Os Poderosos do Varejo Global A força dos emergentes e a

Transcrição

Os Poderosos do Varejo Global A força dos emergentes e a
Os Poderosos
do Varejo Global
A força dos emergentes
e a reviravolta do setor
A hora e a vez dos emergentes
A Deloitte tem o prazer de apresentar a 13ª edição do
relatório anual da pesquisa “Os Poderosos do Varejo
Global”, desenvolvida em parceria com a STORES
Magazine.
Esta publicação aponta quais são as 250 maiores
redes varejistas do mundo, considerando o último
período fiscal avaliado de cada empresa, até junho
de 2009. O estudo também apresenta um panorama
macroeconômico global e discute os principais
desafios, tendências e estratégias que afetam o setor
varejista.
A presente edição do estudo indica, entre outros
movimentos, que os mercados emergentes da
América Latina, da Região Ásia/Pacífico e da África/
Oriente Médio vêm vivenciando um período de
grandes oportunidades para o varejo, em parte, por
conta do aumento do consumo interno e também
pelo espaço que vêm ganhando nos mercados globais.
Um dos fatos que ratificam essa expansão é o de que
a América Latina foi a região que apresentou maior
crescimento de vendas em 2008. De cada 20 varejistas
do ranking dos maiores do mundo, um é da América
Latina. Além disso, a região já responde por 10,7% do
faturamento do grupo respondente da pesquisa. De
qualquer forma, o posicionamento dos EUA ainda é
predominante no ranking, com um terço das empresas
e representatividade de 41,2% em faturamento.
As empresas latino-americanas vêm melhorando
suas posições no ranking referente ao período fiscal
avaliado em relação aos anos anteriores. Entre os
brasileiros, permaneceram na lista os dois varejistas
que já vêm ganhando destaque nas últimas edições: o
Grupo Pão de Açúcar, que saltou do 106º lugar para
a 92ª colocação, e a Casas Bahia, que subiu do 147º
lugar para a 131ª posição. Por outro lado, a Cencosud,
do Chile, desbancou o Grupo Pão de Açúcar da
primeira posição, deixando o varejista brasileiro em
segundo lugar entre os maiores da América Latina.
É importante ressalvar que este estudo foi finalizado
antes do anúncio da fusão entre o Grupo Pão de
Açúcar e a Casas Bahia.
Neste ano mais uma empresa brasileira passou
a marcar presença entre os poderosos, a Lojas
Americanas S.A, que ocupa a 200ª posição. Além
disso, a empresa foi classificada na 11ª posição da
lista das 50 empresas de crescimento mais rápido
entre 2003 e 2008. A Casas Bahia, que já estava neste
grupo na última edição do estudo, desponta na 39ª
colocação.
“Os Poderosos do Varejo Global” não poderia deixar
de abordar como as maiores empresas de varejo estão
aproveitando as possibilidades do comércio eletrônico,
um tema que vem ganhando cada vez mais relevância
para o setor nos últimos anos. Dos 100 maiores
varejistas, dois terços apostam nas vendas online e, de
maneira geral, o e-commerce foi responsável por uma
média de 6,6% do total das vendas dessas empresas.
O segmento de bens duráveis e produtos de lazer
e o de moda foram os que mais se destacaram na
utilização do canal de vendas online.
Ciente da importância de se acompanhar os
movimentos de um mercado tão dinâmico como o
setor varejista, a Deloitte espera que as informações
contidas neste relatório sirvam de ferramenta
para reflexão e possam, efetivamente, auxiliar as
organizações do varejo nacional a se integrarem, cada
vez mais e de modo mais acelerado, à dinâmica da
economia global.
Índice
Destaques sobre as 250 maiores redes.........................................................................................4
A lista dos 250 poderosos do varejo global. ............................................................................ 10
Os poderosos por região................................................................................................................. 12
Os poderosos por setor.................................................................................................................... 14
Os novatos da lista............................................................................................................................. 18
O tema do ano: comércio online.................................................................................................. 19
Movimentos de conjuntura............................................................................................................. 20
Grandes tendências para o varejo em 2010............................................................................. 21
Estatégias para o varejo brasileiro................................................................................................ 24
Metodologia do estudo e fontes de dados
As empresas são incluídas na lista dos 250 poderosos
do varejo global com base nos montantes registrados
para suas vendas a varejo, que excluem comércio de
automóveis, para o ano fiscal 2008*. Várias fontes de
informação foram consultadas para este estudo. Os
principais dados financeiros e de outras naturezas foram
obtidos de balanços anuais e relatórios protocolados na
Securities and Exchange Commission (SEC) e também
encontrados em comunicados à imprensa. Na falta de
informações publicadas pela própria empresa, foram
usadas outras fontes de domínio público, inclusive
estimativas em publicações especializadas, relatórios
de analistas e vários bancos de dados comerciais.
Boa parte dos dados do setor alimentício instalado
fora dos Estados Unidos foi fornecida pela Planet
Retail, um dos principais fornecedores online de
informações sobre o varejo, com uma base de dados
de mais de 1,8 mil varejistas e 4 mil operações em
mais de 130 países (para mais informações, acesse
www.planetretail.net).
* Nota: Considerando que
as empresas avaliadas neste
estudo utilizam períodos
diferentes para o início e
término do seu ano fiscal, as
referências sobre 2008 (ou
“ano fiscal 2008”) inseridas
neste relatório dizem
respeito ao último período
fiscal encerrado até junho
de 2009.
As vendas de cada grupo econômico refletem as vendas
líquidas consolidadas da controladora do varejista,
independentemente da controladora ter o foco primário
no varejo ou não. Os dados para lucro e/ou prejuízo
também refletem os resultados da controladora. Para
varejistas pertencentes a um conglomerado maior, as
vendas no varejo refletem apenas a parcela varejista das
vendas líquidas consolidadas da empresa. As vendas
de varejo não consideraram operações de serviços
de alimentação e restaurantes, nem outras receitas
advindas do atacado ou de transações comerciais entre
empresas (exceto as feitas em lojas de varejo), quando
foi possível desmembrar.
Faturamentos por bandeira de franquia, concessionárias
ou autônomas associadas em cooperativas não foram
considerados, nem as operações nas quais a empresa
tenha participação minoritária. Por outro lado, receitas
de royalties e franchising fees ou concessão foram
levados em conta.
Com o intuito de fornecer uma base comum para
classificar resultados de empresas não americanas, os
valores de suas vendas e lucros/prejuízos do período
fiscal analisado foram convertidos para dólares
norte-americanos, portanto, as taxas de câmbio
acabaram impactando os resultados. O site www.
oanda.com é a fonte de referência para o câmbio,
com a taxa média diária correspondendo ao ano fiscal
usado para converter os resultados obtidos. A taxa
composta de crescimento anual de 2003-2008 para
vendas no varejo, contudo, foi calculada na moeda
local da empresa.
Também é importante destacar que este relatório
usa taxas de crescimento compostas, ponderadas
pelas vendas, em lugar de médias aritméticas
simples, como medida primária para a compreensão
dos resultados financeiros do grupo. Portanto, os
resultados de empresas maiores contribuem mais
para o composto do que os resultados das empresas
menores. Como os dados foram convertidos para
dólares norte-americanos para fins de classificação e
para facilitar a comparação entre os grupos, as taxas
de crescimento compostas também foram ajustadas
para corrigir o movimento de moeda no período. Os
resultados compostos geralmente se comportam de
modo semelhante às médias aritméticas e apresentam
valores representativos melhores para fins de
referência.
Deve-se notar que os dados financeiros usados por
cada empresa, em um determinado ano fiscal, têm
a precisão da data em que o relatório foi emitido
originalmente. Uma empresa pode ter consolidado
resultados de um ano fiscal anterior para demonstrar
uma mudança nas suas operações ou o resultado de
uma mudança nas praticas contábeis. Tais situações
não se refletem nesses dados.
Como resultado dos fatores mencionados, as taxas
de crescimento para empresas individuais podem não
corresponder a outros resultados publicados.
Os poderosos do varejo global 3
Destaques sobre os 250 maiores varejistas
As vendas e os lucros ao longo do ano fiscal 2008 dos
250 poderosos do varejo global refletem o impacto da
diminuição da confiança dos consumidores no mundo
causados pela crise financeira que afetou todas os
continentes. Da lista das 250 maiores empresas, 61
apresentaram queda nas vendas em 2008, contra
44 em 2007. Como os gastos se tornaram muito
mais dependentes da receita do que do crédito, os
varejistas dos segmentos de vestuário e acessórios,
eletrônicos e utensílios domésticos enfrentaram
dificuldades. Entretanto, considerando a gravidade da
retração econômica global, o crescimento composto
de vendas no varejo de forma geral não foi tão lento
como poderia ter sido. As vendas no varejo dos 250
poderosos, corrigidas monetariamente e ponderadas
pelas vendas, subiram 6,3% em 2008, comparado a
7,6% em 2007.
Walmart e Carrefour lideram o ranking
e, apesar dos problemas na economia,
metade do grupo dos maiores varejistas
divulgou aumentos de vendas maiores
do que na última edição do estudo.
4
O total das vendas dos 250 poderosos do varejo
global ultrapassou US$ 3,8 trilhões no ano fiscal
de 2008 em comparação com os US$ 3,6 trilhões
alcançados pelas 250 maiores empresas varejistas
de 2007. Parte do aumento reflete o crescimento
nominal das vendas e parte dele deve-se à mudança
na composição do próprio grupo das 250 maiores
empresas varejistas. Além disso, o aumento no valor
global de vendas em dólares norte-americanos refletiu
o efeito de um dólar mais fraco com relação a muitas
das principais moedas durante 2008.
Acompanhando os efeitos da queda nas receitas, o
lucro líquido caiu de 3,7% no ano anterior para 2,4%,
mostrando uma ruptura na tendência de melhoria
contínua na lucratividade do varejo nos últimos anos.
Muitos varejistas efetivaram vendas fazendo uso de
grandes promoções, o que prejudicou muito seus
resultados. Das 184 empresas que divulgaram seus
resultados, 30 apresentaram prejuízo líquido (mais do
que o dobro das 14 empresas não rentáveis em 2007).
Além disso, 123 empresas, (ou dois terços de todas as
que apresentaram relatório), viram suas margens de
lucro cair em 2008.
Os dez primeiros da lista
As vendas no varejo ficaram um pouco mais
concentradas nas mãos dos dez maiores varejistas
em 2008. Com vendas somadas atingindo o total de
US$ 1,2 trilhão, os dez maiores varejistas acumularam
30,2% das vendas dos 250 maiores, um ligeiro
aumento em relação aos 29,6% alcançados em
2007. Apesar dos problemas na economia, metade
do grupo divulgou aumentos de vendas maiores em
2008 do que em 2007.
Embora a composição da lista das dez maiores
empresas varejistas seja a mesma que em 2007,
ocorreram algumas mudanças nas classificações. O
Walmart ainda é o líder incontestável e o Carrefour
continuou em segundo lugar, a mesma classificação
registrada no ranking desde 2000. Embora a Tesco
tenha crescido três vezes mais que a Metro (14,9%
versus 5,3%), a alemã tomou o terceiro lugar da
inglesa no ranking. O Schwarz Group continuou sua
escalada para a liderança, tirando a Home Depot
do quinto lugar da lista. As vendas da Home Depot
continuaram a cair pelo segundo ano consecutivo,
deixando a empresa em sétimo lugar da lista e a
Target caiu duas posições na lista depois de um
ano difícil (crescimento de apenas 2,3%), ocupando
a 10º posição. Destaque também para a Costco
que alcançou dois dígitos de crescimento, 12,5%
permanecendo na 8ª colocação.
Tendência de desconcentração
A quantidade de empresas norte-americanas na lista
dos 250 maiores varejistas e sua participação total nas
vendas desse grupo continuaram em queda em 2008.
No ano de 2006, 93 empresas norte-americanas
faziam parte dos 250 maiores varejistas do mundo; em
2007, esse número caiu para 87 e, em 2008, somente
84 fizeram parte deste seleto grupo.Parte desse
declínio deveu-se à queda do dólar norte-americano
em relação a muitas outras moedas, permitindo que
mais varejistas não norte-americanos conseguissem
uma maior “fatia do mercado”. Adicionalmente,
Concentração econômica das dez maiores varejistas
Classificação
Crescimento
Vendas no varejo
nos 250 maiores Nome da empresa País de origem
das vendas no
(US$ milhões)
varejistas
varejo (%)
1
Walmart
EUA
401.224
7,1
2
Carrefour
França
127.958
5,9
3
Metro
Alemanha
99.004
5,3
4
Tesco
Reino Unido
96.210
14,9
5
Schwarz
Alemanha
79.924
12,6
6
Kroger
EUA
76.000
8,2
7
Home Depot
EUA
71.288
-7,8
8
Costco
EUA
70.977
12,5
9
Aldi
Alemanha
66.063
7,1
10
Target
EUA
62.884
2,3
Grupo dos 10 maiores*
1.151.552
6,9
Grupo dos 250 maiores*
3.818.830
6,3
Participação das vendas dos dez maiores no total de vendas dos 250
30,2
* Vendas brutas, com taxas de crescimento compostas ajustadas de acordo com as taxas de câmbio
Participação no ranking por país/região
Grupo, país
ou região
Grupo dos 250 maiores*
África/Oriente Médio
Ásia/Pacífico
Japão
Europa*
França
Alemanha
Reino Unido
América Latina
América do Norte*
EUA*
Nº de
empresas
250
6
45
31
96
13
19
18
10
93
84
Média de
vendas no varejo
(US$ milhões)
15.275
4.864
9.798
9.134
16.872
31.532
23.988
15.591
6.327
17.911
18.736
Nº médio
de países em
que atuam
6,9
7,5
3,4
2,6
11,7
21,8
14,6
11,8
1,8
4,3
4,6
Vendas no varejo
de operações no
exterior (%)
22,9
8,2
11,9
8,5
36,2
41,0
42,6
21,5
13,1
13,4
13,3
Os resultados mostram os 250 maiores varejistas com sede central em cada região/país
* A média no número de países em que as empresas atuam exclui Richemont (Suíça) e Dell (EUA), cuja
cobertura quase global distorceria a média
Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail
Os poderosos do varejo global 5
os varejistas dos Estados Unidos vivenciaram um
crescimento significativamente mais fraco em
relação a seus concorrentes em outros países, visto
que a economia norte-americana deteriorou-se
antes da do resto do mundo. Como consequência, o
impacto foi a queda substancial da margem líquida
de 3,6% para 2,4%.
Para as empresas representantes da América Latina
no ranking, as vendas compostas do varejo cresceram
26,3% no último período analisado. As aquisições
Para as empresas representantes da
América Latina no ranking, as vendas
cresceram 26,3% no período analisado.
Os 250 maiores varejistas por região/país de origem
(%)
3,6 2,4
da Cencosud e da Falabella no Chile, da Soriana no
México e do Pão de Açúcar no Brasil, entre outras,
contribuíram para que a taxa de crescimento desta
Região fosse líder quando comparada com as outras
do globo. Região mais lucrativa em 2007, com
uma margem de lucro líquido de 5,3% em 2008,
a América Latina apresentou uma lucratividade de
apenas 1,4%. Este baixo resultado deve-se em grande
parte ao varejista mexicano Controladora Comercial
Mexicana, cuja margem de lucro líquido caiu de 5,1%
para -16,1%. A empresa tornou-se inadimplente em
outubro de 2008 (similar ao processo de concordata),
depois que a crise de crédito global causou enormes
prejuízos pelas grandes apostas nos derivativos
especulativos.
O destino das vendas dos 250 maiores varejistas
(%)
2,4 0,8 7,4
12,4
4,1
5,6
10,7
5,2
33,6
41,2
7,6
11,9
7,2
7,3
4
18,4
Japão
Ásia/Pacífico (Outros)
França
Alemanha
Reino Unido
Europa (Outros países)
América Latina
EUA
Canadá
África/Oriente Médio
Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail
6
1,7
12,4
Japão
Ásia/Pacífico (Outros)
França
Alemanha
Reino Unido
Europa (Outros países)
América Latina
EUA
Canadá
África/Oriente Médio
Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail
Em contrapartida, do outro lado do mundo, a Região
Ásia/Pacífico registrou um crescimento de vendas no
varejo acima da média (6,3%), atingindo 7,3% em
2008, apesar do pequeno crescimento do Japão de
1,4%. Mesmo a Região atingindo este crescimento
em 2008, é apenas pouco mais da metade da taxa
de crescimento alcançada no ano anterior (13,9%).
Importante salientar que muitos dos varejistas
chineses continuaram apresentando um crescimento
de dois dígitos em 2008.
O Japão representou o segundo maior grupo de
varejistas por país de origem (depois dos Estados
Unidos). Após vários anos em queda, a participação
do Japão na lista das 250 maiores empresas varejistas
e as vendas se recuperaram em 2008. Das 24
empresas que fazem ou voltaram a fazer parte da
lista dos 250 maiores em 2008, 9 estão baseadas
no Japão. Mais uma vez, é preciso ressaltar que o
ressurgimento do Japão no ranking tem muito mais
a ver com a força do iene em relação ao dólar norteamericano e relativamente pouco com o crescimento
efetivo das vendas dos varejistas japoneses.
Crescimento de vendas e lucratividade, por nível de
globalização (%)
Os seis varejistas da Região da África/Oriente Médio
incluídos na lista dos 250 poderosos do varejo
também continuaram vivenciando um crescimento em
vendas bem acima da média em 2008.
7,6
7,3
7,3
2003-2008
CAGR*
Crescimento de vendas
no varejo
Lucro líquido
3
2,4
1,4
Empresas
operando
em um país
Empresas
operando em dez
ou mais países
Globalização continua avançando
As operações no exterior, ou seja, em outros países
que não o da sede da empresa, continuaram a
contabilizar uma maior participação nas vendas,
atingindo 22,9% do total de vendas dos 250 maiores
varejistas em 2008, um aumento de 21,3% em
relação a 2007. A média no número de países em
que as empresas atuam também apresentou um leve
aumento de 6,8 para 6,9, excluindo duas, a Richemont
e a Dell, cuja cobertura é realmente global.
*Taxa composta de crescimento anual em vendas no varejo
Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail
Os poderosos do varejo global 7
É importante mencionar que os varejistas com
uma base operacional mais global apresentam um
melhor desempenho do que os que não possuem
operações internacionais. Na lista dos 250 maiores,
100 varejistas operam em um único país, enquanto
50 estão em dez ou mais países. Os varejistas que
operam em mais de dez países alcançaram, em
2008, um crescimento de vendas de um ponto
percentual mais rápido do que os que operam em
um só país. Seu retorno sobre as vendas foi mais do
que duas vezes o obtido pelos varejistas que operam
exclusivamente em seu próprio país.
Os varejistas europeus permanecem sendo os mais
ativos globalmente, operando, em média, em 11,7
países. As empresas francesas e alemãs, de longe, as
maiores na média, geraram mais de 40% das vendas
em operações no exterior. Os varejistas da América
Latina são os que menos operam no exterior, fazendo
negócios em apenas 1,8 país, em média. Sete dos dez
principais varejistas dessa Região não têm operações
internacionais.
A maioria dos varejistas da América do Norte não tem
operações no exterior significativas. Mais da metade
dos 93 varejistas norte-americanos da lista dos 250
maiores não se expandiu além de suas fronteiras em
2008. Apenas 13,4% do total das vendas no varejo
da Região foram feitas no exterior, embora isso
represente um aumento em relação aos 11,8% das
vendas em 2007. Por outro lado, somente 20% dos
varejistas europeus operaram em um único país.
Na Região Ásia/Pacífico – e Japão em especial
–, as operações no exterior geraram uma fatia
relativamente pequena do total das vendas. Em 2008,
quase dois terços dos varejistas japoneses fizeram
negócios somente no Japão. Os varejistas da África e
do Oriente Médio se expandiram para bem longe de
seus países, porém a grande maioria de suas vendas,
91,8%, ainda ocorreu em operações domésticas.
26,3
Crescimento de vendas e lucratividade por região/país (%)
2002-2007
CAGR*
Crescimento de vendas
no varejo
Lucro líquido
19,8
16,7
17,2
11,2
8,5 8,9
7,5
7,3
6,3
7,2
5,6
2,4
3,2
6,8
5,6
5,3
3,9
2,2
7,9
2,7
7,8
6,5
4,5
4,5
3,2
2,5
1,4 1,5
1,4
2,4
2,3
0,2
250 maiores
África/
Oriente Médio
Ásia/
Pacífico
Japão
Europa
França
Alemanha
Reino Unido
América
Latina
América
do Norte
EUA
* Os resultados mostram a taxa de crescimento anual composta/acumulada de vendas no varejo das 250 maiores empresas, de acordo com o país ou região de suas sedes centrais
Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail
8
A importância da diversificação
Os varejistas que foram mais ambiciosos globalmente
e aqueles que operaram em diferentes formatos
desfrutaram maiores taxas de crescimento e
maior lucratividade. A diversificação pode ter um
papel especialmente importante em um ambiente
econômico difícil, como uma maneira de mitigar o
risco inerente de se fazer negócios em um único local
geográfico ou de uma única forma.
Para manter uma trajetória de crescimento agressiva, a
maioria dos grandes varejistas do mundo desenvolveu
múltiplos formatos de vendas. Em 2008, mais
da metade dos 250 maiores varejistas operaram
com algum nível de diversificação de formato, em
comparação com 119 que operaram com um formato
único. Entretanto, mesmo as empresas com uma
cadeia diversificada de conceitos de lojas de varejo
tenderam a ter um formato responsável pela maioria
das suas vendas. Somente 34 dos 250 maiores não
tiveram um formato dominante.
Diferentemente de 2007, em que os varejistas mais
focados apresentaram maior crescimento de vendas
e lucratividade, em 2008 ocorreu o oposto. As
empresas com múltiplos formatos aumentaram as
vendas muito mais rápido do que seus concorrentes
com um único formato. É importante destacar
que os varejistas que operaram em formatos mais
diversificados são maiores e suas operações também
são mais globais do que os varejistas que utilizaram
basicamente um único formato.
Os supermercados voltaram à lista dos 250 maiores
varejistas após vários anos perdendo espaço. Dos 24
recém-chegados à lista, 14 operam supermercados,
incluindo 9 que têm esse formato dominante. Embora
o formato de supermercado tenha sido substituído,
de certa forma, pelos hipermercados, pelas lojas de
desconto e pelas lojas de conveniência, ele continuou
sendo o mais comum, operado por 103 dos 250
maiores varejistas.
Os varejistas que foram mais ambiciosos
globalmente e aqueles que operaram
em diferentes formatos desfrutaram
maiores taxas de crescimento e maior
lucratividade.
Lojas de material para construção, reforma e
decoração estão se destacando de maneira
crescente no mercado global. Em 2008, 43 dos 250
maiores varejistas operaram uma rede de lojas desse
tipo, em comparação a 32 em 2005. Drogarias e
farmácias estão, pouco a pouco, perdendo espaço.
Menos varejistas entre os 250 maiores estão
operando nesse formato do que anteriormente,
sendo que supermercados, hipermercados e varejistas
que vendem produtos de massa estão, cada vez
mais, fornecendo produtos farmacêuticos,
demonstrando ser esta uma tendência do varejo
nos próximos anos.
Formatos operados pelos 250 poderosos (%)
Supermercados
103
84
Hipermercados
Lojas de conveniência
67
Lojas de desconto
51
Vestuários/Calçados
49
48
Lojas de departamento
43
Construção, reforma e decoração
Aparelhos eletrônicos
Canais de vendas
sem estabelecimento físico
39
34
30
Drogarias/Farmácias
Autosserviço para atacado/
Clubes de compras
Lojas de departamento de desconto
26
14
Outras especialidades
98
0
Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail
70
Os poderosos do varejo global 9
A lista dos 250 poderosos do varejo global
Ranking Empresa (origem)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
10
Walmart (EUA)
Carrefour (França)
Metro (Alemanha) Tesco (Reino Unido)
Schwarz Unternehmens (Alemanha) Kroger (EUA)
Home Depot (EUA)
Costco (EUA) Aldi (Alemanha)
Target (EUA)
Rewe-Zentral (Alemanha) Walgreens (EUA)
Groupe Auchan (França) Seven & I Holdings (Japão)
CVS (EUA) Lowe´s (EUA)
AEON (Japão)
Leclerc (França)
Edeka Zentrale (Alemanha)
Sears Holdings (EUA)
Best Buy (EUA)
ITM Développment (França) Safeway (EUA)
Casino Guichard-Perrachon (França)
Koninklijke Ahold (Países Baixos)
Woolworths (Austrália) SuperValu (EUA)
Wesfarmers (Austrália)
J Sainsbury (Reino Unido) IKEA (Suécia) Rite Aid (EUA) WM Morrison Supermarkets (Reino Unido)
Delhaize (Bélgica)
Système U, Centrale Nationale (França)
Macy’s (EUA)
Publix Super Markets (EUA) Loblaw Companies (Canadá)
Mercadona (Espanha)
PPR Group (França)
Migros-Genossenchafts Bund (Suíça) El Corte Inglés (Espanha) TJX Companies (EUA)
Yamada Denki (Japão) Amazon.com (EUA)
JCPenney (EUA)
Coop Italia (Itália)
Kingfisher (Reino Unido) Kohl´s (EUA)
Louis Delhaize (Bélgica) Alimentation Couche-Tard (Canadá)
Marks & Spencer (Reino Unido)
Coop (Suíça)
AS Watson (Hong Kong)
Inditex (Espanha)
Gap (EUA)
H.E. Butt Grocery (EUA)
Meijer (EUA)
Tengelmann (Alemanha)
Staples (EUA) H&M (Suécia)
ICA AB (Suécia)
Vendas
(US$ milhões)
401.244
127.958
99.004
96.210
79.924 e
76.000
71.288
70.977
66.063 e
62.884
61.549 e
59.034
56.831
54.113
48.990
48.230
47.975
47.567 e
47.389 e
46.770
45.015
44.530 e
43.222 e
39.697
37.846
36.002
34.664
32.716
32.558
31.794
26.289
26.166
25.192 e
25.175 e
24.892
23.929
22.208 e
21.016
20.681
20.055
20.048
19.000
18.718
18.624
18.486
17.172 e
16.806
16.389
16.185 e
15.781
15.602
15.573 e
15.217
15.048
14.526
14.460 e
14.321 e
14.293
14.154 e
13.821
13.771
Ranking Empresa (origem)
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
Toys “R” Us (EUA)
Isetan (Japão) LVMH (França) DSG Internacional (Reino Unido)
Groupe Adeo (França)
Empire Company (Canadá)
S Group (Finlândia)
Conad Consorzio Nazionale Dettaglianti (Itália)
Otto Group (Alemanha) Arcandor (Alemanha)
SPAR Österreichische Warenhandels (Áustria) Alliance Boots (Reino Unido) Kesko (Finlândia) Dell (EUA)
Grupo Eroski (Espanha) Uny (Japão) Dansk (Dinamarca)
John Lewis Partnership (Reino Unido)
Cencosud (Chile)
Metro (Canadá)
Dollar General (EUA)
Co-operative Group (Reino Unido)
Office Depot (EUA)
Shinsegae (Coreia do Sul)
Home Retail (Reino Unido)
Daiei (Japão) Reitangruppen (Noruega)
Fa. Anton Schlecker (Alemanha)
Bailian Group (China)
Gome Home Appliance (China)
Grupo Pão de Açúcar (Brasil)
BJ´s Wholesale Club (EUA)
Jerónimo Martins (Portugal)
J. Front Retailing (Japão)
Great Atlantic & Pacific Tea Company (EUA)
Lotte (Coreia do Sul)
Takashimaya Company (Japão)
C&A (Bélgica/Alemanha) Limited Brands (EUA)
The Pantry (EUA) Shoppers Drug Mart (Canadá) GameStop (EUA)
Organizacion Soriana (México)
Army & Air Force Exchange Service (EUA)
Kesa Electricals (Reino Unido)
X5 Retail Group (Rússia)
Nordstrom (EUA)
Giant Eagle (EUA) Menard (EUA)
Whole Foods (EUA) Canadian Tire (Canadá)
Beisia (Japão)
Esselunga (Itália)
QuikTrip (EUA)
Edion (Japão)
Yodobashi Camera (Japão) Hudson´s Bay (EUA) Ets Franz Colruyt (Bélgica)
Winn-Dixie Stores (EUA)
FDB (Dinamarca)
Oxylane Groupe/Decathlon (França)
Vendas
(US$ milhões)
13.724
13.723
13.660
13.501
13.242 e
13.035
12.943
12.885
12.812
12.640
12.484 e
12.305
11.604
11.529
11.526 e
11.511 e
11.436
11.351
11.226
10.644
10.458
10.371
10.353 e
10.278
10.263
10.214
10.158 e
10.093 e
10.091 e
10.091 e
10.047
9.802
9.738
9.571
9.516
9.140 e
9.126
9.107
9.043
8.996
8.896
8.806
8.672
8.422
8.320
8.320
8.272
8.150 e
8.100
7.954
7.837
7.777 e
7.758 e
7.730 e
7.709
7.692
7.591 e
7.431
7.367
7.328
7.307
Ranking Empresa (origem)
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
144
145
146
147
148
149
150
151
152
153
154
155
156
157
158
159
160
161
162
163
164
165
166
167
168
169
170
171
172
173
174
175
176
177
178
179
180
181
182
183
184
185
186
187
Vendas
(US$ milhões)
Liberty Media (EUA)
Bed Bath and Beyond (EUA) Suning Appliance (China) Family Dollar Stores (EUA) Dillard´s (EUA) Dairy Farm International (Hong Kong)
RaceTrac Petroleum (EUA) Shoprite Holdings (África do Sul)
Casas Bahia (Brasil) Globus Holding (Alemanha)
Ross Stores (EUA) S.A.C.I. Falabella (Chile) dm-drogerie markt (Alemanha)
Apple Inc./Apple Stores (EUA)
Katz Group (Canadá)
Hy-Vee (EUA) SHV Holdings N.V./Makro (Países Baixos) Sonae Distribuição SGPS (Portugal)
Groupe Galeries Lafayette (França) Defense Commissary Agency (EUA)
Pick´n Pay (África do Sul) Tokyu (Japão)
Bic Camera (Japão)
AutoZone (EUA) Praktiker Bau- und Heimwerkermärkte (Alemanha)
Euroset Group (Rússia)
K´s Holdings (Japão) Dirk Rossmann (Alemanha) Next (Reino Unido)
Fast Retailing (Japão)
OJSC “Magnit” (Rússia)
KF Gruppen (Suécia)
Blockbuster (EUA) Foot Locker (EUA)
OfficeMax (EUA)
Celesio (Alemanha)
Eldorado (Rússia)
PetSmart (EUA)
Barnes & Noble (EUA) Save Mart Supermarkets (EUA)
Norma Lebensmittelfilialbetrieb (Alemanha) Apoteket (Suécia) Sherwin-Williams (EUA)
Massmart Holdings (África do Sul) H2O Retailing Corporation (Japão) Controladora Comercial Mexicana (México)
SPAR Group (África do Sul)
Douglas Holding (Alemanha)
Don Quijote Company (Japão)
Coop Norge (Noruega)
Casey´s General Stores (EUA) Big Lots (EUA) Dollar Tree Stores (EUA)
Maxeda (Países Baixos)
NorgesGruppen (Noruega)
Wegmans Food (EUA) Neiman Marcus (EUA) Deichmann Group (Alemanha)
Kojima (Japão) Luxottica Group (Itália) Dalian Dashang (China)
Albertsons (EUA)
Life Corporation (Japão) President Chain Store (Taiwan)
China Resources Enterprise (Hong Kong)
7.303
7.208
7.193
6.984
6.831
6.733
6.680
6.611
6.524
6.500
6.486
6.410
6.369
6.315
6.278
6.200
6.159
5.995
5.947
5.800
5.789
5.782
5.776
5.769
5.748
5.726
5.684
5.665
5.584
5.425
5.326
5.288
5.255
5.237
5.232
5.230
5.223
5.065
5.059
5.050
5.007
4.878
4.835
4.806
4.770
4.746
4.740
4.715
4.701
4.698
4.688
4.645
4.645
4.644
4.644
4.620
4.601
4.591
4.577
4.575
4.561
4.500
4.498
4.482
4.441
e
e
e
e
e
e
e
e
e
e
e
e
e
e
e
e
e
e
e
e
Ranking Empresa (origem)
188
189
190
191
192
193
194
195
196
197
198
199
200
201
202
203
204
205
206
207
208
209
210
211
212
213
214
215
216
217
218
219
220
221
222
223
224
225
226
227
228
229
230
231
232
233
234
235
236
237
238
239
240
241
242
243
244
245
246
247
248
249
250
Vendas
(US$ milhões)
Bauhaus (Alemanha)
Groupe Vivarte (França)
FEMSA Comercio (México) RadioShack (EUA) DCM Japan Holdings Company (Japão)
East Japan Railway (Japão) Dick´s Sporting Goods (EUA)
Sheetz (EUA)
Shimamura (Japão)
Blokker Holding (Países Baixos) Poslovni sistem Mercator (Eslovênia) Migros Türk (Turquia) Lojas Americanas (Brasil)
Heiwado (Japão)
Distribución y Servicio D&S (Chile)
Michaels Stores (EUA) Associated British Foods/Primark (Reino Unido)
Gruppo PAM (Itália)
HORNBACH-Baumarkt (Alemanha) Jim Pattison (Canadá)
Roundy´s Supermarkets (EUA) CP All (Tailândia)
Matsumoto Kiyoshi (Japão)
Arcadia Group (Reino Unido) Marui (Japão)
Ruddick (EUA) Debenhams (Reino Unido) Izumiya Company (Japão)
Kwik Trip (EUA) Stater Bros Holdings (EUA)
El Puerto de Liverpool (México)
Advance Auto Parts (EUA) Raley´s (EUA)
Maxima Grupè (Lituânia)
Joshin Denki Company (Japão)
Iceland Foods Group (Reino Unido)
Finiper (Itália) O’Reilly Automotive (EUA)
The Game Group (Reino Unido)
Axfood (Suécia)
Burlington Coat Factory (EUA)
Abercrombie & Fitch (EUA)
RONA (Canadá)
Dunnes Stores (Irlanda)
WinCo Foods (EUA)
Belk (EUA) Lagardère Services (França)
Wawa (EUA)
XXXLutz Group (Áustria)
Williams-Sonoma (EUA) The Maruetsu (Japão)
Signet Jewelers (EUA)
The Golub Corp. Price Chopper Supermarkets (EUA)
BIM (Birlesik Magazalar) (Turquia)
HMV Group (Reino Unido)
Compagnie Financière Richement (Suíça)
Valor Campany (Japão)
Systembolaget (Suécia) Borders Group (EUA) Izumi Company (Japão)
Nonggongshang Supermarket Group (China)
The Bon-Ton Stores (EUA)
Best Denki (Japão)
4.417 e
4.349
4.276
4.225
4.212
4.150
4.130
4.107 e
4.096
4.088
3.950
3.942
3.886
3.851
3.849
3.817
3.814
3.793 e
3.755
3.720 e
3.705 e
3.698
3.687 e
3.678
3.666
3.665
3.661
3.643
3.640
3.640 e
3.637
3.633 e
3.612 e
3.607 e
3.597
3.583
3.579 e
3.577
3.571
3.543
3.542
3.540
3.533
3.514 e
3.506 e
3.499
3.414
3.396 e
3.384 e
3.361
3.345 e
3.344
3.300 e
3.296
3.286
3.282
3.256 e
3.254
3.242
3.192 e
3.139 e
3.130
3.110
Esta lista se baseia nas vendas das empresas durante o último período fiscal
encerrado até junho de 2008; e = estimativa
Os poderosos do varejo global 11
Os poderosos por região
América do Norte
Embora 9 dos 10 varejistas norte-americanos sejam
os mesmos que em 2007, a ordem foi alterada. A Best
Buy ficou na 10ª posição, no lugar da Safeway, que
tem piorado sua classificação desde 2000. A queda
nas vendas da Home Depot levou a empresa a cair
para o terceiro lugar, abaixo da Kroger. A Costco
superou a Target, e a CVS, com a aquisição da Longs
Drug Stores em outubro de 2008, pulou da 9ª para a
7ª posição, trocando de lugar com a Sears Holdings.
Europa
A lista dos dez maiores varejistas na Europa mudou
muito pouco em 2008. Os nomes permaneceram os
mesmos, mas a Metro superou a Tesco e ocupa o
segundo lugar, logo abaixo do Carrefour.
Ásia/Pacífico
A Região Ásia/Pacífico vivenciou a maior mudança
nas posições de suas dez maiores empresas varejistas
em 2008. Embora a Seven & I Holdings, a AEON e a
Woolworths continuem ocupando os três primeiros
lugares, as demais posições do ranking sofreram
mudanças consideráveis. A aquisição do Grupo
Coles pela Wesfarmers, em novembro de 2007,
alavancou a empresa para o quarto lugar e excluiu
a Coles da lista como uma entidade separada. A
fusão das japonesas Isetan e Mitsukoshi deu origem
à sétima maior empresa varejista da região, a Isetan
Mitsukoshi Holdings. Considerando o impulso dado
pelo iene forte, duas empresas japonesas, a UNY
Co. e a Daiei, voltaram para a lista dos dez maiores
varejistas da região em 2008, perfazendo um total
de seis varejistas representando o Japão – o dobro
em relação a 2007.
12
América do Norte
Classificação
na América
do Norte
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Classificação
nos 250 maiores
varejistas
1
6
7
8
10
12
15
16
20
21
Empresa
Walmart
Kroger
Home Depot
Costco
Target
Walgreens
CVS Caremark
Lowe’s
Sears Holdings
Best Buy
Vendas
no varejo
(US$ bilhões)
401.244
76.000
71.288
70.977
62.884
59.034
48.990
48.230
46.770
45.015
País de
origem
EUA
EUA
EUA
EUA
EUA
EUA
EUA
EUA
EUA
EUA
Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail
Europa
Classificação
na Europa
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Classificação
nos 250 maiores
varejistas
2
3
4
5
9
11
13
18
19
22
Empresa
Carrefour
Metro
Tesco
Schwarz
Aldi
Rewe
Auchan
E. Leclerc
Edeka Zentrale
ITM (Intermarché )
Vendas
no varejo
(US$ bilhões)
127.958
99.004
96.210
79.924
66.063
61.549
56.831
47.567
47.389
44.085
País de
origem
França
Alemanha
Reino Unido
Alemanha
Alemanha
Alemanha
França
França
Alemanha
França
Ásia/Pacífico
Classificação
Classificação
nos 250 maiores
na Ásia/Pacífico
varejistas
1
14
2
17
3
26
4
28
5
43
6
53
7
63
8
77
9
85
10
87
Empresa
Seven & I Holdings
AEON
Woolworths
Wesfarmers
Yamada Denki
AS Watson
Isetan Mitsukoshi
UNY
Shinsegae
Daiei
Vendas
no varejo
(US$ bilhões)
54.113
47.975
36.002
32.716
18.718
15.217
13.723
11.511
10.278
10.214
País de
origem
Japão
Japão
Austrália
Austrália
Japão
Hong Kong SAR
Japão
Japão
Coreia do Sul
Japão
América Latina
Os varejistas latino-americanos também continuam
ganhando espaço na lista dos 250 maiores. Em
2008, a região foi representada por um total de dez
empresas, sendo oito em 2007. As Lojas Americanas,
do Brasil, e a Distribución y Servicio (D&S), do Chile,
foram incluídas no ranking. A D&S, contudo, foi
uma adição temporária, uma vez que a empresa foi
comprada pelo Walmart em fevereiro de 2009. A
Cencosud, do Chile, desbancou o Pão de Açúcar,
do Brasil, da primeira posição, deixando o varejista
brasileiro em segundo lugar na região. É importante
ressalvar que este estudo foi finalizado antes do
anúncio da fusão entre o Grupo Pão de Açúcar e
a Casas Bahia.
África/Oriente Médio
A Região África/Oriente Médio é representada por
seis dos 250 maiores varejistas. A BİM, da Turquia,
é uma novata na lista dos 250 maiores varejistas em
decorrência de um aumento de 32% no número de
lojas em 2008. É o segundo varejista turco entre os
250 maiores, com a Migros Türk. As outras quatro
empresas da lista são sediadas na África do Sul.
Combatendo um cenário de recessão prolongada, a
Shoprite, da África do Sul, empresa líder do varejo na
região, aumentou sua liderança em relação à segunda
colocada, Pick n Pay. A Metcash Africa, integrante da
lista dos 250 maiores varejistas dessa região em 2007,
não conseguiu ser incluída em 2008.
América Latina
Classificação
na América
Latina
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Classificação
nos 250 maiores
varejistas
80
92
104
131
134
168
190
200
202
218
Empresa
Cencosud
Grupo Pão de Açúcar
Soriana
Casas Bahia
Falabella
Comercial Mexicana
FEMSA Comercio
Lojas Americanas
D&S
El Puerto de Liverpool
Vendas
no varejo
(US$ bilhões)
11.226
10.047
8.672
6.524
6.410
4.746
4.276
3.886
3.849
3.637
País de
origem
Chile
Brasil
México
Brasil
Chile
México
México
Brasil
Chile
México
Nota: Este estudo foi finalizado antes do anúncio da fusão entre o Grupo Pão de Açúcar
e a Casas Bahia
África/Oriente Médio
Classificação
na África/OM
1
2
3
4
5
6
Classificação
nos 250 maiores
varejistas
130
143
166
169
199
241
Empresa
Shoprite Holdings
Pick ‘n Pay
Massmart
Spar
Migros
BIM
Vendas
no varejo
(US$ bilhões)
6.611
5.789
4.806
4.740
3.942
3.296
País de
origem
África do Sul
África do Sul
África do Sul
África do Sul
Turquia
Turquia
Os poderosos do varejo global 13
Os poderosos por setor
Para a análise deste estudo, são considerados quatro
setores: bens de consumo não duráveis, bens duráveis
e produtos de lazer, moda e diversificados. Uma
empresa é designada para um setor específico se mais
da metade das vendas derivar de uma categoria de
produto de definição abrangente. Se nenhum dos três
setores específicos cobrir ao menos 50% das vendas, a
empresa é considerada diversificada.
Crescimento de vendas e lucratividade por setor (%)
8,6
8,3
7,6
7,5
7,5
6,3
4,7
4,1
3,1
2,4
2,2
2,7
1,8
2,1
-0,6
250 maiores
(todos os setores)
Moda
Bens de consumo
não duráveis
Bens duráveis e
produtos de lazer
Diversificados
2003-2008
CAGR*
Crescimento de vendas no varejo
Lucro líquido
*Taxa composta de crescimento anual em vendas no varejo
Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail
Bens de consumo não duráveis
Produtos alimentícios e outros bens de consumo
não duráveis continuam predominando entre os
poderosos. No total, os 134 varejistas de bens de
consumo não duráveis representaram mais da metade
dos 250 maiores e foram responsáveis por mais de
dois terços das vendas do grupo (67,7%). Além de
serem mais numerosos, esses varejistas também
são os maiores, registrando uma média de vendas
de US$ 19,3 bilhões em 2008. Entretanto, esse
grupo é o setor menos dispersado geograficamente,
concentrando suas operações em uma média de 4,5
países. Apesar disso, as operações no exterior geraram
uma participação relativamente alta, de 21,7% no
total das vendas dos varejistas de bens de consumo
não duráveis.
Em épocas difíceis, mais consumidores deixam de
se alimentar fora do lar. Consequentemente, o setor
de bens de consumo não duráveis desfrutou de um
crescimento de vendas em relação ao ano anterior
de 8,6% acima dos outros grupos de produtos.
Entretanto, a lucratividade sofreu com o resto do
setor varejista na medida em que os consumidores
procuraram por ofertas no período. A margem
composta de lucro líquido do setor caiu de 3,0% em
2007 para 2,2% em 2008.
Perfis por setor de produto
Nº de empresas
250 maiores*
Bens de consumo não duráveis
Bens duráveis e produtos de lazer*
Moda*
Diversificados
250
134
56
38
22
Média de
vendas no varejo
(US$ milhões)
15.275
19.283
10.300
8.027
16.049
Nº médio
de países em
que atuam
6,9
4,5
9,1
12,6
7,2
* A média no número de países em que as empresas atuam exclui Richemont (moda) e Dell (bens duráveis),
cuja cobertura quase global distorceria a média
Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail
14
Vendas no varejo
de operações no exterior
(%)
22,9
21,7
24,8
26,2
25,3
Grande parte da mudança na classificação dos dez
maiores varejistas por setor de produto primário é
resultante de alterações na classificação de alguns
poucos varejistas. A reclassificação da Metro tirou a
empresa da primeira posição entre os dez maiores
varejistas de bens de consumo não duráveis, deixando
o lugar para a Auchan, que foi incluída na lista
daquele setor como a “número um”. Todas as dez
maiores empresas varejistas de bens de consumo não
duráveis registraram um sólido crescimento.
A queda nas vendas atingiu cinco dos dez maiores
varejistas de bens duráveis e produtos de lazer em
2008: Home Depot, Lowe’s, PPR, Kingfisher e Toys “R”
Us. A DSG, em sétimo lugar em 2007, saiu da lista dos
dez maiores devido a uma combinação de crescimento
de vendas negativo e desvalorização da libra esterlina.
O varejista do setor de eletrônicos Yamada Denki e a
Amazon.com, ambos figurantes dessa lista de líderes
do setor em 2007, subiram duas posições. A Staples
retornou à nona posição entre os dez maiores.
Bens duráveis e produtos de lazer
O colapso do mercado imobiliário, em especial nos
Estados Unidos, que vinha impulsionando a demanda
de utilidades domésticas nos últimos anos, atingiu
o setor de bens duráveis e produtos de lazer em
2008. Os 56 varejistas que compõem esse grupo
viram o crescimento das vendas encolher em mais da
metade, chegando a 3,1% em comparação com os
6,8% de 2007. A margem de lucro caiu de 4,0% para
2,7%. Seis dos dez varejistas do setor de eletrônicos
apresentaram resultados negativos.
Bens de consumo não duráveis
A expansão global tornou-se uma importante
estratégia de crescimento para muitos varejistas do
setor de bens duráveis e produtos de lazer. No período
analisado por este estudo, as empresas desse setor
operaram, em média, em 9,1 países. Como um grupo,
elas geraram aproximadamente um quarto do total
das vendas de operações no exterior.
Classificação Classificação nos 250
no setor
maiores varejistas
1
1
2
2
3
4
4
5
5
6
6
8
7
9
8
11
9
12
10
13
Vendas no varejo
(US$ milhões)
401.244
127.958
96.210
79.924
76.000
70.977
66.063
61.549
59.034
56.831
Empresa
Walmart
Carrefour
Tesco
Schwarz
Kroger
Costco
Aldi
Rewe
Walgreens
Auchan
País de origem
EUA
França
Reino Unido
Alemanha
EUA
EUA
Alemanha
Alemanha
EUA
França
Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail
Bens duráveis e produtos de lazer
Classificação Classificação nos 250
no setor
maiores varejistas
1
7
2
16
3
21
4
30
5
39
6
43
7
44
8
47
9
59
10
62
Empresa
Home Depot
Lowe’s
Best Buy
IKEA
PPR
Yamada Denki Co.
Amazon.com
Kingfisher
Staples
Toys “R” Us
Vendas no varejo
(US$ milhões)
71.288
48.230
45.015
31.794
20.681
18.718
18.624
16.806
14.154
13.724
País de origem
EUA
EUA
EUA
Suécia
França
Japão
EUA
Reino Unido
EUA
EUA
Os poderosos do varejo global 15
Moda
Os varejistas do setor de moda foram os que mais
sofreram com a retração econômica. O crescimento
composto de vendas no varejo desse grupo foi
negativo (-0,6%). A margem caiu praticamente pela
metade, de 7,3% para 4,1%. Entretanto, a margem
de lucro, historicamente alta no setor de moda,
permaneceu sendo a mais alta entre todos os grupos
de produtos.
Com 38 empresas, o setor de moda representou
15,2% das 250 maiores empresas varejistas, mas
apenas 8% das vendas. Embora continuem sendo
empresas menores, com média de vendas de US$ 8
bilhões, elas aumentaram de tamanho ao longo dos
anos, beneficiando-se da contínua expansão global.
16
Em média, os varejistas desse grupo operaram em
12,6 países em 2008, mais do que qualquer outro
setor e com um aumento significativo em relação a
10,1 países em 2007. Elas aparecem, também, com a
maior participação nas vendas de operações fora de
seus países de origem.
Entre os varejistas de moda, a Macy’s manteve o
primeiro lugar, apesar de uma queda de 5,4% nas
vendas. A JCPenney desceu para a terceira posição
e a inclusão da empresa criada pela fusão da Isetan
Mitsukoshi Holdings excluiu a Limited Brands da lista
dos dez maiores varejistas do setor de moda. Os
varejistas de vestuário multinacionais, Inditex e H&M
continuaram subindo no ranking, enquanto a Gap
continuou caindo de posição.
Moda
Classificação Classificação nos 250
no setor
maiores varejistas
1
35
2
42
3
45
4
48
5
54
6
55
7
60
8
63
9
10
64
71
Empresa
Macy’s
TJX
J.C. Penney
Kohl’s
Inditex
Gap
H&M
Isetan Mitsukoshi
Holdings
LVMH
Arcandor
Vendas no varejo
(US$ milhões)
24.892
19.000
18.486
16.389
15.048
14.526
13.821
13.723
13.660
12.640
País de origem
EUA
EUA
EUA
EUA
Espanha
EUA
Suécia
Japão
França
Alemanha
Diversificados
Classificação Classificação nos 250
no setor
maiores varejistas
1
3
2
10
3
20
4
41
5
58
6
70
7
74
8
95
9
97
10
118
Vendas no varejo
(US$ milhões)
Metro
99.004
Target
62.884
Sears Holdings
46.770
El Corte Inglés
20.048
Tengelmann
14.293
Otto Group
12.812
Kesko
11.604
J. Front Retailing
9.571
Lotte Shopping
9.140
Hudson’s Bay Trading
7.591
Empresa
País de origem
Alemanha
EUA
EUA
Espanha
Alemanha
Alemanha
Finlândia
Japão
Coreia do Sul
EUA
Diversificados
O grupo do setor de diversificados, que vende uma
ampla gama de produtos e frequentemente opera
em diferentes formatos, foi representado por 22
empresas. As empresas varejistas alemãs Metro e
Tengelmann foram reclassificadas nesta edição do
estudo, saindo do setor de bens de consumo não
duráveis e entrando para o setor de diversificados. A
Metro vendeu sua rede de supermercados Extra para a
Rewe, enquanto a Tengelmann diluiu sua participação
na rede de supermercados A&P nos Estados Unidos.
Nos dois casos, os bens de consumo não duráveis
não representam mais a maior parte das vendas
desses varejistas. A inclusão dessas duas empresas
no grupo de diversificados ajudou a impulsionar a
média de vendas no varejo desse setor, ultrapassando
US$ 16 bilhões; porém, o crescimento das vendas foi
insignificante, 1,8%, assim como foi a margem de
lucro, de apenas 2,1%.
Com esta nova classificação, a Metro assumiu o
primeiro lugar no grupo de diversificados. A Marks
& Spencer, quarto lugar no ano anterior, não é
mais considerada parte desse grupo. A empresa
foi realocada em 2008 como um varejista do setor
de bens de consumo não duráveis. A Tengelmann,
outro varejista de bens de consumo não duráveis
reclassificado, ocupa o quinto lugar. Incluída pela
primeira vez entre os dez maiores varejistas do setor
de diversificados está a norte-americana Hudson’s Bay
Trading Company (HBTC), criada em julho de 2008
como a empresa controladora para os ativos de varejo
da NRDC Equity Partners. A NRDC adquiriu a Hudson’s
Bay Company, do Canadá, e fez sua consolidação com
a Lord & Taylor e a Fortunoff.
Os poderosos do varejo global 17
Os novatos da lista
Dos 24 varejistas que ingressaram na lista dos
250 maiores em 2008, 9 são empresas japonesas.
Entretanto, conforme observado antes, isso se
deve basicamente à força do iene em relação ao
dólar norte-americano durante o ano fiscal de
2008. Considerando que os varejistas do setor
de alimentação cresceram mais rápido que os de
outros setores no período analisado, talvez não seja
tão surpreendente que 17 dos recém-chegados
à lista operam supermercados e outros formatos
de lojas de alimentos. Três dessas empresas – FDB
(Coop Danmark), KF Gruppen e Coop Norge – são
“novas” porque operaram independentemente como
cooperativas nacionais. Por vários anos, elas estiveram
subordinadas à Coop Norden, que agora se converteu
definitivamente a uma empresa de compras.
Os recém-chegados na lista dos 250 maiores
Classificação
nos 250 maiores
varejistas
63
96
118
121
154
171
172
192
200
202
215
216
221
222
223
225
226
238
240
241
244
247
248
250
Empresa
País de origem
Formato predominante
Isetan Mitsukoshi Holdings
The Great Atlantic & Pacific Tea Company
Hudson´s Bay Trading Company
FDB
KF Gruppen
Don Quijote Company
Coop Norge
DCM Japan Holdings Company
Lojas Americanas
Distribuición y Servicio D&S
Izumiya Company
Kwik Trip
Maxima Grupè
Joshin Denki Company
Iceland Foods Group
O’Reilly Automotive
The Game Group
The Maruetsu
The Golub Corp./Price Chopper Supermarkets
BIM (Birlesik Magazalar)
Valor Campany
Izumi Company
Nonggongshang Supermarket Group
Best Denki Company
Japão
EUA
EUA
Dinamarca
Suécia
Japão
Noruega
Japão
Brasil
Chile
Japão
EUA
Lituânia
Japão
Reino Unido
EUA
Reino Unido
Japão
EUA
Turquia
Japão
Japão
China
Japão
Loja de departamento
Supermercado
Loja de departamento e desconto
Supermercado
Supermercado
Loja de desconto
Supermercado
Construção, reforma e decoração
Loja de departamento e desconto
Hipermercado, centro de compras
Hipermercado, centro de compras
Loja de conveniência
Supermercado
Aparelhos eletrônicos
Supermercado
Outras especialidades
Outras especialidades
Supermercado
Supermercado
Loja de desconto
Supermercado
Hipermercado, centro de compras
Hipermercado, centro de compras
Aparelhos eletrônicos
Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail
18
O tema do ano: comércio online
A utilização de múltiplos canais continua em
forte crescimento à medida que mais empresas
desenvolvem o varejo eletrônico (e-commerce).
Neste ano, o estudo “Os Poderosos do Varejo
Global” mostra até que ponto os 100 maiores
varejistas apostaram nesse canal de vendas cada
vez mais importante. A análise baseia-se somente
nas empresas que têm informações disponíveis de
vendas online para 2008, mais as empresas que
não operaram um site para transações em 2008 e,
portanto, não fizeram vendas online. Dos 100
maiores varejistas, 69 foram incluídos na análise,
pois as vendas online não estavam disponíveis
para outras 31 empresas.
O comécio online já é responsável por
6% do faturamento total dos varejistas
brasileiros (similar ao resultado dos
250 maiores varejistas – 6,6%), ficando
em terceiro lugar entre os canais de
venda relacionados aos resultados das
empresas. Em primeiro lugar estão
as lojas físicas e, logo em seguida, as
vendas diretas.
Fonte: pesquisa “Comércio online: As relações das empresas com seus públicos na internet”
(Deloitte, 2009)
É importante salientar que esses resultados devem ser
interpretados com muita cautela devido à pequena
amostra de dados em alguns setores, mas, em geral,
o comércio eletrônico foi responsável por uma
média de 6,6% do total das vendas desses varejistas
em 2008. Por setor de produto, as vendas online
representaram, em média, 24% das vendas de bens
duráveis e produtos de lazer. Isso inclui, porém, a
Amazon.com, a Dell, a Office Depot e a Staples,
que juntas distorcem drasticamente os resultados.
Excluindo essas quatro potências do varejo eletrônico,
os números descem para 5,1% para as nove empresas
restantes incluídas neste setor. Para o setor de moda
(composto de apenas seis empresas), as vendas online
representaram 5,2% das vendas. O setor de bens de
consumo não duráveis representa o menos adepto
ao e-commerce. Para as empresas desse grupo, uma
média de apenas 0,9% das vendas foi gerada por
varejo eletrônico.
Olhando os dados por região geográfica, a Europa
lidera esse canal de venda, com uma média de vendas
online de 4,1%. O e-commerce foi responsável por
2,5% das vendas para os varejistas norte-americanos,
excluindo os quatro gigantes do varejo eletrônico
citados acima. Com a inclusão dessas empresas, o
número sobe para 12%. A Região Ásia/Pacífico ficou
para trás, registrando uma média de vendas online
de somente 0,8% do total das vendas. Entre as 100
maiores empresas do ranking, apenas três são latinoamericanas – Cencosud, do Chile, Grupo Pão de
Açúcar, do Brasil, e Organizacion Soriana, do México
–, uma amostra que não é considerada significativa
para efeito de análise por região.
Os poderosos do varejo global 19
Movimentos de conjuntura
Acompanhando a recuperação econômica global,
o setor varejista vem restabelecendo sua trajetória
de crescimento, porém, a natureza e a distribuição
geográfica desse crescimento serão relativamente
diferentes do que vinha sendo observado até
recentemente. Na década que se inicia, os
países que utilizaram grandes empréstimos para
financiar os gastos excessivos dos consumidores
podem experimentar um menor crescimento do
consumo, visto que as famílias se esforçam para
sanar suas dívidas e acumular recursos para a
aposentadoria futura e outras necessidades. A
maior parte do crescimento econômico desses
países será provavelmente movida por exportações,
investimentos de negócios e gastos governamentais.
Por outro lado, o crescimento de países como a
China provavelmente passará a ser movido pelo
consumo interno.
Por outro lado, na China, a demanda interna deve
continuar a ser um importante fator de crescimento
dado que as exportações ainda estão abaixo do nível
atingido ao final de 2008. O governo chinês tende
a promover o consumo privado, e a retirada gradual
desse estímulo fiscal somente se efetivará a partir
da consolidação dos níveis de emprego e renda que
devem estimular diretamente as vendas no varejo. Os
investimentos privados também devem aumentar em
resposta ao dinamismo da demanda doméstica. Na
Índia, as expectativas são de forte crescimento em
2010, impulsionado também pela demanda doméstica
conjugada à estabilidade do sistema financeiro e à
confiança dos investidores estrangeiros.
A próxima década apresentará um ambiente
de negócios muito diferente. Não apenas o
crescimento dos gastos dos consumidores mudará
geograficamente, como também mudará a natureza
desse consumo. Em lugares como os Estados Unidos
e o Reino Unido, o crescimento do setor varejista
não será apenas mais lento, mas se concentrará nas
necessidades de um consumidor orientado pelo preço.
E a recente mudança da participação no mercado em
direção a formatos de lojas de descontos pode muito
bem ser mantida durante a recuperação.
E o Brasil?
O Brasil está com tudo. Sua economia se recuperou
muito bem de uma recessão bastante modesta e
há um consenso geral de que as perspectivas são
bastante boas. Quase duas décadas de inflação baixa,
déficits modestos e forte crescimento convenceram
os investidores globais de que o Brasil é uma aposta
relativamente segura. Uma combinação de política
e economia estáveis gerou investimentos diretos
sólidos do exterior. Além disso, a recente conquista
para sediar a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016
aumentou a sensação de confiança na comunidade de
negócios brasileira.
Outro aspecto positivo para o Brasil é de que as
políticas sociais do governo, combinadas com
o crescimento econômico, levaram à redução
da desigualdade de renda. Assim, o número de
pessoas que passaram da pobreza para a classe
média é substancial, o que representa uma enorme
oportunidade para o setor varejista.
O Brasil está com tudo. Sua economia
se recuperou muito bem de uma recessão
bastante modesta e há um consenso geral
de que as perspectivas são bastante boas.
20
Grandes tendências para o varejo em 2010
1) Mudança no comportamento do consumidor
Como esperado, a instabilidade econômica global
mudou o comportamento dos consumidores. Eles
se tornaram mais conscientes sobre valores, mais
atraídos por marcas próprias e menos propensos
a adquirir itens que não sejam de primeira
necessidade e a comer fora de casa. Ainda, a
duração e a profundidade da recente retração
aumentam a possibilidade de que essas mudanças no
comportamento dos consumidores sejam mantidas
mesmo depois da recuperação. Isso se aplicaria
principalmente aos mercados em que os gastos dos
consumidores foram excessivos e sustentados por
dívidas durante a pré-recessão. Para citar os mais
importantes, esses mercados incluem os Estados
Unidos, o Reino Unido e a Espanha.
Se o padrão for mantido, haverá importantes
implicações para os varejistas que operam em grandes
mercados desenvolvidos. Primeiro, eles terão de
oferecer aos consumidores uma proposta de valor
favorável, o que será um desafio para os varejistas
que não operarem nos formatos de lojas de desconto.
Ou então terão que se diferenciar passando aos
consumidores uma sensação de exclusividade e
fugindo da comparação de preços. Nesse contexto, os
varejistas mais espertos deverão priorizar a gestão da
marca, a fim de transmitir sua proposta de valor. Eles
se concentrarão, também, em melhorar a experiência
do consumidor como um fator de diferenciação.
Deve-se considerar que as atuais condições de
mercado desafiadoras nos EUA e no Reino Unido
podem direcionar os grandes varejistas para novos
mercados. Ou seja, a orientação de consumo por
cadeia de valor nos países ricos podem acelerar o
processo de globalização do varejo.
Os poderosos do varejo global 21
2) Segmentação do mercado de luxo
Existem basicamente dois mercados de luxo.
O primeiro compreende famílias com renda
extremamente alta, que sofreu menos com a
recessão econômica, afinal, mesmo se a riqueza de
uma família for reduzida de US$ 100 milhões para
US$ 50 milhões, ainda resta muito dinheiro para
pagar uma bolsa cara. O segundo compreende o
mercado de luxo movido pelo desejo de consumo. Ele
compreende famílias com renda e riqueza suficientes
para comprar itens de luxo, mas cujas compras
de alto valor exercem um impacto considerável
sobre a renda. Para esses consumidores, a recente
desaceleração econômica causou uma grave queda
na riqueza percebida e, portanto, nos gastos com
produtos de luxo.
A próxima etapa na evolução desses grupos será
investir em mercados desenvolvidos e já existem
varejistas em países emergentes que visualizam
oportunidades de crescimento em países mais ricos.
Essa tendência indica que a participação global
do varejo está se tornando mais nivelado. Muitos
mercados emergentes possuem, atualmente, uma
classe média suficientemente grande para suportar
as operações de varejistas grandes com foco no
mercado interno. Além disso, esses varejistas têm um
acesso relativamente fácil aos mercados doméstico
e global. Eles obtêm capital de poupanças privadas
(principalmente na Ásia), fundos de investimento
em participações e outros fundos interessados em
suportar empreendedores nacionais. Dessa forma,
nasce um novo modelo concorrencial no varejo.
Para o setor varejista de luxo, esse ambiente será muito
dificil. Apelar para o consumidor movido pela aspiração
exigirá uma maior concentração na questão de valor
agregado. Dessa forma, é possível que haja necessidade
de uma maior segmentação do mercado por parte dos
varejistas e fornecedores de artigos de luxo.
4) Globalização dos varejistas norte-americanos
A globalização do setor varejista norte-americano
esteve em curso há décadas e agora ganhou novo
fôlego. Os varejistas norte-americanos enfrentam um
ambiente econômico interno muito mais desafiador
do que qualquer coisa que já tenham experimentado
no passado recente. Considerando as experiências
ruins de muitos varejistas globais e as fortes
oportunidades que existiam internamente, muitas
empresas de varejo se concentraram, nos últimos
anos, no mercado doméstico dos Estados Unidos.
No entanto, no curto e médio prazos, o mercado
doméstico crescerá lentamente e o consumidor será
provavelmente mais volúvel. Portanto, para atingir um
crescimento sólido, os varejistas norte-americanos
terão necessariamente de ganhar uma fatia do
mercado em casa ou encontrar novas oportunidades
em outros mercados.
Além disso, os vendedores de artigos de luxo
desviarão seu foco para mercados emergentes, como
a China e o Brasil. Nesses mercados, os novos ricos
são especialmente atraídos por marcas de luxo e
podem ser mais facilmente fisgados, em comparação
com famílias semelhantes em mercados desenvolvidos.
3) Globalização de varejistas emergentes
Qualquer discussão sobre o futuro do consumidor
requer necessariamente uma análise criteriosa dos
grandes mercados emergentes. Muitos varejistas
desses mercados estão rapidamente se tornando
concorrentes de grandes redes varejistas globais. Não
apenas estão bem equipados para competir com os
gigantes em seus mercados domésticos como estão
se tornando competitivos fora de seus países. Diversos
varejistas de mercados emergentes já foram bem
sucedidos em mercados emergentes vizinhos, seja
na Ásia Oriental, na África, no Oriente Médio ou na
América do Sul.
22
Os candidatos mais prováveis para expansão global
são varejistas especializados e não aqueles que
vendem alimentos, produtos de massa ou lojas de
departamento. Os varejistas especializados baseados
nos Estados Unidos são bem desenvolvidos, muitas
vezes nitidamente diferenciados, possuem recursos
financeiros significativos e estão enfrentando uma
saturação e um crescimento lento do mercado interno.
5) Mídias sociais e varejo
Como ocorre com a maioria das novas tecnologias, as
redes sociais estão tendo um grande impacto sobre o
setor varejista. O primeiro efeito disso é a necessidade
de uma maior transparência. Os consumidores
demandam mais acesso a informações sobre os
varejistas, seus produtos e preços. Essencialmente,
é uma grande mudança na relação entre varejistas e
consumidores, pressionando os preços para baixo e
reduzindo as margens. Em segundo lugar, as redes
sociais exercem um efeito sobre a experiência de
compra compartilhada. Os consumidores buscam,
cada vez mais, dicas e recomendações sobre ofertas
e novos produtos, bem como relatos de experiências
ruins. Os consumidores estão efetuando compras
virtuais com seus amigos, aguardando aprovação,
validação e opinião instantâneas. A referência pessoal
está voltando no mundo virtual.
deixar de oferecer uma categoria ou uma gama de
produtos pode ser tão importante quanto introduzir
uma nova. No futuro, os varejistas inteligentes deverão
se orgulhar de quantas unidades mantidas em estoque
eliminaram e da natureza focada de sua oferta.
As redes sociais não apenas afetam os consumidores,
ela cria novos pontos de ligação e táticas de marketing
para varejistas. O marketing personalizado, por
exemplo, foi uma tentativa frustrada há cerca de dez
anos e ficou com uma reputação ruim no início. Com
as redes sociais, essa ferramenta é totalmente viável e
será uma habilidade competitiva necessária.
7) Aumento da polarização
A maior parte dos mercados varejistas desenvolvidos
– e cada vez mais dos emergentes – pode ser
desmembrada em três segmentos principais: o de
desconto, o médio e o premium. O segmento de
desconto envolve varejistas que operam no formato
de grandes galpões e oferecem grandes volumes de
produtos a preços competitivos. O segmento premium
tem uma abordagem voltada a nichos de mercado
mais específicos, com produtos de alto valor agregado
e margens de lucro mais altas.
Por último, a internet possibilita o acesso à
informação em um nível que desloca o equilíbrio
entre conhecimento e capacitação do vendedor para
o comprador. Os compradores podem pesquisar
informações sobre os produtos com o objetivos de
ultrapassar a capacidade de muitos varejistas de
treinar seus vendedores. Este fenômeno impulsionará
os varejistas a buscarem e equiparem seus vendedores
e associados com informações cada vez mais precisas
sobre os produtos que vendem.
6) Racionalização do sortimento
A maioria dos varejistas oferece produtos demais. Este
é um sintoma da falta de conexão entre as equipes de
compras e a capacidade da empresa de entender os
clientes, bem como uma falha em reconhecer o ciclo de
vida dos produtos e das marcas com os quais trabalham.
Os varejistas frequentemente se vangloriam da grande
quantidade de unidades mantidas em estoque. Porém,
O fortalecimento da fidelização dos clientes dependerá,
cada vez mais, da capacidade do varejista de
demonstrar que entende as preferências e o estilo de
vida do consumidor e consegue antecipar mudanças
nesses atributos. Uma demonstração fundamental
desse entendimento é eliminar o que o cliente não quer
e se concentrar no que é importante para ele. Atingir
esse objetivo não é simples: envolve não só o uso da
tecnologia da informação para monitoramento do
comportamento do consumidor, mas também o uso
da comunicação nas redes para entendimento das
preferências e hábitos dos consumidores.
O segmento médio, portanto, é freqüentemente
o segmento padrão, em que muitos varejistas
tentam oferecer de tudo a todos. Nesse momento,
ele é especialmente vulnerável em virtude da
diminuição do consumo em diversos países e da
pressão sobre as margens. As restrições econômicas
sobre os consumidores continuarão a impulsionar
a necessidade dos varejistas de optarem por uma
estratégia que priorize grandes volumes e margens
baixas ou uma abordagem voltada ao segmento
premium. Aqueles que ficarem no meio sofrerão
uma pressão crescente. A chave para a sobrevivência
dos participantes do mercado de nível médio será a
capacidade de fortalecer seus modelos e focar nas
necessidades dos consumidores.
Os poderosos do varejo global 23
Estratégias para o varejo brasileiro
Reflexões sobre os anseios do consumidor
Consumidor quer: facilidade de acesso à compra
Estratégia varejista: multicanal e multiformato
O varejista não pode perder de vista que o consumidor
quer ter a opção de comprar de acordo com sua
necessidade (perto de casa, perto do trabalho, no
trajeto casa-trabalho, no shopping ou em qualquer
lugar), tempo (com pressa na loja, com pressa sem ir
à loja, com tranqüilidade) e desejo (tudo em um único
lugar, serviços gerais e excelência no atendimento).
A necessidade, o tempo e o desejo do consumidor se
alteram constantemente, e o varejista precisa, mais
do que nunca, conhecer profundamente o perfil do
público que deseja fidelizar.
Conseguir fazer com que o cliente tropece na sua
marca e se encante com sua loja exige, na maior
parte das vezes, que seus pontos-de-venda estejam
presentes utilizando os mais diversos canais e
formatos. Lojas especializadas (“conceitos”) e de luxo
possuem exceções por suas próprias características.
Em alguns casos, ter apenas um ponto-de-venda ou
poucos e em determinada região pode fazer parte da
estratégia da marca e do negócio.
Tão importante quanto oferecer opções de canais
(loja física, e-commerce, mobile, entre outros)
é a integração entre eles, ou seja, como levar o
consumidor do site para a loja, da loja para o site,
que é uma tarefa árdua, mas necessária ao varejista.
Além disso, os preços, mix de produtos e promoções
devem estar muito bem alinhados entre os canais e o
consumidor deve ser claramente comunicado.
O varejista, ao montar sua estratégia de canais e
formatos, deve, além de conhecer profundamente
o perfil do seu cliente, estar preparado para que o
consumidor consiga facilmente acessar a sua marca
e atender o cliente considerando sua necessidade,
tempo e desejo.
24
Consumidor quer: disponibilidade
Estratégia varejista: mix de produto e eficiência
na cadeia de suprimentos
Chegar a uma loja e não encontrar o produto que
deseja (ruptura de gôndola) é uma frustração. O
espaço da loja é limitado e o varejista pode definir
três principais estratégias para evitar esta variável
denominada ruptura.
A primeira é definir com eficiência o mix de produtos
de modo a garantir a opção de produtos/serviços
que atendam às reais necessidades do consumidor.
Além disso, a maneira de exposição do produto
dentro da loja deve permitir que eles sejam facilmente
encontrados e visualizados tanto pelo cliente como
pelo vendedor.
A segunda principal estratégia é uma gestão
eficiente de estoques (negociação de compras e
compartilhamento de demanda e outras informações
com fornecedores) e uma operação e malha logística
que suporta o atendimento excelente pela loja.
A terceira principal estratégia refere-se às operações
dentro da loja, considerando reposição de produtos
nas gôndolas e eficiência das operadoras de caixa.
Outras ações, como gerenciamento eficaz das
perdas, manutenção da base de cadastro, eficiência
no recebimento de mercadorias, entre outras,
são também importantíssimas para garantir a
disponibilidade do produto.
Oferecer a possibilidade de compra pela internet,
inclusive dentro da loja, com entrega a domicílio
ou na própria loja também pode ser uma poderosa
estratégia, que se encaixa muito bem com o atual
perfil dos consumidores. Com essas opções, o varejista
amplia seu leque de produtos, vence a barreira do
espaço dentro da loja e também pode possibilitar
algumas ações para trazer o cliente até a loja física.
Consumidor quer: serviço com excelência
Estratégia varejista: modelo de atendimento
e gestão do capital humano
Nem sempre o consumidor quer ter um vendedor
que o acompanhe o tempo todo pela loja, mas, ao
mesmo tempo, quando desejar uma explicação ou
suporte, quer ser prontamente e muito bem atendido.
É paradoxal, mas o varejista deve saber compreender
qual o perfil do consumidor para que esta solução
seja encontrada.
O consumidor atual é muito bem informado, conhece
as características do produto/serviço que deseja
comprar e, muitas vezes, dependendo da fidelidade
da marca, até melhor que o próprio vendedor da loja.
Para responder a isso, o segredo está na definição
do modelo de atendimento e na gestão do capital
humano. Trabalhar o desenvolvimento da equipe
significa conseguir equalizar com eficiência o mix
de ferramentas existentes para a gestão do capital
humano (treinamentos e desenvolvimento, programa
de recompensas, remuneração e bônus, gestão de
talentos, programa de aconselhamento, ambiente de
trabalho, ações das lideranças, perspectiva de carreira,
entre outros).
Consumidor quer: valor
Estratégia varejista: pricing
O consumidor, ao tomar a decisão de compra de um
produto/serviço, automaticamente e sem perceber,
realiza uma análise, em milésimos de segundos, e
chega a um resultado individual de valor. A grande e
inquietante questão é saber o que cada consumidor
considera na sua análise.
Não é possível dizer com 100% de certeza o que
se passa na cabeça de cada consumidor, embora
alguns especialistas sobre o tema comentem que
são experiências já vivenciadas somadas ao valor da
imagem que possui da marca, preços de referência
de produtos/serviços similares e o desejo/necessidade
de adquirir o produto/serviço. É importante lembrar
que o conceito de valor para o cliente é a equação
do conjunto de benefícios versus custo percebido por
ele mesmo.
Varejistas devem fazer uma análise criteriosa ao
definir sua estratégia de pricing e, com base no
pacote de benefícios que entrega ao cliente (serviços,
atendimento, qualidade do produto, ambiente de loja
etc.), deve buscar o preço que melhor irá satisfazer seu
público-alvo e garantir o ponto ótimo de vendas.
O processo de recrutamento e seleção deve ser muito
bem estruturado e garantir, com a máxima eficiência, a
contratação de pessoas que realmente possuam o perfil
adequado e desejado para exercer determinada função.
O perfil ideal é aquele que, além de ser adequado à
atividade que irá exercer, está alinhado com o código
de conduta, valores e missão da organização. O sucesso
de um varejista está atrelado a transformar seus
profissionais em fiéis defensores da marca.
Os poderosos do varejo global 25
Consumidor quer: interatividade e relacionamento
Estratégia varejista: novas mídias, ambientação e
“atividades interativas”
Os consumidores estão interagindo cada vez mais e
com uma velocidade surpreendente por meio do Orkut,
Facebook, Twitter, blogs, entre tantos outros canais
à disposição na internet. Eles adoram compartilhar
informações e experiências. Boas e más notícias
sobre produtos, marcas e serviços são amplificadas
por diversos meios e o impacto à reputação de uma
empresa pode ter proporções ilimitadas.
No entanto, os consumidores não querem interagir
apenas nas redes sociais, eles também querem ter a
experiência no ponto-de-venda, daí a importância e a
rapidez com que muitos varejistas estão revendo seus
layouts de lojas, o visual merchandising, a criação de
atividades interativas e o próprio uso da tecnologia
com a finalidade de entreter o consumidor.
Os varejistas devem lembrar, ainda, que o grande
segredo do sucesso da continuidade de seus negócios
não está somente no foco no produto/serviço que
vendem ou no cliente, e sim no desejo maior do
cliente. Isso significa que as empresas varejistas
precisam ir além, construir uma nova relação com
seus consumidores, considerando seus hábitos,
necessidades e anseios.
Consumidor quer: comodidade
Estratégia varejista: oferta de serviços
A agregação de serviços, hoje ainda uma opção, em
breve será uma necessidade vital para a sobrevivência
e o crescimento das empresas varejistas. Os altos
índices de competitividade, a crescente falta de tempo
do consumidor, os novos canais de venda e o interesse
pela otimização dos investimentos feitos nos pontosde-venda impulsionam os varejistas em direção à
constante busca de alternativas para o aumento das
receitas.
26
A tendência é que os serviços se tornem tão
importantes dentro da estratégia de negócios
das redes de varejo a ponto de justificar o
desenvolvimento de operações fora das lojas de
origem. Desenvolvendo serviços não necessariamente
atrelados aos produtos que vendem nas lojas, como
financiamentos, seguros e transporte, as redes
varejistas ampliam sua atuação junto ao seu público,
tornam-se mais atraentes e, com investimentos
moderados, criam soluções mais completas e cômodas
para o consumidor.
Consumidor quer: compromisso social e
sustentável
Estratégia varejista: projetos sociais e “verdes”,
comunicação/imagem
Pesquisas apontam que os consumidores
consideram, cada vez mais, no momento da compra
o compromisso ambiental e social das empresas.
Tais conceitos, que podem ser aplicados tanto na
fabricação de produtos orgânicos, na priorização de
processos produtivos sustentáveis, e na ambientação
do ponto-de-venda, contribuem para a geração de um
valor intangível para a marca.
Projetos relacionados à sustentabilidade, reciclagem
de produtos, utilização de materiais reciclados,
utilização de sistemas de geração de energia
renovável, oferta de produtos green e saudáveis, entre
outros, além de projetos sociais são exemplos de
como os varejistas podem aplicar tais conceitos.
Além de uma importante estratégia de imagem,
as práticas de reciclagem e preservação do meio
ambiente vêm ao encontro de uma busca natural das
empresas neste momento por redução de custos.
Estão reservados à Deloitte todos os direitos autorais desta publicação.
A reprodução de informações nela contidas está sujeita à autorização prévia, mediante consulta formal e citação de fonte.
Para mais informações, contate-nos pelo e-mail [email protected]
ou pelo telefone (11) 5186-6686.
Os poderosos do varejo global 27
A Deloitte oferece serviços nas áreas de Auditoria, Consultoria Tributária, Consultoria em Gestão de Riscos Empresariais, Corporate
Finance, Consultoria Empresarial e Outsourcing para clientes dos mais diversos setores. Com uma rede global de cerca de 169.000
profissionais atuando a partir de firmas-membro em mais de 140 países, a Deloitte reúne habilidades excepcionais e um profundo
conhecimento local para ajudar seus clientes a alcançar o melhor desempenho, qualquer que seja o seu segmento ou região de atuação.
No Brasil, onde atua desde 1911, a Deloitte é uma das líderes de mercado e seus cerca de 4.000 profissionais são reconhecidos pela
integridade, competência e habilidade em transformar seus conhecimentos em soluções para seus clientes. Suas operações cobrem todo
o território nacional, com escritórios em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Joinville, Porto Alegre,
Rio de Janeiro, Recife e Salvador.
A Deloitte refere-se a uma ou mais Deloitte Touche Tohmatsu, uma verein (associação) estabelecida na Suíça, e sua rede de firmas-membro,
sendo cada uma delas uma entidade independente e legalmente separada. Acesse www.deloitte.com/about para a descrição detalhada da
estrutura legal da Deloitte Touche Tohmatsu e de suas firmas-membro.
Para mais informações, contate-nos pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (11) 5186-6686.
© 2010 Deloitte Touche Tohmatsu. Todos os direitos reservados.

Documentos relacionados

A diferença competitiva

A diferença competitiva As empresas são incluídas na lista dos 250 Poderosos do Varejo Global com base nas vendas a varejo, que excluem comércio de automóveis para o ano fiscal de 2006. Várias fontes de informação foram c...

Leia mais

Os Poderosos do Varejo Global O doce encanto dos mercados

Os Poderosos do Varejo Global O doce encanto dos mercados à imprensa. Na falta de informações publicadas pela própria empresa, foram usadas outras fontes de domínio público, inclusive estimativas em publicações especializadas, relatórios de analistas seto...

Leia mais