avaliação do impacto sobre a fauna terrestre

Transcrição

avaliação do impacto sobre a fauna terrestre
COM ORIENTAÇÃO TÉCNICA DE MARK WOOD, COORDENADOR DA AIA, DA MARK WOOD CONSULTANTS
AIA REALIZADA PELA GOLDER ASSOCIADOS MOÇAMBIQUE LDA
Outubro 2014
AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL DO
PROJECTO DE DESENVOLVIMENTO NO
ÂMBITO DO APP E PROJECTO DE GPL
AVALIAÇÃO DO IMPACTO
SOBRE A FAUNA TERRESTRE
Relatório de Especializado 10
ELABORADO POR
Autore: AR Deacon
Apresentado à:
Sasol Petroleum Mozambique Limitada & Sasol Petroleum Temane Limitada
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
RESUMO NÃO TÉCNICO
Introdução
A Sasol Petroleum Moçambique (SPM) e a Sasol Petroleum Temane (SPT) encontram-se no processo de
propor a implementação do Projecto de Desenvolvimento no Âmbito do APP e de produção de Gás de
Petróleo Liquefeito (GPL), situado perto de Inhassoro na Província de Inhambane, Moçambique. O projecto
constitui uma expansão do Projecto de Gás Natural da Sasol existente nesta área. As infra-estruturas novas
propostas incluem 19 poços (petróleo e gás), as linhas de fluxo associadas e uma nova Central de
Colectores (8,8 ha), a partir da qual as linhas de fluxo do petróleo serão combinadas num único tubo que vai
para a nova Planta Integrada de Líquidos e de GPL do APP (9,5 ha), construída ao lado da Unidade Central
de Processamento (CPF).
Este Estudo
O presente estudo apresenta os resultados duma avaliação do impacto do projecto na fauna terrestre e faz
parte duma série de estudos realizados para a Avaliação de Impacto Ambiental do projecto.
O estudo toma em conta as leis e regulamentos de Moçambique, as convenções e protocolos regionais e
particularmente os Padrões de Desempenho da Corporação Internacional de Finanças (IFC), especialmente
ou Padrão de Desempenho no 6 para a Conservação da Biodiversidade e Gestão Sustentável dos Recursos
Naturais Vivos, como suporte da avaliação e das recomendações apresentadas no relatório.
Metodologia
O levantamento usou a disponibilidade de habitats nos diferentes tipos de vegetação, com o uso da
presença de espécies como indicador da integridade dos habitats. Foi feito o mapeamento dos habitats
juntamente com os especialistas de vegetação e de terras húmidas (De Castro e Grobler), usando imagens
de satélite com verificação no terreno. Foram avaliados os perfis dos habitats, juntamente com dados da
distribuição por espécie, para facultar informações exactas sobre a probabilidade da ocorrência das
espécies nos biótopos relevantes.
Em relação à presença das espécies, o levantamento foi desenhado para determinar a abundância relativa
e a riqueza das espécies de fauna nas áreas de levantamento propostas, com particular ênfase nas
espécies constantes das Listas Vermelhas da CITES e da União Internacional para a Conservação da
Natureza (UICN). A abordagem do estudo envolveu buscas meticulosas em todos os transectos fixos nos
biótopos representativos para determinar a presença ou ausência de espécies de anfíbios, répteis, aves e
mamíferos. Onde necessário, foram implementados métodos para aumentar as possibilidades de encontrar
espécies, o que incluiu a captura em armadilhas, buscas nocturnas com holofotes e a identificação através
de rastos e excrementos.
O Ambiente de Referência
O estudo considera a ocorrência de fauna em cada um dos biótipos identificados.
Os biótipos da Mistura de Florestas e Bosques potencialmente suportam uma gama mais diversificada de
fauna terrestre (362 e 363 espécies, respectivamente). Nestes biótipos, é provável a ocorrência de 7
espécies de rãs, 51 de répteis, 213 de aves e 92 de mamíferos. Treze destas espécies poderão constar da
Lista Vermelha, incluindo dois abutres, o abutre-real (Torgos tracheliotus) e o abutre-de-cabeça-branca
(Trigonoceps occipitalis), as aves de rapina incluindo a águia-sem-rabo (Terathopius ecaudatus), o
tartaranhão-rabilongo (Circus macrourus), a águia-belicosa (Polemaetus bellicosus), a águia-coroada
(Stephanoaetus coronatus) e o falcão-sombrio (Falco concolor). Também ocorrem muito provavelmente em
pequenos números nos habitats mais densos o rolieiro-europeu (Coracias garrulus), o beija-flor-degarganta-azul (Anthreptes reichenowi) e o secretário (Sagittarius serpentarius), o morcego-focinho-de-folhaestriado (Hipposideros vittatus), e o esquivo leopardo (Panthera pardus).
O tipo de vegetação das Florestas e Bosques de Julbernardia-Brachystegia na área de estudo tem um
habitat disponível para 7 espécies de rãs, 51 de répteis, 215 de aves e 89 de mamíferos. As mesmas treze
espécies da Lista Vermelha que ocorrem no tipo de vegetação do Mosaico Misto de Florestas e Bosques
ocorrem nas Florestas de Julbernardia-Brachystegia, indicando uma estrutura e função semelhantes dos
dois tipos de floresta.
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Os tipos de bosque de ambos os tipos de floresta incluem fragmentos de folhagem densa que uma série de
espécies de animais esquivos precisam como habitat principal. Há 28 espécies que precisam destes
aspectos de habitat denso para a sua sobrevivência, compreendendo 2 espécies de répteis, 18 de aves e 8
de mamíferos.
O conjunto da fauna dos bosques é também constituído pelos animais que frequentam as Florestas
Costeiras e de Dunas, ambos habitats com uma vegetação lenhosa densa e copas fechadas. Embora as
florestas sejam o habitat favorito da quase ameaçada águia-coroada (Stephanoaetus coronatus), ela pode
afastar-se bastante da floresta para caçar. O quase ameaçado beija-flor-de-garganta-azul (Anthreptes
reichenowi) ocorre na cobertura profunda da vegetação e irá afastar-se se o habitat dos bosques for
comprometido.
Espera-se encontrar a segunda maior diversidade de fauna nas Terras Húmidas Costeiras, com 156
espécies. Estas terras húmidas têm um habitat excelente para 29 espécies de rãs, 7 de répteis, 92 de aves
e 28 de mamíferos. Poderão ocorrer aqui cinco espécies da Lista Vermelha. Prováveis espécies de fauna
da Lista Vermelha incluem a tartaruga de carapaça ondulada do Zambeze (Cycloderma frenatum), bem
como as aves de rapina constantes da Lista Vermelha, o tartaranhão-rabilongo (Circus macrourus) e o
falcão-sombrio (Falco concolor). É provável que o quase ameaçado flamingo-pequeno (Phoeniconaias
minor) poderá visitar estas terras húmidas, especialmente as Lagoas Barreiras. O estatuto do hipopótamocomum (Hippopotamus amphibius) na área é incerto, mas existe um bom habitat para hipopótamo.
O Rio Govuro e planície de inundação é a maior terra húmida na área e a maioria das espécies de fauna
a serem encontradas nas outras terras húmidas irão ocorrer aqui. As espécies de fauna incluem 29
espécies de rãs, 7 de répteis, 74 de aves e 33 de mamíferos. Poderão ocorrer quatro espécies da Lista
Vermelha aqui. Espera-se que ocorra o único réptil da Lista Vermelha, a tartaruga de carapaça ondulada do
Zambeze (Cycloderma frenatum). Movimentando-se entre habitats, as aves de rapina da Lista Vermelha, a
tartaranhão-rabilongo (Circus macrourus) e o falcão-sombrio (Falco concolor), também usam todas as
diferentes áreas de terra húmida. O estatuto do hipopótamo-comum (Hippopotamus amphibius) no rio é
incerto.
Embora os Mangais não tenham sido incluídos nos levantamentos intensivos, está claro que este biótopo
está associado com os Rios Costeiros, que os abastecem com água doce. Para além dos lodaçais extensos
com milhares de aves pernaltas de água doce e de água do mar que se alimentam aqui, a água mais
profunda dos Mangais é um habitat favorável para o mamífero marinho constante da Lista Vermelha, o
dugongo (Dugong dugong).
Impactos na Fase de Construção
O estudo considerou o local da Planta de Líquidos do APP, que fica ao lado da CPF e cobre uma área de
9,5 ha), bem como os locais das estradas de acesso, as linhas de fluxo e os poços de petróleo e de gás do
projecto. O local da Planta de Líquidos do APP é ideal para uma expansão da CPF, do ponto de vista do
impacto sobre a fauna, situando-se imediatamente adjacente à planta existente e dentro da área já afectada
pelas actividades na CPF. No local da planta não foram encontradas, ou são esperadas de ocorrer,
espécies de fauna da Lista Vermelha, nem há quaisquer fragmentos de habitats com alta diversidade que
serão perdidos e que tipicamente servem como refúgios para a fauna. Na condição de haver uma gestão
apropriada da poluição relacionada com a construção, e uma prevenção da caça ou perseguição de
qualquer fauna encontrada, considera-se por isso de baixa significância o impacto geral da construção
associada com a planta de Líquidos do APP e do GLP na fauna.
Para as estradas de acesso, as linhas de fluxo e os locais de poços foram consideradas uma série de
impactos relacionados com a construção que potencialmente afectam a fauna terrestre. Estes incluem os
seguintes:
ƒ
Impacto da Perda de Habitat: Uma avaliação no terreno das estradas de acesso, linhas de fluxo e
áreas de poços da Sasol existentes na área de estudo mostrou que os impactos da construção anterior
foram rigorosamente contidos e não vão significativamente para além da pegada das instalações em
causa. Não há evidência de erosão ou poluição causada por qualquer uma das infra-estruturas
existentes e isto dá uma boa indicação do que se pode esperar com respeito ao projecto actual.
ƒ
Oitenta por cento das infra-estruturas novas das linhas de fluxo estará situado ao longo de estradas
existentes. Isto aumenta para 96,5% se forem incluídos outros corredores de perturbação existentes,
como antigas linhas sísmicas. Visto a existência de muito bom acesso por estrada, a necessidade de
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desbravar vegetação será muito reduzida, sendo apenas necessário o desbravamento duma pequena
área adicional ao lado das estradas existentes para as linhas de fluxo. A área total de perturbação do
habitat será na ordem dos 166,7 ha, o que é uma pequena fracção do habitat semelhante disponível
na área de estudo e uma proporção mínima deste habitat em Moçambique, que se estende sobre
muitos milhões de hectares. Assim, é provavelmente baixa a significância do efeito directo geral duma
redução da disponibilidade de habitat na ocorrência e diversidade da fauna.
ƒ
Impacto da Perturbação da Fauna (barulho e poeira): A construção irá envolver uma série de
actividades perturbadoras incluindo trabalhos de terraplenagem, obras civis, perfuração, colocação de
tubos, soldadura e testes. Os impactos relacionados com incómodos incluirão poeira, barulho e
vibrações. Estes impactos podem causar impactos locais nas espécies por um curto período, mas não
é provável que qualquer um destes efeitos resulte em mais que uma diminuição temporário das
populações das espécies mais sensíveis aos incómodos (espécies de pequenos antílopes, aves de
rapina e aves de nidificação) perto dos locais. O impacto é insignificante
ƒ
Impacto da poluição relacionada com a construção: As equipas de construção empregam uma
série de materiais que poderão causar poluição se forem libertados no ambiente natural ou causar a
produção de resíduos, que podem ser resíduos gerais, perigosos, ou problemáticos. Nos locais de
perfuração, os resíduos incluirão todas as três categorias - lixo doméstico geral, óleo/diesel usado,
água de lavagem da plataforma de perfuração e água da chuva contaminada, amparas de perfuração,
lamas de perfuração e aditivos, água de processo, óleo/diesel/fluidos hidráulicos usados,
ácidos/tensioactivos/solventes para limpeza, baterias, pesticidas e tinta. O acabamento dum poço
também envolve a ignição de fluidos do poço numa cova de queima na área de poço. Ao longo das
linhas de fluxo os resíduos incluirão lixo doméstico, possivelmente alguns óleos e lubrificantes usados,
resíduos de soldadura, aparas dos calços dos tubos e resíduos de embalagens (papel, cartão,
madeira). Durante o comissionamento das linhas de fluxo, será produzida água do teste hidráulico,
provavelmente contendo inibidores de corrosão e biocidas, podendo ser ambos tóxicos e causar a
mortalidade de fauna aquática se forem libertados no ambiente natural.
Enquanto muitos destes resíduos são potencialmente perigosos para a fauna se são libertados no
ambiente, todos eles podem ser geridos para reduzir o risco de poluição para baixos níveis de
significância. Nos projectos anteriores da Sasol a construção de poços e linhas de fluxo tem sido
controlada por meio de Planos de Gestão Ambiental, que mostraram ser eficazes na gestão as
actividades dos empreiteiros de construção. O Estudo Especializado no 8, Resíduos, conclui que, sob
condição de se implementar os requisitos dos PGA’s, os riscos de poluição são baixos. Não se
observou nenhuma poluição residual em qualquer parte nas áreas onde a Sasol tem sido activo com a
pesquisa e produção e assim considera-se ser baixa a significância do risco para a fauna decorrente
da poluição causada pela construção.
ƒ
Impacto da Caça e Perseguição: A presença de equipas de construção é uma causa possível da
mortalidade de fauna bravia, principalmente a medida que as equipas não são apropriadamente
geridas e o pessoal da construção ou caça os animais selvagens para comida ou venda, ou persegueos. O último caso aplica-se particularmente aos répteis, que são mortos pelo pessoal no local, a não
ser que se promovam e imponham medidas específicas para prevenir isto através da PGA para a
construção. O actual PGA-c da Sasol proíbe a caça ou perseguição de animais selvagens. Sujeito à
aplicação dos requisitos do PGA e a educação permanente do pessoal durante a vigência do contrato
sobre a conservação da fauna bravia, o potencial impacto sobre a fauna bravia deve ser insignificante.
ƒ
Impacto de Matanças na Estrada e nas Valas Abertas: Em contractos de construção anteriores da
Sasol foram registadas mortes ocasionais de animais selvagens em consequência de colisões com
veículos. Não são contudo comuns e é improvável serem significantes na Área de Estudo, desde que
se apliquem os limites de velocidade. No caso das linhas de fluxo, há também um possível risco para
os pequenos mamíferos, rãs e répteis de serem presos na vala aberta. O actual PGA-c da Sasol não
menciona matanças nas valas e o requisito de preservar a fauna bravia deve ser alargado no sentido
de fazer referência à libertação de animais presas nas valas das linhas de fluxo.
ƒ
Impacto de Queimadas: Há um risco aumentado de queimadas em consequência da presença do
pessoal de construção na área de estudo. A sua probabilidade está principalmente relacionada com a
gestão do fumo. O efeito de queimadas pode ir muito além dos limites do local e na altura errada do
ano pode ter um impacto sério na disponibilidade de habitat para as espécies da fauna bravia,
causando mortes devido à fome. A significância do risco para a fauna bravia causado por queimadas é
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moderada e pode ser reduzido para baixa ou insignificante desde que se educam as equipas
contratadas a este respeito e se colocam uma restrição nas áreas nas quais o fumo é permitido.
ƒ
Impacto sobre as Espécies da Lista Vermelha e nos Habitats Sensíveis: Não foram encontradas
espécies de fauna terrestre da Lista Vermelha nos levantamentos de campo para o projecto. Embora
se espera a ocorrência de fauna constante da Lista Vermelha na Área de Estudo, como descrito no
Capítulo 5, não há locais conhecidos de espécies da Lista Vermelha na Área de Estudo que serão
impactadas pelo projecto e que iriam justificar uma mudança na localização dos poços, linhas de fluxo
ou estradas de acesso. Visto que grande parte da infra-estrutura de estradas proposta já existe, o
impacto adicional das linhas de fluxo e poços adjacentes será relativamente menor e é muito
improvável que a construção irá impactar directamente nas espécies da Lista Vermelha.
ƒ
No que se refere aos habitats sensíveis, a significância do impacto directo das estradas, poços e linhas
de fluxo do APP propostos será baixa, com excepção de algumas áreas localizadas, como
aglomerados de grandes árvores em redor de morros de muchém e fragmentos de floresta densa
remanescentes, que criam microambientes que são habitats ricos em espécies de fauna. A
significância deste impacto sobre a fauna é moderada e pode ser reduzida para baixa se são
implementadas as recomendações feitas no Estudo Especializado no 9, Diversidade Botânica e
Habitats, que implicam pequenas mudanças na localização de alguns dos poços e linhas de fluxo.
Impactos na Fase Operacional
O acesso melhorado incentiva o povoamento. As estradas oferecem um meio vital para a expansão da
agricultura nas áreas que eram anteriormente demasiado remotas para serem trabalhadas. Isto resulta na
perda de habitat e numa redução correspondente das populações de fauna bravia. Além disso, nas áreas
onde novos acessos para o projecto penetram os habitats mais remotos (Figura 6-2), a fauna bravia tornase mais vulnerável à caça, e os animais de caça preferidos pelos caçadores locais ficam reduzidas.
Embora haja bom acesso em grande parte da área de estudo, restam algumas áreas que são relativamente
remotas e onde a fauna bravia tem escapado à sobreexploração. Isto é particularmente o caso da área
isolada a nordeste de Mapanzene, que inclui as comunidades da Floresta Costeira e da Floresta de Dunas,
o maior Rio Costeiro na área de estudo e os Mangais na foz do rio. Segundo o Estudo Especializado no 9,
Biodiversidade Botânica e Habitat, esta área satisfaz os critérios para a sua definição como um Habitat
Crítico nos termos do Padrão de Desempenho no 6 da IFC. A presença de babuínos da espécie de Papio
ursinus (avistados) e do leopardo (reportado) nesta área entre Mangarelane 1 e Mapanzene durante os
estudos de campo é indicativo da sensibilidade da área, visto que estas espécies são apenas encontradas
em lugares que proporcionam uma protecção razoável da acção dos homens.
Espera-se que o novo acesso aos poços I-G6PX-1 e I-G6PX-6 irá melhorar significativamente o acesso ao
Habitat Crítico, causando um risco aumentado de destruição do habitat e de caça e perseguição da fauna. É
altamente provável que as espécies sensíveis, como os babuínos e o leopardo, e muitas outras espécies
que encontram refúgio nesta área isolada, serão perdidas. Considera-se a significância do impacto sobre a
fauna ser alta.
Mitigação Recomendada
Abaixo vêm descritas as recomendações para a mitigação e monitorização dos impactos na fauna terrestre
identificada.
ƒ
Cumprir com os requisitos da CPF existente para minimizar os impactos nos
Impacto de perda
habitats para além da pegada do projecto.
de habitat
Impactos de
perturbação
(barulho e poeira)
ƒ
Cumprir com os requisitos da CPF existente para minimizar os impactos de
barulho e poeira nos habitats.
Impacto da
poluição
relacionada com a
construção
ƒ
Cumprir com os requisitos do PGA-c existente para minimizar a probabilidade e
as consequências de qualquer incidente relacionado com a poluição;
Emendar o PGA-c para incluir um requisito adicional de realizar testes de
rastreio de bioensaio como base para a libertação da água do teste hidráulico
no ambiente. O actual PGA-c apenas faz uma afirmação geral em relação à
gestão da poluição causada pela água dos testes hidráulicos. Nos testes de
ƒ
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rastreio realizados para a construção do Gasoduto Moçambique - Secunda da
Sasol, com peixe (Poecilia reticulata) e a pulga de água (Daphnia pulex)
constatou-se que a água não podia ser libertada directamente no ambiente
natural e que era necessária a sua contenção, seguida de evaporação ou
diluição, para garantir que não houvesse letalidade de organismos aquáticos
(Conselho Sul-africano de Pesquisas Científicas e Industriais - CSIR, 2003).
Além disso, porque as águas afectadas por biocidas e inibidores de corrosão
são consideradas ‘águas residuais industriais complexas’, das quais a análise
química padrão da qualidade do efluente descreve a toxicidade
inadequadamente, os bioensaios constituem a metodologia de ensaio
apropriada.
Cumprir com os requisitos do PGA-c existente para minimizar o risco de caça e
perseguição dos animais selvagens
Impacto da caça e
perseguição
ƒ
Impacto de
matanças na
estrada e nas valas
abertas
ƒ
ƒ
Cumprir com os requisitos do PGA-c existente.
Incluir requisitos de inspecções diárias para libertar animais que poderão ter
caído na vala durante a noite.
Impacto (directo)
na Fauna da Lista
Vermelha e nos
Habitats Sensíveis
ƒ
Impacto de
Incómodos e
Perseguição
ƒ
Impacto (indirecto)
do Acesso
Melhorado
ƒ
Deslocar os poços e linhas de fluxo que estão situadas em microambientes que
se encontram em habitats ricos em espécies de fauna, nomeadamente TG8PX-2 (50 m), T-G8-PX5 (500 m), T-G8PX-3 (90 m), e I-G6PX-5 (60 m).
Emendar o PGA-c existente para gerir os impactos em caso de se encontrar por
acaso espécies da Lista Vermelha.
A Sasol encontra-se no processo de preparação de cursos de formação,
cobrindo todas as questões ambientais relacionadas com a operação da CPF.
Estes cursos de formação irão incluir material didáctico sobre a conservação da
fauna bravia para sensibilizar os trabalhadores e empreiteiros da Sasol.
Deslocar os poços e linhas de fluxo que estão situadas no habitat crítico do
principal rio costeiro na área de estudo, nomeadamente I-G6PX-1 (deslocar 750
m para o oeste) e I-G6PX-6 (deslocar 690 m para o oeste na área de poço
existente I-6). A Figura 6-2 mostra a localização da área definida como de
habitat crítico e a deslocação dos poços G6PX-1 e I-G6PX-6.
Consultar o Governo para determinar como todas as partes poderão cooperar
no sentido de incentivar o uso sustentável do habitat crítico no futuro.
ƒ
ƒ
Monitorização dos
Impactos
ƒ
ƒ
Cumprir com os requisitos dos PGA-c e PGA-d existentes
Alargar a monitorização de base do habitat definido como crítico para incluir
trabalho de campo sazonal mais abrangente, que pode ser usado como base
do planeamento futuro detalhado do uso sustentável da área. A Sasol deve
assumir responsabilidade por esta monitorização inicial. Depois disso qualquer
monitorização subsequente poderá ser determinada através de discussões
entre as partes pertinentes. A monitorização deve incluir as Florestas Costeiras
e de Dunas, o Rio Costeiro e os Mangais.
Os autores reconhecem que podem existir vários factores que podem influenciar a viabilidade de mudança
dos poços e das linhas de fluxo. Os factores que se encontram fora do âmbito do presente estudo não
foram tomados em consideração, e as recomendações são puramente baseadas na conveniência da
mudança de um ponto de vista de fauna terrestre. Antes de se finalizarem os posicionamentos dos poços e
das linhas de fluxo talvez tenham que ser tomados em consideração outros factores, os quais devem ser
avaliados na AIA.
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Conclusões
A significância dos impactos na fauna terrestre na fase de construção será baixa a insignificante, sujeito à
implementação dos requisitos dos PGA-c e PGA-d existentes, versão alterada. Os impactos na fase de
construção ao longo dos poços e linhas de fluxo consistem principalmente no desbravamento das áreas,
perturbação, riscos de poluição menores e as actividades das pessoas na área imediata da construção. O
período de construção é relativamente curto e as áreas são pequenas e controladas. Grande parte das
estradas de acesso, necessárias para apoiar a construção das linhas de fluxo, já existe. Os impactos podem
ser mitigados com sucesso pela implementação dos PGA’s existentes com pequenas alterações,
particularmente se houver ligeiros ajustamentos de alguns dos locais dos poços para evitar microambientes
de alta biodiversidade.
Durante a fase operacional, os impactos relacionados com perturbações serão menores. A principal
preocupação será a acessibilidade aumentada facultada pelas novas estradas de acesso numa área de
habitat crítico perto da costa, consistindo nas Florestas Costeiras e de Dunas, um Rio Costeiro e um grande
Mangal. O acesso melhorado a áreas anteriormente remotas tem mostrado ter efeitos graves no habitat, o
que, juntamente com uma pressão crescente dos caçadores devido à acessibilidade melhorada, pode ter
um efeito grave nas populações de fauna. Enquanto grande parte da Área de Estudo tem bom acesso
existente, a área de habitat crítico está relativamente isolada e o acesso a dois dos novos poços irá
aumentar significativamente o risco de impactos secundários nesta área. A significância do impacto não
mitigado é considerado alto, mas sujeito à deslocação dos poços e outras acções necessárias para garantir
que o habitat é protegido, a significância pode ser reduzida a baixa.
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LISTA DE ACRÓNIMOS
AIA
Avaliação de Impacto Ambiental
AID
Área de Influência Directa
AII
Área de Influência Indirecta
APP
Acordo de Partilha de Produção
CITES
Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora
Selvagens Ameaçadas de Extinção
cm
centímetro
CMH
Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos
CPF
Central Processing Facility (Unidade Central de Processamento)
CPP
Contrato de Produção de Petróleo
E
Este
EDM
Electricidade de Moçambique
EN
Endangered (Em perigo)
EN-1
Estrada Nacional No 1
ENH
Empresa Nacional de Hidrocarbonetos
GLP
Gás Liquefeito de Petróleo
GPS
Sistema de Posicionamento Global
h
hora
IFC
Internacional Finance Corporation (Corporação Internacional de Finanças)
km
quilómetro
KNP
Parque Nacional Kruger
m
metro
MMscfd
Million standard cubic feet per dia (milhões de pés cúbicos padrão por dia)
MSP
Mozambique-Secunda Pipeline (Gasoduto Moçambique – Secunda)
NT
Near-threatened (Quase ameaçada)
OAL
Oficial Ambiental no Local
pm
post meridium (indicando o período de tempo do meio-dia a meia-noite)
PS
Pontos de significância
RDC
República Democrática do Congo
RR
Reporting Rate (Frequência de Notificação)
S
Sul
SPM
Sasol Petroleum Moçambique
SPT
Sasol Petroleum Temane
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UICN
União Internacional para a Conservação da Natureza
VU
Vulnerável
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FAUNA TERRESTRE
DEFINIÇÕES
Arenosols Háplicos
Solos arenosos castanho-acinzentados associados com as dunas
marítimas das áreas costeiras
Diurnal
Activo durante as horas do sol
Estivado
Enterrado e dormente
Eulitoral
Marginal
Índices de Integridade de
Habitat
Os níveis de aptidão do habitat para as espécies
Miombo
Savana de de folhas largas
Montano
De montanhas
Morro de muchém
Habitação das térmitas
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FAUNA TERRESTRE
ÍNDICE
Introdução .................................................................................................................................................................. 1 Este Estudo ................................................................................................................................................................ 1 Metodologia................................................................................................................................................................ 1 O Ambiente de Referência ......................................................................................................................................... 1 Impactos na Fase de Construção .............................................................................................................................. 2 Impactos na Fase Operacional .................................................................................................................................. 4 Mitigação Recomendada............................................................................................................................................ 4 Conclusões ................................................................................................................................................................ 6 1.0 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 1 1.1 Visão Geral do Projecto ................................................................................................................................ 1 1.2 Âmbito do Estudo Especializado .................................................................................................................. 3 1.3 Dados do(s) autor(es) ................................................................................................................................... 3 2.0 DESCRIÇÃO DO PROJECTO................................................................................................................................... 4 2.1 Os Poços ...................................................................................................................................................... 4 2.2 As Linhas de fluxo ........................................................................................................................................ 4 2.3 O 5o trem de gás (Projecto de gás do APP) ................................................................................................. 4 2.4 A Planta de Líquidos e GLP do APP ......................................................................................................... 4 2.5 Planta Independente de GPL ....................................................................................................................... 5 3.0 QUADRO LEGAL E ORIENTAÇÕES ....................................................................................................................... 6 3.1 Legislação moçambicana ............................................................................................................................. 6 3.2 Convenções .................................................................................................................................................. 6 3.3 Padrões de Desempenho da IFC ................................................................................................................. 7 3.4 Compromissos existentes da Sasol .............................................................................................................. 7 4.0 METODOLOGIA DO ESTUDO .................................................................................................................................. 8 4.1 Visão geral .................................................................................................................................................... 8 4.2 Levantamento da informação existente ........................................................................................................ 8 4.3 Locais de levantamento ................................................................................................................................ 8 4.4 Abordagem do levantamento de campo e relatórios .................................................................................. 15 4.5 Métodos do levantamento da fauna............................................................................................................ 15 4.5.1 Abundância e densidade relativas ........................................................................................................ 15 4.5.2 Metodologia detalhada .......................................................................................................................... 16 4.6 Critérios de Classificação da Avaliação dos Impactos................................................................................ 19 5.0 O AMBIENTE DE REFERÊNCIA ............................................................................................................................ 22 5.1 Habitats ...................................................................................................................................................... 22 5.1.1 Mistura de Florestas e Bosques ............................................................................................................ 22 5.1.2 Mosaico de Florestas e Bosques de Julbernardia-Brachystegia ........................................................... 23 5.1.3 Florestas Costeiras e de Dunas ............................................................................................................ 25 5.1.4 Terras Húmidas .................................................................................................................................... 25 Outubro 2014
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FAUNA TERRESTRE
5.1.5 Rio Govuro (incluindo a planície de inundação) .................................................................................... 25 5.1.6 Rios Costeiros (perenes a sazonais) .................................................................................................... 26 5.1.7 Linhas de Drenagem Efémeras (incluindo as terras húmidas).............................................................. 27 5.1.8 Mangais ................................................................................................................................................ 27 5.1.9 Lagoas Barreiras ................................................................................................................................... 29 5.1.10 Áreas cultivadas .................................................................................................................................... 30 5.2 Viabilidade dos habitats .............................................................................................................................. 30 5.3 Conjuntos de fauna e potencial habitat....................................................................................................... 31 5.3.1 Rãs........................................................................................................................................................ 31 5.3.2 Répteis .................................................................................................................................................. 33 5.3.3 Aves ...................................................................................................................................................... 36 5.3.4 Mamíferos ............................................................................................................................................. 42 5.3.5 Sumário de toda a fauna ....................................................................................................................... 45 5.3.6 Discussão ............................................................................................................................................. 46 5.3.7 Impacto Humano na ecologia local ....................................................................................................... 49 5.3.8 Áreas com menor impacto - “Habitats não transformados” ................................................................... 52 6.0 IMPACTOS DO PROJECTO ................................................................................................................................... 55 6.1 Impactos na Fase de Construção ............................................................................................................... 55 6.1.1 Impacto dos poços e linhas de fluxo ..................................................................................................... 55 6.1.2 A Planta dos Líquidos e GPL do APP e o 5º Trem de Gás ................................................................... 59 6.2 Impactos na Fase Operacional ................................................................................................................... 60 6.2.1 Impacto dos Poços e Linhas de Fluxo .................................................................................................. 60 6.2.2 Impactos da Planta dos Líquidos e GPL do APP e do 5º Trem de Gás ................................................ 63 7.0 MITIGAÇÃO E MONITORIZAÇÃO RECOMENDADAS .......................................................................................... 65 8.0 CLASSIFICAÇÃO DA SIGNIFICÂNCIA DOS IMPACTOS ..................................................................................... 67 9.0 CONCLUSÕES ........................................................................................................................................................ 69 10.0 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................................................... 70 TABELAS
Tabela 3-1: Leis Protegendo a Biodiversidade e Áreas de Conservação .................................................................................. 6 Tabela 3-2: Convenções sobre habitats e diversidade biológica ............................................................................................... 6 Tablela 4-1: Transectos do levantamento usados para os estudos de fauna (Fevereiro de 2014) .......................................... 13 Tabela 4-2: Sistema de pontuação para a avaliação de impactos ........................................................................................... 20 Tabela 4-3: Classificação da significância dos impactos ......................................................................................................... 20 Tabela 4-4: Tipos de impactos ................................................................................................................................................. 21 Tabela 5-1: Componentes importantes dos habitats da fauna dos tipos de vegetação de Mistura de Florestas e
Bosques .................................................................................................................................................................. 23 Tabela 5-2: Componentes importantes dos habitats da fauna do tipo de vegetação de Florestas e Bosques de
Julbernardia-Brachystegia ....................................................................................................................................... 24 Tabela 5-3: Componentes importantes dos habitats da fauna das Florestas Costeiras e de Dunas ....................................... 25 Tabela 5-4: Componentes importantes dos habitats da fauna do sistema do Rio Govuro ....................................................... 26 Tabela 5-5: Componentes importantes dos habitats da fauna do sistema de Rios Costeiros.................................................. 27 Tabela 5-6: Componentes importantes dos habitats da fauna do sistema de Mangais ........................................................... 28 Outubro 2014
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FAUNA TERRESTRE
Tabela 5-7: Componentes importantes dos habitats da fauna nas Lagoas Barreiras .............................................................. 30 Tabela 5-8: Rãs encontradas (12 espécies) nos habitats naturais disponíveis da Área de Estudo durante o
levantamento de 2014 (ver Anexo A para os detalhes). (Células sombreadas = habitat preferido;
número na célula = número de exemplares detectados durante os diferentes levantamentos). ............................. 32 Tabela 5-9: Espécies de répteis encontradas ou comunicadas (23 espécies) nos habitats naturais disponíveis da
Área de Estudo durante o levantamento de 2014 (ver Anexo B para os detalhes). (Células sombreadas
= habitat preferido; número na célula = número de exemplares detectados durante os diferentes
levantamentos. ........................................................................................................................................................ 34 Tabela 5-10: Disponibilidade de habitat para espécies de répteis de preocupação na área de estudo, indicando o
requisito de habitat, e os tipos de vegetação com habitat apropriado. .................................................................... 35 Tabela 5-11: Espécies de aves registadas na área de estudo no levantamento de verão (Fevereiro de 2014) (a
vermelho = Espécies Especiais) ............................................................................................................................. 37 Tabela 5-12: Disponibilidade de habitat para as espécies de aves de preocupação na área de estudo, indicando
os requisitos de habitat, e os tipos de vegetação com o habitat apropriado. .......................................................... 39 Tabela 5-13: Disponibilidade de habitat para a espécies de mamíferos de preocupação, indicando os requisitos
de habitat, e os tipos de vegetação associada com habitats comparáveis. ............................................................ 44 Tabela 5-14: Sumário dos grupos de fauna por habitat. .......................................................................................................... 45 Tabela 5-15: Fauna que precisa dum habitat de bosque para a sua sobrevivência (espécies da Lista Vermelha a
vermelho) ................................................................................................................................................................ 47 Tabela 6-4: Proximidade dos Poços e Linhas de Fluxo propostas dos Habitats Sensíveis ..................................................... 59 Tabela 6-5: Fauna selvagem vulnerável à caça ....................................................................................................................... 61 Tabela 6-6: Acções relacionadas com o homem incentivadas pelo acesso e que podem impactar nas populações
de fauna .................................................................................................................................................................. 62 Tabela 8-1: Matriz da avaliação dos impactos ambientais das estradas de acesso, linhas de fluxo e áreas de
poço – fase de construção ...................................................................................................................................... 67 Tabela 8-2: Matriz da avaliação dos impactos ambientais da planta de Líquidos e do GLP do APP e o 5º Trem de
Gás – fase de construção ....................................................................................................................................... 67 Tabela 8-3: Matriz da avaliação dos impactos ambientais das estradas de acesso, linhas de fluxo e áreas de
poço – fase operacional .......................................................................................................................................... 68 Tabela 8-4: Matriz da avaliação dos impactos ambientais da planta de Líquidos e do GLP do APP e o 5º Trem de
Gás – fase operacional ........................................................................................................................................... 68 FIGURAS
Figura 1-1: Elementos da Proposta do Desenvolvimento do APP e do Projecto de GLP .......................................................... 2 Figure 4-1: Locais de levantamento da fauna no tipo de vegetação de Mistura de Florestas e Bosques ................................ 10 Figura 4-2: Locais de levantamento da fauna no tipo de vegetação de Floresta de Julbernardia-Brachystegia, do
Rio Govuro e planície de inundação associada (Transectos 14-17), e das Lagoas Barreiras
(Transectos 18-19). ................................................................................................................................................. 11 Figura 4-3: Locais de levantamento da fauna nos Rios Costeiros e Mangais. ......................................................................... 12 Figura 4-4: Uma armadilha para borboletas. ............................................................................................................................ 19 Figura 5-1: Mangais e áreas marinhas pouco fundas com leitos de ervas marinhas na foz dum rio costeiro a
jusante de I-G6PX-1. ............................................................................................................................................... 28 Figura 5-2: Floresta de Julbernardia-Brachystegia – floresta aberta com fragmentos de bosques mais densos..................... 46 Figura 5-3: Floresta Mista com o bosque mais denso sobre morros de muchém. ................................................................... 46 Figura 5-4: A área de mangal principal e os Rios Costeiros em terra. ..................................................................................... 49 Figura 5-5: O desbravamento da Floresta de Julbernardia-Brachystegia para o estabelecimento de campos
agrícolas. ................................................................................................................................................................. 50 Figura 5-6: O desbravamento da Mistura de Florestas e Bosques para o estabelecimento de campos agrícolas .................. 50 Outubro 2014
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iii
FAUNA TERRESTRE
Figura 5-7: Áreas com densidade populacional mais baixa que não são extensivamente usadas, demarcadas em
quatro zonas de “Habitats Não Transformados”...................................................................................................... 54 Figura 6-1: Linhas de Fluxo onde serão necessárias novas estradas de acesso .................................................................... 55 Figura 6-2: Habitat crítico suportando o Rio Costeiro Mapanzene ........................................................................................... 63 FOTOGRAFIAS
Fotografia 4-1: A cerca de deriva da armadilha. ...................................................................................................................... 18 Fotografia 4-2: Os baldes que funcionam como armadilhas .................................................................................................... 18 Fotografia 4-3: As armadilhas cheias de animais capturados. ................................................................................................. 18 Fotografia 4-4: Uma armadilha do tipo Sherman para roedores colocada para uma noite de captura. ................................... 19 Fotografia 5-1: Floresta Mista - floresta aberta com fragmentos de gramíneas. ...................................................................... 22 Fotografia 5-2: Bosque na Floresta Mista - cobertura densa de arbustos baixos, com árvores maiores a
sobressair num morro de muchém antigo. .............................................................................................................. 22 Fotografia 5-3: Floresta-floresta aberta de Julbernardia-Brachystegia com fragmentos de gramíneas. .................................. 24 Fotografia 5-4: Bolsas de bosque de floresta fechada baixa com árvores e arbustos mais altos. ........................................... 24 Fotografia 5-5: Um bosqu de dunas ......................................................................................................................................... 25 Fotografia 5-6: Florestas Costeiras e de Dunas - florestas densas com copas fechadas. ....................................................... 25 Fotografia 5-7: O canal principal no Rio Govuro durante altos fluxos no verão. ...................................................................... 26 Fotografia 5-8: Os braços mortos do rio, inundando a vegetação marginal na planície de inundação. ................................... 26 Fotografia 5-9: Um rio costeiro - pequenas áreas de água superficial aberta formam um habitat de água
estagnada. .............................................................................................................................................................. 27 Fotografia 5-10: Um rio costeiro, coberto por vegetação emergente e inundada..................................................................... 27 Fotografia 5-11: Mangais a jusante de I-G6PX-1. .................................................................................................................... 29 Fotografia 5-12: Mangais perto da costa. ................................................................................................................................. 29 Fotografia 5-13: A maior das duas lagoas barreiras perto de T-19A........................................................................................ 30 Fotografia 5-14: Vegetação marginal ao longo das margens da lagoa barreira. ...................................................................... 30 Fotografia 5-15: Gaivão-papa-lagartos (Kaupifalco monogrammicus) ..................................................................................... 38 Fotografia 5-16: Abelharuco-dourado (Merops pusillus) .......................................................................................................... 38 Fotografia 5-17: Musaranho-almiscarado-vermelho (Crocidura hirta) ...................................................................................... 43 Fotografia 5-18: Macaco-cão-cinzento (Papio ursinus) ............................................................................................................ 43 Fotografia 5-19: Um caçador com a sua arma regressando a casa com uma águia-dominó e uma galinha-domato-de-crista. ........................................................................................................................................................ 52 Fotografia 5-20: Uma armadilha de tronco para animais de menor porte como o cabrito-cinzento, ratos das canas
e aves de caça. ....................................................................................................................................................... 52 Fotografia 5-21: Um outro caçador com uma arma volta para casa com cinco antílopes africanos na sua bicicleta. .............. 52 Fotografia 5-22: Madeira apanhada na floresta de Miombo para venda. ................................................................................. 52 Fotografia 6-1: Pitão morto por trabalhadores da construção ao longo do Gasoduto Moçambique - Secunda ....................... 58 Fotografia 6-2: Caçador com dois cabritos-vermelhos ............................................................................................................. 58 Fotografia 6-3: Guardas na área de poço T-9 .......................................................................................................................... 60 Fotografia 6-4: Reabilitação ao longo duma linha de fluxo enterrado dum poço de Temane para a CPF ............................... 60 Outubro 2014
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FAUNA TERRESTRE
ANEXOS
ANEXO A Rãs ANEXO B Répteis ANEXO C Aves ANEXO D Mamíferos ANEXO E Animais da Lista Vermelha ANEXO F Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia (Decreto no 12/2002, de 6 de Junho de 2002) ANEXO F Curricula Vitae ANEXO G Limitações do Documento Outubro 2014
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FAUNA TERRESTRE
1.0
1.1
INTRODUÇÃO
Visão Geral do Projecto
A Sasol Petroleum Moçambique (SPM) tem um Acordo de Partilha de Produção (APP) com o Governo de
Moçambique e a ENH (Empresa Nacional de Hidrocarbonetos). Por sua vez, foi assinado um Contrato de
Produção de Petróleo (CPP) entre a Sasol Petroleum Temane (SPT) e as suas parceiras (a Companhia
Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) e a IFC) e o Governo de Moçambique, englobando os campos
actualmente em produção nas áreas de Temane e Pande.
As licenças para o CPP e o APP sobrepõem-se em grande medida, tanto na área de Pande como de
Temane. A licença para o CPP aplica-se às formações específicas contendo hidrocarbonetos nestas áreas.
A licença para o APP abrange todas as outras formações nas áreas geográficas de Temane e Pande que
estão actualmente a ser consideradas para fins de desenvolvimento, e também inclui outros campos e
possíveis depósitos petrolíferos onde foram perfurados poços de exploração e de avaliação, mas que ainda
não foram declarados como sendo comercialmente viáveis.
A planta de processamento de gás da Sasol, designada por Unidade Central de Processamento (Central
Processing Facility - CPF), está situada a 40 km a noroeste de Vilanculos. Presentemente, toda a produção
da Sasol é exportada a partir da CPF, tanto na forma de gás canalizado por gasoduto, em grande parte
destinado à África do Sul, como na forma de condensado que é transportado em camiões-tanques para
Beira para posterior embarque. Uma proporção crescente do gás é usada em Moçambique, tanto para fins
industriais como para a produção de energia eléctrica. Na Província de Inhambane, o gás é fornecido à
central eléctrica alimentada a gás da EDM, que produz a electricidade que abastece Inhassoro, Vilanculos e
áreas circundantes.
Desde que o projecto foi inicialmente estabelecido em 2002, a Sasol expandiu a CPF e introduziu poços de
produção de gás adicionais nos campos de gás de Temane e Pande. No momento actual a CPF
compreende quatro trens de processamento de gás, que recebem o gás fornecido por vinte e quatro poços
terrestres de produção, doze dos quais se situam no campo de Temane e doze no campo de Pande.
O Projecto de Desenvolvimento no Âmbito do APP e Projecto de Produção de GPL (a seguir referido como
‘o projecto’) envolve a expansão da CPF com vista a processar gás, condensado e petróleo leve adicionais
da área definida no Acordo de Partilha de Produção (APP) com o Governo de Moçambique. O projecto irá
aumentar, de forma significativa, a capacidade da Sasol de processar gás e líquidos, e pode incluir uma
instalação para produzir Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), que pode vir a substituir grande parte das 15.000
a 20.000 toneladas por ano que presentemente são importadas a um custo significativo para Moçambique.
O projecto consiste em dois componentes principais:
ƒ
Fase 1 do Projecto de Produção de Gás no âmbito do APP (o ‘projecto do gás’), que envolve seis
poços de produção no Campo de Temane e um trem de gás adicional (5o) na CPF, concebido para
processar o gás e condensado adicional dos poços e situado dentro dos limites da planta existente;
ƒ
Fase 1 do Projecto de Produção de Líquidos no âmbito do APP (o ‘projecto de líquidos’), que envolve
doze poços de produção de petróleo e um poço de recolha de dados no campo de Inhassoro, e uma
nova Planta de Processamento de Líquidos e uma Planta de Produção de Gás de Petróleo Liquefeito
(GPL), situada adjacente ao lado nordeste da CPF. Prevê-se que a planta vai produzir 15.000 barris de
crude por dia (stbopd1) e 20.000 toneladas de GPL por ano. Como alternativa, a planta de GPL pode
ser estabelecida como uma planta independente dentro do recinto da CPF, juntamente com o Projecto
de Gás do APP.
Todos os poços de gás e de petróleo serão ligados à CPF através de condutas enterradas, designadas por
‘linhas de fluxo’, semelhantes em termos de desenho às que fornecem actualmente a planta com gás. As
novas linhas de fluxo devem tanto quanto possível seguir as linhas de acesso existentes, e na secção que
atravessa o Rio Govuro serão conectadas às condutas já existentes que se encontram colocadas no leito do
1
Um barril ‘stock tank’ significa o volume ocupado pelo petróleo de venda (i.e., depois da sua estabilização para satisfazer a
especificação de venda) e medido em barris nas condições padrão de 1,01325 bar (14,7 psia) e 15,56°C (60°F).
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FAUNA TERRESTRE
canal do rio desde a altura do projecto de construção de 2002, a fim de evitar qualquer perturbação causada
por travessias adicionais.
A Figura 1-1 mostra todos os elementos da proposta do Projecto do APP, incluindo os novos poços de gás
e de petróleo, as linhas de fluxo e as instalações de produção.
Figura 1-1: Elementos da Proposta do Desenvolvimento do APP e do Projecto de GLP
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FAUNA TERRESTRE
1.2
Âmbito do Estudo Especializado
O Estudo de Base da Fauna Terrestre tinha três objectivos principais:
ƒ
Determinar a integridade ecológica dos habitats e fauna associada da área de estudo (inclui aves,
mamíferos, insectos, répteis e anfíbios) através de estudos de gabinete e pesquisas de campo;
ƒ
ƒ
Estabelecer uma base de referência a partir da qual se pode medir os impactos futuros do projecto;
ƒ
Determinar os potenciais impactos do projecto durante as fases de construção e operação e para
avaliar a eficácia de qualquer mitigação proposta.
Identificar as espécies ameaçadas dentro da área de estudo ou a probabilidade de ocorrência de
espécies ameaçadas.
O âmbito do estudo é definido pelas seguintes actividades:
ƒ
Caracterizar a flora e fauna terrestres (abrangendo aves, mamíferos, insectos, répteis, e anfíbios) por
estudos de gabinete e pesquisas de campo. As pesquisas de campo devem ser empreendidas na
forma de observações directas, contagens ao longo dum transecto, capturas em armadilhas sem
crueldade (animais) ou a dedução da presença na base de vestígios (animais).
ƒ
Seleccionar os métodos de avaliação mais apropriados para a espécie em causa. Caracterizar
quaisquer tendências que actualmente ocorrem e que afectam o ambiente (p. ex. pastagem, caça).
Avaliar a presença de quaisquer espécies raras, em perigo ou protegidas (estatuto protegido dado pela
UICN, CITES ou por Moçambique a nível nacional).
ƒ
Usar, sempre que possível, evidência fotográfica com coordenadas GPS para registar espécies ou
habitats de interesse.
ƒ
ƒ
ƒ
Caracterizar a biodiversidade terrestre importante para a área de desenvolvimento.
1.3
Repetir os levantamentos ecológicos em duas estações.
Avaliar os prováveis impactos da construção e operação do projecto na fauna terrestre, tomando em
consideração a natureza das actividades e a sensibilidade do ambiente afectado.
Dados do(s) autor(es)
O Dr. Andrew Deacon (PhD Zoologia) tem estado envolvido em trabalhos ecológicos nos últimos 25 anos,
e tem uma boa formação em Ecologia Terrestre e de Água Doce. Depois duma profissão inicial de professor
no ensino secundário (biologia) e a nível universitário (zoologia), ele tornou-se Gestor nos Serviços
Científicos dos Parques Nacionais da África do Sul e especializou-se em aspectos de pesquisa relacionados
com os Sistemas Aquáticos e Biodiversidade (entre 1989 e 2011). Ele coordenou as pesquisas no Parque
Nacional Kruger (KNP) como parte do Programa de Pesquisa Multidisciplinar dos Rios do KNP. Como
gestor de programas da Unidade de Savanas ele coordenou os programas de monitorização e pesquisa dos
ecossistemas aquáticos e da ecologia dos pequenos vertebrados (pequenos mamíferos, aves, répteis e rãs)
nos 15 Parques Nacionais da África do Sul (incluindo o Parque Nacional de Elefantes Addo, o Parque
Nacional Kalahari e o Parque Nacional Kruger).
O Dr. Deacon ficou envolvido em programas nacionais incluindo o Programa de Saúde Ribeirinha, as
comissões consultivas da Comissão de Pesquisas Aquáticas e os estudos dos requisitos ambientais do
Departamento das Águas, todos da RSA. Ele também fundamentou e candidatou a área de Pafuri com êxito
para se tornar o Sítio Ramsar Makuleke no norte do Parque Kruger. Recentemente, ele concluiu um curso
sobre a delimitação de terras húmidas.
Desde 2012 ele tem estado a trabalhar como consultor especialista para estudos ecológicos e concluiu uma
série de projectos relacionados com os levantamentos e a monitorização dos ecossistemas aquáticos,
necessidades da água ambiental, levantamentos da fauna terrestre, e projectos de biodiversidade. Para
além de projectos na África do Sul, ele trabalhou em tarefas na República Democrática do Congo, Zâmbia,
Moçambique, Zimbabwe, Namíbia e Suazilândia.
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FAUNA TERRESTRE
2.0
2.1
DESCRIÇÃO DO PROJECTO
Os Poços
A Figura 1-1 apresenta a localização dos poços de gás e de petróleo propostos, que serão semelhantes aos
poços já existentes de Temane e Pande, com uma infra-estrutura superficial consistindo numa cabeça de
poço (ou ‘árvore de natal’) centrada numa área vedada e desmatada de aproximadamente 100 m x 100 m.
Não haverá qualquer libertação de fluidos ou gás para a atmosfera (ventilação) nas cabeças de poço
durante as operações normais – todos os fluidos extraídos serão transferidos por linhas de fluxo para a CPF
para processamento.
As posições dos poços propostos foram determinadas na base de estudos de engenharia preliminares e
poderão sofrer de algumas mudanças durante as pesquisas do desenho detalhado. Os locais de três dos
poços de produção a serem situados no campo de Inhassoro ainda não foram determinados e estes não
são indicados na Figura.
2.2
As Linhas de fluxo
Os fluidos dos poços serão transportados para a nova Central de Colectores de Inhassoro (Projecto de
Líquidos do APP) ou a CPF (Projecto de Gás do APP) por novas linhas de fluxo, enterradas a
aproximadamente 1 m abaixo da superfície, e seguindo na sua maior parte as linhas de corte, estradas e
outras linhas de fluxo existentes (Figura 1-1). Será construída uma estrada de acesso de terra batida,
transitável durante todo o ano, para permitir o acesso para manutenção ao longo das linhas de fluxo nos
poucos lugares onde ainda não há acesso por estrada. A Figura 1-1 mostra onde as linhas irão atravessar o
Rio Govuro, ligando-se às secções de tubos de reserva existentes que foram colocados no leito do Rio
Govuro em 2002, para evitar repetidas obras de construção na travessia do canal do rio. Para o projecto de
gás, um poço (T-19A) fica a leste do Rio Govuro e irá usar uma linha de fluxo de reserva na travessia do rio.
Para o projecto de líquidos, todos os poços de petróleo ficam a leste do Rio Govuro. As suas linhas de fluxo
serão juntadas na Central de Colectores de Inhassoro, de onde um único tubo irá transportar os fluidos,
ligando-se a um outro tubo de reserva que atravessa o Rio Govuro, continuando depois para a nova planta
adjacente à CPF.
2.3
O 5o trem de gás (Projecto de gás do APP)
As instalações de separação de gás e líquidos e de quatro trens de processamento de gás existentes na
CPF serão suplementadas por equipamento adicional em paralelo e ligado ao mesmo sistema de
colectores. O novo equipamento estará situado dentro dos limites da vedação existente da CPF. Serão
acrescentados um novo separador de produção e um novo separador de líquidos, idênticos às unidades
existentes. Será acrescentado um novo trem de processamento de gás, com a mesma capacidade que os
trens existentes (150 MMscfd) e será fornecido equipamento muito semelhante.
Todo o condensado estabilizado será transportado para os tanques de armazenamento na CPF. Não
haverá tanques adicionais. O condensado será exportado em camiões-tanques.
A compressão de BP e de AP da CPF será expandida com o acréscimo de uma nova unidade de ambas. As
unidades de compressão e acessórios serão idênticas às unidades existentes.
O maior volume de água produzida na CPF como resultado do desenvolvimento de Gás do APP será
tratado e despejado pelos sistemas existentes na CPF. Outros sistemas de abastecimento, como água, ar e
azoto, serão reforçados para não constranger a nova planta de gás pelo abastecimento destes serviços.
Não são necessários novos sistemas de produção de energia para suportar a planta de Gás do APP. Não
serão acrescentados novos sistemas de combustão.
2.4
A Planta de Líquidos e GLP do APP
A Planta Integrada de Líquidos e GPL do APP será baseada numa produtividade de 15.000 stbopd de
petróleo e 40MMscfd de gás. Esta planta ficará situada numa área nova adjacente à CPF existente, no lado
nordeste. A nova planta compreende dois trens de processamento operando em paralelo, cada um
processando aproximadamente 50% do input de líquidos; um trem de 7.500 stbopd de GPL, dando um
máximo de 20.000 tpa de GPL (além de petróleo estabilizado) e um trem de estabilização de petróleo de
7.500 stbopd, produzindo apenas petróleo estabilizado e não GPL.
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4
FAUNA TERRESTRE
As instalações de recepção dos Líquidos do APP irão consistir em ligações para um receptor temporário do
pig do oleoduto, seguido de um receptor de tampões líquidos. Os líquidos do receptor de tampões líquidos
serão encaminhados para um separador óleo/água que separa o petróleo e a água e remove também o gás
residual.
O fluxo de petróleo separado será encaminhado para dois trens de processamento de petróleo configurados
de forma diferente para estabilização. O primeiro é um trem de GPL de 7.500 stbopd, produzindo 20.000 tpa
de GPL além de petróleo estabilizado. O segundo é um trem de estabilização de petróleo de 7.500 stbopd,
que produz apenas petróleo estabilizado e não GPL.
O GPL será armazenado acima do solo em quatro tanques de armazenamento de GPL colocados no chão
e exportado a partir de duas rampas de carregamento de GPL em camiões-tanques.
O gás do receptor de tampões líquidos e separador será combinado com o efluente gasoso do trem e
estabilizador de GPL a ser usado como gás combustível a BP e o saldo encaminhado para o sistema de
tratamento de gás da CPF.
O petróleo estabilizado será encaminhado para quatro reservatórios de petróleo novos de 15.000 bbl.
Serão construídas quatro novas rampas de carregamento de camiões-tanques.
A água de produção será tratada num novo sistema de tratamento de água de produção e encaminhada
para um poço de disposição existente.
2.5
Planta Independente de GPL
A viabilidade financeira do Desenvolvimento de Líquidos do APP ainda está sendo avaliada em estudos de
Front End Engineering Design (FEED). Uma alternativa a ser avaliada na AIA é uma planta de GPL
independente, situada juntamente com o 5º Trem de Gás dentro dos limites da CPF existente. Os tanques
de armazenamento de GPL e as rampas de carregamento de GPL ficariam na área identificada para toda a
Planta de Líquidos e de GPL do APP. Neste caso, a planta de GPL iria processar uma média de 1.500
stbopd de condensado para produzir aproximadamente 5.000 tpa de GPL.
A planta irá processar condensado não estabilizado da CPF, que será encaminhado para um tanque de
flash de GPL desenhado para maximizar a recuperação de GPL. O líquido não estabilizado será depois
encaminhado para o processador de produção de GPL, que irá separar os componentes mais pesados e os
mais leves, produzindo condensado a partir do fluxo de cima e GPL do fluxo de baixo.
O condensado estabilizado será encaminhado para os reservatórios existentes na CPF, onde será
armazenado para exportação por camião-tanque. O GPL será armazenado em três tanques de
armazenamento de GPL colocados no chão e situados fora dos limites da CPF existente, no mesmo local
que os tanques propostos para a Planta dos Líquidos e GPL do APP, como descrito na Secção 2.4 acima.
Um dos tanques será usado para armazenar o GPL fora da especificação.
Uma parte do efluente gasoso do processo será usada como gás combustível de BP, enquanto o saldo será
encaminhado para a CPF para tratamento e exportação. Os pequenos volumes de água separada no
processo serão retornados para o sistema de tratamento de água de produção na CPF.
Os serviços de apoio serão fornecidos pelos sistemas existentes da CPF.
.
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
5
FAUNA TERRESTRE
3.0
3.1
QUADRO LEGAL E ORIENTAÇÕES
Legislação moçambicana
A Tabela 2-1 apresenta uma lista e descrição sucinta da legislação principal referente à protecção da
biodiversidade e áreas de conservação.
Tabela 3-1: Leis Protegendo a Biodiversidade e Áreas de Conservação
Leis Protegendo a Biodiversidade e Áreas de Conservação
Lei do Ambiente (Lei no 20/97,
de 1 de Outubro).
Lei de Terras (Lei no 19/97, de
1 de Outubro) e Regulamento
da Lei de Terras (Decreto no
66/1998, de 8 de Dezembro).
Lei sobre Recursos Florestais
e Faunísticos (Lei no 10/99, de
7 de Julho).
3.2
Os Artigos 12 e 13 cobrem um conjunto de normas gerais para proteger a
biodiversidade e o estabelecimento de áreas de protecção ambiental.
Esta lei estabelece as zonas de protecção total ou parcial. As primeiras
são as zonas reservadas para as actividades da preservação da natureza
e a defesa e segurança do Estado, enquanto as zonas de protecção
parcial incluem, entre outras, os leitos das águas interiores, o mar
territorial, a zona económica exclusiva, a plataforma continental bem
como a faixa da orla marítima e o contorno de ilhas, baías e estuários
medida da linha das máximas preia-mares até 100 m para o interior do
território.
Os Artigos 11 e 13 da lei estabelecem as áreas de conservação como os
parques nacionais, as reservas da natureza e as zonas de valor histórico
e cultural.
Convenções
A Tabela 2-2 apresenta uma lista e descrição sucinta das convenções referentes à protecção de habitats e
diversidade biológica.
Tabela 3-2: Convenções sobre habitats e diversidade biológica
Habitats e Diversidade Biológica
1968
1971
1979
1985
1992
1999
2001
2002
2003
Convenção Africana sobre a Conservação da Natureza e Recursos Naturais
Convenção sobre Terras Húmidas de Importância Internacional, especialmente enquanto
Habitat de Aves Aquáticas (Convenção de Ramsar)
Convenção sobre as Espécies Migratórias pertencentes a Fauna Selvagem de 1979 e as suas
emendas.
Convenção para a Protecção, Gestão e Desenvolvimento do Ambiente Marinho e Costeiro da
Região da África Oriental, 1985; e o Protocolo relativo às Áreas Protegidas e Fauna e Flora
Selvagens da África Oriental; e o Protocolo relativo à Cooperação na Luta contra a Poluição
em Situações de Emergência
Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica (CDB).
Protocolo da SADC sobre a Conservação da Vida Selvagem e Aplicação da Lei
Protocolo da SADC sobre as Pescas.
Protocolo da SADC sobre as Actividades Florestais
Convenção Africana sobre a Conservação da Natureza e Recursos Naturais. Versão revista
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6
FAUNA TERRESTRE
3.3
Padrões de Desempenho da IFC
Para fins de identificação do Habitat Crítico na área de estudo foram utilizadas as directrizes contidas no
Padrão de Desempenho 6 da IFC (IFC, 2012), relacionada com a Conservação da Biodiversidade e Gestão
Sustentável de Recursos Naturais Vivos. Os critérios da IFC usados para fins de determinação de Habitats
Críticos incluem:
ƒ
1º Critério: habitat de importância significativa para espécies em vias de extinção e/ou ameaçadas de
extinção;
ƒ
2º Critério: habitat de importância significativa para espécies endémicas e/ou de distribuição geográfica
limitada;
ƒ
3º Critério: habitat que proporciona suporte para concentrações significativas a nível global ou para
espécies migratórias e/ou espécies congregantes;
ƒ
ƒ
4º Critério: ecossistemas em vias de extinção e/ou únicos;
5º Critério: áreas associadas a processos evolucionários fundamentais.
O Padrão de Desempenho 6 da IFC também recomenda que os projectos que possam vir a ter um impacto
significativo sobre a biodiversidade devem ser sujeitos a uma avaliação mais detalhada. A referida avaliação
deve incluir uma reflexão sobre o contexto a curto e longo prazo dos impactos, bem como sobre o contexto
cumulativo dos mesmos. 3.4
Compromissos existentes da Sasol
Os compromissos existentes da Sasol são especificados em quatro PGA’s separados tratando de várias
actividades e infra-estruturas como as actividades de perfuração, a operação da CPF e a construção das
infra-estruturas. Relevante para o actual estudo da biodiversidade botânico é a PGA para a Construção
(Revisão 1, Março de 2006). O PGA para a Construção contem requisitos de gestão ambiental para todas
as actividades relacionadas com a construção e instalação dos componentes do projecto dentro do Bloco de
Exploração da Sasol, incluindo os locais de poços, linhas de fluxo e linhas-tronco, estradas de acesso e
todas as infra-estruturas relacionadas e requisitos de construção para os componentes acima mencionados.
O objectivo principal do PGA para a Construção é garantir que os impactos ambientais negativos do
projecto são eficazmente geridos dentro de limites aceitáveis e que os impactos positivos são reforçados. O
PGA para a Construção é também um meio para a Sasol e o Governo de Moçambique alcançar um acordo
sobre os padrões de desempenho ambiental do projecto.
Outubro 2014
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7
FAUNA TERRESTRE
4.0
4.1
METODOLOGIA DO ESTUDO
Visão geral
O objectivo do estudo da base de referência da fauna foi de caracterizar os habitats e fauna da área de
estudo como base para a previsão e monitorização dos impactos na composição e abundância da fauna.
A lógica para a amostragem da fauna na área de estudo foi a seguinte:
ƒ
Realizou-se uma amostragem de referência nos locais que foram considerados os mais prováveis a
serem impactados pelo desenvolvimento do projecto na base do planeamento preliminar.
ƒ
Também foram seleccionados transectos em outras áreas semelhantes na área de estudo para
fornecer uma base de referência representativa da diversidade da fauna e da riqueza das espécies em
toda a área.
Embora concentrando-se na área directamente afectada pelo projecto e em alguns locais de referência,
desenhou-se por isso o método do levantamento no sentido de dar informações sobre a possibilidade de
haver impactos significativos na fauna em outras partes da área de estudo.
A metodologia do estudo consistiu em dois elementos principais:
ƒ
ƒ
a classificação dos biótopos como base para a selecção das áreas de amostragem; e
a associação da ocorrência da fauna com os biótopos definidos.
Para as áreas que não foram amostradas, o uso do habitat como substituto para a ocorrência de fauna foi
considerado ser uma via justificável de avaliar a composição e abundância de fauna previsíveis dentro da
área de estudo.
4.2
Levantamento da informação existente
O estudo sintetizou a informação disponível com ênfase nos seguintes aspectos:
ƒ
ƒ
habitats sensíveis e áreas de importância para conservação;
ƒ
fauna (invertebrados: insectos, destacando as espécies de importância para conservação).
fauna (vertebrados: mamíferos, aves, répteis e anfíbios, destacando as espécies de importância para
conservação);
O estudo preliminar consolidou os dados da distribuição da fauna da área local a longo prazo. Foi feito um
amplo estudo documental de toda a informação disponível em relação à distribuição da fauna, a preferência
de habitat e a situação das espécies. A informação foi compilada em anexos (Anexos A a F), que mostram
os perfis dos habitats preferidos para cada organismo relevante na área de estudo.
Para além dos dados sobre os habitats e as distribuições, as seguintes fontes existentes foram consultadas
para a obtenção de informações pertinentes:
ƒ dados disponíveis de levantamentos ecológicos de outros relatórios de consultorias relevantes;
ƒ a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da UICN, referente a Moçambique.
4.3
Locais de levantamento
Os locais do levantamento foram seleccionados nas áreas potencialmente afectadas pela construção em
todos os tipos de vegetação de relevo identificados na área de estudo. Os locais situaram-se:
ƒ
ƒ
ƒ
dentro de 200m dos poços propostos;
dentro de 100m de cada lado das linhas de fluxo e estradas de acesso;
dentro duma zona de segurança de 500m.
Foram acrescentados transectos adicionais para aumentar a diversidade e alargar os habitats levantados na
área de estudo. Foram também identificados e estudados habitats especiais na e em redor da área de
estudo.
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8
FAUNA TERRESTRE
Em cada tipo de vegetação, foram estudados transectos extensos (400m – 3000m) para fazer o
levantamento dos diferentes grupos de fauna terrestre. Foram tiradas leituras de GPS de cada transecto,
para poderem ser repetidos na monitorização futura (Tabela 3-1). A selecção dos locais de levantamento
nas áreas definidas acima incidiu no seguinte:
a)
habitats sensíveis e áreas de importância para conservação;
b)
áreas que possivelmente poderão ser perturbadas pelo projecto em cada um dos tipos de habitat
identificados;
c)
áreas de referência minimamente perturbadas.
A selecção inicial dos locais baseou-se na revisão da literatura e na interpretação de imagens de satélite,
tomando em consideração a localização das infra-estruturas do projecto. A selecção final dos locais foi
ajustada no terreno para garantir que os locais reflectiriam de melhor maneira possível os critérios de
selecção dos locais.
A Tabela 4-1 e as Figuras 4-1 a 4-3 apresentam informações mais detalhadas sobre a localização
geográfica de cada transecto, o seu comprimento e a sua posição em cada biótopo.
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FAUNA TERRESTRE
Figure 4-1: Locais de levantamento da fauna no tipo de vegetação de Mistura de Florestas e Bosques
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FAUNA TERRESTRE
Figura 4-2: Locais de levantamento da fauna no tipo de vegetação de Floresta de Julbernardia-Brachystegia, do Rio
Govuro e planície de inundação associada (Transectos 14-17), e das Lagoas Barreiras (Transectos 18-19).
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FAUNA TERRESTRE
Figura 4-3: Locais de levantamento da fauna nos Rios Costeiros e Mangais.
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FAUNA TERRESTRE
Tablela 4-1: Transectos do levantamento usados para os estudos de fauna (Fevereiro de 2014)
Coordenadas
Coordenadas
Habitat
Início S
Início E
Fim S
Fim E
Comprimento
(m)
Total
Mistura de Florestas e Bosques
Transecto 12: Linha de fluxo para T-G8PX-4, incluindo o local
poço
Transecto 7: Linha de fluxo para T-G8PX-5, incluindo o local
poço
Transecto 7: Linha de fluxo para T-G8PX-5
Transecto 11: Estrada para T-G8PX-4
Transecto 8: Estrada entre o poço 5 (T-G8 PX-5) e o local
poço (T-G8 PX-2);
Transecto 9: Estrada para T-G8 PX1 por cima de morros
muchém
Transecto 10: Estrada pela floresta para T-G8 PX-1
Transecto 13: Linha de fluxo para T-G8PX-3, incluindo o local
poço
Linha de armadilhas 3 na estrada para T-G8PX-5
Linha de armadilhas 4 na estrada para T-G8PX-4
do S 210 47’42.70”
E 350 01’23.23”
S 210 46’53.95”
E 350 00’27.39”
2190 m
do S 210 40’39.48”
E 350 02’50.95”
S 210 40’30.79”
E 350 02’47.69”
280 m
S 210 40’40.78”
S 210 47’48.65”
do S 210 41’50.49”
E 350 02’45.81”
E 350 01’43.58”
E 350 02’21.45”
S 210 40’42.65”
S 210 47’41.92”
S 210 41’59.85”
E 350 02’30.56”
E 350 01’26.93”
E 350 02’25.74”
440 m
530 m
310 m
de S 210 46’07.38”
E 350 03’01.78”
S 210 46’10.02”
E 350 03’06.86”
160 m
S 210 46’31.75”
E 350 02’51.12”
E 350 59’04.01”
S 210 47’09.56”
S 210 54’23.72”
E 350 02’33.80”
E 350 59’07.80”
1270 m
440 m
do
S 210 54’10.29”
S 210 41’55.08”
S 210 47’48.09”
E 350 02’23.76”
E 350 01’44.17”
Ponto
Ponto
Total
Floresta de Julbernardia-Brachystegia
Transecto 3: Linha de fluxo entre I-4 e I-G6PX-6
S 210 41’34.02”
Transecto 4: Local do poço I-G6PX-6 para o rio costeiro
S 210 42’19.31”
Transecto 1: Linha de fluxo para I-G6PX-3 (incluindo o local do S 210 47’42.70”
poço)
Transecto 5: Linha de fluxo para Rio Govuro oeste para T-14
S 210 44’03.29”
Transecto 2: Local do poço I-G6PX-3 para o rio costeiro
S 210 44’37.36”
Transecto 6: Transecto do rio costeiro perto de Mapanzene
S 210 37’39.49”
Linha de armadilhas 1 para I-G6PX-3 e local do poço
S 210 37’42.63”
Linha de armadilhas 2 para I-G6PX-6 e local do poço
S 210 42’21.16”
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E 350 15’01.94”
E 350 15’16.82”
E 350 01’23.23”
S 210 41’18.44”
S 210 42’13.05”
S 210 46’53.95”
E 350 15’07.56”
E 350 15’57.99”
E 350 00’27.39”
500 m
1210 m
1340 m
E 350 11’38.49”
E 350 15’41.94”
E 350 12’43.30”
E 350 12’46.47”
E 350 15’13.92”
S 210 43’57.15”
S 210 44’13.21”
S 210 37’53.34”
E 350 11’57.90”
E 350 15’13.49”
E 350 13’14.45”
465 m
2650 m
2360 m
Ponto
Ponto
13
5620
FAUNA TERRESTRE
Coordenadas
Coordenadas
Habitat
Início S
Início E
Fim S
Fim E
Comprimento
(m)
Total
Total
7365
Rio Govuro (incluindo a planície de inundação)
Transecto 14: estrada para Govuro a oeste da planície de S 210 41’51.58”
inundação (ponto norte)
Transecto 15: estrada para Govuro a oeste da planície de S 210 43’24.42”
inundação (ponto sul)
Transecto 17: Govuro a oeste da planície de inundação
S 210 43’33.66”
Transecto 16: Govuro planície de inundação
S 210 43’36.83”
Linha de armadilhas 5
S 210 43’37.67”
E 350 06’26.10”
S 210 41’43.63”
E 350 06’54.65”
850 m
E 350 07’51.74”
S 210 43’18.33”
E 350 08’22.07”
1000 m
E 350 08’44.61”
E 350 08’48.14”
E 350 08’46.71”
S 210 43’11.03”
S 210 43’40.44”
E 350 08’53.39”
E 350 08’38.13”
1780 m
780 m
Ponto
Total
4410
Lagoas Barreiras
Transecto 18: Lagoa barreira 1
Transecto 19: Lagoa barreira 2
Linha de armadilhas 6
S 210 43’16.04”
S 210 43’19.88”
S 210 43’19.44”
E 350 10’12.55”
E 350 10’17.84”
E 350 10’19.49”
S 210 43’13.99”
S 210 43’22.80”
E 350 10’22.84”
E 350 10’25.59”
Ponto
370 m
490 m
Total
860
740 m
Total
740
Total geral
18 995
Mangais
Transecto nos mangais
Outubro 2014
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S 210 43’51.21”
E 350 16’51.75”
14
S 210 43’46.61”
E 350 16’26.97”
FAUNA TERRESTRE
4.4
Abordagem do levantamento de campo e relatórios
O trabalho de campo para o levantamento de verão foi realizado de 10 de Fevereiro a 1 de Março de 2014.
O levantamento usou a disponibilidade de habitats nos diferentes tipos de vegetação, usando a presença de
espécies como indicador da integridade dos habitats. Foi feito o mapeamento dos habitats juntamente com
os especialistas de vegetação e de terras húmidas (De Castro e Grobler), usando imagens de satélite com
verificação no terreno. Foram avaliados os perfis dos habitats, juntamente com dados da distribuição por
espécie, para facultar informações exactas sobre a probabilidade da ocorrência das espécies nos biótopos
relevantes.
Foram identificadas as características dos diferentes habitats para dar uma indicação dos habitats
disponíveis para os diferentes animais (especificamente a fauna de médio porte em todos os grupos de
vertebrados), favorecendo um biótopo específico. Foi feito muito uso de fotografia em ponto fixo.
Em relação à presença das espécies, o levantamento foi desenhado para determinar a abundância relativa
e a riqueza das espécies de fauna nas áreas de levantamento propostas, com particular ênfase nas
espécies constantes das Listas Vermelhas da CITES e da União Internacional para a Conservação da
Natureza (UICN). A abordagem do estudo envolveu buscas meticulosas em todos os transectos fixos nos
biótopos representativos para determinar a presença ou ausência de espécies de anfíbios, répteis, aves e
mamíferos. Onde necessário, foram implementados métodos para aumentar as possibilidades de encontrar
espécies, o que incluiu a captura em armadilhas, buscas nocturnas com holofotes e a identificação através
de rastos e excrementos.
Foram realizados levantamentos dos macro- e micro-habitats para avaliar a sua qualidade e o seu potencial
associado para a ocorrência de espécies de fauna. Foi usada a informação obtida do levantamento dos
micro-habitats para melhorar a capacidade de previsão da preferência dos animais em termos de habitat.
Esta informação incluiu:
ƒ
A qualidade e quantidade dos aspectos do habitat, o que dá uma indicação da abundância das
espécies;
ƒ
A presença ou ausência de aspectos do habitat, o que indica a probabilidade da ocorrência de
espécies; e
ƒ
A qualidade do habitat, o que também dá uma indicação do seu uso (remoção de madeira, abate de
árvores, escavação do solo, sobrepastoreio, erosão).
O relatório e os seus anexos descrevem a probabilidade de ocorrência das espécies com alto valor de
conservação; avaliam a disponibilidade dos habitats na área de estudo; descrevem os riscos e ameaças
existentes para estas espécies; oferecem uma visão geral detalhada do estado actual da biodiversidade da
área, com respeito à fauna; e descrevem o estado do habitat da fauna e da preferência de habitat das
espécies na área de estudo. Uma lista detalhada das espécies encontradas no levantamento de campo e
esperadas na área levantada consta dos Anexos.
4.5
Métodos do levantamento da fauna
4.5.1
Abundância e densidade relativas
Foram estimadas a abundância e densidade relativas da fauna nos diferentes biótopos, usando o seguinte
método:
ƒ
o número de animais (ou vestígios e sons) detectado por hora de observação ou por noite de captura
com armadilhas; e
ƒ
o número de animais (ou vestígios e sons) detectado por distância linear (por quilómetro) por biótopo.
O timing do levantamento foi seleccionado para coincidir com a estação de alta pluviosidade no verão, que
oferece óptimas condições para as actividades da fauna. Foram registados factores como padrões
meteorológicos (temperatura, precipitação, topografia, vegetação, e hora do dia) durante cada período de
amostragem.
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
15
FAUNA TERRESTRE
4.5.2
Metodologia detalhada
Foram usados os seguintes métodos internacionalmente reconhecidos para fazer o levantamento dos
insectos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
4.5.2.1
Insectos:
Devido ao grande número de famílias de insectos presentes na área de estudo, o estudo concentrou-se em
duas famílias principais: os lepidópteros (borboletas) e os odonatos (libélulas e libelinhas). Havia razões
para o uso destas duas famílias:
ƒ
ƒ
ƒ
foram avaliadas em relação ao seu estatuto na Lista Vermelha da UICN em Moçambique;
o seu tamanho é relativamente grande e por isso podem ser detectadas facilmente;
estão disponíveis guias de campo detalhadas.
Os levantamentos destes insectos incluíram buscas activas das borboletas e libélulas, armadilhas de
borboletas iscadas para certas borboletas, e redes para caçar insectos para as libélulas. Onde possível, as
espécies encontradas foram fotografadas.
4.5.2.2
Levantamentos dos anfíbios
Levantamentos através de avistamentos e a monitorização auditiva constituem técnicas apropriadas tanto
para inventários como estudos de monitorização. Foram realizados levantamentos visuais e auditivos ao
longo de transectos seleccionados, em parcelas de terreno, ao longo de correntes, rios e em redor das
Lagoas Barreiras. A maioria dos anfíbios que são visíveis e audíveis são detectáveis desta maneira. Com o
fim de garantir um inventário completo, foram também pesquisados todos os possíveis micro-habitats,
incluindo a terra, a água, troncos de árvores e debaixo de rochas, tanto durante o dia como à noite.
Em geral, os transectos estavam relacionados com o habitat de terras húmidas presente na área de estudo,
bem como nas Lagoas Barreiras seleccionadas que se encontravam dentro de 500m das infra-estruturas do
projecto. Os levantamentos incluíram transectos de 500m por local/habitat de terra húmida (250m na área
de controlo/referência, 250m na área impactada) se o habitat fosse suficientemente grande. Além disso, foi
realizada uma monitorização auditiva nocturna de 30 minutos por local de levantamento nas terras húmidas
para apanhar o coaxo de rãs.
4.5.2.3
Levantamentos dos répteis
A forma mais prática de monitorar répteis, sobre grandes áreas, é fazer amostragens ao longo de transectos
e uma pesquisa sistemática de avistamentos nas suas áreas de refúgio. Os transectos foram pesquisados
em diferentes habitats e objectos de cobertura dentro duma distância especificada da linha foram virados e
verificados. Uma força particular desta forma de monitorização dos transectos é que pode ser usada para
estabelecer uma relação entre a abundância dos répteis e as variáveis do habitat, como a vegetação e a
cobertura.
A amostragem nos transecto foi combinada com buscas sistemáticas nas áreas de refúgio. Isto foi feito em
transectos de 1km por local de levantamento, pesquisando 500m nas áreas de controlo/referência, e 500m
nas áreas impactadas. Foram também usadas armadilhas na forma de covas cobertas e cercas de deriva e
foram implementadas 60 noites de captura em armadilhas (=10 armadilhas x 6 noites) por local de
levantamento (30 noites de captura em armadilhas na área de controlo/referência, 30 noites de captura em
armadilhas na área impactada) nos locais de captura.
O objectivo principal do levantamento não foi de encontrar o maior número de répteis possível, mas de
elaborar uma avaliação fidedigna do habitat e da qualidade do refúgio disponível, e de comparar o tipo de
habitat requerido com os répteis esperados.
4.5.2.4
Levantamentos das aves
Os transectos são provavelmente o método mais amplamente usado para estimar o número de espécies de
aves nos habitats terrestres. Um observador anda ao longo duma rota fixa fazendo o registo das aves vistas
ou ouvidas em cada lado da rota. Para aves de pequeno porte, que geralmente são relativamente
numerosas, verificou-se que um transecto de 10m de largura em cada lado da rota (ou 20-50m nos habitats
abertos) é adequado para este estudo. O comprimento dos transectos foi de 2km por local de levantamento
Outubro 2014
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FAUNA TERRESTRE
(1km na área de controlo/referência, 1km na área impactada). Foram observadas aves fora da faixa do
transecto ou sobrevoando, por razões de biodiversidade.
Nas áreas mais densas foram implementados levantamentos a partir de pontos fixos, usando as chamadas
de aves para a identificação. O método do levantamento a partir de pontos fixos foi também usado nas
áreas abertas onde as aves podem ser vistas à distância, como depressões e planícies de prados. Estes
levantamentos foram feitos durante o dia e à noite.
Os levantamentos foram feitos em combinação com levantamentos visuais rápidos, o que implica a
passagem por todas as linhas de fluxo e linhas de corte e fazer o registo das aves nas áreas aplicáveis (nas
áreas de controlo/referência ou nas áreas impactadas).
4.5.2.5
Levantamentos dos mamíferos
Técnica de transectos em linha
A técnica de transectos em linha foi também usada para monitorar as espécies de mamíferos diurnos
(activos durante as horas de sol). Os transectos em linha usados para monitorar as aves foram também
usados para fazer o levantamento das espécies de mamíferos diurnos. Foram usados avistamentos, bem
como vestígios da presença de mamíferos (rastos e excrementos) como indicações da presença e das
actividades de espécies específicas.
Foram percorridos a pé transectos de um quilómetro por local de levantamento (500m na área de
controlo/referência, 500m na área impactada). Fooram registados cada avistamento bem como as
características da vegetação associada para estabelecer as preferências de habitat. Foram avaliados todos
os tipos de habitat importantes.
Este método não foi usado para mamíferos de menor porte, como roedores e insectívoros.
Captura em armadilhas com armadilhas do tipo Sherman
Pode-se conseguir a captura de mamíferos de pequeno porte por três meios: a captura em directo, a
captura em covas cobertas e, em alguns casos limitados, captura com armadilhas de mandíbulas. Neste
estudo foram usados os meios da capture em directo (conseguida por capturas em directo bem como
capturas em covas cobertas). Este é o método mais apropriado para os estudos de impacto e fornece os
dados mais fidedignos e informativos sobre os números e a demografia das populações. É também o
melhor método para determinar as diferenças entre os tipos de habitat e para monitorar mudanças nas
populações depois duma perturbação ou ao longo do tempo. Porque as armadilhas do tipo Sherman são
dobráveis (aproximadamente 8cm x 7cm x 23 cm), podem ser levadas sobre longas distâncias.
Foi estabelecida uma estação de captura de 33 armadilhas por local de captura. Cada local de captura
consistiu em 33 armadilhas para cada uma das duas linhas de captura (área impactada e área de controlo).
Como orientação geral, um espaçamento de aproximadamente 10m entre as armadilhas dá uma cobertura
adequada e esta orientação foi usada no estudo. A captura ocorreu num período de 5 noites por local de
captura, o que dá 300 noites de colocação de armadilhas por local (60 armadilhas x 5 noites). Foi usada fita
de marcação para marcar as estações de captura ao longo da duração do estudo.
As armadilhas foram iscadas à noitinha (depois das 16 horas) e verificadas na manhã seguinte antes das 8
horas. Assim, as armadilhas foram verificadas de manhã cedo por toda a sessão de captura. Durante o dia,
as armadilhas ficaram fechadas na parte da manhã e início da tarde para minimizar capturas involuntárias e
mortes devido ao stress térmico.
As armadilhas foram iscadas com manteiga de amendoim misturada com flocos de aveia e xarope dourado.
Todas as armadilhas foram colocadas em áreas de sombra para prevenir sobreaquecimento. Os animais
apanhados nas armadilhas foram identificados e mais tarde libertados na mesma estação de captura. Em
alguns casos, foram feitas medições das características físicas externas, como o peso e o comprimento, e
foram tiradas fotografias. Exemplares que não eram novos ou registos de localização notáveis, ou que não
eram necessários para uma identificação positiva, foram libertados.
Ecolocalização de morcegos com o detector AnaBat SD2
Todos os morcegos pertencentes à subordem dos microchiroptera (micromorcegos) usam a ecolocalização
para navegar e procuram a sua comida juntamente com a sua vista. Devido a diferentes requisitos
ecológicos entre as espécies, as chamadas de ecolocalização são muitas vezes específicas da espécie e
também diferem em relação às actividades dos morcegos, como deslocar-se de A para B, comer ou beber.
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FAUNA TERRESTRE
Os detectores de morcegos identificam as chamadas de ecolocalização emitidas pelos morcegos e tornamnas audíveis e visíveis, revelando a sua presença num dado local. Depois isto dá a oportunidade de
observar, identificar e estudar os morcegos sem capturá-los.
O AnaBat SD2 está equipado com um microfone de largo espectro e usa uma Divisão das Frequências para
tornar as chamadas dos morcegos audíveis, e uma Análise de Cruzamento Zero para torná-las visíveis
como sonogramas (gráficos de tempo-frequência). Estas técnicas, juntamente com um PDA fixado no
detector, tornam possível ouvir e ver as chamadas dos morcegos no terreno no momento da sua detecção.
Além disso, toda a unidade pode facilmente ser segurada numa mão.
Foi feita a ecolocalização de morcegos a partir das 19 horas em habitats sensíveis aos morcegos prédeterminados, com gravações típicas de 30 minutos por estação. Estas estações estavam situadas perto
dos locais de capturas por armadilhas, e também em áreas julgadas mais apropriadas para morcegos. As
gravações foram carregadas depois do regresso ao acampamento base e avaliadas com o software do
programa.
Fotografias a partir de pontos fixos
Foram tiradas fotografias a partir de pontos fixos como base para uma comparação futura com os
resultados da monitorização.
Fotografia 4-2: Os baldes que funcionam como
armadilhas
Fotografia 4-3: As armadilhas cheias de animais
Fotografia 4-1: A cerca de deriva da armadilha.
capturados.
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Fotografia 4-4: Uma armadilha do tipo Sherman para
Figura 4-4: Uma armadilha para borboletas.
roedores colocada para uma noite de captura.
4.6
Critérios de Classificação da Avaliação dos Impactos
Os potenciais impactos são avaliados segundo a direcção, intensidade (ou gravidade), duração, extensão e
probabilidade de ocorrência do impacto. Estes critérios são discutidos em mais detalhe abaixo:
A direcção dum impacto pode ser positiva, neutra ou negativa, com respeito a um impacto específico. Um
impacto positivo é um que é considerado representar uma melhoria em relação à base de referência ou
introduz uma mudança positiva. Um impacto negativo é um impacto que é considerado representar uma
mudança desfavorável em relação à base de referência, ou introduz um novo factor indesejável.
A intensidade/gravidade é uma medida do grau de mudança numa medição ou análise (p. ex., a
concentração dum metal na água em comparação com o valor indicativo da qualidade da água para o
metal), e é classificada como zero, insignificante, baixa, média ou alta. A classificação da intensidade do
impacto pode basear-se num conjunto de critérios (p. ex., nível de risco para a saúde, conceitos ecológicos
e/ou juízo profissional). O estudo especializado deve tentar quantificar a intensidade e descrever a lógica
usada. Usam-se padrões apropriados e amplamente reconhecidos como medida do nível do impacto.
A duração refere ao período de tempo durante o qual um impacto ambiental poderá ocorrer,
nomeadamente breve (menos que 1 ano), de curto prazo (0 a 5 anos), de médio prazo (5 a 15 anos), de
longo prazo (mais que 15 anos, com o impacto cessando depois do encerramento do projecto) ou
permanente.
A escala/extensão geográfica refere à área que poderá ser afectada pelo impacto e é classificada como
no local do projecto, local (na área circundante do projecto), regional, nacional, ou internacional. A
referência não é apenas à extensão física mas pode incluir a extensão num sentido mais abstracto, como
um impacto com implicações políticas regionais que ocorrem a nível local.
A probabilidade de ocorrência é uma descrição da probabilidade do impacto ocorrer de facto, classificada
como improvável (uma probabilidade de menos que 5%), baixa probabilidade (uma probabilidade de 5% a
40%), média probabilidade (uma probabilidade de 40 % a 60 %), altamente provável (uma probabilidade de
60% a 90%) ou certa (o impacto irá certamente ocorrer).
A significância do impacto será classificada usando o sistema de pontuação apresentado na Tabela 4-2
abaixo. Avalia-se a significância dos impactos para as duas fases principais do projecto: i) construção ii)
operações. Embora seja um termo um tanto subjectivo, é geralmente aceite que a significância é uma
função da magnitude do impacto e a probabilidade da sua ocorrência. A magnitude dum impacto é uma
função da extensão, duração e gravidade do impacto, como a Tabela 4-2 mostra.
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FAUNA TERRESTRE
Tabela 4-2: Sistema de pontuação para a avaliação de impactos
Gravidade
Duração
Extensão
Probabilidade
10 (Muito alta/
desconhecida)
5 (Permanente)
5 (Internacional)
5 (Certa/desconhecida)
8 (Alta)
4 (de longo prazo – o impacto
cessa depois do encerramento
da actividade)
4 (Nacional)
4 (Probabilidade alta)
6 (Média)
3 (de médio prazo, 5 a 15
anos)
3 (Regional)
3 (Probabilidade média)
4 (Baixa)
2 (de curto prazo, 0 a 5 anos)
2 (Local)
2 (Probabilidade baixa)
2 (Menor)
1 (Breve)
1 (Local da actividade)
1 (Improvável)
1 (Zero)
0 (Zero)
Depois de pontuar estes critérios para cada impacto, foi calculada a classificação da significância, usando a
seguinte fórmula:
PS (pontos de significância) = (gravidade + duração + extensão) x probabilidade.
O valor máximo é de 100 pontos de significância (PS). Os potenciais impactos ambientais foram depois
classificados como sendo de significância Alta (PS >75), Moderada (PS 46 – 75), Baixa (PS ≤15 - 45) ou
Desprezível (PS < 15), tanto com como sem medidas de mitigação de acordo com a Tabela 4-3.
Tabela 4-3: Classificação da significância dos impactos
Valor
Significância
PS >75
Indica uma
significância
ambiental alta
Comentários
Onde um limite ou padrão aceito pode ser excedido, ou impactos de
grande magnitude ocorrem em recursos/receptores altamente
valorizados/sensíveis. Os impactos de alta significância irão tipicamente
influenciar a decisão de avançar com o projecto.
Onde um efeito será sentido, mas a magnitude do impacto é
suficientemente pequena e bem dentro dos padrões aceitos, e/ou o
receptor é de baixa sensibilidade/valor.
PS 46 75
Indica uma
significância
ambiental
moderada
PS 15 45
Indica uma
significância
ambiental
baixa
PS < 15
Indica
uma
significância
ambiental
desprezível
Onde um recurso ou receptor não será afectado de forma material
nenhuma por uma actividade específica, ou julga-se que o efeito previsto
será imperceptível ou é indistinguível dos níveis de fundo naturais. Não
precisa se mitigação.
Impacto
positivo
Onde são prováveis consequências / efeitos positivos.
+
E improvável que tal impacto tenha uma influência na decisão. Os
impactos podem justificar uma modificação significativa do desenho do
projecto ou uma mitigação alternativa.
Onde um efeito será sentido, mas a magnitude do impacto é pequeno e
está dentro dos padrões aceitos, e/ou o receptor é de baixa
sensibilidade/valor ou a probabilidade do impacto é extremamente baixa.
É improvável que tal impacto tenha uma influência na decisão, embora o
impacto deve ainda ser reduzido para o mais baixo possível,
particularmente quando aproxima a significância moderada.
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FAUNA TERRESTRE
Além dos critérios de classificação enunciados acima, na Tabela 4-4 apresenta-se a terminologia usada
nesta avaliação para descrever os impactos decorrentes do projecto actual. Com o fim de examinar
exaustivamente as potenciais mudanças que o projecto poderia ocasionar, a área do projecto pode ser
dividida em Áreas de Influência Directa (AID) e Áreas de Influência Indirecta (AII).
ƒ Os impactos directos são definidos como mudanças que são causadas pelas actividades relacionadas
com o projecto e que ocorrem na mesma altura e no mesmo lugar onde as actividades são
executadas, i.e., dentro da AID.
ƒ
Os impactos indirectos são as mudanças que são causadas pelas actividades relacionadas com o
projecto, mas que são sentidas mais tarde e fora da AID. Os impactos indirectos secundários são os
que resultam de actividades fora da AID.
Tabela 4-4: Tipos de impactos
Termo para a Natureza
Definição
do Impacto
Impacto directo
Impacto indirecto
Impacto cumulativo
Impactos que resultam duma interacção directa entre uma actividade
planeada do projecto e o ambiente receptor/os receptores (p. ex., entre uma
descarga dum efluente e a qualidade da água receptor).
Impactos que resultam de outras actividades e cuja ocorrência é incentivada
como consequência do Projecto (p. ex., a poluição de água causando uma
procura de recursos de água adicionais).
Impactos que se fazem sentir juntamente com outros impactos (incluindo os
de actividades concomitantes ou planeadas) para afectar os mesmos
recursos e/ou receptores que o Projecto.
A significância do impacto que é determinada será qualificada, onde necessário, com o grau de confiança
na avaliação, que é uma função das incertezas associadas com a previsão. O grau de confiança pode ser
baixo, médio ou alto.
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FAUNA TERRESTRE
5.0
5.1
O AMBIENTE DE REFERÊNCIA
Habitats
A Área de Estudo é dominada por um mosaico de florestas abertas e bosques mais fechados sobre solos
arenosos situados em ambos os lados do Rio Govuro. Os tipos de vegetação e as terras húmidas são
discutidos detalhadamente no Estudo Especializado sobre a vegetação e terras húmidas (De Castro e
Grobler, 2014).
A eco-região suporta uma fauna de miombo (savana de de folhas largas) típica. Períodos longos de seca no
inverno e solos pobres resultam numa vegetação de baixo valor nutritivo, o que reduz muito a capacidade
de carga de fauna da eco-região, e em geral herbívoros de grande porte apenas ocorrem em densidades
bastante baixas.
As diferenças estruturais no mosaico de florestas e bosques na área de estudo aumentam a diversidade no
habitat, e assim a diversidade da fauna na área. Juntamente com as diversas áreas de terras húmidas
espalhadas por toda a área de estudo, este mosaico forma o habitat padrão para a fauna na área.
Abaixo são descritos os tipos de habitat na área de estudo, usando as categorias de vegetação como
classificação principal. Mais detalhes constam do Estudo Especializado no 9 (de Castro e Grobler, 2014)
5.1.1
Mistura de Florestas e Bosques
Em termos estruturais, o tipo de vegetação de Mistura de Florestas e Bosques consiste num mosaico de
florestas abertas com uma cobertura do solo herbácea, e fragmentos de bosques densos espalhados por
toda a área. Os solos que estão subjacentes a este tipo de vegetação são lixisols háplicos, que são solos
calcários vermelhos provenientes de calcário que têm um teor orgânico moderado e são sensíveis a erosão
(Mark Wood Consultants, 2001).
A floresta mista consiste em mato baixo com árvores e arbustos de médio porte, com o estrato herbáceo
cobrindo a maior parte do solo arenoso entre eles (Fotografia 5-1). Os bosques consistem numa cobertura
densa de arbustos baixos, com árvores maiores salientes espalhados no meio (Fotografia 5-2). Os
fragmentos de bosque fechado, à beira de floresta seca, são geralmente associados com grandes morros
de muchém (Macrotermes), com larguras até 20m. Estes morros de muchém nos solos arenosos formam
“ilhas” de solos argilosos férteis e são ricos em nutrientes. Partes da área contêm plantas de sucessão
secundária, que se estabeleceram em áreas agrícolas anteriormente desmatadas.
Fotografia 5-2: Bosque na Floresta Mista - cobertura
densa de arbustos baixos, com árvores maiores a
sobressair num morro de muchém antigo.
Fotografia 5-1: Floresta Mista - floresta aberta com
fragmentos de gramíneas.
Os diferentes aspectos de potencial habitat e a estrutura deste tipo de vegetação determinam a presença de
espécies de animais e a sua abundância na área. A Tabela 5-1 apresenta o resumo destes aspectos.
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Tabela 5-1: Componentes importantes dos habitats da fauna dos tipos de vegetação de Mistura de
Florestas e Bosques
% cobertura de área
Florestas Mistas:
Árvores grandes
25%
Arbustos
5%
Vegetação herbácea (ervas e gramíneas)
60%
Morros de muchém
3%
Árvores mortas (troncos e entulho de madeira)
2%
Solo descoberto
5%
Bosques:
Árvores grandes
25%
Arbustos e trepadeiras lenhosas
45%
Vegetação herbácea (ervas e gramíneas)
3%
Morros de muchém
10%
Árvores mortas (troncos e entulho de madeira)
5%
Solo coberto de folhas
10%
Solo descoberto
2%
Tanto os componentes da Floresta Mista aberta como os do Bosque mais denso deste tipo de vegetação
contêm os mesmos componentes básicos do habitat constantes da Tabela 5-2. Contudo, os componentes
do bosque estão aglomerados e formam um conjunto de vegetação muito mais denso, oferecendo um
habitat perfeito aos animais reservados e retraídos.
5.1.2
Mosaico de Florestas e Bosques de Julbernardia-Brachystegia
Este tipo de vegetação consiste num mosaico de florestas abertas com alguns fragmentos de gramíneas
(Fotografia 5-3) e fragmentos de bosques densos distribuídos sobre toda a área (Fotografia 5-4). Os solos
subjacentes a este tipo de vegetação são arenosols com capacidades de retenção de água muito baixas,
sem salinidade e com baixo teor orgânico superficial, o que implica algumas restrições à agricultura.
As florestas baixas consistem num mosaico de árvores e arbustos de médio porte, e em algumas áreas o
extracto herbáceo domina a paisagem. Os bosques consistem em espécies de copa e os sub-bosques
densos compreendes muitas trepadeiras lenhosas e um estrato arbustivo bem desenvolvido. Nas áreas de
sombra, os solos arenosos resultam numa cobertura do solo muito pouco desenvolvida. Partes da área
contêm plantas de sucessão secundária que recolonizaram áreas agrícolas anteriormente desmatadas.
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FAUNA TERRESTRE
Fotografia 5-3: Floresta-floresta aberta de Julbernardia-
Fotografia 5-4: Bolsas de bosque de floresta fechada
Brachystegia com fragmentos de gramíneas.
baixa com árvores e arbustos mais altos.
Os diferentes aspectos do potencial habitat e a estrutura do Mosaico de Florestas e Bosques de
Julbernardia-Brachystegia determinam a presença de espécies de animais e a sua abundância na área. A
Tabela 5-2 apresenta um resumo destes aspectos.
Tabela 5-2: Componentes importantes dos habitats da fauna do tipo de vegetação de Florestas e
Bosques de Julbernardia-Brachystegia
Aspecto do habitat
% cobertura de área
Floresta de Julbernardia-Brachystegia:
Árvores grandes
Arbustos
Vegetação herbácea (ervas e gramíneas)
Morros de muchém
Árvores mortas (troncos e entulho de madeira)
Solo descoberto
25%
10%
50%
1%
2%
12%
Mosaico de Bosques:
Árvores grandes
Arbustos e trepadeiras lenhosas
Vegetação herbácea (ervas e gramíneas)
Árvores mortas (troncos e entulho de madeira)
Solo coberto de folhas
Solo descoberto
35%
30%
10%
2%
20%
3%
Tanto os componentes das Floresta abertas de Julbernardia-Brachystegia como os dos Bosques mais
densos deste tipo de vegetação contêm os mesmos componentes básicos do habitat que os constantes da
Tabela 5-2. Contudo, os componentes dos bosqaues estão aglomerados e formam um conjunto de
vegetação muito mais denso, oferecendo um habitat perfeito aos animais reservados e retraídos.
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FAUNA TERRESTRE
5.1.3
Florestas Costeiras e de Dunas
Estas florestas ficam principalmente na parte leste da Área de Estudo. As dunas costeiras normalmente
incluem uma zona pioneira de espécies que prendem a areia e que no fim de contas criam condições
adequadas para um bosque de dunas (Fotografia 5-5). Por sua vez isto permite o desenvolvimento gradual
duma floresta de dunas (Fotografia 5-6).
Estes tipos de vegetação consistem em florestas densas com copas fechadas sobre arenosols háplicos,
que são solos arenosos castanhos acinzentados associados com as dunas marítimas das áreas costeiras.
Os diferentes aspectos de potencial habitat e a estrutura deste tipo de vegetação determina a presença de
espécies de animais e a sua abundância na área. A Tabela 5-3 apresenta o resumo destes aspectos.
Tabela 5-3: Componentes importantes dos habitats da fauna das Florestas Costeiras e de Dunas
Aspecto do habitat
% cobertura de área
Árvores grandes
Arbustos
Vegetação herbácea (ervas e gramíneas)
Árvores mortas (troncos e entulho de madeira)
Solo coberto de folhas
45%
30%
8%
3%
14%
Fotografia 5-6: Florestas Costeiras e de Dunas - florestas
Fotografia 5-5: Um bosqu de dunas
5.1.4
densas com copas fechadas.
Terras Húmidas
A Área de Estudo de Inhassoro é relativamente plana e devido à sua baixa altitude é muitas vezes inundada
durante a estação chuvosa. Os sistemas de terras húmidas mais importantes ocorrem na planície costeira.
Eles compreendem planícies de inundação ribeirinhas com pântanos e depressões sazonais, e florestas
entremarés ou mangais no litoral. Uma baixa crista separa a orla costeira e o Rio Govuro. Depressões na
paisagem mais ampla resultaram na formação de lagos e zonas de terra húmida.
5.1.5
Rio Govuro (incluindo a planície de inundação)
As florestas tornam-se mais abertas em direcção às principais linhas de drenagem, reduzindo-se a savanas
arbóreas perto do vale do Rio Govuro. Este vale é caracterizado por solos férteis e numerosas terras
húmidas e lagos de água doce e de água salgada.
O sistema do Rio Govuro consiste no rio que corre (aquático) e a planície de inundação associada
(ribeirinha). O componente aquático do sistema consiste num canal que corre (Fotografia 5-7) e braços
mortos em direcção às margens da planície de inundação onde a vegetação inundada e emergente cria um
habitat favorável (Fotografia 5-8). A zona ribeirinha consiste principalmente em habitats de planícies de
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inundação inundadas, mas árvores ribeirinhas são escassas visto que a zona ribeirinha se funde
rapidamente no sistema de florestas terrestres.
Os solos subjacentes ao Rio Govuro na proximidade da travessia dos tubos são Arenosols Gleicos, com
características muito semelhantes às dos Arenosols, mas com uma capacidade de retenção de água muito
melhor. A jusante, em direcção à ponte alta, os Arenosols mudam para Fluvisols Êutricos, que têm
capacidades de retenção de água imperfeitas a altas e um teor orgânico superficial baixo a alto.
As mal drenadas áreas baixas no vale do Rio Govuro são caracterizadas por mais formações de florestas
abertas com um estrato herbáceo composto de pradaria higrófita e pântanos de gramíneas e carriços. A
vegetação nas margens do rio, e nas partes da planície de inundação permanentemente ou semipermanentemente inundadas, é caracterizada por Phragmites australis e Nymphaea. Abundam Hyphaene
coriacea e Phoenix reclinata, sendo a última espécie muitas vezes associada com as orlas de pequenos
fragmentos de floresta ocorrendo nos morros de muchém.
Fotografia 5-7: O canal principal no Rio Govuro durante
Fotografia 5-8: Os braços mortos do rio, inundando a
altos fluxos no verão.
vegetação marginal na planície de inundação.
Os diferentes aspectos de potencial habitat e a estrutura deste biótopo determinam a presença de espécies
de animais e a sua abundância na área. A Tabela 5-4 apresenta o resumo destes aspectos.
Tabela 5-4: Componentes importantes dos habitats da fauna do sistema do Rio Govuro
Aspecto do habitat
% cobertura de área
Vegetação emergente e inundada
Vegetação herbácea na planície de inundação
Ilhas com vegetação e canaviais
Águas abertas
Lodaçais
42%
25%
5%
25%
3%
5.1.6
Rios Costeiros (perenes a sazonais)
Os rios costeiros encontram-se a leste da crista baixa que separa a orla costeira e o Rio Govuro. Vários rios
costeiros muito curtos nascem nesta área (Fotografia 5-9), com em geral um comprimento de 8km ou
menos. As águas de infiltração das áreas mais altas criam estas características, onde a água vem à
superfície para formar terras húmidas fluviais e rios.
Durante este estudo (De Castro e Grobler, 2014) foram encontrados solos tufosos nestes rios costeiros. Em
geral, os solos orgânicos (tufosos) são muito férteis e são permanentemente húmidos. Eles recebem água
nova durante todo o ano como resultado da infiltração das áreas de dunas circundantes, que têm altas taxas
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FAUNA TERRESTRE
de infiltração e de recarga. Uma grande parte da superfície das terras húmidas está coberta por vegetação
emergente e inundada, com pequenas áreas de água superficial aberta na forma de poças e braços mortos
(Fotografia 5-10).
Os diferentes aspectos de potencial habitat e a estrutura deste biótopo determinam a presença de espécies
de animais e a sua abundância na área. A Tabela 5-5 apresenta o resumo destes aspectos.
Tabela 5-5: Componentes importantes dos habitats da fauna do sistema de Rios Costeiros
Aspecto do habitat
% cobertura de área
Vegetação emergente e inundada
Vegetação herbácea na planície de inundação
Águas abertas
80%
10%
10%
Fotografia 5-9: Um rio costeiro - pequenas áreas de água
Fotografia 5-10: Um rio costeiro, coberto por vegetação
superficial aberta formam um habitat de água estagnada.
emergente e inundada.
5.1.7
Linhas de Drenagem Efémeras (incluindo as terras húmidas)
Os habitats das Linhas de Drenagem Efémeras são principalmente linhas de drenagem secas ladeadas por
uma estreita zona ribeirinha, que funciona como corredor para a fauna que usa a cobertura densa para se
movimentar ou migrar. Devido ao ambiente arenoso plano da área de estudo, não há muitas linhas de
drenagem, para além daquelas que conduzem ao Rio Govuro.
5.1.8
Mangais
Os mangais constituem um grupo diversificado de árvores, arbustos, palmeiras, e fetos crescendo na zona
entremarés ou margens dos estuários onde formam ligações interdependentes entre a paisagem terrestre
do interior e o ambiente marinho próximo da costa (Figura 5-1). Os mangais em Moçambique servem como
viveiros marinhos, e muitas vezes são contíguos aos recifes de coral e leitos de ervas marinhas igualmente
produtivos.
Ao longo de todo o comprimento da orla costeira ocorrem fragmentos menores de comunidades de mangais
(Fotografia 5-11), em qualquer parte onde a água doce se infiltra na praia a partir das dunas (Fotografia 512). Os mangais estão principalmente associados com a orla costeira e estão ligados à área de estudo pela
água que atravessa o solo e os rios costeiros descritos na Secção 5.1.6 acima. São raramente muito
grandes entre o seu lado interior e o lado do mar e são semi-contínuos ao longo da costa.
Os diferentes aspectos do potencial habitat e a estrutura deste biótopo determinam a presença de espécies
de animais e a sua abundância na área. O biótopo não foi estudado em detalhe, embora uma curta visita
deu alguma indicação dos habitats disponíveis nos mangais. A Tabela 5-6 apresenta o resumo destes
aspectos.
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Tabela 5-6: Componentes importantes dos habitats da fauna do sistema de Mangais
Aspecto do habitat
% cobertura de área
Árvores de mangal
Vegetação emergente e inundada
Vegetação herbácea na planície de inundação
Cobertura do fundo: lixo orgânico, leitos de ervas marinhas, areia
Solos lamacentos, lodaçais
Águas abertas
20%
10%
15%
Semelhante à água aberta
20%
35%
Figura 5-1: Mangais e áreas marinhas pouco fundas com leitos de ervas marinhas na foz
dum rio costeiro a jusante de I-G6PX-1.
Outubro 2014
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28
FAUNA TERRESTRE
Fotografia 5-12: Mangais perto da costa.
Fotografia 5-11: Mangais a jusante de I-G6PX-1.
Como a Figura 5-1 mostra, a maior área coberta pelo sedimento marinho raso fica directamente em redor
das fozes dos dois Rios Costeiros. É por isso evidente que os Rios Costeiros na terra têm uma influência na
extensão dos Mangais na área, tendo fornecido sedimento e nutrientes à área costeira durante séculos.
Durante uma visita curta às imediações do Mangal, foram observadas centenas de aves pernaltas nos
vastos lodaçais durante a maré baixa.
5.1.9
Lagoas Barreiras
Existem numerosas lagoas barreiras dentro da Área de Estudo, situadas numa planície de baixa altitude. A
prevalência das lagoas costeiras e sistemas de lagunas é em parte uma consequência da natureza de
terras baixas arenosas da planície costeira e o padrão de deposição de areia, e a maioria fica separada do
mar por um sistema de dunas costeiras bem desenvolvidas. Na área de estudo estas lagoas são
uniformemente pequenas.
Mudanças no nível do mar têm puxado a antiga orla costeira, sistemas de dunas, e lagunas para dentro, em
paralelo com a actual orla costeira. Onde as lagunas costeiras ficaram completamente isoladas, formaramse lagoas barreiras (Fotografia 5-13). Pequenas correntes perenes alimentam algumas destas lagoas
enquanto outras são sazonais, secando completamente durante o inverno. A qualidade da água nas lagoas
varia muito, mas em geral é doce, com as lagoas sendo situadas sobre leitos arenosos com depósitos
orgânicos substanciais. As zonas eulitorais (marginais) das lagoas são cobertas de vegetação dos pântanos
dominada por ervas e carriços higrófitos e hidrófitos (Fotografia 5-14).
Outubro 2014
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FAUNA TERRESTRE
Fotografia 5-13: A maior das duas lagoas barreiras perto
Fotografia 5-14: Vegetação marginal ao longo das
de T-19A.
margens da lagoa barreira.
Os diferentes aspectos de potencial habitat e a estrutura deste biótopo determinam a presença das
espécies de animais e ta sua abundância na área. A Tabela 5-7 apresenta o resumo destes aspectos.
Tabela 5-7: Componentes importantes dos habitats da fauna nas Lagoas Barreiras
Aspecto do habitat
% cobertura de área
Água aberta – fundos lamacentos ou arenosos
Vegetação emergente e inundada (carriços, ervas)
Vegetação hidrófita, herbácea na planície de inundação
Margem da lagoa - árvores vivas e madeira morta associada
Lodaçais
60%
12%
15%
5%
8%
5.1.10
Áreas cultivadas
Estendem-se terras agrícolas activamente cultivadas para fora a partir de Vilanculos e Inhassoro e ao longo
da EN-1 (Estrada Nacional, Figura 1-1). As culturas mais produzidas incluem o milho, amendoim, mandioca,
melancias e feijão. Nas áreas com altos níveis de humidade no solo, como em redor das lagoas barreiras e
na planície de inundação do Rio Govuro, são cultivadas culturas como cana doce, arroz, bananas, papaias
e batata-doce. Contudo, as espécies indígenas de plantas e animais ainda dão uma contribuição importante
às necessidades de comida, medicamentos, e materiais de construção dos residentes locais, e os
conhecimentos básicos em relação ao uso dos recursos naturais ainda estão muito intactos.
5.2
Viabilidade dos habitats
A importância de potenciais habitats e combinações de habitats não pode ser demasiadamente enfatizada.
Alguns aspectos do habitat são mais importantes ou sensíveis que outros, e a distribuição dos animais pode
ser fortemente influenciada pela presença ou ausência destes habitats. Pode-se resumir os bens e serviços
fornecidos pelos potenciais habitats da seguinte maneira:
Sistemas terrestres
ƒ
Árvores e arbustos vivos como:
ƒ abrigo (ambiente folhoso denso, cavidades e fendas no caule, casca solta, mato fechado);
ƒ lugar de nidificação e procriação (ramos, cavidades, debaixo de raízes);
ƒ alimentação (folhas, frutos, sementes, pólen, néctar, etc.);
Outubro 2014
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30
FAUNA TERRESTRE
ƒ poleiro (ponto de observação para a caça, descansar).
ƒ
Árvores e arbustos mortos como:
ƒ abrigo, lugar de nidificação e procriação (cavidades e fendas em troncos mortos, casca solta, no
interior de troncos apodrecidos, arbustos caídos).
ƒ
Cobertura do solo herbáceo como:
ƒ abrigo, lugar de nidificação e procriação (cobertura densa de ervas, fragmentos densos de plantas
floridas não gramíneas).
ƒ
Solo coberto de folhas (especialmente em habitats de bosques) como:
ƒ abrigo;
ƒ alimentação (encontrar presa debaixo dos estratos).
ƒ
Solos arenosos como:
ƒ abrigo, lugares de nidificação e procriação (meio para abrir túneis e enterrar-se);
ƒ alimentação (encontrar presa, comer raízes – abrir túneis e enterrar-se).
ƒ
Morros de muchém como:
ƒ abrigo (cavidades nos morros de muchém).
Sistemas aquáticos
ƒ
Águas abertas:
ƒ abrigo (escapar na água mais profunda);
ƒ alimentação (caçar peixe e outras espécies aquáticas).
ƒ
ƒ
Vegetação emergente e inundada na planície de inundação;
Abrigo (entre a vegetação e na água);
ƒ alimentação (caçar espécies aquáticas);
ƒ nidificação e procriação (na vegetação e na água).
ƒ
Lodaçais:
ƒ alimentação (na lama macia).
5.3
Conjuntos de fauna e potencial habitat
O estatuto de conservação dos recursos de biodiversidade de Moçambique é na maior parte das vezes
desconhecido, em parte devido à falta dum inventário da biodiversidade nacional, a falta duma
monitorização sistemática das espécies, e o facto de a pouca informação disponível não ser consolidada.
Há uma série de espécies quase endémicas e de distribuição geográfica restrita registadas em
Moçambique, principalmente associadas com os habitats montanos (das montanhas) isolados para o oeste,
mas espera-se a presença de nenhuma delas na área de estudo.
A grande diversidade de tipos de vegetação e comunidades de plantas ocorrendo na área de estudo
oferece uma ampla variedade de habitats para animais. O inventário da fauna apresentado abaixo é de
modo algum abrangente devido ao período de levantamento curto (3 semanas), a extensão da área de
estudo, e as limitações de movimento devido à possibilidade de haver minas terrestres na área. Contudo, o
inventário da fauna dá uma boa indicação do tipo de comunidades de fauna e da diversidade de espécies
de animais, cuja ocorrência se pode esperar na área de estudo, e oferece uma base adequada para a
avaliação dos possíveis impactos e a recomendação de medidas de mitigação.
5.3.1
Rãs
A fauna de rãs da área de estudo é produto da diversidade da topografia, clima e habitats da região. As rãs
têm-se adaptado a quase todos os tipos de ambiente e muitas espécies são altamente especializadas para
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
31
FAUNA TERRESTRE
adaptar-se às condições num dado local. Contudo, isto pode deixar uma espécie vulnerável quando um
habitat é degradado ou de modo irreversível alterado (Du Preez e Carruthers, 2009).
Os anfíbios estão localizados no seu movimento e escolhas de habitat. A maioria das rãs pode ocorrer em
áreas secas, mas precisa de água para pôr ovos e a fase de larva, e estão por isso ausentes se não estiver
disponível água parada durante esta fase. Elas apenas surgem depois de boas chuvas quando há água
para poderem alimentar e reproduzir-se. Durante o resto do ano, elas procuram refúgio em lugares húmidos
para escapar do clima seco ou frio.
Pesquisas recentes têm mostrado que espécies de anfíbios estão em declínio no mundo inteiro em
consequência da perda mundial de habitat (Du Preez e Carruthers, 2009). As suas pequenas áreas de
ocupação tornam-nas mais susceptíveis à extinção devido à perda de habitat e degradação em comparação
com outros vertebrados e a conservação de habitat é por isso uma prioridade para a preservação de
anfíbios. Condições ambientais apropriadas, especialmente locais de procriação, são criticamente
importantes para as rãs, e as espécies são muitas vezes muito específicas destes habitats.
Por muitas razões, as rãs são indicadores importantes e úteis da saúde ambiental. Os factores que tornam
as rãs particularmente sensíveis à deterioração ambiental incluem (Du Preez e Carruthers, 2009):
ƒ
Superfície da pele absorbente – absorve a água e quaisquer solventes e torna-as susceptíveis à
poluição da água e do ar;
ƒ
ƒ
ƒ
Distribuição fragmentada – as perdas de habitat podem isolar as populações sobreviventes;
ƒ
Nível trófico – são presas importantes para um conjunto amplo de predadores.
Temperatura – mudanças extremas da temperatura ambiental afectam a sua biologia;
Estilo de vida anfíbio – as rãs estão expostas a ambientes aquáticos bem como terrestres e são assim
afectadas pelas mudanças em ambos; e
5.3.1.1
Levantamentos nos habitats principais
A lista de controlo de Schneider et al (2005) contem 60 espécies de rãs para todo o País. A área que inclui a
Área de Estudo pode potencialmente oferecer habitat para 24 a 39 espécies de rãs.
Na compilação das listas de rãs esperadas para o estudo foram usados os registos da distribuição de rãs de
Du Preez e Carruthers (2009), juntamente com dados da preferência de habitat, compilados de várias
fontes. Durante o levantamento de Fevereiro de 2014 foram encontradas 16 espécies de rãs (Tabela 5-8).
Tabela 5-8: Rãs encontradas (12 espécies) nos habitats naturais disponíveis da Área de Estudo
durante o levantamento de 2014 (ver Anexo A para os detalhes). (Células sombreadas = habitat
preferido; número na célula = número de exemplares detectados durante os diferentes
levantamentos).
Habitat
Rã
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Sapo-de-patas-de-pá do Norte
(Arthroleptis stenodactylus)
Sapo gutural (Amietophrynus
gutturalis)
Rela-sarapintada (Hyperolius
marmoratus taeniatus)
Rela de Argus (Hyperolius argus)
Mistura de
Florestas e
Bosques
Outubro 2014
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Terras
húmidas
costeiras
1
5
2
4
2
Sapo de Senegal (Kassina
senegalensis)
Sapo-da-chuva (Breviceps
adspersus)
Sapo-de-duas-listas (Phrynomantis
bifasciatus)
Rio Govuro e
planície de
inundação
6
7
4
2
3
32
1
FAUNA TERRESTRE
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Habitat
Rã
Mistura de
Florestas e
Bosques
Rã-dos-charcos-anã de Mababe
(Phrynobatrachus mababiensis)
Rã-dos-charcos (Phrynobatrachus
natalensis)
Rã-da-erva (Ptychadena anchietae)
Rã-boi (Pyxicephalus edulis)
Rã-tremola (Tomopterna cryptotis)
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
1
4
2
1
1
1
1
1
1
Espera-se a ocorrência de todas as espécies que não foram encontradas nas terras húmidas associadas
com o Rio Govuro e nas Terras Húmidas Costeiras. Embora a maioria destas rãs irá afastar-se das terras
húmidas durante a sua vida, elas irão inevitavelmente voltar para reproduzir-se. A maioria estiva em lugares
de abrigo e durante os invernos secos e frios enterra-se no solo, às vezes muito longe das terras húmidas.
As rãs, como a rã-boi, o sapo-da-chuva e a rã-da-areia, são muitas vezes encontradas nas áreas mais
secas devido à sua capacidade de enterrar-se nos solos arenosos para estivar (enterradas e dormentes).
Irão permanecer aqui durante todo o período seco, aparecendo nas chuvas, quando se deslocam para
áreas de água parada para reproduzir-se.
5.3.1.2
Espécies de preocupação
Segundo a Lista Vermelha da UICN, há três rãs em Moçambique com o estatuto de “ameaçado” (Anexo E).
Contudo, nenhuma destas espécies ocorre na área de estudo (Channing, 2001).
5.3.1.3
Ameaças
As populações de anfíbios em Moçambique são confrontadas com várias ameaças ambientais. A destruição
de habitat, causando a fragmentação das populações, é citada como sendo a ameaça mais séria enfrentada
pelos anfíbios. A perda de habitat é geralmente causada pela agricultura de subsistência, mas é também
devido ao desenvolvimento urbano localizado. Os desenvolvimentos agrícolas afectando as rãs incluem o
cultivo, o sobrepastoreio e atropelamentos pelos animais domésticos. As plantas invasivas alienígenas e
queimadas fora da época causadas pelo homem também impactam no seu habitat.
5.3.2
Répteis
Os conhecimentos actuais dos répteis na área de estudo são provenientes de informação disponível nas
publicações de Branch (1998), Marais (2004) e Alexander e Marais (2007). Segundo a lista de controlo de
Schneider et al (2005) foram registadas duzentos e nove (209) espécies de répteis em Moçambique. Destes
209 espécies de répteis, espera-se que ocorram 24-34 espécies na região da qual a área de estudo.
Usando dados actualizados em relação à distribuição dos répteis na região, este número esperado de
répteis aumentou para 62 espécies.
5.3.2.1
Levantamentos nos habitats principais
Na compilação das listas de répteis esperados para o estudo, foram usados os registos da distribuição de
répteis de Branch (1998) e Marais (2004), juntamente com os dados da preferência de habitat, compilados
de várias fontes. Segundo os mapas de distribuição de répteis, a Área de Estudo situa-se no tipo de
vegetação das Florestas de Baixa Altitude e poderão ocorrer 62 espécies de répteis. Contudo, na base dum
conhecimento detalhado do habitat disponível na área de estudo, apenas se espera a ocorrência de 56
espécies. As espécies com registos de distribuição que coincidem com a região, mas cuja presença não se
espera na área de estudo, são as espécies vivendo no oceano como tartarugas e cobras-do-mar.
Durante o levantamento de Fevereiro de 2014 foram encontradas 23 espécies de répteis (também
comunicadas pelo pessoal da CPF). Ver a Tabela 5-9:
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
33
FAUNA TERRESTRE
Tabela 5-9: Espécies de répteis encontradas ou comunicadas (23 espécies) nos habitats naturais
disponíveis da Área de Estudo durante o levantamento de 2014 (ver Anexo B para os detalhes).
(Células sombreadas = habitat preferido; número na célula = número de exemplares detectados
durante os diferentes levantamentos.
Habitat
Espécies de répteis
Cobra-cega-lustrosa
(Leptotyphlops scutifrons
scutifrons)
Pitão (Python natalensis)
Cobra-de-dorso-dentado do Cabo
(Mehelya capensis capensis)
Cobra-da-erva-azeitona
(Psammophis mossambicus)
Cobra-do-mato-variegada
(Philothamnus semivariegatus)
Come-ovos (Dasypeltis scabra)
Cobra-trepadeira de Moçambique
(Thelotornis mossambicanus)
Cobra-de-focinho (Naja
annulifera)
Cobra-cuspideira (Naja
mossambica)
Mamba-negra (Dendroaspis
polylepis)
Víbora-comum (Bitis arietans
arietans)
Lagartixa-da-costa-leste
(Trachylepis depressa)
Lagartixa-com-listas (Trachylepis
striata)
Lagartixa-variada (Trachylepis
varia)
Lagartixa-com-marcas de
Moçambique (Mochlus afrum)
Lagarto-de-escamas-rugosas
(Meroles squamulosa)
Lagarto-de-escamas-rugosas do
(Ichnotropis capensis)
Varano do Nilo (Varanus niloticus
niloticus)
Agama de Moçambique (Agama
mossambica)
Agama-com-espinhos-trópical
(Agama armata)
Camaleão-de-pescoço-achatado
(Chamaeleo dilepis dilepis)
Outubro 2014
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Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
1
1
1
1
1
2
1
1
1
1
2
1
1
1
1
2
2
1
1
1
5
1
1
7
1
1
34
FAUNA TERRESTRE
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Habitat
Espécies de répteis
Osga-anã-vulgar-comum
(Lygodactylus capensis capensis)
Lagarto-amarelo-com-placas
(Hemidactylus mabouia)
Mistura de
Florestas e
Bosques
3
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
1
1
A razão de se encontrar números de répteis relativamente pequenos pode ser atribuída aos seguintes
factores, que se aplicam a muitas espécies:
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
Hábitos subterrâneos;
Hábitos nocturnos;
Hábitos esquivos e reservados;
Pequeno tamanho (de muitas espécies); e
Coloração oculta.
5.3.2.2
Espécies de preocupação
Segundo a Lista Vermelha da UICN, há 10 espécies de répteis em Moçambique com estatuto de
“ameaçado” (Anexo E), cinco das quais são tartarugas marinhas. Segundo a Lista Vermelha da UICN
(UICN= União Internacional para a Conservação da Natureza 2014), apenas uma espécie de réptil, cuja
distribuição e habitat correspondem com a área de estudo, é considerada ameaçada. Trata-se da tartaruga
de carapaça ondulada do Zambeze (Cycloderma frenatum) - Risco Menor/preocupação menor.
5.3.2.3
Espécies de preocupação: Disponibilidade de habitat
Comparando os requisitos de habitat da tartaruga de carapaça ondulada do Zambeze ameaçada com a
disponibilidade de habitat na área de estudo, os seguinte tipos de vegetação têm conjuntos de habitat que
correspondem com os requisitos óptimos da espécie:
Tabela 5-10: Disponibilidade de habitat para espécies de répteis de preocupação na área de estudo,
indicando o requisito de habitat, e os tipos de vegetação com habitat apropriado.
Espécie de réptil
Requisitos de habitat
Disponibilidade de habitat
Tartaruga de
carapaça ondulada
do Zambeze
(Cycloderma
frenatum) - Risco
Menor/preocupação
menor
Rios, lagos e poças de água estagnada.
Enterra-se na lama macia. Nadador rápido.
Prefere mais os substratos arenosos que
os lamacentos. Apanhador de peixe
altamente especializado, alimentando-se
em mexilhões apenas quando não há
peixe. Os mexilhões são desenterrados do
substrato de rios e lagos, usando as garras
poderosas nas patas anteriores. As
tartarugas adultas podem nadar até vários
quilómetros da costa e, nos dias sem
vento, até meia dúzia delas pode
geralmente ser vista flutuando na superfície
refastelando-se ao sol. As tartarugas
fêmeas vêm à praia à noite para pôr os
seus ovos entre os fins de Janeiro e Abril.
Os ninhos ficam na sombra debaixo de
árvores e arbustos, geralmente dentro de
200 m da água. Pões ovos numa ninhada
de 17-25 em ninhos em covas escavadas
Rio Govuro e planície de
inundação
Índice de Integridade de Habitat: 4*
Outubro 2014
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Terras húmidas costeiras
Índice de Integridade de Habitat: 4
FAUNA TERRESTRE
Espécie de réptil
Requisitos de habitat
Disponibilidade de habitat
pouco profundas. As crias são numerosas
em Janeiro e podem ser encontradas
debaixo de pedras soltas e troncos ao
longo da linha de preia-mar.
*Índices de Integridade de Habitat (o nível de adequação do habitat à espécie): Fraca 1; Baixa 2; Média 3; Boa 4; Óptima 5
A Tabela 5-11 sugere a existência de habitat disponível suficiente para a ocorrência esperada da tartaruga
de carapaça ondulada do Zambeze na Área de Estudo. Durante o levantamento de 2014 não foram
encontrados cágados.
5.3.3
Aves
As aves constituem um componente importante de muitos ecossistemas, e de todos os grupos principais de
fauna bravia são muitas vezes os mais fáceis de observar e contar. Muitos estudos têm mostrado que a
contagem de aves pode detectar mudanças ambientais com precisão (Pomeroy, 1992). Um declínio da
riqueza e diversidade de espécies, como determinado pela monitorização de rotina, pode servir dum aviso
prévio de degradação ambiental (Ryder, 1986).
O estatuto de conservação das aves de Moçambique está sendo revisto (Schneider et al, 2005), mas uma
estimativa preliminar indica que pelo menos 51 espécies de aves são de importância para conservação
(UICN, 2014). Das 900 espécies de aves registadas na África Austral, 603 encontram-se em Moçambique.
Segundo a lista de controlo de Schneider et al (2005), espera-se que ocorram 294-342 espécies na região
da qual a área de estudo faz parte. Embora há espécies que são consideradas quase endémicas ou com
uma distribuição geográfica restrita, está disponível pouca informação concludente sobre o seu estado de
endemismo e conservação.
O Atlas de Aves, elaborado por Harrison et al (1997), Volumes 1 e 2, foi a base dos dados de distribuição
usada neste relatório, como é actualmente a fonte de informação impressa mais actualizada sobre as aves
da África Austral. O atlas final inclui todos os dados adicionais recolhidos por ornitólogos no sul e centro de
Moçambique, depois da publicação dos alasses provisórios. Também foi consultado o Roberts Birds of
Southern Africa (Hockey, et al. 2005) para dados sobre os habitats e as aves.
5.3.3.1
Levantamentos nos habitats principais
Durante o levantamento de Fevereiro de 2014, foram pesquisados vários biótopos e locais para encontrar
espécies de aves, incluindo biótopos transformados bem como não transformados. O timing do
levantamento, que foi durante o período de muita chuva no verão quando estavam presentes as espécies
migratórias, foi perfeito para a observação de aves.
Das espécies de aves esperadas de serem encontradas na área de estudo, certas aves são residentes e
irão permanecer na área durante todo o ano. As espécies nómadas irão voar periodicamente para outras
áreas mais distantes da área de estudo para fins de alimentação ou procriação. Das espécies migratórias
de aves cuja ocorrência se espera, algumas aves são visitantes e vindas de zonas mais para o norte no
continente africano, chegando na região da África Austral para se alimentar e muitas vezes para se
reproduzir. As aves migratórias paleárcticas são visitantes para a África Austral no verão, permanecendo
nos nossos invernos na Eurásia. Muito poucas destas espécies reproduzem-se na África Austral.
Excluindo as espécies marinhas, foi observado um total de 275 espécies de aves durante o projecto do Bird
Atlas (Harrison et al, 1997) nesta região. Duma avaliação da distribuição das aves e habitats locais fica claro
que todas estas espécies de aves ocorrem provavelmente nos diferentes biótopos da área de estudo
(Anexo C). Durante o levantamento de verão (Fevereiro de 2014), foram observadas 129 espécies de aves
nos transectos que foram pesquisados (Anexo C).
Outubro 2014
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36
FAUNA TERRESTRE
Tabela 5-11: Espécies de aves registadas na área de estudo no levantamento de verão (Fevereiro de
2014) (a vermelho = Espécies Especiais)
1. Corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax
carbo)
2. Garça-branca-pequena (Egretta garzetta)
3. Garça-branca-grande (Egretta alba)
4. Bico-aberto (Anastomus lamelligerus)
5. Pato-assobiador-de-faces-brancas (Dendrocygna
viduata)
6. Pato-ferrão (Plectopterus gambensis)
7. Jacana (Actophilornis africanus)
8. Águia-pesqueira (Pandion haliaetus)
9. Falcão-cuco (Aviceda cuculoides)
10. Peneireiro-cinzento (Elanus caeruleus)
11. Milhafre-preto (Milvus parasitus)
12. Águia-pesqueira-africana (Haliaeetus vocifer)
13. Secretário-pequeno (Polyboroides typus)
14. Gaivão-papa-lagartos (Kaupifalco
monogrammicus)
15. Açor-cantor-escuro (Melierax metabates)
16. Gaivão-pequeno (Accipiter minullus)
17. Açor-preto (Accipiter melanoleucus)
18. Águia-dominó (Aquila spilogaster)
19. Águia-marcial (Polemaetus bellicosus)
20. Perdiz-de-crista (Dendroperdix sephaena)
21. Perdiz-de-gola-vermelha (Pternistes afer)
22. Galinha-do-mato-de-crista (Guttera pucherani)
23. Frango-de-água-preta (Amaurornis flavirostris)
24. Abetarda-de-barriga-preta (Lissotis melanogaster)
25. Borrelho-grande-de-coleira (Charadrius hiaticula)
26. Borrelho-de-três-golas (Charadrius tricollaris)
27. Pilrito-pequeno (Calidris minuta)
28. Alcaravão do Cabo (Burhinus capensis)
29. Perna-longa (Himantopus himantopus)
30. Rola do Cabo (Streptopelia capicola)
31. Rola-de-olhos-vermelhos (Streptopelia
semitorquata)
32. Rola-esmeraldina (Turtur chalcospilos)
33. Pombo-verde-africano (Treron calva)
34. Brown-necked parrot (Poicephalus fuscicollis)
35. Papagaio-de-cabeça-castanha (Poicephalus
cryptoxanthus)
36. Touraco-de-crista-violeta (Tauraco
porphyreolophus)
37. Cucal de Burchell (Centropus burchellii)
38. Cuco-de-peito-vermelho (Cuculus solitarius)
39. Cuco-bonzeado-menor (Chrysococcyx klaas)
40. Cuco-bonzeado-maior (Chrysococcyx caprius)
41. Cuco-preto (Cuculus clamosus)
42. Corujão-africano (Bubo africanus)
43. Noitibó-de-pescoço-dourado (Caprimulgus
pectoralis)
44. Andorinhão-das-palmeiras (Cypsiurus parvus)
45. Andorinhão-pequeno (Apus affinis)
46. Rabo-de-junco-de-peito-barrado (Colius striatus)
47. Bico-de-cimitarra (Rhinopomastus cyanomelas)
48. Pica-peixe-de-barrete-castanho (Halcyon
albiventris)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
66.
67.
68.
69.
70.
71.
72.
73.
74.
75.
76.
77.
78.
79.
80.
81.
82.
83.
84.
Pica-pau-cardeal (Dendropicos fuscescens)
Cotovia-de-nuca-vermelha (Mirafra africana)
Cotovia-das-castanholas (Mirafra rufocinnamomea)
Andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica)
Andorinha-cauda-de-arame (Hirundo smithii)
Andorinha-das-mosquitas (Cecropis senegalensis)
Drongo-de-cauda-forcada (Dicrurus adsimilis)
Papa-figos-de-cabeça-preta (Oriolus larvatus)
Seminarista (Corvus albus)
Toutinegra (Pycnonotus tricolor)
Tuta-sombria (Andropadus importunus)
Tuta-amarela (Chlorocichla flaviventris)
Tuta-da-terra (Phyllastrephus terrestris)
Tuta-de-garganta-branca (Nicator gularis)
Chapim-preto-meridional (Parus niger)
Zaragateiro-castanho (Turdoides jardineii)
Pisco do Natal (Cossypha natalensis)
Rouxinol-do-mato-estriado (Erythropygia leucophrys)
Rouxinol-dos-caniços-africano (Acrocephalus
baeticatus)
85. Felosa-palustre (Acrocephalus palustris)
86. Apalis-de-peito-amarelo (Apalis flavida)
87. Felosa-de-dorso-verde (Camaroptera brachyura)
88. Toutinegra-de-bico-comprido (Sylvietta rufescens)
89. Fuinha-chocalheira (Cisticola chiniana)
90. Fuinha do Natal (Cisticola natalensis)
91. Fuinha-de-cabeça-ruiva (Cisticola fulvicapilla)
92. Fuinha-dos-juncos (Cisticola juncidis)
93. Prínia-de-flancos-castanhos (Prinia subflava)
94. Papa-moscas do Paraíso (Terpsiphone viridis)
95. Papa-moscas-pálido (Bradornis pallidus)
96. Papa-moscas-preto-africano (Melaenornis pammelaina)
97. Papa-moscas-cinzento (Muscicapa striata)
98. Papa-moscas-rabo-de-leque (Myioparus plumbeus)
99. Batis de Woodward (Batis fratrum)
100. Unha-longa-amarelo (Macronyx croceus)
101. Picanço-de-dorso-ruivo (Lanius collurio)
102. Brubru (Nilaus afer)
103. Picanço-de-almofadinha (Dryoscopus cubla)
104. Picanço-assobiador-de-coroa-preta (Tchagra senegala)
105. Picanço-assobiador (Tchagra australis)
106. Picanço-ferrugíneo (Laniarius ferrugineus)
107. Picanço-de-peito-laranja (Chlorophoneus
sulfureopectus)
108. Picanço-quadricolor (Chlorophoneus quadricolor)
109. Picanço-de-cabeça-cinzenta (Malaconotus blanchoti)
110. Atacador-de-poupa-branca (Prionops plumatus)
111. Atacador-de-poupa-preta (Prionops retzii)
112. Estorninho-de-dorso-violeta (Cinnyricinclus
leucogaster)
113. Beija-flor-preto (Chalcomitra amethystina)
114. Pardal-de-cabeça-cinzenta (Passer diffusus)
115. Pardal-de-garganta-amarela (Gymnoris superciliaris)
116. Tecelão de Cabanis (Ploceus intermedius)
117. Tecelão-de-lunetas (Ploceus ocularis)
37
FAUNA TERRESTRE
49.
50.
51.
52.
53.
54.
55.
56.
57.
58.
59.
60.
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62.
63.
64.
65.
Pica-peixe-riscado (Halcyon chelicuti)
Pica-peixe-malhado (Ceryle rudis)
Abelharuco-persa (Merops persicus)
Abelharuco-europeu (Merops apiaster)
Abelharuco-róseo (Merops nubicoides)
Abelharuco-dourado (Merops pusillus)
Rolieiro-europeu (Coracias garrulus)
Rolieiro-de-peito-lilás (Coracias caudatus)
Rolieiro-de-bico-grosso (Eurystomus glaucurus)
Calau-coroado (Tockus alboterminatus)
Calau-trombeteiro (Bycanistes bucinator)
Barbadinho-de-fronte-amarela (Pogoniulus
chrysoconus)
Barbaças-malhado (Tricholaema leucomelas)
Barbaças-de-colar-preto (Lybius torquatus)
Indicador-grande (Indicator indicator)
Indicador-pequeno (Indicator minor)
Pica-pau-de-cauda-dourada (Campethera
abingoni)
118.
119.
120.
121.
122.
123.
124.
125.
126.
127.
128.
129.
130.
131.
Fotografia 5-15: Gaivão-papa-lagartos (Kaupifalco
Tecelão-dourado (Ploceus xanthops)
Tecelão-de-máscara (Ploceus velatus)
Viúva-de-espáduas-vermelhas (Euplectes axillaris)
Viúva-de-rabadilha-amarela (Euplectes capensis)
Pintadinha-de-peito-rosado (Hypargos margaritatus)
Freirinha-bronzeada (Lonchura cucullata)
Peito-de-fogo-de-jameson (Lagonosticta rhodopareia)
Bico-de-lacre-comum (Estrilda astrild)
Peito-celeste (Uraeginthus angolensis)
Viuvinha (Vidua macroura)
Viuvinha-do-paraiso (Vidua paradisaea)
Xerico (Crithagra mozambicus)
Escrevedeira-de-peito-dourado (Emberiza flaviventris)
Fotografia 5-16: Abelharuco-dourado (Merops pusillus)
monogrammicus)
5.3.3.2
Espécies com Requisitos de habitat de Preocupação Especial
De acordo com a Lista Vermelha da UICN, 51 espécies de aves em Moçambique têm o estatuto de
“ameaçado” (Anexo E). Quinze espécies de aves que se espera que ocorram na área (distribuição
geográfica e habitat) são consideradas ameaçadas segundo a Lista Vermelha da UICN:
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
38
FAUNA TERRESTRE
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Beija-flor-de-garganta-azul (Anthreptes reichenowi) - UICN 2014 NT: Quase ameaçada.
Garça-do-lago (Ardeola idae) - UICN 2014 NT: Em perigo.
Borrelho-de-colar-arruivado (Charadrius pallidus) - UICN 2014 NT: Quase ameaçada.
Tartaranhão-rabilongo (Circus macrourus) - UICN 2014 NT: Quase ameaçada.
Rolieiro-europeu (Coracias garrulus) - UICN 2014 NT: Quase ameaçada.
Falcão-Sombrio (Falco concolor) - UICN 2014 NT: Quase ameaçada.
Beija-flor de Neergaard (Cinnyris neergaardi) - UICN 2014 NT: Quase ameaçada.
Maçario-real (Numenius arquata) - UICN 2014 NT: Quase ameaçada.
Flamingo-pequeno (Phoeniconaias minor) - UICN 2014 NT: Quase ameaçada.
Águia-belicosa (Polemaetus bellicosus) - UICN 2014 NT: Vulnerável.
Secretário (Sagittarius serpentarius) - UICN 2014 NT: Vulnerável.
Águia-Coroada (Stephanoaetus coronatus) - UICN 2014 NT: Quase ameaçada.
Águia-sem-rabo (Terathopius ecaudatus) - UICN 2014 NT: Quase ameaçada.
Abutre-real (Torgos tracheliotus) - UICN 2014 NT: Vulnerável.
Abutre-de-cabeça-branca (Trigonoceps occipitalis) - UICN 2014 NT: Vulnerável.
5.3.3.3
Espécies de preocupação: Disponibilidade de habitat
Comparando os requisitos de habitat da Lista Vermelha ou as Espécies Ameaçadas da UICN com a
disponibilidade de habitat na área de estudo, os seguinte tipos de vegetação têm qualidades de habitat que
correspondem com os requisitos destas aves:
Tabela 5-12: Disponibilidade de habitat para as espécies de aves de preocupação na área de estudo,
indicando os requisitos de habitat, e os tipos de vegetação com o habitat apropriado.
Espécies de aves
Beija-flor-degarganta-azul
(Anthreptes
reichenowi)
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada
Garça-do-lago
(Ardeola idea)
UICN 2014 EN: Em
perigo
Borrelho-de-colararruivado (Charadrius
pallidus)
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada
Requisitos de habitat
Tipos de vegetação
Floresta costeira sempre verde, mangal e floresta
de miombo. Florestas costeiras, Androstachys
johnsonii (pau-ferro) alto. Na vegetação, ficando
na cobertura profunda. Esta espécie é
classificada como Quase ameaçada porque é
considerada ter uma população medianamente
pequena, que se supõe estar em declínio, devido
à desflorestação em toda a sua zona de
distribuição (desbravamento ao longo da costa, o
abate de árvores no interior).
Pequenos pântanos com ervas, lagos e lagoas,
correntes. Esta espécie é classificada como Em
perigo porque tem uma população muito
pequena que se encontra em constante declínio,
porque muitas das suas colónias de reprodução
estão sendo fortemente e cada vez mais
exploradas para apanhar ovos e crias. Esta
exploração é agravada pelas pressões nos seus
habitats nas terra húmidas.
Florestas e Bosques de
Julbernardia-Brachystegia
Índice de Integridade de
Habitat: 4
Lagunas salinas, depressões salinas e salobras,
salinas; às vezes estuários e lagunas arenosas.
Raramente nos habitats de água doce. Esta
espécie tem uma grande zona de distribuição,
contudo, devido à natureza específica dos seus
requisitos de habitat, acredita-se que a área que
ocupa de facto é pequena, ocorrendo em menos
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
39
Mistura de Florestas e
Bosques
Índice de Integridade de
Habitat: 5
Rio Govuro e planície de
inundação
Índice de Integridade de
Habitat: 4
Terras húmidas costeiras
Índice de Integridade de
Habitat: 5
Terras húmidas costeiras
Índice de Integridade de
Habitat: 4
FAUNA TERRESTRE
Espécies de aves
Tartaranhãorabilongo (Circus
macrourus)
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada
Requisitos de habitat
Tipos de vegetação
que dez locais na estação de não-reprodução;
nestes locais a qualidade do habitat está a
diminuir. Por estas razões é avaliada como
Quase ameaçada.
Prados abertos, campos cultivados, menos em
savana semiárida aberta. Depressões ou
planícies de inundação abertas. Sabe-se que
esta espécie está a sofrer dum declínio
acentuado da sua população na Europa, embora
se acredite que os seus números nos seus
baluartes na Ásia são mais estáveis. Assim a
espécie está provavelmente a sofrer dum declínio
geral da população moderadamente rápido, e
consequentemente é classificada como Quase
ameaçada.
Beija-flor de
Neergaard (Cinnyris
neergaardi)
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada
Está limitada à faixa costeira, a floresta mista
afastada da costa. Floresta, especialmente seca,
floresta densa num solo arenoso. Também
ocorre nas áreas de matagal costeiras. Esta
espécie é classificada como Quase ameaçada,
porque tem uma população medianamente
pequena, que pode estar em declínio devido ao
desbravamento dos seus habitats de floresta
nativa. A confirmação do tamanho da sua
população e a gravidade da perda de habitat
podem qualificar a espécie para uma categoria
de ameaça mais alta.
Rolieiro-europeu
(Coracias garrulus)
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada
Florestas e prados. Bosques abertos. Esta
espécie sofreu aparentemente de reduções
moderadamente rápidas das suas populações
nas suas zonas de distribuição a nível mundial e
é consequentemente considerada Quase
ameaçada.
Falcão-Sombrio
(Falco concolor)
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada
Áreas costeiras ou pantanosas tropicais e
subtropicais, savanas húmidas e orlas de
florestas. Na estação de não-reprodução
alimenta se de grandes insectos em prados e
campos abertos com árvores. Reproduz-se em
colónias em ambientes quentes e áridos; em
escarpas, pequenas ilhas rochosas e montanhas
de deserto acidentadas onde o tempo da sua
procriação coincide com a migração de outono
de aves de pequeno porte nas quais se alimenta.
Esta espécie foi classificada como Quase
ameaçada porque suspeita-se ter uma população
moderadamente pequena e a diminuir. São muito
necessários levantamentos detalhados e uma
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
40
Rio Govuro e planície de
inundação
Índice de Integridade de
Habitat: 2
Terras húmidas costeiras
Índice de Integridade de
Habitat: 3
Florestas e Bosques de
Julbernardia-Brachystegia
Índice de Integridade de
Habitat: 4
Mistura de Florestas e
Bosques
Índice de Integridade de
Habitat: 2
Rio Govuro e planície de
inundação
Índice de Integridade de
Habitat: 2
Terras húmidas costeiras
Índice de Integridade de
Habitat: 4
Florestas e Bosques de
Julbernardia-Brachystegia
Índice de Integridade de
Habitat: 4
Mistura de Florestas e
Bosques
Índice de Integridade de
Habitat: 3
Florestas e Bosques de
Julbernardia-Brachystegia
Índice de Integridade de
Habitat: 4
Mistura de Florestas e
Bosques
Índice de Integridade de
Habitat: 3
Rio Govuro e planície de
inundação
Índice de Integridade de
Habitat: 2
Terras húmidas costeiras
FAUNA TERRESTRE
Espécies de aves
Maçarico-real
(Numenius arquata)
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada
Flamingo-pequeno
(Phoeniconaias
minor)
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada
Águia-belicosa
(Polemaetus
bellicosus)
UICN 2014 VU:
Vulnerável
Requisitos de habitat
Tipos de vegetação
monitorização rigorosa, levando a uma
clarificação do seu estatuto.
Terras húmidas costeiras; forrageia nos lodaçais
e areais entremarés e empoleira-se nos pântanos
salgados, dunas de areia, mangais ou rochas
adjacentes. Esta espécie muito espalhada
continua comum em muitas partes das suas
zonas de distribuição, e é difícil determinar as
tendências das suas populações. Não obstante,
foram registadas diminuições em várias
populações importantes e estima-se um declínio
global geral moderadamente rápido. Como
resultado, a classificação da espécie subiu para
Quase ameaçada.
Terras húmidas eutróficas pouco profundas,
depressões salinas e lagunas costeiras
abrigadas. Águas interiores e costeiras maiores,
salobras ou salinas. Esta espécie é classificada
como Quase ameaçada porque as suas
populações aparentemente estão a sofrer uma
diminuição moderadamente rápida.
Prados abertos e áreas de matagal. Grandes
árvores para os ninhos. Ampla gama de tipos de
vegetação: desertos, áreas densamente
arborizadas. A classificação desta espécie subiu
para Vulnerável porque suspeita-se ter sofrido
declínios rápidos durante os últimas três
gerações (56 anos), devido ao envenenamento
deliberado e acidental, perda de habitat, redução
da disponibilidade de presa, poluição e colisões
com linhas de alta tensão. Informação adicional
sobre as tendências em todas as grandes zonas
de distribuição poderá no futuro levar a mais uma
subida na sua classificação para Em perigo.
Índice de Integridade de
Habitat: 4
Secretário
(Sagittarius
serpentarius)
UICN 2014 VU:
Vulnerável
Áreas abertas: Savana, bosque aberto, prado e
matagal baixo. Esta espécie é classificada como
Vulnerável porque evidência recente de todas as
suas zonas de distribuição sugere que a sua
população está a sofrer um declínio rápido,
provavelmente devido à degradação do habitat,
perturbação, caça e captura para
comercialização.
Águia-Coroada
(Stephanoaetus
coronatus)
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada
Floresta indígena densa, incluindo floresta
ribeirinha de galeria; pode voar para longe da
floresta para caçar. A classificação desta espécie
subiu para Quase ameaçada porque evidência
de ameaças generalizadas sugere que a sua
população se encontra num declínio
moderadamente rápido.
Águia-sem-rabo
(Terathopius
Floresta e savana em planícies abertas, incluindo
a zona de espinheiros do Kalahari. Geralmente
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
41
Terras húmidas costeiras
Índice de Integridade de
Habitat: 5
Terras húmidas costeiras
Índice de Integridade de
Habitat: 2
Florestas e Bosques de
Julbernardia-Brachystegia
Índice de Integridade de
Habitat: 4
Mistura de Florestas e
Bosques
Índice de Integridade de
Habitat: 4
Florestas e Bosques de
Julbernardia-Brachystegia
Índice de Integridade de
Habitat: 2
Mistura de Florestas e
Bosques
Índice de Integridade de
Habitat: 2
Florestas e Bosques de
Julbernardia-Brachystegia
Índice de Integridade de
Habitat: 3
Mistura de Florestas e
Bosques
Índice de Integridade de
Habitat: 3
Florestas e Bosques de
Julbernardia-Brachystegia
FAUNA TERRESTRE
Espécies de aves
Requisitos de habitat
Tipos de vegetação
ecaudatus)
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada
nidifica na copa ou num braço horizontal duma
grande árvore, 8-12-16 m acima do chão.
Empoleira-se nas árvores. Esta espécie é
classificada como Quase ameaçada porque
suspeita-se ter sofrida declínios moderadamente
rápidos durante as últimas três gerações (41
anos), devido à perda de habitat e
envenenamento e poluição acidentais. Por isso,
acredita-se que se aproxima do limiar da
classificação como Vulnerável.
Índice de Integridade de
Habitat: 4
Abutre-real (Torgos
tracheliotus)
UICN 2014 VU:
Vulnerável
Savanas, especialmente nas áreas mais áridas;
nidifica e empoleira-se nas árvores. Esta espécie
é classificada como Vulnerável, visto ter ficado
apenas uma população pequena e em declínio,
em primeiro lugar devido ao envenenamento e à
perseguição, bem como às mudanças nos
ecossistemas.
Abutre-de-cabeçabranca (Trigonoceps
occipitalis)
UICN 2014 VU:
Vulnerável
Áreas abertas: Savana, bosque aberto, prado e
matagal baixo. A população desta espécie é
pequena e é composta duma única metapopulação, como se pensa que há movimentos
de exemplares dentro da sua grande zona de
distribuição. É classificada como Vulnerável
porque a informação de toda a sua zona de
distribuição indica que os seus números estão a
diminuir devido a uma série de ameaças.
Mistura de Florestas e
Bosques
Índice de Integridade de
Habitat: 4
Florestas e Bosques de
Julbernardia-Brachystegia
Índice de Integridade de
Habitat: 2
Mistura de Florestas e
Bosques
Índice de Integridade de
Habitat: 2
Florestas e Bosques de
Julbernardia-Brachystegia
Índice de Integridade de
Habitat: 2
Mistura de Florestas e
Bosques
Índice de Integridade de
Habitat: 2
*Índices de Integridade de Habitat (o nível de adequação do habitat à espécie): Fraca 1; Baixa 2; Média 3; Boa 4; Óptima 5
5.3.4
Mamíferos
Embora a diversidade das espécies de mamíferos seja alta na Área de Estudo, as populações destas
espécies, especialmente os mamíferos de maior porte, foram significativamente reduzidas, dentro e fora das
áreas protegidas, devido à falta de protecção durante o conflito armado (1981-1992) e a subsequente caça
e colocação descontrolada de armadilhas.
Contudo, há populações saudáveis de mamíferos de menor porte em todas as partes da área de estudo que
não são fortemente populadas. Segundo a lista de controlo de Schneider et al (2005), ocorrem 190 espécies
de mamíferos em Moçambique, das quais se espera que ocorram 80-92 espécies na região circundante da
Área de Estudo. Com novos registos de mamíferos (especialmente os morcegos) o número de espécies
esperadas aumentou para 99.
5.3.4.1
Levantamentos nos habitats principais
Os dados da distribuição usados neste relatório basearam-se nas publicações de Skinner e Smithers,
(1990), Mills e Hes (1997) e Monadjem et al (2010). Das 99 espécies de mamíferos que têm zonas de
distribuição em Moçambique que coincidem com a Área de Estudo, 98 espécies são esperadas estar
presentes sob condições naturais. Enquanto a maioria dos morcegos necessita de covas ou estruturas
semelhantes para empoleirar-se, que não ocorrem necessariamente na Área de Estudo, estes mamíferos
voadores nocturnos são muito móveis, voando sobre longas distâncias na busca de comida, e assim a sua
ocorrência é provável, independentemente da disponibilidade local de locais para empoleirar.
Devido à perseguição pelo homem e a perda de habitat, quatro das espécies de caça de maior porte, cuja
ocorrência se esperava, estão provavelmente perdidas na área. Assim, espera-se que ocorram na área de
estudo as 94 espécies de mamíferos que sobrevivem com mais sucesso os impactos da actividade humana.
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
42
FAUNA TERRESTRE
Durante o levantamento de Fevereiro de 2014, foram observadas nos transectos do levantamento os
vestígios e/ou de facto ocorrência de 21 espécies de mamíferos, ou foram referidas em entrevistas com
habitantes locais (Ver o Anexo D para os detalhes). Foram registadas as seguintes espécies de mamíferos:
1. Musaranho-almiscarado-vermelho (Crocidura hirta)
2. Toupeira-amarela-dourada (Calcochloris obtusirostris)
3. Macaco-cão-cinzento (Papio ursinus)
4. Macaco-de-cara-preta (Cercopithecus aethiops)
5. Geneta-de-malhas-grandes (Genetta tigrina)
6. Manguço-vermelho (Galerella sanguinea)
7. Manguço-d’ água (Atilax paludinosus)
8. Porco-bravo (Potamochoerus porcus)
9. Cabrito-cinzento (Sylvicapra grimmia grimmia)
10. Changane (Neotragus moschatus)
11. Cabrito-vermelho (Cephalophus natalensis)
12. Chipene (Raphicerus campestris)
13. Lebre-saltadora (Pedetes capensis)
14. Porco-espinho do Cabo (Hystrix africaeaustralis)
15. Rato-toupeira-Hottentot (Cryptomys hottentotus)
16. Esquilo-vermelho-da-floresta (Paraxerus palliatus)
17. Gerboa de Peters (Gerbilliscus leucogaster)
18. Rato-espinhoso (Acomys spinosissimus)
19. Rato-bochechudo (Saccostomus campestris)
20. Espécies do Rato-vermelho-da-savana (Aethomys ineptus)
21. Lebre-de-nuca-dourada (Lepus saxatilis)
Fotografia 5-17: Musaranho-almiscarado-vermelho
Fotografia 5-18: Macaco-cão-cinzento (Papio ursinus)
(Crocidura hirta)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
43
FAUNA TERRESTRE
5.3.4.2
Espécies de preocupação
Segundo a Lista Vermelha da UICN, 19 espécies de mamíferos em Moçambique têm o estatuto de
“ameaçada” (Anexo E), quatro das quais são mamíferos marinhos (golfinhos ou baleias). Três espécies de
mamíferos que se espera que ocorram na área de estudo (zona de distribuição e habitat), são consideradas
ameaçadas, e uma, o hipopótamo-comum (Hippopotamus amphibius), está provavelmente extinta na área
de estudo:
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
Dugongo (Dugong dugong) - UICN: VU Vulnerável;
Hipopótamo-comum (Hippopotamus amphibius) - UICN: VU Vulnerável;
Morcego-focinho-de-folha-estriado (Hipposideros vittatus) - UICN 2014: Quase ameaçada; e
Leopardo (Panthera pardus) - UICN (2014): NT Quase ameaçada.
5.3.4.3
Espécies de preocupação: Disponibilidade de habitat
Durante a avaliação da adequação dos habitats às espécies de mamíferos de preocupação, os aspectos
dos habitats dos biótopos não foram avaliados separadamente, mas foi avaliado todo o conjunto de habitats
por tipo de vegetação. A Tabela 5-14 compara os requisitos de habitat das espécies da Lista Vermelha com
a disponibilidade de habitat nos tipos de vegetação, indicando que unidades têm conjuntos de habitats que
correspondem com os requisitos de habitat dos mamíferos ameaçados:
Tabela 5-13: Disponibilidade de habitat para a espécies de mamíferos de preocupação, indicando os
requisitos de habitat, e os tipos de vegetação associada com habitats comparáveis.
Espécies
Dugongo (Dugong
dugong)
UICN: VU
Vulnerável
Hipopótamo-comum
(Hippopotamus
amphibius)
UICN: VU
Vulnerável
Morcego-focinho-defolha-estriado
(Hipposideros
vittatus)
UICN 2014: Quase
Requisitos de habitat
Tipos de vegetação
Águas costeiras e insulares entre a África Oriental
e Vanuatu entre as latitudes de cerca de 27°
Norte e Sul do Equador. Os dugongos são
principalmente mamíferos marinhos, habitando
águas rasas, profundidades de cerca de 10 m, às
vezes mergulham até profundidades de 39 m
para se alimentar. Áreas rasas tipicamente
localizadas nas baías protegidas, canais de
mangal largos e nas áreas abrigadas de ilhas
perto da costa. Leitos de ervas marinhas,
consistindo em ervas marinhas fanerógamas fonte principal de alimentação, coincidem com
estes habitats perfeitos. Bancos de areia
entremarés e estuários, que são muito pouco
profundos, são potenciais áreas adequadas para
partos. Por causa da incerteza associada com a
avaliação do estatuto do dugongo sugere-se que
se deve manter a classificação de Vulnerável.
Água permanente, aberta, profunda, adequada
(suficientemente profunda para permiti-lo
submergir totalmente) com bancos de areia
suavemente inclinados devem estar disponíveis,
bem como abastecimentos alimentares
adjacentes. Extensões abertas de água
permanente. Lugares de descanso temporário
durante o alagamento nos meandros ou mais a
montante nos afluentes dos grandes rios.
Depende de grandes cavernas para procriação.
Uma variedade de habitats de floresta e savana –
áridos a húmidos. Classificado como Quase
ameaçada porque, embora a espécie se encontra
ainda amplamente distribuída, presume-se que
uma grande proporção da população mundial
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Terras húmidas costeiras
Índice de Integridade de
Habitat: 5
Rio Govuro e planície de
inundação
Índice de Integridade de
Habitat: 4
Terras húmidas costeiras
Índice de Integridade de
Habitat: 2
Florestas e Bosques de
Julbernardia-Brachystegia
Índice de Integridade de
Habitat: 2
Mistura de Florestas e
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Requisitos de habitat
Tipos de vegetação
ameaçada
desta espécie existe em poucas colónias muito
grandes, empoleirando em cavernas, que são
ameaçadas por perturbações, a perda de habitat
e a caça indiscriminada. É provável que a espécie
está a sofrer de declínios significativos nestes
locais. Contudo, a população mundial como um
todo está provavelmente a diminuir em <30%
durante um período de dez anos.
Muito espalhado. Campos acidentados ou
florestas. Noctívago e solitário. Os leopardos têm
uma distribuição ampla e são localmente comuns
em algumas partes da África e Ásia tropical.
Contudo, estão em declínio em grandes partes
das suas zonas de distribuição devido à perda de
habitat e fragmentação, e à caça para
comercialização e controlo de pragas. Estas
ameaças podem ser suficientemente significativas
para a espécie poder ser classificada como
Vulnerável nos termos do critério A.
Bosques
Índice de Integridade de
Habitat: 2
Leopardo (Panthera
pardus)
UICN (2014): NT
Quase ameaçada
Florestas e Bosques de
Julbernardia-Brachystegia
Índice de Integridade de
Habitat: 3
Mistura de Florestas e
Bosques
Índice de Integridade de
Habitat: 4
*Índices de Integridade de Habitat (o nível de adequação do habitat à espécie): Fraca 1; Baixa 2; Média 3; Boa 4; Óptima 5
5.3.5
Sumário de toda a fauna
Da análise dos dados da distribuição da fauna e a disponibilidade de habitat, conclui-se que se espera que
ocorram 29 espécies de rãs, 56 espécies de répteis, 275 espécies de aves e 94 espécies de mamíferos na
área de estudo, um total de 454 espécies de animais. A presença de diferentes grupos de fauna depende
evidentemente da disponibilidade de potenciais habitats nos vários biótopos.
Com o fim de estabelecer a importância da biodiversidade dos biótopos na área de estudo, elaborou-se a
Tabela 5-15 como estimativa da preferência das espécies de fauna para determinados habitats. Na base da
Tabela 5-15, tanto os biótipos da Floresta e do Bosque suportam potencialmente a mais diversificada gama
de conjuntos de fauna terrestre (362 e 363 espécies). O segundo lugar mais alto ocorre nas Terras Húmidas
Costeiras com 156 espécies, seguido do Rio Govuro e Planície de Inundação (143 espécies).
Tabela 5-14: Sumário dos grupos de fauna por habitat.
Mosaico de
Florestas e
Mistura de
Biótopo
Bosques de
Florestas e
JulbernardiaBosques
Brachystegia
7
7
Rãs
51
51
Répteis
215
213
Aves
89
92
Mamíferos
362
363
Totais
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras húmidas
costeiras
29
7
74
33
143
29
7
92
28
156
% do total
79%
79%
31%
34%
Espécies da
Lista
Vermelha
13
13
4
5
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FAUNA TERRESTRE
5.3.6
5.3.6.1
Discussão
Os tipos de vegetação e conjuntos de fauna associada
Mosaico de Floresta e Bosque
A maior parte da área de estudo consiste num mosaico de florestas e bosques (Mistura de Florestas e
Bosques; Florestas e Bosques de Julbernardia-Brachystegia), com o Rio Govuro correndo pela área,
praticamente separando os dois tipos de floresta. A Florestas e Bosques de Julbernardia-Brachystegia a
leste do Rio Govuro partilham muitas das características comuns com a Mistura de Florestas e Bosques, em
relação à estrutura e função dos seus habitats fundamentais.
Figura 5-2: Floresta de Julbernardia-Brachystegia –
floresta aberta com fragmentos de bosques mais
densos.
Figura 5-3: Floresta Mista com o bosque mais denso sobre
morros de muchém.
As áreas de floresta mais aberta destes dois tipos de vegetação irão atrair fauna de floresta que prefere
arbustos dispersos e árvores de médio porte, com gramíneas e outras plantas floridas (estrato herbáceo)
em solos arenosos entre elas. Há muito pouca diferença entre os conjuntos de fauna que usam este
componente nos dois tipos diferentes de vegetação da floresta (compare os Anexos A a D).
A Mistura de Florestas e Bosques oferece um potencial habitat para 7 espécies de rãs, 51 de répteis, 213
de aves e 92 de mamíferos, treze das são espécies da Lista Vermelha. De forma semelhante, as Florestas
e Bosques de Julbernardia-Brachystegia tem um potencial habitat para 7 espécies de rãs, 51 de répteis, 215
de aves e 89 de mamíferos, treze das quais são espécies da Lista Vermelha.
Os bosques nos dois tipos de vegetação de floresta diferem de algum modo um do outro. No tipo de
vegetação da Floresta Mista uma grande percentagem dos bosques ocorre nos morros de muchém. Estes
morros de muchém formam a base para o bosque, como o solo é rico em nutrientes, criando um meio de
crescimento favorável para as grandes árvores, trepadeiras lenhosas e um estrato arbustivo denso. Para
além da “floresta” densa que os bosques nos morros de muchém oferecem, os próprios morros de muchém
oferecem um habitat na forma dum morro no qual há buracos e túneis, especialmente quando já não estão
ocupados por térmites.
Também ocorrem outros bosques no tipo de vegetação da Floresta Mista, com uma estrutura semelhante à
dos bosques existentes na Floresta de Julbernardia-Brachystegia, mas cobrindo tipicamente maiores áreas
que os bosques dos morros de muchém, alguns dos quais bastante grandes e mais que 100 m x 100m.
Embora são semelhantes aos bosques dos morros de muchém, eles encontram-se em solos arenosos, e
têm um sub-bosque aberto e uma copa fechada, enquanto o sub-bosque do bosque dos morros de muchém
está tipicamente cheio de arbustos e plantas floridas não ervas, e o solo é mais argiloso devido à presença
do morro de muchém.
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FAUNA TERRESTRE
Enquanto há pequenas diferenças entre os conjuntos de fauna que usam os dois tipos de bosque,
principalmente devido à preferência de algumas espécies para solos e densidades de vegetação
específicas, ambos oferecem fragmentos de folhagem densa que são exigidos por várias espécies de
animais reservados como habitat principal.
Há 28 espécies que têm estas preferências para habitats densos (veja os Anexos A a D). Embora outras
espécies de floresta podem também ocorrer nestes sub-habitats, um determinado conjunto de animais
especificamente escolhe os biótopos de floresta devido à presença de bosques como habitat para o seu
abrigo, alimentação e procriação. A Tabela 5-16 apresenta a lista destas espécies de bosques.
Tabela 5-15: Fauna que precisa dum habitat de bosque para a sua sobrevivência (espécies da Lista
Vermelha a vermelho)
Grupo
Répteis
Aves
Mamíferos
Espécies
Cobra-da-floresta (Naja melanoleuca)
Mamba-verde (Dendroaspis angusticeps)
Bocarra (Smithornis capensis)
Touraco de Krysna (Tauraco corythaix)
Touraco-de-crista-violeta (Tauraco porphyreolophus)
Coruja-da-floresta (Strix woodfordii)
Republicano (Apaloderma narina)
Drongo-de-cauda-quadrada (Dicrurus ludwigii)
Pisco do Natal (Cossypha natalensis)
Rouxinol-do-mato-de-bigodes (Erythropygia quadrivirgata)
Pisco do Natal (Cossypha natalensis)
Felosa-palustre (Acrocephalus palustris)
Apalis de Rudd (Apalis ruddi)
Felosa-de-dorso-verde (Camaroptera brachyura)
Felosa-de-dorso-cinzento (Camaroptera brevicaudata)
Papa-moscas do Paraíso (Terpsiphone viridis)
Papa-moscas-rabo-de-leque (Myioparus plumbeus)
Picanço-quadricolor (Chlorophoneus quadricolor)
Pintadinha-de-peito-rosado (Hypargos margaritatus)
Beija-flor-de-garganta-azul (Anthreptes reichenowi)
Jagra-gigante (Otolemur crassicaudatus)
Jagra de Grant (Galagoides granti)
Changane (Neotragus moschatus)
Cabrito-vermelho (Cephalophus natalensis)
Esquilo-do-sol (Heliosciurus mutabilis)
Esquilo-vermelho-da-floresta (Paraxerus palliatus)
Rato-Moçambicano-da-floresta (Grammomys cometes)
Musaranho-elefante-de-quatro-dedos (Petrodromus tetradactylus tetradactylus)
O conjunto da fauna dos bosques é também o grupo que frequenta as Florestas Costeiras e de Dunas,
sendo ambos habitats com uma vegetação lenhosa densa e copas fechadas. Embora as florestas são o
habitat preferido da Quase ameaçada águia-coroada (Stephanoaetus coronatus), esta ave voa para longe
destas áreas para caçar. A Quase ameaçada beija-flor-de-garganta-azul (Anthreptes reichenowi) ocorre na
cobertura profunda da vegetação e irá afastar-se, se o habitat de bosque for comprometido.
Floresta e Floresta Mista
A Floresta de Julbernardia-Brachystegia e a Floresta Mista (excluindo os bosques) oferecem um habitat
para as espécies típicas dos bosques num substrato arenoso. Os dois tipos de vegetação dos bosques são
muito semelhantes em termos de estrutura e função, sendo a diferença principal que a Floresta de
Julbernardia-Brachystegia tende a ser a mais aberta.
A maioria das espécies da Lista Vermelha (Anexo E) prefere o habitat de bosque aberto parecido com a
savana, o que é reforçado pelos fragmentos de bosque (albergam a presa, oferecem poleiros, dão sombra).
A fauna de savana constante da Lista Vermelha inclui dois abutres, o abutre-real (Torgos tracheliotus) e o
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FAUNA TERRESTRE
abutre-de-cabeça-branca (Trigonoceps occipitalis), e as aves de rapina, que incluem a águia-sem-rabo
(Terathopius ecaudatus), o tartaranhão-rabilongo (Circus macrourus), a águia-belicosa (Polemaetus
bellicosus), a águia-coroada (Stephanoaetus coronatus) e o falcão-sombrio (Falco concolor). O rolieiroeuropeu (Coracias garrulus) também prefere as áreas mais abertas com árvores para empoleirar-se,
enquanto o secretário (Sagittarius serpentarius) caça nas áreas com ervas entre as árvores.
Não há muitas espécies de mamíferos constantes da Lista Vermelha nas florestas da área, e são apenas o
morcego-focinho-de-folha-estriado (Hipposideros vittatus) e o esquivo leopardo (Panthera pardus) que
provavelmente ocorrem em pequenos números nas partes mais densas, mais isoladas da área de estudo.
Foi observado um bando de babuínos na área de estudo num fragmento denso, isolado de floresta não
transformada na Floresta de Julbernardia-Brachystegia perto da costa, o que constitui um avistamento raro
para a zona de Inhassoro. Também está claro que a densidade das espécies de animais de caça de
pequeno porte é maior na parte oriental da Área de Estudo, em direcção à costa que no resto deste tipo de
vegetação particular.
Terras Húmidas e Planície de Inundação do Rio Govuro
O Rio Govuro e a sua planície de inundação é a maior terra húmida na área e a maioria da fauna a ser
encontrada nas outras terras húmidas ocorrerá também aqui, excepto certas espécies de mangal. As
espécies de fauna incluem 29 espécies de rãs, 7 de répteis, 74 de aves e 33 de mamíferos, que serão
capazes de sobreviver neste habitat de terra húmida.
Provavelmente ocorrem aqui quatro espécies da Lista Vermelha. Espera-se que ocorra o único réptil da
Lista Vermelha, a tartaruga de carapaça ondulada do Zambeze (Cycloderma frenatum). Movimentando-se
entre habitats, as aves de rapina da Lista Vermelha, o tartaranhão-rabilongo (Circus macrourus) e o falcãosombrio (Falco concolor), também usam todas as diferentes áreas de terra húmida. O estatuto do
hipopótamo-comum (Hippopotamus amphibius) no rio é incerto, mas uma actualização recente do seu
estatuto diz (UICN, 2014): “Apesar da guerra civil nos anos 80 e 90, um número surpreendente de
hipopótamos-comuns parece ter sobrevivido em Moçambique. A espécie ainda se encontra amplamente
distribuída e ocorre na maioria dos sistemas fluviais. Existem ameaças às espécies através do conflito entre
o homem e a fauna bravia devido à invasão das culturas.”
Lagoas Barreiras, Linha de Drenagem Efémera e Rios Costeiros
As Lagoas Barreiras, Linha de Drenagem Efémera e Rios Costeiros são todos terras húmidas com
diferentes aspectos de habitat. Estes habitats sensíveis foram combinados sob a designação ‘terras
húmidas’, devido ao facto que inicialmente, quando o projecto foi proposto, não foram todos considerados.
O levantamento de verão mostrou que pode haver uma razão de separá-los com respeito aos habitats da
fauna, mas isto será confirmado no levantamento de inverno.
Na base da análise da época de verão, os biótopos das terras húmidas tinham habitats adequados para 29
espécies de rãs, 7 de répteis, 92 de aves e 28 de mamíferos. Espera-se que ocorram 5 espécies da Lista
Vermelha, incluindo a tartaruga de carapaça ondulada do Zambeze (Cycloderma frenatum), bem como as
aves de rapina o tartaranhão-rabilongo (Circus macrourus) e o falcão-sombrio (Falco concolor). Há uma
possibilidade razoável que o Quase Ameaçado flamingo-pequeno (Phoeniconaias minor) visite estas terras
húmidas, especialmente as Lagoas Barreiras (Harrison, et al, 1997). O estatuto do hipopótamo-comum
(Hippopotamus amphibius) na área é incerto, embora exista bom habitat para a espécie nas terras húmidas.
Embora os mangais não tenham sido incluídos nos levantamentos intensivos, está claro que este biótopo
encontra-se ligado em termos funcionais à área de estudo. A Figura 5-4 mostra a área de mangal principal e
os Rios Costeiros na terra.
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Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
48
FAUNA TERRESTRE
Figura 5-4: A área de mangal principal e os Rios Costeiros em terra.
É evidente que os Rios Costeiros em terra tiveram uma influência na extensão do mangal principal na área
por fornecer sedimento e nutrientes à área costeira durante séculos. A maioria dos rios costeiros na área de
estudo está em condições prístinas ou quase prístinas e o seu estatuto ecológico tem provavelmente uma
influência directa na integridade ecológica dos mangais a jusante. Assim, os rios costeiros também têm um
estatuto funcional elevado, visto que desempenham um papel crucial na manutenção das grandes
comunidades das florestas de mangal, ricas em espécies, dentro dos seus estuários, que representam as
maiores florestas de mangal que persistem ao longo duma extensão de aproximadamente 90km da orla
costeira (De Castro e Retief, 2014).
Para além dos grandes lodaçais com milhares de aves pernaltas da água doce e marinha que se alimentam
aqui, a água mais profunda dos mangais constitui um habitat favorável para o mamífero marinho da Lista
Vermelha, o dugongo (Dugong dugong). Este mamífero vive nas águas rasas a profundidades de cerca de
10 metros. As áreas pouco profundas que estão situadas nas baías protegidas, nos canais de mangal
largos e nas áreas abrigadas ao longo da costa adjacente à área de estudo, são o principal habitat para
estas espécies ameaçadas.
5.3.7
Impacto Humano na ecologia local
As áreas florestais são usadas pelos habitantes locais que vivem no distrito. Foram modificadas grandes
áreas por estes habitantes e as suas estratégias de sobrevivência. A maioria depende dos recursos naturais
para a sua subsistência. Pratica-se amplamente a agricultura de subsistência e apenas se vendem produtos
quando as famílias têm excedentes de produção. São comuns as actividades de ‘derruba e queima’, o que
envolve a remoção da vegetação indígena para abrir caminho ao cultivo, manter pastagens para o gado, ou
para afugentar os animais de caça para posições onde podem ser caçados facilmente.
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FAUNA TERRESTRE
A vegetação secundária das áreas anteriormente cultivadas é caracterizada por espécies pioneiras e outras
espécies indicativas de perturbação. Nas fases mais avançadas da sucessão secundária, a vegetação
herbácea é gradualmente substituída por árvores e arbustos e a vegetação secundária começa a ficar
parecida com a vegetação clímax circundante.
Figura 5-5: O desbravamento da Floresta de Julbernardia-Brachystegia para o estabelecimento de campos agrícolas.
Figura 5-6: O desbravamento da Mistura de Florestas e Bosques para o estabelecimento de campos agrícolas
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Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
50
FAUNA TERRESTRE
Com o fim de sobreviver, os habitantes locais usam todos os serviços oferecidos pelo ambiente natural, e a
prática da caça e colocação de armadilhas encontra-se muito espalhada em toda a área (Fotografia 5-19 a
5-21). São também usados em grande escala produtos vegetais, e as árvores que são abatidas como
combustível e vendidas como lenha (Fotografia 5-22), juntamente com a produção de carvão vegetal,
impõem um pesado tributo ao ambiente, especialmente em redor das vilas e cidades.
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Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
51
FAUNA TERRESTRE
Fotografia 5-19: Um caçador com a sua arma
Fotografia 5-20: Uma armadilha de tronco para animais
regressando a casa com uma águia-dominó e
de menor porte como o cabrito-cinzento, ratos das canas
uma galinha-do-mato-de-crista.
e aves de caça.
Fotografia 5-21: Um outro caçador com uma arma volta
Fotografia 5-22: Madeira apanhada na floresta de Miombo
para casa com cinco antílopes africanos na sua bicicleta.
para venda.
5.3.8
Áreas com menor impacto - “Habitats não transformados”
A terra pode ficar menos adequada como habitat, mesmo se não é directamente convertida para outros
usos. Quando acções como o desenvolvimento urbano, o desenvolvimento rural, a indústria e o
desenvolvimento infra-estrutural repartem grandes sectores de terra em fragmentos, as parcelas não
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Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
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FAUNA TERRESTRE
desenvolvidas podem ser demasiado pequenas ou isoladas para dar suporte a populações viáveis de
espécies que prosperaram nos ecossistemas maiores. Este processo, que se chama fragmentação do
habitat, reduz a biodiversidade por:
ƒ
Dividir as populações em grupos menores, que podem ser menos viáveis porque é mais difícil para os
exemplares isolados dentro dos grupos defender-se ou encontrar parceiros;
ƒ
ƒ
ƒ
Aumentar a acumulação de exemplares e a competição dentro dos fragmentos;
Reduzir a zona de procura de alimentos das espécies e o acesso às fontes de presas e de água;
Aumentar atritos entre animais e homens como os animais andam por áreas desenvolvidas.
Com o fim de estabelecer zonas de habitats intactos para a fauna identificada na área de estudo, foi usada
uma imagem aérea da Google Earth para traçar polígonos de áreas com a) alta densidade populacional e
desbravamento da vegetação de grandes extensões de terra para a agricultura, e b) densidade populacional
moderada e desbravamento da vegetação moderada. As áreas não demarcadas foram depois classificadas
como “Habitats não transformados” 1 a 4 (Figura 5-7).
Nas áreas consideradas não transformadas, ocorrem provavelmente diversos níveis de utilização pela
população local, mas está disponível habitat adequado para a maioria das espécies de animais esperadas.
Estas áreas podem ser classificadas como se segue (Figura 5-7):
ƒ
ƒ
ƒ
Habitat Não Transformado 1: Rio Govuro e planície de inundação, Lagoas Barreiras
ƒ
Habitat Não Transformado 4: Rio Costeiro
Habitat Não Transformado 2: Mistura de Florestas e Bosques
Habitat Não Transformado 3: Florestas e Bosques de Julbernardia-Brachystegia, bem como Florestas
Costeiras e de Dunas, Rios Costeiros e Mangais.
O Habitat Não Transformado 1 que compreende o Rio Govuro, é fortemente usado ao longo das orlas onde
a terra não se encontra inundada, mas a vasta planície de inundação e a grande área de afluxo previnem o
assentamento e por isso grande parte da área não foi impactada, para além de pescadores de subsistência
e colectores de caniço. Esta área também inclui algumas Lagoas Barreiras a leste do rio, e está
suficientemente intacta para proporcionar habitat a toda a fauna esperada no tipo de terras húmidas.
O Habitat Não Transformado 2 cobre aproximadamente metade do tipo de vegetação da Mistura de
Florestas e Bosques na Área de Estudo, contendo este tipo de vegetação (Figura 5-7). Esta área é
suficientemente grande e intacta para proporcionar habitat a toda a fauna esperada neste tipo de
vegetação.
O Habitat Não Transformado 3, que compreende aproximadamente um terço do Mosaico de Florestas e
Bosques de Julbernardia-Brachystegia na área de estudo, também inclui Florestas Costeiras e de Dunas,
Rios Costeiros e uma grande Floresta de Mangal na costa. A área é capaz de servir como habitat adequado
para todas as espécies de animais que são esperadas de ocorrer no tipo de vegetação das Florestas e
Bosques de Julbernardia-Brachystegia. Certas áreas de florestas ainda são tão intactas que são
abundantes aqui mamíferos de maior porte, incluindo o único bando de babuínos na região.
As terras húmidas neste Habitat Não Transformado 3 proporcionam um habitat excelente para 29 espécies
de rãs, 7 de répteis, 92 de aves e 28 de mamíferos. Poderão ocorrer aqui 5 espécies constantes da Lista
Vermelha, nas áreas de mangal incluindo o vulnerável dugongo (Dugong dugong).
O menor Habitat Não Transformado 4 inclui um Rio Costeiro com habitats intactos, prístinos.
A combinação de Florestas e Bosques de Julbernardia-Brachystegia e os diferentes tipos de terras húmidas
a leste aumenta o número de espécies de animais, como ocorrem espécies das florestas e terras húmidas
na mesma secção de Habitat Não Transformado. A combinação favorável de florestas e bosques não
transformados e vários tipos de terra húmida resulta num grande conjunto de fauna esperada de 29
espécies de rãs, 56 de répteis, 275 de aves e 99 de mamíferos, praticamente todas as espécies esperadas
em toda a área de estudo.
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FAUNA TERRESTRE
Figura 5-7: Áreas com densidade populacional mais baixa que não são extensivamente usadas, demarcadas em quatro
zonas de “Habitats Não Transformados”
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54
FAUNA TERRESTRE
6.0
6.1
IMPACTOS DO PROJECTO
Impactos na Fase de Construção
A fase de construção é mais considerado um período de tempo específico do que a consequência de
acções relacionadas com a construção. Por este motivo, os impactos da construção terminam quando a
fase de construção termina e mesmo se houver efeitos residuais posteriores, estes são considerados serem
impactos da fase operacional.
6.1.1
6.1.1.1
Impacto dos poços e linhas de fluxo
Impacto de Perda de Habitat
Dos 19 poços de petróleo e gás, 15 serão em áreas de poços novas, cada uma cobrindo uma área de 1 ha.
Para a construção das linhas de fluxo, serão construídos 88,8 km dum total de 111,1 km, adjacente às
estradas de acesso existentes (Figura 6-1). Ao longo destas estradas, a área necessária para o
desbravamento do mato será limitada a uma faixa adicional estreita para acomodar a linha de fluxo,
provavelmente não mais que numa largura de 10 m.
Figura 6-1: Linhas de Fluxo onde serão necessárias novas estradas de acesso
Tomando em conta o que foi dito acima, estima-se que uma área total de aproximadamente 133,4 ha será
perturbada pela construção das áreas de poços e linhas de fluxo, dos quais aproximadamente 98 ha serão
de vegetação não transformada. As restantes áreas serão de cultivo existente ou recente.
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55
FAUNA TERRESTRE
A avaliação do impacto sobre o habitat (remoção da vegetação) está relacionada com o valor do
componente estrutural da vegetação como habitat para a fauna, e não considera a composição das
espécies da vegetação removida. A composição das espécies e o estatuto ameaçado da vegetação são
tratados no Estudo Especializado no 9, Diversidade Botânica e Habitats. A perda de habitat é mínima em
relação à área total de habitats semelhantes na área de estudo e na região, representando uma pequena
fracção de 1% de tais habitats disponíveis para a fauna. O levantamento de campo também mostrou que a
estreita faixa de habitat perdido será facilmente atravessada pela fauna e não irá criar uma barreira que
influencia a distribuição das espécies. Embora a área de habitat por baixo das novas estradas (22,3 ha)
será permanentemente perdida, ou pelo menos perdida para a duração do projecto, o habitat afectado pelas
novas linhas de fluxo irá recuperar para uma condição que é adequada para ser usado pela fauna.
A gravidade do impacto directo dos poços e linhas de fluxo na fauna é por isso baixa e a significância do
efeito directo geral duma redução da disponibilidade de habitat na ocorrência e diversidade da fauna é
provavelmente baixa.
6.1.1.2
Impacto de Perturbação da Fauna (Barulho e Poeira)
A construção irá envolver uma série de actividades perturbadoras incluindo trabalhos de terraplenagem,
obras civis, perfuração, colocação de tubos, soldadura e testes. Os impactos relacionados com incómodos
incluirão poeira, barulho e vibrações. Estes impactos podem causar impactos locais nas espécies por um
curto período, mas não é provável que qualquer um destes efeitos resulte em mais que uma diminuição
temporário das populações das espécies mais sensíveis aos incómodos (espécies de pequenos antílopes,
aves de rapina e aves de nidificação) perto dos locais. Espera-se que estes animais irão restabelecer-se na
área depois da conclusão do trabalho das equipas de construção.
Na base do levantamento de campo, não foram identificados locais que são particularmente sensíveis a
incómodos, como colónias de reprodução de morcegos, habitats proporcionando locais limitadas para o
empoleiramento das aves, covas ou outros habitats que são altamente limitados e que, se não estão
disponíveis à fauna bravia devido aos incómodos da construção, poderiam causar falhas de procriação. A
maior parte da construção irá ocorrer em áreas onde já foram criados acessos e onde a fauna bravia está
habituada à presença do homem. Dado a natureza de curto prazo das actividades (1-2 meses por poço e
um período semelhante ao longo das secções da linha de fluxo), a significância não mitigada deste impacto
é considerada ser baixa. Uma gestão cuidadosa das actividades de construção, como supressão de poeira
nas estradas, iluminação direccionada nos acampamentos e outras medidas padrão de gestão de
construções, para minimizar incómodos desnecessários, irão reduzir ainda mais a significância do impacto
para níveis insignificantes.
6.1.1.3
Impacto da Poluição relacionada com a Construção
As equipas de construção empregam uma série de materiais que poderão causar poluição se forem
libertados no ambiente natural ou causar a produção de resíduos, que podem ser resíduos gerais,
perigosos, ou problemáticos. Os resíduos perigosos são definidos como resíduos que poderão
potencialmente, mesmo em concentrações baixas, ter efeitos adversos significativos na saúde pública e/ou
no ambiente devido às suas características químicas e físicas inerentes, como propriedades tóxicas,
inflamáveis, corrosivas, cancerígenas e outras (DWAF, 1994). Os resíduos problemáticos foram
classificados para os fins desta avaliação como aqueles que não são necessariamente perigosos, mas que
requerem uma gestão e disposição especiais. Os resíduos gerais são geralmente secos, e são adequados
para incineração no local. Este tipo de resíduos não é considerado constituir uma ameaça à fauna.
Nos locais de perfuração, os resíduos incluirão todas as três categorias - lixo doméstico geral, óleo/diesel
usado, água de lavagem da plataforma de perfuração e água da chuva contaminada, amparas de
perfuração, lamas de perfuração e aditivos, água de processo, óleo/diesel/fluidos hidráulicos usados,
ácidos/tensioactivos/solventes para limpeza, baterias, pesticidas e tinta. O acabamento dum poço também
envolve a ignição de fluidos do poço numa cova de queima na área de poço. Ao longo das linhas de fluxo
os resíduos incluirão lixo doméstico, possivelmente alguns óleos e lubrificantes usados, resíduos de
soldadura, aparas dos calços dos tubos e resíduos de embalagens (papel, cartão, madeira). Durante o
comissionamento das linhas de fluxo, será produzida água do teste hidráulico, provavelmente contendo
inibidores de corrosão e biocidas, podendo ser ambos tóxicos e causar a mortalidade de fauna aquática se
forem libertados no ambiente natural.
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56
FAUNA TERRESTRE
Todas as substâncias e resíduos perigosos usados durante a construção serão geridos segundo os
requisitos padrão para a gestão da construção de novas instalações da Sasol, que são incluídos nos PGA’s
para a Construção dos poços e linhas de fluxo (SPT, 2006: SPT, 2006a) Os requisitos de gestão dos
materiais e resíduos perigosos nestes PGA’s são desenhados no sentido de minimizar a significância do
impacto da construção para níveis baixos. Eles também foram cuidadosamente revistos para os fins do
presente EIA. Informações a este respeito constam do Estudo Especializado no 8, Resíduos.
Ao longo dos últimos 10 anos, a Sasol tem estado amplamente envolvida na construção de estradas de
acesso, poços de pesquisa e linhas de fluxo, tanto dentro como fora da Área de Influência Directa do
presente projecto. A evidência ao longo desta infra-estrutura confirma a conclusão que os PGA’s para a
Construção têm proporcionado instrumentos de gestão apropriados para minimizar os riscos de poluição –
não foi encontrada evidência de impacto de poluição a médio ou longo prazo significativo nas populações
da fauna que resultou da poluição causada por campanhas anteriores de construção ou perfuração. Não foi
observada qualquer poluição residual em qualquer parte nas áreas onde a Sasol tem sido activamente
engajada em pesquisas e na produção.
Assim, sujeito à implementação dos requisitos dos PGA’s para a construção, como alterados pelo presente
estudo, o risco do impacto da construção relacionado com a poluição nas populações de fauna circundantes
é considerado ser de baixa significância (presunção de significância moderada na ausência de mitigação,
que consiste nas medidas apresentadas nos PGA’s para a construção, como alterados pelo presente
estudo).
Observa-se que esta avaliação não inclui os potenciais impactos associados com um acidente grave, onde
grandes quantidades de petróleo são perdidas devido a uma erupção durante a construção dum poço. Este
potencial impacto é tratado numa outra parte nas avaliações do risco do derramamento de petróleo
(Estudos Especializados nos 7 e 8).
6.1.1.4
Impacto da Caça e Perseguição
A presença de equipas de construção é uma causa possível da mortalidade de fauna bravia, principalmente
a medida que as equipas não são apropriadamente geridas e o pessoal da construção ou caça os animais
selvagens para comida ou venda, ou persegue-os. O último caso aplica-se particularmente aos répteis, que
são mortos pelo pessoal no local, a não ser que se promovam e imponham medidas específicas para
prevenir isto através da PGA para a construção. Em todos os locais, o desbravamento do mato pode expor
aqueles animais selvagens que tendem a esconder-se ao invés de fugir, e neste caso os animais são
muitas vezes mortos, ou pelos buldózeres ou, se são perigosos, pelas próprias equipas de construção. A
perda mais significativa e mais provável destes animais, seria provavelmente o pitão (Python natalensis),
que é uma espécie protegida. Durante a construção do Gasoduto Moçambique - Secunda (MSP) foram
registados casos de morte bem como de salvamento de pitões, juntamente com outras espécies de répteis
como a cobra-cuspideira (Naja mossambica) e a cobra-da-floresta (Naja melanoleuca) (comunicação
pessoal, Mark Wood, Março de 2014).
A caça ou captura em armadilhas de animais selvagens está geralmente intimamente relacionada com a
presença de acampamentos de construção. A sua ocorrência é menos provável quando o pessoal é trazido
para o local todos os dias. No presente caso, não serão estabelecidos novos acampamentos de construção
porque a Sasol planeia alojar a maioria dos trabalhadores de construção na CPF. Este acampamento está
sendo muito fortemente controlado e a decisão de usá-lo para fins de construção irá minimizar o risco para
a fauna bravia. A Sasol também incitou o seu pessoal de não matar cobras, cuja ocorrência é comum na
CPF, e alguns trabalhadores foram treinados para capturá-las, e libertá-las mais tarde novamente na
natureza. Estes trabalhadores poderiam ser usados para apoiar o salvamento de qualquer fauna bravia
presa nas valas ou exposta em consequência do desbravamento do mato, ou poderiam ajudar na formação
do pessoal contratado para fazer o mesmo.
Do ponto de vista das populações, estes impactos têm pouca significância sem mitigação, dado que é
improvável estarem envolvidas espécies da Lista Vermelha (nenhuma foi encontrada durante o
levantamentos de campo), mas não obstante justificam uma gestão para minimizar mortes de todas as
espécies, na medida do razoavelmente possível. Considera-se a significância do impacto não mitigado ser
moderada. O actual PGA-c da Sasol proíbe a caça ou perseguição de animais selvagens. Sujeito à
aplicação dos requisitos do PGA e a educação permanente do pessoal durante a vigência do contrato sobre
a conservação da fauna bravia, o potencial impacto sobre a fauna bravia deve ser insignificante. Observa-se
particularmente que os esforços para criar uma cultura de compreensão e interesse na conservação da
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Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
57
FAUNA TERRESTRE
fauna bravia no seio do pessoal do projecto provaram ser altamente eficazes no projecto do MSP,
resultando no salvamento de muitos animais que de outro modo seriam mortos.
Fotografia 6-1: Pitão morto por trabalhadores da
Fotografia 6-2: Caçador com dois cabritos-vermelhos
construção ao longo do Gasoduto Moçambique - Secunda
6.1.1.5
Impacto de Matanças na Estrada e nas Valas Abertas
Em contractos de construção anteriores da Sasol foram registadas mortes ocasionais de animais selvagens
em consequência de colisões com veículos. Não são contudo comuns e é improvável serem significantes na
Área de Estudo, desde que se apliquem os limites de velocidade. No caso das linhas de fluxo, há também
um possível risco para os pequenos mamíferos, rãs e répteis de serem presos na vala aberta. Foram
registados muitos casos de animais presas nas valas da linha de fluxo nos projectos de
oleodutos/gasodutos anteriores da Sasol em Moçambique. A nível das populações, a significância destes
impactos é baixa, mas eles justificam uma mitigação visto que são causadas mortes desnecessárias que
facilmente podem ser evitadas. O actual PGA-c da Sasol não menciona matanças nas valas e o requisito de
preservar a fauna bravia deve ser alargado no sentido de fazer referência à libertação de animais presas
nas valas das linhas de fluxo.
6.1.1.6
Impacto de Queimadas
Há um risco aumentado de queimadas em consequência da presença do pessoal de construção na área de
estudo. A sua probabilidade está principalmente relacionada com a gestão do fumo. O efeito de queimadas
pode ir muito além dos limites do local e na altura errada do ano pode ter um impacto sério na
disponibilidade de habitat para as espécies da fauna bravia, causando mortes devido à fome. A maioria das
espécies está habituada às queimadas naturais e as populações não são significativamente afectadas por
mortes individuais, mas queimadas repetidas e na altura do ano errada podem ter um impacto sobre os
animais lentos (tartarugas, camaleões, cobras, etc.) e na capacidade de pastagem da cobertura vegetal da
terra, com impacto sobre os herbívoros.
A significância do risco para a fauna bravia causado por queimadas é moderada e pode ser reduzido para
baixa ou insignificante desde que se educam as equipas contratadas a este respeito e se colocam uma
restrição nas áreas nas quais o fumo é permitido. Estes requisitos já estão incluídos no PGA para a
Construção da Sasol existente. Uma comunicação pessoal do Gestor Ambiental responsável por grande
parte das obras de construção passadas a leste do Rio Govuro diz que o PGA-c tem sido eficaz a este
respeito e que não foram registadas quaisquer queimadas em consequência de acções dos trabalhadores
de construção durante quaisquer contractos de construção nesta área (comunicação pessoal de M. Cosijn,
Fevereiro de 2014).
Outubro 2014
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FAUNA TERRESTRE
6.1.1.7
Impacto sobre a Fauna da Lista Vermelha e nos Habitats Sensíveis
Não foram encontradas espécies de fauna terrestre da Lista Vermelha nos levantamentos de campo para o
projecto. Embora se espera a ocorrência de fauna constante da Lista Vermelha na Área de Estudo, como
descrito no Capítulo 5, não há locais conhecidos de espécies da Lista Vermelha na Área de Estudo que
serão impactadas pelo projecto e que iriam justificar uma mudança na localização dos poços, linhas de fluxo
ou estradas de acesso. Visto que grande parte da infra-estrutura de estradas proposta já existe, o impacto
adicional das linhas de fluxo e poços adjacentes será relativamente menor e é muito improvável que a
construção irá impactar directamente nas espécies da Lista Vermelha.
No que se refere aos habitats sensíveis, a significância do impacto directo das estradas, poços e linhas de
fluxo do APP propostos será baixa, com excepção de algumas áreas localizadas, como aglomerados de
grandes árvores em redor de morros de muchém e fragmentos de floresta densa remanescentes, que criam
microambientes que são habitats ricos em espécies de fauna. A Tabela 6-4 define as áreas (veja também
Estudo Especializado no 9). Enquanto os impactos directos relacionados com a construção na fauna nestas
áreas irá envolver uma pegada bastante pequena, irá causar impactos de significância moderada (veja os
impactos indirectos na Secção 6.3.2.)
Tabela 6-1: Proximidade dos Poços e Linhas de Fluxo propostas dos Habitats Sensíveis
Infra-estrutura
do Projecto
Habitat Sensível
T-G8PX-2
Pegada do poço dentro duma floresta fechada baixa não transformada
T-G8-PX5
Poço localizado num boque baixo e fragmentos de floresta não transformada
T-G8PX-3
Poço localizado num bosque baixo denso e um fragmento de floresta alta num morro
de muchém
I-G6PX-5
Poço localizado numa floresta fechada e bosque baixo não transformado
I-G6PX-6
Localizado numa floresta fechada baixa e bosque baixo denso primários dentro de
630 m da costa
I-G6PX-1
Localizado num bosque baixo não transformado dentro de 150 m dum rio costeiro
curto
IMS
Localizado num bosque primário.
6.1.2
6.1.2.1
A Planta dos Líquidos e GPL do APP e o 5º Trem de Gás
Impacto da Perda de Habitat nas Populações de Fauna e Espécies da
Lista Vermelha
Embora as instalações da CPF serão expandidas para proporcionar a necessária capacidade de
processamento adicional, o novo equipamento para o 5º trem de gás (e Planta de GPL ‘independente’, se
for construída) será localizado dentro dos limites da vedação da CPF existente e não irá causar perda de
habitat. A Planta dos Líquidos do APP é proposta imediatamente adjacente à CPF, no limite oriental, e irá
causar a perda de aproximadamente 9,5 ha duma Mistura de Florestas e Bosques. Não há habitats
sensíveis nesta área, que se situa directamente adjacente à CPF existente e fica encaixada entre o limite da
CPF, a central eléctrica da EDM e duas estradas de acesso. Não foram identificadas, ou são esperadas que
ocorram, espécies ameaçadas. Em relação às espécies mais solitárias, a área é impactada pela sua
proximidade das instalações industriais existentes e um assentamento rural denso a leste. A localização da
nova planta é por isso ideal do ponto de vista de minimizar o impacto sobre a fauna.
A gravidade das prováveis perdas de fauna, como consequência do desbravamento deste habitat, será
menor e o impacto é considerado ser de baixa significância.
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FAUNA TERRESTRE
6.1.2.2
Impacto da Perturbação, Caça e Perseguição da Fauna
As grandes equipas de construção trabalhando no local e alojadas na CPF irão aumentar a presença
humana na área local. Isto pode levar as espécies mais sensíveis a se afastarem até à conclusão da
construção. Na ausência de riscos para o êxito da procriação das espécies da Lista Vermelha, esta questão
é insignificante. As actividades de construção estarão devidamente limitadas, ficando dentro da área vedada
da pegada da nova planta. O alojamento do pessoal ficará dentro da área vedada existente do empreiteiro.
Pressupondo uma formação inicial dos trabalhadores da construção em relação à preservação da fauna e o
controlo de actividades como a colocação de armadilhas, é improvável que as equipas de construção terão
um impacto significativo na fauna em redor da CPF e o impacto mitigado será insignificante.
6.1.2.3
Impacto da Poluição relacionada com a Construção
Refere-se à avaliação na Secção 6.2.1.3. A construção na CPF é gerida por um PGA-c separado que é
semelhante em termos de propósito e conteúdo aos Planos de Gestão Ambiental que controlam os
impactos nos locais de perfuração e ao longo das estradas de acesso e linhas de fluxo. Sujeito a uma
gestão apropriada dos materiais e resíduos perigosos, como apresentado no PGA-c existente, os riscos da
poluição para as populações de fauna circundantes serão provavelmente insignificantes. Sujeito à
implementação dos PGA-c, espera-se por isso que o impacto da poluição relacionada com a construção da
nova planta na fauna circundante será insignificante.
6.2
Impactos na Fase Operacional
6.2.1
Impacto dos Poços e Linhas de Fluxo
6.2.1.1
Impacto das Operações em Curso
Os poços e linhas de fluxo operam de dia para dia com pouca necessidade de manutenção. Cada poço em
operação está circundado por uma vedação de segurança e está protegido por um guarda (Fotografia 6-3).
Os poços em operação não produzem barulho significativo e não têm impacto material na fauna na área
circundante.
Evidência ao longo das linhas de fluxo existentes mostra que o restabelecimento é bom, deixando apenas a
estrada de acesso de terra batida como perturbação permanente (Fotografia 6-4). O tráfego pouco
frequente ao longo destas estradas significa que o risco de mortes de animais é extremamente baixo, e as
estradas não constituem um impedimento ao movimento dos animais, incluindo os invertebrados de
pequeno porte. É improvável que a presença esporádica duma viatura e duma pequena equipa de
manutenção ao longo das linhas de fluxo e nos locais de poços tenha qualquer impacto directo significativo
na ocorrência da fauna.
Não foram registados impactos na fauna nos relatórios do OAL para a CPF ao longo dos últimos 10 anos e
é improvável que esta situação muda em consequência das instalações de produção.
Fotografia 6-3: Guardas na área de poço T-9
Fotografia 6-4: Reabilitação ao longo duma linha de
fluxo enterrado dum poço de Temane para a CPF
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FAUNA TERRESTRE
6.2.1.2
Impacto Indirecto causado pelo Acesso Melhorado
O acesso melhorado incentiva o povoamento. As estradas oferecem um meio vital para a expansão da
agricultura nas áreas que eram anteriormente demasiado remotas para serem trabalhadas. Isto resulta na
perda de habitat e numa redução correspondente das populações de fauna bravia. Além disso, nas áreas
onde novos acessos para o projecto penetram os habitats mais remotos (Figura 6-2), a fauna bravia tornase mais vulnerável à caça, e os animais de caça preferidos pelos caçadores locais ficam reduzidas. A
Tabela 6-5 apresenta uma lista das espécies que são mais intensivamente caçadas, mas são mortos quase
quaisquer animais que podem fornecer proteína, como se prova a águia-dominó morta por um caçador local
de Inhassoro (veja a Fotografia 5-19).
Onde existem boas estradas, isto não é uma questão significativa. Grande parte da Área de Estudo já é
acessível, tomando em consideração a EN-1, a extensa rede de estradas para os poços de produção e de
pesquisa da Sasol a leste e oeste do Rio Govuro e a estrada ao longo do Gasoduto Moçambique Secunda. Apenas 21 % dos 105,5km de estrada que o projecto necessita precisa de ser construído de raiz
(veja a Figura 6-1), o que é uma indicação do geralmente bom acesso existente. Para a maior parte da área
de estudo isto irá reduzir a significância do impacto indirecto dos acessos do projecto na fauna para níveis
baixos.
Contudo, restam algumas áreas que são relativamente remotas e onde a fauna bravia tem escapado à
sobreexploração. Isto é particularmente o caso da parte oriental isolada do habitat crítico apresentado na
Figura 6-2, que inclui as comunidades da Floresta Costeira e da Floresta de Dunas, o maior Rio Costeiro na
área de estudo e os Mangais na foz do rio. A presença de babuínos da espécie de Papio ursinus (avistados)
e do leopardo (reportado) nesta área entre Mangarelane 1 e Mapanzene durante os estudos de campo é
indicativo da sensibilidade da área, visto que estas espécies são apenas encontradas em lugares que
proporcionam uma protecção razoável da acção dos homens. A Tabela 6-5 descreve estas e outras
espécies que são particularmente vulneráveis à caça e perseguição.
Nesta parte da área de estudo, o novo acesso apresentado na Figura 6-1 irá causar um impacto indirecto a
longo prazo na fauna terrestre e aquática, provavelmente com uma significância alta. A Tabela 6-6 descreve
o tipo de actividades que o acesso melhorado a esta área irá incentivar.
Tabela 6-2: Fauna selvagem vulnerável à caça
Fauna Esperada na Área de Estudo
Razão da Ameaça
Crustáceos da água doce
Caçados para comida (caranguejos e camarões).
Peixe (todos os tipos)
Usado como comida, seco, fumado ou fresco; as
espécies mais pequenas são usadas como isca para
apanhar peixes maiores.
Rã-boi (Pyxicephalus edulis)
Caçada para comida. Provavelmente a única espécie de
rã usada localmente como comida.
Tartarugas marinhas (visitam a costa para
reproduzir-se)
Caçadas para comida. Os ovos são desenterrados e
comidos. Os cascos de tartaruga podem ser vendidos.
Crocodilo do Nilo (Crocodylus niloticus) e
pitão (Python natalensis)
Perseguidos como animais daninhos. Às vezes são
usadas as peles e a carne.
Cobras (em geral)
Perseguidas por medo.
Tartarugas
Caçadas para comida, apanhadas facilmente.
Aves (especialmente patos, galinhas-domato, francolins, pombos)
Caçadas para comida. Praticamente todas as espécies de
aves (grandes e pequenas) são caçadas, geralmente
através da colocação de armadilhas e o uso de
caçadeiras.
Abutres
Usados como muti (remédio tradicional).
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FAUNA TERRESTRE
Fauna Esperada na Área de Estudo
Razão da Ameaça
Babuínos, macacos e jagras
Caçados para comida. Babuínos e macacos são
perseguidos por assaltar culturas e roubar comida.
Leopardos (Panthera pardus) e servais
(Felis serval)
Perseguidos como animais daninhos por atacar gado. Às
vezes são usadas as peles.
Chacais
Perseguidos como animais daninhos por atacar gado.
Genetas, civetas e mangustos
Perseguidos como animais daninhos por atacar gado. Às
vezes são usadas as peles.
Porcos-bravos (Potamochoerus porcus) e
javalis-africanos (Phacochoerus
aethiopicus)
Caçados para comida.
Hipopótamos-comuns (Hippopotamus
amphibius)
Caçados para comida e devido ao seu hábito de invadir
as culturas
Dugongos (Dugong dugong)
Caçados para comida. Muitas vezes morrem afogados
nas redes de pesca.
Animais de caça de pequeno porte (p. ex.: o
cabrito-cinzento, o antílope africano)
Caçados e armadilhados para comida.
Animais de caça de maior porte (p. ex.:
antílopes como a inhala, a impala, o cudu, a
imbabala e o chango).
Caçados e armadilhados para comida.
Pangolins (Manis temminckii) e ursosformigueiros (Orycteropus afer)
Caçados para comida e como muti (remédio tradicional).
Porcos-espinhos do Cabo (Hystrix
africaeaustralis) e os ratos-grandes-dascanas (Thryonomys swinderianus)
Caçados para comida.
Pequenos roedores
Caçados para comida em tempos de necessidade.
Lebres-de-nuca-dourada (Lepus saxatilis) e
os ratos-gigantes (Cricetomys gambiensis)
Caçados para comida.
Tabela 6-3: Acções relacionadas com o homem incentivadas pelo acesso e que podem impactar nas
populações de fauna
Questão
Acções Específicas
Mortes de animais
ƒ
ƒ
Remoção ou mudança de
habitat
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
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Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Caça de espécies de animais de caça;
Caça de outras espécies para comida (roedores, aves e os seus
ovos, mamíferos de pequeno porte);
Perseguição de animais daninhos detectados;
Perseguição de animais antipáticas (cobras, escorpiões, aranhas).
Desbravamento de terras agrícolas;
Recolha de madeira morta (lenha);
Abate de árvores (material de construção, lenha, carvão vegetal);
Abertura de bosques e remoção da cobertura necessária;
Queima de grandes áreas de habitat natural (fora da época própria);
62
FAUNA TERRESTRE
Perturbação dos animais
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
Uso de morros de muchém como material de construção (barro);
Perturbação da superfície do solo (lavoura, extracção de areia);
Sobrepastoreio por gado bovino e caprino.
Movimento de viaturas e pessoas;
Ocupação permanente por aldeias;
Luzes nocturnas (insectos)
Barulho
Figura 6-2: Habitat crítico suportando o Rio Costeiro Mapanzene
6.2.2
6.2.2.1
Impactos da Planta dos Líquidos e GPL do APP e do 5º Trem de Gás
Incómodos, Poluição e outros Riscos
O impacto da planta existente na fauna circundante é um modelo preciso daquilo que se pode esperar como
consequência da planta operacional combinada. A planta existente tem pouco efeito na fauna na área
circundante e não se espera que o acréscimo da Planta de Líquidos e GPL do APP irá mudar isso. Embora
perceptível nas áreas em redor da planta, não se considera que o barulho constitui um impacto afectando
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
63
FAUNA TERRESTRE
materialmente a ocorrência da fauna em redor do perímetro da planta. Enquanto as espécies mais solitárias
podem ficar longe dos arredores imediatos da planta onde as actividades associadas com a planta são
perceptíveis, em geral espera-se que o impacto directo da planta nas populações da fauna circundante será
insignificante.
Não são prováveis impactos na fauna circundante, nem da poluição do ar nem da poluição da água. A
qualidade do ar continuará a satisfazer os padrões exigidos para a protecção da saúde humana fora dos
limites da planta e por isso são improváveis efeitos negativos na fauna. Actualmente não há emissões de
águas residuais tratadas da CPF fora do local e isto continuará o caso para a planta combinada.
Por isso, espera-se que a significância do impacto da planta em operação na fauna será baixa, sujeito à
implementação contínua do PGAo, como alterado.
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64
FAUNA TERRESTRE
7.0
MITIGAÇÃO E MONITORIZAÇÃO RECOMENDADAS
Abaixo vêm descritas as recomendações para a mitigação e monitorização dos impactos na fauna terrestre
identificada.
ƒ
Cumprir com os requisitos da CPF existente para minimizar os impactos
Impacto de perda de
nos habitats para além da pegada do projecto.
habitat
Impactos de
perturbação (barulho e
poeira)
ƒ
Cumprir com os requisitos da CPF existente para minimizar os impactos de
barulho e poeira nos habitats.
Impacto da poluição
relacionada com a
construção
ƒ
Impacto da caça e
perseguição
ƒ
Cumprir com os requisitos do PGA-c existente para minimizar a
probabilidade e as consequências de qualquer incidente relacionado com a
poluição;
Emendar o PGA-c para incluir um requisito adicional de realizar testes de
rastreio de bioensaio como base para a libertação da água do teste
hidráulico no ambiente. O actual PGA-c apenas faz uma afirmação geral
em relação à gestão da poluição causada pela água dos testes hidráulicos.
Nos testes de rastreio realizados para a construção do Gasoduto
Moçambique - Secunda da Sasol, com peixe (Poecilia reticulata) e a pulga
de água (Daphnia pulex) constatou-se que a água não podia ser libertada
directamente no ambiente natural e que era necessária a sua contenção,
seguida de evaporação ou diluição, para garantir que não houvesse
letalidade de organismos aquáticos (Conselho Sul-africano de
Pesquisas Científicas e Industriais - CSIR, 2003). Além disso, porque as
águas afectadas por biocidas e inibidores de corrosão são consideradas
‘águas residuais industriais complexas’, das quais a análise química
padrão da qualidade do efluente descreve a toxicidade inadequadamente,
os bioensaios constituem a metodologia de ensaio apropriada.
Cumprir com os requisitos do PGA-c existente para minimizar o risco de
caça e perseguição dos animais selvagens
Impacto de matanças na
estrada e nas valas
abertas
ƒ
ƒ
Cumprir com os requisitos do PGA-c existente.
Incluir requisitos de inspecções diárias para libertar animais que poderão
ter caído na vala durante a noite.
Impacto (directo) na
Fauna da Lista
Vermelha e nos Habitats
Sensíveis
ƒ
Deslocar os poços e linhas de fluxo que estão situadas em microambientes
que se encontram em habitats ricos em espécies de fauna, nomeadamente
T-G8PX-2 (50 m), T-G8-PX5 (500 m), T-G8PX-3 (90 m), e I-G6PX-5 (60
m).
Emendar o PGA-c existente para gerir os impactos em caso de se
encontrar por acaso espécies da Lista Vermelha.
A Sasol encontra-se no processo de preparação de cursos de formação,
cobrindo todas as questões ambientais relacionadas com a operação da
CPF. Estes cursos de formação irão incluir material didáctico sobre a
conservação da fauna bravia para sensibilizar os trabalhadores e
empreiteiros da Sasol.
Deslocar os poços e linhas de fluxo que estão situadas no habitat crítico do
principal rio costeiro na área de estudo, nomeadamente I-G6PX-1
(deslocar 750 m para o oeste) e I-G6PX-6 (deslocar 690 m para o oeste na
área de poço existente I-6). A Figura 6-2 mostra a localização da área
definida como de habitat crítico e a deslocação dos poços G6PX-1 e IG6PX-6.
Consultar o Governo para determinar como todas as partes poderão
cooperar no sentido de incentivar o uso sustentável do habitat crítico no
futuro.
ƒ
ƒ
Impacto de Incómodos e
Perseguição
ƒ
Impacto (indirecto) do
Acesso Melhorado
ƒ
ƒ
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65
FAUNA TERRESTRE
Monitorização dos
Impactos
ƒ
ƒ
Cumprir com os requisitos dos PGA-c e PGA-d existentes
Alargar a monitorização de base do habitat definido como crítico para
incluir trabalho de campo sazonal mais abrangente, que pode ser usado
como base do planeamento futuro detalhado do uso sustentável da área. A
Sasol deve assumir responsabilidade por esta monitorização inicial. Depois
disso qualquer monitorização subsequente poderá ser determinada através
de discussões entre as partes pertinentes. A monitorização deve incluir as
Florestas Costeiras e de Dunas, o Rio Costeiro e os Mangais.
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66
FAUNA TERRESTRE
8.0
CLASSIFICAÇÃO DA SIGNIFICÂNCIA DOS IMPACTOS
As Tabelas 8-1 a 8-4 apresentam a classificação dos impactos do projecto na fauna terrestre, com e sem
mitigação, para a fase de construção bem como a fase operacional.
Tabela 8-1: Matriz da avaliação dos impactos ambientais das estradas de acesso, linhas de fluxo e
áreas de poço – fase de construção
Significância Ambiental
Significância
PS
Probabilidade
Extensão
Duração
Gravidade
Significância
Extensão
Duração
Gravidade
Impacto Potencial
Depois da mitigação
PS
Probabilidade
Antes da mitigação
Perda de habitat
2
4
1
5
35
B
2
4
1
5
35
B
Perturbação da fauna
2
2
2
3
18
B
2
2
1
2
10
D
Poluição relacionada com a construção
8
2
2
4
48
M
2
2
1
2
10
D
Caça e perseguição
6
2
2
5
50
M
2
2
2
1
6
D
Acidentes rodoviários e outros
4
2
2
3
24
B
4
2
2
1
8
D
Queimadas
7
2
3
4
48
M
7
2
3
2
24
B
Fauna da Lista Vermelha e Habitats Sensíveis
6
4
2
4
48
M
4
4
2
2
20
B
Tabela 8-2: Matriz da avaliação dos impactos ambientais da planta de Líquidos e do GLP do APP e o
5º Trem de Gás – fase de construção
Significância Ambiental
Significância
Gravidade
Duração
Extensão
Probabilidade
4
1
5
35
B
2
4
1
5
35
B
Poluição relacionada com a construção
5
2
2
5
40
B
4
2
2
1
8
D
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
67
Significância
Probabilidade
2
PS
Extensão
Perda de Habitat e Espécies da Lista
Vermelha
Impacto Potencial
PS
Duração
Depois da mitigação
Gravidade
Antes da mitigação
FAUNA TERRESTRE
Tabela 8-3: Matriz da avaliação dos impactos ambientais das estradas de acesso, linhas de fluxo e
áreas de poço – fase operacional
Significância Ambiental
Extensão
Probabilidade
Significância
Gravidade
Duração
Extensão
Probabilidade
PS
Significância
2
2
2
12
B
2
2
2
1
6
B
Acessibilidade
caça)
aumentada
(cultivo,
10
4
2
5
80
A
5
4
2
3
33
B
PS
Duração
2
Impacto Potencial
Risco de poluição
Depois da mitigação
Gravidade
Antes da mitigação
Tabela 8-4: Matriz da avaliação dos impactos ambientais da planta de Líquidos e do GLP do APP e o
5º Trem de Gás – fase operacional
Significância Ambiental
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
68
PS
Significância
33
Probabilidade
3
Extensão
2
Duração
Probabilidade
4
Gravidade
Extensão
Incómodos, poluição e outros riscos
Significância
Duração
5
Impacto Potencial
Depois da mitigação
PS
Gravidade
Antes da mitigação
B
3
4
2
1
9
D
FAUNA TERRESTRE
9.0
CONCLUSÕES
A significância dos impactos na fauna terrestre na fase de construção será baixa a insignificante, sujeito à
implementação dos requisitos dos PGA-c e PGA-d existentes, versão alterada. Os impactos na fase de
construção ao longo dos poços e linhas de fluxo consistem principalmente no desbravamento das áreas,
perturbação, riscos de poluição menores e as actividades das pessoas na área imediata da construção. O
período de construção é relativamente curto e as áreas são pequenas e controladas. Grande parte das
estradas de acesso, necessárias para apoiar a construção das linhas de fluxo, já existe. Os impactos
podem ser mitigados com sucesso pela implementação dos PGA’s existentes com pequenas alterações,
particularmente se houver ligeiros ajustamentos de alguns dos locais dos poços para evitar microambientes
de alta biodiversidade.
Durante a fase operacional, os impactos relacionados com perturbações serão menores. A principal
preocupação será a acessibilidade aumentada facultada pelas novas estradas de acesso numa área de
habitat crítico perto da costa, consistindo nas Florestas Costeiras e de Dunas, um Rio Costeiro e um grande
Mangal. O acesso melhorado a áreas anteriormente remotas tem mostrado ter efeitos graves no habitat, o
que, juntamente com uma pressão crescente dos caçadores devido à acessibilidade melhorada pode ter um
efeito grave nas populações de fauna. Enquanto grande parte da Área de Estudo tem bom acesso
existente, a área de habitat crítico está relativamente isolada e o acesso a dois dos novos poços irá
aumentar significativamente o risco de impactos secundários nesta área. A significância do impacto não
mitigado é considerado alto, mas sujeito à deslocação dos poços e outras acções necessárias para garantir
que o habitat é protegido, a significância pode ser reduzida a baixa.
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
69
FAUNA TERRESTRE
10.0 BIBLIOGRAFIA
Alexander, G., Marais, J. 2007. A guide to the reptiles of southern Africa. Struik Publishers, Cape Town. 408
pp.
BRANCH, B. 1998.Field guide to the snakes and other reptiles of Southern Africa. Struik Publishers, Cape
Town.399 pp.
Channing, A. 2001.Amphibians of central and southern Africa. Protea Bookhouse, Pretoria. Pp 470.
De Castro & Brits. 2014. Sasol Petroleum Mozambique & Sasol Petroleum Temane Limitada. PSA
Development and LPG Project. Environmental Impact Assessment. Specialist Study 9. Terrestre Flora and
Wetlands. Authors De Castro. T. & Grobler. R.
Du Preez, L. &Carruthers, V. 2009. A complete guide to the frogs of Southern Africa. Struik Nature, Cape
Town.
Harrison, J.A., Allan, D.G., Underhill, M., Herremans, M., Tree, A.J., Parker, V. & Brown, C.J. 1997. The
atlas of Southern African Birds. Volume 1: Non-passerines. Avian Demography Unit. Birdlife SA. Pp 786.
Harrison, J.A., Allan, D.G., Underhill, M., Herremans, M., Tree, A.J., Parker, V. & Brown, C.J. 1997. The
atlas of Southern African Birds. Volume 2: Passerines. Avian Demography Unit. Birdlife SA. Pp 786.
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Marais, J. 2004. A complete guide to the snakes of southern Africa. Struik Publishers, Cape Town.312 pp.
Mark Wood Consultants. 2001. Sasol Natural Gas Project – Mozambique to South Africa: Environmental
Impact study of a proposed natural gas field at Temane and Pande em Mozambique.
Mark Wood Consultants. 2002. EIA 2002 - Seismic Exploration, Exploratory and Development drilling
Temane and Pande.
Mills, G,.Hes, L. 1997.The complete book of southern African mammals. Struik Publishers, Cape Town.356 pp.
Monadjem, A., Taylor, PJ., Cotterill F.P.D., Schoeman, M.C. 2010. Bats of southern and central Africa: A
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Pomeroy, D. 1992. Counting birds: A guide to assessing numbers, biomass and diversity of Afrotropical
birds. AWF technical Handbook Series: 6. Nairobi, Kenya. Pp 1-48.
Ryder, R. A. 1986. Songbirds. In: Cooperrider, A.Y., Boyd, R.J. & Stuart, H.R., eds. 1986.Inventory and
monitoring of wildlife habitat.U.S. Dept. Inter., Bur. Land. Manage. Service Center.Denver, Co. xviii, 858 pp.
Schneider M.F., Buramuge, V.A., Aliasse L., Serfontein F. (2005) Checklist and centres of vertebrate
diversity em Mozambique. Internet: www.fzi.uni-freiburg.de/VertebratesMOC/maps/diversity.pdf.
SKINNER, J. D., SMITHERS, H. N. 1990. The mammals of the southern African subregion. University of
Pretoria.771 pp.
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
70
FAUNA TERRESTRE
GOLDER ASSOCIADOS MOÇAMBIQUE LIMITADA
NUIT 400196265
Directores: RA Heath, G Michau e R Hounsome
Golder, Golder Associates e a GA globe design são marcas registadas da Golder Associates Corporation.
Outubro 2014
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71
FAUNA TERRESTRE
ANEXO A
Rãs
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
RÃS: Habitat disponível, ocorrência esperada e presença observada de rãs durante o levantamento (Du Preez e Carruthers, 2009).
Biótopos diferentes pesquisados:
Tipos de Vegetação/Habitat:
1.
Mosaico de Florestas e Bosques de Julbernardia-Brachystegia
2.
Mistura de Florestas e Bosques
3.
Rio Govuro e planície de inundação
4.
Terras húmidas costeiras
Na lista abaixo constam as rãs esperadas de ocorrer nos habitats naturais disponíveis da área de estudo (ver a tabela acima). As palavras em negrito indicam o habitat apropriado (habitat preferido) para cada
espécie, e os itálicos sublinhados indicam o habitat inapropriado (a razão pela qual é improvável encontrar a rã nos biótopos abrangidos pelo levantamento). As células sombreadas indicam o biótopo que
compreende o habitat preferido, e o número na célula dá o número de exemplares ou vestígios certos detectados durante os levantamentos.
Espécies de rãs
Habitat Preferido
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
Rio Govuro e
planície de
inundação
Família: Arthroleptidae
Sapo-de-patas-de-pá do Norte
(Arthroleptis stenodactylus)
Fragmentos de floresta, leito de folhas de florestas ribeirinhas. Áreas arborizadas
com leitos de folhas abundantes e solos arenosos. Florestas de dunas costeiras
secas e florestas de acácias.
Sapo-de-costas-castanhas
(Leptopelis mossambicus)
Reproduz-se em savana arborizada, florestas na areia e mangais na proximidade
de correntes e depressões. Enterra-se no solo durante períodos de seca.
1
Família: Bufonidae
Sapo-azeitona (Amietophrynus
garmani)
Vários tipos de vegetação de florestas no bioma de savana. Prefere áreas baixas bem
arborizadas onde há relativamente muita chuva (acima de 600mm/ano). Reproduz-se
em vleis (depressão sazonal intermitente periodicamente enchida com água),
depressões e represas em savana aberta ou arborizada. Às vezes em braços
mortos tranquilos de rios e poças ao longo de correntes pequenas de água lenta.
A metamorfose dos girinos está completa depois de 64-91 dias.
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
Terras húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Espécies de rãs
Sapo gutural (Amietophrynus
gutturalis)
Habitat Preferido
Bioma de savana, prados e bosques: Reproduz-se em poças abertas pouco
profundas, vleis, represas, rios, correntes ou outras águas mais ou menos
permanentes. Comum em jardins suburbanos e terras agrícolas. Escava tocas em terra
macia. A metamorfose dos girinos está completa depois de 5-6 semanas.
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras húmidas
costeiras
3
2
Família: Hemisotidae
Sapo-marmóreo (Hemisus
marmoratus)
Savanas: ambientes semiáridos. Áreas pantanosas e em margens de rios arenosas
em savana arborizada em toda a África Subsariana. Reproduz-se nas margens de
depressões, charcos e poças isoladas que se formam nos leitos dos rios onde há
bancos de lama expostos. Corpos de água temporários pouco profundos.
Família: Hyperoliidae.
Subfamília: Hyperoliinae
Rela-sarapintada (Hyperolius
marmoratus taeniatus)
Estiva debaixo de pedras e troncos. A copa de árvores circundantes ou vegetação
emergente. Locais de coaxo: canas e carriços emergentes, árvores, ervas,
arbustos, vegetação flutuante.
4
Rela de Argus (Hyperolius argus)
Prado arborizado costeiro, ao ou perto do nível do mar. Reproduz-se em depressões
pouco profundas temporariamente enchidas de água ou depressões costeiras,
favorecendo as com vegetação emergente ou flutuante.
2
Rela-dos-lírios (Hyperolius
pusillus)
Depressões abertas com ervas, lagoas, vleis e represas em savana aberta e prado;
muitas vezes encontrada pousando em vegetação flutuante, como folhas de
nenúfares. Reproduz-se em depressões e vleis, especialmente onde há nenúfares
e outras plantas flutuantes. Os ovos são postos em ninhadas numa única camada
entre folhas de nenúfares sobrepostas na superfície da água ou em aglomerados em
redor de vegetação aquática.
Rela-vermelho (Hyperolius
tuberilinguis)
Reproduz-se em canaviais na periferia de pântanos ou rios, ou vegetação densa em
redor de depressões inundadas. Reproduz-se em águas moderadamente profundas
com vegetação densa ao longo de rios ou em depressões, poças e represas em áreas
baixas de savana; especialmente em florestas costeiras ou prados. Os ovos são
postos folgadamente colados a canas ou pés de ervas acima da linha de água.
Família: Hyperoliidae
Subfamília: Kassininae
Sapo de Senegal (Kassina
senegalensis)
Grande variedade de tipos de vegetação em biomas de savana e prados.
Sapo-de-patas-vermelhas
(Kassina maculata)
Grande variedade de tipos de vegetação de florestas. Reprodução – depressões,
vleis, pântanos, e represas com boa vegetação.
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
6
1
FAUNA TERRESTRE
Espécies de rãs
Habitat Preferido
Sapo-das-folhas-delicado
(Afrixalus delicatus)
Mato e prados costeiros tropicais e subtropicais, incluindo pântanos e florestas dos
pântanos.
Sapo-das-folhas-gigante
(Afrixalus fornasinii)
Grande variedade de habitats com vegetação densa nos pântanos costeiros,
correntes e represas em florestas e prados.
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
Rio Govuro e
planície de
inundação
7
4
2
Terras húmidas
costeiras
Família: Breviceptidae
Sapo-da-chuva (Breviceps
adspersus)
Bioma de savana: Habitats semiáridos com solos arenosos a franco-arenosos.
Vegetação de floresta com um estrato inferior com ervas e um estrato superior
distinto de plantas lenhosas.
Sapo de Moçambique (Breviceps
mossambicus)
Encontrado numa variedade de habitats, incluindo florestas abertas ou prados. Solos
rochosos rasos, bem drenados, ricos em húmus. Não necessita de água parada.
Família: Microhylidae
Sapo-de-duas-listas
(Phrynomantis bifasciatus)
Variedade de tipos de vegetação de florestas num bioma de savana. Ambientes
semiáridos quentes (50-1450m). Reproduz-se em depressões e poças temporárias
pouco profundas, ou prados inundados em savanas e acácias. Também pequenas
represas pouco profundas.
3
Família: Pipidae
Platana-trópical (Xenopus
muelleri)
Habitat de reprodução = habitat de não-reprodução. Grande variedade de corpos de
água permanentes, incluindo depressões, lagunas e regiões tranquilas de rios
nas terras baixas. Tolerante a altas temperaturas. Enterra-se em lama seca para
estivar quando as poças secam.
Família: Phrynoatrachidae
Rã-dos-charcos-anã de Mababe
(Phrynobatrachus mababiensis)
Savana aberta a arborizada; menos frequentemente prados; altitudes altas e baixas.
Precipitação no verão: 500-1000mm por ano. Os coaxos das margens da água bem
escondidos pela vegetação.
Rã-dos-charcos de África
Oriental (Phrynobatrachus
acridoides)
Savanas, áreas arbustivas, prados e habitats costeiros secos e húmidos; tolera habitats
transformados. Uma espécie oportunista que se reproduz em depressões, valas de
beira de estrada, depressões, charcos, poças, pântanos e vleis inundados e com
ervas. Os ovos são postos em torrões colados à vegetação imediatamente abaixo da
superfície da água.
Rã-dos-charcos
(Phrynobatrachus natalensis)
Uma variedade de tipos de vegetação no bioma de savana e prados. Abriga-se
debaixo de rochas perto de locais de procriação.
Família: Ptychadenidae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
4
2
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras húmidas
costeiras
1
1
Espécies de rãs
Habitat Preferido
Rã-ornada (Hildebrandtia ornata)
Variedade de tipos de vegetação de florestas. Solos arenosos profundos. Reproduzse em depressões temporárias pouco profundas em florestas abertas secas,
muitas vezes com ervas emergentes.
Rã-da-erva (Ptychadena
anchietae)
Bioma de savana. Foi encontrada abrigando-se entre gramíneas e plantas e resíduos
vegetais nas margens dos locais de procriação. Os adultos ocorrem nas margens
com ervas dos rios e correntes, escapando na água.
Rã-de-focinho-estreito
(Ptychadena oxyrhynchus)
Savana e floresta aberta e húmida. Reproduz-se em depressões com carriço, vleis,
prados inundados, poças em afloramentos de rocha e outras poças temporárias.
2
Rã-da-erva de Mascarene
(Ptychadena mascareniensis)
Ao longo de correntes e em água parada temporária e permanente. Charcos,
pântanos e depressões em savana de planície aberta. Depressões e poças
semipermanentes e permanentes. Também poças costeiras salobres.
1
Rã-de-listas-largas (Ptychadena
mossambica)
Espécie da savana; tipos de vegetação de florestas, prados abertos. Escondem-se em
tufos de ervas perto de vleis, áreas de infiltração e depressões. Terras Húmidas de
rios e prados inundados. Estação seca: fendas profundas na lama seca das
depressões. Coaxo da vegetação da margem da água.
1
Família: Pyxicephalidae
Rã-boi (Pyxicephalus edulis)
Vários tipos de vegetação de florestas. Áreas baixas planas em florestas abertas
com ervas, que ficaram inundadas depois de chuvas fortes ou contendo
depressões sazonais pouco profundas. Reproduz-se em poças enchidas pela chuva.
Rã-da-areia (Tomopterna
krugerensis)
Ocupa uma variedade de habitats nas áreas de savana. Reproduz-se em poças de
chuva e depressões temporárias.
Rã-tremola (Tomopterna
cryptotis)
Uma variedade de habitats em savana aberta e prados, incluindo áreas áridas.
Paisagens áridas abertas com solos arenosos formam o habitat desta espécie. As rãs
ficam grande parte do ano enterradas no solo; hibernam a meio metro ou mais debaixo
da superfície do solo. Os machos coaxam de locais expostos nas margens de
correntes, poças e charcos. Coaxam pelo menos também parcialmente de refúgios
subterrâneos.
Família: Rhacophoridae
Sapo-de-ninho-de-espuma
(Chiromantis xerampelina)
Bioma de savana. Reproduz-se nas depressões temporárias, vleis e rios
construindo ninhos de espuma. É encontrada em redor de corpos de água aberta
sazonais ou permanentes, numa variedade de tipos de vegetação de florestas no bioma
de savana.
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
1
1
1
FAUNA TERRESTRE
ANEXO B
Répteis
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
RÉPTEIS: Habitat disponível, ocorrência esperada e presença observada de répteis durante o levantamento (Branch, 1998 e Marais, 2004).
Biótopos diferentes pesquisados:
Tipos de Vegetação/Habitat:
1.
Mosaico de Florestas e Bosques de Julbernardia-Brachystegia
2.
Mistura de Florestas e Bosques
3.
Rio Govuro e planície de inundação
4.
Terras húmidas costeiras
Na lista abaixo constam os répteis esperados de ocorrer nos habitats naturais disponíveis da área de estudo (ver a tabela acima). As palavras em negrito indicam o habitat apropriado
(habitat preferido) para cada espécie, e os itálicos sublinhados indicam o habitat inapropriado (a razão pela qual é improvável encontrar o réptil nos biótopos abrangidos pelo levantamento).
As células sombreadas indicam o biótopo que compreende o habitat preferido, e o número na célula dá o número de exemplares ou vestígios certos detectados durante os levantamentos.
Espécies
Total de habitats
Estatuto: Moçambique,
Família: Testudinidae
(tartarugas terrestres)
Cágado-articulada (Kinixys
belliana belliana)
Savana, planície costeira e floresta de dunas, entrando em
prados com arbustos espinhosos. Antigos morros de muchém ou
pequenas tocas em aterros
Pouco preocupante
Tartaruga-verde (Chelonia
mydas)
Oceano
UICN 2010: Em perigo
Tartaruga-de-bico-de-falcão
(Eretmochelys imbricate)
Oceano
UICN 2010: Em perigo crítico
Família: Cheloniidae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Total de habitats
Estatuto: Moçambique,
Tartatuga-olivacea
(Lepidochelys olivacea)
Oceano
UICN 2010: Vulnerável
Tartaruga-cabeçuda (Caretta
caretta)
Oceano
UICN 2010: Em perigo
Rios, lagos e poças de água estagnada. Enterra-se em lama
macia. Nadador rápido. Prefere mais os substratos arenosos que os
lamacentos. Apanhador de peixe altamente especializado,
alimentando-se em mexilhões apenas quando não há peixe. Os
mexilhões são desenterrados do substrato de rios e lagos, usando
as garras poderosas nas patas anteriores. As tartarugas adultas
podem nadar até vários quilómetros da costa e, nos dias sem vento,
até meia dúzia delas pode geralmente ser vista flutuando na
superfície refastelando-se ao sol. As tartarugas fêmeas vêm à praia
à noite para pôr os seus ovos entre os fins de Janeiro e Abril. Os
ninhos ficam na sombra debaixo de árvores e arbustos, geralmente
dentro de 200 m da água. Pões ovos numa ninhada de 17-25 em
ninhos em covas escavadas pouco profundas. As crias são
numerosas em Janeiro e podem ser encontradas debaixo de pedras
soltas e troncos ao longo da linha de preia-mar.
Moçambique - Risco
Menor/preocupação menor
Cágado-de-ventre-amarelo
(Pelusios castanoides)
Lagos e pântanos de água parada a baixa altitude. Água pouco
profunda; enterra-se na lama quando as poças secam.
Pouco preocupante
Cágado-de-carapaçaarticulada (Pelusios subniger)
Depressões efémeras das regiões nortenhas de savana
arenosa. Depressões sazonais ou temporárias com água temporária
relativamente pouco profunda coberta duma massa densa de ervas
e plantas aquáticas flutuantes nas florestas e áreas de matagal.
Períodos secos – deixam as depressões e enterram-se em terra nas
áreas circundantes até o regresso das condições favoráveis.
Pouco preocupante
Rios maiores, lagos e pântanos. Fozes de rios, estuários e
mangais. Quando novo – cava uma toca para abrigar-se; fica
durante muito tempo fora da água comendo pequenas presas. Os
quase adultos preferem os pântanos e braços mortos, comendo
peixe, pequenas tartarugas de água doce, aves e pequenos
Pouco preocupante
Família: Trionychidae
Cágado-de-carapaça-mole de
Zambeze (Cycloderma
frenatum)
Família: Pelomedusidae
Família: Crocodylidae
Crocodilo do Nilo (Crocodylus
niloticus)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Total de habitats
Estatuto: Moçambique,
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
mamíferos. Aninham-se ao sol nos bancos de areia acima do nível
das águas com boa drenagem e cobertura perto.
Família: Typhlopidae
Cobra-cega de Zambese
(Rhinotyphlops schlegelii
mucruso)
Variado; mato costeiro a savana arenosa. Solo profundo.
Variedade de tipos de savana, principalmente solo arenoso. Os
adultos grandes ficam mais baixos na terra que os exemplares
menores, vêm à superfície apenas depois de chuvas fortes terem
inundadas as terras.
Pouco preocupante
Variado; prado, mato costeiro, savana moderadamente húmida
a árida. Enterram-se no solo. Geralmente ficam debaixo de pedras,
debaixo de rochas no solo, debaixo de troncos em decomposição,
entre raízes de ervas.
Pouco preocupante
Regiões de savana aberta, particularmente áreas rochosas e
vegetação raquítica ribeirinha. Vales húmidos, rochosos, bem
arborizados, caniçais ou mesmo mato, raramente aventuram-se
para longe de água permanente. Os ovos são postos em troncos
de árvores ocos, buracos de ursos-formigueiros, covas ou antigos
morros de muchém. Gostam muito de água onde podem deitar-se e
caçar. Mergulham-se em poças profundas, ficam submersos por
períodos longos.
Pouco preocupante
Cobra-das-casas-castanha
(Boaedon capensis)
Ampla distribuição: Regiões de prados de terras altas e Karoos
áridos. Noctívago terrestre. Os ovos são postos em material vegetal
em decomposição, morros de muchém ou outro local adequado.
Variedade de habitats: Morros de muchém moribundos ou
qualquer forma de refúgio. Tolerante de expansão urbana.
Pouco preocupante
Cobra-de-dorso-dentado do
Cabo (Mehelya capensis
capensis)
Florestas abertas, principalmente savana; entrando em florestas
costeiras e regiões áridas. Abriga-se debaixo de grande rochas,
troncos ou outros detritos.
Pouco preocupante
Cobra de Mopane
(Hemirhagerrhis nototaenia)
Áreas de savana ou savana arborizada até 1550m. Debaixo da
casca áspera de árvores, muitas vezes associadas com mato de
mopane.
Pouco preocupante
Família: Leptotyphlopidae
Cobra-cega-lustrosa
(Leptotyphlops scutifrons
scutifrons)
1
Família: Boidae
Pitão (Python natalensis)
1
Família: Colubridae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Total de habitats
Estatuto: Moçambique,
Cobra-comedora-decentípedes de Africa Oriental
(Prosymna stuhlmannii)
Savana, prolongando-se em colinas arborizadas. Fossoriais:
Debaixo de pedras, troncos, ou montes de material vegetal em
decomposição. Nos morros de muchém e outros locais semelhantes.
Pouco preocupante
Cobra-de-focinho-vermelho
(Rhamphiophis rostratus)
Terrenos de espinheiros ou florestas – cercanias rochosas.
Pouco preocupante
Cobra-de-ventre-listrado
(Psammophis subtaeniatus)
Bosques abertos e vegetação raquítica em áreas áridas, savana
seca aberta, prados com arbustos espinhosos ou bosques.
Encostas rochosas secas em fendas entre rochas, grandes morros
de muchém, debaixo de casca solta ou troncos mortos.
Pouco preocupante
Cobra-da-erva-azeitona
(Psammophis mossambicus)
Planícies costeiras e savana das terras altas. Mais o matagal ao
longo de correntes e rios que a área seca mais aberta. Vive
principalmente na terra – na relva; pode subir arbustos e arbustos
até à copa, para apanhar sol. Perseguida: movimenta-se
rapidamente, fugindo para uma cobertura grossa onde fica parada.
Os ovos são postos em montes de folhas mortas ou num outro local
semelhante.
Pouco preocupante
Cobra-da-barriga-listrada
(Psammophis orientalis)
Florestas das terras baixas e savana húmida. Diurnal; muitas
vezes encontrada perto de água. Vive no chão mas aventura-se nos
arbustos e na vegetação raquítica ou para apanhar sol ou procurar
comida.
Pouco preocupante
Cobra-estílete
(Atractaspis bibronii)
Variável: prados, vegetação raquítica e florestas abertas a
florestas costeiras em climas semiáridos a bastante húmidos (do
nível do mar até 1700m), prados de terras altas ao semideserto. Às
vezes encontrada na superfície nas noites chuvosas quentes no
verão. Morros de muchém moribundos. Troncos em
decomposição, debaixo de troncos no solo, debaixo de pedras, e
fendas a nível do chão ou debaixo de detritos.
Pouco preocupante
Cobra-comedora-decentípedes do Cabo
(Aparallactus capensis)
Variado: Prados das terras altas e montanhas, florestas abertas,
áreas de matagal aberto, prados e mato costeiro. Zonas de mato
aberto ou savana. Encontrada em morros de muchém
moribundos, que oferecem refúgio, calor e comida. Debaixo de
pedras, debaixo de troncos, entre as raízes de arbustos e ervas.
Pouco preocupante
Cobra-de-vermelha-listrosa
(Amblyodipsas polylepis
Bosques abertos e áreas de matagal a florestas costeiras a
altitudes do nível do mar até 1300m, savana, e entrando na floresta
Pouco preocupante
Atractaspididae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
1
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Total de habitats
Estatuto: Moçambique,
polylepis)
seca. Fossorial (escavador de tocas) e movimentando-se
lentamente. Em tocas ou montes de vegetação, não é encontrada
debaixo de rochas ou troncos. Vista fora depois de chuvas fortes que
alagaram o solo.
Cobra-fina-de-duas-cores
(Xenocalamus lineatus)
Areias fundas, areias de aluvião: savana húmida, savana árida e
áreas de matagal do Karoo. Escavador noctívago de tocas muito
profundas nas areias de aluvião; também debaixo de troncos em
decomposição, morros de muchém abandonados.
Pouco preocupante
Cobra-do-mato-variegada
(Philothamnus semivariegatus)
Florestas abertas, vegetação raquítica e florestas costeiras,
florestas abertas ou savana: Floresta aberta ou mato, mesmo
seco e muito longe de água, contudo mais frequentemente onde
há água – nada facilmente. Planícies costeiras, ao longo de
correntes e rios ou ao longo dos cursos dos rios. Nas encostas
rochosas e montanhas, arbustos nas cristas rochosas. Cavidades
nas árvores ou debaixo de casca solta. Nas fendas entre ou debaixo
de rochas. Nas cavidades de grandes morros de muchém das
Macrotermes. Quando perturbadas procuram refúgio nas árvores.
Pouco preocupante
Cobra-verde do Sul
(Philothamnus hoplogaster)
Variado: Planícies costeiras (mato), savana do interior a altitudes
maiores (savana árida e moderadamente húmida) e mesmo florestas
de montanha. Vive perto de corpos de água onde caça rãs,
frequentando pântanos, lagoas, rios, caniçais, depressões, vleis
e correntes. Debaixo de troncos, pedras e debaixo de detritos.
Prefere locais húmidos como pântanos de caniço, bosques
ribeirinhos e as planícies de inundação de lagos e rios.
Pouco preocupante
Cobra-verde do Natal
(Philothamnus natalensis
natalensis)
Florestas de montanha húmidas e florestas secas. Caniçais, vleis e
correntes. Vive perto de corpos de água onde caça rãs,
frequentando pântanos, lagoas, rios, caniçais, depressões, vleis e
correntes. Debaixo de troncos, pedras e debaixo de detritos. Prefere
locais húmidos como pântanos de caniço, bosques ribeirinhos e as
planícies de inundação de lagos e rios.
Pouco preocupante
Cobra-de-mármore
(Dipsadoboa aulica)
Florestas ribeirinhas e costeiras. Debaixo de alguns detritos
debaixo de grandes árvores de sombra; troncos ocos, debaixo de
casca, montes de vegetação.
Pouco preocupante
Come-ovos
(Dasypeltis scabra)
Muito espalhada na maioria dos tipos de savana: do nível do mar até
a uma altitude de 2300m. Comum em prados e florestas. Apenas
ausente do deserto verdadeiro e florestas de copas fechadas.
Principalmente terrestre, mas sobe árvores na busca de ovos de
Pouco preocupante
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
3
1
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Total de habitats
Estatuto: Moçambique,
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
aves. Qualquer lugar onde pode encontrar refúgio: Morros de
muchém moribundos, fendas nas rochas, faces de rochas,
montes de detritos, troncos em decomposição.
Cobra-de-lábios-vermelhos
(Crotaphopeltis hotamboeia)
A maioria dos habitats: savana e florestas abertas; Prados a
florestas costeiras mas não no deserto. Preferência para locais
húmidos. Áreas pantanosas. Debaixo de praticamente qualquer
cobertura disponível: Debaixo de rochas, em morros de muchém. Os
ovos são postos em material vegetal.
Pouco preocupante
Cobra-tigre (Telescopus
semiannulatus semiannulatus)
Savana e terrenos arenosos: Áreas bem arborizadas do nível do
mar até 1600m. Pode ser encontrada nos prados. Terrestre, árvores
mortas antigas, debaixo de rochas, em fendas, em pequenos
arbustos e ninhos de tecelões.
Pouco preocupante
Cobra-trepadeira de
Moçambique (Thelotornis
mossambicanus)
Boques de savana: Florestas abertas ou fechadas ou florestas
costeiras do nível do mar até 1200m. Quase exclusivamente
arbórea: Vive entre os ramos das árvores. Entra em buracos nas
árvores sempre-verdes nas encostas durante períodos frios. Pode
hibernar num buraco duma árvore e mesmo numa cova no solo.
Pouco preocupante
Cobra-das-árvores
(Dispholidus typus typus)
Comum na maioria das regiões arborizadas fora florestas
tropicais propriamente dito. Das florestas fechadas às áreas mais
abertas às áreas de matagal, do nível do mar até 1700m. Diurnal,
principalmente arbórea; movimenta-se nos ramos das árvores e
arbustos. O acasalamento ocorre nas árvores e os ovos são
depositados em buracos ou cavidades das árvores, ninhos de picapaus ou leitos de folhas no chão em qualquer parte com condições
adequadas. Abriga-se em cavidades nas árvores e grandes morros
de muchém e hiberna em cavidades nas árvores.
Pouco preocupante
Cobra-de-cauda-longa
(Elapsoidea sundervallii
longicaudata)
Variado: florestas costeiras, prados de terras altas, savana árida e
moderadamente húmida. De Kwa-Zulu Natal ao sudeste de
Mpumalanga. Antigos morros de muchém e debaixo de pedras.
Pouco preocupante
Cobra-de-escudo de
Moçambique (Aspidelaps
scutatus fulafula)
Regiões arenosas e argilosas, savana húmida e árida. Procura
comida à noite, abrindo-se um caminho através do solo arenoso.
Pouco preocupante
Cobra-de-focinho (Naja
annulifera)
Savana: Geralmente em regiões mais secas – mato e terras baixas.
Vive ou retira-se de forma permanente ou semipermanente. Tocas
de animais ou outras covas no solo ou numa árvore, em morros de
Pouco preocupante
1
Família: Elapidae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Total de habitats
Estatuto: Moçambique,
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
muchém ou debaixo de afloramentos de rochas ou rochedos. Os
ovos são postos num buraco ou cavidade abrigada e adequada no
solo ou em árvores.
Cobra-cuspideira (Naja
mossambica)
Savana: Afloramentos e encostas rochosos em florestas bastante
fechadas a altitudes do nível do mar a 1750m ao longo de rios ou
locais perto de água. Áreas desbravadas em antigas florestas.
Buracos em morros de muchém e outras pequenas tocas de
animais.
Pouco preocupante
Cobra-da-floresta
(Naja melanoleuca)
Florestas tropicais e florestas costeiras tropicais e subtropicais.
Pouco preocupante
Mamba-verde (Dendroaspis
angusticeps)
Mato e dunas costeiras e florestas nas escarpas. Arbórea.
Pouco preocupante
Mamba-negra (Dendroaspis
polylepis)
Savana e mato costeiro aberto abaixo de 1500m: Florestas mais
abertas, mais secas e de menor altitude e vegetação raquítica a
prados arborizados, savana húmida e florestas de baixa altitude
(900-1200m). A cobra vive no chão, também no mato, arbustos ou
árvores - em bosques, geralmente nas encostas e afloramentos,
montículos de granito, morros de muchém, troncos ocos de árvores.
As fêmeas irão encontrar um bom lugar para pôr ovos, a cova deve
ser húmida mas não molhada, e quente, mas não demasiado quente
(ninhos de formigas).
Pouco preocupante
Oceano Índico e Pacífico. Cobra do mar verdadeiramente pelágico e
é principalmente uma espécie que fica na superfície e tende a flutuar
sem se mexer.
Pouco preocupante
Muito espalhado: Prados, vegetação raquítica e savanas
lenhosas, do nível do mar a 1800m. Apenas ausente do deserto,
florestas densas e dos topos de montanha. Qualquer tipo: rocha
sobre rocha, rocha no solo, troncos, ervas moribundas.
Pouco preocupante
Areias de aluvião com savana moderadamente húmida. Geralmente
encontrado debaixo de pedras em solos arenosos ou húmicos.
Pouco preocupante
2
1
Sub-Família: Hydropphiinae
Cobra-do-mar (Pelamis
platurus)
Família: Viperidae
Víbora-comum (Bitis arietans
arietans)
Família: Amphisbaenidae
Anfisbenio-de-focinho-redondo
de van Dam (Zygaspis
vandami vandami)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Anfisbenio-delgado (Monopeltis
sphenorhynchus)
Total de habitats
Estatuto: Moçambique,
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
Areias fundas do Kalahari ou aluvião costeiro.
Pouco preocupante
Lagartixa-sem pés (Acontias
aurantiacus aurantiacus)
Areias costeiras e terrenos arenosos. Debaixo de troncos.
Pouco preocupante
Lagartixa-da-costa-leste
(Trachylepis depressa)
Bosques costeiros sobre solos arenosos. Terrestres; solos
arenosos em redor duma base de bosques; sobe os troncos e entra
na folhagem.
Pouco preocupante
2
Lagartixa-com-listas
(Trachylepis striata)
Variedade de tipos de bosques e savana, e uma ampla gama de
condições ecológicas do nível do mar até aos topos de montanhas
altas, do deserto ao mato tropical. Embora principalmente arbórea,
também habita koppies (pequenos montes) rochosos e irá atravessar
terrenos abertos facilmente. Entre rochas e rochedos, no chão e em
árvores.
Pouco preocupante
3
Lagartixa-variada (Trachylepis
varia)
Variado: Muito adaptável, ampla variedade de habitats: do nível do
mar às encostas de montanhas altas: Florestas, florestas abertas e
prados com vegetação raquítica sem rochas e prados. Deserto, veld
de Karoo, prados de montanhas, savana, mato costeiro, bosques
moderadamente húmidos. Terrestre e diurnal: Entre rochas e pedras
em locais rochosos ou pedregosos, mas evita áreas rochosas
grande. Terrenos irregulares, bases de rochas e árvores. Também
correndo na superfície da terra. Usa caules das árvores, rochas ou
troncos como pontos de observação para examinar os arredores e
encontrar presas. Procura comida no leito de folhas debaixo de
árvores ou arbustos ou nos e debaixo dos tufos de ervas, debaixo de
troncos de árvores ou em qualquer buraco conveniente no chão. À
noite: entre pedras, debaixo da casca de troncos caídos, em buracos
no chão ou escondida na cama de folhas. Pequenos afloramentos
rochosos, abrigando-se em tocas debaixo de rochas e troncos,
fendas nas rochas enchidas de solo.
Pouco preocupante
1
Lagartixa-com-marcas de
Moçambique (Mochlus afrum)
Planície costeira oriental. Solo arenoso debaixo de troncos e
montes de detritos vegetais.
Pouco preocupante
1
Lagartixa-de-olhos-cobra
(Afroblepharus wahlbergii)
Savana árida e moderadamente húmida. De prados de terras altas e
topos de montanha a florestas e até as terras baixas. Procura
comida entre as ervas e camas de folhas, procurando presa
debaixo de folhas caídas. Abriga-se entre tufos de ervas, raízes de
Pouco preocupante
Família: Scincidae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Total de habitats
Estatuto: Moçambique,
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
ervas, debaixo de pedras e troncos em decomposição, em morros de
muchém moribundos e nas camas de folhas em lugares à sombra
debaixo de arbustos, em morros de muchém, e em terrenos
acidentados. Os ovos são postos debaixo duma pedra ou tronco ou
abrigados debaixo de pedras e troncos em decomposição ou entre
folhas caídas e matagal em lugares à sombra, deitados no solo
húmido ou entre as raízes duma árvore ou arbusto, lugares com
ervas, arbustos e árvores. Afloramentos rochosos e encostas
rochosas.
African Coral Rag Skink
(Cryptoblepharus africanus)
Afloramentos de rocha costeiros
Pouco preocupante
Lagarto-de-escamas-rugosas
(Meroles squamulosa)
Savana árida e moderadamente húmida, encontrada em zonas
arenosas e de florestas. Florestas abertas, vegetação raquítica e
prados, a altitudes de 250-1400 m. Mais comum em áreas com
substratos arenosos, clareiras planas arenosas. Particularmente
nos solos arenosos onde se abriga em buracos no solo ou onde
pode enterrar-se. Procura comida entre tufos de ervas ou nas
bordas de arbustos.
Pouco preocupante
Lagarto-de-escamas-rugosas
do Cabo (Ichnotropis capensis)
Savana árida e moderadamente húmida
Pouco preocupante
Savana árida e moderadamente húmida. Baixo veld em florestas
abertas a bastante fechadas – em redor de afloramentos
rochosos ou koppies isolados em zonas florestais. Afloramentos
rochosos – fendas ou cavidades entre rochas e rochedos. Locais de
procriação em desuso de animais como ursos-formigueiros, javalis,
tocas de animais de pequeno porte - lebres saltadoras, etc.
Antigos morros de muchém. Raramente encontrado longe da toca
– retira-se quando há sinais de perigo. Fendas em pequenos
afloramentos de rocha cheios de vegetação e também em antigos
morros de muchém. Põe ovos debaixo de troncos em solo húmido,
ou numa fenda na em rocha.
Pouco preocupante
Savana e zonas de mato aberto ou florestas, florestas abertas,
encostas rochosas, cristas e afloramentos. Áreas de Karoo mais
Pouco preocupante
Família: Lacertidae
Família: Gerrhosauridae
Lagarto-mulato-com-placas
(Gerrhosaurus major major)
Família: Varanidae
Varano-das-rochas (Varanus
albigularis albigularis)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
5
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Total de habitats
Estatuto: Moçambique,
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
húmidas. Terrestre. Cava túneis debaixo de saliências de rochas.
Fendas e fissures entre ou debaixo de rochas, ou em tocas de
animais em desuso ou em árvores ocas ou buracos nas árvores.
Trepadores excelentes: árvores e rochas. Grandes viajantes –
mesmo longe de água. Os ovos são depositados em buracos em
solo adequado cavado até 150-230 mm – cobre e camufla o ninho.
Os ovos em ninho vivo de formigas, árvore oca, geralmente num
buraco na areia húmida fofa.
Varano do Nilo (Varanus
niloticus niloticus)
Perto de água: rios, represas, depressões e grandes lagos. Vales
dos grandes rios. Abriga-se em covas nas margens, em tocas de
animais ou em fendas entre rochas ou debaixo de rochas, vegetação
marginal. Apanha sol nas rochas, afloramentos, cepos das árvores,
ramos suspensos de árvores ou entre a vegetação nas margens nunca longe da água. Foge na água – nada rapidamente. Procura
comida na vegetação marginal. Hiberna em grandes escarpas de
rocha sobre falésias rochosas ou koppies adjacentes aos rios.
Quando novo – canaviais marginais. Os ovos são depositados pela
fêmea num buraco cavado fundo num ninho vivo de formigas ou
banco de areia e rudimentarmente cobertos – as formigas vão tapar
seguramente.
Pouco preocupante
Agama de Moçambique
(Agama mossambica)
Savana de terras baixas e orlas de florestas. Igualmente à
vontade nas árvores e no solo, sobe a árvore mais próxima
quando perturbada.
Pouco preocupante
1
Agama-com-espinhos-tropical
(Agama armata)
Semideserto e savana: Florestas abertas em florestas de acácia
arenosas e áreas de caliche onde há tocas de roedores e outras
tocas adequadas para abrigo. Abriga-se em tocas e debaixo de
rochas planas, ficando semienterrada no solo. Vive em buracos no
solo; principalmente os dos animais que constroem tocas:
gerbilos, esquilos terrestres e lebres-saltadoras. É também
encontrada em morros de muchém abandonados. Hiberna em
buracos dentro do solo ou debaixo de pedras e em fendas nas
rochas. Savana: terrestre, solo solto.
Pouco preocupante
1
Vários tipos de floresta: Boques de savana; e prados arborizados,
ao longo de correntes. Áreas arborizadas; ramos de árvores; ramos
de arbustos; Florestas abertas e mato, florestas de savana. Põe
Pouco preocupante
1
1
Família: Agamidae
Família: Chamaeleonidae
Camaleão-de-pescoçoachatado (Chamaeleo dilepis
dilepis)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
7
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Total de habitats
Estatuto: Moçambique,
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas e
Bosques
3
1
ovos num túnel num solo macio húmido num lugar abrigado. Diurnal,
espécie arbórea, comum num habitat adequado.
Família: Gekkonidae
Osga-anã-vulgar-comum
(Lygodactylus capensis
capensis)
Savana seca bem arborizada: Florestas abertas e savana seca
bem arborizada. Osga diurnal e arbórea. Vive em árvores com
buracos ou casca solta, oferecendo refúgio. Também abriga-se entre
rochas e vegetação morta. Preferência acentuada pelo embondeiro,
acácia e mopane – bastante casca áspera adequada como
cobertura. Os ovos são postos em fendas nas rochas, rachas,
debaixo de pedras ou debaixo de casca solta. Procura comida na
vegetação raquítica baixa e nas árvores mortas. Observada
agarrada, cabeça para baixo, perto da base duma árvore esperando
a presa.
Pouco preocupante
Lagarto-amarelo-com-placas
(Hemidactylus mabouia)
Variado; savana árida e moderadamente húmida, e mato
costeiro. Arbórea na natureza e muito territorial. Comum debaixo
de casca de árvore solta e nas cavidades das árvores
(particularmente o embondeiro), nas coroas de palmeiras, e nas
fendas nas rochas e rachas. De facto, em qualquer lugar escuro
conveniente no ou acima do solo (também montes de detritos). Na
natureza os ovos são postos debaixo duma rocha ou numa racha e
às vezes num depositário comunal. Principalmente noctívago.
Pouco preocupante
Osga-de-cabeça-chata
(Hemidactylus platycephalus)
Áreas de alta pluviosidade - florestas de mopane e miombo a
baixa altitude. Troncos de embondeiros. Fendas em rochas, casas.
Pouco preocupante
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
Rio Govuro e
planície de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
ANEXO C
Aves
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
AVES: Habitat disponível, ocorrência esperada e presença observada de aves durante o levantamento (Gibbons, 1997; Harrison et al, 1997; Hockey et al, 2005 – últimas alterações dos nomes).
Biótopos diferentes pesquisados:
Tipos de Vegetação/Habitat:
1.
Mosaico de Florestas e Bosques de Julbernardia-Brachystegia
2.
Mistura de Florestas e Bosques
3.
Rio Govuro e planície de inundação
4.
Terras húmidas costeiras
Na lista abaixo constam as aves esperadas de ocorrer nos habitats naturais disponíveis da área de estudo proposta (ver a tabela acima). As palavras em negrito indicam o habitat apropriado (habitat preferido)
para cada espécie, e os itálicos sublinhados indicam o habitat inapropriado (a razão pela qual é improvável encontrar a ave nos biótopos abrangidos pelo levantamento). As células sombreadas indicam o biótopo
que compreende o habitat preferido, e o número na célula dá o número de exemplares ou vestígios certos detectados durante os levantamentos. Os subcabeçalhos na coluna de “Mosaico de Florestas e Bosques”
sublinham a importância dos aspectos de Floresta e Bosque como entidades de habitat salientes nos biótopos de Julbernardia-Brachystegia e Mistura de Florestas e Bosques.
RR dá a Frequência de Notificação (Reporting Rate) segundo o Atlas of South African birds (Harrison, et al, 1997)
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Flamingos
Flamingo-pequeno
(Phoeniconaias minor)
Terras húmidas eutróficas rasas, depressões salinas e
lagunas costeiras abrigadas. Águas interiores e costeiras
salobres ou salinas maiores.
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada.
Corpos de água doce ou moderadamente alcalina, quentes
e rasos com fornecimentos de peixe adequados. Lagos
pouco fundos, depressões nas planícies de inundação,
estuários, baías costeiras abrigadas, lagunas. Empoleira-se em
terra seca.
Localmente comum
Pelicanos
Pelicano-branco
(Pelecanus onocrotalus)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
0.35-0.51
Mosaico de Florestas e Mosaico de
Rio Govuro
Bosques
Florestas e Mistura de
Terras
e planície
Bosques de Florestas e
húmidas
de
Florestas
Bosques Julbernardia- Bosques inundação costeiras
Brachystegia
FAUNA TERRESTRE
AVE
Pelicano-cinzento
(Pelecanus rufescens)
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Terras húmidas permanentes para procurar comida e árvores
para procriação. Grandes lagos de água doce ou alcalina.
Grande variedade de terras húmidas, incluindo lagos, rios de
fluxo lento, poças salinas, lagunas, estuários, baías abrigadas.
Localmente comum
0.25-0.36
Corvo-marinho-defaces-brancas
(Phalacrocorax lucidus)
Águas costeiras e doces: Represas, correntes e rios.
Principalmente aquático, tanto na água salgada como na água
doce. No interior - correntes e rios.
Localmente comum
0.25-0.63
Corvo-marinho-africano
(Microcarbo africanus)
Praticamente todos os habitats de água doce excepto as
correntes de fluxo rápido. Prefere margens suavemente
inclinadas. Também estuários, lagunas e águas costeiras
abrigadas. Terras húmidas de água doce (qualquer tamanho) e
corpos de água doce: habitats efémeros, grandes rios e
correntes de fluxo rápido com poças, terras húmidas artificiais:
represas, estação de tratamento de esgotos.
Comum
0.25-0.82
Terras húmidas de água doce, rios e correntes; evita as
águas de fluxo rápido e turbulentas; adaptado às terras
húmidas artificiais. Corpos de água doce parados e de fluxo
lento, com água aberta. Raro nos rios de fluxo rápido e nas
áreas com vegetação flutuante densa. Prefere áreas com
árvores mortas, rochas ou margens onde pode descansar
depois de ter comido.
Comum
0.25-0.65
Garça-real (Ardea
cinerea)
Corpos de água aberta rasa. Terras Húmidas – rios,
represas, depressões, pântanos e estuários – desde que há
água rasa suficiente para se alimentar. Áreas montanhosas:
ficam nos vales. Árvores altas, canaviais e escarpas para
empoleirar-se. Também a zona marinha entremarés, estuários,
lagunas. Raramente em prados secos.
Comum
0.25-0.90
Garça-branca-pequena
(Egretta garzetta)
Áreas abertas de água rasa: margens de lagos, represas,
rios, pântanos, depressões salinas, estuários e mangais.
Reproduz-se perto de água em árvores ou arbustos. Margens
de rios e lagos, estuários, depressões, pântanos, e depressões
salinas. Também mangais, costeiro aberto.
Comum
0.44-1.18
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Terras
húmidas
Corvos-marinhos
2
Mergulhões-serpente
Mergulhão-serpente
(Anhinga rufa)
Garças
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
2
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Garça-brancaintermédia (Egretta
intermedia)
Água pouco profunda ou prados húmidos. Margens de lagos,
rios, depressões salinas e estuários; especialmente corpos de
água sazonais, pântanos e prados inundados. Prefere águas
rasas, mas também forrageia em prados secos perto de água.
Residente comum e
nómada
0.25-0.44
Garça-branca-grande
(Egretta alba)
Água pouco profunda aberta nos lagos, rios, planícies de
inundação, prados inundados, pântanos, depressões salinas
e estuários.
Comum
0.25-0.52
Garça-de-cabeça-preta
(Ardea melanocephala)
Habitats abertos, preferindo prados. Pastagens e restolhais
perto de terras húmidas. Árvores altas para procriação e
empoleirar-se.
Comum
0.25-0.71
Garça-vermelha (Ardea
purperea)
Corpos de água e terras húmidas maiores: Caniçais,
pântanos, rios e lagos orlados de caniço; áreas inundadas
com ervas, juncos e carriços altos. Vegetação emergente
densa, especialmente canaviais orlando terras húmidas rasas;
também mangais.
Comum
0.43-1.1
Carraceira (Bubulcus
ibis)
Terrestre; prados baixos abertos. Nidifica em árvores e
caniçais.
Comum
0.25-0.9
Garça-caranguejeira
(Ardeola ralloides)
Habitats de água doce: vegetação densa
Comum
emergente/orlando os braços mortos calmos de lagoas e as
margens de rios e correntes de fluxo lento. Cobertura de
caniço adequado e pré-requisitos são alguns arbustos ou
árvores. Prados alagados e depressões efémeras com
vegetação emergente.
0.25-0.43
Garça-do-lago (Ardeola
idea)
Pequenos pântanos com ervas, lagos e lagoas, correntes.
UICN (2014): Em
perigo. Reproduz-se
em Madagáscar; tem
uma grande zona de
distribuição de nãoreprodução.
Garça-de-barrigavermelha (Ardeola
rufiventris)
Pântanos densos e prados inundados.
Residente Raro e
migrante local
0.37-0.58
Garça-de-dorso-verde
(Butorides striata)
Rios, estuários, correntes, lagos, lagoas, pântanos e mangais
com vegetação densa. Áreas arborizadas em redor de
margens de rios, correntes, lagos, estuários, mangais, caniçais,
e pântanos onde a vegetação fica suspensa sobre a água.
Ocasionalmente - lodaçais, prados temporariamente inundados
e a praia marítima.
Bastante comum
0.25-0.49
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
2
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Garça-nocturna
(Nycticorax nycticorax)
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Vegetação densa ao longo das margens de água rasa,
parada ou de fluxo lento, como rios, lagos, depressões,
pântanos ou planícies de inundação sazonais. Água com
muita vegetação e de fluxo lento - estuários, mangais.
Empoleira-se em árvores e caniçais.
Residente comum e
migrante paleárctico
0.39-0.72
Bico-aberto (Anastomus
lamelligerus)
Vários habitats aquáticos abertos – pântanos, planícies de
inundação, depressões efémeras, arrozais, baixios nos rios e
margens de lagos. Terras Húmidas, incluindo planícies de
inundação, depressões temporariamente inundadas, pântanos,
charcos, lagoas, baixios nos rios, correntes, margens de lagos,
lagunas, baixios de maré.
Localmente comum,
migrante intra-africano
0.41-0.82
Jabiru
(Ephippiorhynchus
senegalensis)
Águas interiores maiores: grandes rios em savanas
abertas, terras húmidas e pântanos de água doce:
represas, depressões, planícies de inundação, pântanos;
geralmente numa zona aberta ou ligeiramente arborizada.
Margens de lagos de água doce e alcalina. Ausente das
florestas.
Raro; movimentos
sazonais
0.42-0.95
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Cegonhas
Colhereiros
Colhereiro-africano
(Platalea alba)
Habitats aquáticos rasos de água doce: terras húmidas,
Residente comum e
pântanos, depressões, prados temporariamente inundados, migrante local.
planícies de inundação, rios, represas. Quase exclusivamente
habitats aquáticos rasos, preferindo as margens de lagos e rios,
depressões sazonais e permanentes, lagunas costeiras e
estuários.
0.25-0.6
Íbis-preto (Plegadis
falcinellus)
Habitats de prados, associados com habitats de água doce:
águas interiores rasas, pântanos nas margens de lagos e
rios, depressões sazonais, prados inundados. Pântanos
ribeirinhos, rios rasos.
Localmente comum
0.25-0.39
Singanga (Bostrychia
hagedash)
Prados húmidos abertos e savana, ao longo de cursos dos
rios com muita vegetação; também pântanos, prados
inundados, margens de grandes terras húmidas, jardins.
Comum
11.86-29.2
Íbis-sagrada
(Threskiornis
aethiopicus)
Habitat de prados, associado com habitats de água doce:
pântanos, estuários e represas.
Comum
0.25-0.65
Íbis
Pássaros-martelos
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
8
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Pássaro-martelo
(Scopus umbretta)
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Grandes corpos de água perenes (lagos, represas e rios),
vleis e terras húmidas efémeras, rios perenes e sazonais com
poças. Margens e águas rasas de lagos, depressões,
pântanos e charcos, rios, correntes e lagoas sazonalmente
inundadas, incluindo charcos relativamente pequenos.
Comum
0.25-0.8
Pato-assobiadorarruivado (Dendrocygna
bicolor)
Águas interiores maiores: planícies de inundação,
vegetação aquática abundante. Corpos de água rasos.
Vegetação densa de ervas aquáticas e outras plantas.
Alimenta-se nas terras húmidas parcialmente inundadas /
pantanosas.
Localmente comum
0.25-0.34
Pato-assobiador-defaces-brancas
(Dendrocygna viduata)
Águas interiores, principalmente em savanas e prados.
Vastidões de água rasa com vegetação emergente: braços
mortos de rios maiores, planícies de inundação com ervas,
pequenas depressões efémeras. Alimenta-se na água geralmente em baixios de terras húmidas permanentes ou
sazonais, ou prados inundados; em terra – em prados naturais.
Comum
0.25-0.74
Pato-ferrão
(Plectopterus
gambensis)
Águas interiores / terras húmidas: corpos de água maiores,
vegetação flutuante; terras de cultivo. Fica na muda em terra:
Represas e lodaçais densos. Reprodução: sistema menor ou
baía isolada, vegetação emergente nas margens. Rios - áreas
rasas abertas.
Comum
0.25-0.7
Pato-de-carúncula
(Sarkidiornis melanotos)
Águas interiores: depressões inundadas sazonais e vleis.
Rios - áreas rasas abertas.
Localmente comum
nómada e migrante
intra-africano
0.25-0.53
Pato-orelhudo (Nettapus
auritus)
Lagos de água doce com vegetação flutuante,
especialmente nenúfares Nymphaea; nidifica num buraco
numa árvore. Poças nos rios.
Localmente comum
0.25-0.38
Pato-de-bico-vermelho
(Anas erythrorhyncha)
Água doce eutrófica rasa, permanente ou temporária, com
cercanias com ervas.
Comum
0.25-0.61
Pato-hotentote (Anas
hottentota)
Águas interiores com vegetação emergente como planícies
de inundação, vleis, pântanos com juncos.
Localmente comum
0.36-0.63
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Terras
húmidas
Patos e gansos
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
4
1
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Terras
húmidas
Jaçanãs
Jaçanã (Actophilornis
africanus)
Habitats aquáticos: depressões sazonais e planícies de
inundação; ao longo das margens de rios sinuosos de
fluxo lento – plantas hidrófitas flutuantes emergentes, para
se alimentar. Terras húmidas rasas de água doce,
permanentes, sazonais e efémeras e margens de rios de fluxo
lento com vegetação emergente baixa. Prefere áreas
dominadas por nenúfares e potamogeto. Anda nas plantas
flutuantes ou nada quando as plantas hidrófitas não oferecem
suporte insuficiente.
Comum
0.48-1.36
Abutre-real (Torgos
tracheliotus)
Savanas, especialmente nas áreas mais áridas; nidifica e
empoleira-se nas árvores.
UICN estatuto
(2014): Vulnerável.
Abutre-de-cabeçabranca (Trigonoceps
occipitalis)
Savanas abertas; empoleira-se e nidifica nas árvores.
UICN estatuto
(2014): Vulnerável.
Raro a localmente
comum
Zonas abertas: Savana, florestas abertas, prados e áreas de
arbustos raquíticos.
UICN estatuto
(2014): Vulnerável.
Raro a localmente
comum
Águia-pesqueira
(Pandion haliaetus)
Águas interiores e costeiras. Muito espalhada. Na costa ao
longo da costa marítima, e nos estuários e lagunas; no interior
nos lagos e grandes rios.
Razoavelmente
comum
Falcão-cuco (Aviceda
cuculoides)
Florestas fechadas, com árvores indígenas ou exóticas.
Raro a localmente
bastante comum
Peneireiro-cinzento
(Elanus caeruleus)
Grande distribuição: Mais abundante nos prados com áreas
cultivadas.
Comum
5.82-13.0
Milhafre-de-bicoamarelo (Milvus
parasitus)
Grande variedade de habitats: especialmente florestas
(áreas de precipitação maior)
Comum migrante
intra-africano
3.76-11.41
1
1
Abutres
0.25-0.44
Secretários
Secretário (Sagittarius
serpentarius)
Falcões e águias
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
0.33-0.46
3.17+
2
6
1
1
3
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Águia-pesqueiraafricana (Haliaeetus
vocifer)
Muito espalhada. Na costa ao longo da costa marítima, e nos
estuários e lagunas; no interior nos lagos e grandes rios.
Geralmente associada com grandes corpos de água, ou
correndo ou parada, incluindo estuários. Às vezes ao longo da
orla costeira aberta. Pode ficar nos rios sazonalmente secos
uma vez secas as últimas poças, sobrevivendo em aves e
limpando carcaças. Ausente de rios que correm por apenas
algumas semanas do ano.
Comum
Águia-cobreira-de-peitopreto (Circaetus
pectoralis)
Zonas abertas; florestas de savana, áreas de arbustos
raquíticos, semideserto.
Raro a localmente
comum nómada e
possível migrante
intra-africano
Águia-cobreira-castanha
(Circaetus cinereus)
Florestas áridas. Reproduz-se e empoleira-se nas árvores.
Localmente comum;
nómada
2.49-5.94
Águia-sem-rabo
(Terathopius ecaudatus)
Floresta e savana nas planícies abertas, incluindo a floresta
de acácias do Kalahari. Nidifica geralmente na copa ou numa
ramificação horizontal duma grande árvore, 8-12-16m acima do
chão. Empoleira-se nas árvores.
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada.
Comum
18.7-32.21
Tartaranhão-africano
(Circus ranivorus)
Nidifica em grandes caniçais; procura comida nas canas,
margens de lagos, planícies de inundação e florestas.
Localmente comum a
raro
0.41-0.78
Tartaranhão-rabilongo
(Circus macrourus)
Prados abertos, campos cultivados, menos vezes em
savanas semiáridas abertas. Depressões abertas ou
planícies de inundação.
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada.
Raro migrante
paleárctico.
Secretário-pequeno
(Polyboroides typus)
Principalmente nas florestas. Florestas fechadas,
vegetação ribeirinha alta e ravinas bem arborizadas.
Parcialmente em conjuntos de árvores alienígenas.
Bastante comum
Gaivão-papa-lagartos
(Kaupifalco
monogrammicus)
Savana e florestas, especialmente florestas decíduas de
folhas largas maduras.
Localmente comum
residente
Açor-cantor-escuro
(Melierax metabates)
Florestas e savana: evita florestas e savana árida. Ninho:
Plataforma de paus 4,5-9,0m acima do chão numa ramificação
vertical duma árvore dentro da copa. Geralmente empoleira-se
no topo duma árvore, examinando o chão para ver presa.
Açor-africano (Accipiter
tachiro)
Principalmente florestas indígenas; também florestas
ribeirinhas fechadas e plantações exóticas.
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
0.25-0.56
1
0.61-2.12
2
24.99+
1
Raro
3.12-7.77
4
Comum
0.57-1.39
2
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Gaivão-shikra (Accipiter
badius)
Todos os tipos de floresta – nidifica nas florestas abertas.
Residente comum e
nómada local
Gaivão-pequeno
(Accipiter minullus)
Tipos de floresta e bosque: florestas de vegetação densa,
mato ribeirinho e bosques.
Localmente comum
1
Açor-preto (Accipiter
melanoleucus)
Floresta, ravinas e desfiladeiros arborizados, plantações
exóticas (especialmente de eucalipto) em prados.
Localmente bastante
comum
1
Bútio-comum (Buteo
buteo)
Áreas abertas: áreas de arbustos raquíticos, prados, savana,
florestas abertas e florestas de acácia. Também encontrado
nas florestas fechadas.
Abundante migrante
paleárctico
6.38-11.73
Águia de Wahlberg
(Hieraaetus wahlbergi)
Florestas – áreas planas: ribeiras e florestas ribeirinhas.
Reprodução nas árvores ribeirinhas altas em prados e florestas.
Comum migrante
intra-africano
0.74-3.63
Águia-dominó (Aquila
spilogaster)
Florestas: reproduz-se nas encostas dos montes ou ao longo
de dos rios em árvores altas.
Raro
0.25-0.51
Águia-calçada
(Hieraaetus pennatus)
As aves em reprodução ocorrem em zonas montanhosas
semiáridas e as margens de Karoo; As aves fora da reprodução
ocorrem numa ampla variedade de habitats das florestas ao
semideserto.
Raro migrante
paleárctico
0.36-0.55
Águia de Ayres
(Hieraaetus ayresii)
Florestas densas, margens de florestas, arvoredos de
eucaliptos nas cidades; evita as cidades áridas.
Residente Raro e
migrante intra-africano
0.25-0.32
Águia-belicosa
(Polemaetus bellicosus)
Prados abertos e áreas de vegetação raquítica. Grandes
árvores para os ninhos. Grande número de tipos de
vegetação: desertos, áreas densamente arborizadas.
UICN 2014 Estatuto:
Vulnerável.
Localmente comum
0.55-1.2
Águia-Coroada
(Stephanoaetus
coronatus)
Floresta indígena densa, incluindo floresta ribeirinha de
galeria; pode voar para longe da floresta para caçar.
UICN 2014 Estatuto:
Quase ameaçada.
Localmente bastante
comum
0.42-0.88
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1.42-4.24
1
1
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Falcões, esmerilhões e
francelhos
Falcão-de-Dickinson
(Falco dickinsoni)
Falcão-Sombrio (Falco
concolor)
Falcão-peregrino (Falco
peregrinus)
Savana de palmeiras e florestas abertas, muitas vezes
perto de embondeiros.
Áreas costeiras ou pantanosas tropicais e subtropicais,
savanas húmidas e orlas de florestas. Na estação de nãoreprodução alimenta-se de grandes insectos nos prados e
campos abertos com árvores. Reproduz-se em colónias em
ambientes quentes, áridas; nas escarpas, pequenas ilhas
rochosas e montanhas de deserto acidentadas onde a sua
procriação coincide com a migração de outono das aves de
pequeno porte nas quais se alimenta.
Raro
1.83-4.79
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada.
Uma proporção
pequena mas
desconhecida
invernos nas áreas
costeiras de
Moçambique.
Falésias, montanhas, desfiladeiros íngremes; pode caçar nos
prados abertos, terras agrícolas e florestas; raramente entra
nas cidades para caçar pombos.
Residente Raro e
migrante paleárctico
0.33-0.44
Perdiz-das-pedras
(Peliperdix coqui)
Savana ou floresta com muita relva, áreas arenosas com
boa cobertura arbustiva: clareiras com ervas e ao longo
das margens de florestas.
Comum a localmente
comum
1.61-4.54
Perdiz-de-crista
(Dendroperdix
sephaena)
Florestas com um componente de vegetação raquítica
densa. Prefere áreas com uma invasão de matagal nas
savanas e suporta fraca cobertura herbácea.
Perdiz de Shelley
(Scleroptila shelleyi)
Savanas de acácias com boa cobertura herbácea, os cantos
de terras cultivadas, muitas vezes sobre solo pedregoso.
Localmente comum
Perdiz-de-gola-vermelha
(Pternistes afer)
Desfiladeiros arborizados, margens das florestas sempreverdes das terras altas, vegetação ribeirinha raquítica;
alimenta-se nas áreas desbravadas e terras cultivadas.
Comum
Galinha-do-mato-decrista (Guttera
pucherani)
Margens de florestas, bosques e florestas fechadas.
Galinha-do-mato
(Numida meleagris)
Savana misturada com áreas de cultivo. Vive na maioria das
regiões agrícolas.
Francolins e perdizes
29.32-47.94
2
15
0.25-0.48
29.3+
6
Localmente comum
7.76-16.58
1
Comum
2.51-15.89
Galinhas-do-mato
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Codornizes
Toirão-comum (Turnix
sylvatica)
Prados abertos: não muito altos nem muito densos. Savana.
Terras em pousio.
Localmente comum
0.79-1.83
Prados densos, carriços, caniçais, juncos, papiro, bosques
pantanosos, arbustos e outra vegetação junto a águas
doces e estuarinos correntes, paradas ou abertas. Ocorre
em vegetação emaranhada na qual as aves sobem,
empoleiram-se e nidificam. Na cobertura fina ao longo de
correntes muito pequenas em regiões áridas.
Comum
0.25-0.47
Grande variedade de habitats pantanosos de água doce, de
prados de relva e carriço sazonalmente encharcados a
caniçais permanentemente inundados. Tipos de vegetação
das terras húmidas, cobertura densa, terra firme ou vegetação
baixa. Áreas pantanosas, encharcadas, poças orladas de
caniço, pântanos, vleis, dambos, vegetação pantanosa orlando
rios, correntes, lagos. Fragmentos isolados de terra húmida em
prados, bosques e florestas.
Residente comum
0.25-0.34
Rios estagnados ou de fluxo lento e águas estagnadas
abrigadas, limpas a salobras, orladas ou cobertas por
canas, juncos, carriços, etc. Todos os pântanos e charcos
com água permanente, e terras húmidas inundadas efémeras e
sazonais.
Comum
0.38-0.65
Mato, savana, prado, vleis, terras cultivadas.
Bastante comum
0.43-0.94
Frangos-de-água
Frango-de-água-preta
(Amaurornis flavirostris)
1
Frangas-de-água
Franga-de-água-depeito-vermelho
(Sarothrura rufa)
Galeirões, frangos-deágua e galinhas-deágua
Caimão-comum
(Porphyrio
madagascariensis)
Abetardas
Abetarda-de-barrigapreta (Lissotis
melanogaster)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
2
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Terras
húmidas
Borrelhos e
tarambolas
Borrelho-grande-decoleira (Charadrius
hiaticula)
Estuários e terras húmidas do interior: Substrato
lamacento, arenoso e saibroso. Linhas costeiras suavemente
inclinadas e condições de água eutróficas – vegetação sem
influência. No interior sobre bancos de lama e de areia ao longo
de rios e nas terras húmidas, favorecendo orlas costeiras
ampla e nuas com pouca vegetação emergente. Empoleirase na orla costeira descoberta, aberta.
Comum migrante
paleárctico
0.33-0.46
Borrelho de Kittlitz
(Charadrius pecuarius)
Lama seca e aberta e ervas baixas, geralmente perto de água.
Depressões naturais – lama seca e ervas baixas. Também
estuários, pântanos salgados e planícies de inundação.
Residente raro e
nómada local
0.46-1.04
Borrelho-de-três-golas
(Charadrius tricollaris)
Qualquer habitat de água doce com uma orla costeira
aberta. Margens abertas de qualquer habitat de água doce,
favorecendo poças, correntes e corpos de água infiltrada.
Também nas poças de marés, estuários e lagunas.
Comum
Borrelho-de-colararruivado (Charadrius
pallidus)
Lagunas salinas, depressões salinas e salobres, salinas; às
vezes estuários e lagunas arenosas. Raramente em habitats de
água doce.
UICN 2010: NT
Quase ameaçada.
Borrelho-de-frontebranca (Charadrius
marginatus)
Margens arenosas das águas marinhas e águas interiores
maiores (lagos, depressões, rios). Principalmente margens
arenosas e dunas costeiras, estuários ao longo de grandes rios
e lagos; também nas costas rochosas e lodaçais entremarés.
Empoleira-se principalmente longe da água nas orlas costeiras
amplas e abertas.
Tarambola-de-asanegra-pequena
(Vanellus lugubris)
Savana aberta de ervas baixas, muitas vezes em áreas
recentemente queimadas.
Tarambola-coroada
(Vanellus coronatus)
Prados baixos, secos e sobrepastejados ou queimados. Muito
espalhado numa série de tipos de prado e bosque. Ausente
das áreas montanhosas e desérticas.
2
0.25-0.38
Residente raro e
migrante local
0.42-0.82
0.25-3.98
Pilritos e outras aves
pernaltas
Perna-verde-comum
(Tringa nebularia)
Habitats aquáticos: locais costeiros e terras húmidas do
interior com margens rasas. Vleis, depressões, e rios.
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Comum migrante
paleárctico
8
0.25-0.61
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Maçarico-bastardo
(Tringa glareola)
Orlas costeiras pantanosas: depressões efémeras, vleis,
pântanos, correntes, planícies de inundação e partes
superiores de estuários. Margens lamacentas, arenosas ou
saibrosas de represas e lagoas, prados baixos inundados, leitos
dos rios arenosos e lamacentos, depressões naturais, praias
rochosas e arenosas mistas, pântanos salinos, estuários,
lagunas de marés ou não e mangais. Prefere mais condições
pantanosas que orlas costeiras abertas.
Comum migrante
paleárctico
0.25-0.57
Maçarico-das-rochas
(Actitis hypoleucos)
Qualquer habitat aquático, mas prefere correntes e
margens de rios com substratos arenosos, saibrosos,
pedregosos ou rochosos, estuários, enseadas de marés em
pântanos salinos, mangais. Margens de água abertas:
correntes, rios, pântanos, vleis, lagunas costeiras e partes
superiores dos estuários de marés. Prefere mais condições
húmidas adjacentes à água que vadear na água.
Comum migrante
paleárctico
0.25-0.53
Pilrito-de-bico-comprido
(Calidris ferruginea)
Terras Húmidas: depressões e terras húmidas com
margens lamacentas.
Abundante migrante
paleárctico
0.38-0.62
Pilrito-pequeno (Calidris
minuta)
Margens lamacentas das terras húmidas.
Comum migrante
paleárctico
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
1
Maçarios-galegos e
Maçaricos-reais
Maçario-galego
(Numenius phaeopus)
Quase exclusivamente áreas orlas costeiras abertas e nas
lagunas e estuários costeiros. Prefere habitats entremarés
arenosos e rochosos, pântanos salinos e mangais; nas
margens rochosas.
Maçario-real (Numenius
arquata)
Terras húmidas costeiras; forrageia nos bancos de lodo e
areia entremarés e empoleira-se nos pântanos salgados,
dunas de areia, mangais ou rochas adjacentes.
0.25-0.39
Alcaravões
Alcaravão-de-água
(Burhinus vermiculatus)
Principalmente nas terras húmidas de água doce,
especialmente grandes rios, lagos e represas. Também
mangais, estuários e praias abertas. Prefere locais com bancos
de areia abertos; também áreas rochosas, mas evita fortemente
as margens de terras húmidas com vegetação.
Residente comum
0.25-0.57
Alcaravão do Cabo
(Burhinus capensis)
Vários tipos de prados; todo o highveld da RAS. Prados abertos
e savana, margens de bosques, semideserto com vegetação
raquítica, encostas pedregosas de colinas baixas, terra
cultivada. Cobertura do solo escassa onde o solo é pedregoso.
Residente comum
0.25-0.88
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Terras
húmidas
1
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Pernas-longas
Perna-longa
(Himantopus
himantopus)
Águas rasas, abertas vastas: lagunas costeiras e
depressões salinas. Terras húmidas no interior e costeiras,
abrangendo campos inundadas, planícies de inundação e
pântanos de papiro. Empoleira-se tipicamente em comum em
áreas abertas.
Residente nómado
comum
0.25-0.52
Margens das terras húmidas e áreas abertas perto de água
Localmente comum
migrante intra-africano
e migrante paleárctico
0.4-0.67
Rola do Senegal
(Spilopelia
senegalensis)
Savana aberta, Florestas de Acácia e prado; evita prados
naturais de grande altitude.
Abundante
0.25-19.55
Rola do Cabo
(Streptopelia capicola)
Grande escolha de habitats: todos os tipos de vegetação,
excepto florestas.
Abundante
43.58-61.41
11
10
Rola-de-olhosvermelhos (Streptopelia
semitorquata)
Árvores altas na proximidade de água. Bosques
ribeirinhos, margens de florestas e outras áreas bem
arborizadas.
Comum
59.66+
2
4
Rola-esmeraldina
(Turtur chalcospilos)
Vários tipos de florestas decíduas e florestas de Acácia
mais húmidas; matagais ou linhas de drenagem e em vales –
vegetação mais densa e mais alta.
Comum
84.74+
37
58
Rola-rabilonga (Oena
capensis)
Bosques abertos e savanas secas a semi-áridas. Mais
habitat aberto.
Residente comum e
migrante local
0.25-5.79
Pombo-verde (Treron
calva)
Áreas bem arborizadas, ao longo de rios permanentes.
Figueiras para comida. Nidifica nos bosques mais secos.
Comum, movimentos
locais
0.89-4.0
2
Papagaio-de-pescoçocastanho (Poicephalus
fuscicollis)
Floresta de folhas largas com grandes árvores emergentes
e florestas ribeirinhas.
Localmente comum
0.86-2.27
2
Papagaio-de-cabeçacastanha (Poicephalus
cryptoxanthus)
Florestas e florestas ribeirinhas. Nidifica num buraco numa
árvore; até 10m acima do chão. Gregário em pequenos grupos
nas árvores mortas ou folhosas.
2
Perdizes-do-mar
Perdiz-do-mar-comum
(Glareola pratincola)
Rolas e pombos
Papagaios e periquitos
Pittas e bocarras
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
33.68-44.04
3
4
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Bocarra (Smithornis
capensis)
Biótopo (área geográfica)
Florestas e matagais; comum; facilmente negligenciado
quando não estiver a expor-se.
Estatuto na África
Raro a localmente
comum
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Terras
húmidas
4
12
1
4
4
1
1
1
0.25-0.37
Touracos
Touraco de Krysna
(Tauraco corythaix)
Florestas sempre-verdes e ribeirinhas, matagais densos.
0.26-2.56
Touraco-de-cristavioleta (Tauraco
porphyreolophus)
Floresta fechada, particularmente florestas ribeirinhas,
floresta secundária, fragmentos onde o bosque se
aproxima gradualmente à floresta, floresta costeira,
vegetação raquítica densa e matagais nos morros de
muchém. Floresta ribeirinha, matagais sempre-verdes,
bosques, florestas de Acácia densas, savana, parques e
jardins.
Touraco-cinzento
(Corythaixoides
concolor)
Florestas abertas, Florestas de Acácia, perto de água.
Comum
0.25-3.07
Cucal de Bengala
(Centropus grillii)
Prados húmidos com vegetação luxuriante.
Raro a localmente
comum residente e
migrante intra-africano
0.37-0.56
Cucal de Burchell
(Centropus
superciliosus)
Caniçais e matagais, geralmente perto de água.
Comum
Cucal de Burchell
(Centropus burchellii)
Vegetação luxuriante e emaranhada. Caniçais, pântanos, e
matagais, mato costeiro. Ao longo de linhas de drenagem,
margens de terras húmidas.
56.97+
Cucais
46.35+
27.08-46.35
Cucos
Cuco-de-bico-grosso
(Pachycoccyx audeberti)
Florestas ribeirinhas e bosques.
Residente Raro
Cuco-de-peito-vermelho
(Cuculus solitarius)
Florestas e habitats bem arborizados: vegetação ribeirinha,
matagais e florestas sempre-verdes. Árvores em redor de
habitações.
Residente comum e
9.79-15.74
migrante intra-africano
Cuco-bonzeado-menor
(Chrysococcyx klaas)
Florestas, bosques e savanas húmidas. Árvores em redor de
habitações.
Residente comum e
5.83-10.33
migrante intra-africano
Cuco-bonzeado-maior
(Chrysococcyx caprius)
Variedade de habitats: de margens de florestas ao semideserto. Não em florestas e raro em mopane.
Residente comum e
migrante intra-africano
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
0.38-0.5
0.81-3.42
3
2
FAUNA TERRESTRE
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Margens de florestas, florestas ribeirinhas, mato, plantações
exóticas, terras agrícolas, áreas suburbanas., bosques
ribeirinhos e florestas de Acácia mistas.
Residente comum e
migrante intra-africano
1.39-3.8
3
Coruja-das-torres (Tyto
alba)
Grande variedade de tipos de vegetação. Florestas
nortenhas. Precisa de grandes árvores para empoleirar-se.
As corujas nómadas movimentam-se em resposta a uma
explosão da população de roedores.
Comum
3.46-6.63
Mocho-de-facesbrancas-austral
(Ptilopsus granti)
Floresta, savana, floresta de acácia árida, mato ribeirinho.
Comum
0.72-1.6
Corujão-africano (Bubo
africanus)
Grande variedade de habitats. Estruturas feitas pelo homem.
Áreas rochosas, bosques, margens de florestas, savana,
semi-deserto. Cidades.
Comum
2.42-5.33
Coruja-da-floresta (Strix
woodfordii)
Florestas sempre-verdes e ribeirinhas, bosques fechados,
mato costeiro, plantações de pinheiros; raramente na savana.
Comum
10.74+
Mocho-barrado
(Glaucidium capense)
Bosques maduros, matagais, florestas e margens de
florestas.
Localmente comum
0.85-2.17
Noitibó-de-pescoçodourado (Caprimulgus
pectoralis)
Florestas densas de folhas largas, savana, mato costeiro e
plantações alienígenas. O solo, preferindo áreas onde há um
leito de folhas denso.
Comum
2.68-7.7
Noitibó de Moçambique
(Caprimulgus fossii)
Matagal com terrenos arenosos abertos em savana e mato
ribeirinho. Os ovos são postos no chão entre resíduos
vegetais. Muitas vezes debaixo de arbustos espinhosos.
Comum
0.92-2.36
AVE
Cuco-preto (Cuculus
clamosus)
Biótopo (área geográfica)
Corujas
1
Noitibós
Andorinhões e rabosespinhosos
Rabo-espinhosomalhado (Telacanthura
ussheri)
Aéreo, por cima de savana e bosques; muitas vezes ao longo
de rios arborizados. Reproduz-se em árvores ocas ou hastes
verticais; muitas vezes associado com embondeiros.
Rabo-espinhoso de
Böhm (Neafrapus
boehmi)
Aéreo, por cima de savana e bosques; muitas vezes perto
de embondeiros. Reproduz-se em árvores ocas ou hastes
verticais.
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
4.77+
Localmente comum
0.59-1.25
1
5
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Andorinhão-daspalmeiras (Cypsiurus
parvus)
Determinado pela distribuição das palmeiras flabeliformes,
nidifica por baixo de folhas mortas.
Residente comum e
migrante local
2.01-6.41
Andorinhão-pretoeuropeu (Apus apus)
Aéreo e amplamente distribuído; muitas vezes em grandes
bandos; empoleira-se na asa. Principalmente em campos
abertos, mas ocorre quase em qualquer parte.
Comum migrante
paleárctico
0.75-1.51
Andorinhão-pequeno
(Apus affinis)
Por cima de todos os tipos de vegetação: prefere prados
abertos e Karoo, não prados alpestres de grande altitude.
Ocorre por cima da água e nidifica debaixo de saliências secas
Residente comum
0.25-0.9
Andorinhão-cafre (Apus
caffer)
Procura comida por cima de terrenos abertos. Falésias. Em
qualquer parte: comum no sul e este mais húmidos.
Residente comum e
migrante intra-africano
3.79-8.1
Rabo-de-junco-de-peitobarrado (Colius striatus)
Florestas, matagais e bosque moderadamente húmidos
subtropicais. Ecótonos: Margens de florestas e florestas
fechadas, linhas de drenagem arborizadas e jardins.
Comum
39.22-56.02
Rabo-de-junco-defaces-vermelhas
(Urocolius indicus)
Bosques de savanas, bosques húmidos, matagal. Evita
florestas e prados abertos.
Residente comum
7.03-16.25
Florestas sempre verdes e ribeirinhas, bosques fechados,
bosques de Acácia húmidos, mato costeiro, bosques nos vales,
plantações de caniçada. Nidifica em buracos naturais nas
árvores ou em cepos mortos. Forrageia saindo repentinamente
do poleiro, apanhando uma presa nas folhas, nos ramos ou no
ar.
Razoavelmente
comum residente
5.26-10.57
Poupa (Upupa africana)
Grande uso de diversos habitats. Savana com bosques de
Acácia alta. Floresta. Solo descoberto e ervas baixas.
Comum
3.18-14.3
Zombeteiro-de-bicovermelho (Phoeniculus
purpureus)
Arbóreo. Maioria dos tipos de floresta. Margens de
florestas sempre-verdes.
Comum
7-19.4
Bico-de-cimitarra
(Rhinopomastus
cyanomelas)
Florestas áridas tropicais e subtropicais. Ausente de
florestas de copa fechada.
Comum
26.51-38.06
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
3
20
Rabos-de-junco
6
1
4
3
Republicanos
Republicano
(Apaloderma narina)
Poupas e zombeteiros
Pica-peixes
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Pica-peixe-de-poupa
(Alcedo cristata)
Ambientes rigorosamente aquáticos – disponibilidade de
peixe. Margens de rios e correntes – árvores, arbustos e
ervas ribeirinhas e vegetação cheia de ervas daninhas
reclinada. Prefere rios e correntes de fluxo lento com muita
vegetação, mas não com copa fechada sobre o rio.
Margens abrigadas, lagunas costeiras, estuários de marés,
mangais.
Comum
0.25-0.6
Pica-peixe do Senegal
(Halcyon senegalensis)
Florestas bem desenvolvidas; fragmentos ribeirinhos altos de
Acácia e mopane; gramíneas sub-bosques fortemente
pastejadas.
Residente comum e
migrante intra-africano
0.52-1.22
Pica-peixe-de-barretecastanho (Halcyon
albiventris)
Margens de florestas sempre-verdes, bosques e bosques
ribeirinhos.
Comum
37.67-50.56
Pica-peixe-riscado
(Halcyon chelicuti)
Florestas abertas, de folhas largas e Acácia; condições
moderadamente húmidas e áridas.
Comum
23.93-37.63
Pica-peixe-malhado
(Ceryle rudis)
Ambientes aquáticos – disponibilidade de peixe. Qualquer
corpo de água com peixes pequenos, incluindo grandes rios e
correntes perenes, estuários, lagos, áreas temporariamente
inundadas, costas rochosas e zona costeira entremarés. Menos
comum ao longo de correntes de fluxo rápido bem arborizados.
Comum
3.8-11.59
Abelharuco-dourado
(Merops pusillus)
Áreas semi-áridas às áreas de muita chuva. Espaços abertos
para procurar comida – arbustos baixos ou canas. Savana
e bosques abertos.
Comum
24.89-35.12
Abelharuco-andorinh
(Merops hirundineus)
Grande variedade: de vegetação raquítica semi-desértica às
margens de floresta. Savana de Acácia árida, árvores e
vegetação raquítica ribeirinhas, clareiras e margens de
bosques.
Residente comum
com movimentos
locais
3.99-12.36
Abelharuco-persa
(Merops persicus)
Margens de deserto, perto de água. Áreas de bosques áridos.
Localmente bastante
comum migrante
paleártico
Abelharuco-europeu
(Merops apiaster)
Variedade de bosques e habitats arbustivos, evita condições
relativamente pouco húmidas e áridas.
Abelharuco-róseo
(Merops nubicoides)
Florestas abertas e savanas; planícies de inundação e estepe
de Acácia árida; nidifica em escarpas de areia recém-cortadas.
Dispersa para lugares abertos com ervas numa variedade de
tipos de florestas.
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Terras
húmidas
2
4
2
2
Abelharucos
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
2
1
0.41-0.8
4
Comum migrante
paleárctico
6.66-13.18
10
12
Residente comum e
migrante local
0.52-1.42
15
1
2
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Rolieiros
Rolieiro-europeu
(Coracias garrulus)
Florestas e prados. Florestas abertas.
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada;
Comum migrante
paleárctico
0.25-0.45
6
Rolieiro-de-peito-lilás
(Coracias caudatus)
Ecótono entre bosques abertos e áreas abertas com ervas.
Savana e florestas abertas (de folhas largas e Acácia)
Residente comum e
migrante local
50.17-64.1
2
Rolieiro-cauda-deraquete (Coracias
spatulatus)
Floresta alta, especialmente de miombo.
Raro
0.41-0.85
Rolieiro-desobrancelhas-brancas
(Coracias naevius)
Floresta uniforme e floresta (de folhas largas e Acácia).
Raro a comum
residente e migrante
intra-africano
4.65-14.03
Rolieiro-de-bico-grosso
(Eurystomus glaucurus)
Floresta ribeirinha e savana adjacente.
Localmente comum
residente e migrante
intra-africano
11.88-18.79
1
2
1
Calaus
Calau-de-bico-amarelo
(Tockus leucomelas)
Variedade de bosques de savana abertos e secos (de
folhas largas e Acácia)
Calau-coroado (Tockus
alboterminatus)
Matagal espinhoso seco e denso na savana de planície,
bosques fechados, margens de florestas. Floresta primária e
secundária e bosques fechados altos; de fragmentos de floresta
montanhosa e costeira a faixas lineares de florestas ribeirinhas
e nas escarpas. Forrageia principalmente em árvores.
Empoleira-se em comum nos ramos finos expostos de cima;
locais abrigados por baixo da copa.
Residente comum e
nómada local
Calau-cinzento (Tockus
nasutus)
Bosques mais altos (de folhas largas e Acácia) em savanas
secas e húmidas. Bosques.
Comum
0.25-3.07
Calau-trombeteiro
(Bycanistes bucinator)
Floresta, bosques fechados com árvores altas, bosques
ribeirinhos. Fragmentos de florestas costeiras e quentes de
baixa altitude, especialmente ao longo de rios. Altitudes mais
baixas - florestas de montanha, em bosques húmidos e
mangais, e ao longo de faixas de floresta ribeirinha em savana
árida. Movimenta-se à busca de frutos.
Residente comum e
nómada local
3.79-9.71
Calau-do-solo (Bucorvus
leadbeateri)
Qualquer bosque, savana, prados abertos, terras agrícolas.
Raro; principalmente
confinado a grandes
reservas
0.25-0.71
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
0.25-4.43
48.86+
5
12
1
4
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Barbaças e
barbadinhos
Barbadinho-derabadilha-limão
(Pogoniulus bilineatus)
Floresta de folhas largas. Forrageia como a felosa na
vegetação. Nidifica em buracos escavados em troncos mortos
ou na parte inferior de ramos inclinados das árvores. Empoleirase em árvores altas enquanto canta.
Comum
18.5-39.23
Barbadinho-de-fronteamarela (Pogoniulus
chrysoconus)
Bosques de folhas largas, bosques húmidos – floresta
mista e colinas rochosas.
Comum
5.62-13.54
Barbaças-malhado
(Tricholaema
leucomelas)
Savanas áridas, presença de árvores de madeira macia
(Acácia), linhas de drenagem arborizadas em prados.
Barbaças-de-colar-preto
(Lybius torquatus)
Áreas de Miombo, húmidas e arborizadas, ao longo de
encostas da escarpa voltadas para o este, Áreas costeiras
orientais. Savanas mais secas: limitada à vegetação ribeirinha.
Mato costeiro, bosques, margens de floresta, floresta
ribeirinha, parques, jardins.
Comum
22.51-38.57
Barbaças-de-crista
Savana, bosques e matagais – bosques de folhas largas.
(Trachyphonus vaillantii) Bosques mistos e habitats de Acácia. Bosques de Acácia,
matagais em bosques, bosques ribeirinhos, plantações exóticas,
parques, jardins.
Comum
2.08-13.65
12
12
7
9
0.25-4.11
Indicadores
Indicador-de-peitoescamoso (Indicator
variegatus)
A copa de florestas ribeirinhas sempre-verdes e mais altas,
bosques, vales densamente arborizados, plantações exóticas.
Raro a localmente
comum
0.77-1.6
Indicador-grande
(Indicator indicator)
Bosques áridos e húmidos: Grande variedade de tipos de
bosques.
Raro a localmente
comum
1.68-3.84
Indicador-pequeno
(Indicator minor)
Grande variedade de habitats arborizados: savanas com
árvores dispersas a margens de floresta, bosques
ribeirinhos; plantações exóticas, jardins.
Comum
0.25-0.45
1
Grande variedade de tipos de bosques e savana.
Comum
21.82+
2
4
Pica-paus
Pica-pau-de-caudadourada (Campethera
abingoni)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
2
Pica-pau-cardeal
(Dendropicos
fuscescens)
Grande variedade de bosques e savana.
Comum
18.05-27.65
Pica-pau-de-bigodes
(Dendropicos
namaquus)
Tipos de savana mais áridos. Savana e bosques, árvores
altas em contextos de parques abertos. Floresta de folhas
largas com árvores altas e árvores mortas.
Comum
2.89-7.71
Cotovia-de-nucavermelha (Mirafra
africana)
Variedade de habitats: fragmentos descobertos, cobertura
herbácea escassa, poleiros adequados. Prados abertos com
morros de muchém ou arbustos dispersos e fragmentos
descobertos, bosques de savana abertos com uma cobertura
herbácea escassa entre as árvores, fragmentos descobertos
em terras em pousio e terras cultivadas.
Comum e muito
espalhado
0.97-4.98
3
Cotovia-das-castanholas
(Mirafra
rufocinnamomea)
Florestas: clareiras ou linhas de drenagem.
Comum
19.58+
3
18
Cotovia-cor-de-areia
(Calendulauda
africanoides)
Matagal e savana, geralmente com solos arenosos.
Calhandra-sombria
(Pinarocorys nigricans)
Florestas abertas e savana; muitas vezes em áreas
recentemente queimadas.
Razoavelmente
comum migrante intraafricano
0.37-0.61
Andorinha-das-barreiras
(Riparia riparia)
Prados abertos húmidos, águas interiores, caniçais,
pastagens irrigadas e culturas.
Localmente comum
migrante paleárctico
0.33-0.49
Andorinha-de-rabadilhacinzenta (Pseudhirundo
griseopyga)
Prados secos ou queimados, terrenos descobertos nas
margens de vleis, clareiras nos bosques, terras em pousio,
campos de pólo, campos de golfe.
Localmente comum
residente e migrante
intra-africano
0.48-1.08
Andorinha-daschaminés (Hirundo
rustica)
Todos os habitats: mais comum na metade oriental com mais
chuva: prados mais húmidos e bosques.
Migrante paleárctico
abundante
25.6-33.01
29
24
Cotovias
0.25-0.78
Andorinhas
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Andorinha-cauda-dearame (Hirundo smithii)
Sempre associada com corpos de água, incluindo grandes
rios, correntes, planícies de inundação, prados abertos
adjacentes, áreas abertas de miombo, bosques de mopane,
bosques de Acácia e margens de florestas. Rios, correntes e
represas, geralmente em bosques e em redor de edifícios.
Reproduz-se amplamente em savanas moderadamente
húmidas de menor altitude, mas é confinada à proximidade de
água permanente, especialmente os rios maiores.
Residente comum e
migrante intra-africano
0.25-0.84
Andorinha-estriadapequena (Cecropis
abyssinica)
Variedade de habitats de bosques e savana.
Residente comum e
migrante intra-africano
0.25-1.44
Mosque Swallow
(Cecropis senegalensis)
Florestas abertas, muitas vezes perto de rios e
especialmente perto de embondeiros.
Localmente comum
5.69-12.71
Andorinha-dos-beiras
(Delichon urbicum)
Grande variedade de habitats: prados, bosques de savana e
áreas cultivadas. Campos abertos acidentados.
Comum migrante
paleárctico
0.25-0.46
Andorinha-preta
(Psalidoprocne
pristoptera)
Correntes, vleis e clareiras na floresta, bosques fechados e
plantações exóticas.
Localmente comum
2.17-7.16
Lagarteiro-cinzento-ebranco (Coracina
pectoralis)
Florestas altas, especialmente de miombo e florestas
ribeirinhas.
Raro a localmente
comum
0.25-0.5
Lagarteiro-preto
(Campephaga flava)
A copa de bosques húmidos, tanto florestas de folhas
largas como florestas de Acácia. Bosques húmidos, áridos e
ribeirinhos.
Localmente comum
residente e migrante
local
9.86-16.15
Drongo-de-caudaquadrada (Dicrurus
ludwigii)
Estrato médio de florestas sempre verdes.
Localmente comum
0.45-1.08
Drongo-de-caudaforcada (Dicrurus
adsimilis)
Grande variedade de tipos de vegetação: Mato aberto e
bosques; margens de fragmentos de floresta; Highveld –
árvores alienígenas.
Comum
Folhagem luxuriante em copas que dão sombra. Árvores de
folhas largas. Faixas ribeirinhas.
Razoavelmente
comum migrante
paleárctico
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
2
2
Lagarteiros
Drongos
15.05-49.45
Papa-figos
Papa-figos-europeu
(Oriolus oriolus)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
0.37-0.56
4
2
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Papa-figos-de-cabeçapreta (Oriolus larvatus)
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
1
Terras
húmidas
Bosques húmidos; sempre-verdes ou ligeiramente decíduos.
Florestas montanhosas africanas. Sobrevoam grandes habitats
impróprios – prados.
Comum
38.41-50.87
Grande variedade de biomas: não relacionado com a
vegetação, não na parte sul do Kalahari.
Comum
59.72
Toutinegra (Pycnonotus
tricolor)
Grande variedade de habitats: bosques mais húmidos e
savana, mato ribeirinho, margens de florestas e floresta em
restabelecimento (não no interior da floresta), áreas de
vegetação raquítica montanhosas e densas, vegetação
raquítica, plantações alienígenas. Não em prados abertos.
Abundante
95.84+
16
10
1
Tuta-sombria
(Andropadus
importunus)
Floresta, mato costeiro e ribeirinho, matagal fechado.
70.08+
10
19
3
Tuta-amarela
(Chlorocichla
flaviventris)
Matas, bosques fechados e margens de floresta.
46.68+
1
3
Tuta-da-terra
(Phyllastrephus
terrestris)
Floresta sempre verde, principalmente nas terras baixas,
mato e floresta ribeirinhas, matagais fechados.
26.27+
Florestas ribeirinhas, matagais em bosques. Esconde-se em
vegetação emaranhada e densa, forrageia em vegetação
baixa, no leito de folhas no chão. Ninhos bem escondidos,
numa ramificação baixa de mato fechado. Canta a partir dum
poleiro escondido nos ramos superiores das árvores.
30.41+
9
Corvos
Seminarista (Corvus
albus)
1
Toutinegras, Tutas
Comum
13
Nicators
Tuta-de-gargantabranca (Nicator gularis)
2
13
7
2
Petinhas
Pássaro-do-algodãocinzento (Anthoscopus
caroli)
Bosques de folhas largas bem desenvolvidos.
Chapim-preto-meridional
(Parus niger)
Florestas de folhas largas.
Zaragateiros
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Comum
0.52-1.14
38.74-50.01
FAUNA TERRESTRE
AVE
Zaragateiro-castanho
(Turdoides jardineii)
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
3
Matas ou faixas de vegetação mais densa ao longo de linhas
de drenagem sazonais. Florestas de folhas largas e florestas
mistas.
Comum
0.25-3.96
Florestas e matagais. Habitats de floresta de folhas largas e
floresta mista húmida.
Comum
13.23-23.51
4
Tordos
Tordo-chicharrio (Turdus
libonyana)
Piscos
Pisco-de-peito-branco
(Cossypha humeralis)
Matas adjacentes aos cursos de água secos nos bosques e
bosques de Acácia. Florestas abertas – matagais fechados,
debaixo de grandes árvores de sombra. Morros de muchém
e lugares livres de fogo nas colinas rochosas.
Pisco do Natal
(Cossypha natalensis)
Florestas e bosques sempre verdes, vegetação ribeirinha,
matagais decíduos, florestas ribeirinhas. Fica na vegetação
rasteira das florestas, forrageia no chão (ao anoitecer), deslocase sazonalmente aos estratos mais altos da floresta quando os
frutos amadurecem. Canta a partir de poleiros baixos. Em geral,
prefere habitats lineares (p. ex. ao longo de cursos de água
húmidos e secos).
0.25-1.0
Comum
0.43-1.1
1
Rouxinóis
Rouxinol-do-mato-debigodes (Erythropygia
quadrivirgata)
Lowveld e floresta ribeirinha mista. Florestas e matagais,
especialmente com entrelaçamentos espinhosas e com ervas
ao longo de correntes e ravinas. Forrageia nos arbustos baixos
ou saltitando no chão, bicando no leito de folhas. Nidifica em
fendas ou cavidades nas árvores ou atrás de casca solta, 1-3m
acima do chão. Inactivo durante o calor do dia, ficando na
cobertura fechada.
Pisco do Natal
(Cossypha natalensis)
Florestas e bosques sempre verdes, vegetação ribeirinha,
matagais decíduos, florestas ribeirinhas. Fica na vegetação
rasteira das florestas, forrageia no chão (ao anoitecer),
desloca-se sazonalmente aos estratos mais altos da floresta
quando os frutos amadurecem. Canta a partir de poleiros
baixos. Em geral, prefere habitats lineares (p. ex. ao longo de
cursos de água húmidos e secos).
Rouxinol-do-matoestriado (Erythropygia
leucophrys)
Habitats de floresta e de bosques. Fragmentos de
vegetação rasteira densa nos bosques de Acácia e de
bosques de folhas largas.
Felosas
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
0.38-0.63
1
Comum
53.17+
2
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Rouxinol-dos-caniçosafricano (Acrocephalus
baeticatus)
Geralmente em áreas húmidas ou molhadas, incluindo
margens de canas, juncos, carriços, ervas altas e outras
plantas floridas, e gramíneas altas e arbustos ao longo das
margens de rios. Pântanos: Periferias de caniçais onde há
uma mistura de gramíneas, carriços, juncos e ervas salgueiras
altas.
Comum migrante
intra-africano
Felosa-palustre
(Acrocephalus palustris)
Matas e pântanos: Margens de caniçais, ervas daninhas à
beira de água, matagais lenhosos nos morros de muchém e
vegetação folhosa ao longo de rios. Matagais luxuriantes
densos com vegetação rasteira herbácea luxuriante,
geralmente longe de água.
Migrante paleárctico
comum
Rouxinol-pequeno-dospântanos (Acrocephalus
gracilirostris)
Pântanos: Phragmites na água. Caniços e juncos nas
águas paradas em estuários, lagunas, rios, pântanos.
Comum
0.25-0.48
Felosa-musical
(Phylloscopus trochilus)
Qualquer bosque: margens de florestas sempre-verdes,
savanas, jardins, parques, plantações exóticas. Em qualquer
parte com árvores e arbustos, i.e., com copas adequadas,
copas adequadas.
Migrante paleárctico
abundante
0.25-0.66
Apalis-de-peito-amarelo
(Apalis flavida)
Floresta ribeirinha, matagal húmido, floresta mista,
bosques de Acácia desenvolvidos, matagais, no meio de
florestas sempre verdes de baixa altitude, vegetação
raquítica a restabelecer-se.
Comum
Apalis de Rudd (Apalis
ruddi)
Matagal de Acácia fechado e floresta mista. Cobertura
ribeirinha emaranhada. Campos arenosos, bosques secos
densos. Florestas arenosas e ribeirinhas. Vegetação rasteira
bem desenvolvida.
1.89-6.69
Felosa-de-dorso-verde
(Camaroptera
brachyura)
Florestas sempre verdes: florestas das terras baixas,
ribeirinhas, montanhosas e temperadas. Pequenos fragmentos
de floresta ou vegetação secundária densa e matagais.
41.31+
Felosa-de-dorsocinzento (Camaroptera
brevicaudata)
Matas e cobertura fechada nos bosques decíduos mais
secos.
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
1
3+
1
Apalis
43.22+
1
7
1
8
Felosas
Carriças
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Comum
26.03-41.31
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Felosa de Stierling
(Calamonastes stierlingi)
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Terras
húmidas
11.38-21.58
Bosques de folhas grandes; matagais nos morros de
muchém. Forrageia principalmente no ou perto do chão;
quando perturbada sobe para a copa. Ninhos de teias de
aranha em folhas pendentes.
Toutinegras
Toutinegra-de-facesvermelhas (Sylvietta
whytii)
Bosques de miombo, margens das florestas sempre-verdes
das terras baixas e ribeirinhas.
0.94-2.16
Toutinegra-de-bicocomprido (Sylvietta
rufescens)
Florestas; áreas de matagal. Usa grande diversidade de
bosques – não é encontrada nos prados não arborizados e no
interior das florestas.
Comum
Fuinha-chocalheira
(Cisticola chiniana)
Savana arborizada – Florestas de Acácia onde os prados são
intercalados com árvores e matagais ou áreas arbustivas. As
margens de bosques fechados e em fragmentos de
vegetação raquítica costeira.
Comum a abundante
Fuinha-de-dorso-preto
(Cisticola galactotes)
Savana de Acácia. Fragmentos de mato em prados abertos e
áreas arbustivas de Karoo, bosques em restabelecimento em
terras cultivadas antigas e em jardins.
Fuinha do Natal
(Cisticola natalensis)
Prados húmidos abertos luxuriantes, margens de vleis,
geralmente com arbustos ou árvores dispersas; também
em clareiras e margens das florestas e em vegetação
secundária em restabelecimento.
Comum
0.25-0.42
Fuinha-de-cabeça-ruiva
(Cisticola fulvicapilla)
Vegetação raquítica das dunas, na vegetação raquítica e
gramíneas luxuriantes nas encostas dos montes, nas margens
dos bosques e plantações, na vegetação secundária e em
savana de bosques de Acácia. Vegetação rasteira dos
bosques. Tolerante da vegetação alienígena. Evita prados
densos – não pode alimentar-se a nível do chão. Especialmente
nos bosques dos vales.
Comum
39.93+
Fuinha-dos-juncos
(Cisticola juncidis)
Prados naturais e áreas com ervas daninhas, margens de
vleis, represas, depressões, e pântanos salinos. Pastagens
de gramíneas Eragrostis, campos agrícolas com cereais,
margens de terras cultivadas, terras em pousio, e quaisquer
áreas abertas com gramíneas luxuriantes. Associada com
terras húmidas.
Comum
6.68-13.28
2
63.25+
13
Fuinhas
Prínias
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
20
2
0.86-3.13
1
15
10
2
2
1
FAUNA TERRESTRE
AVE
Prínia-de-flancoscastanhos (Prinia
subflava)
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
60.95+
8
Pântanos: Nas canas e carriços em vleis. Fragmentos de
vegetação relativamente altos e densos: gramíneas
luxuriantes nas bermas de estradas ou margens de terras
agrícolas, linhas de drenagem e margens de represas e rios,
fragmentos de matagal nas savanas de bosques, matagais
secundários, canas e carriços em terras húmidas, ecótonos
entre prados e bosques e florestas densas e altas. Jardins
suburbanos e rurais.
Comum
Papa-moscas do
Paraíso (Terpsiphone
viridis)
Bosques: florestas sempre-verdes e bosques de folhas
largas. Faixas ribeirinhas, vegetação ribeirinha.
Residente comum e
7.58-15.24
migrante intra-africano
Papa-moscas-pálido
(Bradornis pallidus)
Principalmente bosques de folhas largas e savana com
vegetação rasteira bem desenvolvida. Menos vezes savana
de Acácia. Na ramificação de árvores com folhagem densa,
perto do tronco ou longe num ramo, 1,5-4m acima do chão.
Empoleira-se num ramo exterior baixo na margem duma
clareira, deixa-se cair no chão para apanhar presa.
Localmente comum
Papa-moscas-pretoafricano (Melaenornis
pammelaina)
Florestas perto da superfície da água; vegetação mais alta,
não necessariamente aglomerada, espaço aberto a nível do
chão.
Comum
Papa-moscas-cinzento
(Muscicapa striata)
Florestas abertas; habitat onde ramos sem folhas alternam
com espaços abertos. Habitat aberto com estrato médio e
inferior menos bem estruturado.
Comum migrante
paleárctico
9.41-16.5
Papa-moscas-azulado
(Muscicapa
caerulescens)
Margens das florestas sempre-verdes das terras baixas,
estratos superiores de florestas ribeirinhas, matagais em
bosques mais secos, savana mais húmida, desfiladeiros
arborizados.
Comum
1.97-5.07
Papa-moscas-rabo-deleque (Myioparus
plumbeus)
Vegetação densa, estratos superiores. Faixas ribeirinhas.
Buracos nas árvores para fazer ninhos.
Localmente comum
0.44-0.94
8
Papa-moscas
15.29+
1
5
20.15-32.01
1
1
1
1
1
Batis
Batis de Woodward
(Batis fratrum)
Florestas maduras com árvores de pau-ferro.
Unhas-longas
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
0.25-0.38
1
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Unha-longa-amarelo
(Macronyx croceus)
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
Gramíneas luxuriantes, margens de vleis, linhas de
drenagem pantanosas, com árvores e arbustos dispersos
ou em savana ou bosques abertos.
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
2.73-10.65
4
Terras
húmidas
Petinhas
Petinha-do-capim
(Anthus cinnamomeus)
Prados: extensões abertas orlando as depressões, savana
ligeiramente arborizada, planícies de inundação secas com
vegetação baixa e áreas abertas recentemente queimadas.
Evita vegetação luxuriante densa. Campos em pousio.
Comum
0.99-5.35
Picanço-de-dorso-ruivo
(Lanius collurio)
Bosques de Acácia de média densidade. Habitats abertos
com menos árvores menores para os machos; fêmeas –
escondem-se nos bosques mais altos. Campos em pousio
com corte em talhadia de arbustos de Acácia, fragmentos de
vegetação raquítica.
Comum migrante
paleárctico
10.86-19.41
4
6
Brubru (Nilaus afer)
Boques de savanas. Acácia e bosques de folhas largas.
Florestas mistas, bem desenvolvidas e altas, orlas de
florestas, áreas cobertas de matagal dispersas.
Comum
13.89-22.11
2
2
2
Picanço-de-almofadinha
(Dryoscopus cubla)
Bosques e florestas indígenas. Florestas densas.
Comum
69.8+
12
9
2
Picanço-assobiador-decoroa-preta (Tchagra
senegala)
Habitats de matagal e bosques. Bosques moderadamente
húmidos de folhas largas.
Comum
56.94+
12
5
2
Picanço-assobiador
(Tchagra australis)
Bosques e vegetação raquítica – limitado à vegetação
rasteira. Bosques de Acácia mopane e de folhas largas.
Comum
40.9+
5
5
Picanço-ferrugíneo
(Laniarius ferrugineus)
Vegetação rasteira emaranhada densa, matagais ao longo
de cursos de água numa ampla gama de tipos de bosques;
todos os tipos de bosques e floresta. Florestas e plantações
exóticas. Prados - matagais ao longo de cursos de água.
62.68+
27
22
Picanço-de-peito-laranja
(Chlorophoneus
sulfureopectus)
Floresta. Bosques ribeirinhos mistos.
8.89-16.46
2
11
Picanços
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Comum
1
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
32+
3
12
2
Picanço-quadricolor
(Chlorophoneus
quadricolor)
Matagais densos nas margens de terras baixas a florestas
sempre-verdes de média altitude e bosques bastante secos;
floresta de dunas; mato ribeirinho, entrelaçamentos de
vegetação secundária. Forrageia na vegetação rasteira e no
chão, rasteja na vegetação mais densa quando perturbado.
Nidifica a 0,6-1,5m (geralmente 1m) acima do chão na
vegetação rasteira emaranhada ou em mato denso, bem
escondido.
Picanço-de-cabeçacinzenta (Malaconotus
blanchoti)
Floresta de densidade média.
Comum
21.69-30.86
1
Atacador-de-poupabranca (Prionops
plumatus)
Bosques decíduos de folhas largas – procriação. Caso
contrário – Savana de Acácia.
Residente comum
movimentos locais
10.79-20.62
4
Atacador-de-poupapreta (Prionops retzii)
Bosques decíduos quando em procriação. Fora da procriação:
dispersa-se em savana de Acácia e outros tipos de bosques
secos. Forrageia principalmente nos ramos maiores e troncos
das árvores. Nidifica a 3-20m acima do chão num ramo
horizontal robusto duma grande árvore (especialmente
Pterocarpus rotundifolia).
Comum
2.39-5.68
4
Estorninhos
Estorninho-de-barrigapreta (Notopholia
corruscus)
A copa de florestas sempre-verdes das terras baixas e
bosques fechados adjacentes. Forrageia principalmente na
copa das árvores, raramente fica no chão. Num buraco natural
ou dum ninho antigo duma barbuda ou pica-pau numa árvore,
bastante alto.
Estorninho-grande-deorelha-azul
(Lamprotornis
chalybaeus)
Florestas abertas, savana, floresta ribeirinha, matagal.
Geralmente com uma cobertura do solo densa e bastante alta.
Forrageia principalmente enquanto corre no chão. Nidifica num
buraco natural numa árvore. Empoleira-se em comum em
árvores ou caniçais.
Comum
Estorninho-de-dorsovioleta (Cinnyricinclus
leucogaster)
Bosques abertos; bosques de folhas largas mistos.
Residente comum e
migrante intra-africano
Estorninho-caranculado
(Creatophora cinerea)
Prados secos e campos abertos secos; nidifica em árvores
espinhosas.
Residente comum e
nómada
Beija-flores
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
3.44-9.03
1.03-7.14
0.94-5
0.25-0.72
1
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
UICN (2014): Quase
ameaçada. É raro no
sul de Moçambique,
população total de
menos que 500 aves)
e decrescendo.
0.42-0.58
Beija-flor-de-gargantaazul (Anthreptes
reichenowi)
Floresta costeira sempre verde, mangal e floresta de
miombo. Florestas costeiras, Androstachys johnsonii (pauferro) alto. Na vegetação, fica na cobertura profunda.
Beija-flor-cinzento
(Cyanomitra veroxii)
Principalmente a copa e sub-copa de florestas costeiras
sempre-verdes e bosques de vale bem desenvolvidos, no
interior fragmentos de florestas de montanha. Florestas abertas.
Beija-flor-preto
(Chalcomitra
amethystina)
Tipos de florestas de folhas largas. Jardins e conjuntos de
árvores alienígenas.
Comum
0.25-0.91
Beija-flor-de-peitoescarlate (Chalcomitra
senegalensis)
Floresta, savana, mato ribeirinho, jardins.
Comum
43.25+
Beija-flor-de-colar
(Hedydipna collaris)
Florestas sempre verdes ribeirinhas e de baixa altitude;
mato costeiro, especialmente com plantas rasteiras
emaranhadas. Ninho suspenso num ramo suspenso duma
árvore ou arbusto folhoso na orla da floresta.
Comum
25.62+
Beija-flor de Neergaard
(Cinnyris neergaardi)
É limitado à faixa costeira, floresta mista longe da costa.
Bosques, especialmente secos, floresta densa em solo
arenoso. Também vive nas áreas de matagal costeiras.
UICN 2014 NT:
Quase ameaçada. No
sul de Moçambique,
como o habitat de
floresta costeira da
espécie se encontra
altamente ameaçado,
particularmente pelo
abate comercial de
árvores e
florestamento com
espécies de árvores
não nativas.
Beija-flor-de-barrigabranca (Cinnyris
talatala)
Grande variedade de tipos de bosque e mato – bosques
húmidos. Savana aberta.
Comum
Beija-flor de Marico
(Cinnyris mariquensis)
Bosques de Acácia. Florestas dominadas por Acácia. Aloés.
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
1.73-5.53
0.46-0.97
27.01-42.26
0.25-0.79
1
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Beija-flor-de-peito-roxo
(Cinnyris bifasciata)
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Bosques, savana húmida e arbustos costeiros.
Comum
28.57+
Bosques, áreas de vegetação raquítica, floresta e jardins.
Comum
0.25-0.62
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Olhos-brancos
Olho-branco-amarelo
(Zosterops
senegalensis)
Pardais
Pardal-de-cabeçacinzenta (Passer
diffusus)
Vários tipos de bosques: de folhas largas e de Acácia.
Populações de árvores alienígenas.
14.39-23.09
Pardal-de-cabeçacinzenta (Passer
griseus)
Diversidade de habitats bastante abertos até 2500m;
comensal com o homem.
Comum
Pardal-de-gargantaamarela (Gymnoris
superciliaris)
Floresta de folhas largas e savana.
Localmente comum
3
14.39-23.09
2
Tecelões
Tecelão de Cabanis
(Ploceus intermedius)
Savana de Acácia, bosques, bosques secos, árvores
ribeirinhas, geralmente perto de água. Forrageia
principalmente nas copas das árvores e explorando flores.
Nidifica suspenso dum ramo duma árvore, muitas vezes sobre
água até 18m acima do chão. Às vezes também em canas ou
arbustos baixos. Em pequenas colónias de 10-20 ninhos.
Tecelão-de-lunetas
(Ploceus ocularis)
Bosques altos ou outra vegetação alta, orla de fragmentos
de floresta e em bosques e matagais ribeirinhos.
Razoavelmente
comum residente
12.37-22
Tecelão-dourado
(Ploceus xanthops)
Vegetação luxuriante, canas e arbustos ao longo de
correntes e rios, margens de florestas.
Localmente comum
0.25-0.46
Tecelão-de-máscara
(Ploceus velatus)
Nidifica em canas, arbustos e árvores ao longo de cursos
de água. Também em árvores perto de propriedades e em
outra vegetação longe de água.
Comum e muito
espalhado
0.25-5.04
Tecelão-malhado
(Ploceus cucullatus)
Perto de água; diferentes tipos de vegetação dos bosques
ao longo de vales de rios. Bosques de Acácia abertos, mas não
em florestas e prados sem árvores. Margens de florestas
ribeirinhas, geralmente perto de água. Grande variedade de
tipos de bosques ao longo dos vales de rios.
Raro
8.2-14.45
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
0.43-0.82
1
1
2
2
1
1
1
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
RR
Tecelão-das-florestas
(Ploceus bicolor)
Floresta e bosques fechados.
Localmente comum
10.81-23.45
Tecelão-de-cabeçavermelha (Anaplectes
melanotis)
Bosques, savana, geralmente não longe de água. Forrageia
na folhagem. Ninhos fixado num ramo de árvore, geralmente
vários metros acima do chão.
Localmente comum
0.79-3.24
Tecelão-de-bico-grosso
(Amblyospiza albifrons)
Tipos de floresta: floresta ribeirinha, canas ou juncos perto de
florestas. Na estação de procriação nos pântanos, rios, com
ervas luxuriantes, caniçais e papiro.
Comum
0.25-5.2
A maioria dos tipos de vegetação. Bosques e prados. Ervas
anuais e água superficial.
Comum nómada
1.32-5.72
Viúva-de-espáduasvermelhas (Euplectes
axillaris)
Prados húmidos abertos, margens de vleis, encostas com
ervas luxuriantes, pântanos, margens de canaviais.
Comum
0.25-0.99
Viúva-de-asa-branca
(Euplectes albonotatus)
Bosques e prado: vegetação luxuriante nas margens de
áreas abertas com ervas, geralmente perto de água.
Margens de áreas cultivadas cobertas de vegetação. Planícies
de inundação sazonalmente inundadas e prados de gramíneas
altas.
Comum
0.25-0.72
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
Terras
húmidas
1
2
Queleas
Quelea-de-bicovermelho (Quelea
quelea)
Viúvas
1
Bispos
Viúva-de-rabadilhaamarela (Euplectes
capensis)
Prados alpestres: orlas raquíticas das florestas de montanha.
Gramíneas luxuriantes ou lugares pantanosos nas encostas
íngremes ou nos fundos dos vales em zonas acidentadas ou
montanhosas, geralmente com árvores e arbustos dispersos,
muitas vezes na orla de bosques ou de fragmento de floresta;
também nas margens de canaviais e campos de algodão.
Áreas húmidas com ervas e vegetação rasteira.
0.25-0.6
Auroras
Aurora-melba (Pytilia
melba)
Savana de Acácia; prados abertos perto de cobertura;
vegetação espinhosa mista e savana de folhas largas com
matagais. Floresta de folhas largas com fragmentos de
gramíneas e matagais ou arbustos espinhosos.
Pintadinhas
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Comum
4.68-11.3
3
FAUNA TERRESTRE
AVE
Pintadinha-de-peitorosado (Hypargos
margaritatus)
Biótopo (área geográfica)
Estatuto na África
Bosques áridos e prados. Vegetação raquítica densa e seca,
entrelaçamentos espinhosos e matagais em bosques.
Savana de palmeiras e margens de florestas sempre
verdes, incluindo florestas na areia. Matagais densos de
Acácia.
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
0.48-1.25
Terras
húmidas
3
Freirinhas
Freirinha-bronzeada
(Lonchura cucullata)
Habitats das margens; dependente da água. Áreas húmidas
arborizadas.
Freirinha-de-dorsovermelho (Lonchura
nigriceps)
Floresta ribeirinha, matagais húmidos, margens de florestas
sempre verdes costeiras, das terras baixas ou de média
altitude, às vezes com ervas altas.
Abundante
29.37-45.31
8
0.45-0.97
Peitos-de-fogo
Peito-de-fogo-de-bicovermelho (Lagonosticta
senegala)
Bosques, savana, vegetação ribeirinha e de matagal – perto
de água.
Comum
0.25-0.62
Peito-de-fogo de
Jameson (Lagonosticta
rhodopareia)
Florestas de folhas largas – áreas abertas com ervas com
matagais; cursos de água. Ervas luxuriantes, margens de
matagais, vegetação secundária, terras cultivadas, margens de
florestas ribeirinhas, ravinas cheias de arbustos e encostas
rochosas.
Comum
1.11-5.36
2
Bico-de-lacre-comum
(Estrilda astrild)
Prados luxuriantes, caniçais, terras de cultivo, estuários
costeiros, terras húmidas do interior e represas, ao longo de
rios efémeros e permanentes.
Comum
5.13-11.54
24
Peito-celeste
(Uraeginthus
angolensis)
Savanas espinhosas áridas. Dependente da disponibilidade
de água superficial.
Comum
69.63-81.26
4
5
Viuvinha (Vidua
macroura)
Grande variedade de habitats abertos moderadamente
húmidos. Na margem de habitats humanos. Terras húmidas.
Comum
0.84-4.36
2
3
Viuvinha-do-paraiso
(Vidua paradisaea)
Bosques e savanas semi-áridas – savana espinhosa. Savana
aberta de Acácia com grandes áreas com ervas. Árvores
salientes.
Comum com
movimentos locais
4.01-8.91
1
4
Peitos
Viuvinhas
Canários
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
8
FAUNA TERRESTRE
AVE
Biótopo (área geográfica)
Canário-de-peito-limão
(Crithagra citrinipectus)
Bosques áridos e savana de palmeiras.
Canário-de-ventreamarelo (Crithagra
mozambicus)
Grande variedade de habitats de bosques: bosques de
Acácia ligeiramente arborizados, bosques de folhas largas
húmidos, ao longo de cursos dos rios. Evita florestas de
Acácia. Plantações alienígenas.
Chamariço-de-cabeçaestriada (Crithagra
gularis)
Vegetação associada com as montanhas e uma topografia
acidentada: Vales arborizados. Áreas bem arborizadas;
bosques decíduos e de miombo mais secos. Evita prados
abertos, florestas de Acácia áridas. Margens de florestas
sempre-verdes e vegetação raquítica nas encostas das
montanhas.
Estatuto na África
RR
Mosaico de Florestas e Mosaico de Mistura de Rio Govuro
Bosques
Florestas e Florestas e e planície
0.43-0.63
Comum a abundante
6.05-21.66
6
0.25-0.96
Escrevedeiras
Escrevedeira-de-peitodourado (Emberiza
flaviventris)
Bosques de folhas largas abertas e bosques mistos e
savana.
Comum
Escrevedeira de
Cabanis (Emberiza
cabanisi)
Bosques e savana húmida.
Localmente comum
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
16.67-29.41
0.38-0.61
5
7
Terras
húmidas
FAUNA TERRESTRE
ANEXO D
Mamíferos
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
MAMÍFEROS: Habitat disponível, ocorrência esperada e presença observada de mamíferos durante o levantamento (Monadjem, et al, 2010; Skinner, e Smithers, 1990. Mills, e Hes, 1997).
Biótopos diferentes pesquisados:
Tipos de Vegetação/Habitat:
1.
Mosaico de Florestas e Bosques de Julbernardia-Brachystegia
2.
Mistura de Florestas e Bosques
3.
Rio Govuro e planície de inundação
4.
Terras húmidas costeiras
Na lista abaixo constam os mamíferos esperados de ocorrer nos habitats naturais disponíveis da área de estudo (ver a tabela acima). As palavras em negrito indicam o habitat apropriado (habitat preferido) para
cada espécie, e os itálicos sublinhados indicam o habitat inapropriado (a razão pela qual é improvável encontrar o mamífero nos biótopos abrangidos pelo levantamento). As células sombreadas indicam o biótopo
que compreende o habitat preferido, e o número na célula dá o número de exemplares ou vestígios certos detectados durante os levantamentos.
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
Rio Govuro
e planície
de
inundação
Ordem: Insectivora
Família: Soricidae
Musaranhoalmiscardo-vermelho
(Crocidura
fuscomurina)
Todas as latitudes, tolerância ampla. Terrestre.
Cobertura como detritos, árvores caídas, pilhas de
madeira ou tufos densos de gramíneas.
Dados insuficientes
Musaranhoalmiscardo-vermelho
(Crocidura hirta)
Em situações húmidas ao longo de rios e correntes.
Arbustos baixos, vegetação rasteira densa, montes de
detritos e troncos caídos.
Dados insuficientes
Família:
Chrysochloridae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
1
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Toupeira-amareladourada (Calcochloris
obtusirostris)
Solos arenosos em savana arborizada e dunas
costeiras de areia. Faz corredores de forragear na
subsuperfície que estão ligados a tocas mais
profundas, contendo câmaras de nidificação,
geralmente localizadas debaixo das bases das
árvores.
Pouco preocupante.
Uma espécie muito
espalhada na região
Morcego-frugívoro de
Wahlberg
(Epomophorus
wahlbergi)
Florestas tropicais e florestas ribeirinhas sempreverde; florestas e orlas de florestas nas áreas de
savana mais secas, matagais com árvores carregadas
de frutos. Penetra os vales de rios com florestas
sempre-verdes. Fica pendurado durante dia na copa
densa de grandes árvores sempre-verdes. Desloca-se
por vários quilómetros cada noite para alcançar
árvores em frutificação.
Pouco preocupante.
Morcego-frugívoro de
Egipto (Rousettus
aegyptiacus)
Quase todos os habitats. Totalmente dependente na
presença de covas. Empoleira-se de modo gregário
em grutas. A distribuição está mais influenciada pela
disponibilidade de locais de descanso adequado que
por associações de vegetação. Depende de árvores
em frutificação. Nómada.
Pouco preocupante.
Bosques de savana: habitats abertos, evita florestas
fechadas. Superfícies verticais de troncos de árvores,
faces de rochas - na sombra.
Pouco preocupante.
Ambiente rochoso com abundância de fendas.
Fendas estreitas em rochas e árvores.
Pouco preocupante.
Família: Pteropodidae
Família:
Emballonuridae
Morcego-dassepulturas-sulafricanas (Taphozous
mauritianus)
Família: Molossidae
Morcego-pequeno-decauda-livre
(Chaerephon pumilus)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
8
3
Rio Govuro
e planície
de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Morcego-de-caudalivre de Ansorge
(Chaerephon ansorgei)
Savana arborizada seca, imediações de colinas
acidentadas e cordilheiras com escarpas rochosas e
precipícios. Poleiros naturais - fendas estreitas em
rochas, especialmente em falésias. Edifícios; pontes
altas.
Pouco preocupante.
Morcego-Angolano-decauda-livre (Mops
condylurus)
Grande diversidade de habitat. Fendas estreitas nas
faces de rochas e covas; cavidades em árvores.
Pouco preocupante.
Morcego-do-Natal-dededos-compridos
(Miniopterus
natalensis)
Temperado do subtropical. Savanas e prado. Depende
de cavernas. Migra entre cavernas.
Pouco preocupante.
Morcego-borboleta
(Glauconycteris
variegata)
Bosques de savana. Bosques abertos e não florestas.
Mato aberto. Bosques ribeirinhos e costeiros. Áreas
fortemente arborizadas ou florestadas. Empoleira-se
sozinho ou em pares na folhagem densa.
Pouco preocupante.
Anchieta's pipistrelle
(Hypsugo anchietae)
Ocorre amplamente mas de forma dispersa. Savana e
bosques. Zonas bem arborizadas, como vegetação
ribeirinha.
Pouco preocupante.
Dusky pipistrelle
(Pipistrellus
hesperidus)
Locais bem arborizados como vegetação ribeirinha e
fragmentos de floresta, especialmente na proximidade
de água. Empoleira-se em árvores e estruturas
antrópicas; fendas estreitas em rochas graníticas
esfoliantes; casca solta de árvores mortas.
Pouco preocupante.
Morcego-caseiro
Hottentot (Eptesicus
hottentotus)
Ocorre amplamente mas de forma dispersa.
Empoleira-se em afloramentos rochosos - covas e
fendas.
Pouco preocupante.
Morcego-caseiroamarelo (Scotophilus
dinganii)
Savana e mato misto: fendas estreitas, buracos e em
árvores ocas. Depende da presença de árvores. Evita
habitats abertos - prados e vegetação raquítica de
Karoo.
Pouco preocupante.
Família:
Vespertilionidae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
Rio Govuro
e planície
de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Morcego-caseiroverde (Scotophilus
viridis)
Savana e bosques quentes de baixa altitude. Evita
habitats abertos (prados). Condições ribeirinhas bosques ribeirinhos altos. Vários abrigos - buracos
em árvores, telhados de casas.
Pouco preocupante.
Morcego-lanosopequeno (Kerivoula
lanosa)
Florestas ribeirinhas e habitat montanhoso irregular.
Condições ribeirinhas e com terra bem regada.
Pouco preocupante.
Morcego-lanoso de
Damaralândia
(Kerivoula argentata)
Boques de savana. Condições ribeirinhas e com terra
bem regada. Empoleira-se na folhagem entre as
folhas ou em ninhos de aves.
Pouco preocupante.
Morcego-caseiro de
Somalia (Neoromicia
zuluensis)
Bosques de savana - associados com habitats
ribeirinhos. Empoleira-se entre as folhas mortas de
aloés.
Pouco preocupante.
Morcego-debananeiras
(Neoromicianana)
Floresta e savana de bosques; habitats bem
arborizados - vegetação ribeirinha; fragmentos de
floresta na proximidade de água: Perto de bananeiras
ou estrelícias, folhas terminais enroladas de
bananeiras; Também outras folhas.
Pouco preocupante.
Morcego de
Schlieffens
(Nycticeinops
schlieffeni)
Bosques de savana de baixa altitude: lugares bem
arborizados como vegetação ribeirinha ao longo de
rios e linhas de drenagem ; não em florestas.
Empoleira-se nas rachas em árvores.
Pouco preocupante.
Morcego-orelhudopiloso (Nycteris
hispida)
Grande variedade de requisitos de habitat. Bosques
de savana secos e florestas altas.
Pouco preocupante.
Morcego-de-orelhasgrandes (Nycteris
macrotis)
Florestas e bosques de savana húmidos. Abrigos:
cavernas, troncos de grandes árvores.
Pouco preocupante.
Morcego-grandeorelhudo (Nycteris
grandis)
Florestas ribeirinhas (nos bosques) bem
desenvolvidas e sempre-verdes. Cavidades em
grandes árvores, cavernas baixas na rocha.
Pouco preocupante.
Família: Nycteridae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
Rio Govuro
e planície
de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Morcego-orelhudo de
Egipto (Nycteris
thebaica)
Bosques de savana abertos; Karoo; evita prados
abertos: cavernas, grandes árvores ocas ou buracos
no chão. Cavernas (não profundas) e habitats
subterrâneos (tocas de ursos-formigueiros); savana e
matagal temperados. Estruturas antrópicas. Precisa
de cobertura de árvores.
Pouco preocupante.
Morcego-ferradura de
Hildebarandt
(Rhinolophus
hildebrandti)
Bosques de savana; empoleira-se em cavernas,
minas, edifícios em desuso, cavidades em rochas ou
grandes árvores ocas
Pouco preocupante.
Morcego-ferradura de
Darling (Rhinolophus
darlingi)
Savana de bosques: Cavernas, e entre montes de
rochedos soltos. Empoleira-se em cavernas e habitats
subterrâneos (minas) em colónias de tamanho médio.
Pouco preocupante.
Morcego-ferradura de
Damaralândia
(Rhinolophus
fumigatus)
Bosques de savana abertos; orlas de florestas.
Ausente das florestas, deserto e semi-deserto.
Empoleira-se em cavernas, minas, bueiros.
Pouco preocupante.
Morcego-ferradura de
Lander (Rhinolophus
landeri)
Florestas e bosques de savana. Condições ribeirinhas
com terras bem regadas. Morador de cavernas.
Empoleira-se em cavernas, minas, e grandes árvores
ocas. Empoleira-se em pequenos grupos.
Pouco preocupante.
Morcego-ferradura-denariz-de-sela
(Rhinolophus blasii)
Bosques; savana: Empoleira-se em cavernas e
habitats subterrâneos (minas) em pequenos grupos.
Pouco preocupante.
Morcego-ferraduradas-savanas
(Rhinolophus
simulator)
Boques de savana; floresta ribeirinha e ao longo de
linhas de drenagem arborizadas. Depende de bastante
abrigo na forma de covas, pequenas cavernas em
afloramentos rochosos, bueiros e minas. Empoleirase em grandes grupos.
Pouco preocupante.
Família:
Rhinolophidae
Família:
Hipposideridae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
Rio Govuro
e planície
de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Percival's short-eared
trident bat (Cloeotis
percivali)
Boques de savana. Descansa em cavernas. Cobertura
suficiente na forma de cavernas e poços mineiros
para empoleirar-se de dia. Empoleira-se em fendas
estreitas. Forrageia numa confusão (na vegetação).
Pouco preocupante.
Morcego-focinho-defolha-estriado
(Hipposideros vittatus)
Depende de grandes cavernas para procriação.
Variedade de habitats de bosques e savana – árido a
húmido.
UICN 2014: Quase
ameaçada
Giant leave-nosed bat
(Hipposideros gigas)
Savana moderadamente húmida e floresta.
Pouco preocupante.
Morcego-de-narizenfolhado da Cafraria
(Hipposideros caffer)
Boques de savana: Grande variedade de cavernas,
esgotos de pia e habitats subterrâneos (cavidades);
poleiros antropogénicos: minas e bueiros. Colónias –
dezenas a centenas. Locais ribeirinhos. Procura
comida dentro e em redor de matagais e vegetação
rasteira bem desenvolvida, evitando áreas abertas.
Voa lentamente através dum ambiente desordenado.
Pouco preocupante.
Jagra-gigante
(Otolemur
crassicaudatus)
Florestas, matagais e bosques bem desenvolvidos.
Penetra em zonas secas em florestas e bosques
ribeirinhos. Durante o dia – na folhagem espessa das
árvores.
Pouco preocupante.
Jagra de Grant
(Galagoides granti)
Florestas sempre verdes a baixa altitude e prefere as
partes densas do habitat, com uma altura de 6-20m.
Pouco preocupante.
Jagra-pequena
(Galago moholi)
Bosques: Noctívago; arbórea – buracos em árvores,
folhagem espessa, ninhos de pássaros em desuso.
Floresta aberta degradada.
Pouco preocupante.
Macaco-cão-cinzento
(Papio ursinus)
Muito espalhado, diurnal: À noite - Falésias e árvores
altas
Pouco preocupante.
Macaco-simango
(Cercopithecus mitis)
Floresta aberta
Pouco preocupante.
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Família: Lorisidae
Família:
Cercopithecidae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
5
Mistura de
Florestas
e Bosques
Rio Govuro
e planície
de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Macaco-de-cara-preta
(Cercopithecus
aethiops)
Floresta, diurnal: À noite – Folhagem espessa em
árvores altas, escarpas rochosas
Pouco preocupante.
Leopardo (Panthera
pardus)
Muito espalhado. Áreas acidentadas ou florestas.
Noctívago e solitário.
UICN (2014): NT Quase
ameaçada.
Gato-bravo-africano
(Felis lybica)
Muito espalhado – Grande tolerância de habitat.
encostas rochosas, vegetação rasteira, caniçais,
fragmentos de ervas altas. As crias nascem na
vegetação rasteira densa ou numa outra cobertura
substancial.
Pouco preocupante.
Gato-serval (Felis
serval)
Proximidade com água é requisito essencial,
juntamente com a disponibilidade de cobertura
adequada; ervas altas, vegetação rasteira ou
canaviais - durante o dia. Prados húmidos, vleis e
canaviais.
Pouco preocupante.
Chacal-listrado (Canis
adustus)
Savana e condições bem regadas; ervas altas.
Floresta aberta; savana.
Pouco preocupante.
Chacal-de-costaspretas (Canis
mesomelas)
Muito espalhado. Grande tolerância de habitat.
Terrenos abertos. As crias nascem em buracos no
solo.
Pouco preocupante.
Lontra do Cabo
(Aonyx capensis)
Predominantemente aquática; água doce um requisito
essencial: Rios, lagos, pântanos e represas. Muito
espalhado. Afluentes de rios em pequenas correntes habitat com comida. As crias nascem em buracos nas
margens de rios. Água estuarina e marinha.
Pouco preocupante.
Maritacaca (Ictonyx
striatus)
Muito espalhado. Grande tolerância de habitat.
Cobertura de vegetação enfezada, prados abertos, e
bosques de savana. Buracos no solo.
Pouco preocupante.
Família: Felidae
Família: Canidae
Família: Mustelidae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
4
1
Rio Govuro
e planície
de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Texugo-de-mel
(Mellivora capensis)
Muito espalhado. Não no deserto. Usa fendas em
áreas rochosas, também cava abrigos. Koppies
rochosos, áreas arenosas com vegetação raquítica,
prados abertos, bosques abertos, bosques ribeirinhos
e prados de planície de inundação.
Pouco preocupante.
Geneta-de-malhasgrandes (Genetta
tigrina)
Partes melhor irrigadas: Floresta, áreas de matagal
abertas e prados secos ou áreas de vlei secas.
Árvores. Noctívaga – nidifica em buracos no solo ou
em árvores ocas.
Pouco preocupante
Civeta-africana
(Civettictis civetta)
Amplamente distribuída – floresta e bosques onde
está disponível água. Noctívaga e solitária. As crias
nascem em buracos ou na vegetação rasteira densa.
Pouco preocupante
Manguço-vermelho
(Galerella sanguinea)
Muito espalhado. Áreas abertas. Vegetação rasteira
ou buracos no solo, buracos em morros de muchém.
Pouco preocupante
Manguço-de-caudabranca (Ichneumia
albicauda)
Bosques de savana: Áreas bem irrigadas. Não no
deserto, semi-deserto ou floresta.
Pouco preocupante
Manguço-d’água
(Atilax paludinosus)
Áreas bem irrigadas: Rios, correntes, charcos,
pântanos, vleis húmidos, represas e estuários de
marés - cobertura adequada de canaviais ou
fragmentos densos de ervas semi-aquáticas. Na costa
em mangais em água salobra.
Pouco preocupante
Manguço-gigantecinzento (Herpestes
ichneumon)
Nas margens de rios, pântanos, lagos e represas.
Vegetação rasteira ribeirinha ou canaviais.
Pouco preocupante
Manguço-listrado
(Mungos mungo)
Grande tolerância de habitat. Requisito de habitat
essencial: bosques, vegetação rasteira, detritos no
substrato como troncos caídos e outros detritos
vegetais. Bosques de Acácia.
Pouco preocupante
Manguço-anão
(Helogale parvula)
Muito espalhado. Bosques abertos secos e em prados
onde há detritos no substrato e morros de muchém.
Vive em buracos permanentes – morros de muchém,
escava tocas profundas.
Pouco preocupante
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
Rio Govuro
e planície
de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
1
1
Família: Viverridae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
2
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
1
2
Família: Equidae
Zebra de Burchell
(Equus burchellii)
Planícies abertas à savana fortemente arborizada
Pouco preocupante
Muito espalhado. Grande tolerância de habitat.
Bosques abertos, vegetação raquítica e prados.
Noctívago. Vive em grandes tocas.
Pouco preocupante
Porco-bravo
(Potamochoerus
porcus)
Florestas, matagais, vegetação rasteira ribeirinha,
canaviais ou fragmentos de gramíneas altas onde há
água. Ninhos feitos de ervas em lugares abrigados.
Floresta linear.
Pouco preocupante
Javali-africano
(Phacochoerus
aethiopicus)
Áreas abertas de prados, planícies de inundação,
vleis e em redor de charcos e depressões. Covas de
ursos-formigueiros abandonadas. Floresta linear.
Pouco preocupante
Água permanente, aberta, profunda, adequada
(suficientemente profunda para permitir a submersão
total) com bancos de areia suavemente inclinados
deve estar disponível e fontes de comida adjacentes.
Extensões abertas de água permanente. Lugares de
descanso temporário durante o alagamento em
meandros ou a montante nos afluentes de grandes
rios.
UICN (2012): VU
Vulnerável.
Família:
Orycteropodidae
Urso-formigueiro
(Orycteropus afer)
Família: Suidae
Família:
Hippopotamidae
Hipopótamo-comum
(Hippopotamus
amphibius)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Rio Govuro
e planície
de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
Rio Govuro
e planície
de
inundação
4
6
1
1
3
Família: Dugongidae
Dugongo (Dugong
dugong)
Águas costeiras e insulares entre a África Oriental e
Vanuatu entre as latitudes de cerca de 27° Norte e Sul
do Equador. Os dugongos são principalmente
mamíferos marinhos. Habitam as águas rasas, com
profundidades de cerca de 10 m, às vezes mergulham
até profundidades de 39 m para se alimentar. As áreas
rasas são tipicamente localizadas nas baías
protegidas, canais de mangal largos e em áreas
abrigadas de ilhas perto da costa. Os leitos de ervas
marinhas consistindo de ervas marinhas fanerógamas
- fonte principal de alimentação, coincidem com estes
habitats perfeitos. Também observado em águas mais
profundas onde a plataforma continental é larga,
nerítica e abrigada. Bancos de areia e estuários
entremarés que são bastante rasos, são potenciais
áreas adequadas para os partos.
UICN (2014): VU
Vulnerável.
Cabrito-cinzento
(Sylvicapra grimmia
grimmia)
Muito espalhado. Presença de mato. Bosques com
ampla vegetação rasteira, prados de ervas médias e
altas. Descansa em arbustos ou nas ervas altas.
Pouco preocupante
Changane (Neotragus
moschatus)
Copa florestal fechada com uma alta densidade de
troncos e baixa cobertura do solo.
Pouco preocupante.
Cabrito-vermelho
(Cephalophus
natalensis)
Floresta, matagais densos, ravinas densamente
arborizadas e mato costeiro denso onde há água
superficial.
Pouco preocupante.
Chipene (Raphicerus
campestris)
Muito espalhado. Áreas abertas: prados abertos com
fragmentos de ervas altas, arbustos dispersos ou
vegetação raquítica e plantas floridas que não sejam
ervas. Evita áreas densamente arborizadas.
Pouco preocupante.
Floresta aberta. Bosques densos, floresta ribeirinha,
mato grosso e áreas acidentadas com cobertura
arbustiva.
Pouco preocupante.
Família: Bovidae
Chipene-grisalho
(Raphicerus shapei)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
1
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Palapala-negra
(Hippotragus niger)
Bosques abertos. Áreas com um estrato de vegetação
bem desenvolvida. Depende da disponibilidade de
água.
Pouco preocupante.
Cudo (Tragelaphus
strepsiceros)
Muito espalhado em bosques de savana. Áreas
acidentadas, rochosas com cobertura de bosques e
água aberta.
Pouco preocupante.
Imbabala (Tragelaphus
scriptus)
Áreas ribeirinhas e matagais perto de água.
Pouco preocupante.
Chango (Redunca
arundinum)
Água aberta com cobertura; fragmentos de ervas
altas ou canaviais
Pouco preocupante.
Piva, Inhacoso,
Namedouro (Kobus
ellipsiprymnus)
Habitats de savana com gramíneas médias e altas na
proximidade de água.
Pouco preocupante
Grande tolerância de habitat, ausente das florestas.
De dia – montes de folhas ou outros detritos vegetais,
buracos no solo.
Pouco preocupante.
Muito espalhado: Todos os tipos de terreno para além
de áreas pantanosas, florestas muito húmidas e áreas
desérticas áridas. Noctívago. Abriga-se –
descansando em covas, cavidades na rocha, buracos
no solo. Ausente das florestas. Usa cavidades
abandonadas de ursos-formigueiros e outros tipos de
buracos no solo ou fica debaixo das raízes de árvores
expostas pela erosão.
Pouco preocupante
Muito espalhada nos solos arenosos: Noctívaga –
descansa em tocas. Evita o chão duro ou solos muito
argilosos. Savana.
Pouco preocupante
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
Rio Govuro
e planície
de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
Ordem: Manidae
Família: Pholidota
Pangolim (Manis
temminckii)
Ordem: Rodentia
Família: Hystricidae
Porco-espinho do
Cabo (Hystrix
africaeaustralis)
2
Família: Pedetidae
Lebre-saltadora
(Pedetes capensis)
Família: Sciuridae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Esquilo-do-sol
(Heliosciurus
mutabilis)
Florestas sempre verdes das terras baixas ou das
montanhas, mas também ocorre em florestas
ribeirinhas e matagais arborizados. Usa buracos em
árvores ou lugares abrigados entre tufos densos de
plantas rasteiras altas nas árvores florestais para
descansar.
Pouco preocupante.
Esquilo-vermelho-dafloresta (Paraxerus
palliatus)
Varia de florestas da montanha, sempre-verdes e
húmidas ao longo da orla ocidental da planície
costeira, às floresta e matagais costeiros mais densos
e mais secos. Foge pelos ramos para lugares de
refúgio na folhagem densa. Nidifica em buracos nas
árvores.
Pouco preocupante.
Muito espalhado em bosques: Boques de savana
incluindo uma ampla variedade de tipos de bosques.
São preferidas árvores com buracos adequados para
ninhos. Diurno – descansa em buracos nas árvores.
Pouco preocupante
Faixas de floresta e florestas abertas em qualquer
parte onde há tapetes de ervas altas ou canas
crescendo em lugares húmidos ou molhados.
Caniçais ou áreas de ervas altas densas com caniço
grosso ou caules como cana doce. Nas imediações de
rios, lagos e pântanos - nunca encontrado longe de
água. Lugar de descanso na parte mais densa do
canavial. Cobertura – tapete de ervas altas e finas,
buracos nas margens das correntes, debaixo do
sistema radicular das árvores adjacentes a gramíneas
e canas. Usa buracos existentes ou simplesmente usa
tapetes de vegetação.
Pouco preocupante
Esquilo-da-savana
(Paraxerus cepapi)
Família:
Thryonomyidae
Rato-grande-dascanas (Thryonomys
swinderianus)
Família: Bathyergidae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
1
1
Rio Govuro
e planície
de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Rato-toupeiraHottentot (Cryptomys
hottentotus)
Solos arenosos soltos a solos pedregosos e colinas a
condições montanhosas e de escarpa. Tendência
para solo arenoso solto - especialmente solos do
aluvião ao longo de grandes rios e correntes. Tipos
de veld de Karoo, bosques costeiros, florestas
costeiras, bosques de Acácia, veld de mopane,
savana e prados puros, bem como florestas
temperadas e transicionais, vegetação raquítica e
matagal. Savana, campos cultivados.
Pouco preocupante
Rato-gigante
(Cricetomys
gambiensis)
Florestas e bosques sempre verdes. Áreas urbanas.
Floresta linear, morros de muchém.
Pouco preocupante.
Gerboa de Peters
(Gerbilliscus
leucogaster)
Muito espalhado – Sobrevive independentemente do
tipo de vegetação ou grau de cobertura existente,
tendo sido registado em prados abertos, bosques de
Acácia ou áreas de vegetação raquítica, e bosques de
mopane. Geralmente encontrado em antigas terras
cultivadas. Ocorre no solo duro, mas prefere solos
arenosos leves ou solos arenosos do aluvião.
Noctívago e terrestre. Geralmente não escava as suas
próprias tocas mas usa buracos em morros de
muchém ou debaixo de raízes de árvores, podendo
contudo escavar tocas em solos arenosos. Estas
tocas são geralmente encontradas na base de
pequenos arbustos, mas também ao ar livre, e têm
câmaras de descanso com leitos de detritos vegetais.
No período da manhã uma rampa fresca de areia é
deixada na entrada às tocas, seguido de actividades
nocturnas. Independente de água, mas não tolera
condições sem água.
Dados insuficientes
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
1
4
Família: Cricrtidae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
Rio Govuro
e planície
de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
Família: Muridae
Rato-espinhoso
(Acomys
spinosissimus)
Rato-bochechudo
(Saccostomus
campestris)
Espécies do Ratovermelho-da-savana
(Aethomys ineptus)
Rato-arbóreo-dasavana (Thallomys
paedulcus)
Muito espalhado – associado com áreas/terrenos
rochosos: Noctívago e terrestre (singular ou em
grupos) – descansa em fendas nas rochas, debaixo
de raízes de árvores. Habitat mais comum: entre
rochedos num habitat rochoso. Rochas pendentes
abrigadas, debaixo de porções esfoliadas e em outras
fendas abrigadas. Também solos arenosos do aluvião
ao longo de rios, bosques secos e em matagais; usa a
cobertura das raízes de árvores expostas pela erosão;
ou buracos em morros de muchém. Os ninhos são
feitos de ervas e outros detritos em fendas ou
debaixo de placas de rocha foliadas.
Pouco preocupante
Muito espalhado com uma ampla tolerância de
habitat: Em tocas, solo arenoso ou arenoso do
aluvião, margens abertas com ervas baixas de
depressões, koppies rochosos, orlas de florestas de
baixa altitude. Exclusivamente terrestre,
predominantemente solitário e noctívago.
Pouco preocupante
Muito espalhado – Prados abertos com uma
associação de arbustos, bosques abertos, margens
de depressões. Solo arenoso ou arenoso do aluvião,
ou solo duro – buracos ou fendas nas rochas e
montes de rochedos. Associado com cobertura:
fendas rochosas, montes de detritos, tufos de
gramíneas ou árvores caídas. Vegetação raquítica
seca de Acácia, bem como na vegetação na orla de
florestas sempre-verdes. Abriga-se em tocas debaixo
do mato nas planícies. Vive em tocas com caminhos
interligados; pode frequentar antigos morros de
muchém. Alto potencial reprodutivo em condições
favoráveis. Não é gregário; os abrigos são usados por
apenas um par ou uma família.
Pouco preocupante
Florestas de Acácia: Vive em fendas nos troncos,
debaixo de faixas de casca solta ou em buracos no
solo entre as raízes duma árvore (Especialmente
acácias). Noctívago.
Pouco preocupante
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
1
6
3
Rio Govuro
e planície
de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Rato-uniraiado
(Lemniscomys rosalia)
Boques de savana a áreas de matagal abertas e
secas. Factor comum: Prados - escava tocas debaixo
da cobertura de tapetes de ervas.
Dados insuficientes
Rato-multimamilado
de Natal (Mastomys
natalensis)
Grande tolerância de habitat (espécies pioneiras seca, queima, lavra), do nível do mar a áreas de
altitude, ausente de áreas áridas: Gosta de prados
onde há alguma cobertura de vegetação raquítica.
Agregados familiares; orlas de terras agrícolas; Em
associações ribeirinhas correndo para o oeste em
áreas áridas. Florestas degradadas, campos. Muitas
vezes ocorre em grandes números. Vive em comum, é
terrestre e noctívago. Constrói as suas próprias tocas
mas muitas vezes usa tocas existentes de outros
roedores.
Pouco preocupante.
Rato-de-dentescanelados (Pelomys
fallax)
Rios, vleis, pântanos e lugares com água – lugares
húmidos. Ecótono: terras húmidas e secas. Savana,
campos cultivados
Pouco preocupante.
Rato-comum-dafloresta (Grammomys
dolichurus)
Predominantemente arbóreo: em florestas e matagais,
geralmente em lugares húmidos; constrói ninhos de
ervas ou folhas na vegetação rasteira densa.
Pouco preocupante
Rato-Moçambicanoda-floresta
(Grammomys
cometes)
Bosques densos, bem desenvolvidos. Região oriental
de elevada pluviosidade.
Pouco preocupante.
Rato-pigmeu (Mus
minutoides)
Em todos os tipos de vegetação. Grande variedade de
habitats. Noctívago e terrestre, não vive em comum.
Áreas razoavelmente húmidas onde há ervas altas,
matagal ou outra cobertura. Faz as suas próprias
tocas em terreno mole. Normalmente encontra refúgio
debaixo de montes de detritos, troncos caídos de
árvores e tipos de cobertura semelhantes, também
rochedos ou buracos em morros de muchém.
Pouco preocupante
Rato-pigmeu de
Thomas (Mus sorella)
Florestas de baixa altitude húmidas subtropicais ou
tropicais, florestas de montanha húmidas
subtropicais ou tropicais, e savana seca. Associado
com clareiras abertas nas florestas das terras baixas
e de montanha, e também nas áreas de savana.
Pouco preocupante.
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
Rio Govuro
e planície
de
inundação
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
Mosaico de Florestas e
Bosques
Mamífero
Habitat
Estatuto (RAS) 2002
Florestas
Rato de Rudd
(Uranomys ruddi)
Prados sazonalmente inundados e secos sobre solos
do aluvião na proximidade de rios e correntes.
Pouco preocupante.
Arganáz-arbóreo
(Graphiurus murinus)
Muito espalhado nos bosques. Áreas arborizadas.
Árvores grandes oferecem buracos como abrigo. Vive
em buracos em árvores ou debaixo de casca solta.
Pouco preocupante
Arganáz-da-savana
(Graphiurus parvus)
Áreas arborizadas. Árvores grandes oferecem
buracos como abrigo.
Pouco preocupante.
Bosques de savana e em áreas de matagal, ervas
altas. Ausente de florestas, deserto e prados abertos.
Floresta aberta, savana.
Pouco preocupante
Florestas ribeirinhas e sempre-verdes bem
desenvolvidas com vegetação rasteira densa.
Pouco preocupante.
Bosques
Mosaico de
Florestas e
Bosques de
JulbernardiaBrachystegia
Mistura de
Florestas
e Bosques
Rio Govuro
e planície
de
inundação
2
6
2
Família: Gliridae
Família: Leporidae
Lebre-de-nucadourada (Lepus
saxatilis)
Família:
Macroscelididae
Musaranho-elefantede-quatro-dedos
(Petrodromus
tetradactylus
tetradactylus)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Terras
húmidas
costeiras
FAUNA TERRESTRE
ANEXO E
Animais da Lista Vermelha
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
Animais da Lista Vermelha (vertebrados) para Moçambique, segundo a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da UICN (UICN, 2014)
Espécies
Nome comum
Estatuto
Tendência da
população
PEIXE
Amarginops hildae
Buzi Grunter (Porco Bravo)
Dados insuficientes
Desconhecida
Aplocheilichthys sp. nov. 'Rovuma'
Varião do Rovuma
Vulnerável
Desconhecida
Barbus sp. nov. 'Banhine'
Banhine Barb
Em perigo crítico
Desconhecida
Barbus sp. nov. 'Chimanimani'
Chimanimani Chubbyhead
Vulnerável
Desconhecida
Chetia brevis
Tilápia-de-lábios-vermelhos
Em perigo
Desconhecida
Copadichromis geertsi
Vulnerável
Desconhecida
Copadichromis trewavasae
Vulnerável
Desconhecida
Haplochromis tweddlei
Vulnerável
Desconhecida
Iodotropheus stuartgranti
Vulnerável
Desconhecida
Maylandia phaeos
Vulnerável
Desconhecida
Opsaridium microcephalum
Vulnerável
Decrescendo
Oreochromis karongae
Em perigo
Decrescendo
Oreochromis lidole
Em perigo
Decrescendo
Oreochromis mortimeri
Tilápia de Kariba
Em perigo crítico
Decrescendo
Oreochromis mossambicus
Tilapia de Moçambique
Quase ameaçada
Desconhecida
Em perigo
Decrescendo
Tilápia-de-boca-grande
Em perigo
Desconhecida
Stephodaedes anotis
Sapo de Chirinda
Em perigo
Decrescendo
Nothophryne broadleyi
Rã-da-montanha de Broadley
Em perigo
Decrescendo
Oreochromis squamipinnis
Serranochromis meridianus
RÃS
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Nome comum
Estatuto
Tendência da
população
Rã-dos-regatos de Chimanimani
Vulnerável
Decrescendo
Caretta caretta
Tartaruga-cabeçuda
Em perigo
Precisa de
actualização
Chelonia mydas
Tartaruga-verde
Em perigo
Decrescendo
Cordylus meculae
Lagarto-de-cinta de Mecula
Em perigo http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_2_3
Desconhecida
Cycloderma frenatum
Cágado-de-carapaça-mole de
Zambeze
Risco Menor/near ameaçad
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_2_3
Precisa de
actualização
Dermochelys coriacea
Tartaruga-gigante
Vulnerável
Decrescendo
Eretmochelys imbricata
Tartaruga-de-bico-de-falcão
Em perigo
Decrescendo
Kinixys natalensis
Cágado-articulada do Natal
Risco Menor/near ameaçad
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_2_3
Precisa de
actualização
Lepidochelys olivacea
Tartatuga-olivacea
Vulnerável
Decrescendo
Lycophidion nanus
Cobra-lobo-anã
Vulnerável http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_2_3
Desconhecida
Platysaurus imperator
Lagarto-achatado-imperador
Vulnerável http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_2_3
Desconhecida
Acrocephalus griseldis
Felosa-do-iraque
Em perigo
Decrescendo
Agapornis lilianae
Pássaro-de-amor de Lilian
Quase ameaçada
Decrescendo
Alethe choloensis
Alete de Cholo
Em perigo
Decrescendo
Anthreptes reichenowi
Beija-flor-de-garganta-azul
Quase ameaçada
Decrescendo
Apalis chariessa
Apalis-de-asas-brancas
Vulnerável
Decrescendo
Apalis lynesi
Apalis de Namuli
Quase ameaçada
Decrescendo
Ardeola idae
Garça-do-lago
Em perigo
Decrescendo
Strongylopus rhodesianus
RÉPTEIS
AVES
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Nome comum
Estatuto
Tendência da
população
Ardeotis kori
Abetarda-gigante
Quase ameaçada
Decrescendo
Artisornis moreaui
Felosa-de-bico-comprido
Em perigo crítico
Decrescendo
Balearica regulorum
Grou-corodao-austral
Em perigo
Decrescendo
Bucorvus leadbeateri
Calau-do-solo
Vulnerável
Decrescendo
Bugeranus carunculatus
Grou-carunculado
Vulnerável
Decrescendo
Charadrius pallidus
Borrelho-de-colar-arruivado
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Estável
Circaetus fasciolatus
Águia-cobreira-barrada-oriental
Quase ameaçada
Decrescendo
Circus macrourus
Tartaranhão-rabilongo
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Decrescendo
Cinnyris neergaardi
Beija-flor de Neergaard
Quase ameaçada
Decrescendo
Coracias garrulus
Rolieiro-europeu
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Decrescendo
Dendropicos stierlingi
Pica-pau de Stierling
Quase ameaçada
Estável
Diomedea exulans
Albatroz-migratório
Vulnerável
Decrescendo
Egretta vinaceigula
Garça-ardósia
Vulnerável
Decrescendo
Falco concolor
Falcão-Sombrio
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Decrescendo
Falco fasciinucha
Peneireiro-Taita
Quase ameaçada
Estável
Falco vespertinus
Falcão-de-pés-vermelhosocidental
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Decrescendo
Gallinago media
Narceja-maior
Quase ameaçada
Decrescendo
Glareola ocularis
Perdiz-do-mar-malgaxe
Vulnerável
Decrescendo
Gyps africanus
Abutre-de-dorso-branco
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Decrescendo
Gyps coprotheres
Abutre do Cabo
Vulnerável
Decrescendo
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Nome comum
Estatuto
Tendência da
população
Hirundo atrocaerulea
Andorinha-azul
Vulnerável
Decrescendo
Limosa limosa
Fuselo-de-cauda-preta
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Decrescendo
Modulatrix orostruthus
Pisco-montanha-malhado
Vulnerável
Decrescendo
Morus capensis
Alcatraz do Cabo
Vulnerável
Decrescendo
Necrosyrtes monachus
Abutre-de-capuz
Em perigo
Decrescendo
Neotis denhami
Abetarda-real
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Decrescendo
Numenius arquata
Maçario-real
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Decrescendo
Phalacrocorax capensis
Corvo-marinho do Cabo
Quase ameaçada
Decrescendo
Phoeniconaias minor
Flamingo-pequeno
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Decrescendo
Ploceus olivaceiceps
Tecelão-de-cabeça-olivácea
Quase ameaçada
Decrescendo
Polemaetus bellicosus
Águia-belicosa
Vulnerável
Decrescendo
Procellaria aequinoctialis
Pardela-preta
Vulnerável
Decrescendo
Rynchops flavirostris
Talha-mar-africana
Quase ameaçada
Decrescendo
Sagittarius serpentarius
Secretário
Vulnerável
Decrescendo
Sheppardia gunningi
Akalati-de-costa-leste
Quase ameaçada
Decrescendo
Spheniscus demersus
Penguim do Cabo
Em perigo
Decrescendo
Stephanoaetus coronatus
Águia-coroado
Quase ameaçada
Decrescendo
Swynnertonia swynnertoni
Pisco-da-floresta de Swynnerton
Vulnerável
Decrescendo
Terathopius ecaudatus
Águia-sem-rabo
Quase ameaçada
Decrescendo
Thalassarche carteri
Albatroz-de-bico-amarelo-Indiano
Em perigo
Decrescendo
Thalassarche chlororhynchos
Albatroz-de-bico-amarelo-Atlántico
Em perigo
Decrescendo
Torgos tracheliotos
Abutre-real
Vulnerável
Decrescendo
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
Estatuto
Tendência da
população
Espécies
Nome comum
Trigonoceps occipitalis
Abutre-de-cabeça-branca
Vulnerável
Decrescendo
Zoothera guttata
Melro-manchado
Em perigo
Decrescendo
Acinonyx jubatus
Chita
Vulnerável
Decrescendo
Carpitalpa arendsi
Toupeira de Arends
Vulnerável
Desconhecida
Ceratotherium simum
Rinoceronte-branco
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Aumentando
Diceros bicornis
Rinoceronte-preto
Em perigo crítico
Aumentando
Dugong dugon
Dugongo
Vulnerável
Desconhecida
Eidolon helvum
Morcego-frugívoro-gigante
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Decrescendo
Hippopotamus amphibius
Hipopótamo-comum
Vulnerável
Decrescendo
Hipposideros vittatus
Morcego-focinho-de-folha-estriado
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Decrescendo
Hyaena brunnea
Hiena-castanha
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Decrescendo
Loxodonta africana
Elefante-africano
Vulnerável http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Aumentando
Lycaon pictus
Cão-do-mato
Em perigo
Decrescendo
Panthera pardus
Leopardo
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Decrescendo
Panthera leo
Leão
Vulnerável
Decrescendo
Paraxerus vincenti
Esquilo de Vincent
Em perigo
Decrescendo
Praomys delectorum
Rato de Mulange
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Estável
MAMÍFEROS (Excluindo as
espécies marinhas – golfinhos e
baleias)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
Espécies
Rhynchocyon cirnei
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Nome comum
Musaranho-elefante-axadrezado
Estatuto
Quase ameaçada
http://www.iucnredlist.org/static/categories_criteria_3_1
Tendência da
população
Desconhecida
FAUNA TERRESTRE
ANEXO F
Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia (Decreto no
12/2002, de 6 de Junho de 2002)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
O Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia (Decreto no 12/2002, de 6 de Junho de 2002) contem
uma lista de espécies de animais em Moçambique que são protegidas e cuja caça é ilegal, incluindo certas
espécies de avifauna costeira/marinha. São as seguintes, entre outras:
ƒ
Aves
ƒ Flamingos - Flamingo-comum (Phoenicopterus ruber) e Flamingo-pequeno (Phoeniconaias minor)
ƒ Gaivotas
ƒ Garças
ƒ Marabu (Leptoptilos crumeniferus)
ƒ Pelicanos - Pelicano-branco (Pelecanus onocrotalus) e Pelicano-cinzento (Pelecanus rufescens)
ƒ Secretário (Sagittarius serpentarius)
ƒ Abetarda-gigante (Ardeotis kori)
ƒ Avestruz (Struthio australis)
ƒ Calau-do-solo (Bucorvus cafer)
ƒ
Répteis
ƒ Tartarugas marinhas
ƒ
Mamíferos
ƒ Cabrito das pedras (Oreotragus oreotragus)
ƒ Caracal (Felis caracal)
ƒ Chacal-listrado (Canis adustus)
ƒ Chacal-de-costas-pretas (Canis mesomelas)
ƒ Chango (Redunca arundinum)
ƒ Chita (Acinonyx jubatus)
ƒ Civeta-africana (Civettictis civetta)
ƒ Dugongo (Dugong dogon)
ƒ Doninha-de-nuca-branca (Poecilogale albinucha)
ƒ Gato-bravo-africano (Felis lybica)
ƒ Serval (Felis serval)
ƒ Girafa (Giraffa camelopardalis)
ƒ Hiena-castanha (Hyaena brunnea)
ƒ Cão-do-mato (Lycaon pictus)
ƒ Macaco-de-cara-preta (Cercopithecus pygerythrus)
ƒ Macaco-simango (Cercopithecus mitis)
ƒ Maritacaca (Ictonyx striatus)
ƒ Palapala-cinzenta (Hippotragus equinus)
ƒ Mezanzi (Damaliscus lunatus)
ƒ Pangolim (Manis temminckii)
ƒ Protelo (Proteles cristatus)
ƒ Raposa orelhuda (Otocyon megalotis)
ƒ Texugo-de-mel (Mellivora capensis)
ƒ Rinoceronte-de-lábio-preensil (Diceos bicornis)
ƒ Rinoceronte-branco (Ceratotherium simum)
ƒ Sitatunga (Tragelaphus spekei)
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
ANEXO F
Curricula Vitae
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
CURRICULUM VITAE
DR ANDREW RICHARD DEACON
CONTACT DETAILS
PO Box 784
MALALANE 1320
South Africa
Tel (h) 087 802 5272
Cell 082 325 5583
Email: [email protected]
Personal:
Born in Klerksdorp, South Africa in 10/08/1951.
Matriculated at the Goudveld High School in 1969.
Male South African citizen.
Married to Jacqueline, one child, Allison.
Language: English and Afrikaans: good written and oral skills
Identity number: 5108105091082
FORMAL EDUCATION
Ph.D., Zoology (RAU 1987) Thesis: "The nutritional ecology and physiology of Tilapia rendalli
and Oreochromis mossambicus in a warm, sewage-enriched habitat".
M.Sc., Zoology (RAU 1983) Thesis: "The occurrence and feeding habits of Anguilla-species in
selected rivers of the Transkei".
B.Sc., Hons. - Zoology (RAU 1980)
B.Sc., majors Zoology and Botany (PU for CHE 1974)
PROFESSIONAL EXPERIENCE
2012-2013 Full-time Environmental Consultant
1989-2011 Scientific Services, Kruger National Park, SANParks
2000-2011 Programme Manager: Small vertebrates – in 15 Savanna National
Parks (Kalahari, Kruger, Addo, Richtersveld, Mapungubwe, etc.)
Responsible for the co-ordination of small vertebrate (fish, amphibian, reptile, bird & small
mammal) research programs in the parks:





Devise monitoring protocols for the small vertebrate bio-monitoring and
propose management actions
Test and administer monitoring program in order to establish anthropologicalrelated influences on the small vertebrates in the Savanna parks
Co-ordinate all small vertebrate monitoring and research in the Savanna parks
Co-ordinate and assist in Reserve Determination of the Savanna parks rivers
Conduct management related research concerning the National Parks (pest
control; fish kills; silt releases; EIA's and scoping; etc).
1989-2000 Senior Scientist: Freshwater Ecologist.
Responsible for the co-ordination of river management and research in the KNP:

Co-ordinate and manage logistic support for the participants of the KNP River
Research Programme.


Involved in the catchment management of the Lowveld rivers (until September
1997).
Champion or the Rivers Health Programme in the Greater Kruger region.
Responsible for the co-ordination of river research in the KNP
1988 Consulting - Technikon of RSA; Berghoek Nature Reserve; Klaserie Nature Reserve.
1985-1987 Lecturer (Part-time) - Witwatersrand Technikon. Biology for the Food
Technologists.
1984-1986 Lecturer - Department of Zoology at RAU. Biology and Taxonomy.
1983 Lecturer - Goudstad College of Education. Zoology.
1979-1982 Research assistant - Department of Zoology at RAU. Supervisor: Freshwater
aquarium, student practical classes, field excursions and museum.
1978 Research technician - Onderstepoort Veterinary Institute. Helminthology - Taxonomy
and physiology of South African helminths.
1975 – 1977 Teacher - Biology and Science
CONSULTING PROJECTS

Terrestrial fauna survey projects: 68 projects in Africa

Aquatic ecology survey projects: 38 projects in Africa
Projects relevant to the SASOL proposal:







Mark Wood Consultants: Sasol pipeline crossings over the major rivers in Mpumalanga –
Impacts on the aquatic environment (2003-2007).
Mark Wood Consultants: Sasol Gas Pipeline (Mozambique): Survey and monitoring with
regard to the recovery of the herbaceous field layer on the Temane - Resano Garcia
pipeline (500km) (2005-2011).
Mark Wood Consultants: Fungurume-Tenke copper mining, DRC. The potential impacts
of the mining development on the faunal component and associated habitat (2006).
Golder Associates Africa: Tenke Fungurume Mining (DRC): Biodiversity Monitoring Fauna (2008).
Golder Associates Africa: Transnet Pipeline, Durban to Heidelberg. – River crossing
evaluation (2009).
ERM Southern Africa: Inhassoro Gas Development Project: Environmental Impact Study
Phase. Terrestrial and Aquatic Ecosystem Assessment (2009).
Environmental Resources Management Ltd (ERM): An aquatic ecology specialist study
for the ROMPCO Loop Line (the SASOL Project), Mozambique (2012).
OTHER
Completed the Environmental Impact Assessment short course at the University of Cape Town.
Accredited for SASS4 Macro-invertebrate Biomonitoring Methods.
Completed: Wetland Introduction and Delineation – Centre for Environmental Management:
University of the Free State
SCIENTIFIC PAPERS IN REFEREED JOURNALS
Deacon, A.R. December 1994. The River Systems of the Kruger National Park. In: Endangered
Species and Habitats in the SARCCUS Region. Southern African Regional Commission for the
Conservation and Utilisation of the Soil (SARCCUS). Edited by dr G. de Graaff.
Seymore, T., H.H. du Preez, J.H.J. van Vuren, A. Deacon and G. Strydom. 1994. Variations in
selected water quality variables and metal concentrations in the sediment of the lower Olifants
and Selati rivers, South Africa. KOEDOE 37/2, 1-18.
Van Vuren, J.H.J., H.H. du Preez and A.R. Deacon. 1994. Effect of pollution on the physiology
of fish in the Olifants River (Eastern Transvaal). Final Report, Project K5/350.
Buermann, Y., H.H. du Preez, G.J. Steyn, J.T. Harmse and A.R. Deacon. 1995. Suspended silt
concentrations in the lower Olifants River (Mpumalanga) and impacts of silt releases from the
Phalaborwa Barrage on water quality and fish survival. KOEDOE 38/2, 11-34.
Venter, F.J. and A.R. Deacon. 1995. Managing rivers for conservation and ecotourism in the
Kruger National Park. Wat. Sci. Tech. Vol. 32, No. 5-6, pp. 227-233.
Steyn J.G., C.L.Gagiano, A.R. Deacon & H.H. du Preez. 1996. Notes on the induced
reproduction and development of the tigerfish, Hydrocynus vittatus (Characidae), embryos and
larvae. Environmental Biology of Fishes. 47: 387-398.
Roux, D.J., Kleynhans, C.J., Thirion, C., Hill, L., Engelbrecht, J.S., Deacon, A.R., Kemper, N.P.
1999. Adaptive assessment and management of riverine ecosystems: The Crocodile/Elands
river case study. Water SA, 25:4.
Huchzermeyer, KDA., Govender, D., Pienaar, DJ., Deacon, AR. 2011. Staetitis in wild
sharptooth catfish, Clarias gariepinus (Burchell), in the Olifants and Lower Letaba Rivers in the
Kruger National Park, South Africa. Journal of Fish Diseases, 34, 489-498.
McLoughlin, CA., Deacon, AR., Sithole, H., Gyendu-Ababio, T. 2011. History, rationale, and
lessons learned: Thresholds of potential concern in Kruger National Park river adaptive
management. Koedoe, Vol. 53, No 2.
Ferreira, S., Deacon, AR., Sithole, H., Bezuidenhout, H. Daemane, M., Herbst, M. 2011. From
numbers to ecosystems and biodiversity: A mechanism approach to monitoring. Koedoe, Vol.
53, No 2.
FAUNA TERRESTRE
ANEXO G
Limitações do Documento
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
LIMITAÇÕES DO DOCUMENTO
O presente documento foi providenciado pela Golder Associados Moçambique Lda. (Golder) sujeito às
limitações seguintes:
i)
Por definição a AIA é um processo preditivo que ocorre na fase mais cedo possível do processo de
desenvolvimento do projecto. O principal benefício de realizar uma AIA numa fase logo de início é que
os resultados da AIA podem ser usados para influenciar o desenho do projecto. Ao mesmo tempo, os
regulamentos aplicáveis à AIA exigem que seja obtida autorização antes de se iniciar qualquer
actividade e determinam também que a AIA deve estar finalizada numa fase inicial do processo de
desenvolvimento do projecto. Embora estes requisitos sejam importantes, estes impõem uma limitação
importante à AIA, que é o facto de que a AIA é baseada no que é em grande parte um desenho básico
e não um desenho detalhado.
ii)
A transição de desenho básico para desenho detalhado, e as limitações resultantes sobre a
informação que se encontra disponível é um facto amplamente reconhecido no processo da AIA. Na
realidade os profissionais envolvidos na Avaliação dos Impactos Ambientais irão directamente visar
obter informação que é vital para a AIA, mas que tipicamente só se encontra disponível durante o
desenho detalhado do projecto. Por exemplo, os dados relativos a todos os aspectos ambientais
devem estar disponíveis para a realização da AIA, e estes incluem emissões atmosféricas, descarga de
águas residuais, tipos e quantidades de resíduos sólidos e outra informação semelhante. Nos casos
em que esta informação não se encontre directamente disponível, o profissional da AIA irá usar
suposições conservadoras com base nos ‘piores casos possíveis’ a fim de assegurar que os impactos
sejam exagerados em vez de serem subestimados na AIA.
iii)
O âmbito e o período de Serviços da Golder são conforme se encontram descritos na proposta da
Golder, e estão sujeitos a restrições e a limitações. O presente Documento foi elaborado com a
finalidade específica delineada na proposta da Golder, e não é aceite qualquer responsabilidade pelo
uso do presente Documento, no todo ou em parte, em outros contextos ou para quaisquer outros fins.
iv)
Nos casos em que os dados fornecidos pelo cliente ou por outras fontes externas tenham sido usados,
incluindo dados de pesquisa anterior realizada no local, foi feita a suposição de que a informação está
correcta a menos que de outra forma especificado. A Golder não aceita qualquer responsabilidade por
dados incompletos ou inexactos que tenham sido disponibilizados por outras partes.
v)
O decorrer do tempo afecta a informação e a avaliação apresentada no presente Documento. As
opiniões da Golder são baseadas em informação que existia na altura em que foi elaborado este
Documento.
vi)
Como resultado do que foi descrito acima, a informação detalhada específica ao local do projecto só se
torna disponível à medida que o gasoduto vá sendo progressivamente estabelecido e é óbvio que tal
limita a informação que se encontra disponível na altura da finalização da AIA. Este facto não deve ser
considerado como debilitando a integralidade da AIA, mas serve simplesmente para facilitar o
entendimento de que certa informação não está directamente disponível na altura em que a AIA foi
finalizada. É importante sublinhar nesta altura do processo que a finalidade principal da uma AIA é a
tomada de decisão. Constitui assim encargo e responsabilidade dos profissionais envolvidos na AIA
certificarem-se que identificaram e avaliaram na AIA, todas as questões que são relevantes para a
tomada de decisão. Foram envidados esforços significantes na recolha das fontes para fins da
presente AIA, não de toda a informação, mas certamente de toda a informação necessária para
proporcionar a tomada de uma decisão eficaz.
vii) O Cliente concorda que só avançará com a apresentação de quaisquer reclamações e com vista a
procurar recuperar perdas, danos ou outras responsabilidades da parte da Golder Associados
Moçambique Lda. e não de qualquer das empresas afiliadas à Golder. Na medida do que é permitido
em termos da lei, o Cliente reconhece e concorda que não terá qualquer recurso legal e renuncia a
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
FAUNA TERRESTRE
qualquer despesa, perda, reclamação, demanda ou instauração de caso contra as empresas afiliadas
da Golder, seus trabalhadores, técnicos e directores.
viii) Qualquer uso do presente Documento por uma terceira parte, ou qualquer consideração sobre o
Documento ou decisões tomadas com base no mesmo, constituem a responsabilidade única das
terceiras partes em questão. A Golder não aceita qualquer responsabilização por danos, caso existam
alguns, incorridos por qualquer terceira parte como resultado de decisões ou acções tomadas com
base no presente Documento.
GOLDER ASSOCIADOS MOÇAMBIQUE LDA.
Outubro 2014
Relatório Nº: 1302793 - 10712 - 20 (Port)
Golder Associados Moçambique Limitada
Avenida Patrice Lumumba Nº 577
Maputo
Moçambique
T: [+258] (21) 301 292