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AVICULTURA
INTRODUÇÃO
A avicultura que hoje conhecemos tem sua origem há 8.000 anos, quando populações de certas regiões da Índia e
China e, provavelmente de outras regiões da Ásia, iniciaram a domesticação do Gallus gallus que habitava as
florestas daquele Continente.
Desde os vales da Índia, acompanhando as tribos nômades que avançavam para o oeste, as galinhas cruzaram a
Mesopotâmia até chegar à Grécia.
Mais tarde, são os Celtas quem, ao largo de suas conquistas, foram deixando núcleos de populações que
facilitaram a propagação das galinhas por toda a Europa. Acredita-se que o período de maior dispersão teve lugar
durante a Idade do Ferro. Aquelas galinhas primitivas punham ao redor de 30 ovos por ano.
Da Europa, as galinhas chegaram ao Brasil trazidas pelas naus de Cabral, principalmente, como recurso alimentar
para a travessia. Assim, coube à galinha a honra de ser um dos primeiros animais domésticos que travou contato
com as novas terras.
Ainda na época colonial, foram introduzidas no Brasil, as raças orientais e asiáticas que os portugueses trouxeram
de suas viagens às Índias e ao Oriente.
Nossas previlegiadas condições de produção de grãos, clima e de mão-de- obra rural, ao lado do extraordinário
desenvolvimento da agroindústria do setor, colocaram o Brasil na posição atual de 3º maior produtor mundial e
liderança global nas exportações de carne de frango.
Ovo é pura energia
Ele, que ganhou a injusta fama de vilão do colesterol, na verdade é um alimento rico em nutrientes e bem
magrinho: uma unidade tem 70 calorias!
Acusado injustamente de ser o inimigo número um do coração durante décadas, o ovo agora dá o troco. Já existem
provas científicas que revelam: ele não é o que se imaginava. "Um estudo americano, realizado com um grupo que
consumia e outro não, apontou maior incidência de doenças cardíacas justamente entre as pessoas que não
recorriam ao alimento com freqüência. O dito-cujo não provoca problemas cardiovasculares". Os principais fatores
que causam esse mal são o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo", afirma Pedro Alves de Souza, professor
titular do Departamento de Tecnologia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual
Paulista (Unesp). Segundo o especialista, trata-se de um dos alimentos mais completos que existem. "Em relação
ao valor nutritivo de sua proteína, ele só perde para o leite materno, sendo, inclusive, superior ao leite, ao pescado
e à carne", diz. A nutricionista Maria Cecília Corsi (SP) também sai em defesa. "O ovo é uma fonte muito rica de
energia, possui nutrientes, vitaminas e sais minerais. E, o que é bom demais, uma unidade tem apenas 70
calorias".
Uma lista interminável de vantagens: O bioquímico americano e diretor do Egg Nutrition Center (ENC), Donald
McNamara, que estuda as propriedades do colesterol há quase 40 anos, ressalta a riqueza do nutriente colina,
encontrado no ovo. Esta substância melhora a formação dos neurônios, estimula a memória e tem um importante
papel para a nutrição da mulher e do bebê durante a gestação. "A grávida que comer uma unidade a cada dois dias
estará garantindo quantidade de ácido fólico necessária para o bom desenvolvimento do feto", reforça Maria
Cecília. O ovo contém ainda níveis consideráveis de zinco, selênio, vitaminas A e E e do complexo B, substâncias
que ajudam a prevenir o organismo contra processos degenerativos associados ao câncer, diabetes, cataratas e
enfermidades cardiovasculares. A vitamina D, que o organismo só produz com a exposição solar, também está
presente nele. "Quem não apanha sol deve, portanto, ingerir essa vitamina, encontrada somente em dois
alimentos: no óleo de fígado de peixe e no ovo. E não resta dúvida de que este último é infinitamente mais
saboroso", diz o professor Souza, da Unesp.
Completo no prato, econômico no bolso
Além de manter o organismo saudável, o produto é relativamente barato. O consumo por aqui, no entanto, ainda é
pequeno. De acordo com a Associação Paulista de Avicultura (APA), o brasileiro come, em média, um ovo a cada
quatro dias, enquanto o japonês e o mexicano consomem cerca de um por dia. "As pessoas, especialmente as de
baixa renda, deveriam ser estimuladas a incluí-lo em sua dieta", diz Souza. "Um ovo diariamente, de preferência
cozido ou poché, é básico e essencial".
AVICULTURA DE CORTE
A Avicultura de Corte no Brasil praticamente atingiu os volumes estimados para o ano passado: com cerca de oito
milhões de toneladas de carne de frango produzidas, 16,4% da produção mundial.
Para isso concorreu o bom desempenho das exportações que deverão chegar a 1,8 milhão de toneladas,
aumentando a participação do Brasil para quase um terço do total do comércio exterior, com destaque para a
quantidade de cortes embarcados.
O consumo de 35,1kg de carne de frango por habitante por ano, coloca o país entre aqueles de maior utilização do
produto, especialmente os desenvolvidos.
No mercado interno os preços do frango vivo registraram uma média anual maior em 29,2%, em comparação com
2003. O frango abatido resfriado no atacado, no mesmo período, aumentou 26,7%.
Como os custos de produção tiveram alta inferior aos do ano passado, (+19,8% no vivo e +14,6% no abatido)
pode-se afirmar que os resultados foram satisfatórios e reverteram a tendência de 2002, quando a situação era
inversa, ou seja, a média anual dos custos foi superior a dos preços praticados pelo atacado e o produtor
trabalhava com mínima rentabilidade.
Para o consumidor os preços identificados pelo Procon-Dieese, dão conta que entre 27 de dezembro de 2002 e 29
de dezembro de 2003, registraram uma pequena diminuição de 0,42%, continuando o setor a transferir sua
produtividade em benefício do consumidor final.
AVICULTURA DE POSTURA
No Brasil, o alojamento de matrizes de postura diminuiu 3,97% em 2002, em comparação com 2001. Foram
alojadas em 867.547 matrizes para ovos brancos e vermelhos. Para 2003 estima-se um aumento de 3,7%.
O plantel médio de poedeiras estimado para o ano de 2002 foi de 67.769.000 cabeças, um aumento de 6,5% sobre
2001, que já havia registrado um incremento de 4,4% sobre 2000. Devido ao menor alojamento de pintos
comerciais em 2002 - quando foram alojados 54.965.527 pintos, um volume 16,2% menor em comparação a 2001
(65.603,024) - a previsão é de uma redução no plantel médio de poedeiras em 2003.
A produção brasileira de ovos foi de 14, 796 bilhões de unidades em 2000, 15,276 bilhões em 2001 e 16,488
bilhões em 2002. Para 2003 é estimado um total de 15,200 bilhões de unidades.
No Brasil, o consumo per capita/habitante/ano foi de 99 ovos em 2002 e 94 em 2001 e 2000. A previsão é de uma
redução deste volume para 92 ovos em 2003.
As perspectivas para a Avicultura brasileira de corte são de crescimento, especialmente no que se refere ao
comércio exterior. A recuperação dos preços praticados vem sendo absorvida pela alta dos custos de produção,
principalmente milho e soja.
Já a Avicultura de Postura experimentará um ano de oferta restrita, com preços maiores, porém reduzindo o
consumo, que já é um dos mais baixos do mundo.
PRODUÇÃO - AVICULTURA DE CORTE
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
Delta
02/01 (%)
21.773
23.115
25.058
29.132
27.536
28.592
30.499
+ 6,67
Pintos (2)
2,593
2,862
2,859
3,153
3,254
3,473
3,819
+ 9,96
Carne (3)
4,059
4,455
4,498
5,526
5,732
6,564
7,449
+ 13,48
Exportação (3)
0,569
0,649
0,612
0,771
0,907
1,249
1,600
+ 28,10
Consumo (3)
3,490
3,806
3,886
4,755
4,816
5,487
5,849
+ 6,59
Descrição
Matrizes (1)
PRODUÇÃO - AVICULTURA DE POSTURA
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
Delta
02/01 (%)
Matrizes (4)
52.309
59.571
70.975
64.470
76.389
75.281
72.296
- 3,96
Poedeiras (1)
56.002
52.073
56.513
61.016
60.949
63.606
67.769
+ 6,54
Ovos (5)
15,932
12,596
13,636
14,768
14,796
15,276
16,488
+ 7,93
Descrição
POPULAÇÃO BRASILEIRA (em milhões de habitantes)
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
Delta
02/01 (%)
157,080
160,690
163,100
165,350
169,799
172,400
175,296
+ 1,68
NOTAS:
(1) milhares de cabeças; (2) bilhões de cabeças; (3) milhares de toneladas; (4) média mensal (milhares de
cabeças); (5) bilhões de unidades
AVICULTURA DE CORTE
MANEJO DOS PINTOS
Objetivos: estabelecer um lote saudável desde o 1º dia de vida, no qual o crescimento alcance o alvo de peso
corporal padrão, juntamente com o alvo de uniformidade, de tal forma que o bem-estar possa ser mantido durante
o processo.
Qualidade dos pintos: A qualidade do produto final depende de todos os processos de produção, por exemplo,
saúde e manejo, incubação, entrega eficiente de pintos, sendo os mesmos de boa qualidade e uniformidade. A
qualidade dos pintos é influenciado por todos estes estágios.
Deve-se estar atento ao ambiente onde os pintos são mantidos e transportados, sem se descuidar da higiene,
minimizando contaminações cruzadas e infecções do saco vitelínico.
de
temperatura
Condições
ótimas
de 24ºC
preparo e transporte dos ambiente; 75% de umidade
relativa (UR)
pintos
Tabela 1: sumário de condições ótimas de preparo e transporte dos pintos.
Preparação para o recebimento dos pintos: Vários fatores podem afetar negativamente o crescimento bem
sucedido dos pintos, entre eles a criação de machos e fêmas separados, a idade para o descarte, a idade dos lotes
de origem, técnicas de manejo, como por exemplo iluminação.
Os galpões devem abrigar aves em idade única no mesmo núcleo, sendo que abrigar pintos de idades distintas
torna menos eficazes e difíceis os programas de vacinação e limpeza.
Galpões, arredores e todos os equipamentos devem estar limpos e desinfetados antes da chegada dos pintos.
A cama deve ser distribuída com homogeneidade, e com uma profundidade de 5-8 cm e posteriormente deve ser
compactada. A distribuição irregular da cama causará problemas na distribuição de ração e água, que acarretará
numa desuniformidade do produto final.
Os áviários devem estar pré-aquecidos, sendo que a temperatura e a úmidade relativa devem ser ajustados, ao
menos, 24 horas antes da chegada dos pintos, sendo que estes fatores devem ser constantemente monitorados
para garantir condições ótimas de desenvolvimento dos pintos.
Os pintos exigem ar de ótima qualidade, sendo que os sistemas de controle ambiental devem ser capazes de
propiciar tais condições, tomando-se todo o cuidado para que não haja corentes de ar. Gases podem causar
doenças pulmonares e cardíacas, por isso deve-se garantir que os mesmos são eficientemente removidos.
Fornecer água limpa, dentro da temperatura adequada, sendo que todos os pintinhos devem ter acesso à água e à
ração logo depois de acondicionados no aviário.
Fornecer ração fresca, triturada ou farelada e livre de pó, no início, disponível em rações de plástico ou papel
corrugado. A área de alimentação deve ocupar 25% dos círculos de proteção, sendo que os comedouros e
bebedouros não devem estar dispostos logo abaixo das campânulas.
Tentar alojar os pintinhos provenientes de um mesmo lote de matrizes separadamente no mesmo aviário, quando
isso for impraticável, e os pintinhos tiverem que ser misturados, deve-se fazer isso após o 5º dia de vida. Esse
manejo tem por objetivo reduzir a competição e manter a uniformidade.
Alojamento dos pintos: Antes dos pintinhos serem alojados, deve-se verificar a disponibilidade de água e ração,
sendo que os mesmos, após chegarem devem ser descarregados o mais rápido o possível, pois quanto maior o
tempo de permanência nas caixas, maior será a desidratação. Essa desidratação poderá causar taxas de
mortalidade elevadas e reduzir o potencial de crescimento inicial.
As caixas, em hipótese alguma, devem ser empilhadas na área dos círculos, pois poderá causar um
superaquecimento acelerado além de causar asfixia nas aves.
Os pintinhos devem ser retirados das caixas rapidamente, porém com cuidado, e homogeneamente removidos
para a área dos círculos. Uma parcela dos pintinhos deve ser pesada, a fim de que se obtenham dados a respeito
do peso médio e uniformidade do lote. As caixas vazias devem ser rapidamente retiradas do aviário.
Deve haver um tempo de adaptação para os pintinhos que varia de 1-2 horas, certificando-se que nessa fase de
adaptação eles tenham acesso fácil à ração e à água, lembrando-se de fazer todos os ajustes necessários nos
equipamentos, principalmente a temperatura, para que as condições sejam ótimas.
A partir dos 2-3 dias, comedouros e bebedouros existentes devem ser reposicionados, e ajustados com a
introdução de outros adicionais, bem como aumentada toda a área de iluminação.
Manejo de círculos: Existem dois sistemas básicos para aquecimento na criação de frangos:
* Campânulas;
* Aquecimento do galpão inteiro.
Campânulas: Nesse sistema é fornecido um gradiente de temperatura.
O calor provém de campânulas convencionais, sendo que as aves devem ser restritas aos círculos, que estão
iluminados, sendo que o restante do aviário deve permanecer no escuro ou na penumbra.
A seguir, as temperaturas da área de aquecimento:
Galpão inteiro
Idade
Temp ºC
(dias)
Área de aquecimento
Idade (dias)
Embaixo A
2m
Galpão C
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1
3
6
9
12
15
18
21
24
27
B
27
26
25
25
25
24
24
23
22
21
25
24
23
23
22
22
22
22
21
21
29
28
27
26
25
24
23
22
21
21
30
28
28
27
26
25
24
23
22
21
Tabela 2: Temperaturas de cria
O comportamento dos pintos é um indicativo satisfatório e adequado da campânula. Os pintos devem estar
homogeneamente espalhados dentro do círculo de proteção.
Aquecimento do galpão inteiro: nesse sistema não é fornecido um gradiente de temperatura, sendo que se pode
fazer uso de campânulas nesse sistema. O aviário pode ser aquecido por meio de sistema direto ou indireto.
Geralmente o sistema direto utiliza gás ou óleo para empurrar ar quente dentro do aviário por um ou mais pontos.
As temperaturas recomendadas se encontram na tabela 2.
Os pintos devem estar homogeneamente distribuídos dentro do círculo de proteção, sendo que se pode fazer uso
de ventiladores internos para melhorar a qualidade do ar, a temperatura e a umidade relativa. O monitoramento e
controle da temperatura ambiental e umidade relativa são de suma importância quando se faz uso do sistema de
aquecimento do galpão inteiro.
Círculos ou barreiras poderão ser usados para ajudar no movimento inicial dos pintinhos. Esta área de círculos
deverá ser gradualmente ampliada a partir dos 3 dias de idade e finalmente removida de 5 a 7 dias, de maneira
que os pintos tenham livre acesso a todos os bebedouros e comedouros do aviário.
Manejo geral: A temperatura deve ser medida ao nível dos pintinhos. A qualidade do ar é muito importante
durante o período de cria. O objetivo da ventilação durante este período é a manutenção da temperatura em níveis
corretos e também permitir suficiente movimentação do ar para evitar qualquer aumento potencialmente
prejudicial de dióxido de carbono, monóxido de carbono ou amônia. O uso de ventiladores ou sistema de circulação
interna auxiliará na otimização da qualidade do ar ao nível dos pintinhos.
A umidade relativa deve permanecer em torno de 50-70%, condição apropriada para manter uma boa qualidade de
cama sem que se torne muito seca ou empoeirada. Durante os 10 primeiros dias de cria, a umidade relativa deve
permanecer em torno de 65-70%, o que ajudará a prevenir a desidratação das mucosas dos pintos, bm como
reduzir os riscos de doenças cardíaca e pulmonar no futuro.
Durante a recria, temperaturas <20ºC provocarão um aumento de apetite nas aves, no sentido de incrementar o
aquecimento corpóreo sem o correspondente ganho de peso, levando a piores resultados de conversão alimentar,
além de um dispêndio financeiro desnecessário em ração.
Iluminação: o sistema de iluminação na criação de frangos, é o sistema de iluminação contínua, que tem por
finalidade maximizar o ganho de peso diário.
Este programa consiste basicamente de um longo e contínuo período de luz, seguido de um curto período sem luz
(p. ex. 1/2 - 1 hora) para acostumar as aves ao escuro numa eventual falta de energia. A tabela 3 mostra um
exemplo típico de programa.
Idade (dias)
Fotoperíodo (horas)
0–7
24
7 – 21
23 luz, 1 escuro
21 – ao abate
23 luz, 1 escuro
Tabela 3: Intensidade e duração do período de luz.
Uma alta intensidade luminosa (>20 lux) é necessária no período inicial de cria para assegurar que os pintinhos
encontrem a ração e os bebedouros.
A fonte de luz pode ser de lâmpadas incandescentes ou fluorescentes, sendo que pesquisas indicam que não há
diferença significativa entre as duas fontes de luz. Lâmpadas fluorescentes são mais econômicas após os custos de
instalação terem sido cobertos.
NUTRIÇÃO
Objetivos: suprir uma variedade de dietas balanceadas, as quais atendam as necessidades nutricionais do lote de
frangos em todas as fases de seu desenvolvimento e produção, otimizando crescimento, eficiência e lucratividade
sem comprometimento do bem-estar.
Introdução: a ração representa a maior parte do custo total de produção do frango. Por esta razão, é de suma
importância a qualidade e o balanceamento da ração.
As rações de frangos são extremamente balanceadas, em termos de proteína, vitamina, energia, minerais e
aminoácidos essenciais, garantindo o bom desempenho dos animais. Deve-se lembrar que outros fatores como
densidade de alojamento, estado sanitário e genética das aves, podem ter efeito negativo no ganho de peso e
conversão alimentar.
As exigências de produto final variam de país para país. Especificações de rações econômicas dependerão da
estrutura do mercado, valor do produto e variações locais da disponibilidade de matérias-primas. Poderá também
existir a preferência local de pigmentação da carcaça.
Serão abordadas as especificações de ração para frangos não sexados pesando em torno de 1,6-2,5 Kg, para
machos pesados com 3Kg ou mais, para um programa inicial lento e para criação por sexos separados.
Matérias-primas: os valores nutricionais das matérias-primas poderão variar de acordo com os métodos de
processamento, condições climáticas locais, estação do ano, entre outros. A matriz da formulação da ração deverá
ser adequada ao local, acompanhada por uma rotina de análise química e exame de contaminação (p. ex.
salmonela, micotoxinas) de todas as matérias-primas.
A variedade de matérias-primas oferecida para formulação de mínimo custo deve ser adequada aos frangos.
Limites de formulação devem ser impostos aos ingredientes que trazem problemas quando usados em excesso (p.
ex. farelo de mandioca, soja com baixo nível protéico, farelo de algodão, etc). O uso de enzimas poderá permitir a
inclusão de matérias-primas então inadequadas, como p. ex. a beta-glucanase, que permite uma maior proporção
de cevada sem problemas conseqüentes de cama.
Matérias-primas ou ingredientes de origem vegetal podem estar sujeitos a contaminação fúgica se armazenadas
sob condições de temperatura e umidade elevadas. Isto levará à produção de micotoxinas que, dependendo do
grau de contaminação, poderá resultar numa redução do ganho de peso e conversão alimentar, prejudicando a
condição da cama que por sua vez resulta num aumento da depreciação da carcaça. A ração também é suscetível à
contaminação se armazenada em condições adversas. É aconselhável adicionar à ração pronta ácidos orgânicos,
para impedir o desenvolvimento de fungos e a produção de micotoxinas. É aconselhável consultar as
recomendações dos fabricantes com respeito à quantidade a ser adicionada, pois problemas de palatabilidade
poderão ocorrer se estas forem muito elevadas. Estes tratamentos, associados com adequadas condições de
armazenamento, irão minimizar os efeitos da contaminação por micotoxinas.
Ingredientes de proteína animal quando armazenadas sob condições inadequadas estão sujeitos a variações de
qualidade, como p. ex. rancificação oxidativa das gorduras, que resulta na formação de aldeídos e cetonas. Isto
reduz consideravelmente os valores de energia da gordura.
Farelos de soja de baixo nível protéico podem conter níveis elevados de potássio, o que pode levar a diarréia, má
qualidade da cama e subseqüente depreciação das carcaças. O uso excessivo de farinha de carne e ossos, com
elevada concentração de gorduras saturadas, criará uma cama de má qualidade e gordurosa. A adição de farelo de
soja integral ou óleo de soja à dieta tem efeitos benéficos, pois melhora a digestibilidade de gorduras saturadas.
Fontes de gordura: as gorduras adicionadas à ração são de origem tanto animal quanto vegetal. Gorduras de
origem animal, como sebo, contém neveis elevados de ácidos graxos saturados, que são menos digestíveis,
principalmente para o sistema digestivo imaturo dos pintinhos. Eles poderão levar a problemas de cama e elevada
depreciação da carcaça. Em rações iniciais e de crescimento, é aconselhável o uso de combinações de gorduras
contendo alto índice de ácidos graxos insaturados, como por exemplo:
60% óleo de soja;
20% mistura de óleos leves;
20% sebo.
Na ração final, o uso deste tipo de combinação não é adequado, pois os altos níveis de gorduras não-saturadas
terão efeito negativo sobre a qualidade da gordura da carcaça e sobre a estocagem da mesma. Misturas de
gorduras usadas na ração final devem conter taxas elevadas de gorduras "duras":
30% óleo de soja;
20% óleo de palmeira;
50% sebo.
Peletização: geralmente, o crescimento e a taxa de conversão alimentar são melhores se a ração for peletizada.
(A ração inicial deve ser triturada ou farelada.) Existem evidências que o efeito do "cozimento" aumenta a
disponibilidade dos nutrientes e diminui significativamente a contaminação microbiana. O uso de um extrusor na
ração pode dar benefícios similares, embora tende a ser maior o desperdício de alimento. Ambos processos deve
ser executados com cuidado e temperaturas extremas devem ser evitadas para não causarem degradação de
proteínas e vitaminas.
Com o objetivo de auxiliar na peletização, 0,5-1,0% de gordura pode ser incluída na ração, o que auxiliará a
lubrificação da prensa. Gordura extra pode ser pulverizada sobre o pélete pronto, para atingir valores mais altos de
energia, sem redução da resistência e durabilidade do pélete.
Se a peletização da ração for difícil, substâncias ligantes (hemicelulose, bentonita, goma arábica) podem ser
utilizadas para melhorar a qualidade pélete, em níveis de até 2,5% da ração.
Antes da ração farelada ser introduzida na prensa, ela deve ser aquecida a 85-90ºC por 20 segundos. Ao sair da
prensa, os péletes devem ser resfriados rapidamente por ar frio até atingir 10ºC abaixo da temperatura ambiente,
dentro de 15 minutos. Esse processo reduzirá a degradação de vitaminas e aminoácidos por superaquecimento,
embora não ofereça garantias de imunidade contra a contaminação bacteriana.
A textura da ração e o tamanho do pélete são importantes se quisermos obter o máximo potencial de crescimento.
Recomendam-se as seguintes formas de ração e tamanhos de péletes:
0 – 10 dias
11 – 28 dias
28 dias até o abate
Tabela 1: formas
Ração triturada não peneirada
Péletes de 2-3 mm de diâmetro
Péletes de 3 mm de diâmetro
de ração e tamanhos de péletes.
Especificação da ração para frangos: os mercados, no mundo inteiro, diferem em suas exigências pelo produto
final. As especificações da ração variam, dependendo do produto final, e conseqüentemente uma série de rações
de frangos é necessária para atender esses diferentes demandas de mercado. Alguns fatores que influenciam na
formulação são:
*
*
*
*
*
*
Disponibilidade e preço de matérias-primas;
Peso ao abate;
Idade ao abate;
Rendimento e qualidade da carcaça;
Pigmentação da pele;
Criação em sexos separados.
Especificações de rações são apresentadas nas Tabelas 2, 3 4 e 5 para demonstrar essas necessidades.
Nutrientes
Proteína Bruta (%)
Energia Metabolizável (Kcal/Kg)
Gordura (%)
Lisina (%)
Metionina (%)
Metionina + Cistina (%)
Treonina (%)
Triptofano (%)
Cálcio (%)
Fósforo disponível (%)
Sódio (%)
Cloro (%)
Ácido Linoleico (%)
Consumo (Kg/1000 aves)
Período de alimentação (dias)
Tabela 2: níveis nutricionais para
Inicial
Crescimento
Final
22 – 24
21 – 23
19 – 21
3010
3175
3225
4–7
4–9
4–9
1,36
1,3
1,13
0,53
0,52
0,47
0,98
0,94
0,85
0,91
0,87
0,82
0,23
0,21
0,19
0,95
0,9
0,85
0,5
0,48
0,44
0,16 – 0,20
0,16 – 0,20
0,16 – 0,20
0,15 – 0,22
0,15 – 0,22
0,15 – 0,22
1,25
1,2
1
250
1300
–
0 – 10
11 – 24
25 – até o abate
frangos não sexados com 1,6 - 2,5 Kg de peso vivo.
Pontos principais:
•
Todos os aminoácidos são totais, e não valores disponíveis.
* Uma dieta de retirada deve ser oferecida para acompanhar as necessidades locais para o tempo de
retirada de drogas.
* As formulações devem atender os requerimentos de aminoácidos dentro da variação de proteína bruta
estabelecida.
* Uma referência foi dada à seguinte publicação científica no estabelecimento dos níveis relativos de
aminoácidos essências. Baker, D.H.; Yan, Y. Ideal amino acid profile for chicks during the first 3 weeks
posthaching. Poultry Science, v. 73, p. 1441-1447, 1994.
* Os níveis de cloro devem ser controlados para evitar excessos, que podem resultar em discondroblastia
tibial.
* Atenção especial deve ser dada às regulamentações locais com relação aos limites de formulação, os
quais podem ser impostos.
Nutrientes
Proteína Bruta (%)
Energia Metabolizável (Kcal/Kg)
Gordura (%)
Lisina (%)
Metionina (%)
Metionina + Cistina (%)
Treonina (%)
Triptofano (%)
Cálcio (%)
Fósforo disponível (%)
Sódio (%)
Cloro (%)
Ácido Linoleico (%)
Consumo (Kg/1000 aves)
Inicial
20 – 21
3010
4–7
1,3
0,5
0,94
0,87
0,21
0,95
0,5
0,16 – 0,20
0,15 – 0,22
1,25
250
Crescimento
20 – 21
3150
4–9
1,1
0,5
0,92
0,74
0,21
0,9
0,48
0,16 – 0,20
0,15 – 0,22
1,3
1300
Final 1
19 – 20
3200
4–9
1,15
0,52
0,86
0,84
0,2
0,85
0,44
0,16 – 0,20
0,15 – 0,22
1,2
1500
Final 2
18 – 19
3150
4–7
1,05
0,5
0,86
0,77
0,19
0,85
0,44
0,16 – 0,20
0,15 – 0,22
1
–
43 – até
Período de alimentação (dias)
0 – 10
11 – 24
25 – 42
abate
Tabela 3: níveis nutricionais para machos pesados com 3,0 Kg ou mais de peso vivo.
o
Pontos principais:
* Todos os aminoácidos são totais, e não valores disponíveis.
* Uma dieta de retirada deve ser oferecida para acompanhar as necessidades locais para o tempo de retirada de
drogas.
* As formulações devem atender os requerimentos de aminoácidos dentro da variação de proteína bruta
estabelecida.
* Uma referência foi dada à seguinte publicação científica no estabelecimento dos níveis relativos de aminoácidos
essências. Baker, D.H.; Yan, Y. Ideal amino acid profile for chicks during the first 3 weeks posthaching. Poultry
Science, v. 73, p. 1441-1447, 1994.
* Os níveis de cloro devem ser controlados para evitar excessos, que podem resultar em discondroblastia tibial.
* Atenção especial deve ser dada às regulamentações locais com relação aos limites de formulação, os quais
podem ser impostos.
* As aves devem ser recriadas utilizando um programa de controle de luminosidade para otimizar a resistência do
esqueleto e viabilidade.
Nutrientes
Inicial
Proteína Bruta (%)
19 – 20
Energia Metabolizável (Kcal/Kg)
3000
Gordura (%)
4–7
Lisina (%)
1
Metionina (%)
0,42
Metionina + Cistina (%)
0,72
Treonina (%)
0,67
Triptofano (%)
0,17
Cálcio (%)
0,95
Fósforo disponível (%)
0,5
Sódio (%)
0,16 – 0,20
Cloro (%)
0,15 – 0,22
Ácido Linoleico (%)
1,25
Consumo (Kg/1000 aves)
750
Período de alimentação (dias)
0 – 14
Tabela 4: níveis nutricionais para programa inicial
Crescimento
20 – 21
3150
4–9
1,1
0,5
0,92
0,76
0,21
0,9
0,48
0,16 – 0,20
0,15 – 0,22
1,3
1300
15 – 28
lento, utilizado sob
Final 1
Final 2
19 – 20
18 – 19
3200
3150
4–9
4–7
1,15
1,05
0,52
0,5
0,86
0,86
0,84
0,77
0,2
0,19
0,85
0,85
0,44
0,44
0,16 – 0,20
0,16 – 0,20
0,15 – 0,22
0,15 – 0,22
1,2
1
1500
–
19 – 42
43 – até o abate
condições ambientais de estresse.
Pontos principais:
* Todos os aminoácidos são totais, e não valores disponíveis.
* Uma dieta de retirada deve ser oferecida para acompanhar as necessidades locais para o tempo de retirada de
drogas.
* As aves devem ser recriadas utilizando um programa de controle de luminosidade para otimizar a viabilidade.
* Um programa inicial lento pode trazer benefícios significativos quando desordens metabólicas, como problemas
de pulmão e ascite, forem identificadas. O benefício principal está numa melhor viabilidade, que, combinada com
baixa mortalidade, melhorará sensivelmente o rendimento de carne do produto final. Desordens metabólicas
tendem a ocorrer em altitudes elevadas ou onde existe uma alta variação diurna de temperatura. Problemas
respiratórios crônicos, que prejudicam o funcionamento pulmonar, podem também provocar ascite. Onde
desordens metabólicas não são um problema, um programa inicial lento pode levar a uma redução no ganho de
peso e a melhora da taxa de conversão alimentar (FCR) e conseqüentemente a melhora de rentabilidade.
Nutrientes
Proteína Bruta (%)
Energia
Metabolizável
(Kcal/Kg)
Gordura (%)
Lisina (%)
Metionina (%)
Metionina + Cistina (%)
Treonina (%)
Triptofano (%)
Cálcio (%)
Fósforo disponível (%)
Sódio (%)
Cloro (%)
Ácido Linoleico (%)
Consumo (Kg/1000 aves)
Inicial
M
23
F
23
Crescimento
M
F
21
20
Final
M
19
F
18
3010
3010
3175
3130
3225
3180
4-7
1,36
0,53
0,98
0,91
0,23
0,95
0,5
0,16-0,20
0,15-0,22
1,25
250
4-7
1,36
0,63
0,98
0,91
0,23
0,95
0,5
0,16-0,20
0,15-0,22
1,25
250
4-7
1,3
0,52
0,94
0,87
0,21
0,9
0,48
0,16-0,20
0,15-0,22
1,2
1300
4-7
1,24
0,5
0,9
0,83
0,2
0,9
0,46
0,16-0,20
0,15-0,22
1,2
1300
4-7
4-7
1,13
1,07
0,47
0,44
0,85
0,8
0,82
0,77
0,19
0,18
0,85
0,8
0,44
0,42
0,16-0,20
0,16-0,20
0,15-0,22
0,15-0,22
1
1
–
–
24-26
até
o
abate
Período de alimentação (dias)
0-10
0-10
11-24
11-26
24-26 até o abate
Tabela 5: engorda separada por sexo - ração para machos e fêmeas.
Pontos principais:
* Todos os aminoácidos são totais, e não valores disponíveis.
* Uma dieta de retirada deve ser oferecida para acompanhar as necessidades locais para o tempo de retirada de
drogas.
* As formulações devem atender os requerimentos de aminoácidos dentro da variação de proteína bruta
estabelecida.
* Uma referência foi dada à seguinte publicação científica no estabelecimento dos níveis relativos de aminoácidos
essências. Baker, D.H.; Yan, Y. Ideal amino acid profile for chicks during the first 3 weeks posthaching. Poultry
Science, v. 73, p. 1441-1447, 1994.
* Os níveis de cloro devem ser controlados para evitar excessos, que podem resultar em discondroblastia tibial.
* Atenção especial deve ser dada às regulamentações locais com relação aos limites de formulação, os quais
podem ser impostos.
Se os machos estão sendo criados para um peso final elevado p. ex. > 3,0 Kg, devem ser usadas as especificações
nutricionais apresentadas na Tabela 3.
Dependendo das exigências do produto final, vários sistemas de manejo podem ser empregados quando a criação
é separada por sexo.
Por exemplo:
Fêmeas abatidas ao peso normal de mercado (1,5 - 2,0 Kg), e os machos, mais eficientes (2,5 Kg), usados para
um mercado que exige carcaça de maior peso.
Machos são abatidos primeiro e as fêmeas mantidas mais alguns dias até atingirem o mesmo peso vivo.
A maior vantagem da engorda separada por sexo é melhorar a uniformidade do produto que chega ao abatedouro.
Entretanto, deve ser notado que a uniformidade do produto fornecido ao abatedouro é também dependente do
padrão de manejo.
Premixes vitamínicos: são misturas de vitaminas em altas concentrações. É importante que sejam armazenadas
em locais frescos, secos e escuros, para reduzir o risco de oxidação. É também recomendado que um antioxidante
seja incorporado nesses premixes. É importante manter um controle de estoque circulante desses premixes para
assegurar que não sejam usados sacos de premix com data vencida.
Vitaminas
Vitamina A u.i./Kg
Vitamina D3 u.i./Kg
Vitamina E u.i./Kg
Vitamina K mg/Kg
Tiamina (B1) mg/Kg
Riboflavina (B2) mg/Kg
Piridoxina (B6) mg/Kg
Niacina mg/Kg
Vitamina B12 mcg
Ácido pantotênico mg/Kg
Biotina mg/Kg
Colina mg/Kg
Ácido fólico mg/Kg
Tabela 6: níveis recomendados de
Inicial
Crescimento
Final
15000
12000
12000
5000
5000
4000
50
50
50
4
3
2
3
2
2
8
6
5
5
4
3
60
60
35
16
16
11
18
18
18
200
200
50
400
400
300
2
1,75
1,5
suplementação vitamínica adicionados como premix.
Pontos principais:
* A prática de suplementação vitamínica deve levar em consideração eventuais perdas entre a fabricação do
premix e da ração. Tempo, temperatura e condições de processamento são os fatores mais importantes. Premixes
combinados de minerais e vitaminas são mais susceptíveis a perdas.
* Altos níveis de vitamina E podem ser justificados em algumas circunstâncias.
Premixes Minerais:
Mineral (mg/Kg)
Inicial
Crescimento
Final
Manganês
100
100
100
Zinco
80
80
60
Ferro
80
80
80
Cobre
8
8
8
Iodo
1
1
1
Molibdênio
1
1
1
Selênio
0,15
0,15
0,1
Tabela 7: níveis recomendados de suplementação de minerais adicionados como premix.
MANEJO NO PRÉ ABATE
Objetivos
Manejar a fase final do processo de produção, de tal forma que os frangos sejam transferidos ao abatedouro em
condições ótimas, assegurando que requisitos do processamento sejam atendidos e que sejam mantidos os
padrões de bem-estar animal.
Manejo
Para melhorar a qualidade do produto no abatedouro, é essencial que determinadas ações sejam tomadas nas
granjas alguns dias antes dos frangos irem para o abate.
Quando se faz uso de crescimento modificado através da prática de programas de luz, é necessário que se retorne
às 23 horas de luz durante um período de pelo menos uma semana antes do abate.
Para evitar resíduos anticoccidiostáticos na carne, uma ração pré-abate ou de retirada deve ser fornecida cerca de
cinco dias antes do primeiro abate. O acesso à água deve ser livre, pelo maior tempo possível.
Durante o transporte, há grande contaminação bacteriana na carcaça através das fezes eliminadas, sujando penas
e pés. Também pode ocorrer a contaminação da carcaça pela perfuração do intestino durante a evisceração. A
contaminação por ambos caminhos pode ser limitada se retirada a alimentação nas últimas 8 a 10 horas anteriores
ao abate. Se o período de jejum for prolongado, inicia-se a passagem de água dos tecidos musculares para o trato
digestivo, aumentando o nível de contaminação e causando acentuada queda no rendimento da carcaça. O período
de jejum é diagnosticado com a presença de fezes líquidas durante a espera do abate.
Captura
Esta é a área de maior estresse para o frango. A operação de captura deve ser cuidadosamente planejada e
supervisionada de perto durante todos os estágios. O manuseio dos frangos ou maquinarias (ex: ceifeiras,
empilhadeiras, etc.) deve ser limitado a pessoal treinado, a fim de evitar “lutar” com as aves, minimizando
arranhões, hematomas, contusões ou outros machucados.
Deve-se reduzir a luz do aviário a um mínimo de intensidade que permita a captura segura e cuidadosa. Os
melhores resultados são alcançados quando se permite que as aves se acomodem depois que a iluminação for
diminuída e quando há o mínimo de perturbação.
Para neutralizar os efeitos da ventilação pela abertura das portas e remoção das aves, o uso de toldos é vantajoso
e o sistema de ventilação deve ser cuidadosamente ajustado.
Os frangos devem ser apanhados pelos pés e canelas, nunca pelas coxas. Para minimizar os prejuízos, danos e
lesões causados quando as aves se debatem, é recomendado que elas sejam seguras pelas costas, uma a uma, e
gentilmente acondicionadas nos engradados. Nunca apanhe os frangos pelas asas. Os engradados nunca devem
ser superlotados para evitar altas temperaturas.
O tempo de transporte deve estar dentro do padrão estipulado por legislação.
Abate
O abate deve ser bem planejado para fornecer carcaças de boa qualidade ao abatedouro. A fim de minimizar
prejuízos e reduzir a depreciação da carcaça, atenção especial deve ser dada às seguintes áreas:
Qualidade, profundidade e condições da cama.
Densidade de alojamento.
Métodos de captura e manuseio do frango.
Transporte e tempo de engradamento.
Intensidade de luz antes do abate.
É importante lembrar que a responsabilidade do criador não termina no momento em que as aves vivas são
entregues nos abatedouro, pois a eficiência do abate, sangramento, depenamento, etc., são fatores que dependem
do tratamento oferecido nos estágios anteriores.
CRIAÇÃO DE GALINHAS CAIPIRAS
Quando quisermos ter algumas galinhas soltas, é necessário que tenhamos um galinheiro, mesmo que seja rústico,
para abrigá-las durante a noite ou nos dias chuvosos. Esse galinheiro deve ser fechado com tela de arame e serve,
também, para prendermos as galinhas, todos os dias, pelo menos até as 10 ou 11 horas da manhã, para que a
maior parte delas bote os ovos dentro dos ninhos ai colocados. Quando isso não é feito, elas fazem seus próprios
ninhos no mato, sendo multas vezes, difíceis encontrá-los e, quando o fazemos, os ovos já estão velhos ou
estragados, a galinha os está chocando ou já com os pintinhos nascidos.
A coleta dos ovos deve ser feita todos os dias e neles deve ser escrita a data da postura. Quando uma galinha fica
choca, devemos preparar um ninho de palha, podendo a galinha chocar de 13 a 15 ovos, dependendo do seu
tamanho. A certa distância do ninho deve ser colocada, sempre, água e comida. A eclosão se realiza em 21 dias,
nascendo os pintinhos que devem ficar no ninho até que toda a ninhada haja nascido. Após, serão levados junto
com a galinha, para um galinheiro seco, de preferência com uma cama de palha, de sabugo de milho ou de
maravalha fina, onde são soltos. Sobre uma tábua, folha de jornal ou papel, colocamos um bebedouro e um pouco
de quirera de milho ou ração balanceada, para facilitar os pintinhos a ciscarem e a descobrirem a comida. Depois
de alguns dias, com o tempo bom, com sol, eles já podem ser soltos.
O problema da galinha caipira é que bota pouco mas, em compensação, os gastos com ela são multo pequenos.
Nem sempre, porém, podemos criar galinhas soltas, porque elas podem estragar hortas, jardins e outras
plantações, além de sujarem tudo por onde passam. Nesse caso, podemos adotar o método que se segue e já
adotado, com todo sucesso, para a produção de ovos e frangos para consumo.
Confinamento
Os resultados são bem melhores do que os obtidos com o método anterior. Podemos utilizar instalações simples,
práticas e funcionais e de baixo custo. Para atingirmos o nosso objetivo, ou seja, carne e ovo com fartura,
devemos ter, normalmente, 20 poedeiras com uma produção média de 14 a 18 ovos por dia que era suficiente
para o consumo da família e sobrava multo ovo.
INSTALAÇÕES
As instalações devem conter um pequeno galinheiro de alvenaria, com terreno inclinado, com o piso de cimento
20cm acima solo, situado em local bem seco e protegido por valetas para evitar infiltrações em seu interior. As
duas cabeceiras e uma parede lateral deve ser fechada até ao telhado e a outra lateral com a metade de cima de
tela de arame.
O telhado pode ser de uma água para maior economia de material e a porta fica em uma das cabeceiras. Na lateral
de tela deve haver uma cortina de plástico para proteger o galinheiro, dos ventos, das chuvas e do frio. Sobre o
piso uma cama de maravalha fina, mas que poderia ser de sabugo picado de milho ou outro material absorvente.
Deve ser protegido dos ventos dominantes na região e com a frente ou parte aberta para o nascente, para que
nele penetrasse o sol da manhã.
Essas regras não são rígidas e podemos construir o galinheiro com outros materiais e outras técnicas como telhas
de fibrocimento, terra batida; telas em mais de uma parede (desde que haja cortinas para cobri-las quando
necessário).
A cobertura pode ser de uma ou de duas águas etc. Seu tamanho depende do abrigar. Pode, como já o
mencionamos, ser rústico, econômico, desde que preencha um mínimo de condições e de conforto para as aves.
Os quadrados exigem menos material e saem mais baratos. Nas regiões mais quentes, devem ser pintados de
branco, por fora, inclusive os telhados, para absorverem menos calor solar e ficarem mais frescos. Podemos adotar
um método misto, da seguinte maneira. Compramos lotes de 50 pintos de 1 dia, de raça para postura e os
colocamos no galinheiro, sobre a cama, como já mencionamos anteriormente.
Quando as frangas chegaram à época da postura, fazemos uma seleção rigorosa, escolhendo as 20 melhores e
colocamos em gaiolas individuais, penduradas em uma das laterais do galinheiro. Os frangos e as frangas não
selecionados continuaram no chão, sobre a cama, para serem abatidos quando necessário. Para que eles não
ficassem debaixo das gaiolas e se sujassem com as fezes delas caídas, nos as isolamos com uma tela de arame.
Dessa maneira, o aproveitamento do galinheiro é bem maior, com grande economia de espaço e de dinheiro. Com
a aquisição regular, nas épocas certas, as poedeiras eram descartadas após a primeira postura, dando lugar a
novas frangas, o que nos garantirá ovos e frangos durante todo o ano.
Sua capacidade por metro quadrado quando o confinamento é total, é de 20 pintos até 6 semanas, 10 pintos até
12 semanas, 4 ou 5 aves adultas das raças leves ou 3,5 das raças ou tipos pesados, não devendo ser
ultrapassados esses limites, para evitar aglomerações, sempre prejudiciais.
A cama é uma camada de 15 a 20cm de espessura, sobre o piso do galinheiro. Pode ser de maravalha fina ou
cepilho de madeira (fita de desempenadeira). O pó de serra ou a maravalha grossa não servem. Capim bem seco e
picado, sabugo de milho, picado, triturado ou mesmo inteiro, bagaço de cana bem seco e bem picado, palha de
arroz, casca de amendoim e areia (principalmente para marrecos) também podem ser usados como cama.
Suas vantagens são: possibilita a criação "no chão" sob ótimas condições; traz economia nos gastos com
instalações; reduz o trabalho e a mão-de-obra com serviços de limpeza, pois a cama pode permanecer durante
meses, desde que não fique úmida; não dá mau cheiro; evita o aparecimento de moscas; sobre ela podem ser
criadas aves de todas as idades, categorias ou produções; as aves podem viver sobre ela durante toda a sua vida
sem necessidade de serem transferidas para outras instalações; absorve a umidade das fezes, mantendo o piso
sempre seco, diminuindo o risco de doenças como a coccidiose, p.ex.; facilita o fornecimento de água e de ração,
porque permite o emprego de bebedouros e comedouros de diversos tipos e o manejo torna-se mais fácil e
econômico.
Além disso, depois de usada, serve de alimento para bovinos, suínos, peixes etc. ou pode ser usada como um
excelente adubo para lavouras hortas ou pomares. Quando notarmos que a cama está ficando úmida, devido ao
acúmulo de fezes, devemos revolvê-la e depois colocamos sobre ela, outra camada nova de 5 a 10cm de espessura
e do mesmo material. Essa operação pode ser repetida, sempre que necessário.
As gaiolas mais indicadas são as de arame galvanizado, penduradas ou colocadas em baterias de 1 ou mais
andares. Podem ser individuais; para 2 aves (duplas) ou então coletivas, para 20 a 40 cabeças. As gaiolas
individuais são as mais indicadas porque facilitam o descarte; aumentam o aproveitamento da ração; concorre
para a produção de ovos maiores; reduzem o canibalismo; diminuem a competição social; reduzem o
aparecimento de parasitas internos; possibilita maior aproveitamento das instalações, pela substituição das aves
mortas ou descartadas etc. . Podem ser instaladas dentro de galinheiros, galpões ou coberturas rústicas, sem ser
paredes, sendo a proteção feita por cortinas de plásticos ou cercas vivas próximas, servindo de quebra-vento. São
utilizadas para as poedeiras, sendo dispensados os ninhos, pois elas põem sobre os pisos das gaiolas e os ovos
rolam para um anteparo, de onde são recolhidos. Essas gaiolas possuem acoplados, os comedouros e bebedouros.
Criação sobre a cama: No galinheiro com cama, devemos colocar os comedouros de preferência circulares e de
abas "automático" e os bebedouros de calha com água corrente, em número e tamanho de acordo com as aves
existentes e o seu número, pois esses acessórios podem ser especiais para pintos, frangos ou aves adultas.
Aquecimento: Os pintinhos podem ser levados diretamente para o galinheiro e colocados logo sobre a cama,
desde que lia campânula ou uma lâmpada de raios infravermelhos para aquece-los e os comedouros e bebedouros
já abastecidos. No primeiro dia podemos forrar a cama com folhas de jornal e, sobre ela, espalhar um punhado de
ração para que os pintinhos comecem a comer o seu primeiro alimento. No 2º ou 3º dia, o jornal já pode ser
retirado e a ração colocada somente nos comedouros. Para que os pintinhos não fiquem longe da fonte de calor,
sintam frio e possam até morrer, devemos fazer uma "cerca" papelão ou de madeira em volta e a certa distância
da fonte de calor. À medida que os pintinhos vão crescendo e empenando a cerca vai sendo afastada até ser
retirada, ficando as livres para andar por todo o galinheiro. As melhores campânulas são as elétricas, mas podem
ser a gás, biogás e mesmo a carvão, estas últimas com o perigo de intoxicarem os pintos, se sua chaminé não
funcionar direito.
Comedouros: deve proporcionar um espaço linear de 2,5cm para aves até 2 semanas; 4,5cm para as de até 6
semanas: de 7,5cm para as aves de 12 semanas em diante e de 15cm para as poedeiras . São necessários
comedouros com espaço suficiente para todas as aves, para evitar a competição pela comida.
Bebedouros: os mais indicados são os tipos "calha", devendo ter 2,5cm lineares por cabeça. Além disso, devem
ficar sobre estrados, para que a água respingada ou derramada não caia sobre a cama, formando uma zona úmida,
propiciando desenvolvimento de bactérias e parasitas como os da coccidiose.
Poleiros: quando o galinheiro é rústico, mais usado para as aves se abrigarem durante a noite, sendo soltas
durante o dia, é aconselhável que coloquemos poleiros para que elas neles se acomodem. São peças de madeira
de 5cm x 4cm e de comprimento variável. Suas maiores vantagens são evitar que as aves se aglomerem durante a
noite e permitir maior circulação de ar entre elas, o que é muito benéfico, principalmente nos climas quentes e no
verão. Devemos, no entanto, seguir algumas regras, entre as quais: colocar todos os poleiros no mesmo nível e no
máximo a 60cm de altura do solo; calcular 15 a 18cm lineares de poleiro para cada ave; fixá-los com um espaço
de 35 a 40cm entre eles; coloca-los sobre armações de tela de arame ou mesmo ripados, para evitar que as aves,
passando debaixo deles, entrem em contacto dreto com as fezes e a umidade, o que lhes é prejudicial.
Ninhos: são simples caixotes com um pouco de palha e colocados dentro dos galinheiros ou abrigos. Podem medir
30cmx30cm. A proporção deve ser de 1 ninho para 4 ou 5 galinhas. Seleção de frangas: para isso, devemos
escolher as maiores, mais bem conformadas e as que tenham as canelas, bico e pele bem amarelos, pois isso
significa que são precoces e que irão entrar em produção, mais cedo. Quando próximas do início da postura, suas
cristas e barbelas ficam de cor vermelho vivo e brilhante, grandes, macias, elásticas e quentes. Um mês depois de
iniciada a postura, devemos descartar as frangas que não estiverem botando ou cuja postura for multo baixa. No
caso de quesermos galinhas caipiras e, com elas, produzir os pintos e ainda carne e ovos podemos, com 50
galinhas e 2 galos, produzir, em 1 ano, 250 dúzias de ovos, sendo 170 para consumo e 240 frangos, ou seja.
450kg de carne. Para isso, devemos ter um cercado, mesmo que com cercas rústicas, com uma área de 1.300m2.
Também a alimentação pode ser obtida no sitio, constando de milho e outros cereais, abóbora, mandioca, restos
de hortaliças, etc. (Acarpa/Emater).
Galo de raça pura: quando quisermos fazer uma criação de galinhas "tipo caipira", podemos fazê-lo com galinhas
e galos "caipiras", isto é, galinhas comuns, sem raça definida, mas com as vantagens de serem muito resistentes,
embora produzindo poucos ovos por ano, mas praticamente "de graça", pois não exigem quase nenhuma despesa,
exceto um punhado de milho pela manhã. Para aproveitarmos essas vantagens e a rusticidade da galinha caipira,
mas aumentarmos a produção de ovos da criação e uma certa melhoria na qualidade da carne e no tamanho dos
frangos, basta substituirmos os galos caipiras por galos de raças puras como, por exemplo, a Rhodes Island red
(rodes vermelha) a New-Hampshire, a Plimouth barred (carijó), a Light Sussex e outras, pois os pintos nascidos
serão 1/2 sangue da raça empregada como melhoradora, sendo mais resistentes e produtivos seus pais, pois terão
o chamado "vigor híbrido", que aparece nos híbridos e mestiços de 1ª geração.
Criação de raças puras: podemos criar, no terreiro, à solta ou em cercados, galinhas e galos puros das raças
mencionadas anteriormente. Além de serem rústicas, sua produção de ovos, mesmo das citadas raças, que são
mistas para ovos e carne, é bem maior do que a das caipiras, sua postura começa mais cedo e os frangos são
maiores, mais precoces e de melhor carne. Além disso o criador poderá vender ovos para incubação, por um preço
maior do que o das galinhas comuns, bem como frangas, e galos para quem quiser criar essas raças.. Quando
desejarmos somente mais ovos, não nos importando com a produção de frangos, podemos usar as leghorn branca
ou leghorn perdiz ou a minorca.
GALINHA D’ANGOLA
SANIDADE
Limpeza e higiene são essenciais para a boa saúde das aves. Por isso, a cada seis meses é necessário fazer uma
boa limpeza nos galpões, rastelando toda a área. Além disso, o produtor deve fornecer diariamente água limpa e
comida aos animais. Esse tipo de ave é muito resistente às doenças, no entanto, é importante manter a vacinação
em dia e consultar sempre um veterinário.
GENERALIDADES
Uma ave que possui custos baixos no mercado, e de fácil manejo e muito interessante. É criada com êxito para o
comercio de aves ornamentais. Um casal custa em media R$ 40,00. No entanto, são muito barulhentas e suas
instalações devem ser localizadas em áreas distantes de outras criações que exijam silêncio.
No Brasil, a galinha d'Angola tornou se popular e tem sido criada há muito tempo pelo sabor de sua carne, que
muitos consideram melhor que a da galinha. Porém, sua criação para fins ornamentais ainda é uma novidade e
vem sendo testada e aprovada em algumas propriedades.
Da ordem dos galliformes, esta ave se adaptou muito bem ao clima do país é consideradas ótima no controle
biológico devido ao costume de se alimentar de formigas, lagartas, cobras e insetos.
Originaria da África, a galinha d'Angola é dividida em três espécies: a branca, a cinza-azulada e a pintada, muito
comum em criações populares destinadas ao corte. Esta espécie não é recomendada para criações ornamentais,
pois não possui raça pura e é rejeitada no comércio.
Suas características físicas variam de acordo com a raça. Elas possuem uma parte óssea junto à cabeça, conhecida
popularmente como chifres. Algumas apresentam ornamentas de penas alongadas no peito. A espora está
presente nos machos adultos. Possuem bicos curtos e fortes, próprios para ciscar
INICIANDO A CRIAÇÃO
A galinha d'Angola é unia ave muito barulhenta, portanto o criador deve escolher um local apropriado para as
instalações, onde não haja outras criações que estressam facilmente com barulho. O primeiro passo para criar esta
espécie é a escolha das raças a serem exploradas. Se o produtor escolher mais de um tipo de raça, deve separálas em viveiros diferentes para que não haja cruzamento das espécies, prejudicando assim a qualidade do plantel.
Como a ave gosta muito de viver em grupos e de correr, o viveiro deve ser grande, medindo 5X3 metros, o
suficiente para abrigar dez animais, am média. Nele, devem ser feitos um abrigo com telhas de amianto para
proteger as galinhas do sol e das chuvas.
Para cercar o viveiro, utilize tela plastificada com, no mínimo, dois metros de altura. Essas telas são necessárias
porque, quando se sentem ameaçadas, as aves costumam se lançar contra elas. Portanto, além de evitar que se
machuquem, protege contra a ação de predadores. Nas instalações, o chão pode ser de terra, de preferência em
locais onde haja minhocas, insetos, grama e até capim para que possam ciscar.
REPRODUÇÃO
Na época de acasalamento, utilize a proporção de um macho para três fêmeas. A galinha tem uma boa postura,
que começa aos seis meses de vida e termina com um ano e meio de idade, chegando a botar oitenta ovos por
ano. Mas é preciso que haja muita atenção do criador, pois a Angola é péssima chocadeira. Por isso, o sistema
extensivo não é recomendável para sua criação porque costumam vingar apenas os ovos que estão em cima do
ninho.
Você sabia: a galinha d'angola, chamada cientificamente de Numida melagris galeata, é parente dos faisões. Gosta
de viver em grupos e é muito barulhente. Quando se sente ameaçada, apresenta uma característica marcante e
diferente de outras aves: prefere correr a voar.
Para que não haja perda, o criador deve recolher os ovos diariamente e utilizar chocadeiras e incubadoras
artificiais. O tempo de incubação fira em torno de 28 dias. Ao nascerem, os filhotes devem ser colocados em
viveiros de crescimento com temperatura regulada por aquecedor.
ALIMENTAÇÃO
As galinhas d'angola são ótimas para limpar quintais cheios de mato. Seus hábitos alimentares são muitos
interessantes e vão desde grãos, gramados e verduras até insetos, formigas e cobras. Após 48 horas de vida, os
filhotes devem receber ração para pintinhos, passando para a ração de crescimento ao completarem dois meses de
idade. A partir do terceiro mês, já pode ser oferecida a ração de engorda e postura. Além disso, o produtor deve
deixar as aves à vontade.
CODORNAS
GENERALIDADES
ORIGEM DAS CODORNAS
A codorna pertence a ordem das Galináceas, família das Faisánidas, subfamilia dos perdicinae e do gênero
Coturnix, existindo grandes quantidades de espécies, as mais conhecida e difundida é a Coturnix Coturnix,
conhecida como codorna européia ou selvagem. Com a introdução desta ave no Japão e, através de cruzamentos,
surgiu então a subespécie Coturnix Coturnix Japonica, conhecida como codorna japonesa ou doméstica.
O que diferencia a codorna européia da codorna japonesa é o peso quando na fase adulta, sendo a primeira a mais
indicada para corte devido ao seu maior peso (170g aproximadamente), enquanto que a codorna japonesa atinge
pesos menores na fase adulta (150g), fato compensado por sua alta postura de ovos. Ainda há a codorna
americana, chamada de Bob White, esta juntamente com a européia são as codornas mais indicadas para a
produção de carne, o que se deve ao seu maior peso.
De maneira geral, as codornas apresentam grande produção de ovos, precocidade sexual, fácil manuseio, carne
considerada exótica.
No Brasil as codornas foram introduzidas pelos imigrantes, principalmente os europeus e os japoneses, estes
últimos que ainda são os principais responsáveis pela produção nacional.
CARACTERÍSTICAS DAS CODORNAS
A cabeça possui grande mobilidade porque o pescoço, curto, permite uma rotação quase que completa. Os ossos
são frágeis. O tronco é redondo e resistente, mal desenvolvido nas fêmeas.
Quando adulta, a ave mede de 11 a 13 centímetros de altura. As penas têm tonalidade cinzento-acastanhada e
castanho esbranquiçada. Pela coloração das penas peitorais é possível definir o sexo da ave: o macho apresenta
coloração relativamente uniforme, e a fêmea é ligeiramente branca, com pintas pretas no peito, esta diferenciação
pode ser observada após 14 dias de vida, quando as aves já apresentarem as penas do peito.Outra característica
de diferenciação é peso maior das fêmeas em relação aos machos, isso ocorre devido ao elevado peso do aparelho
reprodutivo das fêmeas, muito desenvolvido, podendo representar 10% do seu peso vivo. As codornas ainda
apresentam as seguintes características:
-
Crescimento rápido - em poucas semanas atinge peso adulto.
-
Precocidade sexual - decorrente de seu rápido crescimento, a codorna atinge a mturidade sexual com
aproximadamente 40 dias de vida, ou seja inicia a fase de postura com idade precoce, o que é vantajoso
econômicamente.
-
Alta postura – para fins comerciais recomenda – se uma vida útil para as codornas de 1 ano. Dentre
deste período, a produção de ovos pode chegar a valores superiores a 300 ovos/ave, quando bem
manejadas e alojadas.
-
Alta rusticidade – são consideradas aves de boa resistência a uma grande diversidade de doenças,
porém em caso de criações comerciais, devido ao grande número de animais alojados num mesmo local, a
possibilidade de propagação de doenças é muito grande, por isso deve – se realizar adequadamente as
medidas profiláticas, que devem conter: vacinações, higienização, fornecimento de alimentos e água de
boa procedência.
-
Baixo consumo alimentar - visto que um animal adulto consome em média de 23 a 25 gramas de
ração por dia.
INSTALAÇÕES
Cada codorna, macho ou fêmea, deve ser mantida em uma gaiola individual de 20x15cm e 13cm de altura, com
piso de tela de arame com malha de 1cm para deixar passar os excrementos. Nas gaiolas das fêmeas, o piso deve
ter uma inclinação de 2cm e medir mais 8cm do que o comprimento da gaiola, para servir de coletor de ovos.
Essas gaiolas são construídas formando conjuntos. Uma bateria comum, ocupando um espaço de 1m x 65m aloja
84 codornas. O local em que são mantidas deve ser iluminado durante toda à noite, para que elas se alimentem
durante esse período, se desenvolvam melhor e aumentem a produção.
CRIAÇÃO DOMÉSTICA
Um cômodo de 4m x 4m e com boa ventilação é o suficiente para este objetivo, que pode ser iniciada com 6 casais
e que, depois de 4 meses, já produz de 100 a 150 codornas, consumo. As instalações constam, portanto, de
baterias para os reprodutores e para postura, incubadora, criadeira para os tu e baterias para a engorda.
MANEJO REPRODUTIVO
ACASALAMENTO E POSTURA
Quando atingem 45 dias de idade e já são adultas, são escolhidos os melhores machos e fêmeas para a postura.
Os acasalamentos devem ser realizados diariamente. Para isso, levamos o macho à gaiola da fêmea e os deixamos
lá, no máximo durante 10 minutos, para evitar que se "esgotem", pois fariam diversos acasalamentos. As baterias
devem ficar em quartos ou galpões frescos e bem ventilados, pois um calor excessivo faz baixar a fertilidade dos
machos.
INCUBAÇÃO
Podem ser empregados o método natural (sendo muito usadas garnisés) ou o artificial, com incubadoras. Os ovos
devem ser frescos (4 a 8 dias), perfeitos, pesar 11g e nem muito redondos nem muito pontudos. Os ovos, após a
coleta devem ser guardados com a ponta para baixo, em tabuleiros com areia no fundo e em lugares frescos.
FILHOTES
Logo que nascem e ficam "secos" devem ser colocados em criadeiras com aquecimento de 38 a 39ºC. Essa
temperatura deve ser diminuída aos poucos, até as aves atingirem 10 dias de idade, quando não mais precisam de
calor artificial. Uma criadeira de 2,50m de comprimento por 1,20m de largura e 0,40cm de altura, comporta 600
codorninhas, mas deve ser dividida em 4 partes iguais, com 150 aves em cada uma. Dessas criadeiras elas devem
ser transferidas para galpões ou baterias para reprodutores, ficando prontas para o consumo em mais 30 dias (40
dias de idade). Nessa época são selecionadas as que vão para a reprodução. Podemos empregar, também, gaiolas
para engorda, medindo 1m de comprimento por 20cm de largura e 14cm de altura, com capacidade para 15 a 20
codornas, o que, não só facilita o trato como permite alguma economia. Não devemos misturar machos e fêmeas.
As gaiolas para reprodutores, devem ter 15cm x 20cm e 13cm de altura.
MANEJO ALIMENTAR
É de grande importância, devendo ser racional e dada de acordo com a idade e produção da ave. Existem rações
especiais para codornas, mas podemos fornecer-lhes, também, rações para pintos, frangos ou de postura, desde
que as suplementemos com 8% de farinha de carne. A mudança brusca de rações afeta ou mesmo faz com que as
codornas suspendam a postura e até entrem em muda.
Essas codornas podem ser empregadas para o repovoamento dos campos, pois em 30 dias começam a voar para
fora do cercado e passam a comer o que encontram. Retornam ao estado selvagem, vivendo e se reproduzindo,
livres, em liberdade.
Quando atingem 20 dias já podemos distinguir os sexos, as fêmeas têm as pontas das asas pretas e o peito mais
claro que os machos, cujas penas são marrom escuro e possuem coleira branca na parte inferior do pescoço. Nessa
época devem ser separadas, ficando cada uma em sua gaiola individual.
GANSOS
GENERALIDADES
São, das aves de fazenda, a que menos instalações e despesas exigem, bastando-lhes uma cobertura para se
abrigarem em dias de chuvas e de ventos muito fortes, além de água para nadar e beber. São criados
principalmente para a produção de carne, fígado, penas e penugem, além de servirem como excelentes vigias,
chegando a atacar estranhos. São herbívoros, pastando como os bois e bastando dar-lhes um pouco de milho ou
restos de comida. Produzem uma boa carne. Engordam com facilidade, desde que sejam presos em cercados
limpos e secos, onde faça pouco exercício, ficando gordos e prontos para o abate em 2 a 3 meses.
AS PENAS
Suas penas têm grande aceitação, alcançando bons preços, desde que tiradas a seco e com cuidado. Devem ser
arrancadas do animal morto, antes que ele esfrie. Para obtermos as penas, com o animal vivo, fazemos a
desplumagem, isto é, o arrancamento das penas, o que não é doloroso como pode parecer, desde que seja feita de
maneira correta, na época da muda, quando as penas saem com facilidade, pois iriam cair sozinhas.
MANEJO DA CRIAÇÃO
Os gansinhos destinados ao corte não devem ter água para nadar porque, com os exercícios, engordam menos. Os
reprodutores, porém, devem nadar para evitar que engordem muito, o que prejudica a sua fertilidade. Vivem até
10 anos de idade, quase como selvagens, como bois, pastando pelos campos, pois são herbívoros e suas
alimentações principais são os vegetais como capins, verduras, ervas etc.
REPRODUTORES
Só devem ser empregadas na reprodução, aves de raças puras, com 1 ano de idade e na proporção de 1 macho
para 4 fêmeas. As gansas, em geral, põem 1 ovo a cada 2 dias e sua postura atinge 20 a 60 ovos por ano,
conforme a sua raça. Elas mesmas escolhem os lugares para fazer o ninho. Não devemos tirar todos os ovos do
ninho, pois a gansa pode abandoná-lo. É preciso deixar, sempre, 1 ovo verdadeiro ou um de louça, chamado de
"indês". Os ovos devem ser guardados em lugar fresco.
A Incubação pode ser feita pelas próprias gansas, quando ficam chocas, pois são boas chocadeiras e criadeiras,
atacando ate cães, para defender seus filhotes. O período de incubação é ate de 28 a 31 dias, conforme a raça.
Quando as gansas ficam chocas, devem ser deixadas no mesmo lugar, bastando que coloque sobre o ninho, uma
cobertura para protegê-lo das chuvas e ventos, do sol forte de certos animais.
Cada gansa pode ficar separada, em seu ninho, podendo "cobrir" até 15 ovos para chocar. Podemos usar
chocadeiras, mas somente para grande quantidades de ovos.
OS GANSINHOS
Depois de nascidos, devem ficar 24 horas sem comer. São muito sensíveis à umidade, às chuvas, aos ventos, ao
frio e ao sol forte. Com 20 dias de idade, no entanto, já podem ser soltos, bastando dar-lhes um punhado de
ração. Não lhes deve faltar água para beber e nadar nem sombra para protegê-los do sol forte e do calor. Os
destinados ao corte, não devem ter água para nadar.
RAÇAS
As consideradas mais econômicas são a Toulouse, Embdem e o ganso chinês. Como ornamentais destaca-se o
ganso do Egito; o gravata ou do Canadá e o frisado. No Brasil, os mais espalhados são os comuns, da mesma cor
do Toulouse, porem menores, mais finos e mais elegantes.
Toulouse
É a maior e a mais pesada raça de gansos, atingindo os machos 12 a 14kg e as fêmeas 9 a 10. Sua plumagem é
cinza-claro misturada com cinza-escuro. Com boa alimentação, os gansinhos, com 10 semanas, atingem 4kg; com
3 a 6 meses vão a 5 ou 6, chegando os cevados a 15kg. É a mais criada na França, de onde originou.
Há séculos que se conhecem estes gansos, originários de Tolosa (França), célebre pela produção da pasta de
fígado ("Paté de foie gras"). São criados com interesse não só no Sul da França, como em muitos países da Europa
e da América. É a raça mais conhecida e recomendável para este país.
Descrição
Peso 12 Kg no macho adulto, 9kg na fêmea adulta e no jovem e 7kg na fêmea jovem.
Plumagem espessa, cheia e macia, cinzenta, conforme a descrição de cada região e correspondendo a do tipo
selvagem.
Cabeça grande, curta e larga, de abóbada alta e cinzenta. O bico é curto, forte, alto na base, achatado na ponta,
amarelo ou alaranjado-pálido, sem manchas pretas no adulto. Olhos grandes, não muito proeminentes, pardoescuro ou cor de avelã.
Pescoço médio, ligeiramente arqueado, bem vigoroso, azul-cinza-escuro, clareando a medida que se aproxima do
dorso. Nos adultos prefere-se que tenha papada na garganta.
Asas grandes e vigorosas, suavemente coladas ao costado, primárias cinzento escuro, secundárias ainda mais
escuras, porém com uma bordadura mais estreita de cinza-claro. Cobertas cinza-escuro com uma bordadura muito
fina de cinza mais claro.
Peito saliente, cheio, largo, baixo e redondo, com quilha comprida, bem colocada, cinza-claro.
Costas médias, largas e ligeiramente arqueadas, parte inferior cinza claro, clareando mais no ventre, estendendose o branco ao redor da cauda. Costado cinza-claro, passando a cinza-azul-escuro sobre as coxas, com contornos
cinza mais claro. O branco se estende às partes inferiores mais baixas. A cauda é curta, aberta, levantada
ligeiramente acima da horizontal, de penas duras e tesas, cinzas e branco, com extremidades brancas.
Corpo compacto e profundo, relativamente curto, muito volumoso, retangular, nos animais gordos, apresentando
papada dupla que quase toca o solo.
Coxas e canelas curtas e vigorosas. Dedos direitos, ligados pela membrana interdigital, de cor vermelhoalaranjada forte.
Defeitos graves são penas brancas nas primárias ou secundárias, branco em redor do bico nos exemplares
novos, a ausência de papada nos adultos e indício de protuberância no bico.
Aptidões e outras qualidades
A finalidade principal da criação dos gansos de Toulouse, embora também utilizados para guarda e ornamentação,
é a matança para a produção de carne e aproveitamento do fígado gordo para a pasta. As penas, que são muito
abundantes, constituem um subproduto de valor não desprezível.
Submetidos a uma boa alimentação, podem alcançar 4 Kg em 10 semanas e 5 a 6 Kg em 05 a 06 meses, sendo,
portanto, muito precoces. Os adultos podem ser cevados e neste caso alcançaram 15 Kg. Essa ceva se faz com
facilidade. Então o peso do fígado atinge 2 Kg e a banha 3kg. A carne não é muito fina, não obstante é das
melhores da espécie.
É difícil a distinção dos sexos, embora o macho seja maior e mais elegante. As gansas botam um ovo cada dois
dias, na primavera, as jovens de 15 a 25 e as mais velhas até 60 ovos. Dispensam água para nadar, embora se
acredite ser útil para a reprodução. Chocam tardiamente e a incubação é pouco segura, durando 28-30 dias. A
criação dos gansinhos é relativamente fácil.
Tanto na América do Norte, como no Brasil é a raça mais comum, não só por ser a mais adaptada ao regime das
fazendas, como apresentar mais aptidão para a ceva. Pasta muito, vivendo em grande parte do consumo das
ervas, mas sua permanência prolongada em pastos altos e úmidos lhes é prejudicial.
Embden
Também conhecida por Bremen, é de origem alemã, sendo inteiramente branca, com olhos azuis e suas penas são
as preferidas para industrialização. Possuem pescoço comprido e sempre em pé. Os machos chegam a 9 ou 10 e as
fêmeas 8 a 9kg. As gansas põem 20 ovos por ano.
Chinês
Também conhecido por ganso da China, é muito bonito e elegante, existindo as variedades brancas, na qual as
aves são inteiramente brancas com bico, pernas e pés alaranjados e a parda. Os machos pesam 5 e as fêmeas
4kg.
Africano
É uma linda ave resultante do cruzamento do Toulouse com o chinês. Cinza-claro, tem um pescoço muito
comprido, cinza-claro com uma risca quase preta que vai por trás, desde a cabeça até as espáduas.
Seu bico é preto (espécie de chifre grosso e sem ponta), da mesma cor, na raiz, na sua parte de cima. Pernas e
dedos são laranja-escuro. O peso dos machos é de 9 e o das fêmeas 8,850. As fêmeas botam 20 a 40 ovos por
ano.
Ganso frisado, do Danúbio ou de Sebastopol
É muito apreciado como ave de luxo, por ter toda a plumagem frisada.
Ganso de gravata ou do Canadá
É todo branco com o pescoço e a cabeça pretos. Possui uma faixa branca no pescoço, parecendo uma gravata. Ave
de ornamentação ou luxo.
PATOS
PATO CRIOULO
GENERALIDADES
Temos as variedades branca, preta, azulado ou cinza, e ainda uma de cor vermelha, muito rara. Com os marrecos,
dão um produto híbrido estéril, o paturi ou paturoba, multo apreciado por sua boa carne. Levados para a Europa
receberam, lá, os nomes de muscovy, muskê, pato turco e pato-da-Barbária.
CARACTERÍSTICAS
Não dão gritos e nem grasnam, apenas resfolegando ou assoprando pelas narinas e emitindo sons inarticulados tão
baixos, que eles receberam o nome de "patos mudos". Fossam a lama e poças d'água, comendo tudo o que
encontram. São verdadeiros herbívoros. Irrequietos, provocadores e briguentos, atacam aves maiores, pequenos
animais e até cães.
Quando estão com raiva, eriçam as penas da cabeça formando um topete, assopram furiosos e, de cabeça baixa,
avançam contra o inimigo com golpes de asas, bico e unhas. No estado selvagem, a cor predominante é a preta
(verde-negro-besouro) com as penas de vôo brancas.
O bico muito forte termina em uma unha multo resistente e é coberto por carúnculas vermelhas na raiz e que se
estendem pela cara e ao redor dos olhos. Tem pernas fortes e dedos armados de fortes e afiadas unhas. Voam,
nadam e mergulham muito bem. Os selvagens vivem de plantas e outros vegetais, sementes, insetos, larvas,
crustáceos, peixes etc. Ao anoitecer levantam vôo, indo empoleirar-se em altas árvores.
São criados para a produção de carne, uma das melhores entre as de aves. A melhor época para o abate é quando
os patinhos estão "cruzando", Isto é, as penas maiores de suas asas se encontram sobre as suas costas. Embora
maiores, os ovos de pata são menos procurados do que os de galinha.
APTIDÕES E OUTRAS QUALIDADES
A aptidão do pato crioulo pode ser considerada mista, pois as patas botam quase tanto quanto a marreca de
Pequim, porém é, sobretudo usado na produção de carne, utilizando-se animais jovens com menos de um ano.
O cheiro particular ou almíscar que pode ser notado após o sacrifício da ave, desaparece por cocção. Há a crença
de que, cortando-se a cabeça e a base óssea da cauda por ocasião da matança, não se percebe o almíscar.
Apresenta sobre os marrecos a vantagem das próprias patas encubarem os ovos - 13 a 15 - o que dura cinco
semanas. Os patinhos nascem muito viçosos e espertos, criam-se com facilidade, crescem rapidamente e aos 3
meses estão completamente cobertos de penas, atingindo os machos 3,5 Kg e as fêmeas 2. Nessa ocasião
distinguem-se os machos por pequenas verrugas na base do bico. Com 15 semanas, atingem o peso da fêmea
adulta.
A postura é intensa na primavera e no verão. Os ovos são grandes branco-esverdeados ou cor de pérola e gozam
de reputação de serem muito nutritivos.
É menos exigente que o marreco em relação à água, contentando-se com a de beber. Havendo tanque, não
permanecem muito tempo na água. Ao contrário do marreco, que tem as asas atrofiadas, o pato voa, porém, não
faltando comida e água, não se afasta do local da criação, sendo provavelmente das aves domésticas a mais
sossegadas e menos andeja.
Outra qualidade, que em certos casos pode constituir vantagem, é que não faz barulho característico de outras
espécies de palmípedes. Na estação de reprodução é muito ardoroso, chegando a perseguir as aves de outras
espécies na falta de uma companheira.
REPRODUÇÃO
Muito fácil e barata. Embora aves aquáticas, podem ser criados até sem água para nadar. Muito resistentes, quase
não adoecem e comem de tudo. As próprias patas fazem o ninho e criam os filhotes, não dando nenhum trabalho.
Elas começam a botar entre 5 e 7 meses, fazendo 4 a 5 posturas anuais, de 15 a 25 ovos cada uma e com a média
de 80 ovos por ano, quando não chocam e criam as ninhadas.
INCUBAÇÃO
Ocorre em 30 dias. As patas são ótimas chocadeiras. O melhor é "deitar" várias patas no mesmo mos lotes
maiores de patinhos e para que se possa transferir alguns, para outras patas, liberando várias delas para reiniciar
a postura.
Para a incubação é necessário que fiquem "chocas", o que é fácil verificar, pois soltam gritos típicos, enchem o
ninho com penas e dele não saem, exceto para comer e nadar, o que é importante, porque precisem se molhar
para umedecer os ovos, pois eles necessitam de umidade durante esse período.
Podemos usar, também, peruas e galinhas para incubar os ovos de pata. A incubação artificial dá ótimos
resultados, mas só se empregada para grandes quantidades de ovos.
O patinho da variedade branca nasce completamente amarelo; o da preta, todo preto; o da malhada, preto e
amarelo e o da vermelha, cor de chocolate. Muito resistentes, comem de tudo e podem ir para a água aos 2 dias
de idade. Devem ser criados em terrenos secos, pois seu maior inimigo é a umidade.
As penugens de sua cauda são compridas e devem ser aparadas quando eles são criados soltos, para evitar que se
encharquem ou fiquem cheias de lama. Os nascidos em incubadoras podem ser criados sem calor artificial, desde
que o tempo não esteja frio. Seu crescimento é muito rápido, estando para o abate aos 2 meses de idade. Usar a
mesma ração para pintos. Os adultos engordam com muita facilidade, com a barriga quase arrastando no chão.
O melhor é separar os reprodutores em um cercado com um pequeno tanque de água, comedouros para as patas
fazerem seus ninhos. Estes podem ser de caixote medindo 45cm x 30cm ou, então, de tijolos apoiados no chão.
Quando externos, os ninhos devem ter uma cobertura. Em 10m2 pode-se colocar 1 patão e 6 patas.
ALIMENTAÇÃO
Reprodutores: a mesma ração das galinhas e muito verde. Quando soltos, encontram grande parte de seus
alimentos, comendo de tudo. Pode fornecer também, fubá, milho, fareladas, batatas cozidas, restos de cozinhas,
etc. Os machos atingem 4,5kg e as fêmeas 3,2kg.
PATO MANDARIM
SANIDADE
As aves estão sujeitas a vários tipos de doenças. Por isso, é importante que, além dos cuidados com limpeza, o
criador organize um programa de vacinação das aves, consultando sempre um profissional da área para fornecer
todas as instruções necessárias. Procure desinfetar os equipamentos utilizados nas instalações e coloque tapetes
de espuma molhados com desinfetante na entrada de cada viveiro para a desinfecção dos calçados. Tomando estas
simples medidas, dificilmente o criador encontrará problemas de saúde nos animais.
GENERALIDADES
Uma das espécies mais bonitas dos palmípedes e muito solicitadas por criadores de aves ornamentais. Originário
da China, o pato-mandarim é envolvido por uma linda historia de amor e ficou conhecido como símbolo de
fidelidade em todo o mundo.
Eles são monogâmicos, ou seja, são aves tão fieis que mesmo ao colocar um macho com mil fêmeas, eles irão
escolher apenas uma, que também deve aceita-los. O casal ficará junto até que um deles morra. Só assim a ave
que sobreviveu irá procurar outro par.
Durante muito tempo eles foram escolhidos como símbolo de fidelidade na China. Quando um rapaz ia pedir a mão
de uma moça em casamento ele presenteava o sogro com um casal de pato-mandarim. Esta pratica era vista com
muita seriedade, significando respeito e fidelidade eterna.
O mandarim é um pequeno pato da ordem dos anseriformes e da família dos anatídeos, conhecidos cientificamente
como Aix galericulata. Seu bico é coberto por uma pele fina e mole, rodeado por pequenas serrinhas que sevem de
peneira para os alimentos. Elas fazem com que a água escorra e a comida fique presa na boca. Em algumas aves,
essas serrinhas são tão duras que chegam a cortar alimentos, servindo até de dentes.
Como todos os palmípedes, eles gostam muito de água. Três de seus dedos são ligado pela membrana natatória e
apenas um é livre, o que os ajudam a nadar perfeitamente.
Acostumados a dormir em cima d'água, esse tipo de ave possui as penas do corpo impermeáveis. Nunca ficam
molhadas porque sua penugem forma uma espécie de couraça e no começo de sua cauda possuem um óleo que
guardam em uma glândula. Por isso, sua resistência à água é ainda maior que a de outras aves em geral.
Em uma criação de mandarim não existem muitos segredos e não requerem cuidados especiais. Desde que seja
respeitado o espaço mínimo solicitado para cada ave e o par de suas preferência, com instalações limpas e
higienizadas, o produtor terá um belo plantel que certamente trará satisfação e rentabilidade. "O mandarim é uma
das aves mais apreciadas e vendidas em criações destinadas ao ornamento".
INICIANDO A CRIAÇÃO
Adquira casais de mandarim de produtores confiáveis e certifique-se de que as aves estejam com o par escolhido
por elas mesmas. As instalações para cada casal devem ter o tamanho de 2 metros, de largura e 5 metros de
comprimento, no mínimo. Para que eles não escapem com facilidade, as paredes laterais devem possuir altura de
um metro e meio. Uma medida indispensável a ser tomada pelo produtor será a de construir pequenos lagos
dentro de cada instalações, pois o mandarim não vive sem água. Não deixe de preparar um ninho no canto do
abrigo para que as fêmeas possam fazer sua postura com tranqüilidade.
Por se tratar de aves monogâmicas e muito fiéis, o criador deve ficar muito atento, porque se um casal de
mandarim for colocado dentro de uma instalação sem que tenha escolhido devidamente seu par, eles certamente
fugirão para encontrar o par de suas escolha. Portanto, o mais aconselhável é deixar um funcionário apto no local
da criação para facilitar que as aves selecionem seus pares e se reproduzam com mais facilidades.
ALIMENTAÇÃO
Em seu ambiente natural, o mandarim costuma comer plantas aquáticas, crustáceos, insetos, vermes e peixes.
Porém, em regime de confinamento, o ideal é alimenta-los com ração para pintinhos ao nascerem, passando para
a ração de manutenção e postura conforme o tempo de vida. O criador poderá ainda reforçar a alimentação
fornecendo folhas verdes picadas e umedecer a ração com vitaminas.
Origem: o pato-mandarim é originário da Ásia Oriental e chega a medir 50 centímetros de comprimento. Em suas
asas, o macho possui penas secundarias muito desenvolvidas que ficam em pé e se estendem para trás como duas
bandeiras alaranjadas. Nos rituais de exibição e cortejo às fêmeas, ele mexe nestas penas com o bico.
PERU
GENERALIDADES
Embora muitos não o saibam, se proporcionarmos aos perus, boas condições de higiene, boa alimentação e um
bom manejo, sua criação é tão fácil quanto à de galinhas. Até aos 3 meses são tão delicados quanto os pintinhos
mas, passada essa idade, torna-se uma das mais resistentes aves domésticas, podendo ser soltos pelos campos,
embora devam ser recolhidos a um abrigo, durante a noite. São criados para a produção de carne, pois seus ovos
são mais usados para a incubação. São aproveitados, ainda, todas as suas penas e detritos, além dos 50kg de
ótimo esterco que produzem por ano.
MANEJO GERAL
Não devem ser criados junto com outras aves. Só devemos colocar em reprodução aves sadias e de boa
procedência, para obtermos aves precoces, resistentes e de maior rendimento. Em pequenas áreas, os perus
devem ser criados no chão, mas em galpão, com "cama" de maravalha fina, sabugo moído ou outro material
absorvente. As instalações podem ser simples, mas higiênicas. O "verde" (capins, verduras, confrei etc.) não
devem faltar para eles.
Para começar a criação, podemos adquirir ovos, peruzinhos de 1 dia, ou aves, dependendo das circunstancias.
Cremos que o melhor seja pela aquisição de peruzinhos de 1 dia, já selecionados por especialistas, pois requer
menos instalações e menores gastos Iniciais, inclusive na aquisição das aves. O ideal é adquirir os peruzinhos de 6
a 8 meses antes de uma data especial como o natal pois, assim, teremos perus para as festas, reservaremos os
destinados à reprodução e ainda poderemos vender os excedentes.
ALIMENTAÇÃO
A mais Indicada é com as rações balanceadas e o verde embora, nas criações caseiras, possam ser aproveitados
outros alimentos, inclusive os restos de comida (para a engorda).
POSTURA
É em geral, de 30 a 50 ovos no primeiro ano, chegando a 100 ou 180 nas peruas melhores e precoces,
decrescendo em 30% no segundo ano. Os ovos devem ser recolhidos todos os dias, datados, marcados com o
número da perua e guardados em locais frescos até serem postos a incubar. Um fator que influi muito na postura é
o choco. Para fazer com que as peruas "percam o choco", basta prendê-las em uma gaiola com água e comida,
longe do ninho e em poucos dias o choco desaparecerá. Quando a incubação vai ser natural, devemos evitar que
mais de uma perua ponha ovos no mesmo ninho.
ENGORDA
Para que os perus engordem, atingindo maiores pesos, basta prendê-los em pequenos cercados (quando não estão
em galpões) e submetê-los a uma alimentação especial, quando atingem 4 a 5 meses de idade, reduzindo o verde
e dando ração balanceada para engorda. Podemos dar-lhes, também, milho, outros grãos, raízes de mandioca
mansa ou aipim, picados em fatias e cruas, de preferência um dia após serem arrancadas ou outros alimentos
como batatas cozidas, farelo de trigo, cevada, aveia, leite desnatado, restos de comida, etc. A engorda dura de 20
a 60 dias. Quando aparecer canibalismo, aumentar o verde e o teor de temas da ração. Os perus comem, em
média, desde o nascimento até o abate (28 semanas), 35kg de ração. A ceva rápida é usada em geral, para as
raças pequenas, como a Beltsvlle. Os perus desta raça podem ser abatidos com 12 semanas, dando um peso vivo
de 2,750 a 3,750kg. As idades para o abate são 26 semanas para fêmeas e machos, antes que nasçam as penas
que vão prejudicar a carcaça.
INSTALAÇÕES
ADULTOS
Podem ser mantidos confinados ou então soltos em cercados, para que possam receber maior assistência e
controle. Como são muito resistentes, basta que lhes sejam fornecidos abrigos para passarem a noite e se
protegerem das chuvas, dos ventos, do frio e do sol muito forte. Devem ter sempre ração à sua disposição.
Comem, em média, 200 a 300g por dia. Nos abrigos ou galpões podemos colocar poleiros, todos à mesma altura,
medindo 5cm de grossura e 10 de largura, separados 60 a 80cm uns dos outros e abrigando 2 a 3 perus por metro
linear. Manter luz acesa nos abrigos ou galpões é uma boa medida porque, embora comam mais, os perus crescem
e se desenvolvem mais rapidamente.
Devemos fornecer-lhes pedriscos ou areia, para maior aproveitamento dos alimentos e melhoria das suas
condições de saúde, porque concorrem para melhor trituração e assimilação dos alimentos. Os terrenos devem ser
grandes, secos, gramados e com divisões para permitir á rotação das pastagens. Nos primeiros dias, os
comedouros e bebedouros devem ficar próximos aos abrigos, sendo afastados gradualmente, para obrigarem as
aves a se espalharem, fazendo exercícios. Não aconselhamos a colocação de perus adultos em gaiolas, porque
podem aparecer inchações nas patas, prejudicando as aves. O melhor é ficarem sobre cama.
MANEJO REPRODUTIVO
INCUBAÇÃO
Pode ser natural, feita pelas próprias peruas, que incubam de 15 a 25 ovos de cada vez, são boas chocadeiras e,
às vezes, não abandonam o ninho nem para comer. Neste caso, devemos retirá-las do ninho para forçá-las a se
alimentarem, Os ninhos podem ser feitos de simples caixotes de madeira medindo 40cm x 50cm e com uma
camada de palha ou capim seco, no fundo. Podemos usar, também, a incubação artificial, com o emprego de
chocadeiras, sendo mais indicada para as grandes criações, embora existam incubadoras para poucos ovos. A
temperatura deve ser de 38,5ºC, aumentando até 39,5ºC no final da incubação. Os ovos devem ser virados 2 a 3
vezes ao dia, examinados no 9º dia (é observada a "aranha" ou "anel de sangue") e no 23º dia. A incubação dura
28 dias. Os ovos devem ter no máximo 10 dias após a postura, mais de 70g e serem de aves precoces e sadias. Os
de peruas muito novas são pequenos e, em geral, não são férteis.
OS PERUZINHOS
Quando saem dos ninhos ou das incubadouras, os peruzinhos devem ser colocados em criadeiras ou baterias, com
piso de tela ou ripa de madeira ou mesmo sobre uma cama adequada e com uma fonte de calor (lâmpada de raios
infravermelhos), aí permanecendo até 9 a 10 semanas, pois posteriormente são levados para parques gramados
ou então para galpões com cama. Nessa época devem ser vacinados contra a bouba.
Um metro quadrado comporta 10 peruzinhos. Sua alimentação deve ser com ração balanceada "inicial", com 26%
de proteínas, até 30 dias de idade, passando para a de crescimento com 18 a 20% mas, na falta desta, podem
receber a de adultos. O "verde", não deve faltar nunca. Quando soltos nos campos, "pastam" como bois,
economizando 20 a 25% de ração.
Nas pequenas criações e nos primeiros dias, podem receber quirera de milho, ovos cozidos picados, verduras
picadas, pão com leite e aveia. Até aos 3 meses devem ser bem protegidos do sol, das chuvas, dos ventos e da
umidade, pois é nessa idade que passam pela "crise do vermelho", facilmente superável pelas aves sadias e bem
alimentadas. Torna-se, depois, uma das aves mais resistentes. Podem ser mantidos em galpões até serem
vendidos para o corte ou abatidos. Não é aconselhável aglomeração ou a permanência de perus em terrenos muito
pisados, dos quais não possam ser mudados pelo menos todas as semanas.
REPRODUTORES
A proporção deve ser de 1 macho para 8 a 10 fêmeas. É preferível que cada macho com suas fêmeas seja
separado dos demais, para evitar as brigas. Os machos devem ser escolhidos de acordo com o tamanho das
fêmeas. Para machos de 14 ou 15kg, devemos escolher fêmeas de mais ou menos 8kg. Os machos devem ser
sadios, vigorosos, de bom tipo ou padrão da sua raça e de preferência de 9 a 10 meses de idade. As pernas devem
ser sadias, fortes, dentro do padrão da raça, com 8 meses e devem ser retiradas da reprodução, com 3 anos de
idade. A inseminação artificial é empregada como rotina e com sucesso, nas grandes criações.
RAÇAS
CARACTERÍSTICAS
Entre elas, destacamos as mais bem adaptadas e rendosas, que são a Broad-Breasted-Bronze, o holandês branco e
a mamouth bronzeada. A primeira produz mais carne enquanto a segunda possui carne mais tenra e delicada.
Existem ainda, o bronzeado-de-peito-largo e os perus das raças pequenas como a Beltsville branca, quase do
tamanho de uma galinha para atingir a faixa dos consumidores que desejam animais menores, de acordo com o
seu poder aquisitivo.
Peru Mamouth Bronzeado
É norte americano, resultado do cruzamento do Peru selvagem com o Preto de Norfolk, seguido de intensivo
trabalho de seleção que o tornaram a raça de maior reputação pela precocidade, peso para qualquer idade, vigor e
excelente carcaça. O último estágio de melhoramento foi conseguido com a criação da variedade "Broad Breast",
hoje preferida, pelo seu peito muito largo e musculado, membros curtos e coxas muito cheias.
Apresenta apenas dois defeitos. Um deles é a cor, pois suas penas podem deixar canudos escuros na carcaça,
depreciando-a. Isto foi contornado, com a criação da variedade de Mamouth Branca, de Peito Largo. O outro é o
peso excessivo dos machos como reprodutores que concorre para diminuir sua fertilidade. Para obviar este
inconveniente os produtores de perus para abate, fazem cruzamento com outras raças mais leves, usando peruas
Mamute e machos Bronzeado, Burbom, Holandês, etc.
Descrição
Peso: 16 Kg no adulto, 15kg com 1kg ano, 11kg no jovem, 9kg na perua e 7kg no jovem de 24 semanas.
Cabeça de tamanho médio, profunda e larga, carunculada (com um processo tubular retrátil branco azulado,
mudando em vermelho, chamado monco ou crista, na base do bico).
Bico vigoroso, curvo, longo, de cor córnea na base e mais clara na ponta. Olhos ovais proeminentes, castanhos.
Barbeia muito carunculada branco-azulada, mudando para vermelho.
Pescoço moderadamente longo, ereto, graciosamente curvo para trás, confundindo-se com o dorso, de cor brônzeo
cúprea brilhante. Escova preta, comprida, cerdosa, proeminente nos machos adultos e dispensável nas fêmeas.
Asas grandes, poderosas, mantidas bem altas, com penas largas e sobrepostas, com frente e arcos brônzeo
cúpreos, brilhantes, terminando em estreita faixa preta, com as coberteiras brônzeo cúpreo vivo, for-mando uma
faixa bronzeada larga e formosa, quando a asa está fechada.
As penas terminam em faixa negra, formando uma cinta lustrosa que as separa das secundárias. As primárias são
cruzadas por barras brancas e negras, paralelas, alternadas. As cobertas primárias possuem barras semelhantes.
As secundárias são de cor negro-mate, cruzadas por barras paralelas negras e brancas, tomando as barras um tom
bronzeado rico, nas secundárias de cima, mais curtas, onde é menos visível a barra branca, não devendo
apresentar bordo pardo.
Dorso longo, inclinando-se do pescoço à cauda numa curva convexa, a brônzeo cúpreo desde o pescoço até a
metade do corpo, terminando cada pena por uma faixa estreita que se estende até a ponta. Preta da metade do
dorso até as cobertas da cauda, tendo cada pena uma barra bronzeada brilhante, estendendo-se até a
extremidade.
Cauda um pouco grande, de penas largas, mantidas baixas em curva harmoniosa em continuação ao dorso.
Cobertas largas e abundantes, a estendendo-se bem dentro da cauda. Retrizes e cobertas de cor negro-mate, cada
pena marcada por linhas paralelas, assim como uma baixa brônzeo cúprea larga, que se estende através da pena,
terminando numa grande bordadura de branco puro. As cores devem ser bem definidas.
Peito largo, profundo, cheio, empinado para a frente, arredondado, com quilha longa, pouco convexa, cheia de
carne em toda a extensão, brônzeo cúpreo brilhante na parte exposta, preto por dentro. As penas da parte inferior
desta região terminam por uma faixa negra estreita, que se estende até a ponta.
Corpo compacto, largo e profundo, com penugem moderadamente curta, negro, cada pluma com uma faixa
bronzeada, que atravessa a ponta, terminando com estreito bordo branco puro. Penugem negro-baço.
Coxas bem separadas, direitas, bem cobertas de carne até a articulação (tíbio-társica), revestida de penas negromate com bordos branco-acinzentados. Tarsos (canelas) fortes, mais ou menos curtos, negro mate nos jovens,
virando para o vermelho-estumacado na maturidade. Dedos direitos, fortes, bem separados, da cor do tarso. Os
machos têm a escova e o monco mais desenvolvidos e mais brilho vermelho irisado na plumagem.
A plumagem da fêmea é semelhante à descrita, salvo a presença de urna branca nas penas do pescoço, dorso,
arco das asas, coberta das asas, peito e corpo, orla essa que deve ser estreita na frente e alargar-se aos poucos
para a parte terminal.
Defeitos - Penas brancas em qualquer parte da plumagem, asas com uma ou mais primárias de cor preta, clara
ou cinza. Ausência de lista branca ou cinza numa extensão superior à metade das primárias. Cor do dorso, cauda e
cobertas da cauda negro-claro, creme ou cinza. Barras brancas, cinzas, visíveis nas timoneiras, além das
timoneiras outras cores, salvo numa lista grande final. Cauda torcida. Quilha e membros francamente tortos. Peso
de 3 Kg abaixo do estabelecido.
Aptidões e outras qualidades
É a maior raça de peru, a mais conhecida e disseminada. Robusta sabe cavar a vida a campo. As peruas são boas
poedeiras e excelentes mães. Os filhotes são fortes e crescem depressa, atingindo a maturidade aos 2 anos. São
mais rústicos que os das outras raças, necessitando porém bastante espaço para pastarem. Não obstante, com
muito cuidado e técnica cria-se em reclusão completa. As diferenças do Broad-Breast branco são exclusivamente
devidas à cor. Talvez sejam um pouco menos rústicos, mas compensa criá-los porque são preferidos pelos
abatedouros.
Outras raças de perus
Além do Mamouth Bronzeado, conhecido ainda por "Broad-breasted" existem ainda outras raças que foram
introduzidas no Brasil com maior ou menor aceitação, particularmente as raças Brancas: Mamouth (Broad
Breast), White Holland (média), Beltsville Small (pequena). Estas raças são mais apreciadas pelos
abatedouros e supermercados porque não deixam canudos escuros na pele da carcaça. As principais diferenças
com as raças descritas se referem à cor da plumagem e tamanho das aves. A conformação é a mesma.
Os a pesos médios devem ser os seguintes, expressos em quilos:
I - Reprodutor jovem;
II- Peru com 24 semanas;
III - Reprodutora jovem;
IV - Perua com 24 semanas
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Mamouth Bronzeado: 14,5 - 11,0 - 8,2 - 6,8
Bronzeado: 11,5 - 9,0 - 7,2 - 6,0
White Holland: 11,5 - 8,5 - 6,8 - 5,5
Preto, Ardozia, Borbão vermelho e Narragansett: 10,5 - 8,0 - 6,4 - 5,0
Beltsville, small: 9,5 - 7,2 - 5,2 - 5,0
Descrição
Entre um e outro rebanho de uma raça podem-se notar pequenas diferenças de conformação, porém em todas as
que citamos o criador procura obter uniformidade de conformação, cor da plumagem, corpo largo e profundo,
quilha longa, paralela ao dorso e canelas curtas.
O peito deve ser bastante largo e bem musculado e os membros bem aprumados, permitindo um andamento fácil.
As raças menores que a Mamouth são mais férteis, mas em compensação apresentam postura mais baixa.
Peru Borbão Vermelho ou Canela
Peso: adulto 13,5 Kg no macho e 13,5 Kg na fêmea; perus novos 9 Kg peruas, 5,5 Kg.
Plumagem: pescoço, parte anterior das asas, dorso, peito, ventre e coxas de cor de canela escuras. As penas
remiges e caudais são brancas. As peruas têm a mesma cor, exceto que as penas do peito, ventre e coxas
terminam numa estreita faixa branca (barra).
O bico é cor de chifre e as pernas e dedos têm uma coloração rósea. É defeito grave o branco ocupar mais de 1/4
das penas grandes das asas ou cauda.
Peru Holandês Branco ou White Holland
Peso: adulto 12,5 Kg; peru de ano 10,5 Kg, peru novo 9 Kg e perua, 8 Kg quando adulta e 6 Kg quando nova.
Plumagem inteiramente branca, exceto a escova, no peito que é preta. Qualquer pena de outra cor desqualifica.
Atenção: Em todas as raças são defeitos graves falta de peso, quilha, cauda, dorso, pernas e dedos tortos.
Coloração das pernas diferente daquela estabelecida para a raça.
Aptidões e outras qualidades
Como o peso vivo mais econômico para o mercado é atingido aos 6 - 7 meses, quando os machos atingem 7-8 Kg
e as fêmeas 6 Kg, dando um rendimento de 75%, a proporção de perus grandes, tipo "banquete" nos
Supermercados é relativamente pequena.
Os cruzamentos de peruas de raça mais pesada, (de maior postura), com machos de tamanho médio são comuns
nas explorações comerciais, visando obter maior a número de pintos, de desenvolvimento praticamente tão bom
como os de raça Mamouth pura. Embora os perus sejam sujeitos a mais doenças que a galinha (vg.
enterohepatite) ou ser mais sensível a algumas (bouba), eles podem ser criados com a mesma facilidade se as
técnicas recomendadas forem obedecidas.

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