a mordida de João santana

Transcrição

a mordida de João santana
nacional
A mordida de João Santana
M
arqueteiro do PT,
João Santana deu
uma mordida federal
nessas eleições. Sua empresa, a Pólis Propaganda, levou R$ 70 milhões
na campanha da Dilma,
em que foram gastos R$
350 milhões. Jamais na
história das eleições brasileiras houve tamanha
‘perdulação’
política.
Ele mordeu 20% do total
gasto pelo PT. Segundo
a revista Veja, o marqueteiro dessa vez mordeu mais que em 2010,
quando ganhou ‘apenas’
R$ 48 milhões para eleger a presidenta.
De um partido que
fazia vaquinha para eleger vereador até chegar a essa assombrosa
quantia, o Partido dos
Trabalhadores
evolui
muito. Pelo visto, o poder fez bem para o PT.
João Santana é um dos
homens mais odiados
pelos críticos do petismo por ser especialista
em eleger postes – pessoas sem luz própria que
são alçadas ao poder
sem nenhuma qualificação política, como nesse
caso da presidenta. Deu
também no Estadão em
2012 que ele iluminou
outro poste. Daquela
Patrícia Stavis/Folhapress
João Santana, o marqueteiro diabólico do PT
vez, em São Paulo, Fernando Haddad, prefeito
da capital paulista.
Qual seria
seu segredo?
A resposta é simples,
mas ao mesmo tempo
complexa. No caso da
“Dilma”, João Santana
sabe em que tipo de eleitor vale a pena investir.
Ele projeta as ações de
governo em cima de um
nicho eleitoral, as chamadas classes C, D e E.
Como a quantidade de
pobres no Brasil “é muita”, isso facilita as coisas. Depois é só colher
os ‘frutos’, ou os votos.
É a velha permuta elei-
toral: voto por favorecimento financeiro de
baixo custo. Antigamente era uma dentadura ou
um par de botinas, hoje é
o Bolsa Família.
Vale lembrar que esse
tipo de marquetagem
não funciona em países
desenvolvidos, somente nos brejos do terceiro mundo, onde não há
educação e o Estado
faz questão de manter o
eleitor alienado.
Tudo isso, somado a
uma campanha extremamente violenta contra
seus adversários, faz do
marqueteiro a bola da
vez. No caso do prefeito
de São Paulo, a coisa foi
mais fácil por dois detalhes: além de o marqueteiro ter em mãos muito
dinheiro para incensar
o nome de Haddad, o
ex-ministro da Educação tinha pouca rejeição
porque nunca havia sido
filtrado pela urna, e Lula
estava ainda no auge em
Sampa. E agora, será
que ele se reelege? Sim,
responderia qualquer
marqueteiro; na capital
paulista há verdadeiros
bolsões de miséria dos
que recebem benefícios
mensais do PT, assim
como no País que elegeu a Dilma. Nós somos muitos, diria um
pobre petista.
2ª quinzena de dezembro de 2014
10
A praxe de
Rodrigo Janot
Em nada. A julgar pelo
que está sendo noticiado
na grande imprensa, é
nisso que vão dar as investigações da Petrobras
no campo da política. Se
o juiz Sérgio Moro mexer no vespeiro político, a
casa cai, e é disso que está
com medo a alta cúpula
que governa o País. Há o
perigo real de desgoverno. Uma anarquia pode
ser provocada pela delação premiada de Paulo
Roberto Costa, ex-diretor
da Petrobras, e do doleiro
Alberto Youssef.
Se as unhas da Polícia
Federal (PF) que investiga a Petrobras chegarem,
e já chegaram, aos políticos, haverá um desgaste
absurdo para o governo.
A pressão popular poderia derrubar o PT do poder, diriam os otimistas
de direita, mas como ele
é um governo de massa,
pode haver apenas uma
‘convulsãozinha’ do tipo
“vem pra rua”, só isso.
Afinal, o tipo sanguíneo
do brasileiro é o mesmo
que o da barata.
Um exemplo de blindagem política é o que
já deu na telha da imprensa marrom: a mulher do juiz Sérgio Moro
seria assessora jurídica
do PSDB, partido interessado no caos político
do PT. Essa vontade de
desconstruir reputações
para nivelar todos ao rés
do lamaçal é uma estratégia comum usada por
aqueles que se encontram acuados pela Justiça. Na verdade, querem
planificar na opinião pública a ideia de que todos
são iguais perante o poder corruptor, insinuando na imprensa que, na
verdade, são vítimas de
um complô anti-PT.
Em tempo, Rodrigo
Janot é o procurador-geral da República e cabe
a ele oferecer as denúncias contra os políticos
envolvidos na Lava Jato.
Numa declaração infeliz
na Conferência Internacional de Combate à
Corrupção, ele relativizou nosso costume corrupto como fato histórico
ao ligar os atuais acontecimentos como resquício
do autoritarismo do regime militar.
Divulgação
Mais um partido
Do jeito que vai, o crime realmente
compensa, mas só no país de Alice
Não tem fim a escrotidão política do brasileiro, principalmente a
dos que vão assinar a
lista para criar mais uma
excrescência.
Waldemar Costa Neto
– capo do PR –, mal foi
posto fora da Papuda
para cumprir no confor-
to de sua casa a pena de
sete anos e dez meses, já
articula a criação de um
novo partido, o Mobilização Democrática (MD).
Se ele conseguir, terá nas
mãos dois partidos. Com
isso poderá fazer lobby
político no Congresso e
barganhar até ministério.
Procurador-geral da União, Rodrigo Janot