Saúde na agenda - Hospital Marcelino
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Saúde na agenda - Hospital Marcelino
Edição 10 – junho 2016 Saúde na agenda Dedique (pelo menos) seis horas por ano para fazer check up CIRURGIAS PRESERVAM O QUADRIL E ADIAM A PRÓTESE UTI HUMANIZADA É MAIS EFICIENTE Editorial O ano avança rapidamente, e os cuidados com a sua saúde? Certamente você já teve a sensação de que, a cada ano, o tempo parece passar mais rápido. Pode ser apenas uma percepção gerada pela rotina cada vez mais intensa que levamos, mas o fato é que, com a impressão de que temos menos tempo para fazer mais coisas, a saúde, muitas vezes, vai sendo deixada de lado. Para reforçar a importância de priorizarmos nossa saúde, nesta edição você confere uma reportagem completa sobre o check up e acompanhamento médico de rotina. Procurar o médico quando estamos bem, e não apenas quando sentimos algum desconforto, faz parte de uma rotina saudável. Se, apesar de todos os cuidados, houver necessidade de internação, o importante é que o atendimento seja humanizado. Na editoria Em Dia, você conhece esse conceito e de que forma ele é adotado pelos profissionais de Saúde do Hospital. Em Por Dentro da Técnica, saiba como funcionam as cirurgias preservadoras do quadril, duas técnicas que auxiliam na prevenção à artrose. No Perfil, trazemos a talentosa cantora Rafa Gomes, que brilhou nas telas da Rede Globo e chegou à final do The Voice Kids. Boa leitura! José Octávio Leme Diretor geral do Hospital Marcelino Champagnat expediente A revista hOSPITAL mARCELINO cHAMPAGNAT é uma publicação do Hospital Marcelino Champagnat, produzida pela Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista. HOSPITAL MARCELINO CHAMPAGNAT DIRETOR GERAL José Octávio Leme CHEFE DO CORPO CLÍNICO Ademir Antonio Schuroff Tiragem: 43 mil exemplares GRUPO MARISTA DIRETOR DA ÁREA DE SAÚDE Álvaro Luis Lopes Quintas GERENTE MÉDICO Marco Antônio Pedroni GERENTE DE QUALIDADE Bianca Piasecki 2 Revista Hospital Marcelino Champagnat GERENTE DE ENFERMAGEM Jhosy Gomes Lopes GERENTE ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA Elaine Costa GERENTE COMERCIAL Sabrina Yumi Matumoto Av. Pres. Affonso Camargo, 1399, Cristo Rei, Curitiba – PR Telefone: (41) 3087-7600 Email: contato@hospitalmarcelino. com.br Site: www.hospitalmarcelino. com.br Diretoria de Marketing e Comunicação Stephan Younes COORDENAÇÃO EDITORIAL Eduardo Correa EDIÇÃO Michelle Thomé PROJETO GRÁFICO Estúdio Sem Dublê EDIÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO O2 Design Ilustração de capa Daniel Cabral IMAGENS iStock Comentários, sugestões e críticas conteudo@grupomarista. org.br Índice 10 Capa Exames periódicos auxiliam no cuidado com a saúde 4 Você sabia? 6 Em dia 20 Perfil 16 Por dentro da técnica 23 Curtas Revista Hospital Marcelino Champagnat 3 Você sabia? Fruta não faz milagre A goji berry é uma fruta do sul da Ásia, usada na medicina tradicional chinesa e cultivada há mais de 600 anos, que é a atual sensação de vendas aqui no Brasil com a promessa de ajudar a emagrecer, combater doenças e melhorar a potência sexual. Está sendo vendida mais comumente - a peso quase que de ouro - na forma desidratada ou como extrato. O que está comprovado até agora é que a fruta tem potente ação antioxidante e alta concentração de vitamina C, que chega a ser 50 vezes maior que a da laranja. Porém, há poucas pesquisas sobre o efeito benéfico direto nas enfermidades. O enstusiasmo popular que está acontecendo em relação à goji berry não é novidade no meio científico, pois outros alimentos tiveram seus benefícios exaltados no passado, sendo categorizados como “super-alimentos”, como o tomate (o licopeno, substância que dá a sua cor vermelha, é conhecido por proteger contra o câncer), a quinoa (pelo combate a Tensão Pré-Mestrual) e o mirtilo (por melhorar a memória). Os "superalimentos" se diferenciam por terem compostos favoráveis à saúde em maior quantidade que os demais. Mas, apesar de conterem substâncias comprovadamente benéficas, nem todos foram objetos de estudos que certificassem os bons efeitos sobre doenças. Atualmente, pesquisadores de várias partes do mundo estão dedicando-se a avaliar os benefícios da goji berry. Enquanto isso, os profissionais da área da saúde orientam que a fruta seja uma coadjuvante em qualquer tipo de tratamento – e não a única fonte de solução. Em relação ao emagrecimento, por exemplo, é importante observar que 100 gramas da fruta desidratada têm 256 kcal. Impaciência faz mal à saúde Esperar na fila para ser atendido, aguardar o ônibus chegar, checar a cada pouco o número da senha... Nosso tempo está escasso e a paciência também. Aprender a esperar não é fácil. Mas faz bem para a saúde. O que nos faz mal é a impaciência, que aumenta os níveis de estresse, adrenalina e cortisol no corpo. E o desequilíbrio destes hormônios pode gerar aumento de peso. É isso mesmo, pesquisas mostram que pessoas impacientes têm mais probabilidade para a obesidade do que aquelas que sabem esperar, pois costumam comer rápido, ingerir produtos industrializados e em maior quantidade do que o necessário. Os economistas Charles Courtemanche, Garth Heutel e Patrick McAlvanah publicaram o estudo “Impaciência, incentivos e obesidade” no Economic Journal e afirmaram na publicação que "as pessoas mais impacientes se veem mais afetadas pela disponibilidade desses alimentos rápidos a preços acessíveis, que levam ao aumento da obesidade". Bons números A redução da mortalidade infantil no Brasil foi 20% maior que a média mundial, conforme dados da Organização Mundial da Saúde publicados em um artigo da revista de saúde inglesa The Lancet. Este artigo analisa a mortalidade na infância no mundo entre 1990 e 2015. O índice, estabelecido pela Organização das Nações Unidas, previa a redução em 2/3 (66%) da mortalidade no período. Globalmente, a taxa de mortalidade de menores de cinco anos caiu de 91 mortes por mil nascidos vivos em 1990 para 43 mortes por mil nascidos vivos em 2015 (queda de 53%). No Brasil, a redução foi de 60,8 óbitos por mil nascidos vivos em 1990 para 16,4 neste ano (queda de 73%). A meta internacional de diminuição havia sido alcançada em 2012 no Brasil, três anos antes. De acordo com o artigo, os avanços das condições de saúde da criança brasileira são decorrentes da ampliação da cobertura da atenção básica, do acesso à vacinação, das taxas de aleitamento materno e do nível de escolaridade da mãe, além da diminuição da pobreza. Segundo a pesquisa, estas melhorias reduziram as internações por desnutrição, por doenças imunopreveníveis (sarampo, difteria, tétano neonatal, poliomielite, varíola, rubéola, meningites) e por diarreia e pneumonia. 4 Revista Hospital Marcelino Champagnat Como está a Zika O primeiro boletim epidemiológico com dados registrados do vírus Zika aponta 91.387 casos prováveis da doença em todos os estados brasileiros, até o dia 2 de abril deste ano. A taxa de incidência, que considera a proporção de casos, é de 44,7 casos para cada 100 mil habitantes. A transmissão autóctone do vírus no país foi confirmada a partir de abril de 2015, em Camaçari (BA). O Ministério da Saúde tornou compulsória a notificação dos casos de Zika em fevereiro deste ano. A região Sudeste teve 35.505 casos prováveis da doença, seguida das regiões Nordeste (30.286); Centro-Oeste (17.504); Norte (6.295) e Sul (1.797). Considerando a proporção de casos por habitantes, a região Centro-Oeste fica à frente, com incidência de 113,4 casos/100 mil habitantes, seguida do Nordeste (53,5); Sudeste (41,4); Norte (36,0); Sul (6,1). Desafio da cintura A4 é um perigo A internet na China popularizou uma nova dieta da moda entre as jovens: participar do "desafio" de ter a cintura da largura de uma folha de papel A4 (de 21 centímetros). Funciona assim: as jovens posam para foto com uma folha de papel sulfite na frente do abdome ou nas costas; se o corpo delas sobressai ao sulfite apenas um pouquinho nos extremos, isso quer dizer que elas têm "as medidas ideais" e passaram no desafio. Milhões de fotos são postadas com a hashtag #A4waist desde o início deste ano não só na China, mas também em outros países. A adesão de artistas chinesas a esta moda chamou mais a atenção dos profissionais de saúde, que passaram a alertar sobre os riscos de estímulo de possíveis distúrbios alimentares e o culto a uma magreza excessiva. Os críticos do desafio da cintura A4 estão publicando fotos segurando, em vez da folha em branco, seus diplomas universitários como resposta. Rótulos de alimentos terão que informar lactose e caseína Os fabricantes de alimentos vão precisar indicar a presença de lactose e caseína (açúcar e proteína presentes no leite) na embalagem de seus produtos. Isso foi o que decidiram os parlamentares da Câmara dos Deputados. A lei também prevê a regulamentação realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. “Ele reforça o cumprimento da Resolução de Diretoria Colegiada da Agência sobre a rotulagem de alimentos alergênicos, construída após amplo debate com a sociedade, que entra em vigor em julho de 2016. O projeto de lei precisa de ajustes, como a definição de um prazo mais claro para a comercialização (além da fabricação e importação) de alimentos com gordura trans artificial e a substituição do termo “caseína” por “leite”, pois é o termo de melhor compreensão e mais abrangente para ser utilizado nos rótulos”, explica a conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Ana Paula Bortoletto. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mais de 44% dos brasileiros têm intolerância ou alergia a produtos lácteos. “A importância na prática é garantir o direito à informação a todas e todos, conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor e também colocar no mercado produtos alimentícios menos perigosos para a saúde”, reforça a conselheira. Como o projeto original sofreu alterações, o texto será reencaminhado para análise no Senado. Revista Hospital Marcelino Champagnat 5 © Cadi Busatto EM DIA O paciente Fernando Garnica recebe os cuidados da equipe da UTI Família por perto e cuidado personalizado humanizam o atendimento na UTI 6 Revista Hospital Marcelino Champagnat U TI hospitalar não é mais sinônimo de dor e sofrimento para o paciente crítico. Com espaço físico acolhedor, acompanhamento familiar e equipe multidisciplinar, o paciente tem recebido atendimento humanizado. Mas nem sempre foi assim. Historicamente, as Unidades de Terapia Intensiva desenvolveram-se na década de 50 com o objetivo de usar a tecnologia disponível para salvar vidas de doentes graves. Ao longo da década de 80, começou-se a observar que os internados recuperados ficavam com alguma sequela relativa ao período de UTI ou com má lembrança e, eventualmente, até com síndrome pós-traumática. A partir da década de 90, intensivistas preocupados com o bem-estar e recuperação dos pacientes de UTIs iniciaram estudos para proporcionar qualidade de vida – ou morte – neste ambiente de cuidados intensivos. No cenário atual, a UTI, além de disponibilizar a eficiência da tecnologia, acolhe o paciente e a família e minimiza as sequelas do tempo de internamento. Para isso, as paredes são pintadas com outras cores suaves, além do branco, há janelas que permitem que o paciente distinga o dia da noite, uma equipe multidisciplinar está à disposição e há mais tempo de contato com a família. E mais: as necessidades emocionais são cuidadosamente atendidas, o sono é respeitado, o barulho reduzido e os cardápios nutritivos e variados. A humanização envolve todos os integrantes da equipe na UTI. “Não se perdeu a eficiência da UTI, e, sim, ampliou-se o conforto do paciente e o controle efetivo da dor e do humor”, avalia Álvaro Réa-Neto, coordenador médico da UTI do Hospital Marcelino Champagnat. Passou-se a valorizar o direito do paciente à informação, à privacidade, à escuta de suas necessidades e aos cuidados paliativos quando não há mais possibilidade terapêutica. De acordo com a experiência em UTIs de Raquel Pusch, coordenadora da equipe de Psicologia, “a responsabilidade da equipe se estende para além das intervenções tecnológicas e farmacológicas focalizadas no paciente. Inclui avaliação das necessidades dos familiares e sua satisfação sobre os cuidados realizados, e a preservação da integridade do paciente como ser humano”. Ao acordar, se é possível, o paciente vai para a cadeira, caminha, faz fisioterapia, ouve música ou assiste à televisão e se encontra com o familiar. Usualmente, as visitas são permitidas por uma hora, duas vezes ao dia, entrando dois familiares por vez. Porém, frequentemente estes períodos são estendidos e, se for saudável para o paciente, a família pode permanecer durante o dia. Muitas vezes a permanência do familiar auxilia o paciente em sua recuperação. “Temos várias famílias que passam o dia todo com o internado”, conta Réa-Neto. Fernando Garnica, 74 anos, internado por causa de um cálculo na vesícula, teve uma emergência em casa e foi levado para o hospital. “Agora estou me sentindo bem e sou bastante paparicado”, disse Garnica em seu quarto, rodeado de profissionais. Para seu filho Rafael, que o visitou todos os dias durante o período de internamento, o atendimento atencioso fez a diferença na recuperação. “Fiquei com ele todos os dias no meu horário de almoço e vi que a equipe de médicos é muito competente”. Multidisciplinaridade O Hospital Marcelino Champagnat tem 20 leitos individuais na UTI e o tempo médio de internamento é de três dias e meio. A equipe multidisciplinar é composta por profissionais destas sete especialidades da área de saúde: • medicina • enfermagem • fisioterapia • psicologia • fonoaudiologia • nutrição • farmácia clínica Os psicólogos que atendem na UTI buscam se antecipar às demandas emocionais do paciente e dos familiares. “Entendemos que a doença grave e o medo de morrer são componentes de ansiedade para o paciente e familiares. Nós, da Psicologia, oferecemos suporte emocional e fazemos a ponte entre o paciente, os familiares e a equipe”, conta Raquel. Os 106 integrantes do time de Enfermagem se revezam 24 horas por dia no atendimento a quem está internado e no auxílio a quem vai cuidar do paciente em casa. “Toda vez que temos a oportunidade de nos reunir com a família do paciente, esclarecemos as dúvidas, orientamos sobre os cuidados necessários no tratamen- Revista Hospital Marcelino Champagnat 7 EM DIA © Cadi Busatto “A UTI humanizada traz equilíbrio físico e emocional ao paciente neste período de cuidados intensivos”, define o coordenador médico da UTI, Álvaro Réa-Neto to e mostramos como proporcionar mais conforto durante a recuperação em casa”, explica a coordenadora de Enfermagem, Michele Gomes. Um diferencial do serviço oferecido é a pesquisa feita após a alta do paciente. Foram criados indicadores de qualidade para saber como o paciente foi tratado, o que está adequado e o que pode ser melhorado. Outro destaque é o projeto Brigada do Silêncio, que surgiu a partir da demanda de pacientes nesta avaliação pós-alta. Minimizar os barulhos da UTI a partir do uso de tom de voz mais baixo, usar sapatos que não façam barulho, deixar o som do celular em modo silencioso, entre outras condutas, vão de encontro com a humanização do ambiente da UTI. O projeto de Governança Clínica também tem trazido segurança ao período de cuidados intensivos ao paciente. Todas as manhãs, o médico da UTI entra em contato com o médico assistente de quem está internado, seja um cardiologista, nefrologista, neurologista, etc., para contar como está o quadro clínico nas últimas 24 horas do paciente. Este contato diário causa o estreitamento de laço entre os médicos, que podem juntos avaliar melhor as opções de tratamento. Também destaca-se no atendimento a presença da farmacêutica clínica, que avalia todas as prescrições de cada médico para os pacientes. “Ter uma profissional especializada que analisa as dosagens, agrega segurança ao processo curativo”, avalia o coordenador. Nas situações onde a cura ou restabelecimento torna-se cada vez mais improvável, o cuidado paliativo passa a ser o objetivo primário do tratamento. Dessa forma, priorizam-se os cuidados que visam à preservação da qualidade de vida, do conforto e da dignidade de pacientes e familiares. “Para que a interação entre a equipe e a família ocorra, é essencial que os profissionais desenvolvam suas habilidades de se comunicar melhor, levando tranquilidade para a tomada de decisão dos familiares”, esclarece Raquel. 8 Revista Hospital Marcelino Champagnat CAPA o a t i ev A prevenção é o melhor remédio 10 Revista Hospital Marcelino Champagnat © Cadi Busatto Gerente de projetos de uma empresa multinacional, a curitibana Cléia Straiotto Fabri, de 47 anos, tem uma atividade profissional que requer alta concentração, habilidades técnicas e comportamentais, conhecimentos sobre condução de projetos e relacionamentos saudáveis. Tudo isso sob a pressão da produtividade, algo comum na rotina de trabalho da maioria dos executivos. E Cléia mantém-se saudável. Quer saber como ela consegue? Olhando integralmente para sua saúde pelo menos uma vez por ano. “Desde que comecei a fazer um check up anual, cuido mais de mim. Eu já tinha o hábito de ir ao dentista, ao oftalmologista e ao ginecologista todo ano. Mas era só isso. Depois de inserir o check up na agenda, comecei a ver outras especialidades médicas e também uma nutricionista. Consegui mudar muitas coisas na minha rotina e ficar mais saudável”, salienta a executiva. Além disso, ao passar por vários especialistas em saúde, cada um chama a atenção para algo específico e, ao final dos exames e conversas, o paciente é convidado a olhar para o que estava deixando de lado em sua vida. “No primeiro ano em que fiz o check up fiquei tão estimulada que saí de lá e fui fazer pilates e corrida”, lembra Cléia. Porém, depois de um tempo, o estresse e o excesso de compromissos contribuíram para que ela deixasse de lado estas atividades físicas. “Passei um tempo parada, mas não esqueci de cuidar da alimentação e no final do ano consegui voltar para o pilates e iniciei yoga. E ainda bem que chegou a hora de fazer o check up de novo, pois sei que vou me animar mais”, conta. Torço que os serviços “ de check up fiquem cada vez mais abrangentes e personalizados para que se possa ver o paciente integralmente”, diz a executiva Cléia Fabri Revista Hospital Marcelino Champagnat 11 © Cadi Busatto CAPA Tenho 34, mas meu “estresse é de 60. Então, faço check up todos os anos”, conta o executivo José Silva 12 Revista Hospital Marcelino Champagnat Fazer check up todo ano tem este benefício: uma atenção periódica para a saúde. O executivo português José da Silva, de 34 anos, concorda: “o check up me ajuda porque entro nos eixos todo ano. Eu sei que faço tudo certinho no primeiro mês após os exames e descambo nos demais 11 meses, então é muito importante voltar a me conscientizar ano a ano”, revela bem-humorado o superintendente executivo responsável por uma equipe de 372 pessoas em uma multinacional com sede em Curitiba. As doenças cardiovasculares são as que mais matam no Brasil: são 350.000 mortes por ano. O infarto e o derrame lideram este ranking. E são duas doenças que têm por trás a mesma causa, a doença aterosclerótica, que é a obstrução da artéria que irriga o órgão e leva nutrientes para ele. A boa notícia é que é prevenível e, independente da manifestação no cérebro ou no coração, as causas são as mesmas. Existem fatores de risco que podemos controlar e outros que não podemos controlar, como a idade, ser homem (maior risco do que a mulher até os 65 anos) e ter histórico na família de doença do coração. “Não há o que fazer em relação a esses riscos naturais, porém é possível ver com frequência como estão as artérias e fazer intervenções em tempo de preservar a saúde do paciente”, afirma o cardiologista e professor da PUCPR, José Rocha Faria Neto. No check up são feitos não somente exames de prevenção, mas também indicações de tratamento precoce de outras doenças que poderiam levar ao infarto ou ao derrame mais para frente. Faria Neto explica que o check up também dá condições de ver quem está com as artérias obstruídas, mas ainda não sentiu os efeitos colaterais, pois “o paciente pode estar com a pressão alta ou diabetes e não saber, não perceber claramente”. Um dado alarmante para quem tem diabetes é que de 60 a 70% das mortes de diabéticos acontecem por problemas cardiovasculares. Esta é a lista das principais doenças e complicações na saúde que podem ser prevenidas com a inserção do hábito do check up anual, segundo o serviço de Check up Executivo do Hospital Marcelino Champagnat: • Infarto do miocárdio • Acidente vascular cerebral • Hipertensão arterial • Câncer de próstata e de colo uterino • Arritmias cardíacas • Diabetes mellitus • Obesidade • Elevação de colesterol • Insuficiência renal • Alterações da tireoide • Cálculos na vesícula e nos rins • Glaucoma e catarata © Cadi Busatto Exames auxiliam na Prevenção Revista Hospital Marcelino Champagnat 13 CAPA As principais doenças “cardiovasculares recomenda o cirurgião cardiovascular Luiz Cezar Guarita Souza Como evitar a situação de emergência Quando se trata preventivamente, o resultado de um tratamento ou de uma cirurgia é muito melhor do que quando é um caso de emergência. O cirurgião cardiovascular e professor da PUCPR, Luiz Cezar Guarita Souza, concorda com seu colega: “Com a prevenção, pode-se evitar infarto agudo do miocárdio e a dissecção de aorta”. Portanto, o check up chama a atenção para a existência de um problema e aí é possível tratá-lo de uma forma eletiva e não de emergência. Uma dissecção de aorta, que é consequência de uma ruptura da aorta, geralmente ocorre em pacientes que já têm uma aorta dilatada, mas como o paciente não percebe, pois não apresenta nenhum sintoma nem sente dor, normalmente não procura o médico. Souza relata que quando se detecta esta dilatação de uma forma precoce e o indicado é uma cirurgia eletiva, o risco de morte decorrente desta cirurgia gira em torno de 1,5 a 2%. “Porém, se o paciente não teve esta identificação precoce e a morte não foi instantânea, é feita uma cirurgia de emergência. Aí, a mortalidade aumenta para 30 a 40% e, cada hora que se passa após o diagnóstico, o risco de mortalidade sobe de 1 a 3%”. Sim, você leu bem: cada hora que passa aumenta-se o risco de morrer. 14 Revista Hospital Marcelino Champagnat © Cadi Busatto podem ser prevenidas com check up anual”, O risco da doença renal crônica Apesar dos cálculos renais e as infecções urinárias serem as doenças renais mais conhecidas pelas pessoas, os problemas mais temidos pelos médicos são as consequências renais do diabetes e da pressão alta, que levam à doença renal crônica. A doença renal crônica, que também pode ser consequência de doenças genéticas ou das infecções e cálculos de repetição, pode levar à perda da função renal e à necessidade de tratamento com diálise ou transplante renal. “A busca de sinais precoces de doença renal crônica nos check ups é simples a partir dos exames da creatinina no sangue e da identificação de proteínas no exame de urina”, explica o nefrologista e professor da PUCPR, Roberto Flavio Silva Pecoits Filho. Este é um exemplo de como o check up pode identificar cedo os sinais de uma doença grave que pode ser prevenida e tratada a tempo. Ou seja, o check up oferece a oportunidade de se ver, de forma precoce, fatores de risco para o desenvolvimento de doenças, nas quais se pode atuar de forma preventiva para garantir maior qualidade de vida e longevidade. A lista de exames é definida de acordo com o gênero e a faixa etária do paciente. Geralmente, para adultos, um check up por ano é uma prática recomendada. No Hospital Marcelino Champagnat, todos os exames e avaliações são feitos em cerca de seis horas, sem precisar sair do hospital. “Saleiro na mesa é um crime” Andressa Volpe, nutricionista e professora do curso técnico de Nutrição e Dietética do TECPUC é categórica ao incentivar a diminuição do uso do sal na comida. “O excesso de sal pode formar ou agravar quadros de hipertensão, por isso é tão perigoso”. E é importante enfatizar que ela não está falando somente do sal acrescido na hora de preparar o alimento ou do saleiro na mesa para aquela pitada extra no prato. Há sódio em todos embutidos, produtos em conserva e industrializados. A nutrição é uma das temáticas abordadas durante o check up, pois há várias doenças que conseguimos evitar com a alimentação saudável. Não comer produtos de origem animal em excesso, por exemplo, previne doenças cardíacas. Sabe-se que o colesterol é uma das principais causas de doenças cardíacas. “O depósito de colesterol nas artérias causa sua própria oxidação, que leva a um quadro inflamatório. O nosso sistema imune pode combater esta inflamação e para que isso aconteça é importante ingerir determinados nutrientes”, informa a nutricionista. Estes nutrientes são as vitaminas do complexo B (presentes em grãos integrais, gérmen de trigo, folhas verdes escuras e verduras em geral), zinco (em frutos do mar, vegetais amarelos e folhas verdes escuras) e proteínas (encontradas em leguminosas, peixes, ovos e leite). Além da ingestão do que faz bem ao organismo, a absorção dos nutrientes é muito importante. Há quem coma e não absorva os nutrientes. Andressa explica que isso acontece porque existe um desequilíbrio entre as bactérias boas e ruins (o nome técnico é disbiose). As bactérias boas são mais sensíveis a vários alimentos, como os industrializados, dieta rica em açúcar e gordura e poucas horas de sono. Portanto, recomenda Andressa, “reduza o sal, o açúcar e a gordura e durma bem”. Revista Hospital Marcelino Champagnat 15 © Cadi Busatto POR DENTRO DA TÉCNICA Zoraide operou um lado do quadril há três anos e acredita que terá que operar o outro lado Cirurgias preservam o quadril 16 Revista Hospital Marcelino Champagnat A auxiliar de serviços jurídicos Zo“A melhor articulação que temos é a nossa naraide de Lima Machado, de 23 tural, mesmo que gasta”, enfatiza o ortopedista anos, percebeu que após passar Marco Antonio Pedroni, integrante da Socieum período de trabalho em atidade Brasileira de Quadril e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Quanvidades externas, caminhando na rua, suas do se faz a substituição por uma prótese, a dor pernas e joelhos doíam e ela mancava ao some e é possível ter uma vida normal. Porém, chegar no escritório. “Eu sabia desde criana prótese sofre desgaste com as demandas do ça que andava ‘torto’ e que tinha uma perna dia a dia. Portanto, o ideal é conseguir – com cinco centímetros mais curta do que a ouatividade física adequada e alimentação sautra, mas quase não sentia dor. E como tinha dável – prolongar a vida útil das articulações a informação do passado de que não havia e retardar a artrose; e deixar a cirurgia para o que fazer no meu caso, fui deixando do colocação de prótese para quando realmente tempo passar”, releva. Até que sua atividade a dor e a qualidade de vida forem incompatíprofissional exigiu mais do seu corpo e ela veis com suas necessidades diárias ou preferesolveu buscar a orientação de especialistas rencialmente em uma idade em torno dos 60 há três anos. “A gota d’água foi uma queda anos, quando geralmente o paciente que tive dentro de casa. Senti tanta está em uma fase mais tranquila dor que achei que não iria mais da vida, e, consequentemente, conseguir andar. Fui para o com menor demanda mecâPronto Socorro do hospinica das articulações, o que tal, tomei medicação e me favorece a maior durabiliindicaram para consulta A Osteotomia e a dade dos implantes procom o doutor Josiano Artroscopia são técnicas téticos. Valério. Conversando Quimicamente falancom ele entendi o que cirúrgicas que preservam do, há medicamentos, acontecia comigo e decio quadril. chamados condroprotetodi operar”, relembra. res, que são uma espécie A cirurgia que Zoraide de vitamina para a cartilafez foi a Osteotomia Periagem. Não há nada cientificacetabular, um procedimenmente comprovado que regeto que corrige as alterações do nera cartilagem. Estas medicações quadril a partir de uma técnica de são uma tentativa de manter a cartilagem cortes nos ossos ilíaco, ísquio e púbis e posque resta nas articulações para evitar a cirurterior estabilização com parafusos. O ortogia. Em alguns pacientes estes medicamentos pedista Josiano Valério foi o pioneiro desta condroprotetores, além de ajudar a manter e técnica no Paraná e cuida do seu caso. retardar o desgaste das cartilagens, serve como O problema no quadril da Zoraide é de analgésico. Porém, nem todos pacientes e tiorigem genética, ela nasceu com ele. Mas pos de artroses (quanto mais avançada menor todos estamos sujeitos à artrose no quadril a resposta) se beneficiam com o tratamento. É e suas complicações. A artrose é o desgaste relevante ressaltar que analgésicos e anti-inflada cartilagem das articulações, um processo matórios não curam, apenas tiram a dor, pois o degenerativo. Quem tem dor no quadril, na processo da artrose é mecânico e gera desgaste. virilha, nas nádegas, do quadril até o joelho, Do ponto de vista mecânico, para evitar o manca, começa a perder movimento, tem didesgaste das articulações são recomendadas ficuldade ou dor para subir e descer escadas, atividades sem impacto em que o peso do corentrar no carro, ter relação sexual, agachar, po não recaia sobre as articulações do quadril. etc., pode estar com uma quadro de artrose Alongamento, fortalecimento e reequilíbrio e não sabe. muscular são as atividades mais indicadas para prevenir e manter as articulações protegiPrevenção das. Atividades na água, bicicleta, pilates, RPG, Quanto mais tempo se conseguir prolonfisioterapia, yoga, dentre outras sem impacto, gar a vida útil do quadril sem intervenção, é são as mais indicadas para pacientes portadomelhor, pois a única coisa que pode ser feita res de artrose. Cabe ressaltar que frequência, para curar a artrose, como solução definitiva, é intensidade, carga e volume destas atividades substituir a articulação (junta) natural por um também podem – ao invés de melhorar – piorar as dores e desgastes. Por isso, o bom senso e implante de metal (prótese total de quadril). Revista Hospital Marcelino Champagnat 17 © Cadi Busatto POR DENTRO DA TÉCNICA “Quanto mais cedo o paciente detectar qual o seu problema no quadril, mais tempo terá sem precisar colocar prótese”, alerta JOSIANO Valério o acompanhamento de um profissional da área de fisioterapia e ou educação física com conhecimento ajudam muito. Um tratamento preventivo engloba o reequilíbrio postural, muscular e a diminuição ou abandono de práticas que aceleram o processo, como jogar futebol, correr, saltar, pular ou fazer esportes de impacto. Nas crises de dores, além do reequilíbrio muscular e postural, repouso, fisioterapia analgésica e uso de medicação analgésica e/ou anti-inflamatória são as melhores opções de conter a dor e o processo inflamatório. Portanto, estes cuidados retardam a substituição da articulação inteira por uma artificial, a prótese total de quadril. A cirurgia de substituição da articulação por esta prótese é uma cirurgia consagrada na literatura e nos resultados. É uma das cirurgias que mais melhoram a qualidade de vida do paciente, dentre as cirurgias ortopédicas. Em torno de 99% de bons resultados são descritos na literatura sobre esta técnica cirúrgica. “O grande problema destas cirurgias de substituição de próteses é o desgaste e a soltura óssea do implante protético, principalmente em pacientes jovens e ativos, com muita demanda mecânica. Por isso, recomenda-se postergar o procedimento de substituição da articulação para idades mais avançadas ou em pacientes de baixa demanda”, alerta Pedroni. Nos pacientes jovens, de alta demanda mecânica, preferencialmente entre 14 a 40 anos, e com deformidades mecânicas no quadril ou artrose inicial ou leve, é que as cirurgias preservadoras do quadril são as melhores opções aos pacientes, como a Osteotomia e as Artroscopias. 18 Revista Hospital Marcelino Champagnat Histórico Alguns anos atrás, estudos de biomecânica começaram a mostrar que dependendo das angulações e deformidades do quadril ou do fêmur, o paciente tem uma pré-disposição de desenvolver artrose precocemente. Se conseguir pegar numa fase inicial o que está causando este desgaste, consegue-se corrigir esta falha, evitando ou retardando que a artrose incomode. A boa notícia é que, em paralelo, foram desenvolvidas técnicas que descobrem o que o paciente tem de deformidade e propõem a correção. Estas técnicas são chamadas de cirurgias preservadoras de quadril e mexem com a angulação e deformidades do quadril ou do fêmur, fazendo com que o desgaste das articulações não ocorra ou que ao menos retarde a manifestação dos sintomas. “São cirurgias que jogam a artrose lá para frente, quando o paciente estiver em uma fase de vida sem tanto movimento”, explica Pedroni. O quadril é o encaixe da cabeça do fêmur no acetábulo e é este encaixe que dá o movimento. Quando há um defeito na cabeça do fêmur ou no acetábulo, e são defeitos específicos, consegue-se corrigir estas imperfeições. Algumas lesões ou deformidades específicas, de origem genética, que machucam as juntas a cada movimento simples, como cruzar as pernas ou agachamentos, aceleram o processo de artrose. Artroscopia A Artroscopia é uma das técnicas das cirurgias preservadoras do quadril. Na cirurgia por vídeo é possível melhorar a mecânica do quadril e adiar a colocação de prótese. Indicada para pacientes jovens (de 14 a 40 anos) e com artrose inicial, a Artroscopia veio para o Brasil depois da intervenção feita nos Estados Unidos no tenista Guga. Seu principal objetivo é a preservação da articulação do quadril. “Na videoartroscopia de quadril, o paciente interna em um dia e é liberado no outro, é um procedimento tecnicamente muito complexo, porém de baixa agressão ao paciente, pois como é realizado por vídeo, não há necessidade de incisões (cortes) e sim dois ou três furos na região do quadril por onde se introduz as óticas com câmeras de vídeo e as pinças necessárias para realizar os procedimentos”, conta Pedroni, que é pioneiro nesta técnica no Paraná. Nos casos em que as deformidades – ou bicos – nos ossos são de difícil acesso para a Artroscopia, ou quando o quadril está com deformidade muito grande, indica-se a Osteotomia. há de 80 a 90% de chance do paciente adiar a colocação da prótese por 20 anos”, afirma Josiano Valério. A recuperação total desta cirurgia é de três a quatro meses, dependendo do caso, e após este período pós-osteotomia o paciente está apto para retorno às atividades habituais, inclusive atividades físicas. “Eu usei andador, depois muleta, daí bengala. Também fiz fisioterapia e em seis meses voltei a fazer exercício”, relembra Zoraide. Osteotomia As setas significam a direção que o acetábulo vai ser redirecionado após serem realizadas as osteotomias do púbis, do ilíaco e parcialmente do ísquio Hereditariedade A outra perna de Zoraide começou a doer recentemente e ela está em acompanhamento médico para tomar a decisão do melhor momento para operá-la. “É uma pena que não recebi orientação adequada quando era criança, pois poderia ter corrigido naquela época”, conta. Sua sobrinha também nasceu com o mesmo problema e como os parentes estavam cientes da hereditariedade da artrose, eles procuraram ajuda especializada para tratar do problema na fase inicial. “Ela já fez o procedimento para correção e está bem. É bom saber que o meu caso ajudou minha família”. © Cadi Busatto Há uma patologia do quadril chamada displasia acetabular: nesta deformidade, a cabeça do fêmur é parcialmente descoberta pelo acetábulo, ficando uma parte para fora. A displasia traz uma sobrecarga na articulação e leva à artrose. Dependendo do grau de displasia e do quanto que o fêmur fica descoberto, pode-se prever em quanto tempo o paciente irá apresentar artrose. Esta displasia tem vários graus, é genética e pode ser de um lado só, mas geralmente é bilateral. “Geralmente os pacientes displásicos têm a mobilidade do quadril regular e até excessivamente flexível. É somente quando começa a machucar a fibrocartilagem, chamada labrum, é que a dor é sentida, principalmente ao caminhar e ao ficar em pé”, explica Josiano Valério, que também é membro da Sociedade Brasileira da Cirurgia de Quadril e da Sociedade Brasileira de Ortopedia. Outra possibilidade de displasia acontece quando a pessoa ainda não tem lesão labral ou de cartilagem, mas tem dor na região periarticular, nos tendões dos músculos e nas bursas e pode desenvolver tendinites ou bursites, respectivamente. Até que chega um momento em que se rompe o labrum ou a cartilagem e se inicia o processo de artrose. A Osteotomia Periacetabular é a técnica cirúrgica preservadora do quadril indicada para estes casos. O intuito da Osteotomia é operar jovens de 14 a 40 anos, com quadris displásicos, sem artrose ou artrose inicial, para evitar a prótese no quadril do paciente. “Enquadrando-se nestas especificações, “Viver com o seu quadril, mesmo que gasto, ainda é a melhor opção”, diz Pedroni Revista Hospital Marcelino Champagnat 19 © Cadi Busatto Rafa Gomes Moleca, meiga e talentosa: ela atrai milhares de fãs 20 Revista Hospital Marcelino Champagnat Perfil > Qual primeira lembrança que você tem de estar gostando de cantar e qual música era? É a lembrança de quando gravei um CD da professora Breeze, que era minha professora de música. Eu tinha de quatro para cinco anos de idade. Gravei num estúdio e cantei a minha primeira música: O Passarinho e o Sr. Sapão. Eu era o passarinho... > Antes do The Voice Kids você tinha cantado em público? Sim, nas apresentações da escola de música Mozartsom, onde estudo canto e piano, e também no Colégio Santa Maria, na Noite de Talentos. > Como recebeu a vitória do Wagner na etapa final? Muito bem, ele é um excelente cantor e amigo. A Pérola também é e todos os outros tinham a mesma chance de serem vencedores. Todos eram muito bons e talentosos. > Que cantores te inspiram? Ouço muitos estilos diferentes em casa: de MPB (Marisa Monte, Paula Toller) grupos pops (como Cold Play) e Jazz (Joss Stone). E as cantoras estrangeiras Kate Perry, Meghan Trainor, Taylor Swift são minhas preferidas. > Como você foi parar no palco do The Voice Kids? Fiz uma inscrição no site, como todos os outros participantes. Ouvi dizer que foram 1.300.000 inscrições. Enviei um vídeo cantando e fui selecionada para uma audição com a direção do programa na cidade de São Paulo. Depois, fui chamada novamente em outubro de 2015 para ir para o Rio de Janeiro passar pela etapa às cegas... aquela da virada das cadeiras. > Qual a matéria que mais gosta na escola? Gosto muito de História. Gosto de saber sobre como as coisas eram no passado. Também gosto de Artes e de Educação Física. Artes porque é muito criativa e Educação Física porque adoro esportes. > O que mais gostou durante o programa? De fazer muitos amigos cantores, do Brasil inteiro. E de subir naquele palco lindo do The Voice. Gosto muito de andar de bicicleta, de ir para o campo e andar a cavalo, brincar com os amigos, ir para a praia e praticar esportes de água como surf, esqui... > Se fosse participar de novo, o que faria igual? Faria novamente muitas amizades e cantaria as mesmas músicas. > Faria algo diferente? Acredito que faria tudo igual. > Além de cantar, o que curte fazer nas horas vagas? > O que costuma fazer com seu irmão Felipe? Meu irmão tem 26 anos de idade. Apesar da diferença de idade ser bem grande, gostamos de estar juntos, brincar com jogos eletrônicos e praticar esportes de água. A curitibana Rafa Gomes tem 10 anos e deu uma guinada na vida em janeiro deste ano. Com vivacidade no olhar e fala doce, ela encantou quem a assistiu na estreia do programa The Voice Kids, da Rede Globo, no primeiro domingo do ano. Ela cantou a versão adaptada por Chico Buarque de “História de uma gata” e fez Carlinhos Brown e a dupla Victor & Leo virarem suas cadeiras. Rafa escolheu Brown como mentor e chegou até a final da disputa com outros dois paranaenses, Pérola Crepaldi, de Apucarana, e Wagner Barreto, de Porto Rico. Passado o programa, Rafa se dedica aos estudos na quinta série do ensino fundamental, no Colégio Marista Santa Maria, às aulas de canto e teatro e às brincadeiras com os amigos e a família. Em casa, tem o amor da mãe Márcia, do pai Aguilar e do irmão Felipe. Na sua fanpage do Facebook, tem mais de 260 mil fãs. No Instagram, passam de 320 mil e ela acaba de lançar seu canal no Youtube. Revista Hospital Marcelino Champagnat 21 Perfil © Cadi Busatto > Tem mais gente na sua família com este dom de cantar? Sim. Minha mãe, meu pai e meu irmão cantam. Todos aqui respiram música. As pessoas me conhecem e chegam até mim. Querem me cumprimentar e tirar fotos. Recebo muito carinho e tenho muitos fãs. Além disso, agora tenho vários compromissos, uma agenda que minha mãe administra para que eu possa participar dos eventos, dos shows e também possa ter meu tempo de estudo e de brincadeiras. > Qual o seu maior sonho agora? Ser uma cantora famosa e viver num mundo menos violento. © Arquivo pe ssoal © Arquivo pessoal © Arquivo pessoal © Arqu ivo pess o al > O que percebe que mudou na sua vida depois que participou do programa? 22 Revista Hospital Marcelino Champagnat CURTAS © Divulgação realizaDA A primeira cirurgia de Artroplastia Total do Tornozelo em hemofÍLICO Voluntários fazem treinamento © Divulgação “Acolher novos voluntários” foi o nome escolhido para o treinamento realizado pelo nosso setor de Humanização e Voluntariado com os 15 novos integrantes da instituição. Para a coordenadora de voluntariado da área de saúde do Grupo Marista, Nilza Brenny, o trabalho desses grupos “auxilia a amenizar e a transformar momentos difíceis e doloridos em momentos de alegria, reflexão e alívio à dor, sendo reais exemplos de amor ao próximo, doação e desprendimento total”. Os voluntários vão fazer visitas solidárias, contarão histórias e darão informações para pacientes e familiares. O grupo Vigilantes da Alegria, composto por palhaços e músicos, também faz parte do núcleo. O ortopedista Luciano Pacheco foi o responsável pela realização da primeira cirurgia de Artroplastia Total do Tornozelo (ATT ) em um portador de hemofilia. O procedimento foi realizado em um paciente de 32 anos, que veio de Salvador - Bahia especialmente para realizar o tratamento em Curitiba. Segundo Pacheco, “a cirurgia de ATT é um procedimento relativamente novo, mas, nos últimos quatro anos tem sido realizada em pacientes hemofílicos com alguma frequência em países como a França, Alemanha e USA, com resultados a curto prazo bem animadores”. O tempo de internamento é maior, em média de sete a dez dias, pois esses pacientes necessitam de um rigoroso controle do sangramento com reposição diária dos fatores de coagulação. A cirurgia em pacientes hemofílicos necessita de acompanhamento de um time multiprofissional: além da ortopedia, compõem a equipe profissionais de enfermagem, fisioterapia e hematologia. Hospital investe em aparelho 3D para cirurgias complexas Somos o primeiro hospital do Sul do País a adquirir uma microcâmera 3D para realização de microvideocirurgias. Com alta definição, o equipamento alemão permite melhor acesso e visualização de tumores e nervos em procedimentos realizados por diferentes especialidades e em tratamentos contra o câncer. Atleta da Confederação Brasileira de Canoagem se prepara para as Olimpíadas Ana Sátila, atleta da Confederação Brasileira de Canoagem e campeã mundial júnior de Canoagem, esteve recentemente no Hospital Marcelino Champagnat para olhar para sua saúde. Em preparação para os Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro, a atleta realizou exames de sangue, cardiológicos, tomografias e ecografias, sob a coordenação do ortopedista responsável, William Yousef. Desde o ano passado, o hospital é a referência no atendimento médico dos atletas que representarão o Brasil na competição mundial. Revista Hospital Marcelino Champagnat 23 UM NOVO CONCEITO EM SAÚDE PARA VOCÊ E SUA FAMÍLIA A mais moderna estrutura hospitalar faz do Hospital Marcelino Champagnat (HMC) uma referência no sul do Brasil em cirurgias de média e alta complexidade, promovendo um atendimento humanizado e de qualidade para você e sua família. REFERÊNCIA EM CIRURGIAS DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE. Com destaque para Traumato-Ortopedia, Cirurgia Geral, Cirurgia Bariátrica, Neurocirurgia, Cirurgia Cardiovascular, Urologia e outras. O CONFORTO DE UM HOTEL DENTRO DO HOSPITAL. Apartamentos e suítes de internamento com moderna arquitetura, concierges bilíngues, wi-fi em todo o hospital e cardápio elaborado pelo renomado chef Celso Freire. Restaurante e cafeteria. AGILIDADE E EFICIÊNCIA EM SERVIÇOS INTEGRADOS. Pronto-Atendimento, consultórios médicos, check-up, Centro de Diagnóstico, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Unidade Coronariana e Neurovascular (UCN) e Centro Cirúrgico totalmente integrados, garantindo rapidez e segurança no diagnóstico e atendimento aos pacientes. PADRÃO INTERNACIONAL DE QUALIDADE. Infraestrutura e equipamentos com tecnologia de ponta colocam o HMC ao lado dos melhores hospitais do mundo. TENHA UMA NOVA RELAÇÃO COM A SUA SAÚDE. www.hospitalmarcelino.com.br Telefone: (41) 3087-7600 Av. Presidente Affonso Camargo, 1399, Cristo Rei | Curitiba-PR Marco Antônio Pedroni Responsável Técnico CRM 13744 – PR