Artículo - Tópicos de Botânica Criptogâmica
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PROCITROPICOS - Programa Cooperativo de Investigación e Innovación Agrícola para los Trópicos Suramericanos Artículo - Tópicos de Botânica Criptogâmica - Briófitos e Pteridófitos (Em português) Categoria : Procitropicos Informa Publicado por Monica em 09/4/2014 Artigo compilado pelo Dr. Afonso Celso Candeira Valois, Engenheiro Agrônomo, Pesquisador Aposentado da Embrapa e Ex-Professor da UEA/CEST 1.O estudo do reino Plantae é o estudo dos vegetais. As plantas são organismos eucariontes, multicelulares, autótrofos fotossintetizantes, com parede celular constituída de celulose e armazenamento de energia através do amido. 2. As criptógamas constituem o grupo das plantas sem sementes, e é composto pelas briófitas e pteridófitas. 3.As briófitas foram as primeiras plantas a ocupar o ambiente terrestre. Para se proteger do ambiente mais seco possuem capas sobre as estruturas produtoras de gametas e retêm o zigoto dentro do corpo da planta. 4.As briófitas são plantas que não possuem tecidos condutores, nem folhas, caules e raízes verdadeiros (apenas filóides, caulóides e rizóides). O transporte é realizado célula a célula, por isso, o tamanho reduzido das plantas. 5.Por ser lento esse transporte de água, qualquer perda de água representaria uma chance de ressecamento, logo, normalmente habitam locais úmidos e escuros. Além disso, seus gametas masculinos são flagelados, e necessitam de água para alcançar os gametas femininos. Realizam alternância de geração no ciclo de vida: da geração produtora de esporo para a geração produtora de gametas, sucessivamente. A geração dominante, vista normalmente, é a produtora de gametas (gametófito). 6.O representante mais comum das briófitas é o musgo, mas há outros dois grupos: hepáceas e antóceros. 7.Para o caso das pteridófitas, estas possuem uma característica nova: tecidos condutores. São, portanto, consideradas vasculares, mas ainda são criptógamas, pois não possuem sementes, flores nem frutos. Por serem vasculares possuem raízes, caule (subterrâneo=rizoma) e folhas verdadeiros. Os organismos característicos são as samambaias, mas também são pteridófitas as avencas, os xaxins e as cavalinhas, entre outros. 8.Assim como as briófitas, as pteridófitas possuem alternância de geração, mas, ao contrário das briófitas, nas pteridófitas a geração dominante, que se pode observar, é a produtora de esporos (esporófito). Pode ainda ser observada na face inferior de algumas folhas, a presença de soros que são as estruturas que contêm os esporângios, que por sua vez produzem os esporos. 9.Ao germinar, no solo, os esporos geram uma estrutura pequena denominada protalo, com forma semelhante a de um coração. No protalo, os gametas são produzidos, e após a germinação nasce uma nova planta que irá produzir esporos. 10.De maneira geral, os briófitos e pteridófitos estão em um nível evolutivo mais elevado do que o das algas, mas inferior ao dos espermatófitos. Os caracteres em que os briófitos e os pteridófitos estão em um nível evolutivo mais elevado do que o das algas compreendem os gametângios pluricelulares com uma camada externa de células estéries, a retenção permanente do zigoto no interior do gametângio e no parasitismo do esporófito sobre o gametófito, pelo menos durante as primeiras fases do desenvolvimento. 11.Os caracteres que traduzem o nível evolutivo mais elevado dos espermatófitos em relação aos http://www.procitropicos.org.br 01/10/2016 04:35:11 / Page 1 briófitos e pteridófitos compreendem o movimento dos gametas masculinos através de uma comunicação tubular entre os gametófitos masculino e feminino, a retenção permanente do gametófito feminino no interior dos tecidos do esporófito, a formação de sementes e a paragem temporária do crescimento em certa fase do desenvolvimento do esporófito embrionário. 12.Entre briófitos e pteridófitos, e independentemente das relações filogenéticas, os esporófitos dos pteridófitos são mais evoluídos do que os dos briófitos. O esporófito dos briófitos nunca é uma planta independente quando madura, e no aspecto nutritivo depende, mais ou menos, do gametófito durante o seu completo desenvolvimento. Só raras vezes é potencialmente suscetível de crescimento ilimitado e não dispõe de um sistema condutor diferenciado em floema e xilema. Quando maduro, o esporófito dos pteridófitos é uma planta independente, auto-suficiente do ponto de vista fotossintético, potencialmente dotada de crescimento ilimitado e provida de um sistema condutor diferenciado em floema e xilema. 13.Na posição de um sistema natural, a espécie é a unidade fundamental (táxon) da classificação das plantas e estas estão agrupadas em taxa de diversas categorias. As espécies estão reunidas em gêneros, estes em taxa (famílias, ordens, classes. divisões) de grandeza ascendente. 14.De início, as plantas foram agrupadas em taxa baseados em sistemas inteiramente artificiais. Mais tarde e muito antes de Darwin ter proposto a teoria da evolução, as plantas foram classificadas de acordo com sistemas naturais e os vários taxas foram baseados no que se supunha ser as afinidades naturais. Nem todos os sistemas naturais propostos há mais de três quartos de século foram abandonados. 15.O sistema em que as criptogâmicas foram colocadas em três divisões (Thallophyta, Bryophyta e Pteridophyta) foi estabelecido por volta de 1880. Logo foi largamente adotado e é ainda seguido, sob forma mais ou menos alterada, em muitos livros de texto atuais. 16.Até ao presente, os botânicos não apresentaram objeções à validade da divisão Bryophyta. No entanto, no começo do século passado, os botânicos levantaram uma dúvida relativa ao caráter natural das divisões Thallophyta e Pteridophyta. 17.Nesse sentido da validade da Pteridophyta, durante muito tempo os fetos, licipódios e cavalinhas foram considerados como suficientemente afins para poderem ser incluídos em uma só divisão, a Pteridophyta. 18.A dúvida sobre a validade dessa divisão surgiu quando foi mostrado que existem dois tipos de plantas vasculares fundamentalmente diferentes, designados de troncos (stocks). 19.Os fetos, as gimnospermas e as angiospermas, do tronco denominado pteropsida possuem folhas do tipo macrofilo e lacunas foliares no cilindro vascular quando este é sifonostélico. 20.Os licopódios e as cavalinhas, do tronco designado lycopsida possuem folhas de tipo microfilo e ausência de lacunas foliares (no cilindro vascular, quando este é sifonostélico). No entanto, o estudo não revelou se os dois troncos citados devem ser considerados divisões ou subdivisões do reino vegetal. 21.Mais para frente, outros estudos colocaram os dois troncos na categoria formal de divisão e separaram as cavalinhas, que deveriam ser reunidas em uma outra divisão, a das Sphenopsida. Mais tarde, as Psilophytales foram elevadas à categoria de divisão, mas foi mantida a denominação de ordem. 22.Os fetos, os licopódios e as cavalinhas são três séries que divergem dos psilófitos, enquanto que os espermatófitos constituem uma ou mais séries derivadas dos fetos. Há, então, a necessidade de ser esclarecido em qual categoria devem ser colocados os membros divergentes destas séries coletivas. 23.Alguns botânicos colocam esses membros em uma só divisão, Tracheophyta, e dividem-na em quatro subdivisões: Psilopsida, Lycopsyda, Sphenopsida e Pteropsida. Esta redução à categoria de subdivisão minimiza as nítidas diferenças que entre elas existem. Há opiniões de que as diferenças entre as séries psolopsida, licopsida e esfenopsida justificam a categoria de divisão. É mantida, http://www.procitropicos.org.br 01/10/2016 04:35:11 / Page 2 ainda, a dúvida relativa ao grau de divergência entre os componentes da série pteropsida. 24.No entanto, antepassados dos espermatófitos, os fetos parecem suficientemente distintos dos restantes componentes daquela série para formarem uma divisão a parte. As diferenças mais características incluem: a união gamética por meio de anterozóides que se deslocam livremente; os gametófitos com vida livre desde o início, ou tornando-se, por fim, livres; o crescimento ininterrupto do esporófito desde o zigoto até à maturidade e a ausência de sementes. 25.Em complementação, se os psilófitos, licopódios, cavalinhas e fetos tiverem a categoria de divisão, que nomes devem ser aplicados? O Código Internacional de Nomenclatura Botânica, de 1950, recomenda que todos os nomes de divisão terminem pelo sufixo phyta e que as subdivisões de plantas vasculares tenham sufixo opsida. Portanto, lycopsida e sphenopsida são termos impróprios, embora tenham sido empregados como nomes de divisões. 26.O mais antigo sistema em que as várias classes de pteridófitos foram consideradas com a categoria de divisão utilizou o nome lepidophyta para a série licopsida, e calamophyta para a série esfenopsida. O nome pteridophyta foi circunscrito de maneira a incluir somente os fetos. 27.No entanto, e devido ao amplo emprego desse nome para as criptogâmicas vasculares, foi proposto o nome pterophyta para a divisão que engloba apenas os fetos. Os psilófitos deverão constituir uma divisão a parte, Psilophyta. 28.No referente aos principais taxa dos briófitos e pteridófitos, não há acordounânime sobre o número de classes em que os briófitos devem ser reconhecidos. Alguns briólogos colocam as hepáticas a as plantas do tipo anthoceros numa classe; outros as separam em duas. Todos os musgos são geralmente incluídos numa única classe, mas alguns autores colocam-nos em três. 29.A classificação mais natural dos briófitos parece ser a que coloca as hepáticas e as plantas do tipo anthoceros em classes diferentes e que inclui todos os musgos numa só classe. Em cada uma das quatro subdivisões pteridofitas não há diferenças suficientes para o reconhecimento de mais de uma classe. 30.As divisões e classes de briófitos e de pteridófitos são as seguintes: a) Divisão Bryophytaclasse 1: Hepaticae (Hepáticas); classe 2: Anthocerotae; classe 3: Musci (Musgos); b) Divisão Psilophyta- classe 1: Psilophytinae (Psilófitos); c) Divisão Lepidophyta- classe 1: Lycopodinae (Licopódios); d) Divisão Calamophyta- classe 1: Equisetinae (Cavalinhas); e) Divisão Pterophytaclasse 1: Filicinae (Fetos). 31.Como já foi visto, os briófitos apresentam uma alternância de gerações bem definida em que a geração assexuada e diplóide (esporófito), embora morfologicamente diferente da geração sexuada e haplóide (gametófito), permanece fixa a esta e nunca se transforma numa planta de vida livre e independente. 32.Essa condição contrasta com a dos pteridófitos e das plantas mais evoluídas em que o esporófito é sempre uma planta independente no estado adulto. Os esporófitos das plantas mais evoluídas do que os briófitos apresentam diferenciação interna em xilema e floema, ao passo que os briófitos não possuem esses tecidos. 33.O gametófito de um briófito é sempre uma planta independente, no estado adulto, e auto-suficiente no aspecto nutritivo, devido à presença de cloroplastos dentro das suas células. Em muitos casos, o gametófito é um talo, isto é, um corpo sem diferenciação em raiz, caule e folhas. Nos casos em que está extremamente diferenciado em caulóide (ou caulídio) e filídios, nunca existem quaisquer raízes, mas sim órgãos de absorção unicelulares (rizóides). 34.Todos os briófitos são oogâmicos e os gametas são formados em gametângios pluricelulares com uma camada externa, estéril, de células protetoras. Sob este aspecto distinguem-se imediatamente das algas visto que os órgãos reprodutores dessas plantas são, em regra, unicelulares e, quando pluricelulares, todas as células originam gametas. 35.O ciclo biológico dos briófitos compreende uma alternância regular de uma geração produtora de gametas e outra produtora de esporos. Esta alternância é obrigatória no sentido de um zigoto http://www.procitropicos.org.br 01/10/2016 04:35:11 / Page 3 resultante da união gamética originar sempre um esporófito e os esporos nele produzidos germinarem sempre para formar gametófitos. 36.A alternância de gerações não é obrigatória no sentido do gametófito e do esporófito terem sempre de alternar um com o outro, porque pode haver um ciclo biológico em que a multiplicação vegetativa do gametófito origine sucessivas gerações de gametófitos antes da formação de um esporófito. 37.Deve ainda ser considerado que a propagação vegetativa nem sempre origina uma geração semelhante. Efetivamente, a proliferação vegetativa do tecido do esporófito pode originar um gametófito. Esta formação de um gametófito a partir de um esporófito sem diferenciação de esporos é denominada de aposporia. Inversamente, um gametófito pode gerar um conjunto de células que se transformam num esporófito. A produção de um esporófito pelo gametófito, sem fusão gamética, é denominada de apogamia. 38.A aposporia e a apogamia são raras nos briófitos, quando comparadas com os pteridófitos, sendo a maior parte dos casos registrados para o primeiro agrupamento diz respeito aos musgos, em que o traumatismo dos esporófitos induz uma produção apospórica de gametófitos. A aposporia também é conhecida nas Anthocerotae. 39.No referente à origem dos briófitos, em contraste com os pteridófitos, não se conhece briófitos fosseis mais primitivos do que as formas atuais. A natureza do briófito primitivo e o modo como se originou devem, portanto, ser baseados na morfologia comparada e na ontogenia das plantas atuais. 40.Com exceção de alguns dissidentes que admitem uma origem pteridofítica para os briófitos, há uma convicção quase que universal de que esses vegetais derivaram das algas. É convicção absolutamente geral de que essas algas eram clorofícias e a confirmação disto reside no fato de serem as únicas que possuem as mesmas clorofilas e xantofilas dos briófitos. 41.Em dada época pensava-se, em regra, que teria havido migração de uma alga orgânica do meio aquático para o terrestre e que isto foi seguido pela evolução de um tipo briofítico de planta sexuada com os gametângios característicos dos briófitos. Simultaneamente com essa migração teria aparecido a alternância de gerações características dessas plantas. No entanto, não é necessário admitir que a alga ancestral fosse oogâmica. É igualmente possível que o antepassado fosse isogâmico e que o estabelecimento da oogamia viesse após a migração para a terra. 42.O fato da evolução da isogamia para a oogamia ter surgido em muitas linhas filogenéticas de algas mostra que uma tal mudança pode ocorrer em qualquer fase. Sabe-se ainda que a alternância de gerações surge independentemente em taxa de algas verdes tão remotamente relacionados, como é o caso das Chaetophoraceae, Cladophorales e Ulvales. 43.Assim, é possível que a alternância de gerações existente nos briófitos só tivesse aparecido depois do talo sexuado do antepassado algal ter atingido um grau de evolução em que deveria ser considerado briófito e não alga. Como existe esta possibilidade, será melhor considerar em separado, a possível origem das duas gerações. 44.Quanto à origem do gametófito, há duas correntes de opinião diametralmente opostas, sobre a estrutura vegetativa do gametófito briofítico arcaico. Os defensores de uma delas sustentam que o gametófito primitivo era uma planta ereta e folhosa. Segundo os partidários da outra corrente, esse gametófito seria uma estrutura talosa sem diferenciação externa ou interna. 45.Se o gametófito primitivo era uma planta ereta folhosa, há uma grande distância entre ela e qualquer alga verde conhecida. Por outro lado, clorofíceas terrestres e parenquimatosas, como as fritschiella, mostram o começo de uma evolução para o tipo de planta imaginado pelos que supõem que os briófitos primitivos tinham um gametófito taloso e simples. 46.No referente à origem do esporófito, em dada época esteve largamente espalhada a idéia de que a alternância de gerações só apareceu no reino vegetal depois da evolução das primeiras plantas terrestres a partir de um antepassado algal que migrou para a terra. http://www.procitropicos.org.br 01/10/2016 04:35:11 / Page 4 47.Sabe-se agora que uma alternância de gerações tem uma alternância isomórfica, em que, sob o aspecto vegetativo, as duas gerações são idênticas no tamanho e forma; outras têm alternância heteromórfica, em que as duas gerações são diferentes na grandeza e na estrutura. 48.As opiniões dos diversos autores sobre a origem do esporófito briófito são, em larga medida, influenciadas pela concordância ou discordância com as duas teorias contrastantes sobre a natureza do esporófito. 49.De acordo com a teoria da modificação (homóloga), o esporófito é uma modificação direta do gametófito. Os que advogam esta teoria sustentam que o esporófito deve ser interpretado como uma geração neutra em que a função primordial é a produção de esporos. As provas que apóiam esta doutrina foram obtidas de algas, briófitos e pteridófitos. Compreendem a alternância isomórfica observada em certas algas, a fotossíntese em esporófitos de briófitos, a presença de traqueídos em gametófitos de pteridófitos, além da apogamia e aposporia. 50.Segundo a teoria da intercalação (antitética), o esporófito deve ser interpretado como uma estrutura completamente nova intercalada entre duas gerações gametofíticas sucessivas. Pensa-se que o esporófito briofítico só surgiu depois da planta produtora de gameta ter dado origem ao arquegônio. O zigoto retido no interior do arquegônio não se dividiu por meiose, mas sim por mitose, originando certo número de células diplóides, onde cada uma das quais produz quatro esporos, por meiose. 51.Sobre a evolução dos briófitos têm sido reconhecidas três linhas evolutivas principais, isto é, hepáticas, plantas do tipo anthoceros e musgos. O aspecto de se saber qual delas engloba os briófitos atuais mais primitivos depende do que se considera como tipo primitivo de gametófito e de esporófito. 52.Nesse sentido, há argumentos a favor da hipótese de que o gametófito briófito primitivo era uma planta talosa e simples, enquanto que o esporófito primitivo era do tipo simples e globoso, como é admitido pela teoria da intercalação. Segundo tal interpretação, os briófitos mais próximos do tipo primitivo devem encontrar-se entre as hepáticas. 53.As hepáticas parecem constituir o termo de uma linha evolutiva lateral. Isto também é verdade para o caso dos musgos, onde os seus gametófitos são extremamente complexos e, por vezes, com certa diferenciação interna de tecidos. Também parece provável que os musgos representem uma linha divergente em relação aos antepassados das hepáticas, em vez de uma linha divergindo de qualquer série conhecida nas hepáticas. 54. Para o caso da classificação dos briófitos, o entendimento convencional consiste em agrupá-los em duas classes, Hepaticae e Musci. Ultimamente tem sido desenvolvida a tendência de aceitação da proposta de se colocarem as Anthocerotales como táxon do mesmo nível taxonômico das Hepaticae e Musci. 55.Nos musgos foram reconhecidas três linhas, cuja diferença entre elas compreende a origem da camada esporogênica, o modo de deiscência da cápsula, a presença ou ausência de um pseudopódio e a estrutura do protonema. Alguns briólogos aceitam a proposta de serem estas diferenças suficientes para garantir uma subdivisõ dos musgos em três classes, mas atendendo às suas óbvias relações filogenétcas parece melhor atribuir a cada uma delas a categoria de subclasse e reuni-las numa única classe, a dos Musci. 56.Quando os briófitos são divididos em três classes, as mesmas podem se caracterizar como se segue: a) As Hepaticae apresentam gametófitos diferenciados dorsiventralmente e externamente simples ou diferenciados em caulóide e filídios. Os gametófitos podem ser internamente homogêneos ou diferenciados em tecidos. Os gametângios, exceto quando de posição terminal, são sempre derivados de células superficiais da face dorsal de um talo. Os esporófitos podem ser simples ou diferenciados em pé e cápsula, ou em pé, seda e cápsula. Em qualquer caso têm crescimento definido e as suas células esporogênicas derivam do endotécio de um embrião; b) As Anthocerotae têm gametófitos diferenciados dorsiventralmente, forma externa simples e http://www.procitropicos.org.br 01/10/2016 04:35:11 / Page 5 homogeneidade interna. Os gametângios mergulham no gametófito, o feminino deriva de células superficiais e os masculinos de células hipodérmicas da face dorsal do talo. O esporófito está diferenciado em cápsula e pé. A parte basal cápsula é meristemática e contribui continuamente para o seu alongamento. O tecido esporogênico de uma cápsula deriva da camada superficial (antitécio) do embrião e rodeia uma columela; c) Os Musci têm um gamretófito com uma fase transitória prostrada (protonema) provida de ramos eretos e sexuados que prosseguem o crescimento como plantas independentes, depois do desaparecimento do protonema. Os ramos sexuados estão diferenciados em caulóide e filídios, dispostos com simetria radiada, e os gametângios provêm de células superficiais da extremidade superior do caulóide. O crescimento do esporófito é sempre determinado e este pode ser composto de pé e cápsula ou formado por pé, seda e cápsula. O tecido esporogênico de uma cápsula pode originar-se do endotécio ou do anfitécio do embrião, mas em qualquer dos casos envolve a columela. 57.Os pteridófitos apresentam certas combinações de caracteres fundamentais, que não se encontram nos briófitos ou nas plantas com sementes. Diferem destes vegetais por possuírem gametófito e esporófito independentes quando na maturidade. 58.Com base em caracteres do esporófito tais como estrutura esporangial, modo como se dispõem os esporângios e estrutura vegetativa, os pteridófitos associam-se em quatro grupos distintos (psolófitos, licopódios, cavalinhas e fetos). 59.A origem dos pteridófitos é um tema que tem sido debatido constantemente. Essas plantas já existiam no Silúrico, isto é, há cerca de 380 milhões de anos (os cálculos mais modernos referem que o início e o fim do Silúrico ocorreram há 430 e 400 milhões de anos, respectivamente). Durante o Silúrico e o Devônico inferior, imediatamente seguinte, houve um número considerável de psilófitos com organização muito mais simples do que a de qualquer outro tipo conhecido de pteridófitos. 60.No entanto, esses vegetais não preenchem a lacuna entre os pteridófitos e as plantas inferiores na escala evolutiva, de modo que as categorias sobre a origem dos pteridófitos têm de se basear na morfologia comparada das formas atuais e dos fósseis. Essas teorias agrupam-se em duas categorias gerais, isto é, as que postulam uma origem a partir das algas, e as que consideram os pteridófitos direta ou indiretamente relacionados com os briófitos. 61.Os proponentes de uma origem direta a partir das algas interpretam as semelhanças entre briófitos e pteridófitos como devidas a uma evolução paralela e não a uma ligação filogenética entre os dois taxa. 62.Alguns dos que advogam uma origem algal direta não procuram relacionar os pteridófitos com qualquer grupo de algas. Outros consideram a origem dos pteridófitos a partir de algas complexas, que cresciam próximo dos limites superiores das marés, por meio de uma transmigração a partir do oceano. 63.Essa tal origem implicariam que os pteridófitos provieram de algas castanhas (Phaeophyta), visto que estas são as únicas algas atuais, com células reprodutoras móveis, que vivem nos níveis mais elevados da zona intercotidal. 64.Foi também suposta uma origem a partir de algas verdes (Clorophyta). Estas algas têm sido geralmente interpretadas como sendo do tipo quetoforáceo e filamentoso, mas também tem sido sugerido que a alga verde ancestral era uma forma ereta e parenquimatosa de ciclo biológico isomórfico, isto é, com alternância de duas gerações semelhantes no aspecto vegetativo. 65.Os briófitos e pteridófitos assemelham-se em tantos caracteres que há fortes razões para se pensar que existe uma relação filogenética entre ambos. Esses caracteres incluem semelhança geral na estrutura vegetativa dos gametófitos dos briófitos talosos e dos pteridófitos, semelhança na ontogenia e estrutura dos anterídios e dos arquegônios maduros, na encapsulação dos embriões dentro do arquegônio, no parasitismo parcial do esporófito maduro ou do embrião sobre o gametófito, bem como no ciclo biológico heteromórfico em que há alternância de gerações http://www.procitropicos.org.br 01/10/2016 04:35:11 / Page 6 diferentes, sob o aspecto vegetativo. 66.A teoria da derivação dos pteridófitos a partir de um tipo antocerotal de briófitos baseia-se na noção de que o crescimento ilimitado do esporófito em conexão com o tecido assimilador altamente diferenciado faz do esporófito dessas plantas o tipo de organização mais próximo do esporófito totalmente independente, como ocorre nos fetos. Há estudos que mostram a sequência hipotética da evolução de um esporófito do tipo antocerotal semiparasita para um esporófito do tipo psilofítico de vida livre. 67.O tipo primitivo de anterídio nos atuais pteridófitos, o chamado tipo eusporangiado, encontra-se em Lycopodium, Equisetum e nos Fetos eusporangiados. Consta de um grande número de células férteis, que permanecem mergulhadas no gametófito e numa camada estéril externa àquelas células. 68.No referente à evolução dos pteridófitos, no inicio do século passado admitia-se quase universalmente, que o processo evolutivo das raízes precedeu ou seguiu muito de perto, o estabelecimento de um esporófito livre e independente quanto à nutrição, como é característico dos pteridófitos. 69.Por esse motivo, a atenção dos morfologistas incidiu sobre a natureza do caule dos primitivos pteridófitos. Assim foram emitidas três teorias gerais sobre essa natureza: a) que ele consistia apenas nas folhas, ou nos protótipos das folhas, com o eixo folhoso surgindo mais tarde, no decurso da evolução do caule; b) que os apêndices do eixo (folhas e esporangióforos) evoluíram de áreas superficiais do eixo; c) que ele é inteiramente de natureza axial e que as folhas e os ramos resultaram de uma modificação de ramos. 70.De maneira geral, os pteridófitos apresentam dois tipos de folhas vegetativas, ou seja, micrófilas e macrófilas. As folhas microfilas, mesmo de grandes dimensões, apresentam uma única nervura desde a base até ao ápice. Por seu lado, as folhas macrofilas são sempre dotadas de um limbo com um sistema de nervuras muito ramificadas, em que a nervação pode ser aberta ou fechada. 71.De acordo com a teoria do teloma, o primeiro passo da evolução de uma folha macrofila (um cladódio) consistiu na mudança de ramificação, de dicotômica para simpódica, num eixo ereto, sem folhas. Disso resultou um eixo com uma sucessão de sistemas telômicos. 72.A orientação dos componentes de um sistema telômico de modo a ficarem no mesmo plano, além da fusão dos telomas, dispostos lado a lado, trouxe como consequência uma folha constituída por pecíolo e limbo, com um sistema de nervuras ramificadas dicotomicamente e abertas. 73.Todos os pteridófitos apresentam dois tipos gerais de tecido condutor, isto é, o xilema e o floema. A principal função do primeiro é a condução ascendente da água, enquanto que o floema tem a função da circulação ascendente e descendente de substâncias nutritivas. A origem do sistema vascular é inteiramente desconhecida. Se for aceita a origem antocerotal dos pteridófitos, aparece a tendência de homologar como tal, a columela do esporófito antocerotal com o cilindro vascular de um pteridófito primitivo. 74.O traqueído é o elemento fundamental do xilema e resulta da maturação de uma única célula embrionária. Uma célula embrionária que se diferencia em traqueído alonga-se consideravelmente e deposita mais substâncias da membrana sobre porções limitadas da superfície interna da sua membrana. Mais cedo ou mais tarde desaparecem o citoplasma e o núcleo. Um traqueído maduro é, pois, uma célula alongada e morta, constituída apenas pela membrana celular. 75.Os primeiros traqueídos que amadurecem no xilema apresentam a substância adicional da membrana depositada em anéis transversais. Por tal motivo são denominados traqueídos anelados. Em vez de se depositar em anéis transversais, a substânciaadicional da membrana pode ser acumulada formando uma espiral contínua. Resultará um traqueído espiralado. Estes dois tipos de traqueídos não se distinguem sempre um do outro e, por vezes, num taqueído há espessamentos anulares numa das extremidades da membrana lateral e espessamentos espiralados na http://www.procitropicos.org.br 01/10/2016 04:35:11 / Page 7 extremidade oposta. 76.Ambos os tipos de traqueídos se diferenciam em regiões da raiz, do caule e da folha, que ainda se encontram em alongamento. Em todos os casos há considerável distensão passiva desses traqueídos, depois de maduros e de terem desaparecido os seus protoplastos. 77.A parte do xilema que compreende esses traqueídos, que podem alongar-se após a maturação, é denominada protoxilema. Este nome baseia-se no fato de ser sempre a porção do xilema que primeiro se deferência. A parte do xilema formado depois de ter cessado o alongamento é o metaxilema. 77- O xilema pose ser constituído completamente dor protoxilema, ou, como em certos órgãos de crescimento lento, apenas por metaxilema. No entanto, em regra, o protoxilema e o metaxilema ocorrem ambos nos tecidos vasculares da raiz, do caule ou da folha. 78.Os primeiros traqueídos a formarem-se no metaxilema são os traqueídos escalariformes, que podem ser considerados traqueídos espiralados em que há faixas longitudinais de substância adicional da membrana ligando as sucessivas espirais umas às outras. Entre traqueídos espiralados e escalariformes há falta de distinção bemmarcada que ocorre entre traqueídos anelados e espiralados, mostrando assim, que pode não existir uma nítida linha de demarcação entre as porções do xilema primeiramente diferenciadas (protoxilema) e as formadas mais tarde (metaxilema). 79.O tipo de traqueído mais característico das porções mais velhas do metaxilema é o traqueído pontuado, em que a substância adicional da membrana é depositada em toda a extensão, exceto em áreas limitadas da membrana do traqueído. 80.Se definirmos traquéia como uma série longitudinal de elementos condutores de água, com perfurações abertas nas membranas terminais, pode-se dizer que existem traquéias nos pteridófitos. Diferentemente das angiospermas, as traquéias dos pteridófitos têm quase o mesmo diâmetro dos traqueídos. Há dois tipos de traquéias nos pteridófitos, bem como podem conter parênquima. 81.O floema dos pteridófitos consta de tubos crivosos e de parênquima floêmico. Um tubo crivoso é formado por uma série de células vivas alongadas em que os protoplastos estão ligados entre si, através de perfurações das membranas. Estas perfurações são de maior diâmetro do que as perfurações (plasmodesmos) das células embrionárias. As membranas de cada célula (segmento do tubo crivoso) de um tubo crivoso são relativamente desgadas e com as perfurações restringidas a certas áreas denominadas placas crivosas. 82.Nos pteridófitos são distinguidos, por vezes, o protofloema e o metafloema, mas, ao contrário do xilema, não há diferenças morfológicas pronunciadas entre os primeiros e os últimos elementos floêmicos diferenciados. Um tubo crivoso permanece funcional até que camadas de um calo são depositadas sobre as placas crivosas. Os tubos crivosos velhos de certos fetos apresentam tais calos regularmente, em outros não existem. 83.No referente à evolução do sistema vascular dos pteridófitos, ao antigos especialistas da anatomia vegetal admitiam que o feixe vascular era a unidade do sistema vascular dos pteridófitos e espermatófitos sistema. Após outros autores propuseram uma interpretação inteiramente diferente do corpo das plantas vasculares. Foi considerado que as partes fundamentais de um eixo são o córtex e o cilindro central, denominados estela, e que ambas estão separadas pela endoderme. Foram reconhecidos três tipos de organização estelar, cujos eixos são monostélicos, sendo rara a condição polistélica. 84.Por outro lado, ainda é pouco estudada a geração dos pteridófitos fósseis, daí as inferências relativas à estrutura do gametófito pteridofítico primitivo serem baseadas em dados resultantes da comparação de representantes de gêneros atuais, homospóricos. A maioria apresenta gametófitos verdes, talosos, com dorsiventralidade e gametângios na face ventral. Em alguns casos o gametófito não tem clorofila, é subterrâneo e a sua nutrição é feita mediante a ação de fungo micorrízico. 85.Os gametófitos do Equisetum e dos fetos atuais mais primitivos perecem mostrar que o http://www.procitropicos.org.br 01/10/2016 04:35:11 / Page 8 gametófito pteridofítico primitivo era taloso, ou mais ou menos alongado e com mais de uma célula de espessura, exceto ao longo das margens laterais. 86.Os gametófitos de muitos fetos homospóricos mostram certas diferenças em relação ao tipo primitivo teórico. No que diz respeito à estrutura vegetativa, há marcada tendência para os gametófitos com uma célula de espessura, exceto na parte imediatamente posterior ao vértice vegetativo. 87.Por seu turno, a heterosporia evoluiu independentemente nas séries dos licopódios, cavalinhas e fetos. Por vezes não é pronunciada, como no caso das equisetales gigantes. Geralmente, os macrósporos são muitas vezes maiores do que os micrósporos, como no caso dos fetos e licopódios. Os gametófitos dos gêneros com heterosporia diferem marcadamente daqueles em que ocorre a homosporia. Não existem, infelizmente, gêneros de pteridófitos atuais do tipo intermediário que mostrem as fases dessa modificação do gametófito. 88.O ciclo biológico dos pteridófitos típicos consta da sucessão alternada de gerações esporofítica e gametofítica. Esta sucessão alternada pode ser acompanhada da multiplicação vegetativa de qualquer uma das gerações. Quando alternam as duas gerações, o esporófito resulta geralmente da união de gametas produzidos pelo gametófito, sendo este originado a partir de um esporo formado pelo esporófito. Numa tal alternância, o número de cromossomos é duplicado pela união gamética e reduzido a metade quando se originam os esporos. 89.Há tempos foi descoberto que um gametófito pode gerar um esporófito sem união gamética e que um esporófito pode originar um gametófito sem formação de esporos. O primeiro fenômeno foi denominado apogamia, e o segundo de aposporia. A apogamia e a aposporia estão muito difundidas nos fetos, consoante se sabe agora que uma planta pode ser ao mesmo tempo, apogâmica e apospórica. A apogamia é também conhecida em um representante dos licopódios, na Selaginella. 90.Os gametófitos resultantes da aposporia crescem diretamente a partir de uma folha de um esporófito. Desenvolvem-se em regra, ao longo das margens ou no ápice do limbo, mas também foi verificado que podem derivar de esporângios de um soro. A aposporia pode ser induzida em certas espécies que não são normalmente apospóricas. Isto pode ser obtido pelo corte da folha de um esporófito novo e conservando-a em condições favoráveis à diferenciação de expansões de regeneração. 91.Quando há apogamia, o esporófito pode derivar de uma única célula do gametófito. Esta célula pode ser vegetativa; pode ser adjacente ao arquegônio ou mesmo componente desse gametâgio; ou pode ser a oosfera de um arquegônio. O desenvolvimento apogâmico da oosfera num esporófito geralmente é denominado de partenogênese. 92.A apogamia pode ser induzida em gametófitos provenientes de esporos com n cromossomos em que os esporófitos derivados da união gamética têm 2n cromossomos. A cultura de tais gametófitos, em condições apropriadas, dá lugar à apogamia. Um gametófito haplóide que tenha formado gametângios normais com gametas funcionais pode tornar-se apogâmico quando cultivado durante um a quatro anos. A contagem do número de cromossomos em uma espécie na qual a apogamia foi provocada num gametófito com n cromossomos mostra que tanto o esporófito como o gametófito têm o número haplóide de cromossomos. 93.No tema referente à evolução dos pteridófitos, estes foram reconhecidos, com segurança, até ao Silúrico.Quase todos os antigos pteridófitos conhecidos pertencem à ordem das Psilophytales, uma série bastante difundida durante o Devônico e que se extinguiu no fim desse período, conforme atestado do registro fóssil. As Psilophytales além de serem os mais antigos pteridófitos são também os mais primitivos que se conhece. O seu esporófito constava apenas de ramos sem folhas, ou de ramos com pequenas folhas sem nervuras.Os seus esporângios lembravam aqueles de briófitos e dispunham-se isoladamente nas extremidades dos ramos. 94.Houve cedo o aparecimento de três linhas evolutivas divergentes a partir das Psilophytales e http://www.procitropicos.org.br 01/10/2016 04:35:11 / Page 9 são conhecidos, pelo menos desde o Devônico médio, componentes primitivos de todas as três séries (Licopódios, Cavalinhas e Fetos). A série licopodial é caracterizada pela presença de esporófitos com folhas microfilas em que o sistema vascular não tem lacunas foliares. O progresso filogenético na série lipodial foi feita com rápida intensidade e deu-se cedo a evolução de um esporófito com proporções semelhantes às das árvores, em que havia autêntico engrossamento secundário no sistema vascular. 95.Os licopódios gigantes, que foram um elemento importante na flora do Carbônico, desapareceram no decurso do Pérmico. A extinção dos licopódios gigantes durante esse período, juntamente com a extinção das cavalinhas gigantes e de muitos fetos do Carbono, é contemporânea do aparecimento da extrema glaciação do Pérmico. Supõe-se que muitos dos pteridófitos que evoluíram durante o clima úmido e uniforme do Carbono não tinham suficiente resistência para suportar o clima rigoroso que prevaleceu durante o período glaciário do Pérmico. 96.Na flora atual, há quatro gêneros pertencentes à série licopodial.Três (Lycopodium, Selaginella e Phylloglossium) são nitidamente afins dos licopódios do Carbônico. Pensou-se em certa época que Lycopodium e Selaginella seriam relíquias degeneradas dos licopódios gigantes, mas, presentemente são tidos como os descendentes diretos dos licopódios herbáceos que existiram durante o Carbônico. 97.A evolução das cavalinhas foi feita com a mesma intensidade daquela dos licopódios e, no começo do Carbônico alguns componentes dessa série tinham porte arbóreo e engrossamento secundário do caule e dos ramos. A evolução esporongial não foi tão apreciável como nos licopódios e nenhum representante daquela série progrediu para além de uma heterosporia incipiente. 98.A extinção das cavalinhas gigantes foi contemporânea daquela dos licopódios gigantes. O Equisetum é o único gênero da flora atual e é provavelmente uma relíquia degenerada das cavalinhas gigantes. 99.A série dos fetos, a terceira linha evolutiva a partir das Psilophytales, difere das duas séries anteriores, visto que as folhas apresentam mais de um esporângio e há lacunas foliares no cilindro vascular. Os mais antigos representantes conhecidos desta série remontam ao Devônico médio e são de um tipo intermediário aos fetos e psilófitos, pois as suas partes vegetativas são semelhantes às dos fetos e os esporângios se assemelham aos das Psilophytales. 100.São conhecidos muitos fetos do Carbônico, mas, em virtude das suas dimensões relativamente reduzidas, não se constituem em elemento importante da paisage, como flora atual de certas áreas do globo terrestre. A maioria dos fetos do Carbônico era totalmente diferente dos atuais e, tal como sucedeu aos licopódios e cavalinhas do Carbônico, extinguiram-se durante o clima desfavorável do Pérmico superior. 101.No entanto, no Carbônico também existiam fetos diretamente relacionados com alguns dos atuais. Alguns dos fetos da flora atual originaram-se no Triásico e no Jurássico, logo a seguir ao Pérmico. Algumas dessas famílias, como as Matoniaceae e Dipteridaceae incluem presentemente apenas um pequeno número de espécies relíquias, que ocupam uma área geográfica restrita. Outras famílias da flora atual como Cyatheaceae e Polypodiaceae, conhecidas desde o Jurássico, sobreviveram em grande diversidade. Ainda outras famílias de fetos atuais não têm quaisquer representantes fósseis conhecidos. http://www.procitropicos.org.br 01/10/2016 04:35:11 / Page 10