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Dissertação DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA PARA CONSUMO DE ALIMENTOS RICOS EM POLIFENÓIS EM GESTANTES Izabele Vian da Silveira INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde Área de Concentração: Cardiologia Desenvolvimento e Validação de um Questionário de Frequência para Consumo de Alimentos ricos em polifenóis em gestantes Autora: Izabele Vian da Silveira Orientador: Dr. Paulo Zielinsky Dissertação submetida como requisito para obtenção do grau de Mestre ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia, da Fundação Universitária de Cardiologia / Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Porto Alegre 2012 S587d Silveira, Izabele Vian da. Desenvolvimento e validação de um questionário de frequência para consumo de alimentos ricos em polifenóis em gestantes / Izabele Vian da Silveira ; orientação [por] Paulo Zielinsky – Porto Alegre, 2012. 147 f.; tab. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul / Fundação Universitária de Cardiologia - Programa de PósGraduação em Ciências da Saúde, 2012. 1.Questionário. 2.Validade.3.Polifenóis.4.Gestantes. I.Paulo Zielinsky.II.Título. CDU: 612.392-055.26 Bibliotecária Responsável: Marlene Tavares Sodré da Silva CRB 10/1850 Dedico este trabalho aos meus pais, que sempre me incentivaram, desde a infância, a estudar, e dedicaram todo seu trabalho, abdicando de muitos prazeres para sempre dar o melhor aos filhos. Dedico também, ao meu marido, por todo apoio e amor incondicional, por ter acreditado em mim e por se esforçar em fazer o meu caminho mais fácil e prazeroso. AGRADECIMENTOS Muitos foram os que contribuíram para a construção desta conquista e merecem meus agradecimentos. Agradeço primeiramente a Deus por conceber-me saúde e sabedoria para a concretização do meu trabalho. Agradeço à Instituição e ao Programa de Pós-Graduação pela oportunidade de crescimento. Ao apoio financeiro da Fundação de Apoio à Iniciação Científica (FAPIC). Ao Dr. Paulo Zielinsky, pelas valiosas orientações, aprendizado e pelo exemplo de dedicação na área de pesquisa em cardiologia fetal. Agradeço a oportunidade de me receber e confiar no meu trabalho. Aos colegas de pesquisa por acreditarem no trabalho da equipe de nutrição. Às colegas de trabalho por toda ajuda e companheirismo. Às Nutricionistas Ana Maria Zílio, Anne Mello e Bruna Lazari, pela ajuda constante. Às alunas bolsistas Andressa Oliveira e Kenya Lampert, pela parceria. Em especial a minha mãe e sogra, por me acompanharem nesta caminhada. Ao meu marido Jackson, pelas palavras de apoio e carinho que me levaram a atingir essa conquista. A todos aqueles que contribuíram para a realização desta pesquisa. LISTA DE ABREVIATURAS PT Polifenóis Totais QFA Questionário de Frequência Alimentar R24h Recordatório Alimentar de 24 horas R3dias Registro Alimentar de 3 dias HA História Alimentar PG Pré Gestacional PPG Peso Pré Gestacional IG Idade Gestacional IMC Índice de Massa Corporal PA Peso AtuaL TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul OMS Organização Mundial da Saúde DRI Dietary Reference Intakes IOM Institute of Medicine FDA Food and Drug Administration EAG Equivalentes de Ácido Gálico SUMÁRIO 1. REFERENCIAL TEÓRICO........................................................1 1.1 POLIFENÓIS.............................................................................1 1.11 Estrutura química..............................................................3 1.12 Classificação.....................................................................5 1.13 Fontes alimentares e quantificação..................................6 1.14 Ingestão dietética..............................................................7 1.15 Biodisponibilidade, absorção e excreção........................10 1.16 Efeito no organismo humano...........................................13 1.2 NUTRIÇÃO NA GESTAÇÃO...................................................16 1.21 Estado nutricional e ganho ponderal...............................16 1.22 Recomendações nutricionais..........................................18 1.23 Polifenóis na gestação....................................................22 1.24 Avaliação do consumo alimentar....................................24 1.3 INQUÉRITOS ALIMENTARES...............................................26 1.31 Questionário de Frequência Alimentar (QFA)...............27 1.311 Exemplos de QFA desenvolvidos.................................32 1.32 Recordatório alimentar de 24 horas (R24h)....................33 1.33 Registro Alimentar (RA)..................................................36 1.34 História Alimentar (HÁ)...................................................38 1.4 MARCADORES BIOQUÍMICOS DA INGESTÃO ALIMENTAR............................................................................39 1.5 REPRODUTIBILIDADE E VALIDADE DE INQUÉRITOS ALIMENTARES.......................................................................41 1.51 Reprodutibilidade dos métodos dietéticos.......................41 1.52 Validade dos métodos dietéticos.....................................42 1.53 Técnicas estatísticas para validação de questionários alimentares...............................................................................45 1.6 VALIDAÇÃO DE QFA EM GESTANTES.................................46 1.7 EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO NO DUCTO ARTERIOSO E NA CIRCULAÇÃO FETAL.............................................................47 2. JUSTIFICATIVA......................................................................49 3. OBJETIVO...............................................................................51 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................52 5. ARTIGO EM PORTUGUÊS.....................................................64 6. ARTIGO EM INGLÊS..............................................................98 7. Apêndices.............................................................................131 A- Aprovação do Comitê de Ética...............................................132 B- Termo de Consentimento Livre e Esclerecido (TCLE)..........133 C- Ficha de atendimento............................................................136 D- Questionário de Frequência Alimentar (QFA).......................138 E- Recordatório alimentar de 24 Horas (R24h)..........................140 F- Registro alimentar de 3 dias (R3dias)....................................141 G- Treinamento fornecido aos entrevistadores que realizaram a coleta de dados........................................................................143 H- Manual do entrevistador........................................................149 1 1- REFERENCIAL TEÓRICO 1.1 POLIFENÓIS Os polifenóis são estruturas químicas muito variadas presentes em todos os organismos vegetais superiores (raízes, folhas, caules, frutos). Atualmente são conhecidas mais de 8000 estruturas 1. Elas intervêm na pigmentação, crescimento, reprodução e resistência das plantas contra as doenças. Existem os polifenóis flavonóides e não-flavonóldes. Os flavonóides representam a maior família e são as estruturas básicas dos taninos ou próantacianidinas 2. Os taninos e seus flavonóides são os mais conhecidos na alimentação. Os polifenóis têm uma função importante na cervejaria, enologia e nas conservas, influenciando o aspecto e o sabor de várias bebidas e alimentos. Eles são utilizados como antioxidantes naturais, antivirais, bactericidas e antienzimáticos. Em estudo realizado por Faller & Fialho, em 2009, no Brasil, quantificou-se os polifenóis de 12 alimentos de maior consumo, sendo seis frutas e seis hortaliças. Os resultados demonstraram que o teor das frutas variou de 15,3 a 215,7mg EAG/100g de peso fresco, sendo as com maiores teores, respectivamente, banana, tangerina, laranja e manga, e para as hortaliças variou de 13,7 à 113,2mg EAG/100g de peso fresco, sendo as com maiores valores, respectivamente, cebola, brócolis, repolho e cenoura. O conteúdo de polifenóis dos alimentos pode variar conforme fatores, como: região geográfica de plantio, variação à exposição solar, método de cultivo com fertilização aplicados, cultivar analisado, dentre outros 3. 2 Sob o aspecto digestivo a absorção e o metabolismo dos fenóis alimentares são determinados por sua estrutura química e peso molecular; entretanto o principal órgão implicado no metabolismo dos polifenóis é o fígado. Os metabólitos são secretados na bile (ciclo entero-hepático) e na urina 2. Muitas pesquisas têm investigado a cinética e extensão da absorção de polifenóis por mensuração das concentrações no plasma e/ou excreção na urina. Entre adultos, após a ingestão de uma única dose de polifenóis consumido como puro composto, extrato vegetal ou como conjunto comida/bebida. Uma porção de 200g de berinjela ou 200g de uva preta pode fornecer até 1500mg de antocianinas (subclasse do grupo dos flavonóides) e em uma porção de 100g de grãos oferta em torno de até 500mg de antocianinas. As principais fontes das antocianinas são grãos, vinhos vermelhos, sucos e agentes colorantes do tipo E163. Estas são rapidamente absorvidas e eliminadas, porém, são absorvidas com baixa eficiência. Após o consumo, concentrações de antocianinas mensuradas no plasma foram muito baixas, por ordem de 10 a 50nmol/L. A média de tempo para chegar na concentração máxima foi 1,5h (estende-se: 0,75 a 4h) para plasma e 2,5h para urina 4. Os flavonóides são os polifenóis mais abundantes em nossa dieta e o consumo de polifenóis tem sido alvo de interesse de consumidores e indústrias de alimentos por diversas razões 5. Tais substâncias, presentes no cacau, possuem muitas ações biológicas em sistemas relevantes para a saúde humana. Moléculas envolvidas no processo de inflamação que estão 3 presentes na maioria das doenças cardiovasculares devem ser lembradas como promissores alvos na prevenção e no tratamento dessas doenças 6. Sugere-se que os alimentos ricos em polifenóis levem à diminuição da incidência de doenças ateroscleróticas 7. 1.11 Estrutura química O termo fenol atribui-se a uma estrutura química constituída de um anel aromático ligado a um grupo hidroxila (-OH). Os polifenóis ou compostos fenólicos apresentam uma estrutura química variada, possuem mais de um anel aromático, contendo pelo menos um grupo hidroxila ligado em cada anel, incluindo seus grupos funcionais 8,9. Baseado em sua estrutura, eles são classificados em quatro famílias: ácidos fenólicos, ligninas, estilbenos e flavonóides (Figura 1). Este último grupo é o maior e mais estudado, possuindo mais de 5.000 compostos identificados 3,9 . Os flavonóides compartilham uma estrutura comum que consiste em dois anéis aromáticos (A e B) que são ligados por três átomos de carbono que formam um heterociclo oxigenado (anel C) e podem ser divididos em subclasses conforme mostrado na Figura 2 10 . 4 9 Fonte: Manach , Scalbert, Morand, Rémésy & Jiménez, 2004 . Figura 1 - Estruturas químicas de polifenóis comumente encontrados em alimentos. 10 Fonte: Coutinho, Muzitano & Costa, 2009 . Figura 2 - Esqueletos básicos de flavonóides 5 A função dos polifenóis nas plantas tem sido relacionada à fotoproteção e atividade antimicrobiana, além de serem responsáveis pela pigmentação e por algumas características organolépticas dos alimentos. Os efeitos biológicos destas moléculas no organismo humano resultam em ações antiinflamatórias e antioxidantes 8,11. 1.12 Classificação Os polifenóis com maior importância e maiores dados encontrados na literatura são: as catequinas, presentes principalmente no chá verde, o resveratrol presente no vinho tinto e uva preta, o ácido clorogênico no café, chás e chimarrão e os demais flavonoides, presente em frutas e hortaliças. As catequinas são fitonutrientes da família dos polifenóis e têm uma forte ação antioxidante. Estão presentes de forma natural em alguns alimentos. Inúmeros estudos demonstram que os polifenóis presentes na planta do chá verde (Camellia sinensis) apresentam propriedades que atuam de forma benéfica em algumas doenças como a diabetes mellitus do tipo 1, as cardiopatias, as infecções virais, as inflamações em doenças degenerativas ou mesmo o câncer e o envelhecimento 12. As folhas do chá preto e verde são as fontes mais privilegiadas de catequinas. Contudo, existem diferenças entre estes dois tipos de chá, uma vez que o verde contém uma maior percentagem de catequinas. O chá é uma bebida proveniente dos rebentos frescos da Camellia Sinensis e dependendo do tempo de fermentação das folhas desta planta obtemos o chá preto ou o verde. O chá verde é o menos fermentado de todos, porque logo após a sua colheita, as suas folhas passam imediatamente pelo vapor, inibindo a 6 oxidação das catequinas. Em seguida, estas folhas secam naturalmente, o que permite preservar os polifenóis naturais - essencialmente catequinas que variam na proporção de 45-90% em relação às propriedades biológicas 13,14 . 1.13 Fontes alimentares e quantificação Os polifenóis estão presentes em uma série de alimentos de origem vegetal. As principais fontes alimentares com maior concentração de polifenóis totais são as ervas utilizadas para o preparo de chás, erva mate, chocolate preto, frutas, sucos naturais, hortaliças, azeite de oliva, soja e vinho tinto. Entre as frutas, as com maior concentração de flavonoides são a laranja, uva vermelha e roxa, morango e ameixa preta. Dentre as hortaliças com maior concentração estão: cebola roxa, tempero verde e tomate. Esses alimentos apresentam uma concentração acima de 30mg de flavonoides em 100g de alimento, ou seja, acima do percentil 75 no banco de dados americano (USDA Database for the Flavonoid Content of Selected Foods Release, 2007) 15. O banco de dados americano (USDA Database for the Flavonoid Content of Selected Foods Release, 2007.) 15 apresenta as subclasses e o conteúdo de flavonóides de 385 alimentos. O banco de dados francês, (Phenol-Explorer, 2009) 16 , contém mais de 300 alimentos cadastrados, com os valores de polifenóis totais e de diversas subclasses dessa substância. Um estudo realizado por Faller & Fialho, 2009 analisou a disponibilidade de polifenóis em frutas e hortaliças cultivadas em solo brasileiro. Os resultados demonstraram que o teor das frutas variou de 15,3 a 7 215,7mg EAG/100g de peso fresco, sendo as com maiores teores, respectivamente, banana, tangerina, laranja e manga, e para as hortaliças variou de 13,7 à 113,2mg EAG/100g de peso fresco, sendo as com maiores valores, respectivamente, cebola, brócolis, repolho e cenoura. Esse estudo demonstrou uma diferença bem significativa do valor de polifenóis encontrados nas frutas e hortaliças em solo brasileiro, quando comparado às tabelas americana e francesa. ³ O conteúdo de polifenóis dos alimentos pode variar conforme fatores, como: região geográfica de plantio, variação à exposição solar, método de cultivo com fertilização aplicados, cultivar analisado, dentre outros 3 . A diversidade estrutural dos polifenóis, a falta de métodos analíticos padronizados e a variação do teor dessas substâncias nos gêneros alimentícios, fazem com que a estimativa do seu conteúdo nos alimentos seja dificultada 17. 1.14 Ingestão dietética Não há informações completas disponíveis sobre as quantidades de polifenóis consumidas diariamente no mundo. Os polifenóis mais comuns na dieta são os flavonóides, que devem corresponder em média 1/3 da ingestão diária 9. Faller e Fialho, em 2009, com o objetivo de estimar a ingestão diária de polifenóis pela população brasileira, realizaram um estudo, no qual foram identificados os 12 alimentos fonte de polifenóis mais consumidos por esta população. Neste estudo também verificaram que o consumo médio de 8 polifenóis totais era de 48,3 mg/dia, sendo a região sul a que apresentou os maiores valores: 53,6 mg/dia 3. No estudo de Arabbi et al, em 2004, 18 foi quantificado o teor de flavonóides encontrados nos vegetais e frutas comumente consumidos pela população brasileira. Eles estimaram uma ingestão dietética de 60 a 106 mg/dia de flavonóides pelo grupo estudado 19. Já Zielinsky et al, em 2011, 20 em estudo realizado com gestantes no terceiro trimestre de gestação, a fim de relacionar a quantidade desses compostos consumidos com a constrição do ducto arterioso fetal, constataram, através de um QFA, que a ingestão diária de polifenóis, no percentil 75, foi de 1089,15 mg/dia. Entende-se que esse valor acima da média, quando comparado a outros estudos, possa estar relacionado com o tipo de população estudada e com o consumo habitual de chimarrão por essa população (Zielinsky, Piccoli, Manica, et al, 2011) 20. Em um estudo de revisão sobre a ingestão dietética biodisponibilidade de polifenóis, Scalbert & Williamson, em 2000, e 5 apresentaram o conteúdo de várias classes de polifenóis em alguns alimentos e bebidas consumidas na alimentação ocidental (quadro 1). Os valores variam muito de acordo com o amadurecimento, o armazenamento e o fracionamento do alimento durante o processamento, podendo resultar em perda ou enriquecimento de alguns compostos fenólicos (Scalbert & Williamson, 2000) 5. 9 Quadro 1: Conteúdo de polifenóis tipicamente encontrados em alimentos e bebidas (mg). Alimentos Ácidos Fenólicos Flavonóides Flavonol Polifenóis Totais Catequina Procianidina Antocianina *Cromatografia *Folin Referências 28 57 Hughes and Swain 1962, Vinson et al. 1998 Vegetais Batata, 200g 28 Tomate, 100g 8 0,5 8 37 Alface, 100g 8 1 9 23 7 7 18 Cebola, 20g Fleuriet and Macheix 1985, Crozier et al. 1997, Vinson et al. 1998 Vinson et al. 1998 Winter and Hermann 1986, Hertog et al. 1992, Vinson et al. 1998 Frutas Maçã, 200g 11 7 21 200 Cereja, 50g 37 1 3 35 200 239 440 276 276 50 50 Hertog et al. 1992, Spanos and Wrolstad 1992, Vinson 1998, Hammerstone et al. 2000 Macheix et al. 1990, Clifford 1999 Outros Alimentos Farelo de trigo, 10g 50 Kroon et al. 1997 Chocolate preto, 20g 16 86 102 168 22 75 Waterhouse et al. 1996, Adamson et al. 1999, Hammerstone et al. 2000 Bebidas Suco de Laranja, 100ml Vinho tinto, 125 ml 12 Café, 200 ml 150 2 34 45 4 Rousseff et al. 1987, Henn and Stehle 1998 Ricardo da Silva et al. 1991, Ricardo da Silva et al. 1992, Frankel et al. 1995 97 225 150 179 Brown et al. 1990, Clifford 1999 Chá preto, 8 130 138 200 200 ml *Dois diferentes métodos de estimar polifenóis: cromatografia e Folin-Ciocalteu. 5 Fonte: Adaptado de Scalbert & Williamson, 2000 . Brown et al. 1990, Ding et al. 1992, Hertog et al. 1993 10 Jiménez et al, em 2011, 21 realizaram um estudo com 4.942 franceses, com idade entre 45 e 60 anos, que haviam completado pelo menos 6 registros alimentares de 24 horas. A ingestão média total de polifenóis foi de 1.193 ±820 mg/dia, sendo que as bebidas não alcóolicas e frutas foram os mais importantes contribuintes (Jiménez, Fezeu, Touvier, et al, 2011) 21. 1.15 Biodisponibilidade, absorção e excreção Muitas pesquisas têm investigado a cinética e extensão da absorção de polifenóis por mensuração das concentrações no plasma e/ou excreção urinária entre adultos após a ingestão de uma única dose de polifenóis, desde como puro composto, extrato vegetal ou o conjunto comida/bebida. Acredita-se que a biodisponibilidade e atividade biológica dos polifenóis está diretamente relacionada com sua estrutura química e que, além disso, o metabolismo e a biodistribuição desses compostos no organismo humano seja intercorrente (Monteiro, Farah, Perrone, Trugo, Donangelo, 2007) 22. A definição do termo biodisponibilidade ainda é bastante discutida. O’Dell, em 1984, 23 definiu biodisponibilidade de nutrientes como: “a proporção de nutriente no alimento que é absorvida e utilizada nos processos de transporte, assimilação e conversão à forma biologicamente ativa”. Para a avaliação da biodisponibilidade de compostos bioativos, devem ser avaliados alguns processos fisiológicos, como a liberação ou bioacessibilidade, a absorção, a distribuição, o metabolismo e a excreção dos compostos não modificados ou de seus metabólitos, cujo seu conjunto é designado por suas iniciais: LADME (Holst, Olst & Williamson, 2004) 24. 11 Os polifenóis apresentam uma considerável diversidade estrutural que influencia na sua absorção, porém sabe-se que o metabolismo desses compostos ocorre por uma via comum (Faller & Fialho, 2009) 3 . Há evidências de que ela ocorra pelo intestino delgado, em função do aumento da capacidade antioxidante do plasma após a ingestão desses compostos, porém com absorção variável. As agliconas podem ser absorvidas pelo intestino, entretanto, a maioria dos polifenóis está presente nos alimentos sob a forma de ésteres, glicosídeos ou polímeros que não podem ser absorvidos por sua forma nativa. Essas substâncias precisam ser hidrolisadas pelas enzimas intestinais ou pelo metabolismo microbiano do cólon para que sejam absorvidas (Scalbert & Williamson, 2000; Manach, Scalbert, Morand, Rémésy & Jiménez, 2004; Hassimotto, 2005) estar presentes no próprio 5,9,25 . As enzimas glicosídicas podem alimento, ou adicionadas durante o processamento, nas células da mucosa grastrointestinal ou ainda serem secretadas pela microflora do cólon. Durante o trajeto de absorção, os polifenóis são conjugados no intestino delgado e, posteriormente, no fígado. Esse processo inclui as fases de metilação, sulfatação e glucoronidação (Figura 3) (Scalbert & Williamson, 2000; Manach, Scalbert, Morand, Rémésy & Jiménez, 2004) 5,9. Os produtos do metabolismo microbiano são então absorvidos e conjugados com glicina, ácido glucurônico ou sulfato (Faller & Fialho, 2009) 3. Após a conjugação os metabolitos podem ser ligados à albumina, para os tecidos extra-hepáticos ou para os rins, onde são posteriormente excretados pela urina (Bravo, 1998) 2. A excreção pode ocorrer por outra via, através da bile que é secretada no duodeno e, ao chegar ao cólon, esses compostos 12 são então submetidos à ação enzimática de bactérias, com posterior reabsorção. Esta atividade entero-hepática pode levar a uma maior presença de polifenóis no organismo (Figura 4) (Scalbert & Williamson, 2000; Manach, Scalbert, Morand, Rémésy & Jiménez, 2004; Holst, Olst & Williamson, 2004) 5,9,24 . Os compostos fenólicos mais comuns na dieta humana nem sempre são os mais ativos biologicamente. As razões para que isso ocorra apresenta uma série de variações, desde baixa atividade intrínseca, absorção intestinal reduzida ou rápida metabolização e excreção. Os metabólitos que são encontrados no sangue, em órgãos alvo ou como resultado da atividade digestiva e hepática, podem diferir das formas nativas das substâncias com relação à atividade biológica (Manach, Scalbert, Morand, Rémésy & Jiménez, 2004) 9. 5 Fonte: Scalbert & Williamson, 2000 . Figura 3. Esquema simplificado do metabolismo dos polifenóis. 13 5 Fonte: Scalbert & Williamson, 2000 . Figura 4. Possíveis vias metabólicas dos compostos fenólicos adquiridos na dieta. 1.16 Efeitos no organismo humano É fato que tanto os consumidores como a indústria de alimentos estão aumentando o interesse por estes compostos fenólicos. Há uma grande abundância de pesquisas relacionando os polifenóis presentes em bebidas, e especialmente no vinho tinto, com os efeitos benéficos em doenças cardíacas, câncer e doenças inflamatórias. Além do vinho tinto, outras bebidas, frutas e vegetais constituem importantes fontes dietéticas de polifenóis e estão sendo estudadas (Martel, Monteiro & Calhau, 2010; Vargas, Hoelzel & Rosa, 2008) 26,27. As ações fisiológicas exercidas pelos polifenóis já foram relacionadas à prevenção de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, câncer, entre outras, principalmente em função da elevada capacidade antioxidante (Faller & Fialho, 2009) 3. Estudos epidemiológicos demonstram que dietas ricas em 14 alimentos vegetais agem na proteção contra doenças degenerativas (Manach, Williamson, Morand, Scalbert & Rémésy, 2005) 4. Entretanto, podemos destacar um efeito não desejado dos polifenóis no final da gestação. Zielinsky et al., em 2011, 20 demonstraram que o consumo de alimentos ricos em polifenóis após o terceiro trimestre de gestação, podem causar constrição do ducto arterioso fetal (Zielinsky, Piccoli, Manica, et al, 2011) 20. As atividades antioxidantes e de proteção de órgãos vitais (fígado, cérebro, rins, sistema cardiovascular) são dois dos mecanismos de atuação de vários compostos bioativos, como flavonóides (isoflavonas da soja, catequinas dos chás oriental verde e preto), antocianinas (feijão, morango, amora, cereja, casca de uvas e vinho tinto), carotenóides, como o licopeno (tomate, melancia e goiaba), dentre outros (Horst & Lajoo, 2007) 28. Wang e colaboradores, em 2010, 29 realizaram um estudo caso controle com 520 pacientes, sendo 379 homens e 141 mulheres, com o objetivo de investigar a associação entre o consumo de chá verde, que é rico em catequinas, e a doença coronariana na população chinesa. O consumo de chá verde foi associado com uma redução do risco da doença coronariana em homens, não sendo observado o mesmo efeito protetor entre as mulheres (Wang, Gong, Yan, et al., 2010) 29. No estudo de Vaccari et al., em 2009, 30 foi verificado o efeito benéfico do consumo de vinho, especialmente o tinto, por possuir um elevado número de compostos fenólicos, nas doenças cardíacas, no acidente vascular 15 cerebral, na pressão arterial, no câncer, na diabetes e obesidade, nas infecções e nas doenças pulmonares (Vaccari, Soccol & Ide, 2009) 30. Outra substância que tem sido estudada em relação à proteção contra doenças degenerativas, devido ao seu potencial como antioxidante natural, é o licopeno. O estudo de Rios, Antunes e Bianchi, em 2009, 31 indicou que o licopeno pode seqüestrar radicais livres e desativar o oxigênio singlete e assim proteger biomoléculas como lipídeos, proteínas, lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e o DNA, e que assim atua na prevenção de cânceres de próstata, estômago e pulmão (Rios, Antunes & Bianchi, 2009) 31. Já a quercetina foi pesquisada por David et al., em 2008, 32 em um estudo experimental feito com ratos, com o objetivo de avaliar o efeito hepatoprotetor deste flavonóide. Concluiu-se que o tratamento com a quercetina possui efeito benéfico em parâmetros histológicos de necrose e inflamação (David, Benfica, Borghetti, Meurer, Silveira & Marroni, 2008) 32 . As isoflavonas presentes na soja são uma alternativa para a terapia de reposição hormonal, tendo como efeitos benéficos à diminuição do risco de câncer, de doenças cardiovasculares e da osteoporose. As isoflavonas inibem a atividade dos osteoclastos, células ósseas responsáveis pela reabsorção óssea. (Ferrari & Demiate, 2001) 33. Vários estudos têm demonstrado o potencial efeito da infusão da erva mate (ilex paraguariensis), uma bebida chamada chimarrão, que tem um papel social muito importante no sul do Brasil. O consumo da infusão da erva mate produz um efeito antiinflamatório, antioxidante e antineoplásico, a partir de diversos mecanismos de ação de seus compostos polifenólicos. (Bradesco, Sanchez, Contreras, Menini & Gugliucci, 2010) 34. 16 1.2 NUTRIÇÃO NA GESTAÇÃO Durante o período gestacional ocorrem várias adaptações do processo fisiológico que afetam o sistema orgânico materno e as vias metabólicas, como as alterações hormonais e do débito cardíaco. No primeiro trimestre de gestação a saúde do feto é dependente da saúde nutricional materna prégestacional. No segundo e terceiro trimestre, o meio externo exerce uma influência importante na condição nutricional do feto. Dessa forma, os hábitos alimentares, fator emocional e o acompanhamento pré-natal da gestante são determinantes para a saúde materna e fetal (Vítolo, 2008) 35. 1.21 Estado nutricional e ganho ponderal O estado nutricional materno tem forte influência no desenvolvimento fetal. Ao longo do período gestacional, a mulher necessita de energia adicional. Isto porque, em condições de normalidade no que tange ao aspecto nutricional, uma gestante experimenta uma série de adaptações fisiológicas que visam assegurar o crescimento e o desenvolvimento do feto, garantindo a gestante às reservas biológicas necessárias ao parto, à recuperação pós-parto e à lactação (Parizzi & Fonseca, 2010) 36. O acompanhamento nutricional em gestantes visa obter um diagnóstico nutricional e identificar fatores de risco, criando-se a possibilidade de que se adotem medidas terapêuticas e profiláticas a fim de corrigir e estabelecer um planejamento quanto à educação nutricional. Sendo assim, é de suma importância que a gestante receba uma orientação correta e contínua com relação aos alimentos que ela pode consumir ao longo da gravidez (Cataño, 2007) 37. 17 Deste modo, tanto em termos de micronutrientes ou macronutrientes, um aporte energético inadequado pode colocar em risco a gravidez, gerando uma espécie de competição entre a mãe e o seu filho, uma vez que estará limitada a disponibilidade de nutrientes essenciais para o adequado crescimento do concepto. Nesse sentido, é consenso de que o estado nutricional da gestante é um indicador de saúde e qualidade de vida tanto para a mulher quanto para o crescimento do feto, sobretudo no que diz respeito ao peso que este terá ao nascer, pois suas fontes de nutrientes são as reservas nutricionais e os alimentos que a gestante consome (Lucyk & Furumoto, 2008) 38. O principal nutriente e mais determinante no que tange ao ganho de peso no período gestacional é a energia, ainda que se considere o fato de que a deficiência de alguns micronutrientes restringe o ganho de peso (Freitas, Bosco, Sippel & Lazzaretti, 2010) of Medicine (IOM, 2009) 40 39 . As recomendações do Institute são baseadas no Índice de Massa Corporal (IMC) (quadro 2). Este novo protocolo do IOM recomenda que nenhuma mulher, independente do seu IMC antes de engravidar, deva perder peso durante a gravidez. * 18 Quadro 2: Recomendações de ganho ponderal na gestação, conforme estado nutricional. Gestação Feto Único Taxa de ganho de peso no Índice de Massa Classificação de Ganho total de peso Corporal (IMC) Obesidade em relação ao durante a gestação IMC (OMS) (kg/m²) (gramas) Abaixo do peso Abaixo de 18,5 kg/m² 12.700g – 18.143g 0.453 (0.453 – 0.589) Peso normal 18,5 – 24,9 kg/m² 11.339g – 15.875g 0.453 (0.362 – 0.453) Sobrepeso 25,0 – 29,9 kg/m² 6.803g – 11.339g 0,272 (0,226 – 0.317) Acima de 30 kg/m² 4.989g – 9.071g 0.226 (0.181 – 0.272) Pré-gestacional Obesidade (incluindo todas as classes) IOM, 2009 segundo e terceiro trimestres da gestação (média de ganho em gramas/semana) 40 . 1.22 Recomendações nutricionais O consumo inadequado de vitaminas e minerais está associado a desfechos gestacionais desfavoráveis. Por isso devemos ter atenção redobrada na hora de avaliar a presença desses elementos na dieta da gestante, em especial o cálcio, ferro, ácido fólico, zinco e as vitaminas A, C e 19 D. (Freitas, Bosco, Sippel & Lazzaretti, 2010) 39 . As recomendações propostas pelas DRIs (Dietary Reference Intakes) desenvolvidas pelo IOM estão dispostas no quadro 3. Desde a década de 70, algumas pesquisas têm sugerido associação entre o consumo materno de cafeína e desfechos fetais, tais como: redução do crescimento fetal, prematuridade, restrição de crescimento intrauterino, baixo peso ao nascer, aborto espontâneo e más-formações, levando à recomendação para a diminuição do consumo de cafeína no período gestacional (Pacheco, Barreiros, Santos & Kac, 2007) Administration (FDA, 2002) 42 41 . A Food and Drug aconselhou as gestantes a evitarem alimentos e drogas contendo cafeína ou, pelo menos, manterem, durante a gravidez, o consumo abaixo de 200mg/dia. Outros estudos limitam o consumo em 300mg diário (Bech, Obel, Henriksen & Olsen, 2007) 43 . Os principais alimentos estudados, como fontes de cafeína, na gestação são: erva mate ou chá mate, chocolate e café (Pacheco, Barreiros, Santos & Kac, 2007) 41. 20 Quadro 3 : Recomendações de Micronutrientes para gestantes. Faixa Etária Vitaminas Faixa Etária Sais Minerais ≤18 anos 19 a 30 anos 31 a 50 anos 770 µg Cálcio (mg) 1300mg 1000mg 1000mg 80 mg 85 mg Cromo (µg) 29 µg 30 µg 30 µg Vitamina D (µg) 5 µg 5 µg Cobre (µg) 1000 µg 1000 µg 1000 µg Vitamina E (mg) 15 mg 15 mg Flúor (mg) 3 mg 3 mg 3 mg Vitamina K (µg) 75 µg 90 µg Iodo (µg) 220 µg 220 µg 220 µg Vitamina B1 (mg) 1,4 mg 1,4 mg Ferro (mg) 27 mg 27 mg 27 mg 400 mg 350 mg 360 mg 2,0 mg 2,0 mg 2,0 mg 50 µg 50 µg 50 µg 1250 mg 700 mg 700 mg ≤18 anos 19 a 50 anos Vitamina A (µg) 750 µg Vitamina C (mg) Magnésio Vitamina B2(mg) 1,4 mg 1,4 mg (mg) Manganês Niacina (mg) 18 mg 18 mg (mg) Molibdênio Vitamina B6 (mg) 1,9 mg 1,9 mg (µg) Fósforo Ácido Fólico (µg) 600 µg 600 µg (mg) Vitamina B12 (µg) 2,6 µg 2,6 µg Selênio (µg) 60 µg 60 µg 60 µg Ácido Pantotênico (mg) 6 mg 6 mg Zinco (mg) 12 mg 11 mg 11 mg Biotina (µg) 30 µg 30 µg Água Colina (mg) 450 mg 450 mg 2.3L ≈ 10 copos de água (3.0L/dia) * DRI – IOM (2009) 40 A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que mulheres grávidas não devam consumir álcool durante a gestação para evitar qualquer risco de desenvolvimento da síndrome do alcoolismo fetal, no entanto, um estudo britânico publicado em 2009, com o objetivo de saber se o consumo 21 de vinho durante a gravidez poderia afetar não só o desenvolvimento do feto, como também o comportamento da criança depois de nascida, destaca que mulheres grávidas podem beber até 175ml de vinho por dia, sem causar danos ao desenvolvimento do feto (Kelly, Sacker, Gray, Kelly, Wolke & Quigley, 2009) 44. As necessidades dietéticas de ferro aumentam durante a gestação, pois a mulher necessita deste elemento para repor as perdas basais usuais, permitir a expansão das células vermelhas, prover ferro à placenta e ao feto e repor as perdas de sangue durante o parto. O ácido ascórbico presente nos vegetais verdes folhosos, como couve e salsa, e nas frutas cítricas, como laranja e bergamota, podem influenciar positivamente no transporte e armazenamento deste mineral. Por outro lado, substâncias como taninos, polifenóis, fitatos e fibras alimentares foram relacionados como inibidoras da absorção de ferro (Hallberg, Brune & Rossander, 1989; Umbelino & Rossi, 2006) 45, 46. Quadro 4: Recomendações de substâncias na gestação SUBSTÂNCIA RECOMENDAÇÃO OBSERVAÇÕES CAFEÍNA REDUÇÃO DO CONSUMO FDA: CONSUMO ABAIXO DE 200 mg / dia ÁLCCOL NÃO UTILIZAR SAF (Síndrome alcoólica fetal) ADOÇANTES SOMENTE PARA DM E EVITAR: SACARINA E CICLAMTO DE SÓDIO CONTROLE PONDERAL ALIMENTOS CRUS OU NÃO UTILIZAR MAL COZIDOS * DRI – IOM (2009) 40 TOXOPLASMOSE E LISTERIOSE 22 1.23 Polifenóis na gestação Existe um número elevado de alimentos e bebidas, tais como chás, uva, laranja, chocolate preto, café e seus derivados, que tem concentrações elevadas de polifenóis e são consumidos livremente ao longo da gestação. Os efeitos antiinflamatórios dos polifenóis têm sido amplamente relatados e discutidos na literatura. Pesquisas atuais cada vez mais apontam para a hipótese de que o consumo de alimentos ricos em polifenóis, no último trimestre do período gestacional, pode causar prejuízo à saúde do coração fetal (Sridharan, Archer & Manning, 2009; Zielinsky, Piccoli, Manica, et al, 2011; Kapadia, Embers, Wells, Lemler & Rosenfeld, 2010) 47, 20, 48. Zielinsky et al (2011) 20, com o objetivo de testar a relação do consumo materno de alimentos ricos em polifenóis com as alterações anatômicas e funcionais do coração fetal, realizaram uma análise prospectiva de forma consecutiva e não seletiva de 143 fetos normais de mães sem doenças sistêmicas, no terceiro trimestre de gestação, durante quatro meses. Neste estudo foi verificado que nos fetos expostos a alimentos ricos em polifenóis, as velocidades ductais foram significativamente maiores do que nos fetos não expostos, e concluíram que mudanças na orientação dietética perinatal são justificadas (Zielinsky, Piccoli, Manica, et al, 2011) 20 Um estudo experimental com fetos de ovelhas testou a hipótese de ocorrer constrição prematura nos ductos arteriais do feto com o alto consumo de polifenóis. Treze fetos de ovelhas, em idade gestacional equivalente ao terceiro trimestre, foram submetidos ao exame de ecocardiograma fetal antes da administração materna de doses concentradas de chá vede (4 ovelhas), 23 chá mate (4 ovelhas) e suco de uva (5 ovelhas) como única fonte de líquido ofertado. Uma semana após, foi realizado um ecocardiograma fetal em 7 fetos sobreviventes (3 expostos ao chá verde e 4 ao chá mate), em que foram demonstradas evidências de constrição ductal. Ocorreu uma morte fetal no grupo que recebeu chá verde. Na necropsia, esse feto apresentou constrição ductal severa. Os 5 fetos expostos ao suco de uva foram submetidos a exame anátomo-patológico post-mortem. Todos os 5 espécimes apresentaram dilatação da cavidade ventricular direita e forte evidência histológica de constrição ductal (Zielinsky, Piccoli, Manica, et al, 2011) 20. Em relato de caso conduzido por Kapadia et al. (2010) 48 , foi associado à ingestão materna de uma bebida chamada MonaVie, suco de 19 frutas, durante a gestação e o fechamento do canal arterial fetal (pré-natal), resultando em disfunção cardíaca e hipertensão pulmonar ao nascimento (Kapadia, Embers, Wells, Lemler & Rosenfeld, 2010) Sridharan, Archer e Manning (2009) 47 48 . observaram dois casos de constrição ductal prematura associado ao consumo materno de chá de camomila (feito a partir de folhas da planta Camellia Sinensis). O primeiro caso era uma mulher de 34 anos, com 20 semanas de gestação. A ecocardiografia fetal demonstrou constrição do canal arterial. Em questionamento direto a gestante relatou consumir regularmente chá de camomila. Ela foi aconselhada a interromper o consumo de chá e foi reavaliada. Uma semana depois, revelou completa resolução da constrição ductal. No segundo caso, a gestante tinha 32 anos e 35 semanas de gestação, o feto apresentou constrição severa do canal arterial. A paciente 24 confirmou o consumo intermitente de chá de camomila durante toda gestação. Em vista dos resultados, foi realizada imediatamente uma cesariana, sendo observado que o ventrículo direito estava dilatado, sendo visto também regurgitação pulmonar leve e fisiológicas regurgitações tricúspides. Nos dois casos, as gestantes não apresentavam outros fatores de risco para constrição ductal, além do consumo de polifenóis no chá de camomila (Sridharan, Archer & Manning, 2009) 47. 1.24 Avaliação do consumo alimentar A gestação é uma fase muito importante na vida da mulher e requer alguns cuidados especiais. Os níveis de nutrientes nos tecidos e líquidos disponíveis para sua manutenção estão modificados por alterações fisiológicas (expansão do volume sangüíneo, alterações cardiovasculares, distúrbios gastrintestinais e variação da função renal) e por alterações químicas (modificações nas proteínas totais, lipídios plasmáticos, ferro sérico e componentes do metabolismo do cálcio). Por tais motivos faz-se necessária uma adequação na alimentação da gestante, visto que seu estado nutricional pode afetar o resultado da gestação (Picciano, 1997; Paoli, Sánchez & Pérez, 2002).49,50 Para tanto, é de suma importância a avaliação dietética da gestante através de inquéritos alimentares, pois podemos detectar problemas nutricionais específicos já existentes, e que podem ser prejudiciais no decorrer da gestação (Forsythe & Gabe, 1994) 51. Na alimentação da gestante a atenção à quantidade e qualidade dos alimentos consumidos é de extrema importância. Adicional de energia, proteínas, vitaminas e minerais são requeridos, principalmente a partir do 2º 25 trimestre de gestação, para suportar a demanda metabólica da gravidez e do crescimento fetal. A inserção de frutas e verduras é aconselhada no cardápio materno, por ser fonte de minerais e vitaminas (Parizzi & Fonseca, 2010) 36. Estudar o consumo alimentar humano é uma tarefa complexa, pois a alimentação envolve dimensões biológicas, socioeconômicas, culturais e simbólicas. Os dados coletados através de inquéritos dietéticos podem sofrer interferências de diferentes fatores relacionados a essas distintas dimensões. Sendo assim, os inquéritos alimentares nem sempre fornecem informações precisas, em especial em indivíduos sujeitos aos tratamentos dietéticos, os quais receberam informações sobre a alimentação adequada para seu estado de saúde. No caso específico das gestantes, sabe-se que as alterações do estado fisiológico e psicológico, muitas vezes podem influenciar os resultados de estudos de análise de consumo alimentar (Garcia, 2004) 52 . Assim, é de fundamental importância que o nutricionista domine os instrumentos para medir o consumo alimentar, pois segundo Lucyk e Furumoto (2008) 38 , a utilização correta de instrumentos que proporcionem o conhecimento do consumo alimentar no decorrer da gestação é relevante (Lucyk & Furumoto, 2008) 38. Distintos métodos têm sido utilizados para determinação de consumo alimentar de gestantes, entre eles o Recordatório de 24 horas (R24h), o Registro Alimentar (RA), o Questionário de Freqüência Alimentar (QFA) e a História Alimentar (HA). Em linhas gerais, esses métodos podem ser assim sintetizados: o R24h consiste na obtenção, através de entrevista, de informações quantitativas dos alimentos e bebidas consumidos nas 24 horas 26 precedentes ou no dia anterior, da primeira à última refeição do dia, caracterizando o consumo atual; o RA é um método onde o próprio indivíduo ou responsável anota as estimativas das porções de alimentos consumidos, seus tipos, receitas e preparações por um dia, três dias, uma semana ou um período mais longo, caracterizando o consumo atual; o QFA é constituído por uma lista dos alimentos mais freqüentemente consumidos ou que formam o padrão alimentar da região, no qual se registra a freqüência habitual de consumo (nunca, diária, semanal, mensal) e, na história alimentar (HA) busca-se a obtenção de informações sobre o consumo e hábitos alimentares do indivíduo ao longo do seu ciclo de vida, podendo cobrir o período de um dia, uma semana, um mês ou período mais longo, possibilitando a caracterização do consumo habitual ou usual (Gibson, 1990; Vasconcelos, 2000) 53,54. 1.3 INQUÉRITOS ALIMENTARES Os Inquéritos alimentares foram usados pela primeira vez em 1930 para descrever o estado nutricional das populações. A ciência e a prática da nutrição e dietética têm apresentado diversos aspectos desafiadores, dentre os quais está à avaliação do consumo alimentar. Isto se dá em função das limitações dos métodos existentes para mensurar a ingestão de forma mais precisa (Fisberg, 2005) 55. Para medirmos a ingestão de alimentos em uma população específica, como é o caso de gestantes, se torna necessário o desenvolvimento de métodos de inquéritos alimentares que mensurem a ingestão de um ou mais nutrientes. Porém, não há o melhor método de avaliação do consumo 27 alimentar, mas sim um método que se adapte melhor a cada situação. Os métodos existentes estão sujeitos a variações e erros de medida (Willet, 1998) 56. Os métodos de avaliação do consumo alimentar de gestantes foram pesquisados, através de uma revisão bibliográfica, em 2006, por Bertin e colaboradores. Os resultados apontaram que o R24H foi o método utilizado mais frequente, entretanto, seu uso muitas vezes não ultrapassava dois dias de investigação e nem levava em consideração os finais de semana (Bertin, Parisenti, Pietro & Vasconcelos, 2006) 57. A escolha do melhor método para a avaliação da alimentação em estudos epidemiológicos dependerá dos objetivos da pesquisa, do desenho do estudo, dos recursos disponíveis e das características da população a ser estudada (Cade, Thompson, Burley, Warm, 2002; Willet, 1998) 58, 56 . Os dois principais intrumentos utilizados para apuração de dados dietéticos são o Questionário de Freqüência Alimentar (QFA) e o Recordatório de 24 Horas (R24H). Tais instrumentos têm sido utilizados de maneiras distintas, sendo o R24H utilizado inicialmente em estudos de vigilância e o QFA tem como primeiro uso os estudos epidemiológicos (Fisberg, 2005)55. A seguir estão descritos os diferentes métodos para avaliação do consumo alimentar conforme o período de tempo em que as informações são obtidas. 1.31 Questionário de Frequência Alimentar (QFA) Estudos epidemiológicos têm sido realizados com o objetivo de investigar possíveis relações entre alimentos e nutrientes da dieta e doenças crônicas não transmissíveis. Para que essas associações possam ser bem 28 investigadas é fundamental estudar a dieta pregressa ou "habitual", que caracteriza o consumo alimentar durante um longo período de tempo (Fisberg, 2005) 55. O QFA é considerado o método mais prático, informativo e o mais utilizado para mensurar a dieta pregressa, pois tem a capacidade de classificar os indivíduos segundo seus padrões alimentares habituais, além de ser um instrumento de fácil aplicabilidade e baixo custo, o que viabiliza sua utilização em estudos populacionais (Willet, 1998) 56. Em1973, o QFA foi recomendado entre os métodos de avaliação dietética pela American Public Health Association (Zulkifli & Yu, 1992)59. A elucidação das relações entre dieta e doença requer métodos de avaliação dietoterápicos que adequadamente descrevam e quantifiquem o consumo. Esses métodos devem minimizar os erros sistemáticos e fornecer precisão razoável da variabilidade entre indivíduos e/ou grupos (Willett, 1990) 60 . O QFA avalia o consumo habitual sem a necessidade de medidas repetidas. Por conseguinte, é útil para prevenir erros de medidas associadas com flutuações conhecidas na frequência e quantidade do consumo de energia e nutrientes (Schroder, Covas, Marrugat, et al, 2001)61. Ele também prevê a medição da exposição e sua relação com o tempo, para refletir características de como começa, quando termina e qual sua distribuição no período de intervenção (Gibson, 1990) 53. 29 Este tipo de método tem adquirido importância na pesquisa epidemiológica que relaciona o consumo de alimentos, nutrientes ou outros componentes alimentares e o risco de doença. O QFA é composto por uma lista de alimentos e bebidas cuja frequência de consumo é perguntada ao individuo. Esse questionário pode se tornar mais sofisticado, fornecendo também uma estimativa quantitativa do consumo alimentar, incluindo informações sobre a porção diária consumida ou, por aproximação, comparando-a com uma porção alimentar de referência. A obtenção dessas informações pode ser facilitada pela utilização isolada ou combinada de fotos ou modelos alimentares (Thompson & Byers, 1994; Salvo & Gimeno, 2002)19,62. Segundo Hinnig (2010) 63 , o QFA pode ser estruturado conforme segue: a) por meio da verificação, em tabelas de composição de alimentos, dos itens que contêm teores elevados do nutriente em estudo; b) pela orientação de especialistas em nutrição; c) pela utilização de dados em estudos anteriores; d) por fim, através da realização de RA ou R24h em amostra reduzida da população que se deseja investigar. Antes de aplicar o método do QFA em outra população, é indispensável identificar os alimentos e as porções de maior consumo ou de maior conteúdo do nutriente investigado, em uma amostra populacional, para depois desenvolver o questionário (Fisberg, 2005) 55. 30 A lista de alimentos pode ser composta pelos alimentos com maior conteúdo do nutriente estudado, selecionados por tabelas de composição de alimentos. Mas essa forma de elaboração tem uma limitação, pois pode incluir alimentos importantes por seu conteúdo, mas pouco relevantes do ponto de vista do consumo pela população. Os alimentos selecionados para compor o QFA devem cumprir algumas carcterísticas: ser razoavelmente utilizado por uma proporção representativa de indivíduo; apresentar o nutriente de interesse e seu uso deve variar de pessoa para pessoa. Depois de elaborada a lista, o instrumento deverá ser testado em estudo piloto para descartar os alimentos menos frequentes (Fisberg, 2005) 55. No desenvolvimento do QFA também se deve-se considerar a unidade de tempo para estimar a frequência de consumo de alimentos. Na maioria dos estudos observa-se que o período de tempo mais usado é o ano precedente, pois avalia um ciclo completo de estações e as respostas poderiam ser independentes. Outros aspectos relevantes para estipular a unidade de tempo incluem a fisiologia da doença estudada e o metabolismo do fator dietético que está sendo avaliado (Fisberg, 2005) 55. Sugere-se a elaboração de perguntas simples e fechadas, entre 5 e 10 opções de respostas, com um espaço em branco para os alimentos que ultrapassem o consumo previsto. Alguns autores consideram que a informação do tamanho da porção consumida dentro do QFA, não contribui 31 significativamente para melhorar a validade dos QFAs (Willett, 1998) 56 . Para o desenho do questionário deve-se considerar que listas pequenas de alimentos (< 50 alimentos) não avaliam corretamente, e listas muito grandes (> 100 alimentos) se tornam muito cansativas (Fisberg, 2005) 55. Existem três formas de desenvolvimento de um QFA: 1- Questionário qualitativo: é um modelo de questionário simples, onde a coleta da informação não exige a informação do tamanho da porção. 2- Questionário semi-quantitativo: deve-se especificar o tamanho de uma porção de referência como parte da pergunta. Como exemplo, a pergunta seria: “Com que frequência uma fatia de pão é consumida?”. 3- Questionário quantitativo: Inclui o tamanho da porção de referência pequena, média e grande de cada alimento, e o entrevistado deve referir o tamanho da porção consumida em relação ao tamanho de referência. Nesse modelo de questionário deve-se obter a ajuda de instrumentos visuais para identificação do tamanho das porções. Para o desenvolvimento do questionário deve-se considerar a população que será estudada, os objetivos do estudo, e os nutrientes de interesse investigado (Cade, Thompson, Burley, Warm, 2002) 58 . O QFA substitui a medição da ingestão alimentar de um ou vários dias pela informação global da ingestão de um período amplo do tempo (Fisberg, 2005) 32 55 . O uso do QFA não é recomendado para avaliar a adequação de nutrientes e sim para categorizar os indivíduos em níveis de consumo (Barbieri, 2011). 64 Assim, ele oferece a possibilidade de uma correta estratificação dos resultados em quartis de consumo de nutrientes para análise das diferenças entre os níveis extremos da ingestão (Willett, 1998). 56 Estudos internacionais que utilizaram o QFA para avaliação da dieta em gestantes demonstraram que a utilização deste método é adequada nesta população, pois avalia a dieta retrospectivamente e categoriza as gestantes segundo consumo alimentar (Erkkola, Karppinen, Javanainen, Rasanen, Knip, Virtanen, 2001). 65 O QFA também é muito empregado na estimativa de mudanças de consumo alimentar antes e durante a gestação (Brown, Tharp, Dahlbergs-Luby, et al, 1990). 66 1.311 Exemplos de QFA desenvolvidos Em 1979 foi desenvolvido um QFA semiquantitativo (questionário tipo Willett) por nutricionistas e epidemiologistas da Universidade de Harvard, supervisionadas pelo professor Walter C. Willett. A versão inicial foi composta por 61 alimentos. Atualmente o QFA possui 131 itens, com 9 categorias de frequência e determina os alimentos no ano anterior (Willett, Sampson, Stampfer, et al, 1985). 67 No National Cancer Institute foi desenvolvido um questionário por Gladys Block et al (questionário tipo Block), com o objetivo de relacionar dieta 33 e fatores de risco para câncer. Este QFA quantitativo é composto por 147 itens alimentares, em 9 categorias de frequência (Block, Dresser, Hartman & Carroll, 1985). 68 No Brasil, o primeiro QFA desenvolvido foi publicado por Sichieri e Everhart (1998) 69 com 71 itens, e foi realizado baseado no Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) para avaliar a alimentação de adultos no mês anterior. Slater et al. (2003) 70 desenvolveram um QFA semi-quantitativo, com 76 itens, com o objetivo de avaliar o consumo alimentar de adolescentes nos últimos 6 meses. Colucci (2003)71 desenvolveu um QFA semiquantitativo para crianças de 2 a 5 anos, e Lima et al. (2003)72 , um QFA com 76 itens no ano precedente, para aplicar em um estudo de caso-controle sobre dieta e câncer de mama. 1.32 Recordatório alimentar de 24horas (R24h) O Recordatório Alimentar é provavelmente a técnica mais amplamente empregada em pesquisas, sendo os mais comuns os de um a três dias. Este tipo de inquérito dietético tem por objetivo relatar o consumo de todos os alimentos e bebidas ingeridos durante um período de 24 horas. Este período pode ser o dia anterior, desde o desjejum até a ceia, ou as últimas 24 horas precedentes à entrevista (Palaniappan, Cue, Payette & Gray-Donald, 2003; Buzzard, 1998). 73, 74 A quantidade de consumo alimentar pode ser referida por meio de medidas caseiras ou estimada por modelos ou fotos. Os recordatórios devem 34 ser aplicados por entrevistadores devidamente treinados a fim de que ocorra uma padronização dos dados. Eles devem ter conhecimento prévio a respeito dos alimentos disponíveis, regionais e técnicas de preparo. Em algumas situações, os próprios sujeitos entrevistados podem aplicar o recordatório. Contudo, no caso de crianças ou pessoas que necessitam de educação especial, a entrevista deve ser aplicada ao parente mais próximo (Thompson & Byers, 1994; Freudenheim, 1993; Buzzard, 1998). 19, 75 e 74 Para obter maior precisão dos dados, é necessário fornecer o nome comercial de certos alimentos consumidos. Além disso, deve ser coletada a informação sobre o uso de vitaminas, minerais e outros suplementos alimentares (Freudenheim, 1993; Dwyer, Picciano & Raiten, 2003). 75, 76 O R24h é aplicado para medir a ingestão de alimentos de forma individual ou coletiva. A média da ingestão de uma determinada população não varia significativamente de um dia para o outro. Ele também pode ser eficaz em políticas de intervenção nutricional e no monitoramento de dietas terapêuticas (Thompson & Byers, 1994). 19 O Nordic Cooperation Group of Dietary Researchers sugere alguns procedimentos para facilitar a análise dos resultados obtidos: (Freudenheim, 1993). 75 1. Os sujeitos não devem receber nenhum aviso anterior que serão entrevistados para não alterar seus hábitos alimentares. 2. O recordatório deve ser administrado como uma entrevista (pessoalmente ou pelo telefone). 35 3. A entrevista deve ser feita em um ambiente tranquilo. 4. As entrevistas devem ser distribuídas uniformemente durante os dias da semana. 5. A ordem do recordatório deve começar pela primeira comida ou bebida ingerida no dia (ou para os trabalhadores noturnos, de meia-noite a meianoite). 6. O entrevistador deve fazer perguntas sem induzir as respectivas respostas e ele deve estar atento as combinações de comidas a serem ingeridas juntas, pois dessa maneira será capaz de sondar efetivamente a ingestão de itens que o entrevistado não mencionou. 7. Deve-se ajudar na descrição de tamanhos de porção; 8. Uma lista de alimentos pré-codificada pode ajudar num rápido registro e codificação. A principal vantagem deste método é a rapidez e a fácil administração, pois não necessita que o indivíduo entrevistado seja alfabetizado. Isto permite realizar um grande número de entrevistas com o mínimo de recursos. O nível de dados é normalmente excelente devido ao pequeno número de informação requerida de cada respondente (Freudenheim, 1993) 75 . Outras vantagens são: baixo custo, pouco esforço do entrevistado, requer a memória de um passado próximo e não interfere no seu comportamento alimentar (Thompson & Byers, 1994; Freudenheim, 1993). 19, 75 36 A principal limitação do R24h é que ele não fornece uma estimativa segura da ingestão de um individuo devido à variação do dia-a-dia. Ele também apresenta outras desvantagens: dificuldade de estimar as porções precisamente e depende da memória (o entrevistado pode esquecer de mencionar algum alimento). Alem disso, não representa a ingestão habitual do entrevistado, pois pode haver grande variabilidade na ingestão diária dos alimentos (Buzzard, 1998) 74. Por causa da diversidade na ingestão dietética diária, propõe-se que, pelo menos dois ou mais recordatórios sejam efetuados para minimizar os erros. Eles podem ser ministrados em diferentes estações do ano para avaliar a média da ingestão habitual. Em algumas circunstâncias, apenas um recordatório, coletado em uma grande amostra de sujeitos, pode ser suficiente para avaliar a ingestão dietética populacional (Buzzard, 1998; Freudenheim, 1993) 74, 75. A validade do R24h tem sido estudada comparando-se as respostas com as ingestões registradas, observadas ou pesadas por indivíduos treinados. Em geral, a média estimada do recordatório tem sido similar a ingestão observada, apesar de algumas vezes os entrevistados subestimarem e, em outras, superestimarem a ingestão alimentar (Thompson & Byers, 1994; Margetts & Nelson, 1997; Hise, Sullivan, Jacobsen, Johnson & Donnelly, 2002). 19, 77 e 78 1.33 Registro alimentar de 3 dias (R3dias) O Registro Alimentar de 3 dias recolhe informações sobre a ingestão atual de um indivíduo ou de um grupo populacional. Nesse método o 37 indivíduo anota, em formulários, todos os alimentos ou bebidas consumidos ao longo de um ou mais dias. Normalmente o método pode ser aplicado durante 3, 5 ou 7 dias. O registro dever ser realizado em dias alternados e abrangendo um dia de fim de semana (Willett, 1998)56. Entretanto, alguns estudos mostram que este método não deve ser repetido por mais do que quatro dias consecutivos, pois pode cansar o entrevistado e o mesmo não relatar as medidas com fidedignidade (Holanda & Filho, 2006)79. O treinamento prévio é importante para que haja maior eficácia (Thompson & Byers, 1994)19. A utilização do Registro Alimentar tem como vantagens: o registro da informação realizada no momento em que o alimento está sendo ingerido, não dependendo da memória do indivíduo; informações mais detalhadas sobre alimentos e padrões alimentares e, distribuição ao longo de um dado período, proporcionando uma melhor estimativa da ingestão alimentar habitual. Entre as desvantagens do método encontram-se a necessidade dos indivíduos serem alfabetizados; a ocorrência de alteração dos hábitos alimentares, bem como a omissão de certos tipos de alimentos durante o período de realização do inquérito (Thompson & Byers, 1994; Holanda & Filho, 2006)19, 79. O registro alimentar pode ser aplicado de duas maneiras. A primeira é o registro das porções em medidas caseiras. E a segunda maneira (mais fidedigna) é pesando e medindo todos os alimentos consumidos, em balanças de precisão e copos medidores. As sobras também devem ser pesadas e registradas (Fisberg, 2005) 55. 38 O registro alimentar, que faz uso de balança de precisão, é considerado um método bastante preciso, mas requer treinamento, esforço, colaboração e um orçamento maior. Uma das limitações do uso da balança é a tendência de se modificar os hábitos alimentares, diminuindo o consumo de alimentos para ser mais simples o registro. Uma característica importante no método do registro alimentar é que o fato de registrar o tamanho da porção do alimento no momento do consumo, reduz o viés da memória (Bingham, Gill, Welch, et al., 1994) 80. 1.34 História Alimentar A história alimentar avalia o consumo habitual e foi apresentado por Burke, em 1947. Consiste em uma longa entrevista para obter informações sobre a alimentação atual e passada. Neste método questiona-se o número de refeições diárias, preferências e recusas alimentares, uso de suplementos nutricionais, padrão de consumo, tamanho de porções, variações sazonais, entre outras informações não referentes à alimentação, tais como: tabagismo e atividade física (Fisberg, 2005)55. Este tipo de investigação inclui três métodos: uma entrevista detalhada sobre o padrão de alimentação, uma lista de alimentos cuja frequência e periodicidade do consumo alimentar são anotados e um RA de três dias (Thompson & Byers, 1994)19. A História Alimentar possibilita uma descrição mais completa e detalhada das informações qualitativos e quantitativos do consumo alimentar, demonstra uma boa correlação com outras medidas do estado nutricional, permite uma avaliação da ingestão habitual de todos os nutrientes, não sofre 39 influência das variações sazonais na dieta e não altera as dietas habituais, sendo muito utilizada em ambulatórios e consultórios (Block & Hartman, 1989)81. As desvantagens desse método de investigação do consumo alimentar encontram-se principalmente em estudos epidemiológicos, onde a dependência da memória do indivíduo e os altos custos de análise, devido à complexidade do instrumento, são demonstrados. Além disto, o tempo necessário para obter dados é maior comparado a outros métodos (Holanda & Filho, 2006) 79. 1.4 MARCADORES BIOQUÍMICOS DA INGESTÃO ALIMENTAR Os marcadores bioquímicos são medidas ou dosagens dos nutrientes em fluídos, tecidos e excreções corporais. O uso de marcadores propicia uma medida mais correta da ingestão alimentar, pois não depende da memória do entrevistado (Fisberg, 2005) 55. Uma das principais aplicações de biomarcadores alimentares é a utilidade como medida de referência para avaliar a validade e precisão dos métodos de avaliação do consumo alimentar. Biomarcadores de concentrações se correlacionam com a ingestão correspondente de alimentos ou nutrientes. O nível dos marcadores bioquímicos no sangue ou em outras amostras biológicas leva em conta os efeitos da absorção, as influências da microbiota, a interação entre os nutrientes, o volume de tecido, o metabolismo e a excreção (Jenab, Slimani, Bictash, Ferrari & Bingham, 2009) 82 . A maioria dos biomarcadores refletem a ingestão de curto prazo de nutrientes, o que pode constituir uma limitação, pois em muitas situações os estudos de validação relacionam o consumo de alimentos ao longo do tempo, 40 com o desenvolvimento de doenças crônicas. (Bhakta, Silva, Higgins, et al., 2005) 83. Os nutrientes dos alimentos são influenciados por fatores metabólicos e genéticos, que podem afetar a correlação de um biomarcador com a exposição dietética. Além disso, outros fatores tais como o tipo de amostra biológica obtida, como a amostra foi recolhida, tratada e armazenada, a metodologia de laboratório utilizada para medir o biomarcador podem também afetar a medição e a utilidade dos biomarcadores alimentares (Jenab, Slimani, Bictash, Ferrari & Bingham, 2009)82. Os marcadores bioquímicos da ingestão alimentar, além de um método de referência na dieta, são comumente utilizados em estudos de validação (Nelson,1997) 84, embora as correlações entre consumo estimado e biomarcadores sejam habitualmente mais fracas do que as correlações entre dois métodos dietéticos. A baixa correlação entre instrumentos dietéticos e biomarcadores deve-se à influência de outros fatores além do consumo, tais como diferenças individuais na absorção e metabolismo, genética, e alterações em situações de adaptação bioquímica do organismo, como a gestação (Willett & Lenart, 1998; Arab & Akbar, 2002; Arab, 2003) 85, 86 e 87. Atualmente alguns estudos sugerem que os biomarcadores não são um bom método para avaliar o consumo alimentar na gestação. Isso pode ocorrer pelo fato dos biomarcadores não serem sensíveis à variação de consumo alimentar entre os trimestres gestacionais (Pinto, Severo, Correia, Santos, Lopes & Barros, 2010) 88 . Conforme uma revisão sistemática de questionários alimentares na gestação, além do nutriente ácido fólico, 41 biomarcadores não são considerados bons indicadores para avaliar o consumo de nutrientes na alimentação de gestantes. O QFA parece ser um instrumento mais sensível que os biomarcadores para avaliar a estimativa da ingestão de determinados nutrientes na gestação, em curto e longo prazo (Andrellucchi, Doreste, Henríquez, Cetin & Serra, 2009) 89. 1.5 REPRODUTIBILIDADE E VALIDADE DE INQUÉRITOS ALIMENTARES A avaliação da reprodutibilidade e da validade de um método de inquérito alimentar é necessária para obtenção da informação dietética correta e útil para posteriores inferências. Em estudos de validade pretendese comparar o método a ser testado com outro método de referência que representa a ingestão verdadeira. Na avaliação da reprodutibilidade esperase que o método testado reproduza os mesmos resultados tantas vezes quanto o instrumento for testado (Fisberg, 2005) 55. 1.51 Reprodutibilidade dos métodos dietéticos A Reprodutibilidade, ou seja, teste-reteste, indica o grau com que um instrumento é capaz de produzir um mesmo resultado quando utilizado repetidas vezes, nas mesmas circunstâncias. Mede a consistência do questionário em diferentes pontos no tempo e nos mesmos indivíduos. (Bohlscheid-Thomas, Hoting, Boeing & Wahrendorf, 1997) 90. Para avaliar a reprodutibilidade deve-se considerar o intervalo de tempo entre uma medição e outra. Intervalos de tempo muito curtos, ou seja, 42 menores que 15 dias, levam os participantes a fornecerem as mesmas respostas, e intervalos muito longos, acima de 45 dias, podem ocorrer alterações no fator de exposição avaliado onde se observa grandes variações nas respostas (Willet & Lenart, 1998) 85. Sendo assim, sugere-se que estudos de reprodutibilidade sejam realizados com intervalo de 15 a 45 dias (Burley & Cade, 2000)91. Os coeficientes de correlação mais usados nos estudos de reprodutibilidade de QFAs são: correlação Intraclasse (ICC) e correlação de Spearman (Fisberg, 2005)55. Essas correlações tendem a variar entre 0,5 e 0,7 (Willet & Lenart, 1998)85. Esses coeficientes são razoáveis quando comparados com marcadores bioquímicos, em que seus coeficientes de correlação normalmente variam de 0,2 a 0,6 para nutrientes (Block & Hartman, 1989) 81. Vários fatores podem afetar a reprodutibilidade de um estudo: pessoas mais idosas tendem a possuir uma dieta mais monótona que os jovens; as diferenças do nível de escolaridade entre os indivíduos do estudo; e a complexidade do instrumento (Fisberg, 2005; Block & Hartman 1989) 55, 81 . Um questionário que limita a frequência de consumo a poucas categorias de resposta pode ser mais reprodutível que outro que permite maior variabilidade de respostas. Os estudos de reprodutibilidade são importantes para identificar e corrigir problemas no desenho do instrumento, administração ou procedimento de controle de qualidade, porém não são suficientes, exigindose o estudo de validade. Os estudos de validade servem para estimar os 43 erros de medição próprios do método, vistos como a principal fonte de viés nos estudos epidemiológicos (Fisberg, 2005) 55. 1.52 Validade dos métodos dietéticos O termo validade é geralmente definido como o grau com que um instrumento mede o que se propõe medir (Nelson, 1997; Willet & Lenart, 1998)84, 85 . Os estudos de validação são processos longos e difíceis nos quais as estimativas do consumo de alimentos ou de nutrientes pelo método escolhido, são comparadas com outro método de avaliação dietética julgado como mais preciso e, considerado método de referência (Fisberg, 2005) 55. A literatura mostra que não existe “padrão-ouro” para estimar ingestão habitual. Todas as medidas têm erros que se diferem. Dessa maneira, se torna mais conveniente utilizar a citação “padrão ou método de referência”. Por tal motivo denominamos como “validade relativa” o procedimento para validar um questionário alimentar, pois não se compara um método operacional com verdade absoluta. Neste caso, compara-se um método com outro julgado superior para o propósito (Fisberg, 2005) 55. Os estudos de validação têm mostrado que as estimativas de consumo do QFA são comparadas com as médias de consumo calculadas por várias medições da dieta feitas através de registros alimentares (RA) e recordatórios de 24 horas (R24h), realizados no mesmo período de avaliação do QFA. (López, 1995) 92. Quando os valores do QFA são comparados com um pequeno número de registros ou recordatórios alimentares, pode acontecer uma baixa 44 concordância dessa associação em função da variabilidade intrapessoal inerente às avaliações dietéticas de períodos curtos (Nelson, 1997)84. Os registros alimentares são os que possuem menos erros correlacionados ao QFA. Os erros existentes no QFA, em função de uma lista fixa de alimentos e memória, são minimizados com a utilização dos registros e recordatórios. Os RA e R24h possuem questões abertas e o registro não depende de memória. O R24h é o método de referência mais indicado quando a população apresenta baixo grau de escolaridade, pouca participação e motivação (Willet , 1998; Willet & Lenart, 1998) 56, 85. A recomendação do número de pessoas necessárias para um estudo de validação varia entre 100 e 200 indivíduos. Estudos de validade com menos de 30 pessoas aumentam a amplitude do intervalo de confiança (Willet & Lenart, 1998) 85 . Estudo mais recente recomenda uma amostra ainda menor, entre 50 e 100 pessoas (Cade, Thompson, Burley & Warm, 2002).58 O número de medições necessárias do método de referência, para um estudo de validação, é muito variável. Pode-se realizar um pequeno número de medições (por exemplo: dois R24h) combinados com ajuste estatístico para remover os efeitos da variabilidade intrapessoal. Estudo mostrou que, de 2 a 5 medidas repetidas, podem-se obter coeficientes de correlação adequados (Carroll et al.,1997)93. Estudos recentes de validação de inquéritos dietéticos têm utilizado o método de tríades na validação do consumo alimentar com biomarcadores. 45 Este método avalia a correlação entre três variáveis e a ingestão real, através do cálculo dos coeficientes de validade. As três variáveis utilizadas nesta técnica são: QFA, método de referência na dieta e um marcador bioquímico. Os pressupostos desta técnica são a linearidade entre as três variáveis e a ingestão real, e a existência de erros independentes em função do biomarcador. A utilização deste método não exclui a necessidade de análises de correlação e de concordância. (Yokota, Miyazaki & Ito, 2010) 94. 1.53 Técnicas estatísticas para validação de questionários alimentares A validação de um instrumento dietético é demonstrada pela avaliação da concordância e correlação em relação ao método de referência. Para avaliação da concordância, as medidas mais recomendadas são: comparação de médias, coeficientes de correlação intraclasse, estatística Kappa, distribuição comparativa por quartis ou quintis da ingestão do nutriente, e gráficos de Bland Altman. Na avaliação da correlação é bem usual utilizar os coeficientes de correlação de Spearman, para distribuição anormal, e Pearson, para valores com distribuição normal. Nos valores com distribuição anormal, é comum a transformação para logarítimo natural para a utilização do coeficiente de correlação de Pearson (Fisberg, 2005) 55. Uma das maneiras para avaliação da validade é a utilização do viés (média do erro) de medição na população, que é a diferença entre a média da população do valor observado e a média da população do valor verdadeiro. Nesse caso, para a comparação entre o QFA e o método de referência, o melhor método a ser utilizado é o teste-t emparelhado, com 46 prévia transformação logarítimica, se for necessária. A interpretação dessa análise deve ser realizada em termos de sub ou superestimação do consumo de nutriente (Fisberg, 2005) 55. O coeficiente de correlação é um valor limitado, pois descreve apenas a relação de aproximação linear entre ambos os métodos, em uma população específica. A significância estatística do coeficiente de correlação (P<0,05) só indica a improbabilidade de ser igual a zero, o que não se estende para a concordância entre as duas medições (Nelson, 1997) 84. Outras medidas de associação são necessárias para avaliar a validade de um inquérito alimentar. Quando as medidas são quantitativas recomenda-se utilizar o coeficiente de correlação intraclasse (ICC) e o teste de diferenças de médias pareadas. Para variáveis qualitativas a medida de concordância é a estatística Kappa (K). Valores de correlação intraclasse acima de 0,4 denotam boa concordância entre os pares e valores inferiores a este mostram grande diferença, o que poderia conduzir a distorção na classificação dos indivíduos (Nelson, 1997)84. 1.6 VALIDAÇÃO DE QFA EM GESTANTE Uma revisão sistemática sobre estudos de validação de QFA em gestantes verificou que o QFA, para alguns nutrientes, parece ser mais sensível que os biomarcadores para avaliar, a curto prazo, a estimativa de ingestão de zinco, ferro, riboflavina e folato e, alongo prazo, vitamina B6, C, niacina, ferro, sódio, cálcio, riboflavina, retinol, beta-caroteno, ácido fólico, manganês e iodo. (Andrellucchi, Doreste, Henríquez, Cetin & Serra, 2009) 89. 47 Um estudo realizado no Rio Grande do Sul em 152 gestantes, no segundo e terceiro trimestres de gestação, avaliou um QFA desenvolvido em adultos para medir o consumo alimentar de gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). Observou-se coeficiente de correlação ajustado para energia variando de 0,01 para gordura saturada a 0,47 para cálcio. A estimativa de nutrientes foi categorizada em quartos de consumo, onde, em média, 30% das gestantes foram classificadas no mesmo quarto e 8% em quartos opostos. O QFA superestimou a estimativa de energia e nutrientes (Giacomello, Schmidt, Nunes, et al., 2008) 95. O estudo de Brantsaeter et al. 96 utilizaram dois marcadores bioquímicos independentes, flavonoides na urina e carotenoides no plasma, na validação de um QFA de frutas, vegetais e chás. Neste estudo o maior coeficiente de validade encontrado (0,65) foi com o consumo de sucos cítricos relatado no QFA e a relação com a excreção urinária de hesperetina e concentração plasmática de zeaxantina. (Brantsaeter, Haugen, Rasmussen, Alexander, Samuelsen & Meltzer, 2007) 96. Os estudos internacionais que avaliaram o consumo alimentar de gestantes verificaram coeficientes de correlação satisfatórios para a maioria dos nutrientes avaliados, o que sugere boa confiabilidade do QFA como método de avaliação do consumo alimentar para esta população (Erkkola, Karppinen, Javanainen, Rasanen, Knip & Virtanen, 2001; Baer et al., 2005) 65, 97 . Porém, questionários desenvolvidos e validados em outros países não podem ser aplicados na população brasileira, gerando a necessidade de desenvolvimento e validação de versões nacionais (Garcia, 2004) 52. 48 1.7 EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO NO DUCTO ARTERIOSO E NA CIRCULAÇÃO FETAL Diversos estudos têm evidenciado o efeito do uso de drogas antiinflamatórias não-esteróides sobre o metabolismo das prostaglandinas e a relação com casos de constrição do ducto arterioso fetal (Norton,1997; Gordon & Samuels, 1995) 98, 99 . A ação dos antiinflamatórios não-esteróides (AINES) decorre da inibição da síntese de prostaglandinas, efetuada mediante inativação da cicloxigenase. A COX 1 e COX 2 são enzimas envolvidas na biossíntese das prostaglandinas, prostaciclina e tromboxano. Esse mecanismo inibitório faz com que não seja sintetizada a prostaglandina G2, precursora da prostaglandina E2 e F2 i (Norton, 1997)98. O uso de drogas antiinflamatórias durante a gestação para tratamento do trabalho de parto prematuro, da pré-eclâmpsia ou do retardo do crescimento intra-uterino através da inibição da síntese das prostaglandinas, permitiu o estudo da relação entre a constrição ductal e os inibidores da cicloxigenase. A indometacina é a droga inibidora da síntese das prostaglandinas mais amplamente descrita na literatura (Martel, Monteiro & Calhau, 2010; Moise, 1993) 26, 100. Diversas substâncias têm sido estudadas com o propósito de avaliar seus efeitos na resposta inflamatória. Porém, ainda não existem estudos quantitativos analisando o efeito antiinflamatório de alimentos ricos em polifenóis sobre esse processo de constrição ductal, e que avaliem o papel da intervenção dietética sobre o consumo desses alimentos. 49 2. JUSTIFICATIVA Existem evidências indicando que alimentos ricos em polifenóis consumidos a partir do terceiro trimestre de gestação podem interferir na atividade anatômica e funcional do coração fetal (Zielinsky, Piccoli, Manica, et al, 2011).20 Tais alimentos apresentam uma ação semelhante às drogas antiinflamatórias não esteróides, podendo causar efeito inibitório da síntese das prostaglandinas e apresentando associação com casos de constrição do ducto arterioso fetal (Norton, 1997; Gordon & Samuels, 1995; Sharpe, Larsson & Thalme, 1975) 98, 99 e 101 . Dessa forma, evidencia-se a importância de determinar a exposição materna a essa substância através do desenvolvimento de um Questionário de Frequência Alimentar (QFA). No Brasil existem poucos estudos sobre validação de QFA em gestantes. A adaptação dos métodos existentes não é recomendada, pois são muitas as diferenças fisiológicas, sociais e culturais existentes nesse grupo populacional (Cade, Thompson, Burley & Warm, 2002)58. Estudo prévio realizado na Noruega validou a ingestão de frutas, vegetais e chás em gestantes, através de um Questionário de Frequência Alimentar e a correlação com flavonóides na urina e carotenóides no plasma (Brantsaeter, Haugen, Rasmussen, Alexander, Samuelsen & Meltzer, 2007)96. Todavia, esse estudo avaliou somente três grupos alimentares e uma subclasse de polifenóis. Para isso, torna-se necessária a elaboração e validação de um instrumento de avaliação dietética que quantifique os polifenóis totais na alimentação da gestante, abrangendo um grande número de alimentos ricos nessa substância. 50 Esse QFA será utilizado em um Registro Multicêntrico Internacional sobre o efeito dos alimentos ricos em polifenóis na Constrição do Ducto arterioso fetal, após o terceiro trimestre gestacional, e será revalidado para a população dos diferentes países. Esse instrumento servirá como referência para a elaboração de uma recomendação diária do uso de polifenóis totais na gestação. Atualmente não existe recomendação quantitativa para o uso desse nutriente na população de gestantes. 51 3. OBJETIVO Desenvolver e testar a reprodutibilidade e validade relativa de um Questionário de Freqüência Alimentar (QFA) para medir a ingestão de alimentos ricos em polifenóis, relatada por mulheres grávidas, no Brasil. 52 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Velioglu YS, Mazza G, Gao L & Oomah BD. Anti-oxidant activity and total phenolics in selected fruits, vegetables, and gram products. Journal of Agricultural and Food Chemistry. 1998; 46, 4113-4117. 2. Bravo L. Polyphenols: Chemistry, Dietary Sources, Metabolism, and Nutritional significance. Nutrition Reviewz. 1998; 56, 317-333. 3. Faller ALK & Fialho E. Disponibilidade de polifenóis em frutas e hortaliças consumidas no Brasil. Revista de. Saúde Publica. 2009; 43(2), 211-218 4. Manach C, Williamson G, Morand C, Scalbert A & Rémésy C. Bioavailability and bioefficacy of polyphenols in humans. I. 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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL / FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA Endereço para correspondência: Departamento de Cardiologia Fetal – Izabele Vian da Silveira Av. Princesa Isabel, 395 – Santana – Porto Alegre 90620-000 Fone/Fax: 51 32303600 ou 51 32303859 Email: [email protected] 1 Nutricionista e Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Área de Concentração: Cardiologia ou Ciências Cardiovasculares, da Fundação Universitária de Cardiologia / Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. 2 Médico, Professor Livre Docente, Unidade de Cardiologia Fetal do Instituto de Cardiologia do RS, orientador do PPG da Fundação Universitária de Cardiologia. 66 Resumo Evidências indicam que alimentos ricos em polifenóis consumidos a partir do terceiro trimestre de gestação podem interferir na atividade anatômica e funcional do coração fetal. Visto o desconhecimento da existência de um instrumento validado para quantificar o uso de polifenóis totais em gestantes, o objetivo desse estudo foi testar a reprodutibilidade e validade de um Questionário de Freqüência Alimentar (QFA), com 52 itens, para medir a ingestão de alimentos ricos em polifenóis em gestantes do sul do Brasil. Estudo transversal com 120 mulheres grávidas que participaram das entrevistas nutricionais em dois momentos. A ingestão de alimentos ricos em polifenóis estimada pelo QFA desenvolvido foi comparada com a média de dois Recordatórios de 24 horas (R24h), com a média da ingestão da medida por um Registro alimentar pesado durante 3 dias (R3dias) e com a excreção urinária de polifenóis totais. O método triangular foi aplicado para calcular coeficientes de correlação de Pearson, correlação Intraclasse, e Bland Altman para o QFA, usando um marcador bioquímico independente, além da classificação por quartos de consumo. Os questionários foram transformados para log, ajustados para IMC, idade gestacional. O ajuste para enrgia foi feito apenas para o R24h e R3dias. A reprodutibilidade entre os QFA demonstrou correlação muito alta (r=0,72; p<0,05). A associação do QFA com a excreção urinária, embora baixa, foi significativa (0,23; p=0,01). A associação entre os métodos de inquéritos alimentares foi de moderada a muito alta (r=0,36 a r=0,72; p<0,001). Dessa forma esse questionário demonstra ser reprodutível e válido para ser aplicado em gestantes visando quantificar o consumo de polifenóis totais. Palavras chaves: Questionário, validade, polifenóis e gestantes. 67 Mensagens Chaves O QFA oferece novas estimativas válidas da ingestão de alimentos ricos em polifenóis em mulheres grávidas do sul do Brasil. • As correlações foram mais fortes entre os métodos de inquéritos alimentares, do que entre os biomarcadores e os resultados dos questionários. • Os valores para a ingestão de polifenóis totais foram significativamente maiores estimados pelo QFCA do que pelo R24h e R3dias. • Introdução Existem evidências indicando que alimentos ricos em polifenóis consumidos a partir do terceiro trimestre de gestação podem interferir na atividade anatômica e funcional do coração fetal (Zielinsky et al. 2011) Tais alimentos apresentam uma ação semelhante às drogas antiinflamatórias não esteróides, podendo causar efeito inibitório da síntese das prostaglandinas e apresentando associação com casos de constrição do ducto arterioso fetal (Norton, 1997; Gordon & Samuels, 1995). Dessa forma, evidencia-se a importância de determinar a exposição materna a essa substância. Poucos estudos foram desenvolvidos e validados sobre questionários alimentares para avaliar o consumo habitual em gestantes no Brasil. (Oliveira et al. 2010; Giacomello et al. 2008; Rondó et al. 1999). Também se desconhece a existência de estudos que investiguem o consumo para todas as classes de polifenóis totais na alimentação de gestantes. Portanto, tornase necessária a elaboração e validação de um instrumento de avaliação dietética que quantifique os polifenóis totais na alimentação da gestante, abrangendo um grande número de alimentos ricos nessa substância. O QFA é o método frequentemente usado na maioria dos estudos, devido à fácil administração. A ingestão pode ser avaliada durante um longo período de tempo e o custo é baixo. Na dieta, a ingestão de alimentos é notoriamente difícil de medir em função dos erros de aferição, e da dificuldade de estimar o tamanho da porção. Os QFA devem ser validados 68 para obter uma expressão do grau em que uma medida é precisa na população-alvo (Willet, 1998). Estudos de validação podem incluir marcadores bioquímicos da ingestão alimentar, além de um método frequentemente usado na dieta (Nelson, 1997), embora as correlações entre consumo estimado e biomarcadores sejam habitualmente mais fracas do que as correlações entre dois métodos dietéticos. A baixa correlação entre instrumentos dietéticos e biomarcadores deve-se à influência de outros fatores além do consumo, tais como diferenças individuais na absorção e metabolismo, genética, e alterações em situações de adaptação bioquímica do organismo, como a gestação (Willet & Lenart, 1998; Arab & Akbar, 2002; Arab, 2003). O objetivo do presente estudo foi testar a reprodutibilidade e a validade relativa de um QFA. Este questionário mediu a ingestão de alimentos ricos em polifenóis em gestantes. Métodos Delineamento do Estudo Estudo transversal para a Validação de um Questionário de Frequência de Consumo de Alimentos ricos em polifenóis em gestantes. População e amostra do Estudo Participaram deste estudo gestantes que compareceram voluntariamente para um dia de realização do exame de ecocardiograma fetal gratuito, realizado no Instituto de Cardiologia do sul do Brasil. Os dados foram coletados em maio de 2011. O cálculo amostral resultou em um número mínimo de 93 gestantes. Tal amostra foi calculada através do teste de correlação Intracalsse (ICC), com poder de 90%, nível de significância ≤ 0,05, e um coeficiente de correlação mínimo de 0,33, conforme estudo realizado com gestantes norueguesas (Brantsaeter et al. 2007). Foram considerados critérios de inclusão: idade gestacional igual ou inferior a 36 semanas, assinatura do termo de comprometimento de retorno e entrega do 69 registro alimentar de três dias. Foram excluídas as gestantes com alteração no exame de ecocardiograma fetal, as que não tinham capacidade de ler ou escrever e as que se recusaram participar do estudo. No primeiro momento foram selecionadas 120 gestantes que se enquadraram em todos os critérios de inclusão. Os dados dessas 120 gestantes foram analisados na correlação dos questionários do primeiro momento (QFA e R24h) com a excreção de polifenóis totais na urina. Após 15 dias, 95 gestantes retornaram para as entrevistas do segundo momento (QFA e R24h) e, neste momento, duas gestantes não entregaram o Registro alimentar de 3 dias (R3dias), restando 93 gestantes com todos os dados completos, ou seja, coleta de urina, respostas aos dois QFA, aos dois R24h e entrega do R3dias. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Instituto de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, sob o número 4471/10. Todas as gestantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), após terem sido plenamente informadas do propósito do projeto. O desenvolvimento do estudo obedeceu aos preceitos disciplinados pela Resolução 196/96 do Conselho Brasileiro de Saúde que estabelece normas para pesquisa com seres humanos, sendo resguardados o anonimato e a privacidade dos pesquisados. Desenvolvimento do Questionário de Freqüência do Consumo Alimentar Para o desenvolvimento do QFA foi estabelecida a seguinte pergunta: “Durante a gestação, qual a frequência com que você consumiu ou consome os alimentos que serão relatados a seguir?”. O QFA incluiu 52 alimentos ricos em polifenóis. Considerou-se alimento rico em polifenol aquele que estava acima do percentil 75, ou seja, com pelo menos 30mg de polifenol por 100g de alimento, conforme estabelecido pelo banco de dados americano (United States Department of Agriculture, 2007). A porção mediana de cada alimento foi estabelecida a partir desse modelo de QFA e de um Recordatório de 24 horas aplicado previamente pelo grupo de pesquisa em um estudo piloto, com 119 gestantes. Os valores obtidos foram descritos em frequência 70 absoluta, mediana e intervalo interquartil para a elaboração da porção mediana de cada alimento do QFA. O QFA elaborado dispõe de oito categorias de respostas sobre a frequência de consumo de cada alimento presente na lista, que vão desde “nunca” até sete vezes, considerando uma unidade de tempo (dia, semana, mês, ano e raramente). Dos 52 alimentos do QFA, 44 foram selecionados conforme o banco de dados americano (United States Department of Agriculture, 2007), considerando uma concentração igual ou acima de 30 mg de flavonóides por 100g de alimento (acima do percentil 75). Foram incluídos mais 8 alimentos de maior consumo e teor polifenólico conforme um estudo realizado com alimentos em solo brasileiro. (Faller & Fialho, 2009). Para estimar a porção mediana de cada alimento do QFA, os entrevistadores aferiram os alimentos por meio de medidas caseiras que eram identificadas pelas gestantes por fotos, conforme um livro de pesos e volumes de medidas caseiras e alimentos (Vitolo & Gama, 2005). Cada gestante indicava seu tamanho de porção. A porção média de cada alimento era descrito apenas como guia para a gestante dizer se a porção consumida por ela era igual, maior ou menor que a porção média, mas ela relatava o tamanho exato da porção consumida de cada alimento. Os tamanhos das porções foram diferentes para cada item alimentar. A quantificação dos alimentos ricos em polifenóis registrados nos R24H e QFA foi inicialmente realizada por meio de medidas caseiras, que foram transformados em mililitros (ml) para medidas de volume e gramas (g) para medidas de massa, também usando como referência o livro de pesos e volumes de medidas caseiras e alimentos (Vitolo & Gama, 2005). A seguir, foi elaborado um banco de dados no Microsoft Office Excel (2007), no qual cada alimento rico em polifenol referido era uma variável, sendo registrada a quantidade de seu consumo. 71 Logística do estudo A coleta dos dados foi realizada no ambulatório do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, Brasil, em dois momentos, com intervalo de 15 dias, mediante entrevistas. No primeiro momento foi aplicado um questionário socioeconômico com dados de identificação e demográficos, com informações referentes à renda familiar, com 4 classificações em salários mínimos, e nível de escolaridade aferido através do número de anos de estudo. Para a análise dietética foi utilizado o QFA, desenvolvido nesse estudo, com alimentos ricos em polifenóis e um Recordatório com as últimas vinte e quatro horas (R24h) precedentes à entrevista. Neste dia, as gestantes receberam um registro alimentar de três dias, para ser preenchido em casa, com uma orientação clara e objetiva de preenchimento, uma balança de precisão para pesar todos os alimentos consumidos e um copo medidor para quantificar os líquidos ingeridos nos dias do registro. As gestantes foram inicialmente orientadas a responderem o QFA baseando-se no período total da gestação. No caso de alimentos que não foram consumidos durante todo período gestacional, foi feita uma estimativa do consumo diário do alimento. Esta estimativa foi realizada através da multiplicação da porção relatada, pela frequência de consumo e dividida pelo número de dias da unidade de tempo (dia, semana, mês ou ano) O ano foi contabilizado como o total de dias da gestação. No segundo momento, 15 dias após a primeira entrevista, as gestantes retornaram para a entrega dos registros alimentares de três dias e responderam o mesmo QFA do primeiro momento. A quantidade de consumo alimentar, durante a aplicação dos inquéritos, foi também aferida por meio de medidas caseiras e estimada por fotos (Vitolo & Gama, 2005). Cálculo de polifenóis totais e energia dos questionários alimentares A aferição de polifenóis totais dos questionários alimentares foi realizada a partir do banco de dados americano (United States Department of Agriculture, 2007), que apresenta as subclasses e o conteúdo de flavonóides de 385 alimentos, e do banco de dados francês (Phenol-Explorer - Database 72 on Polyphenol Content in Foods, 2011). que contém mais de 300 alimentos cadastrados, com os valores de polifenóis totais e de suas diversas subclasses para cada alimento. Os resultados de polifenóis totais encontrados nos questionários alimentares foram descritos em miligramas (mg) (tabela 2). A quantificação de polifenóis totais da bebida chimarrão (infusão da erva mate Ilex paraguariensis) foi realizada em laboratório através do ensaio físico-químico Official Methods of AOAC International 18th edition. Para a análise foi utilizada uma concentração de 47,4% em uma temperatura de 80ºC. Essa concentração de erva e temperatura de água foi assim definida para reproduzir a forma de consumo dessa bebida na população do sul do Brasil (Kummer et al, 2005). O cálculo do Valor Energético Total (VET) dos métodos de inquéritos alimentares (R24h e R3dias) foi calculado através do programa Microsoft Excel 2007, usando como referência uma tabela brasileira de composição alimentar. (TACO, 2006). Os resultados de energia encontrados nos questionários alimentares foram descritos em Quilocalorias (Kcal) (tabela 3). Medidas antropométricas e avaliação do estado nutricional O peso das participantes foi aferido em balança digital antropométrica, com a gestante sem calçados e sem excesso de roupas. A escala para medida da altura foi realizada em estadiômetro fixado à balança, em haste vertical, com divisão de 0,5cm e escala extensiva situada entre 95 e 195cm , marca Welmy e modelo W110h.. A medição foi realizada com a gestante descalça, com os pés unidos e joelhos retos. A cabeça e pescoço foram alinhados e fixados pelo pesquisador. O peso pré-gestacional foi obtido através da informação fornecida pela gestante. Para o diagnóstico do estado nutricional na gestação, foi calculado o Índice de Massa Coprporal (IMC) atual e o IMC pré-gestacional, tendo como referência a idade gestacional, de acordo com a classificação da Organização Mundial da Saúde, 2006. 73 Coleta e análise da urina As amostras de urina foram coletadas somente no primeiro momento, de forma aleatória, em recipientes estéreis com volume de 50 ml e armazenadas a -80ºC até a análise e ao abrigo da luz. A quantificação de polifenóis totais na urina foi realizada conforme descrito e validado por Medina-Remón et al. (2009). As amostras de urina foram armazenadas a -80ºC, descongeladas por 3 horas em banho de gelo e centrifugadas 4ºC por 10 minutos. Então, foram diluídas e acidificadas antes do processo de extração em fase sólida com cartuchos Waters Oasis® MAX 30mg (Milford, MA, USA). Em seguida, 15 µl dos eluatos foram adicionados de 170 µl de água Milli-Q (Millipore, Bedford, MA, USA) em microplacas de 96 poços para reação com 12 µl do reagente de Folin-Ciocalteu 2M e 30 µl de carbonato de sódio 20% durante 1 hora. Esta reação detecta grupos fenólicos totais presentes nas amostras, permitindo a quantificação da ampla gama de polifenóis excretados na urina. Após o período de incubação, adiciona-se 50 µl de água Milli-Q e são realizadas leituras em 765 nm em leitor de placas Spectramax M2 (Molecular Devices). A creatinina urinária foi determinada conforme o método modificado de Jaffé (1886) por espectrofotometria através de kits comerciais (Doles reagents, Goiânia, GO, Brasil). A excreção urinária de polifenóis totais foi expressa em miligramas (mg) de equivalentes de ácido gálico (EAG) por grama (g) de creatinina. Análise estatística Características gerais da análise são apresentadas em frequência absoluta e percentual para as variáveis categóricas. Para as variáveis contínuas foi utilizada média e desvio padrão, para as com distribuição simétrica, mediana e intervalo interquartil para as com distribuição assimétrica. Para calcular a diferença estatística entre as medianas do consumo de polifenóis totais entre o QFA e a média dos demais métodos de inquéritos alimentares, foi utilizado o teste t pareado. Para a análise dos dados estatísticos foi utilizado o programa SPSS, versão 19.0. A avaliação 74 dos pares foi realizada através do testes t para a diferença entre os polifenóis totais e entre o QFA e a média dos outros métodos de pesquisa dietéticas. Na avaliação da validade relativa e da reprodutibilidade entre os métodos dietéticos e entre os métodos dietéticos e o biomarcador, foram utilizados os coeficientes de correlação de Pearson (método utilizado para avaliar a relação de aproximação linear entre ambos os métodos) e a correlação Intraclasse (ICC) para avaliar a concordância entre os métodos, com intervalo de 95% de confiança (IC95%). Devido à atenuação causada pela variação diária na ingestão alimentar intrapessoal, os coeficientes de correlação de Pearson e Intraclasse foram corrigidos pela razão das variâncias nos dois R24h. (Zanolla , 2009; Willet, 1994). A validação do QFA também foi avaliada por meio de análises de concordância entre os métodos: número de gestantes classificadas por quartos de consumo, através da análise Kappa, e gráficos de Bland-Altman (Cade, 2002; Bland & Altman, 1995; Hirakata & Camey, 2009). Foram considerados significativos os resultados com valor de P < 0,05. Todos os dados foram log transformados antes da análise, para melhorar a uniformidade. As correlações de Pearson foram ajustadas para o Índice de Massa Corporal (IMC), Idade gestacional (lG).O total de energia foi ajustado apenas para o R34h e para o R3dias. A correção foi feita computando-se os resíduos de modelos de regressão, em que a ingestão energética, IMC e idade gestacional foram consideradas variáveis independentes, e a ingestão de polifenóis totais foi considerado variável dependente (Willet W. & Stampfer, 1986). Para a avaliação da validade do instrumento, as concordâncias e correlações foram realizadas com os resultados do questionário da primeira avaliação (FFQ1). Os coeficientes de correlação são descritos da seguinte forma: 0 – 0.1, insubstancial; 0.1 – 0.3, baixo; 0.3 – 0.5, moderada; 0.5 – 0.7, alta; 0.7 – 0.9, muito alta, e 0.9 – 0.1, próxima do ideal (Cohen, 1988; Hopkins et al., 2009) 75 Resultados As gestantes tinham, em média, 27 anos de idade (desvio padrão – DP ± 6,67), 27,2 (DP ± 5) semanas gestacionais, 56,67% apresentavam de 8 à 11 anos de estudo e 68,33% das gestantes apresentavam uma renda familiar inferior a três salários mínimos. Referente ao estado nutricional, 44,17% estavam com o peso adequado no período pré-gestacional e 39% apresentavam, na primeira entrevista, o diagnóstico nutricional de obesidade para idade gestacional (tabela 1). Os dados da tabela 2 referem-se à quantidade de polifenóis totais dos alimentos consumidos no QFA e no R24h aplicado no ano de 2010. Esses dados foram utilizados para a fase de desenvolvimento do QFA validado neste estudo, com o objetivo de determinar o tamanho da porção mediana de cada alimento rico em polifenol do QFA. A tabela 3 mostra o consumo de energia e polifenóis totais obtidos pelo QFA, pela média dos dois R24h e pela média dos R3dias. O consumo de energia da média dos R24h e da média dos três registros superestimou a ingestão de energia proveniente do QFA. Porém, o consumo de polifenóis totais do QFA foi significativamente maior, quando comparado à média dos R24h e à média dos três registros. O teste t pareado para as diferenças entre o QFA e a média dos demais métodos de inquéritos alimentares mostrou diferenças estatisticamente significativas para a ingestão de polifenóis totais (p < 0,001). A reprodutibilidade, representada pela correlação de Pearson entre os QFA, após ajustada para energia, demonstrou correlação muito alta (r=0,72; p<0,001). As associações realizadas pela correlação de Pearson entre as quantidades de polifenóis totais do QFA e do R24h com a excreção urinária, embora baixas, foram significativas (0,23 e 0,22, respectivamente com valor p< 0,05). A associação entre os questionários foi de moderada a muito alta (r=0,47 a r=0,72; p<0,001) (tabela 4). 76 As concordâncias realizadas pelo teste de correlação Intraclasse foram similares com as correlações de Pearson. A reprodutibilidade entre os dois QFA demonstrou correlação muito alta (r=0,726; p<0,001). A concordância entre os parâmetros dietéticos também foi de moderada a muito alta (r=0,35 a r=0,75; p<0,001) (tabela 5). A concordância entre os diferentes métodos de inquéritos alimentares foi também testada classificando as gestantes em quartos de estimativas de consumo de polifenóis totais, por meio do Kappa quadrático ponderado. A concordância exata média (classificação no mesmo quarto) foi de 40,42% entre o QFA e a média dos demais inquéritos alimentares e entre os questionários e recordatórios comparados nos dois momentos. Em média, 84,14% das gestantes foram classificadas no mesmo quarto e nos quartos adjacentes e 15,86% das gestantes foram classificadas em quartos opostos entre os métodos dietéticos. O valor médio de Kappa quadrático variou de 0,068 (P= 0,25) entre o QFA e o R3dias, até 0,425 (P< 0,001) entre os QFA do primeiro com o segundo momento (tabela 6). A concordância entre os métodos de inquéritos alimentares e entre os inquéritos e o biomarcador foi avaliada através dos gráficos de Bland Altman. Os resultados mostraram um viés (o quanto as diferenças se afastam do valor zero) de 0.65 (IC 95%: 0.59 a 0.71) e um erro (a dispersão dos pontos das diferenças ao redor da média) de 0.39 para o QFA comparado com a urina; um viés de 0.29 (IC 95%: 0.22 a 0.36) e um erro de 0.31 para o QFA comparado com a média do R24h, e um viés de 0.30 (IC 95%: 0.22 a 0.36) e um erro de 0.32 para o QFA comparado com a média do R3dias , além de outliers e tendências. Esta concordância observada nos gráficos de BlandAltman por regressão linear da diferença, indicou uma tendência linear comparando o QFA com dois métodos na dieta. Os gráficos mostram a dependência da diferença entre os métodos e as médias, mostrando que as estimativas extremas são esperados maior magnitude do erro (Figuras 1 a 3). 77 Discussão Este é o primeiro estudo a desenvolver e validar um instrumento de avaliação dietética para quantificar polifenóis totais na alimentação de gestantes. Além disso, esse instrumento apresentou um grande número de alimentos para avaliação. ou seja, 52 itens alimentares ricos em polifenóis were avaliados for evaluation da validity entre os métodos. A validação do QFA apresentou boa associação e concordância com os demais métodos de inquéritos alimentares considerados métodos de referência. O QFA para estimar polifenois totais em gestantes desenvolvido e validado nesse estudo apresentou baixa associação com a excreção urinária, conforme demonstrado em uma revisão sistemática de estudos de validação de questionários alimentares em gestantes (Andrellucchi, 2009). (OrtizAndrellucchi et al. 2009). A baixa correlação entre instrumentos dietéticos e biomarcadores deve-se à influência de outros fatores além do consumo, tais como diferenças individuais na absorção e metabolismo, genética, e alterações em situações de adaptação bioquímica do organismo, como a gestação (Willett 1998; Arab 2002; Arab 2003). A avaliação do consumo alimentar de mulheres na gravidez é complicado devido a vários fatores, dependendo do período do nascimento. Fraca correlação entre os instrumentos pode ser parcialmente explicada por flutuações de apetite, náuseas, o que pode também influenciar os relatórios de longo prazo da dieta (Erkkola 2001). Com os demais questionários, considerados métodos de referência, as associações e concordâncias foram muito satisfatórias. Um estudo realizado na Noruega com gestantes validou um questionário alimentar, em que foi considerada apenas uma subclasse dos polifenóis, denominada flavonóides, e com somente três grupos alimentares: frutas, legumes e chás. Este estudo foi validado com coeficientes de correlação de 0.33 com flavonoides na urina (Brantsaeter, 2007). Dessa forma, este questionário apresentou correlações semelhantes a este estudo. . Porém, a absorção de flavonóides e polifenóis totais pode não ser uma medida comparável. Os compostos fenólicos mais comuns na dieta humana nem sempre são os mais ativos biologicamente. As 78 razões para que isso ocorra apresenta uma série de variações, desde baixa atividade intrínseca, absorção intestinal reduzida ou rápida metabolização e excreção. Os metabólitos que são encontrados no sangue, em órgãos alvo ou como resultado da atividade digestiva e hepática, podem diferir das formas nativas das substâncias com relação à atividade biológica (Manach 2004). Um estudo recente comparou a excreção total de polifenóis após a coleta de urina de 24 horas ou amostras spot de urina corrigido por níveis de creatinina, indicando UMA correlação de 0,211 de urina de 24 horas e 0.113 da excreção urinária total de polifenóis expressa por creatinina (Zamora-Ros 2011), sendo estas correlações semelhantes ao nosso estudo e também abrangendo a classe geral de polifenóis totais. Os valores para a ingestão de polifenóis totais foram significativamente maiores estimados pelo QFA do que pelo R24h e R3dias (Tabela 3). Este fato deve-se aos QFA apresentarem uma lista fixa de alimentos. No caso desse estudo, o QFA desenvolvido foi composto somente por alimentos ricos em polifenóis, o que exclui alimentos de teor calórico mais elevado, como carboidratos complexos e gorduras. o que não torna relevante a análise e ajuste de energia do QFA. O ajuste pela energia aumenta o coeficiente de correlação quando a variabilidade no consumo do nutriente está relacionada com a ingestão energética (Willett 1998), o que justifica a não realização da análise do valor energético do QFA, pois neste analisamos apenas os valores de polifenóis dos 52 alimentos e este nutriente não apresentam relação com o consumo energético. As correlações foram mais fortes entre os métodos de inquéritos alimentares, do que entre os biomarcadores e os resultados dos questionários (Tabela 4). As correlações encontradas entre os diferentes métodos na dieta estavam dentro do intervalo observado em outros estudos de validação em mulheres grávidas (Andrellucchi, 2009), e menor do que os relatados em mulheres não-grávidas (Braakhuis, 2011; Jackson, 2011). A visualização gráfica da comparação da concordância do consumo de polifenóis totais avaliados pelo QFA com a quantidade de polifenóis totais excretados na urina, estimado na média dos R24h e na média dos três 79 registros alimentares, após transformação em logarítimo natural, foi verificado em 120 mulheres grávidas do sul do Brasil. O QFA superestimou a estimativa do consumo de polifenóis totais em relação á média do R24h e à média do R3dias, semelhantes a outros estudos de validação de QFA em gestantes. (Barbieri, 2011; Pinto, 2010; Erkkola, 2001). A quantificação de polifenóis totais encontrada foi correlacionada entre os questionários de frequência alimentar, os recordatórios de 24 horas, os registros alimentares de três dias e com a excreção urinária. A baixa correlação com biomarcadores normalmente é demonstrada em estudos de validação de inquéritos alimentares. (Brantsaeter, 2007; Jackson, 2011). Sendo assim, as correlações encontradas neste estudo são consistentes com os dados da literatura. Atualmente alguns estudos sugerem que os biomarcadores não são um bom método para avaliar o consumo alimentar na gestação. Isso pode ocorrer pelo fato dos biomarcadores não serem sensíveis à variação de consumo alimentar entre os trimestres gestacionais (Pinto, 2010). Conforme uma revisão sistemática de questionários alimentares na gestação, além do nutriente ácido fólico, biomarcadores não adicionam confiabilidade dos métodos de admissão em gestantes. O QFA parece ser um instrumento mais sensível que os biomarcadores para avaliar a estimativa da ingestão de determinados nutrientes na gestação, em curto e longo prazo (OrtizAndrellucchi, 2009). O FFQ é considerado o método mais prático, informativo e o mais utilizado para mensurar a dieta pregressa, pois tem a capacidade de classificar os indivíduos segundo seus padrões alimentares habituais, além de ser um instrumento de fácil aplicabilidade e baixo custo, o que viabiliza sua utilização em estudos populacionais (Willett 1998). Em 1973, o FFQ foi recomendado entre os métodos de avaliação dietética pela American Public Health Association. (Zulkifli 1992). A coleta de urina de 24 horas seria o ideal para se correlacionar com o R24h, por corresponder a todo o volume urinário eliminado no período de 24 80 horas. Porém, considerando a inviabilidade dessa análise, devido à impossibilidade de identificar previamente as gestantes que participariam da pesquisa, a inconveniência da coleta de urina de 24 horas no período final da gestação e a necessidade de cuidados como refrigeração e abrigo da luz da urina durante as 24 horas de coleta, este estudo empregou uma coleta de urina aleatória, o que também é realizado em estudos clínicos (MedinaRemón, 2009). Um estudo recente comparou a excreção total de polifenóis após a coleta de urina de 24 horas ou amostras spot de urina corrigidas pelos níveis de creatinina, indicando que, apesar das vantagens óbvias de analisar o volume de urina todo 24 horas, análise de creatinina corrigidos amostras urinárias local foi também adequados, particularmente relevante em estudos epidemiológicos, em que as amostras a partir de uma grande população são analisados (Zamora-Ros et al. 2011). Portanto, uma coleta de urina aleatória local foi analisado no presente estudo, após a correção adequada por níveis de creatinina, semelhante a abordagens utilizadas em estudos clínicos e epidemiológicos (Medina-Remón et al. 2009). A ingestão do chá verde, rico em catequinas, assim como outros alimentos incluído nesta QFA, que pode apresentar uma grande variedade de compostos polifenólicos,ricos em polifenóis apresentam uma biodisponibilidade baixa, o que varia de acordo com o conteúdo e variedade de polifenóis nos alimentos, conforme demonstrado por estudos em animais (Chen, 1997, Mata-Bilbao, 2008) e humanos (Urpi-Sarda, 2010, Chow, 2001, Chow, 2003). Desta forma, as concentrações dos metabólitos na circulação sanguínea ou excretados na urina são muito inferiores à quantidade de polifenóis ingeridos. A análise da excreção de polifenóis totais na urina também não considera os metabólitos que se distribuem nos tecidos e nem leva em consideração a eliminação biliar, por exemplo. (Borges, 2010, Urpi-Sarda, 2010). A principal limitação do presente estudo está relacionada à falta de informações sobre o conteúdo de polifenóis totais em alimentos produzidos em solo brasileiro. A insuficiência de estudos sobre o teor de polifenóis em 81 sucos industrializados, suco de soja e bebidas consumidas comumente no Brasil, como, por exemplo, o chimarrão e o chá de boldo, prejudica as associações entre os inquéritos alimentares e biomarcadores. Para este estudo foi utilizado tabelas de quantificação de flavonoides e polifenóis totais em solo americano e francês, respectivamente. Dos 52 alimentos descritos no questionário, apenas oito são quantificados em solo brasileiro. Também não foram encontrados na literatura estudos que realizaram a quantificação de polifenóis totais para todos os alimentos do questionário. Para a maioria dos alimentos foi calculado apenas a quantidade de flavonóides (United States Department of Agriculture, 2007). Estes fatos reduzem significativamente a correlação dos questionários com a urina. Outra limitação está na associação do QFA com a média de apenas duas medidas do R24h. Mais medidas repetidas do R24h do consumo alimentar poderia permitir um maior controle da variabilidade intrapessoal e melhorar as correlações entre os métodos (Andrellucchi, 2009). Outros estudos em gestantes utilizando correlação de Pearson, encontraram coeficientes de correlação abaixo do esperado, variando de 0,42 para Vitamina B12 a 0,46 para ferro (Forsythe & Gage, 1994) e, de 0,01 para gordura saturada a 0,47 para cálcio (Giacomello, 2008). Essas baixas correlações podem ser explicadas pela elevada variabilidade intrapessoal na estimativa de energia e nutrientes durante a gestação, reduzindo a concordância entre os métodos quando um pequeno número de R24h são empregados como padrão de comparação (Baer et al. 2005). Porém este estudo ajustou as correlações para a Variação Intrapessoal (VI) nos dois R24h. O presente trabalho também apresentou limitação quanto ao período referido em cada inquérito alimentar. Os QFAs foram obtidos considerando o período total da gestação, enquanto que os R24H e registros foram baseados no trimestre atual de cada gestante. O ideal seria a aplicação do R24H e R3 dias em cada trimestre da gestação. No entanto, para isso, seria necessário fazer acompanhamento com as gestantes desde o primeiro trimestre, o que poderia levar a perdas ao longo do estudo. Por isso, no presente estudo, 82 optou-se por garantir pelo menos a amostra calculada, abreviando o período das coletas (duas semanas). Um novo estudo está sendo desenvolvido para analisar a quantidade de polifenóis totais de alimentos produzidos em solo brasileiro. A aplicação de mais medidas de R24h para associação com o novo QFA e o planejamento da coleta de urina de 24 horas também estão sendo consideradas para a melhora das associações. Uma série de alimentos e bebidas mencionados pelas gestantes apresentam altas concentrações de polifenóis e são consumidas livremente ao longo da gestação. O fato de não existir um controle adequado para o consumo destas substâncias é bastante preocupante, pois, no terceiro trimestre de gestação, elas podem estar associadas a alterações anatômicas e funcionais do coração fetal. (Zielinsky, 2011). Atualmente não existe recomendação sobre a quantidade diária de polifenóis que deve ser consumida na gestação. A validação da ingestão alimentar em mulheres grávidas se torna mais complexa em função do ganho ponderal e das alterações metabólicas importantes. No entanto, demonstram-se boas correlações e valores estatisticamente significativos entre a ingestão dietética avaliada com o novo QFA e os demais inquéritos alimentares considerados métodos de referência. Este estudo indica que o QFA oferece novas estimativas válidas da ingestão de alimentos ricos em polifenóis em mulheres grávidas do sul do Brasil, podendo ser utilizado para classificar os indivíduos dentro da distribuição. Dessa forma, esse QFA apresentou-se reprodutível e válido para a quantificação de polifenóis totais em gestantes. 83 Contribuições P. Zielinsky e A. M. Zílio estiveram envolvidos em todas as etapas do projeto. A. Mello e Bruna Lazzeri participaram da coleta de dados e da elaboração do estudo. A. Oliveira e K. Lampert participaram das coletas de dados, colaboraram nas análises, cálculos dos questionários e revisão do artigo. A. Piccoli e L. H. Nicoloso participaram da discussão e revisão do artigo. G. Bubols e S. G. C. Poblum coordenaram a coleta e análise da urina, além da redação científica que se refere a este biomarcador. I. V. Silveira elaborou o projeto, treinou e supervisionou a equipe para coleta de dados, analisou os dados e redigiu este manuscrito, que foi revisado e aprovado por todos os autores, que também concordaram com a submissão deste manuscrito para esta revista. Fonte de financiamento e agradecimentos: O projeto teve apoio financeiro da Fundação de Apoio à Iniciação Científica (FAPIC) e da Fundação Universitária de Cardiologia do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Conflitos de interesse: Os autores deste artigo declaram não haver conflitos de interesse associados à publicação deste artigo. References Arab L. (2003) Biomarkersof fat and fatty acid intake. The Journal of Nutrition 133, 925S-932S. Arab L. & Akbar J. (2002) Biomarkers and the measurement of fatty acids. Public Health Nutrition 5, S865-871. Atalah S.E., Castillo C. & Castro R. (1997) Propuesta de un nuevo estándar de evaluación nutricional en embarazadas. Revista Médica de Chile 12, 14291436. 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Foods Bitter black chocolate Fruit tea ¹ Black chocolate or milk chocolate powder Black plum with skin Raw strawberry Orange Red apple with peel Tangerine Raw red grape Raw cabbage Raw sweet cherry Blackberry ¹ 2 Mate Black tea Green spice Radish leaves ¹ Raw red onion Natural grape juice Green tea Raw lime Olive oil Natural orange juice Tomato with skin Soy beans ¹ Industrialized orange juice 4 Industrialized grape juice 4 Natural passion fruit juice ³ Industrialized passion fruit juice ³ Natural pineapple juice ³ Industrialized pineapple juice ³ Natural lemon juice ³ Industrialized lemon juice ³ Natural apple juice ³ Industrialized apple juice³ Natural strawberry juice³ Industrialized strawberry juice³ Red plum³ Banana³ Papaya³ Pineapple³ Kaki³ Raw white onion³ Tomato boiled ³ Broccoli³ Raw cabbage³ Carrot³ Beet³ Lettuce³ 5 25 Median of consumption (g or ml) 4 86 Total polyphenols / 100g** (mg) 1859.88 1025.00 77 21 29 88 96 84 34 31 5 4 65 7 73 7 16 12 11 4 42 76 101 4 42 51 - 11 21 10 69 74 70 41 4 4 3 250 60 5 9 11 52 21 14 3 115 86 3 74 57 - 854.34 409.79 289.20 278.60 201.50 192.00 184.97 176.67 173.10 135.40 126.00 104.48 89.27 78.09 75.70 68.00 61.86 59.80 55.14 48.88 45.06 37.41 20 20 35,85 21,70 21,13 18 33,9 30 132,10 132,10 409,79 154,70 57,6 147,91 0,80 45,5 45,06 198,55 348,02 57,82 164,10 65,92 N* Total polyphenols / Portion (mg) 74.4 881.5 94.0 86.1 28.9 192.2 149.1 134.4 75.8 7.1 6.9 4.1 315.0 62.7 4.5 7.0 8.3 35.4 13.0 8.4 1.7 56.2 38.8 1.1 2,86 2,86 5,12 3,1 3,01 2,57 4,84 4,28 18,87 18,87 58,54 22,10 8,22 21,13 0,11 6,5 6,43 28,36 49,71 8,26 23,44 9,41 90 3,43 Tea Boldo¹ 24,05 3,25 Tea chamomile¹ 22,80 14,92 Black coffee¹ 104,48 ¹Database for the Flavonoid Content of Selected Foods Release (2007) ²Brasesco et al., 2010 ³ Food quantified on Brasilian soil (Faller & Fialho 2009; Arabbi et al 2004) 4 There are no references for total poliphenol contents of these foods. Only flavonoids are quantified. *Number of citations of each food in the FFQ used in 2010. **Database on polyphenol content in foods, Phenol Explorer (2009) 91 Table 3 - Daily intake of total polyphenols evaluated by the FFQ, 24HR and D3days. The statistical differences between the FFQ and the average of the other dietary survey methods were evaluated through paired t-test. FFQ Poliphenols (mg) Median (IQR)** 1048.30 (356.46 - 1361.87) FFQ Poliphenols (mg) Median (IQR)** 1048.30 (356.46 - 1361.87) 24HR 490.44 (313.75 - 761.63) D3days 587.25 (88.57 - 790.47) FFQ – 24HR (n= 95) *557.86 (42.71 – 600.24) FFQ – D3days (n= 93) *461.05 (267.89 – 571.4) * p ≤ 0,001 in paired t-test for the difference between total poliphenols between FFQ and the average of the other dietary survey methods. ** IQR: Inter Quartile Range 92 Table 4 – Pearson’s correlation coefficients for total polyphenols, with the data log transformed, between the dietary parameters from the first moment with the polyphenols excreted in the urine and between averages of the dietary parameters. Raw correlation ADJUSTMENT BMI¹ ADJUSTMENT GA² ADJUSTMENT TEV³ ADJUSTMENT 4 IV FFQ x URINE 0.231* 0.256* 0.255* - - 24HR x URINE 0.221* 0.244* 0.245* 0.219* - FFQ 1 x FFQ 2 0.727** 0.728** 0.724** - - FFQ x 24HR 0.522** 0.511** 0.511** FFQ x D3days 0.515** 0.584** 0.515** ¹ Body mass index ² Gestational Age ³ Total Energy Value 4 Correlations corrected for Intrapersonal Variation (IV) in the two 24HR *P≤0.05 **P≤0.001 0.511** 0.458** 0.595** - 93 Table 5 – Intraclass correlation coefficients (ICC), with the data log transformed, between the dietary parameters from the first moment with polyphenols excreted in the urine and between averages of the dietary parameters. ICC 95% CI P Value FFQ x URINE 0.230 0.000 - 0.393 0.00 ADJUSTMENT IV¹ - 24HR x URINE 0.199 0.000 - 0.365 0.01 - - FFQ 1 x FFQ 2 0.726 0.616 - 0.809 <0.001 - - FFQ x 24HR 0.349 0.000 - 0.591 <0.001 0.397** 0.000 – 0.673 FFQ x D3days 0.489 0.318 - 0.629 <0.001 ¹ Correlations corrected for Intrapersonal Variation (IV) in the two 24HR. - 95% CI - 94 Table 6 – Classification of participants (%) by quarters of consumption of total polyphenols between the averages of dietary survey methods. N Exact classification in the same quarter (%) Classification in the same or adjacent quarter (%) Classification in opposite quarters (%) Kappa P Value FFQ x 24HR 95 37.9 83.2 16.8 0.171 0.04 FFQ x D3days 93 30.2 84 16 0.068 0.25 FFQ1 x FFQ2 95 56.8 91.5 8.5 0.425 <0.001 95 Figure 1: Bland-Altman plot: comparison of the concordance of total polyphenol consumption evaluated by FFQ with the total amount of polyphenols excreted in the urine, after natural log transformation, in 120 pregnant women from the south of Brazil. 96 Figure 2: Bland-Altman plot: comparison of the concordance of total polyphenol consumption evaluated by the FFQ with total polyphenol consumption obtained by the average of two 24HR, after natural log transformation, in 95 pregnant women in south Brazil. 97 Figura 3: Bland-Altman plot: comparison of the concordance of total polyphenol consumption evaluated by the FFQ with total consumption of polyphenols obtained through the average of three food diaries (D3days), after natural log transformation, in 93 pregnant women from south Brazil. 98 6. ARTIGO EM INGLÊS _____________________________________________________________ Development and Validation of a Food Frequency Questionnaire for Consumption of Polyphenol-Rich Foods in Pregnant Women. 99 Article submitted to Maternal & Child Nutrition Development and Validation of a Food Frequency Questionnaire for Consumption of Polyphenol-Rich Foods in Pregnant Women. Izabele Vian¹, Paulo Zielinsky², Ana Maria Zilio, Anne Mello, Bruna Lazzeri, Andressa Oliveira, Kenya Lampert, Antonio Piccoli, Luiz Henrique Nicoloso, Guilherme Bubols, Solange Cristina Garcia. Post-Graduate Program Institute of Cardiology of Estado do Rio Grande do Sul, Brazil. Correspondence: Nutritionist Izabele Vian da Silveira, Fetal Cardiology Unit, Institute of Cardiology of Estado do Rio Grande do Sul, Brazil. Av. Princesa Isabel, 395, Santana, Porto Alegre, RS, Brazil 90620-000 E-mail: [email protected]. Phone/fax: +55 51 32303859. ¹ Nutritionist and a Master's Graduate Program in Health Sciences, Area of Concentration: Cardiology and Cardiovascular Sciences, University Foundation of Cardiology Institute of Cardiology of Estado do Rio Grande do Sul. ² Physician, Full Professor, Fetal Cardiology Unit, Institute of Cardiology of Estado do Rio Grande do Su , supervisor Post-Graduate Program University Foundation of Cardiology. 100 Abstract Previous studies have shown that maternal consumption of polyphenol rich foods after the third trimester of pregnancy may interfere with the anatomical and functional activity of the fetal heart. Since, to our knowledge, there are no validated instruments to quantify the consumption of total polyphenols in pregnant women, the aim of this study was to develop and evaluate the reproducibility and validity of a Food Frequency Questionnaire (FFQ), with 52 items, to assess the intake of polyphenol-rich foods in pregnant women in Brazil. This cross-sectional study included 120 pregnant women who participated in nutritional interviews in two moments. The intake of polyphenolrich foods estimated by the developed FFQ was compared with the average of two 24-hour recalls (24HR), with the average intake measured by a threeday food diary (D3days) and with the urinary excretion of total polyphenols. The triangular method was applied to calculate Pearson’s correlation coefficients, intraclass correlation, and Bland-Altman plots for the FFQ, using an independent biochemical marker, in addition to classification by quarters of consumption. The questionnaires were log transformed, adjusted for body mass index (BMI) and gestational age. The adjustment for energy was applied only of 24HR and D3days. Analysis of the reproducibility between the FFQ showed a very high correlation (r=0.72; p<0.05). A low but significant association was observed between the FFQ and urinary excretion (0.23; p=0.01). The association between the dietary survey methods was moderate to very high (r=0.36 to r=0.72; p<0.001). In conclusion, this questionnaire showed reproducibility and validity for the quantification of consumption of total polyphenols in pregnant women. Keywords: Questionnaire, validation, polyphenols and pregnancy. 101 Key messages • The FFQ provides new valid estimates of consumption of polyphenol-rich foods by pregnant women in south Brazil. • Correlations among the methods of dietary assessment were stronger than between biomarkers and the results of the questionnaires. • The results for intake of total polyphenols estimated by the FFQ were significantly higher than by 24HR and R3days. Introduction There are evidences indicating that consumption of polyphenol-rich foods after the third trimester of pregnancy may interfere with the anatomical and functional activity of fetal heart (Zielinsky et al. 2011). Similar to nonsteroidal anti-inflammatory drugs, these foods may have an inhibitory effect on the synthesis of prostaglandins and are associated with cases of fetal ductus arteriosus constriction (Norton 1997; Gordon & Samuels 1995). These considerations stress the importance of assessing maternal exposure to that substance. Few studies have been developed and validated in Brazil about food frequency questionnaires (FFQ) to assess usual consumption in pregnant women (Oliveira et al. 2010; Giacomello et al. 2008; Rondó et al. 1999). Also, there are to our knowledge no studies on the frequency of consumption of all classes of total polyphenols in pregnant women. Therefore, there is a need for the development and validation of a dietary assessment tool that quantifies the presence of total polyphenols in the diet of pregnant women, including a large number of foods rich in this substance. FFQ is an often used method to evaluate usual dietary intake, due to the easy administration. Food consumption can be evaluated during a long period of time, with low costs. In diet programs, food intake is notoriously difficult to assess due to measurement errors and to the difficulty of estimating 102 portion size. The FFQ must be validated to provide information on the accuracy of measurement in the target population (Willet 1998). Validation studies may include biochemical markers of food intake, in addition to an often used method in the diet (Nelson 1991), although the correlations between estimated consumption and biomarkers are usually weaker than the correlations between two dietary methods. The low correlation between dietary intake and biomarkers is explained by the influence of other factors in addition to consumption, such as individual differences in absorption and metabolism, genetics, and changes resulting from biochemical adaptation of the organism to situations such as pregnancy (Willett & Lenart 1998; Arab & Akbar 2002; Arab 2003). The aim of this study was to test the reproducibility and validity of a FFQ. This questionnaire measured the intake of foods rich in polyphenols by pregnant women. Methods Outline of the Study Cross-sectional study for the validation of a questionnaire of frequency of consumption of foods rich in polyphenols by pregnant women. Study Population and Sample Pregnant women from the public health system who volunteered for a fetal echocardiogram test, performed at the Institute of Cardiology in Porto Alegre, Brazil, participated in this study. The data were collected in May 2011. The calculation of sample size by the intraclass correlation test (ICC), with 90% power, significance level ≤ 0.05, and a minimum correlation coefficient of 0.33, as reported in a study of Norwegian women (Brantsaeter et al. 2007), indicated a minimum number of 93 pregnant women. Inclusion criteria were gestational age ≤ 36 weeks, signing of a follow-up commitment form and delivery of the three-day food diary (D3days). Pregnant women with abnormal fetal echocardiography, who could not read or write or refused to participate were excluded from the study. 103 A total of 120 pregnant women who matched the inclusion criteria were initially selected. Data from these 120 pregnant women were used to assess the correlation of first-moment questionnaires (FFQ and 24h recall) with excretion of total polyphenols in urine. After 15 days, 95 pregnant women returned for the second-period interview (FFQ and 24HR), but two of them did not deliver the three-day food diary (D3days). Thus, the final sample included 93 pregnant women with complete data, i.e. urine sample, responses to two FFQ and two 24HR, and completed D3days. The study was approved by the Ethics Committee of the Institute of Cardiology of Estado do Rio Grande do Sul, Brazil, under number 447110. All pregnant women provided written informed consent, after having been fully informed of the purpose of the project. The study followed the guidelines of Resolution 196/96 from the Brazilian Health Council, that establishes principles for research with human beings, with assurance of anonymity and privacy of participants. Development of the Food Consumption Frequency Questionnaire The FFQ was developed with the following question: "During pregnancy, what is the frequency with which you have consumed or consume the following foods?". The FFQ included 52 polyphenol-rich foods, classified as those with content of polyphenol substances above the 75th percentile, i.e. with at least 30 mg of polyphenol per 100 g of food, as established by the American database (United States Department of Agriculture 2007). The median portion size of each food was established from this model of FFQ and a 24h recall used previously in a pilot study, with 119 pregnant women. The results were described in absolute frequency, median and interquartile range interval for the determination of the median portion size of each food of FFQ. The FFQ developed has eight categories of answers on the frequency of use of each food on the list, ranging from "never" up to seven times, considering one unit of time (day, week, month, year, and rarely). Forty-four of the 52 foods included in the FFQ were selected according to the American database (United States Department of Agriculture 2007), considering a 104 concentration of polyphenols equal to or greater than 30 mg per 100 g of food (above the 75th percentile). Eight other foods of higher consumption and polyphenol content, according to a study about food in Brazil (Faller 2009), were included. The median portion size of each food of the FFQ was determined with the use of domestic measurement tools, identified by the pregnant women by pictures, according to a book of domestic measurement of weight and volume (Vitolo & Gama 2005). Each pregnant woman described the portion size she consumed. The average portion of each food was described only as a guide for the person to determined if the portion consumed was equal, greater or smaller than the average, but the participant reported the exact size of each portion of each food consumed. Ex: for the intake of 0.5 cup of tea of average size (average portion = 150 ml), a 75-ml intake was recorded. Portion sizes were different for each food item and the foods were not grouped together. Quantification of polyphenol-rich foods recorded in 24HR and FFQ was initially accomplished through domestic measures, which were transformed into milliliters (ml) for volume and grams (g) for mass, also using as a reference the book on domestic measurement of weight and volume (Vitolo & Gama 2005). The results were put into a database using Microsoft Office Excel (2007), in which each polyphenol-rich food was a variable, with records of its consumption. Logistics of the Study Data were collected through interviews in the outpatient clinic of Institute of Cardiology of Rio Grande do Sul, Brazil, on two occasions, with an interval of 15 days. In a first moment, identification and demographic data were collected with a socio-economic questionnaire with information about the family income, with four minimum wage classifications, and education level assessed by the number of years of formal education. The FFQ developed in this study, with polyphenol-rich foods, and a 24h recall (24HR) prior to interview, were used for dietary analysis. On the same day, pregnant women received a three-day food diary with clear and objective instructions, to be 105 completed at home, a precision scale to weigh all food consumed and a measuring cup to measure the liquids ingested in the days of the registry. Pregnant women were initially instructed to respond the FFQ based on total period of gestation. In the case of foods that were not consumed during all the gestational period, an estimate of daily consumption was made by multiplying the reported portion by frequency of use, and dividing by the number of days in the time unit (day, week, month or year; the year was counted as total days of gestation). All analyses were adjusted for gestational age. In a second moment, 15 days after the first interview, the pregnant women returned to deliver the three-day food diary and responded the same FFQ used in the first moment. The amount of food consumed during this period was also measured through domestic measures and estimated by photos (Vitolo & Gama 2005). Calculation of Total Polyphenols and Energy from Food Questionnaires The measurement of total polyphenols from information collected with the food questionnaires was based on the American database (United States Department of Agriculture 2007), which presents the subclasses and contents of flavonoids in 385 foods, and on the French database (Phenol-ExplorerDatabase on Polyphenol Content in Foods 2009), containing more than 300 registered food, with the values of total polyphenols and their various subclasses for each food. The results of total polyphenols found in dietary questionnaires were described in milligrams (mg) (Table 2). Total polyphenols present in mate tea (infusion of yerba mate Ilex paraguariensis) were quantified by physical-chemical testing according to the Official Methods of AOAC International 18th edition, with a concentration of 47.4% and a temperature of 80°C. These parameters were used in order to reproduce the conditions of consumption of this drink among the population of southern Brazil (Kummer 2005). 106 The Total Energy Value of the methods of dietary assessment (24h recall and D3days) was calculated through the Microsoft Excel 2007 software, using as a reference a Brazilian table of food composition (TACO, 2006). The energy results found in dietary questionnaires were described in kilocalories (kcal) (Table 3). Anthropometric Measurements and Evaluation of Nutritional Status Participants were weighed with an anthropometric digital scale, without shoes and without excess clothing. Height was measured using a vertical stadiometer attached to the scale, graduated every 0.5 cm and an extensive range between 95 and 195 cm, brand Welmy and model W110h. The participant was barefoot, with feet together and knees straight. The head and neck were aligned and hold in place by the researcher. The pre-pregnancy weight was obtained through information provided by the pregnant woman. The nutritional status in gestation was diagnosed by calculating the current and pre-pregnancy body mass Index (BMI), with reference to gestational age, according to the classification of the World Health Organization, 2006 (Atalah et al. 1997). Urine Collection and Analysis A volume of 50 ml of urine samples were randomly collected only in the first moment of the study, in sterile containers, and stored at -80° C protected from light until analysis. Quantification of total polyphenols in urine was performed as described and validated by Medina-Remón et al. (2009). Briefly, the urine samples stored at -80ºC, were thawed for 3 h in an ice bath and centrifuged 4ºC for 10 minutes. Samples were then diluted and acidified, and processed for solid phase extraction with Waters Oasis ® MAX 30-mg cartridges (Milford, MA, USA). Fifteen µl of the eluates were added to 170 µl of Milli-Q water (Millipore, Bedford, MA, USA) in 96-well microplates for reaction with 12 µl of the FolinCiocalteu reagent 2M and 30 µl 20% sodium carbonate, for 1 hour. This 107 reaction detects total phenolic groups present in the samples, thus allowing quantification of the broad array of dietary polyphenols excreted in urine. After incubation, 50 µl of Milli-Q water were added and optical density was read in a plate reader Spectramax M2 (Molecular Devices), at 765 nm. Urinary creatinine was determined according to the modified method of Jaffé (1886) by spectrophotometry using commercial kits (Doles reagents, Goiânia, GO, Brazil). Total polyphenols excreted in urine were expressed in milligrams (mg) of gallic acid equivalents (GAE) per gram (g) of creatinine. Statistical Analysis General characteristics are presented in absolute frequency, and categorical variables as percentage. Continuous variables with symmetrical distribution are expressed as mean and standard deviation, and those with asymmetrical distribution, as median and interquartile range. Statistical differences between the median consumption of total polyphenols determined by the FFQ and the average consumption determined by the other methods were evaluated with the paired t-test. Statistical data were analyzed with the SPSS software, version 19.0. The paired t-tests assessmented the difference between total poliphenols of the FFQ and the average of the other dietary survey methods. Comparison of the dietary methods and between the dietary methods and the biomarker for the relative validity and reproducibility was performed with the Pearson's correlation coefficients (used to assess the linear proximity relation between both methods) and intraclass correlation (ICC), to evaluate the concordance between methods, with 95% confidence interval (95% CI). Due to the attenuation caused by the daily intrapersonal variation in dietary intake, the Pearson’s and intraclass correlation coefficients were corrected by the ratios of variance of the two 24HR (Zanolla et al. 2009; Willett 1994). The FFQ was also validated by means of concordance analysis between the methods: number of pregnant women classified by consumption quartiles, by Kappa analysis, and Bland-Altman plots (Cade et al. 2002; Bland & Altman 1995; Hirakata & Camey 2009). The results with P < 0.05 were 108 considered significant. All data have been log transformed prior to analysis, to improve the uniformity. Pearson’s correlations were adjusted for body mass index, gestational age and Total Energy Value. The Total Energy Value was adjusted only for the 24HR and D3days questionnaires. The correction was made computing the residues of regression models, in which the energy intake, BMI and gestational age were considered independent variables, and the total polyphenols intake was considered the dependent variable (Willett & Stampfer 1986). For assessment of the validity of the instrument, concordances and correlations were evaluated with the results of the first evaluation questionnaire (FFQ1). The correlation coefficients are described as follows: 0 - 0.1, insubstantial; 0.1 - 0.3, low; 0.3 - 0.5, moderate; 0.5 - 0.7, high; 0.7 - 0.9, very high, and 0.9 - 1.0, close to the ideal (Cohen 1988; Hopkins et al. 2009). Results Mean maternal age was 27 years (standard deviation - SD ± 6.67) and mean gestational age was 27.2 (SD ± 5) weeks of pregnancy. A proportion of 56.67% had studied for periods between 8 to 11 years and 68.33% had a household income of less than three minimum official Brazilian wages. Considering the nutritional status, 53% had an adequate pre gestational weight and 39% of them had a nutritional diagnosis of obesity, considering the gestational age, at the first interview (Table 1). Table 2 presents total polyphenols of food consumed according to the FFQ, to the 24HR, applied in the year 2010, and food quantified in Brazil. These data were used for the development of the FFQ validated in the present study, aiming at determining the size of the median portion of each polyphenol-rich food mentioned in the FFQ. Table 3 shows the results on total polyphenol consumption obtained by the FFQ, by the average of the two 24HR and the average of the D3days. However, the total polyphenol consumption of FFQ was significantly higher, 109 when compared to the average of the 24HR and the average of the three records. The paired t-test for differences between the FFQ and the average of the other methods of dietary survey showed statistically significant differences for the intake of total polyphenols (p < 0.001). Reproducibility, analyzed by Pearson’s correlation coefficient after adjusted for energy, showed very a high correlation between the FFQ (0.728; p<0.001). Pearson’s correlation coefficient showed a low but significant association between the amounts of total polyphenols obtained by FFQ and 24HR with the urinary excretion, (0.22 and 0.23, respectively, p<0.05). The association between the questionnaires was moderate to very high (r=0.47 to 0.728; p<0.001) (Table 4). The results obtained with the intraclass correlation test were similar to the Pearson´s correlation. The analysis of reproducibility between the two FFQ showed a very high correlation (r=0.726; p<0.001). The dietary parameters also showed moderate to very high concordance (r=0.35 to r=0.75; p<0.001) (Table 5). The mean exact concordance (percentage of subjects classified in the same quartile) between the FFQ and the average of the other dietary surveys and between the questionnaires and recalls compared in the two moments was 40.42%. On average, 84.14% of the pregnant women were classified in the same or in adjacent quartiles, and 15.86% were classified in opposite quartiles for the dietary methods. The average value of the quadratic kappa ranged from 0.068 (P=0.25) between the FFQ and D3days, up to 0.425 (P<0.001) between the first- and second-moment FFQ (Table 6). The concordances between the dietary survey methods and between the surveys and the biomarker were assessed using Bland-Altman plots. The results showed a bias (distance of the differences from the value of zero) of 0.65 (95% CI: 0.59 to 0.71) and an error (dispersion of the points of differences around the average) of 0.39 for the FFQ compared to the urine; a bias of 0.29 (95% CI: 0.22 to 0.36) and an error of 0.31 for the FFQ compared to the mean 24HR, and a bias of 0.30 (95% CI: 0.22 to 0.36) and an error of 110 0.32 for the FFQ compared to the mean D3days, in addition to outliers and trends This concordance observed on the Bland-Altman plots by linear regression of the difference, indicated a linear trend comparing the FFQ with two methods in the diet. The graphs show a dependence of the difference between the methods and the average, showing that the extreme estimates are expected to be a higher magnitude of error. (Figures 1 to 3). Discussion This is the first study to develop and validate a dietary assessment tool to quantify total dietary ingestion of polyphenols during pregnancy. In addition, a large number of foods, i.e. 52 polyphenol-rich food items, were evatuated to determine the validity between methods. The results validated the FFQ, showing association and concordance with other dietary survey often used methods. The FFQ used to estimate total polyphenols consumption by pregnant women developed and validated in this study presented low association with urinary excretion of polyphenols, as previously reported in a systematic review of studies aiming to validate dietary questionnaires in pregnant women (OrtizAndrellucchi et al. 2009). The low correlation between dietary instruments and biomarkers is due to the influence of other factors in addition to consumption, such as individual differences in absorption and metabolism, genetics, and changes in biochemical adaptation of the organism, such as pregnancy (Willett 1998; Arab 2002; Arab 2003). The assessment of the dietary intake of pregnant women is complicated because of various factors depending on the period of pregnancy. Poor correlation between instruments may be partly explained by appetite fluctuations and nausea, which may also influence the long-term diet reports (Erkkola 2001). He The FFQ, however, showed strong association and concordance with the other questionnaires. A Norwegian study with pregnant women validated a food questionnaire which considered only one sub-class of polyphenols, namely flavonoids, and with only three food groups: fruits, vegetables and teas. That study was validated with correlation coefficients of 0.33 with 111 flavonoids in urine (Brantsaeter et al. 2007), a result similar to the present study. However, the absorption of flavonoids and total polyphenols may not be a comparable measure. The most common phenolic compounds in human diet are not always the most biologically active, for different reasons such as low intrinsic activity, reduced intestinal absorption or fast metabolization and excretion. The metabolites found in the blood, in target organs or as a result of gastrointestinal and hepatic activity, may have biological activity different from the native forms (Manach 2004). A recent study has compared the total polyphenol excretion after the collection of 24-hour urine or spot urine samples corrected by creatinine levels, indicating a correlation of 0.211 of 24hour urine and 0,113 of urinary total polyphenol excretion expressed by creatinine. (Zamora-Ros 2011). These correlations are similar to our study, and also cover the general class of total polyphenols. The values for the intake of total polyphenols estimated by the FFQ were significantly higher than those estimated by the 24HR and D3days (Table 3). This is due to the fact that the FFQ includes a fixed list of foods. In the present study, the FFQ developed was composed only by polyphenol-rich foods, which excludes higher-calorie foods, such as complex carbohydrates and fats, resulting in lack of relevance of the analysis and adjustment of energy in the FFQ. Adjusting for energy increases the correlation coefficient when the variability of nutrient consumption is related to energy intake (Willett 1998). Therefore, there was no need to analyze energy intake in the FFQ, since only polyphenol contents of 52 foods were considered, and this nutrient does not influence energy consumption. Correlations were stronger among the methods of dietary survey than between biomarkers and the results of the questionnaires (Table 4). The correlations observed between the different methods in the dietary assessment were within the range observed in other validation studies in pregnant women (Ortiz-Andrellucchi et al. 2009), and lower than those reported in non-pregnant women (Jackson et al. 2011). The graphical visualization of the concordance between total polyphenol consumption assessed by the FFQ and total polyphenols 112 excreted in urine, or estimated in the average of the 24HR and of the three food diaries, was verified for 120 pregnant women in Brazil. This concordance was observed on the Bland-Altman plots (Figures 1 to 3). The estimated polyphenol consumption by FFQ was higher than the average of the 24HR and the average of the D3days, but similar to other FFQ validation studies during pregnancy. (Barbieri et al. 2012; Pinto et al. 2010; Erkkola 2001). A correlation was observed among the results of the quantification of total polyphenols obtained with the food frequency questionnaire, 24h recall, three-day food diary and urinary excretion. As already mentioned, in general, validation studies of food surveys show a low correlation with biomarkers (Brantsaeter et al. 2007; Jackson et al. 2011). Thus, the correlations found in the present study are consistent with data from the literature. Currently, some studies suggest that biomarkers are not adequate for dietary evaluation of pregnant women. This can indicate that biomarkers are not sensitive to changes in food consumption during the quarters of pregnancy (Pinto et al. 2010). According to a systematic review of food questionnaires in pregnancy, biomarkers are not considered useful for dietary evaluation in pregnant women, except for folic acid. The FFQ seems to be more sensitive than biomarkers to evaluate the intake of certain nutrients in pregnancy, both in short and long term (Ortiz-Andrellucchi et al. 2009). The FFQ is considered the most practical, informative and the most used instrument to investigate previous diet, since it can classify individuals according to their usual eating patterns. It is also low cost and easy to use, which enables its application in population studies (Willet, 1998). In 1973, the FFQ was recommended by the American Public Health Association as one of the dietary assessment methods (Zulkifli, 1992). Ideally, the 24HR should be compared with the 24-hour urine collection, which represents all the urine eliminated in a period of 24 hours. However, this examination was not feasible, since it was not possible to identify previously the pregnant women who would participate of the study, 113 and also due to the inconvenience of collecting urine during 24 hours in late pregnancy and the need for appropriate temperature and light storing conditions of the sample during the 24 hours of collection. A recent study has compared the total polyphenol excretion after the collection of 24-hour urine or spot urine samples corrected by creatinine levels, indicating that despite the obvious advantages of analyzing the entire 24-hour urine volume, analysis of creatinine-corrected spot urinary samples was also suitable, especially relevant in epidemiological studies, in which samples from a large population are analyzed (Zamora-Ros et al. 2011). Therefore, a random spot urine collection was analyzed in the present study after proper correction by creatinine levels, similar to approaches used in clinical and epidemiological studies (Medina-Remón et al. 2009). Green tea, which is rich in catechins, as well as other polyphenol-rich foods included in this FFQ, which may present an enormous variety of polyphenolic compounds, have in common the low bioavailability demonstrated for these compounds, which is variable according to the contents and variety of polyphenols in foods, as demonstrated by studies on animals (Chen et al. 1997; Mata-Bilbao et al. 2008) and humans (Urpi-Sarda et al. 2010; Chow et al. 2001; Chow et al. 2003). Therefore, the concentration of the metabolites in the blood circulation or excreted in the urine are much lower than the amount of polyphenols ingested. Also, the analysis of urine excretion of total polyphenols does not take in consideration the metabolites that are distributed in the tissues or the biliary elimination, for example (Borges et al. 2010; Urpi-Sarda et al. 2010). The main limitation of this study is related to the lack of information about the content of total polyphenols in some foods produced in Brazil. The investigation of associations between dietary surveys and biomarkers is hampered by the lack of studies on the content of polyphenols in industrialized juices, soy juice and drinks commonly consumed in Brazil, such as the mate and boldo tea. In the present study, tables of quantification of flavonoids and total polyphenols in food produced on American and French soils, respectively, were employed. Polyphenol content of only eight of the 52 114 foods included in the questionnaire are quantified in Brazilian soil. Similarly, we could not find in the literature any report on the quantification of total polyphenols for all foods included in the questionnaire. For most of them, only information on the amount of flavonoids is available (United States Department of Agriculture 2007). The possibility of investigating the correlation of food questionnaires with results on polyphenols excreted in the urine is thus considerably reduced. Another limitation of the present study is the investigation of an association of FFQ with the average of only two 24HR results. More repeated measures of the 24-h food recall could allow a better understanding of intrapersonal variability and improve the investigation of correlations between methods (Ortiz-Andrellucchi et al. 2009). Other studies in pregnant women using Pearson’s correlation showed correlation coefficients lower than expected, ranging from 0.42 for Vitamin B12 to 0.46 for iron (Forsythe & Gage 1994), and from 0.01 for saturated fat to 0.47 for calcium (Giacomello et al. 2008). These low correlations can be explained by high intrapersonal variability in estimating energy and nutrients during pregnancy, thereby reducing concordance between the methods when a small number of 24HR are employed as a standard of comparison (Baer et al. 2005). In the present study, however, correlations were adjusted for Intrapersonal Variation (IV) in two 24HR. Another limitation of the present study was related to the period referred to in each food questionnaire. The FFQs considered the total period of gestation, while the R24H and records were based on pregnancy quarter. Ideally, the application of R24H and D3days in each trimester of pregnancy, but that would imply following up pregnant women since the first quarter, which probably would lead to losses over the course of the study. Therefore, in the present we decided to ensure at least the sample calculated, abbreviating the sampling period (two weeks). A new study is being developed to analyze the amount of total polyphenols in food produced in Brazilian soil. The use of more 24HR measurements to investigate the 115 association with the new FFQ and 24-hour urine collection also are being considered for improving the analysis of associations. Several foods and drinks mentioned by the pregnant women have high concentrations of polyphenols and are consumed freely throughout pregnancy. The fact that there is no proper control for the use of these substances is of concern, since in the third trimester of pregnancy they may be associated with functional and anatomical changes of the fetal heart (Zielinsky et al. 2011). Currently, there is no recommendation on the daily amount of polyphenols that should be consumed during pregnancy. Validation of the dietary intake in pregnant women becomes more complex in terms of weight gain and important metabolic changes. However, statistically significant correlations are observed among dietary intake assessed with the new FFQ and the other food survey methods considered as reference. This study indicates that the FFQ offers new valid estimates of intake of polyphenol-rich foods in pregnant women in Brazil, and may be used to classify individuals in the target population. The FFQ developed in the present study proved reproducible and valid for the quantification of total polyphenols consumed by pregnant women. 116 Contributions: P. Zielinsky and A. M. Zílio were involved in all stages of the project. A. Mello and Bruna Lazzeri participated in the collection of data and the preparation of the study. A. Oliveira and K. V. Lampert participated in the collection of data and collaborated with analyses, calculations of questionnaires and revision of the manuscript. A. Piccoli and L. H. Nicoloso participated in the discussion and review of the manuscript. G.B. Bubols and S.C. Garcia coordinated the collection and analysis of urine, in addition to scientific writing that refers to this biomarker. I. Vian designed the project, trained and supervised the team to collect data, analyzed the data and wrote this manuscript, which was reviewed and approved by all the authors, who also agreed with the submission of the manuscript to this journal. Financial support and acknowledgments: This study was supported in part by grants of CNPq (National Council of Technological and Scientific Development), FAPERGS (State of Rio Grande do Sul Agency for Research Support) and FAPICC (Institute of Cardiology Fund for Research and Culture Support), Brazil. Conflict of interest: The authors declare no conflicts of interest associated with the publication of this manuscript. 117 References Arab L. (2003) Biomarkers of fat and fatty acid intake. The Journal of Nutrition 133, 925S-932S. Arab L. & Akbar J. (2002) Biomarkers and the measurement of fatty acids. Public Health Nutrition 5, S865-871. Atalah S.E., Castillo C. & Castro R. (1997) Propuesta de un nuevo estándar de evaluación nutricional en embarazadas. Revista Médica de Chile 12, 1429-1436. Baer H.J., Blum R.E., Rockett H.R.H, Leppert J., Gardner J.D., Suitor C.W. et al. (2005) Use of a food frequency questionnaire in American Indian and Caucasian pregnant women: a validation study. 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Characteristic Age (years) Mean (SD) 26.99 (6.67) GA¹ (weeks) 27.2 (5) N (%) Education (%) Up to 8 years 8 to 11 years 11 to 15 years >15 years Family income ² (%) Up to 3 3 to 5 5 to 10 >10 PG³ nutritional status (%) Low weight Eutrophy Overweight 36 (30) 68 (56.67) 13 (10.83) 3 (2.5) 82 (68.33) 30 (25) 6 (5) 2 (1.67) 4 (3.33) 53 (44.17) 43 (35.84) 20 (16.67) Obesity Current nutritional status (%) Low weight Eutrophy Overweight Obesity ¹ Gestational age ² Family income in minimum wage ³ Pre-Gestational 5 (6) 30.83 (37) 31.67 (38) 32.5 (39) 122 Table 2 - Total amount of polyphenols of food consumed in FFQ and R24h applied in the year 2010, and food quantified in Brazil. Foods N* Bitter black chocolate Fruit tea ¹ Black chocolate or milk chocolate powder Black plum with skin Raw strawberry Orange Red apple with peel Tangerine Raw red grape Raw cabbage Raw sweet cherry Blackberry ¹ 2 Mate Black tea Green spice Radish leaves ¹ Raw red onion Natural grape juice Green tea Raw lime Olive oil Natural orange juice Tomato with skin Soy beans ¹ Industrialized orange juice 4 Industrialized grape juice 4 Natural passion fruit juice ³ Industrialized passion fruit juice ³ Natural pineapple juice ³ Industrialized pineapple juice ³ Natural lemon juice ³ Industrialized lemon juice ³ Natural apple juice ³ Industrialized apple juice³ Natural strawberry juice³ Industrialized strawberry juice³ Red plum³ Banana³ Papaya³ Pineapple³ Kaki³ Raw white onion³ Tomato boiled ³ Broccoli³ Raw cabbage³ Carrot³ Beet³ Lettuce³ 5 25 Median of Total polyphenols consumption 100g** (g or ml) (mg) 4 1859.88 86 1025.00 77 21 29 88 96 84 34 31 5 4 65 7 73 7 16 12 11 4 42 76 101 4 42 51 - 11 21 10 69 74 70 41 4 4 3 250 60 5 9 11 52 21 14 3 115 86 3 74 57 - 854.34 409.79 289.20 278.60 201.50 192.00 184.97 176.67 173.10 135.40 126.00 104.48 89.27 78.09 75.70 68.00 61.86 59.80 55.14 48.88 45.06 37.41 20 20 35,85 21,70 21,13 18 33,9 30 132,10 132,10 409,79 154,70 57,6 147,91 0,80 45,5 45,06 198,55 348,02 57,82 164,10 65,92 / Total polyphenols Portion (mg) 74.4 881.5 94.0 86.1 28.9 192.2 149.1 134.4 75.8 7.1 6.9 4.1 315.0 62.7 4.5 7.0 8.3 35.4 13.0 8.4 1.7 56.2 38.8 1.1 2,86 2,86 5,12 3,1 3,01 2,57 4,84 4,28 18,87 18,87 58,54 22,10 8,22 21,13 0,11 6,5 6,43 28,36 49,71 8,26 23,44 9,41 / 123 3,43 Tea Boldo¹ 24,05 3,25 Tea chamomile¹ 22,80 14,92 Black coffee¹ 104,48 ¹Database for the Flavonoid Content of Selected Foods Release (2007) ²Brasesco et al., 2010 ³ Food quantified in Brazil (Faller & Fialho 2009; Arabbi et al 2004) 4 There are no references for total poliphenol contents of these foods. Only flavonoids are quantified. *Number of citations of each food in the FFQ used in 2010. **Database on polyphenol content in foods, Phenol Explorer (2009) 124 Table 3 - Daily intake of total polyphenols evaluated by the FFQ, 24HR and D3days. The statistical differences between the FFQ and the average of the other dietary survey methods were evaluated through paired t-test. FFQ Poliphenols (mg) Median (IQR)** 1048.30 (356.46 - 1361.87) FFQ Poliphenols (mg) Median (IQR)** 1048.30 (356.46 - 1361.87) 24HR 490.44 (313.75 - 761.63) D3days 587.25 (88.57 - 790.47) FFQ – 24HR (n= 95) *557.86 (42.71 – 600.24) FFQ – D3days (n= 93) *461.05 (267.89 – 571.4) * p ≤ 0,001 in paired t-test for the difference between total poliphenols between FFQ and the average of the other dietary survey methods. ** IQR: Inter Quartile Range 125 Table 4 – Pearson’s correlation coefficients for total polyphenols, with the data log transformed, between the dietary parameters from the first moment with the polyphenols excreted in the urine and between averages of the dietary parameters. Raw correlation ADJUSTMENT BMI¹ ADJUSTMENT GA² ADJUSTMENT TEV³ ADJUSTMENT 4 IV FFQ x URINE 0.231* 0.256* 0.255* - - 24HR x URINE 0.221* 0.244* 0.245* 0.219* - FFQ 1 x FFQ 2 0.727** 0.728** 0.724** - - 0.511** 0.511** 0.511** FFQ x 24HR 0.522** FFQ x D3days 0.515** 0.584** 0.515** ¹ Body mass index ² Gestational Age ³ Total Energy Value 4 Correlations corrected for Intrapersonal Variation (IV) in the two 24HR *P≤0.05 **P≤0.001 0.458** 0.595** - 126 Table 5 – Intraclass correlation coefficients (ICC), with the data log transformed, between the dietary parameters from the first moment with polyphenols excreted in the urine and between averages of the dietary parameters. ICC 95% CI P Value 0.230 0.000 - 0.393 0.00 0.199 0.000 - 0.365 0.01 ADJUSTMENT IV¹ - 95% CI - FFQ x URINE - - 24HR x URINE FFQ 1 x FFQ 2 FFQ x 24HR 0.726 0.349 0.616 - 0.809 0.000 - 0.591 <0.001 <0.001 0.397** FFQ x D3days 0.489 0.318 - 0.629 <0.001 ¹ Correlations corrected for Intrapersonal Variation (IV) in the two 24HR. 0.000 – 0.673 127 Table 6 – Classification of participants (%) by quarters of consumption of total polyphenols between the averages of dietary survey methods. N Exact classification in the same quarter (%) Classification in the same or adjacent quarter (%) Classification in opposite quarters (%) Kappa P Value FFQ x 24HR 95 37.9 83.2 16.8 0.171 0.04 FFQ x D3days 93 30.2 84 16 0.068 0.25 FFQ1 x FFQ2 95 56.8 91.5 8.5 0.425 <0.001 128 Figure 1: Bland-Altman plot: comparison of the concordance of total polyphenol consumption evaluated by FFQ with the total amount of polyphenols excreted in the urine, after natural log transformation, in 120 pregnant women from the south of Brazil. 129 Figure 2: Bland-Altman plot: comparison of the concordance of total polyphenol consumption evaluated by the FFQ with total polyphenol consumption obtained by the average of two 24HR, after natural log transformation, in 95 pregnant women in south Brazil. 130 Figura 3: Bland-Altman plot: comparison of the concordance of total polyphenol consumption evaluated by the FFQ with total consumption of polyphenols obtained through the average of three food diaries (D3days), after natural log transformation, in 93 pregnant women from south Brazil. 131 7. APÊNDICES _____________________________________________________________ 132 APÊNDICE A: Aprovação do Comitê de Ética 133 APÊNDICE B TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (gestantes com retorno – preencheram todos os critérios de inclusão) Você está sendo convidada para participar, como voluntária, de uma pesquisa intitulada: Desenvolvimento e Validação de um Questionário de Freqüência de Consumo de alimentos ricos em polifenóis em gestantes. Após ser esclarecida sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizada de forma alguma. A presente pesquisa propõe-se desenvolver e validar um Questionário de Frequência Alimentar sobre o consumo de alimentos ricos em polifenóis em gestantes que comparecem voluntariamente para realização de exame ecocardiográfico festal neste hospital, na data de hoje. Esta pesquisa está sendo realizada com o objetivo de auxiliar em estudos sobre os fatores de risco para a alteração anatômica e funcional do coração fetal em mulheres no terceiro trimestre de gestação. Você participará de uma entrevista onde será verificado seu peso e altura, aplicado um questionário referente à sua alimentação nas últimas 24 horas e um questionário específico sobre a freqüência do consumo de alimentos ricos em polifenóis. Você receberá uma balança de precisão digital e um copo medidor para aferir e registrar todos os alimentos e líquidos consumidos durante 3 dias. Após 15 dias, você retornará para entregar esse registro alimentar de 3 dias e responderá novamente os questionários acima. A balança e o copo medidor não precisam ser devolvidos. Nesse retorno você receberá orientações referentes ao aleitamento materno e alimentação saudável durante a gestação. Também serão entregues os laudos dos exames de ecocardiograma fetal e hemograma completo. Será coletada uma amostra de sua urina e uma amostra de seu sangue, com profissionais capacitados e treinados e supervisão de uma bioquímica. Esses dados serão coletados com material descartável e respeitando todos os procedimentos de higiene e segurança. O objetivo 134 dessa coleta é verificar a quantidade de polifenóis excretada na sua urina e concentrada no seu sangue. Também será analisado no seu sangue os níveis de hemoblobina, hematócrito, plaquetas e leocócitos. As amostras de sangue serão colhidas através de punção venosa periférica. O risco de possíveis problemas que possam ocorrer pela punção venosa periférica é mínimo e, se houver, de pouca gravidade, como dor ou hematomas locais, como é de conhecimento geral, por ser um procedimento rotineiro realizado em hospitais e laboratórios de análises clínicas. O local puncionado será comprimido por algodão e coberto por esparadrapo e gaze, portanto, se você é alérgico a estes materiais deve informar a equipe de pesquisadores. As informações coletadas serão mantidas em sigilo e você terá o direito de retirar o consentimento a qualquer tempo, sem qualquer prejuízo da continuidade do acompanhamento/ tratamento usual. Este TCLE será utilizado somente para esse estudo. A sua participação nessa pesquisa será muito importante para a prevenção de problemas relacionados à formação e função do coração fetal, através de novas orientações dietéticas na gestação. Pesquisadores Responsáveis: Dr. Paulo Zielinsky e Nutricionista Izabele Vian da Silveira Telefone para contato: (51) 32303600 Ramal: 3636 e 3859 Pesquisadores participantes: Nutricionista: Anne Mello, Bruna Lazzeri, Ana Maria Arregui Zílio, Dra. Solange Garcia Poblum, Dr. Antonio Luiz Piccoli Jr, Dr. Luis Henrique Nicoloso, Acadêmica de Nutrição Andressa Oliveira e Gisele B. Zanini Rebelo. Telefone para contato: (51) 32303600 Ramal: 3845, 3859 e 3636 Nome e Assinatura do pesquisador ______________________________ 135 CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO Eu,___________________________________________________________ __________, RG______________________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo: VALIDAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO DE FREQUENCIA DE CONSUMO DE ALIMENTOS RICOS EM POLIFENÓIS EM GESTANTES, como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Local e data: Porto Alegre, 14 de maio de 2011 Nome: ____________________________________ Assinatura do sujeito ou responsável: ___________________ 136 APÊNDICE C PESQUISA DE VALIDAÇÃO DO QFCA EM GESTANTES - 14/05/2011 FICHA DE ATENDIMENTO Critérios de inclusão para o retorno: Alfabetizada: ( ) SIM ( ) Não IG até 36 semanas: ( ) SIM ( ) Não Constrição ductal: OBS: Se não preenchido algum critério, aplicar o TCLE sem retorno e preencher os questionários normalmente. A gestante deverá ser encaminhada para a coleta de sangue e urina também. Se a gestante apresentar constrição ductal (informação vindo do médico), ela deverá receber a orientação para restringir o consumo de polifenóis (orientação impressa). 1 Dados de identificação e demográficos Nome: ________________________________________________________________ Idade: __________ Idade gestacional: ________ Telefones: ______________________________________________________ Endereço: __________________________________________________________________________ ___ Renda familiar 5 - 10 SM Até 3 SM 3 – 5 SM Escolaridade 1º Grau 2º Grau Superior Incompleto Completo Incompleto Completo Incompleto Completo > 10 SM PG Especializ Mestrado Doutorado Pós-Grad ( ) SIM ( ) Não 137 2 Dados Antropométricos Peso PG:________ Peso atual:________ Altura: _________ IMC PG: ________ IMC atual: ________ 3 Inquérito geral e nutricional: Uso de bebida alcoólica: ________________________________________________________________ Fumante: ( ) sim ( ) não DM: ( ) sim ( ) não Se sim: ( ) DM tipo 1 ( ) DM tipo 2 ( ) DM gestacional Medicamentos utilizados: ________________________________________________________________ Edema: ( ) sim ( ) não _________ Kg Vômitos: ( ) sim ( ) não___________________________________ Observações: __________________________________________________________________________ APÊNDICE D 138 QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO DE ALIMENTOS RICOS EM POLIFENÓIS EM GESTANTES – 14.05.2011 Durante a gestação, qual a freqüência que você consumiu ou consome os alimentos que serão relatados a seguir? OBS: Se a porção selecionada for a “P” ou a “G”(menor ou maior que a porção média), descrever no espaço “P” ou “G” o tamanho da porção em gramas ou mililitros. Nos sucos, circular a opção: natural OU polpa. A Polpa considera-se a congelada. Se a polpa não for à congelada, circular a opção natural. Quando tiver duas opções de alimento (“OU”), circular a opção relatada. No item chimarrão, anotar o nº de pessoas que o consomem e a temperatura da água. Alimento Quantas vezes você come Unidade/tempo Porção média (mediana) Sua Porção (medida caseira/g ou ml) P M Suco de uva natural ou polpa Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo americano: 250ml (feito com a fruta) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco de uva industrializado Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo de requeijão: 200ml (caixa / garrafa) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco de laranja Nat. ou polpa Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo americano: 250ml (feito com a fruta) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco de laranja industrializado Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo de requeijão: 200ml (caixa / garrafa) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco maracujá Nat. ou polpa Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo de requeijão: 200ml (feito com a fruta) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco de maracujá industrializ. Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo de requeijão: 200ml (caixa / garrafa) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco de abacaxi Nat. ou polpa Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo de requeijão: 200ml (feito com a fruta) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco de abacaxi industrializ. Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo de requeijão: 200ml (caixa / garrafa) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco de limão Nat. ou polpa Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo americano: 250ml (feito com a fruta) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco de limão industrializado Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo americano: 250ml (caixa / garrafa) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco de pessego Nat. ou polpa Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo de requeijão: 200ml (feito com a fruta) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco de pessego industrializ. Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo de requeijão: 200ml (caixa / garrafa) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco de maçã Nat. ou polpa Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo de requeijão: 200ml (feito com a fruta) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco de maçã industrializado Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo de requeijão: 200ml (caixa / garrafa) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco morango Nat. ou polpa Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo de requeijão: 200ml (feito com a fruta) () ()()()()()()() ( ) () () () () Suco de morango industrializ. Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 copo de requeijão: 200ml (caixa / garrafa) () ()()()()()()() ( ) () () () () Morango cru (in natura) Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 0,5 un. de 1 morango:10g () ()()()()()()() ( ) () () () () Amora Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 unidade: 3g () ()()()()()()() ( ) () () () () Cereja doce Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 unidade: 4g () ()()()()()()() ( ) () () () () Maçã vermelha com casca Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 1 unidade grande: 170g () ()()()()()()() ( ) () () () () Uva vermelha / rosa Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 10 grãos uva comun : 45g ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 4 grãos uva Itália: 49,6g Uva preta Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A 10 grãos uva: 45g () ()()()()()()() ( ) () () () () Laranja do céu (doce) Nunca 1 2 3 4 5 6 7 ___ D S M A () ()()()()()()() ( ) () () () () 1 unidade pequena: 100g G 139 Laranja de suco (azeda) Nunca () Bergamota ou tangerina Nunca () Ameixa preta com pele Nunca () Ameixa vermelha com pele Nunca () Banana prata OU caturra Nunca () Mamão papaia OU formosa Nunca () Abacaxi Nunca () Caqui Nunca () Cebola roxa crua OU cozida Nunca () Cebola branca crua OU cozida Nunca () Tempero verde Nunca () Couve chinesa crua Nunca () Tomate salada (cru) Nunca com pele OU sem pele () Tomate no molho (cozido) Nunca com pele OU sem pele () Brócolis Nunca () Repolho roxo cru OU cozido Nunca () Cenoura crua OU cozida Nunca () Beterraba crua OU cozida Nunca () Alface Nunca () Azeite de oliva cru Nunca extra virgem () Chá verde Nunca folha seca OU sachê () Chá preto Nunca () Chá de boldo Nunca folha seca OU sache () Chá de camomila Nunca flor seca OU sache () Chá de frutas Nunca Fruta seca OU sachê () Chimarrão: roda de quantas Nunca pessoas: _________________ () Temperatura da água: _______ Chocolate preto ao leite OU Nunca Chocolate em pó () Café preto puro Nunca Pó passado OU café solúvel () Grão de soja Nunca () 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () D () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () S () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () M () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () A () 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) 1 2 3 4 5 6 7 ___ ()()()()()()() ( ) D () D () D () S () S () S () M () M () M () A () A () A () 1 unidade grande: 180g 1 unidade grande: 160g 1 unidade pequena: 22g 1 unidade pequena: 22g 1 unidade pequena: 75g 0,5 unidade papaia: 140g 1 fatia do formosa: 140g 1 fatia grande: 160g 1 unidade pequena:100g 0,5 unidade: 60g ¼ de unidade: 30g 1 colher de chá: 5g 0,5 folha: 5g 4 fatias: 80g 4 fatias: 80g 5 colheres sopa rasa: 64g Cru: 7,5 col. Sopa: 90g Cozido: 6 col. Sopa: 90g Crua: 1,5 col. Servir: 60g Cozida: 12 rodelas:60g Crua: 2 colheres cheia: 50g Cozida: 5 fatias: 50g 3 folhas: 24g 0,5 colher de chá: 2,5ml 0,5 xícara de cafezinho: 25ml ¼ copo de requeijão: 50ml 0,5 copo de requeijão: 100ml 1 xícara de chá: 150ml 0,5 xícara de chá: 75ml 250ml = Térmica: ¼ térmica de 500ml = 2,5 cuias médias 0,5 barrinha pequena:12,5g 1 colher sopa cheia: 12,5g 1 xícara de chá: 150ml 1 grão de soja: 2,71g 140 APÊNDICE E RECORDATÓRIO ALIMENTAR 24 HORAS – R24h – 14.05.2011 (ÙLTIMAS 24 HORAS ANTERIORES À ENTREVISTA- sexta e sábado) OBS: Anote a refeição, o local onde foi realizada e os alimentos e preparações (ingredientes) consumidos nas últimas 24 horas da entrevista. Ex: entrevista as 15h = tudo o que foi ingerido das 15h do dia 13 de maio as 15h de hoje. Anote as marcas comerciais, medidas caseiras, os utensílio (tipo de colher, copo, prato,...). Utilize o livro de medidas caseiras com fotos para ilustrar ao entrevistado o tamanho das porções e verificar o peso ou volume do alimentos para registrar no recordatório abaixo. Lembrar de perguntar sobre o uso de azeite de oliva, chás, chimarrão, café preto puro (passado ou em pó), frutas e verduras, principalmente. Questionar a forma de preparo. EX: salada crua, refogada,etc. LOCAL E HORÁRIO ALIMENTOS E PREPARAÇÕES Porção (medida caseira) Porção (g / ml) INTERVALOS DAS REFEIÇÕES (CHÁS, CAFÉ CHIMARRÃO) OBS: _________________________________________________________________________ 141 APÊNDICE F REGISTRO ALIMENTAR DE 3 DIAS MÉTODO DE PESAGEM DOS ALIMENTOS ENTREGUE EM 14.05.11PARA SER DEVOLVIDO (PREENCHIDO) EM 28.05.11 NOME COMPLETO: ____________________________________________ REGISTRO: . RETORNO PARA CONSULTA NUTRICIONAL: 28/05/2011 – SÁBADO TURNO: ( ) MANHÃ: 8 às 13h OU TURNO: ( ) TARDE: 13 às 18h INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO: Por favor, mantenha esse registro diário com você durante todo os 3 dias que você o preencherá. Os dias de preenchimento serão descritos abaixo, com duas opções de data para os 3 dias da semana escolhidos (domingo, terça-feira e sexta-feira). Utilize esse registro para anotar todos os alimentos e bebidas que você consumir nesses 3 dias, durante todo o dia e à noite. Pedimos que você forneça o máximo possível de informações. Não omita nenhuma refeição, não diminua e nem aumente a quantidade de alimentos, pois isso possibilitará maior precisão na avaliação de sua dieta. Sempre que possível utilize pesos, medidas e marcas que constam nas embalagens dos alimentos ou bebidas para indicar, no item “quantidade em medidas caseiras” a quantidade de alimento ou bebida que você consumiu. No caso de alimentos ou bebidas preparados em casa, use medidas como colher de sopa, colher de chá, concha, xícara, copo, prato,etc. No item “quantidade pesada ou medida” (g = gramas, Kg = quilos, ml = mililitros, L = litros), você deve pesar (na balança de precisão recebida) ou medir (no copo medidor recebido) tudo o que for ingerido, antes do consumo. Em caso de sobras, pesá-las ou medi-las também. Registrar todos os itens pesados e medidos nesse formulário. Os alimentos devem ser pesados ou medidos na forma que serão consumidos. Exemplo 1: Arroz e feijão: são consumidos cozidos, então eles deverão ser pesados cozidos. Exemplo 2: Frutas: se consumidas cruas e sem casca, deverão ser pesadas cruas e sem casca, e registradas dessa maneira. Na hora de pesar algum alimento, antes você deve pesar o utensílio que o alimento será pesado. Após, apertar na opção “tarar” da balança e colocar o alimento em cima do utensílio para ser pesado. Dessa maneira, você anula o peso do utensílio e aparece apenas o peso do alimento. Por favor, não altere o seu consumo usual de alimentos ou bebidas em função do registro das informações, pois isso traria prejuízo na avaliação de sua alimentação e de seus exames. Esse registro deve representar o seu consumo habitual. Lembre de anotar os líquidos que consumir nos intervalos das refeições. Ex: Chás (com a folha seca, com a fruta, com sachê), sucos (natural, polpa congelada, industrializado, pó), chimarrão (quantas cuias e o volume de água que preenche cada cuia, já com a erva,), café preto puro (pó passado ou nescafé),... Também lembre de registrar o nome da preparação, os ingredientes, a marca do alimento, a forma de preparação dele, a adição de sal e açúcar, óleos e molhos e se a casca do alimento foi ingerida. A parte “comentários”, no final, serve para que você possa registrar qualquer fato relativo ao seu consumo que considere importante ou útil. Caso você tenha alguma dúvida ou necessite de ajuda para o preenchimento do registro, por favor, ligue para nós: Nutricionistas: Izabele ou Ana Maria nos telefones (51) 32303859 ou 32303600 no ramal: 3845. Estamos a sua inteira disposição. Muito Obrigada. 142 REGISTRO ALIMENTAR DIA: DOMINGO LOCAL E HORÁRIO DATA: ( ) 15/05/2011 OU ( ) 22/05/2011 DESCRIÇÃO DO ALIMENTO, QUANTIDADE EM QUANTIDADE PESADA PREPARAÇÃO E/OU BEBIDA CONSUMIDA MEDIDAS CASEIRA: OU MEDIDA EM: COLHER, COPO, gramas (g), mililitros (ml), PRATO, XÍCARA,... kilos (Kg) ou Litros (L) Intervalos das refeições: Café, chás, sucos, chimarrão,... COMENTÁRIOS: ________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ ________________________________________________ 143 APÊNDICE G Treinamento fornecido aos entrevistadores que realizaram a coleta de dados 144 145 146 147 148 149 APÊNDICE H Manual do entrevistador MANUAL DO ENTREVISTADOR DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO DE ALIMENTOS RICOS EM POLIFENOIS EM GESTANTES. 14/05/2011 150 RECORDATÓRIO 24 HORAS Este Recordatório de 24 horas (R24h) será realizado mediante entrevista pessoal na qual o indivíduo deverá relatar detalhadamente os alimentos consumidos nas últimas 24 horas anteriores à entrevista. Ex: se a entrevista for realizada às 15h, a gestante deverá relatar tudo que ela consumiu das 15h do dia 13 de maio até às 15h do dia 14 de maio, incluindo os alimentos consumidos dentro e fora do domicílio. O sucesso desse método dependerá da memória e da cooperação do entrevistado, assim como da habilidade do entrevistador em estabelecer um bom canal de comunicação com o entrevistado. O seguimento da metodologia proposta abaixo proporcionará respostas precisas e não tendenciosas: PASSO 1: Perguntar à gestante, seguindo textualmente a frase: “Você pode, por favor, me dizer tudo o que comeu ou bebeu das ____ horas de ontem até as ____ horas de hoje, começando pelo primeiro alimento ou bebida consumido.” Transcreva tudo o que for dito, sem preocupação com quantidades, por enquanto. Não diga nada nem interrompa a gestante. PASSO 2: Perguntar à gestante, seguindo textualmente a frase: “ Você pode lembrar o horário (mais ou menos) e em que lugar?” Anote os horários e o lugar definido. PASSO 3: Volte à descrição dos alimentos e pergunte as quantidades em medidas caseira consumidas, de cada alimento ou preparação. Utilize o livro com fotos (UNISINOS) para auxiliar a entrevistada no tamanho das porções, e anote a porção, indicada por ela, em medida caseira e em peso (g, Kg, ml ou L). Perguntar à gestante, seguindo textualmente a frase: “ Quanto você comeu deste alimento?” a) b) c) d) e) f) g) h) No caso de alimentos como frutas, pães, biscoitos e ovos, perguntar quantas unidades foram consumidas. Exemplo: 1 fatia de pão de forma, 1 pão francês, 1 pão de queijo, 1 banana-nanica, 1 biscoito recheado sabor chocolate, etc. Se for possível, registre a marca comercial e a variedade dos alimentos (p. ex. banana-prata ou banana caturra). No caso específico de alimentos compostos, p. ex., café com leite, mingaus, vitaminas, sopas, pergunte os ingredientes da preparação, as quantidades e as medidas utilizadas na composição. Para alimentos como carnes, utilize unidades como: fatia, pedaço ou posta (pequeno, médio ou grande). Se a carne for moída ou desfiada, pergunte quantas colheres (de sopa) ou colheres (de servir). Registre se a preparação da carne foi frita, cozida, assada, à milanesa ou grelhada. No caso de verduras e legumes perguntar os ingredientes da salada com suas quantidades e o modo de preparo / tempero. Os legumes 9cenoura, milho, abobrinha,...) registre em colheres de sopa ou de servir e pergunte o tipo de preparação (cozida, crua, refogada). Preparações habituais, como arroz, feijão e macarrão, utilizar as medidas caseiras de referência (colher de sopa, concha, pegador). Não faça perguntas tendenciosas. Exemplos: Você tomou café de manhã? Você comeu pouco? Você tomou mais ou menos 3 cuias de chimarrão? Você comeu uma maçã? OU se a pessoa está demorando para lembrar o que comeu e você diz “mais ou menos 1 fatia?” 151 RECORDATÓRIO ALIMENTAR 24 HORAS – R24h – 14.05.2011 (ÙLTIMAS 24 HORAS ANTERIORES À ENTREVISTA- sexta e sábado) OBS: Anote a refeição, o local onde foi realizada e os alimentos e preparações (ingredientes) consumidos nas últimas 24 horas da entrevista. Ex: entrevista as 15h = tudo o que foi ingerido das 15h do dia 13 de maio as 15h de hoje. Anote as marcas comerciais, medidas caseiras, os utensílio (tipo de colher, copo, prato,...). Utilize o livro de medidas caseiras com fotos para ilustrar ao entrevistado o tamanho das porções e verificar o peso ou volume dos alimentos para registrar no recordatório abaixo. Lembrar de perguntar sobre o uso de azeite de oliva, chás, chimarrão, café preto puro (passado ou em pó), frutas e verduras, principalmente. Questionar a forma de preparo. EX: salada crua, refogada,etc. QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO DE ALIMENTOS RICOS EM POLIFENÓIS EM GESTANTES – 14.05.2011 Durante a gestação, qual a freqüência que você consumiu ou consome os alimentos que serão relatados a seguir? OBS: Se a porção selecionada for a “P” ou a “G”(menor ou maior que a porção média), descrever no espaço “P” ou “G” o tamanho da porção em gramas ou mililitros. Nos sucos, circular a opção: natural OU polpa. A Polpa considera-se a congelada. Se a polpa não for à congelada, circular a opção natural. Quando tiver duas opções de alimento (“OU”), circular a opção relatada. No item chimarrão, anotar o nº de pessoas que o consomem e a temperatura da água. O item “A” da unidade tempo significa o consumo durante toda a gestação. MODELO DO REGISTRO ALIMENTAR DE 3 DIAS MÉTODO DE PESAGEM DOS ALIMENTOS ENTREGUE EM 14.05.11PARA SER DEVOLVIDO (PREENCHIDO) EM 28.05.11 INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO: Por favor, mantenha esse registro diário com você durante todo os 3 dias que você o preencherá. Os dias de preenchimento serão descritos abaixo, com duas opções de data para os 3 dias da semana escolhidos (domingo, terça-feira e sexta-feira). Utilize esse registro para anotar todos os alimentos e bebidas que você consumir nesses 3 dias, durante todo o dia e à noite. Pedimos que você forneça o máximo possível de informações. Não omita nenhuma refeição, não diminua e nem aumente a quantidade de alimentos, pois isso possibilitará maior precisão na avaliação de sua dieta. Sempre que possível utilize pesos, medidas e marcas que constam nas embalagens dos alimentos ou bebidas para indicar, no item “quantidade em medidas caseiras” a quantidade de alimento ou bebida que você consumiu. No caso de alimentos ou bebidas preparados em casa, use medidas como colher de sopa, colher de chá, concha, xícara, copo, prato,etc. No item “quantidade pesada ou medida” (g = gramas, Kg = quilos, ml = mililitros, L = litros), você deve pesar (na balança de precisão recebida) ou medir (no copo medidor recebido) tudo o que for ingerido, antes do consumo. Em caso de sobras, pesá-las ou medi-las também. Registrar todos 152 os itens pesados e medidos nesse formulário. Os alimentos devem ser pesados ou medidos na forma que serão consumidos. Exemplo 1: Arroz e feijão: são consumidos cozidos, então eles deverão ser pesados cozidos. Exemplo 2: Frutas: se consumidas cruas e sem casca, deverão ser pesadas cruas e sem casca, e registradas dessa maneira. Na hora de pesar algum alimento, antes você deve pesar o utensílio que o alimento será pesado. Após, apertar na opção tare da balança e colocar o alimento em cima do utensílio para ser pesado. Dessa maneira, você anula o peso do utensílio e aparece apenas o peso do alimento. Por favor, não altere o seu consumo usual de alimentos ou bebidas em função do registro das informações, pois isso traria prejuízo na avaliação de sua alimentação e de seus exames. Esse registro deve representar o seu consumo habitual. Lembre de anotar os líquidos que consumir nos intervalos das refeições. Ex: Chás (com a folha seca, com a fruta, com sachê), sucos (natural, polpa congelada, industrializado, pó), chimarrão (quantas cuias e o volume de água que preenche cada cuia, já com a erva,), café preto puro (pó passado ou café solúvel tipo nescafé),...Também lembre de registrar o nome da preparação, os ingredientes, a marca do alimento, a forma de preparação dele, a adição de sal e açúcar, óleos e molhos e se a casca do alimento foi ingerida. A parte “comentários”, no final, serve para que você possa registrar qualquer fato relativo ao seu consumo que considere importante ou útil. Caso você tenha alguma dúvida ou necessite de ajuda para o preenchimento do registro, por favor, ligue para nós: Nutricionistas: Izabele ou Ana Maria nos telefones (51) 32303859 ou 32303600 no ramal: 3845 ou 92506156 9 (zabele) ou 97428683 (Ana Maria). APERTE A TECLA ON PARA LIGAR A BALANÇA APERTE A TECLA OFF PARA DESLIGAR A BALANÇA APERTE A TECLA TARE PARA ZERAR A BALANÇA Estamos a sua inteira disposição. Muito Obrigada.