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Editorial 3 Foi uma gritaria geral Geraldo L. Tiago Filho* O constante adiamento da data de divulgação dos valores de compra de energia oriunda de fontes alternativas, a serem beneficiadas pelo PROINFA (Programa de Incentivo a Fontes Alternativas): o que devia ser em Março foi protelado para Julho, sendo divulgado, mais especificamente, no dia 31 de Junho pelo Ministério de Minas e Energia. Esta indefinição pode ter retardado por tempo indeterminado a retomada do investimento em fontes alternativas de energia, uma vez que causou apatia no mercado. Há mais de uma centena de projetos que ficaram aguardando a definição dos Valores Econômicos (VEs) e agora correm um grande risco de serem abandonados. Fatos como este, aliados à demora na definição do novo modelo do setor elétrico e às dificuldades em atender exigências ambientais, criaram uma conjuntura desfavorável ao empreendedor do setor elétrico que enfrenta, ao mesmo tempo, a carência de financiamentos e a necessidade de restabelecer a confiança dos investidores e compradores de sua energia. Em todo mundo, principalmente em países considerados desenvolvidos, como a Alemanha, a Espanha e a Holanda, entre outros, as fontes renováveis de energia participam com relevo na composição das matrizes energéticas. Além disso, o uso destas fontes é incentivado pelas políticas de preservação ambiental. O Brasil estava a passos largos se encaminhando para este cenário. Entretanto, a morosidade na definição do setor tem desacreditado o modelo, qualquer que seja ele. A continuidade de tal realidade é triste e pode se tornar trágica. A definição de novas regras estáveis passa, portanto, a ser crucial para o setor, em especial para o segmento de fontes alternativas. Enquanto não são estabelecidos novos critérios, outros programas vão sendo adiados, ainda que em parte, como aconteceu com o Programa de Universalização de Energia Elétrica. Aguardada desde 2002 e tida como certa, a universalização teve sua parcela mais importante transferida para o próximo ano. O programa, que visa a atender a camada mais desfavorecida da sociedade, não se consolidou, prejudicando 10,5 milhões de brasileiros, os quais passarão por 2003 sem acesso à energia elétrica. Fica a pergunta: Como será possível montar um novo modelo de adiamento em adiamento? *Editor da PCH Notícias & SHP News Sumário / Contents PCH Notícias & SHP News Editorial Painel do Leitor / Reader’s Painel Espaço Empresarial / Company Space Agências Reguladoras / Regulating Agencies Espaço do Internauta / Internet Room Universalização / Universalization Setor Elétrico / Electric Sector Agenda Artigos Técnicos / Article Tecnical Microcentrais / Micro-Hydroelectric Plants X ELPAH PROINFA Auto-suficiência / Self Suffiency It was a general cry Trad. Adriana Candal The constant postponement of the date for the announcement of the purchase values of the energy coming from alternative sources, which would receive benefits from PROINFA (a program to encourage the use of alternative sources of energy): the announcement should have been made in March, but it was postponed to July, and it will be done on July 31st by the Ministry of Mines and Energy. This lack of definition may have delayed investments in alternative sources of energy causing the market to be apathetic. There are more than one hundred projects that were set aside waiting for the definition of the Economic Values (EVs) and now, they are risking being abandoned. Facts like this, together with the demur for defining a new model for the electric sector and the difficulties in attending environmental demands, created an unfavorable conjuncture for the ones who want to invest in the electric sector, for they have to face, at the same time, the lack of credit lines and the need to reestablish the trust of the investors and the buyers of their energy. All over the world, mainly in countries considered as developed ones, such as Germany, Spain and Holland, renewable sources of energy participate significantly in the composition of their energy matrices. Besides, the use of these sources is encouraged by environmental preservation policies. Brazil was heading fast towards this scenario. However, the slowness in defining the sector has caused the model to be distrusted, no matter the model. The continuity of such reality is sad and may become tragic. The definition of new stable rules becomes crucial for the sector, particularly for the segment of alternative sources. While new criteria are not established, other programs will be postponed, at least part of them, just like what occurred with the Electric Energy Universalization Program. The universalization has been expected since 2002, but its most important part was postponed until next year. The program, which aims at attending the poorest part of our society, was not consolidated, and 10.5 million Brazilians will spend 2003 without having access to electric energy. The question remains? How is it possible to create a new model from postponement to postponement? 2 3 4 5 6 9 10 12 14 15 32 34 40 43 Painel do Leitor / Reader’s Painel 4 Envie sua opinião à PCH Notícias & SHP News pelo endereço CERPCH / LHPCH - Avenida BPS, 1303 Bairro Pinheirinho, CEP: 37500-903 Itajubá (MG) - Brasil ou pelo e-mail [email protected] . Send your opinion to PCH Notícias & SHP News using the following address: CERPCH / LHPCH - Avenida BPS, 1303 Bairro Pinheirinho, CEP: 37500-903 - Itajubá (MG) – Brasil, or you can e-mail us: [email protected]. Dear Mr. Tiago Filho, Caro Senhor Tiago Filho, I have noted the environmental piece on pg. 7 of your Fev/Mar/ Abr 03 issue about “The Kyoto Protocol”, global warming, and the “carbon credits market”. It is not obvious why you accept the lies of “global warming”, but I can assure you of the following: 1. There is no measurable global warming caused by man. 2. There is global temperature change caused only by the sun. 3. See the “Petition Against Global Warming”, signed by 17,000 scientists around the world. 4. You and your people are listening to “junk science” promulgated by “scientists” who are or want to be paid by government. Witness the “global cooling scare” in 1975 promulgated by a feckless media that listened to the same “Luddite” sources back then. 5. One could also remember the big “Y2K” scare of 1998-2000, wich turned out to be nothing at all. The mass media as well as our technical journals appear to have forgotten how wrong they were then. You would be better served to read two books written by recognized scientists in the USA and Europe who have no bias towards this subject: - J. Fred Singer: (emeritus professor of environmental sciences at Univ. of Virginia) “Hot Talk, Cold Science: Global Warming’s Unfinished Debate” Independent Institute, Oakland, CA 1999 - Philip Stott: (professor of biogeography at the University of London “Political Ecology: Science, Myth, and Power” Oxford University Press, 2000 There is no reasonable energy alternative to hydro, coal, gas, and nuclear power for the foreseeable future. If you want to see what huge government R&D spending along with worthless tax credits—since 1979—has done for alternative energy sources all you have to do is look at the recent energy fiasco in California. Your magazine will look very foolish when the truth comes out, just as others did after the various media jumped on the global-cooling bandwagon in 1975. Eu li o artigo publicado na página 7 da revista Fev/Mar/Abril sobre o “Protocolo de Kyoto”, aquecimento global, e sobre o “mercado de créditos de carbono”. Não ficou claro o motivo pelo qual você aceita tais mentiras sobre o “aquecimento global”, mas assegure-lhe o seguinte: 1. Não há aquecimento global mensurável causado pelo homem; 2. Há uma mudança da temperatura global causada somente pelo sol; 3. Veja a “Petição Contra o Aquecimento Global” assinada por 17.000 cientistas espalhados por todo o mundo; 4. Você e sua equipe estão dando ouvidos à “ciência inútil” proclamada por “cientistas” que já estão sendo ou querem ser pagos pelo governo. Lembre-se do “terror do resfriamento global” de 1975, que foi anunciado por meios de comunicação irresponsáveis que escutaram as mesmas fontes “retrógradas” daquela época; 5. Você também pode se lembrar do “Bug do Milênio” que, no final das contas, não era coisa alguma. Tanto os meios de comunicação de massa quanto as nossas publicações técnicas parecem ter se esquecido de como estavam errados. Você estaria mais bem servido se lesse dois livros escritos por cientistas reconhecidos nos EUA e na Europa que são imparciais sobre este tema: - J. Fred Singer: (professor emérito de ciências do meio ambiente na Universidade de Virgínia) “Hot Talk, Cold Science: Global Warming’s Unfinished Debate” Independent Institute, Oakland, CA 1999 - Philip Stott: (professor de biogeografia na Universidade de Londres) “Political Ecology: Science, Myth, and Power” Oxford University Press, 2000 Não há alternativa energética plausível à água, carvão, gás e energia nuclear num futuro que possamos prever. Se você quiser ver o que os enormes gastos do governo com Pesquisa e Desenvolvimento juntamente com os incentivos fiscais inúteis —desde 1979—fizeram para as fontes alternativas de energia, basta olhar para o recente fiasco energético na Califórnia. Sua revista parecerá muito tola quando a verdade vier à tona, exatamente como as outras que, em 1975, se juntaram à crença do resfriamento global. Very truly yours, Henry E. Payne III President Payne Engineering Esta publicação conta com o apoio de: Atenciosamente, Henry E. Payne III Presidente Payne Engenharia This publication has the support of: Agências Reguladoras 6 O papel das Agências Reguladoras Fabiana Gama Viana As agências reguladoras foram criadas para assegurar o cumprimento e a estabilidade de leis, normas, regulamentos e contratos que orientem as atividades de interesse público. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) tem como funções regular e fiscalizar a geração, a transmissão, a distribuição e a comercialização de energia elétrica. Dentro desse contexto, cabe ao governo definir políticas; ao Congresso, transformar essas políticas em leis e, às agências, fazer com que essas leis sejam cumpridas. Em entrevista ao PCH Notícias & SHP News, Moacyr Trindade de Oliveira Andrade, Comissário Chefe do Grupo Comercial e de Tarifas da Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE), agência reguladora do estado de São Paulo, fala sobre a atual situação das agências reguladoras, especialmente, as de energia. Moacyr Trindade de Oliveira Andrade - “O governo precisa dar o rumo, e a ANEEL então seguir esse rumo e executá-lo”. PCH Notícias & SHP News - O governo tem criticado o fato de as agências reguladoras estarem invadindo as atribuições ministeriais. Isso está realmente ocorrendo? Andrade - Efetivamente, não tem ocorrido. O que acontece é que as agências têm executado suas funções e há um espaço vazio, na verdade, na reestruturação do setor elétrico. É preciso então ter uma orientação que as agências devem seguir. Uma vez havendo essa orientação, ou seja, um planejamento energético, então cabe à agência reguladora fiscalizar o andamento desse trabalho e licitar, por ventura, uma obra que esteja equacionada para aquele planejamento. E essa função deveria ser exclusivamente de fiscalização e de consolidação do planejamento feito pelo Conselho Nacional de Política Energética e pelo Ministério das Minas e Energia. Como não aconteceu esse planejamento, acaba-se interferindo no processo e em todos os espaços que foram deixados vazios. Houve uma ocupação por parte das agências de energia elétrica com relação a esse aspecto, mas tentando fechar um buraco, uma lacuna. PCH Notícias & SHP News - Dentro dessas críticas, o que vem sendo proposto pelo governo? Andrade - O governo, inicialmente, tomou um susto pelo tamanho de atividades, pela dimensão da atuação da agência. Mas, ao mesmo tempo, ele entendia que algumas funções desenvolvidas pelo órgão regulador, no caso a ANEEL, deveriam ser missões de governo e não da agência. Existe um contrato de gestão, assinado entre a agência e o ministério [MME], no qual as funções da agência ficam acordadas. Ele precisa ser refeito agora com o novo governo. Uma vez assinado esse contrato, o governo tem direito de verificar tudo aquilo que foi feito [pela agência]. O governo precisa dar o rumo, e a ANEEL então seguir esse rumo e executá-lo. E a principal crítica do governo é com relação às tarifas, ou seja, o governo diz que toma ciência do valor das tarifas via imprensa. Na verdade, a missão da ANEEL, no caso do setor elétrico, é realmente revisar e reajustar as tarifas. Isso faz parte do contrato. Se, por ventura, o governo entender que não deveria ser função da ANEEL, no próximo contrato de gestão com o ministério, ele tira essa função da ANEEL. A crítica pelo desconhecimento do valor tarifário está muito mais destinada ao ministério, que faz o elo entre o governo e a agência reguladora, do que propriamente à agência reguladora. Esta executa sua função que é determinar a tarifa, o critério. Ela pode ser criticada pelo procedimento que está adotando, pela forma de atuação dela. Mas a função é dela. Não seria uma ultrapassagem de funções. PCH Notícias & SHP News - O que representam as agências para os investidores? Andrade - Os investidores entendem as agências como um elo de equilíbrio entre o investidor, a concessionária e o governo. A agência faz o equilíbrio entre essas três grandes forças do setor como um todo. O governo tem o poder de alterar as regras do jogo, e essas regras podem ser alteradas via decreto, via medida provisória. Essas ações [do governo] geram certa incerteza, porque, se um dos três elos pode alterar a regra do jogo durante o andamento do mesmo, isso cria uma insegurança em quem vai colocar dinheiro no setor elétrico. Por exemplo, quando se coloca que a revisão tarifária vai ter um conjunto de ações. E quando se promove a revisão tarifária e alteramse essas ações, isso traz uma incerteza. Pode-se perder uma parte do investimento porque, na nova concepção, não serão consideradas alternativas que na primeira o eram. Nessa situação, cria-se uma instabilidade para com o mercado. Ao mesmo tempo, o investidor quer uma certa tranqüilidade com relação à economia do país. PCH Notícias & SHP News - As agências têm recebido críticas por parte da sociedade também? Andrade - Na verdade, nós temos ações muito díspares no país. Aliás, um país desse tamanho, só poderia ser assim. Nós temos algumas agências que já promoveram uma certa descentralização, ou seja, aproximaram a regulação do consumidor, criando viabilidades de acesso ao consumidor. Outras [agências] mostram-se completamente distantes. Se se falar de agência como um todo, podemos citar a ANATEL que está longe do consumidor. Ela não faz nenhuma descentralização, não tendo controle do poder total. A CSPE [São Paulo], como a primeira agência reguladora de energia, hoje desenvolve as mesmas funções da ANEEL. E as agências mais antigas também - Ceará [ARCE], Pará [ARCON], Bahia [AGERBA], Rio Grande do Sul [AGERGS] - já podem atuar quase que integralmente no setor Regulating Agencies The role of the 7 Regulating Agencies Trad. Adriana Candal The regulating agencies were created to ensure the fulfillment and the stability of the laws, norms, regulations and contracts that guide the activities of public interest. Aneel (National Agency for Electrical Energy) must regulate and inspect the generation, transmission, distribution and commercialization of electric energy. Within this context, the Government must define the policies; the Congress must transform these policies into laws; and the agencies must make sure that these laws will be fulfilled. Moacyr Trindade de Oliveira, Head of the Commercial and Tariff Group of the Energy Public Service Commission (CSPE – a regulating agency of the state of São Paulo), gave the PCH Notícias & SHP News an interview talking about the current situation of the regulating agencies, particularly, those that deal with energy. is to analyze and adjust the tariffs. This is part of PCH Notícias & SHP News – The government the agreement. If, the government understands that has criticized the fact that the regulating “The agency may be this should not be Aneel’s function, it will remove agencies are invading ministerial duties. Is this criticized for the this function from the next agreement signed with really happening? the MME. The criticism in relation to not knowing Andrade – Effectively, it has not. What is procedure it is adopting, the value of the tariffs is destined for the Ministry, happening is that the agencies have been carrying the way it acts. But it is its which makes the link between the government and out their duties, but, in fact, there is a gap in the the regulating agency, and not for the agency restructuring of the electric sector. So, there must function.” itself. It only caries out its function, which is to be a guideline for the agencies to follow. Once determine the tariff, this guideline exists, that is, an the criterion. The energetic planning, then the PCH Notícias & SHP News – Have the agencies agency may be regulating agency will be been criticized by the society as well? “The government criticized for the responsible for inspecting the Andrade – In fact, we have very different actions procedure it is works and, tendering for in the country. We have some agencies that have must establish the adopting, the way it something that is already part of already promoted decentralization, that is, they guidelines, and acts. But it is its that planning. And this function took the regulation closer to the consumer, making function. It is not doing should be exclusively to the consumers’ access viable. Other agencies are ANEEL must anything beyond its inspection and consolidate the still completely distant. If we talk about the follow and carry boundaries. planning made by the National agency as a whole, we can mention ANATEL, PCH Notícias & SHP Council for Energy Policy of the which is far away from the consumers. It does them out.” News – What do the Ministry of Mines and Energy. As not promote any decentralization, and it does not agencies represent for this planning did not happen, the have the control of the total power. CSPE (São the investors? result is an interference in the Paulo), as the first regulating agency of the Andrade – The investors see the agencies as a process and in all the spaces that were left empty. country, perform the same functions as Aneel balance link between the investor, the utility and There was a kind of occupation carried out by (National Agency for Electrical Energy). And the the government. The agency must balance these the electric energy agencies in relation to this older agencies as well - Ceará [ARCE], Pará three great forces of the sector as a whole. The aspect, but they were just trying to close a hole, a [ARCON], Bahia [AGERBA], Rio Grande do Sul government has the power to change the rules of gap. [AGERGS] – can already operate almost the game, and these rules can be changed through PCH Notícias & SHP News – In relation to this integrally in the electric sector, that is, getting decrees or provisory measures. The government’s criticism, what has the government proposed? the population closer to the actions cause Andrade – Initially, the government was regulating agency. In the uncertainties because if surprised by the size of the activities, by how much other sates, there was a delay The investors see the one of the links can the agency was acting. But, at the same time, the in relation to the change the rules half government understood that some functions implementation of these agencies as a way through the game, performed by the regulating organ, in this case agencies. Today, they are still balance link between those that are injecting Aneel (National Agency for Electrical Energy), getting started and their money in the electric should have been carried out by the government performance is small in the investor, the sector will be insecure. and not by the agency. There is an agreement relation to everything the utility and the For example: the tariff between the agency and the Ministry of Mines agency can do regarding the review is said to have a and Energy (MME) that specifies the functions electric energy utility, the government. set of actions, so when of the agency. With this new government, it must Consumer’s Defense Code, this tariff review takes be redone. Once this agreement is signed, the the laws of the electric sector place and these actions government has the right to verify everything the and a series of other issues are changed, this brings uncertainties. Part of agency did. The government must establish the that must be incorporated by these agencies, so the investment may be lost because, according to guidelines, and ANEEL must follow and carry that will be able to have an effective the new conception, some alternatives, which them out. And the main criticism coming from the decentralization. were previously considered, may no longer be. government concerns the tariffs, that is, the PCH Notícias & SHP News – And what about This situation creates market instability. At the government says that it only becomes aware of the fact that the government cut Aneel’s funds same time, the investor wants certain tranquility the price of the tariffs through the press. In fact, because of budget problems? What may this in relation to the country’s economy. Aneel’s mission, in the case of the electric sector, cause? 8 Agências Reguladoras / Regulating Agencies elétrico, ou seja, aproximando a população da agência reguladora. Já nos Andrade – This resource, the agencies’ resources, comes from the payments outros estados, houve uma certa demora na implantação dessas agências. carried out by the consumers, for part of their electricity bill goes to Hoje elas estão se consolidando, mas ainda é um trabalho pequeno em função inspection. The consumer makes the payment for Aneel, so that the agency de tudo aquilo que a agência pode atuar em relação à concessionária de can carry out its inspection assignments. When this resource is put in only energia elétrica e o direito como um todo por parte do Código de Defesa do one of the government’s boxes, and it can still be held, as it was observed, Consumidor, das leis do we are misappropriating the consumers’ money. If we are not going to use setor elétrico e uma that fund for that specific purpose, so we cannot charge the consumer for it. “Se nós não vamos utilizar série de outros quesitos Once the necessary fund for the agencies to carry out their functions is que precisam ser defined, we should limit the consumer’s contribution to that amount. When aquela verba para o que ela incorporados por essas the government misappropriates or makes the use of a resource impossible, se destina, então não cabe agências, para que we are charging the consumers unnecessarily. This makes it difficult for the tenhamos efetivamente agencies to act, cobrar do consumidor essa uma descentralização. and they become parcela.” / “If we are not PCH Notícias & SHP unable to carry out “Quando o governo se News - E o fato de o their functions going to use that fund for apropria ou inviabiliza a governo, por problemas completely. This is that specific purpose, so we orçamentários, ter what is happening utilização do recurso, nós cortado as verbas da to ANEEL and cannot charge the consumer estamos onerando o ANEEL? O que isto CSPE. We did not for it.” pode provocar? carry out several of consumidor Andrade - Esse our functions, such desnecessariamente.” / recurso [verba as inspecting destinada às agências] é oriundo de pagamentos do consumidor, cuja fatura hydroelectric and “When the government de energia elétrica contempla uma parcela, que é a parcela de fiscalização. O thermal power misappropriates or makes consumidor faz o pagamento à ANEEL para que ela exerça suas funções de plants. The fiscalização. Quando se coloca todo esse recurso em uma caixa única do certification and the use of a resource governo e depois ele ainda pode ser contingenciado, como é o fato que hoje the registry of these impossible, we are charging nós verificamos, nós estamos apropriando do recurso do consumidor. Se nós plants, all of these não vamos utilizar aquela verba para o que ela se destina, então não cabe processes were sent the consumers cobrar do consumidor essa parcela. Nós deveríamos, uma vez definido o back to ANEEL unnecessarily.” montante que é necessário para o desenvolvimento das funções da agência, because there are limitar a contribuição do consumidor a esse montante. Quando o governo se no resources to apropria ou inviabiliza a utilização do recurso, nós estamos onerando o carry out these consumidor desnecessariamente. Passa-se a dificultar as ações da agência, e functions in São Paulo. The consumer and the sector as a whole suffer ela fica incapacitada de atuar de forma plena. É o que está acontecendo com losses. a ANEEL e com a própria CSPE em São Paulo. Deixamos de fazer diversas PCH Notícias & SHP News – Where does the money go? What argument funções que nos eram comuns, como exemplo, a fiscalização das usinas did the government use for carrying out this cut? hidrelétricas e usinas termelétricas. A regularização, o registro dessas usinas, Andrade – The government is trying to find a position. The Minister of todo esse processo voltou para a ANEEL porque não há recursos que Mines and Energy, Dilma Roussef, identified the action of holding the possamos executar essas funções em São Paulo. Há o prejuízo do consumidor resources as inappropriate, mainly because of the amount, about 50% or e do próprio setor como um todo. more. ANEEL tried to protect its team and gave the rest of the money to the PCH Notícias & SHP News - Para onde vai o dinheiro? Qual foi o argumento agencies. Then, the decentralized agencies ended up receiving less than dado pelo governo para efetuar o corte? 50% to fulfill their basic necessities. This, indeed, cause a serious problem Andrade - Ele ficará na conta da ANEEL contingenciado, caracterizando for the agencies to carry out their work. The government has already uma situação de superávit das contas governamentais. Ele [o governo] está recognized the difficulties and there is a proposition of releasing the se posicionando. A Ministra [Dilma Roussef, Ministério das Minas e resources for the second Energia] identificou como ação indevida o contingenciamento, half of 2003. “Deixamos de fazer diversas PCH Notícias & SHP News principalmente no nível em que foi feito, cerca de 50% ou mais. AANEEL procurou salvaguardar sua equipe e repassou o restante [do dinheiro] funções que nos eram comuns, – With all the criticism the para as agências. Então as agências descentralizadas acabaram recebendo agencies have been facing como exemplo, a fiscalização and because of the funding menos que 50% para atender suas necessidades básicas. Isso realmente trouxe um problema para o desenvolvimento dos trabalhos das agências das usinas hidrelétricas e problem, what are their e já há o reconhecimento do governo, através da Ministra, das reality today? usinas termelétricas.” / “We Andrade – After all the cuts, dificuldades e até uma proposta de descontingenciamento para o 2º semestre de 2003. did not carry out several of our it was decided that the PCH Notícias & SHP News - Com todas essas críticas enfrentadas agencies should carry out functions, such as inspecting inspection services and pelas agências e por esse problema de corte de verbas, que tipo de realidade é vivida por elas hoje? hydroelectric and thermal complement the regulation. Andrade - Após todos esses cortes, ficou decidido que as agências This is the part that the power plants.” deveriam fazer os serviços de fiscalização e de complementação da agencies could not stop regulação. Esta é a parte que não se poderia deixar de fazer. Mas assim doing. But, even so, this mesmo esse serviço envolve, por parte da ANEEL, viagens a locais service involves trips to onde não há agências e a consolidação de algumas agências que estavam em places that have no agencies and the consolidation of some agencies that formação. Isso significa um investimento que acabou não sendo viável na sua were being formed. That means an investment that, at the end, was not integralidade. Nós temos dado prioridade ao atendimento ao consumidor e, integrally viable. Our priority has been to assist the consumer, and so far, até o momento, nós temos conseguido. we have been able to do that. Espaço do Internauta / Internet Room @ 9 As matérias abaixo são divulgadas pelo site do CERPCH, que possui uma seção com notícias atualizadas sobre o mercado de energia, PCHs e o setor elétrico. O site ainda contém informações sobre fabricantes, eventos e cursos. The subjets below are shown by the CERPCH’s home page which has a sector with current news about the energy market, SHP and the ELetric Sector. Besides, the site has information about manufacturers, events and courses. www.cerpch.efei.br Capes re-classify “SHP News” Capes reclassifica “PCH Notícias” A revista PCH Notícias & SHP News está inscrita no Qualis principal índice de publicações técnicas da Capes/Ministério da Educação - desde 2002. A publicação foi classificada como A, de alta qualidade e está atualizando seu âmbito de circulação de local para internacional, como informa o coordenador das Engenharias III da Capes, professor Álvaro Prata. O Qualis é utilizado para divulgação da produção intelectual de docentes e alunos de pós graduação. Ele foi concebido pela Capes para atender necessidades específicas do sistema de avaliação do organismo. A classificação é feita ou coordenada pelo representante de cada área e passa por processo anual de atualização. Os veículos de divulgação citados pelos programas de pós graduação são enquadradas em categorias indicativas da qualidade - A alta, B média, ou C baixa - e do âmbito de circulação dos mesmos - local, nacional ou internacional. As combinações dessas categorias compõem nove alternativas indicativas da importância do veículo utilizado e, por inferência, do próprio trabalho divulgado: circulação local de alta, média ou baixa qualidade; circulação nacional de alta, média ou baixa qualidade; circulação internacional de alta, média ou baixa qualidade. Engenharia Hídrica demarca nascente The journal “PCH Notícias & SHP News” has been registered in Qualis - main technical publication index of Capes/Ministry of Education - since 2002. The journal received an “A” classification, which means high quality. The journal is broadening its circulation scope from local to international as said by the coordinator of Engenharias III of Capes, professor Álvaro T. Prata. Qualis is used to divulge the intellectual production of professors and graduate students. It was conceived by Capes to meet the specific needs of the evaluation system of the organ. The classification is carried out or coordinated by the representative of each area, and it is updated annually. The media mentioned by the graduating programs are placed in quality categories: A – high, B – medium or C – low. Their circulation is also considered – local, national or international. The combination of these categories forms the nine alternatives that indicate the importance of the used medium, and of the study itself: local, national or international circulation presenting high, medium or low quality. Water Engineering delimits stream O rio Sapucaí nasce a 1.651,5523 metros de altitude, 22º45’32" de latitude Sul e 45º37’24" de longitude Oeste, como córrego Piracuama, próximo ao portal de entrada da cidade de Campos do Jordão (SP). Tais dados foram levantados pela primeira vez, no local, dia 7 de Junho último, por sessenta alunos do Curso de Engenharia Hídrica da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e representantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Sapucaí. Eles realizaram o primeiro geo-referenciamento da nascente do rio Sapucaí. A medição foi assinalada com uma placa afixada no local. O grupo desceu depois numa caminhada ecológica, pelas margens do córrego, averiguando em que altura acontecem os primeiros indícios de poluição. The river Sapucaí is born at 1,651.5523 meters of altitude, 22º45’32" South latitude and 45º37’24" West longitude. It begins to flow as Piracuama Creek, near the entrance portal of the city of Campos do Jordão (SP). These data was first attained by sixty students that are part of the Water Engineering Course of UNIFEI (Federal University of Itajubá) on June 7th, 2003. Representatives of the Watershed Committee of the River Sapucaí were also present. They carried out the first geo-reference of the of the river’s waterhead. The measurements were marked by a sign that at placed at the site. After that, the group hiked down the mountain along the river bank, so they could also check the location of the first signs of pollution. CERPCH (National Center of Reference for Small Hydropower Plants) and CEMIG obtained the O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), patent for a pico-generator órgão do Ministério de Ciência e Tecnologia, aprovou CERPCH e CEMIG obtêm patente de pico-gerador no mês de Maio a patente do pico-gerador de energia elétrica em corrente contínua (PHG-CC). O pico-gerador foi concebido e desenvolvido pela UNIFEI/CERPCH, onde onde foram realizada a pesquiza e o desenvolvimento do novo equipamento no centro de pequenas centrais. Os trabalhos foram financiados pela CEMIG, que está agora agilizando os procedimentos para colocar a tecnologia descoberta no mercado. In May, the National Institute for Industrial Property – INPI – an organ of the Ministry of Science and Technology, approved the patent of a direct curent electric energy pico-generator (PHG-CC). The pico-generator was conceived and elaborated by UNIFEI/ CERPCH where it have been accomplished the research and the development of the new equipment in the small hydro power plant center. He carried out the research on the new equipment at the SHP Center. The work relied on CEMIG’s financial support and the company is working on the procedures so the new technology can reach the market. Universalização / Universalization 10 UNIVERSALIZAÇÃO Borges de Souza A ANEEL baixou uma Resolução, no final de Abril, determinando prazos para que as distribuidoras apresentem planos de acesso de todos os brasileiros à rede elétrica. Contudo, a maior parte da população sem energia elétrica, estimada em 10,5 milhões de pessoas, teve adiado todo o programa de tensão primária (igual ou superior a 2,3 kv) para o ano que vem em diante. Segundo o Artigo 3º, da Resolução nº223, da ANEEL, de 29 de Abril de 2003, “a partir da data de publicação desta Resolução, a concessionária deverá atender, sem qualquer ônus para o solicitante ou consumidor, ao pedido de fornecimento ou aumento de carga, em áreas do sistema elétrico, que possa ser efetivado mediante a extensão da rede em tensão secundária (inferior a 2,3 kv)”. A rede primária, muito mais preponderante, ficou para Janeiro de 2004 em diante pela mesma Resolução, que fixou ainda penalidades reduzindo em no máximo de 0,97% as tarifas das distribuidoras que descumprirem as metas estabelecidas por elas próprias. Em princípio, o governo havia levantado, junto ao IBGE, um déficit de 2,4 milhões de moradias no país sem energia elétrica, abrangendo as duas tensões. E a perspectiva era de que a ANEEL baixasse uma Resolução, pela qual todos os novos consumidores de eletricidade brasileiros tivessem acesso gratuito e imediato ao fornecimento até o ano 2015. Este acesso, porém, além de compartimentado entre as duas tensões, estará enquadrado dentro dos “Planos de Universalização de Energia Elétrica” a serem apresentados à Agência por cada concessionária distribuidora. Com quem fica a conta Mas quem vai pagar as ligações elétricas que eram financiadas pela Eletrobrás até o ano passado? As distribuidoras, diz agora o governo. Os consumidores via tarifas e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), querem as distribuidoras, que já vêm pleiteando e obtendo reajustes tarifários extraordinários a todo o momento. A Resolução da ANEEL não fala em repasse do serviço para as tarifas, é bem verdade, mas admite a utilização da CDE ainda que parcial e também a partir de 2004. Vale lembrar que a CDE é a base do Programa de Incentivo a Fontes Alternativas – PROINFA – que deveria pelo seu nome e definição ter apenas este endereço. As distribuidoras alegaram, entretanto, que a Lei Federal de nº 10.438 atribui à CDE a função de fonte parcial de recursos da universalização, o que acabou sendo acatado pela Resolução da ANEEL. As atenuantes à universalização de energia elétrica, da Resolução nº 223, surgiram depois de as distribuidoras reclamarem contra o programa social. O vice-presidente da Câmara Brasileira de Investimentos em Energia Elétrica ( CBIEE), Roberto Alcoforado, comentara por exemplo: “Estamos vivendo um grande dilema, tarifas altas e as empresas sem remuneração adequada. Por isso não deveriam ser feitas novas exigências às empresas sem ter a disponibilização de recursos que possam tocar o processo.” (Canal Só a partir de 2004 UNIVERSALIZATION Trad. Adriana Candal Only in 2004 At the end of April, ANEEL (National Agency for Electrical Energy) has enacted a resolution that determines the deadlines for the distributors to present their plans regarding the access all the Brazilians will have to the electric grid. However, most of the population that do not have electric energy, about 10.5 million people, had the whole program of primary tension (the same or over 2.3 kv) postponed to the next year or later. According to Article 3 of Aneel’s Resolution nº 223, April 29, the utility must fulfill, without any sort of onus for the consumer, the request for supply or a rise in the load in areas of the electric system where these requests can be carried out by extending the grid in secondary voltage (below 2.3 kv). The primary grid, which is much more preponderant, was postponed to January 2004 or later, according to the same resolution, which also established penalties reducing the tariffs of the distributors that do not follow the goals they themselves established by 0.97% at the most. At first, the government had polled, with IBGE (Brazilian Institute of Geography and Statistics) a deficit of 2.4 million households in the country that do not have electric energy, taking both voltages into account. The perspective was that Aneel enacted a resolution according to which all the new Brazilian electricity consumers had free and immediate access to the supply by the year of 2015. This access, however, besides being divided between the two voltages, will be part of the “Electric Energy Universalization Plans” that will be presented to the agency by each distributing utility. Who will pay the check? But, who will pay for the electric connections that were financed by Eletrobrás until last year? “The distributors,” says the government. On the other hand, the distributors want the consumers, via tariffs, and the CDE (Energy Development Account) to pay the check, and they have been often asking for and receiving extra tariff adjustments. Aneel’s resolution does not talk about compensating the services through the tariffs, but admits the use of the CDE, even though partially, from 2004 on. It is important to remember that the CDE is the basis of PROINFA (program that encourages the use of Alternative sources) and as its name expresses, the resources must be sent to this address only. The distributors say, however, that the Federal Law nº 10,438 grants the CDE the function of being a partial source of resources of universalization, and that ended up being accepted by Aneel’s Resolution. As modifications regarding the electric energy universalization in Resolution 223, appeared after the distributors complained about the social program. For example, the vice president of CBIEE (Brazilian Board for Investments in Electric Energy), Roberto Alcoforado, said, “We are living a great dilemma, high tariffs and the companies do not have an appropriate 11 Universalização / Universalization Energia) É importante alertar que o incremento nas despesas das concessionárias, com as ligações, pode se transformar em nova fonte de pressão sobre as tarifas. E não será uma pressão pequena, uma vez que cálculos da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE) estimaram em R$ 8,4 bilhões o custo da universalização. A discussão permitiu, de qualquer modo, algumas propostas de abertura de mercado, como a de Roberto Rubert, da Maggi Energia. “As pequenas centrais podem ser interessantes para as distribuidoras em regiões mais distantes que não tenham acesso à rede elétrica” (Canal Energia), observa ele. O que a resolução da ANEEL confirma ao prever licitações para a outorga de permissão de serviço público, em áreas de concessão ou permissão, cujos contratos não contenham cláusula de exclusividade ou onde não houver concessão. remuneration. This is the reason why new demands should not be asked for the companies without making the resources that will allow the process to go on available.” (Canal Energia) He went on warning that the increase in the utilities expenses with the connections may become a new source of pressure on the tariffs. And it will not be a small one – the Abradee (Brazilian Association of Electric Energy Distributors) has calculated the cost of universalization, and the estimate reaches R$ 8.4 billion. Anyway, the discussion led to some proposals to open the market, such as the one made by Roberto Rubert (Maggi Energia), “Small Hydropower Plants may be interesting for the distributors in distant areas that do not have access to electric energy.” (Canal Energia) And this is confirmed by Aneel’s Resolution, for it forecasts tenders for granting public service permissions in concession or permission areas of which contracts do not have an exclusivity item or in areas where there are no concessions. Ciclo hidroenergetico: Uma proposta para a universalizacao da energia eletrica Hydroenergetic cycle: A proposal for the universalization of electric energy Propaganda Koblitz Setor Elétrico / Electric Sector 12 Energia Camila Rocha Galhardo José Henrique Gabetta X Capacidade de geração Segundo a ANEEL, a Gráfico 1 capacidade brasileira de gerar Graphic 1 energia fechou o semestre com Energy Offer and Demand um aumento de 2,32 mil megawatts (MW) em relação ao fim do ano passado. No intervalo de 12 meses, em relação a junho de 2002, o aumento da capacidade instalada chegou a 6,75 mil MW no total de 84.500 MW. Conforme demonstrado no Gráfico 1, a capacidade instalada é quase o dobro da demanda nacional nos últimos meses e também permitiu que o equilíbrio entre a oferta e a demanda ocorra em 2007. O governo afirma que o aumento na capacidade de geração tem de crescer 3 mil MW ao ano para suprir uma média de 3% a 4% de crescimento da economia nacional. E considerando que a previsão do Banco Central para este ano é de um crescimento de 1,5 % do PIB, assim a demanda vem. Uma situação bastante crítica ocorrerá em de energia deve ser menor. Pode-se observar pelo meados de 2007, fato confirmado por Gráfico 2 que o consumo de energia teve uma depoimentos da Ministra de Minas e Energia, queda suntuosa no ano de 2001, durante o Dilma Rousseff, e pelo presidente da Eletrobrás, racionamento, tendo o PIB alcançado uma Luis Pinguelli Rosa. As previsões trabalham sobre variação de 4,3% em 2000, criando uma das maiores crises do setor energético brasileiro. Outro fator que interfere na definição deste cenário é a melhoria no sistema de transmissão, havendo a duplicação na capacidade de transporte de energia da Região Sul para a Sudeste e a ampliação das linhas Sudeste - Nordeste, aperfeiçoando-se o transporte de energia entre os sistemas, melhorando o abastecimento do Nordeste e uma ampliação da capacidade de reservatórios. Tanto que a capacidade de armazenamento no primeiro semestre cresceu cerca de 9,75% (15,68 GW). Um contraponto nesse cenário aparentemente otimista são as previsões, caso a economia mantenha um patamar de crescimento acima de 5,5% a partir do ano que dados e projeções inflacionados para que as medidas sejam eficientes, seja qual for a situação enfrentada futuramente. Como no Gráfico 3, no qual a energia garantida se igualaria à demanda este ano e a demanda superaria a energia garantida Gráfico 2 Graphic 2 GNP Variation X Energy Consumption Setor Elétrico / Electric Sector tornando o panorama mais assustador ainda. Toda esta indefinição, quanto ao formato do novo modelo, quanto à queda da inflação, à retomada da economia, à derrubada dos juros e ao crescimento do PIB, tem criado um clima de incerteza e insegurança nos investidores que, na melhor das hipóteses, tem apenas adiado os investimentos quando não afastado por completo possíveis empreendedores no setor. Sabe-se que o governo não terá condições de arcar com todos os investimentos necessários em geração que o país necessita, tanto no que diz respeito ao caixa, quanto ao acordo junto ao FMI. Outro fator que tem preocupado o setor são baixas taxas de retorno que o governo impõe como no caso do PROINFA com TIRs abaixo de 18%, deixando o empresariado insatisfeito. No novo modelo, discute-se a criação de uma empresa única, compradora de energia, deixando dúvidas: onde se encaixa o Consumidor Livre ou o Auto Produtor? Como ficará a livre concorrência sem interferência do Estado? O governo afirma que a concorrência ocorrerá na concessão da geração, onde a ganhadora será a fornecedora da menor tarifa. E aí é que fica outra dúvida: será que estas empresas estarão conciliando as menores tarifas com a otimização dos recursos energéticos? Não sendo apenas estas as dúvidas que afligem os investidores do setor: como se comportará um mercado monopolizado na compra e na venda? Qual será o novo papel da agência reguladora? Será que teremos um cenário parecido com o que ocorreu anos atrás com nossos vizinhos argentinos? Esperamos que o setor elétrico brasileiro retome o seu papel de destaque no cenário mundial, preocupando-se com a diversificação de sua matriz energética, buscando a universalização da energia, concedendo as mesmas oportunidades para todos os brasileiros e incentivando as energias renováveis. Gráfico 3 Graphic 3 Energy 13 X Generating capacity Trad. Adriana Candal According to Aneel (National Agency for Electrical Energy) the Brazilian capacity of generating energy presented a rise of 2.32 thousand megawatts in the first semester of 2003 in relation to the same period of 2002. Within a 12-month interval, in relation to June 2002, the rise in the installed capacity reached 6.75 thousand MW out of a total of 84,500 MW. The graphic 1 shows that the installed capacity has been nearly twice as much as the national demand in the past few months, and it is also possible to forecast that the offer and the demand will equal in 2007. The government states that there must be an increase in the generation capacity of 3 thousand MW a year in order to supply an average growth of 3% – 4% of the national economy. Considering that Banco Central (Central Bank) forecasts a growth of 1.5% of the GNP, the demand of energy may be smaller. According to the graphic 2 it is possible to observe that 2001’s energy consumption presented a significant fall during the rationing plan, whereas the GNP reached a variation around 4.3% in 2000, creating one of the greatest crises in the Brazilian energy sector. Another factor that interferes in the definition of this scenario is the improvement in the transmission system: duplicating the capacity of transferring energy from the South to the Southeast and the enhancement of the Southeast-Northeast transmission lines; improving the energy transport between the systems; improving the supply in the Northeast; and enhancing the capacity of the reservoirs. The storage capacity in the first semester presented a growth of about 9.75% (15.68 GW). A counterpoint in this apparently optimistic scenario are the predictions that in case the economy keeps an average growth above 5.5% from 2004 and on, a very critical situation will take place in mid 2007. This fact was confirmed by statements given by Minister Dilma Rousseff and Luis Pinguelli Rosa, president of Eletrobrás. These predictions are based on inflated data and projections so that the measures can be efficient regardless of the situation that will be faced in the future. As it is shown in the graphic 3, the assured energy would equal the demand this year, but, in 2007 the demand would surpass the assured energy, which would make the scenario even more frightening. This lack of definition regarding the format of the new model, the decrease of inflation, the growth of the economy, the reduction in interest rates, and the growth of the GNP has created a climate of uncertainty and insecurity among the investors, who, according to a very optimistic point of view, have just postponed their investments instead of pulling away completely from possible enterprises within the sector. It is quite known that the government will not be able to afford all the necessary investments in generation the country needs, in relation to the budget and in relation to the IMF agreement as well. Another factor that has been causing concern is the low return tax that the government imposed on PROINFA (a program to encourage the use of alternative sources of energy), for example, with internal return rates (TIR) below 18%, making the business sector dissatisfied. The new model talks about the creation of a single company that will purchase the energy; but, there are doubts: Where will the Free Consumer or the Self-Producer fit? What will the free competition be like without the government’s interference? The government says that the competition will take place in the generation concession, when the winner will be the company that offers the lowest tariffs. Another doubt lies here: Will these companies conciliate the smallest tariffs with the optimization of energy resources? These are not the only doubts that will make the Comparison investors worried. How will a monopolized market behave in the energy purchase and sale? What will the new role of the regulating agency be? Will we have a scenario like the one Argentina had a few years ago? We do hope the Brazilian electric sector regains its distinguished role in the world scenario, worrying about the diversification of its energy matrix and searching for the universalization of the energy, granting the same opportunity to all the Brazilians and encouraging renewable energy. Artigo Técnico 16 Avaliação de Usinas Hidrelétricas Flávio Dutra Doehler Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG 1º Lugar Apresentação Quando vale uma usina hidrelétrica usada? Seu valor deve ser medido pelo custo de implantação ou pelo rendimento que ela pode proporcionar? E o seu caráter de exploração de bem público pelo uso de potenciais hídricos e venda de energia elétrica, como pode ser incluído nessa valoração? Qual a relação entre o valor de uma usina usada e a sustentabilidade econômica e financeira do setor elétrico brasileiro? Como as restrições de concessões públicas para usinas afetam seu valor, ou vice-versa? Respostas a essas perguntas, ou mesmo a sua busca, requerem uma metodologia específica. Esse é objetivo do trabalho ora apresentado. Sua abrangência respeita condicionantes regulamentares e físicas, tanto de projeto quanto as ambientais na implantação e construção e, por se tratar de tema novo na bibliografia técnica ou científica mundial, se baseia em procedimentos comumente utilizados pela Engenharia de Avaliações. Introdução: No presente trabalho, o envolvimento das formas de medição de valor resultou na abordagem dos itens abaixo, desenvolvidos em função da definição da metodologia: - revisão bibliográfica da metodologia correntemente aplicada nas avaliações; - condições do setor elétrico brasileiro que influam no valor das usinas; - características da geração de energia elétrica de origem hidráulica: base para custos; - comercialização de energia elétrica: eletricidade como um produto; - metodologia: planejamento e processamento da avaliação e seus resultados; - aplicação da metodologia a uma PCH foi utilizada como estudo de caso. características, aliadas à recente desregulamentação influem diretamente sobre o produto energia elétrica. Outros fatores são os agentes do setor, que são a Aneel, que atua como regulador e fiscalizador, o ONS, que é o operador do sistema e o MAE, mercado atacadista de energia, e os órgãos fiscalizadores e licenciadores ambientais, como o Ibama e órgãos estaduais. Usinas Hidrelétricas Basicamente compostas de barragens, com um ou mais vertedouros, de circuito hidráulico de geração, que inclui a casa de força (com sistemas mecânicos, como os reguladores de velocidade, os de levantamento de cargas, os auxiliares de óleo, ar comprimido, de água, de ventilação e refrigeração, e os elétricos, como os de excitação, de medição e proteção, os barramentos, transformadores elevadores, de operação local, de supervisão e os auxiliares) e demais dispositivos e equipamentos que farão a geração; de subestações e de um Sistema de Transmissão Associado. As usinas perdem valor ao longo de seu funcionamento pela depreciação. Essa depreciação tanto pode ser contábil, regulamentada pela Aneel, sendo um parâmetro para avaliação pela renda, quanto real, que incidirá descontada no valor da usina pelo custo. Condições Comerciais da Energia Hidrelétrica – Vendas, Taxas e Custos No caso de compradores de energia para distribuição em mercado cativo, a Aneel fixa os valores das tarifas de geração pelo Valor Normativo – VN. Em outros casos o valor da energia é estabelecido por contratos bilaterais ou pela venda no Mae. Para efeito desse estudo, essa será a tarifa aplicada ao produto da usina em avaliação. Outras tarifas de custo também precisam ser conhecidas. No caso da transmissão, além delas há os custos da conexão da usina à Rede Básica. Neste caso, as tarifas de uso do sistema de transmissão – Tust, e de distribuição Tusd (eventualmente usada quando a conexão é em redes com capacidade inferior a 230 kV), fixadas pela Aneel em função da localização da usina. Os custos de operação e manutenção, ou O&M, variam de usina para usina, a depender do seu grau de automação, de seu estado físico e mesmo de sua localização. Em geral esses dados acompanham as informações repassadas pelo atual proprietário. Entretanto, utiliza-se genericamente US $ 1,50 / MWh1 , quando não disponível valor específico. O cálculo do custo geral do seguro de uma usina hidrelétrica é de 0,3% para os equipamentos, que representam 30% da usina. Os seguros contra incêndio das subestações e de edificações são contratados à parte do seguro geral, com taxa de 0,40% para transformadores maiores que 1MVA, e 0,20% do valor das edificações e utensílios nele contidos. Para o custo do capital, emprega-se o modelo do CAPM, pela seguinte equação: O custo ponderado do capital, valor final a ser empregado no método da renda, será: Métodos Correntemente Usados para Avaliação Métodos diretos, com parâmetros em unidades dimensionais, como m²: Método das Vendas (valor pela comparação de valores de bens semelhantes) e Método dos Custos (valor de custo de bem igual ou equivalente). Nos métodos indiretos os parâmetros são vinculados à função do bem: Método da Renda (valor pela capitalização das rendas pelo uso do bem); Método Involutivo (utilizado para terrenos ou glebas urbanizáveis) e Método Residual (dedução de componentes repostos ou descartados). O Setor Elétrico Brasileiro O setor elétrico brasileiro possui organização institucional complexa, atendimento a mais de 90% dos domicílios do País, alto crescimento do consumo, predominância hidrelétrica, com usinas de grandes reservatórios de regularização plurianual, grandes distâncias das usinas aos principais centros de consumo. Essas O custo de contingência recomendado vai de 5 a 10%. Metodologia para Avaliação de Usinas Hidrelétricas O método das vendas não será empregado porque não há comercialização sistemática de usinas hidrelétricas no Brasil. Serão usados o método dos custos e o da renda. Será utilizado o seguinte fluxograma simplificado: Artigo Técnico Na avaliação pelo custo é feito o levantamento dos quantitativos para a composição completa dos itens da Planilha Padrão Eletrobrás que alimenta o sistema Sishor de orçamentação do setor elétrico, que calculará o valor da usina, a menos do custo dos juros durante a construção - JDC, obtido a partir do valor presente de um fluxo em distribuição normal modificada, ou ‘curva da baleia’, da Eletrobrás, descontado a uma taxa de ___, e da depreciação, cujo fator é aplicado a cada componente a partir de seu estado real de conservação. Neste trabalho foram desenvolvidas planilhas específicas para o cálculo do JDC e da depreciação. Na avaliação pela renda, o valor da usina é calculado pelo valor presente líquido de um fluxo de caixa gerado pela usina, calculado com a taxa de desconto de 17,32% ao ano obtida conforme acima. Se houver necessidade de recuperação das deficiências operativas, ambientais e de regularização formal da usina, seus custos devem ser considerados negativamente no fluxo. 17 realizadas inspeções com paradas no intervalo entre cada 30 e 35 mil horas. Não há ativos não operacionais que possam ser vendidos sem prejuízo do funcionamento da usina. Memória de Cálculos Genéricos: O proprietário forneceu o valor dos imóveis. Os Custos de Capital são 12,196% para o fluxo da renda e14,73%. Não existem deficiências operativas e ambientais. Memória de Cálculo do Valor da Usina pelo Método dos Custos: composto das tarefas: quantificação dos itens, levantamento de preços de insumos e incidências, cálculo dos valores pelo Sisohr, expurgo dos itens não destinados à geração de eletricidade (estação de piscicultura, tomada d’água para perenização, alojamento, almoxarifado, metade das estruturas do vertedouro, sem comportas, metade do custo da barragem, perenização e itens diversos) definição do fluxo de caixa da construção pela ‘curva da baleia’ em 36 meses e cálculos específicos do JDC e depreciação. O valor obtido foi de R$ 22.679.255,93, conforme extrato da planilha Excel abaixo: Estudo de Caso O caso de uma Pequena Central Hidrelétrica - PCH foi escolhido por reunir condições que atendem aos quesitos da metodologia proposta para avaliação de usinas, apesar de não ser exclusiva para geração de energia elétrica, sendo um empreendimento de uso múltiplo. A confiabilidade foi favorecida por se tratar de usina que recentemente teve suas condições físicas levantadas, por exigência da Aneel. O estudo respeitou confidência quanto à identidade do proprietário da usina, que por isso foi aqui chamada de Usina A. Os componentes do empreendimento excedentes àqueles necessários à geração de energia, ou apenas parcialmente utilizados, tiveram seus custos expurgados, sem perda da confiabilidade nos resultados. Os documentos da memória de cálculo, que comporão o laudo como anexos, são: Plano de Trabalho, apresentado ao interessado antes da avaliação, com levantamentos preliminares, o objetivo da avaliação, a identidade da usina A, metodologia, condicionantes e premissas (nova concessão na transferência, com 30 anos; depreciação contábil pela Resolução 44/ 99 da Aneel, energia secundária e de ponta sem tarifas diferenciadas pela falta de regulamentação específica); definição das atividades e equacionamento da avaliação; cronograma e equipe de avaliação utilizando especialistas: engenheiros civil, mecânico e eletricista e profissional do meio ambiente. Estas informações não serão apresentadas aqui. Relatório do Estado Físico e Potencial da Usina e Condições de Operação, expondo as reais condições atuais da usina A. Ela encontra-se em ‘perfeito estado de conservação’, sem necessidade de gastos com recuperações ou regularizações. Foi constatado também que não existe potencial remanescente. A usina é operada no sistema integrado, despachada remotamente e utiliza como mão-de-obra local dois operadores que se revezam em turnos. A manutenção é preditiva, ou seja, trabalha-se apenas as anomalias detectadas, sendo Memória de Cálculo do Valor da Usina pelo Método da Renda Inicia-se pelo cálculo da depreciação contábil, passa pelo levantamento dos inputs da planilha Excel, conforme extrato a seguir, que prossegue com o cálculo do fluxo de caixa. Os levantamentos, juntamente com outras entradas de dados, como a taxa de desconto, por exemplo, resultam em um fluxo líquido de R$ 329,93 mil anuais, que por sua vez proporciona um Valor Presente de R$ 3.033,47 mil, que seria o valor da usina pela renda. 18 Artigo Técnico tarifa utilizada está baixa: situação detectada a partir da Lei 10.438/02, que instituiu o Proinfa, um programa de compra de energia produzida por PCHs, para estimular sua implantação, cuja tarifa resultaria num valor R$ 4.838.010,00 para o valor da usina pela renda. Foram realizadas simulações da avaliação pela renda em combinação de fatores. Há duas possibilidades de combinação, alternativamente: para concessionários e para autoprodutores. No primeiro caso, haveria uma maior energia assegurada e maior tarifa, nos níveis acima apresentados, resultando em um valor de R$ 8.248.270,00. No segundo caso, não haveria incidência de ICMS, e poderia haver uma redução de R$ 100.000,00 por ano, resultando a simulação num valor de R$ 8.158.950,00. O intervalo de valor que pode ser pago pela usina é no mínimo de R$ 8.158.950,00, que representa quanto de remuneração a geração traria ao longo da concessão, e R$ 11.437.500,00, que é quanto um interessado pagaria no caso de ter que construir uma usina com a mesma capacidade de geração. Dessa forma, o valor da usina pode ser estabelecido próximo à média do intervalo: R$ 9.800.000,001 . Conclusão Análise dos Resultados Foram feitas investigações buscando as causas da grande diferença entre os valores pelo custo e pela renda com as seguintes constatações, explicadas pelo fato de a usina ser um aproveitamento múltiplo e ter utilizado máquinas recondicionadas de outra usina desativada: as estruturas e dispositivos da usina estão superdimensionados, pois para uma mesma capacidade de geração, a um custo de Us$ 1,500.00 por MW instalado, se construiria uma usina de R$ 11.437.500,00; a usina está sendo subutilizada, pois pelo fator médio de capacidade do Brasil, 56%, sua energia assegurada anual seria de 14.962,08 MWh/ano e não de 9.986,4 MWh/ano, estabelecidos pela Aneel, e há vazão suficiente para essa geração de 11,1 m³/s superior aos 6 m³/s necessários; o que confirmaria o valor acima; existem ganhos não explorados no funcionamento da usina: expressos pela venda dos equipamentos da usina em separado, já com a depreciação, que obteriam um valor muito superior ao avaliado pela renda; outra constatação é o de que o valor da depreciação é quase o dobro do valor líquido das parcelas da renda proporcionando sempre um resultado operacional negativo antes do imposto sobre o lucro Elevada carga de custos operacionais e tributários, frente ao porte da usina e ao custo do capital: apenas cerca de 40% seriam os ganhos após os custos e taxas, conforme gráfico abaixo, insuficiente para o financiamento da aquisição da usina. Pelo grande intervalo nos valores obtidos pelo método da renda e pela análise dos resultados acima conclui-se que há uma disparidade tarifária em relação ao custo de usinas. Mesmo considerando taxas de juros passadas menores e mesmo que se fizesse a utilização total da capacidade da usina, com a tarifa e os benefícios atuais não seria bom negócio o investimento em aquisição de PCHs. Entretanto, apenas um estudo de caso pode significar uma exceção, apesar da simulação das variações. Recomenda-se a aplicação da metodologia a diversas usinas para o estabelecimento de relações e de tendências entre o valor das usinas e da remuneração de seu produto. Referências Bibliográficas MOREIRA, Alberto Lélio. Princípios de Engenharia de Avaliações. São Paulo: Pini, 1997. 504 p. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA, CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS – Eletrobrás. Plano Decenal de Expansão 1999/2008. Rio de Janeiro, 1999. 354 p. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA, CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS – Eletrobrás e DEPARTAMENTO NACIONAL DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA – DNAEE. Manual de Inventário Hidrelétrico de Bacias Hidrográficas. Rio de Janeiro, 1999. Volume 1 – Metodologia. 308 p. SCHREIBER, Gerard Paul. Usinas Hidrelétricas. São Paulo: Edgar Blücher, 1978. 238 p. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – Aneel. Resumo das Regras Relativas à Operação Coordenada Otimizada pelo Grupo Coordenador para Operação Interligada. Brasília: GCOI/ Eletrobrás, 1998. 77 p. KUIPER, E. Water Resources Project Economics. Merida: Butterworth & Co, 1971. 447 p. BUARQUE, Cristovam. Avaliação Econômica de Projetos: Uma apresentação Didática. Rio de Janeiro: Campus, 1984. 266 p. Artigo Técnico 19 Telemando para Pequeñas Centrales Hidroelectricas Victor Hugo Kurtz ([email protected]) Universidad Nacional de Misiones Resumen del Trabajo En el presente trabajo se exponen algunos de los sistemas de telemando, implementados por la Facultad de Ingeniería de Oberá, en los distintos microaprovechamiento hidroeléctricos, instalados en la provincia de Misiones, en La República Argentina. 2º Lugar En una PCH, los procesos a distancia suelen ser: La apertura y cierre del alabe regulador de la turbina; ya sea en forma manual - desde la casa del usuario - que llamaremos «Telemando» o automática desde la presa, conforme al nivel de agua embalsada, sistema Aquanivel (Sistema de Control por Nivel de Agua Embalsada) (Kurtz 2001) . Existen varias configuraciones de sistemas de control a distancia. El telemando utilizado para la microgeneración eléctrica en Misiones es del tipo unidireccional (solo es posible enviar la señal en una dirección), controlado por el ser humano (operador). Palabras Claves Telemando, Telecontrol, Mando a Distancia, Onda portadora, Microturbinas, Microgeneración. Servocontrol. Automatismo. Introducción En las PCH (Pequeñas Centrales Hidroeléctricas) de Misiones (con alturas de saltos entre 1 y 70 m), se utilizan microturbinas del tipo Michell-Banki, Cross-Flow o de Doble Acción, debido a su sencilla construcción, bajo costo y rendimientos aceptable (Barney 1999). Estas turbinas poseen un álabe regulador que controla el funcionamiento de la maquina hidráulica, por medio de la acción de un servomotor alimentado generalmente con tensión continua de 12V . Por la característica hidrológica de Misiones, que no presenta períodos de abundante caudal a turbinar, hace inconveniente el uso de sistemas de regulación de tensión del tipo, a carga constante o regulación con carga balasto, ya que es conveniente almacenar agua en la presa, que disipar energía en calor. Fig. 1 - Diagrama em bloque, sistema de telemando Como se aprecia en la fig.1; un sistema de accionamiento a distancia del tipo telemando, esta formado por los siguientes bloques: Operador, Circuito emisor o simplemente Emisor, Receptor, Nexo conector entre ambos denominado Vía de Transmisión y Proceso. En las PCH, el operador del telemando es generalmente el propietario del sistema. En tanto que en aprovechamiento comunitarios, es el vecino mas próximo la turbina. El proceso es el sistema compuesto por servomotor, la caja de reducción y el alabe regulador de la turbina. Las vías de transmisión y los circuitos emisores y receptores son propios de cada tipo de telemando implementado. La Necesidad del Telemando En los distintos microaprovechamientos hidráulicos en Misiones, la sala de máquina se encuentra distante del núcleo de pobladores beneficiado con la energía eléctrica generada por la central. En las PCH de Misiones, es común la desconexión de la turbina durante el día con el fin de almacenar agua, y poder turbinarla por la noche. Resulta entonces tedioso, tener que apersonarse a la casa de maquinas, cada vez que pretende conectar o desconectar la generación eléctrica. Especialmente si es de noche, con terreno accidentado y en plena selva misionera. Una posible solución al problema anterior, se puede encontrar en los sistemas de telemando. Telemando Telemando o telecomando, se puede definir como la técnica de gobernar el funcionamiento de un proceso a distancia. Esta definición incluye dos argumentos perfectamente diferenciados, por un lado el tema del control de procesos y por otro la intervención del parámetro distancia en el sistema a desarrollar (Galván 1981) . Fig. 2 - Croquis del grupo turbo generador Tipos de Telemando En función de la vía de transmisión, esto es, del medio que se utiliza para trasmitir físicamente la información a distancia, es posible clasificar los sistemas de telemando en: - Mecánicos. - Electrónicos o Electromecánicos. - Por onda portadora. - Vía radio frecuencia. - Mixtos En esta oportunidad se abordarán los telemandos Mecánicos, Electrónicos o Electromecánicos, y Por Artigo Técnico 20 onda portadora. Telemando Mecánico Los telemandos Mecánicos implementados en Misiones, utilizan un cable muy fino de acero que por medio de un torno a manivela con trinquete, permite la apertura y cierre del dispositivo de control mecánico del caudal turbinado (Barney 1984, p52). 1- Torno 2- Alambre fino de acero 3- Roldana 4- Palanca de regulación 5- Contrapeso 6- Caja de la turbina con el alabe regulador 7- Conducto de entrada Este tipo de telemando solo es aplicable para distancias no mayores a 150m. Pero no solo permite la apertura o cierre total del alabe regulador, sino que también posibilita la regulación manual de la tensión eléctrica generada, observando un voltímetro instalado al efecto en la casa del usuario. Conclusión La implementación de un sistema de telemando mecánico, es útil para pequeñas distancias y en aprovechamiento unipersonales. La ventaja radica, en la particularidad que tienen los sistemas mecánica, donde los mecanismos se “ven” no como en electrotecnia y electrónica donde se “intuyen”, lo que le permite al usuario generalmente un colono, reparar por si mismo el dispositivo. No obstante, es conveniente efectuar un estudio de costos frente a otro tipo de mando. Telemandos Electromecánicos Los telemandos que utilizan como vía de transmisión conductores eléctricos, por medio de los cuales se envían señales eléctricas, se pueden agrupar en los que denominaremos telemandos electromecánicos. Dentro del conjunto de telemandos electromecánicos (siempre hablando de los implementados en Misiones), se pueden dividir a su vez en dos. Los que tienen: La fuente de energía (batería) en la casa del usuario. Batería en la casa del usuario y en la sala de maquinas. Estos sistemas pueden o no contar con reguladores de frecuencia y tensión, para el control automático de la generación. El circuito ilustrado en la figura 5, adolece de un defecto: No dispone de sistema protector o indicador de fin de carrera. En el proceso de apertura, el usuario observa la tensión generada con la ayuda de un voltímetro, instalado junto al panel de mando, dejando de enviar la señal, cuando el instrumento indica que se ha llegado a la tensión nominal. Un inconveniente se presenta, cuando hay poca agua, ya que será necesario abrir mas el alabe regulador para llegar a la tensión deseada y puede que llegue al final del recorrido, sin haber alcanzado el valor nominal, comprometiendo el mecanismos de control. Por otra parte, en el caso de cierre, no se dispone de información de la posición del alabe regulador, ya que a determinada tensión el generador se desexcita y no presenta indicación alguna en el voltímetro de la vivienda. Esto puede ocasionar que el alabe no cierre bien y se pierda parte del fluido que se pretende almacenar. Las soluciones tradicionales con relé e interruptores de final de carrera, no son aplicables en este caso, por que significaría la instalación de un segundo acumulador en el cuarto de maquinas. Para solucionar este inconveniente, el autor diseñó en 1988, el circuito presentado en al fig.6, donde con la ayuda de dos finales de carrera y dos diodos, es posible comandar el sistema en forma confiable. En reemplazo de la llave con punto medio se puede usar un sistema con pulsadores como se ilustra en la fig.7, donde se ha utilizado solo pulsadores NA (normalmente abierto) que generalmente son mas económicos que los NC (Normalmente cerrado) y se ha incluido un fusible de protección para el caso que se accione por error el pulsador de abrir y el de cerrar a la vez. La implementación de este tipo de telemando esta limitado por la distancia a trasmitir y al tipo y sección del conductor a utilizar. Telemando con Batería en la Casa del Usuario Sistema sin Regulador Electrónico de Frecuencia y Tensión. El telemando electromecánico mas sencillo esta formado por una batería del tipo de automóvil de 12Vcc, ubicada en la casa del usuario, una llave inversora con punto medio y un voltímetro para el control de la tensión generada. Como elemento actuador se usa un servomotor también de 12Vcc con imanes permanentes, del tipo utilizados por la industria automotriz, por ej. en el mecanismo limpiaparabrisas. La ventaja principal de este tipo de este tipo de motor, se encuentra en la posibilidad de invertir fácilmente el sentido de giro, con solo conmutar la polaridad de la tensión aplicada en bornes. Fig. 6 - Circuito de limite de carrera Fig. 5 Sistema de Telemando Básico Fig. 7 - Sistema de telemando por pulsadores Artigo Técnico Sistema con Regulador Electrónico de Frecuencia y Tensión En el punto anterior se asumió que el sistema no poseía regulador de frecuencia y que la generación se efectuaba utilizando un motor conectado como generador asincrónico. En algunas de las PCH, instaladas en Misiones, se utiliza un regulador de frecuencia que acciona el servomotor de la turbina desde un transformador reductor conectado a la línea de tensión generada. La rectificación y control del servomecanismo se realiza actuando sobre sendos RCS (Rectificador de Silicio Controlado) o tiristores unidireccionales (ver fig. 8). Pero, para que el regulador de frecuencia actúe, debe existir tensión generada. Como en la sala de maquinas no hay acumulador disponible para el inicio de la generación, la maniobra de apertura se debe realizar desde la vivienda el usuario, hasta que la tensión generada alcance un valor tal que el regulador electrónico 21 en la casa del usuario, por que la caída de tensión en la línea de telemando hace inadmisible el control del servomotor desde la vivienda. En estos caso se utiliza un par de relevadores en la sala de maquina, alimentado por un acumulador también ubicado en la sala de maquinas y solamente el control de los relés se realiza desde la casa del usuario con la ayuda de una acumulador auxiliar. Como el consumo de la bobina del relé es mucho menor que el del servomotor, es posible comandar desde distancias importantes. Si la distancia es considerable o el conductor eléctrico del telemando es de pequeña sección y el acumulador auxiliar con su correspondiente cargador, representan un costo importante, es preferible utilizar el circuito de la fig. 10, donde en lugar de usar un acumulador de 12V del tipo automotriz, se utiliza una batería no recargable de 9V, del tipo «cuadrada», con un costo mucho menor. También la llave inversora utilizada en este caso es mas pequeña, ya que la corriente también lo es, lo que reduce aun mas la implementación del sistema. Fig.10 Transmisor y parte del receptor asuma el mando. Fig. 8 - Sistema de control por tiristores Fig. 9 - Sistema de control “Sensillus” En la fig. 9 se ilustra el sistema utilizado, denominado “Sensillus (Kurtz 1986b)”. Cuando llega señal desde la vivienda, ya sea de apertura o cierre, se energiza el relé K1, que conecta el servomotor directamente a la batería en la casa del usuario, desconectando en esta operación al regulador electrónico. Telemando con Batería en la Casa del Usuario y Sala de Maquinas Cuando la distancia es mayor a 500m, no es aplicable el sistema de telemando con acumulador Fig. 11 - Receptor en la sala de máquinas Funcionamiento Cuando desde la casa del usuario se selecciona la operación “abrir”, se ubica la llave selectora S1 en la parte inferior (ver fig.10), alimentando la línea de telemando con tensión positiva, en el conductor A-A y con tensión cero (-) en el conductor B-B desde la batería de 9V. Esto hace, que solo el LED (Diodo Emisor de Luz), del optoacoplador OP1 se polarice en directa, excitando el transistor Q1, que energiza el relé K1 (ver fig. 11). El relé K1 comanda los contactos K1.1 y K1.2, que alimentan al servomotor M, haciéndolo girar en el sentido que produzca la apertura del alabe regulador. Si llega al final del recorrido el contacto de final de carrera de apertura (FCA), desconecta el circuito, permitiendo solo la maniobra de cierre. Del mismo modo para la acción de cierre, se polariza en directa solamente OP2, que acciona por medio de Q2 el relé K2, cuyos contactos K2.1 y K2.2, accionan el servomotor en sentido inverso. Para este tipo de telemando basta usar como vía de conducción, un par telefónico aislado del tipo exterior con alambre tensor, sin la necesidad de utilizar aislador adicional. Conclusiones La implementación de un sistema de telemando electromecánico, es útil para mediana distancia, tanto para aprovechamiento unipersonales como comunitarios. La necesidad de un acumulador en sala de maquina para el telemando, no representa un problema adicional, ya que en aprovechamientos comunitarios, la utilización de reguladores automáticos de la tensión generada, es prácticamente indispensable. La mayoría del los reguladores electrónicos de tensión, necesitan una fuente auxiliar para su funcionamiento, que tranquilamente puede ser utilizada por el telemando. La distancia máxima de transmisión se puede optimizar ajustando el valor de los resistores R1 y R2 (ver fig. 10), la tensión de mando y seleccionado el optoacoplador. Artigo Técnico 22 A transposição de peixes através de elevadores com caminhões-tanque Paulo dos Santos Pompeu ([email protected]) UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais Carlos Barreira Martinez ([email protected]) CPH - Centro de Pesquisas Hidráulicas Av. Antônio Carlos, 6227 CEP: 31 270-901- Belo Horizonte - MG - Brasil Resumo A construção de mecanismos de transposição de peixes é uma das principais medidas adotadas atualmente para atenuar o impacto da construção de Hidrelétricas sobre a migração dos peixes. Na América do Sul, mais de 50 escadas para peixes encontram-se implantadas, sendo elevadores convencionais e eclusas menos comuns. Este trabalho tem como objetivo discutir o uso de mecanismos de transposição do tipo elevador com caminhão-tanque. Embora comuns na América do Norte, apenas recentemente este tipo de mecanismo tem sido proposto para empreendimentos no Brasil. Suas principais vantagens estão relacionadas à versatilidade em determinar os locais de captura e liberação dos peixes. Estas características fazem com que seu uso seja indicado em rios com reservatórios em cascata ou barramentos com trecho de vazão reduzida. Abstract The use of trapping and trucking elevator fishway. Successful design and operation of fish passage systems are important to protect fish communities from impacts of hydroelectric dams. In South America, more than 50 fishways were constructed. Most of these are of pool and weir type, while conventional elevators and locks are less used. This paper intends to discuss the use of trapping and trucking elevators. Extensively used in North America, this kind of fishway only recently has been proposed in Brazil. It has advantages related with versatility in establish the place of capture and releasing of the fishes. These characteristics can be useful for use in rivers with reservoirs in cascade, and barrages with reduced river flow. Introdução A reprodução representa um dos aspectos mais importantes da biologia de uma espécie, visto que de seu sucesso depende a manutenção a longo prazo de populações viáveis. Migração reprodutiva ou “piracema”, termo mais utilizado no Brasil, é um importante fator do ciclo reprodutivo de muitas espécies de peixes (Petrere, 1985; Welcomme, 1985). Nas últimas décadas, a intensificação do uso de cursos d’água pelo homem tem contribuído substancialmente com alterações que afetam adversamente este processo. Deste modo, em diversos rios tem sido detectada diminuição de estoques pesqueiros, atribuída, entre outros fatores, a falhas no recrutamento por interrupção da migração dos peixes (Godinho & Godinho, 1994). Entre os empreendimentos que afetam a migração, destacam-se as barragens, estando incluídas entre estas, as destinadas à formação de reservatórios de usinas hidrelétricas. Além de constituir uma barreira a migração dos peixes, a construção de represas hidrelétricas afeta diretamente as várzeas e lagoas marginais, uma vez que diminui o nível de flutuação das águas do rio (Bernacsek, 1984). Muitas alternativas para minimizar os efeitos adversos dos barramentos sobre a migração dos peixes têm sido propostas e implementadas. Entretanto, este é um processo complexo, que exige estratégias integradas entre diversas áreas e profissionais, em especial, biólogos e engenheiros. Entre as estratégias empregadas para eliminar o bloqueio exercido por barramentos na migração dos peixes, está a construção de mecanismos de transposição, que têm como objetivo principal permitir a transposição da barragem. A Legislação recente de alguns estados (p.e. Minas Gerais, 1997) tem tornado obrigatória sua construção em barragens, incluídas as destinadas à formação de reservatórios de Usinas Hidrelétricas. Este trabalho tem como objetivo apresentar alguns aspectos técnicos de um tipo de mecanismo de transposição de peixes ainda pouco utilizado no Brasil, o elevador com caminhão-tanque. Os diferentes tipos de mecanismos de transposição Estruturas para transposição de peixes têm uma história relativamente longa, com os mais antigos registros datando de mais de 300 anos atrás, na Europa. No Brasil estes têm sido objeto de atenção de técnicos e outras pessoas interessadas desde 1911, com a construção da primeira escada para peixes na barragem da Usina Itaipava, no rio Pardo, estado de São Paulo. Embora sejam conceitualmente simples, para se tornarem eficientes, os mecanismos de transposição devem ser projetados e operados levando em consideração diferentes aspectos do comportamento dos peixes, e não apenas aspectos de engenharia. Para qualquer um destes mecanismos, a capacidade dos peixes de transpor o obstáculo dependerá de diferentes aspectos hidráulicos. Entender o comportamento das espécies-alvo também é necessário para adequadamente projetar, localizar e operar uma passagem de peixe (Kynard 1993), comportamento este, ainda pouco conhecido para nossas espécies. Mecanismos de transposição de peixes são essencialmente um conduto de água através ou por volta de um obstáculo que dissipa a energia 3º Lugar hidráulica de maneira a permitir que o peixe possa subi-lo sem excessivo estresse (Clay, 1995). São considerados mecanismos de transposição de peixes as escadas e elevadores. A escada de peixe, o mecanismo de transposição mais popular e mais utilizado em todo o mundo, consiste em uma série de tanques em degraus comunicando o trecho de montante do obstáculo com o de jusante, com água passando de tanque para tanque (Clay, 1995). Os peixes sobem a escada pulando ou nadando através dos tanques. Elevadores de peixes são definidos como qualquer mecanismo mecânico capaz de transportar peixes para montante do obstáculo, como eclusas, tanques em trilho, caminhões-tanque ou cesta com cabo. De maneira geral, escadas têm sido construídas em barramentos de até 25 metros de altura. Para desníveis superiores eclusas e elevadores têm sido preferencialmente utilizados. Este fato está associado ao alto custo das escadas e o pouco conhecimento da capacidade física dos peixes em transpor desníveis elevados. Na América do Sul já existem mais de 50 escadas em operação, distribuídas pelas diversas bacias hidrográficas (Clay, 1995). Elevadores e eclusas são menos comuns, podendo ser citados os elevadores de Yacyretá, no rio Paraná, do tipo convencional, e as eclusas de Salto Grande, no rio Uruguay (Oldani et. al,1998). Embora ainda não sejam utilizados no Brasil, na América do Norte a maior parte dos elevadores tem operado com caminhões-tanque, tendo como alvo principal a transposição do salmão em barragens de grande altura (Clay, 1995). No entanto, esta situação deverá mudar, já que elevadores com caminhões-tanque têm sido propostos para inúmeros aproveitamentos hidrelétricos em processo de licenciamento ou implementação. O primeiro deles deverá entrar em operação no período de piracema de 2003/2004 na barragem da UHE Santa Clara, rio Mucuri. Os elevadores com caminhões-tanque O funcionamento de um elevador com caminhãotanque pode ser entendido através do detalhamento das diferentes etapas que caracterizam um ciclo de transposição (Figura 1): - As espécies migradoras são atraídas através de um fluxo de água para o interior do elevador; - Após entrar no elevador, um sistema de grades aprisiona os peixes em uma caçamba submersa; - A caçamba é içada e direcionada sobre um Artigo Técnico caminhão; - Os peixes são transferidos da caçamba para o caminhão tanque, que então os transporta até o local de liberação a montante. A maior vantagem de um sistema do tipo elevador com caminhão-tanque consiste na sua versatilidade com relação ao local de liberação dos indivíduos transpostos, o que o torna o torna o mecanismo mais indicado em algumas situações. Em rios com barramentos em cascata, o elevador com caminhão-tanque permite que os peixes sejam capturados junto a barragem do reservatório mais a jusante e transportados diretamente para o reservatório do aproveitamento mais a montante. Desta maneira, evita-se que sejam efetuadas sucessivas transposições, ou que sejam construídos diversos mecanismos. Considerando que nenhum sistema de transposição tem 100 % de eficiência, a diminuição do número de transposições em um determinado rio traz vantagens significativas para o rendimento do sistema como um todo. Figura 1. Principais componentes de um mecanismo de transposição do tipo elevador com caminhão-tanque 23 no prelo). Assim, além de promover a passagem de peixes adultos para montante, mecanismos de transposição também devem proporcionar seu retorno para jusante, juntamente com alevinos e jovens. Além disto, estes mecanismos só serão bem sucedidos se acompanhados de ações para a manutenção de remanescentes lóticos e planícies de inundação Bibliografia Bernacsek, G.M. 1984. Guidelines for dam design and operation to opitmize fish production in impounded river basins (based on a review of the ecological effects of large dams in Africa). CIFA Tech Pap, 11: 1-98. Clay, C. H. 1995. Design of Fishways and Other Fish Facilities. Second Edition, CRC Press, Boca Raton, Florida. 248p. Godinho, H. P. & Godinho, A.L. Ecology and conservation of fish in southeastern Brazilian river basins submitted to hydroelectric impoundments. Acta Limnologica Brasiliensia, 5:187-197, 1994. Godinho, A. L. & Pompeu, P. dos S. no prelo. O papel de córregos no ciclo de vida de peixes migradores do rio São Francisco In: Godinho H. P. & Godinho, A. L. Eds. Águas, peixes e pessoas no São Francisco das gerais. Belo Horizonte: SEGRAC. A maior flexibilidade do sistema também é o motivo pelo qual este tipo de mecanismo se aplica em barramentos que apresentam a casa de força distante da barragem. Quando a probabilidade de vertimentos é pequena mesmo nos períodos de maior precipitação, situação comum em inúmeras PCH’s, a eficiência de um mecanismo de transposição instalado junto à barragem fica comprometida, já que os peixes freqüentemente tem dificuldade em alcançá-lo. Nestes casos, o mecanismo do tipo elevador com caminhãotanque permite que os peixes sejam atraídos e capturados junto à casa de força, local onde geralmente são observadas concentrações dos cardumes, e transportados até o reservatório. De uma forma geral, quando comparados com escadas para peixes, os elevadores tradicionais também apresentam como vantagem a possibilidade de ajustamento do número e horário dos ciclos de transposição às ocasiões com maior afluxo de peixes, procedimento que, em alguns casos, pode significar considerável economia de água. Entretanto, este ajuste só pode ser obtido através do estudo detalhado do comportamento migrador da ictiofauna local. Os mecanismos do tipo elevador apresentam, no entanto, duas desvantagens com relação ás escadas para peixes, que são mais acentuadas no caso da utilização de caminhões-tanque. Este tipo de mecanismo apresenta custo de operação mais elevado, por demandar um maior número de operadores e manutenção de equipamentos mais complexa. Além disto, mecanismos desta natureza têm suscitado desconfiança por parte da sociedade com relação a efetividade de sua operação por parte do empreendedor. Considerações finais A implantação de mecanismos de transposição adaptados às nossas comunidades de peixes deverá constituir um importante passo para a conservação desta importante parcela de nossa biodiversidade. Neste contexto, é provável que para diversas situações elevadores do tipo caminhão-tanque constituam a melhor opção de transposição. No entanto, um desafio adicional para a manutenção da nossa comunidade de peixes é representado pelo fato de que nossas espécies de peixes migram várias vezes durante seu ciclo de vida (Godinho & Pompeu, Kynard, B. E. 1993. Anadromous fish behaviour important for fish passage. Canadian Technical Report of Fisheries and Aquatic Sciences, 1905: 95-104. Minas Gerais, 1997. Lei no. 12.488, de 09 de abril de 1997. Torna obrigatória a construção de escadas para peixes de piracema em barragem edificada no Estado. Minas Gerais, Órgão Oficial dos Poderes do Estado, Belo Horizonte, 10 de abril de 1997. Oldani, N; Baigún, C. & Delfino, R. 1998. Fishway performances in South American regulated rivers. In: Wetlands Engineering & River Restoration Conference. Denver, Colorado. Petrere Jr., M. 1985. Migraciones de peces de agua dulce en America Latina: algunos comentarios. COPESCAL Doc. Ocas., 1: 17p. Welcomme, R. L. 1985. River fisheries. FAO Fish. Tech. Pap., 262: 330p. Artigo Técnico 24 Procedimento de Otimização Energética de PCH’s José Roberto Campos da Veiga ([email protected]) Cooperativa de Engº Arqº e Técº Especializados Carlos Alberto Rocha Francisco Muccillo Programa de Pós-Graduação em Energia da USP Célio Bermann ([email protected]) Introdução O presente estudo visa desenvolver um método para avaliação de PCH’s com vistas à otimização do desempenho energético. O procedimento de avaliação proposto envolve as etapas de diagnóstico Estrutural, Hidráulico e Eletromecânico das Usinas, bem como os Ensaios de Rendimento, Análise da Operação e Manutenção dos Grupos Geradores. Esta proposta de avaliação foi adotada no Projeto “Desenvolvimento de Procedimentos de Otimização Energética de PCH’s com inserção no mercado de energia”, desenvolvido como Projeto de P&D Pesquisa e Desenvolvimento junto à ANEEL, para as empresas CPEE - Companhia Paulista de Energia Elétrica, CJE - Companhia Jaguari de Energia, CLFM - Companhia Luz e Força de Mococa, CSPE Companhia Sul Paulista de Energia, empresas pertencentes à CMS Energy. O projeto foi elaborado e desenvolvido pelo IEE-USP em parceria com a UNIFEI, e contou com a participação de técnicos da COOESA - Cooperativa de Engenheiros, Arquitetos e Técnicos Especializados. O escopo do estudo envolveu as seguintes etapas: - Análise de dados e documentos obtidos nos diagnóstico, análises e ensaios; - Determinação da nova potência de operação e sua otimização; - Indicação das características básicas preliminares e dos custos aproximados da reabilitação dos equipamentos principais; - Estudo econômico. A princípio os estudos de otimização foram desenvolvidos para orientar a empresa CMS Energy quanto à viabilidade da recuperação e repotenciação das PCH’s de seu parque gerador, determinando os índices de mérito destas obras. Conceito Há uma variedade de interpretações para o que significa repotenciar um empreendimento e seus equipamentos. A definição clássica de repotenciação considera todas obras que visem gerar ganho de potência e de rendimento. Conceitualmente, a repotenciação tem por objetivo aumentar a quantidade de energia elétrica (QE) produzida: QE = Potência Instalada X Fator de Capacidade X 8760 horas (1.1) Analisando a equação (1.1) de QE deduz-se que o objetivo pode ser atingido pelo aumento da potência instalada ou do fator de capacidade. A repotenciação de antigas usinas exige a realização de análises técnicas de alta precisão a fim de se conhecer, de forma criteriosa, a eficiência da geração energética e o estado de seus componentes mais importantes em relação a confiabilidade operacional esperada da usina. Os principais objetivos destes diagnósticos são a otimização da geração elétrica, a prevenção de paradas não programadas, a introdução oportuna de ações corretivas. Há, basicamente, quatro opções a serem consideradas após a avaliação do desempenho integrado de uma usina e de suas unidades separadamente. Estas opções são: • Desativação; • Reparo; • Reconstrução; • Reabilitação. As duas primeiras são auto-explicativas e representam inconstância na disponibilidade futura da máquina, isto é, baixa confiabilidade e baixo fator de capacidade, não justificando investimentos no empreendimento. A opção reconstrução envolve a construção de uma usina essencialmente nova, com a total substituição dos principais componentes e de estruturas importantes para a otimização do recurso. Esta opção é mais aplicada em pequenas centrais hidroelétricas (PCH’s) e em usinas termoelétricas (UTE’s). A opção reabilitação deve resultar em extensão da vida útil, melhoria do rendimento, incremento da confiabilidade, redução da manutenção e simplificação da operação. Esta opção é mais aplicada em grandes centrais hidroelétricas. A modernização está presente na reconstrução, na reabilitação de usinas, mas não chega a ser uma repotenciação. A modernização é a utilização de novas tecnologias na operação das usinas, automatizando, até mesmo tornandoas “desassistidas”, pela digitalização e informatização de seus controles e comandos. A obra de repotenciação viável é aquela cujo custo da energia produzida atinge valores menores que os de comercialização ou o valor normativo (VN). Desta forma, este custo passa a ser considerado um índice de sensibilidade para seleção dos melhores investimentos em repotenciação, isto é, um índice de atratividade. É necessário particularizar o custo da obra de repotenciação e o ganho de produção de energia para determinar a sua atratividade. Para isso, basta retirar do custo dos capitais não amortizados anteriormente, os custos de outras partes da obra que não de repotenciação e os custos administrativos da usina que continuam os mesmos, eventualmente até menores, para se obter o valor presente anualizado dos custos – LCC (life cycle cost). Usinas Analisadas Foi objeto do estudo 06 PCH’s que foram diagnosticadas e tiveram seus grupos geradores ensaiados: PCH Santa Alice (624 kW), PCH Pinheirinho (636 kW), PCH São Sebastião (592 kW), PCH São José (876 kW), PCH Turvinho (1.000 kW), PCH Lavrinha (332 kW). Origem do Problema Tratam-se de antigas usinas hidrelétricas cujas construções datam do início do século XX e passíveis de sofrerem obras de, no mínimo, repotenciação. Acrescenta-se que os grupos geradores destas usinas tiveram suas freqüências alteradas de 50 Hz para 60 Hz e conseqüentemente a rotação destas máquinas levando-as a perder mais rendimento na geração de energia. A possibilidade de reabilitação, que é uma obra que incorpora a repotenciação, também existe em alguns casos onde foram observadas reformas necessárias para aumentar a segurança das barragens ou de vazamentos em equipamentos hidromecânicos, reabilitações estas cujos custos podem ser amortizados com os ganhos de potência da repotenciação. Premissas da Análise Aumentar a potência das máquinas projetando a turbina na nova condição, ou aumentar o rendimento hidráulico, para valores pelo menos compatíveis com valores históricos da época de construção. Este projeto poderá implicar em reformas no Gerador, sendo a mais comum a isolação para classe F. - As vazões hidrológicas consideradas nesta análise são as médias mensais de longo termo, levando em consideração o fator de capacidade da usina em análise. - As grandezas hidráulicas, elétricas e mecânicas dos grupos em análise são aquelas obtidas dos ensaios de rendimento realizados nas PCH’s envolvidas. - A análise de custo benefício da suposta repotenciação tem como hipótese, para ganhos de rendimento, a referência de 80% para o valor final do rendimento global do Grupo, considerando aproximadamente 92% para o gerador e 87% para a turbina. Metodologia do Estudo de Otimização Tendo ensaiado os grupos geradores e analisado os dados e documentos existentes sobre os mesmos, inicia-se a determinação das novas potências de operação, conseqüência da otimização, para finalizar com avaliação dos índices de mérito. Foram elaboradas, para determinação dos Índices de Mérito da otimização das usinas, quatro planilhas de cálculo em Excel por usina, sendo; Base de Dados, Regime de Operação, Orçamento e Índices de Repotenciação. Planilha de Base de Dados A primeira planilha reúne os dados necessários das etapas anteriores, denomina-se “Base de Dados”, e é composta das seguintes informações: - Curva de Rendimento X Vazão e Curva de Rendimento X Potência dos ensaios de cada grupo gerador da usina; - Características técnicas das unidades geradoras originais, conforme projeto executivo, neste caso, Dados de Placa das Máquinas; - Dados técnicos históricos das usinas; Artigo Técnico 25 Estudos hidrológicos, com as séries hidrológicas atualizadas, trabalhando com as Vazões Médias Mensais de Longo Termo. O valor total do orçamento é exportado para a planilha “Índices de Repotenciação”. Planilha de Regime de Operação Índices da Repotenciação A planilha de cálculo seguinte, “Regime de Operação”, visa determinar o fator de capacidade de operação dos grupos geradores repotenciados e a “Base de Dados” fornece os insumos de entrada necessários. É composta pelas seções: Resultados dos Ensaios, Transposição dos Resultados, Grupos Repotenciados e Operação dos Grupos. Os Resultados dos Ensaios foram tomados dos ensaios de grupos para as diversas capacidades de operação das máquinas com a transposição dos resultados para a condição de queda nominal, trabalhando assim com a queda original como referência. Q1² / Q2² = H1 / H2 (2.1) A expressão (2.1) foi utilizada para cálculo da vazão na queda nominal tendo como dados os resultados dos ensaios. Tabela 1: Planilha “Regime de Operação”, 1ª parte - PCH Pinheirinho Os pontos de operação das máquinas são determinados em função das vazões médias mensais de longo termo, dos estudos hidrológicos. Tabela 2: “Planilha Regime de Operação”, 2ª parte PCH Pinheirinho Os pontos de operação das máquinas são determinados em função das vazões médias mensais de longo termo, dos estudos hidrológicos. Planilha de Orçamento A planilha “Orçamento” deve fornecer o preço da obra de cada uma das usinas, tanto de repotenciação como de reabilitação. Em nosso caso foram consideradas somente as obras de repotenciação. Basicamente os orçamentos envolveram os equipamentos de geração, turbina, gerador e transformadores, de acordo com as indicações dos estudos de diagnósticos. Os preços adotados, foram obtidos de orçamentos feitos no mercado, consultando as empresas Wirz, Möller e Hisa, quanto a turbinas, a Weg quanto a geradores, a Tusa quanto a transformadores. Também a própria CMS forneceu subsídios neste sentido. Conclusões Encontra-se na Planilha Resumo dos Estudos de Otimização das PCH’s – CMS Energy, as conclusões do presente estudo, onde se observa que é vantajosa a repotenciação de 5 das usinas aqui avaliadas. A usina São José não se apresentou viável pois, foi construída exageradamente super dimensionada, não operando no período de seca, assim como a usina Turvinho, que, no entanto, mesmo super dimensionada, apresentou ganho de energia suficiente para amortizar o custo de uma eventual obra de repotenciação. Vale observar na planilha o índice Custo da Energia o qual identifica as otimizações viáveis quando se encontra abaixo de R$ 67,00 / MWh. Pode ser determinada, ainda, uma escala de prioridade das obras de acordo com os demais índices como o Custo da Instalação e a TIR. Tabela 3: Resumo dos Estudos A planilha “Índices de Repotenciação” calcula os índices de mérito da obra e foi planejada na mesma seqüência dos Estudos Energéticos de Viabilidade de empreendimentos hidrelétricos: avaliação técnica, econômica e estudos de mercado. A) Avaliação Técnica: Onde se encontram os dados de entrada da máquina antiga e os dados técnicos da nova máquina ou de suas novas condições de operação. Em vermelho os valores a serem preenchidos. Os ganhos de energia e o ganho de capacidade são obtidos nesta seção dos cálculos. B) Avaliação Econômica: Onde se dá a entrada dos dados de custos da repotenciação, isto é, o orçamento da obra, o custo da indisponibilidade da maquina, o cronograma de investimentos, e os juros da obra. São obtidos os índices de sensibilidade, isto é, Custo da Geração em R$ /MWh e o Custo da Instalação em R$ / kW. Salienta-se que estes índices correspondem ao acréscimo de energia da repotenciação. C) Oportunidades no Mercado de Energia: Onde se calcula o tempo de amortização do capital investido para cada tipo de negócio e a correspondente Taxa Interna de Retorno (TIR). Nesta planilha estes cálculos estão executados para períodos de 5 anos. Nos estudos, considerou-se uma taxa de desconto anual de 15% e amortização em 5 anos, conforme tem sido praticado pelos investidores. As condições e taxas de financiamento adotadas correspondem às utilizadas pelo BNDES: TJLP de 10%, spread de 3% e carência de 6 meses depois do início da geração. Os estudos permitiram a obtenção de indicadores importantes como o índice de “Ganho Energético da Repotenciação”, o “Ganho Real de Potência” e os tempos de amortização do capital investido e as respectivas Taxas Internas de Retorno (TIR) possibilitando a tomada da decisão esperada. Referências Bibliográficas - Avruch, M. – “Velhas Usinas com Energia Nova” Jornal do Brasil, 22/10/97. - Banco Mundial - A Função do Banco Mundial no Setor da Eletricidade, 1993. - Moore, T. – “Repowering as a Competitive Strategy”. EPRI Journal, set./1995. - Ramos, D.S.; Mazzon, J.G.; Chaves, J.R.A. – “Repotenciação de Usinas: Nova Opção para Expansão da Oferta a Custo Reduzido” - Eletricidade Moderna, set./1995. - Ramos, D.S.; Borelli, A. B.; Jucá, A.S.; Paula, C.P.; Pellegrini. M.C. – “Encargos de Capacidade” – PEA – USP, 2001. - Veiga, J.R.C. – “Oportunidades de negócio com a repotenciação de usinas: aspectos técnicos, econômicos e ambientais” - Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Energia da USP, março/2002. - Management Report –“How Old are US Utility Power Plants?”- Electrical World, junho/1985. - Industry News-“Competition Experiment Continues in Southwest” Electrical World, fevereiro/1985. - “The Growing Role of Reliability” - Electrical World, outubro/1981. - “The world major dams and hydro plants” – International Water Power & Dam ConstructionElectrical World Yearbook, 1997. - “Energia Rápida e Barata” – Brasil Energia nº 240; - “Empresas Alegam Falta de Regras” – Brasil Energia n° 240. Artigo Técnico 26 Aspectos Econômicos e Financeiros; Geração e Meio Ambiente: Critérios para Economia de Energia Elétrica em Agricultura Irrigada do Vale do Paraíba Profª.Drª. Nanci Tieko Soma(1) Profº.Michel José Elias Junior(2) Engº. Christian Kather(3) Leonel Pio Ortiz(4) Objetivo O objetivo dessa pesquisa é buscar a racionalização de demanda da energia elétrica com melhor aproveitamento dos recursos hídricos disponíveis, tornando o processo economicamente viável, com isso, fomentando o retorno ao plantio de culturas pelos antigos produtores. Nessa pesquisa, estudaremos o custo do arroz irrigado por inundação, cultura mais significativa da região do Vale do Paraíba, que ultimamente teve reduzida sua área de cultivo, principalmente pelo alto custo de energia elétrica e da aquisição dos insumos para a execução do plantio. A área de várzea cultivável dos Polders é aproximadamente de 47 mil ha , sendo utilizados nesses últimos 5 anos, apenas 15 mil ha para cultivo. O plantio da cultura irrigada nessa região foi introduzida pelos Frades Trapistas no município de Tremembé no final do século XVIII, e no decorrer dos anos, tornou-se popular devido ao fato das várzeas do Rio Paraíba possuírem bom desenvolvimento para a rizicultura, especialmente com relação à: a) abundância de água com boa qualidade; b) topografia propícia; c) solo fértil; d) mão de obra fácil; etc. O que se deseja diminuir são os custos de demanda na energia elétrica sem perdas de qualidade e produtividade. UNITAU Directory of the of the Basin of Paraíba and North Coast of the Electric power Waters Department – DAEE os agricultores da região e um valor que seja significativo. A demanda contratual deverá ser aquela que satisfaça toda a parte eletro-mecânica da Casa de Bombas. A demanda desejada será considerada aquela utilizada no período fora das 17:00~20:00 h., onde o desconto para tarifa de pico é maior. Resultados Os resultados demostram que existe uma grande economia tanto de energia elétrica quanto água. Estamos trabalhando para conscientizar os agricultores a operarem com a técnica proposta, sem perda de qualidade do produto, ou seja, utilizando as bombas alternadamente, no abastecimento dos usuários tanto de montante quanto à jusante. O DAEE paga a energia elétrica que é depois repassada para os agricultores da região de acordo com a área cultivada. No caso da Casa de Bombas Nº.1 do Polder IV temos o seguinte gráfico: Método Para alcançarmos esse objetivo, escolhemos a área de cultivo de Pindamonhangaba, protegida e planejada para atender as áreas do Polders IV, Casa de Bombas nº. 1 que abriga 4 conjuntos de moto bombas de 125 HP, e adução que abriga 4 conjuntos de moto bombas de 40 HP para irrigação. O cultivo predominante dessa região é o arroz inundado, cujo ciclo inicia em setembro / outubro e vai até dezembro / janeiro. Estudaremos os custos de demanda contratual e o consumo faturado para verificarmos os valores ideais, com o intuito em assegurar a energia para Conclusão A concessionária, fatura a energia elétrica através da demanda disponível ou contratada mais o consumo efetivo. A demanda disponível ou contratada é variável de Casa de Bombas para Casa de Bombas, sendo que o valor de ultrapassagem possui uma tolerância de 10% do valor contratado. Conclui-se que somente nos meses críticos, ou seja nos períodos de maior utilização das bombas, o consumo é muito alto, o que faz com que a economia feita durante os outros meses anule esses valores de utilização. O DAEE está trabalhando junto com os membros da comunidade do Polder Pindamonhangaba IV para que obedeçam a programação de utilização fora do período de pico durante os meses de setembro até dezembro. Atingindo essa meta, a economia será de aproximadamente 3 vezes menos o valor cobrado, pois caso haja ultrapassagem dos 10% de tolerância, na tarifa convencional, o valor total faturado é o de 3 vezes o valor real. Artigo Técnico 27 Foto 1 - Funcionamento parcial do conjunto de moto-bombas do Polder Pinda IV - na CB1 Foto 2 - Vista Lateral do Canal Elevado no Polder Pinda IV - CB1 Foto 4 - Pivo Central no Polder Pindamonhangaba IV Foto 3 - Canal de Derivação no Polder Pinda IV Referências Bibliográficas Borenstein, C. R., O setor elétrico no Brasil :dos desafios do passado às alternativas do futuro, 1a edição. Imprenta Porto Alegre : Sagra Luzzatto Editores, 1997. Descr Fís 318 p. Braz, J., O racionamento e a oportunidade de racionalização do uso da energia elétrica :a experiência da UMC, Imprenta São Paulo, 2002, 122p. Correia, S. P.S.,O novo modelo tarifário baseado no conceito de custos marginais em desenvolvimento para o setor elétrico brasileiro. 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Autores 1 - Engenheira do Departamento de Águas Energia Elétrica – DAEE e, Professora Colaboradora Adjunta do Departamento de Ciências Agrárias de Taubaté – UNITAU. 2 - Diretor da Bacia do Paraíba e Litoral Norte do Departamento de Águas Energia Elétrica – DAEE e, Professora Colaboradora Adjunta do Departamento de Engenharia Civil de Taubaté – UNITAU. 3 - Engenheiro Agrônomo, mestrando no Programa de Ciências Ambientais UNITAU. Assistente da Diretoria da da Bacia do Paraíba e Litoral Norte do Departamento de Águas Energia Elétrica – DAEE. UNITAU Directory of the of the Basin of Paraíba and North Coast of the Electric power Waters Department – DAEE Artigo Técnico 28 Telemando por Onda Portadora Victor Hugo Kurtz ([email protected]) Introducción Universidad Nacional de Misiones Esta técnica consiste en trasmitir un numero ilimitado de señales codificadas, a través de la red eléctrica existente, utilizándola como soporte de la transmisión (vía de transmisión). Al sistema que utiliza los mismos conductores que transportan energía eléctrica para llevar además las señales de control, se le llama normalmente, control por onda portadora (Cunningham 1981). Las señales de control, también denominadas tonos, modulan una onda portadora de radio frecuencia, que se inyecta a la red de energía; PL (Power Line), actuando como transmisor. Mientras que en el punto de control se utiliza un receptor y un demodulador para recuperar la señal enviada. En algunos casos donde solo se pretende enviar el comando para una sola acción, por ejemplo la de “abrir”, basta con generar solamente la portadora por un tiempo determinado, sin la modulación por tono. Figura 12 - Sistema de Telemando por Onda Portadora Selección de la Frecuencia de Transmisión La línea de transmisión de energía eléctrica PL, no esta diseñada para transportar señales de RF (Radio Frecuencia), ya que se encuentra formada por un conjunto de resistencias y reactancias, distribuidas en serie y paralelo a los largo de esta, que dificultan el normal desplazamiento de la señal de RF. Este problemas puede ser superado seleccionado convenientemente la frecuencia adecuada para la onda portadora. Frecuencia de la portadora Debido al hecho de que las características de las líneas eléctricas no son exactamente las misma, es imposible especificar una única frecuencia que sea optima en todos casos. Existen, no obstante, algunas consideraciones que simplificaran considerablemente la selección de una frecuencia, que hará trabajar adecuadamente al sistema de onda portadora en un caso particular. Con el fin de evitar importantes variaciones de la señal portadora, debido al efecto de las ondas estacionarias, hay que seleccionar una frecuencia baja en donde el efecto de la longitud de línea sea insignificante. En general, el mayor trayecto del sistema de onda portadora, no deberá se mas que un 10% aproximadamente, de la longitud de la onda de la frecuencia de trabajo. La mayoría de los sistemas de onda portadora, trabajan a frecuencia por debajo de la banda estándar de radiodifusión. Son normales frecuencias entre 60 y 180 kHz (Para el sistema de trasmisión de datos por la red eléctrica, se ha fijado recientemente para Europa, la banda de 125 a 140 kHz, para aplicaciones tipo “consumers”. Norma EN 50.065-1) Frecuencia de la Señal Modulante Así como la elección de la frecuencia de la portadora es importante, también lo es la selección de la frecuencia de la onda modulante o moduladora. Una regla fundamental para la elección de las frecuencias de tono, es evitar la frecuencia de la red eléctrica 50 o 60 Hz y sus armónicos. Cuando el sistema lo justifique, una elección ideal de las frecuencias de la señal de control, es utilizar tonos del tipo DTMF (Dual Tone Multi Frecuency), ya que estas frecuencias fueron elegidas de manera que no coincidan con la frecuencia de la línea de alimentación o con sus armónicos. Además, el hecho de que cada dígito esté representado por dos tonos simultáneos, supone que aún cuando una señal espuria coincidiera con uno de los tonos, no sería causa de confusión, debido a que ambos tonos tienen que estar presente a la vez para hacer funcionar el sistema. Un Sistema Implementado El sistema de telemando por onda portadora propuesto, consta de dos partes: Un transmisor en la casa del usuario y un receptor en la sala de maquinas. El transmisor está compuesto por un circuito oscilador de alta frecuencia modulado por uno de baja frecuencia. La señal generada se inyecta a la línea por medio de dos capacitores de acoplamiento (Ver fig.13). Figura 13 - Transmisor de Telemando por Onda Portadora Artigo Técnico 29 Mientras que el receptor está formado por tres bloques: Un circuito detector, un monoestable y un relé, acoplados a la red, por medio de un par de capacitores como en el circuito transmisor (ver fig.14). Frecuencia central de decodificado Figura 14 - Receptor de Telemando por Onda Portadora El circuito oscilador de baja frecuencia trabaja en aproximadamente 3kHz., mientras que el de alta en 100kHz. Para casos donde solo se pretende enviar una sola señal, hay que acondicionar al receptor con un multivibrador biestables (flip-flop), para que interprete que un tren de pulsos es para abrir, mientras que el siguiente es para cerrar. En la PCH del Salto Pereyra en el Pueblo Ilia en Misiones, se utilizó para el transmisor, un oscilador de 100kHz, generado por un circuito integrado LM555, en configuración multivibrador astable y otro LM555, en configuración monoestable (ver fig. 19). La onda de salida del transmisor, se muestra en la fig.15. Si bien la forma de onda es rectangular no afecta el buen desempeño del sistema Ancho de banda, en % de f0 Donde: T = Tb + Ta Tb = 0,.7 R5 C5 Ta = 0,7 (R5 +R6+P) C5 Para el calculo se ha tomado la relación Tb = 1/3 T. Figura 15 - Forma de Onda del Transmisor Funcionamiento Cuando el usuario acciona el pulsador P1, dispara el multivibrador monoestable, que por un tiempo t1 de aproximadamente 10 s, hace funcionar el oscilador astable que genera la portadora, por el tiempo t1 El periodo de funcionamiento del monoestable se calcula usando la expresión: T = 1,1 R3 C3 El receptor por lo tanto reconoce la señal por su frecuencia y por la duración del pulso. Ante la ausencia de cualquiera de las dos condiciones no produce acción alguna (Anocibar 1997). Con el fin de evitar tener que identificar la “fase” de la línea trifásica por donde será enviada la señal de mando, se implemento el circuito de la fig. 17, donde se conecta el receptor a la línea por medio de tres capacitores, uno por cada fase y uno más para el neutro. En el aprovechamiento del Salto Pereyra, se implementó una línea de transmisión de energía en 13,2kV, desde la presa al centro de consumo, mientras que del generador hasta la presa, en 380V. La etapa de potencia está formada por un par de transistores en configuración Darlington, que se vinculan a la red por medio de un trasformador toroidal de ferrite y dos capacitores de acoplamiento. Receptor El corazón del receptor esta formado por un circuito integrado LM567, en configuración decodificador de tonos. Que detecta la señal de la onda portadora y excita un multivibrador monoestable que a su vez, acciona el sistema de arranque y/o parada de la hidrogeneración. La frecuencia central de codificado, del LM567, esta dada por la ecuación: Figura 16 - Circuito Detector de Tonos Figura 17 Artigo Técnico 30 Figura 18 - Sistema implementado en el aprovechamiento del Salto Pereyra Como la señal de la onda portadora, presenta gran dificultad de salvar un transformador de potencia, máxime si se encuentra conectado en configuración estrella-triángulo y los capacitores de acoplamiento para el telemando en media tensión, son costosos. Se optó por el agregado de un conductor mas, que junto con el neutro portante se utilizó como vía de transmisión en el tramo de media tensión de aproximadamente 3500m. Mientras que desde la turbina hasta el transformador se usa la propia línea de potencia. El acoplamiento entre la línea de potencia que viene desde la microturbina, con el con el hilo adicional, se realizó por medio de un capacitor en las inmediaciones del transformador. Conclusiones El sistema de telemando por onda portadora, se presenta como una alternativa técnica y económica interesante, por que permite la transmisión de datos en forma relativamente sencilla y utilizando el mismo conductor de energía eléctrica o un simple par telefónico que no implica erogación importante. Figura 19 Circuito Transmisor de Onda Portadora Figura 20 - Receptor de Telemando Circuito Detector de Tonos Figura 21 - Receptor de Telemando Circuito Detector y Biestable Si se trasmite datos con la técnica DTMF, es posible enviar distintas ordenes, por el mismo par, no solo la de abrir y cerrar. Por otra parte, usando un transmisor y receptor en sentido contrario, es posible disponer información a distancia de lo que ocurre con el sistema en la casa de máquinas. Conclusion Final Los circuitos para telemando presentados en esta oportunidad, no son todos los que se han experimentado e implementados, ni los únicos que existen. Cada proyectista podrá recrear, modificar o mejorar, estos sistemas para una aplicación en particular. Reconocimiento A mi colega y amigo: Héctor Rolando Anocibar, con quien desarrollé el sistema de telemando por onda portadora, presentado en esta oportunidad. Bibliografia Barney, Erik - APROVECHAMIENTO HIDROENERGETICOS CON MICROTURBINA - Fac. de Ing. Universidad Nacional de Misiones - UNaM. 1984.Meir - Detti - ELECTRONICS LOAD CONTROL FOR MICRO HYDROPOWER PLANTS - SKAT St. Gallen - Zwitzerland. Anocibar, Héctor Rolando - REGULADOR DE TENSION Y FRECUENCIA - VII Encuentro Latinoamericano en Pequeños Aprovechamientos Hidroenergeticos, Cajamaraca- Perú, 1997. Pag. 148. Caballero, A. L. y Feltan, C. M. - EL PROBLEMA DE LA REGULACIÓN DE VOLTAGE Y FRECUENCIA EN LAS PEQUEÑAS CENTRALES HIDROELECTRICAS - IX ELPAH - Encuentro Latinoamericano y del Caribe, Sobre Pequeños Aprovechamiento Hidroenergéticos, Neuquen 2001.Kurtz, Victor Hugo - AUTOMATISMOS PARA PEQUEÑAS CENTRALES HIDROELECTRICAS Sistema de Telemando por Onda Portadora - Fac. de Ing. - Universidad Nacional de Misiones - UNaM. Dic. 1985.J. Sen y Ma Puentes - MICROTURBINAS: La alternativa Apropiada - CREDMHI -Fac. de Ing. Universidad Nacional de Misiones - UNaM. Marzo 1986.Kurtz, Victor Hugo - AUTOMATISMOS PARA PEQUEÑAS CENTRALES HIDROELECTRICAS Comp. De la línea de Telemando del Proyecto Pereyra - Fac. de Ing. - Universidad Nacional de Misiones - UNaM. Marzo. 1986.Kurtz, Victor Hugo - LA ELECTRÓNICA EN LA PRODUCCION DE ENERGIA ALTERNATIVA Telemando «Diabolicus 1» 31/5/84 , Telemando «Sensillus 1» 7/6/84 - Fac. de Ing. - Universidad Nacional de Misiones - UNaM. Marzo. 1986.Cunningham, John E. - CONTROL REMOTO Y AUTOMATIZACIÓN - Edit Paraninfo S.A. - Madrid 1981 ESTACIONES DE TRANSFORMACIÓN Y DISTRIBUCION. Protecciones de Sistemas Eléctricos. Enciclopedia CEAC de Electricidad. Madrid - 1993.Galván Ruiz, J. - TELEMANDO Y TELEMETRIA. Aplicaciones Industriales - Electrónica y Automática Industrilaes II - Edit Marcombo - Barcelona - 1981. Ramesh Sivakolundu, COP800 BASED AUTOMATED, SECURITY/MONITORING SYSTEM - National Semiconductor - Application Note 662 March 1991. LM567/LM567C -Tone Decoder - - National Semiconductor - Data Sheets - May. 1999. Kurtz, Victor Hugo - AQUANIVEL - Sistema de Control por Nivel de Agua Embalsada - IX ELPAH Encuentro Latinoamericano y del Caribe, Sobre Pequeños Aprovechamiento Hidroenergéticos, Neuquen 2001. Bibliografia Complementaria Muñoz, H. E. y Caballero, A. L. CONTROL AUTOMATICO A DISTANCIA DE PEQUEÑAS CENTRALES HIDROELECTRICAS - Fac. de Ing. Universidad Nacional de Misiones - UNaM. Marzo. 1998.Muñoz, H. E. y Caballero, A. L. CONTROL AUTOMATICO A DISTANCIA DE PEQUEÑAS CENTRALES HIDROELECTRICAS - Fac. de Ing. Universidad Nacional de Misiones - UNaM. Marzo. 1998.Plan sectorial hidroeléctrico das Concas de GaliciaCosta - Consellería de Política Territorial, Obras Públicas e Vivenda. Augas de Galicia 81. Sánchez, T. , Rodríguez L. EXPERIENCIAS EN INGENIERÍA DE BAJO COSTO PARA MICROCENTRALES HIDROELÉCTRICAS EN EL PERÚ - Programa de Energía ITDG-Perú - Revista Hidrored. Microcentrais 32 “Não se pode pensar só no grande” Fabiana Gama Viana Colaboração: Prof. Dr. Augusto N. Carvalho Viana (UNIFEI – Itajubá) A criação do Programa de Incentivo a Fontes Alternativas (PROINFA) foi uma injeção de ânimo para os investidores em fontes renováveis de energia, apesar das incertezas que circundam o programa. Este, criado para incentivar a geração de energia a partir de PCHs (1MW a 30MW), biomassa e energia eólica, desde que estejam no sistema interligado, não inclui as microcentrais hidrelétricas, com potência abaixo de 1MW. “Não tenho assistido até agora algum incentivo às microcentrais”, desabafa o engenheiro Karl Rischbieter, estudioso e entusiasta da área de microcentrais hidrelétricas. No Século XIX, o setor energético no Brasil foi marcado pela presença de micro e pequenas centrais hidrelétricas, pois os altos custos inviabilizaram a implantação de grandes empreendimentos energéticos. Nesse período, as microcentrais e as PCHs foram utilizadas para atender a demanda de pequenas indústrias, em especial as têxteis, da mineração e para o crescimento de pequenos vilarejos. Dessa forma, até a década de 1950, o Brasil apoiou sua eletrificação em micro, pequenas e médias centrais hidrelétricas que, na época, pertenciam ou à iniciativa privada ou ao município. O Século XX assistiu à implantação de grandes centrais geradoras. O desenvolvimento econômico brasileiro, evidenciado pela Segunda Guerra Mundial, e o aumento da demanda por megawatts exigiram a expansão dos grandes aproveitamentos interligados. Dessa forma, o governo partiu para a criação de empresas estatais, deixando as microcentrais e PCHs à margem do parque gerador nacional. O Brasil, na década de 1990, passou por profundas transformações no setor elétrico. Foi implantada a livre concorrência para promover a eficiência no setor; uma regulação e fiscalização, em busca da transparência para atrair o capital privado; além da privatização das concessionárias estatais como condição necessária à alocação de recursos; a criação de um programa de termelétricas (PPT) e a implantação do Mercado Atacadista de Energia (MAE). No entanto, esse novo modelo não chegou a ser totalmente implantado, pois o processo de privatização, da mesma forma que o PPT, não foi concluído, e o MAE não funcionou. Além disso, permanecem as incertezas regulatórias, o que desestimula o investimento privado. Em 2001, o país enfrentou uma crise de desabastecimento de energia que deixou à mostra todas as fraquezas do setor. O racionamento de energia fez ressurgir a importância das microcentrais e das PCHs para o parque gerador nacional. Hoje no Brasil, as microcentrais encontramse predominantemente no setor rural e em comunidades isoladas. Estima-se que haja no país mais de 1000 microcentrais com potências médias de 300 kW. Em entrevista ao PCH Notícias & SHP News, Karl Rischbieter fala sobre a falta de incentivo às microcentrais, o mercado e a necessidade de o governo investir nesse tipo de geração de energia. PCH Notícias & SHP News - O Programa de Incentivo a Fontes Alternativas (PROINFA), regulamentado em 24 de Dezembro de 2002 através do Decreto nº 4541, foi criado para incentivar a geração de energia através de PCHs (de 1MW até 30MW), biomassa e energia eólica por meio da contratação de 3,3 mil MW pela Eletrobrás, desde que essas fontes estejam no sistema interligado. As microcentrais hidrelétricas com potência abaixo de 1MW não foram incluídas no programa. Não houve um desapontamento por parte dos empreendedores em microcentrais hidrelétricas por eles terem ficado de fora do PROINFA? Rischbieter - Eu acredito que sim. E este é um assunto que precisa ser corrigido. Eu fiz esta pergunta às representantes do PROINFA [Renata Falcão (Eletrobrás) e Laura Porto Karl Rischbieter (MME)] que estiveram presentes neste encontro [X ELPAH – X Encontro Latinoenergético? Americano e do Caribe em Pequenos Rischbieter - É tudo importante. É importante a Aproveitamentos Hidroenergéticos, realizado de 4 percepção que devemos mais e mais trabalhar com a 8 de Maio de 2003, em Poços de Caldas (MG), energias renováveis. E essas microcentrais se Brasil], e elas sinalizaram que poderá haver uma constituem em um sistema de produção de energia solução para isso. O que seria muito bom se renovável excelente. Mas falta também a percepção houvesse, contemplando também o pequeno. Não e a divulgação de utilização, como na Europa, de se pode pensar só no grande. máquinas simples, de simples motores para a PCH Notícias & SHP News - Atualmente, há geração de energia elétrica nas microcentrais. incentivos para as centrais hidrelétricas com PCH Notícias & SHP News - Como está o potência abaixo de 1MW? mercado para os investidores em microcentrais? Rischbieter - Desconheço que haja algum Rischbieter - Esta ainda é a grande dúvida. A incentivo. Acredito que, no futuro, deva surgir algo Europa criou um mercado que considera a energia através da Eletrobrás ou mesmo do Ministério das renovável importante. Existem mecanismos, Minas e Energia. Mas não temos assistido até agora legislação pertinente. O Brasil teria que fazer algum tipo de incentivo. alguma coisa nesse sentido, para incentivar através PCH Notícias & SHP News - Por que não há da garantia de venda da energia das microcentrais incentivos? O governo e as empresas do setor, até para a rede. Algo que fosse compulsório. mesmo as empresas de equipamentos não dão PCH Notícias & SHP News - Há no Brasil importância às microcentrais? legislação que trate das microcentrais hidrelétricas? Rischbieter - Eu acredito que o Brasil tenha tantos Rischbieter - Eu desconheço completamente que problemas a resolver nos setores econômico, haja uma legislação. Esta talvez não seja nem político e social, que o governo aborda primeiro necessária, porque, quando existe, às vezes esses grandes problemas. E a microcentral ainda atrapalha. O que existe é a pouca divulgação de não pesa no contexto nacional de geração de tecnologias baratas que cheguem ao futuro usuário, energia. Apesar de eu considerar que a micro seria a quem queira construir uma microcentral. uma grande oportunidade para criar empregos. PCH Notícias & SHP News - Historicamente, no Mas não chegou ainda no governo esta percepção. Brasil, ainda não houve nenhum incentivo às Eu acredito que há necessidade de uma decisão microcentrais? política em torno do assunto. Rischbieter - Desconheço. Essa é uma decisão PCH Notícias & SHP News - Mesmo que os política nos escalões superiores. Os políticos devem grandes problemas tenham que ser resolvidos, as ter percepção de que isto é importante, é necessário microcentrais não têm importância para o setor para o Brasil. Micro-Hydroelectric Plants 33 “One cannot just think about big things” Trad. Adriana Candal Collaboration: Prof. Dr. Augusto N. Carvalho Viana (UNIFEI – Itajubá) the Ministry of Mines and Energy. But, so far, The creation of a program to encourage In 2001, the country faced an energy we haven’t seen any kind of incentive. the use of alternative sources of energy – shortage crisis disclosing all the weaknesses of PROINFA – was an injection of excitement for PCH Notícias & SHP News – Why aren’t the sector. The energy rationing plan made the there incentives? Don’t the government or the those who invest in renewable sources of energy, micro-plants and SHPs be seen as important companies of the sector, or even the equipment in spite of the uncertainties surrounding it. The parts of the national generating system. Today, program, which was created manufacturers care about micro-plants? in Brazil, the microRischbieter – I think that Brazil has so to encourage the generation of plants are found many problems to solve within the economic, energy out of SHPs (1MW predominantly in “I believe that, in the future, 30MW), biomass and wind, political and social sectors that the government the rural sector and something must appear through approaches these big problems first, and microonce they are part of the in isolated Eletrobrás or the Ministry of plants are not important in the national context interconnected system, does communities. It is not includes microof energy generation. Although I consider the estimated that there Mines and Energy. But, so far, micro-plants as a good opportunity for creating hydroelectric plants are more than 1000 we haven’t seen any kind of job, the government has not reached this presenting less than 1MW of micro-plants with incentive.” power. “I haven’t seen any perception yet. I think that this issue needs a 300 kW of average political decision. encouragement towards power in the PCH Notícias & SHP News – Even though micro-plants so far,” country. complains Karl Rischbieter, engineer who the complex problems must be solved, aren’t the In an interview for the PCH Notícias & micro-plants important for the energy sector? studies and cherishes micro-hydroelectric SHP News, Karl Rischbieter talks about the lack Rischbieter – Everything is important. The plants. of encouragement towards micro-plants, the In the 19th Century, the energy sector in perception that we need to work with renewable market and the need for the government to invest energy is important. These micro-plants are an in this kind of energy generation. Brazil was marked by the presence of micro- and excellent renewable source production system. PCH Notícias & SHP News – PROINFA small hydropower plants, for the high cost made the implementation of large energy enterprises But, there is also a lack of perception and (a program to encourage the use of alternative divulgence about how to use simple machines sources of energy), regulated on December 24th, unfeasible. At that period, the micro-plants and and simple engines for the generation of electric the SHPs were used to meet the demand of small 2002 through Decree nº 4541, was created to industries, especially those of the textile sector, energy in micro-plants. encourage energy generation out of SHPs (1MW mining and small villages. This way, until the PCH Notícias & SHP News – What is the - 30MW), biomass and wind by means of a 3.3 market like for those who invest in micro-plants? 50s, Brazil’s electrification relied on micro, thousand MW that would be purchased by small and medium sized hydroelectric plants, Rischbieter – This is our doubt. Europe has Eletrobrás. However, these sources must be part which belonged to the towns or private created a market that considers renewable of the interconnected system. Micro-plants with energy to be important. There are mechanisms businessmen. less than 1MW of power were not included in The 20 th Century watched the and an appropriate legislation. Brazil would the program. Were the micro-plant investors implementation of large generating plants. The have to do something in this sense to encourage disappointed at not being able to participate in micro-plants by ensuring the sale of their energy PROINFA? Brazilian economic development, reinforced by the Second World War, and the increasingly need to the grid; something that is compulsory. Rischbieter – I think so. And this is an for megawatts demanded the expansion of large PCH Notícias & SHP News – Is there, here problem that needs to be corrected. I asked in Brazil, a legislation that P R O I N FA ’ S interconnected enterprises. This way, the government began to create state-owned deals with micro-plants? re p re s e n t a t i v e s companies, leaving the micro and the SHPs Rischbieter – I don’t think [Renata Falcão such legislation exists. (Eletrobrás) and aside from the national generating system. “I don’t think such legislation In the 90s, the country underwent profound Perhaps, it just may not be Laura Porto exists. Perhaps, it just may not transformation within the electric sector. Several necessary, for when the (MME)] this be necessary, for when the legislation does exist, question and they things were implemented, for example: free legislation does exist, sometimes sometimes it makes things competition to promote the efficiency in the said that there it makes things worse.” sector; a regulation and inspection searching worse. The fact is that there is might be a solution little divulgence about cheap for it. If this were for transparency in order to attract private capital; the privatization of state-owned utilities technologies that can possible, it would was a necessary condition for allocating effectively reach the users, the be very good to ones who want to build a micro-plant. look at the small ones. One cannot just think resources; the creation of a program for Thermal power plants (PPT); and the Wholesale Energy PCH Notícias & SHP News – Historically about big things. Market (MAE). However, this new model wasn’t speaking, have there ever been any kind of PCH Notícias & SHP News – Nowadays, incentive towards micro-plants in Brazil? are there incentives for hydropower plants with completely implemented, for the privatization process and the PPT were not concluded, and Rischbieter – Not that I know of. This is a less than 1MW of power? MAE did not work. Besides, the uncertainties political decision that will come from higher Rischbieter – If there is any incentive, I ranks. The politicians must perceive that this is don’t know of it. I believe that, in the future, in regarding the regulations still remain, which discourages the private investment. important and necessary for Brazil. something must appear through Eletrobrás or X ELPAH 34 Encontro de Hidroenergia efetiva intercâmbio continental Borges de Souza O município de Poços de Caldas, na região Sul de Minas Gerais, sediou de 4 a 8 de Maio últimos o segundo encontro panamericano de pequenos aproveitamentos hidroenergéticos a ter lugar no Brasil. Promovido pelo CERPCH, o X Encontro Latino-Americano e do Caribe em Pequenos Aproveitamentos Hidroenergéticos (X ELPAH) reuniu onze especialistas de sete países das três Américas e mais de duzentas autoridades, engenheiros, empresários e técnicos brasileiros do setor. Eles participaram e assistiram palestras, mesas redondas, apresentações de trabalhos e pesquisas inéditas sobre hidroenergia, durante quatro dias, no auditório do Centro de Convenções Palace-Cassino. Aberto pelo Secretário de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Marcelo Poppe, que proferiu a conferência magna “A Política Energética Brasileira para as Fontes Alternativas de Energia”, o simpósio compreendeu, inclusive, a assinatura de um protocolo envolvendo Brasil e Cuba, numa demonstração de que o ELPAH passou a desempenhar um papel efetivo de promotor internacional de intercâmbio tecnológico, desde seu início há vinte anos, na Argentina. O protocolo de intercâmbio de informações e especialistas em hidroenergia foi assinado pelo Secretário-Executivo do CERPCH e professor da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Geraldo Lúcio Tiago Filho (representando o Reitor da Unifei, professor José Carlos Goulart de Siqueira); pelo professor da Universidade Central de Las Villas (Cuba), Rául Olade (representando o diretor do Centro de Pesquisas da Universidade Central de Las Villas - Cuba, Abdel Jacomino Bermúdez) e pelo professor do Instituto Militar de Engenharia, José Carlos César Amorim (represen- Manoel Nogueira - Coord. Geral de Tecnologia de Energia - MME X ELPAH - Cerimônia de Abertura: Tony Tung (IEA), Carlos E. Bonifetti (ITDG), Marcelo Poppe (MME), Cícero M. de Moraes (DME), Geraldo L. Tiago Filho (CERPCH), José C. C. Amorim (CERPCH), Afonso H. M. Santos (UNIFEI), Zulcy de Souza (UNIFEI), Karl Rischbieter (Rischbieter) - da esquerda para a direita 10th ELPAH – Opening Ceremony: Tony Tung (IEA), Carlos E. Bonifetti (ITDG), Marcelo Poppe (MME), Cícero M. de Moraes (DME), Geraldo L. Tiago Filho (CERPCH), José C. C. Amorim (CERPCH), Afonso H. M. Santos (UNIFEI), Zulcy de Souza (UNIFEI), Karl Rischbieter (Rischbieter) – from left to right tando a presidente do CERPCH, Ivonice Aires Campos). Prêmios e Exposição Ao final do simpósio foram distingüidos com o Prêmio USAID-Winrock os artigos apresentados pelos especialistas brasileiros e argentinos: “Avaliação de Usinas Hidrelétricas”, de Flávio Doeller (1º lugar); “Telecomando de PCHs Hidroelétricas e Telemando por Onda Portadora”, de Victor Hugo Kurtz (2º lugar); e “Transposição de Peixes através de Elevadores com CaminhãoTanque”, de Paulo dos S. Pompeu e Carlos Barreira Martinez – (3º lugar). Todos esses artigos estão publicados nesta edição da PCH Notícias & SHP News. O X ELPAH compreendeu também um parque de exposição, em que se fizeram presentes, com stands, as empresas Alstom Brasil, Eletrobrás, Furnas Centrais X ELPAH / 10th EHPAH 35 Meeting about Water Energy ratifies continental exchange Trad. Adriana Candal represented the director of the University’s Research Center, Professor Abdel Jacomino Bermúdez; and by professor José Carlos César Amorim (Military Institute of Engineering) representing CERPCH’s president, Ivonice Aires Campos. Awards and Exhibit At the end of the meeting, papers presented by three Brazilian and one Argentinean experts were granted the USAID-Winrock award: “Hydroelectric Plants Assessment”, Flávio Doeller (1st place); “Telemando de PCHs Hidroelétricas e Telemando por Onda Portadora”, Victor Hugo Kurtz (2nd place - Argentina); and “Transposição de Peixes através de Elevadores com Caminhão-tanque”, Paulo dos S. Pompeu e Carlos Barreira Martinez - (3rd place). The 10thELPAH also had an exhibition area where several companies, such as Alston Brasil, Eletrobrás, Furnas Centrais Elétricas, Voith Siemens, Consórcio CEM, Spec Planejamentos, Engenharia e Consultoria and Poços de Caldas’s City Department of Energy, were present. Organized by Unifei (Federal University Vista Geral da Feira - X ELPAH / Exhibition Area 10th EHPAH From May 4 to 8, the city of Poços de Caldas, in the southern area of the state of Minas Gerais, held the Pan-American meeting about small hydroelectric potentials, the second one that took place here in Brazil. Organized by CERPCH (National Center of Reference for Small Hydropower Plants), the 10th Latin America and Caribbean Meeting about Small Hydroelectric Potentials - 10th ELPAH – gathered eleven experts from seven American countries and more than two hundred authorities, engineers, businessmen and technicians of the sector. They participated in and attended lectures, debate tables, new paper and research presentations concerning water energy. During the opening ceremony, the Secretary of Energy Development of the Ministry of Mines and Energy, Marcel Poppe, read the magna lecture “The Brazilian Energy Policy for Alternative sources of Energy”. The meeting also comprehended the signature of an international protocol involving Brazil and Cuba. This shows that the ELPAH has been performing an effective role promoting technological exchange since it was created in Argentina 20 years ago. The protocol, which forecast the exchange of information and experts in water energy, was signed by CERPCH’s executive secretary, Professor Geraldo Lúcio Tiago Filho, who represented Professor José Carlos Goulart de Siqueira, the Dean of Unifei (Federal University of Itajubá - Brazil); Ganhador do Prêmio USAID-WINROCK, Flávio Doeller da CEMIG by Professor Rául Olade (à esquerda) ao lado de Gilberto M. Valle Filho, representante da (Las Villas Central Uni- CEMIG no CERPCH. / Winner of the USAID-WINROCK Prize, Flávio versity– Cuba), who Doeller of CEMIG on the left with Gilberto M. V. Filho, Cemig’s representative at CERPCH X ELPAH / 10th EHPAH 36 Eletrobrás, Furnas Centrais Elétricas, Voith Siemens, Consórcio CEM, SPEC Planejamentos Engenharia e Consultoria e o Departamento Municipal de Eletricidade da Prefeitura de Poços de Caldas. Realização da UNIFEI, o X ELPAH foi uma promoção conjunta do CERPCH e do Hidrored, com apoio especial dos Ministérios de Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, Defesa Civil, Meio Ambiente; da Secretaria Nacional de Recursos Hídricos, ANEEL, Furnas, Secretaria de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, USP, Eletrobrás, Fapepe, IME, Alstom Brasil, Voith-Siemens, Consórcio Energético Mineiro CEM, Spec Planejamento Engenharia e Consultoria, USAID e Winrock. of Itajubá), the 10thELPAH was a joint promotion of CERPCH (National Center of Reference for Small Hydropower Plants) and Hidrored, and it received a special support of the Ministries of Mines and Energy, Science and Technology, Defense and Environment; of the National Secretariat of Water Resources, Aneel (National Agency for Electrical Energy), Furnas, Secretariat of Science and Technology of the state of Minas Gerais, University of São Paulo, Eletrobrás, Fapepe, Military Institute of Engineering, Alston Brasil, Voith-Siemens, Consórcio Energético Mineiro - CEM, Spec Planejamento, Engenharia e Consultoria, USAID e Winrock. X ELPAH - Quadro Geral 10thELPAH General Information *220 Participantes Participants *7 Mesas Redondas Debate Sessions *61 Artigos Apresentados Presented Papers *7 Expositores Exhibitors “Eu acho que eventos dessa natureza são muito importantes, porque, primeiro esse evento não é só nacional, é um evento que cobre a América Latina e o Caribe. É um evento que já tem uma longa tradição, 20 anos de reprodução. Assim, é mostrado um interesse continuado pelo desenvolvimento relativo às pequenas centrais hidrelétricas. A evolução da tecnologia permitiu que essa fonte voltasse a ser competitiva. Então é muito importante que nesse contexto voltemos a ter aqui no Brasil um seminário de menção continental. Demonstra tanto o interesse quanto à força que essas fontes agora devem ocupar, um espaço cada vez maior na matriz energética no país.” (Marcelo Poppe, Secretário de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia) “I think that events of this kind are greatly important because it is not just a national event, it covers Latin America and the Caribbean. Also, because it is a tradition, for it has been taking place for the past 20 years. This way, one can notice the interest in developing Small Hydropower Plants. Technology evolution has allowed this source of energy to be competitive again. So, it is very important to have, here in Brazil and within this scenario, a continental seminar. It shows the interest and the position that this source of energy must occupy, a space that must get bigger in the country’s energy matrix.” (Marcelo Poppe, Secretary of Energy Development of the Ministry of Mines and Energy) Prof. Tiago, Marcelo Poppe e Henrique Gabetta (CERPCH) X ELPAH - Opinião do Público 10thELPAH - Public’s Opinion * 52% acharam que o Evento superou suas expectativas / thought the event was overwhelmingly successful * 21% acharam que o Evento ficou dentro das expectativas / thought the event fulfilled their expectations * 20% acharam o Evento foi Inovador / thought the event was innovating * 7% acharam que o Evento não atingiu suas expectativas / thought the event didn’t fulfill their expectations X ELPAH Expositores / 10th EHPAH Exhibitors DME Poços de Caldas responsabilidade social social responsibility Poços de Caldas’s Energy Department Furnas é uma empresa geradora e transmissora de energia elétrica, de capital fechado, controlada pela Eletrobrás. Ela atua na região que abrange o Distrito Federal e os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e parte do Tocantins. É responsável por cerca de 66% de toda a energia consumida no país. Conta hoje com dez usinas hidrelétricas e duas termelétricas, incluindo a maior da América Latina - Santa Cruz com 600 MW. A responsabilidade social está presente em Furnas através de suas parcerias com o Ibama, a Embrapa, o Funai, instituições educacionais, secretarias estaduais e órgãos ambientais, além do Projeto Tom da Mata, resultado da parceria com o Instituto Antonio Carlos Jobim e a Fundação Roberto Marinho. O projeto tem o objetivo de incentivar a educação musical e ambiental nas escolas brasileiras. Controlled by Eletrobrás, Furnas is a privately-held company that generates and transmits electric energy. It operates in the region comprising the Federal District and the states of São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás and part of Tocantins. It is responsible for about 66% of all the energy consumed in the country. It has ten hydroelectric plants and two thermal power plants, including the largest one in Latin America Santa Cruz – with 600 MW. Social responsibility is present at Furnas through partnerships with Ibama (Brazilian Institute for the environment), Embrapa (Brazilian Company for agriculture researches), Funai (Indian National Foundation) educational institutions, state secretariats and environmental organs. As an example, the Project “Tom da Mata” is the result of a partnership with Antonio Carlos Jobim Institute and Roberto Marinho Foundation. The goal of the project is to encourage musical and environmental education in Brazilian schools. 37 Visita a uma das PCHs do DME durante X ELPAH Visit to one of DME’s SHPs during the 10th ELPAH A energia elétrica em Poços de Caldas (MG) remonta ao fim do século passado, quando a 1º de Setembro de 1898, Octaviano Ferreira de Brito acionou um gerador de 25 KVA para acender 155 lâmpadas existentes nas ruas de Poços de Caldas e iluminar as 332 casas existentes na época. O Departamento Municipal de Eletricidade (DME) foi criado em 9 de Dezembro de 1954 através da Lei Municipal nº 420 e iniciou suas atividades em 12 de Julho de 1955, quando terminou o contrato de concessão da Companhia Sul Mineira de Eletricidade. Esta executou os serviços desde 1930. Hoje o DME atende 52.020 consumidores (Maio/02), possui quatro usinas hidrelétricas em funcionamento, energiza 825 km de redes, 2.069 transformadores e acende todos os dias 16.500 lâmpadas nas ruas da cidade. The electric energy in the city of Poços de Caldas (MG) goes back to the late 19th Century when, on September 1st, 1898, Octaviano Ferreira de Brito started a 25 KVA generator to light the 155 light bulbs of the streets and to illuminate the 332 houses of Poços de Caldas. The Municipal Energy Department (DME) was created on December 9th, 1954, starting its activities on July 12th, 1955, when the concession contract with Companhia Sul Mineira de Eletricidade finished. This company had been performing the services since 1930. Today, the DME assists 52,020 consumers (May/02), has four operating hydroelectric plants, energizes 825 km of lines, 2,069 transformers and lights 16,500 street lights every day. Stand de Furnas no X ELPAH / Furnas’s Stand at the 10th ELPAH Fundada em março de 1986, a SPEC – Planejamento, Engenharia, Consultoria LTDA é uma empresa brasileira, sediada na cidade de Belo Horizonte. Ela atua em todo o território nacional, com o desenvolvimento de estudos, projetos, assessoria técnica nos diversos campos da engenharia, gerenciando e fiscalizando obras de grande porte, com destaque para área de energia. A SPEC trabalha com atividades técnicas de organização e gerência, suprimento de bens e serviços, gerenciamento de construções e planejamento empresarial. Dedicase também à operação e manutenção de usinas hidrelétricas. SPEC Founded in March 1986, SPEC – Planejamento, Engenharia, Consultoria LTDA is a Brazilian company located in the city of Belo Horizonte. It perform services all over the country, carrying out studies and projects, giving technical support in several areas of engineering, managing and inspecting large construction works, mainly in the energy area. SPEC deals with technical activities regarding organization and management, the supply of goods and services, construction management and corporate planning. It also takes of care O&M of hydroelectric plants. 38 X ELPAH Expositores / 10th EHPAH Exhibitors CEM Consórcio Energético Mineiro Energy Consortium of Minas O Consórcio foi criado em Abril de The Consortium was created in April 1998, através da união das empresas 1998, joining the following companies: IMPSA, ORTENG, DELP, MACORIN, IMPSA, ORTENG, DELP, MACORIN, EGEL, TOSHIBA and ORTENG – SPE. EGEL, TOSHIBA e ORTENG – SPE. Esta This partnership aims at the parceria visa ao Desenvolvimento Sustainable Development of the state Sustentado do Estado de Minas Gerais e do of Minas Gerais and of Brazil. Its goal Brasil. Seu objetivo é oferecer soluções is to offer integrated solutions on integradas em projetos de geração de energy generation projects and energia, recapacitação e modernização de refurbishment of hydroelectric power usinas hidrelétricas, as quais viabilizam a plants. This will make the attainment obtenção de altos níveis de produção e de of high levels of production and qualidade. A reunião das empresas quality possible. The companies integrantes abrange a comercialização, comprise commercialization, industrialização, fornecimento, montagem industrialization, supply, assembly e assistência técnica de bens e serviços and technical assistance of assets and destinados ao setor energético, com ênfase services for the energy sector, mainly À esquerda, stand do CEM no X ELPAH em usinas hidrelétricas. Seus principais hydroelectric plants. Its main services th On the left, CEM’s stand at the 10 ELPAH serviços são Estudo de Viabilidade Técnica are: Economic and Technical e Econômica; Engenharia Básica e de Feasibility Study, Basic and Detailed Engineering, Electro-mechanic Assembly, Test and Commissioning, PreDetalhamento; Montagem Eletromecânica; Teste e Comissionamento; operation and Assisted Operation, and Permanent technical assistance. Colocação em Marcha; Pré-operação e Operação Assistida e Assistência Técnica Permanente. A Eletrobrás foi criada em 1961. A empresa atua como agente do Governo Brasileiro que detém 52,45% de suas ações, com o objetivo de promover estudos, projetos de construção e operação de usinas geradoras, linhas de transmissão e subestações, destinadas ao suprimento de energia elétrica do país. A Eletrobrás produz, através de suas subsidiárias, quase 60% da energia elétrica produzida no país e possui 64% da transmissão em linhas de tensão superior a 230 kV. A empresa atua também no relacionamento internacional, na gestão ambiental e em programas de eletrificação rural (Projeto luz no Campo mudando o Campo da Noite para o Dia) e combate ao desperdício de energia (Procel - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica). A Eletrobrás desenvolve e financia projetos de eficiência energética para diversos segmentos do setor público. A empresa ainda apóia investidores privados, com participação minoritária na implantação de novos empreendimentos e na comercialização de energia elétrica, propiciando o aumento da oferta de energia no Brasil. Eletrobrás was created in 1961. The company acts as a trader for the Brazilian government, who holds 52,45% of its shares, and its objectives are to promote studies and projects for the construction and operation of generating plants, power lines and substations that will be used for supplying electric energy for the country. Through its several branches, Eletrobrás produces nearly 60% of the energy produced in the country and it has 64% of the transmission in lines of which voltage is above 230 kV. The company also acts on international relations, environmental management, and rural electrification programs (Project “Light in the Countryside” changing the country from Night to Day) and on the fight against energy waste (Procel – Eletrobrás no X ELPAH / Eletrobrás at the 10th ELPAH National program for the Conservation of Electric Energy). Eletrobrás develops and finances projects regarding energy efficiency for several segments of the public sector. The company also supports private investors, acting as a minority partner in the implementation of new enterprises, and commercializing electric energy, making it possible to the energy offer to be increased in Brazil. X ELPAH Expositores / 10th Exhibitors O mais completo fornecedor de equipamentos e serviços em geração de energia The most complete supplier of equipment and services for energy generation 39 Como fornecedor de soluções integradas, a ALSTOM oferece uma linha completa e competitiva de sistemas, produtos e serviços, fundamentada nos novos padrões de respeito ao meio-ambiente. Tendo fornecido 20% da capacidade total instalada de geração de energia do mundo, a empresa é uma das líderes mundiais em centrais elétricas sob regime turnkey e está presente em mais 70 países , empregando mais de 100 mil pessoas. O setor de Geração de Energia da ALSTOM possui grande experiência no mercado mundial de termo e hidroeletricidade e, no Brasil, e equipou, entre outras, as usinas de Itaipu, Tucuruí, Serra da Mesa, Salto Caxias, Itá e Machadinho, as termoelétricas TermoRio, TermoBahia e Piratininga, além de plantas de cogeração para Copene, VCP e Aracruz. O setor está fornecendo oito turbinas e oito geradores para a famosa usina hidrelétrica de Três Gargantas, na China, que será a maior do mundo. Com aproximadamente 1.600 funcionários no país, os negócios dividem-se em usinas hidrelétricas, usinas termelétricas, equipamentos de levantamento e hidromecânicos, turbinas a gás e ciclos combinados, centrais a vapor e caldeiras, sistemas de controle ambiental, equipamentos para irrigação e saneamento, tubos de aço e customer service. Além de ser o fornecedor de equipamentos para usinas termelétricas e hidrelétricas com a maior fatia do mercado de toda a América Latina, a ALSTOM também destaca-se como o centro de excelência mundial em Mini Hydro, ou seja, Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH). As a supplier of integrated solutions, ALSTOM offers a complete and competitive line of systems, products and services that are based on the newest standards that take environmental respect into account. Having supplied 20% of the world’s total energy generation installed capacity, the company is one of the leaders in electric plants presenting turnkey operation and it can be found in more than 70 countries, employing over 100 thousand people. Alstom’s Energy Generation Sector has significant experience in the world market of thermoand hydroelectricity, and, in Brazil, was responsible for providing equipment for the hydroelectric plants: Itaipu, Tucuruí, Serra da Mesa, Salto Caxias, Itá, Machadinho; and for the thermal plants: TermoRio, TermoBahia and Piratininga. It also supplied equipment for cogeneration plants - Copene, VCP and Aracruz. The sector will provide eight turbines and eight generators for the famous hydroelectric plant in China – Three Gorges – the largest one in the world. With approximately 1,600 employees in the country, the businesses are divided into the following: Hydroelectric plants, thermoelectric plants, lifting and hydro-mechanical equipment, gas and combined cycle turbines, steam plants and boilers, environmental control systems, equipment for irrigation and sewage, steel tubes and customer service. In addition to being the largest equipment supplier for thermal and hydroelectric plants in Latin America, ALSTOM has an outstanding position as an excellence center regarding Small Hydropower Plants - SHPs. Alstom no X ELPAH / Alstom at the 10th ELPAH O futuro depende da geração de energia hidrelétrica. O potencial hidroenergético mundial de rios e de reservatórios soma nada menos que 15 bilhões de MWh por ano. Apenas cerca de 20% disto foi aproveitado até agora. A Voith Siemens Hydro Power Generation oferece desde componentes individuais até idéias completas customizadas, de entrega turnkey de novas plantas até a modernização das centrais já existentes. Levando em consideração a especialidade da empresa em geração hidrelétrica, a Voith Siemens Hydro tem uma ampla rede mundial de atendimento ao consumidor na qual pode-se esperar por resultados operacionais aprimorados. Voith Siemens Hydro no X ELPAH / Voith Siemens Hydro at the 10th ELPAH The future belongs to hydropower. The world’s hydropower potential from rivers and reservoirs amounts to no less than 15 billion MWh per year - and only about 20 per cent of this has been developed so far. Voith Siemens Hydro Power Generation offers everything from individual components to complete customized concepts, from turnkey delivery of new plants to the modernization of existing power stations.In keeping with Voith Siemens Hydro’s comprehensive hydropower expertise, it has a worldwide customer service network on which it can depend for enhanced operating results. PROINFA 40 Em estado de repouso Empreendedores aguardam definições do PROINFA Fabiana Gama Viana A chegada da energia elétrica no Brasil foi marcada pela presença de micro e pequenas centrais hidrelétricas. Esses pequenos aproveitamentos foram utilizados para atender as atividades de mineração, a indústria têxtil e os pequenos vilarejos. No século XX, as microcentrais e as PCHs foram deixadas à margem do setor elétrico. Nesse período, foram instaladas as grandes centrais geradoras, pertencentes a concessionárias estatais, criadas para atender a demanda crescente. Hoje a realidade energética é diferente. Para implantar a livre concorrência e a competitividade, privatizaram-se as concessionárias de energia elétrica, através da implantação de uma regulação e fiscalização, em busca de transparência para atrair o capital estrangeiro. Dentro dessa nova realidade e devido à crise energética de 2001, as fontes alternativas voltaram a ter atuação de peso no setor elétrico nacional, aguçando a cobiça de investidores e fabricantes de equipamentos. E o Programa de Incentivo a Fontes Alternativas, o PROINFA, lançado em 26 de Abril de 2002 e regulamentado em 23 de Dezembro do mesmo ano, surgiu dentro desse contexto. No entanto, o programa, criado para incentivar a geração de fontes alternativas (PCHs, energia eólica e biomassa) por meio da contratação de 3,3 mil MW pela Eletrobrás, continua em estado de repouso, esperando as definições do governo. E isso tem ocasionado problemas para os investidores em fontes alternativas, em especial, os empreendedores em PCHs. Incertezas As incertezas na regulamentação do PROINFA, a demora em estabelecer um valor econômico, que tornaria as fontes alternativas mais competitivas, e a forma de utilização da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) têm paralisado os projetos de PCHs. Além disso, a atual sobra de energia, decorrente do racionamento em 2001, e o processo de retirada de licenças ambientais representam mais um entrave aos empreendedores em pequenos aproveitamentos hidroenergéticos. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica (APMPE), Ricardo Pigatto, há 2600 MW em projetos outorgados e 1200 MW com licença prévia e de instalação, esperando pelas definições de regulamentação do PROINFA (Canal Energia, 30/05/2003). “Os empreendedores estão realmente apreensivos”, lamenta Pigatto. As chamadas públicas da Eletrobrás, que viabilizarão os contratos de compra e venda de energia com os produtores independentes autônomos, deverão ser realizadas em Agosto de 2003. Além disso, de acordo com Pigatto, pelo Decreto nº 4541 (23 de Dezembro de 2002) e pelo Decreto nº 4644 (24 de Março de 2003), o Ministério de Minas e Energia (MME) deverá publicar os valores econômicos de cada fonte, da mesma forma que o manual de uso da CDE, até 26 de Junho de 2003, caso não haja outro Decreto. PCHs De acordo com a ANEEL, as fontes renováveis de energia, representam pouco mais de 1% no parque gerador brasileiro. O país vive, atualmente, um período de sobreoferta de energia, realidade que pode ser modificada se o Brasil se alinhar em um novo ciclo de desenvolvimento econômico. A construção de PCHs representa uma alternativa ao incremento da capacidade de geração de energia no país, gerando empregos e renda, além de proporcionar a multiplicação de contratos de prestação de serviços por empresas de consultoria e alavancar a indústria de equipamentos. No Brasil, foram identificados pela Eletrobrás 8000 MW de potencial para a implantação de PCHs viáveis economicamente. PROINFA 41 Standing by Entrepreneurs are waiting for definitions regarding PROINFA Trad. Adriana Candal The arrival of electric energy in Brazil was marked by the presence of micro and small hydropower plants. These small water potentials were used to meet the needs of activities of mining and textile industries and of small villages. In the 20th Century, the microplants and the SHPs were left side of the electric sector general context. Within this period, large state owned generating units were installed to meet the needs of a growing demand. Today, the energetic reality is different. In order to implement free competition, the electric energy utilities were privatized by implementing regulation and inspection trying to achieve a certain level of transparence to attract foreign capital. Within this new reality and because of the 2001’s energy crisis, alternative sources of energy are once more playing an important role in the national electric sector, awakening the lust of investors and equipment manufacturers. PROINFA (a program to encourage the use of alternative sources of energy) which was launched on April 26th, 2002 and regulated on December 23rd of the same year, appeared within this scenario. However, the program, created to encourage the generation of energy using alternative sources (SHPs, wind and biomass) through a 3.3 thousand MW contract with Eletrobrás, is still standing by, waiting for the government’s definitions. This has been causing problems for the investors in alternative sources, mainly SHPs entrepreneurs. Uncertainties The uncertainties regarding PROINFA’s regulations, the demur in establishing an economic value that would make alternative sources more competitive, and the form of utilization of the CDE (Energy Development Account) have prevented the SHP projects from going forward. Besides, the current energy surplus, a product of the 2001’s rationing plan and the process of obtaining environmental licenses represent another obstacle for the SHP entrepreneurs. According to the president of APMPE (Brazilian Association of Small and Medium Producers of Electric Energy), Ricardo Pigatto, there are 2600 MW in granted projects and 1200 MW with previous installation license waiting for PROINFA’s regulations definitions (Canal Energia, 05/30/ Ricardo Pigatto 2003). “The entrepreneurs are really apprehensive,” says Pigatto. to Decree Nº 4541 (December 23rd, 2002) and Eletrobrás’s public calls, which will make Decree Nº 4644 (March 24 th , 2003) the the contracts of energy purchase and sale with Ministry of Mines and Energy (MME) must the independent producers viable, must be publish the economic values of each source of carried out in August 2003. Besides, according energy, as well as the CDE guidelines by June 26th, 2003, in case there isn’t another Decree, as said by Pigatto. SHPs According to Aneel (National Agency for Electrical Energy) the renewable sources of energy represent little more than 1% within the Brazilian generating system. The country is experiencing a period of a surplus energy offer, a reality that may be changed if Brazil engages in a new cycle of economic development. The construction of SHPs represents an alternative option for increasing the country’s energy generating capacity, creating more jobs and income, besides multiplying the service contracts of consulting companies and stimulating the equipment industry. In Brazil, Eletrobrás has identified a potential of 8000 MW for the implementation of economically viable SHPs. PROINFA 42 O lado dos fabricantes The manufacturer’s side Fabiana Gama Viana Trad. Adriana Candal Roberto Miranda - Alstom The lack of definitions regarding PROINFA, together with the difficulties that are inherent in the investments in the electric sector, are making the manufacturers of equipment for SHPs concerned. “We’ve make heavy investments, convinced the shareholders that the SHP center should be in Brazil,” says Roberto Miranda, Director of Sales and Business Development of Alstom Power. Taking all the Alstom’s plants all over the world into account, Brasil has been transformed into an excellence center for the production of SHP equipment in the Americas through an investment of 10 million Euros. The concern of the equipment manufacturers can be translated into the fear of investing in SHPs that the entrepreneurs are showing because of the uncertainties that surrounds PROINFA, reducing the production in the industries. “Most of the investors need PROINFA so that their business can succeed much more safely in relation to the purchase and sale of energy and the credit line,” says the Coordinator of SHP Sales of Voith Siemens Hydro, Renato Campanini. According to him some investments in SHPs are being done by companies that already deal with energy specifically, which are able to get their own capital to carry out and conclude their projects. “But for the other great majority,” he says, “PROINFA is necessary”. As indefinições em torno do PROINFA, aliadas às dificuldades inerentesaosinvestimentosnosetorelétrico,estãodeixandoosfabricantes de equipamentos de PCHs preocupados. “Nós investimos pesado, convencemos os acionistas de que o pólo de PCHs deveria ser no Brasil”, relata o Diretor de Desenvolvimento de Negócios e Vendas da Alstom Power, Roberto Miranda. Das fábricas da Alstom espalhadas pelo mundo, o Brasil foi transformado em centro de excelência na produção de equipamentos de PCHs em todas as Américas, através de um investimento de 10 milhões de euros. A preocupação dos fabricantes de equipamentos traduz-se no receio de os empreendedores efetivarem investimentos em PCHs por conta das incertezas que pairam sobre o PROINFA, o que diminui a produção nas fábricas. “Grande parte dos investidores necessitam do PROINFA para que os negócios sejam alavancados, com mais segurança com relação aos contratos de compra e venda de energia e ao próprio financiamento”, afirma o Coordenador de Vendas da Área de Marketing e Vendas de PCHs da Voith Siemens Hydro, Renato Campanini. Segundo o Coordenador, alguns investimentos em PCHs estão sendo feitos por empresas específicas da área de energia que conseguem capital com aporte próprio para efetuarem e concluírem seus projetos. “Mas para a outra grande maioria”, lamenta Renato Campanini - Voith Siemens Hydro Campanini, “o PROINFA é necessário”. Os pequenos produtores criticaram os parâmetros adotados pelo governo para definir os VEs das fontes renováveis. A proposta considera uma taxa mínima de atratividade de 14,89% ao ano, câmbio de R$3 / US$, financiamento de 70% dependendo das condições dos agentes de fomento e bancos comerciais; redução de 50% nos custos de transporte de energia para projetos com potência até 30 MW e impostos. A expectativa é de que o governo anuncie os VEs definitivos em meados de Agosto. * Depende do fator de capacidade * Depends on the gross capacity factor The small producers criticized the parameters adopted by the government to define the Evs of the renewable sources. The proposal considers a minimal rate of attractiveness of 14.89% a year, exchange of R$3 / US$, financing of 70% depending of the conditions of the foment agents and commercial banks; reduction of 50% in the energy transport costs for projects with power up to 30 MW and taxes. The government is expected to announce the definite EVs in August Auto-suficiência / Self Sufficiency DM E 43 Em busca de auto-suficiência Borges de Souza Colaboração: Engº. Flávio Azevedo (DME) DM E Looking for Self Sufficiency Trad. Adriana Candal Colaboration: Eng. Flávio Azevedo (DME) O século XIX terminava, em Setembro de 1898, quando todas as 155 The 19th Century was about to finish. It was September 1898 when all lâmpadas existentes naquela época em Poços de Caldas, Sul de Minas Gerais, the 155 light bulbs in the city of Poços de Caldas in the South of the state of foram acesas por um gerador local, de 25 kW para iluminar as 332 casas Minas Gerais, were lit, at that time, by a local generator. Fifty-seven years existentes na época. Cinqüenta e sete anos depois, a tradição pioneira era later, the tradition of being a pioneer was kept when, in 1955, the City mantida com o surgimento, em 1955, do Departamento Municipal de Department of Energy – DME – was created. Economically independent Eletricidade (DME). Autarquia independente from the City Hall, in a just few years, the DME economicamente da prefeitura local, o DME passou started to attend the rural and city population – a atender em poucos anos toda a população rural e about 53.333 consumers until May last year. urbana do município, correspondente a 53.333 Within the interval of one century, the 155 consumidores até maio do ano passado. light bulbs were multiplied into 16,500 street No intervalo de um século, as 155 lâmpadas lights and the autarchy, whose director is the multiplicaram-se em 16.500 postes de luz pública engineer Cícero Machado, was classified as the municipal e a autarquia, sob direção do engenheiro best electric energy distributor among the 64 Cícero Machado de Moraes, obteve a classificação distributors in Brazil, after a third position in de melhor distribuidora de energia elétrica dentre 2001. According to Aneel (National Agency for as 64 do Brasil depois de uma terceira colocação Electrical Energy) Consumer Satisfaction Index em 2001. De acordo com o Índice ANEEL de (IASC) the department had an acceptance of Satisfação do Consumidor (IASC), o DME 77.23% in 2002, mark that goes beyond the alcançou 77,23% de aceitação em 2002, pontuação world average of the sector as said by the superior inclusive à média mundial do setor, DME’s Hydroelectric Plants Construction conforme informou à PCH Notícias o supervisor Supervisor, engineer Ronaldo Oliveira Garcia. de Construção de Hidrelétricas do DME, The Role of Small Hydropower Plants engenheiro Ronaldo Oliveira Garcia With such performance, the City Papel das Pequenas Centrais Department of Energy of Poços de Caldas is Com tal performance, o Departamento able to fulfill, beforehand, the Federal Municipal de Eletricidade de Poços de Caldas Government social programs, such as the consegue atender por antecipação programas Electric Energy Universalization Program (read sociais do Governo Federal, como o de article in this journal), once it already attends all Universalização de Energia Elétrica (veja artigo its potential consumers. It can also operate with nesta revista), uma vez que já atinge todos seus a tariff that is in average 15% lower than the potenciais consumidores. E ainda consegue operar other distributors. Undoubtedly, its vertical com uma tarifa 15% em média mais baixa do que a characteristic is a great contribution to this fact, Vista interna Casa de Máquinas Antas II das demais distribuidoras. Para tanto, contribui sem with an index of 78% of its energy generated by Powerhouse of Antas II dúvida seu perfil verticalizado, com um índice de SPHs – 47% in the city. This index will reach 78% de energia própria gerada por pequenas centrais hidrelétricas, sendo 98% with the construction of Machadinho hydroelectric plant (build through 47% no município. Esse índice sobe para 98% com a Usina Hidrelétrica a partnership with the former Eletrosul and today operated by the private Machadinho (construída em parceria com a extinta Eletrosul e hoje operada company Tractebel). pela empresa privada Tractebel). Today, DME’s generation sector has four operating hydroelectric plants, O setor de geração do DME dispõe hoje de quatro usinas hidrelétricas in addition to Antas I plant that is being enhanced. However, the autarchy em funcionamento, mais a Usina Antas I, em ampliação. Não obstante isto, a keeps on investing in self-generation by means of Small Hydropower Plants. autarquia continua investindo na geração própria via pequenas centrais. É o It is the case of Rolador SHP, which is already finished and is being tested. caso da PCH Rolador, concluída e em fase de testes. A usina possui uma The plant has a capacity of 7,800 kW and it is able to attend 13 thousand potência de 7.800 kW e é capaz de atender 13 mil residências. households. *2,4004% da energia desta usina pertence ao DME *2.4004% of this plant’s energy belongs to DME ** Todas as usinas estão localizadas no município de Poços de Caldas ** All the plants are located in the city of Poços de Caldas