Experiências de Educação Profissional e Tecnológica: O

Transcrição

Experiências de Educação Profissional e Tecnológica: O
Jhonatan Almada
Eneida Erre
(Organizadores)
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA: O IEMA SEMEANDO FUTUROS
São Luís
Engenho
2015
GOVERNADOR DO ESTADO DO MARANHÃO
Flávio Dino
SECRETÁRIO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Bira do Pindaré
SECRETÁRIO-ADJUNTO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR
Jhonatan Almada
SECRETÁRIO-ADJUNTO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
André Bello
SECRETÁRIO-ADJUNTO DE INOVAÇÃO E CIDADANIA DIGITAL
Nivaldo Muniz
TRANSCRIÇÃO DAS PALESTRAS GRAVADAS
Eneida Maria Erre Araújo
Antônia Carvalho Garreto Pereira
Farlanni Nizete Menezes Costa
REVISÃO
Ruben Barrera Labrada
ORGANIZAÇÃO
Jhonatan Almada
Eneida Maria Erre Araújo
Ficha Catalográfica elaborada pelo Arquivo Central da SECTI-MA, por Liliane Matos,
graduada em Biblioteconomia (UFMA) e Pós-graduada em Docência no Ensino Superior
(CAPEM), com dados fornecidos pelo Organizador da obra.
Almada, Jhonatan
Experiências de Educação Profissional e Tecnológica: o Iema
semeando futuros / Jhonatan Almada, Eneida Erre (Org.). - São Luís:
Engenho, 2015.
112 f.
ISBN: 978-85-69805-06-9
1. Educação 2. Formação Profissional 3.Tecnologia I. Título
CDU: 37.004
SUMÁRIO
6 INTRODUÇÃO
Jhonatan Almada
12 APRESENTANDO O IEMA
Bira do Pindaré
19 A UEMA COMO PARCEIRA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Gustavo Pereira da Costa
21 ACREDITAR NA JUVENTUDE, INVESTIR EM EDUCAÇÃO
Flávio Dino
26 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E O ENSINO MÉDIO INTEGRADO,
PRESSUPOSTOS E INDICATIVOS PARA UMA NOVA AGENDA
Maria José Pires Barros Cardozo
1
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
BAHIA 41
Marli Sousa
SENAI 47
Marco Antônio Moura da Silva
SÃO PAULO 54
Almério Melquíades de Araújo
PERNAMBUCO 61
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra
2
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
CEARÁ 69
Maria Alves de Melo
SEST/SENAT 78
Katiane Almeida Batista
SEBRAE 81
Ricardo Luiz Alves Pereira
SENAR 92
Antônio Luís B. de Figuerêdo
SENAC 103
Daniela de Fátima Nogueira da Silva
108 OS PALESTRANTES
110 PROGRAMAÇÃO
INTRODUÇÃO
Jhonatan Almada
O “Seminário de Educação Profissional e Tecnológica: o IEMA semeando
futuros”, realizado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação dia
18 de junho de 2015 no Teatro João do Vale resultou na publicação deste livro. O
Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia (IEMA), criado pelo atual
governo do Maranhão, tem por objetivo ofertar educação profissional e tecnológica
de nível médio e superior em todo o estado.
O diagnóstico preliminar que realizamos no início do Governo Flávio
Dino apontava para a total ausência da esfera estadual na oferta de educação
profissional e tecnológica, cuja demanda basicamente é atendida pelo Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), Sistema S e escolas
privadas, com o incentivo do PRONATEC.
Vale. Esse grande compositor e cantor brasileiro tem uma música emblemática
“Minha História”. A partir de sua história de vida conta como a música o salvou de
um destino de pobreza e exclusão, mas, a despeito da fama alcançada, registrava sua
preocupação em relação aos seus conterrâneos que não sabiam fazer baião. Com
décadas de distância, compreendemos que o IEMA representa uma resposta a essa
preocupação de João do Vale, a abertura de uma janela de oportunidade.
Seguindo a orientação de Paulo Freire, de que ninguém aprende nada
sozinho, buscamos as experiências de educação profissional desenvolvidas em outros
estados com o fito de subsidiar a construção do modelo institucional do IEMA,
delineando seu escopo de atuação e pedagogia a partir daquilo que deu certo em
outros lugares, atentando-se ainda para as especificidades de nossa terra.
Nesse sentido, o Seminário se materializou neste livro, com as transcrições
de todas as palestras. A estrutura de organização do livro abrange três partes
fundamentais: a primeira explicita as falas institucionais do Secretário de Estado da
Ciência, Tecnologia e Inovação, do Reitor da Universidade Estadual do Maranhão e
6
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Não foi mera coincidência este evento ter sido sediado no Teatro João do
do Governador do Estado, bem como, a Conferência Magna do evento; a segunda
explicita as experiências de Bahia, São Paulo, Pernambuco e SENAI; a terceira e
última, apresenta as experiências do Ceará, SEST/SENAT, SEBRAE, SENAR e
SENAC.
O Secretário de Estado, deputado estadual licenciado, Bira do Pindaré,
apresentou o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA)
detalhando o planejamento da construção de 23 unidades, o investimento estimado,
a educação integral como modelo a ser adotado, e a complementaridade dos
programas PROETEC, Mais Estágio Jovem e Cidadão do Mundo ao projeto de
implantação do IEMA.
O Reitor da UEMA, professor Gustavo Pereira da Costa, ressaltou a
importância da criação do Instituto e colocou a experiência da Universidade a serviço
desse projeto, ressaltando que a qualidade da educação básica terá reflexo na
melhoria da educação superior e na produção científica e tecnológica do estado.
O Governador do Estado, Flávio Dino, destacou sua forte crença na
educação como caminho para a juventude maranhense, caminho para a emancipação 7
investimentos realizados pelo Governo na valorização dos professores (aumento e
progressões), na construção de escolas de alvenaria em substituição às escolas de
taipa, na construção de campi universitários e, por fim, na implantação do Instituto
Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia (IEMA).
A professora Maria José Pires Barros Cardozo na sua Conferência fez um
histórico das políticas e programas implementadas no âmbito da educação
profissional e tecnológica, de meados dos 1930 à atualidade. Destaca a necessidade
de superarmos a dualidade entre trabalho intelectual e trabalho manual, bem como, a
importância da educação profissional integrada ao ensino médio. Ressalta a
relevância do estágio para que a formação profissional seja completa e inserida de
fato no mundo do trabalho. Por último, aborda as metas do Plano Nacional de
Educação e do Plano Estadual de Educação como agendas a serem cumpridas pelos
governos.
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
cidadã e a libertação da violência e das drogas. Nesse sentido, ressaltou as medidas e
Marli Sousa apresentou a experiência da Bahia com a expansão
significativa da educação profissional e o trabalho de inclusão e empoderamento
resultante dessa expansão. A rede da Bahia se tornou a 2ª maior do Brasil. Os centros
de educação profissional inseridos em áreas de vulnerabilidade social são
apropriados pelas comunidades e criam novas dinâmicas culturais e econômicas
para o processo de desenvolvimento local. O conceito de território de identidade é
trabalhado na definição das escolas profissionalizantes.
Apresentando a experiência do SENAI Marco Moura destaca que a rede
possui 70 mil alunos e além de educação profissional e tecnológica tem iniciativas
nas áreas de inovação e tecnologia. O SENAI oferta também qualificação profissional
e educação na modalidade à distância. Os estudantes do SENAI tem se destacado em
inúmeras competições nacionais e internacionais como a World Skills, Olímpiadas do
Conhecimento e Indústria de Talentos. Por fim, Marco Moura destaca o projeto do
Instituto SENAI de Tecnologia que será voltado para a construção civil e implantado
em São Luís.
Almério Melquíades apresentou o Centro Paula Souza (São Paulo), uma 8
formação profissional de nível superior (tecnólogos) inicialmente no âmbito das
necessidades industriais e se expandindo para atender as diferentes complexidades
dos sistemas de produção, a exemplo da área cultural e turística. A construção dos
currículos dos cursos é um processo que envolve forte planejamento educacional
com equipes pedagógicas, professores, especialistas na área e diálogo com os
demandantes. Além disso, citou a articulação com a Secretaria de Estado da
Educação para ocupar o turno noturno das escolas estaduais, a maioria ociosa, com a
oferta de cursos técnicos.
Paulo Dutra apresentou a experiência de Pernambuco enfatizando que a
educação profissional articulada à educação integral tem impactado o desempenho
do sistema de ensino pernambucano. Observa-se o crescimento e melhoria nos
indicadores como IDEB e IDEPE. A expansão da oferta de educação profissional e
tecnológica foi combinada com o desenvolvimento de programas complementares
que tiveram por objetivo tornar a escola mais atrativa para a juventude. Entre eles, o
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
das mais antigas redes de educação profissional. O Paula Souza começou com a
programa Ganhe o Mundo de intercâmbio internacional para os alunos do 2º ano do
ensino médio.
Apresentando a experiência do Ceará, Maria Alves de Melo, explicita o
processo de expansão da rede de educação profissional e tecnológica a partir da
adesão ao Programa Brasil Profissionalizado do Governo Federal. Começaram com
25 escolas profissionalizantes e 4 cursos técnicos em 2008, alcançando 106 escolas e 53
cursos técnicos em 2014. A contratação de professores combina concurso e seletivo. A
educação integral envolve a base comum nacional e conteúdos ligados a projeto de
vida, mundo do trabalho, empreendedorismo e projeto interdisciplinar. O estágio
possui carga horária superior à recomendada pelo Conselho Estadual de Educação e
os alunos recebem uma bolsa, auxílio transporte, descanso remunerado e seguro.
Atualmente, a Secretaria de Educação do Ceará desenvolve um trabalho de
acompanhamento dos egressos em parceria com o Banco Mundial, o dado
disponibilizado aponta 20,45% de ex-alunos inseridos no mercado de trabalho.
Katiane Almeida apresentou a experiência do SEST/SENAT com a promoção
de cursos de formação e qualificação profissional e técnicos de nível médio para o 9
produtos perigosos, direção preventiva e o de operador de empilhadeira. Os cursos à
distância possuem 46 mil matrículas e os cursos presenciais 636 mil matrículas.
A experiência do Sebrae foi apresentada por Ricardo Pereira. A partir do
exemplo do Vale do Silício (Estados Unidos) e de instituições de ensino que
estimulam a criatividade e a inovação propuseram a Escola de Formação Gerencial
do Sebrae-MG. A escola combina educação profissional, empreendedorismo e
inovação nos seus cursos técnicos de nível médio. Inúmeros ex-alunos foram
premiados, inseriram-se no mercado de trabalho ou abriram empresas com sucesso
na área de aplicativos e tecnologias sociais. O curso técnico compreende além dos
conteúdos comuns, projetos estruturantes chamados Tutoria, Empresa Simulada,
Vitrine e Estágio. O cerne não é formar para abrir empresa, mas formar cidadãos
empreendedores.
Antônio Figuerêdo apresentou a experiência do SENAR, ressaltando a
especificidade do trabalho de formação do homem do campo. Não basta ofertar a
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
setor de transportes, destacando-se transporte coletivo de passageiros, transporte de
formação profissional. Se não houver continuidade com assistência técnica e
gerencial, a tendência é que o trabalho realizado se perca. As ações de formação
profissional rural têm como objetivo desenvolver as atividades rurais com mais
perspicácia, qualidade e rentabilidade para os produtores. Entre as iniciativas
exitosas destaca os casos do povoado de Itereré (Apicum-Açu) com a produção de
polpa de frutas e do povoado Tanque (Buritirana) com a criação de peixes e
produção de leite.
Daniela Silva apresentou a experiência do SENAC. O rol de oferta de
educação profissional e tecnológica abrange cursos de aperfeiçoamento, cursos
técnicos, graduação e pós-graduação, esses dois últimos exclusivamente na
modalidade à distância. Entre os programas ofertados de forma totalmente gratuita
para as comunidades está o programa social “SENAC faz a sua parte”, com relatos
positivos de ex-alunos que montaram seu negócio e passaram a ganhar o próprio
dinheiro. Ela destaca um problema relacionado à qualidade do ensino público da
educação básica, pois a maioria dos alunos do SENAC, oriundos da rede pública,
traz algumas lacunas em relação a português e matemática. Realizam-se oficinas 10
Em síntese, observamos que as principais lições apreendidas a partir dessas
experiências são:
1. A oferta de educação profissional e tecnológica deve estar alinhada aos
arranjos produtivos locais, entretanto, não pode se limitar aos mesmos. É
necessário ofertar cursos que despertem novas vocações econômicas e
gerem novos setores produtivos;
2. A integração entre o curso e o estágio para inserção no mundo do
trabalho devem ser bem resolvidas e articuladas às empresas. A
realização de um bom estágio, com as condições de permanência e o
devido acompanhamento, contribui para que o ciclo formativo do curso
se complete com maior qualidade;
3. A construção dos currículos dos cursos deve envolver criterioso processo
de planejamento, articulado tanto interna (pedagogos, professores e
gestores) quanto externamente (economia, regulamentações e empresas);
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
pedagógicas com esses conteúdos para reduzir essas lacunas.
4. A educação profissional integrada ao ensino médio, ofertada em tempo
integral, contribui para a melhoria do desempenho das escolas e do
aprendizado de seus estudantes;
5. Não basta trabalhar a base comum nacional e a parte específica dos
cursos técnicos e tecnológicos. A incorporação de novas mediações e
projetos interdisciplinares que propiciem conteúdos e práticas ligadas ao
engajamento comunitário, inovação, empreendedorismo e tecnologias é
um caminho para que esses cursos tenham diferencial socialmente
relevante e formem cidadãos mais transformadores;
6. É desejável a realização de programas complementares à oferta de
educação profissional e tecnológica, tais como, programas de iniciação
científica júnior, intercâmbio internacional e bolsa-estágio, bem como,
estímulo permanente à participação em olimpíadas do conhecimento,
feiras e competições nacionais e internacionais;
7. O desenvolvimento de ferramentas para acompanhamento dos egressos é
necessário
para
medir
a
efetividade
dos
cursos
oferecidos,
a 11
demandas sociais e econômicas.
O Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão
(IEMA) está em processo de implantação e, sem dúvidas, caminhará aproveitando as
boas práticas e experiências exitosas, observando trilhas já percorridas, mas,
enquanto intrínseca necessidade deverá caminhar abrindo suas próprias sendas e
veredas, com seus erros e acertos.
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
empregabilidade alcançada pelos ex-alunos e seu alinhamento às
APRESENTANDO O IEMA
Bira do Pindaré
Bom dia, bom dia a todos. Depois dessa cantoria de Rosa Reis, eu confesso
que eu queria continuar cantando, mas já que o debate aqui tem que ser em outro
ritmo, então vamos apresentar essa instituição, mas antes disso quero cumprimentar
a presença do Governador Flávio Dino, pessoa que lidera, que é o grande
responsável por essa grande obra que está sendo realizada no Estado do Maranhão,
esse grande projeto de mudança que todos nós nos orgulhamos em fazer parte.
Quero cumprimentar também os colegas de governo na pessoa do
Secretário de Estado Chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares, cumprimentar os
prefeitos que estão aqui, os vereadores, cumprimentar os integrantes das
universidades na pessoa do professor Gustavo que é o Magnífico Reitor da
Universidade Estadual do Maranhão. Toda a nossa equipe da Secretaria e do IEMA,
todos os militantes do movimento social, do movimento cultural, sindical, os
Então, sintam-se todos à vontade, sejam bem-vindos. Também quero
cumprimentar os visitantes que aceitaram nosso convite, os representantes de
diversos estados, do Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas e São Paulo que vão ter a
oportunidade de se apresentar, fazer essa troca de experiência e por isso esse caráter
de seminário nacional, pois nós não temos a pretensão de saber tudo, muito pelo
contrário, queremos aprender com eles porque nessa matéria infelizmente o
Maranhão está extremamente atrasado, e por esta razão nós estamos nos espelhando
nas experiências exitosas no Brasil, para escolher o melhor caminho.
Eu quero apresentar para vocês o Instituto de Educação, Ciência e
Tecnologia do Maranhão, o IEMA. É a grande ferramenta criada pelo Governador
Flávio Dino para que possamos ter um braço firme e atuante na educação
profissional e tecnológica. Nos inspiramos no IFMA, que são os institutos federais, e
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
estudantes da Unidade Champagnat que estão aqui abrilhantando a nossa galeria.
12
resolvemos criar o nosso Instituto. A lei já foi aprovada na Assembleia. Agradeço aos
parlamentares estaduais, estou vendo aqui o Macedo que já esteve aqui nos
cumprimentando, pela aprovação da Lei. O Instituto já é uma realidade e vamos
apresentá-lo agora, por gentileza!
Nós partimos de uma realidade, a nossa realidade do Maranhão é muito
difícil. Nós temos toda a oferta de educação profissional do Governo Federal que é
feita pelo IFMA, temos a menor renda per capita do país, temos uma escassez de
trabalhadores qualificados e temos uma juventude com baixa qualificação e baixa
perspectiva de vida.
Com base nisso, nós resolvemos criar esse Instituto e temos uma meta de
23 unidades do IEMA em todo o Maranhão até 2018. Dentre elas, pelo menos 5
(cinco) nós queremos que comecem a funcionar em fevereiro de 2016 já no próximo
ano. Entre elas o Marista, o antigo Marista, que aqui tem vários estudantes
participando. Será uma das unidades, e vai ser certamente uma unidade de
referência, e o investimento que nós queremos fazer é da ordem de 240 milhões de 13
investimentos que serão feitos no custeio e na manutenção desses equipamentos, que
somando tudo vai superar a marca dos 600 milhões de reais nos próximos 4 (quatro)
anos.
Portanto, é um grande investimento como nunca se fez antes na história
do Maranhão em matéria de Educação Profissional e Tecnológica. Os cursos serão
planejados com base em estudos técnicos e também consultas públicas.
Desde já agradeço aqui o Felipe de Holanda, que já se colocou à disposição
com o IMESC para nos ajudar na fundamentação desses estudos, mas nós teremos
momentos em cada município e em cada região para debater também a oferta desses
cursos. A ideia nossa é que eles estejam bem ligados e associados aos arranjos
produtivos e ao modelo de desenvolvimento do Estado para que nós possamos ter o
máximo de proveito em relação à formação desses jovens que terão a oportunidade
de estudar nessas unidades.
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
reais apenas nas obras e nas adaptações. Além disso, nós temos todo um conjunto de
Será adotado o modelo de educação integrada e em tempo integral, o
menino vai chegar as sete e vai ficar até o final da tarde. Vai ter refeitório, vai ter
esporte e cultura, portanto é um modelo também já bastante atual em relação ao que
a população espera de todos os governos no Brasil. As modalidades dos cursos serão
FIC, técnicos e também de tecnólogo. Nós temos todas as opções. O IEMA está
preparado para oferecer todas as modalidades de cursos no âmbito da educação
profissional e tecnológica.
A rede do IEMA nós estamos estruturando da seguinte maneira: unidades
plenas, que são essas unidades anunciadas. 23 que serão completas, teremos também
unidades vocacionais que serão CVT'S, prática já existente em muitos lugares no
Brasil. Aqui infelizmente só temos um CVT. Vou mostrar para vocês daqui a pouco e
vamos também usar a plataforma EAD, do ensino a distância, que hoje, com as
ferramentas disponíveis, nós não podemos abrir mão.
Bacabeira; Balsas; Carutapera; Chapadinha; Coelho Neto; Colinas;
Coroatá; Cururupu; Dom Pedro; Estreito; Imperatriz; Matões; Paço do Lumiar; 14
São Luís; São Mateus; São Vicente Ferrer; Tutóia e Vitória do Mearim. Esses são os
municípios escolhidos nessa primeira etapa. Já me perguntaram: serão apenas esses?
Claro que não.
Nosso objetivo é ampliar, mas o governo trabalha com limites
orçamentários e precisava fazer um planejamento mínimo até 2018 e dentro do nosso
planejamento o que nós conseguimos foi essa relação de municípios que foram
escolhidos com base em critérios e o principal deles é a demanda, são os municípios
médios. Alguns outros entraram por outras razões como, por exemplo, Bacabeira,
que a prefeitura nos ofereceu uma escola completa, pronta, que foi feita em parceria
com a Petrobras, em razão daquela refinaria. Infelizmente a refinaria não veio, mas a
escola ficou, está desocupada, é um prédio novo e a prefeitura disse que não tinha
como assumir sozinha essa tarefa. Nos procurou e colocou à disposição.
Por esta razão, incluímos Bacabeira que é município de menor porte, mas
que será contemplado por esta razão, alguns outros como Ribamar, por exemplo, e
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Pindaré-Mirim; Presidente Dutra; Santa Helena; Santa Luzia; São José de Ribamar;
Pindaré, são municípios que têm obras inauguradas recentemente e ainda sequer
foram utilizadas. Os centros tecnológicos, nós vamos adaptar esses centros, para que
funcionem como unidade plena do IEMA e assim por diante, mas todas as regiões,
vocês podem observar, foram devidamente contempladas de norte a sul, de leste a
oeste. Todas as regiões do Estado foram contempladas nessa primeira implantação
do IEMA.
O Marista conhecido de todos nós, escola que, aliás, o Governador teve a
satisfação de estudar o seu ensino médio. Nós pretendemos fazer ali um modelo de
referência e já inaugurar em fevereiro de 2016. Atualmente funciona lá com
estudantes, pois nós encontramos esse ciclo iniciado já na gestão passada e nós
resolvemos manter a conclusão desse ciclo dos estudantes que estão lá, mas a partir
do ano que vem vão entrar novos estudantes, já no novo modelo de desenvolvimento
institucional e pedagógico do IEMA.
O modelo arquitetônico que nós escolhemos é o do MEC, padrão MEC.
Esse tipo de escola nós visitamos lá no Ceará. Tem mais de 100 dessas no Ceará e no 15
com salas climatizadas, refeitório, com auditório, com quadra coberta, com
estacionamento, etc.; portanto, é uma escola que não vai deixar a desejar para
nenhuma escola particular do Estado do Maranhão. Vai ter um padrão elevado. Eu
tenho certeza que qualquer jovem, menino ou menina vai fazer questão e vai desejar
estudar numa escola como esta.
O modelo do CVT, modelo arquitetônico foi oferecido pelo nosso amigo
Ariosto Holanda do Ceará que é idealizador dos CVT's no Brasil. No Ceará também
tem muitos CVT's como este e são pequenas unidades associadas aos arranjos
produtivos, portanto, há uma determinada vocação, por isso nós escolhemos esse
modelo. Como unidade vocacional nós temos uma, que é o Estaleiro Escola, o único
CVT existente no Maranhão e trabalha com fabricação naval, sobretudo embarcações
tradicionais. Essas velas bonitas que olhamos aqui na Baía de São Marcos e na Baía
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Maranhão não tem nenhuma. Eles têm mais de 100 e aí é um equipamento completo
São José só existem no Maranhão. E esta escola hoje é a única que ensina a produzir
esse tipo de embarcação, portanto é um exemplo.
O Estaleiro-Escola foi inaugurado ainda no tempo do governador Zé
Reinaldo e até hoje funciona. Nós queremos exatamente nos inspirar nesse modelo
de CVT para que nós possamos atender outras áreas, outras vocações de
desenvolvimento do nosso Estado. Na Rua Portugal, aqui pertinho, por exemplo, nós
estamos com a ideia, já conversei com o governador, de transformar o centro
tecnológico da Rua Portugal. Se você for hoje lá você vai encontrar laboratório de
biologia, de química, de física, completamente abandonados.
Nós optamos em ter a unidade plena do IEMA no Marista que estará
totalmente equipada com todos os laboratórios necessários. Não vamos precisar mais
dos laboratórios na Rua Portugal nem de química, nem de física, nem de biologia,
vamos colocar a ideia de fazer o CVT da Cultura Popular para os nossos brincantes,
os mestres de ofícios, as pessoas que trabalham no entorno da cultura popular, não
são poucas, são muitas, é uma vocação nossa.
para que aprimorem seus conhecimentos, possam passar esse conhecimento adiante.
Por isso a ideia de CVT de Cultura Popular. Ainda está no campo da ideia, mas em
breve vai ser um projeto e vai ser uma realidade com fé em Deus. E aqui alguns
outros programas que eu queria rapidamente fazer referência, porque eles se
conjugam, eles se somam com a ideia do IEMA.
O PROETEC. Nós sabemos que o governo brasileiro tem um programa
nacional de acesso ao ensino técnico que é o PRONATEC, nós estamos discutindo
aqui a implantação do PROETEC para fortalecer também a nossa relação com as
outras instituições que oferecem cursos técnicos. No estado do Maranhão, temos o
sistema “S”, temos o IFMA, a UEMA tem experiência nessa área, tem OCIPS que
também atuam nessas áreas. Nós não podemos abdicar da capacidade instalada que
essas instituições têm e ignorar todo potencial que elas podem contribuir para o
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Com a cultura eles vão poder realizar cursos das mais diversas ordens
16
desenvolvimento do Estado, por isso o PROETEC, para fortalecer também a relação
com essas outras instituições.
O Programa Mais Estágio Jovem. No Maranhão tinha um negócio
chamado estágio primeiro emprego, que não era nem estágio e nem primeiro
emprego. Então nós estamos reformulando o programa, adaptando à lei de estágio
do Brasil, criando então a ideia do projeto mais estágio jovem para realmente
fortalecer, com a intervenção do governo, ajudando na formação dos jovens que
fazem cursos técnicos e também cursos superiores.
E, finalmente, o programa Cidadão do Mundo. É um programa de
intercâmbio linguístico que vai possibilitar que jovens estudantes de escolas públicas
também façam seu intercâmbio de idiomas em outros países. Hoje, o filho da classe
média consegue fazer isso pelas agências, faz o pacote, contrata e manda os jovens
para o exterior. Nós estamos criando a possibilidade para que o estudante de escola
pública também possa fazer um intercâmbio linguístico. É para isso o programa
Cidadão do Mundo, que foi inspirado no modelo pernambucano “Ganhe o Mundo”. 17
a nossa realidade.
Portanto, essa é a nossa apresentação do Instituto de Educação de Ciência
e Tecnologia. Está apenas começando, já é uma lei, já existe uma equipe a frente de
pró-reitores, que eu pediria até que se levantassem Professora Socorro, Professor
Dario, Professor Emanuel por gentileza. Esses três jovens são os nossos pró-reitores
com quem eu divido essa grande responsabilidade. Por enquanto, eu estou
acumulando a Reitoria do IEMA de forma pró tempore, mas pela lei daqui a 3 anos, o
IEMA vai eleger o seu próprio reitor, então isso já está aprovado. Em breve vai ter
uma regulamentação e a exemplo das escolas de ensino médio, o IEMA também vai
possibilitar que cada unidade dessas eleja o seu diretor.
Nós vamos ter também um modelo democrático de desenvolvimento
institucional dessas unidades e do Instituto como um todo. Quero também
cumprimentar os meus amigos secretários adjuntos, que eu pediria rapidamente que
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Lá eles têm uma experiência interessante, mas aqui nós fizemos algumas adaptações
se levantassem o Jhonatan, o nosso amigo André Bello, Nivaldo Muniz, esses três
homens aqui nos ajudam a frente da Secretaria. Era isso. Muito obrigado, um bom
trabalho a todos nós, um grande seminário, obrigado!
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EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
A UEMA COMO PARCEIRA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Gustavo Pereira da Costa
Bom dia a todos! Quero cumprimentar sua excelência o Governador do
Estado do Maranhão, Doutor Flávio Dino, saudar também o secretário de estado da
Ciência, Tecnologia e Inovação, Deputado Bira do Pindaré e com a licença dos
demais membros da comissão diretora e em nome deles saudá-los e saudar todas as
autoridades aqui presentes, convidados e estudantes.
Há momentos que têm significado marcante na história das instituições, e
o dia de hoje é um deles, um seminário que se propõe a discutir a educação
profissional tecnológica para o nosso estado e mais do que discutir, fincar as raízes
para que venha a ser um novo momento neste segmento educacional. Temos falado
muito que o atraso no ensino profissional e tecnológico no Maranhão é muito grande,
eu corroboro e vou além, no Brasil é muito grande!
19
vai completar agora 100 anos de existência, que é muito pouco para um país como o
nosso, de dimensões continentais. Todas as nações desenvolvidas têm um forte
programa de educação profissional e tecnológica que sustenta o ensino superior,
subsidiando alunos com excelente formação e ao mesmo tempo abastecendo o ensino
básico que dá as raízes fundantes ao conhecimento científico e tecnológico.
Portanto, o significado maior deste momento é darmos materialidade,
darmos concretude à decisão política e visionária do Governador Flávio Dino ao criar
o IEMA, que venha a se somar com a UEMA e com todas as demais entidades
estaduais, municipais, federais, organizações não governamentais, neste esforço que
precisa ser coletivo, que necessita ser compartilhado, que precisa ser convergente que
é fazermos mais e muito melhor pela educação no Maranhão.
Educação em todos os níveis, não se pode tratar nada fragmentadamente e
nesse mister eu quero perante o governador e ao secretário Bira do Pindaré com
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Para se ter uma ideia, a Rede Federal de ensino profissional e tecnológico
quem temos dialogado permanentemente, dizer que a Universidade Estadual do
Maranhão se consorcia neste programa auspicioso, audacioso, mas extremamente
promissor de consolidação da educação profissional e tecnológica do nosso Estado.
Portanto Secretário Bira, Senhor Governador, a Universidade Estadual do Maranhão
está à disposição com sua expertise, com seu know how, com sua trajetória e com seus
profissionais para servir como incubadora desses passos iniciais do IEMA.
Tenho certeza que todos nós que habitamos esse estado e, sobretudo esta
juventude que muito depende das decisões dos homens públicos, que serão os
maiores beneficiados, a curtíssimo prazo, de momentos de decisão como esse, que
nós todos aqui estamos para ajudar a construir o IEMA, fazer parte do sistema
orgulhosamente, apostar e acreditar que este é o caminho que vai transformar o
Maranhão, obrigado pela oportunidade!
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EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
ACREDITAR NA JUVENTUDE, INVESTIR EM EDUCAÇÃO
Flávio Dino
Dignas autoridades Senhoras e Senhores, cumprimentos especiais aos
meus colegas professores, professoras e com os companheiros, companheiras e
estudantes que aqui estão.
Nós ontem assistimos na Câmara dos Deputados, ter sido parcialmente
aprovada a proposta de redução da maioridade penal, um tema da maior gravidade
e da maior importância para a nação, porque embute em primeiro lugar um
preconceito contra a juventude, e em segundo lugar uma visão equivocada sobre
segurança pública, em terceiro lugar consagra o chamado direito penal do terror, por
que se pretende que o encarceramento vá salvar a segurança pública.
Esse argumento em defesa da proposta que cada vez mais cedo jovens são
recrutados por quadrilhas e bandos e é verdade infelizmente. Se diz que jovens de 16 21
profissionais e por isso a saída seria puni-los. Quem conhece a dinâmica do crime no
mundo, eu fui juiz por 12 anos, e a conhece no Brasil, sabe que a consequência
imediata, se aprovado esse imenso equívoco, será que as mesmas quadrilhas, as
mesmas organizações criminosas, vão passar a recrutar jovens de 15 anos, de 14 anos,
de 13 anos, e como humanista, socialista, cristão e pai, me perguntam se a saída para
os problemas da humanidade é encarcerar crianças, é encarcerar adolescentes?
Eu manifesto aqui a minha palavra sobre tema tão grave, porque tem
direta articulação com o que nós estamos fazendo aqui agora, porque nós estamos
exatamente apontando o caminho real, verdadeiro, que não é demagógico e que tem
acima de tudo a coragem de enfrentar incompreensões, porque vocês que estão aqui,
jovens que serão beneficiários desses atos daqui a alguns anos e o nosso Estado só vai
sentir os efeitos dos investimentos em educação daqui a uma década, quando talvez
ninguém mais lembre do meu governo, mas isso pouco importa porque eu não estou
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
e 17 anos têm sido recrutados por quadrilhas de traficantes, de assassinos
no governo para disputar lugar na história, eu estou no governo para fazer o bem,
fazer as coisas certas e fazer justiça, por isso que nós estamos fazendo o maior
investimento na história da educação do Maranhão, investimentos que vão desde a
educação infantil onde tudo começa. Está aqui o meu professor Roberto Mauro
Gurgel, por isso que nós estamos lutando para que nosso estado não tenha mais
escolas de taipa, de barro, de palha, por que lá se agrupam os meninos e meninas, de
1º ano, 2º ano, 3º ano, 4º ano, colocam um professor na frente, nas chamadas salas
multisseriadas, e diz vai lá, ensina lá os meninos.
Quando o município é bem dirigido recebe merenda escolar, às vezes nem
isso. Infelizmente chegam aos 11 anos analfabetos, depois pega esse menino se
empurra mais alguns anos, com muita sorte, ele chega ao ensino médio e chega aos
15 anos analfabeto e é claro que ele vai abandonar a escola, é óbvio que ele vai para
os índices de repetência e é por isso que somente um de cada 5 jovens de 19 anos, no
Maranhão, concluíram o ensino médio.
Tudo começa na educação infantil e no ensino fundamental que não são 22
112 escolas de educação infantil e ensino fundamental e dar de graça para as
prefeituras que necessitem, que pedirem e que se adequarem aos nossos parâmetros,
porque não é o prédio apenas. O prédio eu faço, é o primeiro passo imprescindível,
mas é apenas um dos passos. Por isso que além de fazer um prédio, nós vamos fazer
um programa de formação para esse professor, durante dois anos, com a despesa
paga pelo Governo do Estado. O governo do estado pagando, mas, nós precisamos
do compromisso do município de que os professores vão participar do programa de
formação.
No que se refere ao ensino médio, em primeiro lugar nós estamos
cuidando de reformar as escolas de ensino médio, reformas físicas, em segundo
lugar, valorizamos concretamente, objetivamente os professores de ensino médio,
tanto que esse ano não se falou em greve, porque o nosso estado foi o primeiro do
Brasil que anunciou o aumento dos professores ainda nos primeiros dias de Janeiro.
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
atribuição do Governo do Estado, mas neste ano e no próximo, nós vamos construir
Enquanto os outros Estados atravessaram longas greves a exemplo do Paraná e de
São Paulo e além de aumentar o salário dos professores nós fizemos 12 mil
progressões e promoções de professores, alguns esperando há 5 anos, alguns
esperando há 8 anos, há 10 anos e nós fizemos em 4 meses, exatamente para que os
professores e professoras se sintam respeitados, ainda que eu saiba que há muito que
fazer, sempre há, felizmente!
Em terceiro lugar gostaria de finalmente apontar aquilo que se refere à
educação profissional e ao ensino superior. No que se refere ao ensino superior, o
professor Gustavo tem sido incansável na apresentação das reivindicações da
universidade do povo do Maranhão que é a UEMA. A minha universidade da qual
eu tenho imensa alegria de ser professor há 21 anos, é a Universidade Federal do
Maranhão, porém, como Governador, coloco em primeiro plano sempre a
universidade da população maranhense, da sociedade maranhense, por isso que pela
primeira vez faço questão de mais uma vez sublinhar, pela primeira vez na história a
Fundação de Amparo à Pesquisa desse estado é dirigida por um professor da
exatamente para apontar a prioridade que nós damos a universidade que
construímos juntos.
Nós estamos com o programa de obras na Universidade Estadual do
Maranhão abrangendo algumas intervenções em São Luís, vamos fazer uma
estrutura totalmente nova na cidade de Imperatriz, já anunciada, concretizada com
terreno e licitação em curso e dinheiro garantido. E vamos anunciar em breve o
investimento similar na cidade de São Bento.
Em terceiro lugar, como disse, além do ensino superior, este evento de
hoje, a educação profissional, a educação em tempo integral. A educação profissional
surgiu e se fixou na minha cabeça como uma ideia, durante a campanha eleitoral,
quando uma jovem de 19 anos moradora da Cidade Olímpica, numa das reuniões de
campanha chorou! Mas chorou muito! Convulsivamente de modo emocionante e ela
só dizia uma coisa: “A minha vida acabou!” Isso. Uma jovem de 19 anos dizer que
23
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Universidade Estadual do Maranhão e não da minha Universidade Federal,
sua vida acabou e eu fui conversar com ela, claro, até porque eu tenho um filho quase
da mesma idade. Minha amiga a vida não acaba aos 19, costuma começar e olhe lá.
“Mas eu não consegui entrar no IFMA e meus pais nunca me perdoaram por isso”.
Claro que eu conversei com ela e fixei uma ideia, não tem vaga no IFMA, no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia para todos os jovens, infelizmente! Vamos
fazer a rede estadual, o IEMA, que é a contra face do IFMA como a UEMA está em
relação à Universidade Federal do Maranhão.
E eu gostaria nesse momento, em que nós damos mais um passo
gigantesco, passo sob o comando do Secretário Bira do Pindaré, para concretizar esse
projeto, eu gostaria de homenagear esta jovem da qual infelizmente eu não lembro o
nome, mas, ela está na minha memória e é por ela e por tantos que nós estamos
fazendo o IEMA. E estamos fazendo o IEMA para mostrar o caminho real de
superação da violência, que só pode ser, acreditar na juventude, fazer educação, fazer
cultura, fazer esporte. Esse é o caminho verdadeiro, esse é o caminho duradouro,
esse é o caminho responsável e nós vamos gastar 500 milhões de reais, nós vamos
reformas das escolas e no programa Escola Digna relativa à escola de taipa, isto
apenas em 2015 e 2016.
É o maior programa de Investimentos em Estrutura Educacional neste
estado e faço isso porque eu acredito nos meus colegas educadores, eu acredito na
juventude maranhense e, sobretudo eu acredito na educação, acredito que esse é o
caminho de fato, de nós libertarmos e emanciparmos a população maranhense.
Muito mais importante que disputar a cada 4 anos quem tem a honra de ocupar o
Palácio dos Leões, eu tenho a exata dimensão que entrei naquele prédio por honra do
povo do Maranhão, por um tempo e não tenho nenhum propósito de me eternizar no
poder. Muito ao contrário, o poder na democracia, na República, necessariamente
alterna, circula entre várias posições políticas, mas tenho certeza que o que é
importante ao falarmos de uma mudança verdadeira para muito além dessa questão
temporária atinente à chefia do governo, está na nossa capacidade de enraizar novas
24
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
investir 500 milhões de reais no projeto do IEMA, na ampliação da UEMA, nas
práticas, de fazer uma nova história e é isso que nós estamos fazendo aqui. Muito
obrigado, Viva o IEMA!
25
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E O ENSINO MÉDIO INTEGRADO,
PRESSUPOSTOS E INDICATIVOS PARA UMA NOVA AGENDA
Maria José Pires Barros Cardozo
Então bom dia! Inicialmente eu queria agradecer o convite da secretaria,
também o convite especial de Jhonatan, meu ex-aluno do mestrado, e o Secretário
Bira. Dizer que é um prazer estarmos aqui neste momento e poder compartilhar
alguns aspectos do que temos estudado em relação à educação profissional no
Maranhão.
Essas colocações que eu vou destacar aqui são fruto dos nossos estudos do
Mestrado em Educação da Universidade Federal do Maranhão, desde 98 que eu
concluí, e depois o doutorado que fiz na Universidade Federal do Ceará na área
trabalho e educação, que eu concluí em 2007 e mais especificamente dos estudos que
temos feito na linha de pesquisa em que trabalhamos, política educacional, no
médio, mas as políticas de gestão, educação profissional, ensino médio integrado e
gestão educacional.
Eu acho que, como o Bira destacou, a grande questão hoje para se falar
sobre educação, sobretudo a educação profissional é concebermos o que é o trabalho
na sociedade atual, sobretudo quando se fala de trabalho para a juventude, ou seja,
nós temos que compreender que o trabalho é o criador do ser social, que conforme o
Governador destacou em relação a algumas questões pertinentes à juventude,
sobretudo a juventude pobre, é que temos uma história de considerar o trabalho
como algo negativo, ou seja, trabalhar é algo negativo. É algo que historicamente,
como o próprio Governador destacou, que nós começamos a pensar na educação
profissional há 100 anos, é porque o trabalho era tido como algo negativo, como algo
que deveria ser feito pelas pessoas de baixa renda, pelos escravos, não é isso? Então,
quando temos essa concepção de trabalho, inclusive a política educacional e os
governos não tiveram preocupação, porque a grande preocupação ao longo dessa
26
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Programa de Pós-graduação em Educação da UFMA. Estudamos, não só o ensino
história era preparar a elite para o ensino superior. Para os demais, que não
precisavam de educação superior era o trabalho escravo, era o trabalho braçal, o
trabalho manual. Quando vemos uma nova concepção de trabalho, como formação
do ser humano, uma formação integral, então começamos a pensar exatamente em
que tipo de trabalho se vai fazer, ou seja, o trabalho como princípio educativo.
Como o Bira destacou, é o princípio da integração, nas possibilidades de
integração entre a formação geral e a formação profissional dos jovens, dos adultos e
dos idosos, porque hoje também não se pode pensar mais em educação profissional
pensando somente na juventude. Considerando as transformações que estão
ocorrendo no mundo do trabalho, as mudanças tecnológicas, consequentemente, nós
temos que pensar nas outras dimensões de trabalho para toda a população e não só
para a juventude.
No que se refere à educação profissional do Brasil, só a partir de 1930 é
que se começou a pensar em algumas ações voltadas para a educação profissional,
mas ao longo desse processo, o que vimos? Sempre uma educação profissional 27
também, com a nossa própria organização política em que temos uma divisão entre
classes e frações de classe, onde historicamente a burguesia era preparada para
comandar e para dirigir e a classe trabalhadora para ser explorada.
Em relação aos aspectos administrativos, quando destacamos o acesso
diferenciado às redes públicas e privadas, também existe isso em relação às marcas
da história brasileira não só em relação à educação em si, mas também na educação
profissional. Então o que destacamos? Claro que eu não vou fazer um histórico lá da
educação profissional, mas têm alguns aspectos que eu acho que precisam ser
lembrados. Até para quando pensarmos na construção de um novo modelo de
educação profissional não ocorram alguns erros do passado, como por exemplo: a lei
5.692 de 1971, que obrigou todos os estudantes das escolas públicas a fazerem um
curso técnico.
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
mesmo pensada nessa divisão entre o trabalho manual e intelectual. Isso tem haver
Eu sempre brinco com essa lei, eu sou técnica em enfermagem, mas eu não
sei aplicar uma injeção, porque o curso técnico que eu fiz de enfermagem não teve
estágio. Então eu tenho o diploma de técnica em enfermagem feito numa escola
pública estadual, Gonçalves Dias, mas eu não tive estágio em enfermagem. Eu
concluí esse curso sem ter a preparação suficiente, mas ainda bem que eu não segui
sendo enfermeira. Eu fui para pedagogia e sou Professora, porque se eu fosse
enfermeira consequentemente, eu iria aprender na profissão ou iria matar muitas
pessoas porque quem faz o curso e não faz o estágio não sabe aplicar uma injeção,
nem fazer um curativo.
Então, a grande questão ao pensarmos em curso de educação profissional
é sempre fazer uma relação com o que o próprio Secretário apresentou, é pensarmos
nos estágios para as formações profissionais que devem ser pensadas a partir dos
arranjos produtivos locais e das cadeias produtivas e ver se em cada local onde o
curso vai ser instalado tem a capacidade de estágio, porque não basta você implantar
um curso numa cidade, se não vai ter nessa cidade, os locais adequados para que as
maioria dos cursos técnicos é que os alunos só vão para o estágio quando termina o
curso e às vezes (temos pesquisas no IFMA), o próprio aluno tem que procurar o seu
campo de estágio, porque a instituição não oferece as garantias necessárias para que
esse aluno possa fazer seu estágio.
Em 1982 a lei desobrigou a profissionalização compulsória e começou nas
redes públicas estaduais o desmonte das escolas de formação profissional, aqui do
Maranhão. Sei que existem outras experiências, de outros estados, mas no caso do
estado do Maranhão, na nossa rede estadual, a partir de 1982, todas as escolas
públicas que ofertavam educação profissional deixaram de ofertar, ficou somente o
antigo IEMA durante algum tempo e a rede federal que é o IFMA.
Outra questão que se coloca em relação à discussão da educação
profissional são os diversos programas que o governo federal tem criado ao longo do
tempo. Falamos tanto dos programas de formação inicial, porque já tivemos o
28
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
pessoas possam fazer a relação teoria-prática. Porque o que comumente acontece na
programa de formação de mão-de-obra que foi o PIPMO (Programa Intensivo de
Preparação de Mão-de-Obra) em 1963. Depois nós tivemos o Plano Nacional de
Qualificação Profissional que foi o PLANFOR em 1995. Tivemos o decreto 2.208 de
97, que fez a educação profissional separar-se da educação básica.
Então ao longo da história o governo veio criando alguns programas e foi
articulando essa reprogramação com as formações das escolas federais, mas foram
programas que não tiveram continuidade. Estou aqui destacando o caso do
Maranhão, pois fiz parte da pesquisa do PLANFOR e aqui em nosso estado foi uma
brincadeira. O recurso do PLANFOR, porque íamos visitar os cursos, como vou citar
o município de Rosário, em que era curso de comércio para pescador e muitos não
sabiam nem ler e escrever, apenas fizeram a inscrição desses pescadores, pois
queriam ganhar o dinheiro, considerando que o valor recebido per capita era por
aluno.
Nós tivemos vários casos de quantidades de ONGS que receberam
recursos do PLANFLOR, mas que não aplicaram devidamente como deveriam na 29
federais, mas temos que saber como trabalhar com esses recursos, não na perspectiva
de fazer números estatísticos, para dizer que fez tal curso que qualificou tantas
pessoas, mas que na verdade não era isso. Grande parte das pessoas estava fazendo
cursos, mas não tinham a vocação para esses cursos, apenas alguém lhe convidou e
ela se inscrevia no curso, porque disseram que a professora precisava compor uma
sala e eu me inscrevi nesse curso.
Temos várias análises, várias dissertações e vários livros sobre o
PLANFOR que denunciam a forma como esses recursos foram aplicados. Nós temos
também o que vai fundamentar agora a nossa formação integral que é o decreto 5.154
que foi aprovado em 2004 e esse decreto foi fruto de uma disputa interna no próprio
MEC dos profissionais que compõem a SETEC, que foi a Secretaria de Educação
Profissional e Tecnológica, no sentido de trazer novamente a possibilidade da
formação integrada para os alunos do ensino médio.
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
execução dos seus cursos. Temos que aproveitar as oportunidades dos recursos
E nesse contexto de disputa e de confronto não podemos deixar de
considerar as diretrizes curriculares, porque grande parte dos documentos que
fundamentam as nossas ações na educação profissional são as diretrizes curriculares.
Nós temos as diretrizes curriculares para a educação básica aprovadas em 2010, nós
temos as diretrizes curriculares da educação profissional técnica de nível médio que
estão orientando agora as propostas curriculares dos cursos técnicos de nível médio e
tivemos também, quando o Bira destacou o Estado do Ceará, vários centros de
formação profissional. Eu lembro que isso foi um recurso do PROEP.
Eu até perguntei à época. Não sei para onde foi que o Maranhão jogou o
recurso do PROEP, porque vários estados receberam esse recurso para garantir a
expansão da educação profissional e tecnológica, e no Maranhão vimos muito pouco.
Inclusive foi um convênio feito com o BID e todos os estados brasileiros assinaram
esse acordo e receberam esse recurso, mas infelizmente o nosso estado não viu a
aplicação dos recursos do PROEP na educação profissional e aí nós tivemos
novamente o Plano Nacional de Qualificação que é o PLANFOR, o programa de
pensar na educação profissional articulada com os IFMA´s.
Tivemos
grande
expansão
sobretudo
espacial
no
sentido
da
descentralização da criação de novos Campi do IFMA no interior dos Estados,
especificamente no nosso Estado do Maranhão, tivemos uma expansão dos IFMA´s.
Então temos que considerar como é que o IFMA está desenvolvendo, está fazendo
ação em determinado local para não ter uma sobreposição de ação. Às vezes acontece
isso no mesmo município, várias instituições atuando da mesma forma, eu acho que
nesse sentido, temos que pensar como situar a expansão dos IFMA´s no programa de
formação.
Nós temos o PROJOVEM que é também um programa do governo federal,
que também trabalha com a educação profissional. Temos que pensar nesses
institutos estaduais juntamente com programa do governo federal que é o
PROJOVEM. Temos o PROJOVEM urbano, PROJOVEM trabalhador, o PROJOVEM
30
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Expansão da Rede Federal em 2004 que por mais que não queiramos temos que
Saberes da Terra e o PROJOVEM adolescentes, que nós temos que pensar e articular.
Quando o Bira falou dos centros de vocação tecnológica, eu pensei logo no
PROJOVEM. Como articular essas ações com o PROJOVEM, no sentido de já ter um
recurso garantido porque, como o governador disse, não dá para construir um
prédio. Nós temos que fazer parcerias e articulações no sentido de buscar esses
recursos para poder garantir que de fato esses jovens sejam capacitados.
Nós temos o PROEJA onde encontramos outra grande dificuldade no
nosso estado, pois temos quase 19% de pessoas analfabetas a partir de 15 anos, mais
20% de analfabetos funcionais, então se for contar os dados temos aproximadamente
40% da nossa população analfabeta. O grande desafio no sentido de garantir essa
inclusão aos programas de formação profissional, é contribuir com o combate ao
analfabetismo no nosso estado, porque essa é uma praga que carregamos.
Eu até brinco às vezes com os meus colegas, quando sai os resultados do
censo ficamos disputando com Alagoas para ver quem está em último e para ver
quem está em penúltimo lugar, mas o analfabetismo é uma marca muito grande em 31
profissional. Não podemos esquecer da nossa realidade, do analfabetismo, sobretudo
dos analfabetos funcionais, ou seja, daqueles que passaram pela escola e que muitas
vezes concluíram o ensino médio e não sabem ler e escrever. Essa é uma
preocupação. Tem que saber como avaliar essa formação básica aliada com a
formação para o trabalho, sobretudo no segmento dos jovens, adultos e idosos.
Ainda temos recurso que é do programa Brasil Profissionalizado. Inclusive
quando o Bira citou o centro de capacitação de Ribamar, ele foi construído com
recursos do Brasil Profissionalizado. O Maranhão deveria ter construído mais de 30
centros e eu não sei quantos construiu porque o estado teve que garantir a efetivação
e também os recursos para o orçamento. As pesquisas disseram que muitos não
foram efetivados porque os estados não possuíam recursos definidos em orçamento
para a educação profissional e agora estamos na discussão do PPA no estado e,
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
qualquer ação quando se pensa em qualificação profissional, em formação
inclusive participamos de um debate de como garantir do próprio orçamento do
Estado, os recursos para educação profissional no sentido de garantir essa aplicação.
Essa implementação dos programas de educação profissional, então, em
muitos estados brasileiros, como o Programa Brasil Profissionalizado. E não deu
certo por isso, porque o governo federal criou as estruturas físicas, mas os estados
não tiveram condições e muitos não tiveram compromisso político também de
destinar recursos para a manutenção desses centros.
Eu participei de uma mesa na Bahia e uma pessoa fez uma pesquisa sobre
isso, me disse que muitos centros foram construídos, mas ficaram fechados em
alguns estados brasileiros por falta de recursos para a manutenção. Nós temos o
PRONATEC que é a grande marca, como o Bira falou vamos articular o PROETEC
com o PRONATEC, usar o recurso do PRONATEC para fazer as nossas formações a
partir desse programa nacional de acesso ao ensino técnico e emprego.
O grande questionamento que destacamos também, é essa questão da
debatendo, que é o grande foco da educação, é o ensino médio integrado. Tem até
uma discussão do ensino médio, se é a Educação Profissional ou se é a educação
profissional integrada ao ensino médio. O importante é que se faça a integração e nós
fizemos algumas pesquisas. O Estado do Maranhão criou alguns cursos de
enfermagem, empreendedorismo, hospitalidade, eletromecânica e eletrotécnica então
fizemos pesquisa tanto na rede estadual como no IFMA e também no SESI/SENAI,
porque o SESI/SENAI têm uma articulação, o aluno faz a formação básica no SESI,
ou seja, a formação geral e faz uma articulação com o SENAI, eles têm um convênio.
O que falaram os alunos? Em 2007, quando a rede estadual criou alguns
cursos técnicos de enfermagem os alunos me relataram que os laboratórios nunca
foram instalados e eles também não sabiam quando ia começar o estágio e como era
essa perspectiva de tempo integral, o recurso para a alimentação nunca chegou.
Então eles tinham que passar o dia na escola e levar lanche porque não tinham
condições de voltar para um contra turno, para ir em casa, pagar passagem e voltar
32
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
formação integrada no ensino médio. Pelo que eu vi aqui o foco que se vem
novamente. Isso foi a fala dos alunos e depois o que vimos quando se discute essa
questão de integração?
O que é integração? É uma matriz curricular que deve ter o tema gerador
que comporte todos os temas. Vemos em muitos exemplos de integração, o ensino
médio de manhã e o curso técnico à tarde. Então essa própria dimensão do que é
integração é a matriz curricular única, mas infelizmente muitos cursos estão fazendo
essa integração de forma separada, faz a formação geral em um turno e a formação
profissional em outro.
Então o grande desafio também de discutir a formação integrada ou
ensino médio integrado é aprofundar a análise de como essa matriz curricular, esse
desenho curricular, vai ser organizado para que não tenhamos cursos de um turno
que o professor ministra aula de matemática, química e física e à tarde o professor
ministra aula de eletrônica, eletrotécnica e etc.
Eles disseram que o estudo dos componentes curriculares gerais ocorre no
entre a matriz curricular e outra questão também que eles destacavam muito é que os
professores da educação geral não realizavam o planejamento com os professores da
formação específica.
Na verdade, eram dois cursos, porque se o planejamento não é debatido
coletivamente no sentido de como esse curso vai ser desenhado e vai ser
operacionalizado na prática, na verdade eram dois cursos porque os planejamentos
eram diferenciados.
A coisa que achamos mais complicada foi com os alunos que concluíram
em 2009 e não receberam o certificado de conclusão do curso integral, somente dos
componentes gerais. Isso aconteceu porque na época em que a lei de estágio foi
alterada, o governo do estado não fez o acordo com a lei do estágio e os alunos não
fizeram o estágio e os alunos queriam o certificado. Embora eles tenham feito o curso
técnico, ou seja, que eles tenham feito as disciplinas do curso técnico, como eles não
33
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
matutino e o dos componentes específicos no vespertino. Não há uma articulação
fizeram estágio, receberam apenas a conclusão de ensino médio e fizeram um curso
técnico entre aspas porque formalmente não fizeram esse curso.
Outra questão que temos que discutir muito é que temos o limite de um
encontro na rede estadual para formação geral no IFMA, a dimensão da formação
técnica. O que os alunos e alguns professores dizem? O IFMA, a história dele é
ofertar curso técnico e quando ele começou a ofertar curso integrado, o que os alunos
dizem? Eles se sentem preparados para o mercado de trabalho, mas não se sentem
preparados para fazer o Enem, porque a ênfase é dada mais na dimensão da
formação técnica do que na dimensão profissional. São cuidados que estamos
colocando aqui para reflexão a partir das próprias pesquisas que os alunos
colocaram.
Eles dizem que não existe articulação entres os conteúdos da formação
geral e conteúdo da formação profissional. Nós temos também esse projeto de
educação básica do SESI no Maranhão que é articulada com a educação profissional
do SENAI e tem a mesma questão porque disseram que eles não se consideravam 34
porque o Enem exige uma forma de estudo diferente, então ao pensar nisso, a
própria concepção de formação, isto é, a dimensão da área profissional acaba
limitando a possibilidade de o aluno dar prosseguimento nos estudos superiores.
Se ele não quiser seguir o tecnológico no ensino superior, às vezes ele quer
fazer outros cursos. Não irei destacar, mas nas nossas pesquisas, 80% dos nossos
alunos, pesquisas que fizemos no IFMA, não querem fazer os cursos da área técnica
do IFMA. Eles querem fazer vestibular para medicina, direito, psicologia, ou seja,
então vemos a possibilidade desse aprofundamento do conteúdo da formação geral.
Muitas vezes não sabemos qual o itinerário que o jovem quer. E a maioria deles dizia
isso: “eu não quero fazer curso de tecnólogo em eletrotécnica, eu quero fazer o curso,
fazer o Enem para direito e medicina na Universidade Federal do Maranhão ou
veterinária na UEMA”.
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
preparados para o vestibular, para o Enem. Eles acham que há uma defasagem,
Porque ele faz um curso técnico do IFMA? Porque ele fez uma seleção e
pela qualidade do curso e pelo nome que a instituição tem ele achava que era
interessante fazer esse curso técnico. Essa dimensão que damos, essa identidade que
falamos, do ensino médio integrado, no sentido da possibilidade também do aluno
obter os conhecimentos necessários para dar prosseguimento nos estudos, se ele
quiser seguir outra carreira em nível superior.
Mas nós temos muitas agendas. Vou pensar aqui nas novas agendas a
partir do Plano Nacional de Educação e do Plano Estadual de Educação. Só que essas
novas agendas, o que acontece, sobretudo no campo das disputas em torno de
consensos, concepções e recursos financeiros? Não podemos deixar de pensar em
educação profissional em qualquer nível, modalidade educacional, etapa. Estamos
numa arena de disputa mesmo, sobretudo da questão dos recursos financeiros em
torno de concepções, porque muitos defendem a educação integrada, em tempo
integral, educação integral.
Então há uma disputa em termo de concepções de educação e, sobretudo 35
esse contexto de reforma de estado, da crise do capital e da crise dos Estados. No que
se refere a recursos financeiros, e da restruturação produtiva e do ideal mais barato,
não se pode pensar em educação se não pensamos nas transformações que estão
ocorrendo no mundo do trabalho, no avanço científico e tecnológico; quais são as
demandas de mercados que estão surgindo para podermos pensar em educação
profissional. E quando se fala de recursos financeiros, nós participamos das
CONAES, das conferências e ficamos felizes quando foi aprovado 10% do PIB para
educação. Só que a palavra pública não foi colocada, então quando tira a palavra
público. 10% do PIB para educação, mas o público não conseguiu passar, porque o
público estava no documento da CONAE que era a proposição para o Plano
Nacional de Educação.
Então essa disputa também ainda existe, a disputa pelo fundo público
entre as instituições públicas, as privadas e as públicas não-estatais. Tem toda uma
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
em termos de recursos financeiros e não se pode considerar que tudo isso se deve a
demanda de recursos financeiros que temos de pensar quando propomos uma nova
agenda para a educação profissional. Eu vou destacar algumas metas do PNE. O que
destaco? A meta 10: oferecer no mínimo 25% das matrículas de Educação de Jovens e
Adultos no ensino fundamental e médio na forma integrada à educação profissional.
Essa é uma nova agenda e um novo desafio que nós temos em relação à
educação profissional. A meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional
técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta em pelo menos 50% da
expansão no segmento público. Então nós temos uma dimensão, uma meta muito
ampla, sendo um grande desafio, uma nova agenda que é fazer a expansão das
matrículas do Ensino Médio ocorrer no segmento público. Não só a rede federal que
vai dar conta de atingir essa meta, mas as redes estaduais também vão estar com
novas agendas e novos desafios no sentido de garantir essa expansão da matrícula.
E ainda tem mais: fomentar a expansão da oferta de educação profissional
técnica de nível médio nas redes públicas estaduais de ensino. Então se o Plano
Nacional diz isso nós vamos atrás do Governo Federal, vamos ajudar a cumprir a 36
expansão nas redes públicas estaduais, porque nos diagnósticos e nos debates que
foram feitos na CONAE, em relação à educação profissional e tecnológica, os
representantes dos Institutos Federais disseram que não vão dar conta de atender
essa demanda, então as redes estaduais vão ter que contribuir com essa expansão da
matrícula.
Expandir o atendimento do ensino médio gratuito integrado à formação
profissional para as populações do campo, comunidades indígenas e quilombolas de
acordo com os seus interesses e necessidades. Aqui no Maranhão temos outra
dimensão. Nós temos essas comunidades indígenas, nós temos populações
quilombolas, nós temos populações do campo, ribeirinhas, população das praias, que
agora eu aprendi, população das praias!
Então ainda temos que pensar na nossa nova agenda, no nosso desafio de
como atender a essa diversidade com seus arranjos produtivos locais, com seus
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
meta do plano. Para que o próprio Plano Nacional coloque a necessidade de
territórios, como eles estão chamando agora, no sentido de garantir uma oferta de
educação profissional que atenda a esses segmentos.
Nós temos também aqui nosso Plano Estadual de Educação que é a
expansão da oferta gratuita da educação profissional por meio de parcerias com
entidades privadas de serviço social, ampliar os Centros Familiares de Formação por
Alternância, porque temos que lembrar. Nós temos uma história aqui no Maranhão
muito interessante. Eu sempre quando leio, eu digo assim: educação integral, as casas
familiares rurais já fazem há muito tempo mediante a pedagogia da alternância.
Temos que buscar essas experiências positivas e ver como é que elas funcionam e no
que podemos incrementá-las, ajudar a melhorar esse tipo de educação que já existe
no Maranhão.
Nós temos casa familiar desde a década de 1970 no nosso estado. Temos
que ver como vamos atender a esses Centros Familiares de Formação por Alternância
para ofertar essa educação profissional integrada, esse ensino médio integrado,
educação profissional, sobretudo na perspectiva da Agricultura Familiar que é o 37
tudo do Ceará. Quando eu vou no Ceará meus colegas brincam comigo: vocês têm
rios perenes, vocês têm tudo e vocês ficam comprando tomate, abóbora, melão do
nosso estado. Precisamos também articular essa nossa agenda, é nosso desafio
articular nossas formações com o incremento da Agricultura Familiar, com a
agropecuária, com o meio ambiente e outras áreas de interesses dos segmentos
populacionais.
Essa é uma agenda que temos muita preocupação no sentido de como
garantir essa educação profissional na perspectiva desses locais e desses moradores.
Nós temos também como meta no Plano Estadual oferecer no mínimo 25% das
matrículas de educação de jovens, adultos e idosos na forma integrada à educação
profissional no Ensino Fundamental e Médio, ou seja, atender essa diversidade da
EJA, sobretudo dos adultos analfabetos, expandir a oferta de matrícula da educação
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
nosso grande desafio. Temos um estado riquíssimo onde importamos tomate, melão
profissional de nível médio em 60% do segmento público até o final da vigência deste
Plano Estadual, assegurando a qualidade da oferta.
Creio que com a criação desses Centros de Formação Profissional
consequentemente poderemos atender essa meta, porque 60% das matrículas vão ser
com esses 23 centros que estão sendo criados, só por aí conseguimos atender essa
meta do Plano Estadual de Educação.
Para finalizar, eu tenho algumas considerações. Não podemos ter essas
políticas em educação profissional pautadas somente nas demandas da produção
capitalista do mercado. Como eu sei que é um governo que tem uma perspectiva
socialista, de pensar na outra dimensão do humano, do meio ambiente, nós
pensamos também nessa dimensão de formação para o respeito ao meio ambiente, à
diversidade, aos direitos humanos. É preciso que se lute por uma educação
profissional para ir além da lógica capitalista, ou seja, a lógica do mercado, e que
também possamos garantir a participação dos jovens na definição, implementação e
controle das políticas públicas.
momentos do pacto nacional do ensino médio e tenho participado de mesas com
jovens. Eles dizem: não sabemos o que queremos então nós também precisamos ser
ouvidos. O que de fato queremos, e qual o tipo de educação que precisamos? E eles
sabem o que querem! Tem um monte de jovens aqui e se perguntar o que eles
querem, eles vão dizer: Eu quero uma educação de qualidade com a dimensão da
formação profissional.
Eles não são imaturos não, eles sabem o que querem e eles apresentam
isso muito bem nos nossos eventos do Pacto Nacional do Ensino Médio. Então eles
que são os protagonistas desse processo, eles têm que ser ouvidos, referendar o que
de fato eles querem, que tipo de educação eles querem, qual a concepção de
educação. Pode não ser na dimensão que se tenha na academia, mas ele sabe dizer o
que quer, ou seja, todas as pessoas em todas as dimensões, analfabetas ou ribeirinhas
sabem dizer o que querem.
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Nós temos que ouvir os interessados. Tenho participado de vários
38
Então temos que buscar e ouvir a população para saber que tipo de
educação profissional querem, e que desenho eles querem dar a essa educação
profissional. É um desafio da agenda que precisa ser cumprido.
A outra questão que temos que pensar é a educação profissional, a
educação de um modo geral voltada para a superação das desigualdades sociais e
econômicas do nosso estado. Nós somos um dos estados mais pobres da federação,
não sou a favor de dizer que a educação resolve tudo, mas ela é um instrumento
importante para contribuir com a redução das desigualdades sociais e econômicas e
que pensemos de fato num projeto educacional voltado não só na perspectiva da
educação profissional, mas também da educação infantil, do ensino fundamental, do
ensino médio, do ensino superior, na dimensão da superação das nossas
desigualdades sociais e econômicas. E eu, como membro do Fórum Estadual de
Educação, não posso deixar de lembrar as metas que foram aprovadas no PNE, no
Plano Estadual de Educação e que de fato possamos considerá-las no processo de
execução, implantação e controle das políticas educacionais e sociais.
39
denúncia. O Bira falou do Centro de Formação Profissional de Ribamar que fica na
estrada de Panaquatira e eles estão fazendo dois condomínios lá em Panaquatira e
estão canalizando a rede de esgoto para as praias de Ponta Verde e Panaquatira. Já
fizemos um movimento. Eu moro em Panaquatira, me apaixonei por aquele lugar,
muito longe, gasto duas horas para chegar aqui, saí de casa às 6 horas e cheguei às 8
horas, mas temos que fazer essa denúncia, aproveitar esse momento. Não podemos
deixar que em nome do dinheiro e do capital, as pessoas poluam, porque lá é um
lugar de rio, de pescadores. Não podemos deixar que as pessoas canalizem os
esgotos desses condomínios para os rios.
Então eu queria agradecer a oportunidade, dizer que nós da Universidade
Federal do Maranhão, nosso grupo de pesquisa está à disposição para qualquer
debate. Muito obrigada!
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Então eu queria agradecer e aproveitar só um momento para fazer uma
1
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
Bahia
Senai
São Paulo
Pernambuco
A EXPERIÊNCIA DA BAHIA
Marli Sousa
É deste lugar que eu quero começar a nossa fala, primeiro dizendo que
não se faz um trabalho dessa natureza sem algum sacrifício, sem alguma insatisfação,
sem alguma frustração, sem algumas pedras no caminho ou sem algum suor e não se
faz na perfeição, e não se faz sem gargalos, e não se faz sem não e continuamos
fazendo.
Este depoimento é produzido sempre com o vídeo de entrada da
formatura.
São
os
estudantes
que
saíram
em
2014.
A
Secretaria
da
Educação/SUPROF faz uma formatura em grande estilo sim, fecha o centro de
convenções, uma sala do centro de convenções que dá para mais ou menos 5 mil
pessoas. Os estudantes levam, cada um, duas pessoas da sua família, tem um lanche,
tem flores, tem música, porque precisamos dar o melhor para os estudos do povo,
essa é a concepção.
sabem, que jamais entraram no centro de convenções pela porta da frente, entravam
andando com roupas bonitas e brilhantes, alegres e empoderadas, entendendo-se
como cidadãos, isso é uma coisa que dá um gás, que me faz andar o Brasil inteiro se
for possível para dizer que isso é possível, mas também dizer que tem problema, não
tem perfeição.
Não viemos aqui dizer: olha é tudo maravilhoso, não é não. Tem meninos
aí que se formaram, que estão cumprindo estágio porque para nós o estágio é algo
importantíssimo, é um elemento da matriz curricular, tão importante como é a
matemática, o português, a arte e a formação técnica específica, mas ele está em
processo, continuando a fazer o seu estágio, então ele volta a se matricular, e ele
cumpre, ele cumpre o estágio dele que é parte da matriz. Ah, tem essas questões?
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Essa é a concepção político-pedagógica sim. Nós vemos pessoas que não
41
Tem! Todo mundo aqui é da escola pública e sabe que se nós formos procurar fazer a
cartinha, tudinho, nós paramos e não fazemos nada.
É preciso fazer construindo, sempre brincamos dizendo que se está
trocando o pneu com carro em movimento e o motor e a lataria e pintando e dizendo,
vou embora! É assim com a classe trabalhadora, sempre foi! Todo mundo aqui já teve
uma história que construiu uma casa morando dentro, reformar o apartamento
morando dentro, comprar um carro usado e o carro dá mais problema do que
comprar um novo, mas assim foi e aqui estamos.
A educação profissional da Bahia é uma escolha social também. Ela traz a
perspectiva de que inclui, de que oportuniza, de que amplia horizontes e quem está
dizendo isso são os atores envolvidos nela, estudantes chegam sem nenhuma
vontade. Desses estudantes que passaram aí, vocês viram que tem um menino que
passou já em licenciatura para música, já foi para Coimbra, tudo é verdade.
É tão caro porque damos uma formação que permita ao sujeito encontrar
o mercado do trabalho.
No mercado de trabalho com suas formalidades, mas não somente... Para
nós trabalho é princípio educativo, trabalho não é o termo latim torture, tortura,
trabalho é isto que está acontecendo aqui. O mundo do trabalho me levou, uma
formação, professora de história, faz uma formação faz outra... Haja educação
profissional e hoje estou aqui me comunicando, eu nunca imaginei que minha vida
fosse tomar essa progressão, não progressão no sentido de avanço linear dessa coisa
que pensamos, mas dita e diante de pessoas no Maranhão no dia 18 de junho às
vésperas do meu aniversário, da noite para o dia, sendo agraciada pela afetividade
tão grande, de tanta gente, ressignificando minha própria história no mundo do
trabalho.
O trabalho importante é algo muito mais amplo e precisamos trazê-lo para
a formação de nossos estudantes e para isso essa articulação trabalho, educação, e
42
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
estratégias, brechas nessa coisa grande que se chama mundo do trabalho que envolve
desenvolvimento socioeconômico é absolutamente importante, não se pode pensar,
desenvolvimento que esmaga o ambiente, esse conceito de desenvolvimento já está
posto e está fracassado e eu não posso pensar em um desenvolvimento que eu saia
do meu território para me desenvolver, eu preciso retornar ao território. Aliás, eu
preciso estar nele e com ele, encontrar soluções criativas para os problemas, por isso
que a intervenção social é tão importante. Aquele professor que tem 53 anos, que
mora em determinado local, vocês viram, foi o professor que fez esse depoimento, ele
é um gestor público em um dos bairros mais violentos de Salvador chamado de
Nordeste de Amaralina.
O Nordeste de Amaralina tem um símbolo de educação profissional, na
verdade, tem um conjunto de escolas que é chamado beco da cultura é onde está o
centro de educação profissional e lá nós temos uma experiência para solução de
estágio, não é solução desculpe aí a arrogância. Não é uma solução, é uma proposta,
é um laboratório experimental onde os estudantes de enfermagem, de análises
clínicas, de nutrição dietética, (é um CEEP de saúde temático), atuam oferecendo
gráfico). Lá existe um acordo, os meninos entram, saem.
Nós entramos às sete horas da manhã, saímos às sete horas da noite,
ninguém mexe porque o centro foi apropriado. Eu falava disso em determinado
momento, na hora do almoço, que ao redor do centro há uma irradiação, o centro
tem equipamentos do cidadão, isso é real, reforço que a Bahia está de portas abertas
para fazermos algumas observações do que está trazendo aqui neste vídeo, para
trocarmos e com certeza ressignificar e avançar.
Avançamos dizendo que hoje só podemos fazer esse trabalho porque
precisamos avançar politicamente, precisamos que o governo reconheça a educação
profissional como política, a educação profissional permanente, porque tem que ter
vontade política se não fica mais complicado do que já é. É preciso ter um conjunto
de escolas que chamamos de redes exclusivas de educação profissional, vocês estão
chamando de redes plenas, de unidades plenas, não é isso? Nós chamamos de
43
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
serviços à sociedade, e vocês viram o estudante falando, ele se sente importante (o
Centros Estaduais de Educação Profissional – CEEP, ou Centros Territoriais de
Educação Profissional, porque trabalhamos muito com o conceito de territórios de
identidade.
Quem é que demanda os cursos, os arranjos produtivos locais, mas não
somente eles, porque às vezes o arranjo produtivo local ele é limitado, de manhã
alguém falava “nós fizemos um curso voltado à refinaria que não foi implantada”,
então não posso me limitar, e agora faz o quê? Eu preciso ofertar o que vai além das
fronteiras, daquele momento, eu preciso ousar, esses cursos de informática é para
que? É tudo que o menino do campo quer, menino do campo sabe, vocês precisam
saber as coisas fabulosas que eles produzem, os diálogos que ficamos impactados.
Vão lá no Centro Paula Souza, tem alguém aqui do Centro Paula Sousa?
Tem, na mesa tem alguém do Centro Paula Souza. O Centro tem uma feira que
acontece, já estamos mobilizados para participar e quase todos os anos a Bahia
manda vários representantes e nos inspiramos no Paula Souza, porque para tudo é
preciso haver quebra de preconceito, alguém me indique a hora porque eu estou 44
Gargalos! Tem gargalo, professor, espaço físico, dinheiro, atenção quem é
da pedagogia e quem é do bacharelado, mas estamos fazendo a primeira formação
em metodologia de ensino de educação profissional pela UNEB – Universidade do
Estado da Bahia é a primeira especialização no Brasil para 1.500 professoras, como
faz? Nós falamos, mas agora não dá tempo se não estoura tudo. Temos gargalo no
âmbito institucional, no reconhecimento social, porque na Bahia se você perguntar
tem curso, e já tem sete anos depois. E eu fecho aqui a minha fala, dizendo que em
2006 nós éramos 4.016, e agora em 2014.1, essa informação é de 2014.1 primeiro
semestre, hoje somos 70.754, qual é o desafio? Qualidade para essas 70.754 vagas,
estágio, educação integral, tempo integral, alimentação, farda muito boa, professores
empoderados que deem desafios, mas que também deem suporte e ter a humildade,
que às vezes o aluno dá a volta em nós porque eles são melhores do que nós sim,
num certo sentido, porque em outro nós sabemos mais, nós somos as autoridades
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
apaixonada por esse tema então já estou começando a me alongar.
epistemológicas sim, mas o estudante tem uma visão que quando junta a nossa
experiência, com essa coisa que a juventude tem, dá um caldo excelente.
São Paulo 1ª rede, Paraná era a 2ª, a Bahia está em 2º lugar agora, somos
nordestinos, nós sabemos o que é fazer educação profissional, o histórico que passou
aqui pela manhã é muito semelhante, abandono da escola pública, abandono da
escola de educação profissional, cursos profissionalizantes que limitavam o sujeito,
hoje a educação é integral, o menino que faz educação profissional na Bahia também
está habilitado a fazer o vestibular, o ENEM porque ele tem um currículo integral, o
currículo dele é integral, base nacional comum, formação técnica geral, formação
técnica específica, duas sociologias, duas filosofias, uma biologia, ambiente,
segurança do trabalho, importantíssimo, eu não posso pensar na vida deslocado do
trabalho, não posso pensar numa ciência que abre mão de técnica, de arte e de beleza.
Avançamos dizendo que estamos em todos os territórios de identidade, de
formas variadas. Em 2006 ofertamos 15 cursos e em 2014.1 oferecemos 84 cursos dos
mais diversos eixos tecnológicos, formando o eixo militar que nós não oferecemos. 45
controle social. Nós precisamos de controle social sim, e fazemos os conselhos, que é
a família dentro da escola. Há reticências? Há, normal, mas não somos acostumados
com isso, somos muitos nós, na nossa democracia.
Tem gargalos operacionais? Tem muitos, esse slide ele vai voltar, aí vocês
discriminam, e vamos dar uma aperfeiçoada nele. Avançamos dizendo que há
investimento na estruturação da rede, dizendo que tem aperfeiçoamento social sim,
porque nós fazemos, os estudantes se movem para encontrar soluções criativas dos
problemas encontrados no território. Nós chamamos isso de tecnologia social, não
somos nós que chamamos, falamos assim “nós” com uma propriedade como se fosse
pessoal, mas todo mundo entende que estamos falando de um coletivo, de uma
apropriação teórica, muito bem fundamentada e talvez a figura mais relevante desse
campo, a intervenção social quando se oferta serviços do centro para a comunidade,
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Tem gargalos operacionais? Sim, pessoal, financiamento, execução financeira,
há a acolhida pedagógica, as respostas e os depoimentos dos estudantes, há
investimento na valorização de professores e gestores.
Então são três pós, metodologia do ensino da educação profissional,
especialização para os gestores, porque educação profissional precisa de uma gestão
diferenciada e outra especialização que é pelo FNB que acabou de acontecer, foi
concluída já, e foi muito interessante que também foi para a gestão. Há muitos
desafios, nada está pronto e vamos seguir adiante vigorosos e sabendo que as coisas
para um bom sempre têm um peso mais denso, mas o povo sempre vencerá.
Deixo um abraço e me desejem boa viagem, no coração levo um São Luís
muito forte que me deixou lembranças fabulosas que apareci alguns anos atrás era
outra São Luís, e hoje eu encontro outras vozes, outros atores e estou extremamente
animada. Voltando para Salvador dizendo muito obrigado meu Superintendente
pela oportunidade, a vocês e a cada um e me despedindo. Obrigada!
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EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
A EXPERIÊNCIA DO SENAI
Marco Antônio Moura da Silva
Boa tarde a todos e a todas! Peço licença ao presidente da mesa para
levantar-me e ficar mais próximo de vocês. Primeiro momento agradecer e
parabenizar o Governo do Estado por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Inovação por estar não só convidando atores indispensáveis para fazer parte desse
assunto, mas principalmente pela envergadura desse dia, principalmente pela
importância do assunto frente à política de desenvolvimento econômico, social e
ambiental do nosso estado.
O SENAI faz parte do sistema, um sistema privado, um sistema no
Maranhão, da Federação das Indústrias do Maranhão, conhecido em âmbito nacional
como Sistema Indústria, faz parte do Sistema Indústria, a própria Federação de
Indústria do Estado do Maranhão–FIEMA; o SESI que é o Serviço Social da Indústria
que tem como missão cuidar da qualidade de vida do trabalhador de indústria; o
Instituto Euvaldo Lodi que tem a missão de capacitar o empreendedor, capacitar o
empresário e fazer a interlocução entre a empresa, entre a indústria e a academia e
talvez principalmente entre programas de estágio.
Nosso propósito então é competitividade e desenvolvimento sustentável
da indústria. Somos um sistema privado como falei ainda pouco, mantido pela
indústria no Brasil e principalmente aqui no Maranhão no nosso caso, mas temos um
papel além desse, temos o papel de também contribuir para o desenvolvimento
econômico, com formação de mão-de-obra e com desenvolvimento. Na verdade,
junto com os atores públicos e privados no âmbito econômico, social e ambiental,
como falamos ainda pouco.
A nossa fala é específica sobre o SENAI, nós falamos ainda pouco das
quatro entidades que compõem o sistema FIEMA e temos o intuito nessa tarde, nesse
dia de falar sobre o SENAI.
47
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
SENAI que tem como missão qualificar o trabalhador para a indústria; e o IEL o
A experiência do SENAI em educação profissional e tecnológica e em
tecnologia e inovação. O SENAI tem mais de 70 mil alunos, foi criado para fazer
educação profissional e tecnológica e há pouco mais de 15 anos o SENAI vem um
pouco para a área de inovação e tecnologia, vem desenvolvendo pesquisa, vem
desenvolvendo projetos e vem desenvolvendo serviços técnicos e tecnológicos,
principalmente para dar competitividade para a indústria maranhense e para a
indústria brasileira.
E o foco da nossa fala é justamente a intercessão da educação profissional
e tecnológica e da tecnologia e inovação, ou seja, trazer aos senhores e senhoras o que
o SENAI–MA está fazendo, de forma que nós pensamos para fazer uma educação
profissional e tecnológica com maior valor agregado, principalmente se utilizando de
valores de informação e de conhecimento da área de tecnologia e inovação.
Da nossa visão a educação ela precisa integrar, ela precisa expandir, ela
precisa inovar e principalmente ela precisa transformar, eu digo sempre nas
oportunidades que nós temos que a missão do SENAI não é simplesmente fazer 48
para que possamos fazer isso, precisamos integrar, precisamos expandir, precisamos
inovar e precisamos principalmente transformar.
A educação expande; temos um exemplo conceitual, estão vendo aqui um
manequim. É a mão de obra artesã que vira moda à base de fibra de buriti e algodão.
O que isso tem a ver com educação profissional? O que isso tem a ver com o SENAI?
Esse aluno do SENAI, Willame Sousa Filho, ele fez o EBEP de manhã
como a professora Maria José mencionou na sua rica apresentação, parabéns
professora pela sua pesquisa. E o EBEP um ensino articulado do SESI/SENAI que
inclusive foi pesquisado e foi estudado pela professora vem sofrendo transformações
porque começamos a observar que realmente o aluno que estava entrando no ensino
articulado, como a senhora falou, queria ser advogado, médico, engenheiro. Então
estamos repensando, já repensamos esse programa e a partir de 2016 terá um foco
completamente diferente do SESI e o SENAI com um currículo completamente
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
educação profissional e tecnológica. A nossa missão é mudar a vida das pessoas e
integrado de fato para aqueles alunos que querem se tornar técnico de nível médio.
Muito obrigado por usar o programa EBEP na sua pesquisa.
Então o Willame, ele é fruto desse programa, ele é egresso do curso
técnico, da área de vestuário do SENAI Monte Castelo que é o nosso Centro de
Educação Profissional e Tecnológica mais antigo aqui no Maranhão, que fica ali ao
lado do IFMA, e o Willame foi um dos nove estudantes selecionados dentre
cinquenta e três candidatos do Brasil para participar do Brasil Fashion. Brasil Fashion
é um desfile que vai acontecer na World Skills que é a competição mundial de
educação profissional e tecnológica que pela primeira vez o Brasil vai sediar.
Será em São Paulo, agora no mês de agosto, estava inclusive falando aqui
na mesa sobre a World Skills e acontecerá um desfile onde será a maior competição
de educação profissional e tecnológica em São Paulo e o Willame hoje, está
juntamente com outros 8 alunos do SENAI de outros estados do Brasil sendo
preparado para essa amostra. Durante a World Skills então o Maranhão estará
presente na competição de educação profissional e tecnológica do mundo em São 49
acompanhar a World Skills fazer uma visita a toda competição assim como o André e
toda a sua equipe, fique à vontade para nós irmos juntos e todos participarmos desse
grande momento.
A educação expande, a educação precisa também inovar. E se uma
chupeta medisse a temperatura térmica corpórea e o nível de oxigenação da
respiração de um bebê? E os pais soubessem por smartphone? Será que isso é
possível? É possível. Hoje nós temos um projeto que se chama Termo Pipo.
O Termo Pipo tirou em primeiro lugar no Grand Prix de Inovação do
Senai que aconteceu também em São Paulo onde a ideia ocorreu em duzentos e trinta
e seis produtos industriais e foi o mais viável projeto de inovação a nossa ex-aluna
Nathaly Moraes Silva do curso técnico de eletromecânica, não do SENAI do Monte
Castelo, mas do SENAI Distrito Industrial que fica na BR 135, na saída de São Luís
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Paulo em agosto e de hoje, antecipo Secretário Bira, você é nosso convidado a nos
fez parte de um grupo e depois esse grupo foi para o Reino Unido fazer um
intercâmbio em um Instituto de Tecnologia e Inovação.
Educação transforma? Sim, o Maranhão participa da Olimpíada do
Conhecimento. Nós falamos ainda a pouco da mundial, o sistema SENAI tem uma
olimpíada do conhecimento em nível nacional também, e durante quatro dias de
competição. Ano passado nós tínhamos a missão de competir com tarefas que
simulam situações reais de trabalho e enfrentar alunos de todo o Brasil. Uma
competição que acontece de dois em dois anos, nós iremos fazer a nossa olimpíada
do conhecimento aqui no Maranhão de 27 a 30 de outubro no Centro de Convenções
Pedro Neiva de Santana, estão todos convidados para assistir na prática uma
competição de educação profissional e tecnológica em parceria com o SENAI.
A nossa missão foi essa aqui e alguém de manhã falou sobre educação
profissional e tecnológica para pessoas com deficiência, o SENAI-MA tem um
trabalho robusto com educação profissional voltada a pessoas com deficiência, nós
qualificamos mais de mil pessoas em 2014, nós recebemos o último encontro da 50
reconhecimento, inclusive da parceria que nós temos com a superintendência
regional do trabalho.
Nesse aspecto e na olimpíada nacional, ano passado nós ganhamos
medalha de ouro com a aluna portadora de síndrome de Down na ocupação
profissional de panificação. O Maranhão foi o melhor no Brasil também na educação
profissional e tecnologia de pessoas com deficiência.
Educação integral, imagine uma ideia que pode virar um produto amanhã
no mercado, isso aí chamamos de Inova SENAI, e se reutilizasse sacos de cimento e
copos descartáveis? E se a solução integrasse alunos, instrutores e o mercado? Ou
seja, estamos utilizando tecnologia em informação para melhorar o nível da educação
profissional e tecnológica. Esse produto, chamamos de Ecoplaca, foi uma ideia que
surgiu não mais no cenário de São Luís, já foi no Centro de Educação Profissional e
Tecnológica de Açailândia. A Ecoplaca dos alunos Kássya de Araújo, Wenilson de
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Secretaria Estadual do Trabalho exatamente com um misto de trabalho,
Santana e o instrutor Keneth Carvalho receberam o 3º lugar da categoria tecnologia
industrial no Inova SENAI durante a olimpíada do conhecimento.
O SENAI é o maior complexo privado de educação profissional do
Maranhão, nós atuamos em quatro modalidades de aprendizagem industrial por isso
fomos criados assim como o SENAC, assim como o SENAI, assim como o SENAR,
assim como o SENAT. São serviços nacionais de aprendizagem industrial
combinados praticamente com a mesma lei, com a mesma missão, fazer
aprendizagem industrial para o jovem de 14 a 24 anos.
Nós fazemos qualificação profissional que são os cursos FIC de curta
duração, um aperfeiçoamento profissional para aqueles que já estão qualificados e
precisam ser aperfeiçoados e a habilitação técnica que são os cursos técnicos. Atuam
também em duas modalidades, presencial e também a partir de 2014 na modalidade
a distância. Criamos uma estrutura própria para fazermos educação à distância. Já
temos nossa própria plataforma, nosso próprio ambiente virtual e hoje oferecemos
tanto curso de qualificação quanto cursos técnicos a distância.
que nós trabalhamos. Na área do meio ambiente, na área do design, na área da
logística, a área da competitividade, na área da construção civil, enfim em diversas
áreas, levando competitividade à empresa, principalmente à indústria. Temos
projetos de inovação aprovados em diversos editais.
No edital SENAI/SESI de Inovação, no edital da FAPEMA, no edital na
FINEP, do BNDES e Banco do Nordeste e exatamente essa convergência entre a
tecnologia e a inovação que tem feito com que o resultado da educação profissional e
tecnológica tenha se ampliado. Nós, quando assumimos o SENAI, a direção do
SENAI já tem 15 anos que se estende e já estamos há 2 anos e meio na direção do
SENAI. Eu digo que sou privilegiado, pois já passei pelo SESI, ainda respondo pelo
IEL, já passei pela FIEMA, já passei por todas as unidades do sistema FIEMA e
entendo claramente a complementaridade de cada uma e até então quem fazia
tecnologia e inovação não fazia educação profissional e tecnológica e quem fazia
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Na área de soluções de tecnologia e inovação. Essas são algumas das áreas
51
educação profissional e tecnológica não fazia tecnologia e inovação, então nós
juntamos as duas vertentes de atuação do SENAI e o fruto são aqueles que nós
mostramos no início da nossa apresentação, os resultados estão aparecendo e o
Maranhão estará de fato ampliando sua colocação no sistema SENAI de âmbito
nacional com os resultados interessantes como vimos.
Resultado de 2014, na Olimpíada do Conhecimento o Maranhão ficou em
2º lugar no Brasil, com o 1º lugar no Nordeste em projetos premiados de inovação, no
7º lugar no Brasil no ranking de medalhas por delegação e em 9º lugar no Brasil no
ranking do estado de educação profissional.
Essa é nossa curva de qualificação profissional, se não estou enganado é o
sistema privado no Maranhão que mais contribui para educação profissional e
tecnológica, o SENAI. Em 2014 nós qualificamos mais de 64 mil pessoas no estado,
nas regionais citadas ainda há pouco. No nosso vídeo é importante ressaltar que cada
centro de educação profissional e tecnológica no interior do Maranhão tem uma
região geográfica para atuar, e nosso Secretário de Tecnologia de Rosário está 52
mês que vem nós estamos iniciando, abrindo um processo licitatório para o Centro
de educação profissional e tecnológica em Rosário. Nós já estamos lá com uma
estrutura provisória cedida pela prefeitura onde era a antiga rodoviária e em frente
nós iremos construir o Centro de educação profissional e tecnológica de Rosário.
Em tecnologia e inovação essa também é a nossa curva ascendente nos
últimos 4 anos. Percebam que em 2014 realizamos mais de 6.400 atendimentos de
tecnologia e inovação. Estamos até dezembro também, Secretário, iniciando um
processo licitatório do Instituto SENAI de Tecnologia que irá funcionar em nossa
unidade na BR 135 e será instituto voltado especificamente para prestação de
serviços de tecnologia para o setor da construção civil, então é o fruto de um
financiamento do BNDES do SENAI em rede nacional. Conseguiu o empréstimo via
BNDES. Nós teremos o Instituto SENAI de Tecnologia no Maranhão voltado para o
setor da construção civil.
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
presente? Nós não desistimos, a Petrobras desistiu, mas nós ainda não desistimos,
E esse foi o nosso resultado de 2014, o SENAI/MA ficou em 3º lugar no
Brasil das regras de desempenho de gestão, ou seja, seguindo alguns critérios como
custo aluno hora, sustentabilidade e outros indicadores. Nós recebemos a premiação
das mãos do diretor geral do SENAI em Brasília, recebendo recursos para
investimento em tecnologia e recursos humanos.
Enfim, nos colocamos mais uma vez a disposição do secretário
parabenizando todos pela iniciativa e tenha certeza que o SENAI do Maranhão estará
sempre ao lado do Governo do Estado, estará sempre ao lado da Secretaria de
Ciência, Tecnologia e Inovação para fazer com que a educação profissional e
tecnológica assim como a tecnologia e inovação sejam carro chefe deste estado. Nós
precisamos nos unir, nós precisamos estar juntos cada vez mais de modo a atingir
maiores indicadores, de modo a multiplicarmos muito mais os números que temos
hoje. Sabemos que temos limitações, somos mantidos pela iniciativa privada, somos
mantidos pela indústria, as demandas são muitas, pela manhã nós ouvimos aqui
diversas necessidades, infelizmente nós temos limitações, mas temos certeza,
principalmente tentando fazer melhor pela melhoria e pelo desenvolvimento do
nosso Maranhão. Muito Obrigado!
53
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Secretário, que dentro daquilo que for possível, estaremos tentando fazer mais e
A EXPERIÊNCIA DE SÃO PAULO
Almério Melquíades de Araújo
Vou fazer um rápido resumo desses anos, nós nascemos em 1969, 1970
dentro de um processo mundial de cursos de tecnologias. Surgiram na Alemanha, na
Europa, nos Estados Unidos e São Paulo. Se ganhou uma faculdade de tecnologia
que oferece e constrói uma formação de um profissional de nível superior diferente
daquele que a universidade faz há séculos.
Para isso no mundo inteiro havia na época uma presunção de que o forte
desenvolvimento industrial e a grande urbanização trazida a partir dos anos 60 e 70,
demandava esse profissional específico, que pudesse estar atuando de uma forma a
melhorar processos e produtos dentro das diferentes áreas de produção. Essa era a
intenção nossa na época.
O Paula Souza, diferentemente de outros órgãos, como o SENAI, nós 54
profissional de nível superior e dessa forma ficamos por mais de dez anos fazendo
uma formação exclusivamente do nível tecnológico, temos também do ponto de vista
estratégico muito parecido com o que o Secretário Bira anunciou aqui como intenção
do Instituto que está sendo criado aqui no Maranhão e é construir uma rede que
forme técnicos e tecnólogos associados as demandas e atendendo as diferentes
complexidades dos sistemas de produção de produtos e serviços em qualquer área.
Menciono a área cultural que era uma coisa que não se falava há dez anos
atrás. Quando se falava de ensino técnico se pensava muito em ensino industrial,
ensino comercial e o ensino agrícola. Hoje nós percebemos que não, que o ensino
técnico pode abranger a área de alimento, de hospedagem, de hotelaria, de arte.
Nós temos cursos na área de dança, temos cursos na área de produção de
hortas e próteses, enfim há uma diversidade muito grande dentro do que nós
chamamos genericamente de formação profissional, entretanto, a intenção é sempre
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
começamos pela formação profissional mais complexa, começamos com a formação
ter orgulho na formação básica e científica desse técnico ou tecnólogo e ter também
uma formação que permita hoje dentro do discurso da necessidade, do
empreendedorismo e da inovação, que esse técnico, particularmente que esse
tecnólogo, tenha formação científica e autoestima suficiente para melhorar o
processo.
É muito difícil fazer isso. A tradição de um técnico estava muito mais
associada às habilidades, a operacionalização mesmo que ela fosse crítica, havia uma
cultura que entendia que o técnico particularmente tinha muito haver com os
operadores. Hoje não, quando você vê a reforma, os princípios, as diretrizes
curriculares do ensino técnico e do ensino tecnológico, se percebe que é muito mais
abrangente esse perfil profissional, ou seja, não basta estar associado às
características do processo de produção, mas também tem que ter a formação e
autenticidade suficiente para que se possa contribuir para melhoria desse processo e
isso não deve ser feito exclusivamente por pesquisadores nas universidades, nos
centros tradicionais, pode ser feito hoje pelos centros de formação profissional.
55
coordenadorias do ensino técnico e tecnológico, mas, naquela parte de cima nós
temos um gabinete da superintendência, ou seja, a cabeça que a gestão tem, o
conselho deliberativo, que é o conselho que articula a coordenadoria, tem uma
assessoria jurídica, tem um setor de inovação, enfim você tem um grupo que
assessora diretamente ligado à superintendência, diferentemente daqui que têm
reitores e pró-reitores, pelo que eu entendi.
Esse é o modelo a ser instituído aqui no Maranhão, nós temos um modelo
administrativo diferente, abaixo você tem as coordenadorias que cuidam da parte de
recursos humanos, toda parte de obra, construção e reformas. Nós temos
engenheiros, temos também o setor financeiro, temos coordenadoria de pósgraduação, ainda muito pequeno, temos uma coordenadoria de graduação que
coordena as 64 faculdades de tecnologias, nós temos 70 mil alunos fazendo cursos
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
O Paula Souza tem essa estrutura, eu detalhei apenas a estrutura das
superiores de tecnologia e tem a coordenadoria que eu coordeno que tem duzentos e
dezoito escolas técnicas mais as classes descentralizadas nas extensões.
Esse é o quadro geral do Centro Paula Souza, eu não detalhei os outros
setores porque são mais de caráter meio, detalhei as duas grandes coordenadorias
com as atividades fins que estão voltadas para o ensino.
A coordenadoria de ensino superior a CESU ela tem esses grupos, o grupo
acadêmico pedagógico, administrativo, tem o comitê dos 64 diretores das faculdades
que elegem o grupo de 6 a 7 pessoas que constitui o comitê que atuam mais
diretamente junto à coordenadoria das FATEC’s.
Dentro da minha coordenadoria tem a coordenadoria do ensino técnico e
de ensino médio, nós temos um grupo que cuida exclusivamente da formulação de
análises curriculares. Para entender melhor essa estrutura nós temos três eixos.
Trabalhamos com a ideia que o planejamento educacional é currículo, tem o
desenvolvimento dos currículos, com o apoio da educação curricular para atualizar
supervisão educacional em onze regiões de São Paulo que dão um apoio mais direto
nas escolas.
Tem um grupo pequeno, tem educação à distância tendo apenas cinco
cursos técnicos, grupo de construção de currículo, ele tem que trabalhar
permanentemente com o setor produtivo, ou seja, nós construímos a ideia de que
currículos se constroem dentro da escola exclusivamente, nós podemos conduzir esse
processo, mas os laboratórios de currículos eles têm que ter na sua composição gente
que demandou o curso, nós criamos uma média de três cursos todos os anos, ou seja,
surge a demanda, nós solicitamos ao setor que indique especialistas, chamamos
pessoas, professores que atuam na área e eles vão se reunindo no prazo de oito vezes
no decorrer do ano e elaboram dentro de uma busca constante, em consenso, qual é o
pedido daquele profissional, quais são as suas atribuições e atividades, olhando a
classificação brasileira de ocupações.
56
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
tecnicamente e pedagogicamente um conjunto de professores e tem um grupo de
Afinal, você não forma o técnico para esse ou aquele município, nem para
aquele estado, é um diploma de validade nacional você tem que estar referenciado
também, tem documentos nacionais como o CBO do Ministério do Trabalho, tem dos
diferentes perfis já existentes e outras instituições. Então nós vamos construir
deliberados formativos com certificações intermediárias desde que essas certificações
tenham alguma coisa haver, algum cargo ou função existente em processos
produtivos, não podemos também criar certificações que não tenham nenhuma
conexão com as diferentes demandas dentro daquele ramo profissional.
Definimos depois qual é a infraestrutura mínima, temos hoje o layout, a
descrição de todos os laboratórios e também estabelecemos quem é o profissional que
vai poder atuar naquele curso, nessa ou naquela disciplina, nesse ou naquele projeto
profissional, todos os currículos têm que ter a conclusão curricular e ter a duração de
1 ano e passa por uma nota.
Esse, de grosso modo, é o funcionamento desse grupo de formulação de
currículo. Vamos para o grupo do Centro de capacitação que chamamos de técnica 57
cinco a trinta por cento, de todos os professores, um curso de quarenta horas ou
sessenta horas, sendo semipresencial ou a distância, tendo parceria com indústria e
universidade. Temos que nos virar para, pelo menos vinte e cinco a trinta por cento
dos professores ter acesso a alguma inovação num plano pedagógico ou tecnológico
que é uma forma também de criar um espírito de rede, é uma forma de fazer com
que os professores se encontrem e troquem experiência. E tem o grupo de supervisão
que é um grupo de controle, que examina se de fato aquele currículo, aquelas
metodologias propostas do currículo estão efetivamente sendo desenvolvidas na
escola.
A educação técnica, na semelhança do ensino superior, tem uma perda
muito alta, eu não digo a formação técnica diurna, essa perde um pouco, período
integral, curso integrado, técnico e médio, esse a perda é cinco por cento, muito
baixa, algumas transferências, etc.
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
de capacitação continuada. Ele tem a obrigação de oferecer pelo menos, de vinte e
Entretanto, essa escola técnica quando vai à noite que são os cursos
concomitantes ou subsequentes ao ensino médio, que é uma escola adulta, são classes
mais heterogêneas, do ponto de vista etário, e também do ponto de vista de
conhecimentos prévios, tem uma perda que eu considero brutal, de trinta a quarenta
por cento, esse é o nosso calcanhar de Aquiles quando se trata de ensino tecnológico
superior, que também é, de grosso modo, do ensino superior em geral. Isso nós não
temos ainda uma resposta para solucionar, para enfrentá-la do ponto de vista das
causas dos problemas internos e externos
Então essa é a ideia do funcionamento da coordenadoria do ensino
superior. Como já mencionei ela tem que estar vinculada aos setores produtivos, ela
tem que garantir uma narrativa, uma articulação com os setores de pesquisa do
comércio. Enfim, a coordenação do ensino superior tem algumas responsabilidades
que nós da Coordenadoria do ensino técnico não temos, mas um compromisso de
fazer uma articulação com médio e técnico seja ele no modelo integrado, nós temos
uma cooperação, porque o Centro Paula Souza é uma autarquia pública vinculada à
Nós temos uma grande parceria com a Secretaria Estadual de Educação,
utilizamos hoje cerca de cento e vinte escolas públicas estaduais para o oferecimento
e uso técnico fora da Escola Técnica, cursos mais voltados à área de gestão,
informática, cursos que dependem do ponto de vista laboratorial apenas de
laboratório de informática, então esses não impacta, você pode usar também no
laptop, ou seja, ele não vai impactar a estrutura da escola pública regular e com a
ideia da diminuição que é uma notícia boa do segundo ciclo fundamental e do ensino
médio noturno.
É coisa nossa, é coisa que tem ensino básico de noite, até pouco tempo
ensino médio era predominantemente noturno que é um absurdo isso. Nós estamos
corrigindo isso, está gerando uma grande ociosidade para as escolas de ensino médio
período noturno. Aí nós fazemos convênios com a Secretaria Estadual de Educação e
oferecemos cursos para alunos da Secretaria de Educação
58
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, semelhante aqui.
No geral, são alunos oitenta a noventa por cento, por isso Paula Souza tem
duzentas e dezoito escolas e tem mais de trezentas extensões descentralizadas, cento
e cinquenta aproximadamente contando com prefeituras, que seria também por
conta
da
ociosidade
do
período
noturno,
espaço
para
que
ofereçamos,
principalmente em pequenos municípios, necessidade de construir uma escola
técnica de uma demanda permanente de uma formação profissional, nós
trabalhamos basicamente com esse perfil que seria o técnico, o que é o técnico? Se eu
fujo de um modelo mais clássico de olhar o técnico operador, o operário
especializado ou um operador mais classificado, entretanto a redução da hierarquia
dentro desse processo de produção, foram dez funções hierárquicas para três
quartos, você tem que dar mais autonomia para esses técnicos. Eles têm que ter uma
capacidade para planejar, executar e controlar, ele tem que saber se aquilo que ele
está fazendo, está fazendo adequadamente de acordo com o projeto que ele recebeu.
Temos esses números de cursos técnicos, a totalidade integrada e
concomitante, cento e setenta e sete, temos esse número de professores 15.007, de
subsequente que ainda domina, mas há uma diminuição do ensino técnico
concomitante e subsequente que no período diurno estamos crescendo há três anos.
A ideia é 173 concomitantes e 70 integrados, o ensino médio regular, vamos eliminar
e integrar todo ele com o ensino técnico.
O tecnológico tem o crescimento em média de 4% ao ano; predomina o
estudo noturno, e estamos empenhados em ampliar porque é a maior deficiência da
formação técnica para os jovens de 14 a 17 anos. Este é o número de técnicos que nós
formamos: a média de 70 mil técnicos por ano. Nesse âmbito tecnológico temos
formação profissional com maior intensidade na área de gestão, de indústria e de
comunicação.
É isso, agradeço mais uma vez o convite por estar aqui falando um pouco
dessa experiência. Obrigado secretário. Obrigado a todos! Eu desejo sucesso ao
59
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
administrativo 5.009 e de auxiliares docentes 469, temos um ensino concomitante
empreendimento, nós temos a responsabilidade de fazer uma boa escola pública e de
vez em quando ver que nem parece uma escola pública. Obrigado!
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EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
A EXPERIÊNCIA DE PERNAMBUCO
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra
Quero agradecer ao Governo do Estado do Maranhão e ao secretário pelo
convite, dizer da minha satisfação de estarmos aqui com troca de ideias e quando nós
vimos fazer uma apresentação dessas aprendemos muito, principalmente com outros
estados como: Bahia. Paula Souza que é nossa inspiração e também o trabalho do
sistema S, tudo que eu falar aqui, eu sou da Secretaria de Educação, em tudo nosso
trabalho é voltado para os cursos técnicos.
Em Pernambuco, a formação de ensino continuado fica por conta de outra
secretaria, a de Trabalho e Emprego. Isso foi lá de 2009 e nós vamos ver aqui na nossa
apresentação que é muito ligado. Eu não tenho como dissociar a educação integral lá
no estado de Pernambuco, então eu fico muito feliz da apresentação pela manhã do
Instituto, educação de ensino médio integrado a educação profissional fazer parte do
Instituto, do IEMA de vocês. E nós criamos uma estratégia para fortalecer esse ensino 61
Nós também temos a educação profissional que até o ano de 2009 estava
sob a responsabilidade da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de
Pernambuco. E essas estratégias foram as seguintes: infraestrutura escolar, nós
precisávamos transformar a escola do ensino médio para atender estudantes na
educação integral que logo em seguida aqui vem a profissional, a oferta de
experiências inovadoras de tecnologia para tornar a escola mais atrativa e o ensino
médio nosso.
E no país como um todo, em 2007 era um caos. Em face disso, o
Governador Eduardo Campos criou o pacto pela educação, gestão por resultados
voltada e acompanhada por ele mensalmente, por todas as 17 regionais que
trabalham com a educação. Eu trouxe aqui um mapa do estado para que vocês
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
médio no estado do Pernambuco.
percebam que a educação do estado de Pernambuco está dividida por 17 regionais e
essas, nós temos hoje, dados de 2014, 337 mil estudantes do ensino médio.
Eu vou falar aqui e vocês vão perceber que nossas escolas, atendem hoje
metade desses estudantes, a educação profissional se encontra ali, dados do ano
passado, 12.139 estudantes do ensino médio integrado no estado do Pernambuco. Em
2007, o governador materializou este programa de educação integral criando as
escolas de referência de ensino médio, são as escolas do ensino médio com a
educação integral no ano de 2009, ele traz de volta a educação profissional que até
então era de responsabilidade da secretaria de Ciência e Tecnologia e cria o
programa da educação profissional sob a responsabilidade da secretaria a qual eu
respondo com o programa da educação integral e todas as nossas escolas de
educação profissional têm o ensino médio integrado em tempo integral.
Quais as estratégias que nós utilizamos para acompanhar e medir os
resultados desses estudantes? O SAEB criado também em 2008, uma prova de língua
portuguesa e matemática que os queridos estudantes de Ensino Médio realizam, o 62
mesmas características do IDEB e a avaliação do pacto pela educação que é uma
avaliação do 1º 2º e 3º ano do ensino médio para acompanhar o desenvolvimento
desses estudantes. E aí vieram os programas, o tablet, um computador por aluno, o
concurso professor-autor que nós temos na nossa rede.
Esse professor na educação profissional e da educação integral do ensino
médio como um todo eles preparam a aula e essa aula fica disponível no tablet do
estudante e também em toda a rede para que cada professor possa usar essa aula, e
essas aulas, quando premiadas, eles têm mil reais por aula. Cada professor pode
aprovar até 40 horas aulas para ficar lá, disponível para os professores, e foram
premiados 909 trabalhos que estão disponíveis até hoje, sobre todos os conteúdos do
ensino médio.
Criou-se também o programa Ganhe o Mundo que é o programa para os
estudantes também do ensino médio, cursando o 2º ano. Ele tem direito a passar 6
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
IDEPE que é o Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco são com as
meses, porque o 2º ano?, para que ele termine o ensino médio conosco de 4 a 6 meses
nos países: Austrália, Argentina, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos e Nova
Zelândia. Nós acreditamos, o governador dizia muito na época, que são esses
programas que iam tornar essas escolas mais atrativas para esse estudante e os
professores contando com a equipe da educação profissional na construção dessas
escolas.
Eu fico muito feliz quando eu vejo aqui hoje pela manhã vocês já
estudando, fazendo avaliações, onde colocar essas escolas técnicas.
Aqui é o estado do Pernambuco, ele é dividido em doze regiões de
desenvolvimento. São 17 regionais de educação, mas em região de desenvolvimento
são 12 e foi feito, realizado um estudo no arranjo produtivo do estado de cada região
dessas para servir como indicador e para onde iam as escolas técnicas que estão
sinalizadas e, desse mesmo modelo que vemos hoje.
Então hoje o estado do Pernambuco, em nenhuma cidade com o número
mínimo uma escola técnica, porque em Recife nós temos 6, mas no mínimo 1 em cada
cidade com 40 mil habitantes tem uma escola técnica dessa.
Os critérios de escolha para que se colocasse a escola naquele município, o
estudo de arranjo produtivo daquele local, oferta dos institutos federais. Quando eu
digo isso, por exemplo, Petrolina, que é uma grande cidade, mas tem instituto federal
lá, inclusive um campus. Então lá em Petrolina não foi possível colocar um instituto,
uma escola técnica estadual, tendo em vista não haver competitividade com o
instituto.
A oferta gratuita do sistema S, nós temos hoje várias, eu não sei dizer hoje
quantos, quantas escolas no sistema S, mas todas as grandes cidades de Pernambuco
são atendidas com o sistema S, responsável pela grande oferta de educação
profissional, diga-se de passagem, no nosso estado até hoje. Oferta de escolas
técnicas regionais numa mesma região, no eixo de desenvolvimento, onde se
63
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
de habitantes igual ou superior a 40 mil habitantes, ela deixa de ter, ela tem hoje no
colocavam escolas que sabemos, ela não vai atender só aquela cidade, mas um todo,
demanda da população, conforme outros processos seletivos, porque dependendo do
curso, há uma procura muito maior do que outro e essas escolas nos permitem
mudar quando não há esses cursos e obras estruturadoras, novos empreendimentos
na região.
Nós, de 2008 para cá, passamos por uma fase de desenvolvimento
econômico muito grande no estado do Pernambuco e era preciso, se fazia necessário,
que nessas regiões em desenvolvimento tivessem uma escola técnica, como é o caso
de Cabo de Santo Agostinho.
Aí eu trouxe o recorte aqui de uma região para vocês perceberem que das
doze regiões que eu falei, a RD da Mata Norte. Ela tem quatro escolas na região em
desenvolvimento, mas próximo a ela têm outras regiões, uma outra região em
desenvolvimento, ela também aparece nesse azulzinho que tem ETE aqui na cidade
de Goiana, Timbauba, Carpina e de Paudalho.
64
ter no mínimo esse quantitativo de escolas porque normalmente é uma cidade igual
ou com mais de 40 mil habitantes.
Aí são como funcionam as escolas, nós temos hoje no estado do
Pernambuco 28 escolas técnicas estaduais, das quais 20 são padrão, construídas
dentro de um padrão técnico e temos 300 escolas de educação integral.
O regime nessas escolas é um regime integral, integralizado na educação
profissional, 40 horas distribuídas em cinco dias da semana, os professores eles têm
educação exclusiva, eles têm um adicional, eles são professores do estado. Nessas
escolas nós trabalhamos com dois tipos de professores, são os professores que nós
chamamos da base comum, são do estado no regime de educação exclusiva e
professores por contrato temporário que eles recebem o valor da hora/aula igual ao
professor do tempo integral. Se ele tiver nessa escola 200 horas/aulas, ele terá o
salário igual ao professor com a gratificação de exclusividade.
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Então, são regiões que vocês veem aí no mapa, no recorte, toda região vai
As formas de oferta por meio de educação profissional, das 7h30min às
17h30min. Todas as nossas escolas elas também atendem a noite subsequente. Então,
elas atendem 540 estudantes durante o dia e 540 estudantes durante a noite no
subsequente para quem já tem ou já terminou o ensino médio.
A nossa concomitância, nós só temos e fazemos o técnico concomitante
através da EAD, nós temos hoje, trabalhamos desde 2001 com EAD, hoje nós temos
um diferencial, deixa eu ver aqui um dado, o dado é do ano passado, mas, hoje nós
temos 14 mil estudantes fazendo curso técnico em EAD em nove cursos técnicos.
Aqui são os cursos oferecidos, nós temos 35 cursos atualmente
funcionando nessas escolas, em diversas áreas, e aqui é a evolução.
Em 2007 até 2009 eram seis escolas técnicas, na verdade cinco escolas
técnicas e uma escola regular que funcionava com uns cursos técnicos que era sob a
responsabilidade da Ciência e Tecnologia, e nós não queremos dizer isso que era por
conta de não estar na educação, mas é que não existia naquela época política de
tem hoje. E a partir de 2009 nós vemos o crescimento a 2015 com 28 escolas, e 12
escolas com mais de 70% já construídas para nós inaugurarmos agora em janeiro do
próximo ano, então em janeiro estaremos com 40 escolas técnicas em todo o estado
do Pernambuco.
Aqui, a série histórica dos estudantes, em 2007 eram 2.477 estudantes na
educação presencial, dados do ano passado 12.139 e na EAD, aí na EAD nós
começamos lá em 2008 que já veio com resquícios lá da Ciência e Tecnologia, mas
com isso mesmo nós começamos em 2010 com 1.037 alunos e dados do ano passado
com 10.503 estudantes, não presencial, nós temos 35 cursos e na EAD 9 cursos.
E aqui é a variação que nós temos do IDEPE, daquele índice que nós
falamos lá, que é bem parecido com o IDEB e quando nós fazemos essa avaliação
com as escolas regulares e do ensino médio, elas têm uma média de 3,25, quando nós
65
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
educação profissional no país e Pernambuco também não tinha essa política como
fazemos com as escolas semi-integrais 4,07, as integrais 4,53 e as técnicas 4,86. A
média do estado do Pernambuco, isso é dado censitário do IDEPE, é 3,54.
No IDEB do ensino médio nós estamos hoje no país em 4º lugar é 3,6,
então é um índice que se assemelha muito ao IDEB e as escolas técnicas saem na
frente. Nossas escolas, várias delas, têm o IDEB acima de 5,0, isso é muito bom e
esses dados do IDEB nós acreditamos que sejam reflexo de todo o investimento no
ensino médio na educação profissional do estado. Em 2007 o nosso IDEB nacional era
2,7, nós éramos o 21º lugar e passamos para o 4º lugar em 2013.
Já saiu nesse ano o índice de abandono, em 2013 nós fomos o 1º lugar do
país. O índice de abandono era de 5,2 no ensino médio, este ano, 2014, já saiu o índice
de abandono e continuamos no 1º lugar. Caímos mais 30% e esse índice é de 3,6.
Então nós acreditamos que nesse ano, o IDEB do ensino médio, e nós acreditamos
que esse índice vai nos ajudar muito a brigarmos para sairmos daquele 4º lugar e
ficarmos entre os três.
66
governador Eduardo Campos fazia e ele dizia que queria em 2013 estar entre os cinco
primeiros lugares do IDEB do ensino médio de 4,1, nós ficamos no 4º lugar com o
IDEB de 3,6 e nós brigamos para que esse ano saia esse primeiro lugar ou entre os
três, entre os três está bom para nós, um estado do Nordeste não é brincadeira para o
ensino médio.
Aqui são algumas matérias de algumas revistas, nós temos também uma
amostra pedagógica que nós fazemos anualmente em todas essas escolas com
experiências exitosas porque isso incentiva a escola a fazer também na sua escola,
porque são as melhores experiências que vão a uma determinada cidade. Temos um
fórum também da educação profissional e temos também essas conquistas desses
nossos estudantes. Nós temos uma parceria com uma das escolas, temos também
com a Microsoft nas escolas técnicas e aí essas cinco meninas, essas cinco crianças,
estarão viajando agora dia 29, foram selecionadas para a final nos Estados Unidos
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Quando eu lembro bem, que eu estava em uma dessas reuniões que o ex-
para representar na América, elas concorreram com vários países e vão ser nossas
representantes.
É isso, muito obrigado! Mais uma vez parabéns por essa atitude de vocês.
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EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
2
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
Ceará
Sest/Senat
Sebrae
Senar
Senac
A EXPERIÊNCIA DO CEARÁ
Maria Alves de Melo
Inicialmente, boa tarde a todos e todas! Nós queremos em nome da
Secretaria Estadual de Educação, especialmente na pessoa do professor Maurício
Holanda e da Coordenadora da Educação Profissional, professora Marta Emília,
agradecer o convite de estar aqui presente. É sempre bom compartilhar experiências,
como já foi dito anteriormente pelos colegas que nos antecederam. Nós aprendemos
muito ouvindo a experiência dos demais e dizer como disse no início a professora
Marly, nem tudo são flores não, tem coisas boas, mas tem muitos percalços no meio
do caminho, mas se a vontade de acertar é maior do que isso, nós superamos os
desafios aprendendo o jeitinho e parabenizamos a iniciativa aqui do Estado, a
implantação dessa história de educação profissional aqui no Estado que começa
agora. Obstáculos acontecerão com certeza, mas nós sentimos aqui a firmeza nas
palavras de todos aqui do estado nessa vontade de acertar e isso é muito importante.
69
contarmos um pouco da nossa história. Nós começamos em 2008, na verdade em
2007 quando o Estado fez a adesão ao Programa Brasil Profissionalizado, cujo
objetivo é incentivar o ensino médio, a oferta de ensino médio integrado a educação
profissional e nós começamos em 2008, após ter firmado o convênio com 25 escolas, é
um início assim meio ousado não é? Normalmente vamos com experiência piloto,
mas começamos com esse desafio imenso de dar conta dessas 25 escolas estaduais de
educação profissional e, na rede estadual não tínhamos nenhuma experiência, então
foi um desafio muitíssimo grande.
No início essas 25 escolas receberam o nome de CEJOV (Centro de
Educação para a Juventude), mas em 2008 foi criado através de lei estadual, passou a
denominar-se de Escola Estadual de Educação Profissional. Inicialmente nós
trabalhamos com 4 cursos técnicos, que foi Enfermagem, Guia de Turismo,
Informática e Segurança do Trabalho, são cursos assim que dá para atuação de modo
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Então aqui eu vou tentar rapidamente, são só quinze a vinte minutos para
geral, não só no município em que eles estavam acontecendo, mas também no estado
como um todo.
Nesse primeiro momento foram contemplados 20 municípios. Eu estava
vendo aqui de manhã a história dos 23 municípios, não é Secretário? Sempre alguém
pergunta, mas porque não no meu município, porque não mais um, nós precisamos.
Na verdade, todo o estado precisa, mas para começar tem que partir de um ponto e
não dá infelizmente para atender a todos ao mesmo tempo.
Então, como foi que nós começamos. A nossa Secretaria é dividida em 20
Coordenadorias Regionais de Educação, que são mini SEDUCs em municípios
maiores e a Superintendência das Escolas de Fortaleza. Então inicialmente nós
pegamos 20 municípios que contemplassem cada uma dessas coordenadorias
regionais e a superintendência das escolas de Fortaleza que inicialmente recebeu 4
escolas, então nós fechamos 25 escolas, com 4 cursos, atendendo inicialmente a 20
municípios que em média têm 100 mil habitantes, 100 mil habitantes ou acima.
70
implantar mais 26 escolas e passamos a ter 51 escolas, um desafio muito maior, não
dá tempo de tomar fôlego. Nós preparando tudo, as coisas acontecendo e nós
correndo com tramitação no Conselho Estadual de Educação para tentar regularizar,
tentar o reconhecimento dos cursos, o credenciamento das escolas, a contratação de
professores e consultores para a parte técnica dos cursos, enfim, uma maratona que
até hoje nós ainda não descansamos, porque ainda continuamos inaugurando
escolas, agora no mês de agosto para setembro, vamos ter mais duas.
Nesse ano de 2009, foram ofertados mais nove cursos diferentes e ficamos
com 13 cursos, o atendimento foi de 4.069 alunos nessas 26 escolas, porque nas
primeiras 25 foram 4.181 alunos e no segundo ano em 2009, essas escolas começando
com o primeiro ano, então totalizando 11.279 alunos. Contemplamos mais 19
municípios porque há municípios que têm mais de uma escola agora, um total de 39
escolas em 2009. Mais adiante eu falo como é cada uma delas.
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
No segundo ano, em 2009, nós já gostamos do desafio e conseguimos
Em 2010 mais 8 escolas e totalizamos agora 59, mais 5 cursos diferentes e
agora temos 18, mais 1.142 alunos matriculados nessas 8 escolas, juntando com o que
tinha nas demais escolas são 17.342 alunos, três municípios atendidos, e agora
tínhamos 42 municípios em 2010.
Nesse ano de 2010 também foi através de um Decreto Estadual, criando a
Coordenadoria de Educação Profissional, porque em 2008 a organização e o
comando dessas escolas, ficavam a cargo da Coordenadoria Geral que cuidava de
todas as escolas da rede do ensino médio e em 2009, foram criadas três células que
até hoje existem dentro dessa coordenadoria e essas três células ainda vinculadas a
Coordenadoria do Ensino Médio davam conta dessas escolas, mas com o aumento
constante percebeu-se a necessidade de uma coordenadoria para tomar de conta
dessas escolas.
Essa coordenadoria é dividida em três células, nós temos a célula de
currículo, da qual eu sou orientadora, temos a célula de estágio que nós
consideramos assim uma célula irmã, porque o Estágio é um conteúdo, é encarado 71
especificidade que daqui a pouco eu vou falar, por ter uma especificidade muito
assim particular formou-se uma equipe para tomar de conta. Tem as questões
políticas, as questões financeiras, etc. E a célula de materiais que é uma célula meio,
que dá um suporte para implementação do currículo nas escolas no desenvolvimento
desse estágio.
No ano de 2010 nós fechamos o primeiro ciclo, porque é o ensino médio
integrado ao técnico e que se desenvolve ao longo dos três anos do ensino médio.
Então as escolas que iniciaram em 2008, que são as primeiras 25, formaram em 2010
tendo a primeira formatura, dos primeiros quatro técnicos, então foram formados
3.334 alunos que participaram do estágio.
Nesse primeiro momento assim foi difícil, a concessão de empresas
concedentes ao estágio, apesar da particularidade que nós temos de um pagamento
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
como uma disciplina obrigatória no currículo, é pedagógico, mas por ter uma
de uma bolsa que eu vou falar mais adiante, nós tínhamos 183 concedentes no ano de
2010, concedentes de estágio.
No ano de 2011 nós inauguramos, implantamos mais 18 escolas, agora
somaram 77. Detalhe, as primeiras escolas, de 2008 até 2010, funcionavam e ainda
funcionam algumas delas em prédios que foram adaptados. Eram escolas normais de
ensino médio, algumas em prédios normais de escolas.
E assim qual foi o critério para escolher quais escolas inicialmente se
tornariam escolas profissionais? Primeiro as escolas que tinham um alto número de
evasão, uma forma de corrigir, uma forma de tentar corrigir esse fluxo, então eram
escolas que apresentavam alto índice de evasão, localizadas em bairros onde a
população é extremamente carente e extremamente vulnerável. Tem uma forma de
trazer esse pessoal para dentro da escola, a escola funcionando em tempo integral e
as escolas foram adaptadas porque elas funcionam em tempo integral. Tem a questão
dos laboratórios que precisam de espaço, então elas passaram por esse processo de
adaptação, mas já em 2011 essas 18 escolas inauguradas são padrão MEC, daqui a 72
Nesse ano também foi uma correria, foram implantados mais vinte e cinco
cursos técnicos diferentes dos que nós já oferecíamos. Então, esse ano de 2011
somamos quarenta e três cursos ofertados, 3.044 alunos foram matriculados nessas
dezoito escolas e somando com as demais perfazemos um total de 23.753 alunos
atendidos nessas escolas, mais 15 municípios foram atendidos, totalizando agora 57 e
nesse ano de 2011 formou-se a segunda turma dos alunos que entraram no ano de
2009, então 6.131 alunos entraram em estágio e se formaram.
Vejam no ano de 2010 nós tínhamos 184 concedentes, já em 2011 quando
colocamos a segunda turma que já estavam se formando o número de concedentes de
estágio subiu para 1.643, o que mostra uma certa credibilidade no projeto,
acreditaram na formação desses meninos e hoje em dia nós já temos assim um
número bem expressivo de empresas concedentes e temos só a agradecer a Deus.
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
pouco eu também vou mostrar.
No ano de 2012, mais quinze EEEPs e de 2011 em diante só escolas com
padrão MEC, quinze escolas implantadas, somou-se 92, mais oito cursos diferentes, e
temos agora cinquenta e um, totalizando 2.494 alunos nessas quinze EEEPs, somado
com as demais são 29.958 alunos, mais treze municípios atendidos, totalizando
setenta e mais a terceira turma que se forma de 6.054 alunos.
Em 2013 mais cinco EEEPs e começou a diminuir o número de escolas
novas porque nas primeiras vinte e cinco, algumas tinham estruturas realmente não
boas, então há muitas escolas a partir daí que foram construídas e as anteriores foram
substituídas, perfazendo um total de noventa e sete escolas em 2013, continuamos
com cinquenta e um cursos ofertados, nenhum curso novo em 2013. O total de alunos
foi de 35.522, com setenta e três municípios atendidos, 9.109 alunos em estágio, sendo
a terceira turma que se forma e o número de concedentes de estágio aumentou para
3.012.
Em 2014, mais nove EEEPs totalizando cento e seis, com cinquenta e três
cursos, sendo três novos e um dos cursos que estava sendo ofertado foi retirado. 73
realizando estágios na quarta turma, é o quarto ciclo que se fecha e 3.278
concedentes.
Em 2015, nesse primeiro semestre até maio, foram implantadas mais sete
escolas, com previsão para agosto. São cinquenta e dois prédios já adaptados e
sessenta e um prédios padrão MEC, então algumas escolas que ainda serão
construídas, algumas serão totalmente novas e outras em substituição a esses
cinquenta e dois prédios.
Pelo processo que ainda está em andamento, então algumas mais
adiantadas e outras agora solicitadas, nós pretendemos totalizar o pacote do governo
em cento e trinta e cinco escolas, temos cinquenta e dois neste ano de 2015, são
cinquenta e dois cursos técnicos, é uma demanda grande, é uma coisa assim gigante.
São 4.402 professores, quem são esses professores? Os professores da base nacional
comum, eles são os próprios professores da rede, alguns concursados, mais ou menos
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Somando 40.979 alunos em 2014, com oitenta e dois municípios, 12.192 alunos
meio a meio, metade concursados outra metade contratada temporariamente, como
existe em todo o estado, professores contratados temporários e cerca de 1.200
professores técnicos, que são contratados através do CENTEC que é uma organização
social, já que a própria Secretaria de Educação não pode fazer isso, essa contratação
direta. São 44.646 alunos matriculados, de acordo com os últimos dados do
fechamento do Censo que é a última quarta-feira do mês de maio, então somamos
esse número de alunos matriculados.
Temos hoje para iniciar estágio, alguns já estão iniciando agora no final
desse mês e no início do mês de julho, perdão, alguns começaram o estágio no mês
de maio, dos cursos de saúde que são seiscentas horas, então têm que começar antes
e os demais cursos começam no mês de julho. Totalizando 12.681 alunos que irão
realizar estágio esse ano.
Nós temos um número maior de concedentes. 4.811 empresas de estágio,
públicas e privadas, e agora temos oitenta e oito municípios atendidos, o nosso
estado tem cento e oitenta e quatro municípios, não faltam muito, mas alguns 74
população pequena que são vizinhos, então as vezes uma escola atende dois ou três
municípios. Nós temos já em execução, são dois consórcios, para frente eu acho que
teremos mais consórcios.
Aqui é um mapa, essa parte verde são as escolas, nós pretendemos
preencher ele todinho, está quase. Aqui é uma foto de uma das escolas de educação
profissional padrão MEC, no final eu mostro um vídeo para vocês verem como é essa
escola.
A estrutura física das EEEPs, o tamanho das escolas padrão MEC, elas têm
doze salas de aula, com capacidade para quarenta e cinco alunos, então quando ela
atinge o terceiro ano de funcionamento ela conta com a capacidade total que é de
quinhentos e quarenta alunos, nós funcionamos em tempo integral, um desafio de
implantar a educação profissional no ensino médio em tempo integral, então não foi
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
também desses municípios são atendidos de forma consorciada, tem município de
fácil e não está sendo ainda, mas a vontade de acertar é grande então nós seguimos
em frente.
Essas escolas têm um auditório com capacidade para duzentas pessoas,
biblioteca, laboratórios básicos de informática, ciências (que é Física, Química e
Biologia) que é em separado e laboratório de línguas, conta também com um ginásio
poliesportivo, têm um teatro de arena, refeitório porque os alunos passam o dia todo
na escola onde são servidas três refeições (dois lanches e um almoço) e um bloco
administrativo.
Em relação ao currículo, funcionamos em tempo integral, são nove tempos
de aula, então os alunos entram às sete da manhã e saem às cinco da tarde, então nós
temos de aula quarenta e cinco horas semanais. Os nossos cursos todos eles têm 5.440
horas, compreendendo a Base Nacional Comum na parte profissional e na parte
diversificada. A formação da Base Nacional Comum ela tem a mesma carga horária
para todos os cursos 2.620 horas, o que diferencia é a distribuição dessas disciplinas
conforme a característica do curso.
1200 horas, tem uma parte diferenciada que é muito variada em função da carga
horária do curso técnico, mas algumas disciplinas são fixas, como Projeto de Vida e
Mundo do Trabalho, mas desenvolvemos parceria com o Instituto Aliança que é
quem dá formação para os professores e prepara o material estruturado, e
empreendedorismo e parceria também com o Sebrae que com os professores fornece
o material. Temos o horário de estudo e o projeto interdisciplinar.
O estágio curricular, o nosso estágio é assim, os cursos do eixo ambiente e
saúde tem 50% da carga horária teórica, você tem um curso em geral de saúde, ele
tem 1200 horas, são 600 horas para estágio, os demais cursos são 25% da carga
horária. De todos eles nenhum dá 400 horas, mas foi uma decisão política da época
que ainda está até hoje vigorando e todos os outros cumprindo a carga horária de 400
horas que é bem maior do que o exigido pelo Conselho Estadual de Educação.
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
A formação profissional conforme o catálogo do MEC, ela tem entre 800 e
75
Esse nosso estágio é diferenciado, nós temos justamente essa facilidade de
acesso, porque os alunos recebem uma bolsa, essa bolsa corresponde a mais ou
menos meio salário mínimo a cada 100 horas de estágio que é cumprida, então 400
horas ele vai receber quatro vezes esse valor e o de 600 horas ele vai receber seis
vezes. A cada 100 horas presta-se conta e ele recebe o valor. A empresa que recebe o
aluno não tem nenhum ônus, ela recebe um aluno muito bem preparado, elas gostam
demais, tanto é que é crescente o número de empresas que querem os nossos alunos
e além da bolsa está incluído na questão dessa remuneração, auxílio transporte,
descanso remunerado e seguro. Então assim, as empresas não têm o que reclamar ao
receber os nossos alunos.
Essas escolas, assim como exemplo as de Pernambuco, como o colega
falou, elas realmente impulsionam os números, a qualidade da educação, os números
da educação do Ceará mostram que está bem sensível com a distribuição dessas
escolas e está acima da média das escolas do estado.
A inserção no mercado de trabalho, olhando ali para 2014, primeiro, nós 76
inseridos, passando para 2014 temos 20,45%. Agora sim, como é que temos esses
números? Nós não temos assim uma segurança total para dizer o percentual de
alunos inseridos, porque não temos ainda. Estamos trabalhando nesse projeto de
acompanhamento do aluno egresso, não é fácil controlar o aluno egresso. Ele sai e vai
embora. Nos seis primeiros meses eles ainda retornam a escola, ainda mantém um
contato com ele, então baseado nesses seis primeiros meses nós temos esses números,
mas eles podem ser muito maiores.
Então nós estamos firmando agora uma assessoria com o Banco Mundial
para desenvolver esse programa de acompanhamento de egresso, então em parceria
com outras secretarias, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, CMTT, SISUTEC,
e várias outras para nós termos esse controle do egresso.
Estão os dados dos alunos que entram na universidade, porque também é
assim, a pretensão do currículo dessas escolas de educação profissional não é só
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
tivemos na turma de 2011, do número de formados 27,7% dos alunos foram
formar o técnico futuramente a estar disponível para o mercado de trabalho, mas
também possibilitar a ele a condição de avançar nos seus estudos, de alcançar a
universidade e temos tido um número cada vez mais expressivo de alunos que
conseguem entrar numa universidade e muitos conseguem também, graças a Deus,
as duas coisas, entrar no mercado de trabalho e ingressar numa universidade ao
mesmo tempo.
77
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
A EXPERIÊNCIA DO SEST/SENAT
Katiane Almeida Batista
Em primeiro lugar eu gostaria de agradecer, porque nós não podemos
deixar de agradecer o convite para estarmos aqui. Eu vim em nome da diretoria
executiva nacional, hoje representada pela Dra. Nicole Goulart, trazendo um pouco
do que o SEST/SENAT tem feito na difícil missão, na desafiadora missão, falando
particularmente sobre o SENAT, de formar, qualificar, aperfeiçoar profissionais para
o setor de transporte.
Então, não sei se todos conhecem o SEST e o SENAT, mas o SEST é o
Serviço Social do Transporte, diferente da organização de outros S. A instituição
SEST/SENAT em tese são chamados de sistema S e nós temos uma organização um
pouco diferente porque nós temos uma gestão centralizada e ambas as instituições
têm a mesma diretoria e a mesma presidência.
78
nas áreas de assistência odontológica, fisioterápica, orientação nutricional, assistência
psicológica, esporte, lazer, recreação, cultura, segurança no trabalho e no trânsito,
responsabilidade socioambiental e também dar apoio ao núcleo de inteligência e
estratégia no transporte.
E o SENAT que é o Serviço Nacional de Aprendizagem no Transporte ele
tem como objetivos estratégicos fazer a promoção de cursos de extensão, pósgraduação, mestrado, doutorado, bolsas de estudos para jovens executivos, qualificar
e formar profissionais para o setor de transporte, treinar, aperfeiçoar e reciclar esses
profissionais e esses três últimos itens que são comuns às duas instituições que é
atuar na área de segurança no trânsito e no trabalho, responsabilidade
socioambiental e também apoio ao núcleo de inteligência.
Bem, está é um pouco da nossa estruturação onde nós temos 149 unidades,
essas 149 unidades têm estruturas que nós chamamos de tipologia que é a tipologia
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Então, o objetivo do SEST é atender trabalhadores do setor do transporte
A, B, C e D. As unidades de tipologia A, B e C estão nos grandes centros urbanos e as
unidades tipo D são apoio ali para os transportadores, os caminhoneiros, os
trabalhadores que estão em trânsito e ficam então às margens das principais rodovias
do país.
Temos então, a organização por meio de Conselho, a Organização
Estrutural por meio do Conselho Nacional que exerce a presidência de ambas as
instituições, Conselhos Regionais, 14 Conselhos Regionais ao todo, Departamento
Nacional Executivo que é composto pela Diretoria Executiva Nacional, que eu já
mencionei aqui, a Diretoria Adjunta e Coordenações e Assessorias e então, falando
em nome do Departamento Executivo eu assumo o cargo de Coordenadora Nacional
de Desenvolvimento Profissional.
Falando aqui rapidamente sobre a nossa Promoção Social e os nossos
resultados do ano passado, quando falamos de promoção social temos esporte, lazer
e cultura representando 5.210.761 atendimentos, Saúde e Qualidade de Vida,
representando 1.242.092 atendimentos, num total de 7,3 milhões de atendimentos 79
O Desenvolvimento Profissional em um total de 1,4 milhão de
atendimentos realizados no ano passado, 782.704 referem-se a campanhas, palestras e
seminários, que são oferecidos para trabalhadores do setor de transporte,
empresários, pessoas da comunidade e demais interessados em aprofundar os seus
conhecimentos no setor. Cursos a distância que representaram 46.562 matrículas e
cursos presenciais totalizando 636.059 matrículas.
Nós temos cursos de Educação Presencial e de Educação a Distância de
Formação Inicial e Continuada e também Técnicos de Nível Médio. Hoje, boa parte
da nossa atuação está voltada para o Curso de Formação Inicial e Continuada e
estamos iniciando a oferta de cursos técnicos. Só para exemplificar aqui os cursos
mais ofertados, quais são os cursos que as nossas unidades oferecem e são mais
ofertados no país, cursos especializados que são regulamentados pelo CONTRAN,
para quem quer fazer o transporte coletivo de passageiros e o transporte de produtos
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
realizados apenas em 2014.
perigosos, por exemplo, e também são maioria aqui no estado do Maranhão, direção
preventiva e operador de empilhadeira, esses são os cursos mais ofertados.
E nós temos um amplo portfólio de cursos com mais de 300 ofertados em
âmbito nacional e muitos outros ofertados, contribuindo para essa empresa no setor
do transporte ou da comunidade. E falando um pouquinho de palestra que tem
temas voltados para o transporte, para trabalho e cidadania, que são realizados nas
próprias unidades ou nas empresas do setor de transporte, elas visam aprimorar a
qualificação do trabalhador e nós temos esse projeto realizado desde 2006, então nós
temos um amplo portfólio para atender as necessidades das nossas empresas e
comunidades.
Alguns
exemplos
de
negociações
trabalhadas
nas
palestras:
empregabilidade e valorização do motorista profissional, conhecendo o transporte de
passageiros, qualidade de vida no trabalho, educação ambiental e desenvolvimento
sustentável.
80
passar um vídeo institucional, onde nós apresentamos de uma forma mais adequada,
mais rápida e objetiva, qual é a nossa área de atuação e o que nós temos feito.
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Eu queria pedir agora um pouco da atenção de vocês porque eu vou
A EXPERIÊNCIA DO SEBRAE
Ricardo Luiz Alves Pereira
Boa tarde! Bom eu vim falar da experiência que temos em Minas,
primeiramente parabéns ao Estado do Maranhão, através da Secretaria, ao Estado do
Ceará que serviu como base, é muito bom nós vermos o que está acontecendo aqui,
porque às vezes vamos buscar tanta coisa fora do país com tanta coisa acontecendo
aqui dentro e nós não miramos.
Eu vivo com essa realidade do Brasil, é a pobreza ao lado da riqueza e isso
é muito comum, porque em qualquer cidade que vamos, convivemos com isso de
uma forma muito tranquila, faz parte do nosso ambiente, faz parte da nossa vida, da
nossa vista e isso incomoda a todos que trabalham com a educação, porque eu não
acredito em desenvolvimento socioeconômico se não houver a parcela de
investimento significativo na educação e tem que ter paciência porque investimento
em educação é só em longo parazo.
de aula nessa outra sala de aula? Essa é a realidade do sistema do país e a pergunta
que nós começamos a fazer, e a educação é para empreender ou para formar mão-deobra?
Eu sou de uma época que minha mãe falou para mim assim: estuda,
estuda muito meu filho para você arrumar um emprego. E eu tive que estudar muito
para poder arrumar um emprego, às vezes nós ouvimos falar: estuda muito para
poder você montar um negócio e para você gerar emprego, para virar gerente de
marketing, para fazer bons negócios e nós temos isso enraizado na cultura e que tem
que estudar muito para não trabalhar em prol dos outros.
Eu sou de uma época que o bonito era estudar e passar no concurso para o
Banco do Brasil ou buscar um concurso público e lá em casa nós somos seis filhos e
quatro seguiram à risca, quatro são funcionários públicos, eu e mais um não. Eu já
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
E como é que transformamos esse aluno aqui nesse formando, ou essa sala
81
abri negócio e já quebrei três vezes, hoje eu tenho um negócio paralelo que eu
consigo conciliar minha carreira.
Mas porque essa formação de mão de obra não pode ser empreendedora
também? E nós estamos num mundo hoje com 7 bilhões de habitantes, toda educação
já é globalizada, não adianta achar que não. Quem é professor aqui? Se acostume ao
tablet, smartphone, não dá, nós não estamos mais na sala de aula para ensinar, estamos
na sala de aula para facilitar o processo de aprendizado. Se você pegar a estrutura de
uma sala de aula é a mesma que a minha avó aprendeu, mudou o mobiliário, mudou
a cor da roupa, mas aprendemos em fileira, um atrás do outro e quando vai para o
mercado de trabalho quer que você seja dinâmico, participativo, que tenha o olhar
crítico, nós não aprendemos, não ensinamos isso na escola. Então nós começamos a
avaliar essas coisas que estão acontecendo no mundo que é globalizado.
Eu tive a oportunidade de visitar alguns países, um deles foi o Vale do
Silício, todo mundo aqui conhece o Vale do Silício, e o Vale do Silício existe…. Chuta
para mim, quantos anos vocês acham que existe a cultura do Vale do Silício? Década 82
44 anos atrás e ele é famoso há 10 ou 15 anos, mas a cultura de lá era a mesma dele, e
vai abrir e começa o seu negócio lá.
Estou aqui com uma ideia de como seria o modelo, pessoas com talento,
numa região que dá suporte, tem universidades, com cultura, e a cultura vamos falar
um pouquinho mais, essa cultura me chamou muito a atenção, é uma cultura da
colaboração, da confiança, diretoria, de pessoas que ganharam algum dinheiro,
passaram em algum lugar e depois voltou de novo para sociedade para investir em
tecnologias, em novos avanços e se desafiam o tempo inteiro.
Por exemplo, se você tem uma ideia de algum negócio, aqui no Brasil no
Sebrae é assim, se as pessoas têm uma ideia e uma pergunta para desenvolver, ai eu
não vou falar nada senão você vai roubar a minha ideia, lá não, eu posso não te
ajudar, mas eu sei quem te ajuda, é a cultura da colaboração e aí tem “n” casos para
vocês conversarem. Eles têm o pensamento global, tem uma brasileira que foi para lá
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
de 80, certíssimo! A maioria acha que é coisa nova, não é? O Vale do Silício surgiu há
e quando eu contar o caso dela todo mundo vai admirar. Ela montou um site para
mulherada, que deve entender, mas a marca eu não sei muito bem, quais as marcas
famosas por aí? Marca famosa, Vitor Hugo e outras tantas aí.
E aí eu olhando os negócios dela, você aluga bolsas? E ela disse, não, ah
não, o meu negócio é o seguinte: eu dou oportunidade a pessoas que não têm
dinheiro para comprar uma bolsa, usar. E o negócio é outro, o pensamento é outro,
ela acredita nisso, ela vê que o negócio dela não é só vender bolsa, é oportunidade,
isso muda, é o pensamento global. Ela vendeu uma casa aqui no Brasil, foi para lá,
fez um software, conseguiu uma parceria, conseguiu um programa e montou um
negócio que ganha dinheiro.
E se esse desafio é muito bom, porque se não se tem desafio, se cria um. E
aí nós vamos pesquisando um pouquinho essa cultura e eles começam a dar
empresas e pessoas capazes e com cultura e estão abertos ao sistema empreendedor,
é o que nós vemos aqui na Steffen, no Silicon Valley Financial e as empresas que eles
83
atraíram.
todo o dinheiro e doou para uma instituição, para uma universidade, eles falaram
que iam cuidar dos filhos de Nova York, dos filhos de maioridade da Califórnia, de
uma maneira diferente. E chamaram vários professores, de vários lugares, para
começar a pensar numa universidade, vocês podem pegar depois o Google e
pesquisar, eles foram muito criticados no início, porque professores malucos, doidões
foram todos para lá, para começar a trabalhar num ritmo de criatividade.
E de lá surgiram coisas. Eu tive oportunidade de estar numa salinha lá,
onde foi desenvolvido o Iphone e dizem que na primeira reunião, o escritório chegou
e falou, eu quero que no aparelho não apareça parafuso, que seja touchscreen, e eles
começaram a trabalhar até que chegaram nesse modelo.
Então, porque eu estou mostrando isso? Porque é o que está acontecendo
no mundo. Aqui é uma pesquisa do Endeavor (Brasil) que mostra que 60% dos
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Steffen foi engraçado, porque a família Steffen perdeu o único filho, pegou
universitários pensam em abrir um negócio, mas não sabem como, não têm noção, e
trazemos nas pesquisas Empreendedorismo no Mundo, que 71% dos brasileiros já
empreendem por oportunidades e é interessante porque já não é mais por
necessidade. Necessidade não perde emprego e tem que empreender, esse número
provavelmente deve mudar daqui para frente também.
Bom, essa é a realidade que vivemos e nesse contexto tem redes sociais e
como é que eu faço para incluir os excluídos em redes sociais e começo a refletir isso,
que é a linha do Sebrae, que no mundo inteiro, a Europa e os Estados Unidos dizem
que já estão na era do conhecimento. Aqui no Brasil ainda temos as três eras: tem a
era da agricultura, a era da indústria e a era do conhecimento e o modelo de gestão
nosso está baseado nisso aqui, isto em escolas, em governo, tudo. É o modelo de
gestão baseado na indústria, controle, controle, controle e processo.
E nós trabalhamos com sonho para falar em empreendedorismo e sonho
você tem que trabalhar sempre a inovação, a criatividade e a capacidade de resolver
problema. Você sabe qual é o sonho da classe média brasileira? Sabe? É ter o filho na 84
classe média brasileira.
E isso começou a instigarmos, bom o Brasil não renova, o Brasil não tem
patente, o Brasil isso e aquilo. As pessoas gostam do Brasil e vão para fora por quê?
Porque eles não podem ficar aqui e ajudarmos nesse desenvolvimento? E nós
começamos a pensar o porquê daquilo e em um ambiente que nós encontramos hoje
e que não dá para ver aqui, mas é que é um sistema, aqui é a escola e aqui é a ... E nós
começamos a fazer a pergunta: qual é o objetivo da escola, é formar cidadão mais
consciente? O foco é o vestibular? É formar liderança? Ter foco na autonomia? E o
resultado caminha para quê? E a família? Qual a expectativa da família?
A família hoje está buscando na escola a educação quando deveria estar
buscando a escolarização, eu não sei em que nível isso está, mas eles não estão muito
envolvidos com a escola não, os pais não estão não, eu vou e faço questão de ir à
escola dos meus filhos e sou até meio chato, mas aí são os pais que passaram para o
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
universidade, e ser jogador de futebol e ter um emprego estável, esse é o sonho da
governo a responsabilidade de educar e o governo não tem a responsabilidade de
educar, tem a responsabilidade de escolarizar.
E o que decide e influencia na escolha de uma escola? Nós fizemos uma
pesquisa, numa pesquisa da pedagoga Betina Serson, na Folha de São Paulo, onde ela
fala que o aprendizado tem que ser significativo e cada vez mais têm mais pessoas
procurando interferir, pais interferem na escolha do filho desde muito cedo. Segundo
a pesquisa dela, desde os cinco anos de idade os pais já começam a interferir.
E nessa pesquisa tem aqui o que influencia os pais na decisão da escola e
os três maiores itens são os valores da escola compatíveis com a família, professores
capacitados e modelo pedagógico, então nós pegamos esses três e fizemos um
rearranjo dentro do projeto nosso. Outra pesquisa que nós fizemos com jovens de
baixa renda de escola pública e jovens de escola privada. E o nosso quartel era o
seguinte: O sonho ele tem que ter asa para voar e pé de chumbo para realizar e aí nós
percebemos que o aluno de escola pública ele tem muito pé de chumbo porque não
tem autoestima e o da escola privada só tem a asa e nós sabemos que para discutir 85
começamos a ver, o cliente não quer, então temos que fazer a entrega de forma
diferente.
Porque não rever os métodos de ensino e aprendizado, no começo e a
pergunta que nós chegamos é isso, como é que as crianças aprendem a base científica
se não buscar, e segundo eles têm que ter sentido da teoria com a prática.
O Sebrae já atua com empreendedorismo. No ensino fundamental nós
temos um programa do Jovem Empreendedor os primeiros passos, que levamos a
empresa a partir dos seis anos de idade no Brasil inteiro, no ensino médio tem esses
aqui e no ensino técnico aí eu entro aqui no Empreendedor da Escola de Formação
Gerencial do Sebrae e na educação superior tem quatro editais que as universidades
querem.
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
alguns pontos se esse jovem x escola x família x igreja, independente da religião, e
Só em Minas Gerais está sendo investido em 4 anos, 7 milhões de reais na
formação empreendedora. Aí entra nossa escola, esses aí são ex-alunos nossos e eu
falo deles um pouquinho mais depois. A Escola de Formação Gerencial do Sebrae já
tem 21 anos que nós temos, buscamos a sua metodologia na alça dos 21 anos, agora
estamos buscando o que tem de melhor aí que é os Estados Unidos, a Finlândia e
outros lugares e agora temos pessoas de fora querendo conhecer o nosso projeto.
Nós temos o ensino técnico, é o ensino médio mais o técnico em
administração, é um curso de três anos, é idêntico ao que nós trouxemos para o
Maranhão, já há dois anos, e dentro desse curso técnico são três projetos
estruturantes, nós chamamos um de Tutoria, Empresa Simulada, Vitrine e Estágio,
depois eu falo um pouquinho sobre eles.
Essa é a nossa missão que é fomentar o comportamento empreendedor,
promovendo a formação de sujeitos competentes em gestão, por meio de práticas
educacionais e nessa visão nós queremos ser reconhecidos como Centro de
Referência em Educação Empreendedora e Humanizadora de nível médio no Brasil, 86
buscar o que tem de inovador em estudos em educação, esse é o nosso diferencial.
Esses aqui são dois alunos que ganharam o prêmio. Essa premiação que é
o desafio global de negócios e é o quinto ano consecutivo que nós levamos o prêmio.
Esses são os dois alunos que venceram e nós reconhecemos isso como um
investimento que fazemos com os professores. Esses aí também são dois professores,
são os dois professores que foram na viagem e quase 85% dos nossos professores eles
têm mestrado ou doutorado. Então nós capacitamos muito o professor porque o
resultado é o desempenho do professor, professor para nós é condição de resultado e
de valorar a escola.
Porque o jovem de 14 a 18 anos? Porque nós focamos no ensino médio
desses jovens aí. Nós sabemos que até 14 anos, enquanto é criança, no ensino
fundamental, ele vai ter conhecimento específico de ciências, matemática, ele quer
brincar, ele quer fazer outras coisas. Depois, na idade adulta, a partir dos 18 anos, ele
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
nós abrimos lá um centro de referência do Sebrae para estudo de inovação para
está preocupado com a carreira, ele está preocupado com o vestibular, ele não tem
muito tempo para conversarmos, a não ser que ele tenha mais necessidade.
Essa ideia de trabalhar com 14 a 18 anos nós fizemos baseados em
pesquisa, porque eles estão mais aptos a receber conhecimentos ligados à nossa
metodologia que nós chamamos de Projetos Estruturais e aí nós trabalhamos com
essa geração empreendedora que trabalha no ensino médio e eu vou explicar o que
são esses projetos estruturais.
O aluno quando entra na escola, entre os 14 e 15 anos, no primeiro ano ele
tem a escola em tempo integral, ele tem o ensino médio junto com o ensino técnico e
as disciplinas sempre têm que ter intersecção, o que é isso? A Biologia tem que ser
uma biologia empreendedora e a Física também, inclusive a Física agora tem um
projeto da professora que desenvolveu um produto de energia solar para população
carente, então é um produto da Física junto com os alunos e o professor a fim de
realizar um negócio.
87
do grupo, no grupo de cinco alunos, tem um empresário no grupo, esse empresário
ele vai conversar de igual para igual e vai entender como é que funciona a empresa,
para chegar no final do ano ele que vai apresentar a empresa para comunidade.
No segundo ano tem o que nós chamamos de Empresa Simulada. A
empresa simulada é um software que nós temos, somos a única empresa no Brasil
que tem direito a utilizar esse software, ele simula, são mais de 7500 empresas
simuladas no mundo inteiro, ele compara, ele vende, ele exporta, ele importa, ele
participa de feira, tudo de maneira simulada e nós fazemos o papel de banco, de
receita, de mercado, uma impulsionada. Por exemplo, teve uma feira agora onde os
alunos falsificaram cheques e aí nós chamamos a receita e a receita veio e obviamente
foram presos, é como se fosse na vida real. Alguns pais nos procuraram dizendo ah,
vocês foram muito grossos com meu filho e eu disse, olha se isso acontece na vida
real isso é crime fiscal, seu filho é preso.
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
No primeiro ano tem o que nós chamamos de Projeto Tutoria. Cada aluno
Esse projeto aqui nada mais é do que um aprendizado, porque todo o
ambiente que nós vemos é com aprendizado. Então no primeiro ano ele está como
empresário tutor, no segundo ano ele é dono de uma empresa simulada que é o
software. E no terceiro ano a ideia é dele, o que nós chamamos de vitrine, ele pega a
ideia dele e coloca no plano de negócios e ele tem banca, tem apresentação e nós
trazemos um investidor, esse ano nós estamos com uma parceria com a Minerva e
cada projeto desse lá. São 21 disciplinas que nós temos lá, têm as disciplinas normais
do ensino técnico, ficou com 22 disciplinas do curso técnico mais as do ensino médio
que são as tutorias, da empresa simulada e da vitrine e do estágio, porque ele sai com
certificação do ensino técnico.
Essa empresa simulada tem mais de 7.500 e tem mais alguns números, nós
temos mais de 9.000 alunos formados, 35% deles abriram negócios, 53% possuem
cargos de liderança e 72% estão no mercado de trabalho, essa aqui é a região em que
nós estamos, nós temos 14 escolas licenciadas em Minas Gerais e 1 aqui no
Maranhão. O que é importante dizer é que isso aqui tem uma intersecção entre os
Nós aqui com essa experiência em educação privada, nós abrimos um
projeto social que tem uma parceria com o Governo do Estado. Temos um projeto
que pega todas aquelas 21 disciplinas e mais alguns projetos grandes e nós pegamos
alunos que vem da escola pública. Ele está no terceiro ano ou já formou e fica um ano
conosco e nós damos uma formação técnica.
Lá é interessante que funciona na FEBEM, vocês têm a FEBEM aqui? Vocês
sabem o que é FEBEM então? É a prisão da criança e do adolescente e lá numa
FEBEM nós formamos isso aí. São vários prédios que têm, um dos prédios trabalha
com a educação empreendedora e aí eu tenho “n" cases fantásticos dessa molecada
formando aqui.
Esse aqui é o Thiago Ribeiro, o Thiago ele é ex-aluno nosso e aqui nessa
foto agora é tutor, ele montou uma empresa e agora é tutor do projeto conosco e já
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EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
cursos técnicos e de gestão.
está na segunda geração. Esses meninos ganharam o segundo lugar no projeto Start
up do Brasil em que nós participamos.
A Google fez um projeto conosco. A Google tem uma semana de
empreendedorismo em que ela leva o programa dela para todas as universidades.
Qual é a única escola que não é universidade? Ela fez conosco lá. E, o que nós
imaginamos quanto ao futuro do empreendedorismo? Aqui são alguns pontos que já
fazem parte do nosso ambiente: o erro como processo de aprendizado, o
empreendedorismo como processo de descoberta de oportunidade, parcerias
estratégicas que são sempre importantes, propostas vivenciais, práticas e
experiências..., eu vou andar rápido porque eu ainda quero mostrar um vídeo para
vocês.
E nós fomos atrevidos porque nós vimos que aqui nesse ambiente, nós
vimos que temos muito deste ambiente guardado em nossas extensões territoriais.
Nós já temos esse ambiente que vimos lá fora, como já vimos muita coisa aqui.
89
o WhatsApp, ele pediu emprego no Facebook e tomou um chute, mas na curiosidade
de se conectar com as outras pessoas, pediu no Twitter e também não conseguiu, foi
aí que ele resolveu montar um negócio que não tinha anúncio, que não era jogo, que
não era cômico, criou o WhatsApp e vendeu por 18 bilhões e ainda não se acha
empreendedor.
Mas aí vamos trazer um modelo brasileiro, aqui é uma favela perto do
Sebrae em Belo Horizonte, muito comum a todas as outras, esse aqui é o Fred, o Fred
foi aluno daquele grupo de empreendedores que passou um ano aqui conosco. Fred
é o seguinte, ele não tem nenhum amigo de infância, porque todos morreram ou
estão na cadeia, o sonho dele era mudar da comunidade, depois que ele passou
conosco, ele viu o que é mudar a comunidade.
Fred montou um negócio, o Fred dá aula de educação financeira para o
açougueiro, para o padeiro, para as amigas da mãe e ele está mudando toda uma
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Isso aqui é uma brincadeira do Brian Acton, que foi a pessoa que inventou
realidade e ele fala o seguinte: o que fez a diferença foi a escola e os professores. Fred
saiu em uma revista “Pequenas Empresas e Grandes Negócios” em março de 2014.
Aí temos algumas fotos do Thiago, depois vocês entram num site dele. Ele
começou um negócio com R$ 24,00 e aí vocês vão olhar e vão falar. Esses meninos
aqui, se prepararam conosco por um ano e eles montaram agora uma Associação,
eles levam o que aprenderam para uma escola pública do 8º e 9º ano. Eles criaram
uma metodologia de intervenção de 20 horas na escola, para acreditar naqueles
meninos, para que eles possam ser capazes de, por exemplo, entrar no CEFET, de
prosseguir com os estudos e outras coisas, e por aí vai.
Aqui nós temos algumas fotos, alguns prêmios, temos um movimento do
Start up, do Twitter, nós começamos amanhã, depois tem o Start up social, a
formatura, tem alguns eventos que... e aí podem dizer, ah isso aí é muito comum, o
ensino médio no Brasil não é comum, vai ter no Maranhão também Start up, aqui são
algumas coisas que nós temos e outros grandes que passam por lá que levamos, aqui
alguns prêmios, encontro de ex-alunos.
formamos cidadão empreendedor. Se amanhã ele for médico, que seja um médico
empreendedor, o que mais ele pode ser, se ele for político, que seja um político
empreendedor. Nós não privilegiamos a abertura de um negócio, damos
oportunidade. A maioria das escolas de segundo grau, desculpem, do ensino médio,
tem como fim o vestibular, nós não, nós preparamos para a vida.
Se você conversar com qualquer um dos nossos alunos, ele não vai usar
nem a palavra empreendedorismo, ele vai falar que ele quer trabalhar com
autonomia, que aprendeu a utilizar a rede de contatos, que ele aprendeu a ter
conhecimento sobre o mundo globalizado e que na verdade são características
empreendedoras.
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
O que eu quero dizer é o seguinte, nós não formamos para abrir empresa,
90
Aqui tem algumas fotos do que acontece lá, eu só vou mostrar para vocês
um vídeo de 3 minutos que eu vou passar para vocês, que é o depoimento de um
aluno, eu acho que é importante ouvir, o nome dele é Yago e nós encerramos.
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
A EXPERIÊNCIA DO SENAR
Antônio Luís B. de Figuerêdo
Boa tarde a todos, eu queria saudar a todos os presentes. Falar alguma
coisa para vocês aqui sobre capacitação técnica no meio rural que é um pouco
diferente do que nós fazemos na zona urbana, é uma coisa mais complicada, é uma
coisa que requer um maior nível de paciência, e o SENAR, essa instituição a qual nós
administramos, eu, Superintendente, fazemos esse trabalho, então esse trabalho é do
SENAR, o grupo é do SENAR, ele se resume a essa máxima, formando e
promovendo o homem do campo, mas eu gosto mais do homem que diz: aprender a
fazer, fazendo.
Realmente o SENAR ele tem essa peculiaridade, o trabalho do SENAR é
muito prático, ele exercita muito as atividades do meio rural e isso faz eu lembrar e
lembrar com carinho dessa pessoa. Enquanto nós estávamos executando o programa
do FAT, ela estava supervisionando o trabalho do SENAR, então o fato não foi com 92
determinada supervisora que esteve no curso nosso, em Fortaleza dos Nogueiras, fez
um relatório de supervisão e apresentou esse relatório para o secretário da SOLECIT,
na época, o Doutor Luiz Fernando, e o Doutor Luiz Fernando eu ainda não era o
Superintendente do SENAR, era seu gerente técnico, e o Doutor Luiz Fernando ligou
para o SENAR pedindo que alguém fosse lá dar umas explicações sobre o relatório
de supervisão e eu fui designado para isso.
Como era uma parte da gerência técnica, fui para lá explicar, resultado da
história, ele me deu o relatório e ele disse, leia esse relatório e veja o que você me diz,
eu li o relatório e disse, olha eu não tenho que tirar nenhuma vírgula, o relatório está
corretíssimo, mas você viu aí que o supervisor disse que chegou e não encontrou os
alunos na sala de aula e encontrou foi todo mundo sentado na beira de um curral, em
pleno meio-dia, alguns sem camisa, algumas coisas mais ou menos por aí. E eu disse,
olha secretário, realmente nesse curso, coincidentemente, eu estava presente lá e é
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
ela, ela era apenas uma das supervisoras que estava no SENAR, mas uma
por isso que eu estou lhe dizendo que não tenho que tirar nenhuma vírgula do
relatório, porque aí é uma realidade. Agora não dá para fazer um curso de
bovinocultura de corte, trazendo uma vaca para sala de aula, e aí ele riu e aí
terminou a coisa ficando assim.
Mas eu quero só com isso ilustrar para vocês que fazer capacitação técnica
no meio rural, com o homem do campo, é uma coisa bem mais complicada,
realmente, o instrutor tem que estar é lá na comunidade. As coisas começam
diferentes do restante das capacitações que ele faz, outra coisa se faz em sala de aula.
Nossa sala de aula é debaixo de uma mangueira, é dentro de um curral, é dentro de
um tanque de piscicultura e o nosso trabalho vai por aí.
Então o SENAR, eu já passei para vocês a característica da instituição, é
uma entidade do sistema S que tem a peculiaridade diferente total dos outros irmãos
do sistema S, do SENAI, do SENAC, do SEBRAE, do SENAT, do SESCOOP, cada um
na sua especificidade, mas no meio rural é como eu disse. Hoje na visão do SENAR,
que é fazer a formação profissional do homem do campo e também promover a sua 93
assistência técnica e gerencial, na realidade a assistência técnica ela não é uma
assistência técnica do jeito que as instituições que praticam a assistência técnica
fazem.
Não é que o SENAR queira inovar, queira fazer uma coisa de forma
diferenciada, não, é porque quando você faz a capacitação e essa é a grande angústia
de todas as unidades regionais do SENAR, você faz a capacitação técnica do homem
do campo e se retira do cenário, porque até então era esse o nosso papel. Ao sair do
cenário, você deixa a pessoa lá capacitado ao bel prazer, para que ele toque as ações
dele dali para frente e infelizmente, ao sair do cenário, as pessoas, têm uma
tendência, se na zona urbana há essa tendência de retrairmos e voltar à estaca zero no
meio rural a coisa é muito mais evidente, então você deixa a pessoa lá e termina
resultando em nada tudo aquilo que você fez.
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
vida no meio rural, nós incorporamos outro papel mais recentemente, o papel da
E a busca é fazer exatamente o contrário, então ficava pairando em todas
as regionais, essa situação, esse pensamento, essa angústia, porque não era dada
continuidade as atividades. E agora com a assistência técnica que nada mais é que
um trabalho como numa capacitação continuada, durante o ciclo da cultura, você
está fazendo um curso, por exemplo, de agricultura, planta a horta e a partir dali vêm
em seguida os traços culturais que você tem que fazer, um controle de praga, você
vai para lá, um curso de aplicação de agrotóxico, você faz um curso para que se
aprenda a fazer o agrotóxico caseiro, quer dizer então que você precisa de uma
adubação orgânica você vai lá e faz um curso de produção de húmus, você pode no
decorrer do ciclo produtivo incorporar várias outras ações.
Então termina sendo uma espécie de capacitação continuada, você faz até
o período da colheita, depois você vai fazer a receptação e depois se você sentir que a
coisa não andou tão bem, faltou o gerenciamento de alguma outra coisa, você tem
um curso, que nós temos uma parceria, e eu queria dizer para o meu amigo, que tive
o prazer de conhecer agora, do SEBRAE lá de Minas, que aí nós fazemos uma
Rural.
Fazer com que o meu pequeno negócio realmente dê certo e eu passe a
ganhar dinheiro. Sempre que eu vou fazer uma palestra sobre os trabalhos do
SENAR, eu falo, ação do SENAR só tem significado se for para nós melhorarmos de
vida, ganhar dinheiro ou incorporar alguma outra técnica que permita a nós
vivermos melhor na zona rural.
E aí vou falar aqui para vocês, essa Lei 8.315 que criou o SENAR, de 23 de
dezembro de 1991, baseado no artigo 62, das Disposições Transitórias da nossa
Constituição Federal de 1988 e aí as ações do SENAR elas vêm exatamente dentro
desses três aspectos, ação de FPR que é o carro chefe do SENAR é que faz realmente
aprender a fazer fazendo, nas ações de FPR e FPR significa Formação Profissional
Rural e aí eu tenho dois caminhos com a Formação Profissional Rural, um deles é
aprender a desenvolver a minha própria atividade com mais perspicácia, fazer com
94
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
parceria com o SEBRAE e desenvolvemos um trabalho chamado Negócio Certo
que a minha atividade que eu já prático no meio rural, ela me dê uma viabilidade
melhor, ou seja, eu gosto muito de falar esse exemplo, o compadre João montou uma
roça esse ano e lá ele conseguiu em um hectare, do tamanho de um campo de futebol,
tirar de lá 1200kg de milho e aí o companheiro dele, do lado, disse assim: rapaz, a
roça de compadre João esse ano foi muito boa, e aí o compadre Zezinho ele tirou foi
1500 e ele foi melhor ainda, esse ano foi bom demais, aí um garoto com um pouco de
técnica, usando uma semente fiscalizada, usando os insumos, uma correção no solo,
fazendo algumas técnicas, utilizando algumas técnicas que chama técnicas modernas
do setor rural, você amplia isso para 6.000, 7.000, 8.000Kg.
Produção de mandioca, a média do estado, você tem em torno de 6.000 a
7.000Kg, local onde dá bom resultado para produção de mandioca, você tira 8.000kg
de raiz, aí foi feito um experimento, pelo prefeito lá de Fortuna, em umas áreas de
assentamento, trouxe umas estacas semente lá da Bahia, das Almas, usou umas
técnicas de um trabalho do SENAR e tirou 30.000kg, lá no Paraná se tira 60.000kg.
Aí eu costumo dizer assim: será que o Deus de lá do Paraná é melhor do 95
não! Às vezes eu até brinco com o pessoal, nós temos aqui até uma vantagem a mais,
lá eles não têm o Bita do Barão, nós temos o Bita do Barão que pode ir fazer um
benzimento na roça e aí ter um resultado muito melhor.
Mas, acima de tudo o que nós precisamos mesmo é de conhecimento para
que nós possamos pôr em prática essas técnicas e ter uma atividade produtiva
melhor do que nossa pequena propriedade. Lembro que há alguns anos atrás,
quando a Conceição Andrade, era Secretária da Agricultura Familiar, o presidente
disse para mim em uma reunião: Figuerêdo seu grande papel é acabar com o público
da Conceição Andrade, e aí eu digo para vocês que às vezes a pessoa pensa assim:
como é que eu faço para acabar com os pobres? Pego os pobres tudinho, boto lá no
muro, numa teoria baseada no que Maquiavel falou sobre os fins que justificam os
meios, boto os pobres tudinho lá no muro, pego uma metralhadora e pronto, acabei
com os pobres.
EXPERIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO PARAOFISSIONAL E TECNOLÓGICATECNOLÓGICA
O IEMA SEMEANDO FUTUROS
que o Deus nosso daqui, do estado do Maranhão e da região Nordeste? Claro que
Mas não é isso que nós queremos, nós queremos acabar com os pobres é
para que um dia eles não sejam mais pobres, ele passe a ser rico, e como é que ele
passa a ser rico? Melhorando de vida. Como é que eu acabo com o público da
Conceição Andrade, que foi dito na época? É fazendo com que o indivíduo deixe de
ser o coitadinho, que produza só para comer, e não é que o homem com família ele
precisa produzir, para dar uma situação boa para família!
O que nós queremos é, nós não queremos só comida, nós queremos
também rápido desenvolvimento, conhecimento, melhoria de vida e nós vamos ter
isso sim. Nós teremos na medida em que aperfeiçoamos os nossos processos de
produção, então ou eu atuo com as ações de FPR na minha própria atividade,
melhorando com o meu rendimento e é lógico que eu venho contribuindo para
melhorar o meu padrão de vida com a minha família, ou então na disponibilidade de
mão de obra, eu capacito a pessoa e ele passa a ter uma valorização maior dessa mão
de obra no mercado.
Isso me reporta a um evento que nós fizemos em Balsas, com meu amigo 96
comecei muito cedo as minhas atividades no meio rural. Então, o Chico Miranda era
o Secretário de Agricultura lá em Balsas e nós fizemos um trabalho lá, e a irmã de
Chico era a Secretária de Administração e a irmã do Chico disse, rapaz, mas eu
queria colocar o meu vaqueiro para fazer esse curso, mas o meu vaqueiro ele só sabe
subir no cavalo e correr atrás do boi, não sabe nenhuma técnica para fazer nada e o
Chico não deixou porque já tinha 15 pessoas e o senhor disse que eram só 15 pessoas
que iam para o curso, por uma questão metodológica e aí ele não deixou eu colocar o
meu vaqueiro e disse que nós temos que dar chance é para o pessoal de fora, as
questões administrativas e políticas, não é? Então eu disse, olha não tem problema
não, se a senhora quiser a senhora pode trazer o seu vaqueiro é mais um, e mais um
ou menos um não vai alterar no resultado, e ela disse, pois olha eu vou pegar o Jipe e
vou buscar ele na propriedade e levou ele lá para estar registrado lá no curso que era
em uma outra propriedade no outro lado.
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Tomás, isso há muitos anos atrás, não pensem que eu sou tão velho assim! É que eu
Resultado, fez o curso, terminou o curso, terminou a capacitação que eu
disse para vocês, o SENAR ao terminar um trabalho recolhe-se e aí deixamos as
coisas acontecerem por lá. Seis meses mais ou menos depois, quando voltamos, com
toda a leva do curso e a parceria que nós tínhamos com a prefeitura, e aí ela foi
olhando no meu olho e foi dizendo: estou zangada com o senhor! E eu, mas, zangada
comigo por quê? E eu pensei rapidinho, no mínimo o vaqueiro dela aprendeu
alguma coisa, foi fazer e fez errado e ela acha que foi algo do ensinamento do
SENAR, mas para minha surpresa, ela disse: olha, quando o senhor saiu daqui, veio
um negócio aqui da vacina da Febre Aftosa e aí o vizinho do lado falou para o meu
vaqueiro, porque eles disseram para ele que o meu vaqueiro foi o melhor do mundo
no curso e ele falou para o meu vaqueiro vacinar o gado dele, umas 300 cabeças, e aí
ele foi lá e vacinou tudinho e aí ele perguntou para a pessoa, o vaqueiro, quanto é
que a tua patroa te paga aí por mês, não ela me dá aí por semana, na época, cem reais
e mais o sustento, aí ele disse, tu quer trabalhar comigo? Eu te dou 180 reais e mais o
sustento, no outro dia ele entregou a casa da fazenda e foi entregar a chave e passou
a trabalhar com ele e eu perdi o meu vaqueiro que era uma pessoa boa.
contratei um outro lá, mas esse mal sabe ficar em cima do cavalo e correr atrás do
boi. Então, faça o seguinte, o Chico é seu irmão, peça um curso do SENAR de
bovinocultura, coloque o seu vaqueiro para fazer esse curso, agora pelo amor de
Deus, pague o homem direito!
Então, valorização, oportunidade de valorização, essa mão de obra no
mercado, a medida que eu treino as pessoas, que eu capacito as pessoas, essas
pessoas passam a valer bem mais com a mão de obra. E eu tenho essas ações de PS
que é de Promoção Social, que é o apoio da família, o apoio comunitário, tive
programas que eu vou passar bem aqui rapidinho, e agora a assistência técnica e
gerencial que eu estou desenvolvendo o MAPITO, o Sertão Empreendedor e os
projetos vão ser com a parceria da Caixa Econômica para atuar na capacitação técnica
e gerencial desses projetos, MAPITO, MA de Maranhão, PI de Piauí e TO de
Tocantins.
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Aí eu perguntei para ela: e a senhora já contratou outra pessoa? Eu
97
E aí nós já estamos com 1000 propriedades nessa região do Médio Sertão
Maranhense fazendo esse trabalho de capacitação e assistência técnica e o Sertão
Empreendedor é outro programa que tem parceria e esse MAPITO é um programa
de parceria com o SEBRAE, Sertão Empreendedor é um programa em parceira com o
SEBRAE em que o Sertão Empreendedor é a região do Alto Parnaíba é essa região
onde nós temos infelizmente maltratada no nosso estado de mais baixo IDH.
Mas, falando dos programas especiais, programas que nós temos e entre
tais temos o SENAR junto com o SEBRAE onde temos cerca de 150 turmas e já temos
programadas para esse ano 60 novas turmas. Programa especial, Programa
Empreendedor Rural também junto com o SEBRAE e fizemos até hoje 32 turmas e
temos programado 10 para esse ano e esse programa é puramente na área de gestão.
Esse programa Empreendedor Rural é muito bom porque é para jovens que já
terminaram o segundo grau, onde você aprende a preparar um projeto, um projeto
de vida, focar na sua propriedade de maneira diferenciada.
O PRONATEC que é um programa do governo federal e nós vamos, se 98
quiser, futuro um PRONATEC aqui dentro do estado. É um desafio que eu posso
dizer para vocês, nós vamos ter sucesso sim, porque nós já tivemos muito sucesso já
que eu posso relatar com o PRONATEC e que com certeza com os aperfeiçoamentos
e os erros que nós tivemos com o PRONATEC nós não vamos cometer com o
PROETEC. O número de turmas nós temos 244 programadas que eu não sei se vai
ser 244 por uma questão de redução de recursos do governo federal.
Jovem Aprendiz Rural é um programa que é feito com parceria com as
empresas, indústrias, nós já fizemos até 2014 quatro turmas e temos duas
programadas para esse ano. É um trabalho que fazemos com as indústrias, que
fazemos com as grandes empresas e que elas fazem contratando os jovens aprendizes
e nós vamos capacitando. São cursos de 1000 horas ou 1200 horas ao longo de um
ano de trabalho.
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
Deus quiser, junto com o IEMA semeando o futuro, nós vamos semear, se Deus
Nós tivemos alguns quadros aqui em amarelo e outros em azuis, porque
esses em azul são programas da área de promoção social, tipo como eu falei ainda
agora, são 40 turmas no estado e temos programadas 10. Normalmente fazemos 10
turmas dessas por ano. Isso aqui não é um curso como os outros que o SENAR faz de
capacitação, é uma ação de promoção das pessoas que vivem no meio rural. Você
leva para o meio rural e ela vira tipo um mutirão, onde você faz o embelezamento
das mulheres do campo, leva o título e distribui, os cabeleireiros vão para lá e cortam
os cabelos e as mulheres vão para lá e fazem o exame Papanicolau que é o exame de
prevenção de câncer uterino, então isso aí é feito pelo SENAR e geralmente eles
fazem esse trabalho em parceria com as prefeituras.
O programa de Inclusão Digital Rural é um programa voltado para os
jovens que geralmente são quem participa, são jovens do meio rural e a finalidade é
fazer com que você passe a ter acesso à internet e tenha acesso a essa ferramenta tão
importante de comunicação que é a internet.
O programa “Com Licença Vou a Luta”, os programas que eu coloquei em 99
programa específico para as mulheres, onde nós temos 40 turmas no estado e este
ano nós temos programado 10. É um programa da área de gestão e coloca a mulher
para aprender a gerir também o seu negócio no meio rural, fazendo que dê certo.
Programa Leite de Qualidade é um programa desenvolvido em parceria,
como vocês veem lá é um programa desenvolvido em parceria com o SEBRAE,
SENAR / SEBRAE, e nós temos 20 turmas programadas para esse ano, todas
começando agora, porque eram para começar em 2013 e não deu certo, mas partimos
para esse ano.
O Programa Sindicato Forte que é um programa que fazemos para
melhorar o desempenho das atividades do sindicato. É a nossa base onde nos dá
força para as ações do SENAR e esse ano nós temos programado 10 turmas e em 2013
foram 17.
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
amarelo, são os programas profissionalizantes e são da área social. Esse é um
Programa Mãos que Trabalham, nós realizamos uma turma e temos uma
turma programada para esse ano.
Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos é um programa que
aquela história, daquele beija-flor levando a gotinha de água para apagar o fogo. Nós
sabemos, não é que nós sabemos que não vai dar certo, nós sabemos que não vamos
apagar o fogo, mas nós vamos cumprir a nossa parte, então nós estamos ajudando a
diminuir o nível de analfabetismo e temos uma falha nisso do estado, que eu acho
fundamental é um grande gargalo para que as ações do SENAR no meio rural fluam
com alegria e desenvoltura, porque as pessoas têm dificuldade em ler, conhecer as
cartilhas, mesmo as cartilhas do SENAR, sendo elaboradas para pessoas
semianalfabetas, têm muito mais fotos do que coisas escritas, já é uma metodologia
adaptada, direcionada para as pessoas do meio rural que não são alfabetizadas.
O programa SENAR / FAEMA em campo, Programa Campo Futuro, que
é outro programa que nós estamos fazendo e alicerça as pessoas que já desenvolvem
as suas atividades e precisam conhecer os gargalos, são cursos operacionais para 100
temos cinco turmas e vamos fazer duas esse ano.
Programa da Rede e-Tec Brasil, que estamos criando cinco polos no
estado, em parceria com o MEC.
As atividades ocupacionais do SENAR estão aí todas, a pecuária,
agropecuária, agricultura, piscicultura, agricultura do extrativismo, na agroindústria,
na prestação de serviço, enfim.
Parcerias que dão certo. Hoje nós temos uma parceria e nós estamos
acabando de formalizar com a Ciência e Tecnologia, parceria a nível municipal,
estadual e federal, nós temos mais ou menos umas sessenta prefeituras e agora nós
vamos celebrar por esses dias uma parceria com a prefeitura de São Luís.
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
começar a fazer uma lide de amenizar certos custos, independente de outros, nós
Aqui, de 1993 a 2014, nós temos mais ou menos 20 mil pessoas capacitadas
no estado. Essa aqui é a agropecuária. A nossa programação para esse ano é em torno
de 1600 ações e 22.600 pessoas capacitadas. E aqui alguns casos de sucesso. Aqui em
Matinha nós temos um trabalho feito por um de seus habitantes, temos um indivíduo
lá abnegado, dedicado, chamado não sei o nome dele, mas digo para vocês chamado
de Cibalena, Cibalena é a pessoa! Então pense em como se tornou um polo excelente
de produção de peixe criado em cativeiro e a pessoa responsável por isso, Cibalena.
Nós fizemos um trabalho com ele e hoje nós temos lá é um polo de orgulho, de
serviço realizado.
Aqui Apicum-Açu, no povoado de Itereré. Itereré, produz frutas, produz
polpa de frutas, produz um monte de coisas e vende para fora, vende para
prefeitura, vende para merenda escolar e tem uma alta sustentabilidade. Em São
Bernardo, nós temos o povoado Cajueiro, nós temos lá um trabalho excelente do
PRONATEC, eu tenho lá um monte de jovens ganhando dinheiro com as atividades
de produção de hortaliças, a produção do município sendo vendida para Parnaíba e
Aqui, no município de Buritirana, no povoado Tanque, nós temos um
trabalho feito lá em algumas propriedades, o pessoal criando peixe, vendendo leite,
propriedades pequenas, mas com uma sustentabilidade alta e é isso que é
importante.
Se nós formos como está aqui o rol de atividades e de coisas que só na
cabeça do Figueirêdo. Nesses mais ou menos vinte anos de SENAR, nós temos
muitas coisas lindas e maravilhosas. Eu tenho uma pessoa que foi treinada lá em São
Mateus, no programa de Educação de Jovens e Adultos, ele chegou e disse assim: eu
tinha uma carteira de identidade e uma assinatura que tinha lá, “burrão”, aí eu disse,
não vou ficar, depois que eu aprendi a escrever eu não vou ficar mais com essa
carteira que tem escrito “burrão”, eu tenho que tirar uma outra carteira.
Aí eu fui para São Mateus e chegando lá quando eu dobrei a esquina, eu
disse rapaz e agora como é que eu vou encontrar o local onde bate a foto, para tirar a
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ainda produz hortifrutigranjeiros.
foto da carteira de identidade se eu não sei ler, aí eu disse, não, mas eu aprendi, eu
aprendi, eu dobrei a esquina e quando eu olho bem lá escrito, foto, é ali! Então são
coisas assim maravilhosas que ficam em nossas vidas e eu me orgulho desse
trabalho.
E eu só queria dizer para vocês, eu queria deixar essa mensagem de Dirk
Wolter, que é um indivíduo marreteiro, importante, que diz o seguinte: “existe no
mundo apenas uma pessoa com poder suficiente para melhorar a sua vida. E essa
pessoa é... você mesmo!” Então é aquela história do Chico Anysio, se eu querer, quer
dizer, eu penso é aquilo que eu quero, ou seja, a minha vontade ela vai estar acima de
tudo.
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A EXPERIÊNCIA DO SENAC
Daniela de Fátima Nogueira da Silva
Bom, boa noite a todos e a todas! As informações em relação à educação
profissional das instituições, mas eu vou tentar falar aqui um pouco do que o SENAC
faz, a sua atuação e eu vou tentar não me prolongar porque quando nós começamos
a falar de educação profissional e da instituição que nós desenvolvemos um trabalho
com bastante amor e carinho, nos empolgamos e começamos a falar, falar, falar e às
vezes não nos damos conta nem que o tempo já está passando.
Bom, o SENAC ano que vem, em 2016, ele irá completar 7 décadas de
atuação no Brasil, com representação em todos os estados do país e no Maranhão nós
temos atuação em 8 municípios, nesses 8 municípios nós temos 5 centros de educação
profissional e 3 postos avançados. Os Centros de Educação Profissional eles contam
com uma estrutura maior, com mais laboratórios e mais possibilidade de ofertas de 103
com a mesma qualidade de oferta de trabalho, de serviços educacionais para a
comunidade.
Então, os cinco centros educacionais, nós temos em São Luís, o CEP e o
restaurante escola, que fica aqui próximo na Rua de Nazaré, onde são desenvolvidos
cursos do eixo turismo, hospitalidade, lazer e produção alimentícia. Nós temos o
espaço pedagógico e o espaço comercial, onde logo após a conclusão das atividades
teóricas o aluno vai para a prática supervisionada naquele salão onde é feito toda a
oferta do serviço comercial.
Nós temos CEP em Imperatriz, que é o segundo maior, Caxias, Santa Inês
e Bacabal, esses são os cinco CEPs que nós temos e postos avançados nós temos em
Balsas, Codó e Timon. O SENAC atua tanto nos cursos FICs - Formação Inicial e
Continuada, que são os cursos de qualificação profissional, aprendizagem comercial,
através do jovem aprendiz, que o sistema S todo atua, são cursos ofertados a jovens
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cursos técnicos também. Os postos avançados, eles têm uma estrutura menor, mas
de 14 a 24 anos, um turno ele fica na escola, outro turno ele fica na empresa, é um
trabalho desenvolvido em parceria com as empresas do segmento de atuação.
E o curso de aperfeiçoamento, como a maioria desses profissionais já têm
uma formação e que desejam se manter no mercado de trabalho e que procura a
instituição para se aperfeiçoar a determinadas técnicas ou em determinadas áreas.
Atuamos também em habilitação técnica de nível médio com alguns
cursos técnicos, graduação e pós-graduação, tanto na modalidade presencial como na
modalidade à distância, sendo que os cursos de graduação e pós-graduação são
exclusivamente ofertados pela modalidade à distância pela rede SENAC-EAD. No
Maranhão nós ainda não estamos com essa oferta de graduação, nós estamos no
processo de credenciamento junto ao MEC e acreditamos que em 2017 nós já vamos
iniciar a oferta de graduação também, o Maranhão sendo polo presencial.
Então o SENAC vem desenvolvendo ao longo dessas sete décadas a sua
missão que é preparar para o mundo do trabalho em atividade, comércio, bens e
para quem pode pagar e quem não está dentro do perfil de outros cursos nós temos
também outras ofertas que são cursos gratuitos, então nós temos o Programa SENAC
Gratuidade, onde nós ofertamos todos esses cursos e de vários eixos que seria onde o
SENAC atua, totalmente gratuito para a comunidade, nos oito municípios onde nós
temos unidades de ensino, nós temos portfólio de programação de cursos gratuitos.
Nós temos outro programa, que este nós falamos com bastante carinho,
porque vemos o resultado final dele e ele se torna bastante emocionante que é o
Programa social “SENAC faz a sua parte”, são programas também totalmente
gratuitos para a comunidade com a mesma qualidade de docente e material didático
que é ofertado para a nossa programação paga, não há uma diferenciação, porque o
mesmo material didático da programação paga é o mesmo material didático
utilizado nas programações gratuitas, só que esse programa ele é desenvolvido
exclusivamente em comunidades carentes, em São Luís, Imperatriz, Caxias, Bacabal e
Santa Inês, onde nós temos unidades de ensino.
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serviços, tendo ofertas de cursos, tanto cursos pagantes, com uma programação paga
E são cursos, desse portfólio desse programa, exclusivamente cursos
voltados para a geração de renda, que nós entendemos que a oferta de vaga de
emprego não tem para todo mundo, mas ele pode através de um ofício, de um
trabalho, ter como gerar o seu próprio negócio e a partir daquele curso ele ter a sua
própria renda.
Então, nas formaturas nós temos relatos de alunos que antes mesmo de
concluir o curso já começam a ganhar o seu próprio dinheiro, já montam o seu
próprio negócio, muitos nós já encaminhamos para o SEBRAE também por conta do
empreendedorismo, para ter aquela orientação do microempreendedor individual e
isso é bastante gratificante. Nós ficamos assim muito lisonjeados, muito orgulhosos
com o trabalho que é desenvolvido nessas comunidades.
Temos também um programa de deficiência e competência que são cursos
também de qualificação profissional voltados para pessoas com deficiência e ao
término de todos esses cursos, independentemente do programa que o aluno esteja
inserido, nós temos um serviço de encaminhamento ao mercado de trabalho, então 105
trabalho através de empresas que nós temos cadastradas no nosso ramo de atuação e
esse aluno passa a fazer parte do processo daquelas empresas.
Durante esse trabalho onde nós desenvolvemos vários programas e vários
projetos, nós temos alguns gargalos sim, e eu me recordei muito na fala da
professora, logo pela manhã, e um dos gargalos que nós temos é que 70 a 80% dos
nossos alunos são egressos da escola pública e um dos grandes problemas que
enfrentamos em sala de aula são as lacunas que esse aluno traz lá da educação básica
e que a educação profissional ela não pode cruzar os braços, mas ela também não tem
tempo suficiente para preencher essas lacunas, mas como nós entendemos que algo
precisa ser feito e a partir do momento que o aluno está conosco, tudo que ele traz
em sua bagagem é de responsabilidade nossa e de fazer também com que aquele
trabalho possa ter frutos, bons frutos.
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ao concluir o curso, é feito o encaminhamento do aluno pelo SENAC ao mercado de
Então nós temos alguns trabalhos paralelos com as atividades de ensino
em sala de aula que são trabalhados a língua portuguesa e os conhecimentos de
matemática através de oficinas pedagógicas com esses alunos para tentar amenizar
essas lacunas, porque muitos dos insucessos que eles têm lá na entrevista de
emprego, quando eles são encaminhados para o mercado de trabalho, acaba
refletindo quando ele é colocado na entrevista de emprego e ele passa por um
processo de seleção onde ele precisa fazer uma redação, ele acaba não tendo êxito e
muitas vezes ele não consegue desenvolver com coerência e coesão uma redação.
Se ele é encaminhado para um mercado de trabalho, se é na função de
operador de caixa, e ali ele é colocado num teste para fazer uma atividade, qualquer
coisa que abranja as quatro operações ele acaba encontrando dificuldade, então esses
gargalos desses alunos que nós recebemos, nós não cruzamos os braços, tentamos
fazer um trabalho, mas nós entendemos que dentro de uma carga horária de 200, 400
ou 1200 ou 1800 horas que são dos cursos técnicos, não é suficiente para nós
resolvermos todo o problema de anos e anos que ele traz consigo, mas a instituição
Nós fazemos formação continuada com os nossos docentes, temos
programas de desenvolvimento educacional com os nossos docentes, praticamos
constantemente atualizações com as metodologias da educação profissional e isso é
feito a cada semestre e que também temos condições de estarmos em sintonia com
esse jovem e adulto que nós recebemos com esse grande sonho que eles trazem na
bagagem, que é o de fazer um curso de educação profissional e regressar ao mercado
de trabalho ou então, a partir desse curso, ele tem condições de abrir o seu próprio
negócio e de ter a sua própria vida.
Bom, eu finalizo aqui a minha fala, ratificando que o governo do
Maranhão tem total apoio do SENAC do Maranhão. A instituição se coloca
totalmente a disposição desse trabalho para nós fazermos um trabalho brilhante e
com bastante eficiência na área de educação profissional e tecnológica, vamos a
implantar o PROETEC, com o pé direito, se Deus quiser, e nós temos certeza que vai
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vem desenvolvendo belíssimos trabalhos.
ser um trabalho que vai render muitos frutos para o nosso estado para que nós
consigamos elevar os índices de qualidade do nosso estado, já que nos últimos anos
ele não vem tendo uma elevação muito satisfatória e nós temos esse interesse e todas
essas instituições têm esse interesse de colaborar com o Governo do Estado para que
possamos fazer um trabalho excelente na área de educação profissional e tecnológica.
Muitíssimo obrigada!
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OS PALESTRANTES
Maria José Pires Barros Cardozo
Professora do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do
Maranhão (UFMA). Graduada em Serviço Social pela UFMA, Mestra em Educação pela
UFMA e doutora em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará.
Marli Sousa
Graduada em História; Psicopedagoga; Especialista em Cultura Afro-brasileira e
Indígena; Especialista em Metodologia de Ensino para a Educação Profissional. Diretora
de Desenvolvimento Pedagógico da Educação Profissional da Rede Estadual da Bahia, na
Superintendência de Desenvolvimento da Educação Profissional da Secretaria da Educação
do Estado da Bahia.
Marco Antonio Moura da Silva
Graduado em Ciências Econômicas pelo UNICEUMA, especialista em Gestão Estratégica
pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Educação Ambiental pela
Universidade Estadual do Maranhão e mestre em Administração Pública pelo Instituto
Politécnico da Guarda de Portugal. Diretor Regional do SENAI-MA/Superintendente
Regional do IEL-MA.
Almério Melquíades de Araújo
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra
Possui Licenciatura Plena em Técnicas Agropecuárias pela Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública pela Universidade
Federal de Juiz de Fora- MG. Secretário Executivo de Educação Profissional de
Pernambuco e Conselheiro Suplente do Conselho Estadual de Educação de Pernambuco.
Maria Alves de Melo
Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará, Especialista em Formação
do Gestor Escolar pela Faculdade Sete de Setembro e em Psicopedagogia pela Universidade
Estadual do Ceará. Orientadora da Célula de Currículo e Desenvolvimento do Ensino
Técnico da Secretaria de Educação do Ceará.
Katiane Almeida Batista
Graduada em Psicologia, especialista em Educação Profissional e Educação a Distância.
Coordenadora de Desenvolvimento Profissional do Departamento Executivo Nacional do
SEST/SENAT.
Ricardo Luiz Alves Pereira
Mestre em Administração pelas Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo. Gerente do
Sistema de Formação do SEBRAE-MG.
Antônio Luís Batista de Figueiredo
Superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) no Maranhão.
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Graduado em Física pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mestre em
Educação (Supervisão e Currículo) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e
Pesquisador da área de Currículo em Educação Profissional e Tecnológica. Coordenador do
Ensino Técnico do Centro Paula Souza-SP.
Daniela de Fátima Nogueira da Silva
Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão. Especialista em
Psicopedagogia pela Universidade Estadual do Maranhão e especialista em Educação a
Distância pelo SENAC-MA. Gerente da Divisão Técnica da Diretoria de Educação
Profissional do SENAC-MA.
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PROGRAMAÇÃO
SEMINÁRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA:
o IEMA semeando futuros
18 de junho de 2015
Teatro João do Vale, São Luís-MA
Manhã
8:30h
Abertura pelo Governador do Estado do Maranhão, Flávio Dino
9:00h
Apresentação do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia (IEMA) pelo
Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Dep. Bira do Pindaré.
9:30h
Foto oficial com os prefeitos que doaram terrenos para o IEMA
Coordenador da Mesa
Dep. Bira do Pindaré
Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Tarde
14:00h-15:30h
Painel 1 – Experiências de Educação Profissional e Tecnológica
Coordenador da Mesa 1
André Bello
Secretário-Adjunto de Educação Profissional, Tecnológica e Inclusão Social
Antonio Almerico Biondi Lima
Superintendente de Educação Profissional do Estado da Bahia
Marcos Moura
Diretor Regional do SENAI-MA
Almerio Melquiades de Araujo
Coordenador do Ensino Técnico do Centro Paula Souza-SP
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
10:00-11:00h
Conferência “A educação profissional e o ensino médio integrado: pressupostos e
indicativos para uma nova agenda” com a Profª. Drª. Maria José Pires Barros
Cardozo – Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do 110
Maranhão (UFMA).
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra
Secretário Executivo de Educação Profissional de Pernambuco
15:30h-17:00h
Painel 2 – Experiências de Educação Profissional e Tecnológica
Coordenador da Mesa 2
Jhonatan Almada
Secretário-Adjunto de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Maria Alves de Melo
Orientadora da Célula de Currículo e Desenvolvimento do Ensino Técnico do
Ceará
Katiane Almeida Batista
Coordenadora de Desenvolvimento Profissional do SEST/SENAT
Ricardo Luiz Alves Pereira
Gerente do Sistema de Formação do SEBRAE-MG
Antônio Luís Batista de Figueiredo
Superintendente do SENAR-MA
Daniela de Fátima Nogueira da Silva
Gerente da Divisão Técnica da Diretoria de Educação Profissional do SENAC-MA
17:30h
Encerramento
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O IEMA SEMEANDO FUTUROS
17:00h-17:30h
Plenária Final
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