D.F. California Agricultural Technology Institute Design, October 1999 87 Apokada, J.K. Naturally colored cotton: a new niche in the Texas natural fibers market. Working Paper Series, Bureau of Business Research paper number 1990-2. Austin, TX: Bureau of Business Research 88 Brookhart, B. The color of money – part II. Farm Journal, p.7, April 1991 89 Fox, S. Naturally colored cottons. Spinoff, pp. 29-31, March 1987 90 Vreeland, Jr., James M. Coloured cotton: return of the native. International Development Research Center Reports, 10 (2), 4-5, July 1987 91 Lee, J. A new spin on naturally colored cottons. Agricultural Research Magazine 44:4, 20-21, April 1996 92 Naturally colored cotton: resistance to changes in color and durability when refurbished with selected laundry aids. Dickerson, D.K., Lane, E.F. and Rodriguez, D.F. California Agricultural Technology Institute Design, October 1999 93 Hinman M B, Jones J A, Lewis R V (2000). Synthetic spider silk: a modular fiber; Trends in Biotechnology Vol. 18: 374-379 quear a ganga98. 94 C.L. Keefer,2 R. Keyston, A. Lazaris, B. Bhatia, I. Begin, A.S. Bilodeau, F.J. Zhou, N. Kafidi, B. Wang, H. Baldassarre, and C.N. Karatzas (2002). Production of Cloned Goats after Nuclear Transfer Using Adult Somatic Cells, Biology of Reproduction 66, 199–203 95 Lazaris A., Arcidiacono S., Huang Y., Zhou J.F., Duguay F., Chretien N., Welsh E.A., Soares J.W., Karatzas C.N. (2002). Spider silk fibres spun from soluble recombinant silk produced in mammalian cells, Science 295:472-476 96 Self Shearing Sheep (1998). Vol. 281 no 5376, p511 97 Moreira, P.R., Vara, E.A., Sena-Martins, G., Polónia, I., Malcata, F.X. and Duarte, J.C. Decolourisation of Remazol Brilliant Blue R via a novel bjerkandera sp. Strain. (2001). Journal of Biotechnology, 89, 2001, p.107-111 98 Mayer, A.M. and Staples, R.C. (2002) Phytochemistry, 60,551-565 88 89 Sector Têxtil Sector Têxtil · Têxteis técnicos e funcionais. Em anos recentes têm surgido têxteis pensados na · Bio-polimento de fibras e tecidos celulósicos (algodão, viscose e liocel) - é feito atra- perspectiva de trazer benefícios acrescidos ao consumidor, contendo ingredientes que vés do uso de celulases (em substituição do método tradicional de fervura alcalina) e podem, por exemplo, proteger do stress ambiental ou melhorar a sensação de bem- reduz o consumo de energia em 25% e 60% dos efluentes, possibilitando uma redu- estar, entre outros. Actualmente, os têxteis funcionais são desenvolvidos tendo como ção global de custos, tipicamente da ordem dos 20%. O polimento tem por objectivo objectivo várias aplicações, nomeadamente médicas (propriedades antibacterianas, remover pectinas, ceras, gorduras, proteínas, e polissacarídeos não celulósicos do antialérgicas), bem como vários tipos de valor acrescentado (aroma, creme hidra- algodão que se encontram essencialmente na superfície da fibra, de forma a facilitar tante, repelente). A título de exemplo, duas empresas (Woolmark e a Resil) desenvol- o processo de tingimento. Tradicionalmente, o processo de fervura usa soluções con- veram recentemente a Sensory Perception Technology™ micro-encapsulation para incor- centradas de hidróxido de sódio para remover as impurezas, o que envolve elevados porar uma variedade de tratamentos na fibra e em tecidos de forma a criar têxteis que custos energéticos, impacto ambiental e riscos para o trabalhador. ofereçam conforto, frescura e protecção. Outros têxteis funcionais têm incorporado substâncias como o Aloe vera (com propriedades hidratantes e anti-inflamatórias), · Degradação de peróxido de hidrogénio (H2O2) por catalase - a presença de H2O2 diversas fragrâncias, vitamina e (renovação da pele, melhoria da circulação), repelen- interfere com os corantes reactivos e a maneira tradicional de remover o H2O2 em tes para insectos, e muitas outras. excesso consiste em lavagens extensas, implicando elevados consumos de água. A catalase é uma enzima capaz de degradar o H2O2 em excesso antes do processo de tin- · Uso de enzimas para processamento têxtil. Dada a relevância das enzimas para gimento102,103. potenciais aplicações nas empresas envolvidas neste estudo, este ponto merece uma · Bio-acabamento - consiste no uso de enzimas para remover pequenas fibras soltas, análise separada (ver mais abaixo). conferindo melhor toque, melhor definição, brilho, textura, drapeado e suavidade. Segundo as observações levadas a cabo ao longo do estudo ViaBio, a área dos Têxteis Técnicos e Funcionais em Portugal surge como uma oportunidade de diferenciação, Celulases, lipases, proteases e pectinases são exemplos das várias enzimas que podem ser utilizadas para limpar o algodão. diversificação e criação de valor acrescentado por parte das empresas de forma a demarcarem-se da concorrência. Esta não será decerto uma solução para todas as empresas mas · Biostoning – uso de celulases com o objectivo de produzir o aspecto desbotado das rou- poderá ser aproveitada por aquelas que tenham a capacidade de diversificar as suas activi- pas de ganga. Este processo tem como vantagens o aumento da capacidade de lava- 99 dades e tenham também capacidade financeira para o concretizar. gem desde 30 a 50% devido aos tempos de processamento reduzido; o menor custo; e o Por outro lado, a utilização de enzimas no processamento têxtil tem sido de funda- facto de ser mais homogéneo e mais ecológico. As primeiras aplicações de biostoning mental importância para a indústria devido ao facto de estas moléculas poderem catali- por celulases datam de 1989, actualmente representando um processo generalizado. zar reacções de um modo altamente específico e selectivo. Com a intensificação do estudo O biostoning é um excelente exemplo de absorção precoce e quase total de um processo de processos biotecnológicos alternativos aos tradicionais, tem-se procurado isolar e pro- biotecnológico. duzir enzimas capazes de suportar condições de operação mais agressivas, com melhor desempenho, melhor versatilidade nos processos, com tempos de vida mais longos e economicamente mais atractivas. A utilização de enzimas nas diferentes fases do processamento têxtil é uma área estabelecida e com claro potencial de crescimento. Seguem-se, mais especificamente, uma série de exemplos de aplicação de diversas enzi- 6.3. i&d biotecnológica no sector têxtil em Portugal Ao longo do estudo ViaBio, e em particular na elaboração desta secção do relatório, foram tidas em conta principalmente as preocupações e interesses definidos pelas empresas têxteis patrocinadoras do projecto, ou seja, a Lameirinho e a Têxtil Manuel Gonçalves (tmg). Será necessário ter presente que estas duas empresas, tanto pela sua dimensão mas na indústria têxtil: · Desencolagem – é feita através do uso de amilases para remoção de amido da fibra, 100,101 facilitando o processo de tingimento . como pelo seu volume de negócios, não ilustram seguramente o perfil da indústria têxtil como um todo ou sequer a situação típica do sector (que é fragmentado e constituído na sua maioria por pequenas empresas). Não obstante, ao longo do estudo observou-se também que algumas das necessidades das empresas têxteis são muito semelhantes entre si, a começar pelas das duas participantes. Consequentemente, e sem fazer demasiadas extrapolações, poder-se-á concluir que uma parte significativa das preocupações e interesses 99 A Impetus é exemplo de uma empresa nacional que já enveredou por este caminho, recentemente lançou as linhas Skin Care contendo fibras antibacterianas, Aloe vera e fibras termo-reguladoras 100 Cegarra, J. (1996). The state of the art in textile biotechnology. JSDC 112, November, 326–329 101 Kirk, O., Borchert, T.V. and Fuglsang, C.C. (2002). Current Opinion in Biotechnology, 13, 1-7 102 Schmidt, M. (1995). Book of Papers, aatcc Conference 1995, Atlanta, Ga.Pp. 248–255 103 Jensen, N. P. (2000). Catalase enzyme. Textile Chemist and Colorists & ADR 32 (5), 23–24 90 91 Sector Têxtil aqui referenciados representam questões cuja relevância será transversal, ou pelo menos comum no sector. Sector Têxtil Uma das constatações mais imediatas deste estudo foi a de que, pese embora a importância do sector têxtil na economia nacional, o número de centros e grupos de i&d dedica- No presente contexto, será importante referir que a geração de inovação tecnológica em dos à área é bastante reduzido e não inclui nenhum vindo de Laboratórios do Estado (ver sectores mais tradicionais, como o têxtil, ocorre frequentemente em empresas de grande Tabela 6.1). De facto, a equipa ViaBio identificou apenas 17 projectos nacionais específicos dimensão (mesmo que estas não tenham meios de i&d próprios), as quais possuirão tipi- para as áreas referidas acima. Não obstante, foi possível encontrar dentro deste conjunto camente a capacidade financeira necessária para se diferenciarem para outras áreas de algum potencial científico-tecnológico significativo em termos qualitativos, mesmo aplicação. Pelo observado neste estudo relativamente ao sector em Portugal, depreende-se que concentrado em pequenos núcleos – sendo de referir que alguns destes não conside- que esta será a via mais natural de absorção de inovação biotecnológica por parte da indús- ram a sua actividade como centrada propriamente na área têxtil mas sim em assuntos que tria. No entanto não será de excluir a hipótese de, como em outras áreas (ex: farmacêutica, a tocam tangencialmente. ambiental) empresas de menor dimensão poderem aparecer ou reconverter-se (o que Alargando portanto a procura de soluções tecnológicas a áreas diversas, o estudo facil- é mais difícil para as maiores), apostando prioritária ou exclusivamente em inovação tec- mente encontrou competências em campos específicos potencialmente capazes de res- nológica com vista a nichos específicos de mercado – por exemplo alguns dos acima men- ponder aos interesses identificados pelas empresas participantes, como se pode verificar cionados têxteis funcionais. na secção seguinte.104 Da interacção estabelecida com a Lameirinho e tmg e tendo como referência a procura de soluções de base biotecnológica para responder às suas necessidades, foram identificadas as seguintes áreas de interesse principais: · Adopção e/ou optimização de processos biotecnológicos para tratamento de efluentes gerados no processo produtivo (efluentes de tingimento, estamparia, branqueamento, desencolagem). · Processos biotecnológicos para melhoramento da eficiência produtiva, incluindo redução de consumos de água e energia e criação de novos produtos – o que pode incluir a utilização de enzimas. · Desenvolvimento de têxteis funcionais, nomeadamente com acção antimicrobiana e anti-alérgica, neutralização de odores, libertação controlada de princípios activos, entre outros; bem como o estudo de novas fibras para potencial aplicação a outras aplicações para além do vestuário e têxtil-lar. De notar que, ao longo do estudo, a interacção com cada uma das empresas foi revelando novas ou mais específicas áreas de interesse, para além das acima mencionadas, às quais o projecto ViaBio respondeu reorientando a sua linha de estudo. Dado que estas áreas são específicas a cada uma das empresas, a sua análise consta apenas dos dois relatórios confidenciais a elas entregues. Embora não fazendo parte dos objectivos directos do projecto ViaBio, foram também contemplados neste estudo alguns projectos de base não biotecnológica, por se considerar que tais projectos poderão fazer parte de uma solução integrada para problemas das empresas ou do sector. Nomeadamente, são de referir aquelas tecnologias que actuam como veículo para incorporação de características ou funcionalidades de base biotecnológica. Neste sentido foram inseridos na recolha efectuada (ver Anexo e) alguns projectos cuja pertinência/ adequação da tecnologia face ao problema identificado foi considerada relevante. 104 Deve fazer-se a ressalva de que face à fragmentação da i&d nacional aplicada ao têxtil, como referido anteriormente, esta compilação poderá não ter identificado outros grupos de investigação/projectos com valências transversais ao sector têxtil e de potencial aplicação às necessidades definidas por estas empresas. 92 93 Sector Têxtil Sector Têxtil Tabela 6.1. Principais centros de i&d aplicada ao sector têxtil tendo por base os interesses definidos pelas empresas têxteis participantes no estudo ViaBio. Universidade da Beira Interior, Universidade do Minho e Universidade Técnica de Lisboa), embora duas delas não desenvolvam actividades de i&d especificamente direccionadas para o sector têxtil. Foi também identificado um Laboratório do Estado, o Instituto Instituição Áreas de interesse aplicadas ao têxtil Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – ineti –, com participação num projecto nacional e um Centro Tecnológico, o citeve (ver Tabela 6.1). • Biotecnologia aplicada ao processamento têxtil. 1,2 Citeve • Processos de reciclagem de água e sua optimização no processamento têxtil. • Biotecnologias aplicada na qualidade têxtil. • Tratamento Integrado de efluentes. • Têxteis bioactivos (biopolímeros funcionais). Será de realçar que o citeve, embora não tendo como objectivo principal o desenvolvimento de investigação própria, assume um papel importante na transferência de tecnologia entre os centros de investigação e a indústria têxtil, promovendo desta forma a aplicação dos resultados científicos e contribuindo significativamente para o desenvolvimento do sector. Será também de enfatizar as actividades desenvolvidas pelo Departamento de Universidade da · Controlo de poluição na indústria têxtil: estudo do processo de tingimento 2 Beira Interior (ubi) e tratamento dos efluentes. Escola Superior de 1,2 Biotecnologia (esb-ucp) 1,2 do Minho (um) nal como internacional, o que pode ser ilustrado pela recorrente participação desta insti- • Biotecnologia aplicada ao processamento têxtil. tuição num elevado número de projectos europeus, e destacadamente no campo da apli- • Soluções enzimáticas Inovadoras para a Indústria Têxtil. cação da tecnologia enzimática à indústria (ver anexo). • Têxteis bioactivos (biopolímeros funcionais). Dep. Eng. Têxtil Universidade Engenharia Têxtil da Universidade do Minho como centro de referência não só nacio- • Biotecnologia aplicada à qualidade têxtil. • Aplicações enzimáticas no processamento têxtil (fibras celulósicas e sintéticas). • Processos de reciclagem de água e sua optimização no processamento têxtil. • Tratamento Integrado de Efluentes Têxteis. • Microencapsulamento de Produtos de Acabamento para Artigos Têxteis A compilação em anexo (Anexo e) contém um total 37 projectos de investigação divididos em: · Processos Biotecnológicos no melhoramento da eficiência produtiva. · Tratamentos de efluentes. · Processos biotecnológicos para o desenvolvimento de têxteis funcionais. · Áreas científicas não biotecnológicas. e Peles. Dep. Eng. Biológica • Biotecnologia aplicada à polpa, papel e indústria têxtil. 1 Universidade do Minho (um) 6.5. Recomendações Como conclusão da análise do sector têxtil, da capacidade das empresas inovarem tecnologicamente e da oferta tecnológica existente em Portugal e no Mundo, poder-se-ão ela- 3 Universidade de Aveiro (ua) ineti/um 2 • Têxteis bioactivos (biopolímeros funcionais). borar as seguintes recomendações: • Tratamento biológico de efluentes têxteis. · Deverão ser seleccionadas temas e desafios de particular relevo económico, depenInst. Sup. Técnico • Tratamento de Efluentes. Universidade Técnica 2 de Lisboa (utl) dentes de investimento em i&d e que sejam de interesse para a indústria têxtil. Estes temas e as suas particularidades deverão ser tidos em conta na concepção de programas de financiamento públicos, os quais poderão facilitar ou promover o investimento das 1. Processos Biotecnológicos no melhoramento da eficiência produtiva 2. Tratamentos de efluentes 3. Têxteis Funcionais empresas do sector em questões cruciais para a economia e para elas próprias. 6.4. Tecnologias têxteis técnicos e funcionais e os processos biotecnológicos que contribuam para o melhor aproveitamento da água. Exemplos de tais temas prioritários, de relevância para a área têxtil e com base nas observações deste Estudo, serão os Tal como nas restantes áreas de intervenção do projecto ViaBio, na componente têxtil foi elaborada uma compilação de projectos, tecnologias e competências científicas seleccio- · Na sequência do ponto anterior, dever-se-á proceder à criação de redes de i&d de exce- nadas como relevantes tendo por base os interesses manifestados pelas empresas partici- lência transdisciplinares, beneficiárias de financiamento específico, com forte partici- pantes. Esta pesquisa, que foi dinâmica e interactiva, incidiu essencialmente sobre projec- pação privada, dentro dos programas públicos de apoio à i&d. Tais redes deverão ser lide- tos nacionais, embora se tenha realizado uma pesquisa internacional, não tão exaustiva, de radas por grupos portugueses, e a sua proposta de intervenção deverá ser orientada para modo a enquadrar o potencial relativo da oferta de i&d portuguesa nas tendências globais. a resolução de problemas reais ou aproveitamento de oportunidades futuras dentro das Da compilação efectuada, identificaram-se 17 projectos nacionais e 19 projectos Euro- áreas prioritárias acima definidas, e em particular as relevantes para a indústria têxtil. peus. Nos projectos de investigação nacionais são participantes 5 Universidades (Escola No caso específico dos têxteis deverão ser identificados os poucos grupos portugueses que realizam i&d de projecção Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto, Universidade de Aveiro, internacional, os quais devem servir de pólo aglutinador das competências nacionais e internacionais necessárias à execução dos objectivos propostos. 94 95 Sector Têxtil · Deverão existir fundos especificamente designados para financiamento de i&d de VIAbio 7. Conclusão e Apreciação Crítica relevo para sectores específicos da indústria, incluindo o têxtil, fundos esses que deverão ser criados pelo Estado mas significativamente suportados por empresas A principal conclusão genérica do estudo ViaBio é a de que existe algum potencial por do sector, em particular as maiores. explorar a nível do aproveitamento de biotecnologias – incluindo as desenvolvidas no Deverão ser desenhadas medidas para beneficiar as empresas que contribuam para o financiamento de tais fundos, SCTN – por parte de sectores importantes da indústria portuguesa. De facto, num estudo as quais poderão envolver uma componente fiscal ou de acesso privilegiado a tecnologias ou a ferramentas para a sua como este, exploratório, que durou apenas 12 meses e teve um âmbito extraordinaria- adopção. mente alargado – cinco grandes sectores industriais – foi possível chegar a pelo menos oito tecnologias de origem nacional com alto potencial de valor acrescentado e com probabi- · Deverão ser criados programas de apoio à reconversão de pequenas empresas têx- lidades significativas de virem a ser endogeneizadas por empresas portuguesas de grande teis, os quais premiarão e beneficiarão somente aquelas que apresentem um plano, dimensão. Poder-se-á especular que, se o tipo de actividade desenvolvida por este estudo ou resultados credíveis, para incorporação ou geração de inovação tecnológica fosse levada a cabo de forma permanente, com equipas de maior dimensão e em dedicação (incluindo biotecnológica), de preferência orientada para necessidades de mercado exclusiva, e olhando para as necessidades de um maior número de empresas e sectores, os transnacionais, em crescimento e verificáveis. resultados poderiam ter um impacto muito forte na capacidade de inovação tecnológica Poder-se-á também envolver as maiores empresas do sector nesta iniciativa, como potenciais compradores das novas da indústria portuguesa. Daí a razão para uma das recomendações principais do estudo, tecnologias a desenvolver pelas beneficiadas. Pretender-se-ia aqui replicar – embora com algumas diferenças – a rea- a qual vem no sentido de se criar um mecanismo dedicado à prospecção contínua, a nível lidade de indústrias como a farmacêutica, onde as grandes empresas cooperam e investem em firmas mais pequenas nacional e internacional, de tecnologias que potencialmente venham colmatar as neces- (de biotecnologia) cujo cerne da actividade é a inovação tecnológica. sidades tecnológicas das empresas portuguesas e ajudá-las a agarrar as oportunidades de inovação que se lhes afiguram (ver por exemplo Recomendação 10 da introdução). · Em paralelo com o acima recomendado, deverá ser criado um mecanismo de âmbito Por outro lado o estudo conclui também que as várias fraquezas frequentemente apon- nacional, orientado para a procura de soluções e oportunidades tecnológicas (ou tadas ao sistema científico nacional não só se confirmam, como têm um reflexo pro- biotecnológicas) para as empresas nacionais, o qual deverá contar com um grupo dedi- fundo na capacidade de as grandes empresas absorverem inovação biotecnológica. cado permanentemente ao sector têxtil. Este mecanismo deverá funcionar de forma Um exemplo ilustrativo é a clara falta de motivação dos investigadores e instituições aca- simétrica à de um gabinete de transferência de tecnologia académico, ou seja, deverá démicas no sentido de contribuir para a resolução de problemas de relevância económica, partir das necessidade das empresas que a ele recorrerão, para a partir daí ir procu- que dificulta uma harmonização de linguagem, postura e objectivos entre a “academia” e rar soluções a nível nacional ou internacional. as indústrias. Mas também se verificam problemas que obstam especificamente à endoge- O financiamento deste mecanismo deverá ter uma componente pública de estímulo ao investimento privado, o qual neização de inovação biotecnológica por parte de um ou de outro sector. Aqui um exem- deverá depois aumentar gradualmente. A sua gestão deverá ser privada, devendo-se prever um prazo para se atingir a plo é a falta de massa crítica ou tradição académicas relativamente a determinados culti- sua autonomia financeira. Na sua gestão, este mecanismo deve impreterivelmente agregar um leque de altas compe- vos extremamente importantes no sector florestal, como o sobreiro ou o eucalipto. tências científicas e de gestão industrial, assim como conhecimentos do sistema científico português e dos mercados mundiais, a começar pelo têxtil. Nas suas recomendações – tanto as gerais como as específicas a cada sector – o estudo não pretende apontar soluções para todos os problemas mas sim concluir, implicitamente, que existem pontos de intervenção que devem ser vistos como prioritários e que estão · Deverão ser formados, dentro das grandes empresas do sector têxtil, grupos dedicados exclusivamente a trabalhos de i&d ou pelo menos (dependendo da dimensão da ao alcance das empresas, dos governos e suas agências e das instituições científicas. Para terminar fará sentido apontar também as situações em que este estudo encontrou empresa) a trabalhos de prospecção tecnológica. dificuldades na sua actuação e onde, por conseguinte, os autores deste relatório sentiram Esta será porventura a única maneira de as grandes empresas nacionais poderem competir a nível internacional em que não conseguiram atingir todos os seus objectivos. Acima de tudo, houve uma clara termos de inovação e poder assim diferenciar-se globalmente não pelo baixo preço da mão-de-obra mas pela capaci- dificuldade em gerar um interesse activo, ou pró-activo, por parte dos interlocuto- dade de desenvolver e lançar no mercado novos produtos de alto valor acrescentado. res de algumas das empresas. Embora na maior parte dos casos o interesse tenha de facto sido claro e altamente gratificante, a equipa ViaBio terá, em alguns outros casos, falhado Serão naturalmente de relevo para a indústria têxtil as muitas outras recomendações no seu objectivo de fazer com que todos os interlocutores e respectivas empresas se inte- elaboradas nas várias secções deste relatório, e que dizem respeito a temas como os crité- ressassem pelas informações recolhidas (ex.: tecnologias identificadas) e se envolvessem rios de avaliação de projectos de i&d, a desburocratização do processo de financiamento a um nível que permitisse a obtenção de resultados concretos. Foi inclusivamente difícil de projectos em consórcio ou a alocação e organização de recursos para transferência de à equipa, num pequeno número de situações, perceber a existência de uma orientação tecnologias entre universidades e empresas, entre muitos outros. 96 97 Conclusão e Apreciação Crítica estratégica onde estivesse clara a noção das necessidades e oportunidades que possam ter VIAbio 8. Agradecimentos aos Contribuidores resposta através da biotecnologia. Tal aconteceu apenas com uma minoria das empresas envolvidas, mas terá porventura condicionado a relevância das observações e recomendações elaboradas relativamente aos respectivos sectores. Houve também alguma dificuldade por parte da equipa e, felizmente, apenas com um Um especial agradecimento da equipa ViaBio vai para os membros do Conselho Consultivo do projecto, que mostraram grande disponibilidade para partilhar opiniões e auxiliar a equipa na orientação geral do trabalho, e que foram: muito pequeno número de empresas participantes, em satisfazer as expectativas das mes- – o Professor Doutor Júlio Novais (ist-utl) mas relativamente à identificação de novas tecnologias. Isto aconteceu sobretudo quando – o Professor Doutor Manuel Carrondo (ibet) a empresa mostrou particular (ou exclusivo) interesse em tecnologias já desenvolvidas – o Professor Doutor Rui Reis (um, Grupo Amorim) e colocadas em mercados estrangeiros, para eventual colocação rápida no mercado por- – o Professor Doutor Xavier Malcata (esb-ucp) tuguês, por oposição a linhas de i&d conducentes a novos produtos ou processos, cuja – o Professor Doutor Paulo Ferrão (director do in+) implementação no mercado (tipicamente internacional) apenas se vislumbrasse a médio ou longo prazo. O principal enfoque deste trabalho foram, como definido desde o início, Um agradecimento também particular vai para as várias figuras de destaque da indús- as tais linhas de i&d em fase mais precoce – e que representam real inovação tecnológica tria e do sistema académico português que contribuíram com o seu parecer ou ideias, de – pelo que foi por vezes difícil ir ao encontro das necessidade mais imediatas apresenta- entre os quais se destacam: das pelas empresas. Outras limitações do estudo tiveram a ver com o facto de a equipa ser relativamente – o Professor Doutor Daniel Bessa (egp) – o Engenheiro Álvaro Barreto (Semapa) pequena e a duração do trabalho curta, o que fez com que, por exemplo, a nível do levanta- – o Professor Doutor João Caraça (Fundação Calouste Gulbenkian) mento tecnológico feito a nível internacional, o resultado esteja longe de ser exaustivo. Tal – o Professor Doutor João Santos Pereira (isa-utl) não terá, no entanto, na opinião dos autores, condicionado seriamente a qualidade final do trabalho ou a relevância dos resultados alcançados. Por fim, há que salientar que se tornou convicção da equipa executora deste estudo, ao O projecto não teria sido possível, no entanto, sem a colaboração e disponibilidade de inúmeros investigadores académicos e gestores empresariais, incluindo os seguintes: longo dos últimos 12 meses, que os principais problemas e dificuldades encontrados e aqui constatados terão solução num quadro de cooperação franca e aberta entre Governo, Nas empresas participantes empresas, universidades e, sobretudo indivíduos que tenham a visão adequada sobre o que a biotecnologia pode representar para o bem-estar das populações. Por outras pala- – Prof. Doutor Miguel Cabral - Amorim vras, apesar de um atraso relativo e de alguns erros passados e presentes, a biotecnologia – Prof. Doutor Rui Reis - Amorim ainda é uma solução ao alcance da indústria e da economia portuguesas. – Engº Jorge Santos - Amorim – Engº Gil Patrão - edp – Doutor Pedro Sasseti Paes - edp – Prof. Doutora Teresa Correia de Barros – edp – Engº Fernando Ferreira – Efacec Ambiente – Engª Raquel Teixeira da Silva - Efacec Ambiente – Engª Cristina Mira Godinho - Efacec Ambiente – Engº Joaquim Góis Alves – Galp – Engª Marta Vieira da Silva – Galp – Engª Sandra Aparício – Galp – Arq. Paula González Spencer - Galp – Dr. Luis Violante – Galp – Drª Cristina Cachola – Galp – Dr. Vianney Valès – Galp – Dr. Paulo Jorge Sarrico – Lameirinho – Engº Jorge Leitão – Lameirinho 98 99 Agradecimentos aos Contribuidores Agradecimentos aos Contribuidores – Engº Adelino Coelho Lima – Lameirinho – Prof. Doutor Manuel Fernandes Ferreira – deb – um – Dr. Miguel Coelho Lima – Lameirinho – Doutora Noémia Farinhas - Escola Superior Agrária de Elvas – Inst. Politécnico de – Prof. Doutor Nuno Borralho – Portucel – Soporcel Portalegre – Prof. Doutora Cristina Marques – Portucel – Soporcel – Doutora Ana Monteiro Telhada – efn – Engº Serafim Tavares – Portucel – Soporcel – Prof. Doutora Maria do Carmo Rosa Lopes – Escola Superior Agrária de Coimbra – Drª Isabel Oliveira Furtado – tmg – Prof. Doutora Ana Monteiro – isa – utl – Dr. Carlos Vieira – tmg – Eng. João Matos de Sousa – ineti – Dr. José Manuel Caminha – tmg – Prof. Doutor Luís Paulo Rebelo – itqb – unl – Engª Márcia Rodrigues – tmg – Doutora Cristina Pereira; – Dr. Filipe Gonçalves – tmg – Prof. José Paulo Mota – dq – fct – unl – Engª Alexandra Martins – tmg – Prof. Doutor Cândido Pinto Ricardo, itqb – Engº Luís Meireles – tmg – Doutora Margarida Oliveira, itqb – Engª Maria do Carmo Teixeira – tmg – Doutor José Feijó, igc/fcul – Engº Francisco Queirós – tmg – Doutor Alexandre Aguiar, efn – Engª Dulce Joel – tmg – Doutor Nuno Lapa, fctunl. – Engª Manuela Leite – tmg – Prof. Doutor Ibrahim Gulyurtu, ineti – Drª Cristina Ricca Gonçalves – Unicer – Doutor Alfredo Cravador, Universidade do Algarve – Dr. António Augusto Ferreira – Unicer – Doutora Maria Vitória San Romão, ibet – Engª Cristina Serrado – Unicer – Doutora Helena Pereira, isa – Doutor Carlos Pascoal Neto, Universidade de Aveiro Em outras empresas e entidades do sctn – Prof. Doutor Artur Cavaco-Paulo, det, Universidade do Minho – Doutor Fernando Nunes Ferreira – det – um – Engº Casimiro Gomes – Dão Sul – Doutora Manuela Pintado – esb – ucp – Prof. Doutor Joaquim Marques Vital – dq – fct – unl – Doutora Ana Gomes – esb – ucp – Engº Luís Unas – aflops – Doutora Freni Tavaria – esb – ucp – Engª Ana Carina Lourenço – isa -utl – Doutor José Carlos Roseiro, Dep. Biotecnologia – ineti – Prof. Doutora Helena Pereira - isa -utl – Doutora Paula Lima Castro – esb – ucp – Doutora Maria Ermelinda Vaz Lourenço – Departamento de Fitotecnia – U Évora – Doutor Ruben Ferreira Jorge – esb – ucp – Doutor Paolo de Marco – ibmc – up – Engª Maria Gião – esb – ucp – Doutora Maria Teresa Tavares – deb – um – Doutor Rui Morais – esb – ucp – Prof. Doutora Madalena Alves – deb – um – Doutora Patrícia Moreira da Costa – esb – ucp – Doutor Merijn Amilcare Picavet, um – Engª Catarina Guedes – esb – ucp – Prof. Doutor Edgar de Sousa – isa – utl – Prof. Doutora Susete Dias – ist – ult – Prof. Doutora Olga Pastor Nunes – deq – feup – Engº Helder Rosendo – Citeve – Doutor Cheng Chia-Y – feup – Engº António Vieira – Citeve – Doutora Ana Anselmo – Departamento de Biotecnologia – ineti – Engº José Morgado – Citeve – Doutora Isolina Cabral – Departamento de Química – ubi – Engª Ana Ribeiro – Citeve – Engª Luisa Rolla – Dr. Vitor Verdelho – Cideb – esb – ucp – Doutora Catarina Duarte – itqb – unl – Prof. Doutor António Cunha – dep – um – Engª Ana Nunes – itqb – unl – Engª Rita Campos – Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros, um – Engª Ana Matias – itqb – unl – Prof. Doutor Fernando Nunes Ferreira – det – um – Doutor Francisco Gírio – ineti – Doutora Teresa Amorim – det – um 100 Agradecimentos aos Contribuidores – Doutora Noémia Carneiro Pacheco - det – um – Prof. Doutora Helena Pinheiro – ist – utl – Prof. Doutor João Queirós – ubi – Dr. Robin Howard-Hildige – University of Limerick – Reino Unido – Mr. Charles Nielsen – Elsam Kraft – Dinamarca – Christian Morgen M.Sc.(Eng.) – Elsam Kraft – Dinamarca – Doutora Joana Baptista – University of Newcastle, uk – Dra. Lucia Diaz – Instituto de Fomento de Andalucía – Espanha – Prof. J. Gonzalez-Lopez – Instituto de Fomento de Andalucía – Espanha – Dr. David Lerner – Sheffield University – Dr. Mike Manefield – The University of New South Wales – Austrália – Dr. Michael Morris – Termiska Processer ab, Suécia – Dr. Kyriakos Maniatis ANEXO A Sector Alimentação e Bebidas 103 VIAbio pn – Projectos Nacionais pe – Projectos Europeus t – Tecnologias p – Patentes 107 Ingredientes Funcionais 107 pn1: Produção de Gorduras Comestíveis Ricas em Ácidos Gordos Polinsaturados 107 pn2: Antioxidantes Naturais de Origem Vegetal 107 pn3: antioxidantes: Antioxidantes naturais nas Indústrias Agro-alimentares Omega-3 Catalisada por Lipases – Extracção e processamento 107 pn4: ht (hidroxitirosol): Anti-oxidante natural 107 pn5: Overcaroten – Isolamento de Estirpes de Algas Hiperprodutoras de Carotenóides 108 pn6: Investigação de modificações miméticas de péptidos bioactivos por inclusão 108 pn7: Hipoalgesia associada à hipertensão: mecanismos e importância da activação de novos aminoácidos sintéticos do sistema renina-angiotensina 108 pn8: Tecnologias para a Valorização de Plantas Medicinais do Entre-Douro-e-Minho 108 pn9: Valorização de Salvia sp, Melissa sp, Mentha sp e Lavandula sp, para obtenção de produtos de valor acrescentado, com actividade biológica 109 pn10: Produção de plantas aromáticas e medicinais com garantia de qualidade para herbanária 109 pn11: Tecnologias para valorização de Bioprodutos de Salvia sp. 109 pn12: pharmaoil – O Elixir da Saúde 109 pn13: Etnobotânica – o uso e a gestão das plantas aromáticas e medicinais e a sua utilização sustentável como contributo para a valorização do meio rural 110 pn14: Rede nacional para a conservação e utilização das plantas aromáticas e medicinais 110 pn15: Promoção da Cultura de Plantas Aromáticas e Condimentares na Beira Litoral 110 pn16: Agrobiomed - Etnobotânica, tradição popular e agricultura biológica 111 pn17: fifoba – Fibra Funcional para Bebidas – Desenvolvimento da tecnologia para a valorização de recursos nacionais para produção de ingredientes funcionais para bebidas 111 pn18: xilogastro – Xilo-oligossacáridos purificados como agentes anti-ulcerosos 111 pn19: prebio – Propriedades Prebióticas dos Xilo-Oligossacáridos: Efeitos na Actividade e Composição da Microflora Intestinal do Homem 111 pn20: Biossíntese de exopolissacáridos bacterianos: os passos posteriores à 111 pn21: Micropesca – Estudo e Optimização da Produção de Substâncias formação da unidade repetitiva Antimicrobianas por Espécies Autóctenes da Costa e Lagoas Portuguesas 104 105 VIAbio 112 VIAbio a/p1: Signaling of short- and long-term regulation of intestinal epithelial type 117 1 naþ/hþ exchanger by interferon-c 112 pe1: Nuevo procedimiento economico para la obtención del anti-oxidante p15: Processo para a produção de xilo-oligossacáridos substituídos e sua utilização na indústria alimentar, química e energética 117 hidroxitirosol, purificado a partir de productos y subproductos derivados del olivo p16: Processo para a preparação de oligossacáridos com actividade anti-ulcerativa e sua utilização para a preparação de medicamentos 112 pe2: Síntesis enzimática del antioxidante hidroxitirosol 118 p17: Green Tea Beverage Containing Sweetener Xylitol 112 pe3: Antioxidant compounds from table olive processing 118 p18: Sweetener for Food Products 112 pe4: Seaweed antioxidants as novel ingredients for better health and food quality 118 p19: Sweetener, Pathogenic Bacterial Infection-Inhibitory Agent, Intestinal 112 pe5: Extracción con fluidos supercríticos y fraccionamiento selectivo de Funtion-Controlling Agent or Aging- Inhibitory Agent for Starch, Consisting licopeno y otros carotenoides a partir de fuentes naturales of Man\nose- Containing Hetero Oligosaccharide, and Food, Beverage, 113 pe6: Extraction of Useful Food and Cosmetic Ingredients of Vegetable Origin Medicine or Feed Consisting of the Same 113 pe7: xylophone – Development of xylo-oligosaccharides and xylitol for use in 118 p20: Use of erythritol and d-tagatose in zero- or low-calorie beverages and food pharmaceutical and food industries 118 p21: Process for Producing a Novel Soy Functional Food Ingredient 113 pe8: Biotechnological Production of Xylitol with Candida Yeasts 118 p22: The Use of Sphingolipids in the Treatment and Prevention of Type 2 113 pe9: nutracells 114 pe10: Development of new innovative functional foods containing 114 t1: Produção de beta-caroteno natural a partir de microrganismos não Diabetes Mellitus, Insulin Resistance and Metabolic Syndrome 119 p23: Use Of Sphingolipids for Reducing Plasma Cholesterol and Triacylglycerol 119 p24: Use of Hydroxyoleic Acid and Related Compounds as Functional Food microcrystalline chitosan Levels geneticamente modificados 114 115 Additives t2: Avaliação da casca de aveia para produção biotecnológica de xilitol 119 p25: Functional Food and Beverage Containing Antiallergic Component t3: Xylitol production from sorghum straw hydrolysates by Debaryomyces han 119 p26: Functional Gelagen as Functional Food 119 p27: Composition for Prevention and/or Treatment of Bone Disease, Functional senii var Hansenii nrrl y-7426 115 t4: Nutraceutical production by propionibacteria Food or Health Food Containing the Composition, and Medicinal Preparation 115 p1: Processo contínuo de transesterificação de gorduras catalisado por lipases Containing the Composition as Active Ingredient 115 p2: Use Of Omega-3 Fatty Acids For Producing Functional Food Products 119 p28: Method for Preparing of Functional Cereal-Based Food Product 115 p3: Process for Preparing Functional Beverages Comprising Omega-3 Fatty Acids 120 Microencapsulação 115 p4: Microcapsules made of an hydroxytyrosol-containing matrix and an coating 120 pn22: Complexos Intramoleculares e Nanoencapsulamento de Antocianinas 116 p5: Antioxidative preparations 120 pn23: Microencapsulação de ingredientes funcionais para aplicação em bebidas 120 pe11: Nutritional Studies on Dried Functional Ingredients Containing n-3 116 p6: Co-enzyme q10 dietary supplement 116 p7: Anti-Oxidative Functional Food Material, Method for Producing the Same, de sumo de fruta Processed Food Containing the Same, Method for Producing the Same and Anti116 Polyusaturated Fatty Acids Oxidative Functional Food Material Packed in Container 120 pe12: Supercritical processing of certain aromatic or/and medicinal plants p8: Functional food capable of removing hydroxy free radical in body and its 121 pe13: Volume Extraction and Encapsulation of Flavour Chemicals, preparing method 116 p9: Preparation of Functional Beverage Containing Chlorophylls and Carotenes Pharmaceutical Substances, Bio-Chemicals and Enzymatic Systems 121 from Seaweed 116 117 t5: Microencapsulation of monoacylglycerol rich in omega-3 fatty acids by thin-layer drying p10: Angiotensin I Converting Enzyme Inhibitor and Method for Producing the 121 t6: Study on microencapsulation of lycopene by spray-drying Same, and Functional Food 121 t7: Microencapsulação de Óleo Essencial de Laranja p11: Biologically Non-Degradable Peptide, Angiotensin Converting Enzyme 121 p29: Continuous Multi-Microencapsulation Process for Improving the Stability Inhibitor, Drug and Functional Food 117 p12: Functional Foods and Process for Producing Functional Food 117 p13: Shelf Stable Product with Living Micro-Organisms 117 p14: Green-series Functional Beverages and Storage Life of Biologically Active Ingredients 122 p30: Process Formation of Microcapsules by Interfacial Cross-Linking of Emulsifier, and Microcapsules Produced Thereby 122 p31: Hazard-Free Microencapsulation for Structurally Delicate Agents, an Application of Stable Aqueous-Aqueous Emulsion 106 107 VIAbio VIAbio Ingredientes Funcionais 122 p32: Method of Microencapsulation 122 Ingredientes Estruturais 122 pe14: Secuencia de nucleotidos de maíz codificante de una proteína con pn1: Produção de Gorduras Comestíveis Ricas em Ácidos Gordos Polinsaturados actividad transglutaminasa, y su uso Omega-3 Catalisada por Lipases 122 Embalagens Instituição Coordenadora: Centro de Microbiologia e Indústrias Agrícolas – Instituto 122 pn24: quitopack – Desenvolvimento de filmes e revestimentos edíveis e Superior de Agronomia – isa biodegradáveis obtidos a partir de resíduos de crustáceos e moluscos marinhos Universidade Técnica de Lisboa pn25: Tecnologia para a obtenção de filmes e revestimentos comestíveis para Contacto: Maria Suzana Leitão Ferreira-Dias Vicente alimentos a partir de recursos nacionais de baixo valor pocti/agr/39168/2001 123 123 pn26: Produção de CoPolímeros phb/phv por Culturas Mistas 123 pn27: multipack – Desenvolvimento de conceitos inovadores para embalagem múltipla de vegetais frescos de alta qualidade prontos para consumo Instituição Coordenadora: Centro de Química Fina e Biotecnologia – cbqf - Faculdade de 123 pn28: Aumento da vida útil de vegetais minimamente processados Ciências e Tecnologia – fct - Universidade Nova de Lisboa – unl 123 p33: Packages with Active Agents Contacto: Abel José de Sousa Costa Vieira 123 p34: Safety Containers for Biologically Active Substances and Method for Outras Instituições: 124 Valorização Energética de Subprodutos e Resíduos 124 pn29: suberimune – Síntese de adjuvantes para vacinas a partir de desperdícios Producing Said Container pn2: Antioxidantes Naturais de Origem Vegetal Intituto Superior Técnico – ist - Universidade Nova de Lisboa – utl pocti/qui/47343/2002 da indústria de cervejas e da cortiça pn3: antioxidantes: Antioxidantes naturais nas Indústrias Agro-alimentares pn30: Extracção Supercrítica de Óleo de Grainha de Uva: Aumento da Recupera- – Extracção e processamento ção por Meio de Pré-Tratamento Enzimático da Grainha Instituição Coordenadora: Escola Superior de Biotecnologia – esb - Universidade Católica 124 Outros Portuguesa – ucp 124 pn31: O comportamento do consumidor face à segurança e qualidade Contacto: Xavier Malcata 125 pe15: Virtual institute on bioencapsulation sciences and technology pn4: ht (hidroxitirosol): Anti-oxidante natural 125 pe16: Food Matrices: Structural Organisation and Impact on Flavour Release Instituição Coordenadora: Centro Instituto de Tecnologia Química e Biológica – ITQB - and Perception Laboratório de Nutracêuticos e Libertação Controlada - Universidade Nova de Lisboa – UNL 124 alimentares: percepção do risco e rotulagem Contacto: Catarina Duarte pocti/qui/47343/2002 pn5: Overcaroten – Isolamento de Estirpes de Algas Hiperprodutoras de Carotenóides Instituição Coordenadora: Unidade de Ciências e Tecnologias de Recursos Aquáticos Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve Contacto: João Carlos Serafim Varela Outras Instituições: Escola Superior de Biotecnologia – esb - Universidade Católica Portuguesa – ucp Nécton Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação - ineti pdctm1999mar15237 108 109 VIAbio VIAbio pn6: Investigação de modificações miméticas de péptidos bioactivos por inclusão de pn10: Produção de plantas aromáticas e medicinais com garantia de qualidade novos aminoácidos sintéticos para herbanária Instituição Coordenadora: Instituto de Biotecnologia e Química Fina – ibqf – Universi- Instituição Coordenadora: Centro de Ciências do Ambiente - Universidade do Minho – um dade do Minho - um Contacto: Manuel Fernandes Ferreira Contacto: Hernani Lopes da Silva Maia Outras Instituições: Outras Instituições: Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro-alimentares – iceta pocti/qui/35380/99 Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro-alimentares – iceta Direcção Regional de Agricultura de Entre-Douro e Minho - draedm Fundação para o Desenvolvimento Rural Plantas Aromáticas e Medicinais, Lda pn7: Hipoalgesia associada à hipertensão: mecanismos e importância da activação Data de Início: 01-03-2002 do sistema renina-angiotensina Data de Finalização: 28-02-2005 Instituição Coordenadora: Instituto de Farmacologia e Terapêutica – Faculdade de agro 338 (herbarom) Medicina da Universidade do Porto Contacto: António Albino Coelho Marques Abrantes Teixeira pn11: Tecnologias para valorização de Bioprodutos de Salvia sp. Outras Instituições: Instituição Coordenadora: Centro de Ciências do Ambiente - Universidade do Minho – um Universidade Católica Portuguesa – ucp - Escola Superior de Biotecnologia – esb pocti/nse/45409/2002 Contacto: Manuel Fernandes Ferreira Data de Início: 2005 Data de Finalização: 2008 pn8: Tecnologias para a Valorização de Plantas Medicinais do Entre-Douro-e-Minho poci/agro/62040/2004 (salvabiotech) Instituição Coordenadora: Departamento de Engenharia Biológica – deb - Universidade do Minho – um pn12: pharmaoil – O Elixir da Saúde Investigador Responsável: Manuel Ferreira Fernandes Instituições: Outras Instituições: Instituto Superior Técnico – ist – Universidade Nova de Lisboa – unl aditiva - Fármacos e Suplementos, Lda Universidade de Coimbra Instituto para o Desenvolvimento Agrário da Região Norte – idarn plumapor, Lda Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro-Alimentares – iceta Direcção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes Direcção Regional de Agricultura de Entre-Douro e Minho - draedm Instituto Superior de Agronomia – isa – Universidade Nova de Lisboa – unl Data de Início: 01-06-2001 Universidade do Minho - um Data de Finalização: 30-06-2004 iberoeka No. 99-021 praxis 3.1b (plantamedi) icpme pn9: Valorização de Salvia sp, Melissa sp, Mentha sp e Lavandula sp, para obtenção pn13: Etnobotânica – o uso e a gestão das plantas aromáticas e medicinais e a sua de produtos de valor acrescentado, com actividade biológica utilização sustentável como contributo para a valorização do meio rural Instituição Coordenadora: Centro de Ciências do Ambiente - Universidade do Minho – um Instituição Coordenadora: Instituto Nacional de Investigação Agrária – inia/Estação Agro- Contacto: Manuel Fernandes Ferreira nómica Nacional – ean Outras Instituições: Contacto: Rena Martins Farias / Noémia do Céu Machado Farinha Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro-alimentares - iceta Instituições: Data de Início: 2002 Direcção Regional de Agricultura de Entre-Douro-e-Minho – draedm Data de Finalização: 2005 covicôa pocti/agr/43482/2001 (lamiacease) ervital – Plantas Aromáticas e Medicinais, Lda Escola Superior Agrária de Castelo Branco Escola Superior Agrária de Elvas – esae 110 111 VIAbio VIAbio Instituto de Conservação da Natureza/pnpg pn17: fifoba – Fibra Funcional para Bebidas – Desenvolvimento da tecnologia para Instituto de Conservação da Natureza/pnsac a valorização de recursos nacionais para produção de ingredientes funcionais para Data de Início: 01-06-2001 bebidas Data de Finalização: 30-06-2004 Instituição Coordenadora: Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – agro 34 ineti - Departamento de Biotecnologia – Unidade de Fisiologia Microbiana e Bioprocessos Contacto: Francisco Gírio pn14: Rede nacional para a conservação e utilização das plantas aromáticas e medicinais pn18: xilogastro - Xilo-oligossacáridos purificados como agentes anti-ulcerosos Instituição Coordenadora: Instituto Nacional de Investigação Agrária – inia / Estação Instituição Coordenadora: Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – Agronómica Nacional – ean ineti - Departamento de Biotecnologia – Unidade de Fisiologia Microbiana e Bioprocessos Contacto: Rena Martins Farias Contacto: Francisco Gírio Outras Instituições: Data: 2003 Direcção Regional de Agricultura de Entre-Douro-e-Minho – draedm agro 800 pn19: prebio – Propriedades Prebióticas dos Xilo-Oligossacáridos: Efeitos na Actividade e Composição da Microflora Intestinal do Homem pn15: Promoção da Cultura de Plantas Aromáticas e Condimentares na Beira Litoral Instituição Coordenadora: Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – Instituição Coordenadora: Escola Superior Agrária de Coimbra - esac ineti - Departamento de Biotecnologia – Unidade de Fisiologia Microbiana e Bioprocessos Contacto: Maria do Carmo Rosa Lopes Contacto: Francisco Gírio Outras Instituições: poci/bia-mic/56317/2004 Associação para o Desenvolvimento Rural de Lafões – adrl Direcção Regional de Agricultura da Beira Litoral – crabl pn20: Biossíntese de exopolissacáridos bacterianos: os passos posteriores à forma- Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra – lfffuc ção da unidade repetitiva Plantas Aromáticas e Medicinais, Lda. Instituição Coordenadora: Instituto de Biotecnologia e Química Fina – ibqf - Instituto agro 120 Superior Técnico – ist - Universidade Técnica de Lisboa – utl Contacto: Leonilde de Fátima Morais Moreira pn16: Agrobiomed - Etnobotânica, tradição popular e agricultura biológica Instituição Coordenadora: Instituto Nacional de Investigação Agrária – inia/Estação Agronómica Nacional – ean Outras Instituições: Universidade de Aveiro pocti/bme/44441/2002 Contacto: Ana Eleonora Lopes Borges Monteiro Telhada Outras Instituições: Associação Portuguesa de Agricultura Biológica pn21: Micropesca - Estudo e Optimização da Produção de Substâncias Antimicrobianas por Espécies Autóctenes da Costa e Lagoas Portuguesas Associação Sindical dos Professores Pró-Ordem Instituição Coordenadora: Universidade Católica Portuguesa – ucp - Escola Superior de Câmara Municipal de Moura Biotecnologia – esb Fundação Convento da Orada Contacto: Manuela Pintado Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas – iniap – Estação Agronómica Outras Instituições: Nacional – ean Nova Flora Data de Início: 17-09-2002 Data de Finalização: 17-09-2005 agro 135 Instituto de Biologia Molecular e Celular - ibmc 112 113 VIAbio VIAbio a/p1: Signaling of short- and long-term regulation of intestinal epithelial type 1 pe6: Extraction of Useful Food and Cosmetic Ingredients of Vegetable Origin naþ/hþ exchanger by interferon-c Instituição Coordenadora: Instituto Superior Técnico – ist - Universidade Nova de Lisboa 1 Instituições: Faculty of Medicine, Institute of Pharmacology and Therapeutics, 4200-319 – unl, Portugal Porto, Portugal Contacto: J. M. Abecassis Empis 2 Outras Instituições: On leave from Department of Gastroenterology, Faculty of Medicine, 4200 Porto, Portugal Investigadores: 1,2 Companhia Produtora De Conservas Alimentares, sa, Portugal * 1 Fernando Magro, 1Sónia Fraga & , Patrício Soares-da-Silva Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – feup, Portugal School of Chemical Engineering - University of Birmingham , Reino Unido pe1: Nuevo procedimiento economico para la obtención del anti-oxidante hidroxitirosol, purificado a partir de productos y subproductos derivados del olivo Universite de Nantes, França Referência: air2-ct92-0818 Instituição Coordenadora: Instituto de la Grasa - Consejo Superior de Investigaciones Científicas – csic, Espanha pe7: xylophone - Development of xylo-oligosaccharides and xylitol for use in phar- Contacto: Juan Martinez Armesto maceutical and food industries Patente Solicitada: pct/es02/00058 em 08-02-2002 Instituições: agro 008 University of Vigo - Department of Chemical Engineering, Espanha National Technical University of Athens – ntua - Department of Chemical Enginee- pe2: Síntesis enzimática del antioxidante hidroxitirosol ring Laboratory of Organic and Environmental Technologies Bioresource Technology Instituição Coordenadora: Centro de Edafología y Biología Aplicada del Segura – cebas - Unit, Grécia Consejo Superior de Investigaciones Científicas – csic, Espanha productos aditivos, sa, Espanha Contacto: Yolanda Hernando Saiz Wageningen Agricultural University – wau, Department of Food Science, Holanda Patente Solicitada: P200002073 em 11-08-2000 Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – ineti, Portugal agro 0013 Data: 30-04-2001 fair983811 pe3: Antioxidant compounds from table olive processing Instituição Coordenadora: Consejo Superior de Investigaciones Científicas – csic, Espanha pe8: Biotechnological Production of Xylitol with Candida Yeasts Contacto: Javier Etxabe Instituição Coordenadora: Helsinki University of Technology, Finlândia Tese de Mestrado (2002) pe4: Seaweed antioxidants as novel ingredients for better health and food quality Contacto: Tom Granström Instituição Coordenadora: Centre d’Etude et de Valorisation des Algues, França Fonte: process biochemistry 40 (3-4): 1215-1223 Contacto: Dominique brault Data de Finalização: 2005-12-31 pe9: nutracells Programa: life quality – fp5 Instituição Coordenadora: nizo food research, Holanda Referência: qlk1-ct-2002-02433 (seahealth) Contacto: Jeroen Hugenholtz Instituições: pe5: Extracción con fluidos supercríticos y fraccionamiento selectivo de licopeno y rug - University of Groningen - Department of Molecular Genetics otros carotenoides a partir de fuentes naturales ucl - Catholic University of Louvain - Department of Biology Instituição Coordenadora: El Instituto de Fermentaciones Industriales - Consejo Superior ucc - University College Cork - National Food Biotechnology Centre de Investigaciones Científicas – csic, Espanha inra - Institut National de la Recherche Agronomique Jouy-en Josas (inra-jj) unite de Contacto: Luis Guasch Pereira recherche laitieres et genetique appliqué Patente Solicitada: 200201310 em 06-06-2002 cerela - Centro de Referencia para Lactobacillos (cerela) - Department of Biotechnology agro 017 lallemand - Lallemand s.a. r&d itqb - Institut de Biologia Experimental e Tecnologica (ibet) 114 115 VIAbio VIAbio cmu - Campina Melkunie bv - Cheese Division - Department of r&d/qa t3: Xylitol production from sorghum straw hydrolysates by Debaryomyces hansenii wcfs - Wageningen Centre for Food Sciences (wcfs) var Hansenii NRRL Y-7426 Investigadores: A. M. Barrera-Guillén1, J. A. Ramírez1,M. VÁZQUEZ2 Data de Finalização: 2004 Instituições: pe10: Development of new innovative functional foods containing microcrystalline 1 DepartamentoTecnología de Alimentos, Universidad Autónoma de Tamaulipas, Brasil chitosan 2 Department of Analytical Chemistry - Area Food Technology - Universidad de San- Instituição Coordenadora: Primex Ehf - Research And Development tiago de Compostela - Escuela Politécnica Superior, Espanha Contacto: Omarsson haukur Data: 2003 Outras Instituições: Erbsloeh Geisenheim Getraenke-Technologie Gmbh & co. Kg t4: Nutraceutical production by propionibacteria Fai Berti s.l. Investigadores: Jeroen Hugenholtza, b, Jan Hunikc, Helena Santosd and Eddy Smida Fundacion Gaiker Instituições: Gierer Gmbh Gewuerzdesign, Fleischveredelung a nizo Food Research, Holanda Latvian State Institute Of Wood Chemistry b Wageningen Centre for Food Sciences, Holanda Medicamina Ltd c dsm Food Specialties, Holanda Meierei-Genossenschaft e. g. Langenhorn d Instituto de Biologica Experimental e Technologica – itqb, Portugal Orkney Fishermen’s Society Ltd Contacto: Jeroen Hugenholtz Oy Foodfiles Ltd Data: 2002 Verein Zur Foerderung des Technologietransfers an Der Hochschule Bremerhaven e.v. Data de Finalização: 2003-11-30 p1: Processo contínuo de transesterificação de gorduras catalisado por lipases Programa: Life Quality – fp5 Número da patente: pt102638 Referência: qlk1- ct - 2001 – 70508 (chitofood) Data de Publicação: 2002-03-28 Inventor: fonseca maria manuela regalo d (pt); osorio natalia maria ferreira (pt); t1: Produção de beta-caroteno natural a partir de microrganismos não genetica- dias suzana ferreira (pt) mente modificados Requerente: inst superior tecnico (pt); inst superior de agronomia (pt) Empresa: Biotrend – Inovação e Engenharia em Biotecnologia, sa p2: Use Of Omega-3 Fatty Acids For Producing Functional Food Products Contacto: Frederik van Keulen Número da patente: lt2004023 t2: Avaliação da casca de aveia para produção biotecnológica de xilitol 1 Investigadores: Carolina Tamanini1, Antonio Sergio de Oliveira , Maria das Graças de 2 3 2 Almeida Felipe , Eliana Vieira Canettieri , Elisângela de Jesus Cândido e Maria Celia de Data de Publicação: 2005-09-26 Inventor: liutkevicius algirdas (lt) Requerente: liutkevicius algirdas (lt) 1 Oliveira Hauly Instituições: 1 Departamento de Bioquímica e Biotecnologia, Universidade Estadual de Londrina – uel, Brasil 2 Departamento de Biotecnologia, Faculdade de Engenharia Química de Lorena – faenquil, Brasil p3: Process for Preparing Functional Beverages Comprising Omega-3 Fatty Acids Número da patente: lt2002052 Data de Publicação: 2003-11-25 Inventor: liutkevicius algirdas (lt) Requerente: liutkevicius algirdas (lt) 3 Departamento de Energia, Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá – feg/unesp, Brasil p4: Microcapsules made of an hydroxytyrosol-containing matrix and an coating Contacto: Maria Celia de Oliveira Hauly Número da patente: ep1462013 Data: 2004 Data de Publicação: 2004-09-29 Inventor: rull prous santiago (es); fernandez-blasquez jose (es); fabry bernd dr (de) Requerente: cognis iberia sl (es) 116 117 VIAbio VIAbio p5: Antioxidative preparations p11: Biologically Non-Degradable Peptide, Angiotensin Converting Enzyme Inhibitor, Número da patente: ep1344516 Drug and Functional Food Data de Publicação: 2003-09-17 Número da patente: wo2005012334 Inventor: kraechter hans-udo (de); arias carmen (es); mehling annette (de) Data de Publicação: 2005-02-10 Requerente: cognis iberia sl (es) Inventor: yamamoto naoyuki (jp); mizuno seiichi (jp); nishimura shingo (jp); gotou takanobu (jp); matsuura keiichi (jp) p6: Co-enzyme q10 dietary supplement Requerente: calpis co ltd (jp); yamamoto naoyuki (jp); mizuno seiichi (jp); nishimura shingo Número da patente: us2003113307 (jp); gotou takanobu (jp); matsuura keiichi (jp) Data de Publicação: 2003-06-19 Inventor: selzer jonathan a (us) p12: Functional Foods and Process for Producing Functional Food Número da patente: ca2507675 p7: Anti-Oxidative Functional Food Material, Method for Producing the Same, Pro- Data de Publicação: 2004-06-10 cessed Food Containing the Same, Method for Producing the Same and Anti-Oxida- Inventor: yoshioka norimichi (jp); suzuki masayuki (jp); oda munehiro (jp); tonouchi hidekazu tive Functional Food Material Packed in Container (jp); uchida masayuki (jp) Número da patente: jp2005124551 Requerente: meiji dairies corp (jp) Data de Publicação: 2005-05-19 Inventor: kawahara jun p13: Shelf Stable Product with Living Micro-Organisms Requerente: kawahara jun Número da patente: wo2005089560 Data de Publicação: 2005-09-29 p 8: Functional food capable of removing hydroxy free radical in body and its prepar- Inventor: tournade sylvie (fr); aymes frederic (fr); reniero roberto (fr) ing method Requerente: nestec sa (ch); tournade sylvie (fr); aymes frederic (fr); reniero roberto (fr) Número da patente: cn1586296 Data de Publicação: 2005-03-02 p14: Green-series Functional Beverages Inventor: wen jing (cn) Número da patente: cn1270217 Requerente: wen jing (cn) Data de Publicação: 2004-09-29 Inventor: an guoqing (cn) p9: Preparation of Functional Beverage Containing Chlorophylls and Carotenes Requerente: an guoqing (cn) from Seaweed Número da patente: kr2003079506 p15: Processo para a produção de xilo-oligossacáridos substituídos e sua utilização Data de Publicação: 2003-10-10 na indústria alimentar, química e energética Inventor: kim in cheol (kr); jung soon teck (kr); yoo jeong uk (kr); kang hyeong Número da patente: Patente portuguesa nº 102563 dong (kr); park su mi (kr); lee hyeon hui (kr); lee hong yeol (kr) Data de Publicação: 2001 Requerente: dong a college (kr);; jung hong sul (kr);; kim in cheol (kr);; lee hong Inventor: Gírio, F.M., Carvalheiro, F., Esteves, M.P., Amaral Collaço, M.T., Parajó, J.C., yeol (kr);; jung soon teck (kr) Domínguez, H., Alonso, J.L., Vázquez, M.J., Garrote, G., Koukios, E.G., Avgerinos, E.S., Voragen, A.G.J., Schols, H.A, Kabel, M.A. p10: Angiotensin I Converting Enzyme Inhibitor and Method for Producing the Same, and Functional Food p16: Processo para a preparação de oligossacáridos com actividade anti-ulcerativa e Número da patente: jp2005053812 sua utilização para a preparação de medicamentos Data de Publicação: 2005-03-03 Número da patente: Patente portuguesa nº 102695 Inventor: ono hirokazu; yamamoto masaji; oto nobuaki Data de Publicação: 2001 Requerente: maruzen pharma Inventor: Gírio, F. M., Cruz, E. M., Amaral-Collaço, M. T., Corvo, M. L., Esteves, M. P., Carvalheiro, F., Moura, P., Lourenço, P., Carvalheiro, M. C., Simões, S., Voragen, A.G.J., Schols, H. A., Kabel, M. A. 118 119 VIAbio VIAbio p17: Green Tea Beverage Containing Sweetener Xylitol p23: Use Of Sphingolipids for Reducing Plasma Cholesterol and Triacylglycerol Levels Número da patente: jp2003180250 Número da patente: wo2004064820 Data de Publicação: 2003-07-02 Data de Publicação: 2004-08-05 Inventor: nakahara junko Inventor: nieuwenhuizen willem ferdinand (nl) Requerente: nakahara junko Requerente: tno (nl); nieuwenhuizen willem ferdinand (nl) p18: Sweetener for Food Products p24: Use of Hydroxyoleic Acid and Related Compounds as Functional Food Additives Número da patente: ru2185078 Número da patente: au2003304520 Data de Publicação: 2002-07-20 Data de Publicação: 2005-05-19 Inventor: lavrov a v Inventor: ruiz pablo vicente escriba Requerente: enyj list; ooo zel Requerente: uni de les illes balears p19: Sweetener, Pathogenic Bacterial Infection-Inhibitory Agent, Intestinal Function- p25: Functional Food and Beverage Containing Antiallergic Component Controlling Agent or Aging- Inhibitory Agent for Starch, Consisting of Mannose- Número da patente: jp2004105078 Containing Hetero Oligosaccharide, and Food, Beverage, Medicine or Feed Consis- Data de Publicação: 2004-04-08 ting of the Same Inventor: nagai hiroshi; hashizume shuichi; sato susumu; yamamoto mari; kitani seiichi Número da patente: jp2000217546 Requerente: sasaki co; asahi soft drinks co ltd; morinaga & co; nat agriculture & bio orien- Data de Publicação: 2000-08-08 ted; kitani seiichi Inventor: inoue yasushi; okamoto katsuyuki; mitsuyoshi shinsuke Requerente: showa sangyo co p26: Functional Gelagen as Functional Food Número da patente: jp2005089435 p20: Use of erythritol and d-tagatose in zero- or low-calorie beverages and food Data de Publicação: 2005-04-07 Número da patente: mxpa03009996 Inventor: azegami toshiro Data de Publicação: 2004-05-27 Requerente: azegami toshiro Inventor: zena bell (us) Requerente: pepsico inc (us) p27: Composition for Prevention and/or Treatment of Bone Disease, Functional Food or Health Food Containing the Composition, and Medicinal Preparation Containing p21: Process for Producing a Novel Soy Functional Food Ingredient the Composition as Active Ingredient Número da patente: mxpa01002251 Número da patente: wo2005085223 Data de Publicação: 2003-08-20 Data de Publicação: 2004-04-08 Inventor: andreas g altemueller (us) Inventor: lee kun-hyung (jp); cha byung-yoon (jp); woo je-tae (jp); nagai kazuo (jp) Requerente: protein tech int (us) Requerente: erina co inc (jp); lee kun-hyung (jp); cha byung-yoon (jp); woo je-tae (jp); nagai kazuo (jp) p22: The Use of Sphingolipids in the Treatment and Prevention of Type 2 Diabetes Mellitus, Insulin Resistance and Metabolic Syndrome p28: Method for Preparing of Functional Cereal-Based Food Product Número da patente: wo2005087023 Número da patente: ru2244494 Data de Publicação: 2005-09-22 Data de Publicação: 2005-01-20 Inventor: nieuwenhuizen willem ferdinand (nl); havekes aloysius maria (nl); emeis Inventor: bakumenko o e (ru); doronin a f (ru); panfilova s n (ru); shenderov b a (ru) josephus jan (nl) Requerente: tno (nl); nieuwenhuizen willem ferdinand (nl); havekes aloysius maria (nl); emeis josephus jan (nl) 120 121 VIAbio Microencapsulação VIAbio pe13: Volume Extraction and Encapsulation of Flavour Chemicals, Pharmaceutical Substances, Bio-Chemicals and Enzymatic Systems pn22: Complexos Intramoleculares e Nanoencapsulamento de Antocianinas Instituição Coordenadora: William Ransom and Son plc, Reino Unido Instituição Coordenadora: Centro de Química Estrutural - Instituto Superior Técnico – ist Contacto: keith helliwell (mr.) Universidade Técnica de Lisboa – utl Outras Instituições: Contacto: António Luis Vieira de Andrade Maçanita Outras Instituições: Instituto de Biologia Experimental e Tecnologica – itqb – Universidade Nova de Lisboa – unl, Portugal Universidade dos Açores microlithe s.a, França Fundação da Faculdade de Ciências – Universidade de Lisboa University of Nottingham, Reino Unido pocti/qui/38884/2001 Data de Finalização: 30-11-1999 Programa: fair pn23: Microencapsulação de ingredientes funcionais para aplicação em bebidas de Referência: CT96-2003 sumo de fruta Instituição Coordenadora: Universidade Católica Portuguesa – ucp - Escola Superior de t5: Microencapsulation of monoacylglycerol rich in omega-3 fatty acids by thin-layer Biotecnologia – esb drying Contacto: Manuela Pintado, Ana Gomes, Xavier Malcata (Orientadores); Sérgio Maia Investigadores: P. Hariyadi, N. Hasanah, K. Komari, S. Budijanto (Orientando) Instituições: Outras Instituições: Instituto de Bebidas e Saúde – ibesa Data: 13-05-2004 Southeast Asian Food & Agricutural Science & Technology Center, Bogor Agricultural Univ, Dept. of Food Technology & Human Nutrition, Bogor, Indonésia Dept. of Food Technology & Human Nutrition, Bogor Agricultural Univ. Dept. of Health, Republic of Indonesia, Food & Nutrition Research Center pe11: Nutritional Studies on Dried Functional Ingredients Containing n-3 Polyunsaturated Fatty Acids Dept. of Food Technology & Human Nutrition Data: 2005 Instituição Coordenadora: Golden Vale Plc, Irlanda Contacto: codd, Jim t6: Study on microencapsulation of lycopene by spray-drying Outras Instituições: Investigadores: Bo Shu, Wenli Yu, Yaping Zhao, Xiaoyong Liu Instituto de la Grasa - csic - Dpt. Of Food Quality And Characterization, Espanha Instituição Coordenadora: School of Chemistry and Chemical Engineering, Shanghai Jiao Deutsches Institut Für Lebensmitteltechnik E.V., Alemanha Tong University, China Institute For Surface Chemistry, Suíça Contacto: Yaping Zhao Teagasc, Itália Data de Finalização: 24-05-2005 Technical University of Denmark - Danish Institute for Fisheries Research, Dinamarca University College Cork, Irlanda t7: Microencapsulação de Óleo Essencial de Laranja University of Dublin - Trinity College, Irlanda Instituição Coordenadora: Instituições: unicamp – Universidade Estadual de Campinas, University of Ulster, Reino Unido Brasil Data de Finalização: 30-08-1998 Investigadores: Lucy c. aburto, Débora de Queiroz tavares, Enny Therezinha martucci, fair – nutrifish Data: 19-01-1998 pe12: Supercritical processing of certain aromatic or/and medicinal plants p29: Continuous Multi-Microencapsulation Process for Improving the Stability and Instituição Coordenadora: ato b.v., Holanda Storage Life of Biologically Active Ingredients Contacto: Anton franken Número da patente: wo2005058476 Data de Finalização: 19-06-2003 Data de Publicação: 2005-06-30 Programa: life quality – fp5 Inventor: casana giner victor (at); gimeno sierra miguel (at); gimeno sierra barbara (at); Referência: qlk5-ct-2001-51939 122 123 VIAbio moser martha (at) Requerente: gat formulation gmbh (at); casana giner victor (at); gimeno sierra miguel (at); VIAbio Outras Instituições: Universidade Católica Portuguesa – ucp - Escola Superior de Biotecnologia – esb gimeno sierra barbara (at); moser martha (at) pocti/agr/34804/99 p30: Process Formation of Microcapsules by Interfacial Cross-Linking of Emulsifier, pn25: Tecnologia para a obtenção de filmes e revestimentos comestíveis para ali- and Microcapsules Produced Thereby mentos a partir de recursos nacionais de baixo valor Número da patente: us3875074 Instituição Coordenadora: Centro de Química - Instituto de Ciências e Tecnologias Agrá- Data de Publicação: 1975-04-01 rias e Agro-Alimentares - Porto Inventor: vassiliades anthony e; vincent david n; powell mabrin p Contacto: Alberto Manuel Carneiro Sereno Requerente: champion int corp Outras Instituições: Fundação da Faculdade de Ciências e Tecnologia p31: Hazard-Free Microencapsulation for Structurally Delicate Agents, an Application pocti/equ/45595/2002 of Stable Aqueous-Aqueous Emulsion Número da patente: ep1572341 pn26: Produção de CoPolímeros phb/phv por Culturas Mistas Data de Publicação: 2005-09-14 Instituição Coordenadora: Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica – ibet Inventor: jin tuo (cn); zhu hua (us); zhu jiahao (us) Contacto: Maria D’Ascensão Carvalho Fernandes de Miranda Reis Requerente: jin tuo (cn) Outras Instituições: Instituto de Tecnologia Quimica e Biológica – itqb - Universidade Nova de Lisboa – unl p32: Method of Microencapsulation Número da patente: us6932984 Fundação da Faculdade de Ciências e Tecnologia pocti/bio/35675/99 Data de Publicação: 2005-08-23 Inventor: babtsov vladimir (il); shapiro yury (il); kvitnitsky emma (il) pn27: multipack – Desenvolvimento de conceitos inovadores para embalagem Requerente: tagra biotechnologies ltd (il) múltipla de vegetais frescos de alta qualidade prontos para consumo Instituição Coordenadora: Centro de Estudos de Ciência Animal - Instituto de Ciências e Ingredientes Estruturais Tecnologias Agrárias e Agro-Alimentares - Porto Contacto: Luís Miguel Soares Ribeiro Leite da Cunha pe14: Secuencia de nucleotidos de maíz codificante de una proteína con actividad transglutaminasa, y su uso Instituição Coordenadora: Instituto de Biología Molecular de Barcelona – ibmb - Consejo Outras Instituições: Universidade Católica Portuguesa – UCP - Escola Superior de Biotecnologia – esb pocti/agg/48437/2002 Superior de Investigaciones Científicas – csic, Espanha Contacto: Luis Guasch Pereira pn28: Aumento da vida útil de vegetais minimamente processados Patente Solicitada: ES 200201253 em 31/05/2002 Instituições: agro 014 campotec – Comercialização e Consultadoria em Hortofrutículas, sa inia – Instituto de Investigação Agrária Embalagens isa - Instituto Superior de Agronomia – Universidade Nova de Libsoa eureka No. 1975 pn24: quitopack - Desenvolvimento de filmes e revestimentos edíveis e biodegradáveis obtidos a partir de resíduos de crustáceos e moluscos marinhos p33: Packages with Active Agents Instituição Coordenadora: Química Orgânica e de Produtos Naturais e Agroalimentares - Número da patente: wo2005077773 Universidade de Aveiro – um Data de Publicação: 2005-08-25 Contacto: José António Teixeira Lopes da Silva Inventor: thomas toby r (us); kolovich nate (us); belias william p (us); chen paul n (us) Requerente: pactiv corp (us); thomas toby r (us);; kolovich nate (us) 124 125 VIAbio VIAbio p34: Safety Containers for Biologically Active Substances and Method for Producing pe15: Virtual institute on bioencapsulation sciences and technology Said Container Instituição Coordenadora: Ecole Nationale d’Ingenieurs des Techniques des Industries Número da patente: ca2512788 Agricoles et Alimentaires Data de Publicação: 2004-07-29 Contacto: Jean-Marc vallauri, França Inventor: bensmann hubert (de); milsmann eckhard (de); kranzmann heiko (de); Data de Início: 2003-01-01 wichert burkhard (de) Data Prevista de Finalização: 2005-12-31 Requerente: baxter healthcare sa (ch); baxter int (us) Programa: growth – vibmst Referência: g7rt-ct-2002-05105 Valorização Energética de Subprodutos e Resíduos pe16: Food Matrices: Structural Organisation and Impact on Flavour Release pn29: suberimune – Síntese de adjuvantes para vacinas a partir de desperdícios da and Perception indústria de cervejas e da cortiça Instituições: Instituição Coordenadora: William Ransom and Son plc centralcer – Central de Cervejas, sa Contacto: Egle Bylaite ineti - Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial – ineti Países Envolvidos: Áustria, Bélgica, República Checa, Dinamarca, França, Alemanha, itexcork - Indústria de Transformação e Exportação de Cortiça, Lda Irlanda, Itália, Holanda, Noruega, Polónia, Suécia, Suiça e Reino Unido itime - Instituto de Tecnologia e Inovação para a Modernização Empresarial Data de Início: 2002-04-29 praxis 3.1B pn30: Extracção Supercrítica de Óleo de Grainha de Uva: Aumento da Recuperação por Meio de Pré-Tratamento Enzimático da Grainha Instituição Coordenadora: Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos -ciceco - Universidade de Aveiro – ua Contacto: Carlos Manuel Santos da Silva Outras Instituições: Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto pocti/equ/47533/2002 Outros pn31: O comportamento do consumidor face à segurança e qualidade alimentares: percepção do risco e rotulagem Instituição Coordenadora: Instituto de Ciências e Tecnologia Agro-Alimentar da Universidade do Porto – iceta Contacto: Luís Miguel Soares Ribeiro Leite da Cunha Outras Instituições: Direcção Regional de Agricultura de Entre-Douro-e-Minho – draedm egi - Sociedade de Engenharia e Gestão da Qualidade Industrial, Lda Modelo Continente Hipermercados, sa Data de Início: 01-01-2004 Data Prevista de Finalização: 31-12-2006 Data Prevista de Finalização: 2006-07-11 ANEXO B Sector Ambiental 129 VIAbio pn – Projectos Nacionais pe – Projectos Europeus t – Tecnologias 133 Biorremediação de Solos e Águas Subterrâneas 133 pn1: bombbe – Biodiversity of Methylotrophs and their Bioremediation and Biotechnogical Exploitation 133 pn2: Bio-remediação de poluição orgânica em solos por enriquecimento com bactérias metilotróficas resistentes 133 pn3: Biorremediação de solos contaminados com metais pesados (Cr, Cd, Pb e Hg) e na presença de hidrocarbonetos 133 pn4: fitorem – Fitorremediação e Reactores de Biofilme para a Remoção de Poluentes de Águas Contaminadas: um Estudo Comparativo 134 pn5: Descontaminação de minas por plantas hiperacumuladoras - minimização de impactes ambientais 134 pn6: Estudos de fitorremediação de solos contaminados causados pela actividade mineira (Soil Processes in Space and Time: Evolution, Behaviour and Remediation (prosoil) 134 pn7: Biorremediação de solos e águas contaminadas com pesticidas 134 pn8: Degradação Biológica de Pesticidas - O Molinato 134 pn9: Biodegradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos assistida por oxidação por ozono 135 pn10: BioVentingTec - Biotecnologia inovadora para tratamento de solos 135 pe1: Development of environmentally benign, sustainable industrial contaminados por hidrocarbonetos technologies for the remediation of industrial wastes and petrochemicals contaminated sites using newly isolated and designed microorganisms 135 pe2: Process for the production of microencapsulated micro-organisms for bioremediation 135 pe3: Testing integrated gm-rhizoremediation systems for soil bioremediation 136 pe4: Exploiting genomics to engineer an environmentally friendly 136 pe5: Role of microbial mats in bioremediation of hydrocarbon polluted coastal microorganism for bioremediation purposes zones 137 pe6: Role of sulfate-reducing bacteria within microbial mat system in 137 pe7: Bioremediation techniques for detoxication of hazardous pollutants in hydrocarbon biodegradation industrial waters and sludges 137 pe8: Bioremediation technology of contaminated sites 138 pe9: Protection of groundwater resources at industrially contaminated sites 138 pe10: Bioremediation of acidic mine waters by sulphate reduction in novel, compost-based field-scale bioreactors (asure) 130 131 VIAbio 139 VIAbio pe11: In-situ bioremediation of cyanide, pahs and hetrocyclic compounds using 145 Tratamento de Efluentes engineered sequenced reactive barrier techniques. (serebar) 145 pn11: tectar – Tecnologia Compacta para o Tratamento de Águas Residuais. 139 pe12: Phytoremediation of Arable Sludged Soils (pass) 139 pe13: Field scale evaluation of a hybrid bioremediation and phytoremediation Baseia-se na tipologia dos reactores de biofilmes descontínuos sequenciais 145 process for the treatment of hydrocarbon contaminated soil (biophyto) 140 anaeróbia e metanização de efluentes com elevados teores de lípidos pe14: Development of strategies to enhance the population diversity within 145 pn13: plantari – Constructed wetlands for industrial wastewater treatment Conventional Activated Sludge Reactors (casr) and Membrane Bio-Reactors 145 pn14: Oxidação electroquímica fotoassistida de compostos lipídicos como 145 pn15: Reactores anaeróbios sbr para o tratamento de efluentes complexos con (mbr) and their influence on the functional capacity of biomass (bioenhan) 140 pe15: Optimising Biopile Processes for Weathered Hydrocarbons Within a Risk percursora do tratamento anaeróbio Management Framework (promise) 140 pe16: In situ Source Area BioREmediation (sabre) 141 pe17: Further validation of a soil test to predict soil-associated pollutant bioavailability 141 pn12: Desenvolvimento de um processo FED-BATCH para a biodegradação tendo gorduras – anasebar 146 pn16: Novos Sistemas de Reciclagem de Efluentes de Indústrias Agroalimentares Utilizando Biotecnologias de Microalgas com Valorizaçao da Biomassa - Biorecicla 146 pn17: Anexpert - Estudos dinâmicos do processo de digestão anaeróbica com pe18: The use of chemical means to assess soil associated contaminant vista ao desenvolvimento de um sistema inteligente de supervisão baseado bioavailability em conhecimento 142 pe19: Novel technologies for enhancing phytoremediation of tce 142 t1: Low-cost technologies for bioremediation 142 t2: Land remediation through toxicity management 142 t3: Integrated thermal desorption and bioremediation treatment of dense soil 142 t4: Bioremediation of crude oil contaminated soil by slurry reactor and pollutions for safe and efficient reuse of contaminated land “3R Clean Soil” landfarming 146 pn18: Aninteracis – Operação intermitente de digestores anaeróbicos para o tratamento de ácidos orgânicos de cadeia longa 146 pn19: Comportamento de digestores anaeróbios para o tratamento de efluentes da indústria de lacticínios 147 pn20: Estudo do tratamento de efluentes da Indústria Papeleira por culturas lenhilcas de Trametes versicolor 147 pn21: Descoloração do efluente final de fabrico de pasta de papel: remoção de 142 t5: In-situ bioremediation of hydrocarbon contaminated soil 143 t6: Bioremediation of diesel contaminated soil by microorganisms immobilised 147 pn22: Biodegradação de corantes azo em reactor descontínuo-sequencial in polyvinyl alcohol 147 pn23: texbio – Remoção biológica de corantes em efluentes da indústria têxtil t7: Bioremediation of Oil-Contaminated Soils and Crude Oil Wastes Using 147 pn24: Controlo de poluição na indústria têxtil: Estudo do processo de tingimento 143 compostos orgânicos e toxicidade (decortox) Immobilised Bacteria 143 t8: Comparison of Bioaugmentation and Biostimulation in ex-situ Treatment e tratamento dos efluentes 147 of Diesel Contaminated Soil pn25: Descoloração de corantes sintéticos em bio-reactores de tratamento de águas residuais 144 t9: Ex-situ Bioremediation of Oil Sludge-Contaminated Land Using Corn Waste 148 pn26: Remoção de poluentes persistentes característicos de efluentes de lanifícios 144 t10: Field trial of a new aeration system for enhancing biodegradation in a biopile 148 pn27: Monitorização e degradação de aminas aromáticas em tratamento de águas 144 t11: Methods evaluating vanadium tolerance in bacteria isolated from crude oil contaminated land residuais industriais 148 pn28: Aplicação de processos integrados electroquímico-ozonólise-bioreactor 144 t12: Bioremediation of Explosives Contaminated Soils (Desk Study) 144 t13: Experimental Constructed Wetlands for Gully Pot Effluent Contaminated 148 pn29: Soluções enzimáticas inovadoras para a indústria têxtil with Heavy Metals 148 pn30: reciclágua – Reciclagem dos efluentes mais limpos dos processos 144 t14: Novel use of ochre from mine water treatment plants to reduce point and diffuse phosphorus pollution no tratamento de águas lixiviadas de acabamento na indústria têxtil 149 pn31: anoxitrata: Tratamento Integrado de Efluentes Têxteis por Processo Anaeróbio/Aeróbio com Aplicação de Métodos de Oxidação Avançada 149 pe20: biosap- Biotreatment of Sequentially Alternating Pollutants (sap) in Wastewaters 132 133 VIAbio 149 VIAbio pe21: micometa – O papel dos Fungos Arbusculares Micorrízicos em processos Biorremediação de Solos e Águas Subterrâneas de Fitorremediação de solos contaminados com Metais Pesados 149 pe22: herbicbiorem – Strategies to accelerate the productive biodegradation of pn1: bombbe – Biodiversity of Methylotrophs and their Bioremediation and several herbicides under environmental stress condition Biotechnogical Exploitation 150 t15: Reactor jacto (Jet-Loop): Novo Sistema Para Tratamento de Efluentes Instituição Coordenadora: Instituto de Biologia Molecular e Celular – ibmc de Agro-Indústrias Contacto: Paolo De Marco 150 t16: A Coupled Advanced Oxidation-Biological Process for Recycling Outras Instituições: of Industrial Wastewater Containing Persistent Organic Contaminants “cadox” University of Warwick, Reino Unido 150 t17: Desenvolvimento de um processo de arranque e manutenção de um digestor University of Aalborg , Dinamarca anaeróbio para depuração de ‘águas ruças’ da indústria extractiva do azeite e University of Szeged, H Norfern, Dinamarca produção de biogás e depuração de ‘água ruça’ por oxidação catalítica para fazer Institute of Biotechnology, Montreal, Canadá 150 face à diversidade da composição e do caudal destes efluentes poci/amb/57353/2004 t18: Processos ecotecnológicos de tratamento de efluentes industriais, em zonas Data de Início: Novembro 2002 húmidas construídas (leitos de macrófitas) para desnitrificação e a remoção de Data de finalização: Dezembro 2003 compostos aromáticos por estes sistemas. t19: Technology for removing and recovery of heavy metals from wastewaters pn2: Bio-remediação de poluição orgânica em solos por enriquecimento com using microorganisms and microbial products bactérias metilotróficas resistentes 151 Aproveitamento de Subprodutos e Resíduos Instituição Coordenadora: Instituto de Biologia Molecular e Celular – ibmc - Universidade 151 pn32: Aplicação de resíduos orgânicos ao solo: dinâmica da matéria orgânica, do do Porto – up fósforo e dos metais pesados e efeito sobre a fisiologia da planta Contacto: Paolo De Marco 151 pn33: Utilização de lama residual urbana em solos marginais no Baixo Alentejo, poci/amb/57353/2004; Status: Em curso 151 para melhoria da qualidade do solo e aumento do encabeçamento de ovinos 151 Valorização Energética de Subprodutos e Resíduos pn3: Biorremediação de solos contaminados com metais pesados (Cr, Cd, Pb e Hg) 151 pn34: Co-digestão anaeróbia de lamas e fracção orgânica de resíduos sólidos urbanos e na presença de hidrocarbonetos Instituição Coordenadora: Centro de Engenharia Biológica – ceb Universidade do Minho – um Contacto: Maria Teresa Tavares pocti/cta/44449/2002 pn4: fitorem – Fitorremediação e Reactores de Biofilme para a Remoção de Poluentes de Águas Contaminadas: um Estudo Comparativo Instituição Coordenadora: Centro de Biotecnologia e Química Fina – cbqf - Escola Superior de Biotecnologia – esb - Universidade Católica Portuguesa – ucp Contacto: Paula Maria Lima e Castro Outras Instituições: Instituto de Biologia Molecular e Celular - ibmc Instituto de Biologia Experimental e Tecnologia – ibet pocti/cta/39111/2001 134 135 VIAbio VIAbio pn5: Descontaminação de minas por plantas hiperacumuladoras – minimização de pn10: BioVentingTec - Biotecnologia inovadora para tratamento de solos impactes ambientais contaminados por hidrocarbonetos Instituição Coordenadora: Faculdade de Ciências e Tecnologia fct Instituição Coordenadora: Escola Superior de Biotecnologia – esb - Universidade Católica Universidade de Coimbra – uc Portuguesa – ucp Contacto: João António Mendes Serra Pratas Contacto: Rúben Ferreira Jorge Outras Instituições: Programa: poci/amb/60364/2004 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – utad pocti/cta/41893/2001 pe1: Development of environmentally benign, sustainable industrial technologies for the remediation of industrial wastes and petrochemicals contaminated sites pn6: Estudos de fitorremediação de solos contaminados causados pela actividade using newly isolated and designed microorganisms mineira (Soil Processes in Space and Time: Evolution, Behaviour and Remediation Instituição Coordenadora: Wageningen University, Holanda (prosoil) Contacto: Cees Veerman Instituição Coordenadora: Universidade Centro de Pedologia – Instituto Superior de Agro- Outras Instituições: nomia – isa – Universidade Técnica de Lisboa – utl Freiberg University of Mining and Technology, Alemanha Contacto: Edgar da Conceição Sousa Institute of Biochemistry and Physiology of Microorganisms - Russian Academy of Outras Instituições: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – utad pocti/cta/41893/2001 Sciences, Rússia Jsc Nizhnekamskneftekhim - Science and Technology Centre. Rússia Kazan State University - Laboratory of Ecological Biotechnology - Biological Department, Rússia pn7: Biorremediação de solos e águas contaminadas com pesticidas Instituição Coordenadora: Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - feup University of Florence - Laboratory of Inorganic and Bioinorganic Chemistry Department of Chemistry, Itália Contacto: Olga Pastor Nunes Data de Início: 2000-10-01 Data de Início: 2005-09-01 Data de Finalização: 2004-09-30 Data de Finalização: 2008-08-31 Programa: inco 2 Programa: poci/amb/59836/2004 Referência: ica2-ct-2000-10006 (Water Bioremediation) pn8: Degradação Biológica de Pesticidas - O Molinato pe2: Process for the production of microencapsulated micro-organisms Instituição Coordenadora: Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – feup for bioremediation Contacto: Olga Pastor Nunes Instituição Coordenadora: Environmental Protection Engineering s.a., Grécia Outras Instituições: Contacto: Symeon Georgiadis Departamento de Zoologia - Universidade de Coimbra Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica – ibet Outras Instituições: Biogen Applied Soil Biological Research Company, Hungria Data de Início: 2000-06-01 Data de Início: 2000-12-20 Data de Finalização: 2002-06-30 Data de Finalização: 2001-12-19 Programa: praxis/p/bio/12193/1998 Programa: life qlk3-ct-2000-41273 pn9: Biodegradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos assistida por pe3: Testing integrated gm-rhizoremediation systems for soil bioremediation oxidação por ozono Instituição Coordenadora: Institute of Technology Carlow, Irlanda Instituição Coordenadora: Universidade do Minho – um Contacto: James Mcentee Contacto: António José Guerreiro de Brito Outras Instituições: Programa: poci/amb/61044/2004 Danisco a/s, Dinamarca Institute of Organic Chemistry and Biochemistry – Academy of Sciences of the 136 137 VIAbio VIAbio Czech Republic, República Checa Data de Início: 2000-02-01 National Environmental Research Institute - Ministry of Environment and Energy, Data de Finalização: 2003-01-31 Dinamarca Nova Research Inc., E.U.A Programa: eesd Referência: evk3-ct-1999-00010 (matbiopol) The University of Tuebingen, Alemanha Universidad Autonoma de Madrid, Espanha pe6: Role of sulfate-reducing bacteria within microbial mat system in hydrocarbon University College Cork, National University of Ireland, Cork, Irlanda biodegradation Data de Início: 2002-01-01 Instituição Coordenadora: The Hebrew University of Jerusalem - The Authority for Rese- Data de Finalização: 2004-12-31 arch and Development, Israel Programa: life quality Contacto: Eran Vardi Referência: qlk3-ct-2001-00101 (Gm-Rhizoremediation) Outras Instituições: pe4: Exploiting genomics to engineer an environmentally friendly microorganism for Data de Início: 2001-03-01 bioremediation purposes Data de Finalização: 2003-02-28 Instituição Coordenadora: Consejo Superior de Investigaciones Cientificas, Espanha Programa: eesd Contacto: Cesar Nombela Referência: evk3-ct-2000-50001 The Hebrew University of Jerusalem, Israel Outras Instituições: Bioinfobak Institute, Polónia pe7: Bioremediation techniques for detoxication of hazardous pollutants in Hannover Medical School, Alemanha industrial waters and sludges Minrav Infrastructures 1993 (Ltd), Israel (http://ica.cordis.lu/search/index.cfm?fuseaction=proj.simpledocument&PJ_RCN=38897 Westfaelische Wilhelms - Universitaet Muenster, Alemanha 26&CFID=6992512&CFTOKEN=69844316) University of Essex, Reino Unido Instituição Coordenadora: University of Sofia Kliment Ohridski – UNISOFIA, Bulgária Newbiotechnic S.A., Espanha Contacto: Cheng Chia-Yau The University of Milano, Itália Outras Instituições: Data de Início: 2001-01-01 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – feup, Portugal Data de Finalização: 2003-12-31 University of Banja Luka - Faculty of Technology, Bósnia Herzergovina Programa: life quality Katholieke Hogeschool Sint-Lieven – kahoslg, Bélgica Referência: qlk3-ct-2000-00170 (mifriend) Data de Início: 1999-2-14 Data de Finalização: 2002-8-14 pe5: Role of microbial mats in bioremediation of hydrocarbon polluted coastal zones Programa: inco Instituição Coordenadora: Universite de Pau et des Pays de L’adour, França Referência: erbic15 ct98 0137 Contacto: Jean-Louis Gout Outras Instituições: pe8: Bioremediation technology of contaminated sites Consejo Superior de Investigaciones Cientificas, Espanha Instituição Coordenadora: Biotechnology Research Cooperative Center – EBCRC Max-Planck-Gesellschaft Zur Foerderung Der Wissenschaften E.V., Alemanha Contacto: Mike Manefield Netherlands Institute for Sea Research, Holanda Outras Instituições: The Hebrew University of Jerusalem - The Authority for Research and Development, Israel Orica Australia Macquarie University Universitat de Barcelona, Espanha Murdoch University Universite de la Mediterranee D’aix-Marseille Ii, França University of Queensland University of Copenhagen, Dinamarca University of nsw University of Dundee, Reino Unido 138 139 VIAbio VIAbio pe9: Protection of groundwater resources at industrially contaminated sites pe11: In-situ bioremediation of cyanide, PAHs and hetrocyclic compounds using engi- Instituição Coordenadora: centro ricerche di novara g. donegani, Itália neered sequenced reactive barrier techniques. (serebar) Contacto: Mr Cortesi Paolo (http://www.prb-net.qub.ac.uk/eerg/dissemination/link/) Outras Instituições: Instituição Coordenadora: Queen’s University, Belfast Universitaet Konstanz – Department for Biology, Alemanha Outras Instituições: Universitaet Stuttgart – Institut fur Wasserbau, Alemanha Centre for Ecology and Hydrology Enitecnologie s.p.a. – Project Management, Itália Oxford University Enichem Spa – Centro Ricerche di Novara “Istituto Guido Donegani”, Itália The University of Surrey Ford Werke Ag – Betriebliche Umweltschutz, Alemanha Advantica Vhe Holdings Plc, Reino Unido Secondsite Aquater Spa – Societa per la Geologia, Idrogeologia e Interv - Environment & Water Parsons Brinckerhoff Resources Dep. Itália Biotechnology and Biological Sciences Research Council – bbsrc Ici Lacke Farben Gmbh – The Europe Department, Alemanha Natural Environment Research Council – nerc Netherlands Organisation for Applied Scientific Research – tno – Department of Envi- The Engineering and Physical Sciences Research Council – epsrc ronmental Quality tno – Institute Of Environmental Sciences, Energy And Process, Holanda Swiss Federal Institute Of Environmental Science And Technology - Institute For Aquatic Sciences And Technology, Suíca Cranfield University – Cranfield Centre for Analytical Science - Institute Of Bioscience Environment Agency – ea The Department of Trade & Industry – dti Data de Início: 01-11-2002 Data de Finalização: 31-10-2006 Programa: Bioremediation link; Referência: biorem 6 and Technology, Reino Unido Yeditepe University - Department Of Systems Engineering, Turquia pe12: Phytoremediation of Arable Sludged Soils (pass) Akzo Nobel Coatings B.V., Holanda (http://www.nottingham.ac.uk/environmental-modelling/PASS%20Home.htm) Data de Início: 2000-04-01 Instituição Coordenadora: University of Nottingham Data de Finalização: 2003-06-30 Outras Instituições: Programa: pure Severn Trent Water Ltd. Referência: evk1-ct-1999-00030 Land Research Associates Biotechnology and Biological Sciences Research Council - bbsrc pe10: Bioremediation of acidic mine waters by sulphate reduction in novel, Data de Início: 01-11-2002 compost-based field-scale bioreactors (asure) Data de Finalização: 31-03-2005 Instituição Coordenadora: University of Wales, Bangor Programa: Bioremediation link; Referência: biorem 11 Outras Instituições: University of Newcastle upon Tyne pe13: Field scale evaluation of a hybrid bioremediation and phytoremediation Scottish Coal Co. Ltd process for the treatment of hydrocarbon contaminated soil (biophyto) Rio Tinto Technical Services Ltd Instituição Coordenadora: University of Greenwich IMC Group Consulting Ltd Outras Instituições: Parkhill Estates Ltd vhe Group Biotechnology and Biological Sciences Research Council - bbsrc Slater(uk) Ltd Natural Environment Research Council - nerc PlantWorks The Engineering and Physical Sciences Research Council - epsrc Biotechnology and Biological Sciences Research Council - bbsrc Data de Início: 01-10-2002 The Department of Trade & Industry - dti Data de Finalização: 31-03-2006 Data de Início: 02-01-2003 Programa: Bioremediation link1; Referência: biorem 4 Data de Finalização: 31-12-2005 Programa: Bioremediation link; Referência: biorem 23 140 141 VIAbio VIAbio pe14: Development of strategies to enhance the population diversity within Conven- Golder Associates Inc tional Activated Sludge Reactors (casr) and Membrane Bio-Reactors (mbr) and their e i Dupont influence on the functional capacity of biomass (bioenhan) ici Instituição Coordenadora: blc - Leather Technology Centre Scientifics Ltd Outras Instituições: Acetate Products Ltd University of Newcastle Upon Tyne General Electric University of Glasgow Shell Global Solutions Aquabio Honeywell Pittards Plc Shoe Leather Division Terra Systems Inc Pittards Plc Glove Leather Division British Geological Survey (bgs) Charles Paisley & Sons University of Edinburgh Scottish Tanning Industries University of Sheffield Hampshire Waste Services Biotechnology and Biological Sciences Research Council – bbsrc Biotechnology and Biological Sciences Research Council - bbsrc Natural Environment Research Council – nerc The Department of Trade & Industry - dti The Engineering and Physical Sciences Research Council – epsrc The Engineering and Physical Sciences Research Council - epsrc Environment Agency – ea Data de Início: 01-10-2003 Data de Início: 21-09-2004 Data de Finalização: 30-09-2006 Data de Finalização: 20-09-2008 Programa: Bioremediation link; Referência: biorem 29 Programa: Bioremediation link; Referência: biorem 39 pe15: Optimising Biopile Processes for Weathered Hydrocarbons Within a Risk pe17: Further validation of a soil test to predict soil-associated pollutant bioavailability Management Framework (promise) Instituição Coordenadora: University of East Anglia Instituição: Cranfield University, Integrated Waste Management Centre Outras Instituições: Contacto: Simon Pollard AlcontrolGeochem Parceiros: Natural Environment Research Council – nerc University of Aberdeen The Department of Trade & Industry – dti Lancaster University Data de Início: 03-01-2004 TES Bretby Data de Finalização: 30-11-2005 Pera Innovation Ltd Programa: Bioremediation link; Referência: biorem 45 BP International Dew Remediation Ltd pe18: The use of chemical means to assess soil associated contaminant bioavailability Biotechnology and Biological Sciences Research Council - bbsrc Instituição Coordenadora: University of East Anglia The Department of Trade & Industry - dti Outras Instituições: Data de início: 01-10-2004 AlcontrolGeochem Data de finalização: 30-10-2007 Natural Environment Research Council - nerc Programme: Bioremediation link; Programme Reference: biorem 35 The Department of Trade & Industry – dti Data de Início: 01-04-2003 pe16: In-situ Source Area Bioremediation (sabre) Data de Finalização: 31-03-2004 Instituição Coordenadora: Environmental Solutions International Ltd Programa: Bioremediation link; Referência: biorem 7 Outras Instituições: WS Atkins Consultants Limited Geosyntec Constultants Ltd 142 143 VIAbio VIAbio pe19: Novel technologies for enhancing phytoremediation of tce t6: Bioremediation of diesel contaminated soil by microorganisms immobilised in Instituição Coordenadora: University of Glasgow polyvinyl alcohol107 Outras Instituições: Contacto: Colin J. Cuninghama, I.B.Ivshinab, V.I.Lozinskyc, M.S.Kuyukinab, J.C.Philpd Arcadis Geraghty and Miller Instituições: aInstitute for Infrastructure & Environment, University of Edinburgh, bIns- Biotechnology and Biological Sciences Research Council – bbsrc titute of Ecology and Genetics of Microorganisms, Lab of Alkanotrophic Microorga- The Department of Trade & Industry – dti nisms, Perm, Russia, cInstitute of Organoelement Compounds, Lab for Cryochemistry of Data de Início: 01-03-2005 (Bio)Polymers, Moscow, Russia, dSchool of Life Sciences, Napier University Data de Finalização: 30-02-2007 Contaminated Land Assessment and Remediation Research Center - clarrc Programa: Bioremediation link; Referência: biorem 47 t7: Bioremediation of Oil-Contaminated Soils and Crude Oil Wastes Using t1: Low-cost technologies for bioremediation Immobilised Bacteria Instituição Coordenadora: Instituto de Fomento de Andalucía, Espanha Contacto: Jim C. Philpa ,Colin J. Cunninghamb, Sandra Dunbara, Tanya Peshkurb, Irena B. Contacto: diaz , Lucia Ivshinac, M.S. Kuyukinac, M.I. Ritchkovac Data de submissão: 25-01-2003 Instituições: aSchool of Life Sciences, Napier University, bInstitute for Infrastructure & Data de expiração: 20-02-2005 Environment, University of Edinburgh, cInstitute of Ecology and Genetics of Microorganisms, Lab of Alkanotrophic Microorganisms, Perm, Russia t2: Land remediation through toxicity management Parceiros: Instituição Coordenadora: Targeting Innovation, Reino Unido Institute of Organoelement Compounds of the Russian Academy of Sciences, Labora- Contacto: Symeon Georgiadis tory for Cryochemistry of (Bio)Polymers, Mosco Outras Instituições: Boreskov Institute of Catalysis of the Russian Academy of Sciences, Biocatalysis Group, orr Alison Novosibirsk, Russia Kuban State University, Biological Faculty, Department of Microbiology and Genetics, t3: Integrated thermal desorption and bioremediation treatment of dense soil Krasnodar, Russia pollutions for safe and efficient reuse of contaminated land “3r Clean Soil” Contaminated Land Assessment and Remediation Research Center – clarrc Instituição Coordenadora: terra humana Clean Technology Engineering Ltd., Hungria intas Project 2151: New Approaches to the Bioremediation of Oil-Contaminated Soils and Contacto: someus , Edward (Environmental Engineer) Crude Oil Wastes Using Immobilized Hydrocarbon-Oxidizing Bacteria. Duração: 2002-2005 105 t4: Bioremediation of crude oil contaminated soil by slurry reactor and landfarming Investigadores: M.S. Kuyukinaa, I. B. Ivshinaa, M.I. Ritchkovaa, Colin J. Cunninghamb, t8: Comparison of Bioaugmentation and Biostimulation in ex-situ Treatment of Jim Philpc , N.Christofic Diesel Contaminated Soil108 Instituições: aInstitute of Ecology and Genetics of Microorganisms, Lab of Alkanotrophic Contacto: Colin J. Cunninghama, Jim Philpb Microorganisms, Perm, Russia, bInstitute for Infrastructure & Environment, University Instituições: aInstitute for Infrastructure & Environment, University of Edinburgh, of Edinburgh, cSchool of Life Sciences, Napier University Contaminated Land Assessment b and Remediation Research Center – clarrc Contaminated Land Assessment and Remediation Research Center – clarrc School of Life Sciences, Napier University t5: In-situ bioremediation of hydrocarbon contaminated soil106 Contacto: Colin J. Cuninghama, Jim Philpb Instituições: aInstitute for Infrastructure & Environment, University of Edinburgh, bSchool of Life Sciences, Napier University Contaminated Land Assessment and Remediation Research Center – clarrc 105 This work was supported by the Russian Federation Foundation for Basic Research grant 01-04-96461, grant from the Ministry for Industry, Science and Technology of the Russian Federation and a travel grant from the British Council, Moscow. We gratefully acknowledge Dr. S.M. Kostarev at the Oil Research Institute “PermNIPIneft” for the support in facilitating this field-scale project. 106 Idem 107 This study was jointly funded by Napier University and the International Biodegradation and Biodeterioration Society, International Mycological Institute, Egham, Surrey, UK. · Cunningham, C.J., Ivshina, I.B., Lozinsky, V.I., Kuyukina, M.S. & Philp, J.C. (2004). Bioremediation of diesel contaminated soil by microorganisms immobilised in a polyvinyl alcohol cryogel (Abstract). International Biodeterioration and Biodegradation. 53(4), 205-206. · Cunningham, C.J., Ivshina, I.B., Lozinsky, V.I., Kuyukina, M.S. & Philp, J.C. (2004). Bioremediation of diesel contaminated soil by microorganisms immobilised in a polyvinyl alcohol cryogel. International Biodeterioration and Biodegradation, In press. 108 This project was jointly funded by Scotrail, Napier University and the Nuffield Foundation, 28 Bedford Square, London, WC1B 3EG under grant number AT/100/97/0365. Cunningham, C.J., & Philp, J.C. (2000). Comparison of Bioaugmentation and biostimulation in ex-situ Treatment of Diesel Contaminated Soil. Land Contamination & Reclamation. 8 (4), 261-269. 144 145 VIAbio VIAbio t9: Ex-situ Bioremediation of Oil Sludge-Contaminated Land Using Corn Waste a a b a b Instituições: School of GeoSciences, University of Edinburgh, Institute for Infrastruc- Contacto: Colin J. Cunnigham , P. Ambekemo , Jim C. Philp ture & Environment, University of Edinburgh, cSchool of Civil Engineering and Geos- Instituições: aInstitute for Infrastructure & Environment, University of Edinburgh, ciences, University of Newcastle, The Engineering and Physical Sciences Research Cou- b ncil epsrc Contaminated Land Assessment and Remediation Research Center – clarrc Contaminated Land Assessment and Remediation Research Center – clarrc School of Life Sciences, Napier University Duração: Março 2002 - Fevereiro 2005 t10: Field trial of a new aeration system for enhancing biodegradation in a biopile Contacto: L. Lia,b,C.J.Cunninghamc, Valerie Pasc, J.C.Philpd, D.A.Barryc, P.Andersonc Tratamento de Efluentes Instituições: aCentre for Eco-Environmental Modelling, Hohai University, PR China, bEnvironmental Engineering Division,School of Engineering, University of Queensland, Ausc d pn11: tectar – Tecnologia Compacta para o Tratamento de Águas Residuais. tralia, Institute for Infrastructure & Environment, University of Edinburgh, School of Baseia-se na tipologia dos reactores de biofilmes descontínuos sequenciais Life Sciences, Napier University Instituição Coordenadora: Centro de Engenharia Biológica - ceb Contaminated Land Assessment and Remediation Research Center – clarrc Universidade do Minho - um Contacto: António Guerreiro de Brito t11: Methods evaluating vanadium tolerance in bacteria isolated from crude oil pn12: Desenvolvimento de um processo fed-batch para a biodegradação anaeróbia contaminated land Contacto: Jennifer M.L. Bella, Jim C. Philpa, Maria S. Kuyukinab, Irena B. Ivshinab, Sandra a c c Instituição Coordenadora: Instituto de Biotecnologia e Química Fina - ibqf A. Dunbar , Colin J. Cunningham , Peter Anderson a e metanização de efluentes com elevados teores de lípidos b Instituições: School of Life Sciences, Napier University, Institute of Ecology and Genec tics of Microorganisms, Lab of Alkanotrophic Microorganisms, Perm, Russia, Institute Universidade do Minho - um Contacto: Madalena Alves for Infrastructure & Environment, University of Edinburgh pn13: plantari – Constructed wetlands for industrial wastewater treatment Contaminated Land Assessment and Remediation Research Center – clarrc Instituição Coordenadora: Escola Superior de Biotecnologia – esb t12: Bioremediation of Explosives Contaminated Soils (Desk Study) Universidade Católica Portuguesa – ucp Contacto: Colin J. Cunninghama, Jim Philpb Contacto: Paula Maria Lima Castro a b Instituições: Institute for Infrastructure & Environment, University of Edinburgh, School Outras Instituições: Departamento de Biologia – db - Universidade de Aveiro – ua of Life Sciences, Napier University Contaminated Land Assessment and Remediation Research Center – clarrc Duração: Set 2005 – Agosto 2008 poci/amb/60126/2004 t13: Experimental Constructed Wetlands for Gully Pot Effluent Contaminated with Heavy Metals pn14: Oxidação electroquímica fotoassistida de compostos lipídicos como (http://clarrc.see.ed.ac.uk/index.php?option=content&task=view&id=36) percursora do tratamento anaeróbio Contacto: Miklas Scholz, Byoung-Hwa Lee and Johannes T. Härtl Instituição Coordenadora: Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação - ineti Instituição Coordenadora: Institute for Infrastructure and Environment, University of Contacto: António Luiz Moura Joyce Edinburgh Outras Instituições: Contaminated Land Assessment and Remediation Research Center – clarrc Universidade do Minho – um pocti/cta/41642/2001 t14: Novel use of ochre from mine water treatment plants to reduce point and diffuse phosphorus pollution pn15: Reactores anaeróbios SBR para o tratamento de efluentes complexos (http://clarrc.see.ed.ac.uk/index.php?option=content&task=view&id=43) contendo gorduras - anasebar Contacto: Kate Heala,Karen Dobbiea, Keith Smitha, Andrew Graya, Peter Andersonb, Paul Instituição Coordenadora: Centro de Estudos do Ambiente e Mar – cesam c c c Younger , Stephanie Glendinning , Paul Quinn Universidade de Aveiro – ua 146 147 VIAbio VIAbio Contacto: Maria Isabel Aparício Paulo Fernandes Capela pn20: Estudo do tratamento de efluentes da Indústria Papeleira por culturas pocti/cta/46725/2002 lenhilcas de Trametes versicolor Instituição Coordenadora: Química Orgânica e de Produtos Naturais e Agroalimentares - pn16: Novos Sistemas de Reciclagem de Efluentes de Indústrias Agroalimentares Universidade de Aveiro – ua Utilizando Biotecnologias de Microalgas com Valorizaçao da Biomassa - Biorecicla Contacto: Ana Maria Rebelo Barreto Xavier Instituição Coordenadora: Escola Superior de Biotecnologia – esb pocti/equ/48489/2002 Universidade Católica Portuguesa – ucp Contacto: Rui Manuel Santos Costa de Morais pn21: Descoloração do efluente final de fabrico de pasta de papel: remoção de Outras Instituições: compostos orgânicos e toxicidade (decortox) Necton - Companhia Portuguesa de Culturas Marinhas, sa Instituição Coordenadora: Centro de Estudos do Ambiente e Mar – cesam Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – ineti Universidade de Aveiro Instituto Português de Investigaçao Maritima – ipimar Contacto: Armando da Costa Duarte Universidade Técnica de Lisboa - Instituto Superior Técnico – ist Outras Instituições: Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica – ibet pocti/bio/43626/99 Fundação da Faculdade de Ciências e Tecnologia – fct - Universidade Nova de Lisboa – utl Instituto Piaget – iseit pocti/cta/45030/2002 pn17: Anexpert - Estudos dinâmicos do processo de digestão anaeróbica com vista ao desenvolvimento de um sistema inteligente de supervisão baseado em conhecimento pn22: Biodegradação de corantes azo em reactor descontínuo-sequencial Instituição Coordenadora: Departamento de Ambiente e Ordenamento – dao - Universi- Instituição Coordenadora: Instituto de Biotecnologia e Química Fina – ibqf - Instituto dade de Aveiro – ua Superior Técnico – ist - Universidade Técnica de Lisboa – utl Contacto: Isabel Fernandes Capela Contacto: Helena Maria Rodrigues Vasconcelos Pinheiro Outras Instituições: pocti/bio/32586/99 Universidade do Minho – um praxis/c/cte/11188/98 pn23: TEXBIO - Remoção biológica de corantes em efluentes da indústria têxtil Outras Instituições: pn18: Aninteracis – Operação intermitente de digestores anaeróbicos para o Estamparia Textil-Adalberto Pinto da Silva, Lda. tratamento de ácidos orgânicos de cadeia longa Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial – ineti Instituição Coordenadora: Departamento de Ambiente e Ordenamento – dao - Universi- Universidade do Minho – um dade de Aveiro – ua Programa: ideia (AdI), Status: Concluído Contacto: Isabel Fernandes Capela Outras Instituições: Universidade do Minho – um praxis/c/cte/11077/98 pn24: Controlo de poluição na indústria têxtil: Estudo do processo de tingimento e tratamento dos efluentes Instituição Coordenadora: Materiais Têxteis e Papeleiros - Universidade da Beira Interior – ubi Contacto: Isolina Maria da Silva Cabral Gonçalves pn19: Comportamento de digestores anaeróbios para o tratamento de efluentes da indústria de lacticínios Instituição Coordenadora: Departamento de Ambiente e Ordenamento – dao - Universi- Outras instituições: Instituto Superior Técnico – ist - Universidade Técnica de Lisboa – utl pocti/equ/32456/99 dade de Aveiro – ua Contacto: Isabel Fernandes Capela pn25: Descoloração de corantes sintéticos em bio-reactores de tratamento de águas Tese de doutoramento 2002 residuais Instituição Coordenadora: Instituto Superior Técnico – ist Contacto: Helena Maria Rodrigues Vasconcelos Pinheiro 148 149 VIAbio Outras instituições: Universidade da Beira Interior – ubi VIAbio pn31: anoxitrata: Tratamento Integrado de Efluentes Têxteis por Processo Anaeróbio/Aeróbio com Aplicação de Métodos de Oxidação Avançada Data de Finalização: 15-12-2005 Instituição Coordenadora: interágua – Tecnologia e Gestão de Água, Lda. pdct/amb/59388/2004 Outras Instituições: Centro Tecnológico das Indústrias Têxteis e do Vestuário de Portugal – citeve pn26: Remoção de poluentes persistentes característicos de efluentes de lanifícios Universidade do Minho – um Instituição Coordenadora: Universidade da Beira Interior – ubi Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – feup Contacto: Isolina Maria da Silva Cabral Gonçalves Programa: ideia (AdI); Status: Em curso pn27: Monitorização e degradação de aminas aromáticas em tratamento de águas pe20: biosap – Biotreatment of Sequentially Alternating Pollutants (sap) residuais industriais in Wastewaters Instituição Coordenadora: Instituto Superior Técnico – ist Instituição Coordenadora: Escola Superior de Biotecnologia – esb - Universidade Católica Universidade Técnica de Lisboa – utl Portuguesa Contacto: Helena Maria Rodrigues Vasconcelos Pinheiro Contacto: Paula Maria Lima Castro Outras instituições: Outras Instituições: Universidade da Beira Interior – ubi pdct/amb/59392/2004 The Imperial College of Science, Technology and Medicine [icstm], Reino Unido University of Groningen [rug], Holanda Gesellschaft fur Biotechnologische Forschung mbH [gbf], Alemanha pn28: Aplicação de processos integrados electroquímico-ozonólise-bioreactor no Institute of Chemical Engineering, Bulgarian Academy of Sciences, Bulgária tratamento de águas lixiviadas Duração: Junho 2002 – Maio 2006 Instituição Coordenadora: Universidade da Beira Interior – ubi Projecto: hprtn-ct-2002-00213 Contacto: Ana Carreira Lopes / Rogério Simões Outras instituições: etal da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos pe21: micometa – O papel dos Fungos Arbusculares Micorrízicos em processos de Fitorremediação de solos contaminados com Metais Pesados Instituição: Escola Superior de Biotecnologia – esb - Universidade Católica Portuguesa – ucp pn29: Soluções enzimáticas inovadoras para a indústria têxtil Investigador: Paula Maria Lima e Castro Instituição Coordenadora: Escola Superior de Biotecnologia – ESB - Universidade Católica Outras Instituições: Portuguesa Instituto de Biologia Molecular e Celular – ibmc Contacto: Xavier Malcata Plantworks, Reino Unido Pós-Doutoramento (fct); Status: Proposto Academy of Sciences, República Checa poci/amb/60131/2004 pn30: reciclágua – Reciclagem dos efluentes mais limpos dos processos de acabamento na indústria têxtil pe22: herbicbiorem – Strategies to accelerate the productive biodegradation of Instituição Coordenadora: several herbicides under environmental stress condition Outras Instituições: Instituição Coordenadora: ufz-umweltforschungszentrum leipzig-halle gmbh, Dinamarca tintrofa - Tinturaria da Trofa, s.a. Contacto: fritz, Peter F. Duarte & Duarte, Lda. Outras Instituições: Centro Tecnológico das Indústrias Têxteis e do Vestuário de Portugal – citeve Programa: ideia (AdI); Status: Concluído Centro de Engenharia Biológica e Química – cebq - Instituto Superior Técnico – ist – Universidade Técnica de Lisboa - utl Data de Início: 2000-01-01 Data de Finalização: 2002-12-31 Programa: life quality – fp5 Referência: qlk3-ct-1999-00041 150 151 VIAbio VIAbio t15: Reactor jacto (Jet-Loop): Novo Sistema Para Tratamento de Efluentes t19: Technology for removing and recovery of heavy metals from wastewaters using de Agro-Indústrias microorganisms and microbial products Em comercialização pela empresa: tecnia, Lda. Fonte: Centro Português de Inovação Originado a partir do pocti/bio/41253/2001 Data: 11-08-2005 Instituição: Departamento de Biotecnologia e Bioengenharia – db - Instituto Nacional de Reference: 04 ro rosm 0ba6 Engenharia, Tecnologia e Inovação – ineti Investigador: José Manuel Cardoso Duarte Aproveitamento de Subprodutos e Resíduos t16: A Coupled Advanced Oxidation-Biological Process for Recycling of Industrial pn32: Aplicação de resíduos orgânicos ao solo: dinâmica da matéria orgânica, Wastewater Containing Persistent Organic Contaminants “cadox” do fósforo e dos metais pesados e efeito sobre a fisiologia da planta 1,* 2 3 4 Sixto Malato , Martín Vincent , Manuel Collares-Pereira , Xavier Doménech , João Fari5 6 7 8 9 nha Mendes , Jean Yves Perrot , Tom Tanghe , César Pulgarin , José Antonio Muñoz Instituição Coordenadora: Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas – iniap - Estação Agronómica Nacional – ean Contacto: Manuel José Souteiro Gonçalves 1 Plataforma Solar de Almería – ciemat, Espanha 2 ecosystemm Espanha 3 aosol, Portu- Data de início: 2002 gal 4 Departament de Química Universitat – Autònoma de Barcelona - uab, Espanha 5 Data de finalização: 2004 Instituto Nacional de Engenharia Tecnologia e Inovação – ineti Portugal 6 trailigaz piddac 112/02 – Investigação Agrária Recherche et developpement, França 7 janssen pharmaceutica. Plant and Material Protection Division Milieuontwikkeling – Environmental Development, Bélgica 8 Swiss Fede- pn33: Utilização de lama residual urbana em solos marginais no Baixo Alentejo, ral Institute of Technology - epfl, Suíça 9 dsm-deretil, Espanha para melhoria da qualidade do solo e aumento do encabeçamento de ovinos Instituição Coordenadora: Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas- iniap - Data: 2004 Estação Agronómica Nacional – ean Fifth Framework Programme Contacto: Maria da Graça Nóbrega Baptista Serrão evk1-ct-2002-00122 Outras Instituições: t17: Desenvolvimento de um processo de arranque e manutenção de um digestor Agro 414 Direcção Regional de Agricultura do Alentejo anaeróbio para depuração de ‘águas ruças’ da indústria extractiva do azeite e produção de biogás e depuração de ‘água ruça’ por oxidação catalítica para fazer Valorização Energética de Subprodutos e Resíduos face à diversidade da composição e do caudal destes efluentes Instituição Coordenadora: Instituto Superior Técnico – ist - Universidade Nova pn34: Co-digestão anaeróbia de lamas e fracção orgânica de resíduos sólidos de Lisboa – unl urbanos Contacto: Susete Martins Dias Instituição Coordenadora: Centro das Zonas Costeiras e do Mar – czcm Outras Instituições: Universidade de Aveiro Solvay Interox Contacto: Maria Isabel Aparício Paulo Fernandes Capela pocti/cta/39181/2001 t18: Processos ecotecnológicos de tratamento de efluentes industriais, em zonas húmidas construídas (leitos de macrófitas) para desnitrificação e a remoção de compostos aromáticos por estes sistemas. Instituição Coordenadora: Instituto Superior Técnico – ist - Universidade Nova de Lisboa – unl Contacto: Susete Martins Dias Outras Instituições: Anilina de Portugal, sa Valorlis, sa ANEXO C Sector Energia 155 VIAbio pn – Projectos Nacionais pe – Projectos Europeus t - Tecnologias p – Patentes id – Iniciativas demonstradoras 159 Biodiesel 159 pn1: Transesterificação de óleos vegetais. Aplicação à produção de “gasóleo verde” 159 Plantações Energéticas 159 pn2: Estudo das culturas energéticas de Sorgo sacarino e Sorgo fibroso mais 159 pe1: Ecas - culturas energéticas no Espaço Atlântico: oportunidades de completo em baixo implementação em larga escala 159 pe2: Bio-diesel 160 pe3: Demonstration of the production of Biodiesel from tallow and recovered vegetable oil 160 p1: Production of biodiesel and other valuable chemicals from wastewater treatment plant sludges 160 p2: A New Process for Producing Biodiesel from Oils and Fats Catalyzed by Lipase in Organic Medium Reaction System 161 p3: Process For Producing Biodiesel 161 p4: Method and device for producing biodiesel 161 t1: Production of biodiesel from waste frying oils 161 Produção de Biodiesel por Transesterificação Catalítica 161 t2: Production of Liquid Alkanes by Aqueous-Phase Processing of Biomass-Derived Carbohydrates 161 t3: Biodiesel production from triolein and short chain alcohols through biocatalysis 161 t4: Study on acyl migration in immobilized lipozyme TL-catalyzed transesterification of soybean oil for biodiesel production 162 t5: Conversion of Soybean Oil to Biodiesel Fuel Using Lipozyme TL IM in a Solvent-free Medium 162 t6: Novozym 435-catalysed transesterification of crude soya bean oils for biodiesel production in a solvent-free medium 162 t7: Lipase-catalysed transesterification of soy bean oil for biodiesel production during continuous batch operation 162 Produção de Biodiesel a Partir de Microalgas 162 t8: Biodiesel production from heterotrophic microalgal oil 162 t9: The use of a fuel containing Chlorella vulgaris in a diesel engine 163 Bioetanol 163 pn3: Bioetanol de Biomassa Agro-Florestal - Desenvolvimento da tecnologia para a valorização dos potenciais recursos nacionais 156 157 VIAbio 163 VIAbio pn4: biopentoses – Construção de fábricas celulares eucarióticas para 169 from cellulosic materials in agricultural and municipal solid wastes utilização em biorefinarias de biocombustíveis 170 pe17: bioware - Development of a biological integrated process for purifying Babilafuente (Salamanca) From Cereals and Lignocellulose 170 Projectos em Áreas Tecnológicas Relacionadas pe5: Demonstration of a flexible plant processing organic waste, manure and/or 170 pe18: Comparação entre tecnologias de combustão e gaseificação para processar 164 pn5: prolac – Valorização das Proteínas e Lactose do Soro Lácteo 164 pe4: Project for the Production of 200 Million Litres of Bioethanol en 164 olive oil water recovering energy and producing alcohol misturas de carvão e resíduos energycrops to bio-ethanol and biogas for transport 164 pe6: Integrated biomass utilisation for production of biofuels target action 170 pe7: Innovative Concepts in Agricultural Residues Utilization for Sustainable 171 pe20: copower – synergy effects of co-processing of biomass with coal and non toxic wastes for heat and power generation Development 165 pe19: colive – Desenvolvimento de tecnologias alternativas para processar carvões pobres misturados com biomassa com elevado poder calorífico h and j (co-production biofuels) 164 pe16: A new approach to bacterial cellulosysis to improve biogas production pe8: Direct microbial bioconversion of pretreated lignocellulosic materials 170 pe21: depr-project – power plant based on fluidized bed fires with poultry litter to fuel ethanol 171 pe22: biogas by bioaugment – optimized biogas production and resource 165 p5: Amylase variants recovery through bio-augmentation in a joint plant treating poultry and pig 165 p6: Recombinant Zymomonas for Pentose Fermentation wastewater 165 p7: Recombinant Zymomonas mobilis with improved xylose utilization 172 pe23: bific – biomass/waste fbc with inorganics control t10: Influence of strain and cultivation procedure on the performance of 172 pe24: efpro – integrated energy and fibre production by a sulphur-free and 165 carbon dioxide neutral process simultaneous saccharification and fermentation of steam pretreated spruce 165 t11: Enhanced ethanol production from biomass-derived gas 172 pe25: sfh – Sludge for heat 165 t12: Hydrogen and ethanol production from glycerol-containing wastes 173 pe26: bioware – clean energy recovery from biomass waste and residues discharged after biodiesel manufacturing process 173 pe27: cropgen – Renewable energy from crops and agrowastes t13: Fermentation Performance of Engineered and Evolved Xylose-Fermenting 174 Valorização Energética de Subprodutos e Resíduos Saccharomyces cerevisiae Strains 174 pn7: Co-digestão anaeróbia de lamas e fracção orgânica de resíduos sólidos urbanos t14: Construction of cellobiose-growing and fermenting Saccharomyces 174 Plantações Energéticas pe28: bio-energy chains – bioenergy chains from perennial crops in south Europe pe29: bioelectricity crops – big scale demonstration of energy crops 166 166 cerevisiae strains 174 166 Valorização de Biomassa Florestal 174 166 Projectos em Áreas Tecnológicas Relacionadas 166 pe9: biocure – upgrade to chp of a biomass-fired district heating plant utilization for bioelectricity generation 175 pe30: biomis – reduction of fouling, slagging and corrosion characteristics of miscanthus for power and heat generation by using biotechnology in Denmark, using a combination of gasification, a novel gas treatment 167 pe10: opticomb – optimization and design of biomass combustion systems 175 pe31: Genetic improvement of willow (Salix) as a source of bioenergy for the ec 167 pe11: Innovative components for decentralized combined heat and power 175 pe32: Sweet sorghum, a sustainable crop for energy production in Europe: agricultural, industrial improvement, optimization and implementation generation from biomass gasification 167 pe12: bio-electricity – efficient and clean production of electricity from 176 pe33: Fractionated heavy metal separation and ash utilization in biomass combustion and gasification plants biomass via pyrolyses oil and hydrogen utilizing fuel cells 168 pe13: bigpower – Advanced biomass gasification for high-efficiency power 176 Produção Integrada de Biocombustíveis – Biorefinarias 168 pe14: abre typhoon – Completion of the arbre plant with the Typhoon gas turbine 176 pe34: bio-pro – new burner technologies for low grade biofuels to suplly clean 169 Valorização Energética de Resíduos (Etars, Agro-pecuária e Agro-alimentar) 169 Projectos Directamente Ligados a Biotecnologias 169 pn6: fat-methane – desenvolvimento de um processo fed-batch para a biodegradação 169 energy for processes in biorefineries 177 pe35: Co-production biofuels – integrated biomass utilization for production of biofuels anaeróbia e metanização de efluentes com elevados teores de lípidos 177 pe36: microcheap – The Integration of Micro-chp and renewable energy systems pe15: 3a-biogas – Three step fermentation of solid state biowaste for biogas 178 pi1: Biomass Program (obp) - Energy Efficiency Renewable Energy production and sanitation 158 159 VIAbio VIAbio 178 Outros 178 pe37: Basic studies on psychrophilic anaerobic digestion from the microbiology, Biodiesel depuration and energy point of view pn1: Transesterificação de óleos vegetais. Aplicação à produção de “gasóleo verde” 178 pe38: arbre – arable biomass renewable energy Instituição Proponente: Universidade Nova de Lisboa - Fundação da Faculdade de Ciên- 179 pe39: Rice Husk Power plant cias e Tecnologia 179 pe40: Electricity and biofuels production from sweet sorghum; integration Instituição de i&d Responsável: Centro de Química Fina e Biotecnologia into the sugar industries in developing countries & its application to Europe Investigador Responsável: Joaquim Silvério Marques Vital - [email protected] 179 pe41: Fundamentals of pressurised gasification of biomass feedstocks José Eduardo dos Santos Félix Castanheiro 179 pe42: Overcoming Barriers to Bioenergy (noe-bioenergy) fct: pocti/equ/48879/2002 180 pe43: New and clean energy technology assessment systems 180 Iniciativas demonstradoras 180 id1: Projecto Biodiesel 180 id2: Projecto oilprodiesel – Sistema Integrado de Gestão de Resíduos para a pn2: Estudo das culturas energéticas de Sorgo sacarino e Sorgo fibroso mais completo Valorização de Óleos Alimentares Usados para a Produção de Biodiesel e em baixo Utilização na Frota Municipal de Oeiras Instituição Coordenadora: Faculdade de Ciências e Tecnologia – fct - Universidade Nova 180 Tecnologias de Cariz não Biotecnológico de Lisboa – unl 180 pn8: Armazenagem de Gás Natural Instituição de i&d Responsável: Unidade de Biotecnologia Ambiental Plantações Energéticas Investigador Responsável: J.F. Santos Oliveira pe1: Ecas - culturas energéticas no Espaço Atlântico: oportunidades de implementação em larga escala Instituição Coordenadora: Instituto Superior de Agronomia Outras Instituições / Parceiros: Associação de Produtores Florestais - aflops Universidade de Évora Instituto Nacional de Engenharia Tecnologia e Investigação – ineti Institute of Grassland and Environment Research, Reino Unido Associação Florestal da Galiza, Espanha Mid-South Roscommon Rural Development Company Ltd., Irlanda Universidade Politécnica de Madrid, Espanha School of Agricultural and Forest Sciences da Universidade de Gales, Bangor, Reino Unido Data de início: Janeiro de 2004 Data de finalização: Dezembro de 2006 pe2: Bio-diesel Instituição Coordenadora: university of limerick, Irlanda Contacto: Robin howard-hildige Outras Instituições: abfallwirtschaft tirol mitte gmbh Áustria abwasserverband hall in tirol-fritzens Áustria ademe France air products plc United Kingdom 160 161 VIAbio VIAbio Austrian Biofuels Institute Áustria p3: Process For Producing Biodiesel cork county council Irlanda Número da patente: au2003267657 dabringer gmbh – srl Itália Data de Publicação: 2005-04-14 ecotraffic research & development ab Suíça Inventor: khalil carlos nagib; leite lucia cristina ferreira grupo ecológico nacional s.c.c.l. Espanha Requerente: petroleo brasileiro sa nykomb synergetics ab Suíça teagasc-agriculture & food development authority Irlanda p4: Method and device for producing biodiesel trollhättan municipality Suíça Número da patente: us2005204612 Data de início: 24-03-2001 Data de Publicação: 2005-09-22 Data de finalização: 23-12-2002 Inventor: connemann joosten (de); fischer jurgen (de); groos hans (de); philippsen arne (de) altener 2 - 4.1030/C/00-014 t1: Production of biodiesel from waste frying oils pe3: Demonstration of the production of Biodiesel from tallow and recovered Investigadores: Pedro Felizardoa, M. Joana Neiva Correiaa, Idalina Raposob, João F. Mendesc, vegetable oil Rui Berkemeierd, João Moura Bordadoa Instituição Coordenadora: argent group europe limited, Reino Unido Instituições: Contacto: Doug ward a Department of Chemical Engineering, Instituto Superior Técnico, Portugal Outras Instituições: b Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira, Portugal institute for chemistry, university of graz Áustria c space – Eco-Combustíveis Portugal institute of biotechnology, technische universität graz Áustria d Quercus – Associação Nacional Conservação da Natureza, Portugal institute of chemical engineering fundamentals and process design, technische universität graz Áustria Data de início: 01-01-2003 Fonte: Waste Management Article in press Data: 2005 Data de finalização: 31-12-2005 biodiepro - nne5/832/2001 Produção de Biodiesel por Transesterificação Catalítica eesd t2: Production of Liquid Alkanes by Aqueous-Phase Processing of Biomass-Derived p1: Production of biodiesel and other valuable chemicals from wastewater treatment Carbohydrates plant sludges Investigadores: George W. Huber, Juben N. Chheda, Christopher J. Barret, James A. Dumesic Número da patente: us2005112735 Instituição: Department of Chemical and Biological Engineering, University of Wisconsin Data de Publicação: 2005-05-26 Fonte: Science Inventor: zappi mark e (us); french william t (us); hernandez rafael (us); dufre- Data: 2005 che stephen t (us); sparks darrell l jr (us) t3: Biodiesel production from triolein and short chain alcohols through biocatalysis p2: A New Process for Producing Biodiesel from Oils and Fats Catalyzed by Lipase Investigadores: Andrea Salis, Marcella Pinna, Maura Monduzzi, Vincenzo Solinas in Organic Medium Reaction System Instituição: Dipartimento di Scienze Chimiche, Università di Cagliari, csgi, Itália Número da patente: wo2005075615 Fonte: Journal of Biotechnology Data de Publicação: 2005-08-18 Data: 2005 Inventor: du wei (cn); liu dehua (cn); li lilin (cn); xu yuanyuan (cn); wang li (cn) Requerente: univ tsinghua (cn); du wei (cn); liu dehua (cn); li lilin (cn); xu yuanyuan (cn); t4: Study on acyl migration in immobilized lipozyme TL-catalyzed transesterification wang li (cn) of soybean oil for biodiesel production Investigadores: Wei Du, Yuan-Yuan Xu, De-Hua Liu*, Ze-Bo Li Instituição: Department of Chemical Engineering, Tsinghua University, China 162 163 VIAbio Fonte: Journal of Molecular Catalysis B: Enzymatic VIAbio Bioetanol Data: 2005 pn3: Bioetanol de Biomassa Agro-Florestal – Desenvolvimento da tecnologia para a t5: Conversion of Soybean Oil to Biodiesel Fuel Using Lipozyme TL IM in a Solvent- valorização dos potenciais recursos nacionais free Medium Instituição Coordenadora: Unidade de Fisiologia Microbiana e Bioprocessos, Departa- Investigadores: Xu Wei Du Jing Zeng and Dehua Liu Y. Wei mento de Biotecnologia – Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – ineti Fonte: Biocatalysis and Biotransformation, Volume 22, Number 1, January 2004, pp. 45-48(4) Investigadores: Francisco Gírio, Luís Duarte, Florbela Carvalheiro Data: 2004 pn4: biopentoses – Construção de fábricas celulares eucarióticas para utilização t6: Novozym 435-catalysed transesterification of crude soya bean oils for biodiesel em biorefinarias de biocombustíveis production in a solvent-free medium Instituição Proponente: Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – ineti Investigadores: Wei Du1, Yuan-yuan Xu, Jing Zeng and De-hua Liu Investigador Responsável: Francisco Gírio Instituição: Department of Chemical Engineering, Tsinghua University, PR China biopentoses - Candidatura a um projecto ideia (AdI) Fonte: Biotechnol. Appl. Biochem. (2004) 40, (187–190) Data: 2004 pn5: prolac – Valorização das Proteínas e Lactose do Soro Lácteo Instituição Coordenadora: Departamento de Engenharia Biológica – deb t7: Lipase-catalysed transesterification of soy bean oil for biodiesel production Universidade do Minho – um during continuous batch operation Investigador Responsável: José A. Teixeira Investigadores: Wei Du1, Yuanyuan Xu and Dehua Liu Outras Instituições: Instituição: Department of Chemical Engineering, Tsinghua University, China Lacticínios Âncora, Lda. Fonte: Biotechnol. Appl. Biochem. (2003) 38, (103–106) Lacticínios Halos, s.a. Data: 2004 ist – Instituto Superior Técnico Universidade do Minho Produção de Biodiesel a Partir de Microalgas Quinta dos Ingleses – Agro Indústria, s.a. Status: Concluído; praxis 3.1b; (Comparticipado pela u.e. com Fundos do f.e.d.e.r.) t8: Biodiesel production from heterotrophic microalgal oil Investigadores: Xiaoling Miaoab, Qingyu Wua pe4: Project for the Production of 200 Million Litres of Bioethanol en Babilafuente Instituições: (Salamanca) From Cereals and Lignocellulose a Department of Biological Sciences and Biotechnology, Tsinghua University, China Instituição Coordenadora: biocarburantes de castilla y leon, s.a., Espanha b Department of Biological Sciences, Ningde Teachers College, China Contacto: Ginés de mula gonzales de riancho Fonte: Bioresource Technology 97 (2006) 841–846 Data: 2005 Outras Instituições: centro de investigaciones energeticas, medioambientales y technologicas, Espanha ecoagricola, sa, Espanha t9: The use of a fuel containing Chlorella vulgaris in a diesel engine novozymes a/s, Dinamarca Investigadores: A. H. Scrag, J. Morrison and S. W. Shales lund university, Suécia Instituição: Faculty of Applied Sciences, Centre for Research in Environmental Systems, repsol ypf sa, Espanha Pollution and Remediation, University of the West of England, Reino Unido Data de início: 01-02-2003 Fonte: Enzyme and Microbial Technology, 33 pp 884-889 Data de finalização: 31-01-2007 Data: 2003 babilafuente bioetha - nne5/685/2001 eesd 164 165 VIAbio VIAbio pe5: Demonstration of a flexible plant processing organic waste, manure and/or pe8: Direct microbial bioconversion of pretreated lignocellulosic materials to fuel energycrops to bio-ethanol and biogas for transport ethanol Instituição Coordenadora: ve-Organisation, Dinamarca Instituição: national technical university of athens, Grécia Contacto: Per Thomas jensen Investigadores: koukios Outras Instituições: Aalborg University Esbjerg, Dinamarca p5: Amylase variants Ecotraffic erd ab, Suécia Número da patente: US6867031 Green Farm Energy A/S, Dinamarca Data de Publicação: 2005-03-15 Institute for Agrobiotechnology - boku Univ. Nat. Res. & Appl. Life Sci., Áustria Inventor: novozymes PlanEnergi, Dinamarca Requerente: novozymes Data de início: 01-07-2004 Data de finalização: 31-12-2007 p6: Recombinant Zymomonas for Pentose Fermentation flexfuel - Bfuel/503166/2003 Número da patente: us5514583 fp6-sustdev Data de Publicação: 07/05/1997 Inventor: Picataggio; Stephen K. (Golden, co); Zhang; Min (Lakewood, co); Eddy; Christina pe6: Integrated biomass utilisation for production of biofuels target action h and j K. (Littleton, co); Deanda; Kristine A. (Lakewood, co); Finkelstein; Mark (Fort Collins, co) (co-production biofuels) Requerente: Midwest Research Institute (Kansas City, mo) Instituição Coordenadora: elsam a/s, Dinamarca Contacto: Charles nielsen p7: Recombinant Zymomonas mobilis with improved xylose utilization Outras Instituições: Número da patente: us6566107 agrol ltd. Reino Unido Data de Publicação: 20/05/2003 energia hidroelectrica de navarra Espanha Inventor: Zhang; Min (Lakewood, co) risoe national laboratory Dinamarca Requerente: Midwest Research Institute (Kansas City, mo) sicco k/s Dinamarca Data de início: 01-12-2002 t10: Influence of strain and cultivation procedure on the performance of simultaneous Data de finalização: 31-03-2006 saccharification and fermentation of steam pretreated spruce co-production biofue - enk6-ct-2002-00650 Investigadores: Malek Alkasrawi, Andreas Rudolf, Gunnar Lid, Guido Zacchi eesd Instituição: Department of Chemical Engineering, Lund University, Suécia Fonte: Enzyme and Microbial Technology 38 (2006) 279–286 pe7: Innovative Concepts in Agricultural Residues Utilization for Sustainable Data: 2006 Development Instituição Coordenadora: national technical university of athens, Grécia t11: Enhanced ethanol production from biomass-derived gas Outras: Instituição: vtt (site) Chengdu University of Science and Technology, China Contacto: Ilkka Virkajärvi Dienst Landbouwkundig Onderzoek, Holanda Enugu State of Nigeria, Nigéria t12: Hydrogen and ethanol production from glycerol-containing wastes discharged Data de início: 01-09-1994 after biodiesel manufacturing process Data de finalização: 28-02-1998 Investigadores: Takeshi Ito, Yutaka Nakashimada, Koichiro Senba, Tomoaki Matsui, Nao- * icarus - ts3 940283 michi Nishio std 3 Instituição: Department of Molecular Biotechnology, Graduate School of Advanced Sciences of Matter, Hiroshima University, Japão Fonte: Science Data: 2005 166 167 VIAbio VIAbio t13: Fermentation Performance of Engineered and Evolved Xylose-Fermenting Sac- Programa: fp-eesd charomyces cerevisiae Strains Referência: nne5/240/1999 1 2 2 Investigadores: Marco Sonderegger , Marie Jeppsson , Christer Larsson , Marie-Françoise Gorwa-Grauslund2, Eckhard Boles3, Lisbeth Olsson4, Isabel Spencer-Martins5, Bärbel pe10: opticomb – optimization and design of biomass combustion systems Hahn-Hägerdal2, Uwe Sauer1 Instituição Coordenadora: netherlands organisation for applied scientific Instituições: research – tno, Holanda 1 Institute of Biotechnology, Suíça; Contacto: Jan dekker 2 Department of Applied Microbiology, Lund University, Lund, Suécia Outras Instituições: 3 Institut für Mikrobiologie, Goethe-Universität Frankfurtl, Alemanha bioenergiecentrale schijndel, Holanda 4 Center for Process Biotechnology, BioCentrum-dtu, Technical University of Denmark, eindhoven university of technology, Holanda 5 Denmark, graz university of technology, Áustria Centro de Recursos Microbiologicos (crem), Faculty of Sciences and Technology, New instituto superior técnico – Prof. Doutor Carlos Matos Ferreira, Dep. Eng.ª Mecânica, Portugal University of Lisbon, Portugal Fonte: InterScience (www.interscience.wiley.com) sp swedish national testing and research institute, Suécia Data: 2004 vyncke n.v., Bélgica Data de Início: 2003-01-01 t14: Construction of cellobiose-growing and fermenting Saccharomyces cerevisiae Data de Finalização: 2006-06-30 strains Programa: fp5-eesd a,b a a Investigadores: Ronél van Rooyen , Bärbel Hahn-Hägerdal , Daniël C. La Grange , Wil- Referência: enk5-ct-2002-00693 a lem H. van Zyl Instituição: a b pe11: Innovative components for decentralized combined heat and power generation Department of Microbiology, University of Stellenbosch, Private Bag x1, Matieland from biomass gasification 7602, Stellenbosch, South Africa Instituição Coordenadora: Universität Gesamthochschule Essen, Alemanha Department of Applied Microbiology, Lund University, Lund, Sweden Contacto: Ingo romey Fonte: Journal of Biotechnology Data: 2005 Outras Instituições: graz university of technology, Áustria Jenbacher Energiesysteme ag, Áustria Valorização de Biomassa Florestal Kungliga Tekniska Högskolan, Suécia Data de Início: 1998-08-01 Projectos em Áreas Tecnológicas Relacionadas Data de Finalização: 2000-07-31 Programa: fp4-nne-joule c pe9: biocure – upgrade to chp of a biomass-fired district heating plant in Denmark, Referência: jor3980291 using a combination of gasification, a novel gas treatment Instituição Coordenadora: Shell International Renewables Limited, Reino Unido pe12: bio-electricity – efficient and clean production of electricity from biomass Contacto: van oorsouw, f.j.g.m. via pyrolyses oil and hydrogen utilizing fuel cells Outras Instituições: Instituição Coordenadora: university of twente, Holanda Lemvig Varmevaerk a.m.b.a, Dinamarca Contacto: Marinus van de graaf Jenbacher ag, Áustria Outras Instituições: Wellman Process Engineering Limited, Reino Unido Dansk Shell, Dinamarca ansaldo ricerche srl - societa per lo sviluppo di nuove tecnologie, Itália centre national de la recherche scientifique, França Data de Início: 2000-01-01 italian agency for new technology, energy and the environment, Itália Data de Finalização: 2003-06-30 johnson matthey plc (trading as synetix), Reino Unido 168 169 VIAbio the queen’s university of belfast, Reino Unido VIAbio Valorização Energética de Resíduos (Etars, Agro-pecuária e Agro-alimentar) University of Patras, Grécia Data de Início: 2002-12-01 Projectos Directamente Ligados a Biotecnologias Data de Finalização: 2005-11-30 Programa: fp5-eesd pn6: fat-methane – desenvolvimento de um processo fed-batch para a biodegradação Referência: enk5-ct-2002-00634 anaeróbia e metanização de efluentes com elevados teores de lípidos Instituição Coordenadora: Universidade do Minho pe13: bigpower – Advanced biomass gasification for high-efficiency power Contacto: Maria Madalena Alves Instituição Coordenadora: vtt, Finlândia Programa: fct Contacto: kurkela, Esa Referência: pocti/cta/46328/2002 Outras Instituições: repotec- renewable power technologies umwelttechnik gmbh, Áustria pe15: 3a-biogas – Three step fermentation of solid state biowaste for biogas carbona oy, Finlândia production and sanitation magnesium elektron limited, Instituição Coordenadora: mueller abfallprojekte gmbh, Áustria ge jenbacher gmbh & co ohg, Áustria Contacto: Horst muller madison filter limited Outras Instituições: biomasse – kraftwerk guessing gmbh und co. kg, Áustria beta nutror sa , Espanha norta uab, Lituânia biomasa del guadalquivir sa, Espanha mtu cfc solutions, Alemanha dr ing steffen ingenieurgesellschaft gmbh, Alemanha technische universitaet wien, Áustria hebio eduard hiptmair, Áustria teknillinen korkeakoulu, Finlândia ingenieria, estudios y construcciones, sa, Espanha centre for research and technology hellas, Grécia m. sirch gmbh and co.kg, Alemanha Data de Início: 2005-09-07 profactor produktionsforschungs gmbh, Áustria Data de Finalização: s.i.g. - dr - ing steffen gmbh in mecklenburg-vorpommern, Alemanha Programa: fp6-sustdev universidad de leon, Espanha Referência: 19761 Data de Início: 2002-12-01 Data de Finalização: 2004-11-30 pe14: abre typhoon – Completion of the arbre plant with the Typhoon gas turbine Programa: fp5-eesd Instituição Coordenadora: Kelda Group Plc, Reino Unido Referência: enk6-ct-2002-30026 Contacto: kurkela, Esa Outras Instituições: pe16: A new approach to bacterial cellulosysis to improve biogas production from tps Termiska Processer ab cellulosic materials in agricultural and municipal solid wastes Alstom Power uk Limited, Reino Unido Instituição Coordenadora: University of Wales, Aberystwyth, Reino Unido Data de Início: 2001-04-01 Contacto: Michael young Data de Finalização: 2003-03-31 Outras Instituições: Programa: fp5-eesd universite henri poincare – nancy i, França Referência: nne5/20065/1999 valorga process s.a., França Data de Início: 1996-01-01 Data de Finalização: 1998-12-31 Programa: fp4-fair Referência: fair950191 170 171 VIAbio VIAbio pe17: bioware – Development of a biological integrated process for purifying olive pe20: copower – synergy effects of co-processing of biomass with coal and non- oil water recovering energy and producing alcohol toxic wastes for heat and power generation Instituição Coordenadora: Università degli Studi di Milano, Itália Instituição Coordenadora: Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – ineti, Contacto: Claudia sorlini Portugal Outras Instituições: Contacto: Ibrahim Gulyurtlu Chemio Research and Analysis Srl, Itália Outras Instituições: inst. nacional de engenharia e tecnologia industrial, Portugal Technical University of Hamburg-Harburg, Alemanha International Centre for Theoretical and Applied Ecology, Itália Chalmers University of Technology Suécia naias scientific analytical lab. s.a., Grécia Stadtwerke Duisburg ag Alemanha universita degli studi di udine, Itália Imperial College London Reino Unido Data de Início: 1995-01-01 Università degli Studi di Napoli, Itália Data de Finalização: 1997-01-31 Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Portugal Programa: fp3-air Sabanci University, Turquia Referência: air31987 Carmona sa, Portugal enel Produzione s.p.a., Itália Projectos em Áreas Tecnológicas Relacionadas Data de Início: 2004-04-07 Data de Finalização: 2007-05-01 pe18: Comparação entre tecnologias de combustão e gaseificação para processar Programa: fp6-sustdev misturas de carvão e resíduos Referência: 503806 Instituição Coordenadora: Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – ineti, Portugal pe21: depr-project – power plant based on fluidized bed fires with poultry litter Contacto: Ibrahim Gulyurtlu Instituição Coordenadora: Energy Power Resources, Reino Unido Outras Instituições: Contacto: John Hewson Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – ineti Outras Instituições: Centro de Investigaciones Energéticas, Medioambientales y Tecnológicas – ciemat Energy Systems, Holanda Universidade de Saragoça, Espanha Stichting Duurzame Energieproducti Pluimveehouderij, Holanda Universidade de Ulster, Reino Unido nv Elektriciteits-Produktiemaatschappij, Holanda Data de Início: 01-11-1999 Data de Início: 1999-08-01 Data de Finalização: 30-04-2003 Data de Finalização: 2003-03-31 Referência: ceca 7220-pr/089 Programa: fp5-eesd Referência: nne5/75/1999 pe19: colive – Desenvolvimento de tecnologias alternativas para processar carvões pobres misturados com biomassa com elevado poder calorífico pe22: biogas by bioaugment – optimized biogas production and resource recovery Instituição Coordenadora: Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – ineti, through bio-augmentation in a joint plant treating poultry and pig wastewater Portugal Instituição Coordenadora: Centro para a Conservação de Energia Contacto: Ibrahim Gulyurtlu Contacto: Leonor Trindade Outras Instituições: Outras Instituições: Centro de Investigaciones Energéticas, Medioambientales y Tecnológicas – ciemat, Espanha alicia, Espanha Associação de produtores de Animais do Landal, Portugal Rivacross Biotechnology Limited, Reino Unido Data de Início: 2000-01-01 Data de Início: 01-11-1999 Data de Finalização: 2002-12-31 Data de Finalização: 30-10-2002 Programa: fp5-eesd Programa: Referência: ceca 7220-pr/078 Referência: nne5/46/1999 172 173 VIAbio VIAbio pe23: bific – biomass/waste fbc with inorganics control Data de Finalização: 2005-12-31 Instituição Coordenadora: tps termiska processer ab, Suécia Programa: fp-eesd Contacto: Erik rensfelt Referência: nne5/468/2001 Outras Instituições: cinar ltd, Reino Unido pe26: bioware – clean energy recovery from biomass waste and residues cre group ltd, Reino Unido Instituição Coordenadora: centro de investigaciones energeticas, mediambientales energy research centre of the netherlands, Holanda y tecnologicas, Espanha essent energy systems zuid bv, Holanda Contacto: Juan rubio fraunhofer-gesellschaft zur foerderung der angewandten forschung e.v., Alemanha Outras Instituições: wykes engineering company limited, Reino Unido conversion and resource evaluation ltd,Reino Unido Data de Início: 2001-02-01 instituto espanol del calzado y conexas, Espanha Data de Finalização: 2004-01-31 pall schumacher gmbh, Alemanha Programa: fp5-eesd solvay s.a., Bélgica Referência: enk6-ct-2000-00335 universitaet karlsruhe, Alemanha Data de Início: 2001-11-01 pe24: efpro – integrated energy and fibre production by a sulphur-free and carbon Data de Finalização: 2005-07-31 dioxide neutral process Programa: fp5-eesd Instituição Coordenadora: upm-kymmene corporation, Finlândia Referência: enk5-ct-2001-00523 Contacto: Kari ebeling Outras Instituições: pe27: cropgen – Renewable energy from crops and agrowastes centre technique de l’industrie des papiers, cartons et celluloses, França Instituição Coordenadora: university of southampton, Reino Unido andritz-ahlstrom corporation, Finlândia Contacto: Charles banks raiz - instituto de investigacao da floresta e papel, Portugal Outras Instituições: siemens ag, Alemanha consejo superior de investigaciones cientificas, Espanha eth Zürich, Suiça greenfinch ltd, Reino Unido Schlumbergersema Sociedad Anonima Española, Espanha jyvaeskylaen yliopisto, Finlândia Technical University of Sofia, Bulgária metener ltd, Finlândia Conception, Research and Design Institute for Thermal Power Equipment, Roménia organic power limited, Reino Unido Data de Início: 2001-01-01 universita ca’ foscari di venezia, Itália Data de Finalização: 2003-12-31 universita degli studi di verona, Itália Programa: fp5-eesd universitaet fuer bodenkultur, Áustria Referência: enk5-ct-2002-00306 wageningen universiteit, Holanda Data de Início: 2004-03-01 pe25: sfh – Sludge for heat Data de Finalização: 2007-03-01 Instituição Coordenadora: energy technology promotion ltd, Reino Unido Programa: fp6-sustdev Contacto: Simon burgess Referência: 502824 Outras Instituições: abm solid s.a., Polónia Cracow University of Technology, Polónia ekoservis slovensko s.r.o., república Checa urzad miasta i gminy niepolomice, Polónia Data de Início: 2003-01-01 174 175 VIAbio Valorização Energética de Subprodutos E Resíduos VIAbio pe30: biomis – reduction of fouling, slagging and corrosion characteristics of miscanthus for power and heat generation by using biotechnology pn7: Co-digestão anaeróbia de lamas e fracção orgânica de resíduos sólidos urbanos Instituição Coordenadora: Dienst Landbouwkundig Onderzoek, Holanda Instituição Coordenadora: Centro das Zonas Costeiras e do Mar – czcm Contacto: J. hoogendoorn Universidade de Aveiro Outras Instituições: Contacto: Maria Isabel Aparício Paulo Fernandes Capela Danish Institute of Agricultural Sciences, Dinamarca pocti/cta/39181/2001 Instituto de Agricultura Sostenible (IAS), Espanha Institute of Chemical Engineering of the Technical University of Graz, Áustria Plantações Energéticas Biomass Technology Group, Holanda Dutch Centre for Plant Breeding and Reproduction Research, Holanda pe28: bio-energy chains – bioenergy chains from perennial crops in south Europe Data de Início: 1998-04-01 Instituição Coordenadora: centre for renewable energy sources, Grécia Data de Finalização: 2002-03-31 Contacto: Pavlos gavriilides Programa: fp4-fair Outras Instituições: Referência: fair983571 agricultural university of athens, Grécia biomass technology group bv, Holanda pe31: Genetic improvement of willow (Salix) as a source of bioenergy for the ec graz university of technology, Áustria Instituição Coordenadora: svalof weibull ab, Suécia institut fuer energie- und umweltforschung heidelberg gmbh, Alemanha Contacto: stig larsson institut fuer umweltstudien weisser und ness gmbh, Alemanha Outras Instituições: institut national de la recherche agronomique, França danish forest and landscape research inst., Dinamarca university of bologna, Itália Forschungsinstitut für schnellwachsende Baumarten, Alemanha Data de Início: 2001-12-01 Institute of Arable Crops Research, Reino Unido Data de Finalização: 2005-08-31 svaloef weibull sarl, França Programa: fp5- eesd Referência: enk6-ct-2001-00524 swedish university of agricultural sciences, Suécia Data de Início: 1994-12-01 Data de Finalização: 1998-11-30 pe29: bioelectricity crops – big scale demonstration of energy crops utilization Programa: fp3-air for bioelectricity generation Referência: air21617 Instituição Coordenadora: energia hidroeléctrica de navarra s.a., Espanha Contacto: Fermin gembero pe32: Sweet sorghum, a sustainable crop for energy production in Europe: agricultural, Outras Instituições: industrial improvement, optimization and implementation arvalis institut du vegetal, França Instituição Coordenadora: Institut National de la Recherche Agronomique (inra), França centro de investigaciones energicas, medioambientales y tecnologicas, Espanha Contacto: ghislain gosse fundacion soriactiva, Espanha Outras Instituições: instituto técnico y de gestion agricola s.a., Espanha A. Biotec, Itália societe agro-industrielle du sorgho, França Bundesforschungsanstalt für Landwirtschaft, Alemanha tech-wise, Dinamarca center for renewable energy sources – cres Data de Início: 2003-02-01 ciemat, Espanha Data de Finalização: 2006-01-31 Consorzio Umbria agree, Itália Programa: fp5-eesd hendyplan s.a., Bélgica Referência: nne5/605/2001 hyperion ltd., Irlanda i. kruger as, Dinamarca 176 177 VIAbio VIAbio Institut National Polytechnique de Toulouse, França gaswaerme - institut e.v. essen, Alemanha Istituto Agronomico Mediterraneo, Espanha instytut energetyki jednostka badawczo rozwojowa, Polónia Istituto di Agronomia Generale, Itália stiftung fuer angepasste technologie und sozialoekologie, Suiça Officine Galileo SpA, Itália technische universiteit delft, Holanda Pasquali Macchine Agricole Srl, Itália tps termiska processer ab, Suécia Rapanelli Fioravante SpA, Itália university of ulster, Reino Unido sorghal organisation and research group high altitudes and latitudes, Bélgica ws waermeprozesstechnik gmbh, Alemanha Technische Universität München, Alemanha Data de Início: 2003-12-01 universidad politecnica de madrid, Espanha Data de Finalização: 2006-12-01 universidade de lisboa, Portugal (Prof. José Filipe Santos Oliveira) Programa: fp6-sustdev universite libre de bruxelles, Bélgica Referência: 502812 University of Essex, Reino Unido Università degli Studi della Basilicata, Itália pe35: co-production biofuels – integrated biomass utilization for production Università degli Studi di Catania, Itália of biofuels Data de Início: 1993-01-01 Instituição Coordenadora: elsam a/s, Finlândia Data de Finalização: 1995-09-30 Contacto: Charles nielsen Programa: fp3-air Outras Instituições: Referência: air10041 agrol ltd, Reimo Unido energia hidroelectrica de navarra, Espanha pe33: Fractionated heavy metal separation and ash utilization in biomass combustion risoe national laboratory, Dinamarca and gasification plants sicco k/s, Dinamarca Instituição Coordenadora: Technische Universität Graz, Áustria the royal veterinary and agricultural university, Dinamarca Contacto: Ingwald obernberger tmo biotec limited, Reino UNido Outras Instituições: Data de Início: 2002-12-01 commission of the european communities, Itália Data de Finalização: 2006-03-31 Technical Research Centre of Finland. vtt, Finlândia Programa: fp5-eesd Umeä Universitet, Suécia Referência: enk6-ct-2002-00650 Vattenfall Utveckling ab, Suécia dk-teknik Energi & Miljø, Dinamarca pe36: microcheap – The Integration of Micro-chp and renewable energy systems Data de Início: 1996-01-01 Instituição Coordenadora: chalex research ltd, Reino Unido Data de Finalização: 1998-06-30 Contacto: Giles cooper smith Programa: fp4- nne-joule c Outras Instituições: Referência: jor3950001 aalborg university esbjerg – Center of Biotechnology and Bioenergy, Dinamarca af-energi & miljoe ab, Suécia Produção Integrada de Biocombustíveis – Biorefinarias association pour la recherche et le developpement des methodes et processus pe34: bio-pro – new burner technologies for low grade biofuels to suplly clean energy aston university, Reino Unido for processes in biorefineries beama Ltd, Reino Unido Instituição Coordenadora: universitaet stuttgart, Alemanha btg biomass technology group b.v, Holanda Contacto: Roland berger centre for renewables energy sources Outras Instituições: deutsche gesellschaft fuer sonnenenergie e.V., Alemanha industriels, França foster wheeler energia oy, Finlândia ea technology ltd, Reino Unido 178 179 VIAbio VIAbio energy consulting network ApS, Dinamarca pe39: Rice Husk Power plant energy research centre of the netherlands, Holanda Data de Início: 1996-12-01 enervac – flutec ltd. Data de Finalização: 1998-08-31 foerdergesellschaft erneuerbare energien e.V, Alemanha Programa: fp4- nne-joule c force technology, Dinamarca Referência: bm./00068/95 fraunhofer- gesellschaft zur foerderung der angewandten forschungs e.V, Alemanha gaia group oy, Finlândia pe40: Electricity and biofuels production from sweet sorghum; integration into the institut fuer solare energieversorgungstechnik, Alemanha sugar industries in developing countries & its application to Europe lund university, Suécia Instituição Coordenadora: king’s college london, Reino Unido national technical university of athens, Grécia Contacto: David hall slovenská pol’nohospodárska univerzita v nitre, Eslovénia Outras Instituições: sustainable technology solutions ltd., Reino Unido Institut National de la Recherche Agronomique, França technology codes Ltd., Irlanda Data de Início: 1995-01-01 universitat de barcelona, Espanha Data de Finalização: 1996-06-30 universitá’ iuav venezia, Itália Programa: fp3-rena wbi technology Ltd., Irlanda Referência: rena940040 Data de Início: 2004-10-01 Data de Finalização: 2007-09-30 pe41: Fundamentals of pressurised gasification of biomass feedstocks Programa: fp6-sustdev Instituição Coordenadora: Deutsche Montan Technologie-Gesellschaft für Forschung und Referência: lsInt/503138/2003 Prüfung mbH, Alemanha Contacto: Wolfgang wanzl pi1: Biomass Program (obp) - Energy Efficiency Renewable Energy Outras Instituições: Instituição: us Department of Energy biomass technology group b.v., Holanda http://www.eere.energy.gov/biomass/program_areas.html rijks universiteit groningen, Holanda royal inst. of technology, Suécia Outros tps termiska processer ab, Suécia Data de Início: 1994-01-01 pe37: Basic studies on psychrophilic anaerobic digestion from the microbiology, Data de Finalização: 1995-12-31 depuration and energy point of view Programa: fp3-air Instituição Coordenadora: autonomous university of barcelona, Espanha Referência: air21760 Data de Início: 1986-06-15 Data de Finalização: 1989-12-15 pe42: Overcoming Barriers to Bioenergy (noe-bioenergy) Programa: fp1- ennonuc 3c Instituição Coordenadora: vtt valtion teknillinen tutkimuskeskus, Finlândia Referência: en3b0050 Contacto: Kai sipila Outras Instituições: pe38: arbre – arable biomass renewable energy aston university, Reino Unido Data de Início: 1994-12-01 energieonderzoek centrum nederland, Holanda Data de Finalização: 1999-12-31 forschungszentrum karlsruhe gmbh, Alemanha Programa: thermie 1 institut national de la recherche agronomique, França Referência: bm./01009/94 instytut budownictwa mechanizacji i elektryfikacji rolnictwa, Polónia joanneum research forschungsgesellschaft gmbh, Áustria lunds universitet, Suécia 180 181 VIAbio Data de Início: 2004-01-01 Data de Finalização: 2009-01-01 Programa: fp6-sustdev Referência: 502788 VIAbio Sistema de Armazenagem de Gás Natural por Adsorção com Remoção de Impurezas e Reodorização Automática fp5 Programme Acronym: eesd Programme Reference: enk6-ct-2000-00053 2000-10-01 - 2003-11-30 pe43: New and clean energy technology assessment systems Instituição Coordenadora: Institute for Energy, Holanda Contacto: Estathios peteves Data de início: 01-01-2004 Data de finalização: 01-01-2009 2311 fp6-jrc Iniciativas demonstradoras id1: Projecto Biodiesel Orçamento Previsto: 110 000 Euros Área de actuação: Gestão e Valorização de Óleos Alimentares Usados Parceiros: Associação de Municípios Alentejanos para a Gestão do Ambiente (amalga), Associação de Municípios do Alentejo Central (amcal), Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (ambaal), Associação de Municípios do Distrito de Évora (amde), Agência Regional de Energia do Centro e Baixo Alentejo (arecba) e Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva s.a. (edia). id2: Projecto oilprodiesel – Sistema Integrado de Gestão de Resíduos para a Valorização de Óleos Alimentares Usados para a Produção de Biodiesel e Utilização na Frota Municipal de Oeiras Instituição Coordenadora: Instituto de Soldadura e Qualidade – isq Parceiros: Câmara Municipal de Oeiras, oeinerge – Agência Municipal de Energia e Ambiente de Oeiras, apemeta, ineti, tecmic e dieselbase (nacionais), ageratec (Suécia), inasmet (Espanha), innoterm (Hungria) e fraunhofer (Alemanha). Contacto: Norberto Duarte Data de início: Outubro de 2005 Data de finalização: Abril de 2008 life-Ambiente 2005 Tecnologias de Cariz não Biotecnológico pn8: Armazenagem de Gás Natural Instituição: Faculdade de Ciência e Tecnologia – fct - Universidade Nova de Lisboa – unl Investigador: José Mota Projectos: Absorbed natural gas system whith guard bed device – anguard ANEXO D Sector Fileira Florestal 185 VIAbio pe – Projectos Europeus pn – Projectos Nacionais p – Patentes 186 pe1: European network for the evaluation of genetic resources of cork oak for appropriate use in breeding and gene conservation strategies 186 pe2: Participation of the NIS in the European Genetic Resources Programme 186 pe3: tecacor – Development of a 2,4,6-trichloroanisole bio-detection system for quality assurance in cork, wine and other food industries 187 pe4: Innovation in the process of cork production for elimination of odours responsible for cork taint. From exploratory award exaw 1999-01117 187 pe5: Innovation in the process of cork production for elimination of odours responsible for cork taint 187 pe6: Biotechnical processing of cork stoppers 188 pe7: corkasses – Field assessment and modeling of cork production and quality 188 pe8: Biotreatment of Quercus suber disease compatible with cork stopper quality requirements 188 pe9: New detection system for latent moulds on corks used in wine bottling 188 pe10: creoak– Conservation and restoration of european cork oak woodlands: 189 pn1: Envolvimento de Phytophthora cinnamomi na doença do declínio de a unique ecosystem in the balance Quercus suber. Estudos epidemiológicos e moleculares 189 pn2: Aspectos moleculares da formação da cortiça em Quercus suber 189 pn3: Estudo dos mecanismos químicos e bioquímicos de formação de cloroanisóis em rolhas de cortiça 189 pn4: Estrutura e função de elicitinas e seu papel na infecção do sobreiro (Quercus suber) pelo fungo Phytophthora cinnamomi 190 pn5: Aplicação em larga escala de técnicas imunológicas na detecção e selecção de sobreiros produtores de boa cortiça 190 pn6: Espécies lenhosas mediterrânicas dos montados: sobrevivênvia à secura 190 p1: Treatment of cork with a phenol oxidizing enzyme 186 187 VIAbio VIAbio pe1: European network for the evaluation of genetic resources of cork oak for Programa: fair– fp4 appropriate use in breeding and gene conservation strategies Referência: fair989586 Instituição coordenadora: instituto nacional de investigação agrária Contacto: maria carolina varela pe4: Innovation in the process of cork production for elimination of odours Estação Florestal Nacional responsible for cork taint. From exploratory award exaw 1999-01117 Outras Instituições: Instituição coordenadora: universitat rovira i virgili b.f.h. – bundesforschungsanstalt für forst- und holzwirtschaft, Alemanha Contacto: Luis arola Dpt. di Scienze dell’Ambiente Forestale e delle sue Risorse, Itália Outras Instituições: i.n.r.a., França alvaro coelho irmaos sa, Portugal, Portugal instituto nacional de investigacao y tecnologia agraria y alimentaria, Espanha university of nottingham, uk university of upsala, Suécia University of Patras Data de Início: 1996-01-01 viti-vinicultural research center – ampelooeniki ltd, Macedónia Data de Finalização: 1999-12-31 Data de Início: 2003-01-01 Programa: fair - fp4 Data de Finalização: 2005-12-31 Referência: fair950202 Programa: life quality – fp5 Referência: : qlk1-ct-2002-01678 pe2: Participation of the nis in the European Genetic Resources Programme Instituição coordenadora: international plant genetic resources institute pe5: Innovation in the process of cork production for elimination of odours Data de Início: 1996-03-01 responsible for cork taint Data de Finalização: 1999-02-28 Instituição coordenadora: alvaro coelho irmaos sa Programa: intas – International Cooperation Contacto: Armando Jesus coelho Referência: intas-93-1181 Outras Instituições: viti-vinicultural research center - ampelooeniki ltd, Macedónia pe3: tecacor – Development of a 2,4,6-trichloroanisole bio-detection system for Data de Início: 2000-09-20 quality assurance in cork, wine and other food industries Data de Finalização: 2001-09-19 Instituição coordenadora: universitat rovira i virgili, Espanha Programa: life quality – fp5 Contacto: Ioanis katakis Referência: : qlk1-ct-2000-41117 Outras Instituições: Alvaro Coelho & Irmão, Lda, Portugal pe6: Biotechnical processing of cork stoppers Consejo Superior de Investigacione Cientifica, Espanha Instituição coordenadora: : A. Silva Lda, Portugal Innovation Enterprises Ltd, Ireland Contacto: Paula Vieira Neto Juan Rich Xiberta S.A., Espanha Outras Instituições: Les Vins Georges Duboeuf s.a., França vtt Biotechnology and Food Research, Finland Mogiem Torres s.a., Espanha s&s Socieda de Corticas Lda, Portugal Sociate Nouvelle J. Pellerin s.a., França Centro Technologico da Cortica, Portugal Technische Universitaet Muenchen, Alemanha Corquimica Produtos Quimicos Lda, Portugal Union of Agricultural Cooperatives of Ioannina, Grécia E. Tsantali s.a. - Winery, Distillery, Grécia Univ Claude Bernard Lyon 1, França Preteux Borgeois S.A., França University College Cork, Ireland Adega Cooperativa de Ponte de Lima, crl, Portugal Viti-Vinicultural Research Center, Grécia Data de Início: 1998-09-01 Data de Início: 1999-01-01 Data de Finalização: 2000-08-31 Data de Finalização: 2000-12-31 Programa: fair - fp4 Referência: fair989545 188 189 VIAbio VIAbio pe7: corkasses – Field assessment and modeling of cork production and quality consejo superior de investigaciones cientificas, Espanha Instituição coordenadora: Departamento Engª Florestal - Instituto Superior de Agrono- fundacion centro de estudios ambientales del mediterraneo, Espanha mia – isa – Universidade Técnica de Lisboa – utl institut national de la recherche agronomique, França Contacto: Helena Pereira instituto nacional de investigacion y tecnologia agraria y alimentaria, Espanha Outras Instituições: national center for agricultural sciences, Bulgaria i.n.i.a, Espanha universidad politecnica de madrid, Espanha nstitut mediterraneen du liege, França university of alicante, Espanha instituto del corcho, la madera yel carbon vegetal – iprocor, Espanha Data de Início: 2002-11-01 universidade de évora, Portugal Data de Finalização: 2006-04-30 Data de Início: 1997-01-01 Programa: qlk5 – fp5 Data de Finalização: 2000-02-28 Referência: qlk5-ct-2002-01594 Programa: fair - fp4 Referência: fair961438 pn1: Envolvimento de Phytophthora cinnamomi na doença do declínio de Quercus suber. Estudos epidemiológicos e moleculares pe8: Biotreatment of Quercus suber disease compatible with cork stopper quality Instituição Proponente: Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica – ibet requirements Instituição de i&d Responsável: Laboratório de Bioquímica Vegetal Instituição coordenadora: stab – Tratamento de Águas e Biotecnologia Lda Investigador Responsável: Cândido Pereira Pinto Ricardo –ibet Contacto: Orfeu Flores Outras Instituições: Outras Instituições: sasa - sociedade agricola santo andre, lda. Data de Início: 2000-05-15 Universidade do Algarve Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – ineti fct: pocti/agr/39011/2001 Data de Finalização: 2001-05-14 Programa: life quality – fp5 pn2: Aspectos moleculares da formação da cortiça em Quercus suber Referência: qlk5-ct-2000-40803 Instituição Proponente: Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica – ibet Instituição de i&d Responsável: Laboratório de Bioquímica Vegetal pe9: New detection system for latent moulds on corks used in wine bottling Investigador Responsável: Cândido Pereira Pinto Ricardo – ibet Instituição coordenadora: sysco s.r.l. sistemi elettronici e telecomunicazioni, Itália Outras Instituições: Contacto: Raffaella tosolini Universidade do Algarve Outras Instituições: Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – ineti tapitalia-rolhas de cortica lda, Portugal fct: pocti/agr/39011/2001 Data de Início: 2001-09-26 Data de finalização: 2006-04-30 pn3: Estudo dos mecanismos químicos e bioquímicos de formação de cloroanisóis Programa: qlk1 – fp5 em rolhas de cortiça Referência: qlk1-ct-2001-41992 Instituição Proponente: Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica – ibet Instituição de i&d Responsável: Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica – ibet pe10: creoak – Conservation and restoration of european cork oak woodlands: Investigador Responsável: Maria Vitória Gonçalves San Romão a unique ecosystem in the balance fct: pocti/agr/38940/2001 Instituição coordenadora: Instituto Superior de Agronomia – isa – Universidade Técnica de Lisboa – utl pn4: Estrutura e função de elicitinas e seu papel na infecção do sobreiro (Quercus Contacto: Pedro sousa suber) pelo fungo Phytophthora cinnamomi Outras Instituições: Instituição Proponente: Universidade do Algarve centre national de la recherche scientifique, França Instituição de i&d Responsável: Unidade de Ciências Exactas e Humanas 190 VIAbio Investigador Responsável: Paulo José Garcia de Lemos Trigueiros de Martel Outras Instituições: Instituto de Tecnologia Química e Biológica – itqb - Universidade Nova de Lisboa – unl fct: pocti/bme/34701/99 pn5: Aplicação em larga escala de técnicas imunológicas na detecção e selecção de sobreiros produtores de boa cortiça Instituição Proponente: Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação – ineti Investigador Responsável: Carlos Novo Outras Instituições: FloraSul, Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa - Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas – iniap – Estação Florestal Nacional – efn agro 368 (2004-2006) pn6: Espécies lenhosas mediterrânicas dos montados: sobrevivênvia à secura Instituição Proponente: Estação Florestal Nacional Instituição de i&d Responsável: ANEXO E Investigador Responsável: Teresa Maria Santana Barreto Soares David Sector Têxtil Outras: Instituto Superior de Agronomia – isa - Universidade Técnica de Lisboa – utl fct: pocti/agr/59152/2004 p1: Treatment of cork with a phenol oxidizing enzyme Número da patente: us6152966 Data do pedido de patente: 1999-04-21 Inventores: Lars Sparre Conrad ; Wolf Rudiger Sponholz; Otto Berker Aplicante: Novo Nordisk 193 VIAbio pn – Projectos Nacionais pe – Projectos Europeus 195 Processos Biotecnológicos no Melhoramento da Eficiência Produtiva 195 pn1: aquatex – Caracterização objectiva da influência dos parâmetros de qualidade da água no processo têxtil com vista à implementação de processos de reciclagem seguros e optimizados 195 pn2: Controlo de poluição na indústria têxtil: Estudo do processo de tingimento e tratamento dos efluentes 195 pn3: goblue – Biotecnologia Aplicada ao Processamento Têxtil 195 pe1: closed loop – Circuito fechado de água e sais na indústria têxtil 196 pe2: cost 847 ‘’Textile Quality and Biotechnology’’ 196 pe3: Continous biopretreatment of cellulosic fibers 197 pe4: Bio-preparation of cotton fabrics 197 pe5: Biofinishing of Cotton Fabrics with Cellulases 197 pe6: biosynthex – Biotechnical quality improvement of synthetic textile fibres 198 pe7: High Performance Industrial Protein Matrices through Bioprocessing 198 pe8: cbd-hybrids – Engineering of hybrid proteins containing cellulose binding domains – novel biotechnological tools for pulp, paper and textile industry 199 pe9: hightex-biolose – Advanced biotechnologies for clean production of cellulosic textile fibres 199 pe10: Engineering the catalytic properties of Trichoderma reesei cellobiohydrolases 199 pe11: biowool – Enzymatic modification of wool 200 pe12: protex – Modified proteases for the reduction of felting and shrinkage of wool textiles 200 Tratamento de Efluentes 200 pn4: anoxitrata: Tratamento Integrado de Efluentes Têxteis por Processo 200 pn5: texbio – Remoção biológica de corantes em efluentes da indústria têxtil 201 pn6: reciclágua – Reciclagem dos efluentes mais limpos dos processos de Anaeróbio/Aeróbio com Aplicação de Métodos de Oxidação Avançada acabamento na indústria têxtil 201 pn7: Soluções Enzimáticas Inovadoras para a Indústria Têxtil 201 pn8: Biodegradação de corantes azo em reactor descontínuo-sequencial 201 pn9: Controlo de poluição na indústria têxtil: Estudo do processo de tingimento e tratamento dos efluentes 201 pn10: Descoloração de corantes sintéticos em bio-reactores de tratamento de águas residuais 201 pn11: Remoção de poluentes persistentes característicos de efluentes de lanifícios 202 pn12: Monitorização e degradação de aminas aromáticas em tratamento 202 pe13: Catalases for low water textile processes 202 pe14: bioefftex – Biotechnical treatment and recycling of textile processing de águas residuais industriais effluents 194 195 VIAbio 203 VIAbio pe15: mbr-recycling – Water recycling and reuse by application of membrane Processos Biotecnológicos no Melhoramento da Eficiência Produtiva bioreactors: textile and municipal wastewater as examples 203 Processos Biotecnológicos para o Desenvolvimento de Têxteis Funcionais pn1: aquatex – Caracterização objectiva da influência dos parâmetros de qualidade 203 pn13: biotex – Bioactive Textiles using functional biopolymers da água no processo têxtil com vista à implementação de processos de reciclagem 203 Projectos em Áreas Científicas não-biotecnológicas seguros e optimizados 203 pn14: Microcap – Microencapsulamento de produtos de acabamento para Instituição Coordenadora: tecialgo – Sociedade de Acabamentos e Manufacturas Têxteis, s.a. artigos têxteis e peles Outras Instituições: 203 pe16: lipossomas – Technological Innovation on Textile dyeing using liposomes Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal – citeve, Portugal 204 pe18: ozowatex – Industrial application of ozonization treatment for prafil – Joaquim Prata & Filhos, Lda., Portugal wastewater recycling in textile processes 205 Programa: ideia (AdI); Status: Em curso pe19: Minimization of water consumption in european textile dyeing and printing industry using innovative washing and water recycling technologies pn2: Controlo de poluição na indústria têxtil: Estudo do processo de tingimento e (innowash) tratamento dos efluentes 205 Biopolímeros Instituição Coordenadora: Universidade da Beira Interior 205 pe20: bioproduction – Sustainable Microbial and Biocatalytic Production of Contacto: Isolina Maria da Silva Cabral Gonçalves Advanced Functional Materials Outras Instituições: 205 pn15: Produção de CoPolímeros phb/phv por Culturas Mistas 205 pn16: Síntese de biopolímeros “à medida” por culturas microbianas mistas Instituto Superior Técnico – ist - Universidade Técnica de Lisboa – utl Programa: pocti/equ/32456/99 a partir de melaços 206 pn17: NaturPlas – Novos materiais com base em recursos naturais da euro-região pn3: goblue – Biotecnologia Aplicada ao Processamento Têxtil Instituição Coordenadora: orfama Contacto: Paulo Rodrigues Outras Instituições: Crispim Abreu e Ca, Lda. Escola Superior de Biotecnologia – esb - Universidade Católica Portuguesa – ucp Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal – citeve Bayer Chemicals Data de Início: Outubro 2004 Data de Finalização: Setembro 2006 Programa: AdI pe1: closed loop – Circuito fechado de água e sais na indústria têxtil Instituição Coordenadora: Riler – Indústria Têxtil, Lda., Portugal Contacto: Belmiro vale Outras Instituições: aquastel advanced technical unit ltd, Reino Unido bv tricotververij limburg, Holanda carvema Têxtil, Lda, Portugal tno, Holanda electrolyse project bv, Holanda halley stevensons ltd, Reino Unido van heek textiles bv, Holanda 196 197 VIAbio VIAbio Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal – citeve, Portugal Universidade do Minho, Portugal Heriot-Watt University, Reino Unido university of twente, Holanda hb consultants, Holanda Data de Início: 2000-02-01 Data de Início: 2002-03-01 Data de Finalização: 2003-08-01 Data de Finalização: 2004-08-31 Programa: growth – fp5 Programa: craft – fp5 Referência: g1rd-ct-1999-00163 Referência: evk1-ct-2000-30004 pe4: Bio-preparation of cotton fabrics pe2: cost 847 ‘’Textile Quality and Biotechnology’’ Instituição Coordenadora: Universidade do Minho – um http://www.vtt.fi/bel/cost847/ Contacto: Cavaco-Paulo Instituição Coordenadora: vtt Data de Início: 2001-03-03 Outras Instituições: Data de Finalização: 2003-03-02 centexbel, Programa: intas inotex, Referência: hpmf-ct-2000-00868 dwi, clotefi, pe5: Biofinishing of Cotton Fabrics with Cellulases ato bv, Instituição Coordenadora: Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Por- um, tugal – citeve Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal – citeve, Contacto: Luís Almeida tno, Programa: brite/euram 3 University of Chemical Technology and Metallurgy, Referência: brpr950009 Budapest University of Technology and Economics, Università di Pisa, pe6: biosynthex – Biotechnical quality improvement of synthetic textile fibres Upyte Research Station of lia, Instituição Coordenadora: Graz University of Technology, Áustria umist, Contacto: Karl-Heinz robra The Queens’s University of Belfast, Outras Instituições: University of Maribor, Fisipe Fibras Sinteticas de Portugal, SA, Portugal Institute of Chemical Fibres Inotex Ltd, República Checa Data de Início: 2000-06-15 Rhodia Industrial Yarns Ag, Suíça Data de Finalização: 2004-06-14 Sattler Ag, Austria Programa: cost Tampere University of Technology, Finlândia Referência: cost 847 Technical Research Centre of Finland, Finlândia Universidade do Minho – um, Portugal pe3: Continous biopretreatment of cellulosic fibers Textil Alberto de Sousa, sa, Portugal Instituição Coordenadora: netherlands organisation for applied scientific research Data de Início: 2001-10-01 – tno, Holanda Data de Finalização: 2005-09-30 Contacto: Jan Alexander dekker Programa: growth – fp5 Outras Instituições: Referência: g5rd-ct-2001-00560 brugman machinefabriek bv, Holanda graz university of technology, Austria textil alberto de sousa sa, Portugal tinfer sa – tintes y acabados, Espanha 198 199 VIAbio VIAbio pe7: High Performance Industrial Protein Matrices through Bioprocessing pe9: hightex-biolose – Advanced biotechnologies for clean production of cellulo- Instituição Coordenadora: Deutsches Wollforschungsinstitut an der rwth Aachen e.V, sic textile fibres Alemanha Instituição Coordenadora: Institut Français du Textile et de l’Habillement, França Contacto: Elisabeth heine Contacto: Dominique chamussy Outras Instituições: Outras Instituições: Ab Enzymes Gmbh, Alemanha Klonatex sa, Grécia Akciju Sabiedriba Ogre, Lituânia Lallemand sa, França Blc Leather Technology Center Ltd, Reino Unido Linificio e Canapificio Nazionale s.p.a., Itália Budapesti Muszaki es Gazdasagtudomanyi Egyetem, Hungria Lyven sa, França Enrico Pecci di Alberto Pecci & c. s.a.s., Itália Rodopi Textiles sa, Macedónia Precision Processes Textiles Ltd, Reino Unido Thrakika Ekkokistiria sa, Macedónia Prosper de Mulder Limited, Reino Unido Data de Início: 2001-04-01 Roal Oy, Finlândia Data de Finalização: 2004-03-31 Stazione Sperimentale per la Seta, Itália Programa: fp5 – growth Tecnotessile - Societa Nazionale di Ricerca Tecnologica r.l., Itália Referência: g1rd-ct-2000-00446 The Nottingham Trent University, Reino Unido Tintoria del Sole Spa, Itália pe10: Engineering the catalytic properties of Trichoderma reesei cellobiohydrolases Universita degli Studi di Pisa, Itália Instituição Coordenadora: Technical Research Centre of Finland, Finlândia University of Manchester Institute of Science and Technology, Reino Unido Contacto: tuula teeri vtt Valtion Teknillinen Tutkimuskeskus, Finlândia Outras Instituições: Data de Início: 2004-03-01 Eidgenössische Technische Hochschule – eth Zürich, Suíça Data de Finalização: 2007-03-01 University of Manchester Institute of Science and Technology, Reino Unido Programa: fp6 - nmp Universiteit Gent, Bélgica Referência: 5057900 Uppsala University, Suécia Data de Início: 1996-09-01 pe8: cbd-hybrids – Engineering of hybrid proteins containing cellulose binding Data de Finalização: 1999-08-31 domains – novel biotechnological tools for pulp, paper and textile industry Programa: fp4 – biotech2 Instituição Coordenadora: agrotechnology and food innovations bv, Holanda Referência: bio4960580 Contacto: Kees c.d. de gooijer Outras Instituições: pe11: biowool – Enzymatic modification of wool American Israeli Paper Mills, Israel Instituição Coordenadora: Technical Research Centre of Finland, Finlândia Cbd Technologies, Ltd, Israel Contacto: Juha Ahvenainen Kappa Roermond Papier, Holanda Outras Instituições: Novozymes a/s, Dinamarca Aachen University of Technology, Alemanha Technical Research Centre Of Finland, Finlândia Coats Viyella Clothing Ltd., Trading as Precision Processes Textiles, Reino Unido The Hebrew University of Jerusalem - The Authority for Research and Development, Israel Enrico Pecci & C.S., Itália Tinturaria e Acabamentos de Tecidos Vale de Tabuas, Lda., Portugal Quantum Clothing Group Limited, Reino Unido Departamento de Engª Biológica – deb, Universidade do Minho – um, Portugal Tecnotessile - Societa Nazionale di Ricerca Tenologica, Itália University of Wales Swansea, Reino Unido Tintoria del Sole, Itália Data de Início: 2001-04-01 University of Manchester Institute of Science and Technology, Reino Unido Data de Finalização: 2004-03-31 Data de Início: 2000-02-01 Programa: fp5 – life quality Data de Finalização: 2003-01-31 Referência: qlk3-ct-2000-00273 200 201 VIAbio VIAbio Programa: fp5 – growth pn6: reciclágua – Reciclagem dos efluentes mais limpos dos processos de Referência: g1rd-ct-1999-00131 acabamento na indústria têxtil Instituição Coordenadora: pe12: protex – Modified proteases for the reduction of felting and shrinkage of Outras Instituições: wool textiles tintrofa – Tinturaria da Trofa, s.a. Instituição Coordenadora: De Montfort University, Reino Unido F. Duarte & Duarte, Lda. Contacto: Brian Foxon; Jinsong Shen Centro Tecnológico das Indústrias Têxteis e do Vestuário de Portugal – citeve Outras Instituições: Programa: ideia (AdI); Status: Concluído Alphachem Specialities Ltd, Reino Unido Drummond Parkland of England, Reino Unido pn7: Soluções Enzimáticas Inovadoras para a Indústria Têxtil Graz University of Technology, Austria Instituição Coordenadora: Escola Superior de Biotecnologia – esb James Weeker Since 1927, Holanda Universidade Católica Portuguesa John Gladstone (Dyers and Finishers) Limited, Reino Unido Contacto: Xavier Malcata Netherlands Organisation for Applied Scientific Research – tno, Holanda Pós-Doutoramento (fct); Status: Proposto Ovis Texla, Holanda Universidade do Minho – um, Portugal pn8: Biodegradação de corantes azo em reactor descontínuo-sequencial Data de Início: 2002-06-01 Instituição Coordenadora: Instituto de Biotecnologia e Química Fina – ibqf - Instituto Data de Finalização: 2005-05-31 Superior Técnico – ist - Universidade Técnica de Lisboa – utl Programa: fp5 – growth Contacto: Helena Maria Rodrigues Vasconcelos Pinheiro Referência: g1rd-ct-2002-00695 pocti/bio/32586/99 Tratamento de Efluentes pn9: Controlo de poluição na indústria têxtil: Estudo do processo de tingimento e tratamento dos efluentes pn4: anoxitrata: Tratamento Integrado de Efluentes Têxteis por Processo Instituição Coordenadora: Materiais Têxteis e Papeleiros Anaeróbio/Aeróbio com Aplicação de Métodos de Oxidação Avançada Universidade da Beira Interior – ubi Instituição Coordenadora: interágua – Tecnologia e Gestão de Água, Lda. Contacto: Isolina Maria da Silva Cabral Gonçalves Outras Instituições: Outras instituições: Centro Tecnológico das Indústrias Têxteis e do Vestuário de Portugal – citeve Universidade do Minho – um Instituto Superior Técnico – ist - Universidade Técnica de Lisboa – utl pocti/equ/32456/99 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – feup Programa: ideia (AdI); Status: Em curso pn10: Descoloração de corantes sintéticos em bio-reactores de tratamento de águas residuais pn5: texbio – Remoção biológica de corantes em efluentes da indústria têxtil Instituição Coordenadora: Instituto Superior Técnico – ist Outras Instituições: Contacto: Helena Maria Rodrigues Vasconcelos Pinheiro Estamparia Textil-Adalberto Pinto da Silva, Lda. Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial – ineti Universidade do Minho – um Programa: ideia (AdI), Status: Concluído Outras instituições: Universidade da Beira Interior – ubi Data de Finalização: 15-12-2005 pdct/amb/59388/2004 pn11: Remoção de poluentes persistentes característicos de efluentes de lanifícios Instituição Coordenadora: Universidade da Beira Interior – ubi Contacto: Isolina Maria da Silva Cabral Gonçalves 202 203 VIAbio VIAbio pn12: Monitorização e degradação de aminas aromáticas em tratamento de águas pe15: mbr-recycling – Water recycling and reuse by application of membrane residuais industriais bioreactors: textile and municipal wastewater as examples Instituição Coordenadora: Instituto Superior Técnico – ist Instituição Coordenadora: Technical University of Clausthal, Alemanha Universidade Técnica de Lisboa – utl Contacto: Peter kickartz Contacto: Helena Maria Rodrigues Vasconcelos Pinheiro Outras Instituições: Outras instituições: Universidade da Beira Interior – ubi pdct/amb/59392/2004 Centre de Biotechnologie de Sfax – Secretariat d’Etat a la Recherche Scientifique et a la Technologie Institut Algerien du Petrole, Institute for Agrobiotechnology in Tulln, Austria pe13: Catalases for low water textile processes Data de Início: 2000-03-01 Instituição Coordenadora: sucher & holzer gmbh, Áustria Data de Finalização: 2003-05-31 Contacto: Georg gubitz Programa: fp5 – inco2 Outras Instituições: Referência: ica3-ct-1999-00013 Textil Alberto de Sousa sa, Portugal Universidade do Minho – um, Portugal Processos Biotecnológicos para o Desenvolvimento de Têxteis Funcionais Data de Início: 1999-01-01 Data de Finalização: 2001-10-31 pn13: biotex – Bioactive Textiles using functional biopolymers Programa: brite/euram 3 – fp4 Instituição Coordenadora: Universidade de Aveiro Referência: brpr988004 Investigador Responsável: José António Teixeira Lopes da Silva Outras Instituições: pe14: bioefftex – Biotechnical treatment and recycling of textile processing effluents Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal – citeve, Portugal Instituição Coordenadora: German Wool Research Institute at the University of Escola Superior de Biotecnologia – esb - Universidade Católica Portuguesa – ucp Technology Aachen, Alemanha Programa: pocti/ctm/58312/2004; Status: Em curso Contacto: Martin Moeller Outras Instituições: Projectos em Áreas Científicas não-biotecnológicas Berghof Filtrations-Und Anlagentechnik Gmbh & co. Kg, Alemanha De Montfort University, Reino Unido pn14: microcap – Microencapsulamento de Produtos de Acabamento para Artigos Dystar Textilfarben Gmbh & co. Deutschland Kg, Alemanha Têxteis e Peles Graz University of Technology, Austria Instituição Coordenadora: Kammgarnspinnerei Stoehr Gmbh, Alemanha Outras Instituições: Krka, Tovarna Zdravil, d.d., Novo Mesto, Eslovénia Têxtil Manuel Gonçalves, s.a. Quantum Clothing Group Limited, Reino Unido INDINOR - Indústrias Químicas, s.a. Technical Research Centre of Finland, Finlândia Universidade do Minho – um Textil Alberto de Sousa sa, Portugal tecMinho – Associação Universidade Empresa para o Desenvolvimento Universidade do Minho, Portugal Programa: ideia (AdI); Status: Concluído Data de Início: 2000-02-01 Data de Finalização: 2003-04-30 pe16: lipossomas – Technological Innovation on Textile dyeing using liposomes Programa: growth – fp5 Instituição Coordenadora: Serra Tints i Blanqueig sa, Espanha Referência: g1rd-ct-1999-00064 Contacto: sabastia serra rof Outras Instituições: Acabados de Sabadell s.l. , Espanha Central de Representaciones Especiales s.a. , Espanha 204 205 VIAbio VIAbio Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal – citeve, Portugal pe19: Minimization of water consumption in european textile dyeing and printing Consejo Superior de Investigaciones Científicas, Espanha industry using innovative washing and water recycling technologies (innowash) Fiandeira Castanheirense, Industria Têxtil s.a., Portugal Instituição Coordenadora: institute of textile chemistry - department textile printing Gorina s.a., Espanha stuttgart Hilaturas Ribe s.a., Espanha Contacto: Wilhelm oppermann Joaquim Prata & Filhos, Lda., Portugal Outras Instituições: Nuova Superlana SpA, Itália Bekleidungsphyiologisches Institut Hohenstein e.v., Alemanha Sociedade Têxtil dos Amieiros Verdes s.a., Portugal Drews Meerane Gmbh, Alemanha Tintes Colormoda s.a., Espanha Girmes Proma-Tex, Alemanha Transtechnics s.l., Espanha Institute for Product Development, Dinamarca Data de Início: 1997-11-01 Laboratory for Textile Research Prebold, Eslovénia Data de Finalização: 1999-10-31 Textilveredlung Wehr Gmbh, Alemanha Programa: craft University of Maribor, Eslovénia Referência: brst975144 Data de Início: 2001-04-01 Data de Finalização: 2004-03-31 pe17: Physicochemical study of liposome interaction with the surface of fibrous Programa: eesd – fp5 materials in textile dyeing Referência: evk1-ct-2000-00049 Instituição Coordenadora: Centro de Investigacion y Desarrollo, Consejo Superior de Investigaciones Cientificas, Espanha Biopolímeros Contacto: Luisa coderch (Dr) Outras Instituições: pe20: bioproduction – Sustainable Microbial and Biocatalytic Production of Departamento de Ciência e Tecnologias Têxteis - Universidade da Beira Interior – ubi Advanced Functional Materials Russian Academy of Sciences Instituição Coordenadora: Universidade de Thessalonica, Ivanovo State University of Chemical Technology Contacto: Kiparissides Data de Início: 1998-12-01 Data de Finalização: 2000-11-30 Outras Instituições: ictpol – Instituto de Ciência e Tecnologia de Polímeros Programa: intas Referência: intas-1997-00487 pn15. Produção de CoPolímeros phb/phv por Culturas Mistas Instituição Coordenadora: Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica – ibet - Uni- pe18: ozowatex – Industrial application of ozonization treatment for wastewater versidade Técnica de Lisboa – utl recycling in textile processes Contacto: Maria D’Ascensão Reis Instituição Coordenadora: Enrico Pecci di Alberto Pecci & csas Outras Instituições: Outras Instituições: Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal – citeve, Portugal Universidade Nova de Lisboa – Instituto de Tecnologia Química e Biológica Programa: pocti/bio/35675/99 Degremont Itália ifth pn16: Síntese de biopolímeros “à medida” por culturas microbianas mistas a partir Ozonia de melaços Sacramento Têxteis Instituição Coordenadora: Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica – ibet - Uni- Tecnotessile versidade Técnica de Lisboa – utl Teintures et apprets du sud Ouest Contacto: Maria D’Ascensão Reis Programa: innovation – fp4 Referência: in30927l Outras Instituições: Fundação da Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Nova de Lisboa 206 VIAbio Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro-Alimentares - Porto (iceta-Porto/up) Programa: poci/bio/55789/2004 pn17: NaturPlas – Novos materiais com base em recursos naturais da euro-região (http://naturplas.dnsalias.com) Instituição Coordenadora: Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros – piep - Universidade do Minho – um Outras Instituições: Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros, piep, Portugal Prof António Cunha Departamento de Biologia, Universidade Minho, Portugal Prof Margarida Casal Departamento de Engenharia Biológica, Universidade Minho, Portugal, Prof José Texeira Universidade de Vigo, Espanha Centro Tecnológico de Automación de Galicia, ctag, Espanha Director: Nuno Arantes e Oliveira Book design: GOdesign Print: Lidergraf SA Depósito Legal: 000000000