Estágios de formação e auto-formação
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Estágios de formação e auto-formação
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○ ○○ ○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Educação para a paz Estágios de formação e auto-formação Educational and self-development internships Rejane Cavalheiro Pedagoga,Especialista em Educação Pré-escolar, Mestranda em Educação, profa. Substituta no Departamento de Metodologia de Ensino do Curso de Pedagogia Pré-escola e Pedagogia Séries Iniciais /CE/UFSM, Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental do Colégio Centenário, Pesquisadora em Alfabetização pelo CNPQ [email protected] R e s u m o Analisar as expectativas e articulações entre o sabido e o não dito, as limitações e superações sobre o que é permitido e vetado institucionalmente num jogo metodológico que ora ensina e ora leva a aprender é o objeto deste artigo, que enfatizará a experiência com alunas dos 7º e 8º semestres dos cursos de Pedagogia Pré-escola e Pedagogia Séries Iniciais. Trará à tona, também, achados de alguns teóricos e propostas para postular vivências relatadas pelos alunos, com as expectativas e ansiedades que os envolvem. Unitermos: estágio curricular; supervisão; postura reflexiva. S y n o p s i s To analyze the expectations and articulations between the known and the unstated, the limitations and overcomings regarding that which is permitted and vetoed institutionally in a methodological game which on one hand, teaches and on the other hand, leads one to learn is the object of this article, which will emphasize the experience undergone by students in the 7th and 8th semesters of the Preschool Education and Elementary School Education programs. It will also bring to light the findings of some theoreticians and proposals to postulate experiences related by the students, with the expectations and anxieties which surround them. Terms: curricular internship; supervision; reflexive posture. Resumen Analizar las expectativas y articulaciones entre lo sabido y lo no dicho, las limitaciones y superaciones sobre lo que es permitido y vedado institucionalmente en un juego metodológico que por momentos enseña y por otros lleva a aprender, es el objeto de este artículo, que enfatizará la experiencia con alumnas de los 7º y 8º semestres de los cursos de Pedagogía Preescolar y Pedagogía de los Grados Iniciales. Traerá, también, descubrimientos de algunos teóricos y propuestas para postular vivencias relatadas por los alumnos, con las expectativas y ansiedades que los envuelven. Términos: práctica curricular; supervisión; postura reflexiva. Revista de Educação do Cogeime ○ ○ ○ 67 ○ ○ ○ Ano 14 - n . 27 – dezembro / 2005 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Aquilo que a larva chama de fim do mundo o mestre chama de borboleta (A.D.) E ste artigo enfatiza a experiência com alunas dos 7º e 8º semestres dos cursos de Pedagogia Pré-escola e Pedagogia Séries Iniciais, no Centro de Educação da UFSM, onde a autora atua como professora substituta desde novembro de 2003, em situação de estágio no Ensino Fundamental e Médio. Discorre em análises, trazendo à luz achados de alguns teóricos, propostas para postular vivências relatadas pelos alunos, com as expectativas e ansiedades que os envolvem, buscas teóricas e práticas, encontros em descobertas e desencantos, refletindo sobre cada um. As expectativas e articulações entre o sabido e o não dito, apontes em direções assumidas e cumplicizadas, limitações e superações daquilo que para a autora é permitido e vetado institucionalmente num jogo metodológico que ora ensina e ora leva a aprender são os objetos de análise que motivam o presente artigo. No amplo contexto que envolve o tema ESTÁGIOS CURRICULARES SUPERVISIONADOS, a autora atem-se num enfoque que privilegia fundamentalmente a análise de uma postura que exercita o estar docente na prática sem (ainda) têla efetivamente. Revista de Educação do Cogeime Vivências relatadas pelos alunos, com as expectativas e ansiedades que os envolvem, buscas teóricas e práticas, encontros em descobertas e desencantos, refletindo sobre cada um ○ ○ ○ 68 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ As turmas de 7º semestre da Pedagogia Pré-escola que compõem um dos universos de formação com o qual a autora interage, são normalmente formadas por grupos de 25 a 35 alunas, nunca houve alunos do sexo masculino nesta disciplina). O estágio de Prática no 1º Grau para este curso, implica na observação de qualquer uma das séries iniciais do ensino fundamental. A partir destas observações, as alunas, intermediadas por análises de textos em discussões coletivas que buscam contribuir pela fundamentação da construção docente e o desenvolvimento da aprendizagem na faixa etária em questão, organizam um relatório com a identificação das classes observadas, sistematizando as principais ações realizadas, num período que compreende de 12 a 15 visitas na escola, cada uma com duração de quatro horas. A proposta inicial para entrega de relatórios era o de apontar reflexivamente os achados referentes a cada observação, com molduras teóricas que tivessem sido conhecidas ao longo do curso. As leituras realizadas no decorrer do semestre deveriam referendar teoricamente o que foi reconhecido na prática de sala de aula, ao mesmo tempo que cumpririam o papel de margear a direção destas análises para que as mesmas assumissem uma crítica pedagógica e não personalizada à figura da professora regente da turma observada. Ano 14 - n . 27 – dezembro / 2005 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Relatórios com críticas reflexivas têm a forte tendência de desenvolver um perfil que assume características de descrição, seguido de uma citação, que nem sempre fundamenta o então dito mas, principalmente, oculta o pensamento do observador na expressão da idéia do autor trazido, ao que Melucci (2004, p.16) exemplifica ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Uma análise, mesmo que seja descritiva, está carregada de conteúdo crítico daquele que a relata (...) sem a abertura de si mesmo para o outro, sem o envolvimento com os desafios de uma sociedade planetária grávida de potencialidades e de riscos, o percurso interior corre o risco de tornar-se fuga ilusória ou prisão muda. Foi neste aspecto que a autora pôde constatar que o intuito de “encontrar “ a reflexão das observadoras muitas vezes perdeu-se. Ao invés do encontro, deparou-se com a reprodução do discurso de autores diversos, trazidos a partir da postura da professora observada, que ao interagir com os alunos agiu desta ou daquela forma, por meio da lente que o relatava. Certamente não podemos deixar de ressaltar que uma análise, mesmo que seja descritiva, está carregada de conteúdo crítico daquele que a relata. A seleção dos pontos para abordagem já são, em si, um amálgama das concepções que a observadora tem desenvolvido. Nas interações como professora orientadora de estágio, a auRevista de Educação do Cogeime O diário de campo não é mais importante ou menos importante que um relatório de estágio ○ ○ ○ 69 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ tora constatou, num primeiro momento, que a grande maioria das citações trazidas por algumas alunas para fundamentarem seus achados não tinham uma relação direta com o fato observado e, conseqüentemente, tampouco fundamentavam o argumento elencado para análise, o que transformava em objetivo proposto de ser o relatório um instrumento de reflexão sobre os eventos observados em sala de aula, pouco válidos. Tinha em mãos um diário de campo. O diário de campo não é mais importante ou menos importante que um relatório de estágio. É diferente e destina-se a responder questões e papéis igualmente diferentes. Não era o que entendia ser um instrumento razoavelmente satisfatório para integrar uma concepção de final de curso de graduação, que segue a lógica da diplomação que licencia o acadêmico, tornando-o apto a exercer a profissão de professor. Motivada pela constatação daquelas alunas que não conseguiram trabalhar reflexivamente seus achados, foram feitas (re) adeqüações nas orientações. O Departamento de Metodologia de Ensino – MEN, estimulou encontros entre professores envolvidos em estágios para discutirem e responderem a essas e outras questões que, em cada caso específico, percebiam o mesmo processo que dificultava a transposição do subsídio teórico no reconhecimento da prática. Ano 14 - n . 27 – dezembro / 2005 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Combinadas estratégias ou encaminhamentos diferenciados, que de alguma forma estivessem mais próximos do que entendem por formação, estágio e supervisão, é que foi proposta uma nova problematização: não mais deveriam organizar relatórios e sim um artigo que discorresse sobre suas análises especificamente pedagógicas. A composição desta análise deveria contemplar o olhar da professora da classe observada, a dinâmica que estrutura o desenvolvimento da aula, os pressupostos teóricos que fundam cada prática, bem como a escolha de um aluno para centrar novos achados num trabalho que fosse capaz de contribuir para aprofundar o entendimento do nível de contribuição da prática observada para o avanço ou a improdução de seu saber escolar, em quais aspectos estes saberes estão expressos nos documentos da escola e no discurso do corpo docente que atua diretamente com a turma e, como não poderia deixar de ser, também no olhar da família. Na concepção de formação continuada, é pressuposto que dela também faça parte a prática acadêmica utilizada com os alunos em situação de estágios curriculares, no sentido de poder se transformar estas propostas ao se perceber que elas não respondem mais ao que era intento desenvolver como processo e o esperado como resultado, pelo menos em âmbito observável. Revista de Educação do Cogeime ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Num trabalho que fosse capaz de contribuir para aprofundar o entendimento do nível de contribuição da prática observada para o avanço ou a improdução de seu saber escolar Saber de si mesmo para constituir-se pessoa que ora constrói seu saber ser profissional docente, ainda sem o exercício efetivo desta docência ○ ○ ○ 70 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Entendendo que o evento de estágio curricular supervisionado encerra, entre outras , uma condição de espécie de “grande baile” após um longo período de planejamento, preparativos para viabilizar o sonho, conjecturas das possíveis situações inusitadas e que precisarão ser resolvidas ou pelo menos bem encaminhadas. Envolve contatos, experimentos, enfim, interações que supõem todo o tipo de internalização do saber ser do outro, sob vários prismas de olhares teóricos sem saber que já tem elencado as nuances do seu olhar, o querer saber de si mesmo para constituirse pessoa que ora constrói seu saber ser profissional docente, ainda sem o exercício efetivo desta docência. Cada um no seu próprio ritmo, dentro de seus tempos internos, em busca do compasso com os tempos internos dos outros e nesse encontro provocar conhecimento. Ao fazer esta colocação, como que pessoalizando o ato de apropriação e produção do conhecimento, teço uma análise breve sobre a palavra supervisionado, colada ao tempo vivido pelas alunas em situação de prática de estágio e pela autora na condição de orientadora das ações pedagógicas que integram não apenas o domínio do conteúdo a ser desenvolvido mas, fundamentalmente, abarcam as ações que valorizam o saber do outro contextualizando-o. Para Mizukami (2002, p. 12) Ano 14 - n . 27 – dezembro / 2005 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Aprender a ser professor nesse contexto não é portanto, tarefa que se conclua após estudos de um aparato de conteúdo e técnica de transmissão deles. É uma aprendizagem que deve ser dar por meio de situações práticas que sejam efetivamente problemáticas, o que exige o desenvolvimento de uma prática reflexiva competente. Exige ainda que, além de conhecimentos, sejam trabalhadas atitudes, as quais são consideradas tão importantes quanto os conhecimentos. Entende-se que uma super-visão refira-se à visão ultradimensionada do olhar do outro sobre o trabalho executado por alguém, que supostamente pertença a uma condição menos qualificada, ligada diretamente a aprovação deste que o observa. De um modo generalizado, essa é a concepção que permeia a prática de supervisão de estágio curricular, que fica assim evidenciada pela visita do orientador in loco, no momento em que este exercício da prática se efetiva. Mesmo que a relação entre orientador e alunas seja de excelente nível de trocas, o temor de ser avaliado, historicamente tido como um momento de “acerto de contas” (MORETTO, 2002), assume uma lógica que é regida pelo medo do erro, pela incerteza. Em situações normais de do- ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Ser professor nesse contexto não é portanto, tarefa que se conclua após estudos de um aparato de conteúdo e técnica de transmissão deles O temor de ser avaliado, historicamente tido como um momento de “acerto de contas” Revista de Educação do Cogeime ○ ○ ○ 71 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ cência, o(a) professor(a) opta por expor-se ou não ao olhar crítico de outro, que deseje compartilhar pela observação a sua prática docente. Considerando-se que a trajetória de formação deste professor instituído dá-se já há algum tempo e que, ainda assim, a presença de um outro sujeito no ambiente desconcerta-lhe a autonomia, imaginemos então a situação que o estagiário assume ao receber a visita do orientador. Ao que Mizukami (2002, p. 13) segue quando diz que “essa concepção é compatível com a visão do saber escolar como um conhecimento que os professores possuem e que deve ser transmitido aos alunos“. Na ocasião de estágio essa premissa congratula-se no momento em que o orientador(a) adentra a sala de aula do(a) estagiário(a). Considerando-se que são diferentes as linhas teóricas que dão embasamento ao fazer pedagógico dos professores que, assim como a autora, atuam com alunos e alunas em situação de estágio curricular supervisionado, mesmo apoiados em concepções das mais variadas, há institucionalmente aquilo que pode ser chamado de prática instituída. Faz-se há muito tempo e dentro desta ação a busca é pela qualificação do feito e não a sua problematização reflexiva para responder o porquê é feito. Assim como cada um dos lastros teóricos que dão suporte Ano 14 - n . 27 – dezembro / 2005 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ às práticas postulam entendimentos e ações que lhes são característicos, também diferentes e variadas são certamente as concepções que cada um tem a cerca do que seja contextualmente o termo supervisionado. Sobretudo, levando em consideração todos os pressupostos que gravitam em torno deste tema, entende-se que a orientação de estágio, que conjuga prática e teoria, num processo de reflexão dialógica que invoca o pensar consigo mesmo sobre o saber ser é o que resume a mais apropriada super-visão, necessária no contexto em que se insere. Esta mesma visão, sob o ponto de vista prático, percorre análises de situações do cotidiano, inusitadas e normalmente ausentes dos experimentos teóricos e práticos dos professores com interações que antecederam este período de formação que é o estágio. São momentos geralmente acéfalos de exemplos vivenciados ou, talvez, de lembrança longínqua nas vivências destes professores-pesquisadores, também atores, nos cursos de formação, especificamente aqui, referindo-nos aos professores formadores que cumprem a função acadêmica de formar licenciados. Shulman (in MIZUKAMI, 2002, p. 58) ilustra este entendimento quando diz que: ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Conjuga prática e teoria, num processo de reflexão dialógica que invoca o pensar consigo mesmo sobre o saber ser é o que resume a mais apropriada super-visão Nós necessitamos de um contínuo jogo entre dois princípios, o da racionalidade técnica e o da reflexão-na-ação (...) a maioria dos professores é capaz de ensinar de uma maneira que combina o técnico e o reflexivo, o teórico com o práRevista de Educação do Cogeime ○ ○ ○ 72 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ tico, o universal com o concreto (...) e, segundo ele,(...) nós necessitamos de um contínuo jogo entre dois princípios, o da racionalidade técnica e o da reflexãona-ação (1988, p. 33). Contribuir com sugestões didáticas e metodológicas de abordagem a conteúdos que compõem os planos de estudos das escolas é o que temos em mãos por ocasião do período de estágios, como exercício de transposição do conhecimento, a partir de toda essa gama de combinações. A sujeição dos envolvidos é saber equilibrar o que pode ser adaptado e o que não configura-se tão facultativo à mudança. Ao contribuir-se para a qualificação do outro que é o aluno em situação de estágio, qualificase também o cidadão que aprende a ensinar e entende que, ao ensinar, também modifica-se como universo social em interação consigo mesmo. Se este processo de reflexão dá-se a partir da relação com o outro-orientador, e o outro-estagiário que complementam um a ação intrínseca do outro e exercitam suas docências em formação contínua, valeria questionarmos qual seria a função formativa das visitas às salas de aula com classes em estágio no momento da regência dos estagiários? A visão, mesmo que às vezes possa parecer um pouco turva, não pode deixar de ter presente análises que fundamentam a Ano 14 - n . 27 – dezembro / 2005 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ margens de atuação para orientar e também questionar, aos poucos desopacizando entendimentos, clareando entornos e descobrindo outros processos que igualmente precisarão ser percorridos, qualificando teórica e praticamente onde fundam-se os posicionamentos assumidos. Que consciência prática atenua ou agrava concepções para tomada de decisões, resgate às práticas vivenciadas e repúdio a outras? A concepção do orientador sobre o que representam os Estágios Curriculares, sejam eles supervisionados in loco ou não, deve ser aquela que, paralelamente à construção do campo teórico, de diversas formas alimenta também a construção do saber prático considerando que seu saber teórico dá-se a partir da interação com tantos outros atores que cumprem o papel de reforçar, informar, rejeitar e transformar positiva ou negativamente os entendimentos sobre si mesmos como sujeitos que fazem parte dessa estrutura de autoconstrução. tomada de decisões para assumir qualquer que seja a postura de entendimento que apura e qualifica novas concepções a respeito de como tratamos as práticas de estágios curriculares supervisionados. Posturas reflexivas que estejam satisfazendo nossas concepções expressas pela metodologia que empregamos devem responder, pela prática, as seguintes questões: a) Temos claro, um perfil que defina o tipo de profissional que desejamos contribuir para formar? b) Quais as políticas públicas de ensino e formação de formadores que estamos querendo atender? c) Como exercitamos na prática, o discurso que professamos? Crer que este tipo de empenho reflexivo pode contribuir para a construção de um fazer profissional é desenvolver uma espécie de consciência do fazer pedagógico que se deseja estar construindo. A partir das reflexões para responder as questões básicas descritas acima, um pouco mais definidas poderão parecer as Revista de Educação do Cogeime ○ ○ ○ ○ 73 ○ ○ ○ Ano 14 - n . 27 – dezembro / 2005 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Referências bibliográficas MELUCCI, Alberto. O Jogo do eu. A mudança de si em uma sociedade global. São Leopoldo: Unisinos, 2004. MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti; et al. Escola e aprendizagem da docência: processos de investigação e formação. São Carlos: EdUFSCar, 2002. MORETTO, Pedro Vasco. Prova: um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas.3. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. Revista de Educação do Cogeime ○ ○ ○ 74 ○ ○ ○ Ano 14 - n . 27 – dezembro / 2005