uma proposta de indicador para acompanhamento, análise
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uma proposta de indicador para acompanhamento, análise
UMA PROPOSTA DE INDICADOR PARA ACOMPANHAMENTO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO PRELIMINARES DA EFETIVIDADE DOS GASTOS PÚBLICOS COM SAÚDE NOS ENTES FEDERATIVOS DO BRASIL Proposal of an Indicator for Preliminar Monitoring, Analysing and Assessing of the Efectiveness of Public Expenditures in Health Resumo Apresenta-se às instâncias de acompanhamento, avaliação e decisão do Sistema Único de Saúde (SUS) um instrumental de análises preliminares da efetividade dos gastos públicos com saúde. Com base em dois indicadores, um financeiro outro de resultado, propõe-se o uso de um indicador que sintetizasse as duas informações para os entes federativos brasileiros ou agrupamento destes. Usamse a Despesa Total com Saúde por Habitante e o Coeficiente de Mortalidade Infantil, os quais formariam, no caso de um conjunto de entes federativos, pares coordenados (x,y). O indicador de efetividade proposto seria, para cada um desses entes e em cada ano do período sob análise, basedo na distância euclidiana de seu respectivo par (x,y) a um ponto de referência (xmin,ymin) em que se tivesse simultaneamente a menor despesa e a menor taxa de mortalidade infantil dentre as despesas e taxas de mortalidade infantil de todos os entes em todos os anos do período sob análise. Tal indicador facilitaria uma avaliação comparativa preliminar entre entes em cada ano e a análise da evolução de cada ente ao longo do tempo. Summary It’s presented to the monitoring, assessment and decision making instances a tool to be used in preliminary analysis and assessment of public expenditures in health. Based on two indicators, a financial one and a results one, it´s proposed the use of an indicator which synthesizes both informations for the federative entities or clusters of them. Are used the Total Health Expenditure per Inhabitant and the Coefficient of Infant Mortality, which form (x,y) coordinate pairs. The proposed effectiveness indicator would, for each entity in each year of the analysis period, be obtained based on the calculation of the euclidian distance from its respective (x,y) pair and the (xmin,ymin) reference point where the expenditure and the mortality indicators are minimum amongst all entities and all the years of the period. Such an indicator would make it easier the comparative preliminary assessments among the entities and of each one along time. 1 Introdução Encontram-se na literatura internacional estudos de economia da saúde os mais diversos, com variados graus de complexidade e sofisticação e baseados no uso de diferentes metodologias, especialmente no nível de análise micro, isto é, da eficiência de prestadoras de serviços de saúde, como hospitais, clínicas ou cooperativas médicas. Levantamentos em curso¹, entretanto, indicariam que, no nível macro, isto é, no que se refere a sistemas de saúde, sejam eles nacionais, regionais ou mesmo locais, ainda inexistiria aplicação suficientemente bem sucedida e consolidada em relação à questão “qual o resultado efetivo obtido com a despesa em saúde”. Tal lacuna também existiria no cenário brasileiro. Há estudos em relação a programas e ações específicos, dirigidos a questões e problemas de saúde pública também específicos. Entretanto, o que existiria em termos de macro-avaliação da efetividade dos gastos públicos com saúde no Brasil seriam estudos quanto à existência de correlação inversa significativa entre a Despesa com Saúde e a Taxa de Mortalidade Infantil nas regiões do Brasil² e de correlação direta entre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e tanto o gasto per capita em saúde quanto a porcentagem da receita própria aplicada em saúde na maioria das Unidades da Federação (UF)³. Diante desse quadro de aparente escassez de instrumentos concretos de acompanhamento e avaliação da efetividade dos gastos com saúde no Brasil, ainda que preliminares, decidiu-se pela elaboração de uma proposta de indicador, o mais simples e de mais imediata aplicação possível, para propiciar aos gestores das três esferas de governo um instrumental mínimo de análises comparativas, o qual suprisse preliminarmente tal lacuna. Neste sentido, importa ressaltar a instituição do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde4 (SIOPS), que já possibilita o acesso a dados oficiais de despesa com saúde nas três esferas de governo – federal, estaduais e municipais – desde o ano 2000 e a conseqüente incorporação de indicadores financeiros confiáveis nos estudos sobre efetividade das despesas públicas com saúde. Metodologia O trabalho baseia-se na evolução do comportamento de dois indicadores ao longo do tempo: “Despesa Total com Saúde por Habitante”, indicador financeiro disponível no SIOPS e doravante, neste artigo, denominado de DTS, e o Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI), indicador de resultado com dados disponíveis no Ministério da Saúde. 2 Com esses dados é possível montar tanto (i) uma tabela com os valores de Dispêndio Marginal para reduzir em uma unidade o valor do CMI de cada ente federativo (a que denominaremos de DMg) de um ano para o ano seguinte do período de análise, como (ii) um gráfico de dispersão em duas dimensões, x e y, em que x seriam os valores de DTS e y os de CMI, de cada ente em cada ano do período. A visualização desse gráfico permitiria, de imediato, observar preliminarmente qual o tipo e o nível de correlação entre o quanto se despende com saúde per capita em cada ente e o que ele obtém em termos do resultado mortalidade infantil, tanto ao longo do tempo como comparado aos demais entes ano a ano. Tais observações tornar-se-iam mais difíceis de realizar à medida que aumentasse o tamanho do período de análise, em face do cada vez maior número de pontos (x,y), mesmo no caso de análise por UF. Incomparavelmente mais complexo seria fazê-lo visualmente em relação aos Municípios, que no caso do Brasil contam-se aos milhares. Uma forma de viabilizar a realização dessas observações mesmo diante de amostras muito numerosas conforme salientado acima seria usar um indicador extra, que traduzisse em números o que o gráfico de dispersão x,y propicia de informações visuais. O indicador proposto para satisfazer tal demanda seria a distância de cada ponto (x,y) a um determinado ponto de referência, o qual traduziria quão distante cada ente federativo, em cada ano do período, estaria de uma situação reputada como ótima ou ideal sob determinadas condições e em determinados períodos. Uma possibilidade seria adotar como ponto de referência a própria origem do gráfico, isto é, o 0 0 ponto (x = 0, y = 0), em que nada se gastaria com saúde e não haveria morte de crianças com menos de um ano de idade. Outra, possivelmente mais interessante quando se tem em mente que a comparação entre o desempenho dos entes federativos é o objetivo principal do estudo, seria adotar como referência o par (xmin,ymin) com os menores valores de x e de y dentre todos os valores de gastos e de mortalidade apresentados pelos entes em todos os anos do período sob análise. Semelhante procedimento se aplicaria para identificar os demais pontos extremos que delimitam a região onde todos os pares coordenados de todos os entes em todos os anos do período de estudo se localizam. Esses pontos são os vértices do retângulo (xmin,ymin), (xmax, ymin), (xmin,ymax) e (xmax, ymax), onde xmax e ymax são, respectivamente, os maiores dentre todos os valores assumidos por DTS e CMI dentre todos os entes ao longo de todo o período de estudo. 3 A fim de compensar a inevitável diferença de magnitude entre os valores da abcissa e da coordenada, expande-se esta para que se obtenha um quadrado de lados (xmax - xmin), isto é, multiplicando todos os valores de y por (xmax - xmin)/ (ymax - ymin). Por fim, normaliza-se o indicador de distância para que seus valores variem entre zero e um - o que é feito mediante a divisão da distância de cada ponto (x,y) ao ponto (xmin,ymin) pela diagonal do quadrado -, como forma de explicitar sua característica mais importante, qual seja, a de ser um indicador relativo, à semelhança do que se passa, por exemplo, com as dimensões saúde e renda no cálculo do IDH. Ainda adotando como referência a forma de cálculo do IDH, poder-se-ia, de maneira análoga à adotada no cálculo da componente Renda do IDH Municipal (IDH-M) – onde se aplica o logaritmo da Renda Média Municipal per Capita -, considerar a aplicação do logaritmo, ou, no caso deste trabalho, do logaritmo natural sobre os valores de DTS, porque expressariam melhor o fato de que os acréscimos de despesa total com saúde per capita para os entes federativos que gastam menos seriam proporcionalmente mais determinantes para a redução de seus CMI do que para a dos que já gastam mais. Isto é, adotar na proposta apresentada neste trabalho suposição semelhante à adotada na forma de cálculo da componente Renda do IDH-M, qual seja, a de que a contribuição da renda para o desenvolvimento humano está sujeita a retornos decrescentes. Importa ressaltar que o indicador de distância normalizada proposto é dinâmico, pois, ano após ano, seus limites estão sujeitos a alteração, seja devido a aumento no valor de xmax ou de ymax, seja a redução no valor de xmin ou de ymin, com a conseqüente alteração em todos os valores calculados até o ano anterior. Essa susceptibilidade a alterações poderia ser significativamente reduzida mediante a adoção, para o caso das UF, de um valor bem mais longevo para xmin, como, por exemplo, o CMI do Chile8 (em 2005, igual a 7,8), país socialmente assemelhado ao Brasil, mas, ainda, com larga margem de vantagem em termos de indicadores sociais como o de mortalidade infantil. Doravante, neste texto, este Indicador de distância normalizada será denominado IND DIST NORM. Caso se considere mais adequado aplicar o logaritmo natural sobre os valores de DTS dos entes federativos, o Indicador será denominado IND DIST NORM LN. 4 Resultados Os valores nominais de DTS por UF estão em tabelas disponíveis na página do SIOPS na “internet”, em que são somadas as despesas próprias de cada uma das três esferas de governo, e os por município, no Indicador 2.1 – “Despesa total com Saúde, sob a responsabilidade do Município, por habitante”. Os valores de CMI por UF foram fornecidos pela Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS do Ministério da Saúde - MS. Já os dados municipais são os disponíveis na página do Departamento de Informática do SUS5 (DATASUS) na “internet”, provenientes do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Apesar de, declaradamente, tenderem a ser subestimados, considerou-se necessário, a fim de atenuar o efeito deletério que os valores mais elevados e potencialmente extravagantes (“outliers”) poderiam causar sobre a qualidade do indicador, substituir os valores de CMI de alguns municípios pelos valores corrigidos pelo Sistema de Monitoramento dos Indicadores de Mortalidade Infantil6 (MONITORIMI), da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). E, finalmente, como foram desconsiderados os municípios em que está ausente dado referente a pelo menos um dentre os dois indicadores básicos DTS e CMI, foi abrangido no estudo um universo, ainda significativo, de 3.169 municípios. Na Tabela 1 apresentam-se, para cada uma das UF nos anos de 2000 a 2004, os valores nominais de DTS e os valores de CMI. As UF estão ordenadas decrescentemente pelo CMI de 2004. Na Tabela 2 são apresentados os valores dos indicadores financeiro e de resultado, bem como os de DMg entre esses anos. Seja devido a redução no valor das despesas de um ano para o ano seguinte, seja devido a aumento no CMI, casos há em que algumas UF apresentam valores negativos de DMg, com algum prejuízo para a regularidade na obtenção de dados para uma série histórica desse parâmetro. Na tabela, esses valores negativos foram deixados em branco. As UF estão ordenadas decrescentemente pelo DMg de 2004. Observa-se que no caso dos valores referentes aos estados do Acre, de Roraima e do Amapá, mesmo nos anos em que DTS caiu, a tendência de queda nos valores de CMI permaneceu. Já no caso do DF, à queda de DTS no ano 2003 seguiu-se aumento no CMI em 2004. Na Figura 1 observa-se que os pares coordenados (x,y) referentes às UF de cada região geográfica ocupam áreas contíguas bem específicas no gráfico. Há alguma intersecção apenas entre as áreas ocupadas por alguns estados das regiões sul, sudeste e centro-oeste, as quais ocupam boa parte da área inferior do gráfico, o que indica as taxas de mortalidade infantil mais baixas e despesas 5 entre as mais elevadas. Ocupando toda a área do gráfico situada à meia altura, desde a extremidade esquerda até a extremidade direita, encontram-se os estados da região norte, o que indica taxas de mortalidade medianas, mas elevadíssimas disparidades de gastos. E, na área superior esquerda do gráfico situam-se os estados nordestinos, com as mais elevadas taxas de mortalidade e as mais baixas despesas. A Figura 2 facilita a visualização de como evoluíram ao longo do período os indicadores financeiro e de resultado. “Curvas” mais inclinadas indicariam menores DMg, pressuposta a existência de relação de causa e efeito entre aumento no gasto com saúde e redução na mortalidade infantil. Observam-se, contudo, casos de alguns estados, como o Acre, Roraima, Amapá e Rondônia, em que houve redução nos valores de DTS de um ano para o outro, mas se manteve a tendência de redução dos respectivos valores de CMI. No Distrito Federal isto também ocorreu entre os anos 2002 e 2003, mas, de 2003 para 2004, mesmo tendo também crescido o valor de DTS, o CMI cresceu, o que poderia indicar para o fato a existência de uma relação de causa e efeito com retardo de um ano. Na Figura 3 é apresentado gráfico de barras com a evolução dos valores de IND DIST NORM das UF, apresentados sequencialmente com base nos valores do indicador no ano 2004 ordenados decrescentemente. O gráfico possibilita chegar com mais facilidade e segurança a diversas conclusões preliminares, especialmente quanto à supracitada disparidade da efetividade dos gastos com saúde entre os estados da região norte, em que o Acre representa o pior caso (extremidade direita do gráfico) e o Pará o melhor (mais à esquerda), ou mesmo entre a efetividade em Rondônia e nos demais ex-territórios federais da região norte, os quais apresentam valores entre 70% e 100% maiores para o Indicador. Uma possível conclusão preliminar seria a de que Rondônia e, principalmente, o Pará, por apresentarem efetividade de gastos mais elevada, seriam casos de gestão bem sucedida se comparados aos dos demais estados da região norte, principalmente os mais à direita no gráfico, os quais mereceriam atenção e cuidados especiais quanto à aplicação de seus recursos em saúde. Tal conclusão, porém, poderia ser atenuada ou mesmo afastada no caso de se identificarem fatores que explicassem essas disparidades, tais como diferenças sócio-econômicas, ainda que se tratem de estados de mesma região geográfica, peculiaridades regionais que sobrecarreguem um estado em favor de um estado vizinho (caso notório a envolver o DF, com sua estrutura e seus elevados gastos com saúde, e seu entorno em Goiás e Minas Gerais, que se servem daqueles recursos), 6 investimentos elevados e com resultados diferidos em curto ou médio prazos (por exemplo, construção de um novo complexo hospitalar), surto epidêmico etc. Dentre os estados nordestinos, merecem semelhante observação os casos extremos: (i) do Ceará, que poderia ser considerado preliminarmente o representante da experiência mais bem sucedida, com valores mais baixos do Indicador e tendência de queda; e (ii) de Alagoas e Rio Grande do Norte, como os representantes das experiências menos bem sucedidas, cujas situações seriam preocupantes em função dos valores do Indicador bem mais elevados e, no caso do Rio Grande do Norte, com tendência de crescimento em vez de queda. A maior parte dos estados, porém, apresenta tendência ou de queda ou de estabilidade nos valores de IND DIST NORM, o que é compatível com a ocorrência dos mais baixos valores de DMg descrita na Tabela 2. Na região sul, observa-se que o Estado de Santa Catarina apresenta a maior taxa de crescimento no valor do Indicador (e, consequentemente, os valores mais altos de DMg), significativamente superior à do Rio Grande do Sul e, principalmente, à do Paraná, também a confirmar o que a Tabela 2 apontou para a região: os valores mais elevados de DMg, tendência inevitável quanto mais um indicador de resultado se aproxima de seu piso estrutural. Porém, o CMI de Santa Catarina, apesar de ser o mais baixo do país em 2004, ainda seria muito elevado quando comparado aos de países mais desenvolvidos, o que deveria suscitar questionamentos quanto à qualidade da gestão dos recursos aplicados em saúde no estado. Em termos nacionais, em termos de DMG, Santa Catarina só apresentaria valores mias baixos do que os do Estado do Rio de Janeiro. Por fim, merecem destaque na região centro-oeste: (i) o já ressaltado privilégio do Estado de Goiás, com possível reflexo sobre seu relativamente bom valor de Indicador, de poder se servir da estrutura do sistema de saúde do DF, e (ii) a diferença de evolução entre os estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. O primeiro apresentou crescimento bem superior ao do segundo, conforme indicava a Figura 1: quase idênticos valores de CMI ao longo de todo o período, mas crescimento significativamente mais acelerado da DTS no Mato Grosso nos dois anos finais. Essa disparidade seria significativa o suficiente para ensejar que se lhes perquirissem as causas, à semelhança do que foi ressaltado no caso dos estados da região norte. O gráfico da Figura 4 indica a existência de algum nível de correlação negativa entre os valores do Indicador e do IDH da maioria das UF no ano 2000, o que confirmaria, na realização das análises comparativas, a necessidade de considerar o efeito dos demais determinantes da saúde, tais como os 7 níveis de renda e escolaridade da população, sobre o comportamento de indicadores de resultado como o CMI. Não obstante, é interessante observar que os valores do Indicador no ano 2004, bem diferentemente do que se passava no ano 2000, apresentam aparente correlação positiva com os do IDH da maioria das UF. Uma explicação para essa mudança estaria no efeito da Emenda à Constituição Nº 29, que obrigou os entes a aumentar, significativamente em alguns casos, ano após ano do período, a proporção de seus recursos próprios aplicados em saúde até que atingissem patamares mínimos, de 12% para as UF e 15% para os municípios. Quanto mais ricos os estados, mais margem para aumento de gastos eles tenderiam a ter. Esse aumento nas despesas com saúde teria repercutido diretamente sobre os valores de IND DIST NORM, aumentando-os significativamente. Observe-se, ainda, que ao fim desse período os estados de Alagoas, da Paraíba, do Maranhão, do Ceará e do Piauí, a despeito desse aumento nos gastos com saúde, foram os únicos a conseguir melhorar seus respectivos valores do Indicador, o que lhes reputaria, preliminarmente, condição mais meritória quanto ao desafio de melhorar a efetividade dos gastos com saúde. No outro extremo estariam UF como as do Acre, Amapá, Amazonas, Rio de Janeiro, Tocantins, Distrito Federal, São Paulo, Mato Grosso e de Santa Catarina, cujos respectivos valores do Indicador cresceram significativamente mais do que os das demais. Nas Figuras seguintes, de 5 a 11, são apresentados gráficos de dispersão XY que indicam como os valores de DTS e CMI se correlacionariam, nos municípios em geral ou nos municípios de alguns estados. Em cada um deles foi incluída uma linha de tendência exponencial para facilitar essa visualização. Em todos os casos é visível a migração dos pontos, ao longo do tempo, rumo à área inferior direita dos gráficos, confirmando o anteriormente observado com os dados agregados por UF. A tendência observada nos municípios dos estados de Santa Catarina e do Rio de Janeiro confirma o que se concluíra nas análises dessas duas UF, isto é, significativo aumento nos gastos e diminuta redução na mortalidade infantil entre o início e o fim do período. Em relação ao primeiro, confirma-se em relação aos municípios a tendência de crescimento acelerado nos valores de DTS e de IND DIST NORM observada na análise dos dados agregados estaduais, a ponto de a curva de tendência adicionada no segundo gráfico da Figura 7 apresentar inclinação positiva em 2004. Esse resultado é bem diferente do observado em relação aos municípios de Alagoas, do Maranhão e do Ceará, onde aumentos de gastos relativamente bem menores resultaram em reduções 8 bem mais perceptíveis na mortalidade infantil. No caso de Alagoas, observa-se que a linha de tendência adicionada no primeiro gráfico da Figura 11, referente ao ano 2000, apresenta inclinação positiva, o que indicaria, preliminarmente, baixíssima efetividade das despesas com saúde, pois os municípios onde mais se gastou tenderam a ser aqueles onde se registraram as mais elevadas taxas de mortalidade infantil. Essa situação, porém, melhorou visivelmente em 2004, coerentemente com o observado na análise em relação aos dados estaduais e o comportamento de IND DIST NORM, que, conforme se vê no gráfico da Figura 3, decresceu ao longo de todo o período. Os gráficos das Figuras de 12 a 15 apresentam as curvas com os valores de IND DIST NORM LN agrupados por UF na mesma seqüência apresentada pelo DATASUS e ordenados decrescentemente. No caso dos municípios, optou-se pelo logaritmo natural de DTS porque existem vários municípios com gastos per capita bem mais elevados do que os das UF, o que justificaria ainda mais aplicar no modelo o pressuposto de que a contribuição dos gastos para a redução da mortalidade infantil está sujeita a retornos decrescentes. Nas Figuras 12 e 13 é possível avaliar o quanto mudaram os valores do Indicador para o conjunto de municípios analisados entre 2000 e 2004. Percebe-se o aumento generalizado dos valores do Indicador e a nítida tendência de redução na inclinação da curva. Em relação aos municípios situados em qualquer dos extremos das curvas, dever-se-ia chegar a uma dentre duas conclusões: (i) ou pelo menos algum dos indicadores básicos estaria ou subestimado ou superestimado; ou (ii) o município em questão aparentaria se destacar em relação aos demais em termos da efetividade de seus gastos com saúde, seja positivamente – quando no extremo direito da curva -, seja negativamente – extremo esquerdo da curva. Em 2004, o município de Quissamã, no Estado do Rio de Janeiro, apresentou o valor mais elevado do Indicador: 0,71. Seu DTS naquele ano foi de R$ 1.500,19 e o CMI, de 17,24. Na outra extremidade, o município de Alto Alegre do Maranhão, com Indicador no valor de apenas 0,14, associado a uma DTS de R$ 22,92 e um CMI de 14,11. Os gráficos das Figuras 14 e 15 demonstram, na maioria das UF, essa mesma tendência de achatamento das curvas, mas mesmo em 2004 ainda existiam diferenças acentuadas entre os estados. Em relação à disparidade entre o maior e o menor valores do Indicador, destacam-se, em 2004, os estados: (i) da Bahia, com variação entre 0,15, no município de Vera Cruz (DTS = 23,90, CMI = 15,27), e 0,68, no de Madre de Deus (DTS = 1.204,21, CMI = 8,97), isto é, amplitude de 0,53; e, no outro extremo, (ii) o Estado do Amapá, cujo município de Porto Grande apresentou Indicador com o valor de 0,35 (DTS = 106,10, CMI = 24,10) e o município de Amapá, 0,30 (DTS = 66,24, CMI = 9 28,09), o que resulta em amplitude de apenas 0,05. É de se ressaltar que o elevadíssimo valor de DTS em Madre de Deus é viabilizado pelas receitas decorrentes das atividades da Petrobrás naquele município. Discussão A análise conjunta dos dados financeiros e de resultado dos entes federativos mostrou-se potencialmente útil na visualização e análise preliminar do tipo e do nível de correlação entre esses dois indicadores. O potencial de utilidade de IND DIST NORM como instrumento preliminar de apoio no acompanhamento e na avaliação da efetividade dos gastos com saúde também foi plenamente demonstrado nas análises estaduais, municipais e conjuntas dos entes federativos. Entretanto, um uso mais aprofundado desse Indicador demandaria sua consideração em conjunto com outros determinantes da situação de saúde da população, os quais poderiam ser agrupados em quatro categorias principais7: a) Determinantes sociais estruturais: os padrões de desenvolvimento socioeconômico e os diferenciais de educação, renda, mercado de trabalho etc. b) Condições concretas de vida, de trabalho, meio ambiente e cultura: as formas como cada pessoa e família vivem em comunidade e exerce sua capacidade de trabalho; inclui os estilos de vida e o comportamento do indivíduo e da família com suas escolhas implícitas. c) Características individuais: idade, hereditariedade, raça/cor etc. d) Acesso a bens e serviços e ao saneamento básico: não só acesso ao sistema de saúde, mas também a medicamentos, a serviços de saneamento e outros. Uma possibilidade de desdobramento deste trabalho seria usar incorporar ao modelo proposto neste trabalho o IDH, como bom indicador que é na quantificação de alguns dos determinantes sociais estruturais descritos no item (a) supra, para, de forma bem fundamentada, descontar a influência desses fatores sobre o indicador de resultado, e obter uma informação mais depurada sobre a real efetividade da aplicação e da gestão, por cada ente federativo, dos recursos financeiros em saúde. Uma possível forma de fazê-lo seria, por exemplo, multiplicar o CMI de cada ente por seu IDH; quanto menor este, maior a correção para menor no valor de CMI e mais presumível, em tese, a relação de causa e efeito entre DTS e o indicador de resultado. De forma semelhante, poder-se-ia cogitar o uso dos resultados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB, realizada pelo 10 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE em 2000, para incorporar ao modelo o efeito dos determinantes descritos no item (d) supra. Outros possíveis desdobramentos do trabalho apresentado neste artigo envolveriam aproveitar a flexibilidade de IND DIST NORM para: (i) uso com outros indicadores de resultado, como, por exemplo, a Taxa de Mortalidade Neonatal ou a de Mortalidade Pós-neonatal, ou mesmo com indicador que seja, inversamente ao que se passa com a Mortalidade Infantil, do tipo quanto maior melhor, casos, por exemplo, da Expectativa de Vida ao Nascer ou do Nível de Satisfação da População com os Serviços de Saúde, em cujos casos se teria como ponto de referência - em relação ao qual se mediriam as distâncias normalizadas - não mais (xmin, ymin), mas (xmin, ymax); e (ii) uso do indicador financeiro com mais de um indicador de resultado, como, por exemplo, CMI e ou a Expectativa de Vida ao Nascer ou o Nível de Satisfação da População com os Serviços de Saúde, ou mesmo de CMI e esses dois, em cujos casos haveria, em vez de quadrados XY, cubos de três – XYW, com ponto de referência (xmin, ymin, wmax) - e de quatro – XYWZ, com ponto de referência (xmin, ymin, wmax, zmax) - dimensões, respectivamente. Referências Bibliográficas 1. Wranik D. Confusion in the health policy factory. Can economists help? Department of Economics. University of Manitoba. Winnipeg, MB. 2. Azevedo J, Nucci L, Toscano C, Fisher PD e Bordin R. Correlação entre recursos financeiros e coeficiente de mortalidade infantil nas cinco macrorregiões do Brasil (de 1997 a 2002). Divulgação em Saúde para Debate, Rio de Janeiro, n. 37, p. 104-109, janeiro 2007. 3. Teixeira HV e Barroso VG. Gasto público com saúde no Brasil: possibilidades e desafios. Belo Horizonte, Brasil. 2003. 4. Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS). http://siops.datasus.gov.br/ 5. Departamento de Informática do SUS (DATASUS). http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php 6. Sistema de Monitoramento dos Indicadores de Mortalidade Infantil (MONITORIMI). http://www.monitorimi.cict.fiocruz.br/base.htm 7. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Políticas Sociais: acompanhamento e análise. Edição Especial 13 (1995-2005). p. 115-154. 8. Population Reference Bureau. World Population Data Sheet. 2005. 11 Tabela 1 – Valores nominais de Despesa Total com Saúde por Habitante e Coeficientes de Mortalidade Infantil de cada UF, de 2000 a 2004 Desp. Tot. Saúde per Capita (R$/hab) Coeficiente Mortalidade Infantil UF 2000 2001 2002 2003 2004 2000 2001 2002 2003 2004 AL PB RN MA SE PE AC BA PI CE PA AM TO AP RO MS MT MG RR GO RJ PR RS ES SP DF SC BR 148,84 150,25 203,34 114,43 142,17 166,15 361,19 132,03 132,97 157,63 128,53 237,06 206,63 316,41 226,07 172,06 172,17 159,56 451,22 165,52 266,71 154,80 203,89 199,68 236,13 269,70 177,43 170,84 211,47 222,44 127,15 176,49 189,43 449,35 155,76 159,52 171,54 153,61 288,02 263,96 299,20 250,28 206,81 222,22 194,84 431,29 183,79 290,19 179,74 230,02 229,94 263,04 321,39 196,16 75,99 218,51 228,13 254,51 155,59 216,63 223,08 350,31 181,24 176,12 198,79 174,66 334,33 303,45 417,35 266,17 255,99 262,27 206,25 418,42 219,67 345,82 220,02 242,93 237,41 325,57 421,41 217,84 82,57 229,09 229,63 287,29 169,49 255,31 235,17 396,71 210,50 204,14 219,44 191,45 376,71 338,44 412,74 309,71 278,03 302,42 229,27 460,97 250,52 386,65 246,06 285,30 280,13 337,18 387,12 280,36 95,88 262,55 249,38 304,47 206,02 296,56 268,66 513,65 244,39 259,26 246,31 210,98 407,68 384,27 451,18 302,50 304,07 360,45 257,22 470,82 283,62 439,97 290,32 308,74 314,03 383,49 406,12 331,62 124,34 57,11 43,28 41,39 42,10 39,12 39,00 34,67 35,47 36,86 37,37 28,97 27,83 27,74 25,92 25,55 23,83 23,43 22,20 22,68 21,48 19,74 19,58 15,14 18,84 17,33 14,40 15,71 53,97 40,97 39,46 39,74 37,37 37,28 33,36 33,89 34,83 34,85 27,87 26,97 26,62 25,19 24,46 24,01 22,53 21,31 21,56 20,66 18,25 17,49 15,75 17,87 16,50 15,18 15,52 19,88 51,14 38,89 37,73 37,64 35,84 35,76 32,26 32,48 33,02 32,63 26,88 26,21 25,61 24,51 23,47 20,33 21,69 20,52 20,58 19,93 17,94 16,83 15,64 16,09 15,30 13,65 15,27 19,26 48,60 37,05 36,19 35,78 34,46 34,40 31,21 31,23 31,41 30,69 25,99 25,56 24,72 23,91 22,59 20,13 20,94 19,82 19,59 19,27 17,66 16,49 15,97 16,36 15,19 13,30 14,10 18,94 46,36 35,42 34,83 34,15 33,25 33,20 30,33 30,14 29,99 29,01 25,19 24,97 23,92 23,38 21,83 21,29 20,26 19,19 18,82 18,69 17,24 15,53 15,16 15,03 14,49 13,95 13,62 17,90 Fonte: SIOPS e SVS/MS * TMI usando TMI estimadas revisadas para o período 12 Tabela 2 – Valores nominais de Despesa Total com Saúde por Habitante associados à redução em uma unidade no valor do Coeficiente de Mortalidade Infantil de cada UF, de 2000 a 2004 D M g UF DF M S RO 2 0 0 0 /2 0 0 1 2 0 0 1 /2 0 0 2 2 0 0 2 /2 0 0 3 2 0 0 3 /2 0 0 4 - 6 5 ,0 5 - - - 1 3 ,3 9 1 0 7 ,1 7 - 2 2 ,2 5 1 6 ,0 4 4 9 ,5 8 - PB 2 6 ,4 7 8 ,0 2 0 ,8 2 1 2 ,1 2 RN 9 ,9 0 1 8 ,5 4 2 1 ,2 7 1 2 ,6 6 RR - - 4 2 ,9 0 1 2 ,9 1 AL 7 ,0 1 1 6 ,8 4 4 ,1 7 1 4 ,9 4 CE 5 ,5 3 1 2 ,2 9 1 0 ,6 4 1 5 ,9 2 M A 5 ,3 9 1 3 ,5 3 7 ,5 0 2 2 ,3 9 PA 2 2 ,7 5 2 1 ,2 2 1 8 ,8 6 2 4 ,4 7 ES 3 1 ,0 0 4 ,2 0 - 2 5 ,3 7 PE 1 3 ,5 3 2 2 ,0 8 8 ,9 2 2 7 ,9 0 RS - 1 1 7 ,6 0 - 2 9 ,0 5 BA 1 5 ,0 1 1 8 ,1 4 2 3 ,4 6 3 0 ,8 7 SE 1 9 ,5 9 2 6 ,1 3 2 8 ,0 9 3 4 ,1 6 PI 1 3 ,0 9 9 ,1 8 1 7 ,3 9 3 8 ,7 3 M G 3 9 ,9 8 1 4 ,4 5 3 2 ,7 3 4 4 ,7 0 PR 1 1 ,9 1 6 1 ,3 1 7 7 ,5 0 4 5 ,8 8 AM 5 9 ,2 3 6 1 ,2 9 6 4 ,6 1 5 2 ,9 1 G O 2 2 ,3 4 4 8 ,8 5 4 6 ,7 1 5 7 ,0 1 TO 5 1 ,1 0 3 9 ,2 6 3 9 ,3 6 5 7 ,2 9 SP 3 2 ,3 3 5 1 ,8 6 1 0 7 ,3 7 6 6 ,8 3 AP - 1 7 4 ,7 8 - 7 2 ,5 3 M T 5 5 ,2 6 4 7 ,8 4 5 3 ,1 3 8 5 ,7 0 SC 9 5 ,7 2 8 7 ,3 8 5 3 ,6 0 1 0 5 ,8 1 RJ 1 5 ,8 0 1 8 1 ,5 3 1 4 4 ,9 7 1 2 5 ,8 2 AC 6 7 ,0 4 - 4 4 ,4 8 1 3 2 ,2 3 13 AL/00 AL/01 53 AL/02 AL/03 48 AL/04 PB/00 43 MA/00 RN/00 PB/01 MA/01 SE/00 38 PI/00 BA/00 33 RN/01 PB/02 PE/00 MA/02 CE/00 SE/01 PE/01 MA/03 PI/01 CE/01 BA/01 PI/02 BA/02 RN/02 PB/03 SE/02 PB/04 PE/02 PE/03 SE/03 MA/04 PA/01 23 AC/03 PR/00 18 13 114 164 AC/04 BA/04 PI/04 CE/04 TO/01 AM/01 TO/02AP/00 PA/04 RO/00 AM/03 TO/04 RO/02 RO/03 RO/04 MS/04 MT/03 MT/01 MT/02 MG/01 GO/01 MG/02 GO/02 MS/02 MS/03 MG/03 GO/03 RJ/00 MG/04 ES/00 GO/04 RJ/01 ES/01 PR/01 SP/00 PR/02 PR/03 SP/01 ES/03 ES/02 RS/03 RS/01RS/02 SC/00 SC/01 PR/04 SC/02 RS/00 DF/00 SC/03 214 AM/02 TO/03 RO/01 MS/01 MG/00 GO/00 AC/01 SE/04 AM/00 TO/00 MS/00 MT/00 AC/00 AC/02 PA/02 PA/03 RN/04 PE/04 CE/02 PI/03 BA/03 CE/03 PA/00 28 RN/03 264 AM/04 AP/01 AP/02 AP/03 AP/04 RR/00 RR/01 RR/02 MT/04 RR/03 RR/04 RJ/02 RS/04 SP/02 DF/01 SP/03 ES/04 SC/04 314 RJ/03 SP/04 DF/03 364 RJ/04 DF/04 DF/02 414 464 Fontes: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e SIOPS Figura 1 – Gráfico Dispersão XY das UF nos anos 2000 a 2004 14 53 AC RR AP 48 AL RJ AM DF 43 TO RN SP SE 38 MT PB PE SC 33 MA PI RO MS 28 BA ES RS CE 23 PR GO MG PA 18 13 114,43 164,43 214,43 264,43 314,43 364,43 414,43 464,43 Figura 2 – Gráfico anterior, com os pontos de cada UF conectados 15 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 AC RR AP AL RJ AM DF TO RN SP SE MT PB PE SC MA PI RO MS BA ES RS CE PR GO MG PA Figura 3 – Gráfico com a evolução de IND DIST NORM das UF no período 2000 a 2004 16 INDICADOR DIST NORM - 2000 IDH - 2000 INDICADOR DIST NORM - 2004 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 AL RR AC PB RN MA PE SE AP CE PI BA AM RJ TO RO DF PA SP MS MT ES MG RS GO PR SC Figura 4 – Gráfico com IND DIST NORM das UF nos anos 2000 e 2004 e IDH das UF no ano 2000 17 Despesa Total em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil por Município 2001 160 160 150 150 140 140 130 130 120 120 Coeficiente Mortalidade Infantil Coeficiente Mortalidade Infantil Despesa Total em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil por Município 2000 110 100 90 80 70 60 50 110 100 90 80 70 60 50 40 40 30 30 20 20 10 0 0,00 10 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 0 0,00 900,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 100,00 200,00 300,00 400,00 Despesa Total em Saúde per Capita (R$) 150 140 140 130 130 120 120 Coeficiente Mortalidade Infantil Coeficiente Mortalidade Infantil 160 150 90 80 70 60 50 90 80 70 60 50 40 30 20 20 10 10 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 Despes Total em Saúde per Capita (R$) 900,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 100 30 100,00 800,00 110 40 0 0,00 700,00 Despesa Total em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil por Município 2003 160 100 600,00 Despesa Total em Saúde per Capita (R$) Despesa Total em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil por Município 2002 110 500,00 0 0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 Despesa Total em Saúde per Capita (R$) Fontes: Ministério da Saúde, Datasus, Sistema de Mortalidade Infantil e SIOPS Figura 5 – Gráficos de dispersão XY dos municípios do Brasil com dados financeiros e de mortalidade infantil no período 2000 a 2003 18 Despesa Total em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil por município 2004 160 160 150 150 140 140 130 130 120 120 Coeficiente Mortalidade Infantil Coeficiente Mortalidade Infantil Despesa Total em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil por Município 2000 110 100 90 80 70 60 50 110 100 90 80 70 60 50 40 40 30 30 20 20 10 0 0,00 10 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 0 0,00 900,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 100,00 200,00 300,00 400,00 Despesa Total em Saúde per Capita (R$) 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 Despesa Total em Saúde per Capita (R$) Figura 6 - Gráficos de dispersão XY dos municípios do Brasil em 2000 e 2004 Despesa Municipal em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil (R$ X em cada mil nascidos vivos) Santa Catarina - 2000 160 150 150 140 140 130 130 120 120 Coeficiente de Mortalidade Infantil Coeficiente de Mortalidade Infantil 160 110 100 90 80 70 60 50 Despesa Municipal em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil (R$ X em cada mil nascidos vivos) Santa Catarina - 2004 110 100 90 80 70 60 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0,00 0 0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 100,00 200,00 300,00 400,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 Despesa Total com Saúde per Capita (R$) Despesa Total com Saúde per Capita (R$) Figura 7 - Gráficos de dispersão XY dos municípios de Santa Catarina em 2000 e 2004 19 Despesa Municipal em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil Rio de Janeiro 2004 160 160 150 150 140 140 130 130 120 120 Coeficiente de Mortalidade Infantil Coeficiente de Mortalidade Infantil Despesa Municipal em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil Rio de Janeiro 2000 110 100 90 80 70 60 50 110 100 90 80 70 60 50 40 40 30 30 20 20 10 0 0,00 10 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 0 0,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 Despesa Total com Saúde per Capita (R$) 600,00 700,00 800,00 900,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 Despesa Total com Saúde per Capita (R$) Figura 8 - Gráficos de dispersão XY dos municípios do Rio de Janeiro em 2000 e 2004 Despesa Municipal em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil (R$ X em cada mil nascidos vivos) Ceará - 2004 160 160 150 150 140 140 130 130 120 120 Coeficiente de Mortalidade Infantil Coeficiente de Mortalidade Infantil Despesa Municipal em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil Ceará - 2000 110 100 90 80 70 60 50 110 100 90 80 70 60 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 0 0,00 100,00 Despesa Total com Saúde per Capita (R$) 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 Despesa Total com Saúde per Capita (R$) Figura 9 - Gráficos de dispersão XY dos municípios do Ceará em 2000 e 2004 20 Despesa Municipal em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil (R$ X em cada mil nascidos vivos) Maranhão - 2000 160 150 150 140 140 130 130 120 120 Coeficiente de Mortalidade Infantil Coeficiente de Mortalidade Infantil 160 110 100 90 80 70 60 50 110 100 90 80 70 60 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 0 0,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 Despesa Municipal em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil (R$ X em cada mil nascidos vivos) Maranhão - 2004 100,00 200,00 300,00 400,00 Despesa Total com Saúde per Capita (R$) 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 Despesa Total com Saúde per Capita (R$) Figura 10 - Gráficos de dispersão XY dos municípios do Maranhão em 2000 e 2004 Despesa Total com Saúde por Habitante versus Mortalidade Infantil Alagoas - 2000 160 150 150 140 140 130 130 120 120 Coeficiente de Mortalidade Infantil Coeficiente de Mortalidade Infantil 160 110 100 90 80 70 60 50 110 100 90 80 70 60 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 Despesa Municipal em Saúde per Capita versus Mortalidade Infantil (R$ X em cada mil nascidos vivos) Maranhão - 2004 0 0,00 100,00 200,00 Despesa Total com Saúde por Habitante (R$) 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 1.000,00 1.100,00 1.200,00 1.300,00 1.400,00 1.500,00 Despesa Total com Saúde per Capita (R$) Figura 11- Gráficos de dispersão x,y dos municípios de Alagoas em 2000 e 2004 21 330415 Quissamã 0 ,0 0 ,6 0 ,5 0 ,4 0 ,3 0 ,2 0 ,1 220910 Santa Cruz do Piauí 522050 Serranópolis 312510 Extrema 420590 Gaspar 500840 Vicentina 291370 Inhambupe 316553 Sarzedo 291010 Dom Basílio 260960 Olinda 150670 Santana do Araguaia 500540 Maracaju 260430 Cedro 355480 Tremembé 312200 Divino 260090 Amaraji 260620 Goiana 291950 Livramento de Nossa 291000 Dário Meira 430200 Barros Cassal 260050 Águas Belas 291700 Itiúba 292120 Miguel Calmon 313115 Ipaba 291810 Jeremoabo 312410 Esmeraldas 261220 Salgueiro 310470 Ataléia 292120 Miguel Calmon 314460 Nepomuceno 312090 Curvelo M u n ic íp io s 410390 Campina da Lagoa 0 ,7 260560 Flores Figura 12 – Valores de IND DIST NORM LN dos municípios ordenados decrescentemente no ano 2000 130300 Nhamundá 171610 Paraíso do Tocantins 250760 Juarez Távora 313950 Manhumirim 354130 Presidente Epitácio 280340 Japoatã 290205 Araças 320510 Viana 130006 Amaturá 521280 Mara Rosa 312420 Espera Feliz 310710 Boa Esperança 172120 Tocantinópolis 261430 Moreilândia N O R M L N 2 0 0 4 M 292550 Prado 410030 Agudos do Sul 354660 Santa Fé do Sul R M L N 2 0 0 0 354560 Santa Adélia 410880 Guaíra 500345 Deodápolis 510025 Alta Floresta N O 260930 Mirandiba D IS T 251670 Teixeira 221020 São José do Piauí 411727 Nova Tebas 350380 Artur Nogueira 313760 Lagoa Santa 351510 Embu-Guaçu 250490 Cruz do Espírito Santo 410845 Foz do Jordão 313560 Jequitaí 330050 Bom Jardim 250020 Aguiar 354150 Presidente Venceslau 352940 Mauá 354100 Praia Grande 320210 Ecoporanga 230765 Maracanaú 353080 Moji Mirim 150553 Parauapebas 330513 São José de Ubá D IS T 270520 Messias IN D 354330 Ribeirão Pires 350320 Araraquara 280150 Carmópolis IN D 355190 Severínia 291360 Ilhéus 352370 Itirapuã 310730 Bocaiúva 280590 Riachuelo 291320 Ibotirama 355010 São Manuel 291930 Lençóis 330290 Miguel Pereira 410832 Francisco Alves 230180 Baixio 411725 Nova Prata do Iguaçu 230090 Apuiarés 350925 Cajati 240720 Macau 510720 Rio Branco 354340 Ribeirão Preto 354425 Rosana 352560 João Ramalho 292920 São Francisco do Conde 311810 Congonhas do Norte 0 ,0 410715 Diamante D'Oeste 0 ,7 u n ic íp io s 0 ,6 0 ,5 0 ,4 0 ,3 0 ,2 0 ,1 Figura 13 - Valores de IND DIST NORM LN dos municípios ordenados decrescentemente no ano 2004 22 0 ,0 311340 Caratinga 520130 Anicuns 521375 Montividiu 510517 Juruena 500440 Inocência 432080 Soledade 431890 São Luiz Gonzaga 430360 Cambará do Sul 420650 Guaramirim 421480 Rio do Sul 411050 Ipiranga 412620 Sapopema 410830 Foz do Iguaçu 355710 Votuporanga 351140 Cerqueira César 350760 Bragança Paulista 354800 Santo Antônio de Posse 354325 Ribeirão Grande 354850 Santos 330580 Teresópolis p o r 320501 Sooretama 521930 Santa Helena de Goiás 520380 Britânia 510350 Diamantino 500100 Aparecida do Taboado 430210 Bento Gonçalves 431270 Nonoai 431170 Machadinho 421380 Praia Grande 421825 Timbó Grande 410400 Campina Grande do Sul 410620 Contenda 410870 Grandes Rios 355340 Tanabi 352680 Lençóis Paulista 352290 Itapuí 354390 Rio Claro 350560 Barrinha 354280 Ribeira 330050 Bom Jardim 320080 Baixo Guandu 312110 Delfim Moreira 312800 Guanhães 315240 Poté 312260 Dom Joaquim 310450 Arinos 314810 Patrocínio p o r 315430 Resplendor U F 315080 Piranga L N p o r 2 0 0 4 U F 311390 Carmo da Cachoeira 291470 Itaberaba 313670 Juiz de Fora L N p o r 2 0 0 0 316370 São Lourenço N O R M 311150 Campos Altos 291490 Itacaré 290280 Barra da Estiva N O R M 315500 Rio Doce 292350 Palmeiras D IS T 293315 Várzea Nova 290340 Belmonte 291992 Madre de Deus 280410 Moita Bonita 270860 São Miguel dos Campos 261600 Venturosa 260300 Cabrobó 260820 Joaquim Nabuco 251610 Soledade 251640 Campo de Santana 240240 Carnaúba dos Dantas 231350 Trairi 231330 Tauá 230195 Barreira 220870 Redenção do Gurguéia 210047 Alto Alegre do Pindaré 210140 Balsas 171840 Presidente Kennedy D IS T 292970 Sátiro Dias IN D 291100 Floresta Azul 130120 Coari 150503 Novo Progresso IN D 290570 Camaçari 280330 Japaratuba 270100 Boca da Mata 260610 Glória do Goitá 260070 Aliança 260480 Cortês 250800 Juru 251230 Princesa Isabel 240180 Brejinho 230840 Missão Velha 230270 Campos Sales 230523 Horizonte 220430 Fronteiras 210690 Monção 210745 Olinda Nova do Maranhão 172100 Palmas 150442 Marituba 110032 São Miguel do Guaporé 0 ,0 130083 Caapiranga 110090 Castanheiras 0 ,7 M u n ic íp io 0 ,6 0 ,5 0 ,4 0 ,3 0 ,2 0 ,1 Figura 14 - Valores de IND DIST NORM LN dos municípios, agrupados por UF e ordenados decrescentemente no ano 2000 0 ,7 M u n ic íp io 0 ,6 0 ,5 0 ,4 0 ,3 0 ,2 0 ,1 Figura 15 - Valores de IND DIST NORM LN dos municípios, agrupados por UF e ordenados decrescentemente no ano 2004 23 24