Corpus Christi - Arquidiocese de São Salvador da Bahia

Transcrição

Corpus Christi - Arquidiocese de São Salvador da Bahia
Corpus Christi: 465 anos
Realizada pela primeira vez em Salvador, a festa da Eucaristia foi a primeira
manifestação pública de fé do Brasil
Há 465 anos, as ruas do Centro Histórico, na capital baiana, são tomadas por
milhares de pessoas durante a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.
Uma demonstração de fé que, no Brasil, teve início em Salvador. Na Arquidiocese, o
Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, scj, preside uma Missa
Solene na praça Municipal, em frente è Prefeitura de Salvador, no dia da festa – 19 de
junho -, às 8h.
Em seguida, haverá uma procissão até o Campo Grande, momento em que os
fiéis acompanham o Santíssimo Sacramento, que será conduzido por algumas ruas. A
bênção solene encerra as celebrações. As paróquias, grupos, movimentos, pastorais,
irmandades e associações, bem como todos os fiéis, são convocados a participarem e, na
medida do possível, levarem faixas e estandartes.
Ao falar sobre a importância da celebração do Corpo e Sangue de Cristo, Dom
Murilo afirma que na Solenidade é destacada a presença de Jesus. “A Eucaristia,
sacramento do amor, tem várias dimensões. Ela é, ao mesmo tempo, sacrifício, banquete
e presença. Sacrifício, porque Cristo se oferece ao Pai por nós; Banquete, porque Cristo
se oferece como alimento para nós; Presença, porque Ele permanece sempre conosco,
particularmente nos sacrários de nossas igrejas. Ele deixa os sacrários das Igrejas e
percorre as ruas de nossas cidades, para ser adorado; é como se Ele fosse entrar em cada
casa, em cada coração. Nós o adoramos porque reconhecemos que Ele é o Filho de
Deus, nosso irmão e Salvador”, diz.
Marca de fé
A história dos louvores à Eucaristia, na festa de Corpus Christi, se entrelaça com
a história da fundação da cidade. “A mais antiga manifestação pública do Brasil é
Corpus Christi. Esta procissão tem elementos fortes, especialmente os aspectos histórico
e religioso”, afirma o historiador e professor do Instituto de Teologia da Universidade
Católica do Salvador (UCSal), Cândido da Costa e Silva.
De acordo com o historiador, a procissão era marcada pela participação de
representantes do poder público e, naquela época, havia uma obrigatoriedade na
participação das pessoas na festa. “As pessoas enfeitavam as janelas das casas e ficavam
em pé aguardando a passagem do Santíssimo Sacramento. Ninguém podia ficar sentado,
pois isso era visto como um modo inadequado e significava falta de respeito”, diz. Vale
ressaltar que foi, a partir daí, que a cidade começou a se organizar e fundou a Câmara de
Vereadores.
Com a instalação da República no final do século XIX, a relação entre a Igreja e
o Estado mudou e, com o passar dos anos, verifica-se que daquela obrigatoriedade de se
fazer presente na festa de Corpus Christi restou a consciência da importância da
celebração para a cidade. A Câmara Municipal de Salvador, no entanto, mantém a sua
participação, e a solenidade entrou para o calendário oficial de festas do município.
Segundo o calendário litúrgico, a Solenidade ocorre sempre na quinta-feira
seguinte à festa da Santíssima Trindade. Entretanto, é importante lembrar que o dia de
comemoração do Sacramento da Eucaristia é a Quinta-feira Santa, dia em que foi
instituída, enquanto que a festa de Corpus Christi se constitui como uma reduplicação
da mesma.
Eucaristia: fonte de vida
Apesar de ter sido realizada no Brasil em 1549, a festa de Corpus Christi teve
início no século XIII, quando o Papa Urbano IV, por meio da bula Transiturus de hoc
mundo, de 11 de agosto de 1264. Esta iniciativa aconteceu após o Papa receber o
segredo das visões da freira agostiniana Juliana de Mont Cornillon, a qual Cristo
apareceu pedindo que a Eucaristia fosse celebrada com destaque. No ano de 1269, a
solenidade foi decretada oficialmente.
De acordo com Dom Murilo, a Arquidiocese de Salvador sente-se
particularmente chamada a celebrar a solenidade de Corpus Christi porque a cidade foi
a primeira a realizar a procissão no Brasil. “Há cidades que fazem belíssimos enfeites
para a passagem do Santíssimo; outras, que enfeitam as ruas com roupas e alimentos,
que depois são doados aos pobres. Nossa maneira de homenagear o Rei dos Reis que
percorre algumas ruas do centro histórico é com uma Celebração Eucarística e com os
cânticos e orações da multidão que costuma participar deste acontecimento”.
Para a paroquiana de Nossa Senhora da Conceição (Lapinha), Sônia Maria de
Santana Ferreira, celebrar a festa da Eucaristia é vivenciar a presença de Jesus Cristo.
“Eu participo da procissão todos os anos e sinto-me preenchida. Todos os domingos eu
vou à Missa e tenho a certeza de que Jesus está presente na Eucaristia, na hóstia
consagrada”, afirma.
Assim como ela, a assessora da Pastoral do Dízimo, Cleidinalva Nunes, na
solenidade os fiéis podem reafirmar o verdadeiro sentido do Corpo e Sangue de Cristo.
“A festa mostra que o Corpo e o Sangue de Cristo são, de fato, alimentos para a nossa
vida. É um dia que nos faz refletir sobre o que celebramos todos os domingos, na Santa
Missa”, diz.
ARQUIDIOCESE DE SALVADOR
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO: (71) 4009-6688 / 9623-7864
Coordenadora: Padre Manoel Filho
Jornalistas: Sara Gomes, Luana Assiz e Rosa Brito

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