Doutrina do Mistério
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Doutrina do Mistério
Doutrina do Mistério Desenvolvimento da Teologia Litúrgica segundo Dom Odo Casel O Mistério é Deus nele mesmo Is 6,5 Ex 3,7s Revela-se ao pobre, mas continua escondido aos soberbos O Ser de Deus em sua majestade está infinitamente acima do mundo, mas, misericordiosamente, habita sua criatura, a humanidade O Mistério é a revelação de Deus em Cristo Cristo manifesta na carne humana a divindade que não podemos ver A Igreja não conduz a humanidade à salvação somente pela palavra, mas pelas ações sagradas Pelos mistérios, Cristo vive na Igreja O Mistério é a presença de Deus entre nós É em vossos mistérios que eu vos encontro (Santo Ambrósio) As presenças do Senhor e Redentor passaram para os mistérios (São Leão Magno) Mistério e Liturgia O Mistério de Cristo continua plenamente no Mistério do culto. Mistério (parte do Esposo) & Liturgia (parte da Esposa) A Liturgia emprega expressões, formas e gestos que tornam inteligível o que se cumpre espiritualmente no Mistério divino. Participação Na liturgia, a participação interior, sem dúvida, deve ter um papel decisivo – o que não exige absolutamente uma parte exterior. Mas, se queremos tornar intensa e viva a comunhão interior, se queremos dar todo seu significado à expressão simbólica, tudo indica que a participação exterior à ação litúrgica se impõe realmente. Oferecimento “Nós temos de apresentar uma oferenda àquele que sofreu e ressuscitou por nós. Não pensais que eu sonho com o ouro e a prata, ou com algum tecido de valor, ou ainda com pedras preciosas e brilhantes – tudo isso é matéria terrestre e efêmera e, com frequência, nas mãos dos maus e dos escravos do mundo. O que queremos oferecer é nós mesmos, o único dom precioso e agradável a Deus. Ofereçamos ao nosso divino Modelo o que é digno dele, nosso estado de semelhança; reconheçamos nossa própria dignidade e esforcemo-nos para honrar nosso divino Modelo; penetremos no sentido e no poder do Mistério e compreendamos por que Cristo morreu. Sejamos como Cristo, tornemo-nos semelhantes a ele, pois ele se fez semelhante a nós. Elevemo-nos até a sua divindade, por causa dele, pois ele mesmo se fez homem por nós... Que cada um ofereça, portanto, tudo que possui àquele que se ofereceu em troca de nós e como resgate por nós. Não podemos oferecer nada melhor que o dom total de nós mesmos numa inteligência perfeita do Mistério e na vontade de tornar-se por amor a Cristo aquilo que ele mesmo se tornou por nós.” (São Gregório Nazianzeno) Bibliografia CASEL, Odo. O Mistério do Culto no Cristianismo. São Paulo: Edições Loyola, 2009, p. 18-20 e 55-68.