síntese sinótica mensal julho de 2012

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síntese sinótica mensal julho de 2012
SÍNTESE SINÓTICA MENSAL
JULHO DE 2012
1. Acompanhamento dos principais sistemas meteorológicos que atuaram na
América do Sul ao norte do paralelo 40°S no mês de julho de 2012
Este mês foi caracterizado pela presença de onze frentes frias, pela formação de geada
entre a Região Sul, MS e GO. Também presença de duas ondas frontais que avançaram para
latitudes mais baixas trouxeram forte advecção de ar frio na retaguarda, causada pela entrada
da alta pressão pós-frontal, que atingiu com friagem o AC, RO, sudoeste do AM e norte de MT
nesse mês. Em SC houve queda de neve em Bom Jardim da Serra-Urubici no dia 07, que durou
15 minutos durante a noite. O ar seco também se fortaleceu no centro do Brasil,
principalmente na segunda quinzena do mês.
Ainda nos primeiros dias deste mês a sétima frente fria do mês de maio atuou entre o
litoral de SP e do RJ com fraca intensidade, mas que trouxe na retaguarda uma massa de ar frio
da Antártica que provocou geada no Sul, inclusive no sudoeste do PR.
Entre a noite do dia 01 e a manhã do dia 02 um distúrbio ondulatório de leste (DOL)
provocou chuva forte entre PE e a PB, com acumulados significativos em Recife-PE de 88,6mm,
que provocaram alagamentos e deslizamentos de terra.
A primeira frente fria do mês chegou no dia 02 na Província de Buenos Aires e no dia
seguinte no RS, em seu deslocamento provocou chuva forte em algumas áreas do Uruguai e do
RS. Ressalta-se que nos dias anteriores as temperaturas a tarde se elevaram bastante no RS
para a estação inverno com a presença do jato de baixos níveis (JBN).
A segunda onda frontal se formou no dia 04 a noite no Uruguai e se deslocou para o
litoral sul de SC no dia 05 a noite, provocando chuva localmente forte no RS, principalmente
entre o litoral norte e noroeste.
No dia 06 a terceira onda frontal começou a se formar no noroeste do RS e Província
de Missiones da Argentina e no sul do Paraguai, resultante da passagem de um cavado em 500
hPa, que reforçou a baroclinia, e a entrada de uma crista da alta pós-frontal para o norte da
Argentina, gerando assim uma nova onda. Esse sistema provocou chuva forte no RS, em
algumas áreas de SC e do PR, na Província de Missiones e no sul e leste do Paraguai. O ar frio
na retaguarda ainda manteve nebulosidade baixa e chuva fraca no fim desse dia, que
provocaram queda de neve por 15 minutos no morro da Igreja em Bom Jardim da
Serra/Urubici, planalto sul de SC na noite de sábado dia 07. A frente fria avançou para norte
atingindo o AC no dia 08 e o ES no dia 09, provocou chuva entre SP e o MS e trouxe na
retaguarda ar frio para MT, RO e AC.
A quarta frente fria chegou ao sul do RS na manhã do dia 10 e avançou até o centro de
SP e de MS, além da Bolívia. Este sistema provocou a queda acentuada de temperatura no Sul
do Brasil, SP e MS. Na noite do dia 12, a partir da estacionariedade desta frente fria e do
avanço de outro cavado observou-se a formação de uma nova onda frontal. A quinta onda
frontal provocou forte instabilidade pré-frontal, mas rápida entre SP e RJ no dia 12. Na região
dos Lagos houve queda de granizo e nos outros pontos foram verificados ventos fortes, que
provocou queda de árvores entre a tarde e a noite do dia 12. Com o avanço do sistema a
temperatura teve queda acentuada em parte do Sudeste do país. O ar polar continental foi
bastante forte e provocou geada moderada a forte em várias cidades da Região Sul, atingindo
o MS com geada fraca no sul desse Estado.
No dia 16 e 17 a presença de um Vórtice Ciclônico entre altos e baixos níveis da
troposfera provocou chuva forte no nordeste de SC e no litoral sul de SP, com valores entre 5060 mm, chegando a 88 mm em Rio do Campo-SC e a 86 mm em Iguape-SP entre a tarde do dia
16 e a tarde do dia 17. Também a presença do cavado provocou chuva forte de 73 mm entre o
fim da tarde e a noite do dia 17 em Monte Verde-MG. No dia 18 esse VC se aprofundou para a
superfície gerando uma baixa pressão no litoral de SP e formando a sexta onda frontal. Este
sistema trouxe o reforço do ar frio causando um evento de friagem no AC, sudoeste do AM,
em RO e no MT. Entre o RS e o sudoeste e sul de GO, inclusive em SP e no sul de MG e MS, as
temperaturas mínimas foram baixas causando valores de 1 a 2C no sul de GO, provocando
geada, que também ocorreu na Serra da Mantiqueira, no Sul e em MS, que teve mais de 30
municípios com formação de geada no dia 19. Em Araguaia (MT) a temperatura no amanhecer
deste dia foi de apenas 4,9C, esta foi à mínima do ano até o momento na cidade.
A sétima frente fria atuou de forma litorânea entre Bahia Blanca e Montevidéo e
chegando ao extremo sul do RS no decorrer do dia 21, quando atingiu Santa Vitória do Palmar
e prosseguiu logo para o mar sem provocar instabilidade significativa.
A oitava frente fria atingiu a Província de Buenos Aires no dia 24 e se deslocou para o
oceano, vindo a reforçar o ar frio na Argentina, pela entrada de um novo pulso de alta pressão.
A nona onda frontal se formou no Sul do Brasil no dia 24, resultante do
aprofundamento de um cavado da alta para a baixa troposfera e da presença de forte
advecção de ar quente de norte trazida pelo Jato de Baixos Níveis (JBN). Em sua atuação
provocou acumulados de chuva em torno de 40 mm no norte do RS e na região do Vale do
Itajaí em SC. Ainda nos dias 25 e 26 ficou ondulando como estacionária entre o sul da Bolívia,
sul de MS e do PR, atingindo o litoral sul de SP no dia 26, e novamente ondulando para mais a
sul no oceano.
No dia 28 a noite houve forte convecção isolada no norte do RS, que causou muitos
danos materiais a população do município de Santa Bárbara do Sul, sendo que muitas casas
foram destruídas e houve muitas quedas de árvores devido ao forte vento nessa área, que
segundo estimativa pela escala Beaufort atingiu mais de 100 km/h. Segundo informações da
defesa civil o rastro de destruição atingiu um faixa de 1 km de extensão por 300 m de largura.
Na noite do dia 28 se formou a décima frente fria que atingiu a Bahia Blanca e o sul do
RS no dia seguinte, vindo a reforçar o ar frio entre a Argentina e o sul do RS, pois na retaguarda
a alta pressão pós-frontal atingiu valor de 1031 hPa na Província de Mendoza, no oeste da
Argentina.
A décima primeira onda frontal teve o reforço da frente fria anterior e se formou no
dia 29 a leste do RS, onde atuou uma baixa pressão de 1006 hPa. O ramo frio se prolongou
para o litoral norte do RS e o noroeste do Paraguai, vindo a chegar no litoral norte de SP no dia
30. Na sua passagem provocou chuva forte entre o norte do RS e o oeste e leste do PR, além
da região do Vale do Itajaí em SC.
Figura 1: Acompanhamento das frentes frias ao longo do mês de julho de 2012.
Litoral
Figura 2: Acompanhamento das frentes frias ao longo do mês de julho de 2012.
Interior
Figura 3: Acompanhamento das frentes frias ao longo do mês de julho de 2012.
Central 1
Figura 4: Acompanhamento das frentes frias ao longo do mês de julho de 2012.
Central 2
2. Acompanhamento dos Ciclones Subtropicais e Extratropicais
As figuras 5a e 5b mostram a distribuição espacial dos principais ciclones
ocorridos sobre o oceano Atlântico durante o mês de julho de 2012.
Este mês fomaram-se vinte sete ciclones extratropicais no Atlântico Sudoeste, que
atuaram, a maioria deles, ao sul de 40°S. Na primeira quinzena houve 5 ciclones
atuantes a norte de 40S (Figura 5a), sendo que o ciclone de número 9 contribuiu
no dia 07 para advectar ar frio e úmido para a região serrana do RS e de SC, vindo
a ocorrer a precipitação de neve por 15 minutos na região de Urubici-SC. Os
outros dez ficaram concentrados entre 39S e 60S. Na segunda quinzena (Figura
5b) os ciclones extratropicais atuaram de forma mais espalhada a sul de 50S e dois
atuaram acima de 40S, um nas proximidades do RS; e outro a leste do PR e a sul
do litoral de SP. Os outros doze estiveram em latitudes mais altas.
Figura 5a: Acompanhamento dos ciclones ocorridos durante a primeira quinzena do
mês de julho de 2012. Em cada ponto está plotado o valor mínimo de pressão do
ciclone (00 e 12Z).
Figura 5b: Acompanhamento dos ciclones ocorridos durante a segunda quinzena do
mês de julho de 2012. Em cada ponto está plotado o valor mínimo de pressão do
ciclone (00 e 12Z).
3. Análise das Anomalias de Precipitação e Temperatura
3.1 Precipitação
A Figura 6 mostra a distribuição espacial da anomalia mensal e quinzenal de
precipitação para o mês de julho de 2012. A anomalia mensal de precipitação
(Figura 6, acima) mostra que em grande parte do país a chuva ficou abaixo da
normal, com sinais significativos no Norte e no Nordeste e parte do Sul do Brasil.
Entretanto, houve anomalias positivas significativas entre o norte e nordeste do RS
e SC e em algumas áreas do norte do AM e do PA, sul do AM e em RR. Essas
anomalias positivas no Sul é o reflexo principalmente do padrão observado pela
passagem de cavados e de um sistema frontal na segunda quinzena. Também a
passagem de frentes frias trouxe chuva para o sul/sudoeste, litoral e leste de SP
deixando valores positivos de até 50 mm. As anomalias positivas de chuva foram
de até próximo de 200 mm no nordeste de SC, reflexo de duas frentes frias: um no
dia 17 e outra entre os dias 26 e 27 (Figura 6, direita abaixo). Valores
significativos de anomalia positiva ocorreram no litoral entre a BA e a PB,
chegando a valores entre 100 e 200 mm durante o mês. Na primeira quinzena
houve anomalia positiva entre PE e AL, devido a presença de um distúrbio
ondulatório de leste, que chegou entre 50 e 100 mm. Também houve valores
positivos entre o litoral norte e o noroeste do RS, devido a passagem de um
cavado entre os dias 05 e 06 (Figura 6, esquerda abaixo).
Figura 6: Anomalia de precipitação do mês de julho de 2012
3.2 Temperatura
A distribuição espacial da anomalia de temperatura máxima para o mês de julho
de 2012 (Figura 7, acima) mostra sinais mais significativos, principalmente na
faixa entre o norte de MG e a Região Nordeste. Este padrão mostra pontos com
valores de temperatura com até 5°C acima da climatologia, como é o caso na
Região Nordeste, no oeste de PE, e na Região Sudeste como no litoral norte e vale
do Paraíba em SP e no nordeste e noroeste de MG, e de até 3°C em parte do centro
e norte de GO, que se mantiveram nas duas quinzenas (Figura 7, abaixo e
esquerda e direita). Sendo que na segunda quinzena a anomalia de até 3°C foi
notada no oeste de MS, norte de MT e centro/sudeste do AM. No geral, essa
anomalia positiva está associada a ausência de precipitação neste setor do país,
principalmente na primeira quinzena. Sendo que no Nordeste e norte de MG a
ausência de chuva continua influenciando está variável. Na primeira quinzena
(Figura 7, abaixo esquerda) as anomalias foram negativas entre o RS e o sul de
MT em até 4°C, como no sudoeste do RS, região de Curitiba, oeste de SC, e no sul
de MT e de até 3°C no sul e nordeste de MS e áreas do centro, sul e oeste do RS,
meio oeste de SC, sul do PR, e de até 2°C no sul do AC. A queda de temperatura
no MS, MT e no AC é resultante da entrada de frentes frias e a entrada de massa
de ar frio que acompanhava estas frentes, que foram duas (Figura 3). Na segunda
quinzena (Figura 7, abaixo direita) observam-se pontos com anomalias negativas
de até 5°C no leste do PR e de até 4°C no RS, em SC e no sul de sudoeste do PR.
A distribuição espacial da anomalia de temperatura mínima para o mês de julho de
2012 (Figura 8, acima) mostra que na maior parte do país a temperatura esteve
acima da normalidade, principalmente entre o Sudeste e o Centro-Oeste e no PR,
com valores pontuais de até 4°C. Na primeira quinzena (Figura 8, esquerda
abaixo) os valores foram bem representativos para temperatura entre MS e GO e
no RS em até 4°C. Entretanto, massa de ar frio que entrou no país no início do
mês provocou forte anomalia negativa no RS e em MS. Na segunda quinzena
(Figura 8, direita abaixo) as anomalias foram positivas entre no PR e no cone
leste de SP em até 4°C e se mantiveram também entre algumas áreas do norte de
GO e de MT, do MA, do PI e do PA. No RS, sudoeste e sudeste de GO e no
noroeste de MS a segunda quinzena teve mais incursões de ar frio, que deixou
uma anomalia negativa de até 4°C.
Figura 7: Anomalia de temperatura máxima do mês de julho 2012.
Figura 8: Anomalia de temperatura mínima do mês de julho de 2012.
4. Análise da Circulação Atmosférica
4.1- 250 hPa
A média mensal do campo de vento zonal em altitude do mês de julho (Figura 9,
acima) mostra que a circulação apresenta o domínio anticiclônico no norte do
Continente, que este mês se reforçou formando um centro no PA. O Cavado do
Nordeste (CN) atua entre o litoral do PI e o litoral sul da BA com seu eixo. A presença
de um bloqueio no Pacífico, identifica melhor a passagem de transientes próximo do Sul
do Brasil, onde também os ventos de oeste estão anomalamente positivos, e com isso a
presença dos Jatos Subtropical e Polar Norte nessa área. Nota-se com isso o forte
escoamento de oeste do Pacífico e ventos de sudoeste no cone sul continental. Na
primeira quinzena do mês (Figura 9, abaixo esquerda) é possível verificar um
escoamento de bloqueio no Pacífico, com um cavado inclinado de NO/SE entre 15-30S.
Outro cavado aparece entre 30S e a Patagônia, evidenciando a presença do domínio
ciclônico no escoamento, que envia pulsos na forma de cavado de onda curta entre 20S
e 40S, e principalmente entre a Província de Buenos Aires, norte da Argentina e Sul do
Brasil e Uruguai. Também os Jatos Subtropical e Polar estão mais notados neste
período, principalmente o Subtropical entre 20S e 30S no continente. Os ventos de leste
fortemente anomalos é notado do Peru ao ES e Atlântico, que influencia na presença da
crista de um anticiclone nessa área, que contribui para o tempo quente e seco em várias
áreas. Na segunda quinzena (Figura 9, abaixo direita), o domínio de uma crista no
Pacífico oriental determinou a condição de entrada de ar mais frio de latitude polares
para o Sul do Brasil, resultante de temperaturas mais baixas no RS nesse mês. O padrão
é mais típico para o inverno com a presença do anticiclone centrado no sul do AP. O
Jatos Subtropical e Polar aparecem entre o RS e o Uruguai e Atântico ao longo de
27S/32S, respectivamente e aproximadamente. Embora a circulação apresente um
cavado entre o Peru e o Paraguai, esse sistema não foi tão influente no tempo no oeste e
centro do continente, devido a presença do domínio da circulação anticiclônica na
média e baixa troposfera.
Figura 9: Linhas de corrente e anomalia da componente zonal do vento em 250 hPa para o
mês de julho de 2012.
4.2- 500 hPa
No campo de geopotencial e anomalia de geopotencial em 500 hPa para o mês de julho
(Figura 10, acima) nota-se o predomínio de um cavado alongado quase
meridionalmente no Atlântico nas proximidades do Sul do Brasil com forte anomalia
negativa de geopotencial, e está embebido em uma intensa região baroclínica entre o
Atlântico sudoeste e o continente. Um leve escoamento de bloqueio pode ser visto no
Pacífico entre 100-120W e entre 17-53S, com a presença de anomalia negativa de
geopotencial e a presença de um cavado. Nota-se com isso a presença de um
escoamento de sudoeste entre o Pacífico e o Sul do Brasil, o que deixa as frentes frias
mais a sul, na média, e influencia na entrada de ar bastante frio de latitudes polares, com
a presença de uma crista alongada meridionalmente na Argentina. No Pacífio nota-se
forte anomalia positiva de geopotencial, evidenciado por uma crista do bloqueio, a qual
tem o reflexo em superfície com a presença de anomalias positivas de PNMM. Uma
anomalia negativa é bastante significativa (Figura 10, abaixo esquerda) no Atlântico
sudoeste, com amplo cavado dominando o padrão. No Pacífico há um bloqueio mais
evidenciado neste período, com forte anomalia positiva de geopotencial entre 30S e
58S. Esta forte anomalia é congruente a entrada de ar frio no continente, pelos ventos de
sudoeste, principalmente na Argentina. Na segunda quinzena (Figura 10, abaixo
direita) o comportamento mudou completamente em relação a primeira, nesse caso a
forte baroclinia é notada no Atlântico sudoeste mais afastada do continente, e no
Pacífico através de uma ampla área ciclônica em latitudes superiores a 50S. E,
simultâneamente houve forte anomalia positiva de geopotencial no Atlântico associada
a uma crista. Nota-se que o geopotencial apresentou anomalia positivas na região
central do Chile, identificando anomalia de vorticidade anticiclônica nessa área e a
inferência na entrada de alta pressão no cone sul e com isso deixando a temperatura
mínima anomalamente negativa no RS nesta quinzenal. Entre o leste de MG e o ES a
anomalia foi bem positiva evidenciando o domínio de circulação anticiclônica no centro
leste do continente e impedindo a entrada de frentes frias para latitudes mais baixas no
continente.
Figura 10: Altura geopotencial e anomalia de geopotencial em 500 hPa para o mês de
julho de 2012.
4.3- 850 hPa
O escoamento médio de junho em 850 hPa do vento meridional (Figura 11, acima)
mostra que o escoamento associado ao Jato de Baixos Níveis (JBN) foi bastante fraco,
pois o sinal foi positivo, ou seja ventos do quadrante sul, evidenciando a entrada de ar
frio para a Bolívia e Paraguai e Sul do Brasil nas camadas mais baixas da troposfera.
Também nota-se a presença de um cavado a leste da Argentina, que na retaguarda tem
ventos de sul bastante anômalos. O mesmo é observado no Pacífico oriental na costa do
Chile. Nota-se a circulação anticiclônica, associada ao anticiclone subtropical do
Atlântico, sobre todo o leste brasileiro e adentrando ao centro-oeste, em RO e no AC.
Este sistema influenciou o tempo sobre este setor, de forma que inibiu a formação de
instabilidade significativa, que pode ter refletido nas anomalias negativas de
precipitação no norte da Região Sudeste e interior do Nordeste. Na primeira quinzena
(Figura 11, abaixo esquerda) fica mais evidenciado que foi o período de anomalias
mais representativas do mês na Argentina. Na segunda quinzena (Figura 11, abaixo
direita) o padrão mudou em latitudes médias, cujo ventos de sul foram bastante
significativos, que contribuiram para advectar ar frio de sul para a Argentina e RS, isto
reflete nas temperaturas mais baixas no RS.
Figura 11: Linhas de corrente e anomalia da componente meridional do vento em 850 hPa
para o mês de julho de 2012.
4.4- Superfície:
O campo de Pressão ao Nível Médio do Mar (PNMM) (Figura 12, acima) mostra a
Alta Subtopical do Atlântico Sul (ASAS) centrada a leste de 10W com valor de 1026
hPa. Nota-se que esta alta pressão dominou o escoamento adentrando para o leste do
Brasil. Nota-se o posicionamento da Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS)
fortalecida no Pacífico oriental, e tem valores positivamente anomalos de até 12 hPa
entre 30S e 50S, a qual é responsável por tempo bastante frio no Sul do Brasil. Entre a
Antártica e o Atlântico sudoeste houve a presença de ciclones mais intensos, que
geraram fortes anomalias negativas de pressão. Notam-se anomalias bastante positivas
de até 14 hPa de PNMM na primeira quinzena (Figura 12, abaixo esquerda) no
Pacífico sudeste, resultande da presença de bloqueio atmosférico, que contribui para a
entrada de altas pressões mais intensas no continente. Simultaneamente, houve fortes
anomalias negativas no Atlântico sudoeste, resultante da presença de frentes frias e
ciclones mais intensos. Na segunda quinzena (Figura 12, abaixo direita) houve o
enfraquecimento das altas pressões no Atlântico e no Pacífico, mas ainda com valores
de até 10 hPa anomalamente positivos no Pacífico. Entre a Província de Buenos Aires, o
sul do RS e o leste da Bolívia houve pequena anomalia positiva. Em consequência
houve um deslocamento do cavado mais para leste do Atlântico, o que desintensificou a
alta pressão no Atlântico em relação a primeira quinzena.
Figura 12: Pressão ao nível médio do mar (PNMM) e anomalia de pressão para o mês de
julho de 2012.
Elaborado por : Luiz Kondraski de Souza

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