CalçadO pOrtuguês «arrasa» COnCOrrênCia

Transcrição

CalçadO pOrtuguês «arrasa» COnCOrrênCia
Frederico Martins
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS INDUSTRIAIS DE CALÇADO, COMPONENTES E ARTIGOS DE PELE E SEUS SUCEDÂNEOS # Nº 174 # FEVEREIRO 2011
CalçadO pOrtuguês
«arrasa» COnCOrrênCia
as expOrtações de CalçadO
exClusivamente pOrtuguês
CresCeram
24% na última déCada
1.152 milhões de eurOs em
2010.
para
nesse períOdO, O CalçadO pOrtuguês
vOltOu a destaCar-se na eCOnOmia
pOrtuguesa e a ganhar terrenO aOs
seus COnCOrrentes eurOpeus mais
direCtOs, itália e
espanha.
em 2010, as expOrtações CresCeram
mais de 5%. e Os primeirOs sinais
apOntam para um nOvO CresCimentO
este anO.
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11/02/23
10:40
Nº 174 # FEVEREIRO 2011
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© U.P.images (fotolia.com)
O que eles pensam de nós
Estará o calçado português, literalmente, na moda? O Jornal da APICCAPS interrogou alguns dos profissionais mais qualificados do sector da moda em Portugal. Saiba quais são as suas conclusões.
Calçado português cresce mais de 24%
e «bate» concorrência internacional
Frederico Matins
As exportações de calçado exclusivamente
português cresceram 24% na última década para
1.152 milhões de euros em 2010.
Nesse período, o calçado português voltou a
destacar-se na economia portuguesa e a ganhar
terreno aos seus concorrentes europeus mais
directos, Itália e Espanha.
Com efeito, na última década, as exportações
italianas recuaram 1,9% e as espanholas mais
de 7,3%. Ao invés, as empresas de capitais
exclusivamente portugueses cresceram mais
de 20%, superaram a quebra induzida pelo
desinvestimento directo estrangeiro instalado em
Portugal e colocaram no exterior mais de 95% da
sua produção para um total de 132 países.
Na última década, o calçado afirmou-se como
o sector mais internacionalizado da economia
portuguesa e aquele que mais positivamente
contribui para a balança comercial portuguesa,
com um saldo liquido anual na ordem dos 800
milhões de euros.
Calçado a crescer
em 2011
As exportações de calçado aumentaram 5,2%
para 1.296 milhões de euros, em 2010.
O calçado português chegou a mais de 130
países, sendo de destacar um desempenho
positivo em praticamente todos os mercados
europeus. Fora do “velho continente”, realce
para os crescimentos na ordem dos dois dígitos
em países como os EUA, Canadá, Japão os
países árabes.
As perspectivas do sector apontam, igualmente,
para um novo crescimento em 2011.
Segundo o Boletim de Conjuntura da APICCAPS,
editado em colaboração com a Universidade
Católica do Porto, “as encomendas continuaram
a evoluir favoravelmente” e, apesar das
perspectivas macroeconómicas pouco favoráveis
para a economia portuguesa e para muitas
economias europeias, as empresas portuguesas
de calçado “esperam reforçar a actividade com
o consequente impacto positivo no emprego”.
Prevê-se, igualmente, que se assista a uma
subida dos preços de venda, em Portugal e
no estrangeiro. Por fim, o estado global dos
negócios deverá manter-se favorável.
O calçado português continua a dar passos sólidos nos mercados externos
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Paula Mateus
Para a Directora da mais prestigiada revista de moda em Portugal, a Vogue, “a indústria portuguesa de calçado merece totalmente o nosso apoio pela evolução da qualidade e pela melhoria no design, que tem vindo a desenvolver, ainda mais numa
época tão conturbada como a que vivemos”. Para Paula Mateus, “o seu reconhecimento, tanto ao nível nacional como internacional, é um facto que nos enche de orgulho”.
-sector participa em Março em 13 eventos no exterior
Portugal reforça presença na MICAM
Noventa e sete marcas portuguesas de
calçado, responsáveis por mais de seis
mil postos de trabalho e 450 milhões
de euros de exportação, vão participar,
de 6 a 9 de Março próximo, na mais
conceituada feira de calçado do mundo, que se realizará em Milão.
Ao todo, mais de 1.600 expositores, de
aproximadamente 50 países, e mais de
40 mil visitantes profissionais marcarão presença na MICAM. Portugal
será a segunda maior delegação
estrangeira na feira de Milão, sendo
apenas superado pela Espanha.
A presença na MICAM insere-se na
estratégia promocional definida pela
APICCAPS e AICEP, com o apoio do
Programa Compete, e que visa consolidar a posição relativa do calçado
português nos mercados externos,
diversificar o destino das exportações,
abordar novos mercados e possibilitar
que novas empresas iniciem o processo de internacionalização.
O calçado português vai voltar a estar em plano de evidência
no principais fóruns internacionais da especialidade
No total, prevê-se que mais de 150
internacional, num investimento
fóruns internacionais da especialida-
na MICAM, GDS e Modalzado, o sec-
empresas da fileira do calçado
global na ordem dos dez milhões de
de. Só em Março, o sector participará
tor marcará presença nos principais
participem, em 2011, neste mega-
euros e que se traduzirá na presença
em 13 eventos distintos no exterior.
eventos em França, Polónia, Rússia
programa de promoção à escala
em mais de 70 dos mais prestigiados
Com efeito, para além da presença
e países árabes.
Presença na GDS volta a crescer
A presença portuguesa na GDS tem
Portugal. “O calçado português con-
vindo a aumentar de forma galo-
tinua ainda hoje intimamente ligado
pante nos últimos anos. Em Março
à GDS”.
próximo, 64 empresas vão participar
O motor alemão
A Alemanha cresceu 3,6%, em 2010,
estando previsto um crescimento de
na “feira das feiras” de Düsseldorf,
“As marcas portuguesas são cada
mais 19% do que na última edição.
vez mais solicitadas”, destacou Hans
2,3%, para 2011. Ao nível do sector
Walter. Nos fashion shows da GDS,
do calçado, a GDS será determinante.
Hans Walter recorda que “os primei-
por exemplo, que recebem centenas
Espera-se que em Março próximo
ros passos de empresas portuguesas
de visitantes, vão participar 12 insíg-
30.000 visitantes oriundos de 80 países
na internacionalização registam-
nias portuguesas. Também os espa-
se nos anos 70 com a presença na
ços dedicados às tendências (área
visitem Düsseldorf, cidade considera-
GDS”. Tratando-se de um evento
Trends Inn), terão a presença de em-
com mais de meio século de exis-
presas nacionais. “Portugal passou
tência, “a presença portuguesa na
a ser um marcador de tendências,
agências de marketing e publicidade,
GDS tem crescido e amadurecido”,
porque as marcas são originais e têm
1300 showrooms e mais de 1400 negó-
sublinhou o responsável da GDS em
estilo próprio”, realçou.
cios ligados ao comércio de moda.
da como o centro da indústria da moda
alemã, onde estão instaladas 400
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Eduarda Abbondanza
“Acredito que o calçado português tem vindo a caminhar numa direcção interessante, reforçando a imagem de qualidade de design e de confecção”, destacou Eduarda Abbondanza, Directora da ModaLisboa.
Entrevista a Carlos Lage, Presidente da CCDR-N
“Precisamos de um novo ciclo de ajudas”
Numa altura em que estamos a sensivelmente três anos do término do Programa Operacional Regional do Norte,
o Jornal da APICCAPS conversou com
o Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do
Norte. Oportunidade também para se
falar das «scuts», da região Norte e
do futuro. Para Carlos Lage Portugal
“precisa de um novo ciclo de ajudas”.
Estamos a sensivelmente três anos
do término do Programa Operacional
Regional do Norte. Que balanço é possível fazer, nesta altura, do ON.2?
O Programa Operacional Regional do
Norte, baptizado com a marca “ON.2 –
O Novo Norte”, está neste momento a
ser objecto de uma avaliação externa,
aliás obrigatória à luz da forte regulamentação comunitária e nacional a
que é sujeito. Dentro de alguns meses
as suas conclusões serão conhecidas,
assim como as recomendações para
os cinco anos que temos pela frente,
visto que a execução do Programa
poderá ter lugar até finais de 2015.
Em todo o caso, é já possível realizar
uma análise global aos principais
números e factos. No que respeita ao
desempenho financeiro, em 2010 foi
possível superar o atraso em termos
de execução que um arranque tardio
e lento motivado pela extensa regulamentação do QREN e pela exigente montagem de uma máquina de
gestão, acompanhamento, controlo e
auditoria. No final do ano passado, o
ON.2 observou uma evolução assinalável: a taxa de aprovações chega
quase aos 70 por cento, quando em
2009 se cifrava ainda na casa dos
35 por cento, o que significa colocar
quase dois mil milhões de euros de
Fundos Comunitários ao dispor da
região, viabilizando investimentos na
ordem dos três milhões de euros; por
sua vez, a taxa de execução financeira, ainda com pouca expressão em
finais de 2009, passa de três por cento
para 15 por cento.
Por outro lado, há aspectos de natureza qualitativa dos investimentos que
estão a ser apoiados que devem ser
sublinhados. Pela primeira vez, o Programa Operacional Regional do Norte
está sujeito a uma gestão baseada em
políticas definidas pelas instituições
da Região. Só assim se tornou possível viabilizar ideias e projectos como
o Terminal de Cruzeiros de Leixões
e o Pólo de Ciência e Tecnologias do
Mar da Universidade do Porto, ou a
construção do edifício dos laboratórios
do consórcio “I3S”, nas ciências da
saúde, ou a sede do Grupo de Investigação 3B’s e do Instituto Europeu
de Excelência em Engenharia dos
Tecidos e Medicina Regenerativa, em
Guimarães, ou a aquisição do equipamento científico do Laboratório Ibérico
Internacional de Nanotecnologias,
sediado em Braga, só para dar alguns
exemplos.
Para a Região Norte,
nunca foi tão verdade
como hoje dizer que
exportar é viver
Para 2011, acelerar a execução dos
investimentos aprovados é nossa
primeira prioridade. Claro está que a
crise financeira e o ambiente económico tendencialmente recessivo que
assolam o país poderão ter consequências sobre estes investimentos
ou sobre o seu ritmo de execução. O
nosso trabalho é, porém, o de minimizar esses riscos, com a convicção de
que estamos a apostar num melhor
contexto para desenvolver a Região
Norte e o país no período pós-crise.
O Governo definiu as exportações
como a grande prioridade económica.
Acredita que a internacionalização
poderá ser uma oportunidade para as
PME nortenhas?
Para a Região Norte, nunca foi tão
verdade como hoje dizer que exportar
é viver. A internacionalização dos nossos bens, serviços e nossas empresas
é uma necessidade que se apresenta
hoje como um grande imperativo
político e económico, na medida em
que só o aumento das exportações
pode sustentar o crescimento da
economia nacional. A Região Norte
está no centro desta questão nacional:
ela é o principal pulmão das exportações portuguesas, embora o peso
relativo do Norte tenha sofrido alguma
erosão. No ano de 2010, as empresas
da Região Norte exportaram 12,9 mil
milhões de Euros, o que representou
cerca de 35% do total das exportações
portuguesas, mantendo a liderança no
plano regional. Nesse mesmo ano, a
taxa de cobertura na Região do Norte
(exportações / importações) ascendeu
a 123%, comparativamente com os
65% registados na economia portuguesa como um todo. A Região Norte
é o principal “bastião” da economia
de bens transaccionáveis e o seu desempenho, apesar das ameaças, será
fundamental para a expansão das
exportações portuguesas.
Foi, ainda recentemente, muito critico
relativamente à introdução de portagens na A28 e ao adiamento da linha
de ferrovia Porto-Vigo. Que impactos
espera que essas duas decisões possam ter na região Norte?
A introdução de portagens pode
ser uma necessidade das finanças
públicas e uma descoberta tardia do
princípio do “utilizador – pagador”,
mas pô-lo em prática exigia outras
soluções mais simples e praticáveis e
outra arte de comunicar e convencer.
Opus-me, sobretudo, à forma como
essa medida, no caso da A28, foi
aplicada, sem o devido respeito pelos
cidadãos e as empresas da Galiza,
que não dispuseram nem da informação nem dos mecanismos suficientes
para compreenderem o sistema e o
utilizarem, de forma acessível e justa.
Obrigar cidadãos estrangeiros a um
quebra-cabeças como o adoptado
é desencorajá-los de circular nas
auto-estradas nacionais com receio de
cometerem infracções. Pode transformar-se numa medida anti-turística.
No caso da linha de alta velocidade
Porto – Vigo, continuo a pensar que se
trata da mais indispensável infra-estrutura de mobilidade social e económica do futuro. Não posso imaginar
sequer que, dentro de alguns anos, a
península esteja cruzada em todas as
direcções por um comboio do nosso
tempo, de alta velocidade, e que o
Norte mantenha o arcaico e isolado
sistema ferroviário do século XIX, de
bitola ibérica. A linha de alta velocidade Lisboa - Porto – Vigo – Corunha
é um canal de conectividade ibérica
e internacional indispensável para as
nossas economias, para as exporta-
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Francisco Maria Balsemão.
Para o Presidente da ANJE e Director do Portugal Fashion”o sector do calçado deve constituir uma motivação para Portugal
e servir de exemplo aos restantes sectores de actividade, na medida em que, apesar de bastante exposto à globalização, soube
reforçar a sua competitividade no mercado global. E esse reforço de competitividade é ainda mais válido por ter sido concretizado através de uma subida na cadeia de valor, consubstanciada em investimentos em I&D, na modernização tecnológica dos
processos de fabrico, na inovação e criatividade aplicadas ao desenvolvimento de produtos, em acções de benchmarking e de
promoção internacional e na qualificação das forças de trabalho “, defendeu Francisco Maria Balsemão.
ções, para a mobilidade social e, até,
para a própria coesão da Península,
que deve recusar a ameaça de uma
dinâmica de sentido único no eixo
central Lisboa – Madrid – Barcelona,
com a consequente desvalorização do
seu corredor atlântico. Ainda recentemente, num encontro com o Presidente da Xunta de Galicia, Alberto Nuñez
Feijóo, reiterei a minha preocupação
e apelo para a urgência do Estado
Português assumir com os governos
galego e espanhol um compromisso
claro relativamente à ligação da fronteira portuguesa a Vigo, desde logo na
articulação pelo sul com a peça charneira, a estação central desta cidade
galega, que está a ser construída no
subsolo e com acesso por túnel. Os
prazos começam a esgotar-se.
Como espera que a região Norte possa
evoluir nos próximos anos?
O momento político e económico
que o mundo atravessa é marcado
pela complexidade e a incerteza. As
previsões económicas assemelhamse hoje ou a exercícios de wishfull
thinking ou a ensaios de futurologia
um tanto inúteis, embora algumas
tendências de fundo e longo prazo
sejam perceptíveis. A crise financeira
global, a instabilidade nos mercados
produtores de petróleo e o comportamento das principais economias
mundiais obrigam-nos a realizar uma
“navegação à vista”, sem que com
isso renunciemos ao nosso destino e
às nossas metas. Por paradoxal que
seja, a Região Norte tem apresentado
sinais positivos e promissores de resiliência (e, em parte, de crescimento)
que mitigam com o ambiente de pessimismo generalizado. De facto, entre
2007 e 2009, a Região Norte acumulou
três anos mais favoráveis do que a
média nacional: naquele período de 3
anos e pela primeira vez desde 2002,
o Norte foi a região a registar o melhor
desempenho entre as economias
regionais portuguesas, com uma taxa
de crescimento, em 2007, de 3,4 por
cento, tendo sofrido uma recessão de
menor intensidade em 2008 e 2009.
Opus-me, sobretudo, à
forma como essa medida,
no caso da
A28, foi
aplicada, sem o devido
respeito pelos cidadãos e
as empresas da
Galiza
Os sectores mais exportadores – em
que se inclui à cabeça a indústria do
calçado e similares – têm apresentado
resultados animadores nos últimos
anos, e em alguns casos surpreendentes. É possível descortinar sinais
positivos no meio do suposto nevoeiro
que dizem estar instalado na região.
Não somos, assim o creio, uma economia bloqueada e uma sociedade
sem futuro. Somos, sim, uma região
em transição com muitos e sérios
desafios. Um dos principais é de
ordem política: consiste em ser actor e
não mero espectador de uma política
nacional, vincadamente centralista e
com vícios e atavismos históricos que
precisam ser eliminados. A região
é palco de mutações económicas,
sociais e culturais que só pecam pelo
seu atraso histórico. Tem de recuperar, nos próximos anos, em inovação,
produtividade e competitividade. É do
senso comum que reúne um potencial
enorme para o conseguir.
Que opinião tem sobre a indústria do
calçado em Portugal?
A indústria do calçado é um caso de
sucesso da economia portuguesa,
sendo hoje um sector de reconhecida
modernidade e futuro. Isso não é um
acaso ou um sortilégio. É o resultado
de apostas persistentes na inovação
produtiva, no design e criatividade,
nas marcas, na distribuição, na promoção internacional. O mundo mudou,
os mercados globalizaram-se, mas a
indústria do calçado portuguesa e os
seus agentes não ficaram parados,
souberam acompanhar essa mudança, não se resignaram, adoptaram a
atitude que se impunha. A campanha
internacional “Portuguese Shoes” é,
aliás, a ilustração dessa atitude de
inovação, criatividade e ousadia.
A CCDR-N esteve directamente envolvida na criação da Associação Pólo de
Competitividade da Moda (APCM).
Qual espera que venha a ser o contributo da APCM na afirmação da fileira
da moda portuguesa?
O Pólo de Competitividade da Moda
foi uma das primeiras experimentações desta nova forma de organização
económica e institucional, revelando a
visão e a capacidade de iniciativa dos
seus agentes. Temos a expectativa
de que ele suporte um ecossistema
inovador e colaborativo nos diferentes sectores da Moda e entre os
actores empresariais, as associações
sectoriais, as entidades do sistema
científico e tecnológico, as instituições
de interface, transferência de conhecimento ou facilitação. Os chamados
“pólos” e “clusters” visam objectivos colectivos, de geometria muito
flexível, relacionados com a inovação,
a qualidade, a internacionalização
e a promoção. Devem ser formas de
organização muito ágeis, abertas e dinâmicas. A região é a sede de 10 dos
19 pólos de competitividade e tecnologia e clusters regionais já constituídos,
que traduzem também a estratégia de
fazer da região um grande e dinâmico
espaço europeu.
No enquadramento económico europeu actual, acredita que Portugal
venha a beneficiar, a partir de 2013,
de um novo Quadro Comunitário de
Apoio?
Interromper ou reduzir o fluxo financeiro para a Região Norte ou para a
Região Centro (que representam 60
por cento da população portuguesa e
outro tanto no volume de exportações
de bens e serviços) seria infligir um
sério golpe na modernização destas
duas regiões. Precisamos de um novo
ciclo de ajudas, não para fazer exactamente o mesmo, mas para fazer mais
e, sobretudo, diferente.
A indústria do calçado
é um caso de sucesso da
economia portuguesa
Estes futuros apoios deverão ser mais
centrados nas regiões e nas suas
estratégias, sem prejuízo do papel
coordenador e regulador do Estado.
O sistema deverá também ser mais
simples, para se tornar mais ágil e
eficiente, sem que isso signifique baixar as guardas relativamente ao seu
controlo. A aplicação dos fundos de
ser rigorosamente selectiva: os apoios
devem ser exclusivamente aplicados
em investimentos que garantam activos futuros. Subordinar esses investimentos às três grandes prioridades
da “Europa 2020” – Crescimento
Inteligente, Crescimento Sustentável,
Crescimento Inclusivo – deverá ser a
pedra de toque da futura arquitectura
dos fundos estruturais.
A Região Norte iniciou a sua preparação muito precocemente e abrimos o
debate público nacional sobre o tema.
Estamos a organizar e a desenvolver
um conjunto de propostas no âmbito
da iniciativa «NORTE 2020 – Competitividade e Convergência», em
contacto estreito com instituições e
personalidades de diversos quadrantes científicos, económicos, políticos,
culturais e sociais. Ainda em Março,
realizaremos uma iniciativa pública
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Nº 174 # FEVEREIRO 2011
Paulo Ribeiro
“O calçado português, através do seu design e das marcas, é o principal meio de divulgação da moda portuguesa no estrangeiro presentemente e responsável pela criação de emprego em Portugal nos últimos anos”, considera Paulo Ribeiro, o Director da
Fashion TV em Portugal e em Espanha.
Exportações elevadas a “desígnio” nacional
AICEP
Com a contenção das contas públicas
na ordem do dia e a implicar um
crescimento moderado do Produto
Interno Bruto português, o Governo
elevou as exportações a uma espécie
de “desígnio” nacional.
O Primeiro-Ministro, a 8 de Fevereiro,
no Europarque, em Santa Maria da
Feira, no decorrer do Congresso das
Exportações, perante uma plateia
repleta, com a presença de mais de
1.400 empresários, “acenou” com
um apoio de 275 milhões de euros
para seguros e linhas de crédito às
empresas exportadoras. Para José
Sócrates, “aumentar as exportações
nacionais é a prioridade indiscutível
na economia portuguesa para o ano
de 2011”. Para que o aumento das
exportações seja uma realidade,
Vieira da Silva considera determinante
“alargar a base exportadora e
aprofundar o valor acrescentado
nacional”. Na óptica do Ministro da
Economia e da Inovação, importa
“prosseguir a diversificação de bens,
serviços e de mercados”, bem como
Depósitos. Segundo Faria de Oliveira,
“combinar a competitividade externa
“o sector bancário está plenamente
com a valorização da defesa da oferta
preparado para responder aos
nacional”.
exportadores”.
O papel da banca
Faria de Oliveira revelou, ainda, que
aparecimento de novos operadores.
Indo ao encontro das reivindicações
dos empresários (como Fortunato
As conclusões
Frederico, Presidente da APICCAPS
O presidente da Agência para o
foi um dos palestrantes), Basílio Horta
Investimento e Comércio Externo
sugeriu, ainda, “um plano laboral para
surgirá no mercado um novo “player”
de Portugal (AICEP), Basílio
o crescimento e competitividade, uma
“O país precisa muito de uma resposta
de seguros de crédito. O Presidente
Horta, por sua vez, sugeriu que o
maior eficácia nos apoios públicos e
muito forte dos exportadores. A
da Cosec, Miguel Gomes da Costa,
BPN podia transformar-se numa
financeiros, uma maior descriminação
bem do país vamos lutar para ter
assegura, porém, que o “mercado
“instituição especializada no
fiscal, reforço da capacidade logística
um grande ano das exportações
oferece adequada oferta em relação
financiamento e seguro de crédito à
nacional e um aprofundamento da
portuguesas”, realçou, por sua vez,
à procura dos nossos exportadores”,
internacionalização”, contribuindo
ligação entre as empresas e o tecido
o Presidente da Caixa Geral de
pelo que não se justificará o
assim para o desígnio nacional.
académico”.
Ficha Técnica
Propriedade:
APICCAPS - Associação Portuguesa dos
Industriais de Calçado, Componentes, Artigos
de Pele e Seus Sucedâneos
Rua Alves Redol, 372 - Apartado 4643 - 4011001 PORTO
Telef. 225 074 150 | Fax 225 074 179
[email protected]
http://www.apiccaps.pt
Director: Presidente da APICCAPS
Edição: Gabinete de Imprensa da APICCAPS
[email protected]
Participação especial: Manuel Correia (Fotos)
Distribuição gratuita aos sócios
Tiragem: 2000 exemplares
Secretário de Estado do Emprego
visita indústria de calçado
Numa altura em que as empresas de calçado continuam a
manifestar algumas dificuldades de contratação de mão-de-obra
qualificada, o Secretário de Estado do Emprego e da Formação
Profissional visitou, a 22 de Fevereiro, o sector do calçado.
De visita a uma empresa de Felgueiras, Valter Lemos inteirou-se
da realidade do sector.
COM O APOIO
Recorde-se que, entre várias medidas apresentadas, o Governo
quer colocar este ano 50 mil estágios profissionais em empresas.
e Administrador do grupo Kyaia, que
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Luis Pereira
Já foi manequim, hoje é produtor de moda e administra um dos showrooms mais importantes em Portugal. Luis Pereira tem
uma das carreias mais sólidas e sustentadas da moda em Portugal. Defende que “há vários anos que o sector do calçado é um
exemplo de sucesso em Portugal”. “Mais do que um país de mão-de-obra barata, as marcas nacionais procuraram afirmar-se
através da internacionalização e do design, criaram novos mercados internacionais e ganharam um progressivo reconhecimento nacional”, sublinhou. APICCAPS propõe plano de acção para as energias renováveis
e eficiência energética na fileira do calçado
Como reduzir a factura energética?
Istock
A APICCAPS propõe um conjunto de medidas para reduzir a factura energética
A eficiência energética e a utilização
redução generalizada da factura
No entanto, é possível concluir
No domínio mais importante, força
racional de energia estão, mais do
energética.
que a falta de sensibilização dos
motriz (já que é responsável por
colaboradores para as questões da
quase 80% da factura energética),
que nunca, na agenda do dia. No
complexo universo empresarial, usar
O consumo energético da indústria
eficiência energética e a redução
INESC Porto e CTCP sugerem,
a energia de forma racional poderá
portuguesa (todos os sectores
dos consumos é generalizada. De
nomeadamente, a utilização
permitir assegurar melhores níveis de
incluídos) representa cerca de um
um modo geral, neste plano de
de motores de alta eficiência,
produção e, em simultâneo, aumentar
terço do consumo global do país. São
acção analisam-se procedimentos e
a substituição de motores
a competitividade. Com base nessa
os motores eléctricos a carga mais
equipamentos e sugerem-se medidas
sobredimensionados, a alteração dos
premissa, a APICCAPS acaba de
importante e absorvem 77% da factura
que permitam uma redução da factura
sistemas de transmissão com correias
lançar um plano de acção para as
total. A iluminação surge em segundo
energética. Como, por exemplo,
trapezoidais por correias dentadas,
energias renováveis e eficiência
lugar, com 12%, seguida bem perto
“colocar um sistema de monitorização
bem como desligar motores quando
energética na fileira do calçado. O
pelo consumo com outras cargas
de energia com uma plataforma
não estão a ser usados, recorrer
documento elaborado pelo INESC –
(11%).
de consumo capaz de informar,
a temporizadores programáveis
Porto e CTCP (Centro Tecnológico do
automaticamente e em tempo real,
para ligar sistemas apenas quando
Calçado de Portugal) lança pistas,
Ponto prévio. Cada empresa é um caso
os responsáveis da empresa sobre a
necessário, executar operações de
efectua sugestões e propõe uma
e deve ser estudada individualmente.
ocorrência de consumos anómalos”.
manutenção, entre outros.
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Frederico Matins
luiS borgeS
É o manequim português do momento. Depois de ter sido distinguido na 1.ª edição dos Fashion Awards como manequim do ano, tem trabalhado
com as marcas mais conhecidas em todo o mundo. Para Luis Borges, “para além de termos cada vez mais e melhores criadores de calçado em
Portugal, é uma industria que tem desenvolvido muito, já com um grande reconhecimento internacional e que em nada fica a dever à qualidade,
conforto e design internacional. São muitas as vezes em que estou a trabalhar nos desfiles ou produções fotográficas para criadores internacionais
e que me deparo com calçado Made in Portugal. O calçado português faz parte da moda e está na moda”.
novAS MArCAS CoM eSTreiA
MArCAdA pArA A MiCAM
A promoção comercial
longo de décadas”, revelou
a Ferre irá privilegiar a
externa é a primeira das
Agostinho Marques.
abordagem a “homens
prioridades para as empresas
clássicos, com sensibilidade,
portuguesas de calçado,
A Exceed vai privilegiar,
gosto pelo luxo e pela vida”,
que colocam no exterior o
nesta primeira fase, apenas
estimando-se que o preço do
essencial da sua produção.
os mercados britânico e
par de calçado possa oscilar
Por esse motivo, nos últimos
francês, procurando abordar
entre os 200 e os 500 euros,
oito anos, foram já criadas
“homens contemporâneos”.
dependendo das matérias-
e registadas, no âmbito do
Para isso, conta com uma
primas utilizadas. Em termos
GAPI (Gabinete de Apoio
equipa de desenvolvimento
de mercados, a opção inicial
à Propriedade Industrial)
internacional, com designers
recairá na Europa, em
do Centro Tecnológico do
portugueses, ingleses
especial França e Alemanha,
Calçado de Portugal, 247
e italianos, revelou o
mas irão ser também
novas marcas de calçado,
responsável da empresa.
abordados comercialmente
111 das quais comunitárias.
países como a China, o
Nesta MICAM vão ser
A Ferre, por sua vez, é uma
Japão, os EUA, o Brasil e os
apresentadas várias novas
marca de calçado de luxo
países árabes.
marcas aos profissionais do
da empresa Ferreira &
sector.
Avelar, criada em 1947, mas
Já a Sun Flower é a nova
que, “devido a questões de
insígnia da Mystic Sea,
Ao fim de cinquenta anos
natureza estratégica, nunca
que será apresentada aos
de existência a trabalhar
foi uma opção comercialmente
profissionais do sector
em regime de private label,
forte”. O objectivo passa,
em Março, em Milão, na
a Fábrica de Calçado
agora, por “explorar o
MICAM, e em Düsseldorf,
Dura, empresa sediada
know-how acumulado ao
na GDS. Trata-se, na óptica
mas, para o responsável
moda, que aposta numa
em Felgueiras, que
longo de seis décadas de
de Luís Silva, “de uma
da empresa, “o mercado
grande inovação e mistura
emprega actualmente 115
existência na empresa, num
marca de espírito jovem, de
interno português também
de materiais, de modo a
trabalhadores e exporta mais
posicionamento de luxo,
vocação internacional, que
será uma forte aposta”.
surpreender os mercados”,
de 80% da sua produção, vai
com sapatos direccionados
se destina exclusivamente
A Sun Flower destina-se
sublinhou Luis Silva. A Sun
lançar a marca de calçado
para um escalão etário entre
ao sector do retalho, num
a um público elegante e
Flower irá apostar igualmente
de homem Exceed. “O nosso
os 40 e 70 anos”, destacou
segmento médio alto”. A Sun
aposta num design pouco
no desenvolvimento de outros
objectivo passa por potenciar
Ruben Avelar. Segundo o
Flower será uma marca de
convencional. “Queremos
acessórios de moda como
o saber-fazer acumulado ao
responsável da empresa,
forte vocação exportadora,
ser uma espécie de contra-
chapéus ou cachecóis.
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Nº 174 # FEVEREIRO 2011
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Ana Sofia
É uma das manequins portuguesas com mais prestígio ao nível internacional. Radicada em Nova Iorque, criou uma carreira
sólida, recheada de sucessos. Ana Sofia reconhece que “é sempre com grande satisfação que uso calçado português, porque
para além da qualidade e conforto é bom sentir que estou a contribuir para a evolução da nossa economia”. Acrescenta que,
“mesmo em tempos de crise, a qualidade não se perde e é por isto que se fidelizam clientes.”
Correaria Moderna
Tradição portuguesa
começa a impor-se nos mercados externos
© Shariff Che’Lah (fotolia.com)
A Correaria Moderna começa a
dar cartas nos mercados externos
Nasceu logo após a Primeira Grande
século XX, mas é a sela portuguesa
referência em todo o mundo, pela
robusta que assenta em madeira e
Guerra. Resistiu a tempos difíceis e
“a grande especialidade”.
sua enorme qualidade”, ainda que a
ferro”.
conseguiu impor-se, fazendo-se valer
concorrência se comece hoje a fazer
da tradição de bem trabalhar a pele
Não foi, pois, de estranhar que no
sentir. “Países asiáticos como a Índia
Para os irmãos Custódio e Manuel
manualmente. Agora, enfrenta um
blockbuster Joana d´Arc as selas
inundaram o mercado com produtos
Clemente, o grande desafio passa
novo desafio chamado exportação.
utilizadas fossem produzidas por
muito baratos e ainda que sejam
agora por internacionalizar a
esta pequena empresa de Braga.
de qualidade muito inferior acabam
empresa. Apesar da concorrência e
Durante décadas, a Correaria
“Somos procurados por cavaleiros de
por confundir os consumidores”,
de uma conjuntura desfavorável, a
Moderna especializou-se nos
referência como o Joaquim Bastinhas,
lamentaram. Os responsáveis da
Correaria Moderna está apostada
mais diversos artefactos de pele.
Valença Rodrigues e as nossas selas
Correaria Moderna não abdicam, no
em vencer além-fronteiras. “Vamos
“Fazemos de tudo um pouco como
estão presentes em picadeiros de
entanto, de apostar “em produtos
iniciar esse caminho, até porque em
malas, carteiras ou porta-moedas”,
todo o mundo”, adiantaram. Victor
de grande qualidade, utilizando os
Portugal continua a dar-se muito
destacaram Custódio e Manuel
Hugo Cardinali é outro dos amigos
melhores materiais, até porque, no
valor aos produtos estrangeiros,
Clemente, que deram continuidade
que visita regularmente a Correaria
que se refere às selas, privilegiamos a
ignorando muitas vezes a grande
à oficina criada pelo pai no início do
Moderna. “A sela portuguesa é uma
segurança, apostando numa estrutura
qualidade dos nossos produtos”.

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Sara Sampaio
É a manequim do momento em Portugal. Nos últimos meses, foi destaque em várias das mais prestigiadas revistas de moda de
todo o mundo. Sara Sampaio não esquece, porém, as raízes. Considera que “tudo o que é nacional é bom e é um orgulho saber
que se produzem maravilhosos sapatos em Portugal”.
Grupo Inditex
© Agence DER (fotolia.com)
Indústria mexicana pode perder
estuda
um milhão de postos de trabalho
lançamento de
É um clima de apreensão aquele que se vive na indústria mexicana de calçado.
rede lojas de
De acordo com a Câmara del Calzado del Estado de Guanajuato (CCEG), o sector
calçado
potencial acordo de comércio livre com o Brasil.
poderá perder um milhão de postos de trabalho se o calçado for incluído num
A Inditex estuda o lançamento de
Para os industriais mexicanos, a indústria não pode competir com o sector brasileiro,
uma rede de lojas especializada na
“que beneficia de vários incentivos à exportação”. Com efeito, as elevadas taxas
comercialização de calçado. Em cima
praticadas por Brasília para as importações de calçado do México podem “dificultar
da mesa está a abertura de 72 lojas em
que os produtores de calçado mexicanos possam lucrar com um acordo de comércio
15 países distintos.
livre”. De acordo com Martin Duenas, Presidente da CCEG, “o sector pode perder
O novo projecto está a ser concebido
um milhão de postos de trabalho, numa altura em que já sente grandes dificuldades
pela empresa Tempe, sediada em
para competir face à grande concorrência de produtos chineses”.
Elche (Alicante) e que se dedida à
concepção, fabrico e distribuição de
Recorde-se que o México e o Brasil, as principais economias da América Latina,
calçado para o universo Inditex. Em
têm estado a negociar um acordo de comércio livre desde Fevereiro do ano passado,
2010, a empresa comercializou 47,69
embora não tenha sido divulgado qualquer prazo para a assinatura.
milhões de pares de calçado, mais
18,4% do que no ano anterior, no valor
O sector mexicano do calçado é constituído, actualmente, por mais de 3 000 empresas
de 671,38 milhões de euros. A empresa
e produz, sensivelmente, 170 milhões de pares de calçado por ano. Desses, menos de
tem ainda filiais no México, Brasil,
10 milhões têm como destino os mercados externos.
Índia, China e Vietname.
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Nº 174 # FEVEREIRO 2011
19
Rafael Antunes
AlexAndrA MACedo
“É um orgulho podermos dizer que o calçado português anda nos pés de todo o mundo.
Devíamos reflectir convenientemente sobre este facto.” A opinião é de Alexandra Macedo, Directora da Best Models, a agência
de manequins que nasceu no Porto e se tem vindo a afirmar, paulatinamente, no plano internacional.
joveM «proMeSSA» porTugueSA
lAnçA-Se no Mundo eMpreSAriAl
É jovem, talentoso e com créditos firmados no plano
e irreverência das tendências”. Procurando aprofundar
internacional, depois da conquista de alguns prestigiados
conhecimentos, formou-se no Centro de Formação Profissional
prémios. Marco Egídio vai lançar, aos 28 anos, a sua marca,
da Indústria do Calçado e, mais tarde, na Universidade de
com nome próprio. A estreia ocorrerá já na GDS de Março.
Aveiro. Participou em vários concursos internacionais e, em
2008, todo o seu esforço, dedicação e competência ser-lhe-
“Defino o meu estilo como um misto contemporâneo e
íam reconhecidos com o 1.º prémio na categoria de homem
glamoroso onde o detalhe feminino e luxuoso não pode
pelo Consorcio Vero Cuoio, na Lineapelle.
falhar”, referiu Marco Egídio. Partindo “sempre de bases
muito simples”, assegura que “o segredo está na coordenação
Actualmente, trabalha em regime de freelancer nas áreas
dos materiais e estratégia comercial”.
de decoração de interiores, produção de eventos ou mesmo
desenho de colecções de calçado para outras empresas.
Natural de S. João da Madeira, Marco Egídio apresta-se para
A criação de uma empresa própria está a ser ultimada. A
cumprir o sonho de sempre. “Desde muito cedo que o mundo
jovem «promessa» portuguesa vai aventurar-se no mundo
da moda e design despertou o meu interesse, pela inovação
empresarial.
2W4
CArTeiroS dA dinAMArCA rendidoS
Ao CAlçAdo dA 2W4
É uma das empresas portuguesas
“marca de calçado de segurança,
Desde 2005, a empresa tem vindo
de calçado técnico que mais se
concebido de forma a ser ultra-leve,
a crescer de forma consistente e,
tem evidenciado nos últimos anos,
flexível e confortável”, sublinhou
actualmente, trabalha para várias
fruto da aposta no desenvolvimento
o responsável da empresa Albano
grandes empresas de referência como
de produtos simultaneamente
Fernandes. Uma aposta que agradou
a Ikea ou a Volvo.
sofisticados e agradáveis do ponto de
aos carteiros dinamarqueses.
vista visual. A marca 2W4 (To Work
“Criámos o calçado ocupacional
Uma das particularidades da 2W4
For) foi criada em 2005 em Guimarães,
para os Correios da Dinamarca e
é a personalização do calçado. “Os
internacionalizou-se e hoje anda nos
conseguimos resolver o problema
nossos clientes podem escolher o
pés dos carteiros dinamarqueses.
de cansaço acumulado nos pés
modelo, a cor, o forro e as aplicações
dos profissionais dinamarqueses”,
da sua preferência”, destacou Albano
explicou.
Fernandes.
A 2w4 caracteriza-se por ser uma
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21
Paula Martinho da Silva
É jornalista da RTP, especializada no sector da moda e uma presença assídua nos principais eventos internacionais há vários
anos. Acompanha, por isso, de perto o desenvolvimento do sector português de calçado.
Para Paula Martinho da Silva, “há muito que o calçado nacional se tornou numa referência internacional. Mas hoje junta-se
a esta etiqueta uma outra: a do design. Estamos entre os melhores e talvez este dinamismo do sector sirva para contagiar
outros...que o país bem precisa”.
Estudo da CIP
Sectores tradicionais continuam a ser a
grande referência da economia portuguesa
© Franck Boston (fotolia.com)
São os sectores tradicionais que
continuam a assumir-se como o pilar
estratégico da economia portuguesa.
O estudo da CIP (Confederação
Empresarial de Portugal) coordenado
por Augusto Mateus, antigo Ministro da
Economia, analisou a competitividade
dos vários sectores da indústria em
Portugal e concluiu que aqueles onde
a quota de mercado é superior à média
do país são precisamente as indústrias
tradicionais...como o calçado.
Augusto Mateus, actual professor
catedrático do Instituto Superior de
Economia e Gestão (ISEG), calculou
o índice de vantagem comparativa
revelada, que determina quais os
sectores mais competitivos a partir das
respectivas quotas de mercado.
E os sectores que se destacaram
foram a madeira, o calçado (couro),
minerais não metálicos, têxtil, plásticos,
alimentar, combustíveis e materiais de
transporte. Todos conseguiram, em 2006
(os dados usados no estudo), quotas de
mercado no exterior acima da média. Ao
invés, indústrias como os químicos, as
máquinas ou o equipamento eléctrico
mostraram claramente desvantagens
comparativas neste aspecto.
Este estudo sublinha que o bom
desempenho dos sectores tradicionais
contraria a ideia de que estariam a ser
os mais afectados pela globalização,
nomeadamente pela presença de
gigantes como a Índia ou a China.
Em geral, a indústria portuguesa
emprega sensivelmente 934 mil
pessoas (cerca de 19% do emprego em
Portugal), é composta maioritariamente
por pequenas e médias empresas,
sendo responsável por um quinto do
investimento empresarial, e tem uma
produtividade média por trabalhador na
ordem dos €25 mil.
Os sectores tradicionais continuam a ser os alicerces fundamentais da economia portuguesa
INESC PORTO
25 anos a dinamizar
a competitividade
da Indústria Portuguesa
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APOIADO PELA FCT NO ÂMBITO DO FINANCIAMENTO DE LABORATÓRIO ASSOCIADO
Nº 174 # FEVEREIRO 2011
23
frederiCo MArTinS
É um dos fotógrafos de moda do momento em Portugal, com uma proeminente carreira internacional. Ele é o homem por detrás
da objectiva na campanha de imagem “The Sexiest Industry in Europe”. Segundo Frederico Martins, “as empresas portuguesas de calçado têm dado passos seguros no plano internacional, sendo de realçar uma aposta cada vez mais consistente em
matéria de design”. “O calçado português está na moda”, realçou.
inpi defende benefÍCioS do “ACordo de londreS”
pArA AS eMpreSAS porTugueSAS
Causou alguma polémica nos
oficiais dos diferentes países”.
últimos meses mas, ao contrário do
entregues no INPI directamente
em inglês. “Esta poupança de cus-
que se chegou a supor, o Acordo
A Presidente do INPI reconhece
tos – acredita o INPI - contribuirá
de Londres não tem em vista a
que “as alterações de regimes
certamente para aumentar a atrac-
criação de uma patente europeia.
provocam sempre alguma polé-
tividade do território nacional no
De acordo com o Instituto Nacional
mica e resistência por parte de
sistema europeu de patentes, com
de Propriedade Industrial (INPI),
alguns sectores profissionais mais
benefícios muito evidentes para o
“trata-se de um acordo voluntário
habituados a lidar com os regimes
progresso científico e tecnológico e
que altera algumas regras do regi-
que se alteram”. Leonor Trindade
para a transferência de tecnologia
me linguístico do sistema da paten-
sublinha, no entanto, que “essas
para o nosso país”.
te europeia (sistema já existente),
polémicas não têm impedido de
mas que não cria um novo sistema
perceber os enormes benefícios
Acresce ainda, na óptica do INPI,
de protecção das invenções como
e as vantagens que a adesão ao
que “os benefícios para as em-
aquele que está a ser pensado no
Acordo de Londres trará para o
presas portuguesas serão tanto
contexto das instâncias comunitá-
sistema de inovação em Portugal”.
maiores quanto maior o número de
rias - o futuro sistema da patente
países que participem na criação
comunitária ou, como agora se
Em termos práticos, Leonor Trin-
de um espaço europeu composto
designa, da patente da UE”.
dade defende que “os benefícios
por um maior número de países
serão inequívocos não só para
onde os cidadãos e as empresas
Segundo Leonor Trindade, Presi-
as empresas portuguesas mas
nacionais passam a poder investir
dente do Instituto, “o impasse que
também para as empresas estran-
com custos substancialmente redu-
se tem verificado nas negociações
geiras que em Portugal pretendam
zidos”. Em jeito de conclusão, Leo-
da patente comunitária — e que
proteger as suas patentes”. Um
nor Trindade defende que “Portu-
tem impedido a criação de um
operador estrangeiro que deseje
gal não deve limitar-se a usufruir
sistema unitário de protecção das
investir em território nacional,
passivamente dos benefícios que
patentes nos 27 Estados-membros
por exemplo, verá os seus custos
decorrem da actual adesão de 16
da UE — tem acentuado a impor-
substancialmente reduzidos, dada
Estados ao Acordo de Londres,
tância do Acordo de Londres como
a dispensa dos custos de tradução
impondo-se, ao invés, uma parti-
instrumento essencial para asse-
especializada para português dos
cipação activa neste projecto de
gurar a redução dos custos para as
elementos predominantemente
criação de um espaço europeu
empresas, através de uma redução
técnicos da patente (descrição e
mais favorável ao investimento em
das exigências de tradução das
resumo), que raramente são con-
I&D e à protecção dos resultados
patentes europeias para as línguas
sultados e que passam a poder ser
desse investimento”.
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