Plantas_Avasculares

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Plantas_Avasculares
Briófitas (plantas avasculares): características gerais
Briófitas (do grego bryon: 'musgo'; e phyton: 'planta') são plantas pequenas, geralmente
com alguns poucos centímetros de altura, que vivem preferencialmente em locais úmidos e
sombreados. São organismos de transição entre o meio aquático e o meio terrestre, pois sua
fecundação depende muito da água.
O mesmo nome (briófita) pode se referir ao grupo das plantas sem sistema de condução
(avasculares) e a um filo deste grupo (Bryophytas, que reúne os musgos).
Seu pequeno tamanho é estabelecido pela falta de vasos condutores atuais (xilema e floema),
onde, o transporte de água e sais minerais é feito de célula a célula. Algumas briófita possuem
tecidos condutores, mas a parede das células condutoras de água não tem lignina.
São organismos eucariontes, pluricelulares, onde apenas os elementos reprodutivos são
unicelulares, enquadrando-se no Reino Plantae, como todos os demais grupos de plantas terrestres.
Esses organismos possuem duas fases de vida, uma transitória o esporófito ou fase
esporofítica, e uma indepedente o gametófito ou fase gametofítica, onde esporófito (2n) é
totalmente dependente do gametófito (n). Diferente das briófitas, o esporófito das plantas
vasculares é maior do que o gametófito e é de vida livre. O esporófito das briófitas não é ramificado
e apresenta apenas um esporângio, enquanto os esporófitos das plantas vasculares atuais são
ramificados e com muitos esporângios.
Reprodução
As briófitas possuem gametas e existem órgãos especializados na produção desses gametas
chamados gametângios e que ficam localizados no ápice dos gametófitos. O gametângio masculino
é o anterídio, e seus gametas os anterozóides. O gametângio feminino é o arquegônio que produz
um único gameta, a oosfera. Para que haja o encontro dos gametas é preciso que os anterozóides
saiam dos anterídeos, através de gotas de água do ambiente, deslocando-se através da água os
anterozóides encontram o arquegônio onde apenas um fecundará a oosfera, formando o zigoto que
depois de várias divisões origina o embrião, este dentro do arquegônio irá crescer e formar o
esporófito.
Grupo dividido em 3 filos:
1) FILO BRYOPHYTA
Popularmente conhecidos como musgos;
Plantas avasculares e de pequeno porte;
Grupo bastante diverso, constituído por cerca de 9500 espécies;
✔ São plantas sensíveis à poluição, assim como os liquens;
✔ São encontrados desde regiões frias, como a Antártida, até regiões de intenso calor, como
em desertos;
✔ Musgos típicos de deserto podem viver por anos, sem apresentar crescimento, quando secos.
Retomam o crescimento imediatamente, se forem molhados;
✔ Existem musgos aquáticos, que morrem rapidamente, se retirados deste ambiente;
✔ Algumas espécies se desenvolvem no litoral, em rochas perto do mar, tolerando respingos de
água salgada. Entretanto, nenhuma espécie é verdadeiramente marinha;
✔ Os gametófitos são representados por duas fases distintas:
1- o protonema, resultado da germinação do esporo;
2- o gametófito folhoso, originado a partir de um botão do protonema.
✔ Os protonemas são típicos de musgos e algumas hepáticas, mas nunca em antóceros.
✔ Existem três classes:
Bryidae, Sphagnidae, Andreaeidae.
ESPORÓFITO
GAMETÓFITO
Imagem de uma briófita do gênero Bartramia. Atenção para o esporófito (cápsula) crescendo sobre
o gametófito.
2) FILO HEPATOPHYTA
Hepato: fígado; phyton: vegetal
As hepáticas formam um grupo com cerca de 6 mil espécies de plantas pequenas que
conseguem formar agrupamentos relativamente grandes em locais favoráveis, solo, rochas ou
tronco de árvores sombreados e úmidos.
Marchantia sp.
Lunularia cruciata
A maior parte dos gametófitos das hepáticas desenvolve-se diretamente dos esporos, mas
alguns gêneros formam primeiro filamentos de células semelhantes a protonemas, dos quais o
gametófito maduro se desenvolve. Os gametófitos continuam a crescer a partir de um meristema
apical (região com tecido embrionário capaz de desenvolver novas células).
As hepáticas talosas
O gênero mais familiar das hepáticas talosas é Marchantia. Apresentam o corpo achatado
dorsiventralmente. O talo é diferenciado em uma porção dorsal fina (adaxial) rica em clorofila
(fotossintetizante) e uma porção mais ventral (abaxial) espessa, incolor, especializada em
armazenamento. A porção abaxial forma escamas e rizóides.A porção adaxial é dividida em regiões,
que correspondem a câmaras aeríferas, cada uma com um poro para trocas gasosas (diferentes de
estômatos).
Os gametângios (estruturas onde são formadas os gametas) de Marchantia são originados
em estruturas especializadas denominadas gametóforos. Os gametófitos desse gênero são
unisexuados e os gametófitos feminino e masculino são facilmente identificados por seus
gametóforos distintos.
Anteridióforo
Arquegonióforo
Os anterídios originam-se em gametofóros com a parte superior (cabeça) discóide, chamada
de anterídióforo, enquanto os arquegônios originam-se em gametóforos com forma semelhante a
um guarda-chuva, arquegonióforo.
Tradução (de cima para baixo): Marchantia preservada em plástico.
Gemmae=gemas; Male Gametophyte=gametófito masculino; Female
Gametophytes=gametófitos femininos.
Em Marchantia o esporófito consiste em um pé, uma seta curta e uma cápsula.
Podem reproduzir-se sexuadamente por fragmentação ou por meio de gemas. As gemas são
produzidas em estruturas especiais em forma de taça, chamada conceptáculos, localizadas na
superfície dorsal (superior) do gametófito. As gemas são dispersas principalmente pelas gotas de
chuva.
Gemas
Gametófito e esporófito de
Marchantia
Ciclo de vida de Marchantia
Hepáticas Folhosas
Principais caracteristicas:
Plagiochila aspleniodes
Típicas de regiões tropicais (alta umidade);
Plantas bem ramificadas, formando pequenos emaranhados;
Gametófito apresenta geralmente de 1 a 5 cm e cresce prostrado e achatado;
Com freqüência possuem duas fileiras de filídios largos, uma de cada lado do caulídio, e
uma terceira fileira de filídios pequenos (anfigástros), na superfície inferior;
- Filídios uniestratificados;
- Filídios freqüentemente bilobados.
- Rizóides unicelulares espalhados na superfície ventral do caulídio.
✔ Plantas podem ser unissexuais ou bissexuais;
✔ Anterídios originam-se aos lados dos caulídios, circundados por filídios (androécio);
✔ Arquegônios comumente produzidos nos ápices de caulídios ou sobre curtos ramos laterais.
Circundados por uma bainha de filídios (perianto);
✔ Esporófito apresenta longa seta hialina, que eleva a cápsula produtora de esporos acima do
perianto;
✔ Cápsula produz esporos e elatérios;
✔ Cápsula se abre em quatro valvas para a dispersão dos esporos.
✔
✔
✔
✔
3) FILO ANTHOCEROTOPHYTA
✔ Aproximadamente 100 espécies;
✔ Gênero mais comum é Anthoceros;
Anthoceros
✔ Os gametófitos, superficialmente, lembram o das hepáticas talosas, mas apresentam
diferenças como:
1- Antóceros apresentam em suas células um único grande cloroplasto, diferente das outras plantas.
2- Apresentam estômatos.
3- Apresentam cavidade interna com mucilagem (não com ar, como nas hepáticas). Estas cavidades
podem ser habitadas por cianobactérias fixadoras de nitrogênio.
✔ Gametófitos possuem forte achatamento dorsiventral e forma de roseta;
✔ Podem ser monóicos ou dióicos;
✔ Anterídios e arquegônios na superfície dorsal do gametófito. Anterídio incrustado em
câmaras;
✔ Muitos esporófitos podem se desenvolver sobre um mesmo gametófito;
✔ Esporófito é uma estrutura ereta e alongada. Consiste em um pé e uma cápsula cilíndrica
longa.
Imagem de um Antocero mostrando seu esporófito cilíndrico.
✔ A deiscência começa no ápice da cápsula e vai até a base;
✔ Juntamente com os esporos, existem estruturas parecidas com os elatérios das hepáticas
(pseudo-elatérios).
Glossário:
2n (diplóide): Células diplóides são aquelas cujos cromossomos se organizam em pares de
cromossomos homólogos, e assim, para cada característica existem pelo menos dois genes, estando
cada um deles localizado num cromossomo homólogo.
– Cromossomo: material genético.
– Homólogo: igual.
– Gene: menor fragmento de uma molécula de DNA que possui informação completa para
um caráter determinado.
n (haplóide): célula dos organismos eucariotos que têm apenas um conjunto do número de
cromossomos característico da sua espécie, geralmente referido pela letra minúscula n.
Bilobados: com dois lóbulos (ou lobos).
– Lóbulo: partes de uma folha ou flor com recorte pouco acentuado
Caulídio: semelhante ao caule, que se encontra nos vegetais avasculares, de estrutura puramente
celular, com escassa diferenciação.
Deiscência: abertura de qualquer órgão vegetal por um mecanismo natural.
Dorsiventralmente: que se estende do lado dorsal em direção ao lado ventral.
Elatérios: estruturas parecidas com fitas, encontradas no interior dos esporângios, auxiliam na
dispersão dos esporos amadurecidos, arremeçando-os à distancia.
Emaranhados: misturado desordenadamente; embaraçado, enredado.
Esporângio: órgão que forma (e que contém durante certo tempo) esporos.
Esporos: formação geralmente unicelular e uninuclear, capaz de germinar em determinadas
condições, reproduzindo, vegetativa ou assexuadamente, o indivíduo que o formou, como nas
samambaias.
Estômatos: conjunto de células que estabelecer comunicação do meio interno com a atmosfera,
constituindo-se em um canal para a troca de gases e a transpiração do vegetal.
Filídios: semelhantes às folhas em seu formato e possuem uma grande área para a realização da
fotossíntese.
Hialina: clara, transparente.
Lignina: molécula encontrada nas plantas terrestres, associada à celulose na parede celular cuja
função é de conferir rigidez, impermeabilidade e resistência a ataques microbiológicos e mecânicos
aos tecidos vegetais.
Perianto: peças vegetais que envolvem as partes reprodutivas.
Prostrado: caído, que se aproxima do chão.
Protonema: gametófito jovem.
Uniestratificados: com uma camada.
Valvas: cada peça de um conjunto de duas partes.

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