Secretaria de Planejamento e Gestão
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________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 1 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 2 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Governador Geraldo Alckmin Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional Secretário Julio Semeghini Secretária-Adjunta Cibele Franzese Chefe de Gabinete Joaldir Reynaldo Machado CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DAS REGIÕES DO ESTADO DE SÃO PAULO − REGIÃO ADMINISTRATIVA DE SOROCABA − Maio, 2012 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 3 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 4 O trabalho Caracterização Socioeconômica das Regiões do Estado de São Paulo apresenta um estudo detalhado das Regiões Administrativas-RAs e Metropolitanas-RMs paulistas no campo econômico, demográfico, social e de rede urbana. Permite conhecer cada uma dessas regiões, auxiliando o Governo estadual a adequar suas politicas às principais características regionais. Na Caracterização, são apresentadas, inicialmente, as caracterizações político-administrativa, histórica e de infraestrutura viária da região e, a seguir, uma síntese analítica do conteúdo do conjunto do trabalho. No que diz respeito aos Aspectos Econômicos, foram identificados os principais produtos agropecuários e industriais e os principais serviços da região, abordando o encadeamento existente entre os setores e seu papel no desempenho econômico regional no período 1996 a 2008. Foram apresentados, ainda, dados de infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica, emprego, valor adicionado e valor adicionado fiscal, exportação e importação de produtos industriais, arranjos e aglomerados produtivos, entre outros dados e informações considerados relevantes na caracterização da região. As características sociais das Regiões Administrativas e Metropolitanas são avaliadas a partir do Índice Paulista de Responsabilidade Social-IPRS, desenvolvido pela Fundação Seade, com o objetivo de caracterizar os municípios paulistas no que se refere às dimensões de renda, longevidade e escolaridade. Quanto ao tema da rede urbana, é possível verificar como se organiza a ocupação do território regional em metrópoles, aglomerações urbanas e centros urbanos. Em demografia, encontram-se informações como porte populacional dos municípios, taxa de crescimento da população, índice de envelhecimento e razão de dependência da população potencialmente inativa, além de projeções, até 2020. Este trabalho auxilia, portanto, os setores público e privado e a população em geral, em seus interesses e campos de atuação distintos, no conhecimento das regiões do Estado de São Paulo. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 5 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 6 Apresentação .......................................................................................................................................05 Caracterização .....................................................................................................................................09 Aspectos Econômicos ..........................................................................................................................19 Agropecuária ..............................................................................................................................19 Indústria e Serviços ....................................................................................................................29 Desempenho Econômico, 1996 a 2008 .....................................................................................51 Aspectos Demográficos .......................................................................................................................57 Aspectos Sociais e IPRS.........................................................................................................................63 Rede Urbana .......................................................................................................................................65 Aglomeração Urbana-AU de Sorocaba......................................................................................65 Centro Urbano de Botucatu......................................................................................................70 Centro Urbano de Itapetininga .................................................................................................71 Destaques da Região ...........................................................................................................................73 Números da Região ............................................................................................................................75 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 7 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 8 A Região Administrativa-RA de Sorocaba é formada por 79 municípios, distribuídos em cinco Regiões de Governo-RGs (Avaré, Botucatu, Itapetininga, Itapeva e Sorocaba), que ocupam a maior área territorial entre as regiões paulistas: 41.077 km2 ou 16,5% do território estadual. RA de Sorocaba ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 9 As principais bacias hidrográficas da região têm como Unidades de Gerenciamento de Recursos HídricosUGRHIs: a do Alto Paranapanema (33 municípios do sudoeste e centro da RA), envolvendo áreas de conservação e economia assentada em agropecuária, silvicultura, indústria extrativa, turismo e agroindústria; a do Sorocaba e Médio Tietê (31 municípios do nordeste da região), abrangendo a área mais populosa, urbanizada e industrial e, portanto, com a menor cobertura vegetal da RA de Sorocaba; a do Médio Paranapanema (oito municípios do noroeste da RA), cuja economia tem como base a agropecuária, a silvicultura, o turismo e a agroindústria; e a UGRHI do Ribeira do Iguape e Litoral Sul (sete municípios do sul da região), envolvendo área prioritária de conservação, com um dos maiores índices de vegetação natural do Estado e economia com pouco impacto ambiental, baseada em serviços, agropecuária, mineração e turismo. Essas UGRHIs possuem como principal flora representativa a Mata Atlântica e abrangem várias unidades de conservação de proteção integral, de uso sustentável e outras áreas especialmente protegidas, sobretudo na parte sul, sudeste e sudoeste da RA, onde se localiza grande parte das florestas do Estado. Na bacia do Rio Ribeira de Iguape/Litoral Sul, destaca-se o Parque Estadual Turístico do Alto TietêPETAR, localizado entre os municípios de Apiaí e Iporanga e reconhecido, pela UNESCO, como patrimônio da humanidade. Nesta bacia e na do Alto Paranapanema, encontra-se o Parque Estadual-PE Intervales, localizado entre os municípios de Ribeirão Grande, Guapiara, Sete Barras, Eldorado e Iporanga. O PE Intervales, o PE Carlos Botelho, a Estação Ecológica do Xitué e o PETAR constituem a maior área contínua de Mata Atlântica do Brasil. É grande o número de represamentos de rios, que deram origem a usinas hidrelétricas-UHE ou centrais geradoras hidrelétricas-CGH, na região, sendo as principais: − no rio Tietê: em Salto, a UHE Porto Góes; − no rio Sorocaba: em Boituva/Tatuí, a CGH Santa Adélia; e em Votorantim, a UHE Itupararanga; − no rio Juquiá-Guaçu: em Ibiúna, as UHEs Fumaça e a França; e em Tapiraí, as UHEs Barra e a Porto Raso; − no rio Paranapanema: em Cerqueira César/Piraju, as UHEs Jurumirim ou Armando A. Laydner; e em Piraju, a UHEs Piraju e a Paranapanema; e − no rio Ribeira do Iguape: em Tapiraí, a UHE Salto do Iporanga. Contando com paisagens naturais, parques, represas, matas, serras, rios e grutas, a região possui várias estâncias turísticas (Águas de Santa Bárbara, Avaré, Ibiúna, Itu, Paranapanema, Piraju, Salto e São Roque), além de inúmeros atrativos turísticos em outras cidades, como, por exemplo, as cachoeiras, canyons, grutas e a caverna do Pinhalzinho, em Itararé. A RA possui posição privilegiada quanto à logística, sendo servida por importantes rodovias. No sentido leste-oeste, a principal é a Rodovia Presidente Castello Branco (SP-280), que liga Sorocaba a São Paulo, a leste, e a Ourinhos e norte do Paraná, a oeste. Ainda no mesmo sentido, outras grandes rodovias são: a Raposo Tavares (SP-270), que faz a ligação de Sorocaba com São Paulo, a leste, e a Presidente Epitácio e divisa com Mato Grosso do Sul (MS), a oeste; e a Marechal Rondon (SP-300), que liga Itu a Conchas, Bauru, Araçatuba, Andradina e MS. Menores do que estas são as rodovias SP-250, que une Vargem Grande Paulista, Piedade, Pilar do Sul, São Miguel Arcanjo, Capão Bonito, Apiaí e norte do Paraná, e a SP-258, que liga Capão Bonito. Itapeva, Itararé e norte do Paraná. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 10 Infraestrutura Viária Estado de São Paulo e RA de Sorocaba – 2011 Fonte: Secretaria de Logística e Transportes. Elaboração: SPDR/UAM. No sentido norte-sul, as principais rodovias são: a Santos Dumont (SP-075), que une Sorocaba a Campinas; a SP-127, que faz a ligação Capão Bonito, Itapetininga, Tatuí e Rodovia Castello Branco; a SP-79, que liga Itu, Sorocaba, Piedade e BR-116; a SP-264, que une Sorocaba, Salto de Pirapora e Pilar do Sul; a SP-249, que une Apiaí, Ribeirão Branco, Itapeva, Coronel Macedo, Taquarituba e divisa com Paraná; e a SP-209, que liga Botucatu às SPs 280 e 300. A maioria das principais rodovias da região – praticamente quase todas com pista dupla – encontra-se em sua parte norte, nordeste ou noroeste. Dos municípios localizados mais a sul, sudeste e sudoeste, somente Capão Bonito é servido por uma rodovia de pista dupla, a SP-127. Algumas das estradas que servem estes últimos municípios passam dentro de parques estaduais, cuja preservação impede sua pavimentação. Na parte sul, a Serra do Mar, com um relevo movimentado, que alcança altitudes superiores a 1.000 metros e que possui áreas de alta declividade, também limita a construção de rodovias. A rede ferroviária, operada pela Ferroban, possibilita a conexão com a Capital e o Porto de Santos. O Aeroporto Bertram Luiz Leupolz ou Aeroporto Estadual de Sorocaba é importante polo de manutenção de aviões e registra uma das maiores movimentações em pousos e decolagens. No entanto, não opera voos comerciais e é usado apenas por aviões executivos de pequeno porte ou para o transporte de cargas. Além desse aeroporto, o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo-DAESP administra mais três aeroportos, na região, o Aeroporto Regional Avaré/Arandu Comandante Luis Gonzaga Luth, em Avaré, o Aeroporto Estadual Tancredo de Almeida Neves, em Botucatu, e o Aeroporto Estadual Nelson Garófalo, em São Manuel. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 11 Conchas possui um porto fluvial, na Hidrovia Tietê-Paraná, que possibilita a saída de mercadorias para o Centro-Oeste e o Sul do Brasil, constituindo alternativa de integração com o MERCOSUL, e Sorocaba conta com uma Estação Aduaneira do Interior-Eadi, para agilizar a importação e exportação de produtos da região, e com ampla rede de fibra óptica. A urbanização da RA data do início da colonização portuguesa, com a exploração de magnetita no local onde hoje se encontram Araçoiaba da Serra e Iperó e com atividades de comércio da mão de obra escrava indígena, utilizada na cultura canavieira predominante na época, sobretudo do nordeste brasileiro. Com o declínio desse comércio e a ascensão do ciclo da mineração, a expansão da ocupação regional passou a ser determinada pelo crescimento da comercialização de produtos direcionados aos tropeiros que se dirigiam para Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso1. No século XVII, a região tornou-se local de ligação do sul com o povoamento do planalto e de passagem de tropeiros e, no século XVIII, Sorocaba tornava-se importante entreposto do comércio de muares, interligando as regiões criadoras do sul do país às regiões consumidoras de São Paulo e dos Estados do norte2. Em Sorocaba, a feira de muares ou Feira de Sorocaba – evento periódico de comércio de animais – desenvolveu a economia local, com a abertura de oficinas de arreios, lojas de ferragens, serviços especializados etc., devido à grande afluência de compradores e vendedores de tropas. Ao longo de todo o século, desenvolveram-se atividades agropecuárias – especialmente a cultura do algodão, a única lavoura que encontrava condições naturais propícias, já que as produções de cana-de-açúcar3 e café4 não eram favorecidas pela topografia ou pela composição do solo regional5. Na década de 1860, ocorre a expansão da cultura do algodão, com exportações incentivadas pela paralisação do mercado norte-americano, devido à Guerra da Secessão. Visando estimular a produção e exportação do algodão e integrar a economia regional à da Capital, em 1875, foi inaugurada a Estrada de Ferro Sorocabana, que iria contribuir para o declínio dos tropeiros no transporte de longa distância, afetando o comércio de muares. Entretanto, já em meados da década, os Estados Unidos retomaram sua produção e o cultivo algodoeiro regional entrou em crise. A saída encontrada pelos produtores de algodão foi o desenvolvimento da indústria têxtil 6. Somente em 1882 a industrialização do algodão e a exportação de produtos têxteis tiveram sucesso, incentivando novos investimentos no setor e contribuindo para a modernização dos serviços e a diversificação do setor comercial. Ao mesmo tempo, foram sendo abertas fábricas de pequeno ou médio porte, destinadas à produção de bens de consumo, como calçados, chapéus, louças, colchões, alimentos, bebidas etc7. Nas duas primeiras décadas do século XX, Sorocaba e algumas cidades da região, como Itu, Salto, Tatuí e Porto Feliz, sob a influência do setor têxtil, se tornavam importantes centros industriais. No final da década de 1920, a indústria sorocabana abrigava a segunda maior concentração operária paulista e seu 1 SONODA, Érica Cátie. Evolução Econômica e Mudanças na Estrutura Produtiva da Região Administrativa de Sorocaba (1980-2005). Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, Instituto de Economia. Campinas, 2006. 2 ZIMMERMANN, Gustavo. A Região Administrativa de Sorocaba, São Paulo no Limiar do Século XXI, Cenários da Urbanização Paulista, 1992. 3 Somente alguns municípios da região, como Tatuí e Sorocaba, se inseriram mais ativamente no ciclo da cana-de-açúcar. 4 Botucatu, Avaré e Itapetininga são exemplos de municípios da região que, na década de 1870, participaram da atividade cafeeira. 5 BADDINI, Cássia Maria. Sorocaba no Império: Comércio de Animais e Desenvolvimento Urbano. FAPESP. São Paulo, 2002. 6 CARVALHO, Rogério Lopes Pinheiro de. Aspectos da modernidade em Sorocaba: experiências urbanas e representações 1890-1914. Revista de História n.151. São Paulo, dezembro 2004. 7 BADDINI, Cássia Maria. op. cit. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 12 setor têxtil, com 19 grandes fábricas, empregava 82% da mão de obra operária regional, mostrando-se dinâmicos o beneficiamento do algodão, os laticínios e os frigoríficos8. Após a crise cafeeira, as plantações de café das sub-regiões de Sorocaba, Tatuí e Itapetininga cederam lugar à cana-de-açúcar e ao algodão. Nas sub-regiões de Botucatu e Avaré, um pouco mais tarde, ocorreu a substituição do café pela pecuária, expulsando a população rural. Esta foi absorvida, em grande parte, pela indústria da sub-região de Sorocaba, que se diversificava com a extração e fabricação de produtos de minerais e a produção de outros bens de consumo não-duráveis, especialmente do ramo de alimentos e bebidas, favorecidos pelo adensamento populacional. Com a inauguração da Rodovia Raposo Tavares, em 1954, e a implantação do Plano de Metas, a partir de 1956, a indústria regional se diversifica, passando a produzir bens intermediários, de capital e de consumo duráveis. A produção de bens intermediários passa a ter forte peso no agregado regional, devido ao aumento da extração mineral e da fabricação de produtos químicos, metalúrgicos e de minerais não-metálicos9. O setor químico teve a sua participação regional quadruplicada, o setor metalúrgico dobrada e a mineração de não-metálicos teve forte expansão, elevando o peso do valor da produção de bens intermediários no agregado regional, de 29%, em 1956, para 45%, em 1970.10 No entanto, a região ainda não havia adquirido destaque no contexto das demais Regiões Administrativas paulistas. Somente na década de 1970, com as políticas governamentais de descentralização do desenvolvimento – que privilegiaram regiões e cidades médias já consolidadas e com boa oferta de infraestrutura para as atividades econômicas –, Sorocaba e região passam a ser uma alternativa para a localização de empresas, a indústria regional recupera sua importância e integração com a economia paulista e a RA torna-se o maior parque da indústria madeireira do Estado, graças aos estímulos ao reflorestamento11. A partir daí, a agricultura da RA se dinamizou e se encadeou com a produção agroindustrial, ganhando importância no abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo-RMSP e expandindo a produção dos bens exportáveis, como soja, cana-de-açúcar e cítricos. Nesse período, aumentaram o cultivo do feijão, sobretudo na região de Itararé, a especialização hortifrutigranjeira das zonas próximas à RMSP e a proporção de pastagens cultivadas sobre as naturais, que contribuíram, juntamente com o reflorestamento, para incrementar o processo regional de urbanização. Daí, a população urbana regional – bastante concentrada ao redor de Sorocaba – ter crescido acima da média estadual. A melhoria da infraestrutura de transportes – ocorrida no período com a construção da Rodovia Castello Branco, a repavimentação das Rodovias Raposo Tavares e Marechal Rondon e a intensificação do transporte de cargas sobre trilhos da FEPASA – contribuiu para atrair investimentos industriais à região, expandindo, sobretudo, o setor produtor de bens intermediários, em particular os segmentos de minerais não-metálicos e químico. Já na década de 1980, a indústria sorocabana teria expansão superior à média estadual, tanto no setor de bens intermediários como de capital (liderado pelo setor mecânico) e de consumo durável e não-durável, com forte expansão da indústria de vestuário. A agricultura regional, por sua vez, passou a utilizar tecnologias mais modernas, aumentando a produtividade, e a pecuária regional continuou substituindo 8 ZIMMERMANN, Gustavo. op. cit. IDEM. 10 SEBRAE. Diagnóstico Municipal - Plano de Ação - Programa SEBRAE de Desenvolvimento Local, Novembro de 1999. 11 ZIMMERMANN, Gustavo. op. cit. 9 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 13 pastagens naturais por cultivadas. A própria população rural, embora tenha decrescido em termos absolutos, o fez a taxas inferiores às da média estadual12. A partir dos anos de 1990, o processo de desconcentração industrial teve novo impulso, com as empresas se instalando no interior do Estado em áreas próximas à Capital, na tentativa de diminuir custos13. Esse movimento levou a região a recuperar sua importância no contexto estadual, usufruindo da privilegiada localização de alguns municípios – próximos e interligados a importantes eixos viários, às Regiões Metropolitanas e aos principais portos e aeroportos –, que passaram a abastecer os grandes centros com seus produtos hortifrutigranjeiros e que se constituíram uma alternativa locacional de indústrias, acarretando o desenvolvimento agropecuário, agroindustrial e da mineração, em municípios mais distantes. Conforme a seção AGROPECUÁRIA, a agropecuária regional tornou-se bastante diversificada, incluindo o cultivo de produtos com importante participação na produção paulista, como frutas, olerícolas, grãos e produtos animais. A carne bovina é o produto com maior participação no Valor da Produção Agropecuária-VPA regional, mas destacam-se, também, os cultivos de laranja, café, uva, soja, trigo, eucalipto, bovinocultura mista e avicultura de corte, muitos dos quais vêm investindo em produtos de maior valor agregado, como o plantio de uvas finas, e aumentando a produtividade, como ocorreu com o eucalipto, a laranja e a avicultura de corte. Em 2008, a RA participou com 15,2% dos empregos e 13,9% dos estabelecimentos formais do setor primário do Estado, mostrando a importância de sua agropecuária no contexto estadual. As condições naturais e históricas da RA fizeram surgir atividades industriais que se tornariam características regionais, entre elas: − as atividades de extração mineral, presentes desde o início da colonização portuguesa, dariam ensejo à metalurgia básica – com destaque para a fabricação de alumínio –, e à fabricação de produtos de minerais metálicos e não-metálicos; − as atividades urbanas, surgidas a partir do ciclo dos tropeiros, no século XVIII, gerariam várias indústrias para o consumo da população dos centros urbanos, com destaque para os ramos de alimentos e bebidas e de produtos diversos; − o plantel de asininos e muares do século XVIII cedeu lugar à pecuária, da qual derivaram as indústria de alimentos de laticínios e produtos da carne bovina; − a cultura do algodão, no século XIX, faria surgir as indústrias têxtil e, mais tarde, a de confecções de vestuário; − as florestas naturais e, posteriormente, o reflorestamento seriam a base das indústrias de celulose e papel, resinas, móveis e produtos de madeira, estes com grande projeção na produção estadual; − os recursos hídricos permitiriam a construção de represas e usinas hidrelétricas, disponibilizando serviços de energia e água. A seção INDÚSTRIA E SERVIÇOS mostra que a indústria da RA evoluiu da fabricação tradicional de bens metalúrgicos, alimentos e bebidas, produtos têxteis, minerais, madeira e outros segmentos voltados ao consumo urbano para o aprofundamento das cadeias produtivas desses produtos e a produção de bens de maior valor agregado, tanto intermediários como duráveis e de capital. 12 IDEM. ARAÚJO JUNIOR, Aloysio Marthins de. A Reorganização Espaço Industrial no Estado de São Paulo: Análise a Partir da Indústria de Bens de Capital. Estudos Geográficos, Rio Claro, 1(1): 1-17, Junho – 2003. 13 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 14 Com a abertura de rodovias, a política de descentralização industrial e as políticas locais de incentivos à implantação de indústrias, o parque industrial regional foi ampliado, modernizado e diversificado com indústrias dos ramos da metalurgia, da mecânica, de material elétrico e da química, atraindo novos investimentos industriais da RMSP e do exterior, muitos voltados a segmentos tecnologicamente mais complexos. Assim, sem perder algumas de suas principais características, como as indústrias desenvolvidas a partir da produção florestal e da indústria extrativa, a região passou a produzir componentes aeronáuticos, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e bens de capital ou de consumo durável, que atraíram diversas cadeias de fornecedores, tornando a RA um dos polos mais importantes de desenvolvimento industrial do Estado de São Paulo14. Desse modo, nos últimos anos, a RA teve alteração de sua estrutura econômica, com o aumento da participação da agropecuária e da indústria e a diminuição dos serviços no total do Produto Interno Bruto-PIB. Composição Setorial do PIB – RA de Sorocaba – 1999-2008 100,0% 80,0% 62,9% 58,7% 60,0% 32,9% 40,0% 20,0% 4,3% 36,1% 5,3% 0,0% AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA 1999 SERVIÇOS 2008 Fonte: Fundação Seade; IBGE. Elaboração: SPDR/UAM. A intensificação industrial atraiu, também, algumas empresas prestadoras de serviços complementares ao processo produtivo ou de apoio à população, que contribuíram para a dinamização da economia regional, tendo destaque os de: utilidade pública de eletricidade e gás e captação, tratamento e distribuição de água; alojamento, em Sorocaba e nas oito estâncias da região; e pesquisa e desenvolvimento científico, em Botucatu, pela presença de campus da UNESP voltado ao desenvolvimento de pesquisas na área biomédica e de unidade da Embraer, e em Iperó, por abrigar o Centro Experimental Aramar, que desenvolve pesquisas em sistemas nucleares e energéticos para propulsão naval. Conforme pode ser visto na seção DESEMPENHO ECONÔMICO, 1996 A 2008, neste período, a RA apresentou a maior taxa média geométrica de crescimento do PIB (5,0% a.a.) entre todas as regiões paulistas e mais de 73% de seus municípios tiveram taxas médias anuais superiores à da média estadual. Nesses anos, 44% dos municípios da região tiveram dinamismo, particularmente Araçariguama, Pereiras, Cerquilho, Alumínio, Iperó, Areiópolis, Paranapanema, Itaí, Itapirapuã Paulista, Iaras e Capela do Alto, que apresentaram taxas de crescimento anual do PIB superiores a 9,0% a.a. Com exceção de Itirapuã Paulista, que fica no sul da RA, grande parte desses municípios está localizada ao longo da Rodovia Castello Branco ou tem fácil acesso a esta. Os investimentos industriais têm sido o principal fator de desenvolvimento da maioria deles, embora o setor primário tenha também dinamizado os municípios de Pereiras, Capela do Alto, Iaras e Itapirapuã Paulista. 14 SEBRAE/SP - DIAGNÓSTICO MUNICIPAL - Plano de Ação - Programa SEBRAE de Desenvolvimento Local - Novembro de 1999. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 15 Apontando para um movimento de desconcentração/extensão das atividades industriais da metrópole paulistana, as atividades econômicas de maior valor agregado e de serviços mais complexos concentraram-se na parte leste próxima à RMSP e no eixo da Rodovia Castello Branco, atraindo população em busca de emprego e renda. Por isso, a RG de Sorocaba apresentou, nas últimas décadas, taxas de crescimento populacional superiores às verificadas para o conjunto da RA, levando-a a concentrar, em 2007, 51,8% da população regional15. A seção ASPECTOS DEMOGRÁFICOS mostra que, no período 2000-2010, as taxas geométricas de crescimento anual da população regional (1,3%) e do município de Sorocaba (1,7%) foram superiores à da média estadual (1,1%), numa indicação de que a região oferece fortes atrativos demográficos. 35 municípios cresceram a taxas superiores às da região, especialmente Iaras (7,6%), Iperó (4,4%), Araçariguama (4,4%), Taguaí (3,8%), Guareí (3,6%), Boituva (3,5%), Araçoiaba da Serra (3,1%), Cerquilho (3,0%) e Alambari (3,0%), quase todos localizados na metade superior da RA e muitos na parte leste mais próxima da RMSP. Por outro lado, os 12 municípios que tiveram taxas negativas, nesse período, estão localizados na parte sul e a oeste da região, afastados dos polos de desenvolvimento, como Riversul (-1,5%), Ribeirão Branco (-1,5%), Coronel Macedo (-1,1%) e Tejupá (-1,0%). Nesse período, Sorocaba passou por uma expansão imobiliária que extrapolou seus limites territoriais, chegando a municípios do seu entorno, como Araçoiaba da Serra, que, em decorrência, tiveram aumento populacional acima da média regional. A dinâmica populacional do município-sede continua acentuada, sendo aquele que mais recebe migrantes, na região, pois desempenha importante papel na articulação da aglomeração urbana do seu entorno, pela dinâmica econômica, oferecendo oportunidades de emprego e renda para a população, e pela centralidade que exerce no tocante às funções urbanas, com oferta de equipamentos públicos, serviços e rede de consumo16. Em 2010, o grau de urbanização regional (86,5%) ainda encontrava-se bem abaixo da média estadual (95,9%), devido à grande presença de represas, florestas e atividades pecuárias e agrícolas. As taxas de urbanização variam de 25,6%, em Quadra, a 100,0%, em Araçariguama, havendo maior concentração das mais baixas na RG de Itapeva e das mais altas na RG de Sorocaba. O tamanho e a heterogeneidade da região não permitiram que o crescimento agropecuário e industrial – que fez do PIB regional o quinto maior do Estado, atrás apenas da RMSP, da Região metropolitana de Campinas-RMC, da RA de Campinas exceto RMC e da RA de São José dos Campos, – repercutisse de modo mais positivo sobre seus indicadores sociais. Conforme demonstra a seção ASPECTOS SOCIAIS, elaborada com base no Índice Paulista de Responsabilidade Social-IPRS, da Fundação Seade/Alesp, a RA vem apresentando, sistematicamente, baixos patamares nas três dimensões sociais, tendo, em 2008, ocupado a oitava posição em riqueza, a 13ª em longevidade e a 12ª em escolaridade, em comparação com as demais Regiões Administrativas do Estado. Se a maioria dos municípios mais industrializados e próximos aos eixos viários consegue ter bons indicadores sociais, muitos dos que têm como base econômica o setor primário e encontram-se longe destes, ainda apresentam situações sociais críticas: Sorocaba, Alumínio, Boituva, Botucatu, Itu, Porto Feliz e Salto, localizados no nordeste da região, encontram-se no Grupo 1 do IPRS, que reúne localidades com bons indicadores nas três dimensões; Itaí e Paranapanema, da RG de Avaré, e Votorantim, 15 DEDECCA, Claudio. MONTALI, Lilia. BAENINGER, Rosana (org.). Regiões Metropolitanas e Pólos Econômicos do Estado de São Paulo: desigualdades e indicadores para as Políticas Sociais- Pólo Econômico de Sorocaba. FINEP/NEPP/NEPO/IE-UNICAMP, Março/2009. 16 FREY, Henrique. CAIADO, Aurílio Sérgio Costa. Notas sobre as Modalidades de Deslocamento Espacial da População na Aglomeração Urbana de Sorocaba-SP. XIV Encontro Nacional da Anpur. Rio de Janeiro, Maio de 2011. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 16 Mairinque, Araçariguama, São Roque e Ibiúna, da RG de Sorocaba, encontram-se no Grupo 2, que apresenta bons níveis de riqueza, mas pelo menos um dos indicadores sociais insatisfatório; nove municípios das cinco RGs encontram-se no Grupo 3 que, mesmo sem um indicador de riqueza elevado, exibem níveis sociais satisfatórios; já 70% dos municípios encontram-se nos Grupos 4 e 5 (31 e 25 municípios, respectivamente), correspondendo a localidades com as piores situações de riqueza, longevidade e escolaridade. Todas as RGs possuem municípios nos grupos 4 e 5, mas a de Itapeva é a que concentra o maior número (16 municípios) e a de Sorocaba, o menor (quatro). Conforme a seção REDE URBANA, a Aglomeração Urbana-AU de Sorocaba – formada pelos municípios de Alumínio, Araçoiaba da Serra, Boituva, Iperó, Itu, Mairinque, Porto Feliz, Salto, Salto do Pirapora, São Roque, Votorantim e a sede Sorocaba, – é a área com mais infraestrutura, serviços e equipamentos de lazer da região. A proximidade com relação à RMSP, RMC e Piracicaba e a distância com relação a muitos dos municípios da RA, no entanto, enfraqueceram a polarização de Sorocaba, limitando o desenvolvimento de um setor de serviços mais complexo. Embora mais distantes, os centros urbanos de Botucatu e de Itapetininga também se beneficiaram da ligação com a Rodovia Castello Branco, crescendo a taxas superiores à da RA. Botucatu abrigou diversas indústrias, a partir das décadas de 1960 e 1970, e desenvolveu o setor terciário, principalmente nas áreas de saúde e educação. Itapetininga recebeu vários investimentos industriais de grande porte, beneficiando-se de sua localização, sem deixar de se destacar na produção agropecuária e florestal. Existe grande defasagem entre a participação demográfica da região no total estadual (6,8% da população do Estado) e sua participação no PIB (4,8% do PIB do Estado), além da grande heterogeneidade regional, apontando para a necessidade da RA avançar tanto nos indicadores sociais como econômicos. Com a retomada do desenvolvimento e a desconcentração da RMSP, grande parte dos municípios localizados ao longo dos principais eixos rodoviários da RA passaram a crescer acima da média do Estado, tornando-se local preferencial para a instalação de empresas, como vem ocorrendo, por exemplo, com Araçariguama, Porto Feliz e Itapetininga, o que deve dar continuidade ao desenvolvimento econômico e social dessa região. Já com relação aos municípios mais distantes dos principais eixos viários – cuja economia se assenta no setor primário, abrigando ou não áreas de preservação ambiental – as políticas de geração de renda precisam ser específicas e adaptadas à região, de modo a enfrentar os gargalos tecnológicos, de infraestrutura e ambientais e, assim, atingir um desenvolvimento sustentado. Isto é particularmente importante para os municípios do Sudoeste – onde estão localizados oito municípios17 que fazem parte do território do Vale do Ribeira, uma das regiões mais pobres do Estado –, que sistematicamente apresentam os piores indicadores do IPRS e para os quais são requeridas ações mais intensivas nas áreas da saúde e da educação. Para esses municípios, as políticas devem dar prioridade: ao apoio às culturas agropecuárias de maior valor adicionado e à maior integração com a indústria, facilitando sua inserção em novos mercados; à melhoria da rede de ligação intrarregional e com as demais regiões paulistas; e ao turismo ou ecoturismo, 17 Os oito municípios do Vale do Ribeira são: Apiaí, Barra do Chapéu, Iporanga, Itaóca, Itapirapuã Paulista, Ribeira, Ribeirão Branco e Tapiraí. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 17 usufruindo da natureza exuberante dos municípios localizados em área de influência de represas ou ocupadas por florestas naturais18. 18 NOGUEIRA, Elizabeth Alves e. MELLO, Nilda Tereza Cardoso de. CASTRO, Jairo Lopes de. SANNAZZARO, Ana Maria. LEINZ, Frederico Fontoura. Pesquisa e Desenvolvimento: prospectando demandas para a região sudoeste do Estado de São Paulo. Agricultura em São Paulo, São Paulo, v. 52, n. 1, p. 63-75, jan./jun. 2005. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 18 AGROPECUÁRIA A agropecuária da RA caracteriza-se por ser diversificada, com expressiva participação na produção paulista de frutas, olerícolas, grãos e produtos animais. É, por exemplo, a maior produtora de feijão do Estado, nas duas safras mais importantes do ano: a das águas, na primavera-verão; e da seca, no verãooutono19. O Levantamento das Unidades de Produção Agropecuária-LUPA20 apresenta, entre outros recortes territoriais, informações agrupadas segundo os Escritórios de Desenvolvimento Rural-EDRs21. Agrupamentos de EDRs22 possibilitam avaliação da produção agropecuária das Regiões Administrativas, levando em conta sua diversidade. A área total23 ocupada com atividades agropecuárias, na RA de Sorocaba, aumentou 7%, entre 1995/96 e 2007/08. Em termos de EDRs, destacam-se os incrementos de Itapetininga e Itapeva, de 11% e 16%, respectivamente. A carne bovina é o principal produto regional. Em 2010, o Valor da Produção Agropecuária regional foi de R$ 6,5 bilhões, ou 14% do Estado, e a carne bovina contribuiu com 18% do VPA da região24. Como produto de maior participação no VPA regional, a carne bovina, no entanto, tem participação relativamente baixa no total, em comparação com outras regiões. Ainda que representasse apenas 8,5% da área ocupada, na RA, em 2007/08, a cana-de-açúcar aumentou 91%, entre 1995/96 e esse último ano safra. Todos os EDRs registraram incremento, mas, nos de Botucatu e Avaré, no oeste da RA, a área é mais expressiva, tendo alcançado, respectivamente, 100 e 70 mil hectares, em 2007/08. 19 TSUNECHIRO, Alfredo. Avanço da soja e recuo do feijão no Sudoeste Paulista. Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Instituto de Economia Agrícola. São Paulo, 25-2-2004. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=1239. Acesso em: 23 mai. 2011. 20 SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Instituto de Economia Agrícola. Levantamento censitário de unidades de produção agrícola do Estado de São Paulo - LUPA 2007/2008. São Paulo: SAA/CATI/IEA, 2008. Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/projetolupa>. Acesso em: 23 mai. 2011. 21 O Levantamento das Unidades de Produção Agropecuária (LUPA) apresenta dados relativos às explorações agropecuárias do Estado de São Paulo. Segundo corte regional, estão disponíveis informações para: o total do Estado; conjuntos de municípios, agrupados segundo os 40 Escritórios de Desenvolvimento Regional (EDR); e os 645 municípios de São Paulo. 22 Pode-se considerar que a RA de Sorocaba é composta pelos EDRs de Avaré, Botucatu, Itapetininga, Itapeva e Sorocaba. A esse conjunto, foram, aqui, acrescidos os municípios de: Piraju, Sarutaiá, Taguaí e Tejupá, que pertencem à RA de Sorocaba, mas estão no EDR de Ourinhos; Cerquilho, Jumirim e Tietê, que pertencem à RA de Sorocaba, mas estão no EDR de Piracicaba; e Iporanga, que pertence à RA de Sorocaba, mas está no EDR de Registro. Adicionalmente, foi excluído o município de Cabreúva, que pertence à RA Campinas, mas está no EDR de Sorocaba. Compõem o EDR de Avaré: Águas de Santa Bárbara, Arandu, Avaré, Barão de Antonina, Cerqueira Cesar, Coronel Macedo, Iaras, Itaí, Itaporanga, Manduri, Paranapanema e Taquarituba. Compõem o EDR de Botucatu: Anhembi, Areiópolis, Bofete, Botucatu, Conchas, Itatinga, Laranjal Paulista, Pardinho, Pereiras, Pratânia e São Manuel. Compõem o EDR de Itapetininga: Alambari, Angatuba, Campina do Monte Alegre, Capão Bonito, Cesário Lange, Guareí, Itapetininga, Porangaba, Quadra, Ribeirão Grande, São Miguel Arcanjo, Sarapuí, Tatuí e Torre de Pedra. Compõem o EDR de Itapeva: Apiaí, Barra do Chapéu, Bom Sucesso de Itararé, Buri, Guapiara, Itaberá, Itaóca, Itapeva, Itapirapuã Paulista, Itararé, Nova Campina, Ribeira, Ribeirão Branco, Riversul e Taquarivaí. Compõem o EDR de Sorocaba: Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Boituva, Cabreúva, Capela do Alto, Ibiúna, Iperó, Itu, Mairinque, Piedade, Pilar do Sul, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São Roque, Sorocaba, Tapiraí e Votorantim. 23 Segundo o Lupa, a área total compreende: área com cultura perene; área com cultura temporária; área com pastagem; área com reflorestamento; área de vegetação natural; área em descanso, também conhecida como de pousio; área de vegetação de brejo e várzea; e área complementar compreende as demais terras da UPA, como aquelas ocupadas com benfeitorias (casa, curral, estábulo), represa, lagoa, estrada, carreador, cerca, bem como áreas inaproveitáveis para atividades agropecuárias. 24 TSUNECHIRO, Alfredo et al. Valor da Produção Agropecuária e Florestal do Estado de São Paulo em 2010. São Paulo: Informações Econômicas, volume 41, nº. 5, maio de 2011. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 19 O estudo Região de Influência das Cidades-Regic – 200725 permite, conhecer o destino da produção agropecuária de municípios selecionados do Estado de São Paulo26. A cana da RA de Sorocaba destina-se aos diversos municípios que possuem uma ou mais usinas e destilarias de álcool. Barra Bonita27, município localizado na RA de Bauru, por exemplo, recebe cana de, pelo menos, seis municípios da RA, que lhe são próximos: Anhembi, Areiópolis, Cerqueira César, Iaras, Pratânia e São Manuel. Da mesma forma, Cerquilho é destino da produção de cana de municípios próximos como, Cesário Lange, Jumirim, Laranjal Paulista e Quadra. A laranja tem tido participação crescente na agricultura regional, pois a RA vem se apresentando como alternativa para seu cultivo. O deslocamento da citricultura para a região foi a possibilidade encontrada para reduzir a presença de doenças como morte súbita dos citros-MSC, greening etc. Pesquisas desenvolvidas, nos últimos anos, vêm possibilitando, inclusive a adoção, na região, de variedades de laranjas mais ácidas, com pouca ou nenhuma semente, que atendem a mercados cada vez mais exigentes28. A área ocupada com a laranja, na região, aumentou 146%, entre 1995/96 e 2007/08, de acordo com o LUPA. Incrementos importantes ocorreram, na parte oeste da RA, como, também, foi o caso da canade-açúcar. Em termos de EDRs, os aumentos mais expressivos registraram-se no de Avaré, onde a área ocupada multiplicou-se oito vezes, tendo passado de 3 mil para 24 mil hectares; e no de Botucatu, onde a área passou de 7,1 mil hectares para 27,2 mil. Os principais destinos da produção regional de laranja, de acordo com o Regic, foram os municípios onde se encontram empresas processadoras: Limeira, na RA de Campinas; e Araraquara, na RA Central 29. 25 BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia. Região de Influência das Cidades - Regic, 2007. Rio de Janeiro: 2008. 26 De acordo com a metodologia do Regic, foi perguntado, no item “Agropecuária – Distribuição da Produção”, qual o destino da maior parte da produção local. O seu Banco de Dados, contudo, não contem informações para a totalidade dos municípios do Estado de São Paulo, sendo, portanto, aqui utilizado o conjunto de informações existentes. O Regic aponta, ainda, que se identificam, pelo menos, cinco padrões distintos na distribuição da produção: o dos produtos de consumo imediato, para regiões vizinhas; o de produtos para agroindústria, presentes em pontos específicos do Estado; o de produtos destinados a centros atacadistas; o de produtos para abastecimento de cadeias varejistas; e o de produtos destinados à exportação, fluindo para cidades portuárias. 27 RELAÇÃO de Fornecedores de Etanol Cadastrados. Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP). Disponível em: http://www.anp.gov.br. Acesso em: 18 jan. 2011. 28 CITRICULTURA da região Sudoeste será debatida em Capão Bonito/SP, 03/08/2011. Disponível em: http://faeb.org.br/detalhe-faeb.html?tx_ttnews%5Btt_news%5D=1746&cHash=3acd5fa714e228046c05b35e887aead5. Acesso em: 18 jan. 2011. 29 CINTURÃO Citrícola. Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Disponível em http://www.citrusbr.com/exportadores-citricos/setor/citrus-belt-cinturao-citricola-192418-1.asp . Acesso em: 19 jan. 2011. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 20 Distribuição geográfica da área cultivada de laranja 2007/2008 RA de Sorocaba e Estado de São Paulo Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM. A área ocupada com café cresceu 11%, na RA, entre 1995/96 e 2007/08, e se concentra num grupo de oito municípios, a oeste, que respondem por 77% do total regional. São eles: Piraju, Sarutaiá, Tejupá, Taguaí, Fartura, Itaí, Manduri e Taquarituba. A região é caracterizada por altitudes que variam de 400 a 930m, com relevo que varia de suave ondulado a forte ondulado. Após a formação da Associação dos Produtores de Café Descascado de Piraju e Região-PROCED, em 1999, os cafeicultores foram melhorando suas lavouras e adotando a tecnologia do café cereja descascado. Dentre as vantagens desse sistema de produção estão a diminuição do espaço de armazenamento, maior percentual de cafés finos, aumento da rentabilidade, entre outras30. A cafeicultura regional está passando por mudanças, principalmente, quanto ao uso de mecanização da colheita, em função do alto custo de mão de obra. Os pequenos e médios produtores também estão optando pela diversificação de atividades, tais como plantio de eucalipto, olericultura e fruticultura31. Segundo o Regic, o café produzido na região destina-se, basicamente, a outros municípios da RA, especialmente Piraju. Alguns municípios destinam parte de sua produção ao município de Ourinhos, na RA de Marília, e outros, diretamente para Santos. 30 PIRAJU sedia Encontro de Cafeicultores. Disponível em: http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=35610&piraju-sedia-encontro-de-cafeicultores.html. Acesso em: 19 jan. 2011. 31 CAFEICULTURA. Campinas: Revista Casa da Agricultura, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), ano 13, nº. 3, julho/agosto/setembro de 2010. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 21 Distribuição geográfica da área cultivada de café 2007/2008 RA de Sorocaba e Estado de São Paulo Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM. Quanto à produção de uva, é tradicional, na RA. Destaca-se, também, a elaboração de vinho artesanal e a exploração do enoturismo com a produção de vinho utilizando uvas comuns como Isabel, Bordô e Niágara. A concentração espacial dos produtores de uva, na região, gerou as vantagens da proximidade geográfica, principalmente a elevada especialização da mão de obra agrícola, a difusão de conhecimentos tácitos e a construção de um sistema de representações sociais em torno da vitivinicultura que, associadas às características naturais, permitiram a produção de uva de mesa com qualidade reconhecida no mercado32. Assim, desenvolveu-se, inclusive, o Roteiro dos Vinhos de São Roque, em que as vinícolas desenvolvem atividades ligadas ao turismo, buscando resgatar imagens com parreirais, tonéis de vinhos e cantina, onde se pode degustar e comprar o produto33. 32 VERDI, Adriana Renata et. al. Propostas de políticas públicas para o desenvolvimento da viticultura paulista. In 48º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober). Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010. 33 SATO, Geni Satiko et.al. Estratégias de mercado das vinícolas paulistas através de estudo de múltiplos casos. São Paulo: Informações Econômicas, SP, v.40, n.4, abr. 2010. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 22 Distribuição geográfica da área cultivada de uva rústica 2007/2008 RA de Sorocaba e Estado de São Paulo Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM. Alguns municípios da região têm investido, também, em produtos de maior valor agregado, com plantio de uvas finas. São Miguel Arcanjo, no EDR de Itapetininga, e Pilar do Sul, Porto Feliz e Salto de Pirapora, no de Sorocaba, são responsáveis por 56% da área produtora do Estado. Em São Miguel Arcanjo, por exemplo, destacam-se os cultivares Rubi, Itália etc.34 34 VERDI, op. cit. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 23 Distribuição geográfica da área cultivada de uva fina 2007/2008 RA de Sorocaba e Estado de São Paulo Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM. A área de soja e trigo, lavouras plantadas em sucessão, com o trigo sendo cultivado, no inverno, após a colheita da soja, expandiu-se, na região, entre 1995/96 e 2007/08. A área plantada com soja e trigo multiplicou-se quase quatro vezes, refletindo o processo de reestruturação produtiva, com o avanço da soja sobre a cultura de feijão e as pastagens degradadas35. Esse fenômeno tem sido mais intenso no EDR de Itapeva, onde é mais extensa a área com topografia mais favorável à mecanização. Assim, nesse EDR, a área ocupada com feijão decresceu 46%, entre 1996/96 e 2007/08, e a de soja se multiplicou mais de seis vezes, tendo passado de 5,3 mil hectares, em 1995/96, para 40,2 mil, em 2007/08. Da mesma forma, o trigo que ocupava apenas 3,1 mil hectares, em 1995/96, passou para 19,6 mil, em 2007/08. O sistema de preparo do solo, para o cultivo da soja, é predominantemente de plantio direto na palha. Muitos agricultores utilizam esta técnica há vários anos, nas regiões de Itapeva, Avaré e Itapetininga. Trata-se de avanço na sustentabilidade das lavouras, pois implica em mudanças no planejamento e manejo das culturas em sistemas de sucessão, preservando a capacidade produtiva dos solos36. Segundo o Regic, a soja produzida na região destina-se, basicamente, a outros municípios da RA, especialmente Sorocaba. Alguns municípios destinam parte de sua produção ao município de São Paulo e outros, diretamente para exportação, pelo porto de Paranaguá. 35 36 TSUNECHIRO, Alfredo. Avanço da soja e recuo do feijão no Sudoeste Paulista, op. cit. IDEM. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 24 Distribuição geográfica da área cultivada de soja 2007/2008 RA de Sorocaba e Estado de São Paulo Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM. A área de eucalipto aumentou 36%, na RA, entre 1995/96 e 2007/08, acima do incremento ocorrido no total do Estado, de 27%. Em todos os EDRs, houve aumentos, mas as áreas mais expressivas encontram-se nos de Botucatu, Itapetininga e Itapeva. O município de Capão Bonito, no EDR de Itapetininga, era, em 2007/08, o que apresentava a maior área plantada do Estado, com 38,1 mil hectares, e sua produção abastece uma unidade industrial de Jacareí37. Segundo o Regic, o eucalipto produzido nos municípios de Anhembi, Bofete e Itatinga, por exemplo, destina-se, ao município de Botucatu. O eucalipto, principal fonte para produção de celulose, cresce mais rápido, no Brasil, e atinge maturidade, para corte, em períodos mais curtos do que as espécies florestais do hemisfério norte, levando sete anos para corte com otimização econômica. Parte dessa elevada produtividade se explica pelas condições de solo e clima brasileiros. Adicionalmente, houve melhoramento genético e produção de mudas clonadas, com seleção das mais produtivas e resistentes para produção de celulose38. 37 FIBRIA amplia plantio e abastece cinco unidades de produção. Disponível em: http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?tit=fibria_amplia_plantio_e_abastece_cinco_unidades_de_producao&id=5947 1. Acesso em: 19 jan. 2011. 38 MONTEBELLO, Adriana Estela Sanjuan. Configuração, reestruturação e mercado de trabalho do setor de celulose e papel no Brasil. Piracicaba: Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 2010. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 25 Distribuição geográfica da área cultivada de eucalipto 2007/2008 RA de Sorocaba e Estado de São Paulo Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM. Quanto à exploração animal, é importante, na RA, a bovinocultura de corte e mista, o que se expressa através do número de Unidades de Produção Agropecuária-UPAs que exploram a atividade, do número total de cabeças de gado e da área ocupada com braquiária (capim), que inclusive, ao contrário de outras regiões, se expandiu, entre 1995/96 e 2007/08. Os dados do LUPA apontam aumento de 5% do rebanho de corte e 13%, no misto. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 26 Distribuição geográfica da bovinocultura de corte 2007/2008 RA de Sorocaba e Estado de São Paulo Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM. Distribuição geográfica da bovinocultura mista 2007/2008 RA de Sorocaba e Estado de São Paulo Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 27 Outra atividade de destaque, na RA, é a avicultura de corte, em que houve expansão, pois, segundo dados do LUPA, passou-se de 72 milhões de cabeças/ano, em 1995/96 para 161 milhões, em 2007/08, e a participação da região no total estadual alcançou 28%. Os destaques são o EDR de Botucatu, onde a produção, praticamente, dobrou entre os dois levantamentos, e o de Itapetininga, onde o aumento foi de 141%. Esses dois EDRs foram responsáveis por 75% da produção de aves de corte da RA, em 2007/08. Segundo o Regic, as aves produzidas em municípios da região destinam-se a municípios como São Paulo, Sorocaba e Tietê. O crescimento da produção de frangos é resultado de investimentos de empresas dos segmentos de genética, nutrição, medicamentos e produtos veterinários etc. A cadeia agroindustrial realizou importantes inovações tecnológicas em: produtos, através do melhoramento da aves, via cruzamento de diferentes linhagens, alimentação e manejo; e processos, através da aquisição de equipamentos pra aumento da produtividade e redução de custos, por meio de diminuição de perdas e maior eficiência produtiva39. Distribuição geográfica da avicultura de corte 2007/2008 RA de Sorocaba e Estado de São Paulo Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM. 39 KAWABATA, Celso Yoji. Inovações tecnológicas na agroindústria da carne: estudo de caso. Curitiba: Revista Acadêmica de Ciências Agrárias e Ambientais, volume 6, número 4, outubro/dezembro de 2008. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 28 INDÚSTRIA E SERVIÇOS INVESTIMENTOS INDUSTRIAIS E DE SERVIÇOS A tradição metalúrgica da região data do início da colonização portuguesa, quando foram encontradas jazidas de magnetita no local onde hoje se encontram Araçoiaba da Serra e Iperó e, para processar o minério, foram instaladas as primeiras forjas. Mais tarde, em 1808, com a chegada da corte portuguesa ao Brasil, D. João VI encarregou especialistas em siderurgia de desenvolver o projeto de uma grande indústria de fundição, em Sorocaba. Assim, em 1810, nascia a Companhia Montanística das Minas Gerais de Sorocaba, depois rebatizada de Fábrica de Ferro de São João do Ipanema, a primeira metalúrgica em escala industrial da América Latina, cujo local de implantação contava com jazidas de magnetita, madeira para alimentar os fornos e água para o suprimento de energia e que envolveu a construção das primeiras represa e roda d'água do país e de rede de canais para obtenção de força hidráulica. Na metalúrgica, foram forjadas, por exemplo, as armas e munições da Guerra do Paraguai e artigos como panelas de ferro, pregos, martelos, gradis, compassos, escadas, luminárias etc., atendendo as mais diversas encomendas e tendo sido construída uma estrada de ferro para o transporte do minério40. Em meados do século XVIII, a região de Sorocaba era local de passagem de tropeiros, tendo desenvolvido, nos municípios que se encontravam em sua rota, algumas atividades de apoio. No município de Sorocaba, estas deram origem a uma feira onde eram comercializados animais, a Feira de Muares ou Feira de Sorocaba, que abastecia os mercados das áreas mineradores e regiões próximas e, no século XIX, atendia os mercados do Vale do Paraíba e da região Oeste. As feiras terminaram em 1897, visto que a implantação das ferrovias em território paulista, para escoar as safras de café, tiraria, gradativamente, a primazia das tropas de muares no transporte de cargas, no Sudeste41. Na década de 1860, ocorre a expansão da cultura do algodão, cujas exportações foram incentivadas pela paralisação do mercado norte-americano, devido à Guerra da Secessão. Em 1875, foi inaugurada a Estrada de Ferro Sorocabana, visando estimular a produção e exportação do algodão e integrar a economia regional à da Capital. Entretanto, já em meados da década, os Estados Unidos retomam sua produção e a produção algodoeira regional entra em crise e a saída encontrada foi o desenvolvimento da indústria têxtil 42. Importante produtora de algodão, Sorocaba tinha grande disponibilidade de: recursos hídricos; mão de obra abundante, em decorrência da imigração, sobretudo italiana e alemã; transporte, através da Estrada de Ferro; além de localização próxima às grandes praças comerciais, como São Paulo. No entanto, a trajetória para o advento de uma grande manufatura têxtil na cidade foi tortuosa, ocorrendo várias tentativas fracassadas, ao longo da década de 1870. Somente em 1882, foi fundada a primeira fábrica têxtil, por iniciativa de um dos comerciantes de tecidos da região, desencadeando a instalação de novas fábricas, na cidade. O adensamento populacional incentivou a instalação de várias indústrias de bens de consumo, como fábricas de cerveja, vinho, licores, massas e café. Em 1905, foi dado início à construção 40 ANDRADE, Paulo Rogério Leite de. Pioneirismo marca atividade metalúrgica na região. Revista Ponto de Fusão. 2007. Em: http://www.smetal.org.br/SMetal/WebSite/Sindicato/Historia/historia-da-metalurgia,20100412131524_U_769.aspx. Entrada em 25/11/2011. 41 PINTO JÚNIOR, Arnaldo. A Manchester Paulista: Imagens Históricas de Modernidade no Município de Sorocaba no Início do Século XX. Em: http://www.ichs.ufop.br/perspectivas/anais/GT0403.htm. Entrada em 23/11/2011. 42 CARVALHO, Rogério Lopes Pinheiro de. Aspectos da modernidade em Sorocaba: experiências urbanas e representações 1890-1914. Revista de História n.151. São Paulo, dezembro 2004. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 29 da usina hidroelétrica, junto à cachoeira do Salto de Itupararanga, que supriria a crescente demanda de força motriz por parte das indústrias em expansão43. Nas duas primeiras décadas do século XX, Sorocaba e cidades como Itu, Salto, Tatuí e Porto Feliz, já se destacavam como centros industriais, sob forte influência do setor têxtil. No final da década de 1920, a indústria sorocabana abrigava a segunda maior concentração operária paulista e seu setor têxtil, com 19 grandes fábricas, empregava 82% da mão de obra operária regional. Era, também, marcante o dinamismo agroindustrial do beneficiamento do algodão, seguido de laticínios e frigoríficos.44 Após a crise cafeeira de 1930, as manchas de café45 das sub-regiões de Sorocaba, Tatuí e Itapetininga cederam lugar à cana e ao algodão. Na mesma época, nas sub-regiões de Itapeva e Capão Bonito desenvolveram-se a extração mineral e algumas culturas como o trigo e o reflorestamento. O segmento dedicado ao gado de corte e leiteiro integrou-se ao processo de transformação industrial, em particular com a produção de laticínios. A sub-região de Sorocaba passou, então, a absorver parcelas significativas dos migrantes rurais, expulsos pelas atividades pecuárias e de reflorestamento, em sua indústria e no setor extrativo mineral não-metálico, cuja exploração ocupava, em 1940, 50% do total de trabalhadores desse ramo, no Estado46. Entre 1940 e 1960, a indústria sorocabana cresceu acompanhando a expansão do setor industrial brasileiro e estadual, mas com taxas menores que a média do Estado, perdendo, assim, participação no emprego industrial e no valor da produção industrial. A região, que havia ficado à margem da expansão do café, agravou seu isolamento relativo ao não expandir, no mesmo ritmo que o restante do interior, a infraestrutura energética, rodoviária e urbana47. Com a inauguração da Rodovia Raposo Tavares, em 1954, a indústria se diversificou, passando a produzir bens intermediários, de capital e de consumo duráveis e aumentando a participação na exploração mineral. A partir dos anos 1970, com a política de desconcentração industrial e de interiorização do desenvolvimento e a melhoria da infraestrutura de transportes (construção da Rodovia Castello Branco, repavimentação das rodovias Raposo Tavares e Marechal Rondon e intensificação do transporte de cargas sobre trilhos da FEPASA), a estrutura econômica regional se expandiu e fortaleceu, recuperando sua importância no contexto estadual: novos investimentos industriais foram atraídos à região, dada sua proximidade com as Regiões Metropolitanas e os principais portos e aeroportos paulistas; e a concentração populacional em Sorocaba e municípios do seu entorno intensificou as atividades urbanas. A recente instalação de indústrias ao redor de Itapetininga é parte desse movimento. Nos anos 1980, o parque industrial regional apresentou expansão dos setores de: bens intermediários, sobressaindo os segmentos de minerais não-metálicos, químico e metalurgia; bens de capital e de consumo durável, liderado pelo segmento metal-mecânico, seguido do de material elétrico; e bens nãoduráveis, com destaque para a indústria do vestuário. A região começou, então, a receber investimentos oriundos do exterior e da Capital, estimulando a modernização tecnológica das indústrias existentes48. 43 IDEM. FUNDAÇÃO SEADE. FOCO 2007: Região Administrativa de Sorocaba. Diagnóstico para Ações Regionais da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo. São Paulo, 2007. 45 O café, na RA de Sorocaba, nunca chegou a ter o dinamismo de outras regiões paulistas, como as de Campinas e Ribeirão Preto, devido à presença das Serras de Paranapiacaba e Botucatu e à terra de composição granítica, pouco propícia a seu plantio, em boa parte de seu território. 46 COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO ALTO PARANAPANEMA. Em: http://www.sigrh.sp.gov.br/sigrh/ARQS/RELATORIO/CRH/CBH-ALPA/629/131_alpa.htm. Entrada em 22/11/2011. 47 IDEM. 48 IDEM. 44 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 30 Os investimentos dos últimos anos dão continuidade ao processo de consolidação da indústria regional. A Pesquisa dos Investimentos do Estado de São Paulo-PIESP, da Fundação Seade, mostra a liderança da indústria, nos investimentos anunciados no período de 2005 ao primeiro semestre de 2010, na RA, que foi depositária de mais de 65% do total anunciado em 2005, mais de 70% em 2006, mais de 91% em 2007, 96% em 2008, mais de 50% em 2009 e mais de 92%, no primeiro semestre de 2010. Nesse período, os anúncios de investimentos na indústria voltaram-se particularmente aos segmentos de: metalurgia básica, em Alumínio; móveis e indústrias diversas, em Sorocaba; máquinas e equipamentos, em Sorocaba e Itu; alimentos e bebidas (usinas de açúcar e álcool), em Taquarituba, Cerqueira César e São Manuel; veículos automotores, reboque e carrocerias, em Sorocaba, Salto e Botucatu; outros equipamentos de transporte, em Sorocaba; produtos de madeira, em Itapetininga e Salto; minerais não-metálicos, em Salto de Pirapora, Tatuí e Votorantim; aeronáutica, em Botucatu; e equipamentos médicos, ópticos, de automação e precisão, em Sorocaba. A posição estratégica de Salto – vizinho da Região de Campinas e próximo ao aeroporto de Viracopos – e a boa oferta de infraestrutura vêm fazendo do município um dos mais procurados para a localização de novos empreendimentos industriais, sobretudo os de maior conteúdo tecnológico49. No setor de serviços, a RA recebeu anúncios de investimentos, especialmente nos subsetores de: atividades imobiliárias, em Votorantim, Sorocaba e Itu; eletricidade, gás e água quente, para ampliação da rede de energia elétrica, na região, e para construção de subestação elétrica, em Cerquilho; telecomunicações, para ampliação de infraestrutura de banda larga e implantação de televisão a cabo em municípios da região; captação, tratamento e distribuição de água, para expansão de rede de saneamento básico em Sorocaba, Porto Feliz e Votorantim; transporte terrestre, em Sorocaba; edição, impressão e gravações, em Sorocaba; atividades recreativas, culturais e desportivas, em Porto Feliz; transporte aéreo, em Sorocaba; e atividades auxiliares dos transportes e agências de viagens, em Sorocaba. No comércio, os anúncios de investimentos voltaram-se aos segmentos de: varejo e reparação de objetos, em Cerquilho e Itu; e comércio e reparação de veículos automotores e varejo de combustíveis, em Sorocaba. Assim, os investimentos recentes, na RA, aprofundaram a estrutura industrial regional, voltando-se a seus segmentos metal-mecânico, mineral não-metálico, de alimentos e bebidas, aeronáutico, de equipamentos médicos, óticos, de automação e precisão e da cadeia produtiva da madeira. Os investimentos industriais concentraram-se, em sua maioria, na parte norte e nordeste da região. Por sua vez, os investimentos no setor de serviços, no geral de apoio às atividades econômicas, também voltaram-se predominantemente aos principais centros industriais. EMPREGOS E ESTABELECIMENTOS DA RAIS 2008 De acordo com os dados da Relação Anual de Informações Sociais-RAIS de 2008, os 79 municípios da RA de Sorocaba possuem 54.484 estabelecimentos, que representam 6,5% do total de empresas do Estado, e empregam 605.692 pessoas, ou 5,2% do total de empregos formais estadual. A indústria de transformação tem forte peso na estrutura regional, já que a região é opção para a localização de indústrias, pelo fácil acesso à RMSP e à RA de Campinas. No setor industrial, têm 49 DCI-DIÁRIOS DO COMÉRCIO INDÚSTRIA E SERVIÇOS. Salto se prepara para ser novo pólo tecnológico. 14 de novembro de 2011. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 31 participações relevantes as fabricações de: alimentos e bebidas; têxteis e confecções de vestuário e acessórios; produtos de madeira, celulose e papel e móveis; produtos de borracha e de material plástico; produtos de minerais não-metálicos; metalurgia, envolvendo grandes metalúrgicas, e produtos de metal; equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; máquinas e equipamentos; veículos automotores, reboques e carrocerias; outros equipamentos de transporte; e produtos diversos. A agropecuária, a produção florestal e a indústria extrativa de minerais metálicos e não-metálicos são outras atividades características da região, enquanto que os serviços, dada a proximidade com as metrópoles paulista e campineira, são menos complexos e não têm grande peso, no contexto estadual. Conforme tabela a seguir, baseada nos dados de emprego e de estabelecimentos da RAIS 2008, os municípios situados ao norte e nordeste da região, ao redor da Rodovia Castello Branco, são, no geral, os mais populosos, industrializados, urbanizados e economicamente diversificados, enquanto que os demais municípios, situados ao sul/sudoeste da RA – incluindo 18 municípios da RG de Itapeva, sete da RG de Itapetininga, 12 da RG de Avaré, um da RG de Botucatu (Torre de Pedra) e dois da RG de Sorocaba (Pilar do Sul e Tapiraí) –, são menores e apresentam uma economia menos diversificada. Segundo esses dados, os municípios próximos ao eixo da Rodovia Castello Branco possuem uma estrutura econômica com predomínio da indústria de transformação, de grandes empresas industriais e do setor terciário, enquanto os municípios do sul/sudoeste têm forte presença do setor primário e da agricultura familiar e da Administração Pública e vários destes têm expressiva porção de seu território coberta pela Mata Atlântica. Participação dos Setores de Atividades Econômicas no Total dos Empregos Formais das Subregiões da RA de Sorocaba 39 MUNICÍPIOS DO EIXO DA RODOVIA CASTELLO BRANCO [1] 6,60% 40 MUNICÍPIOS DO SUL/SUDOESTE DA RA DE SOROCABA [2] 24,70% Indústria Extrativa 0,20% 0,70% Indústria Transformação 32,60% 15,60% SETORES Setor Primário Construção Civil 3,80% 1,40% Comércio 20,20% 19,80% Serviço Utilidade Pública 0,60% 1,10% Administração Pública 9,20% 20,20% Serviços 26,80% 16,60% TOTAL 100,00% 100,00% [1] Os 39 municípios são: Águas de Santa Barbara, Alumínio, Anhembi, Araçariguama, Aracoiaba da Serra, Areiópolis, Avaré, Bofete, Boituva, Botucatu, Capela do Alto, Cerqueira Cesar, Cerquilho, Cesário Lange, Conchas, Iaras, Ibiúna, Iperó, Itapetininga, Itatinga, Itu, Jumirim, Laranjal Paulista, Mairinque, Paranapanema, Pardinho, Pereiras, Piedade, Porangaba, Porto Feliz, Pratânia, Quadra, Salto, Salto de Pirapora, São Manuel, São Miguel Arcanjo, São Roque, Sorocaba, Tatuí, Tietê, Votorantim. [2] Os 40 municípios são: Alambari, Angatuba, Apiaí, Arandu, Barão de Antonina, Barra do Chapéu, Bom Sucesso de Itararé, Buri, Campina do Monte Alegre, Capão Bonito, Coronel Macedo, Fartura, Guapiara, Guareí, Iporanga, Itaberá, Itaí, Itaóca, Itapeva, Itapirapuã Paulista, Itaporanga, Itararé, Manduri, Nova Campina, Pilar do Sul, Piraju, Ribeira, Ribeirão Branco, Ribeirão Grande, Riversul, Sarapuí, Sarutaiá, Taguaí, Tapiraí, Taquarituba, Taquarivaí, Tejupá, Torre de Pedra. Fonte: MTE/RAIS 2008, Elaboração SPDR/UAM. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 32 Participação dos Setores de Atividades Econômicas no Total dos Estabelecimentos Formais das Sub-regiões da RA de Sorocaba Setor Primário 12,00% 40 MUNICÍPIOS DO SUL/SUDOESTE DA RA DE SOROCABA 31,40% Indústria Extrativa 0,20% 0,50% Indústria Transformação 9,60% 5,40% Construção Civil 3,70% 2,30% Comércio 43,00% 39,00% Serv. Utilidade Pública 0,30% 0,80% Administração Pública 0,30% 0,70% Serviços 30,90% 19,80% Total Sub-Região 100,00% 100,00% 39 MUNICÍPIOS DO EIXO DA RODOVIA CASTELLO BRANCO SETORES Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração SPDR/UAM. Participação das Sub-regiões da RA de Sorocaba no Total dos Empregos Formais dos Setores de Atividades Econômicas SETORES 39 MUNICÍPIOS EIXO RODOVIA 40 MUNICÍPIOS TOTAL RA DE CASTELLO BRANCO SUL/SUDOESTE SOROCABA Setor Primário 59,60% 40,40% 100,00% Indústria Extrativa 59,60% 40,40% 100,00% Indústria Transformação 92,00% 8,00% 100,00% Construção Civil 93,70% 6,30% 100,00% Comércio 84,90% 15,10% 100,00% Serv. Utilidade Pública 75,00% 25,00% 100,00% Administração Pública 71,50% 28,50% 100,00% Serviços Total Sub-Região / RA de Sorocaba 89,90% 10,20% 100,00% 84,60% 15,40% 100,00% Fonte: MTE/RAIS 2008, Elaboração SPDR/UAM. Sorocaba é a sede e polo da região e seu município mais populoso e complexo economicamente, respondendo, no total da RA de Sorocaba, por 27,3% do PIB, 20,8% do total de estabelecimentos e 26,2% do total de empregos. O município possui uma agricultura articulada com a indústria, uma infraestrutura privilegiada, que lhe dá acesso fácil à metrópole paulista e à região de Campinas, e um aeroporto que é polo de manutenção de aviões. Ao longo dos anos, sua indústria evoluiu da produção de bens não-duráveis, para a de bens intermediários e, finalmente, para a de bens duráveis e de capital, desenvolvendo um setor de serviços para o atendimento de empresas e famílias. A indústria de transformação do município de Sorocaba responde por 30% do total regional e por 2,2% do total da indústria de transformação do Estado, sendo suas principais divisões: alimentos e bebidas; têxteis e confecções de vestuário e acessórios; produtos químicos; produtos de borracha e de material plástico; produtos de minerais não-metálicos; metalurgia e produtos de metal; equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; máquinas e equipamentos; veículos automotores, reboques e carrocerias; e produtos diversos. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 33 Segundo a RAIS, em 2008, a construção civil teve importante crescimento, tanto a construção de edifícios como as obras de infraestrutura e os serviços especializados para construção, apontando para o crescimento da cidade. Os serviços que mais se destacaram, nesse ano, no município-sede foram: manutenção e reparação de veículos automotores e motocicletas; comércio atacadista e varejista; transporte terrestre; alimentação; serviços financeiros; seleção, agenciamento e locação de mão de obra; atividades de vigilância, segurança e investigação; serviços de edifícios e atividades paisagísticas, serviços de escritório e de apoio às empresas; educação; atenção à saúde humana e atividades de organizações associativas. Sorocaba possui nove universidades, sendo sete privadas: Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-PUC-SP, Universidade de Sorocaba-UNISO, Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação-ESAMC de Sorocaba, Anhanguera, Veris Ibmec, Academia de Letras de Sorocaba, Universidade Paulista-UNIP, e duas públicas: UNESP Sorocaba e Universidade Federal de São Carlos-UFSCar. A cidade é servida por ampla infraestrutura de saúde, que inclui vários hospitais, entre eles o Hospital Regional de Sorocaba, o maior hospital público da região, e o Hospital Oftalmológico de Sorocaba, o primeiro em transplantes e captações de córneas no Brasil. Sorocaba é também considerada um centro de excelência em clínicas do tipo SPA. Na estrutura econômica da RA, o Comércio e os Serviços são responsáveis pela maioria das empresas formais, enquanto os Serviços e a Indústria de Transformação respondem pela maior parte dos empregos formais. Participação dos Setores de Atividades Econômicas no total de Empregos Formais da RA de Sorocaba − RAIS 2008 Fonte: MTE / RAIS, 2008. Elaboração: SPDR/UAM. A região de Sorocaba participa com 5,2% do total dos empregos formais do Estado, destacando-se a indústria extrativa, responsável por 11,2% do total estadual, já que a RA é uma das principais regiões paulistas com grande concentração de jazidas minerais e aglomerados produtivos de base mineral, especialmente em Itapeva, Capão Bonito, Piedade, Sorocaba, Tatuí e Botucatu. O município de Itapeva é ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 34 considerado núcleo de desenvolvimento regional e setorial nas atividades extrativas de minerais nãometálicos e é conhecido como a “Capital dos Minérios”. Participação das Atividades da RA de Sorocaba no Total dos Empregos Formais do Estado RAIS 2008 Fonte: MTE / RAIS, 2008. Elaboração: SPDR/UAM. O setor primário tem peso regional relevante, particularmente a produção florestal, que, de acordo com os dados da RAIS de 2008, responde por 48,6% dos empregos e 34,9% dos estabelecimentos da atividade florestal do Estado. O município de Itapeva responde, sozinho, por 12,8% dos empregos da produção florestal estadual, seguido de Itapetininga (4,2%), São Miguel Arcanjo (4,0%), Manduri (3,6%), Angatuba (2,2%) e Capão Bonito (1,9%). A região possui grande extensão de áreas com florestas da Mata Atlântica, parques naturais e patrimônio natural tombado pelo Condephaat, além de áreas cultivadas com o plantio de eucalipto para a indústria de celulose e papel. A base florestal foi responsável pelo desenvolvimento de toda a cadeia produtiva da madeira, incluindo a fabricação de papel e celulose e produtos de madeira e móveis. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 35 Produção Florestal – Distribuição de Empregos RA de Sorocaba Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração SPDR/UAM. Produtos de Madeira – Distribuição de Empregos RA de Sorocaba Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração SPDR/UAM. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 36 Na indústria extrativa, são relevantes tanto a extração de minerais metálicos quanto de não-metálicos, destacando-se a extração de calcário (para a fabricação de cimento e cal), areia, argila, rocha carbonática, brita ornamental, filito, minerais industriais e água mineral. Principais Atividades da RA de Sorocaba, segundo a RAIS 2008 PARTICIP. NO TOTAL ESTADUAL PRINCIPAIS MUNICÍPIOS 12,1% 12,1% Araçariguama, Boituva, Laranjal Paulista, Paranapanema Nova Campina, Araçariguama, Itapeva, Bofete Produtos Alimentícios Bebidas Produtos Têxteis Confecção de Vestuário e Acessórios Produtos de Madeira 5,3% 20,1% 7,6% 9,6% 30,3% Celulose e Papel Produtos Químicos Produtos de Borracha e Material Plástico Produtos de Minerais Não-Metálicos Metalurgia Produtos de Metal Equipam. de Informática, Prod. Eletrôn. e Ópticos Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos Máquinas e Equipamentos Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias Outros Equipam. de Transp., exc. veícs. autom. Móveis Produtos Diversos 5,4% 5,2% 7,3% 10,2% 11,7% 6,6% 13,0% 7,9% 6,7% 7,8% 7,3% 5,5% 8,5% São Manuel, Tatuí, Sorocaba, Tietê Itu, Itaí, Boituva, Sorocaba Sorocaba, Cerquilho, São Manuel Sorocaba, Taguaí, Cerquilho, Avaré Salto, Botucatu, Tietê Salto, Sorocaba, Porto Feliz, Itapetininga, Nova Campina Sorocaba, Itapetininga, Salto Sorocaba, São Roque Itu, Tatuí, Sorocaba Alumínio, Sorocaba Sorocaba, Itu, Boituva Sorocaba Itu, Sorocaba Sorocaba, Itu Sorocaba, Botucatu, Tatuí Botucatu, Salto Sorocaba, Iperó Sorocaba, Laranjal Paulista 5,6% 5,6% Ibiúna, Piraju, Itapeva Votorantim, Itapetininga 5,6% 5,6% Sorocaba, Itu, Botucatu Sorocaba, Itu, Itapetininga, Botucatu, Salto Alojamento Alimentação 5,6% 5,4% Sorocaba, Itu, São Roque, Avaré, Sorocaba, Tietê Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Científico 6,3% Botucatu ATIVIDADE Indústria Extrativa Minerais Metálicos Minerais Não-Metálicos Indústria de Transformação Serviços de Utilidade Pública Eletricidade e Gás Captação, Tratamento e Distribuição de Água Comércio Com. e Repar. de Veíc. Automot. e Motocicletas Comércio Varejista Serviços Fonte: MTE / RAIS, 2008. Elaboração: SPDR/UAM. A indústria de produtos alimentícios regional engloba usinas de açúcar e álcool localizadas em vários de seus municípios, como Boituva, Cerqueira César, Cerquilho, Itapetininga, São Manoel, Tatuí e Tietê. A indústria de bebidas, além do engarrafamento e a gaseificação de água mineral (Avaré, Piedade, Sorocaba, Tatuí e Itapetininga) e da produção de vinho (Sorocaba e São Roque), abrange fábricas de cervejas (Itu, Boituva, Botucatu e São Manuel). ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 37 Nos serviços, a presença de rios e várias hidrelétricas, especialmente nas UGRHIs do Tietê/Sorocaba, do Ribeira de Iguape/Litoral Sul e no Alto Paranapanema, dá destaque aos de utilidade pública de eletricidade e gás e captação, tratamento e distribuição de água, na região; os de alojamento destacam-se no município-polo, nas estâncias turísticas de Avaré, Ibiúna, Itu, Paranapanema, Piraju e São Roque e na estância hidromineral de Águas de Santa Bárbara; e os de pesquisa e desenvolvimento científico, em Botucatu, dada a presença de campus da UNESP e de unidade da Embraer, e em Iperó, por abrigar o Centro Experimental Aramar, do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo. Iperó deverá aprofundar essa característica tecnológica, com o início do primeiro curso de graduação em Engenharia Nuclear, que está sendo criado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo-Poli USP, ao lado do Centro Aramar, onde também será construído, pelo Instituto de Pesquisas Energéticas NuclearesIPEN, o Reator Multipropósito Brasileiro, voltado à produção de radioisótopos empregados na área médica50. VALOR ADICIONADO E VALOR ADICIONADO FISCAL Com um Produto Interno Bruto de R$ 48.051,21 milhões, em 2008, representando 4,8% do total estadual, a economia regional ocupa a quinta posição no Estado, atrás da RMSP, da RMC, da RA de Campinas – exceto a RMC – e da RA de São José dos Campos. Em 2008, o PIB per capita regional, de R$ 17.307,93, ainda encontrava-se abaixo da média paulista (R$ 24.457,00), apresentando grande disparidade entre seus municípios, cujos PIBs per capita variam de R$ 4.992,28, em Iporanga, a R$ 112.681,86, em Araçariguama. Na região, 11 municípios possuem um PIB per capita acima da média regional e apenas três destes encontram-se acima da média estadual (Alumínio, Araçariguama e Cerquilho). Entre as Regiões de Governo, a de Avaré, com 17 municípios, apresentou o menor PIB (R$ 3.072,24 milhões) e a de Itapeva, com 18 municípios, o menor PIB per capita (R$ 10.457,22), enquanto a de Sorocaba, com 18 municípios, teve tanto o maior PIB (R$ 28.966,59 milhões) como o maior PIB per capita (R$ 20.460,65). Evolução da Participação das RGs no PIB Regional2000, 2005, 2007 e 2008 Fonte: Fundação Seade. Elaboração: SPDR/UAM. 50 O ESTADO DE S. PAULO. USP terá Engenharia Nuclear em Iperó. 12 de setembro de 2011. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 38 Nos últimos anos, a RG de Botucatu perdeu participação no PIB regional, a de Avaré vem mantendo a mesma posição no conjunto das RGs, as de Itapeva e de Sorocaba tiveram pequeno aumento e a RG de Itapetininga vem apresentando o maior crescimento na participação do PIB regional, permanecendo a concentração da riqueza na RG de Sorocaba (60,3% do PIB regional). Quanto ao Valor Adicionado Fiscal-VAF, a RA é responsável por 5,3% do VAF do Estado, tendo como principais contribuições para o total estadual do respectivo setor: madeira (49,2%); metalurgia básica – não-ferrosos (32,0%); agropecuária (15,9%); indústrias diversas (12,4%); indústria extrativa (11,2%); produtos minerais não-metálicos (10,5%); bebidas (10,3%); e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (10,3%). Na RA, o setor industrial contribui com 56,6% do total do VAF regional, o Comércio com 21,1%, os Serviços com 17,6%, a Agropecuária com 3,0% e a Indústria Extrativa com 0,5%. Na Indústria de transformação, os principais destaques são os produtos alimentícios, que respondem por 8,4% do total do VAF regional, seguido das montadoras e autopeças (7,4%), produtos químicos (4,6%), metalurgia básica - não-ferrosos (3,6%), máquinas e equipamentos (3,6%), metalurgia básica - ferrosos (3,0%), produtos de metal (2,9%), madeira (2,7%) e plástico (2,7%). Principais Atividades da RA de Sorocaba, segundo Valor Adicionado Fiscal-VAF 2008 PARTICIP. NO TOTAL ESTADUAL PRINCIPAIS MUNICÍPIOS 11,2% Guapiara, Araçariguama, Salto Pirap.,Porto Feliz, Sorocaba, Tatuí, Bom Suc.Itararé Indústria de Transformação 6,0% Sorocaba, Itu, Salto, Alumínio, Araçariguama, Itapetininga, Botucatu, Tatuí Minerais Não-Metálicos 10,5% Salto do Pirapora, Votorantim, Apiaí, Sorocaba, Itu, tatuí, Salto, Itapeva Metalurgia Básica - Ferrosos 7,0% Araçariguama, Sorocaba, Itu, Salto, São Roque, Avaré, Votorantim Metalurgia Básica - Não-Ferrosos 32,0% Alumínio, Itu, Araçariguama, Sorocaba, Votorantim Produtos de Metais 6,8% Sorocaba, Itu, Boituva, Iperó, Salto, Botucatu, Porto Feliz, Araçariguama Sorocaba, Itu, Salto, Votorantim, Araçariguama, Iperó ATIVIDADE Indústria Extrativa Máquinas e Equipamentos 5,7% Eletrodomésticos 6,6% Itu, Sorocaba Máq. p/ Escritórios e Equipam. Informática 6,3% Sorocaba, Salto Sorocaba, Itu, Boituva, Salto, Tatuí, São Roque Máq., Aparelhos e Materiais Elétricos 10,3% Equip. Médicos, Óticos, Autom. e Precisão 9,7% Sorocaba, Piedade, Itu, Boituva, Botucatu Material Transp.-Montadoras e Autopeças 5,0% Sorocaba, Botucatu, Salto, Itu, Porto Feliz, Araçariguama, Boituva Madeira 49,2% Botucatu, Salto, Itapetininga, Itararé, Tietê, Cerqueira César, Guareí Móveis 6,0% Sorocaba, Itu, Salto, Boituva, Iperó, Itapetininga, São Roque Papel e Celulose 6,2% Salto, Itu, Sorocaba, Porto Feliz, Itapetininga, Salto do Pirapora, Avaré, Itararé Artigos de Borracha 5,1% São Roque, Sorocaba, Itu, Salto, Porto Feliz Produtos Químicos 6,1% Sorocaba, Itapetininga, Salto, Araçariguama, Mairinque, Laranjal Paulista Produtos de Plástico 9,1% Votorantim, Sorocaba, Cerquilho, Salto, Araçariguama, São Roque Têxtil 9,5% Tatuí, Sorocaba, Votorantim, Cerquilho, Mairinque, Itapetininga, S. Manuel, Salto Vestuário e Acessórios 6,9% Cerquilho, Tietê, Votorantim, Sorocaba, Botucatu, Porto Feliz, Avaré Produtos Alimentícios 6,9% Sorocaba, Mairinque, S.Manuel, Itu, Ibiúna, Cerquilho, Itapetininga, Tatuí, Botucatu Bebidas 10,3% Itu, Sorocaba, São Roque, Cerquilho Reciclagem 7,5% Sorocaba, Boituva Diversas 12,4% Sorocaba, Salto, Itu, Porto Feliz, São Roque Comércio 4,3% Sorocaba, Itu, Salto, Botucatu, Tatuí, Itapetininga, Votorantim, Itapeva Serviços 4,3% Sorocaba, Itu, Itapetininga, Salto, Botucatu, Tatuí, Votorantim Fonte: Fundação Seade, Valor Adicionado Fiscal-VAF 2008. Elaboração: SPDR/UAM. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 39 De acordo com os dados do VAF, o município-polo de Sorocaba concentra grande parte do terciário regional (36,5% do comércio e 28,2% dos serviços) e mostra grande diversidade econômica, encabeçando ou estando presente na lista dos principais municípios de cada atividade relevante da região, exceto na fabricação de produtos de madeira. EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a balança comercial da RA, nos últimos anos, tem sido superavitária. Em 2009, o superávit foi de US$ 195 milhões FOB, tendo a região exportado mercadorias e serviços que totalizaram US$ 2,5 bilhões e importado produtos e serviços no valor total de US$ 2,3 bilhões. As duas tabelas subsequentes referem-se, respectivamente, aos 40 primeiros produtos das listas dos principais produtos exportados e importados pelos municípios da RA. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 40 Principais Produtos Exportados − RA de Sorocaba, 2009 PRODUTOS MUNICÍPIO MÁQUINAS, APARELHOS E MATERIAIS ELÉTRICOS PTES.OUTS.MOTORES/GERADORES/GRUPOS ELETROG.ETC. ACUMULADORES ELÉTR.CHUMBO,P/ARRANQUE MOTOR PISTÃO OUTROS CONDUTORES ELÉTRICOS GERADORES DE CORRENTE ALTERNADA OUTROS GRUPOS ELETROG.DE ENERGIA EÓLICA OUTROS VENTILADORES METALURGIA BÁSICA SOROCABA SOROCABA SOROCABA SOROCABA SOROCABA SALTO LIGAS DE ALUMÍNIO EM FORMA BRUTA ALUMÍNIO NÃO LIGADO EM FORMA BRUTA FIOS DE ALUMÍNIO OUTS.FOLHAS/TIRAS,DE ALUMÍNIO S/ SUPORTE OUTRAS CHAPAS E TIRAS, DE LIGAS ALUMÍNIO FIOS DE COBRE P/BOBINAR,ISOLADOS P/USO ELETR. OUTRAS OBRAS DE FERRO OU AÇO PRODUTOS METAL-MECÂNICOS EMBREAGENS E PTES.P/TRATORES/VEÍCULOS AUTOMÓVEIS CARROÇARIAS P/ VEÍCULOS AUTOMÓVEIS PTES.MÁQS.E APARS. P/ SELECIONAR, ETC.SUBST.MINERAIS OUTROS ROLAMENTOS DE ESFERAS CAIXAS DE MARCHAS P/VEÍCULOS AUTOMÓVEIS OUTS.PTES.E ACESS.P/TRATORES E VEÍCS. AUTOMÓVEIS OUTS.EIXOS E PTES.,P/VEÍCULOS AUTOMÓVEIS DISTRIBUIDORES AUTOMÁT.PAPEL-MOEDA COMPACTADORES,ROLOS/CILINDROS COMPRESSORES,AUTOPROPUL. PRODUTOS ALIMENTÍCIOS OUTROS SUCOS DE LARANJAS,NÃO FERMENTADOS PEDACOS E MIUDEZAS,COMEST. DE GALOS/GALINHAS CARNES DESOSSADAS DE BOVINO,CONGELADAS BAGACOS E OUTS.RESÍDUOS SÓLIDOS, DA EXTR.DO ÓLEO DE SOJA AÇÚCAR DE CANA, EM BRUTO TRIPAS DE BOVINOS OUTROS GRÃOS DE SOJA,MESMO TRITURADOS EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA, PRODUTOS ELETRÔNICOS E ÓPTICOS TERMINAIS PORTÁTEIS DE TELEFONIA CELULAR IMPRESSORA JATO DE TINTA LÍQUIDA CABOS DE FIBRAS ÓPTICAS REV.EXT.DE MAT.DIELÉTR. OUTS.ANTENAS EXC.P/TELEFONES CELULARES IMPRESS.LASER.LED,LCS,MONOCROMATICA PRODUTOS QUÍMICOS SAIS DO ÁCIDO GLUTÂMICO PASTA QUÍM. MADEIRA DE N/CONIF.A SODA/SULFATO HIDRÓXIDOS DE FERRO PRODUTOS DE MATERIAL PLÁSTICO TRIPAS ARTIFICIAIS DE OUTS.PLÁSTICOS CELULÓSICOS PRODUTOS DE MADEIRA OUTRAS MADEIRAS PERF. ETC., NÃO CONÍFERAS CELULOSE E PAPEL ALUMÍNIO ALUMÍNIO ALUMÍNIO ALUMÍNIO ALUMÍNIO CERQUILHO SOROCABA SOROCABA BOTUCATU SOROCABA SOROCABA SOROCABA SOROCABA SOROCABA SOROCABA SOROCABA ITAPETININGA ITAPETININGA IBIÚNA ANHEMBI ITAPETININGA TATUÍ ANHEMBI SOROCABA SOROCABA SOROCABA SOROCABA SOROCABA LARANJAL PTA. NOVA CAMPINA PORTO FELIZ ITU TIETÊ SALTO PAPEL P/IMPR.PAPEL-MODA US$ FOB 499.472.107 373.350.978 48.342.117 32.414.730 19.013.275 15.868.473 10.482.534 405.803.832 121.888.954 99.926.983 56.961.787 40.320.763 32.574.342 28.837.730 25.293.273 254.900.974 43.364.489 43.304.685 42.750.761 40.889.292 22.304.394 17.498.575 16.827.125 16.747.069 11.214.584 202.485.192 50.622.205 39.846.550 32.644.100 24.993.517 23.224.158 17.071.169 14.083.493 176.328.854 92.156.109 46.319.913 15.905.230 11.484.939 10.462.663 134.611.045 90.521.536 29.284.213 14.805.296 24.276.338 24.276.338 18.159.960 18.159.960 17.247.084 17.247.084 Fonte: MDIC. Elaboração: SPDR/UAM. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 41 As exportações da região mostram a força da indústria de produtos: elétricos; de metalurgia básica; metal-mecânicos; alimentícios; equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos; químicos; de material plástico; e das indústrias da cadeia produtiva da madeira. As principais importações regionais, por sua vez, concentram-se em: equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos; produtos químicos; produtos metal-mecânicos; produtos alimentícios; produtos de minerais não-metálicos; coque; aparelhos elétricos; e produtos de borracha. Principais Produtos Importados − RA Sorocaba, 2009 PRODUTOS MUNICÍPIO US% FOB EQUIPS. DE INFORMÁTICA, PRODS. ELETRÔNICOS E ÓPTICOS OUTROS CIRCUITOS INTEGRADOS SOROCABA UNID.PROC.DIGIT.MUITO GDE.CAP.ETC.FOB>US$100000 SOROCABA OUTS.PARTS.P/APARS.D/TELEFONIA/TELEGRAFIA SOROCABA CIRCUITOS IMPR.C/COMP.ELÉTR./ELETR.MONTADOS SOROCABA DISPOSITIVOS DE CRISTAIS LIQUIDOS (LCD) SOROCABA IMPRESSORA JATO DE TINTA LÍQUIDA SOROCABA OUTS. UNIDADES DE DISCOS MAGNÉTICOS SOROCABA OUTS.PTES.E ACESS.P/MÁQUINAS AUTOMÁT.PROC.DADOS SOROCABA MICROPROCESSADORES MONT.P/SUPERF.(SMD) SOROCABA CIRCUITO IMPRESSO SOROCABA PRODUTOS QUÍMICOS E DE MATERIAL PLÁSTICO RESINAS EPÓXIDAS S/ E C/ CARGA,EM LÍQ.E PASTAS SOROCABA OUTROS CARTUCHOS DE TINTA SOROCABA OUTROS ÁCIDOS FOSFÓRICOS MAIRINQUE OUTS.HERBICIDAS APRESENTADOS DE OUTRO MODO SALTO DO PIRAPORA PREPARAÇÕES CONTENDO AMINAS GRAXAS DE C8 A C22 SOROCABA OUTROS TIOÉSTERES,TIOÉSTERES,SEUS DERIVADOS E SAIS SALTO DO PIRAPORA OUTS.ÉSTERES DOS ÁCIDOS INORGAN.SAIS,DERIVS.HALOGEN. MAIRINQUE ACEFATO SALTO DO PIRAPORA OUTROS ADESIVOS A BASE DE PLÁSTICOS SOROCABA OUTRAS IMIDAS,SEUS DERIVADOS E SAIS SOROCABA OUTS.CHAPAS.DE POLÍMER.DE CLORETO VINILA,ALVEOLARES SOROCABA PRODUTOS DE METAL-MECÂNICOS FORNOS INDUSTRIAIS,N/ELÉTR.P/FUSÃO DE VIDRO TATUÍ OUTS.FREIOS E PARTES,P/TRATORES/VEÍCS.AUTS. ITU OUTS.MECAN.IMPRESS,MMO.S/CILINDRO FOTOSSEN.INCORP. SOROCABA OUTS. PTES.E ACESS.P/TRATORES E VEÍCS. AUTOMÓVEIS SOROCABA OUTS.ESCAVADORAS COM CAPACID.CARGA>=19M3 SOROCABA CAIXAS DE MARCHAS P/VEÍCULOS AUTOMÓVEIS SOROCABA OUTS.PTES./ACESS.IMPRESS./TRAÇAD./GRÁFICOS SOROCABA EMBREAGENS E SUAS PTES.P/TRATORES/VEÍCS.AUTOMÓVEIS SOROCABA PTES.DE MOTORES/GERADORES DE POT<=75KVA SALTO PLAQUETAS/PASTILHAS,INTERCAMB.DE CERAMAIS,P/FERRAMS. SOROCABA PRODUTOS ALIMENTÍCIOS AZEITE DE OLIVA,VIRGEM MAIRINQUE OUTROS AZEITES DE OLIVA MAIRINQUE OUTROS ÓLEOS DE DENDÊ MAIRINQUE PRODUTOS DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS ESTEIRAS "MATS" DE FIBRAS DE VIDRO,NÃO TECIDOS SOROCABA COQUE, PRODUTOS DERIVADOS DE PETRÓLEO COQUE DE PETRÓLEO NÃO CALCINADO SALTO DO PIRAPORA MÁQUINAS, APARELHOS E MATERIAIS ELÉTRICOS OUTROS CONVERSORES ELÉTRICOS ESTÁTICOS SOROCABA PRODUTOS DE BORRACHA LATEX DE BORRACHA NATURAL,MESMO PRÉ-VULCANIZADO SÃO ROQUE Nota: um dos 40 principais produtos importados (por Tatuí) foi considerado agrícola, a saber: - trigo (exc. trigo duro ou p/ semeadura), e trigo c/ centeio, no valor de US$ 15.717.310, e, por isso, foi substituído pelo produto industrial seguinte na lista. 250.398.875 87.250.001 37.614.281 36.550.404 14.970.901 14.776.444 13.636.796 12.129.980 11.674.215 11.021.541 10.774.312 246.666.090 60.226.365 28.924.015 28.244.990 20.520.985 19.845.045 17.851.426 14.930.621 14.843.290 14.155.173 13.631.920 13.492.260 165.546.933 26.483.860 22.071.373 17.857.773 17.807.673 16.382.599 15.028.552 14.218.375 12.350.126 12.325.041 11.021.561 75.017.822 34.060.005 25.352.375 15.605.442 30.484.131 30.484.131 18.703.285 18.703.285 10.941.967 10.941.967 10.675.222 10.675.222 Fonte: MDIC, 2009. Elaboração: SPDR/UAM. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 42 ARRANJOS E AGLOMERADOS PRODUTIVOS E PARQUES TECNOLÓGICOS • ARRANJO PRODUTIVO LOCAL-APL DE CONFECÇÕES INFANTIS DE CERQUILHO E TIETÊ Em 2008, os municípios limítrofes de Cerquilho e Tietê contavam com 331 confecções de artigos do vestuário, que geravam 11.500 empregos diretos e indiretos e representavam 45% das indústrias de Cerquilho e 26% das de Tietê. Tendo como foco majoritário o segmento de confecção infanto-juvenil, esses municípios resolveram se unir para formar um arranjo produtivo local de confecções infantis. A indústria de vestuário infantil confecciona roupas de recém-nascidos até pré-adolescentes e faz parte da divisão de atividades de confecção de artigos do vestuário e acessórios. Para se constituir, o APL teve o apoio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia-SDECT, o SEBRAE-SP, a Federação das Indústrias do Estado de São PauloFIESP, a Associação Comercial de Cerquilho-ACIC, a Associação Comercial e Empresarial de Tietê-ACET e as Prefeituras locais e seu objetivo foi o de canalizar esforços para melhorar a gestão empresarial e os processos de desenvolvimento de produtos, além de facilitar a participação das empresas em feiras51, missões empresariais e rodadas de negócio. Existe alto nível de informalidade, no setor de confecções, já que as costuras são terceirizadas e realizadas por famílias, em suas residências52. Assim, de um total superior a 300 estabelecimentos do setor de confecções, em 2007, os dois municípios contavam com apenas 169 empresas formais, sendo 103 estabelecimentos em Cerquilho, empregando 779 funcionários, e 66 em Tietê, empregando 843 trabalhadores (RAIS 2007)53. Segundo o Sebrae-SP, a criação do APL teve resultados financeiros satisfatórios, como a redução de custos de produção e o aumento da produtividade das empresas, além da criação, por parte dos empresários, da Associação das Confecções Infantis de Cerquilho, Tietê e Região-ACICET, instituição que busca a articulação do arranjo produtivo local, mantendo ações específicas com o Sebrae-SP e outras entidades. Uma das principais ações para fortalecer o APL foi a criação do Centro Tecnológico para formação e qualificação de mão de obra especializada, numa parceria entre a Prefeitura de Cerquilho e a SDECT, visando superar um dos principais empecilhos ao aumento da competitividade das empresas. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior-MDIC/SECEX, embora as exportações de Cerquilho tenham aumentado expressivamente, nos últimos anos, os seus produtos mais importantes da pauta de exportação são cobre, plásticos, condutores elétricos e não produtos de confecções, que respondem apenas por 6,2% do total de suas exportações. O mesmo ocorre com Tatuí, cujas exportações cresceram mais de 900%, de 1998 a 2007, mas os principais produtos exportados não se relacionam à confecção infantil, mas, sobretudo a atividades de marcenaria54. 51 O APL participou de algumas feiras do segmento têxtil e de confecção, como a Fenit, a Fashion Business (RJ), a FIT Fashion e a Feira Internacional da Moda Infantil e Juvenil (Fimi), em Valência/Espanha. 52 SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Portal do Governo do Estado de São Paulo. Cerquilho vai ganhar centro tecnológico. Notícias, 22 de agosto de 2008. 53 FIESP/DECOMTEC - Área de Competitividade. Análise Setorial de Mercado: Confecção de Artigos do Vestuário. Agosto de 2009. 54 FIESP/DECOMTEC. op. cit. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 43 Os produtos nacionais de confecções de vestuário e acessórios, onde se incluem as confecções infantis, enfrentam, no mercado internacional, a concorrência de países players que se mostram mais dinâmicos do que o Brasil, como a China, principal exportador mundial do setor, a Espanha e o Vietnã. Nos últimos anos, o Brasil teve forte queda nas vendas para seus principais compradores de produtos de confecções (Estados Unidos e Argentina), embora tenha conseguido abrir novos mercados e exportar para países como Japão, Alemanha, Espanha, Holanda, Chile e México, que, em sua maioria, compram produtos de maior qualidade e valor agregado. Ainda que tenha havido queda nas exportações para Argentina, Uruguai e Venezuela, de 2001 a 2007, na média, as vendas brasileiras para o conjunto da América Latina cresceram mais de 200%, dada a facilidade para exportar para os países da região. Por outro lado, as importações brasileiras de artigos do vestuário e acessórios têm aumentado, nos últimos anos, sendo China, Hong Kong, Índia, Itália, Espanha, Indonésia, Emirados Árabes Unidos, Omã, Bangladesh e Malásia os principais países vendedores desses produtos ao Brasil. Em 2007, somente as importações provenientes de China e Emirados Árabes Unidos responderam por 83,2% do total das compras brasileiras de artigos de confecção, sendo que entre 2001 e 2007, as importações desses produtos da China cresceram 485% e dos Emirados Árabes Unidos, 4.119%55. Assim, para o APL e o setor de confecção brasileiro, é importante a atenção ao mercado latinoamericano, a manutenção dos mercados existentes e a abertura de novos mercados, sobretudo através de investimentos crescentes em pesquisa e inovação de produtos e processos, que contribuam para a diminuição dos custos de produção e o aumento da qualidade dos produtos e, consequentemente, de seu valor agregado. • APLs DE CERÂMICA VERMELHA DE ITU E TATUÍ O setor cerâmico brasileiro se desenvolveu, no início do século XX, acompanhando o desenvolvimento industrial, urbano e da construção civil que, por razões sanitárias e de escassez, substituiu a madeira por tijolos e telhas nas edificações. Com a intensificação do consumo de peças cerâmicas, as olarias, que operavam de forma familiar, se aproximaram dos centros urbanos e melhoraram suas técnicas produtivas. A atividade de fabricação cerâmica envolve a fabricação de produtos cerâmicos não-refratários para uso estrutural na construção civil; a fabricação de produtos cerâmicos refratários; e a fabricação de produtos cerâmicos não-refratários para usos diversos. A denominação cerâmica vermelha (ou cerâmica estrutural para a construção civil) deriva da utilização de argila de coloração avermelhada como matéria-prima. A cadeia produtiva de cerâmica vermelha tem como elos a montante a mineração e os fornecedores de insumos e serviços e, a jusante, as casas de materiais de construção e a construção civil, cuja agenda determina grande parte de seu desempenho56. Devido à dotação mineral dos terrenos geológicos paulistas, sobretudo na Região Metropolitana de São Paulo, no cinturão Sorocaba-Itu-Campinas, no Vale do Paraíba e adjacências (Itapeva, Apiaí e Capão Bonito), à proximidade dos mercados, à base infraestrutural privilegiada e à cultura 55 IDEM. ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE CERÂMICA VERMELHA DE ITU E REGIÃO – SP. Plano de Desenvolvimento Preliminar. ITU/SP 2007. 56 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 44 empresarial57, com a industrialização e a urbanização dos grandes centros e o crescimento da construção civil, o Estado de São Paulo tornou-se, entre 1950 e 1965, o maior parque industrial do setor cerâmico do Brasil. A abundância de matéria-prima mineral e argila de várzea e o crescimento industrial e urbano, em determinadas regiões do Estado, fizeram surgir polos cerâmicos, como os de Itu e Tatuí. O Estado de São Paulo possui 1.550 estabelecimentos industriais cerâmicos, ou 23% do total de estabelecimentos da indústria cerâmica brasileira, que ocupam 40.457 trabalhadores, ou 26% do pessoal ocupado nessa indústria, no Brasil. Do total paulista de estabelecimentos cerâmicos, 72,5% são fabricantes de produtos cerâmicos não-refratários para uso estrutural na construção civil, sendo grande parte de empresas produtoras de cerâmica vermelha. O segmento de cerâmica vermelha responde por mais de 71% do total de trabalhadores ocupados nas empresas cerâmicas do Estado. O setor de cerâmica vermelha, no Brasil, é composto, principalmente, por micro e pequenas empresas familiares que, em sua maioria, fabricam produtos de baixo custo e baixo valor agregado e utilizam tecnologias tradicionais. Somente algumas empresas de médio e grande portes, produtoras de cerâmica de revestimento, vidrados e esmaltados, utilizam tecnologias mais atuais nos processos produtivos, como sistemas semiautomáticos de carga e descarga e fornos túneis. Nas décadas de 1970 e 1980, houve relativa modernização do setor, com algumas unidades adotando fornos, túneis e secadores semicontínuos e automação dos processos produtivos. Na década de 1990, com a globalização, ocorreu a fase de incorporação de conceitos de qualidade e produtividade ao processo industrial. O Brasil e o Estado de São Paulo tornaram-se um dos mais importantes polos cerâmicos do mundo, mesmo mesclando características artesanais, industriais e de qualidade/produtividade58. As empresas de cerâmicas vermelhas atuam em um raio de aproximadamente 250 km para o transporte de produtos, sendo que, para telhas, o alcance é maior, de cerca de 500 km, chegando a 700 km, no caso de telhas especiais. Usualmente, as empresas do setor possuem reservas e jazidas de matéria-prima próprias, embora algumas terceirizem o suprimento destes materiais. As empresas fornecedoras de matéria-prima para as cerâmicas são, no geral, de pequeno porte e encontram-se nas proximidades dos polos de consumo, já que a argila tem baixo valor agregado e o seu transporte, um custo elevado. Daí, o mercado interno consumir cerca de 90% do total produzido59. Os principais problemas que afetam o segmento de cerâmica vermelha são: − baixa qualidade dos produtos; − grande manuseio de matérias-primas (cerca de 83 milhões de toneladas ao ano); − impacto ambiental e escassez de matéria-prima causados pela exploração das argilas de forma não eficiente; − pouca eficiência energética, devido ao uso de lenha proveniente de florestas naturais ou mangues e de fornos com baixa otimização do uso de energia; 57 CABRAL JUNIOR, Marsis. Caracterização dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) de Base Mineral no Estado de São Paulo: Subsídios à Mineração Paulista. Universidades Estadual de Campinas – Unicamp. Campinas, 2008. 58 ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE CERÂMICA VERMELHA DE ITU E REGIÃO – SP. op. cit. 59 FIESP-DECOMTEC - Área de Competitividade. Análise Setorial de Mercado: Setor Cerâmico. Outubro de 2009. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 45 − baixa qualificação de mão de obra, com pouco treinamento para empregados e deficiência na gestão administrativa; − baixa produtividade média, de 12 mil peças/operário/mês (padrão europeu de 200.000 peças/operário/mês); − defasagem tecnológica em maquinário, nível de automação etc. e em todas as fases do processo produtivo; − alto custo da produção e pouca adequação às normas técnicas; e − produtos com pouca padronização, gerando desperdícios da ordem de 30% na construção civil e, consequentemente, aumento de custos60. A produção de cerâmica dos polos de Itu e Tatuí concentra-se, majoritariamente, na fabricação de blocos estruturais de diversos tamanhos e quantidades de furos: dos 38 estabelecimentos industriais formais do setor de Itu, 37 são fabricantes de cerâmica vermelha ou estrutural com predominância na produção de blocos estruturais; e dos 32 estabelecimentos formais do setor de Tatuí, 30 são fabricantes de cerâmica vermelha ou estrutural voltados à produção de blocos estruturais e de vedação (blocos, telhas, lajes, manilhas etc.). Em Itu, 92% dessas empresas são de micro e pequeno porte-MPEs e 8% de médio porte. Empregam um total de 1.493 trabalhadores formais, sendo 77% nas MPEs e 23% nas médias empresas. Estima-se que as indústrias do polo gerem mais de 3 mil empregos diretos e indiretos, envolvendo trabalhadores dos municípios vizinhos participantes do APL. A estrutura produtiva do APL está concentrada nos elos de mineração e manufatura cerâmica. O número de empresas é significativo, contando com cerca de 100 unidades cerâmicas e mais de 30 minerações de argila. Outras atividades são os fornecedores de equipamentos, serviços e insumos diversos. A produção cerâmica mensal situa-se em torno de 60 milhões de peças, concentrada em blocos e telhas (cerca de 70%), sendo o restante em materiais como tijolos maciços, lajes, tubos e pisos, estimando-se a produção e o consumo anual de 2,5 a 3,0 milhões de t de argila61. Desde 2005, com o apoio da FIESP e do SEBRAE-SP (Escritório Regional de Sorocaba), algumas dessas empresas têm participado de projeto de APL que busca solucionar problemas de gestão e competitividade. O grupo piloto de empresas que iniciou esse projeto envolve nove municípios: Cabreúva, Campinas, Elias Fausto, Itapira, Itu, Jundiaí, Louveira, Monte Mor e Salto, com sede em Itu. A vantagem comparativa do arranjo produtivo local é a grande dimensão dos depósitos, formados por pacotes argilosos contínuos e homogêneos, que podem atingir espessuras de algumas dezenas de metros e que ocorrem fora de áreas de preservação ambiental62. As empresas do polo cerâmico de Itu são representadas pela Associação das Cerâmicas Vermelha de Itu e Região-ACERVIR e algumas empresas pelo Sindicato da Indústria da Cerâmica para Construção do Estado de São Paulo-SINDICERCON-SP. A governança desse APL – além da ACERVIR e do SINDICERCON-SP – envolve FIESP/CIESP, SEBRAE-SP, SENAI-SP, SESI-SP, Laboratório de Ensaios Cerâmicos-LEC de Itu, Instituto de Pesquisas Tecnológicas-IPT, Prefeitura Municipal de Itu e Governo do Estado. Em Tatuí, do total de 32 estabelecimentos formais da indústria ceramista, 31 são de micro e pequeno porte e apenas uma é de médio porte. Ocupam 1.258 trabalhadores formais, sendo 60 IDEM. CABRAL JUNIOR, Marsis. op. cit. 62 IDEM. 61 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 46 91,9% nas MPEs e 8,1% na média empresa. Em Tatuí, o setor cerâmico é importante na geração de renda e empregos, estimados em 2 mil empregos diretos e 6 mil indiretos. Existem dezenas de indústrias cerâmicas fabricantes de blocos, telhas e outros produtos de cerâmica vermelha63. As empresas do polo cerâmico de Tatuí são representadas pela Associação das Cerâmicas de Tatuí e Região-ACERTAR e algumas empresas pelo Sindicato da Indústria da Cerâmica para Construção do Estado de São Paulo-SINDICERCON-SP. Desde 2005, com o apoio da FIESP e do SEBRAE de Sorocaba, empresas têm participado do projeto de APL, buscando solucionar problemas de gestão e competitividade. A área do APL compreende quatro municípios além do polo de Tatuí: Cesário Lange, Itapetininga, Laranjal Paulista e Salto do Pirapora. A governança do APL de cerâmica vermelha de Tatuí e região é composta pelas instituições e entidades participativas do processo de desenvolvimento do APL: empresas, ACERTAR, SINDICERCON-SP, FIESP/CIESP, SEBRAE-SP, SENAI-SP, SESI-SP, Laboratório de Ensaios Cerâmicos-LEC de Itu, Instituto de Pesquisas Tecnológicas-IPT, Prefeitura Municipal de Tatuí e Governo do Estado. Os principais produtos exportados pelo município de Itu são de outras indústrias, como celulose, máquinas e equipamentos e produtos de couro, e não de produtos cerâmicos. Suas empresas ceramistas e as dos demais municípios do arranjo produtivo local estão mais voltadas ao mercado paulista e brasileiro e muito pouco às vendas externas, uma vez que seu produto de especialização – blocos estruturais e de vedação – não agrega valor suficiente para tornar as exportações vantajosas economicamente. O mesmo ocorre com a indústria ceramista de Tatuí, onde as empresas desse segmento produtivo têm foco claro no mercado paulista e brasileiro. A pauta de exportação de cerâmicos do Brasil é bastante concentrada em pisos esmaltados e vidrados (cerâmica branca). Os principais produtos de cerâmica vermelha ou estrutural (tijolos para construção, telhas, tubos, calhas ou algerozes) representaram, em 2006, menos que 1,3% do total das exportações brasileiras de cerâmicos. O produto Telha, sozinho, foi responsável por 80% do total exportado pela cerâmica vermelha brasileira. Desse modo, há espaço para aumentar as exportações dos produtos cerâmicos, sobretudo os de cerâmica vermelha. Para a manutenção dos mercados existentes – inclusive o nacional que enfrenta a concorrência de produtos substitutos, como os blocos e telhas de concreto, o gesso e os tubos de PVC – e a busca de novos mercados, será necessário às empresas cerâmicas investimentos crescentes em inovação de produtos e processos, o que contribuiria para a diminuição dos custos de produção e o aumento do valor agregado e da qualidade dos produtos, possibilitando a abertura de novos nichos no mercado exterior, diferenciação no posicionamento dos produtos brasileiros e incremento no retorno das vendas. Ainda, é fundamental agregar à gestão das empresas brasileiras de cerâmicos elementos estratégicos para a inserção competitiva no mercado nacional e internacional, identificando os principais concorrentes e a forma como atuam no mercado-alvo, contextualizando a cadeia produtiva e investindo em pesquisa de mercado, para avaliar as estratégias mais viáveis para o aproveitamento das oportunidades64. 63 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DAS INDÚSTRIAS CERÂMICAS DE TATUÍ E REGIÃO – São Paulo. Tatuí/SP. Julho de 2007. 64 FIESP-DECOMTEC - Área de Competitividade. op. cit. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 47 • APL DE BRINQUEDOS DE LARANJAL PAULISTA A partir da constatação da importância da indústria de brinquedos de Laranjal Paulista para o desenvolvimento da região, entidades como o SEBRAE/SP, a Associação Comercial e Industrial de Laranjal Paulista, Sindicatos locais, o poder público e empresários do setor concentraram esforços para constituir um arranjo produtivo de Brinquedos. Em abril de 2000, teve início a fase de planejamento do APL, com o aprofundamento do conhecimento do setor de brinquedos de plástico – a especialidade regional –, identificando seus desafios e oportunidades e as empresas interessadas na associação. Em junho de 2000, foi realizado o Primeiro Encontro dos Fabricantes de Brinquedos de Plástico de Laranjal Paulista e região, com a participação de 19 empresas, sendo lançado o Programa de Mobilização Tecnológica que, através de inovações nos processos produtivos, resultou em aumento de 50% na capacidade produtiva das empresas participantes. Ainda, teve início o Programa Ideal, voltado à sensibilização dos empresários. Com o apoio do Escritório Regional de Botucatu do SEBRAE-SP, foi oficializada a Associação dos Fabricantes de Brinquedos de Plásticos de Laranjal Paulista e região-AFABRINQ, cujo objetivo é promover a união de forças dos fabricantes para ganhar escala na compra e na venda de produtos, capacitar tecnicamente mão de obra formal e informal, melhorar a qualidade dos brinquedos, aumentar o poder de barganha junto a grandes fornecedores de produtos e serviços e formar um consórcio de exportação. A AFABRINQ tem 21 empresas associadas das cidades de Americana, Avaré, Boituva, Itu, São Manoel, Tietê e da sede Laranjal Paulista65. O APL participa de consultorias tecnológicas, compra coletiva de espaços em feiras, como a Feira Brasileira de Brinquedos-ABRIN, realizada em São Paulo, e a Bambino, em Minas Gerais, além de missões internacionais66. As exportações de brinquedos revestem-se da maior importância, para diminuir os efeitos da sazonalidade do mercado de brinquedos, já que cerca de 72% das vendas nacionais ocorrem no segundo semestre do ano, em função do Dia da Criança e do Natal67. O segmento de fabricação de brinquedos de Laranjal Paulista tem grande expressão nacional e internacional. Na pauta de exportações do município, os brinquedos e os bonecos encontram-se no topo da lista dos principais produtos. Em Laranjal Paulista, a fabricação de brinquedos – particularmente de bonecas – é responsável por grande parte da movimentação da cidade. A terceirização da produção emprega famílias inteiras na montagem ou na confecção de roupas de bonecas. As indústrias do setor produzem cerca de 20 milhões de bonecas por ano e são responsáveis pelo emprego direto e indireto de quase oito mil pessoas. Laranjal Paulista é o terceiro principal polo de brinquedos do mundo, atrás apenas da China e de São Paulo68. Segundo dados da RAIS de 2010, a região conta com 45 empresas formais fabricantes de brinquedos e jogos recreativos, sendo 31 com menos de 50 empregados, nove entre 50 e 99 empregados e apenas cinco com mais de 100 empregados. Esses estabelecimentos são 65 RUIZ, Eduardo Ribeiro. Gestão da Comunicação no Arranjo Produtivo Local de Brinquedos: Laranjal Paulista – UNESP, Campus de Bauru. 2007. 66 IDEM. 67 Segundo a Revista do MERCOSUL, Ano 11, Nº 79, de 2002, os fabricantes de brinquedos de Laranjal Paulista querem ampliar o mercado internacional, já que as datas comemorativas do Dia da Criança são diferentes em cada país, como, por exemplo, na Espanha, esse dia é comemorado em julho. Para vender para o mercado espanhol, as empresas teriam de ter a produção finalizada até maio, aumentando o número de pessoas empregadas durante o ano. 68 BRASIL ALMANAQUE DE CULTURA POPULAR. Uma cidade compete com a China na fabricação de brinquedos. Em: http://www.almanaquebrasil.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=6905:uma-cidade-compete-com-a-china-nafabricacao-de-brinquedos&catid=12959:cultura&Itemid=142. Entrada em 1º de dezembro de 2011. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 48 responsáveis pela geração de 2.082 empregos formais. A maioria encontra-se em Laranjal Paulista (28 estabelecimentos e 1.683 empregos formais). A fabricação de brinquedos envolve, ainda, empregos informais do setor e empregos das empresas que confeccionam os vestuários e os acessórios de bonecos e brinquedos. Em função das iniciativas da AFABRINQ e da inclusão das classes C e D no mercado consumidor brasileiro, o segmento de fabricação de brinquedos brasileiro – que vinha sofrendo a concorrência dos produtos eletrônicos e, no mercado internacional, da China – conseguiu se reerguer, nos últimos anos. • OUTROS ARRANJOS OU AGLOMERADO PRODUTIVOS DA REGIÃO A região conta com grande número de arranjos ou aglomerados produtivos industriais notadamente em alguns de seus setores mais tradicionais – que, embora identificados, ainda não receberam apoio institucional, como os de: bebidas de Itu, Boituva e Itaí; tecidos e artefatos têxteis de Sorocaba; ferramentas manuais de Sorocaba; produtos cerâmicos de Sorocaba e Itapeva; artefatos de cimento de Sorocaba; móveis de Iperó; tecnologia da informação de Sorocaba; e vinho de Sorocaba e São Roque. • PARQUES TECNOLÓGICOS Sorocaba e Botucatu foram integrados ao Sistema Paulista de Parques Tecnológicos-SPTec da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Em setembro de 2009, Botucatu recebeu o credenciamento provisório do parque, em cerimônia no campus Lageado da UNESP, permitindo o início de sua estruturação e o recebimento de empresas interessadas em investir no município. Dentro do plano, está previsto um condomínio industrial para empresas de base tecnológica, além de auditório, praça de alimentação, laboratórios, estacionamentos, biblioteca, incubadora de empresas e centros de ensino, pesquisa e difusão. O empreendimento tem como objetivo principal promover o desenvolvimento socioeconômico sustentável da região, por meio do fomento à inovação tecnológica em bioprocessos para produção de medicamentos, insumos médico-hospitalares, compostos para fins industriais, fitoterápicos e sistemas de produção agropecuários sustentáveis, entre outros, beneficiando-se da presença de cinco unidades da UNESP: Faculdade de Medicina de Botucatu, Hospital das Clínicas de Botucatu, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Faculdade de Ciências Agronômicas e Instituto de Biociências. O Parque Tecnológico será implantado na Rodovia Gastão Dal Farra, em duas áreas que somam 286 mil m², situadas a três quilômetros da Rodovia João Hipólyto Martins (SP-209), que liga a rodovia Castello Branco a Botucatu. Os locais estão estrategicamente posicionados nas proximidades da Faculdade de Tecnologia-FATEC, do aeroporto municipal, da Empresa Brasileira de Aeronáutica-Embraer, do Centro de Treinamento da Prefeitura e da Estância Demétria69. 69 AGÊNCIA FAPESP – Notícias. Botucatu no SPTec. 08 de setembro de 2009. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 49 O Parque Tecnológico de Sorocaba-PTS deverá iniciar suas atividades em maio de 2012, abrigando um centro destinado a universidades, escolas técnicas, institutos e empresas que investem em pesquisas de novas tecnologias. Localizado no final da Avenida Itavuvu, altura do km 92 da Rodovia Castello Branco, o parque estará próximo do complexo industrial da Toyota que, a partir de 2012, deverá produzir cerca de 70 mil automóveis ao ano. O Governo do Estado investe na criação de acesso entre a Castello Branco ao Parque Tecnológico e à Toyota70. Já foram firmados acordos com o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife-Cesar, ligado ao Porto Digital de Recife-PE, e o Instituto de Pesos e Medidas-Ipem, além do protocolo de intenções com a Fundação Ricardo Franco, pertencente ao Instituto Militar de Engenharia. Participarão do parque as universidades UFSCar, UNESP, FATEC, UNISO, PUC e FACENS, todas com campus em Sorocaba. O Núcleo Central abrigará, além da gestão do parque tecnológico, a incubadora de empresas de base tecnológica e setores estruturais, por exemplo, para registro de patentes, suporte jurídico e de negócios e atendimento dos Institutos de Pesos e Medidas, de Pesquisas Tecnológicas e o Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial-Inmetro. Na unidade de Sorocaba, em seus laboratórios de tecnologia automotiva, funcionará atividade inédita na América Latina de certificação de segurança veicular71. Como parte dos recursos de compensação ambiental pagos pela Toyota, para a instalação de seu complexo industrial, será criada, também, a primeira unidade de conservação ambiental de Sorocaba, o Parque Natural Municipal Corredores de Biodiversidade de Sorocaba ou Parque da Biodiversidade. Este conta com 603 mil² e a missão de proteger a fauna e a vegetação local com predominância de Mata Atlântica. Este parque foi pensado estrategicamente para recuperar áreas degradadas e forçar a preservação futura da região, podendo receber recursos de compensação ambiental de qualquer empresa do Estado. O Parque da Biodiversidade praticamente circunda toda parte de trás do Parque Tecnológico e segue até o rio Sorocaba, na sua parte mais baixa, formando um cinturão entre a cidade e todo o complexo em desenvolvimento72. CARACTERÍSTICAS DA INDÚSTRIA E DOS SERVIÇOS DA RA Grande parte dos principais ramos industriais e de serviços da RA decorreu de atividades tradicionais, desenvolvidas ao longo de sua história e devido às condições propícias de seu território. Tal foi o caso das atividades urbanas dos municípios da região, surgidas a partir do ciclo dos tropeiros, no século XVIII. Na indústria, as elevadas reservas de minerais, presentes em suas bacias hidrográficas, permitiram à região desenvolver, desde seus primórdios, atividades de extração de minerais e de fabricação de produtos da metalurgia, com destaque para o alumínio, que ainda hoje caracterizam a RA. A mesma base geológica propiciaria o surgimento da indústria de minerais metálicos e não-metálicos, fabricantes de materiais para a construção civil, produtos cerâmicos, água mineral engarrafada e/ou gaseificada, entre outros. 70 DIÁRIO DE SOROCABA. Obra do acesso ao Parque Tecnológico avança em mais um trecho de asfalto. 08 de julho de 2011. CRUZEIRO DO SUL - SOROCABA. Investimento de R$ 50 milhões – Parque Tecnológico deve ser inaugurado em maio de 2012. 17 de outubro de 2011. 72 CRUZEIRO DO SUL - SOROCABA. Biodiversidade: Até final do ano Sorocaba ganha o seu maior parque. 16 de agosto de 2011. 71 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 50 Da mesma forma, a cultura do algodão e o desenvolvimento da indústria têxtil, ainda no século XIX, deram ensejo a uma de suas principais atividades, que é a de confecções de artigos do vestuário e acessórios; a expansão da pecuária, a partir do ciclo do tropeirismo, levaria ao desenvolvimento da indústria de alimentos processados da carne e do leite; a base florestal da região faria desenvolver toda a cadeia produtiva da madeira (celulose e papel, produtos de madeira e móveis); e a grande disponibilidade de recursos hídricos propiciaria a construção de usinas hidrelétricas, destacando, na região, as atividades de eletricidade e de captação, tratamento e distribuição de água. Mas foi após a abertura de grandes rodovias (Rodovia Raposo Tavares, Rodovia Castello Branco e Rodovia Marechal Rondon) – que aproximaram a região das metrópoles paulistas, do Porto de Santos e dos principais aeroportos, possibilitando o escoamento da produção local – que a RA atraiu novos e grandes investimentos e modernizou tecnologicamente sua indústria. A partir daí, o parque industrial de Sorocaba expandiu a produção de bens intermediários (minerais não-metálicos, químicos e de metalurgia) e finais (sobretudo vestuário e plásticos) e se diversificou, produzindo bens de capital e de consumo durável, liderados pelos segmentos metal-mecânico (com destaque para montadoras e autopeças) e de material elétrico, e atraindo várias cadeias de fornecedores. Os investimentos recentes voltados às indústrias de perfil tecnológico (aeronáutica e de equipamentos médicos, ópticos, de automação e precisão), indústrias automobilísticas modernas e infraestrutura de energia e telecomunicações apontam para o desenvolvimento de uma indústria regional com bases tecnológicas mais avançadas. Se, de um lado, a proximidade das metrópoles paulistas possibilitou a diversificação do perfil industrial da RA e este levou ao desenvolvimento do setor de serviços e ao aprofundamento do grau de polarização do município de Sorocaba, por outro lado, limitou o desenvolvimento de um setor terciário mais sofisticado, encontrado com facilidade em São Paulo – que concentra os serviços de comando das empresas e sedia os mais importantes complexos comerciais e financeiros do país – e, em segundo plano, em Campinas. No setor terciário regional, destacam-se alguns importantes centros de ensino e/ou de pesquisa científica e tecnológica, como Botucatu, na área biomédica, e Iperó, na área de sistemas nucleares e energéticos para propulsão naval. Apesar de a RA de Sorocaba apresentar expressivos indicadores econômicos, as atividades industriais e de serviços não se distribuem uniformemente em seu território, já que os grandes investimentos industriais tendem a se concentrar sobretudo no eixo da Rodovia Castello Branco, sem participação direta dos municípios localizados na parte sul, sudoeste e sudeste da região, cuja economia se assenta predominantemente no setor primário. DESEMPENHO ECONÔMICO, 1996 A 2008 Nesta seção, o desempenho econômico regional é avaliado a partir do comportamento do PIB municipal ao longo do período de 1996 a 2008. Utiliza-se, para tanto, a taxa média geométrica de crescimento do PIB ao ano (em %) e a metodologia proposta por Azzoni (2008)73, a qual possibilita a identificação de 73 AZZONI, C.R. Identificação Empírica de Áreas Dinâmicas, Áreas Estagnadas e Áreas em Retrocesso: Possível Alternativa Metodológica. Ciclo de Seminários - Políticas Públicas em Debate. São Paulo: Fundap, 27 de junho de 2008. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 51 municípios dinâmicos, estagnados e daqueles que acompanharam o ritmo de crescimento do conjunto do Estado74. Estas duas formas de avaliação do comportamento do PIB permitem alcançar uma análise mais completa, já que a metodologia utilizada evita que municípios menores e mais pobres, com um pequeno incremento no PIB, apresentem crescimento externamente elevado, problema geralmente encontrado em estudos que utilizam apenas a taxa geométrica de crescimento anual. A avaliação desta taxa, no entanto, não deve ser abandonada, uma vez que ela consegue captar o crescimento dos municípios maiores e mais ricos que, em geral, na metodologia de Azzoni, sempre estão entre aqueles com maior PIB, de modo que não é possível migrar para um grupo mais rico, o que caracteriza o dinamismo na metodologia proposta. O estudo do PIB mostra que a RA figura entre as regiões economicamente mais dinâmicas do Estado, uma vez que, no período de 1996 a 2008, mais de 44% de seus municípios apresentaram dinamismo, contra apenas 23,7% estagnados. Dentre todas as Regiões Administrativas do Estado, é aquela com a taxa média geométrica de crescimento do PIB mais elevada: 5,0% ano, entre 1996 e 2008. Vale ressaltar, adicionalmente, que mais de 73% dos municípios da RA tiveram taxas superiores à taxa média de crescimento anual do PIB do conjunto do Estado, que foi de 3,58% ao ano. Do total de 34 municípios da RA, que apresentaram dinamismo no período em avaliação, destacam-se Araçariguama, Pereiras, Cerquilho, Alumínio, Iperó, Areiópolis, Paranapanema, Itaí, Itapirapuã Paulista, Iaras e Capela do Alto, com taxas de crescimento anual do PIB superiores a 9,0% ao ano. A indústria foi o grande responsável por impulsionar o dinamismo dos municípios de Alumínio, Araçariguama, Cerquilho e Iperó. Em Araçariguama, a presença expressiva do setor industrial, com exemplos importantes de empresas do ramo de cimento (presença de unidade da Votorantim Cimentos Brasil S/A, que vem ampliando sua área de lavra75) e de aço (instalação de uma unidade da Gerdau Açominas iniciada em 2005) foi fundamental para explicar o crescimento econômico municipal. Características econômicas semelhantes estão presentes no município de Alumínio, cuja história relaciona-se diretamente à história da Companhia de Alumínio Brasileira-CBA. A importância da CBA para a economia local é observada em seu papel determinante na criação de empregos diretos e indiretos e na formação dos salários elevados identificados no município76, que influenciam diretamente a renda da população local77. A empresa, que também deu origem ao nome do município, vem crescendo anualmente e ampliando sua participação no mercado nacional, além de apresentar volume crescente de exportações, contribuindo 74 Todos os valores referentes ao PIB, apresentados nesta seção, estão expressos segundo preços de 2000, ajustados pelo Deflator Implícito do PIB Nacional, conforme disponibilizado no site www.ipeadata.gov.br. Importante ressaltar que a série histórica do PIB, utilizada neste estudo, tem algumas ressalvas por iniciar-se em 1996. A atual série oficial do PIB dos municípios brasileiros, calculada pelo IBGE em parceria com as instituições estaduais de estatística (em São Paulo, com a Fundação Seade), inicia-se em 1999. Como sua metodologia sofre frequentes mudanças, cada vez que isso ocorre, os dados pretéritos do PIB são recalculados, de modo a permitir sua comparabilidade temporal. 75 PARECER TÉCNICO. COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Nº 97.433/10/TA. Data: 05/11/2010 76 Em 2006, Alumínio era o município com maiores salários do Estado de São Paulo (SILVA, 2006). 77 SILVA, Darllan Collins da Cunha. Estudo sobre a vulnerabilidade sócio-ambiental no município de Alumínio, São Paulo, a partir da poluição do ar. Ouro Preto: Universidade Federal de Ouro Preto, Programa de Pós-Graduação de Engenharia Ambiental, julho de 2010. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 52 continuamente com a geração de novos postos de trabalho, com o fomento às demais atividades econômicas locais e, portanto, com o crescimento do PIB municipal78. No município de Iperó, o setor industrial também foi o principal responsável pelo crescimento econômico. Localizam-se, no município, diversas empresas fabricantes de bens de consumo duráveis e bens de capital, envolvendo aparelhos elétricos e eletrônicos; artefatos plásticos; produtos de instrumentação; equipamentos médicos; metalurgia básica; produtos para construção civil, entre outros, com atuação importante no mercado nacional e internacional. Desta forma, a expansão industrial incentivou o surgimento de diversas outras atividades e fomentou o emprego, a renda e a demanda agregada local, refletindo-se diretamente na expansão econômica do município. Em Cerquilho, foi o dinamismo do setor de confecção infantil, do qual é um dos grandes representantes do País, que motivou a ampliação do PIB municipal. Para tanto, foi importante a criação do Arranjo Produtivo Local de Confecções Infantis nos municípios de Cerquilho e Tietê79, há quase dez anos, que organizou as empresas do setor, ampliando sua competitividade e levando à criação de novos postos de trabalho, o que movimentou a renda e a economia local. Nas duas cidades citadas, existem 331 confecções, que geram 11.500 empregos diretos e indiretos, representando 45% da indústria de Cerquilho e 26% de Tietê80. A criação do APL resultou da parceria entre SEBRAE-SP, Fiesp, Associações Comerciais de Cerquilho e Tietê-ACICET, Associação Comercial Industrial de Cerquilho-ACIC, prefeituras locais e a SDECT, demonstrando a função importante desempenhada pela esfera estadual no desenvolvimento econômico municipal. As perspectivas são de manutenção do quadro de crescimento econômico em Cerquilho, uma vez que o APL de Confecções Infantis obteve, em 2010, investimentos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia para instalação de um Centro de Formação de mão de obra81. O aprimoramento da qualificação dos trabalhadores deverá ampliar a produtividade e a competitividade das empresas, impulsionando o crescimento e o fortalecimento do arranjo produtivo local no mercado estadual e nacional. Em Itaí, a presença de grandes usinas produtoras de álcool e seu impacto sobre as demais atividades econômicas locais e sobre a geração de novos empregos determinou o crescimento elevado do PIB municipal. Existem no município duas grandes usinas de produção de álcool, que geram grande número de emprego e movimentam a economia. Boa parte da área é cultivada com cana-de-açúcar para fornecimento às usinas82. Em Pereiras e em Capela do Alto, o maior dinamismo econômico esteve ligado ao setor primário. A presença da cadeia produtiva de avicultura de corte, relevante para a economia de ambos os municípios, apresentou expansão importante, na década de 1990, com a instalação de diversos galpões avícolas83. 78 ALUMÍNIO (Município). Prefeitura Municipal de Alumínio. Conheça a história da Cidade. O início de tudo. Em: http://www.aluminio.sp.gov.br/a_cidade.htm 79 Tietê também está no grupo dos municípios dinâmicos e apresentou taxa de crescimento do PIB de 6% ao ano, enquanto a taxa de Cerquilho foi de 16,2% ao ano. 80 Cerquilho vai ganhar Centro Tecnológico, 22 AGO 2008. 81 São Paulo (Estado). Diário Oficial, Volume 120, Número 26. São Paulo, 9 de fevereiro de 2010. 82 ITAÍ (Município). Plano municipal de desenvolvimento rural sustentável 2010 - 2013. Prefeitura Municipal de Itaí, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, Casa da Agricultura de Itaí, Escritório de Desenvolvimento Rural Avaré. s/d. 50 p. 83 CAPELA DO ALTO (Município). PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL 2010- 2013. Prefeitura Municipal de Capela do Alto, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural. Casa da Agricultura de Capela do Alto. Capela do Alto, 30 de setembro de 2009.; PEREIRAS (Município). Plano municipal de desenvolvimento rural sustentável 2010 - 2013. Prefeitura Municipal ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 53 Desde então, Capela do Alto possui grande número de instalações avícolas, responsável pela produção de aves de corte, destinadas às Integradoras para comercialização84. Pereiras, por sua vez, possui abatedouro para 60 mil frangos/dia, além de incubatório produzindo cerca de 50 mil pintos/dia85. Embora a avicultura de corte não apresente tendência de crescimento quanto à construção de novas granjas86, tal atividade foi fundamental para explicar as elevadas taxas de crescimento anual do PIB em de Capela do Alto e em Pereiras, no período em avaliação. Ademais, a proximidade com a capital, pela rodovia Castello Branco, favorece a comercialização das aves produzidas, consolidando a cadeia produtiva na estrutura econômica municipal. O setor primário também foi de grande relevância para o desempenho econômico positivo do município de Iaras. O cultivo de eucalipto, que se destina às grandes indústrias do setor de papel e celulose do País e à indústria madeireira, explica o crescimento econômico municipal no período estudado. Iaras possui uma das maiores áreas de cultivo de eucalipto do Estado, a qual representa proporção relevante de sua área agricultável, de forma que a expansão dessa produção, mesmo após o final dos incentivos públicos ao reflorestamento em 198587, influenciou diretamente a expansão do PIB do município. Taxa média geométrica de crescimento do PIB ao ano (em %) RA de Sorocaba e Estado de São Paulo – 1996 a 2008 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE. Elaboração: SPDR/UAM. de Pereiras, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Pereiras, Casa da Agricultura de Pereiras, Escritório de Desenvolvimento Rural Botucatu. Pereiras, 22 de julho de 2010. 84 CAPELA DO ALTO (Município). op. cit. 85 PEREIRAS (Município). op. cit. 86 IDEM. 87 SONODA, Érica Cátie. op. cit. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 54 De modo geral, as principais observações sobre o desempenho econômico positivo dos municípios da RA de Sorocaba referem-se à expansão de segmentos industriais de grande escala e intensivos em capital, como elemento determinante do crescimento da maior parte dos municípios considerados dinâmicos, ao mesmo tempo que a boa performance do setor primário foi fundamental para explicar a expansão econômica de Pereiras, Capela do Alto e Iaras. Nos dois casos, os municípios se beneficiaram da boa localização e da proximidade com eixos rodoviários importantes ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 55 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 56 A população da RA, em 2010, era de 2,8 milhões de habitantes, representando 6,8% do total estadual, de acordo com dados do Censo Demográfico 2010. Nota-se que nas últimas décadas, a RA vem seguindo a tendência estadual de decréscimo em suas taxas anuais de crescimento populacional. Além disso, entre 1980 e 2010, a evolução da participação da população regional em relação à população estadual foi crescente e suas taxas de crescimento são superiores às do Estado, em todo o período. Evolução da População Total Estado de São Paulo e RA de Sorocaba – 1980 a 2010 População Total Anos RA de S orocaba 19 80 19 91 20 00 20 10 1 510 2 016 2 468 2 804 478 555 882 026 Estado de São Paulo 25 0 42 074 31 5 88 925 37 0 35 456 41 2 62 199 Distribuição Relativa RA/ESP (%) 6 ,03 6 ,38 6 ,67 6 ,80 Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1980 a 2010. Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População Estado de São Paulo, RA de Sorocaba – 1980 a 2010 % ao ano 4,00 3,00 2,66 2,27 2,13 1,78 2,00 1,09 1,28 1,00 0,00 1980/1991 1991/2000 Estado de São Paulo 2000/2010 RA de Sorocaba Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1980 a 2010. A taxa de crescimento da RA na última década foi 1,28%. Grande parte dos municípios da região apresentou taxas de crescimento entre 0% e 1% neste mesmo período (2000/2010) (26 municípios). As taxas mais elevadas (acima de 3% ao ano) foram observadas em sete municípios. Destacam-se os municípios de Iaras e Iperó com taxas de 7,64% e 4,41% ao ano respectivamente. O município de Sorocaba registrou crescimento superior à média estadual (1,74% ao ano); e 12 municípios tiveram decréscimo da população no período. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 57 Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População (% ao ano) RA de Sorocaba e Estado de São Paulo – 2000 a 2010 Fonte: IBGE. Censos Demográficos 2000 e 2010. Elaboração: SPDR/UAM. Em 2010, a RA apresentou grau de urbanização de 86,5%, abaixo da média estadual de 95,9%. Registraram taxas de acima de 90% em 15 municípios. Observa-se que a região possuía, em 2010, maior concentração de municípios na faixa entre mais de 20 mil e 50 mil habitantes (24,1%). Dentre os mais populosos, além do município de Sorocaba, com mais de 500 mil habitantes, a RA contava com seis municípios com população superior a 100 mil habitantes (Botucatu, Itapetininga, Itu, Salto, Tatuí e Votorantim). Proporção de Municípios segundo Faixas de Tamanho da População Estado de São Paulo e RA de Sorocaba - 2010 Em % Estado de São Paulo 60,0 RA de Sorocaba 40,0 24,3 20,0 16,5 22,8 18,9 18,9 21,5 24,1 18,6 7,6 10,2 6,3 7,6 1,4 1,3 0,0 Até 5 mil Mais de 5 Mais de 10 Mais de 20 Mais de 50 Mais de mil a 10 mil mil a 20 mil mil a 50 mil mil a 100 mil 100 mil a 500 mil Mais de 500 mil Faixas de Tamanho da População Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 58 Municípios segundo Faixas de Tamanho da População RA de Sorocaba e Estado de São Paulo – 2010 Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Elaboração: SPDR/UAM. A razão de dependência da população potencialmente inativa (43,8%), em relação a 100 pessoas em idade disponível para as atividades econômicas, era, em 2010, superior à média estadual (41,5%). Este dado indica o contingente populacional potencialmente inativo a ser sustentado pela parcela da população potencialmente produtiva. Razão de Dependência e Índice de Envelhecimento Estado de São Paulo e RA de Sorocaba - 2010 Em % 100,0 Estado de São Paulo 80,0 RA de Sorocaba 60,0 41,5 43,8 36,5 34,1 40,0 20,0 0,0 Razão de Dependência Índice de Envelhecimento Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 59 Razão de Dependência RA de Sorocaba e Estado de São Paulo – 2010 Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Elaboração: SPDR/UAM. A quantidade de idosos para cada 100 crianças expressa pelo índice de envelhecimento, em 2010, era de 34,1%, inferior à média estadual (36,5%). Destaca-se que o grupo etário com mais de 14 anos até 64 anos representava 70,7% do total da população, semelhante ao apresentado pelo Estado (70%). Índice de Envelhecimento RA de Sorocaba e Estado de São Paulo – 2010 Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Elaboração: SPDR/UAM. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 60 Considerando os dados das projeções demográficas divulgadas pela Fundação Seade, observa-se que no período de 1980 até 2020, tanto para a RA como para o Estado, a proporção da população com até 14 anos tende a diminuir e a de 65 anos e mais, a aumentar. A proporção das pessoas em idade economicamente ativa (15 a 64 anos) elevou-se entre 1980 e 2010, com tendência a estabilidade até 2020. Proporção da população total por grandes grupos etários Estado de São Paulo e RA de Sorocaba– 1980 a 2020 Em % 1980 100,0 80,0 2010 2020 69,7 70,0 69,7 70,7 62,3 59,6 60,0 40,0 20,0 33,7 36,0 22,8 23,2 19,8 19,6 4,0 7,4 10,4 4,5 7,2 9,5 0,0 0 a 14 anos 15 a 64 anos 65 anos e mais 0 a 14 anos Estado de São Paulo 15 a 64 anos 65 anos e mais Sorocaba Fonte: IBGE. Fundação Seade. O mesmo pode ser observado nas pirâmides etárias da população, que mostram que a RA apresentou acentuado envelhecimento da população entre 1980 e 2010, com possível prosseguimento desta tendência, até 2020. Verifica-se também a redução do contingente de crianças e adolescentes, com até 14 anos de idade, em razão da queda das taxas de fecundidade e natalidade. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 61 Pirâmides Etárias Estado de São Paulo e RA de Sorocaba – 1980 a 2020 Estado de São Paulo Idade 75 e M ais Homens Mulheres 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5a9 0a4 10 8 6 4 1980 2 0 2010 2 4 2020 6 8 10 Em % RA de Sorocaba 75 e M ais Homens Mulheres 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5a9 0a4 10 8 6 4 1980 2 0 2010 2 4 2020 6 8 10 Fonte:IBGE. Fundação Seade. Elaboração: SPDR/UAM. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 62 Os aspectos sociais da RA são analisados a partir dos resultados do Índice Paulista de Responsabilidade Social, desenvolvido pela Fundação Seade88. Este índice é composto por diversos indicadores, que medem as condições dos municípios em termos de renda, escolaridade e longevidade e apresenta uma tipologia, constituída de cinco grupos, que resumem a situação de cada município, segundo as três dimensões citadas. Sorocaba é uma região onde predominam municípios classificados nos grupos 4 e 5 do IPRS (71,8% do total), mas também se encontram municípios pertencentes aos grupos 1 e 2, sobretudo, no entorno do município-sede. Logo, é uma região caracterizada pela desigualdade, dada a predominância de municípios nos piores grupos do Índice, em simultâneo, à maior proporção de municípios pertencentes aos grupos 1 e 2 (17%) e a menor participação de municípios em situação intermediária, ou seja, aqueles classificados no grupo 3 do IPRS (11,5%). A superação destas desigualdades pela qual o Estado trabalha, apoia-se na articulação setorial das diversas políticas da esfera estadual e na implementação de ações estaduais que auxiliem a reduzir as discrepâncias intermunicipais, no que se refere à eficácia das políticas desenvolvidas e à adequada atuação institucional do setor público através de seus programas e ações. De modo geral, a região apresenta melhores condições de riqueza do que sociais, ocupando o oitavo lugar nesta dimensão. Todavia, encontra-se na 13ª e na 14ª colocação em longevidade e escolaridade, respectivamente. Este quadro indica que, a despeito das oportunidades de desenvolvimento para a região, seus indicadores sociais permanecem inferiores àqueles que traduzem a riqueza municipal. Os resultados apresentados na seção DESEMPENHO ECONÔMICO do presente estudo mostram expansão econômica importante na região, expressa nas elevadas taxas de crescimento do PIB e na grande proporção de municípios dinâmicos. Todavia, dos 34 municípios da RA de Sorocaba que apresentaram dinamismo, apenas dois são do Grupo 1, três são do Grupo 2, quatro são do Grupo 3, quatorze são do Grupo 4 e onze são do Grupo 5. Deste modo, o crescimento econômico não se traduziu em melhorias sociais relevantes, configurando-se num padrão de crescimento não inclusivo. As dificuldades na assistência à saúde materno-infantil podem ser observadas através dos dados da Fundação Seade89 sobre o percentual de mães que contaram com sete ou mais consultas no pré-natal: na RA, aproximadamente 40% dos municípios tiveram resultados inferiores à média do conjunto do estado. A atuação do setor público, neste sentido, deve se concentrar em aprimorar e ampliar a infraestrutura e a qualidade dos serviços e das políticas públicas assistenciais e preventivas de saúde na região. 88 O ÍNDICE PAULISTA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL - IPRS tem como finalidade caracterizar os municípios paulistas no que se refere ao desenvolvimento humano, através de indicadores sensíveis a variações de curto prazo e capazes de incorporar informações relevantes referentes às diversas dimensões de renda, longevidade e escolaridade. Cada uma destas dimensões é expressa por meio de um indicador sintético que pode assumir valores entre 0 e 100. Os indicadores sintéticos são constituídos da combinação linear de um conjunto de variáveis, com ponderações específicas. A estrutura de ponderação foi obtida de acordo com um modelo de análise fatorial, em que se estuda o grau de interdependência entre diversas variáveis. Para maiores informações sobre a metodologia de cálculo dos indicadores, variáveis selecionadas, ponderações atribuídas a cada variável, entre outras informações, consultar http://www.seade.gov.br/projetos/iprs/ 89 SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Fundação Seade. Painel SP, 2011. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 63 Dentre as variáveis que compõem a dimensão de educação, apresentaram-se em condição de desvantagem, com relação à média estadual, o percentual de jovens de 15 a 17 anos que concluíram o ensino fundamental e a proporção de jovens de 18 e 19 anos com ensino médio completo. Não há vulnerabilidade importante quanto ao analfabetismo dos jovens e à frequência das crianças à pré-escola, uma vez que estas estão próximas da média do conjunto do Estado. Estes resultados indicam que o desafio, na área educacional, na RA, diz respeito à conclusão dos estudos pela população jovem. As elevadas taxas de abandono90 no ensino fundamental e médio, encontradas em diversos municípios da região, são sinais claros da menor conclusão dessas etapas de estudo pelos jovens na RA91. Paralelamente, o contexto desfavorável da educação é demonstrado pelas elevadas taxas de distorção idade-série92, que se apresentam acima da média Estado, em 57% dos municípios, quando se trata do ensino fundamental, e em 41,8 deles, no médio93. Deste modo, a atuação do Estado busca a melhoria do atendimento aos estudantes, como forma de ampliar suas expectativas com relação aos estudos e incentivar sua permanência e conclusão do ensino fundamental e médio. Índice Paulista de Responsabilidade Social-IPRS RA de Sorocaba e Estado de São Paulo – 2008 Fonte: Fundação Seade/Alesp, 2010. Elaboração: SPDR/UAM. 90 Proporção de alunos de um determinado nível/segmento de ensino que deixaram de frequentar a escola no decorrer do ano letivo, em relação ao total de alunos matriculados nesse mesmo nível/segmento. 91 SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Fundação Seade, Painel SP, 2011. 92 As taxas de distorção idade-série indicam o percentual de alunos com pelo menos dois anos a mais que a idade adequada para cursar uma série de um determinado nível de ensino, em relação ao total de alunos dessa série e nível. 93 SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Fundação Seade, op. cit. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 64 A região de Sorocaba apresentou processo de ocupação diferente de outros centros do interior paulista. Seu povoamento e o de seu entorno iniciou-se no final do século XVI, pela busca de minério de ferro e outros metais, na região onde hoje se encontram os municípios de Araçoiaba da Serra e Iperó. A expansão da ocupação ocorreu, posteriormente, em meados do século XVII, com o movimento Bandeirante que levou ao adensamento do território através da fundação de vilas94. A partir do século XVIII até fins do século XIX, com o desenvolvimento do tropeirismo, a cidade de Sorocaba passou a desempenhar importante papel, transformando-se em eixo geoeconômico entre as Regiões Norte e Sul do Brasil95. A economia dos tropeiros, a industrialização e, posteriormente, a interiorização do desenvolvimento definiram seu padrão de urbanização, aprofundando as relações entre municípios polos e suas áreas de influência. O crescimento da região foi reforçado com posteriores investimentos em melhoria do sistema transportes e, em termos de Rede Urbana96, a RA de Sorocaba conta com: a Aglomeração Urbana97 de Sorocaba; e os Centros Urbanos98 de Botucatu e Itapetininga. • Aglomeração Urbana-AU de Sorocaba A Aglomeração Urbana de Sorocaba, praticamente contígua às Regiões Metropolitanas de São Paulo e de Campinas, é formada pelos municípios de Sorocaba, Alumínio, Araçoiaba da Serra, Boituva, Iperó, Itu, Mairinque, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São Roque e Votorantim99. O município de Sorocaba polariza este recorte territorial, em termos populacionais, econômicos e históricos, até porque, a partir dele, foram criados os municípios de Araçoiaba da Serra, em 1936, Salto de Pirapora, em 1953, e Votorantim, em 1964. Mairinque desmembrou-se de São Roque, em 1959, e, em 1991, Alumínio emancipou-se de Mairinque. De Porto Feliz, foram desmembrados Boituva, em 1937, e Iperó, em 1964. O município de Salto, por sua vez, foi criado a partir de Itu, em 191. 94 FREY, Henrique. Dinâmica migratória e ocupação do espaço urbano na Aglomeração Urbana de Sorocaba-SP. In XXVIII Congresso Internacional da ALAS. Recife, 6 a 11 de setembro de 2011. 95 NEGRI NETO, Afonso et al. Produção agrícola e agroindústria nas Divisões Regionais Agrícolas de Sorocaba e Bauru, Estado de São Paulo. Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Instituto de Economia Agrícola. Agricultura em São Paulo, nº 42, volume 1, São Paulo: 1995. 96 SÃO PAULO (Estado) Secretaria de Economia e Planejamento, Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano – Emplasa e Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade. Estudo da Morfologia e da Hierarquia Funcional da Rede Urbana Paulista e da Regionalização do Estado de São Paulo. Sumário Executivo. São Paulo, novembro 2010. 97 AGLOMERAÇÃO urbana é unidade que compõe mancha contínua de ocupação, constituída de mais de uma unidade municipal, envolvendo fluxos intermunicipais, complementaridade funcional e integração socioeconômica, decorrente de especialização, complementação e/ ou suplementação funcional. 98 CENTRO urbano polariza, sozinho, os municípios de seu entorno, desempenhando o papel de centro regional. 99 SÃO PAULO (Estado) Secretaria de Economia e Planejamento, Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano – Emplasa e Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade. Estudo da Morfologia e da Hierarquia Funcional da Rede Urbana Paulista e da Regionalização do Estado de São Paulo. Sumário Executivo, op. cit. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 65 Mancha Urbana da RA de Sorocaba Fonte: Google Maps. Elaboração SPDR/UAM. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 66 A Aglomeração Urbana encontra-se na Bacia Hidrográfica Sorocaba – Médio Tietê. O Rio Sorocaba é o afluente mais importante da margem esquerda do Médio Tietê. Uma barragem, no município de Votorantim, forma o reservatório de Itupararanga, importante manancial da região, banhando os municípios de Ibiúna, Mairinque, Alumínio, Piedade e Votorantim. Após o barramento, o Rio atravessa as cidades de Votorantim e Sorocaba100. A partir da segunda metade do século XIX, houve uma série de eventos que implicariam em mudanças na dinâmica do município de Sorocaba e seu entorno. Além das atividades comerciais e dos serviços, a introdução do cultivo de algodão, a inauguração da Estrada de Ferro SorocabanaEFS e a posterior instalação das indústrias têxteis determinariam as transformações na estrutura da cidade101. Em 1865, foram instaladas as primeiras casas de beneficiamento de algodão em Porto Feliz, Sorocaba e Itu, e, logo após, em Itapetininga, Tatuí e Botucatu. A partir de então, a economia regional criou nova dinâmica, que envolvia beneficiamento, enfardamento, transporte e intermediação das negociações para a exportação do produto102. O desenvolvimento industrial da cidade trouxe significativas modificações em sua conformação urbana. O adensamento populacional incentivou a instalação de várias fábricas de bens de consumo, como as de cerveja, vinho, licores, massas e café. Além disso, com a industrialização, novos bairros foram formados, nos arrabaldes da cidade, como a vila operária Santa Rosália e a vila de Votorantim, criadas em torno das respectivas fábricas103. A expansão da infraestrutura urbana de Sorocaba, no início do século XX, ocorreu a partir do adensamento das áreas próximas ao centro da cidade e da criação de novos bairros às margens do rio Sorocaba, em direção a Votorantim, à época distrito do município-sede104. Houve, ainda, outros dois vetores de crescimento urbano: o primeiro, denominado Além Linha, do centro em direção ao norte, que concentrava grande parte das vilas operárias formadas pelas fábricas têxteis e pelas oficinas que faziam o atendimento à Estrada de Ferro Sorocabana; e o segundo, chamado de Além Ponte, que seguia para leste, fazendo a ligação de Sorocaba com a capital 105. Se a mancha urbana de Sorocaba desenvolveu-se, de início, ao longo da linha férrea, no sentido leste-oeste, posteriormente, essa mancha apresentou crescimento para o norte e oeste e a porção centro-sul representa a área com mais infraestrutura, serviços e equipamentos de lazer106. 100 SÃO PAULO. (Estado). Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos. Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio Tietê. Relatório Zero. Caracterização Geral da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) 10. 15/05/00. Disponível em: http://www.sigrh.sp.gov.br/sigrh/ARQS/RELATORIO/CRH/CBH-SMT/258/relsmtseg.pdf . Acesso em: 23 mai. 2011. 101 FREY, op. cit. 102 SONODA, Érica Cátie. Evolução Econômica e Mudanças na Estrutura Produtiva da Região Administrativa de Sorocaba (1980-2005). Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia, 2007. 103 CARVALHO, Rogério Lopes Pinheiro de. Aspectos da modernidade em Sorocaba: experiências urbanas e representações 1890-1914. Revista de História, São Paulo, n. 151, dez. 2004. Disponível em http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-83092004000200008&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 17 out. 2011. 104 FREY, op. cit. 105 IDEM. 106 BUGANZA, Cintia Peres. Estudo da situação pré-metropolitana de Sorocaba: características e perspectivas. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, 2010. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 67 Na área da AU, três elementos físicos atuam como organizadores da mancha urbana: o Rio Sorocaba, que corta a cidade no sentido norte-sul, e passa pelos municípios de Boituva, Iperó e Votorantim; a Rodovia Raposo Tavares, que corta o município de Sorocaba em seu extremo sul, no sentido leste-oeste e passa pelos municípios de São Roque, Mairinque, Alumínio, Votorantim e Araçoiaba da Serra; e a linha férrea, que corta o centro da cidade, também no sentido leste-oeste, além dos municípios de Mairinque, Alumínio, Itu, Iperó e Votorantim107. A Rodovia Raposo Tavares corta a área de conurbação entre Sorocaba e Votorantim e é o principal eixo de desenvolvimento urbano no sentido Sorocaba – Araçoiaba da Serra, pela localização de loteamentos fechados e condomínios horizontais. Em São Roque, a Rodovia se transforma, praticamente, em avenida, evidenciando sua influência na urbanização da região108. Se Sorocaba é o município-polo da AU, sua polarização sobre os demais municípios é considerada reduzida. Dentre os principais fatores inibidores estão: a proximidade com relação à RMSP, RMC e mesmo o município de Piracicaba que, por exemplo, polariza os de Tietê e Porto Feliz; o fato das sub-regiões de Avaré e Botucatu desenvolverem poucas relações comerciais e nem mesmo utilizarem os serviços da cidade-polo. A grande distância que, ao mesmo tempo, favoreceu o comércio local fez com que a população preferisse recorrer à cidade-sede da RA de Bauru, na necessidade de serviços mais complexos109. A RMSP exerce atração sobre os municípios de São Roque, Mairinque e Alumínio. Itu estabelece forte ligação com o município de Salto e ambos possuem uma tendência de intensificação de suas dinâmicas funcionais, ligadas à Indaiatuba, integrando-se à área sob influência da RMC110. Em termos de conurbação, esse processo, entre Sorocaba e Votorantim, é intenso, e se faz por uma avenida expressa que liga o centro comercial de ambas, numa distância de aproximadamente cinco quilômetros. As cidades de Mairinque e São Roque também apresentam ponto de conurbação, enquanto Itu e Salto possuem uma forte tendência de expansão entre seus limites111. A Aglomeração Urbana de Sorocaba apresentou expressivos crescimentos populacionais, nas últimas décadas. A tendência se manteve, entre 2000 e 2010, quando sua taxa anual de crescimento populacional foi de 1,66%, superior à da RA de Sorocaba, de 1,29%. No mesmo período, essa taxa foi de 0,97%, na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP); 1,20%, na Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS); e 1,09%, na média do Estado de São Paulo112. A AU abrigava 1,3 milhão de habitantes, em 2010, ou 46% do total da RA, e sua taxa anual de crescimento populacional, entre 2000 e 2010, foi diferenciada entre o município de Sorocaba e os demais municípios. Ao contrário do ocorrido em outras aglomerações urbanas do Estado, no município-polo, a taxa foi de 1,75%, superior às de Alumínio, Itu, Mairinque, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São Roque e Votorantim. Sorocaba está entre os municípios com taxas mais elevadas, em todo o período analisado. 107 IDEM. IDEM. 109 SONODA, op. cit. 110 IDEM. 111 IDEM. 112 SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Fundação Seade. Informações recentes revelam redução da migração no Estado de São Paulo e em suas metrópoles. São Paulo: SP Demográfico, ano 11, nº. 3, abril de 2011. 108 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 68 Em Araçoiaba da Serra, Boituva e Iperó, a oeste do município de Sorocaba, a taxa foi, respectivamente, de 3,26%, 3,74% e 4,42%. No caso de Araçoiaba da Serra, o crescimento populacional pode estar associado ao processo de expansão imobiliária recente de Sorocaba, que extrapolou os limites municipais, a partir da duplicação da Rodovia Raposo Tavares, quando foi, significativamente, ampliada a oferta de condomínios horizontais e de chácaras em Araçoiaba, principalmente ao longo daquela rodovia113. O desenvolvimento da aglomeração de Sorocaba teve sua dinâmica recente influenciada pela montagem e modernização de denso sistema viário regional, principal fator determinante da atratividade regional no processo de interiorização do parque produtivo, além da proximidade que se encontra das duas Regiões Metropolitanas do Estado: a de São Paulo e a de Campinas114. As rodovias que cortam parte do espaço compreendido pela AU de Sorocaba acabaram criando dois eixos preferenciais para a localização das atividades industriais, assim provocando um processo de expansão das manchas urbanas em alguns municípios. O primeiro eixo liga Sorocaba à RMSP envolvendo os municípios de Alumínio, Araçariguama, Mairinque e São Roque, pelas Rodovias Castello Branco e Raposo Tavares e pela ferrovia. O segundo eixo liga Sorocaba a Salto e Itu, pela Rodovia Santos Dumont115. Dentre suas particularidades, cabe destacar a proximidade e a facilidade com que as pessoas se deslocam até a RMSP. Tais facilidades acabaram inibindo a existência de maior complexidade das funções urbanas, principalmente na prestação de serviços, pelo fato de a população de alguns municípios de seu entorno, e inclusive da própria cidade de Sorocaba, recorrer aos serviços encontrados na capital116. Municípios da AU de Sorocaba mais próximos da RMSP, como Sorocaba, Itu, Salto, Votorantim e Mairinque, atraíram novas firmas através da construção de distritos industriais, concessões de terrenos às margens desses investimentos e ofertas de isenções tributárias117. Nesses municípios, a produção industrial se expandiu e implantou-se boa infraestrutura urbana. Em outros, como, por exemplo, Porto Feliz, Iperó, Salto de Pirapora e São Roque, há, também, expressiva presença de indústrias, mas não se encontram as mesmas condições de desenvolvimento urbano dos municípios mencionados anteriormente118. A intervenção pública permitiu que mudanças ocorressem na estrutura produtiva. Houve implantação de indústrias metalúrgica, mecânica, de material elétrico e química, o que viabilizou ampliação da produção, tanto de bens intermediários, como de capital e de consumo duráveis119. 113 FREY, Henrique; CAIADO, Aurílio Sérgio Costa. Notas sobre as modalidades de deslocamento espacial da população na Aglomeração Urbana de Sorocaba-SP. In Anais do XIV ENCONTRO NACIONAL DA ANPUR. Rio de Janeiro, Maio de 2011. 114 SONODA, op. cit. 115 IDEM. 116 IDEM. 117 IDEM. 118 BAENINGER, Rosana (Org.). Pólo Regional de Sorocaba. In Pólos Regionais – São José dos Campos, Sorocaba e Ribeirão Preto. Campinas: Núcleo de Estudos de População/Núcleo de Estudos de Políticas Públicas/Instituto de Economia – Unicamp, 2010. 119 SONODA, op. cit. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 69 • Centro Urbano de Botucatu O tropeirismo também esteve na origem do povoamento de Botucatu, que recebeu, ainda, o reflexo do declínio da mineração. O município, no entanto, começou a se desenvolver, efetivamente, na década de 1870, através dos primeiros ganhos obtidos com a produção cafeeira120. Em 1889, a Estrada de Ferro Sorocabana atingiu Botucatu e ficou sendo conhecida como "Boca do Sertão", desenvolvendo agroindústrias e servindo de entreposto até 1930. A crise de 1929 teve impactos negativos, em Botucatu, mas o estágio de desenvolvimento de sua economia urbana já havia possibilitado a presença de pequeno setor industrial e de significativo setor de serviços. A indústria, então, se expandiu com fábricas de móveis, máquinas agrícolas, equipamentos mecânicos e curtumes121. Até a década de 1930, o comércio do município estava estruturado em casas de gêneros alimentícios, armazéns e lojas de secos e molhados, concentrados em duas regiões da cidade, uma no centro e outra norte da cidade, no Bairro da Estação (atual Vila dos Lavradores). Antes, esses tinham a finalidade de abastecer as necessidades básicas da população e fornecer mercadorias para as fazendas de café122. Desde essa época, a cidade já possuía influência regional e, atualmente, é considerada Centro Urbano que polariza suas cidades limítrofes. Contudo, a cidade sofre influência da Aglomeração Urbana de Bauru123. O município de Botucatu está inserido em três Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos: a UGRHI-05, dos rios Piracicaba/Capivari/Jundiaí, localizada no extremo norte do município, junto à Represa Barra Bonita, onde se encontra a foz do Rio Piracicaba; a UGRHI-l0, dos rios Tietê/Sorocaba, que abrange, praticamente, metade do município; e a UGRHI-17, do Médio Paranapanema, cujo afluente, o Rio Pardo, envolve a porção sul do município124. Botucatu se encontra em área geomorfológica denominada “Cuesta de Botucatu”, desnivelamento brusco entre o alto da Serra de Botucatu e a baixada do Rio Tietê, que contorna a cidade ao norte e ao leste, estando a cidade na parte mais alta125. Esta formação é protegida, desde 1984, pela existência de Área de Proteção Ambiental. A vizinhança deste desnível e a posição elevada da cidade lhe proporcionam um microclima específico, marcado por brisa constante e ventos intensos, no inverno126. 120 IDEM. PIZA, João Fernando Blasi de Toledo. A formação de povoados na região de Botucatu. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, 2007. 122 Castilho, Raquel Camalionte. GÊNESE E EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO DE BOTUCATU/SP. In Anais do II Ciclo de Idéias e Debates do GEDRI, Universidade Estadual Paulista (UNESP). Ourinhos, 15 a 19 de outubro de 2007. Disponível em: http://www.ourinhos.unesp.br/gedri/2ciclo/anais_2ciclo.pdf. Acesso em: 23 nov. 2011. 123 IDEM. 124 INFORMAÇÕES sobre Botucatu – Hidrografia. Em: http://linksdebotucatu.blogspot.com/2010/01/hidrografia.html. Acesso em: 9 ago. 2011. 125 MENA, Fábio Eduardo de Souza. Clima e turismo no município de Botucatu – SP. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas. Rio Claro: 2004. 126 PIZA, João Fernando Blasi de Toledo. O Tratamento dado às APPs e APAs no Plano Diretor Participativo de Botucatu. Em: http://www.arquitetura.ufc.br/professor/Clarissa%20Sampaio/2011-1%20PU-1/etapa%2002/artigos%20seminario%20APP/GT1113-101-20070731161218.pdf. Acesso em: 9 ago. 2011. 121 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 70 A Cuesta se caracteriza por paredão abrupto com face voltada à leste, seguido de declínio que se estende a oeste, até a margem do Rio Paraná, e se constitui um importante divisor de águas, com várias nascentes, que correm tanto para a Bacia do Rio Tietê, quanto para a do Rio Paranapanema. O município abrigava 108 mil habitantes, em 2010, ou 3,9% do total da RA. Sua taxa anual de crescimento populacional, entre 2000 e 2010, foi inferior à dos períodos 1980/1991 e 1991/2000. Ainda assim, registrou, entre 2000 e 2010, taxa de 1,63%, superior à da RA de Sorocaba, de 1,29%, e à média do Estado de São Paulo, de 1,09%. Os anos 1960 e 1970 se caracterizaram como de retomada do desenvolvimento de Botucatu, com a chegada de diversas indústrias ao município, que conta, ainda, com importante setor de comércio e serviços, principalmente, na área de saúde e educação, com a presença da UNESP, cujo curso de medicina foi aberto em 1976. Essas atividades possuem grande influência regional e justificam parte do poder centralizador deste espaço urbano frente a outros espaços127. Botucatu é, ainda, referência na disseminação da agricultura orgânica, com a fundação da Estância Demétria, que trabalha com os princípios da agricultura biodinâmica, e a criação do Instituto Biodinâmico-IBD, em 1984, uma das maiores certificadoras do país, cujo selo tem aceitação internacional128. Botucatu se favorece, adicionalmente, de estar em importante eixo viário, contando com as rodovias Castello Branco e Marechal Rondon, a ferrovia e o aeroporto regional129. A facilidade de acesso ao município tem estimulado a formação de condomínios de lazer, seja no campo, seja às margens de lagos, ou pela transformação de pequenas propriedades rurais em chácaras de lazer130. Botucatu conta, também, com potencial turístico de seu patrimônio natural, representado pelos ecossistemas que compõe a “Cuesta de Botucatu”. • Centro Urbano de Itapetininga O município de Itapetininga teve grande desenvolvimento no século XIX, como ponto chave no percurso dos tropeiros, pois, antes de Sorocaba, onde havia a grande feira de compra e venda, os animais lá invernavam, ou seja, ficavam pastando para recuperar peso perdido na marcha desde o sul do país131. Itapetininga situa-se na Bacia Hidrográfica do Alto Paranapanema (UGRHI 14). O Rio Itapetininga, que abastece a cidade, nasce da confluência do rio Turvo com o rio Pinhal, no município de Sarapuí, e deságua no rio Paranapanema, no município de Campina do Monte Alegre132. Itapetininga, situada às margens da Rodovia Raposo Tavares, tem se beneficiado de sua localização, um importante entroncamento na derivação da Rodovia SP 127 que faz a ligação com o sudoeste 127 CASTILHO, Raquel Camalionte. Botucatu - Equipamentos de consumo coletivo de saúde e educação, 27-3-2010. Disponível em: http://eventos.filo.uba.ar/index.php/geocritica/2010/paper/view/60. Acesso em: 9 ago. 2011. 128 PEROSA, José Matheus Yalenti et. al. O Estímulo local e o consumo de produtos orgânicos em Botucatu, SP. Revista de Estudos Sociais - ano 11, n. 22, v. 2, 2009. Disponível em: http://200.129.241.94/index.php/res/article/viewFile/215/182. Acesso em: 9 ago. 2011. 129 SONODA, op. cit. 130 PIZA, João Fernando Blasi de Toledo. A formação de povoados na região de Botucatu. Op. cit. 131 ZOCCHI, Paulo. Paranapanema: da nascente à foz. São Paulo: Audichromo, 2002. 132 ITAPETININGA. Disponível em: http://www.spvias.com.br/turismo/default.asp Acesso em: 9 ago. 2011. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 71 do estado de São Paulo e o norte do Paraná, através das rodovias SP 258 (que liga Capão Bonito à Apiaí e Ribeira) e SP 250 (que liga Capão Bonito a Itapeva e Itararé)133. O município abrigava 125 mil habitantes, em 2010, ou 4,5% do total da RA. Sua taxa anual de crescimento populacional, entre 2000 e 2010, foi inferior à dos períodos 1980/1991 e 1991/2000. Itapetininga, no entanto, registrou, entre 2000 e 2010, taxa de crescimento populacional de 1,41%, que, como a do Centro Urbano de Botucatu, foi superior à da região, de 1,29%, e à média do Estado de São Paulo, de 1,09%. Itapetininga destaca-se pela produção agropecuária e florestal, cujo suporte científico e tecnológico é viabilizado pelo Centro Tecnológico Florestal, com sede no município, que desenvolve pesquisas nas áreas de solo e nutrição, manejo florestal, mecanização florestal, biotecnologia e melhoramento genético134. 133 134 SONODA, op. cit. SUZANO Papel e Celulose. Resumo Público do Plano de Manejo Florestal. São Paulo: s/d. ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 72 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 1 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 2 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 3 ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 4 Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional Unidade de Articulação com Municípios Planejamento Regional Marcelo Sacenco Asquino Ivani Vicentini Maria Angélica Campello Pasin Portella Pereira Carmen Célia Granziera Miyake Leila Tendrih Manuela Santos Nunes do Carmo Pablo March Frota de Miranda Lima Sandra Matsuzaki Costa Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional Alameda Jaú, 389 Jardim Paulista CEP: 014020-000 São Paulo-SP Tel.: (11) 2575-5054 www.planejamento.sp.gov.br [email protected] ________________________________________________________________________________________________________________________ Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional 1